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PÓS-GRADUAÇÃO MBA - DIREITO IMOBILIÁRIO Página 1 de 16 Prof. Marcus Vinicius Kikunaga TURMAS 14 e 04 (on-line) 27/09/2018 INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL. (SP) Instrumento Critério de cobrança = A forma adotada é o instrumento, ou seja, independentemente da quantidade de pessoas será cobrada uma escritura, contudo não é o que ocorre, na prática cobra-se por declaração. Renúncia (MG) Declaração Critério de cobrança = Cobra-se por declaração, por manifestação. Se for casado é considerado uma manifestação. OBS: A escritura de renúncia de direitos hereditários apesar de ter natureza declaratória, segundo o enunciado 8º do Colégio Notarial do Brasil é cobrado por declarante em manifesta ilegalidade de cobrança. Enunciado nº 8, CNJ/SP. Pela Renúncia de Direitos Hereditários cobrar-se-á um ato sem valor declarado, por cada herdeiro que renunciar, mesmo que a renúncia seja feita no mesmo instrumento do inventário. Já a chamada renúncia translativa ou “in favorem” os emolumentos serão cobrados segundo a Tabela 1. Justificativa: na renúncia pura e simples ou abdicativa não há transferência de direitos, sendo o renunciante considerado como se nunca existisse. Tratamento diverso recebe a renúncia dirigida ou translativa, em que o herdeiro aceita seu quinhão e depois o transfere a beneficiário determinado. Nessa hipótese, a cobrança da transferência deve ser feita sobre o valor do quinhão transferido, sem prejuízo da cobrança pela escritura de inventário.” (Grifo nosso).

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Prof. Marcus Vinicius Kikunaga

TURMAS 14 e 04 (on-line)

27/09/2018

INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL.

(SP) Instrumento Critério de cobrança = A forma

adotada é o instrumento, ou seja, independentemente da

quantidade de pessoas será cobrada uma escritura,

contudo não é o que ocorre, na prática cobra-se por

declaração.

Renúncia

(MG) Declaração Critério de cobrança = Cobra-se por

declaração, por manifestação. Se for casado é considerado

uma manifestação.

OBS: A escritura de renúncia de direitos hereditários apesar de ter natureza

declaratória, segundo o enunciado 8º do Colégio Notarial do Brasil é cobrado

por declarante em manifesta ilegalidade de cobrança.

“Enunciado nº 8, CNJ/SP. Pela Renúncia de Direitos Hereditários

cobrar-se-á um ato sem valor declarado, por cada herdeiro que

renunciar, mesmo que a renúncia seja feita no mesmo

instrumento do inventário. Já a chamada renúncia translativa ou

“in favorem” os emolumentos serão cobrados segundo a Tabela 1.

Justificativa: na renúncia pura e simples ou abdicativa não há

transferência de direitos, sendo o renunciante considerado como se

nunca existisse. Tratamento diverso recebe a renúncia dirigida ou

translativa, em que o herdeiro aceita seu quinhão e depois o

transfere a beneficiário determinado. Nessa hipótese, a cobrança

da transferência deve ser feita sobre o valor do quinhão transferido,

sem prejuízo da cobrança pela escritura de inventário.” (Grifo

nosso).

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Enunciado = entendimento da classe, que gera pratica de determinado

ato, no caso acima, cobrar por declaração é ilegal, como trata-se de emolumento

necessário lei.

OBS: Para seja realizada a renúncia, exige-se anuência do cônjuge, porém

se é uma escritura declaratória não deveria se exigir.

“Art. 17, Res. 35/07 CNJ. Os cônjuges dos herdeiros

deverão comparecer ao ato de lavratura da escritura

pública de inventário e partilha quando houver

renúncia ou algum tipo de partilha que importe em

transmissão, exceto se o casamento se der sob o regime

da separação absoluta.”

Procuração = tem natureza de nunciação, devido essa natureza

pode-se acumular as funções de procurador e advogado, não tendo conflito de

interesse (art. 12 da resolução nº. 35/07).

“Art. 12, Res. 35/07 CNJ. Admitem-se inventário e

partilha extrajudiciais com viúvo(a) ou herdeiro(s) capazes,

inclusive por emancipação, representado(s) por

procuração formalizada por instrumento público com

poderes especiais. vedada a acumulação de funções de

mandatário e de assistente das partes (excluído pela

Resolução nº 179, de 03.10.13)” (Grifo nosso).

OBS: A Resolução nº. 35/07 CNJ, traz um prazo de 30 dias para separação

e divórcio, se for estrangeiro 90 dias, prazo manifestamente ilegal.

OBS: A procuração para inventário, separação e divórcio é permitida a

acumulação das funções de representantes e advogado, em conformidade com

o art. 12, resolução nº 35/07 CNJ, em que pese as normas de SP, continuarem

negando, estas caíram desde 2013 (Pedido de Providência – PP nº. 0000227-

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63.2013.2.00.0000 de 29/03/2013 - Rel. Conselheiro Guilherme Calmon

Nogueira da Gama).

O relator da matéria no Pedido de Providência (PP) nº 0000227-

63.2013.2.00.0000, conselheiro Guilherme Calmon Nogueira da Gama,

entendeu que a restrição contida no art. 12 não é razoável, posto que "se na

esfera judicial é perfeitamente possível que as pessoas interessadas sejam

representadas pelo mesmo advogado para fins de obtenção da tutela

jurisdicional no exercício da jurisdição voluntária relacionada à homologação da

partilha amigável (ou consensual), também deve o ser na parte referente à

escritura pública, independentemente da circunstância de um (ou alguns) dos

interessados não poder comparecer ao ato de lavratura da escritura pública de

inventário e partilha consensuais." (Doc. anexo).

A Procuração não tem prazo de validade e deve ser pública:

Pública (Princípio Simetria das Formas - Art. 657, CC):

“Art. 657, CC. A outorga do mandato está sujeita à forma

exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite

mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.”

Poderes especiais (art. 661, §1º, CC):

“Art. 661, CC. O mandato em termos gerais só confere

poderes de administração.

§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros

quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária,

depende a procuração de poderes especiais e expressos.

(...)”

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Espólio = (F) Autor da Herança, representado pelo inventariante

provisório.

Herança = Meação Indisponível Herança = Disponível

Viúva de (F) F¹ F² F³

Aberta a sucessão de F¹, surge a obrigatoriedade de seus herdeiros em

aceitar a 2ª herança (F¹), para então aceitar ou renunciar a 1ª herança de (F)

(art. 1.809, CC):

“Art. 1.809, CC. Falecendo o herdeiro antes de declarar se

aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos

herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma

condição suspensiva, ainda não verificada.

Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro

falecido antes da aceitação, desde que concordem em

receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar

a primeira.” (Grifo nosso).

Espólio de F¹

Herança = Meação Indisponível Herança = Disponível

Viúva N¹ N²

OBS: A escritura de nomeação de inventariante apesar de ser declaratória,

esta tem natureza jurídica de instrumento, ou seja, natureza jurídica de

representação (procuração).

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ITCMD:

A) Regime jurídico: Lei Estadual SP nº 10.705/00; Decreto nº. 46.655/02;

Portaria CAT nº. 15/03; Art. 155, inciso I e § 1º da CF; Artigos 35 a 42 do

CTN; Lei nº. 10.705/00 - Capítulo VII - Das Penalidades: “Artigo 21 - O

descumprimento das obrigações principal e acessórias, (...), fica sujeito

às seguintes penalidades: I - no inventário e arrolamento que não for

requerido dentro do prazo de 60 (sessenta) dias da abertura da sucessão,

o imposto será calculado com acréscimo de multa equivalente a 10% (dez

por cento) do valor do imposto; se o atraso exceder a 180 (cento e oitenta)

dias, a multa será de 20% (vinte por cento)”;

B) Prazo para recolhimento: Decreto nº. 46.655/2002 - Capítulo IX - Do

Recolhimento do Imposto: “Artigo 31 - O imposto será recolhido (...): § 1º

- Na hipótese prevista no inciso I: 1 - o prazo de recolhimento do imposto

não poderá ser superior a 180 (cento e oitenta) dias da abertura da

sucessão, sob pena de sujeitar-se o débito aos juros e à multa previstos

no artigo seguinte, (...) ; 2 - será concedido desconto de 5% (cinco por

cento) sobre o valor do imposto devido, desde que recolhido no prazo de

90 (noventa) dias a contar da data da abertura da sucessão.”

C) Termo inicial: Prov. CGJ n.º 55/2016 – Proc. 2016/82279 - Parecer

195/2016-E - Data inclusão: 21/09/2016 RESOLVE: “Artigo 1º -

Acrescentar os subitens 105.2 e 105.3 ao item 105, do Capítulo XIV, das

NSCGJ, nos termos que seguem: 105.2. A nomeação de inventariante

será considerada o termo inicial do procedimento de inventário

extrajudicial; 105.3. Para a lavratura da escritura de nomeação de

inventariante será obrigatória a apresentação dos documentos previstos

no item 114 deste Capítulo.”

OBS: Apesar do Colégio Notarial do Brasil ter sugerido a SEFAZ, que

utilizasse a escritura de nomeação de inventariante como termo inicial do

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inventário extrajudicial, com finalidade de impedir cobrança de multa de 10% do

ITCMD, na prática não há campo para está observação nas declarações do

imposto.

Obrigação passiva não paga ITCMD

Óbito

Douglas Espólio (Nomeação Invent. Provisório)

CCV

Tatiane Tatiane

Obrigação passiva

Pendente

Na hipótese de obrigação passiva ou pendente o objeto do negócio não

será computado para fins de ITCMD, mas será apenas arrolado como obrigação

dos herdeiros.

OBS: Outra aplicação, é o inventário provisório nos casos de alienação

imobiliária superveniente. Nesses casos o cartório aduz que não pode, mesmo

se houver consenso, pois precisaria de alvará judicial, todavia é contraditório.

“Registro. Escritura Pública de Inventário e Partilha.

Cumprimento de obrigações do Espólio. Alvará.

Desnecessidade. O consenso dos herdeiros substitui a

autorização judicial. Do contrário, esvaziaria o intuito da

lei de desburocratizar o procedimento. Porém, deve haver

a indicação do compromissário comprador no ato. A

manutenção da negativa do registro – nesse ponto – acarreta

a procedência da dúvida, que não comporta procedência ou

improcedência parcial. Dúvida procedente. 1ª VRP/SP - Proc.

nº 0011976-78.2012.8.26.0100 – Suscitante: 14º Registro de

Imóveis. Suscitado: Mauricio Leite Mirabetti. Julgamento

11/04/2012 – D.J.E 23/04/2012.” (Grifo nosso).

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Objeto ITCMD:

Elemento Espacial – Lei nº. 10.705/00 e Decreto º. 46.655/02;

Elemento temporal – Momento do falecimento;

Elemento econômico – Gratuidade;

Elemento subjetivo – “Causa Mortis” = herdeiros serão contribuintes;

Bens moveis = domicilio do falecido;

Elemento objetivo

Bens imóveis = competência estado da

situação do bem.

Hipóteses de incidência (artigos 1º a 4º Lei Estadual nº. 10.705/00);

Transmissão de bens:

a) Falecimento do titular - Sucessão legítima - Sucessão testamentária -

Sucessão provisória;

b) Liberalidade;

c) Cessão de direitos;

d) Extinção de usufruto (reserva de usufruto).

“Artigo 1º, Lei nº. 10.705/00. Fica instituído o Imposto sobre

Transmissão "Causa Mortis" e Doação de Quaisquer Bens ou

Direitos - ITCMD, previsto no artigo 155, I, da Constituição

Federal, na redação da Emenda Constitucional nº 3, de1993.”

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“Artigo 2º, Lei nº. 10.705/00. O imposto incide sobre a

transmissão de qualquer bem ou direito havido:

I - por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a

sucessão provisória;

II - por doação.

§ 1º - Nas transmissões referidas neste artigo, ocorrem tantos

fatos geradores distintos quantos forem os herdeiros,

legatários ou donatários.

§ 2º - Compreende-se no inciso I deste artigo a transmissão

de bem ou direito por qualquer título sucessório, inclusive o

fideicomisso.

§ 3º - A legítima dos herdeiros, ainda que gravada, e a doação

com encargo sujeitam-se ao imposto como se não o fossem.

§ 4º - No caso de aparecimento do ausente, fica assegurada

a restituição do imposto recolhido pela sucessão provisória.

§ 5º - Estão compreendidos na incidência do imposto os bens

que, na divisão de patrimônio comum, na partilha ou

adjudicação, forem atribuídos a um dos cônjuges, a um dos

conviventes, ou a qualquer herdeiro, acima da respectiva

meação ou quinhão.

“Artigo 3º, Lei nº. 10.705/00. Também sujeita-se ao imposto

a transmissão de:

I - qualquer título ou direito representativo do patrimônio ou

capital de sociedade e companhia, tais como ação, quota,

quinhão, participação civil ou comercial, nacional ou

estrangeira, bem como, direito societário, debênture,

dividendo e crédito de qualquer natureza;

II - dinheiro, haver monetário em moeda nacional ou

estrangeira e título que o represente, depósito bancário e

crédito em conta corrente, depósito em caderneta de

poupança e a prazo fixo, quota ou participação em fundo

mútuo de ações, de renda fixa, de curto prazo, e qualquer

outra aplicação financeira e de risco, seja qual for o prazo e

a forma de garantia;

III - bem incorpóreo em geral, inclusive título e crédito que o

represente, qualquer direito ou ação que tenha de ser

exercido e direitos autorais.

§ 1º - A transmissão de propriedade ou domínio útil de bem

imóvel e de direito a ele relativo, situado no Estado, sujeita-

se ao imposto, ainda que o respectivo inventário ou

arrolamento seja processado em outro Estado, no Distrito

Federal ou no exterior; e, no caso de doação, ainda que

doador, donatário ou ambos não tenham domicílio ou

residência neste Estado.

§ 2º - O bem móvel, o título e o direito em geral, inclusive os

que se encontrem em outro Estado ou no Distrito Federal,

também ficam sujeitos ao imposto de que trata esta lei, no

caso de o inventário ou arrolamento processar-se neste

Estado ou nele tiver domicílio o doador.”

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“Artigo 4º, Lei nº. 10.705/00. O imposto é devido nas hipóteses abaixo especificadas, sempre que o doador residir ou tiver domicílio no exterior, e, no caso de morte, se o "de cujus" possuía bens, era residente ou teve seu inventário processado fora do país: I - sendo corpóreo o bem transmitido: a) quando se encontrar no território do Estado; b) quando se encontrar no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio neste Estado; II - sendo incorpóreo o bem transmitido: a) quando o ato de sua transferência ou liquidação ocorrer neste Estado; b) quando o ato referido na alínea anterior ocorrer no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio neste Estado.”

Base de Cálculo ITCMD:

Urbano – Lei estadual aplica o valor de

referência (arts. 16, p. único, “2”, Decreto SP

46.655/02 e art. 16-A “2”, Portaria CAT 15/03

(alterada pela Portaria CAT 29, 29.04.2011);

Valor Venal dos bens

Rural – portaria CAT 29 aplica-se o valor venal

da terra nua do Instituto de Economia Agrícola

(arts. 16, p. único, “1”, Decreto 46.655/02 e art.

16-A “1”, Portaria CAT 15/03 (alterada pela

Portaria CAT 29, 29.04.2011) que foi majorada

por portaria, sendo que deveria ser pelo ITR (art.

9º, caput e 13, II, Lei 10.705/00 e art. 16, I, “b”,

Decreto 46.655/02).

OBS: Decreto nº. 46.655/02, derrogou a regra do art. 35 do CTN, alterou a

regra para o valor venal do imóvel, ou seja, praticamente nunca haverá isenção.

OBS: A regra de base de cálculo, onde será realizada uma para cada

herdeiro não se aplica no inventário e, sim na doação.

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Hipóteses de isenção do ITCMD (art. 6º, Lei SP).

a) Imóvel < ou = a 5.000 UFESP’s (judicial = SEFAZ);

b) Imóvel < ou = a 2.500 UFESP’s (judicial = SEFAZ);

c) Ferramenta, equipamento agrícola...< ou = a 1.000 UFESP’s (judicial =

SEFAZ);

d) Depósitos bancários < ou = , a 1.000 UFESP’s;

e) Crédito trabalhista, Previdência social ou privada, FGTS;

f) Extinção do usufruto, quando o NP tiver sido o instituidor.

Efeitos:

OBS: No inventário extrajudicial quem homologa o ITCMD é o Tabelião de

Notas.

1) Elemento espacial:

1.1. Bens imóveis = Estado da situação do bem;

1.2. Bens móveis = Estado onde processar o inventário ou

domicílio do doador.

“Art. 155, CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal

instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 3, de 1993) (...)

§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos,

compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito

Federal (...)”

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2) Direito intertemporal, o inventário extrajudicial se aplica a qualquer data

de óbito.

“Art. 30, Res. 35/07 CNJ. Aplica-se a Lei n.º 11.441/07 aos

casos de óbitos ocorridos antes de sua vigência.” (Grifo

nosso).

“Art. 31, Res. 35/07 CNJ. A escritura pública de inventário

e partilha pode ser lavrada a qualquer tempo, cabendo ao

tabelião fiscalizar o recolhimento de eventual multa, conforme

previsão em legislação tributária estadual e distrital

específicas.” (Grifo nosso).

3) O tabelião pode se recusar a lavrar escritura por meio de nota devolutiva

e por ter dúvida sobre a declaração.

“Art. 32, Res. 35/07 CNJ. O tabelião poderá se negar a

lavrar a escritura de inventário ou partilha se houver

fundados indícios de fraude ou em caso de dúvidas sobre

a declaração de vontade de algum dos herdeiros,

fundamentando a recusa por escrito.” (Grifo nosso).

4) Escritura de re-ratificação: Os erros materiais podem ser corrigidos de

ofício; Precisa haver anuência de todos; É feita a averbação à margem do

ato notarial; É possível anotação remissiva.

OBS: No caso de um inventário judicial onde posteriormente foi verificado

um erro na sentença já transitada em julgado, será possível através de inventário

extrajudicial requerer a retificação?

R. Depende, se o objeto da retificação for erro material e se houver

consenso.

“Art. 13, Res. 35/07 CNJ. A escritura pública pode ser

retificada desde que haja o consentimento de todos os

interessados. Os erros materiais poderão ser corrigidos, de

ofício ou mediante requerimento de qualquer das partes, ou

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de seu procurador, por averbação à margem do ato notarial

ou, não havendo espaço, por escrituração própria lançada no

livro das escrituras públicas e anotação remissiva.”

5) Herdeiro universal: Lavra-se escritura de adjudicação integral (art. 26);

Sobrepartilha: é admissível desde que presentes os pressupostos (art.

25);

“Art. 25, Res. 35/07 CNJ. É admissível a sobrepartilha por

escritura pública, ainda que referente a inventário e partilha

judiciais já findos, mesmo que o herdeiro, hoje maior e capaz,

fosse menor ou incapaz ao tempo do óbito ou do processo

judicial.”

“Art. 26, Res. 35/07 CNJ. Havendo um só herdeiro, maior e

capaz, com direito à totalidade da herança, não haverá

partilha, lavrando-se a escritura de inventário e adjudicação

dos bens.”

OBS: O registro de imóveis não pode discutir partilha por conta da

independência jurídica do TN.

6) Levantamento do FGTS.

“Art. 14, Res. 35/07 CNJ. Para as verbas previstas na Lei n°

6.858/80, é também admissível a escritura pública de

inventário e partilha.”

7) Registro imobiliário.

Procedimentos notariais:

1º Apresentação ao TN de declaração instruída com os elementos

necessários à apuração do ITCMD;

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“Artigo 26-A, Decreto nº. 46.655/02. Nas hipóteses de

transmissão “causa mortis” e doação realizadas no âmbito

administrativo, nos termos dos artigos 982 e 1124-A da Lei

federal 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo

Civil, deverá: (Artigo acrescentado pelo Decreto 56.693, de

27-01-2011; DOE 28-01-2011)

I - o contribuinte apresentar declaração instruída com os

elementos necessários à apuração do imposto, conforme

disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda: a)

diretamente ao tabelião, no caso em que a escritura pública

for lavrada neste Estado; (...)”

2º O TN certificará da veracidade dos bens e direitos (art. 26-A, II, a,

D.46.655/02)

3º O TN exigirá o ITCMD recolhido;

4º O TN apresentara cópias das escrituras lavradas à Secretaria da

Fazenda, conforme disciplina por ela estabelecida;

5º O TN manterá sob sua guarda por 5 (cinco) anos;

6º Apresentar ao fisco, quando solicitado, cópia dos documentos

apresentados pelo contribuinte, sendo admitida a apresentação em meio

digital.

7º Qualquer variação patrimonial decorrente de emenda, aditamento ou

inclusão de novos bens ou modificações na partilha, deverá o contribuinte

apresentar ao tabelião - Declaração Retificadora, acompanhada dos

documentos relativos aos bens que ensejaram a variação patrimonial.

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DOAÇÃO.

Doação

Recepticia = depende de aceitação.

Natureza jurídica unilateral (ausência de sinalagma).

Não Recepticio = não depende de aceitação.

Características:

1º Contrato unilateral = não há contraprestação;

2º Formal (art. 104, inciso III e art. 541 ambos CC);

“Art. 104, CC. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III - forma prescrita ou não defesa em lei.”

“Art. 541, CC. A doação far-se-á por escritura pública ou

instrumento particular.

Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando

sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir

incontinenti a tradição”

3º Gratuidade Liberalidade “animus donandi”;

4º Transferência só se aperfeiçoa com o registro;

5º Aceitação expressa (CC, art. 539, última parte = se houver encargo);

6º Aceitação presumida:

a) A termo (art. 539, CC);

“Art. 539, CC. O doador pode fixar prazo ao donatário, para

declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o

donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a

declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for

sujeita a encargo”

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b) Sob condição suspensiva (art. 546, CC);

“Art. 546, CC. A doação feita em contemplação de

casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer

pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a

ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro,

não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará

sem efeito se o casamento não se realizar.”

c) Absolutamente incapaz (art. 543, CC).

“Art. 543, CC. Se o donatário for absolutamente incapaz,

dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.”

Espécies:

1º Doação Pura (art. 538, CC).

“Animus donandi” liberalidade.

“Art. 538, CC. Considera-se doação o contrato em que uma

pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou

vantagens para o de outra.”

OBS: Cláusulas restritivas de inalienabilidade (presume-se as outras duas

cláusulas), impenhorabilidade e incomunicabilidade não retiram a característica

da doação pura.

Voluntária = reunir doador e donatário para cancelar, se

casados ambos os cônjuges devem estar presentes.

Extinção

Judicial = justificar necessidade e eventual sub-rogação.

Ex.: Compra e venda de fração ideal, mais contrato

de construção por empreitada.

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PÓS-GRADUAÇÃO MBA - DIREITO IMOBILIÁRIO

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2º Doação onerosa, modal ou com encargo (Artigos 441, 553, p. único,

562 e 1.938, ambos do Código Civil).

É aquela em que o doador impõe uma obrigação em seu benefício, de

terceiro ou de interesse geral.

“Art. 441, CC. A coisa recebida em virtude de contrato

comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos

ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada,

ou lhe diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às

doações onerosas.” (Grifo nosso).

“Art. 553, CC. O donatário é obrigado a cumprir os

encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de

terceiro, ou do interesse geral.

Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o

Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da

morte do doador, se este não tiver feito. (Grifo nosso).

“Art. 562, CC. A doação onerosa pode ser revogada por

inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora.

Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá

notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo

razoável para que cumpra a obrigação assumida.” (Grifo

nosso).

“Art. 1.938, CC. Nos legados com encargo, aplica-se ao

legatário o disposto neste Código quanto às doações de

igual natureza.” (Grifo nosso).

BONS ESTUDOS!

Prof.ª Ana Paula Melo. * Aos alunos da Pós-graduação online está disponível o e-mail [email protected], onde serão recebidas e respondidas as perguntas durante a transmissão das aulas.