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REA.4.1.1-TRANSFORMAÇÕES DE LORENTZAdaptado da apostila de Física IV – IFUSP – de autoria de Manoel R.
Robillota et al.
Evento:•Algo que realmente acontece num ponto do espaço e do tempo.•Dois observadores, em referenciais diferentes, nunca discordam quanto à ocorrência do evento.•Eles podem discordar quanto à descrição do evento.
•Maria, no referencial SM , vê um evento ocorrendo no ponto (xM , yM , zM ; tM ).
•João vê o mesmo evento ocorrendo no mesmo ponto do espaço tempo, que no referencial SJ , é descrito pelas coordenadas (xJ , yJ , zJ ; tJ ).
M
J
Fig.1-(a): evolução do pulso luminoso no referencial de Maria
x2 M + y2 M + z2 M - c2t2M = 0
Fig.2-(a): evolução do pulso luminoso no referencial de João
x2 J + y2 J + z2 J - c2t2J = 0
x2 M + y2 M + z2 M - c2t2M = 0 (1)
x2 J + y2 J + z2 J - c2t2J = 0 (2)
Suposição: as transformações são lineares. Essa suposição visa preservar a HOMOGENEIDADE DO ESPAÇO e a UNIFORMIDADE DO TEMPO nos dois referenciais.
Em outras palavras, a Física não pode depender da escolha das origens das coordenadas espaciais e temporais.
Em uma transformação linear as novas coordenadas são combinações lineares das antigas. Um exemplo de transformação linear seria:
xM = a.xJ + b.tJ
Na relatividade, uma mudança de referencial não pode alterar o paralelismo entre 2 planos. Por isso as coordenadas de um ponto não se alteram nas direções perpendiculares ao movimento relativo.
yM
z
x
yJ
z
x
v
xJ = xM (3)
zJ = zM (4)
Como não sabemos nada sobre as demais coordenadas, vamos representá-las por transformações lineares genéricas:
yJ = a1.yM + a2.tM (5)
tJ = a3.tM + a4.yM (6)
O problema é achar os coeficientes ai em função de v, já que é a velocidade relativa que diferencia os referencias SM e SJ.
Como temos 4 incógnitas a serem determinadas, temos a necessidade de igual nº de condições relacionando os pontos de SM e SJ.
Condição 1: Decorre do fato de que João,na origem de SJ ,move-se com velocidade “v” em relação a SM . Num instante t0
M, qualquer o origem de SJ será dada, em SM , por y0
M = v.t0M. Em SJ , por outro lado, essa posição é
sempre 0, já que João está fixo na origem do seu sistema. A (5) pode ser escrita:
0 = a1. v.t0M + a2.t0
M (7)
a2 = - v.a1 (8)
Condição 2: Maria está fixa no referencial SM enquanto que, no referencial SJ , sua posição é sempre y0
J = -v.t0J. Assim as equações (5) e (6) nos
fornecem:
-v.t0J = a2.t0
M (9)
t0J = a3.t0
M (10)
Dividindo (9) por (10) e usando a (8):
a3 = a1 (11)
Para determinar a condição 3, supomos que um grão de poeira seja iluminado pela passagem da frente de onda emitida por Maria. A descrição desse evento, que chamaremos de E, nos dois referenciais, permitirá que encontremos os coeficientes das transformações de Lorentz.
Evento E:
Maria: (xEM , yE
M , zEM ; tE
M )
João: (xEJ , yE
J , zEJ ; tE
J )
Estes pontos estão vinculados entre si pelo fato de pertencerem à frente de onda, portanto, obedecem às eq. (1) e (2):
(xEJ)2
+ (yEJ)2
+ (zEJ)2
– c2(tEJ)2
= (xEM)2
+ (yEM)2
+ (zEM)2
– c2(tEM)2
(12)
As equações (3) e (4) permitem escrever:
(yEJ)2
– c2(tEJ)2
= (yEM)2
– c2(tEM)2
(13)
Usando (5), (6), (8) e (11), obtemos:
a12(yE
M - v tEM )2 - c2(a1tE
M + a4yEM )2 = (yE
M)2 – c2(tE
M)2 (14)
ExemplosExemplo 1: A dilatação do tempo
Eventos:
Origem espaço temporal dos 2 referenciais: o acendimento dos pavios.
Evento de referência
Maria: (0, 0, 0; 0)
João : (0, 0, 0; 0)
J
M
J
Fig. 3: Sucessão de eventos no referencial da Maria
Tem
po n
o re
f.
da M
aria
J
My
Instante tM = 0
yJ
M
y
J
M
Sucessão de eventos no referencial de Maria
Sucessão de eventos no referencial de JoãoT
empo
no
ref.
de
Joã
o
J
My
Instante tJ = 0
y
J
M
y
J
M
Exemplo 2: mais dilatação do tempo
0 1 5
10
M1
000
M3
000
M2
000
M4
000
M1
000
J
câmaras
000
M1
000
J
Fig.-5: Foto dos relógios J e M, tirada por Maria; nesta foto não está representada a contração do relógio de João
Descrição dos eventos
• Evento a, de referência – foto dos relógios J e M1: Maria: (0, 0, 0; 0)
João : (0, 0, 0; 0)• Evento b, foto dos relógios J e M2:
Maria: (0, L, 0; tbM)
João : (0, 0, 0; tbJ )
• Evento c, foto dos relógios J e M3:
Maria: (0, 2L, 0; tcM)
João : (0, 0, 0; tcJ )
• Evento d, foto dos relógios J e M4:
Maria: (0, 3L, 0; tdM)
João : (0, 0, 0; tdJ )
060
M2
840
J
Fig.6: foto dos relógios J e M2 tirada por Maria
A uniformidade do tempo
foto 1 2 3 4
tJ(s) 0 48 96 144
tM(s) 0 60 120 180
A “velocidade” de passagem do tempo em cada um dos referenciais é sempre a mesma.