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Reflexões sobre o Programa e Metas Curriculares de Português para o Ensino Secundário
Carla Marques, 2015
Opções Fundamentais do Programa e Metas Curriculares de Português – Ensino
Secundário
TextoComplexo
Génerostextuais
Cf. Programa, sbt. Pp. 4 - 6
Complexidade textual
Elemento crucial
para a capacidade
de ler inferencialmente
Não depende apenas dos diferentes
géneros textuais considerados
Articulada com um modelo que permite a sua
mensurabilidade
Qualitativa:
níveis de sentido ou de intenção
de estrutura
de convenção linguística
de clareza
e de ativação de conhecimentos
Quantitativa:
tamanho das palavras e sua frequência
vocabulário
extensão das frases
e coesão textual
Géneros textuais
OralidadeLeituraEscritaEducação Literária
Não são exclusivos do discurso literário
Entendidos numa ótica de complexidade textual crescente
Desenvolvimento de capacidades de compreensão mais elaboradas e robustas
Domínios
Valorização dos textos predominantemente não literários na Oralidade, na Leitura e na Escrita
Não coincidência entre Leitura e
Educação Literária
Reconhecimento da diversidade dos usos
da língua
Direito de acesso a um capital
cultural comum
Princípio da complexidade e domínios
- Conceção escalar (textos e géneros progressivamente mais complexos)
- Domínios entendidos e valorizados como formas de intervenção e de socialização
- Valorização do texto literário (texto complexo por excelência)
- Critério da representatividade
Ora
lidad
e, L
eit
ura
e E
scri
taEd
ucação
Literária
Oralidade
- aprendizagem do oral formal determinante
Leitura
- a complexidade textual apresenta-se como variável fundamental na seleção de textos e no trabalho sobre eles realizado
- o género textual apresenta-se como horizonte de articulação da compreensão da leitura
Escrita
- orientação não somente para o produto mas também para o processo e para a finalidade
- primado da estruturação do pensamento e do discurso (planificação, produção e reescrita)
Oralidade, Leitura e Escrita
Objetivos fundamentais
Desenvolvimento das capacidades de
avaliação crítica, de exposição e de
argumentação lógica
Através da observação e da produção textual
A convergência, nos domínios apresentados, “de textospertencentes aos mesmos géneros ou a géneros afins pretendesurgir como uma estratégia de reforço sistemático dasoperações cognitivas mais complexas, havendo, pois,vantagem em explorar, de forma estruturada, as relações entreos diversos domínios”.
(Programa: p. 9)
Educação Literária
• Texto complexo
por excelênciaValorização do texto literário
Essencial para a aquisição da linguagem conceptual
Repositório da
memória de uma
comunidade
Património que deve ser conhecido e
estudado
• Consolidação de conhecimentos da sintaxeGramática
• Formação, mudança
e variação da língua
• Semântica
• Análise do discurso
e Linguística Textual
Percurso coerente e sustentado
Defende-se uma perspetiva integradora do ensino do
Português, que valoriza as suas dimensões cultural, literária e
linguística.
Fundamentos do Programa de Português
Documentos da OCDE / PISA 2012
Relatório ACT 2006: Reading between the lines: What the ACT reveals about
College Readiness in Reading (base dos
Common Standards (EUA))
•Universo de referência dos alunos à saída do 9.º ano
•Capacidades desejáveis à saída do ensino secundário
PISA 2012 Alguns descritores
Nível 6 da Escala de Proficiência de Leitura (desempenho dos top-performers)
• Múltiplas inferências, comparações e contrastes, simultaneamente precisos e pormenorizados.
• Integração de informação extraída de mais do que um texto.
• Capacidade de lidar com ideias não familiares, face a informações de natureza diversa, e de gerarcategorias abstratas de enquadramento da interpretação.
• Aptidão para formular hipóteses acerca de um texto complexo sobre um tópico não familiar oupara o avaliar criticamente.
• Precisão de análise e capacidade de identificação de dados não evidentes no texto, querequerem atenção cuidada.
PISA 2012 Alguns descritores
Nível 5 da Escala de Proficiência de Leitura (desempenho dos top-performers)
• Localização e organização de diferentes tipos de informação não explícita(“embedded information”), selecionando a informação relevante.
• Realização de atividades interpretativas e reflexivas que envolvem umconhecimento global e pormenorizado de um texto não familiar noconteúdo ou na forma.
Cf. PISA 2012 Results: What Students Know and Can do (Student Performance in Mathematics, Reading and Science), Vol. I. Revised edition, 2014, p.4; versão nossa. http://www.oecd.org/pisa/keyfindings/pisa-2012-results-volume-I.pdf
Texto complexo – ACT 2006
Características
Riqueza: O texto contempla informação altamente sofisticada, que implica amobilização de dados e procedimentos literários.
Estrutura: O texto organiza-se de forma elaborada e, por vezes, nãoconvencional.
Estilo: O tom adotado pelo autor e o uso da linguagem são frequentementeintrincados.
Vocabulário: O vocabulário escolhido pelo autor é exigente e altamentedependente do contexto.
Intenção: A intenção do autor é implícita e, por vezes, ambígua.
Cf. ACT, Inc., 2006. Reading Between the Lines. Executive Summary, p. 14; versão nossa. http://www.act.org/research/policymakers/pdf/reading_summary.pdf
ACT 2006 Graus de Complexidade Textual
Classificação, gradação crescente
e caracterização
(Cf. Act, inc, 2006. Reading between the lines: What the ACT reveals about College Readness in Reading (Table 1: “Characteristics of Uncomplicated, More Challenging and Complex Texts on the ACT Reading Texts”)
http//:www.act.org/research/policymakers/pdf/reading_report.pdf
Text
os
não
co
mp
licad
os
(“u
nco
mp
licat
ed
”)
• Relações: básicas, evidentes
• Riqueza: mínima, limitada
• Estrutura: simples, convencional
• Estilo: simples, acessível
• Vocabulário: familiar
• Intenção: clara
Text
os
de
safi
ante
s (“
mo
re c
hal
len
gin
g”)
• Relações: por vezes implícitas
• Riqueza: moderada, maior pormenorização
• Estrutura: mais complicada
• Estilo: mais rico, menos evidente
• Vocabulário: algumas palavras difíceis, contextualmente dependentes
• Intenção: expressa com alguma subtileza
Text
os
com
ple
xos
(“c
om
ple
x”):
• Relações: subtis, enredadas, não evidentes
• Riqueza: bastante significativa, altamente sofisticada
• Estrutura: elaborada, por vezes não convencional
• Estilo: frequentemente intrincado
• Vocabulário: exigente, contextualmente dependente em elevado grau
• Intenção: implícita e por vezes ambígua
Complexidade textual(presente em diferentes géneros e tipos de texto)
Co
mp
lexi
dad
e Te
xtu
al Texto dominantemente
informativo
Texto dominantemente expositivo
Texto dominantemente argumentativo
…
Presente em qualquer texto com- Sentido denso- Estrutura elaborada- Vocabulário sofisticado- Intenções autorais subtis
(Bauerlein 2011)
Complexidade textual
Variável decisiva na produção escrita
Propicia o desenvolvimento de uma capacidade de
compreensão e de produção mais elaboradas e robustas
Variável decisiva na compreensão da leitura
Programa de Português do
Ensino Secundário
Texto literário
Rede de relações
(semânticas, poéticas e simbólicas)
Riqueza conceptual e
formal
Estrutura
Estilo
Vocabulário
Objetivos
Lugar relevante para o estudo do texto complexo
Domínio da Leitura
Artigo de divulgação científica
Relato de viagens
Discurso político
Exposição
Apreciação crítica
Permite observação de textos complexos de diferentes géneros
Domínio da Oralidade(articulado com a Leitura e a Escrita)
Treino das capacidades
de Avaliação crítica Exposição
Argumentação lógica
Observação em
Textos orais Textos escritos
Treino da produção
textualTextos orais Textos escritos
Treino das apresentações
formais
Exemplo: debate com
diferentes graus de formalidade
Domínio da Escrita
Ponto de chegada
Apreciação crítica Texto de opinião
Ponto de partida
Síntese Exposição planificada e coerente
Prioridades
• Expor
• Argumentar
Domínio da Escrita
Literacia crítica ou argumentativa
Condição essencial de reconhecimento público como sujeito culto ou educado
(Graff 2003, 3)
Dois grandes objetivos da Escrita
Aprender
Pensar
Capacidades centrais que envolvem todos os domínios:- Escrever para aprender
- Escrever para pensar
- Ler para escrever
Oralidade, Leitura, Escrita
Convergência de textos dos mesmos
géneros ou afins nos diferentes domínios
Estratégia de reforço de operações
cognitivas mais complexas
Vantagem em explorar, de forma estruturada, tais
relações
Tónica do Programa
Capacidade de exposição de informação e
opiniões relevantes
Capacidade de construção de argumentos
Objetivamente enunciadas e
comprovadas por exemplos e factos
Argumentos substantivos, logicamente
encadeados para o desenvolvimento de
um raciocínio que visa a conclusão
Insistência na extensão do texto
a produzir
Texto argumentativo
Objetivos
• Alterar o ponto de vista do leitor
• Pedir ao leitor que aceite a explicação ou avaliação apresentada
• Forma fundamentada e lógica de demonstrar que a posição, crença ou conclusão do escritor é válida
Texto Expositivo
Objetivos• Transmitir informação de forma precisa
• Aumentar o conhecimento ou compreensão sobre um assunto ou um conceito
Contexto Escolar
• Centrar-se, de forma coerente, na ideia nuclear
• Desenvolver a capacidade de selecionar e incorporar exemplos relevantes, factos e detalhes no texto
Responde às questões
“como?” ou “porquê?”
Texto Expositivo
Técnicas para fornecer informações
Nominalização, definição, descrição,
diferenciação de diferentes tipos
ou partes
Comparação ou contraste de
ideias ou conceitos
Citação de um episódio para
ilustrar
Texto expositivo vs. Texto argumentativoTe
xto
Exp
osi
tivo
• Serve a clarificação
• Fornece informação sobre causas, contextos, consequências, fenómenos, estados de coisas, objetos, terminologia, etc.
Text
o a
rgu
men
tati
vo
• Serve a persuasão
• Fornece informação sobre causas, contextos, consequências, fenómenos, estados de coisas, objetos, terminologia, etc.
• Apresenta um assunto polémico com “prós” e “contras”
• Apresenta um suporte baseado em evidências empíricas, estatísticas ou definições
Centralidade do texto argumentativo
O argumento é
a alma da educação porque força o escritor a avaliar as forças e as fraquezas de múltiplas perspetivas
(Postaman 1997)
A consideração de duas ou mais
perspetivas sobre um tópico ou um assunto exige um pensamento crítico e profundo que
permita avaliar a validade da posição e antecipar contra-argumentos
A “literacia argumental” é fundamental para a
educação
(Graff 2003)
Texto Argumentativo Capacidades fundamentais
Articular uma tese clara
Identificar, avaliar e usar provas para sustentar ou desafiar a tese
Considerar e incorporar contra-argumentos nos textos
Aspetos contextuais para o desenvolvimento do texto argumentativo
O objetivo não é a vitória mas uma boa decisão.
Qualquer argumentador pode ter de alterar o seu ponto de vista.
Os envolvidos devem assumir com seriedade e respeito os pontos de vista
diferentes.
Géneros literários
A tríade genérica na senda de Platão e Aristóteles (Poética), por um lado, Goethe e
Hegel, por outro (entre outros) :
Epopeia – ou género épico (ou narrativo);
Poesia lírica – ou género lírico;
Poesia dramática – ou género dramático.
Géneros de texto - elementos de (re)definição)
Entendidos como dispositivos socialmente reconhecidos eaceites para as diferentes situações de comunicação
Elaborados pela atividade de gerações precedentes esincronicamente disponíveis como modelos mais ou menosestabilizados (numa determinada época e numadeterminada cultura) de que dispõem, de forma mais oumenos controlada, os agentes de produção e deinterpretação dos textos.
Implicam fatores de adequação contextual e regularidadesde organização textual.
Géneros de texto - elementos de (re)definição)
Classes de texto, identificáveis por características(contextuais e organizacionais) e reconhecíveis através dasdesignações usuais nos diferentes domínios de atividadesocial;
Noção global, que engloba e recupera tanto a tradição dosgéneros literários como a dos géneros retóricos ouoratórios.
A não confundir com tipo de texto…
“(…) Todo o texto se integra num tipo ou num género textuais – relatório, crónica, notícia, artigo científico, discurso político, conto, poema épico, tragédia, etc. – (…)”
Plano de texto, DT
Para uma definição de géneros de texto
Ser humano está inserido num meio social cujo funcionamento é regido por
TEXTOS (entre outros elementos)
Manifestações empíricas das atividades de linguagem
Adquiridos/transmitidos e (re)produzidos através da interação do homem com o meio
Para uma definição de géneros de texto
Estes são entendidos como formatos de texto, associados a diferentesatividades sociais/ de linguagem (literária, jornalística, publicitária,
jurídica, religiosa…); são, por isso, determinados pelas condições defuncionamento das formações sociais em que são produzidos erecebidos interpretados.
São passíveis de serem interiorizados, apropriados e transformados pelo Homem. Ainda que estes possam ser objeto de apropriação implícita no seio das formações sociais em que ocorrem, é na escola – e especificamente nas aulas de língua materna – que se tornam objeto de aprendizagem explícita e consciente.
Para uma definição de géneros de texto
A noção de género implica fatores de adequação contextual e regularidades de organização textual.
A maior ou menor familiaridade com um determinado género – isto é,com as regularidades situacionais, funcionais e organizacionais que lheestão associadas – funcionará como fator facilitador, tanto naperspetiva da produção como na da interpretação.
Tipos de discursos /Géneros discursivos
Tipos de discursos Géneros discursivos
Discurso jornalístico EditorialNotíciaEntrevistaReportagem […]
Discurso jurídico DespachoDecreto-leiPortaria […]
Discurso literário RomanceNovelaContoSonetoComédia Tragédia […]
Discurso científico AulaRecensãoMonografiaDissertação […]
Silva, Paulo 2012, pp. 84-85 (com supressões)
Leitura 10.º 11.º 12.º
Relato de viagemArtigo de divulgação científicaExposição sobre um temaApreciação crítica (de filme, de peça de teatro,…)
Artigo de divulgação científica
Apreciação crítica (de filme, de peça de teatro,…)Artigo de opinião
Discurso político
Apreciação crítica (de filme, de peça de teatro,…)Artigo de opiniãoDiárioMemórias
Marcas de género comuns:Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais
Leitura 10.º 11.º 12.º
Marcas de género específicas
Relato de viagem- Variedade de temas- Discurso pessoal (1.ª pessoa)- Dimensões narrativa e descritiva- multimodalidade
Artigo de divulgação científica- Caráter expositivo - Informação seletiva- Hierarquização de ideias- Explicitação das fontes- Rigor e objetividade
Exposição sobre um tema- Caráter demonstrativo- Elucidação evidente do tema (fundamentação)- Concisão e objetividadeValor expressivo das formas linguísticas (deíticos, conectores…)
Leitura 10.º 11.º 12.º
Marcas de género específicas
Apreciação crítica (de filme, de peça de teatro,…)- Descrição sucinta do objeto- Comentário crítico
Artigo de opinião- Explicitação do ponto de vista- Clareza e pertinência da perspetiva adotada, dos argumentos desenvolvidos e dos respetivos exemplos- Discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito)
Discurso político- Caráter persuasivo- Capacidade de expor e de argumentar (coerência e validade dos argumentos, contra-argumentos e provas)- Dimensão ética e social- Eloquência (valor expressivo dos recursos mobilizados)
Diário- Variedade de temas- Ligação ao quotidiano (real ou suposta)- Narratividade- Ordenação cronológica- Discurso pessoal (prevalência da 1.ª pessoa)
Memórias- Variedade de temas- Narratividade- Mobilização de informação seletiva- Discurso pessoal e retrospetivo (prevalência da 1.ª pessoa, formas de expressão do tempo)
Escrita 10.º 11.º 12.º
SínteseExposição sobre um temaApreciação crítica
Exposição sobre um temaApreciação crítica (de filme, de peça de teatro,…)Texto de opinião
Exposição sobre um temaApreciação crítica (de filme, de peça de teatro,…)Texto de opinião
Marcas de género comuns:Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais, correção linguística
Escrita 10.º 11.º 12.º
Marcas de género específicas
Síntese- Redução do texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobilização de informação seletiva, conectores)
Apreciação crítica- Descrição sucinta do objeto- Comentário crítico
Exposição sobre um tema- Caráter demonstrativo- Elucidação evidente do tema (fundamentação das ideias)- Concisão e objetividade- Valor expressivo das formas linguísticas (deíticos, conectores, …)
Texto de opinião - Explicitação de um ponto de vista- Clareza e pertinência da perspetiva adotada dos argumentos desenvolvidos e dos respetivos exemplos- Discurso valorativo (juízo de valor implícito ou explícito)
“(…) escrever aparece sempre em momento final e para ser realizado sobretudo pelo aluno individualmente.”Dionísio, Castro 2005, 175
“Só excepcionalmente a escrita aparece para ser ensinada na sua dimensão processual, isto é, prevendo a existência de um momento de planificação e de revisão (…).”
Dionísio, Castro 2005, 168
Exposição e Argumentação, no centro da Escrita no Programa
Apesar de ambas fornecerem informação, a argumentação e a exposição são dois tipos de escrita com objetivos diferentes.
Arg
um
en
taçã
o • Pretende levar as pessoas a acreditarem que algo é verdadeiro
• ou a convencê-las a mudar as suas convicções ou comportamentos
Exp
osi
ção • Pretende levar o
leitor a compreender
• Parte do pressuposto da veracidade
• Responde a perguntas sobre o ‘porquê’ e o ‘como’ da questão em apreço
Visa persuadir(convencer o leitor ou levá-lo a aceitar um ponto de vista)
Visa esclarecer
COMMON STANDARDS: Appendix A: Research Supporting Key Elements of the Standards, p. 2
Exposição e Argumentação, no centro da Escrita no Programa
Os [Common Standards] enfatizam a necessidade de se trabalhar com os alunos a escrita de argumentos sólidos sobre temas e questões substantivos porque essa capacidade é fundamental para o ensino superior e para a vida profissional. (...) Gerald Graff (2003) escreve que a "literacia argumentativa" é fundamental para se ser educado. (p. 24)
Complexidade Crescente
•Síntese
•Exposição
Expor
(Apresentação textual de diferentes formas dos saberes)
•Apreciação crítica
•Texto de opinião
Argumentar
(sustentação, refutação e
negociação de tomadas de posição)
Complexidade crescente
Definir objetivos de complexidade variável a alcançar.
Abordagem de um mesmo género, ao longo do ciclo de estudos,com graus de complexidade crescente.
Não se pretende que a aprendizagem se faça por acumulação deinformação, mas através de uma reorganização fundamental dascapacidades de linguagem dominantes em função da intervenção denovos elementos (novas operações controladas; saberes recentementeadquiridos).
- Conceito de argumentação -
A argumentação é uma atividade linguística, fundada num processo intelectual,
que surge a partir de uma situação de divergência de opiniões e que tem como
objetivo nuclear defender, de forma persuasiva, um determinado ponto de vista,
por meio de um texto argumentativo constituído, na sua forma elementar, por
argumentos que sustentam uma determinada conclusão. Uma vez que exige a
presença, explícita ou implícita, de dois intervenientes, um locutor e um
alocutário, a argumentação é, por natureza, uma atividade dialógica, sendo os
textos argumentativos inerentemente polifónicos.
Carla Marques (2010)
Estruturação do texto argumentativo1. Questão problematizadora (origina a divergência de opiniões):
“Os homossexuais devem poder casar?”
2. Definição da conclusão (posição que se procurará defender perante o oponente ou perante um dadopúblico):
“Os homossexuais devem poder casar”
ou
“Os homossexuais não devem poder casar”
3. Seleção de argumento(s) – (segmentos textuais que sustentam a conclusão):
“Os homossexuais devem poder casar, pois têm o direito à igualdade.”
ou
“Os homossexuais não devem poder casar, pois, tradicionalmente, a instituição casamento sempre se associou à união heterossexual.”
Questão
Contextualização
Tipos de blocos textuais
Conclusão Própria
Alheia
Argumento
Próprio
Alheio
Contra-argumento
Organização dos blocos textuais:1.Estrutura argumental simples (relação de sustentação)
Conclusão
Argumento
Argumento
Ex.:
[O ruído prejudica o trabalho intelectual,]conclusão
[porque numa sala de aula impede a concentração dos alunos]argumento 1
[e porque num ambiente barulhento estes não ouvem o que o
professor diz.] argumento 2
Organização dos blocos textuais:II. Estrutura argumental complexa (relação de sustentação e de refutação ou de
restrição)
[Eu defendo que o ruído impede o trabalho intelectual,]conclusão própria
[embora saiba que haja quem considere que o ruído é, pelo contrário,uma forma de criar um ambiente propício ao trabalho.]conclusão alheia
[Aqueles que são apologistas desta ideia sustentam, por exemplo, quecertos tipos de música induzem a concentração.]argumento alheio
[Porém, o que é certo é que a música não é obrigatoriamente umruído.]contra-argumento
[Por outro lado, não esqueçamos que o ruído numa sala de aulaimpede os alunos de se concentrarem]argumento próprio1
[e um ambiente barulhento impede os alunos de ouvirem o que diz oprofessor.]argumento próprio2
Estrutura argumental complexa-relação de sustentação e de refutação ou de restrição-
Texto do oponente (ou texto anterior) Texto do proponente
Conclusão alheia
Conclusão própria
Argumento alheio
Contra-argumento
Argumento próprio
Texto argumentativo
-organização das sequências textuais-
Ordem regressiva: conclusão argumento argumento
Ordem progressiva argumento argumento conclusão
Natureza dos argumentos
Dado factual
Crença (generalizadas ou individuais)
(cf. Perelman e Olbrechts-Tyteca 2008 [1958])
Relações de coerência no texto argumentativo
Relações de
coerência no texto
argumentativo
Argumentação positiva
(Argumentos próprios em sustentação da
conclusão própria)
Argumentação negativa
(contra-argumentos em refutação da
conclusão alheia e/ou de um argumento
alheio)
Relação de
justificação
Relação
conclusiva
Relação refutativa
Relações de coerência no texto argumentativo
1.1. Argumentação positiva
a) Ordem regressiva
Relação de justificação: o bloco textual argumento é apresentado como suporte da conclusão
Conclusão, pois Argumento
A Joana caiu, pois tem uma ferida na perna.
Funciona no plano epistémico:
o argumento é um motivo/uma razão que justifica a conclusão (cf. Lopes 2009a)
no plano ilocutório (dois atos ilocutórios):Eu afirmo X, e afirmo X, pois/porque Y
Relações de coerência no texto argumentativo
b) Ordem progressiva Relação conclusiva: o bloco conclusão é
apresentado como conclusão do que é afirmado no argumento
Argumento – logo/portanto – Conclusão
A Joana tem uma ferida na perna, portanto caiu.
Funciona no plano epistémico-ilocutório (tal como a relação justificativa)
Relações de coerência no texto argumentativo
1.2. Argumentação negativa:
Operada por meio do bloco textual contra-argumento,que visa a refutação do argumento alheio e asustentação da conclusão própria (ação reconstruída
inferencialmente):
O proponente afirma X – Eu, oponente, afirmo não X(e, desta maneira, sustento a minha conclusão própria)
Oralidade – Compreensão do oral10.º 11.º 12.º
ReportagemDocumentárioAnúncio publicitário
Discurso políticoExposição sobre um temaDebate Debate
Diálogo argumentativo
Marcas de género comuns:Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, recursos verbais e não verbais
Oralidade – Compreensão do oral10.º 11.º 12.º
Marcas de género específicas
Reportagem - Variedade de temas- Multiplicidade de intervenientes, meios e pontos de vista (alternância da 1.ª e 3.ª p.) - Informação seletiva- Relação entre o todo e as partes
Documentário - Variedade de temas- Proximidade com o realInformação seletiva e representativa (cobertura de temas ou acontecimento, ilustração de uma perspetiva sobre determinado assunto)- Diversidade de registos (marcas de subjetividade)
Anúncio publicitário- Caráter apelativo (tempos e modos verbais, entoação, neologismos)- Multimodalidade (conjugação de diferentes linguagens e recursos expressivos, verbais e não verbais)- Eficácia comunicativa e poder sugestivo
Oralidade – Compreensão do oral10.º 11.º 12.º
Marcas de género específicas
Discurso político- Caráter persuasivo- Informação seletiva- Capacidade de expor e argumentar (coerência e validade dos argumentos, contra-argumentos e provas) - Dimensão ética e social- Eloquência (valor expressivo dos recursos mobilizados)
Exposição sobre um tema- Caráter demonstrativo- Elucidação evidente do tema (fundamentação das ideias)- Concisão e objetividade- Valor expressivo das formas linguísticas (deíticos, conectores…)
Diálogo argumentativo- Caráter persuasivo- Defesa de um ponto de vista sustentado por argumentos válidos e exemplos significativos- Concisão do discurso- Respeito pelo princípio da cortesia
Debate- Caráter persuasivo- Papéis e funções dos intervenientes- Capacidade de argumentar e contra-argumentar- Concisão das intervenções / Respeito pelo princípio da cortesia
Oralidade – Expressão oral10.º 11.º 12.º
Síntese Apreciação crítica (de reportagem, de documentário, de entrevista, de livro, …)
Apreciação crítica (de reportagem, de documentário, de entrevista, de livro, …)Exposição oral sobre um temaTexto de opinião Texto de opinião
Diálogo argumentativoDebate
Marcas de género comuns:Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, recursos verbais e não verbais, correção linguística
Oralidade – Expressão oral10.º 11.º 12.º
Marcas de género específicas
Síntese- Redução do texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobilização de informação seletiva, conectores)
Apreciação crítica- Descrição sucinta do objeto- Comentário crítico
Exposição sobre um tema- Caráter demonstrativo- Elucidação evidente do tema (fundamentação das ideias)- Concisão e objetividade- Valor expressivo das formas linguísticas (deíticos, conectores, …)
Texto de opinião - Explicitação de um ponto de vista- Clareza e pertinência da perspetiva adotada, dos argumentos desenvolvidos e dos respetivos exemplos- Discurso valorativo (juízo de valor implícito ou explícito)
Oralidade – Expressão oral10.º 11.º 12.º
Marcas de género específicas
Diálogo argumentativo- Caráter persuasivo- Defesa de um ponto de vista sustentado por argumentos válidos e exemplos significativos- Concisão do discurso e respeito pelo princípio da cortesia
Debate- caráter persuasivo- Papéis e funções dos intervenientes- Capacidade de argumentar e contra-argumentar- Concisão das intervenções- Respeito pelo princípio da cortesia
Educação Literária10.º 11.º 12.º
1. Poesia trovadorescaCantigas de amigo (4)Cantigas de amor (2)Cantigas de escárnio e maldizer (2)2. Fernão Lopes,Crónica de D. João I:- excertos de 2 capítulos (11,115 ou 148 da 1.ª Parte)3. Gil Vicente,Farsa de Inês Pereira (integral)OU Auto da Feira (integral)4. Luís de Camões, RimasRedondilhas (4)Sonetos (8)5. Luís de Camões, Os Lusíadas:- visão global;- a constituição da matériaépica: I, 1 a 18; IX, 52, 53, 66 a 70, 89 a 95; X, 75 a 91;- reflexões do Poeta: I, 105 e 106; V, 92 a 100; VII, 78 a 87; VIII, 96 a 99; IX, 88 a 95; X, 145 a 1566. História Trágico-Marítima:“As terríveis aventuras de Jorgede Albuquerque Coelho (1565)”(excertos)
1. Padre António Vieira, “Sermão de Santo António. Pregado na cidade de S. Luís do Maranhão, ano de 1654”: cap. I e V (integral); excertos dos restantes capítulos2. Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa(integral)3. Alexandre Herculano, Lendas eNarrativas: “A Abóbada” (integral)OU Almeida Garrett, Viagens naMinha Terra - 5 cap.: cap. I, V, VIII, X, XIII, XX, XLIV, XLIXOU Camilo Castelo Branco, Amor dePerdição - Introdução e Conclusão(leitura obrigatória). Escolher mais 2 cap., de entre os seguintes: I, IV, X e XIX.4. Eça de Queirós, Os Maias (integral)OU A Ilustre Casa de Ramires (integral)5. Antero de Quental, Sonetos Completos(3 poemas)6. Cesário Verde, Cânticos doRealismo (O Livro de CesárioVerde) - “O Sentimento dum Ocidental”(leitura obrigatória)Escolher mais 3 poemas, de entreos seguintes: “Num Bairro Moderno”,“Cristalizações”, “De Tarde”, “De Verão”“A Débil”
1. Fernando Pessoa1.1. Poesia do ortónimo (6 poemas)1.2. Bernardo Soares, Livro doDesassossego (3 fragmentos)1.3. Poesia dos heterónimos1.3.1. Alberto Caeiro (2 poemas)1.3.2. Ricardo Reis (3 poemas)1.3.3. Álvaro de Campos (3 poemas)1.4. Mensagem (8 poemas)2. Contos (2 dos seguintes contos)Manuel da Fonseca, “Sempre é uma companhia”OU Maria Judite de Carvalho, “George”OU Mário de Carvalho, “Famílias desavindas”3. Poetas contemporâneos (três autores, 4 poemas de cada)Miguel Torga, Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, Alexandre O’Neill, António Ramos Rosa, Herberto Helder, Ruy Belo, Manuel AlegreLuiza Neto Jorge, Vasco Graça MouraNuno Júdice, Ana Luísa Amaral4. José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis (integral)OU Memorial do Convento (integral)
Conteúdo 10.º 11.º 12.º
Ler e interpretar textos literários. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura.Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos ___ a ___.Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.Fazer inferências, fundamentando.Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.Explicitar a estrutura do texto: organização interna.Estabelecer relações de sentido a) entre as diversas partes constitutivas de um texto;b) entre características e pontos de vista das personagens.b) entre situações ou episódios;d) entre obras.
Identificar características do texto poético no que diz respeito a:a) estrofe (dístico, terceto, quadra, oitava);a) estrofe (quintilha);b) métrica (redondilha maior e redondilha menor; decassílabo);b) métrica (alexandrino);c) rima (emparelhada, cruzada, interpolada);d) paralelismo (cantigas de amigo);e) refrão.
Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.Identificar características do soneto.Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género lit.: epopeia e auto ou farsa.
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XII a XVI
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XVII a XIX
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Conteúdo 10.º 11.º 12.º
Ler e interpretar textos literários (cont.) Reconhecer e caracterizar os elementos constitutivos do texto dramático:a) ato e cena;b) didascália;c) diálogo, monólogo e aparte
Reconhecer e caracterizar os seguintes elementos constitutivos da narrativa:a) ação principal e ações secundárias;b) personagem principal e personagem secundária;c) narrador:– presença e ausência na ação;– formas de intervenção: narrador-personagem; comentário ou reflexão;d) espaço (físico, psicológico e social);e) tempo (narrativo e histórico).Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: o sermão, o drama romântico e o romance.Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: o conto
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Conteúdo 10.º 11.º 12.º
Apreciar textos literários.Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa. Escrever exposições (entre ____e ____palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos.Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionando-a(s) com conteúdos programáticos de diferentes domínios.Analisar recriações de obras literárias do Programa, com recurso a diferentes linguagens (por exemplo, música, teatro, cinema, adaptações a séries de TV), estabelecendo comparações pertinentes.
Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais.Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa.Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
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120 e 150
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Gramática 10.º 11.º 12.º
1. O português: génese, variação e mudança1.1. Principais etapas da formação e da evolução do português1.2. Fonética e fonologiaa) processos fonológicos de inserção: prótese, epêntese e paragoge;b) processos fonológicos de supressão: aférese, síncope e apócope;c) processos fonológicos de alteração: sonorização, palatalização, redução vocálica, contração (crase e sinérese), vocalização, metátese, assimilação e dissimilação.1.3. Etimologiaa) étimo;b) palavras divergentes e palavras convergentes.1.4. Geografia do português no mundoa) português europeu e português não europeu;b) principais crioulos de base portuguesa.
Gramática 10.º 11.º 12.º
2. Sintaxe2.1. Funções sintáticasa) retoma e consolidação das funções sintáticas estudadas no Ensino Básico, a saber:sujeito, predicado, vocativo, complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, predicativo do sujeito, complemento agente da passiva, modificador, modificador donome (restritivo e apositivo);b) predicativo do complemento direto, complemento do nome e complemento do adjetivo.2.2. A frase complexa: coordenação e subordinaçãoa) retoma e consolidação dos seguintes conteúdos estudados no Ensino Básico:- orações coordenadas copulativas, adversativas, disjuntivas, conclusivas e explicativas;- orações subordinadas substantivas (relativas e completivas), adjetivas (relativasrestritivas e explicativas) e adverbiais (causais, temporais, finais, condicionais, consecutivas, concessivas e comparativas);- oração subordinante;b) divisão e classificação de orações.
Gramática 10.º 11.º 12.º
3. Lexicologia3.1. Arcaísmos e neologismos.3.2. Campo lexical e campo semântico.3.3. Processos irregulares de formação de palavras: extensão semântica, empréstimo, amálgama,sigla, acrónimo e truncação.
Gramática 10.º 11.º 12.º
1. Retoma (em revisão) dos conteúdos estudados no 10.º ano.
2. Discurso, pragmática e linguística textual2.1. Texto e textualidade:a) coerência textual (compatibilidade entre as ocorrências textuais e o nosso conhecimento do mundo; lógica das relações intratextuais);b) coesão textual:- lexical: reiteração e substituição;- gramatical: referencial (uso anafórico de pronomes), frásica (concordância), interfrásica (uso de conectores), temporal (expressões adverbiais ou preposicionais com valortemporal, ordenação correlativa dos tempos verbais).2.2. Reprodução do discurso no discurso:a) citação, discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre;b) verbos introdutores de relato do discurso.2.3. Dêixis: pessoal, temporal e espacial.
1. Retoma (em revisão) dos conteúdos estudados no 10.º e no 11.º ano.
2. Linguística textualTexto e textualidade:a) organização de sequências textuais (narrativa, descritiva, argumentativa, explicativa e dialogal);b) intertextualidade.
3. Semântica3.1. Valor temporal:a) formas de expressão do tempo (localização temporal): flexão verbal, verbos auxiliares,advérbios ou expressões de tempo e orações temporais;b) relações de ordem cronológica: simultaneidade, anterioridade e posterioridade.3.2. Valor aspetual: aspeto gramatical (valor perfetivo, valor imperfetivo, situação genérica,situação habitual e situação iterativa).3.3. Valor modal: modalidade epistémica (valor de probabilidade ou de certeza), deôntica (valorde permissão ou de obrigação) e apreciativa.
Conteúdo 10.º 11.º 12.º
O português: génese, variação e mudança1) Etapas da formação e evolução do português2) Fonética e fonologia3) Etimologia4) Geografia do português no mundo
X rev. rev.
Sintaxe1) Funções sintáticas2) Frase complexa: coordenação e subordinação3) Divisão e classificação de orações
X rev. rev.
Lexicologia1) Arcaísmos e neologismos2) Campo lexical e campo semântico3) Processos irregulares de formação de palavras
X rev. rev.
Discurso, pragmática e linguística textual1) Texto e textualidade: coerência, coesão2) Reprodução do discurso no discurso3) Deixis: pessoal, temporal e espacial
Xrev.
Linguística textual1) Texto e textualidade: sequências textuais, intertextualidade
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Semântica 1) Valor temporal2) Valor aspetual 3) Valor modal
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10.º ano - Gramática
2. Sintaxe Metas Curriculares
2.1. Funções sintáticas a) Modificador do nome (restritivo e apositivo)b) Complemento do nome e complemento do adjetivo
18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do Português1. Identificar funções sintáticas indicadas no Programa.
Complemento de nome
Complemento de Nome
Complementa o sentido do nome
É tipicamente introduzido por uma preposição
Nomes que exigem complemento Nomes que não exigem complemento
Denotam entidades que só podem ser apreendidas quando colocadas em relação com outras entidadesEx. consequência (de algo)
amigo (de alguém)fatia (de bolo)…
Denotam entidades imediatamente identificáveis sem ser necessário relacioná-las com outras entidadesEx. cavalo, livro, estojo, …
Mas!No meu bairro, vive-se bem! vs. Vão construir um bairro de moradias.Os pais ajudam os filhos. Vs. Os pais do João vão à reunião.
Nomes que selecionam complemento
1. Nomes deverbais têm como complementos as mesmas entidades que integram o predicado cujo núcleo é o verbo.
A câmara construiu um prédio.A construção do prédio teve lugar no verão.
Eles entram no prédio.
A entrada do prédio …
Eles saquearam o império.
O saque do império
Eu dei um livro à Joana.
A dádiva do livro à Joana
Nomes que selecionam complemento
2. Nomes regidos por um grupo preposicional
amizade de …
ajuda de …
desejo de …
encontro com …
intenção de …
interesse de …
intervenção de …
queda de …
facto de …
hipótese de …
ideia de …
possibilidade de …
proposta de …
Nomes que selecionam complemento
3. Nome que designa profissão/atividade e grupo preposicional que a especifica
empregada de mesa
porteiro de hotel
artista de cinema
Nomes que selecionam complemento
4. Nome coletivo
um grupo de pessoas
uma série de acontecimentos
4.1. Nome coletivo equivalente a uma frase com o verbo ter
a vizinhança do João
o João tem vizinhos
Nomes que selecionam complemento
5. Nome derivado de um adjetivo equivalente a uma frase «copulativa»:
A elegância da rapariga
A rapariga é elegante.
A simpatia da Joana
A Joana é simpática.
Nomes que selecionam complemento
6. Nome de relação de parentesco
O pai do João = O seu paiO amigo do João = O seu amigo
7. Nomes com relação parte-todo:
A perna da mesaO braço do João
Nomes que selecionam complemento
8. Nomes relacionais (relação de possuidor ou agente e tema)
A fotografia da Maria
A Maria tem uma foto. (possuidor e tema)
A Maria tirou uma foto. (agente e tema)
O vizinho do João = O João tem um vizinho
O amigo da Rita = A Rita tem um amigo
O autor do livro = O livro tem um autor
Nomes que selecionam complemento
9. Nomes icónicos, como foto, imagem, desenho, figura:
A imagem da cidade é interessante.
10. Nomes fragmentadores
fatia de bolo
parte do livro
porção de açúcar
Complemento de adjetivo
Há adjetivos que selecionam um complemento:
interessados em
certo de
ansiosos por
cercado por
orgulhoso de
contente com