Processo de Construcao de Paz Em Mocambi

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  • 8/20/2019 Processo de Construcao de Paz Em Mocambi

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    PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE PAZ EM MOÇAMBIQUE

    Autoria: Noriega Copa e Raimuno Ze!ra

    Car"o# Ma$ua$ua e I#a$ Mungo%

    Emmanue" Sim!ine e &one 'umo

    ( e Mar)o e *+,-

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    ÍndiceIntrodução............................................................................................................... 2

    Objectivos............................................................................................................... 2

    O!.e$ti/o# E#pe$01i$o#............................................................................................... 2

    Metodologia do trabalho..............................................................................................2

    Estrutura do Trabalho..................................................................................................3

    SECÇÃO I-O POCESSO !E PEACEMAKING "# POMOÇÃO !# P#$ EM MOÇ#M%I&'E4

    (.Conceito de Peacemaking ..........................................................................................4

    (.).Caracter*sticas do peacemaking ................................................................................5

    (.+.Objectivos do peacemaking .....................................................................................6

    (.,.M-todos usados no peacemaking ..............................................................................6

    (.. #ctores envolvidos no /rocesso do peacemaking  e0 Moça0bi1ue....................................9

    Consideraç2es 3inais.................................................................................................14

    e3er4ncias bibliogr53icas..................................................................................................................(

    II SECÇÃO........................................................................................................................................(6

    ).(.Conceito e breve historial de  /eace7ee/ing................................................................................. (6

    Objectivos dos /eace7ee/ers......................................................................................................... ....(8

    ).). #ctores de /eace7ee/ing na 0anutenção da /a9 e0 Moça0bi1ue.............................................))

    Mandato da O"'MO$............................................................................................. 23

    !i3iculdade en3rentada /ela O"'MO$ na 0anutenção da /a9.............................................24

    :actores de sucesso da O"'MO$ na 0anutenção da /a9...................................................25

    Pa/el dos E'# na i0/le0entação dos acordos de o0a....................................................25

    Pa/el das organi9aç2es ;u0anit5rias............................................................................26

    Contributo da Co0unidade de Santo Eg*dio....................................................................26

    Consideraç2es 3inais.................................................................................................27

    %ibliogra3ia............................................................................................................28

    SECÇ#O III-O POCESSO !E PE#CE%'I

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    Introu)2o

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    O /resente trabalho te0 co0o te0a > Instru0entos usados /ara a construção da /a9?@ dando

    en3o1ue ao Peacemaking, ao peacekeeping e ao peacebuilding . O /eace0a7ing - actuação de

    terceiros 1ue@ atrav-s do consenti0ento das /artes envolvidas@ o3erecera0 0eios /ara 1ue estas

    chega0 voluntaria0ente a u0 acordo de /a9@ levando ao encerra0ento do con3lito. "o

    concernente ao /eace7ee/ing /ode ser entendido co0o u0 /rocesso de resolução de con3litos

    direccionado a a0bientes j5 e0 estado de guerra@ estando situado no /er*odo entre o cessarA3ogo

    e o tratado de /a9@ co0 o objectivo de criar es/aço de entendi0ento entre as /artes deliberantes

     /ara a resolução do con3lito. Peace%ulding corres/onde a 1uais1uer acç2es desenvolvidas /ara

    identi3icar e dar su/orte as estruturas@ 1ue re3orça0 e solidi3ica0 a /a9@ co0 o 3i0 a evitar u0

    retorno ao con3lito e 1ue /er0ite0 criar as condiç2es /ara u0a /a9 est5vel e duradoura entre

    naç2es e /ovos.

    O!.e$ti/o#

    O!.e$ti/o 3era"

    • Co0/reender os instru0entos de construção de /a9 e0 Moça0bi1ue.

    O!.e$ti/o# E#pe$01i$o#

    • Identi3icar as caracter*sticas do peacemaking, peacekeeping e peacebuilding B• #/resentar os 0-todos do peacemaking, peacekeping e peacebuilding B•

    E/licar os /rocessos do  peacemaking, peacekeeping e peacebuilding   e0Moça0bi1ue.

    Metoo"ogia o tra!a"4o

     "a elaboração do /resente trabalho são usados os seguintes 0-todos e t-cnicasD 0-todo

    histrico@ 0-todo estat*stico e a t-cnica docu0ental.

    M5too 6i#t7ri$oSegundo Marconi e

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    0-todo - /ertinente /ara a co0/reensão histrica das di3erentes 3or0as de construção da /a9 e0

    Moça0bi1ue.

    M5too E#tat0#ti$o

    Marconi e

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    SECÇÃO IAutore#: "oriega =a0ito Co/a e ai0undo Custdio $ebra

    O POCESSO !E PEACEMAKING EM MOÇ#M%I&'E

     "a /resente secção@ analisarAseA5 o /rocesso do  peacemaking   e0 Moça0bi1ue co0o u0a

    estrat-gia usada /ara se alcançar a /a9. Pri0eiro trare0os o conceito de  peacemaking @ onde@ 3arA

    seA5 o debate conce/tual sobre o  peacemaking. Segundo@ abordare0os as caracter*sticas@ os

    objectivos e os 0-todos do  peacemaking  usados /ara se alcançar a /a9 e0 Moça0bi1ue. E@ /or 

    3i0@ os actores envolvidos no /rocesso do  peacemaking  e0 Moça0bi1ue@ estes 1ue 3ora0D

    actores estatais e não estatais e organi9aç2es internacionais.

    (.Conceito de Peacemaking 

    Segundo #ggesta0 e Konsson F(88HDH6H@ a ideia do  peacemaking   surgiu do conceito de

     peacekeeping onde as /artes são indu9idas a atingir u0 acordo do 0odo voluntario@ atrav-s da

    actuação de terceiro@ /ara levar o con3lito a u0 3i0. Isto se daria /or 0eio de estruturas@

    instituiç2es e /adr2es de co0/orta0ento 1ue redu9iria0 o n*vel dos con3litos. # /artir de u0a

    agenda a0/la /reocu/ada co0 1uest2es co0o os direitos hu0anos@ tolerLncia -tnica e

     /reservação da sociedade civil@ cultivando valores e /raticas sociais ele0entares F;oroit9@

    )GG,D),.

    # resolução de con3litos atrav-s do peacemaking  - u0a abordage0 /ro/osta /or =altung@ 1ue

    de3ende a busca da eli0inação da /r/ria 3onte de tensão@ deiando então 1ue o >resto? >to0e

    conta de si 0es0o? F=altung@ (8HND)8G. #inda segundo =altung@ esta abordage0 -

     /roble05tica /or1ue se baseia de sobre0aneira nas >0entes? dos actores@ u0a ve9 1ue a solução

     /ara u0 con3lito ar0ado - 3re1uente0ente entendida co0o u0 acordo j5 negociado e /ronto /araser rati3icado /elas /artes envolvidas F=altung@ (8HND)8N.

    Miall et al@ F(888D))@ o  peacemaking  consistiria no sentido de 0over as /artes e0 con3lito

    ar0ado@ onde as /artes são indu9idas a alcançar u0 acordo voluntaria0ente. K5 a O"' v4 o

     peacemaking co0o acção 1ue visa tra9er as /artes hostis /ara u0 acordo@ essencial0ente

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    duradouro@ ca/itulo I da carta das "aç2es 'nidas FO"'D(88)D)@ co0 suas lentes voltadas /ara

    os con3litos e0 anda0ento@ tentando tra9eAlos a u0 des3echo utili9ando a di/lo0acia de

    0ediação.

    !urch F(88+D+ ressalta o car5cter de não coersividade dos terceiros envolvidos no  peacemaking.

    Por outro lado@ egleQ Kr e Ritt7o/3 F)GG(DN), de3ine0 o ter0o co0o u0 /rocesso de

    resolução dos con3litos utili9andoAse da di/lo0acia@ 0ediação@ negociação e outras 3or0as de

    resolução /ac*3ica de dis/utas@ resolvendo as causas 1ue dera0 orige0 ao con3lito.

    alença F)GG(D(G de3ine  peacemaking co0o actuação de terceiros 1ue@ atrav-s do

    consenti0ento das /artes envolvidas@ o3erecera0 0eios /ara 1ue estas chega0 voluntaria0ente a

    u0 acordo de /a9@ levando ao encerra0ento do con3lito. # lgica do peacemaking - o3erecer 

    condiç2es /ara o 3i0 dos con3litos nu0a /ers/ectiva do curto /ra9o@ cuidando dos sinto0as@ /odendo no acordo de /a9 /rescrever acç2es /ara a solução de suas causas.

    Todavia não - a/enas atrav-s de 0edidas conciliadoras 1ue terceiros /ode0 in3luenciar na busca

     /ela /a9@ h5 necessidade de se valer da 3orça e da coerção /ara 3a9er co0 1ue os beligerantes

    chegue0 a u0 acordo tal recurso - o  peaceenforcement, de3inido co0o a i0/osição@ /or 0eio da

    3orca@ da /a9 /or u0 terceiro eterior ao con3lito FMiall e tal@ (888D)). Isto - obtido atrav-s de

    0edidas coercivas 1ue levaria0 as /artes assu0ire0 a /osição desejada /elo agente eterno ao

    con3lito.

    (.).Caracter*sticas do peacemaking 

    O  peacemaking   en1uadraAse nas o/eraç2es de /a9 de  egunda gera!"o 1ue  /ossu*a0 tr4s

    vertentes de actuaçãoD a >/ro0oção da /a9? a negociação de tratados de /a9 entre as /artes

    envolvidasB a >0anutenção da /a9? 0onitora0ento e des0obili9ação das 3orças 0ilitares@

    su/ervisão da instalação de u0 governo civil /rovisrio@ e trata0ento da 1uestão dos re3ugiadosB

    e a >construção da /a9? 0onitora0ento da 1uestão dos direitos hu0anos@ au*lio na organi9ação

    de eleiç2es de0ocr5ticas e acç2es de reconstrução econ0ica F%igatão@ )GGHD6

    Co0o ee0/los de 0iss2es de  egunda gera!"o /ode0os citar a >Missão #vançada das "aç2es

    'nidas no Ca0boja? F'"#MIC@ institu*da e0 Outubro de (88(B e a >O/eração das "aç2es

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    'nidas e0 Moça0bi1ue? FO"'MO$@ estabelecida e0 !e9e0bro de (88). O car5cter 

    0ultidi0ensional destas 0iss2es@ abarcando tare3as nas 5reas /ol*tica@ 0ilitar e hu0anit5ria@

    eigiu 0aior coordenação dos trabalhos das "aç2es 'nidas Fsuas #g4ncias@ :undos e

    Progra0as co0 os de0ais actores internacionais@ co0o as organi9aç2es nãoAgoverna0entais@ as

    organi9aç2es regionais e as instituiç2es 3inanceiras internacionais Fide0

    (.+.Objectivos do peacemaking 

    Entre as tare3as de /revenção de con3litos e as de 0anutenção da /a9@ encontra0Ase as tare3as de

     peacemaking . Esse instru0ento busca solucionar con3litos e0 anda0ento /or inter0-dio de

    acç2es di/lo05ticas. Seu objectivo - tra9er as /artes hostis a u0a co0/osição 1ue resulte nu0

    acordo de /a9 ou nu0 cessarA3ogo. F:aganello@ )G(+D,.

    O sucesso de u0a o/eração de /a9@ a res/osta i0ediata e 3or0al - a 1ue situa no 0andato da

    0issão a 0edida dessa avaliação. "o entanto@ 0uito /ara l5 desse entendi0ento 3or0al@ h5

    e/ectativas sociais lançadas sobre as o/eraç2es de /a9 1ue não /ode0 ser descuradas co0o

    3as1uia social. # avaliação das o/eraç2es tornaAse 0uito 0ais co0/lea e eigente@ 1uer no 1ue

    res/eita  agenda objecto de re3er4ncia@ 1uer a di0ensão te0/oral das /ol*ticas a/reciadas e dos

    seus resultados.

    (.,.M-todos usados no peacemaking  

    Os 0-todos usados no /rocesso de  peacemaking   co0 vista a acabar co0 u0 deter0inado

    con3lito sãoD a negociação@ 0ediação e a di/lo0acia /reventiva F%outros@ (88)D).

    M5too e Nego$ia)2o

    # negociação - necess5ria 1uando duas ou 0ais /artes se de3ronta0 co0 di3erenças de objectivo

    ou de /onto de vista. E0 decorr4ncia destas di3erenças@ a negociação envolve u0 co0/onente

    3unda0entalD 0ovi0ento. O objectivo a1ui consiste e0 indu9ir a outra /arte a deslocarAse de sua

     /osição original e0 direcção a novos objectivos FMartinelli@ (886D+.

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    Segundo !ruc70an F(88HD6(@ negociação - geral0ente de3inida co0o u0 /rocesso de consulta@

    de regateio entre as /artes@ co0 vista a u0 acordo.

    Para o caso de Moça0bi1ue@ te0os o ee0/lo da criação de u0a agenda /ara as negociaç2es de

     /a9 1ue 3oi acordada e0 Maio de (88( e consistiu e0 seis t/icosD a lei dos /artidos /ol*ticos@ o

    siste0a eleitoral@ assuntos 0ilitares@ garantia /ara a ena0o@ o cessarA3ogo e u0a con3er4ncia

    dos doadores. =radual0ente 3oi se alcançando consenso e0 cada u0 dos t/icos e a , de

    Outubro de (88)@ e0 o0a@ 3oi assinado o #cordo =eral de Pa9 F#=P@ FTollenaere@ )GGND(G.

    # guerra conviveu@ no entanto@ co0 i0/ortantes contributos /ara a construção da /a9@ 0uitas

    ve9es descurado nas an5lises dos /rocessos de /a9. "o /lano internacional a :reli0o

    desencadeou u0a acção di/lo05tica@ a/roi0andoAse da 3rica do Sul e dos Estados 'nidos da#0-rica FE'#@ o aliado 0ais 3orte do regi0e do  Apart#eid . Co0 a 3rica do Sul@ assinou u0

    #cordo de "ão agressão e de %oa i9inhança F#cordo de "Uo0ati@ e0 (86,@ atrav-s do 1ual

    Moça0bi1ue se obrigou a cessar o a/oio 0ilitar ao Congresso "acional #3ricano F#"C e a

    3rica do Sul se co0/ro0eteu a /or 3i0 aos ata1ues 0ilitares contra Moça0bi1ue@ be0 co0o

    retirar o a/oio a ena0o. Mas do 1ue li0itar a acção do #"C@ /ara a 3rica do Sul o acordo de

     "Uo0ati co0/reendiaAse nu0a estrat-gia de recu/eração do 0ercado interno@ retra*do co0 a

    guerra@ e de u0a /osição de o3ensiva econ0ica tendente a levar a econo0ia do /a*s /ara u0a

     /osição de hege0onia regional FCardoso@ (86,DN).

    E0 relação aos E'#@ Moça0bi1ue tentou desblo1uear o gelo causado /ela guerra 3ria. Esta

    o/eração e0 relação ao ocidente 3oi ta0b-0 conse1u4ncia do estado de saturação causado /ela

    guerra e /elas /ress2es /ol*ticas e econ0icas internacionais. E0 (86+ o governo de

    Moça0bi1ue solicitou ajuda ali0entar a co0unidade internacional@ /ara 0ini0i9ar os e3eitos da

    seca Fibid$%%&.

    • M5too e Meia)2o

    V u0 /rocedi0ento /ara resolução de controv-rsias@ 3acilitando a co0unicação e@ e0 casos de

    i0/asse@ intervindo de 0odo a auiliar a 0elhor co0/reensão e re3leão dos assuntos e

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     /ro/ostas@ 0as nunca i0/ondo s /artes u0a solução ou 1ual1uer ti/o de sentença F!eutsch@

    (8H+D,.

    E0 relação a 0ediação internacional co0 vista a se alcançar o peacemaking  e0 Moça0bi1ue

    tive0os a 0ediação 3eita /ela It5lia e /ela Co0unidade de Santo Eg*dio tendo iniciado e0 (866.

    O /a*s contou ta0b-0 e0 (868 co0 a 0ediação dos /residentes obert Mugabe do $i0babe e

    o /residente Moi do &u-nia 1ue /ro0overa0 conversaç2es entre os l*deres da igreja e da

    ena0o e0 "airobi@ dai resultando as condiç2es delineadas /ara a intensi3icação do di5logo@

    co0eçando assi0 o longo ca0inho /ara a /a9 e a vontade 0ani3esta de /or 3i0 a guerra

    FTollenaere@ )GGND(G. E0 Kunho de (88G@ a Co0unidade Santo Eg*dio 3oi aceite /or a0bas as

     /artes@ co0o 0ediadora e as negociaç2es 3or0ais co0eçara0 e0 o0a Fidem.

    • A ip"oma$ia pre/enti/a

    # di/lo0acia@ co0o a guerra@ - velha de dois 0il anos as CidadesAEstados da =r-cia antiga j5

     /raticava0 corrente0ente. Pode0os conceber a di/lo0acia 0aneira realista do chanceler 

    austr*aco Metternich@ 1ue a descreve co0o >a arte de 0ascarar toda a se0elhança a u0a vitria?.

    O 0es0o - di9er@ a habilidade lend5ria dos di/lo0atas na reali9ação@ /ela via de negociação@ dos

    seus interesses nacionais. "o entanto@ a di/lo0acia re/resenta essencial0ente a arte do

    co0/ro0isso. V /or isso 1ue ela se /ode de3inir co0o >a /r5tica /ela 1ual os Estados e os

    actores não estatais reconcilia0 /ela via o3icial da negociação os seus interesses concorrentes ou

    divergentes? F#0stut9@ (88D+G8.

    Segundo Ostellino F)GG,D+,6A8@ di/lo0acia - a condução das relaç2es internacionais atrav-s de

    negociaç2es. O 0-todo atrav-s do 1ual estas relaç2es são reguladas e 0antidas /or e0baiadores

    e encarregados@ o o3icio ou arte do di/lo0ata. O objecto da di/lo0acia -@ /ortanto@ o 0-todo

    atrav-s do 1ual são condu9idas as negociaç2es e não o conteJdo das negociaç2es.

    Te0os co0o ee0/lo o uso da di/lo0acia /reventiva os /ronuncia0ento do 0undo ocidental@

    1ue saudara0 a re3or0a co0 a a/rovação e satis3ação do anuncio do /residente Chissano@ no

    1uadro de u0a revisão constitucional e no seu 3avoreci0ento a introdução do 0ulti/artidaris0o

    e na reali9ação das eleiç2es livres e0 (88( Focca@ )G()DH(. Os E'# colocara0 a dis/osição

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    de Moça0bi1ue alguns es/ecialistas e t-cnicos 0ilitares. Os a0ericanos o3erece0 a /r/ria

    co0/et4ncia invocando a /aralela negociação de /a9 e0 #ngola@ onde era0 /rotagonistas

    directos. Outros /a*ses signi3icativos a v5rio t*tulo@ co0o Portugal@ a 'nião das e/ublicas

    Socialistas Sovi-ticas F'SS@ a =rãA%retanha e a 3rica do Sul são consultados e in3or0ados

    sobre as negociaç2es u0 novo ele0ento 1ue se acrescenta s negociaç2es e 1ue enri1uecera a

    3r0ula 'ibid$(%&.

     # tend4ncia geral de u0 cresci0ento de legiti0idade internacional /ara Moça0bi1ue cul0inou

    co0 u0a serie de visitas di/lo05ticas no /a*s durante o ano de (866. "o dia () de Sete0bro os

     /residentes da 3rica do Sul e de Moça0bi1ue@ P.R. %otha e Koa1ui0 Chissano@ encontrara0Ase

    na /e1uena vila de Songo@ /erto da estação hidroel-ctrica de Cahora %assa. O objectivo era rever 

    o acordo de "Uo0ati a/s 1uatro anos de 3alta de cu0/ri0ento. # declaração de %otha nu0acon3er4ncia de i0/ressa /odia ser inter/retada co0o u0 /ri0eiro sinal de 1ue as coisas estava0

    agora organi9adas /ara negociaç2es entre a ena0o e o governo F"ilsson@ )GG(D8).

    (.. #ctores envolvidos no /rocesso do peacemaking  e0 Moça0bi1ue

    Moça0bi1ue - re3erenciado /ela co0unidade internacional co0o u0 caso de sucesso

    relativa0ente a transição /ara u0a /a9 duradoura e u0 ee0/lo a ser seguido /or outros /rocessos de /a9. # guerra 0arcou decisiva0ente o trajecto /sAcolonial de Moça0bi1ue at-

    (88)@ altura e0 1ue 3ora0 assinados os #cordos de Pa9 entre o governo da :rente de

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    A$tore# e#tatai#

    O /rocesso do  peacemaking  e0 Moça0bi1ue contou co0 os seguintes actoresD =overno da

    :reli0o@ 3rica do Sul e Estados 'nidos da #0-rica.

    O 3o/erno a 're"imo

    O governo de Moça0bi1ue /rivilegiou duas estrat-gias /ara a /a9@ viradas /ara os di3erentes

    sectores. # /ri0eira estrat-gia do governo 0oça0bicano consistiu e0 criar condiç2es /ara a

    satis3ação dos interesses e0/resariais da elite@ constitu*da na sua 0aioria /or 0e0bros das

    che3ias /olitico e burocr5tico do Estado@ so0bra das /oliticas de liberali9ação dos /reços e das

    vantagens /ro/orcionadas /elos /rogra0as de ajusta0ento estrutural@ co0o a a1uisição datitularidade de u0a /arte consider5vel das e0/resas estatais ou da gestão das e0/resas /ublicas

    FPure9a et al@ )GGHD)N.

    #/esar da /alavra o3icial@ 1ue a3ir0ava > não negocia0os co0 bandidos?@ a segunda estrat-gia

    interna de construção de /a9 consistiu na abertura de es/aço de di5logo co0 a ena0o@ tanto /or 

    via da sedução atrav-s da lei de a0nistia F(866@ co0o /elo recurso a 3ortes inter0edi5rios

    'ibid$)( 

    E0 (88(@ de/ois de /edidos dos 0ediadores 1ue se deslocara0 at- Malai e Moça0bi1ue /ara

    1ue a ena0o aceitasse o PreL0bulo e o governo reconhecesse co0 0aior co0/reensão o seu

    o/ositor@ 3oi /oss*vel a conclusão dos /ri0eiros acordos  Focca@ )G()DN+.

    E0 seu /rotocolo I@ as /artes se co0/ro0etera0 a alcançar no 0ais curto es/aço de te0/o o

    acordo@ a seguir na luta /ac*3ica /or suas ideologias atrav-s de 0eios constitucionais e das

    instituiç2es legais do Estado 0oça0bicano e a não 3erir acordo F/rotocolo I@ be0 co0o

    acordara0 co0 a constituição de u0a co0issão /ara su/ervisão e 3iscali9ação da sua

    i0/lantação 'idem&

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    91ri$a o Su"

    E0 (866@ a 3rica do Sul ajudou a abrir ca0inho /ara as negociaç2es de /a9. O encontro do

    Songo F/rov*ncia de Tete@ /ri0o de Cahora %assa entre Koa1ui0 Chissano e P. R. %otha

    F/residente sulAa3ricano@ 3oi u0 rea3ir0ar do e0/enha0ento sulAa3ricano e0 não ajudar a

    ena0o. #s relaç2es entre os dois /a*ses estava0 nu0 /onto 0orto desde a 0orte de Machel e0

    (86N@ e o encontro 3oi i0/ortante /ara relançar a co0unicação entre Ma/uto e Pretria. %otha

    sugeriu a Chissano u0 di5logo co0 a ena0o@ eventual0ente co0 a 0ediação dos E'#. Este

     /lano 3oi recusado /or Ma/uto@ 0as@ no entanto@ j5 a1ui se evidencia0 as tentativas 3eitas /ela

    3rica do Sul /ara se chegar a u0a solução negociada. !e/ois da derrota do e-rcito sulAa3ricano

    e0 Cuito Canavale@ nos 3ins de (86H@ os c*rculos 0ilitares na 3rica do Sul co0eçara0 a 0udar 

    a sua Estrat-gia Total. # atitude sulAa3ricana /assa a ser 0ais 0oderada e a ir /rogressiva0enteao encontro do di5logo e da coeist4ncia /ac*3ica co0 os /a*ses da região@ incluindo

    Moça0bi1ue F#braha0sson e "ilsson@ (88,D8)A8+.

    EUA

    E0 #gosto de (868@ a delegação da ena0o@ liderada /or #3onso !hla7a0a@ se deslocou de

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    evitar 1ual1uer contacto o3icial co0 a ena0o. Pouco te0/o de/ois deste discurso@ Chissano

    3aria constar junto do !e/arta0ento de Estado 1ue não tinha nada a o/or s dilig4ncias norteA

    a0ericanas junto da ena0o. O discurso de Cohen /er0itiu aos E'# co0eçare0 a ter u0 /a/el

    activo@ 0as discreto@ no sentido de 3acilitar o /rocesso de 0ediação (ibid:17)

    A$tore# n2o e#tatai#

    Renamo

    # ena0o reali9ou o seu I congresso F(868@ co0 vista a /re/ararAse /olitica0ente /ara as

    negociaç2es Os /ri0eiros encontros 3ora0 0arcados /elo 3racasso e0 virtude das condiç2es

     /ara a /a9 /ro/ostas@ 1ue no 3undo re3lectia0 a /erce/ção e ju*9os de valor e0 1ue cada /arte do

    con3lito 3a9ia da guerra. Para a :reli0o era u0a guerra de desestabili9ação ou banditis0oar0ado eigindo 1ue a ena0o a reconhecesse co0o talB /ara a ena0o era guerra /ela

    de0ocracia@ i0/ondo o seu reconheci0ento co0o /artido /ol*tico@ e0 igualdade e0 relação a

    :reli0o@ isto -@ co0 e3ectivo directo da /artici/ação /ol*tica. Contudo@ a 0ediação do $i0babe

    e do &u-nia abriu /ortas /ara a elaboração de u0a colaboração conjunta de /rinc*/ios nos 1uais

    se a3ir0ava a dis/onibilidade /ara o di5logo e /ara a /a9.

    Os /ontos da discrdia aci0a 0encionados 3ora0 os /rinci/ais ter0os de negociação e0 o0a.

    !e/ois de v5rias rondas de negociação@ a :reli0o e a ena0o assina0 o acordo de /a9 no 1ualse reconhecia0 o cessarA3ogo i0ediato. O acordo rea3ir0ou algu0a das garantias entretanto

    consagradas na constituição de Moça0bi1ue de (88G@ no0eada0ente as 1ue se relaciona0 co0

    o reconheci0ento e eerc*cio de direitos de /artici/ação /ol*tica e co0 outros direitos e

    liberdades 3unda0entais FPure9a e tal@ )GGHD)8.

    Comuniae Santo Eg0io

    O envolvi0ento da Co0unidade de Santo Eg*dio na /ol*tica 0oça0bicana data dos /rinc*/ios da

    d-cada de (86G 1uando /rovidenciou encontros entre o /artido Co0unista Italiano FPCI e a

    Igreja Catlica Moça0bicana. O objectivo destes contactos era tentar /ersuadir o PCI a usar a

    sua in3lu4ncia sobre a :reli0o de 0odo a esta aliviar a sua /erseguição Igreja Catlica. "o seu

    es3orço de tentar a/roi0ar a Igreja Catlica :reli0o@ a Co0unidade de Santo Eg*dio revelouA

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    se 3unda0ental na reali9ação das visitas de Sa0ora Machel@ e de/ois@ de Koa1ui0 Chissano ao

    aticano. # a/roi0ação dos dois Estados cul0inou co0 a visita do Pa/a a Moça0bi1ue e0

    (866@ e a retirada /ela :reli0o da censura Igreja Catlica@ e /elas devoluç2es de /ro/riedades

    da Igreja 1ue tinha0 sido ocu/adas. O /a/el 1ue vai ser dese0/enhado /ela Co0unidade de

    Santo Eg*dio nas conversaç2es de /a9 3oi co0/le0entar  aos constantes a/elos reconciliação

    3eitos /ela Igreja. '0 dos as/ectos 0ais salientes 3oi a subida hier5r1uica dos negros dentro do

    0ovi0ento eclesi5sticoB outro as/ecto@ 3oi u0a a/roi0ação 0aior da Igreja sociedade@ e isto

    deu orige0 a 1ue a co0unidade Santo Eg*dio )  tivesse u0 envolvi0ento 1uase decisivo nas

    conversaç2es de /a9 FPaiva@ )G((D(N.

    # ligação entre a Co0unidade de Santo Eg*dio e Moça0bi1ue deuAse@ atrav-s de !. Kai0e

    =onçalves@ 1ue 1uando estudava e0 o0a teve contactos co0 a organi9ação. !. Kai0e revelarAseAia u0a 3igura central no /rocesso de /a9 não s /ela ligação Co0unidade de Santo Eg*dio@

    0as ta0b-0 ena0o. Ele não s - oriundo do 0es0o gru/o -tnico a 1ue /ertence 1uase toda a

    liderança da ena0o@ os N-au, co0o ta0b-0 - /arente da 0ulher de !hla7a0a Fidem.

    #ssi0@ a 0ediação da Co0unidade do Santo Eg*dio@ 3oi deter0inante /ara se alcançar o acordo@

    cabendo aos E'#@ a :rança@ a Portugal@ ao eino 'nido e s "aç2es 'nidas@ o /a/el de

    observadores. Se0 a intervenção e 0ediação desses actores@ o #cordo de Pa9 não se 3aria

     /oss*vel. O /rocesso de /a9 acabou /or ser levado a bo0 ter0o /ela Co0unidade de Santo

    Eg*dio co0 o a/oio do governo italiano e do aticano Fide0.

    Con#e"4o Cri#t2o e Mo)am!iue e Igre.a Cat7"i$a

    O Conselho Cristão de Moça0bi1ue e a Igreja Catlica se unira0@ e assu0ira0 a causa da /a9 e

    >se lançara0? se0 /ou/ar es3orços na busca da econciliação "acional. "este L0bito@ 3oi

    reali9ada a >nova? Con3er4ncia E/isco/al de Moça0bi1ue FCEM@ constitu*da 0aioritaria0ente

    2 Moita@ Madalena e $u//i@ Matteo a Co0unidade de Santo Eg*dio e0 Moça0bi1ue inD Kanus )GG Portugal no

    MundoD # =uerra e a Pa9 nos nossos dias. PJblicoW'#

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     /or %is/os Moça0bicanos@ 1ue decidira0 e0/enharAse na busca da /a9@ aceitando todos os

    riscos. E0 "ove0bro de (86H@ a CEM decidiu >3a9er algo? 0ais concreto. Entre v5rias acç2es

    3or0ou u0a co0issão /ara convencer o =overno /ara o di5logo /ara a /a9 e outra /ara a busca

    do di5logo co0 a ena0o@ co0/osta /or !. #leandre Kos- Maria dos Santos@ então #rcebis/o

    de Ma/uto e !. Kai0e Pedro =onçalves@ então #rcebis/o da %eira e Presidente da Co0issão de

    Kustiça e Pa9 F=onçalves@ )G(,D+).

    Consideraç2es 3inais Moça0bi1ue 3oi u0 caso de sucesso relativa0ente a transição /ara u0a /a9 duradoura e u0

    ee0/lo a ser seguido /or outros /rocessos de /a9@ e0 3rica e no 0undo. O /rocesso de

     peacemaking   e0 Moça0bi1ue contou co0 a /artici/ação de diversos actores 1ue dera0

    i0/ortantes contributos co0 vista a se alcançar a /a9. #ctores Estatais e não estatais e

    organi9aç2es internacionais.

    O /rocesso de Peacemaking  /er0itiu a obtenção de acordos entre o governo de Moça0bi1ue

     e a ena0o. Essas o/eraç2es conte0/lava0 0edidas /ara acabar co0 o con3lito e0

     /rogresso /or 0eio de acç2es di/lo05ticas e0/reendidas /elosD enviados@ governos@ gru/os de

    Estados ou Organi9aç2es egionais 1ue condu9ia0 as /artes hostis e0 u0a negociação de 0odo

    a se chegar a u0 acordo de /a9.

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    e3er4ncias bibliogr53icas

    ABRA6AMSSON@ ;ans e NI;SSON@ #nders F(88, Moça0bi1ue e0 Transição.

    CEEIAISI. Ma/uto.

    A33ASTAM  e

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    3ONÇA;ES@ K. F)G(,. A Pa6 do Mo!ambicano. %eiraD Ciedi0a. 6OROITZ? !onald. F)GG,. Etnic grou/s in con3lit.%er7eleQ 'niversitQ o3 Cali3ornia

    Press.

      @E3;E&.jrARITIOP:. F)GG(. International Peacemaking and Peacekeeping$ /#e

     Moralit; of Multilateral Meaure Et#ic International Affair@ olu0e (G. "ova Yor7. MARTINE;;I@ !.P.@ # -iplomacia?. InD %obbio@ "orbertoB Matteucci@ "icolaB

    Pas1uino@ =ian3ranco. -icionario de Politica. . Ed. Trad. Car0en C. arrialle e tal.

    %rasiliaD 'nbB São Paulo.

     PAIA@ Kos- :rancisco

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    TO;;ENAERE@ Marc de. F)GGN.  Apoio a -emocrati6a!"o a Mo!ambiFue P71

    Conflito. Inten!5e e @eultado. "etherlands Institute o3 International relations

    Clingendael. #0esterdão

    A;ENÇA@ Marcelo Mello. F)GG(. Peacekeeping  e 2eguran!a. %rasilia.

    II SECÇÃO

    Autore#: Carlos Macu5cua e Isac MungoQ

     "a /resente secção@ aborda0os o  peacekeeping   na 0anutenção da /a9 e0 Moça0bi1ue.

    Pri0eiro@ tra9e0os o conceito e breve historial de  peacekeeping @ onde 3a9Ase o debate conce/tual

    sobre o peacekeeping.  Segundo@ aborda0os os Objectivos dos  peacekeeper  e os res/ectivos

     /rinc*/ios de  peacekeeping   na 0anutenção da /a9. E@ /or 3i0@ tra9e0os os actores de

     peacekeeping  na 0anutenção da /a9 e0 Moça0bi1ue.

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    *8,8Con$eito e !re/e 4i#toria" e pea$eeeping

    O conceito de peacekeeping vai al-0 do L0bito das "aç2es 'nidas@ 3oi englobada /or di3erentes

    actores e hoje as ace/ç2es e0 torno dessa /r5tica se diversi3icara0. #ssi0 co0o não est5

     /resente na Carta das "aç2es@ não eiste u0 conceito claro e0 1ual1uer outro docu0ento da

    instituição. Essa 3alta de de3inição o3icial leva@ 0uitas ve9es@ ao uso do ter0o /or alguns Estados

    3ora do L0bito das "aç2es 'nidas /ara legiti0ar suas actividades 0ilitares. Os autores %ella0Q

    e Rillia0s F)G((D )8@ i0/ortantes no0es no estudo das o/eraç2es de /a9@ divide0 as di3erentes

    vis2es e0 dois /er*odosD Rest/halia e /sA Rest/halia. Inicial0ente as o/eraç2es de

     peacekeeping era0 u0a 3erra0enta /ara 0anter a orde0 entre os Estados e 3acilitar u0 acordo

    de /a9@ baseada no /rinc*/io da soberania introdu9ido e0 (N,6 co0 o Tratado de Rest/halia e

    no consenti0ento das /artes envolvidas. Esse 3icou conhecido co0o peacekeeping tradicional ou

    de /ri0eira geração e surgiu e0 u0 cen5rio internacional Rest/halia. #1ueles 1ue se a0/ara0nessa corrente@ co0o /or ee0/lo@ Cuba e China@ são de3ensores dos /rinc*/ios da não

    inter3er4ncia e a não intervenção@ /rinci/al0ente a0/arados no te0or da i0/osição das grandes

     /ot4ncias aos /a*ses do >terceiro 0undo?.

     "o 0o0ento /s =uerra :ria e co0 o surgi0ento do 3en0eno da globali9ação@ o conceito

    Rest/halia 3oi /osto e0 1uestão. Surgira0 novas guerras@ co0 caracter*sticas distintas das j5

    vistas ao longo da histria@ o 1ue eigia u0a ada/tação das o/eraç2es de  peacekeeping das

     "aç2es 'nidas. Para tal reestruturação@ era necess5rio u0 novo olhar sobre o conceito cl5ssico@ o

    1ue 3e9 brotar a ideia de 1ue os Estados go9ava0 de co0/leta soberania so0ente se eles

    cu0/risse0 de 3or0a /lena as res/onsabilidades /ara co0 seus cidadãos@ co0o /roteg4Alos de

    atrocidades e0 0assa e de u0 genoc*dio F%ella0Q e Rillia0s@ )G(GD+H. Seria essa ideia /arte

    da corrente /sARest/halia 1ue sustenta a 0aioria das o/eraç2es de  peacekeeping 

    conte0/orLneas. Os /roble0as internos de u0 Estado não 3ica0 s li0itados sua 3ronteira e

    ganha0 /ro/orç2es internacionais@ Co0o /or ee0/lo@ a 1uestão dos re3ugiados@ eigindo

    intervenç2es 0ais co0/leas 1ue a/resente0 ele0entos necess5rios consolidação da /a9.

    Para !urch F)GGND(H@ peacekeeping /ode ser /ercebido co0o conjunto de es3orços 0ilitares e

    civis@ 0ultilaterais e internacional0ente autori9ados /ara /ro0over e /roteger a transição entre a

    guerra e a /a9. E0 contra/artida %ella0Q e Rillia0s F)G(GD (6@ inclue0 a eist4ncia de /essoal

    uni3or0i9ado 1ue t40 objectivos de /revenir o in*cio de u0 con3lito ar0ado@ observar a

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    i0/le0entação de u0 acordo de /a9 ou cessarA3ogo e i0/or o desejo do Conselho de Segurança

     /ara o estabeleci0ento da /a9. #s "aç2es 'nidas não desenvolvera0 u0 conceito de

     /eace7ee/ing@ entretanto@ criara0 recente0ente u0a guia de conduta de u0a o/eração de /a9@ o

    Ca/stone !ouctrine F)GG6. "ele@ o !e/arta0ento de O/eraç2es de Manutenção da Pa9 F!PO

    não de3ine e/licita0ente /eace7ee/ing@ a/enas a/ontaAa co0o u0a das cinco actividades de /a9

    e segurança da instituição@ são elasD Con3lict /revention@ /eace0a7ing@ /eace7ee/ing@ /eace

    en3orce0ent e /eacebuilding.

    Objectivos dos /eace7ee/ersO objectivo dos  peacekeeper@ 1uando desdobrada u0a o/eração de 0anutenção da /a9@ -

    estabelecer u0 a0biente seguro e est5vel 1ue /er0ita aos  peacebuilder trabalhare0 /or u0a

     /a9 duradoura e autossustentavel. Esse trabalho e0 /arceria - 1ue garante aos  peacekeeper@

    al-0 do sucesso na e0/reitada@ sua >/assage0 de volta?@ /ois@ 0antida a segurança local@ os

     peacekeeper deia0 o terreno /ara a chegada dos  peacebuilder. Portanto@ as actividades

    desenvolvidas /elos  peacekeeper são u0a anteci/ação li0itada da1uelas 1ue virão a ser 

    e3ectiva0ente colocadas e0 /r5tica /elos peacebuilder. #s 0iss2es de /a9@ le0breAse@ não são

    talhadas@ /ouco e1ui/adas /ara dese0/enhar o /a/el de /ro0oção da /a9 nu0 longo /ra9o.

    !essa sorte@ deve0 dese0/enhar /a/eis /reli0inares de  peacebuilding co0 3oco na /re/aração

    do terreno /ara a chegada dos actores res/ons5veis /ela /a9 duradoura FPaiva et al@ )G(+D N8.

     "esse sentido@ não obstante a 3alta de 3inancia0ento e e?pertie t-cnica necess5ria /ara a

    i0/le0entação de /rogra0as de  peacebuilding @ o Conselho de Segurança atribui aos

     peacekeeper as tare3as de desar0ar@ des0obili9ar e reintegrar eAco0batentes as 3orcas o3iciais

    nacionaisB desenvolver tare3as de des0inage0B re3or0ar o setor de segurançaB dese0/enhar 

    atividades relacionadas ao rule of laB /roteger e /ro0over os direitos hu0anosB /restar 

    assist4ncia eleitoralB ale0 de a/oiar a restauração da autoridade do Estado.

    K5 no tocante a /ro0oção e /roteção dos direitos hu0anos@ a /artici/ação activa dos

     peacekeeper e de etre0a i0/ortLncia /ara o /rocesso de /aci3icação@ tendo e0 vista o 3ato de

    o abuso e a violação desses direitos constitu*re0 a causa /ri0eira dos con3litos 0odernos e@

    ta0b-0@ a conse1u4ncia deles. #ssi0@ a actuação dos  peacekeeper nesse sentido e tare3a

     /ri0ordial e essencial@ se0 a 1ual u0 a0biente seguro ja0ais ser5 alcancado(+). !o e/osto@

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    concluiAse 1ue as actividades desenvolvidas /elos instru0entos da /a9  peacekeeping e

     peacebuilding se 0istura0. "o entanto@ deveAse notar 1ue as /retens2es dos  peacekeeper são de

    curto /ra9o F/a9 0o0entLnea e 3ocadas na /re/aração do terreno /ara 1ue as /retens2es dos

     peacebuilder /ossa0 desenvolverAse e0 logo /ra9o FIbidDHG.

    Prin$0pio# e pea$eeeping na manuten)2o a pa

     "o L0bito do /eace7ee/ing@ as intervenç2es deve0 ser devida0ente autori9adas /elo Conselho

    de Segurança e /ossuir u0 0andato objectivo. Cada 0issão te0 seus 3ins es/ec*3icos@ 0as o

    restabeleci0ento e 0anutenção da /a9@ a /roteção dos civis e dos direitos hu0anos - u0a

    3inalidade geral. Os /rinc*/ios b5sicos 1ue dita0 u0a intervenção sãoD o consenti0ento das

     /artes@ a i0/arcialidade e o não uso da 3orça. Mes0o co0 a trans3or0ação das o/eraç2es ao

    longo da histria@ esses /rinc*/ios continua0 vigorando e estão descritos no Captone -ouctrine

    F!PO@ )GG6BImpar$ia"iae

    O conceito de i0/arcialidade /ode ser con3undido algu0as ve9es e não deve ser entendido co0o

    inactividade. !oQle e Sa0banis F)GGND()@ avança0 1ue a i0/arcialidade 1uer di9er 1ue as

     "aç2es 'nidas vão agir se0 to0ar /artido de u0 dos envolvidos no con3lito@ 0as diante de u0

    co0/orta0ento 1ue agride o /rocesso de restabeleci0ento da /a9@ os  peacekeeper deve0

    o/erar de 3or0a ade1uada e /enali9ar os in3ractores. Outro 3actor /r5tico do /rinc*/io da

    i0/arcialidade - 1ue os Estados /artes de u0 con3lito não /ode0 3a9er /arte das 0iss2es@ tal

    co0o os cinco 0e0bros /er0anentes do Conselho de Segurança não costu0a0 colaborar co0 o

    envio de suas tro/as no ca0/o@ isso evita descon3ianças de interesses.  "este sentido@  os

     peacekeeper eerce0 3unç2es co0o observar@ /ro0over ajuda hu0anit5ria e sustentar a orde0.

    Pode0os /ensar co0o sendo o segundo 0o0ento de u0 /rocesso de resolução de con3lito

    estando entre a /ro0oção F peacemaking  e a solidi3icação da /a9 F peacebuilding . O

    consenti0ento das /artes - u0 3actor crucial /ara o sucesso das o/eraç2es diante de con3litos@ -

    esse /rinc*/io 1ue assegura o res/eito soberania dos Estados.

    # i0/arcialidade e crucial /ara a 0anutenção do consenti0ento e coo/eração das /artes

    envolvidas@ na 0edida e0 1ue assegura a i0/le0entação justa dos 0andatos@ se0 /rejudicar ou

     bene3iciar deter0inada /arte do con3lito. # /ostura i0/arcial@ /ortanto@ garante a lisura da

     peacekeeping operation. !escrita de outra 0aneira@ a i0/arcialidade signi3ica 1ue as o/eraç2es

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    de 0anutenção da /a9 não são desdobradas co0 o intuito de ganhar a guerra e0 no0e de u0a

    das /artes do con3lito@ 0as te0 co0o objetivo ajud5Alas a alcançar a /a9. E i0/ortante notar@

    entretanto@ 1ue i0/arcialidade não se con3unde co0 neutralidade. #s 0iss2es de /a9 deve0 ser 

    i0/arciais no trata0ento co0 as /artes e0 con3lito@ 0as nunca neutras na eecução de seus

    0andatos F:aganello@ )G(+D H+.

    Con#entimento

    O re1uisito nJ0ero u0 /ara 1ue u0a o/eração de 0anutenção da /a9 se desenvolva - o

    consenti0ento con3erido /elo Estado an3itrião eWou /elas /artes con3lituantes. O consenti0ento

    tradu9 a concordLncia dos envolvidos no con3lito ar0ado 1uanto a /resença da 0issão de /a9 e0

    seu territrio@ al-0 das tare3as F0andato a sere0 eecutadas /elos peacekeeper no dever de

    0anutenção da /a9 local. "esse sentido@ o 1ue se es/era das /artes - o co0/ro0eti0ento co0 o

     /rocesso de /a9@ be0 co0o a a1uiesc4ncia 1uanto s /revis2es do 0andato. Se0 oconsenti0ento@ as 0iss2es de /a9 corre0 o risco de se tornare0 /arte do con3lito e de sere0

    atra*das /ara acç2es de enforcement @ a3astandoAse@ /ortanto@ do /a/el intr*nseco cab*vel a tais

    0iss2es. "o cu0/ri0ento do 0andato@ os  peacekeeper deve0 trabalhar /ara 1ue o

    consenti0ento não seja /erdido@ le0brando 1ue a 3alta de con3iança entre as /artes nu0

    a0biente de /sAcon3lito /ode@ 0uitas ve9es@ tornar o consenti0ento incerto e inst5vel FIde0.

    M0nimo u#o a 1or)a

    O /rinc*/io do uso da 3orça so0ente e0 caso de leg*ti0a de3esa data da /ri0eira o/eração de

    0anutenção da /a9 ar0ada e0/reendida /elas "aç2es 'nidas@ a '"E: I F(8N@ tendoAse

    estendido at- in*cio da d-cada de (88G. # ideia consubstanciada nesse /rinc*/io - a de 1ue as

    0iss2es de /a9 não são 3erra0entas de enforcement . Entretanto@ actual0ente e a0/la0ente

    reconhecido 1ue a 3orça /oder5 ser usada a n*vel t5tico@ co0 a autori9ação do Conselho de

    Segurança@ /ara legiti0a de3esa@ de3esa do 0andato@ de3esa da /o/ulação civil ou do /essoal

    envolvido na 0issão. # a0/liação do esco/o do uso da 3orça deveAse as e/eri4ncias

    0alsucedidas da d-cada de (88G@ a sere0 vistas na 1uarta secção 1ue não contara0 co0 a

    autori9ação do uso da 3orça /ro/orcional a hostilidade do a0biente e@ /ortanto@ não i0/edira0

    0assacres e genoc*dios F:aganello@ )G(+D H,.

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    E0 virtude da e/eri4ncia /assada e do 3acto de as o/eraç2es de 0anutenção da /a9

    0ultidi0ensionais sere0 desdobradas e0 terrenos onde h5 a /resença de 0il*cias@ >gangues? e

     poiler 1ue i0/ede0 o /rocesso de /a9 ou a0eaça0 a /o/ulação civil@ a /ostura adotada /elas

     "aç2es 'nidas 0udou. O Conselho de Segurança concedeu as o/eraç2es de 0anutenção da /a9

    0andatos robustos@ autori9ando os peacekeeper a usar all necear; mean /ara deter tentativas

    de des3a9er o /rocesso /ol*tico@ /roteger civis sob i0inente a0eaça de ata1ue 3*sico e /ara

    assistir autoridades nacionais na 0anutenção do direito e da orde0. # /roteção de civis tornouAse

    g-nero de /ri0eira necessidade na rotina das o/eraç2es de 0anutenção da /a9@ u0a ve9 1ue os

    civis constitue0 grande /arte das baias e0 con3litos internos FIbidD HN.

    ).). #ctores de /eace7ee/ing na 0anutenção da /a9 e0 Moça0bi1ue!e u0a 3or0a resu0ida@ 3orças de 0anutenção de /a9 são /essoas 1ue ajuda0 as /artes de u0

    con3lito a resolvere0 ou negociar /aci3ica0ente os seus di3erendos. # /resença dessas /essoas@

    soldados@ observadores 0ilitares ou /ol*cia civil@ incentiva os gru/os hostis a não utili9are0 as

    ar0as e a continuare0 a negociar tendo e0 vista u0a resolução /ac*3ica das dis/utas.

    A$tore# E#tatai#:

    A$tore# Po"0ti$o# E0 relação aos actores estatais   /ol*ticos na 0anutenção da /a9 e0

    Moça0bi1ue@ h5 1ue destacar o /a/el dese0/enhado /elo re/resentante es/ecial do Secret5rioA

    geral das "aç2es 'nidas@ Ido #jello@ assi0 co0o o dos Estados 'nidos na /ressão /ara a

    i0/le0entação dos #cordos =erais de Pa9.

    A$tore# Mi"itare# F"o concernente aos actores estatais 0ilitares no /eace7ee/ing@ i0/orta

    sublinhar 1ue estes a/enas usa0 a 3orca /ara 3ins de3ensivos@ 0as no /eacee03orce0ent os

    0ilitares são o3ensivos. Para o caso da 0anutenção da /a9 0oça0bicana@ destacaAse o /a/el dos

    0ilitares italianos.

    Mi"itare#  "o concernente h5 /resença de actores estatais 0ilitares no /rocesso da 0anutenção

    de /a9 e0 Moça0bi1ue@ i0/orta destacar o /a/el da O"' atrav-s do seu /rogra0a deno0inado

    O"'MO$.

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    A$tore# N2o E#tatai#:

    O /eace7ee/ing tornouAse 0ultidi0ensional a /artir da segunda geração@ /assando a ter actores

    não estatais co0 a di0ensão hu0anit5ria@ isto -@ h5 u0a /reocu/ação /elos danos hu0anos ou

    elevado nJ0ero de 0ortes de civis.

    A$tore# 4umanitFrio# FEistiu ta0b-0 actores estatais hu0anit5rios no L0bito da 0anutenção

    de9 e0 Moça0bi1ue@ tais co0oD  Co0it- Internacional da Cru9 er0elha@ M-dicos Se0

    :ronteiras@ #g4ncia /ara a Coordenação da #ssist4ncia ;u0anit5ria F'"O;#C@ #lto

    Co0issariado das "aç2es 'nidas /ara os e3ugiados F#C"'@ entre outras O"=s 1ue

    trabalhava0 e0 colaboração co0 a O"'MO$B

    Meiaor F"os 0ediadores - de destacar o /a/el /ri0ordial da Co0unidade de SaintX Eg*dio@

    1ue co0eço co0o 3acilitador e 0ais tarde dese0/enhou o /a/el de 0ediador.

    Manato a ONUMOZ

     "o /rocesso da 0anutenção da /a9 e0 Moça0bi1ue@ a O"'MO$ tinha o seguinte 0andato:

    #co0/anhar e veri3icar o cessarA3ogo@ a se/aração e concentração de 3orças@ a suades0obili9ação e a recolha@ ar0a9ena0ento e destruição de ar0asB   #co0/anhar e veri3icar a

    retirada co0/leta de 3orças estrangeiras e 3ornecer a segurança nos corredores de trans/orteB

    #co0/anhar e veri3icar o licencia0ento de gru/os ar0ados irregulares e /rivadosB autori9ar os

     /re/arativos de segurança /ara in3raestruturas vitais e 3ornecer a segurança /ara as "aç2es

    'nidas e outras actividades internacionais de a/oio ao /rocesso de /a9B :ornecer assist4ncia

    t-cnica e aco0/anhar o /rocesso eleitoral na sua totalidadeB Coordenar e aco0/anhar as

    o/eraç2es de assist4ncia hu0anit5ria@ e0 /articular as res/eitantes aos re3ugiados@ /essoas

    desalojadas interna0ente@ /essoal 0ilitar des0obili9ado e a /o/ulação local a3ectada FM

    Chachiua@)GG+D(+.

    %ranco F)GG+D 8N@ de3ende 1ueD >de 0aneira a evitar os 0es0os erros co0etidos e0 #ngola@ o

     /rocesso de /a9 e0 Moça0bi1ue 3oi 0ais aco0/anhado /ela Sociedade Internacional. #ssi0@

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    3icou decidido 1ue s se /assaria 3ase seguinte do /rocesso de /a9@ 1uando a 3ase anterior 

    estivesse total0ente conclu*da. Esta 0etodologia 3e9 co0 1ue as eleiç2es gerais@ inicial0ente

     /revistas /ara (88+@ 3osse0 adiadas /ara (88,. Si0ultanea0ente@ houve u0 0aior envolvi0ento

    da O"' e0 Moça0bi1ue@ o 1ue /er0itiu O"'MO$ estar dotada dos 0eios necess5rios /ara

    levar a cabo a sua 0issão@ relativa0ente ao n*vel do nJ0ero de ca/acetes a9uis enviados /ara

    3iscali9ar o cessarA3ogo@ des0obili9ação e a1uartela0ento das 3orças 0ilitares.?

    Di1i$u"ae en1rentaa pe"a ONUMOZ na manuten)2o a pa

    O /rinci/al /roble0a 1ue a O"'MO$ en3rentou surgiu durante o /ri0eiro dia do /rocesso

    eleitoral@ a )H de Outubro@ 1uando a E"#MO e o seu Presidente@ #3onso !hla7a0a se

    retirara0 das eleiç2es@ alegando estar e0 0archa u0a 3raude 0aciça das 0es0as. Os es3orços

    conjuntos da O"'MO$ e de v5rios /a*ses conseguira0 a/resentar E"#MO garantias de 1ueeventuais irregularidades seria0 devida0ente investigadas. # 3or0a e a ra/ide9 co0 1ue este

     /roble0a 3oi resolvido@ o 1ual /oderia ter /osto e0 causa não s o trabalho da O"'@ co0o todo

    o /rocesso de /a9 e0 Moça0bi1ue@ 3ora0 sinais da boa /re/aração e ca/acidade de actuação da

    O"'MO$. O sucesso da O"'MO$ 3icou /atente /elo resultado 3inal desta 0issão@ o 1ual se

    tradu9iu na reali9ação das eleiç2es livres 1ue /er0itira0 a Moça0bi1ue alcançar a /a9 nu0

    a0biente de de0ocracia 0ulti/artid5ria /ondo 3i0 a u0a longa e destrutiva guerra civil. Este

    sucesso 3icou be0 /atente no relatrio 3inal do e/resentante Es/ecial do Secret5rioAgeral da

    O"'@ o italiano #ldo #jello@ a/resentado ao Conselho de Segurança e0 !e9e0bro de (88,@ no

    1ual re3eriu a sensação de 0issão cu0/rida.

    'a$tore# e #u$e##o a ONUMOZ na manuten)2o a pa

    # O"'MO$ registou@ durante a sua o/eração na 0anutenção da /a9 e0 Moça0bi1ue@ sinais de

    sucesso aliados aos 3actores internos e eternos@ a destacarD

    (. # eist4ncia de u0 0andato claro e realista 3ace s condiç2es do con3lito 0oça0bicano@ o

    0andato da O"'MO$ 3oi elaborado de acordo co0 essas condiç2esB

    ). Para al-0 disso@ a O"'@ ao contr5rio do 1ue aconteceu e0 #ngola@ esteve envolvida nas

    negociaç2es de /a9 e@ /ortanto@ 1uando 3oi encarregada de 3iscali9ar o acordado não era u0 actor 

    0arginalB

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    +. O a/oio internacional O"'MO$@ o 1ual /er0itiu 1ue esta 0issão estivesse dotada dos

    0eios su3icientes /ara levar a cabo o seu trabalho. O nJ0ero de ca/acetes a9uis ade1uado

     /er0itiu controlar no terreno e o elevado nJ0ero de observadores eleitorais FIbidD8H.

    Pa/el dos E'# na i0/le0entação dos acordos de o0a!e acordo co0 Pavia F)G((D (,@ os E'# de/arara0Ase co0 situaç2es de 3racassos e sucessos.

    elativa0ente aos 3racassos@ o caso de #ngola - /aradig05tico. "o 1ue concerne aos 4itos@ o

    caso de Moça0bi1ue - talve9 a ilustração 0ais interessante@ e0bora agora e0 sentido /ositivo.

    O /a/el de Rashington na i0/le0entação dos #cordos de o0a e0 Moça0bi1ue 3oi@

    e3ectiva0ente@ 0uito i0/ortante. "este caso@ j5 na 3ase /sAacordo@ os Estados 'nidos@ na

    realidade@ eercera0 grandes /ress2es sobre os intervenientes@ 1uer directa0ente@ /or ee0/lo@

    atrav-s dos seus e0baiadores e de outros di/lo0atas e 3uncion5rios governa0entais@ 1uer 

    indirecta0ente atrav-s das instituiç2es de %retton Roods. elativa0ente 0ediação indirecta e

    i0/le0entação dos acordos@ !onald othchild F(88@ de3ende 1ueD

    ># actividade de 0ediação indirecta eercida /elos E'# 3oi 0uito i0/ortante durante a 3ase

    cr*tica@ e0 (88)@ /or ocasião das negociaç2es 0oça0bicanas entre o governo e a ena0o. Estas

    conversaç2es era0 0ediadas conjunta0ente /elo governo italiano@ /elo arcebis/o catlico da

    %eira@ e /ela Co0unidade de Santo Eg*dio. "o seu /a/el de observador o3icial@ os E'#enviara0 /ara o0a es/ecialistas e0 assuntos jur*dicos e 0ilitares /ara auiliare0 as

    negociaç2esB estes es/ecialistas tinha0 3re1uentes reuni2es co0 as /artes sobre o cessarA3ogo e

    outros assuntos de car5cter 0ilitar. #l-0 disso@ os E'# concordara0 e0 /artici/ar no es3orço

    coordenado /elas "aç2es 'nidas /ara a i0/le0entação do acordo de /a9.?

    Pape" a# organia)Ge# 6umanitFria#

    O /rocesso da 0anutenção de /a9 e0 0oça0bi1ue contou co0 o a/oio de inJ0eras

    organi9aç2es hu0anit5rias internacionais@ 1ue ajudara0 na reinstalação de re3ugiados e

    deslocados e@ ta0b-0@ no 3orneci0ento de ajuda ali0entar e outros ti/os de ajuda de

    e0erg4ncia. Esti0avaAse 1ue eistisse0 cerca de (@ 0ilh2es de re3ugiados nos /a*ses vi9inhos@

     /rinci/al0ente no Malai e no $i0babe@ e cerca de , 0ilh2es de deslocados@ tais organi9aç2es

    hu0anit5rias sãoD a Coordenação da #ssist4ncia ;u0anit5ria F'"O;#C 1ue tinha co0o

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    3unç2es coordenar os /rogra0as de assist4ncia hu0anit5ria co0 os re/resentantes de rgãos da

    O"' e co0 as O"=. # O"'MO$ contaria co0 a colaboração de v5rias ag4ncias es/eciali9adas

    da O"'@ tais co0o o #lto Co0issariado das "aç2es 'nidas /ara os e3ugiados F#C"'@ o

    Progra0a das "aç2es 'nidas /ara o !esenvolvi0ento FP"'!@ o Progra0a #li0entar Mundial

    FP#M@ a Organi9ação /ara a #li0entação e #gricultura das "aç2es 'nidas F:#O@ o :undo das

     "aç2es 'nidas /ara a Criança F'"ICE:@ a Organi9ação Mundial da SaJde FOMS e a

    Organi9ação das "aç2es 'nidas /ara a Educação@ Ci4ncia e Cultura F'"ESCO. #l-0 disso@

    contou ta0b-0 co0 o a/oio de centenas de O"=@ entre as 1uais o Co0it- Internacional da Cru9

    er0elha@ a C#E@ a #MI@ a OIOS@ a O^:#M@ os M-dicos Se0 :ronteiras@ etc@ 1ue

    desenvolvera0 u0 trabalho 0uito i0/ortante de a/oio a 0ilh2es de /essoas FPavia@)G((D)H.

    Contri!uto a Comuniae e Santo Eg0ioCo0 base nos resultados obtidos /elos bons o3*cios dos 1uatro l*deres religiosos e dos governos

    a3ricanos@ dos 1uais se destaca0 &u-nia@ Malai e $i0babu-@ e e/lorando as ligaç2es de longa

    data entre o #rcebis/o !. Kai0e =onçalves e o =overno Italiano@ a Co0unidade de Santo Eg*dio

     /ro0oveu e0 Kulho de (88G o /ri0eiro encontro directo entre re/resentantes do =overno da

    :E

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    Consideraç2es 3inais 

    O /eace7ee/ing /ode ser entendido co0o u0 /rocesso de resolução de con3litos direcionado a

    a0bientes j5 e0 estado de guerra@ estando situado no /er*odo entre o cessarA3ogo e o tratado de

     /a9 @ co0 o objectivo de criar es/aço de entendi0ento entre as /artes deliberantes /ara a

    resolução do con3lito. Os /eace7ee/ers eerce0 3unç2es co0o observar@ /ro0over ajuda

    hu0anit5ria e sustentar a orde0. Pode0os /ensar co0o sendo o segundo 0o0ento de u0

     /rocesso de resolução de con3lito estando entre a /ro0oção F/eace0a7ing e a solidi3icação da

     /a9 F/eacebuilding. Portanto@ i0/orta salientar 1ue eiste u0a relação de interde/end4ncia entre

    os /rocessos de /eace7ee/ing@ /eace0a7ing e /eacebuilding.

    %ibliogra3ia%E

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    !#I!@ Phili//e Charles. A 3uerra e a Pa? A!oragen# $ontemporHnea# a Seguran)a e aE#trategia.

    conceito de peacebuing @ u0a discussão terica entre v5rios autores a cerca do  peacebuilding . E0

    seguida aborda0os a cerca das caracter*sticas do  peacebuilding @ e0 1ue se divide0 e0 tr4sD

    0ultiAdi0ensionalidade@ abordage0 0ultiAn*vel e di0ensão 0ultiAlateral@ ta0b-0 tenta0os

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    tra9er as duas di0ens2es do  peacebuilding @ aos as/ectos 1ue trata0 sobre a /a9 /ositiva e a

    di0ensão 1ue versa sobre os as/ectos 1ue versa0 sobre a /a9 negativo dentro do  peacebuliding .

    Ta0b-0 nesta secção busca0os tra9er os objectivos do peacebuilding @ e /or 3i0 versa0os sobre

    o  peacebuilding  e0 Moça0bi1ue@ onde troue0os o /a/el da O"'MO$ e de outros actores

    co0o os 0-dicos tradicionais no /rocesso de construção da /a9 e0 Moça0bi1ue.

    +. Conceito de PeacebuildingSegundo %outros=ahali F(88)D)(@ Peace%ulding corres/onde a 1uais1uer acç2es desenvolvidas

     /ara identi3icar e dar su/orte as estruturas@ 1ue re3orça0 e solidi3ica0 a /a9@ co0 o 3i0 a evitar 

    u0 retorno ao con3lito e 1ue /er0ite0 criar as condiç2es /ara u0a /a9 est5vel e duradoura entre

    naç2es e /ovos. oland Paris de3iniu 0ais tarde e de 3or0a 0ais restrita@ o conceito co0o sendo

    u0a acção levada a cabo /ara /or 3i0 a u0 con3lito civil /ara consolidar a /a9 obtida e evitar o

    ressurgi0ento de con3ronto. Por-0 o ter0o PeaceBulding  entrou /ela /ri0eira ve9 no arcabouço

    da O"' e0 (88) a/s o seu uso /elo secret5rioAgeral da -/oca@ %outros=ahali@ trans0itindo

    assi0 a ideia de construir a /a9 e não a/enas de 0ant4Ala ou /reservaAla de 3or0a a se evitar a

    ocorr4ncia de u0 novo con3lito a/s o t-r0ino de u0 con3lito ar0ado.

    Este conceito 3oi utili9ado /ela /ri0eira ve9 /elo Kohan=altung@ no seu teto /#ree Approac#e

    to Peace$ Peacekeeping, Peacemaking e Peacebuilding .# /ri0eira abordage0 - a dissociativa

    F/eace7ee/ing@ 1ue busca 0anter antagonistas se/arados co0 a ajuda de terceiros se necess5rio.

    '0 dos /rinci/ais /roble0as do  peacekeeping @ de acordo co0 =altung@ - 1ue este 3unciona

    a/enas na 0inoria dos con3litos ar0ados de sua -/ocaD a1ueles entre iguais e se0 ele0entos de

    do0inação F=atung@ (8HND)6+A)6,. # resolução de con3litos F peacemaking  - a segunda

    abordage0 /ro/osta /elo autor@ abordage0 esta 1ue busca eli0inar a /r/ria 3onte de tensão@

    deiando então 1ue o >resto? >to0e conta de si 0es0o?. %aseado no entendi0ento de /a9 co0o

    u0a estrutura@ =altung a/resenta a sua terceira abordage0 /ara a /a9@ a abordage0 associativa

    F peacebuilding . Segundo o autor@ esta abordage0 busca alcançar a /a9 a /artir da identi3icação

    das estruturas 1ue re0ova0 as causas do con3lito e 1ue o3ereça0 u0a alternativa a guerra /ara ocaso e0 1ue ela - i0inente FIbidD)86.

    O peacebuilding  - clara0ente u0 0ecanis0o /ara se chegar a u0a 3or0a de /a9 sustent5vel@ e

    não a/enas a u0a situação de nãoAguerra@ u0a ve9 1ue sua acção - voltada /ara os 3actores

     /ro3undos entre as /artes@ a 3i0 de chegar a algu0as ideias sobre co0o u0a resolução do

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    con3lito autoAsustent5vel /ode ser encontrada. O peacebuilding  ta0b-0 /rocura atingir u0a /a9

    1ue não - a/enas u0 dado estado@ u0a situação te0/or5ria de nãoAguerra@ 0as si0 u0a estrutura

    e0 si 0es0a@ autoAsustent5vel.

    O conceito de peacebuilding  - 0ultidi0ensional@ envolve u0a reconstrução a/s o acordo e a /revenção da viol4ncia@ inclui a /a9 /ositiva no 1ue tange aos /rocedi0entos da justiça@ e a /a9

    negativa 1ue signi3ica a cessação das hostilidades@ inclui ta0b-0 a resolução do con3lito@ a

    0ediação e a negociação. #judando as sociedades a reconstruir e a /revenir a viol4ncia.

    +.(. Caracter*sticas do Peace%uildingO  peacebuilding   en1uadraAse nas o/eraç2es de segunda geração das "aç2es 'nidas@ nesta

    segunda geração@ as 0iss2es cu0/ria0 os 0es0os re1uisitos da /ri0eira geração _ 

    i0/arcialidade@ legiti0idade atrav-s 0andato do Conselho de Segurança FCS da O"'@ /r-viaeist4ncia de acordo de /a9@ consenti0ento das /artes e0 con3ronto F%aranQi@ )GGD, ao 0es0o

    te0/o 1ue ganhava0 u0a nova caracter*sticaD a 0ultiAdi0ensionalidade. Passara0 a incluir 

    5reas 1ue at- a1ui não era0 garantidas /elas 0iss2es da O"'@ /or1ue era0 consideradas

    res/onsabilidade dos governos sa*dos da situação de con3lito violento@ e 1ue@ durante a =uerraA

    :ria@ era0 consideradas co0o inger4ncia nos assuntos internos do Estado. "ovas tare3as era0

    agora inclu*das nas 0iss2es de  peacebuilding D reconstrução 3*sica do /a*s@ desar0a0ento@

    des0obili9ação@ reintegração@ reconciliação@ des0inage0@ retorno de deslocados e re3ugiados@

    re3or0as institucionais nas 5reas dos direitos hu0anos@ justiça e de0ocrati9ação do regi0e@

    re3or0as 0acroecon0icas no sentido da abertura da econo0ia ao 0ercado e criação de

    condiç2es /ara a reali9ação de eleiç2es livres. # inclusão de ele0entos civis nas 0iss2es@

    sobretudo nas 5reas de reconstrução /sAcon3lito@ era ta0b-0 u0a novidade neste novo 0odelo

    F%aranQi@ )GGD(. Esta seria a 3r0ula `sagradaU /ara a /aci3icação de Estados e0 situação de

     /sAguerra. #ssi0@ as 0iss2es de  peacebuilding   da segunda geração 0arca0 o in*cio do

     /aradig0a do 0odelo inicial de reconstrução /sAcon3lito@ assu0indo@ na nossa o/inião@ tr4s

    caracter*sticas /rinci/aisD 0ultiAdi0ensionalidade@ abordage0 0ultiAn*vel e di0ensão 0ultiAlateral.

    MultiAdi0ensionalidadeA devido ao car5cter 0ultiAdi0ensional do  peacebulding @ visto 1ue este

     /rocesso não te0 o seu 3oco a/enas na di0ensão 0ilitar ou de segurança@ abarcando assi0 outras

    di0ens2es o 0ilitarAsegurança@ o /ol*ticoAconstitucional@ o econ0icoAsocial e o /sicoAsocial.

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    Segundo Mial et #l F(888D(86 eiste u0a 1uinta di0ensão transversal a todo o 0odeloD o a/oio

    internacional.

    #bordage0 0ultiAn*velA Esta caracter*stica 3oi debatida e0 (88H@ 1uando Kohn Paul 2utainable @econciliation IndiConstruir a /a9 nos con3litos actuais eige u0a dis/onibilidade a

    longo /ra9o /ara construir as in3raAestruturas aos v5rios n*veis da sociedade@ u0a in3raAestrutura

    1ue seja galvani9adora de recursos 1ue leve0 a reconciliação no seio dessa sociedade e 1ue

    0ai0i9e a ajuda eterna@ sendo 1ue o  peacebuilding  deve actuar nas v5rios n*veis da sociedade@

    a n*vel do indiv*duo@ das 3a0*lias@ das co0unidades e /or 3i0 do Estado no geral.? F

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    igrejas@ co0o /arte /ara legiti0ar ou ganhar aceitação /ara os acordos de /a9 be0 co0o /ara

    todo o /rocesso de /a9. Ta0b-0 te0os o /rocesso da de0ocrati9ação@ construção do Estado@ boa

    governação Ftrans/ar4ncia e /or Jlti0o te0os a /ro0oção do desenvolvi0ento econ0ico@

    erradicação da /obre9a. # /a9 negativa /or outro lado@ esta ligada a 1uest2es de segurança@ ou na

    re0oção i0ediata das a0eaças@ co0o ee0/lo concreto te0os a des0obili9ação dos

    co0batentes@ o desar0a0ento /or via do desco0issiona0ento ou /or via da eli0inação das

    ar0as@ e /or Jlti0o te0os a des0ilitari9ação institucional@ 3a9endo u0a re3or0a das 3orcas de

    segurança@ co0o ta0b-0 criar condiç2es a 3i0 de alcançar u0a educação /ara a /a9. # /a9

    negativa assi0 co0o a /a9 /ositiva tra9e0 /ara o /eacebuilding dois ele0entos a segurança e a

     justiça.

    +.). Objectivos do PeaceBuiding O peacebuilding  te0 dois objectivos /rinci/aisD garantir a transição de u0a situação de con3lito

     /ara u0a situação de /a9 e de evitar u0 retorno ao 0es0o@ /ara tal o  peacebuilding @ envolve

    u0a tri/la transição@ u0a transição de segurança da guerra a /a9@ u0a transição /ol*tica de u0

    autoritaris0o a u0a 3or0a 0ais /artici/ativa de governo ou a de0ocracia@ e u0a transição

    econ0ica@ 1ue inclui a reconstrução das ca/acidades econ0icas@ e 3re1uente0ente u0a

    0udança de u0a econo0ia centrali9ada a u0a econo0ia de 0ercado. Estes ingredientes são

    necess5rios /ara a criação de u0a /a9 autoAsustetavel@ a/esar de não haver o consenso e0

    relação aos tr4s e a orde0 cronolgica e0 1ue os 0es0os deve0 ser i0/le0entados F$eeu@)GG(D(N. Te0os co0o ee0/lo a 0issão de peacebuilding  e0 Moça0bi1ue@ esta 1ue envolveu

    as tr4s transiç2es@ co0 o a/oio da O"'MO$@ esta 1ue 3oi res/ons5vel /ela reintegração das

    3orças@ /ela criação das 3orças ar0adas de Moça0bi1ue na 5rea de segurança@ 3oi res/ons5vel

     /or ins/eccionar o /rocesso eleitoral na 5rea /ol*tica e /or 3i0 3oi res/ons5vel /or a/oiar as

    novas instituiç2es@ ajudar a i0/ulsionar a econo0ia@ visto 1ue Moça0bi1ue /assava de u0a

    econo0ia centrali9ada a u0a econo0ia de 0ercado.

    3.3. PeaceBulding  e0 Moça0bi1ueE0 Moça0bi1ue veri3icouAse a /resença da O"'MO$@ esta 1ue 3oi criada a (N de "ove0bro de

    (88) /ela resolução H8H das "aç2es 'nidas@ a O"'MO$ vinha assu0ir o /a/el /rinci/al da

    i0/le0entação dos acordos de /a9@ visto 1ue esta tinha a 0issão de su/ervisionar o /rocesso de

     /a9@ junto de u0a Co0issão de Su/ervisão e :iscali9ação FCS:@ /residida /elo re/resentante

    es/ecial do secret5rioAgeral das "aç2es 'nidas@ #ldo #jello e co0/osta /or re/resentantes das

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     /artes@ :reli0o e ena0o e dos /rinci/ais doares. :ora0 ta0b-0 criadas varias co0iss2es das

    1uais se destaca0D a Co0issão do Cessar :ogo@ Co0issão /ara a eintegração do Pessoal Militar 

    !es0obili9ado FCPM! e a Co0issão Conjunta /ara a :or0ação das :orcas de !e3esa de

    Moça0bi1ue FPure9a et#l@ )GGHD)6. Esta o/eração teve 1uatro co0/onentes b5sicasD /ol*tica@

    0ilitar@ hu0anit5ria e eleitoral. # co0/onente /ol*tica era regida /ela CS:@ esta 1ue substitu*a o

    governo e0 todas as 1uest2es ligadas a i0/le0entação do acordo geral de /a9. "a co0/onente

    0ilitar te0os a CP!M! 1ue era co0/osta /or observadores da "aç2es 'nidas. # base

    hu0anit5ria tinha co0o objectivo servir de instru0ento de reconciliação e actuar na ajuda ao

    retorno de /essoas deslocadas /ela guerra e /ela 3o0e. # O"'MO$ actuou atrav-s da 'nited

     Nation 4rganiation for Humanitarian Aitance CoordinationF'"O;#C@ a coordenação da

    O"' /ara assist4ncia hu0anit5ria. E /or 3i0 a di0ensão eleitoral esta 1ue 3icou a cargo da

    Co0issão "acional de Eleiç2es.

    Esta0os assi0 /erante u0a 0issão de peacebuilding @ actuando sobre os as/ectos de /a9 negativa

    e de /a9 /ositiva do peacebuilding @ visto 1ue não se tratava a/enas de 3a9er /ara a guerra@ 0ais

     /ro0over u0 a0biente /sicoAsocial co0 base nu0a cultura e educação /ara a /a9@ actuando não

    s sobre as causas i0ediatas do con3lito 0ais ta0b-0 nas suas causas /ro3undas. "o 1ue tange

    aos as/ectos de /a9 negativa houve a des0obili9ação e reintegração@ co0o ta0b-0 o

    desar0a0ento de 0ais de 6G.GGG soldados de a0bos os lados. O desar0a0ento 3oi /or via das

    O/eraç2es achel@ 1ue consistia e0 recu/erar e destruir as ar0as de 3ogo ainda na /osse ou sob

    o controlo de civis. Esta iniciativa 3oi /ro0ovida /ela #3rica do Sul@ junta0ente co0

    Moça0bi1ue co0 o objectivo /rinci/alD a destruição de esconderijos de ar0as contendo os

    restos da guerra e a li0itação das redes cri0inais entre os dois /a*ses@ no decurso das nove

    o/eraç2es 1ue tivera0 lugar e0 0eados de )GG+@ 3ora0 descobertos 0ais de NGG esconderijos de

    ar0as e v5rias toneladas de ar0a0ento e 0uniç2es 3ora0 destru*dos F

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    O /rogra0a de reintegração social não 3oi 0uito 3avor5vel@ co0o ee0/lo@ os soldados

    des0obili9ados recebera0 u0a co0/ensação corres/ondente a (6 0eses de sal5rios@ de/ois de

    u0 longo acantona0ento e0 condiç2es /rec5rias@ e a 0aioria destes não retornara0 as suas

    9onas de orige0@ 3a9endo co0 1ue se agravasse0 as suas di3iculdades de reintegração devido ao

    custo elevado de vida na cidade. Os re3ugiados 3ora0 dados u0 kit   de ali0entação e 3ora0

    deiados a sua sorte. E0 relação ao /rogra0a hu0anit5rio@ as suas actividades se centrava0

     basica0ente na reintegração da /o/ulação de deslocados e re3ugiados 1ue voltara0 ao /a*s a/s

    o abranda0ento da guerra civil co0 o #cordo =eral de Pa9 de (88). Segundo dados do

    !e/arta0ento de O/eraç2es de Pa9 da O"'@ N 0ilh2es de Moça0bicanos retornara0 as suas

    co0unidades de orige0@ e0 1ue de , a ,@ 0ilh2es era0 /essoas deslocadas interna0ente@ (@

    0ilh2es de re3ugiados e +HG 0il soldados des0obili9ados e seus de/endentes. O Escritrio /ara

    a Coordenação de #ssuntos ;u0anit5rios e o #lto Co0issariado das "aç2es 'nidas /ara ose3ugiados actuara0 no /rocesso de re/atriação e restauração de serviços essenciais /ara os

    Moça0bicanos 1ue retornara0 aos seus lugares de orige0. O /rogra0a hu0anit5rio tinha co0o

    intuito trabalhar na /ro0oção da reintegração dos a3ectados /elo con3lito@ dos eAco0batentes e

    dos soldados des0obili9ados. # O"'MO$ aco0/anhou os trabalhos de 0elhoria das condiç2es

    de in3raAestrutura de (88+ a (88, 1ue era0 essenciais /ara a /o/ulação tanto e0 car5cter 

    e0ergencial@ 1uanto e0 longo /ra9o@ 1ue era0 vitais /ara 1ue a /o/ulação tivesse condiç2es

    0*ni0as de u0a vida digna. "este sentido@ a des0inage0 do territrio 3oi u0 dos trabalhos 1ue

    a 0issão aco0/anhou co0 0ais a3inco.

     "a di0ensão da /a9 negativa do  peacebuilding @ Moça0bi1ue 3oi u0 sucesso@ visto 1ue troue

    u0 3i0 de3initivo ao con3lito ar0ado be0 co0o a reintegração e des0obili9ação dos

    co0batentes@ co0 a O/eração achel e co0 o Projecto Tae@ a/esar das descon3ianças 1ue

    estivera0 /or detr5s das O/eraç2es achel@ visto 1ue 3rica do Sul /ortava u0 objectivo não

    declarado /or detr5s desta O/eração@ 1ue era o i0/edir e controlar a trans3er4ncia de ar0as

    ligeiras e /esadas FS#

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    dlares. !ina0arca@ ;olanda@ Su-cia e "oruega contribu*ra0 de 3or0a co0binada (.8N 0ilh2es

    de dlares /ara /rut 8und  da ena0o@ houve ta0b-0 a/oio /or /arte dos Estados 'nidos de

    #0-rica@ estas doaç2es 3ora0 /ara garantir 1ue a ena0o /artici/asse das eleiç2es@ co0o

    ta0b-0 /ara ajudar a criar /artidos /ol*ticos vi5veis /r-Acondição /ara organi9ar eleiç2es li0/as

    e trans/arentes F=entili@)G(+D(+.

    O recensea0ento eleitoral ocorreu de /ri0eiro de Kunho a ) de Sete0bro catalogando 6( da

     /o/ulação de eleitores esti0ados@ e0 1ue N.+8N.GN( 3ora0 cadastrados. # O"'MO$ se

     /re/arou /ara a observação e veri3icação das eleiç2es co0 0ais de ).+GG observadores

    internacionais no /a*s@ de v5rias organi9aç2es internacionais e e0 torno de 8GG das "aç2es

    'nidas.

    O /residente e0 eerc*cio@ Koa1ui0 Chissano@ do /artido :E

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    notouAse a de0ocrati9ação de Moça0bi1ue@ co0 a ado/ção da nova constituição e0 (88G@ e co0

    as /ri0eiras eleiç2es gerais e0 Moça0bi1ue e0 (88,@ a/esar de algu0as a0eaças de retirada

    das eleiç2es /or /arte da ena0o. Ta0b-0 houve u0a transição na 5rea de segurança@ co0 a

    reintegração e co0 a criação das 3orcas de de3esa e segurança de Moça0bi1ue co0 a su/ervisão

    da O"'MO$ e de outras 3orcas@ /rovenientes da O"'. "a 5rea econ0ica observouAse u0a

    liberali9ação da econo0ia@ /assouAse de u0a econo0ia centrali9ada a u0a econo0ia de

    0ercado@ conseguindo assi0 a O"'MO$ /ro0over o t-r0ino da guerra@ co0o ta0b-0 a

     /revenção do retorno ao con3lito.

    Pore0 houve outro as/ecto 3unda0ental /ara a construção da /a9 e0 Moça0bi1ue@ 1ue 3oi o

     /a/el dos tiQanga Fcurandeiros ou 0-dicos tradicionais@ estes 1ue tinha0 o /a/el de /siclogos

    e de conselheiros. isto 1ue houvera0 trau0as e 3rustraç2es de 3or0a variada@ coube as

    instituiç2es religiosas tradicionais a 0itigação de alguns desses trau0as atrav-s de ceri0nias de

     /uri3icação ou li0/e9a es/iritual. Este acto de /uri3icação /ressu/2e a li0/e9a si0blica dos

    es/*ritos dos 0ortos 1ue não 3ora0 devida0ente se/ultados@ /revenindoAse assi0@ doenças e

    outros so3ri0entos aos 3a0iliares dos 1ue /artici/ara0 na guerra F;onana@ )GG)D),A),H.

    &uanto aos objectivos de /a9 /ositiva do  peacebuilding   e0 Moça0bi1ue@ e0 /arte 3ora0

    cu0/ridos visto 1ue a guerra e a viol4ncia 3ora0 substitu*das /or u0a co0/etição /ol*tica nu0

    conteto e0 1ue houve a criação de estruturas 3or0ais de de0ocr5ticas@ co0o a criação da

    Co0issão "acional de Eleiç2es FC"E@ co0o ta0b-0 a criação de u0 /arla0ento@ o 0es0o 1ue

    no dia 6 de !e9e0bro de (88, assu0iu suas 3unç2es e0 Moça0bi1ue. "o L0bito econ0ico

    Moça0bi1ue co0eçou a alcançar algu0 cresci0ento@ a/esar dos constrangi0entos e da

    de/end4ncia /ela ajuda eterna concreta0ente do :undo Monet5rio Internacional F:MI e do

    %anco Mundial.

     

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    Consideraç2es :inais

    O  peacebuilding   - u0a actividade 0ultiAdi0ensional@ envolve a 5rea /olitica@ a 5rea de

    segurança e a 5rea econ0ica. E /ara o caso de Moça0bi1ue esta 3oi e3ectiva a/esar de certas

    lacunas. Pois houve u0a transição /ara u0a de0ocracia liberal@ 0as esta não re/resentou u0a

    0elhoria de vida /ara u0a boa /arte da /o/ulação@ ainda 0ais sujeita a viol4ncia estrutural

    aguda@ /ois a de0ocracia 3oi 0era0ente 3or0al@ na 1ual não estava0 assegurados os direitos

    ele0entares co0o a liberdade de e/ressão e os direitos hu0anos. Contudo o /eacebuilding 3oi

    e3ectuado co0 sucesso@ no 1ue tange aos ele0entos da /a9 negativa@ co0o aos as/ectos da /a9

     /ositiva. O grande 0arco do sucesso 3ora0 as reali9aç2es e0 (88, das eleiç2es gerais deMoça0bi1ue@ 1ue 0arcara0 o 3i0 da 0issão da /a9 de Moça0bi1ue@ co0 o t-r0ino do 0andato

    da O"'MO$.

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    %ibliogra3ia3A;TUN3@ Kohan. Three a//roaches to /eaceD Peace7ee/ing@ Peace0a7ing@ and Peacebuilding.

    InD =#

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    3ENTI;I@ #nna Maria. 

    'niversidade de elacoes Internacionais. %rasilia. )G(G.

    ;EDERAC6@ Kohn Paul. %uilding PeaceD sustainable reconciliation in divided societies.

    RashingtonD 'nited States Institute o3 Peace Press. (88H

      BARAN&I@ Ste/hen F)GG Rhat 7ind o3 /eace is /ossible in the /ostA8W(( era D Ror7ing

     /a/er. .nsiAins.ca. isitado e0 )+ de Outubro de )G(.

    MIA;;  F;ugh@ a0sbotha0 Oliver e Roodhouse To0@ Contemporan; Conflict 

     @eolution.Ca0bridge@ PolitQ Press. (888

    PUREZA@ Kos- Manuel et al. . 4pera!5e de Pa6 na Na!5e 0nida. 4 cao de Angola,

    /imor1*ete e Mo!ambiFue. Centro de Estados Sociais da 'niversidade de Coi0bra. )GGH.

    http://www.nsi-ins.ca/http://www.nsi-ins.ca/