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Racismo

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RACISMO & XENÓFOBIA EM PORTUGAL

Trabalho elaborado: Emília Roque

Formadora: Patrícia Bernardo

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I -“EM MEMÓRIA DO MEU QUERIDO PAI. “

Nascido numa família de dez irmãos, com pai alcoólico mas com a melhor mãe do Mundo, começa a trabalhar em criança para suprir um pouco da fome que grassava naquele lar e naquela época, ajuda a criar os irmãos mais novos.

Em plena vigência do Estado Novo, partiu para França a “salto”, passou por todas as iniquidades e tormentos possíveis e imagináveis.

Foi emigrante Português, e imigrante Francês, trabalhou com Raças de quase todas as Nações, esteve em contato com modos de vida diferentes e costumes díspares.

Trabalhou para ter e dar uma vida melhor à sua família, em especial aos seus filhos.

De nome António Afonso Roque e pelo respeito demonstrado por todos, os seus colegas e em quase todas as línguas foi apelidado de “Prata”, pela sua disponibilidade na ajuda indiscriminada a todos a que a ele acorriam.

Pouco nos falou destas situações, mas outros o fizeram.

Obrigado, querido pai pelo seu grande coração e por tudo o que nos legou.

Da sua filha que nunca o esquecerá, amá-lo-ei para sempre!

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Índice

I – Em memória do meu querido pai....................................2

II – Introdução......................................................................4

III – Noção de racismo e xenofobia.....................................5

IV – Perspétiva histórica.....................................................6

a) – “Uma Imagem vale por Mil palavras, Muitas valem por Milhares”.......................................................6 /12

V – Portugal e sua responsabilidade histórica....................13

VI – História dos cuidados de saúde em Portugal.......................................................................................14/17

VII – Principais Orientações Europeias em matéria de saúde..............................................................................18

VIII – Humanização dos Cuidados de Saúde................19/25

IX – Formas de combate e estratégias para erradicar o Racismo e a xenofobia....................................................26

a) – Metodologias gerais do ambiente na saúde que promovem a inclusão social...............................................27

X – Racismo e Xenofobia em Portugal..............................28

XI – Individualidades que ao longo dos tempos lutaram contra o racismo/ xenofobia ............................29/36

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XII – Conclusão.................................................................37

II – INTRODUÇÃO

A presente exposição pretende explorar os conceitos de raça, racismo e xenofobia, delimitando particularidades quanto ao perfil de saúde de indivíduos ou grupos submetidos à discriminação ou preconceito racial. Além disso, pretende demostrar as evidências da relação entre racismo e saúde. Apresentando a desigualdade social como um poderoso fator causal de iniquidades na saúde, que fomenta disparidades em relação ao tratamento igualitário entre raças e etnias. Sendo o racismo/ xenofobia elementos precursores que mantem atritos no âmbito das relações sociais. Pretendo falar do modo como a discriminação racial implica limitações fundamentais na vida dos indivíduos.

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III - NOÇAO DE RACISMO E XENOFOBIA

O racismo é a tendência do pensamento, ou o modo de pensar, em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras, normalmente relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.

Xenofobia significa aversão a pessoas ou coisas

estrangeiras. A xenofobia pode se caracterizar

como uma forma de preconceito ou como uma

doença. O preconceito gerado pela xenofobia é

algo controverso. Geralmente manifesta-se

através de ações discriminatórias e ódio por

indivíduos estrangeiros. Há intolerância e aversão

por aqueles que vêm de outros países ou

diferentes culturas, desencadeando diversas

reações entre os xenófobos.Nem todas as formas de discriminação contra

minorias étnicas, diferentes culturas, subculturas

ou crenças podem ser consideradas xenofobia. Em muitos casos são atitudes associadas

a conflitos ideológicos, choque de culturas ou mesmo motivações políticas.

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IV - PERSPETIVA HISTÓRICA

A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, e o domínio de determinados povos por outros, os genocídios que ocorreram durante toda a história da Humanidade foi fomentando o complexo de inferioridade, fazendo de muitos povos inferiores em relação aos seus invasores.

a) “UMA IMAGEM VALE POR MIL PALAVARAS, MUITAS VALEM POR MILHARES”

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V - PORTUGAL E A SUA RESPONSABILIDADE HISTÓRICA

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Portugal tem a sua cota parte de responsabilidade histórica, na escravização de africanos e outras raças indígenas, pelo tráfico transatlântico de escravos de origem africana entre outros e pela marginalização na economia social e política de descendentes de africanos entre outras raças e etnias.

Historicamente, a consideração da raça como ferramenta de estratificação social é um reflexo da centralidade desta característica nas sociedades ocidentais e, inclusive, na subjetividade dos indivíduos.Os estudos que envolvem a evolução de tal estratificação na perspetiva da psicologia social e do processo saúde-doença, recorrem com frequência à delimitação de grupos sociais para compreenderem como se desenvolvem e se instalam as disparidades na saúde.

No decorrer dos processos de globalização, aumentam os fluxos migratórios de tal forma que, hoje em dia, não existem nações homogêneas. A heterogeneidade racial, étnica, religiosa ou linguística é um fenômeno global. O reconhecimento de que tais fenômenos têm origem histórica, persiste através dos anos continuado a manifestar-se atualmente, tendo-se agravado com o surgimento da crise económica Nacional, que se estendeu à Europa estando agora disseminada a nível Global.

Os conflitos étnicos constituem 80% dos conflitos nacionais e internacionais segundo estudos realizados pela ONU.

VI - HISTÓRIA DOS CUÍDADOS DE SAÚDE EM PORTUGAL

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A criação da Direcção-Geral de Saúde e Beneficência Pública, em 1899, representa um marco importante na história da Saúde em Portugal. De todo o devir histórico, torna-se inquestionável que a segunda metade do século XIX assinala os mais notáveis progressos técnicos e científicos no Ocidente, não só na Medicina como em muitas outras áreas do conhecimento subsidiárias da Saúde Pública.As consequências da peste bubónica em Portugal e o papel de Ricardo Jorge na reorganização dos serviços de saúde deram o impulso definitivo para a criação da Direcção-Geral de Saúde e Beneficência Pública. A Direcção-Geral de Saúde tenta implementar e promover a educação sanitária das populações e, em especial, das crianças das escolas primárias e do ensino secundário.

Verificam-se as principais alterações estruturais e funcionais observadas em todas as práticas sanitárias da reorganização dos serviços de Saúde Pública e da Assistência Social, entre o fim da I Grande Guerra e o da II Guerra Mundial.

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A formação de um maior número de quadros académicos qualificados na área da medicina vai refletir-se diretamente no bem-estar da população portuguesa e em ganhos de saúde.

A organização dos serviços de saúde sofreu, através dos tempos, a influência de conceitos religiosos, políticos e sociais de cada época e foi-se concretizando para dar resposta ao aparecimento das doenças.

Até à criação do SNS, a assistência médica competia às famílias, a instituições privadas e aos serviços médico-sociais da Previdência.

1899 – O Dr. Ricardo Jorge inicia a organização dos serviços de saúde pública e o Regulamento Geral dos Serviços de Saúde e Beneficência Pública. Regulamentada em 1901, a organização entra em vigor em 1903. A prestação de cuidados de saúde era então de índole privada, cabendo ao Estado apenas a assistência aos pobres.

1945 – É reconhecida assim a debilidade da situação sanitária no país e a necessidade de uma resposta do Estado. São criados institutos dedicados a problemas de saúde pública específicos, como a tuberculose e a saúde materna. 

1974 – Surgem as condições políticas e sociais que vão permitir a criação do Serviço Nacional de Saúde.

1976 – É aprovada nova Constituição, cujo artigo 64.º dita que todos os cidadãos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover. Esse direito efetiva-se através da criação de um serviço nacional de saúde universal, geral e gratuito. Para assegurar o direito à proteção da saúde é incumbência prioritariamente do Estado garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação, bem como uma racional e eficiente cobertura médica e hospitalar de todo o país.

1978 - O Despacho ministerial publicado em Diário da República, mais conhecido como o “Despacho Arnaut”, constitui uma verdadeira antecipação do SNS, na medida em que abre o acesso aos Serviços Médico-Sociais a todos os cidadãos, independentemente da sua capacidade contributiva. É garantida assim, pela primeira vez, a universalidade, generalidade e gratuitidade dos cuidados de saúde e a comparticipação medicamentosa.

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1979 – Cria-se o Serviço Nacional de Saúde, no âmbito do Ministério dos Assuntos Sociais, enquanto instrumento do Estado para assegurar o direito à proteção da saúde, nos termos da Constituição. O acesso é garantido a todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica e social, bem como aos estrangeiros, em regime de reciprocidade, apátridas e refugiados políticos.

O SNS envolve todos os cuidados integrados de saúde, compreendendo a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes e a reabilitação médica e social. Define que o acesso é gratuito, mas contempla a possibilidade de criação de taxas moderadoras, a fim de racionalizar a utilização das prestações.

A carreira médica de Clínica Geral surge, e regulam-se as carreiras médicas (de saúde pública, clínica geral e médica hospitalar). O médico de clínica geral é entendido como o profissional habilitado para prestar cuidados primários a indivíduos, famílias e populações definidas, exercendo a sua intervenção em termos de generalidade e continuidade dos cuidados, de personalização das relações com os assistidos e de informação confidencial.

1984 – O clínico geral adquire o estatuto de médico de família.

1989 – Estabelece-se que o direito à proteção da saúde é realizado através de um serviço nacional de saúde “universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito”. Coloca-se assim a ênfase no princípio de justiça social e de racionalização dos recursos.

1990 – Aprova-se a Lei de Bases da Saúde. Pela primeira vez, a proteção da saúde é perspetivada não só como um direito, mas também como uma responsabilidade conjunta dos cidadãos, da sociedade e do Estado, em liberdade de procura e de prestação de cuidados.

Prevê-se ainda que possam ser cobradas taxas moderadoras, com o objetivo de completar as medidas reguladoras do uso dos serviços de saúde. Destas taxas, que constituem receita do Serviço Nacional de Saúde, são isentos os grupos populacionais sujeitos a maiores riscos e os financeiramente mais desfavorecidos.

1992 - Estabelece-se o regime de taxas moderadoras para o acesso aos serviços de urgência, às consultas e a meios complementares de diagnóstico e terapêutica em regime de ambulatório, bem como as suas isenções. O

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diploma sublinha os princípios de justiça social que impõem que pessoas com maiores rendimentos e que não são doentes crónicos ou de risco paguem parte da prestação dos cuidados de saúde de que sejam beneficiários, para que outros, mais carenciados e desprotegidos, nada tenham de pagar.

No mesmo ano, é criado o cartão de identificação do utente do Serviço Nacional de Saúde.

2006 – Cria-se a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, visando dar resposta ao progressivo envelhecimento da população, ao aumento da esperança média de vida e à crescente prevalência de pessoas com doenças crónicas incapacitantes.

2009 – Reestrutura-se a organização dos serviços operativos de saúde pública a nível regional e local, articulando com a organização das administrações regionais de saúde e dos agrupamentos de centros de saúde. No horizonte está a modificação do perfil de saúde e doença das populações verificada nas últimas décadas, devido à evolução das condições ambientais planetárias, às alterações dos estilos de vida e à globalização, entre outros.

Figura 1. Etnicidade e Saúde: Modelo Conceptual de Stronks

Modelo conceptual que integra possíveis explicações para a relação entre etnicidade e saúde

Fonte: Stronks et al in Bejers H., People with a Mission. “Meanings of psychosocial distress of Cabeverdean migrants in the Netherlands. University of Amsterdam. Medical Anthropology Unit, Amsterdam, 200

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VII - PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES EUROPEIAS EM MATÉRIA DE SAÚDE

Os objetivos da Politica de Saúde Europeia são:

- Uniformizar o sistema de cuidados de saúde, criando um regime de vacinação comum.

- Uniformizar o sistema de vacinação comum (no caso de aparecimento e disseminação de pandemias).

- Uniformizar um sistema de condições de trabalho (prevenção de acidentes de trabalho) no espaço da Comunidade Europeia.

- Criação de uma Rede Hospitalar comum (criação do cartão Europeu de Saúde), que permite aos cidadãos terem assistência médica em todos os países da Comunidade Europeia.

- Uniformização de um Regime Alimentar Saudável (evitado gastos desnecessários na saúde, proibindo a venda de bolos, salgados e refrigerantes nas escolas, limitação de sal por exemplo no pão, etc.), de modo a prevenir doenças que afetam a saúde publica tais como a Diabetes, Obesidade Infantil, doenças Cardiovasculares, etc.

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VIII - HUMANIZAÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE EM PORTUGAL E NA EUROPA

O ser humano deve ser tratado de forma igual, independentemente da cultura,raça,nacionalidade,etc.

Para um ser humano ser digno, tem que ter o mínimo de qualidade de vida, isto é, acesso à saúde, educação, água potável, higiene e alimentação.

Saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar, em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e a sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de carácter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros. Os racistas definem uma raça como sendo um grupo de pessoas que têm a mesma ascendência. Diferenciam as raças com base em características físicas como a cor de pele e o aspeto do cabelo. A “raça” é um conceito inventado. A noção de “raça” não possui qualquer fundamento biológico. A palavra “racismo” é igualmente usada para descrever um comportamento abusivo ou agressivo para com os membros de uma “raça inferior”. A diferença de cor entre as pessoas tem uma explicação científica, a maior ou menor concentração de melanina da pele, torna a pele da pessoa mais ou menos escura. "O racismo começa quando a diferença, real ou imaginária, é usada para justificar uma agressão. Uma agressão que assenta na incapacidade de compreender o outro, aceitar as diferenças e para se empenhar no diálogo.Muitas vezes é caracterizado por um nacionalismo exacerbado. A xenofobia é um medo intenso, descontrolado e desmedido em relação a pessoas ou grupos diferentes, com as quais habitualmente não contacta-mos. A xenofobia pode ter como alvo não apenas pessoas de outros países, mas de outras culturas, subculturas ou sistemas de crenças. O medo do desconhecido pode ser mascarado no indivíduo como aversão ou ódio, gerando preconceitos. Porém, nem todo preconceito é causado por xenofobia. Na Europa o aumento da intolerância política, religiosa e étnica

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bem como o desencadear de vários conflitos armados, dentro e fora do espaço europeu, provocaram a saída de inúmeros contingentes populacionais das suas terras, refugiados que nem sempre são bem acolhidos em ambientes que lhes são pouco familiares. Em todo o caso, os níveis e expressões de racismo variam muito de país para país, espelhando não só diferentes posturas e modos de lidar com a presença de imigrantes, minorias étnicas e estrangeiros, como também políticas mais ou menos consistentes de combate à discriminação.Esta imagem descreve a tentativa de passagem de africanos, pelo Mar Mediterrânio, para a Europa. Durante este percurso, perdem-se inúmeras vidas. «A Europa é uma sociedade multicultural e multinacional que se enriquece com esta variedade. No entanto, a constante presença do racismo

na nossa sociedade não pode ser ignorada. O racismo toca toda a gente. Degrada as nossas comunidades e gera insegurança e medo.»A Organizações de apoio às vítimas de racismo e Xenofobia O SOS RACISMO foi criado em 10 de Dezembro de 1990. A sua criação partiu da iniciativa de um grupo de pessoas que, assim, se propôs lutar contra o Racismo e a Xenofobia em Portugal, contribuindo para a formação

de uma sociedade em que todos tenham os mesmos direitos. O SOS RACISMO constitui uma associação sem fins lucrativos, tendo-lhe sido atribuído o estatuto de utilidade pública em 1996. Desde da data da sua criação, o SOS RACISMO tem vindo a desenvolver diversas atividades, que abrangem cada vez mais áreas de intervenção, de forma a tornar possível uma ação conjunta nos vários sectores da Sociedade Portuguesa. Há igualmente um esforço no sentido de colaborar com outras associações antirracistas e de imigrantes a nível nacional. O SOS RACISMO desenvolve, igualmente, atividades e ações em conjunto com outras associações de países europeus, estando atualmente ativamente envolvido na criação de uma rede antirracista europeia, em conjunto com vários países da Europa. A associação tem vindo a crescer e, apesar de a maioria do trabalho ser realizado por voluntários, dispõe já, de um número significativo de núcleos espalhados por diversos pontos do país. Conjuntamente com a ONU pretende-se unir todas as nações do mundo em função da paz e do desenvolvimento, com base nos princípios de justiça,

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dignidade humana e bem-estar de todos. Os grupos étnicos e culturais minoritários como os ciganos e os imigrantes africanos têm sido um dos seus campos de batalha. Por um lado, os ciganos, que em grande parte vivem em extrema precariedade, são remetidos para um certo ostracismo devido a manterem-se fechados sobre si mesmos. E por outro lado, os imigrantes africanos tidos como indivíduos mais vulneráveis.

Portugal, país tradicionalmente de emigração, passou a ser, nos anos 90, também um país de imigração. A população migrante cresceu de modo muito significativo e passou a implicar novos grupos de nacionalidades, em particular os da Europa de Leste. Neste período, o número de estrangeiros titulares de autorização de residência aumentou mais de 6%. Trata-se de uma evolução subestimada, se tivermos em conta a existência dum considerável e indeterminado número de imigrantes irregulares, isto é, sem autorização administrativa de residência.Atualmente, os grupos com maior representatividade em Portugal, têm como países de origem o Brasil, Cabo Verde, Ucrânia, Angola e Guiné-Bissau, correspondendo, na sua totalidade, a 52% da população com autorização de residência em Portugal. Observa-se um aumento de proveniências daqueles que são agora «Novos Países Membros da União Europeia», o que vem reconfigurar novamente este fenómeno da imigração em Portugal. Previa-se que com este alargamento ocorresse uma enorme vaga de emigração dos novos Estados-Membros da UE para os restantes países já membros, mas os dados têm vindo a revelar que esta ainda é pouco expressiva no nosso país. A grande novidade prende-se com um novo perfil de imigrantes, essencialmente pelas qualificações elevadas, jovens e tendencialmente mulheres, o que pode vir a beneficiar os países acolhedores. Para além disso pode-se evitar os números elevados de imigração clandestina e favorecer a integração destes “novos” imigrantes.

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Segundo a lei portuguesa, todos os imigrantes têm o direito e o dever de proteção da sua saúde em Portugal. A legislação específica contempla o acesso à saúde por parte de todos os imigrantes, independentemente do seu estatuto jurídico. No caso dos imigrantes irregulares refere que os cidadãos estrangeiros que não se

encontrem numa das situações previstas, têm acesso aos serviços e estabelecimentos do SNS, mediante a apresentação junto dos serviços de saúde da sua área de residência de documento comprovativo, emitido pelas juntas de freguesia de que se encontram em Portugal há mais de noventa dias. Aos cidadãos estrangeiros referidos, poderão ser cobradas as despesas efetuadas, excetuando na prestação de cuidados de saúde em situações que ponham em perigo a saúde pública, de acordo com as tabelas em vigor, atentas às circunstâncias do caso concreto, nomeadamente no que concerne à situação económica e social da pessoa, a aferir pelos serviços de Segurança Social, a isenção de pagamento é aplicável a cidadãos estrangeiros em situação regular e irregular desde que se enquadre numa situação que configure risco para a saúde pública ou numa situação de carência económica. O acesso ao mercado de trabalho é a vertente que mais se destaca, sendo o estatuto de residente de longa duração e a aquisição de nacionalidade.O normativo legal que regula a integração de cidadãos nacionais de países terceiros em Portugal, não está muito distante das práticas mais favoráveis. Apesar da discrepância entre a prática e o que está legislado, Portugal é um dos países europeus que possui uma política de integração dos imigrantes melhor estruturada e que na prática cria condições que permitem aos cidadãos estrangeiros usufruir de direitos e deveres, desde que aplicada a lei em vigor.A legislação portuguesa que rege o acesso dos imigrantes aos cuidados de saúde é bastante propícia a uma proximidade dos imigrantes com o Sistema Nacional de Saúde.

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Mas o que se verifica, difere e os indicadores de Integração de Migrantes mostra, no entanto, que a maioria dos imigrantes e seus descendentes são afetados por situações de desvantagem relativamente à população dos países de acolhimento. No caso português, vários indicadores põem em evidência essa desigualdade no domínio do emprego, condições de habitação, acesso à educação, saúde e outros aspetos da vida social. Os cidadãos de países terceiros registam uma taxa de desemprego mais elevada do que a dos portugueses, apresentando uma estrutura profissional em que predominam as atividades de baixa qualificação e menores salários; têm piores condições de habitação, e, consequentemente, apresentam maior risco de pobreza e exclusão social.O Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), enquanto serviço público foi criado com a forma jurídica de I.P. (Instituto Público).Tem como missão acolher e promover a integração dos imigrantes, sendo uma das suas prioridades a de assegurar e facilitar a ligação entre os estrangeiros e os serviços administrativos públicos.A criação de Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante veio consolidar a missão do ACIDI e permitir um acolhimento mais eficaz e amigável à população migrante. O CNAI possui instalações próprias onde podem ser acedidos no mesmo edifício a maioria dos serviços públicos com os quais os imigrantes necessitam de contactar (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Segurança Social, Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Ministério da Justiça).A equipa de mediadores culturais que aí trabalham abrange onze nacionalidades diferentes e domina mais de doze línguas. É dentro desta organização que funciona o Gabinete de Saúde que surgiu de uma parceria entre o ACIDI e o Ministério da Saúde.A grande maioria dos casos observados estavam relacionados com a resolução de problemas encontrados no acesso ao SNS e no pagamento dos cuidados de saúde por parte de imigrantes, regulares e irregulares, assim como por doentes provenientes dos PALOP que vêm para Portugal ao abrigo dos Acordos de Cooperação no domínio da saúde. As áreas problemáticas e fatores críticos são o dos imigrantes indocumentados.

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Sendo o acesso à saúde, um direito garantido a todos os imigrantes, independentemente do seu estatuto legal, sabemos pela observação dos casos que chegam ao Gabinete de Saúde que os imigrantes indocumentados são os que enfrentam os maiores bloqueios.Os resultados preliminares revelam que alguns dos problemas estão relacionados com a falta de conhecimento da legislação portuguesa tanto por parte dos imigrantes como dos profissionais de saúde.Os imigrantes que estão irregulares pedem apoio ao gabinete para terem acesso ao Sistema Nacional de Saúde (SNS) e para que se encontre uma solução a fim de obterem o direito de pagar apenas as taxas moderadoras, ou mesmo a isenção das taxas, visto que na maioria dos casos, dado o seu estatuto irregular é-lhes exigido o pagamento das taxas máximas em vigor. Também procuram a obtenção do cartão de saúde. Estes utentes são principalmente imigrantes africanos e brasileiros.Constata-se a recusa de tratamento por parte de alguns serviços ou a exigência de pagamento das tarifas mais elevadas, mesmo nos casos de mulheres grávidas e crianças, na maior parte das vezes porque estão irregulares ou porque nunca descontaram para a Segurança Social. Estas utentes grávidas ou que já tiveram o bebé, em situação irregular, pretendem uma solução no sentido de conseguirem aceder às consultas de acompanhamento pré-natal e de pós-parto.O facto de muito imigrantes não terem número de Segurança Social nem efetuarem descontos surge como um grande entrave quando pretendem ser atendidos nos centros de saúde. Assiste-se a vários casos em que o Centro de Saúde não inscreve os utentes porque não estão registados na Segurança Social afirmando que para se inscrever no Centro de Saúde é preciso o número de beneficiário da Segurança Social. Os casos problemáticos são quase sempre solucionados depois de chegarem ao Gabinete de Saúde do CNAI.No caso de utentes que estão a solicitar a autorização de residência, estes dirigem-se ao Gabinete de Saúde do CNAI para se informarem sobre os documentos que devem apresentar para se inscreverem no SNS, dado que este é, entre outros, um dos requisitos exigidos, pelo SEF para a obtenção da mesma.Reagrupamento familiar, os imigrantes que vieram para Portugal através do reagrupamento familiar vêm ao Gabinete de Saúde por razões idênticas, quer para solicitar ajuda no sentido de poderem usufruir do SNS, quer para solicitar apoio para o pagamento das taxas moderadoras, dado que lhes foram cobradas as taxas máximas. “O pagamento de cuidados de saúde prestados, pelas instituições e serviços que constituem o SNS, aos cidadãos estrangeiros, e respetivo agregado familiar, é assegurado nos termos gerais.”

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Muitos processos de reunificação familiar encontram bloqueios no acesso aos cuidados de saúde quando os membros da família pretendem utilizar os serviços de saúde, quer ao nível do acesso (inscrição e obtenção do cartão de utente), quer ao nível dos pagamentos. Para a resolução de alguns destes casos, articula-se com o Gabinete de Reagrupamento Familiar regulador do acesso às prestações de saúde”. Permitem, simultaneamente, o reforço efetivo do princípio da justiça social no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Considera-se vantajoso chamar a atenção do pessoal que tem contacto direto com o público sobre os seguintes aspetos: Os estrangeiros que residem legalmente em Portugal podem utilizar, tal como os portugueses, os serviços de saúde oficiais e têm direito aos medicamentos. Para isso, é necessário obter no Centro de Saúde o “cartão de utente” que será dado a quem apresente a “autorização de permanência ou residência” ou o “visto de trabalho”. O pagamento dos cuidados realizados aos estrangeiros (ou suas famílias) que descontem para a Segurança Social é efetuado tal como a lei indica para os portugueses. Os estrangeiros que não tenham “autorização de permanência ou residência” ou “visto de trabalho” têm acesso aos serviços de saúde se apresentarem um documento da Junta de Freguesia indicando que residem em Portugal há mais de 90 dias. Excetuando as situações que ponham em perigo a Saúde Pública, em que os cuidados são gratuitos, a estes estrangeiros poderão ser cobradas os cuidados prestados segundo as tabelas em vigor, atendendo a cada caso concreto, nomeadamente a situação económica e social da pessoa aferida pelos serviços de segurança social. Entendem-se por situações que “ponham em perigo a Saúde Pública” aquelas relacionadas com as doenças transmissíveis e a vigilância da saúde, nomeadamente a saúde materna, infantil e planeamento familiar.

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IX - FORMAS DE COMBATE E ESTRATÉGIAS PARA

ERRADICAR O RACISMO E A XENOFOBIA

É fundamental começar a insurgir-se contra a desigualdade racial.

É necessário repudiar o racismo e a xenofobia, as discriminações e a intolerância das relações sociais para com indivíduos de nacionalidades diferentes, grupos étnicos e culturais da população nacional, protegendo a sua vulnerabilidade.Na sequência do problema económico surgem problemas de desigualdade social: tais como desemprego, baixo nível de vida, difícil acesso à saúde e à medicação adequada.Reconhecer as discriminações que se manifestam sob múltiplas formas, é necessário envolver neste processo, as diversas instâncias educacionais e meios de comunicação de massas. Que são considerados fundamentais dadas a sua importância na visibilidade e divulgação dos problemas da sociedade contemporânea e na formação da opinião pública.É necessária a articulação entre os poderes públicos e a sociedade civil de modo a terem voz ativa na intervenção da formulação e execução de leis que combatam o racismo e a intolerância.

É fundamental não tomar como natural a desigualdade racial. Existem ainda ideias pré-concebidas e conservadoras e assistimos à continuidade e aumento do estigma da pobreza e da desigualdade, é necessário um compromisso político entre todas as forças interessadas na promoção da igualdade: movimento negro, comunidade judaica, ciganos, movimento de mulheres, movimentos sindicais, movimentos pela liberdade da orientação sexual etc.

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a) - METODOLOGIAS GERAIS DO ÂMBITO DA SAÚDE QUE PROMOVEM A INCLUSÃO SOCIAL

A delimitação da imigração não pode obedecer a critérios étnicos, religiosos, de cor de pele ou outros, deve-se regularizar a situação dos estrangeiros no país, promover a inserção social, com acesso a benefícios sociais, educacionais, culturais etc.

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X - Racismo e Xenofobia em Portugal

Um relatório da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) denunciou o aumento de sites na Internet com conteúdos racistas e xenófobos nos últimos anos. Segundo a ECRI, a Polícia Judiciária tem um

departamento de cibercriminalidade habilitado a fechar esses sites: "O serviço da polícia criminal incumbido da cibercriminalidade deveria

intensificar a sua vigilância na Internet" (para que) não seja utilizada para disseminar declarações ou documentos racistas ou xenófobos". Os ciganos estão na origem das preocupações da ECRI, bem como, como não podia deixar de ser, o Partido Nacional Renovador (PNR), acusado de ter um

"discurso abertamente racista e anti-imigração". "A inação das autoridades (...) pode ter dado ao público a impressão de que a lei não impõe limites ao que se pode publicar ou difundir em Portugal, e que o apelo ao ódio goza

de impunidade". Segundo dados do Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural (ACIDI), foram apresentadas 89 queixas por

discriminação racial em 2010 e 111 em 2011. Do total de queixas, apenas duas terminaram em decisões punidas com multas. "A complexidade e a demora do processo", o "muito reduzido número de casos" decididos a

favor da vítima e a falta de confiança no sistema "explicam a raridade das queixas", referiu ainda o relatório.

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XI - INDIVIDUALIDADES QUE AO LONGO DOS TEMPOS

LUTARAM CONTRA O RACISMO/ XENOFOBIA

O racismo é qualquer pensamento ou atitude que separam as raças humanas por considerarem algumas superiores a outras. Sabemos que infelizmente sempre existiu e continua a existir nas mais diversas formas de ocorrência e de disfarce, mas ao longo da história algumas pessoas e alguns fatos foram marcantes na luta contra o Racismo. Acompanhe alguns:

Martin Luther King - Foi durante muitos anos a voz de afro-americanos que sofriam de apartheid dos EUA. O ativista liderou vários movimentos não-violentos que pediam a universalidade dos direitos civis básicos, como votar. Foi o Prêmio Nobel da Paz em 1964. Lutou pelos direitos civis dos cidadãos, principalmente contra a discriminação racial. Martin Luther King lutou pela liberdade e justiça para todos. Ficou marcada na História da Humanidade como símbolo da luta contra o racismo. Celebre pela frase: “Eu tenho um sonho”

Abraham Lincoln - Considerado o maior presidente americano que já existiu, ele foi o responsável por abolir a escravatura, administrar os Estados Unidos durante a Guerra Civil e modernizar a economia do país

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Rosa Parks

Em 1955, uma mulher negra foi presa por se recusar a ceder o seu assento no autocarro a um homem branco. Este evento ocorrereu no sul dos Estados Unidos e foi o catalisador para a consolidação do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos. Devido aos protestos desencadeados pela sua prisão, a Suprema Corte dos Estados Unidos proibiu a prática da segregação racial nos autocarros.

Testemunha das atrocidades cometidas contra os judeus durante o Holocausto nazista, Oskar Schindler usou a sua posição no esquema para salvar mais de mil judeus dos campos de extermínio, contratando-os como trabalhadores para a sua fábrica.

“Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro ”

Uma fonte para cada raça

Esta imagem foi tirada em Oklahoma, em meados do século XX, quando a segregação racial era de tal forma que as pessoas de cor tinham que beber em locais separados.

Oskar Schindler

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Nelson Mandela - tornou-se o símbolo da resistência não violenta contra o apartheid na África do Sul, e em 1994 tornou-se o primeiro presidente democraticamente eleito do Sul-africano por sufrágio universal.

"A luta é minha vida".

Malcolm X, ou El-Hajj Malik El-Shabazz, sobressaiu na luta contra a discriminação racial. Os seus ideais buscavam a dignidade humana, acima de tudo.Desde cedo ele enfrentou a discriminação e marginalização dos negros americanos, que viviam nos bairros periféricos, excluídos e sem condições dignas de habitação, saúde e educação.Dedicou-se à construção e organização do Movimento Islâmico nos Estados Unidos (Black Muslim), defendendo os negros e a religião do islamismo.

" Não lutamos por integração ou por separação. Lutamos para sermos reconhecidos como seres humanos. Lutamos por direitos humanos."

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Mahatma Gandhi, principal líder da

independência indiana, durante anos

lutou contra o domínio britânico,

realizando o que ficou conhecido como

resistência passiva. Lutar pelos seus

direitos sim, mas sem derramamento

de sangue. A liberdade só fazia sentido

quando não dependesse da morte de outros seres humanos, tanto que

Gandhi disse uma vez: “A vida é a maior de todas as artes”. Gandhi iniciou

o diálogo com os muçulmanos indianos.

Madre Teresa de Calcutá - No princípio, teve alguns problemas de ordem religiosa, com grupos que professavam outra fé, e consequentemente religiões e cultura, mas com o passar do tempo foi aceite. Começa a receber donativos de hindus, muçulmanos, budistas, etc. E foi pioneira em relação a outras situações difíceis e problemáticas, tais como: crianças abandonadas, pessoas com SIDA, mulheres que haviam sido abusadas e engravidaram, leprosos, etc.

Kofi Atta um diplomata de Gana. Foi, entre 1 de janeiro de 1997 e 1 de janeiro de 2007, o sétimo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, tendo sido laureado com o Nobel da Paz em2001, pela criação do Fundo Global de Luta contra a Sida, Tuberculose e Malária para ajudar países em desenvolvimento nos seus esforços para cuidar de seu povo.

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Dalai lama -No governo Tibetano no Exílio, percebeu que a tarefa imediata e urgente era lutar pela preservação da cultura tibetana. Fundou quintas agrícolas de larga escala para acolher os refugiados; idealizou um sistema educacional tibetano autônomo (existem hoje mais de 80 escolas tibetanas na Índia e Nepal) para oferecer às crianças refugiadas tibetanas para conhecimento da sua língua, história, religião e cultura Inaugurou vários institutos culturais com o propósito de preservar as artes e ciências tibetanas.

ARISTIDES DE SOUSA MENDES

“Era verdadeiramente a minha intençãoSalvar toda aquela gente"

No ano de 1940 a Segunda Guerra Mundial devasta a Europa. Em Portugal, Salazar, receando uma invasão de Hitler toma posição pelo mais forte e proíbe a emissão de vistos a judeus, apátridas e outros "indesejados".Contrariando as ordens vindas de Lisboa, Aristides de Sousa Mendes concede milhares de vistos a refugiados judeus.

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Karol wojtyla

João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX. Teve um papel fundamental para o fim do comunismo na Polónia e talvez em toda a Europa, bem como significante na melhora das relações da Igreja Católica com o judaísmo, Islã, Igreja Ortodoxa, religiões orientais e a Comunhão Anglicana. Combateu o comunismo e é apontado como o principal responsável pela "Queda do Muro de Berlim" e pela queda dos regimes da "Cortina-de-Ferro"; foi um crítico do materialismo, do consumismo, do hedonismo, da baixa natalidade, do aborto, do capitalismo selvagem e do marxismo. Promoveu no seu pontificado, uma intransigente defesa dos valores da família e da doutrina católica sobre a família. Neste sentido foram publicados, principalmente, os documentos Carta Apostólica Mulieris Dignitatem ,Carta às Mulheres, Carta aos Anciãos, Carta às Crianças , Cartas às Famílias  e a Exortação Apostólica Familiaris Consortio.

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XII - CONCLUSÃO

Eu tenho quase a certeza que não haveria tanto racismo nem xenofobia se os que são diferentes da (ainda) maioria se integrassem na sociedade e se comportassem civilizadamente. Por exemplo, se os ciganos fizessem algo de útil para a sociedade, tivessem os mesmos deveres que o comum dos cidadãos e se comportassem como a restante população (sem provocar medo), de certeza que não haveria tanta gente contra eles. O problema é fazer a ECRI e demais organizações antirracistas - compreenderem que é necessário faze-lo.

Penso que a punição na discriminação, preconceito e outras formas de intolerância agudizam ainda mais o Racismo e a Xenofobia, ao invés não devemos deixar que as diferenças se transformem em desigualdade, resgatando a autoestima de todos.Devemos promover ações de inclusão e respeito das diferenças étnicas, religiosas, tradições, ideologias e diferentes cores de pele, quer seja na aceitação de indivíduos de origem nacional ou de origens e nacionalidades diversas, promovendo a preservação das suas memórias e raízes. A adoção de processos educacionais, culturais e artísticos valorizam a diversidade e a multiplicidade. O facto das raças e etnias estarem intimamente relacionados em diversos aspetos sociais, tais como a pobreza evidencia a discriminação e o preconceito racial nas disparidades em saúde.

A “luta” para alterar o presente padrão de desigualdade racial em Portugal está comprometido pelo atual estado da nossa sociedade, que está penhorada econômica social e politicamente, não divergindo do cenário Internacional.

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WEBEGRAFIA

Loguedofirehead.blogspot.pt/2013/07/ha-mais-sitios-racistas-e-xenofobos-em.html

http://www.gospelatualidades.com/2013/01/fatos-que-marcaram-luta-contra-o.html#ixzz2lhLUa7DB

http://www.sbcoaching.com.br/blog/executive-coaching/lideranca-e-coaching/maiores-lideres-que-ja-existiram/#sthash.rjvpmtMy.dpuf

Fonte: http://www.fundacaoaristidesdesousamendes.com/

Http://www.sbcoaching.com.br/blog/executive-coaching/lideranca-e-

coaching/maiores-lideres-que-ja-existiram/#sthash.rjvpmtMy.dpuf

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“ Respeitar a liberdade em todas as suas vertentes é primordial, por isso soltem as amaras, voem e deixem voar”.

IGUALDADE

FRATERNIDADE

Emília Roque