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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis

2016

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2 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

expediente e sindiCAtos filiAdos

ACRE Delano Lima e Silva Rua Pernambuco nº 599 - Sala 4 Bairro: BosqueRio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 [email protected]

ALAGOASJames Thorp Neto Av. Jucá Sampaio, 2247, Barro DuroSalas 93/94 Shopping MiramarMaceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 Fax: (82) 3320-2738/[email protected]

AMAZONASLuiz Felipe Moura PintoRua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707 Fax: (92) [email protected]

BAHIAJosé Augusto Melo CostaAv. Otávio Mangabeira, 3.127 Costa Azul Salvador-BA Fone: (71) 3342-9557 Fax: (71) 3342-9557/9725sindicombustiveis@sindicombusti-veis.com.brwww.sindicombustiveis.com.br

CEARÁAntonio Machado Neto Av. Engenheiro Santana Junior, 3000/6º andar - Parque CocóFortaleza-CEFone: (85) 3244-1147sindipostos@sindipostos-ce.com.brwww.sindipostos-ce.com.br

DISTRITO FEDERALFernando Ramos SHCGN-CR 704/705, Bloco E entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 Fax: (61) 3274-4390sindicato@sindicombustiveis-df.com.brwww.sindicombustiveis-df.com.br

ESPÍRITO SANTONebelto Carlos dos Santos GarciaRua Vasco Coutinho, 94Vitória-ES Fone: (27) 3322-0104 Fax: (27) 3322-0104sindipostos@sindipostos-es.com.brwww.sindipostos-es.com.br

GOIÁSJosé Batista Neto12ª Avenida, 302Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 Fax: (62) [email protected]

MARANHÃOOrlando Pereira dos Santos Av. Colares Moreira, 444, salas 612 e 614 Edif. MonumentalSão Luís-MA Fone: (98) 3235-6315 Fax: (98) [email protected]

MATO GROSSOAldo LocatelliR. Manoel Leopoldino, 414, AraésCuiabá-MT Fone/Fax: (65) [email protected]

FECOMBUSTÍVEIS

Federação Nacional do Comércio

de Combustíveis e de Lubrificantes

www.fecombustiveis.org.br

Av. Rio Branco 103/13° andar. Centro-RJ. Cep.: 20.040-004

Telefone: (21) 2221-6695

A Fecombustíveis representa nacionalmente 34 Sindicatos e a Abra-

gás, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de

serviços, 370 TRRs e quase 40 mil revendedores de GLP, além da re-

venda de lubrificantes. A Federação é filiada à Confederação Nacio-

nal do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e faz parte da

Comissão Latino-Americana de Empresários de Combustíveis (Claec).

Tiragem: 4,5 mil exemplares

Presidente: Paulo Miranda Soares

Presidente de honra: Gil Siuffo

1º Vice-Presidente: Mario Luiz Pinheiro Melo

3º Vice-Presidente: Adão Oliveira da Silva

4º Vice-Presidente: Walter Tannus Freitas

5º Vice-Presidente: Maria Aparecida Siuffo Schneider

6º Vice-Presidente: José Camargo Hernandes

1º Secretário: Roberto Fregonese

2º Secretário: Emilio Roberto C. Martins

3º Secretário: José Augusto Melo Costa

1º Tesoureiro: Ricardo Lisbôa Vianna

2º Tesoureiro: Manuel Fonseca da Costa

3º Tesoureiro: Armando Matheussi

Conselheiro Fiscal Efetivo: Luiz Felipe Moura Pinto

Conselheiro Fiscal Efetivo: Julio Cezar Zimmermman

Conselheiro Fiscal Efetivo: João Victor C. R. Renault

Diretor de TRR: Álvaro Rodrigues Antunes de Faria

Diretor de Postos de Rodovia: Ricardo Hashimoto

Diretor de Meio Ambiente: João Batista Porto Cursino de Moura

Diretor de GNV: Gustavo Sobral

Diretor de Lojas de Conveniência: Paulo Tonolli

Conselho Editorial:

Emilio Martins, José Antônio Rocha, José Camargo Hernandes,

Mario Melo, Paulo Miranda Soares, Ricardo Hashimoto, Ricardo

Lisbôa Vianna e Roberto Fregonese.

Editora: Mônica Serrano

Editora-assistente: Gisele de Oliveira

Repórteres: Adriana Cardoso e Rosemeire Guidoni

Economista responsável: Isalice Galvão

Programação visual: Girasoli Soluções

Impressão: Edigráfica

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 3

MATO GROSSO DO SULEdemir Jardim MeloRua Bariri, 133Campo Grande-MSFone: (67) 3325-9988 / 9989Fax: (67) [email protected]

MINAS GERAISCarlos Eduardo Mendes GuimarãesRua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia Belo Horizonte-MG Fone/Fax: (31) 2108- 6500/ [email protected]

PARÁOvidio da Silveira GasparettoAv. Duque de Caxias, 1.337Bairro MarcoPerímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó - Belém-PAFone: (91) 3224-5742/ [email protected] www.sindicombustiveis-pa.com.br

PARAÍBAOmar Aristides Hamad Filho Av. Minas Gerais, 104Bairro dos EstadosJoão Pessoa-PBFone: (83) 3324-1600 Fax: (83) [email protected]

PARANÁRui CichellaRua Vinte e Quatro de Maio, 2.522 Curitiba-PR Fone/Fax: (41) 3021-7600 diretoria.sindi@sindicombustiveis-pr.com.brwww.sindicombustiveis-pr.com.br

PERNAMBUCOAlfredo Pinheiro Ramos Rua Desembargador Adolfo Ciríaco,15 - Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 Fax: (81) 3445-2328recepcao@sindicombustiveis-pe.org.brwww.sindicombustiveis-pe.org.br

PIAUÍRobert Athayde de Moraes Mendes Av. Jockey Club, 299, Edificio Eurobusines 12º, sala 1212 Teresina-PIFone: (86) 3233-1271 Fax: (86) [email protected] www.sindipetropi.org.br

RIO DE JANEIRORicardo Lisbôa Vianna Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296São Francisco Niterói–RJ Fone/Fax: (21) 2704-9400 [email protected]

RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIOMaria Aparecida Siuffo Pereira SchneiderRua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) [email protected]

RIO GRANDE DO NORTEAntônio Cardoso SalesRua Raposo Câmara, 3588Candelária - Natal-RNFone: (84) 3217-6076 Fax (84) 3217-6577sindipostosrn@sindipostosrn.com.brwww.sindipostosrn.com.br

RIO GRANDE DO SULAdão OliveiraRua Cel. Genuíno, 210 - CentroPorto Alegre-RS Fone: (51) 3930-3800 Fax: (51) [email protected]

RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA Luiz Henrique MartininguiRua Ítalo Victor Berssani, 1.134Caxias do Sul-RSFone/Fax: (54) [email protected] www.sindipetroserra.com.br

RONDÔNIARafael Alexandre Figueiredo Gomes Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308Porto Velho-ROFone: (69) 3229-6987 Fax: (69) [email protected]

RORAIMA Abel Salvador Mesquita Junior Av. Surumu, 494 São Vicente - Boa Vista - RR Fone: (95) [email protected]

SANTA CATARINAReinaldo Francisco Geraldi Rua Porto União, 606 Bairro Anita Garibaldi Joinville-SCFone: (47) 3433-0932 / 0875 Fax: (47) [email protected]

SANTA CATARINA - BLUMENAUJulio César ZimmermannRua Quinze de Novembro, 550/4º andarBlumenau-SCFone: (47) 3326-4249 Fax: (47) [email protected]

SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLISPaulo Roberto ÁvilaAv. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar Campinas São JoséFlorianópolis-SCFone: (48) 3241-3908 [email protected]

SANTA CATARINA - LITORAL CATARINENSE E REGIÃOGiovani Alberto TestoniRua José Ferreira da Silva, 43Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 Fax: (47) 3241-0322sincombustiveis@sincombustiveis.com.brwww.sincombustiveis.com.br

SÃO PAULO - CAMPINASFlávio Martini de Souza CamposRua José Augusto César, 233 Jardim Chapadão - Campinas-SP Fone: (19) 3284-2450 [email protected]

SÃO PAULO - SANTOSJosé Camargo HernandesRua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco - Santos-SPFone: (13) 3229-3535 Fax: (13) [email protected]

SERGIPEMozart Augusto OliveiraRua Raimundo Fonseca, 57 Bairro Treze de Julho - Aracaju-SEFone: (79) 3214-4708 Fax: (79) [email protected]

SINDILUBLaércio dos Santos KalauskasRua Trípoli, 92, conj. 82Vila LeopoldinaSão Paulo-SPFone: (11) 3644-3440/ 3645-2640 [email protected]

TOCANTINSEduardo Augusto Rodrigues Pereira103 Sul, Av. LO 01 - Lote 34 - Sala 07 Palmas-TO Fone: (63) 3215-5737 [email protected]

TRRÁlvaro Rodrigues Antunes de Faria Rua Lord Cockrane, 6168º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga-SPFone: (11) 2914-2441 Fax: (11) [email protected]

Entidade associada

ABRAGÁS (GLP)José Luiz Rocha Fone: (41) [email protected]

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4 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

ÍndiCe

Carta do Presidente

Estados Unidos Economia mais forte

CEnários Vendas menores

Gasolina Perdeu o fôlego

Etanol Recorde de vendas

diEsEl Reflexo do PIB

BiodiEsEl Em crescimento

GnV Em queda

GlP Recuo nas vendas

lUBrifiCantEs Queda abrupta

MEio aMBiEntE Licenciamento em pauta

lEGislação Um ano tenso

ConVEniênCia Diversificar é a tendência

fECoMBUstíVEis Preocupação com a revenda

Cadeia de abastecimento

Siglas

Lista de Tabelas

Glossário

Fontes de Pesquisa e Agradecimentos

05 •

06 •

12 •

20 •

28 •

38 •

46 •

52 •

58 •

64 •

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74 •

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98 •

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 5

CARtA do pResidente

Como empresário da re-venda, já passei por diferen-tes experiências e crises no país. No começo de 2015, minha esperança era de que o governo federal pudesse colocar de volta o país nos trilhos com o ajuste fiscal. Porém, com o agravamento da situação, a crise política se acentuou e as expectativas de

melhora do país foram frustradas. No ano passado, os indicadores econômicos ganharam as páginas dos jor-nais e sites, que se destacaram pelos resultados recor-des negativos. A sinalização era de que a crise estava longe de ser contida. Demos alguns passos para trás em quase todos os segmentos geradores de riqueza. E o nosso setor não foi poupado.

As vendas totais de combustíveis recuaram 1,9% em 2015 em comparação a 2014. Mesmo que, his-toricamente, o setor viesse acumulando uma média de 5% de crescimento ao ano, temos que reconhe-cer que este resultado não foi dos piores. Quando nos voltamos para outros segmentos da economia, não é difícil encontrar exemplos de queda de dois dígitos. É o caso do setor automobilístico, por exemplo, cuja comercialização de automóveis diminuiu 26,6%, de 3,5 milhões em 2014 para 2,5 milhões de unidades em 2015.

O Relatório Anual da Revenda de Combustí-veis 2016 apresenta os principais fatos que marcaram a história do setor da revenda em um ano em que o país retrocedeu 3,8%.

2015 interrompeu a trajetória de crescimento de consumo da gasolina, que, pela primeira vez nos úl-timos anos, teve redução de 7% em relação a 2014; e das vendas de diesel, que recuaram 4,7%. A que-da no consumo dos combustíveis fósseis teve moti-vações diversas, entre as quais destaca-se o cenário econômico que refletiu na diminuição da renda da população e na desaceleração da atividade econômi-ca das empresas, com a queda da demanda do setor logístico do transporte de cargas. Esta desaceleração diminuiu o consumo de diesel em caminhões e má-quinas e equipamentos industriais. Também desta-cam-se a elevação dos impostos PIS/Cofins e a volta da Cide. Conta-se ainda o reajuste de 4% e 6% nos preços do diesel e gasolina, respectivamente, promo-vido pela Petrobras em suas refinarias.

Por outro lado, o grande destaque do ano foi o eta-nol. Em boa parte dos meses de 2015, o biocombus-tível voltou a ser o combustível preferido nas bombas e obteve crescimento de 37,5% entre 2015 e 2014.

Mesmo quando o preço do hidratado aumentou no último trimestre do ano, perdendo a competitividade, muitos consumidores continuaram a abastecer com o biocombustível pelo preço estar abaixo do da gasolina.

Para os empresários da revenda, 2015 foi um ano de desafios. Os impostos dos produtos aumentaram, os custos se elevaram, as vendas desaceleraram e ti-vemos que correr atrás da regularização dos licencia-mentos para atender à Resolução ANP 57/2014.

Com a Resolução, a ANP determinou prazo de um ano, que venceu em 20 de outubro, para a revenda obter a Licença de Operação ambiental (LO) e o Ates-tado de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), do-cumentos que passaram a ser obrigatórios para man-ter a atividade comercial.

Segundo levantamento da Fecombustíveis, reali-zado em 2014, quase 50% dos postos do país não ti-nham um ou outro documento. Este panorama exigia providências urgentes. A Federação ofereceu apoio aos Sindicatos Filiados que buscaram ajuda da própria ANP para firmar acordos junto aos órgãos públicos responsáveis pela emissão de LOs e AVCBs para agi-lizar a liberação dos documentos. No final do prazo, o cenário tinha melhorado e, aproximadamente, 20% dos postos mantinham sua situação pendente.

A ANP começou a fiscalizar os postos no final do ano passado e torcemos para que não haja revogações e que a revenda atenda a todas as exigências do órgão regulador, que não são poucas.

A revenda é um dos setores mais fiscalizados do Brasil. Temos que atender às regulamentações e nor-mas exigidas por diferentes órgãos. As alterações são tantas que temos um capítulo do Relatório dedicado às legislações. Abordamos as atualizações de regras e novas obrigações implementadas no ano passado. Para se manter bem informado, a leitura deste capítu-lo é imprescindível.

Também trazemos como destaque deste Relató-rio, o desempenho do mercado de combustíveis nor-te-americano. Apesar de manter características bem distintas do nacional, pode-se traçar dificuldades co-muns aos empresários, como as taxas dos cartões de crédito e os impostos.

Espero que cada um que obtenha este material expanda sua visão em relação ao funcionamento de nosso setor e aprofunde seus conhecimentos sobre este mercado tão peculiar que é o comércio de com-bustíveis.

Boa leitura!

Paulo Miranda Soares

Presidente da Fecombustíveis

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s unid

os

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 7

A economia dos Estados Unidos tem se recuperado a cada ano, após ter passado pela crise econômica que assolou o país em 2008. Em 2015, o país cresceu 2,4%, mesmo avanço de 2014, impulsionado pelos gastos dos consumidores. O lucro das empresas, no ano passado, aumentou 3,3% em comparação ao ano anterior.

A taxa de desemprego caiu de 5% em dezembro de 2015 para 4,9% em janeiro de 2016, seu nível mais baixo desde fevereiro de 2008, segundo da-dos do Departamento do Trabalho norte-americano.

O otimismo também se expandiu para os 39 milhões de consumidores de combustíveis norte-americano que buscaram postos com melhores pre-ços e mais convenientes para abas-tecer seus veículos. O ano de 2016 começou com o preço da gasolina em US$ 2,00 por galão e com tendência de queda para a satisfação dos norte-

-americanos. Da mesma forma, o pre-ço do petróleo também chegou a pa-tamares mínimos não vistos desde o início de 2000.

No ano passado, o consumo de ga-solina e diesel somou 711 milhões de metros cúbicos. Enquanto no Brasil, as vendas de gasolina caíram 7%; nos Es-tados Unidos cresceram 4% em 2015 na comparação a 2014, para 499 milhões de metros cúbicos. E a comercialização de diesel acumulou 1% de crescimento no mesmo período.

Biocombustíveis O consumo de biocombustíveis pelos norte-ameri-

canos cresceu em 2015. As vendas de etanol e de biodie-sel aumentaram 4% em relação a 2014. Foram vendidos 52,8 milhões de metros cúbicos de etanol em 2015, en-quanto que, em 2014, foram comercializados 50,9 mi-lhões de metros cúbicos. Já o consumo do biodiesel saiu de 5,36 milhões de metros cúbicos em 2014, para 5,59 mi-lhões de metros cúbicos em 2015.

Economia mais forte

212

499

209

479

Fonte: EIA Nota: Os dados do diesel são referentes ao Ultra Low Sulfur, pois não há dados disponíveis para o Low Sulfur e High Sulfur.

2015

2015

2014

2014

Diesel

Gasolina

1.1 VendAs de GAsolinA e diesel

(em milhões de m3)

5,59

4,78

5,36

4,84

Fonte: EIA Nota: Os dados de 2014 foram revisados.

2015

2015

2014

2014

Consumo

ProDução

1.2 Biodiesel

(em milhões de m3)

52,8

56,0

50,9

54,2

Fonte: EIA Nota: Os dados de 2014 foram revisados.

2015

2015

2014

2014

Consumo

ProDução

1.3 etAnol

(em milhões de m3)

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8 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

estAdos unidos

Preços Os preços dos combustíveis no merca-

do varejista norte-americano são afetados por cinco fatores: petróleo bruto, impostos, custos de refino, distribuição e comercialização (que representa todos os custos após o combustível sair da refinaria).

Em 2015, a queda de preço do petróleo nos Estados Unidos influenciou a redução do per-centual da commodity na composição do custo final tanto da gasolina como do óleo diesel. Em contrapartida, os demais componentes (refino, margens e impostos) elevaram seus percentuais no custo final do produto.

Assim como no Brasil, os revendedores nos Estados Unidos pagam tributos diferen-ciados que variam de acordo com o local que se encontra o empreendimento. Às vezes, há disparidades fiscais significativas entre postos de combustíveis localizados na mesma região, porém, em diferentes cidades ou estados. Por exemplo, em Nova Jersey, o imposto sobre a gasolina é de 32,9 centavos de dólar por galão, enquanto na vizinha Pensilvânia é de 68,8 cen-tavos de dólar por galão.

Em 2015, o preço médio da gasolina comercializada foi de US$ 0,64 por litro, enquanto que, em 2014, o preço médio foi US$ 0,88 por litro. Já o preço médio do die-sel caiu de US$ 1,01 por litro em 2014, para US$ 0,71 por litro em 2015. Quando conver-tido para galão, unidade de medida dos Esta-dos Unidos, o custo médio da gasolina repre-sentou, no ano passado, US$ 2,40 por galão.

19%

14%

19%

0,640

48%

10%

12%

13%

0,888

65%

Fonte: EIA

2015

2015

2015

2015

2015

2014

2014

2014

2014

2014

refino

marGens

imPostos

Preço (Em US$ por litro)

Petróleo

1.4 Composição do pReço dA GAsolinA no VARejo

16%

22%

19%

0,715

42%

12%

18%

13%

1,011

57%

Fonte: EIA

2015

2015

2015

2015

2015

2014

2014

2014

2014

2014

refino

marGens

imPostos

Preço (Em US$ por litro)

Petróleo

1.5 Composição do pReço do diesel no VARejo

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 9

Existem mais de 154 mil lojas de conveniência nos Estados Unidos, dos quais mais de 124 mil vendem combus-tíveis. Ou seja, as revendas juntamente com as lojas de conveniência comercia-lizam 80% do combustível consumido pelos norte-americanos, que abastecem seus veículos, aproximadamente, de qua-tro a cinco vezes por mês.

Ao contrário da revenda brasileira, o carro-chefe do negócio da revenda norte-americana é a loja de conveniên-cia. O varejo de combustíveis nos Esta-dos Unidos é dominado por revendedo-res com uma única loja, que respondem por 59% do total de mercado. Já os que possuem de dois a dez estabelecimen-tos representam 4%, os revendedores que têm de 11 a 50 lojas respondem por 9%, até 200 lojas correspondem a 6% do mercado e acima de 501 representam 17% do total de mercado.

A maioria das companhias de petró-leo saiu do mercado de varejo de combus-tíveis, embora, muitas vezes, continuem a exibir suas marcas do varejo. Aproxima-damente 50% dos postos de serviços dos Estados Unidos ostentam bandeiras de uma das 15 grandes refinadoras/fornece-dores de combustíveis, dando a impressão de que a companhia petrolífera permane-ce proprietária do posto, porém, trata-se apenas de uma marca.

Mesmo com o mercado verticaliza-do, que permite a atuação das compa-nhias de petróleo na revenda, as princi-pais companhias saíram do varejo para focar sua atuação no mercado de up-stream (refino ou produção de petróleo). Das companhias de petróleo que ainda atuam no mercado revendedor, restaram somente a Chevron e a Shell, concen-trando um total de 443 postos, o que representa o mesmo número de estabe-lecimentos de 2014.

Fonte: NACS

1.7 pRopRietÁRios de postos poR nÚmeRo de estABeleCimentos

17%

6%

6%

9%

4%

59%

17%

6%

5%

9%

4%

58%

a partir de 501 lojas

201-500 lojas

51-200 lojas

11-50 lojas

2-10 lojas

1 loja

2014 2015

20

423

20

423

Fonte: NACS

2015

2015

2014

2014

1.6 postos de pRopRiedAde dAs CompAnhiAs de petRóleo

Quem vende combustível nos Estados Unidos?

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10 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

estAdos unidos

Hipermercados na revenda A revenda de combustíveis ope-

rada por hipermercados nos Estados Unidos passou de 5.236 em 2014, para 5.445 em 2015, o que representa um crescimento de 4% no período. O hipermercado Kroger lidera o merca-do e, em 2015, ficou 1 ponto percen-tual à frente de seus concorrentes em relação a 2014. Os demais concorren-tes mantiveram suas colocações no ranking e alguns hipermercados di-minuíram sua participação.

Obviamente, exibir uma marca para milhões de consumidores todos os dias tem o seu valor, razão pela qual há opera-doras de petróleo que não saíram do mer-cado. Além disso, a relação com a marca proporciona garantia de hábito de consu-mo de seu produto.

Outra razão é que, no fornecimento de combustível pelas companhias de petróleo, é garantido o suprimento do produto em volu-mes previsíveis.

Para os revendedores, a marca significa o reconhecimento do consumidor. Assim, man-ter um contrato com um grande refinador ou fornecedor de combustíveis de marca conheci-da proporciona, instantaneamente, reconheci-mento pela qualidade do combustível.

Embora o preço da gasolina continue a ser determinante para o consumidor norte--americano escolher onde vai abastecer, um a cada 11 motoristas decidem a compra da ga-solina pela marca. Há também outros benefí-cios para os revendedores embandeirados pelo know-how de ferramentas oferecidas, suporte e treinamento de funcionários. Os revendedores também podem receber apoio financeiro para subsidiar a imagem da loja.

Para os varejistas que preferem ser indepen-dentes, sem vínculo com uma bandeira, o posto utiliza o mesmo nome da loja. Assim como no Brasil, na maioria dos casos, a gasolina sem marca/sem bandeira tem menor preço no atacado por-que não tem os benefícios da bandeira, que inclui suporte de marketing ou inteligência de mercado.

Valor da marca

Fonte: NACS

1.8 hipeRmeRCAdos que AtuAm no VARejo de ComBustÍVeis

33,6%

24,3%

19,0%

9,5%

7,4%

6,2%

34,1%

23,3%

19,1%

9,6%

7,3%

6,6%

Outros

Kroger

Walmart

Sam's Club

Costco

Safeway

2014 2015

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 11

Cartão na bomba Desde 2003, os norte-america-

nos estão utilizando mais os cartões de débito e crédito do que dinheiro ou cheques na hora de abastecer, de acordo com o American Bankers As-sociation. Durante a última década, essa tendência se acelerou, especial-mente, como meio de pagamentos na bomba de combustíveis. Hoje, 72% dos consumidores usam cartões na bomba para pagar pelo abastecimen-to, de acordo com o levantamento sobre consumo da NACS.

Com aproximadamente três quar- tos dos consumidores que não utili-zam mais dinheiro para abastecer, a maioria dos varejistas não tem esco-lha senão aceitar cartões de crédito e débito. No entanto, as transações com cartão incidem pagamentos de taxas, que custam, em média, entre 2% e 3% do total da compra, mas podem che-gar a 4%. Por isso, estes custos são re-passados para o consumidor por meio da elevação de preços do combustível.

Comparativamente, desde 2006, os lucros da revenda norte-america-na foram menores do que as taxas pagas aos cartões de crédito. Em 2014, a indústria da revenda regis-trou lucros de US$ 10,4 bilhões, enquanto que as taxas dos cartões somaram US$ 11,4 bilhões.

Consumidor pensa com o bolso Preço continua a ser o principal motivo

pelo qual os consumidores norte-americanos decidem a compra de combustíveis. Tanto quando os preços da gasolina atingiram pico de US$ 4 por galão em 2008, como quando os custos caíram para US$ 2 por galão em janeiro de 2016.

Isso porque os combustíveis representam aproximadamente de 4% a 5% da despesa geral do orçamento familiar, segundo a EIA.

Os preços podem variar de local para lo-cal com base nos custos de atacado, despesas e estratégias de negócios. Economizar alguns centavos por galão, para o consumidor, é uma vitória. Como foram condicionados pela força do hábito a fazerem suas compras com base no preço mais baixo, em 2016, não haverá mudan-ça de comportamento.

Por isso, entender como os consumidores se comportam sobre os preços da gasolina pode ajudar os revendedores a planejar melhor as es-tratégias de marketing. Como parte dessa aná-lise, também é importante avaliar o momento do abastecimento. Os consumidores estão mais propensos a abastecer durante o período da ma-nhã, provavelmente, por praticidade; durante o percurso para chegar ao trabalho; levar as crian-ças na escola etc. Porém, como o tráfego da ma-nhã está crescendo ao longo dos últimos anos, pode-se pensar em implementar pequenas pro-moções na hora do almoço, já que alguns con-sumidores têm optado por horários alternativos para evitar o movimento concentrado da manhã.

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Cen

ÁRi

os

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 13

2015 foi um ano marcado pelo agravamento das crises econômica e política no cená-rio brasileiro. O país retrocedeu em diversos setores da economia e o resultado foi a queda do PIB em 3,8%, representando a maior retração da série histórica desde 1990.

No acumulado de 2015, o resultado do PIB foi impactado pelo peso dos setores industrial e de serviços, que recuaram 6,2% e 2,7%, respectivamente, e só não caiu mais porque o setor da agropecuária obteve crescimento de 1,8% no ano.

As projeções para 2016 são de continuidade da crise econômica, com retração do PIB em 3,54%, inflação em 7,46% (IPCA - índice oficial) e taxa de juros básica da economia em 14,25% ao ano.

Logo no início de 2015, o governo anunciou um pacote de medidas que elevou as alíquo-tas do PIS/Cofins para o setor de combustíveis e trouxe de volta a Cide para gasolina e diesel. Com o passar dos meses, a resistência ao governo de Dilma Rousseff aumentou e a continui-dade do ajuste fiscal iniciado, que deveria ter o aval do Congresso Nacional, não avançou. A elevação dos impostos efetuada não foi suficiente para equilibrar as contas do governo, que, na contrapartida, deveria ter cortado gastos, mas não o fez. Na avaliação dos analistas, houve duas dificuldades: falta de convicção sobre a importância do ajuste, fazendo com que o problema se agravasse; e falta de uma visão clara do governo sobre o que cortar e quando cortar. Com me-nos arrecadação de tributos devido à desaceleração da atividade econômica, as contas públicas fecharam 2015 com déficit de R$ 111,2 bilhões (receitas menos despesas sem considerar os gastos com juros), o pior resultado da série histórica desde 2001.

A maioria dos dados econômicos e recordes históricos, divulgados em 2015, apontaram a gravidade da situação econômica do país, tais como: taxa de desempre-go, inflação, taxa de câmbio, índices de confiança do empresário e do consumidor, desempenho da indústria, entre outros.

A indústria automobilística foi uma das que mais sofreu os impactos da deterioração econômica. A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil

terminou 2015 com queda de 22,8%, tota-lizando 2,4 milhões de unidades ante os 3,1 milhões do ano anterior.

No mesmo período, o total de vendas de automóveis recuou 26%, de 3,3 milhões em 2014 para de 2,5 milhões de unidades em 2015.

2.1 expeCtAtiVAs de meRCAdo pARA 2016

Fonte: Boletim Focus (Banco Central), 11.03.2016

PIB (% crescimento) -3,54Meta Selic - fim de período (% a.a) 14,25IPCA (%) 7,46IGP-M (%) 7,77Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) 4,25

Vendas menores

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14 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

CenÁRios

Consumo Dado o cenário econômico fragiliza-

do, o setor de combustíveis desacelerou, entretanto, a queda não foi vertiginosa como ocorreu nos demais setores da eco-nomia. As vendas totais de combustíveis recuaram 1,9%, de 144,5 milhões de me-tros cúbicos comercializados em 2014 para 141,8 milhões de metros cúbicos em 2015. A participação dos combustíveis líquidos no PIB obteve leve aumento, de 5,64% em 2014 para 5,79% em 2015.

Apesar da contenção de despesas da população, o comércio de com-bustíveis é considerado como um dos itens essenciais de consumo. A frota de veículos no país continuou a sus-tentar a demanda, mesmo com o re-cuo do consumo da gasolina e do óleo diesel, que sofreram impacto do au-mento de impostos ao longo de 2015. Também contribuiu para segurar a queda total de consumo o etanol, que teve expressivo desempenho de ven-das, com elevação de 19,6% (hidra-tado e anidro). Os aumentos de preço da gasolina verificados em 2015, em decorrência da elevação dos tributos, contribuíram diretamente para a mi-gração do consumo de gasolina para o etanol hidratado, inclusive em merca-dos onde o biocombustível não tinha paridade com a gasolina, como nos estados do Norte e Nordeste. Minas

2.2 liCenCiAmento de AutoVeÍCulos leVes

88,2%

5,5%

5,5%

Fonte: Anfavea

Fonte: Fecombustíveis

Flex Fuel

Gasolina

Gasolina

Diesel

Diesel

2014

2015

6,2%

6,0%88,5%Flex Fuel

5,64%

5,79%

2014

2015

2.3 pARtiCipAção dos ComBustÍVeis lÍquidos no piB (Gasolina + etanol + diesel)

total (milhões de unidades): 3,3

total (milhões de unidades): 2,5

A comercialização dos combustíveis (gasolina, diesel e etanol) acumulou faturamento de R$ 341,6 bilhões, representando aumento de 10% em relação a 2014

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 15

2.5 Composição dAs VendAs nos postos

37%

14%

19%Fonte: Fecombustíveis

Diesel

Etanol

Etanol

Gasolina

2014

2015

48%

36%Diesel

Gasolina

45%

Gerais foi um dos estados que teve destaque de vendas de etanol pelo es-tímulo do governo mineiro ao reduzir a alíquota do ICMS do biocombustí-vel para 14%, muito embora, no final de 2015, o etanol hidratado tenha dei-xado de ser competitivo pelo aumento de preços nas usinas. Em relação ao etanol anidro, o aumento do teor da mistura obrigatória à gasolina de 25% para 27%, que entrou em vigor em 16 de março de 2015, garantiu parte do consumo. Nos postos de serviços, as vendas de diesel e gasolina caíram em comparação com 2014, para 36% e 45% do total comercializado, respec-tivamente. Já o etanol elevou sua par-ticipação de venda nos postos de 14% para 19% do total.

A comercialização dos combustí-veis (gasolina, diesel e etanol) acumu-lou faturamento de R$ 341,6 bilhões, representando aumento de 10% em relação a 2014, atribuído, principal-mente, aos impostos federais e esta-duais e à elevação do preço da gasoli-na e do diesel nas refinarias em 6% e 4%, respectivamente, pela Petrobras. O aumento dos tributos também re-fletiu no crescimento de 22% na ar-recadação no ano passado ante 2014, totalizando R$ 95,3 bilhões, conside-rando gasolina, diesel e etanol.

2.4 fAtuRAmento (Gasolina + diesel + etanol)

em bilhões de R$

2.6 ARReCAdAção tRiButÁRiA (Gasolina + diesel + etanol)

em bilhões de R$

Fonte: Fecombustíveis

Fonte: Fecombustíveis

311,5

78,2

341,6

95,3

2014

2014

2015

2015

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16 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

CenÁRios

Apesar da redução do consumo no ano passado, o óleo diesel detém a liderança de ven-das no país, com 45,8% do total de participação da matriz, com perda de 0,5 ponto percentual em 2015 ante 2014. Já a gasolina, que se mante-ve no segundo lugar do ranking, caiu 3,4 pontos percentuais pelo recuo nas vendas. Ao contrário do etanol hidratado, que aumentou sua partici-pação em 3 pontos percentuais devido ao con-sumo de 17,8 milhões de metros cúbicos. Outro destaque na matriz foi o biodiesel, que teve sua fatia ampliada em 1 ponto percentual em decor-rência da elevação do teor da mistura do biodie-sel ao diesel de 7% no final de 2014. O GNV manteve-se estável.

Agentes do mercado Apesar de a comercialização

de combustíveis ter se retraído, o segmento atraiu o ingresso de no-vos empreendedores. Em 2015, o número de agentes de mercado su-biu para 116.770, o que represen-tou uma elevação de 3% em com-paração a 2014, quando registrou 112.993. Os segmentos que mais cresceram no ano passado foram as revendas de GLP, com 5%; e de combustíveis líquidos, com 2% na mesma base de comparação.

2.7 AGentes do meRCAdo 2014 2015

Refinarias 17 18Usinas de etanol 384 383Produtores de biodiesel 58 50Distribuidoras de combustíveis líquidos 205 187Distribuidoras de GLP 22 19TRR 382 380Postos 39.993 40.894Pontos de Abastecimento 13.469 13.408Revenda de GLP 58.463 61.431Fonte: ANP

29,7%

45,8%

7,5%

11,6%

2,0%

3,3%

33,1%

46,3%

7,7%

8,6%

2,1%

2,3%

Gasolina A

Diesel

Etanol Anidro

Etanol Hidratado

GNV

Biodiesel

2014 2015

Fonte: ANP

2.8 mAtRiZ de Consumo VeiCulAR

Matriz de consumo veicular

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 17

Gás natural O consumo de gás natural aumentou 10%, para 54,4 bilhões de metros cú-

bicos em 2015 ante o ano anterior. A produção nacional recebeu incremento das operações dos campos do pré-sal, o que contribuiu para gerar um volume de 35,1 bilhões de metros cúbicos.

No ano passado, a Petrobras retirou, gradativamente, os descontos do preço do gás natural para as distribuidoras até zerar no final do ano. A política de des-contos, vigente desde 2011, visava incentivar o consumo e evitar a elevação de preços do produto.

0% 5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

0,0 2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Contrato: Nova Política Modalidade Firme (1)

Contrato: Gás Importado

Desconto Petrobras

Fonte: MMENota (1): Preço com desconto Petrobrás

2.9 pReço do GÁs nAtuRAl

(us$/mmBtu)

2.10 Consumo do GÁs nAtuRAl

2014

2015

Fonte: ANP

35%

35%

65%

65%

Importado

Importado

Nacional

Nacional

Fonte: ANP

17,4 19,3

49,3 54,4

31,9 35,1

imPortação

Consumo aParente

ProDução

2014 2015

2.11 BAlAnço do GÁs nAtuRAlem bilhões de m3

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18 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

CenÁRios

Market share da revenda Em 2015, os postos sem bandei-

ra, conhecidos como bandeira branca, obtiveram participação de 39,8% do total do mercado. Já a BR permanece na liderança entre as grandes marcas, com 19,7% do mercado, com a Ipi-ranga na sequência, com 14,6% do total, e a Raízen em terceiro lugar do ranking, com 11,2%.

Petróleo No balanço do petróleo, houve au-

mento de 42% no volume de exporta-ções e queda de 17% nas importações em 2015 ante 2014. No ano passado, em virtude do aumento das vendas ao mer-cado externo, que somaram 42,8 milhões de metros cúbicos, a balança comercial ficou superavitária (exportações menos importações) em 23,8 milhões de metros cúbicos, o que resultou em receita bruta de US$ 11,8 bilhões.

O preço do petróleo tipo Brent con-tinuou em trajetória de queda no mer-cado internacional, encerrando o ano no menor patamar em dezembro, cujo preço médio atingiu US$ 37,97. São considera-dos como principais fatores desta queda de preço, o excesso da oferta de petróleo, o aumento da produção, em especial nas áreas de gás de xisto dos EUA, e a menor demanda na Europa e na Ásia.

2.12 BAlAnço do petRóleoem milhões de m3 2014 2015

Produção 130,8 141,4Importação 22,9 19,0Exportação 30,1 42,8Consumo aparente 123,7 117,7Fonte: ANP

30 40 50 60 70 80 90

100 110 120

130

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Fonte: EIA

Fonte: ANP

2.13 pReço do petRóleo tipo Brent no meRCAdo spot(us$/barril)

2.14 postos ReVendedoRes poR BAndeiRA

39,8%

19,7%

14,6%

11,6%

11,2%

3,1%

Sem bandeira

BR

Ipiranga

Outras bandeiras

Raízen

Alesat

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 19

FiscalizaçãoEm 2015, a Superin-

tendência de Fiscalização da ANP realizou 18.019 ações de fiscalização, geran-do 4.115 infrações, que re-presentam 23% do total das ações de fiscalização.

As revendas de com-bustíveis líquidos e de GLP foram o maior foco de fis-calizações da ANP entre os agentes do mercado. As 12.056 ações realizadas nos postos geraram 2.446 infra-ções (20% do total fiscaliza-do); e das 4.054 fiscalizações feitas nas revendas de GLP resultaram em 965 autos de infração, o que correspondeu a 24% do total das ações.

Na lista das principais motivações das infrações co-muns na revenda, o primeiro lugar no ranking é não pres-tar informações ao consumi-dor. A segunda infração de maior incidência é comercia-lizar/armazenar produto não conforme com a especifica-ção. Já nas distribuidoras de combustíveis, a infração mais comum é adquirir ou des-tinar produto de/para fonte diversa da autorizada.

2.15 infRAçÕes e AçÕes de fisCAliZAção

segmento autos de infrações

ações de fiscalização

% infrações

Revenda de Combustíveis 2.446 12.056 20%Revenda de GLP 965 4.054 24%Distribuidor de Combustíveis 368 804 46%Distribuidor de GLP 92 240 38%TRR 51 204 25%Ponto de Abastecimento 54 166 33%Produtor de Etanol 72 77 94%Produtor de Lubrificante Acabado 14 57 25%Produtor de Biodiesel 4 29 14%Coletor de óleo lubrificante usado ou contaminado 7 22 32%

Rerrefinador de óleo lubrificante 3 21 14%Outros 39 289 13%total 4.115 18.019 23%Fonte: ANP

2.17 infRAçÕes nA distRiBuição de ComBustÍVeis lÍquidos

infração em unidades em %

Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada 159 35,3%

Amostra-testemunha (não fornecer/fornecer em desacordo) 91 20,3%

Não possuir estoque mínimo obrigatório do produto 67 14,9%

Outros 134 29,5%

total 451

Fonte: ANP

2.16 infRAçÕes nA ReVendA de ComBustÍVeis

infração em unidades em %Não prestar informações ao consumidor 596 19%Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação 463 14%

Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo 448 14%

Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada 395 12%

Não cumprir notificação 381 12%

Outros 943 29%

total 3.226

Fonte: ANP

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GAso

linA

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 21

Após cinco anos de resultados recordes, a demanda por gasoli-na sentiu o baque da desaceleração da economia brasileira. O volume comercializado na revenda vare-jista registrou sua primeira queda e perdeu espaço para seu princi-pal concorrente: o etanol hidratado. Em 2015, foram comercializados 41,1 milhões de metros cúbicos, uma redução de 7,3% na comparação com o ano anterior. O volume menor foi reflexo do aprofundamento da crise econômica no país. Com as contas fora de controle, o governo federal foi forçado a adotar um pacote de medi-das para aumentar a receita pública a fim de equilibrar as contas. No caso dos combustíveis fósseis, a saída foi elevar as alíquotas de PIS/Cofins, que passou de R$ 0,2616 por litro para R$ 0,3816 por litro, e trazer de volta a cobrança da Cide, no valor de R$ 0,10 por litro. O aumento de im-postos também foi refletido no âmbi-to estadual pelos constantes reajustes na base de cálculo do ICMS, impac-tando em pequenas elevações no va-lor do tributo, ao longo do ano nos estados brasileiros. Para completar, a Petrobras anunciou, em 29 de setem-bro de 2015, o reajuste de 6% para o combustível fóssil em suas refinarias.

Em 2015, o setor faturou R$ 137,5 bi-lhões, crescimento de 4,2% na comparação com o ano anterior. A elevação do fatura-mento se justifica pelos reajustes de impos-tos e aumento de preço da gasolina nas refi-narias pela Petrobras.

Apesar de oferecerem preços maio-res na comparação com os postos ban-deira branca, os estabelecimentos com bandeira mantiveram a preferência do consumidor na hora de abastecer. Em 2015, os postos embandeirados foram responsáveis por 71,9% das vendas de gasolina C, enquanto que os postos sem bandeira representaram 28,1% do total comercializado.

Com os preços da gasolina mais altos, o consumidor optou por reduzir o consumo, usar outros meios de lo-comoção ou substituir a gasolina pelo etanol, cujo preço, em alguns estados, se mostrou mais competitivo. Também leva-se em consideração que a crise econômica em seu momento mais la-tente, com inflação alta, desemprego e

Perdeu o fôlego

3.1 fAtuRAmento(em bilhões de R$)

132,0137,5

Fonte: Fecombustíveis

2014

2015

Crescimento de

4,2%

Com os preços

da gasolina

mais altos, o

consumidor

optou por

reduzir o

consumo, usar

outros meios de

locomoção

ou substituir a

gasolina pelo

etanol, cujo

preço, em alguns

estados, se

mostrou mais

competitivo

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22 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

GAsolinA

queda do nível de renda da população, também contribuiu para a substitui-ção da gasolina pelo etanol. Mesmo em estados em que o biocombustível não era tão vantajoso do ponto de vis-ta de competitividade, os preços mais baixos pesaram no bolso do consumi-dor, que voltou a procurar as bombas do etanol hidratado em função do or-çamento mais apertado. Vale lembrar que, durante anos, o governo federal interveio diretamente no mercado de gasolina, segurando os preços do combustível fóssil como medida para controlar o efeito inflacionário e, con-sequentemente, trouxe desequilíbrio na relação de competitividade entre os dois combustíveis.

Se para a revenda varejista as elevações tributárias se traduziram em vendas menores, para a União, as medidas surtiram efeitos signi-ficativos. A arrecadação com PIS/Cofins cresceu 36,8%, alcançando R$ 11,9 bilhões. Em relação ao ICMS, o mercado de gasolina arre-cadou R$ 37 bilhões, um aumento de 5,1%. Já em seu primeiro ano em vigor novamente, a Cide, que esta-va zerada desde 2012, movimentou R$ 2 bilhões. A arrecadação dos três tributos gerou uma receita de R$ 50,9 bilhões.

3.3 VendAs poR tipo de posto

2014

2015

Fonte: ANP

28,3%

28,1%

71,7%

71,9%

sem bandeira

sem bandeira

com bandeira

com bandeira

3.4 ARReCAdAção tRiButÁRiA (em bilhões de R$)

8,7

11,9

2,0Fonte: Fecombustíveis

PIS/Cofins

PIS/Cofins

Cide

ICMS

ICMS

2014

2015

35,2

37,0

3.2 Volume ComeRCiAliZAdo pelA ReVendA(em milhões de m3)

44,4

Fonte: ANP

2014 2015

41,1

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 23

Apesar da queda no consumo de ga-solina A, o volume das importações vol-tou a crescer em 2015, totalizando 2,5 milhões de metros cúbicos, um aumen-to de 13,6% na comparação com 2014. Esse crescimento pode ser justificado pela queda do preço da gasolina A no mercado externo, se tornando mais van-tajoso, na comparação com o preço co-mercializado pela Petrobras, tanto para a estatal, principal importador, quanto para outras empresas, que aproveitaram o momento para comprar o combustível fóssil diretamente do exterior. Em 2014, na maioria dos meses, a gasolina A bra-sileira manteve preço mais baixo do que a gasolina norte-americana, chegando a ser 20% mais vantajosa para o Brasil no mês de junho. Já em 2015 ocorreu mo-vimento contrário. A queda do preço do barril do petróleo no mercado externo não influenciou o preço dos derivados no Brasil, já que a Petrobras manteve os preços do combustível fóssil em suas refinarias mais altos em relação ao exte-rior. Em janeiro do ano passado, a gaso-lina brasileira estava 65% mais cara do que a norte-americana. Já em dezembro, a variação de preços entre a gasolina na-cional e a norte-americana diminuiu para 20%, mantendo menor preço no mercado internacional.

O volume importado de gasolina A pela Petrobras, em 2015, concentrou

87% das compras externas. As demais empresas importaram 13% do total, com 333,8 mil metros cúbicos.

A produção de derivados pelas refi-narias da estatal registrou queda de 7% em 2015 na comparação com 2014, resultado da menor demanda no mercado interno.

3.7 defAsAGem entRe os pReços dA GAsolinA BRAsileiRA e noRte-AmeRiCAnA

Nota: Preço do produto na refinaria sem impostos.Fonte: Fecombustíveis

-35% -20%

-5%

10%

25%

40%

55%

70%

Jan-

14

Mar

-14

Mai

-14

Jul-1

4

Set

-14

Nov

-14

Jan-

15

Mar

-15

Mai

-15

Jul-1

5

Set

-15

Nov

-15

0%

3.5 impoRtAção de GAsolinA A(em milhões de m3)

2,22,5

Fonte: ANP

2014

2015

3.6 impoRtAção de GAsolinA A poR empResA

13%87%

Fonte: ANP

2015

Outras empresas

Petrobras

Em alta

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24 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

GAsolinA

3.9 pReços médios no upstream e downstream(em R$/l)

1,0 1.4 1.7 2.1 2.4 2.8 3.1 3.5

3,8

Jan-

14

Mar

-14

Mai

-14

Jul-1

4

Set

-14

Nov

-14

Jan-

15

Mar

-15

Mai

-15

Jul-1

5

Set

-15

Nov

-15

Refino Distribuição Revenda Anidro (SP)

Nota: O preço médio do refino não inclui ICMS.Fonte: ANP

3.10 mARGem médiA dA ReVendA

Fonte: ANP

12% 12.5% 13.0% 13.5% 14.0% 14.5% 15.0% 15.5%

16%

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Preços sobemA composição do preço da gasolina

sofreu alteração com a elevação dos tri-butos, que aumentou sua participação de 33% em 2014 para 37% em 2015. Outros itens de composição alterados foram as margens, que caíram em 1 ponto percentual, e a gasolina A, redu-zida em 4 pontos percentuais na mesma base de comparação.

A cadeia de distribuição e revenda não suportou os impactos provocados pela elevação dos tributos e pelo rea-juste de 6% na gasolina nas refinarias brasileiras. Os preços médios nas distri-buidoras, em 2015, tiveram um aumen-to de 12,7% na comparação com 2014. Nas bombas, os preços médios também subiram, mas ainda assim ficaram 0,3 ponto percentual abaixo do aumento verificado pela distribuição.

Outro fator que contribuiu para a oscilação dos preços médios nas bom-bas foram as mudanças nos preços do etanol anidro, já que a gasolina C rece-be 27% do biocombustível em sua com-posição. Considerando os preços mé-dios mensais entre outubro e dezembro, tiveram acréscimo de 12%.

Em relação à revenda, a margem mé-dia manteve-se praticamente estável em 2015, com pequena queda de 0,2 ponto percentual em relação a 2014.

3.8 Composição do pReço

Gasolina A 32%

Margens 17%Anidro 12%

Tributos 37%

Fretes 2%

(Distribuição + revenda)

Fonte: Fecombustíveis

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 25

3.11 AlÍquotAs de iCms

ACAL

AM

AP

BA

CE

DF

ES

GO

MA

MG

MS

MT

PA

PBPE

PI

PR

RJ

RN

RO

RR

RS

SC

SE

SP

TO

31%29%28%27%25%

ICMSCom o aprofundamento da crise

econômica, diversos estados optaram por alterar as alíquotas de ICMS de diversos produtos e serviços para au-mentar a arrecadação e, consequente-mente, gerar mais recursos para man-ter as despesas. Em 2015, três estados alteraram as alíquotas de ICMS da gasolina com esse objetivo. O maior aumento foi em Minas Gerais, cuja alíquota passou de 27% para 29%. Na Bahia, o ICMS passou de 27% para 28% e no Paraná, de 28% para 29%.

O estado do Rio de Janeiro con-tinua a ter a maior alíquota de ICMS para a gasolina do país: 31%.

No início de 2016, diversos esta-dos alteraram as alíquotas da gasolina.

Market share Em relação ao market sha-

re das distribuidoras, não houve mudanças significativas na pre-ferência pelo consumidor. A BR continua líder do ranking, apesar da redução de 0,8 ponto percen-tual em sua fatia de mercado. A Ipiranga e Raízen mantiveram--se em segundo e terceiro luga-res, respectivamente.

3.12 market share dAs distRiBuidoRAs

Fonte: ANP

31,9%

19,6%

20,8%

27,7%

31,2%

19,5%

20,7%

28,5%

Outras distribuidoras

Raízen

Ipiranga

BR

2014 2015

Fonte: Fecombustíveis

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26 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

GAsolinA

3.14 não ConfoRmidAde poR BAndeiRA

0,9%

1,0%

2,4%

3,1%

3,2%

0,7%

0,4%

1,1%

1,5%

1,6%

Raízen

Ipiranga

Alesat

Bandeira Branca

BR

2014 2015

Fonte: ANP

Dentro dos padrõesNo ano passado, em virtude da crise eco-

nômica, o número de laboratórios credenciados pela ANP para realizar o monitoramento da qualidade dos combustíveis caiu de forma sig-nificativa, porém, o índice de não conformida-des permaneceu dentro do padrão encontrado em países desenvolvidos. Em 2015, as não con-formidades ficaram em 1,9%, índice 0,7 ponto percentual acima do verificado em 2014.

Vale lembrar que o programa de mo-nitoramento da qualidade dos combustíveis não tem a finalidade de fiscalizar, mas é con-siderado um importante instrumento para a ANP direcionar as ações de fiscalização. Isso significa que, sabendo da redução no número de laboratórios credenciados, eventuais agen-tes de mercado poderiam se tornar menos comprometidos com a qualidade do produto.

Assim como em 2014, a principal não conformidade detectada pela ANP foi com relação ao anidro, que passou de 41% para 50%. As não conformidades por octanagem também subiram em 2015, passando para 22%. Já as desconformidades por destilação apresentaram redução de 12 pontos percen-tuais, ficando em 18%, o menor índice verifi-cado até então.

A Petrobras liderou o ranking de não conformidades por bandeira, com índice de 3,2%; seguido pelos postos bandeira bran-ca, com 3,1%. Raízen e Ipiranga registraram baixos índices de não conformidade: 0,9% e 1%, respectivamente.

3.13 ÍndiCe de não ConfoRmidAde (em %)

Fonte: ANP

12,5

9,2

7,3 6,8 4,9

3,6 3,9 2,8

2,0 1,3 1,3 1,9 1,9 1,3 1,2 1,9

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

3.15 espeCifiCAção dA não ConfoRmidAde

Fonte: ANP

10%

18%

22%

50%

15%

30%

14%

41%

Outros

Destilação

Octanagem

Anidro

2014 2015

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 27

As vendas de gasolina A às distribuidoras fora do sistema Petro-bras ganharam espaço em 2015. Isso significa que as companhias buscaram alternativas para obter o produto com condições mais competitivas no mer-cado, já que o preço do combustível fóssil comercializado pelas refinarias da estatal ficou acima do praticado no mercado internacional.

Entre os principais fornecedo-res de gasolina A, somente a Refinaria de Manguinhos e a Riograndense au-

mentaram suas entregas em 2015. Des-taque também para a entrada de novos fornecedores no mercado: Tricon, com 0,32%, e Oil Trading, braço da Ipiranga, com 0,25%. A Copape foi a única que diminuiu suas entregas de gasolina A.

3.16 foRneCimento de GAsolinA A pelA petRoBRAs

96,1%98,8%99,4%

Fonte: ANP

2015

2014

2013

3 Acompanhar os desdobramentos do programa de aditivação da gaso-lina comum, adiada para 1º de julho de 2017;

3 Comportamento do consumo de gasolina C frente aos concorrentes, ao longo do ano, diante das crises econômica e política;

3 Acompanhar a movimentação das distribuidoras pela importação de gasolina A diante da diferença de preços do produto praticados nos mercados interno e internacional e a infraestrutura logística para receber as cargas importadas.

Mais espaço

Fique de olho

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etAno

l

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 29

No ano em que o Proálcool comple-tou 40 anos, o mercado de etanol teve o que comemorar. O volume comerciali-zado do biocombustível, em 2015, atin-giu 17,9 milhões de metros cúbicos, um aumento de 37,5% na comparação com 2014. Isso significa que nunca se consu-miu tanto etanol no país desde o adven-to dos veículos flex. A título de compa-ração, o melhor período de consumo do biocombustível no país havia sido em 2009, quando atingiu 16,5 milhões de metros cúbicos.

O resultado surpreendente é atri-buído, principalmente, pelo aumento de preço da gasolina em função dos im-pactos dos impostos federais e estadu-ais. No início do ano, o governo federal anunciou um pacote de medidas, que implementou reajuste das alíquotas de PIS/Cofins dos combustíveis fósseis e, em 1º de maio, o governo trouxe de volta a cobrança da Cide para a gasolina. No cenário de crise econômica aliado a pre-ços mais altos, a gasolina C foi perden-do mercado para o etanol. Com inflação alta, renda menor e risco de desemprego, o consumidor cortou as despesas consi-deradas extras para atravessar o período crítico e optou por produtos com preço mais adequados ao orçamento apertado, fazendo a substituição da gasolina pelo etanol. O resultado foi a elevação da co-

mercialização do etanol em quase todos os estados, inclusive em regiões em que o biocombustível é menos competitivo, como no Norte e Nordeste.

Também contribuiu para o desem-penho recorde a adoção de políticas públicas por governos estaduais, com o intuito de incentivar o consumo do bio-combustível. A principal delas foi a mu-dança nas alíquotas de ICMS em Mi-nas Gerais. O governo mineiro não só reduziu a alíquota para o etanol, de 19% para 14%, como aumentou o percentual de ICMS para a gasolina C, o que per-mitiu uma diferença de tributação de 15 pontos percentuais entre os dois com-bustíveis, considerada a maior do Brasil. Tais incentivos levaram o consumidor de volta às bombas de etanol e fizeram de Minas Gerais um dos estados de maior destaque de vendas em 2015.

Outra medida que favoreceu o setor produtivo, bastante aguardada pelo setor sucroenergético e atendida pelo governo federal em 2015, foi o aumento no teor

4.1 fAtuRAmento(em bilhões de R$)

26,939,8

Fonte: Fecombustíveis

2014

2015

Crescimento de

48%

Recorde de vendas

Em 2015,

o etanol foi

o grande

destaque de

vendas, com

crescimento

de 37,5% na

comparação

com 2014

Page 30: Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 · gás, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de ... fECoMBUstíVEis Preocupação com a revenda Cadeia de

30 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

etAnol

da mistura de etanol anidro à gasoli-na, que passou de 25% para 27%, com início em 16 de março. A decisão veio após pressão exercida pelos produtores sucroenergéticos, que vêm enfrentando uma crise financeira desde 2008 e veem no aumento da mistura uma forma de garantir parcela das vendas da produção.

Com o volume de vendas expressi-vo em 2015, o faturamento cresceu 48%, registrando R$ 39,8 bilhões, na compa-ração com 2014.

A comercialização de etanol tam-bém gerou aumento de 52% na arre-cadação tributária em 2015 na compa-ração com 2014, para R$ 6,5 bilhões, que representam R$ 2,2 bilhões a mais

arrecadados só com ICMS, já que o se-tor é beneficiado pela desoneração do PIS/Cofins desde 2013.

Apesar das boas notícias, as in-certezas ainda rondam o setor sucro-energético e colocam em xeque uma possível ampliação da participação do biocombustível na matriz de combus-tíveis brasileira. Isso porque os proble-mas do setor continuam os mesmos. Não se tem uma política de longo pra-zo para que se possa dar previsibilida-de aos investimentos. O mercado de combustíveis precisa de regras estáveis e previsíveis para se desenvolver.  Al-guns fatores como não haver subsídio de preço à gasolina e uma política fis-cal estável ao longo do tempo (Cide, PIS/Cofins e ICMS) são elementos importantes para que o setor produ-tivo de etanol continue a investir em aumento de produtividade, por meio de novas variedades de cana.

Outra questão que permanece é o endividamento das usinas. Em 2015, o endividamento médio do setor sucro-energético continuou subindo. A situ-ação é delicada e não se exclui a pos-sibilidade de que mais usinas entrem em recuperação judicial ou encerrem suas atividades em 2016.

As condições climáticas também influenciaram o setor. Em 2015, o ex-cesso de chuvas interferiu no ritmo da moagem, por conta do fenômeno El Niño, aumentando o custo de produção.

4.3 Volume ComeRCiAliZAdo pelA ReVendAem milhões de m3

13,0

Fonte: ANP

2014 2015

17,9

4.2 ARReCAdAção tRiButÁRiA em bilhões de R$

Fonte: Fecombustíveis

4,36,5

2014

2015

iCms

Page 31: Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 · gás, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de ... fECoMBUstíVEis Preocupação com a revenda Cadeia de

Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 31

4.4 AlÍquotAs de iCms

ACAL

AM

AP

BA

CE

DF

ES

GO

MA

MG

MS

MT

PA

PBPE

PI

PR

RJ

RN

RO

RR

RS

SC

SE

SP

TO

27%26%25%24%22%19%18%14%12%

Fonte: Fecombustíveis

Em Minas Gerais, a alíquota de ICMS do etanol caiu de 19%

para 14%. Com a mudança, o estado

mineiro passou a ter a segunda menor alíquota do país

Após 2014 ter registrado queda do volu-me de etanol exportado, em 2015, as exporta-ções do biocombustível voltaram a subir. No ano passado, o volume exportado alcançou 1,78 milhão de me-tros cúbicos, um crescimento de 28,1% na comparação com o ano anterior. O resultado pode ser justificado, em parte, pela adoção do programa de baixo carbono para combustíveis na Califórnia (Estados Unidos). Além disso, pesou ainda para o aumento das

exportações a valorização do dólar frente ao real, gerando mais receitas.

O volume de etanol importado também re-gistrou, em 2015, crescimento de 17,8% na comparação com o ano anterior. As importações totaliza-ram 530 mil metros cúbicos, ante 450 mil metros cúbicos importa-dos em 2014. Nesse caso, o volu-me maior ocorreu devido à seca no Nordeste, que prejudicou a produ-ção de etanol nessa região, e ao aquecimento do consumo no país.Fonte: MME

0,45

1,39

0,53

1,78

2014

2014

imPo

rta

çã

oex

Po

rta

çã

o

2015

2015

4.5 meRCAdo exteRnoem milhões de m3

Exportações em alta

Page 32: Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 · gás, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de ... fECoMBUstíVEis Preocupação com a revenda Cadeia de

32 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

etAnol

Mais hidratadoCom uma safra 2015/2016 positiva

para o setor sucroenergétco - em algu-mas usinas da região Centro-Sul, a mo-agem da cana se estendeu para além do fim de 2015 - e o cenário ainda pouco atrativo para a produção de açúcar, os produtores mantiveram sua produção no etanol. Por conta disso, o mix de produ-ção direcionado para o etanol registrou 58,7% do total produzido.

Em 2015, a produção de etanol car-burante totalizou 30 milhões de metros cúbicos, um crescimento de 7,1% na comparação com o ano anterior. De hi-dratado, foram produzidos 18,7 milhões de metros cúbicos, 14,7% a mais do veri-ficado em 2014. O resultado foi uma cla-ra e rápida resposta à mudança do mer-cado consumidor devido ao aumento nos preços da gasolina. O mesmo efeito não foi sentido no etanol anidro, que teve sua produção reduzida em 3,4% em relação a 2014 devido à queda no consumo da ga-solina comum. O recuo só não foi maior pelo aumento no teor da mistura de 25% para 27% de anidro na gasolina comum.

Entre os estados produtores, São Pau-lo concentrou a maior produção de etanol: 46,7% destinados ao hidratado e 45,9% ao anidro. Além de São Paulo, os estados que mais produziram etanol em 2015 foram: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Mato Grosso.

11,7

16,3

11,3

18,7

Anidro

Hidratado

2014 2015

4.6 pRodução de etAnol CARBuRAnte em milhões de m3

Fonte: MME

4.7 pRodução de etAnol poR estAdo

Fonte: ANP

SP 45,9%

GO 12,0%

MG 10,4%

MS 8,1%

Outros 23,6%

SP 46,7%

GO 14,0%

MG 9,6%

MS 9,0%

Outros 20,7%

aniDro

hiDrataDo

Fonte: Cepea/Esalq

56,8%

58,7%

2014

2015

4.8 destinAção dA CAnA-de-AçÚCAR pARA o etAnol no CentRo-sul

Page 33: Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 · gás, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de ... fECoMBUstíVEis Preocupação com a revenda Cadeia de

Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 33

Em 2015, os postos vinculados, ou com bandeira, que comercializaram eta-nol hidratado responderam por 61,8% do total, uma alta de 1,9 ponto percen-tual em relação a 2014. Já os postos ban-deira branca reduziram sua participação de 40,1% para 38,2% no mesmo período.

Em relação ao market share das distribuidoras, 40,9% do total é pul-

verizado, dividido entre as distribui-doras regionais. Já as três grandes distribuidoras concentram 59,2% do total de participação de mercado. A Raízen foi a única que ampliou sua participação na comercialização de etanol hidratado, passando de 19% para 19,5%. BR Distribuidora e Ipi-ranga mantiveram-se estáveis.

Fonte: ANP

4.9 VendAs poR tipo de posto

com bandeira

com bandeira

59,9%

sem bandeira

sem bandeira

40,1%

61,8% 38,2%

2014

2015

Fonte: ANP

4.10 market share dAs distRiBuidoRAs

20,4%

19,1%

19,0%

41,6%

20,4%

19,3%

19,5%

40,9%

BR

Ipiranga

Raízen

Outras distribuidoras

2014 2015

Postos embandeirados

As três grandes

distribuidoras

detêm 59,2%

do total de

participação

do mercado

de etanol

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34 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

etAnol

4.11 Composição do pReço

Usina 61%

Fretes 2%

Tributos 16%

Margens 21%(Distribuição + revenda)

Fonte: Fecombustíveis

Fonte: ANP

4.12 mARGem médiA dA ReVendA

12% 13,0%

14,0%

15,0%

16,0%

17,0%

18,0%

19,0% 20%

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Escalada de preçosA oscilação de preços é outro fa-

tor que influencia a competitividade do etanol. O aumento do consumo do bio-combustível deveu-se principalmente aos preços relativamente baixos até o fi-nal de setembro. A partir de outubro, os preços subiram refletindo a perspectiva de que o consumo precisaria se adequar à oferta até o início da próxima safra, em abril de 2016.  

O aumento do preço da gasolina nas refinarias da Petrobras em setembro teve um impacto limitado na competiti-vidade do etanol, já que coincidiu com o aumento de preço do etanol decorrente do ajuste entre oferta e demanda.

Altas expressivas foram registradas no último trimestre do ano. O preço mé-dio do etanol hidratado em São Paulo, desconsiderando os impostos, em 2015, atingiu R$ 1,362 por litro, uma variação a mais de 7,9% na comparação com 2014. Já o preço médio anual do anidro em São

Paulo, também sem considerar os impos-tos, registrou alta de 8,4%, ou R$ 1,531 por litro. Vale destacar que, em novembro, o preço do anidro atingiu seu pico, com R$ 1,969 por litro.

A revenda e distribuição sentiram os impactos desses aumentos. Com isso, os preços médios anuais da distribuição e revenda registraram aumento de 6,4% e 7,9%, respectivamente. Em relação às mar-gens mensais da revenda, houve oscilação ao longo do ano, ocorrendo queda nas mar-gens a partir de setembro de 2015.

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 35

Fonte: Cepea/Esalq

4.13 pReços médios do etAnol AnidRo nA usinA em R$/l

1,0

1,4

1,7

2,1

2,4

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

São Paulo Alagoas Goiás

Fonte: Cepea/Esalq

4.14 pReços médios do etAnol hidRAtAdo nA usinA em R$/l

0,9

1,2

1,4

1,7

1,9 São Paulo Alagoas Goiás

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Fonte: ANP

4.15 pReços médios no downstream em R$/l

1,0 1,4

1,7

2,1

2,4

2,8

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Distribuidoras Postos

Os preços do etanol hidratado registraram altas

expressivas no último trimestre do ano. O preço

médio do produto em São Paulo,

em 2015, atingiu R$ 1,362 por

litro, uma variação a mais

de 7,9% na comparação

com 2014

Page 36: Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 · gás, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de ... fECoMBUstíVEis Preocupação com a revenda Cadeia de

36 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

etAnol

A relação de preço entre o hidratado e a gasoli-na ficou favorável em quatro estados produtores até outubro: Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.

Apesar de Minas Gerais ter sido um dos des-taques de vendas do ano passado, pela redução da alíquota do ICMS no etanol, essa vantagem tribu-tária permitiu que o biocombustível se mantivesse competitivo de abril a outubro frente à gasolina.

O que chamou a atenção foi a permanência do consumo de hidratado, que esperava-se deveria ter caído mais após setembro. Este comportamento tem sido atribuído ao efeito renda, isto é, a crise econômi-ca é tão severa que parte dos consumidores continu-aram optando pelo hidratado mesmo sendo menos competitivo do que a gasolina nos meses finais de 2015, pelo menor desembolso na hora de abastecer.

4.16 pARidAde de pReços entRe etAnol e GAsolinA

2014 2015

UF

Jan

eiro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ag

ost

o

Sete

mb

ro

Ou

tub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jan

eiro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ag

ost

o

Sete

mb

ro

Ou

tub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Acre

Alagoas

Amapá

Amazonas

Bahia

Ceará

Distrito Federal

Espírito Santo

Goiás

Maranhão

Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

Minas Gerais

Pará

Paraíba

Paraná

Pernambuco

Piauí

Rio de Janeiro

Rio Grande do Norte

Rio Grande do Sul

Rondônia

Roraima

Santa Catarina

São Paulo

Sergipe

Tocantins

Fonte: Estimativa da Fecombustíveis a partir de dados da ANPNota: O etanol é mais vantajoso quando seu preço corresponde a até 70% do preço da gasolina.

Vantajoso consumir etanol.

Pouca paridade

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 37

EstabilidadeO índice de não conformidade

manteve-se estável, ficando em 1,5% em 2015. O indicador mantém o padrão de qualidade para o biocom-bustível dos últimos dois anos. Em relação à especificação da não confor-midade, o quesito teor alcoólico ainda é o principal item de desconformida-de do etanol comercializado no país, passando de 55% para 59%. Já con-dutividade registrou queda de cinco pontos percentuais, de 20% para 15%.

Em 2015, a ANP implementou mudanças nas especificações do eta-nol, a fim de melhorar os quesitos de qualidade do produto. E conduti-vidade foi um deles. Pela Resolução 19/2015, o limite de condutividade aceito para o etanol comercializado no país foi definido em 300 µS/m a partir de 1º de julho de 2015. Antes, o limite permitido era de 389 µS/m. A Fecombustíveis e o setor de distri-buição foram contra à mudança no índice de tolerância porque poderia provocar alteração no produto se fi-casse muito tempo estocado.

Em relação às não conformida-des por bandeira, os postos bandeira branca concentraram o maior índi-ce de casos, com 3,9%; seguido pela Alesat, com 3,6%; Ipiranga, com 1,9%; Petrobras, com 1,7%; e Raízen, com 1,4%.

Fonte: ANP

4.17 ÍndiCe de não ConfoRmidAde em %

7,3

10,3

12,6

9,6

7,4 6,5

3,8 3,1 2,3 1,7 2,2 2,5 2,1 1,6 1,6 1,5

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Fonte: ANP

4.18 espeCifiCAção dA não ConfoRmidAde

55%

20%

12%

14%

59%

15%

8%

18%

Teor alcoólico

Condutividade

pH

Outros

2014 2015

Fonte: ANP

4.19 não ConfoRmidAde poR BAndeiRA

1,4%

1,9%

3,6%

3,9%

1,7%

1,0%

1,3%

1,3%

2,0%

1,3%

Raízen

Ipiranga

Alesat

Bandeira Branca

Petrobras

2014 2015

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die

sel

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 39

Em 2015, o mercado de diesel no Brasil encolheu, refletindo a redução do PIB. De acordo com dados divul-gados pela ANP, o consumo de diesel totalizou 57,2 milhões de metros cúbi-cos, volume 4,7% inferior ao registra-do em 2014, quando foram vendidos 60 milhões de metros cúbicos. As ven-das de diesel por segmento refletiram o menor consumo nos postos, que regis-traram queda de 3,3%; nos TRRs, que recuou 4%; e nos consumidores finais, com redução de 7,7%.

Apesar do recuo do consumo, 2015 registrou aumento de 8% no faturamento ante 2014, atingindo R$ 164,2 bilhões, justificado pelo reajuste do PIS/Cofins e pela volta da Cide para os combustíveis fósseis, juntamente com os reajustes de preços do diesel na cadeia dos combus-tíveis. Em setembro de 2015, a Petro-bras anunciou reajuste de 4% no preço do diesel nas refinarias.

Já as vendas de diesel S10 (baixo teor de enxofre) aumentaram 8% em 2015 em relação a 2014, de 14,6 mi-lhões de metros cúbicos para 15,9 mi-lhões de metros cúbicos. Também no ano passado, a participação do diesel S10 no mercado total de diesel cresceu para 29,1%. A entrada em operação de parte da Rnest, em Pernambuco, in-clusive, foi responsável por 47% do

incremento do diesel S10, em 2015. A projeção da ANP é que, até 2020, me-tade do diesel consumido no país seja proveniente do S10.

A participação dos postos revende-dores que comercializam o produto au-mentou 14% em 2015 ante 2014, inclu-sive, o número de revendas que passaram a comercializá-lo, de forma voluntária, aumentou 17%. Em 2014, 21.580 pos-tos comercializaram S10, sendo 4.740 de forma obrigatória e 16.840 de ma-neira voluntária. Em 2015, a quantida-de de revendas que disponibilizaram o S10 totalizou 24.557, dos quais 4.859 comercializaram de forma obrigatória e 19.698, voluntária. Esta maior ade-são da revenda se deve a vários motivos, desde a perspectiva de aumento de no-vos consumidores (como SUVs e outros veículos que demandam um produto mais limpo que favorece melhor desem-penho) até a expectativa de renovação de frota no país, o que levaria à maior demanda pelo S10.

Reflexo do PIB

5.1 fAtuRAmento(em bilhões de R$)

152,6164,2

Fonte: Fecombustíveis

2014

2015

Crescimento de

8%

Em setembro

de 2015, a

Petrobras

anunciou

reajuste de

4% no preço

do diesel nas

refinarias

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40 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

diesel

Os principais comercializadores do produto são os postos revendedores, com 58,1% do total; TRRs, com 13%; e consu-midores finais (Pontos de Abastecimento e grandes consumidores), com 28,9%. Os postos revendedores tiveram um ligeiro aumento em relação a 2014 e os TRRs mantiveram-se no mesmo patamar, en-

quanto que os grandes consumidores demandaram menos diesel. A explicação para isso é tanto a queda na atividade econômica de transportadores, quanto a redução da quantidade de agentes do segmento. Na comparação entre 2014 e 2015, a ANP registrou o fechamento de 61 Pontos de Abastecimento.

5.5 Composição dAs VendAs poR tipo de diesel

25,8%

29,1%

1,3%

1,5%

1,5%Fonte: ANP

S10

S10

Marítimo

Marítimo

Não rodoviário

S500

S500

2014

2015

72,9%

67,9%

5.4 ComeRCiAliZAção de s10 pelA ReVendAem unidades

2014

2014

2015

2015

Fonte: ANP

Fonte: ANP

4.740

27,7%

4.859

26,4%

16.840

72,3%

19.698

73,6%

Obrigatória

sem bandeira

Obrigatória

sem bandeira

Voluntária

com bandeira

Voluntária

com bandeira

total: 21.580

total: 24.557

5.2 Composição dAs VendAs poR seGmento

5.3 VendAs poR tipo de posto

29,8%

29%

12,9%

13%Fonte: ANP

Consumidor Final

Consumidor Final

TRR

TRR

Revenda Varejista

Revenda Varejista

2014

2015

57,3%

58,1%

total (milhões de m3): 60

total (milhões de m3): 57,2

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 41

ACAL

AM

AP

BA

CE

DF

ES

GO

MA

MG

MS

MT

PA

PBPE

PI

PR

RJ

RN

RO

RR

RS

SC

SE

SP

TO

17%15%13%12%

Impostos Com o pacote de medidas fiscais anun-

ciadas no início de 2015 pelo governo federal, houve reajuste das alíquotas do PIS/Cofins, em 1º de fevereiro e, a partir de 1º de maio, a Cide voltou a incidir sobre o diesel. O resultado foi o aumento da arrecadação tributária de 26% em 2015, para R$ 37,9 bilhões, ante 2014, quando acumulou R$ 30 bilhões.

Outro fator de influência para a arrecada-ção do óleo diesel veio do PMPF, base de cál-culo do ICMS, que foi dividido por produto, com valores distintos para o diesel S500 e para o diesel S10 a partir de agosto de 2015.

No ano passado, no Mato Grosso, a alí-quota de ICMS foi alterada de 17% para 12% em 1o de julho. Os demais estados manti-veram as mesmas alíquotas de 2014, com a menor cobrança de 12% nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Distrito Federal.

Já em 2016, cerca de dez estados aumen-taram suas alíquotas de ICMS.

total: 30,0

total: 37,9

5.6 AlÍquotAs de iCms

Fonte: Fecombustíveis

5.7 ARReCAdAção tRiButÁRiA em bilhões de R$

5.8 market share dAs distRiBuidoRAs

8,4

13,4

1,8Fonte: Fecombustíveis

Fonte: ANP

PIS/Cofins

PIS/Cofins

Cide

ICMS

ICMS

2014

2015

21,7

22,7

38,5%

22,2%

18,4%

21,0%

37,2%

22,9%

19,0%

20,9%

BR

Ipiranga

Raízen

Outras distribuidoras

2014 2015

Market shareA BR Distribuidora continua à fren-

te das demais concorrentes, porém, perdeu participação de 1,3 ponto percentual em 2015 em relação a 2014. No mesmo perío-do, a Ipiranga e a Raízen tiveram ligeiro au-mento de 0,6 ponto percentual e 0,7 ponto percentual, respectivamente.

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42 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

diesel

As importações de diesel, que registra-ram 11,3 milhões de metros cúbicos em 2014, caíram para 6,9 milhões de metros cúbicos em 2015, o que representa queda de 38% no período.

Mesmo com a redução das importações, o preço do barril de petróleo nos Estados Unidos caiu significativamente nos últimos meses de 2015, o que impactou na queda de preço do die-sel importado em relação ao diesel nacional. Este fato abriu uma janela de oportunidades para im-portação de diesel pelas distribuidoras, cujo pre-ço no mercado externo compensava mais do que comprar pela Petrobras, que manteve os preços elevados na tentativa de contribuir para a recom-posição de seu caixa. A ANP, inclusive, registrou cinco novos pedidos de registro de importadores em 2015. Apenas para se ter ideia, em janeiro de 2014, o preço do diesel nos Estados Unidos era de US$ 0,7581 por litro, enquanto que, no Brasil, o preço era US$ 0,6518 por litro, uma variação de 14% mais baixo para o produto nacional. Em dezembro de 2015, o preço nos Estados Uni-dos era de US$ 0,2561 por litro e, no Brasil, de US$ 0,4311 por litro, ou seja, o preço estava 68% mais caro no mercado nacional.

Mesmo que a importação de diesel tenha sido vantajosa nos últimos meses de 2015, não se pode dizer que esta será uma tendência de mercado, ou que surgirão novos importadores de combustíveis no Brasil, além da Petrobras. Isso porque, para tornar-se um importador, são necessários investimentos em infraestrutura e, para isso, as empresas precisariam ter seguran-ça de que os preços internacionais se manterão em um patamar vantajoso por um longo perí-odo. Além disso, o Brasil tem muitos gargalos para elevar a importação por conta da infra-estrutura portuária deficitária, além do domí-nio da Petrobras no segmento de distribuição, junta-se a isso outro componente de influência é a cotação do dólar.

De qualquer maneira, a Petrobras permane-ce com o maior volume de importação do merca-do nacional e é responsável por quase a totalidade da capacidade de refino do país, fazendo com que a sua política de preços determine os preços do-mésticos dos combustíveis e, consequentemente, a margem de rentabilidade do refino.

5.9 impoRtAçãoem milhões de m3

11,36,9

Fonte: ANP

2014

2015

5.10 defAsAGem entRe os pReços do diesel BRAsileiRo e noRte-AmeRiCAno

Fonte: FecombustíveisNota: Preço do produto na refinaria sem impostos.

-20%

70%

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Comércio exterior

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 43

Preços Na composição de

preço do diesel, houve alteração do percentual de participação de alguns componentes. Os tributos passaram a ter maior peso e subiram para 24% em 2015 ante 2014. E o bio-diesel aumentou de 4% para 5%. Já a participação do diesel e das margens dos agentes do setor caí-ram. O frete manteve-se inalterado em 2015.

No downstream, o pre-ço médio anual do die-sel da revenda aumentou 12,5%, e o da distribuição elevou 13,4% em 2015 na comparação com 2014.

Ao longo do ano passado, a margem mé-dia da revenda passou por oscilações, mas se-guiu em trajetória de queda na maior parte dos meses. A margem anual caiu de 11,9% em 2014 para 11,3% em 2015.

5.11 Composição do pReço

Diesel 55%

Biodiesel 5%

Tributos 24%

Margens 14%

Fretes 2%

(Distribuição + revenda)

Fonte: Fecombustíveis

5.12 pReços médios no upstream e downstreamem R$/l

1,0 1,4

1,7

2,1

2,4

2,8

3,1

3,5

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Refino Distribuição Revenda B100

Nota: O preço médio do refino não inclui ICMS.Fonte: ANP

5.13 mARGem médiA dA ReVendA

Fonte: ANP

9% 10%

11%

12%

13%

14%

15%

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

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44 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

diesel

QualidadeEm 2015, a ANP registrou ele-

vação da não conformidade do diesel, que saltou de 2,6% em 2014 para 3,5% em 2015. Foi o maior índice registrado desde 2011.

Em 2010, o índice de não confor-midade registrou 3,6% - no entanto, vale destacar que, em 2010, quando entrou em vigor o B5 (adição de 5% de biodiesel no diesel fóssil), vários problemas surgiram com o armazena-mento do combustível em virtude do biodiesel misturado, o que elevou as não conformidades).

Em 2015, a principal não con-formidade encontrada nas amostras analisadas pela agência foi o teor de biodiesel (36%), seguido por ponto de fulgor e quantidade de enxofre, cada um com 21%. Houve redução dos problemas relacionados ao aspecto (de 33% em 2014 para 7% em 2015), mas, na contrapartida, houve elevação no quesito teor de biodiesel (de 21% em 2014 para 36% em 2015).

Em dezembro do ano passado, a qualidade do diesel, de modo geral, apresentou melhoria. As amostras de diesel, coletadas pelo programa de monitoramento da qualidade da ANP, estavam conformes em 99% do total.

5.15 não ConfoRmidAde poR BAndeiRA

Fonte: ANP

5.14 ÍndiCe de não ConfoRmidAde em %

Fonte: ANP

5.16 espeCifiCAção dA não ConfoRmidAde

Fonte: ANP

6,7 6,5 5,9

4,9

3,8 3,4 2,6

1,9 2,2

3,0 3,6

2,3 2,7 2,9 2,6

3,5

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

3,3%

2,6%

4,5%

6,6%

3,5%

2,3%

2,2%

2,0%

2,9%

2,5%

Raízen

Ipiranga

Alesat

Bandeira Branca

Petrobras

2014 2015

13%

33% 3%

4% 27%

21%

4%

21%

7%

21%

36%

11%

Enxofre

Aspecto

Corante

Ponto de Fulgor

Teor de Biodiesel

Outros 2014 2015

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 45

Consumo de Arla 32 desproporcional ao diesel

Desde a implantação da fase P7 do Proconve, todos os veículos dotados de motor Euro 5 deveriam abastecer com o diesel S10 e utilizar o Arla 32. Porém, existem algumas variáveis: os motoristas burlam o consumo do Arla 32. Muitos veículos sem a tecnologia Euro 5 abastecem com S10 e a outra parcela dos que deveriam abastecer com S10 acaba utilizando diesel comum (S500). O fato é que o consumo de Arla está muito aquém das vendas de diesel S10. Em 2014, o chamado mercado informal de Arla 32 correspondia a 30% do volume de diesel; em 2015, a informalidade atingiu 50%.

Para evitar o uso do produto, os motoristas valem-se de artifícios, como soluções caseiras de água com adição de ureia, água pura, Arla 32 “batizado” (ou seja, com adição de água), chips eletrônicos que burlam o sistema de au-todiagnóstico dos veículos (OBD), ou mesmo o não uso do produto. Todas estas ações trazem prejuízos ao desempenho dos veículos, além de causar poluição (já que sem o Arla os gases tóxicos são liberados). Por isso, não utilizar o produto adequado, ou burlar o sistema do veículo, é considerado crime ambiental, passível de punição pelos órgãos ambientais e Ibama.

3 O diesel marítimo deverá ser regulamentado em breve e passará a conter até 7% de biodiesel. Apenas o diesel de emergência ficará de fora;3 O mercado deverá começar a discutir um novo enquadramento tributário para o Arla 32, fazendo com que o produto tenha a mesma tributação da ureia para fins agrícolas, de forma a eliminar qualquer vantagem de uso irregular;3 Votação do projeto de lei em tramitação sobre o uso de diesel para veículos leves;3 Expectativa de elevação do consumo do diesel de baixo teor de enxofre;3 Produção do diesel oriundo do pré-sal.

Fique de olho

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Bio

die

sel

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 47

Apesar da queda nas vendas de óleo diesel (veja mais no capítulo Diesel), o biodiesel apresentou um crescimento de 17,4% em 2015, passando de 3,4 milhões de metros cúbicos em 2014 para 4 mi-lhões de metros cúbicos no ano passado. Isso ocorreu em função da elevação do teor da mistura do biocombustível ao diesel fóssil, ainda em 2014. Naquele ano, em 1o de julho, o teor passou de 5% (B5) para 6% (B6) e, depois, em 1o de novem-bro, para 7% (B7). Assim, ao longo de 2015 esteve vigente o B7, o que explica a elevação da demanda pelo biodiesel.

No entanto, apesar dos resultados positivos, os produtores de biodiesel não se mostraram satisfeitos, já que a queda no consumo de diesel acabou frustran-do as expectativas de alavancar as vendas do biocombustível. O setor esperava que a comercialização de biodiesel atingisse 4,3 milhões de metros cúbicos, o que não se confirmou. De acordo com os dados do MME, a capacidade ociosa em 2014 foi de 54% e, em 2015, caiu para 46%, em função do aumento da mistura para 7%. A relação entre capacidade instalada e produ-ção melhorou. Enquanto, em 2014, a capa-cidade instalada era de 7, 5 milhões de me-tros cúbicos e a produção de 3,4 milhões de metros cúbicos, em 2015, a capacidade teve ligeira queda, passando a 7,2 milhões de metros cúbicos; e a produção se elevou para

3,9 milhões de metros cúbicos, reduzindo o índice de capacidade ociosa.

Os leilões realizados ao longo do ano espelham esta capacidade ociosa.

Em crescimento

6.1 pRodução x CApACidAde instAlAdA

(1.000 m3)

2.350 2.661 2.708 2.930 3.414 3.937

5.256 6.019

6.853 7.504 7.502 7.263

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Produção Capacidade Instalada

Fonte: ANP

6.3 infoRmAçÕes ReGionAis do B100

região n. de usinas

Distrib. da capac. inst.

(mil m3)

Vol. arrematado nos leilões

(mil m3)

Preço médio leilão (R$/m3)

Norte 3 3% 77 2.303,39Nordeste 4 7% 340 2.406,98Centro-Oeste 21 39% 1.789 2.138,47Sudeste 9 13% 301 2.212,02Sul 13 38% 1.548 2.095,63Brasil 50 7.263 4.055 2.153,19Fonte: MME e ANP

6.2 ResultAdos dos leilÕes de B100

Período Percentual da mistura

Preço médio (R$/m3)

Vol. arrematado

(m3)

Jan a Fev/14 5% 2.090,45 485.636Mar a Abr/14 5% 1.965,37 549.666Mai a Jun/14 5% 1.880,25 463.870Jul a Ago/14 6% 1.884,15 638.455Set a Out/14 6% 1.913,71 625.732Nov a Dez/14 7% 2.100,38 701.414Jan a Fev/15 7% 2.194,47 667.876Mar a Abr/15 7% 1.975,15 699.354Mai a Jun/15 7% 2.021,78 671.288Jul a Ago/15 7% 2.171,77 661.545Set a Out/15 7% 2.162,46 696.852Nov a Dez/15 7% 2.406,20 657.752Fonte: ANP Nota: O preço médio de cada período consiste na média ponderada entre preços e volumes envolvidos em cada lote do leilão.

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48 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

Biodiesel

No início de 2015, entre janeiro e fevereiro, o volume comercializado no leilão (B100) foi 667.876 mil metros cúbicos. No leilão seguinte, este volume teve elevação para quase 700 mil metros cúbicos, mas, em seguida, voltou a cair e no final do ano (novembro e dezembro) ficou em 657.752 metros cúbicos.

O preço médio do biodiesel comercializado nos leilões também aumentou. Em janeiro e fevereiro de 2015, o valor era de R$ 2.194,47 por metro cúbico, enquanto que, no mesmo período do ano anterior (quando ainda vigorava o B5), era de R$ 2.090,45 por metro cúbico. No final de 2015, entre novembro e dezembro, o preço era de R$ 2.406,20 por metro cúbico, ante R$ 2.100,38 por metro cúbico no mes-mo período do ano passado (com teor já de 7%).

Embora o valor do produto seja superior ao do diesel fóssil, o ganho ambiental e a menor

dependência de importações, em tese, deveria compensar a equação. Entretanto, o grande problema deste segmento é que suas premissas básicas – agricultura familiar, geração de em-prego e renda e inclusão social – não estão se confirmando. Apesar de já ter uma década de existência, não são todos os produtores que de-têm o Selo Combustível Social. O Plano Na-cional de Produção e Uso de Biodiesel ainda tem uma grande questão a ser resolvida, que é a inserção da agricultura familiar no Norte e Nordeste do Brasil. Até o final de 2015, havia 50 usinas autorizadas a produzir e a comer-cializar o biocombustível nos leilões públicos. Deste total, 42 usinas (76%) possuíam o Selo Combustível Social e, juntas, respondiam por 92% da capacidade produtiva e 99% da produ-ção de biodiesel.

As previsões indicam que o mercado de diesel não deve se aquecer em 2016, em fun-ção do baixo desempenho econômico do país. Mesmo assim, conforme estatísticas do MME, o déficit entre a demanda e a produção de die-sel fóssil no Brasil, até 2024, deve ser da ordem de 10 milhões de metros cúbicos a 12 milhões de metros cúbicos, o que representa uma opor-tunidade de crescimento para o biodiesel. Ou seja, a perspectiva de crescimento do segmento passa, necessariamente, pela elevação de teor, e o setor produtivo conseguiu obter aprovação de mais um aumento gradual da mistura de bio-diesel no diesel pelo governo federal, em mar-ço de 2016, que passará dos atuais 7% para 8%

até 2017, com aumento de 1 ponto percentual por ano até chegar em 10% em 2019. Apesar da aprovação da elevação da mistura, há vários de-safios que ainda precisam ser superados, como logística (já que, embora a elevação do teor de biodiesel substitua uma parcela de diesel, este é entregue pela Petrobras às distribuidoras por meio de dutos e o biocombustível chega por via rodoviária), questões tributárias e de garantia de qualidade do diesel B com maior percentual do teor de biodiesel. Além disso, este debate inclui os mercados dos subprodutos da soja e também a perspectiva de introdução de novas matérias--primas, bem como os efeitos de novos teores na qualidade do ar.

Elevação do teor

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 49

O biodiesel autorizativo (uso de misturas de biodiesel entre 20% e 30% para frotas, empresas ferroviárias e atividades industriais e/ou agrícolas), aprovado em 12 de novembro de 2015 pela Por-taria 516 do MME, foi alvo de muitas polêmicas por parte dos segmentos envolvidos. Esta questão preocupa tanto a revenda de combustíveis como o Sindicom, que representa as principais distribui-doras de combustíveis, as quais são responsáveis pela mistura, cujo receio é a possibilidade de o uso autorizativo servir de lacuna para fraudes e gerar problemas concorrenciais. A medida pode repre-sentar uma potencial queda de arrecadação do ICMS pelos estados e de tributos federais, como Cide e PIS/Cofins. Na avaliação da entidade, há risco de perda de arrecadação pelos estados, pois o biodiesel paga menos tributos do que o diesel. En-tretanto, apesar de toda a preocupação, nenhum volume autorizativo havia sido adquirido em lei-lão até o início de março de 2016, segundo dados divulgados pela ANP.

A despeito do uso autorizativo de B20 ou B30, o aumento de teor acima de 7% ainda é alvo de reservas pela indústria automotiva, que se baseia em uma recomendação internacional (Worldwide Fuel Charter) que assegura a segu-rança do uso de até B7 e recomenda testes para aprovar teores acima deste percentual. Isso não significa que teores superiores podem causar pro-blemas nos motores, mas, para sua utilização, são necessários testes de campo que assegurem a se-gurança. A principal preocupação, no Brasil, é o fato de que grande parte da frota de caminhões é antiga e os fabricantes alegam que alguns ma-

teriais poderiam se deteriorar em contato com o biodiesel. Aliás, o risco de deterioração do pro-duto e do veículo é justamente a razão de o die-sel para uso em veículos aquáticos, ao contrário do rodoviário, ainda não ter adição de biodiesel. Como em muitas situações o produto permanece no tanque por longos períodos (caso, por exem-plo, das embarcações utilizadas esporadicamente, para fins recreativos), existe risco de formação de micro-organismos e a perda das características do biocombustível. Esse tema, inclusive, é objeto da norma internacional ISO 8217, que estabelece que combustíveis usados em embarcações devem ser livres de bioderivados. Vale informar, no en-tanto, que esta norma está sendo revista e alguns países já se posicionaram a favor da adição de até 7% de biodiesel no diesel marítimo. Por este mo-tivo, a ANP está também revendo a atual orien-tação e a perspectiva é de que somente o diesel para uso de emergência fique sem biodiesel. O mercado de diesel marítimo representa apenas 1,5% das vendas de diesel no país. Conforme da-dos da ANP, estão cadastrados na agência 129 postos que comercializam diesel marítimo, além de 58 postos flutuantes.

Outra situação que inspira preocupação por parte das montadoras é o chamado primeiro en-chimento dos veículos. Como eles tendem a per-manecer parados por longos períodos, à espera de encarroçamento ou mesmo para serem vendidos, o risco de alteração das características do combus-tível é muito elevado. Esta situação, inclusive, se agravou com a crise econômica em função da que-da nas vendas.

Uso autorizativo

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50 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

Biodiesel

Fiscalização As ações de fiscalização da ANP

reduziram drasticamente em 2015 nas unidades produtoras de biodiesel. Foram fiscalizadas cinco unidades, das quais 80% foram autuadas por co-mercializar/armazenar produto não conforme com a especificação de não conformidades. As demais unidades produtoras, 20% do total, foram au-tuadas por não cumprir notificação.

Matérias-primas

A especificação do biodiesel no Brasil é bas-tante rigorosa e a ANP estabeleceu uma série de regras para minimizar os potenciais problemas decorrentes da forma-ção de micro-organismos. Além da redução do teor de água, que atualmente tem como valor máximo 350 ppm no distribuidor (sendo até 200 ppm no produtor), as matérias-primas utilizadas também estão sendo mais restritas (77,4% provêm da soja e 18,5%, do sebo bovino. Em 2014, a soja respondia por 74,7% e o sebo, por 20,4%).

Na região Sudeste, a participação da gordura bovina se destacou ao longo do ano. Um dos picos do uso desta matéria-prima foi em novembro de 2015, quando chegou a 60% do total, embora no mês subsequente tenha caído para 40%, prevale-cendo o uso do óleo de soja em dezembro.

6.4 mAtéRiAs-pRimAs utiliZAdAs nA pRodução de B100

Fonte: ANP

74,7%

20,4%

2,3%

2,6%

77,4%

18,5%

2,0%

2,1%

Óleo de soja

Gordura bovina

Óleo de algodão

Outros 2014 2015

6.5 rankInG dAs infRAçÕes nA pRodução de Biodiesel

Fonte: ANP

Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação01

02 Não cumprir notificação

80%

20%

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 51

3 Agentes devem se mobilizar para o aumento do teor da mistura em março de 2017 para 8%. O ingresso do teor está vinculado à realização de uma série de testes e ensaios que deverá validar o uso da mistura. O prazo para realização desses testes é de até 36 meses depois da data de aprovação da lei, que ocorreu em março de 2016;

3 Em 2016, deve ocorrer nova regulamentação do diesel marítimo, que, em princípio, pas-sará a ter 7% de biodiesel. A exceção ficará somente para o diesel de emergência;

3 A ANP também deve regulamentar as regras para misturas BX (analisando im-pactos e resultados de misturas de B8 a B20), com a revisão da Resolução 2/2011.

Fique de olho

O mercado de biodiesel é marcado pela atuação pulverizada de produtores de peque-no porte, que representam mais da metade do mercado. No ano passado, as pequenas unidades produtoras ampliaram sua partici-pação no setor de 52,2% em 2014 para 53,8% em 2015. No ranking das grandes empresas

que atuam no segmento, todas mantiveram suas posições. A Granol mantém a lideran-ça, mas perdeu 2 pontos percentuais de 2014 para 2015, caindo para 11,7% do total de participação. A única empresa que subiu al-guns pontos foi a BSBIOS, de 8,7% em 2014 para 9,5% do total de participação em 2015.

6.6 market share dos pRodutoRes

Fonte: ANP

13,7% 9,5%

8,7%

7,9%

8,0%

52,2%

11,7%

9,5%

9,5%

7,8%

7,6%

53,8%

Granol

Oleoplan

BSBIOS

Petrobras Biocombustível

Caramuru

Outros produtores

2014 2015

Mais de 50% do

total do setor

é composto

por pequenos

produtores de

biodiesel

Market share

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GnV

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 53

O consumo de GNV acumulou recuo de 2,8%, passando de 4,9 milhões de metros cúbi-cos por dia em 2014 para 4,8 milhões de metros cúbicos por dia em 2015. Entretanto, no final do ano passado, o mercado de GNV apresentou sinais de recuperação. Com os aumentos de preços da gasolina e do etanol, os consumido-res passaram a perce-ber no GNV uma nova opção. Em dezembro, a comercialização de combustível cresceu 3,3% em relação a novembro, com especial recupera-ção na região Sul, que aumentou 8,4%; Nordes-te, de 5,6%; e Sudeste, 2%.

Assim como o segmento de GNV, a co-mercialização de gás natural também diminuiu em 1%, de 78,1 milhões de metros cúbicos por dia em 2014 para 77,1 milhões de metros cúbi-

cos por dia em 2015. O aumento no consumo cresceu nos setores industrial (1,2%), residen-cial (0,41%) e comercial (2,9%). Já a geração de eletricidade caiu 1,6%, segundo a Abegás.

Vale destacar que o segmento industrial registrou uma retração de 12,2% em dezembro de 2015 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Porém, no acumulado do ano, contribuiu para melho-ra de desempenho do setor industrial a inclu-são do volume comer-cializado pela Copergás

à Rnest, uma vez que a companhia concluiu negociação e firmou acordo com a Petrobras.

Em decorrência da desaceleração da eco-nomia, a menor demanda por energia elétrica proveniente da geração térmica também refle-tiu na redução do consumo de gás natural.

7.1 ComeRCiAliZAção de GÁs nAtuRAl pelAs ConCessionÁRiAs estAduAis(em 1.000 m3/dia)

2014 2015

Automotivo 4.961 4.820Industrial 28.467 28.816Residencial 965 969Comercial 769 791Geração Eletricidade 33.410 32.881Cogeração 2.570 2.501Outros 6.975 6.418Total 78.117 77.197Fonte: Abegás

Em queda

Apelo ambiental Apesar de ser um combustível fóssil, o GNV é menos prejudicial ao meio ambiente, já

que emite, em média, 15% menos CO2 em relação ao etanol e 20% menos na comparação com a gasolina, segundo teste homologado pela Cetesb.

O apelo ambiental deu respaldo ao projeto de lei 187/2015, do deputado Carlos Giannazi (PSOL), em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo. O projeto prevê a concessão de desconto de 75% sobre o pagamento do IPVA para quem optar pela conversão do GNV, desde que combinado a outro combustível no modelo bicombustível. 

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54 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

GnV

Campanhas de incentivoEmbora o número geral de con-

versões de veículos permaneça em tra-jetória decrescente, em São Paulo, a Comgás registrou 504 conversões de veículos somente no mês de novembro, um dos melhores resultados da con-cessionária nos últimos anos. Já em de-zembro, o número de conversões caiu para 444. O recorde da distribuidora foi registrado em fevereiro de 2016, com 532 conversões.

O incentivo para aumentar as con-versões em São Paulo foi oriundo de uma campanha da Comgás, que ofere-ceu bônus de R$ 900 aos taxistas que converterem seus automóveis com até 2 mil km rodados para o GNV. Para aqueles com veículos acima de 2 mil km, o bônus era de R$ 700.

A campanha ocorreu de outubro 2015 a fevereiro de 2016 para a área de concessão da companhia (região metropolitana de São Paulo, Alto Tie-tê, Vale do Paraíba, Baixada Santista, Campinas e região).

Na mesma linha da Comgás, a Co-pergás, de Pernambuco, também iniciou uma campanha em janeiro de 2016 para fomentar o uso do GNV no estado, concedendo um bônus de R$ 1 mil aos usuários de carro de passeio que conver-tessem seus veículos. Vale destacar que o ICMS no estado pernambucano é zero.

ConversõesO número de veículos convertidos para

o uso do GNV diminuiu de 23.849 em 2014 para 22.869 em 2015, uma queda de 4%.

Nesse aspecto, ainda pesa para o con-sumidor os custos da instalação dos kits de conversão, principalmente em um período de crise econômica, que acentuou a perda do poder aquisitivo da população.

O investimento compensa para quem circula, em média, 2.500 km somente por mês (ou 100 km por dia).

Apesar de o mercado disponibilizar kits mais modernos, como os de 5ª geração, que oferecem mais segurança e tecnologia mais avançada, ainda há poucos incentivos para estimular o consumo.

Outro fator que pesa para o motorista na hora de optar pela conversão é a baixa oferta de postos que comercializam GNV em algumas localidades. Para a revenda, o custo na conta de energia elétrica para man-ter o compressor é bastante alto se o volume de vendas não for significativo.  

7.2 ConVeRsÕesem unidades

2014 2015

23.84922.869

Fonte: IBP

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 55

PreçosA partir do aumento de preços da

gasolina, em setembro, pela Petrobras em suas refinarias e, principalmente, com a alta do etanol hidratado no fi-nal do ano passado, o GNV passou a ganhar um pouco mais de competitivi-dade em relação aos seus concorrentes, com destaque para seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Sergipe e Amazonas.

Segundo a Abegás, a economia do produto é igual ou superior a 50% em comparação com o etanol em 16 estados e, em relação à gasolina, em seis.

No Rio de Janeiro, essa vantagem competitiva do GNV possibilitou uma economia de até 55% em comparação à gasolina e 60% em relação ao etanol.

7.4 eConomiA do GnV

GnV x Gasolina GnV x etanol

Espirito Santo -53% -59%Minas Gerais -43% -45%Rio de Janeiro -55% -60%São Paulo -54% -55%Paraná -48% -50%Rio Grande do Sul -45% -55%Santa Catarina -48% -56%Alagoas -49% -53%Bahia -49% -52%Ceará -43% -49%Paraíba -42% -47%Pernambuco -50% -52%Rio Grande do Norte -48% -54%Sergipe -50% -54%Amazonas -51% -56%Goiás -37% -37%Mato Grosso -46% -41%Mato Grosso do Sul -45% -49%Fonte: AbegásNota: Dados referentes à segunda semana de Novembro/2015.

7.3 mARGem médiA dA ReVendA

7.5 pReços médios no downstream em R$/l

1,0 1,3

1,5

1,8

2,0

2,3

2,5

2,8

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Distribuidoras Postos

Fonte: ANPFonte: ANP

20% 21% 22% 23% 24% 25% 26% 27% 28%

29%

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

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56 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

GnV

Market share A Ceg, responsável pela distribuição

de gás para 874 mil consumidores na re-gião metropolitana do Rio de Janeiro, se destaca na primeira posição, com parti-cipação de 43% do total de mercado. A Ceg é controlada pela Gás Natural Fe-nosa, que também opera a Ceg Rio, res-ponsável pela distribuição de gás para 56 mil consumidores no interior do estado fluminense e que, hoje, ocupa a terceira colocação no ranking.

A Comgás é a segunda maior parti-cipação de mercado na rede de distribui-ção de gás natural do Brasil.

Impostos Em 2015, não houve alte-

rações nas alíquotas de ICMS do GNV. Em Pernambuco, a cobrança do tributo continua zerada. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul mantiveram a menor alíquo-ta, de 12%. Na ponta oposta, o maior percentual, de 25%, é cobrado pelo Amazonas e Distrito Federal.

7.6 AlÍquotAs de iCms

7.7 market share do GnV

Fonte: ANP

ACAL

AM

AP

BA

CE

DF

ES

GO

MA

MG

MS

MT

PA

PBPE

PI

PR

RJ

RN

RO

RR

RS

SC

SE

SP

TO

25%18%17%12%

0%

Ceg 43%

Comgás 11%

Ceg Rio 10%

Outras concessionárias

35%

Fonte: Fecombustíveis

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 57

ACAL

AM

AP

BA

CE

DF

ES

GO

MA

MG

MS

MT

PA

PBPE

PI

PR

RJ

RN

RO

RR

RS

SC

SE

SP

TO

2014 = 32015 = 6

2014 = 12015 = 3

2014 = 22015 = 2

2014 = 22015 = 2

2014 = 692015 = 71

2014 = 612015 = 61

2014 = 382015 = 38

2014 = 712015 = 71

2014 = 312015 = 31

2014 = 332015 = 35

2014 = 332015 = 34

2014 = 382015 = 37

TOTAL:2014 = 1.6312015 = 1.618

2014 = 102015 = 9

2014 = 5562015 = 5632014 = 335

2015 = 317

2014 = 1362015 = 134

2014 = 802015 = 80

2014 = 612015 = 65

2014 = 712015 = 59

3 Competitividade do GNV em relação a seus concorrentes etanol e gasolina; 3 Impacto das campanhas de incentivo de consumo ao GNV nos estados brasileiros;3 Impacto da redução da tarifa do gás natural pela Ceg e a Ceg Rio a partir de 10 de maio de 2016; 3 Desdobramentos da Resolução ANP 11/2016, que regulamenta o acesso de tercei-ros aos gasodutos de transporte e consolida o marco regulatório do gás natural.

Fique de olho

A cada ano que passa, cada vez mais postos deixam de comercializar GNV em função da baixa demanda e altos custos para manter a estrutura de abastecimento. Em 2015, o número de revendas caiu para 1.618, constituindo uma baixa de 0,8%, em-bora um pouco menor do que a registrada no período anterior (recuo de 2% no período 2013/2014).

O Rio de Janeiro permaneceu na liderança de crescimento em nú-mero de postos entre os estados, passando de 556 em 2014 para 563 em 2015, ou seja, evoluiu 1%. Este resultado deve-se a incentivos promovidos pelo governo estadual, como des-conto de 62,5% no valor do IPVA, que conse-quentemente, reflete no aumento da demanda por postos que comercializam o produto.

No movimento contrário, a maior queda da quantidade de postos que comercializam GNV veio de Minas Gerais, com recuo de 17% em 2015 em comparação a 2014.

7.8 postos de GnV poR estAdo

Fonte: Abegás

Menos postos

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Glp

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 59

O impacto da crise econômica sobre os setores industrial e comercial bateu à porta do segmento de GLP, que vinha registrando crescimento baixo, porém, estável nos últi-mos anos. Em 2015, o setor apontou queda de 1,5% nas vendas ante 2014, reflexo da baixa de consumo de gás para a indústria e o comércio. Enquanto o consumo do botijão envasado de 13 quilos (P13) ficou estável.

No segmento industrial, a diminuição da atividade reduziu o consumo do com-bustível usado em caldeiras e empilhadei-ras; e no setor de serviços, como restau-rantes. A perda de emprego e a redução da renda da população refletiram em recuo do consumo no setor.

Sobre a queda nas vendas pesou também a decisão da Petrobras de reajustar os preços do gás a granel, vendido para a indústria, comér-cio e condomínios, e do botijão de 13 quilos. Em dezembro, foi anunciado outro reajuste do GLP para uso industrial, comercial e a granel. A decisão da estatal, que enfrenta grave crise e precisa recompor seu caixa, refletiu-se por toda a cadeia, fazendo com que o produto perdes-se competitividade frente ao gás natural, seu principal concorrente.

Por outro lado, o reajuste de preços mini-mizou o faturamento total do setor, que regis-trou alta de 15%, passando de R$ 27,9 bilhões em 2014, para R$ 32 bilhões em 2015.

Permanece a não inclusão do  GLP  na matriz energética brasileira, uma das queixas

dos agentes do setor, considerada um impe-ditivo para o crescimento do mercado GLP, que se restringe ao âmbito doméstico, com pouco espaço para crescer, já que está lar-gamente disseminado nas residências brasi-leiras. O principal obstáculo para permitir o avanço do consumo do GLP se encontra na Lei 8.716/1991, que proíbe o uso do produ-to em motores de qualquer espécie, além de saunas, caldeiras e aquecimentos de piscinas, ou para fins automotivos. Não há expectativa de mudança tão cedo.

8.2 fAtuRAmento

(em bilhões de R$)

27,932,0

Fonte: Fecombustíveis

2014

2015

Crescimento de

15%

8.1 Consumo

(em 1.000 toneladas)

2014

total: 7.421

total: 7.309

2015

Fonte: ANP

2.161

29%

2.043

28%

5.260

71%

5.265

72%

Outros

Outros

P13

P13

Recuo nas vendas

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60 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

Glp

Também em 2015, as discussões avançaram para a implementação do novo marco regula-tório do setor de GLP, aguardado desde 2013. Em 19 de agosto, a ANP realizou duas audiên-cias públicas, que revisaram a Portaria 297/2003 (revenda) e a Resolução 15/2005 (distribuição).

Foram discutidos temas polêmicos do seg-mento, como a não verticalização do setor e a revenda independente. Em ambos os temas, revenda e distribuição ficaram de lados opos-tos. A revenda, em sua maioria, se posicionou

a favor da mudança para acabar com o sistema verticalizado, onde distribuidores de GLP po-dem atuar também na revenda ao consumidor final; e defendeu a implementação do modelo da revenda independente, enquanto os repre-sentantes da distribuição de GLP se posiciona-ram contra.

Até o fechamento deste Relatório, a ANP não tinha publicado as novas regras da revenda e distribuição e será um dos pontos de destaque do segmento GLP em 2016.

PreçosOs preços praticados no mercado

de GLP vinham se mantendo pratica-mente estáveis até setembro de 2015, quando a Petrobras anunciou reajuste nos preços do gás. Desde 2002, a esta-tal não reajustava os valores do produto e a decisão pegou o mercado de sur-presa, uma vez que no exterior, o preço do barril do petróleo permaneceu em trajetória de queda.  

Em setembro, a Petrobras reajus-tou, em média, em 11% os preços do GLP para uso industrial, comercial e a granel; e cerca de 15% para o gás de botijão de 13 quilos. O preço médio na distribuição ficou R$ 33,40 e na reven-da, R$ 48,29 em 2015.

Em dezembro, a Petrobras anunciou novo reajuste de, em média, 3,8% no pre-ço do gás de uso industrial e comercial.

Marco regulatório

1520,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0

65

jan/

14

mar

/14

mai

/14

jul/1

4

set/1

4

nov/

14

jan/

15

mar

/15

mai

/15

jul/1

5

set/1

5

nov/

15

Produção Distribuição Revenda

8.3 pReços médios no upstream e downstream

(em R$/l)

Fonte: ANP

8.4 mARGem médiA do downstream

Fonte: ANP

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Jan/

14

Mar

/14

Mai

/14

Jul/1

4

Set

/14

Nov

/14

Jan/

15

Mar

/15

Mai

/15

Jul/1

5

Set

/15

Nov

/15

Distribuição Revenda

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 61

Mais volume A arrecadação tributária cresceu 12% em 2015,

para R$ 5,2 bilhões. Somente com o ICMS, o aumen-to foi de 17%, para R$ 4 bilhões. A arrecadação de PIS/Cofins manteve-se estável em R$ 1,2 bilhão.

O aumento da arrecadação foi motivado, prin-cipalmente, pelos aumentos de preços. Em relação à alteração de alíquota, o Paraná foi o único estado que reajustou o ICMS de 12% para 18%. Com a iniciativa, Paraná e Minas Gerais são os que têm as alíquotas mais altas entre os demais estados do país. A menor alíquota, de 12%, é cobrada em 11 estados mais o Distrito Federal.

8.7 Composição do pReço

Botijão de 13 Kg

Fonte: ANP

Produtor 25%Impostos 17%

Margem Distribuição 27%

Margem Revenda 31%

8.5 ARReCAdAção tRiButÁRiA

(em bilhões de R$)

1,2

1,2

Fonte: Fecombustíveis

PIS/Cofins

PIS/Cofins

ICMS

ICMS

2014

2015

3,4

4,0

ACAL

AM

AP

BA

CE

DF

ES

GO

MA

MG

MS

MT

PA

PBPE

PI

PR

RJ

RN

RO

RR

RS

SC

SE

SP

TO

18%17%12%

8.6 AlÍquotAs de iCms

Fonte: ANP

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62 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

Glp

FiscalizaçãoDas 12.200 denúncias

recebidas pelo Centro de Relações com o Consu-midor da ANP, 12% fo-ram referentes ao mercado de GLP. Deste total, 44% foram denúncias referen-tes ao comércio clandes-tino e 33%, ao comércio irregular de venda do pro-duto.

Tanto na revenda quanto na distribuição, a principal infração co-metida foi não atender às normas de segurança (761 autuações e 73 autuações, respectivamente).

Em 2015, a quanti-dade de botijões de 13 quilos cheios apreendidos cresceu 41% em relação ao ano anterior, passando de 2.064 para 2.921 unidades.

8.9 rankInG dAs infRAçÕes nA distRiBuição

8.10 pRoduto ApReendido

Fonte: ANP

Fonte: ANP

Não atender às normas de segurança01

02 Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada

76%

Outros03 12%

12%

27,6%

64,8%

3,2%

4,4%

56,2%

28,9%

13,5%

1,4%

P13 (Cheio)

P13 (Vazio)

Outros (Cheio)

Outros (Vazio)

2014 2015

8.8 rankInG dAs infRAçÕes nA ReVendA

Fonte: ANP

Não atender às normas de segurança01

02 Não prestar informações ao consumidor

45,9%

Construir/operar insta-lações e/ou equipamentos em desacordo03 11,7%

14,2%

04 Outros 28,2% total: 1.658 unidades

total: 96 unidades

Em 2015, os botijões de 13 quilos cheios apreendidos representaram 56,2% do total de produtos

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 63

3 Acompanhamento dos indicadores econômicos que interferem na dinâ-mica do segmento de GLP;

3 Publicação dos marcos regulatórios da revenda e distribuição e seu impac-to no setor de GLP;

3 Acompanhamento do impacto das regras implementadas em 2015 pela Resolução ANP 26/15, que regula-menta a comercialização em áreas urbanas e rurais e a entrega de reci-pientes transportáveis de GLP em do-micílios de consumidores; e pela Re-solução ANP 5/2015, que determina a formação de estoques mínimos para o setor de distribuição.

Fique de olho

Market share Quase nada mudou em relação à

concentração de mercado das quatro principais empresas que atuam no mercado de distribuição. Juntas, elas concentram 85,4% do mercado total de GLP. A Supergasbras foi a única que registrou recuo de 0,7 ponto per-centual em 2015 em relação a 2014. Já a distribuidora Nacional aumen-tou sua participação em 0,4 ponto percentual no mesmo período.

8.11 market share dAs distRiBuidoRAs

Fonte: ANP

23,1%

22,5%

21,2%

18,9%

14,4%

23,1%

22,6%

20,5%

19,3%

14,6%

Ultra

Liquigás

Supergasbras

Nacional

Outras Empresas

2014 2015

RequalificaçãoAs companhias distribuidoras in-

vestiram R$ 570 milhões na requalifi-cação e aquisição de novos recipientes. Em 2014, os gastos foram de R$ 540 milhões. No ano passado, foram priori-zadas as embalagens de 20 quilos, com 115.947 unidades requalificadas (55% a mais do que em 2014), enquanto que as de 45 quilos somaram 480.602 (alta de 101%). Quanto aos vasilhames de 13 quilos, foram realizadas manutenções de 13,4 milhões de unidades. Os cilin-dros de GLP têm que passar por manu-tenção após 15 anos de sua fabricação e a cada 10 anos de sua última requalifi-cação para atender às normas de segu-rança da ANP.

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 65

Encolhimento de agentes No ano passado, o número total de agentes de

mercado diminuiu 6% em relação a 2014, para 335 participantes entre produtores, coletores rerrefina-dores e importadores. Somente as importadoras tiveram ingresso de empresas, totalizando 205, ou seja, 21 novos participantes. Porém, pelo cadastra-mento da ANP, não se identifica se os produtos importados são destinados à comercialização ou ao consumo próprio das indústrias. Já o número de coletores e produtores diminuiu e de rerrefinadores ficou estável.

A crise econômica refletiu fortemente no setor de óleos lubrificantes no ano passado, cujas vendas di-minuíram de 1,5 milhão de metros cúbicos em 2014 para 1,3 milhão de metros cúbicos em 2015, o que representa queda de 8,6%. O recuo pode ser atribuído à queda da produção industrial, à desaceleração do transporte de car-ga no país, com a queda nos lubrificantes do ciclo diesel, e também à diminuição do nível de renda da população pelo adiamento da troca de óleo devido à falta de recursos.

Esse resultado não correspondeu às expectativas dos agentes do setor, uma vez que, historicamente, a demanda por lubrificantes se situa ligeiramente acima do PIB, que teve queda de 3,8% no ano passado. Esperava-se uma redução de até 4% nas vendas de lubrificantes.

2015 também foi um ano de adaptação do mercado à Resolução ANP 22/2014, que estabeleceu critérios para obtenção do registro de lubrificantes e também de graxas e aditivos, inclusive, definindo responsabilidades e obrigações dos produtores e importadores. Por serem considerados obsoletos, foram estabelecidos prazos máximos para distribuição e comercialização de lubrificantes das categorias API SF, API CF, API SJ, API CG4 e ACEA até 30 de junho de 2015 e 30 de junho de 2017, respectivamente.

Para este ano, um dos temas de preocupação do Sindilub é a regulamentação da venda de lubrificantes a granel, em especial no varejo, já que abre-se uma brecha para a comercialização desse tipo de produto sem nenhum controle.

9.2 AGentes do setoR 2014 2015

Produtores 125 94Coletores 30 21Rerrefinadores 15 15Importadores 184 205Fonte: ANP

Queda abrupta 9.1 ComeRCiAliZAção de óleo luBRifiCAnte ACABAdo

em mil m3

1.518

Fonte: ANP

2014 2015

1.388

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66 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

luBRifiCAntes

Market share O ranking das produtoras de

óleo lubrificante mantém-se inal-terado quanto à participação de mercado. Em primeiro lugar está a BR, seguida pela Cosan, Ipiranga e Shell. Apesar do recuo da economia nacional, algumas empresas aumen-taram sua participação no setor. A BR ganhou 2,5 pontos percentuais em 2015 ante 2014 e a Ipiranga (terceira colocada) elevou em 0,8 ponto percentual sua fatia de mercado no período. Já a Cosan e a Shell caíram 2,8 pontos percentuais e 2 pontos percentuais, respectivamente.

Coleta Em 2015, o reco-

lhimento de óleo usado e contaminado (OLUC) pelas empresas coletoras atingiram a meta nacio-nal (38,5%), com 38,9%. O volume total recolhi-do em todo o país foi de 439,7 mil metros cúbicos.

A concentração de mercado é uma carac-terística do segmento.Entre as coletoras, a Lwart lidera o merca-do, com 35,8% do total, bem à frente da segunda colocada, Lubrasil, com 9,7%, seguida pela Pe-trolub, com 9,3%.

9.4 market share dos ColetoRes

Fonte: ANP

28,3%

8,4%

8,6%

9,3%

9,7%

35,8%

26,6% 9,4%

10,0%

10,2%

12,7%

31,2%

Outras Empresas

Proluminas

Fênix

Petrolub

Lubrasil

Lwart

2014 2015

30,8%

8,6%

8,1%

13,7%

14,3%

24,6%

28,6% 9,2%

10,1%

12,9%

17,1%

22,1%

Outras empresas

Chevron

Shell

Ipiranga

Cosan

BR

2014 2015

9.3 market share dos pRodutoRes/impoRtAdoRes

Fonte: ANP

9.5 ColetA de pRoduto usAdo ou ContAminAdo

NORTEColetado: 29.883 m3 (31%)Meta: 31%

BRASILColetado: 439.755 m3 (38,9%)Meta: 38,5%

CENTRO-OESTEColetado: 44.420 m3 (36%)Meta: 35%

SULColetado: 84.194 m3 (40%)Meta: 37%

SUDESTEColetado: 221.597 m3 (44%)Meta: 42%

NORDESTEColetado: 59.661 m3 (33%)Meta: 32%

Fonte: ANP

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 67

Rerrefino Após coletado, o OLUC é encaminhado

para o processo de rerrefino, que retorna ao mercado como óleo básico. No ano passado, foram comercializados pela indústria de rerre-fino 235,8 mil metros cúbicos, uma redução de 15% em relação a 2014.

No setor de rerrefino, a Lwart mantém larga distância das demais concorrentes, com 43,8% do total de mercado, aumentando a diferença entre as concorrentes em 1,5 ponto percentual em 2015 ante o ano anterior. A Lubrasil detém

o segundo o lugar e a terceira colocada Petrolub manteve-se estável no período.

3 Acompanhar o desenvolvimento do setor em meio à crise econômica;3 Discussões no campo regulatório do setor de lubrificantes; 3 Lançamentos de produtos que visam reduzir as emissões poluentes e aumentar a eficiência energética.

Fique de olho

O Instituto Jogue Limpo, responsável pela implementação da logística reversa de embala-gens plásticas de óleos lubrificantes, destinou para reciclagem 96 milhões de embalagens em 2015, o que representou um crescimento de 17% ante 2014.

Desde o início das operações, em 2005, fo-ram recolhidas e enviadas para reciclagem mais de 435 milhões de embalagens plásticas.

O Jogue Limpo atua em mais de 3.250 mu-nicípios, em 14 estados e no Distrito Federal. Há, atualmente, mais de 42 mil pontos geradores cadas-trados e 21 centrais de recolhimento.

Ainda falta expandir o programa para as re-giões Norte e Centro-Oeste, porém, o Instituto propõe um novo formato de coleta com a insta-lação fixa dos PEVs nos estabelecimentos, como postos de combustíveis, supermercados e outros pontos de venda. Numa primeira fase, esse mo-delo seria instalado na região Norte. Já na fase seguinte, seria expandido para o Brasil inteiro. A proposta gerou polêmica e a revenda de combus-tíveis não aprovou o modelo por diversas razões, principalmente pelo risco de contaminação ao re-ceber resíduos e embalagens de terceiros (Confira mais em Meio Ambiente).

9.6 market share do ReRRefino

Fonte: ANP

23,8%

11,1%

12,2%

43,8%

24,3%

9,0% 9,1%

10,7%

13,7%

42,3%

Outras

Proluminas

Petrolub

Lubrasil

Lwart

2014 2015

Jogue Limpo

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 69

Licenciamento em pautaNo aspecto ambiental, o ano de 2015 foi marcado, principalmente, pelo clima

de expectativa e preocupação em função do término do prazo para que a ANP co-meçasse a fiscalizar as Licenças de Operação ambiental (LO) e Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O prazo – 20 de outubro – foi definido pela Re-solução ANP 57/2014, publicada no Diário Oficial da União.

Apesar de a ANP conceder prazo de um ano para o início das fiscalizações, a apreensão no mercado de revenda foi inevitável. Isso porque a antiga Portaria 116/2000, que estabelecia as regras de operação para a revenda varejista de com-bustíveis, não previa tal obrigatoriedade e muitos postos conseguiam atuar somen-te com os protocolos que atestavam a solicitação da autorização junto ao órgão público competente. Tais órgãos, por sua vez, salvo raras exceções, não dispunham de condições para agilizar a conclusão dos processos. A partir do estabelecimento do prazo pela ANP, aumentou a demanda dos postos pelos documentos e o grande receio da revenda era de que a burocracia ou mesmo a restrição de funcionários dos órgãos públicos dificultasse a emissão dos mesmos. Embora não houvesse um número oficial, a estimativa, no final do prazo, era de que, pelo menos, 20% dos 40 mil postos de combustíveis funcionassem sem uma das licenças. E o risco, caso não tivessem os documentos em mãos para apresentar durante a fiscalização, poderia ser a perda da licença de operação.

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imag

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O grande receio da revenda para obter os licenciamentos era de que a burocracia ou mesmo a restrição de funcionários dos órgãos públicos dificultasse a emissão dos documentos

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70 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

meio AmBiente

Fiscalização

Desde 20 de outubro, a ANP passou a fis-calizar os postos revendedores de todo o país. Porém, na prática, não há nenhuma ação de fis-calização específica relativa aos licenciamentos, uma vez que são solicitados nas ações de rotina. Na ausência da LO ou do AVCB, a Agência tem notificado o revendedor, concedendo prazo de 30 dias para a apresentação da licença, de acor-do com o Artigo 21, parágrafo 3º, da Resolução ANP 41/2013. No caso de descumprimento da notificação, será lavrado auto de infração, que dará origem a um processo administrativo de revogação definitiva de autorização da ativida-de de revenda. Vale destacar que a fiscalização também verifica se o alvará de funcionamento está em dia, determinação válida desde 2013.

No caso de processo administrativo, se o revendedor apresentar comprovante de peti-ção/requerimento encaminhado ao Corpo de Bombeiros ou ao órgão ambiental, a ANP con-sultará formalmente esses órgãos para verificar se o estabelecimento está apto a operar e por qual período. Se o retorno for positivo, o pro-cesso administrativo será suspenso pelo perío-do indicado pelo órgão competente. Em caso negativo, o processo terá prosseguimento para a revogação da autorização.

Até a data de fechamento deste relatório, não foi noticiado nenhum caso de perda de li-cença de operação em função da ausência des-tes documentos. De acordo a ANP, as autua-ções referentes à não apresentação de LO e do AVCB estão na mesma categoria das demais referentes à qualquer outro tipo de problema de

documentação, daí a dificuldade de se obter da-dos específicos relacionados aos licenciamentos de forma separada. Já os Sindicatos Filiados à Fecombustíveis informaram não terem registro de nenhum caso de revogação em sua área de abrangência.

Ações e resultados

Em todo o país, os sindicatos repre-sentantes da revenda se mobilizaram para conscientizar os revendedores sobre a ur-gência da obtenção dos licenciamentos. Ao mesmo tempo, nos estados em que a situ-ação era morosa, foram realizadas reuniões com os representantes dos órgãos ambientais e do Corpo de Bombeiros, juntamente com a ANP, para buscar soluções para agilizar a emissão de licenças.

Na maior parte dos casos, as ações surti-ram efeito. Na área de abrangência do sindi-cato do Litoral Catarinense (SC), por exem-plo, os representantes da revenda solicitaram que a Fatma fornecesse aos postos uma decla-ração permitindo que o estabelecimento con-tinue em operação até a emissão da licença de operação definitiva. Houve, inclusive, uma nova Portaria para regulamentar a situação.

Caso semelhante aconteceu no Espírito Santo, onde havia postos sem pendências com o órgão ambiental, mas que ainda não tinham licença, receberam uma carta que autorizava o funcionamento regular do posto. Já no Mara-nhão, a Portaria 119/2015, da SEMA, estabe-leceu a elaboração de uma cartilha com todos os procedimentos de licenciamento ambien-

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 71

tal, enviada pelo sindicato local a todos os postos revendedores.

Em Recife (PE), os postos da cidade as-sinaram um Termo de Compromisso com a Secretaria de Meio Ambiente e se compro-meteram a contratar um seguro ambiental. O acordo prevê ainda simplificar o processo de licenciamento, permitindo a emissão de li-cenças com prazo de um a cinco anos, de acordo com a classificação téc-nica recebida.

No estado do Rio de Janeiro, em setembro de 2015, o panorama era de que cerca de 40% dos es-tabelecimentos de reven-da operavam sem licença ambiental. Já na cidade do Rio de Janeiro, o ín-dice era menor, em torno de 25%. Em função des-se cenário, foi idealizada uma proposta de assina-tura de Termo de Ajusta-mento de Conduta pela SEA, Inea, Sindestado (RJ), Sindcomb (RJ) e ANP, com o intuito de viabilizar para os asso-ciados a adequação ambiental junto ao Inea. Até o fechamento deste Relatório, ainda não havia uma definição sobre a proposta.

No caso de Minas Gerais, foi adotado um formato de licenciamento simplificado, válido para postos com até 90 mil litros. A Autorização Ambiental de Funcionamento é o documento que regulariza a situação ambiental destes esta-

belecimentos. Para obter a autorização, o posto revendedor tem prazo de 30 dias para apresen-tar um conjunto de oito a dez documentos. De-pois de protocolado esse conjunto de documen-tos no órgão ambiental, a autorização é emitida em até 30 dias. Já os números positivos do esta-do de São Paulo se devem à atuação da Cetesb, primeiro órgão ambiental a cobrar a regulari-

zação dos postos e fazer o levantamento de áreas con-taminadas. De acordo com o departamento de Apoio Técnico do órgão, até ja-neiro de 2016, havia 12.146 postos de combustíveis ca-dastrados, dos quais 7.986 postos possuem Licença de Operação ambiental.

No Ceará, o órgão am-biental realizou uma força tarefa para agilizar a emis-são de licenças. O mesmo tipo de iniciativa ocorreu no Mato Grosso do Sul, quando foram emitidas mais de 30 licenças antes

do início das fiscalizações. No Rio Gran-de do Sul, por sua vez, o licenciamento em Porto Alegre é feito pela Smam, enquanto o restante do estado fica sob responsabilidade do órgão estadual, a Secretaria do Ambien-te e Desenvolvimento Sustentável. Não havia problemas de morosidade no órgão estadual, mas, no caso municipal, a aproximação com o Sulpetro resultou na regularização de 40% dos postos da capital gaúcha. Com exceção de

Desde 20 de outubro, a ANP passou a fiscalizaros postos revendedores de todo o país. Porém,

na prática, não há nenhuma ação de

fiscalizaçãoespecífica relativa aos

licenciamentos,uma vez que são

solicitados nas ações de rotina

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72 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

meio AmBiente

Porto Alegre, cerca de 95% dos postos do estado estão com os licenciamentos regularizados.

Na área de abrangência do Recap, que inclui 90 cidades do interior paulista, também não há grandes problemas. Uma das dificuldades, que era a sobreposição de pedidos – a ANP pedia a licen-ça ambiental para conceder a licença de funciona-mento e a Cetesb só fornecia a licença ambiental para o posto com Licença de Operação concedida pela Agência Reguladora – foi resolvida.

No Pará, a principal dificuldade era o prazo de validade da licença ambiental de apenas um ano, concedida pela Semma. Após pleito do Sindicom-bustíveis-PA, o documento passou a ter validade de quatro anos.

Aliás, o período de validade dos documentos também é um problema. O AVCB, por exemplo, na maioria dos estados, tem validade de apenas um ano. Com a morosidade para a emissão dos licenciamentos, a solução para não ficar sem o AVCB válido é pedir a renovação logo após rece-ber o documento. Este era um problema no Mato Grosso, onde, após negociações com o sindicato, o Corpo de Bombeiros criou um memorial des-critivo para acelerar a análise de processos. Antes disso, a análise demorava, aproximadamente, seis meses ou mais, e, agora, os projetos estão sendo aprovados no prazo de três a quatro meses.

Apesar de todo o esforço, ainda existem difi-culdades, como é o caso de Goiânia. A prefeitura sancionou uma lei estabelecendo a redução do ex-pediente dos órgãos públicos (até maio de 2016, o expediente vai até às 13h). Com isso, a revenda está receosa de que haja acúmulo de processos.

Autodeclaração Um novo formato de licencia-

mento autodeclaratório foi pro-posto pela Abema, como forma de agilizar as emissões de docu-mentos. No caso, as informações devem ser prestadas por um res-ponsável técnico e o estabeleci-mento fica sujeito à fiscalização. Se houver divergências entre os dados fornecidos e a situação real do estabelecimento, o posto é au-tuado ou fechado e o responsável técnico é denunciado ao seu con-selho profissional. Este formato de licenciamento autodeclaratório, denominado Licença por Adesão e Compromisso, inclusive, já foi adotado pelo estado da Bahia e, em setembro de 2015, às vésperas do início das fiscalizações, o índi-ce de postos licenciados no estado baiano era de 90%. No entanto, apesar dos resultados positivos, o modelo autodeclaratório está sen-do questionado no Supremo Tri-bunal Federal pelo Ministério Pú-blico Federal, que entende que esta modalidade de licenciamento não garante proteção ambiental.

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Incentivos aos elétricos Embora ainda distantes do bolso dos brasileiros, os veículos

elétricos, híbridos e movidos a hidrogênio ganharam, em 2015, vários incentivos. Um deles aconteceu em novembro, com a isenção do Imposto de Importação – a alíquota anterior paga pelos importadores era de 35%. Apenas para se ter ideia do efei-to desta medida, três dias depois do anúncio de isenção do im-posto o BMW i3 (veículo elétrico vendido a pessoas físicas) teve seu preço reduzido de R$ 221,9 mil para R$ 169,9 mil. Apesar do valor ainda elevado, outros estímulos podem contribuir para a expansão da frota elétrica, como, por exemplo, ações adota-das em São Paulo, onde estes veículos estão liberados do rodízio municipal e têm reembolso de 50% do IPVA.

Até o fim de 2015, haviam sido comercializados 846 veículos híbridos/ elétricos, conforme dados da Anfavea. A BMW, em 2015, vendeu 50 veículos elétricos no país, um número bastante pequeno frente ao universo total de empla-camentos. Mas as projeções do setor indicam que, até 2030, o Brasil deve ter entre 5 milhões e 11 milhões de veículos elé-tricos em circulação.

Ao mesmo tempo, várias iniciativas começam a ganhar corpo para atender à possível frota elétrica. Em dezembro do ano passado, o primeiro carregador no Brasil para automóveis movidos a fontes não convencionais, como hidrogênio e ele-tricidade, foi instalado em um posto de combustíveis da Rede Graal, na Rodovia Anhanguera, em São Paulo. O equipamen-to foi fornecido pela ABB, para o eletroposto desenvolvido pela CPFL Energia, Graal e CCR AutoBAn, concessioná-ria responsável pela administração do Sistema Anhanguera--Bandeirantes. O equipamento é capaz de reabastecer 80% da bateria em meia hora e pode carregar até dois veículos simul-taneamente. A iniciativa faz parte do Programa de Mobili-dade Elétrica da CPFL Energia, que estuda os impactos da utilização dos veículos elétricos financiados com recursos do programa de Pesquisa e Desenvolvimento, da Aneel.

A polêmica dos PEVs

2015 também foi marcado pela polêmica em relação à proposta do Instituto Jogue Limpo de instalar PEVs nos postos de combustíveis e em outros estabelecimentos. Ba-sicamente, ao instalar um PEV, o posto receberia o descarte de emba-lagens de terceiros (como oficinas, por exemplo). Inicialmente, o siste-ma seria implantado na região Nor-te do país como forma de simplifi-car a logística de coleta. Na segunda etapa do projeto, os PEVs seriam estendidos por todo o país.

De um lado, o Instituto defen-de a responsabilidade compartilha-da entre todos os elos da cadeia e também menciona a dificuldade da coleta em todos os pontos geradores como uma das justificativas de im-plantação do projeto. No entanto, para a revenda, a proposta é comple-xa, pois os postos que recebessem o PEV teriam que se responsabilizar por resíduos gerados por terceiros e arcar com o risco de contaminação.

O tema ainda está em discus-são, mas a revenda se posiciona contra o projeto.

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Ao longo de quase todo 2015, a revenda esteve envolvida com o cum-primento da Resolução 57/2014, que definiu prazo de um ano, encerrado em 20 de outubro de 2015, para apresenta-ção das licenças de operação expedidas pelos órgãos ambientais e dos atestados de vistoria do Corpo de Bombeiros para postos de combustíveis em operação no país. Tamanha preocupação foi porque, sem os documentos atualizados, a apli-cação de penalidades podem culminar com a revogação do estabelecimento.

Neste sentido, a revenda contou com o apoio e trabalho incansável da Fecombustíveis e de seus Sindicatos Filiados, em parceria com a ANP, com o objetivo de buscar soluções para agi-lizar a liberação de tais documentos junto aos órgãos competentes e, assim, evitar um problema maior no abas-tecimento de combustíveis do país (Confira os capítulos Meio Ambiente e Fecombustíveis).

Além das dificuldades em torno da Resolução 57/2014, os revendedo-res ainda tiveram que amargar decisão do governo federal sobre a TCFA. A Portaria Interministerial 812, publicada em 29 de setembro de 2015, promoveu reajuste da TCFA que chegou a 158%, cobrada trimestralmente para as empre-sas que desempenham atividades poten-

cialmente poluidoras. A notícia não foi bem recebida pela revenda de combustí-veis, uma vez que a crise econômica de-sacelerou todos os setores econômicos do país. Com a publicação da Portaria, os novos valores passaram a vigorar já no quarto trimestre de 2015.

A cobrança da taxa, criada em 27 de dezembro de 2000 pela Lei 10.165, sempre foi motivo de polêmica no setor. Um deles é o seu objetivo. O volume ar-recado é destinado ao Ibama para con-trolar e fiscalizar as atividades potencial-mente poluidoras, sendo que, na prática,

Um ano tenso

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o órgão não licencia e nem fiscaliza a revenda de combustíveis. Outro motivo é justamente o valor fixado aos postos revendedores, que, em sua grande maioria, estão classificados na ca-tegoria de médio porte (de R$ 3,6 milhões a R$ 12 milhões). Apesar de os volumes movi-mentados em um posto serem altos, a maioria das empresas tem uma estrutura familiar, que difere muito do porte de empresas que estão nesta mesma categoria, que acumulam rendi-mentos em valores mais expressivos. A clas-sificação do grau de risco dos postos também tem forte impacto no custo da TCFA, já que a revenda é considerada no mesmo patamar das refinarias, representando parâmetro despropor-cional. Por esses motivos, o valor cobrado pela TCFA tem afetado, de forma significativa, o empresário da revenda.

Vale lembrar que o não pagamento da TCFA implica em penalidades, como multas de até 40% do valor da taxa e correções monetárias, além do risco de ser executado judicialmente e ter o nome da empresa inserido no Cadin.

Há anos, a revenda vem buscando na Justiça uma solução para reverter a situação, mas não tem obtido muito sucesso. Logo após a publicação da Lei 10.165/2000, que institui

a TCFA, em março de 2001, a Fecombustíveis ingressou com ação de mandado de segurança preventivo na Justiça Federal de Brasília contra a exigência da cobrança da taxa para os postos revendedores. Na época, a justificativa tinha sido a inconstitucionalidade da cobrança, já que o Ibama não licencia nem fiscaliza o setor de revenda varejista de combustíveis. Inicialmente, o pedido de liminar foi negado, porém, após ar-gumentos da Federação, o judiciário de Brasília concedeu, por sentença, o direito aos revende-dores de não recolhimento da TCFA.

O Ibama, por sua vez, entrou com novo pedido no mesmo tribunal, desta vez de sus-pensão de segurança, sob a justificativa de que o não recolhimento da taxa por parte dos postos poderia trazer prejuízos à ordem, saúde, segu-rança e economia. Com base nisso, o TRF da 1ª Região decidiu a favor do órgão ambiental. A Fecombustíveis recorreu da decisão, porém, teve seus recursos negados.

Em setembro de 2003, ainda referente ao mandado de segurança impetrado pela Fede-ração, o TRF da 1ª Região, em grau de apelação, reformou a sentença antes concedida à revenda. Atualmente, o assunto continua pendente de julgamento pelos tribunais superiores.

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Mais anidro na gasolina

No primeiro trimestre de 2015, o governo federal autorizou o aumento do percentual de etanol anidro na gasolina C comercializada no país. Por meio da Resolução Cima nº 01, de 4 de março, o percentual passou de 25% de 27% de anidro na gasolina C, que passou a vigorar em 16 de março.

O aumento de teor da mistura veio em boa hora para os produtores do setor sucroenergético, que enfrentam uma crise financeira iniciada em 2008. Com a perda de competitividade do biocombustível frente à gasolina, que re-tomou seu espaço na matriz de combustíveis após política de preços adotada pelo governo federal para controlar a inflação, os usineiros viram no aumento do teor da mistura de etanol anidro à gasolina uma alternativa para garantir a venda de parte da produção.

Aditivação obrigatória

Outro tema aguardado pelo setor e que teve novos contornos em 2015 foi a aditivação obrigatória da gasolina comum comercializada no país. De acordo com a Resolução 30/2015, publicada em 30 de junho, o prazo para aditivação compulsória de detergentes dispersantes à gasolina foi amplia-do para 1º de julho de 2017. Antes, o prazo determinado pela Resolução 40/2013 era de 1º de julho de 2015. O motivo foram as dificuldades en-contradas na primeira etapa do programa quanto à definição da gasolina de referência a ser utilizada para homologação e registro dos aditivos.

Além das dificuldades durante os testes para identificar a gasolina de referência, contribuiu para a decisão da ANP fatores externos que trazem impactos diretos à implementação do programa de aditivação, como a questão do licenciamento ambiental para as instalações de aditivos, o pro-cesso de licenciamento de fornecedores de aditivos que será conduzido pela Petrobras (principal produtor de gasolina no país) e as indefinições relativas a algumas concessões portuárias, já que as distribuidoras serão responsáveis pela aditivação da gasolina transportada por cabotagem.

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Outro tema que mereceu desta-que na regulamentação foi a revisão de critérios de especificação para o etanol anidro e hidratado. Em 15 de abril, a ANP publicou a Resolução 19/2015 em que estabelece os que-sitos de especificação e obrigações quanto ao controle de qualidade do biocombustível a serem atendidos pelos diversos agentes que comercia-lizam o produto no país.

Entre as alterações feitas pelo órgão regulador estão a inclusão de terminal de etanol e da figura ope-rador de terminal, além de ajustes das regras de emissão de certifica-do da qualidade e aprimoramento das normas de adição de corante no terminal de etanol. Um dos quesi-tos mais importantes para a revenda, o item Aspecto também passou por modificações. Antes da publicação da Resolução 19/2015, uma pequena partícula no etanol era motivo sufi-ciente para autuação do posto. Com a nova regulamentação, o produto só poderá ser considerado reprovado no quesito aspecto caso o parâme-tro resíduo por evaporação estiver não conforme. Vale ressaltar que tal parâmetro pode ser substituído pelo teor de material não volátil segundo a norma ABNT NBR 15559: Etanol combustível – Determinação do teor

de material não volátil por evapora-ção, podendo ser aceito o limite de 5 mg/100 mL.

Outra novidade trazida pela regula-mentação foi a obrigatoriedade, a partir de 1º de julho de 2015, da análise de teor de enxofre presente no etanol combustí-vel. A medida tem por objetivo garantir a qualidade da gasolina de baixo teor de enxofre (50 mg/kg) em vigor desde o início de 2014.

Diesel – A ANP alterou as notas da tabela que definem as especificações para o óleo diesel rodoviário, referentes à característica aspecto, prevista na Reso-lução 50/2013. Pela Resolução 13/2015, publicada em 09 de março, a nova reda-ção estabelece que, em caso de disputa, o produto só será considerado não es-pecificado caso um entre os parâmetros teor de água e água e sedimentos, para o diesel S500, e entre teor de água e con-taminação total, para o diesel S10, esteja não conforme.

A regulamentação determinou ainda que, para fins de fiscalização, nas autuações por não conformidade em aspecto, deverão ser feitas análises de teor de água e água e sedimentos para o diesel S500 e teor de água e contaminação total para o diesel S10; e o produto só será reprovado se ao menos um desses parâmetros estiver fora de especificação.

Qualidade

Com a nova

regulamentação,

o produto só

poderá ser

considerado

reprovado

no quesito

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estiver não

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A ANP deu mais um passo na busca por aumentar a segurança no abastecimento de combustíveis no país. Em 2 de dezembro, a Agência Regula-dora publicou a Resolução 53/2015 que definiu normas para garantir a continui-dade nos fluxos logísticos para o supri-mento de derivados de combustíveis em eventos com potencial risco de restrin-gir ou interromper o fornecimento no país. Entre as novas regras, os agentes envolvidos na cadeia de abastecimento devem enviar um sobreaviso à ANP, situação que se torna obrigatória em eventual risco de abastecimento.

O fluxo logístico sempre foi mo-tivo de preocupação do setor. No final de dezembro de 2015, postos de com-bustíveis localizados no Nordeste, Es-pírito Santo e em parte de Minas Gerais enfrentaram problemas no recebimento de produtos em função de atrasos na chegada de navios de cabotagem em alguns portos, como Suape, em Per-nambuco; Cabedelo, no Rio Grande do Norte; e Tubarão, no Espírito Santo. Além das deficiências na infraestrutura logística por cabotagem, o abastecimen-to também ficou comprometido devido a problemas de manutenção na refinaria de Cubatão, em São Paulo, reduzindo, assim, seu volume de produção.

O fato é que o setor de com-bustíveis vem, ao longo dos anos,

enfrentando dificuldades no forneci-mento em função das limitações na in-fraestrutura logística, principalmente do transporte de cabotagem, que op-era com pouco volume de tancagem. As distribuidoras, responsáveis pela operação nos portos, argumentam que a baixa infraestrutura no transporte de cabotagem se deve, em parte, às in-seguranças jurídicas em torno da Lei 12.815, a chamada Lei dos Portos, de junho de 2013, que acabam influenci-ando na decisão das companhias em realizar investimentos para ampliar a tancagem nos portos. Além disso, a falta de sinalização com antecedên-cia sobre possíveis atrasos na entrega de produtos pelo principal fornecedor (Petrobras) também influencia na op-eração das distribuidoras.

Abastecimento

A Resolução

53/2015

definiu normas

para garantir

a continuidade

dos fluxos

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de derivados de

combustíveis

em eventos com

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fornecimento

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leGislAção

Em 2015, a ANP publicou, em maio, a Resolução 26/2015 que definiu regras de comercialização em áreas urbanas e rurais; e entrega de recipientes transportáveis de GLP em domicílios de consumidores, esta-belecimentos comerciais e industriais, con-sumo próprio e entre revendedores autori-zados pela ANP. Pela nova regulamentação, é permitida, pela revenda, a terceirização do transporte para entrega de GLP, desde que o veículo cadastrado para entrega esteja dentro das regras definidas pela ANTT para trans-porte de produtos. A medida foi recebida com bastante preocupação pela revenda de GLP, já que abre brecha para o comércio ilegal na medida em que a agência regulado-ra do setor não tem competência para fisca-lizar o veículo durante o transporte, a não ser que seja por força-tarefa com outros órgãos de fiscalização. Atualmente, o modelo de negócio de revenda de GLP funciona com venda e pronta-entrega pelos veículos. Com a terceirização, o veículo só pode transportar o produto já comercializado, não permitin-do a venda nos casos de pronta-entrega. Ou seja, os revendedores irregulares poderiam transportar o produto em veículo que esteja autorizado pela ANTT.

Embora já esteja em vigor, a Abragas continua em busca de um consenso com a ANP para reverter a medida e o assunto deve continuar na pauta de discussões da entidade ao longo de 2016. É importante ressaltar que as regras são válidas para ve-

ículos que transportam cargas com peso bruto total de até 16 mil quilos, como ca-minhões, semirreboque, semirreboque para uso exclusivo em motocicletas ou motone-tas, caminhonetes do tipo aberta, triciclos, motocicletas e motoneta. Vale lembrar que a regulamentação no transporte de GLP foi revista em função de questionamentos feitos pelo Ministério Público do interior de São Paulo à ANP, que exigia do órgão regulador a definição de requisitos míni-mos de segurança para o transporte deste tipo de produto.

A ANP também publicou novas re-gras para os produtores e distribuidores de GLP. A Resolução 05/2015, publicada em janeiro, trata da formação de estoques mé-dios semanais. A medida seguiu a mesma linha de ação implementada em outros segmentos de combustíveis para garantir o fluxo logístico de abastecimento. Pelas novas regras, produtores e distribuidoras de GLP precisam manter um volume médio de gás natural liquefeito por semana durante o mês corrente do ano atual e em local de manu-tenção, evitando o desabastecimento do produto assim como já ocorreu no passado, especialmente em 2013.

Também no ano passado, a ANP pro-moveu duas audiências públicas para re-visar as regras dos marcos regulatórios da revenda varejista e da distribuição de GLP. Até maio de 2016 , as novas regras não ha-viam sido publicadas.

GLP

Atualmente,

o modelo de

negócio de

revenda de GLP

funciona com

venda e pronta-

entrega pelos

veículos. Com a

terceirização, o

veículo só pode

transportar

o produto já

comercializado,

não permitindo

a venda nos

casos de

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3 Acompanhar o impacto da fiscalização da ANP nos postos em relação ao licenciamento ambiental e Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros;

3 A ANP deve publicar, ao longo de 2016, as novas regulamentações para as atividades de distribuição e revenda varejista de GLP;

3 Também no âmbito do setor de GLP, acompanhar os debates em torno da revisão da Resolução 26/2015, que define as regras que terceiriza o transporte de entrega de GLP no país;

3 Acompanhar a evolução do processo de aditivação da gasolina comum, cuja obrigatoriedade foi adiada para 2017.

Fique de olho

Nova redação

A ANP alterou a Resolução 64/2014 no que diz respeito aos critérios de descon-sideração de reincidência, atendendo aos pedidos de alguns agentes econômicos, entre eles, a Fecombustíveis. Pela Resolução 12/2015, publicada em 27 de fevereiro, a nova redação do Artigo 3º desconsiderou, para fins de reincidência, as condenações definitivas cujo cumprimento integral das penas pecuniárias ocorresse até o dia 13 de abril de 2015, incluindo as penalidades cumpridas anteriormente à data de publicação da Resolução 12/2015, somente para os casos de pagamento à vista. Para os casos de parcelamento de multa, o prazo foi mantido em até 27 de fevereiro de 2015.

Ainda em relação à Resolução 64/2014, a ANP incluiu novo parágrafo ao Art. 1º, que passou a vigorar pelo parágrafo 4º onde estabelece que, nos casos de parcelamen-to, o período de tempo igual ou superior a dois anos será contabilizado a partir da data da homologação do pedido de parcelamento do débito. Vale lembrar que a Resolução 64, publicada ainda no final de 2014, foi considerada um retrocesso pelo setor. Isto ocor-reu porque a ANP excluiu critérios importantes para a desconsideração da reincidên-cia previstos na regulamentação anterior, como o lapso temporal de dois anos entre a condenação definitiva e o cometimento de uma nova infração e a exclusão para fins de desconsideração todo agente econômico que esteja no Cadin por inscrição da ANP.

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 83

Diversificar é a tendência Com a queda na venda de combustíveis, a loja de conveniência passou a ser o

foco de atenção de revendedores como forma de minimizar os impactos da crise econômica nos negócios como um todo. Uma estratégia que vem ganhando força na conveniência é atrelar-se a fortes marcas de franquias no mercado, tornando-se um franqueado ou abrindo espaço para terceirizados.

Os números ilustram a expansão. Em 2015, o setor de franquias faturou R$ 139,6 bilhões, alta de 8,3% em relação ao ano anterior, com um total de 138 mil unidades, segundo dados da ABF. Entre as marcas que mais cresceram es-tão am/pm, da Ipiranga, e BR Mania, da BR Distribuidora, além de Cacau Show, Subway e Jet Oil.

As distribuidoras também buscam diversificar e investir no mercado de conve-niência. A Ipiranga iniciou, em 2015, um novo projeto de lojas urbanas, a am/pm SuperStore, que agrupa num só ambiente tudo o que há nos pequenos varejos de bairro (minimercados, padarias). Também agregou novas categorias de produtos, como frutas, legumes e verduras orgânicas e carnes. A BR Mania ampliou o número de lojas para mais de 1,2 mil unidades, lançou novos produtos de marca própria e criou o Projeto Mídia Integrada, que engloba menu eletrônico, uma estação de rádio (Rádio BR Mania) e wi-fi gratuito. A Raízen continua investindo no seu conceito de cafeteria gourmet e a Ale – embora trabalhe o modelo de licenciamento de marcas e não de franquias – tem investido cada vez mais para transformar revendedores de combustíveis em empresários de varejo.

Por ser considerado um negócio de operação complexa, a conveniência, mui-tas vezes, foi deixada de lado por boa parte dos revendedores. O foco da revenda

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ConVeniênCiA

nacional, até então, sempre foi a comerciali-zação de combustíveis. Mas, tudo indica que uma parcela da revenda começa a olhar com mais atenção para a conveniência, ao perceber o espaço que há para crescer e que essa fatia do negócio pode ajudá-los a atravessar este momento de crise.

O potencial de cresci-mento do segmento é gran-de. Para efeitos de compara-ção, o Brasil tinha, em 2014, 7.203 lojas para quase 40 mil postos de combustíveis, o que corresponde a 18% do total de postos. Enquanto Chile e Uruguai, países bem menores que o Brasil, têm, respectivamente, 583 lojas para 1.698 postos (34%) e 394 para 484 (81%), segundo Relatório Anual de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência 2015, do Sindicom.

Isso significa que há um longo caminho a

ser explorado até que o Brasil atinja o patamar dos Estados Unidos, onde a cultura da conve-niência está plenamente difundida, com cerca de 80% do total dos postos. Conforme levan-

tamento feito pela consulto-ria CVA Solutions, a loja de conveniência foi o terceiro serviço mais utilizado por quem passou num posto para abastecer no ano passado (49,3%), atrás da calibragem de pneus (81,5%) e lavagem de vidros (50,9%). Nos pos-tos de estradas, aparecem em segundo lugar (63,8%), es-pecialmente aquelas que têm restaurantes.

Embora ainda não seja o principal chama-riz do posto, a loja continua sendo um ponto de parada para quem vai abastecer, é importante considerar que diversificar serviços pode ser o caminho para manter o movimento do negócio, atraindo consumidores.

Foco na gestão

Com a economia brasileira desacelerada, o clima de incerteza quanto ao con-sumo exigiu melhor gestão dos negócios no setor de conveniência. Muitos em-presários tiveram que fazer corte nos gastos, avaliar o estoque, oferecendo produ-tos com maior giro na loja. Também foi preciso avaliar os funcionários, remanejar a equipe e aprimorar o treinamento para garantir um bom atendimento. O mo-mento incerto trouxe como benefício uma gestão centrada na eficiência, de forma a manter o negócio de portas abertas.

Embora ainda não seja

o principal chamariz

do posto, é importante

considerar que

diversificar

serviços pode ser o

caminho para atrair

consumidores

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Mudanças à vista

As alterações de rota indicam, se-gundo especialistas, que a conveniência nos moldes como a conhecemos – mi-nimercados ou delicatessens – vai mudar muito mais, trazendo em seu bojo um conceito mais amplo.

A conveniência não se restringi-rá somente à loja, mas a outros tipos de serviços convenientes ao cliente, aqueles feitos para descomplicar sua rotina, propiciando ao cliente confor-to e bem-estar.

Um indicativo desse caminho é que também têm crescido nos postos outros serviços, como os de lavanderia e troca de óleo, o que nos leva a crer que, mui-to em breve, os postos de combustíveis funcionarão como minisshoppings nos moldes de alguns modelos já existentes nas grandes redes, muito comuns em outros países, como os Estados Unidos.

Essas mudanças visam atender clientes cada vez mais exigentes, apres-sados e com hábitos diferentes daque-les tradicionais, que optam por produ-tos de maior valor agregado, variedade e atendimento impecável.

Comida saudável

Apesar de ser um ano de crise, o serviço de  food service continua a se manter como tendência de mer-cado, especialmente pelas opções de comida rápida, como lanches, o que nem sempre significa alimen-tos calóricos e de baixa qualidade nutricional. Pelo contrário, o con-sumidor está cada vez mais exigente, crescem os negócios e marcas na linha saudável, sustentável e limpa. Atualmente, é bastante comum en-contrar nas gôndolas e geladeiras sanduíches naturais, produtos com ingredientes orgânicos e frescos, além de sucos naturais.

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No ano de 2015, a Fecombustíveis per-maneceu vigilante na defesa dos interesses legítimos da revenda em temas importantes, tanto no dia a dia do Congresso Nacional quanto no cumprimento de novas regras jun-to aos órgãos reguladores. Um dos principais destaques do ano que passou, e o mais preo-cupante deles, foi o prazo determinado pela ANP para os postos do país apresentarem a Licença de Operação ambiental (LO) e o Atestado de Vistoria do Corpo de Bombei-ros (AVCB), que venceu em 20 de outubro, conforme a Resolução 57/2014. A preocupa-ção com o tema vem desde a publicação da Resolução 41/2013, que determinou a obri-gatoriedade dos dois documentos, porém, não estipulava um prazo, ou seja, poderia ocorrer um cenário catastrófico no país com a revogação da atividade da revenda em série, caso a ANP iniciasse a fiscalização. Em vir-tude do tema emergencial, a Fecombustíveis realizou um levantamento, juntamente com os Sindicatos Filiados, para apurar o pano-rama nacional referente aos licenciamentos. O resultado se mostrou alarmante em nove estados e no Distrito Federal, onde cerca de 50% dos postos do país não dispunham de um dos documentos. O principal motivo era a morosidade do processo de concessão dos licenciamentos, tanto pela burocracia quanto pela falta de mão de obra dos órgãos públicos.

A Fecombustíveis encaminhou o estudo à ANP e solicitou período de dois anos para

estar em dia com os documentos. Ciente do problema da revenda, a ANP concedeu período de um ano para os postos regula-rizarem sua situação em relação aos licen-ciamentos determinado pela Resolução 57/2014. Começou então uma corrida con-tra o tempo. A Federação atuou ativamen-te, ao longo de 2015, oferecendo apoio aos Sindicatos Filiados que buscaram parcerias junto aos órgãos públicos responsáveis pela emissão de LOs e AVCBs, além de divulgar

o tema em seus veículos de comunicação. A ANP ofereceu amplo apoio à revenda e par-ticipou de reuniões junto aos órgãos compe-tentes nos estados em que havia mais moro-sidade e não conseguiriam atender ao prazo.

Com o esforço de todos, foi possível melhorar o panorama nos locais em que a situação era mais grave. Mesmo assim, às vésperas do final do prazo, aproxima-damente 20% dos postos do país ainda tinham pendências com as licenças (Veja capítulo Meio Ambiente).

Preocupação com a revenda

Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis, em defesa dos interesses da revenda

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88 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

feComBustÍVeis

Lei dos Caminhoneiros

Outro foco de atuação da Fecombustíveis, em 2015, foi a Lei dos Caminhoneiros, a 13.103/2015, sancionada em 2 de março, que levantou a discussão sobre os pontos de parada. O envolvimento da Federação com o tema vem desde as primeiras discussões da revisão da antiga Lei do Descanso para a nova legislação. Mesmo após a sanção da Lei 13.103/2015, no ano passado, o trabalho permaneceu contínuo, com participação da Fecombustíveis em reuniões com o governo e os agentes envolvidos para a implementa-ção dos pontos de parada.

Ao longo do ano, o governo implementou duas porta-rias: a primeira, a de nº 944/2015, para a regulamentação dos Pontos de Parada e de Descanso (PPDs); e a segunda, a de nº 326/2015, para determinar os procedimentos gerais para o reconhecimento dos pontos de parada em rodovias federais. Ambas as portarias trouxeram novas obrigações e implementaram regras mais rígidas para os estabelecimen-tos que se candidataram à homologação como pontos de parada. Além disso, o governo lançou um projeto-piloto com a concessionária Auto Pista Planalto Sul, em parceria com a Fetrancesc, que demonstrou falta de transparência nas regras com os agentes interessados no reconhecimento como PPDs, já que estaria favorecendo um setor em detri-mento de outro.

A Fecombustíveis tem defendido junto ao governo regras claras para o bom funcionamento do mercado, em defesa da revenda para que os empresários do setor possam atuar junto aos demais participantes do mercado, de igual para igual. Os postos sempre fizeram o papel de pontos de parada no país. Segundo levantamento do SOS Estradas, há cerca de 2.500 postos de rodovia com estrutura para atender os caminhonei-ros, com aproximadamente 170 mil vagas para estacionar.

Teores de biodiesel

Desde o ano passado, a Fecombustíveis manifes-tou sua preocupação com a aprovação da Resolução 3/2015, que permite o uso autorizativo do biodiesel no diesel em 20% para fro-tas cativas e 30% para uso agrícola, ferroviário ou in-dustrial. Paralelamente, o setor produtivo de biodiesel conseguiu obter do governo aprovação para o aumen-to da mistura obrigatória do biodiesel no diesel para 10%, de forma escalonada. Para a Federação, permitir a comercialização de dois teores de biodiesel distin-tos pode abrir brechas para operações ilegais, se não fo-rem implementadas regras de controle fiscais rígidas e eficazes para evitar a cria-ção de um mercado para-lelo, o que causará prejuízo e desequilíbrio à ponta final da cadeia, com reflexo para a revenda e distribuição. Este tema também permanecerá no monitoramento da Fe-combustíveis.

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Encontros regionais

Foto JuliusG

ustavo Lovalho

O trabalho da Fecombustíveis também se fez presente nos tradicionais Encontros de Revendedores de Combustíveis nas cinco regiões do país. A abertura do calendário de eventos co-meçou pelo Sul do país, com o 3º Encontro Sul Brasileiro de Reven-dedores de Combustíveis e Lojas de Conveniência em Gaspar (SC), em 13 e 14 de março. Este evento contri-buiu com importantes temas e pales-tras para a revenda.

Na sequência ocorreu o 14º Congresso dos Revendedores de Combustíveis de Minas Gerais e 4º Encontro dos Revendedores de Combustíveis da Região Sudeste, que garantiu, mais uma vez, sucesso de público, com mais de 1.300 partici-pantes, ficando atrás somente da Expo-Postos. O tradicional congresso minei-ro foi realizado em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, para comportar o aumento do número de expositores, que dobrou em relação a 2013, com 49 estandes.

Sul

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90 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

feComBustÍVeis

A cidade de Rio Branco (AC) sediou o 12º Encontro de Revendedores de Deri-vados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Norte do Brasil, que ocorreu nos dias 27 e 28 de agosto. O evento reuniu a liderança sindical de Norte a Sul do país, autoridades políticas locais, ANP, distribuidoras e fornecedores. O bem--sucedido encontro teve ampla partici-pação da revenda acreana, da capital e do interior, e estimulou o debate sobre proteção da livre concorrência, direito do trabalho e fiscalização.

Em 17 e 18 de junho foi realizado o Encontro Nacional e 4º Encontro dos Revendedo-res de Combustíveis Centro--Oeste. Importantes debates estiveram no centro das discus-sões, como a proximidade do prazo para regularização dos licenciamentos para a revenda, além de contar com a participação de autoridades parlamentares e

jornalistas renomados, como Carlos Alberto Sardenberg e Alexandre Garcia.

Um dos principais destaques deste evento foi o lançamento do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2015, com novo de-sign e novo logotipo da Fecombustíveis.

A Fecombustíveis aproveitou o evento de destaque em Brasília para realizar uma Reunião dos Advogados, que reuniu o corpo jurídico dos Sindicatos Filiados para debater leis e normas que afetam a revenda.

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RELATÓRIO ANUAL DA

REVENDA DE COMBUSTÍVEIS 2015

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Encontro do Centro-Oeste foi marcado por importantes

debates e o lançamento do Relatório Anual da Revenda de

Combustíveis 2015

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 91

ExpoPostos

Realizada em meio ao cenário econômico desfavorável, a tradicional ExpoPostos & Conveniência 2015, que aconteceu de 5 a 7 de agosto, em São Paulo (SP), foi considera-da um sucesso. Contou com a presença de 22 mil visitantes, 180 expositores e movimentou R$ 150 milhões, mesmo volume de negócios da edição anterior. Paralelamente à ExpoPostos, a Fecombustíveis promoveu o Encontro dos Jornalistas dos Sindicatos Filiados para estimular a reciclagem profissional e atualizar temas do dia a dia do trabalho de comunicação, bem como estreitar o relacionamento entre os participantes.

Para encerrar o ciclo de eventos regionais, Pernambuco recebeu a re-venda no 10º Encontro de Revende-dores de Combustíveis do Nordeste, de 12 a 15 de novembro, em Porto de Galinhas (PE). O destaque foi o avanço no processo de licenciamen-to ambiental dos postos de combus-tíveis locais, que contou com o apoio da ANP para estabelecer um acordo entre o sindicato local e as entidades ambientais do estado de Pernambuco e da capital Recife para atender à regra da agência reguladora.

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92 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

feComBustÍVeis

NACS

A Fecombustíveis também participou da NACS Show 2015, em Las Vegas, que aconteceu de 11 a 14 de outubro. Ao longo de quatro dias de evento, 24.392 mil visitantes, de mais de 73 países, partici-param de 62 palestras educacionais, quatro sessões gerais e circularam nos estandes da feira, que contou com 1.264 empresas ex-positoras, no Las Vegas Convention Center.

Eventos internacionais

O tradicional Congresso Nacional e Latino-Americano de Revendedores de Combustíveis foi realizado entre os dias 24 e 27 de setembro, em Gramado (RS). O evento foi prestigiado por representantes de órgãos governamentais, líderes sindicais e do governo do Rio Grande do Sul e executivos de empresas, que atuam no setor de distribuição e revenda nacional e da América Latina.

As reuniões da Claec, de 18 a 20 de março, na Guatelama; e de 4 a 6 de novembro, em Punta del Este, no Uruguai, também marcaram o calendário de eventos da Fecombustíveis.

Marcelo A

maral/P

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 93

Festa de confraternização

O clima de união prevaleceu durante o Jantar de Confraternização da Fecombustíveis, que aconteceu em 11 de dezembro, no Iate Clube do Rio de Janeiro. O evento contou com a presença dos presidentes dos Sindicatos Filiados, autoridades políticas, diretores e superintendentes da ANP, das com-panhias distribuidoras e parceiros.

Da esquerda para direita: Deputado federal Simão Sessim, Maria Aparecida Siuffo Pereira Schneider (Sindcomb); Paulo Miranda Soares (Fecombustíveis) e Magda Chambriard (ANP)

Marcus A

lmeida/S

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94 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

CAdeiA de ABAsteCimento

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 95

siGlAs

ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás CanalizadoABEMA - Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente ABF - Associação Brasileira de FranchisingABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRAGÁS - Associação Brasileira das Entidades de Classe das Revendas de Gás LP ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos AutomotoresANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e BiocombustíveisANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres API - American Petroleum InstituteCADIN - Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal CEG - Gás Natural FenosaCEPEA/ESALQ - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio EconômicoCIMA - Conselho Interministerial do Açúcar e do Etanol CLAEC - Comissão Latino-Americana de Empresários de Combustíveis COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade SocialCOMGÁS - Companhia de Gás de São PauloCOPERGÁS - Companhia Pernambucana de GásEIA - U.S. Energy Information Administration FATMA - Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina FETRANCESC - Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa CatarinaGLP - Gás Liquefeito de PetróleoGNV - Gás Natural VeicularIBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisIBP - Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosINEA - Instituto Estadual do Ambiente IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor – AmploIPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos AutomotivosMME - Ministério de Minas e EnergiaNACS - National Association of Convenience StoresPEVs - Pontos de Entrega Voluntária PIB - Produto Interno BrutoPIS - Programa de Integração SocialPMPF - Preço Médio Ponderado FinalPPM - Parte por milhãoPROÁLCOOL - Programa Nacional do ÁlcoolPROCONVE - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos AutomotivosPSOL - Partido Socialismo e LiberdadeRECAP - Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e RegiãoRNEST - Refinaria Abreu e LimaSEA - Secretaria de Estado do Ambiente SEMA - Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente SINDCOMB - Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de JaneiroSINDESTADO - Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência no Estado do Rio de JaneiroSINDICOMBUSTÍVEIS-PA - Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Lojas de Conveniência no Estado do ParáSINDICOM - Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de LubrificantesSINDILUB - Sindicato Interestadual do Comércio de LubrificantesSMAM - Secretaria Municipal de Meio Ambiente SULPETRO - Sindicato Intermunicipal do Comércio de Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Estado do Rio Grande do SulSUV - Sport Utility VehicleTCFA - Taxa de Controle e Fiscalização AmbientalTRF - Tribunal Regional FederalTRR - Transportador Revendedor Retalhista

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96 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

listA de tABelAs

CAPÍTULO 1• ESTADOS UNIDOS

1.1 Vendas de gasolina e diesel

1.2 Biodiesel

1.3 Etanol

1.4 Composição do preço da gasolina no varejo

1.5 Composição do preço do diesel no varejo

1.6 Postos de propriedade das companhias de petróleo

1.7 Proprietários de postos por número de estabelecimentos

1.8 Hipermercados que atuam no varejo de combustíveis

CAPÍTULO 2 • CENÁRIOS

2.1 Expectativas de mercado para 2016

2.2 Licenciamento de autoveículos leves

2.3 Participação dos combustíveis líquidos no PIB

2.4 Faturamento

2.5 Composição das vendas nos postos

2.6 Arrecadação tributária

2.7 Agentes do mercado

2.8 Matriz de consumo veicular

2.9 Preço do gás natural

2.10 Consumo de gás natural

2.11 Balanço do gás natural

2.12 Balanço do petróleo

2.13 Preço do petróleo tipo brent no mercado spot

2.14 Postos revendedores por bandeira

2.15 Infrações e ações de fiscalização

2.16 Infrações na revenda de combustíveis

2.17 Infrações na distribuição de combustíveis líquidos

CAPÍTULO 3 • GASOLINA

3.1 Faturamento

3.2 Volume comercializado pela revenda

3.3 Vendas por tipo de posto

3.4 Arrecadação tributária

3.5 Importação de gasolina A

3.6 Importação de gasolina A por empresa

3.7 Defasagem entre os preços da gasolina brasileira e norte-americana

3.8 Composição do preço

3.9 Preços médios no upstream e downstream

3.10 Margem média da revenda

3.11 Alíquotas de ICMS

3.12 Market share das distribuidoras

3.13 Índice de não conformidade

3.14 Não conformidade por bandeira

3.15 Especificação da não conformidade

3.16 Fornecimento de gasolina A pela Petrobras

CAPÍTULO 4 • ETANOL

4.1 Faturamento

4.2 Arrecadação tributária

4.3 Volume comercializado pela revenda

4.4 Alíquotas de ICMS

4.5 Mercado externo

4.6 Produção de etanol carburante

4.7 Produção de etanol por Estado

4.8 Destinação da cana-de-açúcar para o etanol no Centro-Sul

4.9 Vendas por tipo de posto

4.10 Market share das distribuidoras

4.11 Composição do preço

4.12 Margem média da revenda

4.13 Preços médios do etanol anidro na usina

4.14 Preços médios do etanol hidratado na usina

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 97

4.15 Preços médios no downstream

4.16 Paridade de preços entre gasolina e etanol

4.17 Índice de não conformidade

4.18 Especificação da não conformidade

4.19 Não conformidade por bandeira

CAPÍTULO 5 • DIESEL

5.1 Faturamento

5.2 Composição das vendas por segmento

5.3 Vendas por tipo de posto

5.4 Comercialização de S10 pela revenda

5.5 Composição das vendas por tipo de diesel

5.6 Alíquotas de ICMS

5.7 Arrecadação tributária

5.8 Market share das distribuidoras

5.9 Importação

5.10 Defasagem entre os preço do diesel brasileiro e norte-americano

5.11 Composição do preço

5.12 Preços médios no upstream e downstream

5.13 Margem média da revenda

5.14 Indice de não conformidade

5.15 Não conformidade por bandeira

5.16 Especificação da não conformidade

CAPÍTULO 6 • BIODIESEL

6.1 Produção x capacidade instalada

6.2 Resultados dos leilões de B100

6.3 Informações regionais do B100

6.4 Matérias-primas utilizadas na produção de B100

6.5 Ranking das infrações na produção de biodiesel

6.6 Market share dos produtores

CAPÍTULO 7 • GNV

7.1 Comercialização de gás natural pelas concessionárias estaduais

7.2 Conversões

7.3 Margem média da revenda

7.4 Economia do GNV

7.5 Preços médios no downstream

7.6 Alíquotas de ICMS

7.7 Market share do GNV

7.8 Postos de GNV por Estado

CAPÍTULO 8 • GLP

8.1 Consumo

8.2 Faturamento

8.3 Preços médios no upstream e downstream

8.4 Margem média do downstream

8.5 Arrecadação tributária

8.6 Alíquotas de ICMS

8.7 Composição do preço

8.8 Ranking das infrações na revenda

8.9 Ranking das infrações na distribuição

8.10 Produto apreendido

8.11 Market share das distribuidoras

CAPÍTULO 9 • LUBRIFICANTES

9.1 Comercialização de óleo lubrificante acabado

9.2 Agentes do setor

9.3 Market share dos Produtores/Importadores

9.4 Market share dos Coletores

9.5 Coleta de produto usado ou contaminado

9.6 Market share do rerrefino

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98 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

GlossÁRio

AMOSTRA-TESTEMUNHA: Amostra representativa de um produto que traz as mesmas características do produto de onde foi coletada. Normalmente coletada com o objetivo de servir como prova material em processos ad-ministrativos ou judiciais, podendo ser submetida à análise, para dirimir dúvidas quanto a sua na-tureza e origem. A amostra testemunha deve ser coletada na presença de prepostos das partes in-teressadas, identificada e acondicionada de acor-do com a legislação ou regulamento que propõe sua coleta.

ANP:Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio-combustíveis.Criada pela Lei no 9.478/1997, a autarquia especial é responsável pela regulação, contratação e fiscalização das atividades econô-micas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis.

ARLA-32:Agente redutor líquido automotivo. Também co-nhecido como AdBlue ou AUS 32, trata-se de um fluido, não tóxico,não explosivo, nem nocivo ao meio ambiente, produzido a partir de uma solu-ção aquosa de ureia técnica (a de uso agrícola não serve). Nos veículos pesados fabricados a partir de 2012, que utilizam S10, há um tanque adicional para o produto, indispensável para reduzir as emissões de NOx.

BARRIL TIPO BRENT:Refere-se ao óleo produzido no mar do Norte (Eu-ropa) e negociado na Intercontinental Exchange Futures de Londres.

BIODIESEL:Biocombustível produzido a partir de derivados de óleos vegetais ou de resíduos, conforme espe-cificação da ANP. Costuma ser denominado pela letra B, seguida de número que indica o percen-tual utilizado. Ex.: B2, adição de 2% de biodiesel; B100 (biodiesel puro).

CIDE:Contribuição de Intervenção no Domínio Eco-nômico. Tributo federal previsto constitucional-mente, instituído pela Lei no 10.336, de 19 de dezembro de 2001. Incide sobre importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados.

COMMODITY:Do inglês, mercadoria. Termo utilizado para de-signar produtos que são comercializados em bol-sas internacionais, normalmente matérias-primas, como minérios e produtos agrícolas. Apesar de terem origem em diversos produtores, suas carac-terísticas são uniformes.

DISTRIBUIDORA:Agente da cadeia de abastecimento que faz a in-termediação entre o produtor e o varejo. Único autorizado a comprar diretamente de refinarias e usinas. É responsável pela mistura do etanol ani-dro à gasolina A e do biodiesel ao diesel. É vedada a operação direta de postos pelas distribuidoras, com exceçãodo posto-escola. Pode fornecer com-bustível diretamente para grandes consumidores.

DOWNSTREAM:Cadeia de distribuição e revenda.

ETANOL ANIDRO:Álcool carburante (etanol) misturado à gasolina A nas distribuidoras para produção de gasolina C, que é comercializada nos postos de combustíveis.

ETANOL HIDRATADO:Álcool carburante (etanol) vendido ao consumidor nos postos de combustíveis.

FLEX FUEL:Veículos que utilizam etanol ou gasolina.

GASOLINA A:Gasolina sem adição de etanol, a que sai da re-finaria.

GASOLINA C:Gasolina após a adição de etanol na distribuidora.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL:É a autorização formal pelos órgãos ambientais competentes a todo empreendimento e atividade considerada efetiva ou potencialmente poluidora e que possa causar degradação ambiental.

LOGÍSTICA REVERSA:Conjunto de ações, procedimentos e meios des-tinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para rea-proveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambiental-mente adequada (Lei 12.305/2010).

MARKET SHARE:Participação de mercado.

MOTOR EURO 5:Desde janeiro de 2012, todos os veículos fabrica-dos no Brasil movidos a diesel contam com os cha-mados motor Euro 5. Os veículos leves (pick-ups, vans, e alguns tipos de caminhões e ônibus) pas-sam a ter motores com sistema EGR. Já a maioria dos veículos pesados, como caminhões e ônibus, irão utilizar o SCR, que exige abastecimento em tanque próprio com Arla-32.

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Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016 99

P-13:Botijão de GLP com 13 quilos, o mais utilizado nas residências brasileiras.

PPM:Partes por milhão. Sigla normalmente utilizada para indicar a quantidade de enxofre presente no diesel.

PONTO DE ABASTECIMENTO:Instalação dotada de equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento de combustí-veis, com registrador de volume apropriado para o abastecimento de equipamentos mó-veis, veículos automotores terrestres, aerona-ves, embarcações ou locomotivas. Destinado ao abastecimento de grandes consumidores pelas distribuidoras. Não pode revender o combustível excedente para terceiros.

POSTO BANDEIRA BRANCA:Também chamado de posto independente, não está vinculado a qualquer distribuidora. Não pode exibir a marca comercial das companhias, mas tem liberdade para comprar de qualquer uma delas. Deve informar na bomba a origem do produto.

POSTO EMBANDEIRADO:Aquele que está vinculado a alguma distribuidora e assim declarado no cadastro da ANP. Só pode adquirir combustíveis da distribuidora da qual os-tenta a marca.

PROCONVE:O Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores foi criado em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Seu ob-jetivo é reduzir as emissões de poluentes de ve-ículos novos, graças à implementação de com-bustíveis e motores mais modernos.

REQUALIFICAÇÃO:Processo periódico de avaliação do estado dos recipientes de GLP, determinando sua conti-nuidade se podem retornar ao mercado ou devem ser sucateados, de acordo com norma da ABNT.

RERREFINO:Processo industrial a que são submetidos os óleos lubrificantes usados ou contaminados, permitin-do que apresentem as mesmas características do óleo lubrificante básico e, portanto, possam ser comercializados.

REVENDEDOR VAREJISTA:Pessoa jurídica autorizada para o exercício da

atividade de revenda varejista de combustível au-

tomotivo. Só pode adquirir produtos de distribui-

dora, sendo vedada a compra direta da usina ou

refinaria. Único agente a comercializar combustí-

veis no varejo para o consumidor.

SCR: Selective Catalytic Reduction ou Redução Catalí-

tica Seletiva é um sistema tecnológico de pós-

-tratamento dos gases emitidos pelos veículos

movidos a diesel, que em conjunto com o Arla

32, reduz a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx)

e demais gases poluentes da atmosfera.

S10:Diesel com baixíssimo teor de enxofre (10 partes

por milhão), comercializado no Brasil desde 1º de

janeiro de 2013.

TRR:Transportador-Revendedor-Retalhista. Pessoa jurí-

dica autorizada para o exercício da atividade de

transporte e revenda retalhista de combustíveis,

exceto gasolinas automotivas, gás liquefeito de

petróleo, combustíveis de aviação e álcool com-

bustível. Só pode adquirir de distribuidora, sendo

vedada a compra direta da refinaria.

VEÍCULO HÍBRIDO:Veículo que possui duas ou mais fontes de ener-

gia para movimentá-lo, como por exemplo, um

motor de combustão interna e um motor elétrico.

Esse último contribui para a redução no consumo

de combustível e na emissão de poluentes.

VERTICALIZAÇÃO:No setor de downstream, a verticalização carac-

teriza-se pela atuação das companhias distribui-

doras (que vendem combustíveis no atacado) na

operação comercial do varejo. A legislação atual

brasileira determina que as atividades do varejo e

atacado de combustíveis sejam separadas, sendo

proibido às distribuidoras atuarem na operação de

postos de serviços.

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100 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2016

fontes de pesquisA e AGRAdeCimentos

Adriano Pires (CBIE)

Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Ale Combustíveis

Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado

Associação Brasileira de Engenharia Automotiva

Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente

Associação Brasileira de Franchising

Associação Brasileira do Veículo Elétrico

Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões da América do Sul

Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

Banco Central do Brasil

Bernardo Souto (Fecombustíveis)

BR Distribuidora

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Claudia Bittencourt (Grupo Bittencourt)

Claudio Felisoni (Provar-FIA)

Combustíveis & Conveniência

Conselho Nacional de Política Fazendária

Deborah Amaral dos Anjos (Fecombustíveis)

Frank Chen (ABGNV)

Frederico Amorim (Consultoria Cardinalis)

Gustavo Sobral (Fecombustíveis)

Ipiranga

Integer Research

Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

José Luiz Rocha (Abragás)

Ministério de Minas e Energia

National Association of Convenience Stores

Paulo Tonolli (Fecombustíveis)

Plínio Nastari (Datagro)

Programa Jogue Limpo

Raízen

Ricardo Vallejo (Comgás)

Ruy Ricci (Sindilub)

SAE Brasil

Sandro Cimatti (CVA Solutions)

Sérgio Bandeira de Melo (Sindigás)

Sindicatos Filiados

Sindicom

União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene

União da Indústria de Cana-de-Açúcar

U.S. Energy Information Administration