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m\ Wf m\ ^^m mTm\ r^ W :______________________________________________,í^m\ \ ________________ m\ __________!____________ ___________!~~—__&. I Ia. _____________! ANO XXXVIIN.° 1878/|MAIO DE 1942^-n /_ m ^^^\ àW^^^mmWm\\^mmW ,ãm. PREÇO 1$S00 ? ám\_____.^^K-*-**^*-^ _^™^^_/ if< 1 ¬wfàaaaí / •>*____ A4_A_____________.^B* •"â&-Ta*à^^ .SaamT_ Ma^aarmmmma^. æ^* -^aT*.æV^ ^ J^T^^^^í^^mmt^^fmmr I

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ANO XXXVII N.° 1878 /| MAIO DE 1942 ^-n

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PREÇO1$S00

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HISTORIA SEM PALAVRAS, Bnjaaaaa»^

LETREIRO CONVIDATIVO

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|Á muitos séculos, antes do di-luvio, a vegetação da terra con-

listia em folhai enormes, todas iguais.Não havia nem flores nem árvores. 0mundo era todo verde e nem as bor-

"\ *F boletas tinham outra côr

Quando a primavera descia sobre aterra com os seus geniosinhos, haviasol e todas as coisas cresciam e aumen-tavam. Mas eram só as tais folhas pa-recidas com alga e sempre iguais!

Os anõesinhos e a Primavera come-caram a achar aquilo tudo muito feioe muito triste. A estação era quaseigual ao inverno e este tingia tudo deb-anco e era até mais bonito I

Considerando tudo isso foi que du-rante o tempo frio a Primavera e osseus geniosinhos resolveram que quan-do voltassem à terra haveriam de trans-formá-la numa maravilha de forma cde côr. Fizeram preparativos e cada

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O TICO-TICO Maio — 1942

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5^L-u£©e8 DE V©<?©

MEUS NETINHOS

ONTINUANDO a passar em revista, nas^^^ nossas lições, os fatos mais notáveis decada mês, temos para Maio as datas comemora-tivas do Trabalho, do Descobrimento e da Abo-lição.

A primeira, festejada em todo o mundo,tem, como tantas, significação simbólica, mas nãorelembra nenhum feito ou fato propriamente di-to. O Descobrimento do Brasil, a 3 de Maio, nãorepresenta de maneira concreta e positiva o ani-versário do encontro de terra brasileira pelo Al-mirante português Pedro Alvares Cabral, pois to-dos sabemos que foi a 2 I de Abril que isso ocor-reu, e vai crescendo dia a dia a corrente dos ho-mens de responsabilidade que opinam que a 21de Abril, e não a 3 de Maio deve ser comemora-do, a bem da verdade histórica.

Fixemos, pois, meus netinhos, a nossa aten-ção na terceira data, que é bela, que é grata aocoração de todos os brasileiros, e recorda umdos episódios mais emocionantes da nossa His-tória; a abolição da escravatura em terras livresdo Brasil.

E não podemos deixar de recordar, então, afigura da Princesa Isabel, a "redentora",

que foi,indiscutivelmente, a figura mais impressionantedesse mesmo episódio. *

O ato de 13 de Maio, póde-se dizer que as-sinalou o ponto de partida de uma nova éra parao Brasil, que desde então só contou, para seu de-senvolvimento, com o trabalho livre, e não mais,como dantes, com o trabalho escravo, inferiorpor natureza, forçado, em vez de espontâneo,cruel, em vez de salutar.

Certo, na campanha abolicionista trabalha-ram, lutaram, sacrificaram-se, colaboraram muitosbrasileiros que se tornaram, por isso, credores deadmiração da posteridade. Mas o nome da Prin-cesa Imperial Regente avulta dentre todos, poisparece ter sido designro todo especial de Deusque fosse mão feminina a que seguraria a penacom que se assinaria a Lei que extinguia a es-cravidão.

VOVÔ

PRINCESA ISABEL

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EZEMBARGADOR

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anãozinho se exercitou num mister. Ha-via grupos de recortadores que iriamtransformar as folhas grandes e feiasnas mais belas e caprichosas. Havia ospintores que coloririam as folhas re-cortadas e formariam as flores osconstrutores que juntariam essas flores

e as folhas para fazer árvores e ar.bustos, t finalmente os perfumistasque encheriam de odor as plantas.

Quando, depois do inverno, os gênioscomeçaram a sua tarefa, o campo todo

se transformou sob suas mãosinhas má-

gicas e o condão da Primavera. Os ani-

mais ficaram admirados de ver as fô-

lhas coloridas e tanto fizeram que se

lambusaram de tinta e se encheram dc

cores. 0 mundo ficou mais bonito, tão

bonito que o sol abriu muito os olhos,

chegou mais perto para ver e aqueceu

mais a terraOs bichos todos saudaram a estação

maravilhosa e partiram em bando le-

vando para outras terras as sementes

das novas plantas.E de ano em ano ainda voltam a

Primavera e os seus anõesinhos ornan-

do de flores a terra, para celebrar,

com os animais, a chegada do sol.

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5Maio — 1942 O TICO-TICO

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At>EÜS-PASTO PARA MONCr-FU-CHONOr-eh BUSCA D^ *

FORTUNA

DEIXe.lSSOW_RAÍDELPO\3 E>oCARI.AN3AU ,

èssrá. d& jf¦i «i i ¦¦ — ¦ -i ¦ —i —¦__¦ i ¦ .-o.... i J |- —¦ -¦ ¦ ¦' ii —¦¦¦¦ ——— ¦'" i*^

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N£D POSSO PORniR_-So'ESTOU OUVINDO PASSOSOü-i HQ20CIO EL" ^STEL?

TENHO A SENSAÇÃOOE QUE O VLSrpÂGPAHD-JSecO NÂCEST2>!

TANDACECO PElXOU-ttE SQ5INH0-//VIVEttOS -JUNTOS QO ANOS NA //0ÍJ MAIS FELIZ PAS n h

ESTAUOlTEl NAO ACABA- I VOÜPEDlR-l ^4 | ÕÊH1 llPSy^ÀKPA^1"''

^_^^^ip______i .-._____¦_____———_——_—-j—*6O TICO-TICO

Maio — 1942

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ENTREVISTANDO UM NETO DODR. PRUDENTE DE MORAIS

IVANHOÊ AZEVEDO

QUANDO ENTREVIS-TAVA O DR. OTÁVIO

SILVEIRA MELO.

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mWÊ \

OS JI1IUISTISDE fiMlItii

Ivanhoé Azevedo é um garoto10 anos, aluno do 5.* ano primárigrande amigo de O TICO-TICO

Entusiasmado pelo jornalismo, e

sentindo desejos dc, um dia, ser um

grande repórter, esse nosso amigui-nho decidiu fazer logo hoje o que ou-tro deixaria para amanhã, e realisoupara O TICO-TICO a entrevista abai-*o, cm que revela decidida vocação

para "repórter".

0 TICO-TICO. que mpreprazer em estimular as vocações; ver--ladeiras, divulga a entre-vista de Ivanhoé, que versa, alü

assunto inter.Maio — 1942

0

DOUTOR PRUDENTE DE MORAIS, que foi o terceiro Presi-dente da República, toi muito querido por todos, principalmente porser bondoso e correto. Todos nós conhecemos, através da história doBrasil, a vida pública desse grande brasileiro. Sabendo que no Jardim

Botânico, trabalha um neto seu, o Dr. Otávio Silveira Melo, Chefe da Secçàode Parques Nacionais, fui lâ para entrevistá-lo, afim de saber alguma cousasobre a sua vida intima.

O Dr. Silveira Melo me atendeu com grande atenção e bondade.Perguntei-lhe, entào, quais os fatos mais interessantes de que ele podia se

recordar.Meu avô — disse-me o Dr. Silveira — éra um homem muito sisudo e ra-

ramente ria, por isso muitos podiam julgá-lo de coração duro, mas não éra;como prova disto vou te contar alguns casos.

O Dr. Prudente e um dos seus filhos, gostavam muito de aves. Tinhamararas, papagaios e muitas outras raças de aves. Assim que acordava, antes mes-mo de tomar café, o meu avô ia ao campo examinar as gaiolas das aves e se ai-guma estivesse suja, ele abria a portinhola e deixava o passarinho fugir. Certavez quando ele fez isso, um de seus filhos começou a chorar e a dizer: — Pa-pai soltou o meu passarinho !

Então o Dr. Prudente disse:Meu filho, se queres ter aves presas, deves dar sempre comida farta e

também limpar as gaiolas.Este é um fato que prova a bondade do Dr. Prudente. Naquele tempo não

havia encanamentos nos jardins, para fornecer água às plantas. E que fez ele ?Fez um furo numa lata e mandou colocar água dentro dela. A lata éra suspen-sa junto à arvore, ficando pingando todo o dia, de maneira que a terra em tor-no dela estava sempre húmida.

Conte mais alguma coisa.O meu avô jamais permitiu que se maltratasse os escravos. Para com os

velhos ele éra até carinhoso, pois havia sempre-em sua casa muitos escravos se-xagenarios que iam pedir-lhe abrigo e alimento.

Agora vou contar — continua o Dr. Silveira — um caso conhecido, mascom um detalhe desconhecido — o atentado de 5 de Novembro de 1897.

Tendo chegado marinheiros e soldados da guerra de Canudos, o meu avô,como Presidente da República, foi recebê-los. Chegando ao Arsenal de Guerra,um soldado chamado Marcelino Bispo, tirou da cinta um punhal e avançou paraele. O seu Ministro da Guerra, o Marechal Carlos Machado Bitencourt, colocou-se à sua frente recebendo a punhalada. Houve um reboliço danado entre o povo.Quando meu avô ia acompanhar o enterro do seu amigo, a minha familia não quizque ele fosse, porque poderia ser assassinado; então o Dr. Prudente respondeu:

Não ! Irei, porque foi ele quem salvou a minha vida !Acompanhou sozinho, sem proteção, o enterro do Ministro. Este caso mostra a

sua coragem e a lealdade de amigo.Não tendo o Dr. Silveira Melo, outros casos interessantes para contar-me,

agradeci-lhe e dei por terminada a minha entrevista, especial para o TICO-TICO.O TICO-TICO

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A chamada andorinha marinha temcostumes verdadeiramente extraordiná-rios. Assim que nasce a ninhada, abando-na o ninho e os filhotes aos cuidados domacho, partindo em viagem por meses afio!

A boneca teve sua origem, como brin-quedo, entre os gregos, sendo oferecida aosdeuses ao casar-se sua dona.

MUSEU ESCOLAR

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As estrelas do mar, ao con-trário da maioria dos animaisque engolem o alimento paraser digerido, vomitam o esto-mago que, cobrindo o ali-mento, executa todo o tra-balho digestivo externamente.

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O pássaro de penas maioresque se conhece é o HIMAN-TOPUS, espécie hoje muito

rara.

As minhocas mereceram dogrande naturalista DARWINum livro inteiro de elogios I

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O TICO-TICO Maio — 1942

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Ao? _fôUsK/írlt ( \< r^Ox y ri' K V^

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Foi uma surpresaagradável a de Goia-bada: chegaram deP i n d a m onhangabaseus compadres Be-nevides, d. Zazá-zinha e Bitúca,todos boas pes-soas, menos ogaroto, como vo-cês vão ver.

Louro ——C\W ^\

o» o -^o ti? ao_,

X>'

Logo de chegada o Bitúcaimplicou com o Louro. Indoao quintal, deu-lhe um banho

de torneira. Pobre do

Depois,

\ Louro! /—-OsJl

/ X^ 9}/Àm\\ /\V

implicou com Lam-parina. — Comose chama essa ne-grinha ? — per-guntou a Jujuba

Lamparina não gostou do tra-tamento e disse: — Eu sou a

feiticeira da cha-mine, que faz patovirar galinha e ga-linha virar pato !

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s^~^~ 1 a A se chama essa ne- y JmmW ^\ m'n^> c'ue ^az Pa^° «TrlP^'^rs A7S J CA\ I 9r'n^a ' — Per" j^jAlímm ( Jà\ \ v'rar qa'inha e ga- I l A/4^^S—"As f ^-\- A-@&<3uri*cu a ^uiuba. iy V*^ ( A\\ J ''"l16 v'rar Paf° ! / /^'Mvmvmmmmáãi\Af)A /yffU ^SÈmmmmm9mm*mW^i^ ÍJA^/AfA~A?LmmW^^mf) Ç3 WSmY

f *" \ \ ¦ . 'I r I [YÍmÀ 1V__^ \\ Como o garoto duvidasse, resolveram ()_3? àmW ••• e Lamparina tirou do ou-

1 J"T \fazer uma prova ali mesmo. E Jujuba \of fjP* *ro 'a°l0 um Pa^o gordo eAl l_^ nieteu uma galinha de um lado... L/ X— ( bicudo.

1 ^—-a\ \ r(á' /4 í Fv/ /^ ^ 1 («JA >y ^^^ I ^y~^ ^~y^ ^"N .^______—.—

Bitúca estava des-confiado e até assus-tado. E perguntou: —E" só com pato e ga-linha que você fazisso ?

3C

Mai 1942

Qual nada ! — respondeu'Lamparina ! Com criançatambem ... E é iá ! ! Vocêvira um peru ! Mas não oalcançou mais !

O TICO-TICO

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Aventuras cie raushna e Ze Macaco0 NOSSO

RjzsTAuRANTi1//4-/5 J/-*/2 -7

SUCC-ESSQ fA

Faustina um dia deu-lhe na telha defundar um restaurante na moda. Fez mui-tos anúncios e . . .

ISTO ESTA')

INTRAGAV,u>

.... conseguiu chamar a atenção da freguesia que acudiuentusiasmada pela reclame. No dia da estréia do restauran-te, Faustina apresentou . . .

um prato fino e delicado : "aspergei

a Ia sauce -de creme picante". O pessoalao provar o tal . . .

. . . piteo, não gostou e achou que havia sido roubado. Eleseram brasileiros e não queriam pratos

"arrevesados" ! ! !

Protestaram, gritaram e

. . . abandonaram o restaurante. Um chinês,amigo do casal, veio em seu auxilio, e disse-lhe que si queria fazer negócio da China, . . .O T í C O ¦ T I C C

... era só anunciar comidas de verdade e gostosas, e quese faziam com pouca cousa. Assim pois anunciaram o guisa-dinho com tutu, e o restaurante se encheu logo !10 Maio _ tP_2

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A MOEDAT M dia um homem regressou da

guerra, para a herdade pa-terna, onde havia passado a mo-cidade.

Vinha velho e cansado, abatidopelos sofrimentos horríveis dastrincheiras, e completamente es-quecido dos serviços da lavoura.

Não obstante, logo que se sen-tiu menos fatigado, iniciou o tra-balho de plantar. E tendo se-meado no chão duro, nas visi-nhanças da casa, sem ter tido an-tes o cuidado de arar o solo, pre-parando-o para receber as se-mentes, verificou logo, desencan-tado e triste, que a semeadurafora inútil porque ali nada nascia.

— Já sei — disse de si para si.A terra precisa ser revolvida. Mas,hei de me pôr a lavrá-la, eu, queestou assim velho, e cansado dctantos heróicos combates?

Disposto a abandoná-la, pensouem percorrer a velha herdade,ainda uma vez, despedindo-se doslugares mais queridos, aquelesmesmos lugares por onde andaraem seus tempos de criança.

Saiu, cabisbaixo, por entre asárvores amigas, com o passo tardodos vencidos, olhando com saudadeos recantos queridos, antes mesmode os deixar.

Por fim, num gesto de desespe-ro, servindo-se do cajado que le-vava, golpeou o chão em determi-nado lugar. E qual não foi suasurpresa ao ver surgir do montãodc terra uma bonita moeda deprata.

Abaixou-se, rápido, e apanhou-a.E verificou, então, que se tra-

tava de uma moeda antiga, man-dada cunhar um dia por um prin-cipe de uma cidade italiana. Exa-minando-a, c limpando-a, poudeler, gravada à volta, esta fraselatina: Aureus mox aderit".

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DE OUROAh ! — exclamou o soldado,

traduzindo a inscrição: "cedo viráuma de ouro". . .

E naquela frase e naquele acon-lecimento viu alguma coisa maisdo que um simples acaso, justa-mente no instante em que se pre-parava para abandonar a velhaherdade de seus antepassados.

Olhou demoradamente à sua vol-ta. Quem sabe se ali naquele ter-reno não estariam ocultos tambemmoedas de ouro? Quem sabe secavando o chão em diversos pon-tos, não acabaria por achar outrasmoedas?

Aquela idéia cubiçosa lhe deunovas energias e êle correu a bus-car uma enxada. Cavow, então,sem descanso, noite e dia,"aqui, ali.acolá, sempre a se afastar do lugaronde achara a moeda de prata.Removia torrões, abria sulcos, re-volvia a terra toda, sem sequer

pensar em fadiga.

E quando, dias depois, parouaquele labor insano, reparou queuma enorme área de terreno estavalaviada, tinha sido revolvida.

Não tinha encontrado outrasmoedas, e isso o desapontava.Mas como, no fundo, era um ho-mem sensato, considerou no quehavia feito e disse comsigo:

Bem... Agora ficarei. Semsentir, executei o serviço que tinhaachado tão difícil e pensado não

poder realizar. O que tenho a fazeragora é já tão simples que nfto

devo partir...Com a moeda de prata comprou

sementes. Sem grande esforço se-meou-as na terra preparada.

E não é preciso dizer de quemodo e com que facilidade lhe

veio algum tempo depois, a pro-metida moeda de ouro.

Maio — 1942 — 11 — O TICO-TICO

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Marcíj A ENFERMEIRA

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O TICO-TICO — 12 Maio — 1942

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A ElFERIElRifiiiUii tiiiiiin(vêr a partitura musical, na página anterior).

Música e versos deEITSTORGIO WANDERLEY

(Usa roupão branco com uma cruz vermelha emuma "braçadeira" no braço esquerdo. Na cabeça pe-queno toucado branco com uma cruz vermelha. Calçasapatos e meias brancas).

De uniforme todo branco,Como um lírio de bondade,Um sorriso alegre è francoDiz da minha caridade. (Sorri).

Na Cruz-Vermelha Brasileira,Em um momento bem feliz.Já me alistei como enfermeiraE vou servir ao meu país !

II

Onde houver um sofrimento.Estarei p'ra amenizá-lo;E, isto a qualquer um momento.Mesmo irei eu procurá-lo.

Na Cruz-Vermelha Brasileira,Em um momento bem feliz. etc.

III

Nalgum campo de batalha,— Se tivermos tal desgosto, —•

iSob o fogo da metralha,Hei de estar lá no meu posto!...

Na Cruz-Vermelha Brasileira,Em/um momento bem feliz, etc,

ILHAS Filipinas, é o nome dado e;ii homenagem

ao rei Felipe da Espanha, em 1565. Foram des-cobertas por Ferr.ão de Magalhães, que ali per-deu a vida, e conquistadas por Legazpi. Pertence-

ram à Espanha até 1898, quando foram tomadas pe-to almirante Dewey e cedidas aos Estados Unidos.São 1.200 ilhas que formam o arquipélago malaiodas quais somente 408 são habitadas. As maioressão Lusón, capital Manila e Mindanao. A populaçãodesta ilha é calculada em 10 milhões de habitai:predominando a raça tagala, de feições muito seaie-lhantes aos japoneses.

a

maravilhosa(Conclusão da página 23)

Assim fez, e o feiticeiro, logo que se apoderouda lâmpada, esfregou-a com força e apareceu logoo Gênio.

— Transporta-me,, assim como o palácio deAladino e tudo quanto êle contém para o centroda África, ordenou o bruxo.

Quando Aladino voltou da caça ficou 'deses-

perado ao ver que desaparecera o seu palácio ea princeza.

E, vendo que os seus esforços eram inúteis,atirou-se ao chão, desesperado.

Quiz, porém, o acaso, que nesse gesto cs-[regasse o anel que tinha no dedo e logo apa-receu o Gênio que o salvara na caverna.

Aladino, satisfeitíssimo, por ver o Gênio prontoa servi-lo, disse-lhe:

¦— Coloca-me diante da janela do quarto d.iprinceza. no meu palácio, onde quer que êle esteja.

Mal acabara de formular este desejo, en-controu-se no centro da África, num sitio solità-rio. e diante do seu próprio palácio. Foi logo di-reito ao quarto da princeza e abraçou-a cheio dealegria. Felizmente, o feiticeiro tinha saido a pas-seio, de maneira que Aladino e a princeza pu-deram combinar um plano para se ver livres dele.

Depois de ficar tudo assente. Aladino cs-con'deu-se por dctraz de uma cortina e a princezamandou uma das damas chamar o feiticeiro.

Este não. se fez esperar, e parecia estar en-cantado, porque até ai, a princeza não quizera nemvê-lo, ao passo que êle desejava, acima de tudo.merecer a sua simpatia. Assim que o feiticeirochegou, serviu-se um grande banquete, e a prin-ceza conversou e riu, fingindo-se muito alegre.

Mas dai a pouco a princeza ofereceu-lhe umataça de vinho, na qual Aladino deitara um vio-lentíssimo' veneno. O feiticeiro, já meio embiia-gado, bebeu o vinho de um só trago c caiu mortoinstantaneamente.

Aladino, então, precipitou-se para êle e tevea felicidade dc encontrar a lâmpada escondida noseu cinto.

Esfregou logo a lâmpada e ordenou ao Gênioque transportasse o seu palácio outra vez paia olugar que ocupara na capital da China.

Quando o imperador chegou à janela, na mu»nhã seguinte, ficou cheio de surpresa c- contenta-mento ao ver que o esplêndido palácio de Aladimjilá estava no seu antigo lugar; e correu a abraçara sua adorada filha.

O pais inteiro festejou durante muitos dias oregresso da princeza.

Agora que o malvado bruxo estava morto..Aladino. livre de perigo e único possuidor da Iam- \pada maravilhosa, viveu feliz, com a formosa)princeza Badrulbadur

Maio — 1912 13 - O TICO-TICO

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RECITATIVOS ESCOLA ESMEUS BRINQUEDOS

Eu tenho um lindo tambor,

Quem me dsu foi a Mama;Nele toco todo o diaAssim: Rá-tá-plã-plà-plã.

O Papai me deu um carro,Uma bola e um cavalinho.Jenho uma grande peteca,Que me deu o meu padrinho.

Gosto tanto dos brinquedos!Meus companheiros queridos;Puxo o carro, chuto a bola...São meus dias divertidos.

Mas... se deixo de brincar,Guardo tudo com cuidado;E' muito feio um menino

Que seja desmazelado.

t » t i i i » I » I I » . I I III ¦! » I I » »> I I I' » I • ¦ ¦ ¦

O CARPINTEIRO

(No palco dcre. haver um ppquenocaixão. A criança entra leuando ntn

ofe e um martelo que dc-

Sempre fui bom carpinteiro,

perito e hábil torneiro.

Faço caixas e caixotes.

Quando vou pregar um pregoe o dedo acerto, não nego,

dou urros e dou pinotes.

A D O C E I R A

(A criança entra no palco vestida dcavental, com uma colher e um litro dereceitas.)

Sou doceira de verdade,Faço qualquer qualidade,Como ninguém faz igual.Só outro dia que errei:Em vez de açúcar, boteiDuas colheres de sal.

«

t

VICENTE GUIMARÃES(Poefa Mineiro)

oooo- oooooooooo<

O SOLDADINHO

(A criança entra marchando, com cs-

pingarda ao ombro, dã uma volta eiem para a [rente do palco. A medida

.ue vai dizendo o piimeiro verso. < aiexecutando a* ordens de comando.)

Alto! Firme! Descansar!

Sou pequeno e sei marchar,

sou valente e varonil.

E depois, quando eu crescer,

hei de sempre defender

a bandeira do Brasil.

i ,

O TICO-TICO 14 — Maio 1942

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Gaveíinha do Saber

(feí

Afonso Pena foi o se.r.to presidente que teve aRepública dos Estados

1 a idos do Brasil. Eramineiro e seu quatriênio

período de quatro anosde governo não se

completou.Tendo ele falecido re-

pentinamente, o governofoi passado automatra-mente ao seu substitutolegal, Dr. Nilo Peçanha,que era vice-presidente.

CHAMAVA-SE Pry-

taneo um edifícioque havia na Grécia, ondeeram sustentados àcusta da República aque-les que tinham bem me-reciclo da pátria.

fÈT~ ,!**•*,EE> "^^Z^3Mtr

H^Y^^f *-**<©_)¦

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liuginc Bourdon foi oinventor dos barotnetrosmrliilicos. Era constru-tor-tnecânico, nascido emParis em 1S0S e ao seugênio inventivo devemosgrande número de máqui-n:is, os manómctros etc.

OS correios foram esta-belecidos em Fran-

ca no tempo de Luiz IX.

As pessoas ilustres daEuropa com quem D.Pedro II mais se corres-pondeu foram: Lamarti-

Maio — 1942

ne, Pasteur, Darwin, Du-mas Filho, César Cantú,Jules Simon, De Amicisc Charcot.

AS carruagens apare-

ceram pela primeiravez em Franca no ano de1550 e só nelas andaram,nesse ano, Henrique II,Diana de Poitiers e o'Delfim.

'••Os três grandes poetas

brasileiros que morreramantes dos 25 anos, foramCasemiro de Abreu, Cas-tro Alves e Alvares deAzevedo.

\

A banana ê uma aasmais importantes produ-cães vegetais do nossopaís. Nos estados de SãoPaulo e Santa Catarinaas plantações de bananasão estensissimas e a ex-portacão dessa fruta iconsiderável.

Depois de MartimAfonso de Souza, os pri-meiros donos de engenhode açúcar no Brasil fo-ram os flamengos Schetzc os genoveses Dorias.

,j-»'--_PÇJ-HB5

Os pingüins são avescujas asas degeneraramem uma espécie de remose que, por isso, não lhespermitem voar. Andamno solo com passos leu-tos e magestosos e sem-pre aos bandos. Seu cor-po produ- azeite e em ai-guns poises é proibidocaça-los para que não seextmomm.

fl^s**. P^^fJ

Maria Quiteria é umadas heroinas da Historiabrasileira. Tomou partenas lutas da ln-lependeu-cia, no Estado da Baia,fazendo-se notar comocomponftite do celebre ba-talhão dos "Periquitns".

que tanto se distinguiuentão.

Sua vida é um exemplode coragem e patriotismoque as meninas brasilei-ras dez'cm prn~urur co-nhecer.

#

0 Observatório astro,nomico mais antigo

da América, é o de Bo-gota, capital da Colom-bia, que foi construído em1802 pelo celebre sábionaturalista José CelestinoMutis.

Philippe Leb on foiquem primeiro teve oidéia de realisar a ilumi-nação a gás. Realisou aprimeira experiência noHavre, em 1801, sem su-cesso, com gás extraídoda madeira distilada. Foimorto por desconhecidose sua usina foi incendia-ila, por inimigos.

As composições musi-cais de Pedro I foram asseguintes: Uma ópera emportuguês, uma Missa,um "Tc-Deum", varia-ções tobre uma ária dadansa popular "O Mia-

— 15 —

dinho", o Hino da Cartae o Hino da Independeu,cia.

mA primeira estatua que

se fez no Brasil, estáhoje no Jardim Botânico.Foi seu autor o famosoMestre Valentim e datade 1783, sob o governodo Vice-Rei Luís deVasconcelos.

¦S-

Foi Pizarro que, apro-veitando-se do caminhoda exploração de Balboa,desceu, depois pelo Paci-fico e conquistou o Perupara a Fspanha.

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'A t,Ar^\^AA\.

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*'í*38 9f

Frederico S auvag econstrutor de navios,aperfeiçoando tentativasrealizadas apóz outras,foi quem primeiro conse-guiu colocar uma héliceem uma embarcação, comresultado. Isso aconteceuem 1840. Sotwage mor-reu louco e pobre em1857, não tendo podido le-var adiante seu inventojustamente por falta dedinheiro.

IA âncora l o símbolo

da primeira das três vir-tudes teologais, que i ofé. As outras virtudes as.sim chamadas são a Es-perança e a Caridade.

O camelo era, ate an-tes do grande progressoalcançado pelo automo-vel, o melhor meio decondução nos grnadc.t de-sertos africanos. Nãobebe muita água, pass.tdias sem beber e se pres-ta maravilhosamente par.iaquele fim.

Os romanos escreviamem tábuas e cascas deárvores. A casca interiorrias árvoras era chamada" liber", de onde saiu apalavra "livro".

*Espanha e Portugal

disputaram porfiadamenteas descobertas do mundo.A Espanha, portanto, foia grande rival da Luzi-tânia.

•jT-^-iaWafc

/¦'} ' WrWfflms,

- ívPft'*1^/"1™James Walt não foi rt

inventor do máquina e.vapor, mas sim seu aper-feiçoador. Melhor disendo, foi o inventor di mó-quina a vapor ;>i: ^ltapressão, que é a usadanos nossos dias. Era rs-cossês e nasceu em 1736.

Benjamin Pranklin erapublicista e estadista*.Nunca pensou em meteo-roloeia ou em elctricida-de. Apesar disso, é o in-ventor do para-raios.

#A configuração da

Baía de Guanabara é areprodução exata da for-ma geográfica do lírn.-il.

O TICO-TICO

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_L-k_k-k-_---k_-_--L_k_k---k_W_k-k---k-k._k-W_--k-k-k _.--.-.-..

A Historia le Jesus contada às crianças(Adaptação de Mons. MAGALDI) (Continuação)

CONTINUAVA João a batizar

sobre as margens do Jordão,

preparando e anunciando, com os

seus sermões, a obra que seria cum-

prida pelo Divino Salvador.Êle sentia, porém, que sua missão

estava para acabar, e por isso pediaaos discípulos que se diri-

gissem a Jesus que era o

verdadeiro Mestre, vindo

do céu, e que valia por to-

«os os antigos profetas.O amor de João pela

virtude e pela justiça, que

pregara em nome de Deus,

o levaria à ruína.Era, naquele tempo, re:

da Judéa, Herodes Antí-

pas, um dos membros d_familia daquele Herodes

que reinara, na mesma Ju-déa, quando Jesus nascera,e se tornara tão triste-mente celebre pela sua cru-eldade.

Herodes Antípas nãp era melhor

do que seu predecessor.Eram tantas as faltas que

cometera, que se tornara um in-

digno aos olhos de Deus e dohomens..

João, não ligando aos perigos quearrostava, chamou Herodes * ordeni,

^_l_â-______k__Í-

y M SEF71-À IvSFfiâ__________Í Üi li ÉL\Jsà-

"*_. -__-_-_-_k-__-_k-_MB__^__pSB!|^x^g^ i__P___k

em público. Foi o bastante. Herodes,não podendo contestar as verdades

que o santo profeta dizia, deu ordem

para que fosse preso.

Afim de justificar, perante todos,

essa sua resolução, dizia o Rei:"João junta em volta de si muit.i

gente, prega, e leva a grande confu-

são, que se pode tornar perigosa".

Queria êle que João Batista se cr»-

lasse, e para isso lhe fez mil pro-

messas, mas sem resultado. Nuncachegou a quebrantar-lhe afirmeza.

No entanto, Herodes

gostava do Batista. Sabia

que era um homem justo esanto, e mesmo tendo-o na

prisão, ia consultá-lo no.casos mais dificeis e o es-cutava com muito agrado,seguindo as vezes seusconselhos.

E' curioso vêr como osmaus, os perversos reco-nhecem como a virtude, asantidade sejam dignas deser acatadas e respeitadas

naqueles que as possuem. Herodes eramáu, mas gostava de João por ser jus-to, por ser santo, por ser boml

(Continua no próximo número}

/_s^ws-xrLs X,

v 5* f\ i\v •*/--->-__!

^>***-— ___

_s E SOLIDA PARA UMAEXISTE NCIA SADÍA

TON ICO INFANTILUM PRODUTO *RAUL LEITE*

O TICO-TICO — IG M a i o — vm

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Qòòim oô hqô&qò peetítò teemcantado o gj^ÁSÍL

fj^ SÃO JOÃO DEL-REIx-p^São João d'El-Rey. Gente dc paz c amiga.Igrejas seculares.Clima são.Serenidade que não há quem digaTal como a sente, ao vivo, o coração.

Relíquias reais. Siga por onde sigaEncontra, a cada passo, o homem cristãoUm motivo dc culto ou admiraçãoPelos heróis da nossa história antiga.Rio das Mortes. Tiradentes. QuantaVenera imorredoura nesta santaJerusalém da nossa liberdade!

Cidade a ura tempo augusta e merencóriáMas, por igual, padrão de orgulho e glóriaDo sangue fértil da Brasilidade.

A. J. PEREIRA DA SILVA

Minha terraTodos cantam sua terra,Também vou cantar a mú .ia,Nas débeis cordas da liraHei de fazê-la rainha ;— Hei de dar-lhe a realezaNesse trono de belezaEm que a mão da naturezaEsmerou-se em quanto tinha.

Correi p'r'as bandas do sul:Debaixo dum céu de anilEncontrareis o giganteSanta Cruz, hoje Brasil ;— E uma terra de amores,Alcatifada de flores,Onde a brisa fala amores,Nas belas tardes de Abril.,

Tem tantas belezas, tantas,A minha terra natal,Que nem as sonha um poetaE nem as canta um mortal !

B uma terra encantada,Mir.-.oso jardim de fada —

Do mundo toda invejada,Que o mundo não tem iguala

Nao, não tem, que Deus fadou-aDentre todas — a primeira :Deu-lhe esses campos bordadas,Deu-lhe os leques da palmeira,E a borboleta que adejaSobre as flores, que ela beija,Quando o vento rumoreja,Na folhagem da mangueira.

Ê um Pais majestosoEssa terra de Tupá,Desd'o Amazonas ao Prata,Do Rio Grande ao Pará !

Maio— 1942

— Tem serranias gigantesE tem bosques verdejantes,Que repetem incessantesOs cantos do sabiá.

Ao lado da cachoeira,Que se despenha fremente,Dos galhos da sapucaia,Nas horas do mo! ardente,

Sobre um solo de açueenas,Suspensa a rede de penas,AU, nas tardes amenas,Se embala o índio indolente.

Foi ali, foi no Ypiranga,Que com toda a majestadeRompeu de lábios augustosO brado da liberdade ;Aquela voz soberanaVoou na plaga indianaDesde o palácio à choupana,Desde a floresta à cidade.

Um povo ergueu-se cantandoMancebos e anciãos —E, filhos da mesma terra,Alegres deram-se as máos ;Foi belo vêr esse povo,Em suas glórias tão novo,Bradando cheio de fogo :Portugal ! somos irmãos !

Quando nasci, esse bradoJá não soava na serra,Nem os ecos da montanhaAo longe diziam — guerra !Mas não sei o que sentiaQuando, a sós, eu repetiaCheio de nobre ousadiaO nome da minha terra !

Se brasileiro eu nasci,Brasileiro hei de morrer ;Que um filho daquelas mata?Ama o céu que o viu nascer ;Chora, sim, porque tem prantos ;E são sentidos e santos,Se chora pelos encantosQue nunca mais há-de vêr.GONÇALVES DIAS

O CÉU DE CURITIBAQue céu! Prata e carmim. Que estreia d'alva, e aurora!E agora o sol ! E agora o dia ! Ampla e sonoraDiz uma voz: Cantai ! — Cantam a par e parAs aves, canta o bosque, onde almo netar libaO inseto, o rio canta... 0 céu de Curitiba

Me faz cantar.

Que céu! Carmim e bronze. Entrou, radiante e imenso,ü sol. Hora e de paz, hora é de mirra e incenso.— Orai ! diz uma voz. Um sino plange.. No arAnjos rezam, talvez. Em solitária ribaCisma absorto um pinheiro. 0 céu de Curitiba

Me faz orar.

Oue céu! Ebano e fogo. A Natureza dorme.Dorme a cidade. Eu só, diante da noite enorme,Penso e sofro e levanto às estrelas o olhar.— Sonha ! diz uma voz, — ao que é mais alto! arriba'Oue ceu! Sossego e luz... 0 céu de Curitiba

Me faz sonhar.ALBERTO DE OLIVEIRA

17 — O TICO-TICO

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AVES E PÁSSAROS DO BRASILO GATURAMO

JOAQUIM SILVEIRA THOMAZ

Há no Brasil uma ave que imitaou melhor representa em suas coresa Bandeira Nacional. E' verde : umverde lindo da côr dos mares e dasflorestas. Amarelo vivo, côr de ouro,no papo tem a cabécinha toda azul.azul da côr do céu !

O caboclo chama-o de gaturamo-verde, gaturamo-sêda e já ouvi mes-mo chamarem-no de "fico-fico",•'nacional", "tem-tem"... Como, en-tretanto, há dezenas de espéciesdesses pássaros, entre nós, difícilnos foi identificá-lo, mas o que écerto é que jamais vimos ave tãolinda !

São os gaturamos, em geral, pás-saros pequenos, leves e de belocanto.

Pertencem à família dos tanagrí-deos e vestem-se todos de esplêri-didas plumagens.

Disseminam plantas por toda aparte, cujas sementes espalham portodo o lugar. Na Amazônia, o cé-lebre apuizeiro ou mata-pau é disse-minado por eles e entre nós, a erva-de-passarinho, que tantos prejuizosacarreta para as árvores frutíferas,tem neles o seu maior veículo disse-minador.

São também insetívoros, mas pre-ferem em geral frutos silvestres e...não é difícil encontrar-se "unzinho",de vez em quando, nos pomares...

O nome gaturamo deriva-se, aoque parece, de Angá, alma e turama,pátria, alma da pátria; palavra com-posta e de origem túpica.

Gostam os gaturamos de bananas,goiabas, cajus... São bem espertos,pois tanto a banana como o caju sãofrutos que conteem vitaminas.

Cantam até morrer e já ouvi mes-mo dizer que é quando cantam me-lhor: quando vão morrer...

Cantam, cantam... e pá !... Caemno fundo da gaiola de pezinhos parao ar.

Morrem a-tôa.Só conheci um gaturamo que vi-

v;u mais de vinte anos... Era depropriedade do Barão de Vila Fran-ca. O melhor é ouvirmos a respeitoa narrativa de Eurico Santos:

"0 Barão de Vila Franca man-tinha um gaturamo de estimação eum criado inteligente.

Certo de que choviam diariamen-te recomendações sobre os cuidadosa dispensar ao mimado pássaro, ocriado lá com seus botões pensavana precaridade da vida dos gatu-

?v

ramos em gaiola e, como as coisaslhe corriam bem, tratando da ave-zinha, andava em sobressaltos con-tínuos.

Ocorreu-lhe, então, uma velha-caria inocente, porém luminosa. Tra-

ILUSTRAÇÕES DETIDE

tou de apanhar gaturamos e ia en-chendo com eles um gaiolão quepossuia.

Era uma provisão de emergência.Mal o famoso pássaro do Barão

entristecia e pensava em fazer tes-tamento, já o ardiloso criado o subs-tituia por outro mais vivedouro.

Passavam-se os anos e o Barãoenvelhecia, mas, o seu querido gatu-ramo sempre alegre parecia ter be-bido água de Juventa.

Era isso motivo de orgulho doilustre titular, que cada vez maisestimava o criado, uma verdadeiravocação para tratar passarinhos.

\Ía^^^^H

Sempre que alguém visitava o so-lar de Vila Franca, era apresentadoao famoso pássaro com essas pa-lavras:

Você talvez não acredite, masesse passarinho acompanha-me hávinte anos. Não é, Antônio?

É sr. Barão! Esse gaturamo nãomorre mais, pode acreditar, — res-pondia o esperto criado, lembrando--se dos quinze gaturamos que lá es-tavam no gaiolão do quarto à esperada hora de cada um entrar emcena".

QUE SUSTO A GAMBÁ LEVOU!

O TICO-TICO 18 Maio — 1912

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1 FEfíQO LAMINADO^. ^-^ 'izdlM^^-W' ^^^

__r ^Z___^--: jF^*^ ^"^1 w^__*-^^ O aço é obtido ^S^ bricam utensílios,>H ^~^^XaTr.\*Y___ tratando-se o fer- maquinas, armas,

L__m^__________Mm——m ro por processo •" e

—Maio — 19'2

TICO-TICO

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M.io — |942 O TICO-TICO

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RA uma vez umrapaz chamadoAladino, que vi-via numa gran-de cidade daChina onde apopulação eramuito numerosae muito pobre.Aladino era umbom menino, de

bom coração, mas era tambem tão descuidado etão preguiçoso, que dava grande desgosto à su:.mãe. que era uma pobre viuva.

Um dia estava Aladino, como de costume, abrincar na rua com outros meninos mais ou me-nos de sua idade; mas depois afastou-se e foi,sozinho, pescar na beira de um rio, que através-sava a cidade. Nesse momento apareceu um es-trangeiro que Jhe veiu falar, dizendo que eraseu tio, e que lhe queria muito bem. Esse estran-geiro beijou-o até muitas vezes e pediu-lhe queo levasse à sua casa.

Aladino, muito surpreendido com isso, porimaginar não possuir tios, mostrou-lhe o cami-nho de sua casa s anunciou à sua mãe um homemdesconhecido mas que se dizia seu parente.

Vinha fazer-lhe uma visita; sua mãe ficoutambem muito admirada, mas o estrangeiro deu-lhe logo uma porção de presentes e mostrou-setão amável, que ela não teve outro remédio sinãotratá-lo bem.

Ora, esse estrangeiro não tinha parentescoalgum com Aladino; era simplesmente um fei-ticeiro muito máu, conhecido pelo nome de Ma-gico Africano, e que desejava servir-se de Ala-dino para certos fins misteriosos.

Soubera, graças as suas artes mágicas, queexistia uma lâmpada maravilhosa escondida em-baixo da terra, em determinado sitio da China.Como este objeto o tornaria o homem mais po-deroso do mundo, ó mágico fez os seus cálculosc, em pouco tempo, descobriu o ponto exato em

que infalivelmente encontraria a lâmpada e re-solveu apoderar-se dela, porque, a lâmpada, sótinha valor se encontrada embaixo da terra poruma pessoa que ignorasse o seu prestigio.

Apesar de ter descoberto onde estava a lâm-

pada nâo podia, entretanto, ir êle próprio bus-

jm ym^vás^

mmw^ atM^---arm aa» M

cá-la, mas durante osseus passeios pela cidadenotou que Aladino pareciaser rapaz esperto e lembrou-se de utilisá-lo para os seusprojetos.

Não lhe custou muitofazer acreditar à pobre viu-va que era, efetivamente,irmão de seu marido, e, di-zendo que se encarregavad'aí por diante de todas asdespesas do rapaz, obtevelicença para que Aladinofosse passar o dia inteirocom êle.

Aladino ficou muitocontente de o acompa-nhar. e o seu preten-dido tio, depois de lheter comprado uma vis-rosa roupa nova, levou-oa passeio pelos lugaresmais bonitos da cidade <^S>e a vários divertimen-tos.

Depois de muitopassearem, o feiticeiro afastou-se da cidade elevou Aladino para o campo, a pretexto de lhemostrar um jardim lindissimo; Aladino, apesarde já estar muito cansado, nào se recusou a seguiro seu novo amigo.

Foram andando, até que chegaram a um lu-gar muito solitário. Então o feiticeiro subiu aoalto de uma colina e aí acendeu uma fogueira.Depois, lançou um pouco de incenso nas chamas,pronunciando ao mesmo tempo umas palavrasmágicas.

Tirou do bolso dois pequenos perfumadorese colocou-os ao lado da fogueira. Um desses per-fumadores soltava uma fumaça muito azul; ou-tro, uma fumaça encarnada.

A fumaça da fogueira tambem foi ficandoazulada. O feiticeiro repetiu, então, as palavrasmágicas, erguendo um braço.

De repente, o chio começou a se abrir des-cobrindo uma pequena caverna à qual se desciapor uns degraus de pedra.

Desce por Csses degraus — disse o fei-ticeiro a Aladino — encontrarás lá em1 baixo umjardim lindissimo onde verás uma lâmpada ace-sa. Traz-me essa lâmpada que é mágica, e fica-remos ambos ricos para o resto dos nossos dias.Mas primeiro mete êste anel no dedo para teproteger contra qualquer perigo. E acrescentou:

O jardim que vais encontrar é de umabeleza encantadora, está cheio de arvores comfrutos enormes e luminosos. Podes apanharquantos quizeres. Depois encontrarás a limpadaem cima de um altar de granito. Apagada e traze-m'a imediatamente.

O feiticeiro colocou o anel no dedo de Ala-dino e o rapaz começou a descer os degraus acorrer. Pouco depois, encontrou-se no mais ad-miravel jardim que se pôde imaginar. De todosos lados se erguiam árvores carregadas de belos

22

mmEA

frutos. Pareceu a Aladino que os frutos eramfeitos de vidros de cores, e, achando-os muitobonitos, encheu com eles as algibeiras. Aquelesfrutos eram pedras preciosas de valor incalcula-vel. D'af a instantes Aladino descobriu a lâmpa-da, que estava acesa sobre uma espécie de altar;apaeou-a, meteu-a cuidadosamente dentro docasaco e subiu pelos degraus a correr atò a aber-tura da caverna.

Dá-me a lâmpada, rapaz! — gritou logoo feiticeiro, com impaciência.

Nâo! — disse Aladino, assustado, — sóa.darei depois que o senhor me ajudar a sairdeste buraco.

O feiticeiro, que queria deixar Aladino ali,

para ficar, sósinho dono da lâmpada maravilhosa,impacientou-se com estas palavras, que o puze-ram numa verdadeira fúria, e en^ào, atirandomais incenso na fogueira, pronunciou certas pa-lavras que tiveram por conseqüência tornar a fe-char-se o chão, ficando Aladino enterrado vivona caverna.

O feiticeiro, nâo tendo conseguido apoderar-se da lâmpada e nâo tendo poder para abrir ocháo segunda vez, voltou, furioso, para a África;e o pobre Aladino lá ficou abandonado à sua tristesorte, depois de descobrir que o seu pretendidotio era um bruxo malfazejo.

Desceu a escada novamente, mas já não achouo jardim.

Chorou durante muito tempo; o pobre me-nino gritou por socorro, mas ninguém veiu emseu auxilio e, afinal, desesperado, juntou as mãose preparou-se para morrer. Porém, ao juntar asmãos, aconteceu-lhe tocar no anel que o feiticeirolhe dera.

Imediatamente apareceu-lhe um Cenio, uma fi-

gura colossal, que lhe disse:Que desejas? — Estou pronto a obedecer-

.te, porque possúes o anel de que eu sou escravo.Tira-me daqui! — exclamou Aladino.

Mal acabara de pronunciar estas palavras,achou-se fora da caverna. Correu para casa ondecontou à sua mãe o que lhe acontecera.

Maí Aladino e sua mãe eram muito pobres e,

no dia seguinte, como nào houvesse o que comerem casa, Aladino lembrou-se de que poderia ir

vender a velha lâmpada que trouxera da caverna'na véspera; sua máe. então, começou a limpar

lâmpad.- "iira n*o a vender como estava. Mal,

porém, apertou r Mmpada entre as màos, surgiu

diante dela um Cenio de enorme estatura, ainda

T i r D . T I C. O

Page 23: r^ W - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01878.pdf · O ato de 13 de Maio, póde-se dizer que as-sinalou o ponto de partida de uma nova éra para o Brasil, que

,.._ -,-- v ., ---.ecêra averna.

E o Genio perguntou:Que desejas. — Estou pronto a obedecer-te, porque possúes a lâmpada de que eu sou es-cravo.

Traze-nos de comer — ordenou Aladino,que, já acostumado a aparições desse gênero, nãose aterrorisou.

O Genio voltou daí a poucos instantes, tra-zcndo um lauto banquete servido em baixelas deprata, e desapareceu. Aladino e sua mãe sentaram-se à mesa muito satisfeitos e depois venderam ospratos, um a um, e assim puderam viver muitotempo sem privações.

Nessa época, impressionado com os perigosque correra travando relações com o feiticeiroafricano por andar brincando na rua, Aladino co-meçou a mudar de genio.

Tornou-se um rapaz estudioso, trabalhadore de muito juizo.

Como conversava com negociantes e homensinstruídos, aprendeu muito nessa convivência, eem pouco tempo conheceu o verdadeiro valor dasjóias qu: trouxera do jardim subterrâneo.

Foi tambem por esse tempo que Aladino, viu,pela primeira vez, a filha única do imperador daChina, a linda princesa Badrulbadur, ficandologo apaixonado e decidido a não querer sinãoela para sua esposa.

LAMR^P*flaravMandou, um dia, sua mae ao palácio real com

uma bandeja cheia de pedras preciosas, dizendo-lhe que as oferecesse de sua parte ao imperadore lhe pedisse ao mesmo tempo a mão da princesa.

Depois di ter Ido várias vez_s ao palácio,conseguiu, afinal, a màe de Aladino, ser recebidapelo imperador e. depondo a seus pés o rico pre-sente, pediu-lh: que consentisse no casamento daprincesa com o seu filho.

O imperador ficou muito satisfeito com asmagníficas jóias e respondeu que se Aladino lheenviasse quarenta bacias d: ouro cheias de pedraspreciosas de igual valor, carregada por quarentaescravos pretos, acompanhados por quarenta es-cravas brancas, e, além disso, edificasse um pa-1-cio esplendido para servir de residência à suafilha, esta lhe seria dada para esposa.

Quando Aladino ouviu a resposta do impe-rador, pôs-se a esfregar a lâmpada com força.Apareceu logo o Genio pedindo suas ordens. Ala-dino explicou-lhe o que precisava e o Genio de-sapareceu, voltando, pouco depois, com quarentabacias de ouro cheias de jóias, quarenta escravosnegros e quarenta escravas brancas.

Aladino mandou imediatamente ao imperadoros escravos com as bacias de ouro e pediu ao Ge-nio um rico vestuário recamado de ouro e de pe-

IBiosa- (Um conto da. MIL E UMA NOITES)

dras preciosas, tal como o poderia usar um rei;|pediu-lhe mais um cavalo magnífico e um séquitode quarenta escravos, tambem ricamente vestidos.Além disto, desejou tambem ricos trajos e outroséquito de escravos para sua mãe. E o Genio atudo obedeceu.

Depois de ter envergado o rico v;stuano,Aladino montou a cavalo e dirigiu-se para o paço,onde o imperador o recebeu, muito amavelmente,dizendo-lhr. que o casamento se celebraria logoque êle tivesse um pajacio próprio para a princesa.Ao regressar à casa, à noite, Aladino tornou aevocar o Genio, e mandou que êleconstruissc umpalácio com paredes de ouro massiço e janelas,portas e colunas cravejadas de pedras preciosasmesmo em frente ao palácio imperial.

Na manhã seguinte o palácio de ouro estav;pronto e brilhava ao sol.

Quando Aladino entrou nesse palácio encon-trou-o ricamente mobiliado e já lá se achavam asdamas, as camareiras e os escravos à espera daprincesa. Num sitio que só êle conhecia, estavaà sua disposição um enorme tesouro de ouro e deprata. O imperador mostrou-se plenamente satis-feito, e nesse mesmo dia Aladino casou com alinda princesa Badrulbadur. Começou a vivermuito feliz. Mas o malvado feiticeiro africano,^tendo conhecimento, por artes mágicas, do quesucedera a Aladino, voltou à capital da China comum plano astucioso. Sabendo que Aladino tinhaido i caça vestiu-se probremente, comprou umcesto de pequenas lâmpadas e saiu pelas ruasapregoando:"Quem

quer lâmpadas novas em troca d;lâmpadas velhas!"

Passando pelo palácio de Aladino, foi avis-tado pela princesa, que estava à janela e pensoulogo:

— Aquele pateta dá lâmpadas novas em trocade lâmpadas velhas. Si eu lhe desse a velha lâm-pada ferrugenta que está no quarto do principeAtadino em troca de uma nova?

(Termina no fim do número).Maio — 1942 ,

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EHH FOI QUE DISSEFOI OUE FEZ

(Da um voiume do mesmo titulo editado e distribuídopelo Departamento de Imprensa e propaganda)

"** / ______ 4________L. v***^"

^^^*^^^___

BBlra ba», que em st eturtnio, <Ur-t_4 __a todo" ""^1 „/1_! ! 't**íí B— Foi Pero Vaz Caminha, cronista português, que veio ao j» 7Tj£hwiWm7Jr*JÊf& I

Brasil como escrivão dt írot» de Pedro Alvares Cabral. _>-c\/ /Í«W^V'1WMa_ /Descrevendo a fertilidade do solo, o diâmetro do tronco du £>> V^ y/ÍT^TA» ^/__yD_ /

árvores, Pero Vaz Caminha teve esta expressío que se tornou ce- —j^^ /•^^""^^Tj»/ i\/\k\\vA I

\ .^<^^^"^^'^f^__n»t^7 Jm_à\fW DA "Of W© J"^ ^^^^^^^^^ ^^"^^^^^^

fl%_-____\_efàs\ t /

^^^"^» ^^ j******, V*» y ^H ^V k_.v/ ^| ^^r _L_ . r^^H _-w_f i ___*_/

WmtT i^ T _M'_-_1 Aw ^^W "._¦ _____fell_F '

Quem foi que fez a febre amarela cetMtr no Rio TFoi o grande hlgienista brasileiro Oswaldo Cruz.

Oswaldo Cruz. que se achava ao par das mais recentes descobertas cientifi-cas resolve aplicar no Rio o resultado dos ensinamentos do celebre medicocubano Dr. Juan Carlos Finlay. Assumiu Oswaldo Cruz a ofensiva contra a pes-te. quando no ultimo trimestre de 1003. irompe um novo sorto de peste bubônica.

Além da guerra aos mosquitos, Inlda-se tambem a guerra dos ratos. MasOswaldo Cruz triunfou no combate »• duas epidemias, e contra os adversáriosdas mas idéias.

— Quem foi que d_**: — "Só passarei, se o fizerde* por sobre o meu cadáver" .Foi a madre abadessa, Sóror Joana Angélica de Jesus. Quando combatiam os

partidários da independência e as forças portuguesas, grupos de rcvolucibnánosprocuraram abrigar-se no Convento da Lapa. O General português. Madeira dcMelo suspeitando que as religiosas houvessem escondido revolucionários, orde-nou que fosse a Sé revistada, ji se achava a soldadesca a porta da clausura, quandoa madre abadessa apareceu.

Para a frente ! — gritou o comandante.Para trls, bandidos ! — exclamou t freira. — Só passareis se o fizerdes por

sobre o meu cadáver ! E um soldado transpassou-lhe o peito com a baioneta

O TICO-TICO 24Maio — 19.2

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PORQUf^^tME ORGULHODE SERBRASILEIRO?

/^\ orgulho de ser filho duma pátria chama-sepatriotismo. O fundamento do patriotismo

é o amor. Ama-se a pátria, porque se ama, porqueuma força espiritual superior, armazenada atravésdas gerações, nos liga profundamente a ela; ama-se,porque nos gerou, porque é nossa mãe. Esse amor-or-gulho prescinde de justificativas e de explicações. E',porque é.

Dizer que se tem orgulho do Brasil, porque é amelhor das terras, a mais rica e magnífica do mundo,eqüivale a confessar que se não teria esse orgulho, seêle fosse pobre e desgraçado. Eu amo o Brasil, porqueé minha pátria, porque nele nasci, porque a êle me unemeternamente os laços do sangue, as cadeias das gerações.Ama-lo-ia com o mesmo ardor rico ou pobre, grande oupequenino, belo ou feio, livre ou escravizado. Nenhumajustificação preciso para o meu amor.

Orgulho-me, pois, de ser brasileiro, porque sou bra-sileiro. E é tudo !

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\fGUSTAVO BARROSO

Maio — O TICO-TICC

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__ REGRADOJOGOSao os seguintes os acidentes para os 20 — boa arrancada — deve jogar 2 ve-

|ogadores que caírem nos números abaixo: zes-seguidas-

7 — perda da roda — deixa de ioqar 2 24 ~~ d-es,rranÍ° no m°t°r ~ volta ao

vezes; ->rx , n. 14;12 — derrapagem — deixa de jogar I vez; 27 — subir nos sacos de areia — deixa to-14 — parada para reabastecer-se — dei- J-._ -._. . t

,. . aei a°s Passarem a frente;xa o parceiro seguinte passar àfrente; 31 — derrapagem — deixa de jogar I vez;

17 — pneu furado — deixa 2 passarem à 35 — colisão no poste — sái do jogo.Ganhará aquele que atingir o 41.

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L^jLwFLJ L ^ X VIV(

"Seu" Alvaralhão tinha uns negócios a re-solver na cidade, e por esse motivo fechou o ar-mazem, pois não tinha empregados.

Feijoada quando viu a casa de portas fecha-das, pensou logo em pregar uma boa peça nobigodudo "seu" Alvaralhão.

AVISO¦fechado pop fa-tecirnertte do dono

da casa.Fnterro às 4 horas.

j7-- Ti^dt^—

7~ AVISO^ r •.fechado por-fa-

ÊLe

cimento do doho,da.casa.

A^ Enterro âS 4 horas r-./C

Foi até em casa, e minutos depois voltavacom um grande pedaço de papelão onde gara-tujara algumas letras, e pregou-o à porta

Todos os moradores daquela rua ao leremo cartaz paravam, e ali ficavam diante da portafechada comentando o fato.

Às quatro horas da tarde, a rua estava cheia de gente, armada de coroas e flores quandode repente surge o "seu" Alvaralhão, muito lampeiro. Quando aquela gente toda viu o "defun-

to" em carne e osso, bem vivo, saiu em louca disparada. E òié hofe o "seu" Alvaralhão não des-cobriu o autor da brincadeira.TICO-TICO 28 Maio — 1942

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vweQUE A ALÇA LENTA E DESGRACIOSACAMINHANDO NA TERRA, PODERIAVENCER LONGE A GUARNIÇÁO CAMPEÃDO MUNDO DE "OUT-RIGGER" A OITO?

Que a Foca elefantina ou elefantemarinho mede de seis a nove. metrosde comprimento e o seu corpo for-nece mais de tresentos litros de óleo?

?*CÂ\ry>#2i,wr

Que a cobra tem o poder de atrimobilizar suas presas, olh_ntio-_s

fixamente?

O.0

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xa-._¦•• #__,

lai#/

Que os árabes teem horror aos gafanhotosporque vêem neles cabeça de cavalo, olhosde elefante, pescoço de touro, cornos decervo, toráx de leão, ventre de escorpião,asas de águia, músculos de camelo, patas

de avestruz e cauda de serpente?_______________________

Que a Remora é um peixe que adereà pele do Tubarão por meio de umaventosa, ali passa muito tempo, per-

correndo os mares e colhendo oalimento?

Maio — 1942 29 O TICO-TICO

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O TATU

r-¦¦ RAM muito conhecidos, emL_a toda a mata, o Tatu e o Ja-botí pela sua esperteza, procurandocada um, enganar os outros.

Conseguiram, certa vez, enga-nar até a própria Rapoza, que eramuito sabida, e já havia logradomestre Urubu, elogiando-lhe a "bo-

nita voz", o que fez com que o toloabrisse o bico para cantar, e lar-

O T I C O - T I C O

gasse o queijo que ali estava prontoa ser devorado, e que a Raposa, as-tutamente, apanhou.

Muitos bichos, entretanto, dis-seram que essa história era uma fan-tasia do Senhor de La Pontaine,

pois o Corvo não gosta de queijo,mesmo podre, nem tampouco a Ra-

posa.30

O caso é que a história se es-palhou, e todos acreditaram nela.

Com d Tatu e o Jaboti, o fatoque se soube depois foi verdadeiro,presenciado por diversos bichinhosque não teem o feio costume de men-tir. Os calangros e as lagartixas,por exemplo, quando se lhes per-gunta se o caso foi real, balançamafirmativamente a cabeça, dizendo"que sim".

Eis a história: O Tatu foi obri-gado a fugir da sua toca em vistade andarem uns caçadores em bus-ca do um Tatu gordo para o come-rem assado na própria

"casca".

Maio — 1942

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E O JABOTÍ(FÁBULA)

Não tendo mas onde se escon-der com segurança, foi éle a casado Jabotí, na beira do rio, e lhe pe-diu pousada por alguns dias, ale-

gando "estar de viagem, a conse-

lho do Dr. Macaco que lhe reco-mendou mudar de ares" . . .

O Jabotí não acreditou muitonaquela história, vendo o Tatu sá-dío e gordo como uma bola. Já es-tava se preparando para negar ofavor, quando o Tatu, percebendoisso, acrescentou ao pedido :

Quanto à comida, não se

preocupe com isso, compadre Ja-botí, porque eu, bem cedinho, saioà procura de belas raizes de aipim ede batata, assim como trarei tam-bem frutas para a nossa sobreme-sa . . .

Vai ver quanta coisa boa euarranjo para nós dois . . .

O Jabotí, então, fingiu proies-tar:

Isso não, compadre Tatu.O senhor é meu hospede e não de-ve ir procurar comida. Eu é que de-vo fazer isso para nós . . .

Não, senhor, compadre Ja-botí ! . . . tornou o Tatu. Eu tenho

prazer em lhe recompensar a hos-

pitalidade ...Não quero outra recompen-

sa a não ser nossa boa amizade; de-clarou o Jabotí . . .

Pois muito obrigado; e nãose fala mais nisso.

Muito bem : Não se tratamais disso . . . Boa noite, compadre,

Boa noite.E foram dormir.O Jabotí, estava muito con-

tente, pensando que iria passar unsdias scssegadamente, à custa doTatu, sem o trabalho de ir procuraralimento, e só passeiando . . .

O mesmo cálculo fazia o Tatu,antes de adormecer, dizendo con-sigo mesmo :Maio — |?42

"Enquanto eu estiver aquiterei casa e comida de graça, poiso tolo do Jabotí disse que iria bus-car comida para nós dois, confor-me as regras da hospitalidade . . .

No dia seguinte os dois sairam

para a mata, cada um recomendan-do ao outro :

Não se preocupe com a co-mida que eu, na volta, trarei um bomalmoço para nós dois . . .

Ao meio dia voltaram para atoca. O Tatu esperava que o Jabotítrouxesse um bom almoço, "confor-

me as regras da hospitalidade" ... eo Jabotí pensava que o Tatu, em re-compensa da hospitalidade, viesse,

por sua vez, carregado de raizes efrutas para o almoço.

Ao verem que não haviam tra-zido coisa alguma, desculparam-secom a falta de tempo e tornaram air . . . passeiar na mata

A' hora do jantar voltaram etambém nada trouxeram, cada umesperando pelo trabalho do outro.

No fim de três dias da mesmacomédia, o Tatu resolveu ir-se em-bora e, mal-agradecido, disse ao Ja-botí:

Nunca pensei, compadreJabotí, que você matasse seus hos-

pedes de fome . . .Vou-me embora . . .

Nunca pensou ? . . . Pois eutambém nunca pensei que meus hos-

pedes quizessem, além da casa, co-mida sem trabalho . . .

Pôde ir saindo que não faz fal-ta, nem deixa saudades . . .

O Calangro, que ouviu essasdespedidas, disse :

E' que cada'um de vocêsandou de má fé, querendo exploraro outro, sem se lembrar de que :"um sabido encontra sempre um ou-tro mais sabido que lhe passa a

perna . . ."

, EUSTORGIO WANDERLEY

_^^^ ^B_P______r ___Z___/A f V __r__-»*^T A

31 Tirn.Tirn

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QmUKk^ shwénJci

j^" v^ I s^/\\\\a ^ lâmpada de segurança, usada pelos minei.("\ \ ^mytlÉÊÊÍÊÊL. r05, foi inventada Por S'r Humphry Davy, tendo

/ jY ~" sií-o a primeira experiência a 9 de Janeiro deO primeiro escafândro foi cons- 1816 por um homem chamado João Hodgson,

\y ruído por um inglês chamado Mull, JJ"*' desafiando ° Peri8°. desceu a uma minay /Y-^ no ano de 1669. para o fim de reco- de carv^Q-__^A N lher destroços dos navios da inven- ^— ¦ *.

Middei liy

eberkuhn utílisou pela primeira vez Itqscópíu ?olar I

O TICO-TICO

O arado de ferro foi inventado nos EstadosUnidos, em 1797. Repeliram-no, porémagricultores dc Nova Jersey, alegando que cferro envenenava a terra e determinava o au-

M«i« — 1942

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COMO E' QUE A GENTE SE ORIENTA?NORTE

NORDESTE

OESTE

Jijll^PilmESTE

SUDOESTE SUDESTE

SUL

Rosa dos Ventos, mostrando os Pon-tos Cardiais: Norte, Sul, Este e Ostee os Pontos Colaterai . Nordeste,

Sudeste, Noroeste e Sudoeste.

NORTE(SETEMTRIÃO)

v__/_______ "^$lr 1-

ESTE,-

**¦ I li +*^ / y*_ t\ » +

_•* m*r*m v

YORIEMTE\(nascente}\LEVANTE/

lNAVIO ANTIGO

Os antigos navegadores, antes deconhecerem a bússola, orientavam-?-.

de dia, pelo Sol, e à noite, pelasestrelas.

\ AVIO MODERNOA civilização deve grandes serviços àBússola, pois, graças a ela, a nave-i^açào e o transporte puderam expan-dir-se. Assim, foram descobertas ecivilizadas muitas terras selvagensaté então desconhecidas pelos povos

navegadores.M.io — 1*42

OESTE/OCIDEMTE^VPOEMTE /

"-"_gj^_U^MB^B ^^J»»-^ I I I

(Dt colecio SETH)31

SUL(meio-dia)

Como podemos nos orientardurante o dia, ao nascer do Sol.

BÚSSOLA

Invenção atribuída ao chineses, quejá a usavam antes da éra cristí.. Fo-ram os árabes, porém, que a trans-mitiram aos europeus. A bússolapossue uma agulha imantada, movei,que conserva sempre a posição N-S.E' indispensável aos navegadores e

exploradores.o rico..tico

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QÒADROS DA NOSSA HISTÓRIA

A COLÔNIA DOSACRAMENTO

10

P_W^^^^w^^S1M^^^W^^m________ * __\___W f) ~~^X/yP* J%J/w ___) -í - — J ^^á^__f_K_^JÊ_Wl___

#^êr^rtr^M^^7^í!^kWi•LT ^^> |[I | .I^MrOk.r ^&£y IrtlHtJ

4-k? ^^^lÍ^^íj!lCÍi^^í*H

1680 — Oj espanhóis afaçam a Colônia do Sacramento, recém-fundada pelosportugueses. No combate é morto o português Manuel Galvão, cuja

esposa prefere a sorte do marido a render-se aos atacantes.

1759 — Expulsão dos Jesuítas do Brasil, (Rio de Janeiro), jogadosresponsáveis pelo insucesso da delimitação das fronteiras deB'asil com as colônias espanholas.

Sebastião José de C. e Mello Gomes Freire de AndradaMarquês de Pombal Conde de Bombadella

^ questão dos limites coloniais, no sul do Bra-

*¦ sil, originou grandes discórdias entre por-

Tugueses e espanhóis da América.

Julgando-se Portugal com direito a todas as

terras do Rio Grande e Uruguai atuais, fundou, em

XTTfnrrnr*** h 7jè_i_ */£—— - maS* I ^/tZfh o \ -_- r^~<\(SANTA CATARINA) \

9J^__Z^"^ \- t_V —""*t J <-''** •"_^^ \r . V S(yy <s~ ,%>/ \ (rio oranoe. do sul) .. > s

(f o» ^T^ * - -'¦ Kf

^j^>\ (URUOUAl)

BUENOS AlRtr^/*-^ ^k^-—. ^__í-^"^ ÍJl. X^"*\ "Õ^^^-N^i^^ Jé, **" li*

\, O C E ANO ^

Mapa panorâmico das terras do Sul onde se verificaram a.lutas entre portugueses e espanhóis.

1680, a Colônia Militar do Sacramento, à margem esquerda iludido. A Corte portuguesa atribue o insucesso à influência

do Rio da Prata. Os espanhóis de Buenos Aires não concor- dos jesuítas, e o Marquês de Pombal, aproveitando o ensejo,

daram e tomaram o estabelecimento. Daí por diante os dois expulsa-os de Portugal e Colônias.

povos se empenham em lutai sucessivas que duram um século. Em 1777 o espanhol D. Pedro de Ceballos invade as ter-

Os tratados de 1715 e 1750, entre Portugal e Espanha, ras do sul, até Santa Catarina. Neste mesmo ano, porém, a

não serenaram os ânimos. Gomes Freire de Andrada. comis- paz se firma finalmente entre os dois p ovos, pelo tratado de

sário português, indo ao Sul para resolver o caso, volta des- Santo lldefonso.O T I cn * > >~ r.

Maio — IW>

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MU PEQUENAA BAILARINA

E' facilima a construção destebrinquedo. Recorte uma figura emcartolina c coloque-a sobre um pé da-

ço dc cortiça, pondo este num pratofundo com água. A roda de cortiçadeve ter 1 a 2 centímetros de diame-tro, e a boneca deve ficar justamaüAno centro, para haver equilíbrio. Cer-tjrn-sc,' aparte, 4 pedacinhos de cor-tiça, como fósforos, e com lacre seunem os 4 pedacinhos de cánfcra.Unem-se todos, também, à cortiçacentral, por meio de agulhas, talcomo mostra a figura. Feito isso, ecolocando tudo no prato com água, oconjunto girará de modo interessante,dando a impressão de que a bonecaestá dansando.

QUEBRA - CABEÇA?

Fazem-se numa taboa fina (ou pa-pelão) três buracos pequenos, dois

perto das extremidades e um no cen-tro, conforme se vê na figura abaixo.

SS»Passa-se um cordel pelos furos e pordois carreteis vasios, prendendo aosextremos do cordel 2 botões que não

possam passar pelos buracos. [Vita figura).

O jogo consiste em passar os doiscarreteis, das duas laçadas separa-das, a um só laço, e isso se resolveda seguinte maneira: toma-se o laçocentral, puxando-o para baixo e pas-sa-se o carretei da esquerda por êle.Passa-se o laço central pelo furo daesquerda e por cima do botão do ex-tremo do cordel. Repita-se isto como carretei do lado direito e o cordelse desprenderá, formando um laçogrande, no qual os dois carreteis fi-carão de lado.

O CAVALINHO

Em uma caixa de fósforos, ou_e cápsulas, se pregam a ca-beca e a cauda do cavalinho,recortado em papelão. Na par-te que fica para baixo se in-troduzem fósforos usados, ques. dobram sem quebrar total-mente, mas de modo que ocavalinho fique como a figuraindica.

Pondo-se uma gota d'aguaem cada parte quebrada dosfósforos, o cavalo se levantarálentamente, ou pelo menos, fa-rá muita força para isso...

OFICINAMÁGICA

"""^^^z—"^^/ji0—£y^ y *

Desenhando sobre uma folha deflandres destas que vêem nas latasde biscoutos, com uma mistura deiodureto de mercúrio e goma arábica,ou uma solução de acetona, e apro-ximando o desenho de uma velaacesa, vocês verão que o desenhomudará de côr, causando grande sur-presa.

HELICE VOADORAPrepara-se cuidadosamente, com ca-

niveíe, um pedaço de. madeira, até fi-car conforme u parte que, na figura-ao lado, está enfiada parcialmente noorificio do carretei. A parte que se en-fia no carretei deve penetrar ali folga-damentv. Em uma das faces do corre-tel se introduzem dois pregv.inhos, aosquais se cortam depois as cabeças e demodo qw a porção a ficar fora, de cad<*prego, não rxceda (te dois centímetros.

A helice, que medirá nove a dez cen-timetros de comprimento, deverá ser.feita de lata e terá o formato do mo-délo, levando dois furinhos para intro-dução dos pregos do carretei. Nêstc sa.

enrola um barban-te e, tendo enfiadoa helice, segura-sefirme a parte debaixo e se puxa ocordão, para de-senrolar, o que fa-rá com que a hé-lice vôe.

( Cuidado comos olhos !).

oi

# f*A\ Pa ^-~^r^_Í__r______ ÍB_H__PilBo% -- _^^r /y • xBRw.f'* ^ImmMmmC^—^Z ___T______________PV_H__-^rT *^^_Lv_S

t\Àmr _______¦ mWÈmmf^^^ — —-- -%. *=* _i^B____________ i // vHil íi^B-ICSSr T3li____^_____\>rcP__.<n__x __P***^^,T__B ««_ !!>Wt^-<J»_r*»__T " "\ AH\V**y'Ht_K-A_jil-HVWV ,^|^ÇAft^TJk \\\\\m^M&É™*<Vr*m\ ASkmmJS ^È m^S^Skmmmm^AAA^jk

Maio — 1942 — 35 — O TICO-TICO

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Um avião para vocêVER A EXPLICAÇÃO NA PÁGINA SEGUINTErv

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O TICO-TICO — 36 — .Maio — 1912

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TEATRiNHO D' O TICO-TICO

Não adianta.....\íONrOLOGO)

Devemos ser pontuais.Andando sempre... "na hora"._\u..ca chega.- com atrazo,_-.vi.ar quaiquer demora.

Quem tem seu relógio certo.Quando se atraza se espama,Porque reíogio atrazacio

Não adianta...0

Quem tem fome se alimenta,'loma café quando acorda;Assim também o relógioDeve ter fome... de corda.

Se não tem corda êle pára,E. se é de "cuco", não canta,Porque relógio paradoNão adianta...

Diz um antigo ditadoAssim: — "Quem primeiro andaPrimeiro manja", também,E a sorte não lhe desanda.

¦ Quem se atraza perde muito.Em breve se desencanta;Se quizer correr depois...

Não adianta...

Para fechar bons negóciosDevemos acordar cedo,E nD.o falar pois que, a almaDos negócios é o segredo.

Quem for discreto na vidaAos indiscretos suplanta.Pois, às vezes, falar muito...

Não adianta...

Diz ainda outro ditado.E o diz com muita razão:Que "o lugar de esperar tremE', por certo, na estação".

Quem perde o comboio grita.Pinta o sete, o bode. a manta;Mas correr atraz do trem...

Não adianta...

Pra tudo é preciso calma,Tudo, a seu tempo, fazer,Não ficar "mole" num canto.Nem, como um raio, correr...

Do Destino que nos regeNinguém o poder quebranta,Por isso, ir contra essa, força...

Não adianta...

Uma verdade, entretanto,Deverá ser conhecida,E, para que não a esqueçam.Muitas vezes repetida:

Criança que for vadia,Embora seja... uma santa...Se não quizer estudar...

Não se adianta...

WAORICI.O MAIA

Maio— 1942

Um avião para você(VER A PAG. ANTERIOR)

Recortem cuidadosamente as peças 1, 2, 3 e 4.ò Aquelas linhas mais fortes marcam lugares onde

devem ser feitos cortes com canivete bem afiado,nos seus tamanhos exatos. E as linhas interrom-

, pidas marcam lugares onde se devem fazer as do- X1 bras. As duas partes das asas (fig. 1) são dobradas $para cima; as linhas interrompidas da fig. 2 dobram $para baixo. (fig. A). Na fig. 3 também as dobras $são para cima.

Imitas essas dobras nas peças, se procuraráintercalar umas nas outras. Aquelas "orelhas" dasasas entram nos cortes da fig. 2 (ver modelo B).

' Em seguida se fará a colocação da peça n.° 3nos cortes da peça 2, de modo a ajusta-la bem(fig. C). A fig. D indica como prender a partedianteira da fuselagem com um clip. Faz-se oavião com facilidade e desde que se observe ospequenos modelos que aparecem intercalados, severá até como êle deve ser lançado ao ar.><>00<><><><.<><><><><><><><,<><><^<i1<>^^<5,<><>í><j.

Coleção <á__Kl_P________ ^^**mt\ _13 Wm**

A INSTRUÇÃODA INFÂNCIAPORMEIO DO

DESENHOLIVROS ÁLBUNS E CADERNOS

A PREÇOS MÓDICOS QUEINTERESSAM AS CRIANÇASE FACILITAM OS MESTRES.

ctMivuh efeiMéritUA, cíuLEITURA- ESCRITAARITMÉTICAGEOGRAFIAHISTORIA PÁTRIA

DESENHO ETC.fedúfo-j de eatàkgfr dINDUSTRIA no LIVRO L TO*RUt\ O/l CARIOCA 54- sofoacto

fllO.PE JANEIRO,

— 37 — O TICO-TICO

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¥ lã lã ©VER A PAG. 19

«PESAR dos metais serem maisou menos semelhantes entre si,

diferem todavia em muitos pontos.Uns podem ser forjados, outros po-dem ser convertidos em longos fios,

outros ainda suportam grandes

pesos, etc; mas de todos eles ainda

o mais precioso, no verdadeiro sen-

tido da palavra, é um dos mais

comuns e dos que primeirq se conhe-

ceram, o ferro. E' evidentemente\ím elemento, e tem, como todos 03

elementos, o seu símbolo ou letra

própria. 0 símbolo do ferro é Fe enão apenas F, que representa umoutro elemento, o flúor.

Este elemento é muito pre-cioso, porque é duma enorme uti-lidade para o homem. Felizmente émuito abundante, apesac de se en-contrar raramente no estado livre.

Ordinariamente encontra-se oxi-dado, isto é, combinado com oxí-

gênio, e o processo para obte-lo noestado livre consiste em separar ooxigênio por meio do carbono.

Este processo era certamente co-nhecido já há muitos milhares deanos antes da nossa era e não eraesse conhecimento daqueles que,uma vez sabidos, se pudessem es-

quecer, tão superiores a tudo o quese conhecia antes eram as armas eferramentas que com êle se podiaobter. Em alguns sitios o bronzefoi empregado durante muito tem-

po antes que o ferro tivesse sidodescoberto, tendo havido assim uma

Idade da Pedra, uma Idade do Bron-

ze e uma Idade do Ferro — sendo

o bronze uma liga ou mistura de

estanho e de cobre. Não deve haver

dúvida que, passados muitos e mui-

tos anos, as gerações vindouras cha-

marão Idade do Aço àquela em

que vivemos, porquanto a obtençio

do ferro da ganga em que se encon-

tra esse metal, representa sempre, c

em qualquer parte do mundo em quehaja sido feita, um novo progressona história da humanidade.

W

SaWk

. *

^Íim/a(na data de seu quinto aniversário,

a 20 de abril)

Um lustro... cinco pérolas mimosasDe um colar por Deus mesmo trabalhado..Se nessa idade ainda não há passado,Há já promessas de manhãs gloriosas.

Alma feita de pétalas de rosas,De rosas sem espinho, a tua, amado,Bom neto, que me trazes consoladoDas misérias do mundo, tenebrosas.

E's, para o meu espírito, a janelaQue deita para a doce paisagemQue de radiosos sonhos se acairéla...

Como eu te amo por tuas travessuras !Por teus heróicos rasgos de coragemE por tuas divinas diabruras l

IEONCIO CORREIA

«ifvl

NAO FALHAFAZ DOS FRACOS FORTESINFALÍVEL NOS CASOS

DEESGOTAMENTOANEMIADEBILIDADE NERVOSAINSONIAFALTA DE APETITE

E OUTROS SINTOMASDE FRAQUEZA ORGANI-CA DE CRIANÇAS E DE

ADULTOS

As páginas educativas des-

ta edição: "Corografia Pi-

toresca do Brasil" e "Qua-

dros da Nossa História", são

parte de duas lindas séries

completas que estamos pu-blicando. Procure coleciona-Ias, adquirindo as anteriores.

O TICO-TICOMENSARIO INFANTIL'

Propriedade da S. A. "O MALHO*

Ira», do Ouvidor, 26 — RIO

Dirslor :A. OE SOUZA E SILVA

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Enterior — tob registro12 mese, • ••• 40*000

6 20*000

Publica-se to dia I.* de cad« met.- ; '

O TICO-TICO — 3H — Maio — 1912

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PASSATEMPOS34 <3 '.2

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28 -26'27

AQUI teem, amiguinhos, quatro passatem-_¦ •_

pos feitos com numeros, para vocês sedivertirem alguns minutos. Já sabem como acoisa tem de ser feita: parte-se do numero 1,em cada um deles, e se segue com o fio dolápis, passando por todos os numeros, até aomais alto, ligando, assim, os pontos interme-diários, pela ordem natural. Feito isso, cuida-dosamente, e atingido o numero mais alto, odesenho aparece, completo.

Adivinhando aspontas do dominó...

Espolie svbre a mesa, com a lace particima, as pedras de um jogo de dominó *peta a alguém que as cose em seguida, lo.lqttnt se fax de fato durante uma partida,r.nquanto isso, afaste-se ou passe mesmo,para maior solenidade, a uma sala pisimka t,uma tu alinhadas todas as pedras, anun-cie de longe quais os ponjos que ficaramformando as extremidades. De volta o lei-tor verificará que os dois números não des-menIiram o seu calculo.

E este foi, na realidade, " compiicadissi-mo": terá tronsistido, tão somente, na reli-rada surra leira de qualquer pedra de me-Uldes diferentes, islo i, que não seja um"duplo". Tendo sido. por exemplo, o qua-tro-lrês, o leitor pode afirmar categórica-mente que numa ponta está um quatro e naoutra um três.

I Geralmente um assistente "sabido" de-clara ter "descoberto o truque", e proclamaque a fila dos dominós sempre termina emNM três e um quatro... Replique,nesse caso,ah-itrando apenas a repetição da " mágica",sendo que nesse caso se toma preciso reporo pedra e conseguir escamotear outracujos numeros passarão a ser as fonlas danora fila.

19 »'8 «V'7,4 : 12 10

.20 i"5'3

23' . .27*4 26 3*.

T .8

.6

_3».

28 363«

.3*.

"Sou uma palavra de cinco letras numéricas. Multiplicai a minhaúltima por dois e tereis a minha primeira; dividi esta por vinte e tereiso meu meio, isto é, a minha terceira; dividi finalmente esta por cincoe achareis as duas vizinhas, isto é, a minha segunda e a minha quarta".

(Solução: Civil)

Maio — 1942 39 — O TICO-TICO

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nossosconcursos

CONCURSO N. 34TEXTO ENIGMÁTICO (\'.t <oliiç__.. nu edição de Julho)

"SBt/iAiQfBO

ri MMHmM ~Cd

P G^DBQJLmm*?isa D ia .. /JAS

^áA^-L^

W*C-IL

CONCURSO N. 35

9 ffl \b-Ç

Formar com as iniciais dos nomesacima, o nome de uma cidade deMinas Gerais.

(Solução na edição de Tulho)

ãOdiga

*que eu lhe disse:-Uso e nao mudoJUVENTUDE

ALEXANDREPARA A BELLEZA DOSCABELLOS E CONTRACABELLOS BRANCOS

\VT* *• _*-4 - -AL- _^L-_/ I

CONCURSO N°. £6

** 1 * I * I ? |9«

1972

19721972

S__J_____J-___fl_______l1972 19721972 1972Colocar em cada uma das 16 casas

acima, um dos números seguintes :928 — 174 — 116 — 754 — 464— 638 — 522 — 58 — 348 — 232 —870 — 812 — 580 — 290 — 406 e696, de tal forma que as somas dascolunas, nas direções indicadas pelassetas, sejam sempre 1972.

(Solução na edição de Julho)

PPOBIDÀDr.Depoi" da famosa batalha de Ma-

ratona, Aristides, general que se ha-via coberto de glórias nessa ação,ficou encarregado da custodia dosprisioneiros e das presas de guer-ra. O ouro e a prata estavam espar-ramados no campo de batalha: asbarracas e os barcos dos chefes ini-migos estavam cheios de riquissi-mos objetos.

E não só Aristides nada tomoudessa riqueza como ainda proibiuque seus soldados, sob ameaça depenas severas, nela tocassem.

Como preço à sua integridade,Aristides. foi eleito para administraras finanças e velar pelos tesourospúblicos. Embora exercendo fun-ções tão importantes não quis rece-ber nenhum soldo e quando de suamorte, estava tão pobre que o Es-tado teve que custear os funerais e,além disso, dar um dote às suas fi-lhas.

RECEBEREMOS AS SOLUÇÕES ATÉ 15 'DE JUNHO

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f PRÊMIOS II O « * o *concursosJfcgJ SOLUÇÕES1

RELAÇÃO DOS PREMIADOS NOS CONCURSOS DE MARÇO

NO CONCURSO N.- 25 :Odon de Moura — Rua Itaqueri, 221 — S.. Paulo.

NO CONCURSO N.» 26 :Alcyr Cavalcanti — Rua Emílio de Menezes, 23S -* Rio.

NO CONCURSO N.» 27 :

Aroldo S. Oliveira — Rua Moreira, 52 — Cachoeiro do Itapemírim— Espírito Santo.

NO CONCURSO N." 28:Diana Galvão — Valença — Baía.

NO CONCURSO N." 29 :

Ney Valadão — Rua Dagmar Fonseca, 145 — Rio.

BASES DOS NOSSOS CONCURSOS1) — As soluções dos concursos publicados cada mês serão re-

cebidas até o dia 15 do mês seguinte.2) — Cada concurso corresponderá a um prêmio, e os leitores

poderão concorrer à totalidade de cada edição, mas só poderão ser pre-miados e,m um concurso.

3) — A publicação dos nomes dos premiados e das soluções serásempre feita duas edições depois daquela em que aparecerem nosconcursos.

4) — Qualquer leitor d'0 TICO-TICO poderá concorrer, bastando,para isso indicar nome por extenso, idade e endereço completo, pois osprêmios são enviados pelo Correio.

5) — Num mesmo envelope, podem vir várias soluções, pois nãohá nenhum inconveniente.

Acostume-se

desde criança a

ser cuidadoso.

Faça as solu-

ções dos Con-

cursos em fo-

lhas de bloco enão em peque-nos pedaços de

papeL

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( PÍLULAS DE PAPA1NA E PODOFILINA )Empregadas com sucesso nas moléstias do estômago,

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SOLUÇÕES DOS CONCURSOS OEMARÇO

CONCURSO N.° 25

i /ü B AMR t\ \

1 /% A Ãl^ÃpvJr?ü&CKm*

CONCURSO N.« 26

0 nome do Estado era PARAÍBA

CONCURSO N.° 27

C0NLURSO N.« 28

.' INi *

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f—LA—^

AaC.

CONGURSO N.° 29

CISNE — POMBA — PARDAL ^GALINHA — GANSO — TUCANO— BEM TEVI — GATURAMO -

CEGONHA

Maio — 1942 — 4! O TICO-TICO

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MAIO CO.il_A\OIMTIVO13 DE MAIO

No dia 13 de Maio dclSóü, nasceu a bordo dovapor "S. Luiz", na baíade Moguncia, DO Mara-nhão, Raimundo Corrêa,que viria a ser um dospoetas mais aplaudidos doseu tempc. As poesias doautor de "Mal Secreto" e"As Pombas" ainda hojesão apreciadas e justa-mente estas duas são aamais conhecidas. Seu re-nome como poeta é enor-me e Raimundo, que eraadvogado, foi um dos fun-dadores da Academia Bra-síleira de Letras.

•No dia 1.° de Maio de

1868 nasceu em Paracatú,Minas, Afonso Arinos deMello Franco, mais conhe-«ido pelos, dois primeirosivomes somente. Foi umótimo escritor e fez parteda Academia de Letras.

conhecedor do vernáculo.Era filho de modestos la-vradores. Morreu em Por-tugal em 1863.

•A TRÍPLICE ALIANÇA

No dia 1." de Maio de1865, tendo a neutralidadeda Argentina na guerra doBrasil com o Paraguai, fezela causa comum com onosso país, foi então fir-mada a Tríplice Aliança,na Cidade de Buenos Ai-res. Os aliados eram Ar-gentina. Brasil e Uruguai.

1.» DE MAIO

No dia 22 de Maio delbl2, natceu. no Mara-_ii.Tr>. João Francisco Lis-boa Foi historiador e pu-h)icisi.i noti.vel, profundo

O TICO-TICO

mV ^rff

¦ ***¦ :'íí^

WffL Va

Francisco Ignacio Mar-condes Homem de Mello,mais conhecido como Ba-rão Homem de Mello, au-tor dos atlas escolares tãopopulares entre as crian-ças, nasceu no dia 1." deMaio de 1837, na vila dePindamonhangaba.

Foi um grande sábio econhecedor da nossa His-tória e Geografia. Gover-nou S. Paulo, Ceará, RioGrande do Sul e Baía. Eraprofessor do Colégio Mi-litar.

a4 DE MAIO

Joaquim Saldanha Ma-rinho nasceu em Olinda,Pernambuco, a 4 de Maiode 1816. Foi conselheirodo Imperador e deixou seunome gravado nas páginasda História pelos seusdotes de homem público.Foi um batalhador pelacausa da instrução.

DE MAIO

24 de Maio de 1866 éuma das notáveis datas danossa história. Relembraa grande vitória das armasnacionais, sob o comandodo incuto general Osório,com a destruição dos es-quadrões paraguaios dotirano Solano Lopez.

Esta foi uma das vitó-rias do espírito liberal en-carnado pelas tropas alia-das do Brasil, Argentina eUruguai, contra o despo-tismo e a ditadura de Lo-pez, que tiranisava seupaís e queria estenderesse domínio às outrasnações da América, o quedeu origem àquela guerra.

• »O BARÃO DE TEFFE'

* um dos ilustres brasi-leiros mascidos no mês deMaio. Seu Nascimentoocorreu a 9 de Maio de1837.

18 DE MAIO

No dia 18 de Maio de1773, nasceu um dos ho-mens mais interessantesdo seu século: o Marquêsde Maricá. Foi filósofo,

^£y. I *~J''^-

6 DE MAIO

moralista, e se tornou no-tavel devido à enormequantidade de Máximasque reuniu em volume.Esse homem singular, es-creveu assim, o seu pró-prio epitafio:"Aqui jaz o corpo apenasDo Marquês de Maricá:Quem quizer saber-lhe da

[alma,Nos seus livros a achará."

¦ *7-.*\

O poeta DamascenoVieira nasceu em PortoAlegre a 6 de Maio de1850. Foi tambem drama-turgo, contista, cronista,e deixou vasta coleção delivros de sua autoria. Seunome figura entre os maisilustres das letras rio-grandenses.

!• DE MA.

Em todos os países ei-vilisados, por uma con-venção internacional, sefesteja o "Dia do Tra-balho", a 1." de Maio. E'uma festa simbólica, comohá tantas, e nos faz evo-car os milhões de homensque lutam, em todo o mun-do, trabalhando para oprogresso e conforto dahumanidade.

O "Dia do Trabalho" éferiado.

ATRAVÉS I

DO TICOR-

DOS OSES OS VU1;NCl PAIS DE

RIA.

— 42 — Maio — 1912

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AVENTURAS DE TINOCO, caçador de feras - p<" théo

_^_t Am\m\\. \ T " mm m\Mmmmfr m\\\mm*. ÀW\ ^~*\***-~^ ^4?m^m\. mm\\-*m********m\, y*Mmm*T —a_ mmm mmr^^^^^^^r mmm *Mm*. m*. Mm\\

Tinoco já tem experimentado quasi todas as armas de

guerra em suas . . .

. . . caçadas. Faltava experimentar o lança-chamas. MisterBrown quando . . .

. . . soube da idéia do amigo em aplicar o lança-cha-mas nas suas . . .

. . . caçadas, protestou, achando que era uma barbaridade

usar essa . . .

. . . pavorosa arma na car,a de avestruzes, patos e marre-cos. mas Tinoco . .Maio — 1942 43

. . . mostrou-lhe que havia uma vantagem. A caça era apa-

nhada logo assada.¦

CO-TICO

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® 1A YíEí/mâ[AVIA num certo país, dois

irmãos, e ambos guarda-vam ovelhas. Aquelas plani-cies eram habitadas, única-mente, por pastores, tão ze-losos e vigilantes pelos seus

rebanhos que nunca se perdeu nem um cordeiro.Entre todos os pastores não havia outros dois

tão ativos como estes irmãos um dos quais se cha-mava Garro e o outro Benigno. Apesar de seremirmãos, no fundo eram muito diferentes. Garro só

pensava na maneira de se aproveitar de tudo paraseu proveito e Benigno era capaz de repartir atémesmo o seu ultimo pedaço de pão com um cãoesfomeado.

A sua natureza vil induziu Garro a ficar comtodo o rebanho do pai, quando este morreu, dandocomo razão ser ele o irmão mais velho, e não per-mitindo que Benigno fizesse outra coisa que nãofosse ajudá-lo a cuidar das ovelhas, como qualquercriado.

Durante algum tempo os dois irmãos viveramem paz na cabana que tinha pertencido ao pai, ecriavam os rebanhos nos campos, até que se ori-ginou uma discussão devido à cobiça de Garro.

Um verão, deu-se o caso que os mercadoresde lã acharam muito melhor e gabaram a lã dorebanho de Garro mais do que a ds nenhum outroe deram por ela um bom dinheiro. Isto foi uma des-graça para as ovelhas; depois disto, sempre pare-cia a Garro que tirava pouca lã delas. Na épocada tosquia, por mais que Benigno fizesse ou dis-sesse, Garro deixava as pobres ovelhas tão rapa-das que quasi ficavam ém carne viva.

Benigno não gostava, mas Garro procuravasempre convencê-lo de que aquilo era muito bompana as ovelhas. Continuava a vender a lã e fica-va com todo o produto e assim iam passando osverões. Os pastores começavam a tê-lc por ho-mem rico e aquela maneira de tosquear as ovelhasteria ficado como regra se não fosse um casoeytranno que se começou a dar com o rebanho.

A lã tinha crescido muito naquele verão; játinha tosqueado as ovelhas por duas vezes e já

pensava em o fazer terceira,quando, primeiro os cordei-ros e depois as ovelhas, co-meçaram a desaparecer; e,

___Wsl_j_.iBà*> i*

/'

apesar do muito que os dois irmãos as procura-ram nunca conseguiram encontrá-las. O rebanhoia diminuindo dia a dia e a única coisa que osdois irmãos puderam averiguar foi que aquelasque tinham sido mais rapa-das eram*as primeiras a des-aparecer.

Benigno chegou a can-çar-«e de tanto vigiar e Gar-ro perdeu o sono por causada inquietação em que anda-va. Os outros pastores, a quem ,^,__ele tanto se tinha gabado _dos ganhos que tirava da sua .boa lã, regosijararri-se por o Iverem assim castigado do Iseu orgulho. Os mezes iam 1passando e o rebanho dimi- Inuindo de forma que quando Ichegou outra vez a primave- Ira, Garro e Benigno não ti- Inham mais que três ovelhas.Uma tarde em que eles es- =tavam guardando aquelas *- -—~tres ovelhas que lhes restavam, Garro disse:"Olha irmão, elas ainda teem lã no corpo".

"E' tão pouca que mal serve para as abrigar"— disse Benigno.

"E ainda faz muito frio".Mas Garro já tinha ido para a cabana cm

procura do saco e da tesoura de toscjuiar o reha-nho. \

Benigno ficou triste por ver o seu irmãoavarento e pôz-se a olhar para o alto das gran-des colinas e, assim descobriu três animais quelhe pareceram ovelhas, trepando pelos montescom a lígeireza dos ganscs quando Benigno vol-tou a cabeça viu o irmão com o saco e a navalhamas não viu as três cvclhas.

Garro perguntou logo onde elas estavam c

quando Benigno lhe contou o que se tinha pas-sado ele zangou-se e disse-lhe que a culpa eradele que as nào tinha sabido guardar bem.

"Não nos resta nem uma só ovelha"—disseGarro "e não é dificil que os outros pastores

O TICO-TICO 44

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¦Í: cV. AfttíL -l».v "l****5 e'es tinr,am -'ilouquecido poisr^fíjTSÍMíBLí*'»^ mkA^M havia mais c*e cem anos que nin_uem

w A f jgrr**—s~^*^ 1 Wm vB ia Para ali e so se viam imensos areais

\ JWdi^ rlÊ com 8randes rochedos que pareciam

_>ÔÍ lA" MT^" ____ alcançar o céu.ff%\ }»

""*¦ '*¦¦*"-'-**. j| Ao meio dia chegaram ao pontom* por onde as ovelhas tinham trepado

como se fossem gansos, mas estavamambos tão cançados que tiveram

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\tt_/5\®@[Kl

nos queiram empregar quandochegar o tempo da tosquia. Sc

queres vem comigo c encontra-remos trabalho em qualquer par-te. Lembro-me de ter ouvido di-zer ao meu pai que antigamentehavia gi andes pastores que vi-viam muito bem, nas montanhas;vamos li ver se eles nos aceita-

rão para guardarmos os seusrebanhos".

Na manhã seguinte pu-zeram logo cm pratica estaidéia. Garro agarrou no seusaco e nas tesouras c Ben.-t;no no seu cajado e no ca-chimbo e começaram a an-dar a caminho das monta-nhas. Quem os via pensava

que parar para descançar. Enquanto ali estavamsentados ouviram os sons duma musica que vi-nha da montanha, parecendo-lhes que mil pas-tores estavam tocando nas suas flautas. Benigno

e Garro nunca tinham ouvido uma musica seme-lhaate. Levantaram-se e, seguidos por aquelessons, foram andando por entre os barrancos e,depois, por um grande mato até que por fim, aocafr da tarde, chegaram ao alto da montanha,onde viram um rebanho de mil ovelhas brancascomo a neve, que ali pastavam tranqüilamentee no meio das quais estava sentado um velhinhoque tocava alegremente na sua flauta.

"Bom velho" — disse Benigno, pois o ir-mão mais velho estava aterrorisado e ficava paratraz, — "diz-nos que terras são estas e onde po-deremos encontrar trabalho, pois, tanto eu comomeu irmão, somos pastores e sabemos guardarrebanhos apesar de termos perdido o nosso.

"Este é o rebanho da montanha" — disse oancião "e eu sou o antigo pastor. Os meus reba-nhos nunca se extraviam mas em todo o casovou dar-lhes trabalho. Qual de vocês sabe tos-quiar melhor ?

"Bom velhinho", — disse Garro animando-se, "eni toda a planície não há quem me leve apalma em saber tosquiar. Quando eu deixo umaovelha não se encontra nela lã nem mesmo parafazer um fio".

"E'«* o homem que preciso", — disse o velhopastor.

"Quando a lua aparecer chamarei o re-banho que deves tosquiar".

Anoiteceu e apareceu a lua e todas as ove-lhas brancas se puzeram em volta do ancião.Nesse momento, pela ladeira da montanha, su-biu uma manada de lobos com um pêlo tão com-

prido que mal se lhes viam osolhos; Garro, cheio de medoi es-teve quasi decidido a fugir, masos lobos pararam e o velho disse:"""Levanta-te e tosquia, estemeu rebanho tem imensa lã".

Até então, Garro nunca ti-nha tosquiádo lobos. No entanto,levantou-se, e avançou corajosa-mente mas o primeiro dos lobosmostrou-lhe os dentes e todos osoutros deram tais gritos que Gar-ro deitou fora, a toda a pressa,as tesouras e foi esconder-seatraz do ancião.

"Bom velhinho", — excla-mou _ "dá-me ovelhas para tos-

quiar mas não lobos".Quando isto ouviu. Benigno

apanhou as tesouras que Garrotinha deitado fora e aproximou-sevalentemente do lobo que estava

45

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mais próximo. Ficou espantado pois parecia queo animal o conhecia e que esperava tranquilamen-te que ele o tosquiasse. Benigno cortou bem opêlo mas sem o deixar demasiadamente curto, eassim que acabava com um ia para outro até queem pouco tempo o rebanho estava todo tosquiádo.Então o velho disse:

"Está muito bem; aí tens o rebanho e a lãem paga do teu trabalho e volta ao teu lugar como teu irmão para que ele te ajude a guardar asovelhas".

A Benigno nã. sorria a idéia de guardar lo-bos; mas ainda não tinha tido tempo para respon-der quando viu que os lobos se haviam todostransformado nas ovelhas que se tinham perdido,e o pêlo que ele cortara estava agora transforma-do num monte de fina e suave lâ.

Garro arrecadou-a e voltou com o irmão paraa planície e guardaram juntos o rebanho; masGarro já consente que Bnigno seja o único a tos-quiar as ovelhas.

Maio — 1942

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ffidlMM7 LUIZ 5A

AGORA SIM, S€(J &OLAO) EMQÜECOMSIS-^O MEU DIA CHEGOU. TE ESTE EMPWH ^^_^^ARRANJEI UM EMPREGO^ GO, AZEiTO/iA?X>^^^\DE v*OOlSaMla-"POP. PIA. J ^^^r—^-^^BOtÃO/.- ,V^t .___- -*¦* \\ (O SEGREDO 1=^~v -"C-^a

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IMAGINE SO, RECO-RECO,"o Azeitona arbamjouUM EMPP>EGO...

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VAMOS VEP. (SIUA.LS SERÁ ESTE EM-[ PREGO ?_r_J—^

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ola' AZEITONA/ Z^' - -vnr^d __ia Wp;"a l VOCE TEM P.A_AO, f30LAD,VOCÊ _ AMA SECA

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Maio — 1942

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OS GRANDES EPISÓDIOS DA NOSSA HISTORIA

VENCIDA

a revoluçãopernambucana de 1824,a comissão militar, pre-

sidida pelo brigadeiro Lima eSilva, iniciou o julgamentodos cabeças daquele movi-mento republicano. O primei-ro condenado foi Frei Caneca,sacerdote ilustre, grande jornalista, oradornotável e patriota de puros sentimentos. Apena que lhe impuzeram foi a dc ser en-forcado. Frei Caneca recebeu a condena-ção com heroísmo c sangue frio. Confes-sou-se calmamente. Animava seus compa-nheiros de desgraça com palavras de resi-gnaçáo.

Na manhã de 12 de ja-neiro, deu-se inicio ao cum-

primento da sentença. FreiCaneca foi conduzido pelasruas do Recife numa grandeprocissão. Ao chegar à Igre-ja de N. Senhora do Terço.foi o frade levado ao seuinterior e aí se realizou acerimônia da destituiçãodas ordens sacras. Despi-ram-lhe as vestes sacerdo-tais. Vestiram-lhe roupascomuns. Rezou-se o oficiodos mortos. Depois, seguiu o

préstito para o largo das Cin-co Pontas, local onde deveriaser enforcado o glorioso pa-triota.

Verificou-se aí, entre-tanto, um fato memorável.Nenhum carrasco aceitoua missão dc matar FreiCaneca. Um pardo chamado

Agostinho Vieira, mesmo sob ameaças tre-mendas, não quiz ser o algoz do frade. Ossoldados deram-lhe pancadas com as cara-binas, quasi o deixaram por morto. Ele, po-rém, não se submeteu. Outros dois pretos,condenados na prisão, receberam promes-sas de liberdade, si enforcassem FreiCaneca. Não quizeram, porém. Resistirama tudo. E Frei Caneca, sorridente, aureola-do por estas homenagens de homens tãorudes, esperava o seu fim.

• • •

Afinal, ante a dificuldade de se encon-trar um carrasco, a sentença foi alterada.Maio — 1942

Em vez da forca, Frei Caneca iria sepostar diante de um pelotão de fusila-mento.

Seriam os soldados os matadores dogrande pernambucano.

Na manhã de 13 de junho iria se des-

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enrolar o último ato da vida de FreiCaneca.

Conduzido ao mesmo local, o ardoro-so patriota demonstrou o mesmo ânimo

forte.Não deu mostras de vacilaçáo. A mor-

te não o amedrontava, porque ele sabia

que os idcia.s republicanos que pregaraum dia haveria de triunfar no Brasil.

47

Amava a liberdade acima detudo e, por isso tomara parteem duas revoluções domesmo caráter: a de 1817e a dc 1824.

A tropa está formada nolargo das Cinco Pontas, onde

ainda existe uma fortaleza tradicional, queteve famosa atuação na guerra contra osholandeses e onde há hoje um dos quartéisdo Exército, |a capital pernambucana.

Chega Frei Caneca, mãos amarradas,com o riso nos lábios.

Sua atitude corajosa assombra os cum-

pndores da lei, que não escondem sua pro-funda emoção.

O sacerdote tinha o as-pecto de um santo, de umjusto, que ia ser imoladopela beleza de uma causaredentora.

O povo apinhado emredor dn local tem a almaconfrangida.

Dc todos os lábios par-tem preces pela alma deFrei Caneca.

Ecoa o som de umacometa. O pelotão põe-seem posição.

O oficial que comandao ato dificilmente ocultasua tristeza.

• Só a vitima sorri, so-mente ela nào tem o co.a-ção abatido.

Para contraste a esseambiente de angustia, o soldardejava nos céus, ilumi-nando o cenário tremendo.

Frei Caneca é colocado no lugar em

que deve ser morto. Dirige-se aos solda-dos e lhes pede que não errem o alvo, paraque nào sofra muito. Aponta o coração.

Quer dizer mais alguma coisa, mas o seuconfessor lhe implora silenciar. FreiCaneca o atende.

Sôa, mais uma vez, o clarim. Ouve-sea voz do comando.

E os tiros do pelotão deitam por terrao mais glorioso mártir das liberdadesbrasileiras.

Assim morreu, esse nosso compa-triota, cuja vida é um exemplo lumino-

So de fé na verdade e na justiça.O T I C O - T | c C

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A PÁGINA DAS MENINASDOIS BONECOS PARA AS NOSSAS AMISUI-

NHAS RECORTAREM, COLAREM EM CARTOLI-

NA E VESTIREM PARA BRINCAR.

48Maio — l°*2

TICO-TICO

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COROGRAFIAf ^-. j^í^^S^ ^^ PITORESCA

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/ QUEIXADA w_*__. *^/4 Ir __**^"^ f &"_\ _____*'^*-*B rapfi A

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SIMAO DIAS y_\ ITABA.AMA W Jfcl^-s 4 fV1 _/^ -<\

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*-4L- J-_4__l .15'* —. = _ *=.¦! - "Jl ¦ «_ Wmt' _> FSTANflA ^____ ü. ^Si _^*^ Zona marítima baixa, arenosa, elevando-se para o inte-

a^jpt/y^* sLtWrf _<*»?" ^_^'_r__M0r____l ^—»fe. ^^M \5_»i//íW _»-j»*^ _________ I» _>^^ nor' * Iondl centra' * mu't° fértil, e a ocidental, sertaneja, é

^Í^Ajfe ^jJE\! ^ ¦¦5_P^i' ^^^__

/-É--Í _____^ PBf _T montanhosa. Como nos outros estados nordestinos, produz

"^^htf^^^^L. ^^^^t-V.

^ _**_**• ^"Ltí m SJ^S^^^^^^^^^ J_H __t _rV_f muito algodão, café, coco etc. O clima em geral é quente e

,»' ^^^^^ v J_T^^ ^^ O "° •**. Francisco limita Sergipe com o estado de Ata-

^^_ ^_r^r »^% gôas, e o Vaia-Barrís é o principal rio central. S6I0 fértil e

^^¦*__fci^--*^^ rico em minerais. A fauna é ma;s ou menos a dos Estados

49O TICO-TICO Maio — 1942

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^S>x^ ,^r^^s^ >___ /'¦'^^^^Blf

QUE A ABELHA PODEPICAR COM 5EU FER-RÃO ATRAVESSANDOUMA CAIXA DE PA-PELÃO?

/CARTÕES OE VISITA^/ FoRAM IMVEr.TAD06 ^

QUASI OS UWrCOS ^^^-^ ^\^

rmula— r—^^*r*o*o^.—— —~_mm

QUE O MAIORSINO DO MUNDOE5TÁ EM MOS-COU, NA RÚSSIA9

o rei Sabido, era um soberano muito astucio-

so. Certa vez estava separando umas pedras

preciosas, na presença de um fâmulo.

Para por em prova a honestidade de seu servo, fingiu

necessidade de retirar-se um momento.

Dirigindo-se ao fâmulo, lhe disse : — Na minha ausen-

cia não tocarás nestas pedras. Para que eu tenha a certeza

da tua obediência, ficarás batendo palmas, até que eu

volte.

Logo que o rei se ausentou, o fâmulo, que tambem se

julgava muito esperto, se pós, com uma das mãos, a dar

palmadas no rosto, enquanto a outra subtraía duas pedras

preciosas.

Quando de volta, o soberano notou que êle estava

com uma das faces excessivamente vermelha, e facilmente

percebeu que o traíra.

E, como castigo, foi condenado a apanhar duzentds

palmadas no rosto.O TICO-TICO 50 Maio — 1942

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f\r<Xtí\W I SABE5PIP0CAJ-; O MAHAPAJAM\ I TOE SER. T/ skWX JIM NL—-___ DE \TARARE" MANDOU-ME UH KJ LmA _^PEot

/ f \ N\ r\\ W^OQÜEAJHÃ^ ELEFANTE PE PRESENTE- r\WSJEZEB?i./__• I \ 1 7 V'CARTA DO MAR_v SABES QUE ESPECIEDH \ Pf <^> «AS NAO

ONDE ESTA1 E3SE-TALDEEirir^^] '

p!JxA; Qü£ ^ EPUCAC^0 i //T^TT "TT"/

_/^V ^pTUAN KAKIHBUM APRESENTOU-ME O biCHOV .**> ^ , 1/ )-A__m-- V Í^S^ M,M JPELOLAPOP_^XAUP^r--V í

4 A.'

ÂmmT._ /L__J II—J___Lj___l_ f\ííMISERICÓRDIA'. NUNCA

Mi 2EBRATÃ0Jíí_f ** \\ ít^^^ GRANDE \\ x

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VOU PINTAR O BICHO2EBPA E BICHO

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As Aventuras de Chiquinho

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_________»_ ¦' w* _B__^_r__^^É^/^v *

CHIQUINHO LERA NOS JORNAIS AS PERIPE^CIAS DO BURRO CANÁRIO", E TEVE LOGO UMADAS SUAS MALUCAS IDÉIAS.

PARA EXECUTA-LA, CHAMOU O BENJAMIN.A QUEM CONTOU O QUE PRETENDIA FAZER.E O MOLEQUE, COMO SEMPRE, ACEITOU OCONVITE.

QUE MARAVILHA! CoL05SoJ ***** «*"*'C?VE IFE NOME MO1.

HORAS DEPOIS. LA ESTAVA O CHIQUINHO APRESENTANDO O "PINTASILGO". O BURROMAIS INTELIGENTE DO MUNDO. A GAROTADA ESTAVA MESMO ASSOMBRADA ! O BURRO RES-PONDIA A TUDO COM A CABEÇA E AS PAIAS SEM ERRAR. E AS PERGUNTAS CHOVIAMSEM CESSAR.

MAS. DE REPENTE. COM ESPANTO DE TODOS. O BURRO FALOU QUALQUER COISA. FOIA CONTA! A GURISADA DESCOBRINDO O TRUQUE. PÔZ EM FUGA SOB UMA CHUVA ÒE VAIASE DE PEDRAS. O DONO.DO BURRO E O BURRO, QUE NAO ERA OUTRO SINAO O BENJAMINQUE. COITADO. NEM SIQUER TEVE TEMPO DE TIRAR O DISFARCE.