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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CEEBJA – ARAUCÁRIA
Ensino Fundamental e Médio
ARAUCÁRIA
2010
SUMÁRIO
MARCO SITUACIONAL – IDENTIFICAÇÃO.........................................................................................................................................
06
CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS.........................................................................................................................................
07
1 FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO.........................................................................................................................................
08
1.1 HISTÓRICO
.........................................................................................................................................
08
1.2 PERFIL DO EDUCANDO
.........................................................................................................................................
11
1.3 OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
.........................................................................................................................................
12
1.4 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO
.........................................................................................................................................
13
1.4.1 ORGANIZAÇÃO COLETIVA.........................................................................................................................................
14
1.4.2 ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL.........................................................................................................................................
14
1.5 NÍVEL DE ENSINO.........................................................................................................................................
15
1. 5. 1 ENSINO FUNDAMENTAL FASE I
15
2
1.5.2 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II.........................................................................................................................................
15
1.5.3 ENSINO MÉDIO.........................................................................................................................................
15
1.6 EDUCAÇÃO ESPECIAL
15
1.7 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS
16
1.8 FREQÜÊNCIA
17
1.9 EXAMES SUPLETIVOS.........................................................................................................................................
17
1.10 CONSELHO ESCOLAR
17
1.11 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO
17
1.12 BIBLIOTECA ESCOLAR
18
1.13 LABORATÓRIO.........................................................................................................................................
18
1.14 RECURSOS TECNOLÓGICOS.........................................................................................................................................
18
2 - FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS
.........................................................................................................................................
20
3 - INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS
.........................................................................................................................................
23
4 - MATRIZ CURRICULAR
3
.........................................................................................................................................
24
4.1 – ENSINO FUNDAMENTAL FASE I .........................................................................................................................................
24
4.2 Ensino Fundamental – Fase II.........................................................................................................................................
24
4.3 Ensino Médio.........................................................................................................................................
25
5. MARCO OPERACIONAL.........................................................................................................................................
26
5.1 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS
METODOLÓGICOS
.........................................................................................................................................
26
5.1.1 DISCIPLINA DE ARTE.........................................................................................................................................
27
5.1.1.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO ARTISTICA E ARTE.........................................................................................................................................
27
5.1.1.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
28
5.1.1.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
31
5.1.2 DISCIPLINA DE BIOLOGIA.........................................................................................................................................
31
5.1.2.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE BIOLOGIA.........................................................................................................................................
31
5.1.2.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
4
.........................................................................................................................................
32
5.1.2.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
33
5.1.3 DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS.........................................................................................................................................
34
5.1.3.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS.........................................................................................................................................
34
5.1.3.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
36
5.1.3.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
38
5.1.4 DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA.........................................................................................................................................
40
5.1.4.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA.........................................................................................................................................
40
5.1.4.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
41
5.1.4.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
43
5.1.5 DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO.........................................................................................................................................
44
5.1.5.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ENSINO RELIGIOSO.........................................................................................................................................
44
5.1.5.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
45
5
5.1.5.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
46
5.1.6 DISCIPLINA DE FILOSOFIA.........................................................................................................................................
47
5.1.6.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE FILSOFIA.........................................................................................................................................
47
5.1.6.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
48
5.1.6.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
50
5.1.7 DISCIPLINA DE FÍSICA.........................................................................................................................................
50
5.1.7.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA.........................................................................................................................................
50
5.1.7.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
53
5.1.7.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
54
5.1.8 DISCIPLINA DE GEOGRAFIA.........................................................................................................................................
55
5.1.8.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE GEOGRAFIA.........................................................................................................................................
55
5.1.8.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
57
5.1.8.3 AVALIAÇÃO
6
.........................................................................................................................................
58
5.1.9 DISCIPLINA DE HISTÓRIA.........................................................................................................................................
59
5.1.9.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA.........................................................................................................................................
59
5.1.9.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
60
5.1.9.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
62
5.1.10 DISCPLINA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (L.E.M.) – INGLÊS.........................................................................................................................................
63
5.1.10.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
(L.E.M.)- INGLÊS.........................................................................................................................................
63
5.1.10.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
65
5.1.10.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
66
5.1.11 DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA.........................................................................................................................................
67
5.1.11.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA.........................................................................................................................................
67
5.1.11.2 ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS.........................................................................................................................................
69
5.1.11.3 AVALIAÇÃO
7
.........................................................................................................................................
71
5.1.12 DISCIPLINA DE MATEMÁTICA.........................................................................................................................................
71
5.1.12.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE MATEMÁTICA.........................................................................................................................................
72
5.1.12.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
75
5.1.12.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
77
5.1.13 DISCIPLINA DE QUÍMICA.........................................................................................................................................
79
5.1.13.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA.........................................................................................................................................
79
5.1.13.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.........................................................................................................................................
81
5.1.13.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
84
5.1.14 DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA.........................................................................................................................................
85
5.1.14.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE SOCIOLOGIA.........................................................................................................................................
85
5.1.14.2 ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS.........................................................................................................................................
86
5.1.14.3 AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
88
8
6 - PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO
.........................................................................................................................................
90
6.1 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO.........................................................................................................................................
90
6.2 PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS.........................................................................................................................................
91
6.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS.........................................................................................................................................
92
6.4 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS.........................................................................................................................................
93
6.5 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO.........................................................................................................................................
93
7 - REGIME ESCOLAR
94
7.1 ORGANIZAÇÃO.........................................................................................................................................
94
7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO.........................................................................................................................................
95
7.2.1 Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio.........................................................................................................................................
95
7.3 MATRÍCULA.........................................................................................................................................
95
7.4 MATERIAL DIDÁTICO.........................................................................................................................................
97
7.5 AVALIAÇÃO
9
.........................................................................................................................................
97
7.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS.........................................................................................................................................
98
7.7 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO.........................................................................................................................................
99
7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO.........................................................................................................................................
99
7.9 ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO.........................................................................................................................................
99
8 - RECURSOS HUMANOS
100
8.1 Atribuições dos Recursos Humanos.........................................................................................................................................
100
8.1.1 Direção
.........................................................................................................................................
100
8.1.1.1 DA EQUIPE DE DIREÇÃO .........................................................................................................................................
100
8.1.1.2 Compete ao Diretor:.........................................................................................................................................
101
8.1.2 Professor Pedagogo.........................................................................................................................................
102
8.1.2.1 Cabe ao professor pedagogo.........................................................................................................................................
102
8.1.3 Coordenações
10
.........................................................................................................................................
104
8.1.3.1 Coordenador Geral.........................................................................................................................................
104
8.1.3.2 Coordenador Itinerante.........................................................................................................................................
105
8.1.2.4 Coordenador de Exames Supletivos.........................................................................................................................................
106
8.1.4 Docentes.........................................................................................................................................
107
8.1.4.1 Aos docentes cabe também.........................................................................................................................................
108
8.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo.........................................................................................................................................
109
8.1.5.1 Compete ao Secretario: .........................................................................................................................................
109
9 BIBLIOGRAFIA
.........................................................................................................................................
112
MARCO SITUACIONAL
IDENTIFICAÇÃO
Identificação da instituição Formulário 01
1-Denominação da instituição
CEEBJA-ARAUCÁRIA Ensino Fundamental e Médio
11
2-Endereço completo
Rua Major Sezino Pereira de Souza, 4193-Bairro/Distrito
Centro
4-Município
Araucária
5-NRE
Área Metropolitana Sul6-CEP
83.702 – 270
7-Caixa Postal
253
8-DDD
41
9-Telefone
3642 – 151110-FAX
3642 – 1511
11-E-mail
[email protected] mantenedora
Governo do Estado do Paraná
14-CNPJ/MF
76.592.468/0001-8415-Local e data
Araucária, 30 de setembro de 2010
16-Assinatura
Direção
CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS
Cursos autorizados/reconhecidos Formulário 02
1- Cursos autorizadosCursos autorizados Número das autorizaçõesEnsino Fundamental 1.249/94Ensino Médio 1.249/94
12
2- Cursos reconhecidosCursos reconhecidos Número dos reconhecimentosEnsino Fundamental 1.089/97Ensino Médio 1.089/97
3- Observações
1 FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais da Educação de
Jovens e Adultos, o CEEBJA – Araucária oferece os cursos de Ensino Fundamental
Fase II e Ensino Médio, atendendo ao perfil do educando da EJA – Educação de
Jovens e Adultos – e proporcionando o retorno aos bancos escolares a uma parcela
ativa da sociedade que necessita de escolarização para qualificar-se
profissionalmente e enfrentar os desafios da modernidade.
O município de Araucária recebe, e hodiernamente tem recebido, um fluxo
muito grande de imigrantes de várias regiões do Estado e do País, que vem em
busca de um emprego e melhores condições de vida; este, torna-se assim, um dos
maiores objetivos pelos quais o CEEBJA oferta classes de escolarização a esses
13
jovens e adultos que chegam até nossa cidade, e deparam-se com novas exigências
do mercado de trabalho e as constantes transformações da sociedade.
Esta Proposta Político Pedagógica tem por finalidade e objetivo o
compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral de maneira
que os educandos venham participar de forma ativa, ética e autônoma das relações
sociais.
1.1 HISTÓRICO
O atual CEEBJA-ARAUCÁRIA – Centro Estadual de Educação Básica para
Jovens e Adultos – iniciou suas atividades no ano de 1989, como NAES – Núcleo
Avançado de Estudos Supletivos, criado no município de Araucária pela Resolução
Secretarial nº 3048/88, de 28 de setembro de 1988, pela Deliberação 030/80 do
CEE, capítulo IV, que regulamenta a implantação do NAES, vinculado ao Centro de
Estudos Supletivos de Curitiba, para fins de expedição de documentação e
regulamentação regimental.
O artigo 2º da resolução 3.048/88 autoriza o NAES-ARAUCÁRIA a implantar e
desenvolver Exames de Equivalência e o Curso de 1º Grau Supletivo – Função
Suplência de Educação Geral. Pelo Parecer Técnico nº 090/90 a escola é autorizada
a ofertar ensino correspondente às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental.
Nessa época, o NAES localizava-se à Av. Victor Ferreira do Amaral nº 1020.
As matrículas eram realizadas por disciplinas, ficando a critério do aluno cursar uma
ou mais. O atendimento pelos professores era individualizado, de orientação e
esclarecimento de dúvidas.
Devido à metodologia do CES que respeitava o desenvolvimento e ritmo de
aprendizagem de cada aluno, bem como o crescimento acelerado do município, a
procura pela escola tornou-se, cada vez maior, surgindo com isso a necessidade de
ampliar o número de salas de aula. Isso levou a uma mudança da sede da escola a
partir do dia 31 de dezembro de 1991, que passou a ser à rua Dr. Júlio Szymanski,
28 – Centro.
Em 4 de março de 1994, através da Resolução Secretarial nº 1249/94, o
NAES é transformado em CES (Centro de Estudos Supletivos) ficando desvinculado
14
do CES-CURITIBA e vinculando-se ao DESU – Departamento de ensino Supletivo
da Secretaria de Estado da Educação -, obtendo autorização para o funcionamento
dos Cursos de 1º e 2º Graus Supletivo – Função Suplência de Educação Geral.
No ano de 1995 a escola firmou o 1º Termo de Cooperação Técnica com a
empresa Siderúrgica Guaíra, descentralizando o atendimento a jovens e adultos no
próprio local de trabalho.
Com o passar do tempo e divulgação da metodologia da escola, percebeu-se
uma mudança no perfil dos estudantes da EJA, que antes provinham em grande
maioria da área rural e agora passavam a predominar trabalhadores das indústrias
que foram instaladas na região.
Em 1997 são abertas as primeiras turmas de PACs – Postos Avançados do
CEAD – em vários bairros da cidade, numa parceria com a Prefeitura Municipal de
Araucária, a qual passa a ceder as escolas do município onde são ministradas as
aulas.
Em 1988, em cumprimento ao que determina a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação 9394/96, a Secretaria de Estado da Educação, através da Resolução
3.120/98, determina que os Centros de Estudos Supletivos (CES) passem a ser
denominados de CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA, CONTINUADA A DISTÂNCIA
M - CEAD. No mesmo ano a escola assume a aplicação dos Exames de Suplência
no próprio município de Araucária e abre as primeiras turmas de PAC em Contenda
em parceria com aquela Prefeitura Municipal.
Em 15 de dezembro de 1999, pela Resolução 4.561/99, a escola passa a
denominar-se CEEBJA - ARAUCÀRIA (Centro Estadual de Educação Básica para
Jovens e Adultos).
Ao longo do período de funcionamento do CEEBJA, sempre foi significativa a
participação da comunidade escolar em eventos sociais e cívicos, comemorações
diversas, visitas monitoradas a cidades históricas e pontos turísticos da região,
mostras de ciências, atividades culturais e pedagógicas, gincanas, palestras,
promoções e campanhas sociais, concursos.
Além disso, o CEEBJA sempre procurou atender a comunidade através de projetos
de escolarização, Termos de Cooperação Técnica, PACs e desenvolveu vários
15
projetos de incentivo à cultura e à arte como: teatro, coral, show de talentos, ensino
de línguas estrangeiras: polonês e espanhol.
O CEEBJA – ARAUCARIA continua atendendo um expressivo número de alunos,
no centro da cidade e nos bairros mais longínquos do município, que através da
oportunidade encontrada, esses alunos tem buscado se escolarizar percebendo que
a educação é um instrumento de inclusão na sociedade. Os professores
desenvolvidos diversos projetos com o intuito de despertar o interesse, pelas as
aulas recebidas nas diversas disciplinas. Como projeto, podemos citar alguns,
(Produção de Jornal, Criatividade Sempre Viva, Fazendo Historia, Construção da
Maquete do Paraná, Saúde e Prevenção DST- Sífilis e Qualidade de Vida: Saúde e
Prevenção de DST, Aproveitamento Integral dos Alimentos, Célula Animal Vegetal e
Organelas Celulares e Corpo Humano e seus Sistemas).
No decorrer do tempo o CEEBJA – ARAUCÁRIA consolidou-se pelo trabalho de
resgate dos alunos.
Este resgate proporcionou conhecimentos, abrindo novos horizontes,
elevando sua auto-estima o que ajudou para conseguirem melhores postos de
trabalho e melhor rendimento.
Há um grande numero de alunos que prosseguiram seus estudos concluindo
cursos de graduação em diferentes faculdades e alguns hoje são nossos colegas no
magistério.
1.2 PERFIL DO EDUCANDO
A EJA – Educação de jovens e jovens e adultos – é uma modalidade de ensino
que apresenta características próprias e atende educandos com perfis diferenciados.
Dentre eles encontra-se adolescentes, jovens, adultos e idosos:
• Adolescentes, em sua maioria proveniente de um processo educacional
marcado pela evasão e reprovação no ensino regular fundamental e médio.
Estes trazem consigo certa revolta ou rebeldia que traduzem em suas
posturas, em seus anseios. Alguns são menores infratores encaminhados
pelo Conselho Tutelar egressos do ensino regular. Outros são adolescentes
trabalhadores que procuram a EJA por esta atender suas expectativas, como
16
horários alternativos, atendimento diferenciado, valorização de suas vivências
e possibilidades de troca e interação com o grupo o qual se identificam;
• trabalhadores, parte dos quais procuram a certificação por exigência do
mercado de trabalho;
• educandos que vêm em busca de novos horizontes;
• educandos com necessidades especiais;
• educandos dependentes químicos
• mulheres que buscam aumentar seus conhecimentos percebendo na
escolarização a possibilidade de emancipação;
• desempregados que vêem na escolarização uma forma de ingressar no
mercado de trabalho;
• idosos que buscam ampliação de conhecimentos e possibilidades de convívio
social.
Nesse sentido, as ações pedagógicas devem contemplar seus saberes e a sua
cultura, respeitando o tempo destes, possibilitar o estabelecimento de relações entre
o conhecimento popular e o conhecimento científico, permitindo aos educandos
compreender e atuar no mundo do trabalho e no mundo social, desenvolvendo
assim a autonomia e criticidade. Pois, “compreender o perfil do educando da EJA
requer conhecer sua história, cultura e costumes, entendendo-o como um sujeito
com diferentes experiências de vida e que em algum momento afastou-se da escola
devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais”. (Caderno da versão
preliminar das DCE’s-EJA/2005, p.33).
1.3 OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Este Estabelecimento oferta o Ensino Fundamental – Fase II , Ensino Médio,
Educação Especial e Exames Supletivos no nível do Ensino Fundamental e Médio,
quando credenciado pela SEED, gratuitamente, para jovens adultos e idosos que
não puderem efetuar seus estudos em idade própria.
A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional
que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o
compromisso com a formação humana e com o acesso á cultura geral. De modo a
17
que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações
sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do
desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Para a concretização de uma pratica de gestão administrativa e
pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana é necessário que o
processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente
com:
a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que
os levem à emancipação e a afirmação de sua identidade cultural:
b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo,
solidariedade e justiça;
c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos –
cultura, trabalho e tempo.
A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do
trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso
aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular,
as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.
Este Estabelecimento ofertará os Exames Supletivos, quando
credenciado pela SEED, que compreenderão a base nacional comum do currículo,
habilitado ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
O CEEBJA-ARAUCARIA desenvolverá ações pedagógicas
descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a
grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de
escolarização para jovens e adultos e idosos, respeitada a proposta e o regimento,
desde que autorizado pela SEED/PR, seguindo instrução própria.
1.4 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO
Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de
escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus
estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades
18
apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.
Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e
Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na
legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no
processo.
Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de
modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:
1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento;
2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
3. registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,
ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e
socialização dos conhecimentos;
4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,
bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.
Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano
de estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia
de Estudos aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações
sobre a organização da modalidade.
Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas será organizada
de forma coletiva e individual, ficando a critério do educando escolher a maneira que
melhor se adapta às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar essas
formas, ou seja, cursar algumas disciplinas organizadas coletivamente e outras
individualmente.
1.4.1 ORGANIZAÇÃO COLETIVA
Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início
e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do
currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos
19
conteúdos de forma coletiva, na relação professor - educandos e considerando os
saberes adquiridos na história de vida de cada educando.
A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm
possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma
pré-estabelecido.
1.4.2 ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL
A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que
não têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, devido às condições
de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante
classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou
desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma
organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e
oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula os dias e
horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições
de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.
1.5 NÍVEL DE ENSINO
1. 5. 1 ENSINO FUNDAMENTAL FASE I
Não ofertada.
1.5.2 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
20
Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este
estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e
Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo
de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e
ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.
Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e
possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.
1.5.3 ENSINO MÉDIO
O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua
oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de
07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de
Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.
1.6 EDUCAÇÃO ESPECIAL
A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades
educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização
coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e
o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se
encontram individualmente estes educandos.
Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de
educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles
que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a
legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos
educandos que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de:
1. deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;
2. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos;
3. superdotação/altas habilidades.
21
É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas
e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para
a aprendizagem e participação de todos os alunos.
Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para
o enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem
características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências mas, também,
de condições sócio-culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito
a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação
escolar.
Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se,
assegurando o direito à igualdade com eqüidade de oportunidades. Isso não
significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e
serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas
singularidades.
1.7 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS
Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas
descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a
grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de
escolarização para jovens, adultos e idosos. Respeitada a proposta pedagógica e o
regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios
estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.
1.8 FREQÜÊNCIA
A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de
100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino
Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e
cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de
aula.
1.9 EXAMES SUPLETIVOS
22
Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao
disposto na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de
Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de
Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação de Jovens, Adultos e
Idosos.
1.10 CONSELHO ESCOLAR
Este Centro de Educação Básica, para Jovens e Adultos tem
constituído um Conselho Escolar, órgão colegiado, de natureza deliberativa,
consultiva e fiscal, o qual tem como principal atribuição estabelecer e garantir
a implementação da Proposta Pedagógica deste estabelecimento de ensino,
bem como promover a articulação entre os vários seguimentos da sociedade
e a comunidade escolar, a fim de garantir a eficiência e qualidade de seu
funcionamento.
Esse Conselho é constituído de acordo com o principio da
representatividade, abrangendo toda a comunidade escolar: equipe
pedagógica, professores, alunos e representantes da sociedade.
Funcionara conforme o regimento Escolar.
1.11 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO
Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e
Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado
da Educação do Paraná, como material de apoio.
Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão utilizar
outros recursos didáticos.
1.12 BIBLIOTECA ESCOLAR
23
A Biblioteca é organizada para que o educando possa complementar os
conhecimentos adquiridos/discutidos em sala de aula e também, desenvolver
o prazer da leitura, constituindo-se dessa maneira num espaço de contato
com os vários tipos de textos como fonte de leitura e pesquisa, garantindo à
comunidade escolar o acesso a cultura produzida pela humanidade.
Esse espaço também é utilizado pelos professores para diversificar sua
pratica pedagogia e para ampliar suas fontes de pesquisa.
1.13 LABORATÓRIO
Atividades realizadas em laboratórios auxiliam na socialização do
conhecimento, demonstram o funcionamento de sistemas, estabelecendo relações
entre a teoria e a prática, possibilitando aos educandos ampliarem a leitura de
mundo e a compreensão dos fatos, suas implicações e significados no cotidiano.
Este espaço, denominado laboratório, não implica necessariamente na
obrigatoriedade de um espaço físico específico e materiais pré-determinados para a
realização de experimentos. Aulas práticas e/ou demonstrativas podem ocorrer no
pátio da escola, praças ou parques ou qualquer local que possibilite o êxito do
processo ensino aprendizagem.
Esse êxito será completo quanto mais o espaço escolar for entendido numa
perspectiva que vise a superação de dificuldades resultando na melhoria da
qualidade de vida do educando e da sociedade.
1.14 RECURSOS TECNOLÓGICOS
As inovações e avanços no campo das tecnologias te surpreendido a todos,
principalmente pela velocidade com que acontecem. As novas tecnologias já
ultrapassaram o campo campo das ferramentas e maquinas constituindo-se em
fatores de intervenção na vida de todos, criando mitos e por vezes explorações e
exclusões.
A escola constitue-se em um espaço de difusão e acesso ao conhecimento e
dessa maneira faz necessário difundir e usar de forma ética e cientifica os recursos
24
tecnológicos, sua desmistificação como materiais difíceis, buscando soluções que
possibilitem sua efetiva implantação no espaço escolar, o que passa pela
capacitação e formação dos educadores no uso e difusão desses recursos.
25
2 - FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS
A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)
A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional
que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o
compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral. De modo a
que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações
sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do
desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação
na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir
criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e
da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das
mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com
agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de
conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos1.
Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e
pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o
processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente
com
a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores
que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;
1 KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivemdo trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.
26
b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo
cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito
mútuo, solidariedade e justiça;
c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e
idosos – cultura, trabalho e tempo;
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre
cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e
estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais
próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso
ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função
antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo da história.
A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do
trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso
aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular,
as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.
É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos
diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA,
considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do
mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.
E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de
Jovens e Adultos no Estado do Paraná:
I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo
diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os
educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades
e condições de reinserção nos processos educativos formais;
II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no
processo educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à
escola cabe superar um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais
na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o
conhecimento;
27
III. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados
à realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao
mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros;
IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a
capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por
meio da atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o
educando e os saberes, de forma a que o mesmo assimile estes
conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade
social;
V. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia
tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza
nas matérias escolares, mas sim, como uma forma de organização
abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes, estão
articulados à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando
um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição
das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.
Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o
desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem
chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:
- Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em
seu processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com
conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de
formação e aprendizagem;
- Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios
educandos;
- O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a
objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as
diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de
utilizar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos;
- Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência,
nos interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da
cidadania e do trabalho;
28
- Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos,
críticos e democráticos;
Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não
refere-se exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta
modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre
outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades
educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógica-
curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos.
3 - INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS
Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do
Ensino Fundamental – II e do Ensino Médio a jovens, adultos e idosos que não
tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos.
29
4 - MATRIZ CURRICULAR
4.1 – ENSINO FUNDAMENTAL FASE I
Não ofertada
4.2 Ensino Fundamental – Fase II
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
ESTABELECIMENTO: ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: NRE:ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1452 H/A ou 1200/1210 HORAS
DISCIPLINASTotal de
Horas
Total de
horas/aula
LÍNGUA PORTUGUESA 226 272ARTES 54 64LEM – INGLÊS 160 192EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 226 272CIÊNCIAS NATURAIS 160 192HISTÓRIA 160 192GEOGRAFIA 160 192ENSINO RELIGIOSO* 10 12
Total de Carga Horária do Curso 1200/1210 horas ou 1440/1452 h/a
*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE
MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
30
4.3 Ensino Médio
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO: ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: .......................................... NRE: ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS
DISCIPLINASTotal de
Horas
Total de
horas/aula
LÍNGUA PORT. E
LITERATURA174 208
LEM – INGLÊS 106 128ARTE 54 64FILOSOFIA 54 64SOCIOLOGIA 54 64EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 174 208QUÍMICA 106 128FÍSICA 106 128BIOLOGIA 106 128HISTÓRIA 106 128GEOGRAFIA 106 128
TOTAL1200 1440
Total de Carga Horária do Curso 1200 horas ou 1440 h/a
5. MARCO OPERACIONAL
5.1 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS
METODOLÓGICOS
A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
31
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a
compõem, ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e
aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico,
constitui-se no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e
deve ser organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela
estrutura curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tornar os
conhecimentos significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se
constitui em núcleo estruturador do conteúdo do ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso
aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos por
essas diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores
propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e
Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento
que não deve se restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, idéias,
princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
5.1.1 DISCIPLINA DE ARTE
5.1.1.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO ARTISTICA E ARTE
32
Atualmente o trabalho na disciplina de Educação Artística e Arte Exige do
educador reflexões que contemplem a arte efetivamente como área de
conhecimento fundamental na formação dos educandos e quanto regina (1993, p.
14) propõe uma perspectiva de abordagem global como sendo “a possibilidade de
lidarmos com tudo o que se nos apresenta e não somente com os aspectos
artificialmente eleitos”, a ideia é que se busque uma nova leitura da realidade. O
entendimento de Migliori nos remete para uma perspectiva de uma formação
unilateral, critica e autônoma dos educandos, ou seja , “temos que aprender a lidar
com as divergências da forma não excludente ( MIGLIORI, 1993, p. 14).
Quando privilegiados a educação artística de um determinado grupo povo ou
etnia fragmentamos a realidade e automaticante criamos um juízo de valor no qual
os recortes de conhecimento que fazemos passam a ser os verdadeiros ou os
únicos. “Essa visão fragmentada geradora dos incluídos e excluídos gera uma outra
verdade qual a marginalidade que não é alternativa (MIGLIORI, 1993, p. 14) Isso
implica que ao apresentarmos em nossa seleção de conteúdos curriculares outras
vozes que estão presentes na ação histórica da construção de conhecimento
possibilitamos ao educando outras leituras diferentes daquelas que vem sendo
oficialmente apresentadas.
A Arte - fruto da percepção e da necessidade da expressão humana revela
a realidade interior e exterior ao homem e a mulher. Essa expressão artística
concretizada utilizando de sons, formas visuais movimentos do corpo, representação
cênica dentre outras que são percebidas pelos sentidos. Isso contribui para outras
possibilidades de leitura da realidade e, portanto com mais subsídios para repensa
-la. O objetivo dessa proposta é gerar um ser efetivo e por tanto com mais subsídios
para repensa – la. O objetivo desta proposta é gerar um ser reflexivo, autônomo e
inserido criticamente na realidade em que vive. A arte nos ajuda nesse processo na
medida em que nos fornece uma simbologia própria e portanto, outras leituras do
mundo que nos cerca. Segundo Izabel Marque “um dos elementos essenciais que
caracteriza o ensino de arte no ambiente escolar é o fato que na e escola temos a
possibilidade de relacionar, questionar, experimentar, refletir, e contextualizar os
trabalhos artísticos afim de que façam sentido em nossa próprias vidas e na
construção da sociedade brasileira”.
33
A discussão em trono da arte como linguagem, pondera o entendimento que
a arte não apenas sucinta sentimentos, mas pressupõe. Uma relação de
transmissão e recepção de ideias, ou seja , de comunicação. Portanto a arte aqui é
entendida como linguagem, que se utiliza de símbolos e elementos próprios que
estão presentes na dança “movimento e não movimento”, na musica “sons”, no
teatro “dramatização” e nas artes visuais “forma e luz”.
Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e no
que um “veiculo portador de significados” ( Bakhtin 1995, P. 132). Nesse sentido, os
símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por meio deles que nos
comunicamos e manifestamos nossa capacidade de sentir e de pensar.
Na cultura escola, os saberes são apropriados pela escola de maneira
singular, dando – lhes um sentido pedagógico”Sacristan J. G. 2001). Na escola esse
trabalho, ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade.
É com base nestes pressupostos que trataremos a arte como linguagem, Linguagem
artística.
5.1.1.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios ou
separados do contexto social nem tão pouco mera contemplação e sim, uma ciência
que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instancias sociais.
A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que
pensamos a arte como construção social e não como um dom natural, talento ou
mera produção. As pessoas são construções sociais que necessariamente influem e
são influenciados pelo fazer e pensar arte. A musica rap, pro exemplo constrói um
determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de um grupo
popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras formas
artístico-cultural.
Abordagem critica e intertextualizada é necessária para que no cotidiano se
problematize as relações entre arte e sociedade e se permita, assim a formação de
sínteses pessoas e enriquecedoras. Em outras palavras de arte e sociedade
grandes temas da vida social como: a relação do homem com o trabalho, as
34
relações de gênero a ocupação do espaço urbano e outros. Também através deles
podemos, compreender, inclusive, a influencia da industria cultural, segundo a qual,
muitas vezes a cultura de massa tenta impor uma ordem social passiva e alienada.
Em contrapartida, o conhecimento da arte em aspecto social deve desvelar - se de
modo que o ser humano possa pertencer, dialogar e transformar a realidade que
circunda.
No que concerne à Educação de Jovens e Adultos não podemos perder de
vista as concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar
com os educadores, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias
de hoje não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas
principalmente em trabalhar, partilhar, dialogar e recriar conjuntamente afim de
educar para uma sociedade mais justa igualitaria “a ação da escola será de
mediação entre o educando e os saberes, de uma forma que o mesmo assimile
esses conhecimentos como instrumentos de tranformação de sua ralidade social”
(D.C.E.J.A, p. 31).
Para preparar as aulas, é preciso considerar para quem elas serão
ministradas, como, porque e o que será trabalhado , tornando – se a escola como
espaço de conhecimento. Dessa forma, devem -se contemplar, na metodologia do
ensino da Arte, três momentos da organização pedagógica.
Tal conhecimento em arte alcançado pelo trabalho com os conteúdos
estruturantes elementos formais, e que é necessário teorizar.
Teorizar é a parte do trabalho metodológico que privilegia a cognição, em
que a racionalidade opera para apreender o conhecimento historicamente produzido
sobre arte. Assim, o conteúdo deve ser contextualizado pelo aluno, para que ele
compreenda a obra artística e a arte como campo de conhecimento humano,
produto da criação e do trabalho de sujeitos, histórica e do trabalho de sujeitos,
histórica e socialmente datados.
O trabalho do professor é de possibilitar o acesso e mediar a percepção e
apropriação dos conhecimentos sobre a arte , para que o aluno possa interpretar as
obras, transcender aparências e apreender, pela arte, aspectos da realidade
humana em sua dimensão singular e social.
35
A prática artística – o trabalho criador – é expressão privilegiada, é o
exercício da imaginação e criação. A arte não pode ser apreendida somente
somente de forma abstrata. De fato o processo de produção do aluno acontece
quando ele interioriza e se familiariza com os processos artísticos e humaniza seus
sentidos.
Essa abordagem metodológica é essencial no processo pedagógico em
Arte. Os três aspectos metodológicos abordados no Projeto Político Pedagógico :
teorizar, sentir, perceber e trabalho artístico – são importantes poque sendo
interdependentes, permitem que as aulas sejam planejadas com recursos e
encaminhamentos específicos.
O encaminhamento do trabalho pode ser escolhidos pelo professor,
entretanto, interessa que o aluno realize trabalhos referentes ao sentir e perceber,
ao teorizar e ao trabalho artístico.
Os conteúdos devem estar relacionados com a realidade do aluno e do
seu entorno. Nessa seleção, o professor pode considerar artistas, produções
artísticas e bens culturais da região, bem como as mídias que fazem parte do
cotidiano das crianças,adolescentes e jovens, adultos e idosos. Alunos da escola
publica.
Uma obra de arte deve ser entendida como a forma pela qual, o artista
percebe o mundo, reflete sua realidade, sua cultura e sua época, dentre outros
aspectos. Esse conjunto de conhecimentos deve ser o ponto de partida para que a
leitura da obra componha a pratica pedagógica, que inclui a experiencia do aluno e a
aprendizagem pelos elementos percebidos por ele na obra de arte.
Trabalhar com as artes visuais sob uma perspectiva histórica e critica,
reafirma a discussão sobre essa área como processo intelectual e sensível que
permite um olhar sobre a realidade humano - social, e as possibilidades de
transformação desta realidade.
5.1.1.3 AVALIAÇÃO
A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são
necessários vários instrumentos de verificação tais como: trabalhos artísticos
36
individuais e em grupo; pesquisa bibliográfica e de campo; debates em forma de
seminários e simpósios; provas teóricas e praticas; registros em forma de relatórios,
gráficos, portfólio, áudio – visual e outros.
Por meio desses instrumentos, o professor obterá o diagnostico
necessário par o planejamento e o acompanhamento da aprendizagem durante o
ano letivo, visando as seguintes expectativas de aprendizagem: compreensão dos
elementos que estruturam e organizam a arte e sua relação com a sociedade
contemporânea; a produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em
sua realidade singular e social; a apropriação pratica e teórica dos modos de
composição da arte nas diversas culturas e mídias, relacionadas à produção,
divulgação e consumo. (D.C.E.B.P.R., 2008)
5.1.2 DISCIPLINA DE BIOLOGIA
5.1.2.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE BIOLOGIA
O conhecimento do campo da biologia deve subsidiar a análise e reflexão de
questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de
recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção
humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos
organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa.
Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo
Sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante
dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao
longo desse processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de
anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, a organização dos espaços
físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas.
Ainda, o papel da ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a
realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos
históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e
buscarem novas concepções sobre a natureza. É preciso que esses sujeitos
37
percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do
respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido.
É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento
científico a afim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente,
os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do
saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os
aspectos positivos e negativos das ciências e da tecnologia, para que possa atuar
de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a
ética e os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida.
5.1.2.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida
para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo
do trabalho e com outras dimensões do meio social.
Pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos no
ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais exige do
aluno investigação, leitura e pesquisa. No ensino de biologia, diferentes
metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de
investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando
respostas para solucionar determinados problemas.
Portanto, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a
compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o
conhecimentos possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não
somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global,
o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e
autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos
previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da
aprendizagem, considerando:
• Que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma
real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;
• As experiências dos educandos no mundo do trabalho;
38
• A necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o tempo
pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação”
científica;
• As relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.
A busca de soluções para a problematização constitui-se em referência
fundamental no ensino de biologia. Quando elabora individual ou coletivamente deve
ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução
do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser
incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou
indivíduo.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma
que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro
didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos
materiais de apoio como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor,
selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as
informações devem ser apresentadas de forma adequada a realidade dos alunos.
5.1.2.3 AVALIAÇÃO
O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a
reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por
parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de
partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo
educando e, principalmente, pelo educador.
O ensino de biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto
de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de
ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a
sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e
estratégias diversificadas, sendo essencial os acertos, considerando o erro como
ponto de partida para que o educando e o educador compreendam a ajam sobre o
39
processo de construção de conhecimento, caracterizando-o como um exercício de
aprendizagem.
Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes
do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o
conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre
esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e
valorizar as informações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos,
antes, durante e depois do processo.
A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou
classificatório, visto que o ensino de biologia deve respeitar e valorizar a realidade
do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram
origem à sua exclusão do processo educativo.
Enfim, adota-se como pressuposto a avaliação como instrumento analítico do processo de ensino aprendizagem que se configura em um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de superarem os obstáculos existentes. (PARANÁ, 2008, p. 75)
5.1.3 DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS
5.1.3.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS
A disciplina de Ciências tem como fundamento o conhecimento científico
proveniente da ciência construída historicamente pela humanidade.
Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história
podem ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a
importância da química, da física, da biologia, da astronomia e das geociências, que
se complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e
interações que neles se apresentam.
Um dos aspectos a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a
reflexão sobre a importância da vida no planeta. Isso inclui a percepção das relações
históricas, biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim, como, a
40
responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais de maneira
sustentável, uma vez que dependemos do planeta e a ele pertencemos.
O caminho evolutivo da Ciências promoveu o avanço tecnológico que deve
ser discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa compreender
as mudanças ocorridas no contesto social, político e econômico e em outros meios
com os quais interage, proporcionado-lhe também o estabelecimento das relações
entre o conhecimento trazido de seu cotidiano e o conhecimento cientifico e,
partindo destas situações, compreender as relações existentes, questionando,
refletindo, agindo e interagindo com o sistema.
Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideram-se, ainda, os efeitos das ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar um melhor compreensão do balanço benefício-malefício da relação ciência-tecnologia. (DELIZOICOV; ANGOTTI, PERNAMBUCO, 2002, p. 68)
É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim
de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e
o universo, numa concepção flexível e processual, por meio de saber questionador e
reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os
aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar
de forma consciente em seu meio social e intervir no ambiente, considerando a ética
e os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida.
O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de
partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o
mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social.
Portanto, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de ciências na
EJA, possibilite ao educando a partir de seus conhecimentos prévios, a construção
do conhecimento científico, por meio de análise, reflexão e ação, para que possa
argumentar e se posicionar criticamente.
Dessa forma, o ensino de ciências deixa de ser encarado como mera transmissão de conceitos científicos, para ser compreendido no processo de formação de conceitos científicos, possibilitando a superação das concepções alternativas dos estudantes e o enriquecimento de sua cultura
41
científica (LOPES, 1999). Espera-se uma superação do que o estudante já possui de conhecimentos alternativos, rompendo com obstáculos conceituais e adquirindo maiores condições de estabelecer relações conceituais, interdisciplinares e contextuais, de saber utilizar uma linguagem que permita comunicar-se com o outro e que possa fazer da aprendizagem dos conceitos científicos algo significativo no seu cotidiano. (PARANÁ, 2008, p.109)
5.1.3.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Na medida em que se acredita numa ciência aberta, inacabada, produto da
ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e
espaço e, no estudo na disciplina de ciências como uma das formas de resgate e de
construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se
optar por uma metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do
educando da EJA.
Assim, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão
dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa
estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres
diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá
posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o
educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos,
respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem.
Nesse aspecto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de ciências
de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem
e adulto a inter-relação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com
que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode acontecer a partir de
uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas
para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um
obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma
dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são
muito comuns na disciplina de ciências, devendo ser aproveitadas para reflexão
sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em
realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação
prática, deixando de lado o saber acadêmico.
42
Tais conteúdos podem ser entendidos a partir da mediação didática estabelecida pelo professor de ciências, que pode fazer uso de estratégias que procurem estabelecer relações interdisciplinares e contextuais, envolvendo desta forma, conceitos de outras disciplinas e questões tecnológicas, sociais, culturais, éticas e políticas. (PARANÁ, 2008, p. 116)
Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do
pensamento da ciência, propiciando condições para que o educando perceba o
significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem
própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo.
É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que
será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento
e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.
Um estratégia comum em ciências é a utilização de experimentos e práticas
realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e
objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito
ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-
se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim
como lugares alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade
científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem
ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor
científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo as Diretrizes
Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná:
(...) o ensino de ciências propõem uma prática pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico. Para isso é necessário superar práticas pedagógicas centradas num único método e baseadas em aulas de laboratório (KRASILCHIK, 1987) que visam tão somente a comprovação de teorias e leis apresentadas previamente aos estudantes. (PARANÁ, 2008, p. 116)
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma
que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador.
43
Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles
que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os
conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existe diversas
visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos
saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da criticidade, do
posicionamento perante as situações-problema e da busca por mais conhecimentos.
Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida sequência linear proposta nos
livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses
conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no processo educativo.
Ao selecionar os conteúdos a serem ensinados na disciplina de Ciências, o professor deverá organizar o trabalho docente tendo como referencias: o tempo disponível para o trabalho pedagógico (horas/aula semanais); o Projeto Político Pedagógico da escola; os interesses da realidade local e regional onde a escola está inserida; a análise crítica dos livros didáticos e paradidáticos da área de ciências; e informações atualizadas sobre os avanços da produção científica. (PARANÁ, 2008, p. 116)
5.1.3.3 AVALIAÇÃO
A avaliação é atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos conteúdos científicos escolares e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. (PARANÁ, 2008, p. 125)
O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a
reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por
parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de
partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo
educando e, principalmente, pelo educador.
O ensino de ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto
de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de
ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a
sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e
estratégias diversificadas, sendo essencial os acertos, considerando o erro como
ponto de partida para que o educando e o educador compreendam a ajam sobre o
44
processo de construção de conhecimento, caracterizando-o como um exercício de
aprendizagem.
Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes
do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o
conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre
esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e
valorizar as informações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos,
antes, durante e depois do processo.
Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido num contexto das relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Desse modo, (...), a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos. É fundamental que se valorize, também, o que se chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão (equivocada) do estudante por meio de diversos instrumentos de ensino e de avaliação. (PARANÁ, 2008, p. 125)
A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou
classificatório, deve-se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da
EJA de todos os seus aspectos, oportunizando-lhe o acesso e a permanência no
sistema escolar. Há necessidade, tanto por parte do educador, quanto da
comunidade escolar, de conhecer o universo desses educandos, suas histórias de
vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada um seguirá seu
próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como objetivo
promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando seu êxito nos
estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo.
A ação avaliativa é importante no processo ensino-aprendizagem, pois pode propiciar um momento de interação e construção de significados no qual o estudante aprende. Para que tal ação torne-se significativa, o professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a serem utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e excludente. (PARANÁ, 2008, p.125)
5.1.4 DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
5.1.4.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
45
Vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do ensino da
Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se
propõe essa disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda
e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo
homem ao longo de sua história. Trata-se, portanto, privilegiar nas aulas de
Educação Física além da aprendizagem de movimentos, a aprendizagem para e
sobre o movimento.
Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.
10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das
relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a
expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais
historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades da
intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a
dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto negar o movimento como
possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número
possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos
educandos e a sua potencialidade formativa.
Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como:
(...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas de estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.
A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física
deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de
movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la,
instrumentalizando-o para usufruir das atividades propostas em benefício da sua
inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que
favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim todas as
manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as diferentes
culturas.
46
Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino-
aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um
ambiente que proporcione ao aluo a aprendizagem dos conteúdos significativos para
o seu processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua capacidade
para tomar decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal
humano.
5.1.4.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Ao trabalhar o Conteúdo Estruturante jogo, o professor do Ensino
Fundamental pode apresentar aos seus alunos diversas modalidades de jogo, com
suas regras mais elementares, as possibilidades de apropriação e recriação,
conforme a cultura local. Pode, ainda, discutir em que o jogo se diferencia do
esporte, principalmente quanto à liberdade do uso de regras.
Já o professor do Ensino Médio, ao trabalhar com o mesmo Conteúdo
Estruturante, pode inserir questões envolvendo as diversas dimensões sociais em
jogos que requeiram maior capacidade de abstração por parte do aluno.
Um jogo de representação, com imagens de revistas ou jornais, poderia
ser proposto, considerando conhecimentos assimilados desde o Ensino
Fundamental. A partir de então, é possível problematizar as relações de poder e os
conflitos surgidos no decorrer de sua prática, como foram solucionados e as
semelhanças deste jogo com outras esferas da sociedade.
Ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de Educação
Física na Educação Básica, é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o
aluno traz como referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma primeira
leitura da realidade. Esse momento caracteriza - se como preparação e mobilização
do aluno para a construção do conhecimento escolar.
Após o breve mapeamento daquilo que os alunos conhecem sobre o
tema, o professor propõe um desafio remetendo - o ao cotidiano, criando um
ambiente de dúvidas sobre os conhecimentos prévios. Por exemplo, levantar a
seguinte questão
47
sobre o jogo: todo jogo é necessariamente competitivo? Será que existe
alguma maneira de jogar sem que exista um vencedor no final? Posteriormente, o
professor apresentará aos alunos o conteúdo sistematizado, para que tenham
condições de assimilação e recriação do mesmo, desenvolvendo, assim, as
atividades relativas à apreensão do conhecimento através da prática corporal. Ainda
neste momento, o professor realiza as intervenções pedagógicas necessárias, para
que o jogo não se encaminhe desvinculado dos objetivos estabelecidos.
Finalizando a aula, ou um conjunto de aulas, o professor pode solicitar
aos alunos que criem outras variações de jogo, vivenciando - as. Neste momento, é
possível também a efetivação de um diálogo que permite ao aluno avaliar o
processo de ensino/aprendizagem, transformando - se intelectual e qualitativamente
em relação à prática realizada.
Cabe ressaltar que tratar o conhecimento não significa abordar o
conteúdo ‘teórico’, mas, sobretudo, desenvolver uma metodologia que tenha como
eixo central a construção do conhecimento pela práxis, isto é, proporcionar, ao
mesmo tempo, a expressão corporal, o aprendizado das técnicas próprias dos
conteúdos propostos e a reflexão sobre o movimento corporal, tudo isso segundo o
princípio da complexidade crescente, em que um mesmo conteúdo pode ser
discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. (D.C. E. B. PR,
2009)
Destaca-se que a avaliação deve estar vinculada ao projeto político-
pedagógico da escola, de acordo com os objetivos e a metodologia adotada pelo
corpo docente. Com efeito, os critérios para a avaliação devem ser estabelecidos,
considerando o comprometimento e envolvimento dos alunos no processo
pedagógico:
• Comprometimento e envolvimento – se os alunos entregam as
atividades propostas pelo professor; se houve assimilação dos conteúdos propostos,
por meio da recriação de jogos e regras; se o aluno consegue resolver, de maneira
criativa, situações problemas sem desconsiderar a opinião do outro, respeitando o
posicionamento do grupo e propondo soluções para as divergências; se o aluno se
mostra envolvido nas atividades, seja através de participação nas atividades práticas
ou realizando relatórios.
48
A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos
metodológicos, constituindo-se na forma de resgatar as experiências e
sistematizações realizadas durante o processo de aprendizagem. Isto é, tanto o
professor quanto os alunos poderão revisitar o trabalho realizado, identificando
avanços e dificuldades no processo pedagógico, com o objetivo de (re)planejar e
propor encaminhamentos que reconheçam os acertos e ainda superem as
dificuldades constatadas.
Por fim, os professores precisam ter clareza de que a avaliação não deve
ser pensada à parte do processo de ensino/aprendizado da escola. Deve, sim,
avançar dialogando com as discussões sobre as estratégias didático-
metodológicas,compreendendo esse processo como algo contínuo, permanente e
cumulativo.
5.1.4.3 AVALIAÇÃO
Destaca-se que a avaliação deve estar vinculada ao projeto político pedagógico da escola, de acordo com os objetivos e a metodologia adotada pelo corpo docente. Com efeito, os critérios para a avaliação devem ser estabelecidos, considerando o comprometimento e envolvimento dos alunos no processo pedagógico:
• Comprometimento e envolvimento – se os alunos entregam as atividades propostas pelo professor; se houve assimilação dos conteúdos propostos, por meio de recriação de jogos e regras; se o aluno consegue resolver, de maneira criativa, situações problemas sem desconsiderar a opinião do outro, respeitando o posicionamento do grupo e propondo soluções para as divergências; se o aluno se mostra envolvido nas atividades, seja através de participação nas atividades praticas ou realizando relatórios. (PARANÁ, 2008, p. 151)
Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do professor que
atua no campo da educação física no contexto da EJA é potencializado a
possibilidade de participação ativa de pessoas com demandas educacionais
específicas, em programas com foco na atividade física-movimento corporal
humano.
Por fim, os professores precisam ter clareza de que a avaliação não deve ser pensada à parte do processo de ensino e aprendizado da escola. Deve, sim, avançar dialogando com as discussões sobre as estratégias didático-
49
metodológicas, compreendendo esse processo como algo contínuo, permanente e cumulativo. (PARANÁ, 2008, p.152)
5.1.5 DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
5.1.5.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ENSINO RELIGIOSO
Religião e conhecimento religioso são patrimônios da humanidade,
pois,constituíram-se historicamente na inter-relação dos aspectos culturais, sociais,
econômicos e políticos. Em virtude disso, a disciplina de Ensino Religioso na escola
fundamental deve orientar-se para a apropriação dos saberes sobre as expressões e
organizações religiosas das diversas culturas na sua relação com outros campos do
conhecimento.
No Brasil, a atuação de alguns segmentos sociais/culturais vem
consolidando
o reconhecimento da diversidade religiosa e demandando da escola o trabalho
pedagógico com o conhecimento sobre essa diversidade, frutos das raízes culturais
brasileiras.
Nesse sentido, um dos grandes desafios da escola e da disciplina de
Ensino
Religioso é efetivar uma prática de ensino voltada para a superação do
preconceito religioso, como também, desprender - se do seu histórico confessional
catequético, para a construção e consolidação do respeito à diversidade cultural e
religiosa. Um
Ensino Religioso de caráter doutrinário, como ocorreu no Brasil Colônia e
no Brasil Império, estimula concepções de mundo excludentes e atitudes de
desrespeito às diferenças culturais e religiosas. É justamente esse contexto que
reclama uma reformulação do Ensino Religioso adequada ao ideal republicano de
separação entre Igreja e Estado, pois, suas formas confessionais são incapazes de
cumprir exigências que hoje se apresentam. Assim, a disciplina de Ensino
Religioso deve oferecer subsídios para que os estudantes entendam como os
grupos sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o Sagrado.
50
Essa abordagem possibilita estabelecer relações entre as culturas e os espaços por
elas produzidos, em suas marcas de religiosidade. Tratado nesta perspectiva, o
Ensino Religioso contribuirá para superar desigualdades étnico-religiosas, para
garantir o direito Constitucional de liberdade de crença e expressão e, por
consequência, o direito à liberdade individual e política. Desta forma atenderá um
dos objetivos da educação básica que, segundo a LDB 9394/96, é o
desenvolvimento da cidadania.
O desafio mais eminente da nova abordagem do Ensino Religioso é, portanto,
superar toda e qualquer forma de apologia ou imposição de um determinado grupo
de preceitos e sacramentos, pois, na medida em que uma doutrinação religiosa ou
moral impõe um modo adequado de agir e pensar, de forma heterônima e
excludente, ela impede o exercício da autonomia de escolha, de contestação e até
mesmo de criação de novos valores.
5.1.5.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Propor encaminhamento metodológico para a disciplina de Ensino Religioso,
mais do que planejar formas, métodos, conteúdos ou materiais a serem adotados
em sala de aula, pressupõe um constante repensar das ações que subsidiam esse
trabalho, pois, uma abordagem nova de um conteúdo escolar leva, inevitavelmente,
a novos métodos de investigação, análise e ensino. O trabalho pedagógico proposto
nestas diretrizes para a disciplina de Ensino
Religioso ancora-se na perspectiva da superação dessas práticas tradicionais
que têm marcado o ensino escolar. Propõe-se um encaminhamento metodológico
baseado na aula dialogada, isto é, partir da experiência religiosa do aluno e de seus
conhecimentos prévios para, em seguida, apresentar o conteúdo que será
trabalhado.
Para efetivar esse processo de ensino-aprendizagem com êxito faz-se
necessário abordar cada expressão do Sagrado do ponto de vista laico, não
religioso.
Assim, o professor estabelecerá uma relação pedagógica frente ao universo
das manifestações religiosas, tomando-o como construção histórico-social e
51
patrimônio cultural da humanidade. Nestas Diretrizes, repudia-se, então, quaisquer
juízos de valor sobre esta ou aquela prática religiosa.
Ao considerar a diversidade de referenciais teóricos para suas aulas, torna-se
recomendável que o professor dê prioridade às produções de pesquisadores da
respectiva manifestação do Sagrado em estudo para evitar fontes de informação
comprometidas com interesses de uma ou outra tradição religiosa. Tal cuidado é
importante porque, como estratégia de valorização da própria doutrina ou como meio
de atrair novos adeptos, há produções de cunho confessional que buscam legitimar
seus pressupostos e, por essa razão, desqualificam outras manifestações. É preciso
respeitar o direito à liberdade de consciência e a opção religiosa. (D.C.PR, 2008)
5.1.5.3 AVALIAÇÃO
Diante da sistematização dos resultados da avaliação, o professor terá
elementos para planejar as necessárias intervenções no processo pedagógico, bem
como para retomar as lacunas identificadas na aprendizagem do aluno.
Terá também elementos indicativos dos níveis de aprofundamento a
serem adotados em conteúdos que desenvolverá a posteriori e da possível
necessidade de reorganização do trabalho com o objeto e os conteúdos
estruturantes.
Para a avaliação do conhecimento na disciplina de Ensino Religioso,
deve-se levar em conta as especificidades de oferta e frequência dos alunos nesta
disciplina que todo professor ao ministrá-la deve estar ciente, pois tal disciplina está
em processo de implementação nas escolas e, por isso, a avaliação pode contribuir
para sua legitimação como componente curricular.
Apesar de não haver aferição de notas ou conceitos que impliquem
aprovação ou reprovação do aluno, recomenda-se que o professor registre o
processo avaliativo por meio de instrumentos que permitam à escola, ao aluno, aos
seus pais ou responsáveis a identificação dos progressos obtidos na disciplina.
A avaliação permite diagnosticar o quanto o aluno se apropriou do
conteúdo, como resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu processo de
concepção da realidade social e, como, enfim, ampliou o seu conhecimento em
52
torno do objeto de estudo do Ensino Religioso, o Sagrado, sua complexidade,
pluralidade, amplitude e profundidade. (D.C.PR, 2008)
5.1.6 DISCIPLINA DE FILOSOFIA
5.1.6.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE FILOSOFIA
O ensino de filosofia como criação de conceitos deve abrir espaço para que o
estudante possa planejar um sobrevoo sobre todo o vivido, a fim de que consiga à
sua maneira também, cortar, recortar a realidade e criar conceitos. Essa ideia de
criação de conceitos como resultado da atividade filosófica no Ensino Médio não
deve ser confundida com a perspectiva acadêmica de alta especialização, ou seja, o
que se pretende é o trabalho com o conceito na dimensão pedagógica.
O ensino de filosofia como criação de conceitos deve abrir espaço para que o
estudante possa planejar um sobrevoo sobre todo o vivido, a fim de que consiga à
sua maneira também, cortar, recortar a realidade e criar conceitos. Essa ideia de
criação de conceitos como resultado da atividade filosófica no Ensino Médio não
deve ser confundida com a perspectiva acadêmica de alta especialização, ou seja, o
que se pretende é o trabalho com o conceito na dimensão pedagógica.
Existem formas diversificadas de trabalhar os conhecimentos filosóficos
nos currículos escolares. Por isso, os conteúdos estruturantes devem ser
trabalhados na perspectiva de fazer com que os estudantes pensem os problemas
com significado histórico e social e analisem a partir dos textos filosóficos que lhes
forneçam subsídios para que pesquisem, façam relações e criem conceitos. Ir ao
texto filosófico ou à história da Filosofia não significa trabalhar de modo que esses
conteúdos passem a ser a única preocupação do ensino de Filosofia.
Eles serão importantes desde que atualizem os diversos problemas
filosóficos que podem ser trabalhados a partir da realidade dos estudantes.
A atividade filosófica centrada, sobretudo no trabalho com o texto,
propiciará entender as estruturas lógicas e argumentativas, levando-se em conta o
cuidado com a precisão dos enunciados, com o encadeamento e clareza das ideias
e buscando a superação do caráter fragmentário do conhecimento. É preciso que o
53
professor tenha uma ação consciente para não praticar uma leitura em que o texto
seja um fim em si mesmo. O domínio do texto é necessário. O problema está no
formalismo e no tecnicismo estrutural da leitura, que desconsidera, quando não
descarta, a necessidade da compreensão do contexto histórico, social e político da
sua produção, como também da sua própria leitura. Tal reflexão enseja analisar a
função do professor de Filosofia no Ensino Médio, que consiste, basicamente, em
pensar de maneira filosófica para construir espaços de problematização
compartilhados com os estudantes, a fim de articular os problemas da vida atual
com as respostas e formulações da história da Filosofia e com a criação de
conceitos.
O trabalho do professor poderá assegurar ao estudante a experiência
daquilo que é específico da atividade filosófica, ou seja, a criação de conceitos. Esse
exercício poderá manifestar-se ao refazer o percurso filosófico.
O professor propõe problematizações, leituras e análise de textos,
organiza debates, sugere pesquisas e sistematizações. O ensino de Filosofia tem
uma especificidade que se concretiza na relação do estudante com os problemas,
na busca de soluções nos textos filosóficos por meio da investigação, no trabalho
direcionado à criação de conceitos.
5.1.6.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O trabalho com os conteúdos estruturantes da Filosofia e seus conteúdos
básicos dar-se-á em quatro momentos:
• a mobilização para o conhecimento;
• a problematização;
• a investigação;
• a criação de conceitos.
O ensino da Filosofia pode começar, por exemplo, pela exibição de um filme
ou de uma imagem, da leitura de um texto jornalístico ou literário ou da audição de
uma música. São inúmeras as possibilidades de atividades conduzidas pelo
professor para instigar e motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante e
54
o conteúdo filosófico a ser desenvolvido. A isso se denomina, nestas Diretrizes,
mobilização para o conhecimento.
Ao problematizar, o professor convida o estudante a analisar o
problema, o qual se faz por meio da investigação, que pode ser o primeiro passo
para possibilitar a experiência filosófica. É imprescindível recorrer à história da
Filosofia e aos textos clássicos dos filósofos, pois neles o estudante se defronta com
o pensamento filosófico, com diferentes maneiras de enfrentar o problema e, com as
possíveis soluções já elaboradas, as quais orientam e dão qualidade à discussão.
O ensino de Filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a
vida, por isso é importante que, na busca da resolução do problema, haja
preocupação também com uma análise da atualidade, com uma abordagem que
remeta o estudante à sua própria realidade.
Dessa forma, a partir de problemas atuais estudados a partir da História
da Filosofia, do estudo dos textos clássicos e de sua abordagem contemporânea, o
estudante do Ensino Médio pode formular conceitos e construir seu discurso
filosófico.
O texto filosófico que ajudou os pensadores a entender e analisar
filosoficamente o problema em questão será trazido para o presente com oobjetivo
de entender o que ocorre hoje e como podemos, a partir da Filosofia, atuar sobre os
problemas de nossa sociedade.
Ao final desse processo, o estudante, via de regra, encontrar-se-á apto a
elaborar um texto, no qual terá condições de discutir e comparar ideias e
conceitos de caráter criativo e de socializá-los. A atividade filosófica própria do
Ensino.
Após esse exercício, o estudante terá condições de perceber o que está
e o que não está implícito nas ideias, como elas se tornam conhecimento e, por
vezes, discurso ideológico, de modo que ele cria a possibilidade de argumentar
filosoficamente, por meio de raciocínios lógicos, num pensar coerente e crítico.
É imprescindível que o ensino de Filosofia seja permeado por atividades
investigativas individuais e coletivas que organizem e orientem o debate filosófico,
dando-lhe um caráter dinâmico e participativo.
55
Ao articular vários elementos, o ensino de Filosofia pressupõe um
planejamento que inclua leitura, debate, produção de textos, entre outras
estratégias, a fim de que a investigação seja fundamento do processo de criação de
conceitos.
5.1.6.3 AVALIAÇÃO
Ao avaliar, o professor deve ter profundo respeito pelas posições do
estudante, mesmo que não concorde com elas, pois o que está em questão é a
capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições.
O que deve ser levado em conta é a atividade com conceitos, a
capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses
subjacentes aos temas e discursos.
Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do estudante do Ensino
Médio de trabalhar e criar conceitos, sob os seguintes pressupostos:
• qual discurso tinha antes;
• qual conceito trabalhou;
• qual discurso tem após;
• qual conceito trabalhou.
A avaliação de Filosofia se inicia com a mobilização para o conhecimento, por
meio da análise comparativa do que o estudante pensava antes e do que pensa
após o estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação como um processo.
(D.C.E.B.PR, 2008)
5.1.7 DISCIPLINA DE FÍSICA
5.1.7.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA
Os princípios que norteiam a proposta da elaboração da disciplina de Física
para e EJA, baseiam-se na Fundamentação Teórico-Metodológica, contida na parte
da “Introdução” das “Orientações Curriculares de Física – Texto Preliminar – Ensino
Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED.
56
O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por
aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver um
certo consenso que “... a preocupação central tem estado na identificação do
estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na
investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado
para o estudo dessa Ciência na educação básica – ensino médio” (ROSA & ROSA,
2005, p. 2)
Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que
mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite compreender
uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a
formação profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a
compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos-educandos. No entanto, neles
a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e
conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre,
se traduzem em exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem
norteado o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas
curriculares por eles organizadas.
Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e profundidade. Mesmo que discurso didático do professor seja amplo, abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao ensino médio refletem o mesmo enfoque disciplinar presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na sua pratica pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação também colaboram para a manutenção do conhecimento físico ensinado nos molde ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos curso de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar, historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as comunidades de produtores de conhecimento. (PIETROCOLA, ALVES, PINHEIRO, p.6)
Nessa perspectiva, “...via de regra, os conteúdos acabam por ser
desenvolvidos como se estabelecessem relações com eles mesmos, sendo
57
desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de
outros campos de conhecimento” (GARCIA, ROCHA, COSTA, 2001, p. 138)
Essa concepção faz com que o ensino de Física se transforme num universo
livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de que
a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso possa ter,
inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas, levando o
estudante
... a ter uma ideia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes, ideias como as de partículas, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referencia à realidade que representam, levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais. (ALVARES, 1991, p. 42)
Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do
mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao
formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o
desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que “... um número
elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores, ou,
segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico” (ALVARES,
1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à carreira
universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo principal do
ensino desta disciplina no nível médio.
Também parece haver um consenso entre os professores em torno da ideia
de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de enfatizarem esse
caráter experimental da matéria e a importância dessa consideração no sentido de
contribuir para uma melhor compreensão dos fenômenos físicos, é comum
... adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem, (ALVARES, 1991, p. 25)
58
Assim,
... como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como parte da sociedade, a Ciência também está aberta a influências externas, como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada. (KNELLER, 1980, prefácio da obra)
Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um
contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por esse
contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa
mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não está pronta nem acabada
e não é absoluta, mas, revelar aos nossos estudantes “... como é penoso, lento,
sinuoso e, por vezes, violento, o processo de evolução das ideias cientificas”
(PONCZEK, 2002, p. 22)
Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem
ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura
social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo.
Além disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que sejam
capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não
podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à tecnologia. Por isto é
importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o
desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais,
sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em
muitos aspectos, depende de uma percepção histórica de como estas relações
foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.
5.1.7.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na EJA
ainda é tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato matemático que,
normalmente, não leva a compreensão dos fenômenos físicos e ainda, acaba por
distanciar o interesse dos educandos pela disciplina.
Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados e
reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial. Além
59
disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como verdades
absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para que os
educandos tornem-se passivos em sala de aula.
É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem condições
de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta,
tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulados.
Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p. 7)
A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é
necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos
físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de
aprendizagem dos educandos.
(...) não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA, ROCHA, COSTA, 2000, p. 40)
Na reflexão desenvolvida com professores de Física da EJA, identificou-se
algumas estratégias para o desenvolvimento metodológico da disciplina de Física,
considerando que essas estratégias metodológicas podem contribuir para o ensino e
a aprendizagem dos educandos. Dessa forma, deve ser levado em conta a formação
do professor, o espaço físico, os recursos disponíveis, o tempo de permanência do
educando no espaço escolar e as possibilidades de estudo fora deste, para que as
estratégias metodológicas possam ser efetivadas.
5.1.7.3 AVALIAÇÃO
A avaliação deve ter um caráter diversificado tanto qualitativo quanto do ponto de vista instrumental. Do ponto de vista quantitativo o professor deve orientar-se pelo estabelecido no Regimento Escolar. Quanto aos critérios de avaliação em Física deve-se verificar:
60
• A compreensão de conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e aprendizagem planejada;
• A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos;• A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não
científicos;• A capacidade de elaborar relatórios como referência os conceitos, as
leis e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os conhecimentos da física. (PARANÁ, 2008, p.184)
5.1.8 DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
5.1.8.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE GEOGRAFIA
Na disciplina de geografia, se faz necessário repensar o ensino e a
construção do conhecimento geográfico bem como a serviço de quem está esse
conhecimento. Qual o papel do ensino do9 ensino desta disciplina na formação de
um cidadão critico da organização da realidade social – espacial. A partir da
compreensão do espaço geográfico como “um conjunto indissociável, solidário e
também contraditório de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados
isoladamente, mas como quadro único no qual a historia se dá”, (Santos 1996, p.
51), propõe uma concepção de geografia que possibilite ao educando desenvolver
um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão do mundo, privilegiando
a sua dimensão sócio espacial. Para MORAES (1998, p. 166), “Formar o indivíduo
critico implica estimular o aluno questionador, dando – lhe não uma explicação
pronta do mundo, mas elementos para o próprio questionamento das varias
explicações. Formar o cidadão democrático implica investir na sedimentação no
aluno do respeito à diferença, considerando a pluralidade de visões como um valor
em si”.
Nesse contexto a Geografia explicita o seu objetivo de analisar e interpretar o
espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como
produto das múltiplas reais e complexas relações, pois , como mostra SANTOS
92001, P. 174) “vive – se em um mundo de indefinição entre o real e o que imagina
dele”. E em conformidade com RESENDE “1966, p. 181” é preciso reconhecer a
existência de um saber geográfico, que é próprio do educando trabalhador, um
61
saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva, respondendo sempre
ao seu caráter social objetivo, de um todo integrado, um espaço real” desse modo a
geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos complexidade em sua
velocidade, onde o espaço, seja entendido como o produto das ralações reais, que a
sociedade estabelece entre si e com a natureza. Segundo CARLOS (2002, p. 165).
“A sociedade não é passiva diante da natureza existe um procedimento dialético
entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciados em função de
momentos históricos específicos e diferenciados em função de momentos históricos
específicos e diferenciados neste sentido o espaço é humano não porque o homem
o habita, mas porque o produz”. torna-se urgente assim, romper com a
compartimentalização do conhecimento geográfico. Neste sentido, faz -se
necessário considerar o espaço geográfico a partir de vários aspectos interligados e
interdependentes os fenômenos naturais e as ações humanas, as transformação
impostas pela relações sociais de alcance planetário não desprezando a base local
e regional. Neste contexto o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e
histórico que produz o mundo e asi próprio. Segundo CALVACANTI (1996, P. 192.)
“O ensino de geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço
geográfico na sua concretude, nas suas contradições contribuindo para a formação
de raciocínios e concepções e articulados e aprofundados a respeito do espaço,
pensando os fato e acontecimentos mediante varias explicações”.
O ensino de geografia comprometido com as mudanças sociais revela as
contradições presentes na construção do espaço, inerentes como homens e
mulheres transformam e apropriam da natureza. Nesta perspectiva, a que se toamr
possível ao educando perceber – se como parte integrante da sociedade do espaço
e da natureza. Dai a possibilidade dele poder (re)pensar a realidade em que está
inserido descobrindo -se nela e percebendo – se na sua totalidade onde revelam –
se as desigualdades e as contradições sob tal perspectiva, o ensino de geografia
contribuiu na formação de um cidadão mais completo, que se percebe como agente
das transformações sócio espaciais, reconhecendo as temporalidades e se papel
ativo nos processos.
5.1.8.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
62
A metodologia de ensino proposta nestas Diretrizes deve permitir que os
alunos se apropriem dos conceitos fundamentais da Geografia e compreendam o
processo de produção e transformação do espaço geográfico. Para isso, os
conteúdos da Geografia devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica,
interligados com a realidade próxima e distante dos alunos, em coerência com os
fundamentos teóricos propostos neste documento.
É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e
ao mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo
de suas omissões.
É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando
mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983,
p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”,
portanto, é importante a valorização dos saberes que os educandos possuem e que
foram acumulados ao longo de suas existências. Esses saberes devem ser o ponto
de partida para a construção de outros saberes. No caso da Geografia, tais
pressupostos se tornam mais evidentes e necessários.
A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve
tornar os conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se busque
explicitar e oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais
para o desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo
vivido.
Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para a
abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões
referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as
contradições que estão postas, buscar explicações e relações e construir conceitos.
Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e
questionar:
1- Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade?
2- Quais mudanças foram provocadas por sua instalação?
3- Qual a sua importância para o município, estado, país?
4- Qual sua importância para a população?
5- Por que ela se instalou nessa região?
63
6- Como é seu processo produtivo?
7- Quais impactos vem causando no ambiente?
Outro pressuposto metodológico para a construção do conhecimento em sala
de aula é a contextualização do conteúdo. Na perspectiva teórica destas
Diretrizes,contextualizar o conteúdo é mais do que relacioná-lo à realidade vivida do
aluno, é, principalmente, situá-lo historicamente e nas relações políticas, sociais,
econômicas, culturais, em manifestações espaciais concretas, nas diversas escalas
geográficas.
O professor deve, ainda, conduzir o processo de aprendizagem de forma
dialogada, possibilitando o questionamento e a participação dos alunos para quea
compreensão dos conteúdos e a aprendizagem crítica aconteçam. Todo esse
procedimento tem por finalidade que o ensino de Geografia contribua para a
formação de um sujeito capaz de interferir na realidade de maneira consciente e
crítica. (D. C.E.B.Pr, 2008)
5.1.8.3 AVALIAÇÃO
Nessa concepção de avaliação, considera que os alunos têm diferentes
ritmos de aprendizagem, identifica se- dificuldades e isso possibilita a intervenção
pedagógica a todo o tempo.
O professor pode, então, procurar caminhos para que todos os alunos
aprendam e participem das aulas.
Assim, recomenda-se que a avaliação em Geografia seja mais do que a
definição de uma nota ou um conceito. Desse modo, as atividades desenvolvidas ao
longo do ano letivo devem possibilitar ao aluno a apropriação dos conteúdos e
posicionamento crítico frente aos diferentes contextos sociais.
O processo de avaliação deve considerar, na mudança de pensamento e
atitude do aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do processo de ensino/
aprendizagem, quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a
participação dos alunos. (D.C.E.B.PR, 2008)
Cabe ao professor, como mediador na construção do conhecimento, criar
situações de aprendizagem, tomando como ponto de partida as experiências
64
concretas dos educandos no seu local de vivência, seja uma área rural, uma aldeia
indígena ou no meio urbano, de modo a permitir a resignificação de sua visão de
mundo.
Nessa perspectiva, para que a avaliação cumpra o seu papel como parte
integrante do processo ensino-aprendizagem, se faz necessário definir o objetivo da
atividade avaliativa e o conteúdo a ser avaliado. E ainda utilizar instrumentos
diferenciados, analisar e qualificar os resultados, para que a partir deles, o educando
possa refletir e opinar sobre os saberes construídos e os conhecimentos
organizados e para que o educador possa rever a sua prática pedagógica.
A avaliação é parte do processo pedagógico e, por isso, deve tanto
acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Ela
permite a melhoria do processo pedagógico somente quando se constitui numa ação
reflexiva sobre o fazer pedagógico. Não deve ser somente a avaliação do
aprendizado do aluno, mas também uma reflexão das metodologias do professor, da
seleção dos conteúdos, dos objetivos estabelecidos e podem ser um referencial para
o redimensionamento do trabalho pedagógico.
Nestas Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica,
valoriza -se a noção de que o aluno possa, durante e ao final do percurso, avaliar a
realidade radioespacial em que vive, sob a perspectiva de transformá - la, onde quer
que esteja.
5.1.9 DISCIPLINA DE HISTÓRIA
5.1.9.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA
Na educação de jovens e adultos e idosos, deve -se levar em
consideração os seus educandos possuem maior experiencia de vida e que esta
modalidade tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação
humana e o acesso à cultura gral. A diversidade presente na sala de aula, a partir
dos diferentes perfis sociais deve ser utilizada a favor do trabalho pedagógico no
ensino de Historia. Pode -se recorrer as diferenças para estabelecer comparações
65
levantar diferentes concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e
a aceitação das diferenças.
É preciso que o ensino de historia na educação de jovens e adultos sejam
dinâmico e que o educando perceba que a Historia não está desassociada da
realidade, mas está sempre constante transformação. Nesse sentido, pode – se
tomar sempre como ponto de partida e de chegada o próprio presente, onde estão
inseridos educandos e educadores. Há que se considerar que o passado explica o
presente , mas também o presente explica o passado. Isso não significa no entanto,
que se possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não se pode
incorrer anacronismos ou em posturas consideração as especificidades de cada
contexto histórico.
É fundamental que o educador de historia não atua como reprodutor de
um conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado., mas,
que torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da historia, criar
argumentos que possam concordar ou descordar de um autor, tomar posição diante
do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem
que se realize uma analise critica dos caminhos percorridos pelo homem / mulher ao
longo da historia por fim, reconhecer que estes sujeitos são produtores de signos e
utopias. Capazes de transformar a natureza e escrever sua própria historia, portanto
a historia é uma construção coletiva em que todos os sujeitos tem um papel principal
e suas ações são de suma importância para uma participação consciente na
transformação da sociedade e do mundo em vivem.
5.1.9.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a
aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência
para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e
explicar o seu mundo.
No mundo contemporâneo um constante (re)pensar sobre a cultura
escolar é fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente
e que implicam diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a
66
partir de discussões teórico-metodológicas significativas e que colocam o educando
na centralidade do processo ensino-aprendizagem, pretende-se contribuir para uma
prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas.
Para isso, Propõe-se a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas,
no ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos
rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente
com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretende-
se com isso priorizar uma prática pautada na associação ensino-pesquisa e no uso
de diferentes fontes e linguagens.
A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido
ou do conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser
trabalhados de forma isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma
abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que refere as questões
sociais, as contradições, a Histórica local, conteúdos estes que estabeleçam relação
entre o local e o global e possibilitem aos educandos, compreender as semelhanças
e diferenças, as permanências e as rupturas do contexto histórico.
Transformar os conteúdos em “situações problemas” é imprescindível
para demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a
reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente
significativos para que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade,
em que vive. Dessa forma o ensino de História será sempre possibilidade e nunca
determinação.
É essencial no processo ensino-aprendizagem que a teoria esteja em
sintonia com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre
a própria realidade.
Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor e
escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura, análise e
interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e
escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da
EJA possa ampliar a sua leitura de mundo percebendo-se como sujeito da História
na busca da autonomia e da cidadania.
67
O trabalho pedagógico com os Conteúdos Estruturantes, básicos e
específicos tem como finalidade a formação do pensamento histórico dos
estudantes. Isso se dá quando professor e alunos utilizam, em sala de aula e nas
pesquisas escolares, os métodos de investigação histórica articulados pelas
narrativas históricas desses sujeitos. Assim, os alunos perceberão que a História
está narrada em diferente fontes (livros, cinema, canções, palestras, relatos de
memória, etc.), sendo que os historiadores se utilizam destas fontes para
construírem suas narrativas históricas.
Nesse sentido, o trabalho pedagógico com os conteúdos históricos devem estar
fundamentado em vários autores e suas respectivas interpretações, seja por meio
dos manuais didáticos disponíveis ou por meio de textos historiográficos referenciais.
Espera-se que, ao concluir a Educação Básica, o aluno entenda que não existe uma
verdade histórica única, e sim que verdades são produzidas a partir evidências que
organizam diferentes problematizações fundamentadas em fontes diversas,
promovendo a consciência da necessidade de uma contextualização social, política e
cultural em cada momento histórico.
Para o aluno compreender como se dá a construção do conhecimento
histórico o professor deve organizar seu trabalho pedagógico por meio:
• do trabalho com vestígios e fontes históricas diversos;
• da fundamentação na historiografia;
• da problematização do conteúdo;
• essa organização deve ser estruturada por narrativas históricas produzidas
pelos sujeitos.
5.1.9.3 AVALIAÇÃO
Nestas Diretrizes Curriculares, ao se propor reflexões sobre a avaliação no
ensino de História, objetiva-se favorecer a busca da coerência entre a concepção de
História defendid e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino e de
aprendizagem. A avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os
alunos, permeando o conjunto das ações pedagógicas, e não como elemento
externo a este processo.
68
Refutam-se as práticas avaliativas que priorizam o caráter classificatório,
autoritário, que desvinculam a sua função da aprendizagem, que não se ocupam dos
conteúdos e do seu tratamento conforme as concepções definidas no projeto político-
pedagógico da escola. Uma avaliação autoritária e classificatória materializa um
modelo excludente de escolarização e de sociedade, com o qual a escola pública
tem o compromisso de superação.
Ao considerar os conteúdos de História efetivamente tratados em aula,
essenciais para o desenvolvimento da consciência histórica, é necessário ter clareza
que avaliar é sempre um ato de valor. Diante disto, professor e alunos precisam
entender que os pressupostos da avaliação, tais como finalidades, objetivos, critérios
e instrumentos, podem permitir rever o que precisa ser melhorado ou o que já foi
apreendido. Segundo Luckesi (2002), o professor poderá lançar mão de várias
formas avaliativas, tais como:
• Avaliação diagnóstica – permite ao professor identificar o desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos para pensar em atividades didáticas que
possibilitem a compreensão dos conteúdos a serem trabalhados;
• Avaliação formativa – ocorre durante o processo pedagógico e tem por
finalidade retomar os objetivos de ensino propostos para, a partir dos mesmos,
identificar a aprendizagem alcançada desde o início até ao momento avaliado;
• Avaliação somativa – permite ao professor tomar uma amostragem de
objetivos propostos no início do trabalho e identificar se eles estão em consonância
com o perfil dos alunos e com os encaminhamentos metodológicos utilizados para a
compreensão dos conteúdos. Esta avaliação é aplicada em período distante um do
outro, no decorrer do processo- ensino aprendizagem.
5.1.10 DISCPLINA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (L.E.M.) – INGLÊS
5.1.10.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
(L.E.M.)- INGLÊS
A Língua Estrangeira Moderna – LEM – é um espaço em que se pode ampliar
o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo
69
em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas
que se conhece. Ela se apresenta também como um espaço de construções
discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a
produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das
línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à
informação: as LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e
transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005)
É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o
acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o alargamento de
horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos
educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural, e torna-se possível
oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo
em que valoriza a própria.
A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a
partir da 5ª série do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a
possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira.
Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de
comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre
pessoas de diferentes línguas maternas.”, tendo em vista que existem,
aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de
usuários no mundo todo, sendo a língua principal em livros, jornais, aeroportos e
controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências acadêmicas,
ciência, tecnológica, medicina, diplomacia, esportes, competições internacionais,
música pop e propaganda.
Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade lingüística e cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática social. (PARANÁ, 2008, p. 223)
Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando
seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por
70
outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e,
consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas lingüísticas em
situações de comunicação (oral e escrita).” (PARANÁ, 2005). Ao serem expostos às
diversas manifestações da língua na sociedade, os educandos podem entender as
implicações político-ideológicas.
5.1.10.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
(...) O trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e de construir significados. (PARANÁ, 2008, p. 233)
O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a
língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e
construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa
concepção, levar-se-á em consideração a realidade do educando, valorizando sua
bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características
individuais, na certeza de que o adulto aprende melhor e desenvolve maior
autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo ensino-
aprendizagem.
Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve-se buscar a autenticidade
da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes
escolares frente à experiência social construída historicamente pelos educandos.
Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná:
(...) o ensino da Língua Estrangeira Moderna (...) será, necessariamente, articulado com as demais disciplinas do currículo para relacionar os vários conhecimentos. Isso não significa ter que desenvolver projetos com inúmeras disciplinas, mas fazer o aluno perceber que alguns conteúdos de disciplinas distintas podem estar relacionados com a Língua Estrangeira. Por exemplo: as relações interdisciplinares da Literatura com a História e com a Geografia podem colaborar para o esclarecimento e a compreensão de textos literários. (PARANÁ, 2008, p. 237)
Para definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em
conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como
71
agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com
os saberes que ele vai adquirir.
Na busca desta interação, deve-se buscar uma metodologia que leve em
consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e
compreensão auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o texto e
precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de contextos
específicos.
Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como
algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda transformação, o
aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes,
toda diversidade da LEM se perde.
Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta,
principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as
necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes
não vem prontos na linguagem.
Destaca-se que nenhuma língua é neutra, e as línguas podem representar diversas culturas e maneiras de viver; inclusive, podem passar a ser um espaço de comunicação intercultural, por serem usadas em diversas comunidades, muitas vezes até por falantes que não as tem como língua materna. (PARANÁ, 2008, p. 236)
5.1.10.3 AVALIAÇÃO
Na Educação Básica, a avaliação de determinada produção em Língua Estrangeira considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, como resultado de um processo de aquisição de uma nova língua. Considera-se que, nesse processo, o que difere do simples apreender, é o fato de que adquirir um língua é um aquisição irreversível. Sendo assim, o erro deve ser visto como fundamental para a produção de conhecimento pelo ser humano, como um passo para que a aprendizagem se efetive e não como um entrave no processo que não é linear, não acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes pessoas. Refletir a respeito da produção do aluno, o encaminhará à superação, ao enriquecimento do saber e, nesse sentido, a ação avaliativa reflexiva cumprirá sua função. (PARANÁ, 2008, p. 240)
Sendo assim, a avaliação na disciplina de Língua Estrangeira Moderna, deve
levar em conta, assim como as demais disciplinas, o conhecimento prévio de cada
aluno, priorizando também a interação entre professor e aluno.
72
5.1.11 DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA
5.1.11.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Refletir sobre o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também as contradições, as diferenças e os paradoxos do quadro complexo da contemporaneidade. Mesmo vivendo numa época denominada “era da informação”, a qual possibilita acesso rápido à leitura de uma gama imensurável de informações, convivemos com o índice crescente de analfabetismo funcional, e os resultados das avaliações educacionais revelam baixo desempenho do aluno em relação à compreensão dos textos que lê. (PARANÁ, 2008, p. 272)
Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da
Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação
humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural,
à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na organização da
proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está pautado na concepção
sociointerassionista, a qual dá ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais.
Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se
produz o conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual,
cognitiva e política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o
respeito aos diferentes falares e aos saberes próprios da cultura do educando,
preparando-o para produção de seu próprio texto, oral ou escrito, adequado
exigências dos diversos contextos sociais; uma vez que é na escola que os alunos
possuem acesso à norma culta da língua. Portanto a escola de deve fornecer
instrumentalização, onde os alunos estejam cientes do seu exercício enquanto
cidadãos e da importância de sua participação na sociedade.
O trabalho pedagógico proposto para as práticas de linguagem está
fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem a
linguagem como interação.
VYGOSTSKY (1989) dedicou-se a estudos sobre a origem cultural das
funções superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da
interação social e da relação linguagem-pensamento. Por isso, propõe que se
estudam as mudanças ocorridas no desenvolvimento mental, inserindo o indivíduo
73
num determinado contexto cultural, a partir da interação com os membros de seu
grupo e de suas práticas sociais. Para esse autor, a cultura é uma espécie de palco
de negociações. Seus membros estão em movimentação constante de recriação e
reinterpretando de informações, conceitos e significados.
Nessa mesma direção, BAKHTIN (2003) afirma que os seres humanos
apreendem a realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o
outro, atribuindo assim, sentido ao seu próprio viver, permeado pelo exercício efetivo
da linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de
temáticas do cotidiano, com ênfase na polifonia, dialogismo e polissemia. O primeiro
constitui as diversas vozes do discurso oral e escrito; o segundo, consiste na
interação do “eu” com o “outro”; por último, a polissemia, que compreende os
diferentes significados da palavra, de acordo com a vivência sociocultural de cada
sujeito.
As ideias de BAKHTIN e FREIRE (2004) convergem, no sentido de que a
prática pedagógica deve se dar numa relação dialógica, entre os sujeitos envolvidos
no processo ensino-aprendizagem. Para FREIRE, a relação pedagógica consiste no
diálogo entre educador e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo.
As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo interativo
como espaço de construção dos sentidos do texto, confrontado situações a partir do
contexto histórico, político, filosófico, social, entre outros.
Nessa perspectiva, GERALDI (2001, p.41) identifica, historicamente, três
concepções de linguagem: como expressão do pensamento, destacada nos estudos
tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação
humana.
A linguagem como interação propõe estudar as relações que se constituem
entre os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente estabelecer
classificações e dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de estudo da
língua deve ser o texto oral e escrito produzido nas diversas situações de interação
social.
Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico,
social, econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia,
a finalidade do texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros
74
elementos tais como a escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e
seus efeitos na construção do texto nos diferentes gêneros textuais nos momentos
de reflexão sobre a língua.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná, o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Língua Portuguesa
busca:
• Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber adequá-la a cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas nos discursos do cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento diante deles;
• Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o assunto tratado, além do contexto de produção;
• Analisar os textos produzidos, lidos, e/ou ouvidos, possibilitando que o aluno amplie seus conhecimentos lingüístico-discursivos;
• Aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita;
• Aprimorar os conhecimentos lingüísticos, de maneira a propiciar acesso às ferramentas de expressão e compreensão de processos discursivos, proporcionando ao aluno condições para adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais, apropriando-se, também, da norma padrão.É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que se inicia na alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica e não se esgota no período escolar, mas se estende por toda a vida. (PARANÁ, 2008, p. 278).
5.1.11.2 ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações pedagógicas
pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada na
realidade, de modo a privilegiar a relação teoria-prática, na busca da apreensão das
diferentes formas de apresentação do saber. Nesse sentido, a organização do
planejamento pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas que
exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de
analisar as práticas de linguagem, ou seja, leitura, análise lingüística e produção
textual.
A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na
forma verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges,
75
outdoors, entre outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e
alfabética, nos diferentes níveis.
Os diferentes níveis de leitura constituem-se num meio para identificar, nos
diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações
explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do
educando e o texto, bem como estabelecer relações intertextuais.
Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as
possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por
objetivo identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto
social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as
variedades lingüísticas, os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do
texto.
Nesse contexto, salienta-se a importância de apreender os dados sobre o
autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do
interlocutor a quem se destina o texto.
Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma
descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a
partir do texto para que o educando possa reconhecê-los como elementos de
construção textual dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do
ensino da língua é orientar para o uso social da linguagem, de acordo com a norma
padrão.
Para isso, faz-se necessária a prática orientada da produção oral e escrita de
textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é
importante porque o texto do educando revela, além do conhecimento de mundo, os
conteúdos apreendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do
educador.
Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio,
bem como para as práticas de linguagem, foram utilizados os seguintes critérios: o
perfil do educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída
historicamente e os conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a
integração entre os diferentes saberes. É importante destacar que embora os
76
conteúdos sejam os mesmos para os dois níveis de ensino, o que difere é o grau de
complexidade dos textos apresentados para a reflexão sobre a linguagem.
5.1.11.3 AVALIAÇÃO
“É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa e Literatura seja um
processo de aprendizagem contínuo e dê prioridade à qualidade de ao desempenho
do aluno ao longo do ano letivo”. (PARANÁ, 2008, p. 305)
A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível
de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção
de texto e análise lingüística, para que o educador possa reencaminhar seu
planejamento.
O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os
encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou
seja, o educando confronta-se com o objeto do conhecimento, com participação
ativa, valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no processo ensino-
aprendizagem indica os conteúdos que devem ser retomados. A avaliação deve
ainda ser formativa, onde o professor deve observar o desenvolvimento do aluno
diariamente, utilizando-se de variados instrumentos de avaliação. Portanto, o
trabalho com as práticas de linguagem deve partir das necessidades dos
educandos.
A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. Informa o professor e ao aluno acerca do ponto em que se encontram e contribuem com a busca e estratégias para que os alunos aprendam e participem mais das aulas. (PARANÁ, 2008, p.305)
Para isso, é importante que o educador dê significados ao objeto do
conhecimento, lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e
exerça a função de mediador da aprendizagem, valorizando a interação.
5.1.12 DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
77
5.1.12.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE MATEMÁTICA
Na matemática, procura-se a interação entre o conteúdo e as formas. A
perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética – teoria e prática –
entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção de base
material de existência humana e as manifestações teórico-metodológicas que
estruturam o campo científico da própria matemática. Dessa forma, o ensino da
matemática deve ser concebido de modo a favorecer as necessidades sociais, tais
como: a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e
natural, a ciência como obra decorrente do modo de cada sociedade – Grega,
Feudal, Moderna – produzir a vida.
Concebida desta forma, a educação matemática desempenhará um papel
fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da
consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas
como sendo verdades absolutas, ou seja, a matemática deve ser vista, como uma
ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade.
Pela educação matemática, almeja-se um ensino que possibilite análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias. Aprende-se matemática não somente por sua beleza ou pela consistência de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento e, por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade. (PARANÁ, 2008, p. 342)
Ao revelar a matemática como uma produção humana, demonstrando as
necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao
relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o
educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que
levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador estará
proporcionando no processo de ensino aprendizagem a reflexão da construção da
sobrevivência dos homens e da exploração do universo, dessa forma, estará
caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a
natureza.
O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através
da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a abstração, o
78
conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço tecnológico,
a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade.
Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando jovem,
adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem
a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve
restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim
ao processo histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das
ideias matemáticas e sociais.
Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio-histórico,
faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos
da própria matemática – conteúdos escolares e conceitos sociais.
Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere
a especificidade da educação de jovens e adultos – EJA e deve constituir o ponto de
partida para todo o ensino – aprendizagem da matemática, ou seja os educandos
devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos
informais que tem sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas
expectativas em relação à escola e às aprendizagens em matemática.
Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade,
dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram
aprendidos de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de
transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, e conceitos
científicos, fazendo o educando dominar a linguagem matemática e suas
representações, os conceitos matemáticos e sociais, os cálculos e os algoritmos, a
história da matemática e a resolução de problemas.
A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por parte
dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares a serem
ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses significados
também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo, nas
questões internas da própria matemática e em problemas históricos.
Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na educação de jovens e
adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento linear
fragmentado, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o
79
rompimento entre o lógico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática,
entre a lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim,
entre o mundo social e natural.
Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção
do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos,
que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas bagagens culturais,
que são freqüentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No
entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são
trabalhos que a escola deve planejar e executar.
É necessário que o processo pedagógico em matemática contribua para que o estudante tenha condições de constatar regularidades, generalizações e apropriação de linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos matemáticos e de outras áreas de conhecimento. (PARANÁ, 2008, p. 343)
É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de
forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos
educandos como que o conhecimento só se constrói plenamente quando é
mobilizado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é
transferível para novas situações. Isso significa que os conhecimentos devem ser
descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é,
fazer a transposição didática.
Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adulto e
idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o
ensino na matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente
fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer
mudar qualquer prática pedagógica consistente.
Dessa forma, é necessário que o ensino de matemática e o seu significado
sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de matemática devem
contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética,
da coerência e consistência teórica da ciência – o que transcende os aspectos
práticos. Com isso, faz-se necessário repensar o ensino de matemática, pois o
processo de emancipação política e social da humanidade estão diretamente ligados
80
ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento
reflexivo.
5.1.12.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Para dimensionar o papel da matemática na formação do jovem, adulto e
idoso é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais
características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas
articulações com outras áreas do conhecimento. As Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná, propõe:
(...) articular os conteúdos estruturantes com os conteúdos específicos em relações de interdependências que enriqueçam o processo pedagógico de forma a abandonar abordagens fragmentadas, como se os conteúdos de ensino existissem em patamares distintos e sem vínculos. (PARANÁ, 2008, p. 356)
As diversas contingências históricas tem levado os professores a deixar de
lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental
importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível
mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem
conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por
meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma
transposição didática.
É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o
desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como
dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as
formas, entre a lógica e o histórico.
Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos
encaminhamentos metodológicos no ensino da matemática, e acrescente, esses
elementos e a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.
Nessa perspectiva, a contextualização do saber é uma das mais importantes
noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da
didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a
81
expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina
expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado
com uma contextualização compreensível por ele (...). O desafio didático consiste
em fazer essa contextualização sem reduzir o significado das ideias matemáticas
que deram ao saber ensinado. (PAIS, 2001, p. 26)
De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos fundamentais
na construção do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida ou abreviada,
sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos. Tal concepção
de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma visão reducionista da
matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua utilidade prática; ao
pragmatismo.
Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma
postura critica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto
acadêmico. (PAIS, 2001, p.27)
O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares, envolve um
desafio, que implica na identificação dos diversos campos da matemática e o seu
objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e
do homem com o próprio homem.
No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares
matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmo devem
contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos.
É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida
linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando
ao educando possibilidades de desenvolver a capacidade de observar, de pensar,
estabelecer relações, analisar, interpretar, justificar, argumentar, verificar,
generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a intuição, a
analogia e as formas de raciocínio indutivo de dedutivo.
Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma
articulada. Esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos.
É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que estes
não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois, é inter-relação entre os
82
conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos
metodológicos, que as ideias matemáticas ganham significado.
Os conteúdos matemáticos deverão propiciar o desenvolvimento de
conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem
ser trabalhados com um conjunto articulado. Isso significa que o tratamento dos
conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma abordagem em que
as conexões sejam favorecidas e destacadas.
Os conteúdos propostos devem ser abordados por meio de tendências metodológicos da educação matemática que fundamentam a prática docente, das quais destacamos:
• Resolução de problemas;• Modelagem matemática; • Mídias tecnológicas; • Etnomatemática;• História da matemática;• Investigações matemáticas. (PARANÁ, 2008, p. 357)
Nesse contexto, a avaliação matemática na EJA deve permitir ao educador
fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da
apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações entre o
conhecimento matemático e o contexto social.
5.1.12.3 AVALIAÇÃO
O professor deve considerar as noções que o estudante traz, decorrentes da
sua vivência, de modo a relacioná-las com os novos conhecimentos abordados nas
aulas de matemática. (PARANÁ, 2008, p.364)
É fundamental que a avaliação seja coerente com as metodologias utilizada
pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que,
esta tenha finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do
educando – a ele mesmo e ao educador. Essas informações permite ao educador,
uma reflexão crítica sobre sua prática pedagógica no sentido de captar seus
avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão
sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem
diferentes tempos de aprendizagem.
83
O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera erros e
acertos como elementos sinalizadores para seu replenejamento, ou seja, toma o
erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o
processo de construção do conhecimento matemático.
No que se refere a avaliação em matemática, considerando o perfil do
educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados
pelos educadores:
• Considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos /
métodos utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-
problema;
• Resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação
matemática, pois mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter
utilizado-se de métodos coerentes, equivocando-se apenas parte do processo
de desenvolvimento do raciocínio matemático;
• Erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos,
compreendendo todo processo de construção do conhecimento matemático.
(...) no processo pedagógico, o aluno deve ser estimulado a:• Partir de situações-problema internas ou externas a matemática;• Pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na solução
dos problemas;• Elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las;• Perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades;• Sistematizar o conhecimento construído a partir da solução
encontrada, generalizando, abstraindo e desvinculando-o de todas as condições particulares;
• Socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma linguagem adequada;
• Argumentar a favor ou contra os resultados. (PAVANELLO & NOGUEIRA, 2006, p.29, apud PARANÁ, 2008 p.363)
Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como
mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a
escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e
a própria escola.
No processo avaliativo, é necessário que o professor faça uso da observação sistemática para diagnosticar as dificuldades dos alunos e criar oportunidades diversificadas para que possam expressar seu conhecimento.
84
Tais oportunidades devem incluir manifestações escritas, orais e de demonstração, inclusive por meio de ferramentas e equipamentos, tais como materiais manipuláveis, computador e calculadora. (PARANÁ, 2008 p. 363)
Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante
elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação
pedagógica como um todo.
(...) considera-se que a avaliação deve acontecer ao longo do processo do ensino-aprendizagem, ancorada em encaminhamentos metodológicos que abram espaço para a interpretação e discussão, que considerem a relação do aluno com o conteúdo trabalhado, o significado desse conteúdo e a compreensão alcançada por ele. (PARANÁ, 2008 p. 363)
5.1.13 DISCIPLINA DE QUÍMICA
5.1.13.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA
A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o
desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de
viver. A Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas
atividades diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12):
o domínio de fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação cientifica, que deve estar ao alcance de todos.
Assim, a Química dos fundamenta-se como uma ciência que permite a
evolução do ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos,
culturais, éticos, entre outros, bem como seu reconhecimento como um ser que se
relaciona, interage e modifica, positiva ou negativamente, o meio em que vive.
A Química como a ciência contempla as tradições cultuarias e as crenças
populares que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o
desenvolvimento das teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002,
p.17) afirma que:
85
A ciências não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento cientifico possa gerar verdades eternas e perenes.
Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é algo
pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação.
A Química, trabalhada como disciplina curricular de Ensino Médio, deve
apresentar-se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados
obtidos a partir da Química como ciência.
A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possas explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, alias planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido (...) Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola pro professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14).
Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas
escolas e conforme MALDANER (2000, p.196):
Compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação cientifica, estava claro, já no inicio dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era pratica usual nos cursos de formação desses professores.
Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores
tem trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos,
em que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos,
enfatizando a memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos
seus alunos e sem significação para a sua vida.
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Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos
químicos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química
em sua vivencia, para DELIZOICOV |et.al| (2002, p.34):
A ação docente buscará contribuir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sócio-historicamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processo e resultados ainda pouco acessíveis à maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passiveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido.
Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na
EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção
do conhecimento cientifico, por meio de analises, reflexão e ação, para que possa
argumentar e se posicionar criticamente.
5.1.13.2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta
pedagógica de ensino para a disciplina de Química no Ensino Médio Regular, faz-se
necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de
Jovens e Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para
essa modalidade de ensino da educação básica.
Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma
alternativa seria partir da seqüência: “fenômeno-problematização-representação-
explicação” (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor:
episódios de alta vivencia dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculos a ser superados (...) O importante é identificar situações de alta vivencia comuns ao maior numero possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p.184).
Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas formulas,
classificações, regras praticas, mas sim, trabalhar conteúdos com os quais o
educando venha a apropriar-se dos conhecimentos de forma dinâmica, interativa e
87
consistente, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem e propiciando
condições para que o mesmo perceba a função da Química na sua vida.
Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o publico de educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8)
Conforme SCHNETZLER (2000) citado em MALDANER (2000, p.199),
“aprender significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos terá
significado somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências
trazidas pelo educando jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer
relações entre conceitos micro e macroscópico, integrando os diferentes saberes –
da comunidade, do educando e acadêmico.
Segundo FREIRE (1996, p.38), de que “a educação emancipatória valoriza o
‘saber de experiência feito’, o saber popular, a parte dele para a construção de um
saber que ajude homens e mulheres na formação de sua consciência política.”
Para isso se evidencia no ambiente escolar, para a disciplina de Química,
considera-se a afirmação de MALDANER (2000, p.187), de que “o saber escolar
deve permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado. Assim ele
será reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação
alunos/professor, alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social”.
Dessa forma, o ensino da disciplina de Química deve contribuir para que o educando
jovem e adulto desenvolva um olhar critico sobre os fatos do cotidiano, levando-o a
compreensão dos mesmos de forma consciente, dando-lhe condições de discernir
algo que possa ajuda-lo, daquilo que pode lhe causar problemas.
Nesse sentido, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma
contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem a adulto a
inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com
que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de
uma problematização, ou seja, lançando desafios que necessitam de respostas para
88
determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um
obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma
duvida que não pode deixar de ser dissipada.” (SAVIANE, 1993, p.26). As duvidas
são muito comuns em Quimica, devendo ser aproveitada para a reflexão sobre o
problema a ser analisado. Sendo assim, para o educador, o desafio consiste em
realizar esta contextualização sem reduzir os conteúdos apenas a sua aplicação
pratica, deixando de lado o saber acadêmico.
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná (2008,
p.54), propõe:
um trabalho pedagógico com o conhecimento químico que propicie ao aluno compreender os conceitos científicos para entender algumas dinâmicas do mundo e mudar sua atitude em relação a ele. Por exemplo, numa situação cotidiana, faz sentido para todas as pessoas separar os resíduos orgânicos dos inorgânicos? Para alguém que tenha estudado e compreendido plásticos – resíduos orgânicos – a resposta é sim. Provavelmente essa pessoa terá mais critérios ao descartar esse material, pois sabe que o tempo de sua degradação na natureza é longo. Então, conhecer quimicamente o processo de reciclagem e re-aproveitamento pode contribuir para ações de manuseio correto desses materiais. Isso não significa que as pessoas que desconhecem tais processos e os conceitos científicos sejam incapazes de compreender a importância de separar e dar o destino adequado a resíduos orgânicos e inorgânicos. Porém, o ensino de Química pode contribuir para uma atitude mais consciente diante dessas questões.
Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do
pensamento na ciência Química, propiciando condições para que o educando
perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua
linguagem própria e a cultura cientifica e tecnológicas oriundas desse processo, pois
as diversas contingências históricas tem levado os professores a deixar de lado a
importância do saber sistematizado, resultando numa pratica pedagógica pouco
significativa.
É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e a praticas
realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho
docente, afim de que o educando possa visualizar uma transformação química,
inserindo conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com
aspectos de sua vivencia. Segundo BIZZO (2002, p.75), é:
89
importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.
Um outro aspecto importante a ser considerado no trabalho docente, é a
utilização de material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, te
tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador.
Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os
essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real a vida dos educandos
jovens e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a
percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a
partir dessa relação, poderem constituir a sua própria identidade cultural,
estimulando sua autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a
rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a
relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos
para o processo educativo.
O aluno tem um saber prévio (senso comum ou concepção alternativa) sobre, por exemplo, drogas e lixo. Sabe, também, que é importante preservar a água limpa. No entanto, cabe ao professor de Química dar-lhe os fundamentos teóricos para que se aproprie dos conceitos da Química e do conhecimento científico sobre esses assuntos para que desenvolva atitudes de comprometimento com a vida no planeta. (PARANÁ, 2008, p. 57)
5.1.13.3 AVALIAÇÃO
As Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Paraná (2008, p.31),
propõe-se formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam
criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao
conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na
sociedade. Portanto a avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a
90
compreensão das dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às
mudanças necessárias para que essa aprendizagem se concretize e a escola se
faça mais próxima da comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto
histórico e no espaço onde os alunos estão inseridos.
5.1.14 DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
5.1.14.1 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE SOCIOLOGIA
Toda ciência, como um produto histórico, está em constante processo de
construção e se vale do conhecimento acumulado pelos intelectuais que lançaram as
bases teórico metodológicas do pensar a realidade com método e arguto espírito de
indagação. São clássicos, diz o sociólogo norte-americano Robert Merton, (1970), os
pensadores que requerem releituras e impulsionam o pensamento, fazem avançar as
ideias, suscitam aspectos novos de análise, enfim, surpreendem o leitor.
Encontram-se na galeria de sociólogos clássico-tradicionais, entre outros, o
francês Émile Durkheim (1858-1917), o alemão Max Weber (1864-1920) e, por suas
contribuições de destaque sem ser sociólogo, o filósofo alemão Karl Marx (1818-
1883) – sem mencionar a contribuição de outros como o escritor político francês
Charles Tocqueville (1805-1859), que percebeu democrática, a sociedade moderna;
o filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903), considerado o fundador da teoria
evolucionista; e o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), com sua teoria das elites
sociais.
Os clássicos são a ponta de lança que arremessa o conhecimento da realidade
social e ainda os faz presentes na Sociologia contemporânea. Pensaram a
sociedade europeia da sua época, valendo-se da ciência para compreender o
sentido da crise que a acometia e cada qual lhe lançou um olhar: Marx analisou a
dinâmica das relações sociais presentes no capitalismo; Durkheim identificou a
divisão do trabalho social na sociedade industrial como prenúncio da era moderna; e
Weber concebeu a sociedade ocidental qual um feixe de possibilidades históricas
carreadas pelo processo de racionalização capitalista. São considerados clássicos
91
porque suas ideias ainda detêm força explicativa para uma realidade em
transformação, e suas obras têm coerência interna, segundo o sociólogo inglês
Anthony Giddens (1990). Para apreciar a contribuição desses autores em
estabelecer um corpo de conhecimento da Sociologia, parte-se da premissa que a
produção teórica é um constructo e corresponde a uma interpretação da realidade
vivida e observada. Logo, há uma implicação intrínseca entre teoria e metodologia
científica, por trás das ideias de cada autor há que se reconhecer uma concepção de
ciência, uma concepção de realidade, uma concepção da sociedade histórica.
5.1.14.2 ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Para o desenvolvimento da disciplina de Sociologia no Ensino Médio, os
Conteúdos Estruturantes e os Conteúdos Básicos devem ser tratados de forma
articulada. Estas Diretrizes sugerem que se organizem os conteúdos da maneira
como eles estão apresentados na tabela de conteúdos básicos, ressaltando que
esses se desdobram em conteúdos específicos, próprios da contextualização dos
fenômenos estudados. O objeto de estudo e ensino da disciplina de Sociologia são
as relações que se estabelecem no interior dos grupos na sociedade, como se
estruturam e atingem as relações entre os indivíduos e a coletividade.
Considera - se relevante no exercício pedagógico da Sociologia manter
no horizonte de análise tanto o contexto histórico do seu aparecimento e a
contribuição dos clássicos tradicionais, quanto teorias sociológicas mais recentes.
Os elementos básicos das teorias de Durkheim, Weber e Marx precisam ser
desenvolvidos levando - se em consideração o recorte temporal no qual se erige a
Sociologia. Isso requer a retomada do histórico da disciplina em cada teoria
trabalhada.
Ao mesmo tempo, o ensino da disciplina deve recusar qualquer espécie
de síntese teórica ou reducionismo sociológico, ou seja, deve tratar
pedagogicamente a contextualização histórica e política das teorias, seguindo o rigor
metodológico que a ciência requer.
Considera - se relevante no exercício pedagógico da Sociologia manter no
horizonte de análise tanto o contexto histórico do seu aparecimento e a contribuição
92
dos clássicos tradicionais, quanto teorias sociológicas mais recentes. Os elementos
básicos das teorias de Durkheim, Weber e Marx precisam ser desenvolvidos levando
- se em consideração o recorte temporal no qual se erige a Sociologia. Isso requer a
retomada do histórico da disciplina em cada teoria trabalhada.
A abordagem dada aos conteúdos bem como a avaliação do processo de
ensino-aprendizagem estarão relacionadas à Sociologia crítica, caracterizada por
posições teórica e práticas que permitam compreender as problemáticas sociais
concretas e contextualizadas em suas contradições e conflitos, possibilitando uma
ação transformadora do real.
A análise crítica deve contemplar as interpretações sistematizadas acerca de
determinada realidade sob a diversidade de suas perspectivas.
No acompanhar o roteiro de questões pertinentes, o professor pode inspirar-
se para um trabalho pedagógico que ganhe especificidade no trato da Sociologia
como disciplina científica que se traduz em disciplina curricular no Ensino Médio.
O ensino deve contemplar a dinâmica dos fenômenos sociais, explicando-a
para além do senso comum, de modo que favoreça uma leitura da sociedade à luz
da ciência, permitindo que a dimensão analítica do conhecimento sociológico
estabeleça um diálogo contínuo com as transformações socioeconômicas, culturais
e políticas contemporâneas.
As técnicas do inquérito social e da entrevista são exemplos de
pesquisa social que podem ser praticados pelos estudantes no próprio âmbito da
escola e da família, pelo fato de suscitarem contato com a realidade de forma
direcionada. Possibilitam o levantamento de questões pertinentes em nível do
conhecimento comum e do conhecimento científico, inclusive fazendo uso de dados
estatísticos, além de permitirem o confronto das perspectivas teóricas em
aproximações com a realidade local e localizada. O ensino da Sociologia pressupõe
metodologias que coloquem o aluno como sujeito de seu aprendizado, provocado a
relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos prévios e a reconstruir
saberes. Espera - se que seja constante o exercício do “estranhamento”, que leve os
educandos a “desnaturalizar” (pré)conceitos sobre os fenômenos sociais,
compreendendo – os como construções históricas, passíveis de sofrerem
transformações.
93
5.1.14.3 AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino de Sociologia, proposta nestas Diretrizes, pauta -
se numa concepção formativa e continuada, onde os objetivos da disciplina estejam
afinados com os critérios de avaliação propostos pelo professor em sala de aula.
Concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social e
articulando - a aos objetivos da disciplina, pretende - se a efetivação de uma prática
avaliativa que vise “desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como
irrefutáveis e propicie o melhoramento do senso crítico e a conquista de uma maior
participação na sociedade.
Pelo diálogo suscitado em sala de aula, com base em leitura teórica e
ilustrada, a avaliação da disciplina constitui - se em um processo contínuo de
crescimento da percepção da realidade à volta do aluno e faz do professor, um
pesquisador. De maneira diagnóstica, a avaliação formativa deve acontecer
identificando aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuadas, e também as
que apresentaram dificuldades, para que o trabalho docente possa ser reorientado.
Nesses termos, a avaliação formativa deve servir como instrumento
docente para a reformulação da prática através das informações colhidas. A
avaliação também se pretende continuada, processual, por estar presente em todos
os momentos da prática pedagógica e possibilitar a constante intervenção para a
melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
O caráter diagnóstico da avaliação, ou seja, a avaliação percebida como
instrumento dialético da identificação de novos rumos, não significa menos rigor
na prática de avaliar.
Assim, a avaliação em Sociologia busca servir como instrumento
diagnóstico da situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos
adequados para uma efetiva aprendizagem. A forma de agir metodologicamente no
ensino da Sociologia em nível médio
aproxima estudantes e professores nas indagações e esses da realidade social
devolvendo o conhecimento científico. Cabe ao ensino das diversas disciplinas
94
curriculares no Ensino Médio e, também da Sociologia, despertar a consciência da
força dessas mudanças.( D.C.E.B.PR, 2008)
95
6 - PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO
6.1 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se
estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e
aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados
atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos
expressos na proposta pedagógica.
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de
reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser
entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma
atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.
A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá
orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes
princípios:
• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-
aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática
pedagógica;
• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,
utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;
• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-
escola do educando;
• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos
pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho
pedagógico da escola.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao
longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz
96
curricular, com oferta diária de 04 (quatro) horas-aula por turno, com avaliação
presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser
respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação
contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações
que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação
formal, como durante o atual processo de escolarização.
A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais
como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e
pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades
complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de
aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única
oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, será analisado pelo
educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e
necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.
6.2 PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS
a) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
b) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06
(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais
escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se
submeterá na presença do professor, conforme descrito no Regimento
Escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no
decorrer do processo ensino-aprendizagem não terão registro de nota
para fins de promoção e certificação.
97
c) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,
sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez
vírgula zero);
para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0
(seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º
3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por
cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização
coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;
d) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
e) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina,
a média final corresponderá à média aritmética das avaliações
processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis
vírgula zero);
f) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados
em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a
regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;
g) o educando portador de necessidades educativas especiais, será
avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de
desenvolver.
6.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese
de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da
aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará
concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação
dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,
independentemente do nível de apropriação dos mesmos.
98
A recuperação será também individualizada, organizada com atividades
significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor
diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos
conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de
exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos
instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.
6.4 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito,
amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar,
por meio de cursos ou exames supletivos, nos casos de matrícula inicial,
transferência e prosseguimento de estudos.
6.5 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino
utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento
Escolar.
99
7 - REGIME ESCOLAR
O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período
noturno, podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a
demanda de alunos, número de salas de aula e capacidade, com a expressa
autorização do Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da
Educação.
As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão
registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação
do Paraná.
O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo
estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz
curricular.
Este Estabelecimento Escolar, poderá executar ações pedagógicas
descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que autorizado
pelo Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação
– em locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos ou indivíduos em situação
especial, como por exemplo, em unidades sócio-educativas, no sistema prisional,
em comunidades indígenas, de trabalhadores rurais temporários, de moradores em
comunidades de difícil acesso, dentre outros.
7.1 ORGANIZAÇÃO
Os conteúdos escolares estão organizados por áreas do conhecimento no
Ensino Fundamental – Fase I e por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e
Médio, conforme dispostas nas Matrizes Curriculares, em concordância com as
Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres n.º 02 e 04/98-CEB/CNE
para o Ensino Fundamental e Resolução n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE
para o Ensino Médio e com as Deliberações nº 01/06, nº 04/06, nº 07/06 e nº 03/08,
todas do Conselho Estadual de Educação.
100
7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO
A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as
seguintes ofertas :
a) organização coletiva para o Ensino Fundamental – Fase I, nas Áreas do
Conhecimento;
b) organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e
Ensino Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas, no mínimo,
70% (setenta por cento) das vagas para matrícula na organização
coletiva e até 30% (trinta por cento) para matrícula na organização
individual, sendo respeitado o perfil do educando para matrícula.
7.2.1 Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
No Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio considerar-se-á, a oferta
de 100% da carga horária total estabelecida.
7.3 MATRÍCULA
Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e
Adultos:
a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;
b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela
mantenedora;
c) o educando do Ensino Fundamental – Fase I será matriculado,
concomitantemente, em todas as áreas do conhecimento;
d) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá
matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;
101
e) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito
por meio de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos,
série(s) e de período(s) / etapa(s) / semestre(s) eqüivalente(s) à
conclusão de série(s) do ensino regular, mediante apresentação de
comprovante de conclusão, conforme regulamentado no Regimento
Escolar;
f) para os educandos que não participaram do processo de escolarização
formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de
escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter
seus conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos no
Regimento Escolar;
g) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar
por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu
retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos,
aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos,
desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir
da data da matrícula inicial;
h) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de
matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer rematrícula na
disciplina, podendo participar do processo de reclassificação.
No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o
educando será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização
dos cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento
escolar, a duração e a carga horária das disciplinas.
O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas,
que os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as
orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes
itens que compõem o Guia de Estudos:
• a organização dos cursos;
• o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento
escolar;
• a dinâmica de atendimento ao educando;
102
• a duração e a carga horária das disciplinas;
• os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;
• o material de apoio didático;
• as sugestões bibliográficas para consulta;
• a avaliação;
• outras informações necessárias.
7.4 MATERIAL DIDÁTICO
O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos
recursos de apoio pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do
Estado do Paraná de Educação de Jovens, Adultos e Idosos.
7.5 AVALIAÇÃO
a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,
permanente;
b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre
com finalidade educativa;
c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02
(duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às
provas individuais escritas e também a outros instrumentos
avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que,
obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do
professor, conforme descrito no regimento escolar;
d) a avaliação será realizada no processo de ensino e
aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de
0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é
6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a
Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75%
(setenta e cinco por cento)do total da carga horária de cada
103
disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na
organização individual;
f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em
cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à
recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada
como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos;
g) a média final, de cada disciplina, corresponderá à média
aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos
atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);
h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser
registrados em documentos próprios, a fim de que sejam
asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do
educando;
i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será
avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será
capaz de desenvolver.
7.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese
de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da
aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará
concomitantemente ao processo ensino - prendizagem, considerando a apropriação
dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,
independentemente do nível de apropriação dos mesmos.
A recuperação será também individualizada, organizada com atividades
significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor
diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos
conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de
exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos
instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.
104
7.7 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e
reclassificação estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto
na legislação vigente.
7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO
As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a
Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do
Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas
descentralizadas, desde que autorizadas pela mantenedora.
7.9 ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO
Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da
SEED, oportunizará o estágio não-obrigatório, como atividade opcional,
desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de
setembro de 2008.
105
8 - RECURSOS HUMANOS
8.1 Atribuições dos Recursos Humanos
De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico
neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos,
exigir-se-á o profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e
da função social da EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações e
suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à Educação de Jovens
e Adultos.
8.1.1 Direção
8.1.1.1 DA EQUIPE DE DIREÇÃO
A direção será exercida pelo diretor escolhido dentre os ocupantes de cargos
vinculados ao magistério da rede pública estadual, de acordo com a legislação.
À equipe de direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de
garantir o alcance dos objetivos objetivos educacionais do estabelecimento de
ensino definidos na Proposta Pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser
desenvolvida pelo estabelecimento.
A equipe de direção mencionada no caput deste artigo é composta por diretor
e diretor auxiliar, com designação por ato próprio.
O diretor exercerá a função de liderança na escola, com base no modelo
participativo, e deverá ser capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos
escolares com toda a equipe, criando e estimulando a participação de todos, o que
requer um profissional que possua:
- comunicação
- ética
- empreendedorismo
- capacidade de reunir, analisar e socializar informações;
106
- acessibilidade;
- capacidade de construção de cadeias de relacionamentos;
- motivação;
- compromisso;
- agilidade;
- capacidade de administração de conflitos;
- capacidade de desenvolvimento de trabalho coletivo.
8.1.1.2 Compete ao Diretor:
- convocar integrantes da comunidade escolar para a elaboração do Plano Anual de
Trabalho do estabelecimento, submetendo-o à apreciação e aprovação do Conselho
Escolar;
- elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas e
submeter à apreciação do Conselho Escolar;
- elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar as diretrizes específicas de
administração deste estabelecimento, em consonância com as normas e orientações
gerais da Secretaria de Estado da Educação;
- coordenar a implementação das Diretrizes Pedagógicas, aplicar normas,
procedimentos e medidas administrativas, de acordo com instruções da Secretaria
de Estado da Educação;
- supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico do
estabelecimento;
- coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar;
- deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação;
- abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das
práticas escolares;
- implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento das
responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo do Estabelecimento
de Ensino;
- coordenar toda a equipe escolar, tendo em vista o cumprimento dos objetivos
propostos para a EJA;
107
- coordenar a equipe pedagógica (diretor auxiliar, coordenadores, professores
pedagogos e professores) para a elaboração e implementação do plano de trabalho;
- administrar os serviços de apoio às atividades escolares, de modo a estimular a
participação desses serviços nos processos decisórios da escola;
- negociar, com competência, para harmonizar interesses divergentes, levando em
conta as necessidades de todos os envolvidos direta ou indiretamente;
- solicitar ao NRE, suprimento e cancelamento de demanda de funcionários e
professores do estabelecimento, observando a legislação vigente;
- administrar os recursos financeiros;
- controlar a freqüência de professores e funcionários;
- adquirir e controlar material de consumo e permanente;
- executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
Compete ao Diretor Auxiliar:
- Assessorar o diretor em todas as suas atribuições;
- substituir o diretor em suas faltas e impedimentos.
8.1.2 Professor Pedagogo
O professor pedagogo deve buscar a efetivação do currículo escolar, num
processo dinâmico, contínuo, sistemático e integrado aos demais profissionais
envolvidos, o desenvolvimento de um trabalho coletivo, envolvendo toda a equipe
pedagógica (pedagogos, coordenadores de ações pedagógicas), para planejar,
implementar e avaliar programa de educação continuada para os docentes, a partir
das necessidades pedagógicas apresentadas.
Deverá proporcionar aos educandos reflexão sobre a realidade social na
qual estão inseridos, de tal forma que compreendam os limites e possibilidades
existentes, favorecendo-lhes assim, o pleno desenvolvimento.
8.1.2.1 Cabe ao professor pedagogo
- discutir com toda a equipe pedagógica alternativas de trabalho, que
motivem os educandos durante o seu processo escolar;
108
- planejar alternativas de trabalho a partir de indicadores educacionais
(evasão, repetência, transferências expedidas e recebidas e outros);
- subsidiar na elaboração de plano de trabalho e ensino, a partir de
diagnóstico estabelecido;
-acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos
de trabalho;
- buscar aprimoramento profissional constante, seja nas oportunidades
oferecidas pela mantenedora, pelo estabelecimento ou por iniciativa própria;
- coordenar estudos para definição de apoio aos educando que apresentem
dificuldade de aprendizagem, para que a escola ofereça todas as alternativas
possíveis de atendimento;
- coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à
matrícula, transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de estudos
e conclusão de cursos;
- participar de análise e discussão dos critérios e suas conseqüências no
desempenho dos educandos;
- promover a participação do estabelecimento de ensino nas atividades
comunitárias;
- pesquisar e investigar a realidade concreta do educando historicamente
situado, oferecendo suporte do trabalho permanente do currículo escolar;
- integrar a presidência do Conselho Escolar, em caso da ausência do
diretor, se não houver diretor auxiliar;
- coordenar reuniões sistemáticas de estudos junto à equipe;
- orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada
disciplina;
- subsidiar a direção com critérios, para definição do calendário escolar de
acordo com as orientações do NRE;
- analisar e emitir parecer sobre aproveitamento de estudos em caso de
recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;
- participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, encontros e
grupos de estudos;
- coordenar a elaboração e execução da Proposta Pedagógica da escola;
109
- acompanha o processo de ensino, atuando junto aos professores e
educando, no sentido de analisar os resultados da aprendizagem e traçar planos de
recuperação;
- orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada
disciplina;
- coordenar e acompanhar ações descentralizadas e exames supletivos
quando, no estabelecimento, não houver coordenação (ões) específica(s) dessa(s)
ação (ões);
- executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no
administrativo, tais como:
- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada
disciplina;
- Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames
supletivos quando, no estabelecimento, não houver coordenação (ões)
específica(s) dessa(s) ação (ões).
- Acompanhar o estágio não-obrigatório.
8.1.3 Coordenações
As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação
Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos,
têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar,
quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora.
Cabe ao(s) Coordenador (es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:
8.1.3.1 Coordenador Geral
- Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas
Descentralizadas.
- Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.
- Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.
110
- Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção
do Estabelecimento.
- Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas
Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento.
- Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no
Sistema.
- Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.
- Organizar as listas de freqüência e de notas dos educandos.
- Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas
Descentralizadas.
- Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.
- Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o
atendimento aos educandos de todas as turmas.
- Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas
durante as horas-atividade dos professores.
- Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de
experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem.
- Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em
comunidades que necessitam de escolarização.
- Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.
- Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.
- Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE,
quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da
escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua
coordenação;
8.1.3.2 Coordenador Itinerante
- Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas
Descentralizadas.
- Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos.
- Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.
111
- Observar e registrar a presença dos professores.
- Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.
- Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.
- Solicitar e distribuir as listas de freqüência e de nota dos educandos.
- Encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação.
- Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral
qualquer problema neste procedimento.
- Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.
- Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as
turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade.
- Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com
os professores;
8.1.2.4 Coordenador de Exames Supletivos
- Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos
- Tomar conhecimento do edital de exames.
- Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital.
- Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames
possam ser executados.
- Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.
- Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da
emissão de Relatório de Inscritos.
- Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário,
para execução dos exames.
- Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em
Braille e as ampliadas, das etapas à serem realizadas, quando for o caso.
- Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o
DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas
especiais.
- Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos
Exames.
112
- Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.
- Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização
dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em
especial a organização e o preenchimento dos cartões-resposta.
- Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança
e tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos
Exames.
- Divulgar as atas de resultado.
- Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line.
8.1.4 Docentes
O corpo docente será composto por profissionais qualificados, admitidos para
atuarem na rede publica estadual de ensino segundo critérios estabelecidos pela
entidade mantenedora, responsáveis por disciplinas constantes na matriz curricular.
O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino será consciente que a
escolarização de jovens e adultos trabalhadores precisa de ações educacionais
inovadoras, que responda ás novas exigências de uma sociedade em
transformação, e que requer um educador que garanta a inter-relação,
personalizada e continua do educando com o sistema de ensino.
Os docentes de EJA deverão apresentar perfil que contemple:
- contemple compromisso com a proposta Pedagógica da EJA;
- visão global do currículo e dos principio de sua organização;
- postura interdisciplinar e contextualizada;
- planejamento de estratégias pedagógicas ;
- conhecimento da função social da EJA;
- busca de aprimoramento profissional constante, seja por meio de
oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento de
Ensino ou iniciativa própria.
- espírito de coletividade;
- compromisso com as ações desenvolvidas regularmente e extra
curriculares pelo Estabelecimento de Ensino;
113
- disponibilidade de horário de acordo com sua carga horária docente;
- disposição para o trabalho coletivo.
8.1.4.1 Aos docentes cabe também:
- Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta
pedagógica deste Estabelecimento Escolar.
- Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.
- Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos
disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de
ensino que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada
educando jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento;
- Organizar os conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar;
- Estabelecer um processo de avaliação, a respeito do desempenho dos
educandos, tendo como principio o acompanhamento continuo da
aprendizagem;
- Analisar sistematicamente o resultado do desempenho dos educandos,
tendo como principio o acompanhamento continuo da aprendizagem
- Analisar sistematicamente o resultado do desempenho do educando,
obtido no processo de avaliação, para fins de ensino-aprendizagem;
- Realizar a recuperação de conteúdos concomitante ao processo ensino-
aprendizagem;
- Utilizar as tecnologias de informação e comunicação disponíveis;
- Elaborar, junto com a equipe de professores pedagogos e de
coordenadores, a Proposta Pedagógica do Estabelecimento de ensino,
em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, as Diretrizes
Curriculares Estaduais e a Proposta Pedagógica Curricular de
EJA;Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com educandos, pais e com os diversos seguimentos da
comunidade;
114
- Realizar processos coletivos de avaliação reflexiva sobre o processo
ensino e aprendizagem;
- Participar da realização de atividades extracurriculares do
estabelecimento de ensino;
- Utilizar técnicas e instrumentos diversificados de avaliação;
- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e
nas ações pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverá
atuar em todas as formas de organização do curso: aulas presenciais coletivas e
individuais.
8.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo
A secretaria é o setor que tem a seu encargo, todo registro de escrituração
escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino.
O cargo de Secretario será exercido por um profissional devidamente
qualificado para o exercício desta função.
O Secretario será auxiliado por funcionários do quadro de apoio
administrativo.
O serviço da secretaria é coordenado e supervisionado pela direção, ficando
a ela subordinado.
8.1.5.1 Compete ao Secretario:
- distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos seus
auxiliares;
- organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamento, diretrizes,
ordens de serviço, circulares, resoluções e demais documentos;
- rever todo o expediente a ser submetidos a despacho do diretor;
- apresentar ao diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam
ser assinados;
115
- executar os registro na documentação escolar referentes a matricula,
transferência, classificação , aproveitamento de estudos e conclusão de
cursos;
- manter organizado o arquivo ativo e inativo da vida escolar do educando;
- comunicar `direção toda a irregularidade que venha ocorrer na secretaria;
- manter atualizados os registro escolares dos educando no sistema
informatizado.
A organização, a minúcia, a seriedade daqueles que ocupam este
ambiente têm, obrigatoriamente, que fazer parte de todas as suas funções.
Aos profissionais que executam essa função, secretários e apoio
administrativo, cabe a tarefa de;
- conhecer a proposta pedagógica, regimento escolar do educando;
- efetuar os registros sobre o processo escolar e arquivar a documentação
em pasta individualizadas, expedindo toda a freqüência individual e coletivo;
certificados; históricos escolares; transferências; relatórios finais;
estatísticas; e outros documentos, sempre que necessário;
- atender os educandos, professores e o publico em geral informando sobre
o processo educativo, veiculado pelo Estabelecimento de Ensino;
- utilizar somente as matrizes curriculares autorizadas pelo órgão
competente;
Participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que convocados e por
iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento profissional;
- auxiliar em todas as atividades desenvolvidas pela escola;
- atender as solicitações do Diretor;
- providenciar, o material utilizado nos recursos materiais (computadores,
impressoras, fotocopiadora, entre outros) e conservá-los em bom estado;
- providenciar, quando necessário, serviços de artes gráficas, impressão e
reprodução de materiais, com a devida autorização da Direção
- racionalizar os serviços sob sua responsabilidade para uma melhor
produtividade;
116
- não permitir o uso de material e/ou maquina por pessoas estranhas a esse
setor;
- receber, estocar e controlar o material de consumo, de limpeza e
equipamento.
- Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando,
considerando a organização da EJA prevista nesta proposta.
9 - REFERÊNCIAS
117
ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para
Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.
BRZEZINSKI Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São
Paulo : Cortez, 1997.
CARNEIRO, Moacir Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998.
CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17
(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).
Conselho Estadual de Educação - PR
- Deliberação 011/99 – CEE.
- Deliberação 014/99 – CEE.
- Deliberação 09/01 - CEE.
- Deliberação 06/05 – CEE.
- Indicação 004/96 – CEE.
- Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).
Conselho Nacional de Educação
- Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.
- Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
- Parecer 015/98 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
- Resolução 03/98 – CEB.
Constituição Brasileira – Artigo 205.
DELORS, J. Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, DF:
MEC: UNESCO, 1998.
DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997.
DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível
de Escolarização da População. Mimeog.
DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.
DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a
Educação de Jovens e Adultos. mimeog.
Decreto 2494/98 da Presidência da República.
Decreto 2494/98 da Presidência da República.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
LDBEN nº 9394/96.
118
KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que
vivem
do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.
OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos).
Curitiba: SEED – PR, 2004.
Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.
PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica. 2008Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.
SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN.
SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova
LDBEN.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e
Aplicar a Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.
119
X - ADENDO DE ALTERAÇÃO E ADEQUAÇÕES AO REGIMENTO ESCOLAR
De acordo com as alterações e adequações realizadas na Proposta
Pedagógico-Curricular de Educação de Jovens e Adultos - Presencial, conseqüentes
dos resultados da avaliação, há necessidade das seguintes alterações e
adequações no Regimento Escolar:
TÍTULO II
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO
SEÇÃO III - DA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR, ESTRUTURA E
FUNCIONAMENTO
Art. ... A Educação de Jovens e Adultos, Ensino Fundamental - Fase II e Médio, é
ofertada de forma presencial, com a seguinte organização:
Nesse Artigo, acrescentar um inciso:
VII - garantia da oferta de 04 (quatro) horas - aula diária, por turno.
SEÇÃO IV - DA MATRÍCULA
Art. ... Na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, as matrículas podem ser
efetuadas em qualquer época do ano, sendo que:
I. ...
II. ...
Nesse artigo, acrescentar um Parágrafo Único :
120
Parágrafo Único - Serão priorizadas, no mínimo, 70% (setenta por cento) das
vagas para matrícula na organização coletiva e até 30% (trinta por cento) para
matrícula na organização individual, sendo respeitado o perfil do educando, para a
organização .
SEÇÃO VI - DO PROCESSO DE RECLASSIFICAÇÃO
Art. ... Na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, o estabelecimento de
ensino poderá reclassificar os alunos matriculados, considerando:
I. ...
II. a idade para a conclusão do nível de ensino, de acordo com a legislação
vigente.
Art. ... O processo de reclassificação, na modalidade Educação de Jovens e
Adultos, poderá posicionar o aluno, devendo este cursar ainda 50% ou 25% da
carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental - Fase II e do Ensino
Médio:
Esse artigo passa a vigorar com a seguinte redação e acréscimo de um inciso:
Art. ... O processo de reclassificação, na modalidade Educação de Jovens e
Adultos, poderá posicionar o aluno, em 25%, 50% ou 75% da carga horária total de
cada disciplina do Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio em 25% ou 50%
da carga horária total de cada disciplina:
I – ...
II - ...
121
III - tendo cursado 25% e avançado em 75% da carga horária total da disciplina do
Ensino Fundamental - Fase II, o aluno será considerado concluinte da disciplina.
Parágrafo Ùnico - ...
SEÇÃO VII - DA TRANSFERÊNCIA
Art. ... A matrícula por transferência, na modalidade Educação de Jovens e Adultos,
deve:
I. ...
II. no processo de escolarização com organização de ensino diferente da ofertada
na Educação de Jovens e Adultos:
a) desconsiderar os registros de nota e carga horária do estabelecimento de ensino
de origem;
b) realizar matrícula inicial em até 4 (quatro) disciplinas;
c) aluno poderá ser reclassificado, em cada disciplina, após ter cursado 25% do
total da carga horária da disciplina.
No inciso II, deste artigo, suprimir a alínea c e, a alínea a passa a vigorar
com a seguinte redação:
I. ...
II. ...
a) desconsiderar os registros de nota e carga horária da
série/período/etapa/semestre em curso;
b) ...
c) suprimir
122
SEÇÃO XI - DO APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
Art. ... Na Educação de Jovens e Adultos, o aluno poderá requerer aproveitamento
integral de estudos de disciplinas concluídas com êxito, por meio de cursos
organizados por disciplina ou de Exames Supletivos, apresentando a comprovação
de conclusão.
Parágrafo Único - O aluno oriundo de organização de ensino de forma diferente da
ofertada nesta modalidade terá desconsiderados os registros de notas e carga
horária do estabelecimento de ensino de origem, devendo realizar matrícula inicial
em até 4 (quatro) disciplinas.
Este artigo passa a vigorar com a seguinte redação e supressão do parágrafo
único.
Art. ... Na Educação de Jovens e Adultos, o aluno poderá requerer aproveitamento
integral de estudos de disciplinas concluídas com êxito, por meio de cursos
organizados por disciplina, por etapas, cuja matrícula e resultados finais tenham sido
realizados por disciplina ou de Exames Supletivos, apresentando a comprovação de
conclusão.
Nesta seção, ainda acrescentar o seguinte artigo e parágrafos.
Art. ... O aluno oriundo de organização de ensino por série/período/etapa/semestre
concluída com êxito, poderá requerer na matrícula inicial da disciplina, a partir de
2009, aproveitamento de estudos, mediante apresentação de comprovante de
conclusão da série/período/etapa/semestre a ser aproveitada:
§1º - para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, o aproveitamento de
estudos de série e de período(s) / etapa(s) / semestre(s) concluídos com êxito,
123
equivalente (s) à conclusão de uma série do ensino regular, será de 25% da carga
horária total de cada disciplina da EJA.
§2º - a última série/período/etapa/semestre, de cada nível de ensino, não será
aproveitada.
§3º - Considerando o aproveitamento de estudos, o aluno deverá cursar a carga
horária restante de todas as disciplinas constantes na Matriz Curricular e obter as
seguintes quantidades de registros de nota, conforme tabela abaixo:
Ensino Fundamental – Fase II
Disciplinas/Carg
a Horária Total
% de aproveitamento de cada série(s) / período(s) / etapa(s) /
semestre(s), Carga Horária a ser cumprida, Nº de Registros de 1 série ou
correspondente =
25%
2 séries ou
correspondentes =
50%
3 séries ou
correspondentes =
75%Língua
Portuguesa
(272h/a)
204h/a, 4 registros
de notas
136h/a, 3 registros de
notas
68h/a, 2 registros de
notas
Matemática
(272h/a)
204h/a, 4 registros
de notas
136h/a, 3 registros de
notas
68h/a, 2 registros de
notas Ciências
Naturais
(192h/a)
144h/a, 3 registros
de notas
96h/a, 2 registros de
notas
48h/a, 1 registro de
nota
História
(192h/a)
144h/a, 3 registros
de notas
96h/a, 2 registros de
notas
48h/a, 1 registro de
notaGeografia
(192h/a)
144h/a, 3 registros
de notas
96h/a, 2 registros de
notas
48h/a, 1 registro de
notaLEM – Inglês
(192h/a)
144h/a, 3 registros
de notas)
96h/a, 2 registros de
notas
48h/a, 1 registro de
notaArtes
(64h/a)
48h/a, 2 registros
de notas
32h/a, 1 registro de
nota
16h/a, 1 registro de
notaEducação
Física (64h/a)
48h/a, 2 registros
de notas
32h/a, 1 registro de
nota
16h/a, 1 registro de
notaEnsino
Religioso *
Disciplina de oferta obrigatória pelo Estabelecimento de Ensino e
de matrícula facultativa pelo educando.
124
Ensino Médio
Disciplinas/Carga
Horária Total
% de aproveitamento de cada série(s) / período(s) / etapa(s) /
semestre(s), Carga Horária a ser cumprida e Nº de Registros 1 série ou correspondentes
= 25%
2 séries ou correspondentes
= 50%Língua Port. e
Literatura
(208h/a)
156h/a, 4 registros de notas 104h/a, 3 registros de notas
125
Matemática
(208h/a)156h/a, 4 registros de notas 104h/a, 3 registros de notas
Biologia (128h/a) 96h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
Física (128h/a) 96 h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
Química (128h/a) 96 h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
História (128h/a) 96h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
Geografia
(128h/a)96 h/a, 3 registros de notas 64 h/a, 2 registros de notas
LEM – Inglês
(128h/a)96 h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
Arte
(64h/a)48h/a, 2 registros de notas 32h/a, 1 registro de nota
Filosofia
(64 h/a)48h/a, 2 registros de notas 32h/a, 1 registro de nota
Sociologia
(64 h/a)48h/a, 2 registros de notas 32h/a, 1 registro de nota
Educação Física
(64h/a)48h/a, 2 registros de notas 32h/a, 1 registro de nota
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Local data
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Assinatura da Direção
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