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PROVA DE PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL 7) O que deve ser comprovado num pedido de Tutela Antecipada? R: Para qualquer hipótese de tutela antecipada, o art. 274, caput, do Código de Processo Civil, impõe a observância de dois pressupostos genéricos: a) prova inequívoca; e b) verossimilhança da alegação. Por prova inequívoca, entende-se a prova suficiente para levar o juiz a acreditar que a parte é titular do direito material disputado. Trata-se de um juízo provisório. Basta que, no momento da análise do pedido de antecipação, todos os elementos convirjam no sentido de aparentar a probabilidade das alegações. Quanto a “verossimilhança da alegação”, refere-se ao juízo de convencimento a ser feito em torno de todo o quadro fático invocado pela parte que pretende a antecipação de tutela, não apenas quanto à existência de seu direito subjetivo material, mas também e, principalmente, no relativo ao perigo de dano e sua irreparabilidade, bem como ao abuso dos atos de defesa e de procrastinação praticados pelo réu. 8) Quais os requisitos da ação. Explique e exemplifique. R: Também conhecidos como condições da ação, antes de o Estado dar a solução ao litígio, faz-se necessário o preenchimento dos requisitos de viabilidade ou provimento jurisdicional. Pontuemo-os: 1. Legitimidade Ad Causam: Só poderá pleitear uma ação quem for parte legítima. Esta condição é derivada do art. 6.º do Código de Processo Civil. Assim, apenas quem afirmar ser titular de um direito poderá ir a juízo defendê-lo. 2. Possibilidade Jurídica do Pedido: O pedido deverá preencher os requisitos em conformidade com o ordenamento jurídico. Um exemplo de impossibilidade jurídica do pedido é a ação de usucapião de bens públicos. Quem pleitear essa ação terá sua inicial indeferida pela impossibilidade jurídica do pedido. Portanto, será necessário que o pedido

Prova de Prática Processual Civil

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PROVA DE PRTICA PROCESSUAL CIVIL

PROVA DE PRTICA PROCESSUAL CIVIL

7) O que deve ser comprovado num pedido de Tutela Antecipada?

R: Para qualquer hiptese de tutela antecipada, o art. 274, caput, do Cdigo de Processo Civil, impe a observncia de dois pressupostos genricos:

a) prova inequvoca; e

b) verossimilhana da alegao.

Por prova inequvoca, entende-se a prova suficiente para levar o juiz a acreditar que a parte titular do direito material disputado. Trata-se de um juzo provisrio. Basta que, no momento da anlise do pedido de antecipao, todos os elementos convirjam no sentido de aparentar a probabilidade das alegaes.

Quanto a verossimilhana da alegao, refere-se ao juzo de convencimento a ser feito em torno de todo o quadro ftico invocado pela parte que pretende a antecipao de tutela, no apenas quanto existncia de seu direito subjetivo material, mas tambm e, principalmente, no relativo ao perigo de dano e sua irreparabilidade, bem como ao abuso dos atos de defesa e de procrastinao praticados pelo ru.

8) Quais os requisitos da ao. Explique e exemplifique.

R: Tambm conhecidos como condies da ao, antes de o Estado dar a soluo ao litgio, faz-se necessrio o preenchimento dos requisitos de viabilidade ou provimento jurisdicional. Pontuemo-os:

1. Legitimidade Ad Causam: S poder pleitear uma ao quem for parte legtima. Esta condio derivada do art. 6. do Cdigo de Processo Civil. Assim, apenas quem afirmar ser titular de um direito poder ir a juzo defend-lo.

2. Possibilidade Jurdica do Pedido: O pedido dever preencher os requisitos em conformidade com o ordenamento jurdico. Um exemplo de impossibilidade jurdica do pedido a ao de usucapio de bens pblicos. Quem pleitear essa ao ter sua inicial indeferida pela impossibilidade jurdica do pedido. Portanto, ser necessrio que o pedido seja juridicamente possvel, devendo abranger a possibilidade jurdica da causa de pedir. Se qualquer deles for impossvel, a exordial ser indeferida. O juiz s pode prestar a tutela jurisdicional se estiverem presente todos os requisitos de viabilidade.

3. Interesse de Agir: H um binmio que integra o interesse de agir: necessidade e adequao. S existir o interesse de agir quando houver a necessidade de se ingressar com uma ao para pleitear o que se deseja e quando houver adequao da ao (prpria para o pedido). A primeira oportunidade que o ru tem para alegar a carncia de ao na contestao, em preliminares (art. 301, X). No caso de haver um recurso de apelao por parte do ru em um processo no qual no foi discutida a carncia de ao, o Tribunal poder conhecer de ofcio, ainda que no tenha sido matria de apelao. O Tribunal ir reapreciar no s o objeto do recurso (efeito devolutivo), mas tambm matrias de ordem pblica, ainda que no tenham sido suscitadas (efeito translativo).

9- Explique sucintamente quais so as formas de defesa do ru no rito ordinrio no processo civil.R- O Ru pode manter-se contra a pretenso do autor e ansiar pelo reconhecimento judicial de sua resistncia. Ele o faz por trs documentos processuais. Contestao, exceo e reconveno.

A contestao est envolta num postulado fundamental: princpio da concentrao. Significa que a defesa do Ru conter toda a matria que lhe interessa. Qualquer omisso no mais poder ser alegada noutro momento processual.

Outra forma de defesa a reconveno. Trata-se de documento processual em que o Ru prope a inverso dos polos. O ru tornar-se- autor e o autor, por seu turno, ru (ex.: o ru afirma que o Autor foi quem bateu no seu carro)

A ltima forma de defesa do Ru a exceo. Ela pode tratar de trs matrias: incompetncia, impedimento ou suspeio. Elas sero materializadas nestas peas.

10 O que deve conter numa contestao?

R: Na contestao deve o ru:

a) Individualizar a ao;

b) Expor as razes de facto e de direito por que se ope pretenso do autor;

c) Expor os factos essenciais em que se baseiam as excees deduzidas, especificando-as separadamente, sob pena de os respetivos factos no se considerarem admitidos por acordo por falta de impugnao; e

d) Apresentar o rol de testemunhas e requerer outros meios de prova; tendo havido reconveno, caso o autor replique, o ru admitido a alterar o requerimento probatrio inicialmente apresentado, no prazo de 10 dias a contar da notificao da rplica.

11) Explique as partes da sentena: R: a) relatrio: o resumo do que contm os autos, como a qualificao das partes, quais as pretenses do autor, as razes que fundaram seu pedido, a resposta do requerido/ru, alm do registro de tudo que ocorreu no transcorrer do processo, descrevendo-o em seus termos essenciais, at a o momento da sentena. No juizado, o relatrio dispensado.

A falta do relatrio acarreta nulidade da sentena. Se existente o relatrio, ainda que muito sucinto, vlida a sentena. o documento que vai assegurar parte vencedora o seu direito.

b) fundamentao: so as razes que levaram o juiz a decidir dessa ou daquela forma. Revela a argumentao seguida pelo juiz, servindo de compreenso do dispositivo e tambm de instrumento de aferio da persuaso racional e lgica da deciso. Sua falta tambm gera nulidade.

A fundamentao garantia prevista no artigo 93, inciso IX, da Constituio Federal.

O juiz no pode deferir ou indeferir um pedido sem fundamentar. No Brasil, cada prova no tem um valor pr-determinado pela lei. O juiz livre para decidir, desde que o faa em consonncia com as provas dos autos e fundamente sua deciso, o que chamado princpio do livre convencimento motivado ou princpio da persuaso racional.

O juiz somente pode decidir sobre questes propostas no processo. Se analisar fora do pedido a sentena, nessa parte, ser nula, o que, no meio jurdico, chamado de extra petita. Se foi julgado alm do pedido chamado ultra petita. Ao contrrio, se o juiz no analisar todos os pedidos, chamada citra petita.

c) dispositivo: a concluso, o tpico final em que, aplicando a lei ao caso concreto, segundo a fundamentao, acolhe ou rejeita, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor.

A falta de dispositivo no leva nulidade, mas ao fato da sentena ser considerada como inexistente. esta parte da sentena que transita em julgado, ao contrrio do que est contido na fundamentao, que no transita em julgado.

12) Num processo em que houve a concesso da tutela antecipada e a sentena confirmou esta. Em que efeitos deve ser recebida a apelao? Fundamente.

A regra que a sentena que confirme a antecipao dos efeitos da tutela deve determinar que o recurso de apelao contra o decisrio suba ao tribunal sob o efeito devolutivo, pois a certeza do direito, conhecido em duas oportunidades durante o procedimento em primeiro grau, em sede interlocutria e depois quando o julgador profere a deciso final com carga de verdade, legitima a execuo provisria enquanto no ocorrer o trnsito em julgado. um modo de se dar efetividade jurisdio com fundamento no art. 5, XXXV e LXXVIII, da Constituio Federal.

13) Sobre apelao civil: Qual o seu fundamento jurdico? Quais seus requisitos legais? Qual sua finalidade?

A apelao do direito processual civil brasileiro o recurso interposto contra a sentena proferida por juiz de primeiro grau que encerra processo com ou sem soluo de mrito.

A Apelao pode ser interposta no processo de conhecimento, cautelar e de execuo, seguindo os procedimentos comum, isto seja ordinrio ou sumrio, ou algum procedimento especial.

A Apelao deve ser interposta mediante uma petio escrita, no sendo aceita a forma oral. A petio deve ser dirigida ao juiz de primeira instncia que proferiu a sentena que se pretende reformar (art. 514 do CPC). A parte que interpe o recurso deve indicar os nomes e a qualificao das partes, os fundamentos de fato e de direito e fazer pedido de nova deciso. A Apelao cvel no pode ser genrica, devendo especificar quais os pontos da sentena devem ser anulados ou reformados pelo Tribunal. O recurso deve ser subscrito por advogado com mandato e instrudo com o comprovante de recolhimento das custas processuais.

um instrumento processual destinado a corrigir erro de forma (vcio no procedimento) ou reexaminar provas. um recurso de cognio ampla.

14) Sobre os embargos de declarao, explique: Seu cabimento, fundamento Jurdico e prazo para interposio.

R: Os Embargos de Declarao ou Embargos Declaratrios servem como um instrumento pelo qual uma das partes de um processo judicial pede ao magistrado para que reveja alguns aspectos de uma deciso proferida.

Esse pedido dever ser feito quando for verificado em determinada deciso judicial, a existncia de omisso, contradio ou obscuridade.

Atravs dos Embargos de Declarao, o magistrado poder exercer o juzo de retratao, ou seja, sanar alguma falha existente em seu pronunciamento, a pedido de uma das partes.

Perante o Superior Tribunal de Justia e o Supremo Tribunal Federal, o prazo de cinco ou dez dias, seja a matria cvel, criminal ou previdenciria(art.337 do Regimento Interno do STF)

15) Qual a distino entre agravo retido e agravo de instrumento?

R: No processo civil existem as decises finais de um juiz (sentena) ou de um tribunal (acrdo), respectivamente na 1 e 2 Instncias. Porm, o juiz ou tribunal pode proferir uma deciso chamada "Interlocutria", para resolver algum incidente ou apreciar uma questo de urgncia antes da deciso final. Das decises interlocutrias cabe o recurso de agravo, que pode ser feito em duas modalidades:

O agravo retido apresentado ao prprio julgador que proferiu a deciso, e fica "retido" nos autos para que o juiz ou tribunal se manifeste, mantendo ou reformando a deciso interlocutria. Se no houver modificao, o assunto pode ser retomado no recurso para a Instncia superior.

O agravo de instrumento cabvel apenas nos casos em que a deciso possa acarretar um dano grave de difcil ou de incerta reparao, especialmente em casos de urgncia na medida. Ele no apresentado no prprio processo, e sim diretamente Instncia superior que proferiu a deciso, e chamado assim porque a parte tem de tirar cpias do processo e enviar junto com a petio, essas cpias formam o "instrumento" do agravo, que servir para a Instncia superior analisar a deciso e proferir um novo julgamento a respeito da questo discutida na deciso interlocutria.

16) Explique e Diferencie: Arresto e Sequestro; e Busca e apreenso.

R: O arresto constitui medida de conservao de bens patrimoniais do devedor para assegurar o futuro pagamento em dinheiro, o sequestro representa providncia de mera preservao da coisa cuja entrega "in natura" almejada pelo requerente. Portanto, no arresto no interessa ao postulante o bem em si, mas sim sua representao monetria para a garantia do crdito a ser exigido em execuo por quantia certa.

No sequestro, o interesse do requerente recai sobre a prpria coisa sujeita a desaparecimento ou deteriorao, afinal, ela que se pretende ver entregue ao vencedor da demanda principal, cognitiva ou executiva. Logo, so irretocveis as lies de todos os escritores quando afirmam que o arresto incide sobre qualquer bem penhorvel do devedor, desde que necessrio para assegurar a soluo da dvida, ao passo que o sequestro recai sobre bem especfico, certo, determinado, fungvel ou no.

Por isso, o arresto aparece como uma medida de segurana do cumprimento da sentena que resulta a obrigao de pagar soma em dinheiro (art. 475-J) ou da ao de execuo por quantia certa (art. 646). De outro lado, o sequestro se apresenta como uma cautela ao cumprimento da deciso que determina a entrega da coisa (vg. art. 461-A) ou da ao executiva de ttulo extrajudicial promovida para esse mesmo fim (art. 621).

Busca e apreenso a diligncia judicial ou policial que tem por finalidade procurar pessoa ou coisa que se deseja encontrar, para apresent-la autoridade que a determinou. prevista nos arts. 839 a 843 do Cdigo de Processo Civil Brasileiro.

Busca a diligncia em que se procuram objetos e pessoas para produzir prova no processo ou para dar cumprimento a uma ordem judicial de priso. Pode ser realizada na fase inquisitorial, no decorrer da ao penal e at mesmo na execuo da pena.

Apreenso a consequncia da busca e consiste no recolhimento das pessoas ou coisas procuradas, quando esta tendo resultado positiva.