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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural PROGRAMA DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO LOCAL – ProDEL RELATÓRIO ANUAL 2013 Maputo, Março de 2014

RELATÓRIO ANUAL 2013 - ruralmoc.gov.mz Harmonizado do OPA... · Em segundo lugar, agradecer ao Gabinete do Ordenador Nacional para a Cooperação Moçambique/União Europeia,

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL

Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural

PROGRAMA DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO LOCAL – ProDEL

RELATÓRIO ANUAL 2013

Maputo, Março de 2014

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ÍNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS ...................................................................................................... ii

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................................... iiv

SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................................................................ v

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 1

II - ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL DO ProDEL ..................................................................................... 5

III. ACTIVIDADES POR RESULTADO ............................................................................................................... 12

3.1. Resultado 1: Melhoramento dos serviços públicos para a promoção do DEL ............................................. 12

3.2. Resultado 2: Melhoramento de infra-estruturas económicas públicas locais para o DEL .......................... 17

3.3. Resultado 3: Promoção de cadeias de valor relevantes ao DEL .................................................................. 21

3.4. Actividades transversais .............................................................................................................................. 25

IV. RESUMO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA ..................................................................................................... 28

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................. 30

ANEXOS ............................................................................................................................................................... 32

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LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

ART- PAPDEL Programa de Apoio ao Processo de Desenvolvimento Económico Local

AT Assistência Técnica

CDP Comité Director do Programa

CTA Confederação das Associações Económicas

DEL Desenvolvimento Económico Local

DNPDR Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural

DPA Direcção Provincial da Agricultura

DPDR Departamento de Promoção de Desenvolvimento Rural

DPIC Direcção Provincial da Indústria e Comércio

DPOPH Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação

DPP Direcção Provincial das Pescas

DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças

DPRME Direcção Provincial de Recursos Minerais e Energia

FARE Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia

FED Fundo Europeu do Desenvolvimento

GON Gabinete de Ordenador Nacional

IFAD/FIDA Fundo Internacional de Desenvolvimento da Agricultura

M&A Monitoria e Avaliação

MAE Ministério da Administração Estatal

MF Ministério das Finanças

MIC Ministério da Indústria e Comércio

MINAG Ministério da Agricultura

MINEC Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação

MIPES Ministério das Pescas

MOPH Ministério das Obras Públicas e Habitação

MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento

MPME Micro, Pequenas e Médias Empresas

ONG Organizações Não-Governamentais

OP Orçamento-Programa

OPA Orçamento-Programa de Arranque

PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital

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PESOD Plano Económico e Social e Orçamento Distrital

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PRAG Practical Guidelines (Guia Prático)

ProDEL Programa de Desenvolvimento Económico Local

SDAE Serviços Distritais de Actividades Económicas

SDPI Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estruturas

SISTAFE Sistema de Administração de Finanças do Estado

UE/CE União Europeia/ Comissão Europeia

UNAC União Nacional dos Camponeses

UTF Unidade Técnica Provincial de Facilitação do ProDEL

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AGRADECIMENTOS

A implementação do ProDEL envolve diferentes instituições e pessoas que no dia-a-dia procuram torná-lo

numa experiência de sucesso na promoção do desenvolvimento económico local nos distritos e municípios.

Por isso, importa aqui apresentar os nossos agradecimentos a todos quanto contribuíram para a

implementação da fase inicial do programa.

Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer à Delegação da União Europeia, que para além de ser a

entidade financiadora, tem colaborado com os seus conhecimentos técnicos e administrativos facilitar a

compreensão do alcance da abordagem do programa e dos procedimentos e regras de implementação das

actividades.

Em segundo lugar, agradecer ao Gabinete do Ordenador Nacional para a Cooperação Moçambique/União

Europeia, pelo esforço que tem empreendido no esclarecimento e agilização de várias questões e processos

de ordem procedimentais e administrativas na implementação do programa.

Queremos também estender o nosso agradecimento, aos colegas das Direcções Provinciais do Plano e

Finanças de Gaza, Inhambane e Sofala que, juntamente com os técnicos de outras instituições como

Direcções Provinciais de Obras Públicas e Habitação, da Agricultura, da Indústria e Comércio, das Pescas,

do Turismo, dos Transportes e Comunicações, têm encarado o ProDEL como um desafio enorme nas suas

actividades profissionais, procurando desenvolver com eficiência as tarefas. Dizer que a abordagem deste

programa é uma aprendizagem que está a contribuir para a capacitação técnica e institucional de todos os

envolvidos.

Às instituições distritais e municipais envolvidas na implementação do ProDEL vai o nosso encorajamento

para uma identificação e selecção dos seus projectos de infra-estruturas com horizonte para a dinamização

da economia local através de reforço da base produtiva dos operadores económicos locais.

Finalmente, gostaríamos de endereçar um agradecimento especial à embaixada do Reino da Suécia, que

também se junta a este esforço da Comissão Europeia e do Governo de Moçambique na luta contra a

pobreza no meio rural para que o objectivo de aumentar a renda e gerar o emprego nas populações rurais

seja uma realidade.

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SUMÁRIO EXECUTIVO

A implementação do Programa de Desenvolvimento Económico Local (ProDEL) iniciou efectivamente

em Janeiro de 2013, com a instalação da equipa de assistência técnica (AT) a nível central (DNPDR/MAE)

e provincial (DPPFs de Gaza, de Inhambane e de Sofala). O exercício inicial foi a revisão da estratégia de

implementação e preparação do orçamento-programa de arranque para as três províncias para o período de

Maio a Setembro de 2013, o qual foi alargado até 31 de Outubro do mesmo ano para permitir a conclusão

de algumas actividades ainda em curso.

As actividades planificadas para as três componentes principais e as actividades transversais consistiram

nas acções preparativas, nomeadamente o estabelecimento e divulgação do programa ao nível provincial e

local (distrital e municipal), mapeamento e levantamento da situação institucional e de actores do

desenvolvimento económico local (DEL) para a identificação de parcerias, sinergias e complementaridades

com vista a garantir uma actuação sincronizada e coordenada.

Durante o ano de 2013, foram desenvolvidas, através dos orçamentos-programa de arranque das três

províncias, as actividades planificadas onde pode se concluir o seguinte:

1. Na componente de “Melhoramento dos serviços públicos para a promoção do DEL”, foram feitos

levantamentos de experiências DEL a nível das províncias, das funções e capacidades das

instituições públicas locais ligadas ao DEL, identificação das plataformas de diálogo público-

privado, criação e reactivação de grupos de trabalho de DEL a nível provincial, distrital e

municipal, integração das acções de DEL prevista no ProDEL em alguns planos estratégicos e

operacionais locais.

Os resultados preliminares revelam que existem várias iniciativas de promoção de DEL, em formas

de projectos e programas implementados pelas instituições públicas, privadas, da sociedade civil e

de cooperação, mas que as intervenções são feitas de forma isolada e dispersa sem uma

coordenação efectiva daí que o impacto não é satisfatoriamente notável. Em relação aos serviços

públicos constata-se uma debilidade institucional em termos de meios humanos, técnicos e

materiais para que as instituições públicas locais (SDAE, SDPI, Secretaria Distrital, Municípios)

prestem um serviço público completo e de qualidade para o desenvolvimento do empresariado e

economia locais. E quanto ao diálogo entre o sector público e o sector privado, os resultados

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preliminares indicam haver alguns espaços de diálogo, mas que não há uma agenda concreta para a

promoção do DEL limitando-se a acusações sobre o incumprimento do papel de cada um.

No entanto, a conclusão que se pode tirar é de que há um desafio para se compreender o alcance dos

resultados esperados nesta componente e de aprofundamento destas questões para propor acções

concretas de apoio para promover a articulação inter-institucional e sinergias entre programas e

fortalecer as parcerias público-privada. Por isso, acções de apoio técnico às Unidades de Facilitação

do programa (DPDRs/DPPFs) a partir da unidade central é fundamental para se atingir os resultados

concretos no fortalecimento de serviços públicos para promoverem o desenvolvimento económico

local através de apoio e facilitaçãp do desenvolvimento sector produtivo.

2. Na componente de “Melhoramento de infra-estruturas económicas públicas para o DEL” foram

identificadas e seleccionadas em quase todos os distritos e municípios projectos de infra-estruturas

de apoio à produção tais como mercados, armazéns, lojas de insumos agrários, melhoramento de

vias de acesso, locais de abate e tratamento de gado, sistemas de rega. Nesta fase inicial, apenas 31

projectos foram apresentados validados pelos Comités Directores de Setembro de 2013, sendo 16

de Sofala, 9 de Inhambane e 6 de Gaza, uma vez que a formulação das propostas estava consistente.

Estes projectos, após a aprovação formal pela Delegação da União Europeia serão financiadas pelo

mecanismo desubvenções directas aos governos locais (distritos e municípios) via SISTAFE.

3. Na componente de “Promoção de cadeias de valor”, foi feito o levantamento de potencialidades e

vectores do DEL, dos quais foram seleccionadas cadeias de valor, nomeadamente hortícolas, gado

bovino e caprino, milho e mandioca (Província de Gaza); mandioca, coco, mel, gado bovino e

castanha de cajú (Província de Inhambane); e, milho, arroz, gergelim e mel (Província de Sofala). O

passo seguinte para a operacionalização destas cadeias será a realização de estudos específicos para

se determinar os níveis de desenvolvimento delas em todos os seus elos vertical e horizontal,

incluindo os actores chaves e o mercado e também a definição dos mecanismos de intervenção do

programa em termos de investimento e em termos de promoção para atrair outros investidores.

Portanto, o ProDEL termina a fase de arranque, durante o ano de 2013, com o desafio de estabelecer um

sistema de monitoria e avaliação para o acompanhamento e medição dos indicadores de resultados

(constantes do quadro lógico) e de impacto das suas acções, para além de fortificar as actividades de

divulgação das suas actividades e promoção da imagem do programa, do Governo de Moçambique e da

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União Europeia, através de campanhas de comunicação e visibilidade, devendo diversificar os meios para

tais actividades.

Quanto à execução financeira em 2013, no conjunto dos OPAs das três províncias, o ProDEL teve uma

dotação global de 21,024,249.20 MT, correspondente a 80% do valor previsto dos Fundos de

Adiantamento, do qual foi executado 13,016,698.66, equivalente a 61.95% do valor global. Importa afirmar

que os valores apresentados neste relatório são preliminares, pois ainda está em curso a finalização dos

respectivos relatórios financeiros que deverão apresentar dados reais alocados e gastos e uma análise

exaustiva da execução financeira.

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INTRODUÇÃO

O Programa do Desenvolvimento Económico Local (ProDEL) é um programa do Governo de

Moçambique, com apoio financeiro da Comissão Europeia, que obedece aos termos duma Convenção de

Financiamento N° MZ/FED/22221, entre a União Europeia e o Governo de Moçambique, no quadro do 10º

Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED). O orçamento do programa é de 32.5 Milhões de Euros, co-

financiados também pelo Reino da Suécia e pela República de Moçambique, para aproximadamente 4 anos

(2012-2016/7). O programa é implementado nas províncias de Gaza, Inhambane e Sofala, para todos os

distritos e municípios.

O objectivo principal do ProDEL é de contribuir para a redução da pobreza através da criação de

rendimentos e de oportunidades de emprego nas zonas rurais de Moçambique. Em termos específicos, o

programa visa apoiar o Desenvolvimento Económico Local (DEL) reforçando a base produtiva e a

competitividade das micro, pequenas e médias empresas locais (MPMEs) das províncias de Gaza,

Inhambane e Sofala.

O ProDEL possui 3 componentes que correspondem aos resultados que se pretende alcançar,

nomeadamente:

1. Melhoria dos serviços públicos responsáveis para promoção do Desenvolvimento Económico Local

(DEL);

2. Promoção do investimento público para o melhoramento das infra-estruturas económicas públicas

locais relevantes para o DEL; e,

3. Promoção de cadeias de valor que fomentam a participação das Micro, Pequenas e Médias

Empresas locais (MPMEs).

Para além destas componentes, o ProDEL possui actividades transversais, nomeadamente (i) a criação de

um sistema de Monitoria e Avaliação e, (ii) a realização da Comunicação e Visibilidade.

O programa tem uma abordagem com enfoque na Descentralização tendo em conta a governação local,

participação local e gestão e controlo local das finanças públicas, no Alinhamento com a planificação e

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orçamentação (utilização do e-SISTAFE), na Coordenação com intervenções similares a nível local para

promover diálogo, parcerias e sinergias entre os diferentes actores, e na promoção das Cadeias de valor

para promover ligações verticais e horizontais entre os agentes económicos.

O ProDEL é supervisionado pela DNPDR, através de uma unidade central do programa (Chefe central da

AT e 2 técnicos da DNPDR/MAE) e implementado pelas Unidades de Facilitação do Programa (UFP) nos

Departamentos Provinciais de Promoção do Desenvolvimento Rural das Direcções Provinciais do Plano e

Finanças de Gaza, Inhambane e Sofala (DPDRs/DPPFs), que incluem assistentes técnicos provinciais e

técnicos do DPDRs/DPPFs, os últimos com função efectiva de gestores e contabilistas para os fundos

alocados às Províncias através de Orçamentos-Programas (OP), com os seus respectivos suplentes.

O ProDEL foi lançado formalmente, nas 3 províncias, em Dezembro de 2012, com a participação de

Instituições Públicas e Privadas, Parceiros de Cooperação e Sociedade Civil que promovem o

desenvolvimento económico local, dentre elas o MAE, MINEC, MPD, MF, MINAG, MIC, MOPH,

MIPES, ME, CTA, UE, Embaixadas da Suécia e da Finlândia, IFAD, PNUD, UNAC e representantes dos

Governos de Gaza, Inhambane e Sofala.

O ProDEL iniciou, efectivamente, em Janeiro de 2013, com a chegada da equipa de AT da empresa BMB

MOTT MACDONALD, composta por um chefe da equipa, baseado na DNPDR e 3 assessores, baseados

nas DPPFs de Gaza, Inhambane e Sofala. As primeiras tarefas executadas para a implantação do programa

foram a indução da equipa de AT e a formulação dos orcamentos-programa de arranque provinciais (OPA)

para 5 meses, com base na proposta de actividades concordadas com a DNPDR, GON e União Europeia.

Após a aprovação dos OPAs, o valor de adiantamento só viria a estar disponível em Junho do mesmo ano,

o que condicionou a baixa execução e influenciou a decisão de extensão do período de vigência por mais

um mês (de Março a Setembro e depois a Outubro de 2013).

Importa referir que o assistente técnico que, inicialmente, tinha sido colocado na Província de Inhambane,

interrompeu as suas funções dois meses depois do início das funções (em Julho de 2013), por razões de

ordem pessoal, criando um vazio enorme na estrutura provincial da gestão e execução do programa.

No âmbito das funções e responsabilidades do MAE, cabe à DNPDR produzir relatórios de progresso do

programa com frequência semestral. Devido ao limitado número de actividades logo após a assinatura da

Convenção de Financiamento e na fase da mobilização da assistência técnica, e com vista a sincronizar as

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actividades de monitoria com as outras actividades operacionais nas Províncias, foi concordado com o

GON e a UE que o relatório inicial abarcasse os primeiros 12 meses de actividades.

O presente relatório sintetiza, de forma consolidada, a execução da fase inicial do ProDEL,

operacionalizada através dos orçamentos-programa de arranque (OPA). Esta fase foi caracterizada pela

introdução e explicação/divulgação da abordagem do ProDEL para todas as entidades envolvidas na

implementação, incluindo os principais beneficiários, Governos Locais distritais e municipais. No entanto,

algumas actividades foram iniciadas, tais como os levantamentos de base sobre a situação dos serviços

públicos e as intervenções de DEL, a preparação de instrumentos metodológicos de orientação para a

componente de infra-estruturas e o mapeamento das potencialidades e selecção dos vectores de

desenvolvimento com potencial para cadeias de valor.

O primeiro grande desafio na implementação do programa foi a compreensão e interpretação dos

procedimentos administrativos (Guia Prático dos procedimentos para operações externas da União

Europeia), da abordagem do Programa e do alcance das actividades propostas, que não foi, a prior,

bastante satisfatório, tanto ao nível das Unidades de Facilitação do programa (UFP-DPDR/DPPF) como ao

nível dos Governos Locais, o que contribuiu para o não cumprimento integral do plano e dos prazos de

apresentação dos relatórios das actividades.

Para ultrapassar esta fraqueza, foram realizadas várias missões às províncias, integrando técnicos da

DNPDR, do GON e, por vezes, da Delegação da União Europeia, para prestar apoio técnico sobre a

abordagem do programa, o alcance dos resultados em termos dos impactos esperados e os procedimentos a

ter em conta na execução dos orçamento-programa e das subvenções. Centralmente, vários encontros foram

mantidos entre as três entidades para avaliar o nível de avanço nas componentes e o desempenho das

províncias, harmonização das interpretações tecnico-metodológicas da implementação das actividades e

dos procedimentos administrativos com vista a clarificar e acelerar a execução do programa.

Quanto ao desempenho das componentes, é importante destacar o avanço na área de subvenções para infra-

estruturas económicas públicas (Resultado 2), onde já foram validadas e iniciados os respectivos estudos

técnicos de pormenor de algumas propostas de projectos para os Governos Locais das 3 províncias.

Igualmente, foi possível identificar, ainda que de forma preliminar, algumas cadeias de valor,

nomeadamente a mandioca, as hortícolas, o milho, o gado bovino e caprino, caju, coco, mel, arroz e

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gergelim, no âmbito do Resultado 3. Posteriormente, serão realizados estudos específicos e de viabilidade

económica para a sua operacionalização ou não em termos de promoção e investimento.

No âmbito do Resultado 1, as actividades realizadas são ainda preliminares, sendo necessário uma melhor

orientação metodológica para se atingir os resultados desejados. Contudo, das actividades já realizadas,

constata-se uma debilidade conceptual na compreensão e diagnóstico do “serviço público” a ser oferecido

pelas autoridades locais e Províncias para a promoção do DEL, o que influenciou sobremaneira na

qualidade do trabalho efectuado nesta componente.

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II - ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL DO ProDEL

O quadro institucional do ProDEL integra várias entidades públicas de nível central, provincial e local,

cada uma com suas funções, conforme se descreve a seguir:

A. GON/MINEC é a entidade adjudicante, responsável pela administração de contratos de serviços,

de financiamento e assistência administrativa;

B. DNPDR/MAE como supervisor do programa a nível central e elo de articulação entre as três

províncias e com o GON e UE.

C. Delegação da União Europeia como financiador e observador do programa, em parceria com a

Embaixada do Reino da Suécia.

D. DPDR’s/DPPF’s como coordenadores provinciais, com a função de gerir os orçamentos-programa,

coordenar a implementação do Programa ao nível provincial, executar as actividades do programa

através da Unidade Provincial de Facilitação do ProDEL (UFP)1. A UFP garante a assistência

técnica aos Governos distritais e municipais; avaliar e endossar de projectos de investimento

público em infra-estruturas económicas dos Governos Locais e as propostas para o investimento

privado no âmbito das cadeias de valor prioritárias da Província.

E. Governos Distritais e Municipais como executores, com funções de planificar, orçamentar,

implementar e monitorar as actividades de infra-estruturas económicas públicas e de apoio ao

desenvolvimento do sector privado local através da prestação de serviços públicos de qualidade.

F. CDP - Comité Director Provincial, é o órgão mais importante do ProDEL, dada à sua composição

e atribuições, sobretudo, a nível de tomada de decisões sobre a implementação do programa. A sua

estrutura e funções encontram-se detalhadas mais adiante.

1 A UFP, composta pelo assessor técnico, gestor de fundos, contabilista e os técnicos do DPDR/DPPF é a equipa que assegura a

gestão do dia-a-dia do programa bem como a coordenação das actividades.

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A figura abaixo ilustra esquematicamente a estrutura organizacional do Programa, conforme se descreveu a acima.

Quadro Institucional do ProDEL

Comissão Europeia

Ordenador Nacional Ministério Negócios

Estrangeiros

Cooperação (MINEC)

Ministério Administração Estatal (MAE)

Direcção Nacional Promoção Desenvolvimento rural (DNPDR)

Responsável autorizaçãocontratos

Responsável coordenação geral

Comité de acompanhamento ao ProDEL

Comité Técnico Provincial

Unidade provincial ProDEL

Governo Provincial

Governo Distrital

Sub-Comité Desenvolvimento

Económico

DPPF

Financiador

SDAE - SDPI

nivel central

nivel provincial

nivel local

DPPF Director (Director adjunto)

Gestor ProDEL Provincial

Departamento Provincial Desenvolvimento Rural

Assessor ao gestor ProDEL

Equipa TécnicaConselhos Consultivos

Governo Municipal Comités de BairroVereador

Actividades Económicas

Assembleia Municipal

As MPME’s e Comunidades locais são definidas como beneficiários finais, no sentido de grupos-alvo do

programa.

Estabelecimento, funções e composição do Comité Director do ProDEL

Os Comités Directores do programa (CDP) foram estabelecidos entre Agosto e Setembro de 2013 , quando foram

realizadas as primeiras sessões nas 3 Províncias (Sofala, Gaza e Inhambane). As reuniões do CDP são antecedidas

pelas reuniões do Comité Técnico do Programa (CTP) para a sua preparação e emissão do parecer técnico aos temas

a serem debatidos. o CTP é composto pelos técnicos das instituições que fazem parte do CDP, os quais prestam

apoio técnico à UFP na realização das actividades ligadas ao mandato da instituição de origem e informam aos seus

directores provinciais sobre os progressos do programa.

O CDP é um órgão que tem a função de aprovar os planos anuais de actividades e os relatórios de progresso,

endossar as propostas de subvenções dos governos locais, rever e endossar os relatórios narrativos e financeiros da

execução das subvenções e tomar medidas correctivas e de prevenção de eventuais riscos e produzir orientações e

recomendações para assegurar o alcance dos resultados do programa.

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O CDP é convocado e dirigido pelo Director Provincial do Plano e Finanças, como Presidente do órgão, e composto

pelas Direcções Provinciais relevantes ao DEL (Secretaria Provincial, DPPF, DPA, DPOPH, DPIC, DPP, DPTur,

DPRME e Delegação do INE), representantes dos Governos Distritais e Municipais, de instituições públicas

relevantes, representantes do MAE/DNPDR, do MINEC/GON, da Delegação da UE e da Embaixada do Reino da

Suécia. Também podem fazer parte entidades privadas e da sociedade civil relevantes ao DEL caso seja necessário.

Sessões dos Comités Directores do Programa (CDP)

As primeiras sessões dos Comités Directores do Programa (I CDP) foram realizadas entre Agosto e

Setembro de 2013, onde foram formalizados e aprovados os respectivos termos de referência que

estabelecem o conceito, a composição, as funções, o funcionamento e a periodicidade das reuniões destes

órgãos de decisão do programa. Para além da sua formalização os CDP outras deliberou o seguinte:

a) Aprovação dos relatórios narrativos de progresso dos Orçamentos-Programa de arranque (OPA) das

3 províncias2.

b) Aprovação dos relatórios financeiros, mas com crítica a baixa execução financeira, numa média de

25% dos valores alocados a cada província3.

c) Aprovação dos Orçamentos-Programas n°1 (OP 1) das 3 provinciais. No entanto, foi recomendado

o melhoramento quanto à organização dos documentos, aprofundamento do conteúdo, coerência das

acções e revisão do orçamento.

2 Os relatórios foram aprovados, sob condição de revisão geral, pois constatou-se a ausência de informação exaustiva e sua análise das acções desenvolvidas, incluindo a falta de relatórios e actas de suporte das actividades realizadas, exceptuando o da Província de Inhambane que apresentou, em anexo, vários estudos preliminares das potencialidades económicas da Província, de análise dos vectores como madeira e pesca artesanal, piri-piri, mandioca; de análise preliminar das capacidades dos serviços públicos; relatórios financeiros. 3 O quórum do CDP ao fazer a análise dos níveis de execução, concluiu-se que o facto deveu-se à sobre-orçamentação das actividades: realização de algumas actividades financiadas por outras fontes, como por exemplo as DPPFs; redução do período da execução dos OPA, inicialmente previsto para 5 meses, mas que devido às questões administrativas, procedimentais e de formulação dos mesmos (OPA), ficou reduzido para apenas 3 meses; concentração da maior verba de orçamento em acções dependentes de outras actividades preliminares e preparatórias; no caso particular de Sofala a tensão político-militar criada em Abril de 2013.

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As principais recomendações foram:

i. Reforço das acções de articulação e as actividades com o sector privado, orientadas para diálogo e

parceria, sobretudo no sector da agro-indústria;

ii. Envolvimento, cada vez mais, do sector privado na planificação de infra-estruturas económicas

públicas para apoiar na priorização e na definição das especificações técnicas e do mecanismo de

gestão das mesmas;

iii. Desenvolvimento de uma plataforma própria do programa para o diálogo e colaboração com o

sector privado;

iv. Estabelecimento de um plano de monitoria da execução financeira e dos resultados dos OPs a partir

do início da implementação para avaliar o impacto;

v. Harmonização do ciclo de aprovação das infra-estruturas económicas públicas com as reuniões dos

CDP para garantir a sua validação por estes órgãos em tempo útil;

vi. Aprofundamento da análise qualitativa das informações apresentadas nos relatórios narrativos de

progresso para facilitar a avaliação do desempenho do programa e das equipas técnicas de trabalho;

vii. Aprofundamento da articulação com outras iniciativas similares para desenvolver sinergias,

parcerias e complementaridades na execução das actividades;

viii. Colocação, como anexos aos relatórios narrativos de progresso, todos os documentos, actas,

minutas, relatórios das reuniões, levantamentos, estudos, análise, avaliações e resultados

produzidos;

ix. Reforço das acções na componente de comunicação e visibilidade do programa; e,

x. Extensão da vigência, por um mês, dos Orçamentos-Programa de Arranque, de modo a compensar

o período perdido com as questões administrativas-procedimentais e permitir a conclusão das

actividades, que ainda não tinham sido concluídas dentro do período regulamentar.

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O nível de cumprimento das recomendações acima se apresenta no quadro abaixo.

N° Recomendação Nível de cumprimento/Comentário

i

Nenhuma província apresentou, pelo menos, um levantamento do perfil de operadores

locais de agro-indústria. O trabalho está previsto para 2014.

ii

O envolvimento do sector privado na planificação de infra-estruturas económicas públicas

objectos de subvenções foi ao nível dos Conselhos Consultivos Locais (CCL), os quais

integram a sociedade civil, operadores económicos e personalidades "influentes locais".

iii

Para esta recomendação foram reactivados ou criados em alguns distritos os Grupos de

Trabalho de DEL a nível Distrital, que é uma plataforma que envolve técnicos do sector

público, operadores económicos e membros da sociedade civil. Ainda não existe, em

nenhuma província, um fórum de dialogo público-privado promovido pelo ProDEL.

iv

Foi concordado que o plano de monitoria de execução financeira deverá estar em

concordância com o sistema contabilístico SARA, cuja operacionalidade iniciou em 2014.

v

O próximo Lote 1 de projectos de infra-estruturas deverá ser aprovado nos CDP de Maio de

2014.

vi

Os relatórios finais do OPA apresentados nos CDP de Dezembro de 2013, foram

melhorados em termos de análise qualitativa e quantitativa da informação.

vii

Houve contacto com outros projectos de apoio ao desenvolvimento económico local como

ProECON, BAGC, ADVZ e ProPESCA em Sofala; com ProSUL, ProPARCERIAS,

Projecto de Finanças e Mercados Inclusivos em Gaza.

viii

Os relatórios narrativos finais do OPA ainda aparecem com o défice de informação

complementar em termos de anexo, com excepção de Inhambane que apresentou um

número suficiente de relatórios de estudos e levantamentos preliminares sobre serviços

financeiros, de análise dos vectores do desenvolvimento da província, da situação das rádios

comunitárias, relatórios de missões de campo, actas/sínteses de reuniões técnicas.

ix

As províncias não desenvolveram nenhuma actividade de comunicação e visibilidade, uma

vez que, dependem da orientação estratégica e metodológica central para desenvolver o

próprio plano de acções.

x

O Orçamento-Programa de arranque teve a extensão de mais 1 mês, isto é, o período de 1 a

31 de Outubro de 2013, possibilitando o cumprimento de algumas actividades e,

consequente, aumento da execução financeira.

As segundas sessões dos CDP (II CDP) foram realizadas em Dezembro de 2013 nas 3 províncias. As

principais deliberações foram:

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10

a) Aprovação dos relatórios finais narrativos e financeiros do OPA finais4.

b) Validação das propostas de formulação de subvenções para diversos projectos de infra-estruturas

económicas públicas distritais e municipais, dos quais se destacam a construção de mercados e

feiras, de armazéns, de celeiros melhorados, de lojas de insumos agrícolas, de sistemas de irrigação,

construção e reabilitação de estradas e pontecas, casas de matança, sistemas de tratamento de gado e

sistemas de frio para o pescado5.

c) Validação das propostas de cadeias de valor iniciais a serem submetidos aos estudos técnicos

específicos. As cadeias de valor validadas foram: Província de Gaza: Mandioca, Hortícolas, Milho e

Gado Bovino e Caprino; Província de Inhambane: Caju, Mandioca, Coco, Gado Bovino e Mel; e,

Província de Sofala: Milho, Arroz, Gergelim e Mel.

As principais recomendações foram:

i. Reforço das acções de assistência técnica e de capacitação aos serviços públicos e aos operadores

privados locais na promoção do DEL de modo a melhorar o desempenho e garantir a

sustentabilidade das intervenções;

ii. Desenvolvimento de mecanismos eficientes e efectivos previstos no programa para a promoção de

Cadeias de valor;

iii. Identificação de projectos e mecanismos financeiros para divulgar no seio dos produtores e também

realizar estudos sobre os mecanismos de financiamento à produção para apoiar o investimento nas

cadeias de valor prioritárias; e,

4 Mais uma vez foi recomendado o melhoramento da sua qualidade dos relatórios em termos do conteúdo e dos anexos sobre as

actividades realizadas 5 Foram validadas as propostas dos seguintes locais: Província de Gaza: Distritos de Mandlakazi, de Guijá, de Bilene, de Xai-

Xai, de Chókwè e de Município de Mandlakazi; Província de Inhambane: Distritos de Homoíne, Morrumbene, Vilanculo, Panda, Funhalour e Jangamo, Municípios de Inhambane, de Vilanculo e de Massinga; Província de Sofala: Todos os Distritos e todos os Municípios.

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11

iv. Reforço de acções de apoio aos distritos e município na formulação dos projectos de infra-

estruturas económicas públicas para o financiamento através de subvenções6.

O nível de cumprimento das recomendações acima só poderá ser analisado no relatório do 1° semestre de

2014.

6 Na identificação e selecção de projectos de infra-estruturas deve-se fazer a análise crítica sobre as dimensões e a localização

dos espaços onde serão implantadas as obras, sobretudo mercados e feiras, armazéns, matadouros, cantinas, mangas tratamento de gado/tanques carracicidas, estradas (melhoramentos localizados) e sistemas de irrigação. Deve-se ter, também em consideração, as salvaguardas ambientais, saneamento do meio, segurança rodoviária e o ordenamento territorial e numa perspectiva de ampliação da capacidade.

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12

III. ACTIVIDADES POR RESULTADO

Conforme foi mencionado anteriormente, o ProDEL possui três componentes que constituem os resultados

que preconiza atingir. Na programação de actividades para a fase de arranque foi proposto um conjunto de

acções orientadas para o alcance dos três resultados do programa e os assuntos transversais.

Em seguida são apresentadas, em resumo, as principais actividades desenvolvidas em cada componente

durante a execução do OPA.

3.1. Resultado 1: Melhoramento dos serviços públicos para a promoção do DEL

Os serviços públicos são elementos chaves para a dinamização da economia local e potenciamento dos

operadores económicos locais na promoção do desenvolvimento local. Contudo, vários são os desafios que

se colocam para a prestação dos serviços públicos ao sector privado e comunidades à altura das dinâmicas e

demandas actuais de desenvolvimento.

Por isso, a harmonização das formas de intervenção, metodologias e abordagens bem como o

estabelecimento de sinergias e complementaridades, a capacitação das instituições em termos técnicos,

humanos e materiais e a promoção de mecanismos de diálogo permanente entre o sector público e privado

é visto, na visão do ProDEL, como força estratégica para o alcance da sustentabilidade, dos resultados e do

impacto desejado nas acções de desenvolvimento económico local, e por conseguinte, no Desenvolvimento

Rural.

Para procurar iniciar estes processos para atingir este resultado foram planificadas as seguintes actividades:

1. Levantamento e sistematização da informação sobre instrumentos e experiências do DEL;

2. Estudo sobre a qualidade dos serviços públicos para o DEL ao nível local e provincial;

3. Plano de formação para técnicos dos serviços públicos municipais e distritais envolvidos no DEL;

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4. Fortalecimento do diálogo e dos mecanismos de coordenação da promoção do DEL entre o sector

público e o sector privado;

5. Integração das actividades do DEL no PEDD e no PESOD; e,

6. Estabelecimento do Comité Director Provincial e reactivação do Grupo de Trabalho Provincial

para o DEL (GTP-DEL)) e da Comissão Inter-sectorial a nível nacional.

Nesta componente, os trabalhos coordenados e promovidos pelas Unidades de Facilitação do ProDEL

(UFPs-DPDRs/DPPFs), destacam-se as seguintes realizações por província:

A. Província de Gaza

a) Realizou um encontro provincial que reuniu actores relevantes do DEL, tanto públicos como

privados e da sociedade civil para a apresentação do programa, levantamento de iniciativas DEL,

recolha de informação e de experiências relevantes ao DEL bem como a identificação de

mecanismos de colaboração e complementaridade na implementação das actividades. Participaram

do evento os Directores Provinciais das Obras Públicas e Habitação, Agricultura, Indústria e

Comércio e das Pescas, Técnicos dos programas ProSUL, Mercados e Finanças Inclusivas e do

PNPFD Gaza. O mesmo encontro serviu para a divulgação do relatório de harmonização dos

vectores do DEL com potencial para cadeias de valor na província.

b) Realizou, igualmente, um seminário provincial de capacitação dos quadros públicos locais em

metodologia de recolha de informação sobre a capacidade dos serviços públicos para a promoção

do DEL, com a participação de Secretários Permanentes Distritais, Directores de Serviços

Distritais de Actividades Económicas e dos Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estruturas,

Vereadores de Municípios, Técnicos da Direcção Nacional Promoção de Desenvolvimento Rural,

do Gabinete do Ordenador Nacional e da Direcção Provincial de Plano e Finanças e técnicos da

Equipa Técnica Provincial do ProDEL. Os resultados apurados deste trabalho indicam os seguintes

problemas: a insuficiência do quadro do pessoal, a incompatibilidade do perfil técnico com as

atribuições dos sectores e a mobilidade do pessoal técnico e de liderança a nível dos distritos.

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c) No quadro do diálogo entre o sector público e privado, realizou 4 sessões de trabalho com as

Equipas Técnicas provincial e distritais do DEL7, com o objectivo de fortalecer os mecanismos de

participação de todos os actores na elaboração dos planos de desenvolvimento distrital e na

priorização das acções. No entanto, não indica os sectores provinciais e os distritos abrangidos por

esta acção e nem faz referência ao trabalho de seguimento que estas equipas iriam desenvolver

com o sector privado.

d) No âmbito da integração do DEL na planificação estratégica e operacional local, efectuou a

identificação, junto com as Equipas Técnicas Distritais, dos vectores do DEL, tendo seleccionado

4 cadeias de valor distritais, as quais foram inscritas nos PEDDs e PESODs de 4 distritos8.

B. Província de Inhambane

a) Fez a revisão documental dos instrumentos e das experiências do DEL, a partir da DPPFI e,

estabeleceu contactos directos com as instituições públicas e organizações vocacionadas para a

área de Desenvolvimento Económico Local, que possuem várias experiências de implementação

de programas de desenvolvimento rural na Província de Inhambane, nomeadamente a Direcção

Provincial de Agricultura, da Indústria e Comércio e de Obras Públicas e Habitação.

b) Lançou inquéritos dirigidos aos distritos, municípios e instituições provinciais contemplando as

áreas de vocação económica, desde a planificação e desenvolvimento local, actividades

económicas e infra-estruturas, cujos resultados dos mesmos mostram que todos os distritos embora

já tenham sido alvos de programas e projectos de desenvolvimento económico local, apresentam

fraca sustentabilidade, fraca capacidade de monitoria e promoção dos projectos e programas,

pouca ou nula concentração do esforço no investimento público e assistência técnica das

autoridades locais para os vectores ou potencialidades locais, inexistência de planos estratégicos

com abordagem DEL nos Municípios9, fraca promoção do potencial10. Sobre as instituições

7 Equipa Técnica (ET), também designados Conselhos Técnicos (CT) são órgãos constituídos ao nível provincial (ETP ou CTP) e distrital (ETD ou CTD) com funções para assessorar os respectivos Governos na planificação, execução/implementação, monitoria e avaliação das actividades do Plano Económico Social (PES/PESOD) e Plano Estratégico de Desenvolvimento (PEP/PEDD). São constituídas pelos técnicos das instituições públicas, Direcções Provinciais e Serviços Distritais. 8 Massangena, Chigubo, Mabalane e Chicualacuala 9 Excepto Município da Cidade de Inhambane. 10 Apenas 2 distritos já realizaram uma conferência de investidores nos últimos 10 anos. A promoção tende a ser feita pelas instituições públicas provinciais e outras organizações e não pelos respectivos Governos locais e Municipais.

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provinciais e municipais os resultados do inquérito não foram evidenciados no relatório da

província por não ter sido concluida a análise da informação.

c) Realizou um estudo preliminar sobre a qualidade dos serviços públicos compreendeu duas etapas,

sendo um ao nível provincial e outro ao nível distrital e municipal. Os resultados mostram que no

geral, a prestação de serviços públicos para o Desenvolvimento Económico Local é bastante

incipiente e, que os processos de desenvolvimento e descentralização político-administrativa

carecem ainda de uma aposta e priorização na adopção de pacotes de serviços públicos apropriados

para área do desenvolvimento económico. E conclui que o aumento de pessoas que tem vindo a

registar-se no sector informal é reflexo desta fraqueza na actuação das autoridades governamentais

para responder às dinâmicas que o processo de desenvolvimento económico tem estado a gerar nos

territórios.

d) Realizou um trabalho, junto das instituições públicas e organizações promotoras do DEL na

Província, sobre o fortalecimento do diálogo e dos mecanismos de coordenação da promoção do

DEL entre o sector público e o sector privado que desvendou a existência de um sistema ainda

incipiente de diálogo quer ao nível Provincial, quer ao nível Distrital e Municipal, as queixas das

instituições públicas promotoras do diálogo público-privado devido à fraca contribuição do sector

privado, daí havendo necessidade de promover a liderança do sector privado na definição de

temáticas de diálogo com o sector público11.

e) No âmbito da integração do DEL na planificação local, fez a revisão metodológica da abordagem

de inserção do DEL nos Planos estratégicos e operacionais locais, incluindo uma pré-capacitação

das autoridades municipais sobre o processo de planificação e metodologias de intervenção pública

no desenvolvimento económico local. A revisão permitiu a identificação e início da preparação dos

processos para a capacitação dos Conselhos Municipais de Inhambane, Maxixe, Massinga e

Vilankulo e dos Governos Distritais de Zavala e Panda sobre a relevância e liderança do processo

de inserção da abordagem DEL nos respectivos planos estratégicos e operacionais.

11 O Sector Privado tem se limitado na apresentação de problemas do que na busca de soluções Por seu turno, os agentes

económicos do sector privado queixam-se da actuação intolerante e pouco estimuladora do sector público para o crescimento empresarial.

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C. Província de Sofala

a) Fez um levantamento de projectos e outras iniciativas de desenvolvimento económico em curso

em vários sectores e estabeleceu encontros com instituições que conduzem programas com

potencial, com o objectivo de estabelecer sinergias e apurar as complementaridades com o ProDEL

nos respectivos âmbitos de actuação. Esta acção deveria trazer algumas experiências replicáveis de

implementação e gestão de projectos de DEL, incluindo os resultados e impactos alcançados bem

como encontrar pontos de intercepção com o ProDEL para parcerias, coordenação e sinergias.

b) Realizou inquéritos aos distritos de Marromeu, Gorongosa, Nhamatanda, Dondo e Municípios

Marromeu, Gorongosa e Dondo, para recolha de informação sobre as funções, recursos humanos

existentes nas instituições locais (SDPI, SDAE e Secretarias Distritais). Os inquáritos concluiram

que todas as instituições locais necessitam de fortalecimento das suas capacidades em termos de

recursos humanos, particularmente nas áreas de planificação, procedimentos para a promoção do

DEL (registo de empresas, divulgação, procedimentos simplificados) e de reforço em equipamento

informático e de transporte. O estudo não revelou o tipo de serviços públicos e respectivas

instituições estão presentes ou são necessários no local, que seria uma informação útil para a

adopção de um plano de fortalecimento institucional em função das expectativas dos operadores

económicos e das debilidades institucionais.

c) Quanto à promoção de diálogo público-privado, constatou que, a nível da Província de Sofala, o

Observatório de Desenvolvimento e o Conselho Provincial Empresarial (CTA) são os principais

mecanismos de diálogo existentes. Assim, para abranger outros actores privados e da sociedade

civil, foi revitalizado o Grupo de Trabalho Provincial de DEL e, apoiou, a nível Distrital, a criação

dos Grupos de Trabalho Distritais de DEL12 para reforçar as plataformas de diálogo entre os

sectores público, privado e da sociedade civil.

d) Em relação à inserção do DEL, identificou as cadeias de valor distritais que foram integradas nos

PEDD e PESOD, no âmbito da planificação estratégica e operacional local.

12

Marromeu, Caia, Chemba, Maringue, Gorongosa, Cheringoma, Dondo, Buzi e Nhamatanda. No caso de Dondo, Marromeu e Gorongosa, os GTD-DEL incluem os respectivos municípios.

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Análise do progresso das actividades do Resultado 1

Nesta componente sobre o melhoramento dos serviços públicos, o trabalho feito ainda é insuficiente.

Analisando as actividades realizadas nota-se que pouco foi compreendido sobre o alcance das actividades

programadas. Assim, há necessidade de prestar maior apoio técnico às Unidades de Facilitação do

programa no sentido de:

a) Identificar, sistematizar e divulgar as experiências do DEL em curso nas províncias para capitalizar

as boas práticas e identificar pontos de intercepção para complementaridades e sinergias;

b) Identificar os serviços públicos existentes ao nível local, as respectivas instituições e avaliar as

necessidades do sector privado em termos da demanda de serviços de modo a encontrar formas de

capacitação e apoio às instituições públicas ligadas ao DEL para o desenvolvimento do sector

privado, sobretudo as MPMEs; e,

c) Promover mecanismos de diálogo entre o sector público e privado através de fóruns já existentes e

promoção de outras plataformas para uma relação mais permanente e produtiva entre os dois

sectores. O ProDEL deverá facilitar encontros propondo agendas temáticas e apoiando na

identificação e busca de soluções para o melhoramento do ambiente de negócios ao nível provincial

e local bem como das parcerias público-privadas.

3.2. Resultado 2: Melhoramento de infra-estruturas económicas públicas locais para o DEL

A primeira actividade realizada para esta componente foi a elaboração do manual para as subvenções em

infra-estruturas económicas públicas com vista a orientar os governos distritais e municipais na

identificação, selecção e implementação de projectos de infra-estruturas para o apoio à produção. O

trabalho foi liderado pela DNPDR com a participação do GON e Delegação da União Europeia, e das

Direcções Provinciais do Plano e Finanças de Gaza, Inhambane e Sofala.

No quadro do ProDEL e, segundo o referido manual, considera-se infra-estrutura económica pública toda

aquela que visa dinamizar, de forma directa, o desenvolvimento de actividades económicas locais

(agricultura, pesca, pecuária, silvicultura, comercialização, artesanato, indústria, etc.), facilitando a

disponibilidade de insumos, a produção, o escoamento ou transporte, a conservação, o processamento ou

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transformação e a venda dos produtos, tal como o acesso aos serviços necessários aos operadores

económicos ao longo das várias fases da cadeia de produção e de valor.

O manual de subvenções para infra-estruturas económicas públicas (guião prático de implementação de

subvenções) estabelece os critérios de elegibilidade do projecto, que são os seguintes: (i) deve ter em conta

o carácter público da infra-estruturas (em termos de propriedade, gestão e manutenção), (ii) deve ser de

pequena dimensão (em termos de capacidade técnico-financeira das autoridades locais, de capacidade

técnico-gestacional dos empreiteiros locais, e, (iii) da duração das obras necessárias para a realização do

projecto13.

Estabelece, ainda, os critérios de selecção, as etapas de identificação e preparação de propostas de infra-

estruturas, os procedimentos e regras para a aplicação das subvenções, o processo de desembolso de fundos

e de realização de despesas, a monitoria e avaliação das subvenções bem como a visibilidade das

actividades e da União Europeia e o do Governo de Moçambique.

Nesta componente foram planificadas as seguintes actividades:

1. Levantamento das funções, capacidades e actividades dos serviços locais para infra-estruturas

públicas do DEL (DPOPH, ANE, SDPI);

2. Elaboração do manual orientador para a componente de investimento em infra-estruturas

económicas públicas para o DEL;

3. Capacitação e orientação das autoridades distritais e municipais no âmbito da identificação,

concepção e execução de projectos de infra-estruturas económicas públicas para o DEL;

4. Realização de estudos técnicos dos projectos identificados e seleccionados (preparação de

Cadernos de Encargos e lançamento de concursos de empreitadas).

Para esta componente foram realizadas as seguintes actividades:

13 Todas as obras deverão ser concluídas dentro do mês de Agosto de 2017, data do término do ProDEL. O programa financia

obras de construção de raiz, reabilitação ou finalização das obras iniciadas.

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I. As 3 províncias lançaram um inquérito para avaliar as funções e as capacidades das instituições públicas

provinciais e locais ligadas às infra-estruturas (DPOPH, ANE, SDPI, serviços municipais de

urbanização), com o objectivo de perceber o nível de resposta para o volume de obras (em particular, no

quadro das subvenções da Comissão Europeia) para a promoção do DEL bem como identificar as suas

necessidades de fortalecimento institucional. Os resultados dos inquéritos revelam debilidades, em

termos de meios técnicos, humanos e materiais, das instituições inquiridas. Outras actividades realizadas

foram:

a. A Província de Gaza realizou um seminário provincial de capacitação aos governos locais em

matéria de preenchimento das fichas do inquérito sobre as funções e as capacidades da DPOPH,

ANE, SDPI e serviços municipais de urbanização em termos dce resposta para o desenvolvimento

de infra-estruturas económicas públicas. Participaram do evento, os Secretários Permanentes

Distritais, Directores de Serviços Distritais de Actividades Económicas e dos Serviços Distritais de

Planeamento e Infra-estruturas, Vereadores de Municípios, Técnicos da Direcção Nacional

Promoção de Desenvolvimento Rural, do Gabinete do Ordenador Nacional e da Direcção

Provincial de Plano e Finanças e técnicos da Equipa Técnica Provincial do ProDEL. No entanto,

nem todos os governos locais atenderam ao inquérito.

b. A Província de Sofala também efectuou o levantamento das funções das capacidades da DPOPH,

ANE, SDPI e serviços municipais de urbanização, em 7 governos locais, sendo 4 distritos e 3

municípios, nomeadamente Distrito de Marromeu, de Gorongosa, de Nhamatanda e de Dondo e

Município de Marromeu, de Gorongosa e de Dondo. Um dos resultados mais importante do

levantamento constata que os SDPIs necessitam de fortalecimento das suas capacidades em termos

de recursos humanos, particularmente nas áreas de planificação e elaboração de cadernos de

encargo para alguns tipos de infra-estruturas, nomeadamente as estradas.

c. Para a mesma acção, a Província de Inhambane recorreu à entrevistas e observação de evidências

práticas de funcionamento e intervenção dos técnicos da área de infra-estruturas nos distritos e

municípios onde apurou as necessidades das instituições públicas provinciais, distritais e municipais

no domínio de infra-estruturas públicas, cujo resultado indica a insuficiência de computadores e

impressoras, de técnicos especializados nas áreas de Hidráulica e Construção de Edifícios, ausência

de descentralização de fundos para os SDPIs.

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II. Quanto à divulgação do Manual de Subvenções para a componente de infra-estruturas, foram realizados

seminários provinciais de capacitação e orientação dos governos locais na utilização do manual de

planificação de infra-estruturas económicas públicas. No evento participaram os Secretários Permanentes

Distritais, Directores dos Serviços Distritais das Actividades Económicas, do Planeamento e Infra-

estruturas e os Vereadores para as áreas de Economia e Infra-estruturas. Igualmente, fizeram parte os

técnicos da DNPDR e do GON que prestaram o apoio técnico à equipas provinciais. O resultado destes

seminários foi a identificação e selecção de projectos a nível local, os quais foram submetidos à validação

pelos Comités Directores realizados em Dezembro de 2013. Nessas sessões foram validadas propostas de

infra-estruturas, conforme se nota abaixo.

a. Seis (6) propostas de Gaza, sendo de 5 distritos e 1 município;

b. Nove (9) propostas de Inhambane, sendo de 6 distritos e 3 municípios; e,

c. Dezasseis (16) propostas de Sofala, sendo de12 distritos e 4 municípios.

III. No que tange à realização de estudos técnicos e elaboração de cadernos de encargos para os projectos de

infra-estruturas, durante a execução do OPA, as províncias de Gaza e Sofala efectuaram o lançamento de

concurso público para a contratação de serviços de consultoria para a elaboração de desenhos técnicos,

quantificação e orçamentação dos projectos validados nos CDP. No entanto, para Sofala, alguns governos

locais demonstraram capacidades de realizar o trabalho para certo tipo de obras, não tendo sido cobertos

pela consultoria.

Análise do progresso das actividades do Resultado 2

Nesta componente de melhoramento de infra-estruturas económicas públicas pode-se notar que houve um

grande esforço em termos de definição do mecanismo metodológico e operacional e na identificação e

selecção dos projectos. No entanto, alguns distritos ainda não concluíram a formulação das suas propostas.

O mais importante é que o manual de subvenções foi concluído em tempo útil o que permitiu o arranque

das actividades de identificação e selecção dos projectos dentro dos procedimentos propostos e sua

inscrição nos planos operacionais para 2014. Contudo, a compreensão dos conteúdos e da lógica que se

pretende com os projectos foi um grande desafio, que tem se ultrapassado no decurso da formulação dos

projectos.

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Embora em vários distritos, sobretudo de Gaza e Inhambane, o ProDEL tenha continuado com algumas

actividades recentemente executadas pelo ART-PAPDEL, em particular na área de capacitação em

matérias de desenvolvimento económico local , vectores de desenvolvimento, potencialidades, cadeia de

valor, oportunidades de negócio, marketing territorial, a apropriação do conceito do DEL e a sua

operacionalização pelas Governos Locais continua um grande desafio, pelo que acções de formação e

dialogo permanente sobre os temas são necessária. Por isso, o trabalho subsequente deverá concentra-se no

seguinte:

a) Contratação de serviços de consultoria para os desenhos técnicos e elaboração de cadernos de

encargo, submissão das propostas para o circuito de aprovação e lançamento de concursos;

b) Apoio aos distritos e municípios na identificação e formulação das propostas de projectos para o 2°

Lote de subvenções a ser validadas no próximo CDP; e,

c) Definição de um plano de monitoria, supervisão e fiscalização das obras, com responsabilidades e

cronograma concreto.

3.3. Resultado 3: Promoção de cadeias de valor relevantes ao DEL

A Promoção de Cadeias de Valor que fomentem a participação das micro, pequenas e médias empresas

locais (MPME’s) no desenvolvimento económico local (DEL) ao nível municipal, distrital, provincial e

nacional é uma das componente chaves do ProDEL.

A estratégia de intervenção para operacionalizar esta componente consiste na selecção de 3 a 4 cadeias de

valor ao nível de cada província obedecendo alguns critérios básicos tais como:

� Impacto na redução da pobreza em termos de criação de emprego e auto-emprego;

� Número significativo de MPMEs locais potencialmente envolvidas;

� Oportunidades para estabelecer ligações de mercado; e,

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� Questões ambientais e de género.

A esses critérios acresce-se o estabelecimento de sinergias, parcerias e complementaridades com outros

programas e iniciativas de promoção das cadeias de valor, de modo a assegurar uma intervenção

coordenada ao nível de todos os facilitadores dentro das mesmas cadeias, evitando o fraccionamento e o

disfuncionamento das cadeias.

No entanto, o grande desafio que se coloca, na operacionalização das cadeias de valor, segundo a análise

feita, no trabalho exploratório realizado em Outubro de 2013 pela unidade central do ProDEL-DNPDR,

tem a ver com:

i. A organização dos produtores e sua ligação com os mercados (compradores identificados);

ii. A melhoria das sementes e do fornecimento de insumos para melhorar a produtividade e a qualidade

do produto;

iii. O alargamento da rede de extensão ou desenvolvimento de outras formas de assistência técnica

regular aos produtores;

iv. A certificação dos produtos para responder às exigências do mercado;

v. O estabelecimento de pontos de comercialização para facilitar o escoamento pelos produtores bem

como das unidades de pré-processamento para agregar valor nos locais de armazenamento;

vi. O desenvolvimento de mercados seguros e sustentáveis e não sazonais para a satisfação do produtor

em termos do preço e do fornecimento.

Em termos de planificação para esta componente foram programadas as seguintes actividades:

1. Elaboração do manual de para a promoção de cadeia de valor;

2. Estudo dos serviços financeiros rurais; e,

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3. Estudos específicos para a promoção de cadeias de valor.

Das actividades planificadas para esta componente foram realizadas as seguintes:

I. Elaborada e apresentada a proposta preliminar do manual de promoção de cadeias de valor, inicialmente,

baseada na metodologia do ART-PAPDEL, que tem um enfoque nas cadeias de valor distritais, desde a

identificação até a sua operacionalização. Não tendo havido consensos na abordagem metodológica e

estratégica para orientar a implementação desta componente, foi proposta uma reflexão e revisão geral

do manual, o qual deveria ser concebido como guião metodológico para a identificação, selecção,

promoção e financiamento das cadeias de valor priorizadas em cada província. O guião está na fase

conclusiva.

II. Em relação aos estudos de serviços financeiros locais, apenas a Província de Inhambane, em

colaboração com o FARE, apresentou o quadro da situação da Rede Financeira na Província, tendo

constatado a presença de 52 agências financeiras nomeadamente delegação do banco central,

seguradoras, bancos comerciais, micro-financeiras e operadores de micro-crédito.

III. Quanto às cadeias de valor, as 3 províncias efectuaram o mapeamento das potencialidades económicas

ao nível dos distritos, com base nas quais foram identificados os vectores de desenvolvimento local. Este

processo permitiu a selecção de cadeias de valor em cada província. Assim, foram seleccionadas as

seguintes cadeias de valor:

a. Província de Gaza – hortícolas, gado bovino e caprino, milho e mandioca;

b. Província de Inhambane – mandioca, coco, mel, gado bovino e castanha de cajú; e,

c. Província de Sofala – milho, arroz, gergelim e mel.

Estas cadeias de valor foram validadas nos Comités Directores realizados em Dezembro de 2013, embora

seja necessário ainda um trabalho aprofundado para se colher consensos sobre a pertinência delas no

processo de desenvolvimento económico local tanto ao nível dos produtores como de outros operadores

económicos da cadeia.

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Nesta fase o Comité Director de cada província, apenas aprovou a lista de vectores que poderão ser

considerados cadeias de valor. Portanto, a orientação estratégica dada por este órgão à UFP e CTP foi de

que deveriam continuar a explorar as oportunidades que esses vectores podem criar em termos de

desenvolvimento de mercados, aumento de produção e produtividade, geração de renda, captação de

investimento e entrada de outros operadores económicos em vários seguimento das cadeias para exploração

do potencial. Esse trabalho deverá determinar pertinência da cadeia bem como o tipo de estudo necessário

para definir a sua promoção e apoio pelo ProDEL.

Seguir-se-á, então, a realização de estudos específicos na forma horizontal e vertical, para se determinar os

níveis de intervenção do ProDEL bem como a promoção para atrair outros investidores interessados no

desenvolvimento dessas cadeias de valor.

Análise do progresso das actividades do Resultado 3

Na componente de promoção de cadeias de valor, foi apresentado um proposta preliminar do manual que

não colheu consensos, sobretudo em termos de estrutura e da abordagem técnica e metodológica para a

implementação das cadeias de valor relevantes ao DEL. Na implementação das actividades desta

componente, pode-se verificar que houve falta de uma articulação mais ampla e aprofundada com outros

actores provinciais do DEL. O contacto com o sector privado foi insuficiente. O trabalho junto dos

operadores financeiros também não correspondeu às expectativas. Porém, faz-se uma avaliação positiva

quanto ao mapeamento das potencialidades locais e identificação dos vectores do DEL que permitiram a

selecção das cadeias de valor. Assim, o trabalho que se segue deve considerar o seguinte:

a) Mapeamento exaustivo dos operadores económicos (sector privado) envolvidos no DEL, com

ênfase nas empresas do ramo agro-industrial (do nível micro, pequeno e médio);

b) Mapeamento dos serviços financeiros existentes ao nível provincial e local, dando enfoque nos

seus mecanismos de financiamento e estabelecimento de ligações de crédito com os operadores

económicos para o financiamento das suas actividades produtivas;

c) Conclusão do guião de selecção das cadeias de valor, preparação e contratação de serviços de

consultoria para os estudos técnicos e de viabilidade técnica para a intervenção do ProDEL nas

cadeias seleccionadas; e,

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d) Apresentação da proposta das modalidades de financiamento, via ProDEL, e divulgação dos

mecanismos de financiamento das instituições financeiras e das formas de promoção das mesmas

junto dos instituições públicas e privadas relevantes, operadores económicos, parceiros de

cooperação e comunidade, em geral.

3.4. Actividades transversais

As actividades transversais comportam acções de acompanhamento, sistematização e avaliação do

desempenho do programa em todas as suas componentes, assim como de divulgação das realizaçõs e

promoção das entidades financiadoras e do programa. Incluem, ainda a revisão dos indicadores constantes

do quadro lógico para adequar as dinâmicas e evolução da implementação do programa bem como ao

contexto local e, a programação financeira para os ciclos seguintes de execução do ProDEL. Assim, as

actividades de carácter transversal programadas foram:

1. Elaboração da estratégia de comunicação e visibilidade do ProDEL;

2. Desenvolvimento do sistema de informação e monitoria do ProDEL;

3. Actualização do Quadro Lógico; e,

4. Preparação do Orçamento-programa Nº 1 (OP 1).

Quanto ao cumprimento das actividades transversais, dizer que foi feito o seguinte:

a. A unidade central elaborou e apresentou a proposta de linhas estratégicas de comunicação

visibilidade, que é o instrumento orientador desta actividade ao nível provincial. As provincias

deveriam preparar um plano operacional de comunicação e visibilidade14. No entanto, a proposta foi

considerada insuficiente, pois entende-se que a mesma deve dar enfoque nos eventos, actividades

14

Nesta actividade, apenas a Província de Inhambane fez um trabalho de auscultação aos Governos Distritais e Municipais para a elaboração do plano de comunicação e visibilidade do ProDEL, com enfoque para a utilização das rádios comunitárias, os centros multi-medias comunitários para prestar informação, sempre que necessário, sobre as decisões saídas dos Conselhos Consultivos Distritais (CCD). Assim, as rádios comunitárias são tidas como parceiros estratégicos para a divulgação da informação sobre o DEL e das realizações do ProDEL.

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concretas e meios de divulgação da informação e da imagem da UE e do Governo de Moçambique,

com um cronograma de acções. Isto é, a proposta não devia apenas fornecer orientações

estratégicas, mas produzir planos operacionais concretos. Contudo, várias actividades e eventos

foram divulgadas na imprensa escrita e audiovisual. Também foi produzido, pela DNPDR, um

folheto sobre a abordagem e o estágio do ProDEL que foi distribuido nas reuniões do CDP de

Dezembro de 2013.

b. Em relação ao sistema de monitoria e avaliação, foi contratado pela empresa de AT, um consultor

para propor um instrumento de acompanhamento e avaliação dos indicadores dos resultados.

Porém, devido a problemas pessoais, o consultor interrompeu o trabalho, tento sido apresentada

uma nova proposta do sistema. Esta proposta não foi aprovada, uma vez que privilegia plataformas

informáticas (software) sem especificar os passos metodológicos necessários, para além de elevados

custos de operação e manutenção, o que levanta a questão da sua viabilidade operacional e a

sustentabilidade findo o ProDEL. Assim, foi recomendado a apresentação de um plano

metodológica para o acompanhamento do ProDEL, incluindo: revisão de indicadores do quadro

lógico e elaboração de fichas de colecta, análise, sistematização e divulgação da informação.

c. O quadro lógico da Convenção do Financiamento foi analisado e traduzido para a língua

portuguesa15 e anexado ao OP 1, este que prevê actividades de conclusão e seguimento das acções

iniciadas no OPA. Importa mencionar que, para a elaboração do OP 1, a assistência técnica

contratou uma consultoria de curta-duração, a qual apoiou na harmonização e denominação das

actividades e estruturação dos documentos segundo o modelo proposto no Guião Prático para

orçamento-programa. No entanto, após a apresentação dos documentos foi feita uma revisão geral

pelas equipa técnica da DNPDR, GON e UE para a harmonização da abordagem nas acções

previstas.

Análise do progresso das actividades transversais

A monitoria e avaliação fazem parte de actividades transversais. No entanto, ainda não foi elaborada uma

proposta metodológica para o programa. Esta tarefa é da responsabilidade da assistência técnica central,

que deveria ter dado ferramentas às províncias para a revisão do quadro lógico e adequação dos indicadores

ao contexto local. Conforme, o referido anteriormente, a proposta apresentada foi julgada insuficiente tanto

15 A Convenção de Financiamento está disponível em língua inglesa.

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pela DNPDR como pela Delegação da UE e GON. A mesma deverá estar disponível a partir do primeiro

semestre de 2014.

No tocante aos relatórios p de progresso produzidos pelas UFP, os mesmos apresentam, regra geral, fraca

análise qualitativa e quantitativa. Os dados sobre o número de participantes nos eventos realizados, número

e quais os distritos visitados, número e quais as instituições contactadas, o volume e tipo de informação foi

recolhida (relatórios de missões, de reuniões ou de workshops), quantos e quais os operadores do sector

privado foram contactados e qual é quantidade e qualidade de informação foi dado não se encontra

disponível em quase maior parte das actividades apresentadas nos relatórios. Os dados quantitativos são

fundamentais para acompanhar a evolução e o desempenho dos indicadores.

As acções de comunicação e visibilidade foram insuficientes. Apenas nos Comités Directores assiste-se à

presença da comunicação social, sobretudo a TVM e RM. As rádios comunitárias não foram utilizadas para

marcar presença a nível local na divulgação do programa e na interacção com as comunidades e operadores

económicos sobre as actividades do programa. Os relatórios das actividade não foram apresentados e

divulgados para o conhecimento público. Nenhuma província produziu material de comunicação e

visibilidade, como brochuras, folhetos, revistas, base de dados, boletim e, nem promoveu eventos de

divulgação como feiras temáticas. No entanto, a DNPDR elaborou um folheto sobre o ProDEL, que foi

distribuído nos Comités Directores de Dezembro de 2013. Igualmente, a nível da DNPDR, as actividades

do programa são divulgadas no seu boletim informativo trimestral e no seu website.

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IV. RESUMO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA

A dotação global para a fase de arranque foi de 21.024.249,20 MT (vinte um milhões e vinte e quatro mil e

duzentos quarenta e nove meticais e vinte centavos), correspondente a 80% do valor previsto dos Fundos

de Adiantamento. Deste montante, foi realizada uma despesa no valor de 13.016.698,66 (treze milhões e

dezasseis mil e seiscentos e noventa e oito meticais e sessenta e seis centavos), equivalente a uma execução

global de 61.95%.

Esta execução foi possível com a extensão do período de vigência dos OPAs, por mais um mês, uma vez

que a mesma situava-se numa média de 25% no final do período normal (14 de Maio a 30 de Setembro de

2013). O crescimento médio da execução, de 25% para 61.95%, deveu-se à realização das despesas

relativas aos compromissos ora assumidos pelas UFP/DPPF com outras entidades contratadas para a

prestação de serviços de consultoria, sobretudo na componente de elaboração de desenhos técnicos e

cadernos de encargo para projectos de infra-estruturas e na identificação e selecção de vectores com

potencial para cadeias de valor. Igualmente, foi possível, dentro do período de extensão realizar actividades

de assistência técnica aos Governos Locais sobre várias matérias do programa e missões de levantamento

de informação relevante nos distritos e municípios.

A tabela abaixo, ilustra o quadro de execução do OPA por província e a globalização dos montantes e taxa

de execução por todo o programa no período de Maio/Junho a Outubro de 2013. Conforme se referiu no

sumário executivo, os valores constantes desta tabela são preliminares.

Província Montante planificado

(em MZM)

Adiantamento de

80% (em MZM)

Total executado

(em MZM)

% de execução

(em MZM)

Gaza 7.627.659,47 6.098.449,59 4.669.196,73 76,6%

Inhambane 9.900.728,08 7.920.582,46 4.422.122,86 55,8%

Sofala 8.761.119,04 7.005.217,15 3.925.379,07 44,8%

ProDEL (OPAs global) 26.289.506,59 21.024.249,20 13.016.698,66 61,95%

Fonte: Quadro pormenorizado das Despesas dos OPAs (Período de 14 de Maio - 31 de Outubro de 2013).

Quanto ao apetrechamento das Unidades de Facilitação do ProDEL para a operacionalização do programa,

o quadro seguinte ilustra os equipamentos adquiridos no âmbito dos OPAs por província.

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Província Equipamento adquirido

DPDR/DPPF Gaza 1 viatura 4x4, 1 laptop,1 desktop, 1 impressora, 2 máquinas fotográficas, 1 software

SARA, 1 cacifo e diversos consumíveis.

DPDR/DPPF Inhambane 1 viatura 4x4, 1 laptop,3 desktop, 1 impressora, 1 máquinas fotográficas, 1 software

SARA e diversos consumíveis.

DPDR/DPPF Sofala 1 viatura 4x4, 2 laptops,1 desktop, 1 impressora, 2 máquinas fotográficas, 1 tela de

projecção, 1 armário, 1 software SARA e diversos consumíveis.

DNPDR/MAE 1 viatura 4x4, 1 impressora, 2 modems de internet móvel e diversos consumíveis.

Fonte: Relatórios OPA (Período de 14 de Maio - 31 de Outubro de 2013).

Para a gestão financeira e contabilística dos orçamentos-programa foi recomendada pelo GON, a utilização

do software SARA. Todos os contabilistas principais, incluindo os gestores dos orçamentos-programa foram

capacitados pela empresa proprietária da licença na operação do SARA. No entanto, após a aquisição da

licença deste software SARA16, a mesma foi disponibilizado, mas houve problemas na instalação nos

computadores das províncias, pelo que as províncias continuaram a fazer a gestão financeira e

contabilística através do sistema alternativo em Excel, gerando constrangimentos e "desabilitação" dos

utilizadores na operação do sistema, pelo que decorre o processo de refrescamento dos contabilistas para a

sua utilização efectiva.

16 A instalação do software nos computadores dos DPDRs/DPPFs foi feito no GON, cujo processo levou o seu tempo devido,

por um lado, à demora na entrega do produto por parte da empresa e, por outro, à incompatibilidade com os softwares dos computadores adquiridos.

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V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ProDEL é um programa com uma abordagem nova para todos os intervenientes. Por isso, o OPA

concentrou as actividades na criação das condições operativas e técnicas para a preparação dos técnicos

envolvidos e das próprias instituições implementadoras e beneficiárias do programa.

Este programa tem uma lógica de cadeia de valor que deverá estrategicamente ser incorporada na agenda

política de desenvolvimento territorial dos Governos Locais. Por isso, abordagem estratégica para a

implementação das actividades deverá orientar-se nos seguintes aspectos:

1. Articulação com outros actores do DEL, sobretudo programas e projectos que são implementados

ao nível local e provincial para garantir complementaridade, sinergias e racionalização de recursos.

2. Desenvolvimento de acções de diálogo e capacitação das autoridades locais sobre a planificação

territorial e gestão estratégica do DEL para um melhor aproveitamento de recursos económicos,

humanos e financeiros locais.

3. Maior aproximação do programa aos operadores económicos para promover a sua participação nas

cadeias de valor e no fortalecimento das instituições publicas para a prestação de serviços públicos

de qualidade para o DEL.

É de extrema importância fazer referencia aos desafios que se coloca ao programa para implementar as

actividades em 2014. Por exemplo, a situação política e social da Província de Sofala, caracterizada pela

tensão militar, é preocupante, uma vez que limita a acção do programa devido às restrições de mobilidade

das pessoas. O período eleitoral que se avizinha também constitui uma preocupação maior pois poderá

reduzir a participação dos técnicos provinciais e distritais nas actividades do programa.

Por isso, o plano de acção que se propõe abaixo visa minimizar os efeitos da situação acima apresentada e

acelerar as actividades propostas para o OP1.

As actividades a serem levadas a cabo estão descritas no Orçamento-Programa N⁰ 1 (OP 1), como

continuidade do orçamento operacional da fase do arranque, ora em balanço.

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a) Preparação, a nível central, dos termos de referência harmonizados sobre o mapeamento,

sistematização e divulgação das iniciativas do DEL e sobre o estudo da qualidade dos serviços

públicos para a promoção do DEL.

b) Aprimoramento das propostas de subvenções validadas, elaboração dos desenhos de pormenor e os

cadernos de encargo submissão GON e UE do "1⁰ Lote" para aprovação e financiamento;

c) Análise do funcionamento do e-SISTAFE com vista a propor os mecanismos alinhados a este

sistema vigente para o financiamento dos Governos Locais no âmbito das subvenções para infra-

estruturas económicas públicas;

d) Acompanhamento e assistência técnica aos Governos Locais na identificação, selecção e

formulação de propostas de projectos de infra-estruturas económicas públicas para o "2⁰ Lote", as

quais deverão ser submetidas aos Comités Directores do programa a realizar-se em Abril de 2014;

e) Finalização do guião para a selecção e implementação de cadeias de valor, o qual deverá ser um

instrumento metodológico para orientar as DPPFs e outros actores relevantes na operacionalização

desta componente;

f) Preparação, ao nível central, dos termos de referência para a realização dos estudos técnicos

específicos das cadeias de valor seleccionadas e validadas ao nível provincial. O trabalho deverá

incluir também a elaboração de cadernos de encargo do concurso, a participação no lançamento de

concurso, na selecção de peritos e acompanhamento em todas as fases da execução dos estudos;

g) Apresentação do plano metodológico de monitoria e avaliação, formulação de fichas de recolha de

dados e sistematização e divulgação da informação;

h) Apresentação do plano de comunicação e visibilidade com cronograma de eventos, publicações,

entre outros aspectos de divulgação do programa.

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ANEXOS

Anexo 1 – Relatório do Orçamento-programa de arranque da Província de Gaza e seus anexos.

Anexo 2 – Relatório do Orçamento-programa de arranque da Província de Inhambane e seus anexos.

Anexo 3 – Relatório do Orçamento-programa de arranque da Província de Sofala e seus anexos.

Anexo 4 – Manual de subvenções para infra-estruturas económicas públicas de nível distrital e municipal.