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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM PROCESSOS DE COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Por: Adriana da Silva Pozzi Orientador Prof. Willian Rocha Rio de Janeiro 2011

PROCESSOS DE COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA · RESUMO Nos dias de hoje, ... alçada a princípio constitucional. E, como . 10 ... (Elementos de direito administrativo,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

PROCESSOS DE COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Por: Adriana da Silva Pozzi

Orientador

Prof. Willian Rocha

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

PROCESSOS DE COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestor Público

Por: Adriana da Silva Pozzi.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Deus eterno e todo

Poderoso, a possibilidade de

crescimento e de permitir a realização

deste trabalho; a minha mãe Rosélia,

fiel incentivadora, pela sua presença

incansável; aos meus filhos amados e

queridos, Ramon e Pilar, pelo tempo

que lhes tirei; ao “Grupo fechado da

Fiocruz” - como éramos chamados pela

turma – Luciene, Alexandre e Carla

pela união e incentivo. Foi muito bom

contar com vocês...

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é carinhosamente dedicado

a estrutura que possibilitou a sua

realização: Minha família.

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RESUMO

Nos dias de hoje, a Administração Pública tem passado por diversas

transformações com o advento da internet. O governo, que até então se

mostrava um tanto quanto burocrático, ineficiente e pouco transparente, tem se

utilizado dos recursos da tecnologia de informação para se reestruturarem e se

adequarem às exigências quanto à eficiência, desburocratização e

transparência de suas ações.

O presente trabalho pretende demonstrar a importância da utilização

de novas tecnologias de informação no âmbito da Administração Pública, na

busca por maior eficiência e celeridade nas compras realizadas pelos entes

públicos, analisando os efeitos da modernização do Processo Licitatório

Brasileiro, notadamente através da implantação da modalidade Pregão, em sua

forma eletrônica. É notório o crescimento significativo da utilização do pregão

eletrônico como modalidade de licitação.

O trabalho ressalta a eficácia da implantação e do uso do Pregão

Eletrônico em relação às finalidades ambicionadas pelo ente público e para as

quais o mesmo foi criado, entre elas, redução da burocracia e dos custos,

agilidade do sistema, flexibilidade, aumento da publicidade e, principalmente, o

de revestir de maior transparência os processos de compra e contratação

pública. Busca esse trabalho expor uma reflexão de cunho teórico. Deseja-se,

demonstrar de que forma a utilização do pregão eletrônico pode agregar novos

valores aos processos licitatórios, dando maior eficiência e agilidade, além de

reduzir os custos e o tempo do procedimento dos mesmos.

Uma pesquisa também foi realizada no setor de compras do Instituto

Oswaldo Cruz com o intuito de trazer o embasamento legal requerido ao

estudo apresentado.

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Foi possível identificar resultados benéficos trazidos pelo uso e

aplicação do pregão eletrônico, bem como inúmeras vantagens alcançadas por

essa modalidade no tocante à inovação e modernização da administração

pública.

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METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido em pesquisas do tipo bibliográfica,

com fundamentos baseados em publicações, livros, trabalhos acadêmicos,

revistas, sites da internet, buscando apresentar a relação de compras no

âmbito da Administração Pública Federal.

As fontes principais dos dados e informações foram às leis, decretos

normas, artigos, revistas especializadas e autores com notório saber em tais

assuntos.

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SUMÁRIO

Folha de apresentação ....................................................................... 02

Agradecimento ..................................................................................... 03

Dedicatória ........................................................................................... 04

Resumo ................................................................................................ 05

Metodologia.......................................................................................... 07

Sumário ................................................................................................ 08

Introdução ............................................................................................ 09

Capítulo I – Compras na Administração Pública. ................................. 11

Capítulo II – Aquisições de bens e serviços no Governo Federal ........ 19

Capítulo III – Licitação – Modalidades de compras .............................. 24

Conclusão . .......................................................................................... 31

Referências Bibliográficas ................................................................... 32

Folha de Avaliação ............................................................................... 33

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INTRODUÇÃO

Toda instituição pública tem o dever de gerir com eficiência os recursos

financeiros e orçamentários a e ela repassados. Neste intuito e buscando

atingir seu papel social, bem como atender o interesse coletivo, torna-se

necessário à prática de uma infinidade de atos, dentre estes, a realização das

compras de acordo com os princípios institucionais que se encontram inseridos

na Constituição Federal. Será focado o trabalho do Instituto Oswaldo Cruz

(unidade da Fundação Oswaldo Cruz).

Na busca pela desburocratização, por uma atividade licitatória menos

formal e, ainda, por alternativas na melhoria da gestão dos recursos públicos,

uma vez que é de competência da Administração Pública gerir os recursos

públicos de maneira eficaz, o Governo Federal inovou na forma de realizar

suas aquisições, criando uma nova Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, o

Congresso Nacional acabou por estender a aplicabilidade dessa modalidade

licitatória aos Estados e Municípios, instituída inicialmente pela Medida

Provisória nº. 026/00, antes restrita ao âmbito da União. Passando a ser a

sexta modalidade de licitação - o pregão eletrônico, e agregou novos valores

aos processos licitatórios, dando maior eficiência e agilidade, além de reduzir

os custos e o tempo do procedimento licitatório. Diferentemente das demais

modalidades de licitação onde a prática e a seqüência lógica dos atos que lhe

são atribuídos determinam uma contratação lenta e burocrática, esta

modalidade que será apresentada trouxe celeridade, diminuindo assim, os

prejuízos à Administração Pública em função da morosidade.

Atualmente é necessário que os gestores públicos tenham uma maior

agilidade, segurança, presteza e, principalmente, transparência no tratamento

das contratações de bens e serviços, sem perder de vista os princípios da

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, atualmente, a questão

da eficiência administrativa, alçada a princípio constitucional. E, como

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conseqüência disso, a busca pela redução de custos e agilidade de

procedimentos e rotinas nas compras e contratações tem sido uma

preocupação constante no setor público.

Diante da necessidade de aperfeiçoamento das modalidades de licitação

existentes, e vislumbrando a busca de soluções para as dificuldades

encontradas é introduzida uma nova modalidade, com a proposta de maior

agilidade e desburocratização dos procedimentos licitatórios.

O pregão surge em um contexto de reformas e diante do anseio

generalizado por certames licitatórios mais ágeis, com diminuição dos custos

operacionais e uma maior eficiência da Administração no cumprimento de sua

finalidade primordial, qual seja, o atendimento ao interesse público.

Com a utilização da tecnologia de informação nas etapas de realização

do pregão eletrônico, conseguiu-se uma modernização do procedimento, o que

teoricamente resultou num elevado ganho de eficiência, com proporcional

redução dos custos envolvidos.

Por tratar-se de uma inovação, cuja implantação e operacionalização

geram modificações ao contexto pré-existente, é necessário criar parâmetros

que justifiquem a escolha.

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CAPÍTULO I

PROCESSO DE COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

"Se quisermos avançar na adoção de formas modernas

de gestão pública, é imprescindível, também, que os

servidores passem a ter uma nova visão de seu papel,

pois é no dia a dia do exercício das funções públicas que

a mais profunda e verdadeira reforma vai realizar-se.”

(CARDOSO, 1995).

Neste capítulo abordaremos a administração Pública, nas compras

governamentais, suas manifestações atuação segundo as normas pertinentes

a cada ato e de acordo com a finalidade e o interesse coletivo na sua

realização. Assim, para a consecução dos objetivos traçados pela Lei, a

Administração Pública necessita contratar obras e serviços, realizar compras,

sendo que para a efetivação dessas contratações faz-se necessária a

realização de prévia licitação.

Assim, a seção inicial apresenta as características gerais do sistema

compras governamentais na administração Publica trazendo o contexto em que

foi elaborada a Lei de Licitações (Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993), as

exceções que garantem preferência à produção nacional e um quadro geral

dos gastos com compras nos três níveis de governo.

A seção da Editora RT Revistas dos Tribunais 8ª Edição Revista

ampliada e atualizada Odete Medauar, analisa os procedimentos de compra

presentes na legislação brasileira, trazendo um quadro geral de que

modalidades o governo federal vem utilizando em suas compras destinadas a

custeio. A seção final traz a introdução das tecnologias da informação nas

compras brasileiras, destacando a criação do sítio comprasnet

(www.comprasnet.gov.br) e a simplificação dos processos e reduções de custo

conseguidas com isto.

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Tem como finalidade zelar pela melhor gestão dos interesses públicos

devolvendo para a sociedade aquilo que lhes foi tirado com o propósito de

atingir o bem social em todas as esferas governamentais.

O Portal Comprasnet foi criado em 1998 para atingir o seguinte objetivo:

“(...) avançar na melhoria das ações de logística governamental e, também

pelas necessidades de se alcançar maior amplitude, divulgação e

transparência às compras e contratações do governo federal”. (BRAGA, 2001,

p. 4). O sítio é mantido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O primeiro momento do sítio se caracterizou por divulgar os avisos e

editais das modalidades de licitação do Governo Federal através do Sistema de

Divulgação Eletrônica de Compras (SIDEC) e o resumo dos contratos da

Administração Federal Direta e Indireta.

A partir de dezembro de 2000 passou a ser realizado o pregão eletrônico

no Portal. Nesse período foram colocadas as seguintes funcionalidades à

disposição dos cidadãos e fornecedores:

“(...) disponibiliza opções específicas de acesso para o pregoeiro,

fornecedores e a sociedade em geral. Para o pregoeiro, que irá monitorar a

realização do processo de compras, o acesso se dá através de senha

específica, a partir da qual, passa a ter visibilidade sobre as propostas

recebidas, classificadas em relação ao menor preço ofertado, além do acesso à

descrição do objeto, valor de referência, entre outras informações.

Adicionalmente, o sistema mantém um “Chat” para a comunicação (Pregoeiro x

Fornecedor), onde podem ser esclarecidas dúvidas e outras informações

pertinentes ao Pregão Eletrônico que estiver sendo realizado.

A opção fornecedor permite a elaboração e o encaminhamento da

proposta, trazendo mensagens de “operação realizada com sucesso”, ou de

devolução quando esta não for acatada. O fornecedor sempre terá a visão da

melhor proposta e do lance de menor valor, podendo participar ou não da

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competição na etapa de lances. Caso seja exigido em edital, o fornecedor

poderá anexar à sua proposta, arquivo contendo especificação detalhada do

objeto. A sociedade pode acompanhar o processo de licitação que, ao final,

terá disponibilizada pelo sistema, a todos interessados, ata circunstanciada dos

fatos ocorridos ao longo do certame”. (BRAGA, 2001, p.5).

Como empresa da Administração Pública, o Instituto Oswaldo Cruz, em

todas as suas manifestações, deve atuar com legitimidade, ou seja, segundo

as normas pertinentes a cada ato e de acordo com a finalidade e o interesse

coletivo na sua realização.

Torna-se necessário a prática de uma infinidade de atos e, dentre estes,

a realização das compras de bens e serviços que são de ordem administrativa,

de acordo com os princípios institucionais que se encontram inseridos na

Constituição Federal que são eles: Legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e, atualmente, a questão da eficiência administrativa. Segue abaixo

os princípios listados e conceituados conforme nossa Constituição Federal de

1988 art. 37.

• Legalidade - Na sua concepção originária esse princípio vinculou-se à

separação de poderes e ao conjunto de idéias que historicamente

significaram oposição às práticas do período absolutista. No conjunto

dos poderes do Estado traduzia a supremacia do poder legislativo em

relação ao poder executivo; no âmbito das atuações, exprimia a

supremacia da lei sobre os atos e medidas administrativa, Mediante a

submissão da Administração à lei, o poder tornava-se objetivado;

obedecer à Administração era o mesmo que obedecer à lei, não à

vontade instável da autoridade. Daí um sentido de garantia, certeza

jurídica e limitação do poder contido nessa concepção do princípio da

legalidade administrativa.

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• Impessoalidade - No entender de Celso Antônio Bandeira de Mello,

impessoalidade “traduz a idéia de que a Administração tem que tratar a

todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas.

O princípio em causa não é senão o próprio princípio da legalidade ou

isonomia” (Elementos de direito administrativo, 1992, p. 60). Os

aspectos apontados acima representam ângulos diversos do intuito

essencial de impedir que fatores pessoais, subjetivos sejam os

verdadeiros móveis e fins das atividades administrativas.

• Moralidade - O princípio da moralidade é de difícil tradução verbal talvez

porque seja impossível enquadrar em um ou dois vocábulos a ampla

gama de condutas e práticas desvirtuadoras das verdadeiras finalidades

da Administração Pública. Em geral, a percepção da imoralidade

administrativa ocorre no enfoque contextual; ou melhor, ao se considerar

o contexto em que a decisão foi ou será tomada. A decisão, de regra,

destoa do contexto, e do conjunto de regras de conduta extraídas da

disciplina geral norteadora da Administração.

• Publicidade - A Constituição de 1988 alinha-se a essa tendência de

publicidade ampla a reger as atividades da Administração, invertendo a

regra do segredo e do oculto que predominava. O princípio da

publicidade vigora para todos os setores e todos os âmbitos da atividade

administrativa. Um dos desdobramentos desse princípio encontra-se no

inc. XXXIII do art. 5.', que reconhece a todos o direito de receber, dos

órgãos públicos, informações do seu interesse particular ou de interesse

coletivo ou geral.

• Eficiência - Agora a eficiência é princípio que norteia toda a atuação da

Administração Pública. O vocábulo liga-se à idéia de ação, para produzir

resultado de modo rápido e preciso. Associado à Administração Pública,

o princípio da eficiência determina que a Administração deve agir, de

modo rápido e preciso, para produzir resultados que satisfaçam as

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necessidades da população. Eficiência contrapõe-se a lentidão, a

descaso, a negligência, a omissão - características habituais da

Administração Pública brasileira, com raras exceções.

A licitação objetiva garantir a observância do princípio constitucional da

isonomia e selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, de

maneira a assegurar oportunidade igualitária a todos os interessados,

possibilitando assim o comparecimento ao certame do maior número possível

de concorrentes.

Face às considerações traçadas, o objetivo deste estudo é analisar o

pregão eletrônico como um instrumento econômico e eficiente de promoção da

inovação e modernização das compras públicas. Destarte, constitui-se objetivo

final do presente estudo identificar se o pregão eletrônico traduz-se em um

instrumento eficaz de inovação e modernização da administração, no tocante

às compras públicas.

1.1 - Conceito

O estudo teve como objetivo apresentar uma proposta de intervenção na

atividade de compras e contratações da FIOCRUZ visando dotar a Instituição

de modelo integrado de compras e regulamento adequado à sua área de

atuação para conseguir atingir sua missão, a consecução dos interesses

públicos que lhe são pertinentes, e ainda dar cumprimento a todos os seus

programas. Torna-se necessário que esta Fundação tenha uma gestão interna

voltada para a operacionalização de ações administrativas com enfoque legal,

que permitam às áreas operacionais e de planejamento obter o suporte

necessário à finalização de suas atividades.

Neste contexto, vislumbra-se a prática da licitação como instrumento

para atingir um fim, qual seja, onde a FIOCRUZ tenha condições de oferecer a

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infra-estrutura necessária para que seu corpo funcional consiga atingir as

metas estabelecidas.

Ao final, o presente trabalho apresenta conclusão com análise crítica de

todas as informações obtidas. Espera-se que este trabalho contribua para a

melhoria dessa atividade no âmbito da Fundação Oswaldo Cruz, em especial

junto a unidade Instituto Oswaldo Cruz, e também em outras esferas públicas

federais, situadas no Ministério da Saúde e no Ministério da Ciência e

Tecnologia, através da replicação do modelo e regulamento proposto.

1.2 – Breve histórico sobre o Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ

Instituição de saúde pública, conhecida mundialmente – Fundação

Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), iniciou seus trabalhos em 1900, como uma iniciativa

pioneira no país para a produção de vacinas, e foi inicialmente denominada por

Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Nos dias de hoje, está sub-dividida por Unidades

e o IOC é uma delas. Em seus 110 anos de existência o Instituto Oswaldo

Cruz (IOC) diversificou suas ações e hoje constitui um complexo que gera

conhecimento, produtos e serviços na área biomédica para atender as

necessidades da saúde da população brasileira.

O IOC atua nas áreas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e

inovação e na prestação de serviços de referência para diagnóstico de doenças

infecciosas e genéticas e controle de vetores, amparado pela ação de

comissões internas responsáveis por garantir os padrões de biossegurança, de

qualidade e de gestão ambiental. O IOC também mantém coleções científicas

de importância nacional e internacional e forma cientistas e técnicas através da

atuação na educação profissional e de pós-graduação.

A base de ação do Instituto são seus 71 laboratórios de pesquisa,

desenvolvimento tecnológico e inovação, dedicados ao estudo e à geração de

produtos e insumos para diversas doenças. A interface mais direta do IOC

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junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) consiste na prestação de serviços de

referência de âmbito regional, nacional e internacional. A interface com a

população se dá através da assistência médica de referência em Hanseníase e

Hepatites, da capacitação profissional oferecida nas diversas modalidades de

cursos, e da atualização constante de seu sítio na internet.

Os acervos biológicos que compõem as Coleções Científicas do IOC

formam um conjunto de amostras de valor estratégico para o estudo de

diversas doenças. Na área de pós-graduação, são oferecidos dezenas de

cursos em programas lato sensu e stricto sensu, além de cursos técnicos.

Até 1907, quando o Instituto foi premiado com a grande medalha de ouro

do Congresso Internacional de Higiene e Demografia, em Berlim, sua produção

científica, divulgada pelos periódicos mencionados, resultava do trabalho de

jovens pesquisadores que nunca tinham frequentado outro centro de

investigação. Só depois daquele evento cientistas renomados como Stanislas

Von Prowazek, Gustav Giemsa e Max Hartmann manifestaram interesse em

trabalhar nos laboratórios de Manguinhos, aqui permanecendo por longo tempo

colaborando em estudos sobre varíola, citologia, soro antidiftérico,

espiroquetose, ciliados, amebas, triconinfas, hemogregarinas e outros

protozoários.

O impacto da premiação do Instituto foi decisivo em outros aspectos. O

projeto que transformava o Instituto Soroterápico Federal em "Instituto de

Patologia Experimental", adormecido há longo tempo no Congresso, foi

rapidamente aprovado e sancionado pelo presidente Affonso Penna, como

Decreto n° 1812, em 12 de dezembro de 1907. Ao ser aprovado pelo Governo

o respectivo regimento, em 19 de março de 1908, foi oficialmente adotado a

denominação "Instituto Oswaldo Cruz".

Inaugurado em 1908, o Curso de Aplicação foi a primeira escola

brasileira de pós-graduação, verdadeira inovação no panorama científico

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nacional. Nele se ensinava e trabalhava, durante dois anos, sobre métodos de

investigação e experimentação em microscopia, microbiologia, imunologia,

física e química biológica, e parasitologia sensu lato.

Foi assim que especificamente destinado à fabricação de soro e vacina

contra a peste e à campanha contra essa endemia, o Instituto Soroterápico

formou um pequeno grupo que rapidamente absorveu e ampliou o

conhecimento científico e tecnológico necessário ao sucesso da empresa. De

posse desse know-how, uma estrutura medíocre limitar-se-ia a uma

produtividade rotineira, de grande utilidade social, mas confinada à sua

finalidade imediata. Quis o acaso, porém, que à frente do empreendimento

estivesse alguém preparado para entender que esse bem sucedido primórdio

científico e tecnológico podia ser ampliado para abranger outros campos da

patologia nacional. Com um desenvolvimento científico nivelado, aos mais altos

padrões da época, associado à transmissão do conhecimento através do Curso

de Aplicação e à produção de vários agentes profiláticos, terapêuticos e

diagnósticos, já em 1909 o Instituto Oswaldo Cruz havia assumido, numa

sequência inversa, as tarefas que hoje caracterizam a moderna Universidade:

ensino, pesquisa e extensão. E, para melhor assegurar a difusão do

conhecimento gerado em seus laboratórios, pôs em circulação a partir de 1909

as "Memórias do Instituto Oswaldo Cruz", atualmente o mais antigo periódico

biomédico da América Latina.

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CAPÍTULO II

A AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS NO GOVERNO

FEDERAL

A criação de uma empresa, de acordo com Clézio Santos,

"Uma organização pública forma-se por diversas razões e

interesses, porque é dirigida para atender às

necessidades da população. Ela permite aos seus

dirigentes desenvolver projetos, realizar atividades,

superar obstáculos, controlar seu ambiente, por meio da

especialização das tarefas, da coordenação de esforços,

da unidade de direção e do uso inteligente dos recursos.

A organização pública pode, assim, fazer mais do que um

governo sozinho faria”. (SANTOS, 2006, p. 21)

Este capítulo vai abordar a redução de custos e de tempo, gerando os

seguintes benefícios: economia, desburocratização e rapidez. Disciplinando

esse assunto, o nosso ordenamento jurídico conta com a lei 8.666/93, que trata

das normas gerais relativas à licitação, as quais devem ser seguidas por todos

aqueles que estão obrigados a licitar. Princípio constitucional, apenas sendo

dispensada ou inexigível expressamente previsto em Lei.

Conforme Morais e Madeira (2002, p.125) esta lei, deve ser seguida a

risca, segundo comentário de representante da Secretaria de Logística e

Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão.

Porém, as modalidades instituídas e adotadas pela lei 8.666/93

passaram a mostrarem-se, ao longo dos anos, burocráticas e um tanto lentas

no seu desdobramento e, em determinados casos, onerosas aos cofres

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públicos. Nesse contexto, em muitos casos, também não deram a celeridade

desejável à atividade administrativa destinada ao processo de escolha de

futuros contratados.

2.1 – O Processo da aquisição de bens e Serviços no Âmbito

Federal

As obras, serviços, compras e alienações, exceto em casos

determinados em lei e obedecendo aos princípios já citados, serão contratadas

mediante processo de licitação que busque assegurar igualdade de condições

a todos os concorrentes. Destaca-se que a regulamentação deste inciso foi

feita pela Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e alterações posteriores que

instituiu as normas e os procedimentos para realização de compras nos três

níveis de governo.

Esta circunstância, que sensibilizava particularmente o Congresso,

concorreu para o detalhismo de procedimentos e o caráter exaustivo da lei, que

deixa pouca ou nenhuma margem para a normatização autônoma do assunto,

por cada órgão ou entidade, ou para a adaptação de procedimentos a

circunstâncias específicas.

Destaca-se ainda que este contexto contribua a explicar o grande

número de artigos da lei, um total de 126, contra 90 do Decreto-Lei anterior, e a

pouca liberdade dada aos agentes públicos, aos quais é vedado admitir,

prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que

comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam

preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos

21 licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para

o específico objeto do contrato.

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É também proibido estabelecer tratamento diferenciado entre empresas

brasileiras e estrangeiras, sendo a única exceção a compra de bens e serviços

de informática, conforme definido na Lei n. 8.666, art. 3º, § 1º, inciso II.

Assim, o combate à corrupção também exerceu alguma influência

sobre a forma como é feita à avaliação das licitações e esta se concentra na

legalidade do processo, havendo pouca referência a sua economicidade, sendo

que o acompanhamento das compras é feito pelos Tribunais de Contas

somente muito tempo após as compras já terem sido realizadas e não há um

órgão coordenador que atue em todas as fases do processo.

A Lei nº 8.666/93 é considerada por alguns especialistas como um dos

principais entraves à melhoria da gestão das aquisições governamentais. Estes

afirmam que a licitação traz regulamentações extremamente complexas e

morosas e que não garante a pretendida transparência e a ausência de

corrupção.

O formalismo exacerbado da citada lei, gera uma demora excessiva na

realização do processo de compras além de se apresentar como uma forma de

controle burocrático de eficácia duvidosa.

Dessa forma, os governos são pressionados a mudar constantemente

para se adequarem às necessidades que a sociedade do conhecimento impõe.

E, em busca de uma maior eficiência como forma de resposta aos anseios dos

cidadãos, a administração pública vem fazendo uso intensivo das tecnologias

de informação e comunicação, aplicando-as nos serviços públicos.

Este uso tem suscitado reflexões em torno dos meios de utilização das

novas tecnologias, em particular a Internet, de forma a colocar em prática as

mudanças requeridas pelo novo ambiente.

Nesse sentido, pode-se dizer que:

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“A Internet constitui uma vida comunitária regulada por interações, e

não por leis, decretos, portarias ou “medidas provisórias”. Os seres orgânicos

das comunidades virtuais, desvencilhados da coincidência histórica entre

espaço e tempo, fazem valer o salvo-conduto para estar em toda parte sem

sair do lugar. Longe de dispensar os indivíduos de deveres éticos, o

ciberespaço propõe uma coexistência auto-regulada, em constantes revisões.

Longe de padronizar condutas com base numa “maioria moral” (normas e

interdições a serviço das totalidades dominantes), a cibernética apoia-se em

regras e valores consensuais estabelecidas pelas células de usuários,

respeitando-se a pluralidade de contextos, os projetos societários e, acima de

tudo, a liberdade de manifestação do pensamento”. (MORAES, 2000).

2.2 – Conceito

Muito tem se discutido sobre a utilização e aplicação do Pregão

Eletrônico na Administração Pública Federal, a qual tem impactado as

contratações feitas pelo Governo, apresentando inúmeras vantagens aos entes

públicos, devido às suas características de agilidade, economia,

desburocratização, publicidade e eficiência na contratação.

Também motivou a presente pesquisa a escassa literatura sobre o tema

pregão eletrônico, o qual é relevante justamente por ser inovador, acabando

por acarretar grandes 18 repercussões em nosso ordenamento jurídico e na

aplicabilidade das demais modalidades licitatórias da Lei nº. 8.666/93, que

praticamente estão perdendo campo de aproveitamento.

E, tendo em vista suas características inovadoras e peculiares, as quais

poderão causar certa desconfiança e aversão por parte de alguns gestores

governamentais, por diversos fatores, dentre eles a falta de estrutura

tecnológica e a falta de incentivo para a qualificação de seus servidores,

tornou-se imperativa a realização do estudo aqui apresentado como forma de

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avanço no conhecimento sobre a eficácia da implementação do pregão

eletrônico.

Deste modo, não se pode negar que a ideologia fincada no modelo de

Administração burocrática, com nítida preocupação com o processo e controle

dos atos da Administração, que orientou (e talvez ainda oriente) a formação

das normas que regulamentam os procedimentos licitatórios, fracassam neste

desiderato; a uma, porque a complexidade das licitações, com um volume

exagerado de documentos e exigências legais, quando não afastam potenciais

contratados, emperram sobremaneira a gestão da coisa pública; a duas,

porque em sentido contrário à finalidade da licitação, os licitantes se

especializam no cumprimento formal das burocracias dos Editais, deixando de

lado a preocupação com a prestação mais eficiente à Administração.

Entretanto, ao Gestor Público compete zelar pela moral administrativa de

suas ações e dele sempre se esperou eficiência e economicidade na sua

atuação, sendo certo que, na busca de uma de gestão de resultados, deve-se

pugnar pela minimização de custos e de tempo, principalmente num momento

em que, a toda evidência, os recursos públicos são finitos, em contraposição à

uma infinidade de atividades ainda sob a responsabilidade e execução direta

pelo Estado.

E no intuito de dar efetividade aos postulados acima mencionados,

verifica-se a constante criação de mecanismos visando à otimização das

atividades do Gestor Público. E é neste contexto e atendendo reivindicações

reiteradas, que o governo acabou por instituir a nova modalidade de licitação -

o pregão – com o objetivo básico de acelerar o procedimento licitatório e

reduzir custos.

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CAPÍTULO III

LICITAÇÃO – MODALIDADES DE COMPRAS

Neste trabalho será demonstrado o processo licitatório na Administração

Pública com ênfase na modalidade de licitação denominado Pregão. O objetivo

deste estudo é expor uma reflexão de cunho teórico, demonstrando o desafio

atual dos gestores públicos dentro da modalidade licitatória pregão, na escolha

da proposta mais vantajosa para os bens e serviços comuns, sem prejuízo de

qualidade, desde os procedimentos, no ato de licitar, até o resultado final, no

momento da homologação. Também serão retratados os pontos críticos e os

relevantes da modalidade Pregão.

Este procedimento licitatório foi instituído em um contexto de mudanças,

na busca por maior eficiência e celeridade nas compras realizadas pelos entes

públicos. A instituição do pregão tende a substituir as modalidades tradicionais

instituídas pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, por procedimentos

licitatórios mais ágeis e eficientes, atribuindo praticidade à atividade

administrativa.

Hely Lopes Meirelles, (1999, p.23), conceitua licitação como: ”O

procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona

a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse”, torna-se

indiscutível que em todo e qualquer certame licitatório busca-se instalar efetiva

e real competição entre aqueles que por ele se interessam. Constitui finalidade

precípua da licitação a busca da proposta que se apresente mais vantajosa,

observados e respeitados para esse efeito, os critérios fixados no edital

respectivo. Pretende-se, com isso, em cada procedimento instaurado,

perseguir e alcançar a condição mais econômica para o contrato de interesse

da administração. A igualdade entre os licitantes é pressuposto de validade da

licitação, que não se confunde com seu objetivo, que é a seleção da proposta

mais vantajosa para a Administração.

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A Lei Federal nº 8.666/93, com as alterações introduzidas pela Lei nº

8.883/94 estabelece a obrigatoriedade do Poder Público em realizar licitações

públicas sempre que desejar adquirir algum bem ou contratar serviços. Essa é

a regra geral. As exceções são as hipóteses de dispensa e inexigibilidade de

licitação, estabelecidas na Lei. Inicialmente, a Lei 8.666/93, em seu artigo 22,

enumera cinco modalidades de licitação, quais sejam: concorrência, tomada de

preços, convite, concurso e leilão.

O critério de escolha da modalidade licitatória a ser empregada é, em

primeiro lugar, o valor estimado para a contratação, levando-se em conta

também a complexidade do objeto a o a ser contratado.

Concorrência

Modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase

inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de

qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto, conforme artigo

22, § 1º da Lei nº 8.666/93. É empregada em contratos de maior valor

econômico.

Tomada de Preço

Tomada de preço é a modalidade de licitação entre interessados

devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas

para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das

propostas, observada a necessária qualificação, conforme exposto no § 2º,

artigo 22 da Lei nº 8.666/93. É utilizada para contratos de vulto econômico

médio, como por exemplo, em obras e serviços de engenharia com valores de

até R$ 1.500.000,00 (artigo 23, inciso I, alínea “b” da Lei mencionada).

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Convite

Convite é a modalidade de licitação entre os interessados do ramo

pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em

número mínimo de 03 (três) pela Administração Pública, a qual afixará em local

apropriado e publicará “aviso”, em forma de extrato e o estenderá aos demais

cadastrados na correspondente especialidade que manifestar seu interesse

com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das

propostas (artigo 22, § 3º da Lei nº 8.666/93). Visa à utilização para contratos

de valores baixos. Aqui, as obras e serviços de engenharia não podem exceder

a R$ 150.000,00, conforme previsto no artigo 23, inciso I, alínea “a”.

Concurso

Concurso trata da modalidade de licitação destinada à escolha de

trabalho técnico, científico ou artístico, ou seja, para trabalhos que exijam uma

criação intelectual. Também é utilizada para a escolha de projetos

arquitetônicos. Nesta modalidade de licitação poderão participar quaisquer

interessados que atenderem às exigências do edital.

No concurso há a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores, que

não possuirá um caráter de pagamento aos serviços prestados, e sim de

incentivo, sendo que o pagamento do prêmio ou remuneração estará

condicionado a que o autor do projeto ceda os direitos relativos ao seu trabalho

à Administração, que poderá utilizá-lo para o fim previsto nas condições da

licitação. Com o pagamento do prêmio ou remuneração, a licitação se

encerrará e não haverá a figura da contratação. Inclusive, o próprio vencedor

não poderá participar de uma futura Licitação para executar o projeto, por

exemplo, podendo apenas realizar consultoria ou auxiliar na fiscalização da

execução desse trabalho.

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Leilão

E a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para venda de

bens móveis e semoventes inservíveis da Administração, ou de produtos

legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis

adquiridos em procedimentos judiciais ou de doação, a quem oferecer maior

lance, desde que igual ou superior ao da avaliação, artigo 22, § 5º.

O leilão é procedimento tradicional dentro do direito comercial e

processual. A omissão da Lei remete a aplicação das regras pertinentes a

outros ramos. O leilão se peculiariza pela concentração, em uma única

oportunidade, de inúmeros atos destinados à seleção da proposta mais

vantajosa. Além disso, o leilão se diferencia pela possibilidade de multiplicação

de propostas por parte de um mesmo interessado, ou seja, formulando

verbalmente suas propostas.

Pregão

O pregão surgiu com a Lei 10.520/2002, passando a ser a sexta

modalidade de Licitação. Com esta modalidade realmente obteve-se celeridade

nos processos e com isso o cumprimento dos prazos.

Além das modalidades previstas na lei 8.666/93, a Medida Provisória

n.º 2.026, editada em 04 de maio de 2000 e regulamentada pelo Decreto n.º

3.555, de 08 de agosto de 2000, instituiu, no âmbito da Administração Federal,

uma nova modalidade de licitação, o pregão, destinado à aquisição de bens e

serviços comuns, qualquer que seja o valor da contratação, em que a disputa

pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances, em sessão pública.

Essa MP 2.026, reeditada por diversas vezes, somente em 17 de julho de 2002

foi convertida na Lei n°. 10.520.

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O Pregão pode ser utilizado de duas formas: Presencial e Eletrônico,

devendo a Administração Pública optar sempre pela forma eletrônica,

atendendo ao que dispõe o § 1º, art.4º do Decreto 5.450 de 31 de maio de

2005.

As fases da sessão pública do pregão eletrônico possuem similaridade

com as fases do pregão presencial, todavia, enquanto o pregão presencial se

realiza em ambiente físico, onde os licitantes se encontram presentes, o pregão

eletrônico se dá em âmbito virtual – Internet - por meio de um sítio de compras

eletrônicas, favorecendo a comunicação à distância e permitindo a adesão de

interessados de quaisquer partes do País em participar dos certames

licitatórios, garantindo, assim, maior competição e conseqüentemente,

possibilidade de gerar maior economia. Pública.

O Pregão eletrônico potencializa as vantagens do Pregão presencial

devido à sua universalização, facilidade de acesso e maior transparência nos

atos do certame. Pressupõe o acesso dos cidadãos às informações públicas,

sobre as compras governamentais, permitindo que estes cidadãos possam

acompanhar as aquisições em tempo real, via internet, de qualquer lugar do

país, mostrando a transparência do processo.

A Medida Provisória nº 2026, de 28 de julho de 2000, instituiu as

compras eletrônicas no âmbito da Administração Pública brasileira. Num

primeiro momento, as compras eletrônicas só poderiam ser realizadas pela

União. O uso das tecnologias da informação e comunicação para a realização

das compras governamentais é autorizado no seguinte artigo:

Art 2º Pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e

serviços comuns, promovida exclusivamente no âmbito da União, qualquer que

seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é

feita por meio de propostas e lances em sessão pública. Parágrafo único.

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Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia

da informação, nos termos de regulamentação específica.

Posteriormente o pregão é regulamentado pelo Decreto nº 3.555, de 8

de agosto de 2000. Entretanto tanto na Medida Provisória quanto no Decreto

estava disposto que a utilização dos recursos da tecnologia da informação para

a realização do pregão dependia de regulamentação específica sobre esta

questão. No mesmo ano, o Decreto nº 3.697, de 21 de dezembro de 2000,

regulamentou o pregão eletrônico, ou seja, o pregão realizado pela Internet.

A Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, instituiu a possibilidade de

utilização da modalidade pregão por toda Administração, direta e indireta. A

Lei, no art. 2º, parágrafo primeiro, também previa a utilização da tecnologia da

informação desde que regulada. Esta regulação veio com o Decreto nº 5.450,

de 31 de maio de 2005, 30 que regulamenta o pregão eletrônico para todos os

entes. O pregão eletrônico é aquele que a disputa pelos bens e serviços

comuns será feita à distância em sessão pública, por meio de sistema que

promova a comunicação pela Internet. No pregão eletrônico não é mais

necessário a presença física dos do pregoeiro e dos disputantes, pois todas as

etapas do procedimento licitatório que necessite comunicação são realizadas

por meio eletrônico.

Em 2005, o Decreto n. 5.450, de 31 de maio, regulamentou o pregão

eletrônico e também outras providências: Art. 2O O pregão, na forma

eletrônica, como modalidade de licitação do tipo menor preço, realizar-se-á

quando a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns for feita à

distância em sessão pública, por meio de sistema que promova a comunicação

pela internet. No mesmo ano, o Decreto nº 5.504, de 5 de agosto, estabeleceu

a exigência sempre que possível entes públicos ou privados, que realizem

compras em decorrência de transferências voluntárias de recursos da União e

do âmbito federal, devem utilizar o pregão eletrônico para a aquisição de bens

e serviços comuns. O pregão eletrônico possui as mesmas fases que o pregão

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presencial e na mesma ordem (publicação do aviso do edital, classificação,

habilitação, homologação e adjudicação). Entretanto possui algumas outras

exigências, tais como: um sistema de segurança eletrônico criptografado para

garantir a lisura do procedimento licitatório; a divulgação do pregão tem que ser

feita não só pela publicação do aviso da imprensa como também pela internet;

a sessão pública de julgamento poderá ser acompanhada pela Internet; e, as

propostas também só serão apresentadas por meio eletrônico.

As compras eletrônicas são realizadas através da Internet,

normalmente, em portais de compras gerenciados pelos governos. O

desenvolvimento das compras eletrônicas no país deve levar em conta o

aparato jurídico já estabelecido na área de compras governamentais. Não é

possível que um Estado da Federação, por exemplo, crie um sistema de

compras eletrônicas que seja exemplar e transparente, mas que não respeite

as normas gerais sobre compras governamentais que são reguladas pela

União.

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CONCLUSÃO

É notório, portanto, perceber que o processo licitatório na

Administração Pública, com ênfase na modalidade de licitação denominado

Pregão, expõe uma reflexão de cunho teórico, demonstrando o desafio atual

dos gestores públicos dentro desta modalidade, na escolha da proposta mais

vantajosa para os bens e serviços comuns, sem prejuízo de qualidade, desde

os procedimentos, no ato de licitar, até o resultado final, no momento da

homologação. Considerando-se os estudos aqui retratados, verificou-se que o

pregão é incontestavelmente, um avanço no instituto das licitações, tendo

surgido com objetivo de simplificar os procedimentos licitatórios e priorizar o

aspecto econômico e a celeridade dos processos administrativos que visam às

compras e serviços e bens para o Governo Federal, diferentemente das demais

modalidades de licitação onde a prática e a sequência lógica dos atos que lhe

são atribuídos determinam uma contratação lenta e burocrática que culmina em

prejuízo à Administração Pública.

A aplicabilidade do pregão no INSTITUTO OSWALDO CRUZ, tem

apresentado resultados expressivos no processo de gestão de compras e deve

continuar a ser utilizado em todos os procedimentos de licitações que se

tratarem de bens e serviços comuns, face as seguintes vantagens: diminuição

dos prazos de conclusão dos procedimentos licitatórios; vantajosidade

econômica dos recursos nas contratações que são viabilizadas por meio do

uso do pregão, com uma redução de custos administrativos; maior credibilidade

em âmbito interno e externo às contratações públicas e aos certames

licitatórios, devido a sua transparência e celeridade; maior incentivo à

competitividade e à ampliação da disputa entre fornecedores com o uso do

pregão, há um avanço no tempo despendido entre a publicação do edital e a

finalização do certame licitatório, com significativa redução no prazo de

conclusão das compras, restando comprovado que o IOC vem obtendo grande

êxito, quanto ao aspecto temporal, nas contratações advindas do uso do

pregão.

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Entretanto, esta é uma caminhada onde a busca por maior redução de

prazos deve prevalecer sempre, para que ela possa atuar, ainda com mais

eficiência na realização de suas ações.

Pelas razões apresentadas, resta claro que o uso do pregão nesta

unidade da FIOCRUZ tem se revelado como mais ágil e menos oneroso,

tornando o processo de compras mais seguro, com resultados mais

satisfatórios, elevando a eficiência nas contratações de serviços e bens que

são necessários para a consecução das finalidades de interesse público,

garantindo uma gestão responsável com recursos públicos bem administrados.

Também os estudos realizados demonstram que a utilização do pregão

na forma eletrônica, nos processos de compras governamentais, vem se

consolidando como a melhor solução para o INSTITUTO OSWALDO CRUZ,

por ser mais transparente e permitir maior abrangência nacional, promovendo

maior competição e a certeza de que quanto maior for o número de empresas

aptas a participarem dos certames públicos, maior é a probabilidade de

redução dos preços ofertados inicialmente, culminando na economicidade do

uso dos recursos públicos, e colaborando para obtenção de proposta mais

justa para a Administração Pública, tornando-se para o Gestor Público, que tem

o dever de prestar serviços públicos em nome da Administração Pública, um

meio para atingir o seu objetivo, que é administrar a coisa pública com

probidade, seriedade, competência e eficiência.

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BIBLIOGRAFIA

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FOLHA DE AVALIAÇÃO