PSICOPATOLOGIA FORENSE

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Psicopatologia forense

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PSCOPATOLOGIA FORENSE

21.0 PSICOPATOLOGIA FORENSE

22.0 RESPONSABILIDADE PENAL

43 DEFICINCIA MENTAL (OLIGOFRENIA)

43.1CAUSAS:

43.2 PRIMEIRAS MANIFESTAES:

43.3 APLICAES MDICO- LEGAIS:

44.0 NEUROSES

54.1CAUSAS:

54.2 SINTOMAS:

54.3 DEFESAS NEURTICAS PRIMRIAS:

64.3.1. DEFESAS NEURTICAS SECUNDRIAS:

64.4 CLASSIFICAO:

64.5 APLICAES MDICO LEGAIS:

65.0 PARANOIA

75.1 CATEGORIAS:

75.1.1DISTRBIO PARANIDE DE PERSONALIDADE:

75.1.2 DISTRBIO DELIRANTE PARANIDE:

76.1CAUSAS DA PARANIA

76.1.1TRATAMENTO DA PARANIA:

8APLICAES MDICO-LEGAIS:

87.0 ESQUIZOFRENIA

87.1 SINTOMAS INICIAIS:

87.1.1EVOLUO:

87.1.2 SINTOMAS DE ESQUIZOFRENIA DESENVOLVIDA:

97.1.3. FORMAS DE ESQUIZOFRENIA

97.1.4.CAUSA DE ESQUIZOFRENIA:

107.1.5.TRATAMENTO:

107.1.6.APLICAES MDICO - LEGAIS:

107.1.7. ESQUIZOFRENIA COM INICIO NA INFNCIA

108.0 EPILEPSIAS

118.1 CAUSAS DE EPILEPSIA:

118.2 APLICAES MDICO LEGAIS:

118.3 CARACTERSTICAS DOS CRIMES DOS EPILPTICOS (LEGRAND DU SAULLE):

118.4 EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL

129.0 PSICOSE MANACO-DEPRESSIVA (PMD) (transtorno afetivo bipolar)

1314. PERSONALIDADES PSICOPTICAS

1413. URGNCIAS EM PSIQUIATRIA

1.0 PSICOPATOLOGIA FORENSE

a aplicao dos conhecimentos cientficos da sade mental em todos os casos em que se torne importante a comprovao do estado mental do indivduo, em todos os casos de ordem civil, penal e laboral. Estudam os estados mrbidos, os limites e modificadores anormais da responsabilidade e da capacidade e os problemas afins.

Sobre a psicopatologia forense costumam-se englobar dois grandes ramos da medicina legal, a saber:

Psicologia forense: Trata dos limites normais, biolgicos, mesolgicos e legais da responsabilidade penal e da capacidade civil. Versa sobre os fenmenos volitivos, afetivos e mentais inconscientes que podem influenciar na formao, reproduo e na deformao do testemunho e da confisso. til para o estudo psicolgico do Testemunho, da Confisso e da Acareao.

Psiquiatria forense: Compreende os limites e modificadores anormais da responsabilidade penal e da capacidade civil. Estuda a periculosidade, as socioneuropatias, a simulao a dissimulao e os limites modificadores da Capacidade Civil e da Responsabilidade Penal. o estudo mdico-legal dos doentes mentais, dos oligofrnicos, dos neurticos e das personalidades psicopticas.2.0 RESPONSABILIDADE PENAL

As legislaes civil e penal fixam, de forma expressa ou implcita, respectivamente, os limitadores e os modificadores da capacidade civil e da responsabilidade penal. A capacidade civil , no dizer de Washington de Barros Monteiro, a aptido para adquirir direitos e exercer, por si ou por outrem, atos da vida civil. No se exclui da definio, portanto, a possvel interveno de representante legal, como nos casos da incapacidade relativa dos maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos, os brios habituais, os viciados em txicos e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido, alm dos excepcionais, sem desenvolvimento mental completo, e os prdigos, que podem exercer certos atos da vida civil mediante tutor ou curador, segundo a espcie. A capacidade dos silvcolas ser regulamentada por legislao especial.Imputabilidade penal o conjunto de condies pessoais que do ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prtica de fato punvel (Anbal Bruno, Direito penal, Rio de Janeiro, Ed. Nacional, 1956, p. 39). a capacidade para ser culpvel. Imputvel , ento, todo indivduo mentalmente so e desenvolvido, dotado da capacidade de sentir-se responsvel pelo ato praticado. Inimputabilidade a incapacidade para apreciar o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com essa apreciao (Fernando Diaz Palos, Teora general de la imputabilidad, Barcelona, Bosch, 1965, p. 173-4).

So causas da inimputabilidade a doena mental, o desenvolvimento mental incompleto, o desenvolvimento mental retardado (art. 26 do CP) e a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou fora maior (art. 28, 1.,do CP). Tambm tutela a inimputabilidade o art. 27 do Cdigo Penal.

Segundo Petrocelli, capacidade penal o conjunto das condies exigidas para que um sujeito possa tornar-se titular de direitos ou obrigaes no campo de Direito Penal. Distingue-se a capacidade penal da imputabilidade penal. A capacidade penal fato da competncia judicial e se refere a momento anterior ao crime; a imputabilidade condio de indicao diagnstica pericial que deve existir no momento da infrao. Nlson Hungria considera essa distino despida de utilidade. A imputabilidade, contempornea ao delito, pode no ser sujeito de Direito Penal, por incapacidade surgida durante a fase de relao processual, como na supervenincia de doena mental, conforme preceitua o art. 152 do Cdigo de Processo Penal: Se se verificar que a doena mental sobreveio infrao, o processo continuar suspenso at que o acusado se restabelea.. Responsabilidade, no-lo ensina Magalhes Noronha (Direito penal, Saraiva, 1980, v. 1, p. 172, n. 100), a obrigao que algum tem de arcar com as consequncias jurdicas do crime. Ela depende da imputabilidade do indivduo, pois no pode sofrer as consequncias do fato criminoso (ser responsabilizado seno o que tem a conscincia de sua antijuridicidade e quer execut-lo.3 DEFICINCIA MENTAL (OLIGOFRENIA)

So distrbios da evoluo cerebral presente desde o nascimento ou nos primeiros anos de vida, manifestado por desenvolvimento anormal e associado a dificuldades no aprendizado e adaptao social.

3.1CAUSAS:1. Anormalidades pr-natais - defeitos;

2. Cromossmicos ou fatores genticos;

3. Sndrome de Down 95% cromossomo - 21 extra;

4. Sndrome de Edwards cromossomo 18;

5. Sndrome de Patau trissomia 13;

6. Distrbios metablicos genticos;

7. Infeces congnitas: vrus da rubola, citomegalovirus, toxoplasma gondii e treponema pallidum;

8. Drogas: sndrome fetal alcolica, sndrome fetal por hidantona 11%;9. Fatores ps natais: encefalites, meningites, trauma craniano, asfixia, envenenamento (chumbo, mercrio);

10. Desnutrio pr-natal, fetal ou ps-natal;

3.2 PRIMEIRAS MANIFESTAES:

Dificuldade em tomar o seio, gritos e choro infundado, demora em sustentar o pescoo, demora ao andar, demora ao falar. Os mais profundos (idiotas) tm: surdo-mudez, tiques, convulses, paralisias, assimetria ceflica etc.3.3 APLICAES MDICO- LEGAIS:

Dada a sua completa ou grande indiferena moral e sugestibilidade fcil, tornam-se maus e malignos, sujeitos a cleras violentas, desamoroso na famlia e amigo dos animais. H vagabundagem e prostituio.

O idiota e tambm o imbecil: apresentam reaes instintivas das mais violentas, praticando homicdios, estupros, incndios e furtos e pratica qualquer ato para satisfazer a fome ou a necessidade de lcool. Os dbeis so mais intimidveis, mas muito preguiosos, ladres habituais. Os idiotas e imbecis so irresponsveis.

Os dbeis, pargrafo nico, art. 26 Cdigo Penal.4.0 NEUROSES

So enfermidades da personalidade caracterizadas por conflitos intrapsquicos que inibem o relacionamento social.

So estados mrbidos caracterizados por perturbaes psquicas e somticas que causam grande sofrimento ntimo, determinado por fatores psicolgicos; No so alienados, so formas de martrio; No alteram o juzo da realidade; Tendem a exagerar seu estado mrbido, seja para acalmar seu sentimento de culpa, seja para despertar a ateno e interesse dos outros, seja para, obter uma situao de dependncia;

uma perturbao de contato, uma perturbao nas relaes com outrem.

4.1CAUSAS: Predisposio ou constituio;

Fatores necrotizantes na sociedade;

A famlia em que se criou o relacionamento na infncia;

Ambiente em que vive. Ex: diretor de uma empresa a beira de falncia, cheio de preocupaes.

Neurose de situao.

4.2 SINTOMAS: Alterao no contato com os outros:

Contato com poucos;

Pouco contato, talvez com muitos;

Contato tenso;

Angstia no contato;

Contato deletivo.

Isolamento. solido social;

Eterno retorno a si mesmo. reflexes. culpa;

Inclinao a agressividade;

Dificuldades em achar parceiro de vida e conservar. dificuldades matrimoniais;

Dificuldades sexuais: ejaculao precoce, impotncia, frigidez etc.;

Queixas corporais, cor nervosum;

Perturbaes do sono;

4.3 DEFESAS NEURTICAS PRIMRIAS: Recalcamento;

Inverso no contrrio;

Identificao;

Regresso;

Fixao: fase oral o a 1(um) ano

Fase anal 1 a 3 anos

Fase flica 3 a 6 anos

Tempo de latncia pr puberdade.

dipo e Eletra.4.3.1. DEFESAS NEURTICAS SECUNDRIAS:

Projeo: odeia algum, mas se julga odiado por ele;

Converso: no consegue sustentar-se na vida, fica com pernas paralisadas;

Transferncia: odiava a me, agora odeia a mulher, se usa tudo o que o paciente em matria de relaes mais ou menos para algum.

4.4 CLASSIFICAO:1 Histrica

2 Angstia

3 Fbica

4 Obsessiva compulsiva.

4.5 APLICAES MDICO LEGAIS: So doentes da esfera emocional. raramente infringem o cdigo penal.

Quando delinqem cometem pequenas infraes: mentira, calnia, cartas e telefonemas annimos, manifestaes de despudor.

Mulheres histricas podem simular atentados sexuais imaginrios, Cime pode dar lugar a cenas escandalosas, intrigas, falsas imputaes. Civilmente, via de regra so capazes.

Estados graves podem justificar a interdio.

Neurticos impotentes ou com graves anomalias sexuais podem concretizar a hiptese do defeito fsico irremedivel e justificar a anulao do casamento.

Tambm por molstia grave, transmissvel por herana, capaz de por em risco a sade do outro cnjuge ou a descendncia.

Jurandir Manfredini (casamento) sustenta o ponto de vista contrrio; entende que neurose no molstia grave.

H neuroses que podem e devem ser consideradas molstias graves.

5.0 PARANOIA

Termo utilizado para descrever suspeita ou desconfiana altamente exagerada ou injustificada.

Paranoia uma doena mental em que h egofilia, egocentrismo e ausncia regular de alucinaes, permanecendo a conduta regular e lucidez perfeita. O paranico faz alto conceito de si mesmo, vaidoso e orgulhoso, o mundo deve girar em torno dele.

Ocorre mais em homens entre 24 40 anos.

5.1 CATEGORIAS:

5.1.1DISTRBIO PARANIDE DE PERSONALIDADE:

Algumas pessoas tornam-se desconfiadas sem motivo, em tal grau que seus pensamentos paranoides destroem sua vida profissional e familiar. Elas so desconfiadas e a desconfiana permanente um sinal inconfundvel de parania.

Hipersensveis por estarem excessivamente alertas, percebem qualquer mincia e podem ofender-se sem motivo. (Frias e distantes)5.1.2 DISTRBIO DELIRANTE PARANIDE:

H presena de um tipo de delrio persistente sem outros sintomas. Delrios so crenas fortes, no verdadeiras, no compartilhadas por outras pessoas. So observados diversos tipos de delrio:1)Persecutrio (mais comum): acreditam que esto sendo envenenadas, drogadas, espionadas ou que so alvo de conspirao.

2)De cime

3)Erticos: envolvem uma fixao romntica por uma pessoa, geralmente algum de nvel social mais elevado ou alguma celebridade.

4)De grandeza

5)Hipocondracos

6.0 ESQUIZOFRENIA PARANIDE:

Delrios extremamente bizarros ou alucinaes, frequentemente ouvem vozes que os outros no podem ouvir ou acreditam que seus pensamentos esto sendo controlados ou divulgados em voz alta.

6.1CAUSAS DA PARANIA

Fatores genticos;

Fatores bioqumicos;

Stress;

Problema do filho nico.

6.1.1TRATAMENTO DA PARANIA:

Internao at desaparecer as idias delirantes.

Quando se tratar de paranicos lgicos, que fora de suas crenas delirantes, tenham atividade intelectual normal, a soluo do caso bastante difcil.

APLICAES MDICO-LEGAIS:

Podem praticar: assassnios, agresses, sevcias, injrias, denncias falsas, atentados ao pudor, desacato as autoridades.

O paranoico ciumento pode matar a esposa e o rival imaginrio.

Apesar de loucos com juzo os paranicos so irresponsveis, pois sua personalidade est patologicamente alterada pela psicose.

So irresponsveis penal e incapaz para todos os atos da vida civil art. 26 CP O doente comea por julgar-se perseguido e acaba sendo perseguidor. (so os perseguidos - perseguidores de Lasgue).

7.0 ESQUIZOFRENIA

Costuma se iniciar na idade juvenil, com demncia prematura no plano emotivo e afetivo, a forma paranoide mais tardia, sendo uma desintegrao da vida psquica. Perde-se a unio entre pensar, sentir e agir. Acontece em cada 1% da populao.7.1 SINTOMAS INICIAIS:

No tem conscincia de doena, sentimentos embotados, alheio a famlia, amigos, interrupes no curso de suas ideias, o pensamento fica bloqueado. Passa a fazer atos imotivados, estranhos. Vestir-se de modo diferente, enfraquece ou passa ao fanatismo, interrompe estudos, etc.

7.1.1EVOLUO:

O incio pode ser agudo, exuberante, com numerosos sintomas e com atos perigosos. Mas pode tambm surgir furtivamente.

Surto: aparente restabelecimento novo surto. Depois de 2 a 3 crises, permanece psictico, o estado de defeito esquizofrnico.

7.1.2 SINTOMAS DE ESQUIZOFRENIA DESENVOLVIDA: Demncia afetiva; Alienao do prprio eu Perturbao paralgica do pensamento; Delrio; Alucinaes; Perturbao na vivncia do tempo; Autismo; Demncia afetiva: debilidade que ataca a vida afetiva frio e rgido insensvel, ambivalncia no sentir, querer e agir, paratimia, no ateleitica.

Alienao do prprio eu: h pensar em mim, os pensamentos me so roubados.

Perturbao do pensamento paralgico: neologismos; Delrio: o delrio paranide extravagante, excntrico, no penetrvel. Vivncia de significado de um fenmeno interpretado. Alucinaes: ver coisas que no existem, ouvir coisas que ningum ouve, sentir coisas que ningum percebe. Perturbao na vivncia do tempo: o tempo no corre mais.

Autismo: viver uma existncia prpria, fechada, inacessvel.

SINTOMAS QUE O PACIENTE NO TEM:

Conscincia perturbada: lcido

Inteligncia diminuda: permanece intacta

Perturbao da memria: memria normal

7.1.3. FORMAS DE ESQUIZOFRENIA

A doena aparece em idade juvenil, j na puberdade ou adolescncia. caracteriza-se pela perturbao da afetividade.

Paranoide: tardia, aproximadamente 35 anos, tpica o delrio (de perseguio, de envenenamento, de relao ou de grandeza)

Catatnica: 20 a 30 anos. pode ser de muito movimento catatonia hipercintica e de pouco movimento catatonia hipocintica ou acintica, estupor (imobilidade).

Hipercintica: estereotipias, verbigerao, maneirismos, ecopraxia, ecolalia.

Hipocintica: sem iniciativa, mutista, sinal do travesseiro, flexibilidade cera catalepsia.

Ambas: negativismo e impulsividade.

Simples: pobreza de sintomas, deslizam para a demncia afetiva.

Defeito esquizofrnico: estado de deteriorao, estado final.

7.1.4.CAUSA DE ESQUIZOFRENIA:

Desconhecida; 1 pai esquizofrnico - 16% p/ filho; 2 pais esquizofrnicos - 50%; Gmeos univitelinos 1 gmeo esquizofrnico - 75% p/ outro; Personalidade pr mrbida; 70% menos sociais, sensveis, silenciosos; 30% frios, duros, egocntricos, desconfiados. Esquizotmicos.7.1.5.TRATAMENTO:

Clssicos (choques eltricos, choques de insulina, sonoterapia)

Psicofarmacologia:

Psicoterapia;

Laborteilapia;

Socioterapia

Psicocirurgia (desuso)

Nenhum deles cura realmente o doente esquizofrnico, deve tomar o remdio at o fim da vida.

7.1.6.APLICAES MDICO - LEGAIS:

O perodo mdico - legal da doena;

Selo particular;

Aparecimento instantneo do sentimento de ira.

O esquizofrnico penalmente irresponsvel e civilmente incapaz para todos os atos da vida civil.

Autor de crime - medida de segurana dada sua alta periculosidade.

Tratado e curado (?) cura completa comprovada por idnea percia psiquitrica, recupera a capacidade civil e responsabilidade penal.

Tratado e apenas melhorado, sua capacidade ser relativa, dada sua imperfeita compreenso do significado de alguns atos da vida civil.

Do ponto de vista penal, o esquizofrnico completamente curado (?) responde como pessoa normal e s.

Tratado e apenas melhorado, se autor de crime, ser enquadrado no pargrafo nico do art. 26 do cdigo penal, pena reduzida e ser ainda submetido medida de segurana?

7.1.7. ESQUIZOFRENIA COM INICIO NA INFNCIA

Esquizofrenia com incio na infncia inclui a presena de, pelo menos, dois aspectos: Alucinaes,delrios, desorganizao (discurso, comportamento); severo retraimento de, pelo menos, um ms.

Uma disfuno social ou na escolaridade deve estar presente e persistir por, pelo menos, seis meses.8.0 EPILEPSIAS

A pessoa cai de repente, com um grito e fica sem sentidos, todos os msculos ficam tensos, contrao muscular tnica. Permanece inconsciente; h convulso clnica os msculos se contraem e distendem; o paciente fica no cho, sacudindo-se e estremecendo.

Pode ocorrer mordedura de lngua, incontinncia urinria; depois de alguns minutos, fica tranquilo, dorme, a cor azul (cianose) desaparece; ao acordar no recorda o ataque. Pode repetir e at vrias vezes seguidas (estado de mal epilptico).

8.1 CAUSAS DE EPILEPSIA: Fator hereditrio;

lcool;

Trauma craniano;

Tumores cerebrais;8.2 APLICAES MDICO LEGAIS:

Aps a crise, pode no recobrar por completo a conscincia, permanecendo obinubilado, confuso, excitado, com tendncia ao enfurecimento e a cometer atos agressivos, acessos de fuga impulsiva, ou de andar sem rumo, horas, dias, semanas (dromomania), tem grande importncia forense : desero, mania furiosa ou furor epilptico: tornam-se perigosssimos, atos violentos, homicdios, automutilaes, suicdios etc. As impulses podem levar o epilptico ao roubo, ao homicdio, ao alcoolismo, ao incndio etc.

8.3 CARACTERSTICAS DOS CRIMES DOS EPILPTICOS (LEGRAND DU SAULLE): Ausncia de motivo; ausncia de remorso; falta de premeditao; instantaneidade do ato; Ferocidade na execuo; multiplicidade de golpes; amnsia: cometido um crime, no recorda; Os epilpticos alienados so incapazes; no alienados so capazes; anulvel o casamento do epilptico? Anterior ao casamento e ignorada pelo cnjuge.

8.4 EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL

Raramente so caracterizadas por comportamento agressivo gratuito. se restringido contudo, tal paciente ocasionalmente pode atacar de maneira violenta a pessoa que restringe seus movimentos. Nenhuma evidncia satisfatria sugere que atos complexos de agresso gratuita ou premeditada possam ser atribudos a ataques epilpticos do lobo temporal, Pacientes com epilepsia do lobo temporal apresentam uma maior incidncia significativa de distrbio psiquitrico do que a populao normal, ou paciente com outra forma de epilepsia. at 33% com alteraes psicopatolgicas at 10% com sintomas de psicose depressiva ou esquizofreniforme, anormalidades de comportamento so um pouco mais freqentes entre os pacientes com foco epilpticos de lobo temporal esquerdo.

nem medicao anticonvulsivantes nem o tratamento cirrgico demonstram efeito favorvel, previsvel nestes distrbios psiquitricos.9.0 PSICOSE MANACO-DEPRESSIVA (PMD) (transtorno afetivo bipolar)

uma psicose constitucional, essencialmente hereditria, caracterizada pela repetio, alternncia, justaposio ou coexistncia de estados de excitao e de depresso. (deny e camus)

uma psicose afetiva, em que predominam as modificaes de humor. pode ter forma predominantemente agitada (mania), predominantemente depressiva e forma mista.

Sintomatologia de tipos diferentes; envolvem graves perturbaes da afetividade; episdios de enfermidade e perodo de sade mental.FORMASFORMA AGITADA (MANIA) euforia, associao rpida de idias, movimentao exagerada, animao, exaltao, otimismo, hiperatividade, agitao, loquacidade, apetite sexual, cantos assobios, risos, enfeitar-se, despir-se etc.

FORMA DEPRESSIVA OU MELANCLICA tristeza, associao demorada das idias, movimentao lenta, des nimo, pessimismo, hipoatividade, tristeza, depresso angstia, diminuio do apetite, lngua saburrosa, runa, idias de suicdio etc.

ESTADOS INTERMITENTES: psicoses cclicas; ciclofrenias e loucura circular Kraepelim provou que a doena uma s.

APLICAES MDICO-LEGAIS:

Os estados manacos conduzem ao abuso sexual, atentados aos costumes, estupros, crimes contra a natureza. o parceiro pode ser seviciado. tambm ocorrem reaes destrutivas contra objetos, animais, pessoas inocentes. prodigalidade, atentados aos costumes, as leses corporais, o incndio,

o homicdio, so possveis.

Revelam as vezes os manacos tendncia ao uso de txicos, o que aumenta sua periculosidade.

Os melanclicos, embora no parea, mais perigoso que o agitado. as interpretaes delirantes

podem lev-lo s leses corporais mutilantes, suicdios, incndios.

O suicdio do melanclico, as vezes se consuma com emprego de meios horrveis e brbaros,

alguns matam antes o cnjuge, os filhos, a famlia.

Em mania a melancolia art. 26 do cdigo penal.

Se a cura for completa, a responsabilidade passar a ser plena.

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14. PERSONALIDADES PSICOPTICAS

Termo usado durante muito tempo.

Enquadrava todos os doentes mentais.

Manicmios = hospitais de psicopatas = loucos de todos os gneros

So indivduos que no se comportam no meio como a maioria dos seus semelhantes tidos como

normais.

ELEMENTOS BSICOS:

Inteligncia normal

Distrbio de conduta = antissociabilidade = anestsico tico afetivo

Dificuldade de uma educao ou corretiva sobre tributrios dessa psicose.

O QUE DEFINE A PERSONALIDADE PSICOPTICA ?:

-instabilidade

-agressividade

-impulsividade

-inadaptabilidade

-perturbaes da sexualidade

-dependncia

-imaturidade entrecortadas por atitude de desafio.

So doentes comportamentais.

no h sintomas mentais. o psicopata no delira, raciocina corretamente, conversa sintnica,

adaptada e inteligente.

I - CONCEITO DE KURT SCHNEIDER so personalidades to anormais que seu carter

anormal as faz padecer ou faz padecer a sociedade.

No existe processo orgnico patolgico, ou seja, doena.

II - CONCEITO DA OMS distrbio da personalidade com predominncia de manifestaes

sociopticas ou associais.

III CARACTERSTICAS DA PERSONALIDADE PSICOPTICA:

instabilidade

impulsividade

inadaptabilidade

condutas delinqentes

H um grande desvio entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas.

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IV EVOLUO

O desequilbrio se revela cedo no psicopata. a infncia marcada pela indisciplina e por uma

incapacidade de acompanhar corretamente a escolaridade e, mais tarde, a aprendizagem

profissional.

V CLASSIFICAO DE KRAEPELIM:

1 irritveis 5 mentirosos, mrbidos e fraudadores

2 instveis 6 - anti-sociais

3 instintivos 7 - disputadores

4 tocados

VI CLASSIFICAO DE MIRA Y LOPEZ:

1 astnica 6 - ciclide

2 impulsiva 7 sensitivo-paranide

3 explosiva 8 - perversa

4 instvel 9 - esquizide

5 histeride 10 hipocondraca

VII CLASSIFICAO DE KURT SCHNEIDER:

1 hipertmicas 6 dbeis do estado de nimo

2 depressivas 7 - ablicas

3 inseguras de si mesmas 8 - explosivas

4 fanticas 9 - desalmadas

5 carentes de estmulos 10 astnicas

VIII APLICAES MDICO-LEGAIS:

A personalidade psicoptica um anormal biolgico, nasceu assim: o desajustado, um anormal

social, tornou-se assim.

As personalidades psicopticas foram expressamente consignadas no pargrafo nico do art. 26

do cdigo penal.

H CONTROVRSIAS.

Trabalho realizado na priso de sine-sing Nova York, em 10.000 presos, 66% apresentavam

personalidade psicoptica.

Autores defendem que seu encarceramento s faz acentuar seus sentimentos anti-sociais.

Cumprem a pena, so postos em liberdade, at reincidem no crime...

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13. URGNCIAS EM PSIQUIATRIA

comportamento agressivo

Diagnsticos do comportamento agressivo: esquizofrenia, hipomania (mania), psicoses

secundrias, alcoolismo e toxicomanias, epilepsia.

Indicao: sedao urgente e eficaz. No cabe ao mdico a conteno fsica, deve adiar o contato

a fim de conseguir ajuda. Conteno: 1 pessoa para cada membro do paciente, alm do mdico.

Aspectos legais quanto conteno e tratamento contra a vontade do paciente. o tratamento fora

s permissvel no caso de um paciente compulsoriamente detido, porm em emergncias

psiquitricas. O tratamento pode ser imperativo, apesar de no haver consentimento explcito.

Medicao: clorpromazina (amplictil) associada prometazina (fernegam) na dose de 25mg e 50mg

(ampolas) i.m., ou associada glicose i.v. (?). a clorpromazina a droga mais segura e de maior

confiana a ser usada. As butirofenonas (haloperidol) podem ser usadas em ampolas 5mg. tem

tendncia a produzir efeito parkinsoniano. uso quando sei que o paciente esquizofrnico.

crise aguda de ansiedade e estado de pnico.

Um sentimento de medo intenso acompanhado com forte descarga do sistema nervoso

autnomo. pode haver tremor, taquicardia, palpitao, dispnia, sudorese. surge sem motivo, s

vezes, em alguns casos, surge com motivo.

I - EXAME PSIQUITRICO

definio:

indicaes:

iii- guia para exames das funes mentais:

ateno (capacidade de fixao nas proposies do examinador.):

aprosexia:

hipoprosexia:

hiperprosexia:

sensopercepo (capacidade de usar os sentidos e integrar estmulos):

anestesia

a)quantitativas hipoestesia

hiperestesia

b)qualitativas alucinaes:

iluses:

memria (conjunto de funes que permite fixar informaes vivenciadas, conserv-las, evoc-las

e selecion-las adequadamente.):

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amnsia: retrgradas:

hipomnsia: antergradas:

paramnsia: retroantergradas:

4- orientao

a)alopsquica ( tempo / espao / situao)

b)autopsquica ( convico da prpria identidade)

conscincia(funes que pe o indivduo em sintonia com o mundo exterior)

confuso

obnubilao

obscurecida estupor

coma

estados corpusculares

trauma

comoo cerebral

estreitamento aura epilptica

estados ps convulsivos

histeria

intoxicaes:

6- inteligncia(capacidade de pensar, resolver problemas e avaliar situaes):

mensurao= q.i.

-- debilidade mental

a)congnitas: oligofrenias imbecilidade

--idiotia

b)diminuda:

7- linguagem( ):

8- pensamento( ):

9- conduta( ):

10- afeto( ):