Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
EXTRAÇÃO DE ORQUÍDEAS: UM DANO AMBIENTAL
Por: Manoel Luiz Portugal Gomes
Orientador
Prof. Maria Esther de Araujo Olveira
Rio de Janeiro
2012
2
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TEXTRAÇÃO D EORQUIDEAS: UM DANO AMBIENTAL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista Em Gestão Ambiental.
Por: . Manoel Luiz Portugal Gomes
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus familiares e
amigos a força para continuar os
estudos afim de alcançar mais este
objetivo em minha vida em busca de
novos conhecimentos.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta conquista a toda minha
família, em especial ao meus parentes in
memória, minha companheira de todas as
horas, minha neta pela sua alegria de
viver e a todos que me incentivaram.
5
RESUMO
O trabalho apresentado, relata sobre a história das orquídeas e algumas de
suas características como crescimento, morfologia, além de abordar algumas
espécies nativas do Brasil, sua comercialização interna e externa.
Aproveitando para falar também sobre a valoração de algumas espécies, em
especial a Cattleya granulosa, uma das principais espécies ameaçadas de
extinção no meio ambiente, devido a sua extração irregular e desgovernada
para fim lucrativo, abordando ainda os danos ambientais e as políticas
públicas, que sancionam as penas as quais, individualmente ou coletivamente
estão sujeitos aqueles que danificam o meio ambiente de forma geral.
Fala também sobre a Educação Ambiental, que é obrigatória nas escolas de
acordo com normas brasileiras de educação, mas que infelizmente não é
realizada de forma correta e algumas escolas nem possuem a disciplina em
seu quadro.
O Brasil é um país rico em espécies nativas, o que o torna alvo da cobiça de
outros países, levando assim a extração das espécies, causando a sua
extinção. Um método eficaz para ajudar a combater a extinção é a reprodução
de mudas em laboratórios para a comercialização, sem assim danificar o meio
ambiente.
METODOLOGIA
6
A Metodologia usada foi a realização de pesquisas em revistas, sites, livros e
artigos encontrados na internet, bem como uso de fotos de minha propriedade
e algumas retiradas de livros e sites.
SUMÁRIO
7
1. Introdução.......................................................................................................... 09
Capítulo I – A Historia da
Orquidofilia..................................................
15
1.1. – Aspectos Gerais................................................................................ 16
1.1.2 – Saprófitas........................................................................................ 17
1.1.3 – Epífitas ou Dendrículas................................................................... 17
1.1.4 – Terrestres........................................................................................ 18
1.1.5 – Ripícolas........................................................................................ 19
1.2 – Tipos de Crescimento......................................................................... 20
1.3 – Morfologia Geral ................................................................................ 20
Capítulo II - A Educação Ambiental e as
Orquídeas............................
25
2.1 – A educação ambiental por meio do cultivo de orquídeas no cerrado. 29
2.2 – A Ética como
fundamento................................................................... 30
2.3 – A Ecologia como base para os princípios fundamentais:
aprendendo com a alfabetização
ecológica..............................................................................
33
2.4 – A estrutura formal do curso: entre o vivenciar e o construir................ 36
Capítulo III – O Brasil e o estudo de suas Espécies........................... 38
3.1 – A Riqueza das Espécies Nativas......................................................... 39
3.2 – A Exportação de Nossas Orquídeas.................................................... 40
3.3 – Algumas de Nossas Espécies.............................................................. 40
3.3.1 – Hadrolaélia purpurata........................................................................ 42
3.3.2 – Catasentum macrocarpum................................................................ 42
3.3.3 – Cattleya aclandiae............................................................................. 43
3.3.4 – Cattelya walkeriana........................................................................... 44
3.3.5 – Cattelya granulosa............................................................................. 46
8
3.4 – Serviços Ambientais da Família Orquidácea...................................... 48
Capítulo IV – Danos Ambientais e as Políticas Públicas 49
4.1 – Dano Ambiental Coletivo 49
4.2 – Dano Ambiental Individual 50
4.2.1 – Pulverização das vítimas 50
4.2.2 – Difícil Reparação 50
4.2.3 – Difícil Valoração 51
Capítulo V – Valoração Econômica dos Recursos Naturais 55
Conclusão
Bibliografia Citada
60
61
9
1- Introdução:
De acordo com o artigo disponível no Wikipédia (on line), supõe-se que
a história da cultura das orquídeas tenha começado no extremo oriente,
sobretudo no Japão e na China, há cerca de 3.000/4.000 anos. A palavra
chinesa para orquídea (lan) já aparece no herbário chinês desde então.
Entretanto, não se sabe ao certo quando ela passou a ser cultivada pelo
homem e nem se este cultivo foi motivado por razões estéticas ou apenas
medicinais.
A primeira referência direta à orquídea encontrada foi feita pelo
imperador chinês Sheng Nung, ao dar alguns conselhos sobre o uso do
Dendobrium com finalidade medicinal. Confucius (551 - 479 ac. ) também fez
referência ao perfume das orquídeas. Em outros livros chineses, datados de
290 a 370 de nossa era, há referências diretas às orquídeas. Apesar das
inúmeras citações também feitas aos gêneros Vanda e Dendrobium, o
Cymbidium foi sempre o mais citado dos três. No século III, um manuscrito
chinês de botânica menciona duas espécies que hoje são conhecidas como
Cymbidium ensifolium e Dendrobium moniliforme. .
No ocidente, a referência mais antiga é encontrada em Theophrastus,
aluno de Aristóteles, considerado por muitos como pai da botânica. Em seu
trabalho denominado "Investigação sobre as Plantas", datado do ano 300
antes de Cristo, ele usa a palavra "orchis" para denominar certas espécies.
"Orkhis" é a palavra grega para testículos e apesar dele ter sido o primeiro a
10
mencionar, possivelmente não foi o primeiro a observar a semelhança entre as
raízes de certas orquídeas terrestres (que vegetam sobretudo nas zonas
temperadas da Europa) e os testículos. Ainda hoje estas espécies são
conhecidas pelo mesmo nome (Orchis maculata, simia, mascula, spectabilis) e
dele derivou o nome de toda família: "Orchidaceae".
No primeiro século depois de Cristo, um médico grego de nome
Dioscórides, que serviu como cirurgião do exército romano, reuniu informações
sobre 500 plantas medicinais, entre elas duas "orchis", em um trabalho
intitulado "Matéria medica". No período que vai de 960 a 1279 (Dinastia Sung),
muitas monografias e tratados sobre estas plantas foram elaborados na China.
Com a descoberta de novos mundos, outros gêneros de orquídeas
(principalmente as epífitas) , até então desconhecidos, passaram a fazer parte
do universo europeu, que só conhecia as "orchis" terrestres. Antigas
inscrições astecas falam de como a fava da Vanilla era usada pelos seus
ancestrais para perfumar a bebida feita a partir do cacau. Os Maias também a
utilizavam.
Os colonizadores espanhóis foram responsáveis pela introdução da
utilização da fava, na Europa. Em 1552, no "Manuscrito de Badianus", pela
primeira vez na literatura do Ocidente foi mencionada uma orquídea originária
do novo mundo, a "Vanilla". Este primeiro estudo sobre a flora da América do
Sul. Informava que ela era usada como especiaria, como perfume e sob a
forma de poção, indicada para se ter uma boa saúde.
11
Em 1597, foi publicado o "Herbário de Gerard" (John Gerard -
1542/1612), onde as orquídeas são denominadas Satyrion feminina, pois
acreditava-se que elas seriam alimento dos sátiros e que seus excessos eram
por elas provocados. Em 1688, John Ray, em sua "História do Plantarum",
descreveu a Disa uniflora, a mais bonita orquídea da África do Sul. Em 1712,
Englebert Kaempfer, médico alemão, num trabalho denominado "Amoenitatum
exoticarum" citou, pela primeira vez, uma orquídea oriental. Em 1728, aparece
o primeiro livro publicado no Japão sobre orquídeas: "Igansai-ranpin". Em
1735, Carl Von Liné (Linnaeus), botânico sueco, estabeleceu a primeira
classificação coerente das plantas (nome genérico seguido do nome
específico) além das linhas de desenvolvimento dos seres vivos e das leis da
evolução. Em seu trabalho denominado "Genera Plantarum" ele utilizou a
palavra "Orchidaceae" (derivada de "Orkhis") para denominar toda a família
das orquídeas. Suas obras abririam mais tarde o caminho para os estudos de
Darwin. Em 1763, ele publicou um outro tratado com centenas de espécies
diferentes mas as classificou todas como Epidendrum. Em 1768, a segunda
edição do "Dicionário do Jardineiro", de Miller, fala das orquídeas, mas também
as trata de Epidendrum, nome dado na época a todas as espécies tropicais.
Em 1772, Matsuoka publicou um livro em chinês, que provavelmente era
uma tradução do "Igansai-ranpin" japonês, onde são citadas seis orquídeas.
Em l830, John Lindley (botânico e taxonomista) fez a primeira classificação das
orquídeas. Ele escreveu diversos livros sobre plantas, mas foram seus
trabalhos sobre orquídeas que mais lhe renderam fama, sobretudo "O gênero e
12
espécies das plantas orquidáceas". Ele deixou um livro inacabado, mas que é
ainda assim considerado um clássico da botânica, "Folia Orchidacea".
O trabalho apresentado procura abordar algumas das espécies de orquídeas
encontradas na Região Sudeste, dentre elas alguma espécies ameaçadas de
extinção. Provavelmente a primeira referência documentada desse nome tenha
sido feita no terceiro século a.C. pelo filósofo e naturalista grego Teofrasto, em
sua obra sobre as plantas. Esse estudioso foi discípulo de Aristóteles e é
conhecido como o pai da Botânica.
No século XVI, eram mencionadas apenas 13 espécies européias de
orquídeas, todas terrestres. Só Bem mais tarde os botânicos começaram
realmente a tentar classificar as espécies de forma mais ordenada,
aparecendo então menções de orquídeas vindas da Europa e de várias partes
do mundo. O Brasil é um dos países mais ricos em orquídeas, comparável
somente com a Colômbia e Equador. Estudos recentes registram cerca de
duas mil e trezentas espécies para o território brasileiro. Existem no Brasil mais
de 2.500 espécies catalogadas. O estudo foi realizado com a finalidade de se
conhecer mais sobre esta família, da ordem das Asparagales, grupo de
angiospérmicas que vem deslumbrando milhares de pessoas, inclusive a mim.
Procurei abordar temas como morfologia, cultivo, formas de reprodução,
substratos. Algumas espécies se dividem em: Epífitas ( a maioria das
orquídeas), Terrestres, Saprófitas e Rupícolas (espécie tipicamente brasileira).
Dentre as orquídeas estudadas, darei destaque a algumas das espécies que
cultivo. Seu habitat, composição das flores, reprodução na natureza e em
laboratórios, além da valorização delas no meio ambiente. Espécies estas,
13
citadas acima, que cultivo, além de outras que possuo, mas não consegui
realizar a classificação.
Apesar da enorme variedade de espécies, poucos são os casos em que
as orquídeas possuem utilidade comercial além do uso ornamental. Entre eles,
o único amplamente difundido é o da produção de baunilha a partir dos frutos
de algumas espécies do gênero Vanilla. Mesmo em caso de uso ornamental,
apenas uma pequena parcela das espécies é utilizada, pois em sua maioria,
elas apresentam flores e folhas pequenas e de poucos atrativos. Já no caso
das espécies que atraem mais os interesses comerciais, os orquidicultores,
vêm obtendo grandes quantidades de híbridos com grande apelo comercial,
caso das Cattleyas, Phalaenopsis, entre outras. A família orquidácea, esta
distribuída em inúmeras espécies, subfamílias, gêneros.
Esta pesquisa está sendo realizada, para desenvolver melhor meus
conhecimentos sobre esta espécie, os cuidados ao cultivar, ao realizar um
novo cruzamento entre famílias orquidáceas. Esta pesquisa faz parte da pós-
graduação que pretendo realizar se possível for à área de Botânica. Sobre tudo
pretendo alertar as pessoas para a conservação da flora brasileira e suas
belezas. Serão realizadas pesquisas em websites, livros e revistas para
descrever o habitat de algumas espécies; saber como processar a reprodução
das orquidáceas em laboratório. Além Conhecer melhor o ciclo de vida das
orquidáceas e identificar algumas espécies em extinção; A metodologia usada
para a realização desta pesquisa foi a consulta em websites, livros, revistas,
consultas a artigos publicados, tiragem de fotos para mostrar as três espécies
14
que estou cultivando, além entrevistas a pessoas que tem o prazer de cultivar
orquídeas e se encantarem coma a sua beleza.
15
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA ORQUIDOFILIA
Para alguns historiadores, a palavra orquídea tem origem no vocábulo
grego “orkhis”, por significar testículos. O nome da família - orquidácea – foi
assim estabelecido pelo fato das primeiras espécies conhecidas, possuírem
pequenas túberas ( espécie de calo) gêmeas, que na visão dos povos que as
descobriram sugeriam os testículos humano.(www.wikipedia.com.br/online)
Provavelmente a primeira referência documentada desse nome tenha
sido feita no terceiro século a.C. pelo filósofo e naturalista grego Teofrasto, em
sua obra sobre as plantas. Esse estudioso foi discípulo de Aristóteles e é
conhecido como o pai da Botânica.
Naquela época as pessoas acreditavam que os tubérculos existentes
nas orquídeas tinham poderes afrodisíacos e então os usavam na alimentação.
Depois de convictamente separados. No meio de tamanha obscuridade,
podemos citar as referências feitas às orquídeas pelos chineses há
aproximadamente 4 mil anos, quando a palavra “lan” que identifica estas
palavras aparece citada. O célebre Confúcio (551 a 479a.C) também faz
algumas referências às orquídeas, e no século III, são mencionadas duas
espécies dessa família de plantas num manuscrito chinês de botânica. Ainda
na China, durante a Dianstia Sung ( 960 a 1279 ), apareceram muitos
trabalhos dissertando sobre as orquídeas, abrangendo os mais diversos
aspectos.
16
Na história dos antigos povos das Américas, também são feitas
referências sobre as orquídeas, sendo a mais importante no que diz respeito a
utilização pelos Astecas e mais das favas da Vanilla que os mesmos usavam
para dar aroma a alguma das bebidas. O nome astecas para as baunilha era
“tlixochitl”, que significa flor negra, numa alusão as favas pretas dessa planta
quando maduras, já os Maias a chamavam de sisbic”. Hoje em dia a Vanilla é
utilizada em todo mundo como aromatizante com o nome de baunilha, fato
este atribuído ao domínio dos espanhóis sobre os povos citados acima.
No século XVI, eram mencionadas apenas 13 espécies européias de
orquídeas, todas terrestres.Só Bem mais tarde os botânicos começaram
realmente a tentar classificar as espécies de forma mais ordenada,
aparecendo então menções de orquídeas vindas da Europa e de várias partes
do mundo. O Brasil é um dos países mais ricos em orquídeas, comparável
somente com a Colômbia e Equador. Estudos recentes registram cerca de
duas mil e trezentas espécies para o território brasileiro.
1.1 - Aspectos gerais.
A família orquidácea é formada por plantas monocotiledôneas, um dos
grupos de Angiospermas, ou seja, que produzem flores e frutos. Ela conta
com cerca de 35 mil espécies naturais e aproximadamente 65 mil híbridos. É
considerada pelos botânicos com a mais importante do reino vegetal.
Dentro da família orquidácea, existem três tipos de plantas, que são
classificadas de acordo com seu habitat de origem.
17
1.1.2 Saprófitas:
Segundo ENDSFELDZ (1997), apenas uma orquídea pode ser
genuinamente considerada saprófita, trata-se da curiosa Rhizanthella garneri
(muitos orquidófilos a consideram parasita e não saprófita), coleta pela
primeira vez em 1928 na Austrália, e que às vezes floresce dentro do solo. O
termo sapórfita vem ao longo dos anos trazendo muita discórdia entre os
orquidófilos, pois muitos costumam classificar suas plantas como saprófitas,
mesmo quando estas possuem clorofila e, portanto realiza fotossíntese, o que
se caracteriza um erro em termos de terminologia biológica. Outros mais
coerentes usam a terminologia humícola, que biologicamente, não traz nenhum
erro de conceito, como o termo saprófita, mas que mesmo assim não serve
para desgnar algumas espécies de orquídeas, que não se encaixam muito bem
nesta classificação (BLOSSFELD, 1999). Assim se torna necessário um estudo
botânico profundo para realmente se descobrir qual terminologia deve-se ser
utilizada, quando da classificação destas Orchidaceae, por parte dos
profissionais da área. são as orquídeas desprovidas de clorofila e crescem nos
húmus das florestas, apresentando flores pequenas e pálidas.
1.1.3 - Epífitas ou Dendrícolas:
Ainda segundo ENDSFELDZ (1997), a maior parte das orquídeas, vivem
em troncos de árvores, mas não são parasitas, pois realizam fotossíntese a
partir de nutrientes absorvidos pelo ar e pela chuva. Ao contrário do que se
pensa não sugam a seiva das árvores. São aquelas que se desenvolvem sobre
18
as árvores, usando-as apenas como suporte, ou seja, como local onde possam
receber níveis adequados de luz.Se fossem parasitas como muitos acreditam
estas não poderiam ser cultivadas em pedaços de cascas de árvores, ripas de
madeiras ou, muito menos, em vasos preparados apenas com pedaços de
xaxim, pois estes materiais são inertes, sendo que, se estas fossem realmente
parasitas não teriam como realizar sua nutrição.
As orquídeas epífitas, na natureza, geralmente se nutrem através de
elementos químicos e substâncias excretadas pelas folhas das árvores por se
encontrarem em excesso dentro destas, assim, quando ocorrem às chuvas, os
nutrientes são arrastados caule abaixo e assim não absorvidos em primeiro
lugar pelas folhas e em menor quantidade pelas raízes das orquídeas.
1.1.4 - Terrestres:
Vivem como plantas comuns na terra. Embora aceitam o plantio em
xaxim desfibrado. As orquídeas terrestres apresentam um grande número de
formas e coloridos variáveis, o que promove um grande fascínio por parte dos
orquidófilos, mas também seu difícil cultivo já originou a desistência de muitos
iniciantes dos caminhos da orquidofilia. Estas, obviamente crescem sobre o
solo, ao qual fixam profundamente suas carnosas raízes e buscam seus
nutrientes (ENDSFELDZ, 1997). Suas raízes também possuem uma enorme
quantidade de pêlos absorventes, responsáveis pelo aumento da superfície de
contato com as partículas que constituem o solo em até 85%. Estas requerem
um ambiente com alta umidade relativa do ar e de regas diárias, pois
19
geralmente são muito suscetíveis ao dessecamento devido suas
características morfo-fisiológicas.
1.1.5 - Rupícolas:
É um grupo de orquídeas tipicamente brasileiro, que foge à classificação
mencionada e que tem as rochas como suporte fixado em liquens das fendas.
Estas orquídeas vivem sobre pedras em pleno sol. Muitas vezes protegem a
ponta das raízes mergulhando-as por baixo do limo que nasce nas fendas das
rochas. Mas não é raro ver orquídeas deste tipo vivendo sobre rochas que
atingem altas temperaturas, e notar que o calor e insolação não provocam
maiores danos às raízes (ENDSFELDZ (1997). Geralmente as orquídeas
rupícolas formam toceiras compactas que cobrem pequenas áreas sobre as
rochas (Blossfeld, 1999). Tudo indica que estas plantas, em geral, apresentam
metabolismo CAM (Metabolismo Ácido das Crassuláceas), o que lhes permite
evitar a perda de água durante o dia, através da não abertura estomática
durante este período, sendo que esta estrutura foliar anexa, apenas se abre
durante a noite para a realização das trocas gasosas importantes para a
formação de ácidos que serão estocados nos vacúolos das células, e que
depois durante o dia serão utilizados nos processos fotossintéticos.Ex:Laelia
flava
1.2 – Tipos de Crescimento
20
Em relação ao crescimento as orquídeas podem ser classificadas em
Monopodial e Simpodial.
Ø Monopodial, é o crescimento ilimitado, ou seja, contínuo. Suas
folhas são lineares, rígidas e carnosas, muitas vezes sulcadas ou
semicilindricas e dispostas simetricamente no caule da planta.
Ex: Vanda, Phalaenopsis e Dendrobium.
No caso das Dendrobiuns, ao longo da haste floral, numa época de
estado vegetativo da planta costuma surgir rebentos que podem ser utilizados
para a propagação vegetativa.
Ø Simpodial, as plantas apresentam crescimento limitado, ou seja,
após o término do crescimento de um caule ou pseudobulbo, o
novo broto se desenvolve formando o rizoma e um novo
pseudobulbo, num crescimento continuo, ou seja, em duas
direções.
1.3 – Morfologia Floral
Na flor em botão de uma orquídea, sépalas e pétalas, são muito unidas
e dobradas, fechando e protegendo os elementos encarregados da
reprodução, tornando-se visíveis somente depois que a flor abrir. Quando um
grão do pólen se desenvolve sobre o estigma, origina uma longa estrutura –
tubo polínico – que cresce estimulada por substâncias químicas o óvulo
desprende. O encontro do tubo polínico e o óvulo permite a ocorrência da
fecundação.
21
As orquídeas se apresentam com sépalas e pétalas em número de três
ou múltiplos de três. As sépalas são de formato mais simples e possuem a
função de proteger a flor quando em botão; após desabrochar são tão bonitas
e coloridas como as pétalas. Uma das pétalas, denominada de Rabelo é a
mais desenvolvida e diferente das demais, podendo ter coloração mais viva,
listras, pontuações e manchas.
Esta forma diferente por vezes mimetiza o corpo de um inseto, para
atraí-los para o néctar contido no fundo da flor. Ao entrar para buscar o néctar,
acabam por carregar o pólen e ajudar na polinização. Esta é necessária e o
objetivo maior das plantas, para a produção de frutos contendo as sementes
para perpetuação das espécies.
Além das estruturas descritas acima, as orquídeas são constituídas
ainda das seguintes partes e órgãos.
• Coluna ou ginostêmio – Órgão carnudo e claviforme que swe projeta
do centro da flor, resultado da fusão dos órgãos masculino(ESTAME) e
feminino (CARPELO);
• Antera – contém grãos de polen agrupados de 2 a 8 massas chamdas
de POLINIAS;
• Estgma – depressão de superfície viscosa, órgão receptivo feminino
onde são depositadas as polínias durante a polinização;
• Ovário – local onde se desenvolve as sementes após a fecundação
• Sépala Dorsal – é a pétala que se localiza acima da flor da orquidea
• Pétala – como o próprio nome já diz, são as pétalas superioroes,
encontradas uma de cada lado
22
• Sépala Lateral – são pétalas localizadas abaixo das pétalas, uma de
cada lado, separadas pelo labelo
• Labelo – é a pétala com formado diferenciado e localizada no centro
para baixo. Possui em geral, formato d eum cone ou canudo. Dentro
dele está o órgão reprodutor da orquídea com a antera, o estigma e a
coluna.
Foto:Fernando Terra Manzan,http://www.orquideasterra.com.br/?contato*
• Pseudobulbos – só está presente em orquídeas de crescimento
simpodial, ou seja de crescimento horizontal
• Rizoma – é o eixo de crescimento da orquídea e uma das estruturas
mais importantes
• Raízes – absorventes e aderentes, são responsáveis pela a alimentação
da planta e sua fixação
• Gema – são as estruturas de crescimento, podem estar ativas ou
inativas.
23
Foto:Fernando Terra Manzan,http://www.orquideasterra.com.br/
• Cápsula – se forma quando o estigma se fecha, a flor começa a secar e
o ovário inicia a formação da mesma, que contém as sementes, até 500
mil ou mais e leva de 6 meses a um ano para amadurecer.
Cápsula formada com flor seca Fotos Manoel Luiz Portugal Gomes (orquídeas em casa)
• Folhas – responsáveis pela respiração e alimentação da planta
• Espata – o cabo da flor nasce de uma espécie de folha dupla, que
possui o formato de uma faca, esta formação que recebe o nome de
espata
• Pedicielo ( penduculo) – é a haste floral
24
• Bainha – membrana paleácea que protege a parte externa e inferior dos
pseudobulbos. Ela tem a função de preservar as gemas e as novas
partes da planta contra os raios solares fortes e insetos daninhos.
Segundo NEVES,(2000), por não se enquadrarem corretamente entre as
categorias clássicas, mini ou micro, grande parte das espécies ou exemplares
de orquídeas são consideradas simplesmente BOTÂNICAS. Essa
nomenclatura apenas reforça o que realmente são. Porém, como
citar uma planta grande com flores pequenas? Ou uma planta grande com
flores médias
ou pequenas, isoladas em cachos ou em hastes? Como não se pode criar uma
categoria para cada espécie, as “sacrificadas” estão unidas em uma só.
CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AS ORQUIDEAS
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), do ensino
médio, mais do que fornecer informações é fundamental que o ensino de
Biologia se volte ao desenvolvimento de competências que permitam ao aluno
25
buscar informações, compreendê-las, elaborá-las, refutá-las, quando for o
caso, enfim compreender o mundo e nele agir com autonomia, fazendo uso de
conhecimentos adquiridos de Biologia e de tecnologia. Para que essas
competências se desenvolvam é de fundamental importância que algumas
estratégias metodológicas mais eficazes sejam aplicadas. Alguns
procedimentos, tais como dramatizações, simulações, discussões,
experimentações, excursões, debates, vídeos, o uso de mapas conceituais e
de jogos didáticos, são alguns dos recursos ou métodos que podem ser
trilhados para satisfazerem as exigências propostas pelos PCNs no tocante ao
ensino de biologia. Somando-se a esses procedimentos, a educação ambiental
constitui um inovador caminho educacional como parte da solução para a
problemática da degradação ambiental que preocupa e envolve todos os
setores da sociedade. Com ela pode-se desenvolver conhecimento,
compreensão, habilidades, motivação nos atores sociais, para adquirirem
valores, mentalidades, atitudes necessárias para lidar com questões/problemas
ambientais e encontrar soluções sustentáveis. O mesmo autor, DIAS,
estabelece, como finalidades da educação ambiental, promover a
compreensão da existência e da importância da interdependência econômica,
social, política e ecológica; proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de
adquirir os conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as
atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente e induzir novas
formas de conduta nos indivíduos e na sociedade, a respeito do meio
ambiente. Ele também propõe uma série de categorias de objetivos da
educação ambiental. São eles:
26
• conscientizar os indivíduos e grupos sociais a sensibilizarem-se a
respeito do meio ambiente global e suas questões,
• oferecer a oportunidade para esses indivíduos adquirirem conhecimento
sobre a diversidade de experiências e buscarem a compreensão
fundamental sobre o meio ambiente e seus problemas,
• levar as pessoas a comprometerem-se com uma série de valores e a
sentirem interesse pelo meio ambiente, bem como a adquirirem as
habilidades necessárias para identificar e resolver problemas
ambientais.
De acordo com o professor Marcos Sorrentino, especialista em Educação
Ambiental, existem as “portas que levam a educação ambiental”, meio pelo
qual, alguns começam a participar motivados pela defesa de uma espécie
animal, ou outro elemento da natureza. Outros se sensibilizam por passeios ou
atividades esportivas também na natureza. Outros ainda começam defendendo
os direitos democráticos, na luta contra a poluição de uma fábrica, ou por uma
praça no bairro. E há os que tentam solucionar problemas ambientais e ao
mesmo tempo gerar renda e empregos, por exemplo, pela reciclagem de lixo.
A colocação do professor Sorrentino é que: “se as portas da Educação
Ambiental são tantas quem começa a praticá-las passa a perceber que esta é
uma área muito rica, pela qual podemos pensar a nossa realidade e traçar
caminhos para passar dos problemas aos sonhos”.
Segundo a Educação Ambiental trata-se de uma ação transformadora,
que “levanta poeira”, faz as pessoas “porem a mão na massa, mudar o
mundo”. Nesse sentido, trata-se de um processo no qual se começa
27
trabalhando a auto-estima de cada um (esfera da afetividade). Segundo a
educadora grande parte das pessoas nunca se deu conta do potencial que
têm. A Educação Ambiental ajuda a reverter o quadro. Um dos segredos para
as pessoas conquistarem a auto-estima é descobrir que o ambiente onde
vivem possui algo único, cuja sobrevivência depende delas. Numa área de
preservação é possível escolher uma espécie símbolo, como planta ou animal.
Mas há muitas outras opções para os demais locais: pode-se optar por um
atributo paisagístico, como uma montanha especial, uma cachoeira, uma praia;
por um prédio ou conjunto de edificações de valor histórico, ou até por uma
atividade artesanal típica da região.
A experiência que se quer relatar neste texto é um trabalho com
orquídeas, eleita espécie símbolo ou bandeira dentro da imensidão de
espécies botânicas, exatamente como propõe a professora Suzana. As
orquídeas pertencem à família orquidácea, que constitui a maior família de
angiospermas. Existem pelo menos 24 000 espécies de orquídeas, sendo que
raramente estas espécies são abundantes em números de indivíduos. A
maioria das espécies de orquídeas é tropical, sendo que somente umas 140
espécies são nativas, por exemplo, nos EUA e Canadá. Na produção comercial
de orquídeas, as plantas são clonadas por intermédio de divisões do tecido
meristemático e milhares de plantas idênticas podem ser produzidas rápida e
eficientemente. Existem mais de 60 000 híbridos de orquídeas registrados,
muitos deles envolvendo dois ou mais gêneros. Há muitas espécies na Zona
da Mata Mineira que correm um sério risco de extinção.
28
O conhecimento desse fato é também responsável pela realização dessa
experiência pedagógica e, conforme previsto, foi extremamente proveitoso
para conquistar a auto-estima dos alunos, de modo que eles se
responsabilizassem pela identificação e busca de conhecimento de seus
“hábitos de manejo” passando daí a preservação de um grupo de plantas que
é único dentro da região em que eles estão inseridos. Desse modo, eles
podem se sentir estimulados a assumirem uma atitude conservacionista
desenvolvendo competências louváveis, com o auxílio e incentivo do professor,
descobrindo enfim, o potencial que possuem para conhecer e preservar o meio
ambiente. Outro aspecto relevante que justifica a utilização das orquídeas para
esse tipo de trabalho é o fato de elas serem consideradas importantes
indicadores do grau de preservação de uma determinada área, como os
campos de altitude ou do grau de sucessão de uma floresta atlântica em
processo de regeneração. Assim, a densidade de epífitas numa determinada
floresta, pode ser claramente observada pelos alunos de modo que eles
mesmos possam fazer inferências a respeito do estágio seccional em que
aquela floresta se encontra.
Sabendo do problema da velocidade da degradação dos recursos
naturais como um todo e, considerando nesse trabalho, o caso específico da
flora , como material didático no ensino de biologia vegetal e ecologia, busca-
se saber se as escolhas de um trabalho de campo e de uma excursão como
estratégia metodológica, seguida de um curso envolvendo a experimentação
em laboratório, tendo o enfoque específico sobre uma família botânica, no
caso das orquidáceas, constituem ferramentas eficazes para serem uma “porta
29
que leva a educação ambiental”, que sensibilizam suficientemente os alunos
para trilharem no caminho que cumpre todas ou parte das finalidades e
objetivos da educação ambiental e que por fim, desenvolvam nestes, algumas
das competências e habilidades em biologia previstas nos PCNs.
2.1 - A experiência de educação ambiental por meio do cultivo de
orquídeas no cerrado
O curso de formação que vem sendo desenvolvido em São João
D'Aliança/GO vai muito além da mera transmissão de conhecimentos ou da
prática dos tratos adequados às espécies de orquídeas. Trata-se também da
oportunidade de reflexão e de questionamento sobre a própria vida. Um
primeiro reconhecimento se impõe: existem conhecimentos que são
fundamentais para a nossa vida. (Savater, 2002). É um saber essencial, neste
sentido, verificar que há certas coisas que nos convêm e outras não. Saber o
que nos convém, distinguir o bom e o mau, é um conhecimento que todos
tentamos adquirir. Há coisas que, em alguns aspectos, são boas, mas em
outros, são más. Nas nossas relações, tanto sociais quanto ambientais, essas
ambigüidades ocorrem com maior freqüência ainda.
Saber viver significa saber lidar com diversos critérios opostos. No viver
as opiniões não são unânimes, pois advindas de pessoas diferentes. Se há
uma igualdade é a de que somos todos diferentes, da mesma forma que se há
uma única concordância é que não concordamos com todos.
O que é nossa vida? Resultado, pelo menos em parte, daquilo que
queremos. E a liberdade? Escolha dentro do possível. Somos educados dentro
30
de uma tradição cultural. E é nela que nos constituímos produtos e produtores
da sociedade. Mas somos apenas condicionados, não somos determinados.
(Paulo Freire: 2000). Não somos livres para escolher o que acontece, mas
somos livres para responder ao que nos acontece de um ou outro modo.
Sermos livres para tentar algo não significa, infalivelmente, conseguir. Quanto
maior nossa capacidade de ação, melhores resultados poderemos obter da
nossa liberdade. Muitas forças limitam nossa liberdade, mas nossa liberdade
também é uma força. A maioria das pessoas tem mais consciência do que
limita a sua liberdade do que da própria liberdade.
2.2 – A Ética como fundamento
O que é Ética? Um saber viver que nos permite acertar. Exercer a
liberdade. Liberdade é decidir e darmos conta de que estamos decidindo. É
diferente de deixar-nos levar. Sob o ponto de vista da nossa vida, é fácil
percebermos que muitas vezes recusamos admitir que estamos fazendo
escolhas. Sob o ponto de vista ambiental, esta constatação é mais sutil:
implica reconhecer nossas ações e escolhas com um distanciamento maior,
dado pela coletividade, e é na coletividade que, muitas vezes, nos escondemos
para justificar nossas ações.
Ética é diferente de moral. A Moral pode ser definida como um conjunto
de comportamentos e normas convencionados como válidos, seja de modo
absoluto ou para apenas um grupo. Já a Ética é a reflexão sobre o porquê os
consideramos válidos e a comparação entre comportamentos moralmente
diferentes. Existe um lema fundador da ética - faça o que quiser! Pergunte a si
31
mesmo o que lhe convém. Dispense tudo que o dirija de fora. Não somos livres
para não sermos livres; ao contrário, é inevitável que sejamos livres. A
liberdade é a própria existência de ser. E até mesmo a não liberdade adviria de
uma escolha livre.
Não há humanidade sem aprendizagem cultural. O leão nasce leão, a
abelha nasce abelha. O homem, não. O que nos torna humanos é um
processo recíproco como a linguagem. Ninguém aprende a falar sozinho. Falar
com alguém e escutá-lo significa tratar o outro como pessoa, como o que
queremos ser. Para que os outros possam fazer-me humano, tenho de os
fazer humanos. E justamente o que diferencia o homem do leão e da abelha é
reconhecer-se inconcluso, e é neste inacabamento que se dá a educação
(Freire: 2001)
O que temos também nos tem; o que possuímos nos possui, o que
mantemos agarrado também nos agarra. Condição ética é estar decidido a não
viver de qualquer modo, estar convencido de que nem tudo dá na mesma, e
reconhecer que a ação de um faz a diferença a ser validada, ou não, pela
coletividade.
Os humanos se humanizam uns aos outros. O que a ética tenta
averiguar é em que consiste o bem viver. Não é se submeter a um código ou
se opor ao estabelecido, mas compreender porque certas coisas nos convêm e
outras não, para que serve a vida e o que pode torná-la boa para nós, todos os
seres vivos. Compreender o mundo como um sistema vivo e saber
compreender os subsistemas que habitam o mundo.
32
E as orquídeas? As orquídeas são a expressão da vida e da beleza da
vida. Observando as orquídeas percebemos que precisamos da sua beleza.
Mas para contemplar sua beleza é essencial que ela seja respeitada como um
ser vivo.
Retirá-la do seu habitat para levar sua beleza conosco e, assim, nos
fazermos mais belos, significa sacrificá-la, impondo-lhe sua morte e impondo-
nos viver a morte. Ao invés da beleza, levamos conosco a morte. Morte, não
apenas daquele indivíduo e da sua espécie, mas de um conjunto mais amplo
de seres vivos interdependentes, dos quais também fazemos parte.
Compreendemos, então, que beleza é sinônimo de vida. Para ser bela,
a planta precisa de estar integrada à natureza. Tanto quanto nós, seres
humanos. E aí, a planta nos ensina o que é essencial à vida. Compreender-se
parte da natureza pressupõe não ter mais a necessidade de reter o que quer
que seja.Significa perceber-se parte da mesma beleza que integra a flor e o
mundo e sair de um paradigma que via o ser humano como proprietário da
natureza para vê-lo como parte integrante dela, em uma profunda intimidade
fraternal. Como disse Brandão (1994): "não mais senhores do mundo, mas
irmãos do universo".
A discussão de questões filosóficas provocadas pelo contato com as
orquídeas é uma oportunidade única de afastarmo-nos do nosso pensamento
e de nos percebermos pensando, fazendo nossas escolhas, sabendo porque
as fizemos. Como seres pensantes, somos capazes de reposicionar a moral e
a ética em todos os domínios da nossa vida. Podemos, assim, sermos
efetivamente livres alcançando
33
A inevitabilidade de nossa própria existência.
2.3 - A Ecologia como base para os princípios educacionais: aprendendo
com a alfabetização ecológica.
O curso está estruturado de acordo com os princípios da alfabetização
ecológica, definidos por Fritjof Capra (1997). Tem o compromisso de
transformar um aglomerado de pessoas, seus participantes, em uma
comunidade de aprendizagem cooperativa: tanto quanto as orquídeas integram
sistemas vivos vibrantes que seguem os princípios e valores dos ecossistemas
naturais, assim também o grupo se compreende.
No curso também aprendemos a lidar com nossa interdependência. As
orquídeas, na condição de membros de um ecossistema, estão interligadas
numa teia de relações em que todos os processos vitais dependem uns dos
outros.
Numa comunidade de aprendizagem todos estamos ligados em uma
rede de relações, trabalhando juntos para promover a construção coletiva do
nosso conhecimento. Sob o ponto de vista da sustentabilidade, somos levados
a compreender que a sobrevivência das orquídeas, ao longo dos tempos,
depende de uma base limitada de recursos. No caso das orquídeas do
Cerrado, podemos verificar como são cada vez mais escassos esses recursos.
A ação do ser humano, decorrente do próprio desenvolvimento do mundo,
geralmente, é descontextualizada do sistema maior de relações. Preserva-se,
legalmente, uma parte de mata e quando chegamos lá não vemos uma
orquídea sequer com cápsulas de semente: os agentes polinizadores não
34
conseguem se sobrepor às barreiras que foram implantadas em meio a seus
caminhos, como: edificações e desmatamentos.Numa comunidade de
aprendizagem colaborativa, todos podemos contribuir com reflexões que
trazem crescimento ao coletivo, bem como ter a noção do impacto que
causamos sobre os demais no longo prazo, mas nossas ações desprendem -
se do nosso controle; ganham autonomia. É o que Edgar Morin chama de
ecologia das ações. (2001).
Como toda realidade possui suas contingências, seus futuros incertos,
pois decorrem de nossas ações no presente, os sistemas de rede de
aprendizagem tomam-se a melhor alternativa para atuarmos sobre ela. Ao
mesmo tempo em que produzem uma inteligência coletiva muito mais
complexa a simples soma das individuais, promovem um reencontro humano e
cultural alicerçado pela sensibilidade ética e estética. (Mance:2002).
A interdependência entre as orquídeas e outros membros do seu
ecossistema envolve trocas de matéria e energia em ciclos contínuos. Estes
ciclos agem como circuitos de regeneração. Numa comunidade de
aprendizagem, o foco é a aprendizagem e cada um é ao mesmo tempo aluno e
professor. (Paulo Freire: 1999).
A energia solar, transformada em energia química pela fotossíntese das
plantas, comanda os ciclos ecológicos. Compreendemos no curso que, como
comunidade de aprendizagem, constituímos um espaço aberto, no qual as
pessoas podem entrar e sair, deslocar-se com freqüência até que encontrem
seus lugares dentro do conjunto.
35
Além disso, aprendemos que as orquídeas, como membros vivos de um
ecossistema, participam de uma interação sutil, através da competição e da
cooperação, que envolve inúmeras formas de associação. Da mesma maneira,
o grupo deve ser pautado pela cooperação e pelo trabalho em associação.
Ao agirem como circuitos de regeneração, os ciclos ecológicos
apresentam tendência à flexibilidade caracterizada pelas flutuações de suas
variáveis. Na comunidade de aprendizagem viabilizada pelo curso, as
programações são flexíveis. O ambiente de aprendizagem é sempre recriado
pelos componentes do grupo, promovendo um intenso fluxo de informações,de
energia e de negociações, em que os interesses da coletividade respeitam os
individuais evice-versa, em um processo dialógico.
A estabilidade de um ecossistema depende muito do grau de
complexidade ou da diversidade de sua rede de relações. Experiências que
encorajem os participantes a utilizar diversas maneiras de aprender são
essenciais na comunidade de aprendizagem.
36
As orquídeas, tanto quanto a maioria das espécies de um ecossistema co-
evoluem através da interação entre criação e adaptação mútua. Do mesmo
modo, as organizações comunitárias já existentes na região e outras que
venham a ser criadas a partir do curso. precisam trabalhar em associação, de
modo a que cada um possa melhor compreender as necessidades do outro e,
assim, "co-evoluir”.
2.4 – A estrutura formal do curso: entre o vivenciar e o construir
De acordo com MARTINS(2002), foram realizados encontros e reuniões
preparatórias no decorrer do ano de 2002, ainda por ocasião da execução de
outros projetos, e um encontro formal em fevereiro de 2003. Para
apresentação da proposta de trabalho e levantamento dos interesses e das
disponibilidades de horários.
O curso tem a duração de setembro de 2003 a junho de 2004. com um
encontro mensal, para troca de informações, com duração de 4 horas, cada,
totalizando 10 encontros - 40 horas. Serão realizadas, ainda, visitas técnicas
no decorrer do primeiro semestre de 2004, para registro fotográfico de
espécies da região e organização de espaços de cultivo, seja individual ou
coletivo, para os interessados.
Todos os encontros são marcados pela observância de regras
consensualmente construídas: nosso propósito fundamental é nutrir as
possibilidades inerentes ao desenvolvimento humano de todos quantos
possam ter a oportunidade de participar; cada participante é único e valioso;
aprender é essencialmente uma questão de experiência; o papel dos
37
educadores é facilitar o processo natural da aprendizagem; nossa organização
deve ser verdadeiramente democrática; temos um compromisso comum,
traduzido na profunda reverência pela vida em todas as suas manifestações. O
que se pode entender com tudo isso, é que se existe uma possibilidade de se
evitar a extinção das orquídeas, com uma educação ambiental onde se aborda
os aspectos sobre os danos causados com sua extração, esta possibilidade
tem de ser usada nas escolas e na vida de forma geral para uma
conscientização melhor das pessoas sobre os atos impensados ou não. Uma
sociedade mais consciente torna faz com que o meio ambiente seja mais
protegido e não tanto degradado.
38
CAPÍTULO III
O BRASIL E O ESTUDO DE SUAS ESPÉCIES
Em 1906, foi publicado o volume III da "Flora Brasiliensis", a primeira grande
obra dedicada exclusivamente às orquídeas brasileiras e inclui descrição das
plantas e apresentação de desenhos. A coleção (40 volumes) foi iniciada por
Von Martius, diversos cientistas trabalharam em sua conclusão e coube a
Cogniaux completar o estudo sobre as orquídeas que contou com a
colaboração de Barbosa Rodrigues que cedeu seus desenhos e aquarelas.
É preciso registrar a importância do trabalho de Barbosa Rodrigues (1842-
1909). Além de ter sido um importante botânico e respeitabilíssimo diretor do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ele deixou um legado muitas obras
científicas nos mais diferentes campos (arqueologia, entomologia, zoologia,
botânica e história) e também aquarelas e desenhos onde ele aliava o rigor
científico a um agudo senso artístico.
Os originais de suas aquarelas, recuperados pela Universidade da Basiléia,
Suíça, foram publicados em 2 volumes ( "Iconographie des Orchidées du
Brésil"), depois de 6 anos de pesquisas, de trabalho e de longas negociações
diplomáticas. São 380 aquarelas documentando 700 espécies de orquídeas e
que ficaram praticamente inéditas durante 100 anos. Infelizmente das 1.000
obras resta apenas menos da metade.
39
No século passado, muitos estudiosos brasileiros e estrangeiros também
deram sua contribuição ao conhecimento das espécies brasileiras. Rolfe,
Porsch, Kraenzlin, Schlecther, Loefgren, Brade, Campos Porto. Em 1935,
Porto e Brade publicaram um índice abrangendo todas as espécies novas e
alterações de l907 até 1932 (Revista Rodriguesia, Tomo II.)
3.1 – A riqueza das espécies nativas
A riqueza de espécies nativas brasileiras de orquídeas e as inúmeras
possibilidades de cruzamento entre plantas fazem da produção nacional um
mercado atraente para orquidófilos de outros países. De um universo de cerca
de 35 mil espécies conhecidas no mundo, 10% são nativas do Brasil, calcula o
produtor Apraham Minassian, da Armênia Orquídeas, na capital.
Segundo o artigo do produtor Gerson Augusto Calore, da Biorchids, (on
line) em Várzea Paulista (SP).”O cruzamento mais comum é de espécies
nativas com exóticas, até chegar às características desejadas”. Em laboratório,
explica o engenheiro agrônomo Antonio Schmidt, da Bela Vista Orchids, em
Assis (SP), pode-se obter uma determinada cor após a terceira geração de
cruzamentos. "A cor amarela vem de uma catléia exótica; o vermelho, da
nativa Sophronitis; o branco, da catléia alba. Depois da terceira geração de
cruzamentos destas espécies com a catléia lilás, obtêm-se as cores
desejadas", explica. De cruzamento em cruzamento, uma planta pode levar 15
anos ou mais até ficar pronta.
40
3.2 – A Exportação das nossas orquídeas
De acordo com o artigo publicado pelo ESTADÃO.COM, a exportação deve ser
autorizada pelo Ministério da Agricultura e pelo IBAMA. Schmidt diz que, além
do registro no Mapa, pela legislação, todas as plantas destinadas ao comércio
devem ter o Registro Nacional de Cultivares (RNC). A Bela Vista produz de 500
a 1.500 plantas por espécie. São 400 espécies disponíveis ao comércio, entre
nativas e exóticas, e a exportação, para EUA, Europa e Ásia, corresponde a
5% do total produzido.
O IBAMA emite a autorização prevista pela Convenção sobre o Comércio
Internacional das Espécies da Flora e da Fauna (Cites). "O Cites é pedido via
internet, paga-se a taxa e ele sai em 15 dias", diz Schmidt. O produtor então
encaminha ao Mapa pedido de permissão de exportação. "É uma lista das
plantas exportadas, os registros, nota fiscal e o Cites." No embarque, o Mapa
emite o certificado fitossanitário, que comprova que a planta é isenta de
pragas.
O produtor deve, ainda, apresentar um cronograma semestral de produção,
com as espécies disponíveis para comercialização, e comprovar que as
plantas foram reproduzidas em laboratório registrado, e não coletadas na
natureza, informa a responsável pela Coordenação de Proteção e
Conservação Florestal do IBAMA, Claudia Maria Correia de Mello. "Os
principais importadores são Alemanha e EUA; 70% das vendas externas saem
do Estado de São Paulo", diz Claudia.
41
Até chegar ao destino final, a planta percorre um longo caminho, que começa
no laboratório, onde é feita a seleção. Depois, uma limpeza minuciosa deixa a
raiz sem nenhum resíduo de substrato. Com a raiz nua e limpa, a planta, sem
umidade, é embrulhada em papel e embalada em caixas de papelão. No
aeroporto, se houver suspeita de praga, recebe a aplicação de produto
químico, devidamente informado ao comprador.
De acordo com SCHMIDT, não há limite de idade para exportar uma orquídea
e cada mercado tem suas preferências. "Os americanos gostam de plantas
robustas e os japoneses preferem plantas compactas, por causa da falta de
espaço. A maioria procura plantas de cores vivas. Os mais técnicos procuram
por qualidade de forma, que envolve cores, textura, durabilidade, tamanho e
raridade."
D"Andrea garante que a planta agüenta até 30 dias dentro da caixa, mas
costuma chegar ao destino em 3 dias. "Ao chegar, a orquídea é reclimatizada
por uma semana, até ser plantada no local definitivo."
3.3 – Algumas de nossas espécies
As espécies brasileiras citadas a seguir foram consultados no site
wikipédia.com.br, acessado no dia 23 de janeiro de 2012.
42
3.3.1 - Hadrolaelia purpurata
Também conhecida como Laelia purpurata, é uma orquídea endêmica do sul
e sudeste do Brasil. Possui comportamento epífito, possui caule do tipo
pseudobulbo, folhas oblongas, atinge cerca de trinta centímetros de altura e
suas flores de coloração branca e púrpura são muito apreciadas. Por suas
características ornamentais a espécie é largamente cultivada e comercializada,
facilmente encontrada nas floriculturas de todo o país.
Geralmente floresce no verão, porém em estufa chega a florescer durante todo
o ano.
É considerada por muitos a flor nacional do Brasil por excelência, uma vez que
o ipê-amarelo é uma árvore. É a flor símbolo do estado de Santa Catarina.
3.3.2 - Catasetum macrocarpum
No reino das Orquídeas, o gênero Catasetum , descrito primeiramente por
Rich. ex Carl Kunth em 1820, contem mais de 60 espécies conhecidas.O nome
Catasetum se origina do grego kata, que significa "embaixo", e do latim seta,
referindo-se a dois prolongamentos na base da coluna da flor, em forma de
seta.
Este gênero tem indivíduos com flores femininas e indivíduoas com flores
masculinas. Este exemplar foi encontrado em área sombria no interior da
floresta, em tronco envelhecido e úmido, mas é também encontrado em cima
de copas de árvores e das palmeiras.Distribuição: América Central, Trinidad,
43
Peru, Equador, Suriname, Guiana Francesa, Venezuela e Colômbia. No Brasil:
Amazonas, Pará, Amapá, Maraanhão, Tocantins, Mato Grosso, Bahia e Rio de
Janeiro.
Habitat: Epífita de muitos ecossistemas brasileiros, floresta de terra firme,
floresta ribeirinha, igapó, campina, cerrado, campo rupestre, savana e lagos
artificiais.
Suas flores têm um suave e agradável perfume. Através de um complexo
processo, a polinização ocorre quando uma específica abelhavisita suas flores
e carrega sem perceber, grudada em suas costas, a polínia com o polen.
O quadro original pertence aos Reis da Espanha. Foi o presente oferecido pelo
Presidente da República. durante a visita oficial que fizeram ao Brasil, em julho
de 2000. Dimensão original da prancha original: 68 cm x 51 cm.
3.3.3 - Cattleya aclandiae
É uma orquídea endêmica da Bahia, especificamente da regiões sul e sudeste
do estado. Foi descrita originalmente pelo botânico inglês John Lindley no ano
de 1840. A espécie é geralmente encontrada na faixa de Mata Atlântica acima
de 400 metros de altitude. Tem comportamento epífito, atinge cerca de 20
centímetros, folhas lisas, rígidas e elípticas e flores que variam de verde claro
ao verde escuro com manchas marrons e labelo de cor lilás.
Necessita de bastante umidade para se desenvolver bem. Em seu habitat,
existem brisas marítimas constantes, que trazem à planta umidade vinda do
44
mar. Em cultivo, não se adapta a vasos, devendo ser, portanto, plantadas em
cascas de árvores. Antigamente era rara nas coleções mas hoje, seu cultivo já
é mais difundido.
3.3.4 – Cattleya walkeriana
Foi descoberta por Gardner, em 1839, próximo ao rio São Francisco (MG). Seu
nome foi dado em homenagem ao seu fiel assistente, Edward Walker, que o
acompanhou em sua segunda viagem ao Brasil a serviço do Jardim Botânico
do Ceilão, no Sri Lanka. O brasileiro Barbosa Rodrigues descreveu, em 1877,
a Cattleya princeps, hoje considerada uma variedade da Cattleya walkeriana.
A Cattleya walkeriana, hoje mundialmente conhecida e apreciada pelos
belíssimos híbridos que tem produzido, é encontrada nas regiões mais
diferentes do Brasil, seja crescendo sobre pedras, no Estado de Goiás, ou
sobre árvores, nos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais,
sempre próxima às águas de lagos, rios ou pântanos. São plantas de cultivo
extremamente fácil, que os orquidófilos do mundo inteiro já dominam. Deve-se
destacar que a maioria das plantas que hoje se encontram nas coleções foram
produzidas por semente ou meristema (clonagem).
A fácil adaptabilidade dessa espécie se comprova na maneira como é
cultivada. No Brasil, que abriga todos os tipos de clima, temos visto a Cattleya
walkeriana cultivada em vasos de cerâmica baixos e furados (chamados
piracicabanos), em vasos comuns com xaxim desfibrado, em pequenos
45
pedaços de casca de árvore (peroba, aroeira, ipê, etc.), em casca de pinheiro,
em placas de xaxim ou, ainda, em muros de pedra. É uma planta que tolera
muito bem a luz solar intensa, porém não direta. Gosta de ambientes úmidos e
bastante ventilados, detestando substratos encharcados. Em Rio Claro
(175 km ao norte de São Paulo), resistem muito bem às altas temperaturas de
verão (38°C), assim como às baixas temperaturas de inverno (10°C), ocasião
em que devem ser protegidas do vento frio do sul e ter suas regas diminuídas.
O pico de floração é no mês de Maio, o que lhe faculta os mais variados
cognomes: flor de Maria, flor das noivas, flor das mães, flor de inverno, etc.
Após o aparecimento das flores, dá-se a brotação pesada, por volta do mês de
Agosto, período em que deve-se intensificar as regas e a adubação para a
formação do bulbo vegetativo. É importante lembrar que a Cattleya walkeriana
pode florescer em broto especial ou em broto com folha comum (Cattleya
walkeriana variedade princeps, que floresce em Setembro).
É uma planta extremamente sensível às divisões (separação de mudas). Para
poupá-la, deve-se evitar a floração no ano seguinte à divisão. Com este
cuidado, ela economiza forças. Quando a planta mostra os botões, deve-se
cortá-los utilizando ferramenta esterilizada para evitar contaminações, vírus ou
bactérias. Isto pode ser feito usando-se a chama de um isqueiro ou vela por
uns trinta segundos na lâmina da ferramenta. Nesta espécie, são encontradas
as formas tipo lilás, alba (branca), coerulea (azulada), semialba (branca com
labelo lilás), lilacínea (rosada), flammea (lilás com riscos púrpura), vinicolor
(vinho), entre outras.
46
3.3.5 - Cattleya granulosa
Segundo RAMALHO & PIMENTA(2010), a orquídea Cattleya granulosa é uma
espécie endêmica do bioma Mata Atlântica ameaçada de extinção em
decorrência de fatores antrópicos que degradaram a floresta original em 8% e
fragmentaram em corredores ecológicos ao longo do litoral brasileiro. Essa
redução do total de habitats disponíveis à espécie aumentou o seu grau de
isolamento entre suas populações, diminuindo o fluxo gênico, o que acarreta
em perdas de variabilidade genética e, conseqüentemente, implica em ameaça
de extinção da espécie (BRASIL, 2009). Dentre as orquídeas apreendidas pela
Guarda Ambiental Municipal no Parque Natural Dom Nivaldo Monte, está C.
granulosa. Esta espécie é muito visada em ações de biopirataria e coleta
predatória em função de sua beleza singular (CASTRO, 2008).
Esta orquídea desenvolve-se melhor na região compreendida numa faixa de 2
a 20 quilômetros próximos à orla marítima, sendo encontrada desde o nível do
mar até o topo de algumas dunas especialmente no Rio Grande do Norte, mas
também em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Paraíba (NATAL, 2008).
A orquídea C. granulosa é uma espécie epifita que se ambientou em um
regime vegetativo de Restinga Arbustiva associada à Restinga Arbórea,
apresentando-se em grupamentos espaçados, bem característicos (MARTINS
et al., 2009). A ventilação constante é marcante e, aliada ao período de
insolação, à temperatura e à umidade relativa, elementos climáticos com certa
homogeneidade, indicam ser determinantes para caracterizar todo o entorno.
47
Quanto à ocorrência da Cattleya granulosa associa-se a um grupamento
vegetal caracterizado pela presença dominante de representantes da família
Myrtaceae, onde elas se fixam, e de representantes terrestres da família
Bromeliaceae que cobrem boa parte do solo. A espécie atinge de 40 a 60 cm
de altura. As cores de suas flores variam de verde amarelado a várias
tonalidades de marrom, dependendo da luminosidade do ambiente, possuindo
ou não pintas na cor castanho-avermelhada, tendo suas inflorescências
constituídas por cinco a nove flores com perfume adocicado e diâmetro entre 8
a 10 cm.
Segundo GUIMARÃES(2009), esta espécie endêmica e ameaçada de
extinção, tem sido a espécie mais visada pelos infratores por sua beleza
cênica, raridade e alto valor no mercado ilegal. Esta espécie é um epífito
vascular de 40 a 60 cm de altura que se ambientou em um regime vegetativo
de Restinga Arbustiva associada à Restinga Arbórea influenciando
positivamente nos processos e na manutenção da Mata Atlântica. Destaca-se
que as extrações constantes têm comprometido a integridade do ecossistema
e conseqüentemente a quebra dos serviços ambientais oferecidos pela
espécie, em especial, sua função como bioindicador, pois são sensíveis às
interferências em matas primárias em virtude da ocupação de nichos
especializados. Este dano ambiental é de difícil reparação e valoração por se
tratar de uma espécie ameaçada de extinção. Isso porque quanto mais
escasso for o recurso natural, dificilmente se retorna ao estado original e mais
árduo será o cálculo da indenização (GUIMARÃES, 2009).
48
3.4 - Serviços Ambientais da Família Orchidaceae:
Parte da diversidade florística em florestas tropicais úmidas advém de espécies
epífitas que perfazem 10% de todas as plantas vasculares que influenciam
positivamente nos processos e na manutenção dos ecossistemas (MARRARA
et al., 2007). A Família Orchidaceae abrange 70% do número total de epífitos
vasculares típicos de florestas tropicais e subtropicais úmidas. No entanto, a
abundância e a diversidade são fortemente influenciadas pela mudança de
condições ecológicas ao longo de gradientes altitudinais, latitudinais e
continentais, sendo a distribuição de chuvas ao longo do ano, combinadas com
as variações de temperaturas, os fenômenos mais importantes para o sucesso
destes epífitos. Orquídeas constituem excelentes bioindicadores, pois são
sensíveis às interferências em matas primárias em virtude da ocupação de
nichos especializados. Quando extraídas do seu ambiente natural, perdesse
diversidade florística e a característica de indicador ambiental fica comprimento
pela interferência desta infração ambiental.
CAPÍTULO IV
Dano Ambiental e as políticas públicas
49
Antunes (2000) explica que dano é o prejuízo causado a alguém por um
terceiro que se vê obrigado ao ressarcimento. Segundo este autor, o dano
ambiental é o prejuízo ao meio ambiente, sendo este um bem jurídico de uso
comum do povo (art. 225 da Constituição Federal). Portanto, cabe ao infrator
ressarcir a sociedade pelo prejuízo causado.
A Lei 6.938/81, que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente, em seu
Art. 14, § 1o, prevê duas modalidades de dano ambiental ao referir-se a
"danos causados ao meio ambiente e a terceiros". Assim, Guimarães (2009),
classifica o dano ambiental como coletivo e individual conforme é mostrado a
seguir:
4.1 - Dano ambiental coletivo
Causado ao meio ambiente globalmente considerado, em sua concepção
difusa, como patrimônio coletivo, atingindo um número indefinido de pessoas,
sempre devendo ser cobrado por Ação Civil Pública ou Ação Popular. Quando
cobrado tem eventual indenização destinada a um Fundo, cujos recursos serão
alocados à reconstituição dos bens lesados.
4.2 - Dano ambiental individual
Viola interesses pessoais, legitimando os lesados a uma reparação pelo
prejuízo patrimonial ou extra patrimonial. Podem ser ajuizadas ações
individuais, de maneira independente, não havendo efeito de coisa julgada
50
entre a ação individual e a coletiva. Está-se discutindo a possibilidade da
propositura de Ação Civil Pública em defesa de vários indivíduos prejudicados
por uma poluição ambiental por representar um "interesse individual
homogêneo".
Ainda segundo GUIMARÃES(2009), os danos ambientais também possuem
suas características fundamentais, como é relatado a seguir:
4.2.1 - Pulverização de vítimas
Contrapõe-se o dano ambiental ao dano comum pelo fato de que, enquanto
este atinge uma pessoa ou um conjunto individualizado de vítimas, aquele
atinge, necessariamente uma coletividade difusa de vítimas, mesmo quando
alguns aspectos particulares da sua danosidade atingem individualmente
certos sujeitos.
4.2.2 - Difícil reparação
Na grande maioria dos casos de dano ambiental, a reparação ao status quo
ante é quase impossível e a mera reparação pecuniária é sempre insuficiente e
incapaz de recompor o dano. Como repor o desaparecimento de uma espécie?
Como purificar um lençol freático contaminado por agrotóxicos?
4.2.3 - Difícil valoração
Nem sempre é possível calcular o dano ambiental, justamente em virtude de
sua irreparabilidade. Existem três características do dano ambiental,
necessários à configuração do dever de indenizar: a sua anormalidade
51
(quando houver modificação das propriedades físicas e químicas dos
elementos naturais de tal grandeza que estes percam, parcial ou totalmente,
sua propriedade ao uso); a sua periodicidade, não bastando eventual emissão
poluidora; e a sua gravidade, devendo ocorrer transposição daquele limite
máximo de absorção de agressões que possuem os seres humanos e os
elementos naturais.
Quanto à reparação do dano ambiental a Constituição Federal, em seu art.
225, § 2o, determina que: "aquele que explorar recursos minerais fica obrigado
a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei." O §3o acrescenta: "as
condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar o dano."
Para GUIMARÃES (2009), as sanções penais e administrativas têm um caráter
de castigo, já à reparação do dano busca a recomposição daquilo que foi
destruído, ambas as hipóteses procuram impor um custo ao poluidor. A
reparação não visa apenas reparar a agressão à natureza, mas também a
privação, imposta à coletividade, do equilíbrio ecológico, do bem estar e da
qualidade de vida que aquele recurso ambiental proporciona, em conjunto com
os demais. Enfatiza-se que esta reparação pode ocorrer de duas formas: a
recuperação natural ou o retorno ao status quo ante, modalidade ideal; e a
indenização em dinheiro, forma indireta de reparar a lesão. Apenas quando
essa recuperação não for viável é que se admite indenização em dinheiro.
52
No entanto, entende-se que a proteção ao meio ambiente deve ser preventiva,
quando possível, e não reparatória. Pelo o princípio da precaução e da
prevenção devem ser adotadas políticas públicas que evitem os danos
ambientais. Ou seja, que as medidas adotadas pelo poder público, não sejam
meramente reparadoras, como a cobrança de indenização.
Destaca-se que o princípio da prevenção do dano ambiental consiste no
comportamento efetuado com o intuito de afastar o risco ambiental.
Antecipam-se medidas para evitar agressões ao meio ambiente. Este preceito
encontra-se previsto no artigo 225, da Constituição Federal, quando se
incumbe ao Poder Público e à coletividade o dever de proteger e preservar o
meio ambiente às presentes e futuras gerações. A noção de prevenção diz
respeito ao conhecimento antecipado dos sérios danos que podem ser
causados ao bem ambiental em determinada situação e a realização de
providências para evitá-los. Já se verifica um nexo de causalidade
cientificamente demonstrável entre uma ação e a concretização de prejuízos
ao meio ambiente.
Já o principio da precaução afirma que na ausência da certeza científica
formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível requer a
implementação de medidas que possam prever este dano. Logo, este princípio
é um estágio além da prevenção, enquanto que o da precaução tende à não
realização de uma atividade, se houver risco de dano irreversível, o da
prevenção busca, ao menos em um primeiro momento, a compatibilização
entre a atividade e a proteção ambiental (CUNHA, 2009).
53
Nesse sentido, para Marin Filho (2005) uma política pública consiste na
“expressão da postura do poder público em face dos problemas e dos
diferentes atores que compõem o cenário e sua intenção de dar respostas
afeiçoadas ao papel do Estado na sua relação com a sociedade”. Esta postura
governamental deve ser sustentada por ações de planejamento (concepção ou
formulação das políticas), com base orçamentária (alocação de recursos para
a viabilização das políticas) e execução (implementação ou operacionalização
das medidas para realização das políticas públicas). Para Barbieri (2004) uma
política pública ambiental consiste em um conjunto de objetivos, diretrizes e
instrumentos de ação de que o poder público dispõe para produzir efeitos
desejáveis sobre o meio ambiente. As políticas ambientais são sistematizadas
através dos instrumentos de políticas públicas ambientais que visão evitar
novos problemas ambientais, sendo eles:
• Comando e controle – o Estado exerce o poder de polícia por meio de
proibições, restrições e obrigações impostas aos indivíduos e
organizações, sempre autorizadas por normas legais, a exemplo dos
padrões de emissão, qualidade e desempenho, licenciamento e
zoneamento ambiental;
• Econômico – os instrumentos fiscais procuram influenciar o
comportamento de pessoas e das organizações em relação ao meio
ambiente utilizando medidas que representem benefícios ou custos
adicionais para elas, a exemplo da tributação sobre a poluição e sobre o
uso de recursos naturais. Segue o princípio do poluidor-pagador;
54
• Preventivos – esses instrumentos que seguem os princípios da
precaução e prevenção para evitar os danos ambientais, a exemplo das
inovações tecnológicas, educação ambiental, fiscalização, criação de
Unidades de Conservação e informações ao público.
Porém, o Governo tem agido com maior ênfase através dos mecanismos de
comando e controle, os quais têm criado uma série de dificuldades,
principalmente pela abrangência territorial dos estados, o que demanda uma
infra-estrutura satisfatória para ações de fiscalização e licenciamento, além
disso, muitos danos ambientais não são devidamente valorados e cobrados
aos infratores sem necessariamente implicar na integridade das questões
sócio-ambientais.
CAPÍTULO V
VALORAÇÃO ECONÔMICA DOS RECURSOS NATURAIS
55
Segundo Brasil (2009a), a necessidade de atribuir o valor de determinado
recurso natural, de estimar por meio de uma medida monetária o valor de um
dano ecológico é fundamental, na medida em que se pretenda compatibilizar o
artigo 170 com o artigo 225 da Constituição Federal de 1988, disciplinando a
apropriação dos recursos naturais, trabalhando com os princípios do poluidor-
pagador, da responsabilidade por danos e do desenvolvimento sustentável.
Uma gestão responsável e eficiente dos recursos naturais, a busca de uma
poupança ou preservação desses recursos para as gerações futuras só poderá
ser alcançada quando forem mais amplamente conhecidos os limites de sua
utilização e os custos do consumo de tais recursos.
Ainda Brasil (2009a) afirma que a valoração dos recursos naturais está
fundada no fato da legislação ambiental básica estar centrada no princípio da
responsabilidade que impõem a reparação do equivalente após a ocorrência
do dano. O próprio princípio do poluidor pagador obriga ao conhecimento dos
custos, dos valores que o poluidor potencial pagará desenvolver a atividade.
Por fim, algumas propostas, envolvendo alteração constitucional sugeriam a
introdução no texto do artigo 145 da Constituição Federal de 1988 de um
tributo ambiental, propondo alíquotas diferentes em função do grau de
danosidade ambiental da atividade.
O artigo 19 da Lei nº 9.605/1998 recomenda que na constatação do dano
ambiental, sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado para
efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa. O Decreto nº 3.179/1999, ao
especificar as sanções aplicáveis às condutas lesivas ao meio ambiente, fixou
56
o valor das multas administrativas, fornecendo também elementos para uma
avaliação, para a valoração dos danos. Por fim, explica que há outra vertente a
exigir a avaliação econômica dos recursos naturais: justificar a soma de
recursos da sociedade gastos para preservar e recuperar o meio ambiente, ou
seja, se exigimos que o poder público gaste recursos para recuperar e
preservar é algo crucial que os bens a serem preservados devem representar
um valor (BRASIL, 2009).
A valoração de recursos naturais resume-se em um conjunto de métodos úteis
para mensurar os benefícios proporcionados pelos ativos naturais e
ambientais, os quais se referem aos fluxos de bens e serviços oferecidos pela
natureza às atividades econômicas e humanas (MOTA, 2001).
Esses métodos são baseados na teoria neoclássica ou economia do bem-
estar, pois estimam os valores que as pessoas atribuem aos recursos
ambientais, com base em suas preferências individuais pela preservação,
conservação ou utilização de um bem ou serviço ambiental (NOGUEIRA et al.,
1998). Os economistas iniciam o processo de mensuração distinguindo entre
valor de uso e valor de não-uso do bem ou serviço ambiental:
• Valor de uso refere-se ao uso potencial que o recurso pode prover. Este
é subdividido em:
-Valor de uso propriamente dito;
-Valor de opção que se refere ao valor da disponibilidade do recurso ambiental
para uso futuro;
57
-Valor de quase-opção que representa o valor de reter as opções de uso futuro
do recurso sobre as possibilidades futuras do recurso ambiental sob
investigação científica.
• Valor de não-uso ou valor de existência reflete um valor que reside nos
recursos ambientais, independentemente de uma relação com os seres
humanos, de uso efetivo no presente ou de possibilidades de uso futuro.
Para NOGUEIRA et al. (1998) o Valor Econômico Total (VET) de um bem ou
serviço ambiental é definido com o somatório a variáveis: valor de uso, valor de
opção, valor de quase-opção e valor de existência.
Ainda para Nogueira não existe uma classificação universalmente aceita sobre
as técnicas de valoração econômica ambiental. Desta forma, Nogueira et al.
(1998) analisa as características básicas dos seis principais métodos de
valoração de bens e serviços ambientais, conforme, descrição a seguir:
• Método de Valoração Contingente (MVC): O MVC busca extrair a
disposição a pagar (DAP) ou a disposição a receber compensação –
DAC por uma mudança no nível do fluxo do serviço ambiental de uma
amostra de consumidores através de questionamento direto, supondo
um mercado hipotético cuidadosamente estruturado.
• Método Custos de Viagem (MCV): A idéia do MCV é que os gastos
efetuados pelas famílias para se deslocarem a um lugar, geralmente
para recreação, podem ser utilizados como uma aproximação dos
benefícios proporcionados por essa recreação. Esses gastos de
consumo incluem as despesas com a viagem e preparativos
58
(equipamentos, alimentação, etc.), bilhetes de entrada e despesas no
próprio local.
• Método de Preços Hedônicos (MPH): Quando uma pessoa vai ao
mercado imobiliário comprar um imóvel, ela considera também as suas
características locacional e ambiental fazer a sua escolha. Ao tomar a
sua decisão, ela está “valorando” essas particularidades do imóvel. O
método tem aplicação apenas nos casos em que os atributos
ambientais possam ser capitalizados nos preços de residências ou
imóveis.
• Método Dose-Resposta (MDR): O MDR é um método que trata a
qualidade ambiental como um fator de produção. Mudanças na
qualidade ambiental levam a mudanças na produtividade e custos de
produção, os quais levam por sua vez a mudanças nos preços e níveis
de produção, que podem ser observados e mensurados. O MDR se
caracteriza por utilizar preços de mercado (ou o ajustamento de preço-
sombra) como aproximação.
• Método Custo de Reposição (MCR): O Método Custo de Reposição
(MCR) apresenta uma das idéias intuitivas mais básicas quando se
pensa em prejuízo: reparação por um dano provocado. Assim, o MCR
se baseia no custo de reposição ou restauração de um bem danificado e
entende esse custo como uma medida do seu benefício. Por também
utilizar preços de mercado (ou preço-sombra) também se inclui na
abordagem de mercado.
59
• Método de Custos Evitados (MCE): A idéia do MCE é de que gastos em
produtos substitutos para alguma característica ambiental podem ser
utilizados como aproximações para mensurar monetariamente a
“percepção dos indivíduos” das mudanças nessa característica
ambiental. Seria o caso de um indivíduo comprar água mineral
engarrafada para se proteger de uma contaminação da água no local
onde reside. Assim, ao tomar a decisão individual de comprar esses
bens substitutos, ele está “valorando” essa perda na qualidade do
recurso água potável em termos do valor de comprar a água
engarrafada, mais as despesas médicas e o aborrecimento inerente por
contrair uma doença.
60
CONCLUSÃO
Com a realização do trabalho, foi possível aumentar os conhecimentos sobre
as orquídeas quanto a sua formação estrutural, formas de se obter novas
mudas, bem como os diferentes tipos de crescimento entre elas e suas
peculiaridades. Outro fato importante que chama a atenção é de que no Brasil,
as orquídeas são rupículas, fugindo as classificações tradicionais. Talvez por
este motivo elas estejam sendo tão desejadas nos outros países e as
exportações obtendo um crescimento significativo para os produtores, que
produzem mudas em seus laboratórios.
Vale também ressaltar a importância da Educação Ambiental em todo o
território nacional, afim de se reduzir com grande significância os impactos
ambientais, pois através da mesma, poderemos formar cidadãos mais
conscientes de seus deveres e sua obrigações em relação a proteção do meio
ambiente e ajudar na conscientização de outras pessoa também.
A importância de uma sociedade capaz de entender os danos causados amo
meio ambiente é um fator de suma importância para um desenvolvimento
social e sustentável, sabendo que cada um é responsável individualmente e
coletivamente pelo ambiente onde vivemos e as sansões a que estamos todos
sujeitos perante as normas legais e leis que visam proteger o meio ambiente,
como no caso do art. 225 da Constituição Federal. O que não se deve admitir é
que os órgãos responsáveis pelas fiscalizações fechem os olhos e finjam que
nada está acontecendo na natureza.
BIBLIOGRAFIA CITADA
61
CAPRA, Fritjof. Alfabetização Ecológica. Centro de Alfabetização Ecológica de
Berkeley, Califórnia. 1997.
CASTRO, Paulo Venturele de Paiva (Coord. e Org.). Parque da Cidade: um
convite a preservação ambiental. Natal: Departamento de Informacão,
Pesquisa e Estatística/ SEMURB, 2008. 66 p.
BATISTA, Lucio José Carlos. Planejamento Instrucional do Curso Orquídeas
no Cerrado. Projeto Mulheres das Águas: O Cerrado de Pé. Organização
Mulheres das águas. Brasília: Universidade de Brasília e CAMARÁ - Centro de
Apoio para Sociedades Sustentáveis. 2003
BRANDÃO, Carlos Rodrigues; Somos as águas puras. Campinas, SP: Papirus,
1994.
BLOSSFELD, A. Orquidologia, Orquidofilia e Orquicultura. Editora Funep, 89
p., 1999.
ENDSFELDZ, W. F. Como Identificar Orquídeas. Editora Europa, Revista
Natureza, ed. 3a ( Edição especial Orquídeas), 72 p., 1997.
www.wikipedia.com.br, acessado em 12 de Janeiro de 2012
FRElRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos.
62
São Paulo: UNEP, 2000. .
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
PIMENTA Handson Cláudio Dias. Professor do Instituto Federal do Rio Grande
do Norte - IFRN, Mestre em Ciências em Engenharia de Produção, Engenheiro
de Produção (UFRN) e Graduado em Tecnologia em Meio Ambiente
(CEFET/RN).
http://www.biorchids.com.br/, acessado em 14 de Dezembro de 2011
Lei nº 6.938/81- IBAMA e seus artigos e parágrafos
MANCE, Euclides André. Redes de colaboração solidária: aspectos econômico e
filosóficos: complexidade e libertação.Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
MARTINS, Leila Chalub. Projeto Mulheres das Águas: O Cerrado de Pé. Brasília:
UnB - ISPN, 2002, acessado em 10 de Janeiro de 2012
MOTA, José Aroldo. O valor da natureza – Economia e política dos recursos
naturais. Rio de Janeiro: Garamund, 2001. Disponível em:
<http://www.google.com.br/>. Acessado em: 29 de Dezembro . 2011.
NATAL. Parque Natural Dom Nivaldo Monte. Disponível em:
<http://www.natal.rn.gov.br/parquedacidade/>. Acessado em: 12 de Janeiro de
2012.
63
RAMALHO, Adriana Margarida Zanbotto. Doutoranda e Mestre em Ciência e
Engenharia do Petróleo (UFRN) na Linha de Meio Ambiente, Especialista em
Gestão Ambiental (IFRN) e Graduada em Tecnologia em Meio (CEFET/ RN).
SAVATER, Fernando. Ética para meu filho.Canadá: Editora Martins Fontes,
2002.
ÍNDICE
64
FOLHA DE ROSTO .........................................................................................
2
AGRADECIMENTOS........................................................................................ 3
DEDICATÓRIA.................................................................................................. 4
RESUMO...........................................................................................................
5
METODOLOGIA................................................................................................
6
SUMÁRIO..........................................................................................................
7
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 9
CAPÍTULO I – A Historia da Orquidofilia.......................................................... 15
1.1. – Aspectos Gerais............................................................................. 16
1.1.2 – Saprófitas...................................................................................... 17
1.1.3 – Epífitas ou Dendrículas................................................................. 17
1.1.4 – Terrestres....................................................................................... 18
1.1.5 – Ripícolas......................................................................................... 19
1.2 – Tipos de Crescimento....................................................................... 20
1.3 – Morfologia Geral ............................................................................... 20
CAPÍTULO II - A Educação Ambiental e as Orquídeas................................... 25
2.1 – A educação ambiental por meio do cultivo de orquídeas no cerrado 29
2.2 – A Ética como fundamento.................................................................. 29 2.3 – A Ecologia como base para os princípios fundamentais: aprendendo30
com a alfabetização ecológica......................................................................... 33 2.4 – A estrutura formal do curso: entre o vivenciar e o construir............. 36
CAPÍTULO III – O Brasil e o estudo de suas Espécies.................................... 38
3.1 – A Riqueza das Espécies Nativas...................................................... 39
3.2 – A Exportação de Nossas Orquídeas................................................. 40
3.3 – Algumas de Nossas Espécies........................................................... 41
3.3.1 – Hadrolaélia purpurata.................................................................... 42
3.3.2 – Catasentum macrocarpum............................................................ 42
3.3.3 – Cattleya aclandiae......................................................................... 43
65
3.3.4 – Cattelya walkeriana....................................................................... 44
3.3.5 – Cattelya granulosa......................................................................... 46
3.4 – Serviços Ambientais da Família Orquidácea.................................... 47
CAPÍTULO IV – Danos Ambientais e as Políticas Públicas............................. 49
4.1 – Dano Ambiental Coletivo.................................................................. 49
4.2 – Dano Ambiental Individual............................................................... 50
4.2.1 – Pulverização das vítimas.............................................................. 50
4.2.2 – Difícil Reparação.......................................................................... 50
4.2.3 – Difícil Valoração........................................................................... 51
CAPÍTULO V – Valoração Econômica dos Recursos Naturais....................... 55
CONCLUSÃO................................................................................................... 60
BIBLIOGRAFIA CITADA................................................................................... 61