169
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS NOVA VISÃO NOVA VISÃO NOVA VISÃO NOVA VISÃO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO GUARAPUAVA GUARAPUAVA GUARAPUAVA GUARAPUAVA 2011 2011 2011 2011

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PROJETO POLÍTICO … · 5.3.2 Hora Atividade ... 6.9 Matriz Curricular ... gestão financeira. Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOSCENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOSCENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOSCENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

NOVA VISÃONOVA VISÃONOVA VISÃONOVA VISÃO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICOPROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICOPROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICOPROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

GUARAPUAVAGUARAPUAVAGUARAPUAVAGUARAPUAVA 2011201120112011

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SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

1. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................1. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................1. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................1. IDENTIFICAÇÃO ..................................................................................................................................................... 8888

1.1 Denominação da Instituição ............................................ 1.1 Denominação da Instituição ............................................ 1.1 Denominação da Instituição ............................................ 1.1 Denominação da Instituição ................................................................................................................................................ 8888

1.2 Endereço ...................................................................................... 1.2 Endereço ...................................................................................... 1.2 Endereço ...................................................................................... 1.2 Endereço ...................................................................................................................................... 8888

1.3 Estrutura Física ................................................................ 1.3 Estrutura Física ................................................................ 1.3 Estrutura Física ................................................................ 1.3 Estrutura Física ................................................................................................................................................................ 8888

1.4 Níveis de Ensino ..................................................................... 1.4 Níveis de Ensino ..................................................................... 1.4 Níveis de Ensino ..................................................................... 1.4 Níveis de Ensino ......................................................................................................................................... 8888

1.5 Número 1.5 Número 1.5 Número 1.5 Número de Turmas .......................................................... de Turmas .......................................................... de Turmas .......................................................... de Turmas .............................................................................................................................................................. 9999

1.6 Período de Funcionamento ............................................................. 1.6 Período de Funcionamento ............................................................. 1.6 Período de Funcionamento ............................................................. 1.6 Período de Funcionamento ................................................................................................. 9999

1.7 Recursos Humanos .............. 1.7 Recursos Humanos .............. 1.7 Recursos Humanos .............. 1.7 Recursos Humanos .............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 9999

2. APRESENTAÇÃO .............................................................................................2. APRESENTAÇÃO .............................................................................................2. APRESENTAÇÃO .............................................................................................2. APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 11112222

2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico …......... 2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico …......... 2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico …......... 2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico …............................................................................................................................. 11112222

2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Ins 2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Ins 2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Ins 2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição ....................tituição ....................tituição ....................tituição .................... 11114444

2.3 Objetivos da Instituição ................................................... 2.3 Objetivos da Instituição ................................................... 2.3 Objetivos da Instituição ................................................... 2.3 Objetivos da Instituição ....................................................................................................................................................... 11115555

2.3.1 Objetivo Geral .................................................................................. 15

2.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................... 15

3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11117777

3.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado …................. 3.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado …................. 3.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado …................. 3.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado …................. 11117777

3.2 PIG 3.2 PIG 3.2 PIG 3.2 PIG –––– Penitenciária Industrial de Guarapuava ........... Penitenciária Industrial de Guarapuava ........... Penitenciária Industrial de Guarapuava ........... Penitenciária Industrial de Guarapuava ................................................................................................................................... 11119999

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3.2.1 Estrutura Física ............................................................................... 21

3.2.2 Recursos Humanos .......................................................................... 22

3.2.3 Segurança ........................................................................................ 23

3.2.4 Caracterização do Sujeito Encarcerado ........................................... 23

3.3 CRAG 3.3 CRAG 3.3 CRAG 3.3 CRAG –––– Centro de Regime Semi Aberto de Guara Centro de Regime Semi Aberto de Guara Centro de Regime Semi Aberto de Guara Centro de Regime Semi Aberto de Guarappppuava ........................uava ........................uava ........................uava ........................ 22227777

3.3.1 Estrutura Física ................................................................................. 28

3.3.2 Recursos Humanos .......................................................................... 29

3.3.3 Segurança ........................................................................................ 30

3.3.4 Caracterização do Sujeito Encarcerado ........................................... 31

4. MARCO SITUACIONAL .....................4. MARCO SITUACIONAL .....................4. MARCO SITUACIONAL .....................4. MARCO SITUACIONAL ......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 33334444

4.1 Histórico da EJA no Brasil .................................. 4.1 Histórico da EJA no Brasil .................................. 4.1 Histórico da EJA no Brasil .................................. 4.1 Histórico da EJA no Brasil ......................................................................... ....................................... ....................................... ....................................... 33338888

4.2 Histórico da EJA no estado do Paraná …...... 4.2 Histórico da EJA no estado do Paraná …...... 4.2 Histórico da EJA no estado do Paraná …...... 4.2 Histórico da EJA no estado do Paraná ….................................................................................................................................................................................. 50505050

4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade 4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade 4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade 4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade ............... ............... ............... ....................... 55555555

4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional ................................................ 55

4.3.2 A população carcerária …................................................................. 57

4.3.3 O acesso à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio? ..... 58

4.3.4 Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição prisional ..................................................................................................

67

4.4 Organização do Trabalho Pedagógico ............. 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico ............. 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico ............. 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico ............................................................................................................................................................................. 77778888

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4.4.1 Caracterização do Curso ................................................................. 78

4.4.2 Frequência ....................................................................................... 81

4.4.3 Oferta das disciplinas ….................................................................. 82

4.4.4 Material de Apoio Pedagógico ….................................................... 84

5. MARCO CONCEITUAL ............................................................5. MARCO CONCEITUAL ............................................................5. MARCO CONCEITUAL ............................................................5. MARCO CONCEITUAL ........................................................................................................................................................................ 88885555

5. 5. 5. 5.1 A escola e as funções sociais da Educação de Jov1 A escola e as funções sociais da Educação de Jov1 A escola e as funções sociais da Educação de Jov1 A escola e as funções sociais da Educação de Jovens e Adultos ...........ens e Adultos ...........ens e Adultos ...........ens e Adultos ........... 99991111

5.2 A contribuição da educação para o processo de ressocialização dos 5.2 A contribuição da educação para o processo de ressocialização dos 5.2 A contribuição da educação para o processo de ressocialização dos 5.2 A contribuição da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos privados de liberdade …...................................................sujeitos privados de liberdade …...................................................sujeitos privados de liberdade …...................................................sujeitos privados de liberdade …...........................................................................................................................................................

99998888

5.3 Ações Escolares ................................................................ 5.3 Ações Escolares ................................................................ 5.3 Ações Escolares ................................................................ 5.3 Ações Escolares ............................................................................................................................................................ 101010109999

5.3.1 Gestão Escolar .............................................................................. 109

5.3.2 Hora Atividade ................................................................................ 111

5.3.3 Inclusão .......................................................................................... 111

5.3.4 Desafios Educacionais Contemporâneos ...................................... 113

5.3.5 Diversidade .................................................................................... 114

5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola …......... 115

5.3.7 Avaliação ….................................................................................... 117

6. MARCO OPERACIONAL .........................................................6. MARCO OPERACIONAL .........................................................6. MARCO OPERACIONAL .........................................................6. MARCO OPERACIONAL ..................................................................................................................................................................... 121212121111

6.1 Organização Escolar …................. 6.1 Organização Escolar …................. 6.1 Organização Escolar …................. 6.1 Organização Escolar …................................................................................................................................................................................................................................................................. 121212122222

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6.1.1 Matrícula …...................................................................................... 122

6.1.2 Calendário........................................................................................ 124

6.1.3 Aproveitamento de Estudos ............................................................. 124

6.1.4 Classificação ................................................................................... 125

6.1.5 Reclassificação ................................................................................ 126

6.2 Gestão Escolar .................................................................6.2 Gestão Escolar .................................................................6.2 Gestão Escolar .................................................................6.2 Gestão Escolar ................................................................................................................................................................. 121212126666

6.2.1 Gestão Democrática ....................................................................... 126

6.2.2 Conselho Escolar ........................................................................... 127

6. 6. 6. 6.3 Atribuições dos Recursos Humanos ................................3 Atribuições dos Recursos Humanos ................................3 Atribuições dos Recursos Humanos ................................3 Atribuições dos Recursos Humanos ................................................................................................................................ 121212129999

6.3.1 Da Direção ..................................................................................... 129

6.3.2 Da Direção Auxiliar ........................................................................ 131

6.3.3 Da Equipe Pedagógica ................................................................... 131

6.3.4 Do Corpo Docente .......................................................................... 133

6.3.5 Do Secretário .................................................................................. 135

6.3.6 Da Equipe de Agente Educacional II .............................................. 135

6.4 Plano de Trabalho Docente .............................................. 6.4 Plano de Trabalho Docente .............................................. 6.4 Plano de Trabalho Docente .............................................. 6.4 Plano de Trabalho Docente .............................................................................................................................................. 131313137777

6.5 Plano de Formação Continuada .................................... 6.5 Plano de Formação Continuada .................................... 6.5 Plano de Formação Continuada .................................... 6.5 Plano de Formação Continuada ............................................................................................................................................ 131313138888

6.6 Plano de Avaliaçã 6.6 Plano de Avaliaçã 6.6 Plano de Avaliaçã 6.6 Plano de Avaliação Institucional do Curso ....................o Institucional do Curso ....................o Institucional do Curso ....................o Institucional do Curso ................................................................................................................................ 131313139999

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6.7 Plano de Ação da Instituição ...........................................6.7 Plano de Ação da Instituição ...........................................6.7 Plano de Ação da Instituição ...........................................6.7 Plano de Ação da Instituição ................................................................................................................................................... 141414142222

6.8 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar …................6.8 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar …................6.8 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar …................6.8 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar …................................................................................................................................ 141414146666

6.8.1 Identificação 146

6.8.1.1 Denominação da Instituição 146

6.8.1.2 Endereço 146

6.8.2 Equipe Multidisciplinar 146

6.8.3 Coordenador 146

6.8.4 Colaboradores 146

6.8.5 Abrangência do Plano de Ação 146

6.8.6 Apresentação 147

6.8.7 Objetivos 149

6.8.8 Desenvolvimento 150

6.8.9 Avaliação 152

6.8.10 Cronograma 154

6.8.11 Referências 158

6.9 Matriz Curricular ............................................................6.9 Matriz Curricular ............................................................6.9 Matriz Curricular ............................................................6.9 Matriz Curricular ............................................................................................................................................................................ 111160606060

6.9.1 Ensino Fundamental Fase I .......................................................... 160

6.9.2 Ensino Fundamental Fase II ......................................................... 161

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6.9.3 Ensino Médio ................................................................................ 162

7. REFERENCIAS ..........................................................................7. REFERENCIAS ..........................................................................7. REFERENCIAS ..........................................................................7. REFERENCIAS .............................................................................................................................................................................. 161616163333

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1. IDENTIFICAÇÃO1. IDENTIFICAÇÃO1. IDENTIFICAÇÃO1. IDENTIFICAÇÃO 1.1 Denominação da Instituição 1.1 Denominação da Instituição 1.1 Denominação da Instituição 1.1 Denominação da Instituição

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS – NOVA VISÃO – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

1.21.21.21.2 EndereçoEndereçoEndereçoEndereço Rua: Borges Dário de Lis, 439 – Bairro CDI – CEP: 85063-540 Município: Guarapuava – Paraná Telefone: (42)3624-7480/3629-1858 1.31.31.31.3 Estrutura Física:Estrutura Física:Estrutura Física:Estrutura Física: O espaço físico é utilizado em parceria com as instituições prisionais, a biblioteca, o refeitório e banheiros são compartilhados. Listamos os espaços que foram cedidos à escola e que são de seu uso exclusivo:

LOCAL/QUANTIDADELOCAL/QUANTIDADELOCAL/QUANTIDADELOCAL/QUANTIDADE ESPAÇOESPAÇOESPAÇOESPAÇO

PIGPIGPIGPIG CRAGCRAGCRAGCRAG

Sala secretaria/direção 1 1

Sala equipe pedagógica 1 1

Sala de professor 1 1

Sala de aula 5 4

Sala material didático --- 1

Sala para depósito --- 1

Sala de reuniões --- 1

1.41.41.41.4 Níveis de EnsinoNíveis de EnsinoNíveis de EnsinoNíveis de Ensino 1.4.1. Ensino Fundamental Fase I

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1.4.2. Ensino Fundamental Fase II 1.4.2. Ensino Médio

1.51.51.51.5 NúmeroNúmeroNúmeroNúmero de Turmas de Turmas de Turmas de Turmas 1.5.1. Organização Coletiva: 22 turmas 1.5.2. Organização Individual: 26 turmas

1.61.61.61.6 Período de FuncionamentoPeríodo de FuncionamentoPeríodo de FuncionamentoPeríodo de Funcionamento As aulas funcionam no período contrário ao do trabalho.

Período Período Período Período Horário da SecretariaHorário da SecretariaHorário da SecretariaHorário da Secretaria Horário da AulaHorário da AulaHorário da AulaHorário da Aula

Manhã Manhã: 8h às 12h

Manhã: 8h às 11h 30min

Tarde Tarde: 13h às 17h

Tarde: 14h 30min às 18h

Noite Noite: 18h às 22h

Noite: 19h às 22h30min

1.71.71.71.7 Recursos HumanosRecursos HumanosRecursos HumanosRecursos Humanos

Para ingresso, no CEEBJA que atende alunos privados de liberdade, os

funcionários da SEED passam por um processo seletivo rigoroso, conforme Resolução

Conjunta SEED/SEJU/SEAD com o fim de atender aos critérios exigidos para as

especificidades desta escola.

• DireçãoDireçãoDireçãoDireção

NOMENOMENOMENOME FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO GRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃO

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Eliel Earle Linhares

Diretor Licenciatura em Educação Física

• Equipe PedagógicaEquipe PedagógicaEquipe PedagógicaEquipe Pedagógica

NONONONOMEMEMEME FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO GRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃO

Luciane Wolff Martins

Pedagoga Licenciatura em Pedagogia

Nadia Maria Garcias da Luz Sanches

Pedagoga Licenciatura em Pedagogia

• Equipe AdministrativaEquipe AdministrativaEquipe AdministrativaEquipe Administrativa

NOMENOMENOMENOME FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO GRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃO

Claudineia Coelho Domingues

Secretária Licenciatura em Pedagogia

Rosangela Aparecida Munhoz Gluzezak.

Agente Administrativo II Licenciatura em Educação Física

• Corpo DocenteCorpo DocenteCorpo DocenteCorpo Docente

NOMENOMENOMENOME FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO Adriana Cristina Bernardim

Professora – Língua Portuguesa Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Letras –Literatura

Adriana Presotto

Professora – Matemática – Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Matemática

Anézia Cristina de Souza Marcondes

Professora – Biologia – Ensino Médio

Licenciatura em Biologia

Catarina Sirlei Laurentino

Professora – Geografia – Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Geografia

Daísa dos Passos Galeski. Professora – Ensino Licenciatura em Letras –

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Fundamental Fase I Literatura

Edinilson Salateski

Professor – Física – Ensino Médio

Licenciatura em Física

Edson Dreviski

Professor – Ciências – Ensino Fundamental

Ciências – Licenciatura

Elisabete Mogalski

Professora – Língua Portuguesa Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Letras –Literatura

Elizete de Fátima Almeida Simão

Professora – História – Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em História

Fernando José Rodrigues

Professor – Química – Ensino Médio

Licenciatura em Química

Florivaldo Quizini Júnior

Professor – Filosofia – Ensino Médio

Licenciatura em Filosofia

Franciane de Lima Silveira

Professora – Arte – Ensino Fundamental e Médio

Arte e Educação –Licenciatura

Lourdes Vilczak dos Santos

Professora – Ensino Fundamental Fase I

Licenciatura em Matemática

Maricleusa Inglês da Silva

Professora – Matemática – Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Matemática

Marileda Raquel Lunardi Potulski

Professora – Ensino Fundamental Fase I

Licenciatura em Pedagogia

Marilza da Conceição Weiber Professora – LEM Inglês – Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Letras –Anglo

Pedro Lealdino Professor – Educação Física – Ensino Fundamental e Médio

Licenciatura em Educação Física

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2.2.2.2. APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO 2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), no artigo 15,

concedeu à escola progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de

gestão financeiragestão financeiragestão financeiragestão financeira. Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade e de

responsabilidade para elaborar seu próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e

planejando suas atividades de modo a responder às demandas da sociedade, ou seja,

atendendo ao que a sociedade espera dela. A autonomia permite à escola a construção

de sua identidade e à equipe escolar uma atuação que a torna sujeito histórico de sua

própria prática. Pensar no processo de construção de um projeto político-pedagógico

requer uma reflexão inicial sobre seu significado e importância. Verificamos que a

LDBEN/96 ressalta a importância desse instrumento em seus artigos:

* No artigo 12, inciso I, que vem sendo chamado o “artigo da escola” a Lei dá aos estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta elaborar e executar sua proposta elaborar e executar sua proposta elaborar e executar sua proposta pedagógicapedagógicapedagógicapedagógica.

*No artigo 14, em que são definidos os princípios da gestão democrática, o primeiro deles é a para para para participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico ticipação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico ticipação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico ticipação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escolada escolada escolada escola.

“O Projeto Político-Pedagógico representa a oportunidade da direção, da coordenação pedagógica, dos professores e da comunidade, tomarem sua escola nas mãos, definir seu papel estratégico na educação das crianças e jovens, organizar suas ações, visando a atingir os objetivos

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Através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional há o detalhamento dos

aspectos pedagógicos da organização escolar, o que mostra bem o valor atribuído a essa

questão pela atual legislação educacional. Dessa forma, essa é uma exigência legal que

precisa ser transformada em realidade por todas as escolas do país. Entretanto, não se

trata apenas de assegurar o cumprimento da legislação vigente, mas, sobretudo, de

garantir um momento privilegiado de construção, organização, decisão e autonomia da

escola. Por isso, é importante evitar que essa exigência se reduza a mais uma atividade

burocrática e formal a ser cumprida. Um projeto político-pedagógico voltado para construir

e assegurar a gestão democrática se caracteriza por sua elaboração coletiva e não se

constitui em um agrupamento de projetos individuais. Segundo Libâneo, o projeto é o

documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser

desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema

de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar.

Na verdade, o projeto político-pedagógico é a expressão da cultura da escola

com sua (re) criação e desenvolvimento, pois expressa a sua cultura, impregnada de

crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram da

sua elaboração. Assim, o projeto orienta a prática de produzir uma realidade. Para isso, é

preciso primeiro conhecer essa realidade. Em seguida reflete-se sobre ela, para só depois

planejar as ações para a construção da realidade desejada. É preciso destacar que o

projeto político-pedagógico extrapola a dimensão pedagógica, englobando também a

gestão financeira e administrativa, ou seja, os recursos necessários à sua implementação

e as formas de gerenciamento. Em suma: construir o projeto políticoconstruir o projeto políticoconstruir o projeto políticoconstruir o projeto político----pedagógico significa pedagógico significa pedagógico significa pedagógico significa

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enfrentar o desafio da transformação global da escolaenfrentar o desafio da transformação global da escolaenfrentar o desafio da transformação global da escolaenfrentar o desafio da transformação global da escola, tanto na dimensão pedagógica,

administrativa, como na sua dimensão política.

2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição

Na elaboração do projeto político pedagógico do CEEBJA Nova Visão, foi acatada

a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96) e a Instrução nº 006/2010

- SUED/SEED, deixando explícita a ideia de que a escola deve observar os aspectos

legais, mas não pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa, assim

sendo, este projeto passa a ser objeto prioritário de estudo, discussão, reorganização e

até mesmo de previsão de um futuro diferente do presente minimizando as relações

competitivas, corporativas e autoritárias.

A nossa proposta educativa, procura constantemente a realimentação de práticas

educativas, atribuindo possíveis intervenções pedagógicas frente às necessidades e

interesses dos envolvidos, procurando contribuir para a construção da própria identidade

como escola.

A construção do projeto desta escola parte do diagnóstico de uma realidade

diferenciada, pela sua especificidade, onde toda a comunidade escolar participou, pois

consideramos indispensável a contribuição de todos no processo educativo e assim,

buscamos imprimir em todos os segmentos o sentimento de pertencimento e

comprometimento com a qualidade do trabalho pedagógico.

O compromisso de toda comunidade escolar é desenvolver uma proposta de

trabalho pedagógico dentro de uma instituição prisional com firme propósito de respeito a

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todas as especificidades que esta realidade exige.

Localizada dentro da Penitenciária Industrial de Guarapuava – PIG e do Centro de

Regime Semi Aberto de Guarapuava – CRAG, esta escola tem sua atenção voltada para

a Educação de Jovens, Adultos e Idosos privados de liberdade, assumindo o

compromisso de desenvolver todos os aspectos que envolvem a educação formal, assim

como contribuir para o processo de reeducação e ressocialização.

2.3 Objetivos da instituição2.3 Objetivos da instituição2.3 Objetivos da instituição2.3 Objetivos da instituição

2.3.1 Objetivo geral2.3.1 Objetivo geral2.3.1 Objetivo geral2.3.1 Objetivo geral

O Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos Nova Visão é um espaço

escolar, que em conjunto com a instituição prisional, busca o processo de reeducação e

ressocialização do sujeito encarcerado. Este processo está baseado no tripé: tratamento

penal, trabalho e educação.

Portanto esta escola tem como objetivo geral:

- Oferecer ao educando a possibilidade da vivência do processo ensino-

aprendizagem de qualidade onde as atividades educacionais proporcionem a apropriação

do conhecimento científico levando-o a tornar-se um sujeito autônomo que possa

construir uma nova trajetória de vida alicerçada em valores morais, éticos e sociais

assumindo-se como agente transformador e que inserido, ativamente, no seu meio possa

exercer sua cidadania com responsabilidade e comprometimento.

2.3.2 Objetivos específicos2.3.2 Objetivos específicos2.3.2 Objetivos específicos2.3.2 Objetivos específicos

Proporcionar a formação de cidadãos capazes de:

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−Tomarem consciência de sua realidade histórica.

−Dirigirem sua própria vida, sendo auto-suficiente, crítico, cumpridor dos seus direitos e

deveres.

−Compreenderem a cidadania como participação social e política.

−Questionarem a realidade, formulando problemas e tratando de resolvê-los, utilizando

para isso o pensamento lógico, a criatividade de análise crítica, selecionando

procedimentos e verificando sua adequação.

−Conhecerem e cuidarem do próprio corpo, adotando hábitos saudáveis, agindo assim

com responsabilidade em relação a sua saúde e a saúde coletiva

−Contextualizar os conhecimentos.

−Respeitarem o próximo.

−Implementar a autonomia intelectual e formação ética.

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3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO

3.13.13.13.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciadoCEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciadoCEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciadoCEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado

A educação é vista dentro da unidade penal como uma possibilidade de

intervenção ou de inclusão e pretende-se que através dela seja promovida alternativas

para a socialização dos internos frente à sociedade civil. Segundo Oliveira (2008), “a

educação deve ser entendida como um processo de socialização dos indivíduos.”

Já, conforme Volpi (2001, p. 38) é preciso refazer o processo de socialização para

integrá-lo à sociedade, ajustado às expectativas e padrões desejados pela ordem social

vigente. Visto desta forma, a educação, dentro das instituições destinadas à privação de

liberdade, deve contribuir para que a socialização aconteça através da autonomia e das

reflexões que ela gerará, oportunizando aos mesmos refletir suas futuras práticas e ações

diante da sociedade.

Oliveira (2008) também explicita que:

A educação deve viabilizar a possibilidade de uma orientação para a formação do sujeito e da construção de uma cidadania democrática e ativa que tenha como meta o empoderamento da consciência social do indivíduo, privado de sua liberdade, no qual se trabalhe, a estrutura cognitiva do mesmo para que se adapte na esfera coletiva da sociedade.

Pensando desta maneira, a educação deve ser entendida como instrumento que

pode auxiliar o indivíduo a repensar suas ações e por meio delas transformá-las em

direitos e deveres, no exercício de sua cidadania.

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Sendo assim, conforme a Proposta Pedagógica Curricular, do Centro Estadual de

Educação Básica para Jovens e Adultos Nova Visão, a Penitenciária Industrial de

Guarapuava – PIG e o Centro de Regime Semi Aberto de Guarapuava – CRAG, em sua

concepção de presídio, têm como meta o tratamento do detento buscando a sua

educação ou a reeducação para que o mesmo possa conviver com a sociedade, visando

proporcionar a reabilitação dos indivíduos.

Foi com esse intuito que, em 1999, a Secretaria de Estado da Educação do

Paraná – SEED em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania –

SEJU deram início ao atendimento educacional a clientela existente, na época apenas na

PIG, através do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de

Guarapuava. Clientela esta formada por educandos do sexo masculino em privação de

liberdade, em regime fechado. Primeiramente foram atendidos pelo Sistema de Posto

Avançado do CEEBJA – PAC, até 2006. Desta data até 2008, passou a ter uma nova

denominação chamada Ação Pedagógica Descentralizada – APED, sendo os professores

vinculados ao CEEBJA Guarapuava.

Com a implantação do Centro de Regime Semi Aberto de Guarapuava - CRAG,

em 2007, foi ampliado o atendimento, também através das APEDs, já que esta unidade

passou a abrigar um grande número de internos oriundos da Penitenciária Industrial de

Guarapuava - PIG, onde já haviam iniciado seus estudos e também de outras instituições

prisionais.

Com o objetivo de proporcionar um ensino de qualidade e melhores condições de

atendimento ao educando e com o aumento significativo dos internos, exigindo assim uma

demanda maior de professores, pedagogos e funcionários administrativos, é que surgiu a

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possibilidade de se criar uma escola, para atender as duas unidades, pois havia todas as

condições físicas e também atendia aos critérios exigidos para essa implantação. Foi

assim que a coordenação pedagógica, os professores, que estavam atuando no momento

e direção das unidades uniram-se e iniciaram o processo de criação da escola, através da

parceria entre a Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED e Secretaria de

Estado da Justiça e da Cidadania - SEJU.

A escolha do nome desta escola aconteceu por meio de uma pesquisa junto aos

alunos e professores que deram várias sugestões e a partir de uma seleção foi escolhido

o nome atual “Nova Visão”, ficando então Centro Estadual de Educação Básica de Jovens

e Adultos Nova Visão – Ensino Fundamental e Médio. Este nome veio ao encontro do

principal objetivo da escola que é educar para o exercício da cidadania, na qual a

educação vem colaborar na re-educação e ressocialização do sujeito privado de

liberdade.

Sendo assim, através da Resolução nº 015/09, de 05 de janeiro de 2009, houve a

autorização de funcionamento desta instituição de ensino, iniciando suas atividades com o

Ensino Fundamental Fase I no mês de março de 2009 e com o Ensino Fundamental

Fase II e Ensino Médio, no mês de agosto de 2009

3.23.23.23.2 PIG PIG PIG PIG –––– Penitenciária Industrial de Guarapuava: Penitenciária Industrial de Guarapuava: Penitenciária Industrial de Guarapuava: Penitenciária Industrial de Guarapuava: Estabelecimento Penal de

Regime Fechado - Custódia Masculina - Rua Dário Borges de Lis, 439 - CDI

No cenário de contradições existentes no sistema prisional temos de um lado

fugas, rebeliões, tratamento desumano e de outro a existência de iniciativas inovadoras

que aplicam o prescrito na Constituição Brasileira, garantindo a execução dos direitos

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humanos. Nesta última concepção destaca-se a PIG - Penitenciária Industrial de

Guarapuava (PR).

Foto 1 – Vista da fachada da PIG

Fonte PIG

Primeira penitenciária industrial do país, destinada a presos condenados do sexo

masculino, em regime fechado. Inaugurada em 12 de novembro de 1999, está localizada

no Município de Guarapuava, distante 265 km de Curitiba e tem capacidade para abrigar

até 240 internos. Foi construída com recursos dos Governos Federal e Estadual.

Foi concebida e projetada objetivando o cumprimento das metas de ressocialização

do preso, facilitada pela interiorização dos Presídios (preso próximo da família e local de

origem), política adotada pelo Governo do Paraná, buscando oferecer novas alternativas

para os apenados, proporcionando-lhes melhores condições para sua reintegração à

sociedade. Esta alternativa institucional prisional é uma busca de humanização do

sistema penitenciário pela profissionalização do detento e consequentemente a

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ressocialização pelo trabalho e educação. Também foi a primeira Unidade Penal do Brasil

em que a operacionalização executou-se por uma empresa privada contratada pelo

Estado (desde a sua inauguração até o mês de agosto de 2006), passando novamente às

mãos do Estado a partir desta data.

3.2.1 Estrutura Física3.2.1 Estrutura Física3.2.1 Estrutura Física3.2.1 Estrutura Física

Esta unidade penal se difere das convencionais porque funciona em um prédio

moderno, em uma área total de terreno de 35.000 m, cuja área construída é de 7.177, 42

m.

Sua capacidade é para 240 internos, divididos em 120 cubículos, separados em

cinco galerias com 24 cubículos cada uma, é bem equipada com camas de alvenaria em

cada cela, a limpeza é realizada pelos próprios internos.

Apresenta um pavilhão para dia de visitas e doze suítes para encontros íntimos, as

visitas são realizadas aos domingos por familiares devidamente cadastrados.

Tem dois refeitórios, um para os internos e outro para funcionários. Cinco pátios,

quatro deles destinados ao momento de “sol” utilizando 2 horas diárias e um pátio para

atividades esportivas e recreativas, usado nas sextas-feiras e sábados e para visitas aos

domingos. Também apresenta um consultório médico, um odontológico, uma enfermaria,

cino salas de aula, uma sala de professores, uma biblioteca, seis salas para atendimento

técnico, uma lavanderia, uma cozinha, dois canteiros de trabalho. Existem os espaços

destinados à administração e à Polícia Militar.

Além da atividade de ensino formal, os internos têm a possibilidade de participar de

atividades como biblioteca, palestras informativas, apresentações de teatro, grupos de

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apoio com os Alcoólicos Anônimos e Grupos Religiosos como Igreja Católica,

Comunidade Cristã, Assembléia de Deus e Doutrina Espírita. Também são oferecidos

cursos profissionalizantes.

Enfim é um espaço privilegiado onde o detento tem a possibilidade de cumprir a

sua pena recebendo um atendimento onde seus direitos são respeitados.

3.2.2 Recursos Humanos 3.2.2 Recursos Humanos 3.2.2 Recursos Humanos 3.2.2 Recursos Humanos

A unidade consta com um efetivo de funcionários internos: 03 que respondem pela

direção da unidade prisional; 105 agentes penitenciários; 17 funcionários administrativos;

03 estagiários; 05 técnicos: 01 psicóloga, 02 assistentes sociais, 01 dentista e 01

enfermeira; 02 advogadas e funcionários externos: 08 que pertencem ao Batalhão da

Polícia Militar, 22 que pertencem à Secretaria de Estado da Educação – CEEBJA que

realiza todo o trabalho de escolarização formal; 04 da empresa privada FUJIWARA

(confecção de luvas de segurança) e 04 da empresa privada KADESH (confecção de

calçados de segurança) ambas disponibilizam o trabalho aos internos.

Os agentes de segurança são, na sua totalidade, concursados e devidamente

preparados para esta função, assim como os demais funcionários administrativos. A

direção Desta Unidade Penal fica sob a responsabilidade de:

1. Amaurílio Valmir Cabral Direção Graduação – Ciências Contábeis/SEJU

2. José Roberto Chagas Vice-Direção Graduação – Ciências Biológicas/SEJU

3. Roberto de Jesus Camargo Chefe - Dised/Depen

Graduação Licenciatura em Pedagogia/SEJU

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Fica claro nas relações dos internos com os funcionários e direção um tratamento

de respeito e atenção.

3.2.3 Segurança3.2.3 Segurança3.2.3 Segurança3.2.3 Segurança

A segurança interna é de responsabilidade dos Agentes Penitenciários e a externa

fica a cargo da Polícia Militar que além de guardar a penitenciária faz a escolta do detento

quando necessário.

Todas as pessoas ao adentrar nesta instituição passam por revista, assim como

seus pertences. Também o detento passa por revista toda vez que se ausenta de sua

cela e a mesma situação se observa no canteiro de trabalho e sala de aula.

A segurança do detento é rigorosa e todo problema disciplinar é registrado e

encaminhado aos setores responsáveis e trabalhado junto aos envolvidos, que estarão

sujeitos às sanções aplicáveis de acordo com normas internas estabelecidas visando a

preservação do respeito e bom convívio entre os internos.

3.2.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.2.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.2.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.2.4 Caracterização do sujeito encarcerado

Esta instituição recebe condenados da cadeia pública de Guarapuava e região que

abrange os municípios que compõe a Vara de Execução de Guarapuava: Guarapuava,

Prudentópolis, Irati, Rebouças, Rio Azul, São Mateus do Sul, União da Vitória, Palmital,

Iretama, Manoel Ribas, Cândido de Abreu, Reserva, Pitanga, Pinhão e Mallet.(Gráfico 1)

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Gráfico 1 Gráfico 1 Gráfico 1 Gráfico 1 –––– Procedência do Interno Procedência do Interno Procedência do Interno Procedência do Interno

PROCEDÊNCIA

190

40

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

ÁREA URBANA –

INTERIOR

ÁREA URBANA –

METRÓPOLES

Qtde

Fonte PIG

Para que o condenado possa cumprir a pena nesta instituição é submetido a uma

entrevista prévia, ter bom comportamento e ter o desejo de trabalhar. Na chegada à

unidade penal o detento passa pelo processo de triagem e adaptação. Após a entrada o

mesmo é avaliado periodicamente por uma Comissão Técnica composta por Assistente

Social e Psicóloga. Existe um acompanhamento do interno visando o desenvolvimento de

atividades que o auxiliem na formação de bons hábitos e atitudes. Ao traçar um perfil do

interno nota-se que grande porcentagem encontra-se na faixa etária dos 18 aos 34 anos

de idade. (Gráfico 2)

Gráfico 2 Gráfico 2 Gráfico 2 Gráfico 2 –––– Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno

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FAIXA ETÁRIA

63

42 37

154

78

0

20

40

60

80

100

18 A 24 25 A 29 30 A 34 35 A 45 46 A 60 MAIS DE 60

Qtde

Fonte - PIG

Em relação à situação civil evidencia-se que a maioria apresenta união estável

seguido dos solteiros, pois temos uma grande parcela da população que é jovem. (Gráfico

3)

Gráfico 3 Gráfico 3 Gráfico 3 Gráfico 3 –––– Situação Civi Situação Civi Situação Civi Situação Civil do Internol do Internol do Internol do Interno

SITUAÇÃO CIVIL

91

26

0

4

0

94

4

0

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

AMASIADO

CASADO

DIVORCIADO

SEPARADO

SEPARADO JUDICIALMENTE

SOLTEIRO

VIUVO

DESQUITADO

Qtde

Fonte - PIG

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Verificamos que grande parte desta população é oriunda desta região que

tem a presença marcante de europeus na sua colonização, portanto a maioria pertence a

esta etnia. (Gráfico 4)

Gráfico 4 Gráfico 4 Gráfico 4 Gráfico 4 –––– Caracterização Racial Caracterização Racial Caracterização Racial Caracterização Racial

CARACTERIZAÇÃO RACIAL

0 1

58

15

165

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

BRANCOS NEGROS AMARELOS PARDOS INDÍGENA

Qtde

Fonte – PIG

Quanto ao nível de escolaridade a grande maioria apresenta pouca

escolaridade, e se encontra na situação de escolaridade de Ensino Fundamental

incompleto que vai desde a 1ª até a 8ª série. (gráfico 5)

Gráfico 5 Gráfico 5 Gráfico 5 Gráfico 5 –––– Escolaridade do Int Escolaridade do Int Escolaridade do Int Escolaridade do Internoernoernoerno

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ESCOLARIDADE

10

22

140

0

28

18

2

3

16

0 20 40 60 80 100 120 140 160

ANALFABETOS

ALFABETIZADOS

FUNDAMENTAL INCOMPLETO

FUNDAMENTAL COMPLETO

MÉDIO INCOMPLETO

MÉDIO COMPLETO

SUPERIOR INCOMPLETO

SUPERIOR COMPLETO

NÃO INFORMADO

Qtde

Fonte PIG

3.3 CRAG 3.3 CRAG 3.3 CRAG 3.3 CRAG –––– Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava ––––

Estabelecimento Penal de Regime Semiaberto - Custódia Masculina - Rua Flávio

Correia dos Santos, 400 – CDI

Foto 2 – Vista da fachada do CRAG

O Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava, inaugurado em 14 de fevereiro

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de 2007, com uma área de 12.091,53 m² e área construída de 2.205m², tem capacidade

para abrigar 300 presos do sexo masculino em alojamentos. Esta instituição possui uma

estrutura adaptada para a ressocialização dos seus internos, focada no tripé: disciplina,

trabalho e educação.

Construída com recursos do Governo do Estado do Paraná, está focada nas

parcerias com a iniciativa privada que disponibiliza trabalho aos sentenciados, oferecendo

dignidade para a reintegração social.

3.3.1 Estrutura Física3.3.1 Estrutura Física3.3.1 Estrutura Física3.3.1 Estrutura Física

Apresenta 12 alojamentos com capacidade para, aproximadamente, 27 internos

cada, 03 celas para triagem, 03 celas para isolamento, 01 área especial para dia de

visitas e 04 quartos designados para encontros íntimos, as visitas são realizadas aos

domingos por familiares devidamente cadastrados.

Têm dois refeitórios, um para os internos e outro para funcionários, 02 pátios para

atividades em área aberta, um deles destinados ao momento de “sol” utilizando 2 horas

diárias, este também é destinado para atividades recreativas e um campo de areia usado

nas atividades esportivas.

Também apresenta salas destinadas à saúde, como: consultório médico,

odontológico, sala de vacina, farmácia, expurgo, sala de observação e ambulatório.

Dispõe, ainda, de um espaço para a educação: quatro salas de aula, salas para direção,

equipe pedagógica, equipe administrativa e professores, contando com espaço destinado

para reuniões e cursos de professores e funcionários, almoxarifado e espaço destinado

estritamente a merenda escolar.

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Há o espaço destinado ao setor técnico: 06 salas para atendimento, 01 lavanderia,

01 cozinha, 02 canteiros de trabalho. Existe também o espaço destinado à administração.

Com uma área industrial de, aproximadamente 300 metros quadrados, tem

implantada a empresa de Calçados de Segurança Kadesh. Os internos podem ser

implantados em outros canteiros internos recebendo o valor de pecúlio, sendo

implantados nas mais diversas atividades como faxina, cozinha, manutenção e

lavanderia, atendendo espaços desta instituição como horta, jardinagem, manutenção do

prédio, limpeza e lavanderia.

Mantêm parcerias com empresas como Industria de Madeiras Compensados

Guaratu, Transportes Pérola do Oeste, Resinap, R. A. Nestor, R Bastos, Cooperativa

Agrária Agroindustrial, Carvão Madepinho, Dalba Engenharia e Empreendimentos, Fórum

Desembargador Hernani Guarita Cartaxo, Penitenciária Industrial de Guarapuava, 14ª

Subdivisão Policial do Paraná, 16° Batalhão da Polícia Militar e 5º Batalhão de Polícia

Rodoviária do Paraná que oferecem canteiros na área externa da Unidade Penal com 8

horas diárias, sendo que os internos recebem 75% do salário mínimo. Além da atividade

de ensino formal, os internos têm a possibilidade de participar de atividades como

biblioteca, palestras informativas, apresentações de teatro, grupos de apoio com os

Alcoólicos Anônimos e Grupos Religiosos como Igreja Católica, Comunidade Cristã,

Assembléia de Deus e Doutrina Espírita. Também são oferecidos cursos

profissionalizantes.

3.3.2 Recursos Humanos3.3.2 Recursos Humanos3.3.2 Recursos Humanos3.3.2 Recursos Humanos

A unidade conta com um efetivo de funcionários internos: 03 que respondem pela

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direção da unidade prisional; 69 agentes penitenciários; 08 funcionários administrativos;

01 estagiário; 02 assistentes sociais, 01 psicóloga, 01 enfermeira, 01 dentista, 02

advogadas e funcionários de setores externos: 22 que pertencem à Secretaria de Estado

da Educação – CEEBJA que realiza todo o trabalho de escolarização formal e 04 da

empresa privada KADESH que disponibiliza o trabalho aos internos (confecção de

calçados de segurança).

Os agentes de segurança são, na sua totalidade, concursados e devidamente

preparados para esta função, assim como os demais funcionários administrativos. A

direção Desta Unidade Penal fica sob a responsabilidade de:

1 Valderez Camargo da Silva Direção Graduação – Serviço Social/SEJU

2 Rafael Bandolim dos Santos Vice-Direção SEJU

3 Júlio César Pinto Chefe - Dised/Depen

SEJU

3.3.3 Segurança3.3.3 Segurança3.3.3 Segurança3.3.3 Segurança

A segurança é de responsabilidade dos Agentes Penitenciários e que, além de

guardar a penitenciária, faz a escolta do detento quando necessário.

Todas as pessoas ao adentrar nesta instituição passam por revista, assim como

seus pertences. Também o detento passa por revista toda vez que se ausenta de sua

cela e a mesma situação se observa no canteiro de trabalho e sala de aula.

A segurança do detento é rigorosa e todo falta disciplinar é registrada e

encaminhada aos setores responsáveis e trabalhada junto aos envolvidos, que estarão

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sujeitos às sanções aplicáveis de acordo com Lei de Execuções Penais7210/84 visando a

preservação do respeito e bom convívio entre os internos.

3.3.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.3.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.3.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.3.4 Caracterização do sujeito encarcerado

Esta instituição recebe condenados da cadeia pública de Guarapuava e das

Delegacias da região que abrange os municípios que compõe a Vara de Execução de

Guarapuava: Guarapuava, Prudentópolis, Irati, Rebouças, Rio Azul, São Mateus do Sul,

União da Vitória, Palmital, Iretama, Manoel Ribas, Cândido de Abreu, Reserva, Pitanga,

Pinhão e Mallet, além de receber também presos de todas as Unidades Penitenciárias do

Estado. (Gráfico 6)

Gráfico 6 Gráfico 6 Gráfico 6 Gráfico 6–––– Procedência do Interno Procedência do Interno Procedência do Interno Procedência do Interno

PROCEDÊNCIA

239

38

0 50 100 150 200 250 300

ÁREA URBANA –

INTERIOR

ÁREA URBANA –

METRÓPOLES

Qtde

Fonte CRAG

Para que o condenado possa cumprir a pena nesta instituição precisa estar em

progressão de regime ou ter sido condenado a regime semiaberto. Na chegada à unidade

penal o detento passa pelo processo de triagem, que se refere a um período de 20 dias

de adaptação às normas da instituição. Após a entrada, o mesmo é avaliado

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periodicamente por uma Comissão Técnica composta por Pedagogia, Serviço Social,

Segurança, Saúde, Laborterapia e Psicologia. Este acompanhamento visa o

desenvolvimento de atividades que o auxiliem na formação de bons hábitos e atitudes,

além da construção de um projeto de vida para viabilização da progressão de regime

extra muros.

Ao traçar um perfil do interno nota-se que grande porcentagem encontra-se na

faixa etária dos 18 aos 29 anos de idade. (Gráfico 7)

Gráfico 7 Gráfico 7 Gráfico 7 Gráfico 7 –––– Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno

FAIXA ETÁRIA

57

68

50

64

30

8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

18 A 24 25 A 29 30 A 34 35 A 45 46 A 60 MAIS DE 60

Qtde

Fonte - CRAG

Verificamos que grande parte desta população é oriunda desta região que tem a

presença marcante de europeus na sua colonização, portanto a maioria pertence a esta

etnia. (Gráfico 9)

Gráfico 8 Gráfico 8 Gráfico 8 Gráfico 8 –––– Caracterização racial Caracterização racial Caracterização racial Caracterização racial

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CARACTERIZAÇÃO RACIAL

223

8 0

46

10

50

100

150

200

250

BRANCOS NEGROS AMARELOS PARDOS INDÍGENA

Qtde

Fonte - CRAG

Da caracterização dos sujeitos privados de liberdade, tanto regime fechado –

PIG, quanto regime semiaberto – CRAG é possível ter um conhecimento mais

aprofundado desta clientela e desta forma viabilizar um trabalho voltado para sua

realidade e necessidades.

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4. MARCO SITUACIO4. MARCO SITUACIO4. MARCO SITUACIO4. MARCO SITUACIONALNALNALNAL

Os avanços científicos, as conquistas na área tecnológica e a alta qualidade de

vida, fruto do modo de produção capitalista, são marcos na sociedade atual. Temos, por

outro lado e em conseqüência, uma quantidade crescente de empobrecidos e, portanto,

excluídos destas conquistas humanas.

Lembramos aqui, o destaque que temos no mundo, da desigualdade social, da má

distribuição da renda, e que infelizmente, fazemos parte de uma sociedade capitalista,

injusta e competitiva com possibilidades e condições para um individualismo possessivo

com aspirações à competição, com parca solidariedade e com grandes desigualdades

econômicas e culturais. Uma sociedade marcada pela perca de significados, vivendo uma

profunda crise da falta de ética, com uma cultura em que a globalização extrapolou o seu

sentido impondo muitas vezes: medo, vazio e violência com uma cultura que perdeu a

confiança, a esperança e a própria noção de justiça e paz.

Vivemos sob a hegemonia política e ideológica do neoliberalismo há mais de uma

década, o capitalismo, responsável por inúmeras diferenças entre os homens,

desenvolveu e desenvolve a indústria de massa, apagando diferenças e padronizando

estilos de vida. Consumismo, competição permanente, enriquecimento rápido, aparecem

como os grandes objetivos do presente.

E o Brasil, não está à margem da história mundial e destas conseqüências, cujo

modelo sócio-econômico é representado pelo crescente número de excluídos e pela

contínua concentração de renda. A educação, sempre considerada como prioridade pelos

órgãos governamentais, continua sendo elitista, onde os menos favorecidos lutam por

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uma escola pública mais eficiente.

Neste contexto percebe-se que a produção cultural acaba por tornar-se mercadoria

vendável tendo como objetivo, antes de tudo o lucro fazendo com que a melhoria da

qualidade de vida seja relegada a um segundo plano. Uma sociedade organizada dessa

forma acaba por valorizar apenas quem produz e quem consome. Os que não se

enquadram nessa lógica tornam-se um “peso” e acabam sendo descartáveis. A exclusão

é o resultado de um processo cultural desvinculado das questões essenciais da vida.

Os avanços da ciência e da tecnologia revolucionam a produção, o comportamento

das pessoas, e o próprio ambiente escolar: através da internet, da telefonia celular e

outros meios de comunicação, oferecem ao homem comodidade, segurança e precisão,

então poderíamos supor uma grande melhoria de vida. Mas por outro lado, sabemos que

isso só ocorre com uma pequena parcela da sociedade, justamente com a minoria, mais

sintonizada com a lógica do mercado. Salientamos aqui que nossa comunidade escolar

atendida, faz parte da grande maioria, o que significa que este avanço não atinge os

indivíduos que acabam ficando a margem do processo.

Nessa conjuntura pouco humanizante, há um aspecto notório bastante animador:

nunca se viu na história do Brasil e do mundo tanta campanha em prol dos menos

favorecidos, parece que o mundo todo está saturado de guerras, de corrupção, de

imperialismo gratuito, de injustiças gritantes, de continuísmos políticos E, como é da

própria essência do ser humano, a vontade de mudar parece ser o elemento sempre

presente e atuante,pás sando pela solidariedade, pelo aval dos direitos humanos, pela

democracia e pela cultura da paz.

A Região Sul, sempre foi diferenciada, nos índices apresentados sobre a situação

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da educação no país, o Estado do Paraná demonstrou no último ENEM, resultado acima

da média nacional, e é um dos estados que mais investe em educação no país. Somos o

único estado que elaborou as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação Básica,

as quais orientam a educação básica de todo estado do Paraná, bem com as Diretrizes

Curriculares específicas para a EJA, como é o caso desta instituição que trabalha com a

população adulta.

Percebemos que muitos de nossos educandos tiveram passagem pelo ensino

regular e que por inúmeros motivos o abandonaram. Esta passagem imprimiu marcas

profundas da falta ou do insucesso dessa formação e que ao retornar a ela anseiam por

vivenciar um processo rápido e eficiente da aprendizagem escolar. Como preconiza as

Diretrizes Curriculares Nacionais para Jovens e Adultos:

“Muitos jovens ainda não empregados, desempregados, empregados em ocupações precárias e vacilantes podem encontram nos espaços da EJA, seja nas funções de reparações e de equalização, seja na função qualificadora, um lugar de melhor capacitação para o mundo do trabalho e para a atribuição de significados às experiências sócio-culturais trazidas por eles”. (Parecer 11/2000-CNE p.11)

Constitui-se, então uma tarefa bastante complexa determinar o perfil do educando

desta Instituição de Ensino, porém torna-se imprescindível traçar este perfil, a fim de

buscar um planejamento adequado para atuar nesta demanda.

Assim nos deparamos com um indivíduo, que “vítima social”, sempre viveu a

margem da sociedade, sem referência social e que geralmente traz consigo um histórico

de vida que reflete principalmente, seus comprometimentos psicossociais e econômicos.

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Um sujeito sem perspectivas de futuro, discriminado (pobre, analfabeto ou semi-

analfabeto), sem estrutura familiar, sem ter noção do lugar ocupado na sociedade.

Estes educandos demandam de uma proposta pedagógica, específica para jovem,

adultos e idosos privados de liberdade, que em sua grande maioria, apresentam muitas

vezes, um peculiar sentimento de revolta e de vingança, pois a perda da liberdade torna-

se um fato de difícil aceitação para qualquer um. Por conta disto, a nossa a proposta

pedagógica é fortemente norteada pela cientificidade do conhecimento tendo como meta

a contribuição para o tratamento ao detento buscando a sua educação ou a reeducação

para que o mesmo possa se reintegrar e bem conviver em sociedade.

Dessa forma, a nossa responsabilidade torna-se ainda maior por uma educação

que prioritariamente, procure ampliar o universo informacional deste educando e busque

desenvolver a capacidade crítica e criadora dos mesmos, tornando-o capaz de fazer suas

escolhas e perceber a importância das mesmas na sua vida e por conseqüência para o

seu grupo social.

Acreditamos que isso seja possível, através de uma ação conscientizadora, capaz

de instrumentalizar este educando, a fim de que ele assuma, um compromisso de

mudança com a sua história, e com a do mundo. Sobre isso, Gadotti (in:Educação,1999,

p. 62) diz que “Educar é libertar (…) dentro da prisão, a palavra e o diálogo continuam

sendo a principal chave. A única força que move um preso é a liberdade. Em sua análise

Paulo Freire (1980, p. 26) afirma que:

A conscientização é (…) um teste de realidade. Quanto mais conscientização, mais“dês-vela”a realidade, mais se penetra na essência fenomênica do objeto, frente ao qual nos encontramos para analisá-lo. Por

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esta mesma razão, a conscientização não consiste em “estar frente à realidade” assumindo uma posição falsamente intelectual. Conscientização não pode existir fora da “práxis”, ou melhor, sem o ato ação-reflexão. Esta unidade dialética constituí, de maneira permanente, o modo de ser ou de transformar o mundo que caracteriza os homens.

Desta forma a educação de qualidade torna-se um meio poderoso de reintegração

social, para todos da comunidade carcerária, pois além de preparar este educando

recluso na sua retomada à liberdade, possibilita também competir em nível de igualdade

de condições, em relação aos cidadãos livres, nas disputas acirradas por um trabalho

digno e justo.

Para tanto nossa proposta neste ambiente é de singular oportunidade, diferente de

qualquer outra, que ousa dar respostas às consequências de uma sociedade injusta.

Sendo assim, em seu processo pedagógico diferenciado, valorizam-se ações que elevam

a auto-estima do educando jovem, adulto e idoso privado de liberdade bem como a

melhoria deste como ser participativo no mundo.

4.1 Histórico da EJA n4.1 Histórico da EJA n4.1 Histórico da EJA n4.1 Histórico da EJA no Brasilo Brasilo Brasilo Brasil

A história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil teve ao longo de sua

trajetória a presença de políticas educacionais assistencialistas, populistas e

compensatórias de caráter assistemático e descontínuo, portanto fadada ao fracasso.

Fazendo uma retrospectiva histórica percebemos que em toda a história do nosso país, a

partir da colonização portuguesa, podemos constatar a emergência destas políticas de

educação de jovens e adultos, focadas e restritas principalmente nos processos de

alfabetização, sendo muito recente a conquista, reconhecimento e definição desta

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modalidade enquanto política pública de acesso e continuidade à escolarização básica.

Durante o período colonial a pouca oferta escolar dispensada era de caráter

religioso, através dos Jesuítas, tinha como objetivo professar as idéias da Igreja Católica

e impor a cultura européia, assim como a catequização dos povos indígenas. Foram

quatro séculos de domínio da cultura branca, cristã, masculina e alfabetizada sobre a

cultura do índio, negro, mulheres e analfabetos. Constata-se a presença de uma

educação seletiva, discriminatória e excludente.

No final o século XIX e início do Século XX, a partir do desenvolvimento urbano

industrial e sob forte influência da cultura européia, são aprovados projetos de leis que

enfatizam a obrigatoriedade da educação de adulto, atendendo a interesses das elites

com o objetivo de aumentar o contingente eleitoral, principalmente no primeiro período da

República. Com a implantação da Lei Saraiva de 1882, incorporada à Constituição

Federal de 1891, o analfabeto fica impedido de votar, então a educação passa a se tornar

critério de ascensão social e o analfabetismo à incapacidade e inabilidade social.

O entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico geraram dois movimentos

ideológicos da elite brasileira, a educação passou a ser considerada como redentora dos

problemas sociais. Houve a expansão da rede escolar e criada, em 1910, as ligas contra

o analfabetismo que culminou com o advento da Escola Nova em 1930.

Contudo os modelos pedagógicos, então adotados, não eram adequados para

alfabetização de adultos, sendo a maioria dos professores leigos com a tarefa de ensinar

os alunos a decodificar a escrita.

Em 1925, através da Reforma João Alves, estabeleceu-se o ensino noturno para

jovens e adultos. Iniciando um movimento contra o analfabetismo mobilizado por grupos

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sociais e civis com objetivo, também, de aumentar o contingente eleitoral. A educação

tem a importante missão de promover o progresso e desenvolvimento do país, sendo o

analfabetismo “um mal e uma doença nacional” e o analfabeto como “inculto, preguiçoso,

ignorante e incapaz”, não atendendo às necessidades da crescente demanda de

urbanização do país tornando-se um empecilho para o progresso da nação. (Couto, 1933,

p.190)

Com a Constituição Federal de 1934 foi instituída, no Brasil, a obrigatoriedade do

ensino primário para todos, mas a oferta de vagas ainda apresenta-se incipiente. São

altos os índices de analfabetismo embora apresente um declínio do índice de analfabetos

entre 1920 e 1940. E nos anos 40 a educação passa a ser uma questão de segurança

nacional, pois o atraso do país é relacionado à falta de instrução de seu povo.

Neste período a educação de jovens e adultos constitui-se tema de política

educacional e em 1942, com a ampliação da Reforma Educacional, se reconhece a

educação de jovens e adultos como modalidade de ensino, a mesma passa a receber

recursos do Fundo Nacional do Ensino Primário destinada especificamente à

alfabetização e educação da população adulta analfabeta. Mas, a insuficiente expansão

do ensino elementar apresentando falta de escolas e vagas, assim como a precária

qualidade de ensino continuam a contribuir para a ampliação dos índices de

analfabetismo.

Somente após a II Guerra Mundial, a educação de adultos passa a ter uma

compreensão diferenciada do ensino regular, este período é fortemente marcado por

campanhas nacionais de alfabetização, em massa, realizadas pelo governo federal de

forma centralizada, assistemática, descontínua e assistencialista, visando o atendimento

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da população do meio rural, as demais ofertas de escolarização de jovens e adultos deste

período se limitam apenas ao ensino primário.

No final da década de 50 e início da década de 60, surge uma nova perspectiva na

educação brasileira fundamentada nas idéias e experiências desenvolvidas por Paulo

Freire, que idealizou e vivenciou uma pedagogia voltada para as demandas e

necessidades das camadas populares, realizada com sua efetiva participação e a partir

de sua história e de sua realidade, esta educação parte de princípios e metodologia

popular, libertadora e emancipadora.

Este novo momento também está associado a um contexto de efervescência de

movimentos sociais, políticos e culturais. Dentre as experiências de educação popular

realizadas neste período, destacam-se:

• Movimento de Educação de Base (MEB) desenvolvido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil;

• Centros populares de Cultura (CPCs) desenvolvidos pela União Nacional do Estudantes;

• Plano Nacional de Alfabetização (PNE) tendo por objetivo constituir uma política nacional de alfabetização de jovens e adultos em todo o país sendo coordenada por Paulo Freire.

Estas experiências de educação e cultura popular passaram a questionar a ordem

capitalista, incentivando a articulação das organizações e movimentos sociais em torno

das Reformas de Base, conduzidas pelo governo da época, João Goulart.

Contudo, o golpe militar de abril de 1964 suprimiu as experiências nesta

perspectiva e três anos após o golpe, o governo militar implantou o Movimento Brasileiro

de Alfabetização (MOBRAL) com uma perspectiva centralizadora e domesticadora, não

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existindo em sua proposta pedagógica qualquer preocupação com as questões sociais.

Percebem-se poucos avanços com este programa, das 40 milhões de pessoas que

durante 15 anos freqüentaram este Movimento, apenas 10% foram alfabetizadas.

Com a Lei 5692/71 é atribuído um capítulo para o ensino supletivo e o Parecer

699/72, do Conselho Nacional de Educação (CNE) regulamentou os cursos supletivos e

seriados e os exames de certificação, mas a organização curricular e a matriz do ensino

supletivo continuam a seguir a proposta curricular do ensino regular não atendendo à

especificidade destes alunos no processo de escolarização.

A Lei de Reforma nº. 5.692/71 normatiza o ensino supletivo e recomenda aos

Estados atenderem a demanda de jovens e adultos de acordo com os preceitos abaixo:

Capítulo IV Do ensino supletivo Art.24 - O ensino supletivo terá por finalidade: a) Suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não tenham seguido ou concluído na idade própria; b) Proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte. Parágrafo único - O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a serem organizados nos vários sistemas de acordo com as normas baixadas pelos respectivos Conselhos de Educação. Art.25- O ensino supletivo abrangerá, conforme as necessidades a atender, desde a iniciação no ensino de ler, escrever e contar e a formação profissional definida em lei específica até o estudo intensivo de disciplinas do ensino regular e a atualização de conhecimentos. §1º - Os cursos supletivos terão estrutura, duração e regime escolar que se ajustem às suas finalidades próprias e ao tipo especial de

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aluno a que se destinam. §2º - Os cursos supletivos serão ministrados em classes ou mediante a utilização de rádio, televisão, correspondência e outros meios de comunicação que permitam alcançar o maior número de alunos. Art.26- Os exames supletivos compreenderão a parte do currículo resultante do núcleo-comum, fixado pelo Conselho Federal de Educação, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular, e poderão, quando realizados para o exclusivo efeito de habilitação profissional de 2º grau, abranger somente o mínimo estabelecido pelo mesmo Conselho. §1º - Os exames a que se refere este artigo deverão realizar-se: Ao nível de conclusão do ensino de 1º grau, para os maiores de 18 anos; Ao nível de conclusão do ensino de 2º grau, para os maiores de 21 anos; §2º - Os exames supletivos ficarão a cargo de estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, indicados nos vários sistemas, anualmente, pelos respectivos Conselhos de Educação. §3º - Os exames supletivos poderão ser unificados na jurisdição de todo um sistema de ensino, ou parte deste, de acordo com normas especiais baixadas pelo respectivo Conselho de Educação. Art.27- Desenvolver-se-ão, ao nível de uma ou mais das quatro últimas séries do ensino de 1º grau, cursos de aprendizagem, ministrados a alunos de 14 a 18 anos, em complementação da escolarização regular, e, a esse nível ou de 2º grau, cursos intensivos de qualificação profissional. Parágrafo único - Os cursos de aprendizagem e os de qualificação darão direito a prosseguimento de estudos quando incluírem disciplinas, áreas de estudos e atividades que os tornem equivalentes ao ensino regular, conforme estabeleçam as normas dos vários sistemas. Art.28- Os certificados de aprovação em exames supletivos e os relativos à conclusão de cursos de aprendizagem e qualificação

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serão expedidos pelas instituições que os mantenham.

Embora a lei de reforma contemple a EJA, este ensino não teve uma real

preocupação por parte das autoridades porque a princípio era visto como uma

modalidade temporária, de suplência, para os que necessitavam comprovar escolaridade

no trabalho e para os analfabetos. Porém, tornou-se uma forma de ensino permanente,

necessária para atender uma demanda que veio aumentando. Esta modalidade foi

considerada como uma fonte de soluções ajustando-se às mudanças da realidade

escolar.

Com a abertura democrática no país, na primeira metade dos anos 80, são

reiniciados os debates acerca das grandes questões sociais, dentre elas, a educação

pública de qualidade e universalizada a todos, pois o quadro educacional que se

apresentava era dramático:

Segundo Shiroma, E.; Moraes, M.C. M (2000, p. 132):

- 50 % de reprovação ou exclusão na 1ª série do 1º grau; - 30% da população constituíam-se de analfabetos; - 23% dos professores leigos; - 30% das crianças fora da escola; - 8 milhões de crianças no 1º grau tinham mais de 14 anos; - 60% das matrículas concentravam-se nas três primeiras séries do 1º grau, que reuniam 73% das reprovações.

Esta situação criou, ao longo das décadas posteriores, a intensa demanda de

jovens e adultos não alfabetizados ou com um tempo reduzido de escolarização.

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Com a Nova República, a partir de 1985, o governo federal rompe com a política de

educação de jovens e adultos do período militar extinguindo o MOBRAL e substituindo-o

pela Fundação Educar, que promoveu no início, uma descentralização de suas atividades

e apoiou técnica e financeiramente algumas iniciativas de educação básica de jovens e

adultos conduzidos por prefeituras municipais e instituições da sociedade civil.

Em 1986, o Ministério da Educação organizou uma Comissão de elaboração de

Diretrizes Curriculares Político-Pedagógicas da Fundação Educar, a qual reivindicou do

Estado a oferta pública, gratuita e de qualidade do ensino de 1º grau aos jovens e adultos,

dando-lhes identidade própria. Neste período teve início o processo de descentralização

dos recursos e do poder de decisão que eram concentrados no MEC em torno das

políticas educacionais. Neste contexto surgem O Conselho de Secretários de Educação

(CONSED) e a União dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), que criaram

vários fóruns com a finalidade de colocar em prática as diretrizes de uma política

educacional concreta. Neste período os estados e municípios passam a assumir, com

orçamento próprio, as demandas de alfabetização e escolarização dos alunos da

educação de jovens e adultos.

Com a Constituição de 1988 a educação de jovens e adultos passa a ser

reconhecida como modalidade específica dentro das políticas educacionais brasileiras,

estabelecendo o direito à educação gratuita para todos os indivíduos, inclusive aos que a

ela não tiveram acesso na idade própria.

Com a extinção da Fundação Educar, em 1990, o governo federal omite-se de

financiar a educação de jovens e adultos, acabando com os programas de alfabetização

existentes. Neste mesmo ano, realiza-se a Conferência Mundial de Educação para Todos,

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financiada pela Organização das Nações Unidas (UNESCO) Fundo das Nações Unidas

para a Infância (UNICEF), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

e o Banco Mundial, em Jomtiem na Tailândia. Esta conferência trouxe à tona a dramática

realidade mundial do analfabetismo de pessoas jovens e adultas, bem como os altos

índices de reduzido tempo de escolarização básica e evasão escolaridade de crianças e

adolescentes.

Importante mostrar a existência, em nível mundial, de mais de 960 milhões de

adultos analfabetos (2/3 são mulheres), sendo o analfabeto funcional um problema

significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento. Segundo a

Declaração Mundial de Educação para Todos – UNICEF-1991, mais de um terço dos

adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades

tecnológicas que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajuda-los a perceber e adaptar

às mudanças sociais e culturais e mais de 100 milhões de crianças e incontáveis adultos

não conseguem concluir o ciclo básico, e outros milhões, apesar de concluí-lo, não

conseguem adquirir conhecimentos e habilidades essenciais.

Esta realidade internacional, da qual se inclui o Brasil, e os interesses econômicos

apresentados pelo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, e o governo federal

brasileiro definiram as novas orientações para as políticas educacionais, tendo novamente

como foco e princípio, a educação como um dos principais determinantes da

competitividade entre os países, considerando indispensável o ajuste da economia

brasileira, às exigências da reestruturação global da economia, às mudanças do modelo

produtivo e aos avanços tecnológicos já sentidos e prenunciados.

Com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei

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nº. 9394/96, a educação para jovens e adultos passa a ser considerada uma modalidade

de ensino da educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio, usufruindo de

uma especificidade própria.

A supracitada lei traz dois artigos relacionados, especificamente, à Educação de

Jovens e Adultos conforme o exposto abaixo:

Art. 37 - A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. Art. 38 - Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I. no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II. no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames

No Plano Nacional de Educação temos como um dos objetivos e prioridades:

Garantia de ensino fundamental a todos os que não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram. A erradicação do analfabetismo

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faz parte dessa prioridade, considerando-se a alfabetização de jovens e adultos como ponto de partida e intrínseca desse nível de ensino. A alfabetização dessa população é entendida no sentido amplo de domínio dos instrumentos básico da cultura letrada, das operações matemáticas elementares, da evolução histórica da sociedade humana, da diversidade do espaço físico e político mundial da constituição brasileira. Envolve, ainda, a formação do cidadão responsável e consciente de seus direitos. (Plano Nacional de Educação - introdução: objetivos e prioridades - Brasília, 2001)

Paralelamente, com a aprovação da emenda nº. 14 percebe-se o descaso das

autoridades com esta modalidade de ensino, pois suprime a obrigatoriedade em oferecer

o ensino fundamental para os que a ele não tiveram acesso na idade própria e não

assume o compromisso em eliminar o analfabetismo em 10 anos, bem como o repasse de

recursos financeiros, anteriormente estabelecido em lei. Tal emenda trouxe, ainda, o veto

à participação no repasse de recursos do FUNDEB, inviabilizando a inclusão da demanda

de educação de jovens e adultos no financiamento da educação básica.

Na segunda metade da década de 90 foi evidenciado um processo de articulação

de diversos segmentos sociais como: organizações não governamentais, movimentos

sociais, governos estaduais e municipais, universidades, organizações empresariais

(Sistema S), buscando debater e propor políticas públicas para a educação de jovens e

adultos em nível nacional.

Incentivados pelas discussões promovidas na V Conferência Internacional de

Educação de Adultos (CONFINTEA), realizada em julho de 1997, em Hamburgo, na

Alemanha, estes vários segmentos iniciam a sua articulação através da realização de

Fóruns Estaduais de EJA, num movimento que vem ocorrendo em Encontros Nacionais

de Educação de Jovens e Adultos (ENEJAS).

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Em 2000, com o processo de amadurecimento das discussões e práticas à

educação de jovens e adultos construído na década de 90, e em conseqüência das

determinações legais foram promulgadas em 10/05/2000, as Diretrizes Nacionais para a

Educação de Jovens e Adultos (ENEJA), pelo governo federal, documento elaborado pelo

Conselho Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica. O documento

supera a visão preconceituosa do analfabeto apenas para tarefas de funções

desqualificadas, reconhecendo a sua pluralidade e diversidade cultural e regional,

presente nos mais diferentes estados sociais, portadores de uma rica cultura baseada na

oralidade.

Ainda no documento supracitado explicita-se:

As especificidades de tempo e espaço dos jovens e adultos; o tratamento presencial dos conteúdos curriculares; a importância em se distinguir as duas faixas etárias (jovem e adulto) nesta modalidade de educação; a fundamental formulação de projetos pedagógicos próprios e específicos dos cursos noturnos regulares e os de educação de jovens e adultos; integração entre base “nacional comum” do ensino fundamental e médio com a base “nacional diversificada”.

Este documento ressalta a educação de jovens e adultos como direito, deslocando

a idéia de compensação e substituindo-a pelas de reparação e equidade.

Neste período foi realizada a inclusão da educação de jovens e adultos no Plano

Nacional de Educação (PNE), aprovado e sancionado em 09/01/2001, pelo governo

federal. Este plano referenda a determinação constitucional que define como um dos

objetivos a integração de ações do poder público que conduzam à erradicação do

analfabetismo, tratando-se de tarefa que exige ampla mobilização de recursos humanos e

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financeiros por parte do governo e da sociedade. Estabelece que a educação de jovens e

adultos deva fazer parte, no mínimo, a oferta de uma formação equivalente às oito série

iniciais do ensino fundamental, reconhecendo a necessária produção de materiais

didáticos e técnicas pedagógicas apropriadas, além da especialização do corpo docente.

Dentre as metas colocadas destacamos: estabelecer, a partir da aprovação do

PNE, programas visando alfabetizar 10 milhões de jovens e adultos, em 5 anos, e até o

final da década, superar os índices de analfabetismo; assegurar, em 5 anos, a oferta de

educação de jovens e adultos equivalente às quatro séries iniciais do ensino fundamental

para 50% da população de 15 anos ou mais que não tenha atingido este nível de

escolaridade.

Apesar de estar referendada em lei que garante o acesso e a permanência à

educação para todos os cidadãos, dados estatísticos demonstram que grande parte da

população, principalmente as camadas populares, não tem o acesso garantido à

educação de jovens e adultos, devido à ausência de políticas públicas eficientes e

adequadas à diversidade e às necessidades do atual público jovem, adulto e idoso.

4.2 Histórico da EJA no e4.2 Histórico da EJA no e4.2 Histórico da EJA no e4.2 Histórico da EJA no estado do Paranástado do Paranástado do Paranástado do Paraná

A EJA, no Paraná, está inserida no mesmo contexto sócio, econômico e social

nacional apresentado anteriormente, a princípio surge como proposta educacional para

atender por tempo determinado à demanda de jovens e adultos que não tiveram acesso à

escolarização na idade adequada, porém há necessidade de um atendimento

progressivo, pois se constatou a presença de um grande contingente de pessoas acima

de 15 anos com pouca ou nenhuma instrução, isto pode ser visualizado no quadro a

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seguir:

TabelTabelTabelTabela 2 a 2 a 2 a 2 –––– Caracterização educacional da unidade da Federação Caracterização educacional da unidade da Federação Caracterização educacional da unidade da Federação Caracterização educacional da unidade da Federação –––– 2001 2001 2001 2001 –––– Analfabetismo Analfabetismo Analfabetismo Analfabetismo (números absolutos em 1.000)(números absolutos em 1.000)(números absolutos em 1.000)(números absolutos em 1.000)

População analfabeta Analfabetos funcionais de 15 anos ou mais

Unidade da

federação

População

residente de 15

anos ou mais

15 anos ou mais

15 a 19 anos

60 anos ou mais

Total Taxa

Brasil 121.011 14.954 559 5.211 33.067 27,3

Sul 18.696 1.323 29 580 3.956 21,2

Paraná 6.997 605 15 250 1.777 25,4

*Refere-se à população sem instrução, e não àquela analfabeta pelos critérios censitários. *Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Fontes: IBGE. Censos Demográficos e Contagem da População 1996. PNAD 1997.

Neste cenário de grandes desafios, há necessidade de atender esta população de

excluídos do sistema educacional assim como repensar as políticas e práticas

pedagógicas que ao longo da história não deram conta de atender esta demanda.

Em atendimento à esta necessidade além do ensino supletivo, a partir da década

de 80, são criados os Centros de Estudos Supletivos (CES), atualmente denominados

Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJAs),

descentralizando o atendimento de EJA nas diversas regiões do estado.

Outras formas de descentralização do atendimento à demanda de EJA são os

Postos Avançados dos CEEBJAs (PACs), hoje denominados como Ações Pedagógicas

Descentralizadas (APED) para atender a demanda no seu local de origem.

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Ainda na década de 90, têm início os projetos de escolarização aos educandos em

privação de liberdade nas unidades penitenciárias e nas unidades sociais oficiais.

Também a SEED estabelece convênios com organizações não-governamentais, visando

à oferta de alfabetização de jovens e adultos no meio urbano, rural e indígena.

A busca pela ampliação do atendimento à escolarização da população jovem e

adulta pelos sistemas estaduais se vincula às conquistas legais referendadas pela

Constituição Federal de 1988, na qual a educação de jovens e adultos passa a ser

reconhecida enquanto modalidade específica no conjunto das políticas educacionais

brasileiras, estabelecendo-se o direito à educação gratuita a todos os indivíduos, inclusive

aos que a ela não tiveram acesso na idade própria.

Neste período, num contexto de profundas discussões nacionais, através dos

Fóruns de Educação, no estado do Paraná, diversos segmentos sociais se unem ao

movimento em torno da educação de jovens e adultos, sendo constituído o Fórum

Paranaense de EJA no mês de fevereiro de 2002, intensificando a articulação das

instituições governamentais, não-governamentais, empresariais, acadêmicas e

movimentos sociais através de reuniões plenárias em diversas regiões do estado e

através dos Encontros Paranaenses de EJA (EPEJAS).

Este movimento nacional e paranaense vem qualificando as proposições,

experiência intercâmbio e avaliações das políticas de educação de jovens e adultos

desenvolvidas pelas organizações, articulando iniciativas e esforços para ampliação do

direito à educação pública e de qualidade.

As reflexões promovidas em torno da educação de jovens e adultos suscitaram a

necessidade de rever as políticas educacionais de EJA no Estado, para tanto foi

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promovida ampla discussão acerca do contexto que esta modalidade educacional se

encontra: proposições norteadoras do currículo, histórico das políticas e diagnóstico da

EJA, caracterização dos educandos desta modalidade utilizando a reflexão dos desafios

para responder aos problemas da prática pedagógica. Este processo do qual participaram

os vários profissionais deste segmento, culminou com a elaboração das novas Diretrizes

Curriculares que irão orientar a organização curricular da EJA.

Conforme consta na Proposta Pedagógico Curricular para EJA do Estado do

Paraná todos os estabelecimentos de ensino (Curitiba, 2005, p.10):

... tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de jovens,

adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino

Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas,

consideradas suas características, interesses, condições de vida e de

trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, estes Estabelecimentos ofertarão Educação de Jovens e Adultos –

Presencial que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos

níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo. Os cursos são

caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar processos

pedagógicos, tais como:

- pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

- desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

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- registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações,

fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização

e socialização dos conhecimentos;

- vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos

educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

Com a elaboração deste documento ficam definidas as proposições que serão a

base das ações pedagógicas de todas as escolas do Estado do Paraná promovendo a

integração e a construção de uma diretriz pedagógica que fortaleça o trabalho

desenvolvido no interior das escolas, promovendo uma educação competente e de

qualidade.

Sabemos que muito tem a se fazer para que a EJA tenha, de fato, a sua

valorização reconhecida e possa cumprir o seu papel social: o de promover a reinserção

do educando no sistema educacional possibilitando ao mesmo o seu crescimento

enquanto seu humano e cidadão.

A inclusão dos jovens e adultos no sistema educacional é mais do que um direito é

um compromisso social a ser cumprido, segundo Paiva (1997, p. 48) há a necessidade

de:

Compreender a educação como um fenômeno produzido em situações sócio-históricas, num processo de conquistas e elaborações sociais de significados, permite apostar numa educação de jovens e adultos como direito e, não apenas a idéia de resgate da oportunidade perdida.

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4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade

4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional

O sistema prisional estabeleceu e desenvolveu padrões de reclusão que

classificaram e sedimentaram determinado número de seres humanos a não se

perceberem como cidadãos, mas como sujeitos a mercê das possibilidades de

ressocialização, onde a formação educacional mantiveram-se distantes, praticamente

inexistentes.

Desde tempos remotos este sistema estruturou-se num modelo coercitivo e

judiciário punindo de modos diferentes os indivíduos que cometem algum delito. Os povos

primitivos utilizavam a pena de morte e para crimes mais graves acrescentavam pena

corporal, o sistema de aprisionamento era inexistente e quando o utilizavam colocavam o

criminoso em buracos aplicando ao preso o suplício até a morte.

Com a evolução da sociedade a prisão surgiu antes da legislação penal, e as

primeiras foram criadas em locais específicos, como aborda Oliveira (1996, p. 23):

A prisão aparece localizada nos palácios dos reis, nas dependências dos templos, nas muralhas que cercavam as cidades. Em Roma, é na fortaleza real que se encontrava a mais velha prisão; na Idade Média se encontrava no castelo senhorial e nas torres das muralhas que rodeavam as cidades; na Judéia, em fossas baixas; no antigo México; em gaiolas de madeiras onde eram amarrados os acusados.

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Na Era Cristã, surgem as primeiras prisões com aprovação legal, inicialmente como

detenção perpétua e solitária, aplicada nos mosteiros, excluindo progressivamente a pena

de morte, surgindo a segregação e a penitência. Segundo Oliveira (1996, p.45):

A Igreja instaura com a prisão canônica o sistema da solidão e do silêncio. A prisão se inspira nos princípios da moral católica: o resgate do pecado pela dor, o remorso pela má ação, o arrependimento da alma manchada pela culpa. Todos esses fins de reintegração moral se alcançavam pela solidão, meditação e prece.

No final do século XVIII e início do século XIX, apesar da utilização das mais

variadas formas de torturas, passou da punição de detenção para o contexto de prisão,

seu acesso de humanização em que a nova legislação atribui o poder de punir como uma

função geral da sociedade.

No universo do sistema prisional foram desenvolvidas e fundamentadas teorias

sobre o direito de punir e sobre a finalidade das penas aplicadas aos indivíduos que

praticavam algum tipo de crime. Todas estas teorias acompanharam a evolução da

concepção da pena que inicia com o período primitivo da vingança privada embasada na

repressão, posteriormente surge o período teológico e político inspirado na expiação e

intimidação, o período humanitário que busca a correção do culpado e o período

contemporâneo ou científico que segue insistindo no poder intimidante da pena, porém

considerando a ressocialização do delinqüente. No decorrer da história prisional, vários

tipos de pena foram aplicadas aos detentos, baseado no contexto legal atual, percebe-se

que a ressocialização está ligada ao processo de humanização, através de políticas de

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educação e assistência ao preso, acesso a meios capazes de oportunizar seu retorno à

sociedade, bem como condições de convívio social.

4.3.2 A população carcerária 4.3.2 A população carcerária 4.3.2 A população carcerária 4.3.2 A população carcerária

Uma das características da população carcerária no Brasil é sua baixa

escolaridade e nível sócio econômico, na tentativa de caracterizar a massa carcerária no

Brasil foi realizado por ocasião do “I Fórum de Saúde do Sistema Penitenciário da Região “I Fórum de Saúde do Sistema Penitenciário da Região “I Fórum de Saúde do Sistema Penitenciário da Região “I Fórum de Saúde do Sistema Penitenciário da Região

Norte”,Norte”,Norte”,Norte”, o perfil sócio-econômico da população carcerária no Brasil, segundo Censo

Penitenciário de 1994, in Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária (2000, p.17):

Idade:Idade:Idade:Idade: Esta variável revelou que o maior contingente da população carcerária

brasileira é composto, predominantemente, por pessoas jovens, com idade entre 18 e

30 anos (52,6%) e entre 31 e 40 anos (28,9%).

Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: Cerca de 87% da população carcerária no Brasil possui pouca ou

nenhuma escolaridade, parte significativa dessa população não tem qualificação

profissional e a maioria nunca exerceu uma atividade laboral regular, fica claro que a

grande maioria se encontra na mais completa ociosidade.

Raça:Raça:Raça:Raça: Cerca de 42,5% da população carcerária é constituída por mestiços e negros.

Estado civil:Estado civil:Estado civil:Estado civil: Grande parte da massa carcerária é constituída de pessoas solteiras, o

que demonstra a grande presença de jovens.

A baixa escolaridade e nível sócio econômico estão intimamente relacionados a

problemas sociais de falta de acesso a bens e serviços como educação, saúde e

oportunidades de emprego.

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Um dos princípios filosóficos que sustentam o sistema prisional é o de proteger a

sociedade com relação ao indivíduo que cometeu um delito ou infração e sabemos da

necessidade da punição aos mesmos, porém há necessidade de que esta prática de

proteção social e tratamento ao detento sejam executados de forma humana para que

possa haver a tentativa de reabilitá-los para o convívio social.

4.3.34.3.34.3.34.3.3 O acesso O acesso O acesso O acesso à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio? à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio? à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio? à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio?

No Brasil, segundo dados do Ministério da Justiça, tem atualmente, 361.000

presos, dos quais 70% não completaram o ensino fundamental e 10,5% são analfabetos,

embora a Lei de Execução Penal garanta ao preso o direito à educação, apenas 18% da

população prisional desenvolve alguma atividade educativa durante o cumprimento da

pena, fatores como esses comprometem a ressocialização do preso e têm reflexos na

reincidência do crime. (Agência MJ de Notícias – 14/01/2007 – Matérias Especiais

“Governo estuda nova lei de educação nos presídios”)

Segundo a Lei de Execução Penal, vigente em nosso país, fica estabelecida que a

pena privativa de liberdade seja dever social devendo oferecer ao detento os meios

necessários para sua reintegração à sociedade.

O direito à educação escolar como condição indispensável de uma real liberdade

de formação (desenvolvimento da personalidade) e instrumento indispensável da própria

emancipação (progresso social e participação democrática) é um direito humano

essencial para a realização da liberdade e para que esta seja utilizada em prol do bem

comum. Desta forma, ao abordarmos a educação nas prisões é importante ter claro que

os reclusos, embora privados de liberdade, mantêm a titularidade dos demais direitos

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fundamentais. O acesso ao direito à educação do recluso deve ser assegurado

universalmente, a todos e todas, dentro da perspectiva acima delineada e em respeito às

normas que o asseguram.

Em âmbito internacional, as Regras Mínimas Para o Tratamento de Prisioneiros,Regras Mínimas Para o Tratamento de Prisioneiros,Regras Mínimas Para o Tratamento de Prisioneiros,Regras Mínimas Para o Tratamento de Prisioneiros,

elaborado no 1º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Tratamento

de Delinqüentes, realizado em Genebra, em 1955, estabeleceu uma garantia específica à

educação nas prisões:

1.Serão tomadas medidas para melhorar a educação de todos os presos em condições de aproveitá-la, incluindo instrução religiosa nos países em que isso for possível. A educação de analfabetos e presos jovens será obrigatória, prestando-lhe a administração especial atenção. 2.Tanto quanto possível, a educação dos presos estará integrada ao sistema educacional do país, para que depois da sua libertação possam continuar, sem dificuldades, a sua educação.

Em que pese este documento ser um marco na garantia do direito à educação das

pessoas presas, as orientações previstas neste são restritivas, e não afirmam o caráter

universal deste direito. Em documentos internacionais mais recentes, tal como Declaração

de Hamburgo , de 1997, a abordagem do direito à educação de pessoas presas avançou,

afirmando-se expressamente na Declaração:

Alfabetização de adultos: A alfabetização,concebida como o conhecimento básico, necessário a todos num mundo em transformação em sentido amplo, é um direito humano fundamental. Em toda sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. Existem milhões de pessoas — a

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maioria mulheres — que não têm a oportunidade de aprender nem mesmo o acesso a esse direito. O desafio é oferecer-lhes esse direito. Isso implica criar pré-condições para a efetiva educação, por meio da conscientização e do fortalecimento do individuo. A alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser requisito básico para a educação continuada durante toda a vida. Portanto, nós nos comprometemos a assegurar oportunidades para que todos possam ser alfabetizados; comprometemo-nos também a criar, nos Estados-Membros, um ambiente favorável à proteção da cultura oral. Oportunidades de educação para todos, incluindo os afastados e os excluídos, é a preocupação mais urgente. A Conferência vê com agrado a iniciativa de se proclamar a década da alfabetização, a partir de 1998, em homenagem a Paulo Freire.

E no Plano de Ação para o FuturoPlano de Ação para o FuturoPlano de Ação para o FuturoPlano de Ação para o Futuro, aprovado neste encontro, no item 47, o

reconhecimento do direito de todas as pessoas encarceradas à aprendizagem:

a) proporcionando a todos os presos informação sobre os diferentes níveis

de ensino e formação, e permitindo-lhes acesso aos mesmos; b) elaborando e implementando nas prisões programas de educação geral com a participação dos presos, a fim de responder a suas necessidades e aspirações em matéria de aprendizagem; c) facilitando que organizações não-governamentais, professores e outros responsáveis por atividades educativas trabalhem nas prisões, possibilitando assim o acesso das pessoas encarceradas aos estabelecimentos docentes e fomentando iniciativas para conectar os cursos oferecidos na prisão aos realizados fora dela.

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No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (L. 9394/96, que estabelece

parâmetros dos níveis e modalidades de ensino no país) não traz nenhuma referência à

educação de jovens e adultos presos o que demonstra a falta de comprometimento das

autoridades com a escolarização da clientela privada de liberdade.

A abordagem específica da educação nas prisões, somente, foi estabelecida na LeLeLeLei i i i

de Execução Penalde Execução Penalde Execução Penalde Execução Penal - LEP (L. 7210/84):

DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL Art. 17 - A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. Art. 18 - O ensino de primeiro grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da unidade federativa. Art. 19 - O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Parágrafo único - A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição. Art. 20 - As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Neste documento, a assistência educacional do preso é expressamente prevista

como um direito no inciso VII, do artigo 41.

Art. 41 - Constituem direitos do preso: - assistência material, à saúde,

jurídica, educacional, social e religiosa.

Contudo, ao especificar nos artigos 17 a 21 como se dará a assistência

educacional, observa-se certa restrição às oportunidades educacionais nos presídios se

comparada à educação fornecida aos jovens e adultos que não se encontram no sistema

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prisional: apenas o 1º grau (ensino fundamental) foi previsto como obrigatório, não sendo

prevista a possibilidade de acesso ao ensino médio ou superior para os detentos que

cumprem pena em regime fechado (que não pode sair da prisão), o que viola normas

constitucionais que postulam como dever do estado a “progressiva universalização do

ensino médio gratuito” (artigo 208, inciso II) e o “acesso aos níveis mais elevados do

ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um” (artigo

208, inciso V).

Além disto, nos artigos da LEP é possível identificar uma forte valorização do

trabalho em detrimento ao direito à educação: o artigo 126 assegura a remição penal

através do trabalho, mas não garante à educação o mesmo benefício. Esta valorização do

trabalho frente à educação, além de não incentivar a procura por escolarização, reforça a

sua descaracterização como um direito, colocando a educação formal como um privilégio

concedido aos detentos:

DA REMIÇÃO DA REMIÇÃO DA REMIÇÃO DA REMIÇÃO Art. 126Art. 126Art. 126Art. 126 - O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena. § 1º - A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.

Neste tema, é também relevante apontar que hoje é matéria de discussão no

Congresso Nacional a remição da pena pela educação (Projeto de Lei 5189/05). Este

pode ser um importante passo para o fortalecimento e universalização do direito à

educação nas prisões, segmento tão marginalizado e discriminado em nossa sociedade.

A valorização do direito ao trabalho frente à educação traz também como

conseqüência um maior estímulo à educação como mecanismo de acesso e preparo para

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o mercado de trabalho, em detrimento de outros objetivos do direito à educação, como

desenvolvimento pessoal ou a formação para a cidadania. Além da LEP, a educação nas

prisões foi também abordada no Plano Nacional de Educação e no Plano Nacional de

Educação em Direitos Humanos.

O Plano Nacional de Educação estabeleceu em sua 17ª meta que, no período de

10 anos, os poderes públicos deverão: (Brasília, 2001)

Implantar, em todas as unidades prisionais e nos estabelecimentos que atendam adolescentes e jovens infratores, programas de educação de jovens e adultos de nível fundamental e médio, assim como de formação profissional, contemplando para esta clientela as metas nº 5 (financiamento pelo o MEC de material didático-pedagógico) e nº 14 (oferta de programas de educação à distância).

Já no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, a meta 26 determina que

os Poderes Públicos deverão, “Apoiar a elaboração e a implementação de programas

para assegurar a educação básica nos sistemas penitenciários”. (Brasília, 2003)

De maneira geral, as normas referentes à educação penitenciária deixam margem

a interpretações ambíguas, tanto na afirmação do direito educativo, como em relação à

responsabilidade por sua implementação. Os textos fazem insistentes referências à

parceria entre Estado e sociedade civil. Se, de um lado isto pode ser positivo, uma vez

que possibilita o controle social sobre o ambiente prisional, geralmente fechado em

rígidas estruturas hierárquicas; de outro tende a estimular a transferência da

responsabilidade do Estado para as organizações civis, muitas vezes impossibilitando a

correlação com o sistema de ensino oficial.

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De acordo com dados do DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional), a

educação nas prisões vem sendo, ao longo dos anos, realizada pelos estados de forma

não sistematizada, muitas vezes baseadas no voluntarismo ou dependente de iniciativas

das direções de cada unidade penal, também a realidade carcerária não é considerada

nos programas de formação dos profissionais da área da educação, que muitas vezes

não têm preparo para trabalhar com o preso e suas particularidades e os conteúdos

programáticos são apresentados desarticulados da realidade desta clientela. Também há

problemas com a falta de infra-estrutura, material escolar de qualidade e o fato do estudo

não contribuir para a remissão da pena.

Para reverter esta situação os Ministérios da Justiça, da Educação e UNESCO se

uniram para estabelecer uma política nacional de ensino nos presídios tendo como

objetivo a ampliação do acesso e melhoria da qualidade dos programas desenvolvidos

pelos estados.

Sabendo que a oferta da escolarização nas unidades penais, no nosso país, ainda

é restrita esta ação torna-se urgente e indispensável numa perspectiva de que o detento

possa ser reintegrado à sociedade, diminuindo os índices de reincidência e contribuindo

para a diminuição da criminalidade.

Em contrapartida, temos uma iniciativa que representa um grande avanço para a

educação na unidade prisional. Na Comarca de Guarapuava - Vara de Execuções Penais

foi instituída a Portaria que disciplina a remição de pena pelo trabalho e pela educação,

contudo cita que além da freqüência, o educando deverá demonstrar aproveitamento de

estudo, sendo assim este documento estabelece e define o rendimento escolar,

enfatizando que não basta frequentar, o importante é o aprender.

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Diante do exposto, cumpre destacar a Portaria nº001/2009 a qual dispõe sobre

trabalho e estudo, para fins de remição:

A Juíza de Direito da Vara de Execuções Penais e

Corregedoria dos Presídios da Comarca de Guarapuava Estado do Paraná , no uso de

suas atribuições legais e,

ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando que é objeto da execução penal e obrigação do Estado proporcionar

ao interno condições necessárias a sua integração social,

Considerando Considerando Considerando Considerando que, assim como o trabalho, a instrução comum ou profissionalizante

tem a finalidade educativa e reabilitadora, exercendo papel preponderante na reinserção social do

interno, pois prepara-o para uma profissão,

ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando que o desempenho de atividade física (trabalho) ou mental

(educação) na prisão é direito-dever do interno dada a sua natureza pedagógica e quando

recompensado o esforço é fato de incentivo, evita a ociosidade e inibe conflitos “intra murus”

ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando a importância de educação nos nossos dias dada a competiti vidade

de mercado de trabalho haja vista que, sem ter concluído o primeiro grau dificilmente alguém

consegue emprego e não raro, condenados presos há anos, saem da prisão sem saber ler ou

escrever, sendo mais ainda incerto o seu futuro.

ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando que o trabalho que autoriza a remição é tanto físico quanto mental

devendo ser este estimulado no interior das penitenciárias porque além de ajudar no crescimento

espiritual do preso capacita-o no processo de reinserção social e de recolocação no exigente

mercado de trabalho no mundo globalizado (RTJERGS211/54)

ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando que a execução da pena obedece a um sistema progressivo, sendo

o trabalho do preso um de seus componentes. O estudo e a alfabetização formal, contribuem ao

processo dialogal entre o preso e a sociedade, influindo tanto ou mais que o próprio trabalho as

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finalidades das sanção criminal aliado ao esforço do apenado deve ser compensado com a

remição da pena no mesmos termos da remição pelo trabalho inclusive em relação a seus efeitos.

RESOLVE:RESOLVE:RESOLVE:RESOLVE: I - O interno que enquanto preso, além de trabalhar, frequentar a escola (alfabetização ensino regular de primeiro grau, ensino fundamental e profissionalizante) poderá ter sua pena reduzida. II - A contagem do tempo para o fim da remição de pena pelo estudo será idêntica aquela que a lei concede para a remissão de pena pelo trabalho (art. 126 da LEP), sendo então calculada a razão de 01 (um dia de pena por 03 três dias de estudo) utilizando-se da analogia e critérios de justiça III – A ficha de frequência contendo as horas-aulas e o aproveitamento do aluno que deverá ser de no mínimo 60% será encaminhada ao Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais. IV – O interno que somente estudar durante o curso da execução da penal continuará tendo direito à remição da sua pena.

V – Fica revogada a Poetaria nº001/2003.

Tais atividades são necessárias dentro das Unidades Penais e com certeza devem

ser estimuladas e difundidas de modo a consolidar estas práticas. Temos buscado por

uma alternativa pedagógica e um projeto de formação escolar e profissional integrado,

com pressupostos bem definidos com intenção de maior integração entre os três pilares

da ressocialização: trabalho, educação e o tratamento penal objetivando uma ação em

equipe.

Com isso, não pretendemos afirmar que, um projeto educacional desenvolvido para

educandos privados de liberdade deva ter como base um programa curricular diferente;

ao contrário, parte-se do princípio de que o conhecimento científico é universal e histórico

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e, necessário a todos os educandos para melhor compreensão do mundo que os rodeia.

4.3.4 4.3.4 4.3.4 4.3.4 Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição

prisionalprisionalprisionalprisional

Conforme Santos In Prá (2004):

A primeira menção de cadeia pública no Estado do Paraná, data de 1697, mas foi somente em 02 de Junho de 1880, na presença de Dom Pedro II e sua comitiva, do Conselheiro Ministro da Agricultura, Comercio e Obras Públicas e das demais autoridades civis e militares, é que teve lugar o lançamento da pedra fundamental para o edifício da penitenciária que seria construída na cidade de Curitiba, capital do Estado.

O Estado, até 1903, alojava os condenados com problemas psiquiátricos na Santa

Casa da Misericórdia. Então, em 25 de março de 1903 foi inaugurado o Hospício da Luz,

no espaço do Ahú. Segundo Prá (2009, p. 31), até esta época não existiam Psiquiatras e

quem tratava os internos, chamados de “alienados”, eram médicos chamados

“alienistas”.

Em 28 de Abril de 1905, o hospício foi transferido para o Bairro do Prado e o prédio

foi cedido para a reforma e adaptação, com o intuito de transformar em presídio. Assim,

em 23 de setembro de 1908, o Presidente do Estado do Paraná, Dr. Francisco Xavier da

Silva, através do Decreto nº 564, aprova e ordena que se cumpra o Regulamento da

Penitenciaria do Estado.

Segundo Santos (2006, p. 53):

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O referido documento trazia todas as diretrizes de como deveria funcionar a penitenciária, desde a nomeação dos empregados, exoneração, vencimentos, licenças, penas disciplinares e substituições. Determinava as atribuições e deveres do diretor, almoxarife, amanuense (escrevente que fazia os registros penais à mão), médico, enfermeiro, guardas, cocheiro, psicologia, entre outros e o sistema de referência que era o Sistema Auburniano.

Sendo assim, em 05 de janeiro de 1909, a primeira Penitenciaria do Estado do

Paraná é inaugurada, chamada pelo mesmo nome “Penitenciaria do Estado”, localizada

no bairro do Ahú. Em seu primeiro ano de funcionamento oferecia diversos setores de

trabalho, tais como: cozinha, horta, alfaiataria, sapataria, tipografia e marcenaria.

Em 26 de fevereiro de 1925 é inaugurada a Casa de Detenção, com 15 celas, para

abrigar os presos que não eram condenados. Contudo, segundo Santos (2006, p.53), em

1934, através do decreto nº 253, o Interventor Manoel Ribas, visando reduzir despesas e

reorganizar o Estado, determina a instalação da Casa de Detenção numa parte que lhe

fosse destinada no Edifício da Penitenciária do Estado, situada no Ahú.

Segundo Prá (2009, p. 45):

Em 26 de Outubro de 1940, realizou-se a Conferência Penitenciária, no Rio de Janeiro, com a participação do Doutor Fredericindo Marés de Souza, então diretor da Penitenciária do Estado e foi durante esta conferência que foram criadas as Penitenciárias Agrícolas. O citado diretor daria sequência aos estudos de implantação do regime semi-aberto no Paraná.

Assim a Penitenciária Agrícola do Estado iniciou seu funcionamento em 18 de

junho de 1941, com 30 presos, em caráter experimental. Segundo Prá (2009, p. 46):

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Destinada a delinqüentes primários, do sexo masculino, cujos antecedentes, comportamento carcerário, personalidade e circunstâncias do crime, após haverem cumprido parte da pena na Penitenciária, dariam sequência ao cumprimento da mesma em Regime semi-aberto, até serem colocados em Liberdade Condicional.

Porém, foi somente em 1943 que a Colônia Penal Agrícola foi criada oficialmente.

Conforme Prá (2009, p. 46), o novo sistema iniciou, em 1943, com 70 presos beneficiados

pelo novo regime, participando de atividades agrícolas, avícolas e pecuárias.

Em 1944, no município de Piraquara, foi iniciada a construção da Penitenciária

Central do Estado, porém só foi concluída em 1951. Esta foi declarada, no momento de

sua inauguração, a maior e mais moderna penitenciária da América Latina, com

capacidade para 522 (quinhentos e vinte e duas) celas.

Em 13 de maio de 1970, foi inaugurada a primeira penitenciária feminina. Até os

anos 60 estiveram na Penitenciária do Estado, em galerias separadas dos homens, sendo

transferidas para o centro da cidade até a inauguração da penitenciária própria para

abrigá-las.

Prá (2009) cita que desde a criação da primeira unidade penal do Estado do

Paraná, havia a necessidade de uma unidade especifica para tratar de doentes mentais

condenados. Então, em 31 de Janeiro de 1969, foi inaugurado o Manicômio Judiciário do

Estado, o qual foi considerado um dos manicômios mais modernos do país. Ainda

segundo Prá (2009), o fato interessante é de que a obra, inaugurada durante o regime

militar, apresenta a planta em formato de metralhadora.

A referida unidade penal acima, foi a quarta do Sistema Penitenciário localizada

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no município de Pinhais, bairro Canguiri, com uma área total de 5.970 metros quadrados,

tendo capacidade de internamento para 167 homens e 44 mulheres.

O governo do Estado do Paraná preocupado com a humanização do sistema

carcerário, criou a Divisão de Saúde, através da Resolução nº 088/85, compreendendo

os serviços: médicos, odontológicos, psicológicos, social, fisioterápicos, de enfermagem,

farmacêuticos e de terapia ocupacional. Logo, Prá (2009, p. 54) expõe que:

Em 1986, através da Resolução nº 062/86, foi criada a Unidade de Pronto Atendimento, vinculada orçamentariamente ao Manicômio Judiciário e em 15 de Julho de 1987, através da Resolução nº 197/87, foi criado o Hospital Penitenciário, o qual prestaria serviço nas áreas de clínica médica e cirúrgica, ortopedia, traumatologia, fisioterapia, anestesiologia, enfermagem, farmácia e odontologia.

Em dezembro de 1993, as denominações Manicômio Judiciário e de

Hospital Penitenciário são mudadas, sendo inaugurado o Complexo Médico Penal. O

Hospital teve suas instalações ampliadas para uma área construída de 1500m², com

aumento de 63 leitos, dos quais 20 destinados ao tratamento de doenças infecto-

contagiosas. Santos (2006, p. 56) cita que:

Essa unidade caracteriza-se como estabelecimento penal de regime fechado e de segurança máxima, destinado a pessoas que precisam ser submetidas a tratamento psiquiátrico e ambulatorial, em decorrência de decisão judicial, de medida de segurança ou de prescrição médica.

Com a inauguração da Penitenciária Estadual de Londrina, em 1994, a

inauguração da Penitenciária de Maringá, em 1986 e com a inauguração da Penitenciária

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Industrial de Guarapuava, a qual foi considerada modelo para o restante do país, iniciou-

se um processo de interiorização das unidades e também de diversidade de

características, destinadas aos apenados do sexo masculino, em regime fechado.

Em 2001, em Londrina, e 2002, em Curitiba, inaugurou-se as Casas de Custódia

para presos provisórios. No mesmo ano de 2002 foi inaugurada, na cidade de Cascavel,

outra penitenciária industrial, nos mesmos moldes da unidade de Guarapuava. Bem como

em 2002, em 16 de abril, foi inaugurada a Penitenciária Estadual de Piraquara, com as

mais modernas instalações e estratégias de segurança, destinada às pessoas presas em

regime diferenciado de cumprimento de pena.

Conforme o Departamento Penitenciário - DEPEN, também foram inaugurados:

Centro de Regime Semi-Aberto Feminino de Curitiba – CRAF, 1986 (com algumas

mudanças no decorrer dos anos, mas em 2007, voltou a ser denominado Centro de

Regime Semi-Aberto, como já citado); Centro de Regime Semi-Aberto de Ponta Grossa –

CRAPG, em 2004; Centro de Detenção Provisória de São José dos Pinhais, em 2005; o

Centro de Regime Semi aberto de Guarapuava – CRAG, em 2007; o Centro de Detenção

e Ressocialização de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado, em 2008; Centro de

Detenção Provisória de Maringá – CDPMGA, em 2008.

Recentemente, no ano de 2006, a União, através do Governo Federal, colocou-se

em funcionamento uma unidade federal de custodia, denominada Penitenciária Federal

de Catanduva, no Paraná, destinada a abrigar os presos processados e/ou condenados

pela justiça federal.

Com o objetivo de reorganizar a Coordenação do Sistema Penitenciário, através

do Decreto 609, de 23 de julho de 1991, a Secretaria de Estado da Justiça e da cidadania

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e seus órgãos aprovam o novo Regimento Interno do Departamento Penitenciário -

DEPEN, passando a chamá-lo Departamento Penitenciário do Paraná, mantendo a

mesma sigla, que já era denominado desde 1987. Segundo informações no site do

Departamento Penitenciário - DEPEN, este Departamento Penitenciário do Estado do

Paraná, como unidade de execução programática da administração direta da Secretaria

de Estado da Justiça e da Cidadania, tem por objetivo a supervisão e a coordenação dos

estabelecimentos penais e demais órgãos do Sistema Penitenciário, dando cumprimento

às disposições da Lei de Execução Penal - Lei Federal nº 7.210/84, referente à custódia,

segurança e assistência aos presos provisórios, condenados e submetidos à medida de

segurança preventiva, bem como aos apenados e egressos das unidades penais. Ainda,

são de sua competência: supervisionar, coordenar e inspecionar os estabelecimentos

penais, escola penitenciária e patronatos; fazer cumprir as disposições da Lei de

execução penal, responsabilizando-se pela custódia, segurança e assistência tanto dos

internos quanto dos egressos do Sistema Penitenciário; oferecer assistência jurídica,

psicológica, social, médica, odontológica, religiosa e material, além de desenvolver a

reintegração social por meio da educação formal. Bem como, a estrutura organizacional

do Departamento Penitenciário do Estado, conta atualmente, com 24 Estabelecimentos

Penais, entre eles as colônias agrícolas e industriais, 02 Patronatos Penitenciários, 01

Hospital de Custódia e tratamento, 01 Escola de capacitação e desenvolvimento

profissional de servidores e 561 cadeias públicas.

Segundo dados do Ministério da Justiça – Infopen - com referência

dezembro/2009, a população carcerária do Paraná, masculino e feminino, era de 37.440

presos, dos quais 22.166 eram custodiados. No sistema penitenciário estavam 3.194

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presos provisórios, 8.172 em regime fechado, 2.478 em regime Semi-aberto, 7.934 em

regime aberto e 388 cumprindo medida de Segurança.

Também sob a responsabilidade do DEPEN, existem pessoas cumprindo penas

alternativas e egressos do Sistema Penitenciário em regime aberto ou livramento

condicional. No Patronato Penitenciário de Curitiba, há egressos condenados pela justiça

federal e pela justiça comum. Por se tratar da capital do estado, as pessoas condenadas

com penas alternativas são encaminhadas à Central de Penas Alternativas, que é

diretamente ligada ao Departamento Penitenciário Nacional. Já no Patronato de Londrina

as pessoas cumprem penas alternativas e também há egressos.

Além das unidades que custodiam as pessoas em cumprimento de pena, o

Sistema penitenciário conta com uma Escola Penitenciária e com um Fundo Penitenciário

que auxiliam no cumprimento de suas atribuições, formando e capacitando os

funcionários do Sistema, arrecadando e administrando recursos que geram setores de

trabalho e capacitação para as pessoas presas, respectivamente.

Segundo dados do site do Departamento Penitenciário - DEPEN, o quadro dos

funcionários é composto por técnicos, agentes penitenciários e funcionários de nível

médio e superior e profissionais especializados em diversas áreas para dar atendimento

necessário e garantir aos detentos sua condição de cidadãos, mesmo estando em

privação de liberdade. Conforme Kuehne (2008):

objetivando o cumprimento das metas de ressocialização do interno, o Estado do Paraná adotou uma política de interiorização das Unidades Penais (preso próximo da família e local de origem), propiciando então ao condenado melhores condições de futura integração, dada a proximidade com seus familiares. Bem como, uma política que busca oferecer novas

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alternativas para os apenados, proporcionando-lhes educação, trabalho e profissionalização, viabilizando, além de melhores condições para sua reintegração à sociedade, o benefício da redução da pena.

Conforme o Departamento Penitenciário - DEPEN, a proposta deste governo é a

de realizar política pública para aquele que está excluído, em razão do delito, que garanta

o cumprimento da pena, possibilitando educação, disciplina, trabalho, espiritualidade e

preservação do vínculo familiar.

Ao que se refere à educação formal, conforme o DIED - Divisão de Educação do

Departamento Penitenciário do Paraná, , , , o processo de escolarização no sistema prisional

iniciou-se com uma parceria entre a Secretaria de Estado da Justiça e a Secretaria de

Estado da Educação, por meio do termo de acordo especial de amparo técnico, em 1º de

fevereiro de 1982.

O referido acordo constituiu uma ação conjunta entre a Secretaria de Estado de

Justiça e Cidadania - SEJU e a Secretaria de Estado de Educação – SEED,

proporcionando, aos presos e aos funcionários do sistema penitenciário do Paraná,

escolarização no âmbito do 1º e 2º graus, como era a denominação da educação básica

na época, através da modalidade de ensino supletivo. Inicialmente a escola foi implantada

como um Centro de Orientação da Aprendizagem, órgão vinculado ao Centro de Estudos

Supletivos de Curitiba, conforme resolução 80/82 SEJU/SEED e Resolução 1707/82 –

SEED, ambas de 28/06/82.

Através da Resolução 1707/82 – SEED, o estabelecimento foi autorizado a

desenvolver Cursos Supletivos de 1º e 2º graus, com avaliação fora do processo. Com

isso, o estabelecimento mantinha uma estrutura reduzida de professores apenas para

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preparar os alunos para os exames de equivalência correspondentes às quatros primeiras

séries do 1º grau e aos exames supletivos de educação geral, realizados pelo Centro de

Estudos Supletivos de Curitiba, por uma equipe, e sob a supervisão, do Departamento de

Ensino Supletivo/SEED. Mais tarde, esse Centro passou a ser um Núcleo Avançado de

Estudos Supletivos – NAES Dr. Mário Faraco, a partir da Resolução 2088/87 – SEED.

Em 26/05/95, através da Resolução 2104/95, foi autorizada a realização de

avaliação do rendimento escolar dos alunos do curso supletivo de 1º grau – função

suplência de educação geral durante o processo de ensino aprendizagem, transformando,

assim, a estrutura e seu funcionamento ao ofertar estudos com avaliação no processo

ensino e aprendizagem.

Esta modalidade de funcionamento assim perdurou por 14 anos. A experiência

pedagógica bem sucedida culminou com a transformação do NAES Dr. Mario Faraco em

Centro de Estudos Supletivos de 1º e 2º graus, o que possibilitou autonomia no

atendimento aos alunos com cursos e exames supletivos de 1º e 2º graus - função

suplência educação geral e função suplência profissionalizante.

Com o advento da nova lei de diretrizes e bases da educação nacional – LDB

9394/96 o CES passou a chamar-se Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e

Adultos – CEEBJA Dr. Mario Faraco – Ensino Fundamental e Médio, que, atualmente,

atende a oito unidades prisionais, incluindo Curitiba e região metropolitana.

A construção de diversas penitenciárias nos municípios do interior do estado exigiu

a ampliação deste processo também para outras regiões, criando-se um parecer para

autorização do CEEBJAS, com infra-estrutura de escola, dentro das prisões do Estado do

Paraná, pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) e Resolução Secretarial de

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Autorização e Funcionamento.

Sendo assim, atualmente, conta-se com cinco CEEBJAS (com uma estrutura

técnico-administrativa completa) e três APEDs (Ações Pedagógicas Descentralizadas),

que são estruturas vinculadas a outros CEEBJAS dos municípios e que funcionam, nas

unidades penais, apenas com professores e uma coordenação pedagógica, como se

pode ver a seguir:

- CEEBJA Dr. Mario Faraco – Piraquara – atua em 8 unidades prisionais:

Penitenciária Estadual de Piraquara – PEP; Prisão provisória de Curitiba – PPC; Colônia

Penal Agrícola do Paraná – CPA; Penitenciária Feminina do Paraná – PFP; Penitenciária

Central do Estado – PCE e Complexo Médico Penal – CMP; Centro de Regime Semi-

Aberto Feminino de Curitiba – CRAF; Centro de Detenção e Ressocialização – CDR;

Casa de Custódia de Curitiba – CCC.

- CEEBJA Prof. Manoel Machado – Londrina – atua em duas unidades prisionais:

Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina – CDC-L e na Penitenciária Estadual

de Londrina.

- CEEBJA Profª Tomires M. de Carvalho – Maringá – atua na Penitenciária

Estadual de Maringá.

- CEEBJA Prof. Odair Pasqualini – Ponta Grossa – atua em duas unidades

prisionais: Penitenciária Estadual de Ponta Grossa – PEPG e Centro de Regime Semi-

aberto de Ponta Grossa – CRAPG.

- CEEBJA Nova Visão – Guarapuava – atua em duas unidades prisionais:

Penitenciária Estadual de Guarapuava – PIG e Centro de Regime Semi-Aberto de

Guarapuava – CRAG.

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As APEDs – Ações Pedagógicas Descentralizadas são autorizadas para

funcionarem nas dependências das prisões e vinculadas aos CEEBJAS externos,

responsáveis pela coordenação geral e itinerante, pela matrícula e pela expedição da

documentação escolar.

A parceria estabelecida entre a SEJU e a SEED, renovada anualmente por

meio da Resolução Conjunta, acorda que cabe à SEED fornecer profissionais docentes e

administrativos para atuarem no sistema penal, responsabilizando-se pelo pagamento do

salário básico dos mesmos e cabe à SEJU fornecer as condições infra-estruturais (salas

de aula, mobiliário e material escolar).

Com a organização destas ações e parcerias o Departamento Penitenciário

reestruturou a Divisão de Educação (DIED), subordinando-a à direção da Escola

Penitenciária, para coordenar a política e os programas da área educação.

A DIED (Divisão da Educação) tem como objetivo agregar, valorizar e promover o

desenvolvimento dos profissionais que atuam na área de escolarização formal e informal

de presos das unidades prisionais, com o objetivo de que o processo de escolarização de

presos e os trabalhos educacionais informais possam contribuir para a efetivação do

tratamento penal.

Portanto, é possível constatar que há uma preocupação, no Estado do Paraná,

com alunos privados de liberdade e com a criação de programas educacionais, dentro

do sistema penitenciário, voltados para Educação Básica de Jovens e Adultos, que visem

alfabetizar, escolarizar e, sobretudo, trabalhar para a construção da cidadania do

apenado.

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4.4 Organização do Trabalho Pedagógico 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico

4.4.1 Caracterização do Curso

A Proposta Pedagógica da Educação de Jovens, Adultos e Idosos privados de

liberdade do CEEBJA -Nova Visão considera o educando um sujeito sócio-histórico-

cultural com diferentes experiências de vida, que se afastou da escola devido a fatores

sociais, econômicos, políticos e/ou culturais, muitas vezes com ingresso prematuro no

mundo do trabalho, evasão ou repzetência escolar.

Tal educando traz modelos internalizados durante suas vivências escolares ou por

outras experiências de vida. Nesses modelos, predomina o de uma escola tradicional,

onde o educador exerce o papel de detentor do conhecimento e o educando de receptor

desse conhecimento.

Busca-se, portanto, o rompimento desse modelo, propiciando ao educando, a

autonomia intelectual, ou seja, educandos ativos no processo educacional. É importante

ressaltar que a proposta da EJA no Paraná não contempla a cultura do aligeiramento da

escolarização nem a pedagogia da reprovação, mas sim a pedagogia da aprendizagem,

com oferta de qualidade de ensino.

Sendo assim, no CEEBJA Nova Visão, a organização da oferta indicada na

proposta pedagógico-curricular contempla o total da carga horária estabelecida na

legislação vigente - 1200h - (Deliberação n.º 06/05-CEE), nos níveis do Ensino

Fundamental ase I e do Ensino Médio,

e 1600h - ( Deliberação nº 05/10-CEE), no nível do Ensino Fundamental Fase II contemplando

ações pedagógicas específicas à modalidade, que levem em consideração o perfil do

educando, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas

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características, interesses, condições de vida e de trabalho.

Os conteúdos curriculares da Educação Básica são desenvolvidos ao longo da

carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, com

avaliação presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem, mediante ações

didático-pedagógicas, organizadas de forma coletiva e/ou individual.coletiva e/ou individual.coletiva e/ou individual.coletiva e/ou individual.

A A A A –––– Organização Coletiva Organização Coletiva Organização Coletiva Organização Coletiva

É programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma

que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada

disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação

pedagógica priorizará o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação

professor-educando e considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada

educando.

A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm

possibilidades de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma

preestabelecido, considerando que: organizar coletivamente a oferta da disciplina não

significa adotar o mesmo encaminhamento metodológico para todos os educandos.

Subgrupos podem ser organizados e a atenção às dificuldades de cada indivíduo deve

ser prevista.

B B B B –––– Organização Individual Organização Individual Organização Individual Organização Individual

A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que não tem

possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários

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alternados de trabalho e para aqueles que foram matriculados mediante classificação,

aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há,

no momento em que sua matrícula é reativada, turma organizada coletivamente para a

sua inserção.

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do

educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já

apropriados.

Organizar a oferta da disciplina individualmente, não significa a relação um

professor para um educando. Deve-se prever o trabalho em pequenos grupos, onde

temáticas semelhantes podem ser tratadas. A organização individual tem como princípio

respeitar o ritmo do educando, o tempo que cada um tem disponível para freqüentar a

escola e o tempo de aprendizagem de cada um.

Na organização individual, deve-se cuidar para não incorrer em um processo de

aligeiramento para a certificação, não condizente com os pressupostos das Diretrizes

Curriculares de EJA como também das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação

Básica.

É preciso que a equipe pedagógica esteja atenta à dinâmica da organização

individual no sentido de possibilitar e assegurar espaços de reflexão crítica e construção

de saberes, além de investir em metodologias mais dinâmicas para evitar o desestímulo e

validar cada presença do educando.

Ambas, organizações previstas na proposta pedagógico-curricular da EJA

permitem aos educandos percorrerem trajetórias de aprendizagens não padronizadas,

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respeitando o ritmo de cada um no processo de apropriação dos saberes, além de

organizar o tempo escolar a partir do tempo disponível do educando-trabalhador, tanto ao

que se refere à organização diária das aulas, quanto no total de dias previstos na

semana, conforme o cronograma proposto pelo estabelecimento de ensino.

4.4.2 Freqüência

Nesta escola a freqüência é acompanhada e registrada obedecendo normas e

instrução específicas da modalidade da EJA, na organização coletiva a escola deve

estabelecer um cronograma, constando a data de início e término da oferta de 100% (cem

por cento) da carga horária total de cada disciplina, com dias e horários determinados

para freqüência dos educandos na escola, na turma em que estiver matriculado, sendo

obrigatória, ao educando, a freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total

da carga horária de cada disciplina.

Nessa organização, o controle de freqüência do educando, é feito no livro de

registro de classe, onde o professor deve registrar, para cada hora-aula, a presença ou a

falta do educando.

As faltas do educando matriculado no coletivo não poderão ser repostas na

organização individual.

Considerando que a organização individual possui um cronograma em que o

educador de cada disciplina estará disponível para receber os educandos que não podem

freqüentar as aulas em dias e horários determinados, devido às condições de horários

alternados de trabalho, é obrigatório, ao educando, cumprir 100% (cem por cento) do total

da carga horária de todas as disciplinas, em sala de aula.

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Aos educandos que passaram por processos de classificação ou reclassificação e

foram matriculados ou remanejados para a organização individual, é obrigatória a

freqüência de 100% (cem por cento), , , , do total da carga horária restante da disciplina, em

sala de aula.

Na organização individual, o controle de freqüência do educando é feito na ficha de

registro individual de avaliação, freqüência e conteúdo, onde o professor deve registrar a

data e o número de horas-aula em que o educando permaneceu em sala de aula, assim

como os conteúdos trabalhados.

Na organização coletiva e individual, o educando matriculado na disciplina e que

não comparecer às aulas, por mais de 02 (dois) meses consecutivos, será considerado

desistente e no seu retorno, a escola deverá reativar sua matrícula, aproveitando a carga

horária já frequentada e os registros de notas já obtidos. É necessário portanto, que a

escola, no decorrer da disciplina em curso e sempre antes de completar o período de dois

meses, insira no Sistema SEJA, informações referentes à freqüência e/ou registros de

nota do aluno.

O educando desistente na disciplina terá o prazo de 02 (dois) anos para reativar

sua matrícula, contados a partir da data de matrícula inicial na disciplina, aproveitando a

carga horária já freqüentada anteriormente com seus registros de notas já obtidos. Caso o

aluno retorne após o período de dois anos, a escola deverá efetuar a rematrícula na

disciplina, sem o aproveitamento da carga horária cursada e dos registros de nota obtidos

anteriormente.

4.4.3 Oferta das Disciplinas

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Tendo em vista que as Diretrizes Curriculares Estaduais da EJA e a Proposta

Pedagógica, que nela se fundamentam, têm como foco central o perfil do educando, a

organização da escola deve tomar como princípio central de suas ações, tal

consideração.

Para elaborar horários e cronogramas, planejamos aulas, propomos metodologias

adequadas a grupos e educandos distintos é preciso conhecer quem são esses sujeitos,

de onde eles vem, qual sua relação cultural historicamente construída, destacamos a

condição de que são educandos privados de liberdade, e se conseguem cursar mais de

uma disciplina simultaneamente, considerando que cada disciplina ofertada na

organização coletiva poderá ter distintos educandos matriculados.

O que difere de escola para escola é o cronograma de oferta das aulas, que deverá

ser organizado pela equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, considerando os

itens abaixo:

- a oferta de 100% da carga horária de cada área do conhecimento no Ensino

Fundamental – Fase I;

- a oferta de 100% da carga horária de cada disciplina do Ensino Fundamental – Fase II e

Médio, prevista na matriz curricular, nas organizações individual e coletiva,

preferencialmente no mesmo ano letivo;

- a oferta de todas as disciplinas do Ensino Fundamental – Fase II e Médio, nas

organizações coletiva e individual, no mesmo turno, priorizando a oferta na organização

coletiva;

- o número de salas de aula disponíveis;

- a oferta diária de 4 (quatro) horas-aula de 50 minutos, de segunda a sexta-feira,

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totalizando 20 horas-aula semanal, por turno;

- a demanda discente a ser atendida;

- na distribuição das disciplinas, possibilitar ao educando, cursar o máximo de carga

horária semanal, seja em 4 ou menos disciplinas;

Também deverá ser prevista no cronograma, a organização da hora-atividade, que

deve ser realizada no mesmo turno, conforme a Instrução n.º 02/2004 – SUED e

Resolução de distribuição de aulas

4.4.4 Material de Apoio Pedagógico

Os materiais didáticos indicados pelo Departamento de Educação e

Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná, são adotados nos estabelecimentos de ensino, como material de

apoio.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, devem utilizar outros

recursos didáticos, coleção Cadernos da EJA, Livro Didático Público, Livros do PNLD,

material produzido pelo próprio educador e outros.

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5. MARCO CONCEITUAL5. MARCO CONCEITUAL5. MARCO CONCEITUAL5. MARCO CONCEITUAL

Quando pretendemos tratar algum tema de maneira filosófica, torna-se necessário

investigar, analisar de forma crítica o tema. Buscar também, um conhecimento desse

tema em sua origem, em seus fundamentos, em seus princípios. Enquanto “projeto” no

sentido próprio da palavra, algo a ser realizado, efetivado, e para isso faz-se necessário o

diálogo entre atores envolvidos.

Enquanto “político” algo que se deseja ou desejado em benefício de um grupo

maior. Enquanto “pedagógico” o ato a ação de ensinar. Então, ao se pretender beneficiar

um grupo maior, com o ato ou ação de ensinar é preciso diálogo entre os envolvidos

neste processo, a fim de encontrar meios de melhor efetivação para esta ação.

Mas a filosofia que se pretende nesta observação levantaria outras questões para a

realização deste documento o que entendemos por educação? Como compreendemos o

ato de ensinar? Para que ensinar? Quem são estes educandos? Qual o objetivo desta

escola? A resposta destes e outros questionamentos identificam e norteiam os princípios

desta escola. É importante lembrar, que a concepção de acordo com a instrução do

projeto político pedagógico traz a expressão dos princípios que fundamentam e

organizam toda a prática pedagógica, através das quais são subsidiadas as decisões, a

condução das ações que serão desenvolvidos na escola e os impactos destes sobre o

processo de ensino-aprendizagem, bem como a análise de seus resultados.

É a expressão da autonomia da escola e da identidade da instituição de ensino que

se constitui nos fundamentos legais, conceituais, filosóficos, ideológicos, metodológicos e

operacionais das práticas pedagógicas.

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Portanto, nossa escola entende que os princípios que fundamentam a concepção

de educação, de homem, de sociedade, de ensino-aprendizagem, devem

necessariamente constar no nosso projeto. E destacar, que este trabalho, é fruto de um

movimento dialético ou dialógico pelos profissionais da educação e da comunidade

escolar. Segundo Edgar Morin:

“A educação deve contribuir para a auto-formação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) ensinar como se tornar cidadão, definido, em uma democracia, por sua solidariedade e responsabilidade em relação a sua pátria. O que supõe nele o enraizamento de sua identidade nacional.”

A década de 90 no Brasil é marcada por grandes reformas de políticas públicas,

destacamos aqui, em especial, as educacionais, que em sua estrutura de poder, o Estado

apresenta-se como principal mediador deste processo.

Considerada de grande impacto para a educação, uma dessas reformulações foi a

criação da Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB que traz

importantes contribuições na organização escolar como: estratégias de autonomia,

flexibilidade para planejar e de ação educacional, entre outras.

A Constituição Federal de 1988, em seu capítulo dedicado a educação, estabelece

como um dos princípios orientadores a gestão democrática dos sistemas de ensino

público e a igualdade de condições de acesso à escola e garantia de padrão de

qualidade. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação regulamenta a gestão democrática da

escola, estabelecendo orientações para a organização do espaço físico, o trabalho

pedagógico e a participação do coletivo da escola para integração dela com a

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comunidade.

A Lei de Diretrizes e Bases procura dar respostas desafiadoras às questões

apresentadas pelas Instituições de Ensino quanto ao seu papel e sua função enquanto

espaço de produção do saber. O próprio exercício da cidadania é uma condição

construída historicamente, ser cidadão é participar de uma sociedade, tendo o direito à ter

direitos, bem como construir novos direitos, revendo os já existentes. É também

possibilitar aos educandos a consciência de seus direitos e deveres, o direito de

apropriar-se do saber elaborado, e um ensino de qualidade.

Ainda que nossos educandos sejam, jovens, adultos e idosos privados de liberdade

vale lembrar que, a Lei de Execução Penal 7.210/84, considerada uma das mais

modernas do mundo, disciplina a execução da pena da prisão, e diz que o recluso, tanto

aquele que ainda está respondendo ao processo, quanto o que já foi condenado, continua

tendo os direitos que não foram retirados pela pena ou pela lei. Isto denota que o preso

perde a liberdade, porém possui direito, a um tratamento digno.

Neste contexto, a necessidade exige um plano político pedagógico para educandos

jovens, adultos e idosos privados de liberdade que leve em consideração as

peculiaridades, as reais circunstâncias e realidades do sistema prisional.

A escola busca, com a presente proposta caracterizar no processo de formação e

informação dos educandos, envolver a discussão, a reflexão e a construção de saberes,

capazes de transformar “suas realidades pela apropriação direta, consciente e ativa de

sua cidadania.”Temos consciência da responsabilidade de que a escola deve assumir o

papel importante e significativo na formação destes educandos, pois deve ela propiciar

espaço de convivência onde se respeitam diferenças e possibilitem ações coletivas,com

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objetivos humanos e sociais. Segundo SAVIANI (1992)...

a escola é uma instituição social, onde se aprende e ensina o saber, não sendo suficiente que o educando aprenda qualquer conhecimento, mas o qual, ao ser aprendido seja possível sua articulação com outros conhecimentos, estimulando assim o desenvolvimento de sua inteligência e o entendimento de sua realidade.

Uma proposta onde o foco das atenções da ação educativa, está na preparação do

cidadão, e em sua transformação para a vida em sociedade, e assim concebemos a

educação nesta Instituição, abrindo possibilidades, criando condições para que todos os

educandos desenvolvam suas capacidades, apropriando-se dos conhecimentos

necessários para construírem instrumentos de compreensão da realidade e de

participação nas relações sociais, políticas e culturais, condições fundamentais de

reintegração social, bem como o real exercício da sua cidadania.

Para isso, e em referência a explanação dos integrantes da escola através de seus

relatos de experiência, que passa pelo diagnóstico e revisão de prática pedagógica,

assumimos um currículo democrático visando a humanização, que organiza o

conhecimento fundamentado nas DCEs em formato disciplinar, no qual se constituem as

suas especificidades, mas que dialogam com as diferentes áreas do conhecimento.

Preconizado por FREIRE esta escola tem procurado, a idéia do diálogo entre o

educador e educando, a qual consiste na integração dos indivíduos de forma coerente e

harmoniosa, onde ambos aprendem juntos em uma relação dinâmica, a nossa

organização de trabalho pedagógico fundamenta-se no diálogo, na interação, portanto,

Freire afirma que....

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“dialogar é criar espaços para que cada um possa dizer a sua palavra...

Através do diálogo constante entre a teoria e a prática, educamos e buscamos

possibilitar

uma melhor compreensão, sobre um determinado problema, pois acreditamos assim,

promover uma ação efetiva no sentido de transformação.

Há que se considerar, que no currículo a seleção e organização dos conhecimentos,

as relações propostas entre eles na estrutura curricular, trazem como conseqüências o

modo como as pessoas poderão compreender o mundo e atuar nele. Portanto a presente

proposta não se demonstra neutra, sendo feito a opção, pela seleção dos conteúdos de

cada disciplina, da escolha de metodologias, recursos, isso já demonstra intencionalidade

a respeito da sociedade que se espera. É importante destacar, mais uma vez a opção

pela organização disciplinar do currículo tomando-o na perspectiva interdisciplinar. A

interdisciplinaridade se fundamenta no conceito de totalidade apresentado nas DCE da

Educação Básica:

Deste modo, explicita-se que as disciplinas escolares não são herméticas,fechadas em si, mas, a partir de suas especialidades, chamam umas às outras e, em conjunto ampliam a abordagem dos conteúdos de modo que se busque, cada vez mais,a totalidade, numa prática pedagógica que leve em conta as dimensões científica, filosófica e artística (2008).

Para Vygotsky um ensino de qualidade é aquele que antecede ao

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desenvolvimento e procedimentos convencionais que acontece na escola: exposição,

assistência, distribuições de pistas e orientações são aspectos considerados para

efetivação desse ensino. A intervenção pedagógica deve partir da realidade vivencial dos

educandos, onde se inserem: experiência de vida e de trabalho, não se desconsidera o

que o educando pensa e a sua visão de mundo,porém destaca-se que o conhecimento

empírico e espontâneo deve ser o ponto de partida para o trabalho pedagógico. É de

responsabilidade da escola não permitir que o aluno permaneça no mesmo nível de

quando iniciou o processo de aprendizagem, pois sua prática social precisa ser

compreendida e reelaborada pela via do conhecimento do real.

É necessário para assegurar que houve realmente, essa passagem do nível inicial

que o educador defina ações pedagógicas consistentes, mediando, enquanto detentor

dos fundamentos do conhecimento científico, desenvolvendo procedimentos adequados

para viabilizar a apropriação desse conhecimento pelos educandos. Com esta concepção

o educador torna-se criador de situações experimentais possibilitando seus educandos

também a inventar, criar e conseqüentemente produzir conhecimento.

Portanto, há necessidade de discutir sobre a formação inicial da grande maioria

dos profissionais da educação a qual teve como base a racionalidade técnica, isto é, o

professor simplesmente repassando conteúdos, solucionando problemas através de

teorias não relacionando o conteúdo com a prática. Porém, para atender às necessidades

atuais os profissionais farão uso da racionalidade prática e da reflexão ampliando as

possibilidades para construção do conhecimento, relacionando teoria e prática, não

aplicando apenas teorias, e sim formas de ação.

Assim, devemos pensar o processo de formação dos educadores afim de que

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possa suprir necessidades já colocadas. Pois esta, somado às experiências de vida,

inserida à formação inicial supõe possibilitar ao indivíduo, além do desenvolvimento

profissional, desenvolvê-lo como pessoa e como cidadão, formando a totalidade do

homem.

Neste contexto incorpora-se ainda todo o currículo do curso, conteúdos, objetivos,

metodologias, a fim de atingir a integral ação formativa, buscando um profissional de

qualidade como também um cidadão, um indivíduo capaz de participar ativamente da vida

coletiva e do mundo do trabalho.

Dessa forma, destacamos a formação inicial, como principal caminho para

aquisição de suporte teórico no processo de desenvolvimento: no campo profissional e

pessoal do educador. Porém temos consciência que este caminho é longo e contínuo,

pois o ser humano não está pronto e acabado, mas em constante mudanças que leva ao

aperfeiçoamento.

A formação contínua é um recurso necessário , ao homem, para que possa estar

em constante aperfeiçoamento, para responder às necessidades postas pela sociedade

na qual atua. O educador desempenha função de grande importância na construção do

saber, pois na interação professor-aluno, busca-se contribuir na formação do cidadão

consciente, crítico, responsável e participativo. Sendo assim o educador deve estar em

aperfeiçoamento constante pessoal e profissional, para que no desenvolver sua prática

pedagógica, responda as reais necessidades de seus educandos.

5.1 A escola e as funções sociais da Educação 5.1 A escola e as funções sociais da Educação 5.1 A escola e as funções sociais da Educação 5.1 A escola e as funções sociais da Educação de Jovens e Adultos:de Jovens e Adultos:de Jovens e Adultos:de Jovens e Adultos:

Conforme Batistão,

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“o fenômeno que possibilita a socialização do conhecimento historicamente acumulado é denominado Educação”.

Desta forma, é preciso compreender a educação para jovens e adultos como um

conjunto de processos, onde as pessoas podem além de socializar os conhecimentos já

adquiridos, desenvolver as suas capacidades, enriquecer seus conhecimentos, melhorar

suas competências técnicas ou profissionais ou as reorientar para atender suas

necessidades ou as necessidades de toda uma sociedade.

Bem como, a pesquisadora acima citada, (p. 53), explicita que “pode-se considerar

que a principal atividade da escola é o uso de instrumentos de acesso ao saber

sistematizado que foi produzido historicamente.” Ainda segundo Saviani:

o trabalho educativo constitui no ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.

Desta maneira a realização do trabalho educativo deve ser comprometido com a

formação do ser humano, exigindo da escola uma posição frente à desigualdade

estrutural da sociedade, com o compromisso de propor ações pedagógicas que venham

a superar o processo de exclusão dentro das instituições escolares.

Conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e

Adultos:

a escola tem importante papel no processo de socialização do conhecimento, processo este que deve ser desenvolvido em conjunto por educandos e educadores em suas tentativas de responder aos desafios de sua realidade e de lutar por uma sociedade igualitária.

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Nesta perspectiva, a escola precisa considerar o aluno como sujeito que produz

saberes e conhecimentos, bem como redimensionar a proposta curricular e ressignificar o

papel social que esta desempenha como um lugar de troca e construção, integrando o

aluno com os demais gestores da escola e com o seu meio social.

Os jovens, adultos e idosos, que vêm de diferentes gerações, que nunca tiveram

acesso à escolarização ou foram excluídos dela, padecem da necessidade de uma escola

que garanta a eles as condições de acesso, a permanência e ao aprendizado com

qualidade.

Esses sujeitos são geralmente tratados como mais um na sala de aula, porém

cada um tem sua identidade que deve ser considerada pelo educador, habitualmente são

vistos como repetentes, evadidos, defasados, problemáticos. Assim a escola precisa ter

uma visão ampla, garantindo os seus direitos da Constituição Federal de 1988, onde

garante a educação como direito de todos, proporcionando ao educando a inserção

social, formando cidadãos qualificados, com conhecimentos que são decorrentes da

formação escolar permitindo realizar a sua função social de ensinar.

Aos alunos da Educação de Jovens e Adultos a escolarização passa a ser uma

possibilidade de mudanças sociais, econômicas, financeiras; mudanças de vida, pois a

escola não é mais somente um local para aquisição de conhecimentos, mas também uma

busca de melhores empregos, de melhor condição de vida, aumentando sua auto-estima,

participando da sociedade efetivamente, sentindo mais valorizado por seu grau de

escolaridade, de conhecimento científico e cultural, de valores éticos, morais e sociais,

exercendo a sua cidadania.

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais para Educação de Jovens e

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Adultos:

a EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua consciência crítica, e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento da sua autonomia intelectual. (...) O papel fundamental da construção curricular para a formação dos educandos desta modalidade de ensino é fornecer subsídios para que se afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos.

Conforme Kuenzer:

Tendo em vista esta função, a educação deve voltar-se a uma formação na qual os educandos possam: aprender permanentemente; refletir de modo crítico; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir do uso metodologicamente adequado de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos.

Sendo assim, a Educação de Jovens e Adultos volta-se às perspectivas que são

almejadas pelos educandos desta modalidade de ensino, colaborando para que eles

ampliem seus conhecimentos de forma crítica, compreendam as dicotomias e

complexidades do mundo do trabalho contemporâneo e do contexto global.

Ainda a Lei 9394/96, em seu artigo 1º, diz que:

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A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

O educando, a partir dos conhecimentos adquiridos, passa a ter uma outra visão de

mundo, afirmando-se como parte desta sociedade e como sujeito neste processo, indo

além do ambiente escolar, permitindo que esses conhecimentos internalizados façam a

diferença em sua construção social, no trabalho e no exercício da cidadania.

Segundo Ruaro:

as Diretrizes Curriculares Nacionais designam para essa modalidade a finalidade de desempenhar três funções no que se refere ao processo de direito à educação e inclusão social: função reparadora, função equalizadora e função qualificadora.

Em um estudo um pouco mais aprofundado, verificou-se que a função reparadora

refere-se à seguridade de acesso e permanência destes sujeitos, em locais que lhes

proporcione educação de qualidade, em reais condições de aprendizagem, conforme sua

condição humana e condição cognitiva; a função equalizadora diz respeito à igualdade de

oportunidades e a função qualificadora que pretende garantir a formação integral para

atuação do sujeito em situações formais e não formais.

Ao longo dos anos houve uma grande injustiça com os sujeitos que fazem parte

deste processo, sendo excluído de seus direitos, principalmente o da escolarização, então

a escola tem a grande função de reparar os danos causados por essa exclusão que

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deixou marcas em suas vidas. Estes mesmos sujeitos não são iguais, possuem suas

características próprias; possuem tempo de compreensão diferenciado no processo de

assimilação exigindo assim que a escola seja equitativa, oferecendo estratégias

diferenciadas de aprendizagem, com métodos e recursos apropriados a estes cidadãos.

Só assim irá fornecer-lhes uma educação com qualidade, criando situações para

favorecer a aprendizagem.

Pensando na EJA dentro das Unidades Penais, possui além das três funções,

também se tem que considerar a função de ressocialização. Pois, segundo Leineker e

Vargas:

a função social que o sistema carcerário deveria fornecer aos detentos é a ressocialização. Assim, a educação exerce uma função determinante, assume um papel de destaque, modificando a visão de mundo do aluno privado de liberdade.

A ressocialização constitui-se como um processo comum a todos os sujeitos

diante de diferentes momentos de sua vida, como por ocasião da mudança de estado

civil, mudança da condição social, mudança de endereço, mudança escolar, ingresso no

mercado de trabalho ou desemprego, ou seja em qualquer momento da vida, situação

vivenciada e em qualquer meio social que o sujeito seja inserido. Tendo em vista o que

está pressuposto pela privação da liberdade como pena imposta aos que transgridem

determinados padrões sociais, a ressocialização pode ser bem sucedida, caso o sujeito

se reoriente para a ordem social, ou mal sucedida, caso o sujeito reitere sua recusa em

submeter-se aos códigos sociais, reincidindo na infração.

Considerando o segundo ponto, que envolve os sujeitos submetidos à pena

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privativa de liberdade exige uma efetiva “reconstrução do ser”. Assim, todo o sistema

contribui para os propósitos dessa “reconstrução” dos sujeitos envolvidos. Conforme Silva

(2007, p. 90), “o termo reeducar é inadequado, se concebermos a educação como

processo permanente na vida das pessoas, com uma dimensão indispensável e contínua.

Ainda segundo o mesmo autor, (p. 91), “a noção de reeducação se justifica mediante os

propósitos de fazer com que os presos esqueçam a formação delinquente e construam

uma educação fundamentada em valores consolidados pela maioria social”

Visto desta maneira a EJA precisa ter profissionais comprometidos com o ensinar,

orientar, com o verdadeiro ser educador e estar realmente preocupado em despertar o

educando para uma consciência crítica, ajudá-lo a adquirir conhecimentos científicos e

culturais, entender os valores éticos, morais e sociais e motivar para que este educando

permaneça na escola e perceba que a sua trajetória escolar irá colaborar para a sua

transformação de vida, sua transformação social e que ele possa sentir-se parte do meio

em que vive, praticando o exercício da cidadania. Segundo Cabral:

a educação para a cidadania constitui um conjunto complexo que abraça, ao mesmo tempo, a adesão a valores, a aquisição de conhecimentos e a aprendizagem de práticas na vida pública. Não pode, pois, ser considerada como neutra do ponto de vista ideológico.

Assim praticar o exercício da cidadania é se perceber fazendo parte de um meio

social e que todas as atitudes, escolhas e posturas tomadas em sua vivência poderão

afetar não apenas a si mesmo, mas também, a sua comunidade, o seu meio local e

também global.

Paulo Freire diz, a respeito da educação de jovens e adultos, que “esse é um

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trabalho realizado com gente miúda, jovem ou adulta, mas gente em permanente

processo de busca.”

5.2 As contribuições da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos 5.2 As contribuições da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos 5.2 As contribuições da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos 5.2 As contribuições da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos privados de liberdadprivados de liberdadprivados de liberdadprivados de liberdade.e.e.e. Conforme Rodrigues:

Viver em sociedade sempre foi um ponto fundamental para qualquer cidadão. Sociedade é uma palavra que tem uma sinonímia muito rica e com variedades importantes. Como a maioria das palavras deriva do latim societate e vem conjugar um agrupamento de seres que vivem em estado gregário, como também um rol de pessoas que vivem em certa faixa de tempo e de espaço, seguindo normas comuns, e que são unidas pelo sentimento de consciência do grupo e corpo social. Pode formar um grupo de indivíduos que vivem por vontade própria sob normas comuns, comunidade, em cujo meio humano o indivíduo se encontra integrado e relacionando-se entre pessoas, vida em grupo, participação, convivência, comunicação. Não fica por aí, formam conjuntos de indivíduos que mantêm relações sociais e mundanas, grupo de pessoas que se submetem a um regulamento a fim de exercer uma atividade comum ou defender interesses comuns; agremiação, centro, grêmio, associação que podem ser companhia de pessoas que se agrupam em instituições ou ordens religiosas; companhia, parceria, associação.

Como já foi explicitado sobre a ressocialização, Jesus, também expõe que:

A ressocialização tem como objetivo a humanização da passagem do detento na instituição carcerária, implicando sua essência teórica, numa orientação humanista passando a focalizar a pessoa que delinqüiu como centro da reflexão cientifica. A pena de prisão determina nova finalidade, com um modelo que aponta que não basta castigar o individuo, mas orientá-lo dentro da prisão para que ele possa ser reintegrado à sociedade

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de maneira efetiva, evitando com isso a reincidência.

Assim, para atingir a ressocialização dos apenados, faz-se necessário ofertar

a eles momentos para a sua instrução escolar ou continuidade da escolarização,

contribuindo para que eles aprimorem o seu comportamento interior, possibilitando a

reciclagem e a reinstrução do preso neste processo de ressocialização e acreditar que

entre eles existem pessoas com potencialidades.

Nesse processo, está compreendida a função da educação formal a que os

presos têm acesso. Essa educação, concebida como direito, atua estrategicamente na

direção da pretensa reestruturação do sujeito para o convívio social, servindo ainda como

elemento fundamental para a reinserção social do apenado e seu ingresso no mercado de

trabalho. Conforme Silva:

o detento ocupando a mente implica muitas vezes a arte de pensar, buscando em si a capacidade de transformar as coisas com entusiasmo excluindo a idéia de que a prisão é o campo de concentração de pessoas inúteis e pobres, delineando um instrumento humanizador e recuperador de homens para inserção social.

Para a Penitenciária Industrial de Guarapuava – PIG e Centro de Regime Semi-

Aberto de Guarapuava – CRAG, a recuperação dos internos é extremamente importante,

resgatando valores, princípios e oportunidades para aqueles que passaram por um

processo de exclusão ou para aqueles que escolheram uma trajetória de vida fora dos

padrões da sociedade, transgredindo regras legais no ambiente social.

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Assim, para minimizar os efeitos do cárcere, o retorno à sociedade e a inserção no

mercado de trabalho é primordial que sejam desenvolvidas nesses sujeitos

potencialidades humanas, com uma atitude gerencial postulada pela melhoria contínua

dentro da penitenciária, de revalorização do homem em todas as áreas , conseguindo o

comprometimento de todos pela base da confiança, obtida pela transparência e

honestidade de ações e crescimento da reinserção destes indivíduos na esfera social

produtiva, sendo este um modo destes sujeitos terem uma nova chance na sociedade,

criando forças para enfrentar desafios e subsídios para redirecioná-los a uma nova

trajetória de vida. Oliveira considera que:

O tema “educação de pessoas jovens e adultas” não nos remete apenas a uma questão de especificidade etária, mas, primordialmente, a uma questão de especificidade cultural. Isto é, apesar do corte por idade (jovens e adultos são, basicamente, “não crianças”), esse território da educação não diz respeito a reflexões e ações educativas dirigidas a qualquer jovem ou adulto, mas delimita um determinado grupo de pessoas relativamente homogêneo no interior da diversidade de grupos culturais da sociedade contemporânea.

Quando a pesquisadora cita acima “uma questão de especificidade cultural”

remete-nos ao problema que se encontram muitos jovens, adultos e idosos, com suas

histórias de vida parecidas, dentro das diversidades de grupos e que sofreram com uma

sociedade excludente. São aqueles que não tiveram oportunidades para seguir a

escolaridade regular, em sua faixa etária apropriada ou lhes foi tirado essa oportunidade

devido às intempéries que a vida lhes impôs.

Por outro lado o processo de educação não ocorre somente no ambiente escolar.

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Segundo Oliveira:

Talvez a escola seja protótipo da instituição social que, no âmbito da sociedade letrada, ensina o homem a transcender seu contexto e a transitar pelas dimensões do espaço, do tempo e das operações com o próprio conhecimento.

Contudo é na escola que se tem acesso ao saber científico, é onde as informações

adquiridas em suas experiências de vida vão se transformar em saberes, acontecendo

realmente o conhecimento. Mesmo hoje, com as tecnologias diversas, é muito fácil

conseguir infinidades de informações, mas cabe à escola lapidar essas informações,

desenvolvendo um processo de criticidade no educando, colaborando assim para evitar a

opressão, o comodismo, a passividade diante das situações.

Diante deste, conforme Ruaro:

a ação pedagógica, no espaço escolar, não pode ser improvisada e alienada das necessidades educacionais dos sujeitos envolvidos nesse processo. Há que se desenvolver atitude de pesquisa e ética a fim de rejeitar toda e qualquer possibilidade de opressão e marginalização decorrente da negligência de alguns profissionais em relação à organizar estratégias de ensino capazes de mobilizar a busca consciente pelo conhecimento.

Assim, neste processo de ensino e aprendizagem há a necessidade de um

engajamento de todos: alunos, professores e todos os gestores da educação. Não se

pode cobrar somente dos professores, referente à sua técnica metodológica, instrumentos

pedagógicos e instrumentos avaliativos usados, nem se pode camuflar os resultados que

não são, muitas vezes, satisfatórios ou mesmo usar de subterfúgios, elencando causas

para o não aprendizado dos sujeitos envolvidos neste processo.

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Então quando há uma ação pedagógica adequada e uma ação coletiva entre os

alunos e gestores para atingir os objetivos propostos, a escola consegue ter êxito em sua

propostas, pois possui ferramentas para que o aluno, e principalmente da Educação de

Jovens e Adultos, mude suas ações e atitudes, buscando uma transformação social e

torne-se mais atuante, praticando o exercício da cidadania.

Segundo Faria e Santos:

É importante salientar que muitos jovens e adultos percebem a escola como uma oportunidade de ampliar suas possibilidades de inserção no mundo do trabalho e de melhoria das condições de emprego, salário e consumo. Para muitos, a entrada no mercado de trabalho garante a oportunidade de acesso a determinados bens de consumo e a própria permanência ou prosseguimento da educação escolar.

Desta forma o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos – Nova

Visão tem uma parcela de melhoria continua em prol da reintegração dos reclusos à

sociedade, sendo esta uma das responsáveis pelo aperfeiçoamento do ser humano. A

escola propicia um ambiente favorável no sistema prisional restringindo assim, de certo

modo o impacto social da falta de instrução para que seja inserido no mercado de

trabalho e principalmente que se torne um sujeito autônomo, construindo uma nova

trajetória de vida, que venha a ser agente transformador da sociedade, que faça parte

ativamente do seu meio e que exerça a sua cidadania, sendo esta fundamental para o

processo de ressocialização dos presos, oportunizando ao interno a chance de se

recuperar e, dessa maneira, ocasionando o não retorno ao crime, estimulados a uma vida

de virtudes por meio das atividades educacionais. Oliveira diz que:

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Na relação entre cultura e pensamento, a escolaridade aparece como uma variável fundamental na definição das diferenças culturais, isto é, independentemente do tipo de interpretação oferecida pelos sujeitos pesquisadores, sujeitos mais escolarizados tendem a ter um desempenho intelectual qualitativamente diferente daquele de sujeitos pouco escolarizados.

A educação orienta a buscar meios para a transformação do ser humano, sendo

este um de seus papéis. É por ela que o educando almeja alçar novos ares, visar novos

horizontes. É por meio dela que se rompe com a barreira da ingenuidade, por ela se abre

espaço para a criticidade e assim percebe que “mudar é difícil, mas é possível.” (FREIRE,

1996, p.79).

Assim têm-se observado que à medida que a sociedade vai se desenvolvendo,

surge a necessidade da escolarização e assim a educação tem assumido novos

contornos em face das mudanças ocorridas na sociedade. Entretanto, constata-se que a

educação é a responsável pelo crescimento social, pois o nível social dos sujeitos

melhora, possibilitando que as pessoas tornem-se mais críticas e exigentes, melhorando

também suas condições de vida.

Bem como, hoje as mudanças econômicas e o avanço tecnológico têm exigido

das pessoas mais conhecimentos e habilidades e cresce a necessidade da escolarização

cada vez mais, fazendo com que os jovens, adultos e idosos voltem aos bancos

escolares.

As Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos expõe

que:

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A escola é um dos espaços (...) na educação de jovens e adultos, enquanto espaço educativo tem um papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.

Embora o educando da Educação de Jovens e Adultos seja marcado pela

diversidade e pela exclusão social, os alunos com privação de liberdade ainda têm que

enfrentar mais este ponto, deixando estes sujeitos ainda mais fragilizados e com maiores

dificuldades de encontrarem trabalho ao saírem da prisão, em serem aceitos pela

sociedade, tornando assim, mais complexo o processo de ressocialização. Assim o papel

da escola torna-se crucial na vida desses indivíduos. É fundamental que eles possam

fazer a leitura da realidade, para transformá-la em atitudes concretas, promovendo

processos que possibilitem autonomia, competência, resultando na melhoria de vida,

aspecto crucial para a redução dos índices de criminalidade.

Analisando a Lei de Execuções Penais - 7210/84, verifica- se que esta prevê a

recuperação do encarcerado realizada por meio de atividades laborais e educacionais.

Em seu artigo 41, assegura os direitos aos apenados contribuindo para a sua

ressocialização. Bem como a Constituição Federal (1988) determina que o preso, sendo

ele, retirado da sociedade, seja tratado com humanidade, devendo ser respeitado sua

integridade física e moral, respeitando tudo aquilo que prevê as leis brasileiras.

Ainda no artigo 10, da Lei de Execuções Penais – 7210/84, diz que a assistência

será: material, a saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. Assim também, esses

direitos são previstos na Resolução nº14 do Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária (CNPCP) de 11 de novembro de 1994, órgão vinculado ao Ministério da

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Justiça.

O artigo 83, da Lei de Execuções Penais - 7210/84, determina que o

estabelecimento penal, conforme sua natureza, deverá contar em suas dependências

com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e

prática esportiva.

Entretanto, no dia 24 de maio de 2010 foi introduzido neste artigo 83, o parágrafo

4º, por meio da Lei nº 12.245/2010, publicada no dia 25 de maio de 2010, com a seguinte

redação: “Parágrafo 4º - Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino

básico e profissionalizante.”

Conforme entrevista ao Observatório da Educação Elionaldo Fernanes Julião, o

qual fez um estudo após uma dissertação de mestrado, pensando no papel da educação

como programa de reinserção social, diz que o papel da educação principal dentro das

unidades penais é de inserir o interno na sociedade. Que consiga compreender os

conflitos, lidar com os conflitos, que consiga agir com competências dentro desses

conflitos.

Sendo assim a educação precisa ser vista como um direito e que através da

educação o aluno saiba lidar com questões na sociedade de forma geral, não apenas com

o objetivo de ser inserido em um mercado de trabalho. Tem a responsabilidade de ir além

da escolarização e sim formar indivíduos autônomos. Conforme Melo Neto - Apud

Rodrigues:

A educação deverá ser superada como forma de intervenção na sociedade despertando nos envolvidos a capacidade de interpretação critica do mundo o tornando capaz de reivindicar e de se apoderar de métodos para

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exercer sua cidadania, e que os conteúdos e as práticas dessas reivindicações e tornem-se efetivos como direitos humanos. A luta para concretizar e vivenciar os direitos humanos dentro das instituições de privação de liberdade vem sendo de forma que os envolvidos na ação, promovam a cidadania conseguindo obter subsídios que promovam a emancipação humana e conseqüentemente a volta bem sucedida à sociedade.

Visto desta forma, o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos –

Nova Visão, como instituição social, constitui-se em um importante espaço para a

formação humana, que promove a socialização, permite ao aluno fazer parte de um

grupo.

O convívio no ambiente escolar, segundo Lisboa e Martins (2009, p. 151) é

reconhecer diferenças, é aprender a negociar, é enfrentar conflitos (...) a escola contribui

no processo de integração dos educandos na sociedade. Ainda os autores acima,

afirmam que:

A escola deve ser discutida como um lugar em que os jovens e adultos esperam realizar aprendizagens significativas, a partir de seu referencial de vida, possibilitando a redefinição e a atribuição de outro significado aos seus processos de socialização, procurando superar as condições de desigualdade, tendo o conhecimento como elemento estratégico.

A escola precisa considerar a preparação para o retorno do interno ao convívio

social como um ponto de extrema importância, onde vai acontecer a reconstrução de vida

pós-pena, adequando-se aos olhares e às exigências da sociedade, que muitas vezes

rotulam o sujeito de forma que o egresso sente-se abandonado, novamente excluído,

voltando a cometer delitos, voltando ao cárcere, sem possibilidade de ser aceito e

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reinserido em seu meio. Julião diz que:

o interno terá um momento que ele terá que retornar à sociedade e não se está valorizando a reinserção O social e sim a questão da punição e de proteger a sociedade como um todo e não pensando no indivíduo, no sujeito como um cidadão.

Assim, a educação tem papel chave para a reinserção social, sobre tudo se

pensarmos no perfil dos apenados, o qual já foi exposto e capítulo anterior, que no

ambiente de Sistema Prisional seja possibilitado que os jovens, adultos e idosos tenham

um horizonte de vida transformado.

A escola desempenha um grande papel social, de mediação entre o indivíduo e a

sociedade, quando se refere ao aluno preocupa-se com o aprendiz social, conforme Faria

e Santos. Bem como, as autoras (idem), explicitam que:

A análise do processo ensino-aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos requer uma atenção a todas as suas dimensões, especialmente a social. Quando se refere a conteúdos de aprendizagem, fala-se de produtos sociais e culturais. Quando se refere aos educadores, fala-se de um agente social, um agente institucional, isto é, de alguém que desempenha um papel social, um papel de mediação entre o indivíduo e a sociedade. Quando se refere ao aluno, preocupa-se com o aprendiz social.

Desta forma, é preciso compreender o papel também do (a) professor (a), da

referida escola, na ressocialização desses alunos, que são privados de liberdade, pois as

atitudes que o educador toma, dentro da sala de aula, influenciam os seus educandos,

englobando desde recomendações sobre a tomada de consciência de que eles têm uma

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cultura e uma curiosidade que precedem o espaço escolar, à discussão sobre a mudança

de curiosidade ingênua para uma curiosidade epistemológica. Assim o educador deve

incentivar o aluno pelo gosto pela pesquisa; ensiná-lo a pensar de forma ampla e fazê-lo

perceber que o futuro deve ser tratado com responsabilidade e que as mudanças são

possíveis; incutir a esperança, que faz parte do ser humano.

Rodrigues aponta que a prática educativa deve ser isenta de interesses lucrativos,

de injustiças, de discriminação social, racial ou gênero, sem mediocridade ou falsidades.

Assim também Paulo Freire diz que:

se a educação não pode tudo, alguma coisa de fundamental a educação pode. Tanto as experiências informais, quanto as vivências escolares são importantes porque se acredita na inclusão do ser humano onde há vida, supõe-se inacabamento do ser.

Nesta perspectiva, a escola também tem o papel de intervenção, pautada no

respeito à diversidade, ao meio histórico, social, cultural, econômico e geográfico do

aluno, contribuindo para que este adquira conhecimentos pautados na curiosidade, no

bom senso, na generosidade, na segurança, na competência, no comprometimento, com

responsabilidade, as quais são condições imprescindíveis e dignas para a inserção na

sociedade e principalmente em um ambiente de trabalho. Educar é formar o indivíduo

para um todo, dando-lhes também condições de desenvolver compostura política e ética,

conscientes de seus deveres e direitos e aptidão para exercê-los.

Então, como escola, é preciso acreditar no ser humano, nos alunos que estão

privados de sua liberdade, ainda que isso possa soar como utopia diante da visão

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excludente em que se situam os educandos, que muitas vezes são vistos pela sociedade

como problemas e não como sujeitos de direitos e como seres humanos passíveis de

mudanças. Acreditar neles faz com que ganhem confiança em si mesmos, faz com que

comecem a valorizar-se como homens, pessoas que fazem parte de um grupo maior, não

apenas de um pequeno grupo excluído, cria neles uma motivação para buscar algo maior,

para alçar grandes desafios e terem a dignidade de enfrentarem os preconceitos e as

discriminações de cabeça erguida, superando seus medos, seus anseios, suas condições

de vida que tinham antes de serem retirados do meio da sociedade.

5.3 Ações Escolares5.3 Ações Escolares5.3 Ações Escolares5.3 Ações Escolares

O sistema estadual de educação prevê ações escolares e extra-escolares,

normatizando-as segundo instruções próprias, para que o educando se supere cultural e

tecnicamente, de forma sistemática. A ênfase do sistema pressupõe entre outras

exigências, a planificação educacional, a organização da escola articulada nos diferentes

níveis de educação com o propósito de buscar a garantia de qualidade na formação

integral e intelectual dos educandos. Iniciando assim pela: GESTÃO ESCOLAR, HORAGESTÃO ESCOLAR, HORAGESTÃO ESCOLAR, HORAGESTÃO ESCOLAR, HORA----

ATIVIDADE, INCLUSÃO, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS, O ATIVIDADE, INCLUSÃO, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS, O ATIVIDADE, INCLUSÃO, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS, O ATIVIDADE, INCLUSÃO, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS, O

ENSINO de HISTÓRIA e CULTURA AFROENSINO de HISTÓRIA e CULTURA AFROENSINO de HISTÓRIA e CULTURA AFROENSINO de HISTÓRIA e CULTURA AFRO----BRASIBRASIBRASIBRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA, LEIRA, AFRICANA E INDÍGENA, LEIRA, AFRICANA E INDÍGENA, LEIRA, AFRICANA E INDÍGENA,

DIVERSIDADE, AS TECNOLOGIAS de INFORMAÇÃO e COMUNICAÇÃO na ESCOLA e DIVERSIDADE, AS TECNOLOGIAS de INFORMAÇÃO e COMUNICAÇÃO na ESCOLA e DIVERSIDADE, AS TECNOLOGIAS de INFORMAÇÃO e COMUNICAÇÃO na ESCOLA e DIVERSIDADE, AS TECNOLOGIAS de INFORMAÇÃO e COMUNICAÇÃO na ESCOLA e

AVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃO.

5.3.1 Gestão Escolar5.3.1 Gestão Escolar5.3.1 Gestão Escolar5.3.1 Gestão Escolar

Hoje a escola deve e pode pensar de forma autônoma, crítica e criativa, voltada

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a interpretação da realidade, agindo de forma transformadora. Isso só se concretiza, se a

escola propiciar um espaço de ações coletivas alicerçadas em práticas pedagógicas, com

pressupostos democraticamente definidos.

Nessa perspectiva,insere-se o compromisso da Gestão Escolar, em se tratando de

gestão, é oportuno refletir sobre a mudança de terminologia: de administração para

gestão. Houve esta mudança devido ao reconhecimento da importância e do

envolvimento de todos os que trabalham na escola. Sendo assim, há necessidade da

expressão Gestão, devido ao real significado da participação de todos nas ações e

decisões escolares. Gestão, em nossa escola está associada ao fortalecimento da ideia

da democratização do processo pedagógico, portanto torna-se imprescindível o

reconhecimento de que cada um faz parte da organização como um todo, e que interfere

no processo de construção, consciente ou não desse fato.

Nesse contexto, destaca-se o papel do diretor da escola como agente integrador

das ações desenvolvidas tanto pela equipe interna de trabalho, composta por, pedagogas,

educadores e educadoras, funcionárias, como também pela comunidade externa, que em

nosso caso seriam: as direções das duas unidades, os técnicos das duas unidades, os

agentes das duas unidades e outros, vislumbrando o cumprimento dos objetivos da

instituição escolar.

Percebe-se nessa concepção de gestão, grandes passos que a categoria dos

profissionais da educação conquistou, o direito de construir seu próprio projeto político

pedagógico, esse movimento expressa a possibilidade da escola se organizar com

autonomia, defendendo uma concepção de educação para a formação humana.

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5.3.2 Hora Atividade5.3.2 Hora Atividade5.3.2 Hora Atividade5.3.2 Hora Atividade

De acordo com a resolução 305/2004-SEED, que regulamenta a distribuição de

aulas nos estabelecimentos de ensino na rede estadual de educação básica e estabelece

normas para a atribuição de hora-atividade e Lei nº3807 de 30/09/2002, a hora-atividade

é o tempo reservado ao professor em exercício de docência, para estudos, avaliação e

planejamento. A organização da mesma nesta escola tem procurado favorecer o trabalho

coletivo dos professores, quanto à equipe pedagógica busca coordenar as atividades

coletivas e acompanhar as atividades individuais a serem desenvolvidas durante a hora-

atividade.

Com este entendimento de que o trabalho docente deve ser repensado

constantemente, no sentido de atender às necessidades de aprendizagem dos

educandos, expostas pelo processo de ensino/aprendizagem /avaliação, há que se ter

garantido, na hora-atividade o espaço para que os educadores possam se reunir e discutir

o próprio trabalho, problematizando-o, como forma de aperfeiçoamento. A hora-atividade

é o período reservado para a formação dos docentes, por meio da realização de estudos,

elaborando meios para melhoria da aprendizagem. Também, o trabalho coletivo nessa

escola é priorizado, nas demais reuniões pedagógicas, previamente planejadas, de modo

a possibilitar a construção de uma prática pedagógica que, envolvendo educadores,

direção, equipe pedagógica e agentes educacionais, aponte para uma mesma direção, ou

seja, um ensino de qualidade.

5.3.3 Inclusão5.3.3 Inclusão5.3.3 Inclusão5.3.3 Inclusão

Como profissionais da educação, temos o compromisso de garantir que nossa

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escola ofereça um espaço organizado, onde a cidadania possa ser exercida a cada

momento por todos e, desse modo aprendida, fazendo com que essencialmente nossos

educandos se apropriem e reforcem os laços de identificação com esta escola. A

educação inclusiva constitui a prática mais recente no processo da universalização da

educação, caracterizada em princípios que visam à aceitação de diferenças individuais, à

valorização da contribuição de cada pessoa, buscamos facilitar uma aprendizagem

através da cooperação e à convivência dentro da diversidade humana.

Cabe, portanto dada a relevância do tema esclarecer que quanto ao acesso e a

qualidade da educação almejada, a função da nossa escola, consiste em favorecer que

cada um, de forma autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de direito que exige

para si. Neste âmbito, a prática da inclusão social se baseia em princípios diferentes do

convencional:consideração das diferenças individuais, valorização de cada pessoa,

convivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio da cooperação.

Nossa escola possui um conceito de educação inclusiva bastante amplo,

englobando “aqueles” que de certa forma são excluídos da sociedade, e não somente se

tratando de educandos com necessidades educacionais especiais. Porém se faz

necessário relatar aqui que os nossos educandos com necessidades educacionais

especiais são, na sua grande maioria, deficientes visuais parciais, e que esta escola na

medida do possível, e de acordo também com nossas restrições próprias, por sua vez

realiza as adaptações dos materiais, os encaminhamentos metodológicos, as adaptações

curriculares, tudo isto também conforme com a necessidade do educando.

Contudo, enfrentamos muitas restrições, devido as peculiaridades próprias do

sistema prisional, como já citamos, explicado pelo contexto onde estamos inseridos,

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mesmo sendo assim, dentro deste ambiente temos esta firme proposta de realização de

um trabalho em equipe, com qualidade, em busca permanente de uma educação mais

humana e inclusiva.

5.3.4 5.3.4 5.3.4 5.3.4 Desafios Educacionais ContemporâneosDesafios Educacionais ContemporâneosDesafios Educacionais ContemporâneosDesafios Educacionais Contemporâneos

Na análise da Coordenação de Gestão Escolar CGE/SEED-(julho 2008). Segundo

Frigotto (1983), “O conhecimento é o produto da realidade social, objetiva e concreta –

historicamente condicionada”. Portanto, os chamados “ Desafios Educacionais

Contemporâneos” devem passar pelo currículo como condições de compreensão do

conteúdo nesta totalidade, fazendo parte da intencionalidade do recorte do conhecimento

na disciplina, isto significa compreendê-los como parte da realidade concreta e explicitá-la

nas múltiplas determinações que produzem e explicam os fatos sociais, tais como:

Cidadania e Direitos Humanos, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento à

Violência e Prevenção ao uso Indevido de Drogas.

Estas demandas possuem historicidade, em sua grande maioria fruto das

contradições da sociedade capitalista, outras vezes oriundas dos anseios dos movimentos

sociais e por isto, prementes na sociedade contemporânea. São aspectos considerados

de grande relevância para comunidade escolar, pois estão presentes nas experiências,

práticas, representações e identidades dos educandos e educadores.

Os Desafios Contemporâneos Educacionais correspondem a questões

importantes, urgentes e presentes sob várias formas na vida cotidiana, um conjunto

articulado e aberto a novos temas, buscando um trabalho didático que compreende sua

complexidade e sua dinâmica, dando-lhes a mesma importância das áreas convencionais,

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é necessário que a escola trate de questões que interferem na vida dos educandos e com

os quais se vêem confrontados no seu dia a dia.

Buscando oferecer suporte às escolas para o enfrentamento a estas demandas a

SEED- através da CDEC- vinculado ao Departamento da Diversidade, concentrou seus

trabalhos em três eixos: formação continuada dos profissionais da educação, produção de

material de apoio didático-pedagógico e ações institucionais. Com este conhecimento

busca -se subsidiar os educadores, valorizando o conhecimento historicamente

construído.

Temáticas abordadas: Educação Ambiental, Enfrentamento à Violência na Escola,

Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Educação Fiscal

5.3.5 Diver5.3.5 Diver5.3.5 Diver5.3.5 Diversidadesidadesidadesidade

Vivemos um momento ímpar e histórico na educação, passando pela

democratização dos saberes, ou ainda melhor dizendo, buscando o fortalecimento e a

aproximação dos educandos, no sentido de pertencimento e de participação em ações

visando o enriquecimento de valores e de qualidade nas relações humanas.

Com esse propósito, respeitamos a Diversidade existente dentro de nosso

ambiente escolar, assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades,

mas isto não significa um modo igual de educar a todos, mas uma forma de respeito as

diferenças individuais, priorizando em nossas ações a participação e à aprendizagem de

todos, independentemente de quaisquer que sejam suas singularidades.

A SEED, desde 2007, instituiu o Departamento da Diversidade que discute e

define as políticas para o atendimento a todos os sujeitos, que historicamente,

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encontravam-se excluídos do processo de escolarização. Destacamos aqui as

populações do campo, faxinalenses, agricultores familiares, trabalhadores rurais

temporários, quilombolas, acampados, assentados, ribeirinhos, ilhéus, negras e negros,

povos indígenas, jovens, adultos e idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays,

travestis e transexuais. Bem como, assumiu a continuidade das discussões etnicorraciais.

Para isso, nossa escola tem buscado respaldo, orientações, e em especial atitudes

coletivas, as quais devem ser constantes, pois é de grande significado para todos os

profissionais da educação, o reconhecimento dos diferentes sujeitos (educandos e

educadores) e os condicionantes sociais que determinam o sucesso ou o fracasso

escolar, de forma que possamos criar mecanismos para o enfrentamento dos diversos

preconceitos existentes e garantir o direito ao acesso e a permanência com qualidade no

processo educacional.

Ressaltamos também, nossas atividades relacionadas à Educação das Relações

Étnico Raciais, e ao ensino da temática da História da Cultura Afro-Brasileira, Africana e

Indígena, essas ações são assumidas na perspectiva de uma escola pública necessária

para o desenvolvimento de uma sociedade democrática, pluri étnica e multicultural.

5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola.

As tecnologias de informações e comunicações presentes na sociedade apresenta-

nos uma duplicidade em papel: o funcional – a tecnologia como ferramenta, instrumento, e

o normativo – a tecnologia determinando modelos para as relações sociais.

O papel funcional das tecnologias oscila entre a versão otimista de transformação

da sociedade, que afirma o mundo sem fronteiras, a rapidez nas trocas de informação,

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entre outras, e a versão pessimista de controle social e político, onde o cidadão passa a

ser vigiado e perde sua privacidade. Nas duas versões é possível identificar a mesma

ideologia: a técnica determina o mundo e as relações humanas.

O acesso às tecnologias de informação de informação amplia as transformações

sociais e desencadeia uma série de mudanças na forma como se constrói o

conhecimento. Frente a este cenário de desenvolvimento tecnológico que vem

provocando mudanças nas relações sociais, a educação tem procurado construir novas

estratégias pedagógicas elaboradas sob a influência do uso dos novos recursos

tecnológicos, resultando em práticas que promovam o currículo nos seus diversos

campos dentro do sistema educacional. A extensão do uso desses recursos tecnológicos

na educação, além de se constituir como uma prática libertadora, uma vez que contribui

para inclusão digital, também busca levar os agentes do currículo a se apropriarem

criticamente dessas tecnologias, de modo que descubram as possibilidades que elas

oferecem no incremento das práticas educacionais

O tema referente ao uso das tecnologias de informação e comunicação é relevante

e merece ser considerado por todos aqueles que movimentam o currículo dentro da

escola. Esse pensamento não pode e não deve ser desvinculado do pensamento

curricular, isto é, do pensamento pedagógico quando este se detém na consideração das

práticas educacionais.

Mais do que ferramentas e aparatos que podem “animar” e/ou ilustrar a

apresentação de conteúdos, o uso das mídias web, televisiva e impressa mobiliza e

oportuniza novas formas de ver, ler e escrever o mundo. Contudo, é importante que essas

ferramentas tecnológicas estejam aliadas a um procedimento de reflexão crítica que

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potencialize o pensamento sobre as práticas pedagógicas pedagógicas.

Em nossa proposta as tecnologias de informação e comunicação na escola, são

consideradas significativas, no sentido de que também estabelecem a mediação entre o

educando e o conhecimento como impulsionadoras e potencializadoras destas práticas.

Os artefatos tecnológicos, ao aproximarem todos os envolvidos do currículo numa relação

dialógica, querem em torno do conhecimento, quer em torno da relação acerca de uma

obra de arte, por exemplo, criam as condições para a própria prática dialógica em que se

constitui o sujeito. Vale dizer que, recursos tecnológicos não são os sujeitos das relações

dentro do currículo, mas permitem que os sujeitos se façam ao possibilitar estas relações.

As tecnologias de informação e comunicação representam não somente meios que

contribuem com a democratização do conhecimento na escola, como também deve ser

instrumentos de informação que ampliam o acesso às políticas e programas, para toda à

comunidade escolar.

5.3.7 Avaliação5.3.7 Avaliação5.3.7 Avaliação5.3.7 Avaliação

A função essencial da escola pública consiste na socialização do saber

sistematizado, assim como também na produção e sistematização de um novo saber,

nascido da prática social. O compromisso pedagógico da escola numa concepção

progressista, é com a democratização do saber, portanto cabe a escola transformar as

relações sociais e não reproduzir tal qual está, face ao modo de produção vigente. A

função da educação da educação é de humanizar, oferecer condições à emancipação, e

não para adaptar os indivíduos à situação de dominação.

Neste sentido, nossa proposta pedagógica, volta-se para procurar desenvolver em

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nossos educandos todas suas potencialidades humanas, hominizar segundo Gramsci. A

nossa concepção de educação está, epistemologicamente, vinculada na transformação

do status quo, e não em adequar as necessidades do educando ao meio social, e sim

prepará-lo para a vida.

Uma vez que o papel “transformador” da escola está na compreensão crítica do

mundo, e que a qual só é possível através da apropriação dos conhecimentos

historicamente produzidos pelo conjunto da humanidade, o conhecimento não é e não

pode ser individualmente construído.

Sendo assim, a avaliação deve ser emancipadora o que implica em garantir o

acesso ao conhecimento por parte do educando e avaliá-lo durante todo esse processo

de apropriação do saber. É democrático avaliar para garantir essa apropriação, assim

posto, cabe uma reflexão constante a respeito das formas,conduções e práticas do

processo ensino-aprendizagem e, consequentemente de avaliação, a fim de romper com

as formas ainda instituídas, fragmentadas híbridas e até mesmo, desvinculadas da

aprendizagem. Além desses fundamentos é preciso recorrer às concepções de disciplina,

método e metologia para melhor entender que, quando selecionamos um conteúdo a ser

ensinado e posteriormente avaliado demonstramos um posicionamento diante do mundo,

uma opção histórica, política e pedagógica

A concepção de avaliação que fundamenta o nosso trabalho tem sua base no

materialismo histórico dialético, de modo que a concepção de homem é a de ser histórico,

produtor de sua existência. Portanto, livre no sentido de agir intencionalmente de modo a

construir possibilidades não previstas, não naturais, optar por uma coisa ou outra. Desse

modo, educa e educa-se, avalia e avalia-se também e assim transforma-se e se

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transforma, faz-se humano. Avaliar portanto é uma ação intencional, uma vez que não é

possível, no processo educativo, ater-se apenas ao julgamento direto, isto é, bom ou não

é bom, é preciso então utilizar meios adequados aos fins estabelecidos para emitir juízos

sobre as ações empreendidas pelos sujeitos envolvidos em um determinado processo, no

nosso caso, o processo educativo.

Entendemos que, só existe situação de aprendizagem quando o educando é

desafiado a descobrir, a utilizar o que sabe para construir o que não sabe. Avaliar não é

apenas constatar, mas, sobretudo analisar, interpretar, tomar decisões e reorganizar o

ensino. O corpo docente desta escola ciente, de que a avaliação é um dos aspectos de

ensino pelo qual o educador analisa e interpreta os dados da aprendizagem e de seu

próprio trabalho, tendo como finalidade: acompanhar e aperfeiçoar o processo de

aprendizagem dos educandos, bem como o de diagnosticar resultados e estabelecendo-

lhes valor.

Durante o processo de ensino-aprendizagem, a avaliação deve ser diagnóstica,

contínua, sistemática, abrangente e permanente, utilizando técnicas e instrumentos

diversificados e, deve ser compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica e pela qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem.

Tem por finalidade acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos

alunos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. Dessa forma o educador tem em

suas mãos um instrumento que possibilita a retomada de ações pedagógicas em favor de

uma aprendizagem significativa.

Para o educador e para o educando constitui-se em um recurso pedagógico útil e

necessário na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de estar na vida

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(Luckesi,2000 in Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos,

2006).

A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos nas Diretrizes

Curriculares da Educação Básica.

Sendo assim nesta escola concebe-se a avaliação, levando o compromisso de que

não se pode apenas avaliar o processo de aprendizagem, mas também o de ensino.

A Proposta de Recuperação de Estudos:A Proposta de Recuperação de Estudos:A Proposta de Recuperação de Estudos:A Proposta de Recuperação de Estudos: dentro do processo de ensino-

aprendizagem, recuperar significa voltar, tentar de novo, adquirir o que perdeu, e não

pode ser entendido como um processo unilateral, lembramos que a LDB Lei 9394/96,

recoloca o assunto letra “e” do inciso V do artigo 24 “obrigatoriedade de recuperação, de

preferência paralelo ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a

serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.”

A nossa proposta de recuperação é mais do que uma estrutura de possibilidades é

uma postura de nossos educadores no sentido de garantir a aprendizagem por parte de

todos os educandos, em especial àqueles que apresentam maiores dificuldades em

determinados momentos e/ou em conteúdos.

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6. M6. M6. M6. MARCO OPERACIONALARCO OPERACIONALARCO OPERACIONALARCO OPERACIONAL

Considerando que as relações das sociedades democráticas demanda cidadãos

conscientes e participantes e que a organização de trabalho exige trabalhadores cada vez

mais intelectualmente ativos e que as inovações tecnológicas favorecem a ampliação da

informação; exigindo da escola novas práticas de ensino é que as políticas públicas

precisam estar comprometidas com o ingresso e a permanência do educando na escola,

sendo estas, apresentando pressupostos pedagógicos bem definidos com práticas

educativas direcionadas para a aprendizagem dos nossos educandos.

Diante de tudo que já descrevemos até aqui, nossa escola pretende, neste

momento, apresentar propostas para aproximar a realidade (marco situacional) do que

buscamos como ideal (marco conceitual). Sabemos que as dificuldades e as limitações

vivenciadas por todos, desde o início das ações da nossa escola, foram e são ainda muito

presentes, advindas do atraso dos recursos financeiros, falta de equipamentos, como

também da própria problemática de estarmos desenvolvendo nosso trabalho educacional

em local de risco, o qual muitas vezes por motivos de segurança, nos priva de práticas e

reflexões mais profundas.

No entanto contamos com um corpo docente, administrativo, diretivo, e pedagógico

bastante comprometido e engajado com a educação, o que leva o CEEBJA-Nova Visão,

posicionar-se positivamente no enfrentamento destes e de outros aspectos limitantes.

Desta forma o coletivo da escola, refletiu sobre as problemáticas educacionais destes

educandos jovens, adultos e idosos privados de liberdade à luz de novas descobertas

científicas e das mudanças sociais.

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Esta proposta contempla as principais ideias do grupo de educadores, funcionários,

equipe diretiva e pedagógica, a respeito da realidade sócio-política-econômica e

ideológica desta instituição, sobre o ideal de homem, sociedade, modelo de educação e

escola que pensamos a partir de nossa realidade.

Temos consciência que se trata de uma obra não acabada, faz parte de um

processo de construção e renovação, e que tem com princípio norteador o conhecimento,

a experimentação, a provocação do raciocínio e outras aptidões cognitivas superiores.

O CEEBJA- Nova Visão procura vivenciar uma cultura de gestão escolar, baseada

em princípios democráticos, envolvendo sempre que possível o maior número de

profissionais da escola em suas decisões, como também as instancias colegiadas, as

quais devem auxiliar e acompanhar o diretor na condução da escola.

6.1 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR6.1 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR6.1 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR6.1 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

6.1.1 Matrícula6.1.1 Matrícula6.1.1 Matrícula6.1.1 Matrícula

A matrícula é o ato formal que vincula o indivíduo à escola conferindo-lhe os

direitos de educando e é através da qual fica implícito a sujeição às normas

regulamentadas de funcionamento.

As matriculas na EJA podem ser feitas a qualquer data no ano, seguindo os

princípios, normativas e instruções próprias de nossa modalidade, juntamente com toda

documentação exigida.

Os que já possuem matrícula na escola passam apenas pelo processo de

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rematrícula, realizamos as matrículas como: inicial, renovada e por transferência a

classificação e a reclassificação seguindo as normas previstas no Regimento Escolar da

nossa escola. Casos de aproveitamento de estudos esta escola segue os princípios

gerais e legais contidos em nosso Regimento Escolar.

A proposta pedagógico-curricular da educação de jovens e adultos prevê matrícula

por disciplina e o aluno poderá, em função da oferta, efetivar sua matrícula em até 4

(quatro) disciplinas, na organização coletiva e/ou individual de acordo com seu perfil,

sendo priorizadas as vagas para matrícula na organização coletiva.

A oferta da disciplina deve estar associada à carga horária docente. Se não há

mais vagas em uma determinada disciplina, cuja matrícula preferencial é para os alunos

que necessitam cursar somente esta disciplina, os alunos que procurarem por matrícula

deverão fazer nas disciplinas que ainda há vagas.

Para requerer a matrícula, o educando deve receber orientações da escola, por

meio da equipe pedagógica, quanto:

- à organização que atende melhor seu perfil, respeitando o cronograma da escola;

- à organização dos cursos;

- ao funcionamento do estabelecimento de ensino, com relação aos horários, calendário,

regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas.

O educando também recebe do professor de cada disciplina, o Guia de Estudos,

contendo:

- a dinâmica de atendimento ao educando;

- a carga horária e a duração da disciplina;

- os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;

Page 124: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PROJETO POLÍTICO … · 5.3.2 Hora Atividade ... 6.9 Matriz Curricular ... gestão financeira. Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade

- as sugestões bibliográficas para consulta;

- como serão realizadas as avaliações;

- outras informações necessárias.

6.1.2 Calendário 6.1.2 Calendário 6.1.2 Calendário 6.1.2 Calendário

O calendário escolar, é elaborado pela equipe pedagógica anualmente, o qual deve

estar em consonância com a legislação federal e estadual, seguindo todas as orientações

da instrução própria da SEED o qual deve contemplar:

•Início e término do ano letivo

•Época de planejamento

•Dias de comemorações estabelecidas por lei ou próprios da escola

•Período de férias para educadores e educandos

•Reuniões pedagógicas

O calendário escolar é encaminhado ao Núcleo Regional de Educação em tempo

hábil para inspeção, fiscalização e averiguação, constatada carga horária mínima

composta de 800 horas distribuídas em 200 dias letivos, o Núcleo nos devolve para que

seja aprovado pelo Conselho Escolar .

As possíveis alterações, por motivos sempre relevantes no decorrer do ano letivo,

são encaminhadas e protocoladas no NRE, em tempo.

6.1.3 Aproveitamento de Estudos6.1.3 Aproveitamento de Estudos6.1.3 Aproveitamento de Estudos6.1.3 Aproveitamento de Estudos

No ato da matrícula, o aluno poderá requerer aproveitamento de estudos de

disciplinas, mediante apresentação de documento comprobatório de:

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- conclusão com êxito de série/período/etapa/semestre a ser aproveitada;

- disciplinas concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina ou

por exames supletivos.

No ensino médio, o aproveitamento de estudos será no máximo, de 50% do total

da carga horária da disciplina da EJA, constante na Matriz Curricular da EJA.

Para cada disciplina concluída com êxito por meio de cursos organizados por

disciplina ou por exames supletivos, o aproveitamento será de 100% do total da carga

horária da disciplina da EJA.

Considerando o aproveitamento de estudos, o aluno deverá cursar a carga horária

restante de todas as disciplinas constantes na Matriz Curricular.

6.1.4 Classificação6.1.4 Classificação6.1.4 Classificação6.1.4 Classificação

A classificação é o procedimento que o estabelecimento de ensino adota para

avaliar e posicionar o aluno, no nível de ensino compatível ao seu grau de

desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, devendo o

professor pedagogo, proceder avaliação diagnóstica, antes de iniciar o processo, O

processo de classificação poderá posicionar o aluno para matrícula na disciplina, em 25%,

50%, 75% ou 100% da carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental –

Fase II e, no Ensino Médio, em classificação deve ser considerada um procedimento de

exceção, que a escola deve realizar para o pretendente à matrícula que apresentar

conhecimentos adquiridos informalmente, quando indicado pelo professor pedagogo.

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6.1.5 Reclassificação6.1.5 Reclassificação6.1.5 Reclassificação6.1.5 Reclassificação

A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o grau

de experiência do aluno matriculado e que já tenha cursado, no mínimo, 25% do total da

carga horária definida para cada disciplina, no Ensino Fundamental - Fase II e Médio.

O processo de reclassificação poderá posicionar o aluno em 25%, 50% ou75% da

carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental - Fase II e, no Ensino

Médio, em 25% ou 50% da carga horária total de cada disciplina.

6.2. GESTÃO ESCOLAR 6.2. GESTÃO ESCOLAR 6.2. GESTÃO ESCOLAR 6.2. GESTÃO ESCOLAR

6.2.1 Gestão Democrática6.2.1 Gestão Democrática6.2.1 Gestão Democrática6.2.1 Gestão Democrática

Falar de gestão democrática nos remete à democracia participativa. A

descentralização, a autonomia e a participação estabelecem abertura de novas arenas

públicas de decisão, que conferem a cada escola sua singularidade, sua identidade

própria, tendo a qualidade do ensino como ponto central de qualquer proposta para

escola pública.

No exercício da construção da autonomia escolar, não obstante seus percalços e

desafios são visíveis e promissores os benefícios e as vantagens produzidos nessa

vivência. A Escola torna-se palco de experiências democráticas, em que a participação e

a autonomia devem ocorrer de forma transparente, respeitando a diversidade, o

pluralismo e os valores éticos.

Para Silva (2005), considerar que a escola é um lugar de esperança e desejo

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significa dizer que é um processo essencialmente humano. A esperança humana é aliada

de qualquer mudança que requer espaço para manifestar-se e viver. Dessa forma, é

possível que a autonomia da escola seja condição eficaz para mudança de todo sistema

de ensino.

Desta forma, para a concretização de uma gestão democrática é necessário que

haja um processo educativo contínuo que envolva o sujeito na sua condição de conhecer,

decidir e responsabilizar- se e quando a escola promove a participação direta dos

segmentos na escola, há comprometimento com o Projeto Pedagógico da instituição de

ensino, visando colocar em prática todos os princípios teóricos construídos e planejados

coletivamente, sendo periodicamente avaliado pelo coletivo da escola.

Para o CEEBJA Nova Visão avançar na efetivação da gestão democrática e na

construção de um projeto de educação inclusivo, transformador e humano, necessitamos

perceber as práticas excludentes, os “ranços” autoritários, ainda presentes na cultura

escolar, promovendo uma ruptura com estas tradições estabelecidas. Nesse sentido, a

democratização da gestão escolar implica na superação de processos centralizados de

decisão e na vivência da gestão colegiada, onde as decisões nasçam das discussões

coletivas, envolvendo todos os segmentos da escola num processo pedagógico vivo e

dinâmico.

6.2.2 Conselho Escolar6.2.2 Conselho Escolar6.2.2 Conselho Escolar6.2.2 Conselho Escolar

O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar,

de natureza deliberativa, consultiva e fiscalizadora, sobre a organização e realização do

trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as

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políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o Projeto

Político-Pedagógico e o Regimento da Escola, para o cumprimento da função social e

específica da escola.

§ 1º – A função deliberativa, refere-se à tomada de decisões relativas às diretrizes

e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao

direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar.

§ 2º – A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para dirimir dúvidas e

tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito

de sua competência.

§ 3º – A função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático das ações

educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas

e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas

da escola bem como, a qualidade social da instituição escolar.

§ 4º – A função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalização da

gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a

legitimidade de suas ações.

Este Conselho não tem finalidade e/ou vínculo político-partidário ou de qualquer outra

natureza, a não ser aquela que diz respeito diretamente à atividade educativa da escola,

e é concebido como instrumento de gestão colegiada e de participação da comunidade

escolar, numa perspectiva de democratização da nossa escola, constituindo-se como

órgão máximo de direção do Estabelecimento de Ensino.

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6.3 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS6.3 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS6.3 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS6.3 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS

6.3.1 Da Direção6.3.1 Da Direção6.3.1 Da Direção6.3.1 Da Direção

- convocar integrantes da comunidade escolar para elaboração do Plano Anual

e do Regulamento Interno do Estabelecimento de Ensino, submetendo-o à apreciação e

aprovação do Conselho Escolar;

- elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de conta e

submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar;

- elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar às diretrizes

específicas de administração deste estabelecimento, em consonância com as normas e

orientações gerais da Secretaria de Estado da Educação;

- coordenar a implementação das Diretrizes Pedagógicas, aplicar normas,

procedimentos e medidas administrativas de acordo com instruções da Secretaria de

Estado da Educação;

- supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico

do estabelecimento;

- coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar.

- abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das

experiências de sucesso;

- implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento das

responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo no CEEBJA;

- gerenciar toda equipe escolar, tendo em vista a racionalização e eficácia dos

resultados;

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- coordenar a equipe pedagógica (vice-diretor, pedagogos e professores) para

a coleta e análise dos indicadores educacionais, para a elaboração e implementação do

plano de trabalho;

- administrar os serviços de apoio às atividades escolares, de modo a estimular

a participação desses serviços nos processos decisórios da escola;

- negociar, com competência, para harmonizar interesses divergentes e

estabelecer relacionamentos nutrientes, levando em conta as necessidades de todos os

envolvidos direta ou indiretamente;

− Deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação.

Ao diretor compete também:Ao diretor compete também:Ao diretor compete também:Ao diretor compete também:

- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

Portanto, o Diretor exerce sempre a função de liderança na escola, mas uma

liderança como modelo participativo, capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos

escolares com toda a sua equipe, criando e estimulando a participação de todos. A

liderança, como modelo participativo, requer um profissional que possua:

- comunicação;

- ética;

- empreendedorismo;

- capacidade de reunir, analisar e socializar Informações;

- acessibilidade;

- capacidade de construção de cadeias de relacionamentos;

- motivação;

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- compromisso;

- agilidade;

- Capacidade de administração de conflitos

− Capacidade de desenvolvimento de trabalho coletivo.

Deve agregar as competências de saber:Deve agregar as competências de saber:Deve agregar as competências de saber:Deve agregar as competências de saber:

- agir;

- mobilizar;

- transferir;

- aprender;

- se engajar;

- ter visão estratégica;

- assumir responsabilidades.

6.3.2 Da Direção Auxiliar6.3.2 Da Direção Auxiliar6.3.2 Da Direção Auxiliar6.3.2 Da Direção Auxiliar

- assessorar o diretor em todas as suas atribuições;

- substituir o diretor em suas faltas e impedimentos.

6.3.3 Do Professor Pedagogo 6.3.3 Do Professor Pedagogo 6.3.3 Do Professor Pedagogo 6.3.3 Do Professor Pedagogo

- discutir com toda equipe pedagógica alternativas de trabalho, que motivem os

educandos durante o seu processo escolar;

- planejar alternativas de trabalho a partir de indicadores educacionais (evasão,

repetência, transferências expedidas e recebidas e outros);

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- subsidiar na elaboração de plano de trabalho e ensino, a partir de diagnóstico

estabelecido;

- acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos

de trabalho;

- buscar aprimoramento profissional constante seja nas oportunidades

oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento ou por iniciativa própria;

- coordenar estudos para definição de apoio aos educandos que apresentem

dificuldade de aprendizagem, para que a escola ofereça todas as alternativas possíveis

de atendimento;

- coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à

matrícula, transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de estudos e

conclusão de cursos;

- participar de análise e discussão dos critérios de avaliação e suas

consequências no desempenho dos educandos;

- promover a participação do Estabelecimento de Ensino nas atividades

comunitárias;

- pesquisar e investigar a realidade concreta do educando historicamente

situado, oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo escolar;

- integrar a presidência do Conselho Escolar, em caso da ausência do Diretor,

se não houver Diretor Auxiliar.

- coordenar reuniões sistemáticas de estudos junto à equipe;

- orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada

disciplina;

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- subsidiar a Direção, com critérios, para definição do Calendário Escolar, de

acordo com as orientações do NRE;

- analisar e emitir parecer sobre aproveitamento de estudos, em casos de

recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;

- participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, encontros e grupos

de estudos;

- coordenar a elaboração e execução da Proposta Pedagógica da escola;

- acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos professores e

educandos, no sentido de analisar os resultados da aprendizagem e traçar planos de

recuperação;

O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no

administrativo, tais como:

- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;

- Coordenar e acompanhar exames supletivos quando, no estabelecimento,

não houver coordenação (ões) específica(s) dessa(s) ação (ões).

- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

6.3.4 Do Corpo Docente6.3.4 Do Corpo Docente6.3.4 Do Corpo Docente6.3.4 Do Corpo Docente

- compromisso com a Proposta Pedagógica da EJA;

- visão global do currículo e dos princípios de sua organização;

- postura interdisciplinar e contextualizada;

- planejamento de estratégias pedagógicas;

- conhecimento da função social da EJA;

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- busca de aprimoramento profissional constante, seja por meio de

oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento de Ensino ou por

iniciativa própria.

- espírito de coletividade;

- compromisso com as ações desenvolvidas regularmente e extra curriculares

pelo Estabelecimento de Ensino;

- disponibilidade de horário de acordo com sua carga horária docente;

- disposição para o trabalho coletivo;

- reconhecimento das particularidades da instituição que atende

alunos privados de liberdade.

Aos docentes cabe também:Aos docentes cabe também:Aos docentes cabe também:Aos docentes cabe também:

- Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta pedagógica deste

Estabelecimento Escolar.

- Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.

- Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino que

respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada educando jovem, adulto e

idoso deste Estabelecimento.

- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e

quando necessário nos exames supletivos. Deverá atuar em todas as formas de

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organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais.

6.3.5 Do secretário (a)6.3.5 Do secretário (a)6.3.5 Do secretário (a)6.3.5 Do secretário (a)

- distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos seus

auxiliares;

- organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes,

ordens de serviço, circulares, resoluções e demais documentos;

- rever todo o expediente a ser submetido a despacho do diretor;

- apresentar ao diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser

assinados;

- executar os registros na documentação escolar referentes à matrícula,

transferência, classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos e conclusão de

cursos;

- manter organizado o arquivo ativo e inativo da vida escolar do educando;

- comunicar à Direção toda a irregularidade que venha ocorrer na Secretaria;

- manter atualizados os registros escolares dos educandos no sistema

informatizado.

- manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando,

- considerando a organização da EJA prevista nesta proposta.

6.3.6 Dos Agentes Educacionais II6.3.6 Dos Agentes Educacionais II6.3.6 Dos Agentes Educacionais II6.3.6 Dos Agentes Educacionais II

- conhecer a proposta pedagógica, regimento escolar e a legislação que rege o

registro de documentação escolar do educando;

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- efetuar os registros sobre o processo escolar e arquivar a documentação em

pastas individualizadas, expedindo toda a documentação: declarações; fichas de controle

de notas e frequência individual e coletivo; certificados; históricos escolares;

transferências; relatórios finais; estatísticas; e outros documentos, sempre que

necessário;

- atender os educandos, professores e o público em geral informando sobre o

processo educativo, veiculado pelo Estabelecimento de Ensino;

- utilizar somente as matrizes curriculares autorizadas pelo órgão competente;

- participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que convocados e por

iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento profissional;

- auxiliar em todas atividades desenvolvidas pela escola;

- atender às solicitações do Diretor.

- providenciar o material utilizado nos recursos materiais (computadores,

impressoras, fotocopiadora, entre outros) e conservá-los em bom estado;

- providenciar, quando necessário, serviços de artes gráficas, impressão e

reprodução de materiais, com a devida autorização da Direção;

- racionalizar os serviços sob sua responsabilidade para uma melhor

produtividade;

- não permitir o uso de material e/ou máquinas por pessoas estranhas a esse

setor;

- receber, estocar e controlar o material de consumo, de limpeza e

equipamento;

- solicitar à secretaria a reposição de material de consumo e de peças de

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equipamentos.

6.4 PLANO DE TRABALHO DOCENTE 6.4 PLANO DE TRABALHO DOCENTE 6.4 PLANO DE TRABALHO DOCENTE 6.4 PLANO DE TRABALHO DOCENTE

De acordo com a LDEBEN nº no artigo 13, chamado o “artigo dos professores”,

aparece como incumbências desse segmento, entre outras, as de participar da participar da participar da participar da

elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso I) e e e e elaborar e elaborar e elaborar e elaborar e

cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensinocumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensinocumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensinocumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino

(Inciso II).

Desta forma o CEEBJA Nova Visão elabora seus planos de trabalho docente no dia

selecionado para o planejamento, são momentos previamente estabelecidos em

calendário escolar, destinados à formação continuada, buscando a organização do

planejamento e replanejamento sempre das primeiras semanas de aulas sejam elas no

início do ano letivo ou no início do segundo semestre. Cabe à equipe pedagógica da

escola conduzir e organizar os trabalhos, assim como propiciar momentos de reflexão

durante o ano letivo , acompanhando e avaliando o desenvolvimento das ações propostas

no Plano de Trabalho Docente.

Os planos têm como ponto de partida a experiência trazida pelo aluno e as

Diretrizes Curriculares da Educação Básica e da EJA, a seleção dos conteúdos, bem

como a organização dos mesmos respeitam critérios estabelecidos pelas DCEs

procurando desenvolver as atividades pedagógicas por área de estudo e de forma

interdisciplinar.

O Plano de Trabalho Docente apóia-se sempre que possível na experiência

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concreta dos alunos conduzindo-os à compreensão do processo histórico de

transformação da sociedade em todos os níveis de cada um dos conteúdos científicos

que integram o currículo.

6.5 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA6.5 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA6.5 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA6.5 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA

No contexto que hoje estamos vivendo, na era tecnológica, onde tudo está

acontecendo tão rapidamente, faz-se necessário revermos até que ponto temos bagagem

para competir com essas transformações e desafios que nos são impostos a cada

instante.

O educador, concebido como profissional reflexivo e autor de sua prática escolar,

deve ter a competência de identificar e selecionar que materiais podem contribuir para a

reflexão sobre o assunto a ser desenvolvido com os seus educandos, deve também saber

planejar com que objetivo e de que modo serão usados, considerando sempre a

variedade de linguagens, de abordagens e de pontos de vista.

A seleção e uso de materiais didáticos entre os educadores das diferentes áreas do

conhecimento, também é um momento de formação. Essa seleção após discussão é

contextualizada no âmbito da organização de situações didáticas e eficazes para o

aprendizado.

O trabalho em equipe é considerado, atualmente, como um dos fatores

fundamentais para impulsionar não só a melhoria da qualidade de ensino como o

desenvolvimento profissional dos professores. A tarefa comum dos profissionais da EJA

tem, portanto, dois aspectos inseparáveis: a elaboração e o desenvolvimento constante

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da proposta pedagógica e a formação permanente dos profissionais.

A instituição incentivará para que os profissionais da educação que pertencem a

esta escola participem do programa de formação continuada da SEED: Semana

Pedagógica, Seminários, Simpósios, Grupos de Estudos, Itinerante, Grupo de Trabalho

em Rede – GTR, PDE, PROINFO.

A escola promoverá momentos de estudo e análise da realidade da escola para

melhor encaminhamento das atividades: Reunião Pedagógica, Encontro por Área de

Conhecimento; Grupo de de Estudos, Assessoramento por Disciplina realizado pela

equipe pedagógica.

6.6 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO6.6 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO6.6 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO6.6 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO

A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta

“deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as

fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais

comprometidas com a transformação social e o aperfeiçoamento da gestão escolar e da

educação pública ofertada na Rede Estadual”.(SEED, 2004, p.11).

Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também os

gestores da SEED e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a

identificação dos fatores que facilitam e aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a

permanência dos educandos numa educação pública de qualidade.

Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso e

a efetiva implementação das mudanças necessárias.

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Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto

responsabilidade coletiva, pressupõe a clareza das finalidades essenciais da educação,

dos seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a re-elaboração e

a implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e impactos positivos à

população que demanda escolarização.

A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógico-curricular, abrange

todas as escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja, tanto

a construção dos instrumentos de avaliação quanto os indicadores dele resultantes

envolverão, obrigatoriamente, porém de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a

educação na Rede Pública Estadual. Na escola – professores, educandos, direção,

equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais membros da

comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do Departamento de

Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE’s.

A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes

instrumentos para avaliar e reavaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas

relacionadas à capacitação continuada dos profissionais da educação, bem como

estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de contribuir para a reflexão e as

mudanças necessárias na prática pedagógica.

Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estaduais

de EJA que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis pedagógica e deve estar

voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função

social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção da

autonomia”. Esta avaliação institucional da proposta pedagógico-curricular implementada,

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deverá servir para a reflexão permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das

escolas.

Os instrumentos da avaliação institucional serão produzidos em regime de

colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as

diferenças entre as diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as

especificidades regionais vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade.

Os instrumentos avaliativos a serem produzidos guardam alguma semelhança com a

experiência acumulada pela EJA na produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem

o caráter de composição da nota do aluno para fins de conclusão. A normatização desta

Avaliação Institucional da proposta pedagógico-curricular será efetuada por meio de

instrução própria da SEED.

Como se afirma no Caderno Temático Avaliação Institucional:

Cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica, única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence.

Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo,

especificamente na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação

de Jovens e Adultos na oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos.

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6.7 PLANO DE AÇÃO DA INSTITUIÇÃO 20116.7 PLANO DE AÇÃO DA INSTITUIÇÃO 20116.7 PLANO DE AÇÃO DA INSTITUIÇÃO 20116.7 PLANO DE AÇÃO DA INSTITUIÇÃO 2011

TemaTemaTemaTema DemandaDemandaDemandaDemanda

Justificativa daJustificativa daJustificativa daJustificativa da escolha do temaescolha do temaescolha do temaescolha do tema

AçãoAçãoAçãoAção

InclusãoInclusãoInclusãoInclusão

Profissionais da Educação Alunos

O acesso e permanência do aluno à escolarização se apresentam como um direito na LDB e assegurado na LEP. Na nossa realidade escolar temos um grande índice de alunos analfabetos, que desistiram ou reprovaram na escola na idade própria, portanto a escolarização se apresenta como elemento indispensável no processo de reeducação e ressocialização, assim como para o desenvolvimento pessoal do aluno privado de liberdade.

� Promover a conscientização dos nossos alunos da importância da educação: acesso à cultura, cidadania, valorização,autonomia, individualidade, desenvolvimento pessoal;

� Realização de atividades extracurriculares: palestras, debates...

Programa de AlfabetizaçãoPrograma de AlfabetizaçãoPrograma de AlfabetizaçãoPrograma de Alfabetização

Profissionais da Educação Alunos do Ensino

Fundamental Fase I

No Brasil, são milhões de jovens e adultos que não puderam se escolarizar durante a infância e adolescência. O perfil dos presos reflete a parcela da sociedade que fica fora da vida econômica, é uma massa de jovens, pobres, não-brancos e com pouca escolaridade. Acredita-se que 70% deles não chegaram a completar o Ensino Fundamental e cerca de 60% tem entre 18 e 30

� Promover estudos e reflexão acerca do processo de alfabetização para alunos privados de liberdade;

� Elaborar Plano de Alfabetização;

� Produzir materiais e recursos que atendam esta demanda.

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anos de idade. Uma pesquisa realizada pelo DEPEN em 2007, revelou que cerca de 65% dos apenados não concluíram o Ensino Fundamental e aproximadamente 12% não são alfabetizados. Desta forma promover com sucesso a alfabetização dos jovens e adultos e superar o analfabetismo são desafios que o Sistema Penitenciário e Escola ainda precisam equacionar, e constituem temas que os envolvidos no processo de escolarização devem enfrentar permanentemente.

Gestão DemocráticaGestão DemocráticaGestão DemocráticaGestão Democrática

Órgãos Colegiados:Órgãos Colegiados:Órgãos Colegiados:Órgãos Colegiados:

---- Conselho Escolar Conselho Escolar Conselho Escolar Conselho Escolar ---- APF APF APF APF Profissionais da Educação

Os artigos 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 22 do Plano Nacional de Educação (PNE) indicam que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolares e locais em conselhos escolares. Devemos enfatizar

� Instituição do Conselho Escolar obedecendo à legislação pertinente: Constituição Federal (art.206); Lei das Diretrizes e Bases

da Educação Nacional – LDBEN (art. 3o, 17 e 14), Plano Nacional de Educação (PNE).

; � Instituição da APF

atendendo à instrução da SEED e orientações do Sistema Penitenciário;

� Elaboração do Estatuto da APFe organização legal, adequando-o às normativas da SEED e SEJU;

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então que a democracia na escola deverá ser uma realidade e que a mesma está vinculada a uma percepção de democratização da sociedade.

� Participação ativa destes órgãos colegiados no cotidiano da escola.

DiversidadeDiversidadeDiversidadeDiversidade

Equipe MultidisciplinarEquipe MultidisciplinarEquipe MultidisciplinarEquipe Multidisciplinar Profissionais da Educação Especialistas na Temática

Alunos

A educação (formal e informal) pode e deve ser um dos caminhos para promover o respeito à diversidade e a igualdade nas relações étnico-raciais. Algumas iniciativas voltadas para as populações negra e indígena no campo da educação estão em curso no Brasil e podem ser considerados resultados diretos e indiretos da luta do movimento negro e do movimento indígena pela igualdade racial e social. Considerando a forte desigualdade social que nos cerca, principalmente relacionada à população negra e indígena, visamos implementar ações, a serem executadas nos próximos dois anos em que a comunidade escolar assume o compromisso com a Educação para as Relações Étnico-Raciais.

� Promoção de encontros para planejamento, seminários e espaços de discussão dessas temáticas, considerando a legislação vigente, integrando-as ao Regimento Escolar, Proposta Pedagógica Curricular, Projeto Político Pedagógico e Plano de Trabalho Docente;

� Manutenção de espaços que permitam à Equipe Multidisciplinar dialogar, informar, formar, e mobilizar a comunidade escolar para que as ações estabelecidas sejam efetivamente desenvolvidas;

� Elaboração de atividades de reflexão e atualização;

� Desenvolvimento de atividades pedagógicas metodologicamente elaboradas e fundamentadas nos direitos humanos, na valorização da

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diversidade étnico racial e que combatam todas as formas de discriminação.

Educação no sistema Educação no sistema Educação no sistema Educação no sistema penal:penal:penal:penal: ---- orientações quanto á orientações quanto á orientações quanto á orientações quanto ás s s s normas de segurançanormas de segurançanormas de segurançanormas de segurança ---- encaminhamentos encaminhamentos encaminhamentos encaminhamentos pedagógicospedagógicospedagógicospedagógicos Profissionais da Educação

Setor de Segurança

Alunos

Há necessidade de que os profissionais da educação recebam orientações quanto aos procedimentos que envolvem as questões de segurança e de assessoramento pedagógico que ofereça subsídio para a realização de um trabalho que atenda às particularidades da instituição penal. NORMAS DE SEGURANÇANORMAS DE SEGURANÇANORMAS DE SEGURANÇANORMAS DE SEGURANÇA Setor de Segurança e Setor

de Educação

ORIENTAÇÕES ORIENTAÇÕES ORIENTAÇÕES ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA PEDAGÓGICAS PARA PEDAGÓGICAS PARA PEDAGÓGICAS PARA

EDUCANDOS EM PRIVAÇÃO EDUCANDOS EM PRIVAÇÃO EDUCANDOS EM PRIVAÇÃO EDUCANDOS EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADEDE LIBERDADEDE LIBERDADEDE LIBERDADE

Equipe Pedagógica CEEBJA

Nova Visão

� Participação da equipe de segurança nas reuniões pedagógicas dos profissionais da educação para orientações acerca da organização operacional da unidade penal

� Estudo e reflexão sobre a educação na unidade penal de forma a se apropriar desta realidade favorecendo um trabalho consciente e comprometido com o processo de humanização, reeducação e ressocialização.

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6.8 PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8 PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8 PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8 PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

6.8.1 IDENTIFICAÇÃO6.8.1 IDENTIFICAÇÃO6.8.1 IDENTIFICAÇÃO6.8.1 IDENTIFICAÇÃO

6.8.6.8.6.8.6.8.1.1 Denominação da Instituição1.1 Denominação da Instituição1.1 Denominação da Instituição1.1 Denominação da Instituição CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS – NOVA VISÃO – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 6.8.6.8.6.8.6.8.1.2 Endereço1.2 Endereço1.2 Endereço1.2 Endereço Rua: Borges Dário de Lis, 439 – Bairro CDI – CEP: 85063-540 Município: Guarapuava – Paraná – Telefone: (42)3624-7480/3629-1858 6.8.2. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8.2. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8.2. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8.2. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 2.1 Representante do Segmento Professor Pedagogo – Luciane Wolff Martins; 2.2 Representante do Segmento Professor Área Humanas – Adriana Cristina Bernardim, Daísa dos Passos Galeski; Elisabete Mogalski, Franciane de Lima Silveira. 2.3 Representante do Segmento Professor Área Exatas – Adriana Presotto; Fernando José Rodrigues, Maricleusa Inglês da Silva, 2.4 Representante do Segmento Agente Educacional II – Claudinéia Coelho Domingues, Rosangela Aparecida Munhoz Gluzezak; 2.5 Representante do Segmento Instâncias Colegiadas – Eliel Earle Linhares, Elizete de Almeida Simão, Lourdes Vilczak dos Santos. 6.8.3. COORDENADOR6.8.3. COORDENADOR6.8.3. COORDENADOR6.8.3. COORDENADOR Elizete de Fátima Simão. 6.8.4. COLABORADORES6.8.4. COLABORADORES6.8.4. COLABORADORES6.8.4. COLABORADORES Direção, Equipe Pedagógica, Corpo Docente, Equipe de Agente Educacional II e

Comunidade.

6.8.5. ABRANGÊNCIA DO PLANO DE AÇÃO6.8.5. ABRANGÊNCIA DO PLANO DE AÇÃO6.8.5. ABRANGÊNCIA DO PLANO DE AÇÃO6.8.5. ABRANGÊNCIA DO PLANO DE AÇÃO: Comunidade escolar do CEEBJA Nova Visão.

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6.8.6. APRESENTAÇÃO6.8.6. APRESENTAÇÃO6.8.6. APRESENTAÇÃO6.8.6. APRESENTAÇÃO A educação (formal e informal) pode e deve ser um dos caminhos para promover o

respeito à diversidade e a igualdade nas relações étnico-raciais. Algumas iniciativas

voltadas para as populações negra e indígena no campo da educação estão em curso no

Brasil e podem ser considerados resultados diretos e indiretos da luta do movimento

negro e do movimento indígena pela igualdade racial e social. A escola, atualmente tem

como parâmetro favorecer a todos a oportunidade de aprender aspectos de socialização.

Assim, socialização é por natureza o objetivo humano e a convivência em grupo

justifica a paixão humana pela vida em sociedade, onde se afirmam a relação entre o

individual e o coletivo, para o espírito de equipe configurando-se em união, cooperação,

respeito, responsabilidade, perseverança e garra em que cada um associa aos desafios a

serem transpostos.

Considerando a forte desigualdade social que nos cerca, principalmente

relacionada à população negra e indígena, este plano visa implementar ações, a serem

executadas nos próximos dois anos em que a comunidade escolar assume o

compromisso com a Educação para as Relações Étnico-Raciais.

As orientações e expectativas de aprendizagem sobre relações étnico-raciais serão

propostas de acordo com a Lei nº 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino

de história e cultura afro- brasileiras e africanas nos currículos escolares. Seu conteúdo

altera o art. 26-A da Lei no 9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), de

20 de dezembro de 1996, sendo a temática indígena embasada pela Lei nº 11.565.

Basicamente estas leis sintetizam uma discussão de âmbito nacional e direcionam

as unidades educacionais para a proposição de atividades relevantes em relação aos

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conhecimentos das diversas populações africanas e indígenas, suas origens e

contribuições para o nosso cotidiano e história, num movimento de construção e re-

dimensionamento curricular e ação educativa, salientando a importância do contexto e

sua diversidade cultural.

A aprovação das mesmas decorre de uma série de demandas do Movimento Social

Negro Brasileiro e Indígena e aponta para um novo momento das relações do Estado com

os movimentos sociais organizados e a educação. Essas leis se constituem em uma das

principais iniciativas das ações afirmativas adotadas no Brasil e que tem contribuído para

a disseminação do estudo da história da África e dos africanos, da luta das pessoas

negras no Brasil, assim como os povos indígenas e da sua presença na formação da

nação brasileira.

As supracitadas leis sinalizam para um modelo educacional que prioriza a

diversidade cultural presente na sociedade brasileira e, portanto, na sala de aula, de

modo que as idéias sobre reconhecimento, respeito à pluralidade cultural, democracia e

cidadania prevaleçam em todas as relações que envolvem a educação e a comunidade

escolar, desde o processo de formulação de ações educacionais e de formação de

docentes até as atividades pedagógicas, metodológicas e de acolhimento de educandos.

Assim este novo momento histórico pressupõe a formação da comunidade escolar

para ampliação do conhecimento acerca desta temática fazendo uma reflexão das

injustiças e práticas de valores excludentes no espaço escolar e para a inclusão, de forma

pedagógica e didática, de temáticas relacionadas à questão racial nas várias disciplinas

ou áreas do conhecimento da matriz curricular. Tratar de identidade racial, portanto,

implica o respeito à diversidade cultural presente na sala de aula e no cotidiano dos

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educandos em geral, seja essa diversidade transmitida no meio familiar ou em

comunidades religiosas de matrizes africanas ou indígenas.

Nesse desafio, espera-se de toda a comunidade escolar o respeito às identidades

culturais e religiosas transmitidas aos educandos pelas famílias e pelos meios sociais em

que vivem. Nesse caso deve-se ressaltar o respeito à diversidade, sendo esse um

exercício democrático e de cidadania em que a escola, enquanto espaço de socialização

de conhecimentos, inaugura um novo caminho, já que a educação plural implica o

repensar o ensino-aprendizagem.

Nas suas ações a escola deve contemplar a história e a cultura de todos os povos,

de todos os continentes que compõem a população brasileira, como as dos descendentes

de indígenas, de africanos, de asiáticos e de europeus.

Assim, a escola, como instituição que tem o papel de contribuir na formação dos

cidadãos, deve assegurar o direto à educação a todos os brasileiros e, ao mesmo tempo,

ser aliada na luta contra qualquer forma de discriminação ou exclusão, dentre as quais a

de raça. É relevante que toda a comunidade escolar entenda e caminhe no sentido de

que a relevância dos temas que envolvem a inclusão no currículo escolar da história e da

cultura afro-brasileiras e africanas e indígena seja reconhecida por todos os brasileiros –

homens e mulheres – interessados na construção de uma sociedade que respeite o seu

perfil multicultural e pluriétnico.

6.8.7. OBJETIVOS6.8.7. OBJETIVOS6.8.7. OBJETIVOS6.8.7. OBJETIVOS

Este plano de ação inserido no processo pedagógico via Projeto Político

Pedagógico visa:

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- Fazer cumprir neste estabelecimento de ensino, as Diretrizes Curriculares Nacionais

para o Ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira e para a Educação para as

Relações Étnico-Raciais;

- Promover a compreensão da formação da população brasileira a partir da contribuição

dos povos negros e indígenas;

- Proporcionar encontros de planejamento, seminários e espaços de discussão dessas

temáticas, considerando a legislação vigente, integrando-as ao Regimento Escolar,

Proposta Pedagógica Curricular, Projeto Político Pedagógico e Plano de Trabalho

Docente;

- Dialogar, informar, formar, e mobilizar a comunidade escolar para que as ações

estabelecidas pela Equipe Multidisciplinar sejam efetivamente desenvolvidas;

- Promover atividades de reflexão, em cumprimento ao disposto no Art. 205 da

Constituição Federal, que assinala o dever do Estado de garantir indistintamente, por

meio da educação, iguais direitos para o pleno desenvolvimento de todos e de cada um,

como pessoa, cidadão ou profissional.

- Desenvolver, atividades pedagógicas, metodologicamente elaboradas e fundamentadas

nos direitos humanos, na valorização da diversidade étnicorracial e que combatam todas

as formas de discriminação.

6.8.8. DESENVOLVIMENTO6.8.8. DESENVOLVIMENTO6.8.8. DESENVOLVIMENTO6.8.8. DESENVOLVIMENTO

A proposta, desta escola, para o trabalho sobre as questões étnico raciais

pressupõe que os conceitos sejam trabalhados de forma abrangente, mas sem perder a

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dimensão da perspectiva histórica e da contribuição dos povos africanos e indígenas para

o que somos hoje como nação e cidadãos brasileiros, justificando nossas condutas e

padrões e vislumbrando a erradicação do preconceito e discriminação política,

econômica e social.

Todavia, o sucesso da execução não depende apenas do processo educativo escolar,

já que o enfrentamento do racismo e das desigualdades não é tarefa exclusiva da escola.

Mas escola e sociedade civil estão imbricadas com processos que resultam no modelo

das relações entre os diversos grupos étnicos e raciais do País e, por isso, refletem-se na

escola ou são reproduzidos por esta.

Nesse caso, a formação de educadores para a aplicação, deste plano de ação,

embasado pela Lei nº 10.639/03 e Lei nº 11.565 deve contemplar discussões temáticas

mais complexas, como identidade racial, de gênero e sexualidade, autoestima, processos

de resistência histórica e os modos de retransmitir as culturas de cada povo.

Nesta perspectiva, estas ações interferem diretamente no papel da escola, pois

sinaliza para uma instituição democrática e transformadora dos valores .

Por conseguinte, os educadores podem trabalhar com questões voltadas para

positivar o passado das pessoas negras africanas escravizadas no Brasil, dando

exemplos do processo de resistência vivido pela comunidade negra brasileira, da

formação dos quilombos sendo o mais famoso o Quilombo de Palmares, das medidas

tomadas na atualidade para o reconhecimento das terras remanescentes de quilombos no

Brasil, da resistência das pessoas, escravizadas mediante a construção do sincretismo

religioso, da formação das irmandades ligadas à Igreja Católica e que contribuíram para

libertação de pessoas escravizadas, da mesma forma reconhecer a cultura dos povos

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indígenas, a língua materna, as crenças, a memória histórica, os saberes ligados à

identidade étnica, as suas organizações sociais do trabalho, as reações humanas e

manifestações artísticas. Deste conhecimento podemos respeitar e valorizar o conjunto de

saberes e procedimentos culturais produzidos por estes povos ao logo de sua história.

Para o desenvolvimento das ações pedagógicas o educador pode recorrer a vários

mecanismos didáticos para tratar desta temática, identificando a reprodução ou não de

estereótipos sobre a participação negra e indígena na sociedade brasileira e abordar a

riqueza da cultura destes povos e as contribuições para a formação do povo brasileiro.

Assim os conteúdos escolares devem contemplar essa pluralidade, de forma a

interferir positivamente na compreensão das relações étnicorraciais.

6.8.9 AVALIAÇÃO6.8.9 AVALIAÇÃO6.8.9 AVALIAÇÃO6.8.9 AVALIAÇÃO

O processo avaliativo parte do pressuposto de que se defrontar com dificuldades é

inerente ao ato educativo. Assim, o diagnóstico de dificuldades e facilidades deve ser

compreendido não como um veredito que irá julgar o encaminhamento adotado, mas sim

como uma análise dos resultados obtidos, em função das condições de trabalho que

estão sendo oferecidas. Nestes termos, ao avaliar o trabalho deste plano de ação

questionaremos:

-Que problemas a escola vem enfrentando acerca desta temática?

- Por que a comunidade escolar não conseguiu alcançar determinados objetivos?

- Qual o processo de trabalho utilizado?

- Quais os resultados significativos produzidos pelo coletivo da escola?

A avaliação segundo Belonni (2003, p. 15) constitui num “processo sistemático de

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análise de uma atividade, fatos ou coisas que permite compreender, de forma

contextualizada, todas as suas dimensões e implicações, com vistas a estimular seu

aperfeiçoamento”. A avaliação num Plano de Ação é um dos

instrumentos de monitoramento e de planejamento do processo de implantação de um

projeto elaborado. Neste Plano de Ação o processo de avaliação demanda uma

perspectiva emancipatória, que segundo

Saul (apud BELONNI, MAGALHÃES e SOUSA: 2003, p. 18) constitui num [...] processo

de descrição, análise e crítica de uma dada realidade, visando transformara. O

compromisso principal desta

avaliação é o de fazer com que comunidade escolar escrevam a sua ‘própria história’ e

gerem as suas próprias alternativas de ação.

Recomenda-se observar no processo de avaliação do plano de ação: os princípios

teórico-metodológicos a partir dos conteúdos temáticos e da metodologia adotada; a

relação entre objetivos, metas e resultados; o processo de mobilização; as metodologias e

recursos; as estratégias de avaliação e as possibilidades de crescimento do grupo.

Sugere-se que nesta avaliação sejam adotados processos contínuos e participativos. As

avaliações devem ocorrer periodicamente, garantindo a participação de toda comunidade

escolar, podendo ocorrer no nível individual e coletivo. Os instrumentos que irão subsidiar

as avaliações serão estudos, pesquisas, diagnósticos e relatórios elaborados no processo

de desenvolvimento do plano sobre os avanços, possibilidades, limites o do percurso da

Equipe Multidisciplinar que serão compartilhados com o grupo.

Desta forma, a avaliação, será compreendida como uma crítica do percurso deste

plano de ação. Enquanto o planejamento dimensiona o que se vai construir, a avaliação

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subsidia essa construção, porque fundamenta novas decisões. A avaliação servirá como

um sistema de crítica do próprio plano de ação que elaboramos e estamos desejando

levar adiante. Segundo Luckesi “um ato amoroso, um ato de cuidado” pelo qual todos

verificam como estão desenvolvendo suas ações e como podem trabalhar para que as

ações se fortaleçam e promovam o crescimento do coletivo da escola acerca desta

temática.

6.8.10. CRONOGRAMA6.8.10. CRONOGRAMA6.8.10. CRONOGRAMA6.8.10. CRONOGRAMA

Este Plano de Ação tem como base as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação para as Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-

Brasileira e Africana (2009), fruto de seis encontros denominados Diálogos Regionais

sobre a Implementação da Lei 10639/2003, tem como objetivo central colaborar para que

todo o sistema de ensino e as instituições educacionais brasileiras cumpram as

determinações legais com vistas a enfrentar todas as formas de preconceito, racismo e

discriminação para garantir o direito de aprender e à equidade educacional.

Organizado em consonância com as discussões realizadas nas reuniões

pedagógicas e da equipe multidisciplinar desta instituição de ensino tem a proposta de

auxiliar/acompanhar a comunidade escolar para a elaboração das ações a serem efetivas

na escola com a promoção da diversidade e de combate à desigualdade racial.

AÇÕES PERÍODO Reunião com comunidade escolar para divulgação das leis e

conhecimento da proposta de implantação da Equipe

Mês de Outubro 2010

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Multidisciplinar.

Reuniões por segmento para indicação do representante para

compor a Equipe Multidisciplinar.

Mês de Outubro 2010

Envio da ata com componentes da equipe para NRE proceder

à homologação

Mês de Outubro 2010

Reunião da Equipe Multidisciplinar para atribuições de funções Mês de Novembro 2010

Elaboração do Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar Mês de Novembro 2010

Divulgar Plano de Ação para a comunidade escolar Mês de Novembro 2010

Semana da Consciência Negra Mês de Novembro 2010/2011

Reunião para organização das atividades da semana Mês de Novembro 2010/2011

Estudo da legislação que embasa a temática por toda

comunidade escolar, individualmente.

Mês de Novembro 2010

1º Semestre 2011

Diagnosticar o conhecimento da comunidade escolar sobre as

Leis 10.639/03 e 11.645/08, promover discussão, reflexão e

análise do contexto histórico social de ambas as leis.

Novembro e Dezembro 2010

1º/2º Semestre 2011

Reuniões técnicas para estabelecer rotinas e definir ações da

Equipe multidisciplinar

Novembro e Dezembro 2010

1º/2º Semestre 2011

Mensal

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Formação Continuada para a comunidade escolar na intenção

de fornecer instrumentalização teórico-metodológica e

informações sobre Educação das Relações Étnico-Raciais, na

perspectiva das Diretrizes Nacionais Curriculares para a

Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de

História e Cultura africana e afro-brasileira e Indígena de forma

a Incentivar os educadores, a discutirem de forma autônoma as

questões relacionadas aos afrodescendentes e indígenas na

sociedade brasileira.

1º/2º Semestre 2011 Bimestral

Refletir sobre a significação histórica e cultural atribuída aos

conceitos que envolvem a temática

Novembro e Dezembro 2010

1º/2º Semestre 2011

Problematizar na prática pedagógica cotidiana e contemplar

nos documentos próprios do Estabelecimento de Ensino (PPP,

PPC, PTD, Regimento Escolar e Plano de Ação da Direção)

sobre a temática.

Novembro e Dezembro 2010

1º/2º Semestre 2011

Pesquisar e sequenciar as contribuições das personalidades

negras em diferentes áreas do conhecimento e das diferentes

comunidades tradicionais indígenas em relação à medicina,

técnicas deferentes de produção, narrativas pedagógicas,

literatura, arte, observação da flora e da fauna, os movimentos

astronômicos, religiosidade, educação e ensinamentos por

1º/2º Semestre 2011

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meio dos rituais de passagem, dentre outros;

Promover eventos/momentos com a participação de entidades

e personalidades com conhecimento em relação à História e

Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena.

1º/2º Semestre 2011

Organizar e disponibilizar um espaço próprio no

estabelecimento de Ensino com: Literatura Específica,

Imagens, Músicas, entre outros, voltados para a História e

Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena;

Novembro e Dezembro 2010

1º/2º Semestre 2011

Elaboração de uma lista de Filmes e Recortes Fílmicos, Textos,

Literatura, Documentários, Narrativas e Sites para a

socialização com os professores e estudantes sobre a temática

Africana, Afro-brasileira e Indígena;

Novembro e Dezembro 2010

1º/2º Semestre 2011

Possibilitar, oportunizar discussões, socializar sugestões,

experiências e projetos na comunidade escolar.

1º/2º Semestre 2011

Palestras, debates com a participação de toda comunidade

escolar.

1º/2º Semestre 2011

Realização de seminários para enriquecer e ampliar os

conceitos adquiridos no decorrer do processo.

2º Semestre 2011

Incentivar a comunidade escolar a acessar site com

informações sobre a temática

1º/2º Semestre 2011

Elaboração de memorial com registro das atividades

desenvolvidas pela comunidade escolar.

Novembro e Dezembro 2010

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1º/2º Semestre 2011

Acompanhamento das atividades realizadas, com todos os

segmentos da escola, para avaliação do processo

Novembro e Dezembro 2010

1º/2º Semestre 2011

Produção de Relatório Anual sobre avanços, possibilidades e

limites no percurso com intenção de aprimorar o processo.

2º Semestre 2011

6.8.11. REFERÊNCIAS6.8.11. REFERÊNCIAS6.8.11. REFERÊNCIAS6.8.11. REFERÊNCIAS

* LEGISLAÇÃO CONSULTADA* LEGISLAÇÃO CONSULTADA* LEGISLAÇÃO CONSULTADA* LEGISLAÇÃO CONSULTADA

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), alterada pelas Leis 10.639/2003 e

11.645/2008 (Artigo 26-A);

Parecer CNE/CP 03/2004 e Resolução CNE/CP 01/2004;

Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnicorraciais para o

Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana;

Plano de Implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações

Étnicorraciais para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana

* OBRAS CONSULTADAS* OBRAS CONSULTADAS* OBRAS CONSULTADAS* OBRAS CONSULTADAS

AMÂNCIO, Iris Maria da Costa( org.) Literaturas Africanas e afro Literaturas Africanas e afro Literaturas Africanas e afro Literaturas Africanas e afro----brasileiras na prática brasileiras na prática brasileiras na prática brasileiras na prática pedagógica. pedagógica. pedagógica. pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. BELLONI, Isaura; MAGALHÃES, Heitor de e SOUSA, Luzia Costa de. Metodologia de Metodologia de Metodologia de Metodologia de

avaliação em políticas públicasavaliação em políticas públicasavaliação em políticas públicasavaliação em políticas públicas. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2003.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. História e Cultura AfroHistória e Cultura AfroHistória e Cultura AfroHistória e Cultura Afro----Brasileira e AfBrasileira e AfBrasileira e AfBrasileira e Africanaricanaricanaricana:

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Educando para as relações étnicoEducando para as relações étnicoEducando para as relações étnicoEducando para as relações étnico----raciais.raciais.raciais.raciais. Departamento de Ensino Fundamental. Curitiba: SEED-PR, 2006. Cadernos Temáticos; PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Educando para as Relações ÉtnicoEducando para as Relações ÉtnicoEducando para as Relações ÉtnicoEducando para as Relações Étnico----raciais raciais raciais raciais IIIIIIII. Coordenação de Desafios Educacionais. Curitiba: SEED-PR, 2008. (Cadernos Temáticos Desafios Educacionais, 5). ROCHA, Rosa margarida de Carvalho. Educação das Relações Étnico, Rosa margarida de Carvalho. Educação das Relações Étnico, Rosa margarida de Carvalho. Educação das Relações Étnico, Rosa margarida de Carvalho. Educação das Relações Étnico----raciais: pensando raciais: pensando raciais: pensando raciais: pensando referenciais para a organização da prática pedagógica. referenciais para a organização da prática pedagógica. referenciais para a organização da prática pedagógica. referenciais para a organização da prática pedagógica. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007. SÃO PAULO, Orientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem ÉtnicoOrientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem ÉtnicoOrientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem ÉtnicoOrientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem Étnico----racial na racial na racial na racial na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. São Paulo:Secretaria Municipal de Educação-SP,2008.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem,

ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender;

e, se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar...”

Nelson MandelaNelson MandelaNelson MandelaNelson Mandela

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6.9 MATRIZ CURRICULAR6.9 MATRIZ CURRICULAR6.9 MATRIZ CURRICULAR6.9 MATRIZ CURRICULAR

6.9.1 Ensino Fundamental 6.9.1 Ensino Fundamental 6.9.1 Ensino Fundamental 6.9.1 Ensino Fundamental –––– Fase I Fase I Fase I Fase I

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUEDUEDUEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL –––– FASE I FASE I FASE I FASE I

ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA NOVA VISÃO

ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava

ANO DE IMPLANTAÇANO DE IMPLANTAÇANO DE IMPLANTAÇANO DE IMPLANTAÇÃO: ÃO: ÃO: ÃO: 1º Sem/2009 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200 horas ou 1440 h/a

ÁREAS DO CONHECIMENTOÁREAS DO CONHECIMENTOÁREAS DO CONHECIMENTOÁREAS DO CONHECIMENTO Total deTotal deTotal deTotal de HorasHorasHorasHoras

Total deTotal deTotal deTotal de horas/aulahoras/aulahoras/aulahoras/aula

LÍNGUA PORTUGUESA

MATEMÁTICA

ESTUDOS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA

1200

1440

TOTALTOTALTOTALTOTAL

1200120012001200 1440144014401440

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6.9.2 Ensino Fundamental 6.9.2 Ensino Fundamental 6.9.2 Ensino Fundamental 6.9.2 Ensino Fundamental –––– Fase II Fase II Fase II Fase II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL –––– FASE II FASE II FASE II FASE II

ESTABELECIMENTO:ESTABELECIMENTO:ESTABELECIMENTO:ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA NOVA VISÃO

ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava

ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/.1610 horas ou 1920/1932 h/a

DISCIPLINASDISCIPLINASDISCIPLINASDISCIPLINAS Total deTotal deTotal deTotal de HorasHorasHorasHoras

Total deTotal deTotal deTotal de horas/aulahoras/aulahoras/aulahoras/aula

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTES 94 112

LEM - INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

TOTALTOTALTOTALTOTAL

1600/16101600/16101600/16101600/1610 1920/19321920/19321920/19321920/1932

* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula facultativa ensino e de matrícula facultativa ensino e de matrícula facultativa ensino e de matrícula facultativa para o educando.para o educando.para o educando.para o educando.

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6.9.3 Ensino Médio6.9.3 Ensino Médio6.9.3 Ensino Médio6.9.3 Ensino Médio

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO MÉDIOENSINO MÉDIOENSINO MÉDIOENSINO MÉDIO

ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA NOVA VISÃO

ENTIDAENTIDAENTIDAENTIDADE MANTENEDORA:DE MANTENEDORA:DE MANTENEDORA:DE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava

ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2º Sem/2009 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200/1210 horas 1440/1452 h/a

DISCIPLINASDISCIPLINASDISCIPLINASDISCIPLINAS Total deTotal deTotal deTotal de HorasHorasHorasHoras

Total deTotal deTotal deTotal de horas/aulahoras/aulahoras/aulahoras/aula

L. PORTUGUESA E LITERATURA 174 208

LEM – INGLÊS 106 128

ARTE 54 64

EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64

MATEMÁTICA 174 208

QUÍMICA 106 128

FÍSICA 106 128

BIOLOGIA 106 128

HISTÓRIA 106 128

GEOGRAFIA 106 128

SOCIOLOGIA 54 64

FILOSOFIA 54 64

* LÍNGUA ESPANHOLA 54 64

TOTALTOTALTOTALTOTAL 1200/12101200/12101200/12101200/1210 1440/14521440/14521440/14521440/1452

* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula * disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula * disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula * disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula facultativa para o educando.facultativa para o educando.facultativa para o educando.facultativa para o educando.

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7. REFERÊNCIAS7. REFERÊNCIAS7. REFERÊNCIAS7. REFERÊNCIAS ALARCÃO, I. Formação continuada como instrumento de Profissionalização docente. In: Caminhos da ProfissionCaminhos da ProfissionCaminhos da ProfissionCaminhos da Profissionalização do Magistério. alização do Magistério. alização do Magistério. alização do Magistério. São Paulo: Papirus, 1998.

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VASCONCELOS, Celso. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de transformação. de transformação. de transformação. de transformação. São Paulo: Libertad, 1998. VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.) Projeto PolíticoProjeto PolíticoProjeto PolíticoProjeto Político----Pedagógico da escola: uma Pedagógico da escola: uma Pedagógico da escola: uma Pedagógico da escola: uma construçãconstruçãconstruçãconstrução possívelo possívelo possívelo possível. Campinas: Papirus, 1995.