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“Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca.” www.ampasul.com.br / [email protected] Rodovia MS 306 km 108 Cx. Postal 134 CEP 79560-000 Chapadão do Sul – MS Fone/Fax: (67) 3562-3498 / 3562-4563 1 ANO III / 83 PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO SEMANAL DE 14 A 28 DE ABRIL DE 2014 A situação de pragas, no momento, nos três núcleos estaduais do Programa Fitossanitário, demonstra que a retirada do mercado de moléculas inseticidas para o bicudo do algodoeiro em tempos recentes e o menor poder residual dos produtos remanescentes estão dificultando o controle da praga de modo efetivo. Da mesma forma, as restrições legais de uso de neonicotinóides para percevejo têm agravado os problemas com esta praga em algumas localidades. De outro lado, a ampla adoção de algodão-Bt (transgênico) no Estado diminuiu os problemas de lagartas, de modo generalizado. Nota-se que há um menor uso de inseticidas (quantidade de ingrediente ativo) por hectare já que diminuiu muito o uso de misturas destes produtos nas aplicações, em comparação com anos anteriores, o que é bom para o meio ambiente e a economicidade do Sistema de produção. Quanto às doenças, a ramulária e o apodrecimento de maçãs continuam sendo as principais ameaças. Núcleo 1 – Chapadão do Sul Eng.° Agr.° Danilo Suniga de Moraes As lavouras de algodão estão com bom desenvolvimento em todo o Núcleo, porém os cuidados e a atenção para as pragas e doenças que atingem a cultura continuam intensos, principalmente o monitoramento de campo que acompanha a evolução destas ameaças. Há uma preocupação constante no que se refere ao controle do bicudo-do-algodoeiro, estratégias de controle com rotação de mecanismos de ação de produtos para o controle e a diminuição do intervalo entre pulverizações fazem parte das estratégias adotadas. No geral, os produtores de algodão do Estado de Mato Grosso do Sul estão preocupados com o bicudo e ao mesmo tempo dispostos a combater a praga em suas áreas; não estão medindo esforços quando o assunto é controle do bicudo, fato este que é benéfico para todo o setor cotonicultor pois a união da cadeia produtiva é fundamental para obtenção de uma durabilidade da cultura do algodão em todas as regiões do Estado. Foto 01. Lavoura de algodão recebendo tratamento fitossanitário.

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“Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca.”

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ANO III / Nº 83

PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO SEMANAL DE 14 A 28 DE ABRIL DE 2014

A situação de pragas, no momento, nos três núcleos estaduais do Programa Fitossanitário, demonstra que a retirada do mercado de moléculas inseticidas para o bicudo do algodoeiro em tempos recentes e o menor poder residual dos produtos remanescentes estão dificultando o controle da praga de modo efetivo. Da mesma forma, as restr ições legais de uso de neonicotinóides para percevejo têm agravado os problemas com esta praga em algumas localidades. De outro lado, a ampla adoção de algodão-Bt (transgênico) no Estado diminuiu os problemas de lagartas, de modo generalizado. Nota-se que há um menor uso de inseticidas (quantidade de ingrediente ativo) por hectare j á que diminuiu muito o uso de misturas destes produtos nas aplicações, em comparação com anos anteriores , o que é bom para o meio ambiente e a economicidade do Sistema de produção. Quanto às doenças, a ramulária e o apodrecimento de maçãs continuam sendo as principais ameaças.

Núcleo 1 – Chapadão do Sul

Eng.° Agr.° Danilo Suniga de Moraes

As lavouras de algodão estão com bom desenvolvimento em todo o Núcleo, porém os cuidados e a atenção para as pragas e doenças que atingem a cultura continuam intensos, principalmente o monitoramento de campo que acompanha a evolução destas ameaças. Há uma preocupação constante no que se refere ao controle do bicudo-do-algodoeiro, estratégias de controle com rotação de mecanismos de ação de produtos para o controle e a diminuição do intervalo entre pulverizações fazem parte das estratégias adotadas.

No geral, os produtores de algodão do Estado de Mato Grosso do Sul estão preocupados com o bicudo e ao mesmo tempo dispostos a combater a praga em suas áreas; não estão medindo esforços quando

o assunto é controle do bicudo, fato este que é benéfico para todo o setor cotonicultor pois a união da cadeia produtiva é fundamental para obtenção de uma durabilidade da cultura do algodão em todas as regiões do Estado.

Foto 01. Lavoura de algodão recebendo tratamento fitossanitário.

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Há casos de ataques intensos de bicudo nas bordaduras, principalmente onde o controle inicial após as primeiras identificações de postura e alimentação foi ineficiente, e teve aumento na população inicial da praga que acarretou em uma perda considerável de estruturas reprodutivas que abortaram após as injúrias da praga.

Foto 02 e 03. Em bordadura, botões florais caídos sobre o solo, após ataque do bicudo (à esquerda), e larvas da praga encontradas nestes botoes florais (à direita).

As lagartas do gênero Spodoptera também estão presentes nesta fase final da cultura e demanda atenção para seu controle até mesmo nas cultivares com tecnologia Bt.

Foto 04 e05. Lagartas de Spodoptera eridania (note a “coleirinha” nos primeiros seguimentos do corpo após a cabeça) nos primeiros instares atacando respectivamente a folha e a flor do algodoeiro.

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Foto 06 e 07. Ataque de Spodoptera nas folhas.

Neste período não tivemos repasse das leituras de armadilhas luminosas pela maioria das fazendas, apenas uma fazenda enviou as informações da armadilha delta, que ficou com média de captura de 1,25 mariposas de Helicoverpa spp capturada por noite.

Núcleo 2 – Costa Rica e Alcinópolis

Eng.° Agr.° Robson Carlos dos Santos

Nas últimas duas semanas algumas propriedades registraram índices médios de precipitações superiores à 200 mm; houve relatos que em apenas uma noite as precipitações atingiram aproximadamente 120 milímetros em determinados pontos das propriedades. No geral, a maioria das lavouras apresenta bom potencial produtivo, porém com as constantes precipitações alguns produtores estão preocupados com o apodrecimento de maçãs devido à umidade excessiva. Uma das propriedades da região já acumula em alguns pontos mais críticos até 15 maçãs com sinais de apodrecimento por metro linear, no primeiro talhão semeado com algodão safra.

Foto 08 e 09. Presença de maçãs podres no baixeiro das plantas.

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Na região a principal praga é o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), que está presente na maioria dos talhões semeados com o algodão safra, algumas propriedades já realizaram mais de 13 aplicações específicas para o controle desta praga. Isso evidencia que a ampla adoção de cultivares com tecnologia Bt diminuiu a importância das lagartas, no que tange à necessidade de controle, e ampliou a importância relativa do bicudo do algodoeiro, que deve ter sua população reduzida regionalmente para a sustentabilidade da cultura.

Nas variedades não-Bt (como nos refúgios), o complexo de lagartas como Chrysodeixis includens, Spodoptera spp e Helicoverpa spp. são pragas preocupantes nesta fase há propriedades com variedades não-Bt que já realizaram mais de vinte aplicações específicas para o controle deste lepidópteros.

Foto 10 e 11. Situação crítica de presença de bicudo na flor do algodoeiro (à esquerda) larva de Anthonomus grandis no interior da maçã.

Foto 12; 13 e 14. Helicoverpa spp. atacando estruturas reprodutivas de algodoeiro.

As doenças, no contexto geral, estão controladas. No algodão safra é comum encontrar plantas com sintomas de doenças como mancha de ramulária e mofo branco, porém nota-se maior incidência de doenças como mancha angular, estenfílio e corynespora. Os primeiros talhões semeados com algodão safrinha já estão com aproximadamente 97 DAE, e apresentam até o momento, boa retenção de estruturas reprodutivas. A maioria das propriedades já realizaram entre três e cinco aplicações específicas para o controle de Ramulária areola. Nesta semana foi identificada a presença do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) na bordadura e no interior de alguns talhões de algodão “safrinha”.

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Foto 16; 17; 18 e 19. Folhas de algodão com sintomas de doenças.

Foram finalizadas, neste Núcleo, as coletas de solo e raízes da primeira etapa da ação do Programa Fitossanitário que visa mapear a ocorrência dos nematoides no Estado na cultura do algodão.

No período destas últimas duas semanas, os índices médios de captura nas armadilhas luminosas ficaram em 5,93 mariposas de Pseudoplusia includens, 0,24 de Helicoverpa spp., 1,33 de Heliothis virescens e 5,72 de Spodoptera spp. Já nas armadilhas do tipo Delta a média ficou em 0,24 MNH. Segue abaixo tabela com os índices de captura por fazenda.

Armadilha

DELTA

Helicoverpa

spp

Helicoverpa

spp

Heliothis

spp

Spodoptera

spp

Pseudoplusia

includensOutras

N2.1 3 0 5 7 5

N2.2

N2.3 0,19 3 2 4

N2.4 0,39 10 0 5 3 0

N2.5 0,17

N2.6 0,16 6 4 15

N2.7 0,33 4 8 3

N2.8

N2.9

N2.10 0,21 5,6 1,3 8,6 3,6 0

MÉDIA 0,24 5,27 1,33 5,72 5,93 1,67

- (não tem armadilha) ; células em branco não foi informado

Núcleo 2 – Costa Rica e Alcinópolis (Mariposas capturadas por noite)Período das leituras: 14/04/14 a 28/04/2014

Código

Identificador

(NÚCLEO 02)

Armadilha LUMINOSA

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Núcleo 3 – Centro e Sul (São Gabriel a Naviraí).

Eng.° Agr.° Guilherme Foizer

Nestas semanas, em algumas áreas da Região Central houve precipitação de 100 mm, o que é muito bom para o algodão de segunda época, que está na fase de florescimento e “enchimento” de maçãs. Essa situação de bom desenvolvimento da safrinha já ocorre há alguns anos, e, por esse motivo, 80% do algodão da Região é de segunda época; para a safra 2014/2015, especula-se que a expectativa é de que 100% do algodão será de segunda época.

Foto 19. Lavoura de algodão safrinha com bom desenvolvimento até o momento.

De outro lado, neste ano, essas condições que favorecem o desenvolvimento do algodão de segunda época, estão prejudicando o algodão safra, pois nesta fase em que se encontra, ele é muito sensível às chuvas e dias nublados que interferem diretamente na abertura das maçãs. Quando ocorrem essas precipitações, diversas estruturas são perdidas, acarretando em uma perda do baixeiro, sendo que, em casos extremos, essas perdas acontecem até na parte do terço médio da planta. No entanto, tal situação não é tão grave na Região, uma vez que, até o momento, a área mais prejudicada perdeu uma média de seis estruturas reprodutivas.

Foto 20. Maçã com sintomas de apodrecimento.

Nesta semana foram encontrados novos focos de bicudo, agora 50% das lavouras da Região Central estão com a presença da praga, com algumas bordaduras com índice aproximado de 8% de botões florais danificados. Em razão disso, os produtores estão sendo orientados a reduzir o intervalo de aplicação nas

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bordaduras para 3 a 4 dias, buscando, assim, evitar que esta praga se estabeleça na lavoura e cause maiores danos.

Com a formação dos capulhos do ponteiro do algodão, foi possível observar que na Região Sul oque causou mais danos às lavouras foram os percevejos, e não os bicudos, os ataques ocorreram quando a soja foi colhida e os percevejos migraram para o algodão. Algumas áreas tiveram perdas de mais de 10 capulhos por metro, provocando uma redução na produtividade esperada. Novamente fica evidente que a diminuição da importância relativa das lagartas pelo uso de plantas transgênicas (Bt) resistentes obriga os produtores a terem atenção redobrada com as pragas sugadoras e o bicudo.

O plantio do algodão na Região Sul é realizado no mês de outubro e novembro, e, assim sendo, no momento da colheita da soja, o algodão está na fase de enchimento das maçãs do ponteiro, dessa forma, o controle dos

percevejos que migram da soja para o algodão deve ser muito mais rigoroso, principalmente na soja, lembrando que esta praga causa grandes perdas de produtividade.

Foto 21. Percevejo marrom no algodoeiro.

Foto22. Maçãs de algodão danificada por percevejo que evoluiu para podridão.

Os índices médios de captura nas armadilhas luminosas destas duas semanas ficaram em 12,17 mariposas de Spodoptera spp, seguido por 5 de Pseudoplusia includens, 3,13 de Helicoverpa spp e 1,25 de Heliothis virescens. Já nas armadilhas do tipo Delta, a média ficou em 0,32 MNH. Segue abaixo tabela com os índices de captura por fazenda.

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e nosso site (http://www.ampasul.com.br)

Redação:

Eng.° Agr.° Danilo Suniga de Moraes (Coordenador Técnico da Ampasul), Eng.° Agr.° Guilherme Foizer (Monitor Técnico

da Ampasul) e Eng.° Agr.° Robson Santos (Monitor Técnico da Ampasul)

Armadilha

DELTA

Helicoverpa

spp

Helicoverpa

spp

Heliothis

spp

Spodoptera

spp

Pseudoplusia

includensOutras

N3.1

N3.2

N3.3 0,32 4 1,5 14 5,5

N3.4

N3.5 1,5 1 11,5 4,5

N3.6

N3.7

N3.8 7 2,5 11 5

N3.9 0 0

MÉDIA 0,32 3,13 1,25 12,17 5,00 #DIV/0!

- (não tem armadilha) ; células em branco não foi informado

Núcleo 3 – Centro e Sul (Mariposas capturadas por noite)Período das leituras: 14/04/14 a 28/04/2014

Código

Identificador

(NÚCLEO 03)

Armadilha LUMINOSA