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Candidato à C. M. Porto José Soeiro Doze anos de coligação de direita na cidade: o Porto está mais empobrecido, mais despovoado, mais envelhecido, mais desanimado. Com a crise a corroer o que nos resta do Estado Social e a Troika a morder-nos as canelas, mais do que noutros locais, sentem-se na nossa cidade as marcas do desemprego, da recessão, dos cortes sociais, do encarecimento dos bens essenciais, das lojas encerradas, dos despejos, do aumento das desigualdades. Queremos virar isto ao contrário. Ao longo deste tempo, o Porto foi-se insurgindo. Na defesa dos jardins do Palácio, contra a privatização do Bolhão, contra o negócio do Aleixo para expulsar dali quem é pobre, contra a expulsão dos ciganos do Bacelo, pelo Rivoli ou criando projetos de uso alternativo dos espaços como na Fontinha, no STOP ou na Fábrica da rua da Alegria. Ocuparam-se ruas e praças. Estivemos na Batalha e nos Aliados contra a austeridade e os seus governos. Estes processos mostraram que a cidade está viva. É dessa energia que o Porto precisa. Queremos aprender com a cidade, promover a habitação a preços acessíveis, responder à crise social, devolver os equipamentos públicos aos portuenses, reinventar a participação. Esta candidatura é produto de vários encontros: entre gerações, entre ativismos e experiências de intervenção, entre democracia participativa e representação. Desafia a direita na cidade, para vencê-la. Desafia a esquerda que tem estado acomodada. Desafia quem nunca acreditou e se tem abstido. Desafia-nos a nós próprios e aos nossos defeitos. Queremos que estas ideias e estas vozes se façam ouvir na vereação e se multipliquem na Assembleia Municipal. E se virássemos o Porto ao contrário? ÁGUA PARA TODOS BOLHÃO BIBLIOTECAS NÃO É CAMPANHA MAS ACOMPANHA CANDIDATOS FÓRUM “REINVENTAR A CIDADE” IDEIAS CONCRETAS PARA O PORTO

Reinventar a Cidade

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Jornal de apresentação da candidatura com as pessoas, as primeiras propostas e algumas das ações que já fomos fazendo para virar o porto ao contrário.

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Page 1: Reinventar a Cidade

Candidato à C. M. Porto

José Soeiro

Doze anos de coligação de direita na cidade: o Porto está mais empobrecido, mais despovoado, mais envelhecido, mais desanimado. Com a crise a corroer o que nos resta do Estado Social e a Troika a morder-nos as canelas, mais do que noutros locais, sentem-se na nossa cidade as marcas do desemprego, da recessão, dos cortes sociais, do encarecimento dos bens essenciais, das lojas encerradas, dos despejos, do aumento das desigualdades. Queremos virar isto ao contrário.Ao longo deste tempo, o Porto foi-se insurgindo. Na defesa dos jardins do Palácio, contra a privatização do Bolhão, contra o negócio do Aleixo para expulsar dali quem é pobre, contra a expulsão dos ciganos do Bacelo, pelo Rivoli ou criando projetos de uso alternativo dos espaços como na Fontinha, no STOP ou na Fábrica da rua da Alegria. Ocuparam-se ruas e praças. Estivemos na Batalha e nos Aliados contra a austeridade e os seus governos. Estes processos mostraram que a cidade está viva. É dessa energia que o Porto precisa.

Queremos aprender com a cidade, promover a habitação a preços acessíveis, responder à crise social, devolver os equipamentos públicos aos portuenses, reinventar a participação. Esta candidatura é produto de vários encontros: entre gerações, entre ativismos e experiências de intervenção, entre democracia participativa e representação. Desafia a direita na cidade, para vencê-la. Desafia a esquerda que tem estado acomodada. Desafia quem nunca acreditou e se tem abstido. Desafia-nos a nós próprios e aos nossos defeitos.Queremos que estas ideias e estas vozes se façam ouvir na vereação e se multipliquem na Assembleia Municipal.

E se virássemos o Porto ao contrário?

ÁGUA PARA TODOS • BOLHÃO • BIBLIOTECAS • NÃO É CAMPANHA MAS ACOMPANHA CANDIDATOS • FÓRUM “REINVENTAR A CIDADE” • IDEIAS CONCRETAS PARA O PORTO

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E SE VIRÁSSEMOS O PORTO AO CONTRÁRIO?

SABIA QUE…O Executivo da Câmara retirou da Empresa das Águas 10 milhões de euros, que seriam suficientes para garantir que ninguém é privado da água, bem essen-cial e direito humano.

No Porto, há mais de 15 mil alojamentos devolutos que deviam ter agravamento de IMI. Mas só 667 foram agravados pela autarquia, pois o PSD-CDS não quis aumentar os impostos aos proprietários especuladores.

Desde 2002, o Porto perdeu quase 10 km de corredor BUS. Se se aumentasse estas vias, a velocidade média dos transportes públicos poderia aumentar um kilómetro por hora. Só isso pouparia 3 milhões de euros em combustível, em cada ano.

Mais de 10 mil cidadãos do Porto assinaram uma petição para um referendo sobre os jardins do Palácio, para os preservar. PSD, CDS e PS impediram, na Assembleia Municipal, a realização da consulta popular.

No Porto, já há 20 mil desempregados. E Gaia, gover-nada por Menezes nos últimos 12 anos, é o concelho com mais desempregados do país: 32 mil.

Em dez anos, o Porto perdeu quase 10 habitantes por dia. Quem sai, são sobretudo jovens que não encon-tram casa a preços acessíveis.

O feriado municipal do São João nasceu em 1911, na sequência de uma consulta popular promovida pelo Jornal de Notícias.

A Câmara PSD/CDS-PP vendeu, na última década, centenas de edifícios que nos pertenciam, num valor de mais de 100 milhões de euros.

A Sociedade de Reabilitação Urbana, que foi presi-dida por Rui Moreira, só reabilitou diretamente uma casa (na R. das Flores, 116). Todas as outras foram entregues a privados que as vendem a preços só acessíveis aos mais ricos.

A Câmara perdeu mais de mil trabalhadores em dez anos, mas o que gasta em pessoal não diminuiu. O que se perdeu em capacidade de serviço público sobrou para remunerar boys e gestores do PSD e do CDS.

A maioria que governou a Câmara nunca aceitou a proposta do Bloco para baixar o IMI para 0,3%.

A autarquia desperdiçou milhões por não se ter candidatado a um programa europeu para reabilitar o Bolhão, porque já tinha um negócio para aquele mercado.

Ana AfonsoSusana Constante Pereira Pedro Oliveira

Miguel Heleno Joel OliveiraAmarante AbramoviciIlda Afonso

Paulo Ricardo

«Estou aqui porque quero uma cidade de pessoas e não de interesses especulativos, onde os cidadãos e as suas estru-turas sociais, desportivas e culturais tenham voz e sejam respeitadas.»

Mário Moutinho(ator, programador cultural, diretor do FITEI)

«Conheço bem os bairros do Porto. Há muitos anos que trabalho para a população, para que haja casas para todos e se olhe de outra forma para os mais pobres. Nesta candidatura quere-mos que o povo tenha voz.»

Esmeralda Mateus(Presidente Comissão de Moradores do Bairro de Aldoar)

«O que me move é arrancar as pessoas ao conforto do mutismo e ao comodismo do medo; para abrir parên-teses de reflexão e acção na rotina que nos espezi-nha e nos vai reduzindo a um silêncio cúmplice e a uma apatia cínica…»

Regina Guimarães (escritora e videasta)

«Estudo, passo o dia no Porto, saio à noite no Porto. O metro traz-me de manhã e o autocarro leva-me à noite. O que me move nesta campanha é a raiva pela falta de pers-petivas de poder trabalhar e morar na minha cidade, mas também a convicção de que as coisas podem ser de outra maneira.»

Amarílis Felizes(estudante)

«Os transportes públicos e a mobilidade são fun-damentais numa cidade. Defender os STCP como uma empresa pública, o seu serviço, retomar os passes sociais e travar a redução da oferta, são compromissos desta can-didatura. É também por isso que sou candidato.»

Isaque Palmas(dirigente da Comissão Trabalhadores STCP)

PALAVRA AOS CANDIDATOS

“O Porto tem vários Portos. Como um bolso que não é composto só pela sua parte visível, mas é formado igualmente pelo seu avesso. Esse avesso não se vê, mas faz parte do bolso; é preciso torná-lo visível. Não basta ser tolerante, é precisa a solidariedade. Mas também não basta a solidariedade da palavra; é precisa a redistribuição de recursos económicos, de forma a travar esta espiral de violência e de agressão. Virar o Porto ao contrário é escutar a cidade e as pessoas que a habitam. Ver e ouvir no avesso das coisas. E o avesso daquilo em que vivemos é simplesmente uma maior justiça. Tão simples quanto isto.”

Ana Luísa Amaral [Professora universitária e poeta]

Cabeça de lista à Assembleia Municipal do Porto

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IDEIAS CONCRETAS PARA O PORTO

Responder à crise socialHá milhares de cidadãos a viver sem água nem luz, por carência económica e acumulação de juros. Queremos suspender os despejos e cortes de água e luz para quem não pode pagar. Queremos retomar os passes sociais nos transportes. E queremos que no Porto, como já acontece noutras cidades, seja garantido o pequeno-almoço para todas as crianças nas escolas.

Devolver o Porto às pessoas: casas a preços decentesQuem tem prédios e os deixa ao abandono deve ser punido fiscalmente. A autarquia pode tomar posse, requalificar e arrendar essas casas a preços acessíveis – e quando recuperar o que gastou, pode devolvê-las aos proprietários. É possível um programa de reabilitação urbana que recupere as dezenas de casas da autarquia no centro histórico e as disponibilize, entre outros, aos jovens que tiveram de abandonar a cidade. Em dez anos, a autarquia recuperará o investimento, não apenas em rendas, mas também – e mais importante ainda – no repovoamento da cidade

Reabilitar a cidade, criar emprego, requalificar o BolhãoReabilitar a cidade é requalificar o espaço público, densificar a cidade, dinamizar e apoiar o comércio, criar equipamentos nos bairros, respeitar a identidade da cidade, garantir que espaços marcantes como o Bolhão ou os jardins do Palácio se mantêm como equipamentos públicos.

Uma Revolução Cidadã para aprofundar a democraciaOrçamentos participativos, referendos locais, reuniões da Assembleia Municipal e da Câmara abertas ao público, consulta cidadã, transparência total nas decisões, apoio aos movimentos populares. Queremos uma cidade de cidadãos.

Abrir as escolas ao fim de semana para a populaçãoAs escolas existem um pouco por todo o território – nos mesmos lugares onde tantas vezes faltam equipamentos públicos. A autarquia deve promover um programa para as abrir e colocar campos desportivos, bibliotecas, computadores e internet disponíveis à noite e/ou ao fim de semana para a população.

Transportes públicos, um plano verde para arborizar a cidade, incentivar as hortas urbanasAlargar o Metro e defender o serviço público da STCP. Mais corredores BUS para melhorar a circulação e poupar em combustível. Combater as alterações climáticas é tarefa também do município. É possível aumentar para o dobro a extensão de arruamentos com árvores e cumprir o objetivo de plantar 2500 árvores por ano, bem como apoiar a criação de hortas urbanas em terrenos públicos.

Um programa para reduzir drasticamente as vítimas de acidentes viáriosNo Porto, há todos os anos mais de 10 mortos e 1000 vítimas de acidentes viários. Não podemos ignorar este problema. Coisas simples, como passadeiras rebaixadas, pisos antiderrapantes, alterações na sinalética, melhor desenho urbano, podem fazer a diferença e poupar muitas vidas.

Conquistar as ruas e ocupar o espaço público com arte e culturaDevolver o teatro municipal Rivoli à criação artística da cidade e a uma programação cosmopolita, dinamizar outros equipamentos, ocupar os jardins, as praças e as ruas com arte e com gente.

Ana DeusMiguel SemedoJoel Oliveira Pedro FigueiredoAda Pereira da Silva

Conceição Nogueira Jorge CamposJosé Lino

Elsa Silva Bárbara Veiga

Em vésperas de eleições autárquicas, vamos à luta.Organizados em torno de assembleias abertas, construímos uma candidatura que junta à experiência combativa do Bloco de Esquerda a indignação organizada de ativistas de diferentes causas locais. Centenas de pessoas lançaram esta candidatura inédita e todos os dias se acrescentam vozes a este projeto.

«Durante 12 anos, a coli-gação PSD-CDS forçou os jovens a sair da cidade, hostilizou os agentes cul-turais, empurrou empresas para fora do Porto, agravou as desigualdades sociais, enfraqueceu a democracia. Chegou a hora de construir uma resposta de esquerda para resgatar a cidade.»

José Castro(jurista; deputado municipal do BE)

«O Porto que queremos é o Porto das praças cheias de gente madura. É o Porto dum mundo insur-gente. É um Porto que se vira pela democracia.»

Tatiana Moutinho(investigadora; ativista contra a austeridade)

“Acreditamos, contra a desesperança, no desenho da cidade, alicerçado, fundamentalmente, nos novos movi-mentos de participação cidadã. A cidade é o lugar da história, da inovação cultural e política, é o ambiente em que a esquerda se pode recriar e desenvolver. Hoje, há tendências desagregadoras da cidade e da cidadania. Eis o duplo desafio que a democracia enfrenta: o de reinven-tar a cidade e o de se reinventar a si mesma, na cidade.”

Alexandre Alves Costa [Arquiteto]

Mandatário da candidatura

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Contacta-nos e envia-nos as tuas sugestões através do e-mail: falaconnosco@ portoaocontrario.org

Acompanha-nos em portoaocontrario.org efacebook.com/esevirassemosoportoaocontrario

PÉS AO CAMINHO: MOMENTOS DA CAMPANHA

O São João é do PovoEm nome da austeridade, o PSD e o CDS-PP eliminaram vários

feriados. Estivemos na rua com 15 mil quadras para dizer que o

S. João é do povo.

Alargar o horário das bibliotecasPetição lançada pela candidatura propõe bibliotecas abertas

até às 20h, para que pessoas que trabalham e estudam possam

usufruir daqueles equipamentos.

Assina online: tinyurl.com/peticao-bibliotecas-porto

No Bolhão, mandam os que lá estão!O Bolhão deve ser um mercado municipal público e não um

shopping nem uma residência. Requalificá-lo como mercado

popular de frescos, mantendo os vendedores que lá estão e

trazendo novos, é uma prioridade.

Tanta gente sem casa, tanta casa sem genteRecuperar as casas da autarquia, reabilitar a zona histórica,

trazer pessoas para o centro da cidade. Utilizar verbas do

IMI para repovoar o Porto, através de uma política pública de

habitação. Foi o tema do nosso primeiro outdoor.

Mais mobilidade. Mais transportes públicosNo Museu do Carro Eléctrico, que está encerrado, insistimos

no direito à mobilidade: parar a supressão de carreiras,

retomar o passe social, valorizar a STCP.

Equipamentos nos bairrosNo convívio popular na Fontinha, recolhemos propostas

concretas. Ali como nos outros bairros da cidade, reabilitar

é criar equipamentos e respostas sociais de proximidade.

Não é campanha mas acompanhaPedro Lamares, António Capelo e Rui David apresentaram

o livro «E se virássemos o Porto ao contrário?» com textos,

fotografias e ilustrações de três dezenas de autores.

Água para todosReunião popular com moradores, deputados municipais do

Bloco e outros elementos da candidatura. Contra o corte de

água em situações de carência.

Fórum (Re)Inventar a cidadeCentenas de pessoas participaram na construção do nosso

programa para uma cidade democrática, com qualidade de

vida, aprendente, habitada e com memória, com urbanidade,

uma cidade das artes e da cultura.

TERÇA, 17 DE SETEMBRO · 21:00

música · intervenções · vídeo · poesia · luta

Ana Deus, António Capelo, Capicua, João Lóio, Nuno Prata, Paulo Praça, Pedro Lamares, Pedro Moura, Três Marias, entre outros

Entrada livre

portoaocontrario.org