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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOSCENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOSCENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOSCENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS
NOVA VISÃONOVA VISÃONOVA VISÃONOVA VISÃO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICOPROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICOPROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICOPROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
GUARAPUAVAGUARAPUAVAGUARAPUAVAGUARAPUAVA 2011201120112011
SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................1. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................1. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................1. IDENTIFICAÇÃO ..................................................................................................................................................... 8888
1.1 Denominação da Instituição ............................................ 1.1 Denominação da Instituição ............................................ 1.1 Denominação da Instituição ............................................ 1.1 Denominação da Instituição ................................................................................................................................................ 8888
1.2 Endereço ...................................................................................... 1.2 Endereço ...................................................................................... 1.2 Endereço ...................................................................................... 1.2 Endereço ...................................................................................................................................... 8888
1.3 Estrutura Física ................................................................ 1.3 Estrutura Física ................................................................ 1.3 Estrutura Física ................................................................ 1.3 Estrutura Física ................................................................................................................................................................ 8888
1.4 Níveis de Ensino ..................................................................... 1.4 Níveis de Ensino ..................................................................... 1.4 Níveis de Ensino ..................................................................... 1.4 Níveis de Ensino ......................................................................................................................................... 8888
1.5 Número 1.5 Número 1.5 Número 1.5 Número de Turmas .......................................................... de Turmas .......................................................... de Turmas .......................................................... de Turmas .............................................................................................................................................................. 9999
1.6 Período de Funcionamento ............................................................. 1.6 Período de Funcionamento ............................................................. 1.6 Período de Funcionamento ............................................................. 1.6 Período de Funcionamento ................................................................................................. 9999
1.7 Recursos Humanos .............. 1.7 Recursos Humanos .............. 1.7 Recursos Humanos .............. 1.7 Recursos Humanos .............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 9999
2. APRESENTAÇÃO .............................................................................................2. APRESENTAÇÃO .............................................................................................2. APRESENTAÇÃO .............................................................................................2. APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 11112222
2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico …......... 2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico …......... 2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico …......... 2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico …............................................................................................................................. 11112222
2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Ins 2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Ins 2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Ins 2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição ....................tituição ....................tituição ....................tituição .................... 11114444
2.3 Objetivos da Instituição ................................................... 2.3 Objetivos da Instituição ................................................... 2.3 Objetivos da Instituição ................................................... 2.3 Objetivos da Instituição ....................................................................................................................................................... 11115555
2.3.1 Objetivo Geral .................................................................................. 15
2.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................... 15
3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11117777
3.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado …................. 3.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado …................. 3.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado …................. 3.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado …................. 11117777
3.2 PIG 3.2 PIG 3.2 PIG 3.2 PIG –––– Penitenciária Industrial de Guarapuava ........... Penitenciária Industrial de Guarapuava ........... Penitenciária Industrial de Guarapuava ........... Penitenciária Industrial de Guarapuava ................................................................................................................................... 11119999
3.2.1 Estrutura Física ............................................................................... 21
3.2.2 Recursos Humanos .......................................................................... 22
3.2.3 Segurança ........................................................................................ 23
3.2.4 Caracterização do Sujeito Encarcerado ........................................... 23
3.3 CRAG 3.3 CRAG 3.3 CRAG 3.3 CRAG –––– Centro de Regime Semi Aberto de Guara Centro de Regime Semi Aberto de Guara Centro de Regime Semi Aberto de Guara Centro de Regime Semi Aberto de Guarappppuava ........................uava ........................uava ........................uava ........................ 22227777
3.3.1 Estrutura Física ................................................................................. 28
3.3.2 Recursos Humanos .......................................................................... 29
3.3.3 Segurança ........................................................................................ 30
3.3.4 Caracterização do Sujeito Encarcerado ........................................... 31
4. MARCO SITUACIONAL .....................4. MARCO SITUACIONAL .....................4. MARCO SITUACIONAL .....................4. MARCO SITUACIONAL ......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 33334444
4.1 Histórico da EJA no Brasil .................................. 4.1 Histórico da EJA no Brasil .................................. 4.1 Histórico da EJA no Brasil .................................. 4.1 Histórico da EJA no Brasil ......................................................................... ....................................... ....................................... ....................................... 33338888
4.2 Histórico da EJA no estado do Paraná …...... 4.2 Histórico da EJA no estado do Paraná …...... 4.2 Histórico da EJA no estado do Paraná …...... 4.2 Histórico da EJA no estado do Paraná ….................................................................................................................................................................................. 50505050
4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade 4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade 4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade 4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade ............... ............... ............... ....................... 55555555
4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional ................................................ 55
4.3.2 A população carcerária …................................................................. 57
4.3.3 O acesso à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio? ..... 58
4.3.4 Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição prisional ..................................................................................................
67
4.4 Organização do Trabalho Pedagógico ............. 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico ............. 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico ............. 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico ............................................................................................................................................................................. 77778888
4.4.1 Caracterização do Curso ................................................................. 78
4.4.2 Frequência ....................................................................................... 81
4.4.3 Oferta das disciplinas ….................................................................. 82
4.4.4 Material de Apoio Pedagógico ….................................................... 84
5. MARCO CONCEITUAL ............................................................5. MARCO CONCEITUAL ............................................................5. MARCO CONCEITUAL ............................................................5. MARCO CONCEITUAL ........................................................................................................................................................................ 88885555
5. 5. 5. 5.1 A escola e as funções sociais da Educação de Jov1 A escola e as funções sociais da Educação de Jov1 A escola e as funções sociais da Educação de Jov1 A escola e as funções sociais da Educação de Jovens e Adultos ...........ens e Adultos ...........ens e Adultos ...........ens e Adultos ........... 99991111
5.2 A contribuição da educação para o processo de ressocialização dos 5.2 A contribuição da educação para o processo de ressocialização dos 5.2 A contribuição da educação para o processo de ressocialização dos 5.2 A contribuição da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos privados de liberdade …...................................................sujeitos privados de liberdade …...................................................sujeitos privados de liberdade …...................................................sujeitos privados de liberdade …...........................................................................................................................................................
99998888
5.3 Ações Escolares ................................................................ 5.3 Ações Escolares ................................................................ 5.3 Ações Escolares ................................................................ 5.3 Ações Escolares ............................................................................................................................................................ 101010109999
5.3.1 Gestão Escolar .............................................................................. 109
5.3.2 Hora Atividade ................................................................................ 111
5.3.3 Inclusão .......................................................................................... 111
5.3.4 Desafios Educacionais Contemporâneos ...................................... 113
5.3.5 Diversidade .................................................................................... 114
5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola …......... 115
5.3.7 Avaliação ….................................................................................... 117
6. MARCO OPERACIONAL .........................................................6. MARCO OPERACIONAL .........................................................6. MARCO OPERACIONAL .........................................................6. MARCO OPERACIONAL ..................................................................................................................................................................... 121212121111
6.1 Organização Escolar …................. 6.1 Organização Escolar …................. 6.1 Organização Escolar …................. 6.1 Organização Escolar …................................................................................................................................................................................................................................................................. 121212122222
6.1.1 Matrícula …...................................................................................... 122
6.1.2 Calendário........................................................................................ 124
6.1.3 Aproveitamento de Estudos ............................................................. 124
6.1.4 Classificação ................................................................................... 125
6.1.5 Reclassificação ................................................................................ 126
6.2 Gestão Escolar .................................................................6.2 Gestão Escolar .................................................................6.2 Gestão Escolar .................................................................6.2 Gestão Escolar ................................................................................................................................................................. 121212126666
6.2.1 Gestão Democrática ....................................................................... 126
6.2.2 Conselho Escolar ........................................................................... 127
6. 6. 6. 6.3 Atribuições dos Recursos Humanos ................................3 Atribuições dos Recursos Humanos ................................3 Atribuições dos Recursos Humanos ................................3 Atribuições dos Recursos Humanos ................................................................................................................................ 121212129999
6.3.1 Da Direção ..................................................................................... 129
6.3.2 Da Direção Auxiliar ........................................................................ 131
6.3.3 Da Equipe Pedagógica ................................................................... 131
6.3.4 Do Corpo Docente .......................................................................... 133
6.3.5 Do Secretário .................................................................................. 135
6.3.6 Da Equipe de Agente Educacional II .............................................. 135
6.4 Plano de Trabalho Docente .............................................. 6.4 Plano de Trabalho Docente .............................................. 6.4 Plano de Trabalho Docente .............................................. 6.4 Plano de Trabalho Docente .............................................................................................................................................. 131313137777
6.5 Plano de Formação Continuada .................................... 6.5 Plano de Formação Continuada .................................... 6.5 Plano de Formação Continuada .................................... 6.5 Plano de Formação Continuada ............................................................................................................................................ 131313138888
6.6 Plano de Avaliaçã 6.6 Plano de Avaliaçã 6.6 Plano de Avaliaçã 6.6 Plano de Avaliação Institucional do Curso ....................o Institucional do Curso ....................o Institucional do Curso ....................o Institucional do Curso ................................................................................................................................ 131313139999
6.7 Plano de Ação da Instituição ...........................................6.7 Plano de Ação da Instituição ...........................................6.7 Plano de Ação da Instituição ...........................................6.7 Plano de Ação da Instituição ................................................................................................................................................... 141414142222
6.8 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar …................6.8 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar …................6.8 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar …................6.8 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar …................................................................................................................................ 141414146666
6.8.1 Identificação 146
6.8.1.1 Denominação da Instituição 146
6.8.1.2 Endereço 146
6.8.2 Equipe Multidisciplinar 146
6.8.3 Coordenador 146
6.8.4 Colaboradores 146
6.8.5 Abrangência do Plano de Ação 146
6.8.6 Apresentação 147
6.8.7 Objetivos 149
6.8.8 Desenvolvimento 150
6.8.9 Avaliação 152
6.8.10 Cronograma 154
6.8.11 Referências 158
6.9 Matriz Curricular ............................................................6.9 Matriz Curricular ............................................................6.9 Matriz Curricular ............................................................6.9 Matriz Curricular ............................................................................................................................................................................ 111160606060
6.9.1 Ensino Fundamental Fase I .......................................................... 160
6.9.2 Ensino Fundamental Fase II ......................................................... 161
6.9.3 Ensino Médio ................................................................................ 162
7. REFERENCIAS ..........................................................................7. REFERENCIAS ..........................................................................7. REFERENCIAS ..........................................................................7. REFERENCIAS .............................................................................................................................................................................. 161616163333
1. IDENTIFICAÇÃO1. IDENTIFICAÇÃO1. IDENTIFICAÇÃO1. IDENTIFICAÇÃO 1.1 Denominação da Instituição 1.1 Denominação da Instituição 1.1 Denominação da Instituição 1.1 Denominação da Instituição
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS – NOVA VISÃO – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
1.21.21.21.2 EndereçoEndereçoEndereçoEndereço Rua: Borges Dário de Lis, 439 – Bairro CDI – CEP: 85063-540 Município: Guarapuava – Paraná Telefone: (42)3624-7480/3629-1858 1.31.31.31.3 Estrutura Física:Estrutura Física:Estrutura Física:Estrutura Física: O espaço físico é utilizado em parceria com as instituições prisionais, a biblioteca, o refeitório e banheiros são compartilhados. Listamos os espaços que foram cedidos à escola e que são de seu uso exclusivo:
LOCAL/QUANTIDADELOCAL/QUANTIDADELOCAL/QUANTIDADELOCAL/QUANTIDADE ESPAÇOESPAÇOESPAÇOESPAÇO
PIGPIGPIGPIG CRAGCRAGCRAGCRAG
Sala secretaria/direção 1 1
Sala equipe pedagógica 1 1
Sala de professor 1 1
Sala de aula 5 4
Sala material didático --- 1
Sala para depósito --- 1
Sala de reuniões --- 1
1.41.41.41.4 Níveis de EnsinoNíveis de EnsinoNíveis de EnsinoNíveis de Ensino 1.4.1. Ensino Fundamental Fase I
1.4.2. Ensino Fundamental Fase II 1.4.2. Ensino Médio
1.51.51.51.5 NúmeroNúmeroNúmeroNúmero de Turmas de Turmas de Turmas de Turmas 1.5.1. Organização Coletiva: 22 turmas 1.5.2. Organização Individual: 26 turmas
1.61.61.61.6 Período de FuncionamentoPeríodo de FuncionamentoPeríodo de FuncionamentoPeríodo de Funcionamento As aulas funcionam no período contrário ao do trabalho.
Período Período Período Período Horário da SecretariaHorário da SecretariaHorário da SecretariaHorário da Secretaria Horário da AulaHorário da AulaHorário da AulaHorário da Aula
Manhã Manhã: 8h às 12h
Manhã: 8h às 11h 30min
Tarde Tarde: 13h às 17h
Tarde: 14h 30min às 18h
Noite Noite: 18h às 22h
Noite: 19h às 22h30min
1.71.71.71.7 Recursos HumanosRecursos HumanosRecursos HumanosRecursos Humanos
Para ingresso, no CEEBJA que atende alunos privados de liberdade, os
funcionários da SEED passam por um processo seletivo rigoroso, conforme Resolução
Conjunta SEED/SEJU/SEAD com o fim de atender aos critérios exigidos para as
especificidades desta escola.
• DireçãoDireçãoDireçãoDireção
NOMENOMENOMENOME FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO GRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃO
Eliel Earle Linhares
Diretor Licenciatura em Educação Física
• Equipe PedagógicaEquipe PedagógicaEquipe PedagógicaEquipe Pedagógica
NONONONOMEMEMEME FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO GRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃO
Luciane Wolff Martins
Pedagoga Licenciatura em Pedagogia
Nadia Maria Garcias da Luz Sanches
Pedagoga Licenciatura em Pedagogia
• Equipe AdministrativaEquipe AdministrativaEquipe AdministrativaEquipe Administrativa
NOMENOMENOMENOME FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO GRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃO
Claudineia Coelho Domingues
Secretária Licenciatura em Pedagogia
Rosangela Aparecida Munhoz Gluzezak.
Agente Administrativo II Licenciatura em Educação Física
• Corpo DocenteCorpo DocenteCorpo DocenteCorpo Docente
NOMENOMENOMENOME FUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃOFUNÇÃO GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO Adriana Cristina Bernardim
Professora – Língua Portuguesa Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Letras –Literatura
Adriana Presotto
Professora – Matemática – Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Matemática
Anézia Cristina de Souza Marcondes
Professora – Biologia – Ensino Médio
Licenciatura em Biologia
Catarina Sirlei Laurentino
Professora – Geografia – Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Geografia
Daísa dos Passos Galeski. Professora – Ensino Licenciatura em Letras –
Fundamental Fase I Literatura
Edinilson Salateski
Professor – Física – Ensino Médio
Licenciatura em Física
Edson Dreviski
Professor – Ciências – Ensino Fundamental
Ciências – Licenciatura
Elisabete Mogalski
Professora – Língua Portuguesa Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Letras –Literatura
Elizete de Fátima Almeida Simão
Professora – História – Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em História
Fernando José Rodrigues
Professor – Química – Ensino Médio
Licenciatura em Química
Florivaldo Quizini Júnior
Professor – Filosofia – Ensino Médio
Licenciatura em Filosofia
Franciane de Lima Silveira
Professora – Arte – Ensino Fundamental e Médio
Arte e Educação –Licenciatura
Lourdes Vilczak dos Santos
Professora – Ensino Fundamental Fase I
Licenciatura em Matemática
Maricleusa Inglês da Silva
Professora – Matemática – Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Matemática
Marileda Raquel Lunardi Potulski
Professora – Ensino Fundamental Fase I
Licenciatura em Pedagogia
Marilza da Conceição Weiber Professora – LEM Inglês – Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Letras –Anglo
Pedro Lealdino Professor – Educação Física – Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Educação Física
2.2.2.2. APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO 2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico2.1 A importância do Projeto Político Pedagógico
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), no artigo 15,
concedeu à escola progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de
gestão financeiragestão financeiragestão financeiragestão financeira. Ter autonomia significa construir um espaço de liberdade e de
responsabilidade para elaborar seu próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e
planejando suas atividades de modo a responder às demandas da sociedade, ou seja,
atendendo ao que a sociedade espera dela. A autonomia permite à escola a construção
de sua identidade e à equipe escolar uma atuação que a torna sujeito histórico de sua
própria prática. Pensar no processo de construção de um projeto político-pedagógico
requer uma reflexão inicial sobre seu significado e importância. Verificamos que a
LDBEN/96 ressalta a importância desse instrumento em seus artigos:
* No artigo 12, inciso I, que vem sendo chamado o “artigo da escola” a Lei dá aos estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta elaborar e executar sua proposta elaborar e executar sua proposta elaborar e executar sua proposta pedagógicapedagógicapedagógicapedagógica.
*No artigo 14, em que são definidos os princípios da gestão democrática, o primeiro deles é a para para para participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico ticipação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico ticipação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico ticipação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escolada escolada escolada escola.
“O Projeto Político-Pedagógico representa a oportunidade da direção, da coordenação pedagógica, dos professores e da comunidade, tomarem sua escola nas mãos, definir seu papel estratégico na educação das crianças e jovens, organizar suas ações, visando a atingir os objetivos
Através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional há o detalhamento dos
aspectos pedagógicos da organização escolar, o que mostra bem o valor atribuído a essa
questão pela atual legislação educacional. Dessa forma, essa é uma exigência legal que
precisa ser transformada em realidade por todas as escolas do país. Entretanto, não se
trata apenas de assegurar o cumprimento da legislação vigente, mas, sobretudo, de
garantir um momento privilegiado de construção, organização, decisão e autonomia da
escola. Por isso, é importante evitar que essa exigência se reduza a mais uma atividade
burocrática e formal a ser cumprida. Um projeto político-pedagógico voltado para construir
e assegurar a gestão democrática se caracteriza por sua elaboração coletiva e não se
constitui em um agrupamento de projetos individuais. Segundo Libâneo, o projeto é o
documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser
desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema
de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar.
Na verdade, o projeto político-pedagógico é a expressão da cultura da escola
com sua (re) criação e desenvolvimento, pois expressa a sua cultura, impregnada de
crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram da
sua elaboração. Assim, o projeto orienta a prática de produzir uma realidade. Para isso, é
preciso primeiro conhecer essa realidade. Em seguida reflete-se sobre ela, para só depois
planejar as ações para a construção da realidade desejada. É preciso destacar que o
projeto político-pedagógico extrapola a dimensão pedagógica, englobando também a
gestão financeira e administrativa, ou seja, os recursos necessários à sua implementação
e as formas de gerenciamento. Em suma: construir o projeto políticoconstruir o projeto políticoconstruir o projeto políticoconstruir o projeto político----pedagógico significa pedagógico significa pedagógico significa pedagógico significa
enfrentar o desafio da transformação global da escolaenfrentar o desafio da transformação global da escolaenfrentar o desafio da transformação global da escolaenfrentar o desafio da transformação global da escola, tanto na dimensão pedagógica,
administrativa, como na sua dimensão política.
2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição2.2 A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Instituição
Na elaboração do projeto político pedagógico do CEEBJA Nova Visão, foi acatada
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96) e a Instrução nº 006/2010
- SUED/SEED, deixando explícita a ideia de que a escola deve observar os aspectos
legais, mas não pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa, assim
sendo, este projeto passa a ser objeto prioritário de estudo, discussão, reorganização e
até mesmo de previsão de um futuro diferente do presente minimizando as relações
competitivas, corporativas e autoritárias.
A nossa proposta educativa, procura constantemente a realimentação de práticas
educativas, atribuindo possíveis intervenções pedagógicas frente às necessidades e
interesses dos envolvidos, procurando contribuir para a construção da própria identidade
como escola.
A construção do projeto desta escola parte do diagnóstico de uma realidade
diferenciada, pela sua especificidade, onde toda a comunidade escolar participou, pois
consideramos indispensável a contribuição de todos no processo educativo e assim,
buscamos imprimir em todos os segmentos o sentimento de pertencimento e
comprometimento com a qualidade do trabalho pedagógico.
O compromisso de toda comunidade escolar é desenvolver uma proposta de
trabalho pedagógico dentro de uma instituição prisional com firme propósito de respeito a
todas as especificidades que esta realidade exige.
Localizada dentro da Penitenciária Industrial de Guarapuava – PIG e do Centro de
Regime Semi Aberto de Guarapuava – CRAG, esta escola tem sua atenção voltada para
a Educação de Jovens, Adultos e Idosos privados de liberdade, assumindo o
compromisso de desenvolver todos os aspectos que envolvem a educação formal, assim
como contribuir para o processo de reeducação e ressocialização.
2.3 Objetivos da instituição2.3 Objetivos da instituição2.3 Objetivos da instituição2.3 Objetivos da instituição
2.3.1 Objetivo geral2.3.1 Objetivo geral2.3.1 Objetivo geral2.3.1 Objetivo geral
O Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos Nova Visão é um espaço
escolar, que em conjunto com a instituição prisional, busca o processo de reeducação e
ressocialização do sujeito encarcerado. Este processo está baseado no tripé: tratamento
penal, trabalho e educação.
Portanto esta escola tem como objetivo geral:
- Oferecer ao educando a possibilidade da vivência do processo ensino-
aprendizagem de qualidade onde as atividades educacionais proporcionem a apropriação
do conhecimento científico levando-o a tornar-se um sujeito autônomo que possa
construir uma nova trajetória de vida alicerçada em valores morais, éticos e sociais
assumindo-se como agente transformador e que inserido, ativamente, no seu meio possa
exercer sua cidadania com responsabilidade e comprometimento.
2.3.2 Objetivos específicos2.3.2 Objetivos específicos2.3.2 Objetivos específicos2.3.2 Objetivos específicos
Proporcionar a formação de cidadãos capazes de:
−Tomarem consciência de sua realidade histórica.
−Dirigirem sua própria vida, sendo auto-suficiente, crítico, cumpridor dos seus direitos e
deveres.
−Compreenderem a cidadania como participação social e política.
−Questionarem a realidade, formulando problemas e tratando de resolvê-los, utilizando
para isso o pensamento lógico, a criatividade de análise crítica, selecionando
procedimentos e verificando sua adequação.
−Conhecerem e cuidarem do próprio corpo, adotando hábitos saudáveis, agindo assim
com responsabilidade em relação a sua saúde e a saúde coletiva
−Contextualizar os conhecimentos.
−Respeitarem o próximo.
−Implementar a autonomia intelectual e formação ética.
3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO3. INTRODUÇÃO
3.13.13.13.1 CEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciadoCEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciadoCEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciadoCEEBJA NOVA VISÃO: um ambiente escolar diferenciado
A educação é vista dentro da unidade penal como uma possibilidade de
intervenção ou de inclusão e pretende-se que através dela seja promovida alternativas
para a socialização dos internos frente à sociedade civil. Segundo Oliveira (2008), “a
educação deve ser entendida como um processo de socialização dos indivíduos.”
Já, conforme Volpi (2001, p. 38) é preciso refazer o processo de socialização para
integrá-lo à sociedade, ajustado às expectativas e padrões desejados pela ordem social
vigente. Visto desta forma, a educação, dentro das instituições destinadas à privação de
liberdade, deve contribuir para que a socialização aconteça através da autonomia e das
reflexões que ela gerará, oportunizando aos mesmos refletir suas futuras práticas e ações
diante da sociedade.
Oliveira (2008) também explicita que:
A educação deve viabilizar a possibilidade de uma orientação para a formação do sujeito e da construção de uma cidadania democrática e ativa que tenha como meta o empoderamento da consciência social do indivíduo, privado de sua liberdade, no qual se trabalhe, a estrutura cognitiva do mesmo para que se adapte na esfera coletiva da sociedade.
Pensando desta maneira, a educação deve ser entendida como instrumento que
pode auxiliar o indivíduo a repensar suas ações e por meio delas transformá-las em
direitos e deveres, no exercício de sua cidadania.
Sendo assim, conforme a Proposta Pedagógica Curricular, do Centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos Nova Visão, a Penitenciária Industrial de
Guarapuava – PIG e o Centro de Regime Semi Aberto de Guarapuava – CRAG, em sua
concepção de presídio, têm como meta o tratamento do detento buscando a sua
educação ou a reeducação para que o mesmo possa conviver com a sociedade, visando
proporcionar a reabilitação dos indivíduos.
Foi com esse intuito que, em 1999, a Secretaria de Estado da Educação do
Paraná – SEED em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania –
SEJU deram início ao atendimento educacional a clientela existente, na época apenas na
PIG, através do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de
Guarapuava. Clientela esta formada por educandos do sexo masculino em privação de
liberdade, em regime fechado. Primeiramente foram atendidos pelo Sistema de Posto
Avançado do CEEBJA – PAC, até 2006. Desta data até 2008, passou a ter uma nova
denominação chamada Ação Pedagógica Descentralizada – APED, sendo os professores
vinculados ao CEEBJA Guarapuava.
Com a implantação do Centro de Regime Semi Aberto de Guarapuava - CRAG,
em 2007, foi ampliado o atendimento, também através das APEDs, já que esta unidade
passou a abrigar um grande número de internos oriundos da Penitenciária Industrial de
Guarapuava - PIG, onde já haviam iniciado seus estudos e também de outras instituições
prisionais.
Com o objetivo de proporcionar um ensino de qualidade e melhores condições de
atendimento ao educando e com o aumento significativo dos internos, exigindo assim uma
demanda maior de professores, pedagogos e funcionários administrativos, é que surgiu a
possibilidade de se criar uma escola, para atender as duas unidades, pois havia todas as
condições físicas e também atendia aos critérios exigidos para essa implantação. Foi
assim que a coordenação pedagógica, os professores, que estavam atuando no momento
e direção das unidades uniram-se e iniciaram o processo de criação da escola, através da
parceria entre a Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED e Secretaria de
Estado da Justiça e da Cidadania - SEJU.
A escolha do nome desta escola aconteceu por meio de uma pesquisa junto aos
alunos e professores que deram várias sugestões e a partir de uma seleção foi escolhido
o nome atual “Nova Visão”, ficando então Centro Estadual de Educação Básica de Jovens
e Adultos Nova Visão – Ensino Fundamental e Médio. Este nome veio ao encontro do
principal objetivo da escola que é educar para o exercício da cidadania, na qual a
educação vem colaborar na re-educação e ressocialização do sujeito privado de
liberdade.
Sendo assim, através da Resolução nº 015/09, de 05 de janeiro de 2009, houve a
autorização de funcionamento desta instituição de ensino, iniciando suas atividades com o
Ensino Fundamental Fase I no mês de março de 2009 e com o Ensino Fundamental
Fase II e Ensino Médio, no mês de agosto de 2009
3.23.23.23.2 PIG PIG PIG PIG –––– Penitenciária Industrial de Guarapuava: Penitenciária Industrial de Guarapuava: Penitenciária Industrial de Guarapuava: Penitenciária Industrial de Guarapuava: Estabelecimento Penal de
Regime Fechado - Custódia Masculina - Rua Dário Borges de Lis, 439 - CDI
No cenário de contradições existentes no sistema prisional temos de um lado
fugas, rebeliões, tratamento desumano e de outro a existência de iniciativas inovadoras
que aplicam o prescrito na Constituição Brasileira, garantindo a execução dos direitos
humanos. Nesta última concepção destaca-se a PIG - Penitenciária Industrial de
Guarapuava (PR).
Foto 1 – Vista da fachada da PIG
Fonte PIG
Primeira penitenciária industrial do país, destinada a presos condenados do sexo
masculino, em regime fechado. Inaugurada em 12 de novembro de 1999, está localizada
no Município de Guarapuava, distante 265 km de Curitiba e tem capacidade para abrigar
até 240 internos. Foi construída com recursos dos Governos Federal e Estadual.
Foi concebida e projetada objetivando o cumprimento das metas de ressocialização
do preso, facilitada pela interiorização dos Presídios (preso próximo da família e local de
origem), política adotada pelo Governo do Paraná, buscando oferecer novas alternativas
para os apenados, proporcionando-lhes melhores condições para sua reintegração à
sociedade. Esta alternativa institucional prisional é uma busca de humanização do
sistema penitenciário pela profissionalização do detento e consequentemente a
ressocialização pelo trabalho e educação. Também foi a primeira Unidade Penal do Brasil
em que a operacionalização executou-se por uma empresa privada contratada pelo
Estado (desde a sua inauguração até o mês de agosto de 2006), passando novamente às
mãos do Estado a partir desta data.
3.2.1 Estrutura Física3.2.1 Estrutura Física3.2.1 Estrutura Física3.2.1 Estrutura Física
Esta unidade penal se difere das convencionais porque funciona em um prédio
moderno, em uma área total de terreno de 35.000 m, cuja área construída é de 7.177, 42
m.
Sua capacidade é para 240 internos, divididos em 120 cubículos, separados em
cinco galerias com 24 cubículos cada uma, é bem equipada com camas de alvenaria em
cada cela, a limpeza é realizada pelos próprios internos.
Apresenta um pavilhão para dia de visitas e doze suítes para encontros íntimos, as
visitas são realizadas aos domingos por familiares devidamente cadastrados.
Tem dois refeitórios, um para os internos e outro para funcionários. Cinco pátios,
quatro deles destinados ao momento de “sol” utilizando 2 horas diárias e um pátio para
atividades esportivas e recreativas, usado nas sextas-feiras e sábados e para visitas aos
domingos. Também apresenta um consultório médico, um odontológico, uma enfermaria,
cino salas de aula, uma sala de professores, uma biblioteca, seis salas para atendimento
técnico, uma lavanderia, uma cozinha, dois canteiros de trabalho. Existem os espaços
destinados à administração e à Polícia Militar.
Além da atividade de ensino formal, os internos têm a possibilidade de participar de
atividades como biblioteca, palestras informativas, apresentações de teatro, grupos de
apoio com os Alcoólicos Anônimos e Grupos Religiosos como Igreja Católica,
Comunidade Cristã, Assembléia de Deus e Doutrina Espírita. Também são oferecidos
cursos profissionalizantes.
Enfim é um espaço privilegiado onde o detento tem a possibilidade de cumprir a
sua pena recebendo um atendimento onde seus direitos são respeitados.
3.2.2 Recursos Humanos 3.2.2 Recursos Humanos 3.2.2 Recursos Humanos 3.2.2 Recursos Humanos
A unidade consta com um efetivo de funcionários internos: 03 que respondem pela
direção da unidade prisional; 105 agentes penitenciários; 17 funcionários administrativos;
03 estagiários; 05 técnicos: 01 psicóloga, 02 assistentes sociais, 01 dentista e 01
enfermeira; 02 advogadas e funcionários externos: 08 que pertencem ao Batalhão da
Polícia Militar, 22 que pertencem à Secretaria de Estado da Educação – CEEBJA que
realiza todo o trabalho de escolarização formal; 04 da empresa privada FUJIWARA
(confecção de luvas de segurança) e 04 da empresa privada KADESH (confecção de
calçados de segurança) ambas disponibilizam o trabalho aos internos.
Os agentes de segurança são, na sua totalidade, concursados e devidamente
preparados para esta função, assim como os demais funcionários administrativos. A
direção Desta Unidade Penal fica sob a responsabilidade de:
1. Amaurílio Valmir Cabral Direção Graduação – Ciências Contábeis/SEJU
2. José Roberto Chagas Vice-Direção Graduação – Ciências Biológicas/SEJU
3. Roberto de Jesus Camargo Chefe - Dised/Depen
Graduação Licenciatura em Pedagogia/SEJU
Fica claro nas relações dos internos com os funcionários e direção um tratamento
de respeito e atenção.
3.2.3 Segurança3.2.3 Segurança3.2.3 Segurança3.2.3 Segurança
A segurança interna é de responsabilidade dos Agentes Penitenciários e a externa
fica a cargo da Polícia Militar que além de guardar a penitenciária faz a escolta do detento
quando necessário.
Todas as pessoas ao adentrar nesta instituição passam por revista, assim como
seus pertences. Também o detento passa por revista toda vez que se ausenta de sua
cela e a mesma situação se observa no canteiro de trabalho e sala de aula.
A segurança do detento é rigorosa e todo problema disciplinar é registrado e
encaminhado aos setores responsáveis e trabalhado junto aos envolvidos, que estarão
sujeitos às sanções aplicáveis de acordo com normas internas estabelecidas visando a
preservação do respeito e bom convívio entre os internos.
3.2.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.2.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.2.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.2.4 Caracterização do sujeito encarcerado
Esta instituição recebe condenados da cadeia pública de Guarapuava e região que
abrange os municípios que compõe a Vara de Execução de Guarapuava: Guarapuava,
Prudentópolis, Irati, Rebouças, Rio Azul, São Mateus do Sul, União da Vitória, Palmital,
Iretama, Manoel Ribas, Cândido de Abreu, Reserva, Pitanga, Pinhão e Mallet.(Gráfico 1)
Gráfico 1 Gráfico 1 Gráfico 1 Gráfico 1 –––– Procedência do Interno Procedência do Interno Procedência do Interno Procedência do Interno
PROCEDÊNCIA
190
40
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
ÁREA URBANA –
INTERIOR
ÁREA URBANA –
METRÓPOLES
Qtde
Fonte PIG
Para que o condenado possa cumprir a pena nesta instituição é submetido a uma
entrevista prévia, ter bom comportamento e ter o desejo de trabalhar. Na chegada à
unidade penal o detento passa pelo processo de triagem e adaptação. Após a entrada o
mesmo é avaliado periodicamente por uma Comissão Técnica composta por Assistente
Social e Psicóloga. Existe um acompanhamento do interno visando o desenvolvimento de
atividades que o auxiliem na formação de bons hábitos e atitudes. Ao traçar um perfil do
interno nota-se que grande porcentagem encontra-se na faixa etária dos 18 aos 34 anos
de idade. (Gráfico 2)
Gráfico 2 Gráfico 2 Gráfico 2 Gráfico 2 –––– Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno
FAIXA ETÁRIA
63
42 37
154
78
0
20
40
60
80
100
18 A 24 25 A 29 30 A 34 35 A 45 46 A 60 MAIS DE 60
Qtde
Fonte - PIG
Em relação à situação civil evidencia-se que a maioria apresenta união estável
seguido dos solteiros, pois temos uma grande parcela da população que é jovem. (Gráfico
3)
Gráfico 3 Gráfico 3 Gráfico 3 Gráfico 3 –––– Situação Civi Situação Civi Situação Civi Situação Civil do Internol do Internol do Internol do Interno
SITUAÇÃO CIVIL
91
26
0
4
0
94
4
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
AMASIADO
CASADO
DIVORCIADO
SEPARADO
SEPARADO JUDICIALMENTE
SOLTEIRO
VIUVO
DESQUITADO
Qtde
Fonte - PIG
Verificamos que grande parte desta população é oriunda desta região que
tem a presença marcante de europeus na sua colonização, portanto a maioria pertence a
esta etnia. (Gráfico 4)
Gráfico 4 Gráfico 4 Gráfico 4 Gráfico 4 –––– Caracterização Racial Caracterização Racial Caracterização Racial Caracterização Racial
CARACTERIZAÇÃO RACIAL
0 1
58
15
165
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
BRANCOS NEGROS AMARELOS PARDOS INDÍGENA
Qtde
Fonte – PIG
Quanto ao nível de escolaridade a grande maioria apresenta pouca
escolaridade, e se encontra na situação de escolaridade de Ensino Fundamental
incompleto que vai desde a 1ª até a 8ª série. (gráfico 5)
Gráfico 5 Gráfico 5 Gráfico 5 Gráfico 5 –––– Escolaridade do Int Escolaridade do Int Escolaridade do Int Escolaridade do Internoernoernoerno
ESCOLARIDADE
10
22
140
0
28
18
2
3
16
0 20 40 60 80 100 120 140 160
ANALFABETOS
ALFABETIZADOS
FUNDAMENTAL INCOMPLETO
FUNDAMENTAL COMPLETO
MÉDIO INCOMPLETO
MÉDIO COMPLETO
SUPERIOR INCOMPLETO
SUPERIOR COMPLETO
NÃO INFORMADO
Qtde
Fonte PIG
3.3 CRAG 3.3 CRAG 3.3 CRAG 3.3 CRAG –––– Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava ––––
Estabelecimento Penal de Regime Semiaberto - Custódia Masculina - Rua Flávio
Correia dos Santos, 400 – CDI
Foto 2 – Vista da fachada do CRAG
O Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava, inaugurado em 14 de fevereiro
de 2007, com uma área de 12.091,53 m² e área construída de 2.205m², tem capacidade
para abrigar 300 presos do sexo masculino em alojamentos. Esta instituição possui uma
estrutura adaptada para a ressocialização dos seus internos, focada no tripé: disciplina,
trabalho e educação.
Construída com recursos do Governo do Estado do Paraná, está focada nas
parcerias com a iniciativa privada que disponibiliza trabalho aos sentenciados, oferecendo
dignidade para a reintegração social.
3.3.1 Estrutura Física3.3.1 Estrutura Física3.3.1 Estrutura Física3.3.1 Estrutura Física
Apresenta 12 alojamentos com capacidade para, aproximadamente, 27 internos
cada, 03 celas para triagem, 03 celas para isolamento, 01 área especial para dia de
visitas e 04 quartos designados para encontros íntimos, as visitas são realizadas aos
domingos por familiares devidamente cadastrados.
Têm dois refeitórios, um para os internos e outro para funcionários, 02 pátios para
atividades em área aberta, um deles destinados ao momento de “sol” utilizando 2 horas
diárias, este também é destinado para atividades recreativas e um campo de areia usado
nas atividades esportivas.
Também apresenta salas destinadas à saúde, como: consultório médico,
odontológico, sala de vacina, farmácia, expurgo, sala de observação e ambulatório.
Dispõe, ainda, de um espaço para a educação: quatro salas de aula, salas para direção,
equipe pedagógica, equipe administrativa e professores, contando com espaço destinado
para reuniões e cursos de professores e funcionários, almoxarifado e espaço destinado
estritamente a merenda escolar.
Há o espaço destinado ao setor técnico: 06 salas para atendimento, 01 lavanderia,
01 cozinha, 02 canteiros de trabalho. Existe também o espaço destinado à administração.
Com uma área industrial de, aproximadamente 300 metros quadrados, tem
implantada a empresa de Calçados de Segurança Kadesh. Os internos podem ser
implantados em outros canteiros internos recebendo o valor de pecúlio, sendo
implantados nas mais diversas atividades como faxina, cozinha, manutenção e
lavanderia, atendendo espaços desta instituição como horta, jardinagem, manutenção do
prédio, limpeza e lavanderia.
Mantêm parcerias com empresas como Industria de Madeiras Compensados
Guaratu, Transportes Pérola do Oeste, Resinap, R. A. Nestor, R Bastos, Cooperativa
Agrária Agroindustrial, Carvão Madepinho, Dalba Engenharia e Empreendimentos, Fórum
Desembargador Hernani Guarita Cartaxo, Penitenciária Industrial de Guarapuava, 14ª
Subdivisão Policial do Paraná, 16° Batalhão da Polícia Militar e 5º Batalhão de Polícia
Rodoviária do Paraná que oferecem canteiros na área externa da Unidade Penal com 8
horas diárias, sendo que os internos recebem 75% do salário mínimo. Além da atividade
de ensino formal, os internos têm a possibilidade de participar de atividades como
biblioteca, palestras informativas, apresentações de teatro, grupos de apoio com os
Alcoólicos Anônimos e Grupos Religiosos como Igreja Católica, Comunidade Cristã,
Assembléia de Deus e Doutrina Espírita. Também são oferecidos cursos
profissionalizantes.
3.3.2 Recursos Humanos3.3.2 Recursos Humanos3.3.2 Recursos Humanos3.3.2 Recursos Humanos
A unidade conta com um efetivo de funcionários internos: 03 que respondem pela
direção da unidade prisional; 69 agentes penitenciários; 08 funcionários administrativos;
01 estagiário; 02 assistentes sociais, 01 psicóloga, 01 enfermeira, 01 dentista, 02
advogadas e funcionários de setores externos: 22 que pertencem à Secretaria de Estado
da Educação – CEEBJA que realiza todo o trabalho de escolarização formal e 04 da
empresa privada KADESH que disponibiliza o trabalho aos internos (confecção de
calçados de segurança).
Os agentes de segurança são, na sua totalidade, concursados e devidamente
preparados para esta função, assim como os demais funcionários administrativos. A
direção Desta Unidade Penal fica sob a responsabilidade de:
1 Valderez Camargo da Silva Direção Graduação – Serviço Social/SEJU
2 Rafael Bandolim dos Santos Vice-Direção SEJU
3 Júlio César Pinto Chefe - Dised/Depen
SEJU
3.3.3 Segurança3.3.3 Segurança3.3.3 Segurança3.3.3 Segurança
A segurança é de responsabilidade dos Agentes Penitenciários e que, além de
guardar a penitenciária, faz a escolta do detento quando necessário.
Todas as pessoas ao adentrar nesta instituição passam por revista, assim como
seus pertences. Também o detento passa por revista toda vez que se ausenta de sua
cela e a mesma situação se observa no canteiro de trabalho e sala de aula.
A segurança do detento é rigorosa e todo falta disciplinar é registrada e
encaminhada aos setores responsáveis e trabalhada junto aos envolvidos, que estarão
sujeitos às sanções aplicáveis de acordo com Lei de Execuções Penais7210/84 visando a
preservação do respeito e bom convívio entre os internos.
3.3.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.3.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.3.4 Caracterização do sujeito encarcerado3.3.4 Caracterização do sujeito encarcerado
Esta instituição recebe condenados da cadeia pública de Guarapuava e das
Delegacias da região que abrange os municípios que compõe a Vara de Execução de
Guarapuava: Guarapuava, Prudentópolis, Irati, Rebouças, Rio Azul, São Mateus do Sul,
União da Vitória, Palmital, Iretama, Manoel Ribas, Cândido de Abreu, Reserva, Pitanga,
Pinhão e Mallet, além de receber também presos de todas as Unidades Penitenciárias do
Estado. (Gráfico 6)
Gráfico 6 Gráfico 6 Gráfico 6 Gráfico 6–––– Procedência do Interno Procedência do Interno Procedência do Interno Procedência do Interno
PROCEDÊNCIA
239
38
0 50 100 150 200 250 300
ÁREA URBANA –
INTERIOR
ÁREA URBANA –
METRÓPOLES
Qtde
Fonte CRAG
Para que o condenado possa cumprir a pena nesta instituição precisa estar em
progressão de regime ou ter sido condenado a regime semiaberto. Na chegada à unidade
penal o detento passa pelo processo de triagem, que se refere a um período de 20 dias
de adaptação às normas da instituição. Após a entrada, o mesmo é avaliado
periodicamente por uma Comissão Técnica composta por Pedagogia, Serviço Social,
Segurança, Saúde, Laborterapia e Psicologia. Este acompanhamento visa o
desenvolvimento de atividades que o auxiliem na formação de bons hábitos e atitudes,
além da construção de um projeto de vida para viabilização da progressão de regime
extra muros.
Ao traçar um perfil do interno nota-se que grande porcentagem encontra-se na
faixa etária dos 18 aos 29 anos de idade. (Gráfico 7)
Gráfico 7 Gráfico 7 Gráfico 7 Gráfico 7 –––– Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno Faixa Etária do Interno
FAIXA ETÁRIA
57
68
50
64
30
8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
18 A 24 25 A 29 30 A 34 35 A 45 46 A 60 MAIS DE 60
Qtde
Fonte - CRAG
Verificamos que grande parte desta população é oriunda desta região que tem a
presença marcante de europeus na sua colonização, portanto a maioria pertence a esta
etnia. (Gráfico 9)
Gráfico 8 Gráfico 8 Gráfico 8 Gráfico 8 –––– Caracterização racial Caracterização racial Caracterização racial Caracterização racial
CARACTERIZAÇÃO RACIAL
223
8 0
46
10
50
100
150
200
250
BRANCOS NEGROS AMARELOS PARDOS INDÍGENA
Qtde
Fonte - CRAG
Da caracterização dos sujeitos privados de liberdade, tanto regime fechado –
PIG, quanto regime semiaberto – CRAG é possível ter um conhecimento mais
aprofundado desta clientela e desta forma viabilizar um trabalho voltado para sua
realidade e necessidades.
4. MARCO SITUACIO4. MARCO SITUACIO4. MARCO SITUACIO4. MARCO SITUACIONALNALNALNAL
Os avanços científicos, as conquistas na área tecnológica e a alta qualidade de
vida, fruto do modo de produção capitalista, são marcos na sociedade atual. Temos, por
outro lado e em conseqüência, uma quantidade crescente de empobrecidos e, portanto,
excluídos destas conquistas humanas.
Lembramos aqui, o destaque que temos no mundo, da desigualdade social, da má
distribuição da renda, e que infelizmente, fazemos parte de uma sociedade capitalista,
injusta e competitiva com possibilidades e condições para um individualismo possessivo
com aspirações à competição, com parca solidariedade e com grandes desigualdades
econômicas e culturais. Uma sociedade marcada pela perca de significados, vivendo uma
profunda crise da falta de ética, com uma cultura em que a globalização extrapolou o seu
sentido impondo muitas vezes: medo, vazio e violência com uma cultura que perdeu a
confiança, a esperança e a própria noção de justiça e paz.
Vivemos sob a hegemonia política e ideológica do neoliberalismo há mais de uma
década, o capitalismo, responsável por inúmeras diferenças entre os homens,
desenvolveu e desenvolve a indústria de massa, apagando diferenças e padronizando
estilos de vida. Consumismo, competição permanente, enriquecimento rápido, aparecem
como os grandes objetivos do presente.
E o Brasil, não está à margem da história mundial e destas conseqüências, cujo
modelo sócio-econômico é representado pelo crescente número de excluídos e pela
contínua concentração de renda. A educação, sempre considerada como prioridade pelos
órgãos governamentais, continua sendo elitista, onde os menos favorecidos lutam por
uma escola pública mais eficiente.
Neste contexto percebe-se que a produção cultural acaba por tornar-se mercadoria
vendável tendo como objetivo, antes de tudo o lucro fazendo com que a melhoria da
qualidade de vida seja relegada a um segundo plano. Uma sociedade organizada dessa
forma acaba por valorizar apenas quem produz e quem consome. Os que não se
enquadram nessa lógica tornam-se um “peso” e acabam sendo descartáveis. A exclusão
é o resultado de um processo cultural desvinculado das questões essenciais da vida.
Os avanços da ciência e da tecnologia revolucionam a produção, o comportamento
das pessoas, e o próprio ambiente escolar: através da internet, da telefonia celular e
outros meios de comunicação, oferecem ao homem comodidade, segurança e precisão,
então poderíamos supor uma grande melhoria de vida. Mas por outro lado, sabemos que
isso só ocorre com uma pequena parcela da sociedade, justamente com a minoria, mais
sintonizada com a lógica do mercado. Salientamos aqui que nossa comunidade escolar
atendida, faz parte da grande maioria, o que significa que este avanço não atinge os
indivíduos que acabam ficando a margem do processo.
Nessa conjuntura pouco humanizante, há um aspecto notório bastante animador:
nunca se viu na história do Brasil e do mundo tanta campanha em prol dos menos
favorecidos, parece que o mundo todo está saturado de guerras, de corrupção, de
imperialismo gratuito, de injustiças gritantes, de continuísmos políticos E, como é da
própria essência do ser humano, a vontade de mudar parece ser o elemento sempre
presente e atuante,pás sando pela solidariedade, pelo aval dos direitos humanos, pela
democracia e pela cultura da paz.
A Região Sul, sempre foi diferenciada, nos índices apresentados sobre a situação
da educação no país, o Estado do Paraná demonstrou no último ENEM, resultado acima
da média nacional, e é um dos estados que mais investe em educação no país. Somos o
único estado que elaborou as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação Básica,
as quais orientam a educação básica de todo estado do Paraná, bem com as Diretrizes
Curriculares específicas para a EJA, como é o caso desta instituição que trabalha com a
população adulta.
Percebemos que muitos de nossos educandos tiveram passagem pelo ensino
regular e que por inúmeros motivos o abandonaram. Esta passagem imprimiu marcas
profundas da falta ou do insucesso dessa formação e que ao retornar a ela anseiam por
vivenciar um processo rápido e eficiente da aprendizagem escolar. Como preconiza as
Diretrizes Curriculares Nacionais para Jovens e Adultos:
“Muitos jovens ainda não empregados, desempregados, empregados em ocupações precárias e vacilantes podem encontram nos espaços da EJA, seja nas funções de reparações e de equalização, seja na função qualificadora, um lugar de melhor capacitação para o mundo do trabalho e para a atribuição de significados às experiências sócio-culturais trazidas por eles”. (Parecer 11/2000-CNE p.11)
Constitui-se, então uma tarefa bastante complexa determinar o perfil do educando
desta Instituição de Ensino, porém torna-se imprescindível traçar este perfil, a fim de
buscar um planejamento adequado para atuar nesta demanda.
Assim nos deparamos com um indivíduo, que “vítima social”, sempre viveu a
margem da sociedade, sem referência social e que geralmente traz consigo um histórico
de vida que reflete principalmente, seus comprometimentos psicossociais e econômicos.
Um sujeito sem perspectivas de futuro, discriminado (pobre, analfabeto ou semi-
analfabeto), sem estrutura familiar, sem ter noção do lugar ocupado na sociedade.
Estes educandos demandam de uma proposta pedagógica, específica para jovem,
adultos e idosos privados de liberdade, que em sua grande maioria, apresentam muitas
vezes, um peculiar sentimento de revolta e de vingança, pois a perda da liberdade torna-
se um fato de difícil aceitação para qualquer um. Por conta disto, a nossa a proposta
pedagógica é fortemente norteada pela cientificidade do conhecimento tendo como meta
a contribuição para o tratamento ao detento buscando a sua educação ou a reeducação
para que o mesmo possa se reintegrar e bem conviver em sociedade.
Dessa forma, a nossa responsabilidade torna-se ainda maior por uma educação
que prioritariamente, procure ampliar o universo informacional deste educando e busque
desenvolver a capacidade crítica e criadora dos mesmos, tornando-o capaz de fazer suas
escolhas e perceber a importância das mesmas na sua vida e por conseqüência para o
seu grupo social.
Acreditamos que isso seja possível, através de uma ação conscientizadora, capaz
de instrumentalizar este educando, a fim de que ele assuma, um compromisso de
mudança com a sua história, e com a do mundo. Sobre isso, Gadotti (in:Educação,1999,
p. 62) diz que “Educar é libertar (…) dentro da prisão, a palavra e o diálogo continuam
sendo a principal chave. A única força que move um preso é a liberdade. Em sua análise
Paulo Freire (1980, p. 26) afirma que:
A conscientização é (…) um teste de realidade. Quanto mais conscientização, mais“dês-vela”a realidade, mais se penetra na essência fenomênica do objeto, frente ao qual nos encontramos para analisá-lo. Por
esta mesma razão, a conscientização não consiste em “estar frente à realidade” assumindo uma posição falsamente intelectual. Conscientização não pode existir fora da “práxis”, ou melhor, sem o ato ação-reflexão. Esta unidade dialética constituí, de maneira permanente, o modo de ser ou de transformar o mundo que caracteriza os homens.
Desta forma a educação de qualidade torna-se um meio poderoso de reintegração
social, para todos da comunidade carcerária, pois além de preparar este educando
recluso na sua retomada à liberdade, possibilita também competir em nível de igualdade
de condições, em relação aos cidadãos livres, nas disputas acirradas por um trabalho
digno e justo.
Para tanto nossa proposta neste ambiente é de singular oportunidade, diferente de
qualquer outra, que ousa dar respostas às consequências de uma sociedade injusta.
Sendo assim, em seu processo pedagógico diferenciado, valorizam-se ações que elevam
a auto-estima do educando jovem, adulto e idoso privado de liberdade bem como a
melhoria deste como ser participativo no mundo.
4.1 Histórico da EJA n4.1 Histórico da EJA n4.1 Histórico da EJA n4.1 Histórico da EJA no Brasilo Brasilo Brasilo Brasil
A história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil teve ao longo de sua
trajetória a presença de políticas educacionais assistencialistas, populistas e
compensatórias de caráter assistemático e descontínuo, portanto fadada ao fracasso.
Fazendo uma retrospectiva histórica percebemos que em toda a história do nosso país, a
partir da colonização portuguesa, podemos constatar a emergência destas políticas de
educação de jovens e adultos, focadas e restritas principalmente nos processos de
alfabetização, sendo muito recente a conquista, reconhecimento e definição desta
modalidade enquanto política pública de acesso e continuidade à escolarização básica.
Durante o período colonial a pouca oferta escolar dispensada era de caráter
religioso, através dos Jesuítas, tinha como objetivo professar as idéias da Igreja Católica
e impor a cultura européia, assim como a catequização dos povos indígenas. Foram
quatro séculos de domínio da cultura branca, cristã, masculina e alfabetizada sobre a
cultura do índio, negro, mulheres e analfabetos. Constata-se a presença de uma
educação seletiva, discriminatória e excludente.
No final o século XIX e início do Século XX, a partir do desenvolvimento urbano
industrial e sob forte influência da cultura européia, são aprovados projetos de leis que
enfatizam a obrigatoriedade da educação de adulto, atendendo a interesses das elites
com o objetivo de aumentar o contingente eleitoral, principalmente no primeiro período da
República. Com a implantação da Lei Saraiva de 1882, incorporada à Constituição
Federal de 1891, o analfabeto fica impedido de votar, então a educação passa a se tornar
critério de ascensão social e o analfabetismo à incapacidade e inabilidade social.
O entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico geraram dois movimentos
ideológicos da elite brasileira, a educação passou a ser considerada como redentora dos
problemas sociais. Houve a expansão da rede escolar e criada, em 1910, as ligas contra
o analfabetismo que culminou com o advento da Escola Nova em 1930.
Contudo os modelos pedagógicos, então adotados, não eram adequados para
alfabetização de adultos, sendo a maioria dos professores leigos com a tarefa de ensinar
os alunos a decodificar a escrita.
Em 1925, através da Reforma João Alves, estabeleceu-se o ensino noturno para
jovens e adultos. Iniciando um movimento contra o analfabetismo mobilizado por grupos
sociais e civis com objetivo, também, de aumentar o contingente eleitoral. A educação
tem a importante missão de promover o progresso e desenvolvimento do país, sendo o
analfabetismo “um mal e uma doença nacional” e o analfabeto como “inculto, preguiçoso,
ignorante e incapaz”, não atendendo às necessidades da crescente demanda de
urbanização do país tornando-se um empecilho para o progresso da nação. (Couto, 1933,
p.190)
Com a Constituição Federal de 1934 foi instituída, no Brasil, a obrigatoriedade do
ensino primário para todos, mas a oferta de vagas ainda apresenta-se incipiente. São
altos os índices de analfabetismo embora apresente um declínio do índice de analfabetos
entre 1920 e 1940. E nos anos 40 a educação passa a ser uma questão de segurança
nacional, pois o atraso do país é relacionado à falta de instrução de seu povo.
Neste período a educação de jovens e adultos constitui-se tema de política
educacional e em 1942, com a ampliação da Reforma Educacional, se reconhece a
educação de jovens e adultos como modalidade de ensino, a mesma passa a receber
recursos do Fundo Nacional do Ensino Primário destinada especificamente à
alfabetização e educação da população adulta analfabeta. Mas, a insuficiente expansão
do ensino elementar apresentando falta de escolas e vagas, assim como a precária
qualidade de ensino continuam a contribuir para a ampliação dos índices de
analfabetismo.
Somente após a II Guerra Mundial, a educação de adultos passa a ter uma
compreensão diferenciada do ensino regular, este período é fortemente marcado por
campanhas nacionais de alfabetização, em massa, realizadas pelo governo federal de
forma centralizada, assistemática, descontínua e assistencialista, visando o atendimento
da população do meio rural, as demais ofertas de escolarização de jovens e adultos deste
período se limitam apenas ao ensino primário.
No final da década de 50 e início da década de 60, surge uma nova perspectiva na
educação brasileira fundamentada nas idéias e experiências desenvolvidas por Paulo
Freire, que idealizou e vivenciou uma pedagogia voltada para as demandas e
necessidades das camadas populares, realizada com sua efetiva participação e a partir
de sua história e de sua realidade, esta educação parte de princípios e metodologia
popular, libertadora e emancipadora.
Este novo momento também está associado a um contexto de efervescência de
movimentos sociais, políticos e culturais. Dentre as experiências de educação popular
realizadas neste período, destacam-se:
• Movimento de Educação de Base (MEB) desenvolvido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil;
• Centros populares de Cultura (CPCs) desenvolvidos pela União Nacional do Estudantes;
• Plano Nacional de Alfabetização (PNE) tendo por objetivo constituir uma política nacional de alfabetização de jovens e adultos em todo o país sendo coordenada por Paulo Freire.
Estas experiências de educação e cultura popular passaram a questionar a ordem
capitalista, incentivando a articulação das organizações e movimentos sociais em torno
das Reformas de Base, conduzidas pelo governo da época, João Goulart.
Contudo, o golpe militar de abril de 1964 suprimiu as experiências nesta
perspectiva e três anos após o golpe, o governo militar implantou o Movimento Brasileiro
de Alfabetização (MOBRAL) com uma perspectiva centralizadora e domesticadora, não
existindo em sua proposta pedagógica qualquer preocupação com as questões sociais.
Percebem-se poucos avanços com este programa, das 40 milhões de pessoas que
durante 15 anos freqüentaram este Movimento, apenas 10% foram alfabetizadas.
Com a Lei 5692/71 é atribuído um capítulo para o ensino supletivo e o Parecer
699/72, do Conselho Nacional de Educação (CNE) regulamentou os cursos supletivos e
seriados e os exames de certificação, mas a organização curricular e a matriz do ensino
supletivo continuam a seguir a proposta curricular do ensino regular não atendendo à
especificidade destes alunos no processo de escolarização.
A Lei de Reforma nº. 5.692/71 normatiza o ensino supletivo e recomenda aos
Estados atenderem a demanda de jovens e adultos de acordo com os preceitos abaixo:
Capítulo IV Do ensino supletivo Art.24 - O ensino supletivo terá por finalidade: a) Suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não tenham seguido ou concluído na idade própria; b) Proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte. Parágrafo único - O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a serem organizados nos vários sistemas de acordo com as normas baixadas pelos respectivos Conselhos de Educação. Art.25- O ensino supletivo abrangerá, conforme as necessidades a atender, desde a iniciação no ensino de ler, escrever e contar e a formação profissional definida em lei específica até o estudo intensivo de disciplinas do ensino regular e a atualização de conhecimentos. §1º - Os cursos supletivos terão estrutura, duração e regime escolar que se ajustem às suas finalidades próprias e ao tipo especial de
aluno a que se destinam. §2º - Os cursos supletivos serão ministrados em classes ou mediante a utilização de rádio, televisão, correspondência e outros meios de comunicação que permitam alcançar o maior número de alunos. Art.26- Os exames supletivos compreenderão a parte do currículo resultante do núcleo-comum, fixado pelo Conselho Federal de Educação, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular, e poderão, quando realizados para o exclusivo efeito de habilitação profissional de 2º grau, abranger somente o mínimo estabelecido pelo mesmo Conselho. §1º - Os exames a que se refere este artigo deverão realizar-se: Ao nível de conclusão do ensino de 1º grau, para os maiores de 18 anos; Ao nível de conclusão do ensino de 2º grau, para os maiores de 21 anos; §2º - Os exames supletivos ficarão a cargo de estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, indicados nos vários sistemas, anualmente, pelos respectivos Conselhos de Educação. §3º - Os exames supletivos poderão ser unificados na jurisdição de todo um sistema de ensino, ou parte deste, de acordo com normas especiais baixadas pelo respectivo Conselho de Educação. Art.27- Desenvolver-se-ão, ao nível de uma ou mais das quatro últimas séries do ensino de 1º grau, cursos de aprendizagem, ministrados a alunos de 14 a 18 anos, em complementação da escolarização regular, e, a esse nível ou de 2º grau, cursos intensivos de qualificação profissional. Parágrafo único - Os cursos de aprendizagem e os de qualificação darão direito a prosseguimento de estudos quando incluírem disciplinas, áreas de estudos e atividades que os tornem equivalentes ao ensino regular, conforme estabeleçam as normas dos vários sistemas. Art.28- Os certificados de aprovação em exames supletivos e os relativos à conclusão de cursos de aprendizagem e qualificação
serão expedidos pelas instituições que os mantenham.
Embora a lei de reforma contemple a EJA, este ensino não teve uma real
preocupação por parte das autoridades porque a princípio era visto como uma
modalidade temporária, de suplência, para os que necessitavam comprovar escolaridade
no trabalho e para os analfabetos. Porém, tornou-se uma forma de ensino permanente,
necessária para atender uma demanda que veio aumentando. Esta modalidade foi
considerada como uma fonte de soluções ajustando-se às mudanças da realidade
escolar.
Com a abertura democrática no país, na primeira metade dos anos 80, são
reiniciados os debates acerca das grandes questões sociais, dentre elas, a educação
pública de qualidade e universalizada a todos, pois o quadro educacional que se
apresentava era dramático:
Segundo Shiroma, E.; Moraes, M.C. M (2000, p. 132):
- 50 % de reprovação ou exclusão na 1ª série do 1º grau; - 30% da população constituíam-se de analfabetos; - 23% dos professores leigos; - 30% das crianças fora da escola; - 8 milhões de crianças no 1º grau tinham mais de 14 anos; - 60% das matrículas concentravam-se nas três primeiras séries do 1º grau, que reuniam 73% das reprovações.
Esta situação criou, ao longo das décadas posteriores, a intensa demanda de
jovens e adultos não alfabetizados ou com um tempo reduzido de escolarização.
Com a Nova República, a partir de 1985, o governo federal rompe com a política de
educação de jovens e adultos do período militar extinguindo o MOBRAL e substituindo-o
pela Fundação Educar, que promoveu no início, uma descentralização de suas atividades
e apoiou técnica e financeiramente algumas iniciativas de educação básica de jovens e
adultos conduzidos por prefeituras municipais e instituições da sociedade civil.
Em 1986, o Ministério da Educação organizou uma Comissão de elaboração de
Diretrizes Curriculares Político-Pedagógicas da Fundação Educar, a qual reivindicou do
Estado a oferta pública, gratuita e de qualidade do ensino de 1º grau aos jovens e adultos,
dando-lhes identidade própria. Neste período teve início o processo de descentralização
dos recursos e do poder de decisão que eram concentrados no MEC em torno das
políticas educacionais. Neste contexto surgem O Conselho de Secretários de Educação
(CONSED) e a União dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), que criaram
vários fóruns com a finalidade de colocar em prática as diretrizes de uma política
educacional concreta. Neste período os estados e municípios passam a assumir, com
orçamento próprio, as demandas de alfabetização e escolarização dos alunos da
educação de jovens e adultos.
Com a Constituição de 1988 a educação de jovens e adultos passa a ser
reconhecida como modalidade específica dentro das políticas educacionais brasileiras,
estabelecendo o direito à educação gratuita para todos os indivíduos, inclusive aos que a
ela não tiveram acesso na idade própria.
Com a extinção da Fundação Educar, em 1990, o governo federal omite-se de
financiar a educação de jovens e adultos, acabando com os programas de alfabetização
existentes. Neste mesmo ano, realiza-se a Conferência Mundial de Educação para Todos,
financiada pela Organização das Nações Unidas (UNESCO) Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
e o Banco Mundial, em Jomtiem na Tailândia. Esta conferência trouxe à tona a dramática
realidade mundial do analfabetismo de pessoas jovens e adultas, bem como os altos
índices de reduzido tempo de escolarização básica e evasão escolaridade de crianças e
adolescentes.
Importante mostrar a existência, em nível mundial, de mais de 960 milhões de
adultos analfabetos (2/3 são mulheres), sendo o analfabeto funcional um problema
significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento. Segundo a
Declaração Mundial de Educação para Todos – UNICEF-1991, mais de um terço dos
adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades
tecnológicas que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajuda-los a perceber e adaptar
às mudanças sociais e culturais e mais de 100 milhões de crianças e incontáveis adultos
não conseguem concluir o ciclo básico, e outros milhões, apesar de concluí-lo, não
conseguem adquirir conhecimentos e habilidades essenciais.
Esta realidade internacional, da qual se inclui o Brasil, e os interesses econômicos
apresentados pelo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, e o governo federal
brasileiro definiram as novas orientações para as políticas educacionais, tendo novamente
como foco e princípio, a educação como um dos principais determinantes da
competitividade entre os países, considerando indispensável o ajuste da economia
brasileira, às exigências da reestruturação global da economia, às mudanças do modelo
produtivo e aos avanços tecnológicos já sentidos e prenunciados.
Com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei
nº. 9394/96, a educação para jovens e adultos passa a ser considerada uma modalidade
de ensino da educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio, usufruindo de
uma especificidade própria.
A supracitada lei traz dois artigos relacionados, especificamente, à Educação de
Jovens e Adultos conforme o exposto abaixo:
Art. 37 - A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. Art. 38 - Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I. no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II. no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames
No Plano Nacional de Educação temos como um dos objetivos e prioridades:
Garantia de ensino fundamental a todos os que não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram. A erradicação do analfabetismo
faz parte dessa prioridade, considerando-se a alfabetização de jovens e adultos como ponto de partida e intrínseca desse nível de ensino. A alfabetização dessa população é entendida no sentido amplo de domínio dos instrumentos básico da cultura letrada, das operações matemáticas elementares, da evolução histórica da sociedade humana, da diversidade do espaço físico e político mundial da constituição brasileira. Envolve, ainda, a formação do cidadão responsável e consciente de seus direitos. (Plano Nacional de Educação - introdução: objetivos e prioridades - Brasília, 2001)
Paralelamente, com a aprovação da emenda nº. 14 percebe-se o descaso das
autoridades com esta modalidade de ensino, pois suprime a obrigatoriedade em oferecer
o ensino fundamental para os que a ele não tiveram acesso na idade própria e não
assume o compromisso em eliminar o analfabetismo em 10 anos, bem como o repasse de
recursos financeiros, anteriormente estabelecido em lei. Tal emenda trouxe, ainda, o veto
à participação no repasse de recursos do FUNDEB, inviabilizando a inclusão da demanda
de educação de jovens e adultos no financiamento da educação básica.
Na segunda metade da década de 90 foi evidenciado um processo de articulação
de diversos segmentos sociais como: organizações não governamentais, movimentos
sociais, governos estaduais e municipais, universidades, organizações empresariais
(Sistema S), buscando debater e propor políticas públicas para a educação de jovens e
adultos em nível nacional.
Incentivados pelas discussões promovidas na V Conferência Internacional de
Educação de Adultos (CONFINTEA), realizada em julho de 1997, em Hamburgo, na
Alemanha, estes vários segmentos iniciam a sua articulação através da realização de
Fóruns Estaduais de EJA, num movimento que vem ocorrendo em Encontros Nacionais
de Educação de Jovens e Adultos (ENEJAS).
Em 2000, com o processo de amadurecimento das discussões e práticas à
educação de jovens e adultos construído na década de 90, e em conseqüência das
determinações legais foram promulgadas em 10/05/2000, as Diretrizes Nacionais para a
Educação de Jovens e Adultos (ENEJA), pelo governo federal, documento elaborado pelo
Conselho Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica. O documento
supera a visão preconceituosa do analfabeto apenas para tarefas de funções
desqualificadas, reconhecendo a sua pluralidade e diversidade cultural e regional,
presente nos mais diferentes estados sociais, portadores de uma rica cultura baseada na
oralidade.
Ainda no documento supracitado explicita-se:
As especificidades de tempo e espaço dos jovens e adultos; o tratamento presencial dos conteúdos curriculares; a importância em se distinguir as duas faixas etárias (jovem e adulto) nesta modalidade de educação; a fundamental formulação de projetos pedagógicos próprios e específicos dos cursos noturnos regulares e os de educação de jovens e adultos; integração entre base “nacional comum” do ensino fundamental e médio com a base “nacional diversificada”.
Este documento ressalta a educação de jovens e adultos como direito, deslocando
a idéia de compensação e substituindo-a pelas de reparação e equidade.
Neste período foi realizada a inclusão da educação de jovens e adultos no Plano
Nacional de Educação (PNE), aprovado e sancionado em 09/01/2001, pelo governo
federal. Este plano referenda a determinação constitucional que define como um dos
objetivos a integração de ações do poder público que conduzam à erradicação do
analfabetismo, tratando-se de tarefa que exige ampla mobilização de recursos humanos e
financeiros por parte do governo e da sociedade. Estabelece que a educação de jovens e
adultos deva fazer parte, no mínimo, a oferta de uma formação equivalente às oito série
iniciais do ensino fundamental, reconhecendo a necessária produção de materiais
didáticos e técnicas pedagógicas apropriadas, além da especialização do corpo docente.
Dentre as metas colocadas destacamos: estabelecer, a partir da aprovação do
PNE, programas visando alfabetizar 10 milhões de jovens e adultos, em 5 anos, e até o
final da década, superar os índices de analfabetismo; assegurar, em 5 anos, a oferta de
educação de jovens e adultos equivalente às quatro séries iniciais do ensino fundamental
para 50% da população de 15 anos ou mais que não tenha atingido este nível de
escolaridade.
Apesar de estar referendada em lei que garante o acesso e a permanência à
educação para todos os cidadãos, dados estatísticos demonstram que grande parte da
população, principalmente as camadas populares, não tem o acesso garantido à
educação de jovens e adultos, devido à ausência de políticas públicas eficientes e
adequadas à diversidade e às necessidades do atual público jovem, adulto e idoso.
4.2 Histórico da EJA no e4.2 Histórico da EJA no e4.2 Histórico da EJA no e4.2 Histórico da EJA no estado do Paranástado do Paranástado do Paranástado do Paraná
A EJA, no Paraná, está inserida no mesmo contexto sócio, econômico e social
nacional apresentado anteriormente, a princípio surge como proposta educacional para
atender por tempo determinado à demanda de jovens e adultos que não tiveram acesso à
escolarização na idade adequada, porém há necessidade de um atendimento
progressivo, pois se constatou a presença de um grande contingente de pessoas acima
de 15 anos com pouca ou nenhuma instrução, isto pode ser visualizado no quadro a
seguir:
TabelTabelTabelTabela 2 a 2 a 2 a 2 –––– Caracterização educacional da unidade da Federação Caracterização educacional da unidade da Federação Caracterização educacional da unidade da Federação Caracterização educacional da unidade da Federação –––– 2001 2001 2001 2001 –––– Analfabetismo Analfabetismo Analfabetismo Analfabetismo (números absolutos em 1.000)(números absolutos em 1.000)(números absolutos em 1.000)(números absolutos em 1.000)
População analfabeta Analfabetos funcionais de 15 anos ou mais
Unidade da
federação
População
residente de 15
anos ou mais
15 anos ou mais
15 a 19 anos
60 anos ou mais
Total Taxa
Brasil 121.011 14.954 559 5.211 33.067 27,3
Sul 18.696 1.323 29 580 3.956 21,2
Paraná 6.997 605 15 250 1.777 25,4
*Refere-se à população sem instrução, e não àquela analfabeta pelos critérios censitários. *Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Fontes: IBGE. Censos Demográficos e Contagem da População 1996. PNAD 1997.
Neste cenário de grandes desafios, há necessidade de atender esta população de
excluídos do sistema educacional assim como repensar as políticas e práticas
pedagógicas que ao longo da história não deram conta de atender esta demanda.
Em atendimento à esta necessidade além do ensino supletivo, a partir da década
de 80, são criados os Centros de Estudos Supletivos (CES), atualmente denominados
Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJAs),
descentralizando o atendimento de EJA nas diversas regiões do estado.
Outras formas de descentralização do atendimento à demanda de EJA são os
Postos Avançados dos CEEBJAs (PACs), hoje denominados como Ações Pedagógicas
Descentralizadas (APED) para atender a demanda no seu local de origem.
Ainda na década de 90, têm início os projetos de escolarização aos educandos em
privação de liberdade nas unidades penitenciárias e nas unidades sociais oficiais.
Também a SEED estabelece convênios com organizações não-governamentais, visando
à oferta de alfabetização de jovens e adultos no meio urbano, rural e indígena.
A busca pela ampliação do atendimento à escolarização da população jovem e
adulta pelos sistemas estaduais se vincula às conquistas legais referendadas pela
Constituição Federal de 1988, na qual a educação de jovens e adultos passa a ser
reconhecida enquanto modalidade específica no conjunto das políticas educacionais
brasileiras, estabelecendo-se o direito à educação gratuita a todos os indivíduos, inclusive
aos que a ela não tiveram acesso na idade própria.
Neste período, num contexto de profundas discussões nacionais, através dos
Fóruns de Educação, no estado do Paraná, diversos segmentos sociais se unem ao
movimento em torno da educação de jovens e adultos, sendo constituído o Fórum
Paranaense de EJA no mês de fevereiro de 2002, intensificando a articulação das
instituições governamentais, não-governamentais, empresariais, acadêmicas e
movimentos sociais através de reuniões plenárias em diversas regiões do estado e
através dos Encontros Paranaenses de EJA (EPEJAS).
Este movimento nacional e paranaense vem qualificando as proposições,
experiência intercâmbio e avaliações das políticas de educação de jovens e adultos
desenvolvidas pelas organizações, articulando iniciativas e esforços para ampliação do
direito à educação pública e de qualidade.
As reflexões promovidas em torno da educação de jovens e adultos suscitaram a
necessidade de rever as políticas educacionais de EJA no Estado, para tanto foi
promovida ampla discussão acerca do contexto que esta modalidade educacional se
encontra: proposições norteadoras do currículo, histórico das políticas e diagnóstico da
EJA, caracterização dos educandos desta modalidade utilizando a reflexão dos desafios
para responder aos problemas da prática pedagógica. Este processo do qual participaram
os vários profissionais deste segmento, culminou com a elaboração das novas Diretrizes
Curriculares que irão orientar a organização curricular da EJA.
Conforme consta na Proposta Pedagógico Curricular para EJA do Estado do
Paraná todos os estabelecimentos de ensino (Curitiba, 2005, p.10):
... tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de jovens,
adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino
Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas,
consideradas suas características, interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.
Portanto, estes Estabelecimentos ofertarão Educação de Jovens e Adultos –
Presencial que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos
níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo. Os cursos são
caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar processos
pedagógicos, tais como:
- pesquisa e problematização na produção do conhecimento;
- desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
- registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações,
fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização
e socialização dos conhecimentos;
- vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos
educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.
Com a elaboração deste documento ficam definidas as proposições que serão a
base das ações pedagógicas de todas as escolas do Estado do Paraná promovendo a
integração e a construção de uma diretriz pedagógica que fortaleça o trabalho
desenvolvido no interior das escolas, promovendo uma educação competente e de
qualidade.
Sabemos que muito tem a se fazer para que a EJA tenha, de fato, a sua
valorização reconhecida e possa cumprir o seu papel social: o de promover a reinserção
do educando no sistema educacional possibilitando ao mesmo o seu crescimento
enquanto seu humano e cidadão.
A inclusão dos jovens e adultos no sistema educacional é mais do que um direito é
um compromisso social a ser cumprido, segundo Paiva (1997, p. 48) há a necessidade
de:
Compreender a educação como um fenômeno produzido em situações sócio-históricas, num processo de conquistas e elaborações sociais de significados, permite apostar numa educação de jovens e adultos como direito e, não apenas a idéia de resgate da oportunidade perdida.
4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade4.3 Realidade da EJA para educandos em privação de liberdade
4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional4.3.1 Reconhecendo o ambiente prisional
O sistema prisional estabeleceu e desenvolveu padrões de reclusão que
classificaram e sedimentaram determinado número de seres humanos a não se
perceberem como cidadãos, mas como sujeitos a mercê das possibilidades de
ressocialização, onde a formação educacional mantiveram-se distantes, praticamente
inexistentes.
Desde tempos remotos este sistema estruturou-se num modelo coercitivo e
judiciário punindo de modos diferentes os indivíduos que cometem algum delito. Os povos
primitivos utilizavam a pena de morte e para crimes mais graves acrescentavam pena
corporal, o sistema de aprisionamento era inexistente e quando o utilizavam colocavam o
criminoso em buracos aplicando ao preso o suplício até a morte.
Com a evolução da sociedade a prisão surgiu antes da legislação penal, e as
primeiras foram criadas em locais específicos, como aborda Oliveira (1996, p. 23):
A prisão aparece localizada nos palácios dos reis, nas dependências dos templos, nas muralhas que cercavam as cidades. Em Roma, é na fortaleza real que se encontrava a mais velha prisão; na Idade Média se encontrava no castelo senhorial e nas torres das muralhas que rodeavam as cidades; na Judéia, em fossas baixas; no antigo México; em gaiolas de madeiras onde eram amarrados os acusados.
Na Era Cristã, surgem as primeiras prisões com aprovação legal, inicialmente como
detenção perpétua e solitária, aplicada nos mosteiros, excluindo progressivamente a pena
de morte, surgindo a segregação e a penitência. Segundo Oliveira (1996, p.45):
A Igreja instaura com a prisão canônica o sistema da solidão e do silêncio. A prisão se inspira nos princípios da moral católica: o resgate do pecado pela dor, o remorso pela má ação, o arrependimento da alma manchada pela culpa. Todos esses fins de reintegração moral se alcançavam pela solidão, meditação e prece.
No final do século XVIII e início do século XIX, apesar da utilização das mais
variadas formas de torturas, passou da punição de detenção para o contexto de prisão,
seu acesso de humanização em que a nova legislação atribui o poder de punir como uma
função geral da sociedade.
No universo do sistema prisional foram desenvolvidas e fundamentadas teorias
sobre o direito de punir e sobre a finalidade das penas aplicadas aos indivíduos que
praticavam algum tipo de crime. Todas estas teorias acompanharam a evolução da
concepção da pena que inicia com o período primitivo da vingança privada embasada na
repressão, posteriormente surge o período teológico e político inspirado na expiação e
intimidação, o período humanitário que busca a correção do culpado e o período
contemporâneo ou científico que segue insistindo no poder intimidante da pena, porém
considerando a ressocialização do delinqüente. No decorrer da história prisional, vários
tipos de pena foram aplicadas aos detentos, baseado no contexto legal atual, percebe-se
que a ressocialização está ligada ao processo de humanização, através de políticas de
educação e assistência ao preso, acesso a meios capazes de oportunizar seu retorno à
sociedade, bem como condições de convívio social.
4.3.2 A população carcerária 4.3.2 A população carcerária 4.3.2 A população carcerária 4.3.2 A população carcerária
Uma das características da população carcerária no Brasil é sua baixa
escolaridade e nível sócio econômico, na tentativa de caracterizar a massa carcerária no
Brasil foi realizado por ocasião do “I Fórum de Saúde do Sistema Penitenciário da Região “I Fórum de Saúde do Sistema Penitenciário da Região “I Fórum de Saúde do Sistema Penitenciário da Região “I Fórum de Saúde do Sistema Penitenciário da Região
Norte”,Norte”,Norte”,Norte”, o perfil sócio-econômico da população carcerária no Brasil, segundo Censo
Penitenciário de 1994, in Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária (2000, p.17):
Idade:Idade:Idade:Idade: Esta variável revelou que o maior contingente da população carcerária
brasileira é composto, predominantemente, por pessoas jovens, com idade entre 18 e
30 anos (52,6%) e entre 31 e 40 anos (28,9%).
Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade:Escolaridade: Cerca de 87% da população carcerária no Brasil possui pouca ou
nenhuma escolaridade, parte significativa dessa população não tem qualificação
profissional e a maioria nunca exerceu uma atividade laboral regular, fica claro que a
grande maioria se encontra na mais completa ociosidade.
Raça:Raça:Raça:Raça: Cerca de 42,5% da população carcerária é constituída por mestiços e negros.
Estado civil:Estado civil:Estado civil:Estado civil: Grande parte da massa carcerária é constituída de pessoas solteiras, o
que demonstra a grande presença de jovens.
A baixa escolaridade e nível sócio econômico estão intimamente relacionados a
problemas sociais de falta de acesso a bens e serviços como educação, saúde e
oportunidades de emprego.
Um dos princípios filosóficos que sustentam o sistema prisional é o de proteger a
sociedade com relação ao indivíduo que cometeu um delito ou infração e sabemos da
necessidade da punição aos mesmos, porém há necessidade de que esta prática de
proteção social e tratamento ao detento sejam executados de forma humana para que
possa haver a tentativa de reabilitá-los para o convívio social.
4.3.34.3.34.3.34.3.3 O acesso O acesso O acesso O acesso à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio? à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio? à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio? à educação escolar nas prisões: direito ou privilégio?
No Brasil, segundo dados do Ministério da Justiça, tem atualmente, 361.000
presos, dos quais 70% não completaram o ensino fundamental e 10,5% são analfabetos,
embora a Lei de Execução Penal garanta ao preso o direito à educação, apenas 18% da
população prisional desenvolve alguma atividade educativa durante o cumprimento da
pena, fatores como esses comprometem a ressocialização do preso e têm reflexos na
reincidência do crime. (Agência MJ de Notícias – 14/01/2007 – Matérias Especiais
“Governo estuda nova lei de educação nos presídios”)
Segundo a Lei de Execução Penal, vigente em nosso país, fica estabelecida que a
pena privativa de liberdade seja dever social devendo oferecer ao detento os meios
necessários para sua reintegração à sociedade.
O direito à educação escolar como condição indispensável de uma real liberdade
de formação (desenvolvimento da personalidade) e instrumento indispensável da própria
emancipação (progresso social e participação democrática) é um direito humano
essencial para a realização da liberdade e para que esta seja utilizada em prol do bem
comum. Desta forma, ao abordarmos a educação nas prisões é importante ter claro que
os reclusos, embora privados de liberdade, mantêm a titularidade dos demais direitos
fundamentais. O acesso ao direito à educação do recluso deve ser assegurado
universalmente, a todos e todas, dentro da perspectiva acima delineada e em respeito às
normas que o asseguram.
Em âmbito internacional, as Regras Mínimas Para o Tratamento de Prisioneiros,Regras Mínimas Para o Tratamento de Prisioneiros,Regras Mínimas Para o Tratamento de Prisioneiros,Regras Mínimas Para o Tratamento de Prisioneiros,
elaborado no 1º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Tratamento
de Delinqüentes, realizado em Genebra, em 1955, estabeleceu uma garantia específica à
educação nas prisões:
1.Serão tomadas medidas para melhorar a educação de todos os presos em condições de aproveitá-la, incluindo instrução religiosa nos países em que isso for possível. A educação de analfabetos e presos jovens será obrigatória, prestando-lhe a administração especial atenção. 2.Tanto quanto possível, a educação dos presos estará integrada ao sistema educacional do país, para que depois da sua libertação possam continuar, sem dificuldades, a sua educação.
Em que pese este documento ser um marco na garantia do direito à educação das
pessoas presas, as orientações previstas neste são restritivas, e não afirmam o caráter
universal deste direito. Em documentos internacionais mais recentes, tal como Declaração
de Hamburgo , de 1997, a abordagem do direito à educação de pessoas presas avançou,
afirmando-se expressamente na Declaração:
Alfabetização de adultos: A alfabetização,concebida como o conhecimento básico, necessário a todos num mundo em transformação em sentido amplo, é um direito humano fundamental. Em toda sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. Existem milhões de pessoas — a
maioria mulheres — que não têm a oportunidade de aprender nem mesmo o acesso a esse direito. O desafio é oferecer-lhes esse direito. Isso implica criar pré-condições para a efetiva educação, por meio da conscientização e do fortalecimento do individuo. A alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser requisito básico para a educação continuada durante toda a vida. Portanto, nós nos comprometemos a assegurar oportunidades para que todos possam ser alfabetizados; comprometemo-nos também a criar, nos Estados-Membros, um ambiente favorável à proteção da cultura oral. Oportunidades de educação para todos, incluindo os afastados e os excluídos, é a preocupação mais urgente. A Conferência vê com agrado a iniciativa de se proclamar a década da alfabetização, a partir de 1998, em homenagem a Paulo Freire.
E no Plano de Ação para o FuturoPlano de Ação para o FuturoPlano de Ação para o FuturoPlano de Ação para o Futuro, aprovado neste encontro, no item 47, o
reconhecimento do direito de todas as pessoas encarceradas à aprendizagem:
a) proporcionando a todos os presos informação sobre os diferentes níveis
de ensino e formação, e permitindo-lhes acesso aos mesmos; b) elaborando e implementando nas prisões programas de educação geral com a participação dos presos, a fim de responder a suas necessidades e aspirações em matéria de aprendizagem; c) facilitando que organizações não-governamentais, professores e outros responsáveis por atividades educativas trabalhem nas prisões, possibilitando assim o acesso das pessoas encarceradas aos estabelecimentos docentes e fomentando iniciativas para conectar os cursos oferecidos na prisão aos realizados fora dela.
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (L. 9394/96, que estabelece
parâmetros dos níveis e modalidades de ensino no país) não traz nenhuma referência à
educação de jovens e adultos presos o que demonstra a falta de comprometimento das
autoridades com a escolarização da clientela privada de liberdade.
A abordagem específica da educação nas prisões, somente, foi estabelecida na LeLeLeLei i i i
de Execução Penalde Execução Penalde Execução Penalde Execução Penal - LEP (L. 7210/84):
DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL Art. 17 - A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. Art. 18 - O ensino de primeiro grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da unidade federativa. Art. 19 - O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Parágrafo único - A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição. Art. 20 - As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
Neste documento, a assistência educacional do preso é expressamente prevista
como um direito no inciso VII, do artigo 41.
Art. 41 - Constituem direitos do preso: - assistência material, à saúde,
jurídica, educacional, social e religiosa.
Contudo, ao especificar nos artigos 17 a 21 como se dará a assistência
educacional, observa-se certa restrição às oportunidades educacionais nos presídios se
comparada à educação fornecida aos jovens e adultos que não se encontram no sistema
prisional: apenas o 1º grau (ensino fundamental) foi previsto como obrigatório, não sendo
prevista a possibilidade de acesso ao ensino médio ou superior para os detentos que
cumprem pena em regime fechado (que não pode sair da prisão), o que viola normas
constitucionais que postulam como dever do estado a “progressiva universalização do
ensino médio gratuito” (artigo 208, inciso II) e o “acesso aos níveis mais elevados do
ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um” (artigo
208, inciso V).
Além disto, nos artigos da LEP é possível identificar uma forte valorização do
trabalho em detrimento ao direito à educação: o artigo 126 assegura a remição penal
através do trabalho, mas não garante à educação o mesmo benefício. Esta valorização do
trabalho frente à educação, além de não incentivar a procura por escolarização, reforça a
sua descaracterização como um direito, colocando a educação formal como um privilégio
concedido aos detentos:
DA REMIÇÃO DA REMIÇÃO DA REMIÇÃO DA REMIÇÃO Art. 126Art. 126Art. 126Art. 126 - O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena. § 1º - A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.
Neste tema, é também relevante apontar que hoje é matéria de discussão no
Congresso Nacional a remição da pena pela educação (Projeto de Lei 5189/05). Este
pode ser um importante passo para o fortalecimento e universalização do direito à
educação nas prisões, segmento tão marginalizado e discriminado em nossa sociedade.
A valorização do direito ao trabalho frente à educação traz também como
conseqüência um maior estímulo à educação como mecanismo de acesso e preparo para
o mercado de trabalho, em detrimento de outros objetivos do direito à educação, como
desenvolvimento pessoal ou a formação para a cidadania. Além da LEP, a educação nas
prisões foi também abordada no Plano Nacional de Educação e no Plano Nacional de
Educação em Direitos Humanos.
O Plano Nacional de Educação estabeleceu em sua 17ª meta que, no período de
10 anos, os poderes públicos deverão: (Brasília, 2001)
Implantar, em todas as unidades prisionais e nos estabelecimentos que atendam adolescentes e jovens infratores, programas de educação de jovens e adultos de nível fundamental e médio, assim como de formação profissional, contemplando para esta clientela as metas nº 5 (financiamento pelo o MEC de material didático-pedagógico) e nº 14 (oferta de programas de educação à distância).
Já no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, a meta 26 determina que
os Poderes Públicos deverão, “Apoiar a elaboração e a implementação de programas
para assegurar a educação básica nos sistemas penitenciários”. (Brasília, 2003)
De maneira geral, as normas referentes à educação penitenciária deixam margem
a interpretações ambíguas, tanto na afirmação do direito educativo, como em relação à
responsabilidade por sua implementação. Os textos fazem insistentes referências à
parceria entre Estado e sociedade civil. Se, de um lado isto pode ser positivo, uma vez
que possibilita o controle social sobre o ambiente prisional, geralmente fechado em
rígidas estruturas hierárquicas; de outro tende a estimular a transferência da
responsabilidade do Estado para as organizações civis, muitas vezes impossibilitando a
correlação com o sistema de ensino oficial.
De acordo com dados do DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional), a
educação nas prisões vem sendo, ao longo dos anos, realizada pelos estados de forma
não sistematizada, muitas vezes baseadas no voluntarismo ou dependente de iniciativas
das direções de cada unidade penal, também a realidade carcerária não é considerada
nos programas de formação dos profissionais da área da educação, que muitas vezes
não têm preparo para trabalhar com o preso e suas particularidades e os conteúdos
programáticos são apresentados desarticulados da realidade desta clientela. Também há
problemas com a falta de infra-estrutura, material escolar de qualidade e o fato do estudo
não contribuir para a remissão da pena.
Para reverter esta situação os Ministérios da Justiça, da Educação e UNESCO se
uniram para estabelecer uma política nacional de ensino nos presídios tendo como
objetivo a ampliação do acesso e melhoria da qualidade dos programas desenvolvidos
pelos estados.
Sabendo que a oferta da escolarização nas unidades penais, no nosso país, ainda
é restrita esta ação torna-se urgente e indispensável numa perspectiva de que o detento
possa ser reintegrado à sociedade, diminuindo os índices de reincidência e contribuindo
para a diminuição da criminalidade.
Em contrapartida, temos uma iniciativa que representa um grande avanço para a
educação na unidade prisional. Na Comarca de Guarapuava - Vara de Execuções Penais
foi instituída a Portaria que disciplina a remição de pena pelo trabalho e pela educação,
contudo cita que além da freqüência, o educando deverá demonstrar aproveitamento de
estudo, sendo assim este documento estabelece e define o rendimento escolar,
enfatizando que não basta frequentar, o importante é o aprender.
Diante do exposto, cumpre destacar a Portaria nº001/2009 a qual dispõe sobre
trabalho e estudo, para fins de remição:
A Juíza de Direito da Vara de Execuções Penais e
Corregedoria dos Presídios da Comarca de Guarapuava Estado do Paraná , no uso de
suas atribuições legais e,
ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando que é objeto da execução penal e obrigação do Estado proporcionar
ao interno condições necessárias a sua integração social,
Considerando Considerando Considerando Considerando que, assim como o trabalho, a instrução comum ou profissionalizante
tem a finalidade educativa e reabilitadora, exercendo papel preponderante na reinserção social do
interno, pois prepara-o para uma profissão,
ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando que o desempenho de atividade física (trabalho) ou mental
(educação) na prisão é direito-dever do interno dada a sua natureza pedagógica e quando
recompensado o esforço é fato de incentivo, evita a ociosidade e inibe conflitos “intra murus”
ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando a importância de educação nos nossos dias dada a competiti vidade
de mercado de trabalho haja vista que, sem ter concluído o primeiro grau dificilmente alguém
consegue emprego e não raro, condenados presos há anos, saem da prisão sem saber ler ou
escrever, sendo mais ainda incerto o seu futuro.
ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando que o trabalho que autoriza a remição é tanto físico quanto mental
devendo ser este estimulado no interior das penitenciárias porque além de ajudar no crescimento
espiritual do preso capacita-o no processo de reinserção social e de recolocação no exigente
mercado de trabalho no mundo globalizado (RTJERGS211/54)
ConsiderandoConsiderandoConsiderandoConsiderando que a execução da pena obedece a um sistema progressivo, sendo
o trabalho do preso um de seus componentes. O estudo e a alfabetização formal, contribuem ao
processo dialogal entre o preso e a sociedade, influindo tanto ou mais que o próprio trabalho as
finalidades das sanção criminal aliado ao esforço do apenado deve ser compensado com a
remição da pena no mesmos termos da remição pelo trabalho inclusive em relação a seus efeitos.
RESOLVE:RESOLVE:RESOLVE:RESOLVE: I - O interno que enquanto preso, além de trabalhar, frequentar a escola (alfabetização ensino regular de primeiro grau, ensino fundamental e profissionalizante) poderá ter sua pena reduzida. II - A contagem do tempo para o fim da remição de pena pelo estudo será idêntica aquela que a lei concede para a remissão de pena pelo trabalho (art. 126 da LEP), sendo então calculada a razão de 01 (um dia de pena por 03 três dias de estudo) utilizando-se da analogia e critérios de justiça III – A ficha de frequência contendo as horas-aulas e o aproveitamento do aluno que deverá ser de no mínimo 60% será encaminhada ao Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais. IV – O interno que somente estudar durante o curso da execução da penal continuará tendo direito à remição da sua pena.
V – Fica revogada a Poetaria nº001/2003.
Tais atividades são necessárias dentro das Unidades Penais e com certeza devem
ser estimuladas e difundidas de modo a consolidar estas práticas. Temos buscado por
uma alternativa pedagógica e um projeto de formação escolar e profissional integrado,
com pressupostos bem definidos com intenção de maior integração entre os três pilares
da ressocialização: trabalho, educação e o tratamento penal objetivando uma ação em
equipe.
Com isso, não pretendemos afirmar que, um projeto educacional desenvolvido para
educandos privados de liberdade deva ter como base um programa curricular diferente;
ao contrário, parte-se do princípio de que o conhecimento científico é universal e histórico
e, necessário a todos os educandos para melhor compreensão do mundo que os rodeia.
4.3.4 4.3.4 4.3.4 4.3.4 Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição Sistema Penitenciário do Paraná e a consolidação da EJA na instituição
prisionalprisionalprisionalprisional
Conforme Santos In Prá (2004):
A primeira menção de cadeia pública no Estado do Paraná, data de 1697, mas foi somente em 02 de Junho de 1880, na presença de Dom Pedro II e sua comitiva, do Conselheiro Ministro da Agricultura, Comercio e Obras Públicas e das demais autoridades civis e militares, é que teve lugar o lançamento da pedra fundamental para o edifício da penitenciária que seria construída na cidade de Curitiba, capital do Estado.
O Estado, até 1903, alojava os condenados com problemas psiquiátricos na Santa
Casa da Misericórdia. Então, em 25 de março de 1903 foi inaugurado o Hospício da Luz,
no espaço do Ahú. Segundo Prá (2009, p. 31), até esta época não existiam Psiquiatras e
quem tratava os internos, chamados de “alienados”, eram médicos chamados
“alienistas”.
Em 28 de Abril de 1905, o hospício foi transferido para o Bairro do Prado e o prédio
foi cedido para a reforma e adaptação, com o intuito de transformar em presídio. Assim,
em 23 de setembro de 1908, o Presidente do Estado do Paraná, Dr. Francisco Xavier da
Silva, através do Decreto nº 564, aprova e ordena que se cumpra o Regulamento da
Penitenciaria do Estado.
Segundo Santos (2006, p. 53):
O referido documento trazia todas as diretrizes de como deveria funcionar a penitenciária, desde a nomeação dos empregados, exoneração, vencimentos, licenças, penas disciplinares e substituições. Determinava as atribuições e deveres do diretor, almoxarife, amanuense (escrevente que fazia os registros penais à mão), médico, enfermeiro, guardas, cocheiro, psicologia, entre outros e o sistema de referência que era o Sistema Auburniano.
Sendo assim, em 05 de janeiro de 1909, a primeira Penitenciaria do Estado do
Paraná é inaugurada, chamada pelo mesmo nome “Penitenciaria do Estado”, localizada
no bairro do Ahú. Em seu primeiro ano de funcionamento oferecia diversos setores de
trabalho, tais como: cozinha, horta, alfaiataria, sapataria, tipografia e marcenaria.
Em 26 de fevereiro de 1925 é inaugurada a Casa de Detenção, com 15 celas, para
abrigar os presos que não eram condenados. Contudo, segundo Santos (2006, p.53), em
1934, através do decreto nº 253, o Interventor Manoel Ribas, visando reduzir despesas e
reorganizar o Estado, determina a instalação da Casa de Detenção numa parte que lhe
fosse destinada no Edifício da Penitenciária do Estado, situada no Ahú.
Segundo Prá (2009, p. 45):
Em 26 de Outubro de 1940, realizou-se a Conferência Penitenciária, no Rio de Janeiro, com a participação do Doutor Fredericindo Marés de Souza, então diretor da Penitenciária do Estado e foi durante esta conferência que foram criadas as Penitenciárias Agrícolas. O citado diretor daria sequência aos estudos de implantação do regime semi-aberto no Paraná.
Assim a Penitenciária Agrícola do Estado iniciou seu funcionamento em 18 de
junho de 1941, com 30 presos, em caráter experimental. Segundo Prá (2009, p. 46):
Destinada a delinqüentes primários, do sexo masculino, cujos antecedentes, comportamento carcerário, personalidade e circunstâncias do crime, após haverem cumprido parte da pena na Penitenciária, dariam sequência ao cumprimento da mesma em Regime semi-aberto, até serem colocados em Liberdade Condicional.
Porém, foi somente em 1943 que a Colônia Penal Agrícola foi criada oficialmente.
Conforme Prá (2009, p. 46), o novo sistema iniciou, em 1943, com 70 presos beneficiados
pelo novo regime, participando de atividades agrícolas, avícolas e pecuárias.
Em 1944, no município de Piraquara, foi iniciada a construção da Penitenciária
Central do Estado, porém só foi concluída em 1951. Esta foi declarada, no momento de
sua inauguração, a maior e mais moderna penitenciária da América Latina, com
capacidade para 522 (quinhentos e vinte e duas) celas.
Em 13 de maio de 1970, foi inaugurada a primeira penitenciária feminina. Até os
anos 60 estiveram na Penitenciária do Estado, em galerias separadas dos homens, sendo
transferidas para o centro da cidade até a inauguração da penitenciária própria para
abrigá-las.
Prá (2009) cita que desde a criação da primeira unidade penal do Estado do
Paraná, havia a necessidade de uma unidade especifica para tratar de doentes mentais
condenados. Então, em 31 de Janeiro de 1969, foi inaugurado o Manicômio Judiciário do
Estado, o qual foi considerado um dos manicômios mais modernos do país. Ainda
segundo Prá (2009), o fato interessante é de que a obra, inaugurada durante o regime
militar, apresenta a planta em formato de metralhadora.
A referida unidade penal acima, foi a quarta do Sistema Penitenciário localizada
no município de Pinhais, bairro Canguiri, com uma área total de 5.970 metros quadrados,
tendo capacidade de internamento para 167 homens e 44 mulheres.
O governo do Estado do Paraná preocupado com a humanização do sistema
carcerário, criou a Divisão de Saúde, através da Resolução nº 088/85, compreendendo
os serviços: médicos, odontológicos, psicológicos, social, fisioterápicos, de enfermagem,
farmacêuticos e de terapia ocupacional. Logo, Prá (2009, p. 54) expõe que:
Em 1986, através da Resolução nº 062/86, foi criada a Unidade de Pronto Atendimento, vinculada orçamentariamente ao Manicômio Judiciário e em 15 de Julho de 1987, através da Resolução nº 197/87, foi criado o Hospital Penitenciário, o qual prestaria serviço nas áreas de clínica médica e cirúrgica, ortopedia, traumatologia, fisioterapia, anestesiologia, enfermagem, farmácia e odontologia.
Em dezembro de 1993, as denominações Manicômio Judiciário e de
Hospital Penitenciário são mudadas, sendo inaugurado o Complexo Médico Penal. O
Hospital teve suas instalações ampliadas para uma área construída de 1500m², com
aumento de 63 leitos, dos quais 20 destinados ao tratamento de doenças infecto-
contagiosas. Santos (2006, p. 56) cita que:
Essa unidade caracteriza-se como estabelecimento penal de regime fechado e de segurança máxima, destinado a pessoas que precisam ser submetidas a tratamento psiquiátrico e ambulatorial, em decorrência de decisão judicial, de medida de segurança ou de prescrição médica.
Com a inauguração da Penitenciária Estadual de Londrina, em 1994, a
inauguração da Penitenciária de Maringá, em 1986 e com a inauguração da Penitenciária
Industrial de Guarapuava, a qual foi considerada modelo para o restante do país, iniciou-
se um processo de interiorização das unidades e também de diversidade de
características, destinadas aos apenados do sexo masculino, em regime fechado.
Em 2001, em Londrina, e 2002, em Curitiba, inaugurou-se as Casas de Custódia
para presos provisórios. No mesmo ano de 2002 foi inaugurada, na cidade de Cascavel,
outra penitenciária industrial, nos mesmos moldes da unidade de Guarapuava. Bem como
em 2002, em 16 de abril, foi inaugurada a Penitenciária Estadual de Piraquara, com as
mais modernas instalações e estratégias de segurança, destinada às pessoas presas em
regime diferenciado de cumprimento de pena.
Conforme o Departamento Penitenciário - DEPEN, também foram inaugurados:
Centro de Regime Semi-Aberto Feminino de Curitiba – CRAF, 1986 (com algumas
mudanças no decorrer dos anos, mas em 2007, voltou a ser denominado Centro de
Regime Semi-Aberto, como já citado); Centro de Regime Semi-Aberto de Ponta Grossa –
CRAPG, em 2004; Centro de Detenção Provisória de São José dos Pinhais, em 2005; o
Centro de Regime Semi aberto de Guarapuava – CRAG, em 2007; o Centro de Detenção
e Ressocialização de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado, em 2008; Centro de
Detenção Provisória de Maringá – CDPMGA, em 2008.
Recentemente, no ano de 2006, a União, através do Governo Federal, colocou-se
em funcionamento uma unidade federal de custodia, denominada Penitenciária Federal
de Catanduva, no Paraná, destinada a abrigar os presos processados e/ou condenados
pela justiça federal.
Com o objetivo de reorganizar a Coordenação do Sistema Penitenciário, através
do Decreto 609, de 23 de julho de 1991, a Secretaria de Estado da Justiça e da cidadania
e seus órgãos aprovam o novo Regimento Interno do Departamento Penitenciário -
DEPEN, passando a chamá-lo Departamento Penitenciário do Paraná, mantendo a
mesma sigla, que já era denominado desde 1987. Segundo informações no site do
Departamento Penitenciário - DEPEN, este Departamento Penitenciário do Estado do
Paraná, como unidade de execução programática da administração direta da Secretaria
de Estado da Justiça e da Cidadania, tem por objetivo a supervisão e a coordenação dos
estabelecimentos penais e demais órgãos do Sistema Penitenciário, dando cumprimento
às disposições da Lei de Execução Penal - Lei Federal nº 7.210/84, referente à custódia,
segurança e assistência aos presos provisórios, condenados e submetidos à medida de
segurança preventiva, bem como aos apenados e egressos das unidades penais. Ainda,
são de sua competência: supervisionar, coordenar e inspecionar os estabelecimentos
penais, escola penitenciária e patronatos; fazer cumprir as disposições da Lei de
execução penal, responsabilizando-se pela custódia, segurança e assistência tanto dos
internos quanto dos egressos do Sistema Penitenciário; oferecer assistência jurídica,
psicológica, social, médica, odontológica, religiosa e material, além de desenvolver a
reintegração social por meio da educação formal. Bem como, a estrutura organizacional
do Departamento Penitenciário do Estado, conta atualmente, com 24 Estabelecimentos
Penais, entre eles as colônias agrícolas e industriais, 02 Patronatos Penitenciários, 01
Hospital de Custódia e tratamento, 01 Escola de capacitação e desenvolvimento
profissional de servidores e 561 cadeias públicas.
Segundo dados do Ministério da Justiça – Infopen - com referência
dezembro/2009, a população carcerária do Paraná, masculino e feminino, era de 37.440
presos, dos quais 22.166 eram custodiados. No sistema penitenciário estavam 3.194
presos provisórios, 8.172 em regime fechado, 2.478 em regime Semi-aberto, 7.934 em
regime aberto e 388 cumprindo medida de Segurança.
Também sob a responsabilidade do DEPEN, existem pessoas cumprindo penas
alternativas e egressos do Sistema Penitenciário em regime aberto ou livramento
condicional. No Patronato Penitenciário de Curitiba, há egressos condenados pela justiça
federal e pela justiça comum. Por se tratar da capital do estado, as pessoas condenadas
com penas alternativas são encaminhadas à Central de Penas Alternativas, que é
diretamente ligada ao Departamento Penitenciário Nacional. Já no Patronato de Londrina
as pessoas cumprem penas alternativas e também há egressos.
Além das unidades que custodiam as pessoas em cumprimento de pena, o
Sistema penitenciário conta com uma Escola Penitenciária e com um Fundo Penitenciário
que auxiliam no cumprimento de suas atribuições, formando e capacitando os
funcionários do Sistema, arrecadando e administrando recursos que geram setores de
trabalho e capacitação para as pessoas presas, respectivamente.
Segundo dados do site do Departamento Penitenciário - DEPEN, o quadro dos
funcionários é composto por técnicos, agentes penitenciários e funcionários de nível
médio e superior e profissionais especializados em diversas áreas para dar atendimento
necessário e garantir aos detentos sua condição de cidadãos, mesmo estando em
privação de liberdade. Conforme Kuehne (2008):
objetivando o cumprimento das metas de ressocialização do interno, o Estado do Paraná adotou uma política de interiorização das Unidades Penais (preso próximo da família e local de origem), propiciando então ao condenado melhores condições de futura integração, dada a proximidade com seus familiares. Bem como, uma política que busca oferecer novas
alternativas para os apenados, proporcionando-lhes educação, trabalho e profissionalização, viabilizando, além de melhores condições para sua reintegração à sociedade, o benefício da redução da pena.
Conforme o Departamento Penitenciário - DEPEN, a proposta deste governo é a
de realizar política pública para aquele que está excluído, em razão do delito, que garanta
o cumprimento da pena, possibilitando educação, disciplina, trabalho, espiritualidade e
preservação do vínculo familiar.
Ao que se refere à educação formal, conforme o DIED - Divisão de Educação do
Departamento Penitenciário do Paraná, , , , o processo de escolarização no sistema prisional
iniciou-se com uma parceria entre a Secretaria de Estado da Justiça e a Secretaria de
Estado da Educação, por meio do termo de acordo especial de amparo técnico, em 1º de
fevereiro de 1982.
O referido acordo constituiu uma ação conjunta entre a Secretaria de Estado de
Justiça e Cidadania - SEJU e a Secretaria de Estado de Educação – SEED,
proporcionando, aos presos e aos funcionários do sistema penitenciário do Paraná,
escolarização no âmbito do 1º e 2º graus, como era a denominação da educação básica
na época, através da modalidade de ensino supletivo. Inicialmente a escola foi implantada
como um Centro de Orientação da Aprendizagem, órgão vinculado ao Centro de Estudos
Supletivos de Curitiba, conforme resolução 80/82 SEJU/SEED e Resolução 1707/82 –
SEED, ambas de 28/06/82.
Através da Resolução 1707/82 – SEED, o estabelecimento foi autorizado a
desenvolver Cursos Supletivos de 1º e 2º graus, com avaliação fora do processo. Com
isso, o estabelecimento mantinha uma estrutura reduzida de professores apenas para
preparar os alunos para os exames de equivalência correspondentes às quatros primeiras
séries do 1º grau e aos exames supletivos de educação geral, realizados pelo Centro de
Estudos Supletivos de Curitiba, por uma equipe, e sob a supervisão, do Departamento de
Ensino Supletivo/SEED. Mais tarde, esse Centro passou a ser um Núcleo Avançado de
Estudos Supletivos – NAES Dr. Mário Faraco, a partir da Resolução 2088/87 – SEED.
Em 26/05/95, através da Resolução 2104/95, foi autorizada a realização de
avaliação do rendimento escolar dos alunos do curso supletivo de 1º grau – função
suplência de educação geral durante o processo de ensino aprendizagem, transformando,
assim, a estrutura e seu funcionamento ao ofertar estudos com avaliação no processo
ensino e aprendizagem.
Esta modalidade de funcionamento assim perdurou por 14 anos. A experiência
pedagógica bem sucedida culminou com a transformação do NAES Dr. Mario Faraco em
Centro de Estudos Supletivos de 1º e 2º graus, o que possibilitou autonomia no
atendimento aos alunos com cursos e exames supletivos de 1º e 2º graus - função
suplência educação geral e função suplência profissionalizante.
Com o advento da nova lei de diretrizes e bases da educação nacional – LDB
9394/96 o CES passou a chamar-se Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e
Adultos – CEEBJA Dr. Mario Faraco – Ensino Fundamental e Médio, que, atualmente,
atende a oito unidades prisionais, incluindo Curitiba e região metropolitana.
A construção de diversas penitenciárias nos municípios do interior do estado exigiu
a ampliação deste processo também para outras regiões, criando-se um parecer para
autorização do CEEBJAS, com infra-estrutura de escola, dentro das prisões do Estado do
Paraná, pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) e Resolução Secretarial de
Autorização e Funcionamento.
Sendo assim, atualmente, conta-se com cinco CEEBJAS (com uma estrutura
técnico-administrativa completa) e três APEDs (Ações Pedagógicas Descentralizadas),
que são estruturas vinculadas a outros CEEBJAS dos municípios e que funcionam, nas
unidades penais, apenas com professores e uma coordenação pedagógica, como se
pode ver a seguir:
- CEEBJA Dr. Mario Faraco – Piraquara – atua em 8 unidades prisionais:
Penitenciária Estadual de Piraquara – PEP; Prisão provisória de Curitiba – PPC; Colônia
Penal Agrícola do Paraná – CPA; Penitenciária Feminina do Paraná – PFP; Penitenciária
Central do Estado – PCE e Complexo Médico Penal – CMP; Centro de Regime Semi-
Aberto Feminino de Curitiba – CRAF; Centro de Detenção e Ressocialização – CDR;
Casa de Custódia de Curitiba – CCC.
- CEEBJA Prof. Manoel Machado – Londrina – atua em duas unidades prisionais:
Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina – CDC-L e na Penitenciária Estadual
de Londrina.
- CEEBJA Profª Tomires M. de Carvalho – Maringá – atua na Penitenciária
Estadual de Maringá.
- CEEBJA Prof. Odair Pasqualini – Ponta Grossa – atua em duas unidades
prisionais: Penitenciária Estadual de Ponta Grossa – PEPG e Centro de Regime Semi-
aberto de Ponta Grossa – CRAPG.
- CEEBJA Nova Visão – Guarapuava – atua em duas unidades prisionais:
Penitenciária Estadual de Guarapuava – PIG e Centro de Regime Semi-Aberto de
Guarapuava – CRAG.
As APEDs – Ações Pedagógicas Descentralizadas são autorizadas para
funcionarem nas dependências das prisões e vinculadas aos CEEBJAS externos,
responsáveis pela coordenação geral e itinerante, pela matrícula e pela expedição da
documentação escolar.
A parceria estabelecida entre a SEJU e a SEED, renovada anualmente por
meio da Resolução Conjunta, acorda que cabe à SEED fornecer profissionais docentes e
administrativos para atuarem no sistema penal, responsabilizando-se pelo pagamento do
salário básico dos mesmos e cabe à SEJU fornecer as condições infra-estruturais (salas
de aula, mobiliário e material escolar).
Com a organização destas ações e parcerias o Departamento Penitenciário
reestruturou a Divisão de Educação (DIED), subordinando-a à direção da Escola
Penitenciária, para coordenar a política e os programas da área educação.
A DIED (Divisão da Educação) tem como objetivo agregar, valorizar e promover o
desenvolvimento dos profissionais que atuam na área de escolarização formal e informal
de presos das unidades prisionais, com o objetivo de que o processo de escolarização de
presos e os trabalhos educacionais informais possam contribuir para a efetivação do
tratamento penal.
Portanto, é possível constatar que há uma preocupação, no Estado do Paraná,
com alunos privados de liberdade e com a criação de programas educacionais, dentro
do sistema penitenciário, voltados para Educação Básica de Jovens e Adultos, que visem
alfabetizar, escolarizar e, sobretudo, trabalhar para a construção da cidadania do
apenado.
4.4 Organização do Trabalho Pedagógico 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico 4.4 Organização do Trabalho Pedagógico
4.4.1 Caracterização do Curso
A Proposta Pedagógica da Educação de Jovens, Adultos e Idosos privados de
liberdade do CEEBJA -Nova Visão considera o educando um sujeito sócio-histórico-
cultural com diferentes experiências de vida, que se afastou da escola devido a fatores
sociais, econômicos, políticos e/ou culturais, muitas vezes com ingresso prematuro no
mundo do trabalho, evasão ou repzetência escolar.
Tal educando traz modelos internalizados durante suas vivências escolares ou por
outras experiências de vida. Nesses modelos, predomina o de uma escola tradicional,
onde o educador exerce o papel de detentor do conhecimento e o educando de receptor
desse conhecimento.
Busca-se, portanto, o rompimento desse modelo, propiciando ao educando, a
autonomia intelectual, ou seja, educandos ativos no processo educacional. É importante
ressaltar que a proposta da EJA no Paraná não contempla a cultura do aligeiramento da
escolarização nem a pedagogia da reprovação, mas sim a pedagogia da aprendizagem,
com oferta de qualidade de ensino.
Sendo assim, no CEEBJA Nova Visão, a organização da oferta indicada na
proposta pedagógico-curricular contempla o total da carga horária estabelecida na
legislação vigente - 1200h - (Deliberação n.º 06/05-CEE), nos níveis do Ensino
Fundamental ase I e do Ensino Médio,
e 1600h - ( Deliberação nº 05/10-CEE), no nível do Ensino Fundamental Fase II contemplando
ações pedagógicas específicas à modalidade, que levem em consideração o perfil do
educando, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas
características, interesses, condições de vida e de trabalho.
Os conteúdos curriculares da Educação Básica são desenvolvidos ao longo da
carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, com
avaliação presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem, mediante ações
didático-pedagógicas, organizadas de forma coletiva e/ou individual.coletiva e/ou individual.coletiva e/ou individual.coletiva e/ou individual.
A A A A –––– Organização Coletiva Organização Coletiva Organização Coletiva Organização Coletiva
É programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma
que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada
disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação
pedagógica priorizará o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação
professor-educando e considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada
educando.
A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm
possibilidades de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma
preestabelecido, considerando que: organizar coletivamente a oferta da disciplina não
significa adotar o mesmo encaminhamento metodológico para todos os educandos.
Subgrupos podem ser organizados e a atenção às dificuldades de cada indivíduo deve
ser prevista.
B B B B –––– Organização Individual Organização Individual Organização Individual Organização Individual
A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que não tem
possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários
alternados de trabalho e para aqueles que foram matriculados mediante classificação,
aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há,
no momento em que sua matrícula é reativada, turma organizada coletivamente para a
sua inserção.
Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do
educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já
apropriados.
Organizar a oferta da disciplina individualmente, não significa a relação um
professor para um educando. Deve-se prever o trabalho em pequenos grupos, onde
temáticas semelhantes podem ser tratadas. A organização individual tem como princípio
respeitar o ritmo do educando, o tempo que cada um tem disponível para freqüentar a
escola e o tempo de aprendizagem de cada um.
Na organização individual, deve-se cuidar para não incorrer em um processo de
aligeiramento para a certificação, não condizente com os pressupostos das Diretrizes
Curriculares de EJA como também das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação
Básica.
É preciso que a equipe pedagógica esteja atenta à dinâmica da organização
individual no sentido de possibilitar e assegurar espaços de reflexão crítica e construção
de saberes, além de investir em metodologias mais dinâmicas para evitar o desestímulo e
validar cada presença do educando.
Ambas, organizações previstas na proposta pedagógico-curricular da EJA
permitem aos educandos percorrerem trajetórias de aprendizagens não padronizadas,
respeitando o ritmo de cada um no processo de apropriação dos saberes, além de
organizar o tempo escolar a partir do tempo disponível do educando-trabalhador, tanto ao
que se refere à organização diária das aulas, quanto no total de dias previstos na
semana, conforme o cronograma proposto pelo estabelecimento de ensino.
4.4.2 Freqüência
Nesta escola a freqüência é acompanhada e registrada obedecendo normas e
instrução específicas da modalidade da EJA, na organização coletiva a escola deve
estabelecer um cronograma, constando a data de início e término da oferta de 100% (cem
por cento) da carga horária total de cada disciplina, com dias e horários determinados
para freqüência dos educandos na escola, na turma em que estiver matriculado, sendo
obrigatória, ao educando, a freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total
da carga horária de cada disciplina.
Nessa organização, o controle de freqüência do educando, é feito no livro de
registro de classe, onde o professor deve registrar, para cada hora-aula, a presença ou a
falta do educando.
As faltas do educando matriculado no coletivo não poderão ser repostas na
organização individual.
Considerando que a organização individual possui um cronograma em que o
educador de cada disciplina estará disponível para receber os educandos que não podem
freqüentar as aulas em dias e horários determinados, devido às condições de horários
alternados de trabalho, é obrigatório, ao educando, cumprir 100% (cem por cento) do total
da carga horária de todas as disciplinas, em sala de aula.
Aos educandos que passaram por processos de classificação ou reclassificação e
foram matriculados ou remanejados para a organização individual, é obrigatória a
freqüência de 100% (cem por cento), , , , do total da carga horária restante da disciplina, em
sala de aula.
Na organização individual, o controle de freqüência do educando é feito na ficha de
registro individual de avaliação, freqüência e conteúdo, onde o professor deve registrar a
data e o número de horas-aula em que o educando permaneceu em sala de aula, assim
como os conteúdos trabalhados.
Na organização coletiva e individual, o educando matriculado na disciplina e que
não comparecer às aulas, por mais de 02 (dois) meses consecutivos, será considerado
desistente e no seu retorno, a escola deverá reativar sua matrícula, aproveitando a carga
horária já frequentada e os registros de notas já obtidos. É necessário portanto, que a
escola, no decorrer da disciplina em curso e sempre antes de completar o período de dois
meses, insira no Sistema SEJA, informações referentes à freqüência e/ou registros de
nota do aluno.
O educando desistente na disciplina terá o prazo de 02 (dois) anos para reativar
sua matrícula, contados a partir da data de matrícula inicial na disciplina, aproveitando a
carga horária já freqüentada anteriormente com seus registros de notas já obtidos. Caso o
aluno retorne após o período de dois anos, a escola deverá efetuar a rematrícula na
disciplina, sem o aproveitamento da carga horária cursada e dos registros de nota obtidos
anteriormente.
4.4.3 Oferta das Disciplinas
Tendo em vista que as Diretrizes Curriculares Estaduais da EJA e a Proposta
Pedagógica, que nela se fundamentam, têm como foco central o perfil do educando, a
organização da escola deve tomar como princípio central de suas ações, tal
consideração.
Para elaborar horários e cronogramas, planejamos aulas, propomos metodologias
adequadas a grupos e educandos distintos é preciso conhecer quem são esses sujeitos,
de onde eles vem, qual sua relação cultural historicamente construída, destacamos a
condição de que são educandos privados de liberdade, e se conseguem cursar mais de
uma disciplina simultaneamente, considerando que cada disciplina ofertada na
organização coletiva poderá ter distintos educandos matriculados.
O que difere de escola para escola é o cronograma de oferta das aulas, que deverá
ser organizado pela equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, considerando os
itens abaixo:
- a oferta de 100% da carga horária de cada área do conhecimento no Ensino
Fundamental – Fase I;
- a oferta de 100% da carga horária de cada disciplina do Ensino Fundamental – Fase II e
Médio, prevista na matriz curricular, nas organizações individual e coletiva,
preferencialmente no mesmo ano letivo;
- a oferta de todas as disciplinas do Ensino Fundamental – Fase II e Médio, nas
organizações coletiva e individual, no mesmo turno, priorizando a oferta na organização
coletiva;
- o número de salas de aula disponíveis;
- a oferta diária de 4 (quatro) horas-aula de 50 minutos, de segunda a sexta-feira,
totalizando 20 horas-aula semanal, por turno;
- a demanda discente a ser atendida;
- na distribuição das disciplinas, possibilitar ao educando, cursar o máximo de carga
horária semanal, seja em 4 ou menos disciplinas;
Também deverá ser prevista no cronograma, a organização da hora-atividade, que
deve ser realizada no mesmo turno, conforme a Instrução n.º 02/2004 – SUED e
Resolução de distribuição de aulas
4.4.4 Material de Apoio Pedagógico
Os materiais didáticos indicados pelo Departamento de Educação e
Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, são adotados nos estabelecimentos de ensino, como material de
apoio.
Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, devem utilizar outros
recursos didáticos, coleção Cadernos da EJA, Livro Didático Público, Livros do PNLD,
material produzido pelo próprio educador e outros.
5. MARCO CONCEITUAL5. MARCO CONCEITUAL5. MARCO CONCEITUAL5. MARCO CONCEITUAL
Quando pretendemos tratar algum tema de maneira filosófica, torna-se necessário
investigar, analisar de forma crítica o tema. Buscar também, um conhecimento desse
tema em sua origem, em seus fundamentos, em seus princípios. Enquanto “projeto” no
sentido próprio da palavra, algo a ser realizado, efetivado, e para isso faz-se necessário o
diálogo entre atores envolvidos.
Enquanto “político” algo que se deseja ou desejado em benefício de um grupo
maior. Enquanto “pedagógico” o ato a ação de ensinar. Então, ao se pretender beneficiar
um grupo maior, com o ato ou ação de ensinar é preciso diálogo entre os envolvidos
neste processo, a fim de encontrar meios de melhor efetivação para esta ação.
Mas a filosofia que se pretende nesta observação levantaria outras questões para a
realização deste documento o que entendemos por educação? Como compreendemos o
ato de ensinar? Para que ensinar? Quem são estes educandos? Qual o objetivo desta
escola? A resposta destes e outros questionamentos identificam e norteiam os princípios
desta escola. É importante lembrar, que a concepção de acordo com a instrução do
projeto político pedagógico traz a expressão dos princípios que fundamentam e
organizam toda a prática pedagógica, através das quais são subsidiadas as decisões, a
condução das ações que serão desenvolvidos na escola e os impactos destes sobre o
processo de ensino-aprendizagem, bem como a análise de seus resultados.
É a expressão da autonomia da escola e da identidade da instituição de ensino que
se constitui nos fundamentos legais, conceituais, filosóficos, ideológicos, metodológicos e
operacionais das práticas pedagógicas.
Portanto, nossa escola entende que os princípios que fundamentam a concepção
de educação, de homem, de sociedade, de ensino-aprendizagem, devem
necessariamente constar no nosso projeto. E destacar, que este trabalho, é fruto de um
movimento dialético ou dialógico pelos profissionais da educação e da comunidade
escolar. Segundo Edgar Morin:
“A educação deve contribuir para a auto-formação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) ensinar como se tornar cidadão, definido, em uma democracia, por sua solidariedade e responsabilidade em relação a sua pátria. O que supõe nele o enraizamento de sua identidade nacional.”
A década de 90 no Brasil é marcada por grandes reformas de políticas públicas,
destacamos aqui, em especial, as educacionais, que em sua estrutura de poder, o Estado
apresenta-se como principal mediador deste processo.
Considerada de grande impacto para a educação, uma dessas reformulações foi a
criação da Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB que traz
importantes contribuições na organização escolar como: estratégias de autonomia,
flexibilidade para planejar e de ação educacional, entre outras.
A Constituição Federal de 1988, em seu capítulo dedicado a educação, estabelece
como um dos princípios orientadores a gestão democrática dos sistemas de ensino
público e a igualdade de condições de acesso à escola e garantia de padrão de
qualidade. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação regulamenta a gestão democrática da
escola, estabelecendo orientações para a organização do espaço físico, o trabalho
pedagógico e a participação do coletivo da escola para integração dela com a
comunidade.
A Lei de Diretrizes e Bases procura dar respostas desafiadoras às questões
apresentadas pelas Instituições de Ensino quanto ao seu papel e sua função enquanto
espaço de produção do saber. O próprio exercício da cidadania é uma condição
construída historicamente, ser cidadão é participar de uma sociedade, tendo o direito à ter
direitos, bem como construir novos direitos, revendo os já existentes. É também
possibilitar aos educandos a consciência de seus direitos e deveres, o direito de
apropriar-se do saber elaborado, e um ensino de qualidade.
Ainda que nossos educandos sejam, jovens, adultos e idosos privados de liberdade
vale lembrar que, a Lei de Execução Penal 7.210/84, considerada uma das mais
modernas do mundo, disciplina a execução da pena da prisão, e diz que o recluso, tanto
aquele que ainda está respondendo ao processo, quanto o que já foi condenado, continua
tendo os direitos que não foram retirados pela pena ou pela lei. Isto denota que o preso
perde a liberdade, porém possui direito, a um tratamento digno.
Neste contexto, a necessidade exige um plano político pedagógico para educandos
jovens, adultos e idosos privados de liberdade que leve em consideração as
peculiaridades, as reais circunstâncias e realidades do sistema prisional.
A escola busca, com a presente proposta caracterizar no processo de formação e
informação dos educandos, envolver a discussão, a reflexão e a construção de saberes,
capazes de transformar “suas realidades pela apropriação direta, consciente e ativa de
sua cidadania.”Temos consciência da responsabilidade de que a escola deve assumir o
papel importante e significativo na formação destes educandos, pois deve ela propiciar
espaço de convivência onde se respeitam diferenças e possibilitem ações coletivas,com
objetivos humanos e sociais. Segundo SAVIANI (1992)...
a escola é uma instituição social, onde se aprende e ensina o saber, não sendo suficiente que o educando aprenda qualquer conhecimento, mas o qual, ao ser aprendido seja possível sua articulação com outros conhecimentos, estimulando assim o desenvolvimento de sua inteligência e o entendimento de sua realidade.
Uma proposta onde o foco das atenções da ação educativa, está na preparação do
cidadão, e em sua transformação para a vida em sociedade, e assim concebemos a
educação nesta Instituição, abrindo possibilidades, criando condições para que todos os
educandos desenvolvam suas capacidades, apropriando-se dos conhecimentos
necessários para construírem instrumentos de compreensão da realidade e de
participação nas relações sociais, políticas e culturais, condições fundamentais de
reintegração social, bem como o real exercício da sua cidadania.
Para isso, e em referência a explanação dos integrantes da escola através de seus
relatos de experiência, que passa pelo diagnóstico e revisão de prática pedagógica,
assumimos um currículo democrático visando a humanização, que organiza o
conhecimento fundamentado nas DCEs em formato disciplinar, no qual se constituem as
suas especificidades, mas que dialogam com as diferentes áreas do conhecimento.
Preconizado por FREIRE esta escola tem procurado, a idéia do diálogo entre o
educador e educando, a qual consiste na integração dos indivíduos de forma coerente e
harmoniosa, onde ambos aprendem juntos em uma relação dinâmica, a nossa
organização de trabalho pedagógico fundamenta-se no diálogo, na interação, portanto,
Freire afirma que....
“dialogar é criar espaços para que cada um possa dizer a sua palavra...
Através do diálogo constante entre a teoria e a prática, educamos e buscamos
possibilitar
uma melhor compreensão, sobre um determinado problema, pois acreditamos assim,
promover uma ação efetiva no sentido de transformação.
Há que se considerar, que no currículo a seleção e organização dos conhecimentos,
as relações propostas entre eles na estrutura curricular, trazem como conseqüências o
modo como as pessoas poderão compreender o mundo e atuar nele. Portanto a presente
proposta não se demonstra neutra, sendo feito a opção, pela seleção dos conteúdos de
cada disciplina, da escolha de metodologias, recursos, isso já demonstra intencionalidade
a respeito da sociedade que se espera. É importante destacar, mais uma vez a opção
pela organização disciplinar do currículo tomando-o na perspectiva interdisciplinar. A
interdisciplinaridade se fundamenta no conceito de totalidade apresentado nas DCE da
Educação Básica:
Deste modo, explicita-se que as disciplinas escolares não são herméticas,fechadas em si, mas, a partir de suas especialidades, chamam umas às outras e, em conjunto ampliam a abordagem dos conteúdos de modo que se busque, cada vez mais,a totalidade, numa prática pedagógica que leve em conta as dimensões científica, filosófica e artística (2008).
Para Vygotsky um ensino de qualidade é aquele que antecede ao
desenvolvimento e procedimentos convencionais que acontece na escola: exposição,
assistência, distribuições de pistas e orientações são aspectos considerados para
efetivação desse ensino. A intervenção pedagógica deve partir da realidade vivencial dos
educandos, onde se inserem: experiência de vida e de trabalho, não se desconsidera o
que o educando pensa e a sua visão de mundo,porém destaca-se que o conhecimento
empírico e espontâneo deve ser o ponto de partida para o trabalho pedagógico. É de
responsabilidade da escola não permitir que o aluno permaneça no mesmo nível de
quando iniciou o processo de aprendizagem, pois sua prática social precisa ser
compreendida e reelaborada pela via do conhecimento do real.
É necessário para assegurar que houve realmente, essa passagem do nível inicial
que o educador defina ações pedagógicas consistentes, mediando, enquanto detentor
dos fundamentos do conhecimento científico, desenvolvendo procedimentos adequados
para viabilizar a apropriação desse conhecimento pelos educandos. Com esta concepção
o educador torna-se criador de situações experimentais possibilitando seus educandos
também a inventar, criar e conseqüentemente produzir conhecimento.
Portanto, há necessidade de discutir sobre a formação inicial da grande maioria
dos profissionais da educação a qual teve como base a racionalidade técnica, isto é, o
professor simplesmente repassando conteúdos, solucionando problemas através de
teorias não relacionando o conteúdo com a prática. Porém, para atender às necessidades
atuais os profissionais farão uso da racionalidade prática e da reflexão ampliando as
possibilidades para construção do conhecimento, relacionando teoria e prática, não
aplicando apenas teorias, e sim formas de ação.
Assim, devemos pensar o processo de formação dos educadores afim de que
possa suprir necessidades já colocadas. Pois esta, somado às experiências de vida,
inserida à formação inicial supõe possibilitar ao indivíduo, além do desenvolvimento
profissional, desenvolvê-lo como pessoa e como cidadão, formando a totalidade do
homem.
Neste contexto incorpora-se ainda todo o currículo do curso, conteúdos, objetivos,
metodologias, a fim de atingir a integral ação formativa, buscando um profissional de
qualidade como também um cidadão, um indivíduo capaz de participar ativamente da vida
coletiva e do mundo do trabalho.
Dessa forma, destacamos a formação inicial, como principal caminho para
aquisição de suporte teórico no processo de desenvolvimento: no campo profissional e
pessoal do educador. Porém temos consciência que este caminho é longo e contínuo,
pois o ser humano não está pronto e acabado, mas em constante mudanças que leva ao
aperfeiçoamento.
A formação contínua é um recurso necessário , ao homem, para que possa estar
em constante aperfeiçoamento, para responder às necessidades postas pela sociedade
na qual atua. O educador desempenha função de grande importância na construção do
saber, pois na interação professor-aluno, busca-se contribuir na formação do cidadão
consciente, crítico, responsável e participativo. Sendo assim o educador deve estar em
aperfeiçoamento constante pessoal e profissional, para que no desenvolver sua prática
pedagógica, responda as reais necessidades de seus educandos.
5.1 A escola e as funções sociais da Educação 5.1 A escola e as funções sociais da Educação 5.1 A escola e as funções sociais da Educação 5.1 A escola e as funções sociais da Educação de Jovens e Adultos:de Jovens e Adultos:de Jovens e Adultos:de Jovens e Adultos:
Conforme Batistão,
“o fenômeno que possibilita a socialização do conhecimento historicamente acumulado é denominado Educação”.
Desta forma, é preciso compreender a educação para jovens e adultos como um
conjunto de processos, onde as pessoas podem além de socializar os conhecimentos já
adquiridos, desenvolver as suas capacidades, enriquecer seus conhecimentos, melhorar
suas competências técnicas ou profissionais ou as reorientar para atender suas
necessidades ou as necessidades de toda uma sociedade.
Bem como, a pesquisadora acima citada, (p. 53), explicita que “pode-se considerar
que a principal atividade da escola é o uso de instrumentos de acesso ao saber
sistematizado que foi produzido historicamente.” Ainda segundo Saviani:
o trabalho educativo constitui no ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.
Desta maneira a realização do trabalho educativo deve ser comprometido com a
formação do ser humano, exigindo da escola uma posição frente à desigualdade
estrutural da sociedade, com o compromisso de propor ações pedagógicas que venham
a superar o processo de exclusão dentro das instituições escolares.
Conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e
Adultos:
a escola tem importante papel no processo de socialização do conhecimento, processo este que deve ser desenvolvido em conjunto por educandos e educadores em suas tentativas de responder aos desafios de sua realidade e de lutar por uma sociedade igualitária.
Nesta perspectiva, a escola precisa considerar o aluno como sujeito que produz
saberes e conhecimentos, bem como redimensionar a proposta curricular e ressignificar o
papel social que esta desempenha como um lugar de troca e construção, integrando o
aluno com os demais gestores da escola e com o seu meio social.
Os jovens, adultos e idosos, que vêm de diferentes gerações, que nunca tiveram
acesso à escolarização ou foram excluídos dela, padecem da necessidade de uma escola
que garanta a eles as condições de acesso, a permanência e ao aprendizado com
qualidade.
Esses sujeitos são geralmente tratados como mais um na sala de aula, porém
cada um tem sua identidade que deve ser considerada pelo educador, habitualmente são
vistos como repetentes, evadidos, defasados, problemáticos. Assim a escola precisa ter
uma visão ampla, garantindo os seus direitos da Constituição Federal de 1988, onde
garante a educação como direito de todos, proporcionando ao educando a inserção
social, formando cidadãos qualificados, com conhecimentos que são decorrentes da
formação escolar permitindo realizar a sua função social de ensinar.
Aos alunos da Educação de Jovens e Adultos a escolarização passa a ser uma
possibilidade de mudanças sociais, econômicas, financeiras; mudanças de vida, pois a
escola não é mais somente um local para aquisição de conhecimentos, mas também uma
busca de melhores empregos, de melhor condição de vida, aumentando sua auto-estima,
participando da sociedade efetivamente, sentindo mais valorizado por seu grau de
escolaridade, de conhecimento científico e cultural, de valores éticos, morais e sociais,
exercendo a sua cidadania.
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais para Educação de Jovens e
Adultos:
a EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua consciência crítica, e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento da sua autonomia intelectual. (...) O papel fundamental da construção curricular para a formação dos educandos desta modalidade de ensino é fornecer subsídios para que se afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos.
Conforme Kuenzer:
Tendo em vista esta função, a educação deve voltar-se a uma formação na qual os educandos possam: aprender permanentemente; refletir de modo crítico; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir do uso metodologicamente adequado de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos.
Sendo assim, a Educação de Jovens e Adultos volta-se às perspectivas que são
almejadas pelos educandos desta modalidade de ensino, colaborando para que eles
ampliem seus conhecimentos de forma crítica, compreendam as dicotomias e
complexidades do mundo do trabalho contemporâneo e do contexto global.
Ainda a Lei 9394/96, em seu artigo 1º, diz que:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
O educando, a partir dos conhecimentos adquiridos, passa a ter uma outra visão de
mundo, afirmando-se como parte desta sociedade e como sujeito neste processo, indo
além do ambiente escolar, permitindo que esses conhecimentos internalizados façam a
diferença em sua construção social, no trabalho e no exercício da cidadania.
Segundo Ruaro:
as Diretrizes Curriculares Nacionais designam para essa modalidade a finalidade de desempenhar três funções no que se refere ao processo de direito à educação e inclusão social: função reparadora, função equalizadora e função qualificadora.
Em um estudo um pouco mais aprofundado, verificou-se que a função reparadora
refere-se à seguridade de acesso e permanência destes sujeitos, em locais que lhes
proporcione educação de qualidade, em reais condições de aprendizagem, conforme sua
condição humana e condição cognitiva; a função equalizadora diz respeito à igualdade de
oportunidades e a função qualificadora que pretende garantir a formação integral para
atuação do sujeito em situações formais e não formais.
Ao longo dos anos houve uma grande injustiça com os sujeitos que fazem parte
deste processo, sendo excluído de seus direitos, principalmente o da escolarização, então
a escola tem a grande função de reparar os danos causados por essa exclusão que
deixou marcas em suas vidas. Estes mesmos sujeitos não são iguais, possuem suas
características próprias; possuem tempo de compreensão diferenciado no processo de
assimilação exigindo assim que a escola seja equitativa, oferecendo estratégias
diferenciadas de aprendizagem, com métodos e recursos apropriados a estes cidadãos.
Só assim irá fornecer-lhes uma educação com qualidade, criando situações para
favorecer a aprendizagem.
Pensando na EJA dentro das Unidades Penais, possui além das três funções,
também se tem que considerar a função de ressocialização. Pois, segundo Leineker e
Vargas:
a função social que o sistema carcerário deveria fornecer aos detentos é a ressocialização. Assim, a educação exerce uma função determinante, assume um papel de destaque, modificando a visão de mundo do aluno privado de liberdade.
A ressocialização constitui-se como um processo comum a todos os sujeitos
diante de diferentes momentos de sua vida, como por ocasião da mudança de estado
civil, mudança da condição social, mudança de endereço, mudança escolar, ingresso no
mercado de trabalho ou desemprego, ou seja em qualquer momento da vida, situação
vivenciada e em qualquer meio social que o sujeito seja inserido. Tendo em vista o que
está pressuposto pela privação da liberdade como pena imposta aos que transgridem
determinados padrões sociais, a ressocialização pode ser bem sucedida, caso o sujeito
se reoriente para a ordem social, ou mal sucedida, caso o sujeito reitere sua recusa em
submeter-se aos códigos sociais, reincidindo na infração.
Considerando o segundo ponto, que envolve os sujeitos submetidos à pena
privativa de liberdade exige uma efetiva “reconstrução do ser”. Assim, todo o sistema
contribui para os propósitos dessa “reconstrução” dos sujeitos envolvidos. Conforme Silva
(2007, p. 90), “o termo reeducar é inadequado, se concebermos a educação como
processo permanente na vida das pessoas, com uma dimensão indispensável e contínua.
Ainda segundo o mesmo autor, (p. 91), “a noção de reeducação se justifica mediante os
propósitos de fazer com que os presos esqueçam a formação delinquente e construam
uma educação fundamentada em valores consolidados pela maioria social”
Visto desta maneira a EJA precisa ter profissionais comprometidos com o ensinar,
orientar, com o verdadeiro ser educador e estar realmente preocupado em despertar o
educando para uma consciência crítica, ajudá-lo a adquirir conhecimentos científicos e
culturais, entender os valores éticos, morais e sociais e motivar para que este educando
permaneça na escola e perceba que a sua trajetória escolar irá colaborar para a sua
transformação de vida, sua transformação social e que ele possa sentir-se parte do meio
em que vive, praticando o exercício da cidadania. Segundo Cabral:
a educação para a cidadania constitui um conjunto complexo que abraça, ao mesmo tempo, a adesão a valores, a aquisição de conhecimentos e a aprendizagem de práticas na vida pública. Não pode, pois, ser considerada como neutra do ponto de vista ideológico.
Assim praticar o exercício da cidadania é se perceber fazendo parte de um meio
social e que todas as atitudes, escolhas e posturas tomadas em sua vivência poderão
afetar não apenas a si mesmo, mas também, a sua comunidade, o seu meio local e
também global.
Paulo Freire diz, a respeito da educação de jovens e adultos, que “esse é um
trabalho realizado com gente miúda, jovem ou adulta, mas gente em permanente
processo de busca.”
5.2 As contribuições da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos 5.2 As contribuições da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos 5.2 As contribuições da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos 5.2 As contribuições da educação para o processo de ressocialização dos sujeitos privados de liberdadprivados de liberdadprivados de liberdadprivados de liberdade.e.e.e. Conforme Rodrigues:
Viver em sociedade sempre foi um ponto fundamental para qualquer cidadão. Sociedade é uma palavra que tem uma sinonímia muito rica e com variedades importantes. Como a maioria das palavras deriva do latim societate e vem conjugar um agrupamento de seres que vivem em estado gregário, como também um rol de pessoas que vivem em certa faixa de tempo e de espaço, seguindo normas comuns, e que são unidas pelo sentimento de consciência do grupo e corpo social. Pode formar um grupo de indivíduos que vivem por vontade própria sob normas comuns, comunidade, em cujo meio humano o indivíduo se encontra integrado e relacionando-se entre pessoas, vida em grupo, participação, convivência, comunicação. Não fica por aí, formam conjuntos de indivíduos que mantêm relações sociais e mundanas, grupo de pessoas que se submetem a um regulamento a fim de exercer uma atividade comum ou defender interesses comuns; agremiação, centro, grêmio, associação que podem ser companhia de pessoas que se agrupam em instituições ou ordens religiosas; companhia, parceria, associação.
Como já foi explicitado sobre a ressocialização, Jesus, também expõe que:
A ressocialização tem como objetivo a humanização da passagem do detento na instituição carcerária, implicando sua essência teórica, numa orientação humanista passando a focalizar a pessoa que delinqüiu como centro da reflexão cientifica. A pena de prisão determina nova finalidade, com um modelo que aponta que não basta castigar o individuo, mas orientá-lo dentro da prisão para que ele possa ser reintegrado à sociedade
de maneira efetiva, evitando com isso a reincidência.
Assim, para atingir a ressocialização dos apenados, faz-se necessário ofertar
a eles momentos para a sua instrução escolar ou continuidade da escolarização,
contribuindo para que eles aprimorem o seu comportamento interior, possibilitando a
reciclagem e a reinstrução do preso neste processo de ressocialização e acreditar que
entre eles existem pessoas com potencialidades.
Nesse processo, está compreendida a função da educação formal a que os
presos têm acesso. Essa educação, concebida como direito, atua estrategicamente na
direção da pretensa reestruturação do sujeito para o convívio social, servindo ainda como
elemento fundamental para a reinserção social do apenado e seu ingresso no mercado de
trabalho. Conforme Silva:
o detento ocupando a mente implica muitas vezes a arte de pensar, buscando em si a capacidade de transformar as coisas com entusiasmo excluindo a idéia de que a prisão é o campo de concentração de pessoas inúteis e pobres, delineando um instrumento humanizador e recuperador de homens para inserção social.
Para a Penitenciária Industrial de Guarapuava – PIG e Centro de Regime Semi-
Aberto de Guarapuava – CRAG, a recuperação dos internos é extremamente importante,
resgatando valores, princípios e oportunidades para aqueles que passaram por um
processo de exclusão ou para aqueles que escolheram uma trajetória de vida fora dos
padrões da sociedade, transgredindo regras legais no ambiente social.
Assim, para minimizar os efeitos do cárcere, o retorno à sociedade e a inserção no
mercado de trabalho é primordial que sejam desenvolvidas nesses sujeitos
potencialidades humanas, com uma atitude gerencial postulada pela melhoria contínua
dentro da penitenciária, de revalorização do homem em todas as áreas , conseguindo o
comprometimento de todos pela base da confiança, obtida pela transparência e
honestidade de ações e crescimento da reinserção destes indivíduos na esfera social
produtiva, sendo este um modo destes sujeitos terem uma nova chance na sociedade,
criando forças para enfrentar desafios e subsídios para redirecioná-los a uma nova
trajetória de vida. Oliveira considera que:
O tema “educação de pessoas jovens e adultas” não nos remete apenas a uma questão de especificidade etária, mas, primordialmente, a uma questão de especificidade cultural. Isto é, apesar do corte por idade (jovens e adultos são, basicamente, “não crianças”), esse território da educação não diz respeito a reflexões e ações educativas dirigidas a qualquer jovem ou adulto, mas delimita um determinado grupo de pessoas relativamente homogêneo no interior da diversidade de grupos culturais da sociedade contemporânea.
Quando a pesquisadora cita acima “uma questão de especificidade cultural”
remete-nos ao problema que se encontram muitos jovens, adultos e idosos, com suas
histórias de vida parecidas, dentro das diversidades de grupos e que sofreram com uma
sociedade excludente. São aqueles que não tiveram oportunidades para seguir a
escolaridade regular, em sua faixa etária apropriada ou lhes foi tirado essa oportunidade
devido às intempéries que a vida lhes impôs.
Por outro lado o processo de educação não ocorre somente no ambiente escolar.
Segundo Oliveira:
Talvez a escola seja protótipo da instituição social que, no âmbito da sociedade letrada, ensina o homem a transcender seu contexto e a transitar pelas dimensões do espaço, do tempo e das operações com o próprio conhecimento.
Contudo é na escola que se tem acesso ao saber científico, é onde as informações
adquiridas em suas experiências de vida vão se transformar em saberes, acontecendo
realmente o conhecimento. Mesmo hoje, com as tecnologias diversas, é muito fácil
conseguir infinidades de informações, mas cabe à escola lapidar essas informações,
desenvolvendo um processo de criticidade no educando, colaborando assim para evitar a
opressão, o comodismo, a passividade diante das situações.
Diante deste, conforme Ruaro:
a ação pedagógica, no espaço escolar, não pode ser improvisada e alienada das necessidades educacionais dos sujeitos envolvidos nesse processo. Há que se desenvolver atitude de pesquisa e ética a fim de rejeitar toda e qualquer possibilidade de opressão e marginalização decorrente da negligência de alguns profissionais em relação à organizar estratégias de ensino capazes de mobilizar a busca consciente pelo conhecimento.
Assim, neste processo de ensino e aprendizagem há a necessidade de um
engajamento de todos: alunos, professores e todos os gestores da educação. Não se
pode cobrar somente dos professores, referente à sua técnica metodológica, instrumentos
pedagógicos e instrumentos avaliativos usados, nem se pode camuflar os resultados que
não são, muitas vezes, satisfatórios ou mesmo usar de subterfúgios, elencando causas
para o não aprendizado dos sujeitos envolvidos neste processo.
Então quando há uma ação pedagógica adequada e uma ação coletiva entre os
alunos e gestores para atingir os objetivos propostos, a escola consegue ter êxito em sua
propostas, pois possui ferramentas para que o aluno, e principalmente da Educação de
Jovens e Adultos, mude suas ações e atitudes, buscando uma transformação social e
torne-se mais atuante, praticando o exercício da cidadania.
Segundo Faria e Santos:
É importante salientar que muitos jovens e adultos percebem a escola como uma oportunidade de ampliar suas possibilidades de inserção no mundo do trabalho e de melhoria das condições de emprego, salário e consumo. Para muitos, a entrada no mercado de trabalho garante a oportunidade de acesso a determinados bens de consumo e a própria permanência ou prosseguimento da educação escolar.
Desta forma o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos – Nova
Visão tem uma parcela de melhoria continua em prol da reintegração dos reclusos à
sociedade, sendo esta uma das responsáveis pelo aperfeiçoamento do ser humano. A
escola propicia um ambiente favorável no sistema prisional restringindo assim, de certo
modo o impacto social da falta de instrução para que seja inserido no mercado de
trabalho e principalmente que se torne um sujeito autônomo, construindo uma nova
trajetória de vida, que venha a ser agente transformador da sociedade, que faça parte
ativamente do seu meio e que exerça a sua cidadania, sendo esta fundamental para o
processo de ressocialização dos presos, oportunizando ao interno a chance de se
recuperar e, dessa maneira, ocasionando o não retorno ao crime, estimulados a uma vida
de virtudes por meio das atividades educacionais. Oliveira diz que:
Na relação entre cultura e pensamento, a escolaridade aparece como uma variável fundamental na definição das diferenças culturais, isto é, independentemente do tipo de interpretação oferecida pelos sujeitos pesquisadores, sujeitos mais escolarizados tendem a ter um desempenho intelectual qualitativamente diferente daquele de sujeitos pouco escolarizados.
A educação orienta a buscar meios para a transformação do ser humano, sendo
este um de seus papéis. É por ela que o educando almeja alçar novos ares, visar novos
horizontes. É por meio dela que se rompe com a barreira da ingenuidade, por ela se abre
espaço para a criticidade e assim percebe que “mudar é difícil, mas é possível.” (FREIRE,
1996, p.79).
Assim têm-se observado que à medida que a sociedade vai se desenvolvendo,
surge a necessidade da escolarização e assim a educação tem assumido novos
contornos em face das mudanças ocorridas na sociedade. Entretanto, constata-se que a
educação é a responsável pelo crescimento social, pois o nível social dos sujeitos
melhora, possibilitando que as pessoas tornem-se mais críticas e exigentes, melhorando
também suas condições de vida.
Bem como, hoje as mudanças econômicas e o avanço tecnológico têm exigido
das pessoas mais conhecimentos e habilidades e cresce a necessidade da escolarização
cada vez mais, fazendo com que os jovens, adultos e idosos voltem aos bancos
escolares.
As Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos expõe
que:
A escola é um dos espaços (...) na educação de jovens e adultos, enquanto espaço educativo tem um papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.
Embora o educando da Educação de Jovens e Adultos seja marcado pela
diversidade e pela exclusão social, os alunos com privação de liberdade ainda têm que
enfrentar mais este ponto, deixando estes sujeitos ainda mais fragilizados e com maiores
dificuldades de encontrarem trabalho ao saírem da prisão, em serem aceitos pela
sociedade, tornando assim, mais complexo o processo de ressocialização. Assim o papel
da escola torna-se crucial na vida desses indivíduos. É fundamental que eles possam
fazer a leitura da realidade, para transformá-la em atitudes concretas, promovendo
processos que possibilitem autonomia, competência, resultando na melhoria de vida,
aspecto crucial para a redução dos índices de criminalidade.
Analisando a Lei de Execuções Penais - 7210/84, verifica- se que esta prevê a
recuperação do encarcerado realizada por meio de atividades laborais e educacionais.
Em seu artigo 41, assegura os direitos aos apenados contribuindo para a sua
ressocialização. Bem como a Constituição Federal (1988) determina que o preso, sendo
ele, retirado da sociedade, seja tratado com humanidade, devendo ser respeitado sua
integridade física e moral, respeitando tudo aquilo que prevê as leis brasileiras.
Ainda no artigo 10, da Lei de Execuções Penais – 7210/84, diz que a assistência
será: material, a saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. Assim também, esses
direitos são previstos na Resolução nº14 do Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária (CNPCP) de 11 de novembro de 1994, órgão vinculado ao Ministério da
Justiça.
O artigo 83, da Lei de Execuções Penais - 7210/84, determina que o
estabelecimento penal, conforme sua natureza, deverá contar em suas dependências
com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e
prática esportiva.
Entretanto, no dia 24 de maio de 2010 foi introduzido neste artigo 83, o parágrafo
4º, por meio da Lei nº 12.245/2010, publicada no dia 25 de maio de 2010, com a seguinte
redação: “Parágrafo 4º - Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino
básico e profissionalizante.”
Conforme entrevista ao Observatório da Educação Elionaldo Fernanes Julião, o
qual fez um estudo após uma dissertação de mestrado, pensando no papel da educação
como programa de reinserção social, diz que o papel da educação principal dentro das
unidades penais é de inserir o interno na sociedade. Que consiga compreender os
conflitos, lidar com os conflitos, que consiga agir com competências dentro desses
conflitos.
Sendo assim a educação precisa ser vista como um direito e que através da
educação o aluno saiba lidar com questões na sociedade de forma geral, não apenas com
o objetivo de ser inserido em um mercado de trabalho. Tem a responsabilidade de ir além
da escolarização e sim formar indivíduos autônomos. Conforme Melo Neto - Apud
Rodrigues:
A educação deverá ser superada como forma de intervenção na sociedade despertando nos envolvidos a capacidade de interpretação critica do mundo o tornando capaz de reivindicar e de se apoderar de métodos para
exercer sua cidadania, e que os conteúdos e as práticas dessas reivindicações e tornem-se efetivos como direitos humanos. A luta para concretizar e vivenciar os direitos humanos dentro das instituições de privação de liberdade vem sendo de forma que os envolvidos na ação, promovam a cidadania conseguindo obter subsídios que promovam a emancipação humana e conseqüentemente a volta bem sucedida à sociedade.
Visto desta forma, o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos –
Nova Visão, como instituição social, constitui-se em um importante espaço para a
formação humana, que promove a socialização, permite ao aluno fazer parte de um
grupo.
O convívio no ambiente escolar, segundo Lisboa e Martins (2009, p. 151) é
reconhecer diferenças, é aprender a negociar, é enfrentar conflitos (...) a escola contribui
no processo de integração dos educandos na sociedade. Ainda os autores acima,
afirmam que:
A escola deve ser discutida como um lugar em que os jovens e adultos esperam realizar aprendizagens significativas, a partir de seu referencial de vida, possibilitando a redefinição e a atribuição de outro significado aos seus processos de socialização, procurando superar as condições de desigualdade, tendo o conhecimento como elemento estratégico.
A escola precisa considerar a preparação para o retorno do interno ao convívio
social como um ponto de extrema importância, onde vai acontecer a reconstrução de vida
pós-pena, adequando-se aos olhares e às exigências da sociedade, que muitas vezes
rotulam o sujeito de forma que o egresso sente-se abandonado, novamente excluído,
voltando a cometer delitos, voltando ao cárcere, sem possibilidade de ser aceito e
reinserido em seu meio. Julião diz que:
o interno terá um momento que ele terá que retornar à sociedade e não se está valorizando a reinserção O social e sim a questão da punição e de proteger a sociedade como um todo e não pensando no indivíduo, no sujeito como um cidadão.
Assim, a educação tem papel chave para a reinserção social, sobre tudo se
pensarmos no perfil dos apenados, o qual já foi exposto e capítulo anterior, que no
ambiente de Sistema Prisional seja possibilitado que os jovens, adultos e idosos tenham
um horizonte de vida transformado.
A escola desempenha um grande papel social, de mediação entre o indivíduo e a
sociedade, quando se refere ao aluno preocupa-se com o aprendiz social, conforme Faria
e Santos. Bem como, as autoras (idem), explicitam que:
A análise do processo ensino-aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos requer uma atenção a todas as suas dimensões, especialmente a social. Quando se refere a conteúdos de aprendizagem, fala-se de produtos sociais e culturais. Quando se refere aos educadores, fala-se de um agente social, um agente institucional, isto é, de alguém que desempenha um papel social, um papel de mediação entre o indivíduo e a sociedade. Quando se refere ao aluno, preocupa-se com o aprendiz social.
Desta forma, é preciso compreender o papel também do (a) professor (a), da
referida escola, na ressocialização desses alunos, que são privados de liberdade, pois as
atitudes que o educador toma, dentro da sala de aula, influenciam os seus educandos,
englobando desde recomendações sobre a tomada de consciência de que eles têm uma
cultura e uma curiosidade que precedem o espaço escolar, à discussão sobre a mudança
de curiosidade ingênua para uma curiosidade epistemológica. Assim o educador deve
incentivar o aluno pelo gosto pela pesquisa; ensiná-lo a pensar de forma ampla e fazê-lo
perceber que o futuro deve ser tratado com responsabilidade e que as mudanças são
possíveis; incutir a esperança, que faz parte do ser humano.
Rodrigues aponta que a prática educativa deve ser isenta de interesses lucrativos,
de injustiças, de discriminação social, racial ou gênero, sem mediocridade ou falsidades.
Assim também Paulo Freire diz que:
se a educação não pode tudo, alguma coisa de fundamental a educação pode. Tanto as experiências informais, quanto as vivências escolares são importantes porque se acredita na inclusão do ser humano onde há vida, supõe-se inacabamento do ser.
Nesta perspectiva, a escola também tem o papel de intervenção, pautada no
respeito à diversidade, ao meio histórico, social, cultural, econômico e geográfico do
aluno, contribuindo para que este adquira conhecimentos pautados na curiosidade, no
bom senso, na generosidade, na segurança, na competência, no comprometimento, com
responsabilidade, as quais são condições imprescindíveis e dignas para a inserção na
sociedade e principalmente em um ambiente de trabalho. Educar é formar o indivíduo
para um todo, dando-lhes também condições de desenvolver compostura política e ética,
conscientes de seus deveres e direitos e aptidão para exercê-los.
Então, como escola, é preciso acreditar no ser humano, nos alunos que estão
privados de sua liberdade, ainda que isso possa soar como utopia diante da visão
excludente em que se situam os educandos, que muitas vezes são vistos pela sociedade
como problemas e não como sujeitos de direitos e como seres humanos passíveis de
mudanças. Acreditar neles faz com que ganhem confiança em si mesmos, faz com que
comecem a valorizar-se como homens, pessoas que fazem parte de um grupo maior, não
apenas de um pequeno grupo excluído, cria neles uma motivação para buscar algo maior,
para alçar grandes desafios e terem a dignidade de enfrentarem os preconceitos e as
discriminações de cabeça erguida, superando seus medos, seus anseios, suas condições
de vida que tinham antes de serem retirados do meio da sociedade.
5.3 Ações Escolares5.3 Ações Escolares5.3 Ações Escolares5.3 Ações Escolares
O sistema estadual de educação prevê ações escolares e extra-escolares,
normatizando-as segundo instruções próprias, para que o educando se supere cultural e
tecnicamente, de forma sistemática. A ênfase do sistema pressupõe entre outras
exigências, a planificação educacional, a organização da escola articulada nos diferentes
níveis de educação com o propósito de buscar a garantia de qualidade na formação
integral e intelectual dos educandos. Iniciando assim pela: GESTÃO ESCOLAR, HORAGESTÃO ESCOLAR, HORAGESTÃO ESCOLAR, HORAGESTÃO ESCOLAR, HORA----
ATIVIDADE, INCLUSÃO, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS, O ATIVIDADE, INCLUSÃO, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS, O ATIVIDADE, INCLUSÃO, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS, O ATIVIDADE, INCLUSÃO, OS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS, O
ENSINO de HISTÓRIA e CULTURA AFROENSINO de HISTÓRIA e CULTURA AFROENSINO de HISTÓRIA e CULTURA AFROENSINO de HISTÓRIA e CULTURA AFRO----BRASIBRASIBRASIBRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA, LEIRA, AFRICANA E INDÍGENA, LEIRA, AFRICANA E INDÍGENA, LEIRA, AFRICANA E INDÍGENA,
DIVERSIDADE, AS TECNOLOGIAS de INFORMAÇÃO e COMUNICAÇÃO na ESCOLA e DIVERSIDADE, AS TECNOLOGIAS de INFORMAÇÃO e COMUNICAÇÃO na ESCOLA e DIVERSIDADE, AS TECNOLOGIAS de INFORMAÇÃO e COMUNICAÇÃO na ESCOLA e DIVERSIDADE, AS TECNOLOGIAS de INFORMAÇÃO e COMUNICAÇÃO na ESCOLA e
AVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃO.
5.3.1 Gestão Escolar5.3.1 Gestão Escolar5.3.1 Gestão Escolar5.3.1 Gestão Escolar
Hoje a escola deve e pode pensar de forma autônoma, crítica e criativa, voltada
a interpretação da realidade, agindo de forma transformadora. Isso só se concretiza, se a
escola propiciar um espaço de ações coletivas alicerçadas em práticas pedagógicas, com
pressupostos democraticamente definidos.
Nessa perspectiva,insere-se o compromisso da Gestão Escolar, em se tratando de
gestão, é oportuno refletir sobre a mudança de terminologia: de administração para
gestão. Houve esta mudança devido ao reconhecimento da importância e do
envolvimento de todos os que trabalham na escola. Sendo assim, há necessidade da
expressão Gestão, devido ao real significado da participação de todos nas ações e
decisões escolares. Gestão, em nossa escola está associada ao fortalecimento da ideia
da democratização do processo pedagógico, portanto torna-se imprescindível o
reconhecimento de que cada um faz parte da organização como um todo, e que interfere
no processo de construção, consciente ou não desse fato.
Nesse contexto, destaca-se o papel do diretor da escola como agente integrador
das ações desenvolvidas tanto pela equipe interna de trabalho, composta por, pedagogas,
educadores e educadoras, funcionárias, como também pela comunidade externa, que em
nosso caso seriam: as direções das duas unidades, os técnicos das duas unidades, os
agentes das duas unidades e outros, vislumbrando o cumprimento dos objetivos da
instituição escolar.
Percebe-se nessa concepção de gestão, grandes passos que a categoria dos
profissionais da educação conquistou, o direito de construir seu próprio projeto político
pedagógico, esse movimento expressa a possibilidade da escola se organizar com
autonomia, defendendo uma concepção de educação para a formação humana.
5.3.2 Hora Atividade5.3.2 Hora Atividade5.3.2 Hora Atividade5.3.2 Hora Atividade
De acordo com a resolução 305/2004-SEED, que regulamenta a distribuição de
aulas nos estabelecimentos de ensino na rede estadual de educação básica e estabelece
normas para a atribuição de hora-atividade e Lei nº3807 de 30/09/2002, a hora-atividade
é o tempo reservado ao professor em exercício de docência, para estudos, avaliação e
planejamento. A organização da mesma nesta escola tem procurado favorecer o trabalho
coletivo dos professores, quanto à equipe pedagógica busca coordenar as atividades
coletivas e acompanhar as atividades individuais a serem desenvolvidas durante a hora-
atividade.
Com este entendimento de que o trabalho docente deve ser repensado
constantemente, no sentido de atender às necessidades de aprendizagem dos
educandos, expostas pelo processo de ensino/aprendizagem /avaliação, há que se ter
garantido, na hora-atividade o espaço para que os educadores possam se reunir e discutir
o próprio trabalho, problematizando-o, como forma de aperfeiçoamento. A hora-atividade
é o período reservado para a formação dos docentes, por meio da realização de estudos,
elaborando meios para melhoria da aprendizagem. Também, o trabalho coletivo nessa
escola é priorizado, nas demais reuniões pedagógicas, previamente planejadas, de modo
a possibilitar a construção de uma prática pedagógica que, envolvendo educadores,
direção, equipe pedagógica e agentes educacionais, aponte para uma mesma direção, ou
seja, um ensino de qualidade.
5.3.3 Inclusão5.3.3 Inclusão5.3.3 Inclusão5.3.3 Inclusão
Como profissionais da educação, temos o compromisso de garantir que nossa
escola ofereça um espaço organizado, onde a cidadania possa ser exercida a cada
momento por todos e, desse modo aprendida, fazendo com que essencialmente nossos
educandos se apropriem e reforcem os laços de identificação com esta escola. A
educação inclusiva constitui a prática mais recente no processo da universalização da
educação, caracterizada em princípios que visam à aceitação de diferenças individuais, à
valorização da contribuição de cada pessoa, buscamos facilitar uma aprendizagem
através da cooperação e à convivência dentro da diversidade humana.
Cabe, portanto dada a relevância do tema esclarecer que quanto ao acesso e a
qualidade da educação almejada, a função da nossa escola, consiste em favorecer que
cada um, de forma autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de direito que exige
para si. Neste âmbito, a prática da inclusão social se baseia em princípios diferentes do
convencional:consideração das diferenças individuais, valorização de cada pessoa,
convivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio da cooperação.
Nossa escola possui um conceito de educação inclusiva bastante amplo,
englobando “aqueles” que de certa forma são excluídos da sociedade, e não somente se
tratando de educandos com necessidades educacionais especiais. Porém se faz
necessário relatar aqui que os nossos educandos com necessidades educacionais
especiais são, na sua grande maioria, deficientes visuais parciais, e que esta escola na
medida do possível, e de acordo também com nossas restrições próprias, por sua vez
realiza as adaptações dos materiais, os encaminhamentos metodológicos, as adaptações
curriculares, tudo isto também conforme com a necessidade do educando.
Contudo, enfrentamos muitas restrições, devido as peculiaridades próprias do
sistema prisional, como já citamos, explicado pelo contexto onde estamos inseridos,
mesmo sendo assim, dentro deste ambiente temos esta firme proposta de realização de
um trabalho em equipe, com qualidade, em busca permanente de uma educação mais
humana e inclusiva.
5.3.4 5.3.4 5.3.4 5.3.4 Desafios Educacionais ContemporâneosDesafios Educacionais ContemporâneosDesafios Educacionais ContemporâneosDesafios Educacionais Contemporâneos
Na análise da Coordenação de Gestão Escolar CGE/SEED-(julho 2008). Segundo
Frigotto (1983), “O conhecimento é o produto da realidade social, objetiva e concreta –
historicamente condicionada”. Portanto, os chamados “ Desafios Educacionais
Contemporâneos” devem passar pelo currículo como condições de compreensão do
conteúdo nesta totalidade, fazendo parte da intencionalidade do recorte do conhecimento
na disciplina, isto significa compreendê-los como parte da realidade concreta e explicitá-la
nas múltiplas determinações que produzem e explicam os fatos sociais, tais como:
Cidadania e Direitos Humanos, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento à
Violência e Prevenção ao uso Indevido de Drogas.
Estas demandas possuem historicidade, em sua grande maioria fruto das
contradições da sociedade capitalista, outras vezes oriundas dos anseios dos movimentos
sociais e por isto, prementes na sociedade contemporânea. São aspectos considerados
de grande relevância para comunidade escolar, pois estão presentes nas experiências,
práticas, representações e identidades dos educandos e educadores.
Os Desafios Contemporâneos Educacionais correspondem a questões
importantes, urgentes e presentes sob várias formas na vida cotidiana, um conjunto
articulado e aberto a novos temas, buscando um trabalho didático que compreende sua
complexidade e sua dinâmica, dando-lhes a mesma importância das áreas convencionais,
é necessário que a escola trate de questões que interferem na vida dos educandos e com
os quais se vêem confrontados no seu dia a dia.
Buscando oferecer suporte às escolas para o enfrentamento a estas demandas a
SEED- através da CDEC- vinculado ao Departamento da Diversidade, concentrou seus
trabalhos em três eixos: formação continuada dos profissionais da educação, produção de
material de apoio didático-pedagógico e ações institucionais. Com este conhecimento
busca -se subsidiar os educadores, valorizando o conhecimento historicamente
construído.
Temáticas abordadas: Educação Ambiental, Enfrentamento à Violência na Escola,
Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Educação Fiscal
5.3.5 Diver5.3.5 Diver5.3.5 Diver5.3.5 Diversidadesidadesidadesidade
Vivemos um momento ímpar e histórico na educação, passando pela
democratização dos saberes, ou ainda melhor dizendo, buscando o fortalecimento e a
aproximação dos educandos, no sentido de pertencimento e de participação em ações
visando o enriquecimento de valores e de qualidade nas relações humanas.
Com esse propósito, respeitamos a Diversidade existente dentro de nosso
ambiente escolar, assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades,
mas isto não significa um modo igual de educar a todos, mas uma forma de respeito as
diferenças individuais, priorizando em nossas ações a participação e à aprendizagem de
todos, independentemente de quaisquer que sejam suas singularidades.
A SEED, desde 2007, instituiu o Departamento da Diversidade que discute e
define as políticas para o atendimento a todos os sujeitos, que historicamente,
encontravam-se excluídos do processo de escolarização. Destacamos aqui as
populações do campo, faxinalenses, agricultores familiares, trabalhadores rurais
temporários, quilombolas, acampados, assentados, ribeirinhos, ilhéus, negras e negros,
povos indígenas, jovens, adultos e idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays,
travestis e transexuais. Bem como, assumiu a continuidade das discussões etnicorraciais.
Para isso, nossa escola tem buscado respaldo, orientações, e em especial atitudes
coletivas, as quais devem ser constantes, pois é de grande significado para todos os
profissionais da educação, o reconhecimento dos diferentes sujeitos (educandos e
educadores) e os condicionantes sociais que determinam o sucesso ou o fracasso
escolar, de forma que possamos criar mecanismos para o enfrentamento dos diversos
preconceitos existentes e garantir o direito ao acesso e a permanência com qualidade no
processo educacional.
Ressaltamos também, nossas atividades relacionadas à Educação das Relações
Étnico Raciais, e ao ensino da temática da História da Cultura Afro-Brasileira, Africana e
Indígena, essas ações são assumidas na perspectiva de uma escola pública necessária
para o desenvolvimento de uma sociedade democrática, pluri étnica e multicultural.
5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola5.3.6 As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola.
As tecnologias de informações e comunicações presentes na sociedade apresenta-
nos uma duplicidade em papel: o funcional – a tecnologia como ferramenta, instrumento, e
o normativo – a tecnologia determinando modelos para as relações sociais.
O papel funcional das tecnologias oscila entre a versão otimista de transformação
da sociedade, que afirma o mundo sem fronteiras, a rapidez nas trocas de informação,
entre outras, e a versão pessimista de controle social e político, onde o cidadão passa a
ser vigiado e perde sua privacidade. Nas duas versões é possível identificar a mesma
ideologia: a técnica determina o mundo e as relações humanas.
O acesso às tecnologias de informação de informação amplia as transformações
sociais e desencadeia uma série de mudanças na forma como se constrói o
conhecimento. Frente a este cenário de desenvolvimento tecnológico que vem
provocando mudanças nas relações sociais, a educação tem procurado construir novas
estratégias pedagógicas elaboradas sob a influência do uso dos novos recursos
tecnológicos, resultando em práticas que promovam o currículo nos seus diversos
campos dentro do sistema educacional. A extensão do uso desses recursos tecnológicos
na educação, além de se constituir como uma prática libertadora, uma vez que contribui
para inclusão digital, também busca levar os agentes do currículo a se apropriarem
criticamente dessas tecnologias, de modo que descubram as possibilidades que elas
oferecem no incremento das práticas educacionais
O tema referente ao uso das tecnologias de informação e comunicação é relevante
e merece ser considerado por todos aqueles que movimentam o currículo dentro da
escola. Esse pensamento não pode e não deve ser desvinculado do pensamento
curricular, isto é, do pensamento pedagógico quando este se detém na consideração das
práticas educacionais.
Mais do que ferramentas e aparatos que podem “animar” e/ou ilustrar a
apresentação de conteúdos, o uso das mídias web, televisiva e impressa mobiliza e
oportuniza novas formas de ver, ler e escrever o mundo. Contudo, é importante que essas
ferramentas tecnológicas estejam aliadas a um procedimento de reflexão crítica que
potencialize o pensamento sobre as práticas pedagógicas pedagógicas.
Em nossa proposta as tecnologias de informação e comunicação na escola, são
consideradas significativas, no sentido de que também estabelecem a mediação entre o
educando e o conhecimento como impulsionadoras e potencializadoras destas práticas.
Os artefatos tecnológicos, ao aproximarem todos os envolvidos do currículo numa relação
dialógica, querem em torno do conhecimento, quer em torno da relação acerca de uma
obra de arte, por exemplo, criam as condições para a própria prática dialógica em que se
constitui o sujeito. Vale dizer que, recursos tecnológicos não são os sujeitos das relações
dentro do currículo, mas permitem que os sujeitos se façam ao possibilitar estas relações.
As tecnologias de informação e comunicação representam não somente meios que
contribuem com a democratização do conhecimento na escola, como também deve ser
instrumentos de informação que ampliam o acesso às políticas e programas, para toda à
comunidade escolar.
5.3.7 Avaliação5.3.7 Avaliação5.3.7 Avaliação5.3.7 Avaliação
A função essencial da escola pública consiste na socialização do saber
sistematizado, assim como também na produção e sistematização de um novo saber,
nascido da prática social. O compromisso pedagógico da escola numa concepção
progressista, é com a democratização do saber, portanto cabe a escola transformar as
relações sociais e não reproduzir tal qual está, face ao modo de produção vigente. A
função da educação da educação é de humanizar, oferecer condições à emancipação, e
não para adaptar os indivíduos à situação de dominação.
Neste sentido, nossa proposta pedagógica, volta-se para procurar desenvolver em
nossos educandos todas suas potencialidades humanas, hominizar segundo Gramsci. A
nossa concepção de educação está, epistemologicamente, vinculada na transformação
do status quo, e não em adequar as necessidades do educando ao meio social, e sim
prepará-lo para a vida.
Uma vez que o papel “transformador” da escola está na compreensão crítica do
mundo, e que a qual só é possível através da apropriação dos conhecimentos
historicamente produzidos pelo conjunto da humanidade, o conhecimento não é e não
pode ser individualmente construído.
Sendo assim, a avaliação deve ser emancipadora o que implica em garantir o
acesso ao conhecimento por parte do educando e avaliá-lo durante todo esse processo
de apropriação do saber. É democrático avaliar para garantir essa apropriação, assim
posto, cabe uma reflexão constante a respeito das formas,conduções e práticas do
processo ensino-aprendizagem e, consequentemente de avaliação, a fim de romper com
as formas ainda instituídas, fragmentadas híbridas e até mesmo, desvinculadas da
aprendizagem. Além desses fundamentos é preciso recorrer às concepções de disciplina,
método e metologia para melhor entender que, quando selecionamos um conteúdo a ser
ensinado e posteriormente avaliado demonstramos um posicionamento diante do mundo,
uma opção histórica, política e pedagógica
A concepção de avaliação que fundamenta o nosso trabalho tem sua base no
materialismo histórico dialético, de modo que a concepção de homem é a de ser histórico,
produtor de sua existência. Portanto, livre no sentido de agir intencionalmente de modo a
construir possibilidades não previstas, não naturais, optar por uma coisa ou outra. Desse
modo, educa e educa-se, avalia e avalia-se também e assim transforma-se e se
transforma, faz-se humano. Avaliar portanto é uma ação intencional, uma vez que não é
possível, no processo educativo, ater-se apenas ao julgamento direto, isto é, bom ou não
é bom, é preciso então utilizar meios adequados aos fins estabelecidos para emitir juízos
sobre as ações empreendidas pelos sujeitos envolvidos em um determinado processo, no
nosso caso, o processo educativo.
Entendemos que, só existe situação de aprendizagem quando o educando é
desafiado a descobrir, a utilizar o que sabe para construir o que não sabe. Avaliar não é
apenas constatar, mas, sobretudo analisar, interpretar, tomar decisões e reorganizar o
ensino. O corpo docente desta escola ciente, de que a avaliação é um dos aspectos de
ensino pelo qual o educador analisa e interpreta os dados da aprendizagem e de seu
próprio trabalho, tendo como finalidade: acompanhar e aperfeiçoar o processo de
aprendizagem dos educandos, bem como o de diagnosticar resultados e estabelecendo-
lhes valor.
Durante o processo de ensino-aprendizagem, a avaliação deve ser diagnóstica,
contínua, sistemática, abrangente e permanente, utilizando técnicas e instrumentos
diversificados e, deve ser compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica e pela qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem.
Tem por finalidade acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos
alunos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. Dessa forma o educador tem em
suas mãos um instrumento que possibilita a retomada de ações pedagógicas em favor de
uma aprendizagem significativa.
Para o educador e para o educando constitui-se em um recurso pedagógico útil e
necessário na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de estar na vida
(Luckesi,2000 in Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos,
2006).
A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos nas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica.
Sendo assim nesta escola concebe-se a avaliação, levando o compromisso de que
não se pode apenas avaliar o processo de aprendizagem, mas também o de ensino.
A Proposta de Recuperação de Estudos:A Proposta de Recuperação de Estudos:A Proposta de Recuperação de Estudos:A Proposta de Recuperação de Estudos: dentro do processo de ensino-
aprendizagem, recuperar significa voltar, tentar de novo, adquirir o que perdeu, e não
pode ser entendido como um processo unilateral, lembramos que a LDB Lei 9394/96,
recoloca o assunto letra “e” do inciso V do artigo 24 “obrigatoriedade de recuperação, de
preferência paralelo ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a
serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.”
A nossa proposta de recuperação é mais do que uma estrutura de possibilidades é
uma postura de nossos educadores no sentido de garantir a aprendizagem por parte de
todos os educandos, em especial àqueles que apresentam maiores dificuldades em
determinados momentos e/ou em conteúdos.
6. M6. M6. M6. MARCO OPERACIONALARCO OPERACIONALARCO OPERACIONALARCO OPERACIONAL
Considerando que as relações das sociedades democráticas demanda cidadãos
conscientes e participantes e que a organização de trabalho exige trabalhadores cada vez
mais intelectualmente ativos e que as inovações tecnológicas favorecem a ampliação da
informação; exigindo da escola novas práticas de ensino é que as políticas públicas
precisam estar comprometidas com o ingresso e a permanência do educando na escola,
sendo estas, apresentando pressupostos pedagógicos bem definidos com práticas
educativas direcionadas para a aprendizagem dos nossos educandos.
Diante de tudo que já descrevemos até aqui, nossa escola pretende, neste
momento, apresentar propostas para aproximar a realidade (marco situacional) do que
buscamos como ideal (marco conceitual). Sabemos que as dificuldades e as limitações
vivenciadas por todos, desde o início das ações da nossa escola, foram e são ainda muito
presentes, advindas do atraso dos recursos financeiros, falta de equipamentos, como
também da própria problemática de estarmos desenvolvendo nosso trabalho educacional
em local de risco, o qual muitas vezes por motivos de segurança, nos priva de práticas e
reflexões mais profundas.
No entanto contamos com um corpo docente, administrativo, diretivo, e pedagógico
bastante comprometido e engajado com a educação, o que leva o CEEBJA-Nova Visão,
posicionar-se positivamente no enfrentamento destes e de outros aspectos limitantes.
Desta forma o coletivo da escola, refletiu sobre as problemáticas educacionais destes
educandos jovens, adultos e idosos privados de liberdade à luz de novas descobertas
científicas e das mudanças sociais.
Esta proposta contempla as principais ideias do grupo de educadores, funcionários,
equipe diretiva e pedagógica, a respeito da realidade sócio-política-econômica e
ideológica desta instituição, sobre o ideal de homem, sociedade, modelo de educação e
escola que pensamos a partir de nossa realidade.
Temos consciência que se trata de uma obra não acabada, faz parte de um
processo de construção e renovação, e que tem com princípio norteador o conhecimento,
a experimentação, a provocação do raciocínio e outras aptidões cognitivas superiores.
O CEEBJA- Nova Visão procura vivenciar uma cultura de gestão escolar, baseada
em princípios democráticos, envolvendo sempre que possível o maior número de
profissionais da escola em suas decisões, como também as instancias colegiadas, as
quais devem auxiliar e acompanhar o diretor na condução da escola.
6.1 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR6.1 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR6.1 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR6.1 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
6.1.1 Matrícula6.1.1 Matrícula6.1.1 Matrícula6.1.1 Matrícula
A matrícula é o ato formal que vincula o indivíduo à escola conferindo-lhe os
direitos de educando e é através da qual fica implícito a sujeição às normas
regulamentadas de funcionamento.
As matriculas na EJA podem ser feitas a qualquer data no ano, seguindo os
princípios, normativas e instruções próprias de nossa modalidade, juntamente com toda
documentação exigida.
Os que já possuem matrícula na escola passam apenas pelo processo de
rematrícula, realizamos as matrículas como: inicial, renovada e por transferência a
classificação e a reclassificação seguindo as normas previstas no Regimento Escolar da
nossa escola. Casos de aproveitamento de estudos esta escola segue os princípios
gerais e legais contidos em nosso Regimento Escolar.
A proposta pedagógico-curricular da educação de jovens e adultos prevê matrícula
por disciplina e o aluno poderá, em função da oferta, efetivar sua matrícula em até 4
(quatro) disciplinas, na organização coletiva e/ou individual de acordo com seu perfil,
sendo priorizadas as vagas para matrícula na organização coletiva.
A oferta da disciplina deve estar associada à carga horária docente. Se não há
mais vagas em uma determinada disciplina, cuja matrícula preferencial é para os alunos
que necessitam cursar somente esta disciplina, os alunos que procurarem por matrícula
deverão fazer nas disciplinas que ainda há vagas.
Para requerer a matrícula, o educando deve receber orientações da escola, por
meio da equipe pedagógica, quanto:
- à organização que atende melhor seu perfil, respeitando o cronograma da escola;
- à organização dos cursos;
- ao funcionamento do estabelecimento de ensino, com relação aos horários, calendário,
regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas.
O educando também recebe do professor de cada disciplina, o Guia de Estudos,
contendo:
- a dinâmica de atendimento ao educando;
- a carga horária e a duração da disciplina;
- os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;
- as sugestões bibliográficas para consulta;
- como serão realizadas as avaliações;
- outras informações necessárias.
6.1.2 Calendário 6.1.2 Calendário 6.1.2 Calendário 6.1.2 Calendário
O calendário escolar, é elaborado pela equipe pedagógica anualmente, o qual deve
estar em consonância com a legislação federal e estadual, seguindo todas as orientações
da instrução própria da SEED o qual deve contemplar:
•Início e término do ano letivo
•Época de planejamento
•Dias de comemorações estabelecidas por lei ou próprios da escola
•Período de férias para educadores e educandos
•Reuniões pedagógicas
O calendário escolar é encaminhado ao Núcleo Regional de Educação em tempo
hábil para inspeção, fiscalização e averiguação, constatada carga horária mínima
composta de 800 horas distribuídas em 200 dias letivos, o Núcleo nos devolve para que
seja aprovado pelo Conselho Escolar .
As possíveis alterações, por motivos sempre relevantes no decorrer do ano letivo,
são encaminhadas e protocoladas no NRE, em tempo.
6.1.3 Aproveitamento de Estudos6.1.3 Aproveitamento de Estudos6.1.3 Aproveitamento de Estudos6.1.3 Aproveitamento de Estudos
No ato da matrícula, o aluno poderá requerer aproveitamento de estudos de
disciplinas, mediante apresentação de documento comprobatório de:
- conclusão com êxito de série/período/etapa/semestre a ser aproveitada;
- disciplinas concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina ou
por exames supletivos.
No ensino médio, o aproveitamento de estudos será no máximo, de 50% do total
da carga horária da disciplina da EJA, constante na Matriz Curricular da EJA.
Para cada disciplina concluída com êxito por meio de cursos organizados por
disciplina ou por exames supletivos, o aproveitamento será de 100% do total da carga
horária da disciplina da EJA.
Considerando o aproveitamento de estudos, o aluno deverá cursar a carga horária
restante de todas as disciplinas constantes na Matriz Curricular.
6.1.4 Classificação6.1.4 Classificação6.1.4 Classificação6.1.4 Classificação
A classificação é o procedimento que o estabelecimento de ensino adota para
avaliar e posicionar o aluno, no nível de ensino compatível ao seu grau de
desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.
A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, devendo o
professor pedagogo, proceder avaliação diagnóstica, antes de iniciar o processo, O
processo de classificação poderá posicionar o aluno para matrícula na disciplina, em 25%,
50%, 75% ou 100% da carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental –
Fase II e, no Ensino Médio, em classificação deve ser considerada um procedimento de
exceção, que a escola deve realizar para o pretendente à matrícula que apresentar
conhecimentos adquiridos informalmente, quando indicado pelo professor pedagogo.
6.1.5 Reclassificação6.1.5 Reclassificação6.1.5 Reclassificação6.1.5 Reclassificação
A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o grau
de experiência do aluno matriculado e que já tenha cursado, no mínimo, 25% do total da
carga horária definida para cada disciplina, no Ensino Fundamental - Fase II e Médio.
O processo de reclassificação poderá posicionar o aluno em 25%, 50% ou75% da
carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental - Fase II e, no Ensino
Médio, em 25% ou 50% da carga horária total de cada disciplina.
6.2. GESTÃO ESCOLAR 6.2. GESTÃO ESCOLAR 6.2. GESTÃO ESCOLAR 6.2. GESTÃO ESCOLAR
6.2.1 Gestão Democrática6.2.1 Gestão Democrática6.2.1 Gestão Democrática6.2.1 Gestão Democrática
Falar de gestão democrática nos remete à democracia participativa. A
descentralização, a autonomia e a participação estabelecem abertura de novas arenas
públicas de decisão, que conferem a cada escola sua singularidade, sua identidade
própria, tendo a qualidade do ensino como ponto central de qualquer proposta para
escola pública.
No exercício da construção da autonomia escolar, não obstante seus percalços e
desafios são visíveis e promissores os benefícios e as vantagens produzidos nessa
vivência. A Escola torna-se palco de experiências democráticas, em que a participação e
a autonomia devem ocorrer de forma transparente, respeitando a diversidade, o
pluralismo e os valores éticos.
Para Silva (2005), considerar que a escola é um lugar de esperança e desejo
significa dizer que é um processo essencialmente humano. A esperança humana é aliada
de qualquer mudança que requer espaço para manifestar-se e viver. Dessa forma, é
possível que a autonomia da escola seja condição eficaz para mudança de todo sistema
de ensino.
Desta forma, para a concretização de uma gestão democrática é necessário que
haja um processo educativo contínuo que envolva o sujeito na sua condição de conhecer,
decidir e responsabilizar- se e quando a escola promove a participação direta dos
segmentos na escola, há comprometimento com o Projeto Pedagógico da instituição de
ensino, visando colocar em prática todos os princípios teóricos construídos e planejados
coletivamente, sendo periodicamente avaliado pelo coletivo da escola.
Para o CEEBJA Nova Visão avançar na efetivação da gestão democrática e na
construção de um projeto de educação inclusivo, transformador e humano, necessitamos
perceber as práticas excludentes, os “ranços” autoritários, ainda presentes na cultura
escolar, promovendo uma ruptura com estas tradições estabelecidas. Nesse sentido, a
democratização da gestão escolar implica na superação de processos centralizados de
decisão e na vivência da gestão colegiada, onde as decisões nasçam das discussões
coletivas, envolvendo todos os segmentos da escola num processo pedagógico vivo e
dinâmico.
6.2.2 Conselho Escolar6.2.2 Conselho Escolar6.2.2 Conselho Escolar6.2.2 Conselho Escolar
O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar,
de natureza deliberativa, consultiva e fiscalizadora, sobre a organização e realização do
trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as
políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o Projeto
Político-Pedagógico e o Regimento da Escola, para o cumprimento da função social e
específica da escola.
§ 1º – A função deliberativa, refere-se à tomada de decisões relativas às diretrizes
e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao
direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar.
§ 2º – A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para dirimir dúvidas e
tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito
de sua competência.
§ 3º – A função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático das ações
educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas
e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas
da escola bem como, a qualidade social da instituição escolar.
§ 4º – A função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalização da
gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a
legitimidade de suas ações.
Este Conselho não tem finalidade e/ou vínculo político-partidário ou de qualquer outra
natureza, a não ser aquela que diz respeito diretamente à atividade educativa da escola,
e é concebido como instrumento de gestão colegiada e de participação da comunidade
escolar, numa perspectiva de democratização da nossa escola, constituindo-se como
órgão máximo de direção do Estabelecimento de Ensino.
6.3 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS6.3 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS6.3 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS6.3 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS
6.3.1 Da Direção6.3.1 Da Direção6.3.1 Da Direção6.3.1 Da Direção
- convocar integrantes da comunidade escolar para elaboração do Plano Anual
e do Regulamento Interno do Estabelecimento de Ensino, submetendo-o à apreciação e
aprovação do Conselho Escolar;
- elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de conta e
submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar;
- elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar às diretrizes
específicas de administração deste estabelecimento, em consonância com as normas e
orientações gerais da Secretaria de Estado da Educação;
- coordenar a implementação das Diretrizes Pedagógicas, aplicar normas,
procedimentos e medidas administrativas de acordo com instruções da Secretaria de
Estado da Educação;
- supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico
do estabelecimento;
- coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar.
- abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das
experiências de sucesso;
- implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento das
responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo no CEEBJA;
- gerenciar toda equipe escolar, tendo em vista a racionalização e eficácia dos
resultados;
- coordenar a equipe pedagógica (vice-diretor, pedagogos e professores) para
a coleta e análise dos indicadores educacionais, para a elaboração e implementação do
plano de trabalho;
- administrar os serviços de apoio às atividades escolares, de modo a estimular
a participação desses serviços nos processos decisórios da escola;
- negociar, com competência, para harmonizar interesses divergentes e
estabelecer relacionamentos nutrientes, levando em conta as necessidades de todos os
envolvidos direta ou indiretamente;
− Deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação.
Ao diretor compete também:Ao diretor compete também:Ao diretor compete também:Ao diretor compete também:
- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
Portanto, o Diretor exerce sempre a função de liderança na escola, mas uma
liderança como modelo participativo, capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos
escolares com toda a sua equipe, criando e estimulando a participação de todos. A
liderança, como modelo participativo, requer um profissional que possua:
- comunicação;
- ética;
- empreendedorismo;
- capacidade de reunir, analisar e socializar Informações;
- acessibilidade;
- capacidade de construção de cadeias de relacionamentos;
- motivação;
- compromisso;
- agilidade;
- Capacidade de administração de conflitos
− Capacidade de desenvolvimento de trabalho coletivo.
Deve agregar as competências de saber:Deve agregar as competências de saber:Deve agregar as competências de saber:Deve agregar as competências de saber:
- agir;
- mobilizar;
- transferir;
- aprender;
- se engajar;
- ter visão estratégica;
- assumir responsabilidades.
6.3.2 Da Direção Auxiliar6.3.2 Da Direção Auxiliar6.3.2 Da Direção Auxiliar6.3.2 Da Direção Auxiliar
- assessorar o diretor em todas as suas atribuições;
- substituir o diretor em suas faltas e impedimentos.
6.3.3 Do Professor Pedagogo 6.3.3 Do Professor Pedagogo 6.3.3 Do Professor Pedagogo 6.3.3 Do Professor Pedagogo
- discutir com toda equipe pedagógica alternativas de trabalho, que motivem os
educandos durante o seu processo escolar;
- planejar alternativas de trabalho a partir de indicadores educacionais (evasão,
repetência, transferências expedidas e recebidas e outros);
- subsidiar na elaboração de plano de trabalho e ensino, a partir de diagnóstico
estabelecido;
- acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos
de trabalho;
- buscar aprimoramento profissional constante seja nas oportunidades
oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento ou por iniciativa própria;
- coordenar estudos para definição de apoio aos educandos que apresentem
dificuldade de aprendizagem, para que a escola ofereça todas as alternativas possíveis
de atendimento;
- coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à
matrícula, transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de estudos e
conclusão de cursos;
- participar de análise e discussão dos critérios de avaliação e suas
consequências no desempenho dos educandos;
- promover a participação do Estabelecimento de Ensino nas atividades
comunitárias;
- pesquisar e investigar a realidade concreta do educando historicamente
situado, oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo escolar;
- integrar a presidência do Conselho Escolar, em caso da ausência do Diretor,
se não houver Diretor Auxiliar.
- coordenar reuniões sistemáticas de estudos junto à equipe;
- orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada
disciplina;
- subsidiar a Direção, com critérios, para definição do Calendário Escolar, de
acordo com as orientações do NRE;
- analisar e emitir parecer sobre aproveitamento de estudos, em casos de
recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;
- participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, encontros e grupos
de estudos;
- coordenar a elaboração e execução da Proposta Pedagógica da escola;
- acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos professores e
educandos, no sentido de analisar os resultados da aprendizagem e traçar planos de
recuperação;
O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no
administrativo, tais como:
- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;
- Coordenar e acompanhar exames supletivos quando, no estabelecimento,
não houver coordenação (ões) específica(s) dessa(s) ação (ões).
- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
6.3.4 Do Corpo Docente6.3.4 Do Corpo Docente6.3.4 Do Corpo Docente6.3.4 Do Corpo Docente
- compromisso com a Proposta Pedagógica da EJA;
- visão global do currículo e dos princípios de sua organização;
- postura interdisciplinar e contextualizada;
- planejamento de estratégias pedagógicas;
- conhecimento da função social da EJA;
- busca de aprimoramento profissional constante, seja por meio de
oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento de Ensino ou por
iniciativa própria.
- espírito de coletividade;
- compromisso com as ações desenvolvidas regularmente e extra curriculares
pelo Estabelecimento de Ensino;
- disponibilidade de horário de acordo com sua carga horária docente;
- disposição para o trabalho coletivo;
- reconhecimento das particularidades da instituição que atende
alunos privados de liberdade.
Aos docentes cabe também:Aos docentes cabe também:Aos docentes cabe também:Aos docentes cabe também:
- Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta pedagógica deste
Estabelecimento Escolar.
- Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.
- Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos
disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino que
respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada educando jovem, adulto e
idoso deste Estabelecimento.
- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e
quando necessário nos exames supletivos. Deverá atuar em todas as formas de
organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais.
6.3.5 Do secretário (a)6.3.5 Do secretário (a)6.3.5 Do secretário (a)6.3.5 Do secretário (a)
- distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos seus
auxiliares;
- organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes,
ordens de serviço, circulares, resoluções e demais documentos;
- rever todo o expediente a ser submetido a despacho do diretor;
- apresentar ao diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser
assinados;
- executar os registros na documentação escolar referentes à matrícula,
transferência, classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos e conclusão de
cursos;
- manter organizado o arquivo ativo e inativo da vida escolar do educando;
- comunicar à Direção toda a irregularidade que venha ocorrer na Secretaria;
- manter atualizados os registros escolares dos educandos no sistema
informatizado.
- manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando,
- considerando a organização da EJA prevista nesta proposta.
6.3.6 Dos Agentes Educacionais II6.3.6 Dos Agentes Educacionais II6.3.6 Dos Agentes Educacionais II6.3.6 Dos Agentes Educacionais II
- conhecer a proposta pedagógica, regimento escolar e a legislação que rege o
registro de documentação escolar do educando;
- efetuar os registros sobre o processo escolar e arquivar a documentação em
pastas individualizadas, expedindo toda a documentação: declarações; fichas de controle
de notas e frequência individual e coletivo; certificados; históricos escolares;
transferências; relatórios finais; estatísticas; e outros documentos, sempre que
necessário;
- atender os educandos, professores e o público em geral informando sobre o
processo educativo, veiculado pelo Estabelecimento de Ensino;
- utilizar somente as matrizes curriculares autorizadas pelo órgão competente;
- participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que convocados e por
iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento profissional;
- auxiliar em todas atividades desenvolvidas pela escola;
- atender às solicitações do Diretor.
- providenciar o material utilizado nos recursos materiais (computadores,
impressoras, fotocopiadora, entre outros) e conservá-los em bom estado;
- providenciar, quando necessário, serviços de artes gráficas, impressão e
reprodução de materiais, com a devida autorização da Direção;
- racionalizar os serviços sob sua responsabilidade para uma melhor
produtividade;
- não permitir o uso de material e/ou máquinas por pessoas estranhas a esse
setor;
- receber, estocar e controlar o material de consumo, de limpeza e
equipamento;
- solicitar à secretaria a reposição de material de consumo e de peças de
equipamentos.
6.4 PLANO DE TRABALHO DOCENTE 6.4 PLANO DE TRABALHO DOCENTE 6.4 PLANO DE TRABALHO DOCENTE 6.4 PLANO DE TRABALHO DOCENTE
De acordo com a LDEBEN nº no artigo 13, chamado o “artigo dos professores”,
aparece como incumbências desse segmento, entre outras, as de participar da participar da participar da participar da
elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso I) e e e e elaborar e elaborar e elaborar e elaborar e
cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensinocumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensinocumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensinocumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino
(Inciso II).
Desta forma o CEEBJA Nova Visão elabora seus planos de trabalho docente no dia
selecionado para o planejamento, são momentos previamente estabelecidos em
calendário escolar, destinados à formação continuada, buscando a organização do
planejamento e replanejamento sempre das primeiras semanas de aulas sejam elas no
início do ano letivo ou no início do segundo semestre. Cabe à equipe pedagógica da
escola conduzir e organizar os trabalhos, assim como propiciar momentos de reflexão
durante o ano letivo , acompanhando e avaliando o desenvolvimento das ações propostas
no Plano de Trabalho Docente.
Os planos têm como ponto de partida a experiência trazida pelo aluno e as
Diretrizes Curriculares da Educação Básica e da EJA, a seleção dos conteúdos, bem
como a organização dos mesmos respeitam critérios estabelecidos pelas DCEs
procurando desenvolver as atividades pedagógicas por área de estudo e de forma
interdisciplinar.
O Plano de Trabalho Docente apóia-se sempre que possível na experiência
concreta dos alunos conduzindo-os à compreensão do processo histórico de
transformação da sociedade em todos os níveis de cada um dos conteúdos científicos
que integram o currículo.
6.5 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA6.5 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA6.5 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA6.5 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
No contexto que hoje estamos vivendo, na era tecnológica, onde tudo está
acontecendo tão rapidamente, faz-se necessário revermos até que ponto temos bagagem
para competir com essas transformações e desafios que nos são impostos a cada
instante.
O educador, concebido como profissional reflexivo e autor de sua prática escolar,
deve ter a competência de identificar e selecionar que materiais podem contribuir para a
reflexão sobre o assunto a ser desenvolvido com os seus educandos, deve também saber
planejar com que objetivo e de que modo serão usados, considerando sempre a
variedade de linguagens, de abordagens e de pontos de vista.
A seleção e uso de materiais didáticos entre os educadores das diferentes áreas do
conhecimento, também é um momento de formação. Essa seleção após discussão é
contextualizada no âmbito da organização de situações didáticas e eficazes para o
aprendizado.
O trabalho em equipe é considerado, atualmente, como um dos fatores
fundamentais para impulsionar não só a melhoria da qualidade de ensino como o
desenvolvimento profissional dos professores. A tarefa comum dos profissionais da EJA
tem, portanto, dois aspectos inseparáveis: a elaboração e o desenvolvimento constante
da proposta pedagógica e a formação permanente dos profissionais.
A instituição incentivará para que os profissionais da educação que pertencem a
esta escola participem do programa de formação continuada da SEED: Semana
Pedagógica, Seminários, Simpósios, Grupos de Estudos, Itinerante, Grupo de Trabalho
em Rede – GTR, PDE, PROINFO.
A escola promoverá momentos de estudo e análise da realidade da escola para
melhor encaminhamento das atividades: Reunião Pedagógica, Encontro por Área de
Conhecimento; Grupo de de Estudos, Assessoramento por Disciplina realizado pela
equipe pedagógica.
6.6 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO6.6 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO6.6 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO6.6 PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO
A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta
“deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as
fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais
comprometidas com a transformação social e o aperfeiçoamento da gestão escolar e da
educação pública ofertada na Rede Estadual”.(SEED, 2004, p.11).
Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também os
gestores da SEED e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a
identificação dos fatores que facilitam e aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a
permanência dos educandos numa educação pública de qualidade.
Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso e
a efetiva implementação das mudanças necessárias.
Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto
responsabilidade coletiva, pressupõe a clareza das finalidades essenciais da educação,
dos seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a re-elaboração e
a implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e impactos positivos à
população que demanda escolarização.
A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógico-curricular, abrange
todas as escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja, tanto
a construção dos instrumentos de avaliação quanto os indicadores dele resultantes
envolverão, obrigatoriamente, porém de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a
educação na Rede Pública Estadual. Na escola – professores, educandos, direção,
equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais membros da
comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do Departamento de
Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE’s.
A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes
instrumentos para avaliar e reavaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas
relacionadas à capacitação continuada dos profissionais da educação, bem como
estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de contribuir para a reflexão e as
mudanças necessárias na prática pedagógica.
Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estaduais
de EJA que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis pedagógica e deve estar
voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função
social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção da
autonomia”. Esta avaliação institucional da proposta pedagógico-curricular implementada,
deverá servir para a reflexão permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das
escolas.
Os instrumentos da avaliação institucional serão produzidos em regime de
colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as
diferenças entre as diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as
especificidades regionais vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade.
Os instrumentos avaliativos a serem produzidos guardam alguma semelhança com a
experiência acumulada pela EJA na produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem
o caráter de composição da nota do aluno para fins de conclusão. A normatização desta
Avaliação Institucional da proposta pedagógico-curricular será efetuada por meio de
instrução própria da SEED.
Como se afirma no Caderno Temático Avaliação Institucional:
Cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica, única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence.
Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo,
especificamente na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação
de Jovens e Adultos na oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos.
6.7 PLANO DE AÇÃO DA INSTITUIÇÃO 20116.7 PLANO DE AÇÃO DA INSTITUIÇÃO 20116.7 PLANO DE AÇÃO DA INSTITUIÇÃO 20116.7 PLANO DE AÇÃO DA INSTITUIÇÃO 2011
TemaTemaTemaTema DemandaDemandaDemandaDemanda
Justificativa daJustificativa daJustificativa daJustificativa da escolha do temaescolha do temaescolha do temaescolha do tema
AçãoAçãoAçãoAção
InclusãoInclusãoInclusãoInclusão
Profissionais da Educação Alunos
O acesso e permanência do aluno à escolarização se apresentam como um direito na LDB e assegurado na LEP. Na nossa realidade escolar temos um grande índice de alunos analfabetos, que desistiram ou reprovaram na escola na idade própria, portanto a escolarização se apresenta como elemento indispensável no processo de reeducação e ressocialização, assim como para o desenvolvimento pessoal do aluno privado de liberdade.
� Promover a conscientização dos nossos alunos da importância da educação: acesso à cultura, cidadania, valorização,autonomia, individualidade, desenvolvimento pessoal;
� Realização de atividades extracurriculares: palestras, debates...
Programa de AlfabetizaçãoPrograma de AlfabetizaçãoPrograma de AlfabetizaçãoPrograma de Alfabetização
Profissionais da Educação Alunos do Ensino
Fundamental Fase I
No Brasil, são milhões de jovens e adultos que não puderam se escolarizar durante a infância e adolescência. O perfil dos presos reflete a parcela da sociedade que fica fora da vida econômica, é uma massa de jovens, pobres, não-brancos e com pouca escolaridade. Acredita-se que 70% deles não chegaram a completar o Ensino Fundamental e cerca de 60% tem entre 18 e 30
� Promover estudos e reflexão acerca do processo de alfabetização para alunos privados de liberdade;
� Elaborar Plano de Alfabetização;
� Produzir materiais e recursos que atendam esta demanda.
anos de idade. Uma pesquisa realizada pelo DEPEN em 2007, revelou que cerca de 65% dos apenados não concluíram o Ensino Fundamental e aproximadamente 12% não são alfabetizados. Desta forma promover com sucesso a alfabetização dos jovens e adultos e superar o analfabetismo são desafios que o Sistema Penitenciário e Escola ainda precisam equacionar, e constituem temas que os envolvidos no processo de escolarização devem enfrentar permanentemente.
Gestão DemocráticaGestão DemocráticaGestão DemocráticaGestão Democrática
Órgãos Colegiados:Órgãos Colegiados:Órgãos Colegiados:Órgãos Colegiados:
---- Conselho Escolar Conselho Escolar Conselho Escolar Conselho Escolar ---- APF APF APF APF Profissionais da Educação
Os artigos 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 22 do Plano Nacional de Educação (PNE) indicam que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolares e locais em conselhos escolares. Devemos enfatizar
� Instituição do Conselho Escolar obedecendo à legislação pertinente: Constituição Federal (art.206); Lei das Diretrizes e Bases
da Educação Nacional – LDBEN (art. 3o, 17 e 14), Plano Nacional de Educação (PNE).
; � Instituição da APF
atendendo à instrução da SEED e orientações do Sistema Penitenciário;
� Elaboração do Estatuto da APFe organização legal, adequando-o às normativas da SEED e SEJU;
então que a democracia na escola deverá ser uma realidade e que a mesma está vinculada a uma percepção de democratização da sociedade.
� Participação ativa destes órgãos colegiados no cotidiano da escola.
DiversidadeDiversidadeDiversidadeDiversidade
Equipe MultidisciplinarEquipe MultidisciplinarEquipe MultidisciplinarEquipe Multidisciplinar Profissionais da Educação Especialistas na Temática
Alunos
A educação (formal e informal) pode e deve ser um dos caminhos para promover o respeito à diversidade e a igualdade nas relações étnico-raciais. Algumas iniciativas voltadas para as populações negra e indígena no campo da educação estão em curso no Brasil e podem ser considerados resultados diretos e indiretos da luta do movimento negro e do movimento indígena pela igualdade racial e social. Considerando a forte desigualdade social que nos cerca, principalmente relacionada à população negra e indígena, visamos implementar ações, a serem executadas nos próximos dois anos em que a comunidade escolar assume o compromisso com a Educação para as Relações Étnico-Raciais.
� Promoção de encontros para planejamento, seminários e espaços de discussão dessas temáticas, considerando a legislação vigente, integrando-as ao Regimento Escolar, Proposta Pedagógica Curricular, Projeto Político Pedagógico e Plano de Trabalho Docente;
� Manutenção de espaços que permitam à Equipe Multidisciplinar dialogar, informar, formar, e mobilizar a comunidade escolar para que as ações estabelecidas sejam efetivamente desenvolvidas;
� Elaboração de atividades de reflexão e atualização;
� Desenvolvimento de atividades pedagógicas metodologicamente elaboradas e fundamentadas nos direitos humanos, na valorização da
diversidade étnico racial e que combatam todas as formas de discriminação.
Educação no sistema Educação no sistema Educação no sistema Educação no sistema penal:penal:penal:penal: ---- orientações quanto á orientações quanto á orientações quanto á orientações quanto ás s s s normas de segurançanormas de segurançanormas de segurançanormas de segurança ---- encaminhamentos encaminhamentos encaminhamentos encaminhamentos pedagógicospedagógicospedagógicospedagógicos Profissionais da Educação
Setor de Segurança
Alunos
Há necessidade de que os profissionais da educação recebam orientações quanto aos procedimentos que envolvem as questões de segurança e de assessoramento pedagógico que ofereça subsídio para a realização de um trabalho que atenda às particularidades da instituição penal. NORMAS DE SEGURANÇANORMAS DE SEGURANÇANORMAS DE SEGURANÇANORMAS DE SEGURANÇA Setor de Segurança e Setor
de Educação
ORIENTAÇÕES ORIENTAÇÕES ORIENTAÇÕES ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA PEDAGÓGICAS PARA PEDAGÓGICAS PARA PEDAGÓGICAS PARA
EDUCANDOS EM PRIVAÇÃO EDUCANDOS EM PRIVAÇÃO EDUCANDOS EM PRIVAÇÃO EDUCANDOS EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADEDE LIBERDADEDE LIBERDADEDE LIBERDADE
Equipe Pedagógica CEEBJA
Nova Visão
� Participação da equipe de segurança nas reuniões pedagógicas dos profissionais da educação para orientações acerca da organização operacional da unidade penal
� Estudo e reflexão sobre a educação na unidade penal de forma a se apropriar desta realidade favorecendo um trabalho consciente e comprometido com o processo de humanização, reeducação e ressocialização.
6.8 PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8 PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8 PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8 PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
6.8.1 IDENTIFICAÇÃO6.8.1 IDENTIFICAÇÃO6.8.1 IDENTIFICAÇÃO6.8.1 IDENTIFICAÇÃO
6.8.6.8.6.8.6.8.1.1 Denominação da Instituição1.1 Denominação da Instituição1.1 Denominação da Instituição1.1 Denominação da Instituição CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS – NOVA VISÃO – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 6.8.6.8.6.8.6.8.1.2 Endereço1.2 Endereço1.2 Endereço1.2 Endereço Rua: Borges Dário de Lis, 439 – Bairro CDI – CEP: 85063-540 Município: Guarapuava – Paraná – Telefone: (42)3624-7480/3629-1858 6.8.2. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8.2. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8.2. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR6.8.2. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 2.1 Representante do Segmento Professor Pedagogo – Luciane Wolff Martins; 2.2 Representante do Segmento Professor Área Humanas – Adriana Cristina Bernardim, Daísa dos Passos Galeski; Elisabete Mogalski, Franciane de Lima Silveira. 2.3 Representante do Segmento Professor Área Exatas – Adriana Presotto; Fernando José Rodrigues, Maricleusa Inglês da Silva, 2.4 Representante do Segmento Agente Educacional II – Claudinéia Coelho Domingues, Rosangela Aparecida Munhoz Gluzezak; 2.5 Representante do Segmento Instâncias Colegiadas – Eliel Earle Linhares, Elizete de Almeida Simão, Lourdes Vilczak dos Santos. 6.8.3. COORDENADOR6.8.3. COORDENADOR6.8.3. COORDENADOR6.8.3. COORDENADOR Elizete de Fátima Simão. 6.8.4. COLABORADORES6.8.4. COLABORADORES6.8.4. COLABORADORES6.8.4. COLABORADORES Direção, Equipe Pedagógica, Corpo Docente, Equipe de Agente Educacional II e
Comunidade.
6.8.5. ABRANGÊNCIA DO PLANO DE AÇÃO6.8.5. ABRANGÊNCIA DO PLANO DE AÇÃO6.8.5. ABRANGÊNCIA DO PLANO DE AÇÃO6.8.5. ABRANGÊNCIA DO PLANO DE AÇÃO: Comunidade escolar do CEEBJA Nova Visão.
6.8.6. APRESENTAÇÃO6.8.6. APRESENTAÇÃO6.8.6. APRESENTAÇÃO6.8.6. APRESENTAÇÃO A educação (formal e informal) pode e deve ser um dos caminhos para promover o
respeito à diversidade e a igualdade nas relações étnico-raciais. Algumas iniciativas
voltadas para as populações negra e indígena no campo da educação estão em curso no
Brasil e podem ser considerados resultados diretos e indiretos da luta do movimento
negro e do movimento indígena pela igualdade racial e social. A escola, atualmente tem
como parâmetro favorecer a todos a oportunidade de aprender aspectos de socialização.
Assim, socialização é por natureza o objetivo humano e a convivência em grupo
justifica a paixão humana pela vida em sociedade, onde se afirmam a relação entre o
individual e o coletivo, para o espírito de equipe configurando-se em união, cooperação,
respeito, responsabilidade, perseverança e garra em que cada um associa aos desafios a
serem transpostos.
Considerando a forte desigualdade social que nos cerca, principalmente
relacionada à população negra e indígena, este plano visa implementar ações, a serem
executadas nos próximos dois anos em que a comunidade escolar assume o
compromisso com a Educação para as Relações Étnico-Raciais.
As orientações e expectativas de aprendizagem sobre relações étnico-raciais serão
propostas de acordo com a Lei nº 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino
de história e cultura afro- brasileiras e africanas nos currículos escolares. Seu conteúdo
altera o art. 26-A da Lei no 9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), de
20 de dezembro de 1996, sendo a temática indígena embasada pela Lei nº 11.565.
Basicamente estas leis sintetizam uma discussão de âmbito nacional e direcionam
as unidades educacionais para a proposição de atividades relevantes em relação aos
conhecimentos das diversas populações africanas e indígenas, suas origens e
contribuições para o nosso cotidiano e história, num movimento de construção e re-
dimensionamento curricular e ação educativa, salientando a importância do contexto e
sua diversidade cultural.
A aprovação das mesmas decorre de uma série de demandas do Movimento Social
Negro Brasileiro e Indígena e aponta para um novo momento das relações do Estado com
os movimentos sociais organizados e a educação. Essas leis se constituem em uma das
principais iniciativas das ações afirmativas adotadas no Brasil e que tem contribuído para
a disseminação do estudo da história da África e dos africanos, da luta das pessoas
negras no Brasil, assim como os povos indígenas e da sua presença na formação da
nação brasileira.
As supracitadas leis sinalizam para um modelo educacional que prioriza a
diversidade cultural presente na sociedade brasileira e, portanto, na sala de aula, de
modo que as idéias sobre reconhecimento, respeito à pluralidade cultural, democracia e
cidadania prevaleçam em todas as relações que envolvem a educação e a comunidade
escolar, desde o processo de formulação de ações educacionais e de formação de
docentes até as atividades pedagógicas, metodológicas e de acolhimento de educandos.
Assim este novo momento histórico pressupõe a formação da comunidade escolar
para ampliação do conhecimento acerca desta temática fazendo uma reflexão das
injustiças e práticas de valores excludentes no espaço escolar e para a inclusão, de forma
pedagógica e didática, de temáticas relacionadas à questão racial nas várias disciplinas
ou áreas do conhecimento da matriz curricular. Tratar de identidade racial, portanto,
implica o respeito à diversidade cultural presente na sala de aula e no cotidiano dos
educandos em geral, seja essa diversidade transmitida no meio familiar ou em
comunidades religiosas de matrizes africanas ou indígenas.
Nesse desafio, espera-se de toda a comunidade escolar o respeito às identidades
culturais e religiosas transmitidas aos educandos pelas famílias e pelos meios sociais em
que vivem. Nesse caso deve-se ressaltar o respeito à diversidade, sendo esse um
exercício democrático e de cidadania em que a escola, enquanto espaço de socialização
de conhecimentos, inaugura um novo caminho, já que a educação plural implica o
repensar o ensino-aprendizagem.
Nas suas ações a escola deve contemplar a história e a cultura de todos os povos,
de todos os continentes que compõem a população brasileira, como as dos descendentes
de indígenas, de africanos, de asiáticos e de europeus.
Assim, a escola, como instituição que tem o papel de contribuir na formação dos
cidadãos, deve assegurar o direto à educação a todos os brasileiros e, ao mesmo tempo,
ser aliada na luta contra qualquer forma de discriminação ou exclusão, dentre as quais a
de raça. É relevante que toda a comunidade escolar entenda e caminhe no sentido de
que a relevância dos temas que envolvem a inclusão no currículo escolar da história e da
cultura afro-brasileiras e africanas e indígena seja reconhecida por todos os brasileiros –
homens e mulheres – interessados na construção de uma sociedade que respeite o seu
perfil multicultural e pluriétnico.
6.8.7. OBJETIVOS6.8.7. OBJETIVOS6.8.7. OBJETIVOS6.8.7. OBJETIVOS
Este plano de ação inserido no processo pedagógico via Projeto Político
Pedagógico visa:
- Fazer cumprir neste estabelecimento de ensino, as Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira e para a Educação para as
Relações Étnico-Raciais;
- Promover a compreensão da formação da população brasileira a partir da contribuição
dos povos negros e indígenas;
- Proporcionar encontros de planejamento, seminários e espaços de discussão dessas
temáticas, considerando a legislação vigente, integrando-as ao Regimento Escolar,
Proposta Pedagógica Curricular, Projeto Político Pedagógico e Plano de Trabalho
Docente;
- Dialogar, informar, formar, e mobilizar a comunidade escolar para que as ações
estabelecidas pela Equipe Multidisciplinar sejam efetivamente desenvolvidas;
- Promover atividades de reflexão, em cumprimento ao disposto no Art. 205 da
Constituição Federal, que assinala o dever do Estado de garantir indistintamente, por
meio da educação, iguais direitos para o pleno desenvolvimento de todos e de cada um,
como pessoa, cidadão ou profissional.
- Desenvolver, atividades pedagógicas, metodologicamente elaboradas e fundamentadas
nos direitos humanos, na valorização da diversidade étnicorracial e que combatam todas
as formas de discriminação.
6.8.8. DESENVOLVIMENTO6.8.8. DESENVOLVIMENTO6.8.8. DESENVOLVIMENTO6.8.8. DESENVOLVIMENTO
A proposta, desta escola, para o trabalho sobre as questões étnico raciais
pressupõe que os conceitos sejam trabalhados de forma abrangente, mas sem perder a
dimensão da perspectiva histórica e da contribuição dos povos africanos e indígenas para
o que somos hoje como nação e cidadãos brasileiros, justificando nossas condutas e
padrões e vislumbrando a erradicação do preconceito e discriminação política,
econômica e social.
Todavia, o sucesso da execução não depende apenas do processo educativo escolar,
já que o enfrentamento do racismo e das desigualdades não é tarefa exclusiva da escola.
Mas escola e sociedade civil estão imbricadas com processos que resultam no modelo
das relações entre os diversos grupos étnicos e raciais do País e, por isso, refletem-se na
escola ou são reproduzidos por esta.
Nesse caso, a formação de educadores para a aplicação, deste plano de ação,
embasado pela Lei nº 10.639/03 e Lei nº 11.565 deve contemplar discussões temáticas
mais complexas, como identidade racial, de gênero e sexualidade, autoestima, processos
de resistência histórica e os modos de retransmitir as culturas de cada povo.
Nesta perspectiva, estas ações interferem diretamente no papel da escola, pois
sinaliza para uma instituição democrática e transformadora dos valores .
Por conseguinte, os educadores podem trabalhar com questões voltadas para
positivar o passado das pessoas negras africanas escravizadas no Brasil, dando
exemplos do processo de resistência vivido pela comunidade negra brasileira, da
formação dos quilombos sendo o mais famoso o Quilombo de Palmares, das medidas
tomadas na atualidade para o reconhecimento das terras remanescentes de quilombos no
Brasil, da resistência das pessoas, escravizadas mediante a construção do sincretismo
religioso, da formação das irmandades ligadas à Igreja Católica e que contribuíram para
libertação de pessoas escravizadas, da mesma forma reconhecer a cultura dos povos
indígenas, a língua materna, as crenças, a memória histórica, os saberes ligados à
identidade étnica, as suas organizações sociais do trabalho, as reações humanas e
manifestações artísticas. Deste conhecimento podemos respeitar e valorizar o conjunto de
saberes e procedimentos culturais produzidos por estes povos ao logo de sua história.
Para o desenvolvimento das ações pedagógicas o educador pode recorrer a vários
mecanismos didáticos para tratar desta temática, identificando a reprodução ou não de
estereótipos sobre a participação negra e indígena na sociedade brasileira e abordar a
riqueza da cultura destes povos e as contribuições para a formação do povo brasileiro.
Assim os conteúdos escolares devem contemplar essa pluralidade, de forma a
interferir positivamente na compreensão das relações étnicorraciais.
6.8.9 AVALIAÇÃO6.8.9 AVALIAÇÃO6.8.9 AVALIAÇÃO6.8.9 AVALIAÇÃO
O processo avaliativo parte do pressuposto de que se defrontar com dificuldades é
inerente ao ato educativo. Assim, o diagnóstico de dificuldades e facilidades deve ser
compreendido não como um veredito que irá julgar o encaminhamento adotado, mas sim
como uma análise dos resultados obtidos, em função das condições de trabalho que
estão sendo oferecidas. Nestes termos, ao avaliar o trabalho deste plano de ação
questionaremos:
-Que problemas a escola vem enfrentando acerca desta temática?
- Por que a comunidade escolar não conseguiu alcançar determinados objetivos?
- Qual o processo de trabalho utilizado?
- Quais os resultados significativos produzidos pelo coletivo da escola?
A avaliação segundo Belonni (2003, p. 15) constitui num “processo sistemático de
análise de uma atividade, fatos ou coisas que permite compreender, de forma
contextualizada, todas as suas dimensões e implicações, com vistas a estimular seu
aperfeiçoamento”. A avaliação num Plano de Ação é um dos
instrumentos de monitoramento e de planejamento do processo de implantação de um
projeto elaborado. Neste Plano de Ação o processo de avaliação demanda uma
perspectiva emancipatória, que segundo
Saul (apud BELONNI, MAGALHÃES e SOUSA: 2003, p. 18) constitui num [...] processo
de descrição, análise e crítica de uma dada realidade, visando transformara. O
compromisso principal desta
avaliação é o de fazer com que comunidade escolar escrevam a sua ‘própria história’ e
gerem as suas próprias alternativas de ação.
Recomenda-se observar no processo de avaliação do plano de ação: os princípios
teórico-metodológicos a partir dos conteúdos temáticos e da metodologia adotada; a
relação entre objetivos, metas e resultados; o processo de mobilização; as metodologias e
recursos; as estratégias de avaliação e as possibilidades de crescimento do grupo.
Sugere-se que nesta avaliação sejam adotados processos contínuos e participativos. As
avaliações devem ocorrer periodicamente, garantindo a participação de toda comunidade
escolar, podendo ocorrer no nível individual e coletivo. Os instrumentos que irão subsidiar
as avaliações serão estudos, pesquisas, diagnósticos e relatórios elaborados no processo
de desenvolvimento do plano sobre os avanços, possibilidades, limites o do percurso da
Equipe Multidisciplinar que serão compartilhados com o grupo.
Desta forma, a avaliação, será compreendida como uma crítica do percurso deste
plano de ação. Enquanto o planejamento dimensiona o que se vai construir, a avaliação
subsidia essa construção, porque fundamenta novas decisões. A avaliação servirá como
um sistema de crítica do próprio plano de ação que elaboramos e estamos desejando
levar adiante. Segundo Luckesi “um ato amoroso, um ato de cuidado” pelo qual todos
verificam como estão desenvolvendo suas ações e como podem trabalhar para que as
ações se fortaleçam e promovam o crescimento do coletivo da escola acerca desta
temática.
6.8.10. CRONOGRAMA6.8.10. CRONOGRAMA6.8.10. CRONOGRAMA6.8.10. CRONOGRAMA
Este Plano de Ação tem como base as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação para as Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana (2009), fruto de seis encontros denominados Diálogos Regionais
sobre a Implementação da Lei 10639/2003, tem como objetivo central colaborar para que
todo o sistema de ensino e as instituições educacionais brasileiras cumpram as
determinações legais com vistas a enfrentar todas as formas de preconceito, racismo e
discriminação para garantir o direito de aprender e à equidade educacional.
Organizado em consonância com as discussões realizadas nas reuniões
pedagógicas e da equipe multidisciplinar desta instituição de ensino tem a proposta de
auxiliar/acompanhar a comunidade escolar para a elaboração das ações a serem efetivas
na escola com a promoção da diversidade e de combate à desigualdade racial.
AÇÕES PERÍODO Reunião com comunidade escolar para divulgação das leis e
conhecimento da proposta de implantação da Equipe
Mês de Outubro 2010
Multidisciplinar.
Reuniões por segmento para indicação do representante para
compor a Equipe Multidisciplinar.
Mês de Outubro 2010
Envio da ata com componentes da equipe para NRE proceder
à homologação
Mês de Outubro 2010
Reunião da Equipe Multidisciplinar para atribuições de funções Mês de Novembro 2010
Elaboração do Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar Mês de Novembro 2010
Divulgar Plano de Ação para a comunidade escolar Mês de Novembro 2010
Semana da Consciência Negra Mês de Novembro 2010/2011
Reunião para organização das atividades da semana Mês de Novembro 2010/2011
Estudo da legislação que embasa a temática por toda
comunidade escolar, individualmente.
Mês de Novembro 2010
1º Semestre 2011
Diagnosticar o conhecimento da comunidade escolar sobre as
Leis 10.639/03 e 11.645/08, promover discussão, reflexão e
análise do contexto histórico social de ambas as leis.
Novembro e Dezembro 2010
1º/2º Semestre 2011
Reuniões técnicas para estabelecer rotinas e definir ações da
Equipe multidisciplinar
Novembro e Dezembro 2010
1º/2º Semestre 2011
Mensal
Formação Continuada para a comunidade escolar na intenção
de fornecer instrumentalização teórico-metodológica e
informações sobre Educação das Relações Étnico-Raciais, na
perspectiva das Diretrizes Nacionais Curriculares para a
Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de
História e Cultura africana e afro-brasileira e Indígena de forma
a Incentivar os educadores, a discutirem de forma autônoma as
questões relacionadas aos afrodescendentes e indígenas na
sociedade brasileira.
1º/2º Semestre 2011 Bimestral
Refletir sobre a significação histórica e cultural atribuída aos
conceitos que envolvem a temática
Novembro e Dezembro 2010
1º/2º Semestre 2011
Problematizar na prática pedagógica cotidiana e contemplar
nos documentos próprios do Estabelecimento de Ensino (PPP,
PPC, PTD, Regimento Escolar e Plano de Ação da Direção)
sobre a temática.
Novembro e Dezembro 2010
1º/2º Semestre 2011
Pesquisar e sequenciar as contribuições das personalidades
negras em diferentes áreas do conhecimento e das diferentes
comunidades tradicionais indígenas em relação à medicina,
técnicas deferentes de produção, narrativas pedagógicas,
literatura, arte, observação da flora e da fauna, os movimentos
astronômicos, religiosidade, educação e ensinamentos por
1º/2º Semestre 2011
meio dos rituais de passagem, dentre outros;
Promover eventos/momentos com a participação de entidades
e personalidades com conhecimento em relação à História e
Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena.
1º/2º Semestre 2011
Organizar e disponibilizar um espaço próprio no
estabelecimento de Ensino com: Literatura Específica,
Imagens, Músicas, entre outros, voltados para a História e
Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena;
Novembro e Dezembro 2010
1º/2º Semestre 2011
Elaboração de uma lista de Filmes e Recortes Fílmicos, Textos,
Literatura, Documentários, Narrativas e Sites para a
socialização com os professores e estudantes sobre a temática
Africana, Afro-brasileira e Indígena;
Novembro e Dezembro 2010
1º/2º Semestre 2011
Possibilitar, oportunizar discussões, socializar sugestões,
experiências e projetos na comunidade escolar.
1º/2º Semestre 2011
Palestras, debates com a participação de toda comunidade
escolar.
1º/2º Semestre 2011
Realização de seminários para enriquecer e ampliar os
conceitos adquiridos no decorrer do processo.
2º Semestre 2011
Incentivar a comunidade escolar a acessar site com
informações sobre a temática
1º/2º Semestre 2011
Elaboração de memorial com registro das atividades
desenvolvidas pela comunidade escolar.
Novembro e Dezembro 2010
1º/2º Semestre 2011
Acompanhamento das atividades realizadas, com todos os
segmentos da escola, para avaliação do processo
Novembro e Dezembro 2010
1º/2º Semestre 2011
Produção de Relatório Anual sobre avanços, possibilidades e
limites no percurso com intenção de aprimorar o processo.
2º Semestre 2011
6.8.11. REFERÊNCIAS6.8.11. REFERÊNCIAS6.8.11. REFERÊNCIAS6.8.11. REFERÊNCIAS
* LEGISLAÇÃO CONSULTADA* LEGISLAÇÃO CONSULTADA* LEGISLAÇÃO CONSULTADA* LEGISLAÇÃO CONSULTADA
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), alterada pelas Leis 10.639/2003 e
11.645/2008 (Artigo 26-A);
Parecer CNE/CP 03/2004 e Resolução CNE/CP 01/2004;
Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnicorraciais para o
Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana;
Plano de Implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações
Étnicorraciais para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana
* OBRAS CONSULTADAS* OBRAS CONSULTADAS* OBRAS CONSULTADAS* OBRAS CONSULTADAS
AMÂNCIO, Iris Maria da Costa( org.) Literaturas Africanas e afro Literaturas Africanas e afro Literaturas Africanas e afro Literaturas Africanas e afro----brasileiras na prática brasileiras na prática brasileiras na prática brasileiras na prática pedagógica. pedagógica. pedagógica. pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. BELLONI, Isaura; MAGALHÃES, Heitor de e SOUSA, Luzia Costa de. Metodologia de Metodologia de Metodologia de Metodologia de
avaliação em políticas públicasavaliação em políticas públicasavaliação em políticas públicasavaliação em políticas públicas. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2003.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. História e Cultura AfroHistória e Cultura AfroHistória e Cultura AfroHistória e Cultura Afro----Brasileira e AfBrasileira e AfBrasileira e AfBrasileira e Africanaricanaricanaricana:
Educando para as relações étnicoEducando para as relações étnicoEducando para as relações étnicoEducando para as relações étnico----raciais.raciais.raciais.raciais. Departamento de Ensino Fundamental. Curitiba: SEED-PR, 2006. Cadernos Temáticos; PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Educando para as Relações ÉtnicoEducando para as Relações ÉtnicoEducando para as Relações ÉtnicoEducando para as Relações Étnico----raciais raciais raciais raciais IIIIIIII. Coordenação de Desafios Educacionais. Curitiba: SEED-PR, 2008. (Cadernos Temáticos Desafios Educacionais, 5). ROCHA, Rosa margarida de Carvalho. Educação das Relações Étnico, Rosa margarida de Carvalho. Educação das Relações Étnico, Rosa margarida de Carvalho. Educação das Relações Étnico, Rosa margarida de Carvalho. Educação das Relações Étnico----raciais: pensando raciais: pensando raciais: pensando raciais: pensando referenciais para a organização da prática pedagógica. referenciais para a organização da prática pedagógica. referenciais para a organização da prática pedagógica. referenciais para a organização da prática pedagógica. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007. SÃO PAULO, Orientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem ÉtnicoOrientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem ÉtnicoOrientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem ÉtnicoOrientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem Étnico----racial na racial na racial na racial na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. São Paulo:Secretaria Municipal de Educação-SP,2008.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem,
ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender;
e, se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar...”
Nelson MandelaNelson MandelaNelson MandelaNelson Mandela
6.9 MATRIZ CURRICULAR6.9 MATRIZ CURRICULAR6.9 MATRIZ CURRICULAR6.9 MATRIZ CURRICULAR
6.9.1 Ensino Fundamental 6.9.1 Ensino Fundamental 6.9.1 Ensino Fundamental 6.9.1 Ensino Fundamental –––– Fase I Fase I Fase I Fase I
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUEDUEDUEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL –––– FASE I FASE I FASE I FASE I
ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA NOVA VISÃO
ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava
ANO DE IMPLANTAÇANO DE IMPLANTAÇANO DE IMPLANTAÇANO DE IMPLANTAÇÃO: ÃO: ÃO: ÃO: 1º Sem/2009 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200 horas ou 1440 h/a
ÁREAS DO CONHECIMENTOÁREAS DO CONHECIMENTOÁREAS DO CONHECIMENTOÁREAS DO CONHECIMENTO Total deTotal deTotal deTotal de HorasHorasHorasHoras
Total deTotal deTotal deTotal de horas/aulahoras/aulahoras/aulahoras/aula
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
ESTUDOS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA
1200
1440
TOTALTOTALTOTALTOTAL
1200120012001200 1440144014401440
6.9.2 Ensino Fundamental 6.9.2 Ensino Fundamental 6.9.2 Ensino Fundamental 6.9.2 Ensino Fundamental –––– Fase II Fase II Fase II Fase II
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL –––– FASE II FASE II FASE II FASE II
ESTABELECIMENTO:ESTABELECIMENTO:ESTABELECIMENTO:ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA NOVA VISÃO
ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava
ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/.1610 horas ou 1920/1932 h/a
DISCIPLINASDISCIPLINASDISCIPLINASDISCIPLINAS Total deTotal deTotal deTotal de HorasHorasHorasHoras
Total deTotal deTotal deTotal de horas/aulahoras/aulahoras/aulahoras/aula
LÍNGUA PORTUGUESA 280 336
ARTES 94 112
LEM - INGLÊS 213 256
EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112
MATEMÁTICA 280 336
CIÊNCIAS NATURAIS 213 256
HISTÓRIA 213 256
GEOGRAFIA 213 256
ENSINO RELIGIOSO* 10 12
TOTALTOTALTOTALTOTAL
1600/16101600/16101600/16101600/1610 1920/19321920/19321920/19321920/1932
* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula facultativa ensino e de matrícula facultativa ensino e de matrícula facultativa ensino e de matrícula facultativa para o educando.para o educando.para o educando.para o educando.
6.9.3 Ensino Médio6.9.3 Ensino Médio6.9.3 Ensino Médio6.9.3 Ensino Médio
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARAMATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO MÉDIOENSINO MÉDIOENSINO MÉDIOENSINO MÉDIO
ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: ESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA NOVA VISÃO
ENTIDAENTIDAENTIDAENTIDADE MANTENEDORA:DE MANTENEDORA:DE MANTENEDORA:DE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: MUNICÍPIO: Guarapuava NRE: Guarapuava
ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO:ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2º Sem/2009 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200/1210 horas 1440/1452 h/a
DISCIPLINASDISCIPLINASDISCIPLINASDISCIPLINAS Total deTotal deTotal deTotal de HorasHorasHorasHoras
Total deTotal deTotal deTotal de horas/aulahoras/aulahoras/aulahoras/aula
L. PORTUGUESA E LITERATURA 174 208
LEM – INGLÊS 106 128
ARTE 54 64
EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64
MATEMÁTICA 174 208
QUÍMICA 106 128
FÍSICA 106 128
BIOLOGIA 106 128
HISTÓRIA 106 128
GEOGRAFIA 106 128
SOCIOLOGIA 54 64
FILOSOFIA 54 64
* LÍNGUA ESPANHOLA 54 64
TOTALTOTALTOTALTOTAL 1200/12101200/12101200/12101200/1210 1440/14521440/14521440/14521440/1452
* disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula * disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula * disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula * disciplina de oferta obrigatória pelo estabelecimento de ensino e de matrícula facultativa para o educando.facultativa para o educando.facultativa para o educando.facultativa para o educando.
7. REFERÊNCIAS7. REFERÊNCIAS7. REFERÊNCIAS7. REFERÊNCIAS ALARCÃO, I. Formação continuada como instrumento de Profissionalização docente. In: Caminhos da ProfissionCaminhos da ProfissionCaminhos da ProfissionCaminhos da Profissionalização do Magistério. alização do Magistério. alização do Magistério. alização do Magistério. São Paulo: Papirus, 1998.
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