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Reflexão Semanal 14 e 15 Dezembro
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REFLEXÃO SEMANAL (14 E 15 DE DEZEMBRO)
Ao contrário do que tem acontecido nas semanas anteriores,
não iniciámos a aula a falar das nossas
observações/participações nas escolas onde estamos a estagiar. O
facto de a professora Helena assistir ao Seminário de Reflexão
permite-nos que não nos repitamos nas aulas de segunda-feira.
Na primeira aula desta semana, acabámos de analisar o
documento do Sérgio Niza que falava acerca do Conselho de
Cooperação e do Diário de Turma . Ao ler o documento, apercebemo-nos
da evolução que o, agora, Diário de Turma sofreu. Este importante
instrumento de pilotagem é (…) “o registo contínuo da vida da Turma”
(…) (Niza, 1991). O Conselho de Cooperação apoia-se no Diário de Turma
para poder ser uma (…) “partilha de poder, […] exercício directo
na participação democrática na escola e motor do
desenvolvimento social e cívico”G (…) (Niza, 1991).
O João disse que já tinha a acta no nosso Conselho de Cooperação
pronta, o que iniciou uma pequena discussão acerca deste
assunto. Tal como eu, existiam outros grupos que nunca
presenciaram a elaboração. O Manuel para nos elucidar leu-nos
parte de uma acta da “sua” turma, o que promoveu outro debate.
Pois naquele Conselho decidiram votando se dariam nova
oportunidade aos colegas. A questão que se colocou foi o que
aconteceria se os colegas não dessem uma segunda oportunidade?
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A Micaela questionou porque é que nesta metodologia de
trabalho, os alunos utilizavam poucas vezes o quadro, dizendo
que no Ensino Tradicional esta ferramenta era bastante
utilizada.
Outro assunto bastante discutido foi este tal Ensino
Tradicional, pois pela nossa experiência não tivemos contacto
com ele. A professora Helena, disse que nesta metodologia o
professor era expositivo e era o orientador de todo o processo de
ensino (Freitas, 2009). Nós falámos que nas nossas experiências
de estágio, não nos deixavam ser expositivos, e que fomos
orientados para adoptar uma metodologia pedocentrada. Ao
compararmos os dois tipos de ensino a professora disse-nos que
não existiam metodologias infalíveis e que o MEM não é a
aspirina para todos os males da sociedade (Freitas, 2009).
Outro assunto discutido foi os trabalhos de casa. O MEM é
apologista dos trabalhos para casa desde que não sejam
impingidos (Freitas, 2009). O que por vezes acontece, é os alunos
levarem o PIT para casa para poderem terminá-lo. A discussão
estendeu-se, e falámos que existiam professores que exageravam,
chegando a mandar manuais inteiros para os alunos fazerem
nas férias. O Manuel falou que neste fim-de-semana a filha
tinha trazido seis fichas de Língua Portuguesa para fazer e que na
escola da filha não faziam os trabalhos para casa no Tempo de
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Estudo. A professora Helena aconselhou-o a falar com a
professora titular quando houvesse reunião de pais.
No decorrer da discussão o Manuel disse que o assunto mais
discutido nessas reuniões é o dinheiro dado para a Liga de Pais,
pois nem todos os pais contribuem. O João foi peremptório em
dar a sua dizendo que não concordava que uns pais dessem
dinheiro para suportar as despesas de outras crianças que não
fossem as suas. Toda a turma tentou que o João percebesse que
nem todos os pais tinham as mesmas possibilidades e que
existiam famílias muito carenciadas. O João continuou com a
sua intransigência tentando fazer prevalecer a sua opinião.
Na aula de terça-feira abordámos assuntos que tinham
ficado pendentes noutras aulas. A professora disse-nos que antes
a criança era vista como um adulto em miniatura. Contudo esta
definição sofreu alterações ao longo do tempo. Surgiu uma nova
visão que não trata a criança como um adulto, mas como um ser
em evolução que deve ser respeitado na sua plenitude. Segundo
Américo Peças, (....) “a criança é um estado e um tempo de
humanidade pleno de potencial e intenso de premissas. A
criança não é um adulto adiado, não é o cidadão em devir. A
criança é, aqui e agora, cidadã–sujeito-de-direirtos, que
participa por direito na construção da sua vida e da vida da sua
comunidade. […] A história da sociedade tem sistematicamente
negado à criança, implícita e explicitamente, o mais
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fundamental direito, o de se expressar e do se organizar. O
direito À palavra e à construção da realidade a partir das suas
representações e aspirações é sistematicamente negado às crianças
e adolescentes nos percursos escolares… Tanto mais quanto as suas
falas e os seus pensamentos se distanciam dos padrões culturais
dominantes” (…) (Peças, 1999). Sérgio Niza vai ao encontro desta
definição, pois para este as crianças são seres intelectuais e não
podemos inferiorizá-las.
Em seguida falámos acerca dos comportamentos na sala de
aula. Este assunto veio no seguimento da grelha do que era mau
comportamento na opinião do Manuel e da Micaela. Estes
disseram que apesar de a professora não achar que a turma
tivesse um comportamento menos próprio, passadas duas semanas
tinha afixado uma lista com o que era ser um aluno bem
comportado. Esta discussão alargou-se até os aspectos éticos e
deontológicos da nossa profissão. Esta alertou-nos para a forma
como nos dirigimos aos alunos e aos pais.
O tema que gerou mais polémica neste dia, foi a opinião da
Joicy em relação à visão de democracia no MEM . Esta considera
que a metodologia entra em contradição quando não é apologista
dos castigos/punições, quando a sociedade democrática aplica-os
a comportamentos desviantes, pois o MEM é uma preparação para
a vida numa sociedade. Na minha opinião, a grande confusão
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está no conceito de castigo ou punição, pois a responsabilização
dos actos por vezes pode ser entendida como um castigo.
A professora Helena disse-nos que nesta metodologia não
são adoptadas punições porque existem vários momentos de
análise do comportamento entre os pares, o que permitirá uma
desocultação dos comportamentos incorrectos, desenvolvendo a
capacidade intelectual e ética dos alunos. Esta ainda alertou-
nos para a noção de liberdade, dizendo que esta era diferente de
libertinagem, considerando-o como respeito pelas regras da
sociedade em que estamos inseridos, livre expressão e agir com
civismo.
Nesta semana falámos de diversos assuntos, desmistificando
vários aspectos que tinham ficado pendentes. Estas duas aulas
ficaram marcadas por inúmeras discussões e diversos pontos de
vista.