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Real state terms Termos Imobiliários Ágio imobiliário Real estate Premium Alameda lateral Side alley / Lane Alugar (to) Rent Aluguel Rent Área bruta locável (ABL) Gross leasable area Área coberta Covered area Área comum Useable área Área de alta valorização imobiliária Prime área Área de manancial Watershed area Área privativa Private built Casas de campo Country houses Certidão predial Land registration certificate Condomínio habitacional Residential condominium Corretor de imóveis Real state agent / Realtor Divisões (number of) Rooms Empresário de imóveis Property developer Escritura Deed Hipoteca Mortgage Habíte-se Certificate of Occupancy Imobiliária Real state Office / Real state agency Imóveis Real state Incorporações (imóveis) Real estate enterprising Incorporadora de imóveis Property developer Inquilino Tenant Lançamentos Imobiliários Real estate offerings Licença de ocupação Occupation license Livre de hipoteca / Não onerado / Sem ônus Unencumbered Locador (proprietário) Landlord Logradouro particular Private street / Private common area Loteadores Developers Loteamentos Subdivisions Loteamentos irregulares Illegal lot(s) / Illegal land sub-division / Sub- dividing land illegally Mercado altamente valorizado Hot market Muros divisórios Dividing walls Pavilhões industriais e edifícios de serviços Industrial facilities and support facilities Planta Floor plan Portões basculantes Up-and-over doors Preço pedido Asking price Prédio de galerias Commercial building Quitado Acquitted / Paid off Quitinete Efficiency apartment Rouparia / Quarto de vestir Linen room / Closet Rua projetada Planned street Sala e copa conjugada Combined living room and dining room

Real state terms Termos Imobiliários

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Real state terms Termos ImobiliáriosÁgio imobiliário Real estate PremiumAlameda lateral Side alley / LaneAlugar (to) RentAluguel RentÁrea bruta locável (ABL) Gross leasable areaÁrea coberta Covered areaÁrea comum Useable áreaÁrea de alta valorização imobiliária Prime áreaÁrea de manancial Watershed areaÁrea privativa Private builtCasas de campo Country housesCertidão predial Land registration certificateCondomínio habitacional Residential condominiumCorretor de imóveis Real state agent / RealtorDivisões (number of) RoomsEmpresário de imóveis Property developerEscritura DeedHipoteca MortgageHabíte-se Certificate of OccupancyImobiliária Real state Office / Real state agencyImóveis Real stateIncorporações (imóveis) Real estate enterprisingIncorporadora de imóveis Property developerInquilino TenantLançamentos Imobiliários Real estate offeringsLicença de ocupação Occupation licenseLivre de hipoteca / Não onerado / Sem ônus UnencumberedLocador (proprietário) LandlordLogradouro particular Private street / Private common areaLoteadores DevelopersLoteamentos SubdivisionsLoteamentos irregulares Illegal lot(s) / Illegal land sub-division / Sub-dividing land illegallyMercado altamente valorizado Hot marketMuros divisórios Dividing wallsPavilhões industriais e edifícios de serviços Industrial facilities and support facilitiesPlanta Floor planPortões basculantes Up-and-over doorsPreço pedido Asking pricePrédio de galerias Commercial buildingQuitado Acquitted / Paid offQuitinete Efficiency apartmentRouparia / Quarto de vestir Linen room / ClosetRua projetada Planned streetSala e copa  conjugada Combined living room and dining roomSem número No numberTermo de acordo Settlement statementTerreno edificado Built areaTestada real FrontageValor geral de venda Total potential sales valueVenda com opção de compra Option flipVidros das janelas Window panesZona de ocupação turística Tourist occupancy zone

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Abatimento Mesmo que dedução

Abertura de crédito adicional Decreto do Poder Executivo determinando a disponibilidade do crédito orçamentário, com base em autorização legislativa específica.

Ação Título negociável, que representa a menor parcela em que se divide o capital de uma sociedade anônima.

Ação ao portador Desde 1990 este tipo de ação não existe mais. Esse tipo de ação não trazia o nome do seu proprietário. Portanto, pertencia a quem a tivesse em seu poder.

Ação cheia Ação cujos direitos ? dividendos, bonificação, subscrição ? ainda não foram exercidos.

Ação com valor nominal Ação em que o valor é declarado no estatuto social da companhia e que figura nos certificados representativos das ações, devendo esse valor ser igual para todas as ações da companhia.

Ação endossável Tipo de ação nominativa que pode ser transferida mediante endosso.

Ação escritural Ação nominativa sem a emissão de certificados, mantida em conta de depósito de seu titular, na instituição depositária que for designada.

Ação golden share Ação "dourada" é uma classe especial, que detém o direito do controle.

Ação listada em bolsa Ação negociada no pregão de uma bolsa de valores.

Ação nominativa Ação que identifica o nome de seu proprietário, que é registrado no Livro de Registro de Ações Nominativas da empresa

Ação ordinária Ação que proporciona participação nos resultados econômicos de uma empresa. Confere ao seu titular o direito de voto em assembléia.

Ação preferencial Ação que oferece a seu detentor prioridade no recebimento de dividendos e/ou, no caso de dissolução da empresa, no reembolso de capital. Em geral não concede direito a voto em assembléia.

Ação sem valor nominal Ação para a qual não se convenciona valor de emissão, prevalecendo o preço de mercado por ocasião do lançamento.

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Ação vazia Ação cujos direitos ? dividendo, bonificação e subscrição ? já foram exercidos

Ação-objeto Valor mobiliário a que se refere uma opção.

ACC Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC). Esta é uma operação de crédito realizada pelos bancos comerciais, através da carteira de câmbio, com exportadores.

Acionista Aquele que possui ações de uma sociedade anônima.

Acionista majoritário Aquele que detém uma quantidade tal de ações com direito a voto que lhe permite manter o controle acionário de uma empresa.

Acionista minoritário Aquele que é detentor de uma quantidade não expressiva ? em termos de controle acionário ? de ações com direito a voto.

Ações de segunda linha

Acostamento Parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim.

Acquirer É a administradora que pode afiliar estabelecimentos ao sistema de cartões de crédito da bandeira da qual é associada. Este tipo de administradora tem a função de gerenciar, pagar e dar manutenção aos estabelecimentos afiliados da bandeira.

Ad valorem "Conforme o valor". Um tributo "ad valorem" é aquele cuja base de cálculo é o valor do bem tributado. Contrasta com o tributo específico, arrecadado conforme uma dada quantia por unidade de mercadoria.

Adensamento O mesmo que densificação. Tornar denso. Incentivar a ocupação de pessoas ou negócios.

Adjudicação Processo pelo qual se passa uma procuração a uma terceira parte, um agente fiduciário, dando-se amplos direitos de liquidar seus ativos para satisfazer as reivindicações de credores. No processo licitatório, é a manifestação oficial pela proposta mais vantajosa.

Administração ativa Estratégia para se administrar um fundo de investimento, na qual o gestor compra e vende ações tentando obter uma rentabilidade que supere a do índice estabelecido como referência.

Administração direta Estrutura administrativa da presidência da República e dos ministérios.

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Administração financeira Ação de gerenciar as finanças públicas privadas.

Administração indireta Conjunto de entidades públicas dotadas de personalidade jurídica própria, compreendendo: a - Autarquias. b - Empresas públicas. c - Sociedades de economia mista. d - Fundações públicas.

Administração passiva Estratégia para se administrar um fundo de investimento, na qual o gestor do fundo investe em ações buscando acompanhar o índice previamente definido. Desse modo, o retorno do fundo será correspondente a, aproximadamente, o retorno do índice escolhido.

Administrador público Pessoa encarregada de gerir negócios públicos.

ADRs American Depositary Receipts (ADRs). Recibos de ações através dos quais empresas não sediadas nos Estados Unidos podem negociar seus papéis no mercado de capitais norte-americano.

ADSL Asymmetric Digital Subscriber Line ? Tecnologia que permite uma transmissão de dados mais rápida através de linhas de telefone do que um modem convencional pode oferecer.

Adware Programas que trazem para a tela do usuário algum tipo de propaganda.

After market Pregão eletrônico noturno que ocorre todos os dias após o fechamento do pregão regular. Só estão autorizadas operações no mercado à vista.

Agente da autoridade de trânsito Pessoa civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.

Ajuste Instrumento através do qual um ministério ou órgão adjudica a outro ministério ou órgão a execução de projetos e atividades constantes de seus programas de trabalho. O ajuste é utilizado somente quando forem partes, entre si, os próprios ministérios ou órgãos dos poderes da União, por intermédio de suas unidades orçamentárias ou gestoras intervenientes.

Aladi Associação Latino-americana de Integração.

Alavancagem 1 - nível de utilização de recursos de terceiros para aumentar as possibilidades de lucro de uma empresa, aumentando, conseqüentemente, o grau de risco da operação; 2 - possibilidade de controle de um lote de ações, com o emprego de uma fração de seu valor nos mercados de opções, termo e futuro ? enquanto o aplicador se beneficia da valorização desses papéis, que pode implicar significativa elevação de sua taxa de retorno.

Alcance Desfalque, apropriação indébita de dinheiro e/ou outros valores de terceiros.

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Alice Análise das Informações de Comércio Exterior

Alienação de bens Transferência de domínio de bens a terceiros

Alienação fiduciária Transferência ao credor do domínio e posse de um bem, em garantia de pagamento por uma obrigação que lhe é devida por alguém. O bem é devolvido a seu antigo proprietário depois que a dívida for resgatada.

Alíquota 1 - relação percentual entre o valor do imposto e o valor tributado. 2 - soma em dinheiro a ser paga por uma unidade de imposto. 3 - elemento constituinte do imposto. 4 - percentual a ser aplicado sobre um determinado valor líquido tributável (base de cálculo), dando como resultado o valor do imposto a ser pago.

Alocação de recursos Expressão utilizada pelo mercado para definir a escolha dos ativos que irão compor as carteiras. Trata-se justamente da seleção dos ativos que serão parte integrante de uma carteira de investimentos e em que quantidade.

Alocar Destinar recursos a um fim específico ou a uma entidade.

AMA O Aviso de Movimentação de Ações (AMA) é um comunicado emitido pela bolsa de valores aos investidores sempre que uma negociação é realizada em seu nome no mercado. Através deste documento, o investidor obtém informações precisas e seguras sobre suas operações, além de valer como comprovante. É enviado pela bolsa diretamente ao investidor, sem o intermédio da corretora.

Amortização de empréstimo Extinção gradativa de uma dívida por meio de pagamento parcelado. As parcelas de amortização são também conhecidas como principal da dívida.

Análise de balanço Documento cujo objetivo é observar e confrontar os elementos patrimoniais de uma empresa (ativos e passivos), visando ao conhecimento minucioso de sua saúde financeira

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(A)

ABERTURA DE CODICILO:

(ver: Codicilo)

ABERTURA DE CRÉDITO:

Contrato, mediante o qual um dos contratantes, denominado “creditador”, obriga-se a pôr à disposição de outro, denominado “creditado”, determinada importância, que pode ser em dinheiro ou em mercadorias, durante determinado tempo, mediante condições expressamente convencionadas, obrigando-se o creditado a devolver ao creditador o que recebeu acrescidos dos juros estipulados e do cumprimento dos encargos convencionados. Comumente, no contrato de abertura de crédito, utiliza-se a expressão “fundo”, no sentido de capital ou dinheiro, ou ainda valores que o creditador coloca à disposição do creditado. Se a garantia para pagamento do dinheiro entregue pelo creditador ao creditado, além de idoneidade moral deste, for reforçada por um BEM IMÓVEL, esse contrato de abertura de crédito deve ser formalizado por escritura pública, por força do contido no art. 134, item II, do Código Civil.

ABERTURA DE FIRMA:

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Firma é assinatura. Para que se faça o reconhecimento de firma (assinatura) de alguém (pessoa física), é necessário que esta tenha feito previamente ou na hora, a abertura de firma no Tabelionato, que é o depósito do padrão de sua assinatura na (ficha de firma). A ficha de firma não tem prazo de validade, entretanto as pessoas costumam mudar sua assinatura no decorrer do tempo. Então, caso haja mudança na assinatura, é necessário comparecer ao Tabelionato para renovar sua ficha de firma. O interessado comparece ao dito Tabelionato, com seus documentos pessoais (originais), Carteira de Identidade (*) e CPFMF (Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda), e assina duas vezes em um formulário, preenchendo-o com seus dados pessoais. Seus dados serão, então, inseridos no sistema de consulta e então terá sua firma aberta. A partir de então, qualquer interessado poderá reconhecer sua firma.

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(*) Carteira de Identidade pode ser: Carteira Nacional de Habilitação com foto, Carteira de Conselhos Profissionais (ex: OAB, CREA, CRA, CRM, CRF, CRO, etc.), Cédula de identidade expedida pelos Ministérios do Exército, Marinha ou Aeronáutica, ou ainda o RG (Registro Geral) Caso a firma seja de mulher casada, separada ou divorciada, que tenha alterado seu nome, mas não tenha atualizado a Carteira de Identidade, é obrigatória também a apresentação da Certidão de Casamento.

ABONAR:

Como verbo, o seu sentido confirma o que foi exposto na apreciação do adjetivo “abonado”. Abonar é responsabilizar-se pelo que é declarado pelo abonado, confirmando como autêntico e verdadeiro o que este afirma. Nos Tabelionatos, abonar a ficha de firma de alguém, para integrar seu arquivo, nada mais é do que confirmar como autêntica a firma lançada na ficha pelo abonado como também confirmar a identidade do mesmo.

AB-ROGAÇÃO:

É a revogação total de uma lei. Quando uma lei é totalmente suprimida por outra, o termo correto a identificar essa ocorrência é “ab-rogação”. Entretanto, uma lei pode ser revogada parcialmente, e assim ocorrendo, o termo empregado é “derrogação. No “Dicionário Houaiss” – substantivo feminino – ato ou efeito de ab-rogar, de pôr em desuso; ab-rogamento – 1. Rubrica: termo jurídico. Revogação ou abolição total de uma lei.

AÇÃO DE DESPEJO:

A Ação de Despejo tem lugar quando o proprietário de um imóvel quer reaver a posse, mas o inquilino não o devolve amigavelmente. Existem duas formas principais que justificam a aplicação da ação de despejo:

         Despejo por denúncia vazia.          Despejo por falta de pagamento.

O despejo por denuncia vazia pode ser requerido quando termina um contrato de locação firmado por escrito com prazo superior a 30 meses e o inquilino não desocupa o imóvel amigavelmente. Tal direito está disciplinado na Lei 8.245/91. É recomendável, antes do início da ação, a notificação extrajudicial do inquilino notificando-o oficialmente da intenção do locador de reaver o imóvel. Já o despejo por falta de pagamento é a forma mais comum desta ação. Neste caso o locador pode pedir o despejo e ainda cobrar os aluguéis atrasados.

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Porém, sendo o objetivo principal retirar o locatário o mais rapidamente possível do imóvel, o ideal é desmembrar o processo em duas ações separadas. Uma para o despejo e outra de execução dos aluguéis atrasados. Isto porque, quanto mais simples for a petição inicial da ação de despejo mais difícil será para o locatário procrastinar o feito.

AÇÃO “QUANTI MINORIS”:

É justificada a propositura dessa ação, quando a coisa adquirida apresenta-se com vícios ou defeitos ignorados pelo comprador; vícios ou defeitos de que ele só tomou conhecimento depois de consumada a compra. Se tivesse conhecimento de tais irregularidades, não teria efetuado a compra nas condições em que efetuou. Com tal ação, o comprador postula em Juízo um abatimento do preço pago pela coisa adquirida, considerando sua desvalorização em decorrência dos vícios e defeitos que contém. São pressupostos dessa ação: 1. A consumação da venda, no caso de um imóvel; tal consumação ocorre com a escritura definitiva de venda e compra devidamente registrada; 2. Vícios ou defeitos relacionados com o imóvel adquirido, ignorados pelo comprador e que desvalorizam o imóvel; 3. Pretensão do comprador de ser ressarcido pelos prejuízos que sofreu em decorrência do preço que pagou, em função dos vícios ou defeitos, dos quais só tomou conhecimento depois de pago o preço da compra. Daí a importância de as transações imobiliárias serem formalizadas através de ESCRITURA PÚBLICA DE VENDA E COMPRA, nas quais o preço pago seja nela expresso no seu real valor, e não diminuído, a pretexto de reduzir a arrecadação de tributos e emolumentos notariais e registrais.

AÇÃO PAULIANA:

Disciplinada nos artigos 158 a 165 do Código Civil, a “Ação Pauliana” consiste numa ação pessoal movida por credores com intenção de anular negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados para pagamento da dívida numa ação de execução. Trata-se da anulação de escritura de venda e compra de um imóvel. Se o fundamento da anulação da escritura resultar de a venda do imóvel ter sido feita em “fraude de credores” do vendedor, a ação judicial recebe a denominação epigrafada, em homenagem ao Pretor PAULUS, que a criou no Direito Romano. São três os requisitos que justificam o desencadeamento dessa ação: 1) o crédito do autor deve ser anterior ao ato fraudulento da alienação do imóvel, ou seja, o crédito deve ser anterior à data da lavratura da escritura de venda e compra do imóvel; 2) acordo fraudulento entre vendedor e comprador do imóvel; 3) dano para o credor do vendedor. A “Ação Pauliana” é movida contra todos os integrantes do ato fraudulento: 1) devedor insolvente, 2) pessoa com que ele celebrou o negócio, 3) terceiro adquirente que agiu de má-fé.

AÇÃO REDIBITÓRIA:

É outro tipo de ação judicial relacionada com a compra e venda de imóvel. Seu fundamento é uma escritura de venda e compra. Concluída a escritura com o registro na

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serventia predial da situação do imóvel, o comprador constata que o imóvel adquirido tem vícios ou defeitos ocultos que o torna impróprio para o fim a que é destinado. Através dessa ação, o comprador visa a desfazer judicialmente o contrato de venda e compra, rejeitando o imóvel adquirido. Constituem pressupostos dessa ação: – Um contrato de venda e compra concluído; – A coisa vendida (imóvel) tem defeitos desconhecidos pelo comprador no momento da compra; – Esses defeitos tornam a coisa (imóvel) adquirida imprópria para o uso destinado e que motivou a compra; – Esses defeitos existiam no momento da venda. Com a apreciação dos característicos da Ação Redibitória, o notário deve distinguir os característicos desses três tipos de ações que uma escritura de venda e compra, depois de concluída, pode ensejar: – Na Ação “Ex Empto”, o comprador postula em Juízo que o imóvel lhe seja entregue, com a qualidade estipulada de comum acordo com o vendedor. – Na Ação “Quanti Minoris”, o comprador postula abatimento do preço. – Na Ação “Redibitória”, o comprador postula o desfazimento da compra.

AÇÃO REIPERSECUTÓRIA:

Ação Real e Ação Regressiva, quando o autor requer a restituição de algo que é seu e que se acha fora de seu patrimônio. É o direito que cabe ao proprietário reivindicar o que é seu. Dessa maneira, o ajuizante do pleito faz propor a referida “actio” com o propósito de reivindicar o seu direito, até porque, a coisa reivindicada, encontra-se fora do seu patrimônio. No que diz respeito à Ação Real, pode-se mencionar que o seu objeto é um direito de propriedade ou um direito real sobre a coisa alheia. Quanto a Ação Regressiva, é a que satisfaz obrigação de responsabilidade de outrem, invocando o direito de regresso contra este, para reaver o que fora pago. Em síntese: ação reipersecutória: diz-se da ação em que demandamos o que é nosso e que está fora do nosso patrimônio. Uma ação é reipersecutória quando reivindica a posse ou propriedade sobre uma coisa, geralmente em ações de execução de dívidas ou de posse e propriedade (como execução de penhora, hipoteca ou alienação fiduciária).

AÇÃO REVISIONAL:

Pedido que tramita na Justiça para que o valor do aluguel seja igualado ao valor de mercado, para cima ou para baixo. A revisão do aluguel não pode ser pedida quando já existe um prazo acertado de desocupação do imóvel.

ACESSÃO:

É um modo natural de se adquirir a propriedade sobre um imóvel. É natural, porque tal aquisição decorre da força da natureza. Como tal aquisição opera-se sem título, já que

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decorre de um fato natural com consequências jurídicas, é identificada como “forma originária” de aquisição da propriedade imobiliária. É o aumento do volume ou do valor da coisa principal, em virtude de um elemento externo. A Acessão é modalidade de aquisição de propriedade dividida em cinco espécies: A acessão está capitulada no Código Civil, no art. 1.248, onde relaciona as formas de aquisição da propriedade por acessão, a saber: a) formação de ilhas; b) aluvião; c) avulsão; d) abandono de álveo; e) plantações ou construções.

Acessão por formação de ilhas: O artigo 1249 do Código Civil dispõe: “As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; III – “as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.”. Vale lembrar, que de acordo com o código das águas, se as correntes forem navegáveis, trata-se de águas públicas e, portanto as regras do código civil que dizem respeito à aquisição de propriedade por acessão aplicam-se aos rios não navegáveis.

Acessão por aluvião: Art. 1.250.”Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização”. Parágrafo único. “O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem”. O que caracteriza a aluvião é o fato do acréscimo feito pelo rio à margem ser de tal modo lento que se torna impossível precisar a quantidade acrescida no momento anterior. Por analogia, se resolve o problema da aluvião com a regra de que o acessório acompanha o principal. Conceito Jurídico – código das águas - “Art. 16”. Constitui "aluvião" os acréscimos que sucessiva e imperceptivelmente se formarem para a parte do mar e das correntes, aquém do ponto a que chega a:

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“preamar média, ou do ponto médio das enchentes ordinárias, bem como a parte do álveo que se descobrir pelo afastamento das águas.”

Acessão por avulsão: “Verifica-se avulsão quando a força súbita da corrente arranca uma parte considerável e reconhecida de um prédio, arrojando-a sobre outro prédio” – código das águas – art.19. Art. 1251 do código civil “Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado”. Parágrafo único. “Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida”. O Diferencial da acessão por avulsão está na indenização ao primeiro proprietário para aquisição do acréscimo no período de um ano, ou sem indenização se após o prazo ninguém houver reclamado. Entretanto o primeiro proprietário não é obrigado a aceitar a indenização, podendo optar pela remoção da parte acrescida a terreno de outrem.

Acessão por álveo abandonado. Definição de álveo – leito do rio – “Álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto”. Art.9 Código das águas. Art. 1.252 do C.C. “O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo”. Porém se a mudança do curso das águas se der de forma artificial, cabe indenização ao proprietário ofendido.

Construções e plantações: Elencadas nos artigos 1253 a 1259 do código civil, as construções e plantações são acessões decorrentes da conduta humana. As construções e plantações são consideradas acessórios do solo. Não se leva em conta o conceito de valor. A presunção é que pertencem ao proprietário do solo, embora não seja essa presunção absoluta. Como é possível semear, plantar e construir com sementes e materiais não pertencentes ao proprietário do solo distingue-se as hipóteses nas quais isso pode ocorrer: 1- Semeadura, plantação ou construção em terreno próprio com material alheio – com solução no art. 1254 – “Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.” 2- Semeadura, plantação ou construção em terreno alheio com material próprio - com solução no art.1255 – “Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.

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Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. Se o semeador, plantador ou construtor agiu de má fé, poderá ser constrangido a repor as coisas no estado em que se estavam e a pagar pelos prejuízos, No entanto se ambos estão de má fé o art. 1256 determina que o proprietário adquira os acréscimos e pague o valor das acessões. Presume-se a má fé do proprietário quando este sabia do trabalho de construção ou lavoura e não o impugnou. Locupletando-se a custa de outrem, este adquirirá a propriedade da acessão, mas ficará com encargo de indenizá-la ao construtor ou plantador. 3- Semeadura, plantação ou construção em terreno alheio com material alheio com solução no art. 1257 – “O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio. Parágrafo único. “O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor”. Observe que o parágrafo único obriga primeiramente a cobrança do plantador ou construtor, para posteriormente, caso não consiga receber, cobrar o proprietário.

Construção em imóvel alheio: Fundamento Legal: Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente. Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.

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Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro. Tal problema, conhecido também como construção em zona lindeira ocorre se a construção invadir parcialmente terreno alheio em proporção não superior a vigésima parte deste. O construtor de boa fé passará a ter a propriedade da área invadida, mediante indenização pelo valor correspondente ao solo invadido. Se a área ultrapassar 1/20 do terreno pagará também indenização pela desvalorização da área remanescente. Se o construtor estava de má fé, poderá adquirir o domínio da parcela do solo invadido, se pagar em décuplo as perdas e danos, proporcional a 1/20 daquele, desde que o valor da construção exceda ao dessa parte e não se possa demolir a porção invasora sem grave dano para a obra construída. O construtor de boa fé que invada propriedade alheia em porção superior a sua vigésima parte, adquire o domínio da parcela invadida, respondendo por perdas e danos nos quais estão computados o valor econômico do que foi construído, a desvalorização da área remanescente e o valor de mercado da área perdida. Se agiu de má fé. O construtor é obrigado a demolir a construção, pagando em dobro a indenização das perdas e danos apurados.

ADJUDICAÇÃO:

O termo, identificando o “ato judicial”, está ligado às atividades do registrador imobiliário, pois o título judicial, cuja nomenclatura é CARTA DE ADJUDICAÇÃO, quando o seu conteúdo for um bem imóvel, para produzir seus jurídicos efeitos, deve ser levado a REGISTRO (Art. 167, I, nº 26 da Lei Federal nº 6.015/73). Pela CARTA DE ADJUDICAÇÃO, a propriedade que alguém possui sobre um imóvel pode ser coercitivamente do seu proprietário transferida para um credor do mesmo, através de um processo executório, pelo qual o credor do proprietário recebe um imóvel em lugar do seu crédito em dinheiro. Para que a carta de adjudicação tenha seu ingresso na serventia predial, deve ela preencher todos os requisitos estipulados em lei, para que o domínio que o seu titular executado devedor possuía sobre o imóvel seja efetivamente transferido para o exequente credor (Art. 714 e 715 do CPC). CARTA DE ADJUDICAÇÃO é um título judicial, pelo qual a propriedade imobiliária é transmitida do seu legítimo proprietário para outra pessoa, que a adquire através desse citado título judicial. Embora seja emanado de uma autoridade que integra o PODER JUDICIÁRIO, esse título, para surtir os seus jurídicos efeitos, submete-se a todos os princípios que disciplinam os serviços do oficial registrador.

AD JUDICIA:

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Termo jurídico que autoriza o procurador legal a praticar atos judiciais, em qualquer foro ou instância (diz-se de cláusula da procuração). No Dicionário Aurélio: [Lat., 'para juízos'.] Jur. 1. Diz-se do mandato que se outorga aos advogados para procurarem em juízo os direitos do mandante, sem ser preciso mencionar especificadamente os poderes, salvo para determinados atos expressos em lei.

ADQUIRENTE:

Designa-se a pessoa física ou jurídica que, a título oneroso ou gratuito, por ato “inter-vivos” ou “causa-mortis”, adquire uma coisa ou um direito. Especificamente nas atividades imobiliária e notarial, é aquele que na escritura de venda e compra de imóvel é o outorgado comprador, ou seja, aquele que compra o imóvel descrito na escritura. “Embora, hoje em desuso, o adquirente era também chamado de Adquiridor”.

ADVOGADO:

Pessoa habilitada a prestar em assuntos jurídicos, assistência profissional a terceiros, defendendo seus interesses, judicial ou extrajudicial. É um profissional do direito a dar justificativa a esta expressão: “Sem advogado não se faz justiça”. No exercício da advocacia, o advogado age no interesse do seu cliente, não só junto ao Poder Judiciário, como também na esfera administrativa, incluídas nesta as atividades do notário e do registrador. A luta do advogado é toda direcionada na obtenção da verdade e da justiça, com suporte no Direito. O agir do advogado deve firmar-se nestas qualidades: “Competência, Honradez e Coragem. No Dicionário Aurélio: [Do lat. advocatu.] S. m. 1. Bacharel em direito legalmente habilitado a advogar, i. e., a prestar assistência profissional a terceiros em assunto jurídico, defendendo-lhes os interesses, ou como consultor, ou como procurador em juízo: 2. bacharel (2).] 2 Patrono, defensor, protetor, padroeiro: 2 3 Intercessor, medianeiro, mediador. No Dicionário Houaiss: substantivo masculino 1. pessoa habilitada a prestar, em assunto jurídico, assistência profissional a outrem, defendendo seus interesses, judicial ou extrajudicialmente 2. Derivação: por extensão de sentido. aquele que intercede, que medeia; mediador Ex.: nas brigas da família, o patriarca agia como um a. 3. Derivação: por extensão de sentido. indivíduo que patrocina ou protege alguém ou uma causa; patrono, defensor Ex.: é um a. da literatura de cordel

AFORAMENTO:

Do verbo aforar, que, além de outros significados, tem também este: conceder privilégios, direitos ou honrarias por aforamento ou enfiteuse. Juridicamente, o termo identifica o

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contrato pelo qual, por ato “inter vivos” ou por disposição testamentária, o proprietário de um imóvel, em caráter perpétuo, cede a outrem o “domínio útil” sobre esse imóvel, mediante o pagamento de uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. Esse conceito de aforamento decorre do que está expresso no artigo 678 do Código Civil, que enseja estes esclarecimentos: 1º É um direito real (Art. 674, item I). 2º. Só pode incidir sobre um bem imóvel. 3º. Pelo aforamento o domínio sobre o imóvel desdobra-se em Direito (fica com o dono do imóvel) e Útil (fica com o foreiro). 4º. Se o valor do Domínio Útil for superior ao valor estabelecido em lei, o contrato só pode ser formalizado por escritura pública, ou seja, só um notário pode redigi-lo (Art. 134, item II, do Código Civil). 5º. O foro estipulado será sempre certo e invariável, devendo ser pago anualmente ao senhorio direto. 6º. É perpétuo (art. 679 do CC.). 7º. Ocorrendo a transferência do domínio útil para outra pessoa, o senhorio direto (dono do imóvel) fica com o direito de opção na aquisição ou de receber uma importância, denominada Laudêmio, que o Código Civil fixa em dois e meio por cento sobre o preço da alienação, se outro não se tiver fixado no título de aforamento. A escritura de aforamento deve ser registrada no Registro de Imóveis da situação do imóvel aforado, por força do estabelecido no art. 167, item I, nº 10 da Lei de Registros Públicos nº 6.015/73. O termo aforamento, nos seus efeitos e característicos, pode ser substituído por qualquer um destes outros: Enfiteuse ou Emprazamento. Isso está expresso no art. 678 do Código Civil.

AGENTE CONSULAR

É um funcionário da União, cuja finalidade no país para o qual foi designado, é velar pelos direitos privados dos brasileiros residentes no país em que ele exerce suas funções. Tem também poderes para legalizar certos atos praticados por brasileiros residentes no território estrangeiro. Tem competência para praticar certos atos notariais e registrais de natureza civil, o que está expresso no artigo 18 da Lei de Introdução ao Código Civil. Diz o citado artigo: “Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascidos no país da sede do Consulado.” O Agente Consular é um funcionário federal altamente categorizado, que alia às suas relevantes funções as de notário e as de registrador civil. A zona ou território sobre que se estende a jurisdição de cada cônsul é chamada distrito consular.

AGENTE FIDUCIÁRIO:

Criado pela lei n.º 6.404/76 (a "Lei das S/A"), é qualquer empresa credenciada pelo Banco Central para, entre outras funções, promover a execução extrajudicial de empréstimos hipotecários vinculados ao SFH.

AGENTE FINANCEIRO:

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Instituição pública ou privada que faz parte do Sistema Financeiro Nacional. Sua função é coletar, intermediar e aplicar recursos financeiros seus ou de outros, com autorização do Banco Central do Brasil.

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA:

Ato de transferência de um bem móvel ou imóvel do devedor para o credor, em garantia do pagamento da dívida. O devedor detém a posse direta do bem, para seu uso, e o credor detém a posse indireta do bem, que fica em seu domínio. Depois de quitar o empréstimo, o comprador adquire a propriedade definitiva do bem.

ALUGUEL:

Cessão ou empréstimo de um bem em troca do pagamento de uma taxa periódica por extensão, chamada pelo mesmo nome, aluguel. O mesmo que locação.

ALUGUEL POR (DE) TEMPORADA:

Aluguel de imóvel com prazo máximo de 90 dias. A lei n.º 8.245, de 1991, admite a cobrança adiantada do valor acertado em contrato escrito.

ALUVIÃO:

É uma forma originária de se adquirir a propriedade sobre um terreno, que, em consequência de fenômenos naturais, é acrescido a terrenos marginais aos rios ou mar e de propriedade de alguém. O conceito de aluvião está expresso no artigo 1.250 do Código Civil. Por ser uma aquisição originária, a propriedade sobre esse terreno acrescido é desprovida de título. Resulta ela de fatos jurídicos, ou seja, de ocorrências naturais, independentemente da vontade humana. Esse aumento de área do imóvel ribeirinho é lento e progressivo e independe da vontade humana. Consequentemente, é um aumento de área que resulta de um Fato Jurídico e não é um ato jurídico.

ALVARÁ:

Nas áreas imobiliária e cartorária: entende-se como sendo uma ordem ou uma determinação judicial, para que o tabelião pratique um ato notarial ou o registrador consigne na matrícula de um imóvel algo que dela deva constar. Normalmente esse documento “alvará” é expedido com ordens expressas, inclusive com data de vencimento entre outras disposições. No Dicionário Houaiss: documento de autoridade judiciária ou administrativa em favor de alguém e no qual se ordenam ou se autorizam determinados atos; Licença que, expedida por autoridade administrativa, permite o exercício ou a prática de certas atividades, como comércio, construção etc.

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ÁLVEO:

Esse termo está no Código Civil e é por ele disciplinado quando abandonado, seja de rio público ou particular. (ver art. 1.252 do Código Civil). Álveo está ligado à propriedade imobiliária. Álveo é o leito do rio. Quando abandonado, passa a ser de propriedade dos proprietários ribeirinhos, donos das terras que estão às margens do rio, estabelecendo o Código Civil, no citado artigo, que a propriedade das terras localizadas às margens dos rios amplia-se até o meio do Álveo, quando abandonado. É, assim, uma forma originária de se adquirir a propriedade sobre uma área de terra.

AMORTIZAÇÃO:

Pagamento periódico realizado para abater (reduzir) uma dívida. Nos financiamentos em geral, a amortização é feita por uma das parcelas que compõem as prestações.

AMORTIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA:

Pagamento extraordinário (antes do prazo previsto) que deve corresponder pelo menos 10% (dez por cento) do valor do saldo devedor.

ANTEDATA:

Documentos como Contrato de Compra e Venda, Escritura de Compra e Venda, Procuração, entre outros, para ser considerado regular, eficaz e válido, nele deve ter expressa a sua data, ou seja, o dia, mês e ano em que foi elaborado e mais precisamente assinados pelas partes contratantes.

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Antedatar um documento, seja público ou particular, é simular uma data, para ocultar a data verdadeira em que foi ou deveria ter sido elaborado e/ou assinado. Antedatar um documento é o mesmo que apresentar uma data falsa, uma data inautêntica, uma farsa, mentira, um embuste. Isso compromete seriamente a fé daquele que assim procede. A antedata é uma falsidade, uma simulação. O Código Civil Brasileiro expressamente repudia a antedata, caracterizando-a como “simulação” (Art. 102, item III), e a pratica além de cometer séria e grave irregularidade funcional, que o colocará sob graves sanções administrativas, poderá também ser enquadrado, na área penal, no crime de falsidade ideológica (Art. 299 do Código Penal).

ANTICRESE:

O termo é de origem grega, e em nosso Direito Civil identifica uma forma de o devedor de uma dívida solvê-la para com o credor, valendo-se de um modo especial, cujo perfil está delineado no artigo 805 do Código Civil. Formaliza-se essa forma de extinção da dívida através do contrato de Anticrese ou Escritura de Anticrese. São pressupostos de tal contrato: 1º - Existência de uma dívida, consequentemente existência destes dois polos, um credor e um devedor. 2º - O devedor deve possuir um imóvel, com situação efetiva de produzir frutos ou rendimentos. 3º - Livre acordo de vontades (entre credor e devedor), o devedor desejando entregar o imóvel ao credor e este em aceitando-o. 4º - Essa entrega do imóvel terá como finalidade pagar o débito do devedor para com o credor, através dos frutos ou dos rendimentos do imóvel. Este último pressuposto está expresso no art. 1.419 do Código Civil, pois compensar, no sentido econômico-financeiro, nada mais é do que fazer o encontro de obrigações para extinção simultânea de ambas. No caso, o devedor de uma dívida tem obrigação de pagar o débito, e o credor, recebendo-o, tem obrigação de quitá-lo. Lícita é a estipulação do contrato de anticrese, como uma forma, prevista em lei, de extinção da dívida. O contrato de anticrese extingue-se, quando a dívida estiver totalmente extinta. Pela estipulação do contrato de anticrese, o imóvel, de propriedade do Devedor, passa para a Posse Temporária do credor da dívida, retornando à posse do devedor quando a dívida estiver extinta, extinção essa que ocorrerá através dos frutos e rendimentos produzidos pelo imóvel e percebidos pelo credor da dívida. A dívida é paga, não com o imóvel, mas, sim, com os frutos e rendimentos produzidos pelo imóvel. No contrato de anticrese, a posse sobre o imóvel desdobra-se em Direta e Indireta. Em certo tempo, a posse direta é do credor, sem eliminar a posse indireta do devedor, que continua mantendo o domínio sobre o imóvel. O contrato de anticrese, tendo por objeto um imóvel, deve ser levado ao registro no Registro Imobiliário (Art. 167, item I, nº 11, da Lei nº 6.015/73) e se o valor da dívida superar o valor mínimo previsto em lei (Art. 134, item II, do CC), deve ser formalizado por escritura pública, já que a anticrese insere-se entre os direitos reais (Art. 674, item VIII, do CC).

ANULABILIDADE:

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No vocabulário jurídico imobiliário, o termo significa a possibilidade de o ato jurídico, formalizado perante o notário ou registrador, tornar-se inválido, ou seja, perder o seu valor, em razão de vícios que o comprometam em sua substância e efeitos. A anulabilidade do ato não equivale à inexistência do ato, pois pode ele ser ratificado, ou seja, confirmado, validado. A ratificação do ato evidencia a sua existência, o que é afirmado com suporte no artigo 148 do Código Civil, que na sua parte final deixa expresso: “A ratificação retroage à data do ato.” A anulabilidade não se confunde com nulidade. Em matéria registrária, a lei especifica, nos artigos 214 e 215, caracteriza de forma expressa a nulidade de pleno direito de atos registrários, com esta ressalva, a prova da nulidade, independentemente de ação direta.

APÁTRIDA

No dicionário Aurélio: ((Do Gr. Ápatris, idos, fr. Apatride) S.2 g. 1. Diz-se de, ou indivíduo que não tem nacionalidade, por haver perdido a nacionalidade de origem, em consequência de naturalização, casamento ou outro fator, e haver depois perdido a nacionalidade adquirida sem readquirir a primeira) Apátrida é o indivíduo que não possui nacionalidade por tê-la perdido. A nacionalidade é uma condição própria do cidadão, que a possui por direito. O cidadão possui esse direito pelo JUS SOLI ou pelo JUS SANGUINIS. Pelo JUS SOLI, a nacionalidade decorre do seu nascimento em determinado território da comunidade internacional. Pelo JUS SANGUINIS, a nacionalidade do cidadão resulta do sangue dos seus genitores. Um ato punitivo de Império do país a que o indivíduo está vinculado como nacional, pelo “Jus Soli” ou pelo “Jus Sanguinis”, pode transmudar esse indivíduo em APÁTRIDA, quando o exclui da comunidade nacional. A rigor, o apátrida é uma anormalidade jurídica que não ocorre com frequência. Qualquer que seja a causa que tenha levado um indivíduo a ser, na comunidade internacional, considerado APÁTRIDA, não o priva de exercer direitos e obrigações, pois o apátrida fica privado unicamente da sua nacionalidade; não fica privado da sua personalidade, e nesta é que está contida a sua capacidade, identificando-o como pessoa. O apátrida é uma pessoa. Como o apátrida deve ser qualificado num ATO NOTARIAL, praticado no Brasil, em que ele seja parte? Como “APÁTRIDA”, será esta a resposta lógica, já que o apátrida tem personalidade e capacidade. Só não tem nacionalidade. É, no Brasil, um estrangeiro sem nacionalidade. Como estrangeiro que é, ainda que privado de nacionalidade necessitou, para ingressar no território nacional, de passaporte, e o nosso direito é expresso: “poderá ser concedido passaporte para estrangeiro, AO APÁTRIDA e ao de nacionalidade indefinida.” (Art. 55, I, letra “a”, da Lei Federal nº 6.815, de 19 de agosto de 1980 - Estatuto do Estrangeiro). O Decreto nº 86.715, de 10 de dezembro de 1981, que regulamentou a citada Lei, no seu artigo 4º estabelece: “O apátrida, para a obtenção de visto, deverá apresentar, além dos documentos exigidos neste Regulamento, prova oficial de que poderá regressar ao país de residência ou de procedência, ou ingressar em outro país, salvo impedimento avaliado pelo Ministério das Relações Exteriores.”

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O que fica evidenciado, face aos preceitos legais transcritos, é que o APÁTRIDA não é um estrangeiro clandestino. Ingressa ele no território nacional, em caráter permanente ou temporário, por força do estabelecido no artigo 58 do citado Decreto regulamentador; segundo o § 3º, item I, do art. 59 do mesmo Decreto, se o documento de viagem omitir a nacionalidade do titular, será ele registrado como apátrida, em caso de ausência de nacionalidade. Pelo artigo 134, § 1º, do Código Civil, a escritura pública deverá conter, além de outros elementos identificadores das partes, a NACIONALIDADE das mesmas, e essa nacionalidade deve estar expressa no documento expedido pelo Departamento de Polícia Federal (art. 58 do citado Decreto), se o portador for estrangeiro. Se de tal documento não constar a nacionalidade do seu portador, mas sim “APÁTRIDA”, essa será sua identificação, no que se relaciona com a nacionalidade a ser consignada no ato notarial. A nacionalidade pode ser brasileira ou estrangeira. O apátrida é um estrangeiro que perdeu sua nacionalidade de origem. Consequentemente, é um estrangeiro sem pátria. Residindo no território nacional e nele havendo ingressado pelas vias legais, tem direito à sua carteira de identidade como estrangeiro, e nesse documento é identificado como apátrida. Só quando adquirir outra nacionalidade ou readquirir a sua nacionalidade de origem, e continuar residindo no Brasil, deverá promover essa mudança, através de averbação no registro de estrangeiro e no documento de sua identidade. A caracterização de apátrida é dada por preceitos de Direito Internacional Público, com reflexos no Direito Internacional Privado e o nosso Direito Interno acolhe o estrangeiro - inclusive o apátrida - nestes termos: “A lei não distingue entre nacionais e estrangeiros quanto à aquisição e ao gozo dos direitos civis.” (Art. 3º do Código Civil).

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Para finalizar e melhor esclarecer. Tanto o apátrida é um estrangeiro que perdeu sua nacionalidade, mas não perdeu sua personalidade, que ele está obrigado a se registrar COMO PESSOA junto ao Departamento da Polícia Federal, e o documento comprobatório desse registro expressamente o identificará como apátrida, pela ausência de nacionalidade. (Art. 59, § 3º, item I, do Dec. 86.715). Fonte: Diário das Leis, nº 16 ano 2.000 (Boletim Cartorário)

APELAÇÃO:

É o recurso do qual o vencido num processo judicial se vale para reformar a sentença de primeiro grau que lhe foi adversa. Está disciplinado no art. 496, item I, do Código de Processo Civil e o seu processamento também está disciplinado em preceitos do mesmo código. Ato ou efeito de apelar. Recurso das decisões definitivas de primeira instância para juiz, instância ou tribunal superior; apelo.

APÓLICE:

Documento emitido pela companhia de seguro com os dados da cobertura de risco do segurado.

AQUESTOS:

O termo está ligado a duas importantes situações jurídicas vividas pela pessoa humana: aquisição de bens e relacionamento familiar decorrente do casamento. Aquestos identificam os bens que os cônjuges adquirem “depois” do casamento e na sua “constância”, ou seja, na sua vigência. O termo deve ser corretamente empregado, quando se referir a bens pertencentes a um dos cônjuges, para apreciar o direito de propriedade, na extensão que um deles possa adquirir, em decorrência do casamento, considerando o regime de bens adotado. Para se constatar se o BEM é ou não aquesto, considera-se o regime de bens adotado pelos cônjuges quando se casaram, e também a forma pela qual o bem foi adquirido pelo cônjuge. O art. 269 do Código Civil fornece os elementos caracterizadores dos bens aquestos. “Aquestos, também designado Aquestos Conjugais, são determinados bens, enumerados em lei, que um ou ambos os cônjuges adquirem depois, e durante a vigência do matrimônio, aquisição essa que não seja através de doação, sucessão ou sub-rogação."

ÁREA COMUM:

Área de um condomínio que pode ser utilizada por todos os moradores, como os corredores, o saguão, o salão de festas e os locais de lazer. Também chamada área de uso comum.

ÁREA PRIVATIVA:

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Área de um imóvel sobre a qual o proprietário tem domínio total, delimitada pela superfície externa das paredes.

ÁREA URBANA:

Região de um município que conta com melhoramentos mantidos pela prefeitura.

ÁREA ÚTIL:

Soma das áreas internas de cada cômodo do imóvel, de parede a parede, sem contar sua espessura. Antigamente tinha o sugestivo nome "área de vassoura".

ARRAS:

Arras identifica a existência de uma obrigação a ser cumprida. Então, arras é um sinal (ônus) dado como garantia de um contrato a ser concluído e a garantia de sua execução. Isso está disciplinado nos Art. 1.094 a 1.097 do Código Civil Brasileiro. Segundo o estipulado pelos contratantes, a Arras pode ter uma destas finalidades: Confirmatória – da obrigação estipulada ou, Punitiva – a qual ocorre quando beneficia um contratante em detrimento do outro.

No dicionário Houaiss: substantivo feminino plural 1 Rubrica: termo jurídico. recursos pagos por um dos contratantes ao outro, para garantir o cumprimento de um contrato; sinal 2 Derivação: por extensão de sentido. acordos que asseguram obrigações futuras; promessas, garantias 3 Derivação: por extensão de sentido. sinais demonstrativos; evidências, provas Ex.: o empregado deu a. de sua fidelidade 4 vantagens que um jogador considerado superior oferece aos seus adversários para que a disputa se torne mais equilibrada

ARRENDAMENTO MERCANTIL:

Aluguel de um bem móvel ou imóvel (veículo, máquina, casa, apartamento) mediante o pagamento de contraprestações periódicas e com a opção de compra ao final.

ATA:

Registro das discussões e decisões tomadas por uma assembleia, como a de condomínio.

ATA NOTARIAL:

É o instrumento público autorizado por notário competente, a requerimento de uma pessoa com interesse legítimo e que, fundamentada nos princípios da função imparcial e independente, pública e responsável, tem por objeto constatar a realidade ou verdade de

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um fato que o notário vê, ouve ou percebe por seus sentidos, cuja finalidade precípua é a de ser um instrumento de prova em processo judicial, mas que pode ter outros fins na esfera privada, administrativa, registral, e, inclusive, integradores de uma

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atuação jurídica não negocial ou de um processo negocial complexo, para sua preparação, constatação ou execução.

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Fonte: IPIENS, José Antônio Escartin. El acta notarial de presencia en el proceso. In: Revista del Notariado. nº 399, p. 176

ATO JURÍDICO:

Sua definição está na lei. Quando a lei define, vale o que a lei expressa. Não se define o que está expresso na lei. Diz o art. 81 do Código Civil que ATO JURÍDICO é todo ato lícito que tem por finalidade adquirir, resguardar, transmitir, modificar ou extinguir direitos.

ATO NOTARIAL:

O ato notarial é aquele praticado pessoalmente pelo notário ou por um seu preposto. Por força de preceito constitucional, quem quer que o pratique, o notário, titular da serventia onde o mesmo é praticado, por ele é responsável civil e criminalmente. (Art. 236 § 1º da C.F.) Consequentemente, todo ato notarial, seja ele praticado pessoalmente pelo notário ou por um seu preposto, deve ser formalizado, sob todos os aspectos, com consciência e eficiência, seja ele uma simples autenticação de uma cópia reprográfica ou a elaboração de um CONTRATO a ser registrado no livro de notas com a denominação de escritura pública. O substancial na formalização de um CONTRATO é que o notário ou o seu preposto observe estes três importantes elementos que caracterizam um CONTRATO: I) - CAUSA - Todo contrato deve ter uma causa e essa causa deve ser lícita e não proibida por lei. II) - CONSENTIMENTO - Resultando o contrato da livre manifestação das partes contratantes, esse consentimento para sua elaboração deve ser claro, expresso e manifestado diretamente pelas partes ou por procurador legitimamente constituído pelas mesmas. III) - FINALIDADE - Todo contrato deve ter um fim a ser obtido pelas partes contratantes, e essa finalidade do contrato deve ser uma obrigação patrimonial, estipulada pelas partes contratantes. Na estipulação do conteúdo obrigacional do contrato, o notário deve revelar seus conhecimentos profissionais, e, mais, sua dedicação aos serviços que realiza, registrando no ato notarial, o efetivamente estipulado pelas partes, para que o contrato atinja a sua finalidade, independentemente de participação de outro órgão para interpretar a finalidade da obrigação. Quando o ato notarial a ser formalizado em decorrência de acordo de vontades, na sua finalidade, não tiver uma obrigação patrimonial, o termo que melhor identifica esse ato, pode ser um destes: PACTO - CONVENÇÃO - ESTIPULAÇÃO - CONVÊNIO - AJUSTE. Mas, qualquer que seja esse motivo a ser formalizado mediante escritura pública, deve ter uma CAUSA o registro expresso do CONSENTIMENTO de quem o pratica e uma FINALIDADE.

ATO NULO:

É um ato jurídico que não tem eficácia, porque na sua elaboração foi preterida formalidade essencial à sua validade ou porque inexiste um dos vários requisitos fundamentais à sua plena validade. O verbete justifica estes esclarecimentos: o ato nulo

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pode ser nulo de pleno direito ou anulável. Nulidade é uma coisa e anulabilidade é outra coisa. A nulidade compromete o ato na sua eficácia e é reconhecida pelo Poder Público, quando toma conhecimento de sua existência, enquanto a anulabilidade reclama a manifestação expressa do interessado na declaração de nulidade do ato, para perder sua eficácia

ATUÁRIO:

Pessoa que, portadora de conhecimentos técnicos, estuda e promove cálculos relacionados com seguros de qualquer natureza. Na redação de uma escritura de confissão de dívida ou de locação de imóvel, as partes podem, valendo-se do termo, estipular que a indenização, a ser paga pelo perecimento da coisa dada em garantia da dívida ou da coisa locada, seja satisfeita pelo valor atual do pagamento, segundo cálculos atuariais apurados por atuário, portador de Curso de Atuário.

AUTARQUIA:

No Dicionário Aurélio: [Do gr. autarchía.] S. f. 1. Poder absoluto. 2. Governo de um Estado pelos seus concidadãos. 3. Econ. Autarcia (1). 4. Hist. Filos. Nos vocabulários cínico (2) e estóico (3), condição de autossuficiência do sábio, a quem basta ser virtuoso para ser feliz; autarcia. 5. Entidade estatal autônoma, com patrimônio e receita próprios, criada por lei para executar, de forma descentralizada, atividades típicas da administração pública (p. ex.: Banco Central).

É órgão da Administração Pública. Sua criação, desenvolvimento e atividades estão disciplinadas pelo Direito Administrativo. Organizada pelo Poder Público, é Pessoa Jurídica de Direito Público. Nas suas atividades, inclusive quando participa de atos notariais ou registrais, desfruta de todas as regalias que o Poder Público possui. Consequentemente, goza de isenção do pagamento de emolumentos devidos ao notário e ao registrador, na prática dos atos de que participa e se beneficia.

AVAL:

No Dicionário Aurélio: [Do fr. aval e it. avallo, termos comerciais, do ár. *awala (t), 'delegação', 'mandato'; 'ordem de pagamento', 'letra de câmbio'.] S. m. 1. Garantia pessoal, plena e solidária, que se dá de qualquer obrigado ou coobrigado em título cambial. No Dicionário Houaiss: substantivo masculino 1. Rubrica: termo jurídico. declaração que consiste na assinatura do declarante lançada em título de crédito, em razão da qual o declarante se compromete a garantir, de forma autônoma, as obrigações de outra pessoa que figure no título de crédito Obs.: cf. fiança 2. Derivação: sentido figurado. indivíduo que responde pelos atos de outrem, ou pela veracidade ou correção de qualquer coisa 2.1. Derivação: sentido figurado.

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coisa que serve de garantia a outra 3. Derivação: sentido figurado. apoio, aprovação

AVAL é a garantia expressa por alguém em uma obrigação cambial. Relaciona-se com o Direito Comercial. O aval estabelece para o avalista um vínculo obrigacional na solução da obrigação, ou seja, precisamente no pagamento do valor do título cambiário (Letra de Câmbio, Nota Promissória ou Duplicata). Quem assume essa obrigação cambiária torna-se corresponsável pelo pagamento do título, juntamente com o emitente da nota promissória ou com aceitante da letra de câmbio ou da duplicata.

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O avalista, através do aval, assume de forma expressa, com o lançamento de sua assinatura no título, a obrigação de pagar o valor nele expresso, se não for pago pelo obrigado principal. Comumente o aval é expresso no verso do título. Assemelha-se à fiança, mas dela se distingue. A fiança pode ser prestada como garantia de uma obrigação contratual, inclusive em ato autônomo do contrato. O aval é uma garantia solidária à obrigação que está expressa num título cambiário.

AVERBAÇÃO:

No Dicionário Houaiss: substantivo masculino - ato ou efeito de averbar 1. nota inserida à margem de um documento ou registro público para indicar qualquer alteração relativa ao documento ou registro original 2. ato de declarar; declaração Ex.: a. de suspeição No Dicionário Aurélio: averbar1 [De a-2 + verba + -ar2.] V. t. d. 1. Escrever em verba, à margem de. 2. Declarar em nota, à margem de um título ou de um registro. 3. Registrar; anotar.

Registro feito pelo Cartório de Registro de Imóveis de qualquer alteração que diga respeito ao proprietário (chamada subjetiva) ou ao imóvel (objetiva), como a mudança no estado civil do dono ou no nome da rua do imóvel. É o registro escrito de um ato ou de um fato de consequências jurídicas, lançado à margem ou em seguida a um ato registrado constante do arquivo do cartório, alterando um dos elementos de tal ato (como o exemplo anterior). Difere sensivelmente da anotação. A anotação quando lançada por escrito num ato, tem como finalidade remetê-lo a outro ato, existente no próprio cartório ou em outro de outra Serventia. As averbações, são atos específicos dos registradores, sejam eles do Registro Civil (arts. 97 “usque” 105) ou do Registro Imobiliário (Arts. 167, item II e artigo 246, todos disciplinados na Lei 6.015). Nos atos notariais não podem haver averbações, pois eles só podem ser alterados por outros atos notariais. Entretanto, quando ocorrer a prática de um ato notarial a outro relacionado, faz-se identificação a ele, através de anotação. Exemplo: um mandato é substabelecido; no mandato, anota-se o substabelecimento. Um testamento é revogado expressamente pelo testador; no testamento revogado, anota-se sua revogação. Averbação integra os serviços dos registradores Civil e Imobiliário. É ato típica e tecnicamente Registrário. É lançada no Registro Civil da Pessoa Física e na Matrícula do imóvel, para dar publicidade à alteração, correção ou ocorrência objetiva ou subjetiva, relacionada com a pessoa ou com o imóvel. É ato acessório. Depende, para sua consumação, da existência do ato principal, que pode ser a matrícula ou o registro. Consumada a averbação, ela só pode ser cancelada mediante pedido expresso do interessado, devidamente fundamentado, ou então por determinação judicial. A averbação deve ser solicitada ou determinada. Solicitada pelo interessado. Determinada pela autoridade competente, que pode ser o Juiz Corregedor da Serventia ou outra autoridade, levando sempre o “CUMPRA-SE” daquele. Em síntese: a averbação tem

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como suporte o “princípio da Publicidade”, cuja finalidade é tornar conhecido do público a ocorrência de algo que afeta em parte ou no todo o ato registrário. A averbação é ato praticado pelo registrador civil ou imobiliário. Está expressa em lei (Art. 97 e 142 da Lei 6.015). A averbação altera a substância do registro (Art. 246 da citada Lei). Nenhuma averbação - dada esta particularidade - deve ser procedida por iniciativa do cartorário. Deve ter como suporte um

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título válido, seja ele uma determinação judicial, expressa em mandado, seja um requerimento do interessado, instruído com título válido. A averbação distingue-se da anotação; com ela não se confunde. A anotação tem característico remissivo e opera-se de ofício pelo cartorário, tendo como finalidade assegurar a existência do ato e sua vinculação a outro ato. Um notário pode e deve anotar num testamento sua revogação, se esta ocorreu na própria serventia ou recebeu comunicação autêntica do notário titular de outro cartório. Também pode promover anotação que registre a revogação de mandato lavrado em suas notas, se ele mesmo lavrar o instrumento de revogação ou se receber comunicação de tal ocorrência promovida por outro notário. A rigor, nos serviços notariais, inexiste averbação em atos notariais, mas sim anotações. As averbações são atos específicos aos registradores civis e imobiliários. Fonte de pesquisa: Dicionários “Aurélio” e “Houaiss”, além do Diário das Leis – BDI nº 25, ano 2000.

AVULSÃO:

No Dicionário Aurélio: [Do lat. avulsione.] S. f. 1. V. evulsão. 2. Jur. Modo de aquisição da propriedade imóvel pela superposição ou adjunção de uma porção de terra arrancada de seu lugar primitivo por força natural violenta.

No Código Civil Brasileiro – Artigo 1.251 e respectivo parágrafo único. Subseção III Da Avulsão Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. Avulsão - É o destaque violento, em decorrência de fenômeno natural, de parte de um imóvel, que se junta naturalmente a outro. Em consequência desse fenômeno natural, uma área do imóvel é destacada do mesmo e por anexação acrescida a outro. Os efeitos legais decorrentes desse fenômeno estão previstos no art. 1.251 do Código Civil. Aquele que perde essa porção de terra, destacada do imóvel de sua propriedade, tem direito a reclamar uma indenização daquela pessoa que se beneficiou com o acréscimo. Havendo acordo no que se refere à indenização, nada impede que esse acordo seja formalizado através de Escritura Pública de Avulsão, assemelhada a uma escritura de venda e compra, integrada pelos mesmos elementos, consenso, preço e coisa, satisfazendo os encargos tributários, e sendo levada ao Registro Imobiliário competente. Entretanto, se tal fenômeno natural, que estabelece a diminuição da área de um imóvel e o aumento da área de outro, não for formalizado através de um documento consensual, aquele que teve a área do seu imóvel aumentada por avulsão - fato natural - constatada através de Ata Notarial, lavrada na época própria, pode postular em Juízo título hábil para registro no Registro Imobiliário da situação do imóvel. A Avulsão, por definição pode ser uma forma ORIGINÁRIA ou DERIVADA de aquisição da propriedade imobiliária. É Originária, porque resulta de um Fenômeno Natural, que ocorre independentemente da vontade humana.

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É Derivada, quando a área desmembrada e incorporada tem sua propriedade reconhecida e transferida por acordo entre os interessados. O fenômeno natural da Avulsão pode ser constatado de forma expressa por qualquer um dos interessados através de um ato notarial, hoje denominado Ata Notarial. Essa ata

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notarial pode ensejar a lavratura de um Ato Notarial, formalizando juridicamente aquilo que a natureza criou. O fenômeno natural hoje enseja que sua constatação se comprove através de Ata Notarial, e a ata notarial, gerando efeitos, pode perfeitamente ser o suporte de um Ato Notarial, transferindo direitos por acordo expresso dos interessados.

(B)

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BC OU BACEN):

Autarquia federal criada em 1964 que formula, executa e acompanha a política monetária, emite o dinheiro brasileiro, organiza e disciplina o Sistema Financeiro Nacional e fiscaliza as atividades do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO (BNH):

Órgão, extinto em 1986, responsável pela fiscalização das atividades do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e substituído nessa função pelo Banco Central.

BEM DE FAMÍLIA:

O Bem de Família disciplinado pelo Código Civil, precisamente nos artigos 70 a 73, embora exista regulamentado por lei específica outro Bem de Família, imune ao ato constritivo da penhora face à ocorrência de peculiaridades especificamente mencionadas. Para o notário o Bem de Família tem estas peculiaridades: 1. Só pode ser instituído pelo Chefe da Família. 2. Só pode ser instituído por Escritura Pública; o que vale dizer, só com a interferência obrigatória de um notário tal instituto pode ser formalizado. 3. Tem como finalidade assegurar a tranquilidade da família contra os futuros azares da vida. 4. A escritura pública de Bem de Família tem triple publicidade, o que revela sua importância em relação a terceiros: a primeira, decorre da publicidade dos atos notariais; a segunda publicidade está na divulgação pela imprensa local onde o imóvel está situado ou pela imprensa do Estado, se no local não existir imprensa, noticiando que o imóvel destina-se a Bem de Família; e a terceira, está na publicidade registrária. Essa tríplice publicidade revela o quanto a instituição do bem de família é importante para o instituidor, para sua família e para a coletividade. O Bem de Família, pela sua importância no Direito Imobiliário, além dos dispositivos do Código Civil supramencionados, mereceu do legislador um capítulo especial na Lei de Registros Públicos (Lei Federal 6.015/73), abarcando os artigos 260 a 265.

BENFEITORIAS:

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Obras ou reparos realizados num imóvel para melhorar seu estado, embelezá-lo ou solucionar um problema.

BINUBA (O):

No Dicionário Aurélio: [Do lat. binubu.] Adj. S. m. 1. Casado em segundas núpcias.

No Dicionário Houaiss: adjetivo e substantivo masculino Rubrica: termo jurídico. que ou quem casou duas vezes, contraindo o segundo matrimônio após a extinção do primeiro.

Binuba identifica a mulher que se casa civilmente pela segunda vez. O termo no masculino, Binubo, identifica o homem que contrai o segundo matrimônio civil. O segundo casamento, para justificar o termo identificador, deve ser consumado segundo a lei, ou seja, o primeiro casamento deve estar desfeito pela morte do anterior cônjuge ou pelo divórcio. O termo Binuba ou Binubo é oposto ao significado do termo Bígamo. Quando o Binubo contrai o segundo casamento, o primeiro está totalmente e validamente desfeito. O Bígamo contrai o segundo casamento, com o primeiro válido e vigente. O termo está disciplinado nos artigos 248, I, 329 e 393 do Código Civil Brasileiro.

BLOQUEIO:

O termo liga-se às atividades dos registradores imobiliários. Do verbo “bloquear”, o bloqueio de uma matrícula tem uma única finalidade: obstar e impedir que o imóvel matriculado seja alienado ou onerado. O BLOQUEIO é procedido pelo oficial registrador, através de ato de averbação por determinação (ordem) judicial. A duplicidade de registros de um mesmo imóvel pode ser causa determinante do bloqueio de ambas as matrículas, até que JUDICIALMENTE se apure e se constate, sendo precisamente identificado o legítimo proprietário do imóvel. Também quando há a duplicidade de matrículas com linhas filiatórias de origens diversas, uma delas pode ser imprestável, por vários motivos, e, até que se apure e se decida qual linha filiadora é expungida de vícios e defeitos, justificável o bloqueio das matrículas. O fundamento do BLOQUEIO está na duplicidade de MATRÍCULAS de imóveis contendo atos registrários. É um erro que compromete a segurança das transações imobiliárias relacionadas com suporte em uma delas. O BLOQUEIO de matrículas tem um procedimento próprio e pode ser desencadeado pelo próprio oficial ou por um dos interessados, cujo nome conste de uma matrícula. Como o processo de dúvida tem como única finalidade solucionar a insegurança do registrador em praticar o ato registrário, não é possível em tal processo ser decretado o BLOQUEIO de um dos imóveis. Contudo, se o juiz, ao apreciar os fundamentos da dúvida e as contestações do interessado no registro, constatar irregularidades na matrícula em confronto com outra, pode determinar “ex-ofício” o BLOQUEIO de ambas, não no processo de DÚVIDA, mas em procedimento próprio, com suporte em elementos extraídos do processo da

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DÚVIDA. Tanto o procedimento da DÚVIDA como o procedimento do BLOQUEIO são de natureza administrativa, e ambos devem assegurar aos interessados amplos direitos sobre o que pretendem e postulam relacionados com o imóvel questionado.

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Também, a qualquer tempo, quando o oficial constatar duplicidade de matrículas de imóveis idênticos, pode ser decretado o BLOQUEIO de ambas, por representação do oficial e decisão do Juiz Corregedor da serventia, e tal bloqueio durará até decisão judicial final, reconhecendo a validade do ato registrário regularmente praticado, cancelando-se aquele comprovadamente irregular. O fundamento legal do BLOQUEIO é a segurança que o ato registrário de um imóvel deve inspirar e impor junto à coletividade, pois, segundo o art. 252 da Lei Federal nº 6.015/73, “o registro, enquanto não cancelado, produz todos os seus efeitos legais ainda que, por outra maneira, se prove que o título está desfeito, anulado, extinto ou rescindido”. O BLOQUEIO, sendo ato administrativo, pode ser iniciativa do próprio oficial, através de representação dirigida ao Juiz Corregedor da Serventia, em que expõe os motivos que justificam a necessidade do bloqueio dos atos registrários. A constatação da irregularidade compete ao oficial. A solução a eliminar a irregularidade compete ao juiz. Também o titular do legítimo domínio sobre o imóvel pode promover o bloqueio de ambos os registros.

BNH:

Sigla de Banco Nacional de Habitação.

BUSCA ... ( nos Cartórios – diversos...):

BUSCA – O termo relaciona-se com os serviços cartorários (Notas, Registros de Imóveis, Registro Civil entre outros), identificando a atividade do cartorário na procura de algo que consta ou deva constar do arquivo do cartorário, do qual é titular – hoje Agente Delegado ou Preposto – e cuja existência interessa ao conhecimento de alguém, no caso ao solicitante da busca. É uma atividade que o cartorário exerce a pedido de alguém que tem interesse em conhecer o teor de ato jurídico registrado no livro do cartório. Os emolumentos pela BUSCA são devidos e pagos pelo interessado, quando o cartório expede a CERTIDÃO do ato procurado e encontrado. Os emolumentos devidos pela busca estão estipulados no REGIMENTO DE CUSTAS e a eles o cartorário tem direito, pois a busca representa um serviço que ele presta ao interessado na localização do ato. É nosso entendimento pessoal que só se justifica a cobrança dos emolumentos devidos pela “BUSCA”, taxados no Regimento de Custas, quando o ato procurado for localizado e dele for extraída certidão, prova material de sua existência e de sua procura. Informação não se confunde com busca, pelo que, salvo se prevista no Regimento de Custas, não pode ser cobrada pelo cartorário. Procede-se à BUSCA para, por escrito (certidão) comprovar a existência do ato procurado e seu teor, o que não ocorre com a informação, que é verbal. Não procede, em nosso entender, a cobrança pelo cartorário de informações por ele prestadas ao interessado, gratuitamente, segundo a sua personalidade e o grau de interesse com que ele realiza os serviços que lhe foram delegados. Fonte: Boletim Diário das Leis nº 29 – ano: 2000 (Boletim Cartorário)

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(C)

CADASTRO:

Documento com informações sobre a idoneidade do inquilino obtidas de serviços de proteção do crédito, como a Serasa, o Cadastro de Proteção ao Inquilinato e cartórios de protesto de títulos.

CADUCAR:

Perder a validade ou a força de um direito em decorrência do tempo superado ter superado o prazo legal, o titular do direito não mais poderá exercê-lo. É na acepção da palavra: perder o prazo para a cobrança de determinadas dívidas.

CADUCIDADE:

Perecimento de um direito.

CADUCO:

Ato jurídico ou título que perdeu o valor por circunstâncias que lhe tiraram os efeitos legais. Diz-se de ato, fato, documento ou ação que incorreram em caducidade.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF):

Fundada em 1861 pelo imperador d. Pedro 2.º, a Caixa, além de banco comercial, é a instituição que mais financia a construção e compra de imóveis. Ela também administra desde 1990 o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e patrocina o esporte e a cultura.

CAPITAL:

Soma de dinheiro que faz parte dos bens de uma pessoa ou uma empresa, e também a quantia de dinheiro financiada a alguém.

CAPITALIZAÇÃO DE JUROS:

Acréscimo dos juros cobrados ao capital inicial e ao saldo devedor, provocando o cálculo de juro sobre juro, chamado juro composto ou capitalizado.

CARTA DE ADJUDICAÇÃO:

Ver: Adjudicação.

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CARTA DE CRÉDITO:

Documento que concede a alguém o empréstimo de certa quantia. Costuma valer por 30 dias, às vezes prorrogáveis.

CARTEIRA HIPOTECÁRIA (CH):

Linha de crédito habitacional criada pelo presidente Getúlio Vargas em 1936, hoje possui regras de financiamento, prazo de pagamento e taxas de juro definidas pelas instituições financeiras.

CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS:

Órgão onde são cadastrados todos os imóveis de determinada região. Lá se encontram as informações a respeito de cada imóvel sua matrícula, sua localização, seu dono, sua situação jurídica, seu histórico, todas as modificações por que passou.

CARTÓRIO DE TÍTULOS E NOTAS:

Entidade privada com reconhecimento público que guarda títulos e documentos faz registros públicos e lavra (redige) contratos.

CAUÇÃO:

Garantia dada com títulos ou coisas de valor (inclusive dinheiro) de que determinada dívida contratual será paga (financiamento imobiliário, aluguel etc.).

CERTIDÃO DE OBJETO E PÉ ou PÉ OBJETO:

No interior de São Paulo e em outras cidades tal certidão é identificada como “CERTIDÃO DA SITUAÇÃO DO PROCESSO”. Por que “objeto e pé”, como é identificada na Capital de São Paulo? Raciocinando, chegamos a esta conclusão sobre o uso de tal expressão: Objeto, no sentido jurídico, é o que se discute num processo; é o fato que motiva o processo. Pé, excluído o sentido anatômico, é o estado em que se encontra uma situação. Destarte, CERTIDÃO DE OBJETO E PÉ, que o mercado imobiliário paulistano emprega, é aquela CERTIDÃO que registra o ESTADO EM QUE UMA AÇÃO JUDICIAL SE ENCONTRA, E O OBJETO QUE NELA ESTÁ SENDO QUESTIONADO.

CERTIDÃO DE PROPRIEDADE:

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A certidão de propriedade é o documento expedido pelo cartório de registro de imóveis que contém todos os registros existentes em cada matrícula imobiliária. A certidão é o documento essencial para que seja verificada a situação de regularidade do imóvel, a partir da identificação das suas características, do nome do proprietário e de todos os registros e averbações que ocorrerem e que são assim registrados na estrita ordem cronológica. No atual regime da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73), a certidão corresponde a uma cópia da ficha da matrícula do imóvel tal como assim é lançada no Livro nº 2 do cartório de registro imobiliário competente, correspondente ao assim denominado “registro geral”. A certidão deve, portanto, conter a descrição do imóvel, a qualificação do seu proprietário, a remissão ao registro anterior, se houver, e a partir daí, todos os atos de registro e averbações subsequentes. De acordo com o art. 21 da Lei 6.015/73, “sempre que houver qualquer alteração posterior ao ato cuja certidão é pedida, deve o Oficial mencioná-la, obrigatoriamente”, o que significa que qualquer ato modificativo, translativo ou extintivo de direito real sobre o imóvel deverá passar a constar da certidão. O art. 230 da mesma lei, por seu turno, estabelece que “Se na certidão constar ônus, o oficial fará a matrícula, e, logo em seguida ao registro, averbará a existência do ônus, sua natureza e valor, certificando o fato no título que devolver à parte, o que o correrá, também, quando o ônus estiver lançado no próprio cartório”. Desse modo, o registro de qualquer oneração sobre o imóvel, como uma hipoteca ou uma penhora, deverá sempre constar da matrícula e assim da própria certidão, que é um espelho desta. Apesar de toda certidão de propriedade poder conter o registro de um ônus, essa certidão, no atual regime de matrícula, não mais se denomina como “certidão de propriedade e ônus”, como ocorria no anterior regime de inscrição e transcrição, em que “o registro dos atos de aquisição da propriedade eram feitos num livro e os registros de oneração em seis livros diferentes, conforme a natureza do gravame” (MÁRIO PAZUTTI MEZZARI, Condomínio e Incorporação no Registro de Imóveis, Norton, 2002, p. 178). Uma vez que, existindo qualquer ônus, este passará a constar obrigatoriamente da matrícula e do inteiro teor dos registros e averbações lançados na certidão, não havendo necessidade de que a própria certidão contenha remissão ou faça menção quanto à inexistência de ônus. A lei, de modo algum, obriga que a certidão faça referência expressa à inexistência de ônus sobre o imóvel, considerando que a verificação da possível existência, ou não, de gravame, deve ser observada pela simples análise dos registros e averbações constantes na matrícula.

CERTIDÃO NEGATIVA:

Documento que comprova a existência ou não de ação civil, criminal ou federal contra uma pessoa (física ou jurídica).

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CISA:

(ver: SISA)

CLÁUSULA:

No Dicionário Aurélio: [Do lat. clausula.] S. f.

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1. Cada um dos artigos ou disposições dum contrato, tratado, testamento, ou qualquer outro documento semelhante, público ou privado. 2. Condição (6) que faz parte de um contrato ou documento. 3. P. ext. Contrato, ajuste. 4. Preceito, norma.

CLÁUSULA “CONSTITUTI” ou CONSTITUTO POSSESSÓRIO:

No vocabulário imobiliário e cartorário, qualquer uma dessas expressões identifica uma forma de aquisição de posse sobre um imóvel comprado, sem a entrega direta e imediata do mesmo à pessoa do comprador. O vendedor do imóvel, tendo a posse direta em seu nome, com a venda do imóvel ao comprador passa a ter, pela cláusula “constituti”, a posse em nome do adquirente comprador. A cláusula “constituti” registra um acordo de vontades entre comprador e vendedor, pela qual não ocorre o DESLOCAMENTO MATERIAL DA POSSE SOBRE O IMÓVEL VENDIDO. O constituto possessório não é presumido. Deve ser expressamente estipulado e ocorre quando o vendedor, por acordo com o comprador, permanece no imóvel vendido, v.g., como locatário ou há certo tempo como comodatário. Tal cláusula vincula-se à posse sobre o imóvel vendido. A regra, na venda e compra de um imóvel, é a posse sobre o imóvel vendido ser de plano transferida pelo vendedor ao comprador. Contudo, pode ser convencionado o CONSTITUTO POSSESSÓRIO e, tal estipulado, o vendedor continua com a posse direta há certo tempo e pela forma estipulada, sendo que o comprador adquire a posse indireta; a direta será por ele adquirida na forma e no prazo estipulado. Com o ajuste dessa cláusula, o que ocorre é a transferência simbólica da posse sobre o imóvel vendido. Tal ocorrendo, o possuidor do imóvel não tem direito algum de propriedade sobre referido imóvel, mas tão somente o gozo do mesmo. O Egrégio Conselho Superior da Magistratura de São Paulo, em acórdão de sua lavra nº 2.642-0, publicado no Diário da Justiça, de 24 de novembro de 1985, bem esclarece os efeitos de tal cláusula ao afirmar: “Utilizaram-se, porém, as partes contratantes, da “cláusula constituti”, permanecendo, em consequência, o vendedor na posse direta do bem”. Pela cláusula constituti, não ocorre a transferência material da coisa vendida para o comprador. O vendedor continua na posse da coisa, EM NOME DO COMPRADOR. Nas transações imobiliárias em que tal cláusula consta da escritura, fica expresso o reconhecimento de desdobramento da POSSE: direta e precária, em favor do antigo proprietário; e indireta, sem em nada comprometer o domínio sobre o imóvel em favor do comprador. Se, antes da venda, o vendedor do imóvel detinha a posse plena e exclusiva, com a venda, estipulada a cláusula “constituti”, passa ele a ter somente o direito de uso do imóvel, a título precário. O notário deve empregar corretamente essa cláusula, quando o vendedor, por qualquer motivo, continua na posse do imóvel por expressa convenção com o comprador, v.g., como locatário ou como usufrutuário, ou, então, quando na escritura de venda e compra é estipulado que A POSSE DIRETA SOBRE O IMÓVEL só será transferida em determinado dia. No caso de doação, quando o doador reserva o usufruto sobre o imóvel doado, correta é esta redação: “o doador continua na posse direta do imóvel pelo constituto possessório, face à reserva do ônus real do usufruto.” Segundo a observação de RIBAS, “só

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é de utilidade a cláusula do constituto, nos contratos de compra e venda, quando, no ato dos mesmos, o vendedor deixa de fazer ao comprador a efetiva entrega da coisa vendida.” (cf. Vol. 8, Repertório Enciclopédico do Direito Brasileiro, pág. 303, Editor Borsoi).

CLÁUSULA PENAL:

É uma obrigação que se estipula em contrato, pela qual responde aquele que, participando do mesmo, retarda ou deixa de cumprir o que legitimamente foi ajustado. É também identificada como “pena” ou então “multa convencional”. Visa, quando estipulada, a reforçar o cumprimento do contrato. Sendo a cláusula penal adjeta do contrato, ou seja, unida, integrante dele, se a obrigação principal for nula, a cláusula penal deixa de ter eficácia, por seu característico de acessório do principal. Os efeitos da cláusula penal podem ser discutidos judicialmente pela inexecução do contrato, inclusive quanto ao seu valor, contratualmente estipulado (artigo 920 do C. Civil), e também a sua redução, quando o contrato for parcialmente cumprido (artigo 924 do C. Civil).

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Importante particularidade se deve esclarecer às partes contratantes, quando formalizam um contrato, é o disposto no artigo 921 do Código Civil, ou seja, de que a cláusula penal não ocorre de pleno direito, havendo necessidade de o devedor ser constituído em mora e que, resolvida a obrigação sem culpa do devedor, fica a cláusula penal resolvida (artigo 923 do C. Civil), pelo fato de ser acessória da obrigação.

CODICILO:

No Dicionário Houaiss: substantivo masculino - Rubrica: termo jurídico. escrito particular de última vontade, redigido, pelo qual alguém estabelece disposições sobre seu enterro, dá esmolas e lega móveis, roupas ou jóias de seu uso particular e não muito valiosas, e nomeia ou substitui testamenteiro(s) No Dicionário Aurélio: [Do lat. codicillu.] S. m. 1. Jur. Ato escrito de última vontade, pelo qual alguém faz disposições especiais sobre seu enterro, dá pequenas esmolas, lega móveis, roupas ou jóias de uso pessoal, não muito valiosas, nomeia ou substitui testamenteiros. 2. Ant. Alteração ou anulação de um testamento, por disposições adicionais a ele.

Codicilo é escrito particular datado e assinado pelo disponente (que o quem dispõe de bens em favor de outrem). Seu conteúdo é limitado. Seus efeitos só serão apreciados após a morte da pessoa que o redigiu, ouvidos os interessados e decidido pelo Juiz. O codicilo pode ser aberto ou fechado. Se estiver fechado, sua abertura processa-se pela mesma forma que a abertura do testamento cerrado.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – CDC:

Disciplinado pela Lei Federal nº 8.078 de 11 de setembro de 1990, regulamentada pelo Decreto nº 2.181/97, dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Sancionada pelo Presidente da República em exercício naquela data, Fernando Collor de Melo, no 169º anos da Independência e 102º anos da República. O Código de Defesa do Consumidor é um conjunto de leis que estabelece direitos e obrigações para consumidores e fornecedores para evitar que os consumidores sofram qualquer tipo de prejuízo. Na relação de consumo, o Código de Defesa do Consumidor é a parte mais fraca. Isto porque quem vende é especialista naquilo que faz e, por isso, possui informações e conhecimentos que quem compra nem sempre tem. Conforme artigo 1º do Código de Defesa do Consumidor, “estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos artigos 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal, e artigo 48 de suas Disposições Transitórias”.

COGNOME:

Na linguagem cartorária, o termo identifica uma pessoa física, abrangendo o seu prenome e o nome de sua família. O prenome e o cognome identificam o NOME COMPLETO DE UM INDIVÍDUO. O nome é composto do prenome e do cognome. O nascimento de uma pessoa obrigatoriamente deve ser levado a registro, e esse registro é procedido por um

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cartorário, hoje gratuitamente. No ato do registro, a pessoa registrada recebe o seu PRENOME, que antes era IMUTÁVEL (artigo 58 da Lei Federal nº 6.015/73) e hoje é definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelido notório (Lei Federal nº 9.708, de 18/11/1998). No ato do registro de nascimento de uma pessoa, logo ao prenome serão consignados os nomes de família de seus pais, ou seja, o cognome. O NOME COMPLETO DE UM INDIVÍDUO é composto do PRENOME e do COGNOME, este identificando sua família. Pela vida afora, esse indivíduo pode ser

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também identificado por apelidos que o tornam muito mais conhecido do que o seu prenome. Essa ocorrência levou o legislador a abrandar a imutabilidade do prenome, admitindo sua substituição por apelidos notórios, o que está expresso na Lei Federal nº 9.708, de 18 de novembro de 1998. Assim o apelido não elimina o prenome, que, sendo definitivo, não pode desaparecer; simplesmente averba-se no termo de nascimento o APELIDO pelo qual o indivíduo é notoriamente conhecido. A consignação do APELIDO no termo de nascimento de uma pessoa física (pessoa humana) - só deve ser procedida mediante autorização judicial, que apreciará efetivamente a NOTORIEDADE do apelido, os seus efeitos, a utilidade e a necessidade de sua AVERBAÇÃO no termo de nascimento.

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Fonte: Diário das Leis nº 2 - ano 2001 (boletim cartorário)

COMISSÃO:

Honorários (remuneração em dinheiro) pagos à imobiliária ou corretor de imóveis por serviços de intermediação e negociação na compra e venda, locação ou administração de bens imóveis.

COMODATO:

Comodato é uma espécie de contrato que registra de forma expressa, quando escrito, uma obrigação estipulada entre as partes que o estabelecem. Contém obrigações, pelo que só poderia estar incorporado no Livro III do Código Civil, o qual disciplina o “Direito das Obrigações”. Integra o Título V do citado livro, ao regular as várias espécies de contratos. No Capítulo V, Seção I desse Título V, os artigos 1.248 a 1.255 disciplinam e caracterizam esse tipo de contrato. Pode ser objeto do contrato de comodato COISA NÃO FUNGÍVEL. Essa distinção está esclarecida no artigo 50 do Código Civil. COISA FUNGÍVEL é aquela que pode ser substituída por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade. COISA INFUNGÍVEL é o oposto. A coisa, por suas peculiaridades, NÃO PODE e não tem condições de ser substituída por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade. 1- Pode ser estipulado sobre um BEM IMÓVEL, pois o imóvel é coisa não fungível. 2- A escritura de comodato sobre um IMÓVEL não tem ingresso no Registro Imobiliário de sua situação, porque o comodato gera simplesmente OBRIGAÇÕES PESSOAIS entre o comodante e o comodatário, sem comprometer em nada o imóvel dado em comodato. O comodato é ato não registrável nem averbável na matrícula do imóvel dado em comodato. 3- O contrato de comodato deve ser expresso em relação à coisa dada em comodato, pois não há comodato presumido. 4- É lícito ser estipulado, no contrato de comodato, que o comodatário suporte os encargos tributários incidentes sobre o imóvel dado em comodato. 5- Pode ser estabelecido por TEMPO CERTO ou a prazo indeterminado. 6- Se o comodatário não entregar o imóvel ou a coisa dada em comodato no prazo estipulado, a ação própria para o comodante reaver o imóvel ou a coisa é a de REINTEGRAÇÃO DE POSSE.

COMODANTE - é o dono do imóvel ou da coisa “não fungível”, dada em comodato. COMODATÁRIO - é aquele que, recebendo o imóvel ou a coisa, vai usá-lo ou usá-la gratuitamente, nas condições estabelecidas no contrato, que, se for formalizado POR ESCRITURA PÚBLICA, devem ser completados com a leitura atenta dos artigos 1.248 a 1.255 do Código Civil.

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COMPROMETIMENTO DE RENDA:

Percentual máximo de sua renda que o pretendente a um financiamento pode comprometer mensalmente na prestação.

COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA:

É o contrato entre duas partes em que o vendedor se compromete a vender seu bem (imóvel ou móvel) e o comprador se compromete a comprá-lo nas condições acertadas. É também chamado contrato de compra e venda ou promessa de compra e venda.

COMPROVAÇÃO DE RENDA:

Exigência da instituição financeira de que o pretendente a financiamento comprove com documentos (contracheque, carteira de trabalho, declaração do Imposto de Renda) que ganha o suficiente para arcar com as prestações.

CONDOMÍNIO:

Edifício ou conjunto de casas que forma um todo e divide as despesas comuns. Condomínio é também a maneira usual de se referir à taxa ou encargo de condomínio. A taxa de condomínio resulta do rateio das despesas comuns uma divisão de acordo com as proporções, ou cota, de cada imóvel , como a água e a energia elétrica utilizadas nas áreas comuns, o salário dos funcionários e a manutenção de elevadores. Pelo Direito Civil, o condomínio nada mais é do que várias pessoas possuindo o direito de propriedade sobre uma coisa, no caso específico deste VOCABULÁRIO, sobre um BEM IMÓVEL. O Código Civil, no seu Livro II, DIREITO DAS COISAS, Título II, Capítulo IV, Seção I, trata dele com detalhes, não só quanto ao uso da coisa comum (posse), como também quanto ao direito de disposição (alienação) da parte do condômino proprietário (propriedade), pertencente ao condomínio. Deve-se ter atenção aos artigos 623 a 641 do Código Civil, notadamente quando for lavrar ESCRITURA DE DIVISÃO AMIGÁVEL de imóvel possuído em comum por várias pessoas. A divisão amigável de um imóvel, quando as partes são igualmente atribuídas de forma identificada aos condôminos, é meramente ato declaratório de propriedade da parte que cada condômino possuía no imóvel em comum. Tal particularidade expressa em lei (artigo 631 do Código Civil) tem esta consequência tributária: na escritura de divisão amigável entre os coproprietários de um mesmo imóvel não incide o chamado imposto de transmissão da propriedade imobiliária “inter vivos”, sisa ou cisa. Ao lado do condomínio previsto e disciplinado pelo Direito Civil, temos hoje o CONDOMÍNIO previsto e disciplinado em Lei Especial, que é a de nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, aplicável às edificações de conjuntos de edifícios, de um ou mais pavimentos, construídos sob a forma de unidades isoladas. Nesse tipo de condomínio, a propriedade comum dos coproprietários é restrita às coisas comuns do

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prédio, utilizadas por todos os que nele residem. Nesse tipo de condomínio, o proprietário da unidade autônoma é seu exclusivo proprietário. Podemos estabelecer esta distinção no seguinte quadro sinótico: CONDOMÍNIO: COMUM - previsto no Código Civil. ESPECIAL - previsto na Lei Federal nº 4.591/64. Cada um com suas peculiaridades, característicos e efeitos. No condomínio comum ou tradicional, previsto no Código Civil, cada condômino pode vender sua parte indivisa a qualquer pessoa. Contudo, se pretender identificar a sua parte vendida em qualidade e localização na coisa comum, necessita da anuência dos demais condôminos (artigo 1.139 do Código Civil). Se o proprietário de uma unidade condominial em um condomínio especial pretender vender sua unidade e sua parte nas coisas comuns, não necessita da anuência dos demais condôminos, devendo, contudo, estar quite com seus encargos condominiais.

CÔNJUGE:

Segundo o “Dicionário Houaiss”, cônjuge é “cada uma das pessoas vinculadas pelo matrimônio em relação à outra. Consorte...” O termo identifica uma relação de parentesco entre o marido e a mulher, quando unidos pelo casamento. O casamento, instituição basilar do “Direito de Família”, integra o Livro I da parte especial do “Código Civil”, estabelecendo para marido e mulher direitos e deveres, inclusive patrimoniais, notadamente com relação à alienação de imóveis. Neste aspecto é que o termo interessa aos Cartórios de Notas e de Registro de Imóveis, além de imobiliárias e construtoras. Nas transações imobiliárias, em que o “domínio” sobre o imóvel adquirido só é obtido por seu comprador com a registro do título na comarca em que se situa o imóvel (artigo 530, item I, do Código Civil, e artigo 167, nº 29, da Lei de Registros Públicos), o Código Civil e a Lei de Registros Públicos não exigem que esteja presente à escritura aquisitiva do imóvel o outro cônjuge e tão pouco seu nome seja nela exibido. Entretanto, para evitar fraudes imobiliárias, por preceito normativo da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, e também por outras corregedorias de outros estados da Federação, é exigível que o notário configure na escritura o nome e a qualificação do cônjuge do outorgado comprador, embora não compareça necessariamente no momento da escrituração.

CONTRATO:

Acordo feito por escrito entre pessoas, entre empresas ou entre empresas e pessoas. Cada lado se obriga a cumprir o que está escrito no documento. Um contrato entre partes adquire força de lei, a não ser que contrarie uma lei maior.

CONTRATO DE ADESÃO:

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Documento impresso com normas (necessariamente em linguagem fácil e letras legíveis) que deve ser assinado pela pessoa interessada em aderir a um negócio ou iniciativa estabelecidos, como um consórcio, por exemplo.

CONTRATO DE LOCAÇÃO:

Contrato verbal ou escrito, com prazo determinado ou não, entre o locador e o locatário, que em troca da cessão se compromete a pagar a taxa de aluguel acertada e cumprir outras determinações. Também chamado contrato de locação ou locatício.

CONTRATO DE MÚTUO:

O mesmo que mútuo.

COOPERATIVA:

Sociedade com pelo menos 20 membros que colaboram por um objetivo comum - serviço, produção, poupança. As cooperativas habitacionais são formadas para construir casas para os cooperados, que contribuem com cotas-partes.

CORREGEDORIA / CORREGEDOR:

O termo “corregedoria” identifica a ação jurisdicional-administrativa do Poder Judiciário sobre o cartorário, seja ele notário ou registrador. É órgão do Poder Judiciário e, como tal, sua estrutura, sua ação e sua atuação devem ser disciplinadas por lei estadual (artigo 125 da Constituição Federal). No Estado de São Paulo, em data de 03 de dezembro de 1930, foi por um Coronel do Exército Nacional designado Interventor no Estado, editado o DECRETO nº 4.786, pelo qual os serviços judiciais e extrajudiciais ficavam sujeitos a correições, que tinham como finalidade: 1- exercer indispensável e severa disciplina nos serviços cartorários; e 2- evitar abusos por parte daqueles encarregados de realizá-los, no caso os notários e os registradores. Do termo apreciado decorrem estes dois outros: CORREGEDOR, que é o magistrado que corrige, fiscaliza, orienta, esclarece, determina e decide; e CORREIÇÃO, que é o ato de execução dessa fiscalização. O Corregedor pode ser GERAL ou PERMANENTE. O Corregedor Geral é um Desembargador do Tribunal de Justiça, eleito por seus pares por um determinado período, e o Corregedor Permanente é o Juiz de Direito da comarca na qual o notário e o registrador, por Delegação do Poder Público, exercem suas funções. A rigor (tal não está na lei), o primeiro e eficaz corregedor dos serviços realizados em um cartório deveria ser seu titular. Se ele falhar nessa sua ação correcional, ele próprio arcará com todas as consequências de sua negligência, quando sobre o cartório se instalar uma correição (notadamente se for extraordinária), realizada pelo Corregedor Permanente ou pelo Corregedor Geral.

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Além de fiscalizar e punir, se necessário, a ação do Corregedor pode também normatizar como os serviços devem ser realizados nos cartórios. Inegavelmente, a CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA tem um poder imenso na sua atuação correcional sobre os serviços cartorários e sobre a pessoa do Agente Delegado de tais serviços, e o maior deles é o de afastar o titular do cargo e em substituição nomear um “interventor” - termo que surgiu no item XXIX do artigo 221 do “Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo”, de 30 de setembro de 1992. Consta que compete ao Corregedor Geral da Justiça “determinar, nas correições a que proceder, quando necessária, a intervenção em cartório extrajudicial, designando interventor na forma da lei, com ou sem afastamento do serventuário.” Assim, antes da citada lei, no Estado de São Paulo, o CORREGEDOR GERAL já tinha esse poder de afastar o titular e nomear “INTERVENTOR”.

CORRETOR DE IMÓVEIS:

A profissão de Corretor de Imóveis foi regulamentada no Brasil através da Lei n.º 4.116, de 27 de agosto de 1962. Essa data é tão importante que até hoje é festejada pela categoria como sendo o “DIA NACIONAL DO CORRETOR DE IMÓVEIS”. Contudo, a trajetória da profissão de Corretor de Imóveis não foi nada fácil. Quando ela parecia ter alcançado o patamar de uma atividade devidamente regulamentada juridicamente, outras categorias preocupadas com esse crescimento, se uniram e conseguiram a anulação da citada Lei 4.116/62. Com isso, os Corretores voltaram à mera condição de vendedores de imóveis, deixando, assim, de serem vistos como integrantes de uma profissão, e regredindo ao patamar de apenas executores de uma atividade. Mas em 1978 essa situação foi definitivamente resolvida, pois graças à união da categoria foi conseguida a edição da Lei n.º 6.530, de 12 de maio de 1978, que revalidou o exercício da profissão de Corretor de Imóveis em todo o Brasil. Assim, a profissão de Corretor de Imóveis é regida atualmente através da mencionada Lei 6.530/78, que foi regulamentada pelo Decreto n.º 87.781, de 29 de junho de 1978, sendo essa, portanto, a legislação que rege os preceitos básicos da intermediação imobiliária em nosso país. Caso queira mais informações sobre a profissão de “Corretor de Imóveis”, vá até o link “Corretor de Imóveis” deste Web Site.

CREA:

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

CRECI:

Conselho Regional de Corretores de Imóveis.

CRÉDITO HABITACIONAL:

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Empréstimo concedido pelas instituições financeiras para comprar, construir, reformar ou financiar casa própria.

CREDOR:

Aquele que concede a alguém um crédito, um empréstimo.

CURADOR:

Curador é aquele indivíduo que cuida dos interesses e dos bens de uma pessoa física, em decorrência de a mesma ter sido declarada judicialmente incapacitada para agir pessoalmente. Está disciplinado nos artigos 446 a 462 do Código Civil. Contudo. Preste atenção para o artigo 453, que deixa expressa esta particularidade: “à curatela aplica-se o disposto no capítulo antecedente”, ou seja, atinentes à TUTELA.

No Dicionário Aurélio: curador1 (ô). [Do lat. curatore.] S. m. 1. Pessoa que tem, por incumbência legal ou judicial, a função de zelar pelos bens e pelos interesses dos que por si não o possam fazer (órfãos, loucos, toxicômanos, etc.); aquele que exerce curadoria. 2. Membro do Ministério Público que, por efeito de lei, exerce, junto às varas cíveis e especializadas, funções específicas na defesa de incapazes, ou de certas instituições e pessoas.

         Curador de artes. Responsável pela organização e manutenção de acervo de arte. [Tb. se diz apenas curador]

         Curador de casamentos. O que zela pela juridicidade do vínculo matrimonial.          Curador de família. O defensor da família constituída e do vínculo matrimonial; curador do vínculo.          Curador de massas falidas. O que tem o encargo de zelar pelos interesses da massa, nos processos

falimentares e nos de concordata, e promover, perante o juízo criminal, a responsabilidade do autor de crime falimentar.

         Curador de menores. Aquele cujas funções se exercem junto ao juízo de menores com relação aos menores abandonados e delinquentes.

         Curador de resíduos. O que zela pela execução perfeita da vontade do testador, intervindo em qualquer processo em que haja interesses ligados a testamentos, extinção de usufruto e fideicomisso, sub-rogação de bens gravados, e a quem cabe, ainda, velar pelas fundações.

         Curador do vínculo. Curador de família.          Curador geral dos órfãos. O que zela pelos direitos, bens e pessoa dos órfãos em qualquer processo

em que eles sejam partes ou meros interessados.

(D)

DAÇÃO (...em pagamento):

Entregar ao credor uma coisa em pagamento de outra, como um imóvel em lugar de dinheiro, para saldar uma dívida. Constitui regra ética o devedor pagar o que deve, esteja ou não a dívida devidamente comprovada. O credor, pela mesma regra, tem o direito de cobrar do devedor o que lhe é devido.

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Se a dívida é de dinheiro, a mesma só será extinta pela quitação do credor, quando o devedor, com dinheiro, pagar o que deve ao credor. É o que deixa claro o exposto no artigo 863 do Código Civil. Por acordo entre devedor e credor, essa obrigação pode ser satisfeita por outra forma. Pelo instituto da DAÇÃO EM PAGAMENTO, previsto nos artigos 995 a 998 do Código Civil, uma dívida pode ser extinta SEM DINHEIRO, com as particularidades e esclarecimentos que se seguem: 1. A dação em pagamento vale como pagamento. Consequentemente, extingue a dívida. É pagamento pela entrega de um bem. 2. Só se formaliza se houver expresso acordo entre credor e devedor. 3. É caracterizadamente ato jurídico voluntário, que decorre da vontade expressa e livre do credor e do devedor. Consequentemente, é um novo acordo entre credor e devedor, depois de consumada e comprovada a dívida. 4. Se a coisa dada em pagamento como solução da dívida for um bem IMÓVEL, considerado o valor da dívida, só por ESCRITURA PÚBLICA pode ser formalizada, ante o artigo 996 e o artigo 134, item II, do Código Civil. A dação em pagamento, sendo uma forma de extinção de dívida, a rigor não é um contrato, no seu aspecto técnico, mas sim uma modalidade supletiva de pagamento. Só adquire os contornos de CONTRATO, quando o credor da dívida aceita a coisa dada em pagamento como solução da dívida. A dação em pagamento pode também ser formalizada para extinguir um ÔNUS HIPOTECÁRIO que pesa sobre um imóvel, garantindo regularmente uma dívida, se o mesmo, em sua totalidade ou em parte, for dado em pagamento para quitação da dívida hipotecária. Nesse caso, para o registro da DAÇÃO EM PAGAMENTO, o devedor deverá apresentar todas as certidões negativas tributárias, pois submete-se ela às “normas do contrato de compra e venda” (artigo 996 do CC) e artigo 167, item I, nº 31, da Lei Federal 6.015/73. Se o devedor for casado, a essa escritura de dação em pagamento também deverá comparecer a mulher do devedor.

DECANO:

Membro mais antigo de uma instituição, corporação, assembleia etc. É o elemento mais antigo de um grupo e que pode presidir um conselho.

DECLARAÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL:

(Ver “União Estável” neste dicionário)

DENÚNCIA VAZIA:

Rompimento de um contrato de locação feito pelo locador e despejo do inquilino sem necessidade de apresentar motivos para retomar o imóvel alugado. Aplica-se a contratos residenciais de 30 meses já vencidos ou descumpridos e também a locações que tenham mais de cinco anos consecutivos. Obriga o inquilino a desocupar o imóvel em até 30 dias.

DERROGAR – (DERROGAÇÃO):

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No Dicionário Aurélio: [Do lat. derogare.] - V. t. d. 1. Anular, abolir: & V. t. i. 2. Jur. Substituir (preceitos legais); revogar parcialmente (uma lei). 3. Produzir alteração essencial. 4. Jur. Conter disposições contrárias a alguma lei ou uso.

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No Dicionário Houaiss: verbo transitivo direto 1. Rubrica: termo jurídico.

abolir ou alterar (lei, regulamento ou sentença) apenas numa de suas partes ou em certas disposições Ex.: d. o regimento interno transitivo indireto 2. Rubrica: termo jurídico.

conter disposições contrárias (a alguma lei ou costume) Ex.: uma nova lei que não derroga à legislação em vigor transitivo direto e transitivo indireto 3. Derivação: por extensão de sentido.

romper com a obediência a (qualquer padrão preestabelecido) Ex.: <ele derrogou os mandamentos da sinceridade> <agindo assim, ele derroga à tradição de sua família> transitivo direto 3.1.tornar nulo; invalidar, desfazer, suprimir Ex.: as liberdades individuais não derrogam as obrigações sociais

Derrogação é uma forma de suprimir parcialmente uma lei. Revogar é suprimir. No processo legislativo, REVOGAÇÃO equivale à supressão de uma lei vigente. Quando a supressão da lei vigente é total, o termo técnico a ser empregado é Ab-rogação, identificando que a lei foi suprimida por inteiro. Contudo, quando a lei é somente em parte suprimida, o termo técnico é derrogação. REVOGAR = SUPRIMIR AB-ROGAR - suprimir por inteiro. DERROGAR - suprimir parte.

DESEMBARGADOR:

É o Juiz que pelo seu saber e méritos integra o “Tribunal de Justiça dos Estados”. O vocábulo é oriundo do verbo “desembargar”, uma vez que sua função é desembargar, ou seja, suprimir os embargos, empecilhos, obstáculos, impedimentos que a sentença de primeiro grau possa conter, para a sua regular execução e efeitos.

DESÍDIA:

Reflete o comportamento do cartorário contrário ao dever que o cargo lhe impõe. Caracteriza-se pelo mau ou irregular comportamento do cartorário na execução dos serviços que deve realizar com eficiência, competência e honestidade.

No “Dicionário Aurélio” - substantivo feminino 1 disposição para evitar qualquer esforço físico ou moral; indolência, ociosidade, preguiça 2 falta de atenção, de zelo; desleixo, incúria, negligência 3 Rubrica: termo jurídico. elemento da culpa que consiste em negligência ou descuido na execução de um serviço.

DETRAÇÃO:

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Tem origem no verbo detrair, que significa “abater”. No Direito Administrativo, detração é a faculdade que a autoridade tem - ao aplicar uma pena que resulte no afastamento do funcionário do cargo - de abater o período em que ele esteve afastado do cargo, em decorrência da irregularidade praticada, que veio a justificar a imposição da penalidade.

DEVOLUTA:

(ver: "Terra Devoluta")

DFI:

Sigla de Seguro de danos físicos ao imóvel.

DILIGÊNCIA:

A regra é o cartorário – especialmente o notário – executar os serviços que por lei lhe são atribuídos no recinto do cartório e no horário do expediente. Contudo, se por qualquer motivo, tiver ele que praticar o ato fora do cartório, mas sempre dentro dos limites do território do município para o qual recebeu a delegação, essa circunstância deve expressamente ser consignada no ato, bem como o motivo que levou o cartorário a assim proceder. Quando o ato é praticado pelo cartorário fora do recinto do cartório, diz-se que o ato foi praticado em diligência, e, se o Regimento de Custas autorizar, a mesma pode ser cobrada da parte, segundo o valor nele fixado. Destarte, o termo diligência, no vocabulário do cartorário, identifica a prática do ato FORA DO RECINTO DO CARTÓRIO, demonstrando que o cartorário saiu do cartório para praticar o ato, no interesse e a pedido da parte, devendo essa particularidade ficar expressa no ato. A simples coleta de assinaturas das partes em sua residência, a rigor, não justifica a cobrança de diligência. Para o cartorário executar serviço de registro civil, relacionado com o registro do termo de nascimento, o legislador deu-lhe o poder de executar “ex oficio” uma diligência, indo à casa do recém-nascido para verificar a sua existência, se tiver motivo para duvidar da veracidade do declarante, o que fará sem nada cobrar do mesmo, sendo que tal diligência tem o característico de prudência do registrador (artigo 52, § 1º, da Lei 6.015/73).

DIREITO DE EVICÇÃO:

Evicção vem do latim “evictio”, que significa recuperação judicial de uma coisa. Também pode ser a perda, parcial ou total, que sofre o adquirente de uma coisa em consequência da reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor, ou então é a perda da coisa que foi adquirida através de contrato oneroso (ou doação com encargo), por força de decisão judicial, fundada em direito anterior, que a confere a outro, que é o verdadeiro dono. Tem esta a intenção de proteção ao adquirente, semelhante ao que acontece no vício redibitório (defeito oculto que torna impróprio o uso a que é destinada, ou lhe diminua o valor), mas fazendo referência a um defeito jurídico, relativo a negócio celebrado.

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Quando se fala em evicção necessariamente envolvem-se três pessoas, a saber: (terceiro prejudicado e reivindicante); evicto (adquirente lesado e vendido) e alienante (responsável pela transmissão, que é quem responde pela evicção).

DIREITO DE PREFERÊNCIA:

Direito concedido por lei ao inquilino de que seja oferecido primeiro a ele a compra do imóvel que ocupa.

DÍVIDA:

Quantia que uma pessoa deve devolver a outra ou a uma instituição. Nos contratos de financiamento imobiliário, a dívida atualizada chama-se saldo devedor.

(E)

EMANCIPAÇÃO (ESCRITURA DE...):

A escritura de emancipação é o ato pelo qual os pais de um menor relativamente incapaz (de 16 e 17 anos) renunciam seu pátrio poder em relação a este menor, reputando-o apto para todos os atos da vida civil. Com o registro desta escritura de emancipação no registro Civil de pessoas naturais, este menor se torna, por concessão de seus pais, absolutamente capaz, responsável civilmente por todos os seus atos. Como é feito: O menor, com idade de 16 ou 17 anos, comparece ao Tabelionato, com sua mãe e seu pai, e fazem a emancipação. A escritura de emancipação deve então ser levada ao Registro Civil das Pessoas Naturais sede da Comarca em que o menor reside. Em seguida, a escritura de emancipação registrada deverá ser averbada à margem do assento de nascimento do emancipando, no Registro Civil das Pessoas Naturais ande foi registrado quando nasceu. A partir do registro, este menor passará a ser, para todos os efeitos, maior de idade por emancipação. Documentos necessários: • O menor deve ter 16 anos completos; • RG e CIC originais do menor, pai e mãe; • Certidão de nascimento do menor.

EMOLUMENTO:

Emolumento é o custo dos serviços prestados pelos cartorários aos que deles se utilizam. É o pagamento que o usuário faz ao cartorário pelos serviços que o mesmo lhe prestou, a seu pedido. Esse pagamento, pela natureza dos serviços e pela particularidade com que são prestados (só o cartorário pode realizá-los), não tem o seu valor livremente fixado pelo prestador do serviço, no caso, o cartório, seja ele notário ou registrador. Dada sua

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natureza, contendo um característico de interesse público, dada a particularidade de apenas o cartorário poder realizá-lo e mais a origem dos atos que justificam sua cobrança, o valor dos serviços realizados pelo cartorário, seja ele notário ou registrador, não é cobrado arbitrariamente, mas sim o valor fixado pelo Poder Público, através de preceito normativo imposto

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coercitivamente a todos os cartorários pela realização dos serviços que lhes são atribuídos por lei. O cartorário não deve cobrar a mais do fixado no regimento de custas. Tampouco pode cobrar a menos, pois tal proceder, em nosso entender, caracteriza “concorrência desleal”, além de comprometer a dignidade da função e criar animosidade entre os integrantes da classe, notadamente a notarial, que favorece esse comportamento irregular, o qual deve ser repudiado por todos. Os emolumentos devidos devem ser pagos pelos usuários dos serviços do cartorário, logo após a prática do ato e, se não o forem, o cartorário tem o direito de cobrá-los judicialmente no prazo de um ano, ante o disposto no item VIII, § 6º, do artigo 178 do Código Civil, ao qual remetemos os que estão nos seguindo. Lícito é ao cartorário exigir depósito prévio de pagamento dos seus emolumentos e da totalidade das despesas necessárias à prática do ato solicitado pelo interessado e dessa importância recebida dará ao interessado pagador um recibo discriminado. Os emolumentos devidos e recebidos pelo ato devem estar expressos no mesmo com detalhes, tanto no original como na certidão ou no traslado dele extraído. O REGIMENTO DE CUSTAS discrimina os emolumentos devidos aos cartorários e deve obrigatoriamente ser afixado em lugar público do cartório e de fácil acesso ao público.

ENCARGO MENSAL:

O que é obrigatório pagar mensalmente. Nos financiamentos imobiliários, o encargo é a parcela de amortização e os juros mensais pagos nas prestações somados às parcelas dos seguros MIP e DFI.

ENFITEUSE:

Desde os tempos do Brasil–colônia existiam glebas imensas, muitas delas doadas pela coroa portuguesa. Os donatários não tinham condições de cultivar tais terras, dada a sua imensidão. Porém, queriam obter delas alguma renda. Mesmo parcelando a gleba original em glebas menores, isso era difícil. A locação não era conveniente a algum interessado no cultivo ou na pecuária, pela sua insegurança. De fato, pela sua própria natureza, a locação é temporária. Surgiu então, com base no que já acontecia na Europa, a ideia de um arrendamento perpétuo, ou seja, que passasse de geração para geração. Seria a enfiteuse. Como sinônimos, empregam-se as expressões “emprazamento” ou “aforamento”. O proprietário da gleba é o senhorio direto. O que recebe essa gleba para cultivar, criar ou construir é o enfiteuta. O enfiteuta paga, ao senhorio direto, uma renda anual denominada foro. Exemplos de casos de enfiteuse: as chamadas “terras de marinha”. Todas as áreas de terra nas praias pertencem à União, que é senhorio direto. Aquele que constrói nessas áreas é enfiteuta. Outro exemplo, no Estado de São Paulo, são as áreas de terra em Barueri e Alphaville. Quem é o credor com garantia real? É o credor de hipoteca, de penhor ou de anticrese. Hipoteca é a garantia proporcionada por imóveis; Penhor é a garantia proporcionada por coisas móveis (por exemplo, penhor de joias); Anticrese é a garantia proporcionada pelos

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frutos da coisa. Por exemplo, um devedor pode não desejar a hipoteca de um seu imóvel, de grande valor. Preferirá garantir sua dívida com os aluguéis desse mesmo imóvel. É a anticrese. Finalmente, o texto legal manda cientificar o credor de bem previamente penhorado, tendo sido essa penhora devidamente averbada no Registro de Imóveis. Pois bem. Repetindo o texto do artigo 694, a arrematação será desfeita se não for cientificado, por qualquer modo idôneo, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência, o senhorio direto, o credor com garantia real ou com penhora anteriormente averbada, que não seja de qualquer modo parte na execução. Pergunta-se: quais seriam os modos idôneos de cientificação?

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Seriam: – por notificação judicial; – ou extrajudicial, pelo Oficial do Serviço de Registro de Títulos e Documentos; – ou por via postal (carta com aviso de recebimento).

ESBULHO POSSESSÓRIO:

O esbulho possessório é a retirada violenta de um bem imóvel (residencial, comercial ou rural), da esfera da posse do legítimo dono ou possuidor. Implica o crime de usurpação tipificado quando alguém invade com violência à pessoa, grave ameaça ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio. Ocorrido o esbulho, o interessado pode entrar com ação de reintegração de posse e por perdas e danos. O “esbulho possessório” é crime. A sentença criminal pode condenar o esbulhador à detenção de um a seis meses e ainda a multa. O esbulho possessório está disciplinado nos artigos 161 e 162 do Código Penal Brasileiro, artigos 1.210 a 1.222 do Código Civil Brasileiro e artigos 926 a 933 do Código de Processo Civil).

ESCRITURA:

Documento autêntico de um contrato, como o de compra e venda, escrito por um tabelião ou oficial público e testemunhado por duas pessoas. O mesmo que instrumento público. Mais informações sobre “Escritura de Compra e Venda”, veja nesta web site.

ESCRITURA DE VENDA E COMPRA:

A mais comum das escrituras lavradas nas serventias de notas é a escritura de venda e compra de imóveis. A escritura de venda e compra é um ato jurídico, e, como tal, para sua validade são exigidos estes três elementos: a) agente capaz; b) objeto lícito; e, c) forma prescrita ou não defesa em lei. Três também são os característicos da escritura de venda e compra. Acordo de vontades, ou seja, consenso entre vendedor e comprador; coisa, no caso um imóvel e o preço, ajustado e pago. A escritura de venda e compra pode ser simples ou condicionada. SIMPLES, é aquela em que o VENDEDOR se despoja do imóvel, recebe o preço através de acordo com o COMPRADOR. É a venda mais comum, efetivando-se sem qualquer condição. A venda e compra condicional é feita com uma condição, ou seja, a venda só se completa pela ocorrência de um fato futuro. Esse ato simples e comum nas atividades notariais reveste-se de particularidades que o legislador estabeleceu nos artigos 1.122 a 1.139 do Código Civil. Ao lado da escritura de venda e compra simples, existem as vendas e compras condicionais, revestidas de cláusulas especiais e também disciplinadas pelo legislador civil e são elas: a RETROVENDA, A VENDA A CONTENTO, A VENDA com PREEMPÇÃO OU

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PREFERÊNCIA, A VENDA COM PACTO DE MELHOR COMPRADOR, e a VENDA COM PACTO COMISSÓRIO. Essas escrituras de venda e compra especiais serão todas elas apreciadas pelos tabeliães, com elaboração de uma minuta orientadora, embora sejam avessos a uma atividade notarial submissa a minutas.

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Para apreciação crítica, damos a seguir uma minuta de escritura de venda e compra simples:

MINUTA

SAIBAM, quantos virem esta escritura de venda e compra que aos ... (dia, mês e ano) ... nesta cidade ... em serventia cujos serviços a mim notário foram regularmente delegados pelo Poder Público Estatal, compareceram as partes entre si previamente acordadas, a saber, de um lado, como OUTORGANTE VENDEDOR (devidamente qualificado e identificado), e de outro lado como OUTORGADO COMPRADOR (devidamente qualificado e identificado), todos por mim reconhecidos como os próprios, por conhecê-los pessoalmente ou através dos documentos de identidade supra mencionados e que me foram exibidos no original, do que dou fé. OBSERVAÇÃO. O notário opta pela forma da afirmativa do conhecimento das partes. Esse é o preâmbulo da escritura. Em seguida vem a segunda parte da escritura, que pode ter esta redação: E, perante mim notário, pelo outorgante vendedor já nomeado e qualificado, foi-me dito que pelo preço certo e previamente convencionado de R$ ... (também por extenso), quantia essa que neste ato é recebida (ou que já foi recebida) em boa e corrente moeda nacional por ele outorgante vendedor e paga pelo outorgado comprador, pelo que dá-lhe plena quitação desse recebimento, VENDE ao mesmo outorgado comprador, totalmente livre e desembaraçado de qualquer espécie de ônus, inclusive os de natureza tributária, um imóvel (DESCREVER O IMÓVEL tal como consta do título e da certidão de propriedade e inexistência de ônus expedida pelo Oficial registrador competente no prazo de sua validade - 30 dias), o qual acha-se devidamente cadastrado perante (PREFEITURA de ... ou perante o INCRA) sob nº ..., com o valor venal de R$ ... e foi adquirido pelo vendedor pelo registro nº ... na matrícula nº ..., do Cartório de Registro de Imóveis de ...; que por esta escritura e na melhor forma de direito, ele outorgante vendedor cede e transfere ao já nomeado comprador toda a posse, domínio, direitos e ações que sobre o descrito imóvel exercia, para que ele outorgado comprador use, goze e livremente disponha como seu que fica sendo por força desta escritura, respondendo ainda ele outorgante vendedor pela evicção legal, quando chamado à autoria. Observação Terminada a segunda parte da escritura, inicia-se a terceira parte que corresponde ao encerramento. Nesta parte serão mencionados o cumprimento de todas as exigências fiscais determinadas em lei, transcritos alvarás judiciais, etc., apresentação de documentos que ficarão arquivados em cartório. Depois de escrita esta, eu, notário a li em voz alta perante outorgante e outorgado que a aceitaram e assinam. Eu, a. ... escrevente escrevi. Eu, ... notário a subscrevi. Todos os documentos mencionados na escritura que devem ser arquivados em cartório, em ato sucessivo, com diligência e eficiência é providência que o notário deve tomar. A escritura deve ser margeada discriminando-se os emolumentos do notário e outras contribuições devidas.

ESPÓLIO:

Espólio, do latim “spollium”, é o conjunto de bens que integra o patrimônio deixado pelo “de cujus”, e que serão partilhados, no inventário, entre os herdeiros ou legatários. O espólio é representado em juízo, ativa e passivamente, pelo inventariante (Código de Processo Civil brasileiro, art. 12, inciso V), e responde pelas dívidas do de cujus e por todas as decisões condenatórias que tenham por fundamento atos de responsabilidade do falecido. Podem ser propostas, contra o espólio, todas as ações pertinentes, possessórias, de despejo, de responsabilidade civil, cautelares etc. Pode o inventariante requerer a insolvência do espólio (Código de

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Processo Civil brasileiro, arts. 753, III, e 991, VIII), sempre que as dívidas excedam o valor dos bens (Código de Processo Civil brasileiro, art. 748). Referências ao espólio no direito brasilieiro: - representação em juízo: art. 12, inciso V e § 1º, do Código de Processo Civil - representação pelo inventariante: art. 12, inciso V e § 1º, e art. 991, inciso I, do Código de Processo Civil - responsabilidade pelas dividas do falecido: art. 597 do Código de Processo Civil - réu, competência territorial: art. 96 do Código de Processo Civil - substituição do morto nas ações em que for parte: art. 43 do Código de Processo Civil. Mais informações sobre “espólio”, ver:www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/IRPF/2005/Perguntas/Espolio.htm

EVICÇÃO:

(Ver: Direito de Evicção)

EXECUÇÃO:

Cumprimento de penalidades e sanções ou cobrança do que está previsto em contrato.

EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL:

Processo de aplicação das penalidades previstas em contratos sem recorrer à Justiça. A execução fica sob a responsabilidade de um agente fiduciário.

EXECUÇÃO JUDICIAL:

Processo que tramita na Justiça para aplicação das penalidades previstas em contratos.

EXEGESE:

No dicionário Houaiss – Substantivo Feminino, 1. Comentário ou dissertação que tem por objetivo esclarecer ou interpretar minuciosamente um texto ou uma palavra, 2. Interpretação de uma obra literária, artística etc.

(F)

FCVS (FUNDO DE COMPENSAÇÃO DAS VARIAÇÕES SALARIAIS):

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Fundo que pagava o saldo residual de contratos imobiliários assinados até 1993.

FGTS (FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO):

         Lei 5.107 de 13 de setembro de 1966 – DOU 14/09/66 (revogada)          Alterada pela Lei 5.705 de 21 de setembro de 1971 - DOU 22/09/71          Revogada pela Lei 7.839 de 12 de outubro de 1989 – DOU 18/10/89 (revogada)

HistóricoO Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado pelo Governo Federal na década de 60, com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho. No início de cada mês, os empregadores depositam, em contas abertas na CAIXA, em nome dos seus empregados, o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. O FGTS é constituído pelo total desses depósitos mensais e os valores pertencem exclusivamente aos empregados que, em algumas situações, podem dispor do total depositado em seus nomes. Em vigor desde 1967, o fundo é regido por normas e diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador do FGTS, composto por representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores. O percentual de 8% do FGTS não é recolhido somente sobre o valor do salário recebido pelo empregado. Incide, também, sobre o valor das horas extras, adicionais de periculosidade e insalubridade, trabalho noturno, 13º salário, valor das férias e sobre o valor do aviso prévio trabalhado ou indenizado. O FGTS tem como objetivo, ainda:

         Formar um fundo de indenizações trabalhistas;          Oferecer ao trabalhador a possibilidade de formar um patrimônio em troca da

estabilidade no emprego;          Proporcionar ao trabalhador aumento de sua renda real, pela possibilidade de

acesso à casa própria;          Formar fundo de recursos para o financiamento de programas de habitação

popular, saneamento básico e infraestrutura urbana.

A quem se destina A todos os trabalhadores com contrato de trabalho formal, regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) desde 5/10/88. Antes dessa data, o direito ao FGTS era opcional. Também têm direito ao FGTS, trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros (operários rurais, que trabalham no período de colheita) e atletas profissionais. O diretor não empregado e o empregado doméstico podem ser incluídos no sistema, a critério do empregador. Quando sacar o FGTS

         Na demissão sem justa causa;          No término do contrato por prazo determinado;

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         Na rescisão do contrato por extinção total ou parcial da empresa; na decretação de anulação do contrato de trabalho nas hipóteses previstas no art. 37 §2º , da Constituição Federal, ocorrida após 28/07/2001, quando, mantido o direito ao salário; na rescisão do contrato por falecimento do empregador individual;

         Na rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior;          Na aposentadoria;          No caso de necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural

causado por chuvas ou inundações que tenham atingido a área de residência do trabalhador, quando a situação de emergência ou o estado de calamidade pública for assim reconhecido, por meio de portaria do Governo Federal;

         Na suspensão do Trabalho Avulso;          No falecimento do trabalhador;          Quando o titular da conta vinculada tiver idade igual ou superior a 70 anos;          Quando o trabalhador ou seu dependente for portador do vírus HIV;          Quando o trabalhador ou seu dependente for acometido de neoplasia maligna -

câncer;          Quando o trabalhador ou seu dependente estiver em estágio terminal, em razão

de doença grave;          Quando a conta permanecer sem depósito por 3 anos seguidos, cujo afastamento

tenha ocorrido até 13/07/90;          Quando o trabalhador permanecer por 03 anos seguidos fora do regime do FGTS,

cujo afastamento tenha ocorrido a partir de 14/07/90, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta;

         Para aquisição de moradia própria, liquidação ou amortização de dívida ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional.

Utilização dos Recursos na Casa Própria 1. Quais os pré-requisitos para a utilização dos recursos do FGTS na casa própria?

Os recursos podem ser utilizados por proponente(s) que: Não seja(m) promitente(s) comprador(es) ou proprietário(s) de imóvel residencial financiado pelo SFH, em qualquer parte do território nacional; Não seja(m) promitente(s) comprador(es) ou proprietário(s) de imóvel residencial concluído ou em construção:

         No atual município de residência;          No município onde exerça sua ocupação principal, nos municípios limítrofes e na

região metropolitana. 2. Pode o proprietário que possua fração de imóvel residencial quitado ou financiado, concluído ou em construção, utilizar o FGTS para adquirir outro imóvel?

Sim, desde Sim, desde que detenha fração ideal igual ou inferior a 40%.

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3. Pode o cônjuge separado, proprietário de imóvel residencial, concluído ou em construção, utilizar o FGTS na compra de outro imóvel?

Sim, desde que tenha perdido o direito de nele residir e atenda às demais condições necessárias para utilização do FGTS na compra do novo imóvel. 4. Pode o proprietário, que possui uma fração de imóvel residencial quitado ou financiado, comprar a fração remanescente do mesmo imóvel, com recursos do FGTS?

Sim, desde que figure na mesma escritura aquisitiva do imóvel como coproprietário ou no mesmo contrato de financiamento. Neste caso particular, a detenção de fração ideal pode ultrapassar os 40%. 5. Pode utilizar o FGTS para compra de imóvel residencial quem for proprietário de lotes ou terrenos?

Sim, desde que comprovada a inexistência de edificação, através da apresentação do carnê do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e matrícula atualizada do imóvel.

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6. Pode o detentor de imóvel residencial recebido por doação ou herança utilizar o FGTS na compra de outro imóvel?

Sim, desde que o imóvel recebido por doação ou herança esteja gravado com cláusula de usufruto vitalício em favor de terceiros. 7. Posso utilizar meu FGTS para construção?

Sim, desde que a construção seja feita em regime de cooperativa ou consórcio de imóveis, ou que haja um financiamento com um agente financeiro, ou com um construtor (pessoa física ou jurídica). O construtor deverá apresentar cronograma de obra. 8. É permitida a utilização do FGTS na aquisição e construção de imóvel misto, ou seja, aquele destinado à residência e instalação de atividades comerciais?

Somente para a fração correspondente à unidade residencial. 9. Onde o imóvel a ser adquirido deve estar localizado?

         No município onde o(s) adquirente(s) exerça(m) a sua ocupação principal, salvo quando se tratar de município limítrofe ou integrante da região metropolitana; ou

         No município em que o(s) adquirente(s) comprovar(em) que já reside(m) há pelo menos 1 ano, cuja comprovação é feita mediante a apresentação de, no mínimo, 2 documentos simultâneos, tais como contrato de aluguel; contas de água, luz, telefone ou gás; recibos de condomínio; ou declaração do empregador ou de instituição bancária.

O atendimento dos requisitos é exigido, também, em relação ao coadquirente, exceto ao cônjuge. Tratando-se de concubinas, a comprovação de um deles pode ser substituída pela declaração de ambos de que a identidade de endereço decorre de união não conjugal de natureza familiar, estável e duradoura, de conhecimento público. 10. O FGTS pode ser utilizado pelos cônjuges ou companheiros, independentemente do regime de casamento?

Sim, desde que aquele que não é adquirente principal compareça no contrato como coadquirente.

FIADOR:

Pessoa que assume as obrigações (aluguéis, taxas, multas e correção) de outro, quando este deixa de cumpri-las.

FIANÇA:

Tipo de contrato pelo qual é assumido de forma subsidiária o compromisso de cumprir uma obrigação regularmente contratada por alguém, quando esta não for cumprida.

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Integra o contrato de fiança o DIREITO DAS OBRIGAÇÕES, estando disciplinado pelos artigos 1.481 a 1.504 do Código Civil. SÓ PODE SER PRESTADA POR ESCRITO, seja ela de natureza civil (artigo 1.483 do Código Civil) ou comercial (artigo 257 do Código Comercial). Da fiança decorre o termo FIADOR, a identificar aquele que, sem ser parte em uma obrigação, responsabiliza-se subsidiariamente por satisfazê-la, se o obrigado principal deixar de dar cabal cumprimento à mesma. AFIANÇADO, no contrato de fiança, é aquele em favor de quem foi PRESTADA a fiança. O fiador, quando instado pelo credor da obrigação a satisfazê-la, pode alegar o “BENEFÍCIO DA ORDEM”, impondo-lhe o dever de primeiramente executar os bens do devedor (artigo 1.491 do Código Civil), para, só depois de não cumprida a obrigação principal pelo devedor, voltar-se contra ele, fiador. Como os bens do fiador respondem pelo cumprimento da obrigação assumida pelo afiançado, a fiança só é válida se tiver a outorga uxória da mulher do fiador, sendo ele casado. A fiança não tem reflexos no registro imobiliário, pois constitui mera relação obrigacional entre as partes. Decidiu o Conselho Superior da Magistratura de

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São Paulo “que o art. 129, nº 3, da Lei 6.015/73 prevê o registro das cartas de fiança, em geral feitas por instrumento particular, no Registro de Títulos e Documentos, para surtir efeitos em relação a terceiros, seja qual for a natureza do compromisso por elas abonado.” (cf. Apelação Cível 43.677-0/3 - Comarca de Pamital. DJ, 20.maio.1998, página 6). O cartorário, ao ler o exposto sobre o vocábulo, deve em seguida atentamente ler todos os dispositivos do Código Civil (artigos 1481 a 1504) que tratam do assunto. O contrato de fiança é muito utilizado nas locações de imóveis.

FIDEICOMISSO:

O fideicomisso é um ato de disposição de vontade expressa em testamento, pelo qual uma pessoa pode deixar um bem imóvel para o sucessor do seu herdeiro. O herdeiro ou legatário que recebe em primeiro grau o imóvel denomina-se fiduciário, ficando ele com o encargo de transmitir a propriedade para aquele que será o proprietário final do bem, designado fideicomissário. O Código Civil de 2002, no seu art. 1.951, assim define o fideicomisso: “Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua morte, há certo tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário”. Então, de maneira simplista, identifica a confiança que o proprietário de uma imóvel tem em alguém e entrega-lhe o imóvel, para que essa pessoa, em quem confia, transmita-o há certo tempo a outra pessoa, por ele expressamente identificada e qualificada. Arrima-se o fideicomisso no Direito de Propriedade. O proprietário de um imóvel pode dispor do mesmo, valendo-se do Instituto de Fideicomisso, pela forma testamentária ou contratual, através do contrato de doação. No fideicomisso, além do imóvel, vemos três elementos imprescindíveis:

         1º. O fideicomitante, que sendo proprietário legítimo do imóvel, dele dispõe sob o modo fideicomisso;

         2º. O fiduciário, que recebe o imóvel há certo tempo e com ele permanece, usufruindo dos direitos de uso e gozo (eventualmente dele pode dispor) e, cumprindo o estipulado pelo fideicomitente;

         3º. Fideicomissário, que é a pessoa que receberá o imóvel que está em poder e posse do fiduciário, por força do determinado pelo fideicomitante.

O termo fideicomisso também identifica-se ao termo fidúcia, que significa confiança ou fidelidade, a destacar a confiança que o fideicomitante deposita no fiduciário, bem como a fidelidade que este inspira àquele.

FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO:

Empréstimo concedido por instituições financeiras para custear a construção, a reforma ou a compra de um imóvel.

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FIRMA (ABERTURA DE...):

(ver Abertura de Firma)

FORO:

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Termo gramatical homógrafo – palavras diferentes no sentido, mas com grafias idênticas, o termo Foro tem vários sentidos em atividades cartorárias e imobiliárias, mas a mesma grafia.

         FORO – pode significar concentração de muitas atividades.          FORO – também pode ser a importância que o enfiteuta paga ao senhorio pelo

uso do imóvel.          FORO – é também o espaço territorial de uma comarca que delimita a

competência judiciante do magistrado.          FORO – pode ser o edifício no qual o magistrado exerce suas atividades.          FORO – pode ser a intimidade de uma pessoa, v.g., no foro íntimo.

No “Dicionário Aurélio” - substantivo masculino 1 Rubrica: história. praça pública nas antigas cidades romanas que servia de ponto de reunião e que tb. era onde funcionava o mercado, realizavam-se as assembleias populares e os magistrados julgavam as causas 2 Derivação: por extensão de sentido. lugar onde se discutem os assuntos públicos; tribuna 3 Derivação: por extensão de sentido. local onde se processa a justiça; tribunal, juízo, circunscrição judiciária 4 Rubrica: termo jurídico. extensão territorial onde determinado juízo exerce sua competência 5 Derivação: por metonímia. Rubrica: termo jurídico. a instituição judiciária; a Justiça 6 pensão devida pelo foreiro ao senhorio direto do prédio aforado, em razão do domínio útil que lhe é atribuído 7 Diacronismo: antigo. m.q. foral ('regalia') foros substantivo masculino plural 8 prerrogativas que a lei faculta a alguém; direitos, privilégios, imunidades

(H)

HABITAÇÃO CONJUGAL:

É o mesmo que domicílio.

HABITE-SE:

Autorização dada pela prefeitura para que se possa ocupar e utilizar um imóvel recém-construído ou reformado. A autorização só é emitida depois de o imóvel ter sido vistoriado por fiscais de obras (que comparam a construção com o projeto aprovado) e de serviços públicos (corpo de bombeiros, companhias de luz, gás, água e esgotos). O termo “habite-se”, embora esteja ligado ao termo habitação, situa-se mais no campo do Direito Administrativo e do Direito Tributário Municipal. Identifica ele o ato administrativo do Poder Público municipal comprobatório da regularidade de uma construção destinada

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à habitação ou ao fim para a qual foi construída. A regularidade da construção, comprovada pelo “habite-se”, legitima o Poder Público a lançar sobre o imóvel o Imposto Predial Urbano. Construção irregular, além de motivar a imposição de multa, impede a regularização da construção na matrícula do terreno, por falta do “habite-se”, necessário a tal providência.

HASTA PÚBLICA:

Hasta Pública ou Leilão Público. É o meio de venda judicial de bens do devedor que são obtidos através da penhora, ou seja, é a alienação (venda) de bens penhorados judicialmente para a satisfação da execução (a alienação/venda de bens é uma das formas para o cumprimento da obrigação judicial). Então, hasta é a venda pública a quem oferecer lance mais alto; leilão, arrematação.

HECTARE:

Medida agrária correspondente a cem acres ou dez mil metros quadrados.

HERANÇA:

Herança é o conjunto de bens deixados por alguém que faleceu. O vocábulo bens, no plural, tem o sentido de UNIVERSALIDADE DE DIREITOS SOBRE TODO ESSE PATRIMÔNIO, sejam eles de que natureza for; o artigo 57 do Código Civil identifica o termo herança com o termo patrimônio. Assim, HERANÇA é o PATRIMÔNIO DO FALECIDO; tal patrimônio é composto da universalidade de bens e de direitos que o falecido possuía quando morreu. Pelo item III do artigo 44 do Código Civil, a herança que emerge do falecimento de uma pessoa física (indivíduo) é considerada como IMÓVEL para efeitos legais, ainda que esse patrimônio não seja composto de nenhum imóvel. Referida disposição legal tem esta consequência: se o herdeiro casado renuncia seus direitos sucessórios, ainda que no patrimônio do falecido inexista bem imóvel, necessita ele da outorga do outro cônjuge (RT 557/176). Nosso Direito expressamente proíbe que a herança de pessoa viva seja objeto de contrato (artigo 1089 do C. Civil). Assim, se alguém comparecer perante um notário pedindo que seja lavrada uma escritura, pela qual cede seus direitos de herdeiro quando seu pai falecer, e se for lavrada, além de NULA (de nenhum efeito e valor), tal escritura compromete seriamente o notário que a lavrar. Essa proibição legal reforça o conceito de que a HERANÇA tem como pressuposto fundamental, ou seja, causa única de sua existência, o falecimento de alguém. Não há que se falar em herança, sem que comprovadamente haja o falecimento de uma pessoa física. Da efetiva existência da HERANÇA, que decorre de um fato jurídico (morte de uma pessoa), nascem estas figuras jurídicas: 1) ESPÓLIO, que é o conjunto de bens do falecido, com o característico de um condomínio de bens, dele fazendo parte como condôminos seus herdeiros. 2) CÔNJUGE MEEIRO, se o falecido era casado. 3) HERDEIROS, que são aqueles que, por direito legal ou por disposição testamentária, têm direito sobre uma parte na herança. 4) PARTILHA, cuja finalidade é identificar ou precisar na herança a parte

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de cada herdeiro e a meação do cônjuge sobrevivente (casado com o falecido), que poderá ser acrescida, por disposição testamentária. De fato, até a ocorrência da partilha o que existe é o espólio, já acima conceituado. Embora o artigo 1.572 do Código Civil estabeleça que o herdeiro adquire o domínio e a posse da herança com a morte do autor, na realidade, isso não ocorre de forma automática, mas sim através de um ato processual integrante do inventário, pelo qual será identificada a parte que o herdeiro possui no monte partilhável. Ele efetivamente só adquire o domínio pleno, com relação aos bens imóveis, através do registro do FORMAL DE PARTILHA na serventia predial da situação dos bens imóveis partilhados, ante o contido no artigo 532, item II, do Código Civil. O termo herança estabelece para o herdeiro, direitos e obrigações, a seguir referidos: I) Sua obrigação de manifestar se aceita ou não a herança; tal manifestação pode ser expressa ou tácita. II) O direito de renunciar a herança só pode ser expresso, através de escritura pública ou termo judicial lavrado nos autos de inventário, não estando o herdeiro privado de renunciar a herança antes da abertura do inventário, desde que o faça por escritura pública e conheça o disposto no artigo 1.583 do Código Civil. Os efeitos da renúncia da herança estão previstos pelo legislador nos artigos 1.583 a 1.590 do Código Civil, aos quais remetemos o consulente deste vocabulário. Nas atividades notariais é muito comum a

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lavratura da escritura de cessão de direitos hereditários, cujo suporte legal e legitimidade estão no artigo 1.078 do Código Civil, se o valor da cessão for superior ao mínimo estabelecido em lei (artigo 134, item II, do Código Civil). Por ter sido objeto de indagação, em concurso para provimento de cartórios no Estado de São Paulo, o significado e os efeitos do termo “SAISINE”, vamos esclarecer neste vocabulário que o mesmo identifica o direito de posse do herdeiro sobre os bens do falecido, logo após a sua morte, o que na realidade não ocorre no Direito brasileiro; com a morte do autor da herança o que se verifica é uma posse simbólica da herança pelo herdeiro, sendo que ele só adquirirá o domínio dos bens imóveis através do registro do Formal de Partilha; com relação aos bens móveis, pela tradição. Até a partilha, é o Inventariante quem exerce todos os direitos sobre os bens, pelo exercício da Inventariança, que lhe atribui os seguintes característicos: 1) Administrador até a partilha dos bens do espólio; 2) Depositário dos bens do espólio; e 3) Mandatário do espólio. O exposto sobre o vocábulo não exime o cartorário; pelo contrário, obriga-o a ler e conhecer todos os dispositivos do Código Civil e do Código do Processo Civil que disciplinam o assunto, bem como a legislação tributária aplicável na transmissão dos bens da herança deixada pelo falecido para os seus herdeiros. Tão importante é a herança para o indivíduo residente no Brasil que o direito que a disciplina foi erigido como DIREITO E GARANTIA FUNDAMENTAL DO INDIVÍDUO (artigo 5º, item XXX, da Constituição Federal). Finalmente estes esclarecimentos: a) o termo “saisine” relaciona-se com a POSSE sobre a coisa; b) o termo “de cujus”, muito empregado no Direito sucessório, identifica a pessoa falecida ou, mais precisamente, “aquele de cuja sucessão se trata”.

HERANÇA JACENTE:

Prevista no artigo 1.591 do Código Civil, podendo ser conceituada como a herança em que os herdeiros do falecido são desconhecidos, mas a certo tempo poderão ser conhecidos e identificados. Abre-se o inventário do “de cujus”, arrecada-se a totalidade dos bens e aguarda-se o decurso do prazo de cinco (5) anos, para serem entregues a seus legítimos herdeiros. Se não aparecerem herdeiros, a herança jacente transforma-se em vacante; os bens serão então entregues ao Município em que estiverem situados; ou ao Distrito Federal, se localizados na sua circunscrição territorial; ou incorporados ao Domínio da União, quando situados em território federal (artigo 1.594 do Código Civil).

HERDEIRO:

Herdeiro é a pessoa que a lei atribui a capacidade de suceder a pessoa que falece, denominada como “de cujus”, nos seus direitos e obrigações. Com o falecimento da pessoa, seu patrimônio forma o espólio, que é imediatamente transferido ao herdeiro legítimo ou testamentário. O herdeiro não se obriga a aceitar a herança deixada pelo “de cujus”, bem como não responde pelas dívidas deixadas pelo falecido com valor superior ao espólio. A lei também reconhece como herdeiro as pessoas que ainda não tenham nascido, mas já concebidas, bem como as que ainda não foram concebidas no momento do falecimento.

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O herdeiro em razão de seus atos, pode ser excluído da sucessão e perder tal herança, como nos casos em que for condenado ou atentar contra a vida do “de cujus”. Vejamos algumas formas de ser herdeiro:

         Herdeiro fideicomissário – aquele que recebe do fiduciário a herança objeto do fideicomisso;

         Herdeiro Legatário – aquele que recebe do fiduciário o legado objeto do fideicomisso;

         Herdeiro Legitimário – titular, com expectativa de direito, da sucessão legítima;          Herdeiro Legítimo – aquele que a lei faz incluir na sucessão legítima,

descendentes, ascendentes, cônjuge sobrevivente, colaterais até o 4º grau;          Herdeiro Necessário – descendente, ascendente e cônjuge sobrevivente do “de

cujus”;          Herdeiro Porcionário – aquele que, com outro herdeiro, participa do quinhão

hereditário;          Herdeiro Presuntivo – nas monarquias decaídas, o príncipe que por direito

hereditário, viria a ocupar o trono;          Herdeiro Reservatório – o mesmo que herdeiro necessário;          Herdeiro Testamentário – herdeiro, necessário ou não, que é contemplado no

testamento;          Herdeiro Universal – herdeiro, legítimo ou testamentário.

HIPOTECA:

Colocação de bens imóveis e móveis (como aviões e navios) como garantia de pagamento de uma dívida. O devedor detém a propriedade e a posse do imóvel, que poderá ser tomado pelo credor por meio de execução judicial ou execução extrajudicial.

HOMONÍMIA:

Do latim homonymĭa e este do grego ìùíõìßá (semelhança de sons). Ocorrência havida quando duas ou mais pessoas têm o mesmo nome e ante a qual a lei acorre no sentido de evitar a dualidade de identidades. O termo homonímia vale para identificar o que é ou aquele que é homônimo. Homônimo, derivado de homonímia, tem este significado: aquele que tem nome idêntico ao de outra pessoa, ou seja, várias pessoas com o mesmo nome. Os indivíduos que são homônimos, no seu relacionamento civil, sofrem as consequências, em determinadas situações gravosas, dessa ocorrência. Para desfazer as consequências da homonímia, o interessado deve provar que ele em nada se relaciona com o indivíduo que tem ou com os indivíduos que têm seu mesmo nome. A homonímia acarreta graves consequências, especificamente nas relações comerciais que venha a manter, notadamente quando se tratar de bem imóvel. Um João da Silva, um Antônio Pereira, um Benedito Alves, um João Lopes ... etc ..., quando assim registrados no seu termo de nascimento, já “nascem” com inúmeros títulos protestados, com vários processos criminais, sem nunca terem emitido um título e sem

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nunca terem violado qualquer dispositivo da lei penal. Essa situação angustiante perdura por toda a vida do homônimo. O cartorário, se for executor dos serviços do Registro Civil, deve ser sensível a essa situação que a homonímia acarreta, recomendando ao declarante do termo de nascimento que coloque no filho um prenome que elimine os efeitos da homonímia, se o nome de família for muito comum. O fenômeno da homonímia, pelas consequências que acarreta nas atividades financeiras entre os indivíduos, levou o legislador a atenuar seus efeitos. No Estado de São Paulo, foi editada a Lei 4.127, de 04 de Julho de 1984, que aqui reproduzimos. “Lei nº 4.127, de 4 de Julho de 1984 Simplifica, no âmbito da Administração Direta e Indireta, a comprovação de homonímia O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1º – Qualquer pessoa física poderá comprovar a ocorrência de homonímia com relação a fatos e informações constantes de registros ou assentamentos feitos ou mantidos por pessoas de direito privado

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ou público, inclusive órgãos e serviços dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, federais, estaduais ou municipais, mediante declaração firmada perante o órgão ou entidade da Administração Estadual direta ou indireta em que deva produzir efeitos. § 1º – Da declaração constarão, obrigatoriamente, a nacionalidade, filiação, estado civil, naturalidade, profissão, endereço completo e o documento oficial de identificação do respectivo número e órgão expedidor, bem como a descrição sucinta do fato ou informação em relação ao qual pretende provar a ocorrência de homonímia. § 2º – Havendo fundadas razões de dúvida quanto à identidade do declarante ou à veracidade da declaração, serão desde logo solicitadas aos interessados providências, a fim de que a dúvida seja dirimida. Artigo 2º – A declaração a que se refere o artigo anterior é suficiente para provar a ocorrência de homonímia perante o órgão ou entidade em que foi prestada, reputando-se verdadeira até prova em contrário. Artigo 3º – A declaração falsa sujeitará o declarante às sanções previstas no Código Penal e demais cominações legais aplicáveis. Parágrafo único – Verificada, a qualquer tempo, a existência de fraude ou falsidade na declaração, o órgão ou entidade dará conhecimento do fato à autoridade competente, dentro de 5 (cinco) dias, para instauração do competente processo criminal. Artigo 4º – Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Palácio dos Bandeirantes, 4 de Julho de 1984. FRANCO MONTORO” O DECRETO DE LEI ESTADUAL nº 17.322, de 10 de Julho de 1981, também a seguir transcrito, simplifica a comprovação da homonímia. “Decreto nº 17.322, de 10 de Julho de 1981 Simplifica, no âmbito da Administração Direta e Indireta e Fundações, a comprovação de homonímia PAULO SALIM MALUF, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais, Decreta: Artigo 1º – A prova de homonímia, perante os órgãos e entidades da Administração Estadual, Direta e Indireta, bem como as Fundações criadas ou mantidas pelo Estado, obedecerá ao disposto neste decreto. Artigo 2º – Qualquer pessoa física poderá comprovar a ocorrência de homonímia, com relação a fatos e informações constantes de registros ou assentamentos feitos ou mantidos por pessoas de direito privado ou público, inclusive órgãos e serviços do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário – Estadual Federal ou Municipal, mediante declaração firmada perante o órgão ou entidade de Administração Estadual em que deva produzir efeitos. § 1º – Da declaração constarão, obrigatoriamente,

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a nacionalidade, a filiação, o estado civil, a naturalidade, a profissão, o endereço completo e o documento oficial de identificação, com indicação do respectivo número e órgão expedidor, bem como a descrição sucinta do fato ou informação com relação ao qual se pretende comprovar a ocorrência de homonímia, conforme o modelo abaixo, que faz parte integrante deste decreto. § 2º – Havendo fundadas razões de dúvida quanto à identidade do declarante ou à veracidade da declaração, serão, desde logo, solicitadas ao interessado providências, a fim de que a dúvida seja dirimida. § 3º – Na hipótese prevista no parágrafo anterior, a autoridade zelará para que as providências solicitadas não resultem desnecessariamente onerosas para o interessado. Artigo 3º – A declaração, feita nos termos do artigo anterior, será suficiente para comprovar a ocorrência de homonímia perante o órgão ou entidade em que foi prestada, reputando-se verdadeira até prova em contrário. § 1º – A falsa declaração sujeitará o declarante às sanções previstas no Código Penal e demais cominações legais aplicáveis. § 2º – Verificada, a qualquer tempo, a existência de fraude ou falsidade na declaração, deverá o órgão ou entidade dar conhecimento do fato à autoridade competente dentro de 5 (cinco) dias, para instauração de processo criminal. Artigo 4º – O Banco do Estado de São Paulo, a Caixa Econômica do Estado de São Paulo S.A e demais Entidades Oficiais de Crédito do Estado de São Paulo instruirão seus agentes e instituições Financeiras Públicas e Privadas, sujeitas à sua orientação e fiscalização, no sentido de que adotem, em suas operações, o procedimento de comprovação de ocorrência de homonímia estabelecido neste decreto, com as adaptações necessárias. Parágrafo único – O dispositivo neste artigo aplicar-se-á também às entidades privadas de previdência complementar, cabendo aos órgãos estaduais competentes expedir as instruções que se fizerem necessárias. Artigo 5º – Compete ao Secretário Extraordinário de Desburocratização dirimir as dúvidas suscitadas na aplicação deste decreto. Artigo 6º – Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Palácio dos Bandeirantes, 10 de julho de 1981. PAULO SALIM MALUF

MODELO - DECLARAÇÃO DE HOMONÍMIA

Nos termos do Decreto nº_____ de _______, ________ (nome completo), filho de __________ (nome do pai) e de D. ________ (nome da mãe), nascido em _______ (dia, mês e ano), na cidade de ____, Estado ___ , ____ (profissão), portador da ____________ (documento oficial de identificação e órgão expedidor), DECLARA QUE NÃO SE REFERIU À SUA PESSOA, E SIM A HOMÔNIMO, o(s) fato(s) ou informação(ões) a seguir caracterizados: ________ (caracterizar com clareza o fato ou informação a

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respeito dos quais se pretende esclarecer a homonímia, indicando o registro em que se acham consignados). A presente declaração é feita sob as penas da lei, ciente, portanto, o declarante de que, em caso de falsidade, ficará sujeito às sanções previstas no Código Penal e às demais cominações legais aplicáveis. _______________________________ (Local e Data) _______________________________ (Assinatura)

Observações:

1) O modelo de Declaração de Homonímia poderá sofrer adaptações em face de circunstâncias especiais, desde que contenha os elementos essenciais à identificação do declarante e ao esclarecimento do assunto e sejam observadas as disposições do Decreto nº 17.322, de 10.7.81. 2) A validade da declaração indepedente de formulário especial, sendo lícita, inclusive, a declaração manuscrita pelo interessado. 3) A declaração será assinada perante o órgão ou entidade em que deva produzir efeito e encerrada com a declaração e assinatura do servidor presente à assinatura e identificação.” Se a homonímia comprometer o homônimo com relação à existência de processos judiciais, ela pode ser desfeita ou esclarecida através de certidão do escrivão do feito, segundo Comunicado da Corregedoria Geral da Justiça, a seguir transcrito, publicado no Diário da Justiça do Estado, de 11 de Junho de 2001. “DEPRI

COMUNICADOA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO informa que foram efetuadas modificações na Certidão de Prova de Homonímia, a fim de cumprir o previsto nos itens 12 do Capítulo IV, 189.1 e 189.2 do Capítulo II das Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça, e COMUNICA que os dirigentes dos Ofícios Judiciais da Capital e do Interior deverão adotar o seguinte modelo para fins de padronização da sua expedição: Vara Ofícios (endereço) Processo nº Ação Requerente Requerido

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(Nome), Escrivão(ã)-Diretor(a) de Ofícios desta Comarca / Foro Distrital de _______, na forma da lei, CERTIFICA, atendendo a pedido de pessoa interessada e para fins de PROVA DE HOMONÍMIA, que, revendo no Ofício a seu cargo, os autos acima mencionados e distribuídos, em um deles verificou constar ser o(a) Senhor(a) Requerente _____ (nome), (endereço), (filiação), (estado civil), CPF _____, RG_____, CGC ou CNPJ______,/ Requerido ______ (nome), (endereço), (filiação), (estado civil), CPF______, RG _____, CGC ou CNPJ ______, tudo em conformidade com o narrado às fls. ___ dos autos. CERTIFICA, ainda, que os números dos documentos de (nomes do requerente ou requerido), constantes dos autos supracitados, foram devidamente inseridos na base de dados do sistema eletrônico. CERTIFICA, FINALMENTE, que a presente certidão somente terá validade no seu original e mediante assinatura do(a) Senhor(a) Escrivão(a)-Diretor(a) do Ofício do Foro. NADA MAIS. O referido é verdade e dá fé. (Cidade), ___de ___ de 200__. Eu,________(nome), Escrevente Técnico Judiciário, digitei/datilografei. Eu,________ (nome), Escrivão(ã)-Diretor(a),conferi e subscrevi. Custas Recolhidas na forma da Lei.

Com o exposto e dentro dos limites e da finalidade do Vocabulário que estamos elaborando e divulgando, esperamos ter dado aos cartorários os elementos basilares, para que possam elucidar os usuários dos seus serviços quanto aos procedimentos a que devem recorrer, para esclarecer e desfazer os efeitos da homonímia, livrando o homônimo da situação constrangedora que possa estar vivendo.

(I)

IMPENHORABILIDADE:

No Dicionário Aurélio: [De impenhorável + -(i)dade, seg. o padrão erudito.] S. f. 1. Qualidade ou caráter de impenhorável. No Dicionário Houaiss: substantivo feminino qualidade do que é impenhorável 1 Rubrica: direito civil, direito processual. característica dos bens que, por determinação legal ou testamentária ou mesmo por ato voluntário, não podem ser objeto de penhora

O penhor é uma designação do direito que tem por objetivo garantir de forma real o pagamento de uma dívida ou o cumprimento de uma obrigação. Por convenção (acordo de vontades), por força de estipulação ou ainda por disposição legal, certo bem (móvel ou imóvel) de propriedade de alguém pode ser penhorado. O penhor é ato de apreensão da coisa (móvel-imóvel-semovente), com origem em dívida ou em obrigação líquida e certa, destinando-a ao pagamento da dívida ou à garantia do cumprimento da obrigação. Paga aquela ou cumprida esta, o penhor extingue-se. O penhor é ato que se forma por convenção entre credor e devedor, ou ainda por determinação judicial; uma vez concluído, tem efeitos plenos. O Código Civil dispensou um capítulo especial, disciplinando o

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penhor nos artigos 768 usque 804. Também a Lei de Registros Públicos nº 6015/73 contém dispositivos que regem o penhor, quando incidente sobre bens imóveis. É muito comum em escrituras de doação de bens imóveis a “cláusula de impenhorabilidade”, e o doador quase sempre a estipula, com o propósito de assegurar certa tranquilidade ao donatário e à sua família, notadamente quando este, por formação ou pelas circunstâncias que está vivendo, não seja portador de equilíbrio emocional, com tendência a esbanjador, ou porque simplesmente o doador quer garantir a segurança do bem imóvel para com o donatário. O penhor é um direito real, que garante uma dívida ou o cumprimento de uma obrigação lícita. Se incidir sobre um IMÓVEL, deve ser o instrumento levado a registro (artigo 167, I, nº 5, da Lei 6.015), para a necessária publicidade e efeitos em relação a terceiros.

IMPOSTO DE TRANSMISSÃO:

Chamado em alguns municípios de Imposto de Transmissão de Bens Imóveis e em outros de Imposto de Transmissão Inter vivos, é uma taxa proporcional ao valor de um imóvel ou direitos reais sobre bens imóveis, cobrada pela prefeitura toda vez que há alteração na propriedade.

INADIMPLÊNCIA OU INADIMPLEMENTO:

Descumprimento de uma obrigação, como o pagamento de dívidas e prestações imobiliárias.

INALIENABILIDADE:

A partícula “in”, significando negação, dá ao vocábulo este significado: “que não pode ser alienado” ou “que não deve ser alienado”. Alienar, na linguagem jurídica, é transferir para outrem o domínio sobre um imóvel. Veja o vocábulo “alienação”. Quando um imóvel está cravado com a cláusula de inalienabilidade ou caracterizado pela inalienabilidade, seja temporária ou vitalícia, ele não pode ser vendido e consequentemente o notário não pode lavrar a escritura de alienação, porque, se a inalienabilidade estiver publicitada na matrícula do imóvel, a escritura não será acolhida pelo Registro Imobiliário. Várias causas podem cravar um imóvel de inalienabilidade - temporária ou vitalícia - desde a vontade de seu proprietário até ato de Império do Poder Público. A inalienabilidade de um imóvel representa uma restrição à sua livre disposição pelo proprietário.

INCORPORAÇÃO:

Quando regularmente estruturada, segundo a Lei Federal 4.591, de 16 de dezembro de 1964, caracteriza a “existência jurídica” do condomínio urbano, materializado em um prédio - composto de unidades autônomas - criado e regulamentado pela citada Lei. A incorporação é formalizada através de ato escrito, que tanto pode ser por instrumento público ou particular, pois o artigo 9º da Lei 4.591 não especifica a forma, significando que

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uma ou outra pode ser utilizada. Entretanto, o parágrafo 1º do mencionado artigo é determinante, ao impor que o instrumento que estipula a convenção seja registrado no Registro de Imóveis da situação do imóvel (terreno), onde o prédio será construído, o que encontra respaldo no artigo 167, item I, nº 17, combinado com o artigo 169 da Lei Federal nº 6.015/73. O termo também identifica a junção de sociedades comerciais, assim como a anexação de imóveis contíguos, através da fusão ou unificação, previstas na Lei de Registros Públicos.

INCORPORADOR (A):

É aquele que, pretendendo construir um prédio em condomínio, conjunto de casas ou conjuntos comerciais, segundo os preceitos expressos na Lei Federal 4.591, promove a incorporação; pode ser pessoa jurídica ou física. Este conceito elementar do termo foi extraído do artigo 29 da dita Lei Federal nº 4.591, de 16/12/1964. Possui ele obrigações e direitos, expostos e relacionados nos artigos 32 a 47 da citada Lei. O incorporador pode vender em prestações antes mesmo de estarem prontos, comprometendo-se por contrato a entregá-los dentro de prazo e condições determinados.

INDEXAÇÃO:

Ajuste de um valor de acordo com certo índice econômico - porcentagem que se aplica periodicamente ao valor para corrigir a moeda, garantindo seu poder aquisitivo.

INDISPONIBILIDADE:

Na linguagem jurídica das atividades imobiliárias, a expressão “indisponibilidade” identifica a impossibilidade de o proprietário de um imóvel dele dispor por sua livre vontade. A indisponibilidade é uma medida emergencial e excepcional, cuja finalidade é preservar momentaneamente o acervo patrimonial do devedor, tornando-o indisponível, para garantir os direitos de seus credores, de modo a permitir a igualdade na solução de seus débitos para com os mesmos. A indisponibilidade de bens é ato do Poder Público. No caso de bens imóveis, a indisponibilidade, além da publicidade do ato do Poder Público, é também ampliada com o Registro do ato no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde o imóvel está situado. Em síntese: “é uma restrição temporária ao exercício pleno do direito de propriedade, com finalidade social”.

INTIMAÇÃO:

No Dicionário Aurélio: [Do lat. tard. intimatione.] - S. f. 1. Ato de intimar ou ser intimado. 2. Jur. Ciência de um ato judicial legalmente dada a alguém; notificação judicial. No Dicionário Houaiss: substantivo feminino 1. ato ou efeito de intimar ou ser intimado 2. Rubrica: termo jurídico. ato judicial pelo qual se notifica determinada pessoa dos termos ou atos de um processo

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Etimologia: lat. intimatìo,ónis 'demonstração, exposição; acusação', do rad. de intimátum, supn. de intimáre 'ordenar, intimar', der. de intìmus,a,um, 'o mais afastado, o mais recôndito, o mais profundo'; ver intim-

Intimação pode ser: conhecimento dado a uma pessoa da ocorrência de um ato jurídico ou de um fato jurídico, cujos efeitos venham a atingir seus interesses ou direitos. O termo relaciona-se diretamente com o Direito Processual, seja civil, penal, fiscal ou administrativo. No Direito Processual Civil, a forma pela qual a intimação deve ser concluída está disciplinada nos artigos 234 e 241 do Código de Processo Civil. Entretanto, esse ato de Intimação pode ser extrajudicialmente praticado pelos cartórios (Tabelião de Protestos ou o Oficial do Registro Imobiliário). Aquele dá ciência ao devedor de um título que se encontra em seu poder para ser protestado. O Oficial Imobiliário tem vários atos afetos a suas atribuições, que lhe impõem o dever de intimar o interessado na prática do ato inserido em seu poder funcional. O notário também pode - por provocação do interessado - intimar alguém para que esteja presente em seu cartório, em dia e hora fixados, a fim de assistir à prática de um ato que pode ser de

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interesse da pessoa intimada. Hoje o notário, tendo atribuição legal para lavrar Ata Notarial, a pedido da pessoa interessada no registro público do fato jurídico, pode intimar determinada pessoa mencionada pelo interessado na lavratura da ata, para que em cartório tome conhecimento do inteiro teor registrado no ato ou até mesmo presencie sua lavratura.

INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL:

Quando alguém falece, seus bens e direitos são recebidos pelos herdeiros e, se for casado, também pela viúva. O procedimento de regularização dessa transferência é chamado de inventário, que até 2006 era obrigatório ser feito perante o Juiz de Direito. Com o advento da Lei Federal nº 11.441, de 04 de janeiro de 2007, é possível fazer o inventário no Cartório de Notas, por meio de uma Escritura Pública de Inventário, observados alguns requisitos: • que o falecido não tenha deixado testamento; • não pode haver herdeiros menores ou incapazes; • todos os interessados, viúvo (a), filhos, pais ou companheiros etc., devem estar de pleno acordo. O que é necessário: • certidão de óbito do autor da herança (o falecido); • documento de identidade oficial com número de RG e CPF das partes e do autor da herança; • certidões comprobatórias do vínculo de parentesco dos herdeiros (certidões de nascimento, casamento, óbito etc.); • escritura de pacto antenupcial e seu registro (no Registro de Imóveis), quando for o caso; • certidão de propriedade expedida pelo Registro de Imóveis, dos bens imóveis, atualizada e não anterior à data do óbito; • certidão ou documento oficial comprobatório do valor venal dos bens imóveis, relativo ao exercício do ano do óbito ou ao ano imediatamente seguinte deste (site: www.prefeitura.sp.gov.br); • certidão negativa de tributos municipais que incidam sobre os bens imóveis do espólio (site: www.prefeitura.sp.gov.br ); • certidão negativa conjunta da Secretaria da Receita Federal (SRF) e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) (site: www.receita.fazenda.gov.br ); • documentos comprobatórios do domínio e valor dos bens móveis se houver; • documento de informação da inexistência de testamento, a ser obtida junto ao Colégio Notarial do Brasil, em São Paulo (Rua Bela Cintra nº 746, conjunto 111, Telefone: (11) 3122-6277 (11) 3122-6277 - Horário de funcionamento: 09h00min às 17h30minh); • certidão de Regularidade do ITCMD (ver lista completa de documentos na Portaria CAT-5, de 22/01/07); • CCIR, DIAT e prova de quitação do imposto territorial rural, relativo aos últimos cinco anos, para bens imóveis rurais do espólio.

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Observações: Deverá ser emitida a Guia de Arrecadação Estadual (GARE-ITCMD) para recolhimento do imposto por meio do site www.receita.fazenda.sp.gov.br , antes do comparecimento ao Posto Fiscal correspondente ao Tabelionato, para solicitação da Certidão (Rua Butantã nº 260, mezanino, Pinheiros – Telefones: (11) 3093-3715/ 3716/ 3713 - Horário de funcionamento: 09h00min às 16h30minh). Os documentos serão aceitos em cópias autenticadas, exceto RG e CPF das partes, cujos originais deverão também ser apresentados no dia da assinatura. IMPORTANTE: Todos os interessados devem estar assistidos pelo advogado, que orientará as partes e assinarão juntos a escritura e a declaração de correção de cálculo do imposto “causa-mortis” (ITCMD).

IPTU – (IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO):

Com nomes diferentes conforme o município do país Imposto Predial e Territorial Urbano, Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana e outras variações , é uma taxa baseada no valor venal do imóvel cobrada dos proprietários pela prefeitura.

(J)

JURISPRUDÊNCIA:

É formada pelo conjunto de reiteradas decisões de caráter uniforme adotadas pelos Tribunais do País, acerca de questões de direito postas à sua apreciação. Os Tribunais examinam o direito relacionado com o fato julgado; o conjunto de soluções que se repetem sobre uma mesma questão de direito forma Jurisprudência, chagando mesmo a constituir “Fonte do Direito Legislado”. Em assuntos relacionados às atividades imobiliárias e cartorárias, as reiteradas decisões das autoridades judiciárias sobre determinado assunto podem transforma-se em “Preceitos Normativos” de observância obrigatória, ou pode o legislador elaborar Lei disciplinadora da matéria, segundo a jurisprudência emanada dos Tribunais. A jurisprudência não só reflete o direito vigente como também tem o poder de constituir força modificativa do mesmo; ocorrendo tal hipótese, figura como “Fonte de Direito”.

No “Dicionário Houaiss” substantivo feminino 1 Rubrica: termo jurídico. ciência do direito e das leis 2 Rubrica: termo jurídico. conjunto das decisões e interpretações das leis feitas pelos tribunais superiores, adaptando as normas às situações de fato 3 Derivação: sentido figurado. uso estabelecido, aquilo que serve como modelo ou exemplo para agir, pensar, dizer

JURO:

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Taxa percentual que é cobrada periodicamente sobre um valor e constitui o lucro do capital empregado (como em empréstimos) ou é paga sobre um valor depositado (como em investimentos bancários).

JURO COMPOSTO:

Juro acrescentado a uma parcela que já contém outros juros, determinando novo patamar para o cálculo da parcela seguinte. Os juros compostos ou capitalizados são usados em praticamente todos os empréstimos, financiamentos e compras a prazo.

JURO SIMPLES:

Juro que é aplicado integralmente a uma quantia devida em determinado tempo. Veja taxa nominal e taxa efetiva.

JURO DE MORA:

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Juro cobrado como multa por causa da mora (demora, atraso) no pagamento de uma dívida. São cobrados por dia de retardamento, às vezes independentemente da aplicação de outro percentual fixo de multa. Por exemplo: 10% após o vencimento mais juro de mora de 0,3% ao dia.

(L)

LAUDÊMIO:

Pagamento que o proprietário de um imóvel à venda deve fazer ao proprietário com direito real. É feito, por exemplo, na venda de imóveis que originariamente pertencem à União, como todos os que se localizam na orla marítima.

LEGATÁRIO:

No Dicionário Aurélio: [Do lat. tard. legatariu.] S. m. 1. Aquele a quem se deixou um legado1; herdeiro testamentário. No Dicionário Houaiss: substantivo masculino Rubrica: termo jurídico. aquele a quem se deixou um legado

Legatário é quem recebe o legado que lhe é deixado por testamento pelo “Testador”. É sucessor singular do testador falecido. Não há legatário sem testamento; não há legatário sem falecimento do testador.

LEI DO INQUILINATO:

Nome popular da lei que regula as locações urbanas. A lei em vigor é a n.º 8.245, de 1991.

LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA:

Pagamento total de uma dívida antes do prazo fixado em contrato.

LOCAÇÃO IMOBILIÁRIA:

O mesmo que aluguel.

LOCADOR:

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Proprietário de um imóvel ou seu representante que aluga um imóvel a outra pessoa, o locatário. Locador é sinônimo de senhorio.

LOCATÁRIO:

Pessoa que aluga um imóvel e paga o aluguel e outras taxas. Também chamado de inquilino.

LOTEAMENTO:

A Lei nº 6.766 – de 19 de dezembro de 1.979, no parágrafo 1º do artigo 2º, conceitua Loteamento nestes termos: “Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas via de circulação, de logradouros públicos ou prologamento, modificação ou ampliação das vias existentes”.

(M)

MAIORIDADE:

É o instante preciso e identificável na vida do indivíduo, em que ele adquire sua plena capacidade para praticar por si só os atos da vida civil. Segundo o CÓDIGO CIVIL (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002), a maioridade do ser humano é atingida pela idade aos dezoito anos, quando fica habilitado à prática de todos os atos da vida civil (artigo 5º). A maioridade não se confunde com a capacidade. Além da maioridade biológica, o indivíduo pode ser considerado MAIOR através de um ato jurídico, que pode ser a EMANCIPAÇÃO ou o CASAMENTO (cf. artigo 5º, parágrafo único, itens I e II). Também a atividade profissional e o grau de intelectualidade (itens III, IV e V, do citado parágrafo único do artigo 5º) podem conferir a maioridade ao indivíduo.

MANDADO DE SEGURANÇA:

Recurso jurídico, garantido pela Constituição Federal (artigo 5º, item LXIX), com o objetivo de reparar ilegalidade ou abuso de autoridade pública, ferindo direito líquido e certo do indivíduo (não amparado por habeas corpus). Seu processamento é disciplinado pela Lei 1.533, de 31 de dezembro de 1951 (integrante do Código de Processo Civil).

MANDATO:

(ver procuração)

MANDATO DE CAUSA PRÓPRIA:

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É um tipo de mandato previsto pelo legislador civil no artigo 1.317, item I, do Código Civil de 1917. No novo Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2.002), o mandato em causa própria tem seus característicos muito mais bem delineados, em seu artigo 685: 1. é irrevogável; 2. não se extingue pela morte de qualquer das partes; 3. o mandatário está livre da obrigação de prestar contas pelo exercício do mandato, já que ele age considerando seus interesses próprios; 4. pode o mandatário transferir para si os bens móveis ou imóveis constantes do mandato, observadas as formalidades legais.

Na realidade, se o conteúdo do mandato em causa própria for a alienação de um bem imóvel, em tudo se assemelha à escritura de venda e compra, desde que nele preenchidos todos os requisitos desta, passa a ser título hábil e válido para ingresso na serventia predial competente, inclusive quanto ao imposto de transmissão inter-vivos, cujo recolhimento deve ser verificado pelo notário que lavrar o mandato. Não é pelo fato de o citado imposto ter sua incidência e arrecadação transferida para os Municípios que o notário deve se omitir na ação fiscalizadora dessa particularidade. Todos os requisitos previstos na Lei de Registros Públicos também necessitam ser rigorosamente observados pelo notário na lavratura de tal tipo de mandato. Se é conveniente ou não a outorga do mandato em causa própria em substituição à escritura de venda e compra de um imóvel, só os interessados poderão decidir.

MATRÍCULA (...DO IMÓVEL, ...IMOBILIÁRIA):

Ação de inscrever num Livro de Registros (também por meio digital), um imóvel assim como um número que lhe é atribuído, a fim de que sua identificação possa ser feita com facilidade. Na matrícula, o imóvel é descrito e identificado de forma precisa, na sua conformação, área e características, que o torna distinto, de modo a ser único naquela circunscrição. Passou a ser disciplinada pelo Direito Imobiliário brasileiro com o advento da Lei Federal nº 6.015 de 31 de dezembro de 1973(*), ao dispor, em seu artigo 227, que todo imóvel deve estar matriculado no Livro nº 2. Constitui uma inovação da Lei 6.015, cujo antecedente está no “Registro Torrens (**)”. Não raro confundem-se os termos “Matrícula” e “Registro”, os quais conceituam hoje coisas diversas, embora estejam interligados. Matrícula, no Direito Imobiliário, identifica o cadastramento do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca e Circunscrição Imobiliária de onde o imóvel se situa. Registro identifica a transferência de titularidade do domínio sobre o imóvel cadastrado, ou seja, o imóvel matriculado. A finalidade da matrícula é cadastrar todos os imóveis que fazem parte da Federação, permitindo a identificação de seus respectivos proprietários. Tal como as pessoas (físicas) tem sua existência legalmente comprovada com o seu termo de nascimento (Certidão de Nascimento), lavrado no Cartório de Registro Civil, situado no local do nascimento – (isso deveria ser a regra). Na atividade imobiliária, o imóvel não pode ser matriculado em Circunscrição Imobiliária diversa da sua situação.

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Com a Matrícula Imobiliária surge no Brasil, o cadastramento da propriedade imobiliária. Matrícula é, então, o Registro de Nascimento do Imóvel que necessária e obrigatoriamente deve ocorrer na Comarca de sua localização, ainda que antes tenha pertencido a outra comarca. Matrícula, a rigor, é o retrato do imóvel, nela também deve estar identificada e qualificada a pessoa que sobre ele tem o domínio (direito de usar, gozar e dispor do mesmo). Tal proceder resulta de dois princípios: o da unitariedade da matrícula e o da cindibilidade do título. O princípio da unitariedade impõe e determina que cada matrícula só pode ter um único imóvel precisamente descrito e caracterizado, e dele decorre o “princípio da cindibilidade do título apresentado para registro. Cada imóvel tem sua precisa identificação registrada na

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matrícula, por alguns denominada de “tabula”, a justificar esta expressão latina: “Quod non est in tabula, non est in mundo”, que significa: “O que não existe na tabula (matrícula) não existe no mundo”.

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(*) A Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, republicada com as alterações das Leis nºs 6.140, de 28 de novembro de 1974, e 6.216, de 30 de junho de 1975, entrou em vigor em 1º de janeiro de 1976, abrangendo apenas os registros de que tratam as leis civis, a saber, registro civil de pessoas naturais e jurídicas, registro de títulos e documentos, e registro de imóveis. O Registro Público tem por escopo constituir formalidades para a validade do ato em si mesmo, ou apenas para sua eficácia perante terceiros.

(**) Disciplinada pelo Decreto nº 451, em 31 de maio de 1890, foi instituído o “Registro Torrens”, que foi regulamentado pelo Decreto nº 955-A, de 5 de novembro de 1890. O Decreto nº 451-B, em seu art. 75, já falava em matrícula, cuja denominação a Lei nº 6.015/73 adotou para o assentamento do imóvel com suas características. É assim denominado em homenagem ao seu criador, inicialmente na Austrália e acolhido no Direito Brasileiro, mantido até nossos dias pelos artigos 277 a 288 da Lei Federal nº 6.015/73, que disciplinam seu processamento e registro.

METRO QUADRADO:

Principal unidade (m2) de medida de área (superfície) e unidade-padrão do Sistema Internacional de Unidades.

MIP:

O mesmo que seguro de morte e invalidez permanente.

MORA:

Demora, atraso, retardamento na execução de uma obrigação. Quem não efetua um pagamento na data marcada está em mora. Também está em mora quem se recusa a receber um pagamento no prazo e da maneira estipulada.

MULTA:

Penalidade imposta aos que não cumprem leis, regulamentos, contratos.

MUTUANTE:

Pessoa ou instituição que assina um mútuo emprestando a outra um bem fungível (que pode ser substituído por outro da mesma espécie e quantidade), como dinheiro, por exemplo.

MUTUÁRIO:

Aquele que recebe um bem fungível num contrato de mútuo.

MÚTUO:

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Contrato de reciprocidade pelo qual o proprietário (mutuante) transfere um bem fungível a outro (mutuário), que deve restituir o que foi emprestado em gênero, qualidade e quantidade. Os contratos de financiamento imobiliário são um exemplo de mútuo.

(N)

NUA PROPRIEDADE:

(Ver “Venda de Nua Propriedade” neste dicionário)

(O)

OFICIAL:

O termo Oficial, nas atividades cartorárias, ainda legalmente, designa o titular de um cartório imobiliário ou de registro civil (cf. artigo 3º da Lei Federal 8.935, de 18 de novembro de 1994), estando ele encarregado de praticar atos que lhe são atribuídos por lei, sendo responsável pela perfeição e regularidade na formalização dos mesmos. Os tabeliães de notas e de protestos não estão incluídos na denominação de Oficial (artigo 5º da Lei 8.935). Têm eles designação própria expressa na citada lei. O termo OFICIAL vale para designar o cartorário que executa serviços disciplinados pela Lei de Registros Públicos nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973. O termo NOTÁRIO corresponde ao antigo e consagrado termo TABELIÃO, com origem no Direito Romano. Eu, pessoalmente, tenho como próprio, válido e oportuno o termo NOTÁRIO como substituto do termo TABELIÃO, embora por muitos sejam eles empregados alternativamente, designando aqueles que executam serviços notariais. Justifico minha opção pelo vocábulo NOTÁRIO e não TABELIÃO, com arrimo no artigo 236 da Constituição Federal, que expressa “serviços notariais e de registro”. O legislador adotou técnica diversa, ao empregar alternativamente, em vários dispositivos da Lei nº 8.935, os termos: notário ou tabelião. O termo “tabelião” é de uso muito mais antigo nas atividades cartorárias. Se a Constituição diz “serviços notariais”, quem os executa, no meu entender, deve ser designado como notário. Fonte: Diário das Leis Imobiliário, nº 08, ano 2003 – “Vocabulário do Cartorário”.

OFICIAL MAIOR:

O vocábulo, no direito pretérito, identificava a figura cartorária que exercia todas as atividades funcionais do titular do cartório, exceto: na notaria, não podia lavrar livremente testamentos; e no registro imobiliário, não podia escriturar o protocolo e suscitar dúvida, em decorrência de tal proibição. Hoje, com a vigência da Lei 8.935/94 (artigo 20, § 5º), o antigo oficial maior passou a ser identificado com o termo “preposto designado”. No

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direito atual, não existe o oficial maior e há o “preposto designado”. A lei 8.935 deu mais autonomia ao Agente Delegado do cartório, para a escolha não só de seus prepostos (antigos escreventes), como também do preposto designado para praticar todos os atos atribuídos à serventia, o que efetivamente não existia no direito revogado, em que a nomeação do oficial era de competência de outra autoridade e dependia de prévia e expressa aprovação do Corregedor do cartório. O preposto designado exerce todos os atos atribuídos ao cartório, conjuntamente com o Agente Delegado (titular), inclusive, nas ausências ou impedimentos deste, os atos que lhe são privativos, como no Cartório de Notas, lavrar testamentos, e no Cartório de Registro de Imóveis, escriturar o protocolo. A designação do preposto atual é de competência exclusiva do Agente Delegado, o que não ocorria no passado, quando a designação do oficial maior pelo titular do cartório dependia de aprovação do Juiz Corregedor. O oficial maior do passado como o preposto de hoje, são pessoas de absoluta confiança do Agente Delegado. No passado, em cada cartório só havia um oficial maior. Pelo direito atual (Lei 8.935/94), cada cartório poderá ter diversos tantos substitutos quantos o Agente Delegado julgar necessário ao regular desenvolvimento dos serviços a ele atribuídos. A rigor, o antigo oficial maior é identificado no direito vigente como “substituto designado” pelo Agente Delegado, estando previsto no § 5° do artigo 20 da Lei Federal n 8935/94. Fonte: Diário das Leis Imobiliário, nº 08, ano 2003 – “Vocabulário do Cartório”.

ORDEM DE DESPEJO:

Mandado da Justiça que obriga o inquilino a desocupar o imóvel em determinado prazo. (ver: “Ação de Despejo”).

OUTORGA MARITAL:

Outorga marital - CONCORDÂNCIA ou a APROVAÇÃO do marido, dada a sua mulher (esposa), para a prática de um ato, realizado sem a sua presença. Essa outorga, considerando a natureza e os efeitos do ato, pode ser implícita (subentendida) ou expressa. Em determinadas situações, notadamente relacionadas com o direito de propriedade sobre um imóvel, o rigor da outorga pode ser atenuado por autorização judicial. “Se o marido se afasta do lar conjugal, retirando-se para lugar incerto e não sabido, a mulher o substitui automaticamente na chefia da sociedade conjugal, não havendo necessidade de promoção do processo de declaração de ausência. Também não há necessidade da hasta pública para a venda de bens do casal, em tal situação, bastando simples autorização judicial” (RT 225/428).

OUTORGA UXÓRIA:

Outorga uxória é a autorização da mulher para que seu marido (ou seu companheiro, no caso de união estável) pratique determinado ato, o qual não terá eficácia sem sua autorização. O termo “uxória” vem do latim uxor, que significa: esposa, mulher casada.

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1. A outorga uxória é necessária na escritura de compromisso de venda e compra de bem imóvel. 2. Sua exigência subordina-se à natureza jurídica do negócio. 3. É necessária na alienação de imóvel, ainda que o casamento tenha sido celebrado pelo regime da separação de bens.

(P)

PACTO ANTENUPCIAL:

É o ato feito pelos noivos (nubentes), antes o casamento, quando quiserem contrair matrimônio por regime de bens diferente do regime legal vigente no país. O regime vigente no país é o da comunhão parcial de bens. Isso significa que os bens que cada um possuía antes do casamento e aqueles recebidos por herança continuam sendo incomunicáveis, ou seja, não pertencem ao outro cônjuge. Já os bens adquiridos, por compra, durante o casamento são dos dois. Caso os noivos optem por se casar sob o regime da comunhão universal de bens (todos os bens, desde antes do casamento, inclusive herança, ficam sendo de ambos) ou sob o regime da separação de bens (cada qual continua sendo único dono de seus bens, e os adquiridos durante o casamento serão somente de quem os adquiriu), devem comparecer ao tabelionato de notas para lavrarem o Pacto Antenupcial. Para celebrar o Pacto Antenupcial, os noivos munidos de seus documentos originais, comparecem perante o escrevente habilitado e declaram sua vontade de casarem-se em regime diverso ao vigente no país. Lavrado o pacto antenupcial, deverá ser levado ao Cartório de Registro Civil em que será celebrado o casamento, e juntamente com certidão de casamento, deverão registrar no Cartório de Registro de Imóveis do primeiro domicílio do casal, para que produza seus efeitos legais.

PCR (PLANO DE COMPROMETIMENTO DE RENDA):

Plano utilizado em financiamentos imobiliários que limita a no máximo 30% o emprego da renda familiar nas prestações.

PERMUTA:

Termo oriundo do Latim “permutare” (permutar, trocar, cambiar), e no Direito Imobiliário descreve o contrato público ou particular pelo qual os contratantes trocam imóveis de sua propriedade. Realiza o mesmo propósito da venda, desde que uma das partes contratantes dê (transfere a propriedade), para que obtenha ou receba da outra parte outra propriedade equivalente. Na permuta, ocorre simultaneamente duas transferências ou transmissões de propriedades –os contratantes fazem entre si – no mesmo ato as devidas transferências dos imóveis permutados. Então, é a troca de imóvel por imóvel.

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O Código Civil Brasileiro usa o termo “troca” ou invés de “permuta”. No artigo 1.164 dispõe que aplicam-se à troca (permuta) as disposições referente à compra e venda. Semelhantemente aos contratos de compra e venda, o Código determina que a este se apliquem às disposições concernente àqueles, com algumas diferenças. Entretanto, existe uma diferença residente na forma de pagamento, que não pode ser por meio de dinheiro, pois, assim sendo, deixará de ser troca “permuta”, caracterizando-se compra e venda.

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PES/CP (PLANO DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL POR CATEGORIA PROFISSIONAL):

Plano que estabelecia o reajuste de prestações de financiamentos imobiliários do SFH de acordo com o reajuste salarial concedido à categoria profissional do mutuário. Foi adotado de 1984 a 1993.

PRESTAÇÃO:

Pagamento a prazo para liquidar uma dívida. É também a própria quantia em dinheiro paga periodicamente. No caso dos financiamentos imobiliários, as prestações são compostas de uma parcela de amortização e outra de juros, mais as parcelas do seguro pessoal e do imóvel.

PROCURAÇÃO OU MANDATO:

Documento registrado em cartório pelo qual uma pessoa concede a outra o poder de agir em seu nome em determinadas situações, como administrar um imóvel ou cobrar aluguéis. A procuração, ou mandato, é o ato pelo qual o interessado (outorgante) nomeia alguém de sua plena confiança (procurador), para praticar determinados atos em seu nome. Pode ter prazo de validade ou não, conforme a vontade do outorgante. Como é um ato baseado na confiança, pode ser revogado a qualquer momento. Como é feito: O interessado (outorgante) comparece ao Tabelionato, com seus documentos originais, e diz ao escrevente que deseja nomear alguém de sua confiança (procurador) para que pratique determinados atos em seu nome - o procurador pratica os atos pelo outorgante, é como se o próprio outorgante estivesse praticando os atos, por isto é fundamental que seja uma pessoa da mais absoluta confiança do outorgante. Caso o interessa tenha até 15 anos, deve comparecer apenas seu pai ou sua mãe com seus documentos originais. Se o interessado tiver entre 16 e 17 anos, deve comparecer acompanhado de seu pai ou mãe para assisti-lo. Deve levar a qualificação completa do procurador: nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, documentos pessoais (Identidade e CPFMF) e endereço. Alguns tipos de procuração:

         Procuração Ad-judicia: é aquela dada aos advogados para que estes representem o interessado em juízo (mover ações, defender em ações, fazer acordos, celebrar contratos, etc.),

         Procuração Previdenciária: para autoriza que alguém da confiança receba aposentadoria ou pensões por ele;

         Procuração para movimentar contas bancárias;

         Procuração para administrar bens;

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         Procuração para venda e compra de imóveis;

         Procuração para venda de automóveis;

         Procuração para matrícula em cursos e concursos;

         Procurações para quaisquer outros atos da Vida Civil (somente para atos lícitos ou não proibidos por lei).

Obs.: ver também neste dicionário: "Revogação de Procuração"

PROPONENTE:

Pessoa que apresenta na instituição financeira um pedido para obter financiamento.

(Q)

QUITAÇÃO:

O ato de quitar, pagar integralmente, uma dívida. É também a declaração de que a dívida foi inteiramente paga (recibo de pagamento, termo de quitação).

QUÓRUM:

Número mínimo de pessoas necessário para realizar uma assembleia deliberativa, como numa assembleia de condôminos.

(R)

REAJUSTE:

Aplicação de juro e correção monetária ao saldo devedor e ao encargo mensal, de acordo com o índice estipulado em contrato.

RECEBÍVEL:

Certificados de recebíveis imobiliários. Securitização.

RECONHECIMENTO DE FIRMA:

(ver abertura de firma)

REGISTRO TORRENS:

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Disciplinada pelo Decreto nº 451, em 31 de maio de 1890, foi instituído o “Registro Torrens”, que foi regulamentado pelo Decreto nº 955-A, de 5 de novembro de 1890. O Decreto nº 451-B, em seu art. 75, já falava em matrícula, cuja denominação a Lei nº 6.015/73 adotou para o assentamento do imóvel com suas características. É assim denominado em homenagem ao seu criador, inicialmente na Austrália e acolhido no Direito Brasileiro, mantido até nossos dias pelos artigos 277 a 288 da Lei Federal nº 6.015/73, que disciplinam seu processamento e registro.

REPASSE:

É a transferência total ou parcial de um crédito de uma pessoa para outra, ficando ambas vinculadas ao cumprimento da obrigação, no caso, ao pagamento da dívida. Embora o contrato de repasse resulte de operação financeira entre estabelecimento bancário e empresa financeira, cujo interesse é usufruir rendimentos, inexistindo cláusula contratual em contrário, nada impede que a dívida seja antecipadamente liquidada, se do contrato repassado, inexistir cláusula em contrário. RT 536/121.

RESCISÃO:

Rompimento ou anulação de um contrato.

RESERVA DE PROPRIEDADE:

Direito dado ao vendedor, em compromissos de compra e venda, de se manter proprietário do bem que está sendo vendido, até que o comprador cumpra as obrigações previstas no contrato.

RETROVENDA:

É a compra e venda de um imóvel, clausulada, ou condicional, o que impõe esta afirmativa: existem duas espécies de venda e compra de imóveis: uma pura e simples e a outra condicionada, ambas disciplinadas na sua estipulação e efeitos no Código Civil. A venda e compra de um imóvel, pode ser simples ou clausulada (condicional), significando assim, uma venda e compra condicional.

REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO:

A revogação é o ato que torna sem validade uma procuração anteriormente feita. Por ser um ato baseado na confiança que o outorgante possui no procurador, a procuração pode ser revogada a qualquer tempo, se não mais convier ao outorgante que o procurador continue exercendo atos em seu nome. O interessado (outorgante) compareceu ao Tabelionato com seus documentos pessoais, e diz ao escrevente que nomeou alguém como procurador, mas que não deseja mais que esta procuração tenha validade, e por isso, quer revogar os poderes conferidos, e assim

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será feito. A procuração deve ser revogada no mesmo tabelionato onde foi anteriormente lavrada.

REVISIONAL:

O mesmo que ação revisional.

ROGO (A...) A ROGO:

O termo “a rogo”, integrante do nosso idioma, é, contudo, próprio das atividades cartorárias e especificamente das atividades notariais. Significa “a pedido”. Está ele ligado à conclusão do ato notarial, quando são apostas as assinaturas dos comparecentes ao mesmo. Quando uma das partes ou várias delas não sabe ou não sabem assinar, a seu pedido, a seu rogo, outra deve assinar o ato. Isso está expresso no Código Civil, no seu artigo 134, § 2º: “Se algum comparecente não puder ou não souber assinar, outra pessoa capaz assinará por ele, A SEU ROGO.” Um autorizado doutrinador do Direito Notarial, Galdino Siqueira, deixou-nos este válido esclarecimento sobre o assunto, que extraímos de sua obra Prática Forense, página 397: Quando a parte ou testemunha não sabe ou não pode assinar, terá lugar a assinatura a rogo, isto é, um terceiro assina pelo analfabeto ou impedido, disto se fazendo expressa menção. Uma só pessoa pode assinar a rogo de dois ou mais interessados, contanto que o tabelião o declare, e tenham eles o mesmo interesse no ato não assim se for diversos ou opostos interesses em questão. Assim, na escritura de compra e venda, em que o outorgante e também o outorgado não sabem escrever, a pessoa que assinar o rogo daquele (o vendedor) não pode assinar também a rogo do comprador. “Na aprovação de testamento essa pessoa pode ser mesmo uma das testemunhas, mas em qualquer outro instrumento deve assinar um terceiro, o qual é também considerado como testemunha.”

(S)

SAC:

Sigla de Sistema de Amortização Constante.

SACRE:

Sigla de Sistema de Amortização Crescente.

SALDO DEVEDOR:

O que resta pagar de uma dívida. Nos financiamentos imobiliários, é reajustado mensalmente de acordo com o índice e a taxa de juro estipulados em contrato.

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SALDO RESIDUAL:

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É o que resta a mais ou a menos de uma dívida quando vencido o prazo contratado. Se o saldo é negativo (por exemplo, -R$ 847), o mutuário pagou a mais e deve receber a quantia de volta. Se positivo, o mutuário pagou a menos (por erros de cálculo) e ainda deve ao credor.

SAM (SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO):

Modo de cálculo de prestações de financiamentos que utiliza a média aritmética da prestação calculada pela Tabela Price e pelo Sistema de Amortização Constante.

SECURITIZAÇÃO:

Conversão de empréstimos bancários e outros ativos em títulos (securities, em inglês) para vendê-los a investidores. A instituição que fez o empréstimo vende-o a uma empresa securitizadora. Com lastro nesse crédito, a securitizadora emite "certificados de recebíveis imobiliários", ou simplesmente recebíveis, postos à venda para investidores. A securitização do crédito imobiliário pode ser feita quando a instituição financeira o concedeu de acordo com a lei n.º 9.514, que criou o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).

SEGURO DE DANOS FÍSICOS AO IMÓVEL (DFI):

Apólice obrigatória, junto com a de morte e invalidez permanente (MIP), quando se contrai financiamento com uma instituição financeira. O DFI, que cobre danos causados por incêndio, inundação etc., é pago em parcelas ao longo de todo o financiamento.

SEGURO DE MORTE E INVALIDEZ PERMANENTE (MIP):

Apólice obrigatória, como a de danos físicos ao imóvel (DFI), ao se contrair financiamento com uma instituição financeira. Se duas pessoas contraíram um financiamento imobiliário e uma delas morre, a companhia seguradora paga o saldo devedor proporcionalmente.

SEGURO-FIANÇA:

Seguro que substitui o fiador nos contratos de locação e garante o pagamento do aluguel e dos encargos.

SEQUESTRO (... DE BENS IMÓVEIS):

No vocabulário imobiliário e notadamente junto aos cartórios (Tabelionatos ou Registradores), o termo possui sentido peculiar em função do Direito Civil, no que corresponde aos bens imóveis. Sequestro é a apreensão ou depósito judicial de certo bem, sobre o qual pesa um litígio, a fim de que seja entregue, quando solucionada a pendência a quem de direito. É o ato formal de apreensão judicial de coisa certa, sobre a qual consta litígio. Sendo um imóvel, o ato de sequestrar será formalizado num

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instrumento escrito denominado “Auto de Sequestro”, que deve ser levado a registro na serventia predial da situação do imóvel, por força do disposto no artigo 167, Item I, nº5, da Lei 6.015/73 – Pela leitura do dispositivo mencionado, não só o Auto de Sequestro deve ser levado a registro, mas também outros que incidam sobre um imóvel, devem ser levados a registro na respectiva serventia predial. São eles o auto de penhora e o auto de arresto.

         Arresto – é apreensão judicial de um bem imóvel do devedor, para garantir o pagamento de uma dívida sua executada ou a ser executada.

         Penhora – é apreensão judicial de um bem imóvel, para que o seu proprietário pague uma dívida ou cumpra uma obrigação que está sendo executada.

         Sequestro – é apreensão judicial de um bem imóvel do devedor, para que o mesmo pague uma dívida sua que será executada. Esses elementares esclarecimento valem tão somente para o cartório consultar um autor de mais expressão e valor.

SFH:

Sigla de Sistema Financeiro da Habitação.

SFI:

Sigla de Sistema Financeiro Imobiliário.

SINAL:

Quantia ou valor que o comprador entrega ao vendedor para assegurar a conclusão do negócio e com a função de primeira parcela. Sinônimo de entrada e arras.

SISA (OU CISA):

Sisa ou Cisa, é o chamado “Imposto de Transmissão Inter Vivos” de bens imóveis. Pela legislação vigente, tal imposto, no caso de alienação onerosa, sua incidência e arrecadação, compete aos Municípios (art. 156, item II da Constituição Federal) e será da competência dos Estados quando a transmissão do imóvel for por doação (art. 155, item I, letra “a”, da Constituição Federal). Como regra, o recolhimento antecipado da sisa à lavratura da escritura vem das Ordenações Filipinas: “E não farão carta alguma de venda, nem outro contrato de bens de raiz de coisa alguma de que se deva sisa, sem que primeiro as partes lhes apresentaram certidão do Juiz do lugar em que tais bens de raiz estiverem, em que se declare, como pagaram a sisa e fica entregue ao Recebedor. (Livro I – Ordenações Filipinas, Título LXXVII, § 14).

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC):

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Método de pagamento de uma dívida em que a parcela de amortização (um dos componentes da prestação) é constante e a parcela de juros, que incide sobre o saldo devedor, é decrescente ao longo do prazo de financiamento.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CRESCENTE (SACRE):

Método de cálculo e reajuste de prestações de financiamento, o Sacre é muito parecido com o Sistema de Amortização Constante. A diferença está no modo de aplicar a taxa referencial (TR) à fórmula que define a prestação, provocando a variação da amortização.

SISTEMA DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO (SFI):

Criado em 1997 pela lei n.º 9.514 (20/11/1997) como alternativa ao Sistema Financeiro da Habitação e à Carteira Hipotecária, o sistema autoriza a securitização dos créditos imobiliários e introduz a alienação fiduciária no mercado imobiliário.

SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH):

Sistema criado em 21/8/1964 pela lei n.º 4.320, a fim de captar recursos para a área habitacional e financiar a construção e a compra da casa própria.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL:

Conjunto formado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), pelo Banco Central do Brasil, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pelo Banco do Brasil e pelas instituições financeiras públicas e privadas.

SISTEMA FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO:

O mesmo que Tabela Price. (ver: Tabela Price - TP).

SUBSTABELECIMENTO:

Na linguagem imobiliária e cartorária, o termo significa “transferir para alguém” os poderes expressos num instrumento de mandato (procuração). O substabelecimento de uma procuração importa no estabelecimento de uma situação triangular, existindo em cada vértice uma destas pessoas: 1. Mandante, 2. Mandatário, 3. Substabelecido. Outrossim, com o substabelecimento, o substabelecido assume a posição do mandatário.

SUCESSÃO:

Do verbo suceder, o real sentido do vocábulo é este: tomar o lugar de outrem, ou substituir outro em alguma coisa ou em alguma situação. Quem compra um imóvel, toma o lugar do seu anterior proprietário. O mesmo ocorre com a doação. É a chamada sucessão inter-vivos. Quem recebe um imóvel ou alguma coisa pela morte de alguém,

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através da herança, participa da sucessão causa-mortis. A rigor, duas são as formas de suceder alguém; por ato “inter-vivos ou por causa-mortis. A sucessão causa-mortis pode ser legítima ou testamentária. Legítima, quando o herdeiro substitui o anterior proprietário da coisa por força da Lei ou através de um ato de vontade de alguém, através de um testamento. A sucessão “inter-vivos” pode ser onerosa ou gratuita. É onerosa, quando o sucedido despende algum valor para obter a coisa, v.g. compra e venda, permuta, dação em pagamento. Opera-se a sucessão gratuita, quando o sucedido em nada é onerado, v.g., a doação. A sucessão, nas suas várias modalidades, está intimamente ligada ao indivíduo e à coletividade. O Código Civil, em vários de seus dispositivos a disciplina. À sucessão “causa-mortis, à qual o vocábulo vulgarmente mais se vincula, o legislador civil dedicou um Livro especial, de nº V, disciplinando-a em seus artigos 1.784 a 2.027. Em síntese, sucessão pode ser conceituada como forma de uma pessoa substituir outra, através de um ato ou fato jurídico em alguma coisa.

(T)

TABELA PRICE (TP):

Tabela Price é um método usado em amortização de empréstimo, caracterizado por prestações iguais e desenvolvido em 1771 pelo reverendo presbiteriano Richard Price. O método de amortização baseado nas tabelas de Richard Price, na realidade foi idealizado pelo seu autor para pensões e aposentadorias. No entanto, foi a partir da 2ª revolução industrial que sua metodologia de cálculo foi aproveitada para cálculos de amortização de empréstimo. A principal característica da tabela Price, ou Sistema Francês de Amortização, são as prestações iguais. Este método foi denominado de tabelas de juro composto pelo seu autor Richard Price em sua obra Observations on Reversionary Payments. Esta não é a única forma conhecida de pagamento de cálculo de empréstimos através de parcelas de igual valor, Mclure (matemático norte americano) apud Simpson (Matemático inglês ) p.229, 1821 e Cavalheiro (Matemático brasileiro, FGV) p.129-131, 1989, dentre outros, apresentam fórmula de amortização em juros simples sem o uso de juros compostos (anatocismo) característicos da Tabela Price. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

TAXA EFETIVA:

É a taxa resultante da aplicação periódica do juro previsto na taxa nominal. Por exemplo, a uma taxa nominal de 12% ao ano, a taxa efetiva será de 1% ao mês. Como a aplicação desse percentual é feita mês a mês, juro sobre juro, a taxa total, no final de um ano, não será mais os 12% contratados, e sim 12,68%.

TAXA NOMINAL:

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É a taxa de juro firmada em contrato que se acrescentará às prestações. Nos contratos de financiamento imobiliário pelo SFH, por exemplo, a taxa nominal máxima é de 12%. Veja taxa efetiva.

TERRA DEVOLUTA:

Terra devoluta é terra desocupada. "Devoluto” significa desocupado. No sentido mais técnico, terra devoluta é aquela que pertence ao Domínio Público, de qualquer uma das entidades de Direito Público (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios). Terreno devoluto é aquele que não pertencendo a nenhum particular identificado ou identificável, pertence a qualquer uma daquelas entidades de Direito Público.

TERRENO:

Área onde serão construídas edificações ou que servirá para a agricultura ou a pecuária. É um bem imóvel, como as casas e os apartamentos. No aspecto jurídico o vocábulo tem o sentido geológico. É uma porção do solo, identificado por suas metragens lineares e sua área, que pode ser expressa em metros quadrados, se situado no perímetro urbano de uma cidade, ou em hectares, ares e centiares, quando situado na zona rural de um município. Segundo a sua localização, o terreno pode ser URBANO ou RURAL, o que é fator importante para identificar sua área quando alienado e também para justificar a incidência de imposto. A área de um terreno é requisito importante e fundamental quando o mesmo é alienado ou gravado de ônus real. A Lei 6.015 exige que a área de um imóvel, para sua matrícula na serventia predial de sua situação, esteja expressa no título, e constitui fator de sua identificação (art. 176 § 1º, item II, nº 3, da Lei Federal 6.015/73).

TERRENO ALODIAL:

Alodial, é a propriedade imobiliária que está livre de foro, pensões e ônus. Terreno alodial é aquele “que se mostra livre de quaisquer encargos ou ônus”. O novo Código Civil criou em substituição a antiga Enfiteuse o direito de utilização da superfície de um terreno pertencente ao Poder Público – artigo 1.369 – que só pode ser feito por escritura pública, ressalvando, contudo, o contido no artigo 1.377, ou seja, a preponderância dos preceitos legais, em relação aos do novo Código Civil, quando a interessada na formulação do Contrato for pessoa jurídica de direito Público Interno, prevalecendo, nesse caso, lei especial vigente.

TERRENO DE MARINHA:

É o terreno situado na faixa litorânea, pertencente à União, distante do mar 33 metros. Outros tipos de terrenos pertencentes à União, para sua alienação deve obedecer ao disposto em lei especial (art. 1.377, do vigente Código Civil). Compete a União demarcar o terreno de marinha, que lhe pertence originariamente, sendo prevalecente nessa

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demarcação seus direitos e interesses em relação a interesses particulares, localizados nesse espaço de terreno.

TESTAMENTO:

É o ato pelo qual alguém (parte interessada) dispõe de se patrimônio ou parte dele, para depois de seu falecimento. É feito com pré-agendamento, pelo próprio Tabelião ou seu substituto, que irá conversar com o testador, verificando se este se encontra no pleno gozo de suas faculdades mentais, com total capacidade de expressar sua vontade, e irá orientá-lo no que for preciso, deixando o testador seguro e confortável em relação à sua disposição de última vontade. Como fazer: Agendar data e local com o Tabelião ou pessoa competente para este fim; Comparecer munido de seus documentos pessoais (originais); Apresentar duas testemunhas, trazidas pelo testador, e que não podem ser parentes de beneficiários do testador.

TESTEMUNHA:

Pessoa física (homem ou mulher) dotada de condições físicas, psíquicas e morais, apta de, através de sua declaração escrita ou oral perante autoridade competente, confirmar de forma segura a ocorrência de um ato ou de um fato que presenciou ou tem seguro conhecimento de sua ocorrência. Hoje, nas escrituras públicas, com exceção do testamento (art. 1.864, item II do Código Civil) estão dispensadas as testemunhas, chamadas “instrumentárias”. Contudo, se pelas particularidades do ato, segundo o entender do cartorário, seja útil ou a necessária a presença de testemunhas instrumentárias, não estão elas impedidas de participar do ato. Nesse caso, recomendável é que o cartorário aceite tais testemunhas, desde que segundo seu critério, sejam abonadas moral e economicamente, suas conhecidas e facilmente localizadas. Em alguns atos cartorários, tais como casamento, nascimento e óbito, para sua regular formalização, são ainda exigidas as testemunhas instrumentárias, assim chamadas porque elas confirmam a regularidade da elaboração do instrumento. Também podem as testemunhas confirmar a ocorrência de fatos com consequências jurídicas, como no caso de casamento nuncupativo.

TOMBAMENTO:

Com relação a um bem imóvel, o tombamento equivale a um ato legal e legítimo do Poder Público, na esfera de sua competência, protegendo e conservando um bem imóvel, dado o seu valor histórico ou arquitetônico. Com o ato de tombamento o Poder Público confere ao imóvel um VALOR histórico, artístico ou cultural que o distingue dos demais. O característico desse VALOR eminentemente cultural é de interesse coletivo. O tombamento de um imóvel limita o DIREITO DE PROPRIEDADE, pelo que essa limitação deve ser publicitada na matrícula do imóvel através de ato de AVERBAÇÃO, pois o tombamento é uma ocorrência que altera o registro do imóvel. (Art. 246 da Lei 6.015/73).

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Isso determina a Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, através do Provimento 07/84 - (in Diário da Justiça de 14 de março de 1984, pág. 15, e reproduzido pela Legislação 1, pág. 7, Novos Tempos, da Associação dos Serventuários de Justiça do Estado de São Paulo).

TORRENS:

Ver “Registro Torrens”

TP:

Sigla de Tabela Price.

TR:

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Taxa referencial, definida todo mês pelo Banco Central de acordo com a remuneração média das aplicações bancárias. É a referência para reajustes da caderneta de poupança e de diversos tipos de contrato e dívida, inclusive financiamentos imobiliários.

TRANSAÇÃO IMOBILIÁRIA:

O vocábulo transação, também tem estes significados: combinação, convenção, ajuste, operação comercial envolvendo imóveis ou direitos a eles relativos. Formaliza-se através de escritura pública ou por contrato particular quando a lei permite. Assim a expressão “transação imobiliária”, significa a estipulação estabelecida pelos contratantes, envolvendo a alienação ou direitos reais incidentes sobre um imóvel.

TRANSCRIÇÃO:

Era no Direito anterior (Decreto Federal nº 4.857, de nove de novembro de 1939), forma pela qual se adquiria a propriedade plena sobre um bem imóvel (art. 175, letra b, item III, do citado Decreto). Hoje a transcrição foi substituída pelo registro do imóvel, cujo processo de formalização está previsto no artigo 182, da Lei Federal nº 6.015, que no seu artigo 227, criou a matrícula do imóvel e substituiu a arcaica transcrição pelo registro, implantando um procedimento bem mais prático e seguro, no que tange às transações imobiliárias. O atual sistema possibilita a “cindibilidade” do título, quando no mesmo, vários imóveis são alienados, o que não era possível no direito revogado. Não se transcreve o título envolvendo transação ou transações imobiliárias. O título passou a ser elemento informativo para registro dos imóveis nele descritos. A alienação de vários imóveis num só título, eram TRANSCRITOS no Registro Imobiliário (numa só TRANSCRIÇÃO). No direito vigente, a ALIENAÇÃO DE VÁRIOS IMÓVEIS tem como suporte a MATRÍCULA de cada imóvel, que é UNITÁRIA (art. 227, da Lei nº 6.015). No Direito anterior, ninguém podia transferir direitos sobre imóveis além daqueles constantes da transcrição, o mesmo prevalecendo no direito vigente, com esta alteração: ninguém pode transferir a propriedade sobre imóvel, se o mesmo não estiver matriculado. A matrícula imobiliária nada mais é do que o REGISTRO DE NASCIMENTO DO IMÓVEL, o que não existia no direito revogado, pois uma transcrição podia conter vários imóveis, com as suas respectivas descrições.

TRANSMISSÃO:

Cada uma das transferências de propriedade, de direitos ou de obrigações entre pessoas ou por herança.

TRANSMITENTE:

O significado do verbo transmitir é mudar alguma coisa que era de uma pessoa para outra. Transmitente é aquele que, nas transações imobiliárias e cartorárias, transfere para outra pessoa algo que era seu, ou então, despoja-se de um direito legítimo seu e o transfere

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para outra pessoa, sendo esta designada “adquirente. De modo geral, nas atividades imobiliárias, o TRANSMITENTE aliena ou cede para outra pessoa algo que era seu.

TRASLADO:

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No sentido técnico, o traslado é uma cópia fiel do que consta no livro de notas do notário e que ele a extrai logo após a conclusão do ato. Na sua conclusão estão incluídas assinaturas de todas as partes que participaram do ato. Tecnicamente, o TRASLADO equivale ao ORIGINAL existente no livro de notas e, OBRIGATORIAMENTE deve ser extraído logo após a conclusão do ato. O traslado deve ser a rigor, idêntico ao original, deve ser subscrito unicamente pelo notário, ou excepcionalmente, por seu substituto especialmente designado. É o instrumento da escritura ou do ato lavrado no livro de notas do notário e a ele são atribuídos estes característicos: a) é instrumento, duplicata fiel do original, b) deve ser extraído logo em seguida à conclusão do ato comprovadamente perfeito e acabado, c) merece fé, como se fosse o próprio original contido no livro, d) deve corresponder em tudo, conforme consta no ato original registrado no livro, e) sua validade é igual à do livro de notas.

TRIBUTO:

Sob a disciplina do artigo 3º, da Lei Federal 5.172, de 25 de outubro de 1966, conceitua-se o termo Tributo assim: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção do ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O artigo 5º, da citada lei, desdobra os tributos em impostos, taxas e contribuições de melhoria, dando ao termo o característico de gênero com as espécies que menciona. O conceito de imposto está no art. 16, o conceito de Taxa no art. 77 e o conceito de melhoria no art. 81 da citada lei.

TUTELA:

É o poder que alguém possui (conferido por lei), sobre bens e menores, quando estes estiverem fora do pátrio poder. Tutor é a pessoa que exerce a tutela. O exercício da tutela é incompatível com o pátrio poder. O vigente Código Civil disciplina o instituto identificado pelo vocábulo nos artigos 1.728 a 1.766.

(U)

UNIÃO ESTÁVEL ... (Declaração de...):

O que é: É uma declaração que duas pessoas de sexos diferentes, não casados, mas que vivem juntos, como se fossem casados, fazem perante o Tabelião, para, entre outras coisas, garantir direitos dos declarantes e de seus herdeiros. Finalidade: A declaração de união estável feita por escritura pública tem diversas finalidades:

         Fixar a data do início da união estável;          Fixar um regime de bens (separação total de bens, comunhão parcial de bens,

comunhão de bens);

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         Garantir direitos do companheiro/a junto ao INSS, convênios médicos e odontológicos, clubes, etc.

Como é feita: O casal comparece ao Tabelionato, com seus Documentos de Identidades e CPFMF originais, e declara que vivem juntos desde determinada data, como se casados fossem, especificando ou não a finalidade da declaração.

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O que é necessário: Comparecer o casal ao Tabelionato com Documentos de Identidades e CPFMF originais.

URBANISMO:

É o estudo racional, lógico, metódico, permanente e responsável de todos os problemas que, por qualquer forma ou modo, afetam ou comprometem o desenvolvimento urbano de uma cidade. Esse estudo é atribuído aos Municípios (art. 30, item I, da Constituição Federal).

USUCAPIÃO:

Aquisição de um imóvel por se estar de posse dele de 10 a 20 anos, em diferentes situações legais. É um direito previsto e regulamentado pelo legislador, e identifica-se como forma originária de aquisição legítima de uma coisa. Essa coisa pode ser IMÓVEL ou MÓVEL. Integra o DIREITO DE PROPRIEDADE, disciplinado no vigente Código Civil, Título III, Livro III, DO DIREITO DAS COISAS. A usucapião sobre BENS IMÓVEIS está disciplinada nos artigos 1.238 a 1.244. “usu capere = tomar pelo uso”. Uso é se utilizar de alguma coisa que não é legitimamente sua, temporariamente.

USUFRUTO:

Direito dado a uma pessoa de usar um bem que não é seu e usufruir os frutos (aquilo que esse bem produz). Caso se trate de imóvel, o usufruto deve ser inscrito no Cartório de Registro de Imóveis. O sentido do termo é o poder legítimo de usar em proveito próprio de um imóvel, segundo o estipulado contratualmente. O uso da coisa imóvel pode ser temporário ou vitalício. No novo Código Civil, está disciplinado nos artigos 1.390 a 1.411. 1. A morte do usufrutuário é causa motivadora do seu cancelamento registrado na matrícula do imóvel; 2. Pode ser temporário ou vitalício em relação ao usufrutuário; 3. Se o valor do usufruto for superior ao valor estabelecido em lei (art. 108, do C. Civil), só pode ser formalizado por escritura pública; 4. O usufruto vidual é aquele exercido pela viúva ou viúvo do falecido proprietário; 5. Não impede que o proprietário do imóvel venda o imóvel onerado de usufruto, independentemente da anuência do usufrutuário; 6. É um direito personalíssimo; 7. Como direito real, pode ser penhorado; 8. O cancelamento do usufruto pela morte do usufrutuário, exige a apresentação da certidão do óbito do mesmo, procedendo-se administrativamente, ou seja, independentemente de procedimento judicial; 9. Só o titular do domínio pode instituir usufruto; 10. Uma vez regularmente instituído e registrado, NÃO CONSTITUI causa impeditiva do proprietário do imóvel de aliená-lo. O usufruto como direito real, pelo direito de sequela, segue o imóvel alienado; 11. Só pode ser transferido ao nú-proprietário do imóvel; 12. Seu cancelamento quando motivado e devidamente fundamentado, independe da interferência do Poder Judiciário; 13. Sua instituição deriva do pressuposto do domínio; 14. Seu cancelamento se processa por ato de averbação na matrícula do imóvel; 15. O usufrutuário não pode hipotecar o seu

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direito real de usufruto; 16. São elementos integrantes do usufruto: a) um bem imóvel, b) o titular do domínio sobre o imóvel e c) o usufrutuário.

USURA:

Nada mais é do que a estipulação exagerada de juros, notadamente quando ultrapassa o máximo fixado em lei. Tal ocorrência dá-se normalmente nos contratos de mútuo e naqueles em que parte do pagamento é feito a posteriori, acrescido de juros sobre a importância em débito. A usura compromete o ato jurídico no seu duplo característico: moral e jurídico. O Decreto Federal nº 22.626, de 7 de abril de 1933, dispondo sobre juros em contratos, proíbe e pune quem em qualquer contrato, estipular juros excessivos. O que são juros excessivos? Sejam eles moratórios ou convencionais, são aqueles que excedem o previsto no artigo 406, do vigente Código Civil, “a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional”. Vulgarmente, a usura liga-se à agiotagem, que é a especulação ilícita sobre valores com a finalidade de obtenção de lucros exagerados, como a aplicação, a título de empréstimo, da moeda corrente nacional, que em determinadas situações resvala na ilegalidade.

UXÓRIO:

Respeitante a mulher casada (ver Outorga Uxória neste dicionário)

(V)

VACÂNCIA:

Estar Vago, no aspecto do Direito Administrativo. No Direito Sucessório, o sentido é assemelhado, pois identifica bens de alguém falecido, cujos herdeiros são desconhecidos, o que vale dizer, bens vagos ou sem dono.

VALOR DE MERCADO:

Valor de compra e venda que um imóvel atinge na prática e que é atribuído por especialistas no setor.

VALOR VENAL:

Valor atribuído pela prefeitura a cada imóvel, levando em conta sua metragem, localização, destinação e características. Literalmente, valor venal significa valor de venda.

VENDA DE NUA PROPRIEDADE:

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Quando um IMÓVEL é vendido e na escritura o vendedor expressamente declara que vende unicamente a nua-propriedade do mesmo, está expresso que o usufruto - direito áureo de usar e gozar do IMÓVEL - continua pertencendo a ele, vendedor. Contudo, o FORMALISMO a que se apegam alguns oficiais registradores leva-lhes a exigir que do título conste expressamente que o vendedor RESERVA PARA SI o usufruto não vendido, e mais, que ao usufruto reservado seja atribuído um valor. Exigência tipicamente formalista. Quem não vende o usufruto é porque o retém para si. Como se apurar esse valor do usufruto não vendido, há expresso preceito legal que o fixa, estabelecendo que o valor dos direitos reais de usufruto, uso e habitação ser de 1/3 do valor da propriedade e o valor da nua propriedade ser de 2/3 do valor do IMÓVEL (Art. 18 da Lei Estadual Nº 9.591 de 30 de dezembro de 1966). Uma simples e elementar operação aritmética daria o valor ao usufruto não vendido.

VIA PÚBLICA:

De maneira comum este termo pode ser: caminho de uso público. No perímetro urbano, tal caminho recebe o nome de rua. No perímetro rural, o de estrada. Tanto um como outro, de uso público. Também o vocábulo em questão significa logradouro, que na exposição de Aurélio é “o espaço livre, inalienável destinado à circulação pública de veículos e pedestres”. O fato é que a abertura de uma via pública não só altera a área do imóvel por ela abrangido, como também os seus característicos morfológicos, pelo que sua abertura, consequentemente sua existência, deve ser averbada na matrícula dos imóveis por ela abrangidos, conforme decidiu o Egrégio Conselho Superior da Magistratura, na Apelação Cível nº 11.631-0/5 (in Diário da Justiça de 31 de outubro de 1990, Caderno 1, pág. 27), com fundamento no princípio da especialidade e no princípio da disponibilidade, pois a abertura de uma via pública implica sempre na redução da área do imóvel e também altera os seus característicos.

VÍCIO REDIBITÓRIO:

Vício é defeito de uma coisa, e essa coisa pode ser um imóvel e esse pode ser objeto de uma escritura de venda e compra a ser lavrada por um cartorário. Redibitório, vindo do verbo REDIBIR, dá ao vocábulo marginado o sentido de que a coisa vendida (se for um imóvel) contém um defeito oculto que o torna imprestável ao seu uso, e que se o comprador o conhecesse, ou dele tivesse pleno conhecimento, não faria a compra. Esse defeito é o vício redibitório que justifica a anulação da escritura de venda e compra do imóvel, ou de qualquer outro tipo de contrato comutativo. O novo Código Civil disciplinou o vício redibitório nos artigos 441 a 446.

VINTENÁRIA (CERTIDÃO):

É a certidão emitida pelo Cartório de Registro de Imóveis contendo o histórico do imóvel nos 20 anos anteriores.

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VIÚVO ou VIÚVA:

Identifica o estado civil do cônjuge sobrevivente pela morte do outro, com quem fora casado civilmente. Hoje, com a Lei Federal 6.515, de 26 de dezembro de 1977, temos os seguintes estados civis: solteiro, casado, viúvo e divorciado, pois o divórcio, como a morte, dissolve o casamento. Dissolver é fazer desaparecer. Com o divórcio, o divorciado sobrevivente não deve ser qualificado como viúvo ou viúva, e sim como DIVORCIADO, estado civil que ele o adquiriu com o divórcio.

VOCAÇÃO HEREDITÁRIA:

O termo “vocação” tem, entre outros sentidos, também este: “ato de chamar”. Assim, vocação hereditária, no vocabulário imobiliário, o sentido do vocábulo deve ser este: ato de chamar os herdeiros de alguém que faleceu para virem receber a herança que por direito lhes cabe. É um instituto jurídico, integrante do Direito Sucessório, disciplinado pelo Código Civil no Livro V, Título I, Capítulo III, artigos 1.798 a 1.803 e nos artigos 1.879 a 1.844.

(Z)

ZONEAMENTO:

Divisão de um município em zonas com características urbanísticas (destinação, tipo de construção e de atividade) específicas: residencial, comercial, mista (comercial e residencial), industrial, área de preservação cultural, de preservação de mananciais etc. Deriva do verbo “zonear” e tem o sentido de dividir uma área de terreno em área URBANA ou RURAL, atribuindo a cada zona um destino certo e específico. É, na verdade, o zoneamento, ato exclusivo do Poder Público, na esfera de sua competência, uma restrição ao direito de propriedade, pois os imóveis situados nessas zonas têm um destino ou uma finalidade específica. Do conceito do vocábulo, é lícito ao cartorário falar em zona de fronteira, zona urbana, zona rural, zona de segurança, etc. Considerando o zoneamento em que o imóvel estiver situado, deixar de praticar o ato cartorário, se o mesmo ferir o zoneamento, estabelecido por lei específica e pelo Poder competente. O efeito do zoneamento, como dito acima, é uma limitação ao direito da propriedade imobiliária, já que um ESTADO SOBERANO inexiste, SEM GOVERNO, SEM POVO e SEM TERRITÓRIO. Do conceito de SOBERANIA ESTATAL é que decorre o poder do ESTADO (União, Estado, Município e Distrito Federal) para estabelecer o zoneamento do seu território.