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Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial - 1 nº 22 julho / 2006 Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO N.º 050200271-9/2001 ECT/DR/RJ Indicadores de efetividade dos sistemas de saúde Os indicadores são usados para analisar o desempenho do sistema de saúde de uma região, estado ou país. São úteis na análise da situação sanitária de uma população e podem auxiliar no planejamento de estratégias de programas de saúde. No entanto, é preciso cautela ao interpretar as informações obtidas pelos indicadores, como explicam os autores Patrícia Coelho de Soarez, Jorge Luís Padovan e Rozana Mesquita Ciconelli. Leia o artigo completo na página 5. Qualidade de vida no trabalho (2ª parte) Na segunda e última parte deste artigo, o médico Eduardo Bahia mostra os caminhos para implantar e controlar um programa de Qualidade de Vida no Trabalho. Ele destaca a importância de definir os objetivos do programa, seu conteúdo, o público que se pretende alcançar e os resultados esperados. A primeira parte do artigo foi publicada na edição de junho. Leia o artigo completo na página 2.

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Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial - 1

nº 22julho / 2006

Sociedade Brasileirade Patologia ClínicaMedicina Laboratorial

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO

N.º 050200271-9/2001ECT/DR/RJ

Indicadores de efetividade dos sistemas de saúdeOs indicadores são usados para analisar o desempenho do sistema de saúde de uma região,estado ou país. São úteis na análise da situação sanitária de uma população e podem auxiliar noplanejamento de estratégias de programas de saúde. No entanto, é preciso cautela ao interpretar as informações obtidas pelos indicadores, como explicam os autores PatríciaCoelho de Soarez, Jorge Luís Padovan e Rozana Mesquita Ciconelli.

Leia o artigo completo na página 5.

Qualidade de vida no trabalho (2ª parte)Na segunda e última parte deste artigo,

o médico Eduardo Bahia mostra os caminhos para implantare controlar um programa de Qualidade de Vida no Trabalho.

Ele destaca a importância de definir os objetivos do programa,seu conteúdo, o público que se pretende alcançar e

os resultados esperados.A primeira parte do artigo foi publicada na edição de junho.

Leia o artigo completo na página 2.

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Na primeira parte deste artigo foram abordados o conceito de qualidade de vida e as

peculiaridades para cada ambiente de trabalho.

Passos de um Programa de QVTConstruir um programa para QVT requer informação e análise da informa-

ção. Pode ser obtida dentro da organização ou, na sua impossibilidade, utili-zando-se as informações epidemiológicas da população em geral, conside-rando as mesmas características de gênero, etárias, geográficas eocupacionais.

São fontes de informações internas as obtidas através dos examesocupacionais, da sinistralidade do plano de saúde adotado pela organização ou

o obtido pelo controle epidemiológico do absenteísmo por causa médica.Pesquisas de ambiência organizacional são boa fonte de informação.Havendo a possibilidade, são instrumentoa adequados as pesquisas estruturadas tanto para conhecer o perfil

atual da população empregada quanto da família e das expectativas de todos relacionadas a ações futuras voltadaspara a qualidade de vida são instrumentos adequados (por exemplo: questionários, entrevistas diretas e observaçãodireta).

É fundamental cotejar tais informações com os objetivos primordiais do negócio. Programas para QVT não sãodesenvolvidos no mundo do trabalho por serem "politicamente corretos". Eles precisam, portanto, estarem alinha-dos com o negócio, contribuindo para o resultado geral da organização.

Programas estruturados de QVT são, também, rentáveis ao lado do aspecto do bem-estar pessoal. A literaturarelata que, dependendo de quão mais específico seja o desenho do programa, maior será o retorno sobre o inves-timento (variando de US$ 1,49/US$ 1,00 gasto até US$ 8,88/US$ 1,00 gasto).

Maior retorno ocorrerá se o desenho do programa for do modelo pró-ativo na abordagem ao invés do que sechamaria "de ocasião" ou self-service. O quadro abaixo diferencia ambas as características:

A implantação de um programa para QVT segue passos sucessivos. Nada nasce pronto e acabado pois éfundamental conhecer a organização. "Programas QVT prontos" merecem análise cautelosa.

Cada passo, desde o momento no qual nada está ainda implantado, até um modelo integrado é um caminho aser percorrido, avaliado a todo o momento, sempre em acordo com o negócio da organização.

O quadro abaixo evidencia as etapas evolutivas desse processo de aperfeiçoamento contínuo.

Qualidade de vida no trabalho(Final)

Eduardo Bahia Santiago*

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Quadro modificado de Larry Chapman - Summex Corporation.

Estruturação de um Programa para QVTProgramas para QVT precisam ser estruturados com suas etapas claramente identificada e os pontos de medição de

cada uma delas. Ações voluntariosas, mesmo as que obtiverem sucesso, não são passíveis de terem seus resultadosmedidos nem quantificado o retorno do investimento feito.

Perguntas básicas que permitem definir o escopo do programa:1. Para quem o programa destina-se: a toda a força de trabalho, somente para os empregados ou incluirá os familiares?2. O que se pretende obter: mudança de hábito ou estilo de vida, alteração fisiológica ou comportamental?3. Quanto se espera obter da mudança desejada? Espera-se que todos os inscritos alcancem sucesso?4. Quando se pretende aferir o sucesso pretendido? Em quanto tempo a mudança é passível de avaliação?5. Como se pretende desenvolver o programa? Qual seu conteúdo?

Em seguida a essas premissas básicas, a etapa subseqüente à descrição das várias atividades é formada peloscomponentes do programa (especificadas no item 5, acima) e seus desdobramentos (identificação de indicadores decontrole da execução do programa em si e de outros que meçam os resultados da razão de ser de sua implantação),exemplificado a seguir. Para cada atividade, precisam ser listados todos os recursos necessários.

ConclusãoProgramas para Qualidade de Vida nas organizações são iniciativas de integração e, portanto, precisam incorporar o

saber e a experiência de vários segmentos profissionais. Precisam incorporar os médicos do trabalho, profissionais derecursos humanos, as lideranças da organização, a equipe de enfermagem, psicólogos, nutricionistas, profissionais deeducação física e fisioterapia e quem mais possuir conhecimento em função do desenho do programa estabelecido.Programas para QVT relacionam-se obrigatoriamente com as áreas de recursos humanos, com os planos de assistên-cia médica, com as áreas de benefícios, com organizações de empregados e sindicais.

A literatura traz que 25% dos gastos com assistência médica estão relacionados com estilo e hábitos de vida

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(estresse, tabagismo, obesidade, sedentarismo, depressão, entre outras - Andersen, et al. AJHP 15(1), p.45-52).Esse mesmo quadro também sobrecarrega os custos empresariais com compensações (horas extras, reposição demão-de-obra, benefícios previdenciários, absenteísmo por causa médica ou não etc), podendo chegar a mais de1000% (de 255% até 1989% - Musich, S. et col. JOEM p. 534 - 541). Tais custos podem ser reduzidos com aimplantação de programas para QVT conseqüentemente estruturados.

Os profissionais que desenvolvem programas para QVT precisam evoluir da posição doutrinária de que melhorqualidade de vida é boa para todos, para se capacitarem a estruturar seus programas de modo a que contribuam paraos resultados das empresas. QVT custa e deve ter seu benefício medido. Os líderes das organizações precisamconhecer esses dados a fim de exercerem seu efetivo papel na liderança corporativa dos programas para QVT.

Articulação e integração entre áreas corporativas e seus diversos profissionais são palavras-chave.Há evidências na literatura internacional que programas voltados para Qualidade de Vida no Trabalho funcionam,

contribuindo para melhorar a vida das pessoas, a vida na organização e os resultados operacionais das empresas.Também servem para mistificação. Este artigo apresentou alguns aspectos que se considerados sustentam adequa-damente essas iniciativas.

Cabe lembrar: consolide cada etapa conquistada. Mesmo sabendo do problema que é realizar medições, pois, osresultados podem ser facas de dois gumes: mostrar-nos o que não queremos ver serem analisadas por outro ânguloou conduzir o programa para a direção errada, é imprescindível que se meça o que se faz.

O perfeccionismo é o inimigo do bom, do suficiente. Pequenos passos, seguros a cada momento, são o caminhopara uma melhor qualidade de vida.

* Cardiologista e Médico do Trabalho, consultor para qualidade de vida em empresas, membro associado do NationalWellness Institute e do Employee Assistance Professional Association, Médico do Trabalho da [email protected]

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Indicadores de efetividadedos sistemas de saúde

Patrícia Coelho de Soárez Jorge Luis Padovan

Patrícia Coelho de Soárez *1Jorge Luis Padovan *2Rozana Mesquita Ciconelli*3

Rozana Mesquita Ciconelli

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Nos últimos anos, o uso de indicadores de saúde tem crescido deuma forma exponencial. Nunca se falou tanto em medir estados desaúde e comparar desempenhos de sistemas de saúde como agora.Paralelamente a essa tendência de uso crescente, impõe-se a neces-

sidade de um conhecimento mais científico e aprofundado dessesinstrumentos.

Indicadores são medidas síntese que contêm informa-ção relevante sobre determinados atributos e dimensõesdo estado de saúde, bem como do desempenho do siste-ma de saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situa-ção sanitária de uma população e servir para a vigilânciadas condições de saúde. (1)

Além de avaliarem individualmente o desempenho decada sistema de saúde, esses indicadores podem com-

parar a efetividade de alguns sistemas entre si.

Para realizar tal tarefa, precisamos contemplar alémde indicadores de saúde clássicos, alguns sociais e econômi-

cos dos países em questão. A análise de todos esses indicadores em con-junto fornece uma imagem mais verdadeira desses sistemas de saúde por-

que revela a realidade na qual eles estão inseridos e da qual não podem serdesvinculados se quisermos traçar uma análise mais profunda da saúde e qualidade de vida dessas populações.

Alguns dos indicadores geralmente escolhidos para esse tipo de análise são: expectativa de vida ao nascer,mortalidade infantil, índice de desenvolvimento humano, gasto nacional com saúde como percentual do ProdutoInterno Bruto (PIB), número de leitos hospitalares por habitante, número de profissionais de saúde por habitante.

Indicadores como expectativa de vida ao nascer e mortalidade infantil são considerados medidas indiretas daefetividade de um sistema de saúde. Melhoria nesses indicadores são resultados de melhorias no padrão de vida daspessoas, nas intervenções de saúde pública.

Desde 1990, os relatórios divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos permitem realizar algumascomparações entre a qualidade de vida da população dos diversos países utilizando o Índice de DesenvolvimentoHumano (IDH). Ele procura espelhar, além da renda, mais duas características desejadas do desenvolvimento huma-no: a longevidade de uma população (expressa pela sua esperança de vida ao nascer) e o grau de maturidadeeducacional (avaliado pela taxa de alfabetização de adultos e pela taxa combinada de matrícu-la nos três níveis de ensino). A renda é calculada através do PIB real per capita, expresso emdólares e ajustado para refletir a paridade do poder de compra entre os países.

Essas três variáveis são expressas em uma escala que varia de 0,0 a 1: quanto maisbaixo o índice, piores são as condições de vida; quanto mais próximo de 1, mais elevadaé a qualidade de vida da população em geral. Os países são divididos em três categorias:baixo desenvolvimento humano (IDH menor que 0,500); médio desenvolvimento humano(IDH entre 0,500 e 0,799); alto desenvolvimento humano (IDH de 0,800 ou mais).

Não basta saber o quanto cada país aloca no setor saúde como percentual doseu PIB. O mais importante é quão eficientemente esses recursos têm sido empre-gados, daí a necessidade da análise em conjunto do quanto foi gasto e os resulta-dos alcançados em paralelo na melhoria das condições de saúde da populaçãodesses países.

A concentração de leitos é influenciada por fatores socioeconômicos,

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Rua Dois de Dezembro, 78 Salas 909/910CEP 22220-040 - Rio de Janeiro - RJTel. (21) 3077-1400 Fax (21) [email protected]://www.sbpc.org.br

Presidente 2006/2007Wilson Shcolnik

Diretor de ComunicaçãoOctavio Fernandes da Silva Filho

Criação, Arte e DiagramaçãoDesign To Ltda

Jornalista responsávelRoberto Duarte - Reg. Prof. MTb 14987

Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial

Jornal da SBPC/ML - Periodicidade mensal

epidemiológicos e demográficos, tais como nível de renda, composição etária, oferta de profissionais de saúde,políticas públicas. Mas em geral este indicador está associado ao aumento do poder aquisitivo da população e àdemanda por serviços especializados. (1)

O número de profissionais de saúde por habitante mede a disponibilidade de profissionais de saúde por cate-gorias selecionadas, segundo a sua localização demográfica. (1) Os médicos e enfermeiras são, sem sombra dedúvida, os recursos mais importantes de qualquer sistema de saúde. Quando há escassez dessa mão-de-obraou má distribuição regional, no caso dela se concentrar nos grandes centros urbanos, ocorre um aumento dapopulação não assistida.

Apesar de inúmeros trabalhos apresentarem como parâmetro comparativo, por exemplo, pelo menos um médi-co por mil habitantes ou outras antigas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organiza-ção Pan-americana da Saúde (OPAS) para esses indicadores, atualmente a OMS e a OPAS não recomendamnem estabelecem taxas ideais de número de leitos por habitantes, nem tampouco recomendam o número dese-jável de profissionais de saúde por habitante. (2)

O argumento apresentado por essas organizações é que a definição desses índices depende de fatores regionais,sócio-econômicos, culturais e epidemiológicos, entre outros, que diferem entre os países, tornando impossível oestabelecimento de um "número ideal" que seja aplicado no mundo inteiro de maneira generalizada.

A interpretação desses índices deve ser feita sempre de forma cautelosa, já que a quantidade de leitos hospi-talares ou de profissionais de saúde em relação ao número de habitantes, quando analisados isoladamente, nãosão índices suficientes para avaliação de um sistema de saúde. Em países como o Canadá, por exemplo, onúmero de leitos tem sido reduzido como resultado da estratégia de investir em tecnologia e no aumento dacapacidade resolutiva do sistema de saúde. Essa redução também pode estar relacionada a políticas públicas deincentivo ao atendimento ambulatorial e domiciliar.

Embora seja de grande valor o conhecimento das matrizes de indicadores utilizadas em outros países, atransposição das mesmas de um país para outro não pode ser feita de forma direta. É preciso que se realize umprocesso intermediário onde sejam consideradas as diferenças na cultura profissional e nas práticas clínicas.

De uma forma geral sempre que se faz comparações entre países, deve se lembrar dos desafios conceituais emetodológicos envolvidos no desenvolvimento e uso dessas medidas de desempenho. (3) Dessa forma devemoster certeza sobre a qualidade dos indicadores utilizados. Muitas vezes as variações encontradas são decorrentesde diferenças nas definições, nas medições e construções desses indicadores e não da variação no valor dopróprio indicador.

Referências(1) Organização Pan-Americana da Saúde. Indicadores básicos de saúde no Brasil: conceitos e aplicações. RedeInteragencial de Informações para a Saúde. Ripsa. Brasília:, 1. ed. 2002.(2) Organização Pan-Americana da Saúde. Leitos por habitante e médicos por habitante. disponível em <http://www.opas.org.br/sistema/fotos/leitos.pdf> Acesso em 7 dez 2005.(3) WALSHE K. International comparisons of the quality of health care: what do they tell us? Qual Saf Health Care2001;12(1):4-5.*1 Dentista, mestre em Saúde Pública, pesquisadora e professora do Centro Paulista de Economia da Saúde (Cpes),EPM, Unifesp, [email protected]*2 Economista, mestre em Economia da Saúde, pesquisador e professor do Centro Paulista de Economia da Saúde,EPM, Unifesp, [email protected]*3 Médica, doutora em Reumatologia, professora da disciplina de Reumatologia, EPM, Unifesp, [email protected]

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