169
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS NOTAS DE AULA Prof. a Paula Francis Benevides Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Gerência de Ensino e Pesquisa Departamento Acadêmico de Matemática

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - Páginas Pessoais - …paginapessoal.utfpr.edu.br/paulabenevides/equacoes-diferenciais/... · 1.3 CLASSIFICAÇÃO ... 6.9 DISSEMINAÇÃO DE UMA DOENÇA

Embed Size (px)

Citation preview

  • EQUAES DIFERENCIAIS NOTAS DE AULA

    Prof.a Paula Francis Benevides

    Ministrio da Educao Universidade Tecnolgica Federal do Paran Campus Curitiba Gerncia de Ensino e Pesquisa Departamento Acadmico de Matemtica

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    2

    Contedo

    AULA 1 ............................................................................................................................ 6

    AULA 2 ............................................................................................................................ 8

    1.1 INTRODUO ............................................................................................................ 8 1.2 DEFINIO .................................................................................................................... 9 1.3 CLASSIFICAO ............................................................................................................... 9

    1.3.1 Tipo: ....................................................................................................................... 9 1.3.2 Ordem: ................................................................................................................... 9 1.3.3 Grau: ...................................................................................................................... 9 1.3.4 Linearidade: ......................................................................................................... 10

    1.4 ORIGEM DAS EQUAES DIFERENCIAIS: ............................................................................ 10

    AULA 3 .......................................................................................................................... 12

    2. RESOLUO ........................................................................................................... 13

    2.1 CURVAS INTEGRAIS: ...................................................................................................... 13 2.2 SOLUO: ................................................................................................................... 13 2.3 PROBLEMA DE VALOR INICIAL (PVI) ................................................................................. 14 2.4 TEOREMA DA EXISTNCIA DE UMA NICA SOLUO ............................................................. 15 2.5 EQUAES DIFERENCIAIS AUTNOMAS............................................................................. 16

    3. EQUAES DE PRIMEIRA ORDEM E PRIMEIRO GRAU ............................................. 18

    3.1 EQUAES DE VARIVEIS SEPARVEIS ............................................................................... 18 3.1.1 Resoluo: ............................................................................................................ 18

    AULA 4 .......................................................................................................................... 22

    3.2 EQUAES HOMOGNEAS .............................................................................................. 22 3.2.1 Funo Homognea ............................................................................................. 22 3.2.2 Equao Homognas ........................................................................................... 22

    3.2.2.1 Resoluo: .................................................................................................................................................23

    AULA 5 .......................................................................................................................... 26

    3.3 EQUAES REDUTVEIS S HOMOGNEAS E EQUAES REDUTVEIS AS DE VARIVEIS SEPARADAS . 26

    3.3.1 O determinante 22

    11

    ba

    ba diferente de zero ...................................................... 26

    3.3.2 O determinante 22

    11

    ba

    ba igual a zero. .............................................................. 28

    AULA 6 .......................................................................................................................... 31

    3.4 EQUAES DIFERENCIAIS EXATAS .................................................................................... 31

    AULA 7 .......................................................................................................................... 34

    3.4.1 Fator Integrante ................................................................................................... 34

    AULA 8 .......................................................................................................................... 37

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    3

    3.5 EQUAES LINEARES: .................................................................................................... 37 3.5.1 Fator Integrante: .................................................................................................. 37 3.5.2 Substituio ou de Lagrange: .............................................................................. 39

    AULA 9 .......................................................................................................................... 42

    3.6 EQUAES NO LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM REDUTVEIS A LINEARES: ................................. 42 3.6.1 Equaes de Bernoulli: ......................................................................................... 42

    AULA 10 ........................................................................................................................ 45

    3.6.2 Equao de Ricatti ............................................................................................... 45

    AULA 11 ........................................................................................................................ 48

    4. EQUAES DE 1A ORDEM E GRAU DIFERENTE DE UM ............................................. 48

    4.1 ENVOLTRIAS E SOLUES SINGULARES ............................................................................ 48 4.1.1 Definies: ............................................................................................................ 48 4.1.2 Equao da Envoltria ......................................................................................... 49 4.1.3 Solues Singulares .............................................................................................. 50

    AULA 12 ........................................................................................................................ 52

    4.1.4 Equao de Clairaut ............................................................................................. 52

    AULA 13 ........................................................................................................................ 54

    4.1.5 Equao de Lagrange: ......................................................................................... 54 4.1.6 Outros tipos de equao de 1a Ordem e grau diferente de um: .......................... 56

    AULA 14 ........................................................................................................................ 58

    5. EXERCCIOS GERAIS ................................................................................................ 58

    AULA 15 ........................................................................................................................ 60

    6. EQUAES DIFERENCIAIS COM MODELOS MATEMTICOS ..................................... 60

    6.1 MODELO MATEMTICO ................................................................................................. 60 6.2 DINMICA POPULACIONAL .............................................................................................. 61 6.3 MEIA VIDA .................................................................................................................. 63 6.4 DECAIMENTO RADIOTAIVO ............................................................................................. 65 6.5 CRONOLOGIRA DO CARBONO .......................................................................................... 65 6.6 RESFRIAMENTO ............................................................................................................ 66 6.7 MISTURAS ................................................................................................................... 68 6.8 DRENANDO UM TANQUE ................................................................................................ 70 6.9 DISSEMINAO DE UMA DOENA ..................................................................................... 72 6.10 CORPOS EM QUEDA ....................................................................................................... 74

    6.10.1 Corpos em queda e a resistncia do ar .............................................................. 76 6.11 CORRENTE DESLIZANTE .................................................................................................. 78 6.12 CIRCUITOS EM SRIE ...................................................................................................... 80

    AULA 16 ........................................................................................................................ 87

    7. EQUAES DIFERENCIAIS LINEARES DE 2A ORDEM E ORDEM SUPERIOR ................. 87

    AULA 17 ........................................................................................................................ 89

    7.1 EQUAES LINEARES E HOMOGNEAS DE COEFICIENTES CONSTANTES ..................................... 89

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    4

    7.1.1 Caso 1: Razes Reais Distintas. ............................................................................. 90 7.1.2 Caso 2: Razes Mltiplas. ..................................................................................... 90 7.1.3 Caso 3: Razes complexas distintas. ..................................................................... 91

    AULA 18 ........................................................................................................................ 94

    7.2 EULER - CAUCHY........................................................................................................... 94

    AULA 19 ........................................................................................................................ 97

    7.3 EQUAES LINEARES NO HOMOGNEAS .......................................................................... 97 7.3.1 Soluo por coeficientes a determinar (Descartes): ............................................ 97

    AULA 20 ...................................................................................................................... 100

    7.3.2 Soluo por variao de parmetros ................................................................. 100

    AULA 21 ...................................................................................................................... 103

    7.3.3 Mtodo do Operador Derivada .......................................................................... 103 7.3.3.1 Definio .................................................................................................................................................103 7.3.3.2 Propriedades ...........................................................................................................................................103 7.3.3.3 Equaes Diferenciais .............................................................................................................................103 7.3.3.4 Operador Anulador .................................................................................................................................104 7.3.3.5 Coeficientes indeterminados - Abordagem por Anuladores ...................................................................105 7.3.3.6 Resoluo de Equaes Lineares ............................................................................................................106

    AULA 22 ...................................................................................................................... 109

    8. EXERCCIOS GERAIS .............................................................................................. 109

    AULA 23 ...................................................................................................................... 111

    9. MODELAGEM COM EQUAES DIFERENCIAIS DE ORDEM SUPERIOR .................... 111

    9.1 EQUAES LINEARES - PROBLEMAS DE VALOR INICIAL: ....................................... 111 9.1.1 Sistema Massa-Mola: Movimento Livre no amortecido .................................. 111

    9.1.1.1 ED do Movimento Livre no amortecido: ...............................................................................................112 9.1.1.2 Soluo e Equao do Movimento:.........................................................................................................112

    9.1.2 Sistema Massa-Mola: Movimento Livre Amortecido ........................................ 113 9.1.2.1 ED do Movimento Livre Amortecido: ......................................................................................................113

    9.1.3 Sistema Massa Mola: Movimento Forado ....................................................... 116 9.1.3.1 ED do Movimento Forado com Amortecimento: ..................................................................................116 9.1.3.2 ED de um Movimento Forado No Amortecido: ...................................................................................117

    9.1.4 Circuito em Srie Anlogo - Circuitos eltricos RLC em srie ............................. 118 9.2 EQUAES LINEARES - PROBLEMAS DE CONTORNO............................................. 119

    9.2.1 Deflexo de uma viga: ....................................................................................... 119 9.2.1.1 Solues No Triviais do Problema de Valores de Contorno: .................................................................120 9.2.1.2 Deformao de uma Coluna Fina: ...........................................................................................................121 9.2.1.3 Corda Girando: ........................................................................................................................................123

    AULA 24 ...................................................................................................................... 128

    10. SISTEMA DE EQUAES DIFERENCIAIS .............................................................. 128

    10.1 SISTEMA CANNICO E SISTEMA NORMAL: ............................................................ 128

    AULA 25 ...................................................................................................................... 131

    10.2 SISTEMAS DE EQUAES DIFERENCIAIS NA FORMA SIMTRICA ........................... 131

    AULA 26 ...................................................................................................................... 134

    10.3 MATRIZES E SISTEMAS DE EQUAES LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM ..................................... 134

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    5

    10.3.1 Vetor soluo ................................................................................................... 135 10.3.2 O Problema de Valores Iniciais ........................................................................ 136

    10.3.2.1 Existncia de uma nica soluo ...........................................................................................................136 10.3.3 Sistemas homogneos ..................................................................................... 136

    10.3.3.1 Princpio da Superposio .....................................................................................................................137

    10.3.4 Independncia Linear ....................................................................................... 138 10.3.4.1 Critrio para Solues Linearmente Independentes .............................................................................138

    10.3.5 Conjunto fundamental de soluo ................................................................... 139 10.3.5.1 Soluo Geral - Sistemas Homogneos .................................................................................................139

    10.3.6 Sistemas no homogneos .............................................................................. 140 10.3.6.1 Soluo Geral - Sistemas No-Homogneos .........................................................................................140

    10.3.7 Uma Matriz Fundamental ................................................................................ 142 10.3.7.1 Uma Matriz Fundamental No-Singular .............................................................................................143 10.3.7.2 Matriz Especial ......................................................................................................................................143

    10.3.7.3 t uma Matriz Fundamental ........................................................................................................145

    AULA 27 ...................................................................................................................... 150

    10.4 SISTEMAS LINEARES HOMOGNEOS ................................................................................ 150 10.4.1 Autovalores reais e distintos ............................................................................ 150 10.4.2 Autovalores complexos .................................................................................... 152 10.4.3 Autovalores de Multiplicidade dois ................................................................. 153

    AULA 28 ...................................................................................................................... 158

    10.5 SISTEMAS NO HOMOGNEOS ....................................................................................... 158 10.5.1 Coeficientes Indeterminados ........................................................................... 158 10.5.2 Variao de Parmetros .................................................................................. 161

    AULA 29 ...................................................................................................................... 165

    11. RESOLUO POR SRIES DE POTNCIA: ............................................................. 165

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    6

    AULA 1

    REVISO DE INTEGRAIS

    Resolva as seguintes integrais:

    1) dxx )13( R: Cxx

    2

    3 2

    2) dxx

    x

    4= R: Cxx 48

    3

    2

    3)

    dxx

    x2

    2 )1( R: C

    xx

    1

    4)

    21 x

    dx R: Carcsenx

    5)

    dxx

    x21

    R: Cx 21ln2

    1

    6) )1( 2xx

    dx R: C

    x

    x

    1ln

    2

    12

    2

    7)

    21 xdx

    R: Cx arctan

    8) 42x

    dx R: C

    x

    x

    2

    2ln

    4

    1

    9) x

    dx

    3 R: C

    x

    3

    1ln

    10)

    dxx

    x3

    21 R: Cx

    x ln

    2

    12

    11)

    dxx

    x3

    2 )1( R: Cx

    x ln

    2

    12

    12) dxx

    x

    tan

    sec2 R: Cx tanln

    13)

    dx

    ax

    ax22

    22

    R: Cax

    axax

    ln

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    7

    14)

    dx

    ax

    ax22

    22

    R: Ca

    xax arctan2

    15) dxxex3

    R: Cxe x 139

    1 3

    16)

    dx

    xx

    x

    12

    12

    R: Cxx 12ln2

    1 2

    17)

    dx

    xx

    xx32

    2

    31

    2 R: Cxx 13ln

    3

    1 23

    18)

    dx

    x

    x21

    1 R: Cxx arctan1ln

    2

    1 2

    19)

    22 31231

    3

    xx

    xdx R: Cx 231ln

    2

    20)

    dx

    x

    x

    35

    13 R: Cxx 35ln

    25

    4

    5

    3

    21)

    dx

    xx

    x

    145

    152

    R: Cxxx )25arctan(145ln2

    1 2

    22)

    dx

    x

    x

    10

    12 R: Cxx 10ln212

    23) dxxex )2.(1

    ln

    R: Cxx 2ln

    24)

    dxx

    xe x

    2

    arctan

    1

    arctan. R: Cex x arctan.1arctan

    25) xdxex sin.cosln R: C

    x

    2

    sin 2

    26) dxxe x )2( 3

    2

    R: Cex x 2

    ).1( 2

    27)

    dxxxe x

    64

    )123(4 22 R: C

    xxe x

    4

    3

    22

    3

    16

    22

    28) dxxex )4.( 22 R: Cexx x 22 ).122(

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    8

    AULA 2

    EQUAES DIFERENCIAIS

    1.1 INTRODUO

    Antes de mais nada, vamos recordar o que foi aprendido em Clculo!!! A derivada dxdy

    de uma funo = () nada mais do que uma outra funo () encontrada por uma regra

    apropriada. Como por exemplo, a funo = 3 diferencivel no intervalo (, ), e a sua

    derivada 23.

    3

    xedx

    dy x . Se fizermos3xey teremos:

    23. xydx

    dy

    (1)

    Vamos supor agora que seu professor lhe desse a equao (1) e perguntasse qual a funo

    representada por y? Apesar de voc no fazer ideia de como ela foi construda, voc est a frente de

    um dos problemas bsicos desta disciplina: como resolver essa equao para a desconhecida funo

    = ()? O problema semelhante ao familiar problema inverso do clculo diferencial, onde dada uma derivada, encontrar uma antiderivada.

    No podemos deixar de lado a diferena entre a derivada e a diferencial, pois, embora a

    derivada e a diferencial possuam as mesmas regras operacionais, esses dois operadores tm

    significados bastante diferentes. As diferenas mais marcantes so:

    a derivada tem significado fsico e pode gerar novas grandezas fsicas, como por exemplo a velocidade e a acelerao; a diferencial um operador com propriedades

    puramente matemticas;

    a derivada transforma uma funo em outra, mantendo uma correspondncia entre os pontos das duas funes (por exemplo, transforma uma funo do segundo grau em uma

    funo do primeiro grau); a diferencial uma variao infinitesimal de uma grandeza;

    a derivada uma operao entre duas grandezas; a diferencial uma operao que envolve uma grandeza;

    o resultado de uma derivada no contm o infinitsimo em sua estrutura; consequentemente, no existe a integral de uma derivada; a integral s pode ser aplicada

    a um termo que contenha um diferencial (infinitsimo);

    se for feito o quociente entre os dois diferenciais, tem-se:

    dx

    dy

    em total semelhana com a definio de derivada. A consequncia direta desse fato que a

    derivada no o quociente entre duas diferenciais, mas comporta-se como se fosse esse

    quociente. Isto significa que a partir da relao:

    )(xfdx

    dy

    possvel escrever:

    dxxfdy )(

    que se denomina equao diferencial.

    uma das aplicaes mais importantes envolvendo derivadas e diferenciais a obteno da equao diferencial, etapa fundamental para a introduo do Clculo Integral.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    9

    1.2 Definio

    Equao diferencial uma equao que relaciona uma funo e suas derivadas ou

    diferenciais. Quando a equao possui derivadas, estas devem ser passadas para a forma diferencial.

    1) 13 xdx

    dy

    2) 0 ydxxdy

    3) 0232

    2

    ydx

    dy

    dx

    yd

    4) xyyy cos')"(2'" 2

    5) 2 3 2( ") ( ') 3y y y x

    6) yxdt

    dy

    dt

    dx35

    7) yxy

    z

    x

    z

    22

    2

    2

    2

    8) y

    zxz

    x

    z

    1.3 CLASSIFICAO

    1.3.1 TIPO:

    Se uma equao contiver somente derivadas ordinrias de uma ou mais variveis

    dependentes em relao a uma nica varivel independente, como em (1) a (6), as derivadas so

    ordinrias e a equao denominada equao diferencial ordinria (EDO). Uma ED pode conter

    mais de uma varivel dependente, como no caso da equao (6)

    Uma equao que envolve as derivadas parciais de uma ou mais variveis dependentes de

    duas ou mais variveis independentes, como em (7) e (8), a equao denominada equao

    diferencial parcial (EDP). As equaes diferenciais parciais no sero vistas neste curso.

    1.3.2 ORDEM:

    A ordem de uma equao diferencial a ordem de mais alta derivada que nela aparece. As

    equaes (1), (2) e (6) so de primeira ordem; (3), (5) e (7) so de segunda ordem e (4) de terceira

    ordem.

    1.3.3 GRAU:

    O grau de uma equao diferencial, que pode ser escrita, considerando a derivadas, como

    um polinmio, o grau da derivada de mais alta ordem que nela aparece. Todas as equaes dos

    exemplos acima so do primeiro grau, exceto (5) que do segundo grau.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    10

    1

    3

    33

    3

    dx

    yd

    y

    dx

    ydx

    3

    32

    3

    3

    dx

    ydy

    dx

    ydx

    3a ordem e 2o grau

    yxdx

    dy 2lnln y

    x

    dx

    dy

    2

    ln yedx

    dy

    x.

    12

    yexdx

    dy 2 1a ordem e 1o grau

    Observe que nem sempre primeira vista, pode-se classificar a equao de imediato

    quanto a ordem e grau.

    1.3.4 LINEARIDADE:

    Dizemos que uma equao diferencial ordinria

    )()()()()( 011

    1

    1 xgyxadx

    dyxa

    dx

    ydxa

    dx

    ydxa

    n

    n

    nn

    n

    n

    de ordem n linear quando so satisfeitas as seguintes condies:

    1) A varivel dependente y e todas as suas derivadas nyyy ,,",' so do primeiro grau, ou

    seja, a potncia de cada termo envolvendo y um.

    2) Os coeficientes naaa ,,, 10 de nyyy ,,",' dependem quando muito da varivel

    independente x .

    Exemplos:

    a) 08)( xdydxxy

    b) 072

    2

    ydx

    dy

    dx

    yd

    c) xydx

    dyx

    dx

    yd245

    3

    3

    So respectivamente equaes diferenciais ordinrias lineares de primeira, segunda e

    terceira ordem.

    1.4 ORIGEM DAS EQUAES DIFERENCIAIS:

    Uma relao entre as variveis, encerrando n constantes arbitrrias essenciais, como

    Cxxy 4 ou BxAxy 2 , chamada uma primitiva. As n constantes, representadas sempre

    aqui, por letras maisculas, sero denominadas essenciais se no puderem ser substitudas por um

    nmero menos de constantes.

    Em geral uma primitiva, encerrando n constantes arbitrrias essenciais, dar origem a uma

    equao diferencial, de ordem n, livre de constantes arbitrrias. Esta equao aparece eliminando-se

    as n constantes entre as )1( n equaes obtidas juntando-se primitiva as n equaes provenientes

    de n derivadas sucessivas, em relao a varivel independente, da primitiva.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    11

    Obter a equao diferencial associada s primitivas abaixo:

    a) Cxx

    y 2

    3 2

    b) xCsenxCy cos21

    c) 2Cxy

    d) 22

    1 CxCy

    e) )cos( bxay onde a e b so constantes

    f) xx eCeCy 22

    31

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    12

    AULA 2 - EXERCCIOS

    Nos exerccios de 1 a 12, obter a equao diferencial associada a primitiva:

    1) 222 Cyx

    2) xCey

    3) )( 223 yxCx

    4) xCxCy 2sin2cos 21

    5) 321 )( CexCCyx

    6) xx eCeCy 2

    21

    7) ayy

    x1ln

    8) Cyxyx 5332

    9) CBxAxy 2

    10) CBeAey xx 2

    11) xxx eCeCeCy 3

    22

    31

    12) BAxy 2ln

    13) Obter a equao diferencial da famlia de crculos de raio 10, cujos centros

    estejam sobre o eixo y.

    Respostas:

    1) 0 ydyxdx

    2) 0 ydx

    dy

    3) dx

    dyxyxy 23 22

    4) 042

    2

    ydx

    yd

    5) 022

    2

    3

    3

    dx

    dy

    dx

    yd

    dx

    yd

    6) 022

    2

    ydx

    dy

    dx

    yd

    7) 0ln ydx

    dy

    y

    xx

    8) 05332 2

    dx

    dyxyxy

    dx

    dyxy

    9) 03

    3

    dx

    yd

    10) 0232

    2

    3

    3

    dx

    dy

    dx

    yd

    dx

    yd

    11) 061162

    2

    3

    3

    ydx

    dy

    dx

    yd

    dx

    yd

    12) 2" ' ( ') 0xyy yy x y

    13) 2

    22

    100 x

    x

    dx

    dy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    13

    AULA 3

    2. RESOLUO

    Resolver uma ED determinar todas as funes que, sob a forma finita, verificam a

    equao, ou seja, obter uma funo de variveis que, substituda na equao, transforme-a numa

    identidade. A resoluo de uma equao diferencial envolve basicamente duas etapas: a primeira,

    que a preparao da equao, que consiste em fazer com que cada termo da equao tenha, alm

    de constantes, um nico tipo de varivel. A segunda etapa a resoluo da equao diferencial e

    consiste na aplicao dos mtodos de integrao.

    2.1 CURVAS INTEGRAIS:

    Geometricamente, a primitiva a equao de uma famlia de curvas e uma soluo

    particular a equao de uma dessas curvas. Estas curvas so denominadas curvas integrais da

    equao diferencial.

    xdx

    dy2

    2.2 SOLUO:

    a funo que quando substituda na equaodiferencial a transforma numa identidade. As

    solues podem ser:

    Soluo geral: A famlia de curvas que verifica a equao diferencial, (a primitiva de uma equao diferencial) contem tantas constantes arbitrrias quantas forem as unidades

    de ordem da equao.

    Soluo particular: soluo da equao deduzida da soluo geral, impondo condies iniciais ou de contorno. Geralmente as condies iniciais sero dadas para o instante

    inicial. J as condies de contorno aparecem quando nas equaes de ordem superior os

    valores da funo e de suas derivadas so dadas em pontos distintos.

    Soluo singular: Chama-se de soluo singular de uma equao diferencial envoltria da famlia de curvas, que a curva tangente a todas as curvas da famlia. A

    soluo singular no pode ser deduzida da equao geral. Algumas equaes diferenciais

    no apresentam essa soluo. Esse tipo de soluo ser visto mais adiante.

    As solues ainda podem ser:

    Soluo explcita: Uma soluo para uma EDO que pode ser escrita da forma )x(fy

    chamada soluo explcita.

    Soluo Implcita: Quando uma soluo pode apenas ser escrita na forma 0)y,x(G

    trata-se de uma soluo implcita.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    14

    Exemplo:

    Consideremos a resoluo da seguinte EDO: xdx

    dy1

    cxxy

    dxxdy

    23

    3

    2

    1

    A soluo geral obtida obviamente uma soluo explicita.

    Por outro lado, pode-se demonstrar que a EDO:

    2

    2

    xxy

    y

    dx

    dy

    tem como soluo: x

    y

    Cey , ou seja, uma soluo implcita.

    Exemplo:

    Verifique que 16

    xy

    4

    uma soluo para a equao 21

    xydx

    dy no intervalo ),( .

    Resoluo:

    Uma maneira de comprovar se uma dada funo uma soluo escrever a equao

    diferencial como 0xydx

    dy 21

    e verificar, aps a substituio, se a diferena acima 21

    xydx

    dy

    zero paratodo x no intervalo.

    4

    x

    dx

    dy

    16

    x4

    dx

    dy 33

    Substituindo na E.D., temos

    044

    044

    0164

    332321

    43

    xxxx

    xxx

    x

    Esta condio se verifica para todo Rx

    2.3 PROBLEMA DE VALOR INICIAL (PVI)

    Seja a equao diferencial de primeira ordem ),( yxfdx

    dy sujeita a condio inicial

    00 y)x(y , em que 0x um nmero no intervalo I e 0y um nmero real arbitrrio, chamado de

    problema de valor inicial. Em termos geomtricos, estamos procurando uma soluo para a equao

    diferencial definida em algum intervalo I tal que o grfico da soluo passe por um ponto (xo, yo)

    determinado a priori.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    15

    Seja xe.cy a famlia a um parmetro de solues para y'=y no intervalo ),( . Se

    especificarmos que y(0) = 3, ento substituindo x = 0 e y = 3 na famlia, temos:

    x0 e.3ye3ce.c3

    Se especificarmos que y(1) = 3, ento temos:

    1xx111 e3ye.e3yee.3ce.c3

    Ser que a equao diferencial )y,x(fdx

    dy possui uma soluo cujo grfico passa pelo

    ponto (xo, yo)? Ainda, se esta soluo existir, nica?

    As funes y = 0 e 16

    xy

    4

    so solues para o problema de valor inicial

    0)0(y

    xydx

    dy 21

    Podemos observar que o grfico destas solues passam pelo ponto (0,0). Desta forma,

    deseja-se saber se uma soluo existe e, quando existe, se a nica soluo para o problema.

    2.4 TEOREMA DA EXISTNCIA DE UMA NICA SOLUO

    Seja R uma regio retangular no plano xy definida por bxa , dyc , que contm o

    ponto )y,x( 00 em seu interior. Se )y,x(f e dy

    df so contnuas em r, ento existe um intervalo I,

    centrado em x0 e uma nica funo y(x) definida em I que satisfaz o problema de valor inicial

    )y,x(fdx

    dy , sujeito a 00 y)x(y .

    Trs perguntas importantes sobre solues para uma EDO.

    1. Dada uma equao diferencial, ser que ela tem soluo?

    2. Se tiver soluo, ser que esta soluo nica?

    3. Existe uma soluo que satisfaz a alguma condio especial?

    Para responder a estas perguntas, existe o Teorema de Existncia e Unicidade de soluo

    que nos garante resposta para algumas das questes desde que a equao tenha algumas

    caractersticas.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    16

    Teorema: Considere o problema de valor inicia

    00 )(

    )()(

    yxy

    xqyxpdx

    dy

    Se p(x) e q(x) so continuas em um intervalo aberto I e contendo x 0 , ento o problema de

    valor inicial tem uma nica soluo nesse intervalo.

    Alertamos que descobrir uma soluo para uma Equao Diferencial algo similar ao

    clculo de uma integral e ns sabemos que existem integrais que no possuem primitivas, como o

    caso das integrais elpticas. Dessa forma, no de se esperar que todas as equaes diferenciais

    possuam solues.

    2.5 EQUAES DIFERENCIAIS AUTNOMAS

    As equaes diferenciais da forma

    yfdx

    dy (2)

    so chamadas de autnomas.

    Utilizando a manipulao formal introduzida por Liebnitz (1646-1716), podemos escrever a

    equao (2) na forma:

    )(

    1

    yfdx

    dy (3)

    Cuja resoluo :

    y

    y

    dyyf

    yxyx0

    )(

    1)()(

    0 (4)

    Para justificar a equao (4) necessitamos que )(

    1

    yf seja bem definida no intervalo de

    interesse A, onde 0)( yf e que seja contnua neste intervalo A. Pois, como 0)(

    1

    yfdy

    dx em

    A , o Teorema da Funo Inversa garante que existe uma funo inversa da funo )(yx , isto ,

    )(xFy tal que )(yfdx

    dF em A , o que justifica o procedimento formal.

    Portanto, a soluo do problema de condio inicial

    00)(

    )(

    yxy

    yfdx

    dy

    (5)

    obtida pela soluo do problema

    00)(

    )(

    1

    xyxyfdy

    dx

    (6)

    e com a inverso da funo )(yx .

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    17

    As equaes autnomas aparcem na formulao de uma grande quantidade de modelos.

    Sempre que uma lei de formao afrma que: a taxa de variao de uma quantidade y(t)

    proporcional a esta mesma quantidade, temos uma equao autnoma da forma

    kydx

    dy (7)

    Como, kyyf )( , ento 0*)( yf se 0*y . Devemos procurar solues separadamente

    nos dois intervalos 0 y e y0 .

    Considerando inicialmente o problema de Cauchy

    0)(00

    yxy

    kydx

    dy

    (8)

    E seu problema inverso

    00)(

    1

    xyxkydy

    dx

    (9)

    Cuja soluo inversa dada por

    y

    yxyxy

    y

    kxyy

    kxdy

    kyxCdy

    kyyx

    0000

    0000

    )(

    ln1

    lnln111

    )(

    ou seja,

    )(

    00

    0

    0)(lnxxk

    eyyxxky

    y para x R.

    Considere a equao autnoma

    akydx

    dy

    sua soluo geral, para k

    ay , obtida considerando-se sua forma diferencial

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    18

    Cakyk

    x

    dxdyaky

    dxdyaky

    ln1

    1

    1

    Portanto,

    k

    ayea

    kyeaky CxkCxk ,

    1 )()(

    Neste caso, k

    ay e a soluo de equilbrio.

    3. EQUAES DE PRIMEIRA ORDEM E PRIMEIRO GRAU

    So equaes de 1a ordem e 1o grau:

    ),( yxFdx

    dy ou 0 NdyMdx

    em que M = M(x,y) e N = N(x,y).

    Estas funes tm que ser contnuas no intervalo considerado (- , )

    3.1 EQUAES DE VARIVEIS SEPARVEIS

    A equao diferencial 0),(),( dyyxNdxyxM ser de variveis separveis se:

    M e N forem funes de apenas uma varivel ou constantes.

    M e N forem produtos de fatores de uma s varivel.

    Isto , se a equao diferencial puder ser colocada na forma 0)()( dyyQdxxP , a equao chamada equao diferencial de variveis separveis.

    3.1.1 RESOLUO:

    Para resolvermos tal tipo de equao diferencial, como o prprio nome j diz, deveremos

    separar as variveis, isto , deveremos deixar o coeficiente da diferencial dy como sendo uma

    funo exclusivamente da varivel y, e ento integramos cada diferencial, da seguinte forma:

    CdyyQdxxP ).().(

    Exemplos:

    Resolver as seguintes equaes:

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    19

    1) 13 xdx

    dy

    2) 0 xdyydx

    3) 04

    dyy

    xxdx

    4) 0secsec. xdytgyydxtgx

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    20

    5) 01)1(222 dyxdxyx

    6) xyx

    y

    dx

    dy

    )1(

    12

    2

    7) 2

    2

    1

    1

    x

    y

    dx

    dy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    21

    8) Resolva o problema de valor inicial

    AULA 03 EXERCCIOS

    1) Verifique quexxey uma soluo para

    a equao 0y'y2"y no intervalo

    ),( .

    Resolver as seguintes equaes diferenciais.

    2) 0.1

    dx

    dytgy

    x

    3) 0)1(4 22 dyxdxxy

    4) 0)3()2( dyxdxy

    5) 0)1( 2 dyxxydx

    6) 42

    2

    x

    e

    dx

    dy y

    7) 0)1()1( 3232 dyxydxyx

    8) dx

    dyxyy

    dx

    dyxa

    2

    9) 0tansectansec 22 xdyyydxx

    10) (x2 + a2)(y2 + b2)dx + (x2 a2)(y2 b2)dy = 0

    11) 0)1( ydxdyx

    12) 0)1( 2 xydxdyx

    13) 0cos xydx

    dy

    14) xydx

    dycos3

    15) 0)2(324

    dyeydxxyx

    Respostas:

    1) Esta condio se verifica para todo

    nmero real.

    2) x cos y = C

    3) Cy

    1)1xln(2 2

    4) (2 + y)(3 x) = C

    5) C y2 = 1 + x2

    6) C2

    xarctge y2

    7) Cy

    1

    x

    1

    2

    1

    y

    xln

    22

    8) y

    y

    k

    a aex

    ln

    2

    9) tg x . tg y = C

    10) Cb

    yarctg.b2y

    ax

    axlnax

    11) y = c(x 1)

    12) C.x1y 2

    13) senxe

    Ky

    14) senxCey 3

    15) Cy

    6

    y

    9)1x3(e

    3

    x3

    1)0(,42 yydx

    dy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    22

    AULA 4

    3.2 EQUAES HOMOGNEAS

    3.2.1 FUNO HOMOGNEA

    Uma funo f = f(x, y) denominada homognea de grau k se, para todo t R, vale a relao f(tx, ty) = tk f(x, y). Uma funo f = f(x, y) homognea de grau 0 se, para todo t R, vale a relao f(tx, ty) = f(x, y)

    Exemplos:

    1) A funo f(x, y) = x2 + y2 homognea de grau 2,

    pois )y,x(ft)yx(tytxt)ty()tx()ty,tx(f 2222222222

    2) 4y

    x)y,x(g

    2

    2

    homognea de grau zero pois,

    )y,x(ft4y

    xt4

    y

    x4

    yt

    xt4

    )ty(

    )tx()ty,tx(g 0

    2

    20

    2

    2

    22

    22

    2

    2

    3) f(x,y) = 2x3 + 5xy2 homognea de grau trs pois,

    )y,x(ft)xy5x2(txyt5xt2)ty(tx5)tx(2)y,x(f 3233233323

    Se f(x, y) for uma funo homognea de grau n, note que podemos escrever

    x

    y,1fx)y,x(f n e

    1,

    y

    xfy)y,x(f n so ambas homogneas de grau n.

    Exemplo:

    Seja 22 yxy3x)y,x(f homognea de grau 2. Logo,

    x

    y,1fx

    x

    y

    x

    y.31x

    x

    y

    x

    y31x)y,x(f 2

    22

    2

    22

    1,

    y

    xfy1

    y

    x3

    y

    xy1

    x

    y3

    y

    xy)y,x(f 2

    22

    2

    22

    3.2.2 EQUAO HOMOGNAS

    A equao 0dy)y,x(Ndx)y,x(M ser chamada de equao diferencial homognea se

    M e N forem funes homogneas de mesmo grau.

    Exemplos:

    1) xy

    yx

    dx

    dy 22

    2) 2

    2

    'y

    xy

    3)

    x

    yarctgy'

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    23

    3.2.2.1 Resoluo:

    Seja a equao homognea Mdx + Ndy = 0

    Tem-se:

    N

    M

    dx

    dy

    Dividindo-se o numerador e o denominador do segundo membro por x elevado a potencia

    igual ao grau de homogeneidade da equao, resultar uma funo de y/x.

    x

    yF

    dx

    dy (1)

    necessrio, no entanto, substituir a funo y/x por uma outra que permita separar as

    variveis.

    Dessa forma, substitui-se x

    y por u.

    xuy . (2)

    Derivando y=x.u em relao ax tem-se

    dx

    duxu

    dx

    dy

    (3)

    Substituindo (2) e (3) em (1), temos:

    x

    dx

    uuF

    du

    uuFdx

    dux

    uFdx

    duxu

    )(

    )(

    )(

    Que uma equao de variveis separveis.

    Em resumo:

    Pode-se resolver uma Equao Diferencial Homognea, transformando-a em uma equao

    de variveis separveis com a substituio y = x.u, onde u = u(x) uma nova funo incgnita.

    Assim, dy = xdu + udx uma equao da forma y = f(x, y) pode ser transformada em uma equao

    separvel.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    24

    Exemplo:

    02)( 22 xydydxyx

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    25

    AULA 04 EXERCCIOS

    Resolva as seguintes equaes:

    1) (x y) dx (x + y) dy = 0

    2) (2x y) dx (x + 4y) dy = 0

    3) (x2 + y2) dx + (2x + y)y dy = 0

    4) (x + y) dx + (y x) dy = 0

    5) (x2 + y2) dx xy dy = 0

    6) 044

    2

    2

    2

    2

    dx

    dyyxy

    dx

    dyy

    7) Determine a soluo de (x2 3y2)dx + 2xydy = 0 sujeita a condio inicial 1)2(y .

    8) Determine a soluo de 0xydy6dx)y3x2( 22 sujeita a condio inicial

    3

    1)1(y

    Respostas:

    1) y2 + 2xy x2 = K

    2) Kyyxx 22 422

    3) y3 + 3xy2 + x3 = k

    4)

    Cx

    yarctgyx

    ou

    x

    yarctgyxC

    22

    22

    1

    ln

    ln

    5) 2

    2

    2 x

    y

    kex

    6) Cxyx 23 22

    7) xxy8

    31

    8) 1xy9x2 23

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    26

    AULA 5

    3.3 EQUAES REDUTVEIS S HOMOGNEAS E EQUAES REDUTVEIS AS DE VARIVEIS SEPARADAS

    So as equaes que mediante determinada troca de variveis se transformam em equaes

    homogneas ou em equaes de variveis separveis.

    So equaes da forma:

    222

    111

    cybxa

    cybxaF

    dx

    dy

    onde a1, a2, b1, b2, c1 e c2 so constantes.

    Observemos que a equao acima no de variveis separveis porque temos uma soma das

    variveis x e y e tambm no homognea pela existncia de termos independentes, portanto

    deveremos eliminar ou a soma ou o termo independente. O que equivale a efetuar uma translao de

    eixos.

    Para esse tipo de equao tem dois casos a considerar:

    3.3.1 O DETERMINANTE 22

    11

    ba

    ba DIFERENTE DE ZERO

    Resoluo:

    Seja o sistema (1)

    0

    0

    222

    111

    cybxa

    cybxa cuja soluo dada pelas razes x e y .

    A substituio a ser feita ser:

    dvdyvy

    dudxux

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    27

    Observa-se que, geometricamente, equivaleu a uma translao dos eixos coordenados para

    o ponto ( , ) que a interseo das retas componentes do sistema (1), o que verdadeiro, uma

    vez eu o determinante considerado diferente de zero.

    Assim sendo, a equao transformada ser:

    22222

    11111

    cbavbua

    cbavbuaF

    du

    dv

    Como e so as razes do sistema:

    vbua

    vbuaF

    du

    dv

    22

    11

    que uma equao homognea do tipo visto anteriormente.

    Exemplo:

    Resolver a equao23

    132

    yx

    yx

    dx

    dy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    28

    3.3.2 O DETERMINANTE 22

    11

    ba

    ba IGUAL A ZERO.

    Assim, observe-se que o mtodo aplicado no 1o caso no far sentido, de vez que as retas

    no sistema seriam paralelas e sua interseo seria verificada no infinito (ponto imprprio). A

    equao se reduzir a uma de variveis separveis.

    Como 22

    11

    ba

    ba = 0, os coeficientes de x e y so proporcionais, de modo que se pode

    escrever:

    2221 baba 1

    2

    1

    2

    b

    b

    a

    a

    (1)

    Chamando a relao constante (1) de m, pode-se escrever:

    1

    2

    1

    2

    1

    2

    c

    cm

    b

    b

    a

    a

    12

    12

    mbb

    maa

    Assim:

    211

    111

    )( cybxam

    cybxaF

    dx

    dy

    Fazendo tybxa 11 , e sendo )(xft , tem-se:

    )(1

    1

    1

    xatb

    y

    Derivando em relao a x:

    1

    1

    1a

    dx

    dt

    bdx

    dy

    Equao transformada:

    2

    11

    1

    1

    cmt

    ctFa

    dx

    dt

    b

    )(11 tGbadx

    dt

    que uma equao de variveis separveis.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    29

    Exemplo: Resolver a equao 136

    12

    yx

    yx

    dx

    dy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    30

    AULA 5 - EXERCCIOS

    1) 0dy)1yx3(dx)y3x2(

    2) 0dy)5yx2(dx)4y2x(

    3) 0dy)8y5x(dx)xy3(

    4) 0dy)2y3x2(dx)1y3x2(

    5) yx1

    y3x31

    dx

    dy

    6) 0dy)1y6x2(dx)3y3x(

    7) 2y4x3

    1y3x

    dx

    dy

    Respostas:

    1) 2x2 6xy + y2 + 2y = K

    2) (y x + 1)3 = K(x + y 3)

    3) k212x

    )4y(5arctg2)12x()4y)(12x(4)4y(5ln 22

    4) 3x + 3y = - 9ln(2x + 3y 7) + C

    5) 3x + y + ln(x + y -1)2 = K

    6) x - 2y + 7ln(x - 3y - 10) = C

    7) x2 - 4y2 - 6xy - 2x + 4y = K

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    31

    AULA 6

    3.4 EQUAES DIFERENCIAIS EXATAS

    Uma equao do tipo M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0 (1) denominada diferencial exata, se

    existe uma funo U(x,y) tal que dU(x,y) = M(x,y)dx + N(x,y)dy. A condio necessria e

    suficiente para que a equao (1) seja uma diferencial exata que:

    x

    N

    y

    M

    Dada a equao diferencial exata Mdx+Ndy=0 (1) e seja u=f(x,y)=C sua soluo, cuja

    diferencial dada por:

    dyy

    udx

    x

    udu

    (2)

    Ento, comparando (1) e (2) teremos:

    ),( yxMx

    u

    (3)

    e

    ),( yxNy

    u

    (4)

    Para obtermos a sua soluo ),( yxfu deveremos integrar, por exemplo,a expresso

    (3), em relao varivel x, da qual teremos

    )(),(),( ygdxyxMyxf

    (5)

    Derivando parcialmente (5) em relao y teremos:

    )('),(

    ygy

    dxyxM

    y

    f

    (6)

    Igualando (6) e (4) resulta:

    ),()('),(

    yxNygy

    dxyxM

    .

    Isolando g(y) e integrando em relao a y acharemos:

    1

    ),(),()( Cdy

    y

    dxyxMyxNyg

    (7)

    Substituindo (7) em (5) teremos a soluo geral da equao exata, que :

    Cdyy

    dxyxMyxNdxyxMyxf

    ),(

    ),(),(),(

    Logo, a soluo da forma

    Cdy

    y

    PNMdxyxU ),(

    onde costuma-se denotar MdxP

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    32

    Exemplos:

    1) 02)( 22 xydydxyx

    2) 0)23()12( dyyxdxyx

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    33

    AULA 06 EXERCCIOS

    1) (x3 + y2) dx + ( 2xy + cos y) dy = 0

    2) ey dx + ( xey 2y) dy = 0

    3) 2xy dx + x2 dy = 0

    4) senh x.cosy dx = coshx.seny dy

    5) 0)( 22 drrdre

    Respostas:

    1) Ksenyxyx

    24

    4

    2) Cyxe y 2

    3) x2y = K

    4) coshxcosy = K

    5) Kre 22

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    34

    AULA 7

    3.4.1 FATOR INTEGRANTE

    Nem sempre a ED exata, ou seja, Mdx + Ndy = 0 no satisfaz, isso : x

    N

    y

    M

    .

    Quando isso ocorre vamos supor a existncia de uma funo F(x, y) que ao multiplicar toda

    a ED pela mesma resulta em uma ED exata, ou seja, F(x,y)[Mdx +Ndy] = 0, e esta uma ED exata.

    Se ela exata, existe cteyxu ),( e MFdx

    u.

    e NF

    dy

    u.

    Tomando a condio de exatido FNdx

    FMy

    Fx

    NN

    x

    FF

    y

    MM

    y

    F

    e achar F por aqui loucura!!!!!!!

    Vamos supor ento que F(x,y) = F(x)

    x

    NFN

    x

    F

    y

    MF

    dividindo tudo por FN 0 e organizando, temos:

    x

    N

    Nx

    F

    Fy

    M

    N

    111

    x

    N

    Ny

    M

    Nx

    F

    F

    111

    x

    N

    y

    M

    Nx

    F

    F

    11

    reescrevendo: dxx

    N

    y

    M

    NdF

    F

    11

    integrando: CdxxRF )(ln

    dxxRexF

    )(.)(

    onde:

    x

    N

    y

    M

    NxR

    1)(

    analogamente, supondo F(x,y) = F(y) que torne exata FMdx + FNdy = 0 teremos:

    dyyReyF

    )(.)(

    onde:

    x

    N

    y

    M

    MxR

    1)(

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    35

    Em resumo:

    Quando a expresso Mdx + Ndyno diferencial exata, isto , x

    N

    y

    M

    , mostra-se que h

    uma infinidade de funes ),( yxF , tais que )( NdyMdxF uma diferencial exata.

    A esta funo ),( yxF , d-se o nome de fator integrante.

    F(x): F(y):

    x

    N

    y

    M

    NxR

    1)(

    x

    N

    y

    M

    MyR

    1)(

    dxxR

    exF)(

    )(

    dyyR

    eyF)(

    )(

    Exemplos:

    Resolver as seguintes equaes diferenciais transformando em exatas atravs do fator

    integrante.

    1) y2 dx + (xy + 1) dy = 0

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    36

    2) (x2 y2) dx + 2xy dy = 0

    AULA 07 EXERCCIOS

    1) (2cos y + 4x2) dx = x sen y dy

    2) 2x tg y dx + sec2 y dy = 0

    3) seny dx + cos y dy = 0

    4) Encontre a soluo particular

    de dx)yx(xydy2 22 para

    2)1(y

    5) 0xdy2dx)xy( 2

    6) 0xdylnxdx)yx(

    7) 2222 yxy

    xdy

    y

    dy

    yx

    dx

    Respostas:

    1) x2 cos y + x4 = C

    2) Ctgyex

    2

    3) Ceseny x .

    4) xxy 32

    5) k5

    x2xy2

    25

    6) kxlnyx

    7) Kyxx 22

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    37

    AULA 8

    3.5 EQUAES LINEARES:

    Uma equao diferencial linear de 1a ordem e 1o grau tem a forma:

    )()( xQyxPdx

    dy

    (1)

    Se Q(x) = 0, a equao dita homognea ou incompleta; enquanto, se Q(x) 0, a equao

    dita no-homognea ou completa. Analisaremos dois mtodos de soluo de equaes diferenciais

    desse tipo a saber:

    3.5.1 FATOR INTEGRANTE:

    Este mtodo consiste na transformao de uma equao linear em outro do tipo diferencial

    exata, cuja soluo j estudamos anteriormente. Posto isto, vamos retornando equao original de

    nosso problema:

    QPydx

    dy

    Vamos reescrever esta ltima sob a forma

    0)( dydxQPy

    Multiplicando ambos os membrospor Pdxe (fator integrante) obtemos a expresso

    0 dyedxQPyePdxPdx

    . Aqui, identificamos as funes M e N:

    QPyeMPdx

    e

    PdxeN

    Derivando M com relao a y e N com relao a x, obtemos:

    PdxPe

    y

    Me

    PdxPe

    x

    N

    confirmando assim, que a equao transformada uma equao diferencial exata.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    38

    Exemplo1:

    Resolver a equao 2 xx

    y

    dx

    dy por fator integrante:

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    39

    3.5.2 SUBSTITUIO OU DE LAGRANGE:

    Esse mtodo foi desenvolvido por Joseph Louis Lagrange1 (matemtico francs: 1736-1813)

    criador da Mecnica Analtica e dos processos de Integrao das Equaes de Derivadas Parciais. O

    mtodo consiste na substituio de y por Z.t na equao (1), onde t = (x) e Z= )(x , sendo Z

    a nova funo incgnita e t a funo a determinar, assim y = Z.t.

    Derivando em relao a x, tem-se:

    dx

    dZt

    dx

    dtZ

    dx

    dy (2)

    Substituindo (2) em (1) vamos obter:

    QPZtdx

    dZt

    dx

    dtZ

    Qdx

    dZtPt

    dx

    dtZ

    (3)

    Para integral a equao (3), examina-se dois casos particulares da equao (1) a saber:

    i) P = 0, ento dy = Qx, logo, CQdxy (4)

    ii) Q = 0, ento 0 Pydx

    dy (equao homognea) que resulta em dy + Pydx = 0 que de

    variveis separveis. Da, 0 Pdxy

    dy. Integrando essa ltima, resulta em PdxCyln .

    Aplicando a definio de logaritmo, passamos a escrever a soluo PdxCPdxC eeey . Fazendo

    Cek , temos Pdx

    key (5) que representa a soluo da equao homognea ou incompleta.

    Agora, vamos pesquisar na equao (3) valores para t e Z, uma vez que y=Z.t, teremos a

    soluo da equao (1) que uma equao linear completa (no-homognea). Se igualarmos os

    coeficientes de Z a um certo fator, o valor da obtido poder ser levado ao resto da equao,

    possibilitando a determinao de Z uma vez que t pode ser determinado a partir desta condio.

    Assim, vamos impor em (3), que o coeficiente de Z seja nulo. Feito isto, 0 Ptdx

    dt (6), que da

    mesma forma j estudada no caso ii. Assim, Pdx

    ket . Substituindo este resultado em Qdx

    dZt

    obtemos Qdx

    dZke

    Pdx

    . Da, Qekdx

    dZ Pdx1

    e Qdxek

    dZPdx

    1. Integrando este ltimo

    1

    (Turim, 25 de janeiro de 1736 Paris, 10 de abril de 1813)foi um matemtico francs de origem italiana criador da Mecnica Analtica e

    dos processos de Integrao das Equaes de Derivadas Parciais

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Turimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_janeirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1736http://pt.wikipedia.org/wiki/Parishttp://pt.wikipedia.org/wiki/10_de_abrilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1813

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    40

    resultado, temos CQdxek

    ZPdx

    1

    (7). Lembrando que y = Z.t, vamos obter, substituindo t e

    Z:

    CQdxe

    kkey

    PdxPdx 1, onde resulta, finalmente em:

    Cdx.Q.eeyPdxPdx

    (8)

    que a soluo geral da equao (1)

    Exempo 2:

    Resolver a equao 2 xx

    y

    dx

    dy por Lagrange

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    41

    AULA 8 EXERCCIOS

    1) 0cot

    x

    x

    x

    y

    dx

    dy

    2) xydx

    dyx arctan)1( 2

    3) xyxdx

    dycos.tan

    4) xx

    y

    dx

    dy

    5) 32 x

    x

    y

    dx

    dy

    6) xxydx

    dysintan

    7) Achar a soluo particular para 0)0(y em x

    xydx

    dy

    cos

    1tan.

    8) Resolver o problema de valor inicial 3)0(,2 yxxydx

    dy

    Respostas:

    1) Cxx

    y )ln(sin1

    2) xeCxy arctan.1arctan

    3) xCxxy sec2sin4

    1

    2

    11

    4) 2xCxy

    5) 2

    4

    6

    1

    x

    Cxy

    6)

    C

    xxy

    2

    sinsec

    2

    7) x

    xy

    cos

    8) 2xe

    2

    7

    2

    1y

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    42

    AULA 9

    3.6 EQUAES NO LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM REDUTVEIS A LINEARES:

    Resolver equaes diferenciais no lineares muito difcil, mas existemalgumas delas que

    mesmo sendo no lineares, podem ser transformadasem equaes lineares. Os principais tipos de

    tais equaes so:

    3.6.1 EQUAES DE BERNOULLI:

    Equao da forma:

    nyxQyxP

    dx

    dy)()(

    (1)

    para 1n e 0n , onde P(x) e Q(x) so funes continuas conhecidas como equao de Bernoulli2. Nesse caso, a idia realizar uma substituio na equao acima, demodo a transform-la em uma

    EDO linear.

    Pois, se:

    n = 0 y + P(x)y = g(x) caso anterior n = 1 y + [P(x) g(x)] y = 0 caso anterior e homognea

    Soluo:

    Transformao de varivel:

    Substitui por tyn 1

    Deriva-se em relao a x:

    dx

    dt

    dx

    dyyn n )1(

    (2)

    Substituindo (1), que :

    nQyPy

    dx

    dy PyQy

    dx

    dy n

    em (2) temos:

    dx

    dtPyQyyn nn )1(

    dx

    dtPyQn n 11

    2

    Jakob Bernoulli, ou Jacob, ou Jacques, ou Jacob I Bernoulli (Basileia, 27 de Dezembro de 1652 - Basileia, 16 de agosto de 1705), foi o

    primeiro matemtico a desenvolver o clculo infinitesimal para alm do que fora feito por Newton e Leibniz, aplicando-o a novos problemas.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    43

    Como ty n 1 , temos:

    dx

    dtPtQn ))(1(

    QntPndx

    dt)1(])1[(

    Tornando-se assim uma equao linear a ser resolvida pelo mtodo anterior.

    Exemplo:

    232

    xyx

    y

    dx

    dy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    44

    AULA 09 EXERCCIOS

    1) 33 yxxy

    dx

    dy

    2) xyydx

    dyx ln2

    3) 33 yxy

    dx

    dyx

    4) yxyxdx

    dy

    4

    5) 022 xy

    dx

    dyxy

    6) 3xyxy2

    dx

    dy

    7) 2xyy

    x

    1

    dx

    dy

    Respostas:

    1) 2

    .1

    1

    2 xeCxy

    2) Cxex

    y

    ).ln(

    1

    3) 1.22223 yxCyx

    4)

    2

    4 ln2

    1

    Cxxy

    5) x

    Cxy ln.2

    6) Ke

    ey

    x

    x

    2

    2

    2

    22 2

    7) Cxx

    1y

    2

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    45

    AULA 10

    3.6.2 EQUAO DE RICATTI

    A equao de Jacopo Francesco Riccati3 da forma:

    )()()(2 xRyxQyxP

    dx

    dy

    (1)

    onde P, Q e R designam funes de x. Observamos que, quando P(x)=0 temos a equao linear e,

    quando R(x) = 0 temos a equao de Bernoulli. Joseph Liouville4 mostrou que a soluo da

    equao de Riccati s possvel quando se conhece uma soluo particular y0. Caso contrrio, ela

    s integrvel atravs de uma funo transcendente5.

    Resoluo:

    Conhecendo-se uma soluo particular 0y da equao (1), pode-se resolver facilmente a

    equao fazendo a seguinte mudana de varivel:

    zyy 0 (2)

    onde 0y e z dependem de x .

    Como 0y soluo, temos:

    RQyPydx

    dy 0

    2

    00

    (3)

    Por outro lado, derivando (2) tem-se:

    dx

    dz

    dx

    dy

    dx

    dy 0 (4)

    Substituindo (2) e (4) na equao (1) :

    RzyQzyPdx

    dz

    dx

    dy )()( 0

    2

    00

    Desenvolvendo e agrupando os termos:

    RQyPyzQPyPzdx

    dz

    dx

    dy 0

    2

    00

    20 )2( (5)

    3(Veneza, 28 de Maio de 1676 - Treviso, 15 de Abril de 1754) foi um matemtico e fsico italiano que efetuou trabalhos sobre hidrulica

    que foram muito importantes para a cidade de Veneza. Ele prprio ajudou a projetar os diques ao longo de vrios canais. Considerou diversas classes

    de equaes diferenciais mas conhecido principalmente pela Equao de Riccati, da qual ele faz um elaborado estudo e deu solues em alguns casos especiais.

    4(Saint-Omer, Pas-de-Calais, 24 de Maro de 1809 - Paris, 8 de setembro de 1882) foi um matemtico francs. 5

    Uma funo chamada de transcendente quando no algbrica (pode ser expressa em termos de somas, diferenas, produtos, quocientes

    ou razes de funes polinomiais). As funes trigonomtricas, exponenciais e logartmicas so exemplos de funes transcedentes.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    46

    Substituindo (3) em (5) e reagrupando, resulta em:

    2

    0)2( PzzQPy

    dx

    dz (6)

    que uma equao de Bernoulli na varivel z, cuja soluo j foi desenvolvida.

    Em resumo:

    Para sua resoluo algbrica deveremos conhecer uma soluo particular y = y0 qualquer de

    (1), na qual a mudana de variveis y = z + y0, ir eliminar o termo independente R(x)

    transformando a equao de Riccatti numa equao de Bernoulli.

    Exemplo:

    Mostrar que xy soluo particular da equao 0121 223 yxxydx

    dyx

    e

    procurar a soluo geral.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    47

    AULA 10 EXERCCIOS

    1) Verificar se y = x soluo particular da equao 32

    2

    x

    y

    x

    y

    dx

    dy. Em caso afirmativo,

    calcular a soluo geral.

    2) Mostrar que x

    y1

    soluo particular da equao 2

    2 2

    xy

    dx

    dy e calcular a sua soluo

    geral.

    3) Sabendo que y = 1 soluo particular da equao 1)12( 2 xxyyxdx

    dy calcular a

    sua soluo geral.

    4) Calcular a soluo da equao 11

    121 2

    xy

    xy

    xdx

    dy sabendo que y = x soluo

    particular.

    5) Dar a soluo geral da equao 0232 yydx

    dy sabendo que y = - 1 soluo

    particular.

    Respostas:

    1) 1

    34

    5

    Kx

    xKxy

    2) kx

    x

    xy

    3

    231

    3) Cxe

    Cxey

    x

    x

    )1(

    )2(

    4) 2

    322

    xk

    xxkxy

    5) 1

    2

    x

    x

    Ce

    Cey

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    48

    AULA 11

    4. EQUAES DE 1A ORDEM E GRAU DIFERENTE DE UM

    4.1 ENVOLTRIAS E SOLUES SINGULARES

    4.1.1 DEFINIES:

    Curvas integrais: Famlia de curvas que representa a soluo geral de uma equao

    diferencial.

    Envolvida: cada uma das curvas integrais. Representa geometricamente uma soluo

    particular da equao.

    Envoltria: Tomando-se como exemplo a famlia de curvas dependentes de um parmetro

    0),y,x(f , define-se como envoltriaa curva tangente a todas as linhas que constituem a

    famlia de curvas integrais.

    Assim sendo, pode-se afirmar que existe uma ou mais envoltrias para uma mesma famlia,

    como tambm poder no haver nenhuma. Por exemplo, uma famlia de circunferncias

    concntricas no apresenta envoltria.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    49

    4.1.2 EQUAO DA ENVOLTRIA

    Seja 0),y,x(f uma famlia de curvas dependentes do parmetro . Define-se como

    envoltria a curva que tangente a toda a linha que constituem a famlia de curvas. Pode-se existir

    uma ou mais envoltrias para uma mesma famlia de curvas, como tambm poder no haver

    nenhuma. As curvas que forma a famlia so chamadas envolvidas. Geralmente, a envoltria

    definida pelo sistema:

    0),,(

    0),,(

    yxfyxf

    (1)

    cuja equao pode ser obtida pela eliminao do parmetro em (1). Tambm podemos obter a equao da envoltria sob a forma paramtrica, resolvendo o sistema para x e y.

    Exemplo:

    Obter a envoltria de uma famlia de circunferncia com centro sobre o eixo x e raio igual

    a 5.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    50

    4.1.3 SOLUES SINGULARES

    Uma equao diferencial no linear de 1a ordem pode se escrita na forma alternativa

    0,,

    dx

    dyyxF

    Foi visto que uma equao diferencial pode apresentar trs tipos de soluo:

    geral particular singular (eventualmente)

    A soluo geral do tipo 0)C,y,x(f , que representa uma famlia de curvas (curvas

    integrais), a cada uma das quais est associada uma soluo particular da equao dada.

    A envoltria dessa famlia de curvas (caso exista) representa a soluo singular da equao

    original.

    De fato, o coeficiente angular da reta tangente em um ponto de coordenadas 00 y,x da

    envoltria e da curva integral corresponde a0

    0

    dx

    dy. Alm disso, tem-se que os elementos 00 y,x e

    0

    0

    dx

    dyde cada ponto da envoltria satisfazem equao acima, pois so elementos de uma curva

    integral. Portanto, a envoltria uma soluo da equao que no resulta da fixao da constante C

    , e por esta razo, uma soluo singular.

    Exemplo:

    Determinar a soluo geral e a soluo singular da equao 2

    22 x

    dx

    dyx

    dx

    dyy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    51

    AULA 11 EXERCCIOS

    1) Dar a envoltria das seguintes famlias de curvas:

    a)

    1

    4 2 xy

    b) 0)2(2 222 yyx

    2) Obter a soluo singular da equao 122

    2

    y

    dx

    dyy

    3) Achar a soluo geral e a soluo singular da equao:

    2

    dx

    dy

    dx

    dyxy

    Respostas

    1) a ) xy 273

    b) 042 yx

    2) 1y

    3) 2CCxy (soluo geral)

    4

    2xy (soluo singular)

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    52

    AULA 12

    4.1.4 EQUAO DE CLAIRAUT

    A Equao de Clairaut6 tem a forma

    dx

    dy

    dx

    dyxy .

    Resoluo:

    Chamando pdx

    dy

    a equao de Clairaut fica pxpy (1)

    Derivando a equao anterior em relao a x, teremos:

    dx

    dppp

    dx

    dpx

    dx

    dy)('1.

    0)(' pxdx

    dp (2)

    0dx

    dp Cp

    A soluo geral dada substituindo-se em (1) p pelo seu valor C

    Assim, )(CCxy a soluo geral da equao de Clairaut (famlia de retas)

    De (2), tem-se:

    0)(' px (3)

    xp )('

    Eliminando-se p entre (1) e (3) tem-se uma relao F(x,y)=0 que representa a soluo

    singular.

    Exemplos:

    6(Paris, 13 de Maio de 1713 Paris, 17 de Maio de 1765) foi um matemticofrancs.Precursor da geometria diferencial, realizou estudos fundamentais sobre curvas no espao.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Parishttp://pt.wikipedia.org/wiki/13_de_Maiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1713http://pt.wikipedia.org/wiki/17_de_Maiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1765http://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria_diferencialhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria_diferencialhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Curvahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espa%C3%A7o

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    53

    Determinar a soluo geral e a soluo singular da seguinte equao de Clairaut:

    0

    2

    y

    dx

    dyx

    dx

    dy

    AULA 12 EXERCCIOS

    Determinar a soluo geral e a soluo

    singular das seguintes equaes de

    Clairaut:

    a. dx

    dy

    dx

    dyxy ln

    b. 2

    3

    dx

    dy

    dx

    dyxy

    c. 01

    23

    dx

    dyy

    dx

    dyx

    d. 045

    y

    dx

    dyx

    dx

    dy

    e. 2

    4

    dx

    dy

    dx

    dyxy

    Respostas

    a. ClnCxy (geral)

    xln1y (singular)

    b. 2C3Cxy (geral)

    y12x2 (singular)

    c. 2C

    1Cx (geral)

    23 x27y4 (singular)

    d. 04)xCy5(C (geral)

    x16)5y( 2 (singular)

    e. 2C4Cxy (geral)

    2

    222

    x1

    )x1(4y

    (singular)

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    54

    AULA 13

    4.1.5 EQUAO DE LAGRANGE:

    A equao da Lagrange tem a forma

    dx

    dy

    dx

    dyFxy

    (1)

    Observamos que a equao de Clairaut um caso particular da equao de Lagrange, se

    dx

    dy

    dx

    dyF

    .

    Resoluo:

    A soluo da equao de Lagrange, geralmente dada sob a forma paramtrica.

    Chamando pdx

    dy a equao de Lagrange fica ppFxy )( .

    Derivando a equao anterior em relao a x, teremos:

    dx

    dpp

    dx

    dppxFpFp )(')(')(

    dx

    dpp

    dx

    dppxFpFp )(')(')(

    Multiplicando por dp

    dx e dividindo por [p F(p)], tem-se:

    )(

    )('

    )(

    )('

    pFp

    px

    pFp

    pF

    dp

    dx

    De onde se pode escrever

    QPxdp

    dx

    Como em geral no ser possvel isolar p na soluo da equao linear anterior, a soluo

    geral da equao de Lagrange ser dada na forma paramtrica:

    )(

    )(

    pyy

    pxx

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    55

    Exemplo:

    Resolver a equao

    2

    1

    dx

    dyx

    dx

    dyy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    56

    4.1.6 OUTROS TIPOS DE EQUAO DE 1A ORDEM E GRAU DIFERENTE DE UM:

    Resolver as seguintes equaes:

    a)

    2

    24

    dx

    dyxy

    b)dx

    dy

    dx

    dyx lnsin

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    57

    AULA 13 - EXERCCIOS

    1) dx

    dy

    dy

    dxxy

    2)

    dx

    dydx

    dyxy

    12

    3)

    2

    dx

    dyx

    dx

    dyx2y

    4)

    2

    dx

    dy1

    dx

    dyy

    5) dxdy

    edx

    dyy .

    2

    6) dx

    dy

    dx

    dyy ln2

    2

    7)

    dx

    dy2

    dx

    dyy

    e

    22

    x

    Respostas

    1)

    pCppp

    y

    Cppp

    px

    1ln1

    1

    )1ln(1

    2

    2

    2

    2

    2)

    2

    ln

    ln2

    p

    Cpx

    p

    Kpy

    3)

    Cp

    Cy

    p

    Cx

    2

    2

    4)

    cppx

    ppy

    arcsinln

    1 2

    5)

    p2

    pp

    epy

    cpeex

    6)

    cp

    2p2x

    pln2py 2

    7)

    cy

    pyp

    p

    pyx

    arctanln

    2ln

    22

    22

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    58

    AULA 14

    5. EXERCCIOS GERAIS

    Calcule as Equaes Diferenciais abaixo:

    1) 0)2(3 dyyxydx

    2) 02

    dyyexdx x

    3) 0)1( 2 dxydyx

    4) 0cossinsincos2 xdyyxdxy

    5) )yxcos(dx

    dy

    6) 0)()(2 22 dyyxdxyxx

    7) dxyxydxxdy 22

    8) 0)( 22 xydydxyxyx

    9) 0)2( dyxxyydx

    10) 0)52()42( dxyxdyyx

    11)342

    12

    yx

    yx

    dx

    dy

    12) 0)139()23( dyyxdxyx

    13)

    01

    2)cos()cos(

    dy

    yxxyxdx

    x

    yxyy

    14) 0324

    22

    3

    dy

    y

    xydx

    y

    x

    15) 0)46()63(3222 dyyyxdxxyx

    16)yxy

    xyx

    dx

    dy2

    2

    17) 0)cos1()sin1( dyxdxxy 18)

    0)2tan.(sec)tan.(sec dyxyydxyxx

    19) 0sin)cos2(2 ydyxdxeyx x ,

    determinar a soluo particular para x = 0.

    20) dxexydxxdyx2

    21) 02 xdyydxdyy

    22) 0)ln(3 dyxydx

    x

    y

    23)Achar a soluo particular para y = b e x = a em

    0 xeydx

    dyx

    24) 0)32(2 dyxydxy

    25)22

    2y

    x

    y

    dx

    dy

    26) dxyyxdy )1( 2

    27)22 )1( xyxy

    dx

    dyx

    28)Conhecendo-se a soluo particular y = ex da

    equao xx eyye

    dx

    dy 22)21( calcular sua

    soluo geral.

    Calcular a soluo geral e a singular das seguintes

    equaes:

    29)

    2

    dy

    dx

    dx

    dyxy

    30)

    2

    1

    dx

    dy

    dx

    dyxy

    31)dx

    dy

    dx

    dyxy

    32)dx

    dy

    dx

    dyxy sin

    Resolver as seguintes equaes de Lagrange:

    33)

    dx

    dyx

    dx

    dyy 2

    2

    1

    34)

    2

    2

    dx

    dy

    dx

    dyxy

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    59

    Respostas:

    1) )ln(126 2 Cyxy

    2) 22 2 Cey x

    3) 1)1(ln xCy

    4) Cyx secsecln

    5) Cxyxyx )cot()sec(cos

    6) Cyyxx 323 32

    7) 222 yxCxy

    8) CX

    yxy )ln(

    9) Cyy

    x ln

    10) )3()1( 3 yxCyx

    11) Cxyyx 48)584ln(

    12) )126ln(62 yxCyx

    13) Cyxyxy ln2)sin(

    14) Cyy

    x

    13

    2

    15) Cyyxx 4223 3

    16) Cyyx 222 )1(

    17) Cxyyx cos

    18) Cx)-y(2secysecx

    19) 1cos2 xeyx

    20)xxeCxy

    21) Cyxy 2

    22) Cyyx 3ln2

    23)x

    eabey

    ax

    24)y

    Cyx12

    25) 0122 xyyCx

    26)2

    22

    xC

    xy

    27)

    11

    12

    xC

    y

    28)1

    2

    x

    xxx

    Ce

    eCeCey

    29)

    23

    2

    4

    27

    1

    xy

    CCxy

    30)

    2

    2

    2

    1

    )1(

    1

    x

    xy

    CCxy

    31) CCxy

    No h soluo singular

    32)21arccos

    sin

    xxxy

    CCxy

    33)

    221

    21

    2(6

    1

    )(3

    1

    pCpy

    pCpx

    34)

    p

    pCy

    pp

    Cx

    3

    2

    3

    2

    3

    3

    2

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    60

    AULA 15

    6. EQUAES DIFERENCIAIS COM MODELOS

    MATEMTICOS

    6.1 MODELO MATEMTICO

    frequentemente desejvel descrever o comportamento de algum sistema ou fenmeno da

    vida real em termos matemticos, quer sejam eles fsicos, sociolgicos ou mesmo econmicos. A

    descrio matemtica de um sistema ou fenmeno, chamada de modelos matemticos construda

    levando-se em considerao determinadas metas. Por exemplo, talvez queiramos compreender os

    mecanismos de um determinado ecossistema por meio do estudo do crescimento de populaes

    animais nesse sistema ou datar fsseis por meio da anlise do decaimento radioativo de uma

    substncia que esteja no fssil ou no extrato no qual foi descoberta.

    A construo de um modelo matemtico de um sistema comea com:

    i. a identificao das variveis responsveis pela variao do sistema. Podemos a principio optar por no incorporar todas essas variveis no modelo. Nesta etapa,

    estamos especificando o nvel de resoluo do modelo.

    A seguir,

    ii. elaboramos um conjunto de hipteses razoveis ou pressuposies sobre o sistema que estamos tentando descrever. Essas hipteses devero incluir tambm quaisquer

    leis empricas aplicveis ao sistema.

    Para alguns propsitos, pode ser perfeitamente razovel nos contentarmos com um modelo

    de baixa resoluo. Por exemplo, voc provavelmente j sabe que, nos cursos bsicos de Fsica, a

    fora retardadora do atrito com o ar s vezes ignorada, na modelagem do movimento de um corpo

    em queda nas proximidades da superfcie da Terra, mas e voc for um cientista cujo trabalho

    predizer precisamente o percurso de um projtil de longo alcance, ter de levar em conta a

    resistncia do ar e outros fatores como a curvatura da Terra.

    Como as hipteses sobre um sistema envolvem freqentemente uma taxa de variao de

    uma ou mais variveis, a descrio matemtica de todas essas hipteses pode ser uma ou mais

    equaes envolvendo derivadas. Em outras palavras, o modelo matemtico pode ser uma equao

    diferencial ou um sistema de equaes diferenciais.

    Depois de formular um modelo matemtico, que uma equao diferencial ou um sistema

    de equaes diferenciais, estaremos de frente para o problema nada insignificante de tentar resolv-

    lo. Se pudermos resolv-lo, julgaremos o modelo razovel se suas solues forem consistentes com

    dados experimentais ou fatos conhecidos sobre o comportamento do sistema. Porm, se as

    predies obtidas pela soluo forem pobres, poderemos elevar o nvel de resoluo do modelo ou

    levantar hipteses alternativas sobre o mecanismo de mudana no sistema. As etapas do processo de

    modelagem so ento repetidas, conforme disposto no seguinte diagrama.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    61

    Naturalmente, aumentando a resoluo aumentaremos a complexidade do modelo

    matemtico e, assim, a probabilidade de no conseguirmos obter uma soluo explcita.

    Um modelo matemtico de um sistema fsico frequentemente envolve a varivel tempo t.

    Uma soluo do modelo oferece ento o estado do sistema; em outras palavras, os valores da

    varivel (ou variveis) para valores apropriados de t descrevem o sistema no passado, presente e

    futuro.

    6.2 DINMICA POPULACIONAL

    Uma das primeiras tentativas de modelagem do crescimento populacional humano por meio

    de matemtica foi feito pelo economista ingls Thomas Malthus, em 1798. Basicamente, a idia por

    trs do modelo malthusiano a hiptese de que a taxa segundo a qual a populao de um pais

    cresce em um determinado instante proporcional a populao total do pais naquele instante. Em

    outras palavras, quanto mais pessoas houver em um instante t, mais pessoas existiro no futuro. Em

    termos matemticos, se P(t) for a populao total no instante t, ento essa hiptese pode ser

    expressa por:

    kxdt

    dx , 00 )( xtx

    ktexx .0

    (1)

    onde k uma constante de proporcionalidade, serve como modelo para diversos fenmenos

    envolvendo crescimento ou decaimento.

    Conhecendo a populao em algum instante inicial arbitrrio t0, podemos usar a soluo de

    (1) para predizer a populao no futuro, isto , em instantes t > t0.

    O modelo (1) para o crescimento tambm pode ser visto como a equao rSdt

    dS , a qual

    descreve o crescimento do capital S quando uma taxa anual de juros r composta continuamente.

    Exemplo:

    Em uma cultura, h inicialmente x0 bactrias. Uma hora depois, t = 1, o nmero de bactrias

    passa a ser 3/2 x0. Se a taxa de crescimento proporcional ao nmero de bactrias presentes,

    determine o tempo necessrio para que o nmero de bactrias triplique.

  • Equaes Diferencias Profa Paula Francis Benevides

    62

    Resoluo:

    x(to) = x0

    x(t1) = 2

    3xo

    kdtx

    dx

    kxdt

    dx

    Integrando com relao a x a equao acima,temos:

    kdtx

    dx

    lnx = kt + c

    lnx ln c = kt

    lnc

    x= kt

    ekt = c

    x

    x = c.ekt

    Para 0x)0(x equao anterior fica da seguinte forma:

    0x

    cex

    0

    00

    Voltando para a equao e substituindo o valor de c

    kt0exx

    Para descobrirmos o valor de k, utilizamos x(1) = 2

    3x0

    4055,0k

    k2

    3ln

    e2

    3

    e.xx2

    3

    k

    1.k00

    voltando novamente a equao, temos

    t4055,0

    0

    kt0

    exx

    exx

    para que o nmero de bactrias triplique,

  • Equaes Diferencias