62
INSPER INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA Charles Rosenblatt MBS11 Projeto de economia em saúde em litíase urinária: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e Cleveland Clinic. São Paulo – 2016

Projeto de economia em saúde em litíase urinária ... · discutido quais aspectos do contexto organizacional favorecem a ... e reinserção social. 6. ... transformações que o

  • Upload
    doanh

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

INSPER INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA

Charles Rosenblatt

MBS11

Projeto de economia em saúde em litíase urinária: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e

Cleveland Clinic.

São Paulo – 2016

INSPER INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA

Charles Rosenblatt

MBS11

Projeto de economia em saúde em litíase urinária: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e

Cleveland Clinic.

O aluno cumpriu todos os requisitos necessários para a

elaboração do Projeto Aplicado, estando, portanto, APROVADO.

São Paulo, 21 de Junho de 2016

Dr. Miguel Cendoroglo Neto

SãoPaulo–2016

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado sempre saúde e força para superar as dificuldades.

Ao Insper e seu corpo docente, que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes.

Aos meus orientadores Prof. Dr. Miguel Cendoroglo Neto e Prof. Dr. Paulo Marcelo Zimmer, pelo suporte no pouco tempo que lhes coube, pelas suas correções e incentivos.

Ao Prof. Dr. Sidney Klajner e Prof. Dr. Oscar Fernando Pavão dos Santos , os quais me referenciaram ao Insper para a realização deste renomado MBA de Gestão de Saúde. Meu agradecimento eterno pela relevante e inestimável ajuda.

Ao Sr. Daniel Tavares Malheiro, Estatístico do Departamento de Economia de Saúde da Diretoria de Práticas Médicas do HIAE, com suas valiosas colaborações.

Aos colegas Urologistas do HIAE .

À minha esposa Suzana, companheira e incentivadora, que com amor e dedicação, não poupa esforços para que nossos objetivos sejam alcançados, meu eterno amor.

Aos meus filhos Thomas, Noah e Naomi, pelos quais qualquer sacrifício se justifica, no intuito de transmitir um exemplo de trabalho, determinação e persistência; pela compreensão e incentivo, meu amor eterno

Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

A todos os pacientes, razão primordial de todo o desenvolvimento da ciência médica.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 6

2 OBJETIVOS................................................................................................ 17

3 JUSTIFICATIVA........................................................................................ 18

4 METODOLOGIA....................................................................................... 19

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................. 21

5.1 UROLOGIA.................................................................................................. 21

5.1.1 Uretero-Reno-Litotripsia Flexível a Laser................................................ 21

5.1.1.1 Opções Terapêuticas..................................................................................... 23

5.1.2 Indicação de tratamento............................................................................. 24

5.2 A CLEVELAND CLINIC.............................................................................. 25

5.2.1 Cleveland Clinic (GUKI) & Urologia do HIAE....................................... 25

5.2.2 Relatório da Consultoria da Cleveland Clinic/HIAE-A abordagem da

The Cleveland Clinic (GUKI)...................................................................... 26

5.2.2.1 Fundamentos e Introdução.......................................................................... 26

5.2.2.2 Metas da GUKI........................................................................................... 29

5.2.2.3 Ureterolitotripsia......................................................................................... 30

5.2.2.4 Abordagem Técnica Passo a Passo da GUKI............................................. 32

5.2.2.5 Técnica de Deslocamento do Cálculo Urinário para o Polo Inferior-

Segundo a GUKI........................................................................................... 34

5.2.2.6 Ureterolitotripsia Flexível Vs Semi-Rígida Segundo a GUKI...................... 35

5.2.2.7 Técnica de Desintegração de Cálculos Urinários Segundo a GUKI............. 35

5.2.2.8 Cuidados Pós-Operatórios............................................................................ 35

5.3 AVALIAÇÃO E REVISÃO DO TRATAMENTO DE CÁLCULOS

URINÁRIOS............................................................................................... 36

5.4 RECOMENDAÇÕES da Cleveland Clinic................................................. 36

6 OPMEs........................................................................................................ 38

6.1 DADOS IMPORTANTES SOBRE OPME................................................. 38

6.2 REGULAÇÃO DE OPME.......................................................................... 40

7 ANÁLISE DE ROI-RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO........... 41

8 RESULTADOS............................................................................................ 42

9 DISCUSSÃO................................................................................................ 53

10 CONCLUSÃO............................................................................................. 58

REFERÊNCIAS......................................................................................... 59

6

1 INTRODUÇÃO

Com o aumento da competição nos mercados e com a rápida evolução das novas

tecnologias, a geração de inovações capazes de fazer aumentar o valor econômico das

empresas torna-se um dos mais preciosos recursos organizacionais na atualidade. Tem-se

discutido quais aspectos do contexto organizacional favorecem a inovação. Por um lado, a

manutenção da eficiência e do controle é importante para a competitividade; por outro, a

flexibilidade, a criatividade e a capacidade de rápido ajuste ganham relevância no âmbito

hospitalar (GALUNIC; EINSENHARDT, 2001, p. 1229).

Na área da saúde, podemos observar que a vantagem competitiva de um hospital não é

apenas função das oportunidades oferecidas pelo mercado, é principalmente função dos

recursos que detém e de como os molda e renova (MALIK, 2004).

De maneira ampla, as capacidades internas, que permitem a competitividade, são os

processos organizacionais e estratégicos por meio dos quais os gestores manipulam recursos

para gerar novos ativos produtivos, no contexto de mercados dinâmicos, ou moderadamente

dinâmicos (EINSENHARDT; MARTIN, 2000, p 1105; GALUNIC; EINSENHARDT, 2001,

p. 1105).

Nos diversos países, fatores como o envelhecimento da população, a queda nas taxas

de natalidade e fertilidade, a urbanização, o aumento da violência, a complexidade do perfil

nosológico das populações, o aumento da frequência de doenças crônico-degenerativas, o

aumento do desemprego e as distorções das distribuições de renda tornam-se, cada vez mais,

parte das preocupações com que os responsáveis pelo planejamento da saúde têm que se

defrontar.

Neste cenário, emergem tendências de reorganização da assistência que privilegiam

novos valores e conceitos. É relevante, por exemplo, citar os movimentos em direção à

adequação dos custos, à valorização das evidências no exercício da prática médica, ao

desenvolvimento de novas formas de atendimento extra hospitalares e à busca de tecnologias

de alta capacidade resolutiva ambulatorial.

De acordo com Porter O’Grady (1995), a revisão do modelo assistencial moderno

deve levar em consideração o alto grau de complexidade da sociedade, as exigências por

7

qualidade e os custos crescentes relacionados à área da saúde, sendo possível identificar, pelo

menos, sete novas tendências decorrentes desta concepção:

1. O controle das formas de financiamento da atividade, seja ela predominantemente

pública ou privada, visando ao atendimento de princípios gerais de utilidade e

adequação dos serviços às necessidades da sociedade.

2. O controle da qualidade dos serviços prestados a partir da perspectiva dos

prestadores, dos usuários e dos administradores.

3. O monitoramento do parque de tecnologia para maximizar sua efetividade.

4. A revisão das formas e conteúdo dos processos de educação e formação dos

profissionais de saúde.

5. A inserção de novas formas de abordagem terapêutica dentro de um princípio de

continuidade do cuidado, com estratificação das atividades de prevenção, atuação

sobre a doença, reabilitação e reinserção social.

6. O estabelecimento de um novo papel para a mídia que, ao se envolver em questões

relacionadas ao setor, assumiria uma função educadora e de formação de opinião.

7. O redesenho do papel do poder público, que passa a ter uma função eminentemente

reguladora e disciplinadora das relações entre os agentes.

O sistema de saúde do HIAE engloba diferentes estruturas, que fornecem serviços de

excelência e executam a medicina baseada em evidências científicas. Ao longo de 2015, a

Organização consolidou seu modelo de governança Triple Aim, criado pelo Institute for

Healthcare Improvement (IHI), instituição de referência mundial em segurança e qualidade.

Esse modelo de governança pressupõe a estruturação e o monitoramento dos serviços de

saúde em três dimensões, que se inter-relacionam e definem uma abordagem focada na

eficiência, na efetividade e na melhor relação entre custo e resultado. São elas:

• Experiência do cuidado: foco na qualidade, segurança e eficiência dos serviços, que

asseguram uma melhor experiência do paciente e a sua satisfação;

• Redução do custo per capita dos serviços de saúde: foco na melhoria contínua e no

conhecimento científico para garantir a eficácia da aplicação dos recursos;

8

• Abordagem populacional: a partir de experiências bem-sucedidas, escalonagem dos

resultados para parcelas maiores da população, por meio de estratégias de atendimento

ajustadas às especificidades dos diversos grupos.

O modelo começou a ser adotado de forma mais sistemática no HIAE em 2014, ano

em que foi celebrada uma parceria estratégica com o IHI. Além de possibilitar a articulação

estratégica e o aperfeiçoamento de diversas iniciativas que já eram executadas pelo Einstein

em seu compromisso com a excelência, o Triple Aim também impulsionou novos projetos.

A atenção em saúde do HIAE segue o Modelo de Cuidado Centrado no Paciente, que

alia a excelência nos aspectos técnicos (diagnóstico, tratamento e uso de tecnologia) e

Experiência do Paciente. Esse conceito reflete uma abordagem multifacetada, que envolve

definir, com base em evidências, os processos e protocolos mais adequados a cada caso,

considerar as expectativas e necessidades de pacientes, familiares e profissionais,

proporcionar educação em saúde e estimular a participação de todos os componentes da

equipe na tomada de decisão. Coordenadas pelo Escritório de Experiência do Paciente, todas

as áreas do HIAE colaboram para colocar em prática o conceito no trabalho diário.

Com foco no aperfeiçoamento constante e na eficácia dos serviços, o HIAE mede o

próprio desempenho e o impacto na qualidade de vida dos pacientes, com indicadores que

avaliam a necessidade de reinternação, a mobilidade, a autonomia e os efeitos adversos. Além

do monitoramento sistemático de cerca de 20 procedimentos, o HIAE também realiza estudos

comparativos sobre o desfecho alcançado em diferentes abordagens para o mesmo tipo de

problema de saúde (RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE – Einstein, 2015).

Mais recentemente, segundo o modelo Accountable Healthcare, três condições são

necessárias e simultâneas para se alcançar qualidade nos cuidados com saúde nos Estados

Unidos: mais experiência em prevenção, identificação da população e empenho em redução

de custos em saúde. As pré-condições para que tudo isso seja efetivo incluem o compromisso

com a universalidade de seus membros, bem como a existência de Organizações de

Tratamento Responsável (Accountable Care Organizations – ACOs, originárias do modelo

Accountable Care) que assumam a responsabilidade pela execução dos três objetivos acima

citados.

O papel a ser desempenhado pelas Organizações de Accountable Care envolve pelo

menos cinco componentes: parceria do indivíduo e suas famílias, redesenho do modelo de

9

cuidados primários, mapeamento das populações de gestão de saúde, melhorias na gestão

financeira e integração com o macrossistema de saúde. Nos Estados Unidos muitas ACOs

estão sendo montadas, de variados tipos, como a de médicos, de hospitais, de planos de saúde,

mas nem todas crescem nas mesmas proporções. Os destaques são para o aumento dos grupos

médicos e sistemas hospitalares, estes, preparados para atenderem diversos setores.

As ACOs são responsáveis pelos gastos, oferecem aos profissionais de saúde prêmios

por controle de custos, além de remunerarem por desempenho, e não por serviços. (AMA

JOURNAL OF ETHICS,2015, p. 630)

É nesse contexto de rápidas transformações que o Hospital Israelita Albert Einstein

(HIAE) se insere. O HIAE goza de uma reputação de sucesso em âmbito nacional e

internacional. Tal sucesso advém de um conjunto de capacidades internas que, ao mesmo

tempo, sustenta e é sustentada por uma burocracia profissional que adquiriu, ao longo de sua

trajetória, características de um modelo inovador, a despeito de mudanças importantes no

contexto hospitalar nos últimos anos.

Três capacidades internas foram identificadas por Porter O´Grady, em 1995, na

organização interna do HIAE e relacionadas as rotinas e processos organizacionais que as

sustentam: geração e incorporação de novos conhecimentos científicos; investimento e uso

eficaz de novas tecnologias; e adoção e controle continuo de melhores práticas em

atendimento médico assistencial. Tal modelo organizacional parece favorecer a inovação

constante, sem abandonar o rigor e o controle dos processos especializados que lhe confere

uma reputação de qualidade superior.

Os materiais consignados, em especial os OPME, representam um alto custo dos

gastos hospitalares e sua grande diversidade e o elevado custo requer uma gestão segura e

racional. Estes representam uma das áreas mais complexas e incompreendidas no mundo da

saúde, onde cada grupo possui determinadas características, como preço, giro, data de

validade, prazos de entrega, dentre outras. Tornando estes um desempenho preponderante na

balança das contas hospitalares, levando o serviço de suprimentos a manter todos os itens de

OPME em uma proporção adequada de utilização

Por tanto, os objetivos de uma instituição hospitalar na gestão de OPME devem ser: a

segurança do paciente, a eficiência operacional, a redução de desperdício e a variabilidade, as

relações comerciais e as técnicas harmoniosas, oferecer uma boa relação custo benefício para

10

os materiais, a eliminação do risco de glosas/atrasos no faturamento, inspirar a confiança e a

resolubilidade, e com certeza ser uma instituição economicamente viável.

Um dos interesses da cadeia de Suprimentos é evitar a falta de materiais quando

solicitados, bem como manter um estoque mínimo dentro da organização, uma vez que os

materiais especiais demandam um alto fluxo de caixa, muitas vezes prejudicado com a

logística praticada pelos distribuidores desses materiais, que por vezes comprometem todo o

plano de abastecimento, gerando insatisfação dos clientes internos: médicos, gerentes de

unidades, coordenadores e a alta direção, bem como dos clientes externos: pacientes e as

operadoras de saúde.

Neste contexto, a Economia da Saúde, envereda sobre o incremento dos custos em

saúde que se verifica tanto nos países desenvolvidos quanto nos subdesenvolvidos,

explicitando as causas e os tipos de custo, e inclui ainda a “eficácia”, “efetividade”,

“eficiência” e “equidade em saúde” para inserir a avaliação econômica - como um conjunto

de procedimentos e técnicas - e sua importância para a tomada de decisão. Esta abordagem é

refinada com a discussão sobre a prática médica diária, no que se refere à avaliação do

processo e do resultado do trabalho médico, o que constitui o campo da epidemiologia clínica

e gestão clínica (SILVA, 2004, p.152).

A Economia da Saúde (ES) é uma especialidade recente no Brasil, procura aliar os

conhecimentos adquiridos pela Medicina (segurança do procedimento, eficácia e efetividade

da intervenção) ao conceito de eficiência - originado na Economia -, com o objetivo de

instrumentalizar os gestores de saúde em suas tomadas de decisão, principalmente quanto a

um melhor aproveitamento de recursos frente às necessidades da sociedade (FERRAZ, 2005,

p. 98). Desta forma, a eficiência na aplicação dos recursos não se torna sinônimo de economia

de verbas, mas sim, a melhor alocação dos recursos disponíveis, levando-se em consideração

segurança, eficácia e efetividade das intervenções avaliadas.

Na busca pela maximização da eficiência do setor saúde, uma das ferramentas

utilizadas é a compreensão da utilização dos recursos, seus custos e os potenciais ganhos de

saúde para a população. O conjunto dos estudos que utilizam estes conceitos pode ser

chamado de Avaliação Econômica em Saúde (AE). A AE - um dos instrumentos da ES - é

tida como uma ferramenta fundamental para as tomadas de decisão na área de saúde,

11

auxiliando os gestores a observarem o real impacto das doenças na sociedade, tanto do ponto

de vista de agravo à saúde, como as consequências econômicas para a sociedade decorrentes

destas doenças. Seu objetivo principal é auxiliar a tomada de decisão, visando uma melhor

alocação dos escassos recursos disponíveis.

A AE pode ser classificada como incompleta e completa. Na AE incompleta, temos os

estudos do tipo “custo da doença” (cost of illness) e “comparação de custos” (cost

comparison). No tipo “custo da doença”, estima-se e quantifica-se a utilização de recursos das

diversas intervenções propostas para determinada doença, em um período de tempo. Tem

como objetivo conhecer o padrão de utilização destes recursos (adequados e/ou inadequados)

conforme a melhor evidência tida como cientificamente válida no momento do estudo. Cada

recurso é, por sua vez, custeado em termos monetários, o que permite, ao final, termos um

custo total da doença para o sistema de saúde. No tipo “comparação de custos”, temos a

possibilidade de comparar a utilização de recursos de duas intervenções pré-definidas para

uma determinada doença ou condição e, na sequência, valorar os recursos utilizados, em

termos monetários.

A AE completa é o instrumento utilizado pela ES para a análise sistemática e

comparativa de duas ou mais intervenções na área da saúde, considerando-se os custos e

benefícios proporcionados (DRUMMOND, O’BRIEN, STODDART, 1997) Diante da

complexidade de seu objetivo, a AE completa deve ser vista sob três diferentes vertentes:

tipos de AE; possíveis pontos de vista da análise; e diferentes tipos de custos (AZEVEDO;

CICONELLI; FERRAZ, 2005, p.106).

1. Tipos de AE completa: custo-minimização; custo efetividade; custo-utility e custo-

benefício.

a. Custo-minimização é a análise realizada quando duas ou mais intervenções

proporcionam o mesmo benefício, diferindo apenas em relação aos custos.

Sendo assim, apenas os custos seriam considerados, visto que os desfechos são

os mesmos. Não é uma análise muito utilizada, uma vez que é raro

encontrarmos intervenções que apresentem os mesmos benefícios

comprovados cientificamente. Ex: dois tratamentos para alcoolismo que

atinjam o mesmo percentual de abstinência, no mesmo período de tempo.

Como ambos apresentariam a mesma efetividade, a única variável a ser

comparada seria o custo de cada intervenção;

12

b. Custo-efetividade, mais comumente encontrado na literatura, é utilizado

quando as intervenções apresentam desfechos clínicos semelhantes, porém

diferenciando-se não só quanto aos custos, mas também quanto à extensão dos

efeitos esperados. Ex: um tratamento ambulatorial para alcoolismo que atinge

um determinado índice de abstinência, comparado a uma nova intervenção

agregada a este tratamento ambulatorial, gerando melhores índices de

abstinência. A AE de custo-efetividade irá quantificar o custo adicional que

cada unidade percentual ganha no índice de abstinência;

c. Custo-utility evidencia a preferência do indivíduo ou da sociedade por um

estado de saúde ou desfechos específicos. O parâmetro mais comumente

utilizado é o “Quality Adjusted Life Years - QALY” (sobrevida ajustada à

qualidade de vida). Este tipo de análise vem adquirindo grande expressão em

pesquisas atuais (WIESENTHAL; GHICULETE; DAH; PACE, 2010, p.307 e

CALVERTBURGESS, 2005, p.113), pois possibilita a comparação entre

diversas intervenções em diferentes doenças ou especialidades médicas, uma

vez que o parâmetro que mensura o ganho de saúde pode ser medido em

qualquer condição ou doença. Isto favorece o processo de tomada de decisão

pelos gestores de diversas áreas, pois, teoricamente, possibilita uma alocação

mais eficiente dos escassos recursos extras;

d. Custo-benefício é um tipo de análise na qual os resultados são estimados em

valores monetários. Devido à dificuldade, complexidade e controvérsias em se

valorar a vida humana e determinadas condições de saúde em termos

monetários, ainda é uma análise raramente encontrada na literatura.

2. Perspectivas da análise. É de fundamental importância para a AE a perspectiva sob

a qual a análise de custos é feita. Baseia-se em quem irá arcar com os custos referentes ao

programa estudado, além de definir quais serão os recursos (custos) incluídos para a análise.

Exemplos de pontos de vista são: do paciente, da instituição de saúde, do Ministério da Saúde,

ou, geralmente, da sociedade. Na perspectiva do paciente, por exemplo, são considerados os

custos referentes às consultas (quando pagas por ele), ao transporte entre sua residência ou

local de trabalho até o local de tratamento, retorno, entre outros. No entanto, a perspectiva da

13

sociedade é a mais abrangente, pois considera todos os custos referentes ao programa,

independente de quem irá pagar as despesas. Isto faz com que esta perspectiva seja

considerada a mais apropriada para embasar as decisões tomadas na área da saúde.

3. Diferentes tipos de custos. Para melhor compreensão deste item, vale ressaltar que

os termos recursos e custos são distintos, embora em todo recurso empregado incida um

custo. Os recursos se referem aos procedimentos aplicados e/ou avaliados; os custos se

referem aos valores atribuídos a cada recurso. Diante disso, tanto a quantificação do recurso

quanto seus custos podem ser encontrados na literatura. Em uma AE completa, os custos

podem ser classificados como diretos, indiretos e intangíveis (CICONELLI; FERRAZ, 2005

p.106 e KOWALSKI, FERRAZ ,2005, p.106):

a. Custos diretos: estão diretamente relacionados aos recursos oriundos da

intervenção. São subdivididos em custos médico-hospitalares (custo de

medicações, exames, internações, remuneração dos profissionais, consultas

médicas e fisioterápicas, cirurgias, entre outros) e custos não médico-

hospitalares (transporte de ida e volta ao tratamento, contratação de terceiros

para auxílio no tratamento, entre outros).

b. Custos indiretos: não estão diretamente relacionados à intervenção. No

entanto, podem gerar custos tanto para os pacientes e familiares, quanto para

empregadores ou para sociedade (ex: a redução/falta de produtividade do

usuário e/ ou familiar, devido ao tempo despendido para participação no

programa de saúde ou de doenças decorrentes).

c. Custos intangíveis: são os mais difíceis de serem medidos ou valorados, pois

se referem ao custo do sofrimento físico e/ou psíquico. Dependem,

unicamente, da percepção que o paciente tem sobre seus problemas de saúde e

as consequências sociais, como o isolamento. Geralmente, estes custos não são

inclusos nas análises de custos, visto que ainda existe grande controvérsia

sobre a metodologia para obtenção dos mesmos.

14

Para finalizar esta introdução à ES, cabe ressaltar alguns pontos importantes:

1. Mesmo se tratando de uma única doença, a comparação entre os custos obtidos

por diferentes estudos, em diferentes países, pode servir apenas para

avaliarmos a complexidade dos problemas/gastos gerados. Não deve ser

utilizada como parâmetro de análise, uma vez que tal comparação dependeria

da avaliação de recursos semelhantes (o que raramente ocorre em estudos

distintos), do valor destinado ao tratamento desta doença em diferentes países e

do valor monetário do ano em que tais estudos foram realizados. Tais

constatações já poderiam justificar a necessidade de realização de estudos no

Brasil, uma vez que é extremamente difícil extrapolar e considerar válidos,

para a nossa realidade, resultados obtidos em outros países;

2. A ES não tem como propósito determinar o que deve ser feito, mas sim,

fornecer dados consistentes para que os tomadores de decisão se encontrem

suficientemente munidos de informações para melhor alocarem os recursos

disponíveis (FERRAZ, 2005 p.98).

Maisa Domenech (2015), ao refletir sobre as regras de atendimento no sistema de

saúde suplementar, observou que o relacionamento entre prestadores de serviços médico-

hospitalares e operadoras de planos de saúde (OPS) nunca foi amigável. Os conflitos têm se

intensificado com as dificuldades cada vez maiores de sobrevivência dos referidos atores

frente aos desafios do cenário atual no Sistema de Saúde Suplementar, sobretudo, os conflitos

de ordem operacional, os quais têm contribuído para distanciar cada vez mais a operação do

foco estratégico.

As OPS criaram um mercado bastante peculiar: regras multifacetadas definindo

restrições de atendimento, imposição de preços, prazos de pagamento, rotinas operacionais as

mais variadas possíveis, algumas comprometendo inclusive a segurança do paciente; falta de

reajustes ao longo de anos na prestação dos serviços e contratos leoninos; criando regras

unilateral e de forma extemporânea deixando à margem os acordos estabelecidos e

favorecendo a geração de glosas, além das mais diversas formas de contenção da utilização

dos serviços pelos usuários do sistema.

O fluxo de pagamentos acentuou o desequilíbrio da relação entre OPS e prestadores de

serviços acarretando o crescimento da inadimplência, dilatação dos prazos de pagamento,

15

quase sempre de forma unilateral; aumento dos índices e motivações de glosas, deixando os

prestadores descobertos para fazerem frente aos seus compromissos e arcando com

importantes custos financeiros, quando dependentes do sistema bancário. Este fluxo tem

contribuído ao longo do tempo para levar os prestadores de serviços a uma enorme

dificuldade econômica. Por outro lado, colabora de forma positiva para o financiamento da

operação das OPS, evitando que estas tenham que buscar recursos no sistema financeiro e,

portanto, minimizando o ônus dos juros e atualização monetária.

Das imposições, nem mesmo os maiores e conceituados hospitais e clínicas foram

poupados, apesar de constituírem fator decisivo para a venda de planos de saúde pelas OPS

aos usuários. Muitas vezes estes prestadores não distinguem sequer que várias das regras

absorvidas nas suas estruturas são deveres das OPS e, portanto, deveriam ter suas

operacionalizações e controles na própria operadora. Repassadas para a operacionalização do

prestador, geram aumento de custos nestas estruturas cada vez mais inchadas e favorecem,

consequentemente, a redução de custos nas estruturas administrativas das OPS.

Tais regras estão sempre muito afastadas das políticas de saúde e da mensuração da

qualidade da assistência privada e atrelada à supremacia dos interesses econômicos. Estas

passaram a ser invencíveis, salvo quando os prestadores imperam quase que absolutamente

em determinado mercado ou quando percebem o valor da união entre estes e evitam, através

de estratégias conjuntas, que as novas regras passem a ter mais valor que os acordos vigentes.

De uma forma ou de outra é preciso que os prestadores de serviços médico-hospitalares, em

prol do objetivo maior – o paciente – busquem se fortalecer e evitem, sobretudo, aquelas

imposições que ameaçam a qualidade do atendimento prestado e a segurança daqueles que

buscam, através da confiança, os serviços em instituições de saúde.

Transgredindo conceitos como segurança, confiança, confidencialidade,

responsabilidade, sigilo e ética, definidos nas resoluções do CFM – Conselho Federal de

Medicina, Portaria do Ministério da Saúde e Código de Ética Médica, chama atenção a

obediência a regras inadequadas como o encaminhamento de laudos médicos e/ou

informações integrantes de prontuários médicos por prestadores às operadoras para fins de

autorização de procedimentos/internamentos, expondo as informações sigilosas relativas às

condições de saúde dos pacientes a profissionais não habilitados. A proteção dos dados

sigilosos do cliente é dever do médico em qualquer circunstância, salvo raras exceções

previstas em lei, como no caso de doenças de notificação compulsória.

16

Ainda assim, mesmo em meio a este modelo já esgotado do Sistema de Saúde

Suplementar vigente, cabe aos prestadores de serviços médico-hospitalares lutarem para sair

da condição de reféns de uma operação que não agrega qualquer valor e gera prejuízos

(DOMENECH, 2015; p 57)

Diante da preocupação de atualizar- se continuamente e adaptar-se ás novas regras da

prática médica e do sistema assistencial moderna o Hospital Israelita Albert Einstein em 2014,

contratou uma consultoria da Cleveland Clinic para avaliar o Programa de Urologia

Institucional, enfocando os protocolos de litíase renal. Os consultores da Cleveland Clinic

Glickman Urological & Kidney Institute’s Department of Urology (GUKI Urology)

elaboraram um relatório propondo padronização da prática. De acordo com o relatório da

GUKI Urology, a adoção das recomendações proporcionaria redução da variabilidade da

prática, com impacto em redução de custos.

Com base nas sugestões da consultoria, foram propostas algumas metas de redução do

custo global de litíase e de redução na variabilidade de custo dos procedimentos, com a

criação de um protocolo de procedimentos em que o corpo clínico estabelece determinados

critérios para a utilizar técnicas cirúrgicas e materiais, a elaboração de tabelas de preços

própria, com materiais padronizados, que cumprem critérios legais e comerciais, além de

negociação de pacotes de procedimentos e materiais, dividindo a administração dos custos, ou

seja, tudo com total transparência de todas as partes envolvidas. O estudo e análise do mesmo,

foi elaborado pelo Setor de Economia da Saúde do HIAE.

17

2 OBJETIVOS

Esse estudo tem como objetivos principais responder as seguintes questões:

1. Houve redução de custos no período posterior à consultoria da Cleveland Clinic

Glickman Urological & Kidney Institute’s Department of Urology (GUKI Urology) ?

2. Houve redução da variabilidade na prática cirúrgica refletida pela menor

variabilidade de custos?

3. Qual o tempo para retorno sobre o investimento (ROI)?

18

3 JUSTIFICATIVA

Com as mudanças na prática médica, surgiu o interesse em comparar e analisar o

desempenho do Departamento de Urologia do Hospital Israelita Albert Einstein após a

implantação de uma nova metodologia de gestão, numa tentativa para aprimorar o modelo

atual, e observar se foi possível criar previsibilidade orçamentária partilhando os riscos e

comprometendo todos os participantes no processo.

19

4 METODOLOGIA

Para a realização do estudo, foi realizada uma análise partindo-se do banco de dados

epidemiológico do HIAE, realizando o levantamento de pacientes que realizaram

procedimentos urológicos no HIAE. Realizou-se a seleção dos pacientes submetidos aos

procedimentos Ureterolitrotripsia Endoscópica e Ureterorenolitrotripsia Flexível a

Laser, entre os anos de 2014 e 2015.

Para a análise de custos, partiu-se do prontuário cirúrgico do paciente e foram

extraídas as contas referentes a internação dos procedimentos, bem com o perfil de consumo

de cada paciente.

Para a análise estatística, os dados foram segmentados em dois grupos:

O grupo pré-consultoria, corresponde aos pacientes submetidos ao

procedimento antes da realização da consultoria, ou seja, no ano de 2014.

O grupo pós-consultoria, corresponde aos pacientes submetidos ao

procedimento após a consultoria e engloba os pacientes que realizaram o

procedimento no segundo semestre de 2015.

Todas as pesquisas foram feitas após receber o consentimento de vistas aos dados pela

diretoria de práticas médicas.

Após a reflexão e análise dos resultados foi elaborada a conclusão do estudo.

20

Figura 1. Time line do processo

BancodeDadosEpidemiológico

HIAE PacientesProcedimentosUrológicos

UreterolitrotripsiaEndoscópica

UreterorenolitrotripsiaFlexívelaLaser

Anos

20142015

Análisedecustos

contasreferentesainternaçãodosprocedimentos

operfildeconsumodecadapaciente.

análiseestaQsRca,

Grupopréconsultoria

2014Grupopós-consultoria

2015

Análisededados Conclusão

21

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O objetivo deste capítulo é o de apresentar a fundamentação teórica necessária para

que os conceitos principais e processos médicos de forma que fiquem claros para a

compreensão da análise do processo de consultoria e seus resultados.

5.1 UROLOGIA

A Urologia é a especialidade médica que trata do sistema urinário de homens e

mulheres e do sistema reprodutor dos homens (testículos, epidídimos, ducto deferente,

vesículas seminais, próstata e pênis). É, portanto, uma especialidade cirúrgica vasta e

complexa, que envolve um grande número de procedimentos e significativo dispêndio de

custos financeiros (ESTEVES, 1992).

5.1.1 Uretero-Reno-Litotripsia Flexível a Laser

Os Rins são filtros naturais do corpo humano. Eles retiram do sangue substâncias

químicas nocivas e as excretam na urina. Quando estas substâncias não se dissolvem por

completo, formam se cristais e destes formam cálculos (cálculo urinários). Estes cálculos

podem ser do tamanho de um grão de areia e sair pela urina sem causar quaisquer transtornos,

contudo eles também podem crescer e atingir tamanhos maiores podendo provocar obstrução

total ou parcial para o escoamento da urina, além de sintomas como fortes dores lombares e

infecções urinárias recorrentes.

O tratamento da litíase urinária envolve várias técnicas terapêuticas, desde o

tratamento conservador às cirurgias de exploração renal, contudo todas as opções almejam a

quebra e eliminação do cálculo (COCUZZA, M.; COLOMBO JR.; COCUZZA, A.L.; et al,

2008, p. 143)

22

5.1.1.1 Opções Terapêuticas

• Litotripsia Extra-Corpórea por Ondas de Choque – LEOC (LITOTRIPSIA

EXTRACORPÓREA): Técnica não invasiva com baixo índice de complicações, alto índice

de resposta (85% para cálculos ureterais e 80% para cálculos renais) e baixo custo.

Consiste na aplicação de ondas de choque através de um litotritor extracorpóreo

diretamente sobre a região lombar. Estas ondas atravessam nosso corpo, sem a necessidade de

cortes ou perfurações, atingem o cálculo e promovem sua fragmentação.

• Litotripsia endoscópica (Trans-Ureteroscópica): Técnica mais invasiva que a

LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA), mas sem incisões. Nesta técnica o acesso se

faz através dos orifícios naturais urinários para fragmentação do cálculo. Consiste em

introduzir equipamentos endoscópicos de fino calibre através da uretra, e em seguida através

do ureter até atingir diretamente o cálculo. Após atingir o cálculo, um litotritor é introduzido

através dos equipamentos endoscópicos e aplicam-se ondas de choque ou ondas de som

(Litotritor balístico ou ultrassônico respectivamente) diretamente sobre o cálculo,

promovendo sua fragmentação.

• Litotripsia Transureteroscópica Flexível a Laser: uma variante da técnica anterior

onde um litotritor a laser, que tem entre outras características a sua espessura e flexibilidade,

permitindo mais facilmente o acesso ao sistema pielocalicial e ao rim, promove a

pulverização do cálculo com menores riscos que o litotritor balístico.

• Litotripsia percutânea: Semelhante à técnica descrita anteriormente, porém não

utiliza os orifícios naturais urinários. O acesso ao cálculo é realizado através de uma

incisão/punção percutânea, atingindo o cálculo diretamente. Os litotritores utilizados nas

técnicas transureteroscópicas podem também ser utilizados nesta técnica.

• Cirurgia Aberta: Técnica cirúrgica convencional onde se realiza uma incisão e

abordagem convencional dos tecidos, e retirada direta do cálculo pelo cirurgião

(SMITH,1968, p. 521).

23

5.1.2 Indicação de tratamento:

• Conduta para cálculos menores que 5 mm: Independente de sua localização deve-

se aguardar sua eliminação espontânea. Quando não ocorre a eliminação e o paciente continua

com sintomas relevantes (como obstrução acentuada do fluxo urinário, sepse ou infecção

grave ou dor intolerável), pode-se tratar com litotripsia extra-corpórea por ondas de choque –

LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA), litotripsia endoscópica, litotripsia percutânea

ou por cirurgia aberta.

• Conduta para cálculos localizados no ureter proximal:

! De tamanho entre 5 e 10 mm: A litotripsia extra-corpórea por ondas de

choque é considerada a primeira opção de tratamento. A segunda é a

ureterolitotripsia endoscópica. No caso de falha destas duas técnicas deve ser

considerada a litotripsia percutânea e a cirurgia aberta.

! Para cálculos maiores de 10 mm: Para estes casos a litotripsia extra-corpórea

por ondas de choque e a ureterolitotripsia são equivalentes, contudo

considerando que a LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) é menos

invasiva, deve ser a de primeira escolha. Somente no caso de falha destas duas

técnicas deve ser considerada a litotripsia percutânea e a cirurgia aberta.

• Conduta para cálculos localizados no ureter inferior:

• Para Cálculos de tamanho entre 5 e 10 mm: São considerados igualmente

tratáveis por litotripsia extra-corpórea por ondas de choque e ureterolitotripsia,

embora algumas evidências apontem para maior sucesso com a ureterolitotripsia.

A opção de cirurgia aberta reserva-se a falhas ou indisponibilidade dos tratamentos

anteriores;

• Para cálculos maiores de 10 mm: São igualmente aceitáveis a litotripsia extra-

corpórea por ondas de choque e a ureterolitotripsia, embora também haja uma taxa

maior de sucesso com a ureterolitotripsia. A opção de cirurgia aberta reserva-se a

falhas ou indisponibilidade dos tratamentos anteriores.

24

• Conduta para Cálculos Reno-Caliciais:

! Para cálculos de tamanho entre 5 e 20 mm: Estudos baseados em meta-

análise demonstraram que, quando o cálculo é menor que 10 mm, a taxa média

de sucesso com LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) pode alcançar

74% de bons resultados; Cálculos entre 11 e 20 mm, os resultados ficam em

torno de 56%; para cálculos maiores de 20 mm, apenas 32% de resultado (C).

Desta forma para os cálculos entre 5 mm a 20 mm, a LEOC deve ser a primeira

escolha, por ser uma técnica menos intervencionista e com menos

complicações quando comparadas com as outras opções terapêuticas. Quando

não obtiver sucesso com a LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) a

técnica a ser escolhida deve ser a ureterrenolitotripsia flexível endoscópica a

laser. Apenas quando as técnicas anteriores falham é que deve ser indicado a

Nefrolitotripsia percutânea ou cirurgia aberta (técnicas mais intervencionistas e

com maiores índices de complicações);

! Para cálculos maiores de 20 mm: Quanto maior o cálculo menor a eficiência

da LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA). Cálculos maiores ou iguais a

20 mm considerar a litotripsia percutânea e a cirurgia aberta. (PREMINGER,

2007, p. 2418)

25

5.2 A CLEVELAND CLINIC

Cleveland Clinic é um centro médico de referência localizado em Ohio, nos Estados

Unidos, que integra atendimento hospitalar e investigação clínica. O centro foi fundado em

1921 com a missão de criar uma clínica cujo atendimento ao doente estivesse baseado na

cooperação e na inovação. Hoje em dia, a Cleveland Clinic é um dos centros mais relevantes

dos Estados Unidos quanto a inovação na utilização das ferramentas digitais.

A filosofia deste hospital baseia-se no princípio de “o doente em primeiro lugar”,

dando prioridade ao atendimento, conforto e qualidade de vida do doente.

Na Cleveland Clinic a principal filosofia e foco comum é o fornecimento de cuidados

de saúde da mais alta qualidade a todos os pacientes que confiam sua saúde, ou a saúde de um

ente querido. Dessa forma, todas as estratégias clínicas e de negócios que desenvolvem

ajudam a atingir esse objetivo da melhor forma possível. Nos últimos anos, a Cleveland Clinic

tem focado cada vez mais não apenas em aumentar a qualidade dos cuidados que fornecem,

mas também em maximizar o valor que os pacientes e clientes recebem, garantindo que os

cuidados sejam mais acessíveis e mais econômicos com o passar do tempo. Devido à

habilidade de os sistemas de tecnologia de informação analisarem grandes quantidades de

dados relacionados ao contato, bem como de conectarem, de maneira segura, as equipes de

cuidados clínicos e seus pacientes, a TI desempenha um importante papel com a capacidade

de definir e, por fim, atingir os objetivos que foram definimos pela instituição.

5.2.1 Cleveland Clinic (GUKI) & Urologia do HIAE

Em 2014 uma consultoria da Cleveland Clinic foi contratada para avaliar o programa

de urologia institucional, enfocando os protocolos de litíase renal. Os consultores da

Cleveland Clinic Glickman Urological & Kidney Institute’s Department of Urology (GUKI

Urology) passaram alguns dias no HIAE e ao final elaboraram um relatório propondo

padronização da prática. De acordo com o relatório da GUKI Urology, a adoção das

recomendações proporcionaria redução da variabilidade da prática, com impacto em redução

de custos ao redor de 10% para Litíase renal.

26

O HIAE contratou a consultoria do GUKI por se tratar de um centro de excelência em

gestão de inovação em âmbito hospitalar

Esta iniciativa teve como objetivo compartilhar conhecimento e experiências do corpo

clínico, aprimorar as práticas médicas e assistenciais e potencializar a eficiência dos serviços

prestados pelas duas instituições.

5.2.2 Relatório da Consultoria da Cleveland Clinic/HIAE-A abordagem da The Cleveland

Clinic (GUKI)

5.2.2.1 Fundamentos e Introdução

O relatório da equipe do Departamento de Urologia do Cleveland Clinic Glickman

Urological & Kidney Institute (GUKI-Urology) se concentrou nos programas de cálculos

urinários. Esta revisão foi desenvolvida em profundidade dos programas atuais do HIAE, em

termos de processos, preparação do paciente, salas de cirurgia, equipamentos, habilidades dos

fornecedores e estrutura organizacional.

As recomendações incluídas neste relatório foram desenvolvidas em conjunto com a

equipe administrativa do HIAE. O relatório estimou que a infraestrutura, a excepcional

liderança e o pessoal altamente treinado do HIAE seriam capazes de implementar com

sucesso as recomendações e protocolos de padronização oferecidos pela equipe do GUKI.

O relatório ainda estimou que a adesão a essas recomendações irá estabelecer

melhores práticas, aumentará a eficiência e reduzirá custos, incluindo uma redução geral de

10% nos custos de tratamento de cálculos urinários. Esses esforços desenvolverão um

programa de urologia de padrão internacional no HIAE. Aumentando a reputação do

programa, segundo eles, aumentará o comprometimento dos médicos e criará oportunidades

para expandir as estratégias de desenvolvimento do mercado.

Para tanto, foram fornecidas as condutas da Cleveland Clinic que foram adaptadas

para tratar áreas específicas do HIAE. As condutas ajudarão a padronizar as práticas clínicas e

a reduzir a variação entre os fornecedores de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais).

O relatório está dividido em duas seções principais: Tratamento de Cálculos Urinários

(Ureterolitotripsia e Gestão médica e Prevenção) e Qualidades e Eficiências.

27

Foram identificadas oportunidades de normatização e de contenção de custos. A

indicação de padronização de OPMEs para ureterolitotripsia. Também foi incluída uma lista

de verificação para segurança cirúrgica. A intenção da tal lista é assegurar que, sistemática e

eficientemente, todas as condições estejam ideais para a segurança do paciente.

Várias recomendações foram feitas ao longo deste relatório as quais foram centradas

sobre as recomendações para padronização, incluindo listas de verificação, conjuntos de

pedidos e procedimentos operacionais padrão. Outras se concentram em deficiências

operacionais que apresentam oportunidades diretas e indiretas para a qualidade e a redução de

custos.

Visão geral da GUKI para o tratamento dos cálculos do trato urinário:

O tratamento ureteroscópico de cálculos renais tem se tornado cada vez mais popular e

amplamente utilizado durante a última década. Diversos estudos têm demonstrado um rápido

aumento na utilização da ureterolitotripsia (URETEROLITOTRIPSIA), com uma

correspondente redução na utilização de Litotripsia Extracorpórea por ondas de choque

(LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA))

Com os ureteroscópios flexíveis atualmente disponíveis, com óptica e mecânica

superior, qualquer tipo de cálculo urinário pode ser alvo e tratado em qualquer local do

sistema coletor renal. As diretrizes da AUA para cálculo urinário ureteral sugerem que a

maioria dos pacientes pode ficar livre do cálculo urinário após um único procedimento

ureteroscópico, uma eficácia semelhante é testemunhada com cálculos renais tratados por

ureterolitotripsia. Curiosamente, algumas séries sugerem excelentes taxas de eliminação de

cálculo urinários (SFR Stone free rate (TAXA DE ELIMINAÇÃO DE CÁLCULOS)) após

ureterolitotripsia para grandes cálculos urinários > 2 cm, até mesmo se aproximando da SFR

(TAXA DE ELIMINAÇÃO DE CÁLCULOS) vista em nefrolitotomia percutânea (PCNL

(LITOTRIPSIA PERCUTÂNEA)).

A taxa de sucesso global para ureterolitotripsia varia entre 75% a 95% para cálculos

urinários renais > 2 cm, após o primeiro ou segundo tratamento, com a vantagem de taxas de

complicação mais baixas quando comparada com PCNL (LITOTRIPSIA PERCUTÂNEA).

Por outro lado, para vários cálculos urinários intra-renais <2 cm, a SFR (TAXA DE

ELIMINAÇÃO DE CÁLCULOS) ureteroscópica pode chegar a 92% após 1 ou 2

procedimentos 5, o que é comparável às taxas relatadas com PCNL (LITOTRIPSIA

28

PERCUTÂNEA) ou LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) (PREMINGER;

TISELIUS; ASSIMOS.; ET AL, 2007, p.2418).

A Ureterolitotripsia é frequentemente utilizada como um procedimento de salvamento

após falha da LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA), e esta estratégia pode ser

preferida a perseguir diversos procedimentos repetidos de ESWL (LITOTRIPSIA

EXTRACORPÓREA) após uma falha inicial da LEOC (LITOTRIPSIA

EXTRACORPÓREA). Além disso, estudos têm demonstrado que a taxa de sucesso de

URETEROLITOTRIPSIA secundária é menor após uma LEOC (LITOTRIPSIA

EXTRACORPÓREA) que falhou, quando comparada com a de um procedimento de

ureterolitotripsia primária (JUNG; NORBY; OSTHER, 2006, p.380; HOLLAND; MARGE;

LIVNE; LIFSHITZ,2006, p.556 e HO; HEE; HONG; ET AL, 2006, p.454).

SFR (taxa de eliminação de cálculos) para cálculos do polo inferior têm sido

geralmente mais baixas do que as SFR (TAXA DE ELIMINAÇÃO DE CÁLCULOS) para

cálculos renais em geral. No entanto, ureteroscópios atuais com ângulos de deflexão de 270

graus e o desenvolvimento de fibras de laser especiais permitiu o tratamento desses cálculos

urinários com aumento da eficácia, com alguns estudos obtendo uma SFR (TAXA DE

ELIMINAÇÃO DE CÁLCULOS) que pode chegar a 100 (HO; HEE; HONG; ET AL., 2014,

p. 454 e WENDT-NORDAHL; TROJAN; ALKEN; ET Al. P.1439).

Manobras adicionais, como deslocamento de cálculo urinários do polo inferior,

também podem melhorar substancialmente a SFR (TAXA DE ELIMINAÇÃO DE

CÁLCULOS) para cálculos do pólo inferior (WENDT-NORDAHL; TROJAN; ALKEN; ET

AL., 2007, p. 1439 e PREMINGER, 2006, p.108)

Outra tendência notável na gestão ureteroscópica de cálculos do trato superior é a

mudança de ureteroscópios rígidos para flexíveis.

Um grande estudo da Clínica Mayo mostra que o uso de ureteroscópios flexíveis

aumentou de 12% em 1992 para 37% durante o período do estudo, de 1999 a 2003,

demonstrando outra evolução no campo. (PREMINGER, 2006, p.108)

Hoje, o desenvolvimento de ureteroscópios digitais flexíveis de calibre mais estreito

demonstra a evolução em cureterolitotripsiao na ureterolitotripsia, que, sem dúvida, vai

continuar a ter um papel mais dominante no tratamento de cálculos renais e ureterais

(KRAMBECK.; MURAT; GETTMAN; ET AL., 2006, p. 468).

29

5.2.2.2 Metas da GUKI

1.Desenvolver um algoritmo para seleção de pacientes para SWL (LITOTRIPSIA

EXTRACORPÓREA) vs URETEROLITOTRIPSIA, no tratamento de cálculos renais

2.Implementar uma abordagem para avaliação pré-operatória do paciente submetido a

ureterolitotripsia.

3.Fornecer uma abordagem detalhada para ureterolitotripsia de cálculos renais, da

configuração do centro cirúrgico, para instruções passo-a-passo.

4. Fornece algumas dicas e truques para cenários específicos, tais como cálculo

urinários do polo inferior, e diferentes abordagens para a remoção de cálculo urinários.

5.2.2.3 Ureterolitotripsia

SELEÇÃO DE PACIENTES

Indicações de URETEROLITOTRIPSIA para tratar cálculo urinários nos rins estão

baseadas nas condições tanto do paciente como dos cálculos urinários. A seleção dos

pacientes é fundamental para o sucesso do tratamento. É importante considerar cada um

desses fatores para o planejamento do tratamento, a fim de otimizar os resultados e minimizar

as complicações e falhas no tratamento. Tipicamente, a URETEROLITOTRIPSIA é mais

adequada para cálculos urinários < 2 cm, mas pode ser utilizada nos casos em que outras

abordagens de tratamento não podem (BREDA; OGUNYEMI; LEPPERT; SCHULAM;

2008, p.1190 e ATIS; GURBUZ; ARIKAN; ET Al., 2012, p.983)

Condições do paciente:

1. Constituição física (Body habitus): A constituição física do paciente pode ter

impacto na abordagem cirúrgica e nos resultados. Tanto LEOC

(LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) como PCNL (LITOTRIPSIA

PERCUTÂNEA) podem ser desafiadoras no paciente obeso (CALVERT, R.C.,

BURGESS, N.A., 2005, p.113).

30

• Diminuição da eficácia da LEOC (LITOTRIPSIA

EXTRACORPÓREA) em pacientes com maior distância entre a pele e

a cálculo urinário (SSD). (PAREEK; HEDICAN; LEE; NAKADA,

2005, p.941 e PATEL; KOZAKOWSKI; HRUBY; GUPTA, 2009,

p.1383). Por conseguinte, é preferível a opção

URETEROLITOTRIPSIA quando a SSD for maior do que 10 cm.

• PCNL (LITOTRIPSIA PERCUTÂNEA) pode ser um desafio em

pacientes com obesidade mórbida (índice de massa corporal > 40 kg/m)

devido ao comprometimento cardiovascular da posição prona. Pode

haver necessidade de sondas ou instrumentos extralongos (CALVERT;

BURGESS; 2005, p.113).

• Quando correspondente à localização e tamanho do cálculo urinário, a

URETEROLITOTRIPSIA é segura e eficaz em pacientes com

obesidade mórbida, com taxas de eliminação de cálculo urinários e de

complicações semelhantes às dos pacientes não obesos (BEST;

NAKADA; 2011; p.36).

2. Pacientes medicados com anticoagulantes ou com distúrbios hemorrágicos

• LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) e PCNL (LITOTRIPSIA

PERCUTÂNEA) são absolutamente contra-indicados quando não é

possível reverter a anticoagulação.

• URETEROLITOTRIPSIA é segura e eficaz em pacientes

anticoagulados (EISNER; KURTZ; DRETLER; 2010, p.40).

3. Gravidez

• LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) é contra-indicada na

gravidez.

31

• URETEROLITOTRIPSIA é segura e eficaz no início da gravidez, com

orientação por ultrassom (EISNER; KURTZ; DRETLER; 2010, p.40).

Condições do cálculo urinário

1. Localização do cálculo urinário

Cálculos urinários no polo inferior são melhores tratados com

URETEROLITOTRIPSIA vs LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA)

(GRASSO; LOISIDES; BEAGHLER; BAGLEY, 1995, p.363 e ALBALA;

ASSIMOS; CLAYMAN, 2001, p.2072). O deslocamento de cálculo urinários do

polo inferior em um cálice mais acessível durante a URETEROLITOTRIPSIA

produz melhores resultados.

2. Composição do cálculo urinário

• Cálculo urinários densos, como mono-hidrato de oxalato de

cálcio ou brushita são melhores fragmentados com o

tratamento a laser vs LEOC (LITOTRIPSIA

EXTRACORPÓREA). Podem ser diagnosticados com

tomografia computadorizada (CT), utilizando atenuação de

unidades Hounsfield (GRASSO; LOISIDES; BEAGHLER;

BAGLEY, 1995, p.363)

• Cálculo urinários com densidade unitária Hounsfield CT

(HUD) > 1.000 são menos passíveis de LEOC (LITOTRIPSIA

EXTRACORPÓREA) (TISELIUS; ACKERMANN; ALKEN,

2001, p.362)

3. Tamanho dos cálculos urinários

" URETEROLITOTRIPSIA é mais eficaz do ponto de vista de

custo do que LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) para

32

cálculos urinários renais < 1,5 cm (CONE; EISNER; URSINY;

PAREEK, 2014, p.639)

" Limitar LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) para

cálculo urinário do polo inferior < 1,5 cm se outros critérios

forem cumpridos (ou seja, HUD), devido a taxas muito baixas

de sucesso.

5.2.2.4 Abordagem Técnica Passo A Passo da GUKI

1. Cistoscopia e identificação do orifício ureteral no lado desejado

2. Cateterizar o ureter com o fio-guia

• Se encontrar resistência ou dificuldade para cateterizar o fio guia no orifício ureteral

(OU), usar cateter ureteral de extremidade aberta para dirigir o fio guia no ureter

• Pode exigir o uso de endoscópio semirrígidos para visualizar e fazer avançar o fio-guia

sob visão direta.

3. Introdução do fio-guia de segurança (ou seja, o segundo fio)

4. O ureteroscópio flexível é inserido sobre o fio-guia Sensor sob orientação

fluoroscópica

• A passagem de um ureteroscópio flexível, sob controle fluoroscópico, por sobre um fio

pode ser limitada pelo diâmetro da ponta do endoscópio.

• Se for encontrada resistência significativa no ureter, não forçar o ureteroscópio flexível.

Usar um ureteroscópio semi-rígido ao lado do fio-guia para avaliar o ureter distal. Irrigação

por pressão intermitente pode ser útil para maximizar o diâmetro luminal. Pode ser tentada

dilatação por balão de um OU apertado ou estenose curta na porção distal do ureter.

• Uma vez que o ureteroscópio tiver avançado para dentro do ureter distal pode ser

realizada outra pielografia retrógrada, se não for vista nenhum cálculo urinário; examinar o

ureter após a remoção do endoscópio.

33

• Se não for possível fazer avançar o ureteroscópio, pode ser possível fazer deslizar o

endoscópio entre os 2 fios.

• Uma vez que o ureteroscópio tiver avançado na pélvis renal, remover o fio-guia sensor e

montar o endoscópio. A litotripsia a laser é iniciada assim que o cálculo urinário for

encontrado.

• A irrigação com soro fisiológico deve ser feita com pressão suficiente para manter o

campo livre e o lúmen aberto. Deve-se tomar cuidado para não deslocar a cálculo urinário

durante a irrigação.

• Usar uma abordagem sistemática para inspecionar cada cálice do sistema coletor,

utilizando fluoroscopia para mapear a localização do endoscópio, ou seja, começar com o

cálice do polo superior e trabalhar sistematicamente para baixo, para o cálice do polo inferior

(WIGNAIL; CANALES; DENSTEDT; MONGA, 2008, p.441)

5. Fibras para laser

• O diâmetro ideal da fibra, para otimizar a fragmentação do cálculo u rinário e a

flexibilidade, fica entre 200 e 273 micra.

• É fundamental passar a fibra do laser com o endoscópio em uma deflexão neutra, para

evitar danificar o canal de trabalho do endoscópio.

• Assegurar a manutenção de um espaço adequado entre a ponta da fibra do laser e o

ureteroscópio, para evitar danos à lente do ureteroscópio.

6. Bainha de acesso

• Se o objetivo é a remoção completa dos fragmentos da cálculo urinário, uma bainha de

acesso precisa ser usada. É importante ter em mente que o mais forte previsor de lesão

ureteral com a colocação de bainha de acesso é a falta de colocação prévia de cateter ureteral

duplo J (TRAXER; THOMAS,2013, p.580).

• Usar um fio de segurança em todos o momento enquanto estiver usando uma bainha de

acesso; pode haver lesão ureteral durante encestamento de cálculo urinário ou colocação da

bainha de acesso (DE LA ROSETTE; SKREKAS; SEGURA, 2006, p.639).

• A bainha de acesso deve ser avançada ao longo de um fio-guia de eixo rígido.

34

7. Cateter ureteral duplo J ureterais

• A colocação pós-operatória de cateter ureteral duplo J pode ser deixada a critério do

cirurgião. É melhor utilizar cateter ureteral duplo J em situações específicas: colocação da

bainha de acesso, dilatação do ureter com balão, significativa carga do cálculo urinário com

preocupações de Steinstrasse ou lesão ureteral.

5.2.2.5 Técnica de Deslocamento do Cálculo Urinário para o Polo Inferior - segundo a GUKI

Cálculos urinários no polo inferior que são de difícil acesso com o endoscópio

flexionado e fibra de laser pode ser deslocada para um cálice mais acessível (AUGE; DAHM;

WU.; PREMINGER, 2001, p.835). Usamos a sonda de Dormia para manobrar cálculo

urinários dentro do sistema coletor renal. O deslocamento de cálculo urinários do polo inferior

para um cálice mais acessível do polo superior traz diversas vantagens (AUGE.; DAHM;

WU; PREMINGER, 2001, p.835 e SCHUSTER; HOLLENBECK; FAERBER; WOLF, 2002,

p.43).

1. Facilita tornar a cálculo urinário um alvo para polvilhar ou para fragmentação

2. É mais fácil remover fragmentos do cálculo urinário durante encestamento do

cálculo urinário

3. Facilita a passagem mais eficaz do cálculo urinário

4. Aumenta a vida do ureteroscópio, devido ao torque e esforço reduzidos

5.2.2.6 Ureterolitotripsia Flexível Vs Semi-Rígida segundo a GUKI

A ureterolitotripsia flexível é mais indicada para cálculos intra-renais, uma vez que

permite a sistemática inspeção e tratamento de todos os cálices. A ureterolitotripsia flexível

também oferece oportunidade para utilizar bainhas de acesso ureteral, para remoção mais

completa de cálculo urinários. A Urologia-GUKI limita o uso de ureteroscópios curtos semi-

rígidos para os ureteres distal e médio. Para cálculos urinários proximais e renais, é preferível

a segurança e eficácia comprovadas da ureterolitotripsia flexível.

35

5.2.2.7 Técnica De Desintegração de Cálculo Urinários segundo a GUKI

1. Pulverização

• Desintegração completa do cálculo urinário em pó e partículas minúsculas.

• Usar configurações de alta frequência, baixa energia, ou seja, 0,2 J e 50 Hz ou 0,3 J e

35 Hz.

2. Encestamento

• Ideal para cálculo urinários maiores (> 15 mm) ou "cálculo urinários duros”

• Necessita de bainha de acesso ureteral (com fio de segurança)

• Usar configurações de fragmentação de 0,8 J e 8 Hz.

5.2.2.8 Cuidados Pós-Operatórios

Profilaxia medicamentosa pós-operatória para minimizar os sintomas relacionados ao

cateter ureteral duplo J (por exemplo, antagonistas alfa) (SIVALINGAM; MONGA, 2014,

p.141). A remoção do cateter ureteral duplo J está prevista após 1 semana de pós-operatório e

antibióticos pós-operatório são administrados somente se indicado. Podem ser obtidas

imagens pós-operatórias 4 a 6 semanas após a remoção do cateter ureteral duplo J, para

descartar hidronefrose e/ou fragmentos residuais.

5.3 AVALIAÇÃO E REVISÃO DO TRATAMENTO DE CÁLCULOS URINÁRIOS

A abordagem da Cleveland Clinic

DESAFIOS

• Centralizar os procedimentos dos médicos no próprio Hospital para não

diluir.

• Padronizar condutas, prescrições, orientação para altas, etc.

• Aumentar a rotatividade da sala, cancelamentos e comunicação das

preferências do médico e pedidos especiais, e falta de um meio eletrônico padrão de

comunicação/armazenamento dessas informações.

36

• Como rotina, culturas de urina não são obtidas previamente nos casos de

endoscopia/LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA). Isso pode se tornar um problema

significativo de qualidade, se não for diagnosticada colonização de urina pré-procedimento.

• Utilização de cuidados de anestesia monitorada durante casos LEOC

(LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) de rotina.

• Dados de tomografia computadorizada (CT) não são utilizados para a seleção

dos pacientes (ou seja, distância pele-cálculo urinário ou densidade de unidade Hounsfield

[HUD]).

• Utilização de LEOC (LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA) guiada por

ultrassom (em oposição a fluoroscopia) em cerca de 80% dos casos.

• Frequência da onda de choque: 90 choques por minuto e até 3.000 choques

para casos padrão; falta de rampa de energia e de pausa (CONE; EISNER; URSINY;

PAREEK, 2014; p.639).

• Restrições de seguros limitam a participação no mercado e reduzem a

lealdade do médico.

5.4 RECOMENDAÇÕES DA CLEVELAND CLINIC

O HIAE deverá reforçar a sua posição no mercado, construir a fidelidade à marca e

diferenciar-se como um centro endo-urológico de excelência. Um prontuário eletrônico de

excelência (RME ou registro médico eletrônico) será a chave para o sucesso futuro do HIAE.

O RME pode ser usado para documentar, agilizar o agendamento, melhorar a comunicação

entre as equipes clínicas e não clínicas, e para monitorar a qualidade dos cuidados prestados e

o cumprimento das novas iniciativas. O centro de excelência deve se concentrar em envolver

um grupo de cirurgiões para completar um grande volume de procedimentos na instalação

(maior satisfação do cirurgião e maior eficiência), agilizar o fluxo de trabalho de

agendamento (maximizar a utilização) e adotar condutas para uniformizar os cuidados para

todos os pacientes (reduzir a variabilidade e diminuir custos).

A equipe GUKI-Urologia está confiante de que, ao se comprometer com as

recomendações, a equipe HIAE será capaz de reduzir o custo total dos procedimentos de

37

cálculo urinários em 10% e experimentar uma diminuição de 15% na variabilidade do custo

por procedimento (dependendo da conformidade na aderência as condutas clínicas).

Para tanto, foram incluídos pacientes submetidos a ureterolitrotripsia endoscópica e

ureterorenolitrotripsia flexível a laser (portanto a parte da consultoria referente a Nefrolitíase)

avaliados e comparados em dois momentos distintos: ano de 2014 (pré-consultoria) vs.

segundo semestre de 2015 (pós-consultoria).

38

6 OPMEs

OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais)

ÓRTESES: acessórios que melhoram, auxiliam ou mantém determinada função e

exigem cirurgia para sua implantação. Exemplos: Marca-passos cardíacos e

cardiodesfibriladores.

PRÓTESES: aparelhos que restituem funções orgânicas em substituição a órgãos

retirados, exigindo intervenção cirúrgica, tais como próteses/implantes ortopédicos, auditivos,

lentes intraoculares, etc.

MATERIAIS ESPECIAIS: materiais cujo uso não é comum a todas as cirurgias, sendo

específicos de determinados eventos

Representam importante parcela dos custos das internações hospitalares, que é a

despesa que mais cresce na conta dos planos de saúde.

6.1 DADOS IMPORTANTES SOBRE OPME

A evolução tecnológica multiplicou o número de itens, dificultando a abrangência de tabelas

de referência fazendo com que as operadoras vivam no limite máximo de viabilidade

econômica, começando a se tornar insustentáveis;

Por se tratar de materiais importados na grande maioria das vezes, a carga tributária

que incide é enorme sobre as importações de materiais.

• O Brasil, assim como a maior parte dos países do mundo, tem condições de

aperfeiçoar as políticas externas para a produção, distribuição, controle de qualidade e

transparência de preço de dispositivos médicos.

•Atualmente há uma diversidade de itens cadastrados, dificultando a avaliação,

regulação do mercado, e gestão por parte das instituições de saúde.

• Falta entendimento padronizado dos itens considerados OPME

39

. Principais tributos que incidem sobre dispositivos médicos: incidência de II (imposto

de importação), IPI, ICMS, PIS e COFINS na cadeia de venda.

. Os hospitais fazem parte da cadeia de distribuição de dispositivos médicos, como

prestadores de serviços de seleção, programação, armazenamento, distribuição, manipulação,

unitarização, controle e aquisição.

• Na média, os hospitais são remunerados em cerca de 20% do valor de compra dos

dispositivos médicos pelos serviços prestados. Quase metade desse valor é repassado em

impostos.

• Os hospitais, como responsáveis técnicos pelos dispositivos médicos, arcam com os

riscos legais inerentes à atividade. OPMES movimentaram em 2014, 12 bilhões de reais na

Saúde Suplementar e 20 bilhões de reais no Mercado de Saúde Pública e Privada. Com a

escalada dos custos assistenciais no período de cinco anos e em razão desse aumento

desproporcional, a fatia das OPMEs no valor assistencial total passou de 30% para 38,6%

(ABRANGE, 2015).

Em todo o mundo há discussões sobre a necessidade do desenvolvimento de políticas

para amenizar a falta de transparência, disciplinar condutas de promoção, propaganda e

desenvolvimento de novos produtos e estimular a concorrência no mercado.

Uma solução conjunta para equacionar essa questão, que afeta tanto os custos dos

planos privados quanto o orçamento público, justifica-se, portanto, que haja uma combinação

de esforços de todas as partes envolvidas.

Cito a Comissão Estratégica de OPME a qual promover ações internas e externas

(Imprensa, Sociedade, Órgãos Públicos, Reguladores, Jurídicos e Entidades Médicas) para

fomentar a regulamentação jurídica, técnica e comercial das OPMEs no Brasil e sua efetiva

aplicação, com foco na qualidade e proteção dos consumidores.

As expectativas com essas frentes de atuação:

• Reduzir a assimetria de informação sobre as OPMEs

• Aumentar a concorrência da cadeia produtiva e de comercialização de OPME

• Eliminar as distorções alimentadas por ‘profissionais’ da saúde

40

6.2. REGULAÇÃO DE OPME

Objetivo geral

Padronização e gerenciamento do processo de autorização de Órteses, Próteses e Materiais

Especiais (OPME), através do uso racional dos recursos, considerando critérios para a

liberação dos processos, avaliando a indicação dos materiais e procedimentos.

Objetivos específicos:

• Organizar o processo de liberação e comercialização de OPME.

• Avaliação e credenciamento de fornecedores de OPME que possuam

capacidade para atender aos requisitos legais.

• Melhor gerenciamento de custos.

Dinâmica do pedido e liberação de OPME

1- O médico pede o procedimento (cirurgia) e o material correspondente.

2- O prestador, no caso o local onde será realizado o procedimento, encaminha o

pedido para a Operadora de Plano de Saúde. O prestador lista os modelos dos OPMEs

3- Na OPS será analisado o pedido do material solicitado.

4- Na OPS será analisado também a autorizam do procedimento

5- A OPS analisa as cotações com os fornecedores de OPME cadastrados, visando

resguardar a transparência do processo.

6- A OPS encaminha a autorização de OPME ao fornecedor ou Hospital.

7- O procedimento é realizado

41

7. ANÁLISE DE ROI-RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO

O ROI (return of investiment) avalia qual o percentual de retorno que a empresa deve

esperar dado um investimento e um prazo.

Um dos grandes desafios para os gestores é a mensuração do tempo necessário para

retornar o dinheiro investido na aquisição de novas soluções. Não só o tempo, mas quais são

os impactos financeiros de um novo projeto. Essa cobrança é feita sempre que surge a

necessidade de investimentos em novos projetos para melhorar a operação das organizações

bem como para avaliar o seu desempenho.

O ROI, não é apenas um percentual, mas sim a compreensão total dos custos e

benefícios associados ao desenvolvimento de um projeto - e uma análise de ROI é tão boa

quando sua suposição ou dado mais inconsistente. Para se ter confiança em um cálculo, a

organização precisa não apenas de um número, mas sim de uma completa explanação das

suposições e cálculos utilizados para derivá-la. Para o ROI ser útil à avaliação de projetos, a

metodologia para calculá-lo precisa ser consistente e reprodutível (GITMAN, 1984; ROBB,

2003; ROSS, 2000; WESTERFIELD; JORDAN, 2000.; SIGUCCS, 2003, p. 38;)

.

42

8 RESULTADOS

Após a análise dos relatórios do Grupo de Economia de saúde do HIAE em dois

momentos distintos, o primeiro no ano de 2014 antes da consultoria e o segundo no segundo

semestre de 2015, pós consultoria foi possível chegar as seguintes respostas:

Com base nos dados apresentados nas Tabelas temos que houve uma redução em

algumas categorias de consumo relacionadas aos procedimentos de urologia, bem como sua

variabilidade em termos de custos. Com o teste de U de Mann-Whitney, pode-se verificar que

o Custo Total da Cirurgia sofreu uma alteração no comportamento e seu custo médio teve

uma queda de 26% em relação ao período anterior à consultoria.

Além disso, pode-se entender que houve alteração em outras categorias de custos que

compõem o custo total, que são os Exames, Materiais e Medicamentos. No caso do

comportamento das diárias, que correspondem diretamente ao tempo de internação do

paciente no HIAE, não se rejeitou a hipótese de que a média e mediana se mantiveram,

principalmente devido a variabilidade que este indicador possui.

Procedimentos elegíveis

Para a análise de custos, partiu-se do prontuário cirúrgico do paciente e foram

extraídas as contas referentes a internação dos procedimentos listados na Tabela 1,

TABELA 1. Lista de procedimentos de urologia elegíveis à análise

Ureterolitrotripsia Endoscópica

Ureterorenolitrotripsia Flexível a Laser

Idade

A variável idade dos grupos pré e pós consultoria estão bem balanceadas tanto para

média quanto para mediana, conforme o Gráfico 1. O grupo submetido ao procedimento antes

da consultoria possuía idade média de 48,12 anos e desvio padrão amostral de 13,57 anos e o

grupo pós consultoria, possui média de 46,13 anos, com desvio padrão de 13,42 anos.

43

GRÁFICO 1. Perfil de idade entre os grupos pré e pós consultoria.

Trata-se de um gráfico Box-Splot onde é apresentado a idade dos pacientes em dois

grupos distintos (antes e após a consultoria). Observa-se que a faixa etária dos grupos é

similar. Esta variável (idade) é muito importante no contexto da análise, por se comparar

grupos similares nos 2 períodos. Já, as outras variáveis clínicas estudadas foram inseridas no

escore de propensão em que o valor do escore já é ponderado com a complexidade clínica de

cada caso.

TABELA 2. Meta e valor atingido para cada uma das perguntas iniciais desse estudo.

TABELA 2 Meta proposta Valor atingido

Houve redução de custos no período

posterior à consultoria?

- 10% -26%

Houve redução da variabilidade de

custos?

-15% - 83%

Qual o tempo para retorno sobre o

investimento (ROI)?

32 meses

44

Observa-se que após a consultoria realizada os procedimentos abaixo elencados

sofreram uma modificação com impacto direto nos custos e sua respectiva variabilidade.

Houve redução de aproximadamente 26% no custo médio, diminuição da variabilidade em

83% e o cálculo do ROI indicou serem necessários 32 meses para equiparar o investimento.

• TESTE DE HIPÓTESE: trata-se de um teste não paramétrico (ou seja, utiliza-se

quando você não sabe qual a sua média ou variância e não se sabe comportamento da

amostra). Neste caso todas categorias de custos (ex. diárias, etc) mostraram-se

diferentes, ou seja, rejeitou-se a hipótese nula de que a distribuição antes e depois da

consultaria eram as mesmas. Elas, portanto, apresentam um comportamento distinto

entre o período antes e pós consultoria.

45

TABELA 3. Teste estatístico para validação de hipóteses.

46

Nesta tabela 3 observamos que somente nas variáveis - tempo de internação e tipo de

procedimento- a hipótese nula foi aceita, ou seja, não houve variação nos períodos antes e

depois.

Regressões lineares

TABELA 4. Estatística de regressão no período pré consultoria

No período anterior à consultoria, somente aproximadamente 14% (r-quadrado) dos casos

erram representados pela regressão linear, ou seja, existia alta variabilidade (ou dispersão

dos casos), mostrando que não havia uma padronização dos procedimentos.

Regressão Custo X Escore De Propensão

R$0.00R$5,000.00R$10,000.00R$15,000.00R$20,000.00R$25,000.00R$30,000.00

0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90 1.00

Custo(R$)

Escoredepropensão

RegressãoCustoxEscoredePropensão

Estatística de regressão

R múltiplo 0,384944

R-Quadrado 0,148182

R-quadrado ajustado 0,143509

Erro padrão 17613,217

Observações 215

47

Gráfico 2. Regressão Custo x Escore de Propensão

Neste gráfico o escore de propensão traz a complexidade do paciente em relação às

variáveis listadas. Por sua vez, observamos que existe uma correlação direta entre ambas.

Quanto maior o escore, maior o custo do paciente.

TABELA 5. Coeficientes variáveis e erro padrão da regressão linear acima.

Coeficientes Erro padrão valor-P

Interseção 0 - -

Variável "Escore de propensão" 26194,184 4293,123 4,86457E-09

O p é muito baixo, ou seja, esta variável é significativa para responder aos custos. P< 5%.

TABELA 6. Estatística de regressão no período pré consultoria

Estatística de regressão

R múltiplo 0,936826

R-Quadrado 0,877643

R-quadrado ajustado 0,868297

Erro padrão 4204,671

Observações 108

48

No período após a consultoria, 87% dos casos são respondidos pelos modelos de regressão

linear, ou seja, uma menor dispersão e maior padronização da prática.

Gráfico de Escores de Custo:

Gráfico 3. Regressão Custo x Escore de Propensão

Neste gráfico, observamos que a complexidade do paciente tem uma relação direta

com o custo hospitalar (salvo alguns outliers que são apresentados no gráfico abaixo)

R$0.00R$5,000.00R$10,000.00R$15,000.00R$20,000.00R$25,000.00R$30,000.00

0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90 1.00

Custo(R$)

EscoredePropensão

RegressãoCustoxEscoredePropensão

49

Tabela 7. Coeficientes variáveis e erro padrão da regressão linear acima.

Coeficientes

Erro

padrão valor-P

Interseção 0 - -

Variável "Escore de propensão" 19141,669 690,945

1,26525E-

50

Neste caso o p é significativo p> 1,26x 10 -50, ou seja, a variável de escore de

propensão é uma boa variável para mensurar o custo hospitalar, mostrando que quanto maior

a complexidade do paciente, maior o custo hospitalar.

Variáveis correlacionadas com o score de propensão, ou seja, a partir destas variáveis

é que é atribuída uma complexidade a estes pacientes:

• Score de propensão

Variáveis determinantes de complexidade do Paciente:

– Diâmetro do cálculo

– Posição do cálculo

– Nº de cálculos (>1: sim ou não)

– Paciente anticoagulado (sim ou não)

– Paciente recidivante (sim ou não)

– Idade

– Sexo

• Critério de elegibilidade das variáveis, ou seja, os fatores que impactam na

previsibilidade e custos do paciente no procedimento.

– Opinião de um Especialista

– Literatura Especializada

– Validação estatística

50

TABELA 8. Custo, receita e rentabilidade para os procedimentos utilizados no estudo antes e

após a consultoria.

TABELA 8 Antes da padronização Após a padronização

TOTAL (N = 215) MÉDIA TOTAL (N = 108) MÉDIA

Receita R$ 4.160.907,37 R$ 19.353,06 R$ 1.681.299,93 R$ 15.567,59

Custo R$ 3.004.128,15 R$ 13.972,69 R$ 1.134.755,88 R$ 10.369,95

Margem R$ 1.156.779,22 R$ 5.380,37 R$ 546.544,05 R$ 5.197,64

% Margem 39% 50%

Observar na tabela destacado a redução do custo médio e aumento da margem após a

consultoria.

Comparando os dois períodos de análise, houve uma redução significativa na

porcentagem de custo excedente de 23% para 10%. O custo total do procedimento sofreu uma

redução média de 26%, de R$ 13.972,69 para R$ 10.369,95 (Tabela 8). Não houve impacto

direto na receita (período menor de comparação na fase pós consultoria, com menor número

de pacientes) , mostrando um aumento da margem de lucro de 39% para 50%.

Houve um aumento de rentabilidade do procedimento e uma redução da variabilidade

dos custos do procedimento de 83%, gerando assim mais previsibilidade (Tabela 9). A

economia gerada através do valor excedente por paciente é de R$ 2.068,38, com isso tem-se o

seguinte cenário para o ROI (Tabela 11).

51

TABELA 9. Distribuição de custos e variabilidade no cenário pré e pós consultoria.

TABELA 9 Período antes da

consultoria

Período após

consultoria

%

Comparativo

Custo Médio Total R$ 13.972,69 R$ 10.369,95 -26%

Desv. Padrão Custo Médio Total R$ 38.271,61 R$ 6.357,13 -83%

Custo Médio Diárias R$ 2.347,98 R$ 1.779,82 -24%

Desv. Padrão Custo Médio Diárias R$ 9.105,03 R$ 2.689,31 -70%

Custo Médio Enfermagem R$ 1.231,29 R$ 740,82 -40%

Desv. Padrão Custo Médio

Enfermagem

R$ 7.162,64 R$ 1.097,67 -85%

Custo Médio Exames R$ 1.605,74 R$ 795,92 -50%

Desv. Padrão Custo Médio Exames R$ 10.334,23 R$ 1.122,19 -89%

Custo Médio Materiais R$ 5.037,66 R$ 3.640,94 -28%

Desv. Padrão Custo Médio

Materiais

R$ 3.588,89 R$ 2.796,01 -22%

A variabilidade do custo diminuiu 83% (meta muito maior que a instituição planejou

para o estudo que era de 15%) e o custo total do procedimento houve redução de 26% (era

esperado como meta da instituição 10%).

TABELA 10. Potencial de economia do estudo

TABELA 10 Antes da padronização Após a padronização

Custo total R$ 3.004.128,15 R$ 1.134.755,88

Valor excedente R$ 681.066,48 R$ 118.731,56

Valor excedente/ paciente R$ 3.167,75 R$ 1.099,37

Com base na análise de regressão entre o custo total do procedimento e a variável de

complexidade do paciente (score de propensão), é possível analisar o cenário de melhoria

gerado através da consultoria, analisando os pacientes que tiveram um custo acima do

52

esperado pela regressão, mensurando assim o valor excedente gerado e a melhoria

proporcionada entre o cenário antes e após a consultoria (Tabela 10). Neste caso, foi

ecomizado mais de R$ 2 mil reais por paciente quando comparado nos períodos antes e pós.

TABELA 11. Custo ou investimento da consultoria x economia gerada por procedimento.

TABELA 11

Custo da Consultoria R$ 1.198.908,94

Economia gerada/ paciente R$ 2.068,38

Quantidade de pacientes necessários para pagar o investimento 580 pacientes

Média de pacientes submetidos ao procedimento 18 pacientes/mês

Quantidade de meses necessários para ROI 32 Meses

Com base na análise apresentada acima temos que em 32 meses o investimento com a

consultoria é pago, considerando que a padronização ocorreu no 1º semestre de 2015 e

consideramos como início da padronização julho/2015, o investimento será pago com a

economia gerada até fevereiro/2018 em um cenário que o volume de cirurgias/mês seja de 18

(média histórica) (ou total 580 pacientes), com potencial para aumento, fazendo com que o

ROI seja alcançado em um menor tempo.

53

9 DISCUSSÃO

Cada dia que passa, a palavra competitividade é mais utilizada no mercado por

gerentes, administradores, economistas, etc., contudo, até́ recentemente, o uso desta palavra

era mais comum em empresas de mercado financeiro, produção de bens, entre outros.

Competitividade na área de saúde, para muitos, é algo novo, ou até́ mesmo incompatível.

Entretanto, como em todas as demais, a área de saúde passou a ser vista de forma

empresarial. Seu objetivo ainda é o bom atendimento ao paciente, mas, agora, a rentabilidade

do negócio passa a ter igual importância. Esta nova forma de se ver este negócio acaba

gerando desafios: Como manter ou aumentar a rentabilidade sem afetar o atendimento ao

paciente?

Madeira e Teixeira (2004) afirmam a necessidade desta rentabilidade, para que assim,

seja possível que o hospital em questão mantenha sua atividade de forma adequada,

proporcione um contínuo aprimoramento de equipamentos e melhor preparo do seu corpo

clínico. Para isto, uma organização mais bem elaborada dos custos se faz necessário e uma

das melhores formas de se fazer isto é melhorando a negociação com as operadoras de saúde.

Os custos de um hospital são os mais diversos possíveis. Desde gastos administrativos,

até́ mão-de-obra indireta como manutenção, higienização e outros serviços de apoio ao

hospital. Custos de mão-de-obra direta como médicos e especialistas, que comumente são

classificados como Honorários Médicos, também devem ser considerados como de grande

importância. Contudo, a maior parte dos custos está ́ concentrada no grupo de materiais de

consumo. Desde os descartáveis como seringas, agulhas, algodão e luvas, até́ gases,

medicamentos e os chamados materiais de OPME.

Estes materiais de OPME são os que mais necessitam de uma especial atenção nos

momentos de negociação. Se analisarmos apenas a quantidade de utilização de cada um, será́

possível notar um baixo consumo, fato que, talvez, possa desmentir a real necessidade de

atenção sobre eles. Todavia, apesar de compor um consumo pequeno, eles são produtos de

alto custo, logo, uma má́ negociação sobre eles pode refletir em resultados ruins para o

hospital.

54

Esta parte de valores é a mais importante, pois eles compõem um considerável

percentual dentro do custo e do faturamento total do hospital, o que por consequência faz com

que o suposto resultado ruim por uma má́ negociação se torne comprometedor para todo o

negócio.

Enquanto em um determinado momento temos o hospital tentando controlar os seus

custos, principalmente os relacionados aos materiais de OPME, em outro temos dois

diferentes atores que participam diretamente deste processo: As operadoras de saúde e os

fornecedores.

Os fornecedores de materiais de OPME por certa perspectiva possuem uma posição

confortável. Independentemente de uma análise bem ou malfeita dos custos por parte do

hospital, o seu produto será́ comprado, pois a necessidade de uso do paciente é real. Na maior

parte das vezes, trata-se de um material que não possui concorrente semelhante no mercado,

logo, para suprir ao pedido do médico que comandará o procedimento de tratamento do

paciente, o produto será́ comercializado. Ainda assim, existe outro fator favorável aos

fornecedores que é a exclusividade sobre a patente, ou a marca, ou simplesmente sobre o

produto. Isto é, além de em alguns casos não existirem materiais que possam disputar com

aquele modelo, não existem outras empresas que possam comercializar aquele mesmo

produto.

As operadoras de saúde, que inicialmente acatavam diretamente os valores praticados

pelo hospital, agora negociam de forma mais agressiva os valores que pretendem pagar por

estes produtos, mudando assim totalmente o mercado de materiais de alto custo.

Conforme dito anteriormente, os hospitais precisam melhorar sua qualidade de

atendimento, mas ao mesmo tempo se preocupar com os custos. Os fornecedores possuem

exclusividade sobre os produtos que vendem, que por possuírem alta tecnologia, já́ têm um

custo elevado. As operadoras de saúde querem que seus clientes sejam atendidos,

preferencialmente, nos melhores hospitais da região, mas pretendem pagar o menor valor

possível, quando não for o caso, sequer pagar integralmente pelo que foi consumido. Um

impasse é criado a partir deste momento.

Deve ser esclarecido que os produtos de OMPE, para os procedimentos cirúrgicos que

os utilizam, costumam ser aprovados previamente, inclusive os materiais especiais a utilizar.

Na maioria das vezes, existem as restrições quanto aos valores cobrados. O fornecedor, por

55

sua posição no mercado, pede o valor que lhe achar mais conveniente. O hospital, que precisa

se manter, repassa este valor com uma margem comercial para a operadora de planos de

saúde. Este último, nem sempre concorda e, normalmente, sugere pagar valores que sequer

cobrem os custos de aquisição do material em questão.

O impasse em questão muitas vezes é suficiente para prolongar várias discussões entre

as partes, sempre as quais o hospital fica lidando com as duas outras em paralelo. Entretanto,

com sua postura agressiva no mercado, as operadoras de planos de saúde já́ não somente

fazem negociações com os hospitais, como também já negociam diretamente com os

fornecedores, atravessando assim a discussão entre hospital e fornecedor.

O fato é que neste momento existem três partes interessadas, em uma interminável

negociação entre si, na qual cada um tenta passar seu custo para o outro, sendo que este

repasse do custo, sempre vem na forma de problema. No meio deste impasse, está o paciente,

que precisa do atendimento e o médico que tem preferência por determinado hospital, devido

a sua estrutura. Fornecedores querem apenas vender o seu produto que precisa ser utilizado.

Já́ as operadoras de saúde, desejam que seu associado seja atendido, mas por um menor custo.

Assim, a análise desta discussão torna-se fundamental para um melhor entendimento

comercial entre as partes, buscando um equilíbrio do mercado, sem que uma das partes seja

pressionada pelas outras duas. O propósito não é apenas igualar os ganhos entre as partes, e

sim igualar a posição destes entre si, como também os riscos e a capacidade de negociação,

concordando com Madeira e Teixeira, 2004.

A flexibilização dos contratos entre provedores e seguradora tem efeito significativo

na redução dos custos do seguro-saúde, resultando sobretudo em maior eficiência dos serviços

ofertados. Os novos desenhos de contratos estabelecidos permitem a divisão do risco entre os

provedores e seguradora, além de centralizar a decisão de encaminhamentos médicos a serem

realizados configurando utilização mais racional destes serviços. A flexibilização dos

contratos não significou, no entanto, eliminação da regulação por parte do Estado do setor de

seguro-saúde privado sendo fundamental para garantir a sustentabilidade financeira dos

seguros.

A padronização da utilização de OPMEs, pelo HIAE, ocorreu visando ganho de escala

para negociação de compra dos insumos, treinamento mais direcionado da equipe de

enfermagem e da farmácia no centro cirúrgico e, principalmente, redução da variabilidade da

56

prática médica que impedia a obtenção de dados de outcomes, aumentava o tempo dos

procedimentos e encarecia o tratamento.

Para tanto, é também importante trabalhar com um sistema de informação adequado e

de confiança, permitindo a monitoração e integração de todo o fluxo, inclusive dispondo de

instrumentos de apoio aos gestores, como os relatórios gerenciais. Uma vez que a eficiência

no gerenciamento de todos os materiais especiais é indispensável para manter um estoque em

níveis adequados, além de melhorar o planejamento de compras e solicitações de

consignação.

Para obter resultados efetivos na gestão de OPME dentro de uma organização

hospitalar é necessário que haja uma equipe especializada, multidisciplinar, com

conhecimento administrativo e técnico sobre os produtos a serem utilizados. Assim, o

processo terá abrangência necessária: compatibilidade dos produtos com os procedimentos,

escolhas de produtos similares nos quesitos de qualidade e funcionalidade; informações estas

que darão maior coerência técnica nas negociações, procedendo em diminuição dos custos,

maior transparência e otimização do processo.

O mundo dos negócios tem desenvolvido sistematicamente indicadores, utilizados

para medir o grau de sucesso e saúde econômica das empresas, envolvendo a receita, os

lucros, os ativos e a participação no mercado (GRAEML, 2000; p.80). Há correntes que

defendem a necessidade de se obter uma expressão numérica para os benefícios intangíveis,

mesmo que não expliquem claramente como fazer a transição do qualitativo para o

quantitativo. Em termos de apoio na tomada de decisões sobre investimento de capital, o ROI

é um dos principais indicadores utilizados pelas empresas. O retorno sobre investimento, na

visão quantitativa, é obtido quando os valores dos benefícios são divididos pelo montante

investido.

As grandes operadoras de saúde enfrentam uma crise sem precedentes. Soma-se ao

mau desempenho financeiro, o número crescente de processos que elas sofrem na Justiça. O

cenário não é confortável para as empresas e muito menos para seus beneficiários.

Enquanto seria mais lógico fazer uma reflexão sobre as gestões internas, o que não

funciona bem e por que tantos clientes insatisfeitos buscam o poder Judiciário, essas empresas

preferem praticar o abuso de poder, num ritmo violento que fere os princípios constitucionais

e qualquer regra coerente de mercado. Então, como resolver o impasse entre uma medicina de

57

qualidade e a boa e satisfatória prestação de serviços? Cabe essa reflexão para toda sociedade

e órgãos competentes. A responsabilidade, o bom senso e regras justas de mercado poderiam

muito bem caminhar de mãos dadas (SILVA, 2015).

Após o recebimento do relatório da consultoria, o HIAE analisou as proposições e

decidiu pela implementação da padronização da prática médica e tomadas de decisões nos

assuntos que concernem a Urologia.

Após a padronização de conduta houve uma redução do custo excedente os períodos

pré e pós consultoria de 23% para 10% representando uma diferença de 29% para 50% de

lucro em resposta ao relatório da Cleveland Clinic ainda assim a variabilidade do custo

diminuiu 80% ultrapassando a meta prevista que era de 15%, gerando assim maior

previsibilidade.

O potencial de economia do estudo, mostrou que houve uma economia de custo de

aproximadamente de 2000 reais quando comparado os períodos anterior o posterior da

padronização das práticas médicas.

Finalmente a análise de ROI mostra que em 32 meses o investimento gasto com a

consultoria da GUKI será pago num menor tempo, uma vez que no cenário atual o volume de

cirurgias/mês é de 18 (média histórica) ou um total de 580 pacientes e com a aplicação da

nova padronização será possível aumentar os números de procedimentos, favorecendo a

entrada de valores diretamente ao hospital.

Não obstante a limitação do estudo, referente à quantidade reduzida de artigos

encontrados que abordassem a temática, os mesmos mostraram-se suficientes e consistentes

para alicerçar a reflexão sobre a atual situação dos planos privados de saúde e para apontar a

necessidade de incremento na realização de estudos futuros sobre esse horizonte de incertezas

que é o mercado de saúde suplementar.

58

10 CONCLUSÃO

Após a observação do estudo, elaborado pelo setor de economia do HIAE, foi possível

concluir que:

Observa-se que após a consultoria realizada os procedimentos abaixo elencados

sofreram uma modificação com impacto direto nos custos e sua respectiva variabilidade.

Houve redução de aproximadamente 26% no custo médio e diminuição da variabilidade em

83% .

O retorno de investimento (ROI) foi de 38 meses podendo este ser ainda menor com as

modificações demostradas pelo estudo.

O HIAE ao contratar a consultoria da Cleveland Clinic buscou uma solução para este

impasse administrativo burocrático que é a redução significativa na variabilidade na prática

médica ocasionando uma menor variabilidade de custos e consequente aumento na receita

com a manutenção da qualidade de atendimento aos seus pacientes, sem deixar de satisfazer

as técnicas médicas adequadas dos cirurgiões da área de urologia.

59

REFERÊNCIAS

ACM SIGUCCS, 8., 2003, San Antonio. Anais… New York: Association for Computing Machinery, 2003. p. 38-40.

ALBALA, D.M.; ASSIMOS, D.G.; CLAYMAN, R.V.; ET AL. Lower pole I: a prospective randomized trial of extracorporeal shock wave lithotripsy and percutaneous nephrostolithotomy for lower pole nephrolithiasis-initial results. I Urol. 2001;166(6), p. 2072-2080.

ATIS, G. ; GURBUZ, C ; ARIKAN, O. ; et al. Ureteroscopic management with laser lithotripsy of renal pelvic stones. J Endourol. 2012-26(8):983-987.

AUGE, B.K.; DAHM, P.; WU, N.I.; PREMINGER, G.M. Ureteroscopic management of lower-pole renal calculi: technique of calculus displacement. J Endourol. 2001;15(8), p. 835-838.

AZEVEDO, A.B.; CICONELLI, R.M.; FERRAZ M.B. Tipos de análises econômicas. Sinop Reumatol. 2005;4, p.106-10.

BERWICK D.M.; NOLAN T.W.; WHITTINGTON J. The triple aim: care, health, and cost. Health Aff (Millwood). 2008 May-Jun;27(3). P.759-69.

BEST, S.L.; NAKADA, S.Y. Flexible ureteroscopy is effective for proximal ureteral stones in both obese and nonobese patients: a two-year, single-surgeon experience. Urology. 2011;77(1), p.36-39.

BREDA. A.; OGUNYEMI, O.; LEPPERT, I.T.; LAM, J.S.; SCHULAM P.G. Flexible ureteroscopy and laser lithotripsy for single intrarenal stones 2 cm or greater: is this the new frontier? J Urol .2008;179(3), p.981-984, p.1190-1196.

CALVERT, R.C.; BURGESS, N.A. Urolithiasis and obesity: metabolic and technical considerations. Curr Opin Urol. 2005;15(2), p. 113-117.

COCUZZA, M.; COLOMBO JR.; COCUZZA, A.L.; et al. Outcomes of flexible ureteroscopic lithotripsy with holmium laser for upper urinary tract calculi. Int Braz J Urol. 2008;34(2):143-9.

CONE, E.B.; EISNER, B.H.; URSINY, M.; PAREEK, G. Cost-effectiveness comparison of renal calculi treated with ureteroscopic laser lithotripsy versus shockwave lithotripsy. I Endourol. 2014;28(6), p. 639-643.

DE LA ROSETTE, J.J. ; SKREKAS, T. ; SEGURA, J.W. Handling and prevention of complications in stone basketing. Eur Urol. 2006;50(5), p. 991-998.

60

DOMENECH, Maisa. Relexão sobre as regras de atendimento no sistema de saúde suplementar. Revista Diagnóstico, 2015, p.57.

DRUMMOND, M.F; O'BRIEN, B.; STODDART, G.L.; TORRANCE, G.W. Method for the economic evaluation of health care programmes. New York: Oxford University Press; 1997.

BALESTRIN ,Francisco. Economia coloca saúde em risco http://anahp.com.br/noticias/noticias-do-mercado/economia-coloca-saude-em-risco Correio Braziliense - 04.04.2016. Acesso em 10/05/2016.

EISNER, B.H.; KURTZ, M.P.; DRETLER, S.P. Ureteroscopy for the management of stone disease. Not Rev Urol. 2010;7(1), p.40-45.

ESTEVES, Maria Josefa Vilar. A utilização de custos em hospitais paulistas: um estudo preliminar. São Paulo, 1992. Dissertação de Mestrado em Saúde Pública.Faculdade de Saúde Pública da USP.

FERRAZ, M.B. Economia da saúde e Medicina. Sinop Reumatol. 2005; 4:p. 98-102.

GALUNIC, D. C.; EISENHARDT, K. M. Architectural Innovation and Modular Corporate Forms. Academy of Management Journal, 2001, v. 44, p. 1229-1249.

GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1984.

GRAEML, Alexandre R. Sistemas de Informação: O alinhamento da estratégia de TI com a estratégia corporativa. São Paulo: Atlas, 2000.

GRASSO, M.; LOISIDES, P.; BEAGHLER, M.; BAGLEY, D. The case of primary endoscopic management of upper urinary tract calculi: I. A critical review of 121 extracorporeal shock-wave lithotripsy failures. Urology. 1995;45(3), p. 363-371.

HO, C.C.; HEE, 1.G.; HONG, G.E.; et al. Outcomes after safety of retrograde intra-renal surgery for renal stones less than 2 cm in size. Nephrourol Mon. 2012;4(2), p. 454-457.

HOLLAND, R.; MARGEL, D.; LIVNE, P.M.; LIFSHITZ, D.A. Retrograde intrarenal surgery as second-line therapy yields a lower success rate. J Endourol. 2006;20(8), p. 556-559.

HOLZHAUER, K. Accountable Care Organizations: The First Two Years’ Performance and Directions for the Future. AMA Journal of Ethics. July 2015, Volume 17, Number 7, p. 630-636

http://abramge.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=424:operadores-de-planos-de-saude-reclamam-que-propina-eleva-preco-de-orteses-e-proteses&catid=137&Itemid=396&lang=pt-BR. Acesso em 02/05/2016.

JUNG, H.; NORBY, B.; OSTHER, P.J. Retrograde intrarenal stone surgery for extracorporeal shock-wave lithotripsy resistant kidney stones. Scan I Urol Nephrol. 2006;40(5), p. 380-384.

61

KOWALSKI, S.C.; FERRAZ, M.B. Avaliação da saúde em termos monetários: método de valoração por contingência. Sinop Reumatol. 2005;4, p. 117-9.

KRAMBECK, A.E.; MURAT, H.; GETTMAN, M.T.; ET AL.. The evolution of ureteroscopy: a modern single-institution series. Mayo C/in Proc. 2006;81(4):468-473.

MADEIRA, G.J; TEIXEIRA, M.F. Custos Hospitalares: uma proposta de implantação. Contabilidade Vista e Revista, Belo Horizonte, 2004, v.15, n.3, p.45-61.

MALIK, Ana Maria http://hdl.handle.net/10438/2522 Tese: Gerenciamento das operações hospitalares como vantagem competitiva

PAREEK, G.; HEDICAN, S.P.; LEE, F.T.;, NAKADA, S.Y. Shock wave lithotripsy success determined by skin-to-stone distance on computed tomography. Urology. 2005;66(5), p. 941-944.

PATEL, 1.; KOZAKOWSKI, K.; HRUBY, G.; GUPTA, M. Skin to stone distance is an independent predictor of stone-free status following shockwave lithotripsy. J Endourol. 2009;23(9), p.1383-1385.

PORTER O’GRADY, T. W. C. The Leadership Revolution in Health Care: Altering Systems, Changing Behaviours. Maryland: Aspen Publications,1995.

PREMINGER GM. Management of lower pole renal calculi: shock wave lithotripsy versus percutaneous nephrolithotomy versus flexible ureteroscopy. Urol Res. 2006;34(2), p. 108-111.

PREMINGER, G.M.; TISELIUS, H.G.; ASSIMOS, D.G.; et al. 2007 guideline for the management of ureteral calculi. J Urol. 2007;178(6), p.2418-2334.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE – Einstein 2015: https://www.einstein.br/Documentos%20Compartilhados/relatorio-sustentabilidade-einstein-2015.pdf. Acesso em 10 de maio de 2016.

ROBB, T.; PFEFER, J. Deep in budget restraints: Return on Investment (ROI). In:

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2000.

SILVA, Marcelo G.C. Introdução à economia da saúde. Fortaleza: UECE/Express, 2004.

SILVA, Renata V site: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI224636,71043-Uma+reflexao+sobre+a+viabilidade+do+sistema+de+saude+suplementar de 5 de agosto de 2015. Acesso em 20/05/2016.

SIVALINGAM, S.; MONGA, M. Management of Ureteral Stent Discomfort in Contemporary Urology Practice. Urol Pract. 2014;1(3):141-145.

62

SMITH MJ, BOYCE WH. Anatrophic nephrotomy and plastic calyrhaphy. J Urol. 1968;99(5):521-7.

TISELIUS, H.G.; ACKERMANN, D.; ALKEN, P. M. Guidelines on urolithiasis. Eur Urol. 2001;40(4), p.362-371.

TRAXER, O.; THOMAS, A. Prospective evaluation and classification of ureteral wall injuries resulting from insertion of a ureteral access sheath during retrograde intrarenal surgery. J Urol. 2013;189(2), p. 580-584.

WENDT-NORDAHL, G.; TROJAN, L.; ALKEN, P.; et al. Ureteroscopy for stone treatment using new 270 degrees semiflexible endoscope: in vitro, ex vivo, and clinical application. J Endourol 2007;21(12), p.1439-1444.

WIESENTHAL, J.D.; GHICULETE, D.; DAH, R.I.; PACE, K.T. Evaluating the importance of mean stone density and skin-to-stone distance in predicting successful shock wave lithotripsy of renal and ureteric calculi. Urol Res. 2010;38(4), p. 307-313.

WIGNAIL, GR.; CANALES, B.K.; DENSTEDT, J.D.; MONGA, M. Minimally invasive approaches to upper urinary tract urolithiasis. Urof C/in North Am. 2008;35(3) p. 441-54