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CURSO PRTICO E ESPECFICO PARA ELABORAO DE RELATRIOS E PARECERES NO SETOR [email protected] (61) 91586666

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SUMRIO

PGINA

APRESENTAO

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PARTE A Aspectos Gerais do Texto1. 2. 3. 4. O Relatrio como instrumento de Comunicao Escrita Comunicao Escrita Profissional Nveis de Comunicao Qualidades Essenciais do Texto 5. Vcios de Linguagem 6. Emprego dos Pronomes de Tratamento 04 05 06 07 15 15

PARTE C Padronizao do Texto7. 8. 9. 10. 11. 12. Planejamento do Texto Escrita de horas Uso de siglas Escrita de nmeros Caminhos para uma boa Redao Questes Tcnicas para Uniformidade do Texto 22 24 24 25 26 28

PARTE D Aspectos Gerais da Elaborao de Relatrios e Pareceres13. O Relatrio como instrumento de Comunicao Escrita 14. Organizao do Relatrio 15. Tipos de Relatrios 16. Estrutura do Relatrio 17. Elementos que podem compor a estrutura do Relatrio 18. Fases da Elaborao do Relatrio e do Parecer 19. A Organizao do Relatrio e a Organizao das Informaes 20. Modelos de Relatrio e Parecer 21. Exerccios 22. Parecer Tcnico 23. Modelo de Parecer 28 30 31 34 34 36 36 36 41 43 45

24.A Reviso 25. Exerccios

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PARTE E -

26. Bibliografia

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APRESENTAO

Em nenhum momento da histria da humanidade foi to importante desenvolver e aprimorar a gerao, a absoro e a difuso de informaes e de tecnologia. Em um mundo cada vez mais competitivo, as palavras de ordem so eliminar entraves burocrticos e barreiras tecnolgicas e adotar polticas de flexibilizao e adequao s mudanas de comportamento de uma sociedade cada vez mais exigente e consciente de seus direitos. Nesse novo contexto, a escrita tcnica ganha um relevo todo especial. So centenas, milhares de textos a serem produzidos, revisados, adaptados e reescritos. So normas, procedimentos, manuais, relatrios de pesquisa e textos afins, que devem chegar todos os dias a leitores vidos por obter informaes, produtos e servios capazes de exceder s melhores expectativas. Dominar a linguagem escrita com preciso tornou-se ferramenta vital para a propagao do conhecimento, e o profissional que conseguir aliar conhecimento tcnico e qualidade comunicativa ser cada vez mais valorizado e requisitado pelo mercado de trabalho. Isso porque essa sociedade que tem pressa sepultou de vez a imagem extica do cientista enfurnado em seu laboratrio, que no tinha que prestar contas ou fazer concesses a ningum que no a seus pares ou superiores imediatos. Se hoje vivemos a era da informao e do conhecimento, torna-se inevitvel a constatao de que a escrita tcnica ter forosamente de se adaptar s exigncias desses novos tempos, em que os avanos notveis da informtica propiciaram a expanso e a democratizao do conhecimento. Diante da Publicidade infinitamente maior da informao, todo e qualquer esforo no sentido de imprimir maior Transparncia e Clareza s comunicaes ser bem-vindo e apreciado pela sociedade, sem que isso necessariamente signifique que o redator de textos tcnicos tenha que abrir mo das peculiaridades inerentes a seu ofcio. Diferentemente do texto jornalstico contexto em que se admite linguagem mais distensa e muitas vezes prxima da linguagem oral a escrita tcnica deve preservar a Formalidade. Isso implica a eliminao de coloquialismos e de regionalismos, alm do respeito rigoroso s regras gramaticais, caracterizadoras do padro culto da Lngua. Nessa mesma linha de raciocnio, o redator deve ainda evitar linguagem figurada, malabarismos verbais, contorcionismos sintticos, abuso de sinnimos e outros recursos de estilo, considerados imprprios ao contexto da escrita tcnica. Em nome da clareza, objetividade e impessoalidade devem comandar o processo comunicativo. Este curso tem como objetivo aprimorar tcnicas de elaborao de textos escritos, como Relatrios e Pareceres, para auxili-los na rdua tarefa de redigir.

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O RELATRIO COMO INSTRUMENTO DE COMUNICAO ESCRITA Qual foi a ltima vez que voc precisou ler um relatrio escrito por outra pessoa? Gostou do que leu, ou pelo menos achou fcil? Com que impresso ficou sobre o assunto ou sobre o autor do texto? O texto o estimulou, de imediato, a concordar com sua mensagem ou a partir para a ao? Provavelmente no. Na maioria das vezes, os relatrios no so bem escrito e um texto mal redigido causa desinteresse. Um bom relatrio uma coisa rara por inmeras razes. Muitas vezes so escritos com pressa, tomam como modelo frmulas ou formatos ultrapassados ou so realmente documentos padronizados, talvez um pouco distorcidos para satisfazer a exigncia de uma ou outra chefia. Alm disso, eles sempre tm falhas que praticamente asseguram que ser um aborrecimento sua leitura. Carecem de estrutura, de lgica e de estilo. Usam dez palavras para exprimir uma ideia que poderia ser expressa em trs. Tais relatrios so de difcil compreenso e podem realmente desinformar, falhando, portanto, quanto proposta almejada. O modo de trabalhar desempenha um papel preponderante. Grande parte do que se escreve parece feito no piloto automtico e os vcios que enfraquecem tanto o que poderia ser uma boa redao tcnica, comprometem o texto, porque deixamos de pensar sobre o qu estamos fazendo. Redigir fruto de um trabalho rduo. Lembre-se: quem escreve pode at copiar, mas quem redige, cria, d vida ao texto. Veja, 99% (noventa e nove por cento) transpirao mesmo e apenas 1% (um por cento) pode ser inspirao, portanto empenhe-se sempre em melhorar, pois na vida profissional voc redigir o tempo todo. Quanto mais voc escreve mais melhora sua produo textual. Como acontece em muitos casos, o que faz a qualidade do texto no um nico fator e sim uma combinao deles. Um relatrio produto de uma reflexo sria, no deve ser escrito s pressas, Deve ser bem revisado, sem mistura de gria profissional, palavrrio empolado e confuso. No se quer aqui, na verdade, apenas criticar os modelos j existentes, de maneira negativa. O que se quer dar oportunidade s pessoas que redigem dessa forma produzir algo melhor para seus leitores e consequentemente para sua instituio. Sabemos que o profissional hoje tem muitas tarefas a cumprir, mas necessitamos de momentos mais tranquilos para redigir. H vrias maneiras de se conseguir isso. Desde uma boa negociao com o chefe at mesmo procurando se isolar dentro da prpria instituio. Preparar um bom relatrio no se resume em tomar uma srie de cuidados. O processo delicado. Cuidado porque muito fcil perder o sentido do que voc est querendo dizer. Uma orao, uma frase ou at mesmo uma palavra mal empregada podem comprometer a clareza do texto. O cuidado com os detalhes para evitar erros fundamental. Os relatrios devem causar no leitor uma boa impresso e serem de fcil leitura. fundamental que se tenha um estilo agradvel e acessvel. A preocupao com o leitor deve ser o tema central do seu texto. Voc s precisa ter em mente as ocasies em que deve se comportar mais como leitor do que como autor. Os leitores precisam sentir que o relatrio foi escrito na linguagem adequada para eles visando s suas necessidades. s vezes necessrio fazer duas verses do texto, uma mais tcnica e outra para os no-especialistas, de modo que, assim, ambos os grupos se percebam considerados. Como resultado, seus relatrios parecero legveis e a recompensa a de que eles realmente sero lidos. Portanto, voc precisa saber que objetivos pretende alcanar. Escrever um relatrio deve ser encarado como um meio para atingir um fim. Voc precisa saber claramente por que o est redigindo. necessrio estabelecer objetivos bem definidos. Nunca se deve colocar diante da tela do computador sem ser capaz de responder pergunta: Por que estou escrevendo este documento? E faz-lo de modo direto, preciso e exato. Por isso muito importante elaborar um planejamento para compor seu texto. Ele vai lhe auxiliar a produzir um documento dentro dos padres de qualidade exigidos em seu trabalho.

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PARTE A - Aspectos Gerais do Texto Comunicao Escrita ProfissionalPensamos com palavras e, ao escrever, procuramos captar nossos pensamentos. Escrever , portanto, um processo criativo que nos ajuda a selecionar nossas ideias, preservando-as para posterior considerao. ROBERT BARRASS

Ao nos comunicarmos com outra pessoa, temos sempre algum objetivo. Ento, preciso que nos fixemos em trs elementos bsicos: Emissor Receptor Mensagem o servio pblico a audincia (quem ler o documento) o documento expedido pelo poder pblico

Para que nosso objetivo seja alcanado, necessrio que o receptor da mensagem a entenda perfeitamente; caso contrrio, o processo de comunicao no se completa e o esforo e o tempo gastos por ambas as partes tero sido em vo. Escrever bem escrever muito? utilizar termos que levem o leitor, repetidas vezes, busca do dicionrio? esbanjar conhecimento de forma desnecessria? Definitivamente NO. Devemos, com urgncia, tomar como norma mxima e irremovvel, que escrevemos para nos comunicar, no para impressionar. Irretocvel. O que se diz para a redao de atos normativos, pode se dizer para todos os tipos de comunicao (oral ou escrita), desde um simples comunicado, at um Memorando a um departamento. A falta de clareza e de conciso, bem como algumas outras armadilhas que tornam confusa nossa comunicao, sero abordados adiante, no intuito de, tomando conscincia de que existem, podermos evit-las.

AUDINCIA sabido que, no decorrer de nossa vida profissional e pessoal, tratamos com pessoas dos mais variados nveis intelectuais e, por conseguinte, de percepo. Fica claro que, com um mnimo de bom senso, devemos saber nos dirigir a cada uma delas de maneira que a mensagem lhe fique inteiramente ntida, sob pena de o processo de comunicao no se concretizar. a chamada adequao vocabular. Precisamos ter em mente que o foco do falante ou redator est no leitor e que, ao redigir algo, deve ter clareza que para algum ler. Em nenhuma instituio h uma audincia nica. Existem setores que se obrigam a comunicar com receptores desiguais quanto ao entendimento da mensagem que estamos querendo transmitir. Seria razovel dirigirmo-nos a um pequeno agricultor, em princpio com poucas "luzes", dizendo que "o teor contraditrio e intempestivo de sua consulta no nos d margem a uma resposta peremptria, inobstante possamos rev-la oportunamente e luz de fatores supervenientes? Resposta extremamente incua travestida de "primorosa redao". Incua porque, no sendo entendida, vai obrig-lo a nos procurar novamente, acarretando mais uma resposta, mais tempo despendido, mais papel (ou voz), perda de tempo, desperdcio de material, mais... mais... No se trata de discriminao, mas repetimos, de bom senso. Talvez o cliente s quisesse saber se haveria onde buscar recursos para iniciar uma plantao de cebolas. Bastaria que dissssemos: - "Sim, em tal lugar" ou, simplesmente, "Infelizmente, no". E, ainda que o interlocutor fosse mais letrado, a resposta poderia ser menos pedante e mais objetiva. O importante atingir nosso objetivo claramente e de imediato. Assim sendo, temos que simplificar o texto para que a nossa comunicao seja realmente efetivada. Queremos lembrar que simplicidade no deve ser confundida com pobreza de expresso. Cuidado!

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NVEIS DE COMUNICAOOs nveis de comunicao so trs: Acima/ ascendente - seus superiores e profissionais de outra instituio. Ao lado/ horizontal - seus colegas, na mesma posio hierrquica. Abaixo/ descendente - profissionais que trabalham sob sua gerncia/chefia. Acima - Neste nvel, o tratamento por tentativa. Como voc no tem certeza de que suas ideias sero aceitas, o tratamento deve demonstrar respeito e considerao, para ganhar a possibilidade de aceitao. Ao lado - Neste nvel, o tratamento indicado o direto, o positivo, que trata as ideias de frente, sem mesuras ou vacilaes. um olho no olho por escrito, formal, amistoso e educado; porm franco, onde se diz o que deve ser dito. Na escolha das palavras, cuidado para no desviar do tratamento positivo para impositivo. Abaixo - Sua posio, aqui, de autoridade. Por isso, o tratamento deve ser decisivo, afirmativo ou impositivo (em certas ocasies e sob certas circunstncias).Este o tratamento adequado para formular decises ou dar ordens. Cuidado para que as palavras de simpatia e de educao no enfraqueam suas ideias e deem a entender que voc est fraco na sua posio.

AS INTENES E O NVEL DE ADEQUAO IntenoSolicita Pede Prope Sugere Informa Afirma tentativamente Horizontal Comunica Informa Solicita D parecer Aconselha Afirma positivamente Recomenda Sugere Descendente Autoriza Adverte Decide Afirma decisivamente Ordena Probe Solicita Impe (normas, procedimentos)

NvelAscendente

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QUALIDADES ESSENCIAIS DO TEXTODe um texto literrio, espera-se brilho, elegncia e originalidade. Nada impede, porm, que textos administrativos tambm sejam brilhantes, elegantes e originais. Todavia, quando se h de optar, devem prevalecer na redao tcnica a clareza, a correo e a simplicidade. Clareza, correo e simplicidade costumam andar juntas. Parece haver pouco sentido na discusso se o mais importante a comunicao ou a correo do texto porque texto incorreto, em geral, peca tambm por falta de clareza e de sobriedade. Leva-se em considerao que o importante comunicar, mas essa postura deve decorrer do conhecimento da lngua, deve-se romper as dificuldades de manejar o idioma e jogar por terra a preguia do redator. Devemos ter a posio consciente de que redigimos para nos fazer entender. Tanto importante comunicar como comunicar bem. Na rea federal, tm sido observados textos legais e documentos normativos mal redigidos, os quais tm provocado perdas para a comunicao entre as Organizaes. Preocupe-se com o estilo Em redao, denominamos estilo a maneira de produzir um texto, variando em funo dos objetivos a alcanar e das circunstncias que condicionam a elaborao da mensagem. O carter informativo e analtico da redao aplicado ao contexto organizacional impe limites ao redator, exigindo obedincia a determinados critrios estilsticos, inerentes linguagem empregada ao descrever, expor, discutir, interpretar e analisar fatos, ideias e conceitos No tocante ao estilo, h de se respeitar tanto as palavras como as normas da gramtica. Se sons tm timbre, palavras tm conotaes. Cada palavra tem peso especfico. Sinnimos perfeitos se existem, so raros. preciso buscar a palavra adequada a cada caso. Por exemplo: "Realizar" tem conotao de concretude, de coisa real, de algo material. "Realizar um objetivo" no fica bem. Objetivo um ponto no futuro que, quando muito, se alcana. "Propiciar" tem conotao de coisa boa, a favor - pr. Dizer que tal medida "propiciou prejuzos" no soa adequado. "Departamento dotado de instalaes obsoletas" parece sadismo, pois "dotado" vem de "doar", "dote". Quem iria dotar um Departamento de coisas ruins? Fuja das palavras inteis Economizar palavras confere vigor ao texto e melhora o estilo. tambm respeito s palavras evitar o uso de termos vazios de sentido, cados no texto "por gravidade". "Existente" um deles. No raro encontrar em documentos textos como este: "Sero analisadas as possibilidades existentes sobre o assunto". Ora, como no se pode analisar possibilidades inexistentes, esse "existente" nada acrescenta ao texto, portanto deve ser eliminado. H muitas armadilhas tendentes a criar um texto esparramado e frouxo, em que alguns redatores caem fcil. Escrever economizar. Economize palavras e seja bem abundante nas ideias.

I. CLAREZASignifica ser compreendido sem dificuldade. Obtm-se a clareza ao: ordenar as ideias e as palavras; evitar os perodos longos e as intercalaes excessivas; escolher adequadamente o vocabulrio fugir da gria e do coloquialismo; utilizar os termos tcnicos somente quando forem indispensveis;

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evitar ambiguidades e cacofonia; pontuar adequadamente o texto; evitar acmulo ou excesso de fatos, opinies ou aspectos; ter cuidado especial com o uso do adjetivo e do advrbio; preferir perodos curtos, coordenados; fugir dos perodos subordinados longos e vagos; desenvolver o texto em torno de ideias principais; evitar acmulo de ideias secundrias que enfraquecem as primeiras e dispersam o leitor.

II. OBJETIVIDADEObjetividade, clareza e conciso so aspectos do texto que caminham juntos. A falta de algum deles pode prejudicar o percurso da leitura. Ser objetivo ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem rodeios, sem redundncias. Para conseguir isso, fundamental que o redator saiba de antemo qual a ideia principal da mensagem e quais as secundrias, pois aquela deve vir primeiro que estas. Para se escrever bem, preciso separar a ideia principal das secundrias. A mistura dessas ideias causa a falta de eficcia de tantos textos administrativos. A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e as informaes sem subterfgios, sem excessos de palavras e ideias. errado supor que a objetividade suprime a delicadeza de expresso, reduzindo o texto, ao mximo, tornando-o rude e grosseiro.

TCNICAS PARA ESCREVER COM OBJETIVIDADE Identificar a ideia principal. Identificar as ideias secundrias. Identificar quais as ideias que interessam ser expressas e quais as que devem ser dispensadas.

III. COERNCIAA coerncia seleciona as ideias, central e secundrias, escolhendo as mais importantes e cimentando-as por meio de um ponto comum. A coerncia organiza a sequncia das ideias, de modo que o leitor perceba facilmente como elas so importantes para o desenvolvimento do texto. Mesmo que todos os perodos do pargrafo estejam relacionados entre si, ou deem suporte ideia principal, se faltar a organizao dessas ideias, o texto ficar confuso e sem coerncia. Quando que podemos dizer que um texto coerente e apresenta unidade? Basicamente, quando existe harmonia entre as palavras, isto , quando elas apresentam vnculos adequados de sentido, e quando a mensagem organiza-se de forma sequenciada, tendo um incio, um meio e um fim, sem contradies ou mudanas bruscas do pensamento, mantendo a unidade textual. Os problemas de incoerncia entre as palavras so, muitas vezes, causados pela confuso entre o que se diz e aquilo que realmente se quis dizer. As frases abaixo, retiradas de relatrios da rea agrcola, so exemplos hilariantes dessa situao:

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Os anexos seguem em separado. Trajeto feito a p, porque no havia animal por perto. Despesa grtis. Acho bom o Banco suspender o negcio do cliente para no ter aborrecimentos futuros. A mquina eltrica financiada toda manual e velha. Tendo em vista que o muturio adquiriu aparelhagem para processar inseminao artificial, e que um dos touros holandeses morreu, sugerimos que se fizesse o treinamento de uma pessoa para tal funo. Visitamos o aude da fazenda e, depois de longos e demorados estudos, constatamos que o mesmo estava vazio.

IV. CONCISOEm respeito ao tempo do leitor, o escritor deve ser breve. Por isso, na apresentao das ideias, deve se esforar para economizar palavras e frases, cortando o que for desnecessrio. s vezes, a eliminao de palavras ou frases leva o escritor a cortar perodos inteiros. timo, o leitor sai ganhando. Tambm ajuda na conciso do texto, a substituio de palavras e expresses longas por outras mais breves. No final, o texto fica mais gil e fcil de ler. Se for possvel usar todas as ideias com poucas palavras, o redator encontrou a frmula ideal para o seu texto. Economia de palavras, sim; de ideias, jamais. 1. O mximo de informaes com o mnimo de palavras. Exemplo: Esta tem o objetivo de comunicar = Comunico. 2. Eliminar os clichs. Exemplo: Nada mais havendo a declarar, subscrevemo-nos. Substitua por: Atenciosamente, 3. Cortar redundncias. Exemplo: Em resposta ao Ofcio enviado por Vossa Senhoria. Prefira: Em resposta a seu Ofcio 4. Retirar ideias excessivas Informamos que a entrada, a frequncia e a permanncia nas dependncias desta Seo so terminantemente proibidas, seja qual for o pretexto, a pessoas que no fazem parte de seu quadro de funcionrios. A melhor redao seria: proibido entrada de pessoas estranhas. Nada de acumular palavras e ideias secundrias, enfraquecendo a ideia principal. Nesse caso, so cortadas as informaes consideradas no relevantes. Eliminam-se introdues no significativas, explicitaes de termos desnecessrios, informaes ilgicas. Cuidado para no condensar demais as informaes, tornando o texto denso e duro. O texto administrativo deve ter cordialidade e elegncia de expresso frente ao destinatrio. A conciso no significa enxugar o texto de seus elementos de realce. Muitas vezes, voc poder utilizar uma palavra s para dar nfase ou explicitar a articulao das ideias. Exemplo: Como j de seu conhecimento. A palavra j poderia no ter sido usada, mas neste momento, a sua presena indica que a informao no era novidade. A conciso est intimamente ligada reduo de um texto. E, na reduo do texto profissional, devem ser observados os seguintes critrios:

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REDUO EXTENSIVA: trata-se da substituio de vocbulos e expresses por outros equivalentes no sentido, porm mais curtos. Exemplos: O acordo foi assinado porque assim pediram todos _________ Atos de guerra ______________________________________ Pessoa sem discrio _________________________________ Fazer uma viagem ____________________________________ Pr as ideias em ordem________________________________ a pedido de todos blicos indiscreta viajar ordenar

Principal problema: excesso de qus: Um empecilho sinttico extremamente comum conciso o excesso de qus. Ele ocasionado pela transposio, para a escrita, de um fluxo ininterrupto do pensamento, sem que haja o devido cuidado com a estrutura frasal daquilo que transmitido. Como corrigi-lo? O excesso de qus pode ser facilmente corrigido com algumas substituies, de uso comum na lngua. Observe primeiramente os exemplos: Exemplo: Espero que me respondas a fim de que se esclaream as dvidas que dizem respeito ao assunto que foi discutido.

Forma reduzida Que me respondas Que se esclaream Que dizem respeito Que foi discutido Resposta Esclarecer a respeito, sobre Discutido

Classe gramatical Substantivo abstrato Verbo no infinitivo Locuo prepositiva Particpio passado

Espero (sua) resposta a fim de esclarecer as dvidas a respeito do (sobre o) assunto discutido. Outros casos: Substituio da orao adjetiva por uma palavra equivalente. Ex.:Redator que no se cuida produz textos confusos. Redator descuidado produz textos confusos. b) Substituio da orao adjetiva por um substantivo seguido de complemento. Ex.: Um diretor, que detinha pouco conhecimento, foi exonerado. Um diretor, detentor de pouco conhecimento, foi exonerado. c) Substituio da orao desenvolvida por substantivo abstrato ou verbo no infinitivo. Ex.: Quero que saibam que chegarei dia 10. Quero que saibam da minha chegada dia 10. necessrio que se obedea s leis. necessrio obedecer s leis. d) Substituio da forma composta com o auxiliar ser, pelo verbo no particpio. Ex.: Aguardo seu pronunciamento sobre o material que foi remetido para anlise. Aguardo pronunciamento sobre o material remetido para anlise.

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importante ressaltar que a substituio do pronome relativo que ou da conjuno integrante que no sempre necessria, cabendo ao emissor da mensagem avaliar quando ser melhor efetu-la ou no. REDUO SELETIVA: neste caso so cortadas as informaes consideradas no relevantes. Normalmente, eliminam-se introdues textuais no significativas, explicitao de termos desnecessrios, informaes sem decorrncia textual etc. Ex. Temos a satisfao de levar ao conhecimento de Vossa Senhoria que, nesta data, pela Transportadora Transnorte e, em atendimento ao seu prezado pedido n. 432/05, de 18 de janeiro de 2006, demos encaminhamento, pela Nota Fiscal n 167, s mercadorias solicitadas pelo Departamento de Compras de sua conceituada empresa. Reescrevendo o texto anterior a partir do corte das informaes secundrias e irrelevantes, teremos: Informamos que as mercadorias constantes de seu pedido n 432/05 foram encaminhadas em 18.1.2006, pela Transportadora Transnorte, junto nota fiscal n 167. REDUO ESTILSTICA: trata-se da eliminao de elementos vistos como antiquados ou desnecessrios, em geral, como redundncias, circunlquios, vocabulrios sem significao precisa etc. Ex. Em resposta sua solicitao feita atravs do Ofcio 235 de 20 de fevereiro de 2008. Em resposta solicitao do Ofcio 235/2008. Outros casos: Ex.: Todos os candidatos fazem campanha. Essa palavra todos sobra. Corte-o sem pena! Os candidatos fazem campanha Vou ao teatro todas as teras-feiras. Vou ao teatro s teras-feiras. O artigo indefinido torna o texto vago, impreciso. Em 99% das frases, gordura pura! Ex.: Ciro Gomes deu (uma) entrevista agressiva revista poca. FHC quis implantar (um) novo capitalismo. Os pronomes possessivos seu, sua tornam o enunciado ambguo. Corte-os. Ex.: No (seu) pronunciamento, Bush condenou Israel. No acidente, quebrou a (sua) perna e fraturou os (seus) dedos.

V. CONVICOSe as palavras revelarem insegurana, incerteza, a posio do redator ser enfraquecida, uma vez que o leitor o estar julgando e avaliando pela firmeza da sua posio. Ao escrever, mostre que voc entende do seu problema, indicando que voc sabe o que e por que est escrevendo. Tome posies claras e seguras, utilizando palavras simples, mas precisas e exatas, certo ou errado, voc s tem uma oportunidade para expressar suas ideias. Se voc vacilar, no ser levado a srio.

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Na construo de um tom de voz positivo, tome cuidado para no exagerar. Nunca apresente informaes que no possam ser provadas; no suponha nada, nunca utilize o ouvi dizer. Tome cuidado com o achismo. No hesite, no vacile, no se mostre indeciso. Certas palavras ou termos podem sugerir que voc no est inteiramente certo das suas ideias, induzindo o leitor a no concordar com o que voc diz (e a no agir como voc deseja). Veja estas construes: Ruim - Se voc acredita que minha reclamao procede, por favor, providencie a reunio com a equipe. Melhor - Por favor, providencie a reunio com a equipe. Ruim - O plano, salvo melhor juzo, um excelente instrumento estratgico, contando que seja disseminado no rgo. Melhor - O plano um excelente instrumento estratgico e deve ser disseminado no rgo. Ruim - Pensei que voc gostaria de dirigir a prxima reunio Melhor - Voc gostar de dirigir a prxima reunio. Ruim - Espero que voc tenha condies de me enviar folhetos e fotos. Melhor - Por favor, envie-me folhetos e fotos. Expor as ideias e as concluses com firmeza. No utilizar expresses que denotem insegurana, como SMJ, parece que ou entendemos que.

VI. RELEVNCIAExpor apenas aquilo que tem importncia dentro do contexto e que deve ser levado em considerao. No discorrer sobre informaes que no resultem em concluses ou no levem a nada. Por outro lado, esteja sempre certo de que incluiu, no texto, todas as informaes pertinentes sobre o seu problema. Voc no pode deixar dvidas na cabea do leitor. Preste todas as informaes que forem necessrias.

VII.COESO TEXTUALVeja este exemplo: A inflao a maior inimiga da Nao. meta prioritria do governo elimin-la. Observe que aqui esto duas ideias diferentes, separadas em duas frases isoladas, sem relao entre si. Faltam palavras de ligao entre elas (relacionam as ideias do texto), que mantero a coeso textual, a unidade da mensagem. Se as juntarmos com uma palavra de ligao correta, estas duas frases passaro a se relacionar e o raciocnio ficar mais claro. Veja esta redao: A inflao a maior inimiga da Nao; logo, meta prioritria do governo elimin-la. As palavras de ligao so cruciais no texto. Alm de facilitarem o entendimento da mensagem pela interligao das ideias, tornam o texto mais fcil de ser lido e compreendido.

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ELEMENTOS DE COESO TEXTUAL

IDEIAS Adio Alternncia Causa

PALAVRAS e, nem Ou porque, pois, porquanto, que, dado, visto, por, como

EXPRESSES e no, no s...mas tambm, tanto...como, no apenas...como ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja devido a, graas a, por causa de, em vista de, em face de, j que, visto que, uma vez que, em razo de, em virtude de, dado que tal como, assim como, do mesmo modo que, como se a menos que, contanto que, exceto se, a no ser que em conformidade com, de acordo com de modo que, de forma que, de sorte que, de maneira que, tanto que por conseguinte, assim sendo para que, a fim de que, a fim de, com o fito de, com a inteno de, com o propsito de, com o intuito de muito embora, apesar de, no obstante, a despeito de, sem embargo de, mesmo que, ainda que, em que pese, posto que, se bem que, por muito que, por mais que no entanto proporo que, medida que

Comparao Condio Conformidade Consequncia imprevista Consequncia Lgica Finalidade

como, qual se, caso, sem, salvo, mediante como, conforme, consoante, segundo to, tal, tanto, tamanho...que Assim, logo, pois, portanto para, porque, que

Oposio

embora, conquanto

Oposio/ adversidade Proporo Restrio Tempo (frequncia, ordem, durao, sucesso, anterioridade, posterioridade)

mas, porm, contudo, todavia, entretanto que (pronome relativo) quando, enquanto, apenas, ao, mal, ento, enfim, sempre, imediatamente, agora, anteriormente, afinal, raramente, finalmente, agora, hoje, nunca

antes que, logo que, sempre que, assim que, depois que, desde que, toda vez que, cada vez que, logo depois, logo aps, a princpio, pouco antes, pouco depois, s vezes, por vezes, no raro, ao mesmo tempo, nesse nterim, nesse meio tempo, enquanto isso

Essas e outras mais auxiliam o redator a manter unidade entre os diferentes pargrafos do texto e entre os perodos do pargrafo.

DA MESMA FORMA ALIS EM RESUMO POR ISSO EM SEGUIDA ENTO ENQUANTO ISSO

FINALMENTE TAMBM POR FIM POUCO DEPOIS PELO CONTRRIO ASSIM ORA

A PROPSITO DA DESSA FORMA ALM DO MAIS ALM DISSO EM PRIMEIRO LUGAR

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VIII. CORREO GRAMATICALSignifica expressar-se segundo a lngua padro. Como obter a correo: Dando especial ateno morfologia, sintaxe e semntica. Obedecendo aos padres ortogrficos vigentes. Fugindo dos vcios de linguagem e da estereotipia. Revendo criteriosamente o texto.

IX. PRECISOSignifica empregar a forma ideal para expressar o pensamento de forma precisa. Obtm-se a preciso: Procurando encontrar a palavra certa, consultando, frequentemente, o lxico da lngua. Evitando palavras desgastadas pelo uso e frmulas feitas. Revendo criteriosamente o texto e, se necessrio, reescrevendo-o.

X. IMPESSOALIDADEA finalidade da lngua comunicar-se, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicao, so necessrios: Algum que comunique. Algo a ser comunicado. Algum que receba essa comunicao. No caso da redao oficial, quem comunica sempre a Instituio; o que se comunica sempre algum assunto relativo s atribuies do Servio Pblico; o destinatrio ou o pblico, ou outro rgo pblico. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal dado aos assuntos que constam das comunicaes administrativas decorre: Da ausncia de impresses individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado pelo Chefe de determinada Seo, sempre em nome da Empresa que feita a comunicao. Da impessoalidade de quem recebe a comunicao, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida ao pblico, ou a outra empresa. Nos dois casos temos um destinatrio concebido de forma homognea e impessoal. Do carter impessoal do prprio assunto tratado: no cabe qualquer tom particular ou pessoal. Dessa forma, no h lugar na redao administrativa para impresses pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literrio. A redao administrativa deve ser isenta da interferncia de quem a elabora.

XI -

FORMALIDADE

As comunicaes administrativas devem ser sempre formais, isto , obedecer a certas regras de forma, alm das j mencionadas exigncias de impessoalidade e o uso do padro culto da linguagem. imperativa ainda, certa formalidade de tratamento. No se trata somente do correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nvel; mais do que isso, a formalidade diz respeito civilidade ao prprio enfoque dado ao assunto do qual trata a comunicao.

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VCIOS DE LINGUAGEMAssim denominamos os desvios em relao norma padro da lngua, que comprometem a qualidade do texto.

I - AMBIGUIDADE: a caracterstica das sentenas que apresentam mais de um sentido,em consequncia de m pontuao ou da m colocao das palavras, especialmente o possessivo e o pronome relativo, a frase pode apresentar ambiguidade, prejudicando a clareza e a preciso da mensagem. Ladres inovam no ataque a mulheres em carros. (Folha de S.P 1996) Ladres descobrem novas maneiras de atacar mulheres motoristas. Ladres que atacam de carro descobrem novas maneiras de atacar mulheres. (Imagine que essa frase fosse usada em 1940, quando as mulheres no dirigiam. A primeira reformulao no se aplicaria, a segunda poderia ser verdadeira). O diretor comunicou ao secretariado sua demisso. (ambiguidade) O diretor comunicou a prpria demisso ao secretariado. O diretor comunicou ao secretariado a demisso deste.

II - PLEONASMO OU TAUTOLOGIA: repetio de um termo ou ideia.No h elo de ligao entre os partidos. Preparou de antemo os tpicos do relatrio. Em minha prpria opinio pessoal, no houve erro. Como fato real, indico a ocorrncia do desmatamento.

III - CACOFONIA OU CACFATO: o som desagradvel resultante da combinao de duas oumais slabas de palavras vizinhas. Ela tinha exigido um valor absurdo por cada hora trabalhada. Na vez passada, elaborou o documento antes da reunio. Meu corao por ti gela. Chiclete com Banana

IV - ECO: repetio desnecessria de um som, produzindo um efeito.O rigor do calor de Manaus lhe causava horror. (O calor de Manaus lhe causava pnico). O aumento da populao sem alimento agravava seu tormento. (O aumento da populao faminta aumentava seu desespero).

V - ESTRANGEIRISMO: palavras, expresses ou frases estrangeiras utilizadas em nossa lngua.Ex.:.: Sale, Free, E-mail, Site, off, etc. As palavras ou expresses de lngua estrangeira devem ser evitadas, exceto quando indispensveis em razo de serem designaes ou expresses de uso j consagrado ou que no tenham exata traduo. Nesse caso, a palavra ou expresso deve grafada em itlico ou colocada entre aspas. Ex.: ad referendum ou ad referendum. Obs.: O Manual de Redao da Presidncia da Repblica adota aspas e a ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas adota itlico.

VI - SOLECISMO: erros de sintaxe, concordncia, regncia ou colocao pronominal.

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Fazem dois meses que aconteceu o acidente. (Faz dois meses...) Paulo aspira o cargo de gerente. (aspira ao cargo de ...) Me disseram que houve um engano. (Disseram-me que ...)

VII - BARBARISMO: erros de pronncia, grafia ou flexo.Rbrica por rubrica; Excesso por exceo;

VIII - JARGO TCNICO FORA DE CONTEXTO: maneira caracterstica e especfica de umdeterminado grupo se comunicar. Por exemplo, os advogados tm sua linguagem prpria, os economistas e mdicos tambm a tm e mais recentemente, os analistas de sistema. A linguagem tcnica existe para tornar mais gil a comunicao entre pessoas que dominam os mesmos contedos.Toda linguagem de um grupo fechado deve, ento, sofrer uma adequao, quando o grupo de destinatrios se amplia. A linguagem tcnica e os jarges devem ser usados apenas em situaes que os exijam.

IX - PROLIXIDADE: Esse um dos graves problemas de nossa correspondncia: cartas longas,cansativas. Condenadas, portanto, a no serem lidas. Aprendemos nas organizaes que uma mensagem para ser valorizada precisa ser longa. Mesmo quando o assunto pode ser tratado em poucas linhas, o redator utiliza estratgias de preenchimento, para torn-la mais extensa e valorizada. Entretanto, essa ideia est ultrapassada. Em nome da objetividade, o redator, sempre que possvel deve fazer um texto conciso, enxuto.

X - PLEBESMO: palavras vulgares ou grias. No devem ser usadas na redao administrativa,em que exigida a linguagem padro, a correo gramatical. O redator deve observar seu vocabulrio para se expressar de forma precisa e clara. Ex.: Ele um advogado bacana. Fiquei besta com a sentena.

XI - GERUNDISMO: um problema recente. Surgiu primeiramente no atendimento telefnico e seespalhou para todos os tipos de atendimento, sendo que agora entrou tambm na redao das empresas. Consiste em uma estranhssima locuo verbal formada por trs ou mais verbos; parece ter sido gerada da soma de uma m traduo do ingls com uma enorme vontade de no se comprometer perante o cliente. Exemplo: Nosso gerente vai estar entrando em contato com o senhor e vai estar resolvendo o seu problema. Melhor seria: Nosso gerente entrar em contato com o senhor para resolver o problema.

XII - CLICH: Assim so denominados os lugares-comuns, os modismos, as frmulasestereotipadas, desgastadas pelo uso excessivo, frequentemente utilizadas na comunicao verbal. Muitos redatores lanam mo de clichs, acreditando que tais palavras representam qualidade ou erudio. Na realidade, a estereotipia representa pobreza vocabular, devendo ser rejeitada por todos aqueles que pretendem imprimir ao texto preciso e clareza. Muitos modismos, alis, contrariam a norma culta e, por serem demasiadamente empregados no coloquial, so aceitos como corretos pela maioria dos usurios do idioma. Vejamos alguns:

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Tecer consideraes, grata satisfao, lamentvel equvoco, dirimir dvidas, questionamento, a nvel de, deixar a desejar, transparncia, chegar a um denominador comum, contexto, otimizar, problemtica, face a, fazer uma colocao, posicionamento, operacionalizar, enquanto, junto a, atravs de (= por meio de, por intermdio de). A comunicao escrita, dependendo da rea a que pertence, apresenta frmulas feitas, amplamente utilizadas, que fazem parte do jargo profissional. Condena-se, no entanto, o uso abusivo de clichs, que comprometem a mensagem, dificulta-lhe a compreenso, no se justificando, consequentemente, o apego exagerado de alguns redatores a tais formas. Expresses desse tipo devem ser substitudas por outras mais elegantes e criativas que personalizem a redao.

XIII - CHAVES (Socorro! Fuja deles): um vcio de estilo j incorporado como linguagem em umtexto administrativo. Alguns chaves contm erros gramaticais ou semnticos, mas outros so apenas expresses que de tanto uso tornaram-se muletas que convm evitar, uma vez que no conferem ao texto a necessria autenticidade. Os chaves ou frases feitas indicam falta de imaginao e de vocabulrio, fazem voc perder tempo na redao do texto e... o leitor perder tempo na leitura. Eles no significam nada em termos de informao e, s vezes, tm at conotaes negativas. Veja alguns deles para que possa evit-los (por favor! O receptor agradece.): Acusamos o recebimento de... Use Em resposta a..., Em ateno a..., Em referncia a... Acima citado, Supramencionado, Em epgrafe. Se, na referncia, eu falei do pedido 428, provavelmente no corpo do texto no vou falar do 621. Melhor dizer: este pedido, esse assunto... ou repetir o nmero (que bem mais curto que todas as expresses acima). O corrente ms..., O ms em curso... Para que fazer o leitor olhar a data? Diga este ms... Ou repita o nome do ms. Como dissemos acima... Se j dissemos, por que repetir e ainda avisar que estamos repetindo? Na certeza de..., Contando com... Agradecemos antecipadamente... No tenha certezas prvias, pois isso pode inibir o receptor a dar uma resposta. Se realmente for necessria essa ideia, empregue o futuro: Ficaremos gratos... Anteriormente..., Urgentemente..., Com a maior brevidade possvel... etc. Seja preciso com respeito a datas, pocas e ocasies. Omita referncias vagas ao passado, como anteriormente. Ao seu inteiro dispor... Falso, pedante, sem credibilidade e sem sentido. Na redao empresarial, comunicam-se fatos e no sentimentos (principalmente esses sentimentos!). Protestos de elevada estima e considerao. Beltro tirou esse fecho da correspondncia oficial em 1982, e Celso Luft repetiu a proibio em 1991, e... ele continua vivo! Resistente o dinossauro! Outrossim... Voc fala, outrossim? Ento tambm no escreva. Outrossim um advrbio que significa igualmente. Por que voc no usa ainda, tambm? So mais comuns e do o sentido que voc quer. Observe esses pares inseparveis: Devidas providncias..., Providncias cabveis..., Lamentamos profundamente..., Sinceras condolncias..., Devidamente atendido..., Honrosa presena..., etc.

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Saia correndo, e conte at vinte, se tiver desejo de coloc-los em seu documento. No dizem nada e so pecadilhos cometidos pelo redator. Se tiver que usar uma dessas palavras elas devem vir sempre separadas. Por exemplo: Solicito providncias no encaminhamento do processo tal Venho atravs desta..., Vimos pela presente..., Tem a presente a finalidade de... Claro que estou escrevendo uma carta, neste momento, e vou dizer o que desejo nela. Entre logo no assunto. Sem mais para o momento..., Limitados ao acima exposto..., Sendo s o que se nos apresenta no momento... Precisa avisar que acabou? No aguardo... Na expectativa... Essa construo geralmente fica sem verbo! Use Espero... ou Aguardo... Temos a honra, o prazer, a satisfao... Pedante e sem sentido. No utilize esse tipo de ideia. Sua carta datada de 20 de maro ltimo. Ora se voc j escreveu a data por que repetir datada? O que ltimo? Termo vago. Seja preciso Sua carta de 20/3/2009. SMJ O que isso Redator? Voc no tem segurana no que est dizendo? Se no tem segurana melhor no dizer ento.

Emprego dos Pronomes de Tratamento.As frmulas de tratamento tornam-se pronomes quando antecedidas de sua ou vossa. Assim, as frmulas Senhoria e Excelncia convertem-se em pronomes de tratamento uma vez precedidas daqueles possessivos, como em sua Excelncia e Vossa Excelncia. Note que quando nos referimos a pessoa empregamos a expresso formada por sua. Quando nos dirigimos a ela, utilizamos vossa. Exemplos: J levei a reivindicao a sua excelncia (falamos dele) e Vossa Excelncia precisa ler os jornais de hoje (falamos com ele). Quase todos os pronomes de tratamento possuem abreviaturas, isto , formas reduzidas previstas na norma ortogrfica. Exemplos so V. S. (Vossa Senhoria), V. Ex. (Vossa Excelncia), V. Rev. (Vossa Reverendssima), etc.

Nas expresses de tratamento, o adjetivo concorda com o gnero da pessoa (autoridade) a quem estamos nos dirigindo. Ex.: Vossa Excelncia est muito atarefada, Senhora Juza? (sexo feminino) Ex.: Vossa Excelncia est muito atarefado, Senhor Juiz? (sexo masculino)

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O emprego dos pronomes de tratamento obedece secular tradio. So de uso consagrado: Vossa Excelncia, para as seguintes autoridades: a) do Poder Executivo; Presidente da Repblica; Vice-Presidente da Repblica; Ministros de Estado; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Foras Armadas; Embaixadores; Secretrios-Executivos de Ministrios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretrios de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais. b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da Unio; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Cmaras Legislativas Municipais. c) do Poder Judicirio: Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juzes; Auditores de a Justia Militar.

AUTORIDADES ECLESISTICAS

Pronome de tratamento Vossa Santidade Vossa Eminncia Reverendssima Vossa Reverendssima Vossa Magnificncia

Abreviatura V. S. V. Em. Revm. V. Revm

Usado para Papa Cardeais, arcebispos e bispos Abades, superiores de conventos, outras autoridades eclesisticas e sacerdotes em geral Reitores de Universidades

V.Magci

O vocativo a ser empregado em comunicaes dirigidas aos Chefes de Poder Excelentssimos Senhores, seguidos do cargo respectivo: Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica, Excelentssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

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As demais autoridades sero tratadas com o vocativo Senhor, seguidos do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Desembargador, No envelope, o endereamento das comunicaes dirigidas s autoridades tratadas por Vossa Excelncia, ter a seguinte forma: A Sua Excelncia o Senhor A Sua Excelncia o Senhor A Sua Excelncia o Senhor Fulano de Tal Fulano de Tal Senador Fulano de Tal Juiz de Direito da 10a Vara Cvel Ministro de Estado da Justia Senado Federal Rua ABC, no 123 70.064-900 Braslia. DF 70.165-900 Braslia. DF 01.010-000 So Paulo. SP Est abolido o uso do tratamento dignssimo (DD), s autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade um pressuposto para que se ocupe qualquer cargo pblico, sendo desnecessria sua repetida evocao. Vossa Senhoria empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado : Senhor Fulano de Tal. No envelope, deve constar do endereamento: Ao Senhor Fulano de Tal Rua Almirante Barroso, n 125 So Paulo SP Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustrssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor no forma de tratamento, e sim ttulo acadmico. Evite us-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicaes dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concludo curso universitrio de doutorado. costume designar por doutor os bacharis, especialmente os bacharis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade s comunicaes.

FECHOO fecho das comunicaes possui, alm da finalidade bvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatrio. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria n o 1 do Ministrio da Justia, de 1937, que estabelecia quinze padres. Com o objetivo de uniformiz-los, o Manual de Redao da Presidncia da Repblica estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicao oficial: a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Repblica: Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente,

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IDENTIFICAO DO SIGNATRIOAs comunicaes oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificao deve ser a seguinte, conforme o Manual de Redao Oficial da Presidncia da Repblica:

(espao para assinatura) NOME Chefe da Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica

Para evitar equvocos, recomenda-se no deixar a assinatura em pgina isolada do expediente. Transfira para essa pgina ao menos a ltima frase anterior ao fecho. Ateno: No se deve deixar linha para o signatrio assinar o documento. A epgrafe (identificao) deve ser repetida em todas as folhas do documento. Todos os pargrafos devem ser numerados quando o documento tiver de cinco a dez pginas. O fecho do documento considerado um pargrafo e no se numera. O vocativo e o fecho devem vir alinhados aos pargrafos. Aps o vocativo e o fecho, s se usa vrgula e ela obrigatria. Nas datas, no se deve colocar zero (0) esquerda do nmero. Os meses do ano devem ser grafados com letra minscula. O dia 1 de cada ms deve ser grafado em numeral ordinal e no (01). No se coloca ponto (.) para separar a casa do milhar, no ano, como em: 2010. J nos logradouros coloca-se o ponto (.) para separar a casa do milhar. Os nmeros devem ser escritos, por extenso, quando forem constitudos de uma s palavra. S se repete o nmero, por extenso, nos parnteses, quando se tratar de valores monetrios e quando for porcentagem.

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A IMPORTNCIA DE PLANEJAR O TEXTORedigir um bom texto um processo que se constri com o tempo e com muita dedicao. Assim, para se escrever bem deve haver um treino constante. Engana-se quem pensa que elaborar um texto questo de inspirao. Podemos dizer que o ato de escrever exige 99% de transpirao e apenas 1% de inspirao. Portanto, mos obra. Comece a se dedicar agora mesmo. No perca tempo e acredite em voc. Todas as pessoas tm talento para isso. Basta ter boa vontade e interesse. Um dos erros mais graves que o redator pode cometer produzir um texto que fuja completamente ao tema proposto. Para evitar essa terrvel armadilha, importante que antes de comear a escrever, monte um pequeno esquema, determinando o tema a ser tratado. Delimite o assunto, uma vez que ele pode ser muito abrangente e impossvel esgot-lo em poucas linhas. Alm disso, escolha um ponto de vista a ser defendido, pois ele ser o fio condutor de sua redao e, por isso, deve ser bem claro e determinado na introduo, ou seja, no primeiro pargrafo. Para sustentar sua tese imprescindvel que voc tenha argumentos fortes e coerentes. Assim, determine em seu esquema os argumentos que voc vai utilizar na composio do texto. Ao montar esse esquema, voc poder observar se no h contradies. Por exemplo: a tese a defesa dos direitos humanos e os argumentos defendem a pena de morte. H a uma contradio entre a tese e os argumentos, ou ento, concluir o texto negando a sua tese. Portanto, preste muita ateno na estrutura lgica do texto. Para se discutir um assunto, importante que se tenha informaes gerais sobre ele. Por isso a dica ler muito mesmo, sobre os mais variados assuntos. Procure ler os melhores jornais e revistas que tratam de assuntos da atualidade. Embora a tese seja sua opinio sobre determinado assunto, em alguns documentos voc no dever usar a 1 pessoa do discurso, como eu acho, eu penso, eu acredito, etc. e tambm no d conselhos ao leitor. Planejar o texto significa organizar-se, fazer uma previso do que ir escrever. Essa postura no resulta de curiosidade ou de insegurana. No Ofcio e no Memorando usa-se a 1 pessoa do discurso, ou seja, os verbos e pronomes na primeira pessoa do singular. Encaminho a essa Diviso Relatrio das atividades desenvolvidas neste Setor. J no Relatrio ou no Parecer usa-se a 3 pessoa do singular. Verifica-se que nos autos encontram-se indcios de fraude. Consciente da importncia da ordenao lgica das ideias dentro do texto, necessrio que o redator tenha clareza da sequncia delas para desenvolver a redao. Para isso, precisa planejar seu texto. O que norteia a elaborao do plano so, portanto, preocupaes muito objetivas. Algumas dicas: D sequncia lgica e progressiva s ideias. Evite repetio de palavras. Use sinnimos. Evite repetio de ideias. Escreva cada pargrafo com uma nica ideia central, desenvolvendo-a com clareza e objetividade. No faa generalizaes como todo mundo, ningum, tudo etc. No use frases feitas, modismos como os famosos clichs. Cuidado com os vcios de linguagem. Muitas vezes os cometemos sem perceber. S se usa jargo tcnico para receptores que dominam esses jarges. Opte pela voz ativa. Ela mais vigorosa no texto. Use e abuse de substantivos e verbos. Seja bem cauteloso com adjetivos e advrbios. Evite chaves. Evite dados subjetivos, coloque dados exatos. Fuja do preciosismo e do coloquialismo excessivo.

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CARACTERSTICAS DO PLANOO plano de redao deve ser sucinto e resumido. Essa a sua principal caracterstica. Ao mont-lo, o redator deve preocupar-se em prever e formalizar suas ideias em pequenos textos, que no so propriamente o produto final, mas que j estabelecem as diretrizes para isso.

Faa a voc mesmo essas perguntas: Como, quem, quanto, quando, onde, por qu, para quem, para qu?Toda comunicao escrita exige raciocnio e planejamento. Esses dois fatores so fundamentais para que o redator defina com preciso cada um dos aspectos que compe o texto: Assunto A Inteno/Finalidade Receptor/Leitor

O ASSUNTOQual o tema de seu texto? Qual a ideia principal de seu documento? Quais so as ideias secundrias? Escreva-o, utilizando apenas palavras que contenham um significado, uma ideia. Procure no utilizar verbos nessa fase.

A INTENO/FINALIDADE absolutamente necessrio que a sua inteno seja clara para o receptor. Sem saber sua inteno, seu leitor poder entender o que voc quer dizer, mas no far o que voc quer que ele faa. Essa a questo: Qual a finalidade do seu documento? Qual a sua inteno? Responder a essas perguntas a ao necessria para atingir seus objetivos.

O RECEPTOR o alvo da sua comunicao, quem far o que voc quer que seja feito. Quem receber o documento que voc ir redigir? O que voc espera que essa pessoa faa? Quando voc define seu receptor/leitor, com preciso, ele torna-se mais importante que o tema. Por essa razo, a mensagem no deve ser construda em funo do assunto e, sim, do receptor.

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ESCRITA DE HORASExiste uma conveno internacional, da qual o Brasil signatrio que estipula o seguinte: O smbolo de hora h, o de minuto min, o de segundo s. E no hs hr hrs. Alm disso, no h ponto (.) depois de h, j que um smbolo e no uma abreviatura. A forma 7:00, com dois pontos, faz parte do sistema ingls, no utilizado na lngua portuguesa. O correto seria 7h. Para citar um perodo de durao, usa-se: Das 8h30 s 12h30 ou de 8h30 a 12h30. O smbolo min depois dos minutos optativo, ele pode aparecer ou no. Ser obrigatrio apenas quando forem citados os segundos, s. Ex.: 22h30min20 ou 22h30min20s Os nmeros e os smbolos aparecem juntos, sem espao entre os nmeros e os smbolos. Ex. de erro: 22h 30min ou 22 h 30 min 20 s

USO DE SIGLAS1. A primeira vez que a sigla for citada no texto, o nome correspondente deve ser escrito por extenso. 2. Geralmente, o nome aparece primeiro por extenso, e, em seguida, a sigla entre parnteses ou seguida de trao ou de dois traos. Ex.: Companhia Energtica de Braslia - CEB Ordem dos Advogados do Brasil OAB Os servidores da Universidade de Braslia UnB esto em greve. 3. Entretanto, quando a sigla for mais conhecida que o nome, ou quando no houver mais correspondncia com o nome por extenso, esta poder aparecer primeiro no texto, seguida de trao ou de dois traos: FMI Fundo Monetrio Internacional. BB Banco do Brasl. OAB Ordem dos Advogados do Brasil. 4. Siglas que possuem at trs letras devem ser escritas em maisculas, seguidas ou no de ponto: Ex.: GDF, SGA, ONU ou G.D.F. etc. 5. Siglas que possuem mais de trs letras e cada letra pronunciada separadamente tambm devero ser escritas todas em maiscula, seguidas ou no de ponto: Ex.: INSS, CPMF, BNDES ou I.N.S.S. etc. 6. Siglas que possuem mais de trs letras e formam uma palavra devero ser escritas apenas com a primeira letra em maiscula: Ex.: Detran, Terracap, Codeplan, Caesb, Embrapa etc

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GRAFIA DE NMEROSa. No corpo do texto, sempre que possvel, deve-se escrever por extenso: Foram debatidas quinze proposies, oito das quais projetos de lei. Foram aprovados mil candidatos; o primeiro classificado tirou nota mxima. O projeto foi aprovado no quinquagsimo dia de discusso. Observao: A expresso um mil (escrita muitas vezes, por segurana, hum mil) cabvel apenas no preenchimento de cheques. b. Quando os numerais, cardinais ou ordinais, so formados por mais de uma palavra (neste caso, havendo numeral de apenas uma palavra na mesma frase, tambm ele ser grafado em algarismos): O Deputado apresentou 21 projetos de lei e 13 de resoluo. Compareceram ao jogo 75.834 torcedores. Foram aprovados 20 candidatos para a rea I e 23 para a rea II. O 12 projeto foi aprovado. c. No incio de frases, os numerais devem sempre ser escritos por extenso. Duzentos servidores pediram aposentadoria. d. Escreve-se em algarismos quando os nmeros esto lado a lado. Cada funcionrio atendeu de 5 a 15 pessoas. e. Escreve-se mil, milho, bilho por extenso ou na forma mista. O MEC deve receber R$2 milhes de reais do governo federal. O lucro da Telebras foi de R$31,9 milhes. f. Os nmeros das leis (na primeira meno, com ou sem a abreviao n. e o ms por extenso; nas menes seguintes, abrevia-se como exemplificado): A redao do texto legal deve seguir as normas estabelecidas pela Lei Complementar n. 95, de 26 de fevereiro de 1998. g. Segundo o art. 3 da Lei Complementar n. 95, de 26 de fevereiro de 1998. Podemos ter duas formas de abreviar. (LC 95, de 1998) ou (LC 95/98). Observao: A bem da uniformidade do texto evite-se empregar diferentes formas de referncia abreviada num mesmo texto. Observao: Para indicar aproximao, deve-se usar apenas nmero redondo: Cerca de 2 mil servidores entraram na Justia contra a medida (no: Cerca de 1.980 servidores...). h. Quando o nmero, de milhar em diante, tiver uma casa decimal depois da vrgula: Cerca de 1,3 bilho de pessoas vivem em misria absoluta no mundo. Foram atendidos pelo programa 2,4 milhes de pessoas. Observao: Nmeros de 1,1 a 1,9 exigem a palavra milho, bilho, trilho no singular: 1,1 milho de pessoas; 1,4 bilho de dlares; 1,9 trilho de reais. J o verbo deve ser empregado no plural: Em 2002, 1,1 milho de pessoas foram atendidas pelo programa; Foram gastos 1,9 milho de reais na obra. i. Na indicao de valores monetrios redondos ou aproximados (pode-se designar a moeda por extenso ou com o smbolo correspondente, com espao entre este e o nmero): 20 mil reais ou R$ 20 mil; 2,7 milhes de reais ou R$ 2,7 milhes; 1.250 bilho de dlares ou US$ 1.250 bilho; 132.000 euros ou 132 mil.

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Em algarismos romanos a. Na designao de sculos, dinastias, papas, reis, imperadores (e assemelhados), grandes divises das Foras Armadas, acontecimentos repetidos periodicamente: sculo III, sculo XX, os faras da IV dinastia, Joo XXIII, Joo Paulo II, D. Joo VI, D. Pedro I, D. Pedro II, I Exrcito, II Distrito Naval, VI Comar, II Bienal de So Paulo, XII Copa do Mundo. Observao: Nos casos acima, os algarismos, quando pospostos ao nome, so lidos como ordinais do primeiro ao dcimo e como cardinais de 11 em diante: D. Pedro I (= primeiro), D. Joo VI (=sexto), Pio XI (= onze), Joo XXIII (= vinte e trs). Quando antepostos ao nome, so lidos sempre como ordinais: III sculo (=terceiro), IV dinastia (= quarta), VI Comar (= sexto), XII Copa do Mundo (= dcima segunda). b. Quando o intitulativo for conhecido ou registrado com romanos: Clube XV de Piracicaba, Centro Acadmico XI de Agosto. Nmeros em Textos Legais e Administrativos a. Nos textos legais e documentos administrativos que demandem segurana especial, valores monetrios, porcentagens e demais quantitativos devem ser escritos duplamente, em algarismos e por extenso entre parnteses: Fica aprovado o crdito de R$ 1.000.000,00 (um milho de reais). Art. 1 Esta Lei estima a receita da Unio para o exerccio financeiro de 2004, no montante de R$ 1.502.129.012.295,00 (um trilho, quinhentos e dois bilhes, cento e vinte e nove milhes, doze mil e duzentos e noventa e cinco reais), e (Lei 1.837, de 16.1.04). A licitao foi ganha pela companhia no valor de R$ 2.354.456,32 (dois milhes, trezentos e cinquenta e quatro mil, quatrocentos e cinquenta e seis reais e trinta e dois centavos). A empresa com cem ou mais empregados est obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com pessoas portadoras de deficincia. b. Na numerao dos dispositivos dos textos legais, usam-se algarismos ordinais do primeiro ao nono artigo e pargrafo (no caso de um nico pargrafo, usa-se apenas a expresso Pargrafo nico.) e cardinais de 10 em diante (os itens, desdobramentos de alneas, so grafados com cardinais inclusive de 1 a 9): Art. 1, Art. 2, Art. 9, Art. 10, Art. 11; 1, 2, 9, 10, 11.

CAMINHOS PARA UMA BOA REDAOAo redigir, uma de suas preocupaes deve ser o leitor a quem se dirige a mensagem. Damos aqui algumas maneiras de atingi-lo (sem machuc-lo) e de alcanar seus objetivos. Escrever fcil! Redigir que so elas... Quem escreve pode at copiar. Quem redige pensa, cria, d vida ao texto. No preciso inovar; basta aplicar os fundamentos da redao. Como melhorar o texto? Adote como norma a ordem direta: Sujeito - Predicado - Complementos. No tenha pressa ao escrever. Gaste seu tempo para que o leitor economize o dele. Lembre-se: voc o redator e quer se fazer entender. Elimine o que suprfluo. Seja objetivo. Ningum tem tempo para ficar tentando adivinhar o que voc quer dizer. Evite perodos e pargrafos longos com excesso de pontuao. Lembre-se todo pargrafo tem uma ideia principal e em torno dela uma secundria.

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1. Prefira: 2. Evite: o termo mais simples; o sinnimo mais curto; o singular ao plural; o presente ao futuro; o termo concreto ao abstrato; o particular ao genrico; o explcito ao implcito; o positivo ao negativo;

a verborragia - excesso de palavras; os enxertos desnecessrios (use somente citaes indispensveis); os rodeios de palavras (v direto ao assunto); a tautologia - repetio de palavras com o mesmo sentido; os preciosismos

3. Busque: a concordncia e a regncia (nominais e verbais); o termo no seu sentido mais conhecido (o primeiro significado do verbete no dicionrio); o uso culto da lngua; as informaes precisas e exatas; a clareza de expresso; a palavra em seu sentido mais preciso.

Outras observaes: Ateno com palavras como muitos, poucos, alguns, sempre, nada etc. Quando possvel, empregue nmeros exatos, datas definidas. No se esquea de incluir todas as informaes de que o receptor possa precisar. Cuidado com comunicaes que deem margem a perguntas (Como?, Quando?, Onde?, Quanto?). Essas perguntas devem ser respondidas no texto e no despertadas por ele na mente do leitor (a menos que voc esteja solicitando informaes). Responda a todas as perguntas quando algum estiver fazendo uma consulta; tente se lembrar das que ele no fez e responda a elas tambm. Introduza primeiro um comentrio favorvel e, depois, se for o caso, um desfavorvel. Apresentar os aspectos positivos de uma situao antes de abordar os negativos interessante para quem estiver lendo o documento. O tratamento a linguagem do texto. o componente que ajusta sua comunicao ao papel funcional do seu receptor. o que respeita e combina com a relao profissional que se tem com o leitor. O tratamento determinado por dois fatores: Os nveis de comunicao e a escolha das palavras. Os nveis so trs: ascendente, horizontal e descendente. E, na escolha das palavras procurar sempre a preciso do termo.

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QUESTES TCNICAS PARA UNIFORMIDADE DO TEXTOEPGRAFE: Elemento inicial que tipifica o documento, identifica sua origem e o situa no tempo pormeio da denominao, da numerao e, no caso de determinados documentos, do ano. Exemplo: Ofcio n 1267/DA/PGU Mem.2528/DT/MT Resoluo (n.) Parecer n 1598/DA/BC

EMENTA: Pequeno texto que sintetiza o contedo do documento, de modo que possibilite oimediato conhecimento da matria tratada. Facilita a catalogao por assunto e consequentemente sua localizao, quando de pesquisas posteriores. A estrutura da ementa diferenciada em razo da natureza do documento. ASSUNTO: Sntese do documento.

INTROITO: Parte correspondente ao pargrafo de abertura. CORPO: Parte que compreende a matria tratada no documento.TTULO: Deve ser trabalhado exaustivamente, ser bem atraente e conter de trs a sete palavras. No devemos usar verbos na elaborao do ttulo.

PARTE C - Aspectos Gerais de Relatrios e PareceresI. Definio Relatrio:Relatrio a exposio escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante pesquisas ou se historia a execuo de servios ou experincias. geralmente acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas, grficos, estatsticas e outros. Narrao ou descrio ordenada e mais ou menos minuciosa daquilo que se viu, ouviu ou observou. Exposio dos principais fatos colhidos por comisso ou pessoa encarregada de estudar determinado assunto.

Parecer:Opinio fundamentada sobre determinado assunto, emitida por especialista.

II. Classificao de RelatriosOs relatrios podem ser: Informativos Reativos Conclusivos aborda um problema ou situao e oferece informaes. aborda um problema, examina as causas e as consequncias e oferece sugestes. aborda um problema ou situao e oferece concluses.

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III. Organizao do Relatrio Os relatrios e os pareceres devem ser redigidos na 3 pessoa do singular e tm a seguinte estrutura bsica:

Abertura: Informa por que foi escrito, explica a finalidade do documento e quem o solicitou. Corpo: Traz o desenvolvimento das ideias. Fechamento: a consequncia lgica das ideias.Os relatrios e os pareceres podem ser organizados por ordem de importncia, sequencialmente ou cronologicamente. Observe algumas sugestes para melhor organiz-los:

a) Ordem de importncia1) Liste todas as ideias. 2) Decida a importncia relativa de cada uma. 3) Disponha no texto, da mais para a menos importante.

b) Sequencial1) Divida o assunto em passos 2) Descreva cada passo (o que acontece, o que o leitor deve fazer)

c) Cronolgica1) Divida o assunto em acontecimentos, na sequncia em que se sucederam. 2) Descreva o que aconteceu em cada um. 3) Explique claramente os problemas ou fatos especiais surgidos em cada acontecimento.

IV. Tipos de RelatriosH muitos tipos de relatrio. Falaremos dos tcnico-cientficos, de viagem, de estgio e de visita, administrativos e para fins especiais. Relatrio Tcnico-Cientfico: o documento original pelo qual se faz a difuso da informao corrente, sendo ainda o registro permanente das informaes obtidas. elaborado principalmente para descrever experincias, investigaes, processos, mtodos e anlises. Relatrio de Viagem: o documento por meio do qual so fornecidas informaes sobre viagem realizada, indicando data, destino, durao, participantes, objetivos e atividades desenvolvidas. Em relatrios de viagem, a introduo deve incluir a data, o destino e o objetivo da viagem. No desenvolvimento so relacionados os participantes, as funes ou atividades desempenhadas e os lugares visitados. Se o objetivo foi a participao em cursos, congressos, seminrios e similares, o programa deve ser includo. A concluso consiste na avaliao crtica da viagem, caso queira. Relatrio de Estgio e de Visita: o documento que visa descrever o local onde foi realizado o estgio ou a visita, o perodo de durao, as atividades desenvolvidas pelo estagirio, ou as observaes feitas pelo visitante.

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O texto dos relatrios de visita e de estgio composto por: descrio geral do local da visita ou do estgio; descrio dos trabalhos executados; descrio dos processos tcnicos ou de outras particularidades tcnicas observadas; concluso que deve incluir referncia ao aproveitamento obtido com o estgio ou visita. Relatrio Administrativo: a comunicao escrita submetida apreciao de uma autoridade superior, geralmente ao trmino de um exerccio, relatando a atuao administrativa. So geralmente submetidos apreciao de uma pessoa ou organizao e devem ser acompanhados de um documento de encaminhamento. Ex.: O Diretor do Departamento Tal, no cumprimento da lei Tal, expe apreciao de Vossa Excelncia o relatrio do...V.

Estrutura de Relatrios

a) Cabealho: Pode-se seguir o modelo de ofcio, utilizando-se o braso das armas da Repblica ou a logomarca da instituio, alm da identificao do rgo, departamento e setor que o expede, endereo, telefone, fax e e-mail. Ou Pode-se apenas identificar o documento (ver regras a seguir). b) Identificao do documento (epgrafe): Pode-se identificar o documento, como no ofcio (nmero, ano e setor e instituio que emite) Ex.: Parecer n. 30/2009/SG-PR Pode-se adotar um ttulo, com identificao do tipo de relatrio/parecer, geralmente centralizado, com iniciais maisculas em negrito ou todo em caixa alta.

Ex.: Relatrio Anual de Gesto/2009 Ex.: Parecer de Auditoria Ex.: RELATRIO ANALTICO E PARECER PRVIO SOBRE AS CONTAS DO GOVERNO DO ESTADO TAL. c) Data Normalmente, no parecer, a data registrada ao final, seguida da assinatura do parecerista. No relatrio, o mais comum a data seguir o padro ofcio e ser registrada no incio, abaixo da identificao do documento.

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d) Assunto ou ementa

Em geral, o relatrio tem assunto e o parecer tem ementa. A ementa deve dar uma ideia geral do que trata o documento. Se bem elaborada, facilita, para o emissor, localizar o documento; e, para o receptor, saber o tema do documento antes mesmo de llo. O assunto e a ementa devem iniciar por um substantivo e no por um verbo. O assunto deve conter de trs a sete palavras. Ex. de assunto correto: Solicitao de frias. Ex. de assunto incorreto (uso de verbo): Solicitar frias. Ex. de assunto correto: Aquisio de novos computadores. Ex. de assunto incorreto (muito longo): Necessidade de aquisio de novos computadores para o setor de Recursos Humanos do Tribunal de Contas do Estado. Ementa uma sntese geral do parecer, identificando seus principais aspectos. Pode trazer a concluso de quem o emitiu. Geralmente expressa por frases curtas. Fica alinhada direita do texto. Pode-se escrever a palavra ementa ou no. Recomenda-se alinhar direita (9cm).

Ex.: Aposentadoria especial. Magistrio. Proventos integrais. Tempo de servio fora de sala de aula. Parcela irregular. Insuficincia do requisito temporal exigido para a modalidade em espcie. Ilegalidade. Ementas Ex.: Tomada/prestao de contas anual. Contas julgadas regulares com ressalva. Quitao aos responsveis. Recomendao de providncias corretivas. Ex.: Anlise de notas de empenho e de balancetes trimestrais dos rgos da Administrao Direta do Governo Federal. Aprovao. e) Destinatrio e vocativo Em geral, o parecer no tem nem destinatrio nem vocativo. Este um documento que dever compor um processo e, caso seja necessrio envi-lo para algum, isso deve ser feito por ofcio ou memorando. O relatrio pode seguir o padro do parecer, e no ter nem destinatrio nem vocativo. Mas tambm pode seguir o padro de ofcio ou memorando e ser endereado a quem o solicitou. f) Numerao dos pargrafos e tpicos Geralmente, numeram-se os pargrafos apenas de documentos mais curtos, de at, aproximadamente, cinco, dez pginas. O uso de tpicos interessante no parecer e no relatrio, principalmente se eles forem mais longos. Os tpicos facilitam a organizao dos assuntos no texto e a leitura especfica dos temas que o receptor busca.

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Pode-se ainda adotar o uso de tpicos e a numerao de pargrafos. Entretanto, deve-se buscar uma ordenao diferente, adotando-se, por exemplo, algarismos romanos ou letras, para os tpicos, e algarismos arbicos, para os pargrafos, a fim de que no haja confuso. g) Fecho Se o redator utilizar destinatrio ou vocativo, deve adotar tambm o uso do fecho; caso contrrio, o fecho no deve ser utilizado. h) Grficos, tabelas, quadros e figuras O uso de grficos, tabelas, quadros e figuras bastante recomendado em documentos tcnicos como relatrios e pareceres, porque eles facilitam a leitura das informaes. Observe o padro recomendado pela ABNT, (no tpico de elementos que podem compor a estrutura desses documentos)

V. Elementos que Podem Compor a Estrutura dos RelatriosOs elementos pr-textuais (capa, folha de rosto, equipe tcnica, sumrio, listas e resumo), textuais e ps-textuais (anexo, glossrio, referncias bibliogrficas e ndice) que compem a estrutura de um relatrio seguem a ordem descrita. Observao: Geralmente somente Relatrios e Pareceres mais extensos tm essa estrutura. I) Elementos pr- textuais Capa: a cobertura externa de papel, cartolina, couro ou outro material, abrangendo os cadernos que constituem o relatrio. A capa deve conter os seguintes elementos: Nome da organizao responsvel, com subordinao at o nvel de autoria. Ttulo. Subttulo se houver. Classificao de segurana, quando necessrio. Local. Nmero de Volumes Ano de publicao, em algarismos arbicos.

Relatrios pouco extensos no necessitam de capa. A folha de rosto deve ser usada para tal fim. Lombada: (ou dorso) a parte por onde as folhas so costuradas. Em relatrios impressos, deve conter o nome da organizao responsvel e/ou autor, o ttulo do relatrio, sempre que possvel grafados horizontalmente ou, no caso de lombadas finas, de cima para baixo. Deve tambm conter o nmero do volume, caso o relatrio tenha mais de um. Folha de Rosto: a fonte principal de identificao do relatrio, devendo conter os seguintes elementos: Nome da organizao responsvel, com subordinao at o nvel de autoria. Ttulo. Subttulo se houver. Nome do responsvel pela elaborao do relatrio. Local. Ano de publicao, com algarismos arbicos.

Assunto: uma apresentao concisa e seletiva, que ressalta o objetivo, a metodologia utilizada, os itens observados, as concluses e as propostas de encaminhamento mais importantes. No devem constar do assunto os nomes dos membros da equipe ou dos responsveis, nem os de terceiros que, de alguma maneira, tenham colaborado na elaborao do relatrio ou parecer.

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O assunto, aps apreciao pelo colegiado competente, pode ser adotado como pea de divulgao a ser fornecida imprensa, via Unidade responsvel pela comunicao social da Instituio. Resumo em lngua estrangeira: (se necessrio) Verso do resumo em portugus para outro idioma digitado em folha separada. Em ingls denominado Abstract, em francs Resum. Deve ser seguido das palavras-chave na lngua. Lista de Ilustraes: Relao sequencial das ilustraes apresentadas no texto, com cada item designado por seu nome nmero especfico acompanhado do nmero da pgina. Lista de abreviaturas e siglas: Relao das abreviaturas e siglas utilizadas no texto apresentadas em ordem alfabtica e seguidas das palavras ou expresses correspondentes. Recomenda-se lista prpria para cada tipo. Lista de smbolos: Relao dos smbolos, na ordem em que aparecem no texto, seguidos do respectivo significado. Sumrio: Exposio enumerada das principais divises, sees e partes do trabalho, feita na mesma ordem e forma em que aparecem no texto, com indicao de paginao. Em caso de o relatrio ou parecer ser constitudo de mais um volume, em cada um deve constar o sumrio completo. Os elementos pr-textuais no devem aparecer no sumrio (ver NBR 6027/2003 da ABNT). Errata: Listagem de itens com erros de grafia ou outros, indicando a sua localizao e a forma correta do texto. Forma de apresentao dos elementos pr-textuais: a) os elementos pr-textuais como epgrafe, resumos, listas de ilustraes, listas de tabelas entre outros, no constam no sumrio; b) no se utiliza nenhum tipo de sinal (ponto, hfen, travesso) entre os nmeros indicativos de seo e seus ttulos, nem aps os ttulos; c) a palavra sumrio centralizada na folha e apresentada com os mesmos recursos tipogrficos utilizados para as sees primrias (fonte, destaque, caixa alta e outros); d) os indicativos das sees primrias e de suas subdivises, bem como seus ttulos, devem aparecer no sumrio da mesma forma que apareceram no texto; com os mesmos recursos tipogrficos (negrito, itlico, caixa alta, fonte e outros). II) Elementos Textuais Abertura Introduz o assunto ou situao, objeto do seu documento. uma breve descrio de todas as partes do trabalho. Se o redator preferir, na abertura ou introduo, pode descrever cada captulo do documento, indicando o objetivo e o alcance de cada um (em casos de documentos mais extensos). Corpo - Parte principal do texto e a mais extensa. Contm a exposio ordenada e detalhada do assunto. no corpo que voc vai utilizar seu poder de argumentao tornando seu documento claro e de fcil compreenso. Pode ser dividido em sees e subsees em que se apresenta o desenvolvimento das ideias. Fechamento Sntese da argumentao desenvolvida, na qual se apresentam sugestes e/ou concluses. Deve ser objetivo e conciso e composto por dois ou trs pargrafos.

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Proposta de Encaminhamento Na proposta de encaminhamento, quando aplicvel, devem ser formuladas proposies de medidas saneadoras (audincia, citao) e/ou cautelares (afastamento temporrio do responsvel, indisponibilidade de bens do responsvel, arresto de bens do responsvel, suspenso de ato ou procedimento) para cada fato observado. III) Elementos Ps-Textuais Referncias: Conjunto padronizado de elementos descritivos que permite a identificao, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados nos diversos suportes existentes. Glossrio: Arrola termos tcnicos e/ou palavras menos conhecidas, utilizadas no texto. Apndices: Material complementar que, quando necessrio serve para esclarecer e/ou complementar um raciocnio. Os apndices so elaborados pelo autor e devem ser acrescidos no final do documento. So identificados por letras maisculas, travesso e os respectivos ttulos. Exemplos: APNDICE A - Avaliao numrica da clulas inflamatrias totais aos quatro dias de evoluo. APNDICE B - Avaliao de clulas musculares presentes nas caudas em regenerao. Anexos Documentos complementares e/ou comprobatrios do texto no elaborados pelo autor, que servem para fundamentar, comprovar ou ilustrar. So identificados por letras maisculas, travesso e pelos respectivos ttulos. Exemplos: ANEXO A - Abreviatura dos meses. ANEXO B Relao das normas da ABNT sobre documentao. ndice - Lista de entradas remetendo para as informaes contidas no texto

FASES DA ELABORAO DO RELATRIO - PlanejamentoAs cinco fases apresentadas a seguir so recomendadas to somente por sua utilidade e podem ser adaptadas na redao de relatrios de qualquer extenso ou complexidade e para qualquer propsito. Fase 1 Listar Esquea sequncia, estrutura e organizao; apenas se concentre e faa uma lista em forma de resumo ou palavras-chave de todos os assuntos importantes que o relatrio dever conter. D-se bastante espao, escreva os aspectos principais como eles lhe ocorram, ao acaso. Voc acabar achando que esse processo uma boa forma de estimular o pensamento. Com ele voc monta um quadro em que um pensamento leva a outro, pois a abordagem livre elimina a necessidade de parar e tentar unir pontos ou preocupar-se com sequncia. Com isso feito, voc pode passar para a prxima fase. Fase 2 Planejar Planejar o texto significa organizar-se, fazer uma previso do que ir escrever. Essa postura no resulta de curiosidade ou de insegurana. necessrio que o redator tenha clareza da sequncia de ideias que vai desenvolver antes de iniciar a redao. Para isso, precisa planejar seu texto. O que norteia a elaborao do plano so, portanto, preocupaes muito objetivas.

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Agora voc pode rever o que anotou e comear a organizar as informaes, decidindo: o qu vem em primeiro lugar, em segundo e assim por diante; qual a relao lgica entre uma coisa e outra? o qu representa evidncia, exemplo ou ilustrao para as questes centrais do relatrio. Ao mesmo tempo, voc poder acrescentar informaes sobre alguns itens o que provavelmente far e reconsiderar outros, que eliminar. Aqui precisar estar consciente do tamanho ideal do relatrio e o que deve constar nele. Fase 3 Redigir Agora a fase de escrever, digitar. Esse o verdadeiro trabalho, embora a preparao anterior tenha ajudado a tornar mais fcil e rpido traduzir em palavras. Duas dicas: Se possvel escolha um bom momento para escrever. H ocasies em que parece que as palavras fluem mais facilmente. As interrupes podem tambm quebrar o fluxo do pensamento e encompridar o texto, pois voc recapitula e recomea a todo instante. bom tanto escolher o momento certo quanto se assegurar de no ser interrompido e estar num ambiente agradvel. Continue escrevendo. No pare e se torture a cada frase, ttulo ou outro detalhe. Voc sempre poder voltar depois; na verdade, ser mais fcil corrigir mais tarde. Se continuar escrevendo, voc mantm o fluxo do pensamento at chegar ao final. Depois de ter completado todo o relatrio, poder corrigir detalhes que passaram despercebidos. Fase 4 Revisar Se houve reflexo suficiente nas fases anteriores, essa fase ser mais simples. Entretanto, em casos mais complexos ou importantes (ou ambos), vale a pena dar uma checada final no que escreveu at o momento. Demore-se um pouco mais no incio e certamente no ter problemas pela frente aqui tambm descobrir se mergulhou demais no assunto a ponto de prejudicar a objetividade. Faa algumas emendas finais na lista (se estiver na tela do computador, essa uma operao simples) e use o material como sua rota de percurso final para escrever. Fase 5 Editar Existem trs regras sobre a edio: faa-a, faa-a e faa-a. Nada, mas nada mesmo pode ser dado por concludo sem uma reviso final. Poucas pessoas sendo honestas diriam que so capazes de escrever um texto perfeito da primeira vez sem que requeira alguma correo. Assim, voc no precisa sentir um fracassado se descobrir que precisa editar seu texto. Isso outra coisa que melhora com a prtica. Quanto mais voc escreve, mais descobre que chega cada vez mais perto do produto final na primeira vez e a necessidade de editar e emendar vai ficando menor. Ler e checar tambm o ajudar a perceber os erros no apenas de redao, mas tambm de criao. A verificao ortogrfica na maioria dos processadores de textos no perfeita e no reconhece muitas palavras e algumas regras gramaticais, nem sempre se pode confiar. Alm disso, claro, editar ajuda a aperfeioar o texto em termos de contedo e estilo. Muitos dos itens seguintes podem ajudar no processo: Deixe o texto de lado por um tempo depois de escrev-lo; ele geralmente parece diferente depois de um intervalo para fazer qualquer outra coisa, uma noite j suficiente; Pea a um colega para l-lo. sempre surpreendente como a viso de outra pessoa pode incitar novas ideias, levando a mudar o que, do contrrio, no seria notado. Procure algum que esteja disposto a ser honesto e prepare-se para retribuir o favor a tarefa poder tomar tempo da pessoa; Seja meticuloso, preocupe-se com detalhes. Voc no s est procurando por coisa que no faz sentido, mas querendo fazer com que todo detalhe contribua para dar a impresso e a nfase que voc deseja dar. s vezes, quebrar uma frase longa em duas curtas ou reformular uma sentena trocando uma ou duas palavras pode fazer toda a diferena.

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A falta de tempo uma constante em nossas vidas. Logo precisamos encontrar esse tempo. H vrias formas para isso, inclusive uma breve negociao com a chefia imediata, que tambm interessada na questo.

ORDEM EM QUE DEVE SER REDIGIDA CADA UMA DAS PARTES DO RELATRIO Primeiro Segundo Terceiro Corpo Fechamento Abertura 50% do texto 25% do texto 25% do texto

1. CORPO - O Corpo redigido em primeiro lugar por duas razes: onde o redator insere e desenvolve por completo as informaes e as ideias que constituem o assunto-chave do relatrio.

a parte mais rdua e mais trabalhosa do relatrio, a que exige mais tempo e mais raciocnio do redator. estruturado em trs sees: A seo do problema ou situao a primeira a ser redigida A seo da soluo a segunda a ser redigida Introduo a terceira a ser redigida

Seo do problema ou situao a seo do problema deve ser iniciada por um ttulo interessante e esclarecedor sobre o problema ou situao Inicie o texto com uma frase que fornea a localizao do problema ou situao: onde surgiu, como surgiu, por que surgiu, o que afetou ou est afetando. Escreva cada parte usando ttulos ou tpicos. Ao citar cada aspecto, preocupe-se em comprov-lo isso pode ser feito em texto ou em quadros ou grficos que ilustrem os aspectos descritos; use, no mximo, trs quadros. Caso haja mais de trs, use aqui os mais importantes e os demais devem ir para o Complemento do Relatrio. Para encerrar, finalize com a descrio dos resultados provocados pelo problema ou situao, que podero ser apresentados por meio de ilustraes (cada ilustrao dever corresponder um ttulo que diga ao leitor o que a ilustrao demonstra). Seo da soluo se o relatrio for conclusivo, deve conter um ttulo interessante e esclarecedor sobre a soluo. Abra o texto com uma frase introdutria que diga qual a soluo. Em seguida, forme um perodo que mostre de onde surgiu a soluo, como surgiu e o que ela far em benefcio da soluo do problema ou da situao. Use um ttulo antes da prxima etapa este texto se encarrega de descrever a soluo em detalhe, explicando-a para o leitor em todos os seus aspectos, do mais para o menos importante. Redija esta parte do relatrio com ateno especial para conseguir antecipar todas as objees e responder a todas as perguntas que o leitor possa fazer. A extenso do texto no deve preocupar o redator esse texto no tem extenso preestabelecida. Deve ser o necessrio para descrever completamente a soluo, explic-la, apoila, com exemplos especficos e comprov-la por meio de dados e fatos conhecidos e comprovveis. Encerre essa seo da soluo descrevendo cada um dos benefcios que sero alcanados. Redija todos os benefcios na ordem do mais para o menos importante e apoie cada benefcio com o seu por qu. Se houver mais de um benefcio, escreva cada um deles com um nmero frente (1, 2, 3...) em forma de lista.

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Seo da Introduo A introduo o incio do corpo do relatrio. curta e tem, no mximo, trs pargrafos. O texto deve colocar o leitor por dentro do assunto, fornecendo as informaes e os antecedentes do problema ou da situao abordados pelo relatrio. Mostra ao leitor, em um breve histrico, a circunstncia o quadro que originou o problema ou a situao. 2. FECHAMENTO o fechamento redigido a seguir. onde o redator, com base nas informaes e ideias desenvolvidas no corpo, orientam o raciocnio do leitor para receber favoravelmente uma concluso ou uma recomendao. O Fechamento estruturado nessa ordem: Concluso, ou recomendao Complementos ou detalhamentos

Concluso o texto da concluso evidenciar os principais pontos descritos no corpo do relatrio para reforar as ideias tanto do problema ou situao quanto da soluo. A funo da concluso focar no que o redator deseja, fazendo com que o leitor detenha nos mesmos pontos, caso contrrio, o texto vai para um lado e o leitor vai para o outro. No use ttulos nesta seo. Liste numericamente (1,2,3...) os principais pontos do problema ou situao e, em seguida, os pontos da soluo. Os pontos so sequenciais. No h necessidade de separ-los. O leitor perceber o momento em que os pontos principais do problema j terminaram e quando os pontos principais da soluo comeam contendo o ponto-chave do problema e o pontochave da soluo e podem ser redigidos em um nico pargrafo. Ao descrever um ponto-chave possvel que os aspectos ou questes que ajudam a explic-los precisem ser citados, para clareza do texto e da compreenso do leitor. Se isso ocorrer, faa o seguinte: Coloque uma letra e redija um aspecto ou questo. Redija o aspecto ou questo seguinte. Nunca se estenda por mais de trs aspectos ou questes. Fique s com os mais importantes e evidentes. Evite finais falsos: finalmente, concluindo, por fim, pode-se concluir, diversas vezes antes da concluso propriamente.

Recomendaes o texto das recomendaes diz claramente ao leitor o qu fazer ou o qu deve ser feito. Cada uma das recomendaes deve ser redigida de maneira afirmativa, de modo a no deixar qualquer dvida de que se possa estar inseguro ao faz-la utilizando-se dos verbos crescer, mudar, aumentar, defender, definir, (e assim por diante). Deve-se listar as recomendaes na mesma ordem em que foram listadas na seo da soluo, no corpo do relatrio. Isso fundamental e objetiva dar consistncia ao raciocnio e argumentao do redator. Ao mesmo tempo, isso d segurana ao leitor. A segurana de quem percebe que o redator no apenas sabe o que diz, mas sabe como diz-lo. Quando houver apenas uma recomendao, elabore um nico pargrafo, iniciado pela frase: este relatrio recomenda que.... Complementos ou detalhamentos so extenses do texto de um relatrio. So dados suplementares ao relatrio que servem para: Aumentar a percepo do leitor; Ampliar as informaes bsicas do relatrio, em relao a qualquer uma das suas partes ou sees; Oferecer uma perspectiva de anlise ou entendimento mais abrangente sobre as questes levantadas pelo relatrio. Cada um deve ter sua prpria pgina. A palavra complemento ou detalhamento aparecer no ttulo da pgina.

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Use as pginas de complementos ou detalhamentos para quadros e grficos, quando existirem. Quando no existirem, use para texto, desde que curto e absolutamente direto e objetivo.

3. ABERTURA: A abertura a ltima a ser redigida, e esta s poder ser realizada quando o redator j houver desenvolvido e completado o raciocnio lgico das informaes e das ideias que compem as partes do Corpo e do Fechamento. Em relatrios longos ou muito tcnicos, a pgina de abertura conter, alm do sumrio, o prefcio, o ndice e a lista das ilustraes, redigidos nessa ordem. O primeiro pargrafo sempre iniciado com um perodo com uma frase positiva e polida sobre a instituio, o departamento ou a seo objeto do relatrio. O segundo pargrafo dever ser constitudo por um ou dois perodos sobre o problema ou a situao que originaram o relatrio, descrevendo-o resumidamente. O terceiro pargrafo a descrio do objetivo do relatrio. A frase inicial sempre: O objetivo deste relatrio ... A frase completa ser retirada do contedo do fechamento do relatrio, que oferece ao leitor a posio do redator em relao ao tema do relatrio (isto , o que o redator concluiu ou o que recomendou). O quarto pargrafo dar ao leitor uma viso geral da ntegra do relatrio, constitudo pelas partes que foram abordadas. Deve ser breve e utilizar os ttulos do corpo para formar um perodo, no mximo dois que digam ao leitor o qu o relatrio faz (o que recomenda, conclui, analisa, avalia, investiga, relata, prope, estuda, audita, verifica, sugere, demonstra, examina, debate, explica e assim por diante). por esses verbos que se expressa a ao conduzida pelo redator e sobre a qual o relatrio constitudo. No quinto pargrafo redija as recomendaes ou as concluses, tal qual foram expressas no fechamento. A frase que inicia o perodo : o relatrio recomenda/conclui que... (apenas um dos dois deve ser citado. Em um relatrio profissional ou bem se recomenda ou bem se conclui. Os dois juntos, no). O texto sai das recomendaes/concluses e pode reproduzir o que l est ou ser reescrito (mudando tempos de verbos ou invertendo a ordem das frases).

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Relatrio

Braslia, 12 de julho de 2009. Assunto: Capacitao de Servidores com Recursos do Fundo X.

1.

Trata-se de Projeto Bsico e Plano de Trabalho apre