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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil Comércio Redação Empresarial Feliciano Alves Gonçalves Ministério da Educação

Redacao_empresarial PROFESSORA SOLANGE

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesEscola Técnica Aberta do Brasil

Comércio

Redação EmpresarialFeliciano Alves Gonçalves

Ministério daEducação

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesEscola Técnica Aberta do Brasil

Comércio

Redação Empresarial

Feliciano Alves Gonçalves

Montes Claros - MG2010

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Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a DistânciaCarlos Eduardo Bielschowsky

Coordenadora Geral do e-Tec Brasil Iracy de Almeida Gallo Ritzmann

Governador do Estado de Minas GeraisAntônio Augusto Junho Anastasia

Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino SuperiorAlberto Duque Portugal

ReitorPaulo César Gonçalves de Almeida

Vice-ReitorJoão dos Reis Canela

Pró-Reitora de EnsinoMaria Ivete Soares de Almeida

Diretor de Documentação e InformaçõesGiuliano Vieira Mota

Coordenadora do Ensino Médio e FundamentalRita Tavares de Mello

Diretor do Centro de Ensino Médio e FundamentalWilson Atair Ramos

Coordenador do e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesWilson Atair Ramos

Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRita Tavares de Mello

Coordenadores de Cursos:

Coordenador do Curso Técnico em AgronegócioAugusto Guilherme Dias Coordenador do Curso Técnico em ComércioCarlos Alberto Meira Coordenador do Curso Técnico em Meio AmbienteEdna Helenice Almeida

Coordenador do Curso Técnico em InformáticaFrederico Bida de Oliveira

Coordenador do Curso Técnico em Vigilância em SaúdeSimária de Jesus Soares

Coordenador do Curso Técnico em Gestão em SaúdeZaida Ângela Marinho de Paiva Crispim

REDAÇÃO EMPRESARIALe-Tec Brasil/CEMF/Unimontes

ElaboraçãoFeliciano Alves Gonçalves

Projeto Gráficoe-Tec/MEC

SupervisãoAlcino Franco de Moura Junior

DiagramaçãoJamilly Julia Lima LessaMarcos Aurélio de Almeda e Maia

ImpressãoGráfica RB Digital

Designer InstrucionalAngélica de Souza Coimbra FrancoKátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira

RevisãoMaria Ieda Almeida MunizPatrícia Goulart TondineliRita de Cássia Silva Dionísio

Presidência da República Federativa do BrasilMinistério da EducaçãoSecretaria de Educação a Distância

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

3

Prezado estudante,

Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes!

Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezem-bro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escola técnicas estaduais e federais.

A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pes-soas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimen-to da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.

O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incenti-vando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.

O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino téc-nico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – não só é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cul-tural, social, familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!

Desejamos sucesso na sua formação profissional!

Ministério da EducaçãoJaneiro de 2010

Apresentação e-Tec Brasil/Unimontes

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

5

Indicação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto.

Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização DigitalSumário

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Palavra do professor conteudista .............................................9Projeto instrucional ........................................................... 11Aula 1 - Comunicação e interação social ................................... 13 1.1 Comunicação e desenvolvimento humano ...................... 13 1.2 Dinâmica do processo comunicativo .............................. 14 Resumo ................................................................... 17 Atividades ............................................................... 17Aula 2 - Ruídos de comunicação ............................................ 21 2.1 Conceito de ruído de comunicação ............................... 21 2.2 Planejamento da comunicação .................................. 23 Resumo ................................................................... 23 Atividades de aprendizagem ........................................... 24 Referências ............................................................... 25Aula 3 - Características do texto escrito ................................... 27 3.1 Língua Portuguesa: uma valiosa ferramenta de trabalho ...... 27 3.2 O texto escrito ...................................................... 29 Resumo ................................................................... 31 Atividades de aprendizagem ........................................... 31 Referências ............................................................... 32Aula 4 - Qualidades do texto escrito I: coerência e coesão ............. 33 4.1 Coerência ............................................................ 33 4.2 Coesão ................................................................ 34 Resumo .................................................................. 36 Atividades de aprendizagem ........................................... 36 Referências ............................................................... 37Aula 5 - Qualidades do texto escrito II .................................... 39 5.1 Clareza ............................................................... 39 5.2 Concisão .............................................................. 39 5.3 Correção linguística ................................................ 40 5.4 Elegância ............................................................ 41 5.5 Criatividade .......................................................... 41 Resumo ................................................................... 42 Atividades de aprendizagem ........................................... 42 Referências ............................................................... 43Aula 6 - Vícios de linguagem ................................................. 45 6.1 Vícios de linguagem ................................................ 45 6.2 Saiba mais sobre ambiguidade... ................................. 46 6.3 Saiba mais sobre pleonasmo ...................................... 47 Resumo ................................................................... 50

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Atividades de aprendizagem ........................................... 50 Referências .............................................................. 51Aula 7 - Correspondência empresarial ..................................... 53 7.1 O que é correspondência empresarial? ........................... 53 7.2 A carta comercial ................................................... 53 7.3 Organização da carta comercial .................................. 53 Resumo ................................................................... 56 Atividades de aprendizagem ........................................... 56 Referências ............................................................... 57Aula 8 - Carta de cobrança .................................................. 59 8.1 Carta de cobrança: recomendações legais ...................... 60 Resumo ................................................................... 61 Atividades de aprendizagem ........................................... 61 Referências ............................................................... 62Aula 9 - O vocabulário das correspondências empresarias: regras e convenções ..................................................................... 63 9.1 Abreviações .......................................................... 63 9.2 Pronomes e formas de tratamento ............................... 64 9.3 Concordâncias com as formas de tratamento ................... 65 9.4 Pontuação: emprego da vírgula ................................... 65 Resumo ................................................................... 67 Atividades de aprendizagem ........................................... 67 Referências ............................................................... 67Aula10 - Correspondências e documentos empresariais: e-mail ........ 69 10.1 Correio Eletrônico ................................................. 70 10.2 Estrutura do e-mail ................................................ 70 10.3 Ética e etiqueta no e-mail ........................................ 71 Resumo ................................................................... 72 Atividades de aprendizagem ........................................... 72 Referências ............................................................... 74Aula 11 - Correspondências e documentos empresariais: mala direta e recibo ........................................................................... 75 11.1 Mala direta .......................................................... 75 11.2 Recibo ............................................................... 76 11.3 Estrutura do recibo ................................................ 77 Resumo ................................................................... 77 Atividades de aprendizagem ........................................... 77 Referências ............................................................... 78Aula 12 - Correspondências e documentos empresariais: atas e contratos ... 79 12.1 Ata .................................................................. 79 12.2 Contrato ............................................................ 80 12.3 Estrutura e registro linguístico dos contratos ................. 81 Resumo ................................................................... 84 Atividades de aprendizagem ........................................... 84Referências ..................................................................... 87Currículo do professor conteudista ......................................... 89

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

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Prezados estudantes, Sejam bem-vindos ao 1º Módulo do Curso Técnico em Comércio. Ini-

ciaremos, a partir de agora, uma caminhada em busca de conhecimentos que propiciarão a você a qualificação necessária para atuar com competência no seletivo e dinâmico segmento das práticas comerciais.

Neste módulo introdutório, você será apresentado às disciplinas que lhe oferecerão as bases teóricas das atividades do comércio, sendo uma delas a Redação Empresarial. E quais são a contribuições dessa disciplina para este curso?

Primeiramente, é importante destacar que existe um entendimento geral entre os estudiosos em administração e gestão de negócios de que uma das principais causas dos fracassos nas organizações são as comunicações deficientes, geradoras de conflitos interpessoais e improdutividade. Além disso, diante de um mercado de trabalho cada dia mais seletivo e exigente, o profissional que apresentar um bom domínio linguístico, fazendo-se entender perfeitamente ao falar e ao escrever, certamente terá mais condições de crescer na carreira. Assim, percebemos como é importante o aprendizado e o aprimoramento constante da nossa Língua Portuguesa, já que o domínio do nosso idioma está diretamente relacionado ao crescimento profissional.

Assim, a disciplina Redação Empresarial tem como objetivo princi-pal fazer com que você desenvolva as competências e habilidades necessá-rias para elaborar e interpretar correspondências e documentos de ampla utilização no contexto comercial, como cartas, e-mails, malas diretas, atas, recibos e contratos.

Este caderno didático encontra-se dividido em aulas, sendo que, ao final de cada uma delas, você terá condições de aplicar os conhecimentos aprendidos na resolução de exercícios propostos. Além disso, ao longo de cada aula, serão dadas dicas e sugestões de leituras complementares para aprofundar os assuntos discutidos.

Iniciaremos nossa abordagem apresentando os princípios básicos da comunicação, enfatizando os elementos que compõem o processo comuni-cativo e os ruídos que prejudicam a correta transmissão das mensagens. A seguir, o foco do nosso estudo serão as qualidades e os vícios do texto escri-to. Apresentaremos as características próprias da fala e da escrita a fim de que você possa usar adequadamente essas duas modalidades linguísticas nas diferentes situações sociocomunicativas.

O estudo da correspondência empresarial também merecerá uma atenção especial neste caderno didático. Você conhecerá a estrutura, a lin-

Palavra do professor conteudista

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guagem e as características das cartas comerciais, e-mails, malas diretas, atas, recibos e contratos.

Por fim, esperamos que você tenha um ótimo aproveitamento nesta disciplina e que, sobretudo, possa ter a habilidade necessária para aplicar o que você aprender no seu cotidiano profissional e na sua vida pessoal. Saiba que a modalidade de ensino a distância exige do estudante bastante maturidade, disciplina e comprometimento com os objetivos de estudo, pois somente assim nossas metas podem ser satisfatoriamente atendidas.

Bons estudos!

Feliciano Alves Gonçalves

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

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Projeto instrucional

Disciplina: Redação Empresarial (Carga horária: 32 horas/aula)

Ementa:

Síntese do Conteúdo:

• Modelos de correspondência empresarial: carta, e-mail, mala-dire-ta, ata, recibo, contrato;

• Formas de tratamento das correspondências e outras questões de ordem gramatical;

• Contextualização e organização das idéias na escrita;• Técnicas e vocabulário técnico para a elaboração de contratos co-

merciais.

Competências:

Produzir e interpretar contratos de compra e venda de bens e serviços, documentos legais e correspondências empresariais.

Bases tecnológicas:

• A comunicação• O vocabulário técnico para redação e/ou interpretação de contra-

tos de compra e venda, em idioma nacional e para redação de correspondências empresariais.

• Ética aplicada à comunicação empresarial e às relações comerciais.

AULA OBJETIVOS DEAPRENDIZAGEM MATERIAIS CARGA

HORÁRIA

1. Comunicação e interação social

Conceituar e entender os elementos envolvidos no processo comunicativo

Caderno didático e mídias integra-das

4 h

2. Ruídos de comunicação

Abordar sobre os ruídos de comunicação, observando a implicação deles no proces-so comunicativo.

Caderno didático e mídias integra-das

4 h

3. Características do texto escrito

Abordar sobre as diferenças entre fala e escrita, enfati-zando a questão da variação linguística.

Caderno didático e mídias integra-das

4 h

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4. Qualidades do texto escrito I: coerência e coesão

Apresentar a coerência e a coesão, ressaltando a cola-boração desses fatores de textualidade na construção do sentido dos textos.

Caderno didático e mídias integra-das

4 h

5. Qualidades do texto escrito II

Abordar sobre a importância da clareza, concisão, corre-ção linguística, elegância e criatividade na construção dos textos empresariais.

Caderno didático e mídias integra-das

3 h

6. Vícios de lin-guagem

Estudar os vícios de lingua-gem, sobretudo a ambigui-dade e o pleonasmo vicioso.

Caderno didático e mídias integra-das

3 h

7. Correspon-dência empre-sarial

Introduzir o estudo da cor-respondência empresarial.

Caderno didático e mídias integra-das

3 h

8. Carta de co-brança

Apresentar os requisitos estruturais e as determina-ções legais para as cartas de cobrança.

Caderno didático e mídias integra-das

2 h

9. O vocabulário das correspon-dências: regras e convenções

Abordar sobre o correto emprego de abreviaturas, si-glas, pronomes e formas de tratamento, concordância e pontuação.

Caderno didático e mídias integra-das

3 h

10. Correspon-dências e docu-mentos empresa-riais: e-mail

Apresentar os critérios para a formulação de e-mails e os aspectos relacionados à ética e à etiqueta no correio eletrônico.

Caderno didático e mídias integra-das

3 h

11. Correspon-dências e docu-mentos empresa-riais: mala direta e recibo

Aprender sobre o vocabu-lário técnico utilizado na elaboração de mala direta e de recibo

Caderno didático e mídias integra-das

3 h

12 Correspon-dências e docu-mentos empre-sariais: atas e contratos

Aprender sobre o vocabu-lário técnico utilizado na elaboração de atas e na interpretação de contratos comerciais

Caderno didático e mídias integra-das

3 h

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

13

Aula 1 - Comunicação e interação social

Prezado(a) estudante:

Nesta aula introdutória, veremos noções básicas sobre uma das principais competências humanas: a comunicação. Este assunto, embora seja muito interessante, é bastante amplo e, por essa razão, vamos reduzi--lo para tornar nosso estudo mais objetivo. Assim, esperamos que, ao final desta primeira unidade, você possa ser capaz de:

• conceituar e caracterizar o processo comunicativo;• conhecer os elementos presentes na comunicação humana.

Para atender satisfatoriamente a esses objetivos, é fundamental o seu comprometimento na leitura dos textos e na realização das atividades propostas. Lembre-se de que, para atingirmos nossos objetivos, é necessá-rio esforço e muita disciplina. Seja curioso, explore os textos destinados às Leituras Complementares e acesse os sites indicados pelos links dispostos ao longo desta e das demais aulas. Bons estudos!

1.1 Comunicação e desenvolvimento humano

Para começar, vamos refletir um pouco sobre a importância da co-municação para o homem por intermédio da leitura desta interessante e bem humorada crônica de Luís Fernando Veríssimo:

Comunicação

Casais com problemas de comunicação têm um antecedente antigo. Adão e Eva, segundo Gênesis.

Pode-se imaginar o clima quando Adão acordou e levou dois sustos: estava sem uma costela e com uma mulher.

Especula-se que os dois levaram dois dias para se falar. Para come-çar, não tinham sido formalmente apresentados.

E que assunto poderiam ter, naquele primeiro encontro?― Como foi seu dia?— Nem me fale. Até a hora da sesta estava tudo normal. Depois eu

sofri uma cirurgia e mudei de estado civil e a população da Terra duplicou, tudo em questão de horas.

— E eu? Há horas eu nem existia. Agora estou aqui, mulher feita, nua e falando aramaico.

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Minha tese é que Adão e Eva só se falaram no terceiro dia, e assim mesmo porque Adão foi levado por uma necessidade premente.

― Me coça atrás?E Eva coçou suas costas, e Adão finalmente compreendeu os de-

sígnios do Senhor ao criar a mulher. Embora nos anos que se seguiram não fossem poucas as vezes em que pensou em dizer a Deus que preferia sua costela de volta.

Quando passaram a ter assunto, Adão e Eva despertaram o ciúme de Deus. Porque tinham uma coisa em comum da qual Deus não comparti-lhava: a humanidade, suas glórias e suas misérias. Os banhos de riacho e o medo do escuro, o cafuné e o furúnculo. E Deus providenciou o pecado para ter um motivo nobre para expulsá-los do Paraíso, já que não podia só alegar tagarelice. E quando a prole de Adão e Eva deu sinais de entendimento, pois falavam a mesma língua e celebravam a mesma humanidade, Deus decretou a destruição de Babel e a confusão das línguas. E assim duas vezes usou Deus o demônio para criar a desarmonia entre os homens. Primeiro na forma da Serpente. Depois na forma do Mau Tradutor.

Mas tudo que é humano quer se comunicar. Sem a mulher, Adão ar-ranjaria outro jeito de coçar as costas. Talvez encontrasse até uma maneira de se reproduzir sozinho. Afinal, anos depois, um descendente seu inventou o xerox. Quando Deus lhe deu a mulher não lhe deu uma fêmea, uma com-panheira ou alguém para cuidar das suas camisas. Deu o que ele precisava para progredir, a precondição para o autoconhecimento e a razão, sem falar na literatura.

Um interlocutor

Fonte:<http://nequidnimis.wordpress.com/2009/10/19/comunicacao-luis-fernando-verissimo/>. Acesso em 25 de maio de 2010.

1.2 Dinâmica do processo comunicativo

Conforme vimos ao final do texto de Luís Fernando Veríssimo, a co-municação é uma condição fundamental para o crescimento pessoal. Assim, ela pode ser definida, de modo amplo, como sendo todo processo que busca atender a um princípio fundamental na vida em sociedade: a interação entre os indivíduos.

De acordo com Chiavenato (2000, p. 142), “comunicação é a troca de informações entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação”.

A todo o momento, estabelecemos algum tipo de contato com ou-tras pessoas, seja em contextos formais (trabalho, escola) ou em situações informais (entre amigos, no ambiente familiar). Apresentamos nossas ideias e esperamos que elas sejam entendidas pelo nosso ouvinte que, por sua vez, também manifestará seus posicionamentos, dinamizando esse processo cícli-co que configura a comunicação humana.

Crônica:1. Narração histórica, por

ordem cronológica. 2. Pequeno conto de enredo

indeterminado. 3. Texto jornalístico redigido de

forma livre e pessoal. Sesta:

Hora de descanso após o almoço.

Premente:Urgente

Fonte: Mini-Aurélio Século XXI: o minidicionário da

Língua Portuguesa, 2001.

Figura 1: Luís Fernando

Veríssimo.Fonte: Disponível em:

http://nequidnimis.wordpress.com/2009/10/19/comunicacao-luis-fernando-verissimo/. Acesso em 25 de

maio de 2010. Luís Fernando Veríssimo,

filho do saudoso Érico Veríssimo, é um

dos mais populares escritores brasileiros

contemporâneos. Suas crônicas são publicadas

periodicamente em vários jornais brasileiros. Vale à pena conhecer um pouco mais sobre sua biografia e

sua rica produção literária. Para isso, acesse o

seguinte site: http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp. Nele, você obterá

um breve relato sobre a vida desse autor, além de encontrar uma relação de

obras para leitura. Confira!

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Para facilitar a sua compreensão sobre esse assunto, observe, a seguir, um esquema que ilustra a dinâmica comunicativa. Considere a figura do emissor como o ponto de partida do processo.

Figura 2: Dinâmica do processo comunicativo.Fonte: Acervo do autor

Agora que você já observou pelo diagrama como funciona o proces-so dinâmico da comunicação, vamos assimilar os conceitos referentes a cada um dos elementos que contribuem para que esse processo ocorra. Busque apreender bem as informações a serem apresentadas a seguir, pois precisará delas para realizar a nossa primeira atividade de fixação. Observe e assimile os conceitos referentes a cada um dos elementos envolvidos na dinâmica co-municativa. Conhecê-los melhor favorece o estabelecimento de estratégias de comunicação mais eficientes.

Emissor: é quem inicia o processo. Constitui aquele que deseja transmitir alguma mensagem a alguém.

Receptor: representa o alvo do processo, ou seja, quem receberá a mensagem veiculada pelo emissor.

Mensagem: trata-se daquilo que o emissor quer comunicar ao re-ceptor.

Código: constitui a forma como é tratada a mensagem que o emissor quer fazer chegar até o receptor. Refere-se ao grupo de elemen-tos simbólicos pelos quais podemos nos valer para que a mensagem che-gue ao receptor de forma eficaz. Se escrevermos uma carta, por exemplo, usaremos o código escrito. Ao proferirmos uma palestra, recorreremos ao código oral e gestual. É importante ressaltar que o nosso receptor precisa conhecer bem o código utilizado para que haja a devida compreensão da mensagem.

A expressão feedback, bastante comum em vários textos e no ambiente empresarial, provém do inglês e, traduzido rigorosamente, significa retroalimentação, ou seja, dar retorno a algum questionamento. Saiba mais sobre esse termo acessando: http://www.ligiafascioni.com.br/aulas/feedback

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Canal ou Veículo: é o instrumento por onde a mensagem codifica-da trafega do emissor ao receptor. Pode ser por meio da fala, de carta, de bilhete, de e-mail, do rádio, da televisão, de fax, dentre outros.

Interlocutor: a pessoa com quem interagimos na comunicação.

Leitura complementar

Sugerimos que você leia e reflita sobre o assunto discutido no inte-ressante texto contido no Box 1:

Box 1:

Os meninos-lobo

Cláudio de Moura Castro

No velho conto de Rudyard Kipling, Mogli, o Menino-Lobo, o autor descreve uma criança que, adotada por uma loba, cresce sem jamais haver usado uma só palavra humana, até ser encontrada e se integrar à socieda-de. O conto é atraente, mas cientificamente absurdo. Porém, houve outros casos, supostamente reais, de crianças criadas por animais. E também casos reais (até recentes) de crianças que cresceram isoladas e sem oportunidades de aprender a falar.

Faz tempo, meninos-lobo e outros jovens criados sem interação humana despertaram o interesse da psicologia cognitiva e da linguística.

A razão é que seriam um experimento natural que permitiria res-ponder a uma pergunta crucial: esses jovens, sem conhecer palavras, pode-riam pensar como os demais humanos?

A questão em pauta era decidir se pensamos porque temos pala-vras ou se seria possível pensar sem elas. Como os meninos-lobo não co-nheciam palavras, se podiam pensar, teria de ser sem elas. Nos diferentes casos de crianças criadas em isolamento, ficou clara a enorme dificuldade de ajustamento que elas encontraram ao serem reabsorvidas pela socieda-de. Muitas jamais se ajustaram, fosse pelo trauma do isolamento, fosse pela impossibilidade de pensar humanamente sem palavras. Mas o fato é que não desenvolveram um raciocínio (abstrato) classicamente humano.

O interesse pelos meninos-lobo feneceu. Mas se aprendeu muito desde então, e hoje não se acredita que o pensamento sem palavras seja possível — pelo menos, o pensamento simbólico que é a marca dos seres humanos. Ou seja, Mogli não seria capaz de pensar.

“Vivemos em um mundo de palavras”, diz o celebrado antropólogo Richard Leakey. “Nossos pensamentos, o mundo de nossa imaginação, nos-sas comunicações e nossa rica cultura são tecidos nos teares da linguagem... A linguagem é o nosso meio... É a linguagem que separa os humanos do resto da natureza”. Para o neuropaleontólogo Harry Jerison, precisamos de um cérebro grande (três vezes maior do que o de outros primatas) para lidar com as exigências da linguagem.

Portanto, se pensamos com palavras e com as conexões entre elas, a nossa capacidade de usar palavras tem muito a ver com a nossa capacida-de de pensar. Dito de outra forma, pensar bem é o resultado de saber lidar com palavras e com a sintaxe que conecta uma com a outra. O psicólogo

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Howard Gardner, com sua tese sobre as múltiplas inteligências, talvez diga que Garrincha tinha uma “inteligência futebolística” que não transitava por palavras. Mas grande parte do nosso mundo moderno requer a inteligência que se estrutura por intermédio das palavras. Quem não aprendeu bem a usar palavras não sabe pensar. No limite, quem sabe poucas palavras ou as usa mal tem um pensamento encolhido.

Talvez veredito mais brutal sobre o assunto tenha sido oferecido pelo filósofo Ludwig Wittgenstein: “Os limites da minha linguagem são tam-bém os limites do meu pensamento”. Simplificando um pouco, o bem pensar quase que se confunde com a competência de bem usar as palavras. Nesse particular não temos dúvidas: a educação tem muitíssimo a ver com o de-senvolvimento da nossa capacidade de usar a linguagem. Portanto, o bom ensino tem como alvo número 1 a competência linguística.

Pelos testes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), na 4ª série, 50% dos brasileiros são funcionalmente analfabetos. Se-gundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), a capacidade linguística do aluno brasileiro corresponde à de um europeu com quatro anos a menos de escolaridade. Sendo assim, o nosso processo educativo deve se preocupar centralmente com as falhas na capacidade de compreen-são e expressão verbal dos alunos.

Ao estudar a Inconfidência Mineira, a teoria da evolução das es-pécies ou os afluentes do Amazonas, o aprendizado mais importante se dá no manejo da língua. É ler com fluência e entender o que está escrito. É expressar-se por escrito com precisão e elegância. É transitar na relação rigorosa entre palavras e significados.

No conto, Mogli se ajustou à vida civilizada. Infelizmente para nós, Kipling estava cientificamente errado. Nossa juventude estará mal prepara-da para a sociedade civilizada se insistirmos em uma educação que produz uma competência linguística pouco melhor do que a de meninos-lobo.

Fonte: Revista VEJA, 8 de junho de 2008.

Resumo

Nesta aula introdutória, entramos em contato com noções básicas sobre a comunicação humana. Conforme foi exposto nos objetivos propostos para esta primeira etapa de estudo, conceituamos e caracterizamos o pro-cesso comunicativo. Além disso, identificamos cada elemento envolvido nes-se processo, destacando o caráter essencialmente interativo da linguagem.

Atividades

1) Leia o seguinte texto humorístico:

Bilhete complicado

Gumercindo, quando jovem, era daqueles cavalheiros à moda an-tiga, que gostava de tudo certinho e no seu devido tempo. Namorava uma linda donzela, por quem estava realmente apaixonado.

Para aprofundar a abordagem sobre a importância da comunicação, sugerimos a você que assista ao filme “Nell” (1994), observando, principalmente, o papel da interação social como meio de desenvolvimento das habilidades comunicativas. Perceba como a personagem desenvolve a linguagem a partir do contato que ela estabelece com outras pessoas. Divirta-se e aprenda um pouco mais!

titulo original: (Nell)lançamento: 1994 (EUA) direção: Michael Apted atores: Jodie Foster, Liam Neeson, Natasha Richardson, Richard Libertini, Nick Searcy duração: 115 min.gênero: Drama

Sinopse:Uma jovem (Jodie Foster) é encontrada em uma casa na floresta, onde vivia com sua mãe eremita, mas o médico (Liam Neeson) que a encontra após a morte da mãe constata que ela se expressa em um dialeto próprio, evidenciando que até aquele momento ela não havia tido contado com outras pessoas. Intrigado com a descoberta e ao mesmo tempo encantado com a inocência e a pureza da moça, ele tenta ajudá-la a se integrar na sociedade.

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/nell/. Acesso em 18 de junho de 2010.

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Um dia, quando fazia uma viagem de negócios, Gumercindo com-prou um lindo par de luvas de pelica. Só que, na hora do embrulho, a balco-nista se enganou e colocou na caixa uma calcinha de renda, e o pacote foi despachado pelo correio com o seguinte bilhete:

“Estou mandando este presente para fazer-lhe uma surpresa. Sei que não usa, pois nunca a vi usar. Pena não estar aí para ajudá-la a vestir. Fi-quei em dúvida quanto à cor, mas a balconista experimentou na minha frente e me mostrou que esta era mais bonita. Achei meio larga na frente, mas ela me explicou que era para a mão entrar mais fácil e os dedos se mexerem bem. Você não deve lavar em casa por recomendação do fabricante. Depois de usar, passe talco e vire do avesso para não dar mau cheiro. Espero que goste, pois este presente vai cobrir aquilo que vou lhe pedir muito em breve.

Um afetuoso abraço do seu Gumercindo!”

(Marcos Vinicius Ribeiro, Humor Marolândia, Paraguaçu/MG)

A) Identifique os elementos do processo de comunicação que aparecem no texto:

a) Emissor: _________________________________________________

b) Receptor: ________________________________________________

c) Código: __________________________________________________

d)Mensagem: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

e) Canal: ___________________________________________________

B) Posicione-se no lugar da namorada de Gumercindo, imaginando qual teria sido a reação dela ao receber o presente e o bilhete. Em seguida, redija ou-tro bilhete endereçado a Gumercindo, manifestando-se sobre a encomenda recebida e sobre o conteúdo da mensagem. Crie um nome para a persona-gem. Além disso, não se esqueça de inserir um cabeçalho ao seu bilhete, no qual deve constar local (fictício ou não) e data. Ao final do texto, insira uma saudação (Abraços! Adeus! Até breve!). Bom trabalho!

____________________________________________________________________________________________________________________

Pelica:pele fina, curtida e

preparada para luvas, calçados, etc.

Fonte: Mini-Aurélio Século XXI: o minidicionário da

Língua Portuguesa, 2001.

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___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Referências

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

DIAS, Marcos Vinicius Ribeiro. Humor na Mirolândia. Minas Gerais: Papiro, 1996.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini-Aurélio século XXI: o minidicio-nário da Língua Portuguesa. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

REVISTA VEJA, 8 de junho de 2008.

http://www.ligiafascioni.com.br/aulas/feedback

http://nequidnimis.wordpress.com/2009/10/19/comunicacao-luis-fernando--verissimo/.

http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp.

http://nequidnimis.wordpress.com/2009/10/19/comunicacao-luis-fernando--verissimo/>.

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AULA 1

Alfabetização Digital

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Aula 2 - Ruídos de comunicação

Caro(a) estudante:

Ao término desta aula 2, você deverá ter alcançado os seguintes objetivos de aprendizagem:

• entender o conceito de ruído de comunicação;• observar como os ruídos podem ser prejudiciais às comunicações

empresariais;• planejar uma comunicação escrita.

2.1 Conceito de ruído de comunicação

Para iniciarmos nosso estudo sobre ruídos de comunicação, vamos ler e refletir sobre a seguinte frase do publicitário Duda Mendonça:

“Comunicação não é o que se diz, mas o que o outro entende”.

Essa declaração ilustra claramente uma das preocupações que de-vemos ter quando comunicamos algo a alguém: a certeza de que seremos bem compreendidos pelos nossos ouvintes ou leitores.

Comunicar de forma clara e eficiente nem sempre é tarefa fácil, pois existem certos obstáculos que atrapalham esse processo. A essas difi-culdades denominamos ruídos de comunicação.

De acordo com Gil (1994, p.34), “entende-se por ruído qualquer fonte de erro, distúrbio ou deformação da fidelidade na comunicação de uma mensagem, seja ela sonora, visual, escrita, etc.” Esse é, sem dúvida, um problema a ser superado diariamente em nosso ambiente de trabalho e em nossa vida pessoal.

Segundo Rush (2005, p.126):

A Comunicação é o sangue que mantém a instituição viva. É ela que transforma as ideias, os sentimentos, os planos e as decisões em ações produtivas. Porém, quando surgem bar-reiras que interrompem seu fluxo para certos setores, eles acabam se tornando improdutivos e “dormentes”.

A seguir, observaremos um exemplo típico de como os ruídos de comunicação podem interferir negativamente na transmissão de uma men-sagem.

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Box 2:

De: PRESIDENTE para Diretor: Na próxima segunda-feira, aproxima-damente às 20h, o cometa Halley passará por aqui. Trata-se de um fenôme-no que ocorre a cada 76 anos. Assim, peço que todos os funcionários estejam reunidos no pátio da fábrica; todos usando capacete de segurança, para que eu possa explicar o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o espetáculo a olho nu, e todos deverão se dirigir ao refeitório onde será exibido um documentário sobre o cometa Halley.

De: DIRETOR para Gerentes: Por ordem do presidente, na sexta--feira, às 20h, o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover, os funcionários deverão ser reunidos, todos com capacete de segurança e en-caminhados ao refeitório, onde o raro fenômeno aparecerá, o que acontece a cada 76 anos a olho nu.

De: GERENTES para Chefes de produção: A convite do nosso que-rido Diretor, o cientista Halley, de 76 anos, vai aparecer nu no refeitório da fábrica, usando capacete, pois vai estar apresentando um filme sobre se-gurança na chuva. O diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica.

De: CHEFES DE PRODUÇÃO para Supervisor de turnos: Na sexta--feira, o diretor, pela primeira vez em 76 anos, vai aparecer nu no refeitório da fábrica para filmar o Halley, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deverá estar de capacete, pois vai ser apresentado um show sobre seguran-ça na chuva. O diretor levará sua banda para o pátio da fábrica.

De: SUPERVISOR DE TURNOS para funcionários: Todo mundo nu, sem exceção, devem estar no pátio da fábrica, na próxima sexta-feira, às 20h, pois o manda chuva (Presidente) e o Sr. Halley, guitarrista famoso, es-tarão lá para mostrar o raro filme “Dançando na chuva”. Todo mundo no refeitório de capacete, o show será lá, o que ocorre a cada 76 anos.

Aviso aos FUNCIONÁRIOS: na sexta-feira, o chefe da diretoria vai fazer 76 anos e liberou geral para a festa às 20h no refeitório. Vão estar lá, pagos pelo manda chuva, Bill Halley e seus cometas. Todo mundo nu e de capacete, pois a banda é muito louca e o rock vai rolar solto, mesmo com chuva.

Fonte: http://lpcicloii-deribeiraopreto.blogspot.com/2009/02/ruidos-na-comunicacaocuidado.html. Acesso em: 12 de junho de 2010.

O texto do Box 2 aborda, de maneira bem-humorada, uma situação que, em termos práticos, pode representar sérios problemas nos contextos pessoal e profissional. Para aprofundar um pouco mais nossa discussão sobre as barreiras que impedem as pessoas de se comunicarem com sucesso, leia o seguinte trecho de reportagem extraído da revista VOCÊ S.A., Ed. Abril, São Paulo, p. 22, jan. 1999:

Quadro 1: Barreiras de Comunicação

1. Ouvir apenas o que se espera ouvir: Nós tendemos a interpretar as informações de acordo como nossas crenças, preconceitos, expectativas e necessidades. Isso limi-ta a compreensão dos fatos e das mensagens.2. Avaliar pela fonte: Se a informação vem de uma fonte respeitável (como seu chefe) ela provavelmente não será questionada. O inverso também é verdadeiro? Não, não é, mas deveria ser. O ideal é praticar uma audição ativa, ou seja, ter uma postura positiva incondicional pela mensagem.

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3. Ignorar percepções diferentes: Nem todo mundo é como você. Se você assumir – e realmente acreditar – que todas as pessoas enxergam o mundo do mesmo modo que você, é provável que suas impressões ao ouvir sejam distorcidas. Cada pessoa tem uma percepção própria sobre as coisas e sobre as pessoas.4. Ignorar a comunicação não verbal: os gestos e os olhares são uma fonte de in-formações riquíssima que podem dizer muito mais que as palavras. Por isso, jamais devem ser desprezados. Fique atento, portanto, ao que as pessoas estão dizendo com os olhos, com as expressões, com os movimentos e com a postura, e procure interpretá-los corretamente.5. Distrair-se com o barulho: Gente falando, telefones tocando. Você consegue se comunicar quando há barulho ao redor? Para conversar e, sobretudo, para negociar, é imprescindível estar num lugar tranquilo.

Fonte: Revista VOCÊ S.A., Ed. Abril, São Paulo, p. 22, jan. 1999 (adaptado).

2.2 Planejamento da comunicação

Conforme vimos anteriormente, existem vários obstáculos que po-dem dificultar a comunicação interpessoal. Vamos conferir, agora, alguns questionamentos que devem ser feitos no momento do planejamento das suas comunicações, a fim de que seus textos possam ser eficientes em seus propósitos comunicativos.

1. Quem? Constitui a identificação do emissor. Quem é ele no mo-mento em que comunica? Qual a sua posição dentro do contexto da comu-nicação? A posição dele (diretor, secretário, etc.) definirá o modo como ele deve se dirigir ao receptor.

2. Dizer o quê? Significa elaborar mentalmente e, depois, fazer um rascunho da mensagem a ser transmitida. Nesta etapa, você deve organizar suas ideias, pautando-se pela clareza, pela simplicidade e pela objetividade. Deve também se preocupar em usar o código adequado, ao nível do receptor.

3. A quem? É a identificação do receptor. O perfil dele determina a forma mais adequada de comunicação. Aqui, é necessário escrever de modo a atender às exigências e necessidades dele, considerando, entre outros as-pectos, o nível sociocultural, a idade, a profissão, etc.

4. Qual o canal? O meio influencia a mensagem. Assim, é impor-tante que se defina claramente qual o canal a ser utilizado para a emissão da mensagem.

5. Com que finalidade? Essa é, sem dúvida, uma pergunta essencial a ser feita por quem planeja uma comunicação, seja ela escrita ou falada. Deixar evidente a finalidade da mensagem evita possíveis mal-entendidos.

Resumo

Nesta aula 2, estudamos sobre os ruídos de comunicação, ou seja, as barreiras que dificultam a transmissão bem-sucedida das mensagens. Aprendemos, também, que, para nos expressarmos com clareza e eficiência, é necessário planejar nossos textos e discursos orais e escritos mediante a

Da próxima vez que você tiver uma conversa importante com alguém, use mais os olhos. Repare nos gestos e na posição do corpo do seu interlocutor. Veja como ele movimenta as mãos, o jeito de cruzar as pernas, se o tronco está inclinado para frente ou largado para trás. As palavras às vezes enganam, o corpo, não. Os gestos que nós fazemos sem perceber revelam desejos, emoções, dúvidas e até os pensamentos mais secretos – mesmo que a fala diga exatamente o contrário.

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elaboração de perguntas estratégicas que nos deem condições de saber, en-tre outros dados, o perfil do nosso interlocutor e a finalidade da mensagem a ser transmitida.

Atividades de aprendizagem

1) Observe atentamente a charge a seguir, iniciando a sua leitura a partir da declaração emitida pelo chefe do departamento.

Figura 3: O poder de um boato. Fonte: http://rosaao.blogspot.com/2009/08/ruidos-na-comunicacao-charges.html. Acesso em 13 de junho de 2010.

A) Com base no que você aprendeu sobre ruídos de comunicação, explique o que provocou o boato apresentado na charge.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Analisando as expressões faciais e os gestos apresentados pelos persona-gens, mencione as principais reações psicológicas geradas pelo boato.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________

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c) O título da charge é “O poder de um boato”. Em sua opinião, quais são as consequências dos boatos no cotidiano profissional? O que deve ser feito para evitar essa prática nociva ao contexto empresarial?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Referências

GIL, Antônio Carlos. Administração de recursos humanos: um enfoque profis-sional. São Paulo: Atlas, 1994.

REVISTA VOCÊ S.A., Ed. Abril, São Paulo, p. 22, jan. 1999.

RUSH, Myron. Administração: uma abordagem bíblica. Belo Horizonte: Edito-ra BETÂNIA, 2005.

http://rosaao.blogspot.com/2009/08/ruidos-na-comunicacao-charges.html.

http://lpcicloii-deribeiraopreto.blogspot.com/2009/02/ruidos-na-comunica-caocuidado.html.

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AULA 1

Alfabetização Digital

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Aula 3 - Características do texto escrito

Prezado(a) estudante:

Dedicaremos esta aula 3 ao estudo das características próprias da escrita. Diferentemente da fala, que é um ato comunicativo mais espontâneo e menos su-jeito a censuras e normas, a expressão escrita exige de quem redige a obediência a uma série de regras e cuidados. Assim, quem pretende escrever bem deve, primei-ramente, conhecer as qualidades fundamentais do texto escrito.

Os objetivos propostos para esta etapa de estudo são:

• conhecer as principais diferenças entre a fala e a escrita;• compreender a relação entre domínio linguístico e ascensão pro-

fissional;• conhecer os desvios ortográficos mais cometidos em textos es-

critos.

3.1 Língua Portuguesa: uma valiosa ferramenta de trabalho

Inicialmente, faça a leitura atenta do seguinte texto:

A Língua Portuguesa e a ascensão profissional

Dominar a norma culta de um idioma é plataforma mínima de suces-so para profissionais de todas as áreas. Engenheiros, médicos, economistas, contabilistas, administradores, vendedores que falam e escrevem certo, com lógica e riqueza vocabular, têm mais chances de chegar ao topo do que pro-fissionais tão qualificados quanto eles, mas sem o mesmo domínio linguístico.

De acordo com a pesquisa, o bom uso da língua influi na carreira. Um estudo realizado com 39 empresas americanas mostrou que a chance de ascensão profissional está diretamente ligada ao vocabulário que a pessoa domina. Quanto maior seu repertório, mais competência e segurança ele terá para absorver novas ideias e falar em público. Assim, o cargo de exe-cutivo está no topo do ranking, com 50.000 palavras ou mais, seguido do de gerente (de 5.000 a 50.000 palavras) e do de chefe de setor (até 5.000 palavras).

Nas grandes corporações, os testes de admissão concebem, à com-petência linguística dos candidatos, muitas vezes, o mesmo peso dado à aptidão para trabalhar em grupo ou ao conhecimento matemático.

Fonte: Adaptado da Revista Veja, 12 de setembro de 2007.

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Ainda nessa mesma reportagem, são apontados os desvios que mais comprometem as pretensões profissionais de qualquer um. Confira o Quadro 2 e verifique se você já cometeu ou comete alguns deles:

Quadro 2: Principais desvios ortográficos

1. Houveram problemas. (“Houve”, no sentido de existir, é sem-pre impessoal, portanto, deve ficar no singular).

2. Se ele dispor de tempo. (É erro bastante comum conjugar de forma regular os verbos derivados de ter, ver, vir e pôr. Neste caso, o certo é “dispuser”).

3. Espero que ele seje feliz e Vieram menas pessoas. (Dois erros inadmissíveis. Não existe o verbo “seje” nem a expressão “menas”).

4. Ela ficou meia nervosa. (“Meio” nervosa. Os advérbios são invariáveis).

5. Segue anexo duas cópias do contrato. ( Atenção para a con-cordância verbal e nominal: Seguem anexas as duas cópias do contrato).

6. Esse assunto é entre eu e ela. (Depois de preposição, usa-se pronome oblíquo tônico: entre mim e ela.

7. A professora deu um trabalho para mim fazer. (Antes do verbo no infinitivo usa-se o pronome “eu”)

8. Fazem dois meses que ela não aparece. (O verbo “fazer” in-dicando tempo decorrido é impessoal, por isso fica no singular: Faz dois meses que ela...).

9. Vou estar providenciando o seu pagamento. (O chamado “ge-rundismo” não chega a ser erro gramatical, mas é um vício insuportável. Use “vou providenciar”; é mais elegante).10. O problema vai ser resolvido a nível de empresa. (A febre do “a nível de” parece ter passado, mas ainda há quem utilize essa ex-pressão. Na frase em questão, “na” ou “pela” empresa são mais exatos e elegantes).

Fonte: Adaptado da Revista Veja, 12 de setembro de 2007.

Após a leitura do texto “A Língua Portuguesa e a ascensão profis-sional” e da análise do Quadro 2, você deve ter chegado à conclusão de que, uma vez ou outra, ou quase sempre, cometeu ou comete alguns dos desvios linguísticos acima apontados. Por conta disso, pode também ter colocado em dúvida a sua capacidade para aprender a escrever corretamente e com clareza. Essa sensação de incompetência e fracasso na expressão escrita das ideias acompanha muitas pessoas, condenando-as à falsa crença de que escrever bem é um ”dom”, uma característica que poucos “sortudos” pos-suem. No entanto, trazemos-lhe uma boa notícia: a competência linguística pode e deve ser aprimorada diariamente mediante a prática da leitura e da escrita. Não existem fórmulas mágicas para aprender a escrever, mas há meios para tornar essa tarefa mais prazerosa e eficaz. Neste sentido, ter conhecimento sobre as estruturas da língua, suas normas e características é de suma importância para desenvolver e/ou aprimorar o domínio linguístico.

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Assim, nosso estudo a seguir será orientado no sentido de conhecer as princi-pais diferenças entre a fala e a escrita e as noções sobre variação linguística.

3.2 O texto escrito

A escrita e a oralidade apresentam características distintas. Nor-malmente, as pessoas não demonstram maiores dificuldades para se expres-sarem quando utilizam a modalidade coloquial da língua, ou seja, a língua usada em situações informais, no nosso dia-a-dia. Além disso, a presença física do interlocutor durante uma conversa, por exemplo, possibilita aos fa-lantes a oportunidade de corrigir ou confirmar a mensagem, o que minimiza as chances de não serem mal compreendidos.

Por outro lado, o texto escrito demanda rigor na organização da mensagem, respeito às regras gramaticais e, sobretudo, clareza na exposição das ideias.

O Quadro 3 apresenta algumas características que distinguem a fala da escrita. Observem-no atentamente:

QUADRO 3: Especificidades da fala e da escrita

FALA ESCRITA

Interação face a face Interação a distância

Planejamento simultâneo ou quase simultâneo Planejamento anterior à produção

Impossibilidade de apagamento Possibilidade de revisão para operar correções

Sem condições de consultas Livre consulta

Ampla possibilidade de reformulação; é marcada, pública, pode ser pro-movida tanto pelo falante como pelo ouvinte

As formulações podem não ser tão marcadas, é privada e promovida ape-nas pelo escritor

Acesso imediato ao feedback do ou-vinte.

Sem possibilidade de feedback ime-diato

O falante pode processar o texto, redirecionando-o a partir das reações do ouvinte

O escritor pode processar o texto a partir das possíveis reações do leitor

Fonte: Fávero, Andrade e Aquino (1994, p. 276).

Pela análise do Quadro 3, percebemos que a oralidade e a escrita pertencem a dois registros linguísticos diferentes. As divergências identifica-das entre elas ilustram um processo denominado variação linguística. Neste sentido, existe a modalidade coloquial, informal (relativa à fala), e a moda-lidade escrita, formal, normatizada, também denominada norma padrão ou norma culta da língua.

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De acordo com o pesquisador Marcos Bagno (2003), autor de vários livros e artigos sobre o assunto, a variação é um fenômeno existente em todas as línguas, visto que não existe um único modo de falar, pois o idioma está sujeito a outras interferências, como variantes socioculturais, geográfi-cas e históricas, por exemplo.

Ainda segundo esse estudioso, é preciso, sim, ensinar a escrever de acordo com as normas gramaticais, mas não se deve fazer isso reprovando a variante coloquial, ou seja, o modo como os falantes usam a língua materna no dia-a-dia. Para ele, é aceitável, por exemplo, que se diga “b[u]nito”, des-de que tenhamos o cuidado de escrever “b[o]nito”, pois é essa a orientação que a gramática estabelece para a escrita desse termo. Em outras palavras, devemos ter a competência linguística de usar a língua adequadamente de acordo com cada situação sociocomunicativa.

Na obra Preconceito Linguístico, Bagno (2003), discute as noções de “certo” ou “errado”, em se tratando de questões linguísticas, de maneira que o leitor consegue perceber que há um preconceito na sociedade em relação ao modo como certos grupos sociais utilizam a língua. Ele ressalta a importância de se promover o respeito à diversidade linguística existente em nosso país.

A título de ilustração desse preconceito linguístico, citamos um personagem bastante conhecido nosso. A maneira de se expressar de Chico Bento, um dos mais populares personagens da “Turma da Mônica”, ilustra claramente a variação regional verificada sobretudo nas nossas comunida-des rurais. Porém, essa diversidade linguística nem sempre é reconhecida, e os falantes que não dominam a norma culta do idioma tornam-se vítimas de preconceito linguístico, intolerância e denominações pejorativas, como “roceiros” e “caipiras”.

A charge a seguir explora a intolerância da personagem com rela-ção à variante coloquial e ao desvio de concordância cometido pelo feirante (“Olha o tomate! Só paga *dois real”).

Figura 4: Preconceito linguístico. Fonte: http://www.cbpf.br/~eduhq/html/tirinhas/tirinhas_assunto/portugues/portugues.php?pageNum_Recordset1Portugues=10&totalRows_Recordest1Portugues=49 Acesso em: 13 de junho de 2010

Diante disso, ressaltamos que devemos assumir um posicionamen-to democrático com relação ao ensino e ao aprendizado da nossa Língua

Sugerimos a leitura do livro Preconceito

Linguístico: o que é, como se faz?, do

sociolinguista Marcos Bagno. Nessa obra,

o autor aprofunda a discussão sobre diversos

mitos que envolvem o ensino do português,

revelando aos leitores uma nova perspectiva

para o entendimento da variação linguística que

ocorre em nosso idioma. Vale a pena conferir!

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Portuguesa para evitarmos posturas intolerantes e preconceituosas, como a representada na charge acima. É preciso reconhecer a importância tanto da norma culta como da variante coloquial, tratando-as como registros linguísti-cos distintos que compõem o quadro da variação linguística do nosso idioma.

Resumo

No decorrer desta aula, vimos as principais diferenças entre a fala e a escrita, os erros ortográficos que são mais cometidos e porque o domínio linguístico é importante para o crescimento profissional. Vimos, ainda, algu-mas noções sobre a variação linguística e sobre a importância de se respeitar as diferentes formas de expressão.

Atividades de aprendizagem

Para fixar o aprendizado sobre as diferenças existentes entre as modalidades coloquial e escrita da Língua Portuguesa, leia o seguinte texto de Jô soares e observe como ele aborda humoristicamente essa questão:

Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala.

Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma lín-gua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas

palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Quê coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u79.jhtm. Acesso em: 13 de junho de 2010.

1) Conforme você pôde observar, as palavras do texto estão grafadas exata-mente como são pronunciadas. Porém, sabemos que, na modalidade escrita, é necessário obedecer às regras gramaticais, como a correção ortográfica, por exemplo. Assim, reescreva o texto, adaptando-o à norma culta da língua.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Analise a seguinte situação: Um aluno se dirige oralmente ao seu colega de classe nestes termos: “Venho respeitosamente solicitar-lhe que faça o obséquio de me emprestar o livro.” Considerando a situação sociocomunica-tiva, ou seja, a situação envolvida neste ato comunicativo, responda:

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Houve adequação na expressão do aluno? Justifique sua resposta.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Referências

AQUINO, Zilda G. de O.; ANDRADE, Maria Lúcia C. V. O. & FÁVERO, Leonor L. (1994). Fala e escrita: diferença e integração. Estudos Linguísticos XXII: Anais de Seminários do GEL . São Paulo, pp. 273-288.

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2003.

Revista Veja, 12 de setembro de 2007

http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u79.jhtm

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AULA 1

Alfabetização Digital

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Aula 4 - Qualidades do texto escrito I: coerência e coesão

Para esta aula 4, os objetivos de aprendizagem propostos são:

• conhecer dois atributos essenciais a um bom texto: a coerência e a coesão;

• verificar como a ausência desses atributos pode comprometer a qualidade dos textos escritos.

4.1 Coerência

De acordo com Koch (1989, p.11): “Um texto não é simplesmente uma sequência de frases isoladas, mas uma unidade linguística com proprie-dades estruturais específicas”.

A análise da definição proposta anteriormente nos revela uma ca-racterística essencial ao texto: a busca pela unidade de sentido.

Segundo Garcia (2003, p.287), “a coerência (do latim cohaerens, entis: o que está junto ou ligado) consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica e de acordo com um plano definido”.

Em outras palavras, a coerência consiste na capacidade de susten-tarmos um posicionamento de forma a não contradizer aquilo que já expuse-mos. Para ilustrar esse conceito, observe a figura 5:

Figura 5: Aviso incoerente. Fonte: http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/especial-placas-inusitadas-semana3_album.jhtm?abrefoto=39. Acesso em 15 de junho de 2010.

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O aviso escrito no portão dessa residência não apresenta coerência, já que a frase imperativa “não estacione” entra em contradição direta com o fato de que, no mesmo local, encontra-se escrita a palavra “estaciona-mento”.

É importante ressaltar que a coerência é um atributo essencial a qualquer texto, já que dela depende, em grande parte, a nossa capacidade de interpretar e atribuir sentido àquilo que lemos. Por isso, devemos zelar pela exposição lógica das nossas ideias, a fim de que consigamos transmitir com exatidão nossos pensamentos. Assim, ao escrever, procure analisar cri-ticamente seu texto, buscando identificar e eliminar ideias que possam se contradizer.

4.2 Coesão

Assim como a coerência assume fundamental importância na cons-trução textual, a coesão também é um recurso essencial à boa expressão escrita.

De acordo com Koch (1989), a coesão constitui uma espécie de co-nexão que se estabelece entre os elementos textuais. Ela é importante por-que favorece o entrelaçamento das ideias, evitando a ocorrência de frases soltas, sem ligação entre si.

Se é verdade que a coesão não constitui condição necessária nem suficiente para que um texto seja texto, não é menos verdade, também, que o uso de elementos coesivos dá ao texto mais legibilidade, explicitando os tipos de relações es-tabelecidas entre os elementos linguísticos que o compõem. Assim, em muitos tipos de textos científicos – didáticos, ex-positivos e opinativos, por exemplo -, a coesão é altamente desejável como mecanismo de manifestação superficial de coerência. (VILELA; KOCH, 2001, p. 467).

A seguir, apresentamos uma redação que não recebeu uma boa pontuação em um processo seletivo, tendo em vista que apresentou, entre outras irregularidades, problemas relacionados à coesão textual. O tema da produção de texto foi “Quais as condições para se atingir o sucesso profis-sional?”.

Atualmente, serviços comuns, que antigamente qualquer pessoa poderia exercer, são muito mais concorridos.

Os cursos de informática e inglês foram mais popularizados, porém, mais exigidos. Os cursos técnicos foram mais requisitados, e concluir o ensino médio é essencial!

No entanto, não é preciso apenas possuir cargos para conseguir emprego, cada vez mais, as empresas exigem mais testes e conhecimento do entrevistado.

Ser uma pessoa centrada, de bom caráter, paciência, determina-ção e ativa, é indispensável, e a empresa, preocupada com isso, procura

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conhecer bem os candidatos, geralmente visando manter um funcionário por muitos anos.

O local onde a pessoa estudou também é de enorme importância, pois quanto melhor o local há mais chances de se conseguir emprego e mui-tas vezes conseguir salário mais alto.

Importante também ressaltar, que sempre se começa do menor cargo.

Continuar a estudar, é sempre um bom investimento, o estudo e o esforço atraem o sucesso. Quando contratado, o conhecimento e a de-dicação do funcionário são observados, por isso é necessário sempre se pre-ocupar em crescer na empresa.

Manter o emprego é o primeiro passo para o sucesso profissional, com dedicação, e estudo, bom humor, otimismo, educação, muita paciência e ambição, tudo acontece aos poucos e logo se alcança o sucesso.

Talento e vocação facilitam, mas não são tudo, ser uma pessoa fácil de se conviver, ser responsável é qualidades que não se aprende em cursos e faculdades, contam, e muito, no sucesso.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u177.jhtm. Acesso em 17 de junho de 2010.

Percebemos que o texto apresenta problemas relacionados à coe-são, já que o aluno não soube relacionar adequadamente as ideias, manten-do parágrafos curtos e isolados.

No box a seguir, verifique uma sugestão de reescrita para o texto acima, na qual foram obedecidos os requisitos de coesão e, assim, obteve-se fluência e objetividade na exposição das ideias:

Requisitos para o êxito profissional

Não há como negar que o mercado de trabalho torna-se cada vez mais competitivo. Por outro lado, recentemente, as empresas têm revelado precisar de trabalhadores com qualificações específicas, de nível técnico ou superior, que estão em falta no país. Além disso, existem vários outros fato-res que podem interferir na escolha de uma profissão ou na obtenção de um bom emprego. Sorte, vocação, talento, boa formação escolar, estar atento à demanda e às circunstâncias do momento constituem as principais condições para se atingir o sucesso profissional.

Fonte: Adaptado de texto extraído do sítio: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/proposta200803.jhtm Acesso em 17 de junho de 2010.

Você conhece o Banco de Redações? Trata-se de um serviço presente no sítio http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/, que tem como principal objetivo estimular os estudantes a exercitarem a escrita. Nesse espaço, você encontra exemplos de textos avaliados por uma equipe especializada em correção de vestibular e ENEM. Você poderá, também, enviar seu texto para ser analisado e corrigido. Os professores associados ao banco selecionam e comentam 20 textos que serão publicados no primeiro dia útil do mês subsequente. A equipe do Banco de Redações entrará em contato com os autores das redações escolhidas, solicitando autorização para publicá-las. Saiba mais sobre esse interessante serviço por meio do seguinte endereço: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/como-participar.jhtm. Não perca essa oportunidade de aprimorar seus conhecimentos em produção de texto!

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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 36

Resumo

Nesta aula 4, você conheceu um pouco sobre a coerência e a co-esão, duas qualidades essenciais a um texto. Você deve ter percebido que essas qualidades dependem uma da outra para a construção de sentido da-quilo que se busca expressar. De maneira resumida, podemos afirmar que a coerência está relacionada à lógica das ideias apresentadas, ao passo que a coesão se refere ao modo como as ideias são organizadas, se as frases man-têm relação entre si.

Atividades de aprendizagem

1) Leia o texto a seguir e procure preencher adequadamente as lacunas com as palavras (recursos coesivos) apresentadas no quadro a seguir:

além de - quando - embora - mas - se - que - que - comomesmo que - se - como

A ansiedade costuma surgir___________________se enfrenta uma situ-ação desconhecida. Ela é benéfica_____________prepara a mente para desafios, _________ falar em público. _________________,_____________________ provoca preocupação exagerada, tensão muscular, tremo-res, in¬sônia, suor demasiado, taquicardia, medo de falar com estranhos ou de ser criticado em situações sociais, pode indicar uma ansiedade ge-neralizada, ______________________ requer acompanhamento médico, ou até transtornos mais graves,_______________________ fobia, pânico ou obsessão compulsiva. __________________ apenas 20% das vítimas de ansiedade busquem ajuda médica, o problema pode e deve ser tratado. _______________ se procure um clínico-geral num primeiro momento, é importante a orientação de um psiquiatra, _____________________pres-creverá a medicação adequada. A terapia, em geral, é à base de antide-pressivos. “Hoje existe uma geração mais moderna desses remédios”, ex-plica o psiquiatra Márcio Bernik, de São Paulo, coordenador do Ambulatório de Ansiedade, da Faculdade de Medi-cina da Universidade de São Paulo. “____________mais eficazes, não provocam ganho de peso nem oscilação no desejo sexual.” Outra vantagem: não apresentam riscos ao paciente caso ele venha a ingerir uma dosagem muito alta.

Fonte: Revista Claudia, nov. 2000.

2) Observe o texto contido na faixa e explique por que a mensagem é inco-erente.

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Figura 6: Aviso incoerente.Fonte: http://www.fotocomedia.com/index.php?topic=placas&page=2. Acesso em 18 de junho de 2010

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Referências

KOCH, Ingedore G. Villaça. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989.

VILELA, M.; KOCH, I.V. Gramática da Língua Portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001.

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa Moderna: aprender a escrever, aprendendo a pensar. 23. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

http://www.fotocomedia.com/index

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AULA 1

Alfabetização Digital

39

Aula 5 - Qualidades do texto escrito II

Caro(a) aluno(a),

O objetivos de aprendizagem propostos para esta aula 5 são:

• conhecer outras qualidades do texto escrito: clareza, concisão, correção linguística, elegância e criatividade;

• perceber como essas qualidades favorecem a boa expressão dos documentos escritos.

5.1 Clareza

De acordo com Beltrão (2004, p.97), a clareza “significa ex-pressarmos exatamente aquilo que nos vai ao pensamento ou uma emoção. Torna-se claro aquilo que escrevemos quando se torna compreensível ao leitor.” A seguir, verifique algumas dicas para melhorar a clareza dos seus textos:

• procure construir frases mais curtas. Normalmente, períodos mais extensos costumam se tornar confusos;

• não empregue palavras das quais você desconheça o significado. Na tentativa de demonstrar “domínio de vocabulário”, muitos alunos utilizam termos que dificultam a compreensão da men-sagem;

• evite a ambiguidade ou o duplo sentido veiculado por algumas expressões. (Na próxima aula, aprofundaremos a discussão sobre esse assunto);

• pense no seu interlocutor e procure adequar a linguagem ao nível dele;

• faça sempre rascunho dos seus textos, procurando retirar deles informações irrelevantes e/ou repetitivas;

5.2 Concisão

Concisão é um fator decisivo na organização textual. Ela consiste na habilidade de transmitir de maneira direta a mensagem, evitando rodeios e excesso de palavras.

De acordo com Gold (2002), existem características próprias da concisão textual. São elas:

• ser o mais expressivo possível usando o mínimo de palavras:Ex.: Substitua o clichê “Venho através desta comunicar..” pelo sim-

ples e objetivo termo “Comunicamos...”;

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• evite clichês. Assim, opte pela sucinta forma “Atenciosamen-te”, ao invés de usar a expressão desgastada “Não havendo nada mais nada a tratar, subscrevemo-nos.”;

• evite a repetição de um mesmo termo. Use sinônimos e realize adaptações na frase, objetivando torná-la mais sucinta.

Ex.: Espero que me responda a fim de que se esclareçam as dúvidas que dizem respeito ao assunto que foi discutido.

Eliminando o “queísmo” (uso excessivo da palavra “que”) na frase acima, teremos a seguinte versão mais concisa:

“Espero sua resposta a fim de esclarecer as dúvidas a respeito do assunto discutido.”

5.3 Correção linguística

Outra qualidade esperada dos textos escritos é a correção linguísti-ca. Ela consiste em escrever respeitando as normas gramaticais, tais como a ortografia, a concordância, a regência e a pontuação.

É importante ressaltar que a correção linguística deve ser buscada como mecanismo de melhoramento da clareza do texto e da valorização da imagem de quem o escreve, afinal, até mesmo um bilhete ou um aviso contendo palavras em desacordo com a norma culta da língua é prejudicial à imagem da empresa ou da instituição que o redator representa.

Segundo Beltrão (2004, p. 97), “a correção gramatical é requisito indispensável ao documento de forma geral, particularmente ao empresa-rial, pois estamos vendendo a imagem da empresa”.

Infelizmente, na prática, observamos muitos desvios ortográficos presentes em panfletos, letreiros, faixas e demais formas de publicidade escrita que são veiculadas no comércio. Mais adiante, aprofundaremos nessa questão. Por enquanto, verifique um dos vários exemplos de desvio da nor-ma padrão da língua. Nesse caso, grafou-se “desperdiço”, em vez de “des-perdício.

Figura 7: Exemplo de incorreção linguísticaFonte: http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/especial-placas-inusitadas-semana3_album.jhtm?abrefoto=39. Acesso em 18 de junho de 2010.

Um clichê (do francês cliché), chavão ou lugar-comum é uma expressão

idiomática que, de tão utilizada e repetida,

desgastou-se e perdeu o sentido ou se tornou

algo que gera uma reação má em vez de

dar o efeito esperado. Saiba mais sobre o

assunto e consulte uma lista com alguns clichês

no seguinte endereço eletrônico: http://

www.brustin.com.br/wordpress/2009/08/o-

que-e-cliche/.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 41

5.4 Elegância

A elegância textual pode ser entendida como a reunião de todas as qualidades anteriormente citadas (coerência, coesão, clareza, concisão e correção linguística).

Como forma de se promover a elegância textual, devemos também zelar pela escolha adequada das palavras a serem utilizadas, considerando sempre o contexto no qual a mensagem estiver inserida. A seguir, verifique um exemplo de inadequação vocabular:

O professor levou duas horas para bolar estes exercícios. Adequando a linguagem ao contexto, teríamos a seguinte construção:O professor necessitou de duas horas para elaborar os exercícios.

5.5 Criatividade

Figura 8: Anúncio criativoFonte: http://www.fotocomedia.com/index.php?topic=placas&page=5. Acesso em 18 de junho de 2010.

Dizem que a propaganda é a alma do negócio. Esse jargão típico do segmento comercial ilustra a necessidade de fazer um bom uso dos recur-sos que a língua oferece, agregando criatividade à publicidade dos produtos e serviços. No exemplo acima, o duplo sentido apresentado pela palavra “gato” foi responsável por um efeito humorístico e inovador à divulgação do pet shop.

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Resumo

Nesta aula, você conheceu mais qualidades do texto escrito. En-tendeu que a clareza é essencial para a correta transmissão das mensagens, assim como a concisão, ou seja, a capacidade de expor um pensamento usando poucas palavras. Além disso, verificou a importância da correção linguística, sobretudo quando se escreve textos e documentos em nome de uma empresa. A escrita expõe o sujeito que escreve a julgamentos sobre a sua competência e credibilidade; por isso, é importante observar a correção daquilo que for escrito. Por fim, você conheceu um pouco sobre a elegância e a criatividade, características que também são valorizadas em um texto.

Atividades de aprendizagem

1) Assinale a letra que corresponde à melhor redação, considerando-se a correção, a clareza e a concisão.

a) Foram chamados sua atenção pelo diretor.

b) O diretor chamou-os sua atenção.

c) Foi-lhe chamado a atenção pelo diretor.

d) O diretor chamou-lhes a atenção.

2) A alternativa com melhor redação, considerando-se a correção, a clareza e a concisão, é:

a) A única medida para melhorar o desempenho linguístico do aluno é que deveria ser exigido em todos os níveis aulas práticas de Língua Portuguesa.

b) Deveria ser exigido, em todos os níveis, aulas práticas de Língua Portu-guesa. Esta seria a única medida para melhorar o desempenho linguístico dos alunos.

c) Ministrar aulas práticas de Língua Portuguesa em todos os níveis é a única medida para melhorar o desempenho linguístico dos alunos.

d) Aulas práticas de Língua Portuguesa deveriam ser ministradas como úni-ca medida em todos os níveis para melhorar o desempenho linguístico dos alunos.

3) No desejo de manter a elegância textual e a correção na utilização dos tempos e da ortografia verbal, um policial em rodovia diz ao seu companhei-ro de trabalho: “Na rodovia,............. com............. e agilidade quando.........pessoas que necessitem de seu auxílio.

a) haja, descrição, ver

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b) aja, discrição, vir

C) haja, discrição, ver

d) aja, descrição, vir

Referências

BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem e comunicação: oficial, co-mercial, bancária, particular. 22. edição. São Paulo: Atleas, 2004.

GOLD, Miriam. Redação Empresarial: escrevendo com sucesso na era da glo-balização. São Paulo: Pearson, 2002.

http://www.brustin.com.br

http://www.fotocomedia.com

http://fotos.noticias.bol.uol.com.br

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AULA 1

Alfabetização Digital

45

Aula 6 - Vícios de linguagem

Caro(a) estudante:

Nas aulas 4 e 5, você estudou sobre as principais qualidades do texto escrito. Agora, vamos conhecer alguns dos problemas mais recorrentes que comprometem a boa expressão escrita. Assim, os objetivos de aprendi-zagem para esta aula são:

• conhecer os principais vícios de linguagem;• atentar para a ocorrência da ambiguidade (duplo sentido) que

pode ocorrer nos textos escritos.• verificar alguns exemplos de pleonasmos utilizados e que com-

prometem a objetividades das comunicações.

6.1 Vícios de linguagem

O Quadro 4 apresenta alguns dos principais vícios de linguagem, ou seja, maneiras de falar e de escrever em desacordo com a norma culta da língua, que costumam ser usadas frequentemente e que comprometem a boa expressão oral e escrita.

Quadro 4: Vícios de Linguagem

Barbarismo Todo erro que se relacio-na à forma da palavra.

cacoépia: seje, em vez de seja.

cacografia: rúbrica, em vez de rubrica.

estrangeirismo: exame antidoping.

Arcaísmo Emprego de palavras que caíram em desuso. Mui fremosa senhorita.

Anfibologia ou ambigui-dade

A mensagem apresenta mais de um sentido de-vido à má disposição das palavras na frase.

O garoto viu o roubo do carro. (O garoto estava no carro e viu o rou-bo ou viu o carro ser roubado?)

Cacófato

Palavra inconvenien-te, ridícula ou obscena resultante da união das sílabas de palavras vizi-nhas.

A boca dela era horrível.

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Solecismo Erro de sintaxe.

Concordância: Fazem muitos anos. (Nesse caso fazer é impessoal, devendo ser usado no singular: Faz muitos anos.

Regência: Esse é a música que ele mais gosta. (Essa é a música de que ele mais gosta.)

Colocação: Me faça um favor... (Faça-me um favor...)

Pleonasmo

Repetição de palavras inúteis, pois nada acres-centam ao que já foi dito.

Subiu para cima. Entrou para den-tro.

Eco É a rima em prosa, sem intenção estilística.

Infelizmente, essa ideia me veio à mente somente de repente.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u46.jhtm. Acesso em 18 de junho de 2010.

6.2 Saiba mais sobre ambiguidade...

Dos vícios de linguagem apresentados acima, ressaltamos a ocor-rência de dois: ambiguidade e pleonasmo. Eles são recorrentes em textos e na expressão oral, embora nem sempre nos atentemos ao cometimento de-les. O fato é que esses vícios, sobretudo a ambiguidade, podem representar um sério empecilho à clareza da mensagem, tendo em vista que a presença de termos que exprimem duplo sentido prejudica o adequado entendimento daquilo que se busca comunicar.

De acordo com Carneiro (2001), existem determinadas estruturas frasais que possibilitam a ocorrência de ambiguidade. São elas:

• dificuldade de distinguir agente e paciente: Ex.: A demissão do chefe causou impacto na corporação. (O chefe demitiu ou foi demitido?);

• mau uso da coordenação. Ex.: Pedro e Maria vão se casar. (Eles trocarão alianças entre si ou cada um possui um cônjuge dife-rente?);

• a má colocação das palavras. Ex.: A professora deixou a turma desanimada. (Quem estava desanimada? A professora ou a tur-ma?);

• duplicidade de sentido assumida pelo pronome “que”: Ex.: o jogador falou com a secretária que mora perto do centro.” (Quem mora perto do centro: o jogador ou a secretária ?);

• o mau uso dos pronomes possessivos, sobretudo “seu” e “sua”. Ex.: O policial prendeu o ladrão em sua casa. (A casa em questão pertencia ao ladrão ou ao policial?).

Dando continuidade à abordagem sobre a ambiguidade que os pro-nomes possessivos podem gerar, leia o texto humorístico a seguir:

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Empresário desconfiado

O presidente do banco estava preocupado com um jovem diretor que, depois de ter trabalhado algum tempo junto dele sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Desconfiado, o chefão cha-mou um detetive privado e lhe ordenou:

— Siga o diretor Duarte durante uma semana para ver se ele está fazendo algo errado.

O detetive, depois de cumprir o que lhe havia sido pedido, informou: ― O diretor Duarte sai normalmente ao meio-dia, pega o seu carro,

vai à sua casa almoçar, namora a sua mulher, fuma um dos seus excelentes charutos cubanos e regressa ao trabalho.

O presidente respirou aliviado e respondeu:— Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso. Incomodado,

o detetive perguntou:— Desculpe-me, senhor, mas posso tratá-lo por tu?— Sim, claro.— Então vou contar tudo de novo. O diretor Duarte sai normalmente

ao meio-dia, pega o teu carro, vai à tua casa almoçar, namora a tua mulher, fuma um dos teus excelentes charutos cubanos e volta ao trabalho.

Fonte: http://www.ebah.com.br/a-arte-de-escrever-bem-dad-squarisi-e-ariete-salvador

doc-a49048.html. Acesso em 18 de junho de 2010.

6.3 Saiba mais sobre pleonasmo

Você consegue localizar algum problema na seguinte frase: “Vamos rever novamente o conceito de pleonasmo?”. Consegue localizar a ocorrência de uma expressão redundante, ou seja, de uma repetição desnecessária? Se você localizou o trecho rever novamente como sendo problemático, para-béns! Note que tal expressão é redundante, visto que o verbo “rever”, por si só, já é capaz de veicular a ideia pretendida, sendo totalmente dispensável o emprego posterior do advérbio “novamente”. Assim, a essa repetição de palavras que nada acrescentam ao que já foi dito, ou seja, à ocorrência de palavras supérfluas na frase, damos o nome de pleonasmo vicioso.

A placa a seguir ilustra perfeitamente esse vício de linguagem.

Figura 9: Exemplo de pleonasmoFonte: http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/especial-placas-inusitadas- semana3_album.jhtm?abrefoto=39. Acesso em 19 de junho de 2010

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A seguir, verifique uma relação de pleonasmos mais comuns e que devem ser evitados. Aproveite e coloque um traço sobre a expressão desne-cessária, conforme exemplos abaixo.

QUADRO 5: Exemplos de pleonasmos

Leitura complementar

Leia o texto do Box 3 e reflita sobre a temática discutida nele.

Assistam ao divertido vídeo sobre pleonasmo

acessando: http://www.youtube.com/

watch?v=Qbm2w_T4laY. Divirta-se e aprenda

a evitar alguns pleonasmos.

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Box 3

Falar e escrever, eis a questão

Os famosos no Brasil, em geral, jogam futebol, atuam na televisão ou can-tam música popular. O professor paulista Pasquale Cipro Neto, de 46 anos, tornou--se um nome nacional de uma forma bem diferente: ensinando Português.

Dono de uma escola de expressão oral, o economista Reinaldo Po-lito também faz um sucesso impressionante. Tem 1.600 alunos por ano, já vendeu mais de 570.000 livros e suas palestras estão cotadas em 9.500 reais.

Seria errado concluir, a partir desses dois exemplos, que a Língua Portuguesa é uma paixão dos brasileiros, assim como o futebol, a televisão e a música. A verdade é que as pessoas finalmente perceberam que precisam dominar a norma culta do idioma. Principalmente na vida profissional. Nun-ca, no mundo corporativo, houve tantas reuniões e apresentações. Quem não consegue articular pensamentos com clareza e correção tem um grande entrave à ascensão na carreira. A invenção do e-mail contribuiu para esse quadro, ao incrementar também a comunicação por escrito dentro das em-presas. Na Nestlé, por exemplo, o número de mensagens eletrônicas troca-das entre os funcionários dobra a cada ano.

É óbvio que é péssimo para a imagem de alguém enviar a seu chefe um e-mail confuso ou com erros de português. “O domínio da língua é im-portantíssimo para qualquer profissional, tanto que, na hora de admitir no-vos funcionários, costumamos fazer um teste de expressão escrita”, informa Carlos Faccina, diretor de recursos humanos da Nestlé. José Paulo Moreira de Oliveira, especialista em Português ligado à empresa de consultoria MVC, estima que, em carreiras nas quais a internet é ferramenta de trabalho, os pro-fissionais despendem 25% de seu dia atualizando a correspondência eletrônica. Fora do trabalho, o e-mail é também cada vez mais usado na vida particular.

As angústias dos brasileiros em relação ao Português são de duas ordens. Para uma parte da população, a que não teve acesso a uma boa es-cola e, mesmo assim, conseguiu galgar posições, o problema é, sobretudo, com a gramática. Para o segmento que teve a oportunidade de estudar em bons colégios, a principal dificuldade é com a clareza.

A dificuldade com a clareza é um traço cultural no Brasil. “Num país com tantas carências educacionais, falar de maneira rebuscada é indicador de status, mesmo que o falante não esteja dizendo coisa com coisa”, afirma o professor Francisco Platão Savioli, da Universidade de São Paulo, autor de nove livros sobre o ensino do idioma. Esse amor pelas palavras difíceis tem origem na época da transição do Império para a República, no final do século XIX. Conforme explica Sérgio Buarque de Holanda, em seu clássico Raízes do Brasil, com o advento da República o curso superior passou a ser o principal parâmetro de reconhecimento social. Na época, estavam em voga as escolas de direito. Assim, para ser alguém na sociedade daquele tempo, era necessário não apenas ser advogado, mas também falar como advogado. É daí que surge, segundo Sérgio Buarque, a linguagem bacharelesca. Esse estilo floresceu no começo do século XX e, a partir do modernismo, seu prestígio foi decaindo. O Português empolado persiste, no entanto, até hoje, em formas degeneradas. Uma delas é o chamado “burocratês”, a linguagem dos memorandos das empresas, nos quais, mesmo para solicitar a compra de uma caixa de clipes, são necessárias várias saudações e salamaleques. Outra é a retórica de parte dos políticos. O linguajar pomposo também sobrevive nas teses acadêmicas e, como era de se esperar, no discurso dos advogados.

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Há vários indícios, no entanto, de que essa tradição de rebusca-mento está fadada a ir para a lata de lixo da História. Na área do Direito, por exemplo, existe uma corrente que defende a simplificação da língua. “As novas gerações de advogados perceberam que o discurso empolado, muitas vezes, atrapalha a argumentação lógica”, diz Éster Kosovski, professora da área de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Outro golpe no bar-roquismo vem da própria popularização do e-mail. “A linguagem da correspon-dência eletrônica, nas empresas, tem de ser mais concisa e mais clara que a do memorando porque, em geral, tem o objetivo de provocar uma ação imediata”, analisa o professor paranaense Artur Roman, autor de dissertação de mestrado sobre o assunto e funcionário do setor de treinamento do Banco do Brasil.

A dificuldade do brasileiro em falar e escrever de forma a se fazer entender não é apenas consequência da tradição bacharelesca. Há outros fatores. Para começar, lê-se pouco no Brasil. A Câmara Brasileira do Livro divulgou recentemente um estudo que mostra que, na verdade, os brasilei-ros leem em média apenas 1,2 livros por ano. Não cultivar a leitura é um desastre para quem deseja expressar-se bem. Ela é condição essencial para melhorar a linguagem oral e a escrita. Quem lê, interioriza as regras grama-ticais básicas e aprende a organizar o pensamento. (...)

Revista Veja, 07.11.2001. Adaptado

Resumo

Nesta aula, você teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre os vícios de linguagem. Percebeu que eles devem ser evitados, pois com-prometem a qualidade daquilo que escrevemos. A ambiguidade e o pleonas-mo mereceram uma atenção especial, pois esses vícios ocorrem com bastante frequência em textos e, muitas vezes, o redator nem se dá conta de que os cometeu. A prática constante da leitura e a atenção no ato da escrita podem evitar a ocorrência desses vícios que tanto comprometem a qualidade dos textos.

Atividades de aprendizagem

1) Observe o texto da placa contida na figura a seguir e responda às questões propostas:

Fonte: http://www.iplay.com.br/Imagens/Divertidas/?Corto_cabelo_e_pinto+3096&Grupo=10. Acesso em 19 de junho de 2010.

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a) Quais palavras foram responsáveis pelo duplo sentido da placa?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Corrija a frase, eliminando o duplo sentido.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) (FUVEST) Dentre as seguintes frases, assinale aquela que não contém am-biguidade:

a) Peguei o ônibus correndo.

b) Esta palavra pode ter mais de um sentido.

c) O guarda deteve o suspeito em sua casa.

d) O menino viu o incêndio do prédio.

3) Leia esta frase contida na porta de um açougue e, a seguir, responda às perguntas: “Vendo carne aos clientes sem pelanca”.

a) Qual é a ambiguidade (duplo sentido) presente na frase acima?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Reestruture a frase de modo a retirar a ambiguidade.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Referências

CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. São Paulo: Editora Moderna, 2001.

Revista Veja, 07 de novembro de 2001.

http://educacao.uol.com.br

http://www.ebah.com.br

http://www.iplay.com.br/

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AULA 1

Alfabetização Digital

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Aula 7 - Correspondência empresarial

Prezado(a) estudante:

Nas aulas anteriores, você teve a oportunidade de conhecer as princi-pais qualidades e vícios do texto escrito. Agora, iremos entrar em contato com a correspondência empresarial, buscando aplicar os conhecimentos adquiridos na elaboração de cartas, e-mails e recibos, entre outros documentos que fazem parte da rotina das atividades do comércio.

Os objetivos propostos para esta aula são:

• conhecer a estruturação das cartas comerciais;• visualizar um modelo de carta comercial aplicando os conheci-

mentos adquiridos na realização dos exercícios propostos.

7.1 O que é correspondência empresarial?

Segundo Beltrão (2004, p. 94), “correspondência comercial é o conjunto de preceitos orientadores da elaboração e circulação de papéis próprios ao comércio e à indústria, destinados a criar, manter ou encerrar transações”.

Conforme observamos pela definição proposta pelo autor, a cor-respondência empresarial não se resume à troca de correspondência entre empresas e clientes, mas, também, à manutenção dos vínculos comerciais tão importantes nesses tempos de acirrada concorrência do mercado.

7.2 A carta comercial

No rol das correspondências que compõem a redação empresarial, a carta comercial recebe maior destaque. “Ela é o instrumento de comuni-cação escrita no comércio, indústria, bancos e afins, entre as entidades, ou delas aos fregueses ou clientes, uma vez que nela se concentram as observa-ções, conselhos e comentários.” (BELTRÃO, 2004, p. 95).

7.3 Organização da carta comercial Não pretendemos, aqui, determinar um modelo único a ser segui-

do para a elaboração das cartas comerciais, visto que a estrutura desse documento costuma variar de uma empresa para outra. Nossa intenção é apresentar orientações gerais que se aplicam à elaboração de toda corres-

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pondência empresarial. Neste sentido, no que se refere à estrutura padrão de uma carta comercial, destacam-se os seguintes elementos.

1. Cabeçalho ou timbre: são os dizeres relativos à identificação da empresa, mais o seu símbolo, emblema ou logotipo. Normalmente, as em-presas tendem a ter o material de correspondência devidamente timbrado.

2. Índice e numeração: As correspondências externas costumam receber numeração própria, acompanhada da sigla do setor de onde se ori-ginou e dos dois últimos algarismos do ano. Esse item é colocado na parte superior da carta, à margem esquerda, ou em espaço próprio, se a empresa dispuser de folhas padronizadas. A numeração deve ser controlada por um setor competente ou pelo próprio redator. Sua duração é anual, voltando à unidade 01 no dia 1º de janeiro de cada ano.

3. Local e data: Constituem elementos obrigatórios à carta comer-cial. Deve-se colocar vírgula após a localidade, escrever o nome do mês em letra minúscula e usar ponto ao final da frase.

4. Endereçamento interno: é o que vem na parte interior da car-ta. Com a utilização do envelope janela, o mesmo endereçamento interno servirá para a sobrecarta (parte externa do envelope). Assim, quando se usa esse tipo de envelope, obrigatoriamente deve-se colocar o CEP no interior da carta. Esse modelo de correspondência é mais prático e apresenta menor custo operacional.

5. Vocativo: Expressão cordial que é colocada abaixo do endere-çamento interno. As expressões prezado(a), caro(a), estimado(a), amigo(a), entre outras, serão usadas conforme as relações comerciais pretendidas e o nível de intimidade existente entre o emissor e o receptor.

6. Texto: É o corpo da carta. O assunto propriamente dito. Embora não seja obrigatório que o texto das correspondências tenha partes distribu-ídas em parágrafos distintos, é recomendável dividi-lo em:

• Introdução: corresponde ao primeiro parágrafo e deve apresen-tar o objetivo da correspondência. Em geral, o aluno perde mui-to tempo com a elaboração de introduções clichês, como “Ve-nho através desta”, “Esta carta tem a finalidade”, entre outras expressões desgastadas que devem ser evitadas em suas cor-respondências. Assim, os manuais de redação empresarial mais modernos sugerem que iniciemos a escrita da carta com o verbo que indique o objetivo da mensagem que se pretende transmitir (Ex.: Encaminhamos..., Comunicamos..., Informamos..., Rece-bemos..., - Solicitamos...).

• Explanação: são as considerações, a exposição dos argumentos relacionados ao assunto.

• Conclusão: trata-se do fechamento da correspondência. É na conclusão que o destinatário é informado sobre a atitude que se espera dele. Entrar em contato? Responder aos esclarecimentos solicitados? A correspondência eficiente deve deixar esse objeti-vo final bem esclarecido.

• Fecho ou saudação: terminado o texto, a carta será encerrada com as expressões “Atenciosamente”, “Cordialmente”, ou equi-valentes, seguidas ou não de vírgulas. São redundantes as pala-

A recomendação “À atenção de” (At.) é

usada quando se deseja que a carta receba

consideração de alguém em particular. Usa-se a

expressão “Aos cuidados de” (A/C) quando

a correspondência é entregue ao

destinatário através da empresa. “Em mãos” (E/M), usa-se quando a correspondência é

entregue diretamente ao destinatário, sem

interferência dos Correios.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 55

vras “estima”, “apreço” e “consideração”. Assim, quando usar uma, evite as demais.

Outras sugestões que poderão ser adotadas ao término da corres-pondência:

• Esperando uma pronta resposta de V.S.ª subscrevemo-nos cor-dialmente.

• Atenciosas saudações.• Antecipadamente gratos, firmamo-nos atenciosamente.• Aguado seu pronunciamento.• Permanecendo ao dispor de V.Sª, subscrevemo-nos cordialmente.

Assinatura: deve-se deixar espaço para a assinatura manuscrita, digitando-se o nome do emissor e, abaixo deste, o cargo.Ex.: Pedro Silva Diretor administrativo

Iniciais (Elemento opcional): registram-se as iniciais dos nomes do redator e do digitador. Ex.: ER/CH

Modelo de carta comercial

Você viu, anteriormente, os itens que compõem uma carta comer-cial. Agora, observe o modelo a seguir, verificando cada parte dessa corres-pondência.

1. Meira e Navarro Decorações Rua Tupinambá, 102, Belo Horizonte/MG

2. DC-061

3. Belo Horizonte, 19 de junho de 2010.

4. Vallença EletrônicaDepartamento ComercialAt. do Sr. Pedro LimaRua Brasil, 34,MONTES CLAROS (MG)39400-225

5 . Prezados Senhores,

6. Solicitamos a V.S.as uma entrevista com técnico especializado para fazer-mos consulta sobre novo catálogo dessa empresa.

Subscrever:assinar, firmar.

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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 56

7. Devido à grande procura de seus produtos por nossos clientes, necessita-mos desse contato, com urgência, em nossos escritórios, no endereço acima citado.

8. Aguardamos resposta pelo telefone (38) 3222 4686 ou pelo nosso e-mail: [email protected]

9. Atenciosamente,

10. Paulo SilvaDiretor de Compras

11. MD/DF

1. Timbre2. Índice e numeração3. Local e data4. Endereçamento interno5. Vocativo6. Introdução7. Explanação ou desenvolvimento8. Conclusão9. Saudação10. Assinatura11. Iniciais de quem redigiu e de quem digitou a carta (opcional)

Resumo

Nesta aula 7, introduzimos o nosso estudo sobre a correspondência empresarial. Inicialmente, vimos a organização da carta comercial, enfati-zando sua estrutura e o vocabulário típico desse tipo de correspondência. Por fim, você pôde visualizar um modelo de carta com os respectivos ele-mentos que a compõem.

Atividades de aprendizagem

1. Organize os tópicos abaixo e, fazendo as alterações necessárias, redija uma carta comercial. O nome e o endereço da empresa remetente, bem como o da empresa destinatária ficam ao seu critério. Seja criativo(a).comunicamos-lhes a impossibilidade de saldar a dívida;

• a dívida é relativa à duplicata número 03688;• a duplicata venceu no dia 02/01 deste ano;• nós lhes solicitamos, se possível, um novo prazo de 05 dias;• nós lhes pedimos esse prazo para a quitação da duplicata;• antecipamos-lhes agradecimentos.2. Com base no modelo de carta comercial sugerido nesta unidade,

realize a correção da correspondência abaixo, identificando as incorreções estruturais e ortográficas:

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 57

COPIADORA COPY NORTEE-mail: [email protected]: (38) 3222 4516

32/DC

Montes Claros, 08 de março de 2010

Papelaria Papex

At. do Sr. Flávio Pontes

Rua Tamoios, 12

BELO HORIZONTE/MG

CEP:39.400.225

Excelentíssimo Senhor;

É essencial ter bons amigos no comércio, mas devemos almentar nossos clientes que nos ajudará à aumentar nossa rede de relacionamentos.

Venho por meio dessa carta agradecer pessoalmente por vosso recente pedi-do, que acredito ser o primeiro de muitos que virão.

Esperamos que a qualidade dos nossos produtos seje tão boa, a ponto de sermos merecedores de futuros pedidos.

Sem mais para o momento, subescrevemos com estima e apreço.

Luiz Carlos de Almeida

Gerente

Referências

BELTRÃO, Odacir. Correspondência, linguagem e comunicação: oficial, co-mercial, bancária, particular. 22. edição. São Paulo: Atlas, 2004.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

59

Aula 8 - Carta de cobrança

Objetivos:

• conhecer a estrutura de uma carta de cobrança;• verificar o que determina o Código de Defesa do Consumidor

sobre a emissão de cartas/avisos de cobrança.

A carta de cobrança constitui outra modalidade de carta bastan-te comum no contexto das atividades comerciais. Antes de apresentar a estrutura e as características dessa correspondência, leia o divertido texto a seguir:

Carta de um caloteiro

Prezados Senhores, Esta é a oitava carta de cobrança que recebo de Vossas Senhorias...

Sei que não estou em dia com meus pagamentos, acontece que estou deven-do também em outras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo, meus rendimentos mensais só permitem que eu pague duas prestações no fim de cada mês; as outras ficam para o mês seguinte.

Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais. Ocorre o seguinte: todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os “sortudos” que irão receber o meu rico dinheirinho, os outros... paciência... ficam para o mês seguinte.

Afirmo aos senhores, com toda certeza, que sua empresa vem cons-tando todos os meses na minha caixinha. Se não paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte.

Finalmente, faço-lhes uma advertência: se os senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome de Vossas Senho-rias dos meus sorteios mensais.

Sem mais, Obrigado.

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8.1 Carta de cobrança: recomendações legais

Apesar do tom bem humorado com que o texto “Carta de um ca-loteiro” aborda a questão, é importante lembrar que a escrita de cartas de cobrança exige postura sóbria e responsável da parte de quem redige esse tipo de documento. Isso porque existem critérios definidos pelo Código de Defesa do Consumidor no que se refere à cobrança de dívidas:

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto ao ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de cons-trangimento ou ameaça.

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm. Acesso em 19 de junho de 2010.

De acordo com o que determina o Código de Defesa do Consumidor, no momento da cobrança, o fornecedor não poderá expor o consumidor a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça, nem tratá-lo de forma ridí-cula. Caso seja vítima de cobrança indevida ou realizada de modo a expor o devedor ao ridículo, este poderá requerer a condenação do fornecedor ao pagamento de danos morais.

Atenção: Considerando-se a delicadeza e a importância deste as-sunto, torna-se necessária a apresentação dos principais procedimentos a serem realizados na elaboração de correspondências de cobrança, segundo o que determina o Código de Defesa do Consumidor:

• as cartas não poderão conter dizeres enganosos ou que rotulem o cliente com mensagens desabonadoras, com textos contendo expressões ambíguas e de difícil compreensão. Deve ser evitado o envio de cartas/avisos de cobrança constrangedoras para o local de trabalho, a chefia, os vizinhos e os parentes do devedor. A pena para esses casos é a detenção de seis meses a 1 ano e multa;

• a mensagem/texto deve ser breve, direta, clara, concisa e ver-dadeira, de linguagem de fácil compreensão, não devendo, pre-ferencialmente, ultrapassar 14 palavras por linha, e o máximo de seis linhas. Não use gírias, termos técnicos e expressões de-masiadamente condescendentes, por um lado, e/ou agressivos, por outro;

• tipos e formas de letras do texto deverão assegurar a leitura com maior rapidez e compreensão;

• torna-se mais prático, tanto para quem recebe (o devedor) como para quem envia (o cobrador), se tais correspondências contive-rem o número da conta do cliente/devedor;

• todas as cartas deverão apresentar o número e o tipo de docu-mento (duplicata, nota promissória, cheque, contrato de compra e venda, carnê), data de vencimento e o valor vencido.

Verifique, a seguir, um exemplo de carta de cobrança:

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 61

Belo Horizonte, 20 de junho de 2010.

Sr. João da Silva,

Não consta em nossos controles o pagamento da duplicata n. 234, vencida em 25/03/2010, no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais).

Entre em contato conosco pelo telefone (31) 33333 9999 ou pes-soalmente para que possamos negociar a quitação desse débito e, assim, solucionar essa pendência.

Caso já tenha efetuado o pagamento, favor desconsiderar esta cor-respondência.

Atenciosamente,

DEF Comercial Ltda.

Resumo

Em cumprimento aos objetivos propostos, nesta aula você conhe-ceu um pouco mais sobre cartas/avisos de cobrança. Aprendeu que esse tipo de correspondência é bastante comum no dia-a-dia das práticas comerciais. Além disso, entrou em contato com o que determina o Código de Defesa do Consumidor sobre essa questão. A partir de agora, estará mais ciente do que deve ou não ser escrito quando se realiza uma cobrança a um cliente.

Atividades de aprendizagem

1) A paráfrase é um interessante recurso de produção de texto. Ela consiste em mudar o vocabulário de um determinado texto sem alterar o seu sentido original. Com base nessa informação, parafraseie a correspondência abaixo substituindo os termos em destaque por outros de sentido equivalente.

Belo Horizonte, 21 de maio de 2010.

Sr. José da Silva,

Nosso controle de pagamentos acusa, em sua conta, prestação vencida há mais de 10 dias, motivo pelo qual pedimos a V.Sª. sua imediata regularização.

Tendo em vista que a emissão deste aviso é automática, caso V.Sª já tenha pago até a data da entrega do mesmo, solicitamos inutilizá-lo.

Atenciosamente,

João Carlos SantanaGerente de cobranças

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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 62

Referências

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm>. Acesso em 15 de junho de 2010.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm

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AULA 1

Alfabetização Digital

63

Aula 9 - O vocabulário das correspondên-cias empresarias: regras e convenções

Na escrita das correspondências, é necessário observar alguns re-quisitos relacionados ao vocabulário e ao uso de expressões que são peculia-res a esse gênero textual. Dessa forma, são objetivos dessa aula:

• conhecer termos e expressões típicas das correspondências empresariais;

• aprender sobre o correto emprego dos pronomes de tratamento;• verificar regras relacionadas ao emprego da vírgula.

9.1 Abreviações

De acordo com Beltrão (2004, p. 60), “a abreviação é a parte da palavra escrita que indica ou resume a palavra toda ou são letras ou sinais que representam uma ou mais palavras”. A seguir, verifique alguns exemplos de abreviaturas mais comuns em correspondências:

• Vossa Senhoria/Vossas Senhorias: V.Sa.; V. Sas.; • Ilustríssimo Senhor: Ilmo. Sr.• Número (s): n./ns.• Nesta cidade, nesta capital: N/C• Conta corrente: c/c.• Excelência (s): Exa(s).• At., at.: à atenção de• Horas: h.• Minuto: min.

QUADRO 6: Diferenças entre abreviaturas e siglas

Abreviaturas Siglas

Possuem ponto abreviativo Não possuem ponto abreviativo

Indicam redução de palavra Indicam redução de palavra.

Referem-se a nomes próprios e comuns. Referem-se somente a nomes próprios.

São flexionados em gênero e número (ex,: Sr(a)., Sr(s)).

São flexionadas somente em número (ex.: PMs, TRs).

Não se considera a sonoridade. Considera-se a sonoridade (ex.: IBAMA, ETC).

Formam-se pela letra inicial + final, ou inicial + intermediárias + final.

Formam-se pelas letras iniciais (reais) ou parte (por extensão) dos nomes próprios.

Formam-se pela letra inicial + final, ou inicial + intermediárias + final.

Palavra com até cinco letras devem ser grafadas com todas em maiúsculas.

Fonte: Beltrão (2004, p. 61)

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9.2 Pronomes e formas de tratamento

De acordo com Beltrão (2004, p.73), “na correspondência, há men-sagens externas ou interdepartamentais, e essas comunicações podem ser de rotina ou extrarrotina, tudo influindo no tratamento a ser empregado relativamente a quem escreve e a quem se destina”.

Ainda segundo esse mesmo autor, os pronomes de tratamento podem ser abreviados ou grafados por extenso em sinal de consideração, distinção ou respeito, devendo-se, neste caso, prevalecer o bom senso de quem redige a correspondência.

No que se refere ao uso das formas de tratamento, Beltrão (2004, p. 76) orienta para que elas sejam utilizadas na introdução do documento, deixan-do para o corpo as formas oblíquas e o uso de possessivos. Ex.: Solicitamos a V.Sª. a gentileza de... Além disso, informo-lhe.... Portanto, seu pedido...

QUADRO 7: Pronomes e formas de tratamento

Pronomes de Tratamento

Fonte: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u48.jhtm. Acesso em 19 de junho de 2010.

Page 67: Redacao_empresarial PROFESSORA SOLANGE

e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 65

Observações: Existem diferenciações quanto ao uso das formas “Vossa” e “Sua”. Observe:

1. Emprega-se Vossa em relação à pessoa com quem se fala, a quem é dirigida a correspondência.

Ex.: Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria para prestigiar a apresentação do coral da escola.

2. Emprega-se Sua em relação à pessoa de quem se fala.Ex.: Soubemos que Sua Excelência, o Magnífico Reitor, estará pre-

sente na cerimônia inaugural do Museu.

9.3 Concordâncias com as formas de tratamento

Segundo Beltrão (2004, p. 75), a concordância com as formas de tratamento deve obedecer às seguintes regras:

a) Concordância de gênero: a concordância, nas formas de trata-mento, é feita com relação ao sexo das pessoas por ela identificadas:

Ex.: Vossa Senhoria será o professor titular (homem) que fará parte da banca examinadora do concurso.

Vossa Excelência foi escolhida (mulher) para representar o Gover-nador na abertura dos trabalhos.

b) Concordância de pessoa: as formas de tratamento fazem a con-cordância com a terceira pessoa do singular ou do plural.

Encaminho a V.Sª. as amostras relativas ao seu pedido do último dia 15.Atenção: Não se devem realizar construções como: Vossa Excelên-

cia fizeste o vosso pedido? O correto, neste caso, é: Vossa Excelência já fez seu pedido?

9.4 Pontuação: emprego da vírgula

O emprego correto da vírgula constitui motivo de preocupação de muitas pessoas quando são convocadas a escrever. Para auxiliá-lo(a) nesta questão, apresentamos, a seguir, as principais regras quanto ao uso da vírgu-la devidamente exemplificadas.

QUADRO 8: Principais casos de uso da vírgula

Vírgula proibida Exemplo

Entre sujeito e predicado ou entre predicado e sujeito

O ministro das Relações Exteriores da Fran-ça está em Brasília.Está em Brasília o ministro das Relações Exteriores da França.

Entre verbo e seu(s) complemento(s)

O presidente disse aos governadores que não aceita a proposta. O ministro infor-mou aos jornalistas que não participará da entrevista. O ministro apresentou todos os projetos de privatização aos investidores presentes.

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Vírgula obrigatória Exemplo

Depois de orações adverbiais antepostas

Se não chover, haverá jogo.Quando a economia entrou em colapso, o ministro renunciou. Ao deixar o governo, o prefeito voltará a dar aulas na universi-dade.

Antes do “que” que introduz ora-ção explicativa

Nosso time, que ganhou o torneio neste ano, foi vice dessa competição em 55 e 56.

Quando há elipse do verbo Os cariocas preferem praia; os paulistas, shopping.

Para separar conjunções contíguas

Irá a São Paulo, mas, se não receber o ca-chê antes, não cantará. Disse que, quando for a Brasília, tentará uma audiência com o presidente.

Antes de mas (com sentido de po-rém), porém, contudo, entretanto, todavia, portanto, por isso etc..

Jogou bem, mas perdeu. Estudou, porém foi reprovado. O acordo não será renovado, portanto os empregos serão mantidos.

Antes de “e” que introduza oração de sujeito diferente do da anterior se, sem a vírgula, houver a possi-bilidade de entender o sujeito da segunda oração como complemen-to do verbo da primeira

FIFA pune Maradona, e Pelé recebe prê-mio.

Para separar adjuntos adverbiais de natureza diferente (desde que antepostos ao sujeito da oração)

Ontem à noite, no Pacaembu, sem sete titulares, sob chuva forte, o Corinthians derrotou o Juventude.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u21.jhtm. Acesso em 18 de junho de 2010.

Curiosidade: Importância da Vírgula

• a vírgula pode ser uma pausa... ou não (Ex.: Não, espere. Não espere);

• ela pode sumir com seu dinheiro: Ex.: 23,4 ou 2,34;• pode ser autoritária (Ex.: Aceito, obrigado. Aceito obrigado);• pode criar heróis (Ex.: Isso só, ele resolve. Isso só ele resolve);• muda uma opinião (Ex.: Não queremos saber. Não, queremos

saber).

Texto publicado recentemente na web durante a comemoração do centenário da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).Fonte: http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/118477. Acesso em 18 de junho de 2010.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 67

Resumo

No decorrer desta aula, foram abordadas questões relativas ao vo-cabulário técnico usado na redação dos documentos utilizados nas transações comerciais. Neste sentido, verificamos o uso das abreviações e a utilização dos pronomes e das formas de tratamento, enfatizando a sua aplicação e os critérios que determinam a sua concordância. Por fim, foram apresentadas regras de emprego da vírgula e, em seguida, sugerimos a realização de exer-cícios com o objetivo de aplicar os conhecimentos adquiridos.

Atividades de aprendizagem

1) Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª, usando o pronome de tratamento adequado:1 - Vossa Excelência ( ) Presidente da CDL/Montes Claros2 - Vossa Senhoria ( ) Governador3 - Vossa Reverendíssima ( ) Reitor da Unimontes4 - Vossa Magnificência ( ) Sacerdotes

2) Observe a seguinte situação: Um homem rico, à beira da morte, escreve seu testamento, mas, antes de pontuá-lo, vem a falecer, deixando o documento da seguinte forma:

“Deixo meus bens à minha irmã não ao meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.’’

Observando atentamente os textos a seguir e a pontuação realizada neles, numere-os, usando o seguinte código:(1) O sobrinho reescreve o testamento em seu benefício.(2) A irmã reescreve o testamento em seu benefício.(3) O alfaiate reescreve o testamento em seu benefício.(4) O juiz decide doar os bens aos pobres e reescreve o testamento.

( ) “Deixo meus bens: à minha irmã, não; ao meu sobrinho, jamais. Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’’( ) “Deixo meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’’( ) “Deixo meus bens: à minha irmã, não; ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.”( ) “Deixo meus bens: à minha irmã, não; ao meu sobrinho, jamais; será paga a conta do alfaiate? Nada; aos pobres!”

Referências

BELTRÃO, Odacir. Correspondência, linguagem e comunicação: oficial, co-mercial, bancária, particular. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

http://educacao.uol.com.br

http://recantodasletras.uol.com.br

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

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Aula10 - Correspondências e documen-tos empresariais: e-mail

Prezado(a) estudante:

Nesta aula 10, você conhecerá um pouco mais sobre outro tipo de correspondência empresarial. Iniciaremos nossa abordagem apresentando um instrumento de comunicação bastante difundido atualmente: o e-mail ou correio eletrônico. Você aprenderá como utilizar essa ferramenta com correção e elegância. Assim, os nossos objetivos de aprendizagem para esta etapa de estudo são:

• conhecer os elementos constituintes do e-mail, compreenden-do a estrutura organizacional e o tipo de linguagem usada na elaboração desse tipo de comunicação;

• verificar as regras de ética e etiqueta nos e-mails.

Para introduzir o nosso estudo sobre correio eletrônico, leia esse divertido texto:

E-mail errado

Um casal decide passar férias numa praia do Caribe, no mesmo hotel onde passaram a lua-de-mel 20 anos atrás. Por problemas de trabalho, a mulher não pôde viajar com seu marido, deixando para ir uns dias depois.

Quando o homem chegou ao hotel e foi para seu quarto, viu que havia um computador com acesso à internet. Então decidiu enviar um e-mail a sua mulher, mas errou uma letra sem se dar conta e o enviou a outro en-dereço.

O e-mail foi recebido por uma viúva que acabara de chegar do enterro do seu marido e que, ao conferir seus e-mails, desmaiou instantane-amente. O filho, ao entrar em casa, encontrou sua mãe desmaiada, perto do computador, em cuja tela podia-se ler:

“Querida esposa, cheguei bem. Provavelmente se surpreenda em receber notícias minhas por e-mail, mas agora tem computador aqui e po-dem-se enviar mensagens às pessoas queridas. Acabo de chegar e já me certifiquei de que está tudo preparado para você chegar na sexta que vem. Tenho muita vontade de te ver e espero que sua viagem seja tão tranquila como está sendo a minha.

Obs.: Não traga muita roupa porque aqui faz um calor infernal!

Fonte: http://www.perguntascretinas.com.br/2006/10/16/e-mail-errado/. Acesso em 19 de junho de 2010.

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10.1 Correio Eletrônico

Para muitos de nós, ele ainda é uma novidade não completamente dominada, mas o correio eletrônico já está com 39 anos. O nascimento foi em 1971, nos Estados Unidos, com a escolha do símbolo @ (arroba), em inglês at, como preposição de lugar usada para separar a identificação de uma cai-xa postal do nome do local que a hospeda. O pai do e-mail é o engenheiro norte-americano Ray Tomlinson, que mandou a primeira carta eletrônica toda escrita em maiúsculas.

O serviço que, assim como a internet, era de uso restrito até o fim da década de 1980, tornou-se popular, e hoje está presente nos computa-dores de pessoas das mais diferentes idades e atividades, de estudantes a executivos.

Na prática, diferentemente do que se poderia prever, a comunica-ção eletrônica popularizou-se a ponto de se tornar muito mais do que um simples envio de mensagens de texto. O e-mail se tornou instrumento de trabalho, de divulgação de notícias, de diversão, etc..

O e-mail veio reanimar a comunicação escrita, mas, como toda mensagem virtual, não consegue passar emoções. Não consegue transmitir as emoções que passamos por meio da voz (pelo telefone) e da comunicação direta (através de gestos e voz). Além disso, o correio eletrônico tem deter-minadas regras de estrutura, etiqueta e elegância de estilo, às quais veremos a seguir.

Fonte: Beltrão (2004, p.227-228). Adaptado.

10.2 Estrutura do e-mail

De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República (2002), “o correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação para transmissão de do-cumentos”. Ele apresenta estrutura objetiva e sóbria.

Observe a figura a seguir e depois acompanhe a exposição dos ele-mentos que compõem a correspondência eletrônica (e-mail).

Figura 10: Modelo de e-mail Fonte: www.yahoo.com.br . Adaptado.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 71

1. Destinatário: refere-se a quem a mensagem é direcionada. Na Figura 10 (Modelo de e-mail), o endereço do destinatário foi colocado poste-rior à palavra “Para”.

2. Cc.: abreviatura que significa “com cópia”. Quando são inseridos os endereços neste campo, estes podem ser lidos por todos os destinatários da mensagem.

3. Cco.: abreviatura para a expressão “com cópia oculta”. Quando esse recurso é usado, os endereços não ficam disponíveis para a leitura dos destinatários secundários.

4. Assunto: refere-se àquilo que será abordado no decorrer do texto.5. Vocativo: corresponde à invocação do destinatário da mensa-

gem. Se for uma pessoa com quem se estabelece uma relação informal, usam-se, normalmente, as expressões “Oi”, “Olá”, “Amiga”, “Amigo”, “Pau-lo”, “Maria”, etc. Porém, se for um e-mail comercial, inserido, portanto, em um contexto formal, devem ser usadas expressões do tipo: Srª Paula; Sr. José da Silva, Sr. Cliente, entre outras.

6. Corpo do texto: é a mensagem propriamente dita. Ela deve ser clara, objetiva e ser redigida em conformidade com as regras de correção linguística. Documentos, fotos e demais arquivos devem vir sempre em anexo.

7. Saudação: a saudação de despedida deve seguir o bom senso de quem redige o e-mail. Mais uma vez, a observância ao contexto socio-comunicativo determinará a expressão adequada a ser utilizada. Para um e-mail informal, usam-se as expressões “Beijos”, “Abraços”, “Tchau”, etc. Em contextos formais, como é o caso da troca de e-mails comerciais, devem ser utilizadas expressões mais sóbrias, imparciais, como “Atenciosamente” e “Grato”, por exemplo.

8. Assinatura: Não se esqueça de escrever seu nome completo ao final da mensagem. Neste caso, você também pode personalizar seu e-mail, de forma que toda correspondência enviada já conste automaticamente sua assinatura.

10.3 Ética e etiqueta no e-mail

Figura 11: Etiqueta virtualFonte: http://dandonota.wordpress.com/minhas-materias/netiqueta2/. Acesso em 19 de junho de 2010.

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Como toda correspondência empresarial, o e-mail também deve ser redigido com observância aos princípios de ética e de elegância textual. Neste sentido, Beltrão (2004) apresenta-nos as seguintes orientações com relação à escrita de e-mails:

• não utilizar todas as letras maiúsculas no texto e no campo “As-sunto”, pois elas são interpretadas como um grito;

• as piadas, normalmente, não são bem recebidas, principalmente quando são lidas em ambientes de trabalho;

• e-mails são documentos que valem, inclusive, como prova em juízo;

• e-mails, como qualquer outra correspondência, são confiden-ciais;

• no cabeçalho, não use expressões muito formais ou arcaicas, nem formas mais íntimas. O indicado, principalmente quando não conhecemos o interlocutor, é: Senhor, Senhor cliente, etc.;

• usar formas de cortesia, que são atributos de pessoas bem-edu-cadas, principalmente quando estamos nos dirigindo a alguém que não conhecemos;

• caprichar na escrita: observar a pontuação, a ortografia e as demais normas gramaticais;

• não se esquecer de revisar os e-mails antes de remetê-los, evitando erros de digitação como troca de letras, letras repetidas, etc.;

• Para e-mails nos quais é importante o aspecto do documento apresentado, como, por exemplo, currículos, cartas candidatan-do-se a emprego, projetos, propostas, entre outros, o melhor é colocá-los em anexo.

Resumo

Nesta aula 10, estudamos um pouco mais sobre outros tipos de cor-respondências empresariais. Iniciamos nossa abordagem apresentando-lhe um instrumento de comunicação bastante usado atualmente: o e-mail ou correio eletrônico. Você pôde verificar aspectos relacionados à organização, à ética, à etiqueta e à correção linguística aplicada à elaboração dessa efi-ciente ferramenta comunicativa.

Atividades de aprendizagem

1) Observe a mensagem que um cliente enviou a um contato comercial co-municando a realização do depósito referente à compra de um CD.

Saiba mais sobre a “Netiqueta” (etiqueta

da internet) lendo o texto publicado no seguinte endereço eletrônico: http://

dandonota.wordpress.com/minhas-materias/

netiqueta2/.

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a) Considerando contexto no qual a mensagem foi escrita, responda se houve adequação da linguagem. Justifique.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Transcreva o texto da mensagem comercial, adaptando-a à linguagem formal e à correta estruturação do e-mail.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Observe esse e-mail inusitado encaminhado ao Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Empresa Taurus, fabricante de armas de fogo.

OláRecentemente um grande amigo meu me pregou uma baita peça, e eu pre-ciso descontar. Como possuo uma espingarda modelo Delta, calibre 4,5 mm, gostaria de saber qual distância seria segura para dar um bom susto nele, ou seja, atirar, mas não para matar. Será que vocês poderiam me orientar??? Tenho medo de fazer alguma besteira. Obrigado, forte abraço.Fonte: http://www.sonacachaca.net/perolas-do-sac-sistema-de-atendimen-to-ao-consumidor/. Acesso em 21/06/2010.

Com base nos conhecimentos que você dispõe sobre a escrita correta de e-mails, assuma o posicionamento de funcionário(a) do SAC da empresa Tau-rus e responda ao e-mail fornecendo a orientação solicitada pelos clientes. Lembre-se de que o e-mail deve ser enviado em nome da empresa, portanto, as informações apresentadas devem ser pautadas pela ética, pela clareza e pela responsabilidade.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 74

Referências

BELTRÃO, Odacir. Correspondência, linguagem e comunicação: oficial, co-mercial, bancária, particular. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. 2. ed. Brasília: Pre-sidência da República, 2002. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ManualRedPR2aEd.PDF> Acesso em 20 de junho de 2010.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

75

Aula 11 - Correspondências e documen-tos empresariais: mala direta e recibo

Caro(a) estudante,

Dando continuidade ao estudo das correspondências e documentos empresariais, apresentam-se como objetivos para esta aula:

• identificar as características estruturais das malas diretas;• verificar os critérios para a elaboração de recibos.

11.1 Mala direta

No que se refere ao conceito atribuído à mala direta, é possível dizer que, até meados de 1990, todas as definições propostas para mala direta seriam que se trata de propaganda pelo correio quem utiliza como instrumento folhetos, cartas, folders ou pequenos brindes. Em outras pala-vras, corresponderia a uma forma de divulgar informação promocional pelo correio. Uma peça publicitária ou de marketing direto enviada pelo correio para um endereço, ou remessa de impressos informativos a clientes de um banco de dados, com abordagens que objetivavam dar conhecimento do pro-duto, despertar interesse e influenciar decisões de compra. Com o advento da internet e a popularização dos termos “correio eletrônico” e “endere-ço de e-mail”, toda mensagem de cunho publicitário, contendo informação promocional e enviada por e-mail, convencionou-se chamar de mala direta eletrônica, mala direta digital ou simplesmente mala direta.

Fonte: http://www.maladiretadigital.srv.br/. Acesso em 20 de junho de 2010.

De acordo com Beltrão (2004, p. 258), mala direta é uma mensagem, ou série de mensagens, remetida pelo correio a uma lista escolhida e controlada de endereços e com um fim determinado: introduzir ou divulgar produtos, serviços ou ideias, efetuar vendas, fazer pesquisas e verifi-cações etc.

Modelo de mala direta:

Aos amigos e amigas,

O que parecia sonho está se tornando realidade: nos próximos dias 19 e 20 de junho, no Feirão da Caixa, a ser realizado no Montes Claros Shop-ping, ocorrerá o lançamento oficial do Condomínio Portal do Itamaraty, um empreendimento ousado e inovador que oferece boas condições de compra, conforto, segurança e qualidade.

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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 76

Apartamentos de 2 e 3 quartos que poderão ser financiados pela Caixa Econômica.

Contamos com sua presença no Feirão e com sua visita ao nosso stand para conhecer de perto este Projeto e avaliar a possibilidade de tornar--se nosso associado neste empreendimento.

Se puder, favor encaminhar para sua rede de contatos.

Desde já agradeço!Grande abraço.Antônio Carlos (38)9986-4140 – G6 Construções e Empreendimentos Ltda.Montes Claros – MG

Figura 12: Modelo de mala diretaFonte: Arquivo Pessoal

11.2 Recibo

Recibo é a declaração por escrito de se haver recebido alguma coi-sa. (BELTRÃO, 2004, p. 305).

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 77

11.3 Estrutura do recibo

• inicia-se o texto do recibo com a indicação do nome de quem paga ou recebe (Ex.: Recebi do Sr. José Dantas...);

• menciona-se a quantia recebida (Ex.: o valor de R$ 200,00 (du-zentos reais));

• mencione o produto ou o serviço prestado (Ex.: referente à com-pra de uma cadeira ergonômica);

• indique a data (Ex.: realizada no dia 20 de junho de 2010);• insira a assinatura de quem está emitindo o recibo (Ex.: Sr. Car-

los Alberto Gonçalves).

Modelo de recibo:

RECIBO

Recebi do Sr. Carlos de Almeida a quantia de R$...... (.........................) pela venda que lhe fiz de um terreno de minha propriedade, sito na Rua Ma-rechal Floriano, 341, comprometendo-me a passar a escritura definitiva, em cartório, em dia e data que o referido senhor determinar.

Campinas, 20 de março de......

Juvenal de Campos

Fonte: Beltrão, 2004, p.305.

Resumo

Nesta aula, vimos como devem ser elaborados recibos e malas dire-tas. Você observou o vocabulário e a estrutura desses documentos; agora, já tem condições de resolver as atividades propostas a seguir.

Atividades de aprendizagem

1) Reveja a estrutura do recibo e corrija o texto a seguir fazendo os ajustes necessários. Os valores e demais dados omitidos deverão ser inseridos por você.

RECIBO

Recebi de Paulo Rodrigues o valor referente à venda de uma máquina foto-gráfica.

Atenciosamente,

Fernando Linhares

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_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Com base nas informações que você obteve nesta aula 11, crie um produto e elabore uma mala direta que possa divulgar as vantagens desse produto. Capriche no texto, usando palavras que realcem as qualidades do produto e que desperte no consumidor o interesse em adquiri-lo.

Referências

BELTRÃO, Odacir. Correspondência, linguagem e comunicação: oficial, co-mercial, bancária, particular. 22. ed.. São Paulo: Atlas, 2004.

http://www.maladiretadigital.srv.br/

Page 81: Redacao_empresarial PROFESSORA SOLANGE

e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial

AULA 1

Alfabetização Digital

79

Aula 12 - Correspondências e documen-tos empresariais: atas e contratos

Objetivos:

• conhecer a estrutura e o vocabulário usado na elaboração de atas e contratos;

• aplicar os conhecimentos aprendidos na resolução de exercí-cios propostos.

12.1 Ata

Segundo as orientações propostas por Beltrão (2004, p.125), “a ata é um documento em que se registram, resumidamente, mas com clareza, as ocorrências de uma reunião de pessoas para determinado fim”.

No que se refere à sua escrita, devem ser observadas as seguintes normas:

a) lavrar (escrever) a ata em livro próprio ou em folhas soltas nas dimensões do papel ofício;

b) resumir clara e precisamente as ocorrências verificadas;c) consignar, quando for o caso, nas atas do dia, as retificações

feitas à anterior;d) o texto será manuscrito, digitado ou se preencherá a fórmula

existente, como é comum em estabelecimentos de ensino, por exemplo;e) respeitados os ditames legais, poderá o texto ser em linhas cor-

ridas, isto é, compacto, ou ser apresentado no aspecto comum aos demais atos, sendo, neste caso, permitido numerar os parágrafos;

f) para os erros constatados no momento de redigi-la e conforme o tipo de ata, emprega-se a palavra retificadora “digo” (Ex.: “...”sessão de membros, digo, de todos os membros da diretoria). Se os erros forem nota-dos após a redação, há o recurso do “em tempo” (Ex.: EM TEMPO: Onde se lê “maio”, leia-se “junho”);

g) os números fundamentais são grafados, preferencialmente, por extenso, podendo aparecer a quantia em números e, após, entre parênteses, por extenso: Ex.: “...sendo 15 (quinze) votos em branco.

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Modelo de Ata:

Ata Nº 55

Ás vinte horas do dia dez de março de ..................................,, na sala quinze do Mestrado em Linguística do Texto, do Centro de Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), iniciou-se a prova dos exames de primeira chamada da disciplina de PORTUGUÊS. A comissão organizadora estava constituída pelos professores Fulano de Tal e Sicrano de Tal, presentes ao ato. Com a presença de trinta e um alunos, foi sorteado o ponto cinco, constando dos seguintes tópicos: a)........................................... b)............................................................. c)........................................... Os trabalhos transcorreram normalmente. Precisamente às vinte e duas horas, foi entregue a última prova e, assim, foram encerrados os trabalhos do que, para constar, foi lavrada esta ata.

Porto Alegre,.........................................................................

Normalmente, o(a) secretário(a) é o responsável pela escrita da ata.

Figura 13: Secretárias “trabalhando”Fonte: http://blogmais.wordpress.com/2007/11/25/imagens-engracadas-secretaria-trabalhando-duro/. Acesso em 19 de junho de 2010.

12.2 Contrato

Contrato, do latim contractu, significa “trato com” e consiste num acordo entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas) para estabelecer, modificar ou anular uma relação de direito. O objeto pode ser o mais variado possível: compra, venda, prestação de serviço, etc.

Segundo Beltrão (2004, p. 220),

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 81

o contrato é unilateral, ou gratuito, se obriga uma só pessoa (depósito, doação, empréstimo, mandato); bilateral, ou one-roso, se obriga duas ou mais pessoas (prestação de serviços, fornecimento de material, sociedades comerciais).

Figura 14: Ilustração para o Diário Oficial do Estado: Assinatura de contrato com operadora de celulares. Fonte: http://www.rogeriosilveira.jor.br/didiu.php. Acesso em 20 de junho de 2010.

12.3 Estrutura e registro linguístico dos contratos

De acordo com Vasconcelos (2007), a redação de contratos deve obedecer à seguinte estrutura:

1. Abertura: denominação do tipo de contrato e das pessoas en-volvidas.

2. Encadeamento: exposição das condições do contrato mediante a exposição de cláusulas (condições) que as partes se comprometem a respeitar.

3. Fechamento: apresentação do local e da data em que foi cele-brado o contrato e assinatura dos outorgantes devidamente reconhecidas.

No que se refere à linguagem dos contratos, Vasconcelos (2007) orienta que se deve utilizar:

• o registro formal da língua;• vocabulário claro e objetivo para favorecer a correta interpreta-

ção das cláusulas;• expressões específicas como: outorgante (que dá ou concede

algo), outorgado (quem recebe), contraente (quem contrai), con-tratante (quem contrata), cláusula (condição), vigência (período de validade); celebração (ato de tornar público e oficial o con-trato), cumprimento e incumprimento;

• frases construídas na terceira pessoa do singular ou do plural, conforme o número de outorgantes do contrato.

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Modelo de Contrato Simples:

CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES CONTRATANTES

VENDEDOR: (Nome do Vendedor), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de Identidade nº (.....................), CPF nº (.....................), residente e domiciliado na Rua (................................), nº (....), bairro (..........), CEP (..............), Cidade (.................), no Estado (....).

COMPRADOR: (Nome do Comprador), (Nacionalidade), (Esta-

do Civil), (Profissão), Carteira de Identidade nº (........................), CPF nº (..........................), residente e domiciliado na Rua (...................................), nº (....), bairro (..........), CEP (...............), Cidade (.............), no Estado (....).

As partes acima identificadas têm, entre si, justo e acertado, o

presente Contrato de Compra e Venda de Estabelecimento Comercial que se regerá pelas cláusulas seguintes e pelas condições de preço, forma e termo de pagamento descritas no presente.

DO OBJETO DO CONTRATO Cláusula 1ª. O presente contrato tem como OBJETO a venda de

estabelecimento comercial (..................) pelo VENDEDOR ao COMPRADOR, situado na Rua (..................), nº (....), bairro (...........), CEP (...............), Cidade (..................), no Estado (....), compreendendo as mercadorias, os móveis e os utensílios constantes do inventário em anexo, que passa a fazer parte deste instrumento e estará sujeito à verificação nos termos da cláusula 6ª.

Parágrafo único. A presente transação compreende somente os itens indicados no caput da presente cláusula, não estando incluído o imóvel no qual se encontra instalado o estabelecimento.

DAS OBRIGAÇÕES Cláusula 2ª. Obriga-se o VENDEDOR a efetuar a baixa de sua firma

nos órgãos competentes, inclusive respondendo por evicção. Cláusula 3ª. Obriga-se o VENDEDOR a liquidar todas as dívidas, se-

jam estas fiscais, trabalhistas ou débitos perante terceiros, entregando, as-sim, ao COMPRADOR, o estabelecimento objeto do presente contrato, livre e desembaraçado de quaisquer ônus (1).

Cláusula 4ª. O VENDEDOR responderá pela evicção do estabeleci-

mento perante o COMPRADOR e seus herdeiros e sucessores.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 83

Cláusula 5ª. O COMPRADOR se responsabilizará pelas despesas com a venda do estabelecimento comercial (2).

Cláusula 6ª. As chaves do estabelecimento comercial deverão ser

entregues pelo VENDEDOR ao COMPRADOR no momento do pagamento do valor acertado neste instrumento.

Parágrafo primeiro. Antes de assumir o estabelecimento, o COM-

PRADOR verificará a veracidade do inventário. Parágrafo segundo. Caso seja constatada e comprovada a impro-

cedência do inventário, poderá ocorrer a rescisão do presente instrumento, obrigando-se o VENDEDOR ao pagamento da multa estipulada na cláusula 9ª deste contrato.

DO IMÓVEL

Cláusula 7ª. O imóvel, no qual se encontra instalado o estabeleci-mento comercial, é de propriedade do VENDEDOR, e será locado ao COM-PRADOR através de instrumento próprio, de acordo com a legislação vigente.

DO TÍTULO DO ESTABELECIMENTO

Cláusula 8ª. Ficam transferidos ao COMPRADOR os direitos sobre o título do Estabelecimento Comercial (.............).

DA MULTA

Cláusula 9ª. Caso alguma das partes não cumpra o disposto nas cláusulas estabelecidas neste instrumento, responsabilizar-se-á pelo paga-mento de multa equivalente a (....)% do valor da venda do estabelecimento comercial.

DO PAGAMENTO

Cláusula 10. Por força deste instrumento, o COMPRADOR pagará ao VENDEDOR a quantia de R$ (.....) (Valor expresso), em parcela única, na seguinte data (....).

DO FORO Cláusula 11. Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas do CON-

TRATO, as partes elegem o foro da comarca de (.............); Por estarem assim justos e contratados, firmam o presente instru-

mento em duas vias de igual teor, juntamente com 2 (duas) testemunhas.

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(Local, data e ano). (Nome e assinatura do Vendedor) (Nome e assinatura do Comprador) (Nome, RG e assinatura da Testemunha 1) (Nome, RG e assinatura da Testemunha 2) Nota: 1. Art. 502, do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2002). 2. Art. 490, do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2002).

Fonte: http://www.sitecontabil.com.br/modelos_contrato/0174.htm. Acesso 20/06/2010.

Resumo

Nesta aula 12, você aprendeu como é a organização e o vocabulário próprio de atas e contratos. É importante que você tenha entendido que es-ses documentos apresentam expressões muito próprias e que o entendimen-to delas ajuda no momento em que precisamos interpretar esses tipos de documentos, sobretudo os contratos que são bastante utilizados no cotidiano das práticas comerciais.

Atividades de aprendizagem

1) Você aprendeu que contratos são instrumentos legais que criam obriga-ções recíprocas entre as partes. Aprendeu também sobre a terminologia técnica utilizada neste tipo de documento. Agora, leia o contrato a seguir e, depois, responda às perguntas propostas.

Contrato de leitura

Entre o primeiro outorgante, Feliciano Alves Gonçalves, professor de Reda-ção Empresarial, e o segundo outorgante __________________________________, aluno do Curso Técnico em Operações Comerciais, estabelece-se o presente Contrato de Leitura, acordando-se as seguintes cláusulas:

1º O primeiro outorgante coordena as atividades desenvolvidas no âmbito deste contrato.

2º O segundo outorgante compromete-se a ler 03 (três) livros por mês.

Evicção:É a perda total ou

parcial da coisa adquirida em favor

de terceiro que tem direito anterior. Fonte:

http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=8751.

Acesso em 20/06/2010.

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3º O segundo outorgante compromete-se a preencher a Ficha de Leitura, criada para o efeito.

4º O primeiro outorgante observa criticamente o trabalho do segundo outor-gante com o objetivo de apoiar a prática de leitura.

5º O segundo outorgante apresenta a sua autoavaliação no final de cada tri-mestre, referente às suas atividades no âmbito deste contrato.

6º O primeiro outorgante avalia qualitativamente a atividade realizada pelo segundo outorgante.

7º Se, por motivos imputáveis ao segundo outorgante, não forem cumpridas as cláusulas 2ª, 3ª e 5ª, poderão ser redigidas cláusulas de salvaguarda, apre-sentadas pelo primeiro outorgante.

8º Este contrato foi feito em duas vias e será assinado pelos outorgantes, destinando-se um exemplar ao Professor de Redação e outro ao aluno(a).

Local, data: .........................................., .....de .............. de 2010.

................................................................................

Professor de Redação

................................................................................

Aluno (a)

Fonte: Adaptado de Vasconcelos (2007).

a) Insira seu nome no espaço destinado ao segundo outorgante, o local e a data e assine o contrato no campo destinado ao aluno(a).

b) Cite duas obrigações impostas ao segundo outorgante mediante esse contrato de leitura.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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c) Esse contrato de leitura é unilateral ou bilateral? Justifique sua resposta.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 87

Referências

Referências Básicas

BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem e comunicação: oficial, co-mercial, bancária, particular. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

GOLD, Miriam. Redação Empresarial: escrevendo com sucesso na era da glo-balização. São Paulo: Pearson, 2002.

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa Moderna: aprender a escrever, aprendendo a pensar. 23. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

Referências complementares

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2003.

CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. São Paulo: Editora Mo-derna, 2001.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm>. Acesso em 15 de junho de 2010.

DIAS, Marcos Vinicius Ribeiro. Humor na Mirolândia. Minas Gerais: Papiro, 1996.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini-Aurélio século XXI: o minidicio-nário da Língua Portuguesa. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

GIL, Antônio Carlos. Administração de recursos humanos: um enfoque profis-sional. São Paulo: Atlas, 1994.

KOCH, Ingedore G. Villaça. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989.

MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. 2. ed. Brasília: Pre-sidência da República, 2002. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ManualRedPR2aEd.PDF> Acesso em 20 de junho de 2010.

REVISTA VEJA, 8 de junho de 2008.

REVISTA VEJA, 12 de setembro de 2007.

REVISTA VOCÊ S.A., Ed. Abril, São Paulo, p. 22, jan. 1999.

RUSH, Myron. Administração: uma abordagem bíblica. Belo Horizonte: Edito-ra BETÂNIA, 2005

Page 90: Redacao_empresarial PROFESSORA SOLANGE

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 88

http://www.ligiafascioni.com.br/aulas/feedback

VASCONCELOS, José Paulo. Contratos. 27/09/2007. Disponível em:< http://jpvasc.no.sapo.pt/port-10/contrato.pdf>. Acesso em 20 de junho de 2010.

VILELA, M.; KOCH, I.V. Gramática da Língua Portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001.

http://nequidnimis.wordpress.com/2009/10/19/comunicacao-luis-fernando--verissimo/.

http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp.

http://nequidnimis.wordpress.com/2009/10/19/comunicacao-luis-fernando--verissimo/>.

http://rosaao.blogspot.com/2009/08/ruidos-na-comunicacao-charges.html.

http://lpcicloii-deribeiraopreto.blogspot.com/2009/02/ruidos-na-comunica-caocuidado.html.

http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u79.jhtm

http://www.brustin.com.br

http://www.fotocomedia.com

http://fotos.noticias.bol.uol.com.br

http://educacao.uol.com.br

http://www.ebah.com.br

http://www.iplay.com.br/

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm

http://recantodasletras.uol.com.br

Referências suplementares

GOLD, Miriam. Redação Empresarial. 3. ed. São Paulo: Pearson Brasil, 2005.

http://www.mariopersona.com.br/redacao.html

Page 91: Redacao_empresarial PROFESSORA SOLANGE

e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesRedação Empresarial 89

Currículo do professor conteudista

Feliciano Alves Gonçalves

Graduado em Letras Português pela Universidade Estadual de Montes Claros Professor de Redação Empresarial no Curso Técnico em Atividades do Comér-cio, oferecido pelo Centro de Ensino Médio e Fundamental da Unimontes.

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e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesEscola Técnica Aberta do Brasil