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Registro de Imóveis
1 - Conceito – Finalidade – Efeitos.
2 - Atribuições ou Funções do Registro de Imóveis.
3 - História da Propriedade Imobiliária no Brasil e do 3 - História da Propriedade Imobiliária no Brasil e do Sistema Registral Brasileiro.
4 - Terminologia registral imobiliária brasileira.
5 - Princípios do Registro de Imóveis no Brasil.
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Como ocorre a transmissão dos bens móveis eImóveis no Brasil ?
Sistema Registral Imobiliário :
a)Bens públicos – de uso comum ou geral- de uso especial- de uso especial- bens dominicais
b) Bens particulares – pessoas físicas- pessoas jurídicas
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O Registro de Imóveis
Poderíamos conceituá-lo como um conjunto ordenado ecoerente de princípios jurídicos, que possibilitaminstrumentalizar, com o registro e a averbação, efetuadoscom segurança jurídica pautada nos parâmetros da lei, ostítulos ou atos constitutivos, declaratórios, translativos eextintivos de direitos reais sobre imóveis reconhecidosem lei, "inter vivos” ou "mortis causa”, dando-lheseficácia, ou publicidade, necessárias ora para a
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
eficácia, ou publicidade, necessárias ora para aconstituição, transferência e extinção dos direitos queportam e ainda para sua validade em relação a terceiros,ora para a sua disponibilidade, ou ainda, dar publicidadea outras ocorrências referentes aos imóveis, ou àspessoas titulares de direitos reais inscritos.
O Registro de Imóveis
Das finalidades maiores do Registro de Imóveis duas possuem grande importância : a oponibilidade e a publicidade .
As situações jurídicas devem ter publicidade e estabilidade (segurança jurídica) que lhes é assegurada pelo registro.
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A oponibilidade significa a eficácia
frente a terceiros – frente a todos os
terceiros, sem exceção – e deriva da
publicidade do registro das situações
jurídicas. É o registro, o instrumentojurídicas. É o registro, o instrumento
técnico mais adequado para que esses
efeitos se produzam, em sua plenitude.
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
A “oponibilidade” é o primeiro efeito do
nosso sistema registral, ou seja, uma vez
registrado ou averbado o direito, presume-
se titular deste aquele que o tem em seu
nome. A prova está feita, é a publicidade
registral, cabendo ao prejudicadoregistral, cabendo ao prejudicado
promover em juízo, a prova do seu direito,
se contraditório, para que o primeiro seja
anulado.
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Publicidade
Publicar é dar conhecimento aopúblico ou especialmente à pessoainteressada, de lançamento de ato oufato juridicamente relevante, sejapúblico ou privado, em livro próprio dopúblico ou privado, em livro próprio doregistro, com referência a algum direitoou negócio registrado, indicando oagente interessado, para tal ato terefeitos externos e ser de conhecimentode todos.
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Registro de Imóveis no Brasil
Forma – inscrição (título – direito)
Efeitos – misto Efeitos – misto (constitutivo/declaratório)
Presunção – juris tantum (relativo)
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Funções do Registro
de Imóveis
Função jurídica
Função administrativa
Função fiscalde Imóveis Função fiscal
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(*) Função econômica
Função jurídica
Art. 1.227 - Os direitos reais sobre imóveis
constituídos, ou transmitidos por atos entre
vivos, só se adquirem com o registro no
Cartório de Registro de Imóveis dos referidosCartório de Registro de Imóveis dos referidos
títulos (artigos 1.245 a 1.247), salvo os casos
expressos neste Código.
(Código Civil)
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Função jurídicaArt. 1.225 - São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese;
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; ( lei 11.481 de
31.05.2007)
XII - a concessão de direito real de uso.” ( lei 11.481 de 31.05.2007)
(Código Civil)
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Função jurídica
Art. 1.245 - Transfere-se entre vivos a
propriedade mediante o registro do título
translativo no Registro de Imóveis.
§ 1º - Enquanto não se registrar o título§ 1º - Enquanto não se registrar o título
translativo, o alienante continua a ser
havido como dono do imóvel.
(Código Civil)
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Função jurídica
Art. 172 - No Registro de Imóveis serão feitos, nos
termos desta lei, o registro e a averbação dos títulos ou
atos constitutivos, declaratórios, translativos e
extintivos de direitos reais sobre imóveis reconhecidos
em lei, "inter vivos" ou "mortis causa", quer para suaem lei, "inter vivos" ou "mortis causa", quer para sua
constituição, transferência e extinção, quer para sua
validade em relação a terceiros, quer para a sua
disponibilidade.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
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Função administrativa
Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão
feitos:
I - o registro: (...)
19) Dos loteamentos urbanos e rurais; (...)
II - a averbação: (...)
4) A mudança de denominação e de numeração dos prédios, da4) A mudança de denominação e de numeração dos prédios, da
edificação, da reconstrução dos prédios, da demolição, do
desmembramento e do loteamento de imóveis; (...)
13) “ex-officio”, dos nomes dos logradouros, decretados pelo
poder público; (...)
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
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Função administrativa – Imóvel urbano
- servidão administrativa;
- limitações administrativas;
- tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
- instituição de unidades de conservação;
- instituição de zonas especiais de interesse social;
- parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;- parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
- direito de preempção;
- outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;
- transferência do direito de construir;
- operações urbanas consorciadas.
(Estatuto da Cidade – Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001)
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Função administrativa – Imóvel rural
Art. 2º - ...
§ 2º - Fica criado o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, que
terá base comum de informações, gerenciada conjuntamente pelo
INCRA e pela Secretaria da Receita Federal, produzida e
compartilhada pelas diversas instituições públicas federais ecompartilhada pelas diversas instituições públicas federais e
estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural
brasileiro.
(Institui o georreferenciamento para os imóveis rurais).
(Lei n. 10.267, de 28 de agosto de 2001)
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Função administrativa
- Reserva legal.
- Reservas biológicas.
- Áreas contaminadas.
- Parques florestais.
- Restrições impostas pelas leis de uso e
ocupação do solo urbano e rural.
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Função tributária e fiscalizadora
Art. 289 – No exercício de suas funções,
cumpre aos oficiais de registro fazer rigorosa
fiscalização no pagamento dos impostosfiscalização no pagamento dos impostos
devidos por força dos atos que lhe forem
apresentados em razão do ofício.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
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Função tributária e fiscalizadora
Art. 30 – São deveres dos notários e dos oficiais
de registro: (...)
XI – fiscalizar o recolhimento dos impostos
incidentes sobre os atos que devem praticar.
(Lei n. 8.935, de 18 de novembro de 1994)
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Função tributária e fiscalizadora
(Código Tributário - Responsabilidade de terceiros)
Art. 134 – Nos casos de impossibilidade de exigência do
cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem
solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis: (...)omissões de que forem responsáveis: (...)
VI – os tabeliães, os escrivães e demais serventuários de ofício,
pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou
perante eles, em razão do seu ofício.
(Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966)
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Função econômica
Busca o desenvolvimento da nação através do crescimento e
eficiência dos fatores de produção e do produto, mais uma
estruturada organização política, social e econômica. Na área
Imobiliária que dá garantia ao direito de propriedade e ao crédito,
pretende-se que as transações dos bens e direitos sejam feitaspretende-se que as transações dos bens e direitos sejam feitas
com celeridade, eficácia e segurança.
Para isso é necessário que a informação fornecida pelo sistema
registral goze do maior grau de confiabilidade e deve-se buscar a
concordância entre a realidade física e a publicação de tal
realidade pelo sistema registral.
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Função econômica
O Registrador deve participar intensamente de ações no sentido
de viabilizar a aplicação de leis que busquem o desenvolvimento
da nação.
-Estatuto da Cidade ( Lei 10.257 de 10 de julho de 2001)-Estatuto da Cidade ( Lei 10.257 de 10 de julho de 2001)
-Geo referenciamento ( lei 10.267 de 28 de agosto de 2001)
- Leis de Regularizações fundiárias
-Usucapião administrativa. (Lei 11.977 de 07 de julho de 2009)
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Direito público x Direito privado
As regras de ordem pública são
imutáveis pelas partes; só a lei as cria,
modifica ou extingue. Já as regras emodifica ou extingue. Já as regras e
contratos de ordem privada podem
livremente ser negociados pelas partes,
desde que não firam preceito de lei.
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Art. 22 - Compete privativamente à União legislar
sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e
do trabalho; (...)
XXV - registros públicos;
Parágrafo único - Lei complementar poderá autorizar
os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.
(Constituição Federal)
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Ano de 1500 – Descobrimento do Brasil – Portugal, comodescobridor, adquiriu sobre o território o seu senhorio epropriedade, a título originário.
Era praxe, na época, comunicar as terras descobertas ao Papado,que assim as confirmava.
Todos os imóveis eram Bens públicos da Coroa Portuguesa. Nãoexistiam propriedades imobiliárias particulares.
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Em 1530 a Coroa Portuguesa iniciou o processo de ocupação dasterras descobertas. Foi utilizado o regime de sesmarias,outorgando títulos de concessão (mera posse) de terras àspessoas que aqui viessem a viver. Tais concessões previam oprazo de seis anos para serem as terras ocupadas. Cumprida aocupação, a concessão se confirmava como de domínio pleno eperpétuo, estabelecendo-se a propriedade alodial.
Os títulos eram outorgados pela Coroa Portuguesa aosparticulares.
- Capitanias Hereditárias - 15 partes, com quinhões delimitados eas prerrogativas determinadas por títulos chamados Cartas deSesmarias. Apenas 12 foram efetivamente ocupadas pelosdonatários. Eram inalienáveis e somente transmissíveis porherança. Poderiam conceder sesmarias. Não eram proprietáriosdas terras.
- Os sesmeiros tinham obrigações. Poderiam ser confirmadas.
- Com a Ordem Real, de 27 de dezembro de 1695, fora imposto
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- Com a Ordem Real, de 27 de dezembro de 1695, fora impostoaos sesmeiros o pagamento do dízimo à Ordem de Cristo, além daobrigação de pagar um foro, de acordo com o tamanho e aqualidade das terras.
- A confirmação era atribuição da Coroa, por intermédio doConselho Ultramarino, sendo, mais tarde, transferida, pelo Alvaráde 22 de junho de 1808, à mesa do Desembargo do Paço, no Riode Janeiro.
- Independência, em 1822 - D. Pedro I, em 17 de julho de 1822,baixou a Resolução do Reino n. 76, suspendendo a concessão desesmarias.
- Em seguida, passou a ocupação a ser feita desordenadamente pelochamado “Regime de Posses” (1822 a 1850).
- Em 1850, entrou em vigor a Lei n. 601, de 18/09/1850, a chamadaLei de Terras, e seu Regulamento n. 1.318, de 1854 - A Lei proibiu aaquisição de terras públicas e devolutas por outro título que não o decompra, revalidou as posses , separando estas das terras de domínio
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compra, revalidou as posses , separando estas das terras de domíniopúblico.
- Pela lei, posses passaram a ser tituladas e reconhecidas, na condiçãojurídica de posse. Ocorreu também a confirmação de várias posses.
- Nasce, por obra do Regulamento n. 1.318, de 1854, o “Registro doVigário”, de feição unicamente cadastral, com finalidade dearrecadação de tributos.
As posses que não fossem tituladas (legitimadasou confirmadas) cairiam em comisso e eramdevolvidas ao Império do Brasil - por isso, otermo ‘devolutas’ - retornando ao domínio doEstado.
A partir de 1850, ficou bem delimitada a divisãodas terras no Brasil. De um lado, as terras
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das terras no Brasil. De um lado, as terraspúblicas e as devolutas, registradas naRepartição Geral de Terras Públicas (art. 10). Deoutro lado, as terras particulares, tituladas pordocumentos outorgados pela Coroa Portuguesaou pelo Império do Brasil, os chamados títulos delegitimação ou confirmação.
As terras públicas, com a proclamação da República, foram transferidasda União para os Estados, por força do art. 64 da Constituição de 1891,que dizia:
“Art. 64 - Pertencem aos Estados as minas e terras devolutas situadasnos seus respectivos territórios, cabendo à União somente a porção doterritório que for indispensável para a defesa das fronteiras,fortificações, construções militares e estradas de ferro federais.Parágrafo único - Os próprios nacionais, que não forem necessários parao serviço da União, passarão ao domínio dos Estados, em cujo territórioestiverem situados.”
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estiverem situados.”
Hoje, os bens públicos próprios ou patrimoniais, discriminados ou não eas terras devolutas pertencem aos Estados (art. 26, IV, CF/88),excetuadas as terras que pertencem à União, definidas em lei (art. 20, II,da Constituição Federal).
Terrenos de Marinha – Propriedade da União – faixa de 33 metrosmedidos a partir da linha da preamar média de 1.831.
A obrigatoriedade da discriminação das terraspúblicas era prevista na Lei n. 601, de 1850.
Foi posteriormente prevista na Lei n. 3.081, de 22de dezembro de 1956, que foi revogada pela Lein. 6.383, de 07 de dezembro de 1976, atualmenteem vigor, e que dispõe sobre o processoadministrativo e judicial discriminatório de terras
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administrativo e judicial discriminatório de terrasdevolutas da União.
Tal lei, em seu art. 27, determina que o processodiscriminatório aplicar-se-á, no que couber, àsterras devolutas estaduais.
Lei n. 6.383, de 7 de dezembro de 1976 :
Art. 13 - Encerrado o processo discriminatório, o InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRAprovidenciará o registro, em nome da União, das terrasdevolutas discriminadas, definidas em lei, como bens daUnião.
Parágrafo único. Caberá ao oficial do Registro de Imóveisproceder à matrícula e ao registro da área devolutadiscriminada em nome da União.
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discriminada em nome da União.
Hoje, a Constituição Federal determina que os benspúblicos não estão sujeitos a usucapião, portanto, não maispodem ser transferidos aos particulares por essa forma deaquisição (art. 183, § 3º; e 191, parágrafo único).
A EVOLUÇÃO DO SISTEMA REGISTRAL IMOBILIÁRIO NO BRASIL
O título era a forma e o modo de aquisição da propriedade. Nãoexistia o Registro de Imóveis como modo de aquisição dapropriedade.
A primeira norma que impunha o registro às propriedades noBrasil.
Uma corrente entende que o sistema registral imobiliário se
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Uma corrente entende que o sistema registral imobiliário seoriginou da Lei Orçamentária n. 317, de 21 de outubro de 1843,regulamentada pelo Decreto n. 482, de 14 de novembro de 1846.Por tal lei, e seu decreto regulamentar, fora criado o RegistroGeral de Hipotecas.
Outra corrente entende que é a Lei n. 1.237, em 24/09/1864 quetrata do Registro Geral
Lei n. 1.237, em 24/09/1864
O art. 7º tratava do Registro Geral com afinalidade da transcrição dos títulos detransmissão dos imóveis e a inscrição dashipotecas.
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O art. 8º determinava que a transmissão sóoperaria seus efeitos a partir da transcrição,mas ressalvava que a transcrição não induziaprova de domínio, que ficava a salvo de quem oprovar.
Em 1917, entrou em vigor o Código Civil Brasileiro, revogandoas Ordenações, Alvarás, Decretos, Resoluções, Usos eCostumes concernentes às matérias reguladas naquele Código,levando para o Registro Imobiliário a obrigatoriedade detransmissões causa mortis e atos judiciais.
Acrescentava a presunção de domínio do titular dapropriedade registrada.
Tratava da publicidade registral.
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Tratava da publicidade registral.
Encontramos nele os princípios registrais imobiliários básicoscomo o da inscrição (artigos 530, 676, e 860, parágrafoúnico), o da prioridade (art. 833, parágrafo único), o dalegalidade (art. 834), o da especialidade (art. 846), o dapublicidade junto com a finalidade do registro (art. 856), e ode presunção (art. 859).
Pelo Decreto n. 4.827, de 1924, foram reorganizados osregistros públicos no País, previstos pelo Código Civil,acrescentando inscrições chamadas preventivas, penhoras,arrestos, seqüestros, ações reais reipersecutórias e, ainda,as locações com cláusula de vigência contra terceiros.
O Decreto n. 18.542, de 1928, que se uniu ao Decreto n.4.827, introduziu no sistema brasileiro o princípio dacontinuidade, que determinava cadeias completas detitularidade nos imóveis.
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titularidade nos imóveis.
O Decreto n. 4.857, de 09/11/1939, determinava o registrocom finalidade de autenticidade, segurança e validade dosatos jurídicos sujeitos ao regime da lei, falava ainda daeficácia do registro e deu mais sistemática ao processoregistral
Em 1º de janeiro de 1976, entrou em vigor, no Brasil, a Lei n.6.015, de 31.12. 1973, a atual Lei de Registros Públicos.
A lei adotou o fólio real, introduziu no sistema a matrícula, o quetrouxe mais segurança ao sistema registral brasileiro.
Também trouxe a possibilidade de substituição dos livros porfichas, reduziu o número de livros, englobou os termostranscrição e inscrição em um só termo, o registro, e diversasoutras inovações .
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Com a mudança do sistema registral, os registros não sofreramoutra alteração senão quanto à forma de seu lançamento.Passaram a ser lançados nas matrículas dos imóveis.
A Lei n. 6.015, desde a sua edição, em 31.12.1973, já sofreudiversas alterações.
PRINCÍPIOS DO
REGISTRO DE IMÓVEIS REGISTRO DE IMÓVEIS
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
"Los princípios de derecho registral son las
orientaciones fundamentales que informan
esta disciplina y dan las pautas en la solución
de los problemas jurídicos planteados en el de los problemas jurídicos planteados en el
derecho positivo".
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
“O vocábulo ‘princípios’, em sentido filosófico,
significa proposições diretoras de uma ciência,
às quais todo o desenvolvimento posterior
dessa ciência deve estar subordinado. No plano
jurídico podemos afirmar que os princípios são
as idéias diretrizes que justificam o caráter
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
as idéias diretrizes que justificam o caráter
racional de todo o ordenamento.”
(J. M. Leoni Lopes de Oliveira)
“O princípio possui uma função
especificadora dentro do ordenamento
jurídico: ele é de grande valia para a exegese
e perfeita aplicação, assim dos simples atos
normativos que dos próprios mandamentos
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
constitucionais. O menoscabo por um
princípio importa na quebra de todo o sistema
jurídico”.
(Álvaro de Melo Filho)
O conhecimento e o domínio dos princípios do
Registro de Imóveis permitem ao estudioso a
compreensão do sistema, facilitando o sentido e a
aplicação das normas legais que o disciplinam,
atingindo, com isso, o aprimoramento do Direito
Registral Imobiliário, visando ora a sua
acomodação ao contexto, ora a sua adaptação às
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
acomodação ao contexto, ora a sua adaptação às
novas circunstâncias que acontecem dia-a-dia, em
virtude dos modernos institutos que, a todo
momento, surgem para regular as transformações
da economia e da sociedade.
Princípio da Segurança Jurídica
A necessidade de garantir os negócios jurídicosmoldou o Estado a desenvolver instrumentosque são regulados e autorizados pela ordemque são regulados e autorizados pela ordemjurídica, com a função de salvaguardar-lhes deuma ação abusiva até do próprio Estado. Essa éa idéia de segurança jurídica.
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Princípio da Segurança Jurídica
A segurança jurídica é garantida por meio daaplicação de diversos princípios, tais como:irretroatividade da lei, coisa julgada, respeito aosdireitos adquiridos, respeito ao ato jurídico perfeito,outorga de ampla defesa e contraditório às partes,ficção do conhecimento obrigatório da lei,ficção do conhecimento obrigatório da lei,declarações de direitos e garantias individuais,devido processo legal, independência do PoderJudiciário, etc.
No Registro de Imóveis - Seg. Jurídica Estática- Seg. Jurídica Dinâmica
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
PRINCÍPIO DA INSCRIÇÃO
O princípio da inscrição significa que a
constituição, a transmissão e a extinção dos
direitos reais sobre imóveis só se operam pordireitos reais sobre imóveis só se operam por
atos inter vivos, mediante a sua inscrição
(registro) no registro imobiliário.
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PRINCÍPIO DA INSCRIÇÃO
“Art. 172 - No Registro de Imóveis serão feitos, nos termos destalei, o registro e a averbação dos títulos ou atos constitutivos,declaratórios, translativos e extintivos de direitos reais sobreimóveis reconhecidos emlei, "inter vivos" ou "mortis causa" ,quer para sua constituição, transferência e extinção, quer parasua validade em relação a terceiros, quer para a suadisponibilidade.” Lei n. 6.015/73
“Art. 1.227 - Os direitos reais sobre imóveis constituídos, outransmitidos por atos entre vivos, só se adquiremcom o registrono Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts.1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.”
Código Civil
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PRINCÍPIO DA INSCRIÇÃO
“Ainda que uma transmissão ou oneração de imóveishaja sido estipulada negocialmente entre particulares,na verdade só se consumará para produzir odeslocamento da propriedade ou do direito real dotransferente ao adquirente pela inscrição. A mutaçãotransferente ao adquirente pela inscrição. A mutaçãojurídico-real nasce coma inscrição e, por meio desta, seexterioriza a terceiros.”
Afrânio de Carvalho
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
PRINCÍPIO DA INSCRIÇÃO
Efeito constitutivo ou declaratório, nunca saneador
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Inscrição
- Constitutiva
- Declarativa
Integrativa
Preventiva
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
- Extintiva
- Translativa
Princípio da Presunção e fé pública
Art. 1.231 - A propriedade presume-se
plena e exclusiva, até prova emplena e exclusiva, até prova em
contrário.
(Código Civil)
* Presunção Juris tantum
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Art. 252 - O registro, enquanto não
cancelado, produz todos os seus
efeitos legais ainda que, por outra
maneira, se prove que o título está
desfeito, anulado, extinto oudesfeito, anulado, extinto ou
rescindido.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Art. 19 - É vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I - ...
II - recusar fé aos documentosII - recusar fé aos documentos
públicos;
III - ...
(Constituição Federal)
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Art. 3º - Notário, ou tabelião, e
oficial de registro, ou registrador,
são profissionais do direito, dotados
de fé pública, a quem é delegado o
exercício da atividade notarial e deexercício da atividade notarial e de
registro.
(Lei n. 8.935, de 18 de novembro de 1994)
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Prioridade:
Qualidade do que está em primeiro
lugar, ou do que aparece primeiro.
Vantagem dada a alguém
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
relativamente ao tempo de
realização de seu direito, com
preterição do de outros.
O Princípio da Prioridade
Prior in tempore, potior in Jure
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
“Quem é primeiro no tempo, tem
preferência no direito”.
“Consiste o chamado princípio da
prioridade na ordenação da fila
de preferência dos direitos reais,
inscritos através do Registro da
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
inscritos através do Registro da
Propriedade, conforme a data da
inscrição”.(Sanz Fernández)
“O princípio da prioridade significa que, num
concurso de direitos reais sobre um imóvel,
estes não ocupam todos o mesmo posto, mas
se graduam ou classificam por uma relação de
precedência fundada na ordem cronológica do
seu aparecimento: “prior tempore, potior jure.”
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Conforme o tempo em que surgirem, os direitos
tomam posição no registro, prevalecendo os
anteriormente estabelecidos sobre os que
vierem depois”.
(Afrânio de Carvalho)
“A prioridade desempenha o seu papel de maneira
diferente, conforme os direitos reais que se
confrontam sejam, ou não sejam, incompatíveis
entre si. Quando os direitos que ocorrem para
disputar o registro são reciprocamente excludentes,
a prioridade assegura o primeiro, determinando a
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
exclusão do outro. Quando, ao contrário, não são
reciprocamente excludentes, a prioridade assegura
o primeiro, concedendo graduação inferior ao
outro”.
(Afrânio de Carvalho)
Prioridade
exclusivaEficácia excludente do título
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Prioridade
gradualEficácia preferencial
Art. 190 - Não serão registrados,
no mesmo dia, títulos pelos
quais se constituam direitos
reais contraditórios sobre o
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
reais contraditórios sobre o
mesmo imóvel.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
Art. 12 - Nenhuma exigência fiscal, ou dúvida,
obstará a apresentação de um título e o seu
lançamento do Protocolo com o respectivo
número de ordem, nos casos em que da
precedência decorra prioridade de direitos para o
apresentante.
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
Parágrafo único - Independem de apontamento
no Protocolo os títulos apresentados apenas para
exame e cálculo dos respectivos emolumentos.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
Art. 182 - Todos os títulos tomarão, no protocolo,
o número de ordem que lhes competir em razão
da seqüência rigorosa de sua apresentação.
Art. 186 - O número de ordem determinará a
prioridade do título e esta a preferência dos
Francisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco RezendeFrancisco Rezende
direitos reais, ainda que apresentados pela
mesma pessoa mais de um título
simultaneamente.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
O PRINCÍPIO DA PRIORIDADE
E
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O REGISTRO DE PENHORAS
Princípio da especialidade
Especialidadeobjetiva
Especialidade subjetiva
converge no objeto da situação jurídica
diz respeito às pessoas citadas na relação jurídica
Especialidade jurídica do fato inscritível
jurídica
exprime sua natureza, extensão, as condições que houver, e seu valor
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Princípio da legalidade
Princípio da legalidade é o que determina
que só podem ter acesso ao registro os
títulos que reúnam os requisitos detítulos que reúnam os requisitos de
validade e perfeição estabelecidos pela lei.
Qualificação registral
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O duplo aspecto da função de qualificação registral:
a) um, que põe à mostra a natureza juris prudencial -não jurisdicional - da atuação do registrador, que éum operador jurídico, aptificado a decidir, a emitirum juízo sobre a inscrição, hic et nunc, dedeterminado título;
a) outro, que revela a independência decisória do oficialregistrador, no limite primário da apreciação edecisão acerca do registro de um títulosingularizado.”
Ricardo Dip
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Princípio da continuidade
Princípio da continuidade é o princípio
que determina que deve existir uma
cadeia de titularidades à vista da qualcadeia de titularidades à vista da qual
se farão, seqüencialmente, os registros
dos direitos, um se apoiando no outro,
ou um derivando do outro.
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Art. 195 - Se o imóvel não estiver matriculado ou
registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá
a prévia matrícula e o registro do título anterior,
qualquer que seja a sua natureza, para manter a
continuidade do registro.
Art. 237 - Ainda que o imóvel esteja matriculado,
não se fará registro que dependa da apresentação
de título anterior, a fim de que se preserve a
continuidade do registro.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
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Princípio da instância
Princípio da instância, também
chamado de rogação, é o princípio quechamado de rogação, é o princípio que
determina que todos os atos praticados
são provocados pelo interessado.
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Art. 13 - Salvo as anotações e as averbações
obrigatórias, os atos do registro serão praticados:
I - por ordem judicial;
II - a requerimento verbal ou escrito dos interessados;
III - a requerimento do Ministério Público, quando a
lei autorizar.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
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Art. 217 - O registro e a
averbação poderão ser
provocados por qualquer
pessoa, incumbindo-lhe aspessoa, incumbindo-lhe as
despesas respectivas.
(Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973)
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Princípio da publicidade
Publicar é lançar ato ou fato
juridicamente relevante, seja público ou
privado, em livro próprio do registro, com
referência ao direito, indicando o agente
interessado, para tal ato ter efeitos
externos e ser de conhecimento do
público.
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Publicidade
Jurídica
Finalidade: Segurança e eficácia dos atos e negócios jurídicos –desprovida de liberdade criativa e artística.
Comercial
Finalidade: Divulgar fatos, serviços e produtos de interesse privado.
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Publicidade jurídica
Necessária
Seus efeitos intervêm no ato jurídico como elemento formador ou com caráter de inoponibilidade –serve de meio de prova. Divide-se emdeclarativa e
Não-necessária
declarativa e constitutiva.
Destina-se a dar conhecimento de fatos ou situações jurídicas em geral.
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