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TERMOS DE REFERÊNCIA REALIZAÇÃO DE UMA PESQUISA SOBRE O FINANCIAMENTO DO SECTOR DA SAÚDE E O SEU IMPACTO NO ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE Actividade realizada no âmbito do Convénio AECID 18-CO1-1096: “Melhorar a saúde da população, com incidência nos seus Determinantes Sociais e especial enfoque na nutrição, através do fortalecimento dos Cuidados de Saúde Primários como a melhor estratégia para garantir o Direito à Saúde e a colaboração da sociedade civil, das instituições de pesquisa e do SNS” Data de início: Junho de 2020 Prazo final: Maio de 2021 Com apoio técnico e financeiro: Maputo, Abril de 2020

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TERMOS DE REFERÊNCIA

REALIZAÇÃO DE UMA PESQUISA SOBRE O

FINANCIAMENTO DO SECTOR DA SAÚDE E O SEU

IMPACTO NO ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE

Actividade realizada no âmbito do Convénio AECID 18-CO1-1096:

“Melhorar a saúde da população, com incidência nos seus

Determinantes Sociais e especial enfoque na nutrição, através do

fortalecimento dos Cuidados de Saúde Primários como a melhor

estratégia para garantir o Direito à Saúde e a colaboração da

sociedade civil, das instituições de pesquisa e do SNS”

Data de início: Junho de 2020

Prazo final: Maio de 2021

Com apoio técnico e financeiro:

Maputo, Abril de 2020

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ÍNDICE DE CONTEÚDOS

1. INTRODUÇÃO. .................................................................................................... 3

2. CONTEXTO E ANÁLISE DE SITUAÇÃO. .......................................................... 4

3. OBJECTO DE ESTUDO E OBJECTIVOS ESPECÍFICOS. ................................ 8

4. PRODUTOS ESPERADOS. ................................................................................ 9

5. ÂMBITO DA PESQUISA E ACTORES ENVOLVIDOS. .................................... 10

6. METODOLOGIA DE TRABALHO. .................................................................... 11

7. PREMISSAS BÁSICAS. .................................................................................... 14

8. EQUIPA DE PESQUISA. ................................................................................... 15

9. PRAZOS DA PESQUISA, ORÇAMENTO E DOCUMENTOS A APRESENTAR.

.......................................................................................................................... 16

10. CRITÉRIOS DE AVALIÇÃO DAS PROPOSTAS. ............................................ 18

11. SUBMISSÃO DAS PROPOSTAS. .................................................................... 19

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ................................................................ 19

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1. INTRODUÇÃO.

Desde o ano de 1994, a medicusmundi (MM) tem vindo a implementar diferentes projectos

em Moçambique, colaborando fundamentalmente com o Ministério da Saúde de Moçambique

(MISAU) e as suas estruturas descentralizadas (DPS, distritos e municípios). Nestes 26 anos,

foram realizados projectos no sector público de saúde, com uma filosofia de cuidados de

saúde primários (CSP), e focando-se nos níveis distrital, municipal e provincial. Nos

diferentes projectos / programas, são sempre respeitados os princípios de alinhamento,

pertinência, seguimento e respeito pela liderança do MISAU e das autoridades locais. Graças

a esta consolidada relação, consideramos que temos uma ampla experiência no

desenvolvimento integral e horizontal do sector da saúde, bem como um conhecimento dos

seus mecanismos de planificação e gestão, assim como da sociedade civil que tem vindo a

trabalhar para tornar efectivo o direito à saúde.

O direito à saúde é a condição essencial para o desenvolvimento dos indivíduos, das

comunidades e do país em geral.

A medicusmundi considera que a melhor forma de assegurar o direito à saúde é mediante

um sistema público de saúde forte, baseado nos princípios dos cuidados de saúde

primários para garantir a melhoria da saúde de toda a população, e com base sempre

também na atenção aos determinantes sociais da saúde (DSS).

O Governo de Moçambique, através do Ministério da Saúde, adoptou os cuidados de saúde

primários como a sua principal estratégia sócio-sanitária para a melhoria da saúde da

população. Esta orientação tem servido teoricamente de referência para todas as políticas de

saúde, em consonância com as recomendações estabelecidas pela própria OMS, que

considera que os cuidados de saúde primários podem resolver até 80% dos problemas de

saúde da população. Na verdade, o Plano Estratégico do Sector da Saúde 2014-2019

considera os cuidados de saúde primários como um dos principais princípios orientadores

da política de saúde no país.

No entanto, a prática mostra que os recursos financeiros, humanos e institucionais destinados

pelo Governo e, acima de tudo, os recursos fornecidos pelos seus parceiros, nem sempre são

aplicados nesse sentido.

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Assim sendo, nos últimos anos tem vindo a crescer a oferta de serviços de saúde privados,

especialmente na cidade de Maputo, o que poderia pôr em risco a igualdade de acesso ao

direito à saúde, considerando a realidade socioeconómica do país.

Estes Termos de Referência enquadram-se no âmbito de um projecto intitulado “Melhorar a

saúde da população, com incidência nos seus Determinantes Sociais e especial

enfoque na nutrição, através do fortalecimento dos Cuidados de Saúde Primários”.

2. CONTEXTO E ANÁLISE DE SITUAÇÃO.

O acesso à saúde constitui um direito universal e é um dos principais contribuintes para o

bem-estar de um país, pois melhora a qualidade de vida, cobrindo as necessidades de toda

a população.1

Após a independência em 1975, o governo Moçambicano estabeleceu um sistema nacional

de cuidados de saúde primários para alcançar a sua população rural pobre. O sistema teve

tanto sucesso que a Organização Mundial de Saúde (OMS) o citou como um modelo para os

países em desenvolvimento.1

A guerra civil levou à destruição de centenas de centros de saúde. Quase a metade das áreas

rurais nalgumas províncias estiveram privadas de todos os serviços de saúde por muitos anos.

As despesas do Governo em cuidados de saúde reduziram-se para 2% do orçamento

nacional, reflectindo a mudança de prioridades em detrimento da saúde, à medida que o país

lutava para se recuperar. Noutra fase, quase um quarto do Orçamento do Estado era dedicado

aos cuidados de saúde. Mais de 90% da população foi vacinada e 1.200 centros de saúde

rurais foram construídos e equipados com pessoal.3

Moçambique dispunha recentemente de 1.625 unidades sanitárias públicas, das quais 96%

prestavam cuidados de saúde primários, distribuídos por 11 províncias, 53 municípios e 157

distritos. Apesar da extensa rede sanitária pública, o último inquérito sobre o orçamento

familiar em Moçambique reportou que 68,3% da população tinha que percorrer uma distância

desde a sua casa até à unidade sanitária mais próxima com uma duração média de 30

minutos, mesmo assim com grandes desigualdades entre as diferentes províncias.6

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O financiamento ao sector da saúde registou um crescimento significativo no período em

análise, contudo há necessidade de mobilização de mais recursos e continuar a fazer

advocacia aos parceiros que canalizam recursos off-budget para on-cut, por forma a melhorar

a contabilização e captação dos recursos externos.

Importa salientar que os donativos em espécie alocados ao sector da saúde por mecanismo

off-budget, ainda não são totalmente captados para a sua inscrição no e-SISTAFE, o que

representa ainda um grande desafio para o Sector.6

Actualmente, os cuidados de saúde em muitos países africanos estão a cargo de uma

multiplicidade de actores, que compreendem tanto os serviços do Estado como o sector

privado lucrativo, mas também as caridades e as organizações da sociedade civil, as igrejas

e Organizações Não Governamentais, os organismos internacionais e as fundações.2

O estado de saúde dos indivíduos, comunidades e populações não é condicionado apenas

por processos genéticos e biológicos, mas também pelas condições sociais e económicas em

que as pessoas vivem. Estes determinantes sociais da saúde incluem factores políticos,

socioculturais, económicos, geográficos e o meio ambiente que influenciam o aparecimento

de doenças, o acesso e a utilização dos serviços de saúde. Porém, estes factores influem

de forma diferenciada sobre as regiões e grupos populacionais, resultando em iniquidades no

estado de saúde dos indivíduos, comunidades e populações.6

A prestação de serviços de saúde, em Moçambique, é feita por quatro tipos de prestadores.

O sector público, agrupado no SNS, é o mais abrangente, geográfica e tecnicamente. O

sector privado divide-se em lucrativo (de presença quase exclusiva em zonas urbanas) e

não lucrativo, constituído por ONGs nacionais e internacionais com fortes ligações com o

sector público. Os prestadores de serviços ao nível da comunidade cobrem parcialmente

as necessidades básicas nas áreas, sem a presença do SNS. Finalmente, os Praticantes de

Medicina Tradicional (PMT), de grande aceitação pelas comunidades, oferecem medicina

não alopática, complementar à ocidental.3

A dimensão e a abrangência do sector privado na provisão de serviços de saúde variam de

acordo com as respectivas subcategorias: os prestadores privados com fins lucrativos

limitam-se, praticamente, às zonas urbanas. Em particular, na Cidade de Maputo, mais de

metade dos estabelecimentos prestam serviço de farmácia e beneficiam, principalmente,

trabalhadores de grandes empresas, missões diplomáticas e clientes de seguradoras. Devido

ao fraco controlo deste sector e à falta de clareza quanto à sua regulamentação, pouca

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informação existe sobre à sua utilização, bem como sobre os recursos que utiliza, embora

seja assumido que os Recursos Humanos, e não só, são partilhados com o sector público.

Daí que o seu papel complementar na melhoria do acesso equitativo aos cuidados de saúde

careça de uma análise mais aprofundada.3

O sector privado não lucrativo é composto por uma variedade de ONGs, desde locais ou

nacionais, internacionais, ligadas a missões religiosas, de base comunitária, etc. Embora

algumas ONGs tenham uma orientação de caridade, participação e empoderamento, a

maioria das que operam no sector da saúde concentram-se na provisão de serviços em

estreita ligação com o sector público. O financiamento predominantemente externo destas

ONGs, a sua distribuição desigual pelo território nacional, a concentração num número restrito

de programas que muitas vezes exclui o fortalecimento das instituições nacionais, ameaça a

sustentabilidade dos seus programas e dificulta a implementação de políticas de redução das

iniquidades. O deficiente acompanhamento das suas actividades realça a necessidade de se

repensar em mecanismos eficazes de parceria com este sector, nomeadamente os

instrumentos de cooperação e outros mecanismos.3

No país, por razões culturais e de acesso aos cuidados de saúde, a maioria dos

moçambicanos são primeiro observados pelos Praticantes da Medicina Tradicional (PMT)

e sabe-se que a actividade realizada por estes abrange maior cobertura de serviços de

saúde primários nas comunidades (cerca de 70%). Estima-se que um PMT está para 200

habitantes. A integração deste grupo no SNS e a sua colaboração, como actores formais, nos

cuidados de saúde primários é de extrema importância, tendo em conta a situação de

insuficiência em que se encontra a cobertura dos serviços de saúde formais. Por outro lado,

é reconhecida a existência de plantas com valor medicinal apreciável, assim como cuidados

de saúde prestados por este grupo com resultados satisfatórios. Contudo, certos tratamentos

têm resultado em casos de intoxicação por medicamentos tradicionais, assim como algumas

práticas não garantem a segurança dos pacientes.3

O Sector da Saúde refere-se ao grupo de instituições de saúde que recebem dotações

orçamentais autónomas através do Orçamento do Estado. O Sector da Saúde é tutelado pelo

Ministério de Saúde (MISAU) a nível central e apoiado por 11 Direcções Provinciais de

Saúde (DPS) ao nível provincial e 150 Serviços Distritais da Saúde, Mulher e Acção Social

(SDSMAS) ao nível distrital.6 Além destes órgãos de gestão, a composição institucional do

Sector da Saúde também inclui a Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM), o

Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS), quatro Hospitais Centrais, cinco Hospitais

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Gerais, oito Hospitais Provinciais, um Hospital Distrital e um Hospital Psiquiátrico. No total, o

Sector da Saúde é constituído por 183 Unidades de Gestão de Beneficiários.

O Sector da Saúde é norteado pelo Plano Estratégico do Sector da Saúde.6

A Estratégia da Saúde possui sete objectivos estratégicos: (1) aumentar o acesso e a

utilização dos serviços de saúde, (2) melhorar a qualidade dos serviços de saúde, (3) reduzir

as desigualdades nas diferentes zonas geográficas e entre os diferentes grupos no acesso e

utilização dos serviços de saúde, (4) melhorar a eficiência dos serviços de saúde prestados,

(5) fortalecer as parcerias no sector, (6) aumentar a transparência e a responsabilização na

gestão dos recursos públicos e (7) fortalecer o sistema de saúde de Moçambique.7

Em Moçambique, o Sector da Saúde é financiado através de recursos internos (ou seja,

nacionais) e externos (ou seja, estrangeiros). Os recursos internos são arrecadados através

de impostos, tarifas, direitos e crédito interno. Os recursos externos incluem ajuda estrangeira,

doações e crédito externo. Os recursos externos estão divididos em três categorias: (i)

“contribuições do Pró-saúde”, (ii) “fundos de Projectos Bilaterais” e (iii) “doações em espécie”.8

O Sector da Saúde representa 10,6% do orçamento proposto para 2019, menos as

operações financeiras e o serviço da dívida é 8,2% de todo o orçamento. A participação de

10,6% (reconhecida pelo governo) é ligeiramente menor do que a do orçamento de 2018, mas

em paridade com a despesa do sector em 2017.

O orçamento proposto para o Sector da Saúde em 2019 sustenta-se em 85% com recursos

internos e 15% com recursos externos. Quando comparado com o rácio de 2008 (ou seja,

48% interno para 52% externo) é evidente que o Governo aumentou de forma progressiva a

sua contribuição para o Sector. No entanto, é importante notar que este rácio de financiamento

interno versus financiamento externo não considera recursos de fora do orçamento que são,

naturalmente, contribuições externas adicionais para o sector e não são rastreados nos

documentos de orçamento e das despesas.

As despesas recorrentes com a saúde na Proposta de Orçamento para 2019 representam

79% dos recursos totais do sector, enquanto as despesas como os investimentos representam

21%. A parcela proposta das despesas recorrentes em 2019 é a mesma que no Orçamento

de 2018 e nas despesas de 2017. No entanto, é importante mencionar que, há uma década,

as despesas recorrentes representavam 44% e as de investimento representavam 56% das

despesas orçamentais.8 e 11

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Espera-se que em 2019 os doadores sejam responsáveis por 71% dos investimentos na

saúde. Isso representa um aumento em relação ao Orçamento de 2018 quando o

financiamento externo aos investimentos foi de 66%.

Os maiores investimentos em saúde recomendados na Proposta de Orçamento para 2019

são na sua maioria financiados com fundos externos.9 e 10

3. OBJECTO DE ESTUDO E OBJECTIVOS ESPECÍFICOS.

3.1. Objecto de Estudo:

Descrever e analisar como os diferentes modelos de financiamento e provisão de serviços do

Sector da Saúde – públicos e privados – influenciam e impactam na qualidade, equidade no

acesso e garantia do direito universal à saúde, em Moçambique, particularmente na cidade

de Maputo.

3.2. Objectivos específicos:

OE1: Descrever e analisar o financiamento do sector público da saúde, partindo de

uma contextualização histórica e tendo em conta as fontes, fluxos, alocação e

objectivos, bem como a sua correspondência com a legislação e políticas em vigor.

OE2: Descrever e analisar em profundidade os serviços públicos prestados e a sua

cobertura actualmente em Moçambique, e em particular na cidade de Maputo, do

ponto de vista da sua eficiência, eficácia e qualidade, e tendo em conta as abordagens

de direitos humanos e de género.

OE3: Descrever e analisar em profundidade o financiamento do sistema privado de

saúde, bem como os serviços prestados e a sua cobertura actualmente na cidade de

Maputo, do ponto de vista da sua eficiência, eficácia e qualidade, e tendo em conta as

abordagens de direitos humanos e de género.

OE4: Realizar um estudo de caso sobre a percepção, o nível de satisfação e a

procura de serviços de saúde por parte da população, tendo em conta os diferentes

tipos de oferta de serviços (públicos, privados e tradicionais), na cidade de Maputo.

OE5: Comparar e analisar os diferentes modelos de financiamento do sector da

saúde – públicos e privados –, bem como o seu impacto nos serviços de saúde

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prestados à população, particularmente na cidade de Maputo, do ponto de vista da sua

cobertura, qualidade e equidade no acesso, e tendo em conta as abordagens de

direitos humanos e de género.

4. PRODUTOS ESPERADOS.

De forma específica, os produtos esperados desta consultoria são:

1. Uma proposta técnica e metodológica amplamente desenvolvida e detalhada para

levar a cabo a pesquisa e que inclua: fases e plano de trabalho acordado com a

medicusmundi; orçamento pormenorizado por rúbricas e actividades; descrição dos

tipos de metodologia e ferramentas a usar; justificação e pertinência da proposta.

2. Um protocolo de pesquisa com a metodologia proposta para alcançar os objectivos

do estudo, aprovado pelo Comité de Ética correspondente.

3. Um estudo descritivo e analítico do modelo de financiamento do Sistema Nacional

de Saúde existente na actualidade, tanto com fundos externos como do Orçamento

do Estado, que inclua fontes, fluxos e alocação, além de uma contextualização

histórica da legislação e das políticas de saúde, em Moçambique (OE1-OE2).

4. Um estudo descritivo e analítico do modelo de financiamento do sistema privado

de saúde, na actualidade, os serviços prestados e a cobertura, na cidade de Maputo,

que inclua fontes, fluxos e alocação, do ponto de vista da sua eficiência, eficácia e

qualidade (OE3).

5. Um estudo de caso, qualitativo, sobre a percepção, o nível de satisfação e a procura

de serviços de saúde por parte da população na cidade de Maputo (OE4).

6. Um relatório intermédio da pesquisa, com as actividades realizadas, dificuldades e

recomendações para o processo em curso.

7. Um estudo comparativo e propositivo dos diferentes modelos de financiamento do

sector da saúde – públicos e privados –, assim como o seu impacto nos serviços de

saúde prestados à população, em cobertura, qualidade e equidade no acesso (OE5).

8. Dois artigos científicos e/ou especializados (estudo de caso e estudo comparativo-

analítico), para a sua publicação, com um número máximo de 18 páginas por artigo.

9. Um relatório final da pesquisa (preliminar e definitivo – aprovado) com a descrição

do processo desenvolvido, as principais conclusões, lições aprendidas e

recomendações para o sistema público de saúde de Moçambique, bem como uma

proposta de futuras linhas de pesquisa para a medicusmundi.

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5. ÂMBITO DA PESQUISA E ACTORES ENVOLVIDOS.

O âmbito da pesquisa é local, isto é, a cidade de Maputo, embora se deva ter em conta o

contexto nacional na análise a realizar. Não se considera necessário, por critério da entidade

contratante, a medicusmundi, deslocar-se para fora da cidade de Maputo. Neste sentido,

tanto para realizar o estudo de caso proposto, como para efectuar entrevistas com

informantes-chave e reuniões com grupos focais, é necessário trabalhar na cidade de Maputo.

Os trabalhos serão levados a cabo pela equipa de pesquisa contratada, sob orientação e

coordenação da pessoa líder da equipa, em estreita colaboração com a equipa directiva e

técnica da medicusmundi (em Espanha e em Moçambique). Esta será, ao mesmo tempo, o

elo de ligação entre os diferentes actores envolvidos, prestando todo o apoio necessário, a

partir dos seus escritórios em Maputo e em Espanha, tanto ao nível organizacional, como

logístico e técnico, sempre e quando este for previamente planificado e não interferir com o

decorrer de outras actividades.

Privilegiar-se-á: uma abordagem intersectorial e plural das questões do estudo,

abrangente da realidade, que considere a diversidade de pensamentos e opiniões, em

conformidade com as características da pesquisa, e que tenha em conta os enfoques

transversais de género e de direitos humanos, sem discriminar nenhuma pessoa ou sector

social por qualquer razão.

Neste sentido, esta pesquisa sobre o financiamento do sector da saúde e o seu impacto no

acesso aos cuidados de saúde para a população, obriga necessariamente à realização de

uma identificação e análise que vai mais além das questões de saúde, estritamente

falando, porque toca igualmente outras questões da política, da cultura e da economia

nacionais, que influem na situação de saúde e nas condições de vida das pessoas de todas

as idades e classes sociais, dos agregados familiares, sem esquecer do pessoal da saúde e

outros/as trabalhadores/as relacionados/as com o sector.

O estudo deverá, portanto, contar pelo menos com a participação das seguintes

instituições e actores, que serão envolvidos como grupos-alvo ou informantes-chave:

Ministério da Saúde (MISAU);

Instituto Nacional de Saúde (INS);

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Serviços Públicos de Saúde em Maputo;

Serviços Privados de Saúde em Maputo;

Empresas e Seguradoras prestadoras de Serviços de Saúde em Maputo;

Agências de Cooperação Internacional (bilaterais e multilaterais);

Fundos Globais;

Fundações e outro tipo de entidades privadas (filantrópicas, religiosas, etc.);

Organizações da Sociedade Civil (OSC);

Organizações Não Governamentais (ONG), nacionais e internacionais;

População e famílias da cidade de Maputo;

Outros agentes e organizações que possam ser posteriormente identificadas.

6. METODOLOGIA DE TRABALHO.

Tipo de estudo: descritivo e analítico. O estudo combinará o uso de métodos e técnicas

qualitativas e quantitativas (estudo de caso), embora priorize as qualitativas; e terá como foco

as questões de financiamento dos cuidados de saúde em Moçambique e, em particular, na

cidade de Maputo, aplicando as abordagens transversais de género e de direitos humanos.

Desenho do estudo: A pesquisa irá envolver uma análise documental de uma vasta

variedade de documentos relacionados com a legislação anterior e vigente, as políticas

nacionais e internacionais, bem como as directrizes e estratégias usadas para a sua aplicação

no financiamento dos cuidados de saúde em Moçambique e, em particular, na cidade de

Maputo.

A população-alvo da pesquisa serão, por um lado, os actores-chave (públicos e privados)

que trabalham na área de saúde e que têm um amplo conhecimento sobre gestão e

financiamento da saúde, dado o seu papel no sector; e, por outro lado, e apenas para o estudo

de caso, a população e os agregados familiares da cidade de Maputo. A amostra da população

de Maputo será só uma amostra representativa e seleccionada aleatoriamente. Cada equipa

de pesquisa descreverá, como parte de sua proposta metodológica, o procedimento de

determinação da amostra representativa da população dos bairros de Maputo.

As variáveis do estudo serão identificadas, categorizadas e priorizadas pela equipa de

pesquisa como parte de sua proposta técnica, considerando entre elas alguns indicadores de

qualidade e cobertura, no âmbito dos determinantes sociais da saúde, como por exemplo:

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Acessibilidade dos serviços de saúde oferecidos à população;

Qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população;

Origem, condições e custos financeiros dos fundos para o financiamento dos serviços

de saúde (públicos e privados);

Destino dos fundos recebidos, quais dos aspectos que foram usados ou investidos

(em percentagem), níveis de aproveitamento;

Análise custo-benefício de um mesmo serviço de saúde prestado por um provedor

público e outro privado;

Fortalecimento / debilitação das entidades e serviços públicos;

Privatização e mercantilização dos serviços de saúde;

Grupos de interesse: políticos, económicos, sociais, pessoal da saúde, outros;

Movimentos da sociedade civil e o seu impacto nas políticas e estratégias do MISAU;

A análise de género: papéis, relações e desigualdades de género;

A análise social: população beneficiada / prejudicada; urbano, peri-urbano e rural.

Situação socioeconómica comunitária e familiar;

Outros.

Para a recolha de informação com a metodologia da pesquisa participativa – analítica, com

enfoques de género e de direitos humanos, serão tidas em conta as estratégias usadas

geralmente neste tipo de estudos para evitar uma possível distorção causada por aspectos

socioculturais, de percepção da linguagem, interpretação da informação, etc.

Espera-se uma análise em profundidade, descritiva e com inferência dos dados, através do

uso das ferramentas e técnicas qualitativas e participativas que sejam consideradas

oportunas, e com o envolvimento dos grupos de interesse durante as fases da pesquisa.

Neste sentido, espera-se a realização de entrevistas estruturadas a diferentes actores-

chave (públicos e privados) que trabalham na área de saúde, para assim aferir qual tem sido

a sua área de intervenção no âmbito dos cuidados de saúde, o seu conhecimento e

experiência sobre a história e as políticas de acesso à saúde, bem como a legislação anterior

e vigente nas questões de financiamento do sector da saúde no país.

Também, a recolha de dados será feita mediante:

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Análise da documentação de arquivo;

Entrevistas semi-estruturadas;

Observação directa;

E, em especial, discussões em grupos focais.

Para o estudo de caso sobre a percepção, o nível de satisfação e a procura de serviços de

saúde por parte da população na cidade de Maputo, serão aplicados inquéritos, após a sua

testagem e validação, destinados a uma amostra representativa (não estatística) de

população diversa.

A descrição pormenorizada da metodologia proposta pelas equipas de pesquisa

concorrentes será analisada com especial interesse durante a fase de avaliação das

propostas recebidas.

A pesquisa terá as seguintes fases de implementação e tipos de estudo / análise para cada

uma:

Nº Fases Produtos Actividades principais

Fase 1: Preparatória. Proposta técnica e

metodológica. Protocolo de pesquisa.

Finalização do desenho do protocolo, com as variáveis, amostras, metodologias e técnicas a usar nas fases sucessivas da pesquisa.

Fase 2: Pesquisa Descritiva e Analítica.

Estudo descritivo e analítico do modelo de financiamento do SNS, na actualidade.

Estudo descritivo e analítico do modelo de financiamento do sistema privado de saúde, os serviços prestados e cobertura, na cidade de Maputo.

Estudo de caso sobre a percepção, o nível de satisfação e a procura de serviços de saúde da população de Maputo.

Relatório intermédio.

Revisão, estudo e análise da bibliografia, documentação e arquivos existentes.

Entrevistas estruturadas e semiestruturadas a pessoas-chave.

Reuniões com grupos focais e grupos-alvo de interesse.

Observação directa. Trabalho de campo e recolha de

dados nos bairros de Maputo. Processamento dos inquéritos e das

informações obtidas. Elaboração do relatório.

Fase 3: Pesquisa Comparativa e Propositiva.

Estudo comparativo e propositivo dos diferentes modelos de financiamento do sector da saúde – públicos e privados – existentes.

2 Artigos científicos e/ou especializados baseados nos estudos apresentados.

Elaboração do rascunho do Estudo Comparativo.

Reuniões com grupos focais e de interesse para debater as ideias centrais do Estudo.

Elaboração, discussão e avaliação dos artigos científicos.

Proposta de difusão dos artigos.

Fase 4: Relatório Final da Pesquisa.

Relatório preliminar. Relatório definitivo e aprovado.

Elaboração do relatório de pesquisa e discussão com as participantes, as parceiras, assim como as instituições públicas que estarão integradas.

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É essencial respeitar as fases e os tipos de estudo para cada fase, pois será imprescindível

concluir bem uma fase e receber a aprovação da medicusmundi antes de passar à seguinte,

o que incluirá o pagamento correspondente.

Local do Estudo: O estudo irá decorrer na área urbana e peri-urbana da cidade de Maputo.

A língua de trabalho, assim como a dos documentos e produtos realizados será a língua

portuguesa, de acordo com as normas adoptadas em Moçambique.

Aspectos éticos: O estudo deverá ter um protocolo de pesquisa que será submetido para

a sua revisão e aprovação pelo Comité de Ética correspondente; e nenhuma actividade da

pesquisa será iniciada antes da aprovação do mesmo.

7. PREMISSAS BÁSICAS.

A equipa / entidade de pesquisa, ao abrigo do contrato a efectuar com a medicusmundi,

deverá manter rigor, isenção e descrição na execução das suas funções e trabalhos; assim

como a necessária confidencialidade de toda e qualquer informação a que tiver acesso.

As premissas básicas de comportamento ético e profissional por parte da equipa / entidade

de pesquisa que for contratada deverão incluir:

Responsabilidade. Qualquer discordância ou divergência de opinião que possa surgir

entre os membros da equipa de pesquisa, ou entre eles e os responsáveis da

medicusmundi, serão discutidas e acordadas no seio da entidade adjudicadora dos

trabalhos.

Integridade. A equipa / entidade de pesquisa que for contratada terá a

responsabilidade de destacar as questões não especificamente mencionadas nos

presentes termos de referência, se necessário, para obter uma análise mais completa

da intervenção.

Reconhecimento da informação. Cabe à equipa / entidade de pesquisa que for

contratada assegurará a precisão das informações recolhidas para a elaboração dos

produtos e, finalmente, a mesma será responsável pelas informações apresentadas

na versão final.

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Incidentes. Se surgirem problemas durante a realização do estudo, ou em qualquer

outra fase dos trabalhos, estes devem ser comunicados imediatamente à entidade

contratante (medicusmundi). Caso contrário, a existência de tais problemas não

poderá de nenhum modo ser utilizada para justificar o fracasso em obter os resultados

previstos na presente declaração de Termos de Referência.

Direitos de autor e de divulgação. Os produtos realizados serão propriedade da

medicusmundi. A medicusmundi, como entidade beneficiária da prestação dos

serviços / trabalhos efectuados, tem o direito de poder usar o produto final, com o fim

de o implementar em futuros projectos em Moçambique.

Penalidades / Sanções. Em caso de atraso na entrega dos produtos ou no caso em

que a qualidade dos mesmos for claramente inferior à exigida, serão aplicadas as

penalidades previstas no contrato a ser assinado.

8. EQUIPA DE PESQUISA.

A equipa de pesquisa deverá ter um perfil de investigação multidisciplinar nas áreas da

saúde pública, economia da saúde e/ou políticas da saúde, sendo avaliados de forma positiva

os trabalhos realizados e publicados nos seguintes âmbitos:

Financiamento e funcionamento dos sistemas de saúde, público e privado, na

prestação dos cuidados de saúde à população;

Análise do orçamento e despesa pública no sector da saúde;

Acesso da população aos serviços de saúde;

Análise de políticas do sector da saúde;

Responsabilização social, direitos e deveres dos cidadãos;

Iniquidades em saúde

Determinantes sociais da saúde;

Outros relevantes.

A pessoa líder da equipa de pesquisa (investigador/a sénior) deverá ter experiência

comprovada no desenho e condução de pesquisas em saúde (mínimo 5 anos).

Serão avaliadas igualmente de forma positiva:

Experiência de pesquisa em Moçambique, com conhecimentos sólidos sobre o seu

contexto histórico, social, económico, cultural e político.

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Conhecimento da estrutura orgânica e funcional do Ministério da Saúde (MISAU),

desde o nível nacional até ao nível distrital, bem como do processo de

descentralização de competências levado a cabo nos últimos anos em Moçambique.

Conhecimento do contexto específico moçambicano ao nível das suas estratégias e

políticas públicas de saúde; prestação pública e prestação privada dos cuidados de

saúde.

Experiência prévia na realização de estudos de caso que envolvam o uso de técnicas

de amostragem aleatória, inquéritos à população, entre outras técnicas quantitativas-

qualitativas relevantes.

Experiência prévia de pesquisa com aplicação das abordagens de género e de direitos

humanos.

9. PRAZOS DA PESQUISA, ORÇAMENTO E DOCUMENTOS A

APRESENTAR.

Pretende-se que a execução destes trabalhos de pesquisa tenha uma duração aproximada

de 12 meses, a partir da assinatura do contrato (datas prováveis de vigência do contrato: 1

de Junho de 2020 até 31 Maio de 2021).

As propostas de pesquisa a serem apresentadas deverão estar em concordância com o

seguinte cronograma (as modificações serão devidamente comunicadas, justificadas e

acordadas com a entidade contratante):

Actividades / Ano 2020 2021

Assinatura do contrato com equipa de pesquisa selecionada. 31 de Maio

Proposta técnica e metodológica amplamente desenvolvida e detalhada: fases e plano de trabalho; orçamento; tipos de metodologia e ferramentas a usar; justificação e pertinência da proposta.

30 de Junho

Protocolo de pesquisa com a metodologia proposta para alcançar os objectivos do estudo, aprovado pelo Comité de Ética correspondente.

31 de Agosto

Entrega dos seguintes estudos: - Estudo descritivo e analítico do modelo de financiamento do SNS na actualidade, tanto com fundos externos quanto do orçamento do estado, que inclua uma contextualização histórica da legislação e das políticas de saúde, em Moçambique.

30 de Novembro

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Actividades / Ano 2020 2021

- Estudo descritivo e analítico do modelo de financiamento do sistema privado de saúde, na actualidade, os serviços prestados e a cobertura, na cidade de Maputo.

Entrega do estudo de caso sobre: - A percepção, o nível de satisfação e a procura de serviços de saúde por parte da população na Cidade de Maputo.

31 de Janeiro

Entrega do relatório intermédio da pesquisa, com as actividades realizadas, dificuldades e recomendações para o processo em curso.

Entrega do seguinte estudo: - Estudo comparativo e propositivo dos diferentes modelos de financiamento do sector da saúde – públicos e privados –, assim como o seu impacto nos serviços de saúde prestados à população.

31 de Março

Entrega de dois artigos científicos e/ou especializados baseados nos estudos anteriormente apresentados e aprovados.

30 de Abril

Entrega do relatório final com a descrição do processo desenvolvido, conclusões, lições aprendidas e recomendações: - Preliminar - Definitivo

15 de Maio 31 de Maio

Divulgação dos resultados da pesquisa (medicusmundi). Entre Junho e Novembro

As propostas devem incluir:

1. Uma proposta técnica preliminar, onde se devem incluir: um enquadramento teórico

/ conceptual, a metodologia e ferramentas que se consideram necessárias em cada

fase / produto, bem como uma fundamentação (justificação e pertinência) da proposta

técnica apresentada, de modo a alcançar os objectivos indicados nestes mesmos TDR;

2. Um cronograma de trabalho. Este deve respeitar os prazos indicados nos TdR. No

caso de que sejam apresentadas modificações e / ou sugestões de melhoria, estas

devem seguir uma correlação lógica entre as diferentes etapas desenvolvidas no

mesmo, estar devidamente fundamentadas e devem ser aprovadas pela entidade

contratante;

3. Um orçamento detalhado: considerando todos os itens, incluindo todo o tipo de

despesas, taxas (incluindo eventual apresentação e aprovação do protocolo de

pesquisa por parte do respectivo Comité de Ética, se necessário), impostos e demais

contingências derivadas do conjunto dos trabalhos de pesquisa;

4. O perfil dos candidatos (CV), incluindo os principais méritos da equipa de pesquisa,

assinalando a experiência de cada um/uma em trabalhos da mesma natureza e as

publicações realizadas;

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5. As propostas devem ser submetidas em português.

6. Duas (2) cartas de referência de entidades ou organizações para as quais prestaram

serviços semelhantes.

O custo total máximo dos serviços contratados, incluindo IVA / IRPS e outros impostos, taxas,

viagens e demais contingências, não pode superar o montante de 25.000,00 euros. Os

pagamentos previstos de acordo com a entrega dos produtos esperados em cada fase da

pesquisa, são os seguintes:

Fases Actividade Produto

esperado entregue

Pagamento

Fase 1 Assinatura do contrato. 20%

Proposta técnica e metodológica aprovada Protocolo de Pesquisa aprovado

1 2

10%

Fase 2

Estudo descritivo e analítico SNS Estudo descritivo e analítico sector privado Estudo de caso Relatório intermédio

3 4 5 6

30%

Fase 3 Estudo comparativo e propositivo Artigos científicos e/ou especializados (2)

7 8

30%

Fase 4 Relatório Final: - Preliminar - Definitivo (aprovado pela medicusmundi)

9 10%

10. CRITÉRIOS DE AVALIÇÃO DAS PROPOSTAS.

Na proposta técnica serão considerados os seguintes critérios gerais de avaliação:

# CRITÉRIOS DE AVALIAÇÂO

TOTAL: 100 PONTOS PONTUAÇÃO

1

Experiência e conhecimento comprovados nos seguintes domínios / áreas / linhas de pesquisa e de análise do sector da saúde:

Financiamento e funcionamento do SNS; Financiamento e funcionamento do sistema privado de

prestação de cuidados de saúde; Processo de descentralização do sector da saúde; Orçamento e despesa pública no sector da saúde; Planos estratégicos e políticas do sector de saúde; Responsabilização social, direitos e deveres dos cidadãos; Satisfação, percepção e procura de cuidados de saúde por

parte da população; Determinantes sociais da saúde; Abordagem de Género; Abordagem de Direitos Humanos; Outros relevantes.

30

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19

# CRITÉRIOS DE AVALIAÇÂO

TOTAL: 100 PONTOS PONTUAÇÃO

Imprescindível ter experiência comprovada no desenho e condução de pesquisas em saúde.

2

Proposta técnica: Enquadramento. Domínio da área temática. Objectivos. Metodologia. Plano de pesquisa.

30

3

Proposta Financeira: Dentro do tecto orçamental disponível. Inclui todas as despesas e recursos necessários. Inclui todas as despesas relacionadas com impostos e taxas

necessárias.

20

4 Cronograma detalhado. 10

5 Apresentação dos documentos solicitados nos TdRs (CV, Cartas de referências, etc.).

10

PONTUAÇÃO FINAL. 100

11. SUBMISSÃO DAS PROPOSTAS.

As equipas de pesquisa (entidades) interessadas devem enviar a sua proposta, incluindo as

propostas técnica e financeira (que deverá ter em conta todas as despesas: honorários,

impostos, taxas, transporte, etc.), cronograma de trabalho, CVs e Referências a:

[email protected] e [email protected],

indicando o assunto “Pesquisa Financiamento Sector Saúde em Moçambique -

medicusmundi”.

O prazo de recepção das propostas é até: 19 de Maio de 2020.

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1. WHO (2013): Arguing for universal health coverage, Geneve.

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20

2. Carvalho, C. (2018): Mulheres no mercado da saude (Introdução). Coimbra, Almedina,

17-45.

3. MISAU (2018): Relatório anual de balanço de sector de saúde. Maputo.

4. Forquilha, S.C.; Chicumbe, S.; et al. (2018): Descentralização no sector da saúde:

alcance e implicações para os cuidados de saúde primários. Medicus Mundi-IESE-INS.

Maputo.

5. MISAU (2018): SARA 2018. Inventário Nacional de Infra-estruturas, Recursos,

Equipamentos e serviços de Saúde. Maputo.

6. MISAU (2018b): Relatório de execução orçamental sector saúde. Maputo.

7. MISAU (2013): Plano Estratégico do Sector de Saúde 2014-2019. Maputo.

8. UNICEF (2018): Informe Orçamental de Saúde. Maputo.

9. UNICEF (2019): Análise dos sectores económico e social. Maputo.

10. Weimer, B. (2012): Saúde para o povo? Para um entendimento da economia política

e das dinâmicas da descentralização no sector da saúde em Moçambique. In Weimer,

B. (org) (2012): Moçambique: Descentralizar O Centralismo. Economia política,

recursos e resultados. Maputo, IESE, pp. 423-456.

11. FMO (2020): Orçamento da saúde: a disparidade entre o discurso político e a prática

(Policy Brief). Maputo