45
Questões críticas em educação matemática Ole Skovsmose Miriam Godoy Penteado Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo Catalão, 8 de junho de 2010 1

Questões críticas em educação matemática

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Questões críticas em educação matemática. Ole Skovsmose Miriam Godoy Penteado. Questões críticas em educação matemática. Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural O papel da Matemática na sociedade. Questões críticas em educação matemática. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

Ole SkovsmoseMiriam Godoy Penteado

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 1

Page 2: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 2

Page 3: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 3

Sala de aula prototípica Foreground

Page 4: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 4

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND

Sala de aula prototípica Background e foreground

Page 5: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 5

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND

Page 6: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 6

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND

Page 7: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 7

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND

Page 8: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 8

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND

Page 9: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 9

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND

Page 10: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 10

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND

Page 11: Questões críticas em  educação matemática

Representatividade

Sob uma perspectiva tradicional é possível dividir o Mundo em três regiões:

(1) Europa Ocidental, Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia.

(2) África, América Latina, Caribe, Ásia Oriental e Pacífico, Ásia de Sul e Ocidental, Países Árabes.

(3) Ásia Central e Europa Central e Oriental.

Catalão, 8 de junho de 2010 11Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo

Page 12: Questões críticas em  educação matemática

Representatividade

Do ponto de vista tradicional da economia essas regiões são consideradas como:(1) Países mais desenvolvidos(2) Países menos desenvolvidos(3) Países em transição

Catalão, 8 de junho de 2010 12Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo

Page 13: Questões críticas em  educação matemática

Representatividade

A população das crianças (entre 6 e 11 anos) nessas regiões são:

(1) 10% de crianças do mundo,(2) 86% de crianças do mundo,(3) 4% de crianças do mundo.

No mundo todo 16% das crianças não vão para a escola.

Veja: UNESCO. Education for All: Statistical Assessment 2000. Paris: UNESCO, http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001204/1204/120472e.pdf

Catalão, 8 de junho de 2010 13Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo

Page 14: Questões críticas em  educação matemática

Teorias de aprendizagem

Quando fazemos teorias sobre aprendizagem, fazemos referência a algumas situações dos estudantes.

Quais são as referências mais comuns na pesquisa em educação matemática?

Catalão, 8 de junho de 2010 14Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo

Page 15: Questões críticas em  educação matemática

Perspectivas particulares?

A pesquisa em educação matemática têm desenvolvido perspectivas, conceitos e teorias particulares.

As pesquisas refletem a situação de um pequeno grupo de crianças desse mundo, e não a maioria.

As pesquisas mais divulgadas em educação matemática refletem a situação de uma sala de aula prototípica.

.

Catalão, 8 de junho de 2010 15Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo

Page 16: Questões críticas em  educação matemática

Sala de aula prototípica

As descrições da sala de aulas, publicada em revistas de pesquisa em educação matemática, representam uma perspectiva particular sobre as situações de aprendizagem.

Nessas descrições não existe muito barulho. Os estudantes têm livros didáticos. Existe um computador se necessário. Os estudantes não têm fome, todos enxergam, todos ouvem, etc.

Catalão, 8 de junho de 2010 16Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo

Page 17: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 17

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND

Page 18: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 18

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND As oportunidades que a situação social, política e cultural proporciona a pessoa. Porém, não as oportunidades como elas poderiam existir em qualquer forma “objetiva”, mas as oportunidades como são percebidas por uma pessoa.

O foreground expressa expectativas, aspirações, esperanças, oportunidades.

Page 19: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 19

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND Pessoas em situações diferentes possuem foregrounds diferentes.

O significado de uma atividade de sala de aula depende muito do foreground do estudante.

Construção de significado depende do que os estudantes consideram como possibilidaddes.

Page 20: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 20

SALA DE AULA PROTOTÍPICA

FOREGROUND O significado para uma atividade inclui motivos, perspectivas, esperanças, aspirações.

O significado obtém seu combustível extra do foreground dos estudantes. Porém, a construção de significado também pode ser obstruída. Um foreground arruinado é um obstáculo para a aprendizagem e também para a construção de significado..

Page 21: Questões críticas em  educação matemática

Questões críticas em educação matemática

• Educação matemática frente ao processo de globalização e diversidade econômica e cultural

• O papel da Matemática na sociedade

Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São PauloCatalão, 8 de junho de 2010 21

Matemática em ação

Page 22: Questões críticas em  educação matemática

Catalão, 8 de junho de 2010 Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo 22

Matemática em ação

A matemática em ação constitui uma ampla variedade de fenômenos sociais.

Muitas formas de serviços e ofertas oferecidas por tele-companhias não podem ser estabelecidas sem um cuidadoso projeto baseado em matemática.

Muitos serviços, públicos e privados, são baseados em modelos ligados a outros modelos.

Redes de matemática em ação faz parte de nosso realidade, nosso cotidiano.

Page 23: Questões críticas em  educação matemática

Catalão, 8 de junho de 2010 Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo 23

Matemática em ação

Matemática em ação faz parte de formas de construções, esquema de produção, modelos de automatização, programas de design, estratégias de promoção.

Tudo em nosso ambiente (nossa natureza-técnica) e nosso mundo de vida é estruturado através da matemática em ação. (E mais geral: através das ciências em ação.)

Page 24: Questões críticas em  educação matemática

Catalão, 8 de junho de 2010 Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo 24

Matemática em ação

Um exemplo

“Terríveis Números Pequenos”

Page 25: Questões críticas em  educação matemática

“Terríveis Números Pequenos”

Tópico: SalmonelaEstudantes: 15-16 anos de idade

Os professores: Michael SkånstrømHenning Bødtkjer

Ver: Helle Alrø e Ole Skovsmose (2002): Dialogue and Learning in Mathematics Eduation: Intention,

Refelction, Critique. Dordrecht: Kluwer.

Page 26: Questões críticas em  educação matemática

Meta

Uma meta do projeto “Terríveis Números Pequenos” era fazer com que os alunos refletissem sobre o papel da matemática na tomada de decisão. Em especial sobre questões relacionadas a confiabilidade e responsabilidade quando se trata de estatística e probabilidade.Até que ponto é possível confiar em informações obtidas a partir de amostras e estabelecer conclusões com respeito a toda uma população?

Page 27: Questões críticas em  educação matemática

Ovos

A atividade fazia menção à contaminação de ovos por salmonela.

Toda a população inteira de ovos foi trazida para a sala de aula em um carrinho. Embalagens plásticas de filme fotográfico foram usadas para simular os ovos e podiam ser facilmente abertas para exame.

Page 28: Questões críticas em  educação matemática

Ovos

Sample of ‘eggs’ (Photo: Mikael Skånstrøm)

Page 29: Questões críticas em  educação matemática

Salmonela

Alguns “ovos” continham gemas saudáveis na forma de um pedaço de plástico amarelo.

Outros continham um pedaço azul, indicando contaminação por salmonela.

Page 30: Questões críticas em  educação matemática

A primeira tarefa

A primeira tarefa dada aos alunos era que cada grupo de estudantes selecionasse no carrinho uma amostra de 10 ovos.

Cada grupo de estudante amostrou 10 ovos e contou quantos ovos na amostra estavam contaminados por salmonela.

Os alunos sabiam previamente que 10% dos ovos do carrinho estavam contaminados por salmonela.

Page 31: Questões críticas em  educação matemática

O que esperamos?

Era de se esperar que, em cada amostra de 10 ovos, um ovo estivesse contaminado.

A questão é: até que ponto as amostras selecionadas de fato refletiam a porcentagem real de contaminação?

Page 32: Questões críticas em  educação matemática

O primeiro resultado

Número de ovos contaminados por salmonela

1. Grupo 0 3 1 1 1

2. Grupo 0 2 2 1 1

3. Grupo 1 1 1 1 3

4. Grupo 0 0 1 0 4

5. Grupo 3 2 2 3 2

Page 33: Questões críticas em  educação matemática

Não confiáveis?

O exercício mostrou que as amostras contadas estavam longe de representar a realidade da população. Menos de metade das amostras continha um e somente um ovo contaminado por salmonela.

Como isso pode ser? Os ovos no carrinho não estavam misturados de forma apropriada?

Isso quer dizer que as amostras são representantes pouco confiáveis com respeito às propriedades da população como um todo? Isso seria sempre dessa forma?

Page 34: Questões críticas em  educação matemática

Uma situação comum?

O que isso significa com respeito a todas as situações cotidianas que vivemos e nas quais nosso conhecimento a respeito da população como um todo se baseia em amostragens?

Tais casos são os mais comuns, de forma que os alunos viveram um dilema autêntico que surge em qualquer situação de controle de qualidade.

Page 35: Questões críticas em  educação matemática

Confiabilidade

Dessa forma, o projeto conduziu a uma discussão mais ampla sobre a confiabilidade da informação fornecida por números.

A discussão da confiabilidade não diz respeito somente às amostras, mas a qualquer situação em que a matemática é colocada em ação.

Page 36: Questões críticas em  educação matemática

Que calculo fazer?

1. Grupo 0 3 1 1 1 12%

2. Grupo 0 2 2 1 1 12%

3. Grupo 1 1 1 1 3 14%

4. Grupo 0 0 1 0 4 10%

5. Grupo 3 2 2 3 2 24%

Page 37: Questões críticas em  educação matemática

Outras possibilidades

Ovos c. sal No. de Amostras Empírico Teórico

0 5 20% 34.4%

1 10 40% 39.1%

2 5 20% 19.5%

3 4 16% 5.6%

4 1 4% 1.0%

P(n) = K(50, n) K(450, 10-n)/ K(500, n)

Page 38: Questões críticas em  educação matemática

A segunda tarefa

Os alunos foram colocados em uma situação na qual eles teriam que tomar decisões baseadas em números e, dessa forma, vivenciar uma ação baseada em matemática.

Dois carrinhos foram trazidos para a sala. Em um deles, os ovos eram oriundos da Grécia, e, no outro, da Espanha.

Page 39: Questões críticas em  educação matemática

Importações

A cada grupo de alunos foi solicitado fazer de conta que eram representantes de um companhia importadora de ovos. A decisão principal a ser tomada era: de qual país eles deveriam importar os ovos: Grécia ou Espanha?

Tanto os ovos da Grécia quanto os da Espanha estavam contaminados por salmonela, mas em proporções diferentes e desconhecidas pelos alunos – na verdade, nem mesmo o professor sabia os proporções .

Page 40: Questões críticas em  educação matemática

Ovos da Grécia ou da Espanha?

Os alunos, ficaram sabendo que ovos abertos no processo de controle de qualidade deveriam ser descartados. Como consequência, o exame exaustivo que levasse em conta todos os ovos importados não deixaria nenhum ovo remanescente para ser vendido.

Obviamente, os alunos teriam que examinar a qualidade dos ovos gregos e espanhóis a partir de amostragens. Mas, quantas amostras seriam necessárias a fim de tomar uma decisão bem embasada?

Page 41: Questões críticas em  educação matemática

A atividade

Preço por ovo compra: 0.50 DKrControle da salmonela: 10 DKR por ovo

Preço por ovo vendido: 1 DKr

Fazer um plano para fazer decisão:Compro ovos da Grécia ou da Espanha?

Fazer propostas para a propaganda.

Page 42: Questões críticas em  educação matemática

Responsabilidade?

Os alunos enfrentaram o desafio de conciliar a confiabilidade do controle de qualidade e a viabilidade econômica do negócio.

A questão nessa etapa do trabalho era colocar os alunos numa posição comum no mundo dos negócios.

Se alguém deseja garantir a melhor qualidade de um produto a ser colocado no mercado tem que investir no controle de qualidade. Portanto, o que significa agir de modo responsável em tal situação?

Page 43: Questões críticas em  educação matemática

Propostas para a propaganda

Ovos sem salmonela.Controlados de salmonela.Ovos ‘caipiras’ de Madrid.

Comer só 9 de 10.

Page 44: Questões críticas em  educação matemática

Confiabilidade e Responsabilidade

As questões da confiabilidade e da responsabilidade são de importância geral para abordar a Matemática em ação.

O exemplo da contaminação por salmonela pode ilustrar a especificidade da reflexão necessária para abordar a Matemática em ação.

Page 45: Questões críticas em  educação matemática

Catalão, 8 de junho de 2010 Universidade de Aalborg - Dinamarca Unesp - IGCE - São Paulo 45

Matemática em ação

Uma concepção crítica de matemática não assume que a matemática em ação têm qualidades automaticamente atrativas.Como qualquer outra forma de ação, matemática em ação pode ser boa, ruim, problemática, arriscada, cara, duvidosa, bonita, etc.Matemática faz parte de ações com as mais sinistras implicações.Também matemática faz parte de ações com implicações maravilhosas.