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INSTITUTO DE MATEM ´ ATICA Universidade Federal do Rio de Janeiro Gabarito da 2 a Prova Unificada de C´ alculo I Engenharia, Matem´ atica Aplicada e Ciˆ encia da Computa¸ ao 30/06/2008 1 a Quest˜ ao: (2.0 pts) Para cada x> 0, seja R o retˆ angulo com v´ ertices nos pontos A = (0, 0), B =(x, 0), C =(x, e x 2 )e D = (0, e x 2 ). Determine o valor de x para que a ´ area de R seja m´ axima. Justifique. Solu¸ ao: Seja A(x)a´ area do retˆ angulo ABCD. Ent˜ ao A(x)= xe x 2 . Calculando os pontos cr´ ıticos de A(x): A (x)=e x 2 - 2x 2 e x 2 =e x 2 (1 - 2x 2 ). Portanto, A (x)=0 ⇐⇒ 1 - 2x 2 =0 ⇐⇒ |x| = 2/2. Como A ´ e deriv´ avel no dom´ ınio (0, +), o ´ unico ponto cr´ ıtico ´ e x 0 = 2/2. Para concluir que x 0 ´ e ponto de m´ aximo, analisemos o crescimento de A. Ent˜ ao, A (x) > 0 ⇐⇒ x< 2/2 e A (x) < 0 ⇐⇒ x> 2/2. portanto, A ´ e estritamente crescente no intervalo (0, 2/2) e estritamente decrescente no intervalo ( 2/2, +) e, conseq¨ uentemente, x 0 = 2/e ponto de m´ aximo global. 2 a Quest˜ ao: (2.0 pts) Calcule as integrais abaixo: (1) arctan x 1+ x 2 dx; (2) 1 - x 2 x 4 dx. Solu¸ ao: Podemos resolver a integral em (1) de trˆ es maneiras: por substitui¸ ao, por partes ou por substitui¸ ao trigonom´ etrica: a) Por substitui¸ ao: u = arctan x du = dx/(1 + x 2 ). Ent˜ ao, arctan x 1+ x 2 dx = u du = u 2 2 + C = (arctan x) 2 2 + C. b) Por partes: u = arctan x e dv = dx/(1 + x 2 ). Ent˜ ao du = dx/(1 + x 2 )e v = arctan x. Portanto, arctan x 1+ x 2 dx = (arctan x) 2 - arctan x 1+ x 2 dx + C. Assim, 2 arctan x 1+ x 2 dx = (arctan x) 2 + C arctan x 1+ x 2 dx = (arctan x) 2 2 + C. c) Por subs. trigonom´ etrica: x = tan θ dx = sec 2 θ dθ e arctan x = θ. Portanto, arctan x 1+ x 2 dx = θ dθ = θ 2 2 + C = (arctan x) 2 2 + C.

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Page 1: prova2_calculo1

M INSTITUTO DE MATEMATICAUniversidade Federal do Rio de Janeiro

Gabarito da 2a Prova Unificada de Calculo I

Engenharia, Matematica Aplicada e Ciencia da Computacao

30/06/2008

1a Questao: (2.0 pts)

Para cada x > 0, seja R o retangulo com vertices nos pontos A = (0, 0), B = (x, 0), C = (x, e−x2

) e

D = (0, e−x2

). Determine o valor de x para que a area de R seja maxima. Justifique.

Solucao: Seja A(x) a area do retangulo ABCD. Entao A(x) = xe−x2

. Calculando os

pontos crıticos de A(x):

A′(x) = e−x2 − 2x2e−x

2

= e−x2

(1− 2x2).

Portanto, A′(x) = 0 ⇐⇒ 1 − 2x2 = 0 ⇐⇒ |x| =√

2/2. Como A e derivavel no domınio

(0, +∞), o unico ponto crıtico e x0 =√

2/2.

Para concluir que x0 e ponto de maximo, analisemos o crescimento de A. Entao,

A′(x) > 0 ⇐⇒ x <√

2/2 e A′(x) < 0 ⇐⇒ x >√

2/2.

portanto, A e estritamente crescente no intervalo (0,√

2/2) e estritamente decrescente no

intervalo (√

2/2, +∞) e, consequentemente, x0 =√

2/2 e ponto de maximo global.

2a Questao: (2.0 pts)

Calcule as integrais abaixo:

(1)

arctanx

1 + x2dx; (2)

√1− x2

x4dx.

Solucao: Podemos resolver a integral em (1) de tres maneiras: por substituicao, por partes

ou por substituicao trigonometrica:

a) Por substituicao: u = arctanx ⇒ du = dx/(1 + x2). Entao,

arctanx

1 + x2dx =

u du =u2

2+ C =

(arctanx)2

2+ C.

b) Por partes: u = arctanx e dv = dx/(1 + x2). Entao du = dx/(1 + x2) e v = arctanx.

Portanto,∫

arctanx

1 + x2dx = (arctanx)2 −

arctanx

1 + x2dx + C.

Assim,

2

arctanx

1 + x2dx = (arctanx)2 + C ⇒

arctanx

1 + x2dx =

(arctanx)2

2+ C.

c) Por subs. trigonometrica: x = tan θ ⇒ dx = sec2 θ dθ e arctanx = θ. Portanto,

arctanx

1 + x2dx =

θ dθ =θ2

2+ C =

(arctanx)2

2+ C.

Page 2: prova2_calculo1

A integral em (2) pode ser resolvida por substituicao trigonometrica: x = sen θ ⇒ dx =

cos θ dθ. Assim,

√1− x2

x4dx =

cos2 θ

sen4 θdθ =

cotg2 θ cossec2 θ dθ.

Como a derivada de cotg θ e − cossec θ, a substituicao u = cotg θ nos da:

cotg2 θ cossec2 θ dθ = −∫

u2 du =u3

3+ C = −cotg3 θ

3+ C = −1

3

(

cos θ

sen θ

)3

+ C.

Portanto, voltando a variavel x:

√1− x2

x4dx = −1

3

(√1− x2

x

)3

+ C.

3a Questao: (2.0 pts)

Calcule a area da regiao sombreada na figura abaixo.

x

y

ln 2

← y = ln 2

3(x− 1)

← y = ln x√x

a1

Solucao: As duas curvas se interseptam nos pontos (1, 0) e (a, ln 2). Para determinar a,

vemos pela equacao da reta que ln 2 = (ln 2/3)(a− 1), isto e, a = 4.

Logo a area e

A =

∫ 4

1

[

lnx√x− ln 2

3(x− 1)

]

dx =

∫ 4

1

lnx√x

dx−∫ 4

1

ln 2

3(x− 1) dx.

A primeira integral do lado direito da igualdade acima pode ser calculada por partes: u = lnx

e dv = dx/√

x. Entao, du = 1/x e v = 2√

x. Assim,

∫ 4

1

lnx√x

dx = 2√

x lnx∣

4

1− 2

dx√x

= 2√

x lnx∣

4

1− 4√

x∣

4

1

= 4 ln 4− 4.

A segunda integral pode ser calculada facilemente por substituicao simples: u = x − 1 ⇒du = dx. Assim,

∫ 4

1

ln 2

3(x− 1) dx =

ln 2

3

∫ 3

0

u du =3 ln 2

2.

Page 3: prova2_calculo1

Portanto, a area e:

A = 4(ln 4− 1)− 3 ln 2/2 =13 ln 2

2− 4.

4a Questao: (2.5 pts)

Calcule o volume do solido de revolucao obtido girando-se em torno do eixo x a regiao

R =

{

(x, y) | x ≥ 1 e 0 ≤ y ≤ 1

x√

x2 + 1

}

.

Solucao: O solido e obtido pela rotacao em torno do eixo x da regiao ilimitada R. Logo,

V =

∫ ∞

1

πf(x)2dx =

∫ ∞

1

π

x2(1 + x2)dx = lim

R→+∞

R

1

π

x2(1 + x2)dx.

Calculemos a integral pelo metodo das fracoes parciais:

1

x2(1 + x2)=

Ax + B

x2+

Cx + D

1 + x2.

Efetuando a soma acima, obtemos

1

x2(1 + x2)=

(A + C)x3 + (B + D)x2 + Ax + B

x2(1 + x2).

Identificando os coeficientes nos numeradores, obtemos B = 1, A = 0, C = 0 e D = −1.

Portanto,1

x2(1 + x2)=

1

x2− 1

1 + x2

e a integral se escreve como∫

R

1

π

x2(1 + x2)dx = −π

(

1

x+ arctanx

)∣

R

1

= π − π

R+

π2

4− π arctanR.

Passando ao limite, concluımos:

V = limR→+∞

∫ R

1

π

x2(1 + x2)dx = π − π2

4.

5a Questao: (1.5 pts)

Determine uma funcao f : [1, +∞) → R tal que, para cada x ≥ 1, a parte do grafico entre os pontos

A = (1, f(1)) e B = (x, f(x)) tenha comprimento l(x) dado por

l(x) =

∫ x

1

1 +1

4udu.

Esta funcao f e unica? Justifique sua resposta.

Solucao: Sabemos que se y = f(x) tem derivada contınua, o comprimento da curva definida

pelo seu grafico entre os pontos (a, f(a)) e (b, f(b)) e dado por:∫

b

a

1 + f ′(u)2 du.

Portanto, para todo x > 1 temos∫ x

1

1 + f ′(u)2 du =

∫ x

1

1 +1

4udu.

Derivando a identidade acima em relacao a x, segue do Teorema Fundamental do Calculo:

1 + f ′(x)2 =

1 +1

4x, ∀x > 1.

Logo, f ′(x) = 1/2√

x para todo x > 1 e, consequentemente, f(x) =√

x + C. Como C pode

ser qualquer numero real, existe uma infinidade de funcoes satisfazendo a condicao dada.