relatorio atividade metanogênica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

SETOR DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA DE BIOPROCESSOS E BIOTECNOLOGIA

ATIVIDADE METANOGNICACURITIBA

2010Universidade Federal do ParanSetor de TecnologiaDepartamento de Engenharia de Bioprocessos e BiotecnologiaAtividade metanognica

CURITIBA

2010SUMRIO21Introduo

22Material e Mtodos

33Resultados E Discusso

34Concluso

35Referncias Bibliogrficas

1 IntroduoAs bactrias metanognicas executam a etapa final de decomposio anaerbica dos efluentes, sendo que o metano o principal produto da digesto anaerbica. (CAMPELLO, 2009)

Os principais processos que ocorrem em um processo de digesto anaerbia de efluentes esto mostrados na figura 1.

Figura 1. Principais reaes envolvidos na formao de metano em reatores anaerbios

A atividade metanognica especfica (AME) pode ser definida como a capacidade mxima de produo de metano por um consrcio de microrganismos anaerbios, realizada em condies controladas em laboratrio, para viabilizar a atividade bioqumica mxima de converso de substratos orgnicos a biogs. (AQUINO et al., 2007)A determinao da capacidade do lodo anaerbio em produzir metano importante porque a remoo de eltrons equivalentes, ou seja, compostos reduzidos causadores de demanda qumica de oxignio (DQO) da gua residuria a ser tratada, s ocorrer de fato com a formao de metano, que por ser praticamente insolvel em gua, escapa facilmente da fase lquida. Desta forma, a AME pode ser utilizada como parmetro de monitoramento da eficincia da populao metanognica presente em um reator biolgico, e como tal, constitui-se em uma importante ferramenta para controle operacional de reatores anaerbios. O conhecimento da AME do lodo de determinado reator permite estabelecer, em ltima anlise, a capacidade de remoo de DQO da fase lquida, e por isso permite estimar a carga orgnica mxima que pode ser aplicada com minimizao do risco de desbalanceamento do processo anaerbico. E do mesmo modo, permite determinar a massa mnima de lodo anaerbico a ser mantido no reator para remoo de determinada carga orgnica aplicada. (AQUINO et al., 2007)A formao de metano como produto final do processo depende da existncia de populaes com funes distintas, em propores tais que permitam a manuteno do fluxo de substratos e energia sob controle. (CAMPELLO, 2009)

As bactrias metanognicas utilizam um nmero limitado de substratos para formao de metano, sendo eles: CO2 + H2, formiato, acetato, metanol, metilaminas e monxido de carbono, sendo que as reaes envolvendo estes compostos so:

Para a realizao do teste de atividade metanognica, Aquino e colaboradores recomendam: Alimentar o lodo com substratos que suportem apenas a atividade metablica dos microrganismos metanognicos;

O teste de AME deve ser feito com excesso de substrato e nutrientes de forma que a cintica de reao se aproxime de uma pseudo ordem zero passando a depender apenas da concentrao dos microrganismos, ou seja, do inoculo;

Deve-se fazer anlise dos slidos suspensos volteis no lodo utilizado como inculo para saber a concentrao de lodo presente no incio e no final;2 Material e MtodosA atividade metanognica especfica foi calculada a partir de 20 mL de lodo, obtido da estao de tratamento de esgoto da SANEPAR. A esse lodo, adicionou-se 170 mL de uma soluo nutritiva contendo 0,1 g/L de Na2SO4 e 0,2 g/L de extrato de levedura e 40 mL de uma soluo de 46 g/L de glicose, atuando como fonte de carbono.

A soluo final obtida foi condicionada em um frasco do tipo erlenmeyer, cujo bocal foi vedado com rolha perfurada contendo um tubo para a coleta de gases. Esse tubo foi conectado a uma proveta invertida em soluo contendo NaOH 3%, permitindo um acompanhamento da produo de gases atravs da leitura indireta de volume. Alm disso, adicionou-se soluo bsica fenolftalena, que permite a confirmao visual da formao de CO2 devido ao abaixamento de pH que esse gs provoca.Aps a construo do aparato, o frasco erlenmeyer foi mantido em banho-maria a 37C por 7 dias.

A partir dos dados obtidos, utilizou-se a equao 2.1 para determinar, de forma indireta, a atividade metanognica especfica (AME).

A biomassa foi estimada a partir da concentrao de slidos suspensos volteis totais (SSVT). Esta concentrao foi medida retirando-se uma alquota da soluo original (lodo com soluo nutritiva) e adicionando a um cadinho previamente tarado. O cadinho com a amostra foi pesado, colocado em estufa a 105C por 24h e novamente pesado, determinando-se ento o teor de slidos da amostra. O mesmo cadinho foi ento colocado em mufla a 550C at carbonizao total da amostra e novamente pesado. Esta variao de massa permitiu calcular a concentrao de slidos suspensos volteis totais, e indiretamente a biomassa.3 Resultados E DiscussoAps a realizao dos experimentos, obteve-se os seguintes dados da variao de peso dos cadinhos, mostrados na tabela 3.1. Os slidos suspensos volteis totais foram calculados subtraindo o peso obtido aps a incinerao do peso obtido aps a secagem e dividindo esse valor pelo volume de soluo adicionada ao cadinho.Tabela 3.1. Variao do peso dos cadinhosPeso do cadinho + amostra (g)Peso do cadinho + amostra ps-secagem (g)Peso do cadinho + amostra ps-Mufla (g)SSVT (g/L)

29,683122,143522,12080,00454

30,534122,617822,59870,00382

O acompanhamento da produo de gases infelizmente no foi realizado da forma adequada, pois as pessoas envolvidas no experimento estavam participando do EVINCI e de processos de seleo de estgio. Portanto, no puderam comparecer ao laboratrio para realizar a medio. Dessa forma, foram obtidos apenas os valores para 2 pontos: 147 horas 45 mL de gases e 153 horas 47 mL de gases.Com estes dados foi calculada a atividade metanognica especfica (AME) para estes pontos atravs da equao 2.1, e plotado um grfico (figura 3.1) com a evoluo desta atividade atravs do tempo.

Figura 3.1. Grfico representado a evoluo da AME com o tempoA atividade metanognica especfica obtida no final do processo foi de 3,67 mL/g.h. Poetsch e Koetz (1998) acharam valores de AME variando entre 10,29 mL/g.h a 24,23 mL/g.h para o lodo de um reator tratando efluentes de conservas vegetais. Como pode-se observar, a produo atingida neste experimento foi muito mais baixa. Isto pode se dever a vrios fatores, incluindo: tempo de armazenamento do lodo, que poderia estar muito velho no incio do experimento; vedao ineficaz do bocal do frasco, permitindo o escape de gases; as bactrias presentes no lodo no eram to eficazes na produo de metano.4 ConclusoOs experimentos mostraram que, sob condies anaerbicas, as bactrias produziram metano e outros gases, que pode ser comprovado com a mudana na colorao da soluo e o abaixamento do nvel na proveta. A atividade metanognica especfica do lodo testado foi considerada baixa, quando comparado a outro trabalho com o mesmo objetivo. Devem-se realizar melhoras no sistema de medio deste parmetro, uma vez que este baixo resultado pode ser devido a falhas nele. Com a realizao deste experimento pudemos observar uma metodologia para determinao de produo de metano.5 Referncias BibliogrficasAQUINO, S. F.; CHERNICHARO, C. A. L.; FORESTI, E.; SANTOS, M. L. F.; MONTEGGIA, L. O. Metodologias para determinao da atividade metanognica especfica (AME) em lodos anaerbios. Eng. Sanit. Ambient., v. 12, n. 2, p. 192-201, 2007.CAMPELLO, R. P. Desempenho de reatores anaerbios em manto de lodo (UASB) operando sob condies de temperaturas tpicas de regies de clima temperado. Dissertao de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de pesquisas hidrulicas, 2009.

POETSCH, P. B.; KOETZ, P. R. Sistema de determinao da atividade metanognica especfica de lodos anaerbicos. Revista Brasileira de Agrocincia, v. 4, n. 3, p. 161-165, 1998.

Relatrio apresentado disciplina TQ068 Biotecnologia Ambiental do Departamento de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da UFPR, curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, sob orientao da professora Adriane Bianchi Pedroni de Medeiros.

Aline Brown

Gustavo Akira

Lucas Jos Falarz

Manoella Buck Silva Rosi

Marcelo Scarduelli

Matheus Gonalves Severo

Thasa Scheuer