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Fechamento: 28/03/2016 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 5.825 Terça-feira, 29 de março de 2016 Impeachment liderado por Temer é ainda mais golpista, acusa líder do PT O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA), explicou na tribuna da Casa por que o impeachment ganha ainda mais feições de golpe ao ser liderado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Florence lembrou que Temer tem um man- dato popular sufragado numa chapa de presidente e vice-presidente, cujas contas eleitorais são as mesmas da presidenta Dilma Rousseff. “Mais que isso, ele também é citado em delações premiadas. A oposição acha que Michel Temer vai se sustentar só porque lidera a tentativa de golpe?”, questionou o líder. Florence afirmou que a oposição agora encontrou um artifício de retórica – “não vai ter golpe, vai ter impeachment” – para tentar sair dessa encruzilhada, já que “juris- tas, movimentos sociais e próceres internacionais dos direitos humanos” estão dizen- do que se trata de uma investida golpista. “Esse pedido de impeachment em cima da publicação de decretos, fato que foi equacionado pela revisão da meta, é golpe. E mais do que isso: é golpe pela condução do vice-presidente, que anunciou naquela carta patética, no fim do ano passado, suas intensões políticas”, disse Florence, fazendo referência à carta “pessoal” que Temer escreveu para Dilma e vazou para a imprensa. O líder petista destacou ainda que a tentativa do golpe está sustentada numa agenda voltada para derrotar as conquistas sociais dos trabalhadores na última década, ou seja, uma agenda conservadora para angariar apoio ao golpe. “Lide- rada por Michel Temer, essa tentativa de impeachment ganha ainda mais a cono- tação de golpe. E por isso a sociedade democrática brasileira, inclusive muitos dos que fazem oposição ao Governo, posicionam-se contra o impeachment. Não vai haver golpe!”, concluiu Florence. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protagonizou ontem (28), em Brasília, um vexame histórico: posicionou-se na linha de frente do golpe, protocolando mais um pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com a decisão, a OAB escreveu mais uma página infeliz da sua história, retrocedendo décadas e repetindo postura semelhante àquela que assumiu em 1964, quando apoiou formalmente o golpe militar. O rechaço à atitude da Ordem foi tão imediato e veemente que a hashtag #OABrepete64 figurou por várias horas como o assunto mais comentado do Twitter no Brasil e figurou entre os três tópicos mais discutidos do microblog em âmbito mundial. “A OAB, depois de ter passado pelos anos de chumbo e de ter conquistado o prestígio que conquistou junto à sociedade brasileira, mais uma vez embarcou na canoa golpista, traindo a memória de grandes vultos da nossa história da advocacia, como Sobral Pinto, Seabra Fagundes e Raimundo Fauro. É com muita dor que vejo a entidade que um dia tive a ventura de presidir – que foi a OAB do Rio de Janeiro – envolvida nesse episódio que vai entrar para a sua história e não será apagada”, avaliou o deputado Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ). A investida antidemocrática da OAB ocorreu quase uma semana após dezenas de juristas e de representantes de entidades jurídicas – em ato de apoio a Dilma, no Palácio do Planalto – marcarem posição contrária ao impedimento da presidenta e à postura da Ordem. Ontem, horas antes de a OAB formalizar o novo pedido, o ex- presidente da entidade Marcelo Lavenère apresentou uma solicitação, assinada tam- bém por outros quatro ex-presidentes da Ordem, para que fosse realizada uma consulta a todos os advogados da entidade sobre o tema. Lavenère, autor do pedido de impeach- ment de Fernando Collor de Mello, não foi atendido.(Leia matéria na página 3) Leia matéria na página 3) Leia matéria na página 3) Leia matéria na página 3) Leia matéria na página 3) OAB repete apoio ao Golpe de 1964 e se soma à lista dos golpistas contra Dilma Durante a entrega do pedido na Câmara dos Deputados, os advogados que acom- panhavam o presidente da OAB, Claudio Lamachia, foram recebidos por outros advo- gados sob os gritos de “golpistas, golpistas!”. O ato dos advogados contrários ao golpe – apoiado por dezenas de manifestantes – evidenciou um inequívoco racha dentro da OAB. Durante mais de duas horas, palavras de ordens foram entoadas contra o impeachment dentro da Câmara: “A verdade é dura, a OAB apoiou a ditadura”; “não vai ter golpe, vai ter luta”; “golpistas, fascistas... não passarão”. O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) José Guimarães (PT-CE) José Guimarães (PT-CE) José Guimarães (PT-CE) José Guimarães (PT-CE), ao comentar o dissenso na OAB, afirmou que a posição da entidade não pode ser considerada. “A OAB é racha pra tudo que é lado, é pedaço pra todos os cantos”, ironizou Guimarães. Da tribuna da Câmara, o deputado Pepe V epe V epe V epe V epe Vargas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) disse que identificou no documento entregue pela OAB vários elementares que ferem os princípios do Estado Democrático de Direito. “Em primeiro lugar, a peça ratifica que teriam ocorrido as chamadas ‘peladas fiscais’. As ‘pedaladas fiscais’ são nada mais nada menos que a operacionalização de programas sociais e de subvenções econômicas à agricultura e à indústria brasileira, praticadas há muitos anos por vários e vários governos”, ressaltou o deputado gaúcho. Além disso, Pepe Vargas destacou que a entidade se escorou em uma delação premiada e já considerou seu conteúdo como verdadeiro. “A OAB, que deveria ser a primeira a defender os princípios da presunção da inocência, os princípios do ônus da prova a quem acusa, os princípios da ampla defesa e do contraditório, coloca por terra esses princípios e se presta a uma vil partidarização que tenta depor uma presidenta da República eleita pelo voto popular e que não responde sequer a um processo na Justiça”.

PT na Câmara - OAB repete apoio ao Golpe de 1964 … › documentos › PT NA CAMARA-5825 - 29...Fechamento: 28/03/2016 às 23h58 Terça-feir a, 29 de mar ço de 2 016 Ano: XXIV -

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Fechamento: 28/03/2016 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 5.825Terça-feira, 29 de março de 2016

Impeachment liderado por Temer é ainda mais golpista, acusa líder do PTO líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA), explicou na tribuna da

Casa por que o impeachment ganha ainda mais feições de golpe ao ser liderado pelovice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Florence lembrou que Temer tem um man-dato popular sufragado numa chapa de presidente e vice-presidente, cujas contaseleitorais são as mesmas da presidenta Dilma Rousseff. “Mais que isso, ele também écitado em delações premiadas. A oposição acha que Michel Temer vai se sustentar sóporque lidera a tentativa de golpe?”, questionou o líder.

Florence afirmou que a oposição agora encontrou um artifício de retórica – “nãovai ter golpe, vai ter impeachment” – para tentar sair dessa encruzilhada, já que “juris-tas, movimentos sociais e próceres internacionais dos direitos humanos” estão dizen-do que se trata de uma investida golpista. “Esse pedido de impeachment em cima da

publicação de decretos, fato que foi equacionado pela revisão da meta, é golpe. E maisdo que isso: é golpe pela condução do vice-presidente, que anunciou naquela cartapatética, no fim do ano passado, suas intensões políticas”, disse Florence, fazendoreferência à carta “pessoal” que Temer escreveu para Dilma e vazou para a imprensa.

O líder petista destacou ainda que a tentativa do golpe está sustentada numaagenda voltada para derrotar as conquistas sociais dos trabalhadores na últimadécada, ou seja, uma agenda conservadora para angariar apoio ao golpe. “Lide-rada por Michel Temer, essa tentativa de impeachment ganha ainda mais a cono-tação de golpe. E por isso a sociedade democrática brasileira, inclusive muitos dosque fazem oposição ao Governo, posicionam-se contra o impeachment. Não vaihaver golpe!”, concluiu Florence.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protagonizou ontem (28), em Brasília,um vexame histórico: posicionou-se na linha de frente do golpe, protocolando mais umpedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com a decisão, a OAB escreveumais uma página infeliz da sua história, retrocedendo décadas e repetindo posturasemelhante àquela que assumiu em 1964, quando apoiou formalmente o golpemilitar. O rechaço à atitude da Ordem foi tão imediato e veemente que a hashtag#OABrepete64 figurou por várias horas como o assunto mais comentado do Twitter noBrasil e figurou entre os três tópicos mais discutidos do microblog em âmbito mundial.

“A OAB, depois de ter passado pelos anos de chumbo e de ter conquistado oprestígio que conquistou junto à sociedade brasileira, mais uma vez embarcou nacanoa golpista, traindo a memória de grandes vultos da nossa história da advocacia,como Sobral Pinto, Seabra Fagundes e Raimundo Fauro. É com muita dor que vejo aentidade que um dia tive a ventura de presidir – que foi a OAB do Rio de Janeiro –envolvida nesse episódio que vai entrar para a sua história e não será apagada”,avaliou o deputado Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ).

A investida antidemocrática da OAB ocorreu quase uma semana após dezenas dejuristas e de representantes de entidades jurídicas – em ato de apoio a Dilma, noPalácio do Planalto – marcarem posição contrária ao impedimento da presidenta e àpostura da Ordem. Ontem, horas antes de a OAB formalizar o novo pedido, o ex-presidente da entidade Marcelo Lavenère apresentou uma solicitação, assinada tam-bém por outros quatro ex-presidentes da Ordem, para que fosse realizada uma consultaa todos os advogados da entidade sobre o tema. Lavenère, autor do pedido de impeach-ment de Fernando Collor de Mello, não foi atendido.(((((Leia matéria na página 3)Leia matéria na página 3)Leia matéria na página 3)Leia matéria na página 3)Leia matéria na página 3)

OAB repete apoio ao Golpe de 1964 ese soma à lista dos golpistas contra Dilma

Durante a entrega do pedido na Câmara dos Deputados, os advogados que acom-panhavam o presidente da OAB, Claudio Lamachia, foram recebidos por outros advo-gados sob os gritos de “golpistas, golpistas!”. O ato dos advogados contrários aogolpe – apoiado por dezenas de manifestantes – evidenciou um inequívoco rachadentro da OAB. Durante mais de duas horas, palavras de ordens foram entoadas contrao impeachment dentro da Câmara: “A verdade é dura, a OAB apoiou a ditadura”; “nãovai ter golpe, vai ter luta”; “golpistas, fascistas... não passarão”.

O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE), ao comentaro dissenso na OAB, afirmou que a posição da entidade não pode ser considerada. “A OABé racha pra tudo que é lado, é pedaço pra todos os cantos”, ironizou Guimarães.

Da tribuna da Câmara, o deputado PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS) disse queidentificou no documento entregue pela OAB vários elementares que ferem osprincípios do Estado Democrático de Direito. “Em primeiro lugar, a peça ratificaque teriam ocorrido as chamadas ‘peladas fiscais’. As ‘pedaladas fiscais’ sãonada mais nada menos que a operacionalização de programas sociais e desubvenções econômicas à agricultura e à indústria brasileira, praticadas hámuitos anos por vários e vários governos”, ressaltou o deputado gaúcho.

Além disso, Pepe Vargas destacou que a entidade se escorou em uma delaçãopremiada e já considerou seu conteúdo como verdadeiro. “A OAB, que deveria ser aprimeira a defender os princípios da presunção da inocência, os princípios do ônus daprova a quem acusa, os princípios da ampla defesa e do contraditório, coloca por terraesses princípios e se presta a uma vil partidarização que tenta depor uma presidenta daRepública eleita pelo voto popular e que não responde sequer a um processo na Justiça”.

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Líder da Bancada: Deputado Afonso Florence (BA)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka e Jocivaldo Vale

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Sandro Mendes e Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara, antigo Informes, foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

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Diante do cenário de crise e das últimasarbitrariedades que violam o Estado Demo-crático de Direito, colocando em risco a pró-pria democracia no País, um ato na Câmarados Deputados, ontem (28), marcou a insta-lação de um Comitê em Defesa da Democra-cia dentro do parlamento brasileiro.

O Comitê foi instalado com a participaçãode parlamentares, organizações da sociedadecivil, partidos políticos e servidores públicos que defen-dem o respeito à democracia e se posicionam contra oprocesso de impeachment por entender que não háfundamento legal que o justifique.

Participaram do ato as deputadas Benedita daBenedita daBenedita daBenedita daBenedita daSilva (PT-RJSilva (PT-RJSilva (PT-RJSilva (PT-RJSilva (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a sena-dora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e os deputadosAngelim (PT-AC)Angelim (PT-AC)Angelim (PT-AC)Angelim (PT-AC)Angelim (PT-AC), Bohn Gass (PT-RSBohn Gass (PT-RSBohn Gass (PT-RSBohn Gass (PT-RSBohn Gass (PT-RS), Edmilson(PSol-PA), Hélder Salomão (PT-ESHélder Salomão (PT-ESHélder Salomão (PT-ESHélder Salomão (PT-ESHélder Salomão (PT-ES), Jean Wyllys

Os líderes partidários deverão decidir aindanesta semana a distribuição das vagas nas comis-sões permanentes da Câmara entre os partidos eblocos. O objetivo, definido em reunião ontem(28), é eleger os presidentes dos colegiados já napróxima semana. Após o encontro, o líder do go-verno na Câmara, deputado José GuimarãesJosé GuimarãesJosé GuimarãesJosé GuimarãesJosé Guimarães(PT-CE),(PT-CE),(PT-CE),(PT-CE),(PT-CE), afirmou que o fundamental é aprovar oprincípio para a composição das comissões para aCâmara iniciar os debates nos colegiados.

“Vamos levar em conta os blocos surgidos apartir da eleição e compactuados agora com a jane-la partidária, na qual 87 parlamentares mudaramde partido. Mas a correlação de forças praticamentepermanece a mesma. A pressa é para montagem,composição e eleição dos presidentes. Vamos colo-car a Câmara para funcionar”, disse.

Servidores, parlamentares e movimentos sociaiscriam comitê de defesa da democracia no Congresso

Câmara define composição das comissões permanentes nesta semanaAinda de acordo com o líder do governo, a disputa

política tem atrasado o início do trabalho nas comis-sões permanentes. “Temos várias matérias que estãorepresadas. A Câmara ficou emparedada por uma ló-gica que consideramos errada. Já chegamos em abrile sequer as comissões permanentes foram montadas.Perdeu a casa e perdeu o Parlamento porque a produ-tividade neste semestre será muito baixa em função

da disputa política que terminou prejudicando a cons-tituição das comissões”, ressaltou Guimarães.

O líder do PT, deputado AAAAAfonso Florence (BA),fonso Florence (BA),fonso Florence (BA),fonso Florence (BA),fonso Florence (BA),que também participou da reunião, informou que nes-ta semana o plenário deverá apreciar projeto de reso-lução definindo o critério para a composição das co-missões permanentes. “Será votado projeto de reso-lução que combina a situação das bancadas atuais, ouseja, considerando a janela partidária com uma solu-ção que viabilize uma não perda de posições na esco-lha dos blocos e dos partidos na ordem das comis-sões”, explicou Florence.

Segundo o regimento interno da Câmara, ospartidos ou blocos com mais deputados têm di-reito a ocupar mais vagas nos colegiados temáti-cos – atendendo ao princípio da proporcionali-dade das bancadas.

(PSol-RJ) e PPPPPaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RS), entre outros.Entre as entidades e coletivos que fazem parte do

Comitê estão a Confederação Nacional dos Bispos doBrasil (CNBB), Comissão de Justiça e Paz da CNBB,União Nacional dos Estudantes (UNE), Centro de Mí-dia Alternativa Barão de Itararé, Intervozes, FórumNacional pela Democratização da Comunicação(FNDC), Fora do Eixo, Articulação Justiça e DireitosHumanos (JusDH), Conselho Nacional de Igrejas Cris-

tãs (Conic), União da Juventude Socialista(UJS), Centro Brasileiro de Solidariedade aosPovos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e Renap(Rede Nacional de Advogados Populares),juntamente com militantes do Partido Socia-lismo e Liberdade (PSOL), Partido dos Traba-lhadores (PT), Partido Comunista do Brasil(PCdoB) e Partido da Causa Operária (PCO).

A proposta do Comitê, que está aberto àadesão de todas as organizações que queiram se so-mar a essa luta, é reforçar as mobilizações que estãoacontecendo nas ruas, nos mais diferentes espaços eregiões do País em defesa da democracia.

Frente Frente Frente Frente Frente – Por iniciativa da deputada Luciana San-tos (PCdoB-PE), que está recolhendo as assinaturas dedeputados e senadores no Congresso, na próxima quar-ta-feira (30) ocorrerá na Câmara o lançamento da Fren-te Parlamentar Mista em Defesa da Democracia.

Câmara aprova MP com crédito extraordinário para Saúde, FGTS e projetos urbanosO plenário aprovou ontem (28) a medida provisória (MP 702/15) que abre crédito extraordinário de R$ 37,69 bilhões para diversos ministérios. O

Ministério da Saúde é um dos beneficiados e vai receber recursos da ordem de R$ 2,5 bilhões para serem aplicados em procedimentos de média e altacomplexidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Outros recursos serão utilizados para atualização monetária do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço(FGTS) e em projetos sociais em áreas urbanas. A matéria segue para análise do Senado.

O líder da Bancada do PT, deputado AAAAAfonso Florence (BA)fonso Florence (BA)fonso Florence (BA)fonso Florence (BA)fonso Florence (BA) elogiou a aprovação e afirmou que a suplementação orçamentária “é fundamental paraa execução de políticas públicas que estão sendo implementadas pelo governo federal”.

Congresso –Congresso –Congresso –Congresso –Congresso – Hoje (29), às 19 h, no plenário da Câmara dos Deputados, o Congresso Nacional realiza sessão deliberativa para apreciar vetos presidenciais.

LUIZ MACEDO/CD

CÂMARA

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Na contramão de grandes entidades na-cionais como a Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil (CNBB) que se posicionou ve-ementemente em defesa da democracia edo Estado Democrático de Direito, a Ordemdos Advogados do Brasil (OAB) decidiu apoi-ar o golpe em curso no Brasil, protagonizadopelos inconformados com a derrota presi-dencial em 2014. A decisão provocou umracha na categoria com manifestações deadvogados e juristas de todo País que questionam oposicionamento da OAB.

O presidente da entidade, Claudio Lamachia, emseu arrazoado sustenta que Dilma cometeu crime deresponsabilidade ao praticar “pedaladas fiscais”. A jus-tificativa, conforme a visão de advogados e juristas, nãose sustenta. “Não há condições jurídicas para iniciarum processo contra a presidenta Dilma”, disse, ementrevista, o ex-presidente e conselheiro da entidade,Marcello Lavenère. Ele foi categórico em afirmar queessa posição não tem autorização dos conselheiros.

“Na reunião do Conselho da OAB não houvedecisão no sentido de que a Ordem entraria compedido de impeachment, o tom do debate foi ou-tro”, enfatizou. “Quase todos se manifestaram so-bre a matéria. No final, decidiu-se pela aprovaçãodo pedido para fins de investigação e não de umjulgamento do processo. O julgamento final será noSenado da República”, afirmou.

Um grupo de advogados e ex-presidentes daentidade chegou a apresentar documento ontem,com apelo ao presidente da OAB, Claudio Lamachiapara que a Ordem não atentasse contra a democra-cia. Citam um “erro brutal”.

“Trata-se de um erro brutal e cujas consequênci-as dramáticas em termos de perda da respeitabilida-

Decisão da OAB nacional pró-impeachmentracha categoria e gera protestos em todo País

Parlamentares da Bancada do PT voltaram aocupar a tribuna da Câmara ontem (28) paradenunciar o processo golpista em curso no País.A deputada Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ) apon-tou que a tentativa de golpe já está sendo recha-çada. “Estamos vendo a mobilização dos brasi-leiros lá fora e aqueles que conhecem este Bra-sil sabem que estamos defendendo o Estado De-mocrático de Direito”, ressaltou a deputada.

Benedita da Silva também registrou “a fir-meza da presidenta Dilma em rechaçar o golpe ereafirmar que ela não vai renunciar”.

Já o deputado PPPPPadre João (PT-MG)adre João (PT-MG)adre João (PT-MG)adre João (PT-MG)adre João (PT-MG) la-

de da Ordem perante a história e a sociedade brasi-leira sobreviverá a décadas. Essa decisão, por suagravidade e consequências, lembra o erro cometidopela Ordem em 1964”, diz a nota, se referindo aoapoio da entidade ao Golpe Militar de 1964.

Seccional PSeccional PSeccional PSeccional PSeccional Paraná -araná -araná -araná -araná - Um grupo de advogados doParaná lançou uma petição pública na internet questio-nando o posicionamento da entidade que faz coro como golpe, se contrapondo à democracia. Na Universidadedo Paraná, um segundo grupo de advogados formadoprincipalmente por professores, também questionou oposicionamento da OAB-PR. “A tentativa de impeach-ment da presidente não pode ser apoiada por aquelesque defendem a ordem jurídica constitucional. Assim,repudiamos a açodada decisão tomada pela OAB-PRem apoio ao impeachment da presidente da Repúblicae manifestamos veementemente nossa defesa do Esta-do Democrático de Direito, que não se compraz comsoluções arbitrárias”, diz a nota.

Ceará - Ceará - Ceará - Ceará - Ceará - Advogados do Coletivo Advogados e Advo-gadas Cearenses pela Democracia publicaram um ma-nifesto contra a decisão da OAB Ceará, que apoiou aabertura do processo de deposição da presidenta. Emnota, o coletivo repudia “qualquer tentativa de aliançainstitucional que está em curso no Brasil, verdadeiraafronta ao Estado Democrático de Direito”. Cerca de

200 advogados assinaram o manifesto.São PSão PSão PSão PSão Pauloauloauloauloaulo - Na semana passada, di-

versos juristas se reuniram em São Paulo, nafaculdade de Direito do Largo São Franciscopara se manifestar não só contra o impeach-ment, mas também contra diversos abusoslegais cometidos pelo juiz Sérgio Moro noâmbito da operação Lava-Jato.

AlagoasAlagoasAlagoasAlagoasAlagoas – Também se manifestou con-tra a posição da OAB local que se colocou

favorável ao processo de impedimento da presidentaDilma. Um conjunto de advogados promoveu um atopúblico no último dia 21 para mostrar à sociedade oequivoco da posição da entidade. “É preciso deixarclaro que há advogados que são contra o processo deimpeachment. O posicionamento de conselheiros nãopode ser entendido como o de uma categoria inteira”,afirmou o advogado Welton Roberto.

Rio Grande do SulRio Grande do SulRio Grande do SulRio Grande do SulRio Grande do Sul – Um grupo que se intitu-la Advogados pela Legalidade se posicionou contra oque classificaram de golpe de Estado. “No século 20,os golpes vinham com tanques de guerra. No século21, os golpes vêm de toga”, disse o advogado AntonioEscosteguy Castro.

Os juristas também se mostraram indignados coma decisão da OAB federal de apoiar o impeachment deDilma. “A diretoria usurpou a legitimidade da Ordem,que não lhes pertence, para apoiar um golpe”. Castrodestacou que o assunto não foi amplamente discutidopela categoria e afirmou acreditar que a decisão “fra-tura a Ordem por décadas”.

On LineOn LineOn LineOn LineOn Line - Grupo constituído por 587 advogadosjá endossou petição pública online contra o processodo impeachment. No texto os advogados afirmam quenão há fundamentos jurídicos para a abertura do pro-cesso de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Na tribuna da Câmara, Benedita da Silva ePadre João rechaçam golpe contra Dilma

qualificando a Lava-Jato. O que nós sempre com-batemos foi o partidarismo que está contami-nando setores do Judiciário, da Polícia Federal edo Ministério Público”, frisou.

Na avaliação de Padre João, alguns parla-mentares da oposição não dizem a verdade sobreo processo de impeachment. “É lamentável comoalguns colegas deputados, conhecendo a verda-de, vêm e mentem na tribuna. Mentem porquenão dizem a verdade ao povo. O que está noimpeachment? O que está no impeachment é oremanejamento de recurso para os programassociais”, afirmou.

DIVULGAÇÃO

GUSTAVO LIMA/CD

NÃO VAI TER GOLPE

mentou o partidarismo que está contaminandosetores do Judiciário, da Polícia Federal e doMinistério Público. “Alguns vêm a esta tribunadizendo que a gente é contra investigação, des

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Cineastas, atores e técnicos do audiovisual assinam manifesto contra o golpeCineastas, roteiristas, atores, produtores, distribuidores e técnicos do

audiovisual brasileiro, uniram-se para defender a democracia ameaçadapela tentativa de impeachment da Presidente Dilma Rousseff. “Nós nossentimos no dever de denunciar essa enganosa narrativa e de alertar nossospares do audiovisual em outros países sobre este assombroso momento quevivemos. Usaremos todos os instrumentos legais à nossa disposição paraimpedir um retrocesso democrático”, disseram, em nota.

Ainda no documento, eles manifestam indignação diante das “arbitra-riedades” promovidas por setores da Justiça, dos quais espera-se “equilí-brio e apartidarismo”. “Da mesma forma, expressamos indignação diantede meios de comunicação que fomentam o açodamento ideológico e crimi-nalizam a política. Estas atitudes colocam em xeque a convivência, o

respeito à diferença e a paz social”.Os artistas repudiam também o que chamaram de “deturpação das

funções do Ministério Público”, com a violação sistemática de garantiasindividuais, prisões preventivas, conduções coercitivas, delações premi-adas forçadas, grampos e vazamentos de conversas íntimas, reconheci-das como ilegais por membros do próprio Supremo Tribunal Federal.“Repudiamos a contaminação da justiça pela política, quando estadesequilibra sua balança a favor de partidos ou interesses de classesou grupos sociais”, disseram na nota.

Dentre outros assinam o manifesto Luiz Carlos Barreto, produtor (RJ);Rui Guerra – cineasta (RJ); Orlando Senna – cineasta (RJ); Wagner Moura– ator (BA); Sara Silveira – produtora (SP); Anna Muylaert – cineasta

(SP); Kleber Mendonça Filho – cineasta (PE); Karim Ainouz – cineasta (CE/SP);Jorge Furtado – cineasta (RS); Sergio Machado – cineasta (BA/SP); RosembergCariry – cineasta (CE); Te fotógrafo (RJ); Gregório Duvivier – ator e cronista (RJ); Maurice Capovilla –cineasta (SP); Laís Bodansky – cineasta (SP); Marcelo Gomes – cineasta (PE);Alê Abreu – cineasta (SP); José Roberto TVenturi –contra o golpe cineasta (SP);Lucia Murat – cineasta (RJ); GabrielMascaro – Ccneasta (PE); Murilo Salles – Cineasta (RJ); Fabiano Gullane –produtor (SP); Tizuka Yamasaki – cineasta (RJ); Leticia Sabatella – atriz (SP);Paulo Betti – ator e cineasta (RJ).

Leia a íntegra do manifesto na página da Bancada do PT n a Câmara:www.ptnacamara.org.br

A defesa da democracia e a resistência ao golpe foram defendidasontem (28), na Câmara, como ferramenta de luta para avançar na imple-mentação de políticas públicas de inclusão e contra o preconceito racial.Durante sessão solene em homenagem ao Dia Internacional pela Elimina-ção da Discriminação Racial (comemorado em 21 de março), de iniciativado deputado Vicentinho (PT-SP)Vicentinho (PT-SP)Vicentinho (PT-SP)Vicentinho (PT-SP)Vicentinho (PT-SP), a ministra das Mulheres, da Igualda-de Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, defendeu o respeitoà vontade popular expressa pelas urnas nas últimas eleições presidenciais.

“Precisamos garantir a democracia no nosso país para que as iniciati-vas adotadas nos últimos 13 anos sejam aperfeiçoadas e não cessem. Porisso, não há como não dizer que não podemos ter golpe”, destacou.

Na mesma linha de pensamento, a representante do Movimento deMulheres Negras, Sônia Raimundo disse que em caso de golpe a populaçãonegra vai ser a mais atingida.

“Há 13 anos vem sendo construídas políticas para integrar (os negrose as negras) na sociedade como, por exemplo, as cotas nas universidades.Entendo que por isso a população negra tem que erguer a bandeira que diz:Não vai ter golpe!”, defendeu.

Durante a sessão solene a ministra da Igualdade Racial também desta-

Golpe ameaçaria políticas públicas de inclusão, afirma ministra da Igualdade Racial

cou que um dos maiores desafios atuais é o de reduzir o índice de mortalidadeentre os jovens brasileiros vítimas da violência, que são principalmente ne-gros. Sobre esse ponto, a ministra Nilma Lino Gomes disse ainda que o Paísavançou na adoção de políticas públicas para amenizar o problema.

Entre as principais medidas adotadas, a ministra destacou a imple-mentação do Estatuto da Juventude, a criação da Secretaria Nacional daJuventude, e a criação do Plano Juventude Viva.

O Juventude Viva é uma iniciativa do governo federal, coordenada pelaSecretaria Nacional de Juventude (SNJ) e pela Secretaria de Políticas dePromoção da Igualdade Racial (Seppir), reúne ações de prevenção para

reduzir a vulnerabilidade de jovens negros a situações de violência física esimbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomiapara os jovens entre 15 e 29 anos.

O Plano prioriza 142 municípios brasileiros, distribuídos em 26 estados e no DistritoFederal, que em 2010 concentravam 70% dos homicídios contra jovens negros.

Novo ProgramaNovo ProgramaNovo ProgramaNovo ProgramaNovo Programavai lançar nos próximos dias o Programa Identidade Jovem. Ela adiantou que aação visa entregar um documento aos jovens de baixa renda (entre 15 a 29anos), com renda familiar de até 2 salários mínimos, que dá direito a benefícioscomo meia entrada em espetáculos artísticos, culturais e desportivos e em des-locamentos no transporte local e interestadual.

“Temos que defender a juventude, principalmente a negra, vítimas maioresda violência e do preconceito. Só teremos uma sociedade justa quando negros ebrancos forem tratados com as mesmas condições, tiverem a mesma escola,comerem a mesma comida, vestirem a mesma roupa, e possuírem os mesmosdireitos”, recomendou o deputado Vicentinho.

Também participaram da solenidade representantes de entidades como oEducafro, do Movimento de Meninos e Meninas de Rua, da Juventude Negra eMovimento Hip Hop P

Em discurso na tribuna da Câmara, na semana passada, o deputado LuizLuizLuizLuizLuizCouto (PT-PB)Couto (PT-PB)Couto (PT-PB)Couto (PT-PB)Couto (PT-PB) se mostrou preocupado com a onda de violência verificadano País - praticada por aqueles que não se conformam com o resultadoeleitoral de 2014. A incitação ao ódio e à violência, segundo o deputado, temo DNA de empresas que dominam os meios de comunicação do país.

“Vemos que a violência, a cada dia, está sendo instigada, através dealguns meios de comunicação. O aumento do ódio contra nosso governo éjustificado pela sede de golpe ou a tomada do poder com objetivos inócuos:parar operações policiais, desestabilizar os focos de corrupção e desestrutu-rar órgãos públicos”, denunciou Luiz Couto.

“Os oportunistas e especuladores usam de barganhas e a busca do

Luiz Couto condena violência e incitação ao ódiomelhor lance para tentar abocanhar aquilo que não lhe cabem por mérito,daí instituiu-se as instabilidades de hoje”, reiterou.

Ainda, frisou o deputado, entre as ações violentas estão as agressõesfísicas e psicológicas. Segundo ele, a intolerância aos pobres, negros,

nordestinos, aos petistas ou não-petistas são verificados a todo instante. “que votaram pela continuidade do projeto de Brasil iniciado por Lula estão sendoagredidos. Qualquer tipo de violência contra a pessoa é condenável e precisamosrejeitar com firmeza pois isso não agrada a Deus”, observou Couto.

Para ele, a guerra do impeachment desencadeado pela oposição, lideradapelo PSDB, em parceria com a mídia e parte do judiciário, desestrutura o país doponto de vista político e econômico. “Impeachment contra Dilma é golpe. Ogolpe não é apenas contra ela, é contra os 54,3 milhões de votos que a elegeram.É contra os 42 milhões de brasileiros que chegaram à classe média e os 22milhões de pessoas que saíram da linha da miséria, tirando o Brasil do mapa dapobreza mundial”, lembrou o petista.

GUSTAVO LIMA/CD

SALU PARENTE/PTNACÂMARA

NÃO VAI TER GOLPE

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29/03/201629/03/201629/03/201629/03/201629/03/2016PT NA CÂMARA 5

Rui Falcão:Só a mobilizaçãopermanente podebarrar o golpeEm artigo publicado no Portal do PT, ontem (28), o presidente nacional do partido,

Rui Falcão, relembra o clima de 1964 e convoca todos para irem às ruas na próxima

quinta-feira, 31 de março, para defender a democracia, o mandato da presidenta

Dilma e mudanças na política econômica. “É hora, também, de dialogar com os

parlamentares, num processo de convencimento para que não votem contra o Brasil.

Só a mobilização nas ruas, nos locais de trabalho, nas escolas, no campo e a vigilância

permanente dos democratas podem barrar o golpe”, disse.

Estávamos em março de 1964. Desde a possedo presidente João Goulart, em agosto de 1961,sob um parlamentarismo de ocasião que seria revo-gado meses depois por um plebiscito, o País viviauma saudável ebulição política e cultural.

Estudantes, intelectuais, marinheiros, ca-bos e soldados, trabalhadores do campo e dacidade mobilizavam-se em defesa das “refor-mas de base”: agrária, universitária, bancária,política, educacional. Os sindicatos se unifica-vam em centrais, a sindicalização rural avan-çava, surgiam as Ligas Camponesas.

Com o apoio dos Estados Unidos, que finan-ciava institutos de doutrinação e de apoio elei-toral a candidatos da direita, sob o pretexto decombater a “ameaça comunista” e a “repúblicasindicalista”, um golpe era articulado entre oempresariado, a grande mídia, setores da IgrejaCatólica e no interior das Forças Armadas.

Com o apoio dos Estados Unidos, que finan-ciava institutos de doutrinação e de apoio elei-toral a candidatos da direita, sob o pretexto decombater a “ameaça comunista” e a “repúblicasindicalista”, um golpe era articulado entre oempresariado, a grande mídia, setores da IgrejaCatólica e no interior das Forças Armadas.

Em 13 de março, sob intensa pressão daesquerda, do movimento estudantil e dos sindi-catos, o presidente Jango, no comício da Centraldo Brasil, apresenta um programa de ação queincluía desapropriação de terras para a reformaagrária e controle da remessa de lucros para oexterior, entre outras bandeiras populares.

Foi a senha e o pretexto para os golpistasprecipitarem seu movimento. Entre 31 e 1º deabril, tropas militares partindo de Minas Ge-rais iniciam a sublevação, que culminou com adeposição do presidente legítimo e a posse deum general em seu lugar.

O sempre ostentado dispositivo político-militardo presidente Jango, que setores da esquerda julga-vam capaz de esmagar o golpe, nem chegou a ser

Leia a íntegra

acionado. Um esboço de resistência foi logo abafa-do, não só porque o presidente partira para o exíliono Uruguai, mas porque lideranças partidárias ori-entavam a “não aceitar provocações”…

O golpe de 31 de março/1º. de abril foidesfechado em nome do combate à corrupção –e nunca se viu tanta roubalheira naquele perío-do. Dizia-se também em defesa da democra-cia– e daí resultou uma ditadura sanguinária,que durou mais de 20 anos.

Os políticos que apoiaram o golpe foramsucessivamente cassados, um a um, desfazen-do as ilusões de que, encerrada a intentona, aseleições de 1965, afinal canceladas, poderi-am eleger um deles presidente.

Um golpe está de novo em andamento. Motiva-o, mais uma vez, a ascensão das lutas populares, aconquista de direitos e a disposição dos movimentossociais organizados e dos democratas de não admiti-rem nenhum retrocesso. É fácil identificar os golpis-tas: nos partidos conservadores, na alta burocracia dospoderes do Estado, nos empresários do grande capitale seus funcionários nas entidades de classe. A mídiamonopolizada é seu partido e porta-voz.

Desta vez, os militares cumprem rigorosamen-te seu papel constitucional, avessos no momento aochamamento das vivandeiras saudosas da ditadura.

Um estado de exceção, lentamente gestado nointerior do Estado de Direito, ameaça não só a demo-cracia, mas os direitos sociais, políticos, culturais eeconômicos. É preciso combatê-lo frontalmente, paraque não legitime um processo de impeachment semqualquer lastro legal ou constitucional.

No dia 31 próximo vamos novamente às ruaspara defender a democracia, o mandato da presidentaDilma e mudanças na política econômica. É hora,também, de dialogar com os parlamentares, num pro-cesso de convencimento para que não votem contra oBrasil. Só a mobilização nas ruas, nos locais de traba-lho, nas escolas, no campo e a vigilância permanentedos democratas podem barrar o golpe.Rui Falcão é presidente nacional do PT

Cineastas, atores e técnicos do audiovisual assinam manifesto contra o golpe(SP); Kleber Mendonça Filho – cineasta (PE); Karim Ainouz – cineasta (CE/SP);Jorge Furtado – cineasta (RS); Sergio Machado – cineasta (BA/SP); RosembergCariry – cineasta (CE); Tata Amaral – cineasta (SP); Walter Carvalho – cineastae fotógrafo (RJ); Gregório Duvivier – ator e cronista (RJ); Maurice Capovilla –cineasta (SP); Laís Bodansky – cineasta (SP); Marcelo Gomes – cineasta (PE);Alê Abreu – cineasta (SP); José Roberto Torero – roteirista e escritor (SP); ToniVenturi –contra o golpe cineasta (SP);Lucia Murat – cineasta (RJ); GabrielMascaro – Ccneasta (PE); Murilo Salles – Cineasta (RJ); Fabiano Gullane –produtor (SP); Tizuka Yamasaki – cineasta (RJ); Leticia Sabatella – atriz (SP);aulo Betti – ator e cineasta (RJ).

Leia a íntegra do manifesto na página da Bancada do PT n a Câmara:www.ptnacamara.org.br.

Golpe ameaçaria políticas públicas de inclusão, afirma ministra da Igualdade Racialreduzir a vulnerabilidade de jovens negros a situações de violência física esimbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomiapara os jovens entre 15 e 29 anos.

O Plano prioriza 142 municípios brasileiros, distribuídos em 26 estados e no DistritoFederal, que em 2010 concentravam 70% dos homicídios contra jovens negros.

Novo ProgramaNovo ProgramaNovo ProgramaNovo ProgramaNovo Programa- Nilma Lino Gomes anunciou ainda que o governo federalvai lançar nos próximos dias o Programa Identidade Jovem. Ela adiantou que aação visa entregar um documento aos jovens de baixa renda (entre 15 a 29anos), com renda familiar de até 2 salários mínimos, que dá direito a benefícioscomo meia entrada em espetáculos artísticos, culturais e desportivos e em des-locamentos no transporte local e interestadual.

emos que defender a juventude, principalmente a negra, vítimas maioresda violência e do preconceito. Só teremos uma sociedade justa quando negros ebrancos forem tratados com as mesmas condições, tiverem a mesma escola,comerem a mesma comida, vestirem a mesma roupa, e possuírem os mesmosdireitos”, recomendou o deputado Vicentinho.

ambém participaram da solenidade representantes de entidades como oEducafro, do Movimento de Meninos e Meninas de Rua, da Juventude Negra eMovimento Hip Hop Posse Raussa.

Luiz Couto condena violência e incitação ao ódionordestinos, aos petistas ou não-petistas são verificados a todo instante. “Todosque votaram pela continuidade do projeto de Brasil iniciado por Lula estão sendoagredidos. Qualquer tipo de violência contra a pessoa é condenável e precisamosrejeitar com firmeza pois isso não agrada a Deus”, observou Couto.

ara ele, a guerra do impeachment desencadeado pela oposição, lideradapelo PSDB, em parceria com a mídia e parte do judiciário, desestrutura o país doponto de vista político e econômico. “Impeachment contra Dilma é golpe. Ogolpe não é apenas contra ela, é contra os 54,3 milhões de votos que a elegeram.É contra os 42 milhões de brasileiros que chegaram à classe média e os 22milhões de pessoas que saíram da linha da miséria, tirando o Brasil do mapa dapobreza mundial”, lembrou o petista.

FOTOS:DIVULGAÇÃO

NÃO VAI TER GOLPE

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29/03/201629/03/201629/03/201629/03/201629/03/2016 PT NA CÂMARA6

À margem dos grandes holofotes dagrande mídia existem duas frentes detrabalho que investigam a corrupção/so-negação em grandes empresas brasilei-ras: uma é conduzida pelo MinistérioPúblico Federal do Distrito Federal (DF)através da “Operação Zelotes” e a ou-tra é a Comissão Parlamentar de Inqué-rito (CPI) do Conselho Administrativo deRecursos Federais (Carf).

A CPI e o Ministério Público Federalinvestigam especificamente 74 proces-sos no Carf que somam R$ 19 bilhões de tri-butos não arrecadados. Nestes processos es-tão envolvidos os principais bancos e opera-dores do sistema financeiro, empresas do se-tor automobilístico, grandes construtoras, con-glomerados de mídia e uma das maiores re-des de supermercado do país.

O objeto das investigações é a manipu-lação de julgamentos e tráfico de influênciapor parte de alguns integrantes do Carf, queé composto por 216 conselheiros, sendo 108indicados pela Receita Federal e outros 108indicados pelas confederações empresariais.

Imprensa ignora investigação que envolveempresas e sonegação da ordem de R$ 19 bilhões

INVESTIGAÇÃO

O presidente da FrenteParlamentar Mista da De-fesa Nacional , deputadoCa r l o s Z a r a t t i n i ( P T -Ca r l o s Z a r a t t i n i ( P T -Ca r l o s Z a r a t t i n i ( P T -Ca r l o s Z a r a t t i n i ( P T -Ca r l o s Z a r a t t i n i ( P T -SP)SP)SP)SP)SP) destacou a relevânciado Satélite Geoestacionáriode Defesa e ComunicaçõesEstratégicas (SGDC) para asegurança nas transmissõesde informações estratégicasbrasileiras. O satélite tem previsão de conclu-são para 2016 e, quando estiver em órbita,terá banda de uso exclusivo militar, garantindosegurança total nas transmissões de informa-ções estratégicas do País.

“Esse satél i te nos ajudará a garantir efortalecer nossa soberania nacional ao con-trolar a rota das informações. Esse controledo caminho feito pela comunicação garantiráa inviolabilidade das comunicações estraté-gicas do governo em áreas sensíveis como adefesa nacional”, disse.

Zarattini destaca importância deSatélite Geoestacionário parafortalecer soberania nacional

Além das investigações em andamento, exis-tem out ros 200 mi l processos parados noCarf que alcançam a cifra de R$ 500 bilhõesem sonegação fiscal.

Na prática, agentes privados com débitosde tributos teriam cooptado Conselheiros do Carfpara obter decisões favoráveis que implicas-sem a redução ou exclusão de valores devidosao fisco. Três grupos diferentes de servidorespúblicos e Conselheiros do Carf favoreceramempresas multadas pela Receita Federal, querecorreram ao órgão colegiado para tentar anu-lar ou diminuir o valor das autuações.

Na sessão da CPI de terça-feira,dia 22, o procurador da República, Fre-derico de Carvalho Paiva, que conduz a“Operação Zelotes”, relatou as dificul-dades de avançar com as investigaçõesque não tem o apoio da 10ª Vara Fede-ral de Brasília. As diligências e solici-tações feitas ao Poder Judiciário, comoa quebra de sigilos telefônicos, ficamparadas ou são refutadas sem justifica-tivas razoáveis levando a interpretaçõesde que existem interesses em não per-

mitir o andamento das investigações.“A CPI do Carf não vira espetáculo na mídia.

Os envolvidos são os grandes grupos econômicosque, muitas vezes, financiam a mídia brasileirae por isso o silêncio. No Carf a sonegação demais de R$ 500 bilhões não tem o mesmo des-taque que a ‘Lava Jato’. Essa CPI tem muita im-portância para investigar e ‘doa a quem doer’.Mesmo a oposição que se apressa em condenar oGoverno, aqui neste espaço blinda os grandessonegadores do país sob o falso argumento deproteger os empregos”, destacou o deputadoPPPPPedro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC) integrante da CPI.

O SGDC, que tem a suaconclusão prevista aindapara este ano, também vaicontribuir na execução doPlano Nacional de BandaLarga (PNBL). A partir dosatélite, explicou Zarattini,as regiões mais isoladas dopaís passarão a ter acessoà internet.

“Avançaremos muito na questão da oferta deinternet banda larga em todo país. Iremos demo-cratizar o acesso à internet com esse satélite, es-sencial para o nosso desenvolvimento. Hoje, apro-ximadamente 150 municípios do país concentra-dos em regiões como a Amazônia Legal, não têmacesso à internet”, observou Zarattini.

Entre as vantagens previstas no projeto de sa-télite em construção está a transferência de tec-nologia. Com o domínio desse conhecimento oBrasil poderá propagá-lo em áreas diversificadas,principalmente por meio da indústria de defesa.

O deputado Angelim (PT-AC), presidente da Frente Parla-

mentar em Defesa da Economia Solidária, defendeu em pronun-

ciamento no plenário que o governo federal preserve, em sua

reforma administrativa, a Secretaria Nacional de Economia So-

lidária, vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social.

“É importantíssima a permanência dessa secretaria

porque são milhões e milhões de empreendedores, de coo-

perativas de créditos, de bancos comunitários, de artesãos,

de pequenos empreendedores, gerando milhões de empre-

gos nos vários municípios do país”, afirmou.

De acordo com Angelim, o mundo vive um momento de

crise econômica e o Brasil “não está imune” a esta realidade. No

entanto, disse ele, há mais de uma década vem se desenvolvendo

no Brasil um poderoso movimento de construção de uma nova

economia, voltada para as necessidades básicas dos empreende-

dores populares, diretamente vinculada ao compromisso de

garantir o abastecimento, de

melhorar de forma contínua o

padrão de vida das pessoas.

“Esta nova economia, a

que chamamos de Economia So-

lidária, reconhece o poder de

compra como um direito huma-

no fundamental, com precedência em relação aos demais

aspectos da economia. Busca superar a sociabilidade baseada

na apropriação do trabalho do outro, enfrentando a alienação

na produção, no consumo e na relação com a natureza”, explicou.

Angelim defendefortalecimento daeconomia solidária

ANTONIO AUGUSTO/CD

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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29/03/201629/03/201629/03/201629/03/201629/03/2016PT NA CÂMARA 7

O plenário da Câmara aprovouna semana passada diversas pro-postas que tratam dos direitos dasmulheres, em homenagem ao DiaInternacional da Mulher – come-morado no dia 8 de março. Um dosprojetos aprovados (PL 4073/15),de autoria da senadora Fátima Be-zerra (PT-RN) institui 2016 como o “Ano do Em-poderamento da Mulher na Política e no Esporte”.O projeto segue para sanção presidencial. As depu-tadas Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA)Moema Gramacho (PT-BA) e ErikaErikaErikaErikaErikaKokay (PT-DF)Kokay (PT-DF)Kokay (PT-DF)Kokay (PT-DF)Kokay (PT-DF) elogiaram a aprovação e ressal-taram a importância da proposta.

Para Erika Kokay, quando se fala em empode-ramento das mulheres, se fala em democracia.“Este ano tem, sim, que ser o ano em que possa-mos simbolicamente dizer que nós temos comometa o empoderamento das mulheres no Poderdeste País, o empoderamento das mulheres no es-porte, porque sabemos que os lugares que as mu-lheres têm que ocupar são todos onde a nossahumanidade permite uma ocupação”, destacou.

A deputada Moema Gramacho também enfa-tizou a importância do projeto. “Defendemos queeste seja o ano do empoderamento das mulheresna política e no esporte. Considerando que asOlimpíadas estão por vir, isso é muito importan-

Luta histórica: Câmara aprova propostasde ampliação de direitos das mulheres

te. Parabenizo todos aqueles que defendem a apro-vação de projetos que dizem respeito aos direitosdas mulheres, para darmos mais empoderamentoàs nossas mulheres”, afirmou.

As deputadas do PT defenderam ainda maior par-ticipação das mulheres na política. Elas lembraramque dentre os 513 deputados federais, menos de10% são mulheres o que significa, de acordo comelas, uma “sub-representação feminina”.

Maria da PMaria da PMaria da PMaria da PMaria da Penhaenhaenhaenhaenha – Também foi aprovado peloplenário o PL 173/15, que torna crime o descum-primento de medidas protetivas previstas na LeiMaria da Penha (Lei 11.340/06), com pena de 30dias a dois anos. As medidas protetivas previstas naLei Maria da Penha incluem a suspensão da posseou restrição do porte de armas; o afastamento dolar, domicílio ou local de convivência com a vítima;a restrição da visita a filhos, entre outras. O projetoseguiu para apreciação do Senado.

Durante o encaminhamento da votação, as deputa-

das Erika Kokay e Moema Grama-cho defenderam a proposta. ParaMoema, “tipificar esse crime é ga-rantir que os delegados, que todosaqueles que querem fazer a lei acon-tecer, possam estar respaldados”.A Lei Maria da Penha, acrescentou,foi uma grande conquista das mu-

lheres e das famílias brasileiras, foi sancionada pelopresidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Só Lula, com asua sensibilidade feminina, conseguiu ouvir o gritodas mulheres, das marias da penha e de tantas ou-tras marias que sofriam violência”.

Cirurgia reparadora de mama - Cirurgia reparadora de mama - Cirurgia reparadora de mama - Cirurgia reparadora de mama - Cirurgia reparadora de mama - Aindaforam aprovados com apoio da Bancada do PT outrosdois projetos que tratam de direitos das mulheres. OPL 4409/16, que torna obrigatória a cirurgia plásti-ca reparadora gratuita nas duas mamas em caso decâncer. A matéria segue para o Senado. A lei emvigor da direito à reconstrução da mama pelo Siste-ma Único de Saúde (SUS), no entanto, não estabe-lece a abrangência das duas mamas.

A outra proposta aprovada é a que proíbe arevista íntima de mulheres em empresas privadase em órgãos e entidades da administração pública(PL 583/07). A proibição abrange funcionárias eclientes do sexo feminino. O projeto segue parasanção presidencial.

A deputada Moema Gramacho (PT-BA) Moema Gramacho (PT-BA) Moema Gramacho (PT-BA) Moema Gramacho (PT-BA) Moema Gramacho (PT-BA) e odeputado PPPPPadre João (PT-MG) adre João (PT-MG) adre João (PT-MG) adre João (PT-MG) adre João (PT-MG) afirmaram que orespeito à soberania popular através do voto e odireito à ascensão social dos mais pobres e a posseda terra também se constituem em direitos inalie-náveis da sociedade. As declarações aconteceram noplenário da Câmara que se transformou em Comis-são Geral, na semana passada, para debater a Cam-panha da Fraternidade de 2016, “Casa Comum,Nossa Responsabilidade”.

Durante o debate, a deputada Moema Grama-cho disse que o cuidado com a “Casa Comum” tam-bém pressupõe o respeito à vontade soberana dapopulação expressa nas urnas. A parlamentar citoudiscurso proferido recentemente pelo Bispo AiltonMenegussi, do Ceará, onde o prelado disse que nãoiria “apoiar simplesmente a troca de governos, depessoas interesseiras, que estão apenas querendose apossar porque são carreiristas”.

Ainda sobre esse fato, a parlamentar lembroucitação do bispo de que muitos dos que estão “pou-sando de santinho, nunca pensaram em pobres”, e

Debate sobre Campanha da Fraternidade enfatizarespeito à soberania popular e ao direito à ascensão social

que pensar neles é garantir melhor condição de vidapara todos. “Não se pode pensar em casa comum enão se pode pensar em responsabilidade sem sepreocupar com os pobres deste País. E, efetivamen-te, quem se preocupou com os pobres foram os go-vernos de Lula e de Dilma. Nós não podemos deixarde falar isso”, destacou.

Na linha da garantia de direitos, o deputadoPadre João também destacou que todos os habitan-tes da “Casa Comum” devem ter direito à terra, aosrecursos naturais e à alimentação digna e saudável.“E é neste sentido que se deve fazer, então, o des-pertar da consciência de que somos todos herdeiros

das terras, das matas, das águas.O parlamentar mineiro lamentou que determina-

das pessoas ainda pensem que a posse da terra noBrasil “é direito de alguns e que os outros têm quecontinuar trabalhando nas grandes fazendas, sendoenvenenados pelos agrotóxicos. É importante ter aconsciência de que o irmão, a irmã, seja negro, sejaíndio, seja pobre, é herdeiro — herdeiro! Ele temdireito a terra, tem direito à uma moradia digna. Essacasa ela é comum; não é uma casa para alguns, comoprevaleceu ao longo desses 500 anos”.

Porém, Padre João lamentou que na atual con-juntura histórica do Brasil esse e outros direitos,conquistados ou ainda por conquistar, estejam sobataque de setores reacionários da sociedade. “Quan-do um projeto de Brasil começa a brotar, com basenessa consciência de que o outro tem direito à mo-radia e com programas que a viabilizam e ao pãode cada dia, à comida, sem passar por humilhação,isso já incomoda alguns, incomoda uma parcela dasociedade que sempre achou que ela é dona destaCasa Comum”, lamentou.

MULHERES

FOTOS: GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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29/03/201629/03/201629/03/201629/03/201629/03/2016 PT NA CÂMARA8

A presidenta Dilma Rousseff conce-deu, na quinta-feira (24), uma longa en-trevista a jornalistas de veículos de comu-nicação estrangeiros, no Palácio do Pla-nalto, em Brasília. Dilma voltou a refutarveementemente a possibilidade de renun-ciar ao cargo e reforçou estar sendo vítimade uma tentativa de “golpe constitucio-nal”, por meio do processo de impeach-ment em análise na Câmara dos Deputa-dos – que, segundo ela, começou comouma estratégia do presidente da Casa,Eduardo Cunha, para “ocultar os seus pró-prios problemas”.

Depois de um ano e quatro meses sendo inves-tigada “devida e indevidamente”, Dilma garantiuque nada foi encontrado que justifique a cassaçãode seu mandato conquistado nas urnas. “Podem mevirar dos avessos. E é esse o problema. Por que elespedem que eu renuncie? Por que eu sou mulher,frágil? Eu não sou frágil, não foi isso a minha vida.Sabe por que pedem que eu renuncie? Para evitar oimenso constrangimento de tirar uma presidentaeleita, de forma indevida, de forma ilegal, de formacriminosa”, afirmou.

Presa aos 19 anos quando militava contra aditadura militar, a presidenta lembrou da torturapara assegurar que não desistirá da luta nesse mo-mento de tensão do País. “Lutei naquela época emcondições muito mais difíceis. Vou lutar agora nascondições extremamente favoráveis. É a democraciado meu País, é ela que me dá força. Então, eu nãorenuncio, não. Para me tirar daqui vão ter que provarque eu tenho de sair”, garantiu.

ImpeachmentImpeachmentImpeachmentImpeachmentImpeachment - Dilma argumentou aos jor-nalistas que um impeachment sem provas do come-timento de crime de responsabilidade representariauma ruptura da ordem democrática, com consequ-ências drásticas para o futuro do País. Ela lembrouque as chamadas “pedaladas fiscais”, operaçõesorçamentárias para a manutenção de programassociais, foram utilizadas por outros presidentes, semque houvesse qualquer questionamento, e que ascontas do governo referentes a 2015 ainda nãoforam sequer entregues para análise. “Esse golpe,

Pedem renúncia para evitar constrangimento deme tirar de forma ilegal e criminosa, diz Dilma

foto:Ricardo stuckert Filho/PR

ReformasReformasReformasReformasReformas - Dilma reforçou queconta com a habilidade de articula-ção política e a experiência adminis-trativa do ex-presidente para chegar,após a superação da crise, “sem rup-tura democrática”, a um pacto pelareforma política. “Do jeito que está osistema político brasileiro, nós vamoster sistemáticas crises”, sentenciou.“Em alguns países você precisa de trêspartidos para a governabilidade, cer-to? Aqui, no Brasil, eu acho que pre-cisa de três, no máximo, cinco. Hoje

no Brasil nós temos de ter 14, 13, 12. O siste-ma político brasileiro não corresponde às neces-sidades e à complexidade da economia e da so-ciedade brasileira”.

Para a presidenta, outras reformas que o Brasilnecessita, como a reforma tributária, dependem ini-cialmente desse pacto político, que restabeleça aconfiança e evite que disputas partidárias levem aoagravamento da situação econômica, como tem ocor-rido desde o ano passado como as chamadas “pau-tas bomba” no Congresso.

Recuperação da EconomiaRecuperação da EconomiaRecuperação da EconomiaRecuperação da EconomiaRecuperação da Economia - Ainda assim,segundo Dilma, apesar da confluência de fatoresque prejudicou o País nos últimos anos, como o fimdo ciclo de valorização das commodities, a quedado preço do petróleo e a seca em diversas regiões doPaís, a economia brasileira começa a dar sinais derecuperação. “Nós saímos de um déficit na balançacomercial de quatro [US$ 4 bilhões] e fomos paraum superávit de 19,6 [US$ 19,6 bilhões]. E nós jáestamos, em torno de 30 [US$ 30 bilhões] desuperávit anualizado neste mês. Então, o Brasil co-meçou a se mexer. Ele vai se mexer, ele vai continu-ar”, disse, antevendo que a crise econômica podeser superada até o fim do ano, caso haja uma dis-tensão no cenário político.

A presidenta disse acreditar que as bases para apaz social no Brasil existem. “Elas não estão rompi-das. O Brasil não é um país em insurreição”, afir-mou. Para Dilma, esse processo passa pela conti-nuidade das políticas de inclusão social e reduçãodas desigualdades. “A base do País não é uma baseexplosiva, não tem uma diferença religiosa. Nósnão temos conflito étnico, nós somos um País quesempre cultuou a paz”, analisou.

que rompe a normalidade democrática, ele podenão ter consequências imediatas, mas ele deixaráuma marca na vida política brasileira, forte. Por issonós temos de reagir, temos de impedir, e por issoentendo a palavra de ordem do pessoal que meapoia: ‘Não vai ter golpe’”, acrescentou.

GrampoGrampoGrampoGrampoGrampo - A presidenta também voltou a criti-car a gravação e vazamento pela Justiça Federal noParaná de conversas suas com o ex-presidente Lula,que deveriam ter sido remetidas para o SupremoTribunal Federal (STF), único órgão competente paradeterminar investigação contra a Presidência daRepública. Para ela, a violação ilegal da privacida-de atenta contra o Estado de Direito. “A democraciatem isso, você não pode sacrificar um pedaço dela eachar que ela fica inteira”, pontuou.

Dilma também demonstrou preocupação com aatuação politizada e partidarizada de alguns juízes.“Juiz tem de ser imparcial; não pode julgar com aspaixões políticas, por isso ele é vitalício, não podeser demitido pelo governo, não pode pressionadopelo governo, ele tem autonomia. É isso que diz anossa Constituição”, observou.

LulaLulaLulaLulaLula - Em outro trecho da conversa com osjornalistas, a presidenta Dilma voltou a defen-der a nomeação do ex-presidente Lula para ocargo de ministro-chefe da Casa Civil, e acusouaqueles que tentam impedir sua posse de agirpara evitar o fortalecimento do governo. Ela ga-rantiu, no entanto, que nenhum esforço será su-ficiente para evitar que Lula auxilie na estabili-zação política e econômica do País: “Ou ele vemcomo ministro, ou ele vem como meu assessor,isso eles não podem impedir”.

Dilma defendeu ainda a tolerância com asposições divergentes em relação ao cenário políti-co do País. “A gente tem de escutar as ruas, masescutar as ruas não significa - e não pode signifi-car - usar as ruas para estimular a violência, paraestimular a restrição à livre manifestação e aolivre pensamento das pessoas”.

NÃO VAI TER GOLPE

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Nenhum esforço será suficientepara evitar que Lula auxiliena estabilização política e

econômica do País

Depois de um ano e quatromeses sendo investigada -

devida e indevidamente -, nadafoi encontrado que justifique a

cassação do meu mandatoconquistado nas urnas