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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – CAMPOS MESTRADO EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL CRISTIANO GUILHERME ALVES DE OLIVEIRA PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DE BROMIDRATO DE FENOTEROL GOTAS PARA PRÁTICA INALATÓRIA. CAMPOS DOS GOYTACAZES 2013

PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DE BROMIDRATO DE … · recomendado pela literatura e a margem aceitável de variação (±10%), foram determinadas as frequências de subdosagens, dosagens

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – CAMPOS

MESTRADO EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL

CRISTIANO GUILHERME ALVES DE OLIVEIRA

PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DE BROMIDRATO DE FENOTEROL

GOTAS PARA PRÁTICA INALATÓRIA.

CAMPOS DOS GOYTACAZES

2013

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – CAMPOS

MESTRADO EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL

Cristiano Guilherme Alves de Oliveira

PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DE BROMIDRATO DE FENOTEROL

GOTAS PARA PRÁTICA INALATÓRIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Operacional e Inteligência Computacional, da Universidade Candido Mendes – Campos/RJ, para obtenção do grau de MESTRE EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL.

Orientador: Prof. Eduardo Shimoda, D.Sc.

CAMPOS DOS GOYTACAZES

Janeiro de 2013

CRISTIANO GUILHERME ALVES DE OLIVEIRA

PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DE BROMIDRATO DE FENOTEROL

GOTAS PARA PRÁTICA INALATÓRIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Operacional e Inteligência Computacional, da Universidade Candido Mendes – Campos/RJ, para obtenção do grau de MESTRE EM PESQUISA OPERACIONAL E INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL.

Avaliada em 18 de janeiro de 2013.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Eduardo Shimoda, D.Sc. – Orientador

UCAM-Campos

Prof. Aldo Shimoya, D.Sc.- Coorientador

UCAM-Campos

Prof. Wendell Mattos Pompilho, D.Sc.

UFV

Prof. Bruno de Castro Jardim, D.Sc.

UENF

CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ

2013

Dedicatória

Dedico este trabalho a minha mãe Rosa Maria Alves da Silva e minha vó Maria Fonseca Alves da Silva, que mesmo após a morte são partes eternas da minha vida.

AGRADECIMENTOS

Meus singelos agradecimentos ao

meu Orientador Professor Shimoda pelo

voto de confiança, pela amizade e os

conhecimentos adquiridos durante nosso

tempo de desenvolvimento deste trabalho.

A minha querida esposa Helem

Bastos pelo apoio, carinho e paciência

durante a jornada deste trabalho.

Aos meus amigos Sergio Machado e

Rondinelli Carvalho pela coparticipação

deste grande trabalho.

“Toda substância é um veneno, depende da dose”. Paracelso

RESUMO

O bromidrato de fenoterol é um fármaco broncodilatador usado no tratamento de doenças pulmonares obstrutivas, sendo amplamente empregado no sistema de saúde pública em inaloterapia de crianças e adultos com pneumopatias. Ocorre que o peso de uma gota pode variar, o que implicaria na possibilidade da administração de doses abaixo (subdosagem) ou acima (sobredosagem) do recomendado. O presente trabalho possui como objetivo estudar a variabilidade do tamanho das gotas do bromidrato de fenoterol, identificando as frequências relativas de subdosagens e sobredosagens. Para tal finalidade, foram realizadas aferições do peso das gotas com o auxílio de uma balança analítica (Gehaka® AG 200), com precisão de décimos de miligrama (0,0001g). O frasco com dispositivo gotejador foi posicionado com uma inclinação formando um ângulo de 90o em relação à superfície e o medicamento pesado gota a gota e anotado o peso. A seguir, as gotas foram agrupadas de 2 a 2 até 27 a 27, sendo realizada análise do coeficiente de variação dos agrupamentos. Considerando-se a dosagem ideal do medicamento recomendado pela literatura e a margem aceitável de variação (±10%), foram determinadas as frequências de subdosagens, dosagens aceitáveis e sobredosagem nos diversos agrupamentos. Ainda, foram obtidas equações de regressão destas frequências em função do número de gotas agrupadas. Os resultados demonstram que a variabilidade dos pesos das gotas diminui com o aumento do número de gotas agrupadas. Também foi observado que a maior frequência estimada de gotas com peso aceitável ocorreu quando estas foram agrupadas de 20 a 20. As menores frequências estimadas de subdosagem e sobredosagem ocorreram quando as gotas formaram grupos com 15 e 25 unidades, respectivamente. Conclui-se que, para o processo de otimização, há a necessidade da constituição de uma “solução de trabalho” com valores de 20 gotas ou 1mL de fenoterol, em que os efeitos de overdose e sub-doses terapêuticas são minimizados.

Palavras chave: Bromidrato de fenoterol; conta-gotas; Qualidade estatísticas.

ABSTRACT

PROPOSAL OF OPTIMIZATION FENOTEROL BROMIDE DROPS TO PRACTICE

INHALATION.

The fenoterol hydrobromide drug is a bronchodilator used to treat obstructive

lung diseases and is widely employed in the public health system in inhalation

therapy for children and adults with lung diseases. It happens that the weight of a

drop can vary, implying the possibility of dosing below (underdosing) or above

(overdose) of recommended. This work aims to study the variability of droplet size of

fenoterol hydrobromide, identifying the relative frequencies of underdosing and

overdosing. For this purpose, measurements were made of the weight of the drops

with the aid of an analytical balance (Gehaka ® AG 200), with an accuracy of tenths

of a milligram (0.0001 g). The bottle with dropper device was positioned with an

inclination at an angle of 90o to the surface and the drug heavy dropwise and the

weight noted. Then the drops were pooled 2-2 until 27-27, being held analysis of the

variation coefficient of the groupings. Considering the optimal dosage of the drug

recommended by the literature and the acceptable margin of variation (± 10%), were

determined the frequencies of underdosing, overdosing and acceptable dosages in

different groupings. Further, regression equations were obtained for these

frequencies according to the number of droplets together. The results demonstrate

that the variability of the weights of the drops decreases with increasing the number

of drops grouped. It was also observed that most often estimated with acceptable

weight drops occurred when these were grouped 20-20. The lower frequencies

estimated underdosing and overdosing occurred when the droplets formed groups

with 15 and 25 units respectively. It is concluded that for the optimization process,

there is a need to establish a "working solution" with values of 20 drops or 1 mL

fenoterol, in which the effects of overdose and sub-therapeutic doses are minimized.

Keywords: fenoterol`s Hydrobromide; droppers; statistic`s quality.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Estrutura química do Fenoterol..................................................................23

Figura 2- Classificação geral de formas de dosagem oral e abordagens de terapia de

dosagem individualizada ...........................................................................................25

Figura 3- Frasco com dispositivo gotejador...............................................................27

Figura 4- Tamanho da massa da gota x ângulo de inclinação do gotejador. ............28

Figura 5- Coeficiente de variação das gotas agrupadas ...........................................33

Figura 6- Frequência relativa de gotas agrupadas....................................................34

Figura 7- Frequência de subdosagem para as gotas agrupadas ..............................36

Figura 8- Número de gotas aceitáveis para gotas agrupadas...................................37

Figura 9- Frequência de sobredosagem das gotas agrupadas .................................38

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Relação da dose em função do peso para a “solução trabalho” de fenoterol

líquido 20 mL.............................................................................................................40

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ACE- Analise custo-efetividade

ACU- Analise custo-utilidade

AMD- Auxílio Multicritério e Decisão

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

FDA – Foods Drugs Administration

EFs- Estudos farmacoeconômicos

INMETRO- Instituto Nacional de Metrologia.

ISAAC- International Study of Asthma and Allergies in Childhood

C1V1- Concentração inicial e volume inicial

C2V2- Concetração final e volume final

MHC- Hystocompatibility Complex Major

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12

1.1 OBJETIVO DA PESQUISA.................................................................................... 14

1.1.1 Objetivo geral................................................................................................ 14

1.1.2 Objetivos específicos................................................................................... 14

1.2 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO....................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 16

2.1 FARMACOECONOMIA ......................................................................................... 16

2.2 DOENÇAS OBSTRUTIVAS PULMONARES ......................................................... 18

2.3 FÁRMACOS β ADRENÉRGICOS.......................................................................... 21

2.4 FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS .............................................................. 25

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 32

5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 43

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 44

12

1 INTRODUÇÃO

As discussões sobre a qualidade dos medicamentos tem se tornado fator

preponderante nos órgãos de saúde do Brasil, assim como nos demais países.

Desta forma, surge a farmacoeconomia como área de estudo que possui objetivo de

dotar a saúde de ferramentas de tomada de decisão que permitem distribuir os

recursos de forma igualitária e ética com maior benefício social (VERANO; MASIS,

2006).

Os estudos de avaliação farmacoeconômica incluem a área da metrologia,

que mede e compara alternativas farmacêuticas em função de seus custos e

benefícios, com o intuito de otimizar os custos de tratamentos e na diminuição do

acometimento de reações adversas a medicamentos com overdoses ou uso de sub-

doses com tratamentos ineficazes (ARRUDA; OLIVEIRA, 2009).

De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), não existe

controle quanto ao tamanho e ao volume dos utensílios domésticos, como colheres,

copos, etc. Devido à imprecisão das medidas provenientes destes utensílios

domésticos, copos dosadores, seringas e conta-gotas são considerados alternativos

às medidas caseiras, sendo amplamente empregadas na administração de

medicamentos líquidos (CUNHA et al., 2010).

A literatura cita variações em doses ministradas pelos cuidadores em

soluções orais com colheres, conta-gotas e copos dosadores. De forma geral, as

menores variações ocorrem quando o medicamento é administrado através de

conta-gotas e maiores quando se utilizam copos e colheres (KAIRUS; BALL;

PINNOCK, 2006). Entretanto, nas diversas formas de doseamento, verifica-se que

13

uma parcela significativa da população não administra os fármacos na concentração

adequada, mesmo quando na forma de gotas (SOBHANI et al., 2008). Ainda,

segundo Yin et al., (2010), as formulações líquidas em gotas representam uma

forma de fácil diluição e administração das doses principalmente em pediatria, mas

necessitam de otimização no processo de fabricação de gotejadores. Em adição,

afirmaram que a gota por si só Sklubalova e Zatloukal (2006) não representa uma

massa ou volume específico, uma vez que o volume das gotas de diferentes líquidos

varia muito entre si.

A maioria dos trabalhos relatados sobre controle e uso de gotas refere-se a

colírios. O peso das gotas tem influência da marca do colírio (PRATA; PRATA

JÚNIOR, 2004) e do ângulo de gotejamento (ESTACIA; TOGNON, 2008), o que

implica em diferenças no custo do tratamento para glaucoma. Ainda, Roizenblat

Freitas; Belfort Junior (2001) relatam que o volume da gota de colírios nacionais são

maiores estatisticamente quando comparados com colírios produzidos nos Estados

Unidos, acarretando custos maiores ao tratamento. Santvliet e Ludwig (2004)

reportam que a variação do tamanho da gota de colírios pode ser diminuída com

aumento da viscosidade do líquido e com verticalização do ângulo de instilação.

Gonçalves et al (2009) reportam a variabilidade dos pesos médios em

amostras de dipirona gotas em trabalho realizado em Campos do Goytacazes-RJ.

Através de métodos estatísticos na análise da qualidade de fármacos observaram a

possível existência de 80% de variabilidade com risco de sobredosagem e

subdosagem. Os autores, inclusive, propõem uma otimização da quantidade de

gotas de acordo com o peso.

Dentre os medicamentos utilizados no Brasil que são ministrados através de

conta-gotas pode ser citado o bromidrato de fenoterol. Este fármaco é utilizado no

tratamento de doença pulmonar obstrutiva crônica, alergias respiratórias, asma,

bronquite, bronqueolite e infecções virais respiratórias, sendo que o uso contínuo

previne a recorrência do quadro clínico pulmonar (ZANNONI; PALHARES, 2002).

A posologia do fenoterol consiste, inicialmente, na diluição do medicamento

mediante a utilização de conta-gotas, seguida de nebulização. Após sua inalação

seu efeito é imediato e pode durar por 4-6 horas. No entanto, sua comercialização

está proibida nos Estados Unidos e há relatos de casos de mortes devido ao seu

uso na Nova Zelândia (HOFFMAN, 2003). No Brasil, 22% das crianças com quadro

asmático são tratadas com fenoterol (SANTOS et al., 2012).

14

Considerando-se o risco representado por uma administração de dosagem

inadequada do fármaco e os estudos realizados com os outros medicamentos, que

mostram que o volume das gotas varia muito entre si, o presente trabalho possui

como objetivo estudar a variabilidade do tamanho das gotas do bromidrato de

fenoterol, identificando as frequências relativas de subdosagens e sobredosagens.

1.1 OBJETIVO DA PESQUISA

1.1.1 Objetivo geral

Otimizar a utilização de fenoterol gotas em processos inalatórios.

1.1.2 Objetivos específicos

O presente trabalho tem como objetivos específicos: realizar pesquisa

bibliográfica relacionada à administração de medicamentos líquidos por conta-gotas,

o uso de β-adrenérgicos em pneumopatias; utilizar métodos estatísticos para

avaliação da qualidade de produtos farmacêuticos em formulações líquidas por

conta-gotas; otimizar a utilização de conta-gotas em formulações liquidas para a

terapia inalatória em pneumopatias.

1.2 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho está estruturado em 5 capítulos.

O capítulo 1, Introdução, apresenta a contextualização do tema, formulação

da situação problema e os objetivos da pesquisa.

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O capítulo 2, Revisão de literatura, apresenta por Farmacoeconomia,

Doenças Obstrutivas Pulmonares e quadros obstrutivos, β-adrenérgicos e

Formulações Líquidas Orais.

O capítulo 3, Metodologia, apresenta como foi feito a pesagem das gotas,

como a descrição dos métodos para a análise dos dados.

O capítulo 4, Resultados e discussão, apresentam a estatística de

variabilidade dos pesos médios das gotas, das curvas de regressão de

sobredosagem, subdosagem, gotas aceitáveis e volume otimizado pela solução de

trabalho.

O capítulo 5, Considerações finais, apresentam as conclusões e a proposta

para trabalhos futuros.

16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 FARMACOECONOMIA

A farmacoeconomia é uma especialidade que surge nos países desenvolvidos

após a segunda guerra mundial com a tentativa de conter gastos na área de saúde

com medicamentos e procedimentos. As pesquisas nesta aérea se baseiam em

características econômicas ou politicas. Com finalidades econômicas de evitar o

aumento vertiginoso dos gastos em saúde publica (SECOLI et al., 2005).

Verano e Masis (2006) afirmam que a melhor forma de obter equitativamente

os recursos de forma a produzir o máximo de beneficio para a população é

incorporar ferramentas da economia na área de saúde. Quando estas novas

ferramentas se aplicam na área de fármaco temos a farmacoeconomia como nova

área da saúde.

Postma (2009) relata em seu artigo a grande tendência do aumento dos

estudos e trabalhos em relação à farmacoeconomia, com grande atividade no

campo da saúde publica e ambiental com pesquisas relacionadas ao custo-efetivo

de drogas e utilização de vacinas e profilaxia de doenças endêmicas.

Verano e Masis (2006) destacam que os sistemas de saúde precisam

equacionar três questões: disponibilidade quase imediata de várias intervenções que

melhoram e prologam a vida; prover acesso amplo e irrestrito ao sistema a maior

parte dos usuários possíveis e conter os custos do sistema dentro de limites

aceitáveis.

17

Secoli et al. (2005) comentam que os dados obtidos dos estudos

farmacoeconômicos (EFs) determinam a autorização de produção de

medicamentos, comercialização, fixação de preço, financiamento público de

medicamentos, definição das estratégias de marketing farmacêutico e tomada de

decisões clínicas.

Youngkong et al. (2012) reportam que o alto custo das intervenções e

procedimentos, assim como de produtos farmacêuticos estão cada vez mais a

disposição de pacientes, sendo que os custos destas intervenções aumentam de

forma com acréscimo da disponibilidade dos serviços. Contudo, técnicas na seleção

destes serviços na área de farmacoeconomia como o Auxilio multicritério e decisão

(AMD) podem funcionar como ferramenta importante na seleção dos recursos

financeiros e sua aplicabilidade em áreas estratégicas de saúde publica.

Há uma tendência internacional na utilização de estudos de farmacoeconomia

para o desfecho de problemas no protocolo e adesão de fármacos na terapia

moderna. Assim árvores de decisão, métodos de critério e decisão, modelos

estatísticos, programação matemática, redes neurais e demais ferramentas do

campo da matemática e computação vem sendo usadas de forma continua e eficaz

na farmacoeconomia (VERANO; MASIS, 2006).

Postma (2009) descreve que durante sua tese estudou a dinâmica de

intervenções em pacientes com HIV/AIDS para doenças infecciosas. Para tal

finalidade, a necessidade de modelos matemáticos que permitam estudar modelos

dinâmicos dentro da área de econometria requerem complexos modelos. Desta

forma, as áreas de economia e saúde se unem tornando uma área atrativa para

produção de trabalhos.

Secoli et al. (2005) descrevem os tipos de estudos farmacoeconômicos

empregados na indústria: Análise Custo-efetividade (ACE), análise de Custo-

utilidade (ACU) passam por estudos de sensibilidade e validação dos métodos como

criação de protocolos clínicos.

Dessa forma, Youngkong et al. (2012) Utilizaram a técnica do AMD para

orientar a inclusão de intervenções em saúde no programa de Cobertura Universal

de Pacote de Benefícios na Tailândia no período de 2009-2010 obtendo êxito na

classificação dos pacotes de benefícios em relação às demais variáveis.

Rodbard e Jellinger (2010) descrevem a utilização do algorítimo AACE/ACE

em estudos com pacientes diabéticos do tipo II este algorítimo foi desenvolvido por

18

14 endocrinologistas da Sociedade Americana de endocrinologia com intuito

selecionar o manejo dos pacientes em função das variáveis como classes

terapêuticas, histórico, peso, e demais selecionando a melhor estratégia para o

paciente diabético.

Ainda, Zhao, Tan e Au (2012) em estudo com pacientes com síndrome de

Parkinson, 195 participantes em Singapura apontaram politicas para a diminuição da

utilização de fármacos, atendimentos domiciliares e hospitalizações com estudos

farmacoeconômicos como ACE e ACU de serviços e tratamento terapêutico.

Ocorre a necessidade de estudos de farmacoeconomia para a melhora nas

condições de vida de pacientes com pneumopatias. Na avaliação do tratamento

farmacológico e nos custos embutidos com efeitos adversos e falha terapêutica de

doenças como a asma s broncopatias.

2.2 DOENÇAS OBSTRUTIVAS PULMONARES

Os pulmões são órgãos responsáveis por função cardinal da troca de oxigênio

entre o sangue e o meio ambiente. Sobre o ponto de vista evolutivo o sistema

respiratório se origina da parede do intestino. O sistema se ramifica da traqueia em

dois brotos denominados brônquios que se ramificam em bronquíolos, sendo estes

isentos de cartilagem e glândulas secretoras de muco suas ramificações terminam

em acínios que são esféricos cerca de 7 mm que penetram nos alvéolos permitindo

a troca gasosa (HUSSAIN, 2005).

A tosse é um processo de ato reflexo com a retirada de partículas do sistema

brônquico sendo resultado da obstrução das via aéreas por produtos de bronquites,

bronquiectasias, exsudatos e transudados. Existem, portanto, receptores químicos e

mecânicos distribuídos na carina principal, laringe e brônquios que ativam

mecanismo da tosse (PAULA,1984).

A tosse pode ser classificada em tosse produtiva com a expectoração de

secreção e tosse improdutiva com irritabilidade das mucosas e sem expectoração

produtiva, seca e portando deve ser evitada se diferenciando da tosse produtiva

sendo essa estimulada.

19

De acordo com Paula (1984) a tosse improdutiva pode quando acentuada

provocar danos à saúde do paciente trazendo efeitos como hérnias de hiato

esofagianos, inguinais e umbilicais; prejudica o sono; tosse enetizante (vômitos);

insuficiência ventricular esquerda descompensada; dor abdominal; pneumotórax.

A importância das pneumopatias, segundo Hussain (2005) tem aumentado na

patologia de formal global com incremento da terapêutica moderna no combate ao

tabagismo, aumento da poluição dos grandes centros. A bronquite crônica, Doença

pulmonar obstrutiva crônica, pneumonias, bronqueolites, asma, síndrome

respiratória aguda e enfisema são considerados doenças obstrutivas pulmonares ou

pneumopatias.

A asma é uma doença multifatorial, em que a predisposição genética é

fortemente influenciada pelas pressões externas. Deve ser encarado como um

processo inflamatório, estudos se basearam na pesquisa de lavado pulmonar com

pesquisa citológica foram identificados neste material de pacientes asmáticos

elevadas quantidades de basófilos, eosinófilos e macrófagos. Relatos de 80% dos

casos de asma diagnosticados são associados a uma reposta mediada por IgE

(resposta alérgica) para alguns estímulos imunológicos presentes no ambiente

domiciliar, como ácaros, fungos, epitélios de animais ou pólens (GRAUDENZ;

FERREIRA, 2012).

Gross, Keidel e Schmitt (2010) descrevem causas microbiológicas para a

bronquite crônica como a infecção por Bordetella petrussis, os autores reportam

sobre uma linhagem especifica de B. parapertussis que provoca infecções em

humanos com tosses convulsas, com quadro de bronquioconstrição intenso pela

intensa produção de muco.

Korolkovas (2011) caracteriza a asma brônquica como uma doença

inflamatória da árvore traqueobrônquica associada geralmente com enfisema e

afecção pulmonar. Há duas formas de bronquite: a simples caracterizada pelo

aumento da secreção pulmonar e a obstrutiva caracterizada pela diminuição da

ventilação pulmonar e suporte de oxigênio levando a dispneia, cianose e a cor

pumonale características de doenças obstrutivas pulmonares.

Cunha et al. (2012) descrevem que o International Study of Asthma and

Allergies in Childhood (ISAAC) em 2012 nos EUA apontam em seus estudos que

24% das crianças em idade escolar possuem asma sendo esta uma doença

importante na clínica e na saúde pública. Para Sousa et al. (2012) as pneumopatias

20

estão entre os principais casos de internações nos EUA entre crianças de 15 anos,

sendo a afecção mais importante em crianças menores de cinco anos. Este estudo

foi realizado entre 2002 e 2011.

Ainda Sousa et al. (2012) em estudo de base realizado em São Paulo entre

os anos de 2008 e 2009 em crianças através do inquérito domiciliar em 1185

entrevistados, observaram fatores predisponentes como: o baixo nível

socioeconômico, aglomeração e baixo padrão de moradia, cor da pele preta e parda

esteve associada especialmente com bronquite aguda. Outro achado foi à presença

de asma em pessoas com rinite.

Pijning, Kort e Hoeve (2011) reportam caso de infecção pulmonar de um

menino de 3 meses de idade por Staphylococcus aureus meticiclina resistente

(MRSA) e afirmam casos de agentes infecciosos nosocômiais na causa de doenças

pulmonares na comunidade.

Desta forma, podemos desmembrar a asma em: asma intrínseca causada por

fatores alérgicos e asma extrínseca causada por vírus, esforço físico ou exposição

rigorosa ao frio (GRIMMINGER; REICHENBERGER; SEEGER, 2010).

A hiperatividade do sistema imunológico na asma se classifica por

hipersensibilidade imediata do tipo I onde epítopos (alergênos) são reconhecidos

pela apresentação de linfócitos T via MHC de classe II por linfócitos B levando, estas

células a produzirem anticorpos IgE específicos.

Esta exposição continua ao alergêno promove a sensibilização de mastócitos

por IgEs especificas aos epítopos que induziram. A formação de complexo antígeno-

anticorpo-mastócito promove a desgranulação de substâncias vasoativas como a

histamina e leucotrienos que provocam bronquioconstrição e vasodilatação.

(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008).

Em relato Cebollero, Echegoyen e Santolaria (2005) descrevem a asma com

principal forma de acometimento em operários e trabalhadores expostos a uma série

de poluentes industriais tais substâncias são citadas como: antibióticos, ácido

ptálico, madeira, abesto, formaldeído, níquel, platina prata, ouro e corantes.

De acordo com Huang et al. (2013) demonstram que a introdução de um

inibidor de tirosinase. Ocorre efeito broncodilatador nos pulmões. Aspectos

imunológicos têm sido atribuídos a processos inflamatórios com liberação destes

mediadores. A inibição de tirosinase inibe a ação de mediadores no pulmão

diminuindo o efeito inflamatório e brônquio-constritor da asma.

21

Outros estudos como de Davoodi et al. (2012) que observaram níveis de

interleucina-13 e interferom-gama (INF) mostraram valores estatisticamente iguais

entre etnias para pacientes com e sem quadro asmático, evidenciando um possível

mecanismo múltiplo de varias citocinas e demais fatores na predisposição genética

da asma.

Modelos abordam de forma atual o papel dos profissionais no

desenvolvimento dos cuidados relacionados à asma, no acompanhamento de

pacientes. Na Austrália, Naik-panvelkar et al. (2012) avaliaram através de

questionário pacientes asmáticos, onde perceberam que pacientes acompanhados

com profissionais de saúde apontavam melhores resultados terapêuticos e menores

efeitos adversos com melhora no uso inalatório de fármacos desobstrutivos.

Ainda, sobre o manejo de terapias sobre o tratamento com aerossóis existem

uma ampla margem de diferentes decisões em diversos países sobre o tratamento

de asma crônica e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Melani et al. (2012)

relataram em pesquisa com 634 pacientes italianos o mal uso de forma não

otimizada de nebulizadores em terapias caseiras com aerossóis. Estes pacientes

apresentaram melhores condições das doenças pulmonares obstrutivas após

acompanhamento de profissionais.

2.3 FÁRMACOS β ADRENÉRGICOS

Os β-agonista tem ampla utilização na clinica medica como broncodilatadores

em doenças pulmonares como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica. A

epinefrina foi introduzida no século XX, sendo em 1940 a produção de um β-2

seletivo- o isoproterenol- com menores efeitos cardiovasculares pronunciados em

doses terapêuticas (GILMAN, 2003).

A esta classe de fármacos com propriedades α-adrenérgica podem ser

utilizados para o efeito cronotrópico positivo em doenças cardíacas como choque

cardíaco, arritmias e bradicardias. Os principais fármacos β-adrenérgicos possuem

ação nos receptores β-1 e β-2 como Isoproterenol e dobutamina, sendo seu

tratamento na asma reduzido devido aos efeitos α-adrenérgicos sobre o sistema

cardíaco (GILMAN, 2003).

22

Fármacos seletivos foram desenvolvidos para receptores β-2 com

propriedades reduzidas em receptores cardíacos α-adrenérgicos, porem em doses

mais elevadas esta seletividade fica reduzida com impregnação dos receptores

adrenérgicos de forma geral. Os fármacos β-2 dispostos no mercado brasileiro são:

fenoterol, terbutalina, formoterol, albuterol e etc. (HOFFMAN, 2003).

Os medicamentos β-2 adrenérgicos podem ser divididos de ação curta como

salbutamol e o fenoterol e de ação longa como formoterol e o salmeterol. Rubin et

al., (2006) comparam a ação de fenoterol e formoterol em 84 pacientes induzidos

por 5 minutos de 20% de metacolina de forma inalatória. Obtendo efeito similar entre

as formulações farmacêuticas para os efeitos broncodilatadores de ação curta e

longa na reversão da bronquioconstrição.

Práticas foram adotadas para diminuir os efeitos sistêmicos como a diluição

de fármacos em solvente e posterior inalação por nebulização com maior

sensibilização de receptores β-2 adrenérgicos pulmonares. Portanto, estes fármacos

agem nos receptores dos músculos lisos bronqueolares provocando relaxamento da

mucosa e diminuindo a resistência da passagem do ar (HOFFMAN, 2003).

Estes fármacos agem em receptores ligados a Adenosina monofosfato cíclico

(cAMP) com relaxamento da mucosa brônquica, uterina e vascular. Os efeitos

provocam gligoneogênese e gluconeogênese no fígado; produz hipocalemia por

ativar a bomba sódio/potássio ATPase. A hipocalemia severa pode induzir arritmias

supraventriculares, ventricular sinusal, convulsões e tremores (VALE, 2011).

Dentre os medicamentos utilizados no Brasil que são ministrados através de

conta-gotas para nebulizações pode ser citado o bromidrato de fenoterol. Este

fármaco é utilizado no tratamento de doença pulmonar obstrutiva crônica, alergias

respiratórias, asma, bronquite, bronqueolite e infecções virais respiratórias, sendo

que o uso contínuo previne a recorrência do quadro clínico pulmonar (ZANONI;

PALHARES, 2002).

O tratamento da asma é mais eficaz do que a bronquite crônica onde os

fármacos mais utilizados para a bronquite se destacam os β-adrenérgicos, as

metilxantinas. No tratamento da asma se caracteriza por ação de glicocorticóides,

associação com broncodilatadores adrenérgicos. Devem ser evitadas em casos de

broncoespasmos medicamentos sedativos, antinflamatórios, acetilcisteina e β-

bloqueadores (KOROLKOVAS, 2011).

23

Alguns autores como Antonelli et al. (2012) apontam para a associação

positiva entre exercícios físicos nas doenças obstrutivas pulmonares com melhora

da capacidade de ventilação com potencial no tratamento de asma e bronquite

crônica para tratamentos não farmacológicos.

O fenoterol Figura 1 é uma mistura de enantiomeros com formula química de

C17H21NO4HBr e peso molecular 384,3, estão descritos na Farmacopéia Britânica

como solução oral nas formas de sais de bromidrato comercializados na forma de

gotas e xaropes e aerossol dosificador (ZAMUNER; CARRION; MAGALHÃES,

2008).

Figura 1- Estrutura química do Fenoterol - 1 - (3, 5 - dihidroxifenil)-2-[(R)-4-hidroxi-α-metilfenetilamino)

etanol]

Fonte: Poisons (2012)

Foram demostrados por Ahmet, Turner e Lakatta (2012) que o fenoterol

possui formas racêmicas RR e SS com diferente ação sobre receptores cardíacos

com menor eficiência ou ineficácia para os isômeros SS, demonstrando menor ação

destes isômeros em receptores adrenérgicos.

A maioria destas soluções que contêm a substância ativa do fenoterol, nas

preparações nos EUA, possui uma base aquosa isotônica, como sódio a 0,9%. O

ajuste do pH ocorre devido ao fato dos aerossóis ácidos causarem

bronquioconstrição em indivíduos asmáticos em proporção direta com a

concentração de íons de hidrogênio. A maioria das soluções nebulizada são

acidificadas para pH de aproximadamente 5 para a vida útil dos ativos como o

fenoterol e os componentes (ASMUS et al.,1999).

A posologia do fenoterol consiste, inicialmente, na diluição do medicamento

mediante a utilização de conta-gotas, seguida de nebulização. Após sua inalação

24

seu efeito é imediato e pode durar por 4-6 horas. No entanto, sua comercialização é

restrita em países desenvolvidos e no Brasil sua utilização é crescente na faixa

pediátrica (SANTOS et al., 2012).

Outras formas de aplicação do fenoterol apresentaram pratica no combate a

asma crônica como a via transdérmicas citados por Elshafeey et al. (2012) em

trabalho com a avaliação de formulações transdérmicas e efeito broncodilatador em

musculatura lisa de porcos. Porem custos e ação imediata em receptores brônquicos

adrenérgicos para crises agudas o fármaco de escolha aponta para a forma

inalatória de fenoterol gotas para relação custo-efetivo das formulações.

Apesar das demais apresentações o fenoterol gotas por inalação tem sido a

maior empregabilidade no combate as crises moderadas e graves de asma. Sears,

et al. (1990) realizaram experimento com 64 pacientes, onde 59 obtiveram

diminuição dos ataques de asma na bronquite crônica. A indicação clinica da

utilização de fenoterol gotas e necessário no combate a tríade de sintomas clássicos

relacionados à asma como tosse, dispneia e sibilo na ausculta pulmonar

característicos dos processos obstrutivos (GRIMMINGER; REICHENBERGER;

SEEGER, 2010).

A administração de broncodilatadores como fenoterol no combate da asma

tem sido reconhecida como a principal forma de tratamento das exacerbações dos

sintomas, pela ótima disponibilidade, administração do fármaco no local pelas vias

aéreas com diminuição dos efeitos adversos (ZANONI; PALHARES, 2002).

Korolkovas (2011) apresenta as formas farmacêuticas disponíveis no

mercado brasileiro: BEROTEC® (Boehringer Ingellheim) nas formas de 20

comprimidos x 2,5 mg, frascos aerossóis de 10 mL x 0,1mg e10 mL x 0,2mg; frascos

líquidos de 20 mL x 5mg e frasco de 120 mL xarope para adultos 5mg/10 mL. O

autor destaca que não foram estipuladas doses seguras para tratamento pediátrico.

No entanto Santos (2011) destaca ação de bromidrato de fenoterol no

combate a DPOC, asma e bronquite com a formulação em gotas para a nebulização

associado com o brometo de ipatrópio agente anticolinérgico que provoca a redução

da secreção, esta mistura líquida associada apresenta grande aplicabilidade sobre

as demais formas farmacêuticas com ação broncodilatadora mais duradoura.

Cipolla e Gonda (2011) destacam a necessidade do desenvolvimento de

técnicas para a obtenção de drogas que permitam terapias inalatórias de

formulações liquidas com segurança. Os autores apontam para utilização futura da

25

via pulmonar para administração de drogas como: antibióticos, insulina, antifúngicos

e demais drogas com ação local pulmonar por diminuírem os efeitos sistêmicos e

promoverem ação rápida.

2.4 FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS

Ferreira e Souza (2007) definem que soluções são preparações liquidas onde

ocorre a mistura de uma ou mais substâncias químicas em solvente adequado com

miscibilidade de solventes e adjuvantes como: antioxidantes, tampão, agentes

sequestrantes e conservantes.

As formulações farmacêuticas básicas são divididas em: Soluções, emulsões,

suspensões e xaropes. Para faixas etárias como pediatria e idosos ocorre à

necessidade de partição de doses com principal forma as formulações liquidas

devido às condições orgânicas especificas como imaturidade hepática e senilidade.

A flexibilização das formas estão descritas na Figura 2.

Formas farmacêuticas

Doses acumulativas Doses partidas

Sólido

Colher

Peletes

Conta-gotas

Pipeta

Seringa

Líquidas

Comprimido

Copo Sólido

Líquido

Colher Granulados

Cápsula

Drágeas

Figura 2- Classificação geral de formas de dosagem oral e abordagens de terapia de dosagem

individualizada (doses partidas x doses acumulativas)

Fonte: Wening e Breitkreutz (2011) adaptado.

26

A utilização terapêutica de ativos líquidos como xaropes, soluções e aerossóis

é administrada em doses fracionadas. Pode se salientar que para aferição dessa

dose fracionada por pacientes em seu domicilio ou por profissionais em

determinados ambientes de saúde não ocorre por equipamentos de medida dos

laboratórios farmacêuticos. Desta forma recorrem a medidas caseiras como

colheres, copos e taças (PRISTA et al., 2002).

Medidas provenientes dos utensílios, como a utilização de copos dosadores,

seringas dosadoras e conta-gotas, como alternativa as medidas caseiras, tem sido

utilizadas nos medicamentos líquidos. A administração de um medicamento líquido

por via oral dividido em doses unitárias como gota é de longa tradição. O número de

prescrições médicas em gotas é frequente, porém não há uma padronização de

conta-gotas de tais medicamentos (LIMA et al., 2007).

Líquidos como soluções ou xaropes possuem características homogêneas

com desvantagens para as preparações como suspensões e emulsões onde as

doses não respondem aos padrões homogêneos. Desta forma, a entrada do conta-

gotas em um recipiente multidose permite a contagem de gotas individuais,

especialmente útil para administrar volumes muito pequenos de líquidos por via oral

e que garantam certa homogeneidade aos fármacos por dose para crianças muito

pequenas e para idosos com necessidade de precisão nas doses (WENING e

BREITKREUTZ, 2011).

Um relato de um caso de erro de administração de gotas de sulfato de

hiosciamina para cólicas numa criança de 9 semanas de vida onde a mãe

supostamente administrou 4 frascos do fármaco ao se confundir com dose prescrita

de 4 gotas (RUDY, 2012).Demonstra a dificuldade em obter terapia adequada com a

aferição de doses liquidas por cuidadores em ambiente domiciliar.

De acordo com Prista et al (2002) descrevem que determinados ativos

líquidos não são administrados por peso ou volume, sendo utilizados a mensuração

da dose pelas gotas. Sendo que o volume das gotas pode ser influenciado por

fatores externos como a temperatura, a forma do recipiente, capilaridade e fatores

inerentes como a viscosidade e densidade do líquido. Para tal finalidade criou se o

conta-gotas padrão.

A viscosidade do líquido esta relacionada à força de atração entre as

moléculas vizinhas, o modelo de formação de gotas segue modelos matemáticos

27

que descrevem a interação entre as moléculas, entre os recipientes de vidro e

demais fatores. O modelo desenvolvido para fluxos suavizados em astrofísica pode

ser empregado em partículas de líquidos com similaridade no ramo da indústria, em

modelos biológicos e ambientais sendo, mais conhecida como hidrodinâmica de

partículas suavizadas (SPH) (MELEAN; SIGALOTTI; HASMY, 2006).

Prista et al. (2002) discutem que essa apresentação líquida permite a recorrer

pequenas massas de ativo sem a presença de uma balança. Essa operação

otimizada pela padronização e uniformidade das gotas permite uma operação rápida

e de simples preparo. Ferreira e Souza (2007) descrevem que frequentemente as

formulações farmacêuticas não atende a certas classes de pacientes como idosos e

crianças para as formulações sólidas, sendo de difícil deglutição.

Ferreira (2006) descreve gota como preparação farmacêutica líquida, na

forma de solução ou suspensão aquosa ou oleosa, destinada a administração por

via nasal, auricular, ocular e oral. Sendo o conta-gotas definido como um tubo com

uma extremidade adaptada com um gotejador (Figura 3)

Figura 3- Frasco com dispositivo gotejador.

Fonte: Ferreira (2009)

A equação matemática segundo Ferreira (2009) representa as forças físicas

relacionadas ao escoamento de gotas nas formulações líquidas. O escoamento

acontece quando a força do peso do liquido ultrapassa a tensão superficial do

líquido com o desprendimento da gota do conta-gotas. Assim a massa da gota

depende da tensão superficial do liquido e do diâmetro da extremidade do capilar

28

σπ= xxdgxm

Onde: m = massa da gota

g = constante da aceleração da gravidade (981 cm.s-2)

d = diâmetro da extremidade do capilar

σ = tensão superficial (dyn.cm-1)

π = constante PI (≅3,1416)

Ragazzi (2006) relata que outro fator como o ângulo de inclinação do conta-

gotas determina o tamanho da gota que se desprende do gotejador. Sendo que

existe uma tendência do aumento do tamanho da massa com aumento do ângulo de

inclinação do gotejador (Figura 4).

Figura 4- Tamanho da massa da gota x ângulo de inclinação do gotejador.

Fonte: Ferreira (2006)

Os fabricantes fornecem conta-gotas calibrados, sendo que as especificações

seguem a Farmacopéia brasileira 5ª edição que preconiza que um gotejador

calibrado na temperatura de 20ºC goteje 20 gotas em posição vertical realizando

pelo menos 3 repetições (BRASIL, 2010).

29

3 MATERIAL E MÉTODOS

O medicamento bromidrato de fenoterol, em uma das suas formas genéricas,

foi adquirido em farmácia comunitária localizada no município de Itaperuna, na forma

farmacêutica líquida, comercializado em frasco conta-gota contendo 20 mL, com

concentração de 5mg do medicamento por mL (1 mL =20 gotas).

Com o auxílio de uma balança analítica Gehaka® AG 200, com precisão de

décimos de miligrama (0,0001g). O frasco com dispositivo gotejador foi posicionado

com uma inclinação formando um ângulo de 90o em relação à superfície e o

medicamento pesado gota a gota e anotado o peso de cada gota totalizando 730

gotas. Foram realizadas pesagens correspondentes a 3 frascos do medicamento de

mesma marca e mesmo lote. Realizou-se a pesagem das gotas em ambiente

controlado de 25ºC em laboratório de farmacotécnica da Farmácia universitária

UNIG campus V.

Os dados foram tabulados em planilha do aplicativo Microsoft Office Excel,

sendo as análises estatísticas procedidas no aplicativo Sistema para Análises

Estatísticas e Genéticas (SAEG, versão 9.1).

Uma vez tabulados os pesos individuais das gotas, foram somados os pesos

de gotas em grupos de 2 até 20 gotas. A seguir, foram considerados para análise os

pesos agrupados de forma a totalizar 27 observações de cada grupo. Assim, foram

obtidos pesos de 27 gotas individuais, 27 dados de gotas agrupadas 2 a 2, 27 dados

de gotas agrupadas 3 a 3, e assim sucessivamente, até as 27 observações

referentes às gotas agrupadas 20 a 20.

30

A análise estatística consistiu na obtenção de parâmetros estatísticos

descritivos (média e coeficiente de variação) em cada grupo. Além disso, foi testada

a existência de tendências no coeficiente de variação, conforme aumentava o

número de gotas agrupadas. Para tal, foi obtida uma equação de regressão, sendo o

modelo estatístico da regressão escolhido, dentre os disponibilizados pelo aplicativo

SAEG, mediante análise dos parâmetros da regressão (significância e coeficiente de

determinação).

Considerando-se o peso ideal da gota (0,05g) e a variação aceitável (±10%,

ou 0,045g a 0,055g) foram determinadas as frequências de subdosagem, dosagem

aceitável e sobredosagem em cada agrupamento. Foram obtidas, então, equações

de regressão que estimam estas frequências em função do número de gotas

agrupadas. A partir destas equações, foram determinados os tamanhos dos

agrupamentos que minimizaram a frequência de sub e sobredosagem, bem como os

que maximizaram a frequência de dosagens aceitáveis.

Para a otimização da utilização do bromidrato de fenoterol foi proposta uma

“solução de trabalho” a partir do cálculo da variabilidade média do peso das gotas e

a partir dos valores obtidos para as curvas de regressão de gotas aceitáveis,

subdosagem e sobredosagem. A solução foi obtida através da diluição da solução

de bromidrato fenoterol gotas em solventes como água destilada ou solução

fisiológica 0,9% com a elaboração de uma tabela com a dosagem ideal por faixa de

peso do paciente.

31

32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados demonstram a distribuição do peso das gotas quando

comparadas ao peso médio das gotas (0,04916±0,00068g). A distribuição das gotas

em relação à variação do peso médio gota a gota 0,04994g e o limite de 10% de

aceitabilidade reportados por Alcântra et al. (2007) produzem valores de 0,044095g

e 0,053893g para gotas aceitáveis, considerando-se subdosagem valores abaixo a

0,044095g e sobredosagem valores acima de 0,053893g.

Trabalho realizado por Estacia e Tognon (2008) demonstraram diferenças

estatísticas com colírios quando submetidos a ângulos de 45º e 90º. Prata e Prata

Júnior (2004) identificaram diferenças estatísticas entre os pesos médios e volumes

de colírios de marcas diferentes. A diferença entre os pesos das gotas pode ser

observada entre marcas e lotes diferentes do medicamento dimeticona gotas em

Anápolis-GO (OLIVEIRA; ARRUDA, 2009). A variabilidade das gotas no presente

trabalho esta relacionada ao mesmo lote e marca de fenoterol, num ângulo de 90º

do gotejador, tendo que demais trabalhos citados demonstram resultados

semelhantes para a variabilidade do peso médio das gotas de diversos fármacos.

As gotas agrupadas em 27 grupos apresentaram um coeficiente de variação

representada por uma equação hiperbólica de Ŷ = 8,58 + 20,564. X-1, em que ocorre

redução do coeficiente de variabilidade de acordo com o aumento do número de

gotas agrupadas, mostrando um ponto de inflexão no limite permitido pela

farmacopeia de 10% no ponto de 15 gotas agrupadas, abaixo de 5 gotas podem

apresentar coeficientes acima de 30% como pode-se observar na Figura 5.

33

Figura 5- Coeficiente de variação das gotas agrupadas

Através dos dados da frequência relativa de gotas aceitáveis pela

farmacopéia, pode-se obter uma distribuição de gotas aceitáveis, não-aceitáveis

(subdosagem) e (sobredosagem), sendo os resultados apresentadas na Figura 6.

34

29,5%

19,0%

19,1%

15,7%

19,5%

14,7%

8,6%

13,7%

11,1%

12,2%

8,1%

11,8%

6,5%

6,9%

7,4%

8,0%

12,5%

18,2%

9,5%

15,0%

12,5%

15,4%

57,1%

67,8%

64,7%

66,7%

62,2%

64,7%

75,9%

66,7%

68,9%

68,3%

75,7%

76,5%

80,6%

79,3%

77,8%

80,0%

75,0%

72,7%

81,0%

70,0%

75,0%

76,9%

13,4%

13,2%

16,2%

17,6%

18,3%

20,6%

15,5%

19,6%

20,0%

19,5%

16,2%

11,8%

12,9%

13,8%

14,8%

12,0%

12,5%

9,1%

9,5%

15,0%

12,5%

7,7%

sem agrupar

grupos de 2

grupos de 3

grupos de 4

grupos de 5

grupos de 6

grupos de 7

grupos de 8

grupos de 9

grupos de 10

grupos de 11

grupos de 12

grupos de 13

grupos de 14

grupos de 15

grupos de 16

grupos de 17

grupos de 18

grupos de 19

grupos de 20

grupos de 25

grupos de 30

Frequência relativa (%)

Sub-dosagem Aceitável Sobre-dosagem

Figura 6- Frequência relativa de gotas agrupadas

As distribuições das frequências relativas das gotas não agrupadas (Figura 6)

apresentam 57,1% de aceitabilidade, sendo que os valores de aceitabilidade

35

aumentam com o aumento do número de agrupamentos, verificando-se valores de

81% de aceitabilidade quando as gotas foram grupos de 19 unidades. As maiores

variações do peso médio das gotas do fármaco ocorrem em menores agrupamentos

(entre 0 a 9 gotas agrupadas) com valores que chegam a 19,5% de subdosagem e

20,6% de sobredosagem.

Esta faixa de agrupamentos de 0 a 9 gotas corresponde às dosagens

pediátricas, em que ocorrem os maiores valores de variabilidade das gotas e maior

necessidade de acurácia nas doses. Os fármacos que apresentam concentrações

maiores de fármacos por gotas podem levar a quadros de overdose, tanto na faixa

mínima para adultas e pediátricas. Tais variações nas dosagens podem ocorrer

devido à falta de padronização nos conta-gotas (ALCANTRA et al.; 2007).

Sukiennik et al. (2006) reportam em trabalho com antitérmicos no setor de

pediatria do Hospital Santo Antônio de Porto Alegre -RS que os gotejadores das

diversas apresentações disponibilizam volumes/quantidades diversos, geralmente

menores. Os autores são claros em suas conclusões, apontando erros nas

medicações pediátricas em conta-gotas. A alta variabilidade nas dosagens de

medicamentos de uso pediátrico pode implicar em aparecimento de reações

adversas, levando a quadros de hospitalizações (SANTOS et al.; 2012).

Ejzenberg (2006) discute os resultados obtidos por Sukiennik et al. (2006) e,

mediante a consulta à ANVISA e ao INMETRO, foi informado não haver normas

técnicas ou regulamentação sobre a utilização de conta-gotas. Em complemento, a

ANVISA afirma que “a dosagem oral via conta-gotas segue as informações definidas

nos compêndios farmacopéicos como a Farmacopéia Brasileira, que preconiza que

as gotas devem ser contadas em conta-gotas normal, escorrendo o líquido

livremente”. O corpo editorial do Jornal de Pediatria de São Paulo dedica nota aos

pediatras nas administrações líquidas e a possível variabilidade nos produtos

comercializados, relatando a necessidade de uma ação mais rotineira e de medidas

de controle mais eficazes.

Para a análise das gotas agrupadas em relação ao coeficiente de variação e a

frequência de subdosagem, foi obtida uma equação de regressão quadrática Ŷ =

24,1521 – 1,76833. X + 0,0528305. X2 (R2 = 58,2%; P = 0,0003) com ponto de

mínima de 15 gotas para os 10% aceitável para a subdosagem como pode-se

observar na Figura 7.

36

Figura7- Frequência de subdosagem para as gotas agrupadas

Os resultados demonstram que agrupamentos entre 2 a 10 gotas, o risco de

subdosagem é alto (Figura 7). A bula do medicamento testado indica que, na faixa

etária entre 0 a 5 anos, é recomendável a utilização de 2 a 5 gotas, cuja frequência

de subdosagem chega a quase 20%.

Segundo Santos et al. (2012) a terapêutica a base de β-2 agonistas pode

resultar num controle inadequado da asma levando ao aumento dos casos de

mortes e internações. A utilização de subdoses pode provocar a não redução do

quadro de broncoespasmos e o aumento das comorbidades. A idade mais crítica,

em que ocorrem maiores incidências de internações por dosagens inadequadas

ocorre até os 5 anos de idade.

Para o número de grupamentos aceitáveis, pode-se obter uma equação de

regressão quadrática: Ŷ = 59,0540 + 1,76964.X – 0,0420472.x2 (R2 = 63,6%; P =

0,0001), como o ponto de máxima em agrupamentos de 20 gotas ou 1 mL (Figura

8). Assim, recomendações de dosagens de 20 gotas seriam aquelas em que haveria

maior frequência de administração correta da quantidade indicada.

37

Figura 8- Número de gotas aceitáveis para gotas agrupadas

Para a análise de sobredosagem, foi obtida uma equação de regressão

(Figura 9) cúbica: Ŷ = 12,9869 + 1,43306.X – 0,129659.X2 + 0,00260712.X3 (R2 =

57,5%; P = 0,0012), em que o ponto mínimo foi de aproximadamente 25 gotas. Isto

significa que, em casos de recomendação de administração de 25 gotas ocorreria

menor frequência de sobredosagens. Um fato a se ressaltar é que, nos casos da

utilização de poucas gotas (1 a 10) há alta frequência de sobredosagem, podendo

chegar a 20% de consumo demasiado do medicamento. A alta variabilidade em

sobredosagem pode provocar como efeitos mais comuns tremores (CAZZOLA;

MATERA, 2011).

38

Figura 9- Frequência de sobredosagem das gotas agrupadas

De acordo com Vale (2011) os efeitos tóxicos produzidos pela sobredosagem

por β-2 agonistas inalatórios podem produzir: tremor, taquicardia sinusal, agitação,

convulsões, supraventricular e ventricular arritmias, hipocalemia, hiperglicemia e

cetoacidose.

Em condições extremas de envenenamento podem produzir alucinações e

psicoses. Zanoni e Palhares (2002), relatam o aparecimento de sonolência, agitação

psicomotora, náusea, vomito, taquicardia em pacientes pediátricos sobre a utilização

de fenoterol 0,5 mg/kg gotas. Os autores afirmam que o procedimento inalatório do

fármaco deveria ser controlado em ambiente hospitalar com monitorização clínica.

Para a utilização em casa recomendam-se outras formas farmacêuticas como

aerossóis (MELANI et al.; 2011).

Woo (2008) afirma que a utilização de adrenérgicos agonistas podem

provocar arritmias, hipertensão e agravo cardíacos em pacientes com doenças

congênitas cardíacas.

O autor ainda estabelece a necessidade de reeducação dos pais e da

adequação de doses na faixa pediátrica no tratamento da tosse, tais procedimentos

vão de encontro com as normas da sociedade de enfermeiros práticos em pediatria

dos EUA (PNP) para a diminuição de efeitos de overdose nessa população. Para tal,

39

cuidados com a inaloterapia em crianças devem observar cuidados especiais como

recomendado pelo Foods Drugs and Adiministration (FDA) nos EUA para crianças

ate 2 anos de idade.

De forma geral, a recomendação de dosagens de 20 gotas levaria a altas

probabilidades de utilização de quantidades adequadas do medicamento, com

baixas chances de sub e sobredosagem.

Por outro lado, percebe-se que uma administração de dosagens com menos

de 10 gotas leva a altas probabilidades de sub ou sobredosagens, com consequente

baixa chance de utilização segura do fármaco. Assim, os maiores valores de não

conformidade das gotas agrupadas ocorrem entre 5 e 10 gotas, justamente a faixa

etária pediátrica correspondente a 1 a 6 anos (BRASIL, 2012).

Belela, Pedreira e Peterlini (2011) remetem que cerca de 8% de erros de

medicamentos estão ligados à pediatria são registrados em bases nacionais e

internacionais. Os autores destacam que as crianças são mais suscetiveis e com

maior vunerabilidade devido à ocorrência de fatores intrinsicos, destacando-se

carcterísticas anatômicas e fisiológicas.

Porém, para os mesmos autores, os fatores extrínsecos, como a falta de

políticas públicas e a falta de comprometimento da indústria farmacêutica podem

levar a uma série de problemas, sendo que há necessidade de implementar

estratégias para a diminuição de erros na pediatria com eficácia no tratamento nesta

faixa etária de pacientes.

Belela, Pedreira e Peterlini (2011) afirmam que a probabilidade de erros em

medicações em crianças são cerca de 3 vezes maiores que em adultos. A

necessidade do cálculo individualizado da dose, baseada na idade, peso e superfície

corpórea da criança, envolvendo múltiplas operações matemáticas em várias fases

do processo de medicação (prescrição, dispensação, preparo, administração e

monitorização) favorece a ocorrência do erro de medicação em crianças.

Para Yin et al. (2010) estudos de com foco na padronização de doses pode

levar a diminuição de quadros de erros de medicação melhorando a eficacia

evitando o agravo de comorbidades e o aumento da segurança com atenuação dos

efeitos adevrsos de sobredosagens.

Desta forma, estabelece-se a constituição de uma “solução de trabalho” de

forma a padronizar as doses de fenoterol gotas para processo de inaloterapia, como

forma de otimização da adiministração de acordo com dados obtidos neste trabalho

40

para as curvas de regresssão de gotas aceitaveis, subdosagem e sobredosagem

tendo como padrão os pesos médios das gotas agrupadas.

Em Brasil (2012), a ANVISA determina que as 20 gotas agrupadas

apresentam cerca de 1 mL do medicamento na apresentação de forma líquida de 20

mL, em que 20 gotas correspondem a 5,0 mg de fenoterol, sendo 0,25mg por gota.

De acordo com o manual de inaloterapia do consenso brasileiro de asma e manual

do hospital da PUC setor de pneumopediatria do hospital Municipal Mario Gati a

dose de 1gota/3kg, ou seja, 0,25mg/3kg (0,0834mg/kg) são necessárias para

reverter os quadros de pneumopatias relacionadas às bronquioconstrições (PUCC,

2012).

Neste, contexto sugere-se o preparo de uma “solução de trabalho”, a partir

de uma diluição de 20 gotas ou 1 mL de fenoterol gotas medidos com seringas de 10

mL acrescidos de 9 mL de água destilada ou soro fisiológico. Para a otimização das

dosagens utilizou-se o cálculo de doses em função do peso de 0,0834 mg/kg e

1gt/3kg com partida inicial as concentrações e volume iniciais da “solução de

trabalho” utilizando cálculo de volume final do diluído a ser utilizado por peso com

CiVi=CfVf, obteve-se a Tabela 1 para as dosagens otimizadas por peso da solução

de trabalho.

Tabela 1- Relação da dose em função do peso para a solução trabalho de fenoterol líquido 20 mL.

Peso (kg) Dose (mg) Solução de trabalho (mL)

1 a 3 0,25 0,5

4 a 6 0,5 1,0

7 a 9 0,75 1,5

9 a 11 1,0 2,0

12 a 14 1,25 2,5

15 a 18 1,5 3,0

10 a 21 1,75 3,5

21 a 25 2,0 4,0

Para Rascati (2010) a avaliação da efetividade de qualquer intervenção de

assistência à nova saúde, inclusive a de medicamentos, é fundamental para

determinar seu papel na pratica clínica. Desta forma, a proposta deste trabalho

possui a função de produzir uma forma segura na utilização clinica do fenoterol

41

gotas para os quadros de broncoespasmos, em que os níveis de dosimetria das

doses possam garantir os 10% de variabilidade mínima reportada pela farmacopéia.

Cipolla e Gonda (2011) relatam que vários sistemas de nebulização obtêm

vários resultados diferentes com inerentes fatores a controlar. Desta forma, Há a

necessidade de técnicas e medidas na padronização de drogas inalatórias. A

elaboração da “Solução de Trabalho” visa à padronização de doses com margem a

evitar os efeitos adversos, principalmente os efeitos adrenérgicos cardíacos

provocados pelo excesso de droga circulante. Esses efeitos são descritos de forma

evidente por Vale (2011) como arritimias supraventriculares e ventriculares.

A otimização das doses com a solução trabalho permite garantir que a

variabilidade mínima do peso médio das gotas não provoque a redução do efeito

terapêutico, consequentemente um efeito sub-clínico com complicações e agravos

dos efeitos bronconstritores com aumento do risco de insucesso terapêutico e

agravo do quadro clinico do paciente. A falha terapêutica pela não conformidade do

fenoterol gotas é descrita pelos autores Santos et al. (2012) em trabalho com

crianças asmáticas de Salvador-Ba.

Segundo Rascati (2010), a farmacoeconomia mede o benefício trazido por

uma intervenção com o custo adicionado ao processo e como este processo

apresenta um custo-efetividade que permita a mudança de protocolo e

procedimentos. O emprego da “Solução de trabalho” traz o mínimo custo para as

instituições de saúde sendo requerido para seu manuseio seringa de 10 mL e

solução salina 0,9% ambos, disponíveis nos serviços de saúde e na pratica médica

ambulatorial dos hospitais, assim como nos postos de saúde, prontos-socorros e

presente em todas as farmácias comunitárias.

De acordo com Brasil (2012) recomenda a administração de fenoterol gotas

para os quadros de broncoespasmos com a utilização de 3 vezes ao dia em

inaloterapia e nebulização, permitindo que a diluição da “solução de trabalho” possa

ser reutilizada nas demais sessões sem perda do principio ativo quando em solução.

Desta forma, a “solução de trabalho”, representa a otimização do processo de

utilização de fenoterol gotas em broncoespasmos para nebulizadores ou

administração oral, com uma proposta na mudança de protocolo na adoção de

novas técnicas que assegurem a segurança da utilização de fármacos em faixas

etárias como idosos e crianças.

42

Tais intervenções na utilização de técnicas no tratamento de pacientes

pediátricos apontam com os aspectos relacionados pelo FDA no Safety and

innovation act que trata da necessidade de uma nova abordagem da prescrição de

fármacos em populações e faixas etárias órfãs como os idosos e crianças (EUA,

2012).

A proposta da utilização da “solução de trabalho” tem como objetivo trazer à

luz as preocupações do Jornal de Pediatria de São Paulo, segundo Sukiennik (2006)

e promover debate sobre a resposta enviada a Revista de Pediatria de São Paulo

como reportado por Ejzenberg (2006) pelo INMETRO e ANVISA sobre a utilização

de medicamentos conta-gotas em crianças.

43

5 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos, conclui-se que, de acordo com a

variabilidade do peso médio das gotas, os resultados obtidos demonstram que existe

a necessidade de otimização da utilização de fenoterol gotas, no tocante a

uniformidade das doses administradas pelo peso do paciente. A maior variabilidade

de gotas esta ligada a faixa pediátrica de 0 a 9 gotas, sendo suscetíveis ao

acometimento de reações adversas provocadas por sobredosagem ou ao aumento

da crise de broncoespasmo por subdosagem com aumento das comorbidades da

falta de efeito farmacoterapêutico.

Para a otimização da utilização de fenoterol gotas propõe-se a criação de

uma solução trabalho com a dose estipulada pelo peso do paciente. Com os 10% de

variabilidade dos pesos médios das gotas segurando o efeito terapêutico e evitando

as reações adversas pertinentes às sobre dosagens.

Propondo-se a utilização de métodos estatísticos na qualidade de produtos

farmacêuticos na obtenção de doses otimizadas para administração de fármacos de

baixo índice terapêutico em conta-gotas este trabalho pretende contribuir para uma

nova proposta para a avaliação da eficácia terapêutica em populações órfãs onde a

seguridade terapêutica traz evidentes benefícios à saúde pública.

44

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