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Proposta do Programa Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV/Fiocruz Relatório apresentado à CAPES sobre o desenvolvimento do mestrado no ano de 2009 Objetivos gerais do programa, perspectivas de evolução e tendências 1.1. Dos objetivos do programa: O programa tem como objetivo a formação teórico-prática de profissionais das áreas de Trabalho, Educação e Saúde, principalmente daqueles que atuam ou pretendem atuar em processos de formação de trabalhadores técnicos em saúde, em coerência com o objeto do programa, qual seja, a Educação Profissional em Saúde, de natureza interdisciplinar. Sendo assim, o programa privilegiou, como foco inicial, dirigentes e docentes das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde, tendo ampliado o acesso de profissionais das referidas áreas interessados na Educação Profissional em Saúde por motivações construídas em outros ambientes de trabalho, tais como unidades de assistência em saúde de diversas complexidades, programas de atenção básica e de promoção à saúde, instâncias gestoras de educação e de saúde, instituições de ensino, dentre outras. A formação teórico-prática desses profissionais ocorre mediante o aprofundamento das bases teórico-metodológicas que fundamentam as políticas de educação e de trabalho em saúde, permitindo sua compreensão histórica e potencializando práticas transformadoras que contribuam para a consolidação do Sistema Único de Saúde - SUS. Os objetos de investigação dos estudantes são construídos a partir de problemas e necessidades da realidade das políticas e dos processos de trabalho e de educação em saúde enfrentados na atenção aos usuários dos serviços de saúde e na formação de seus trabalhadores.Conceitualmente, a proposta do programa visa elaborar a crítica às concepções economicistas e pragmáticas da educação e das práticas de atenção e assistência em saúde. Nesse sentido, também o conceito de saúde como ausência de doença é confrontado com o conceito de saúde como qualidade de vida, buscando-se, assim, compreender a educação e a promoção da saúde como processos ontológicos de produção da existência humana. Esses, ainda que subsumidos ao modo de produção capitalista, configurando-se historicamente como meios de reprodução da força de trabalho, do ponto de vista das potencialidades humanas resistem a se converterem em mercadorias.Desses preceitos decorrem uma forma de ação institucional, que se caracteriza por promover um comprometimento da pós-graduação com o conjunto de atividades da unidade (a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio) e da Instituição (a Fundação Oswaldo Cruz), desdobrando-as, ainda, para a esfera dos órgãos gestores da educação e da saúde, tais como as respectivas secretarias municipais e estaduais e ministérios, assim como para as instituições que realizam a educação profissional em saúde. Nesses termos, entende- se o programa como uma célula em que as necessidades e produtos de seu metabolismo sejam alimentados e alimentadores da dinâmica social da qual ele faz parte. Tal postura não poderia deixar de ter fortes implicações acadêmicas, posto que nela se enraízam os princípios da interdisciplinaridade que caracterizam o programa, assim como a natureza interessada e comprometida dos problemas que levam ao delineamento de sua proposta pedagógica. Ou seja, esses, à medida que advêm das contradições do real, exigem buscar na teoria os fundamentos que as explicam e possibilitam sua superação. As disciplinas que estruturam o curso recorrem ao conhecimento já produzido a fim de serem apropriados

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Proposta do Programa Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV/Fiocruz

Relatório apresentado à CAPES sobre o desenvolvimento do mestrado no ano de 2009

Objetivos gerais do programa, perspectivas de evolução e tendências 1.1. Dos objetivos do programa: O programa tem como objetivo a formação teórico-prática de profissionais das áreas de Trabalho, Educação e Saúde, principalmente daqueles que atuam ou pretendem atuar em processos de formação de trabalhadores técnicos em saúde, em coerência com o objeto do programa, qual seja, a Educação Profissional em Saúde, de natureza interdisciplinar. Sendo assim, o programa privilegiou, como foco inicial, dirigentes e docentes das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde, tendo ampliado o acesso de profissionais das referidas áreas interessados na Educação Profissional em Saúde por motivações construídas em outros ambientes de trabalho, tais como unidades de assistência em saúde de diversas complexidades, programas de atenção básica e de promoção à saúde, instâncias gestoras de educação e de saúde, instituições de ensino, dentre outras. A formação teórico-prática desses profissionais ocorre mediante o aprofundamento das bases teórico-metodológicas que fundamentam as políticas de educação e de trabalho em saúde, permitindo sua compreensão histórica e potencializando práticas transformadoras que contribuam para a consolidação do Sistema Único de Saúde - SUS. Os objetos de investigação dos estudantes são construídos a partir de problemas e necessidades da realidade das políticas e dos processos de trabalho e de educação em saúde enfrentados na atenção aos usuários dos serviços de saúde e na formação de seus trabalhadores.Conceitualmente, a proposta do programa visa elaborar a crítica às concepções economicistas e pragmáticas da educação e das práticas de atenção e assistência em saúde. Nesse sentido, também o conceito de saúde como ausência de doença é confrontado com o conceito de saúde como qualidade de vida, buscando-se, assim, compreender a educação e a promoção da saúde como processos ontológicos de produção da existência humana. Esses, ainda que subsumidos ao modo de produção capitalista, configurando-se historicamente como meios de reprodução da força de trabalho, do ponto de vista das potencialidades humanas resistem a se converterem em mercadorias.Desses preceitos decorrem uma forma de ação institucional, que se caracteriza por promover um comprometimento da pós-graduação com o conjunto de atividades da unidade (a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio) e da Instituição (a Fundação Oswaldo Cruz), desdobrando-as, ainda, para a esfera dos órgãos gestores da educação e da saúde, tais como as respectivas secretarias municipais e estaduais e ministérios, assim como para as instituições que realizam a educação profissional em saúde. Nesses termos, entende-se o programa como uma célula em que as necessidades e produtos de seu metabolismo sejam alimentados e alimentadores da dinâmica social da qual ele faz parte. Tal postura não poderia deixar de ter fortes implicações acadêmicas, posto que nela se enraízam os princípios da interdisciplinaridade que caracterizam o programa, assim como a natureza interessada e comprometida dos problemas que levam ao delineamento de sua proposta pedagógica. Ou seja, esses, à medida que advêm das contradições do real, exigem buscar na teoria os fundamentos que as explicam e possibilitam sua superação. As disciplinas que estruturam o curso recorrem ao conhecimento já produzido a fim de serem apropriados

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como fundamentos necessários à construção de novos conhecimentos. O desenvolvimento das investigações por professores e estudantes, por sua vez, enfrentam novas dimensões dos problemas, fornecendo, assim, explicações dos fenômenos e perspectivas de ação que, sistematizadas, possam se constituir em novos conhecimentos científicos socialmente necessários e historicamente coerentes. Assim, os objetivos específicos do programa foram elaborados de forma a orientar o desenvolvimento de sua proposta, fazendo-a cumprir com suas finalidades conceituais, institucionais e acadêmicas previamente descritas. Visando a caracterizar com maior consistência a proposta político-pedagógica do programa, em 2009 os objetivos específicos foram revistos em coerência com cada uma das linhas de pesquisa. Os objetivos específicos do programa passaram a ser enunciados como se segue: a) Analisar a configuração do Estado capitalista e suas funções em diferentes fases históricas, considerada a relação entre economia, política e cultura, possibilitando identificar o desenvolvimento histórico dessas políticas sociais, tendo como enfoque principal as concepções que embasam as políticas voltadas para a educação dos trabalhadores e a saúde da população. b) Analisar as tendências da educação profissional e da gestão do trabalho em saúde, à luz da complexa e contraditória relação entre reestruturação produtiva, qualificação do trabalho e do trabalhador e educação profissional. c) Analisar as concepções teórico-metodológicas que embasam projetos e práticas político-pedagógicas de educação de trabalhadores em saúde, buscando compreender as razões e as concepções que orientam o desenvolvimento dos projetos de educação profissional em saúde, bem como suas referências e características. d) Contribuir para que o conhecimento produzido na consecução dos objetivos anteriores orientem a ação política e pedagógica de diretores, técnicos e docentes na perspectiva transformadora de práticas educativas e de serviços em convergência com os princípios do SUS. 1.2. Da natureza interdisciplinar do programa: A natureza interdisciplinar do curso pode ser observada na sua caracterização curricular. Primeiro, este curso se fundamenta nos estudos das áreas de Educação e de Saúde, com a mediação do Trabalho, organizados na área de concentração do curso, Trabalho e Educação em Saúde, de tal modo que podemos afirmar que a "Educação Profissional em Saúde" tem se constituído como um objeto interdisciplinar. O trabalho, categoria forte na proposta curricular, por ser compreendida como mediação de primeira ordem das relações, e, assim, abordada nas suas dimensões ontológica e histórica, é o eixo articulador da interdisciplinaridade. A proposta curricular é apoiada em estudos da Economia, da Filosofia, da História, da Sociologia, da Psicologia, da Educação e da Saúde Coletiva. Visando a dar coerência epistemológica e pedagógica ao currículo, seus componentes foram organizados nesta mesma perspectiva, com seu conteúdo podendo estar enraizado em uma dessas áreas especificamente ou na interface entre elas. Neste mesmo sentido, o corpo docente é composto por professores formados nas áreas que estruturam o curso e, por

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vezes, as disciplinas são ministradas por mais de um professor, de formações distintas, que organizam o trabalho em equipe, elaboram a programação da disciplina, discutem seu andamento e realizam a avaliação dos alunos de maneira coletiva. Isto possibilita a intercomplementaridade e a interdisciplinaridade da abordagem teórico-metodológica dos conteúdos.As disciplinas obrigatórias constituem o núcleo central da formação dos mestrandos, configurado pelos fundamentos teórico-metodológicos necessários à investigação e à compreensão dos fenômenos relativos à Educação Profissional em Saúde. Sendo assim, as três disciplinas obrigatórias formam a base epistemológica e histórica das linhas de pesquisa, quais sejam, Concepções e Práticas na Formação dos Trabalhadores em Saúde; Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Políticas Públicas, Planejamento e Gestão do Trabalho, da Educação e da Saúde. Outras duas atividades obrigatórias trazem os fundamentos epistemológicos e metodológicos da pesquisa, num enfoque interdisciplinar, também convergindo para as linhas de pesquisa e, essas, para a referida área de concentração, quais sejam, os Seminários Interdisciplinares I e II. Esses se voltam para a construção, discussão e análise coletiva da elaboração e do desenvolvimento dos projetos de pesquisa. O primeiro Seminário, partindo dos fundamentos conceptuais da produção do conhecimento em Ciências Sociais apresenta princípios, diretrizes e procedimentos para a construção dos projetos de pesquisa nessa área, desde a construção do objeto até os procedimentos metodológicos da pesquisa empírica. Por fim, o Seminário de Pesquisa II tem como finalidade proporcionar ao mestrando a oportunidade para compartilhar com professores, pesquisadores e colegas, o desenvolvimento de sua investigação, discutindo os objetivos, os referenciais teóricos, os procedimentos metodológicos, as características das fontes documentais e empíricas, o significado dos dados coletados, os resultados e as conclusões. Ambos os Seminários tratam-se, portanto, de processos de construção e de orientação coletivas, partindo-se de reflexões mais gerais da área de concentração, apoiado numa bibliografia de caráter epistemológico e metodológico, e focando-se, posteriormente, nos elementos de convergência dos objetos de investigação em cada uma das linhas de pesquisa e nas suas próprias especificidades. Sendo o Seminário Interdisciplinar de Pesquisa II um espaço propositalmente concebido para a abordagem interdisciplinar dos objetos de pesquisa, de maneira a incorporar as diferentes disciplinas e formações que compõem o Mestrado em Educação Profissional em Saúde, o desenvolvimento desta atividade levou à formação do Grupo de Estudos em Epistemologia. Este Grupo reúne-se regularmente com o objetivo de realizar estudos, organizar material didático, elaborar o programa da atividade e organizar a respectiva bibliografia e o material de apoio. Os professores do Programa que compõem este Grupo de Estudos são também responsáveis por conduzir os seminários. Sua programação se caracteriza pelo caráter interdisciplinar, cuja organização pretende ir além do mero agrupamento de áreas próximas ou afins, evitando-se, assim, ecletismos ou superposição de áreas sem uma elaboração teórica e metodológica consistente. Por essa razão, o Grupo de Pesquisa em Epistemologia, responsável por assegurar os trabalhos do Seminário, é composto por docentes com formações disciplinares distintas - Arte, Educação, Linguística, História e Filosofia, estando unificado num coletivo de pesquisa constituído a partir de sólidas bases teóricas comuns. O Seminário tem como objetivo consolidar fundamentos comuns de pesquisa (técnicos, metodológicos e teóricos), garantindo a expressão da diversidade constitutiva do curso e, ao mesmo tempo, contribuindo para a formulação de um campo próprio de pesquisas e docência em que se

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situa a educação profissional em saúde, assim como para a definição das principais clivagens que o atravessam. No âmbito do Seminário de Pesquisa II os alunos têm apresentado os seus projetos de pesquisa, recebendo as contribuições dos professores responsáveis, do seu próprio orientador e dos colegas de turma. Esta atividade tem contribuído significativamente para a revisão e para o aprimoramento do projeto de pesquisa do aluno com vistas ao exame de qualificação, que tem se realizado em torno do décimo terceiro mês de curso. Finalmente, cabe dizer que as disciplinas eletivas apresentam objetivos, conteúdos e bibliografias específicas a temáticas que poderão fundamentar os projetos de investigação dos mestrandos. Nesse sentido, o mestrando, em diálogo com seu orientador científico, constrói uma trajetória de formação mediante a escolha de disciplinas eletivas que cumpram essa finalidade em coerência com seu objeto de estudo. 1.3. Perspectivas de Evolução e Tendências Com dois anos de funcionamento, a organicidade da proposta do curso pode ser constatada mediante avaliação realizada pelos alunos em reuniões com a coordenação e pelos professores, em reuniões do Colegiado. De fato, os temas dos projetos de pesquisa dos mestrandos são coerentes com os objetivos das respectivas linhas de pesquisa e guardam, por sua vez, afinidade com as áreas de pesquisa dos orientadores. A seqüência com que as disciplinas obrigatórias foram oferecidas deve ser observada, por buscar um desenvolvimento teórico que parte de fundamentos gerais e estruturantes da área de concentração, Trabalho e Educação em Saúde, chegando à especificidade do objeto do curso, a Educação Profissional em Saúde. Assim, as disciplinas obrigatórias Economia da Educação e Concepções de Formação em Saúde e Políticas de Educação e de Saúde tem sido oferecidas no primeiro semestre, juntamente com a atividade Seminários de Pesquisa I, sendo a primeira, a disciplina de base da área de concentração, e a segunda, disciplina de base das linhas de pesquisa Políticas Públicas, Planejamento e Gestão do Trabalho, da Educação e da Saúde e Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Já a disciplina Educação Profissional: Contexto e Questões Atuais, juntamente com a atividade Seminários de Pesquisa II tem sido oferecidas no segundo semestre, sabendo-se que essa disciplina tanto é base para a linha de pesquisa Concepções e práticas da formação dos trabalhadores de saúde, quanto é aquela que aborda diretamente a educação profissional em saúde, em termos epistemológicos, políticos e pedagógicos.Portanto, mesmo estando os temas dos estudantes vinculados a uma linha de pesquisa, havendo, assim, uma das disciplinas obrigatórias a proporcionar fundamentos para sua abordagem, a construção do objeto implicará enraizá-lo nos fundamentos da Economia e da Política e contextualizá-lo no campo da Educação Profissional. Esse movimento proporciona ao estudante a construção do conhecimento de forma crescente e em espiral, partindo-se de questões mais gerais em direção àquelas mais particulares. Sendo assim, em coerência com o referencial teórico-metodológico do curso, pode-se, de fato, construir objetos interdisciplinares cuja unidade configura-se pela síntese de múltiplas determinações.. A bibliografia básica das disciplinas valem-se de obras clássicas e contemporâneas, cuja seleção é orientada pelo referencial teórico-metodológico do curso, dialogando-se, ainda, com outros referenciais, no sentido de contribuir para o desenvolvimento da capacidade analítica e crítica dos estudantes. Uma outra experiência que tem sido bastante interessante é a forma como a

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disciplina de Educação Profissional: Contexto e Questões Atuais tem sido oferecida. A bibliografia básica consta de textos originais de autores convidados, elaborados sob encomenda para abordar as temáticas da disciplina, tendo-se proporcionado a discussão direta com os respectivos autores. A reunião dos textos elaborados para a disciplina no ano de 2009 deu origem a um número especial da Revista Trabalho, Educação e Saúde, periódico científico da EPSJV, publicado em 2009, que passou a constar da bibliografia básica do programa. No que diz respeito às disciplinas eletivas, as opções feitas mostraram-se também adequadas. Fez-se a opção, primeiramente, pela oferta de disciplinas que proporcionam, simultaneamente, uma abordagem histórica e contemporânea da educação profissional em saúde, de maneira que também esses estudos se articulem organicamente com aqueles desenvolvidos no âmbito das disciplinas obrigatórias. As seguintes disciplinas eletivas foram ofertadas ao longo desses dois anos: Novos Modelos Produtivos, Educação Profissional e Trabalho em Saúde; Historicidade da Educação dos Trabalhadores em Saúde, Educação do Adulto Trabalhador, Concepções de currículo, trabalho docente e educação profissional. De muita relevância é a observação sobre a necessidade de se desdobrar a disciplina de Políticas de Educação e de Saúde, devido às características dos temas dos mestrandos e à riqueza de conteúdo que a mesma proporcionou e indicou, quando oferecida como disciplina obrigatória. Em face disto, e sob forte demanda dos estudantes, foram oferecidas, como disciplinas eletivas, Políticas de Educação e de Saúde II: aspectos organizacionais do SUS e suas interfaces com o trabalho e a formação em saúde e Políticas de Educação e de Saúde III: transformando práticas – Política Nacional de Humanização e Política de Educação Permanente. Como resultado de um processo permanente de auto-avaliação do programa, o colegiado decidiu por propor a ampliação do conjunto de disciplinas eletivas oferecidas, sendo uma delas destinada a contemplar essa demanda por estudos sobre as políticas de saúde. Assim, a partir de 2010, a disciplina Política Nacional de Saúde e interfaces com o trabalho e a formação em saúde, de caráter eletivo, passará a constar do currículo do curso, agregando o conteúdo ministrado na disciplina de Políticas de Educação e Saúde II, com a seguinte ementa: a formulação de políticas de saúde; processo saúde-doença; histórico das políticas de saúde no Brasil; organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde; modelos de atenção à saúde; as políticas de saúde como indutoras para a formação e o trabalho das ocupações de nível médio em saúde. Além desta, outras necessidades foram percebidas pelos corpos docente e discente do programa. Trata-se de dispormos de duas disciplinas que pudessem abordar temas atuais e relevantes, bem como resultados de pesquisas que potencializem inovações e desenvolvimento científico-tecnológicos na área. Com isto, foi aprovada a inclusão, para 2010, de dois Tópicos Especiais em Educação Profissional em Saúde. Um deles como o objetivo de abordar temas, problemas e questões contemporâneas da educação profissional em saúde, bem como de projetos e resultados de pesquisa desenvolvidas nos laboratórios da EPSJV, na perspectiva de situar os estudantes no estado da arte do tópico abordado. O segundo, por sua vez, visa ao aprofundamento de temas, problemas e questões contemporâneas da educação profissional em saúde e à discussão crítica de projetos e resultados de pesquisa desenvolvidas nos laboratórios da EPSJV.O conteúdo ministrado na disciplina de Políticas de Educação e de Saúde II, por exemplo, será abordado neste sentido. Finalmente, os professores poderão oferecer, ainda, uma Atividade de Pesquisa como disciplina eletiva. Para o aluno isto implica a participação na execução de um projeto de pesquisa que privilegie a relação entre trabalho educação e saúde; a integração no debate

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teórico sobre o tema estudado; a coleta e análise dos dados da pesquisa; e a participação na elaboração de relatório de pesquisa. Os Seminários de Pesquisa I e II mostraram ser uma proposta coerente com a natureza interdisciplinar do programa, tendo cumprido com seus objetivos de contribuir para que o mestrando consolide a construção de seu objeto de pesquisa, proporcionando a orientação coletiva de elaboração da dissertação. Para isto, as atividades constaram de análise coletiva do projeto de investigação e de seu desenvolvimento; discussão dos referenciais teórico-metodológicos da linha de pesquisa e daqueles específicos ao objeto; discussão e acompanhamento do trabalho de campo; discussão coletiva dos resultados disponíveis da pesquisa. O envolvimento dos alunos com a pesquisa tem-se dado por alguns caminhos. Primeiramente, ao ser definido seu orientador, o mestrando passa a se inserir no respectivo projeto de pesquisa, mesmo que seu tema não tenha uma vinculação direta. A despeito disto, considera-se esse processo necessário, primeiramente porque existirá uma vinculação com a linha de pesquisa, de modo que as categorias gerais que embasam o projeto de pesquisa do orientador tendem a ser fundamentos também para os orientandos. Além disto, sendo a prática de pesquisa um processo que se apreende coletivamente, além dos Seminários de pesquisa II, com a inserção no projeto de pesquisa do orientador, o mestrando passa a ter um coletivo como referência, com o qual desenvolve identidade e aprimora o aprendizado teórico-metodológico para a sua formação acadêmica. Deve-se destacar, ainda, que o fato de a pesquisa na EPSJV/Fiocruz ter como núcleo os laboratórios que compõem a organização da unidade e esta dispor, ainda, de uma Câmara Técnica de Pesquisa, as linhas de pesquisa do programa constituem, com as demais linhas, o quadro de pesquisa da unidade. Assim, ao se inserirem no projeto de pesquisa dá-se, na verdade, uma inserção institucional do mestrando para além do programa, o que enriquece sua vivência institucional. Os professores do programa fazem parte, ainda, de grupos de pesquisa inscritos no diretório de pesquisa do CNPq, sendo que alguns deles articulam pesquisadores e pesquisas de outras instituições. Informações mais detalhadas a este respeito constam do item atividades complementares deste documento. Os grupos de pesquisa, além do seu valor acadêmico em si, representam importantes articulações institucionais, oportunizando aos mestrandos a realização de intercâmbios com estudantes de outros programas, além do contato com professores de outras instituições. Assim, os mestrandos compreenderem que tais articulações compõem a dinâmica de produção do conhecimento científico. A pertinência e a relevância acadêmica e política desse programa tem-se comprovado com as demandas recebidas das Escolas Técnicas de Saúde do país, no sentido tanto de recomendar seus professores e gestores com alunos, quanto de que o funcionamento do programa possa se ampliar para uma abrangência nacional. Nesse sentido, o programa se alinha com a política de expansão da Fiocruz na implantação de seus Centros Regionais, atualmente 6 (seis) (Amazônia, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná), de modo que esses sirvam como pólos para a implantação de turmas descentralizadas do curso, reunindo alunos advindos das Escolas Técnicas de Saúde da região. Conta-se, para este projeto, com o apoio tanto político quanto financeiro da própria Fiocruz, do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais de Saúde. Concretamente, está em curso a elaboração deste projeto para ser implantado, ainda em 2010, no Centro Regional da Fiocruz do Ceará.

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No mesmo sentido tem se dado a atuação do programa na política de cooperação internacional. Desde a sua implantação, os países com quem a EPSJV tem mantido cooperação internacional para a formação de trabalhadores técnicos da saúde, especialmente os da África e da América Latina, tem-se referenciado na proposta do programa como meio de formação de seus profissionais. Disto tem decorrido articulações institucionais internacionais no sentido de que a proposta do programa seja multiplicada por suas instituições, e, também, de forma mais freqüente, de que seja implantado e coordenado pela EPSJV nesses países. Em estado avançado de negociação, encontra-se o projeto de realização do curso de especialização em educação profissional em saúde para profissionais de saúde dos países africanos, com a mediação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Este projeto foi apresentado aos representantes desses países e da CPLP na III Reunião da Rede Internacional de Técnicos em Saúde (RETS), realizada na EPSJV em novembro de 2009. No mês de abril de 2010 será realizada uma reunião com tais representantes em Portugal, com o objetivo precípuo de aprovar a proposta curricular do curso e de definir as condições de sua realização. A presença direta da Fiocruz no continente africano, por meio de seu Escritório Internacional em Maputo - Escritório Regional de Representação da Fiocruz na África (Fiocruz África) -, além do interesse político e do apoio financeiro da CPLP são mediações importantes para o êxito desse projeto. Tendência semelhante, ainda que em negociação, ocorre com os países da América Latina, considerando, inclusive, que a EPSJV já realiza processos de formação dos trabalhadores técnicos de saúde nesses países desde que se tornou Centro Colaborador para a Educação de Técnicos em Saúde da Organização Mundial da Saúde. Por esses caminhos, o programa se manifesta como uma importante mediação de fortalecimento da educação profissional em saúde em termos nacionais e internacionais, vindo a cumprir, como era nossa expectativa, uma função acadêmica, social e política fundamental para o fortalecimento do SUS no Brasil e dos sistemas públicos de saúde em outros países. Articulações e intercâmbios dessa natureza tendem, portanto, a se intensificar, constituindo-se numa importante perspectiva de evolução no seu desenvolvimento. Integração com a Graduação A Fundação Oswaldo Cruz consolidou sua atuação na pós-graduação por meio de uma forte vinculação com a pesquisa, não sendo sua tradição a oferta de cursos de graduação, experiência ainda não existente em nenhuma de suas unidades, incluindo a EPSJV, unidade que oferece o curso objeto deste documento. Não obstante, realiza-se a integração do curso de mestrado com as demais atividades de ensino desenvolvidas na unidade. Dentre essas atividades encontra-se os cursos destinados àqueles que já dispõem da graduação, como é o caso do curso de especialização em educação profissional em saúde, que faz parte do conjunto de ações da pós-graduação, no qual atuam os professores do programa. No ano de 2009, o Conselho Nacional de Educação, por meio do Parecer CNE/CP n. 07/2009, mediante consulta da EPSJV, aprovou que: "um curso de especialização em nível de pós-graduação, modalidade lato sensu, estruturado especialmente para o fim de propiciar adequada formação a docentes da educação profissional e tecnológica, como o proposto curso de Especialização em Educação Profissional em Saúde, pode habilitar professores

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para a Docência em Educação Profissional e Tecnológica, obedecidas as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação para a formação inicial e continuada de professores". Assim, a partir do segundo semestre de 2010, o curso de especialização passará a habilitar professores para essa finalidade. Ainda que tal formação se dê na forma de um curso de pós-graduação, a formação pedagógica para fins da habilitação para a docência é uma atividade típica da graduação. Abrem-se, assim, perspectivas bastante interessantes de integração da pós-graduação com outros níveis de ensino. Destaque-se, ainda, que as vagas disponíveis das disciplinas dos cursos de especialização e de mestrado são oferecidas aos professores da unidade, como cursos de capacitação em serviço, aproveitando-se, assim, ao máximo, a potencialidade formativa da pós-graduação, no sentido de contribuir para a qualificação dos docentes da unidade. É importante, ainda, informar que os professores do programa atuam nos cursos de nível médio oferecidos pela EPSJ. Esses cursos se dividem em: a) cursos de ensino médio integrado às habilitações técnicas de nível médio; b) cursos de especialização técnica; e c) cursos de educação profissional de formação inicial e continuada.O exposto demonstra que a integração do programa de pós-graduação com as demais atividades de ensino ocorrem, principalmente, por meio de: a) atuação docente dos professores do programa nos diversos cursos oferecidos pela EPSJV; b) orientação de monografias de conclusão do curso de especialização em educação profissional em saúde; c) orientação de monografias de conclusão do curso de nível médio, desenvolvidas no âmbito do programa Trabalho, Ciência e Cultura, cuja finalidade é a iniciação científica de estudantes de ensino médio; d) orientação de estudantes de graduação de outras instituições, em Programas de Iniciação Científica (PIBIC); e) supervisão de estagiários de graduação de outras instituições; f) orientação de alunos de graduação para a realização de atividades acadêmicas no âmbito de seus projetos de pesquisa. Infra-estrutura Laboratórios Na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, unidade do curso de mestrado profissionalizante em Educação Profissional em Saúde, a infra-estrutura de pesquisa dispõe de nove laboratórios. Os laboratórios se constituem em espaços físicos com estações de trabalho devidamente equipadas, onde os pesquisadores/docentes desenvolvem suas atividades de pesquisa e de preparação das atividades de ensino e extensão. Também são espaços utilizados para a realização de orientações individuais e coletivas, bem como de reuniões acadêmicas e afins. Apresentamos a descrição desses laboratórios: a) Laboratório de Educação Profissional em Atenção em Saúde: estuda as implicações dos modelos de atenção à saúde, propostas no marco do SUS, que incidem sobre a força de trabalho e o processo de trabalho em saúde. A Saúde da Família e a Saúde Mental constituem-se em seus eixos centrais: a primeira é compreendida como a principal estratégia de reorganização da atenção à saúde no Brasil; a segunda, uma área em amplo

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processo de reestruturação, desenvolvendo experiências estratégicas quanto ao adoecer e o cuidar da saúde. b) Laboratório de Educação Profissional em Gestão em Saúde: estuda as mudanças e inovações no campo gerencial. Busca conhecer as várias facetas deste processo de trabalho: a integração e interação dos profissionais de saúde e as atividades específicas de cada um; o cuidado e a atenção prestada; a relação do usuário com a instituição e com os profissionais; o percurso e os entraves encontrados pelos usuários no interior das organizações de saúde. c) Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde: estuda os Sistemas de Informações em Saúde, bem como a organização de serviços de registros e informações em saúde. d) Laboratório de Educação Profissional em Manutenção de Equipamentos de Saúde: estuda temáticas relacionadas às tecnologias utilizadas nos serviçosde saúde de acordo com as necessidades dos usuários e dos trabalhadores. As principais temáticas abordadas são: raio x, equipamentos médico-hospitalares, refrigeração, equipamentos de laboratório de patologia e autoclaves. Essas tecnologias são analisadas e desenvolvidas sob a perspectiva de espaços e ambientes de saúde. Este laboratório dispõe, ainda, de duas salas para estudos experimentais, devidamente equipadas. e) Laboratório de Educação Profissional em Técnicas Laboratoriais em Saúde: estuda temas ligados às atividades que envolvem laboratórios na área da Saúde, apoiando tanto a formação de jovens para ingressarem no mundo do trabalho em Saúde, quanto à capacitação de trabalhadores já inseridos nestas atividades. Os laboratórios de análises médicas, de controle de qualidade, produção de fármacos e reagentes para diagnóstico, assim como os laboratórios das instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico nas diversas áreas da Saúde são alguns dos locais que podem abrigar este tipo de trabalho. Este laboratório dispõe, ainda, de duas salas para estudos experimentais devidamente equipadas. f) Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde: estuda temáticas relacionadas à intervenção sobre problemas de saúde que requerem atenção contínua; adoção do conceito de risco; articulação entre ações promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras; atuação intersetorial; ação sobre o território; e intervenção sob a forma de operações. Compreende as seguintes subáreas: vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e vigilância ambiental em saúde. g) Laboratório de Formação Geral na Educação Profissional em Saúde: estuda o processo de articulação e integração da Educação Básica e Educação Profissional. A formação discente e docente são eixos centrais: a primeira é compreendida como a principal estratégia de humanização dos serviços de saúde e conseqüente melhoria da saúde da população e pautada nos princípios de politecnia traduzidos no enfrentamento e no diálogo com as mudanças societárias atuais; a segunda, como estratégia necessária à consolidação de uma docência qualificada, atenta aos processoas de formação humana, com ênfase na relação trabalho/educação/ciência & tecnologia. Ambas implicam em novos desafios no campo das políticas públicas de educação e de saúde.

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h) Laboratório de Iniciação Científica na Educação Básica: os estudos deste laboratório têm por objeto a Educação em Ciências, através de saberes interdisciplinares e práticas de pesquisa em: iniciação científica no ensino médio reflete conteúdos curriculares de C&T no ensino médio. i) Laboratório de Trabalho e Educação Profissional em Saúde: tem por objeto o trabalho técnico e a educação profissional em Saúde através de saberes interdisciplinares e práticas de pesquisa. Desenvolve análises, estudos e estratégias sobre políticas de trabalhadores em saúde no Brasil, que subsidiem as ações em esferas governamentais na elaboração e implementação de políticas de gestão e de educação na saúde. No âmbito da Fiocruz, o número de laboratórios chega à casa da centena: 177. São 69 no IOC (Instituto Oswaldo Cruz), 14 no CPqRR (Centro de Pesquisas René Rachou, em Belo Horizonte-MG), 14 em Farmanguinhos, 13 no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), 12 em Biomanguinhos, 12 na Ensp, 11 no CPqGM (Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz, em Salvador-BA), 10 no Ipec (instituto de Pesquisas Evandro Chagas), seis no CPqAM (Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, em Recife-PE), cinco no IFF, cinco no CICT, três na EPSJV, dois no CPqLMD (Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Daene, em Manaus-AM), um no Cecal. Dos 13 laboratórios NB3 que existem no país, cinco são da Fiocruz: dois no IOC, um em Biomanguinhos, um no CPqAM e outro no CPqGM.A Fiocruz possui 20 auditórios, 63 salas de aula, oito salas de trabalho de grupo e 14 para reuniões, treinamentos e outras atividades. Além disso, os Programas contam com toda uma infra-estrutura administrativa, de informática, conforto das instalações com o que há de mais moderno e necessário, inclusive no campo da biosegurança, asseio, manutenção de equipamentos, segurança 24h, etc.. O campus conta com cinco restaurantes, várias cantinas, serviço interno de transporte e ônibus para estações metroviárias das proximidades. Biblioteca Na Fundação Oswaldo Cruz, que dentre suas Unidades Técnico-Científicas figura a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, estão disponíveis para a comunidade acadêmica 10 bibliotecas, quais sejam: Biblioteca de Manguinhos, criada em 1900, possui uma área útil de 5.600 m²e abrangendo as seguintes áreas temáticas: Bacteriologia, Biologia, Biologia Molecular, Bioquímica, Biotecnologia, Entomologia, Farmacologia,Genética, História Natural, Imunologia, Medicina Tropical, Micologia, Microbiologia, Microscopia, Parasitologia, Patologia, Virologia, Zoologia. Possui,também, uma seção de obras raras que vão do século XVII ao XX. Biblioteca da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), com acervo das seguintes áreas de especialização: Administração e Planejamento em Saúde, Ciências Sociais em Saúde, Ecologia, Epidemiologia, Medicina Preventiva, Medicina Social, Saneamento e Saúde Ambiental, Saúde Mental, Saúde Pública e Saúde do Trabalhador. Destaca-se a coleção de teses em saúde pública com mais de 2.000 títulos.

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Biblioteca do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), com obras de: Farmacologia, Microbiologia, Toxicologia, Imunologia,Química Analítica e Controle de Qualidade de Produtos sujeitos à Vigilância Sanitária. Biblioteca do Instituto Fernandes Figueira (IFF), nas áreas de: Aleitamento Materno, Cirurgia Pediátrica, Genética, Ginecologia, Obstetrícia,Patologia, Pediatria (Cardiologia, Clínica, Doenças Infecciosas, Astroenterologia, Hematologia, Neurologia, Patologia, Pneumologia, Radiologia,Tratamento Intensivo, Saúde Mental, Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente). Biblioteca da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), nas áreas de: Educação, Formação Geral (Biologia, Educação Artística, Filosofia, Física, Geografia, História, Literatura, Matemática, Português, Química e Teatro) e Saúde; Educação Profissional de Nível Médio em Saúde; Processo de Trabalho em Saúde, Tecnologias Educacionais em Saúde, Educação Científica e Ensino de Ciências. Biblioteca da Casa de Oswaldo Cruz (COC), com acervo nas áreas de: História da Medicina, História da Saúde Pública, Filosofia, História e Sociologia da Ciência e História das Doenças. Biblioteca do Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR), em Belo Horizonte (MG), nas áreas de: Educação em Saúde, Doença de Chagas, Helmintoses Intestinais, Imunopatologia, Leishmanioses, Malária, Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, Epidemiologia e Antropologia Médica, Entomologia Médica, Esquistossomose, Imunologia Celular e Molecular, Pesquisas Clínicas, Parasitologia Celular e Molecular e Química de Produtos Naturais. Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM), em Recife (PE), nas áreas de: Saúde Pública, Doenças Infecciosas e Parasitárias, Ciências Biológicas, Ciências Sociais. Biblioteca do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM), em Salvador (BA), nas áreas de: Biologia Celular e Molecular, Entomologia, Imunologia, Medicina Experimental, Microbiologia, Parasitologia, Patologia, Virologia. Biblioteca do Centro de Pesquisas Loônidas e Maria Deane (CPqLMD), em Manaus (AM), nas áreas de: Biodiversidade (Entomologia, Micologia, Virologia) e Sóciodiversidade (Saúde Pública na Amazônia, Epidemiologia). As bibliotecas da Fiocruz são articuladas em uma rede de cooperação para qualificar o atendimento ao usuário e potencializar suas ações para a difusão da informação científica e tecnológica em saúde. Conhecida como Rede de Bibliotecas da Fiocruz (), essa estrutura é coordenada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) desde 2006, quando a unidade é reconhecida como área finalística da Fiocruz e passa a desenvolver atividades de ensino e pesquisa para a ampliação do acesso à Informação em Ciência & Tecnologia em Saúde.

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Além das bibliotecas presenciais, a Fiocruz desenvolveu as Bibliotecas Virtuais em Saúde (BVS), um projeto liderado pelo Centro Latino-americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme / Opas) em conjunto com o Ministério da Saúde para a ampliação do livre acesso à informação em saúde. As BVS’s abordam temas variados como Educação Profissional em Saúde (BVS EPS), Saúde Pública (BVS SP), Doenças Infecciosas e Parasitárias (BVS Dip), Aleitamento Materno (BVS AM), História e Patrimônio Cultural da Saúde (BVS HPCS) entre outros, todos reunidos na BVS Fiocruz (). Além das temáticas, a BVS Fiocruz garante acesso ao portal de Teses e Dissertações da Fiocruz, aos periódicos científicos da Fiocruz e às dez Bibliotecas que compõem a Rede de Bibliotecas da Fiocruz. Para subsidiar atividades de pesquisa científica e tecnológica, a Fiocruz, preserva materiais biológicos vivos e não vivos. São dez coleções científicas credenciadas que são, também, postas à disposição de outras instituições de pesquisa. São elas: Entomológica (desde 1901, como 5 milhões de exemplares); Helmintológica (1907, 37 mil amostras); Cultura de Fungos (1922, aproximadamente 1.800 linhagens de diferentes grupos toxiconômicos); Febre Amarela (1931, 500 mil amostras); Cultura de Bactérias (1930~1940, 50 mil amostras); Malacológica (1948, 5 mil lotes de conchas e partes moles de espécimes de oito famílias); Cultura de bactérias do gênero Bacilus e gêneros correlatos (1979, 1.250 estirpes liofilizadas, perfazendo um total de 12.500 cópias); Leishmania e Emndotrypanum (1980, 1.200 espécies, com 3.500 cepas preservadas); Tripanossomatídeo (1995, 500 amostras); Fungos produtores de micotoxinas e de interesse em saúde pública (1997, 46 cepas, distribuídas em oito gêneros e 53 espécies). Como assinalado acima, no prédio da Escola Politécnica está localizada a Biblioteca Emília Bustamante. Esta dispõe, atualmente, de 5598 títulos de livros e 188 títulos de periódicos. O acervo da Biblioteca pode ser acessado na internet através do endereço . Nesse endereço os usuários poderão acessar, além do acervo, as novas aquisições da biblioteca, serviços e produtos disponíveis, Catálogo de Periódicos, Manual de normalização de trabalhos acadêmicos, etc. A Biblioteca está ligada à rede mundial de computadores. São 31 computadores distribuídos da seguinte forma: Setor de Pesquisa: 12; Salas de Estudo: 04; Sala de Multimídia: 01; Pesquisa ao Acervo: 03; Sala de Treinamento: 11. A EPSJV/FIOCRUZ possui também uma Biblioteca Virtual, a BVS-EPS: Biblioteca Virtual em Saúde - Educação Profissional em Saúde, que pode ser acessada através do site http://www.bvseps.icict.fiocruz.br/php/index.php. A BVS-EPS disponibiliza textos e informações técnico-científicas pertinentes à sua área temática, contando hoje com os seguintes quantitativos: § 2269 publicações na Base EPS (referências bibliográficas de livros e periódicos), § 630 na Base EPS-TEXTOC (composta de textos completos), § 532 na Base EPS-LEGIS (composta de legislações), § 751 eventos cadastrados no DIREVE Além da Base LIS-EPS (Localizador de Informação em Saúde) que apresenta sites que abordam as seguintes temáticas:

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Atenção à saúde; Educação à distância; Educação profissional; Gestão em serviços de saúde; Informação e registros em saúde; Iniciação científica; Trabalho em saúde; Técnicas laboratoriais em saúde; Tecnologias educacionais; Vigilância em saúde. Mas existem outras Bases para pesquisa como LILACS, MEDLINE, EDUCA, entre outras. As Áreas Temáticas da BVS-EPS são: Educação Profissional: História, Concepções e Currículo, História da Educação Profissional, Concepções da Educação Profissional, Politecnia, Ensino Médio Integrado, Ensino em Serviços de Saúde, Currículo, Políticas de Educação Profissional, Educação Profissional em Atenção à Saúde, Enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Saúde da Família, Saúde do Idoso, Saúde do Trabalhador, Saúde da População Indígena, Saúde Bucal, Hemoterapia, Educação Profissional em Gestão em Serviços de Saúde, Educação Profissional em Técnicas Laboratoriais em Saúde, Radiologia, Biodiagnóstico, Biossegurança, Educação Profissional em Registro e Informação em Saúde, Educação Profissional em Vigilância em Saúde, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância em Saúde do Trabalhador, Educação Profissional em Manutenção de Equipamentos em Saúde, Iniciação Científica, Ensino Médio, Ensino Médio de Nível Técnico, Trabalho em Saúde, Recursos Humanos em Saúde, Mercado de Trabalho, Ética na Saúde e Educação à Distância. O projeto da BVS-EPS atende, por conseguinte, ao anseio das Escolas e Centros Formadores do SUS por um espaço de apoio à educação de trabalhadores e de interação entre estudantes, docentes, pesquisadores e profissionais da saúde. Um espaço, portanto, que possibilite a aceleração da difusão de conhecimentos e acesso a novos materiais didáticos e pedagógicos e a informação. A política da Rede de Bibliotecas da Fiocruz é de não duplicação de assinaturas de periódicos, pois estando dentro de uma mesma instituição e as unidades fisicamente próximas não há necessidade de duas ou mais Bibliotecas possuírem o mesmo título. Não obstante, a Biblioteca Emília Bustamante está em constante aprimoramento do Acervo de Periódicos para atender os alunos da Pós-Graduação, bem como todos os usuários, professores e pesquisadores da EPSJV. Recursos de Informática O Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV possui infra-estrutura exclusiva, com salas para docentes e salas equipadas com computadores para uso dos alunos.Cabe destacar, por fim, que a Fiocruz oferece aos seus alunos a possibilidade de utilização da internet, Rede Rio e Rede Nacional de Pesquisa, proporcionando-lhes, dessa forma, acesso aos principais institutos de pesquisa e universidades nacionais e internacionais. A maioria dos computadores de diversas unidades da Fundação está conectada à internet. O acesso à rede também pode ser realizado, mediante inscrição, na Biblioteca de Manguinhos. Há a possibilidade de o aluno obter endereço eletrônico dentro do domínio fiocruz.br, mas isso depende de anuência do diretor ou do coordenador da unidade do seu curso. Professores, pesquisadores e alunos têm à sua disposição, ainda, um setor para a preparação de slides, ilustrações, gráficos, pôsteres e fotografias para trabalhos

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científicos e congressos. Trata-se do Departamento de Multimeios (DMM), do Centro de Informação Científica e Tecnológica (CICT),cujo acesso é possível no seguinte endereço:http://www.cict.fiocruz.br/estrutura/departamentos/dmm/index.htm. Outras informações A EPSJV conta ainda com os seguintes setores acadêmicos: Laboratório do Programa de Vocação Científica, cujas atividades se voltam para a inserção de estudantes de ensino médio nos laboratórios de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz e de outras instituições afins, nos quais esses desenvolvem a iniciação científica. Coordenação de Cooperação Internacional: responsável pelo desenvolvimento das atividades de cooperação internacional em educação profissional em saúde, como cumprimento das funções da EPSJV/FIOCRUZ como Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde. Responsável também pela secretaria técnica da Rede Internacional de Técnicos em Saúde (RETS), com apoio da Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Coordenação Editorial da Revista Trabalho, Educação e Saúde: responsável pela editoração desse periódico, o qual se destina à publicação, com periodicidade semestral, de debates, análises e investigações sobre temas relacionados ao campo da formação e da qualificação profissional na saúde, buscando promover um espaço de discussão de natureza interdisciplinar. O periódico tem como público-alvo pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, profissionais vinculados aos serviços de saúde, e docentes e gestores do campo da educação profissional em saúde. Estação de Trabalho "Observatório dos Técnicos em Saúde": produz estudos e pesquisas sobre o trabalho técnico, a educação profissional e as políticas sociais de educação e saúde, buscando disponibilizar um conjunto de dados e informações em publicações impressas e eletrônicas para alunos, professores, pesquisadores, gestores do Sistema Único de Saúde, sindicatos e associações profissionais dos trabalhadores técnicos. A caracterização completa da EPSJV/FIOCRUZ pode ser encontrada no site http://www.epsjv.fiocruz.br. Atividades Complementares (Atividades dos Docentes fora do âmbito do programa) A atividade acadêmica, como se sabe, implica um conjunto de responsabilidades que transcendem a docência regular em programas de pós-graduação e o desenvolvimento da pesquisa. Trata-se de atividades que, conquanto exigem do docente-pesquisador experiência, oportunizam o compartilhamento de seus conhecimentos e conferem a esses relevância cientifica e social. Implicam, ao mesmo tempo, um compromisso ético-político com a academia e com a sociedade, pois tais atividades tanto constam do reconhecimento profissional necessário ao pesquisador para manter-se produtivo, quanto alimentam o processo de produção de conhecimento e de formação de novos pesquisadores. É por meio dessas atividades, ainda, que se evidencia a relação entre a ciência e suas instituições e a sociedade em geral. Em se tratando de um mestrado profissionalizante em educação

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profissional em saúde, isto é ainda mais significativo porque a sua retroalimentação depende fortemente da participação dos seus docentes no campo em que as políticas e as práticas de formação e de gestão dos trabalhadores em saúde são elaboradas e implementadas, estando-se atentos a suas dinâmicas e contradições. Nesse sentido, o conhecimento do docente-pesquisador, bem como de seus orientandos, com a especificidade de seus objetos, pode contribuir significativamente para as tendências dessas realizações. Do mesmo modo, a teoria que efetivamente se sustenta cientificamente é aquela produzida a partir da apreensão do real, e, por isto, pode nele intervir. Assim, a participação dos docentes nos espaços e em situações concretas em que o objeto do programa se materializa e se explicita é fundamental para a construção de uma pertinência efetiva dos estudos desenvolvidos em seu âmbito.Ressalte-se, ainda, que a finalidade maior desse programa é contribuir para a consolidação do Sistema Único de Saúde no Brasil e das políticas de saúde pública em países com os quais mantemos intercâmbio. Assim, conhecer e participar direta ou diretamente dessas dinâmicas é propósito explícito desse programa. Intercâmbios Institucionais (Atividades Conjuntas e Sistemáticas do Programa com seus Congêneres) O corpo docente do Programa de Pós-Graduação é composto, em sua maioria, por profissionais que estão vinculados integralmente à Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), portanto, sua atuação se articula às diversas atividades promovidas pela Escola. E ainda, pelo caráter multidisciplinar do curso, os trabalhos realizados por docentes da EPSJV, que não estão diretamente ligados à Pós-Graduação, poderão ser inseridos no Programa. As ações de cooperação da EPSJV se dão por meio de parcerias, convênios ou demandas específicas, com instituições públicas, órgãos governamentais e movimentos sociais em âmbito nacional e internacional. Abarcam projetos de tipos diversos, como elaboração de plano de curso, formação docente, organização bibliográfica, produção de material educativo, desenvolvimento e ensino de metodologias para produção de material educativo, execução de cursos fora da sede, formulação de programas e projetos de ensino e pesquisa nessas áreas, discussão de políticas públicas de Educação e de Saúde, dentre outros. Intercâmbio Internacional A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) é uma unidade técnico científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tem como missão promover a educação de técnicos em saúde, através da coordenação e implementação de programas de ensino em áreas estratégicas para a Saúde Pública e para Ciência e Tecnologia em Saúde; da elaboração de projetos de política, regulamentação, currículos, cursos, metodologias e tecnologias educacionais; e da produção e divulgação de conhecimento nas áreas de trabalho, educação e saúde. A EPSJV foi designada Centro Colaborador da OPAS/OMS para a educação de técnicos em saúde em julho de 2004, por um período de quatro anos, sendo redesignada por igual período a partir de julho de 2008. Tem como marco de referência, em suas ações de

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cooperação técnica internacional, as diretrizes estabelecidas pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz (CRIS/Fiocruz), pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e pelas regulações estabelecidas para as instituições colaboradoras da OMS. As ações de cooperação técnica em âmbito internacional estabelecidas pela EPSJV centram-se principalmente no desenvolvimento de estratégias para o fortalecimento de instituições dedicadas à formação de trabalhadores técnicos em saúde, com ênfase na estruturação de escolas de formação de técnicos em países da região das Américas e países africanos de língua oficial portuguesa. Tais ações envolvem desde assessorias para a constituição de áreas de formação de técnicos, que incluem formação docente, elaboração de planos de curso e material didático, até o desenvolvimento de pesquisas e estudos técnico - científicos sobre a área. Assim, junto à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a EPSJV tem contribuído para a estruturação das escolas de formação de técnicos em saúde em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e Moçambique. Da mesma forma, tem sob a sua coordenação a subrede de escolas técnicas em saúde da CPLP, segundo o Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP (PECS CPLP 2009-2012) aprovado em maio de 2009. Em estado avançado de negociação, encontra-se o projeto de realização do curso de especialização em educação profissional em saúde para profissionais de saúde dos países africanos, com a mediação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Na América do Sul, tem desenvolvido cooperações bilaterais com o Ministério da Saúde da Nação da Argentina e o Ministério da Saúde do Governo da Cidade de Buenos Aires para a estruturação dos planos de curso de formação de técnicos em áreas consideradas prioritárias. Com Bolívia e Paraguai, coordena a implementação de um TCC (Technical Cooperation among Countries) para o fortalecimento de quatro instituições de formação de técnicos, vinculadas aos Ministérios da Saúde dos dois países. O TCC, denominado Profundización y consolidación de la cooperación técnica interinstitucional para el fortalecimiento del área de educación de técnicos en salud en Bolivia, Brasil y Paraguay, é resultado de outro TCC finalizado em 2007. Recentemente, a EPSJV coordenou um projeto de pesquisa intitulado A Educação Profissional em Saúde no Brasil e nos países do Mercosul: perspectivas e limites para a formação integral de trabalhadores técnicos face aos desafios das políticas de saúde, financiado pelo CNPq e pelo TC 41-OPAS/MS (41º Termo Técnico de Cooperação e Assistência Técnica entre o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde), que objetivou analisar a oferta quantitativa e qualitativa dos cursos de formação de técnicos nesses países. Tal pesquisa procurou apontar as dificuldades existentes para a livre circulação desses trabalhadores no âmbito do referido bloco regional. A coordenação desse projeto foi de responsabilidade de um docente do programa, contando, em sua equipe, com outros dois docentes. Ademais, tem iniciado um trabalho de articulação da subrede de escolas técnicas de saúde da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas), conforme prioridades de cooperação

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definidas na recente reunião do Grupo Técnico de Desenvolvimento e Gestão de Recursos Humanos em Saúde da Unasul, realizada em setembro de 2009. As subredes mencionadas compõem a Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS), que é uma estratégia de articulação e cooperação técnica entre instituições de caráter público, vinculadas direta ou indiretamente à educação de técnicos em saúde. Seu objetivo é promover a interação entre as instituições integrantes, agregando e sistematizando conhecimentos que possam subsidiar a elaboração de políticas de cooperação internacional, a fim de fortalecer os sistemas de saúde dos países membros. A ideia da Rede surgiu em 1996, por iniciativa da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), e desde setembro de 2005, sua Secretaria Executiva está sediada na EPSJV. A RETS possui um site (www.rets.epsjv.fiocruz.br) e uma publicação jornalística quadrimestral editada em espanhol, português e inglês. Além disto, há o Observatório de Técnicos em Saúde da EPSJV/Fiocruz, coordenado por um docente do programa, com a participação de outros 4 (quatro), que faz parte da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde do Brasil - Rede ROREHS, compondo um projeto de âmbito continental da Organização Pan-Americana de Saúde e regulamentada pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde - SGTES/MS. O Observatório dos Técnicos em Saúde tem como missão produzir estudos e pesquisas sobre o trabalho técnico, a educação profissional e as políticas sociais de educação e saúde, buscando disponibilizar um conjunto de dados e informações em publicações impressas e eletrônicas para alunos, professores, pesquisadores, gestores do Sistema Único de Saúde, sindicatos e associações profissionais dos trabalhadores técnicos. A cooperação técnica com Portugal também se tem realizado em várias frentes. Citam-se, neste âmbito, os trabalhos com o Grupo Análise Social das Profissões Técnico-Intelectuais (ASPTI), rede que integra pesquisadores das universidades portuguesas de Lisboa, do Porto, de Tras-os-Montes e do Minho; da regiao da Galícia; e do Brasil – UERJ e Fiocuz. Realizamos, ainda, o intercâmbio com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, através do professor João Arriscado Nunes, que têm participado como conferencista e consultor em pesquisas desenvolvidas pelo corpo docente e pelos laboratórios da EPSJV. Finalmente, cabe registrar o intercâmbio com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, na produção de conhecimento sobre educação profissional em saúde, trabalho técnico e regulamentação profissional dos trabalhadores da saúde; intercâmbio este que conta com a participação ativa de um dos alunos do curso de mestrado. Todas essas ações e experiências alimentam e proporcionam o fortalecimento das pesquisas desenvolvidas pelos docentes da pós-graduação, em especial, as temáticas voltadas para a formação técnica e de tecnólogos em saúde na África, América Latina, em especial, no âmbito dos países do MERCOSUL, e a inflexão dos organismos internacionais sobre a formação de trabalhadores da saúde. Além disso, a troca de experiências e concepções de educação e saúde proporcionada pelo intercâmbio entre docentes e pesquisadores estrangeiros e o corpo docente e discente da pós-graduação ampliam as perspectivas teóricas e políticas presentes no campo da educação profissional em saúde.

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Intercâmbio com Órgãos Públicos: Como uma instituição de ensino e pesquisa que pensa e experimenta a articulação entre os campos da Saúde, da Educação e do Trabalho, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio tem como missão estabelecer processos de cooperação que contribuam para o fortalecimento dos sistemas públicos brasileiros. Os docentes do programa participam dessas atividades, sendo que, constituindo-se em ações da política pública de saúde e de educação, muitas delas articulam-se com os objetos de pesquisa dos docentes e os de dissertação dos mestrandos. A assessoria às Escolas Técnicas do SUS é uma ação permanente de intercâmbio institucional. Tendo atuado como Secretaria Técnica da Rede de Escolas Técnicas do SUS, entre os anos de 2000 e 2008, a EPSJV mantém as ações de apoio às ETSUS. Atualmente, um meio importante de diálogo com as ETSUS e de difusão do conhecimento científico para o interior dessas instituições é a publicação da Revista Poli: saúde, educação e trabalho, cujo Conselho Editorial conta com 5 (cinco) professores do programa. Esta revista tem como objetivo, mais do que informar, contribuir para a formação dos sujeitos - profissionais, estudantes, professores, gestores - que atuam na interface entre as três áreas que a revista enfoca. O projeto editorial da Revista concentra-se na discussão de políticas de saúde, educação e trabalho, com foco nos trabalhadores técnicos. Assim, ao tempo em que os professores do programa se constituem em referência para a definição de pautas e abordagens estratégicas da revista, a produção intelectual do corpo docente é difundida por meio de artigos, entrevistas e matérias que constam da pauta da revista. Com isto, construiu-se um meio de dar, aos trabalhadores e formadores da área da saúde, acesso ao conhecimento produzido pelos docentes-pesquisadores do programa. Projetos da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Educação contam também com a participação de membros do programa. Dentre esses citam-se o grupo de trabalho que discute o perfil de competências do técnico da área de vigilância e o grupo de trabalho que discutiu, elaborou e implantou as turmas-piloto do curso de cuidadores de idosos dependentes. Parcerias institucionais também se realizaram com o Ministério da Educação para a elaboração do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos e das diretrizes para seleção, acesso e permanência no ensino técnico e tecnológico federal. Os docentes do programa participaram intensamente de atividades com movimentos sociais, tais como Sindicatos, MST, MAB-Movimento dos Atingidos por Barragens. Essas atividades correspondem a palestras, planejamento, implantação de cursos e respectiva docência. Assessorias a Secretarias Estaduais de Educação também se realizaram, duas das quais – do Paraná e do Pará – originando a publicação de capítulos em livros de diretrizes da política educacional de acesso aos docentes. Finalmente, destaca-se a participação de docentes do programa nos seguintes projetos institucionais: - CURSO DE FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS DE SAÚDE DE TRABALHADORES RURAIS

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Parceria com o Ministério da Saúde / Secretaria de Ações Estratégicas e Participativa e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) - EDUCAÇÃO, CULTURA E CIDADANIA – territorializando a proposta da politecnia nas comunidades circunvizinhas aos campi Manguinhos e Mata Atlântica. Parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, Saúde e Meio-Ambiente do Rio de Janeiro. - CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. Parceria com o Cetro de Saúde Germano Sinval Faria – ENSP/FIOCRUZ e a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. - Material didático para os docentes do curso técnico de ACS: melhoria da qualidade na Atenção Básica (Versão hipermídia para os livros da Coleção Educação Profissional em Docência em Saúde: a formação e o trabalho dos agentes comunitários de saúde) Finalmente, cabe comentar as parcerias com instituições de ensino superior e programas de pós-graduação. Temos um convênio firmado com o Instituto de Medicina Social da UERJ (IMS/UERJ), desenvolvendo atividades conjuntas e intercâmbio entre docentes e alunos de ambas as instituições na oferta de disciplinas, realização de atividades de pesquisa e organização e participação em eventos. São exemplos dessa parceria a disciplina eletiva de Políticas de Saúde III, oferecida no primeiro semestre de 2009, os seminários do Laboratório de Políticas e Práticas de Integralidade em Saúde (LAPPIS) do IMS/UERJ com participação efetiva da EPSJV e do corpo docente da pós-graduação na organização do eventos, e projetos PAPES/CNPq e FAPERJ construídos a participação de pesquisadores de ambas as instituições. Com os Programas de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ (PPFH/UERJ) e de Educação da UFF, mantemos, há 5 (cinco) anos, o funcionamento do Grupo de Projetos Integrados UFF/UERJ/EPSJV-Fiocruz, hoje registrado no CNPq como Grupo de Pesquisa Trabalho, Formação Humana e Políticas Públicas. Este grupo é constituído por professores, alunos e bolsistas dos referidos programas, reunindo-se regularmente com o objetivo de estudar e discutir temas que integram o referencial teórico dos projetos de pesquisa dos seus participantes, tendo como base os projetos desenvolvidos pelos coordenadores do grupo, aos quais se vinculam os respectivos orientandos e bolsistas. Este grupo realiza, anualmente, seminários de pesquisa, publicando os trabalhos apresentados nos respectivos anais. Em 2009 realizou-se o IV Seminário, cujo tema foi "A crise da sociabilidade do capital e a produção do conhecimento". Além disto, são convidados pesquisadores de outras universidades do Brasil e de outros países a fim de ministrarem cursos e sessões de estudo para os membros do grupo. As atividades e os intercâmbios internacionais alimentam a produção e a difusão do conhecimento científico, bem como a sua apropriação pela sociedade, por diversos meios, sendo a realização de eventos um meio estratégico para este fim. Nesse sentido, apresentamos, a seguir, o conjunto de eventos realizados pelo programa.

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Eventos realizados pela Pós-graduação Seminário de Abertura do Ano Letivo da Pós-Graduação "A crise atual do capitalismo mundial e suas repercussões no Brasil" Palestrante: Profª Drª Leda Paulani - Doutora em Teoria Econômica pelo Instituto de Pesquisas Econômicas - USP . Professora Titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), pesquisadora sênior da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e Presidente da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP). 05 de março de 2009 Palestra (Re) encontros das Ciências Sociais com a Biologia: biopoder, biosocialidade, biocidadania Palestrante: Professor João Arriscado Nunes, do Centro de Estudos Sociais – Laboratório associado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Organizado pelo Professor Gustavo Matta 23 de junho de 2009 Encontro de Ciência e Epistemologia Organizado pelos professores: Virgínia Fontes, Carla Martins e Marco Antônio Carvalho Santos Participantes: Hugh Lacey, filósofo da ciência, atua no Swarthmore College, Pensilvânia e leciona no Departamento de Filosofia da USP e Marcos Barbosa de Oliveira, professor associado da USP, membro do Grupo de Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do Instituto de Estudos Avançados(IEA) da USP 22 de julho de 2009 Mesa Redonda Trabalho, Crise e Conhecimento Organizado pelos professores : Virgínia Fontes, Carla Martins e Marco Antônio Carvalho Santos Participantes: Alex Callinicos, professor na Universidade de York e Maurício Vieira Martins, Professor Associado da UFF 22 de julho de 2009 Colóquio Problematizar as culturas profissionais: balanço e perspectivas sobre a linha de investigação ASPTI - Análise Social das Profissões em Trabalho Técnico-Intelectual - (norte de Portugal - 2004-2009) Participante: Prof. Dr. Telmo Caria, professor associado com Agregação em Sociologia e Ciências Sociais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Coordenador científico do Núcleo de Investigação sobre Etnografias do Conhecimento Profissional do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade do Porto, em Portugal Organizado pela Professora Marise Ramos 23 de outubro de 2009 Palestra A teoria da revolução em Marx e o contexto atual da América Latina

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Palestrante:Isabel Monal – Educadora e filósofa cubana, pesquisadora emérita da Academia de Ciências de Cuba e ganhadora do Prêmio Nacional de Ciências Sociais Organizado pela Professora Virgínia Fontes 10 de novembro de 2009. I Encontro de Histotecnologia da EPSJV: trabalho técnico e educação profissional em saúde Organização: Leandro Medrado (discente do Programa), Carina Fernandes Ladeira (Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa) e Simone Maia Evaristo (Instituto Nacional do Câncer) 11 de novembro de 2009 Auto Avaliação – Em quais pontos o programa precisa melhorar O processo de auto-avaliação do programa é feito constantemente pelo seu Colegiado, que se reúne regularmente uma vez ao mês, tendo como membros efetivos todos os docentes do programa, bem como os representantes discentes. Em suas reuniões são discutidos o andamento das disciplinas e outras atividades acadêmicas, com vistas a suas avaliações e ao intercâmbio entre os professores, os processos de orientação; as necessidades de regulamentação de procedimentos, das quais se exaram as normas, além das tendências das políticas de ciência e tecnologia do país, da instituição e da unidade, particularmente as que incidem sobre a proposta do programa. Nesse sentido, nossa auto-avaliação não se faz de forma endógena; ao contrário, considera o contexto social e político em que o programa se insere. A seguir, apresentamos alguns aspectos que precisam ser aprimorados num processo que, acreditamos, evoluirá com o amadurecimento do programa, especialmente considerando que o programa tem 24 meses de existência. Sob determinada ótica, pode-se dizer que o grande número de docentes recém-doutores é uma das fragilidades do programa. Isto porque tais docentes não possuiriam experiência em orientação de estudantes de pós-graduação stricto sensu, ainda que possam tê-la em outros níveis de ensino. No projeto original do curso, argumentamos que tal fragilidade seria contrabalanceada pelos pesquisadores seniores e outros com atividade doutoral já consolidada, de modo que esses assumiriam, prioritariamente, a titularidade das disciplinas e as orientações, acompanhados pelos demais na função de professores adjuntos e de co-orientadores. Essa estratégia funcionaria como formação docente e tem sido utilizada, tal como abordamos anteriormente. De fato, todas as disciplinas têm sido ministradas por uma equipe de docentes, sendo um deles com maior experiência. No caso das disciplinas eletivas, tenta-se fazer o mesmo, porém, a especificidade de algumas temáticas abordadas no programa e/ou constituidoras dos objetos dos estudantes tem exigido a participação mais direta e autônoma de todos o docentes. Nesses termos, todos os professores do quadro permanente têm assumido orientações de dissertação (à exceção da professora Marise Ramos, que, no ano de 2008 , como coordenadora do programa, se dedicou à implantação do mesmo, e em 2009 ficou em licença-maternidade) e titularidade de disciplinas. O êxito na orientação das dissertações, por ora, pode ser visto pela realização, por todos os discentes da turma de 2008, do exame de projeto, realizado até o 13o. mês do curso. No ano de 2010, as defesas de dissertações dessa turma começam a ser agendadas para os meses de março e de abril. No caso da turma de 2009, esses também serão os meses em que se

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iniciarão das defesas de projetos, cumprindo-se também o mesmo prazo em que se realizaram as defesas da turma de 2008. De todo modo, em 2009 promoveu-se o aumento do quadro docente permanente de 10 (dez) para 14 (quatorze) docentes, mediante a mudança de condição de 4 (quatro) dos professores colaboradores. Em 2010 outro membro colaborador passará ao quadro de permanente, vindo a ser incorporado, ainda, mais um colaborador. A este respeito, vale a nota de que o credenciamento de novos docentes inicia-se, sempre, na condição de professor colaborador e este passa a assumir orientação somente após 1 (um) ano de atuação no programa. Acreditamos que, assim, proporciona-se a oportunidade de o docente apropriar-se da dinâmica e diretrizes do programa, localizar-se adequadamente em uma linha de pesquisa e construir o processo de atuação permanente em diálogo com seus pares. A grande presença de recém-doutores no programa acarreta, ainda, uma outra fragilidade, que pode ser observada na avaliação quantitativa. Referimo-nos ao fato de a produção científica desses docentes ser ainda relativamente restrita. Deve-se notar tratar-se de trabalhos de qualidade científica e de relevância social. No ano de 2009 não se vê uma elevação significativa do número de artigos publicados em periódicos do extrato mais elevado do Qualis, ainda que se tenha aumentado o número total de artigos publicados. Sobre isto é importante destacar que, sendo os professores do quadro permanente, em sua maioria, servidores da instituição, esses mantêm atividades em seus laboratórios de origem, desenvolvendo também atividades técnicas e de intercâmbio e cooperação institucional, além da docência em cursos dos diversos níveis de ensino em que a unidade atua. Lembre-se que esta realidade expressa a opção de se manter a vinculação orgânica dos objetivos do programa com a política institucional de fortalecimento da política pública de saúde e de educação. Desta forma, a produção docente deve ser vista na sua totalidade, considerando-se os produtos dessas atividades como trabalhos técnicos. A publicação de livros e textos em capítulos de livros é também um aspecto a ser considerado, sendo alguns desses produtos advindos da relação entre as atividades acadêmica e técnica, além dos projetos de desenvolvimento tecnológico. Pode-se ver, ainda, o aumento do número de publicações em periódicos de professores colaboradores. Desses professores, dois deles passarão a compor o quadro permanente no ano de 2010, justamente por sua elevada capacidade de produção e por seu reconhecimento na área acadêmica (destaque-se a autoria em periódicos com Qualis A2 e B1) . Sabendo-se que a publicação em periódicos altamente avaliados pela Capes ainda é uma fragilidade do programa, mesmo que compensada pela produtividade de seus docentes em outros aspectos da vida acadêmica e profissional, o colegiado do programa tem discutido a importância de se buscar maior acesso a esses veículos. Finalmente, ressaltamos que projetos de pesquisa concluídos em 2009 (10) poderão ainda gerar publicações, além dos demais que se encontram em andamento. Notamos, também, que ainda não existe um fluxo intenso de publicação discente, mesmo que, no ano de 2008 um aluno tenha publicado em um periódico do extrato B1 e, em 2009, tenhamos dois artigos de alunos publicados em periódico "não classificado". Porém, consideramos que a partir de 2010, quando o programa passará a ter uma dinâmica anual de defesas de dissertações, a produtividade nesse quesito deverá ser maior. Além disto, os professores do programa tem promovido uma maior inserção dos alunos nos seus projetos de pesquisa e, ainda, a partir de 2010, as atividades dos grupos de pesquisa, se estruturadas e regulares, poderão ser oferecidas para fins da totalização dos créditos em disciplinas

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eletivas, conforme apreciação do colegiado. Com isto, atividades de pesquisa passam a figurar com maior intensidade no currículo dos mestrandos, fomentando, assim, a prática de sistematização e difusão do conhecimento, tão necessárias à dinâmica da publicação científica. O programa enfrenta, ainda, o desafio de oferecer todas as disciplinas eletivas que constam de sua proposta original. As disciplinas Pedagogia das Competências e Desenvolvimento humano, educação e aprendizagem ainda não foram ministradas, estando planejado ministrá-las no segundo semestre de 2010. A visibilidade do programa foi aprimorada em relação ao ano de 2008, à medida que o site da EPSJV passou a ter um link direto para a página do programa e a divulgação do mesmo tem sido feita por diversos meios eletrônicos e impressos. Assim, temos atingido um público mais abrangente e interessado em sua temática. Também a superação dos limites impostos ao mestrado profissional é algo que continua nos mobilizando, bem como a garantia de sua qualidade, o que julgamos estar fazendo, nos termos discutidos como um dos pontos fortes, qual seja, com o apoio da direção da unidade aos seus propósitos e estratégias.Precisamos considerar, ainda, o perfil dos alunos que têm procurado o programa. Como já esperávamos e desejávamos, são profissionais inseridos nos SUS e/ou em instituições e programas de formação de trabalhadores. Sendo assim, são pessoas que se vêem desafiadas a construir novos hábitos e atitudes de estudo, de análise e de investigação.Ou seja, o programa precisa se organizar para incorporar em suas práticas formativas essas preocupações, o que o coloca numa condição diferenciada dos programas que baseiam sua seleção e exigências exclusivamente nos aspectos acadêmicos. Sabemos que a atuação dos professores da pós-graduação na graduação é importante, dentre outros motivos, para que estudantes construam trajetórias de formação em que a pós-graduação conste como um horizonte. No caso deste curso de mestrado, seu caráter profissionalizante já tem como foco não os graduandos, mas sim os profissionais das áreas que o conformam. Sendo assim, o curso de especialização em educação profissional em saúde, agora com a perspectiva de também habilitar para o exercício da docência, ocupa o lugar da graduação, de modo que a atuação docente na orientação de trabalhos de conclusão de curso é uma função estratégica ao cumprimento dos objetivos do programa. Já a orientação de alunos de iniciação científica, também de extrema importância para a integração entre graduação e pós-graduação, fica delimitada pelo número de bolsas do programa de iniciação científica da Fundação Oswaldo Cruz. Finalmente, pelos motivos apresentados, a orientação de trabalhos de conclusão da graduação é feita pelo docente que atua em cursos dessa natureza em outras instituições, apesar de realizar um trabalho semelhante quando orienta trabalhos de conclusão dos cursos técnicos. Ainda que abordados como fragilidades, os pontos assinalados versam mais sobre desafios enfrentados por um programa novo, que possui uma proposta determinada a formar profissionais ética e politicamente comprometidos e cientificamente preparados. Auto Avaliação – Pontos Fortes do Programa Algumas das características próprias deste programa constituem seus pontos fortes, diferenciando-o positivamente. Destaque-se, primeiramente, fato de ser sediado em uma

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unidade da Fundação Oswaldo Cruz, uma instituição de ensino, pesquisa, desenvolvimento técnico-científico, de produção e de serviços, estratégica, em âmbito nacional, para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o desenvolvimento da política de Ciência e Tecnologia em Saúde e áreas correlatas. Assim, como já dissertamos em outros momentos, a intensa vinculação dos docentes do programa com a realidade que o provocou, permite que se tenha uma pauta de pesquisa sempre pertinente e atualizada, a partir da qual se tematizam as abordagens teóricas das disciplinas, bem como se constroem os objetos de pesquisa dos docentes e estudantes.Esse caráter estratégico da instituição em nível nacional tem-se estendido também para o nível internacional, como vimos, por meio das ações de cooperação técnica e de intercâmbio, configurando uma abrangência ainda mais ampliada e complexa para a pesquisa pelos membros do programa e seus orientandos. Ademais, esse processo abre espaço para que se recebam estudantes estrangeiros, que se proporcione aos estudantes brasileiros campos de estágios e pesquisa, além da potencial implantação de cursos afins em outros países. Destaque-se, ainda, o pioneirismo da EPSJV em fazer da educação profissional em saúde mais do que um processo formativo ou campo de ensino. Para além disto, tornou-a objeto de estudo e de pesquisa, tendo no horizonte a constituição de uma área interdisciplinar de produção de conhecimento. Nisto também está a originalidade do programa, o que tem atraído pessoas de formações diversas, porém com interesses voltados para a educação profissional em saúde, o que demonstra a pertinência social e científica do programa, assim como reforça seu caráter interdisciplinar. Considerando que o curso dispõe de uma proposta curricular estruturada e densa, articulando organicamente as disciplinas obrigatórias com as linhas de pesquisa, e essas com os objetivos da área de concentração, ao mesmo tempo que proporciona a oferta de disciplinas eletivas visando à contemplar as especificidades dos objetos de pesquisa dos alunos, a inserção de disciplinas na forma de Tópicos Especiais em Educação Profissional em Saúde (I e II) pode dar maior flexibilidade ao currículo no sentido de se mantê-lo atualizado e afinado com os desafios da área na produção e aplicação do conhecimento. Além disto, a construção dos objetos de pesquisa dos mestrandos a partir da realidade profissional em que atuam, faz do curso de mestrado um universo de enfrentamento de problemáticas para a produção de conhecimento socialmente robusto. As dissertações produzidas não se constituem em artefato acadêmico, mas sim em produtos necessários ao avanço da área e à melhor inserção social e profissional de seus alunos. Outro ponto forte do programa vem a ser sua infra-estrutura, sejam aquelas proporcionadas pela própria unidade ou pela Fiocruz como um todo. A riqueza de bibliotecas e dos respectivos acervos; as fontes de informações por diversos meios, bem como a disponibilidade de recursos eletrônicos midiáticos em geral, proporcionam aos docentes e aos estudantes possibilidades de trabalho incomum. Destaque-se, inclusive, que alguns dos limites interpostos por ser um mestrado profissional têm sido institucionalmente contornados, dentre os quais, a impossibilidade de obter bolsa e de o programa ter apoio financeiro de agências de fomento que pudessem, por exemplo, financiar a participação de estudantes em eventos. A unidade tem procurado proporcionar aos estudantes, com seus próprios recursos, o acesso a livros, à internet, a impressões, dentre outras, nem sempre possíveis para o estudante, mesmo em seus locais de trabalho; considerando, inclusive, que muitos desses advém de outras instituições públicas, carentes de recursos tais como os citados.

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Desde 2006 a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio conta com o Comitê de Ética em Pesquisa. Dessa forma, passamos a integrar uma rede que conta com mais de 500 Comitês em todo o Brasil. Em consonância com os esforços da comunidade científica internacional, o Sistema CEP/CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) veio atender à necessidade de elaboração de um código específico a respeito da ética na pesquisa envolvendo seres humanos, diante dos graves abusos e distorções dessa natureza documentados vastamente na literatura científica, especialmente ao longo do século XX. É importante citar, ainda, a integração dos docentes no conjunto de atividades de ensino e de pesquisa da unidade e, também da política de C&T da instituição. No primeiro caso, tem-se que os docentes são, em sua maioria, membros dos laboratórios e de que esses têm seus representantes nas Câmaras Técnicas de Ensino e Pesquisa da unidade. No segundo caso, destaca-se o fato de a direção da unidade participar da política institucional como membro do Conselho Deliberativo da Fiocruz, assim como de suas Câmaras Técnicas de Ensino, de Pesquisa, de Inovação e de Gestão. Os docentes do programa participam também da política de fomento à pesquisa, realizada mediante o lançamento de editais e chamadas públicas. Acrescentem-se as múltiplas oportunidades de participação em eventos científicos promovidos pela própria Fiocruz e pela EPSJV.Um comentário procede fazer em relação à forma como foi constituído o corpo docente. Primeiramente, prezamos pela diversidade da formação dos docentes, contemplando as áreas de Educação, Saúde, Psicologia Social, Economia, História e Lingüística. A Educação reúne a maioria dos docentes em razão do objeto do programa – Educação Profissional em Saúde – ter a educação como área nucleadora da interdisciplinaridade e o trabalho como mediador epistêmico. Mesmo assim, ao se observarem as subáreas de formação desses docentes, verificar-se-á tanto outra dimensão da diversidade, quanto a vinculação com a saúde, muitas vezes pelo eixo das políticas públicas. O programa fez a opção por ter na categoria dos docentes colaboradores, pesquisadores seniores que possam contribuir não somente para o desenvolvimento do curso, como também para a formação do corpo docente menos experiente. Porém, já neste ano, investimos na necessidade de ampliar o corpo docente, seja em razão da especificidade de objetos de pesquisa de alguns docentes, seja pela necessidade de se compartilhar carga horária, devido ao conjunto de atividades pedagógicas e técnico-centíficas realizadas pelo grupo, de modo que incorporamos novos docentes do quadro da EPSJV, inicialmente como colaboradores, assumindo a função de co-orientadores em algumas situações e compartilhando disciplinas com docentes permanentes em outras. Com o intuito de fortalecer o quadro de docentes permanentes do Programa, com a incorporação de pesquisadores seniores, alguns docentes possuem bolsa do Programa de Aperfeiçoamento do Ensino Técnico (Paetec). O Paetec apóia a realização de projetos de pesquisa que possuam alto grau de articulação com as atividades de ensino da EPSJV. Trata-se de um programa que busca fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica entre docentes da educação profissional em saúde, através da concessão de bolsas de professor-pesquisador visitante pelo convênio com a Fundação Carlos Chagas de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Temos contado, ainda, com o Programa de

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Pesquisador Visitante da FIOCRUZ, destinado à fixação de profissionais com alto nível de qualificação e experiência em sua área de atuação. Nos anos de 2008 e 2009, por exemplo, o programa contou com uma professora altamente qualificada por meio do Programa de Pesquisador Visitante da Fiocruz. Desde 2009, também, a pesquisa da professora Neise Deluiz, detentora de bolsa de produtividade do CNPq e que atuava no programa como colaboradora, está vinculada ao Programa. Em 2010, esta professora passa a compor o quadro de docentes permanente, por meio do Programa de Pesquisador Visitante da Fiocruz.Há que se mencionar, também, que os professores seniores do quadro permanente têm cumprido uma função formativa dos outros docentes, e também do discente, destacando-se, dentre várias ações, a organização de equipes docentes das disciplinas coordenadas por um dos seniores, mas acrescida de um ou mais recém-doutores; bem como o funcionamento de grupos de estudos coordenados pelos pesquisadores seniores, como é o caso do Grupo de Epistemologia, coordenado pela professora Virgínia Fontes; do Coletivo de Estudos de Política Educacional, coordenado pela professora Lucia Neves, e o Projetos Integrados, coordenado pela professora Marise Ramos. Além desses grupos, a maioria dos docentes do programa, incluindo os citados, são membros e/ou como líderes de grupos de pesquisa cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, além de participarem e/ou coordenarem suas próprias pesquisas, a maioria delas contando com financiamento de agências de financiamento, tais como Faperj e CNPq. Quanto ao desempenho dos alunos e às perspectivas de cumprimento de prazos para a conclusão do curso, avaliamos positivamente o fato de todos os alunos da turma 2008 (exceto a aluna que trancou a matrícula) terem se submetido, com êxito, ao exame de qualificação de projeto até o 13o. mês do curso. Do ponto de vista qualitativo, os títulos dos projetos demonstram também, ao mesmo tempo, a diversidade de objetos e respectiva coerência com as linhas de pesquisa, bem como e a convergência com a área de concentração Trabalho, Educação e Saúde, posto que todos os projetos abordam a relação entre as três ou pelos menos duas das dimensões que conformam a área. Por fim, consideramos que um dos relevantes pontos fortes do programa é o fato de contar com as condições de infraestrutura e com o apoio político e financeiro da Fiocruz. Mais do que isto, o programa se alinha com as prioridades da política nacional de saúde e produz inflexões na política internacional de saúde, especialmente na forma de compreender e se relacionar com os países com os quais mantemos cooperação. Sobre isto vale salientar, ainda, que a parceria com a Coordenação de Cooperação Internacional da EPSJV e da Fiocruz, torna as oportunidades de cooperação desse tipo intensas, freqüentes e profícuas. Solidariedade Como um programa novo, temos nos valido, atualmente, muito mais da solidariedade de outros programas do que prestado. Destaque-se o apoio recebido do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH), da UERJ. Além da afinidade de área – ambos são programas interdisciplinares – tem-se também uma afinidade temática, construída em torno das políticas públicas e da formação humana, ainda que este programa circunscreva sua problemática na relação entre trabalho, educação e saúde. A solidariedade se manifesta, dentre outras ações, no compartilhamento das reflexões sobre a identidade da área interdisciplinar em Ciências Humanas; no apoio aos

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processos regulamentadores dos programas, em que a experiência do PPFH nos serve de exemplo; no intercâmbio de professores, considerando que professores permanentes do PPFH atuam como colaboradores e/ou convidados em nosso programa; na articulação de grupos de pesquisa, particularmente por meio dos Projetos Integrados UFF/UERJ/EPSJV-Fiocuz, inclusive com a realização de eventos nacionais e internacionais conjuntamente.Como promotores da solidariedade para com outros programas, as demandas nacionais e internacionais a que nos referimos nos outros itens certamente serão catalisadoras. Abordamos, em outro momento, os projetos de implantação de turmas do mestrado nos centros regionais da Fiocruz e, ainda, a cooperação internacional com países da África e da América Latina. No primeiro caso, será necessária constituir colaboração com os programas de pós-graduação afins às áreas da educação e da saúde, para ampliar o corpo docente que atuará localmente, na forma de docentes colaboradores. No caso da cooperação com outros países, também a parceria com as Universidades locais será esperada. Essas relações, certamente, contribuem para o fortalecimento mútuo das instituições e dos programas envolvidos. No caso dos centros regionais da Fiocruz, destaca-se que a maioria deles se localiza em unidades da federação brasileira com índice de desenvolvimento humano menores do que os estados das regiões sul e sudeste. Citam-se, particularmente, os da Amazônia, Bahia, Ceará e Pernambuco. Mesmo a relação com as universidades e programas já consolidados dessas regiões pode abrir novas perspectivas de ação local, quanto a identificação de necessidades de apoio a instituições e programas emergentes terão em parcerias dessa natureza um ponto importante de referência. Ainda que nossas considerações a este respeito abordem mais perspectivas do que realizações já consolidadas – o que se explica pela existência ainda recente do nosso programa – o movimento político da coordenação do programa, de seu colegiado e da direção da EPSJV e da Fiocruz se fazer explícita e intensamente nesse sentido. Nucleação Como o programa não possui curso de doutorado, acredita-se que a formação de mestres em educação profissional em saúde, com a qualidade e originalidade com que pretendemos, torna-se o núcleo expressivo do programa, sustentado pelo corpo docente, especialmente pela convergência entre seus projetos de pesquisa – em torno dos quais os alunos também se nucleiam -, as atividades de ensino e as de orientação. Essa referência tem atraído estudantes de outros programas para cursar disciplinas como alunos especiais, assim como para participarem dos grupos de pesquisa existentes no programa. Visibilidade Como exposto anteriormente, na medida em que o Programa é fruto da proposta da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, e funciona de forma articulada com a mesma, as informações referentes à pós-graduação estão inseridas no site da Escola. Mas em 2009 criou-se a site exclusivo do programa de pós-graduação , dando, assim, maior visibilidade a suas ações. Na página Web do Programa constam as informações relativas ao processo seletivo dos alunos, incluindo edital com bibliografia; o regulamento do mestrado, constando os componentes curriculares e as ementas das disciplinas; os mini-currículos dos

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docentes com um link para seus respectivos Currículos Lattes, além de ter sido acrescentado em 2009 documento com orientações para apresentação da dissertação,indicando normas, definindo padrões e fornecendo instrumentos para que o corpo discente possa organizar e padronizar a apresentação de sua dissertação de mestrado. As aulas inaugurais e de encerramento do Programa de Pós-graduação, bem como grande parte dos eventos promovidos pela Pós-graduação e realizados na EPSJV, têm transmissão ao vivo pela internet.Além de o aluno obter informações específicas do Programa, este tem, ainda, acesso a notícias, debates e produções relativas à área de concentração trabalho, educação e saúde, por meio de vários recursos, dentre eles: - disponibilização na íntegra do periódico científico Trabalho, educação e saúde e da Revista Poli: saúde educação trabalho, ambos produzidos pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e destinados a profissionais vinculados aos serviços de saúde, e a estudantes, docentes e gestores do campo da educação profissional em saúde;- Banco de Dados da Educação Profissional em Saúde (BEPSAÚDE), produto de projeto de pesquisa coordenado pela professora Ana Margarida de Mello Barreto Campello, que disponibiliza a diferentes usuários - estudantes, professores, pesquisadores e gestores - informações relativas a Educação Profissional em Saúde de forma clara, sucinta e de acordo com as suas necessidades;- Biblioteca Virtual em Saúde – Educação Profissional em Saúde (BVS-EPS ), que promove a difusão do conhecimento técnico-científico e o acesso à informação registrada e armazenada em formato eletrônico no campo da educação profissional em saúde. A BVS-EPS está ligada à rede de BVS gerida pela BIREME – Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, portanto, segundo seus parâmetros. Além disto, o acervo da biblioteca da EPSJV (Biblioteca Emília Bustamante) encontra-se disponível no site.