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PROFa. VERA MARIA CORRÊA QUEIROZ
Mestre em Direito Previdenciário pela PUC/SP
Especialista em Direito Previdenciário pela EPD
Advogada e Consultora Jurídica
Professora de Direito Previdenciário
Ex Servidora do INSS
E-mail: [email protected]
Face: Vera Queiroz
WhatsApp 11- 9.9984-8159
1
PENSÃO POR MORTE
2
CONCEITO
É benefício previdenciário que visa a
proteção do risco social morte, sendo
devido ao conjunto de dependentes.
Morte - efetivo falecimento que
acarreta uma necessidade social aos
dependentes, sendo irrelevante a sua
causa.3
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Art. 201, inciso V da CF
Arts. 74 a 79 da Lei 8.213/91
Arts. 105 a 115 do Decreto 3.048/99
Arts. 367 a 380 da IN INSS/PRES 77/2015.
4
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 201.
I - cobertura dos eventos de doença,
invalidez, morte e idade avançada;
V - pensão por morte do segurado, homem
ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes, observado o disposto no § 2º.
5
REQUISITOS PARA CONCESSÃO
Óbito do segurado – morte real ou presumida.
Qualidade de segurado à época do óbito (art. 15 e art.102, ambos da Lei 8.213/91).
Qualidade de dependente (art. 16 e art. 76, § 2º,ambos da Lei 8.213/91).
Carência: independe
Critérios: preferência, rateio e dependênciaeconômica.
6
REQUISITOS PARA CONCESSÃO
Carência: independe
Histórico:
Antes da Lei 8.213/91: 12 contribuiçõesmensais
Após a Lei 8.213/91: sem carência
Medida Provisória 664/2014: 24 contribuiçõesmensais, salvo nos casos em que o seguradoesteja em gozo de auxílio doença ouaposentadoria por invalidez ( art. 25, inc. IVda Lei 8.213/91).
Lei 13.135/2015: volta a carência zero.7
QUALIDADE DE SEGURADO
PREVIDENCIÁRIO. PERDA DA QUALIDADE DE
SEGURADO. INOCORRÊNCIA. INCAPACIDADE PARA
O TRABALHO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. I -
Comprovada a incapacidade para o trabalho, não perde
o obreiro a qualidade de segurado da Previdência
social, por deixar de contribuir, fazendo jus ao
benefício previdenciário, uma vez que a jurisprudência
desta Eg. Corte é uníssona no sentido de que, não
perde a qualidade de segurado aquele que deixou de
contribuir por razões de saúde. II - Agravo interno
desprovido. (STJ, AgRg no REsp 721570/SE, Rel. Min.
Gilson Dipp, Quinta Turma, DJ 13.06.2005).
8
QUALIDADE DE SEGURADO
Período de graça (art. 15 da Lei
8.213/91 – variação de 03 a 36 meses).
Segurado em gozo de benefício (art. 15,
inciso I, da Lei 8.213/91).
Exceção: preenchimento dos requisitos
legais para obtenção de aposentadoria
até a data do óbito (art. 102, da Lei
8.213/91). 9
QUALIDADE DE SEGURADO
Súmula 416 do STJ: “É devida a
pensão por morte aos dependentes do
segurado que, apesar de ter perdido
essa qualidade, preencheu os
requisitos legais para a obtenção de
aposentadoria até a data do seu óbito.”
10
DEPENDENTES
Divisão em Classes: Art. 16 da Lei
8.213/91.
1ª Classe – o cônjuge, a companheira, o
companheiro e o filho não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave.
Equiparado a filho: enteado e menor
tutelado.11
COMPROVAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL
Decorre de união pública, duradoura econtínua.
Intuito de constituir família.
Prova documental e testemunhal.
Competência para reconhecimento
Justiça Federal.
Namoro qualificado.12
DEPENDENTES
2ª Classe – os pais.
3ª Classe - o irmão não emancipado,
de qualquer condição, menor de 21
anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave.
13
DEPENDENTES
Critério da preferência – havendo
dependentes na primeira classe, ficam
automaticamente excluídos os dependentes
das demais classes.
Critério da dependência econômica – para os
dependentes da primeira classe a dependência
econômica é presumida e para os demais deve
ser comprovada.
14
COMPROVAÇÃO DA
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
Presumida cônjuge, companheira (o) efilhos
Não é absoluta
Comprovação obrigatória pais e irmãos
Prova documental (mínimo de 3) e testemunhal -
Prova no processo judicial.
15
DOCUMENTOS HÁBEIS
Rol do § 3º do art. 22 do Decreto 3.048/99
Certidão de nascimento de filho havido em comum
Certidão de casamento religioso
Declaração do imposto de renda do segurado, em
que conste o interessado como seu dependente
Disposições testamentárias
Declaração especial feita perante tabelião
Prova de mesmo domicílio questionável
Prova de encargos domésticos evidentes e
existência de sociedade ou comunhão nos atos da
vida civil.16
Continuação
Procuração ou fiança reciprocamente
outorgada.
Conta bancária conjunta.
Registro em associação de qualquer
natureza, onde conste o interessado como
dependente do segurado.
Anotação constante de ficha ou livro de
registro de empregados.
Apólice de seguro da qual conste o segurado
como instituidor do seguro e a pessoa
interessada como sua beneficiária.17
Continuação
Ficha de tratamento em instituição de
assistência médica, da qual conste o
segurado como responsável.
Escritura de compra e venda de imóvel pelo
segurado em nome de dependente.
Declaração de não emancipação do
dependente menor de vinte e um anos.
Quaisquer outros que possam levar à
convicção do fato a comprovar.
18
QUESTÕES POLÊMICAS
19
CÔNJUGES E EX CÔNJUGES
O cônjuge divorciado ou separado
judicialmente ou de fato que recebia pensão de
alimentos concorrerá em igualdade de
condições com os dependentes da 1ª classe.
Art. 76, § 2º, RPS.
Súmula 336 do STJ: A mulher que renunciou
aos alimentos na separação judicial tem direito
à pensão previdenciária por morte do ex-marido,
comprovada a necessidade econômica
superveniente.20
CÔNJUGES E EX CÔNJUGES
IN 77/2015
Art. 371. O cônjuge separado de fato ou divorciado,
bem como o ex-companheiro, terá direito à pensão por
morte, mesmo que este benefício tenha sido requerido
e concedido à companheiro(a) ou novo cônjuge, desde
que recebedor de pensão alimentícia.
§ 1º Equipara-se à percepção de pensão alimentícia o
recebimento de ajuda econômica ou financeira sob
qualquer forma, observando-se, no que couber, o rol
exemplificativo do art. 135.
§ 2º Equipara-se, para todos os fins, a separação
judicial ao divórcio. 21
CÔNJUGES E EX CÔNJUGES
Novo casamento: não provoca a perda
da qualidade de dependente, apenas é
vedada a percepção conjunta de mais
de uma pensão por morte (ressalvado o
direito de opção pelo benefício mais
favorável).
22
COMPANHEIRA (O)
Considera-se companheira ou
companheiro a pessoa que, sem ser
casada, mantém união estável com o
segurado ou com a segurada, de acordo
com o § 3º do art. 226 da CF – Art. 16, §
3º da Lei 8.213/91.
Obrigatória a comprovação da união
estável (Ar.20, § 3º do RPS).
23
COMPANHEIRA (O)
RELAÇÃO HOMOAFETIVA
POR FORÇA DA DECISÃO JUDICIAL PROFERIDA
NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA nº 2000.71.00.009347-0, o
companheiro ou a companheira do mesmo sexo de
segurado inscrito no rgps integra o rol dos
dependentes e, desde que comprovada a vida em
comum, concorre, para fins de pensão por morte e de
auxílio-reclusão, com os dependentes preferenciais de
que trata o inciso i do art. 16 DA LEI nº 8.213, de 1991,
para óbito ou reclusão ocorridos a partir de 5 de abril
de 1991, conforme o disposto no art. 145 DO MESMO
DIPLOMA LEGAL, REVOGADO PELA MP nº 2.187-13,
de 2001.24
União Homoafetiva
Em 05 de maio de 2011, os ministros do STF, ao julgarem a ADI nº 4277 e a ADPF nº
132, reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo. As ações foram
ajuizadas na Corte, respectivamente, pela PGR e pelo Governador do Rio de Janeiro. O
relator das ações, Ministro Ayres Britto, votou no sentido de dar interpretação conforme
a CRFB/88 para excluir qualquer significado do artigo 1.723 do Código Civil que impeça
o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. O
relator argumentou que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qualquer discriminação em
virtude de sexo, raça, cor e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou
discriminado em função de sua preferência sexual. “O sexo das pessoas, salvo
disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica”, observou o
Ministro, para concluir que qualquer depreciação da união estável homoafetiva colide,
portanto, com o inciso IV do artigo 3º da CF. O julgamento se deu por unanimidade e
tem efeito vinculante.25
FILHO
Art. 375, §4º da IN 77/15: A emancipação a
que se refere o § 2º deste artigo não inclui a
hipótese de colação de grau em ensino
superior.
Súmula 37 da TNU: A pensão por morte,
devida ao filho até os 21 anos de idade, não
se prorroga pela pendência do curso
universitário.
26
NETO MENOR SOB GUARDA
A guarda confere à criança ou adolescente a
condição de dependente, para todos os fins e
efeitos de direito, inclusive previdenciários. Art.
33, § 3º da Lei 8.069/90 - Estatuto da Criança e
do Adolescente.
REsp nº 1.141.788 - RS – Rel.: Min. Rogério Schietti Cruz,
DJ 22.10.2014 – entende que a suspensão do benefício
ao menor que está sob guarda configura um flagrante
desrespeito ao princípio da vedação ao retrocesso
social, que proíbe retroceder na concretização de um
direito social básico já alcançado.27
DEPENDENTE INDIGNO
AQUELE QUE CAUSOU OU CONTRIBUIU
DOLOSAMENTE PARA A MORTE DO SEGURADO
CESSAÇÃO: APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO
DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA.
APLICAÇÃO: ÓBITOS OCORRIDOS APÓS
30.12.2014 (MP 664/2014).
§ 1º do art. 74 da Lei 8.213/91.
28
DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO
art. 74, incisos I a III da Lei 8.213/91.
Data do óbito = DO se requerido em até 90dias da data do falecimento do segurado.
Data da Entrada do Requerimento = DER serequerido após 90 dias do óbito.
Da decisão judicial (publicação da sentença)
morte presumida.
29
RENDA MENSAL INICIAL
Art. 76. A concessão da pensão por
morte não será protelada pela falta de
habilitação de outro possível
dependente, e qualquer inscrição ou
habilitação posterior que importe em
exclusão ou inclusão de dependente só
produzirá efeito a contar da data da
inscrição ou habilitação.30
DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO
Menor de idade: segundo o STJ não
corre prescrição contra o menor de 18
anos, nos termos do art. 79, da Lei
8.213/91
Precedente: REsp 1.405.909/AL.
31
MORTE REAL E PRESUMIDA
Morte real comprovação por Certidão de Óbito,
emitida pelo Cartório de Registro Civil das Pessoas
Naturais.
Morte presumida ausência ou desaparecimento
que gera a incerteza da morte.
Motivos do desaparecimento: acidente, desastre
ou catástrofe.
Lapso temporal que autoriza a busca da
declaração de ausência: seis meses.
Natureza precária: reaparecimento do segurado32
TEMPO DE DURAÇÃO DO BENEFÍCIO
Para filho ou equiparado e irmão: atécompletar 21 anos.
Para os pais: enquanto estiverem vivos.
33
TEMPO DE DURAÇÃO DO BENEFÍCIO
Para cônjuge ou companheira(o): varia emfunção do cumprimento dos requisitos,exceto para óbito por acidente do trabalho:
número de contribuições: 18
tempo de casamento ou união estável:2 anos
descumpridos os requisitos: 4 meses 34
TEMPO DE DURAÇÃO DO BENEFÍCIO
Cumpridos os requisitos: depende da idade
do dependente:
menos de 21 anos de idade: 03 anos
entre 21 e 26 anos de idade: 06 anos
entre 27 e 29 anos de idade: 10 anos
entre 30 e 40 anos de idade: 15 anos
entre 41 e 43 anos de idade: 20 anos
44 ou mais anos de idade: Vitalícia
35
RENDA MENSAL INICIAL
Critério do rateio: havendo mais deum pensionista, o benefício serárateado em cotas iguais.
Perda da qualidade de dependente: acota será revertida em favor dosdemais (Art. 77, § 1º da Lei 8.213/91).
36
RENDA MENSAL INICIAL
RMI = 100%
Da aposentadoria que o seguradorecebia.
Da aposentadoria a que teria direitose estivesse aposentado porinvalidez na data do óbito.
37
RENDA MENSAL INICIAL
Revisão do coeficiente da pensão por
morte: impossibilidade (STF)
Regra da contrapartida - O próprio
sistema previdenciário
constitucionalmente adequado deve ser
institucionalizado com vigência, em
princípio, para o futuro.
38
RENDA MENSAL INICIAL
Princípio tempus regit actum: o cálculo do
benefício deve variar de acordo com a
legislação vigente à época em que foram
atendidos os requisitos do benefício (ato
jurídico perfeito)
Súmula 340 do STJ: A lei aplicável à
concessão de pensão previdenciária por
morte é aquela vigente na data do óbito do
segurado.39
ACUMULAÇÃO DO BENEFÍCIO
Art. 124, da Lei 8.213/91: proibida a
acumulação de pensões por morte deixadas
por cônjuge ou companheiro desde a edição
da Lei 9.032/95.
Exceção: pensões por morte concedidas por
regimes de previdência social diferentes.
Pensão e Aposentadoria: permitida por se
tratar de condições diversas de beneficiário
(dependente e segurado).40
CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
Pela morte do dependente.
Para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o
irmão, de ambos os sexos, ao completar
vinte e um anos de idade, salvo se for
inválido ou tiver deficiência intelectual ou
mental ou deficiência grave.
Para filho ou irmão inválido, pela cessação
da invalidez.
41
CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
Para filho ou irmão que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave,
pelo afastamento da deficiência.
Para cônjuge ou companheira (o):
A) se inválido ou com deficiência, pela
cessação da invalidez ou pelo afastamento
da deficiência;
42
CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
B) Em quatro meses, se o segurado não tiver
vertido dezoito contribuições mensais ou se o
casamento ou a união estável tiverem sido
iniciados em menos de dois anos antes do
óbito do segurado;
c) pela idade do dependente, no caso do
segurado ter vertido dezoito contribuições
mensais ou se o casamento ou a união estável
tiverem sido iniciados em pelo menos dois
anos antes do óbito do segurado.43
CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
§ 1o Perde o direito à pensão por
morte, após o trânsito em julgado, o
condenado pela prática de crime de
que tenha dolosamente resultado a
morte do segurado.
44
CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
§ 2o Perde o direito à pensão por morte o
cônjuge, o companheiro ou a companheira
se comprovada, a qualquer tempo,
simulação ou fraude no casamento ou na
união estável, ou a formalização desses com
o fim exclusivo de constituir benefício
previdenciário, apuradas em processo
judicial no qual será assegurado o direito ao
contraditório e à ampla defesa.
45
Auxílio-reclusão
Previsão constitucional:
Art. 201. A previdência social será organizada
sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os
dependentes dos segurados de baixa renda.
Fato gerador do benefício:
Efetivo recolhimento à prisão (não há
necessidade de que tenha sido prolatada
sentença condenatória).
Equipara-se à condição de recolhido à
prisão, a situação do maior de 16 e menor
de 18 anos de idade que se encontre
internado em estabelecimento educacional
ou congênere, sob custódia do Juizado da
Infância e da Juventude (art. 331, § 2º, da IN
45/2010).
O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas
condições da pensão por morte, aos
dependentes do segurado recolhido à
prisão, que não receber remuneração da
empresa nem estiver em gozo de auxílio-
doença, de aposentadoria ou de abono de
permanência em serviço.
Dependente homoafetivo:
Por força de decisão judicial (Ação Civil Pública nº
2000.71.00.009347-0), fica garantido o direito ao auxílio-
reclusão ao companheiro ou companheira
homossexual (união homoafetiva), para recolhimento à
prisão ocorrido a partir de 05/04/1991, desde que
atendidas todas as condições exigidas para o
reconhecimento do direito a esse benefício.
Qualificação superveniente de
dependentes:
O filho nascido durante o recolhimento
do segurado à prisão terá direito ao benefício
de auxílio-reclusão a partir da data do seu
nascimento.
Se a realização do casamento ocorrer
durante o recolhimento do segurado à prisão,
o auxílio-reclusão não será devido,
considerando a dependência superveniente ao
fato gerador (art. 337 da IN 45/2010).
Carência:
Não há tempo mínimo de contribuição
para que a família do segurado tenha
direito ao benefício, mas o instituidor do
benefício deverá possuir a qualidade de
segurado na data do fato gerador.
O benefício de auxílio-reclusão
independe de carência.
Qualidade de Segurado:
Para a concessão do auxílio-reclusão,
o instituidor deverá possuir a qualidade de
segurado quando do recolhimento à prisão.
Desta forma, não será devida a
concessão de auxílio-reclusão quando o
fato gerador do benefício ocorrer após a
perda da qualidade de segurado.
Requerimento e manutenção do
benefício
O requerimento do auxílio-reclusão
deverá ser instruído com certidão do
efetivo recolhimento à prisão, sendo
obrigatória, para a manutenção do
benefício, a apresentação de declaração
de permanência na condição de
presidiário (trimestralmente, conforme
prescrito no art. 117, § 1º, do Decreto nº
3.048/99).
Manutenção do benefício e trabalho do
preso
O exercício de atividade remunerada
do segurado recluso em cumprimento de
pena em regime fechado ou semi-aberto
que contribuir na condição de contribuinte
individual ou facultativo não acarreta a
perda do direito ao recebimento do auxílio-
reclusão para seus dependentes (art. 2º, da
Lei nº 10.666/2003).
Segurado preso e benefício por
incapacidade
O segurado recolhido à prisão não
terá direito aos benefícios de auxílio-
doença e de aposentadoria durante a
percepção, pelos dependentes, do auxílio-
reclusão, ainda que, nessa condição,
contribua como contribuinte individual ou
facultativo, permitida a opção, desde que
manifestada, também, pelos dependentes,
ao benefício mais vantajoso.
Fuga do segurado
No caso de fuga, o benefício será
suspenso e, se houver recaptura do
segurado, será restabelecido a contar da
data em que esta ocorrer, desde que esteja
ainda mantida a qualidade de segurado.
Se houver exercício de atividade dentro
do período de fuga, o mesmo será
considerado para a verificação da perda ou
não da qualidade de segurado.
Conceito de segurado de baixa renda:
O conceito de segurado de baixa renda é o mesmo
daquele estudado no salário-família.
A definição de segurado de baixa renda se deu com a
Emenda Constitucional nº 20/98. Desta forma, deverá ser
considerada a data de 16 de dezembro de 1998 para aferir a
condição de segurado de baixa renda quando do efetivo
recolhimento à prisão (a partir da data da publicação da
Emenda Constitucional nº 20), confrontando-se o último
salário de contribuição do segurado, tomado no seu valor
mensal, com o parâmetro introduzido pela Emenda (renda
igual ou inferior a R$ 360,00, que será atualizado por
Portaria Ministerial). Atualmente: 1.319,18 (01.01.2018)
Situação polêmica:
Quem deve ser considerado de baixa renda?
O segurado ou o dependente?
Há quem entenda que a limitação da renda deverá ser
aferida em relação aos dependentes e não ao segurado
(súmula nº 5 da Turma Regional de Uniformização da 4ª
Região).
Contudo, a leitura do texto constitucional aponta em
sentido diverso (salário família e auxílio-reclusão para
os dependentes dos segurados de baixa renda), apesar
da redação truncada do art. 13 da Emenda
Constitucional nº 20/98.
Situação polêmica:
A inexistência de remuneração no mês do efetivo
recolhimento (fato gerador).
Nos termos do Decreto nº 3.048/99 (art. 116, § 1º), será
devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado
quando não houver salário de contribuição na data do
seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a
qualidade de segurado.
Contudo, o art. 5º, § 1º da Portaria Interministerial nº
15/2013 prevê que se o segurado, embora mantendo
essa qualidade, não estiver em atividade no mês da
reclusão, ou nos meses anteriores, será considerado
como remuneração o seu último salário-de-contribuição.
Data do Início do Benefício:
Fixada na data do efetivo
recolhimento do segurado à prisão,
se requerido até 30 dias depois
desta, ou na data do requerimento
administrativo (DER), se posterior ao
trintídio.
Pena privativa de liberdade para fins de concessão do
benefício:
Considera-se pena privativa de liberdade, para fins de
reconhecimento do direito ao benefício de auxílio-reclusão, aquela
cumprida em regime fechado ou regime semi-aberto, sendo:
I – regime fechado aquele sujeito à execução da pena em
estabelecimento de segurança máxima ou média;
II – regime semi-aberto aquele sujeito à execução da pena em colônia
agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
Não cabe a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do
segurado que esteja em livramento condicional ou que cumpra pena em
regime aberto, assim entendido aquele cuja execução da pena seja em
casa de albergado ou estabelecimento adequado.
Auxílio-reclusão
Prisão cautelar: o benefício também é devido nos
casos de prisão cautelar (temporária, em flagrante e
preventiva)?
Apesar de a Lei nº 8.213/91 e o Decreto nº 3.048/99
serem omissos, a Instrução Normativa INSS nº
45/2010, em seu art. 331, § 1º, dispõe que os
dependentes do segurado detido em prisão
provisória terão direito ao benefício desde que
comprovem o efetivo recolhimento do segurado por
meio de documento expedido pela autoridade
responsável.
Auxílio-reclusão
Casos de cessação do auxílio-reclusão:
I – com a extinção da última cota individual (nos casos de
cessação da condição de dependente);
II – se o segurado, ainda que privado de sua liberdade ou
recluso, passar a receber aposentadoria;
III – pelo óbito do segurado ou beneficiário;
IV – na data da soltura;
V – pela emancipação ou quando completar 21 (vinte e um)
anos de idade, salvo se inválido; no caso de filho ou
equiparado ou irmão, de ambos os sexos;
VI – em se tratando de dependente inválido, pela cessação da
invalidez, verificada em exame médico pericial a cargo do
INSS.
VII – pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por
morte dos pais biológicos, exceto quando o cônjuge ou o
companheiro(a) adota o filho do outro.
Casos de suspensão do pagamento do auxílio-
reclusão:
I – no caso de fuga;
II – se o segurado, ainda que privado de liberdade,
passar a receber auxílio-doença;
III – se o dependente deixar de apresentar atestado
trimestral, firmado pela autoridade competente, para
prova de que o segurado permanece recolhido à
prisão;
IV – quando o segurado deixar a prisão por
livramento condicional, por cumprimento da pena em
regime aberto ou por prisão albergue.
PROVAS ESPECÍFICAS
AUXILIO-RECLUSÃO - Prova da qualidade de segurado de baixa renda – 01/2018
R$1.319,18
- Prova da prisão do segurado – esta somente através dos
meios específicos de prova, ou seja, a certidão de efetivo
recolhimento à prisão –, sendo obrigatória, para a manutenção
do benefício, a apresentação de declaração de permanência na
condição de presidiário (prova tarifada)
- Prova da inexistência de remuneração paga pela empresa ou
percepção de aposentadoria ou auxílio-doença (CNIS)
66
SALÁRIO-FAMÍLIA
Lei n.º 8.213/91, arts. 65 a 70
Decreto n.º 3.048/99, arts. 81
a 92
Benefício pago aos trabalhadores, para auxiliar
no sustento dos filhos de até 14 anos
incompletos ou inválidos.
Quem recebe Quem recebe
Até R$ 877,67 / mês R$ 45,00 / filho
De R$ 877,67 a R$ 1.319,18 R$ 31,71 / filho
São equiparados aos filhos, os enteados e os
tutelados que não possuem bens suficientes
para o próprio sustento.
O valor do salário-família* será de:Varia mensalmente, de acordo com o valor do salário do mês.
Pode ser pago em um mês e, no outro, não.
Se o pai e a mãe forem seguradosempregados ou avulsos, cada qual terádireito ao salário-família, mesmo quetrabalhem na mesma empresa.
O empregado vinculado a mais de umemprego faz jus ao recebimento dosalário-família relativo a cada emprego;
No caso de separação judicial, divórcioou perda do pátrio-poder, o salário-família será pago, diretamente, aoresponsável pelo sustento do menor
Natureza jurídica
Sua natureza jurídica não é de salário,
pois não é pago diretamente pelo
empregador em contraprestação ao
trabalho, mas pela Previdência social.
Trata-se de um benefício previdenciário.
Requisitos e Meios de Prova Não há período de carência;
Certidão de nascimento e/oudocumentação relativa ao inválido;
Atestado de vacinação obrigatória;
Comprovação semestral da freqüênciaà escola;
Requisitos e Meios de Prova
Termo de responsabilidade;
A invalidez do filho ou equiparadomaior de 14 anos de idade deve serverificada em exame médico-pericial acargo da previdência social.
Requisito - Idade
Dependente deve possuir no máximo14 anos de idade, após esse períodoele já poderia trabalhar, conformeinciso IX art. 157 da CF (antes da EC20/98);
Contudo, a Emenda Constitucional20/98 modificou o limite de idade de 14para 16 anos para o trabalho, salvo nacondição do menor aprendiz;
Requisito - Idade
Quanto ao beneficio, não houvemodificação relativa ao limite de idade,pois só poderia ser modificada por leiordinária;
Art. 195 §5º - nenhum benefício poderáser criado, majorado ou estendido sema correspondente fonte de custeiototal;
Segurados
Empregado e trabalhador avulso
Demais segurados: apenas após
aposentadoria por idade ou invalidez.
Não será devido ao contribuinte
individual, segurado especial e
facultativo. Inexiste previsão na
legislação ordinária sobre o tema.
Pagamento do Benefício
Empregado – recebe o benefíciomensalmente, acrescido àremuneração.
Avulso – recebe dos sindicatos, pormeio de convênio dessas instituiçõescom a Previdência Social.
Se o segurado passar a receberauxílio-doença, o benefício é pago pelaPrevidência Social, desde que jáincluído antes no salário normal.
Pagamento do Benefício
Cabe à Previdência Social pagartambém o salário-família aosaposentados por invalidez. Os demaistêm direito ao benefício a partir dos 60(mulheres) e 65 anos (homens).
O trabalhador rural aposentado recebeo benefício desde que comprove terdependentes com menos de 14 anos ouinválidos.
Cessação do benefício
Morte do filho ou equiparado, a contar
do mês seguinte ao do óbito;
Quando o filho ou equiparado
completar 14 anos de idade;
Recuperação da capacidade do filho ou
equiparado inválido;
Desemprego do segurado;
Morte do segurado;
As cotas do salário-família, pagas pela empresadiretamente ao empregado, são compensadasmensalmente quando do recolhimento dascontribuições incidentes sobre a folha desalários, através de dedução na guia deprevidência social (GPS);
Quando o valor a deduzir em GPS for superioràs contribuições sociais previdenciáriasdevidas para o mês do pagamento do benefícioao segurado, o sujeito passivo poderá requerero seu reembolso à Receita Federal do Brasil oudeduzir o saldo a seu favor no recolhimento dascontribuições dos meses subseqüentes, sem olimite de 30% (compensação).
Competência
• Justiça do Trabalho x Justiça Federal
EMENTA: COMPETENCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
PARA JULGAR AÇÃO EM QUE SEPRETENDE O
PAGAMENTO DO SALARIO-FAMILIA POR DECORRER
O MESMO DA RELAÇÃO DE EMPREGO EXISTENTE
ENTRE AS PARTES. INDEVIDO E O SALARIO-FAMILIA
AO TRABALHADOR RURAL, TENDO EM VISTA QUE O
INCISO SEGUNDO DO ART. 165 DA CONSTITUIÇÃO E
MERAMENTE PROGRAMATICO, NÃO SENDO AUTO-
APLICAVEL. REVISTA PROVIDA. (TST AC. 4962 - 13 11
2006 - TERCEIRA TURMA)
EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO EAPELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DESEGURANÇA - PENSÃO - INCLUSÃO DOSALÁRIO-FAMÍLIA NO BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO - IMPOSSIBILIDADE -INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 40, § 3º, DACONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. A cota dosalário-família não se incorpora ao benefícioprevidenciário, "ex vi" do disposto no artigo 40, §3º, da Constituição da República. 2. Apelaçãoprovida para denegar a segurança.(Julgado em24/04/2007 - Rel. Guilherme Luiz Gomes, 7ªCâmara Cível - AC. 7846).
MUITO OBRIGADA !!!
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