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Volume 1, Número 3
ISSN 2527-0532 João Pessoa, 2017
Artigo
REFLEXÃO ACERCA DA RELEVÂNCIA DO ENSINO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Páginas 331 a 347 331
REFLEXÃO ACERCA DA RELEVÂNCIA DO ENSINO LÚDICO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
REFLECTION ON THE RELEVANCE OF LUDIC EDUCATION IN CHILDREN
Camila Teixeira de Carvalho Dias1
RESUMO - Na atualidade, o número de estudos desenvolvidos a respeito do lúdico como
metodologia utilizada na educação infantil, tem crescido satisfatoriamente. Isso se deve
pela relevância que a temática apresenta. Sendo assim, a finalidade do presente trabalho
corresponde a de abordar a relevância do ensino lúdico, na educação infantil. Trata-se de
um estudo descritivo, com abordagem qualitativa. A partir do desenvolvimento desta
pesquisa, tornou-se possível aprofundar conhecimentos acerca da relevância do lúdico, na
educação infantil. É preciso que a escola também atue de uma maneira bastante intensa,
motivando esses educadores, disponibilizando treinamentos, capacitações direcionas ao
ensino lúdico, entendendo o quão proveitosa essa utilização pode ser na aprendizagem da
criança. Além disso, uma boa alternativa, para que os pais dos alunos se sintam seguros em
relação a esse método de aprendizagem é que a escola integre os mesmos em algumas
atividades desenvolvidas na escola, convidando-os, para que possam ter contato com o
método de ensino e verificar com seus próprios olhos os benefícios que podem apresentar.
Palavras-Chave: Lúdico. Educação Infantil. Ensino.
ABSTRACT - At present, the number of studies developed regarding playfulness as a
methodology used in early childhood education has been growing satisfactorily. This is
due to the relevance of the theme. Therefore, the purpose of this study is to address the
relevance of play education in early childhood education. This is a descriptive study with
a qualitative approach. From the development of this research, it became possible to
deepen knowledge about the relevance of the ludic, in early childhood education. It is
necessary that the school also act in a very intense way, motivating these educators,
providing training, direct training to playful education, understanding how useful this use
can be in the child's learning. In addition, a good alternative for the students' parents to
1 Mestre em Ciências da Educação pela Unigrendal Premium Corporate. Docente do curso de
Enfermagem do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
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feel secure about this method of learning is for the school to integrate the same into some
of the activities developed at the school, inviting them to contact the Teaching and
verifying with their own eyes the benefits they can bring.
Keywords: Ludic. Child education. Teaching
INTRODUÇÃO
Na atualidade, o número de estudos desenvolvidos a respeito do lúdico como
metodologia utilizada na educação infantil, tem crescido satisfatoriamente. Isso se deve
pela relevância que a temática apresenta.
É importante citar que o lúdico foi originado a partir da palavra latina "ludus" que
significa "jogo”. Antes, de acordo com a sua origem, o termo lúdico estava associado
apenas ao jogar, ao brincar, à ação espontânea. No entanto, posteriormente o lúdico
passou a ser reconhecido como traço primordial da psicofisiologia do comportamento
humano, de tal maneira que a definição passou a não ser considerado o simples sinônimo
de jogo. De acordo com Antunes (2005, p. 33) “as implicações da necessidade lúdica
extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo”.
Dessa forma, utilizar o lúdico corresponde a uma necessidade independente da
idade e não pode ser encarado como um mero divertimento. Sabe-se que o
desenvolvimento do aspecto lúdico auxilia na aprendizagem, facilita o desenvolvimento
pessoal, social, bem como cultural, proporcionando uma boa saúde mental, tornando mais
fácil a comunicação, expressão, assim como o conhecimento. Sendo assim, a prática
lúdica compreendida como o ato de brincar das crianças possibilita um mergulho na sua
trajetória no decorrer dos anos, juntando informações (MARCONI, 2005).
Vale ressaltar que Santos (2008) enfatiza que esse processo cíclico, abordado em
cada ação e em cada jogo, possibilita conhecer um pouco da evolução. Portanto,
compreender o brincar das crianças no que tange as civilizações significa aprofundar
conhecimentos no que tange um pouco da cultura.
A escolha da temática da pesquisa ocorreu a partir do meu interesse em estudar a
respeito do tema, pois a utilização do lúdico no ensino infantil pode promover uma série
de benefícios, auxiliando na aprendizagem dos alunos, fazendo com que os mesmos
aprendam e guardem os conhecimentos de maneira satisfatória, o que é extremamente
relevante para os professores da educação infantil.
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Dessa maneira, surgiu o seguinte questionamento, para nortear o desenvolvimento
do estudo: a utilização do ensino lúdico, na educação infantil, realmente gera benefícios
na aprendizagem?
Para responder essa questão foi realizado um estudo descritivo, com abordagem
qualitativa, baseado em uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa foi executada através de
consultas em livros, artigos científicos, monografias, dissertações de mestrado, bem como
teses de doutorado. O material coletado foi, então, selecionado e avaliado levando como
base o enfoque do método qualitativo, sendo utilizada a literatura pertinente como
referência.
Muitas crianças apresentam dificuldades de aprendizagem no ensino infantil,
sendo necessário utilizar metodologias que possam facilitar esse aprendizado. Muitos
professores acabam se acomodando com as mesmas metodologias e não adotam
alternativas, capazes de favorecer esse processo. Também sabe à escola incentivar que
esses professores utilizem a criatividade, na forma do ensino lúdico, para gerar benefícios
nesse ensino.
Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi abordar a relevância do ensino
lúdico, na educação infantil.
O ENSINO LÚDICO
Segundo Huizinga (2000) o lúdico se manifesta por meio do jogo, sendo a
existência do jogo inegável. De acordo com o esse autor, o jogo pode ser compreendido
como uma maneira de ensinar que foge dos padrões de seriedade, tendo um aspecto mais
divertido.
Sendo assim, o lúdico pode ser um excelente método de se trabalhar com crianças,
de dinamizar conteúdos e facilitar a aprendizagem.
Portanto, utilizar o lúdico como metodologia de ensino talvez seja uma missão
bastante difícil, tendo em vista que os próprios pais podem duvidar da eficácia desse
ensino, podendo achar que não irá gerar bons resultados.
Para esses pais, o aprendizado, bem como o desenvolvimento das crianças
necessitam de estarem associados a um exercício mais cansativo, de maneira que a criança
precise realizar grandes tarefas, possuindo um caderno com um número exorbitante de
exercícios e atividades, o que, de certa maneira, lhes deixam mais seguros, no que diz
respeito à certeza da formação educacional dos filhos (ROMERA et al., 2007).
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É possível dizer, então, que muitos pais acabam discordando do ensino lúdico, por
ter uma visão antiga, de que o ensino tradicional, com uma sobrecarga imensa de
informações às crianças e métodos de ensino antigos, geram efeitos mais positivos na
educação das mesmas.
Mediante a compreensão de “lúdico” defendido por Huizinga (2000), o mesmo
acredita que ele necessita ter caráter espontâneo e não associado a um fazer produtivo,
não devendo ser aplicado na escola com finalidade didática e pedagógica, tendo em vista
que, pelo menos na teoria, a finalidade está associada ao alcance de alguns objetivos
propostos, sendo um instrumento de aprendizagem, sendo utilizado para garantir um
melhor desenvolvimento dos alunos, no que se tange o conteúdo ali aplicado.
De acordo com esse pensamento, no caso, podemos compreender que o ensino
lúdico deve ser utilizado como forma de facilitar a aprendizagem, de dinamizar, não no
sentido de imposição, de avaliação do aluno, não como um instrumento formal, ele deve
servir como um método de suporte ao ensino.
Já o brinquedo indica uma relação íntima com a criança, não existindo regras que
direcione o seu uso. O brinquedo incentiva a representação, a expressão de imagens que
indicam fatos da realidade. O brinquedo contribui para um mundo imaginário da criança,
bem como do adulto, que é o criador do objeto lúdico. Sendo assim, o termo “brinquedo”
não deve ser limitado à pluralidade de sentidos do jogo, uma vez que representa a criança,
possuindo uma dimensão material, cultural e técnica. O brinquedo, que é representado
por um material, é sempre um objeto que facilita uma brincadeira, sendo de extrema
importância, pois incentiva que flua o imaginário infantil (ROMERA et al., 2007).
De acordo com o mesmo autor citado anteriormente, nesse aspecto, o brinquedo
requer a industrialização, tendo em vista que, a criança é dotada de criatividade e para a
mesma, um cabo de vassoura é capaz de se transformar em cavalo, um carretel amarrado
a uma é possível de se tornar um carrinho, uma espiga de milho é capaz de se transformar
em uma boneca, que, por sua vez, acaba se tornando uma filha, um bebê, se tornando
humana, de certa forma. Sendo assim, a “brincadeira” indica a ação que a criança exerce
ao finalizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação do lúdico.
Estudos realizados no período da infância demonstram que os principais eixos
norteadores que necessitam de serem desenvolvidos com a criança de 0 a 6 anos
correspondem ao: cuidar, o brincar, bem como o educar, de forma principal sendo
trabalhados com dinâmica, de uma maneira prazerosa.
Conforme Rossini (2003, p. 11): “aprender tem que ser gostoso, a criança aprende
efetivamente quando relaciona o que aprende com seus próprios interesses”. Sendo assim,
esse processo de aprendizagem deve está moldado à realidade da criança.
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O educar pode ser encarado, nos dias atuais, como um desafio para os
profissionais que trabalham com crianças, tendo em vista que o ato de educar expressa
certas características que o conceitua como um aspecto formativo, ocorrendo ao longo
dos anos, através de experiências pessoais. O aspecto da educação formal pode ocorrer
em nível escolar, onde a herança cultural é desenvolvida de forma mais intensa, tomando
como base uma perspectiva histórica e construída socialmente. Enquanto no aspecto
informal, o educar acontece de maneira espontânea nos ambientes em que a criança habita
em associação com os seus familiares (GUSSO; SCHUARTZ, 2005).
Segundo o mesmo autor citado anteriormente é justamente no ambiente escolar
que podemos enfatizar o meio de convivência da criança com as pessoas que a cercam.
Quando refletirmos a respeito de uma formação mais relevante para as crianças que vivem
nos dias atuais, na determinada "sociedade do conhecimento" e, mediante as constantes e
aceleradas modificações que ocasionam mudanças no mundo contemporâneo. Assim, a
proposta da Unesco determina certos critérios para a educação mundial do século XXI.
Esses estão pautados em quatro pilares básicos para os planos educativos. Com essa nova
proposta, almeja-se que as crianças possam exercer papéis relevantes numa sociedade
globalizada.
O conceito de educar objetivando a formação de um cidadão crítico e consciente,
é bastante expressivo em sociedades democráticas, indicando que o mesmo atue de forma
bastante expressiva na transformação da realidade em que possa atuar. Para que isso
ocorra, se faz necessário que esse esteja apoiado no desenvolvimento dos quatro pilares
básicos para a educação.
De acordo Rossini (2003, p. 11): “o aprender tem que ser gostoso”, associado com
o lúdico, segundo os interesses das crianças. Nesse aspecto, o cuidado, o interesse, a
motivação, a estimulação, bem como a criatividade correspondem aos principais
elementos para o alcance do sucesso educacional, assim como para o bom relacionamento
entre o educador (ou outras pessoas, como os familiares) e o educando, tanto na escola
quanto fora dela.
Dessa forma, percebe-se que, de acordo com os conceitos de inúmeros autores, a
utilização do lúdico no ensino favorece o aprendizado, por ser algo que associa o que a
criança gosta, no caso: a criatividade, motivando-a à aprendizagem.
Segundo Kishimoto (2011) o uso de atividades lúdicas no meio escolar expressa
um fator relevante para que se atinja uma aprendizagem mais significativa. Por meio das
brincadeiras e dos jogos, as crianças melhoram a sua afetividade, utilizam objetos,
desenvolvem ações sensório-motoras e vivenciam, de forma ativa, os aspectos de
participação e interação social, que são justamente fatores que favorecem o bom
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desenvolvimento e uma melhor aprendizagem. Assim, o jogo pode ser utilizado com
dimensão educativa, com o objetivo de favorecer a aprendizagem, desde que exista um
planejamento do educador.
Quando a criança brinca, esta trabalha inúmeras dimensões de aprendizagem, que
são justamente desenvolvidas nesse mundo imaginário, que a brincadeira lhe insere.
Como afirma Kishimoto (2011, p. 36) “O uso do brinquedo/jogo educativo com fins
pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-
aprendizagem e de desenvolvimento infantil”. Sendo assim, o uso do brinquedo pode ser
bastante eficaz na aprendizagem, no ensino lúdico, já que a criança pode se reportar para
outros lugares, de acordo com a sua imaginação, sendo possível que o educador trabalhe
várias abordagens com a mesma.
De acordo com Maluf (2008, p. 41) “A educação pela via da ludicidade propõe
uma nova postura existencial, cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando
inspirado numa concepção de educação para além da instrução”. Dessa forma, o lúdico
rompe com abordagens tradicionais de ensino, buscando alternativas mais dinâmicas para
auxiliar no processo de ensino- aprendizagem.
Na maior parte das escolas existe a possibilidade de fazer uso de inúmeros
espaços, tanto para a brincadeira, quanto para o jogo. O ambiente da sala de aula pode
passar por um processo de transformação, se tornando um espaço de brincar, fazendo uso
de mesas, cadeiras ou até mesmo afastando as mesmas para que se possa ter um espaço
livre. Além disso, existem as salas, os parques e pátios onde prevalecem as brincadeiras
de maior condicionamento físico. Uma outra alternativa viável corresponde à utilização
de espaços planejados para o brincar, denominados brinquedoteca, que Friedman assim
define:
São espaços públicos e/ou privados que funcionam como bibliotecas de
brinquedos, organizados de forma para que as crianças possam
desenvolver criativamente suas atividades lúdicas, em creches, escolas
e universidades há brinquedotecas com fins especificamente
educacionais (FRIEDMAN, 1996, p. 16).
São inúmeras as possibilidades de brincar e de fazer uso do lúdico como fator de
motivação para as atividades pedagógicas, no entanto a seleção de atividades que se
associem ao nível de desenvolvimento e a faixa etária que cada grupo está inserido,
corresponde a um dos elementos essenciais para que exista um retorno relevante das
crianças, no que se refere às atividades planejadas e para que o objetivo que foi
estabelecido para ela possa ser atingido (BUENO, 2010).
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Dessa forma, não se pode apenas utilizar abordagens lúdicas no ambiente escolar,
mas também selecionar quais as mais indicadas para determinados grupos, faixas etárias,
a fim de garantir bons resultados.
De acordo com Kishimoto (2011, p. 17) “[...] cada contexto social constrói uma
imagem de jogo conforme seus valores e modo de vida, que se expressa por meio da
linguagem”. Portanto, mediante essa concepção o jogo passa a receber tanto a imagem,
quanto o sentido que cada sociedade disponibiliza para ele.
Segundo Bueno (2010), sendo possível de considerar o jogo como um sistema de
regras, podemos adotar alguns tipos em que existem regras claras e explícitas, entre eles:
o xadrez, dama ou até mesmo jogo de cartas. A regra corresponde a um fator que
estabelece a forma de agir mediante determinada situação que é o jogo. No momento em
que a pessoa joga, esta modalidade está ao mesmo tempo associando as regras, como
também uma atividade lúdica.
De acordo com o mesmo autor citado anteriormente, outro componente da
atividade lúdica que apresenta forte relevância na infância é justamente o brinquedo, que
corresponde a um instrumento da brincadeira. Ao fazer uso do mesmo, a criança
estabelece uma interação com o mesmo e o uso no decorrer da brincadeira não requer um
sistema de regras pré-estabelecido. O brinquedo possibilita inúmeros meios de utilização,
incentiva a representação, uma vez que não existe uma estrutura pré-definida para o seu
uso. É necessário salientar que o brinquedo não necessita ser necessariamente algo que
tenha sido pensado e desenvolvido para o brincar, como: uma boneca ou um carrinho. Ele
pode ser qualquer objeto que a criança queira brincar e que esteja inserido na ação da
brincadeira. O brinquedo permite uma entrada no mundo da imaginação, pois possibilita
inúmeras formas de uso. Também se torna possível enxergar nele um pouco de
representação do real, no momento em que a criança o escolhe como um substituto do
objeto que foi usado nas ações reais do dia a dia, podendo expressar, em determinados
momentos, a realidade.
Dessa maneira, o brinquedo pode expressar a realidade da criança, não sendo
obrigatoriamente algo industrial, mas sendo qualquer objeto que a criança possa inserir
no seu contexto.
Sendo assim, o brinquedo insere a criança diante de reproduções, diante de tudo o
que acontece no cotidiano, na natureza e nas construções humanas. Pode-se dizer que uma
das finalidades do brinquedo é fornecer a criança um substituto dos objetos reais,
objetivando manipulá-los (KISHIMOTO, 2011).
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Portanto, percebe-se que através dos brinquedos, a criança pode ter contato com
as mais diferentes realidades, com coisas que ela poderia não ter acesso na realidade, mas
que gera essa aproximação, por meio do lúdico.
Segundo Huizinga (2001), o jogo para criança não é semelhante ao jogo dos
adultos, uma vez que é necessário refletir que para a criança corresponde a um momento
em que, de maneira geral, acontece aprendizagem, por meio da recreação. O jogo para os
adultos não apresenta o mesmo significado, já para as crianças o jogo apresenta grande
relevância, uma vez que dali ela pode entender que a brincadeira corresponde a uma boa
ideia para se aprender. O jogo também promove a melhora da autoestima dos alunos,
tendo em vista que a brincadeira leva a criança a adquirir mais confiança, o que gera
diferença na aprendizagem.
Sendo assim, pode-se perceber que a utilização de jogos na aprendizagem, pode
apresentar grandes benefícios para a criança. De acordo com Kishimoto (2011), as
brincadeiras e brinquedos podem ser assim reconhecidos: 1 - educativos, 2 - tradicionais,
3 - simbólicos ou protagonizado e 4 - de construção, como mostrado na tabela 1.
Kishimoto (2011) ressalta que uso do brinquedo/ jogo educativo com a finalidade
pedagógica é um instrumento de grande relevância, para situações de ensino-
aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se levarmos em conta que a criança aprende
de maneira intuitiva, a mesma adquire noções espontâneas, em processos interativos
incluindo o ser humano inteiro, com suas cognições, afetividade, corpo, bem como
interações sociais, o brinquedo apresenta um papel de grande importância para
desenvolvê-la.
Nos documentos avaliados, o brincar é priorizado nas duas fases de ensino –
Infantil e Fundamental – sendo entendido como uma atividade de grande relevância para
o desenvolvimento, não apenas na parte psicológica, mas, também, como
desenvolvimento integral do indivíduo (BRASIL, 2009).
Ainda de acordo com o mesmo autor citado anteriormente, o brincar pode ser
compreendido como uma maneira de ser e estar no mundo, sendo necessário que a escola
acolha e se organize, readequando os fatores como: gestão, materiais, projeto pedagógico,
tempo espaço, formação continuada de professores, avaliação, currículo, conteúdos, bem
como metodologias.
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Tabela 1 - Tabela: Tipos de Jogos Tipos de brinquedos e
brincadeiras
Características
Jogos educativos Ocorrem quando as situações lúdicas são elaboradas, de
forma intencional, por adultos com a finalidade de
incentivar a aprendizagem e o desenvolvimento. É a
categoria de jogo quando o adulto utiliza as condições
associadas à qualidade do jogo, à livre escolha, ao prazer,
bem como à capacidade de iniciação, além da ação ativa e
motivadora.
Jogos tradicionais Mantém a produção espiritual de um povo, a cultura não
oficial que é repassada de modo oral e não cristalizado.
Insere inovações anônimas das gerações. Os jogos
tradicionais correspondem a elementos folclóricos que
garantem características como anonimato,
tradicionalidade, transmissão oral, conservação,
modificação e universalidade, a exemplo de: papagaio,
amarelinha, par lendas, pião. Surge a partir de práticas
deixadas pelos adultos, de fragmentos de romances,
poesias, mitos, bem como rituais religiosos. Seu objetivo
é divulgar a cultura infantil, desenvolver meios de
convivência social e garantir o prazer de brincar.
Jogo simbólico, protagonizado,
faz-de-conta, de papéis ou sócio
dramático
Inicia-se com o aparecimento da linguagem da linguagem
e da capacidade de representar. Garante a entrada no
imaginário e a expressão de regras internas presentes nos
divergentes papéis assegurados pela criança. O conteúdo
do imaginário surge a partir das experiências adquiridas
pela criança, nos mais divergentes contextos. Ao brincar
de faz-de-conta, a criança desenvolve a criação de
símbolos.
Jogos de construção Corresponde à construção de cenários para brincadeiras
simbólicas. As construções se modificam em temas das
brincadeiras que oscilam de complexidade, de acordo
com a idade da criança. No exercício de construir ou
montar, a criança demonstra sua representação mental a
respeito de certos temas, além de desenvolver a sua
imaginação. Está em estreita associação com o faz-de-
conta.
Fonte: (GOEDERT; FRIGHETTO; SANTOS, 2013).
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No entanto, o brincar atualmente nas escolas é algo fora de uma proposta
pedagógica, que insere o lúdico como eixo do trabalho infantil. É bem difícil encontrar
uma escola que invista no aprendizado lúdico. A escola abandonou a brincadeira na sala
de aula, sendo inúmeras vezes utilizada com uma função essencialmente didática ou
considerada desnecessária. Até mesmo no recreio, a criança acaba tendo que conviver
com inúmeras proibições, regras restritivas, assim como também acontece nos prédios,
clubes, etc. (CASAGRANDE, 2014).
Sendo assim, podemos perceber que embora seja de grande importância no
aprendizado infantil, muitas escolas ainda não investem suficientemente no ensino lúdico,
por considerar uma alternativa desnecessária.
Para Moro (2009), o brincar, tendo em vista que pode ser considerado um
promotor da capacidade, bem como potencialidade da criança, deve ter abertura para
ocupar um lugar especial na prática pedagógica, sendo considerado um espaço
privilegiado dentro da sala de aula. Portanto, a brincadeira e o jogo necessitam de
aparecer, de forma cada vez mais intensa, no currículo e nas ações do cotidiano. É
possível trabalhar bastante informações, mediante jogos e brincadeiras.
De acordo com o mesmo autor mencionado anteriormente contar, ouvir histórias,
dramatizar, jogar com regras, desenhar, além de outras atividades, correspondem a formas
que possibilitam a aprendizagem. No momento em que criança interage com os objetos,
assim como com outras pessoas, ela poderá desenvolver relações e produzir
conhecimentos no que se refere ao mundo em que habita. Aos poucos, escola e família se
tornam unidas, de maneira que irão possibilitar uma ação de liberdade para a criança, com
uma sociabilização que se dará de forma gradativa, por meio das relações que serão
determinadas com seus colegas e professores.
O ENSINO INFANTIL
De maneira diferente dos países europeus, no Brasil, as primeiras tentativas de
sistematização de creches, asilos, bem como orfanatos foram desenvolvidas com um
caráter assistencialista, objetivando auxiliar as mulheres que trabalhavam fora de casa,
assim como as viúvas desamparadas. Outro fator que favoreceu o surgimento dessas
instituições foram as iniciativas de acolhimento aos órfãos abandonados que, mesmo
recebendo apoio da alta sociedade, tinham como objetivo esconder a vergonha da mãe
solteira, uma vez que que as crianças “[...] eram sempre filhos de mulheres da corte, pois
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somente essas tinham do que se envergonhar e motivo para se descartar do filho
indesejado” (RIZZO, 2003, p. 37).
Além disso, numa sociedade patriarcal, objetivavam elaborar uma solução para os
problemas dos homens, sendo assim, retirar dos mesmos a responsabilidade de assumir a
paternidade. Levando em consideração que, nessa época, não se existia um conceito
definido a respeito das especificidades da criança, esta era “[...] concebida como um
objeto descartável, sem valor intrínseco de ser humano” (RIZZO, 2003, p. 37).
Fatores como o elevado índice de mortalidade infantil, a desnutrição de uma
grande parcela e o número alto de acidentes domésticos, levaram setores da sociedade,
como os religiosos, os empresários e educadores, a refletirem sobre um espaço de
cuidados da criança fora do âmbito familiar. Sendo assim, foi com essa preocupação, ou
com esse “[...] problema, que a criança começou a ser vista pela sociedade e com um
sentimento filantrópico, caritativo, assistencial é que começou a ser atendida fora da
família” (DIDONET, 2001, p. 13).
É preciso ressaltar que, no decorrer das décadas, outras alternativas foram se
constituindo, objetivando o atendimento às crianças das classes menos favorecidas. Uma
das instituições brasileiras mais antigas, no que diz respeito ao atendimento à infância,
que foi iniciada antes da criação das creches, foi justamente a roda dos expostos ou roda
dos excluídos. Esse nome surgiu do dispositivo onde bebês abandonados eram colocados,
sendo o mesmo constituído por uma forma cilíndrica, dividida ao meio por uma divisória
e preso na janela da instituição ou das casas de misericórdia. Dessa maneira, a criança era
posta no tabuleiro pela mãe ou qualquer outra pessoa da família e essa, ao girar a roda,
puxava uma corda para transmitir a informação a rodeira que um bebê tinha sido
abandonado, se afastando do local e garantindo a preservação da sua identidade
(PASCHOAL; MACHADO, 2009).
De acordo com o mesmo autor citado anteriormente, no decorrer das décadas, as
poucas conquistas não ocorreram sem conflitos. Com o avanço da industrialização e o
elevado número de mulheres da classe média no mercado de trabalho, ocorreu um
aumento da demanda pelo serviço das instituições de atendimento à infância.
Para Haddad (1993), os movimentos feministas que se iniciaram nos Estados
Unidos tiveram papel fundamental na revisão do significado das instituições de
atendimento à criança, tendo em vista que as feministas mudaram o seu enfoque,
defendendo a ideia de que tanto as creches, quanto as pré- escolas deveriam assistir a
todas as mulheres, não levando em consideração apenas a sua necessidade de trabalho ou
condição econômica. O resultado desse movimento gerou uma elevação do número de
instituições mantidas e geridas pelo poder público.
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Essas instituições ganharam uma ênfase divergente, passando a ser tidas como um
direito de todas as mulheres trabalhadoras e era baseado no movimento da teoria da
privação cultural. Sendo assim, essa teoria, que foi defendida tanto nos Estados Unidos,
na década de sessenta, como também no Brasil, já na década de 1970, levava em
consideração que o atendimento à criança pequena, longe do lar, iria permitir a superação
das péssimas condições sociais a que ela estava submetida. Era justamente a defesa de
uma educação compensatória (PASCHOAL; MACHADO, 2009).
Nota-se que, até cerca do final dos anos setenta, pouco foi feito em questão de
legislação, que permitisse a oferta desse nível de ensino. Enquanto na década de oitenta,
divergentes setores da sociedade, como organizações não-governamentais, pesquisadores
na área da infância, comunidade acadêmica, população civil, assim como outros,
reuniram forças, com a finalidade de sensibilizar a sociedade, a respeito do direito da
criança a uma educação satisfatória, a partir do nascimento. Levando em consideração o
ponto de vista histórico, foi necessário quase um século para que a criança pudesse ter
garantido o seu direito à educação na legislação, tendo sido apenas com a Carta
Constitucional de 1988 que esse direito foi de fato reconhecido (PASCHOAL;
MACHADO, 2009).
Segundo Bittar (2003, p. 30), o esforço geral dos inúmeros segmentos objetivava
assegurar na Constituição, “[...] os princípios e as obrigações do Estado com as crianças”.
Sendo assim, foi possível sensibilizar a maior parte dos parlamentares e garantir na
Constituição brasileira o direito da criança à educação.
A Constituição demonstra uma forte contribuição no asseguramento de nossos
direitos, tendo em vista que, por ser resultado de um grande movimento de discussão e
participação da população civil, bem como do poder público, “[...] foi um marco decisivo
na afirmação dos direitos da criança no Brasil” (LEITE FILHO, 2001, p. 31).
Dessa forma, percebe-se que, com a constituição, ocorreu uma grande evolução
no atendimento à criança, tendo em vista que os seus direitos foram mais explicitados,
mais assegurados, por meio dessa.
Segundo Ferreira (2000) essa Lei é bem mais que um mero instrumento jurídico,
pois incluiu as crianças e adolescentes no mundo dos direitos humanos. O Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) criou um sistema de elaboração e fiscalização de
políticas públicas direcionadas para a infância impedindo negligências, desvios de verbas,
assim como violações dos direitos das crianças.
De acordo com o mesmo autor citado anteriormente, serviu também como base
para a elaboração de um novo método de olhar a criança, sendo essa encarada como uma
criança com direito de ser criança. A mesma possui o direito ao afeto, direito de brincar,
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direito de querer, direito de não desejar direito de conhecer, direito de sonhar. Isso
significa que as crianças são atores do próprio desenvolvimento.
Sendo assim, a criança passa a receber todos os direitos que lhe são cabíveis,
podendo ser vista como uma protagonista da sua própria história, tudo devidamente
garantido por lei.
Além da Constituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente
de 1990, também podemos destacar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de
1996, que, ao abordar a composição dos níveis escolares, incluiu a educação infantil como
primeira etapa da Educação Básica. Essa Lei conceitua que o objetivo da educação
infantil é garantir o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, sendo uma
espécie de complemento à ação da família, bem como da comunidade (BRASIL, 1996).
Segundo o Ministério da Educação, o tratamento dos inúmeros fatores como
dimensões do desenvolvimento e não áreas isoladas foi fundamental, uma vez que “[...]
evidencia a necessidade de se considerar a criança como um todo, para promover seu
desenvolvimento integral e sua inserção na esfera pública” (BRASIL, 2006, p. 10).
Portanto, nota-se um forte avanço no que se refere ao respeito aos direitos da
criança pequena, tendo em vista que a educação infantil, além de ser encarada como a
primeira etapa da Educação Básica, mesmo que não obrigatória, corresponde a um direito
da criança e tem a finalidade de promover condições favoráveis para o desenvolvimento
do bem-estar infantil, dentre eles: o desenvolvimento físico, motor, emocional, social,
intelectual, bem como a ampliação de suas experiências. Diante desse novo contexto, três
importantes objetivos, precisam necessariamente, classificar essa nova modalidade
educacional (DIDONET, 2001).
De acordo com o mesmo autor mencionado anteriormente, esses objetivos seriam:
objetivo social: relacionado à questão da mulher no que diz respeito à participante da vida
social, econômica, cultural e política; objetivo educativo: sistematizado para garantir a
construção de novos conhecimentos e habilidades da criança; objetivo Político:
relacionado à formação da cidadania infantil, em que através deste, a criança possui o
direito de falar e de ouvir, de colaborar, de respeitar, além de ter o respeito dos outros.
A ausência de uma metodologia adaptada para o desenvolvimento de cada
atividade, a excessiva escolarização ou a alfabetização precoce, bem como a não
existência de um currículo que insira os cuidados à educação da criança, a escassa
autonomia a respeito da própria ação, bem como a pequena remuneração também são
questões que dificultam um trabalho de melhor nível (OLIVEIRA, 2002).
É necessário salientar que a concretização de um bom trabalho, associado às
crianças começa pela forma como os professores apropriam-se de modelos pedagógicos,
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no decorrer da carreira, levando em consideração que o contexto pedagógico necessita de
estruturas curriculares abertas e flexíveis. Isso inclui uma nova concepção de currículo,
compreendido como uma trajetória de exploração partilhada de objetos, de conhecimento
de certa cultura, através de atividades variadas, analisadas de forma constante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do desenvolvimento desta pesquisa, tornou-se possível aprofundar
conhecimentos acerca da relevância do lúdico, na educação infantil.
Com base em uma revisão de literária, mediante pesquisas livros e trabalhos
acadêmicos, como: artigos, dissertações de mestrado, teses de doutorado, foi possível
amplicar as informações referentes a esse método de ensino e como o mesmo pode
apresentar inúmeros benefícios.
O lúdico mexe com a imaginação da criança, desperta a criatividade, a
imaginação, sendo imprescindíveis que os educadores utilizem-o em sala de aula, a fim
de possibilitar novos caminhos, capazes de melhorar a aprendizagem.
Por meio de jogos, brinquedos, de atividades que desenvolvam a capacidade da
criança, a mesma pode se tornar muito mais motivada a aprender, pois é algo que se
adapta ao mundo imaginário em que ela vive. As crianças são dotadas de criatividade e é
muito relevante que se trabalhe formas de estimular isso, durante o processo de ensino-
aprendizagem.
Por muito tempo, as escolas apenas se preocupam em transmitir conhecimentos
às crianças, de maneira decorativa, tradicional, repetitiva, como por exemplo através do
método decorativo de tabuada. No entanto, muitos conhecimentos acabavam se perdendo
pelo caminho, pois as crianças aprendiam provisoriamente e depois esqueciam.
Além disso, esse tipo de educação tradicional acaba sendo extremamente arcaica,
pois o professor é visto como um transmissor de informações e o aluno apenas como um
receptor. Faz-se necessário uma maior interação, uma troca de conhecimentos.
Embora seja de extrema necessidade, muitos professores acabam não adotando o
ensino lúdicotos em suas atividades diárias com os alunos e isso se deve a muitos fatores,
como: acomodação com a antiga forma de aprendizagem, pelo fato dos pais dos alunos e
da escola considerarem que uma abordagem mais criativa não seria capaz de assegurar o
conhecimento dos alunos, falta de recursos e motivação da escola, falta de uma
capacitação dos mesmos para que saibam métodos adequados de se trabalhar o ensino
lúdico.
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Sendo assim, é preciso que a escola também atue de uma maneira bastante intensa,
motivando esses educadores, disponibilizando treinamentos, capacitações direcionas ao
ensino lúdico, entendendo o quão proveitosa essa utilização pode ser na aprendizagem da
criança.
Além disso, uma boa alternativa, para que os pais dos alunos se sintam seguros
em relação a esse método de aprendizagem é que a escola integre os mesmos em algumas
atividades desenvolvidas na escola, convidando-os, para que possam ter contato com o
método de ensino e verificar com seus próprios olhos os benefícios que podem apresentar.
Dessa forma, espera-se que esse trabalho possa sensibilizar os educadores e
também a escola, sobre a grande relevância de utilizar o lúdico na educação infantil, pois
isso é algo bastante benéfico para a criança, podendo apresentar resultados satisfatórios
na aprendizagem da mesma.
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