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1 PROJETO “MEMÓRIAS CONSTRUÍDAS” Intergeracional Anna Marcondes / Bárbara Zmekhol Adaptação: Bárbara Zmekhol Arte-educadora Conservadora-restauradora de bens patrimoniais INTRODUÇÃO Ao falarmos de preservação patrimonial temos que levar em conta que não apenas os fatos, personagens ou relatos constituem a história de um lugar. As ruas, casas e fachadas muitas vezes falam mais das origens do lugar do que os próprios livros. No Brasil, cidades do interior e de capitais tiveram edificações (casas, prédios residenciais e públicos) tombadas 1 como patrimônio histórico ou cultural. Isso quer dizer que não podem ser demolidos, reformados ou descaracterizados. Sem falar nos objetos artísticos pertencentes a colecionadores ou aqueles que pertencem aos acervos museológicos e que são de domínio público, quer sejam, telas, obras em papel, esculturas, moveis, etc. Assim, de tempos em tempos, muitos desses objetos têm que ser restaurados ou devem receber ações de conservação. Para isso são necessários profissionais competentes, com sensibilidade, criatividade, boa capacidade de observação, interesse pelas artes, intuição, capacidade de imaginação, gosto pelo trabalho em equipe e espírito de liderança. Esse é o perfil do tecnólogo em Conservação e Restauro, um profissional capaz de trabalhar com bens móveis e imóveis de valor cultural e histórico, protegidos por leis, que representam a identidade de povos e que merecem a atenção da sociedade. (RANGEL) 2 ·, bem como identificar os materiais de que são feitas as obras de arte e os processos de deterioração a que são expostas. Com relação aos bens móveis, além dos conhecimentos técnicos necessários, as diretrizes devem ser tomadas observando-se as Cartas Patrimoniais disponíveis, no sentido de que sejam respeitados os critérios históricos, artísticos e estilísticos dos mesmos. 1 Conjunto de ações realizadas pelo poder público com o objetivo de preservar, através da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. 2 RANGEL, Claudia. Artigo realizado para o 1º Simpósio Virtual de História do Vale do Paraíba.

PROJETO “MEMÓRIAS CONSTRUÍDAS” … causados por ataque de insetos e fungos atua na refixação de policromias, obturação, consolidação, etc. Conservação Preventiva

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PROJETO “MEMÓRIAS CONSTRUÍDAS”

Intergeracional

Anna Marcondes / Bárbara Zmekhol

Adaptação: Bárbara Zmekhol

Arte-educadora

Conservadora-restauradora de bens patrimoniais

INTRODUÇÃO

Ao falarmos de preservação patrimonial temos que levar em conta que não

apenas os fatos, personagens ou relatos constituem a história de um lugar. As ruas, casas

e fachadas muitas vezes falam mais das origens do lugar do que os próprios livros. No

Brasil, cidades do interior e de capitais tiveram edificações (casas, prédios residenciais e

públicos) tombadas1 como patrimônio histórico ou cultural. Isso quer dizer que não

podem ser demolidos, reformados ou descaracterizados. Sem falar nos objetos artísticos

pertencentes a colecionadores ou aqueles que pertencem aos acervos museológicos e

que são de domínio público, quer sejam, telas, obras em papel, esculturas, moveis, etc.

Assim, de tempos em tempos, muitos desses objetos têm que ser restaurados ou

devem receber ações de conservação. Para isso são necessários profissionais

competentes, com sensibilidade, criatividade, boa capacidade de observação, interesse

pelas artes, intuição, capacidade de imaginação, gosto pelo trabalho em equipe e espírito

de liderança.

Esse é o perfil do tecnólogo em Conservação e Restauro, um profissional capaz

de trabalhar com bens móveis e imóveis de valor cultural e histórico, protegidos por

leis, que representam a identidade de povos e que merecem a atenção da sociedade.

(RANGEL) 2·, bem como identificar os materiais de que são feitas as obras de arte e os

processos de deterioração a que são expostas.

Com relação aos bens móveis, além dos conhecimentos técnicos necessários, as

diretrizes devem ser tomadas observando-se as Cartas Patrimoniais disponíveis, no

sentido de que sejam respeitados os critérios históricos, artísticos e estilísticos dos

mesmos.

1 Conjunto de ações realizadas pelo poder público com o objetivo de preservar, através da aplicação de

legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo

para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

2 RANGEL, Claudia. Artigo realizado para o 1º Simpósio Virtual de História do Vale do Paraíba.

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PATRIMONIO CULTURAL

A preservação do Patrimônio Cultural tem importância fundamental para o

desenvolvimento e enriquecimento cultural de um povo. Os bens culturais guardam

informações, significados, mensagens, registros da história humana – refletem ideias,

crenças, costumes, gosto estético, conhecimento tecnológico, condições sociais,

econômicas e políticas de um grupo em determinada época.

Ao contrário da visão que alguns têm do Patrimônio, referindo-se à objetos de

museus como coisas velhas e estagnadas, o contato com o Patrimônio cultural deve ser

dinâmico e transformador, pois esses registros culturais nos propiciam um momento de

reflexão e crítica que ajuda a nos localizar no grupo cultural a que pertencemos e a

conhecer outras expressões culturais, cujas semelhanças complementam e cujos

contrastes dão forma à nossa cultura.

Assim, o Patrimônio cultural não é algo estático, mas justamente o que nos

impulsiona à transformação, à criatividade e ao enriquecimento cultural, por isso a

importância de sua preservação.

Patrimônio define o Dicionário Aurélio - é a herança paterna, bens de família,

riqueza, patrimônio natural, moral, cultural e intelectual entre outros.

Bens Naturais – existem independentemente do homem, são as reservas

naturais: flora, fauna e espécies em extinção.

Bens culturais intangíveis – não tem sustentação material; são mantidos pela

tradição. Exemplo: conhecimento de técnicas, comidas típicas, danças populares,

costumes, rituais, lendas, mitos, jogos infantis, etc.

Bens culturais tangíveis – manifestações sustentadas por elementos materiais.

Podem ser imóveis ou móveis, como segue:

Bens imóveis – arquitetura (civil, militar, religiosa e funerária); sítios históricos

(cidades, conjuntos totais e parciais); sítios arqueológicos.

Bens móveis – objetos arqueológicos, artes plásticas, artesanato, mobiliário,

ferramentas e documentos.

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CLASSIFICAÇÃO

Preservação é o ato de manter os testemunhos das manifestações culturais e

ambientais que possibilitam à sociedade reconhecer a sua identidade,

valorizando e estabelecendo referências para a construção de seu futuro.

Quando reconhecida a necessidade de preservação haverá, imediatamente, a

preocupação com outros ternos: CONSERVAR e RESTAURAR.

Conservação

Conservação curativa ou direta – Tratamento de base. Procura eliminar os

problemas causados por ataque de insetos e fungos atua na refixação de

policromias, obturação, consolidação, etc.

Conservação Preventiva – Procura fiscalizar permanentemente a iluminação,

temperatura e umidade, transporte, manuseio, armazenamento e limpeza.

Condições essenciais para a salvaguarda do bem.

Restauro

Restauração Estilística – caracterizada pela conservação dos elementos

existentes nos monumentos, e pela reprodução do que havia existido.

Restauração Histórica – caracterizada pela necessidade de documentação

histórica para justificar qualquer intervenção.

Restauração Cientifica – sustenta a conservação do existente, desaconselhando

à colocação de novos elementos, desconsiderados, também é caracterizado por

exames de laboratório, raios-X, Analise química entre outros.

Durante o semestre pudemos propiciar contato com algumas técnicas de

conservação e restauro, cujas explicações a seguir, muito embora não devam ser

utilizadas como receitas-padrão para todo e qualquer objeto da mesma natureza, devem

servir antes, como início de pesquisa mais aprofundada, não nos esquecendo de que

cada objeto deve ser analisado de forma única e particular, devido às características

intrínsecas de seus materiais, bem como à forma como são expostos às intempéries.

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RESTAURO DE METAIS – ALGUMAS TÉCNICAS

Os metais podem ser definidos como toda substância simples, dotada de brilho

próprio (brilho metálico), boa condutora de calor e de eletricidade, que forma óxidos

básicos em contato com o oxigênio, e que na eletrólise se dirige ao polo negativo;

alguns exemplos: moedas, chaves, detalhes de elementos arquitetônicos, e diversas

obras artísticas.

Processos mecânicos: limpeza por abrasão (lixas e escovas de aço).

Processo químico: por decapagem desenferrujamento (por meio de ácidos que

poderão ser aplicados com o auxílio de um pincel, esperar a reação por 5

minutos e lavar com água e sabão, repetir a operação até a remoção completa).

RESTAURO DE PINTURA DE CAVALETE

A pintura refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento em forma

líquida a uma superfície a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas. O

restauro de pintura é tradicionalmente considerado uma disciplina afim da arte, razão

pela qual a figura do restaurador tem sido comparada à do artista. Historicamente, o

restaurador intervinha sobre a obra, acrescentando-lhe parte da sua arte, o que em

muitas ocasiões levava à modificação de certas qualidades estéticas ou físicas e assim à

perda ou modificação do seu significado.

Atualmente, o conceito geral de restauro alterou-se de forma significativa. A

área do restauro abarca também a conservação e, assim, o trabalho do restaurador já não

se limita, unicamente à intervenção direta sobre a obra de arte, mas também ao dever de

conhecer, avaliar e atuar sobre todos os parâmetros que contribuem para a preservação

da obra. O restaurador pode atuar de diferentes maneiras na prevenção das obras dos

bens culturais e obras de arte, seja pela conservação preventiva, conservação curativa

e o restauro.

A saúde de uma tela depende de vários fatores, primeiramente, o restaurador

necessita conhecer cada uma das partes que a compõem, para poder analisar, decidir e

atuar com segurança em cada processo de criação ou restauro, a saber: bastidor:

(chassi), o suporte, a base de preparação (imprimação), a camada pictórica e o verniz e

mais o local onde será colocada, com condições climáticas e iluminação adequadas.

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Bastidor (ou chassi) – geralmente de madeira, serve de suporte à tela, formando

a armação que a sustenta e em que se fixa a obra.

Suporte – é a parte que receberá a camada pictórica, no caso a tela, geralmente

confeccionada com fibras têxteis, que são: algodão, linho, cânhamo, seda, lã, etc.

Preparação – processo que consiste em fechar as tramas do tecido para receber

a pintura; normalmente é composta por uma carga (gesso, carbonato de cálcio,

etc., e um aglutinante (cola animal, óleos, secantes, etc.). Quase sempre, a

primeira capa consiste num preparado de cola que, uma vez seca, se cobre com

várias camadas de preparação.

Imprimação – acabamento da preparação, serve para uniformizar a superfície

que irá receber a tinta.

Camada pictórica - constitui a parte fundamental da obra, pois é nela que se

concentram as informações, quer sejam históricas e estéticas, bem como a

identidade do próprio quadro

Verniz - líquido que, quando aplicado à uma superfície, forma uma película

sólida transparente com propriedades protetoras, propriedades decorativas ou

propriedades técnicas específicas.

Patologia - Estuda as causas gerais de todos os tipos de doenças ocasionadas a

uma obra de arte em cada um dos elementos acima citados, podendo ser determinado

por fatores intrínsecos ou adquiridos.

Diagnóstico – após um exame detalhado serão definidas as linhas de trabalho a

serem adotadas que geralmente são diferentes em cada caso apresentado.

Eis alguns exemplos de patologias:

Biodeterioração – ataque de microorganismos e insetos

Perda de elementos - alteram a tensão provocando afrouxamentos e movimentos

da tela, originando problemas de estabilidade.

Sujidade - pó acumulado, aumenta a umidade da superfície favorecendo o

ataque de agentes químicos e biológicos, fricção.

Bolsa de sujidade – erosão superficial de material, aparecimento de tensões

internas, produzindo deformações.

Oxidação - causa deterioração do bastidor e consequente rotura da tela

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Manipulação incorreta - cavilhas fixadas ao bastidor provocando erosão e

movimentos estruturais

Decomposição da celulose - provoca oxidação, enfraquecimento e perda de

elasticidade

Deformações convexas (para o exterior) – bolhas

Deformações côncavas (para o interior) amalgamento

Rupturas produzidas por degradação - (oxidação do tecido) ou resultado de

agressões externas (acidentes, incorreta manipulação, etc.)

A limpeza de uma tela é uma das mais complexas técnicas do restauro. Cada

obra possui características diferentes da outra e seus componentes químicos são a base

do conhecimento para se fazer uma limpeza adequada. O que normalmente ocorre com

uma tela é a oxidação do verniz antigo que varia de tons, do amarelo a marrom

profundo, neste estágio os detalhes da obra já estão quase imperceptíveis e as cores

originais totalmente alteradas.

A remoção do verniz requer conhecimentos de química e muita habilidade, pois

o mesmo deve ser retirado sem, contudo afetar a camada pictórica, é um trabalho feito

com um palito de bambu (mais flexível) e algodão (como um cotonete mais fino e

comprido do que o original) e de muita paciência, pois um simples deslize pode resultar

na extração da tinta original.

O estudo dos solventes é muito importante no restauro, pois existe certos tipos

que possuem ação prolongada e mesmo sem que possamos ver, continuam agindo,

necessitando serem neutralizados para reter sua ação. Caso contrário a camada pictórica

estaria correndo sérios riscos.

Um recurso muito utilizado por nós conservadores-restauradores para analisar

uma obra de arte antes de restaurá-la, é a luz ultravioleta, (Lâmpada de Wood) com ela

vemos as intervenções posteriores que a pintura pode ter sofrido.

Com a luz ultravioleta, à vezes, podemos detectar até assinaturas falsificadas e

mudanças drásticas na pintura feitas pelo artista (pentimento). Muitas tintas atualmente

contêm fósforos que brilham sob a luz ultravioleta, enquanto que a maioria das tintas

antigas não. Assim como as massas de nivelamento dos restauros anteriores.

Em uma sala escura a luz é colocada sobre a pintura podemos ver manchas mais

escuras, onde certamente foi alterada a camada pictórica original (repinturas). O tom

esverdeado pode nos dizer que a mesma apresenta verniz em sua superfície. Com este

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diagnóstico feito, conseguimos fazer a limpeza da tela, de um modo mais preciso,

retirando primeiramente a sujidade, o verniz oxidado e depois as repinturas, sabendo

exatamente onde estão.

Reentelagem (ou reentelamento) - prática usual na restauração é quando se

adere um novo tecido, geralmente linho a uma tela deteriorada pelo tempo. O linho é o

mais utilizado pois é um tecido que não deforma e não retém tanta umidade como é o

caso do algodão, porém há muitas controvérsias quanto a este procedimento, visto que o

tecido guarda em si características únicas da época em que a obra foi realizada, muitas

vezes contém informações preciosas, como assinaturas e outros dados, muito apreciados

pelos colecionadores, que vêem nesse procedimento uma forma de desvalorizar o

produto. Abaixo seguem alguns problemas que sugerem tal prática:

Ao se restaurar telas do século XVII e XVII não é raro encontrarmos esse tipo de

procedimento que já era conhecido na Europa e realizado com uma cola de farinha (na

Itália se utilizava a “pasta Fiorentina”), porém este tipo de cola costuma apodrecer com

o tempo e deixa resíduos difíceis de se retirar, o procedimento é bastante delicado e a

tela original deve ser desgrudada por setores (quadrantes) e o restante da cola deve ser

raspado com muito cuidado, devido à fragilidade da tela.

Problemas da má reentelagem - bolhas pela falta de aderência ocasionam

movimento desnecessário e futuro craquelamento da pintura com perdas da camada

pictórica. Procedimento parecido é realizado na retirada de antigas reentelagens

realizadas com cera, ainda hoje alguns restauradores teimam em se utilizar desse

recurso, e o resultado é que sempre ficam resíduos dessa substância

Repinturas - são procedimentos realizados por artistas ou “pseudo-

restauradores”, no intuito de tentar melhorar a qualidade visual de uma obra de arte

quando esta apresenta perda de camada pictórica, porém isso só é realizado por pessoas

leigas e que não são familiarizadas com os corretos procedimentos de restauração, uma

vez que tal procedimento pode ser interpretado como uma tentativa de falsificação da

obra.

Tal procedimento, além de incorreto, dificulta a vida do restaurador, uma vez

que deverão ser empregados esforços no intuito da remoção dessas repinturas com

estudos aprofundados sobre a obra do artista quanto ao tipo de tintas utilizadas, bem

como conhecimentos aprofundados de química que permitam a utilização de solventes

adequados para essas remoções.

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Muitas vezes essas repinturas só aparecem após a limpeza superficial e extração

do verniz, em muitos casos há várias camadas de repintura e a retirada deve ser

realizada com o auxílio de bisturis e muita destreza.

Não podemos nos esquecer de que esses procedimentos de limpeza só poderão

ser efetuados a partir de leves testes com os mais diversos produtos químicos

disponíveis para saber qual o mais indicado, sem que o mesmo não retire também a tinta

original.

Para saber se a pintura foi feita com tintas a base de óleo ou acrílica, é necessário

que se faça um teste de solubilidade. Pinturas acrílicas são afetadas pela mistura álcool

+ acetona (50% cada). A nafta e a aguarrás mineral são agentes neutralizadores.

Muitas telas apresentam perda de camada pictórica devido aos mais variados

problemas, alguns apresentados acima, tais perdas denominam-se lacunas e devem ser

reintegradas tecnicamente para compor, de uma forma ilusionista, uma pintura que

apresente tais patologias. Antes disso, porém, deve-se realizar um correto nivelamento

da lacuna para que possa receber o retoque.

Se a pintura apresentar nivelamentos anteriores realizados com materiais

inadequados, (tais como: durepox, massa corrida, etc.) é dever do restaurador retirar

esses elementos para fazer com que a obra retorne à suas características originais, ou o

mais próximo possível. Devem ser utilizados materiais adequados à cada tipo de obra,

tendo sempre a preocupação da reversibilidade, ou seja, os mesmo devem poder ser

retirados com produtos químicos adequados, ou mesmo mecanicamente, sem prejuízo à

obra original

As reintegrações pictóricas devem ser realizadas dentro de critérios rígidos, com

a utilização de técnicas específicas (tratteggio ou mesmo pontilhismo), não devendo o

restaurador se utilizar de gestuais artísticos para fazê-lo, sob pena de estar produzindo

uma falsificação com consequente perda do valor de mercado da obra a que se está

trabalhando e mesmo se preparar para possíveis sanções.

Antes de ser realizada uma reintegração pictórica é necessário proceder a um

nivelamento cujo objetivo é a imitação do volume da tinta pré-existente, portanto o

formato do pincel varia de acordo com a pintura original, não esquecendo que é

necessário um verniz de separação para que possa ser reversível o processo de restauro.

Para concluir aplica-se um verniz final.

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RESTAURO DE PAPEL

A seguir alguns procedimentos que foram apresentados durante o processo,

juntamente com as explicações pertinentes:

Livros

Capa: cortes, rasgos, abrasão, arranhão, sujidade geral, adesivos, perda de

lombada, ataques de insetos (broca), furos, acidez, capa solta

Miolo: Sujidade geral, abrasão, bordas fragilizadas, rasgos cortes, dobras,

ataques de insetos, furos, costura fragilizada, costura partida, folhas soltas,

adesivos, oxidação (pontos de oxidação), carimbos, anotações em grafite,

anotações em tinta.

Desmonte: (muito embora não tenhamos feito esse procedimento, caso haja

oportunidade de fazê-lo é preciso refazer as costuras)

Higienização – tem como objetivo eliminar todas as sujidades presentes, pois a

poeira combinada com condições inadequadas de temperatura e umidade relativa

escurece a tonalidade do papel e ocasiona manchas, muitas vezes, irreversíveis,

como pontos de ferrugem e oxidação (também chamados de foxing, por

lembrarem a cor de um tipo de raposa – fox em inglês)

Obs: Ideal que tal procedimento seja feito dentro de câmara de sucção (para deposição

de resíduos)

Higienização com trincha, folha por folha

Retirada de sujidade e pontos de ferrugem com bisturi

Limpeza com aplicação de pó de borracha (borracha plástica ralada)

movimentos circulares em áreas sem escrita

Teste de solubilidade com as tintas presentes (gota de água sobre pequena área)

Colocar para secar em secadora apropriada

Desacidificação aquosa (banho/água deionizada)

Acidez deixa os documentos com tonalidade escura

O processo branqueia o documento, fornece reserva alcalina,

Remove impurezas e aumenta a maleabilidade

Trabalhar com o papel molhado sempre sobre esteiras de dimensões maiores do

que a obra

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OBS: - A desacidificação aquosa é etapa imprescindível anterior ao tratamento de

reintegração das partes faltantes ao suporte.

Deionizador de água: Filtro especial que separa os íons da àgua.

Àgua deionizada: água livre de íons e com carga elétrica neutralizada para impedir

reações químicas com o papel.

Gravuras

Procedimento similar ao restauro de livro, diferenciando-se desse nos quesitos

“desmonte” e “costura”

Próximos procedimentos:

Laminação/velatura

Enxertos

Preenchimento de furos com polpa de pape

Retoques (se necessário)

BASES PARA DOURAMENTO

- Preparação da base de carbonato de cálcio com cola animal

Hidratar a cola animal por 1 hora aproximadamente (100ml de cola + 150ml de

água)

Aquecer em banho-maria (se estiver muito grossa acrescentar mais água)

Acrescentar o carbonato de cálcio (10 colheres de sopa bem cheias, ir

acrescentando aos poucos de 3 em 3 colheres, mexer a cada adição)

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- Preparação do Bolo armênio e da cola de coelho

Hidratar o bolo com água a 100% por aprox.. 1 hora

Hidratar a cola de coelho (2 X 1) por 1 hora

Após a hidratação levar ao banho-maria

- Proporções do Bolo e da Cola de Coelho

Para 80gr de bolo hidratado, acrescentar 20gr de cola de coelho hidratada e

150ml de água

Modo de preparo:-

Levar a cola de coelho hidratada ao banho-maria

Quando estiver líquida espere amornar

Acrescentar o bolo hidratado aos poucos e ir mexendo até ficar homogêneo

Aplicar à temperatura ambiente

Observação:- Não colocar o bolo sobre a cola de coelho quente, pois irá talhar o

preparo. Fazer o inverso (bolo morno)

Mordente natural

Uma folha de gelatina incolor sem sabor

100ml de água

Mordente de cola de coelho

50ml de cola de coelho

50ml de álcool absoluto

250ml de água

Mordente industrial

Verniz PU – 50%

Thinner – 50%

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MOLDES DE SILICONE

Dicas para conservação dos moldes:

Uma vez por semana, jogue água quente dentro do molde e deixe por alguns

minutos, retire a água antes que esfrie, deixe secar livremente, não use tecido

nem estopa, porque podem danificar o silicone, e hidrate com óleo de silicone.

Peças com muita textura ou com ângulos de retenção acentuados, usa-se silicone

macio.

Peças mais lisas, usa-se silicone mais duro.

Com a dureza do silicone certa para o tipo de modelo que estamos produzindo,

temos melhor aproveitamento da forma.

Guarde bem seus moldes, de cabeça para baixo evitando poeira, não fique

apertando nem torcendo o silicone.

O que é silicone?

Silicone é uma borracha com várias durezas, cores e utilidades.

Por que tem cores diferentes?

As cores servem somente para identificar o grau de dureza. Dependendo do

fabricante, o silicone mais duro é o branco, enquanto de outros o branco é o mais macio.

Ao comprar o silicone, devemos identificar a dureza adequada para o tipo de peça que

vamos copiar, sem se preocupar com a cor.

Qual o melhor?

O modelo que vamos copiar é que vai indicar qual o melhor silicone, baseado na

dureza especifica para uma determinada finalidade.

Como escolher?

Independente do tamanho da peça, devemos seguir esta regra: peças com muita

textura, com movimentos sinuosos que formam pontos de retenção, usar o silicone mais

macio e peças com áreas bem lisas que tenham só um lado trabalhado, usar silicone

mais duro.

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Como fazer?

Na hora que confeccionar uma forma de silicone, temos que analisar o modelo e

verificar todos os detalhes para saber qual o melhor silicone e a melhor técnica.

Moldes unifaciais: essa técnica é usada quando nosso modelo tem só um lado

trabalhado. Ex: Porta retratos, sabonetes, imãs de geladeira, placas decorativas etc...

Moldes bipartidos: são moldes abertos em duas partes e utilizados para modelos

tridimensionais. Ex: estatuetas, frutas, bolas carros etc...

Em alguns casos, para dar melhor saída na peça, partimos o molde em três ou quatro

partes.

O molde de silicone é o negativo do modelo que estamos copiando, portanto, é nossa

ferramenta de produção e quanto mais perfeito, maior durabilidade e mais facilidade na

produção.

A peça tem que sair do molde com muita facilidade. O silicone não pode ficar sendo

apertado, torcido, puxado etc.

O nosso modelo pode ser de qualquer material. O modelo é a nossa peça matriz e tem

que ser guardado e preservado. Devido à retenção do silicone, não é aconselhável tirar

cópias de copias, pois a peça vai diminuindo.

Alguns tipos de silicones, tem mais retração que outros mas, normalmente, os mais

macios tem mais retração que os duros..

Em casos de copias em peças técnicas, na hora de construir o modelo, já temos que

saber o tipo de silicone que deve ser utilizado e quanto ele terá de retração, para se

deixar o modelo proporcionalmente maior. Ex: a tampa de um pote, se não contarmos

com a retração, na copia a tampa pode não encaixar direito.

O modelo pode ser criado em qualquer tipo de material Ex.: podemos tirar copia de

madeira, argila, gesso, cimento, resina, plásticos etc. e também modelos da própria

natureza como: frutas, pães, conchas, verduras etc.

No momento de escolha do modelo, também temos que definir o desmoldante. Em

peças de material poroso, como madeira, gesso, argila etc, devemos usar vaselina sólida

como desmoldante e em peças de material não poroso, usar vaselina líquida.

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O silicone tem um alto poder de definição e pode copiar ate a nossa impressão digital,

portanto, as vaselinas líquidas ou sólidas, além de atuar como desmoldante também

servem como agente de limpeza, tirando marcas que possam comprometer a qualidade

do molde.

O silicone é um produto auto desmoldante e foi feito para não grudar em nada, mas,

quando tiramos moldes de peças de vidro, temos que ter um cuidado a mais porque,

assim como o vidro, o silicone também vem da sílica e, nesse caso, o silicone gruda

tanto que o trabalho pode ser perdido. Para que isso não aconteça, temos que isolar o

vidro, passando uma demão de tinta ou usar um produto conhecido como ÁLCOOL

POLIVINÍLICO OU ÁLCOOL P.V.A. Para remover a tinta do vidro, passar solvente e

para o álcool, lavar em água.

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LITERATURA SUGERIDA

BATTIOLI, Luciana Pellizzi. Em defesa das Obras de Arte. Agir. 1996.

BERGER, Gustav A. La Foderatura – Metodologia e técnica. Terza edizione.

Nardini, Firenze/Itália, 2003.

BOITO, Camilo. Os restauradores. Artes & Ofício, Rio de Janeiro: Ateliê Editorial,

2005.

BRAGA, Márcia. Conservação e Restauro. Rio de Janeiro: RJ., 2003.

BRANDI, Cesare, Teoria da restauração. Artes & Ofício, Rio de Janeiro: Ateliê

Editorial, 2005.

CASAZZA, Ornella. Il Restauro Pittorico - nell’unità di metodologia. Settima

edizione. Nardini, Firenze/Itália, 2003.

LUCCAS, Lucy, SERIPIERRI, Dione. Conservar para não restaurar – uma proposta

para preservação de documentos em bibliotecas. Brasília: Thesaurus, 1995.

MATTEINI, Mauro, MOLES, Arcangelo. La chimica nel restauro – i materiali

dell’arte pittorica. Decima edizione. Nardini, Firenze/Itália, 2003.

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GLOSSÁRIO:

Abrasão - desgaste por esfrega, que tende progressivamente a remover material da superfície.

Acabamento – última demão de um esquema de pintura; remate.

Ácido acético - O ácido acético é um líquido higroscópico, que solidifica a 16,6ºC, incolor e de cheiro

irritante (avinagrado). É solúvel em água, etanol, éter, glicerina, acetona, benzeno e tetracloreto de

carbono. É insolúvel em sulfeto de carbono. É obtido pela oxidação, a partir do álcool etílico.

Ácido cítrico - Os limões contêm uma grande quantidade de ácido cítrico, o que lhes confere um gosto

ácido. No suco de limão, essa acidez chega a um pH de 2 a 3, em média.

Aderência – conjunto de forças de ligação que se exercem entre uma película de tinta seca e o suporte

sobre o qual foi aplicada.

Aditivos - são ingredientes que adicionados ás tintas ou massas proporcionam características especiais.

Aglutinar - Ajuntamento de substância particulada, tais como os pigmentos, por um meio fluido.

Aguarrás – Essência de Terebintina usada como diluente.

Aguarrás mineral (White Spirit ou Mineral Spirit) - limpeza superficial da tela neutraliza alguns

produtos químicos.

Alcalinidade representa a capacidade que um sistema aquoso tem para neutralizar ácidos sem perturbar de

forma extrema as atividades biológicas que nele decorrem (efeito tampão natural da água). Este

parâmetro, normalmente usado para descrever a qualidade da água, é um fator de capacidade e não de

intensidade (como o pH), daí que uma solução com pH neutro possa ter alcalinidade considerável. A

alcalinidade é devida principalmente aos carbonatos e bicarbonatos e, secundariamente, aos íons

hidróxidos, silicatos, boratos, fosfatos e amônia. A alcalinidade total é a soma da alcalinidade produzida

por todos esses íons.

Aplicação – ato ou efeito de depositar uma película de tinta ou verniz sobre uma superfície.

Betume - é um verniz escuro a base de aguarrás usado para envelhecer

Bol de Armênia (Bolo arménio) – espécie de terra argilosa e untuosa, vermelha ou amarela, que entra nos

materiais do dourador; argila adstringente usada outrora como medicamento.

Branco de zinco ou titânio - Estes pigmentos formam uma camada intermediária entre o suporte e as

camadas de tinta. Além de suprirem a cor branca necessária, dão uma textura uniforme e um grau de

absorvência para a tinta. O Branco de titânio é também chamado de "dióxido de titânio". (Obs.: A tinta na

cor branco de titânio não é tóxica. Por isso, muitos artistas preferem trabalhar com ela em vez de outros

tipos de branco que contêm chumbo.

Camada pictórica - Camada de tinta que recobre um suporte

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Carbonato de cálcio: substância química de fórmula CaCO3. É o principal componente de casas como

os calcários. Tem características alcalinas (ou seja, é um sal com características básicas, e possui pH alto

quando em solução aquosa ), e é resultado da reação do óxido de cálcio ( cal virgem ) com dióxido de

carbono.

Carbox-metil-celulose (CMC) - normalmente apresentada na forma sódica (sal de sódio), como

carboximetilcelulose de sódio, é um polímero aniônico derivado da celulose, muito solúvel em água, tanto

a frio quanto a quente, na qual forma tanto soluções propriamente ditas quanto géis. Tem a excelente

propriedade, para aplicações em farmacologia e como aditivo alimentar, de ser fisiologicamente inerte.

Cargas – substâncias que sob a forma de partículas mais ou menos finas, de fraco poder de cobertura,

insolúveis nos veículos, são empregues como constituintes de tintas com o fim de lhes modificar

determinadas propriedades, entre as quais, preço, permeabilidade da película, resistência química, brilho,

sedimentação, resistência à abrasão, comportamento anticorrosivo e viscosidade.

Celulose - fibra de origem vegetal, principal constituinte da parede celular das plantas.

Cerâmica - compreende todos os materiais inorgânicos, não-metálicos, obtidos geralmente após

tratamento térmico em alta temperatura.

Chassi ou bastidor - Espécie de moldura em que se prende o tecido para esticar e formar a tela.

Cola de origem animal - Colas deste tipo podem ser feitas de osso, pele de coelho, peixe ou bezerro, é

também conhecida como "cola coqueiro". Utilizada para fechar os poros do tecido e isolar as fibras do

contato com os materiais da imprimação, a cola é considerada uma necessidade absoluta; a tinta a óleo

nunca deve estar em contato direto com a fibra ou a tela irá "apodrecer", isto é, eventualmente tornar-se

frágil, quebradiça e esfarelada. Isto é do conhecimento de artistas há séculos, e alguns dos exemplos mais

antigos de pinturas a óleo, feitas em telas, mostram ter sido inteiramente encoladas com cola aquosa.

Coleta – fixação da camada pictórica com cola animal hidratada (50ml) + bílis de boi (2 col. de

sobremesa) + água (100ml para maior fluidez).

Compatibilidade – propriedade dos produtos que se podem misturar sem que ocorra precipitação,

coagulação, espessamento ou qualquer outra alteração significativa das características expectáveis para a

mistura.

Componente – parte que compõe um conjunto.

Consolidação - É feita para evitar perda pictórica antes de passar a outras etapas

Cor - sensação subjetiva que a luz provoca no órgão da vista humana e que lhe é transmitido pelo

cérebro.

Corante - concentrado, na forma líquida ou em pó, adicionado à tinta para se obter uma determinada cor.

Corrosão - reação entre o oxigênio do ar, a humidade e o metal. Quando essa reação ocorre com o ferro,

é denominada ferrugem.

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Craquelamento (Craquelê) - Quando a tinta de uma superfície está quebradiça, com rachaduras.

Demão - unidade utilizada para identificar o número de camadas de tinta numa pintura.

Desagregação - destacamento da pintura da superfície; perda de adesão do revestimento.

Descoloração - perda gradual da cor de uma tinta, geralmente causada pela exposição à luz, calor ou

intempéries.

Diagnóstico - conhecimento ou determinação de uma doença pelos sintomas e/ou exames diversos,

realizados por especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento.

Diluente - líquido adicionado a uma tinta para reduzir a sua viscosidade. Um diluente não é

necessariamente um solvente para o ligante.

Dióxido de titânio - pigmento branco, de alta opacidade, usado como pigmento principal tanto em tintas

de água como à base de solvente.

Dureza - grau de resistência à pressão de um material sem que fique deformado ou riscado.

EDTA – ácido etilenodiamino tetra acético – composto orgânico que age como agente quelante formando

complexos muito estáveis com diversos íons metálicos. Retira os metais por agregagem.

Elasticidade – capacidade do filme de tinta em expandir-se e contrair-se com o substrato, sem sofrer

danos ou mudanças no seu aspecto. A expansão e contração geralmente são causadas por variações de

temperatura e humidade.

Entelamento - ato de prender a tela (tecido) ao chassi e esticá-lo.

Encolagem - Processo de adicionar cola à uma superfície.

Engrude – (faceamento ou facing) farinha de trigo (3 col. sopa) + água (500ml) + mel (1 col. sobremesa

rasa). Preparo:- acrescentar a farinha à água fria, mexer com as mãos para eliminar as granulações. Levar

ao banho-maria até que fique em ponto de mingau consistente (textura de leite condensado); adicionar

mel; tirar do banho-maria e usar a temperatura ambiente).

Empolamento - formação de bolhas na película de tinta como resultado da perda local de aderência.

Esmalte – produto de pintura pigmentado, líquido, que quando aplicado a uma superfície solidificada dá

origem a uma camada dura e brilhante.

Espessura – medida da camada resultante da aplicação de uma demão de tinta, verniz ou produto similar.

Faceamento - Espécie de curativo para evitar a perda de camada pictórica até o início do restauro.

Filme de tinta - película formada após a secagem da tinta.

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Ficha técnica - é uma ficha que caracteriza integralmente cada um dos produtos em termos técnicos,

campos de utilização e procedimentos de aplicação. Pode considerar-se o "bilhete de identidade" do

produto e deve ser sempre consultada antes do manuseamento e utilização do produto em causa.

Ficha de dados de segurança (FDS) - serve como documento informativo quanto a perigos inerentes à

substância/preparação, fornecendo conselhos quanto à armazenagem, manuseamento, eliminação,

equipamento de proteção individual a utilizar, etc . Tem como destinatário o utilizador profissional. Todas

as substâncias/preparações que sejam classificadas como perigosas ou que, não sendo classificadas como

perigosas contenham componentes classificados como perigosos na sua constituição, devem ter uma FDS

atualizada.

Fissuração do revestimento – formação de fissuras na película seca.

Flexibilidade – capacidade de uma película seca acompanhar sem deterioração as deformações do

substrato em que está aplicada.

Fungicida - produto químico que impede o crescimento de fungos sobre a superfície pintada.

Gema - Gordura de origem animal confere elasticidade à mistura da imprimação, muito utilizada como

aglutinante de tinta denominada têmpera

Gesso - O gesso é uma substância, normalmente vendida na forma de um pó branco, produzida a partir do

mineral gipsita (também denominada gesso), composto basicamente de sulfato de cálcio hidratado.

Quando a gipsita é esmagada e calcinada, ela perde água, formando o gesso

Gesso-cré - É um carbonato de cálcio artificialmente preparado em sua forma mais branca, fina e pura.

Quando utilizado na cola e em outros meios aquosos como fundo para pintura a óleo e têmpera, retém

uma cor branca brilhante. É a base da maioria dos pastéis. Tem a mesma composição química que a pedra

calcária, e o mármore, porém não contém impurezas, sendo umas das substâncias mais brancas em uso.

Gordo-sobre-magro – locução que indica uma das regras fundamentais na elaboração das camadas de

tinta, de modo que cada camada deve ser mais fina do que a sobreposição subjacente na pintura a óleo,

por exemplo a quantidade do aglutinante deve ser maior do que a pintura que vem sendo construída, isso

permite que os vários extratos (camadas) sejam mais flexíveis e, portanto, para diminuir o risco de

formação de craquelados de secagem. (fr.) gras sur magre, (ing) fat over lean – (Esp.) grasso sobre

magro; (Ale.) fett auf mager.

Grisaille – termo frances derivado de gris (cinza) pintura a chiaroscuro monocromática tendendo ao

cinza, particularmente usado no curso do Século XVI e utilizada na decoração mural, nas janelas e nos

esmaltes.

Seu uso difundido é aparentemente recente datando do século XIX. As referências mais antigas se

referem ao gesso natural. Na mistura de imprimação, fará liga com a tinta à óleo.

Hidratação - Como o nome diz, consiste em hidratar a camada pictórica de uma pintura ressecada,

durante os procedimentos de restauro.

Hidrófobo – propriedade de um produto que não tem afinidade para a água.

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Higroscopia (higroscópico) - é a propriedade que possuem certos materiais de absorver água, como por

exemplo, esponja, papel, tecidos, madeira, etc.

Hipoclorito de cálcio - composto químico de fórmula Ca(ClO)2. É largamente usado no tratamento de

água e como agente alvejante (alvejante em pó). Este composto é considerado relativamente estável e

possui mais cloro disponível do que o hipoclorito de sódio (alvejante líquido).

Hipoclorito de sódio - ou água sanitária de fórmula NaClO obtido pela dissolução de cloro gasoso em

solução de soda cáustica. A solução assim obtida contém uma quantidade de cloro ativo mínimo de 100

g/l. Contém, além disso, um excesso de hidróxido de sódio livre, sendo o resto água e cloreto de sódio. É

um líquido amarelado, límpido e com cheiro característico a cloro. É totalmente solúvel em água.

Iconografia (do grego "Eykon", imagem, e "graphia", descrição, escrita) é uma forma de linguagem

visual que utiliza imagens para representar determinado tema. A iconografia estuda a origem e a

formação das imagens.

Iconográficos - Documentos que contém imagens estáticas (fotos).

Impermeabilização - Conjunto de providências que impedem a infiltração de água na estrutura

construída; Proteção contra o fluxo de água (percolação) através dos elementos da fundação, bem como

sua estanqueidade.

Imprimação - Material cremoso aplicado como revestimento às superfícies para adquirir características

apropriadas para receber pintura. É o processo de preparação de uma superfície para receber a pintura. Na

confecção de telas, esta preparação pode ser feita com gesso acrílico ou das formas tradicionais onde se

utiliza branco de titânio (pigmento) misturado à cola animal ou vegetal e óleo de linhaça. Estes produtos

apresentam coloração levemente amareladas e deverão aguardar um tempo de secagem de no mínimo três

semanas antes de receber a pintura para evitar rachaduras. No caso do restauro a imprimação geralmente é

feita com cola animal com o objetivo de fechar os “poros” da nova tela que irá receber a pintura a ser

reentelada.

Intempéries - ações promovidas pelo tempo (exemplos: chuva, sol, vento), que provocam a deterioração

das películas de tinta, elementos arquitetônicos e outros expostos ao ar livre.

Inerte - que não sofre alteração em contato com outras substâncias

Lacuna - falha, falta, vazio, omissão; cavidade intercelular; buraco; falha de continuidade.

Laminação – processo de restauração que consiste no reforço de documentos deteriorados ou frágeis,

colocando-os entre folhas de papel de baixa gramatura, fixadas por adesivo natural, semissintético ou

sintéticos, por meio de diferentes técnicas, manuais ou mecânicas.

Lavabilidade - capacidade de uma tinta resistir à limpeza de poeiras, manchas superficiais ou outras

sujidades, com agentes químicos ou produtos de uso doméstico, sem alteração das suas qualidades

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Ligante - nas tintas e selantes é o componente que une as partículas de pigmento, formando um filme

uniforme, contínuo e favorecendo a sua adesão ao substrato. A natureza e a quantidade do ligante

determinam, a maioria das propriedades de desempenho das tintas (lavabilidade, resistência, adesão,

retenção de cor e durabilidade).

Matiz - s.m. Diferentes tons por que passa uma mesma cor. Fig. Leve diferença entre coisas do mesmo

gênero: matizes de opinião.

Médium (ou diluente) - Os diversos produtos utilizados para diluir as tintas na pintura são chamados

médiuns. Os artistas costumam criar suas próprias fórmulas, misturando os diversos líquidos existentes no

mercado.

Para evitar que as desagradáveis rachaduras apareçam na sua pintura a óleo, deve-se observar uma regra

técnica. É o chamado "gordo sobre magro". Nunca se deve sobrepor camadas magras, isto é, diluídas em

essência de terebintina sobre camadas de tinta diluídas em óleo de linhaça. É importante também ter

cuidado com os produtos convencionais feitos com óleo de linhaça comprados prontos (são as

amarelinhas), que deverão ser retirados da embalagem de plástico e exposta para secagem ao ar durante o

espaço de três semanas.

Melinex – película transparente de poliéster, flexível, excepcionalmente forte e durável, também

conhecido por Mylar.

MOP – Máquina obturadora de papéis. (reenfibragem)

Mordente – espécie de adesivo líquido utilizado para aderir a folha de ouro ao objeto a ser dourado.

Nafta - é um derivado de petróleo utilizado principalmente como matéria-prima da indústria petroquímica

(“nafta petroquímica” ou “nafta não-energética”) na produção de eteno e propeno, além de outras frações

líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos. Utilizado para limpeza superficial.

Nivelamento - Ato de recompor a superfície pictórica, nivelando e dando textura idêntica da capa

pictórica original.

Óleo de cravo - Apesar de ser citado em receitas antigas como um mero conservante cuja função se

limita a disfarçar o cheiro de decomposição, este óleo tem propriedades fungicidas.

Opacidade - capacidade de impedir a passagem da luz. Uma tinta com alta opacidade encobre

completamente o substrato

Ourela – grupo de fios da trama nos extremos da tela, que voltam sobre esta, rematando os extremos que

correspondem a largura do tear.

Paleta - chapa de madeira ou louça, com um orifício para enfiar o polegar, e sobre a qual os pintores

dispõem e combinam as tintas, enquanto pintam. No restauro é bastante utilizada para misturar as tintas

de retoque. Qualquer superfície pode servir como paleta, desde que seja impermeável e uniforme.

Patologia - o estudo das doenças em geral sob aspectos determinados, tanto na medicina quanto em

outras áreas do conhecimento.

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Pegajosidade – característica de uma película que origina aderência indesejada, apresentando tendência

para reter à superfície sujidade que não se consegue remover por simples limpeza.

Película - camada contínua resultante da aplicação de uma ou mais camadas de revestimento a um

substrato.

Perda pictórica - Quando ocorre desprendimento de camada pictórica do suporte.

pH – (potencial de hidrogênio) refere-se a uma medida que indica se uma solução líquida é ácida (pH <

7), neutra (pH = 7), ou básica/alcalina (pH > 7).

Pigmentos – substâncias sólidas, em geral finamente divididas, praticamente insolúveis no veículo,

usadas na preparação de tintas com o fim de lhes conferir cor e opacidade ou certas características

especiais.

Planificação - Técnica usada para planificar, tencionar a superfície pictórica com abaulamentos ou

mossas (marca proveniente de choque ou pressão, amalgamento).

Poder de cobertura - refere-se não apenas à opacidade do filme, mas também à sua espessura e

nivelamento. Deve ter-se em conta o tipo de aplicação (pincel, rolo ou pistola).

Policromia - Multiplicidade de cores

Pontilhismo - (também designado por divisionismo), é uma técnica de pintura, saída do movimento

impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, uma mistura

óptica nos olhos do observador, (imagem), recurso muito utilizado por restauradores nas reintegrações

pictóricas.

Preparação de superfície – qualquer método de preparação de uma superfície para a aplicação de um

revestimento. Preparar uma superfície é fazer-lhe algo que permita que uma tinta adira corretamente sobre

ela. Esta preparação deve contribuir igualmente para reduzir a quantidade de contaminantes iniciadores de

corrosão.

Reintegração pictórica - Retocar com tinta especial de restauro as partes faltantes da camada pictórica,

para dar melhor visibilidade à obra. Preenche-se as lacunas faltantes com tom semelhante ao seu entorno.

Reentelamento - Refixação da camada pictórica por um adesivo específico para cada caso (como ceras,

resinas, colas, etc.).

Resinas: Substâncias complexas, naturais ou sintéticas, sem ponto de fusão definido, que quando em uma

solução fornecem a característica de aderência; material utilizado como ligante numa tinta ou selante. As

resinas são as responsáveis pela formação da película de tinta e também pela maioria das características

físicas e químicas desta, pois determinam o brilho, a resistência química e física, a secagem, a aderência,

e outras.

Resinas Acrílicas - polímeros formados pela polimerização de monómeros acrílicos e metacrílicos; por

vezes o estireno é copolimerizado com estes monómeros. Possuem uma resistência à intempérie que

excede significativamente a dos outros polímeros de igual custo.

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Resinas Alquídicas - polímero obtido pela esterificação de poliácidos e ácidos gordos com poliálcoois.

Usadas para tintas que secam por oxidação ou polimerização por calor.

Resinas Poliuretano – resinas resultantes da reação de isocianatos com compostos que contenham

grupos hidroxilo, tais como óleos secativos com grupos álcool reativos, poliésteres e poliéteres. A

combinação única de propriedades tais como a resistência à intempérie, dureza superficial, flexibilidade e

resistência química, entre outras, levou a que se generalizasse a utilização dos poliuretanos na indústria de

tintas e vernizes.

Resinas Vinílicas - são polímeros obtidos na copolimerização em emulsão de acetato de vinilo com

diferentes monómeros: acrilato de butilo e outros. Estas emulsões são usadas nas tintas látex vinílicas e

vinil acrílicas.

Resistência à esfrega úmida – afirma-se que determinada tinta tem resistência à esfrega úmida quando

esta suporta 5000 ciclos de esfrega úmida sem que haja desgaste da película.

Resistência à lavagem – afirma-se que determinada tinta tem resistência à lavagem quando esta suporta

1000 ciclos de esfrega úmida sem que haja desgaste da película.

Resistência à luz – capacidade que um pigmento tem para reter a sua cor quando exposto à energia de

uma fonte luminosa.

Resistência mecânica – resistência ao desgaste; capacidade de suportar as solicitações externas sem que

estas venham a causar deformações estruturais.

Resistência química - capacidade de uma tinta resistir ao ataque de agentes químicos.

Retábulo (do espanhol retablo) - é uma construção de madeira, de mármore, ou de outro material, com

lavores, que fica por trás e/ou acima do altar e que, normalmente, encerra um ou mais painéis pintados ou

em baixo-relevo

Retoque - reintegração cromática

Solventes - são líquidos voláteis capazes de dissolver o veículo fixo de tintas e vernizes, cujas principais

funções são: facilitar a formulação, conferir a viscosidade adequada para aplicação da tinta e contribuir

para o nivelamento e secagem.

Substrato - qualquer superfície sobre a qual é aplicado um revestimento.

Sujeira – estado do que está sujo.

Sujidade (retenção de) – acumulação de poeira ou outra sujidade à superfície de uma película de tinta

devida, normalmente, à pegajosidade da mesma.

Tapa-poros – tipo particular de verniz destinado a ser aplicado como primeira demão para encher os

poros da madeira.

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Terebentina - diluente vegetal natural da tinta a óleo e, quando utilizado, não altera o brilho e o tempo de

secagem naturais da tinta. Também pode ser utilizada para limpeza dos equipamentos (pincéis, broxas,

etc.) de pintura.

Tintas - podem ser definidas como um líquido pigmentado, aplicado em camadas para proteger, decorar

ou dar acabamento a uma superfície sólida e que endurece para formar um revestimento sólido. A

mudança de estado de líquido para sólido pode ocorrer através de evaporação dos componentes voláteis

(no nosso caso a água).

Tratteggio (it.) – pequenos traços descontinuados realizados com tintas e um pincel muito fino (000)

utilizados nas reintegrações pictóricas.

Umidade – medida da quantidade de vapor de água que existe no ar e que pode ser expressa como

umidade absoluta ou como umidade relativa.

Veículo – conjunto de componentes das tintas, vernizes ou produtos similares que permitem a formação

da película sólida.

Veículo fixo – parte não volátil do veículo.

Verniz - pode ser definido como um líquido que, quando aplicado num substrato, forma uma película

sólida transparente com propriedades protetoras, propriedades decorativas ou propriedades técnicas

específicas.

Verniz oxidado - Quando a superfície da pintura apresenta escurecimento ou amarelecimento causado

pela oxidação da camada pictórica por sujidades ou verniz escurecido

Viscosidade – grau de fluidez de uma tinta ou líquido.

Volátil - diz-se de uma substância, geralmente um líquido, que evapora à temperatura ambiente normal se

exposta ao ar.