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Proteção de direitos e divulgação de arquivos Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e Difusão Electrónica” ISCTE 31 janeiro 2012 de arquivos Helena Simões Patrício

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Proteção de direitos e divulgaçãode arquivos

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 janeiro 2012

Proteção de direitos e divulgaçãode arquivos

Helena Simões Patrício

Sumário

1. Introdução: a proteção de direitos em ambiente digital

2. Direitos de autor de obras originais

3. Proteção de documentos de arquivo

1. Introdução: a proteção de direitos em ambiente digital

2. Direitos de autor de obras originais

3. Proteção de documentos de arquivo

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 janeiro 2012

1. Introdução: a proteção de direitos em ambiente digital

Digitalização

“Possibilidade de converter numa representação binária todos os tipos deobras que se encontram tradicionalmente incorporadas em diferentes

media” (Thomas Dreier)

Meios rápidos de comunicação e transmissão de dados em redesinformáticas

Enorme ampliação do âmbito da publicação e reprodução de obras

Digitalização

“Possibilidade de converter numa representação binária todos os tipos deobras que se encontram tradicionalmente incorporadas em diferentes

media” (Thomas Dreier)

Meios rápidos de comunicação e transmissão de dados em redesinformáticas

Enorme ampliação do âmbito da publicação e reprodução de obras

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

(Cláudia Trabuco, 2006)

1. Introdução: a proteção de direitos em ambiente digital

Impacto da tecnologia digital sobre o Direito de Autor:

1) Fase alarmista

2) Fase de negação de efeitos

3) Fase de síntese

A alteração dos modos tradicionais de exploração das obras, implicou anecessidade de ponderar algumas regras à luz das modificaçõestrazidas pelo ambiente digital.

“A imaterialização trazida pelo âmbito digital não contradiz em nada aessência do Direito de Autor” (Oliveira Ascensão)

Impacto da tecnologia digital sobre o Direito de Autor:

1) Fase alarmista

2) Fase de negação de efeitos

3) Fase de síntese

A alteração dos modos tradicionais de exploração das obras, implicou anecessidade de ponderar algumas regras à luz das modificaçõestrazidas pelo ambiente digital.

“A imaterialização trazida pelo âmbito digital não contradiz em nada aessência do Direito de Autor” (Oliveira Ascensão)

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

(Cláudia Trabuco, 2006)

2. Direitos de autor de obras originais

Obras originais

Criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico

exteriorizadas por qualquer modo

Livros, folhetos, revistas, jornais, conferências, lições, obras dramáticas,obras coreográficas, composições musicais, obras cinematográficas,obras de desenho, tapeçaria, escultura, pintura, obras fotográficas,ilustrações, cartas geográficas, projetos de arquitetura, lemas ou

divisas, etc

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Obras originais

Criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico

exteriorizadas por qualquer modo

Livros, folhetos, revistas, jornais, conferências, lições, obras dramáticas,obras coreográficas, composições musicais, obras cinematográficas,obras de desenho, tapeçaria, escultura, pintura, obras fotográficas,ilustrações, cartas geográficas, projetos de arquitetura, lemas ou

divisas, etc

2. Direitos de autor de obras originais

Direitos protegidos

Direitos morais:

Reivindicar a paternidade da obra; assegurar a sua genuidade eintegridade; retirar a obra da circulação e fazer cessar a sua utilização

Utilização da obra:

Divulgação, publicação, exploração económica, fixação parareprodução.

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Direitos protegidos

Direitos morais:

Reivindicar a paternidade da obra; assegurar a sua genuidade eintegridade; retirar a obra da circulação e fazer cessar a sua utilização

Utilização da obra:

Divulgação, publicação, exploração económica, fixação parareprodução.

Domínio público

Cópia privada

Utilização livre

Exclusão de proteção

2. Direitos de autor de obras originais

Não são objeto de proteção

Notícias do dia e relatos de acontecimentos com caráter de simplesinformação;

Textos apresentados perante autoridades ou serviços públicos(requerimentos, alegações, queixas);

Textos e discursos proferidos perante assembleias ou outros órgãocolegiais ou em debates públicos;

Discursos políticos;

Compilações e anotações de textos oficiaisSeminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e Difusão

Electrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Não são objeto de proteção

Notícias do dia e relatos de acontecimentos com caráter de simplesinformação;

Textos apresentados perante autoridades ou serviços públicos(requerimentos, alegações, queixas);

Textos e discursos proferidos perante assembleias ou outros órgãocolegiais ou em debates públicos;

Discursos políticos;

Compilações e anotações de textos oficiaisUtilização livre

2. Direitos de autor de obras originaisUtilizações livres sem o consentimento do autor

Reprodução realizada por biblioteca/arquivo/museu públicos emexemplares que não se destinem ao público e se limitem àsnecessidades das atividades próprias dessas instituições (preservaçãoe arquivo)

Reprodução, distribuição e disponibilização pública, para fins deeducação e ensino de partes de obra publicada

Reprodução, comunicação pública e colocação à disposição do públicoa favor de pessoas com deficiência

Reprodução ou qualquer utilização, pelo processo Braille ou outrodestinado a invisuais.Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e Difusão

Electrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Utilizações livres sem o consentimento do autor

Reprodução realizada por biblioteca/arquivo/museu públicos emexemplares que não se destinem ao público e se limitem àsnecessidades das atividades próprias dessas instituições (preservaçãoe arquivo)

Reprodução, distribuição e disponibilização pública, para fins deeducação e ensino de partes de obra publicada

Reprodução, comunicação pública e colocação à disposição do públicoa favor de pessoas com deficiência

Reprodução ou qualquer utilização, pelo processo Braille ou outrodestinado a invisuais.

2. Direitos de autor de obras originaisUtilizações livres sem o consentimento do autor

Comunicação ou colocação à disposição de membros individuais dopúblico, para efeitos de investigação ou estudos pessoais e emterminais nas instalações de bibliotecas/arquivos/museus e escolas, deobras protegidas não sujeitas as condições de compra ou licenciamentoe que integrem as suas coleções.

Reprodução em exemplar único, para fins exclusivamente científico ouhumanitário, de obras comercialmente esgotadas ou de obtençãoimpossível.

Reprodução em papel ou suporte similar, para fins exclusivamenteprivadosSeminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e Difusão

Electrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Utilizações livres sem o consentimento do autor

Comunicação ou colocação à disposição de membros individuais dopúblico, para efeitos de investigação ou estudos pessoais e emterminais nas instalações de bibliotecas/arquivos/museus e escolas, deobras protegidas não sujeitas as condições de compra ou licenciamentoe que integrem as suas coleções.

Reprodução em exemplar único, para fins exclusivamente científico ouhumanitário, de obras comercialmente esgotadas ou de obtençãoimpossível.

Reprodução em papel ou suporte similar, para fins exclusivamenteprivados Cópia privada

2. Direitos de autor de obras originais

Cópia privada

Reprodução em qualquer meio realizada por pessoa singular, para usoprivado e sem fins comerciais diretos ou indiretos, desde que não atinjaa exploração normal da obra e não cause prejuízo injustificado dosinteresses legítimos do autor

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Cópia privada

Reprodução em qualquer meio realizada por pessoa singular, para usoprivado e sem fins comerciais diretos ou indiretos, desde que não atinjaa exploração normal da obra e não cause prejuízo injustificado dosinteresses legítimos do autor

Domínio público

2. Direitos de autor de obras originais

Publicações não periódicasc/ autores identificados e com data de morte

Tipologia Domínio público CDA Dispon. na Internet

Criador é pessoa singular 70 anos após a morte docriador

Art. 31º e32º nº1

Data de morte anteriora 1940

Criador é pessoa coletiva sempessoas singulares identificadas

70 anos após 1ª edição Art. 32º nº2 Data de edição anteriora 1940

Caducidade do direito de autor

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Criador é pessoa coletiva sempessoas singulares identificadas

70 anos após 1ª edição Art. 32º nº2 Data de edição anteriora 1940

Criador é pessoa coletiva compessoas singulares identificadas

70 anos após a morte dapessoa singular quefaleceu em último lugar

Art. 32º nº3 Data de morte anteriora 1940

Edição de inéditos no domíniopúblico ou de ediçõescríticas/científicas de obras nodomínio público

25 anos após a data depublicação

Art. 39º Data de edição anteriora 1985

2. Direitos de autor de obras originais

Publicações não periódicasc/ autores identificados, sem data de morte, mas com data de publicação

Tipologia Domínio público Dispon. na Internet

Criador pessoa singular oucoletiva

70 anos após a morte (=1940) menos 80anos (tempo de vida)=1860

Data de publicaçãoanterior a 1860

Caducidade do direito de autor

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Obras órfãsdetentores de direitos não identificados ou não localizadosObras anteriores a 1860 70 anos após a morte (=1940) menos 80

anos (tempo de vida)=1860Data de publicaçãoanterior a 1860

Obras posteriores a 1860 Disponíveis apenas narede local

2. Direitos de autor de obras originais

Publicações periódicas

Tipologia Domínio público CDA Dispon. na Internet

Sem artigos assinados ou semidentificação de autor

70 anos após apublicação do númeromais recente

Art. 174ºn.º4, 32º e33º

Publicações periódicasque terminaram antesde1940

Caducidade do direito de autor

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

70 anos após apublicação do númeromais recente

Art. 174ºn.º4, 32º e33º

Publicações periódicasque terminaram antesde1940

Com artigos assinados ou comidentificação de autor

70 anos após a morte docriador intelectual quefaleceu em último lugar

Art. 173º,174º, 31º e32º nº1

Data de morte anteriora 1940 e númerosanteriores a 1860 (terãofalecido há mais de 70anos)

3. Proteção de documentos de arquivo

Documentos de arquivo

Reunidos no exercício da atividade por uma entidade pública ou privada

e conservados respeitando a organização original

tendo em vista objetivos de gestão administrativa, de prova ou de informação

ao serviço das entidades que os detêm,

dos investigadores e dos cidadãos em geral

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Documentos de arquivo

Reunidos no exercício da atividade por uma entidade pública ou privada

e conservados respeitando a organização original

tendo em vista objetivos de gestão administrativa, de prova ou de informação

ao serviço das entidades que os detêm,

dos investigadores e dos cidadãos em geral

3. Proteção de documentos de arquivoDocumentos conservados em arquivos públicos

Princípio da comunicabilidade, com as seguintes exceções:Tipologia DL 16/93 Dispon. na Internet

Documentos com dados pessoais de caráterjudicial, policial ou clínico

Art. 17ºnº2

Expurgados de dados pessoaisOuCom consentimento unânime dos titularesde interesses a salvaguardarOuSe tiver decorrido 50 anos depois da datade morte da pessoa a que respeitam osdocumentosOuNão se sabendo a data de morte, 75 anosdepois da data do documento

Documentos com dados pessoais que nãosejam públicos

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Art. 17ºnº2

Expurgados de dados pessoaisOuCom consentimento unânime dos titularesde interesses a salvaguardarOuSe tiver decorrido 50 anos depois da datade morte da pessoa a que respeitam osdocumentosOuNão se sabendo a data de morte, 75 anosdepois da data do documento

Documentos com dados pessoais que nãosejam públicos

Documentos que possam afetar a segurançadas pessoas, a sua honra, intimidade da vidaprivada e familiar e a sua própria imagem

Documentos com dados sensíveisrespeitantes a pessoa coletiva

Art. 17ºn.º 3

50 anos depois da data de extinção dapessoa coletiva

Documentos de arquivo particular Art. 17ºn.º4 e 44º

Regras e modalidades de comunicaçãodefinidas pelos proprietários dos arquivosparticulares

3. Proteção de documentos de arquivo

Cartas-missivas, escritos confidenciais e memórias pessoais/familiares

Tipologia C.Civil Dispon. na Internet

Cartas-missivas confidenciais 75º Reserva do destinatário durante a vidado autor

Cartas-missivas confidenciais que não sejamdocumento literário, histórico ou biográfico

76º e 77º

Publicáveis com consentimento doautor ou, na sua morte, do cônjuge,descendentes, irmãos, sobrinhos ouherdeirosOuSuprimento judicial do consentimento

Memórias familiares e pessoais

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

76º e 77º

Publicáveis com consentimento doautor ou, na sua morte, do cônjuge,descendentes, irmãos, sobrinhos ouherdeirosOuSuprimento judicial do consentimento

Memórias familiares e pessoais

Escritos de caráter confidencial ou relativos àintimidade da vida privada

Cartas-missivas confidenciais que sejamdocumento literário, histórico ou biográfico

76º Publicáveis com consentimento doautor ou, na sua morte, do cônjuge,descendentes, irmãos, sobrinhos ouherdeiros

Cartas-missivas não confidenciais 78º Utilização que não contrarie aexpetativa do autor

3. Proteção de documentos de arquivo

Retrato de pessoa

Tipologia C.Civil Dispon. na Internet

Retrato de pessoa 79º nº1 Necessário consentimento do retratado paraser exposto, reproduzido ou lançado nocomércio. Na sua morte, é necessárioconsentimento do cônjuge, descendentes,irmãos, sobrinhos ou herdeiros

Retrato cuja publicação se justifique pelanotoriedade ou cargo do retratado

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012

Retrato cuja publicação se justifique pelanotoriedade ou cargo do retratado

79º nº2Pode ser exposto, reproduzido ou lançado nocomércio sem o consentimento da pessoa

Retrato de pessoa cuja publicação se justifiquepor motivos de polícia, justiça, finalidadescientíficas ou culturais

Retrato de pessoa em que a imagem estáenquadrada em lugares públicos, em factos deinteresse público ou em factos que hajamdecorrido publicamente

Retrato cuja publicação resulte prejuízo para ahonra, reputação ou decoro do retratado

79º nº3 Não pode ser exposto, reproduzido oulançado no comércio

Obrigada!

Helena Patrí[email protected]

Obrigada!

Helena Patrí[email protected]

Seminário Nacional “Arquivos da Memória dos Movimentos Sociais e DifusãoElectrónica” – ISCTE – 31 Janeiro 2012