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Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005

Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

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Redes

Cabral e Tirole

Novembro, 2005

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Introdução

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Modelos de Oligopólio Principal inovação: interação estratégica

Modelos e resultados ficam sensíveis às suposições sobre a interação estratégica no mercado

Modelos são julgados pela qualidade Das suposições

• Quão realistas?

Das estáticas comparativas

Conceito de Equilíbrio: Nash e Perfeito em Subjogos

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O Modelo de Bertrand: concorrência via preço

Boa suposição quanto à variável estratégica,

péssimas estáticas comparativas

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Ambiente econômico Duas firmas, 1 e 2 Produtos homogêneos Capacidade ilimitada Jogo estático Curva de demanda de mercado:

p(Q)=a-bQ,

Custo de produção: Ci(qi)=cqi, i=1,2, c < a

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Ambiente econômico Produtos homogêneos + custo de procura

= 0 → consumidor compra do mais barato Regra de desempate = repartem igualmente o

mercado Demanda no nível da firma:

211

211

21

211

se , se ,,0

se ,0,

ppbpappbpa

ppppD

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Ambiente econômico

Pi

Qi

Dmercado (P)

Di(Pi)

Capmax

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Interação estratégica Função de reação da firma 1

Antes o problema do monopolista

2 se ,

2

2, se pequeno mentearbitraria ,

se ,, se ,,

2

22

22

22

21

cap

ca

cacpp

cppcpp

pp

2

max capcpbpa mon

p

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Interação estratégica

c

p1

p2

pmon

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Interação estratégica Único equilíbrio de Nash neste jogo: p1 = p2 = c Suponha que

• p1 > p2 = c. Firma 2 desvia para p2 – ε• p1 > p2 > c. Firma 1 desvia para p2 – ε• p1 > c > p2. Firma 2 desvia para p1 – ε• c > p1 > p2. Firma 2 desvia para c• p1 > p2 > c. Firma 1 desvia para p2 – ε• p1 = p2 > c. Firma 1 desvia para p2 – ε

Page 11: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Estática comparativa

Duas firmas, preço = custo marginal!

Entrada, a partir da 3 firma não tem nenhum efeito!

Page 12: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

O modelo de Cournot: concorrência via quantidade

Má suposição quanto à variável de decisão, ótimas estáticas comparativas

Page 13: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Ambiente econômico Igual ao anterior, porém as firmas

agora escolhem quantidade É como se elas se encontrassem no

mercado, deixassem as quantidades, e o preço se ajusta pela demanda

Não parece muito razoável para a maioria dos mercados

Page 14: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Interação estratégica O problema da firma 1

Função de reação da firma 1

cqqbaqq

2111

max

1

221 2 q

qbca

qq

Page 15: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Interação estratégica

bca

qmon2

q1

q2

q1(q2)

bca

qcp

Page 16: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Equilíbrio de Nash Algebricamente, o equilíbrio é um par

de quantidades (q*1, q*

2) tal que as duas condições de 1ª ordem são satisfeitas

22

22*1*

2

*2*

1

qbca

q

qbca

q

bca

Qbca

qq3

23

**1

*1

Page 17: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Equilíbrio de Nash: graficamente

bca

qmon2

bca

qmon2

bca

qcp

q1

q2

q1(q2)

bca

qcp

q2(q1)

bca

qcournot3

Page 18: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Estática comparativa do Equilíbrio de Nash Quantidade de Cournot

Preço de Cournot

Lucro Cournot

bca

Qbca

q cournotcournot

32

3

32ca

pcournot

bcacournot

9

2

Page 19: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

N firmas Agora i = 1,2,...,N firmas Problema da firma i:

Função de reação da firma i:

Em um equilíbrio simétrico: (N-1)qi = Q-i. Substituindo em (*):

cQqbaq iiiqi max

(*) 22i

iQ

bca

q

bca

NN

QbNca

q cournoti 11

Page 20: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

N firmas Preço de Cournot

Lucro de Cournot11

NNca

bca

NN

babQaP cournotcournot

11

11

2

Nbca

bca

Nc

NNcacournot

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Propriedades do equilíbrio Quantidade:

cpcournotmon QQQ

bca

2

bNcaN

1

bca

cpcournot

N

cournot

Qbca

QNbca

NQ

lim e 0

1 2

Page 22: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Propriedades do equilíbrio Preço:

cpcournotmon PPP

2ca 1NNca c

cpcournot

N

cournot

PcPN

caN

P

lim e 0

1 2

Page 23: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Propriedades do equilíbrio Lucro:

cpcournotmon

bca

4

2 2

2

1Nbca 0

cpcournot

N

cournot

Nbca

N

0lim e 0

12

3

2

Page 24: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Relaxando as suposições: dá pra salvar Bertrand?

Capacidade limitada

Page 25: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada As firmas novamente competem via

preço. Por simplicidade, c = 0 para as duas firmas

Mas agora elas têm capacidade limitada, sendo k1 o limite da firma 1 e k2 o limite da firma 2

Quão limitada será importante

Page 26: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada: demanda da firma 2

P2

q2

Qmercado (P)q2 (P1)k2

P1

k1

Page 27: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Equilíbrio Considere o preço p(k1+k2)

Propomos o seguinte equilíbrio: p1 = p2 = p(k1+k2)

Sob que condições isto é equilíbrio? Considere o problema da firma 2 Dado que p1 = p(k1+k2), ela claramente não tem

interesse em desviar para baixo• Vende o mesmo (k2) a um preço menor

Page 28: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Equilíbrio E colocar p2 > p(k1+k2)? Note na figura abaixo que: p2 > p(k1+k2) → receita marginal > 0 =

custo marginal Até k2 isto é verdade, o que faz com que a

firma produza o máximo que pode O que confirma o equilíbrio

Page 29: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada: demanda da firma 2 se P1 < P2

q1,q2

Dmercado (P)

k1+ k2

P

P(k1 + k2)

k1 k2

k1

Dresidual2(P)

Receita Marginal Residual de 2

Page 30: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada O bottom line:

Com alta capacidade, as firmas se tornam mais agressivas

• O payoff de cortar as concorrentes é grande pois captura todo o mercado

Com baixa capacidade as firmas são mais acomodativas porque o benefício de cortar é menor

Se a capacidade é facilmente ajustável, Bertrand descreve melhor → longo prazo

Se a capacidade é fixa, Cournot descreve melhor → curto prazo

Page 31: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada: Kreps e Scheinkman A contribuição brasileira: Kreps e

Scheinkman (1982) Imagine o seguinte jogo sequencial:

1º estágio: firmas escolhem capacidade

2º estágio: firmas concorrem à la Cournot

Page 32: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada: Kreps e Scheinkman Vamos mostrar que Bertrand é igual a

Cournot neste jogo

Por simplicidade, o custo unitário de produção é 0 até a capacidade, e infinito depois

Suponha que cada unidade de capacidade custe c1 para ambas a firma 1 e c2 para ambas a firma 2

Page 33: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada: Kreps e Scheinkman Resolvendo o jogo de trás para frente No 2º estágio, o equilíbrio é:

•q1 = k1, q2 = k2, p = p(k1 + k2)

As firmas levam isto em conta no primeiro estágio quando escolhem capacidade

Page 34: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada: Kreps e Scheinkman No 1º estágio (problema da firma 1)

Note que este é exatamente o problema de Cournot. Com demanda linear, a função de reação da firma 1 é:

111211

max kckkkpk

22

2121

kbca

kk

Page 35: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Capacidade limitada: Kreps e Scheinkman O equilíbrio é:

Note que se trocarmos k por q temos exatamente o equilíbrio de Cournot, com todas as boas estáticas comparativas de Cournot

bcca

kbcca

k2

2,2

2 122

211

Page 36: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Produtos diferenciadosRelaxando a suposição de homogeneidade dos produtos

Page 37: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de Salop Suponha que há N firmas que

produzem bens diferenciados no mercado

A diferenciação é modelada pelo custo que cada consumidor tem em consumir o produto de cada uma das firmas Custo de trasporte unitário t

Page 38: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Interpretação

Localização geográfica Consumidores mais perto de determinadas

firmas

Espaço de produtos Consumidores têm preferências por certos

produtos

Page 39: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de Salop As firmas estão localizadas de formas

equi-distantes em um círculo

Os consumidores (de massa 1) estão uniformemente distribuídos no círculo

O custo unitário de produção é c para todas as firmas

Page 40: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circulas de SalopFirma 1

Firma 2

Comprimento 1/NFirm

a 3

Firma N - 1

Page 41: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de Salop Uma firma, em equilíbrio, compete

somente com seus dois vizinhos Vejamos o problema da firma 2 Sejam p1, p2, p3 os preços das firmas

1,2,3 Seja x12 (x23) o consumidor indiferente

entre a firma 2 (firma 3) e a firma 1 a estes preços

Page 42: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de SalopFirma 1

Firma 2Firm

a 3

Firma N - 1

x23

x12

Page 43: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de Salop A demanda pelo produto da firma 2 é

dada pela distância entre x12 e x23 Consumidores minimizam gasto Gasto de x12:

121 txp txN

p

122

1

Se compra de 1 Se compra de 2

=

Page 44: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de Salop Resolvendo para x12:

Para x23 o problema é análogo:

E a demanda pelo bem da firma 2 é:

Ntpp

x21

221

12

Ntpp

x21

223

22

Nt

ptpp

pppx1

2,, 231

3212

Page 45: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de Salop A firma 2 resolve o seguinte problema de

otimização:

CPO:

Nt

ptpp

cpp

12

max 2312

2

224

, 31312

cNtpp

ppp

Page 46: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de Salop Num equilíbrio simétrico, p1 = p2 = p3 = p

cNt

pe

Page 47: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

A cidade circular de Salop Estáticas comparativas Preço diminui com N (aumento de

concorrência) Preço aumenta com t (grau de

diferenciação) Quando N vai ao infinito, pe vai para

custo marginal c

Page 48: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

ConluioRelaxando a suposição de concorrência estática

Page 49: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito Bertrand: já sabemos que no jogo

estático o equilíbrio é com concorrência

Agora as firmas interagem repetidamente Abre a possibilidade de auto-

disciplinação do comportamento Cenoura: lucros futuros Porrete: concorrêcia agressiva no futuro

Page 50: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito

Eu coopero enquanto meu concorrente cooperar

Eu puno se observo desvio

Page 51: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito Quando isto pode ocorrer em

equilíbrio?

Conceito de equilíbrio: Perfeição em sub-jogos

Page 52: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito Repetição finita: Não há

possibilidade de sustentar conluio

Suponha o arcabouço de Bertrand mas as firmas jogam repetidamente N vezes

Page 53: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito Na enésima vez: Único equilíbrio: p = CMg Logo, não há nada que se possa fazer

em penúltima vez que induza com comportamento na última vez

Portanto: p = CMg na penúltima vez E assim por diante... Único equilíbrio perfeito em sub-jogos:

p = CMg desde o começo!!

Page 54: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity O infinito abre possibilidades

A falta de um último período quebra o raciocínio acima

Não mais um período (final) no qual as coisas estão inexoravemente determinadas

Page 55: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity Suponha que: Concorrência é via preço (Bertrand) Regra de desempate: divisão igualitária

de mercado c ≡ custo marginal β ≡ taxa de desconto inter-temporal Demanda: p = a – bQ, a > c Duas firmas, 1 e 2

Page 56: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity Considere que a firma 1 joga a seguinte

estratégia

E a firma 2 joga a mesma estratégia

contrário caso sempre para jogar

t todo em , se 1 em jogar

1 em monopólio) de (preço 2

jogar

1

211

1

1

cp

pptp

tca

p

smonopólio

monopóliomonopólio

Page 57: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity

Sob quais circunstâncias este par de estratégias sustenta p1 = p2 = preço de monopólio em todos os (infinitos) períodos?

De maneira geral se β é suficientemente grande

Page 58: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity Dado que a firma 2 joga a estratégia

especificada, considere a decisão da firma 1 em t = 0

Se ela coopera em t = 0 ela recebem metade dos lucros de monopólio:

bca

t 82

2monopólio1

1

Page 59: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity Note que

Como o jogo é repetido infinitas vezes (wonders of infinity) amanhã é uma repetição precisa de hoje

Se é ótimo cooperar hoje, será ótimo cooperar amanhã. Logo o payoff de coopoerar para sempre é:

12222

monopóliomonopólio2

monopóliomonopóliocooperar

Page 60: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity E se não cooperar? O devio ótimo, evidentemente, é p1 =

pmonopólio – ε, ε muito pequeno

Ela tem um lucro arbitrariamente próximo do lucro de monopólio hoje

E o que ocorre depois?

Page 61: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity Dado que a firma 2 joga a

estratégia especificada, amanhã, depois de amanhã, depois de depois de amanhã (deu pra pegar o ponto!):LUCRO IGUAL A ZERO!!

Por que é crível (perfeito em sub-jogos?): reversão à Nash

Page 62: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity

2

monopólio Valor do crime (ganho imediato)

12

22monopólio

monopólio2monopólio

Valor do castigo (Perda futura)

Já estava tudo em Dostoievsky...

Page 63: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity Não desvia se, e somente se:

Valor do Castigo > Valor do Crime

21

212

monopóliomonopólio

Firmas têm que ser suficientemente pacientes

Page 64: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: wonders of infinity Salvamos concorrência via preço?

Possibilidade de lucros futuros ameniza o apetite concorrencial

p > CMg

Page 65: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: várias firmas Agora:

N

N monopólio1 Valor do crime (ganho imediato)

1

monopólio

monopólio2monopólio

N

NN Valor do castigo

(Perda futura)

Page 66: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: várias firmas Não desvia se, e somente se:

Valor do Castigo > Valor do Crime

NN

NN

N11

1

monopóliomonopólio

Firmas têm que ser ainda maius pacientes

Page 67: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: várias firmas Estática Comparativa:

N ↑ → βmin ↑

Ou seja, quando o número de firmas aumenta, é mais difícil sustentar conluio

Page 68: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito, fatores que facilitam: simetria Simetria entre as firmas

Voltemos ao caso com 2 firmas

Suponha que, por alguma razão, a firma 1 fique com uma porcentagem α > 0.5 do mercado se os preços são iguais

Page 69: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito, fatores que facilitam: simetria Para a firma 2

monopólio Valor do crime (ganho imediato)

11

11monopólio

monopólio2monopólio Valor do castigo (Perda futura)

Page 70: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito, fatores que facilitam: simetria Não desvia se, e somente se:

Valor do Castigo > Valor do Crime

monopólio

monopólio

11

A firma de menor parcela determina a

sustentabilidade

Page 71: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito, fatores que facilitam: simetria Assim quanto maior a assimetria,

menos sustentável A gente ouve: “A empresa x, dominante

no mercado disciplinou as outras” Quase nunca: “As empresas se

disciplinaram” Arábia Saudita na OPEP

Page 72: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácitio, fatores que facilitam: juros baixos Note que poderíamos escrever β como:

Onde r é a taxa de juros real

r ↑ → β ↓ Uma teoria dos movimentos do preço do

petróleo? O sucesso do cartel determina sua maldição

r

11

Page 73: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito, fatores que facilitam: probabilidade de sobrevivência Seja γ a probabilidade de sobrevivência

Onde r é a taxa de juros real

γ ↓ → β ↓

Conluio em indústrias novas? Inovação teconológica dificulta

Conluios: petróleo, cimento, aço ...

r

1

Page 74: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Conluio tácito: teoria capenga É uma teoria que o mecanismo de

sustentação do cartel - a punição – nunca ocorre em equilíbrio

O que falta? Informação incompleta

O desvio é pefeitamente observado!!

Page 75: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Demanda é estocástica Com probabilidade ½ é baixa, q=D1(p) Com probabilidade ½ é alta, q=D2(p)

• D2(p)>D1(p) para todo p Choques são i(independentes) e

i(identicamente) d(distribuídos)

Page 76: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Jogo repetido infinitamente Queremos implementar preço alto Duas firmas, A e B Firmas observam estado da

demanda antes de escolherem preço a cada período

Page 77: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Procuramos um par {p1,p2} tal que: Firmas escolhem p1 se a demanda é

baixa, e p2 se a demanda é alta {p1,p2} é sustentável em um equilíbrio

perfeito em sub-jogos• Não é privadamente ótimo para nenhuma

firma desviar O fluxo de lucros futuros descontados

não é máximo

Page 78: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Fluxo de lucros futuros descontados:

02

221

11

221

221

t

t cppD

cppD

V

122

122

12

221

11 cppDcppD

Page 79: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Príncipio da punição máxima (mais

sobre isto depois): Reversão à Nash: como antes, depois

de desvio, p = c para sempre, independentemente da demanda

Fully collusive Equilibrium p1= pm

1 p2 = pm2 m =monopólio

p1 induz Πm1 < Πm

2 induzido por p2

Page 80: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Se o fully collusive equilibrium é

sustentável, então:

141

221

221

21

21mm

mm

V

Page 81: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Agora, a tentação de cortar depende

do estado da demanda Se a demanda é baixa, a tentação de

cortar é baixa• Lucro mais baixo, menos para ganhar

Se a demanda é alta, a tentação de cortar é alta• Lucro mais alto, mais para ganhar

Page 82: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Não desvia se, e somente se:

Valor do Castigo > Valor do Crime 214

121mmm

V

214

221mmm

V

Esta é a condição determinante

Page 83: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Não desvia se, e somente se:

Valor do Castigo > Valor do Crime

mm

m

21

2

32

Page 84: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda

Insights: Πm

1 = Πm2: voltamos ao caso anterior

Quão maior a diferença Πm2 > Πm

1 mais difícil é sustentar o conluio

A punição é uma perda da média, o ganho é um ganho no alto, por isto mais difícil de sustentar que demanda alta sempre

21

32

21

20

mm

m

Page 85: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Suponha que:

Conluio não é sustentável na demanda alta mais os seria sem flutuação de demanda

mm

m

12

2

32

21

Page 86: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Fully collusive equilibrium não é

sustentável Pergunta: será que conseguiríamos

sustentar algo que fosse menos que uma situação completamente cartelizada?

Page 87: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda O exercício: escolher {p1,p2} tão

grandes quanto for possível O problema de otimização do cartel:

(2) 122

122

12

(1) 122

122

12

a sujeito

122

122

1max

221122

221111

2211

, 21

ppp

ppp

pppp

Page 88: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Qual restrição é ativa? (2)!! Deveria ser mais difícil sustentar o

cartel com a demanda alta Se resolvermos o programa, chegamos

em um resultado interessante:• p1= pm

1 • p2 < pm

2

Page 89: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Qual é a intuição? Aumentos em p1

• Aumentam lucro • Relaxam a restição (2): firmas têm mais a

perder em média Aumentos em p2

• Aumentam lucro • Porém pioram a restrição (2): firmas têm

mais a ganhar no desvio

Page 90: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Implicações:

Se β está naquele intervalo, alguma cartelização é sustentável, mas não completa

Nos períodos de demanda baixa, firmas cobram preço de monopólio

Nos períodos de demanda alta, firmas cobram preço abaixo de monopólio

P1 pode de maior ou menor que p2, dependendo dos movimentos de demanda

Page 91: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Implicação empírica 1

Guerras de preço em períodos de boom

Page 92: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Caso 1 Licitações de antibiótico das Forças

Armadas no EUA

• Depois de uma compra excepcionalmente grande em 1956 os preços caíram significativamente em vários períodos subsequentes

Page 93: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Flutuações de demanda Caso 2: Indústria de cimento nos EUA

• Movimentos de preços contra-cíclicos• Em épocas de aceleração econômica, preço baixo• Em épocas de desaceleração econômica, preço

baixo• Difícil racionalizar de outra forma

• Se não houvesse movimento de oferta, um aumento na demanda induziria aumento nos preços, não diminuição

Page 94: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Frequência de apreçamento Voltamos ao mundo com demanda

determinística Suponha agora que o mercado se

encontra a cada dois períodos A taxa de desconto intertemporal é

agora β2

Page 95: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Frequência de apreçamento Não desvia se, e somente se:

Valor do Castigo > Valor do Crime

21

2122

monopólio

2

monopólio2

Firmas têm que ser ainda mais pacientes

Page 96: Redes Cabral e Tirole Novembro, 2005. Introdução

Contato multimercado Voltamos ao mundo com demanda

determinística