Relatorio de Estagio Nuno Silva

  • Upload
    joao

  • View
    220

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    1/148

    Relatrio de Estgio Profissional

    Comparao da aplicao do MED, em duas turmas doEnsino Secundrio.

    Orientador: Professor Doutor Ramiro Rolim

    Nuno Miguel Bouas da Silva

    Porto, Setembro de 2012

    Relatrio de Estgio Profissionalapresentado Faculdade de Desporto doPorto com vista obteno do 2 Ciclode estudos conducente ao grau deMestre em Ensino de Educao Fsicanos Ensinos Bsico e Secundrio

    (Decreto-lei n 74/2006 de maro e oDecreto-lei n 43/2007 de 22 defevereiro).

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    2/148

    Ficha de Catalogao

    Silva, N. M. (2012). Relatrio de Estgio Profissional, Estudocomparativo da aplicao do MED, em duas turmas do ensino secundrio.

    Porto: N. Silva. Relatrio de Estgio Profissional para a obteno do grau deMestre em Ensino de Educao Fsica nos Ensinos Bsico e Secundrio,apresentado Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

    Palavras-chave: ESTGIO PROFISSIONAL, FORMAO INICIAL DOPROFESSOR, REFLEXO, MODELO DE EDUCAO DESPORTIVA.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    3/148

    iii

    AGRADECIMENTOS

    As minhas primeiras palavras de agradecimento tm de ir, forosamente,para os meus pais. Sem o amor, carinho e todo o apoio que sempre me deramao longo dos anos possivelmente no estaria aqui.

    Ao Professor Doutor Ramiro Rolim, Orientador da Faculdade, por todo oapoio, disponibilidade, crticas e sugestes que me foi dando ao longo destetrabalho.

    Mestre Lusa Brando, Professora Cooperante por todos os incentivos,

    apoios e ensinamentos ao longo deste ano letivo na escola, onde nunca deixoude me confortar e ajudar em todas as tarefas.

    A todos os meus amigos, colegas, ao Paulo e Ricardo meus colegas deestgio, pelo encorajamento e solidariedade incondicional e tambm ajuda narealizao deste relatrio.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    4/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    5/148

    v

    ndice Geral

    AGRADECIMENTOS ................................................................. iii

    ndice Geral ................................................................................ v

    ndice de Figuras ...................................................................... ix

    ndice de Tabelas ...................................................................... xi

    ndice de Anexos .................................................................... xiii Resumo ..................................................................................... xv

    Abstract .................................................................................. xvii

    Abreviaturas ............................................................................ xix

    1. INTRODUO ..................................................................... 1

    2. DIMENSO PESSOAL ............................................................ 5

    2.1- Identificao e Percurso do Estudante Estagirio ............... 7

    2.2- Expetativas e Impacto com o Contexto de Estgio ........... 10

    3 - ENQUADRAMENTO DA PRTICA PROFISSIONAL ............. 13

    3.1- Contexto Terico .................................................................. 15

    3.2- Contexto Legal ..................................................................... 19

    3.3- Contexto Institucional .......................................................... 22

    3.4- Contexto Funcional .............................................................. 24

    4 - REALIZAO DA PRTICA PROFISSIONAL .................... 27

    4.1-rea 1-Organizao e Gesto do Ensino e Aprendizagem 29

    4.1.1- Planeamento ............................................................... 29

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    6/148

    vi

    4.1.2- Unidades Temticas ................................................... 31

    4.1.3- Plano de Aula .............................................................. 32

    4.1.4- O Currculo ................................................................. 32

    4.1.5- Inexperincia/Desmotivao ..................................... 33

    4.1.6- Assiduidade/Pontualidade ......................................... 34

    4.1.7- Turma 10 I .................................................................. 35

    4.1.8- O envolvimento dos alunos ....................................... 37

    4.1.9- A gesto da aula ......................................................... 39 4.1.10- A Avaliao ............................................................... 42

    4.2- rea 2 e 3 A Participao na escola / Participao naComunidade ................................................................................. 45

    4.2.1- Reunies ..................................................................... 45

    4.2.2- Atividades Promovidas pelo Ncleo de Estgio ...... 47

    4.2.2.1- Magusto ................................................................... 47

    4.2.2.2- Rastreio do IMC ....................................................... 48

    4.2.2.3- Dona Sport ............................................................... 49

    4.2.2.4- Visita de Estudo ao Autocarro Bar ......................... 50

    4.2.3- Atividades do Grupo de Educao Fsica ................ 52

    4.2.4- Acompanhamento DT ............................................. 53

    4.2.5- Participao na comunidade ..................................... 54

    4.2.6- Desporto Escolar de Natao .................................... 56

    4.2.7- Curso de rbitros de Natao ................................... 58

    4.3 - rea 4 Valorizao Profissional ......................................... 60

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    7/148

    vii

    5- Comparao da aplicao do MED, em duas turmas doensino secundrio. .................................................................. 63

    5.1- Resumo .......................................................................... 65

    5.2- Abstract .......................................................................... 65

    5.3- Introduo ...................................................................... 66

    5.4- Problema de Investigao ............................................ 69

    5.5- Objetivos de Investigao ............................................ 70

    5.5.1- Objetivo Geral: ............................................................ 70

    5.5.2- Objetivos Especficos: ............................................... 70

    5.6- Reviso da Literatura .................................................... 71

    5.7- Metodologia ................................................................... 74

    5.7.1- Mtodo de Estudo ...................................................... 74

    5.8- Amostra .......................................................................... 75

    5.8.1 - Descrio e caracterizao da Amostra .................. 75

    5.9- Procedimentos .............................................................. 76

    5.9.1- Tcnicas e/ou mtodos e instrumentos utilizados .. 76

    5.10- Apresentao dos Resultados ................................... 77

    5.11- Anlise e discusso dos resultados .......................... 88

    5.12- Possveis Limitaes do Estudo ................................ 90

    5.13- Concluso dos Resultados ......................................... 90

    5.14- Bibliografia .................................................................. 91

    6 - CONCLUSO ....................................................................... 93

    7 -BIBLIOGRAFIA ..................................................................... 99

    ANEXOS .................................................................................. 107

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    8/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    9/148

    ix

    ndice de Figuras

    Figura 1Turma 10I ...................................................................... 37

    Figura 2 - Magusto ....................................................................... 48

    Figura 3Peddy Paper ................................................................... 50

    Figura 4 Multiprovas ................................................................... 50

    Figura 5 Visita de Estudo Kayake ........................................... 51

    Figura 6 Desporto Escolar .......................................................... 57

    Figura 7 Cartaz Curso de rbitros .............................................. 59

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    10/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    11/148

    xi

    ndice de Tabelas

    Tabela 1 Aresentao das caratersticas relativamente ao Fair Play dos alunos da 1 turma. ...................................................... 78

    Tabela 2- Apresentao das caratersticas relativamente ao Fair Play dos alunos da 2 turma. ................................................... 79

    Tabela 3 Apresentao das caratersticas relativamente Criatividade dos alunos da 1 turma. ......................................... 80

    Tabela 4 Apresentao das caratersticas relativamente Criatividade dos alunos da 2 turma. ......................................... 81

    Tabela 5 Apresentao das caratersticas relativamente aoEmpenho dos alunos da 1 turma. ............................................. 82

    Tabela 6 Apresentao das caratersticas relativamente aoEmpenho dos alunos da 2 turma. ............................................. 83

    Tabela 7 Apresentao das caratersticas relativamente Afiliao dos alunos da 1 turma................................................ 84

    Tabela 8 Apresentao das caratersticas relativamente Afiliao dos alunos da 2 turma................................................ 85

    Tabela 9 Apresentao das caratersticas relativamente Autonomia dos alunos da 1 turma. ........................................... 86

    Tabela 10 Apresentao das caratersticas relativamente Autonomia dos alunos da 2 turma. ........................................... 87

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    12/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    13/148

    xiii

    ndice de Anexos

    Anexo 1- Decises Iniciais (05/01/2012)............................ 109

    Anexo 2- Ficha de registo dos comportamentos ............. 111

    Anexo 3- Aula Extra ............................................................ 112

    Anexo 4- Dirio de bordo da turma 10I ............................ 113

    Anexo 5- Dirio de Bordo da turma 10 A ......................... 121

    Anexo 6- Fotos MED 10 I .................................................. 127

    Anexo 7- Fotos MED 10 A ................................................. 129

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    14/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    15/148

    xv

    ResumoO presente documento tem como objetivo refletir sobre todas as

    vivncias que decorreram ao longo do Estgio Profissional que teve lugar naEscola Secundria c/3. Ciclo Dona Maria II, situada na cidade de Braga, sob aorientao da Professora Cooperante e a Orientadora da Faculdade e acolaborao de trs colegas de estgio, ao longo do ano letivo 2011/2012.

    O Estgio Profissional insere-se nos dois ltimos semestres do plano deestudo do 2. Ciclo de Ensino de Educao Fsica nos Ensinos Bsico eSecundrio da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, ao qual

    requer a elaborao de um relatrio que documente todo o processo deformao, refletindo sobre as quatro reas de desenvolvimento, Organizao eGesto do Ensino e da Aprendizagem; Participao na Escola; Relao com aComunidade e Desenvolvimento Profissional.

    O presente relatrio de estgio encontra-se dividido em cinco momentos,sendo eles: (1) Introduo; (2) Dimenso Pessoal; (3) Enquadramento daPrtica Profissional; (4) Realizao da Prtica Profissional; e (5) Estudo de

    investigao ao. A primeira parte Introduo refere o que vou fazer ao longo do trabalho,

    a segunda parte, Dimenso Pessoal, diz respeito ao meu percurso profissionale pessoal. A terceira, Enquadramento da Prtica Profissional, aborda ocontexto terico, legal, institucional e funcional e a caracterizao do estgio. Aquarta parte, Realizao da Prtica Profissional, divide-se nas vrias reas dedesempenho, de acordo com o Regulamento do Estgio Profissional, da

    Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Apresenta-se nesta parte asprincipais questes inerentes s funes docentes como as dificuldades,estratgias e satisfaes ao longo do Estgio Profissional. A quinta, e ltimaparte, reporta o estudo de investigao: Estudo comparativo da aplicao doModelo de Educao Desportiva, em duas turmas do ensino secundrio.

    Palavras-chave: ESTGIO PROFISSIONAL, FORMAO INICIAL DOPROFESSOR, REFLEXO, MODELO DE EDUCAO DESPORTIVA.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    16/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    17/148

    xvii

    AbstractThe objective of the current document is to reflect about all the

    experiences related to the professional internship that took place in the DonaMaria II Secondary School c/3th Cycle, located in the city of Braga, under theorientation of the Cooperative Teacher and the Faculty Guider and thecollaboration of three internship colleagues, during the school year of2011/2012.

    The professional internship concerns the last two studying plansemesters of the 2th cycle of physical education teaching in the Basic and

    Secondary Formation Stages of the Porto University Sport Faculty, and hiscompletion requires the elaboration of a report documenting all the formationprocess, reflecting about the four areas of development including Teaching andLearning Organization and Management, School Participation, CommunityRelations and Professional Development.

    The current internship report is divided in five moments: 1) Introduction;2) Personal Dimension; 3) Professional Practice Framework; 4) Professional

    Practice Realization; 5) Investigation-Action Study.The first part, Introduction concerns what I will do during the work the

    second Personal Dimension, concerns my professional and personal paths. Thethird, Professional Practice Framing, relates to the theoretical, legal, institutionaland functional contexts and the internship characterization. The fourth part,Professional Practice Realization, is divided in the several performance areas,according to the Porto University Sport Faculty Professional Internship

    Regulations. In this section are presented the fundamental issues related to thelection functions including the difficulties, strategies and satisfactions during theprofessional internship. The fourth, and last part, reports the investigation study:Sport Education Model application comparative study in t wo secondary schoolclasses.

    KeyWords: PROFESSIONAL INTERNSHIP, TEACHER INICIALFORMATION, REFLEXION, SPORT EDUCATION MODEL.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    18/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    19/148

    xix

    Abreviaturas

    AEC: Atividade de Enriquecimento CurricularEP: Estgio ProfissionalESDMII: Escola Secundria Dona Maria IIFADEUP: Faculdade de Desporto da Universidade do PortoOE: Orientador de EstgioPC: Professora Cooperante

    PES: Prtica de Ensino SupervisionadaMED: Modelo de Educao DesportivaMID: Modelo de Instruo DiretaE.F: Educao FsicaPFI: Plano de Formao IndividualRE: Relatrio de EstgioDT: Diretora de Turma

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    20/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    21/148

    1

    1. INTRODUO

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    22/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    23/148

    3

    O Estgio Profissional (EP), marca a to ansiada passagem do papel dealuno para o papel de docente. Um ano real onde podem ser aplicados quatro

    longos anos de estudos terico-prticos. O EP deve exprimir o clmax daformao e deve garantir o domnio das competncias requeridas com aprofisso de docente (Proena, 2008).

    A elaborao deste documento aparece no mbito do EP conducente aograu de Mestre em Ensino de Educao Fsica nos Ensinos Bsico eSecundrio, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

    O meu EP foi concebido na Escola Secundria c/3. Ciclo Dona Maria II

    situada no centro da cidade de Braga, ao longo do ano letivo 2011/2012, ondeme foi permitida a lecionao da turma I do 10 ano do Ensino Secundrio.

    Todo o trabalho que executei esteve sob a orientao de duas figurasfundamentais, a Professora Cooperante (PC), Professora Lusa Brando e oOrientador da Faculdade (OF) Prof. Doutor Ramiro Rolim, e a associao dosmeus trs colegas de estgio.

    O EP teve como objetivos: relacionar a teoria e prtica profissional,dentro de um processo sistematizado de ensino-aprendizagem, de forma aaplicar os conhecimentos desenvolvidos durante a formao em EducaoFsica; vivenciar uma experincia prtica orientada por professores deEducao Fsica habilitados, de forma a evoluir e procurar a autonomia noexerccio futuro da profisso e assenta, sobretudo, na reflexo e reflexividadede ser professor, nas suas competncias e na consciencializao do caminho aseguir, para que os meus alunos do 10 I pudessem aprender de formaprogressiva e sustentada.

    Neste processo pretendi criar competncias profissionais diretamenterelacionadas com as competncias pedaggicas, didticas e ticas.

    Tendo em conta o Regulamento do Estgio Profissional da FADEUP aestrutura do presente Relatrio de Estgio apresentada em cinco partes: aprimeira parte corresponde Introduo, onde realizo uma caraterizao geraldo meu estgio profissional e a finalidade da realizao do relatrio. A segundaparte diz respeito Dimenso Pessoal que possui um carcter autobiogrfico,

    relatando as minhas vivncias desportivas, nomeadamente pelas experincias

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    24/148

    4

    iniciais, expetativas, dificuldades e dando algum destaque s motivaes queme levaram escolha da docncia em educao fsica.

    O terceiro ponto desenvolve-se atravs do Enquadramento da PrticaProfissional, apresentando este o contexto terico, legal, institucional efuncional at caracterizao do referido contexto de EP.

    A quarta parte, a Realizao da Prtica Profissional, assume-se comoum relato das experincias desta etapa de formao. Neste ponto fiz umaanlise da tarefa do docente, referindo-me ao planeamento, realizao eavaliao, como sendo as vrias aes de atuao durante todo o ano letivo aque chamo de rea 1. Desenvolvi reflexes sobre todas as minhasparticipaes na escola, em atividades letivas e no letivas, assim como, todasas interaes na Comunidade Educativa, ao qual dou o nome de rea 2 e 3.

    Exponho ainda a rea 4, que se refere Valorizao Profissional estaque abrange atividades e vivncias importantes na construo da competnciaprofissional.

    A quinta e ltima parte de caracter mais cientfico diz respeito ao estudode investigao : Estudo comparativo da aplicao do MED, em duas turmasdo ensino secundrio, onde exponho algumas das orientaes metodolg icas

    do estudo investigao ao, como os objetivos, caracterizao da amostra,instrumentos e apresentao e discusso dos resultados.

    Para a realizao deste trabalho utilizei como instrumentos de trabalho apesquisa em livros e alguns stios da internet, bem como, o apoio do meuorientador de estgio (OE) e minha Professora Cooperante (PC).

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    25/148

    5

    2. DIMENSO PESSOAL

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    26/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    27/148

    7

    2.1- Identificao e Percurso do Estudante Estagirio

    "A instruo um esforo admirvel. Mas as coisas mais importantes da

    vida no se aprendem, encontram-se." (Cit. Oscar Wilde). A minha viso do mundo, relativamente esfera docente, surge da

    intensidade e pessoalidade das experincias vividas, e do que adquiri atravsdas mesmas. Numa breve eptome da minha pessoa, apresento-me comoNuno Miguel Bouas da Silva, nasci a 6 de Setembro de 1988, e sou natural doconselho de Amares, terra que muito estimo, no distrito de Braga.

    A minha formao sem fim vista, pois a docncia assim o obriga,

    iniciou-se no Instituto de Cincias da Sade Norte (CESPU) com a conclusodo 3 ano da Licenciatura em Educao Fsica, Sade e Desporto, realizadanos anos de 2007 a 2010. Terminada esta fase, concorri de imediato aoMestrado em Ensino da Educao Fsica nos Ensinos Bsico e Secundrio, naFaculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

    Numa breve radiografia sobre mim, destaco uma frase, que a minha mese farta de repetir: no tens sossego, s queres treinos, esta mera frase

    resume muito da minha vida e do que eu sou. Do jardim de infncia at hoje, omeio escolar e desportivo sempre fez parte da minha vida, uma vez que o meupai trabalhava no pavilho desportivo da escola secundria de Amares, e todosos meus momentos extra curriculares eram muitas vezes passados na escola.

    O desporto, sempre assumiu um papel de relevo na minha vida, partede mim e reflete-se na pessoa que me tornei ao longo dos tempos, e que souhoje. Desde muito cedo que me apaixonei pela prtica desportiva, cresci a jogar descalo e a dar pontaps em bolas de capo .

    O meu pai sempre foi a minha grande alavanca para o desporto, cresci av-lo defender em jogos de amigos e em torneios, apesar de ter vocao a suavida nunca o deixou ingressar no mundo do desporto. J no meu caso, tendo apossibilidade de o fazer, o meu pai no hesitou em me incentivar e persuadirsempre pela escolha do mesmo como futuro.

    Comecei a competir aos 6 anos, dei os meus primeiros toques a nvel

    de competio, no no futebol, mas no Voleibol, algo que deixou o meu pai umpouco triste, pois o sonho dele sempre foi ver-me seguir-lhe as pisadas de

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    28/148

    8

    guardio. Houve um treinador que disse que eu tinha caractersticas para ser

    grande no futuro, e que poderia enveredar pelo Voleibol, pois era bom emtermos de socializao e de bem-estar. Nunca foi obstculo para mim, fazeramigos e ter bons relacionamentos, os meus colegas, sempre meconsideraram um lder e um exemplo, o que me deixava extremamente feliz,mas tambm me ajudava pois tratava-se de um jogo coletivo.

    Esta fase mais indecisa da minha vida passou e o meu pai resolveulevar-me a treinar ao F.C. Amares, Infantis de Futebol, algo que a minha meainda hoje no acha piada, tal o medo que me pudesse magoar. Desde logo, omeu progenitor que tanto admiro ofereceu-me umas luvas, hoje em dia digo-lheem jeito de brincadeira, podia ser um grande ponta de lana, mas obrigaste-me a ser guarda- redes! Depois de um ano a competir fui fazer as captaesao SC.Braga, porque os seus olheiros mostraram interesse em mim mastornou-se impossvel ir para l, devido a no facultarem transporte.

    Continuei mais 2 anos no Amares e eis que no meu segundo ano deIniciado fui sondado novamente pelo SC.Braga, desta vez havia transporte etreinei durante 4 meses, depois deste tempo regressei a Amares por no estara ser opo em Braga. Novamente na minha terra, desta vez com mais

    competncia e experincia, competi mais dois anos no escalo de juvenis e deseguida dois anos no escalo de juniores estes ltimos muito construtivos emotivadores, pois fui campeo dois anos seguidos. Com estes dois ttulos nocurrculo, fui congratulado com a subida aos seniores do Amares que militavamna 3 diviso nacional. Joguei apenas at Dezembro pois, a entrada nafaculdade estragou-me na altura os planos de vir a ser profissional. Nada queme faa arrepender, pois se de outro modo fosse de certeza que no estaria a

    contar as minhas vivncias desportivas desta forma alegre. bvio que a escola tambm foi essencial para mim pois sempre que

    havia aula de educao fsica o sentimento que se instalava de imediato emmim era de excitao e de vontade que 90 ou 45 minutos durassem parasempre.

    Hoje em dia o desporto continua a estar presente na minha vida, ainda jogo futebol a nvel competitivo nas distritais e sou treinador de futebol no

    escalo de Iniciados.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    29/148

    9

    Em suma, fica o sentimento que ainda havia muito para contar contudono o posso fazer pois no chegariam cem pginas para referir a enormeafeio que tenho pelo desporto e as histrias que j vivenciei atravs da suaprtica.

    O sonho de ser Professor de Educao Fsica, no sei quando nemcomo apareceu, segundo Gati, Krausz e Osipow, (1996), a escolha deveprocurar meditar sobre os anseios pessoais sem, porm, desconsiderar arealidade do mercado de trabalho. Em parte no foi isto que me moveu pois, aconjetura atual do mercado de trabalho, no me fez desistir, isto , o meucorao sobreps-se cabea. De acordo com Nardes, Machado e Babinski(2003) " nem sempre estamos preparados para realizar essa escolha e uma boaescolha profissional deve ser valiosa para o indivduo e para a comunidade emque est inserido, porque atravs da profisso desempenhamos uma funosocial". Uma escolha acertada desejada por todos e conduz a benefcios

    para as pessoas e para a sociedade". (Primi, Bighetti, Nucci, Pelegrini e Moggi2000). Sendo assim o mais importante para mim, foi conhecer-me bem a mimmesmo isto , indubitavelmente, optar por uma profisso difcil, sendo

    importante que a pessoa em processo de escolha tenha tanto conhecimento de

    si mesma, quanto das profisses que, a princpio, deseja seg uir (Maturano,2004).

    Hoje sou professor, sinto que tomei a melhor das opes,independentemente de tudo este o sentido que quero dar minha vida.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    30/148

    10

    2.2- Expetativas e Impacto com o Contexto de Estgio

    Ser professor, algo que sempre pretendi alcanar, mas o caminho queme trouxe at aqui no foi fcil. O estgio na escola D. Maria II foi sem dvidaa etapa mais complicada mas, ao mesmo tempo, a mais produtiva e que mefez crescer mais enquanto professor. Caminhei por vrios trilhos para atingirum desejo que me tem acompanhado e que agora consegui concretizar, o serprofessor.

    Estou feliz, mas tambm apreensivo e expectante, apesar de sentir queestou apto e preparado para desempenhar funes de professor o mercado detrabalho no o permite, logo resta-me esperar pela minha oportunidade dedemonstrar tudo que aprendi.

    Ter uma coordenadora e um orientador deixou-me mais confianteporque sempre que necessitei tive algum para me orientar. No incio fiquei umpouco apreensivo, pois tinha a ideia que estes me estavam a avaliar eobviamente ficava receoso, agora terminado este percurso vejo alm deprofessores so dois colegas de profisso. As minhas expectativas para esteano de estgio foram imensas e agora terminado o meu ciclo, sinto que nodesfraldei o que tinha previsto executar.

    Tenho noo que errei bastante mas, fico com o sentimento que fiz tudopara determinar e contornar todos os meus erros. Errar humano, e sendo oano de estgio uma etapa onde adquiri novas aprendizagens, senti-mebastante nervoso mas a confiana que me caracteriza no me deixou vacilar, oque muito me orgulha.

    A escola onde exerci o estgio, tinha umas magnficas instalaes ematerial suficiente para que tudo corresse pelo melhor, ou seja, para conseguiraplicar tudo que aprendi durante a minha formao acadmica. Devido aorolleman de instalaes da escola que exige que os professores rodem pelosespaos, no consegui lecionar por exemplo a modalidade de futsal nasdevidas condies pois, tive apenas quatro aulas.

    No que diz respeito aos meus colegas estagirios no conhecia nenhum

    deles e alm de me ter sentido muito vontade a trabalhar em grupo e a trocar

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    31/148

    11

    experincias, hoje tenho uma grande amizade por eles. Conseguimos fazer dodilogo uma ligao, isto , todos dvamos a nossa opinio que apesar demuito diferentes, no final resultavam de forma eficaz. Todos tnhamospersonalidades e vivncias distintas, mas que com muito empenho e foco nosnossos objetivos, trouxeram muitas mais-valias tanto a nvel de grupo comoindividual.

    A adaptao nova escola foi muito interessante, estava espera deencontrar algo diferente do habitual. Estudei num meio rural e tinha ideia que acomunidade escolar era muito diferente. Enganei-me, a entre ajuda e simpatiafazia parte integrante daquele meio. Recordo o meu primeiro dia na escola eque me perguntaram se era aluno, isto explica em muito o que transpareo, ouseja, de jovem e da advinham muitos dos meus receios. Sinto que no foi umproblema, o respeito esteve sempre presente. Senti-me acolhido na escola,sempre que foi necessrio tive ajuda da parte de todos os membros da escola,que se mostraram sempre disponveis. Em tudo que me cabia, penso terconseguido contribuir para um bom ambiente e bem-estar social.

    O estgio foi rduo em termos de atividades, que no meu entenderforam excecionais, participei em vrias atividades organizadas pelo grupo de

    EF, atividades estas que os alunos aderiram de forma expoente.Este mestrado foi como oxignio pois, depois de vrios anos de teoria

    chegava o ano de praticar, socializar e interagir com todos os aspetos ligados educao. Penso que apesar de jovem cresci e ganhei experincia, mais emtermos de inovao e reflexo. Tudo que realizei ao longo deste ano, foirefletido tentei agir sempre consoante os meus princpios mas tambmmantendo-me fiel a tudo que aprendi.

    De enaltecer um pouco mais ao que no meu entender foram os grandespilares da minha formao, ou seja, o orientador e a PC, esta mais devido sua disponibilidade e prontido em ajudar-me de forma incansvel. Quando mesentia exausto e em parte desmotivado era ela quem puxava por mim, era amesma que chamava a ateno para os erros cometidos e era tambm a PCque guiava todas as minhas dvidas. Sem o auxlio da mesma a realizao doestgio teria sido muito mais difcil, pois esteve sempre preocupada em orientar

    e muitas vezes organizar o nosso trabalho. No incio achava-a muito exigente,hoje tenho a certeza que sem esta pequena grande mulher as coisas no

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    32/148

    12

    tinham corrido bem. Vou sentir a falta das suas incessantes chamadas deateno.

    Relativamente s aulas que lecionei e relao com os alunos, esta foidesde incio de empatia mtua. Os alunos estavam motivados e desde inciomostraram-se respeitadores. Sempre tive uma relao base do dilogo, estouconsciente que no atuei apenas na aula de educao fsica, mas tambm forada mesma, o meu relacionamento foi sempre de forma a poder direcionar osalunos pelos melhores caminhos. Reparei, que os alunos tinham empatia paracomigo e foi, sem dvida este, um dos aspetos que mais me motivou duranteeste ciclo.

    Era um professor jovem com novas ideias e os alunos semprerespeitaram isso, alm de a maioria da turma gostar muito de desporto o quefacilitou o decorrer das aulas. Sempre, primei por que houvesse segurana nasminhas aulas, mas acima de tudo um bom relacionamento e bom ambiente naaula, disse vrias vezes, vontade no vontadinha, tudo isto foi

    importante para a atividade pedaggica. Sempre tive o controlo da turma,determinei estratgias desde cedo, por forma a controlar acima de tudo osalunos mais influentes na turma.

    de referir a no remunerao do estgio, que me parece muito injusta,visto que se estamos responsveis por uma turma no posso concordar emno ser remunerado, apesar de ter adquirido vrias experincias que me voauxiliar no futuro, penso que a responsabilidade de assumir tais funes deverter uma remunerao.

    Hoje, finalizado o estgio, sinto que alm de mais experiente sou umprofessor reflexivo e que toma sempre as suas decises no de cabea

    quente, mas com serenidade. Espero exercer a profisso, num futuro prximo,para poder colocar em prtica tudo o que aprendi, ao longo deste ano, e, acimade tudo, participar na educao de alunos, bem como ser como um exemplopara os mesmos.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    33/148

    13

    3 - ENQUADRAMENTO DA PRTICA PROFISSIONAL

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    34/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    35/148

    15

    3.1- Contexto Terico

    Dada a dificuldade em pormenorizar os seus atributos, o conceito deProfisso compe o que podemos designar por uma construo. Na lnguaportuguesa, o termo adquiriu um sentido amplo de "ocupao" ou "emprego".Segundo Lawson, (in Tani, 1995 p.14), a principal diferena entre umaprofisso e uma ocupao que numa ocupao as pessoas aceitam ou

    deixam vrios trabalhos ou tarefas e o seu mtodo de trabalho dependenteda tradio ou tentativa e erro. Enquanto isso, numa profisso as pessoas

    esto comprometidas com uma carreira onde a execuo do trabalho baseada no conhecimento sobre a essncia do servio que oferecem e sobre apessoa a quem prestam este servio.

    Segundo Carlos Fontes o conceito de profisso exige quatro aspetosfundamentais, tais como:

    Um saber especializado, adepto de prticas exclusivas, que oprofissional necessita de dominar, obtidas atravs de uma formao

    profissional bem estruturada;Uma orientao de servio, onde o profissional se afirma perante os

    outros sem se modelar por interesses particulares.Um cdigo deontolgico que limita e regula um conjunto de deveres,

    prticas e responsabilidades que despontam no exerccio da profisso.Uma associao profissional, cujo objetivo manter a ocupao dos

    padres estab elecidos entre os seus membros. Todas as profisses possuem especificidades concretas e a de

    professor no foge regra. Esta profisso requer dois tipos de qualificaes: asacadmicas e as pedaggicas. s acadmicas corresponde o saber e o saber-fazer, e so objeto de uma transmisso ou transferncia. J as pedaggicasso metodologias e tcnicas que se utilizam para o exerccio da atividadeprofissional.

    Relativamente profissionalizao, esta corresponde ao processo quetransforma uma pessoa num profissional, habilitado, com capacidade deassumir funes difceis e variadas (Tardif; Faucher, 2010).

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    36/148

    16

    A construo do saber profiss ional resulta da mobilizao complexa,organizada e coerente de todos esses conhecimentos em torno de cadasituao educativa concreta, no sentido da consecuo do objetivo definidor daao profissional a aprendizagem do aluno (R oldo, 2005 p.18). Alonso(1998, p. 34) salienta ainda que o desenvolvimento profissional refere -se aoprocesso mediante o qual um profissional adquire e aperfeioa o conhecimentoe as tcnicas requeridas numa prtica profissional de qualidade.

    Ser professor nunca foi fcil, uma profisso impossvel , como afirmouFreud. Durante muito tempo exigia-se que o professor fosse um exemplo devirtudes e hoje em dia, que desempenhe as funes de um tcnico, capaz demudar os comportamentos e atitudes dos alunos. Hoje em dia o professor encarado acima de tudo como um profissional empenhado na defesa da suaclasse, um especialista que possui saberes prprios para desempenhar a suafuno, funo essa que visa transmitir conhecimentos, no s tcnicos etticos mas, tambm, de ajuda na formao de indivduos.

    Como diz Moreira (2010, p.11), embora seja fundamental que o

    professor tenha uma boa preparao cientfica, no pode dominar apenas ocontedo que ensina, j que, para alm de conhecimentos didticos, de

    conhecimentos mais amplos sobre o processo educativo e o papel da escolano mundo de hoje, precisa, sobretudo, de compreender as relaes entre oprocesso educativo, a escola e a cultura. S assim poder apropriar -se dosverdadeiros sentidos que subjazem aos processos de aprendizagem e lidar, deforma profcua, com as diferenas que caracterizam os alunos e os contextoscom que trabalha quotidianamente.

    Segundo Patrcio (1988), essencial um professor cultural, mais flexvel,

    com vrios modelos de conhecimentos e formao, que se ajuste a vriascircunstncias. Um professor que seja objetivo, como diz Winterstein (1995 p.39), ... a teoria sem a prtica oca, a prtica sem a teoria cega. Isto revela

    a unidade terico/prtica na medida em que se complementam, sendo duasfaces da mesma moeda. A teoria, divorciada da prtica, mais cedo ou maistarde tende a cair no subjetivismo (Tojal, 1995; Winterstein,1995. Cit, porGhilardi). neste panorama complexo que hoje sobressai o modelo dos

    professores como prticos reflexivos, os quais envolvidos num processo de

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    37/148

    17

    construo e desconstruo de saberes vo elaborando a sua prpriaconceo de profisso e das boas prticas.

    O professor reflexivo aquele que procura a harmonia entre a ao e opensamento, uma nova prtica implica sempre uma reflexo sobre a suaexperincia, as suas crenas, imagens e valores (Oliveira & Serrazina, 2002).

    Este conceito emergiu nos EUA, onde o professor era um mero aplicadorde pacotes curriculares pr- entalados numa perspetiva descendente deracionalidade tcnica, (Alarco, 1996). Zeichner (1993, p. 50) escreveu: Oimportante o tipo de reflexo que queremos incentivar nos nossos programasde formao de professores, entre ns e os nossos estudantes .

    Alarco (2001) refere que para se ser professor-investigador indispensvel que haja uma postura intelectual de constante questionamento.Diz ainda que, a reflexo baseia-se na vontade, no pensamento, em atitudesde questionamento e curiosidade, na procura da verdade e justia. S aconsciencializao do que ser professor d sentido sua funo e funodo aluno, e orienta as atividades formativas em cada um desses nveis.

    Para Nvoa (1992), o conceito de professor pesquisador e de professorreflexivo so maneiras diferentes de os tericos tratarem uma mesma

    realidade. O professor pesquisador aquele que pesquisa ou que reflete sobrea sua prtica. Portanto, est dentro do paradigma do professor reflexivo. Oprofessor dotado de capacidade reflexiva deve ser capaz de deter abertura deespirito de forma a ouvir outras ideias, admitindo a hiptese de erro; deveponderar cuidadosamente as consequncias de uma determinada aoassumindo a responsabilidade das suas aes e, por fim, deve responsabilizar-se pela sua prpria aprendizagem tornando-se assim um professor ativo e

    reflexivo (Vasconcelos, 2000).Para o professor reflexivo, a reflexo sobre a sua prtica o primeiro

    passo para quebrar o ato de rotina, possibilitar a anlise de opes mltiplaspara cada situao e reforar a sua autonomia face ao pensamento dominantede uma dada realidade (Cardoso, Peixoto, Serrano e Moreira, 1996, p. 83).

    O envolvimento do professor na prtica reflexiva exige abertura deesprito para abranger possveis opes e admitir a presena de erros e

    empenhamento para mobilizar as atitudes anteriores, responsabilidade quepermite fazer uma reflexo cuidadosa das consequncias de determinada

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    38/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    39/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    40/148

    20

    So celebrados protocolos de cooperao com vrias escolas e comprofessores cooperantes, com o intuito dos estagirios desenvolverem a suaprtica profissional, incluindo a prtica de ensino supervisionada e deinvestigao e desenvolvimento no domnio educativo. Ao estabelecimento deensino superior, exigido que assegure aos estagirios uma formao comqualidade, para isso, essencial que as escolas com quem se estabelecemparcerias tenham condies humanas e materiais adequadas.

    No artigo 3. do Regulamento de Curso, as atividades letivas e no-letivas realizadas na Escola respeitam as orientaes da Escola cooperante,nomeadamente os Projetos Educativo de Escola, Curricular de Escola, doDepartamento em que se insere o Grupo de EF, o Projeto Curricular de EF, doDesporto Escolar e o Curricular de Turma.

    Ao longo do ano escolar, so atribudos aos professores cooperantesprogramas de atividades do ncleo de EP, de acordo com as orientaesdefinidas pela regncia e atravs do professor orientador. Conduzir osestagirios com o orientador da FADEUP, participar na elaborao PFI dosestudantes do ncleo que supervisiona, compor o perfil inicial de cadaestagirio do seu ncleo, auxiliar e dirigir os estagirios nas atividades do

    projeto de formao desenvolvidas na Escola. Promovendo, assim, aintegrao na comunidade escolar, monitorizar a atividade letiva dosestudantes estagirios nas turmas s quais esto incorporados e em todas asatividades calendarizadas, promover a atividade do ncleo de Estgio atravsde reunies e outras iniciativas, executar sesses semanais de carizpedaggico-didtico, com todos os estagirios do ncleo, com horrio fixo edurao definida por lei, para avaliar individualmente os estudantes estagirios,

    elaborando o perfil inicial de cada estudante estagirio e todos os documentosde avaliao decorrentes do artigo 10 deste regulamento.

    De acordo com o artigo 8., compete ao estudante estagirio realizartodas as tarefas previstas nos documentos orientadores do EP, elaborar o seuprojeto de formao (PFI), cumprir o servio docente nas turmas que lhe foremdesignadas realizando as tarefas de planificao, realizao e avaliaoinerentes. Para alm disso, participar nas reunies dos diferentes rgos da

    Escola, destinadas programao, comparecer nas sesses de naturezacientfica, cultural e pedaggica. Elaborar e manter atualizado o porteflio

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    41/148

    21

    digital do Estgio Profissional, observar aulas orientadas pelo professorcooperante, se for o caso, e pelos seus colegas estagirios, estar presente nostrabalhos de direo de turma, de coordenao de grupo, de departamento demodo a percorrer os diferentes cargos e funes do professor de EducaoFsica.

    Por ultimo, compor e defender publicamente o Relatrio de Estgio, deacordo com o definido nos artigos 7 e 9.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    42/148

    22

    3.3- Contexto Institucional

    Quando falamos do EP, aponta-se para a incluso no exerccio da vidaprofissional de forma progressiva e orientada, atravs da prtica de ensinosupervisionada em contexto real, aumentando as competncias profissionaisque difundam nos futuros docentes um desempenho crtico e reflexivo, capazde responder aos desafios da profisso.

    A escola tem um papel fundamental, na medida que possui acapacidade de formar profissionais capazes de enfrentar o duro e escasso

    mercado de trabalho. A educao fsica faz parte da vida de todos, e no meioescolar est presente desde o ensino pr-escolar, passando pelo ensino bsicoe secundrio, e uma disciplina de componente curricular obrigatria.

    Esta disciplina muito importante, mas no lhe dado o devido valor, no1. Ciclo dada mais importncia ao desenvolvimento da motricidade, nos 2. e3. Ciclo iniciada a abordagem s vrias modalidades desportivas. Por suavez no ensino Secundrio espera-se que os alunos consolidem todas as

    modalidades e que obtenham nos mesmos nveis de performance, quer a nvelmotor, psicossocial, tcnico, cognitivo e ttico.

    Na minha opinio, julgo que no seja o mais indicado reduzir a cargahorria da EF, uma vez que a obesidade infantil um flagelo que nos afeta.

    Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS), a obesidade umadoena em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir grauscapazes de afectar a sade. Este excesso de gordura resulta de sucessivos

    balanos energticos positivos, isto , em que a quantidade de energia ingerida superior qua ntidade de energia gasta Ainda segundo a organizao a obesidade uma doena crnica, a doena nutricional mais prevalente anvel mundial e a epidemia do sculo XXI.

    A educao fsica assim, importante por vrias razes tais como:razes econmicas - os pais cada vez tm mais dificuldades, logo no tmdinheiro para pr os filhos no ginsio ou em outro desporto. Por isso a

    Educao Fsica na escola serve para colmatar essas faltas. Por razesprofissionais, pois nem todas as crianas querem ser mdicas, assim

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    43/148

    23

    importante deixar os alunos terem novas experincias. H ainda as razesculturais porque todos tm direito a saber mais sobre cada um dos vriosdesportos existentes.

    A discusso poltica tende a concentrar-se em solues nutritivas, masperda de peso sustentada muito mais provvel de ser alcanada quandomudanas na dieta so combinadas com um aumento na atividade fsica. Aaptido fsica adquirida ao longo da vida um poderoso protetor contra amortalidade: a atividade fsica dos maiores combatentes da obesidade.Parece-me ento pertinente afirmar, que a comunidade poltica deveimplementar e incentivar solues que incluem a atividade fsica como parte deprogramas que incentivem a aptido ao longo da vida, e no retirar horas deEF.

    Algo ter de ser feito pois a EF na escola implica um desenvolvimentopsicofisiolgico, sade fsica e mental, relacionamento moral e social, entre osaspetos inerentes vida em sociedade (Lovisolo, 2000).

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    44/148

    24

    3.4- Contexto Funcional

    O Ncleo de Estgio da Escola Secundria c/3. Ciclo D. Maria II(ESDMII) do ano letivo, 2011/2012 foi constitudo por quatro estagirios,Ricardo Alves, Paulo Rodrigues, Raquel Felgueiras e por mim mesmo. Todosns somos oriundos da mesma faculdade e do mesmo curso na FADEUP, masapesar das nossas vidas se cruzarem e terem os mesmos interesses, eu noconhecia nenhum dos meus colegas pessoalmente. Penso ser muitogratificante conhecer pessoas com o mesmo objetivo, ser bom professor de

    educao fsica. A instituio que albergou o meu Estgio denomina-se de ESDM II.

    Instituda nos anos 60, nessa altura ainda com o nome de Liceu Nacional DonaMaria II, apenas com discentes do sexo feminino. Aps a revoluo de 1974, aescola comeou a receber alunos do gnero masculino. Esta foi uma dasincludas pelo Programa de Modernizao do Parque Escolar do EnsinoSecundrio, sendo assim, de realar as magnificas condies que esta tempara o ensino e para oferecer a toda a comunidade educativa.

    Edificada no centro da cidade de Braga, na freguesia de S. Jos de S.Lzaro, a ESDMII, frequentada por mais de 1000 alunos, distribudos pelo 7.com quatro turmas, 8. com trs, 9. com uma turma, 10. ano com dez turmasno 11. com oito e no 12. ano de escolaridade com onze turmas, nos vriosCursos (Curso Cientfico Humanstico de Cincias e Tecnologias, CursoCientfico Humanstico de Cincias Socioeconmicos, Curso CientficoHumanstico de Artes Visuais, Curso Cientfico Humanstico de Lnguas eLiteraturas e Cursos Profissionais.

    A Escola opera em regime triplo, isto , diurno com aulas de manh e detarde e noturno, noite, com uma oferta educativa que compreende os CursosGerais, CEFS e Cursos Profissionais.

    Durante todo o ano de letivo tive ao meu dispor 4 espaos: Ginsio,Polidesportivo coberto 1 (PD1), Polidesportivo coberto 2 (PD2), Polidesportivoexterior (PE), sendo que este dividido em Polidesportivo exterior 1 (PE1) e 2

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    45/148

    25

    (PE2). Com estas fantsticas instalaes a gama de modalidades a tratar mais vasta.

    Relativamente ao grupo de Educao Fsica este constitudo por 9professores, 5 do sexo masculino e 4 do feminino, do qual faz parte aCoordenadora do Departamento de Artes, Tecnologias e Desporto, a Dr..Maria Joo Lobo.

    Pareceu-me ser um grupo unido e capaz de ajudar no que foinecessrio, no tenho muito a acrescentar, pois o meu contato com osmesmos no foi muito prximo, apesar de lidar com estes no dia-a-dia. Ocontrrio posso dizer da afinidade com a coordenadora, a Mestre LusaBrando, por quem usufru de mais confiana e relao.

    A integrao na Escola foi, sem dvida, facilitada pela apresentao,realizada pela Professora Cooperante, ao pessoal docente e no docente noincio do ano.

    Senti-me integrado desde o primeiro dia, muito devido aos membros detoda a escola que sempre me acolheram bem, ainda hoje terminado este ciclomantenho vnculo com vrios membros da escola.

    Lembro-me, todos os dias que me dirijo escola, do meu primeiro dia.

    Parece que o tempo voou e nada mudou, isto , sinto-me ainda hojecom alegria e vontade de voltar, raro o dia em que entro e saio da escola decabea baixa, pois no final de contas, realizei um sonho. Aprendi a lidar melhorcom os imprevistos e a adaptar-me s condies existentes.

    De realar, ainda, o bom ambiente e relacionamento que se instalou nogrupo de estgio foi muito vantajoso e ajudou-me a crescer enquanto professorde educao fsica.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    46/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    47/148

    27

    4 - REALIZAO DA PRTICA PROFISSIONAL

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    48/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    49/148

    29

    A realizao do estgio profissional no seria possvel sem a atuaofsica na escola, a prtica profissional. No que concerne ao desenvolvimento do

    meu trabalho, foram tidas em conta quatro reas de desempenho definidas,previamente, no documento orientador de estgio (Matos, 2012), a saber:

    rea 1 - Organizao e Gesto do Ensino e Aprendizagem; rea 2 e 3 - Participao na escola e relaes com a comunidade; rea 4- Desenvolvimento Profissional.Cada uma destas reas assumiu um papel de grande valor na minha

    construo enquanto professor. As expectativas traadas no decorrer doestgio foram, a meu ver, alcanadas graas s reflexes feitas no final decada aula sobre os pontos fortes e fracos da minha atuao; o que me permitiudesenvolver e melhorar o desempenho da minha ao de forma gradual econtnua. Ao longo da realizao do EP fui moldando o professor que sou hoje,bem como, o modo como vejo a escola, os professores, os alunos e a interaoentre estes.

    4.1-rea 1-Organizao e Gesto do Ensino eAprendizagem

    No que respeita primeira rea de desempenho, Organizao e Gestodo Ensino e Aprendizagem, desenvolvi diferentes estratgias de atuao, entreelas, o planeamento, o controlo da turma, o envolvimento dos alunos, a gestoda aula e a avaliao.

    4.1.1- Planeamento

    Como nos Rink (1993), o planeamento o desenho e a sequnciaapropriada para a aprendizagem dos alunos, estruturada por objetivos acumprir. Foi atravs do planeamento que especifiquei toda a minha rea de

    interveno. Procurando ir ao encontro de todas as necessidades de cada

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    50/148

    30

    aluno, planeando todo o processo de ensino-aprendizagem ao longo do ano,com objetivos bem definidos.

    A primeira tarefa do meu planeamento, sabendo que o nosso ncleo deestgio iria lecionar no 10 ano de escolaridade, foi de analisar atentamente oCurrculo Nacional dos 2 e 3 Ciclos Ensino Bsico (CNEB) e, tendo em contaos princpios definidos pelo Decreto Lei 6/2001, podemos dizer que oMinistrio da Educao assume as competncias como a mobilizao deconhecimentos e capacidades estratgicas para a resoluo de situaesdiversas e no no fornecimento de frmulas para a resoluo de problemasespecficos.

    De acordo com os princpios gerais do decreto- lei n. 6/2001, asestratgias de desenvolvimento do currculo nacional, visando adequ-lo aocontexto de cada escola, so objeto de um projeto curricular de escola,concebido, aprovado e avaliado pelos respetivos rgos de administrao egesto. Assim como as estratgias de concretizao e desenvolvimento docurrculo nacional e do projeto curricular de escola, visando adequ-las aocontexto de cada turma, so objeto de um projeto curricular de turma,concebido, aprovado e avaliado pelo professor titular de turma, em articulao

    com o conselho de docentes, ou pelo conselho de turm a, consoante os ciclos.A planificao o elo de ligao entre as pretenses, imanentes ao

    sistema de ensino e aos programas das respetivas disciplinas, e a suarealizao prtica e que esta tarefa permite ligar a prpria formao

    permanente do profe ssor ao processo de ensino (Bento, 1987). Housner e Griffey (1985) compararam as diferenas entre a planificao

    das tomadas de deciso em professores experientes e principiantes, e

    chegaram concluso, que os experientes planificavam em antemo, para quedepois pudessem fazer as adaptaes que se mostrassem necessrias,preocupavam-se mais em estabelecer regras, por sua vez, os professoresprincipiantes dedicavam a maioria do seu tempo a planificar o tipo de instruoverbal que deviam usar e estavam mais atentos se os alunos estavamempenhados.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    51/148

    31

    4.1.2- Unidades Temticas

    O meu planeamento foi orientado segundo J Vickers (1990), segundo asunidades temticas de cada modalidade que foram elaboradas a partir domodelo de estrutura do conhecimento, com 8 mdulos, divididos em 3 fasesdiferentes, sendo elas: a fase de anlise, deciso e de aplicao.

    A fase da anlise, como o nome indica, realiza uma anlise aos alunos es variveis do contexto que interferem direta e indiretamente no processo deensino- aprendizagem. Durante esta fase, procura-se tambm dar a conhecer

    as infraestruturas e material disponvel para as aulas, bem como o nvel deprestao inicial dos alunos na modalidade, atravs de uma avaliaodiagnstica. Esta ltima reveste-se de particular interesse, j que ir ser a partirdela que ser elaborado o plano da unidade temtica.

    Relativamente fase das decises, onde se determina a extenso e asequncia da matria, definem-se os objetivos, configura-se a avaliao inicial,formativa e sumativa e criam-se as progresses de ensino.

    Finalmente surge a fase de aplicao, que corresponde planificaodas aulas, a todos os registos necessrios e documentos utilizados.

    Sempre que possvel cumpri as minhas UT, quando no aconteceu tudofoi justificado. Este ano as maiores alteraes prenderam-se com a modalidadede futsal, devido ao rolleman de instalaes, que requeria a rotao deespaos todas as semanas, no me foi possvel realizar a avaliao final destamodalidade, devido ao nmero reduzido de aulas (4 apenas), baseando-mesomente na avaliao contnua e formativa.

    Outro aspeto que me deu bastante trabalho foi elaborar uma UT,especifica para a modalidade de Voleibol no 2 perodo, devido introduo doModelo de Educao Desportiva (MED). Confesso que foi na estruturao esequncia dos contedos onde encontrei mais dificuldades.

    No nada fcil, quando pensamos aluno a aluno, proporcionarmomentos efetivos de prtica e aprendizagem e, ainda, implementar ummodelo novo, que no sabemos se ser bem aceite, por este motivo o meuestudo cientfico est relacionado com este tema.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    52/148

    32

    4.1.3- Plano de Aula

    Para Vickers (1990), o plano de aula no um elemento solto, mas simuma das partes do planeamento de uma escala superior, planeamento da UT.Para mim os planos de aula foram, no incio, uma dor de cabea, pois eram

    realizados todas as semanas e cada um requeria que se gerisse e fosserealizado de forma cuidada para chegar aos objetivos pretendidos por cada um.

    Todos os exerccios que se realizavam na aula encontravam-se divididos

    em quatro partes: objetivo comportamental, situao de aprendizagem, forma eorganizao, e componentes crticas.No fim de cada aula lecionada realizava uma reflexo sobre os aspetos

    positivos e negativos, de modo a que com isso pudesse refletir sobre novasestratgias e pensar em como melhorar da prxima vez.

    O meu plano de aula foi consensualmente aprovado pelo meu ncleo deestgio e, depois de comear a trabalhar nele, sinto que este o modelo queirei utilizar no futuro, sendo que ficarei sempre disposto a refletir e alterar.

    4.1.4- O Currculo

    O Currculo diz respeito ao conjunto de aprendizagens a desenvolverpelos alunos, de acordo com os objetivos consagrados na Lei de Bases doSistema Educativo. Organizados na base das modalidades tradicionais, os

    currculos de EF so constitudos por mltiplos ciclos de atividades de curtadurao (multiactivity ) (Carreiro da Costa, 1995), criando dificuldades no saos alunos, pelo perigo da pouca profundidade de conhecimentos, como aosprofessores, pela fragilidade do tratamento da matria (Bento, 1987).

    O currculo expresso no 3 Ciclo tem como aspeto principal acontinuidade das disciplinas abordadas nos ciclos anteriores.

    Mesmo assim, no se exclui a consolidao de contedos, tudo depende

    da escola e dos seus processos. Algumas disciplinas sero consideradas como

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    53/148

    33

    parte avanada no Ensino Secundrio, isto para que o 3 Ciclo tenha afuncionalidade de fazer o transfere entre o 2 Ciclo e o Ensino Secundrio.

    De seguida examinamos os contedos programticos do 10 ano, considerando-se que no 10 ano interessa consolidar e, eventualmente,completar a formao diversificada do Ensino Bsico. Este um ano em quese mantm os objetivos do 9 ano. Desta forma, pretende-se facilitar aadaptao mudana de escola e composio da turma, dandooportunidades acrescentadas de recuperao, redescoberta e/ouaperfeioamento em matrias em que, anteriormente, os Alunos tenhamrevelado mais dificuldades ou que as escolas dos 2 e 3 ciclos no tenhampodido desenvolver.

    4.1.5- Inexperincia/Desmotivao

    Procurei, devido minha inexperincia, estar atento e interpelar vriasvezes a minha PC e os meus colegas sobre as estratgias que deveriaimplementar na minha turma, e sempre refleti sobre o que me iam dizendo.

    medida que os alunos iam jogando, eu e a PC, fomos fazendo umapanhado das aulas anteriores de cada aluno e, de seguida, avaliamos o

    desempenho nesta aula, dando assim as classificaes. (Reflexo n 22).

    Comecei por realizar a chamada e alguns alunos chegaram atrasados,de seguida expliquei o que ia acontecer na aula, no houve nenhum incidente

    que destabilizasse o desenrolar desta. (Reflexo da aula n 2)

    Com o desenrolar do ano e com as constantes notcias de desempregoe de falta de trabalho na nossa rea profissional, comecei a desmotivar,cheguei mesmo a perguntar a mim mesmo: para qu tanta dedicao e

    trabalho se nem daqui a dez anos vou dar aulas?

    de realar que o meu grande suporte alm da PC e dos meus colegas,foi a relao que criei com a minha turma, pois sempre privilegiei a relaoprofessor/aluno.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    54/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    55/148

    35

    Nesta aula, registaram-se cinco faltas de material, mas tambm cincofaltas de pr esena, assim como os 5 atrasos.

    (Reflexo n 37, 2 perodo).

    chegaram, ainda atrasados 7 alunos, dos quais dois destesdispensados.

    (Reflexo n 59, 3 perodo).

    Penso que esta aula poderia ter corrido, melhor sendo ela de avaliao,achei os alun os demasiadamente desleixados, o que me deixou de p atrs e

    a pensar que tenho de tomar medidas para os incentivar e motivar mais, taiscomo estar mais prximo de todos eles. (Reflexo n22)

    Apesar de tudo sempre dei um voto de confiana aos alunos, Bento(1987, p 232) incita este tipo de prtica pelos seus visveis bem- fazeres,quando os professores esto convencidos que os alunos podem aprender

    significativamente e criam as condies de trabalho e apoio e de tempodirigidas ao aumento da quantidade e qualidade das respostas dos alunos, os

    progressos da aprendizagem podem tornar- se notrios.

    4.1.7- Turma 10 I

    Hoje em dia, muito importante que os professores acompanhem osseus alunos e conheam o grupo que lecionam. Neste sentido tm de saber

    no s aspetos relacionados com os alunos da turma, mas tambm da prpriaescola e, ainda, da sociedade na qual estes se inserem. Por todos estesmotivos de veras importante que se faa uma caracterizao da turma, nestecaso, concreto do 10 I, documento este, indispensvel para o sucesso doprocesso de ensino e aprendizagem.

    A anlise dos dados, recolhidos atravs da Ficha Socio biogrfica(aplicada pela Diretora de Turma) e da Ficha de Caracterizao do Aluno(elaborada pelo Ncleo de Estgio de Educao Fsica e aplicada por mim),permitiu retirar informaes dos alunos relativamente sua Identificao

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    56/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    57/148

    37

    Figura 1Turma 10I

    4.1.8- O envolvimento dos alunos

    Ao longo do ano o envolvimento assumiu-se mais notrio com autilizao do Modelo de Educao Desportiva (MED). primeira vista este

    pode no parecer um facto muito importante, mas segundo o MED tem deexistir o sentimento de pertena equipa por parte dos alunos, logo nopoderamos ter elementos contrariados nos grupos.

    No meu prisma este foi um facto bastante positivo pois alguns alunossugeriram pequenas alteraes, e at os mais tmidos se conseguiramenvolver.

    Segundo este modelo os alunos so agentes ativos na sua prpria

    aprendizagem, sendo assim, foi necessrio construir documentos que osalunos pudessem consultar no decorrer das aulas. Desta forma poderiampreparar-se, antecipadamente, para cada aula, podendo assumir um papelmais ativo.

    Tal como o MED sugere, criamos a nossa prpria poca desportiva.Dividindo ento as aulas de voleibol em pr-poca, momento competitivo eevento culminante. Comeou ento pela apresentao das equipas e dosrespetivos nomes de cada uma delas, bem como, dos seus equipamentos emascotes.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    58/148

    38

    Nas aulas da Pr-poca foram as que eu assumi um papel maisinterventivo, na parte fundamental das aulas. Quero com isto dizer que,existindo contedo a abordar, este era introduzido por mim. Depois de cadacontedo ser introduzido, cabia a cada equipa trabalhar a melhoria da suaperformance em grupo, utilizando para isso os conhecimentos que deveriampossuir pela leitura da documentao fornecida. Segundo Bento et al. (1999) amisso do professor passa tambm por envolver o s alunos, quando diz Educar mudar e modificar.

    Atravs deste envolvimento houve tantas surpresas, que at eu fiqueiespantado, tais como, ver alunos a evolurem e ganharem auto estima,confiana, autonomia, fair- play e acima de tudo motivao. De acordo comLieury e Fenouilet (1997), a aprendizagem produto de uma motivao e donvel de aprendizagem anterior (hbito). Esta motivao foi crescendo ao longodas aulas, mas mais uma vez atingiu o seu pico nas aulas de Voleibol de MEDdo segundo perodo.

    Penso que foi igualmente uma estratgia vlida na modalidade deFutsal, ter dividido a turma em dois nveis, pois apresentavam performancesmuito distintas e coloc-los todos a executar o mesmo exerccio seria

    desmotivante para um dos grupos. A estratgia resultou, aos rapazes foi-lhespermitido incidir em temas mais avanados e as raparigas comearam pelosprincpios mais elementares.

    importante referir que foi meu objetivo criar oportunidade para quetodos os alunos, independentemente do sexo, tivessem sucesso eprotagonismo nesta modalidade, sem criar esteretipos, feminismos emachismo, mas sim igualdade de acesso e oportunidades, equidade e

    diversidade.Botelho Gomes et al. (2000), refere que agora tempo para que se

    desfaam crenas e tradies, tempo para que professoras e professorestrabalhem, reflitam, e se questionem luz de uma pedagogia crtica ehumanista, para aprender, para experimentar, para construir e reconstruir eacima de tudo para reinventar.

    Algumas reflexes que passo a destacar elucidam o que foi dito

    anteriormente:

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    59/148

    39

    As equipas, no geral, esto muito empenhadas e sempre com todos oselementos unidos em todos os exerccios, cooperando, o que me faz pensarque este modelo tem sido uma mais- valia. (Reflexo n 3 das Observaes

    das aulas de MED)

    Foi dada autonomia equipa Muskletos para lecionar o aquecimento etoda a parte inicial da aula. Penso que houve espirito de equipa e organizao

    por parte destes, assim como trabalho de casa na procura de exercciosnovos.

    (Reflexo n 5 das Observaes das aulas de MED 10I)

    apesar de ser a modalidade, na qual estou mais vontade, nosignifica que seja a mais fcil de lecionar, sinto assim, que aprendi muito, e

    reorganizei e reinventei estratgias (Reflexo da UT de Futsal)

    4.1.9- A gesto da aula

    A gesto da sala de aula , certamente, uma das competncias maisimportantes do professor, para que haja um bom clima de aprendizagem,socializao e motivao dos alunos e, mesmo, do professor. A boaorganizao do espao da aula funciona como um dos principais pilares quelevam o professor e os alunos a obterem o maior empenho e rendimento emrelao ao tempo de instruo.

    Arends (1995, p. 74) cit in Carita e Fernandes (1997) define gesto nasala de aula como os modos como os professores organizam e estruturam assuas salas de aula, com o propsito de maximizar a cooperao e oenvolvimento dos alunos e diminuir os comportamentos disruptivos.

    Nas minhas aulas tentei criar exerccios com um grau de empenhamentomotor adequado ao nvel dos alunos, mas sempre com exerccios motivadores.Outro aspeto que privilegiei. nas minhas aulas, foi a criao de rotinas, j

    citadas anteriormente, que ajudaram muito na minha funo de gestor da aula.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    60/148

    40

    Segundo Good Bronphy, (1984, pg. 200), cit in Carita e Fernandes(1997), a chave para uma gesto de aula bem sucedida reside na prevenoesta deve ter em conta que, muitos problemas surgem quando os alunos

    esto amontoados, so forados a esperar ou a ficar inativos, porque no tmnada para fazer ou no tm o que fazer).

    Nas minhas aulas tentei ser, sempre, o mais objetivo possvel, perdendopouco tempo em transies que pudessem descoordenar toda a aula, e paramanter os alunos empenhados.

    O ensino, mas mais concretamente os alunos, so os principais obreirosda qualidade de comunicao estabelecida, uma vez que se focaliza a atenonos objetivos requeridos (Magill, 2007).

    Por isso, quase todos os estudos chegam concluso de que tudo gira volta do que os professores eficazes fazem para diminuir este tipo desituaes.

    Siedentop e Tannehill (2000, p. 266) propem, a favor da operaopedaggica, algumas regras para que o desenvolvimento seja eficaz na tarefa:

    1. Segurana;2. Linguagem objetiva;

    3. Demonstrar entusiasmo, mas exprimir-se com clareza e calma;4. Usar metforas e analogias quando se transmitir informaes novas;5. Demonstrar os elementos estruturais bsicos da habilidade;6. Certificar-se que a demonstrao e a explicao so coerentes;7. A demonstrao deve mostrar o comportamento que se deseja do

    aluno;8. Sempre que possvel envolver os alunos na demonstrao/explicao;

    9. Se a segurana um dos problemas da tarefa, assegurar regras erotinas de segurana;

    10. Verificar se os alunos perceberam a tarefa antes de se dirigirem paraa prtica.

    No que me diz respeito, ao longo de todo o ano letivo, tentei seguir estasregras, primeiro porque como era um professor inexperiente tinha de me guiarpor algo sustentado, segundo porque a turma que lecionei assim o exigia, isto

    , a boa organizao das aulas e a instruo objetiva, facilitaram muito o meutrabalho.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    61/148

    41

    Com o decorrer da prtica, observei que, a maioria das vezes, os alunostinham compreendido o objetivo da tarefa mas tinham dificuldades em executaralguns exerccios devido ao seu desempenho motor.

    Ao longo de todo o ano, investi bastante na relao entreprofessor/aluno, na preparao das aulas, na segurana e instruo, a gestoda aula foi assim aperfeioando-se naturalmente.

    No final da aula com toda a turma junta, foram feitas mais umas sries

    de trabalho de fora. Nesta parte, todos os alunos, fizeram e corresponderamcomo nunca tinha observado, pois tinha prometido que, se acabssemos maiscedo, deixava jogar nos minutos finais, futsal.

    Assim foi, os alunos estiveram em prtica, enquanto eu estava a avaliaros alunos que ainda no tinham feito a avaliao de ginstica acrobtica.

    Sinto que foi bom dar este rebuado aos alunos, pois eles sentiram que

    se houver cooperao, tudo corre da melhor maneira. (Reflexo n 39)

    Sempre que lecionava uma aula tinha o cuidado de estar presente cercade 20 minutos antes do incio, para assim avaliar as condies do local da

    prtica e requisitar, antecipadamente, o material necessrio.Hastie (1995) expede dois aspetos alicerais para o xito da aula de EF:

    instrues claras e superviso constante. Os comportamentos inapropriadosso minorados quando os alunos esto cingidos em atividades que lheinteressem.

    Diz Gordon (1979, p.37) cit in Carita & Fernandes, (1997) os alunos soextraordinariamente sensveis s mensagens no verbais do professor. Os

    professores que favorecem as aprendizagens em clima de jogo e que evitam aindisciplina so identificados pelos alunos e ganham o seu respeito e confiana(Carita & Fernandes, 1997).

    Assim um dos meus principai s objetivos para esta aula foi cumprido isto, melhorei em termos de controlo distncia e de feedbacks corretivos e no

    verbais. (Reflexo n 35)

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    62/148

    42

    Ao nvel da organizao da aula, mais concretamente nas transies,tentei diminuir sempre o tempo das mesmas estabelecendo algumas rotinas:quando assobiava a turma vinha ter comigo para receber de imediato a

    instruo do exerccio seguinte, assim como a arrumao do material era daresponsabilidade dos alunos, sob a minha superviso, tendo-se definido umcritrio: a tarefa era sempre desempenhada por trs alunos minha escolha.

    Com estas rotinas afinadas, tornaram-se mais fceis as tarefas degesto, instruo e organizao.

    Atravs destas rotinas, e do cumprimento das mesmas, consegui levaras minhas aulas de forma contnua e assim a relao processo produto pdeser atingida consoante os objetivos.

    na parte fundamental da aula, assobiei e mandei os alunos sentarem -se e passei a explicar e exemplificar cada estao, estas eram as mesmas da

    aula anterior, isto , seis estaes, mas agora optei por introduzir semiestaes para alunos com mais dificuldades, poderem executar progresses.

    (Reflexo n 10 Ginstica).

    4.1.10- A Avaliao

    O processo de avaliao deve ser sistemtico, contnuo e integral(Carrasco, 1985). Por sua vez Cardinet (1993) cit. Por Rosado & Silva (s.d)),refere-se avaliao como um processo de verificao de objetivos, em que aproduo escolar dos alunos comparada a um modelo pr estabelecido. Na

    verdade, trata-se de um trabalho de discriminar e catalogar informao e detomar decises, com base em critrios explcitos e implcitos (Rosado & Silva,s.d.).

    Para Coll (1987, p. 125), a avaliao tem duas funes pedaggicasprincipais: permitir ajustar a ajuda pedaggica s cara ctersticas individuaisdos alunos mediante aproximaes sucessivas e permitir determinar o grau emque se obtm as intenes do projeto educativo /didtico .

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    63/148

    43

    A avaliao durante o meu EP foi muito importante, mas foram diversasas dificuldades que senti, tais como: o que avaliar e como avaliar. Nesteprocesso a ajuda da PC foi fulcral.

    Procurei, em todas as aulas, ensinar um pouco mais de aptides fsicase habilidades motoras mas, tambm, familiarizar os alunos em termos decultura desportiva, conceitos psicossociais, aspetos fisiolgicos e de condiofsica. Todas as avaliaes, que realizei, foram seguidas de uma reflexo parano o correr o risco de estar a ser injusto ter e poder ajustar as minhas formase estratgias de trabalho.

    Ao longo do ano utilizei trs tipos de avaliao apontadas por, Bloom,Hastings & Madaus (1971), diagnstica, formativa e sumativa.

    A avaliao diagnstico visa delimitar a presena ou ausncia deconhecimentos e habilidades, inclusivamente detetar pr requisitos para novasexperincias de aprendizagem. Desde cedo me apercebi da sua importncia eda sua mais - valia na preparao e estruturao de todas as modalidades.Todo o Ncleo de Estgio realizou as Avaliaes Diagnstico no primeiroperodo.

    Assim a anlise dos alunos a cada perodo e cada modalidade j estava

    feita com mais clareza. Esta avaliao facilitou em muito a abordagem dasmodalidades, pois j sabia o patamar dos alunos. Um bom exemplo para dizero quo importante foi esta avaliao, respeita modalidade de futsal onde estetipo de avaliao permitiu-me reajustar os meus planos de ao poisimediatamente aps a avaliao inicial, decidi trabalhar por nveis.

    A avaliao formativa realizada com o propsito de informar o

    professor e o aluno sobre o resultado da aprendizagem, durante o

    desenvolvimento das atividades escolares. Esta chamada de formativa nosentido que indica aos alunos se estes esto a moldar-se em direo aosobjetivos I. Sant`Anna, (1997) cit in Carita Fernandes (2007). Ainda segundoBloom et al. (1983, p. 67), o seu objetivo no consiste em atribuir nota ou umcertificado para o aluno, mas ajudar tanto ao professor como ao aluno a deterna aprendizagem especfica necessria ao domnio da matria. Realizei esta

    avaliao com carater informal, recolhendo dados em todas as aulas, que me

    permitiram realizar e ajustar todos os meus objetivos para as aulas seguintes,

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    64/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    65/148

    45

    4.2- rea 2 e 3 A Participao na escola / Participaona Comunidade

    Nesta rea de desenvolvimento so descritas todas as participaes quetive na escola durante o ano letivo, enumerando aqui todas as participaes ematividades do grupo de EF, assim como, as atividades propostas pelo ncleo deestgio, em conciliao com todas estas atividades importante referir todasas tarefas pr-definidas nas vrias reunies a nvel do grupo de estgio, ncleode estgio, departamento e direo de turma.

    Segundo Saraiva (2002), todas as escolas necessitam desenvolver-sede forma gradual e acrescenta que o papel do professor, como principal

    impulsionador e dinamizador ser fundamental para o sucesso.

    4.2.1- Reunies

    Foram vrias as reunies nas quais participei ao longo do ano em todosos mbitos, como reunies de concelho de turma, as reunies de departamentoe as reunies de ncleo de estgio.

    As de Concelho de Turma acontecem apenas trs vezes ao longo detodo o ano letivo, no fim de cada perodo sendo estas utilizadas para sedebater informaes relevantes sobre todos os alunos da turma e, tambm,discutir e atribuir as notas. Este tipo de informao ajudou-me a perceber todaa turma e a conhec-la fora das aulas de EF.

    Mais tarde, depois de se falar de modo geral no comportamento,empenho e atitudes da turma no geral, cada professor expressou a sua

    opinio, individualmente e no geral. (Reflexo do 1 conselho de Turma)

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    66/148

    46

    individualmente a DT, citou as notas que cada professor de cada

    disciplina iria dar a cada aluno, isto sempre com o auxlio dos professores, poisse existisse algum erro, os professores de imediato alteravam.

    (Reflexo 2 conselho de Turma)

    Ao longo do ano, foram realizadas vrias reunies de grupo edepartamento, que pretendiam organizar e debater diversos assuntos, taiscomo, os planos curriculares, programas e manuais que se pretendem utilizarno prximo ano letivo. As reunies tinham temas bastante diversos e foramsendo feitas de acordo com as necessidades.

    foram referidas todas as atividades extracurriculares do grupo e dodesporto escolar, que sero realizadas este ano e foram ajustadas algumas

    datas. (Reflexo da reunio de grupo de educao fsica 6-12-2012).

    na ordem de trabalhos ainda se referiu, o plano anual de atividadesdo departamento, que est em cerca de 48 atividades, e as metas a atingir

    pelas disciplinas. (Reflexo da reunio de departamento 6-12-2012).

    Relativamente s reunies de ncleo foram realizadas todas as teras-feiras e sextas-feiras, desde o incio do ano letivo. Estas reunies tinham comoobjetivo reunir com a PC de modo orientar as tarefas que executvamos, assimcomo, refletir sobre as aulas e o nosso desempenho. Estas reunies

    mostraram-se, desde incio, um apoio imprescindvel, pautando o nossotrabalho e esclarecendo vrias dvidas.

    Todas estas reunies contriburam para o meu progresso profissional,atravs das reflexes, troca de conhecimentos e partilha de ideias.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    67/148

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    68/148

    48

    Figura 2 - Magusto

    4.2.2.2- Rastreio do IMC

    O rastreio de IMC foi realizado no mbito do Programa de Educaopara a Sade (PES), na ESDMII, no dia 20 de Maro de 2012. O principalobjetivo deste rastreio foi transmitir comunidade escolar o que e para quese calcula o ndice de massa corporal, assim como, as vantagens que este tipode leitura de peso e altura proporcionam. Este rastreio destinou-se a todos osalunos, professores e funcionrios da escola, mas tambm comunidade extraescola, por exemplo os alunos de outras escolas que se encontravam de visita escola para o frum das profisses que ocorreu no mesmo dia.

    Como tem sido habitual, esta atividade organizada e realizada peloNcleo de Estgio de Educao Fsica, atravs da divulgao por flyers, cartazes, tabelas do IMC e %MG. Na mesma sala onde estivemos a pesar emedir toda a comunidade, estavam presentes os alunos dos cursosprofissionais da escola, mais concretamente os auxiliares de sade, que

    realizaram tambm um rastreio de tenso arterial e da glicemia. A adesonesta atividade foi imensa, o que me deixou muito contente pelo facto do nossotrabalho no ter sido em vo.

    importante que se faam mais atividades como esta pois, atravs doque me fui apercebendo, havia muitas pessoas que estavam abaixo ou acimados ndices desejados. O que mais me deixou contente foi alertar as pessoas eobservar que estas aceitavam e preocupavam-se com as recomendaes.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    69/148

    49

    4.2.2.3- Dona Sport

    O Ncleo de Estgio de Educao Fsica da Escola Secundria com 3ciclo D. Maria II realizou no dia 21 de Maro de 2012, o Dona Sport. O eventoteve como principal objetivo promover o convvio entre os diferentes alunos daescola, estando esta atividade inserida na Semana da Escola.

    A organizao do evento esteve a nosso cargo, ncleo de estgio, bemcomo, de cerca de 25 alunos e de alguns professores de EF. Este Eventorequereu trabalho rduo durante vrios meses. No incio foram enviadas cartaspara vrios locais com pedidos de patrocnio para a prova, na qual obtivemos250 Euros da junta de freguesia de So Lzaro, os lanches foram oferecidospelo Recheio, Continente e CSM, e todo o material de informtica e papelariafoi disponibilizado pela escola.

    Este evento exigiu muito de todos ns, pois obrigou criao detoda uma logstica como, autorizaes, cartazes, certificados, avisos, funesde cada elemento, justificaes de presena, peddy-paper e as multi provas.

    Contamos com cerca de 350 alunos a participar, sendo que cerca de 24alunos eram estrangeiros que advinham do programa Nature Comenius.

    Na parte da manh, houve um peddy paper pela cidade de Braga e daparte de tarde multi provas no PD1. Multi-provas estas que contavam com 5provas, uma de pista de obstculos num insuflvel, uma de gladiadores, skis,guerra de almofadas, em outro insuflvel, e, ainda, um percurso de bicicleta.

    Os alunos mostraram-se estimulados e motivados durante todo o diamas, mais concretamente da parte de tarde, como at agora no tinhaobservado na escola. Isto , este dia mexeu com a escola e com a sua

    comunidade envolvente no seu todo, sendo assim, estou bastante feliz por terfeito parte ativa da organizao deste evento.

    De referir que este ano contamos com a presena de 72 equipas, coisaque h muito tempo no se observava, logo tanta adeso sinal de que, tantoo nosso trabalho, como a divulgao do evento, foram eficazes.

    No final das provas, foram entregues diplomas a todas as equipas emedalhas aos trs primeiros classificados, tudo isto, material efetuado

    manualmente pelo ncleo de estgio. No total foram entregues 30 medalhaspois, tanto da parte da manh como de tarde, dividimos as equipas em duas

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    70/148

    50

    competies, uma do ensino bsico e outra do ensino secundrio, para quehouvesse mais credibilidade e competio. Sinto que este evento foi, acima detudo, muito saudvel e ser das coisas mais ricas que levarei deste estgio.

    Apesar do imenso trabalho que tivemos, no final, ficou a ideia de devercumprido e de observar, pelas faces dos alunos, que estavam muito fascinadose alegres. Tudo isto, foi tambm possvel devido experincia da PC pois, sema sua colaborao e orientao, as coisas no teriam corrido desta forma.

    Figura 3 Peddy Paper

    Figura 4 Multiprovas

    4.2.2.4- Visita de Estudo ao Autocarro Bar

    Foi no dia 18 de Maio de 2012, que se realizou a visita de estudo paraas turmas de cada estagirio, eu inclusive. Foi um dia cheio de divertimento enovas aprendizagens mas, acima de tudo, de convvio e de socializao entrealunos e professores. Nesta atividade, participaram cerca de 80 alunos, oncleo de estgio (constitudo por 4 estagirios) e a nossa PC. O estado dotempo manteve-se ideal, somente no final do dia chuviscou.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    71/148

    51

    Decidimos realizar esta visita de estudo, pois as atividades que sepuderam realizar neste espao foram diversas e muitos alunos nunca astinham experimentado. Tentamos, acima de tudo, proporcionar aos alunos ummisto de atividades e de vivncias distintas. Sendo assim, todas as 4 turmasparticiparam em 4 atividades cada uma, duas da parte da manh e duas daparte de tarde, sendo elas: arvorismo, voleibol, orientao e kayake.

    Esta atividade no foi s divertimento, foi necessrio muitaresponsabilidade e ateno constante para que tudo corresse pelo melhor. Nomeu caso, tentei estar sempre de perto com a minha turma, pois sabia que sedesse muito espao alguma coisa poderia correr mal e foi sempre essa aminha preocupao, ou seja, o bem-estar e a integridade dos alunos.Obviamente que muita coisa me escapou de certeza mas, no geral, a ideia quetenho desta visita de estudo que tudo correu pelo melhor.

    interessante estar a escrever e a relembrar os momentos que vivinaquele dia cinzento que com a alegria dos alunos se tornou bem cintilante.Lembro-me do almoo, em que todos os alunos se juntaram com osprofessores a trocar comida em pleno convvio. A relao com os alunos muito importante.

    Na parte da tarde viveu-se a parte mais especial e motivadora, isto osmeus alunos participaram, efusivamente no arvorismo e no kayake, nesteltimo at eu participei com grande agrado.

    Foi um dia muito agradvel, cheio de novas experincias, tanto para mimcomo para os alunos, que findou com um mergulho nas guas geladas do rioHomem.

    Figura 5 Visita de Estudo Kayake

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    72/148

    52

    4.2.3- Atividades do Grupo de Educao Fsica

    Ao longo do estgio participei e colaborei nas atividades do grupo de EF,mas no estive diretamente ligado com a sua organizao.

    Foi na tera-feira dia 13 de Dezembro que teve lugar na escola D. MariaII, o torneio de Futsal realizado, pelo grupo de EF, que decorreu durante todo odia. Na parte da manh no participei, pois tivemos reunio de ncleo deestgio e acabamos os trabalhos pendentes para o nosso estgio. Mas daparte da tarde estive presente, participando na arbitragem dos jogos, sendo

    esta uma modalidade que me sinto muito vontade gostei de poder ajudar,mas tambm me diverti com isso, cumprindo sempre profissionalmente a minhatarefa. Se fosse eu a realizar este torneio alterava apenas o nmero de equipasa participar, pois com tantas equipas a competir o tempo para jogar era muitopouco.

    Por sua vez no dia 15 de Dezembro teve lugar, no mesmo espao oPD1, o torneio de andebol. Nesta atividade apenas me apresentei da parte da

    tarde e participei na mesa a registar os tempos e resultados. Nesta modalidadeno me senti to estimulado isto porque, na minha opinio, alm de ser umamodalidade menos expressiva que o futsal, tambm os alunos, tanto os queparticiparam como os que assistiam no estavam motivados como no futsal.

    Em suma, acho que este torneio estava melhor organizado que o defutsal mas, para alm, de ter menos adeso que o torneio de futsal, foi menosmotivante.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    73/148

    53

    4.2.4- Acompanhamento DT

    Neste ano de estgio no tivemos funes a nvel de direo de turma,mesmo assim o meu papel foi bastante importante na cooperao com amesma, pois coube-me a mim realizar a caracterizao da turma I.

    Deste modo, em cerca de onze meses de colaborao com a DT daminha turma, a professora Cndida Cabeo, a minha colaborao prendeu-secom a realizao da j anteriormente citada caracterizao da turma, efetuadaatravs de duas fichas socio- biogrficas, uma aplicada pela DT e outra

    aplicada por mim numa aula de EF. Realizei, tambm, resumos para todos osoutros professores, assim como, os apresentei na reunio de conselho deturma do 1 perodo. Esta tarefa foi um pouco complicada visto estar nervoso,mas, por outro lado, teve um carater fundamental no que diz respeito minharelao com os outros professores, visto que estes puderam observar o meutrabalho e, tambm eu, pode estar em dilogo mais aprofundado com eles.

    Com o objetivo de colaborao com a DT, desenvolvi trs fichas onde

    descrevi todas as faltas na aula de EF, faltas estas no s de presena mas,tambm, de material e atraso. Estas fichas permitiram DT informar os EE.Penso assim essencial, este tipo de colaborao com a diretora de turma pois,faz com que estejamos em mais contacto com os pais, mas tambm corrigirtodos os problemas que possam ocorrer com os alunos.

    Por fim, nas trs reunies de conselho de turma elaborei para cadaperodo, um texto para a ata onde explicitava: O Professor de Educao Fsica

    informou: Relativamente assiduidade regista-se na turma um grandeincumprimento. Muitos alunos chegam tarde s aulas e, de acordo com odefinido no incio do ano, trs atrasos correspondem a uma falta de presenana grelha de avaliao. Este facto vai refletir-se na avaliao final do aluno.Salientava ainda os alunos pela negativa e pela positiva.

    Foram tarefas nas quais cooperei e representam uma das dimensesdesta funo, a parte administrativa.

  • 8/9/2019 Relatorio de Estagio Nuno Silva

    74/148

    54

    4.2.5- Participao na comunidade

    Quando se ouve ou se fala que a escola tem que atender aos anseios

    da comunidade, escola e comunidade andam afastadas, a comunidade no

    participa da escola parte -se desde logo de uma dicotomia: escola uma coisa,comunidade outra.

    Ao longo dos tempos ocorreram vrias discusses pedaggicas quereferiam que a comunidade estava afastada da escola e que esta estavafechada para a comunidade. Hoje em dia, nota-se o esforo de colmatar essefacto, ou seja, nota-se uma aproximao da comunidade e da escola,

    trazendo a comunidade para dentro da escola, c omo aponta Martins (1999),estratgias como essas so importantes para a socializao, pois contribuempara a manuteno da coeso social entre comunidade/escola, em pocas decrise.

    Desde incio que me senti acolhido na ESDMII, por isso posso afirmarque as minhas expetativas, em relao ao meio escolar, foram superadas emlarga escala. Toda a comunidade escolar estava disposta a ajudar e

    disponibilizava-se para qualquer coisa, refiro-me ao pessoal no docente daescola que foi sempre incansvel na ajuda que me prestou.

    Lembro-me por exemplo do Sr. Joo e do Sr. Jos, auxiliares da aoeducativa na parte desportiva, que sempre foram incansveis e prestveis,como por exemplo no fornecimento de material para a aula.

    Apesar da escola ter excelentes condies