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DIREITO PENAL IIDIREITO PENAL II

DA AÇÃO PENALDA AÇÃO PENAL

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DA AÇÃO PENAL

Art. 100 a 106, CPArt. 100 a 106, CP

Art. 24 a 62, CPPArt. 24 a 62, CPP

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Considerações Iniciais

A ação penal é pública, salvo quando a lei, expressamenteexpressamente declara-a privativa do ofendido;

A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exigir, de representaçãorepresentação do ofendido ou de requisiçãorequisição do Ministério da Justiça;

A ação de iniciativa privada é promovida, mediante queixa do ofendidoqueixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo;

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Considerações Iniciais

A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legalprazo legal. (Ação privada subsidiária ou substituva (Ação privada subsidiária ou substituva da pública).da pública).

No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o o direito de oferecer queixa ou de direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão;ascendente, descendente ou irmão;

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Espécies de Ação Penal

PÚBLICA:PÚBLICA:

Incondicionada;

Condicionada:

1. Representação do ofendido;

2. Requisição do MJ;

PRIVADA:PRIVADA:

Exclusiva;

Subsidiária da Pública;

Personalíssima;

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Considerações Iniciais

Notitia Criminis:Notitia Criminis: comunicação de crime à autoridade policial competente, que instaurará inquérito, se for o caso. Pedido de abertura de inquérito;

Queixa-crime:Queixa-crime: corresponde à denúncia, devendo conter os mesmos elementos (narrativa do fato e das circunstâncias, tipificação do crime, qualificação do querelado e rol de testemunha). Só se diversifica da denúncia pelo sujeito que as oferece;

Representação:Representação: é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal solicitando ao MP instaurar a persecução penal - Irretratável;

Denúncia:Denúncia: promovida privativamente pelo Ministério Público – Ação Penal;

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Condições da Ação Penal (genéricas)

Possibilidade jurídica do pedido: previsibilidade na lei penal

Legitimidade para agir: somente o titular do interesse;

Interesse de agir: lesão ou ameaça a um direito;

Justa causa: mínimo de prova que deve sustentar a acusação.

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Ação Penal Pública Incondicionada

Peça inicial: Denúncia;

Forma de iniciar o Inquérito nos crimes de ação pública incondicionada: Portaria da autoridade policial, mediante notícia do

crime;

Ofício do Ministério Público;

Ofício requisitório de Juiz de Direito;

Requerimento de qualquer pessoa do povo – notitia criminis (art. 27, CPP);

Auto de prisão em flagrante

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Ação Penal Pública Incondicionada

Princípios: Oficialidade: cabe ao MP promover privativamente a ação

penal pública (arts. 129, I, CRFB/88; 100, §1º, CP; e 24, CPP);

Obrigatoriedade ou legalidade ou necessidade: O MP é obrigado a promover a ação penal (art. 24, CPP);

Indisponibilidade: O MP é obrigado a promover a ação penal (art. 24, CPP);Instaurada a ação penal, proíbe-se que o MP desista dela (art. 42, CPP) – exceção transação penal”

Divisibilidade: processo pode ser desmembrado. Pode ser contra só um acusado;

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Ação Penal Pública Incondicionada

Crime complexo:

Desnecessário: Ex.:

latrocínio (art. 157, §3º, CP);

Injúria real (art. 140, §2º, CP);

Estupro qualificado (art. 213 c/c 223, CP) – lesão grave, gravíssima ou morte;

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Ação Penal Pública Condicionada

Requisição criminal:

Representação criminal:

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Ação Penal Pública Condicionada

OBS: o inquérito e a ação penal, nos crimes OBS: o inquérito e a ação penal, nos crimes em que a ação pública depender de em que a ação pública depender de representação ou requisição, não poderão representação ou requisição, não poderão ser iniciados sem manifestação de vontade ser iniciados sem manifestação de vontade do ofendido ou de quem tenha qualidade do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.para representá-lo.

É iniciada por meio de denúncia feita pelo É iniciada por meio de denúncia feita pelo MP, mas depende de representação do MP, mas depende de representação do ofendido ou de seu representante legal ou ofendido ou de seu representante legal ou de requisição do MJ;de requisição do MJ;

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Ação Penal Pública Condicionada

Forma de iniciar o Inquérito nos crimes de ação pública condicionada: Ofício requisitório do MP, mais representação do

ofendido ou de seu representante legal;

Ofício requisitório do Juiz de Direito, mais representação do ofendido ou de seu representante legal;

Representação do ofendido ou de seu representante legal;

Auto de prisão em flagrante, mais representação do ofendido ou seu representante legal

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Ação Penal Pública Condicionada - RequisiçãoRequisição

a) crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º,CP);

b) Crimes contra a honra, cometidos contra Chefe de Governo estrangeiro (art. 141, I, c/c o parágrafo único do art. 145, CP);

c) Crimes de injúria praticados contra o Presidente da República. Nos crimes de calúnia e difamação contra o Presidente da República, se presentes as condições expostas nos arts. 1º e 2º da Lei de Segurança Nacional;

d) Nos crimes contra a honra, cometidos contra Chefe de Estado ou Governo estrangeiro ou seus representantes diplomáticos, por meio da imprensa (Lei de Imprensa);

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Ação Penal Pública Condicionada - RequisiçãoRequisição

e) Crimes contra a honra, praticados por meio de imprensa contra Ministro do STF (exceto o seu presidente – arts. 1º e 2º c/c 26 da Lei de Segurança Nacional) - em se tratando de INJÚRIA aos chefes dos Poderes da União, a ação penal é pública condicionada à requisição do MJ (art. 23, I, c/c o art. 40, I, da Lei de Imprensa, pois a Lei de Segurança Nacional, em seu art. 26, não cuidou da injúria);

f) Crimes contra a honra, cometidos pela imprensa contra Ministro de Estado (art. 23, I, c/c o art. 40, I, da Lei de Imprensa);

g) Nos crime de injúria, cometidos pela imprensa contra o Presidente da República, Presidente do Senado, Presidente da Câmara dos Deputados;

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Ação Penal Pública Condicionada - RepresentaçãoRepresentação

Manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal, permitindo ou autorizando o Estado a desenvolver as atividades necessárias para investigar a infração penal e apurar a respectiva autoria;

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Ação Penal Pública Condicionada - RepresentaçãoRepresentação

Retratabilidade da Representação:

Art. 102, CP – a representação será irretratável depois de oferecida a denúncia;

Retratabilidade da Requisição:

Divergência doutrinária;

Retraração de retratação:

STF – possibilidade

Impossibilidade

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Ação Penal Pública Condicionada - RepresentaçãoRepresentação

Prazo:

Decadencial – a partir no conhecimento da autoria do fato - peremptório – não se interrompe – não se suspende, nem com inquérito;

Queixa e Representação – 6 (seis) meses;

Não vinculam o MP;

Vítima menor;

STF – dois prazos – súmula 594

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Ação Penal Pública Condicionada - RepresentaçãoRepresentação

Figuras típicas que dependem de representação:

Arts. 130, §2º; 145, parágrafo único; 147, parágrafo único; 151, §4º; 152, parágrafo único; 153, parágrafo único; 154, parágrafo único; 156, § 1º; 176, parágrafo único; 182; 196, §2º, CP

Lei de imprensa – art. 40, I, b – crimes contra honra contra funcionário público;

Art. 88, Lei n. 9.099/95 – lesão corporal leve e culposa.

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Ação Penal Privada

Ação privada propriamente dita ou ação penal privada exclusiva: proposta pelo ofendido ou seu representante legal, ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão;

Ação penal privada subsidiária da pública: vencido o prazo para oferecimento da denúncia (cinco dias indiciado preso, 15 dias se solto – início da ação penal por meio da queixa.

Ação penal privada personalíssima: cabe exclusivamente ao próprio ofendido, somente a vítima pode ingressar em juízo com a queixa-crime;

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Ação Penal Privada

Forma de iniciar o Inquérito nos crimes de ação penal privada:

Requerimento do ofendido, representante legal (art. 100, §2º, CP, ou art. 30, CPP) ou, em caso de morte, o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão;

Auto de prisão em flagrante, mais representação ou autorização.

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Ação Penal Privada

Princípios:

Oportunidade ou da conveniência: a critério dos interesses do ofendido;

Indivisibilidade: crime praticado por várias pessoas, a ação penal deverá ser promovida contra todos os agentes, não podendo o particular escolher quem vai processar.

Disponibilidade: possibilidade de abandono da ação

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Ação Penal Privada

Prazo:

A partir do dia em que se sabe quem é o autor do crime;

No caso da ação privada subsidiária da pública, o início do prazo ocorro no dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia (arts. 56º, LIX, CRFB, 100, §3º, CP e 29, CPP) bem como recurso supletivo (arts. 598 e 584, §1º, CPP).

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Ação Penal Privada

Não cabe a subsidiariedade quando o MP, justificadamente, requer e obtém o arquivamento dos autos, por falto de elementos para a denúncia;

A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá (art. 49, CPP);

Ofendido menor de 18 anos não tem capacidade penal para atos processuais;

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Ação Penal Privada

Ação penal nos crimes de estupro:

Em regra (art. 225, caput, CP), é de ação privada, excepcionalmente incondicionada ou condicionada:

1. Se ocorrer morte – incondicionada;

2. Lesão corporal de natureza grave – incondicionada;

3. Com abuso de poder familir, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador (art. 225, §1º, II, CP) – incondicionada;

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Ação Penal Privada

Ação penal nos crimes de estupro:

4. Se a vítima ou pais não podem prover as despesas do processo – condicionada;

5. Com lesão leve:

a) Jurisprudência - STF, súmula 608 – crime complexo - incondicionada

b) Doutrina – lesão leve (art. 88, Lei n. 9.099/95) – não complexo – exclusivamente privada

6. Estupro presumido – ação privada

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Ação Penal Privada

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa: Expressa – declaração assinada – pode ser por procurar

especial / Tácita: prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo;

É causa de extinção da punibilidade / Se ofendido morre ou ausente – renúncia de apenas um dos sucessor não produz extinção da punibilidade;

Não precisa de anuência do querelado – unilateral;

Não cabe em caso de ação pública condicionada;

Momento da renúncia: Antes do início da ação penal;

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Ação Penal Privada

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa: Irretratabilidade da renúncia (art. 106, CP);

No caso da ação penal subsidiária: pode ocorrer, mas não impede o MP de oferecer a denúncia (art. 29, CPP);

Renúncia do representante legal do ofendido: a renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro (art. 50, parágrafo único, CPP);

O recebimento de indenização do dano causado pelo crime não implica em renúncia - divergências

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Ação Penal Privada

Perdão do ofendido: É tratado no CPP nos arts. 51 a 59, e no CP, no art. 106;

É causa de extinção de punibilidade (art. 107, V, CP);

Renúncia: anterior à queixa – Perdão: é revogação de ato já praticado; posterior à queixa;

Prescinde de aceite do querelado – bilateral – incondicional;

Aceite expresso: nos autos do processo o aceite; tácito: conservando-se três dias em silêncio; ato incompatível;

Não há perdão em ação penal subsidiária;

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Ação Penal Privada

Perdão do ofendido (Regras básicas) Se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;

Se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;

Se o querelado o recusa, não produz efeito;

Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação;

Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória;

Se um dos querelados não aceitar, a ação penal continua em relação ao que recusa;

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““Louvai ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua Louvai ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre” (Sl 107:1)benignidade é para sempre” (Sl 107:1)

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