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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ RENATO CEZAR DE LIMA PROCESSO CRIATIVO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DE RELAÇÕES ENTRE ARTE E MODA. CURITIBA 2011

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

RENATO CEZAR DE LIMA

PROCESSO CRIATIVO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DE RELAÇÕES ENTRE ARTE E MODA.

CURITIBA

2011

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Renato Cezar de Lima

PROCESSO CRIATIVO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DE RELAÇÕES ENTRE ARTE E MODA.

Monografia apresentada ao curso de pós-graduação Ensino das Artes Visuais: Práticas Pedagógicas e Linguagens Contemporâneas da Faculdade de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Ensino das Artes Visuais.

Orientador: Prof. Ms. Renato Torres

CURITIBA

2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

Renato Cezar de Lima

PROCESSO CRIATIVO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DE RELAÇÕES ENTRE ARTE E MODA.

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Especialista em Artes Visuais do Curso de Pós-Graduação latu sensu Ensino das Artes Visuais: Práticas Pedagógicas e Linguagens Contemporâneas da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 14 de março de 2011.

Prof. Ms. Renato TorresCoordenador do Curso de Pós-Graduação Ensino das Artes Visuais: Práticas Pedagógicas e

Linguagens ContemporâneasUniversidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Profª.Ms. Renato TorresUniversidade Tuiuti do Paraná

Curso de Pós-Graduação Ensino das Artes Visuais:Práticas Pedagógicas e Linguagens Contemporâneas

Profª.Ms. Eliza K.. GunziUniversidade Tuiuti do Paraná

Curso de Pós-Graduação Ensino das Artes Visuais:Práticas Pedagógicas e Linguagens Contemporâneas

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Dedico esta monografia à minha família, meus amigos de trabalho que colaboram para o desenvolvimento do meu projeto e aos meus educandos do CENTRO SOCIAL MARISTA SABARÁ que fazem parte dessa pesquisa e fizeram parte do meu trabalho como educador.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por toda a força obtida durante esse período de

aprendizagem, aos meus amigos Maria, Elizane, Aline, Emerson e Daniella, que

contribuíram e ajudaram a finalizar todo esse processo, montagem e desmontagem,

pelas alegrias, pela amizade e pelo carinho durante todo o tempo que trabalhamos

juntos.

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RESUMO

Esta pesquisa teve por objetivo pesquisar o processo criativo por meio da moda e do conceito de sustentabilidade, para tanto apresenta uma experiência prática explicitando o processo criativo dentro do ensino não formal de um projeto de trabalho desenvolvido no Centro Social Marista Sabará, enfocando a importância da educação ambiental por meio da moda e dos conceitos da sustentabilidade. Ao realizar essa busca partindo direto da vivência local e dos relatos trazidos diariamente como formas de nos informar o que acontece em volta do local da oficina. A partir dessa analise educacional do entorno da escola o projeto deu inicio a fundamentação, fazendo um apanhado sobre os processos de criatividade desenvolvidos na educação. O trabalho é fruto da participação dos educandos do projeto sócio-educativo. Com o desenvolvimento desse trabalho a sustentação das idéias fundamentou em resultados qualitativos como conclusão do projeto, os objetivos apresentados logo no início foram bem avaliados e aplicados ao longo do percurso motivando-os e fazendo valer a idéia da participação e da cooperação do grupo dentro da oficina. Concluindo todas as etapas do processo da criatividade analisadas ponto a ponto percebendo e aplicando as possíveis melhorias para a geração de resultados satisfatórios e qualitativos dentro da pesquisa.

Palavras-chave: Criatividade, sustentabilidade, processo criativo, educação ambiental.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – PESQUISA-AÇÃO.........................................................................Pág-32

FIGURA 2 – EDUCANDOS G07........................................................................Pág-40

FIGURA 3 – EDUCANDOS G07........................................................................Pág-40

FIGURA 4 – EDUCANDOS G08........................................................................Pág-41

FIGURA 5 – EDUCANDOS G05........................................................................Pág-42

FIGURA 6 – EDUCANDOS G05........................................................................Pág-42

FIGURA 7 – EDUCANDOS G08........................................................................Pág-43

FIGURA 8 – EDUCANDOS G05........................................................................Pág-43

FIGURA 9 – EDUCANDOS G01........................................................................Pág-44

FIGURA 10 – EDUCANDOS G01......................................................................Pág-44

FIGURA 11 – EDUCANDOS G08......................................................................Pág-45

FIGURA 12 – EDUCANDOS G06......................................................................Pág-45

FIGURA 13 – EDUCANDOS G03......................................................................Pág-46

FIGURA 14 – EDUCANDOS G04......................................................................Pág-46

FIGURA 15 – ORNAMENTAÇÃO......................................................................Pág-47

FIGURA 16 – ENTRADA....................................................................................Pág-48

FIGURA 17 – APRESENTAÇÃO........................................................................Pág-48

FIGURA 18 – MODELO CLEUCIANE................................................................Pág-48

FIGURA 19 – MODELO MIRIAN........................................................................Pág-48

FIGURA 20 – MODELO POLIANE.....................................................................Pág-49

FIGURA 21 – MODELO VINIVIUS.....................................................................Pág-49

FIGURA 22 – MODELO STEFANY....................................................................Pág-49

FIGURA 23 – ENCERRAMENTO.......................................................................Pág-50

FIGURA 24 – FOTO FINAL................................................................................Pág-50

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09

2 PROCESSOS DE CRIAÇÃO..................................................................................10

2.1 CATEGORIAS DOS PROCESSOS DE CRIAÇÃO..............................................12

2.1.1 O desenvolvimento da preparação....................................................................13

1.2. Incubação do

inconsciente..............................................................................15

1.3. Um flash de

idéias...........................................................................................16

1.4. Resultado das

idéias.......................................................................................17

1.5. Os declínios da

criatividade.............................................................................18

1.6. Artista e

matéria...............................................................................................20

1.7. Forma e

conteúdo............................................................................................23

3 SUSTENTABILIDADE NO PROCESSO CRIATIVO..............................................27

4 PESQUISA-AÇÃO..................................................................................................30

4.1 PESQUISA DE CAMPO.......................................................................................33

4.1.2 Projeto Oficina de artes.....................................................................................34

4.1.3 Dados da pesquisa de campo...........................................................................39

4.1.4 Registro do encerramento do projeto................................................................48

4.1.5 Analise do trabalho............................................................................................52

5 CONCLUSÃO.........................................................................................................54

REFERÊNCIAS..........................................................................................................56

ANEXO......................................................................................................................57

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1 INTRODUÇÃO

Essa pesquisa teve por objetivo pesquisar o processo criativo por meia das

relações entre arte e moda e do conceito de sustentabilidade. Para tanto, essa

pesquisa apresenta o desenvolvimento de um projeto de oficina realizado em um

centro social de Curitiba. O projeto retratou a partir daí o ensino da arte como um

momento de vivência e do processo criativo.

Nessa reflexão, o ato de estabelecer critérios para cada momento do

processo de criatividade, contribui para o educador mediar à aprendizagem e criar

formas de relacionar o contexto social com a produção pessoal dos educandos.

Com essa discussão sobre os processos criativos, busca-se por definições e

resultados de tratamentos inconscientes, por meio de associações e formação de

opinião logo no primeiro contato, nos ajuda a estabelecer os critérios de pesquisa.

Entretanto, ao mesmo tempo é necessário passar por vários momentos de

preparação como as fases apontadas por Wallas, (1926), e esse preparo tanto físico

como estético envolve expressão, sentimentos e criatividade que se tornam

estratégias para produções.

O trabalho realizado em instituições de ensino por meio de práticas criativas

contribui para o desenvolvimento artístico e crítico, colocando o aluno como centro

da discussão. Nesse sentido, as práticas alimentam o pensamento dos alunos e

contribuem para os processos de aprendizagem.

Os trabalhos realizados no Centro Social Marista Sabará, na Oficina de Artes

visuais, estabelecem princípios na formação do educando. O objetivo desse projeto

é ajudar no processo da educação através da arte, de maneira que proporcione o

desenvolvimento da sensibilização sobre o meio ambiente trabalhando de forma a

aproximar os universos da arte e da moda.

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2. PROCESSOS DE CRIAÇÃO

Criar, representar, buscar respostas, expressar-se, ser original. Que relação é

possível fazer entre assuntos tão diferentes? Assuntos que ao envolver e se

transformam em partes fundamentais de um mesmo pensamento de trabalho os

quais são necessários para a iniciação de muitos projetos artístico uma visão de

aprofundamento ao ensino da arte com formatos educacionais diferenciados.

O ato criativo é um universo no qual o ser humano busca estabelecer

conceitos e significados a partir de suas idéias, da sua relação com o mundo e de

tudo aquilo que conhece. A base do ato criativo é fundamentada por várias

construções que vão se formando ao longo dos anos, sempre transformando e

modificando ao seu redor.

A parte criativa que temos e que tentamos passar adiante é uma referência de

definições e ligações com aquilo que nos cerca e que temos mais afinidades.

Todo o processo de construção da criatividade vem ao longo dos anos sendo

estudada para esclarecer dúvidas sobre seu desenvolvimento. Alguns

pesquisadores estabeleceram formas de estruturação para o processo criativo

definindo-os em “fases de processo criativo” como é citado no texto de Todd Lubart

(2007).

Outra maneira de conceber a criatividade é retratada nos conceitos de Fayga

Ostrower (1997), nos quais a criatividade não é um objeto isolado.

A natureza criativa do homem se elabora no contexto cultural. Todo indivíduo se desenvolve em uma realidade social, em cujas necessidades e valorações culturais se moldam aos próprios valores de vida. (OSTROWER, 1997)

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Nesse pensamento o processo de criatividade as relações que são

fundamentadas a partir da sua vida e estabelecem determinadas questões que

podem servir de inicio do seu ato criativo, seja o contexto cultural ou até mesmo sua

realidade social.

A descrição elaborada por Todd Lubart, é representada por etapas como:

preparação, incubação, iluminação e por fim verificação. Isso nos propõe a ver quais

são as fases que nossos educandos estão empregando, pois todo o ato criativo é

transformado a partir de nossa mediação. O aguçar das idéias e os princípios

ajudam os alunos a estabelecer sua linha de criação, tornando por fim o resultado

desse processo.

Essa qualidade do material utilizado em cada processo (o conhecimento, por exemplo) é importante, metaforicamente falando, o motor é o mesmo, mas certas pessoas utilizam um combustível de melhor qualidade. (LUBART, 2007, p.101).

Nesse questionamento o que torna o processo criativo de melhor qualidade, é

a maneira em que o ato de criar é desempenhado, levando sempre em conta a

fundamentação do trabalho.

Quanto maior o conhecimento empregado melhor será o resultado. Nada

disso impede que quando existe um interesse pessoal melhoram as produções e as

experiências que o individuo vivencia ao longo de sua vida. Nesse contexto, ele

acaba fazendo parte de sua própria preparação, e tendo uma percepção mais

aprofundada sobre seu processo criativo.

Lubart (2007, p.101), ainda reforça que: “as produções criativas resultariam,

portanto, de uma boa preparação, de uma incubação efetiva, e de uma boa

verificação da qualidade das idéias”.

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Essas planificações das ações elaboradas nesses estudos são referentes às

idéias, conhecimentos, e realizações de trabalhos que são aplicados na arte

educação. Nesse mesmo pensamento, o processo artístico é algo amplo que pode

explorar muitos sentidos, buscando entender toda a expressão e o contexto dos

trabalhos apresentados.

Fayga Ostrower observa as idéias e a elaboração do ato criativo do ser

humano, seja ele o de criar ou de formar.

Outra idéia é a de que criar corresponde a um formar, um dar forma a alguma coisa. Sejam quais forem os modos e os meios, ao se criar algo, sempre se ordena e se o configura. Em qualquer tipo de realização são envolvidos princípios de forma, no sentido amplo em que aqui é compreendida a forma, isto é, como uma estruturação, não restrita à imagem visual. Partindo dessa concepção, achamos importante fundamentar a idéia dos processos criativos utilizando noções teóricas sobre a estrutura da forma. (OSTROWER, 1997, p.72)

O significado do fator criativo é algo que depende de outros fatores, sejam

avaliativos, estruturais, mas ao mesmo tempo valorativo, tendo sempre os limites

para a elaboração, observando os conceitos e toda a parte da simbologia dos

elementos construídos.

Nessa mesma problemática alguns fatores definem esses estudos, as

categorias inseridas como base nos processos criativos, são as estruturas que

caracterizam as bases que orientam a criação dentro da educação, enfim toda a

discussão será apresentada em alguns pontos ao longo dessas idéias.

1. CATEGORIAS DOS PROCESSOS DE CRIAÇÃO.

O processo de criação é desenvolvido em etapas sendo divididas em quatro

itens que fundamentam todo o exercício da pratica educacional, formando conceitos

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e estabelecendo princípios que criam maneiras para o entendimento da formação do

individuo durante seu período de criação na educação. Com essa informação das

etapas cada uma desenvolve um determinado conceito de explicação, buscando

solucionar por meio da prática educacional os problemas situacionais. Problemas

esses que foram analisados durante todo o processo de desenvolvimento das

atividades aplicadas no projeto de arte nas oficinas do centro social.

2.1.1 O desenvolvimento da preparação.

A construção da prática criativa no individuo social, é uma estruturação

bastante importante e longa, toda a fase e as bases de trabalho vão se ordenando

conforme o tempo vai passando. Esso processo busca sempre programar os

princípios e as fundamentações para o entendimento, para se proceder durante o

ato criativo. O projeto desenvolvido no setor social foi elaborado vários momentos

como forma de estabelecer os princípios para uma realização positiva. Dessa forma

o preparo para a construção inicia-se de maneira mais suave para um bom

entendimento.

O individuo enquanto aprendiz está sempre apto a buscar coisas novas,

desde a infância o processo de construção das suas idéias, das suas projeções o

torna um ser pensante para produção futura da sua criatividade.

Uma perspectiva ampla do processo criativo terá implicações praticas como a melhoria de atrativos para a criatividade e a identificação das pessoas potencialmente criativas. De fato, o atrativo criativo ou os procedimentos de seleção se revelam completamente ineficazes quando o individuo que domina as competências especificas, mas sabe como colocá-las em praticas em um trabalho que exige uma contribuição criativa. (LUBART, 2007, p. 108).

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Essas implicações são discutidas por Lubart, de fato o ser humano é criativo,

mas tudo depende do modo como são estruturadas informações e conhecimentos.

Algumas competências são exigidas durante o desenvolvimento da criatividade,

dentro dessa pesquisa os apontamentos feitos por pesquisadores se baseiam em

alguns momentos de transição da criatividade, na qual foi observado que muitas

vezes no processo criativo existe um declínio em relação ao seu crescimento. Esse

processo de desenvolvimento depende de muitos fatores que ajudam a ter o

domínio artístico, fatores que levam o indivíduo a se tornar distante ou perder a

vontade de participar e de criar suas próprias produções como é o caso da inserção

no sistema de ensino.

O declínio da criatividade se inicia logo que a criança entra na fase

educacional, pois muitos fatores no seu desenvolvimento influenciam e até mesmo

as mediações que podem vir a serem falhas nessa fase.

A interpretação de Torrance relativa à primeira fase de diminuição da criatividade rende-se a fatores ambientais; segundo ele esse período corresponde a entrada da criança no sistema escolar, em detrimento da sua expressão criativa. Os dados empíricos que permitem validar essa hipótese, todavia apresentam falhas. (LUBART,2007).

Conforme a construção apresentada por Lubart, esse declínio em

desenvolvimento tem a sua transformação ao longo de outras fases também, mas o

que torna muitas vezes diferenciado, pois isso varia de individuo para individuo. O

segundo período apresentado por Torrance (1968, citado por LUBART, 2007. p.111)

acontece quando as crianças estão na fase da 3º e 4º series do ensino fundamental.

Segundo Lubart (2007, p.112). “O declínio da criatividade que observamos entre 9 e

10 anos poderia, por conseguinte, estar ligado, de maneira bastante paradoxal, à

emergência de novas capacidades de raciocínio lógico”.

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1.2.Incubação do inconsciente

Todo o nosso pensamento busca sempre uma raiz do nosso inconsciente

tentando estabelecer uma relação de fragmentos que possam se tornar reais

quando projetado de uma maneira concreta.

O processo de criação estabelecido nessa pesquisa se formula em

questionamentos de fases do ser humano e que se tornam divididas ao passar dos

anos. É discutido o processo de incubação como um período no qual o problema é

colocado de lado por uma incapacidade de resolvê-lo. (LUBART, 2007, p.97).

Para Lubart (2007), o processo que ele define sobre o período de

criatividade esclarece alguns conceitos para possíveis idéias de melhorias, pois não

há como acontecer um processo de criação quando estamos em um momento de

tédio ou com algum problema no processo ou no período da criatividade. Pode ser

que aconteça algo inconsciente e que isso possa ficar incubado durante um

determinado tempo, voltando à tona quando estivermos em um momento livre ou

relaxado.

É possível que a incubação implique em uma progressão automática na ativação da memória como um esquecimento passivo dos detalhes do problema ou das idéias bloqueadas não produtivas. Essa incubação necessita também ser aplicado, utilizar os signos exteriores, e associar os pensamentos de maneira inconsciente. (LUBART, 2007, p.97).

Outro refinamento que podemos discutir é uma descoberta do problema

apresentado, necessitando de certo reconhecimento de sua existência, procurando

por métodos que não deram certo, pois todos os procedimentos existem sem

informações que possam ser inúteis ou às vezes erradas, tornando o trabalho um

pouco mais complexo.

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A partir disso, a fase da incubação busca apresentar o que o individuo acaba

escondendo no seu inconsciente. Coisas que muitas vezes não tem interesse no

momento, ou mais popularmente que não tenha gostado, definindo assim o grande

problema da fase incubatória.

Certos autores distinguem quanto a eles a descoberta do problema (precisando que qualquer coisa é falsa, insatisfatória ou falha) de sua formulação (expressão do problema) e de sua construção (desenvolvimento de uma representação detalhada do problema) (MUMFORD ET AL.,1994, citados por LUBART, 2007, p.96 e 97).

Nesse caso todo o processo da fase da incubação estaria envolto do

problema, seguindo questões chaves que dariam suporte para esse

desenvolvimento que seria a representação detalhada desse problema como é o

caso. No projeto de oficina não houve muitos resquícios dessa fase.

2.1.3 Um flash de idéias

A fase da iluminação ou como foi mencionado um flash de idéias é uma

terceira observação feita pelos estudiosos referenciados, como Wallas e Lubart,

definindo alguns pontos que podem ser essenciais na construção do processo

criativo do individuo.

Segundo a descrição feita por Wallas (1996), as idéias favoráveis chegavam

sem nenhum esforço, como se fosse uma iluminação. As idéias não chegam quando

se está fatigado, cansado, mas quando estamos livres, sem se preocupar com

qualquer outra coisa. Um surto de idéias.

Pode ser que ela venha de um modo mais desorganizado, mas que é

necessária uma organização e uma delimitação para o que será posto a fora. “A

iluminação pode se definir por um flash, uma iluminação súbita” (WALLAS, 1996, p.

94 e 95). O autor defende que ela pode ser freqüentemente precedida por vários

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fatores de intuição e que também é fácil ser interrompida por fatores externos, que

tanto podem atrapalhar o desempenho criativo, quanto pode também vir à ajudar.

O processo de criação pode variar de pessoa para pessoa. Alguns buscam

formas e métodos que possam ajudar na parte criativa, como um esboço, um

caderno, um bloco de anotações, etc., outros têm facilidade quanto ao aparecimento

das idéias e preferem guardá-las no inconsciente de maneira que possam ser

usadas no futuro.

Outras informações durante o processo de criação do projeto ajudaram em

vários perfis, as idéias foram surgindo ao longo da confecção e dessa forma vão

surgindo e definindo o perfil de cada um, as expressões e questões relacionadas ao

sentimento também são bastante influentes, como: problemas, percepções,

avaliações de idéias, entre outras.

2.1.4 Resultado das idéias

A verificação que se torna a quarta fase de fechamento das tarefas é uma

avaliação que propõe definir e comprovar algumas situações que foram ocorrendo

ao longo do processo criativo nas outras três partes. As informações que constituem

esse método são apresentadas por Wallas (2007) como um trabalho inconsciente, o

qual é necessário avaliar, redefinir e desenvolver a idéia. Para Wallas, esse é o

momento de resolver os problemas acontecidos nas outras fases, porém, de

maneira mais criativa.

Uma pessoa pode procurar bloquear ou apenas conseguir procurar uma idéia criativa ao longo da fase da incubação. Pode-se então seguir, com o risco de voltar para os mesmos impasses, e aceitar uma solução pouco satisfatória, ou ainda reconsiderar o problema. O ponto de frustração criativa implica, portanto, em tomar decisão sobre a maneira de como tratar as dificuldades encontradas nas resoluções do problema. (Lubart, 2007, p.97 ).

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Muitas colocações são resumos das nossas próprias experiências dos

interesses, das buscas por coisas novas, por novos pensamentos e novas

expressões, revisando e pontuando de forma geral o trabalho desenvolvido.

2.1.5 Os declínios da criatividade

Em todo processo de criação ou mesmo durante o inicio de trabalho, muitas

mudanças ocorrem constantemente. O avanço que muitos indivíduos têm em

relação à formação criativa é inter relacionado com toda a sua vivencia, adaptação,

expressão e elaboração das suas idéias; isso garante a evolução e o desempenho

de uma linha de pensamento objetiva e produtiva.

Nesse contexto, os questionamentos em relação à criatividade giram em

torno de: como criar? Como tornar o processo criativo? Qual ferramenta poderá ser

usada para materializar a criação?

Ao falar das etapas/fases do processo criativo, observamos as

transformações que são geradas ao longo desses períodos, e com freqüência o

resultado é bem significativo podemos ser positivos ou negativos, tudo depende de

como esse processo é desempenhado, sendo bem direcionado proporcionará a

oportunidade de ter um bom resultado, ao contrário o que deveria crescer em relaçõ

ao desempenho acabará decaindo.

O grande problema desse método é quando a criação se torna ‘não criativa’,

decaindo todo o processo de amadurecimento e de estudo. Nesse sentido, o

indivíduo se afasta da criatividade se rendendo à solução mais cômoda.

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Amabile (1996, citada por LUBART, 2007) alerta que, a partir das

proposições das teorias, rende um interesse nas diferenças de níveis de produções

criativas, trazendo as diferenças individuais de motivação (interesse e engajamento

na tarefa), de competência (conhecimento e domínio técnico) e de cognição

(capacidade de ultrapassar as idéias bem-determinadas).

O declínio como é situado na pesquisa, e estudado por vários autores como

Torrance (1968), compreende-se da perda de vontade ou falta de interesse, que

pode ter sido ocasionada desde a fase inicial da criança no processo criativo, ou

mesmo desenvolvida ao longo da sua maturidade, no período do processo escolar.

Parte dessa falta de interesse acontece junto com esse fator da escola que também

é influenciada pela ambientação desse espaço, muitas coisas novas, muitas

informações que geram uma espécie de confusão, pois ela chega com suas idéias

próprias e são passadas por uma espécie de filtro e dado a ela uma nova

informação gerando então um pouco da falta de interesse.

Essas observações são formas de olhar que todo esse declínio muitas vezes

acontece principalmente na fase da adolescência é por muitas vezes, falta de

estímulo, distração, ou até mesmo por não se interessar por aquilo que esta sendo

proposto, ficando algo sem muita importância nesse período, pois o adolescente

procurara por coisas mais rápidas que lhe chamará com mais facilidade a sua

atenção a coisas fácil de manipular ou que não tenha que se concentrar muito.

George Land e Beth Jarman (1992) sugerem que aprendemos a ser não-

criativos:

O declínio da criatividade não é devido à idade, mas aos bloqueios mentais criados ao longo de nossa vida. A família, a escola e as empresas têm tido sucesso em inibir o pensamento criativo. Esta é a má notícia. A boa notícia é que as pesquisas e a prática mostram que este processo pode ser revertido; podemos recuperar boa parte de nossas habilidades criativas. Melhor ainda, nós podemos impedir este processo de robotização.

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Segundo Lubart (ano, p.108), “Uma perspectiva ampla do processo criativo

terá implicações práticas como melhoria de atrativos para a criatividade e a

identificação das pessoas potencialmente criativas”.

E nesse contexto, é interessante ressalvar as potencialidades de cada ser

humano, buscando encontrar o que contribuiu para manifestar nele o interesse pela

criação.

Criar significa poder compreender e integrar o compreendido em novo nível de consciência. Significa poder condensar o novo entendimento em termos de linguagem [...]. Assim, a criação depende tanto das convicções internas da pessoa, de suas motivações, quanto de sua capacidade de usar a linguagem no nível mais expressivo que puder alcançar. Este fazer é acompanhado de um sentimento de responsabilidade, pois trata-se de um processo de conscientização”. (OSTROWER , 1990, p. 76 )

Essa foi a fase mais complexa do projeto, pois no inicio além do grande

número de turmas e do grande número de idéias, o processo foi se desgastando

com o passar dos meses, além de muitos não continuarem até o final foi perdendo

um pouco da vontade e no que resultou em uma diminuição da produção.

Criar é um processo delicado, mas compreendido por todos. Em torno de

nós sempre existirão variáveis de pensamentos que ajudarão e/ou inibirão nossa

vontade. Por isso é nosso dever estar sempre atualizado e buscar informações

precisas de fontes que nos ajudarão sempre a aumentar nosso conhecimento.

2.1.6 Artista e matéria

Manipular, movimentar, pegar, construir, o pensar, o sentimento, o próprio

sentir do corpo, do papel. Situações em que artista, autores, bailarinos,

historiadores, vivenciam ao perceber e observar sua grandiosidade estética e

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intuitiva. Uma busca por desvendar aquilo que é de pensante e tornar-se real,

concreto, visível aos olhos de um observador.

O ser humano tem em sua essência a capacidade de colocar sentido nas

coisas simples, que parece não ter fundamento, mas que gera uma nova idéia, um

novo formato com um olhar mais expressivo e critico da obra, descobrindo e

formulando projeções poéticas para os contextos artísticos.

O papel do criador é estabelecer um diálogo entre artista e matéria. Uma

relação de construção, de possibilidade de concretização.

Na pesquisa de Cecília Almeida Salles, (1998), ela investiga a vivência do

artista, abordando sua base material, e as possibilidades de transformação a partir

de um material simples. Pesquisas como essas servem de inspiração para muitos

artistas, pois a iniciação sempre se fundamenta em idéias de elementos simples, e

com o passar dos processos ocasionam em algo fantástico. que idéia, que forma

transformar esse elemento simples em algo fantástico.

O termo matéria citado por Salles (1998), é tudo aquilo que o artista

representa em sua obra, tudo que se cria, que se concretiza e que foi manipulado

para ser transformado em obra artística. O simples material que possibilita criar e ser

transformado em obra é a ferramenta que servirá também para transformá-lo em

artista a partir de sua própria criação.

A função desempenhada para elaboração desse trabalho, busca a utilização

de uma criação estética, tendo como finalidade entender qual o objetivo da sua

verbalização artística.

Em um trecho da pesquisa, Salles (1998) faz uma analogia à questão: “o

mármore deve deixar de opor sua resistência em sua qualidade de mármore, ou

seja, enquanto determinado fenômeno físico expressa a sua plasticidade das formas

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do corpo”. A expressão plástica difunde a idéia do seu próprio criador, como se a

matéria deveria deixar por si só expressar a sua essência, e a partir daí trabalhar em

cima desse elemento.

Cada matéria abrange certas possibilidades de ação e também outras tantas

impossibilidades.

Se as vemos como limitadoras para o curso criador, devem ser reconhecidas também como orientadoras, pois dentro das delimitações, através delas, é que surgem sugestões para se prosseguir um trabalho e mesmo ampliá-lo em direções novas. (Fayga Ostrower, 1978, p32, apud, SALLES, 1998, 69).

Os caminhos que possibilitam o processo criativo conduzem a definição do

problema no contexto artístico, tendo na matéria o trabalho ocorre à execução da

expressão e das idéias, dando uma espécie de liberdade de criação, deixando livre

para poder pensar e refletir sobre o que realmente se quer.

Salles (1998), ao falar sobre a respeito do desejo de concretização do

processo, coloca ao artista a necessidade de gerar meios de superação dos limites

impostos pela matéria.

A matéria é limitadora e cheia de possibilidades, por isso, ao mesmo tempo, impede e permite a expressão artística. O desejo do artista libera as possibilidades em um movimento extremamente ativo de ação e reação e impele para o desbravamento daquilo que parece ser não-permitido. (SALLES, 1998).

Todo o objetivo do processo criativo é algo sempre transformador, o artista

tem a possibilidade de criar e agir em inúmeras formas; não se pode bloquear esse

caminho e sem deixá-lo mais vivo e interligado com outras proposições estéticas da

criação, o próprio gesto criativo, a maneira de pensar, claro que, deixando em

evidência, que durante o processo de criar muitas vezes podem ocorrer mudanças

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na matéria, transformando o resultado do trabalho, não gerando aquilo que o artista

esperava em criar e acabar formando outra idéia.

O processo criativo é palco de uma relação densa entre o artista e os meios por ele selecionados, que envolve resistência, flexibilidade e domínio. Isso significa uma troca recíproca de influencias. Esse diálogo entre artista e matéria exige uma negociação que assume a forma de “obediência criadora”. (Pareyson,1989, apud, Salles, 1998, p.72 ).

Assim todo o processo criativo estará sempre em constante mudanças,

variando da matéria, do ato do criador, do momento, do espaço ou até mesmo da

natureza ambiente, isso pode gerar possibilidades de novas definições estéticas

para as potencialidades adquiridas durante essa preparação, a forma, o conteúdo,

será a base para desvincular de métodos que bloqueiam e impedem o crescimento

mental e criativo de cada um.

2.1.7 Forma e conteúdo

Um autor/artista, quando constrói sua obra segue uma estrutura pré-

estabelecida. O trabalho que se cria busca aproximar todas as vertentes que se

baseia para essa construção, nesse sentido como é definido por Salles, a forma e o

conteúdo que o artista propõe não se podem estar em dois níveis diferentes, como

se não fizesse parte da mesma nomenclatura, os dois fazem parte da mesma

essência, um é base do outro, formando uma linguagem poética bem pessoal.

O grande papel poético e idealizador do projeto que o professor idealiza

para sua turma é a determinação que representa o conteúdo, manifestando-se

através da sua formalidade.

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A concretização desses elementos estabelece o desenvolvimento da

continuação desse crescimento e transformação continua dita como metamorfose

por Salles (1998), surgindo um novo olhar, um novo contexto de produção.

Os esboços ou rascunhos é o grande aliado para alguns aprimoramentos no

qual estará uma possível definição do conteúdo exposto.

No andamento dessa trilha, o trabalho estará sempre em evidencia quando

a busca por novos contextos estiverem interligadas aos princípios baseados a

primeira idéia. O artista terá que levar como interdependência essa forma e

conteúdo, dando vida naquilo que foi pensado e elaborado, será essa forma

pensada que dará continuidade no conteúdo, e o conteúdo que deu inicio à própria

forma da linguagem poética.

Muitas vezes o trabalho sofre um rompimento, uma frustração, não dando

certo aquilo que foi inicialmente definido. A criação frustrada é um instante de

conteúdo sem forma, como disse Paul Klee (1990). Isso pode significar que as

idéias e a obra podem estar desconexas sem uma linguagem especifica, podendo

não haver um dialogo pertinente e para que isso não ocorra deve haver uma clareza

no que será transmitida para se formar uma única forma.

Salles (1998, p.77 e 78), diz o seguinte quando cita o fragmento do artista:

O artista entrega-se ao trabalho de cada fragmento como dedicação plena, e esse trabalho é por sua vez, sempre revisto na sua relação com a totalidade da obra. Essa constatação tem como conseqüências para o observador de processos: o movimento de seu olhar deve nascer do estabelecimento de relações entre os vestígios. É no estabelecimento de relações entre os gestos do artista que se percebe os princípios que norteiam aquele processo.

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Só assim é possível estabelecer relações entre a obra, conteúdo e artista,

uma junção de pensamentos que estabelece o conceito que o artista quer mostrar

no entendimento da sua criação.

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3 SUSTENTABILIDADE NO PROCESSO CRIATIVO

O termo sustentabilidade surgiu como idéia do trabalho devido às

informações que vivenciamos o tempo todo, baseado nesse contexto a junção da

criatividade e dos meios sustentáveis, toraram se a forma e o conteúdo que poderia

ser explorado como objeto artístico. Tendo visto muitos artistas que fizeram desse

termo trabalho e obras com um significado amplo e ao mesmo tempo muito

discursivo, mostrando não só o trabalho em si, mas a própria materialização e o

conceito resgatado nessas construções.

E com grandes idéias que o termo da sustentabilidade entra numa discussa paralela

aos processos criativos, interagindo na mesma proposta e no mesmo pensar e criar; isso como

uma forma de desmistificar o material como objeto e a obra como criação desse objeto.

Existem três princípios para o desenvolvimento sustentável que fundamenta

inúmeros setores, sendo artístico, empresarial ou educacional, sendo: “economicamente

viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos”. Estas são as palavras que formulam

uma lição de seguimento para um trabalho bem elaborado.

A sustentabilidade no processo criativo pode servir como princípio para uma

educação ambiental, conscientizando e promovendo a criação de valores por meio da

sensibilização da arte.

Em muitos locais, como empresas e principalmente na área educacional, o

desenvolvimento sustentável é aplicado, no qual utiliza meios extremamente ricos para a

colaboração desse fator social. As reflexões a respeito contribuem para buscar ações

alternativas em projetos diferenciados em varias comunidades e espaços, de uma nova

construção, utilizando uma forma de organização social para tentar resolver essa degradação

que ocorre com nosso ecossistema. Um dos artistas que se revelou e é conhecido muito bem,

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Vik Muniz, com sua poética alternativa que tem como destaque o trabalho com o lixo e

pessoas que trabalham nos espaços de coleta, claro que a isso como um exemplo de tornar

aquilo que poderia não servir mais em algo diferente com uma estética visual ligada aos temas

que servirão de inicio para o trabalho.

Pedro Jacobi (2003) em uma revista eletrônica disponível na internet coloca: “A

preocupação com o desenvolvimento sustentável representa a possibilidade de

garantir mudanças sociopolíticas que não comprometam os sistemas ecológicos e

sociais que sustentam as comunidades”.

Essa questão nos põe a refletir sobre o quanto é importante esse compromisso de

atuação, e só dessa forma que teremos inúmeras criações que nos garantirão um futuro

propício de crescimento.

O desafio que se coloca é de formular uma educação ambiental que seja

crítica e inovadora em dois níveis: formal e não formal. Assim, ela deve ser acima de

tudo um ato político voltado para a transformação social. (JACOBI, 2003).

A arte como caminho dessa ação, encontra em sua essência uma busca por definições

que representem a sua formalidade enquanto área de criação e a educação, seja ela formal ou

não, é o caminho para levar essa informação.

Na pesquisa realizada pela professora do curso de design de interiores Juliana

Cardoso, da Universidade de Uberlândia, ela coloca a questão do mundo sustentável e da arte

em um paralelo de conceitos que devem seguir juntos:

O conceito contempla temas globais como a degradação ambiental, mudança do clima e perda da biodiversidade e ainda faz uma ligação entre essas questões de âmbito ecológico a outras de âmbito social como equidade e o funcionamento das sociedades. (CARDOSO, 2010, p.32 )

O conceito apontado pela autora coloca os indivíduos a pensar em praticas e sugere

buscar soluções para esse melhoramento.

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No desenvolvimento do mundo artístico, o fazer, pensar, e refletir consistem em fazer

mudar. “[...] as artes estão muito bem equipadas para tocar os sentimentos e as emoções,

podendo influenciar o comportamento humano, suas visões de mundo e estilos de vida”

(DIELEMAN, 2006, p.125, citado por CARDOSO, 2010, p.33).

À arte pode conduzir os recursos ao serem trabalhados, principalmente no que se

refere ao processo criativo e à execução das idéias. O sentido é tentar englobar a cultura

dentro desse âmbito social, pois o grande desperdício e a degradação são tão grandes quanto à

falta de interesse da própria sociedade.

Alguns artistas usam materiais alternativos que podem ser interpretados como a

busca por uma forma sustentável, Kurt Schwitters, é um dos destaques apresentados pela

professora Juliana Cardoso, que desenvolveu uma pesquisa falando sobre os problemas

enfrentados na questão socioambiental e a arte como projeto de mudança para esse problema

ela apresenta então o artista que usa em seus trabalhos materiais descartados para desenvolver

seus projetos artísticos, com uma transmissão de conceitos e significados com grande beleza e

dentro de sua essência artística.

Suas narrativas intrigantes e nem sempre sutis, vêm transmitindo desconfortável mensagem sobre a maneira como o homem vive. Entretanto, eles encontram considerável resistência de alguns críticos que defendem a arte pela arte, com fins puramente estéticos e desvinculados de questões sociais ou morais. (CARDOSO, 2010, p.38 )

Portanto a sociedade tem que se moldar dentro dos padrões, não necessariamente

aceitando tudo o que é oferecido, mas buscar estar próximo da sua realidade e dos desafios

que a sociedade contemporânea vem assumindo.

Dessa maneira, a arte deste século vem se expandindo e se constituindo muito além das questões ligadas à estética, revelando-se também como objeto central das expressões da sociedade contemporânea e atuando como reflexo de sua evolução. (CARDOSO, 2010, p.38).

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Com os avanços em relação ao pensamento sobre arte e sustentabilidade na

sociedade contemporânea, temos que procurar formas de inovação, pois o artista promove a

construção de idéias a partir de parâmetros que constitui um universo de imagens, as quais

vivem em constante transformação.

Com esse preparo o universo artístico dentro das suas possibilidades de percepção

cultural potencializa os saberes humanos, dando formas ao conteúdo.

A arte como expressão, criatividade e originalidade proporciona uma vasta área de

linguagens, conceitos e significados, que contribui para novas formas de conhecimentos.

A sustentabilidade é principalmente ligada ao meio-ambiente, mas a partir do estudo

sobre processos de criação, tornou-se possível aproximar esses dois universos, propondo

maneiras para diminuir as agressões ocorridas no nosso mundo. A moda e a arte podem estar

interligadas com um simples objetivo de aproximar o sujeito de novas formas de pensar e de

expressar-se.

Afinal o mundo é sustentável e a arte integra esse conceito disponibilizando e

proporcionando uma nova visão do conteúdo discutido como recurso principal da produção

sustentável. Nesse sentido os processos criativos podem ser trabalhados por meio de materiais

alternativos como recurso e não como lixo que foi descartado.

4 PESQUISA – AÇÃO

O método da pesquisa-ação é uma forma pedagógica que vem sendo usada

em muitos espaços de educação como um meio diferenciado para trabalhar e

aprofundar atividades e pesquisas. Isso garante um vasto caminho de abordagens

praticas e teóricas que melhoram o desempenho dos resultados que se pretendem.

Com esse instrumento o trabalho dentro doe espaço educacional aumenta as

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possibilidades de evolução e do próprio entendimento dos alunos, aprofundando as

reflexões sobre os temas abordados pelo professor-educador.

Essa produção melhora o desempenho do conhecimento e proporciona

estudos mais aplicados, assim o grupo a quem foi aplicado a tarefa assume um

padrão mais dinâmico e mais participativo, interagindo e cooperando mais com o

espaço e com o conteúdo mediado.

Dentro dessa amplitude muitos espaços educacionais, o uso do método de

pesquisa-ação auxilia as pesquisas em que o professor tem o desejo de investigar

sua própria prática.

Em alguns casos, a discussão sobre o grupo a ser trabalhado vem de modo

processual, aos poucos integrando de maneira simples, modificando e resolvendo os

pequenos problemas que não geram uma boa qualidade de ensino.

A metodologia da pesquisa-ação é uma opção, uma metodologia que estimula a participação das pessoas envolvidas na pesquisa e abre o seu universo de respostas, passando pelas condições de trabalho e vida da comunidade. Buscam-se as explicações dos próprios participantes que se situam, assim, em situação de investigador. (MELO NETO, sem ano, p.01 ).

Com essa formação o trabalho a ser desenvolvido busca um crescimento

participativo, oportunizando e resgatando valores que outras formas pedagógicas

não proporcionariam.

A prática da pesquisa-ação na educação não formal é um método de

utilização que centraliza determinada forma algumas idéias que são utilizadas no

ensino. O que engloba esse termo é o formato da metodologia, a aplicação que

resulta em um ótimo trabalho, pois esse processo é ligado a questão participativa de

um grupo.

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Dentro desse contexto, algumas formas são analisadas e tratadas como

fonte de trabalho organizado, a situação da pesquisa-ação busca especificar a

situação do problema, tentando realizar um melhoramento no local.

Á participação e colaboração do grupo além do trabalho ser desenvolvido

de maneira prática e prazerosa, os participantes garantem um trabalho com boa

qualidade, alem de aprender e valorizar todo o afeto da proximidade entre o grupo,

valores que eles mesmos vão criando entre si.

Na pesquisa-ação o enfoque é um problema especifico em um cenário especifico. A ênfase não é tanto na obtenção de conhecimento generalizável, mas na obtenção de um conhecimento para um propósito e situação particulares. As condições impostas a pesquisa aplicada, contudo, são normalmente mais flexíveis na pesquisa-ação.(MOREIRA, 2006).

E nesse processo um dos fatores em destaque a forma avaliativa que se é

empregada junto ao trabalho participativo do grupo, não há avaliação por meio de

números, o trabalha segue de forma qualitativa e participativa, na educação não

formal. Como processo de avaliação formativa, o desenvolvimento se dá pelo

processo do inicio ao fim, observando o crescimento, o desenvolvimento do

individuo, sua integração e seu conhecimento aplicado.

Dessa forma, as modificações que são avaliadas continuamente, e os

diagnósticos, se houve algo a ser analisado e melhorado, vão se ajustando ao longo

do processo de trabalho, pois as hipóteses servem para ser usadas nas melhorias

desses problemas, juntamente com o apoio do grupo em que se está inserida no

espaço e no local de desenvolvimento de atividade.

O projeto da oficina foi realizado tendo como base algumas informações dos

procedimentos aplicados pela própria instituição.

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Com essa base, o desenvolvimento passou a ser estabelecido de uma

maneira bem mais controlada, pois cada grupo participava do processo de outros

grupos, e com isso conseguimos realizar um projeto de trabalho organizado, com

todo o seu planejamento desenvolvido e avaliado constantemente usando o

processo de avaliação formativa e a base que a pesquisa-ação fornece.

Um trabalho realizado em escolas, projetos sociais ou outros espaços que

integram um grande número de pessoas geralmente têm seus lados positivos e

negativos. Nessa definição um grupo quando tem direcionamento aplicado do seu

docente ele certamente estará com uma condição de produtividade bem abrangente.

Em alguns casos, a discussão sobre o grupo a ser trabalhado vem de modo

processual, aos poucos integrando de maneira simples, modificando e resolvendo

aos poucos os problemas.

A metodologia da pesquisa-ação é uma opção, uma metodologia que estimula a participação das pessoas envolvidas na pesquisa e abre o seu universo de respostas, passando pelas condições de trabalho e vida da comunidade. Buscam-se as explicações dos próprios participantes que se situam, assim, em situação de investigador. (MELO NETO, s.d, p.1).

Com essa formação o trabalho a ser desenvolvido busca um crescimento

participativo, oportunizando e resgatando valores que outras formas pedagógicas

não proporcionariam.

Nesse sentido, algumas formas são analisadas e tratadas como fonte de

trabalho organizado, pois dentro dessa situação a pesquisa-ação busca especificar a

situação do problema, tentando realizar um trabalho de melhoramento no

determinado local.

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A

imagem representada por Barbier (2002), mostra como é o processo pesquisa-

ação, seu ciclo para aplicação do trabalho.

FIGURA 01- representação do processo de Pesquisa-ação.

FONTE: BARBIER, R. A pesquisa-ação, Revista eletrônica de enfermagem, 2002,

retirada do site: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n3/v11n3a33.htm.

4.1 PESQUISA DE CAMPO

4.1.1 Idéias do projeto

Nesse processo de educação não formal, tinha que desenvolver um projeto

na oficina de artes que viesse trabalhar com a educação ambiental. Cada oficina

desenvolveu algo que pudesse interligar os grupos de uma maneira. Ao realizar uma

pesquisa sobre o que estabelecer como atividade pratica para os educandos,

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levantou-se alguns questionamentos e também possíveis soluções para sensibilizar

os educandos e comunidade em geral.

O projeto foi divido em partes, para contemplar o contexto e o sentido do

trabalho.

A partir disso foi possível fazer uma análise de situações entre educandos e

comunidade, pois o espaço era um local onde havia moradias, mas com situações

precárias, como por exemplo, a falta de esgoto e o acumulo de lixo nos arredores.

Essa área foi retirada pela Prefeitura municipal de Curitiba, deixando o

espaço vazio com muitos entulhos.

Nesse contexto foi elaborado um projeto que pudesse trabalhar com a

reutilização de materiais produzindo vestimentas, a partir desse material

4.1.2 Projeto oficina de artes.

Segue abaixo o projeto apresentado ao Centro Social Marista Sabará:

TEMA: ARTE DO RECICLAR EM PARCERIA COM A MODA SUSTENTÁVEL.

A) SINOPSE

"Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.". A bela frase

do cientista francês Lavoisier, define intensamente qual o sentido das modificações e

transformações que acontecem hoje em dia na natureza e no nosso mundo.

São grandes as preocupações a respeito do meio ambiente enquanto fator

existencial natural, porém essa preocupação está em maior evidência ao número de

agressão que esse meio vem sofrendo com tanta poluição, lixo etc.

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Com essa idéia, o projeto busca realizar na Oficina de Artes, maior

sensibilização da arte integrando a sustentabilidade dos produtos recicláveis,

apropriando dos processos de criação para a utilização desses materiais que são

jogados em vários pontos da nossa cidade, pelo nosso próprio consumo.

A arte busca utilizar desse meio, maneiras de trabalhar com as crianças e

adolescentes, meios que possamos utilizá-los para um novo uso, trabalhando a

sensibilização da conscientização ambiental, usando como fonte os recursos

artesanais e da moda/vestuários. Implantando projetos sócios educativos e

resgatando valores para a formação da promoção humana e de atividades culturais.

B) ANÁLISE SITUACIONAL

Visando todo o contexto social de vivência dos educandos, a idéia surge a

partir de momentos de busca de situações, nas qual podemos perceber qual o

grande fator problematizador que possa estar desvalorizando o que de melhor pode

conter de características e qualidades no meio social em que cada um vivencia.

Cada vez mais os problemas apontados serão atos que serão visualizados de

uma maneira mais concisa, para apanhar idéias de como resolver ou tentar

amenizar a questão da sensibilização para uma melhor consciência ambiental.

Dessa forma o trabalho do resgate e da valorização será iniciado com a cooperação

e a sociabilização de cada um participando e levantando estratégias e propostas de

trabalho que poderá ser elaborados a partir do projeto que envolverá a

sustentabilidade a partir dos materiais alternativos, utilizando a arte e suas principais

características de criação na Oficina: a Expressão, Criatividade e a Originalidade no

processo criativo do educando.

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A oficina de arte será o espaço para a elaboração das idéias para a criação

das roupas. Como fonte e base para a criação levando em consideração a

utilização dos materiais alternativos como recursos da construção do trabalho em

grupo.

Na nossa comunidade muitos estão assumindo determinadas tarefas perante

sua família ou até mesmo junto às muitas organizações na própria comunidade,

tanto as igrejas, escolas, etc.

Nesse momento é bem importante estar desenvolvendo esses valores que

estão entre os educandos, atitudes, o trabalho em grupo, a união e o cuidado com o

meio ambiente, que também é um fator bem preocupante para a nossa comunidade

e no mundo.

E ressaltando o apoio de atividades sócio educativas para subsidiar a analise

dos diversos recursos e atividade que podemos realizar por meio dos projetos

ligados a reciclagem em parceria com oficinas de artes, para assim expandir e

sensibilizar o olhar mais crítico e o envolvimento das crianças e adolescentes com a

criação, a sua liberdade de expressão e também de elaboração dos trabalhos,

sempre mantendo o conhecimento e os valores trabalhos.

As diferenças sempre serão variadas, porem, existe caminhos para serem

seguidos, enfim a discussão dos assuntos fará a chegarem a uma resposta que será

a finalização do trabalho, mas uma continuação de uma idéia.

C) OBJETIVOS

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• Compreender o conhecimento sobre as causas do cuidado ao meio

ambiente-local/comunidade.

• Promover a convivência e a cooperação do trabalho em grupo nas

oficinas.

• Resgatar os valores da arte como parte integrante da valorização a

vida.

• Compreender a diversidade cultural a partir dos objetos de trabalho.

• Sensibilizar os educandos por meio das atividades de criação,

ampliando e construindo meios de convívio social.

• Promover atividades junto aos educandos, como forma de realização e

construção de todo o processo de trabalho sobre a conscientização ambiental e da

moda sustentável.

• Promover um desfile como finalização do projeto.

D) PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS.

• Iniciar o projeto com idéias de construção e elaboração para as atividades

por meio dos materiais alternativos.

• Pesquisa sobre o que é sustentabilidade, arte reciclável, imagens, vídeos,

e projetos que trabalhem com a idéia apresentada de modo significativo ao saber

cultural e social da sua comunidade.

• Confecção de cartazes para arrecadamento de materiais alternativos.

• Trabalho questões da arte por meio da criação e com o tema de um

mosaico alternativo, como iniciação do processo do projeto, para entender o que é

arte dos mosaicos e também como utilizar os materiais recicláveis.

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• Trabalhar temas dos mosaicos com temas sociais, expressando todo o

sentimento, e o prazer da atividade na vida de cada um, podendo ser apresentados

em grupos, como forma de cooperação e união.

• Inicio do trabalho de roupas de sucata, apresentação de vídeos e idéias,

por pessoas que vivem do trabalho da moda sustentável e como prazer artístico.

Apresentando desfiles, impressos etc.

• Elaboração da construção das idéias, cada grupo deverá criar uma

vestimenta completa, totalizando em torno de 16 a 20 modelos de roupas. Em

primeiro passo todo o esboço do trabalho, o que será feito? Materiais utilizados?

Montagem? Etc.

• Construção e inicio da montagem das roupas, nessa parte serão

apresentadas passo-a-passo da confecção.

• Ao final cada grupo deverá apresentar seu trabalho de criação, no caso a

roupa, o modelo e todo o Script da montagem, com nome da criação.

• A finalização será feita com uma exposição por meio de um desfile

apresentando seus modelos em um evento interno da instituição.

• A parte de ornamentação também será toda apresentada com a idéia do

material alternativo.

E) AVALIAÇÃO

• Criação, desenvolvimento e elaboração do projeto.

• A avaliação será de forma processual, desenvolvimento das habilidades,

pesquisa, construção das atividades por meio da cooperação do grupo.

• A integração entre os mesmos fará parte da formação e da construção

humana e do resgate dos valores.

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• O cuidado com o impacto meio ambiente será avaliado em todos os

momentos

• O sentido artístico está em todos os momentos, criação execução e

criatividade, do inicio ao fim do projeto da moda e arte sustentável.

4.1.3 Dados da pesquisa de campo

O projeto “Arte do reciclar em parceria com a moda sustentável”, foi uma

idealização que surgiu na Oficina de arte do CENTRO SOCIAL MARISTA SABARÁ,

localizado na cidade de Curitiba no bairro – CIC, que tem por objetivo atender

crianças e adolescente no serviço de apoio sócio educativos, crianças e

adolescentes de 10 a 16 anos dívidas em grupos. O projeto iniciado em junho de

2010 teria um tempo de execução de três meses para ser iniciado e finalizado com

data prevista para setembro de 2010, porém foi prorrogado por mais três meses,

sendo finalizado em dezembro de 2010.

Ao pensar na idéia de como seria todas as questões envolvidas, entre elas

temas, objetivos, recursos, espaço, clientela, foi observado que todas as idéias eram

uma forma de sair de uma rotina maçante e vivenciar de um modo mais prático

aquilo que nós mesmos fazemos. Reciclar o que nós jogamos pelas ruas e tentar

buscar de uma forma mais interessante uma visão diferenciada para as artes.

No início do projeto, procuramos entender quais as causas que pudessem a levar essa

degradação do nosso local, observando o espaço, os entulhos, lixo jogados, todo material que

pudesse ser reaproveitado.

Cada educando pode perceber que isso não era interessante para o nosso bem comum.

A partir desse olhar, começamos a desenvolver coisas sempre utilizando materiais

alternativos.

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• Junto com a oficina de Informática e Comunicação Social começamos a

fazer pesquisa sobre sustentabilidade, arte reciclável, meio ambiente, moda

reciclável, moda, roupas de materiais recicláveis, imagens, vídeos, e projetos que

trabalhassem com a idéia apresentada de modo significativo acontecia, para que

eles entendessem também que isso não só ali, mas também em muitos outros

locais.

A partir daí fizemos uma campanha para arrecadação dos materiais

recicláveis, papel colorido, caixas de leite, papelão, garrafas pet, saco e sacolas,

potes, tampas, latinhas de alumínio, etc. Todos os materiais que não fossem

utilizados. Colamos os cartazes em vários pontos da unidade para as pessoas se

sensibilizarem e ajudar no nosso trabalho.

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Figura 02 e 03- educandos G07- confecção cartazes.

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• Foi realizado o início das atividades de mosaicos com materiais

alternativos, para poder entender um pouco sobre a sensibilização da arte, como se

definem alguns termos, conhecer os materiais que foram arrecadados, papéis

papelão, latas de alumínio, garrafas plásticas coloridas. Foi apresentado aos alunos,

imagens de obras de alguns artistas e artesãos que trabalham com mosaicos, feitos

de vidros, papeis etc. e cada um inicio seu trabalho criando e desenvolvendo suas

expressões.

FIGURA 04 - Educandas do grupo G08-confecção do Mosaico alternativos.

• Trabalhar os mosaicos foi uma atividade bem produtiva, pois cada um

buscou representar coisas que gostavam e que tivesse um sentido próprio e

objetivo. Os grupos trabalharam juntos apresentando suas produções em forma de

exposição.

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• FIGURA 05 e 06 - Educandos

G05

• Depois de todo esse trabalho de iniciação e preparação começamos a

desenvolver as idéias para as roupas de material reciclável/sucatas, começamos a

estudar um pouco sobre as roupas, pesquisando algumas imagens e para isso foi

montado um portfólio com imagens de revistas sobre roupas de verdade que eles

poderiam se basear para criar suas próprias produções de trabalho. Para isso

assistimos a vários vídeos de pessoas que trabalham e vivem desse processo.

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• FIGURA 07 –

educandos G08

• Depois cada grupo começou a desenvolver a idéia, a missão de cada um

era desenvolver uma vestimenta pensando em temas como festas, celebridades,

histórias, épocas. Totalizando uma faixa de quase 20 produções. A principio foi feita

a descrição da criação, temas, esboço, materiais, como iriam montar. Então cada

grupo separou seu material e começou a confecção.

• Construção e início da montagem das roupas.

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FIGURA 08 – educandos G05

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FIGURA 09 e 10 - Educandos G01

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• FIGURA 11 - Educandos G08

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FIGURA 12- Educandos G06

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FIGURA 13- Educandos G03

FIGURA 14- Educandos G04

• Cada grupo com o final da confecção apresentou todo o

processo de criação com o script, da montagem, nome da criação e o

modelo.

• Com a finalização foi feita uma exposição por meio de um desfile

com cenário todo ornamentado por materiais alternativos e não alternativos,

o desfile aconteceu no salão interno da unidade.

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• Contamos também com a participação de pessoas da

comunidade, pais e amigos dos educandos, pois nesse dia houve também o

encerramento das atividades do Centro Social.

• Com esse desfile encerramos o projeto da oficina de artes-

ARTE DO RECICLAR EM PARCERIA COM A MODA SUSTENTÁVEL.

4.1.4 Registro do encerramento do projeto

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FIGURA 15- ornamentação

FIGURA 16 – entrada FIGURA 17- apresentação

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FIGURA 18 – modelo Cleuciane FIGURA 19 - modelo Mirian

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FIGURA 20 – modelo Poliane

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FIGURA 21 – modelo Vinicius FIGURA 22 – modelo Stefany

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FIGURA 23 – encerramento

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FIGURA 24 - foto final

4.1.5 Análise do trabalho

Ao finalizar esse projeto de atividade e pesquisa junto com um trabalho

desenvolvido em uma ação conjunta, pude perceber que o grande trabalho é o

próprio processo de amadurecimento da idéia e do próprio processo criativo de

cada educando, pois problemas e dificuldades muitos encontraram, mesmo

assim perceberam que eram capazes de realizar tão bem quanto pensaram em

desenvolver.

A forma do pensamento, a expressão, criatividade, foi extremamente

visível, percebendo que a cada momento o trabalho se transformava e já não era

mais o que começou.

Esse desenvolvimento durante um período longo, e ao observar tudo isso,

vemos o grande enquadramento dos processos criativos, desde o primeiro

momento de iniciação até o final da busca pelos resultados, pois a capacidade e

a responsabilidade do criar, cada um foi evoluindo, passando e deixando suas

características em cada processo de criação.

O olhar critico, a visão estética e o apreço pelo trabalho foi como se fosse

um mérito, do início a finalização e o grande resultado para eles foi como se

tivesse ganhado um premio fantástico, apesar de não trabalharmos com a

questão da competição e sim com a participação e cooperação em grupo, todos

puderam participar e trabalhar no fazer artístico de cada um.

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Por fim, esse processo marca com grande presença o desenvolver da

criatividade de cada um, seguindo sempre o nosso roteiro de oficina “

EXPRESSÃO, CRIATIVIDADE E ORIGINALIDADE”, essas três palavras é o que

define o projeto “ A ARTE DO RECICLAR EM PARCERIA COM A MODA

SUSTENTÁVEL”.

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5 CONCLUSÃO

Ao analisar cada caso desta pesquisa observo que cada detalhe apresentado

propõe uma reflexão sobre o ato criativo, que vem sendo destaque durante todo

esse estudo, referindo-se sobre a produção da arte por meio da moda sustentável.

O processo de criação analisado e discutido sobre as teorias criativas,

práticas, históricas e formação dos questionamentos e problemas, abrem novas

discussões a partir de pesquisas sobre os processos de criatividade e pesquisa-

ação, como meio de fazer um paralelo as situações reais que vivenciamos em

nossas práticas educacionais, pois a arte busca ferramentas que auxiliam no

desenvolvimento da sensibilização e do fazer artístico.

O projeto desenvolvido mostra todo o processo de criação organizado em

teorias como formas de aprendizagem e auxílio para melhorar o desempenho, a

organização e até mesmo melhorias no ensino. A pesquisa-ação fundamentada

como um processo pedagógico de trabalho educacional formal e não-formal

representa ideais que pressupõe em trabalhos realizados na pratica do convívio

educacional, unindo a integração, participação e cooperação, ajudando e dando um

maior suporte para o docente em sala de aula.

Com essa dinâmica de pesquisa-ação o trabalho desenvolvido tem por esse

objetivo esclarecer as duvidas e possibilidade de criação com o uso do material

descartado, formando uma parceria com o universo da moda.

Esse desenvolvimento proporcionou uma realização bem clara e objetiva dos

assuntos problematizadores, conseguindo serem alcançados os objetivos da

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pesquisa. O projeto finalizado representa uma maneira prática o que era inicialmente

teórico e trabalhando no resgate de valores, processo de criação artística,

desenvolvimento de habilidades mais práticas e um convívio social mais saudável.

Elaborando formas do fazer artístico, criando um olhar mais critico e centrado nos

conceitos e significados da pesquisa.

Enfim todo o resultado gerou em uma grande conquista para todos, sendo

realizada de forma prazerosa, com muita honra a todos, tanto educandos, como

colaboradores do Centro Social Marista Sabará que encerrou suas atividades em

dezembro de 2010. Sendo assim concluo essa parte da pesquisa como uma

inicialização de um processo de saberes novos, tendo como objetivo em instigar

melhor e desenvolver nos novos educandos a sensibilidade para com a arte e o

cuidado com os fatores ambientais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA SALES Cecília – O Gesto Inacabado - Ed. Fapesp, SP, 1998

BARBIER, R. A pesquisa-ação. Brasília: Plano; 2002-imagem pesquisa ação

retirada do site: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n3/v11n3a33.htm

CALEFE, Luís Gonzaga; MOREIRA, Herivelto: Metodologia da Pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: Lamparina, 2006.

CARDOSO, Juliana. Arte e sustentabilidade: uma reflexão sobre os problemas ambientais e sociais por meio da arte. Revista espaço acadêmico-setembro,

Minas Gerais, 2010. - Disponível em:

http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/10850/5965

JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania, e sustentabilidade, São Paulo,

2003.

KEHRWALD, Isabel Petry, Processo criativo: para quê? para quem?, cap. Dissertaçãod e mestrado, Revista da Fundarte, vol. II, nº 4, jul/dez de 2002.

Disponível em: http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=72

acesso em 12-12-2010

LIMA, Marilia. Arte e Sustentabilidade, 2010. Disponível em :

http://tenbrazzis.com.br/bloginspiracao/?p=1620 acesso em janeiro de 2011

LUBART, Todd. Psicologia da criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.

OSTROWER, Fayga. Acasos e criação artística. Rio de Janeiro: Campus, 1990.

OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Editora Vozes.RJ.

187p. 1977.

SCHULTE, Neide Köhler e LOPES, Luciana. Sustentabilidade ambiental: um desafio para a moda., Santa Catarina, 2008.SIQUEIRA, Jairo. Consultoria e treinamentos em criatividade, inovação e negociação.

Disponível em http://criatividadeaplicada.com/ acesso em 29-01-2011

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ANEXO

Dados da pesquisa de campo

TEMA: nome que ira fundamentar e nortear o projeto

SINOPSE: introdução do porque o tema escolhido, contando um pouco sobre a

reflexão em si.

ANALISE SITUACIONAL: Descrever sobre as condições, e quais as causas que

este projeto influenciará. Definindo o porquê da pesquisa.

OBJETIVOS: apontar quais os objetivos da pesquisa e perante o grupo,

participação, cooperação, etc.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: desenvolvimento das etapas do projeto-

parte teóricas e praticas.

AVALIAÇÃO: avaliação dos educandos durante o processo de trabalho de forma

formativa.