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Relatório de Estágio Profissional em Treino Desportivo Equipas de Minis e Infantis Masculinos de Andebol do Académico Futebol Clube Orientador: Professora Doutora Maria Luísa Dias Estriga Ricardo Veiga Marques Porto, 2014 Relatório Profissional apresentado à Faculdade da Universidade do Porto, com vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Desporto para Crianças e Jovens (2º do Decreto-Lei nº 74/2006, de 24 de Março, alterado pelo Decreto- Lei nº 107/2008, de 25 de Junho, e pelo Decreto- Lei nº 230/2009, de 14 de Setembro).

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Relatório de Estágio Profissional em Treino Desportivo

Equipas de Minis e Infantis Masculinos de Andebol do

Académico Futebol Clube

Orientador: Professora Doutora Maria Luísa Dias Estriga

Ricardo Veiga Marques

Porto, 2014

Relatório Profissional apresentado à Faculdade da Universidade do Porto, com vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Desporto para Crianças e Jovens (2º do Decreto-Lei nº 74/2006, de 24 de Março, alterado pelo Decreto- Lei nº 107/2008, de 25 de Junho, e pelo Decreto-

Lei nº 230/2009, de 14 de Setembro).

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II

Ficha de Catalogação

Marques, R. (2014) Relatório de Estágio Profissional em Treino Desportivo.

Equipas de Minis e Infantis Masculinos do Académico Futebol Clube. Porto: R.

Marques. Relatório Profissional com vista à obtenção do grau de Mestre em

Desporto para Crianças e Jovens apresentado à Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto.

Palavras-Chave: Andebol, Desporto para Crianças e Jovens, Relatório de

Estágio, Formação, Treino.

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III

Agradecimentos

A realização de um trabalho desta natureza não seria possível se para

tal não existir o apoio, o incentivo e também a colaboração de inúmeras

pessoas e distintas instituições, pelo que reconhecer a importância e o valor

que tiveram se torna vital que lhes seja feita devida justiça. Desta forma,

expresso o meu total e sincero agradecimento:

À Professora Doutora Luísa Estriga, pela permanente disponibilidade e

empenho (mesmo com uma agenda de trabalho completamente preenchida),

pelo seu sentido crítico, pelos conselhos, pelas correções e sugestões

efetuadas.

Ao Mestre José Ireneu Mirão Alves Moreira, pela sua disponibilidade,

pelos conselhos e sugestões.

Ao Académico Futebol Clube, em particular à secção de Andebol por

todo o apoio prestado durante a realização deste estágio.

Aos atletas e seus pais pela sua disponibilidade, pelas presenças

assíduas nos treinos e nos jogos, pela preocupação e confiança que

depositaram em mim. Sem dúvida que me ajudaram a crescer e a tornar-me

num melhor profissional e numa melhor pessoa.

Aos meus professores que me apresentaram as bases da minha

profissão, instigando-me a ser melhor.

À minha “segunda”, que na verdade é a primeira família. Por me

ajudaram a superar todas as fases menos positivas e me darem alento e

motivação para continuar e nunca desistir. Em particular aos meus “sogros” por

me darem abrigo, por me fazerem sentir como parte da família e estarem

sempre preocupados com o meu bem-estar.

A todos os meus cunhados, mas em especial destaque para o Sérgio e

Carla, por acreditarem, por confiarem e por verem em mim o potencial e a

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IV

vontade em concluir este meu percurso académico, cedendo-me parte das

suas poupanças.

Aos meus sobrinhos, pela alegria contagiante, pelo amor, pelos sorrisos,

pelos abraços, pelas brincadeiras e por todos os momentos únicos e

inesquecíveis que me deram.

Finalmente a ti, meu pilar, minha cara metade, meu porto de abrigo. Por

todos os momentos em que estiveste ao meu lado, pela tua força, pela tua

ajuda e sobretudo pelo teu amor incondicional. Obrigado por fazeres de mim

uma melhor pessoa e sobretudo uma pessoa feliz e absolutamente

apaixonada. Sem ti nada disto seria possível. Amo-te!

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V

Índice Geral

Agradecimentos ................................................................................................ III

Índice Geral ........................................................................................................ V

Índice de Figuras ............................................................................................. VIII

Índice de Gráficos ........................................................................................... VIX

Índice de Quadros ............................................................................................. XI

Índice de Tabelas ............................................................................................. XII

Índice de Anexos ............................................................................................. XIII

Resumo ........................................................................................................... XIV

Abstract ........................................................................................................... XVI

I. Introdução ................................................................................................ 3

II. Revisão de Literatura............................................................................... 7

2.1. O Desporto de Formação ................................................................... 7

2.2. O Treinador de andebol na Formação ............................................... 9

2.3. Programação, Periodização e Planificação Anual ............................ 12

2.4. Modelo de Jogo ................................................................................ 15

2.4.1. Processo Ofensivo ...................................................................... 18

2.4.2. Processo Defensivo .................................................................... 20

2.5. O Treino ........................................................................................... 24

III. Enquadramento Biográfico .................................................................... 31

3.1. De onde venho? Quem sou? Para onde vou? ................................. 31

IV. Estágio Profissionalizante ...................................................................... 37

4.1. Pertinência ....................................................................................... 37

4.2. Objetivos .......................................................................................... 38

4.3. Estrutura ........................................................................................... 38

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VI

V. Enquadramento da Prática Profissional ................................................. 43

5.1. Contexto Legal e Institucional .......................................................... 43

5.2. Caracterização da Instituição de Acolhimento ................................. 45

5.2.1. Breve Enquadramento Histórico ................................................. 45

5.2.2. Estrutura Física ........................................................................... 47

5.3. Secção de andebol ........................................................................... 48

5.3.1. Recursos Humanos e Financeiros .............................................. 49

5.3.2. Objetivos da formação ................................................................ 51

VI. Equipa de Infantis .................................................................................. 57

6.1. Modelo de jogo ................................................................................. 57

6.1.1. Processo Ofensivo ...................................................................... 58

6.1.2. Processo Ofensivo ...................................................................... 62

6.2. Objetivos .......................................................................................... 67

6.3. Programação, Periodização e Planificação Anual ............................ 75

6.4. O Treino ........................................................................................... 77

6.4.1. Sessões e Processo .................................................................... 77

6.5. Resultados e Avaliação de Desempenho ......................................... 80

6.5.1. Calendário Competitivo ............................................................... 80

6.5.2. Avaliação Sumativa Trimestral (Treino e Jogo) ........................... 87

6.5.2.1. Equipa .............................................................................. 89

6.5.2.2. Atleta ................................................................................ 92

VII. Equipa de Minis ................................................................................... 103

7.1. Modelo de jogo ............................................................................... 103

7.2. Objetivos ........................................................................................ 105

7.3. Programação, Periodização e Planificação Anual .......................... 109

7.4. O Treino ......................................................................................... 111

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VII

7.4.1. Sessões e Processo .................................................................. 113

7.5. Resultados e Avaliação de Desempenho ....................................... 115

7.5.1. Calendário Competitivo ............................................................. 115

7.5.2. Avaliação Sumativa Trimestral (Treino e Jogo) ......................... 120

7.5.2.1. Equipa ............................................................................... 120

7.5.2.2. Atleta .............................................................................. 124

VIII. Exemplos práticos de exercícios transversais aos dois escalões ........ 135

8.1. Exercícios ....................................................................................... 135

8.1.1. Conteúdos táticos ofensivos ..................................................... 135

8.1.2. Conteúdos táticos defensivos ................................................... 137

8.2. Exercícios tipo segundo os objetivos pretendidos .......................... 139

IX. Conclusões e Sugestões ..................................................................... 145

X. Bibliografia ........................................................................................... 151

Anexos ......................................................................................................... XXVI

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IX

Índice de Figuras

Figura 1. Primeiro exercicio tipo para a parte fundamental do treino. ............ 139

Figura 2. Segundo exercício tipo para a parte fundamental do treino. ........... 140

Figura 3. Terceiro exercício tipo para a parte fundamental do treino. ............ 141

Figura 4. Quarto exercício tipo para a parte fundamental do treino. .............. 142

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XI

Índice de Gráficos

Gráfico 1. Evolução do desempenho da equipa ao longo da época desportiva.

......................................................................................................................... 90

Gráfico 2. Diferença entre golos marcados e sofridos ao longo da época

desportiva dos infantis. ..................................................................................... 91

Gráfico 3. Resultados globais de derrotas, empates e vitórias......................... 92

Gráfico 4, Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da

tomada de decisão sem bola. ........................................................................... 94

Gráfico 5. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da

tomada de decisão com bola. ........................................................................... 95

Gráfico 6. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da

recepção........................................................................................................... 96

Gráfico 7. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do

passe. ............................................................................................................... 96

Gráfico 8. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do

drible. ............................................................................................................... 96

Gráfico 9. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do

remate. ............................................................................................................. 97

Gráfico 10. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

da finalização. .................................................................................................. 97

Gráfico 11. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do duelo individual. ........................................................................................... 98

Gráfico 12. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

interceção. ........................................................................................................ 99

Gráfico 13. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do desarme. ..................................................................................................... 99

Gráfico 14. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do contato adversário. ...................................................................................... 99

Gráfico 15. Avaliação da evolução do desempenho de equipa. ..................... 122

Gráfico 16. Diferença entre golos marcados e sofridos ao longo da época

desportiva dos minis. ...................................................................................... 123

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XII

Gráfico 17. Avaliação dos resultados globais das vitórias, derrotas e empates.

....................................................................................................................... 124

Gráfico 18. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

da tomada de decisão s/bola.......................................................................... 126

Gráfico 19. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

da tomada de decisão com bola. .................................................................... 126

Gráfico 20. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

da receção...................................................................................................... 127

Gráfico 21. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do passe. ........................................................................................................ 128

Gráfico 22. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do drible.......................................................................................................... 128

Gráfico 23. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do remate. ...................................................................................................... 128

Gráfico 24. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

da finalização. ................................................................................................ 129

Gráfico 25. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do duelo individual. ......................................................................................... 129

Gráfico 26. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do desarme. ................................................................................................... 130

Gráfico 27. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

do contato adversário. .................................................................................... 130

Gráfico 28. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade

da interceção. ................................................................................................. 131

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XIII

Índice de Quadros

Quadro 1. Ações da 1ª linha defensiva para determinado posto específico. .... 64

Quadro 2. Ações da 2ª linha defensiva para determinado posto específico. .... 65

Quadro 3. Erros e limitações nos processos ofensivos e defensivos do escalão

de infantis masculinos. ..................................................................................... 68

Quadro 4. Período de treino semanal dos Infantis Masculinos. ....................... 79

Quadro 5. Calendário da 1ª Onda – Série A Campeonato Nacional Infantis

Masculinos. ...................................................................................................... 81

Quadro 6. Calendário da 2ª Onda – Série B Campeonato Nacional Infantis

Masculinos. ...................................................................................................... 83

Quadro 7. Calendário da 3ª Onda – Série C Campeonato Nacional Infantis

Masculinos. ...................................................................................................... 84

Quadro 8. Calendário da 4ª Onda – Série B Campeonato Nacional Infantis

Masculinos. ...................................................................................................... 86

Quadro 9. Quadro 15. Erros e limitações dos minis masculinos nos processos

ofensivos e defensivos. .................................................................................. 107

Quadro 10. Sessões semanais dos treinos dos minis masculinos. ................ 114

Quadro 11. Calendário da Competição PR 02 Torneio de Minis AAP

Masculinos. .................................................................................................... 115

Quadro 12. Calendário da Competição Fase PR 08 Prova Regional Minis

Masculinos - Andebol 7. ................................................................................. 118

Quadro 13. Calendário da Competição Fase PR 08 Prova Regional Minis

Masculinos - Serie B. ..................................................................................... 119

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XV

Índice de Tabelas

Tabela 1. Atletas do Académico Futebol Clube para a época 2013/2014. ....... 48

Tabela 2. Recursos Humanos do Académico Futebol Clube. .......................... 49

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XVII

Índice de Anexos

Anexo I – Regulamento Provas Infantis e Minis Masculinos Época 2013/2014

...................................................................................................................... XVIII

Anexo II – Avaliações trimestrais infantis masculinos .................................. XXIII

Anexo III – Avaliações trimestrais minis masculinos .................................... XXVI

Anexo IV – Planeamento anual infantis masculinos ..................................... XXIX

Anexo V – Planeamento anual minis masculinos ........................................ XXXII

Anexo VI –Torneios de infantis masculinos ................................................. XXXV

Anexo VII – Torneios de minis masculinos ................................................... XXIX

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XIX

Resumo

Este trabalho pretende ser, acima de tudo, um exercício de reflexão

conceptual fundamentado em metodologias de treino integrais, norteadas para

a formação na modalidade específica de andebol, juntamente com os

conhecimentos adquiridos no decorrer da minha formação académica. Desta

forma, serão exploradas as vivências deste estágio, bem como os objetivos

definidos e metas alcançadas dentro de um clima de resolução de problemas,

superação de dificuldades e do delineamento de estratégias de resolução dos

problemas, construtoras da minha formação enquanto treinador.

O Estágio de Formação em Exercício na Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto, enquadra-se dentro do modelo reflexivo da formação de

treinadores, que visa não apenas o desenvolvimento profissional, mas também

o desenvolvimento pessoal do estagiário. Deste modo, a reflexão foi assumida

como uma ferramenta fundamental e indispensável para dar sentido ao

desenvolvimento e melhoria da profissão de treinador. Este estágio foi

realizado no Académico Futebol Clube, clube centenário do Porto,

desempenhando funções de treinador nos escalões de Minis e Infantis

Masculinos de Andebol.

O presente relatório encontra-se estruturado em distintos capítulos, que

vão desde a revisão de literatura, passam pelo enquadramento biográfico e

pelo enquadramento da prática profissional e sua realização, até à conclusão e

sugestão final e sua síntese.

Em suma, considero que este ano se afigurou como uma das

experiências mais marcantes da minha formação, pois capacitou-me de um

enorme desenvolvimento das minhas competências profissionais, pessoais e

sociais, permitindo-me compreender a verdadeira essência de um treinador e

crescer como tal.

Palavras-Chave: Andebol; Desporto para Crianças e Jovens; Estágio

Profissional; Formação; Treino.

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Abstract

This work intends to be, above all, an exercise of conceptual reflection

based on integral training methodologies, guided for a specific type of formation

in handball, along with the knowledge acquired throughout my academic

training. Thereby, the experiences explored in this internship as well as the

goals set and targets achieved within an environment of problem solving,

overcoming difficulties and outlining strategies to overcome, crucial to my

preparation as a coach.

The Internship done at the Sport college of the University of Porto, fits

within the reflective model of training of trainers, which is focused not only in the

professional development but also in the personal development of the trainee.

Thereby, the reflection was assumed as fundamental and essential to give

meaning to the development and improvement of the coaching career. My

internship was conducted at Académico Futebol Clube, an centenary team from

Oporto, my role was coaching Handball to different groups of male children from

9 to 12 years old.

This report is structured in different chapters, going from literature review,

through the biographical framework and the framework of professional practice

and its implementation, the conclusion, final suggestions and its synthesis.

Overall, I consider that this year appeared as one of the most remarkable

experiences of my academic path, because it has allowed me to achieve an

huge personal, professional and social improvement, allowing me to understand

the true essence of a coach and grow as such.

Key-Words: Handball; Children and young people sport; Internship;

Coaching;Training.

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Introdução

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I. Introdução

O andebol é uma modalidade desportiva que integra o grupo de Jogos

Desportivos Coletivos, apresentando caraterísticas exclusivas, como é o caso

da cooperação-oposição, da disputa persistente pela posse de bola e também

pelo facto de ser uma modalidade dependente de um agente obrigatório, o

tempo.

Esta é uma modalidade ajuizada como sendo de caráter “aberto”, visto

estar dependente da imprevisibilidade e aleatoriedade, no que diz respeito às

situações de jogo e ao resultado final. Assumindo o contexto de variabilidade e

riqueza nas soluções táticas e nas suas ações técnicas, caraterísticas centrais

do jogo de andebol, importa implementar no treino vários fatores fundamentais

para uma formação adequada de jovens jogadores. Estes fatores

exponenciarão situações decorrentes do jogo, através de uma prática centrada

na tomada de decisão, na inteligência tática e na leitura de jogo nas situações

de treino.

A importância atribuída à tomada de decisão nos desportos coletivos é

frequentemente referenciada na literatura (e.g., Garganta, 1997; Adelino,

2000), particularmente no caso da modalidade de andebol (e.g., Cuesta, 2002;

Ribeiro e Volossovitch, 2004; Fonseca, 2005). No entanto, e com base na

literatura consultada, fica evidente a escassez de modelos de formação para

jovens jogadores desta modalidade com adequado suporte conceptual e

prático. Isto é, modelos com uma estrutura coerente, lógica, alicerçado em

fundamentações metodológicas, pedagógicas e biológicas inexoráveis ou, até

mesmo, no que diz respeito à aprendizagem e desenvolvimento das

competências técnicas e/ou prática.

Torna-se fundamental destacar que as regras de jogo sofreram algumas

alterações, provocando modificações pronunciadas no discernimento que é

atribuído à tática do jogo (Seco, 2006; Silva, 2008). Estas alterações surgiram

como forma de transformar esta modalidade num jogo mais apelativo para os

seus espectadores (Seco, 2006), aumentando a velocidade do jogo. Não

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obstante, e apesar de alguns autores e técnicos terem uma opinião consensual

de que o jogo é hoje mais rápido, não existem dados objetivos que comprovem

estas mudanças (Seco, 2006; Aagaard, 2007; Pokrajac, 2008).

Na opinião de alguns autores (Seco, 2006; Silva, J., 2008) este aumento

da velocidade de jogo trouxe alguns inconvenientes, produzindo erros na

tomada de decisão (jogadores viram-se forçados a decidir e executar com

maior rapidez, dentro de contextos mais aleatórios e prolongados).

A árdua incumbência de formar jovens jogadores apoiada nas

exigências e constrangimentos dos modelos de jogo mais evoluídos, exige uma

maior e melhor acessibilidade a documentos orientadores específicos de como

educar, formar, jovens jogadores de sucesso. A conceção, planificação e

concretização do processo de treino na formação, aliada à orientação da

competição, articula-se na responsabilidade do estagiário e no compromisso de

autonomia. Estes assentaram numa base de conhecimento teórico adquirido no

decorrer da formação académica, aliado aos objetivos e modelo de formação

do clube de acolhimento.

Esta experiência tornou-se, acima de tudo, num exercício de reflexão

conceptual fundamentada em metodologias de treino integrais, por sua vez

norteadas para uma formação em Jogos Desportivos Coletivos, juntamente

com os conhecimentos adquiridos no decorrer da formação académica.

O cargo de treinador distingue-se em categorias plurais (Buceta, 2001).

No caso particular, o treinador de base obtém este desígnio caso esteja a

desenvolver a sua prática profissional numa etapa de iniciação desportiva ou

numa fase de aprendizagem e posterior aperfeiçoamento. Este estágio foi

baseado neste mesmo contexto de etapa de iniciação desportiva, com singular

ênfase na formação de minis e infantis masculinos.

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Revisão de Literatura

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II. Revisão de Literatura

2.1. O desporto de formação

O crescente valor que tem vindo a ser importado pela prática desportiva,

em união com o exponencial aumento do quadro competitivo, por sua vez,

crescente em especialização, tem-se evidenciado como sendo determinante

para uma preparação de jovens desportistas (Silva et al., 2001). Contudo,

embora seja inequívoco que a prática desportiva contribui para um

desenvolvimento físico, bem como psicossocial do ser humano, a

especificidade que o treino tem nos mais jovens, de acordo com o mesmo

autor, confere-lhe “nuances” que o distinguem claramente do treino com os

adultos.

Acresce que, e tal como refere Ferreira (1999), para se ser capaz de

treinar jovens é necessário conhecer minuciosamente as modificações que

ocorrem no decorrer do seu crescimento e desenvolvimento maturacional.

Neste sentido, Ferreira (1999) monitorizou cerca de 720 crianças (através

questionário de Baecke), tendo observado que uma criança (idade

compreendida entre os 10 e os 12 anos), possuía uma carga física mais

acentuada de atividade física (praticada diariamente) dentro de um ambiente

não orientado, ao invés de uma outra criança que produzia uma carga física de

uma hora a uma hora e meia num treino formal. Este resultado intrigou o autor

e levou-o a questionar-se se o aumento da performance está mais dependente

das atividades formais ou informais de treino.

Em pleno acordo com estas dúvidas colocadas face à prática desportiva

orientada, Bompa (1999) encontra uma resposta referindo que a prática

desportiva pode surtir efeitos favoráveis para cada grupo etário, desde que seja

devidamente orientada para a sua propensão biológica, e define-as do seguinte

modo: i) o período contemplado entre os 6 e os 9 anos de idade, é o período

considerado ótimo para que ocorra uma aquisição de habilidades motoras que

servem como propiciadoras de um conhecimento consciente do próprio corpo,

bem como das suas capacidades e potencialidades; ii) entre os 10 e os 12

anos de idade, é mais acentuado o grau de habilidades corporais, exigência da

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técnica que a maioria das modalidades desportivas assume; iii) só a partir dos

13 anos é que se deve iniciar uma especialização pela modalidade em causa.

Não obstante, Bompa (1999) assume que uma especialização precoce

pode contribuir para que o jovem atleta adquira graves problemas de

adaptação, bem como de superação dos seus insucessos e frustrações ao

nível desportivo em idades posteriores. Assim, o autor refere que esta

especialização deve ocorrer apenas e só no exato momento em que a criança

se encontra física e psicologicamente preparada e assume claramente, e com

convicção, de que tenciona especializar-se na modalidade.

A importância da formação do treinador é referenciada por Mesquita

(2009, p. 5), com a seguinte afirmação: “treinar deve ser entendido como o

processo intencional e deliberado de fazer aprender e desenvolver

capacidades, ou seja, como um conjunto de ações organizadas, dirigidas à

finalidade específica de promover intencionalmente a aprendizagem, com os

meios adequados à natureza dessa aprendizagem. Neste contexto, o treinador

deve ser visto como o profissional que tem a função específica de conduzir

esse processo, o treino desportivo, fazendo-o no quadro de um conjunto de

saberes próprios, saberes esses que sustentam a capacidade de desempenho

profissional. As funções do treinador definem-se, assim, com base num

conjunto de competências resultantes da mobilização, produção e uso de

diversos saberes pertinentes (científicos, pedagógicos, organizacionais,

teórico-práticos, etc.), organizados e integrados adequadamente, em função da

complexidade da ação concreta, a desenvolver em cada situação de prática

profissional. ”

Face a esta complexidade proferida pelo autor acima referido,

mencionados no que concerne às exigências particulares do desporto de

formação, irrompe a grande discussão sobre a importância que deve ser dada

ao treinador destas crianças e jovens, assim sendo, torna-se fundamental que

se trate com seriedade o papel do treinador nos escalões de formação.

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2.2. O Treinador de andebol na Formação

Descortinar um modelo de formação com estrutura e fundamentação nas

conceções metodológicas, pedagógicas ou na experiência prática de terreno

dos jovens jogadores de andebol, mostrou-se ser uma tarefa de certa forma

utópica. Este facto suscitou uma enorme perplexidade visto entender que é no

modelo de jogo e nos jogadores que atingem o mais alto nível de

desempenho/competência que nos devemos focar, pois devem ser, sem

dissidências, merecedores de reflexão por parte dos treinadores para que

tenhamos uma referência da preparação desportiva de excelência a longo

prazo.

As regras de andebol foram alvo de novas alterações que, embora

ligeiras, mudaram o rumo do jogo nos últimos anos, especialmente no que diz

respeito às interpretações táticas do jogo (Seco, 2006; Silva, 2008). Esta

mudança esteve intimamente ligada a um aumento exponencial da velocidade

de jogo, com a ambição de tornar mais atrativo, para que desta forma, angarie

novos espectadores para a modalidade (Seco, 2006). Estas novas regras

foram as impulsionadoras de um estilo de jogo mais rápido (Seco, 2006;

Aagaard, 2007; Pokrajac, 2008), que consequentemente incitou a um natural

aumento dos erros na tomada de decisão por parte dos jogadores, uma vez

que foi necessário decidir e executar com maior velocidade e em maior número

num contexto mais aleatório no decorrer do jogo.

O cargo de treinador distingue-se em categorias plurais (Buceta, 2000).

No caso particular, o treinador de base obtém este desígnio caso esteja a

desenvolver a sua prática profissional numa etapa de iniciação desportiva ou

numa fase de aprendizagem e posterior aperfeiçoamento. Este estágio foi

baseado neste mesmo contexto subsequente da condição de iniciação

desportiva, com singular ênfase na formação de minis e infantis masculinos.

O treino com crianças e jovens afigura-se como uma eminente

oportunidade para os inspirar e induzir de forma positiva, nas suas vidas

futuras. Este facto mostra-se ser de imperativa importância para que o

treinador possua a capacidade de se manter em constante desassossego e

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consequente evolução no que diz respeito aos processos de ensino e

aprendizagem das crianças, e as vislumbre, desta forma, como únicas e

individuais no desenvolvimento das suas capacidades desportivas.

O papel de treinador de formação estabelece-se como sendo de

responsabilidade colossal e de persistente desafio. De acordo com Buceta

(2000), o treinador agrupa caraterísticas próprias, sendo elas: a) motivar os

seus jovens atletas para uma prática desportiva regular; b) ser um padrão de

caráter social; c) ter capacidade para desenvolver o potencial dos seus jovens

atletas na modalidade de eleição.

Diversos estudos têm vindo a expressar que as ações mais positivas da

ação dos treinadores, associam-se tendencialmente de modo irrefutável com a

satisfação pessoal e desportiva dos atletas, bem como com o contentamento

com a liderança transmitida pelos mesmos (Dwyer e Fischer, 1990;

Schliesman, Beitel e DeSensi,1994).

De acordo com Gilbert e Trudel (2001), o conhecimento adquirido pelo

treinador abrange aptidões distintas: i) o conhecimento científico alcançado no

decorrer da sua formação académica, bem como da sua própria investigação;

ii) o chamado conhecimento prático, ou conhecimento tático resultante da sua

experiência prática de treino acumulada; e por fim iii) o conhecimento

decorrente da prática desportiva como ex atleta.

Por sua vez, Côté (2009), por via de uma análise profunda, refere que

esse conhecimento é assente em três pilares: i) o conhecimento profissional,

que deriva da sua formação curricular, conhecimento pedagógico adquirido e

também da atividade específica; ii) o conhecimento interpessoal assente pela

relação que consegue estabelecer com os seus atletas e, finalmente; iii) o

conhecimento intrapessoal, ou seja, a sua própria auto reflexão fundada numa

ética deontológica, bem como da sua condição perante a vida.

Em forma de conclusão, Antón el al. (2000) sugerem que para impedir

que se continuem a cometer erros de forma constante e possivelmente

irreversível para as crianças e os jovens, é fundamental que o treinador de

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andebol mantenha uma formação de conhecimentos constantemente

atualizada para desta forma ser capaz de desempenhar a árdua tarefa de

ensinar.

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2.3. Programação, Periodização e Planificação Anual

A evolução dos desportos coletivos depende naturalmente da exigência

de jogadores com potencial elevado, mas a sua dependência assenta-se

também na intervenção do treinador pela sua capacidade de liderança,

planeamento e programação do processo de treino desportivo, com uma

exigência cada vez mais pronunciada.

Orientar, conduzir e controlar o processo de treino de uma equipa de

andebol é competência primordial do treinador. Estas tarefas colocam-no numa

constante e tremenda pressão, uma vez que terá de pôr em alternativa e ser

capaz de evitar que diversos fatores, alheios às suas ambições e à sua

disponibilidade, o controlem ou o conduzam a uma panóplia de problemas

incontroláveis.

Com a ambição de alcançar um nível óptimo de rendimento desportivo

por parte da sua equipa, o treinador e a sua equipa técnica deparam-se com

uma vital necessidade em criar as condições inerentes, sejam elas referentes à

qualidade ou à quantidade, para que tal nível seja alcançado.

A programação, avocada como um ajustamento do planeamento às

condições reais, requer uma fundação de modelos relativos aos aspetos

díspares do processo. Para que seja considerada eficaz é imperativo que

consiga satisfazer condições como: o reconhecimento da adaptação enquanto

processo biológico indutor do treino; o domínio do potencial de treino, dos

exercícios e dos métodos complexos (Satori e Tshiene, 1988).

Atualmente, um número preponderante de desportos vê a sua época

desportiva a ser dividida em diferentes períodos e ciclos, tendo por objetivo a

obtenção de um elevado rendimento, por intermédio de uma preparação

sistemática (Freitas, 1999). Dessa inevitabilidade de organizar o processo de

treino em ciclos, fases e períodos, eclodiu o termo periodização.

Periodizar significa, assim, conceber metas temporais sintéticas que

possibilitem aos treinadores, estruturar objetivamente o treino em cada

momento da preparação desportiva (Marques, 1993). Acresce, ainda, afirmar

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que a periodização é tida como um instrumento axiomático na organização do

treino e da qual se subordina o controlo do desenvolvimento da capacidade de

prestação desportiva (Freitas, 1999).

No desporto de alto rendimento, a periodização é formalizada com base

nos momentos ou fases da competição, nos quais se intenta obter o

rendimento mais elevado, numa efémera estima pelas leis biológicas e

fisiológicas associadas ao exercício físico (Marques, 1993). O autor alerta

ainda que no Desporto para Crianças e Jovens as competições são igualmente

relevantes, sem que, entrementes, isso seja análogo para que a preparação

seja arbitrada pela necessidade de nelas obter o melhor rendimento.

A imposição para que se crie uma visão clara e objetiva acerca do futuro

acarreta necessariamente a existência de um processo de planeamento,

minimamente formalizado, para o caminho a que se aspira e que será

definitivamente antagonista (e mais benéfico) daquele que surgiria caso o

planeamento não tivesse ocorrência (Pires, 2005). Por conseguinte, os

resultados desportivos devem fundamentalmente ser arquitetados com base

num trabalho condignamente pensado e planeado, em função dos objetivos

definidos de antemão (Garganta, 1991; 2003), com a pretensão de reduzir à

mínima expressão os fatores que nos encaminham para uma incerteza

aumentada sobre o resultado (Garganta, 2003).

Segundo Freitas (1999), a planificação é assumida como um processo

edificado de auxílio à organização, coordenação e concretização dos objetivos

estipulados, com princípio nos conhecimentos atuais sobre o treino desportivo,

a modalidade em questão e os atletas visados, concedendo assim o controlo e

orientação de todo o seu processo, bem como os resultados desportivos.

Mesquita (1997) frisa que planear compreende uma delimitação antecipada

sobre aquilo que se pretende realizar, de que forma e por quem.

O planeamento assume um papel preponderante e necessário como

auxiliador e facilitador do trabalho do treinador (Teodorescu, 1984), sendo

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assim estabelecido como categórico em toda a organização do processo de

treino (Silva, 1988).

Planificar assume-me como sendo um papel de extrema complexidade,

visto depender da versatilidade de fatores implícitos e pelo número e

caraterísticas dos atletas e técnicos enredados na competição (Calvo, 1998).

Deste modo, o mesmo autor, salienta que a imposição de uma flexibilidade e

adaptabilidade às distintas situações deve ser parte integrante de uma

planificação.

O exercício de planear não pode ser entendido como uma atividade

difusa e demasiado expansiva, deve sim, ser executado numa prática

constante e regular. Pires (2005) foca que o processo de planeamento que

consequentemente desencadear-se-á no plano em si, é um processo de

reajustamentos incessantes e deve ser edificado de forma diária,

impreterivelmente. Garganta (1991) relata que para ocorrer uma corporização

exequível do planeamento, é fulcral que o mesmo não se restrinja a uma

inalterabilidade e imutabilidade, mas sim que se permita adaptar, alterar e

reformular.

Aos olhos de Castelo (2003), a planificação assume um papel de

bússola de ação na organização, com o intuito de se tornar um facilitador na

obtenção dos objetivos propostos: (1) ascensão da sua eficácia; (2) melhoria

da sua estabilidade; e (3) incremento da sua adaptabilidade no núcleo do meio

competitivo.

Planear as ações é uma simples conjuntura de procedimentos

articulados entre si tendo em conta um objetivo. O planeamento é, portanto, o

método estratégico de capacitarmos temporalmente as ações a proliferar.

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2.4. Modelo de Jogo

O processo e a produção de talentos assentam na criação de estratégias

patenteadas numa base de sistemas padronizados em comportamentos

imprevisíveis e descentralizados, por outras palavras, manifesta-se como um

desenvolvimento a longo prazo que prefigura no desencadear da autonomia,

criatividade, educação, inteligência e variabilidade (Bento, 2004; Frade, 1979).

Primeiramente interessa entender o conceito de Modelo de Jogo. Para

Frade (2003, p. 97), "o Modelo de Jogo consiste na aquisição de determinadas

regularidades no "jogar" da equipa através da operacionalização de

determinados princípios".

Frade (1985) refere que o modelo tem a forma de uma pedagogia de

projeto, dependente de uma visualização metódica no elemento causal do

futuro, por outras palavras, no referencial proposto a alcançar.

O modelo de jogo assume o papel de referencial, regulador do trabalho

desde o inaugurar da temporada até ao seu término, tornando-se assim

irracional o pensamento numa periodização tática sem que antes se considere

o modelo de jogo (Faria, 1999). Desta forma, “se tu queres instalar uma

linguagem comum com regras, princípios, uma cultura de jogo, num modelo de

jogo (…) é fundamental que isso seja através do jogo” (Faria, 2002, p. VIII).

Para que se assimile um sistema complexo é necessário que

primeiramente se conjeture uma modelação, que deve ser assimilada como a

ação da preparação e construção premeditada de modelos suscetíveis num

fenómeno complexo (Garganta, 1991).

O modelo de jogo não pode ser assumido como um dado adquirido, mas

sim construído ininterruptamente, recetivo à ideia de jogo da equipa, sem

descurar, contudo, as caraterísticas únicas e distintas dos jogadores, de forma

a possibilitar uma edificação de novas dinâmicas dessa mesma ideia sempre

que porventura tenha de ocorrer uma mudança de jogadores.

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A operacionalização dos princípios de ação nos distintos momentos do

jogo, por intervenção dos atletas, é parte integrante do modelo (Silva, J., 2008).

Deste modo, o conceito de modelo de jogo não se patenteia numa ideia geral,

mas, sobretudo, numa configuração das interações dos jogadores.

Segundo Oliveira (2004, p. 130) o que se torna essencial é que “o

treinador saiba muito bem aquilo que pretende da equipa e do jogo, que tenha

ideias muito concretas relativamente às invariantes/padrões que pretende que

a sua equipa e os respetivos jogadores manifestem. ”

O modelo de jogo constitui-se numa representação de ideias, pautadas

numa específica forma de jogar, originando um “perfil” de jogo da equipa

(Graça e Oliveira, 1994). O mesmo deve incidir no mapeamento de um

reportório de referências essenciais, para delimitar a organização dos

processos organizacionais ofensivos e defensivos, transições ofensivas e

defensivas, obedecendo os princípios determinados (Castelo, 1994;

Mombaerts, 1991).

Em conformidade, Oliveira (2004) refere que o modelo é imprescindível

para delinear e desenvolver um processo específico e harmonioso, com a

preocupação em construir um jogar. Deste modo, Leandro (2003) explana

também que cada conceção de jogo desencadeia um modelo de jogo

exclusivo, uma vez que as ideias intrínsecas a uma determinada cultura de

jogo se distinguem. Castelo (1996) menciona, ainda, que cada modelo de jogo

circunscreve a sua evolução ativa e criativa no decorrer do seu processo de

desenvolvimento.

Mourinho (2001), por sua vez, dá nota de importantes elementos a ter

em conta para uma elaboração de um modelo de jogo, tais como:

O clube (suas caraterísticas históricas, sociais e culturais);

A equipa (nível do seu jogo);

Os jogadores (o seu nível e suas caraterísticas pessoais);

O calendário competitivo;

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Os objetivos a atingir;

A organização estrutural ou sistemas táticos;

A realidade estrutural e financeira do clube.

Oliveira (2008) menciona outros aspetos relevantes e que se devem ter

em conta:

Modelo de Clube (estilo de jogo marcante);

Número de Jogadores na equipa;

Número de treinadores ou outros integrantes da comissão técnica;

Número de treinos semanais.

Portanto, no momento que se arquitetura um modelo de jogo deve

colocar-se em evidência uma construção exponencial única, sujeita a

vicissitudes das interações entres os distintos agentes (treinadores, jogadores,

adeptos, aspetos históricos) e ao correspondente envolvimento cultural que o

jogar despontará (Oliveira & Paes, 2004).

Após as exposições patenteadas, subentende-se que, para que tal seja

exequível é relevante ter em conta um fio condutor, ou seja, um padrão cultural

determinado pelo modelo de clube, um modelo de treino e de jogador, cujas

conexões se efetuem corretamente entre as categorias de base, iluminando-se

no plantel profissional, bem como nas suas ideias de jogo (Maciel, 2008).

Deste modo, toda e qualquer equipa deve ambicionar homogeneizar a

modalidade em que se encontra integrado, construindo um modelo de jogo que

deve ser empregue em todas as categorias. Assim, consegue-se aperfeiçoar o

processo de formação e, no momento em que o jogador alcançar a equipa

profissional, sentir-se-á apto e preparado para desempenhar o seu papel

prazerosamente, uma vez que a sua experiência no decorrer da sua formação

base lhe garantiu as condições ideais para que possa, no futuro, vivenciar

esses mesmos padrões comportamentais.

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Não obstante, torna-se basilar que a exigência caraterística de cada

faixa etária seja tida em conta. Para um mesmo modelo de jogo, utilizado em

todas as categorias, deverá ser diferenciado no que diz respeito aos exercícios,

às sessões semanais, ao tempo dessas mesmas sessões, bem como às

exigências criadas pelo resultado e pelo cumprimento dos padrões pré-

estabelecidos (seja de natureza tática, técnica, psicológica ou física), uma vez

que é imperativo que não se confunda desporto de base com desporto

profissional. Contextualizando, o modelo de jogo deve ser entendido, assumido

e interpretado como variável e dependente da situação onde se insere, sendo

assim impraticável que se assuma e o entenda como um modelo rígido

(Cardoso, 2006).

O jogo de andebol, como modalidade englobada nos Jogos Desportivos

Coletivos, é naturalmente descortinado através de uma sucessão de fases

intervaladas em que as duas equipas em confronto se deparam, com ou sem

posse de bola. Os momentos de jogo são facilmente distinguidos e clarificam

qual a fase do jogo em que a equipa se encontra: assumindo-se como sendo

um processo defensivo, sempre que a equipa se encontre numa situação sem

posse de bola; por sua vez, entende-se estar presente o processo ofensivo

assim que a bola já se encontra em posse. Não obstante, existem referências a

distintas subfases da defesa e também do ataque. A terminologia que é

aplicada para definir estas mesmas subfases é discrepante e provoca

frequentemente uma ambiguidade na compreensão dos conceitos que lhe

estão agregados (Fonseca, 1999; Mortágua, 1999; Prudente, 2006).

2.4.1. Processo Ofensivo

Para Antón Garcia (2002), o processo ofensivo encontra-se,

historicamente dividido em três fases: contra-ataque apoiado; organização do

ataque e por fim preparação do ataque. O autor faz alusão às duas primeiras

fases, mencionando que podem também ser designadas como contra-ataque

de primeira e segunda vaga ou então contra-ataque direto ou apoiado. Salvo

estas fases mencionadas, surgiu na última década uma inovadora possibilidade

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para a construção de situações de finalização, a qual se passou a chamar de

contra-ataque sustentado (Antón Garcia, 2002).

No entendimento de Barbosa (1999) e Mortágua (1999) as fases do jogo

não devem ser referenciadas, mas sim os métodos de jogo ofensivos. Assim,

estes dois autores apresentam a três principais métodos de jogo ofensivo: o

contra-ataque, o ataque rápido e por fim o ataque posicional. Como se

evidencia, as grandes diferenças entre os autores anteriormente referidos,

dizem respeito exclusivamente à utilização das tão aclamadas expressões

como “Fases do Jogo” e “Métodos de Jogo”. Contudo, no que se refere aos

conceitos, as semelhanças encontradas na abordagem realizada são

evidentes.

Num outro prisma, Czerwinski (1993) afirma que apenas existem duas

fases de ataque: o ataque rápido/contra-ataque e o ataque posicional. Não

obstante desta divisão, o mesmo autor refere que os tipos de ataque

rápido/contra-ataque são diversos e coincidem com as ditas definições de

contra-ataque direto, contra-ataque apoiado e ataque rápido. Moya (2001)

apresenta, por sua vez, um conceito semelhante, ao considerar o processo

ofensivo como sendo constituído exclusivamente pelas fases de contra-ataque

e de ataque. Por fim, este autor contempla a hipótese para se distinguir o

desenvolvimento do contra-ataque por dois meios: o contra-ataque direto e o

contra-ataque coletivo.

Assim, conclui-se que não se encontram diferenças substanciais no

entendimento do jogo, quando nos guiamos por estes autores. É no entanto

possível constatar pequenas diferenças terminológicas, ou em alternativa,

classificações que atribuem categorias mais abrangentes.

O processo ofensivo no andebol é iniciado no exato momento em que a

equipa entra em posse de bola e o seu término ocorre no momento em que a

equipa adversária, ou neste caso a equipa defensora, recupera e reassume por

sua vez o controlo da mesma.

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Naturalmente, em todos os processos ofensivos, as equipas procuram

construir inúmeras situações para que a finalização tenha grandes

probabilidades de sucesso, para isso, são utilizadas distintas fases e métodos

de jogo ofensivo, decorrentes de um contexto transitório criado não pela própria

equipa, mas também pelo adversário.

De modo geral, assim que o controlo da bola é obtido, todos os

procedimentos ofensivos daí decorrentes são norteados por uma fase

progressiva de encontro à baliza adversária, seguida imediatamente de uma

fase de construção da situação de finalização e têm o seu término na

finalização propriamente dita.

O emprego das distintas fases e métodos de jogo ofensivo submete-se

primitivamente a três fatores: i) a eficácia da defesa; ii) o tempo para assumir o

controlo real da bola; iii) a estratégia e sua evolução apresentada consoante o

marcador (Anti et al., 2006).

2.4.2. Processo Defensivo

No que diz respeito às fases do processo defensivo, autores como

Falkowski e Fernandez (1988) e Sousa (2000) discriminam quatro fases

fundamentais que ocorrem a partir do exato momento em que a equipa perde a

posse de bola até ao formular da defesa em sistema: i) recuperação e equilíbrio

defensivo; ii) defesa de cobertura – pressing temporário; iii) organização da

defesa; iv) defesa em sistema.

Existem, contudo, meios mais simplificados para compreender as fases

do jogo, que referem que a constituição do processo defensivo tem apenas

duas fases: a recuperação defensiva e a defesa organizada (Ribeiro &

Volossovitch, 2000). Esta mesma linha de pensamento é corroborada por Moya

(2001), quando afirma que as duas fases reais da defesa são: a recuperação

defensiva e a defesa propriamente dita. Em conformidade, o mesmo autor

refere ainda que a recuperação defensiva pode também ser interpretada como

transição rápida ataque-defesa. Por outro lado, Jorge (2003) entende que

existem não duas, mas três fases distintas que caracterizam a defesa, são

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elas: a recuperação defensiva, a zona temporária e por fim a defesa

organizada. Num tempo mais recente, Gomes (2008) apresenta o processo

defensivo distribuído por quatro fases distintas: i) a ocupação do espaço

durante o ataque da equipa; ii) a ocupação do espaço de forma a perturbar a

organização ofensiva adversária logo após a perda da posse de bola; iii) a

organização do sistema defensivo; iv) a defesa organizada em sistema.

Como é constatável, pese embora as distintas perspetivas perante o

tema abordado, a estruturação dos distintos comportamentos a adotar aquando

uma situação defensiva, é naturalmente semelhante.

A fase defensiva no jogo de andebol tem início no exato momento em

que a equipa se vê com a perda da posse de bola e só termina na fase em que

o seu controlo é readquirido. Esta evidência, não invalida contudo, que a

preparação da defesa deve ser iniciada já no período do processo ofensivo. No

decorrer do ataque, a ocupação do espaço realizada pelos jogadores, é

condição fundamental para que ocorra uma recuperação defensiva eficaz

(Falkowski e Fernandez, 1988; Gomes, 2008). Nesse contexto, a equipa

quando se encontra em situação ofensiva, deve ter em consideração e ter

preparado distintas possibilidades de continuidade de jogo, sempre em função

dos cenários que eventualmente lhe vão sendo colocados (Cadenas, 2006).

Deste modo, as equipas que se encontram na sua fase de ataque

devem estar prontas para atuar em duas situações adversas: i) imediatamente

após a perda de bola, por ocorrência de uma falha técnica ou por uma falta

regulamentar sancionada pela equipa de arbitragem e também ii)

imediatamente após remate realizado. Neste primeiro caso, a perda de bola é

naturalmente irreversível e a ação defensiva deve ter início imediato, com dois

objetivos em mente: conseguir anular a transição rápida de defesa-ataque do

seu adversário e saber criar condições ótimas para a organização do sistema

defensivo escolhido para essa mesma fase do jogo.

Como é evidente, o objetivo primordial das equipas, quando se

encontram numa fase defensiva, é ser capaz de evitar que o seu adversário

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finalize a sua jogada com um golo, pelo que desta forma, se pode considerar

este como o grande objetivo da defesa. O modo como as equipas tentam

alcançar esse propósito, enfrentou alterações profundas, em função da

exposição de um novo conceito de jogo, no que concerne à defesa. Na

verdade, a interpretação da defesa era caracterizada como sendo algo passiva,

em que sofria a ação posta em prática pelo seu oponente, tendo sido

posteriormente transformada para uma atuação mais ativa e mais interventiva

sobre o ataque adversário (Seco, 2005). Este autor reafirma que a defesa

deixou de ter uma interpretação passiva, para passar a ter uma completamente

análoga, mais reativa, que tem vindo a sofrer uma frequente evolução,

passando a ser denominada por defesa ativa.

Esta transformação das tarefas defensivas constata-se através de

inúmeros autores que chegam à conclusão que, de uma perspetiva inicial onde

o objetivo era simplesmente defender a baliza procurando evitar sofrer golo,

constatou-se uma evolução para a interpretação que atualmente se tem, uma

procura da intervenção sobre o ataque, visando a recuperação da posse de

bola por intervenção de erros cometidos pelo seu opositor (Silva, 2000; Seco,

2005). Desta forma, no decorrer das várias fases da defesa, as equipas

procuram constantemente evitar o golo por parte do seu adversário, sem que

no entanto, abdiquem da possibilidade de: i) ganhar a posse de bola; ii) obrigar

o adversário a cometer erros, que consequentemente os levem a cometer faltar

técnicas ou até mesmo regulamentares; iii) condicionar a finalização a zonas

e/ou jogadores com menor eficácia para a equipa adversária.

A importância do desempenho defensivo para o sucesso no jogo de

andebol é enfatizado tanto por investigadores como por treinadores, existindo

vários estudos que conseguem estabelecer uma relação direta entre a eficácia

do sistema defensivo e do guarda-redes com a vitória ou derrota no jogo de

andebol, bem como a sua classificação final nas competições (Silva, 1998;

2000; Volossovitch, Ferreira e Gonçalves, 2003). Para alguns treinadores a

eficácia contida na defesa é considerada como sendo a chave do sucesso,

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sendo que a prestação do guarda-redes é tida em conta com particular

importância.

Para além deste aspeto referido, é reforçado o facto de que, quanto

maior for o equilíbrio entre opositores em confronto, também será maior o peso

que a prestação defensiva assumirá para um resultado final. Este testemunho

tem vindo a ser corroborado por intermédio de estudos realizados no domínio

académico.

Segue-se o exemplo do trabalho realizado por Silva (2000), no qual o

autor chega à conclusão que no que diz respeito aos jogos equilibrados, os

indicativos estatísticos que mais eficazmente distinguem as equipas vitoriosas

das derrotadas, são de natureza defensiva. Nesse mesmo trabalho, mostra-se

evidente que, à medida que os jogos se vão mostrando ser de cariz de maior

desequilíbrio entre as equipas, o peso relativo dos fatores de ordem defensiva

passa a dar lugar aos de ordem ofensiva. Esta mesma visão é também

corroborada no estudo realizado por Rodrigues (2005), em que o autor conclui

que nas situações de jogos a eliminar, geralmente jogos de maior equilíbrio, o

peso atribuído aos fatores defensivos mostra-se ser superior quando se

colocam em modo de comparação com os jogos disputados na fase de grupos.

A dimensão de uma prestação defensiva eficaz por parte das equipas,

não termina única e simplesmente na oposição ao ataque adversário. Através

de uma eficácia defensiva validada, a consequência será orientada para a

criação de condições ótimas para que o ataque que daí advêm seja finalizado

com sucesso. De certa forma, um desempenho eficaz no decorrer da fase

defensiva, terá contributo essencial para o sucesso do ataque, uma vez que

permitirá que ocorram concretizações de grau mais fácil, no que diz respeito

particular à sequência de transições rápidas de defesa-ataque (Varejão, 2004).

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2.5. O Treino

O treino é visto como o momento em que nós, na função de treinador,

colocamos em prática os nossos conhecimentos e implementamos o nosso

plano de ação. Deste modo, Mesquita (1991, p. 65) sugere que "o treino

desportivo constitui uma atividade que tem por objetivo fundamental a

otimização das capacidades dos atletas, tendo em vista o melhor desempenho

competitivo".

Matveiev (1977, p. 280) refere que "a unidade elementar do processo de

treino é o exercício. Este está destinado ao desenvolvimento de uma ou mais

qualidades. É a relação entre os diferentes exercícios que constituem a

estrutura da sessão". Wrisberg (2007, p. 76), por sua vez, sugere que "para

mantermos os atletas motivados durante o treino temos também que lhes dar a

oportunidade de experimentar o sucesso e de se divertirem, desenvolvendo um

plano de treino o mais eficaz possível e seguindo os seguintes passos:

identificar as habilidades que os atletas precisam de aprender/desenvolver,

definir as capacidades dos atletas, definir prioridades, determinar os melhores

métodos de treino e elaborar o plano de treino”.

Segundo Castelo (1994), o treino desportivo, intimamente relacionado ao

fenómeno desportivo, é condição basilar para a execução com exatidão de

uma das facetas definidoras deste fenómeno: a superação.

Para Godik e Popov (1993) o treino desportivo assume-se como um

processo pedagógico, cuja finalidade é a obtenção de resultados desportivos o

mais elevados que se conseguirem alcançar.

O objetivo primitivo do treino passa por otimizar as capacidades dos

indivíduos, encaminhando-os a um estado de maior grau das suas prestações

competitivas (Mesquita, 1991).

Treinar deve ser reconhecido como um elenco de ações organizadas,

focalizadas na promoção intencional da aprendizagem e desenvolvimento de

algo por alguém, como os meios convenientes à natureza dessa mesma

aprendizagem e desenvolvimento (Rosado e Mesquita, 2009).

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Na afiguração de Weineck (1999), a expressão “treino” é empregue em

distintos contextos com a designação de exercício, cujo propósito é o

aprimoramento em determinada área. Já Barbanti (1997) explana o “treino

desportivo” como sendo um processo ordenado e canalizado numa base de

preceitos científicos, que auspicia um estímulo de modificações funcionais e

morfológicas no organismo de modo a engrandecer a capacidade de

rendimento do desportista.

O treino, para Teodorescu (1984, p. 55), é determinado como sendo “um

processo especializado de desenvolver e formar a personalidade do jogador

sob o aspecto do seu aperfeiçoamento físico-desportivo, com vista à realização

duma capacidade máxima de «performance», duma disponibilidade para

alcançar resultados muito elevados, com carácter permanente”.

Garganta (2000) clarifica que, para se poder assumir o treino como um

verdadeiro treino e não apenas como uma simples exercitação, é imperativa a

existência de uma carta de intenções, uma agenda de compromissos, que

capacitem representações dos aspetos, que numa conjuntura e, sobretudo, no

seu relacionamento, confiram propósito ao processo, de forma a enveredar

pela direção ambicionada. O treino desportivo é um processo pedagógico

metódico e cientificamente fundamentado (Tschiene, 1987; Marques, 1990).

Queiroz (1986), por sua vez, determina que os objetivos pedagógicos do treino

são a aprendizagem, o aperfeiçoamento, o desenvolvimento e a manutenção.

Desta forma, o treino invoca exercícios sistemáticos e repetitivos com objetivos

meticulosamente definidos.

O treino desportivo estabelece-se numa preparação do atleta a distintos

níveis: físico, intelectual, tático, técnico e psicológico. O atleta é trabalhado

como um todo por interveniente do exercício físico. O treino assume o papel

mais influente e ilustre de preparação dos atletas para uma competição

(Garganta, 2004). Auspicia uma indução de modificações positivas objetáveis

na performance dos jogadores e das equipas (Garganta, 2008).

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Levando em consideração que tanto a prática como a instrução são

componentes chave na procura do sucesso (Williams e Hodges, 2005), a

investigação sente-se incitada a perquirir quais as metodologias mais incisivas

e eficazes para aprimorar o rendimento desportivo (Braz, 2006).

Silva (1998) assume o planeamento do treino como imprescindível e

peça basilar de toda a organização do processo de treino. Desta forma, a

inquietude nuclear de qualquer treinador deve focar-se na problemática do

planeamento e periodização do processo de treino, sabendo de antemão que

haverá uma diversidade de enigmas de natureza metodológica que deverão ser

equacionados. Ao longo do tempo, verificou-se uma variabilidade acentuada no

que diz respeito aos procedimentos, aos métodos e sistemas perfilhados para

que se alcançasse uma maior eficiência do processo de treino (Cerezo, 2000).

São inúmeras as formas de jogar e de alcançar resultados, de igual forma

existem maneiras de treinar dissemelhantes (Garganta, 2004).

O foco da motivação, norteada numa formação orientada para o

desenvolvimento das personalidades e necessidades dos atletas, no caso

específico do andebol, é considerado por Ehret (2002) de maior importância.

Deve-se assim prescindir do treino específico e trilhar um caminho orientado

para uma formação múltipla e genérica do atleta.

Lima (1999) formula um conjunto de recomendações pedagógicas

generalizadas que se devem aplicar indispensavelmente, de modo a se obter

uma progressão no desenvolvimento das capacidades coordenativas para a

formação, sem deixar de apontar que também outros autores as defenderiam:

Fomentar o desenvolvimento multilateral. Basear-se em exercícios

específicos e exercícios que funcionem de auxílio para as crianças

aprenderem habilidades que são fundamentais para a modalidade

escolhida no presente ou até mesmo futuramente;

Introduzir habilidades diversificadas que englobem corridas, sprints,

saltos, preensão, receção de bolas, arremessos, batimentos, equilíbrios

e quedas, com rolamentos;

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Providenciar tempo útil para que cada criança seja capaz de

desenvolver habilidades, participar em jogos e em novas atividades;

Fazer uso do reforço pedagógico em alturas que ocorra empenho nas

atividades e as mesmas deverão ser autodisciplinadas;

Utilizar o elogio aquando os progressos são alcançados no

desenvolvimento das habilidades;

Reforçar comportamentos e apreciações que glorifique a ética e o

espírito desportivo do jogo limpo;

Fornecer condições ideais para inserir conceitos táticos de forma

simples no decorrer do jogo.

O treino deve ser considerado e visto como um processo de elevada

complexidade, devendo ser posto numa perspetiva do ponto de vista

metodológico, sem ignorar o seu semblante pedagógico. Para que ocorra um

desenvolvimento desportivo ótimo do atleta é imperioso organizar o processo

de treino de modo sistemático e metódico, no sentido de providenciar ao atleta

experiências contextualizadas de aprendizagem e devidamente estruturadas.

Por conseguinte, o processo de treino opera uma relação de cumplicidade

entre quem ensina (o treinador) e quem aprende (o jogador/atleta), própria da

matéria de treino (Mesquita, 2000).

O processo de formação constituiu-se como sendo um conjunto de

etapas nas quais o atleta vai ser capaz de assimilar, desenvolver e consolidar

as mais distintas capacidades, o que exige uma estrutura específica

(substância e método) e dinâmica (tempo) durante todo o processo de treino

(Nogueira, 2005).

No início de cada época desportiva, é objetivo fundamental do treinador

confrontar-se e ser capaz de chegar a uma resposta para um conjunto de

questões nucleares (O quê? Como? Quando?). Só desta forma, será capaz de

modelar as suas intervenções no treino, de acordo com as verdadeiras

necessidades dos seus atletas, para que contribua para um desenvolvimento e

preparação desportiva coerente de uma formação harmoniosa (Graça et al.,

2003.

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Enquadramento Biográfico

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III. Enquadramento Biográfico

3.1. De onde venho? Quem sou? Para onde vou?

A magnificência do ser humano reside na sua própria essência. O

Homem existe para ser um ser pensante e com objetivos claros. Como afirmou

Pascal (1988, p. 347), "O homem é uma cana [...] mas é uma cana pensante.".

Por isso, o ser humano é um ser que ininterruptamente busca algo e de

todas as questões que o homem levanta, três destacam-se claramente (De

onde venho?, Quem sou?, Para onde vou?). Estas perguntas são cruciais, pois

dependendo da sua resposta, o seu modo de vida e a relação que terá com os

outros, serão determinados.

Para responder às primeiras questões tive de recuar aos primórdios da

minha existência, às minhas raízes. Nos meus primeiros anos de vida o

contacto com o universo desportivo foi diminuto, fui uma criança obesa, com

baixa autoestima e algo introvertido. No entanto, fui uma criança que se

inquietava e florescia com o “grande palco” da minha geração, onde todas as

crianças se sentiam parte da equipa: a rua. Sempre que surgia uma

oportunidade, brincava e jogava com os meus “colegas de equipa“ (vizinhos e

até mesmo completos desconhecidos). A mim cabia-me o lugar da baliza,

obviamente, a posição de qualquer gordinho que se preze. Ainda assim,

avançava correndo vezes sem conta com a bola em direção à baliza

adversária, na esperança de fazer o golo vitorioso e ser assim a figura do jogo.

Esta necessidade intrínseca de me tornar melhor possibilitou-me a força que

necessitava para ser um jovem, um atleta, um ser humano melhor e mais

saudável. E assim, encontrei-me, perdendo-me no seio do desporto, no seio de

uma paixão antiga e inexaurível.

O desporto foi sem sombra de dúvida o meu grande mentor no que toca

à preparação para a vida em sociedade, aos valores e princípios pelos quais

me rejo até hoje. O desporto tem a capacidade de promover uma diversa

panóplia de experiências de partilha com o desígnio de ser o instigador de

hábitos de vida saudáveis, através do desenvolvimento psicossocial por

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intervenção da disciplina, liderança, respeito e cooperação, bem como o de ter

um papel primordial no que toca à aprendizagem de habilidades e

competências motoras.

Foi com cerca de 13 anos que tive a minha primeira experiência

(formalmente) desportiva, decidindo, contra a vontade dos meus pais e num ato

de inocente rebeldia, experimentar este maravilhoso mundo do Desporto.

Ganhei coragem e apresentei-me num pequeno clube local para treinar à

experiência na modalidade conhecida como “O Desporto Rei”, o futebol.

Embora esta experiência se tenha vindo a revelar um insucesso, foi para mim o

pontapé de saída para o futuro que se avizinharia. Olhei em frente e decidi

mudar o rumo da minha vida.

Na fase de mudança do ensino básico para o secundário, decidi que o

caminho a seguir seria o ligado ao desporto, foi assim que entrei para o Curso

Tecnológico de Animação e Gestão Desportiva. Coloquei-me, pela primeira

vez, no papel de professor/treinador, sentindo a responsabilidade e a inevitável

vontade de fazer a diferença na vida das crianças com as quais me cruzava.

Os meus professores tiveram um papel fundamental nas minhas

escolhas futuras pois, através deles, consegui perceber que o papel de

treinador ou professor não se resume simplesmente à transmissão de

informações ou conhecimentos mas, principalmente, a uma partilha única de

aprendizagens e experiências, com a honra impagável de ver os nossos

pupilos a crescer, tornarem-se grandes atletas e acima de tudo grandes seres

humanos. A minha experiência como atleta iniciou-se, também, nesta fase

quando ingressei para as equipas de voleibol e de ginástica de grupo da escola

que frequentava (Colégio de Gaia), obtendo ótimos resultados a nível coletivo e

pessoal.

A transição do ensino secundário para o ensino académico foi para mim

uma entusiasmante e enigmática época, finalmente iria iniciar a minha

especialização. A minha licenciatura foi iniciada e findada no Instituto Superior

da Maia, onde vivenciei experiências únicas, extremamente enriquecedoras.

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Com os ensinamentos que me foram sendo transmitidos, a perceção de que

me tornava cada vez mais ávido de conhecimento foi crescendo e assim a

necessidade de querer aprender cada vez mais aumentou.

Constatando a minha inquietação pelo conhecimento, o meu destino

académico estava uma vez mais traçado, o mestrado era o passo a seguir.

Assim, embarquei nesta nova viagem na Faculdade de Ciências da

Universidade do Porto e no 2º ciclo em Desporto para Crianças e Jovens. Foi

neste curso e nesta instituição que senti uma vontade reforçada para continuar

a trilhar este percurso, com ensinamentos e conhecimentos incrivelmente

compensadores. Cimentei as minhas convicções de que estaria no percurso

certo e que valeram a pena todos os percalços e “pedras no caminho” que

foram surgindo ao longo da minha vida, pois apenas fizeram com que toda esta

longa viagem fosse ainda mais prazerosa.

Por fim chego a última questão que se apresenta: Para onde vou?

Chegado a este patamar, em que me encontro a redigir o relatório de estágio

para a conclusão de um novo ciclo, o caminho é mais do que óbvio. A minha

paixão antiga, o andebol, será a minha ferramenta de trabalho, mas o meu

instrumento será composto por todo um conjunto de conhecimentos,

experiências e competências que adquiri e que pretenderei transmitir aos meus

atletas, as crianças e os jovens que cruzarem o meu caminho. A minha grande

ambição é proporcionar à “minha equipa” a possibilidade de se tornarem não

só em grandes atletas mas, principalmente, a de crescerem instigados pela

paixão avassaladora do desporto a tornarem-se homens e mulheres

preparados para enfrentar e ultrapassar todas as adversidades que o mundo

lhes vai oferecer. Pretendo transmitir aos meus atletas alguns princípios fulcrais

que formam um verdadeiro ser humano: o respeito (seja pelo próximo, pelo

meio envolvente ou pelo próprio), a conduta (disciplina, os preceitos e regras

de justiça e equidade), a autonomia, autossuficiência e tomada de decisão

(capacidade de resolver os problemas que surgem sem ser dependente,

tomando as decisões mais acertadas a cada momento), a autoestima (acreditar

em si próprio e nas suas convicções), a capacidade de viver em harmonia com

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a sociedade e por fim a resiliência (serem capazes de combater e ultrapassar

da melhor forma todas as adversidades que surgirem no seu caminho e com

elas tornarem-se ainda mais fortes).

O Desporto é, assim, o caminho que quero trilhar, inspirando crianças e

jovens a conhecerem-se melhor, criando metamorfoses dentro de si.

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Estágio Profissionalizante

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IV. Estágio Profissionalizante

4.1. Pertinência

A realização deste estágio surgiu pela necessidade quase visceral de

querer aprender mais sobre a modalidade que me apaixona e ter como

ambição pessoal ser treinador de andebol de formação. Sendo esta uma

modalidade fortemente enraizada na cultura portuguesa, entendo que pode ser

amplamente trabalhada na formação servindo como veículo para o aumento da

diversidade da prática desportiva que vivemos presentemente. A escassez de

relatórios que esmiúçam a complexidade da preparação desportiva em jovens

jogadores de andebol, firmou-se como sendo um desafio para a realização do

presente trabalho.

Desta minha vivência como treinador, fica evidente o quanto é complexo

e difícil criar uma filosofia de treino coerente, eficaz e bem fundamentada.

Desde logo pelas dificuldades em se medir os resultados do método empregue,

dado que muitas vezes só a longo prazo se consegue perceber se determinado

jogador está apto para enfrestar as exigências do alto rendimento, por exemplo

(há também outras questões relativas ao facto de tratarem de crianças e jovens

em fase de crescimento também pela razão de se tratar de um processo muito

complexo o facto de medir as competências e aprendizagens em

andebol…etc.).

A formação deve funcionar como ponto de partida para um desporto

competitivo federado de qualidade e a implementação de métodos de treino

comprovados e eficientes servirá, sem sombra de dúvidas, como “rastilho” para

um desenvolvimento exponencial da modalidade em termos desportivos, bem

como para o crescimento da procura desta modalidade. Neste sentido,

procurarei ao longo dos próximos capítulos propor uma metodologia de

trabalho para as etapas de formação iniciais (Minis e Infantis Masculinos)

dentro da modalidade de andebol, de forma a evidenciar que o ensino, nesta

fase inicial, deve ser executado de forma simples e objetiva mas sempre com a

preocupação de manter presente o fator motivacional nos atletas para que,

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desta forma, adquiram (ou pelo menos mantenham) um novo ímpeto de

interesse pelo desporto em geral, e pela modalidade de andebol em particular.

4.2. Objetivos

A missão do estágio reclamava uma integral responsabilidade pelo

processo de treino, bem como pela orientação na competição das equipas

masculinas de andebol dos escalões de minis e infantis masculinos

representantes do A.F.C.. Desta forma os principais objetivos deste estágio

encadearam-se da seguinte forma:

Clarificar um modelo de jogo apropriado às equipas e às suas próprias

exigências competitivas;

Desenvolver a capacidade de observação e de identificação das

dificuldades ou erros de execução técnicas e decisão tática;

Estabelecer exercícios próprios para uma melhoria do desempenho

dentro de um registro das dificuldades e lacunas constatadas e

posteriormente apurar a sua competência;

Aprimorar o nível tático e técnico dos jogadores auspiciando o

desenvolvimento de recursos indispensáveis para a sua evolução e

afirmação nos escalões superiores do clube;

Despoletar um raciocínio tático coletivo preliminar, assente em princípios

de jogo.

Adquirir capacidades/habilidades para orientar os atletas no decorrer

dos seus treinos e jogos.

Por conseguinte, transversalmente à sistematização da pesquisa da

revisão bibliográfica e da prática preconizada com estas equipas, o grande

intuito será o de construir um discurso coerente e lógico de forma a estabelecer

uma reflexão (antes, durante e após a ação) focada nas questões da

periodização e planificação do treino, a fim de apurar quais as metodologias

mais adequadas para estas etapas da formação, em particular na modalidade

de andebol.

4.3. Estrutura

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O presente trabalho encontra-se estruturado de acordo com as normas

orientadoras de redação e apresentação de dissertações de Mestrado impostas

pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Desta feita, o presente

relatório encontra-se distribuído e ordenado por nove capítulos, apresentados

do seguinte modo:

O capítulo I refere-se à Introdução, na qual é apresentada uma

apresentação deste trabalho.

No capítulo II aborda-se o tema da Revisão de Literatura, onde se

pretende confirmar o andebol como uma modalidade desportiva, apresentar o

valor do desporto e do treinador na formação, efetuar uma síntese evolutiva

dos conceitos de programação, periodização e planificação, bem como

discorrer sobre a importância do modelo de jogo e do treino na formação em

particular.

No capítulo III insere-se o Enquadramento Biográfico, onde é feita

uma breve caracterização da minha pessoa sob a forma cronológica.

No Capitulo IV é apresentado o Estágio Profissionalizante, na qual se

descreve o enquadramento deste estágio, referindo a pertinência do mesmo,

bem como os objetivos e estrutura adjacentes.

No Capítulo V, será realizado o Enquadramento da Prática

Profissional, onde é expressado o contexto legal e institucional, analisando de

forma sucinta o clube, o seu enquadramento histórico, a sua estrutura física e

recursos humanos, bem como os seus objetivos fundamentais (especialmente

da formação, objeto de estudo).

O Capítulo VI e Capítulo VII são destinados ao trabalho preconizado

com as equipas de Infantis Masculinos e Minis Masculinos, respetivamente,

através de uma explanação dos seus objetivos: estruturação da programação;

periodização e planificação (nas dimensões macro e micro); ideologia do

modelo de jogo e estruturação do treino a aplicar, evidenciando as dificuldades

sublinhadas pelos atletas e equipa, e consecutivamente as sequências

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metodológica dos principais conteúdos desenvolvidos de treino implementadas

nestas duas equipas do Académico Futebol Clube; finalizando com os seus

resultados e avaliação de desempenho, referenciando o método utilizado para

observar e analisar o desempenho não só da equipa mas também dos atletas

em situação de jogo e de treino, bem como os jogos disputados no decorrer

das suas épocas desportivas, assim como os seus regulamentos e resultados

atingidos.

O Capítulo VIII, Conclusões e Sugestões, encarrega-se de apurar as

principais conclusões alcançadas com este relatório de estágio, bem como

inspirar algumas sugestões para futuros estudos.

Por fim, no Capítulo IX está presente toda a Bibliografia utilizada para

a estruturação deste trabalho.

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Enquadramento da Prática Profissional

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V. Enquadramento da Prática Profissional

5.1. Contexto Legal e Institucional

O Estágio de Formação em Exercício (E.F.E.) enquadra-se no plano de

estudos do Mestrado em Desporto para Crianças e Jovens da Faculdade de

Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) e é superiormente abrangida

pela Comissão Científica do Curso de Segundo Ciclo de Estudos conducente

ao grau de Mestre em Desporto para Crianças e Jovens, presidida pelo Diretor

do Curso.

A organização desta Unidade Curricular é da inteira responsabilidade do

professor regente, em restrita relação com a Comissão Científica e a Comissão

de Acompanhamento do Curso de Mestrado em Desporto para Crianças e

Jovens. O correspondente Relatório de E.F.E. rege-se segundo as normas da

instituição universitária em articulação com as normas da instituição cooperante

na qual venha a decorrer o E.F.E..

A realização do estágio é considerada como uma das condições

possíveis para a obtenção do grau de mestre pois, de acordo com a lei em

vigor à data da realização do estágio, o ciclo de estudos conducente ao grau de

mestre de um curso de especialização constituído por um conjunto organizado

de unidades curriculares, integra uma dissertação ou estágio de natureza

profissional objeto de relatório final (2º do Decreto-Lei nº 74/2006, de 24 de

Março, alterado pelo Decreto-Lei nº 107/2008, de 25 de Junho, e pelo Decreto-

Lei nº 230/2009, de 14 de Setembro).

No âmbito legal acima descrito e fruto de um protocolo de colaboração

celebrado entre a FADEUP, e o A.F.C. – Académico Futebol Clube, foi-me

concedida a possibilidade de poder realizar o estágio profissional nesta

instituição tendo como principal objetivo a obtenção do grau de mestre.

O E.F.E. representa assim a última Unidade Curricular do segundo Ciclo

de estudos conducente ao grau de Mestre em Desporto para Crianças e

Jovens e habilita o indivíduo para o treino, garantindo-lhe o reconhecimento

total para a cédula de Treinador de Grau II referente à modalidade escolhida.

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O Treinador Estagiário (T.E.) assume uma equipa desportiva da

associação de acolhimento, pertencente ao professor cooperante. Todo o

processo de ensino-aprendizagem é levado a cabo pelo T.E., ou seja, toda a

concepção, planeamento e realização é da responsabilidade do T.E.

De acordo com o artigo 8.º, compete ao estudante estagiário realizar

todas as tarefas previstas nos documentos orientadores do T.E., elaborar o seu

projeto de formação, cumprir o serviço de treinador na (s) equipa (s) que lhe for

(em) designada (s) realizando as tarefas de planificação, realização e avaliação

inerentes. Para além disso, o T.E. deve elaborar e manter atualizado o portfólio

digital do Estágio Profissional. Por último, o T.E. deve compor e defender

publicamente o Relatório de Estágio, de acordo com o definido nos artigos 7º,

ponto 4 e 9º, ponto 3 do Regulamento do Curso de 2º Ciclo de Desporto para

Crianças e Jovens da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

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5.2. Caracterização da Instituição de Acolhimento

5.2.1. Breve Enquadramento Histórico

O Académico Futebol Clube é um clube desportivo centenário (103

anos) e com ampla tradição na cidade do Porto. A sua origem remonta ao

século XX, sendo fundado a 15 de Setembro de 1911, por um grupo de

estudantes.

Entre os vários títulos e distinções alcançados por este clube ao longo

da sua existência, destacam-se algumas datas ilustres como: a de 5 de

Outubro de 1930, momento em que foi distinguido com o grau de Cavaleiro da

Ordem Militar de Cristo, passando assim esta condecoração a fazer parte do

seu emblema; a de 15 de Novembro de 1986 obteve nova distinção, desta vez

como Membro-Honorário do Infante D. Henrique.

Este clube estabeleceu-se, ao longo da sua primeira metade de vida,

como uma referência e integrou-se dentro de um contexto desportivo

restringido aos valores enraizados desta atividade, pensada e elaborada

exclusivamente por objetivos lúdicos e de formação física e cívica.

Com o seu crescimento, desenvolveu um compromisso de eminente

versatilidade, sendo mesmo decisivo na história, uma vez que se tornou o

percursor de distintas modalidades e consequentemente membro fundador de

inúmeras Associações Desportivas do Porto e respetivas Federações.

Foi também pioneiro no que diz respeito às infraestruturas desportivas,

sendo o primeiro clube português a construir um campo de futebol relvado. O

famoso Estádio do Lima era constituído por duas pistas, uma de atletismo e

outra de ciclismo, sendo uma das estruturas desportivas, até então no país (fim

dos anos sessenta), mais utilizadas e divulgadas. Este saudosista Estádio

contemplava também dois campos de Ténis, um ringue específico para a

prática do Hóquei em Patins e Patinagem, e ainda um recinto de Basquetebol

(o primeiro da cidade), onde aconteceu o primeiro jogo internacional a

24/05/1931 (Portugal-9 vs França-34).

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No início dos anos 60 teve lugar a construção do pavilhão do Lima,

edificado sob as então ruínas do aclamado ringue, passando a ser a

“residência” das equipas da cidade para participar em todos os campeonatos

nacionais de andebol, basquetebol e hóquei em patins.

Mais recentemente, um dos ginásios deixou de ter a sua função inicial e

passou a dar lugar a uma sala mais polivalente, na qual já se praticou Ténis de

Mesa e atualmente é exclusiva para a competição de Bilhar e como gabinete

de Fisioterapia. Fazem também parte integrante das instalações do clube, um

bar/restaurante e uma sala de fisioterapia.

Atualmente, o clube envolve as modalidades de aikido, andebol,

basquetebol, hóquei em patins, montanhismo e campismo, karaté, bilhar,

ginástica, kung-fu, taekwondo, capoeira, tiro com arco e musculação, não

olvidando que a prioridade do Clube é assegurar uma a saúde e bem-estar dos

seus praticantes.

Entre o leque de atletas, dirigentes e sócios que já deixaram a sua

marca e contribuíram para a história do Clube, alguns ainda hoje se mantêm

pelo Académico Futebol Clube, contribuindo na construção da que é já

considerada uma instituição de utilidade pública de grande escala e com papel

desportivo e social na cidade do Porto, notoriamente distinto no que diz

respeito a clubes amadores.

Foi dentro de uma ideologia de clube eclético, com ambição de estar ao

serviço de uma população abrangente, que surgiu a aclamada MICA – Escola

de Desporto do A.F.C. Esta Escola insere-se num espírito jovem, desportivo e

de qualidade, filosofia universal nas atividades do Clube e, como tal, emerge

como alternativa conceptual com pretensões de fazer parte da história do

Académico Futebol Clube.

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47

5.2.2. Estrutura Física

O Clube e as suas instalações estão localizados na Rua Costa Cabral,

na cidade do Porto.

As infraestruturas desportivas do Académico Futebol Clube são:

1 Pavilhão de Jogos (Pavilhão “A”), com luz artificial que integra as

modalidades de andebol e basquetebol composto por:

Balneários para os atletas;

Balneário para os treinadores;

Balneário para os árbitros;

2 Salas para treinadores e secionistas da respetiva modalidade

(basquetebol ou andebol), com acesso à Internet. As salas servem

propósitos vários, nomeadamente para arquivar informação da secção e

guardar material e equipamento de treino e de jogo.

1 Pavilhão de Treinos (Pavilhão “B”), com luz artificial, mais orientado

para a prática do Hóquei em Patins e Patinagem, sendo composto por:

Balneários para os atletas;

Balneário para os treinadores;

Balneário para os árbitros;

1 Sala para treinadores e secionistas da respetiva modalidade (Hóquei

em Patins), composta como acima referi para o pavilhão A.

1 Pavilhão Multiusos Gimnodesportivo, com luz artificial que integra a

modalidade de ginástica;

1 Ginásio de cardio e musculação;

1 Sala de Fisioterapia;

Edifício de apoio à atividade desportiva composto por:

Receção;

Secretaria;

Museu e Sala dos Troféus;

Parque para veículos;

Arrumos;

Bar/restaurante com esplanada.

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5.3. Secção de andebol

O Académico Futebol Clube acolhe centenas de atletas de diferentes

faixas etárias e distintos níveis de desempenho desportivo. Apesar das muitas

dificuldades financeiras e limitações ao nível das instalações, com claras

consequências nos tempos de treinos, o número de praticantes não parado de

aumentar. Acresce que a secção tem dois setores, o Masculino e o Feminino,

que se dedicam fundamentalmente à formação de jovens praticantes (possuem

todos os escalões), ainda a competição sénior também seja importante, muito

embora de carácter exclusivamente amador.

A tabela 1, abaixo apresentado, apresenta de forma detalhada, o

número de praticantes por setores e escalões de prática na época desportiva

2003-14.

Tabela 1. Atletas do Académico Futebol Clube para a época 2013/2014.

ÉPOCA 2013/2014

ESCALÃO

DATA NASCIMENTO/SETOR Nº ATLETAS

MASCULINO FEMININO MASC FEMIN TOTAL

COMPETIÇÃO SENIORES 1992 1994 24 11 35

FORMAÇÃO

JUNIORES 1993/94/95 1995/96 23 15 38

JUVENIS 1996/97/98 1997/98 21 10 31

INICIADOS 1899/00 1999/00 22 10 32

INFANTIS 2001/02 2001/02 15 12 27

MINIS 2003/04 2003/04 12 4 16

BAMBIS 2005/06 2005/06 2 1 3

TOTAL 182

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5.3.1. Recursos Humanos e Financeiros

A estrutura do clube encontra-se devidamente hierarquizada,

estruturada, organizada e coordenada, oferecendo a todos os intervenientes

um ambiente profissional, estável, e rigoroso (ver Tabela 2).

A presente época desportiva foi iniciada com algumas mudanças em

relação à época transata, no que diz respeito à estrutura da equipa técnica de

alguns escalões da formação (Iniciados Masculinos, Juvenis Masculinos,

Infantis Masculinos, Minis Masculinos).

Atualmente, a secção de andebol do Académico Futebol Clube é

composta por vinte e cinco elementos (15 dirigentes e 10 treinadores),

distribuídos pelos dois setores e pelos diversos escalões, com diferentes

funções.

Tabela 2. Recursos Humanos do Académico Futebol Clube.

NOME FUNÇÃO A DESEMPENHAR Nº ELEMENTOS

ASSEMBLEIA – GERAL (CLUBE)

Sílvio Cervan Presidente 1

António Manuel Graça Torres Valente Vice-Presidente 1

Nélson Oliveira Pinheiro Vieira 1º Secretário 1

António José Cardoso Barros 2º Secretário 1

DIREÇÃO (CLUBE)

José Pedro Sarmento Rebocho Lopes Presidente 1

Alda Regina da Silva Pena Vice-Presidente 1

Assunção Armanda Sousa Pinto Vice-Presidente 1

Bruno Miguel Coelho Campos Leite Vice-Presidente 1

Francisco Fonseca Perdigão Vice-Presidente 1

José Luís Durães Rego Vice-Presidente 1

Paulo Alberto da Silva Teixeira Vice-Presidente 1

CONSELHO FISCAL (CLUBE)

António Manuel Martins Amaral Presidente 1

José Henrique Vahia Pinto da Cunha Vice-Presidente 1

Eduardo Valentim Basto Barbedo Ferreira Secretário 1

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Augusto Rocha de Azevedo Relator 1

Maria Beatriz Ferreira Coelho Vogal 1

AGENTES DESPORTIVOS (ANDEBOL)

Jorge Crispim Martins Ferreira Esteves Vigario Oficial 1

Paulo Miguel Constante Rocha Gomes OFI Dirigente Nacional. 1

Serafim Alice Gonçalves Oficial 1

Maria Fátima Antunes Lopes Mendes Oficial 1

Rita Faria Pacheco Areias Riberio Oficial 1

Vitor Manuel Baptista Areias Carneiro OFI Coord. Segurança/Dir. Campo 1

Jorge Silva Duarte Oficial 1

Manuel Fernandes Pinheiro Oficial 1

Laurindo Jorge Lopes Oficial 1

José Miguel Cunha Sousa Lopes Oficial 1

Ana Paula Afonso Escaleira Ribeiro Silva Oficial 1

Jorge Joaquim Ferreira Silva Oficial 1

Filipe José Calisto Correia Oficial 1

Arlindo Jorge Jesus Freire Oficial 1

Pedro Miguel Mota Oliveira Oficial 1

TREINADORES (ANDEBOL)

Bruno Filipe Martins Maia Trei. Grau III Seniores Masc. 1

José Ireneu Mirão Alves Moreira Trei. Grau III Seniores Femin. 1

Paulo Miguel Constante Rocha Gomes Trei. Grau II Juniores Masc. 1

André Alexandre Costa Monteiro Trei. Grau II Juniores Femin. 1

Alexandre Rodolfo Costa Monteiro Trei. Grau III Juvenis Masc. 1

André Alexandre Costa Monteiro Trei. Grau III Juvenis Femin. 1

Bruno Filipe Baudouin Pinhao Freitas Master Coach/ Grau IV

Iniciados Masc. 1

Laura Maria Aleixo Alves Trei. Grau III Iniciados Femin. 1

João António Almeida Osório/Ricardo Veiga Marques Trei. Estagiários Infantis Masc. 2

Maria Joao Sa Balao Calisto Correia Trei. Estagiária Infantis Femin. 1

João António Almeida Osório/Ricardo Veiga Marques Trei. Estagiários Minis Masc. 2

Maria Joao Sá Balão Calisto Correia Trei. Estagiária Minis Femin. 1

Total 45

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Material de treino disponível:

Embora o clube esteja a viver uma época bastante difícil no que diz

respeito às suas finanças, não deixa de ter ao dispor dos atletas material para

a prática desportiva, em particular o andebol. O A.F.C. faz um esforço para que

anualmente consiga renovar algum material que apresente maior desgaste

(mais especificamente as bolas de andebol de acordo com as normas da IHF).

De seguida passo a enumerar o material disponibilizado:

Arcos: 4 com tamanhos idênticos;

Balizas de andebol: 2 fixas e 6 móveis;

Bolas de andebol: Várias com tamanhos 1, 2 e 3 segundo as normas da

IHF;

Bolas Medicinais: 4 de 800 gr; 4 de 1kg; 6 de 3 kg; 4 de 5 kg;

Bolas Plásticas: Várias de cores distintas e com dimensão de 6,5 cm por

6,5 cm;

Cones altos e baixos: Vários de cor predominantemente vermelha;

Coletes: Vários com cores distintas;

Colchões: 2 colchões.

Cordas: 4 cordas com tamanhos variados;

Campo andebol: 1 campo interior com dimensões de acordo com as

regras estipuladas pela Federação;

Sinalizadores: Vários com cores distintas.

5.3.2. Objetivos da formação

Segundo Antón el al. (2000), o objetivo de um processo de formação

desportiva e iniciação do jogador é o de transmitir uma aprendizagem de

rotinas essenciais à prática de andebol, que se manifestam em: i) fazer o atleta

compreender a essência do desporto; ii) criar no atleta hábitos de prática

desportiva de um modo progressivo; iii) fomentar corretas aprendizagens tática-

técnicas específicas; iv) promover um desenvolvimento amplo das qualidades

motoras nas suas distintas formas de manifestação; v) transmitir ao atleta um

vasto leque de diferentes experiências.

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Por sua vez, Ehret (2002), tem uma visão menos restritiva, relembrando

que na formação ainda se verifica uma prática, em tudo errada, de treinos

desajustados e altamente especializados com crianças e jovens, com um único

objetivo em mente, o de alcançar o sucesso o mais rápido possível (vitória em

campeonatos).

Tendo em conta a especificidade da modalidade, que aporta requisitos

proprioceptivos de grau elevado, Antón el al. (2000), define como objetivo

fundamental da formação o refinamento da capacidade proprioceptiva,

retirando exclusividade ao valor geralmente atribuído à execução motora, e

realçando em contrapartida outros aspetos como: o desenvolvimento da

capacidade espaciotemporal (o aumento do campo visual), o desenvolvimento

da sistematização dos níveis de atenção e consequente seletividade, e por fim,

a promoção dos processos de antecipação e da melhoria da destreza e das

capacidades coordenativas em geral (expansão da imprevisibilidade das

ações).

Esta posição é suportada por Lima (1999), que defende que as etapas

iniciais de formação desportiva das crianças devem elevar o desenvolvimento

das capacidades coordenativas. Medidas essas que necessariamente

dependerão do grau de prontidão desportiva dos atletas para que tal

desenvolvimento ocorra, como referem Marques e Oliveira (2002).

Numa fase inicial, os objetivos centrais do treinador devem incidir

unicamente na motivação para a prática do andebol, de forma a garantir uma

formação global e multidisciplinar.

Os objetivos centrais estipulados para a formação neste período

competitivo foram invocados pelo diretor técnico da secção de andebol do

A.F.C. (Professor Ireneu Moreira), em consonância com os dirigentes dos

vários setores, no cumprimento da filosofia, missão social e desportiva do

Clube em questão:

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Capítulo psicossocial:

a) Instigar e desenvolver nos atletas valores de respeito, responsabilidade,

fair-play e tolerância.

b) Fomentar o espírito de equipa, o espírito competitivo, autonomia e

cultura desportiva nos praticantes.

c) Aumentar o número de crianças federadas na modalidade de andebol no

clube, preferencialmente no que diz respeito aos escalões de formação

(minis, infantis e iniciados).

d) Promover, divulgar e disseminar a prática do andebol nas crianças e

jovens da região do Porto;

e) Captar, reter e incutir o gosto pela prática do andebol nas crianças e

jovens a partir dos 8 anos;

f) Contribuir ativamente para a formação de futuros cidadãos capazes de

enfrentarem as situações mais difíceis com que se vão deparando no

decorrer da sua vida;

g) Envolver a família e a escola, promovendo a sua interligação com o

Académico Futebol Clube, potenciando a valorização da formação

integral dos atletas;

h) Capacitar os praticantes para aceitarem a vitória e a derrota com

naturalidade, sabendo ganhar e perder, respeitando todos os

intervenientes do jogo, sejam eles dirigentes, técnicos, equipa de

arbitragem, atletas adversários, familiares, ou simples espetadores;

i) Qualificar e prestigiar o andebol do Norte do país junto da comunidade

nacional, incutindo uma “mística” pelo Académico Futebol Clube que

fortaleça a ligação afetiva entre todos os intervenientes.

Capítulo habilidades motoras (tático-técnica):

a) Formar jovens jogadores de sucesso, com bases sólidas com as

exigências motoras, táticas e técnicas de longo prazo, aspirando a uma

subsequente integração e valorização do escalão sénior;

b) Não promover a aceleração do processo de maturação.

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Equipa de Infantis

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VI. Equipa de Infantis

6.1. Modelo de Jogo

Uma vez perante a ausência de uma filosofia de um modelo de jogo para

os escalões de formação do A.F.C., foi realizada uma análise e observação dos

atletas para que posteriormente se formulasse um modelo de jogo coerente e

conciso para esta etapa da formação dos atletas em causa.

Desta forma, a definição do modelo de jogo a implementar no escalão de

infantis masculinos teve em conta os objetivos formulados pela secção para o

escalão em causa, além de ser suportada pela conclusão chegada através da

análise destes mesmos atletas. Não obstante, foi perentória a decisão de que

este modelo teria de ser aquele que melhor se adaptasse às necessidades de

aprendizagem e de desenvolvimento dos jogadores em causa, sem

negligenciar as exigências competitivas do escalão em causa.

Perante a inexistência de uma filosofia de jogo para seguir, a ideia de

modelo de jogo foi profundamente debatida e analisada pelos treinadores

responsáveis pelo escalão em causa. A ideia de jogo foi suportada em

princípios de natureza tática a implementar face às várias fases do jogo ou

métodos de jogo a privilegiar. Naturalmente que a implementação de princípios

e regras de atuação de natureza coletiva impõem a adoção de

comportamentos de cooperação que importa desenvolver para vencer a

oposição.

Conforme afirmam Ribeiro e Volossovitch (2004), o desenvolvimento de

um qualquer modelo de jogo, pretende descortinar as linhas orientadoras que

direcionam o comportamento dos jogadores em situação de jogo formal, no

sentido de garantir uma coerência, racionalidade e intangibilidade entre os

colegas de equipa, sem esquecer a imprevisibilidade do seu adversário.

Procurámos algum suporte conceptual, metodológico ou até

experimental para desenvolver o modelo de jogo a implementar no nível de

jogo em causa (escalão de formação), tendo-se verificado uma enorme

escassez de contributos para que tal fosse possível.

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A forma de jogar desta equipa em particular, foi estruturada

essencialmente segundo as situações de igualdade numérica, no entanto,

foram também designados pressupostos para os momentos de inferioridade e

superioridade, tanto para o domínio ofensivo como defensivo.

Assim, o jogo ofensivo foi organizado em duas fases: i) transições; ii)

ataque posicional. Para cada uma destas fases definiram-se princípios e

conceitos que em seguida se se expõem.

6.1.1. Processo Ofensivo

i. Transição Ofensiva

Princípios:

Rápida progressão da bola com o foco colocado em alcançar a baliza

adversária: (i) utilizar sempre que possível o passe (passes com

segurança, velocidade e de curta distância); (ii) uso do drible

exclusivamente como recurso (quando surge uma situação em que não

há linhas de passe mais ofensivas); (iii) o jogador sem posse de bola

deve ter capacidade de criar linhas de passe de rutura (especialmente

em zonas de progressão e finalização favoráveis para a sua equipa);

Continuidade: evitar sempre que possível a interrupção das ações por

motivo de falta do adversário (evitar que o adversário crie o contacto

físico sempre que o atleta se encontra em posse de bola);

Finalização em zonas de maior eficácia (procurar finalizar em zonas

próximas e com a máxima perpendicularidade à baliza).

A transição ofensiva rápida pode apresentar três formas distintas: a)

contra-ataque, ataque rápido e b) contra golo.

a) Contra-ataque e ataque rápido

A transição ofensiva foi estruturada sob a forma de duas vagas distintas,

cada uma composta por três jogadores. A primeira era constituída pelos pontas

(direito e esquerdo) e pelo defesa avançado (central). A segunda surge,

imediatamente, por intermédio dos jogadores laterais (lateral direito) e defesa

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central (pivot). Assim que a equipa recupera a posse de bola, os jogadores

devem avançar no terreno de jogo de forma imediata, os atletas que constituem

a primeira vaga (pontas e central), salvaguardando sempre o ressalto defensivo

estão os jogadores que ocupam o espaço central do sistema defensivo (laterais

e pivot).

Quando a situação do primeiro passe ocorre pelas mãos do guarda

redes existem então duas opções dominantes a pôr em prática: i) passe direto

para os jogadores da primeira vaga, apenas se surgirem sem qualquer

oposição e em zona favorável; ii) passe para o jogador central da segunda

vaga, que por sua vez opta por passar a bola a um dos jogadores da primeira

vaga ou, caso impossibilitado para tal, procura de imediato uma linha de passe

segura na segunda vaga de jogadores.

No término da transição rápida, e não tendo sido possível criar uma

situação de finalização, o ataque deve estar estruturado num sistema 3:3. Os

atletas encarregues de executar a segunda vaga foram instruídos no sentido de

apenas tomarem a iniciativa de rematar em situação de fraca ou nenhuma

oposição. Não obstante, devem sempre demonstrar intenção ou predisposição

para atacar a baliza, podendo optar por dar continuidade às ações de ataque à

baliza, na vaga da transição rápida, sempre que o adversário demonstra

dificuldades de organização imediata, havendo assim algum desequilíbrio

defensivo e espaço que importa explorar rapidamente. Com efeito, podem ser

tomadas iniciativas de penetração no espaço entre defensores, para criar

situações de superioridade numérica, ou de fixação em amplitude para criar

espaço favorecendo a ação colegas.

b) Contra golo

Este método de jogo foi implementado no andebol como consequência

das alterações às regras do jogo praticadas em 1995 (Seco, 2006). Na sua

essência, expressa-se essencialmente por uma reposição rápida da bola a

meio campo após a sua equipa ter sofrido golo da equipa adversária, desta

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forma, para tentar retirar imediatamente partido da desorganização defensiva

adversária e eventual inferioridade numérica relativa dos mesmos.

Na prática, após golo da equipa adversária, o atleta que defende na

posição mais avançada do terreno, deve deslocar-se rapidamente para o local

de reposição da bola em jogo, nesse momento o guarda-redes realiza um

passe rápido e direto para este mesmo jogador que, por sua vez, coloca a bola

em jogo e dá início à transição.

ii. Ataque em sistema

O ataque em sistema é desenvolvido quando surge a impossibilidade

para criar uma situação de finalização imediata, através da utilização de

qualquer método de transição ofensiva rápida (contra-ataque, ataque rápido ou

contra golo). No entanto, não houve intenção de mecanizar o jogo com base

em combinações ofensivas, ficando assim fora das opções quaisquer

combinações fechadas.

O jogo desta equipa está estruturado no sistema típico 3:3, com eventual

possibilidade de alteração de sistema para 2:4 (entradas a segundo pivot). As

entradas a segundo pivot deverão ocorrer essencialmente por indicação do

jogador central, assim que se apercebe que o momento é oportuno (adversário

se encontra numa defesa subida e cria espaços junto à zona de 6 metros; há

uma necessidade de desorientar a defesa adversária quando se encontra num

sistema mais fechado), podendo também ocorrer sempre que se verifiquem

situações favoráveis à receção da bola em condições de finalização, apelando

assim à inteligência tática.

Foi, ainda, pretendido desenvolver um sentido de cooperação na

construção do jogo de ataque em zonas/sectores a explorar, respeitando os

princípios de jogo definidos, e é dada alguma liberdade tática na resolução de

situações de 1x1, 2x2 e 3x3.

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Princípios:

Superioridade numérica: o jogador em posse de bola deve ter intenção

de atacar a baliza, caso fixe mais do que um jogador, deve passar a bola

ao colega melhor posicionado para o remate;

Antecipação: capacidade dos atacantes interpretarem e preverem o

comportamento dos seus defensores adversários;

Amplitude: realizar uma circulação de bola com grande amplitude, com o

objetivo de desequilibrar, desorganizar a equipa adversária, por forma a

aumentar o espaço de ataque e as possibilidades de finalização com

sucesso;

Profundidade: constante agressividade das ações de ataque à baliza

adversária, procurando criar soluções maioritariamente de finalização

em situação favorável (1x GR);

Continuidade: execução das ações com fluidez;

Tomada de decisão: análise da melhor solução para cada ação a tomar

no decorrer do jogo;

Receção da bola em movimento: saber posicionar-se e deslocar-se para

receber a bola em movimento e na direção da baliza adversária

(colocação dos apoios na direção da baliza) é crucial para criar um

aumento exponencial da velocidade das ações ofensivas e garantir

assim elevados índices de eficiência do ataque; para o caso específico

do jogador pivot, este deve ter preocupações particulares em relação

aos outros jogadores de campo. O pivot deve deslocar-se para o local

mais próximo do companheiro que têm a posse de bola (central ou

lateral), mantendo uma posição oposta aos seus colegas (deve ficar de

costas para a baliza e virado para os seus companheiros de equipa).

Recolocação: após executado o ataque à baliza, o atleta deve

rapidamente ser capaz de reocupar o seu posto específico, de modo a

repor a amplitude e profundidade facilitando o desenvolvimento fluído do

jogo ofensivo.

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6.1.2. Processo Defensivo

O modelo de jogo do processo defensivo adotado para a equipa de

infantis contempla três sistemas defensivos essenciais: a defesa individual; a

defesa 5:1 e a defesa 3:3. Todos estes processos iam de encontro com as

exigências emitidas pela Federação. Os sistemas defensivos referidos, apesar

de possuírem características de funcionamento distintas, uma vez que diferem

no que diz respeito à disposição inicial dos elementos e zonas de atuação

preferenciais, com uma disposição e profundidade variadas, possuem um

conjunto de princípios que são comuns e complementares.

i. Recuperação Defensiva

Princípios:

Participação ativa de todos os atletas em jogo: imediatamente após a

perda da posse de bola, os atletas devem deslocar-se rapidamente na

direção da sua baliza, sem contudo perder o contato visual com a bola.

Os atletas devem ter em conta preocupações redobradas neste

momento do jogo, sendo elas: i) impedir a organização do contra–ataque

adversário; ii) recuperar a bola, por intermédio de intercepções,

desarmes e cortes da linha de passe.

Pressionar sempre o adversário que surge em posse da bola, atrasando

ou impedindo o desenvolvimento do ataque rápido/contra-ataque

adversário.

Evitar a inferioridade numérica: a ação de recuar por parte dos

defensores deve ser executada de forma estruturada, para que se evite

situações de inferioridade numérica, com especial atenção às zonas

favoráveis de finalização.

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ii. Defesa em Sistema

Princípios:

Atitude “ofensiva” dos defensores: criar condições ótimas para que surja

uma rápida recuperação da bola (interceções, corte de linhas de passe e

desarmes), sem nunca pôr em causa a proteção da própria baliza.

Pressionar constantemente o portador da bola: o portador da bola deve

ser rapidamente pressionado pelo seu defensor direto, de forma a

impedir ou simplesmente dificultar, de forma antecipada a sua ação.

Assegurar os chamados “triângulos defensivos”: Um dos vértices

corresponde ao defensor que se encontra a pressionar o portador da

bola, enquanto os outros dois defensores assumem os restantes vértices

criando uma situação de ajuda mútua mais eficaz.

iii. Sistema Defensivo - Defesa Individual

Neste tipo de defesa, a habilidade de cada defensor é fundamental, uma

vez que assume um papel de responsabilidade direta perante o atacante

adversário. Caso este defensor falhe a sua marcação, toda a equipa deverá ser

capaz de dar a cobertura necessária para colmatar essa falha, através de

trocas de marcação. Esta situação ou condição favorece a que cada defensor

não fique limitado à sua ação individual de simplesmente marcar um dos

atacantes, mas estar concentrado no jogo para desenvolver uma visão

periférica observando todo o jogo e aprendendo, assim, a fazer trocas e

coberturas quando necessárias.

Numa fase inicial foi priveligiado este sistema defensivo, mas perante a

incapacidade dos atletas a se adaptarem à exigência deste sistema, bem como

às limitações que apresentavam, passou a ser privilegiado em momentos

decisivos de jogo (normalmente últimos 5/10 minutos de jogo) em que o

resultado nos era desfavorável e se pretendia recuperar a bola rapidamente

para reduzir essa desvantagem para que os níveis motivacionais da equipa se

mantivessem elevados.

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iv. Sistema Defensivo 5:1

O sistema defensivo 5:1 é o sistema base utilizado nesta equipa, tendo

como objetivos fundamentais: i) perturbar a clareza de jogo ofensivo do

adversário, particularmente, através da ação do defesa mais avançado; ii)

condicionar as ações da 1ª linha do adversário, obrigando a remates de longa

distância e em zonas de maior dificuldade de finalização; iii) criar uma

superioridade numérica (defensiva) na zona do lateral com bola provocando

constantes indecisões e erros, de modo a poder intercetar o passe e recuperar

desta forma a posse de bola; iv) impedir sempre a finalização na zona central

do terreno de jogo;

Este sistema defensivo era executado de uma forma muito ofensiva,

sempre que a equipa adversária se aproximava da zona dos 9 metros, e menos

ativa quando o adversário ainda se mantinha a uma distância considerada

segura.

a) Ações por Posto Específico

Nos Quadros nº 1 e 2 encontram-se referenciadas as ações que cada atleta

deve executar, de acordo com o posto específico que ocupa, sempre que a sua

equipa se encontra num sistema defensivo 5:1.

1ª Linha defensiva (Pontas, Laterais e defesa Central):

Quadro 1. Ações da 1ª linha defensiva para determinado posto específico.

POSTO ESPECÍFICO AÇÕES

Pontas

- “Fechar a defesa” (evitar criar espaços abertos para o adversário poder

finalizar);

- Auxiliar os laterais;

- Estar sempre preparado para a saída em contra-ataque.

Laterais

- Troca de marcação;

- Marcação ao pivô em zona exterior;

- Ajudas aos jogadores: central, defesa-avançado e ponta;

- Saída ao braço do rematador.

Defesa Central - Marcação ao Pivot;

- Saída ao braço do rematador.

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- Ajudas no lado da bola;

- Capacidade de comunicar e liderar a defesa;

- Atleta base na condução para o contra-ataque.

2ª linha Defensiva (Defesa-avançado):

Quadro 2. Ações da 2ª linha defensiva para determinado posto específico.

POSTO ESPECÍFICO AÇÕES

Defesa Avançado

- Dissuasão e corte de linhas de passe;

- Fechar o espaço defensivo na zona central;

- Ajudas aos laterais e defesa central;

- Saída para o contra-ataque;

- Saída ao braço do rematador.

b) Reação às Entradas

Qualquer defensor deve realizar uma marcação a uma curta distância

sobre o seu opositor direto (mesmo quando a bola está muito distante),

retardando a sua entrada na zona de finalização.

v. Sistema Defensivo 3:3

O 3:3 é o sistema defensivo alternativo utilizado com maior frequência

nos jogos em que o índice de dificuldade é menor, visto que a equipa não

possui ainda este sistema consolidado. A opção de inclusão deste sistema foi

entendida como sendo um meio privilegiado para trabalhar as competências

defensivas individuais, uma vez que aumenta o espaço entre os defensores,

criando maior exigência defensiva individual e nas trocas, bem como obriga a

uma maior comunicação.

Finalidades e vantagens do sistema:

Provocar uma ininterrupta inadaptação e descontinuidade do jogo

ofensivo do adversário;

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66

Estimular a utilização de passes longos (adversários) que por sua

vez favoreçam as intercepções;

Criar condições favoráveis ao desenvolvimento do contra-ataque;

Aprimorar a técnica individual defensiva dos atletas.

a) Reação às entradas

Os defensores devem realizar uma marcação à distância (controlada) ao

seu opositor direto, tentando atrasar a sua entrada e realizar troca defensiva

quando adequado (defensores alinhados).

b) Trocas de Marcação

Neste sistema defensivo em particular, uma vez que se trata de um

sistema mais aberto e com a criação de maior espaço entre os defensores, a

troca de marcação era frequentemente incentivada. A prática desta situação

ocorre essencialmente em situações que os defensores de 2ª linha (laterais ou

central) se vêm perante uma situação em que o seu opositor direto ganha

vantagem perante ele, nessa altura o seu companheiro deve fechar o espaço

ganho pelo adversário de forma a evitar que houvesse uma vantagem para a

finalização.

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67

6.2. Objetivos

Antes de se estabelecerem objetivos para esta equipa, foi importante

perceber o nível de entendimento e de compreensão do jogo andebol por parte

dos jogadores desta equipa. Verificou-se que existia uma ideia de jogo

centrada exclusivamente na bola (posse de bola), ou seja, o essencial era fazer

golos, remetendo para segundo plano a proteção do alvo (evitar sofrer golos),

por exemplo.

As dificuldades, problemas e até evolução foram observadas/analisadas

no contexto de treino e de jogo. Durante os treinos a observação foi realizada

apenas em tempo real, no caso dos jogos, e sempre que possível, recorreu-se

também em registo das situações em vídeo, o que permitiu fazer uma análise

mais e aprofundada do desempenho dos jogadores e até das estratégias

utilizadas. As análises com recurso a videio, foram uma espécie de meio

essencial para o controlo da evolução e da adequação do processo de treino

às necessidades de aprendizagem e desenvolvimento dos jogadores.

No Quadro nº 4 apresentamos os problemas encontrados com base no

primeiro jogo oficial da equipa, referente ao Campeonato Nacional (12 de

Outubro de 2013).

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Quadro 3. Erros e limitações nos processos ofensivos e defensivos do escalão de infantis masculinos.

ERROS

PROCESSO OFENSIVO PROCESSO DEFENSIVO

- Reduzida continuidade de

jogo;

- Pouca profundidade de jogo;

- Circulação de bola com

jogadores pouco móveis;

- Ataque à baliza iniciado com

drible;

- Tomada de decisão errada,

após fixação de dois

defensores não libertam a

bola.

- Incorreta posição dos

apoios;

- Ajudas desnecessárias;

- Colocação errada entre

atacante direto e a sua baliza;

- Colocação errada entre a

bola e atacante direto;

- Inexistência dos triângulos

defensivos;

- Pouca agressividade

defensiva;

- Saída ao portador de bola

inexistente.

LIMITAÇÕES

- Tomada de decisão frequentemente errada;

- Transições defesa–ataque efetuadas em drible ou em ritmo

lento;

- Ritmo de jogo lento;

- Reduzida eficácia na finalização;

- Fraca noção de controlo defensivo;

-Reduzida mentalidade “ofensiva” na defesa.

Deste modo, facilmente se detetou que estes jogadores não praticavam

um jogo dentro da sua lógica racional desse período, praticavam sim um jogo

em que ter a posse da bola (atacar) era o principal e único objetivo. Assim,

tornou-se patente que uma série de objetivos que teriam de ser abordados

dentro do núcleo desta equipa, de forma a melhorar o seu desenvolvimento e

compreensão do jogo:

Objetivos Gerais:

Desenvolver a consciência de que o andebol se trata de uma inter-

relação entre os intervenientes do jogo e a bola, enfatizando que a

posse de bola é positiva, sendo até mesmo considerada uma das

possíveis formas para se poder criar golo na baliza adversária.

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Desenvolver nos atletas valores de responsabilidade e cidadania;

Fomentar o espírito competitivo, espírito de equipa e de entreajuda

nos praticantes;

Instigar e desenvolver nos atletas valores de respeito, fair-play e

tolerância.

Objetivos de natureza coletiva - ofensivos:

Desenvolver o “jogo de ataque sem bola”, explorando os espaços

vazios de modo a receber a bola, sempre em progressão para a

baliza adversária;

Incentivar a ajuda oportuna aos seus companheiros (aclaramentos,

criação de linhas de passe, criar uma situação de amplitude de jogo);

Adquirir a capacidade para ser objetivo sempre que se encontra na

posse da bola, ou seja, procurar atacar a baliza tentando ocupar os

espaços vazios e mais favoráveis para uma finalização.

Objetivos de natureza coletiva - defensivos:

Apresentar uma intenção para obter a posse de bola a todo o

momento;

Ajustar a pressão ao adversário consoante o perigo que apresenta;

Consolidar a noção de proteção da sua baliza, ganhando a posição

inicial para ser a “barreira” entre a baliza e o adversário de forma a

manter sempre a bola o mais afastada possível da mesma;

Compreender que sempre que ocorre uma situação de reposição de

bola (ocorrida por uma falta ou saída da bola do espaço de jogo), o

atleta deve manter-se em contato, visual ou físico, com os

adversários (sem bola) aquando o grau de proximidade/pressão, em

função do perigo que cada situação comporta;

Familiarização com contato físico regulamentar (atleta deve

compreender que num jogo de andebol o contato físico é algo natural

e que existem regras para se defender);

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Aceitar que nunca em situação alguma deverá ter uma postura

inapropriada e incorreta no momento defensivo, ou seja, deve ser

capaz de evitar faltas sem qualquer sentido tático (faltas em alturas

que o adversário se desloca para uma zona afastada da baliza, à

exceção do contra-ataque, ou quando o adversário ainda se encontra

a uma distância considerável da mesma e não demonstra qualquer

intenção de executar um movimento que crie perigo).

Objetivos de natureza individual - ofensivos:

a. Central

O atleta deve assumir a responsabilidade do jogo, sendo ele que decide

a jogada a executar (informar qual o momento em que os pontas

deverão fazer entradas a segundo pivot; realizar um cruzamento com o

lateral; realizar uma situação de passe e receção com o pivot);

O atleta deve deslocar-se para uma zona mais próxima do colega para

quem acabou de passar a bola, de forma a dar uma linha de passe mais

fácil;

O atleta deve criar, sempre que se apresenta oportuno, situações de

fintas com ou sem bola perante o seu adversário, de modo a que a sua

equipa ganhe uma superioridade numérica.

b. Laterais

O atleta deve ser capaz de travar bruscamente a sua trajetória no

momento que precede a recepção da bola e se vê confrontado com a

recepção da mesma, deparando-se com um adversário (fixação do

adversário, finta sem bola);

O atleta deve ganhar a consciência de qual o melhor momento para

finalizar (remate próximo da linha dos 9 metros, preferencialmente em

suspensão, caso o defesa adversário se encontre numa posição de

defesa próxima dos 6 metros e não demonstre intenção de procurar

bloquear o remate; remate em progressão para a zona dos 6 metros,

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caso a defesa adversária se encontre “aberta” e crie espaços para a

ocorrência de uma finalização o mais próxima possível da baliza).

c. Pontas

O atleta deve criar uma amplitude no espaço de jogo, mantendo-se em

zonas próximas das linhas laterais, numa posição entre a zona dos 6

metros e dos 9 metros;

O atleta deve realizar entradas a segundo pivot, sempre que a situação

é oportuna (a defesa adversária se encontra subida e deixa espaços nas

suas costas) e existe a indicação do jogador central;

O atleta deve ser o primeiro jogador a partir para uma situação de

contra-ataque rápido (iniciando o seu percurso numa zona próxima e

paralela à linha lateral até à zona central do campo, mudando

imediatamente para zonas mais centrais, logo que se encontra na

segunda metade do campo), de forma a finalizar numa zona mais frontal

em relação à baliza adversária.

d. Pivot

O atleta deve manter uma postura imponente de forma a ganhar sempre

que possível uma vantagem perante a defesa adversária (fixar bem os

apoios no chão, impedir que a defesa adversária o desiquilibre, manter-

se sempre visível perante os seus colegas de equipa para que a

qualquer momento consiga receber a bola nas melhores condições);

O atleta deve ser capaz de, através dos seus deslocamentos, criar uma

situação de superioridade numérica para a sua equipa (o jogador

bloqueia o defesa direto e cria um espaço para o seu colega de equipa

avançar e finalizar com maior facilidade).

O atleta deve acompanhar constantemente a direção da bola, realizando

movimentos rápidos e ganhando sempre a posição perante o defesa;

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e. Guarda-redes

O atleta deve avançar no espaço para criar uma nova linha de passe,

sempre que a situação é oportuna (momento em que os colegas de

equipa recuperam a bola ainda próximos da baliza e estão a sofrer uma

marcação intensa da defesa adversária);

O atleta deve executar um passe rápido e tenso para a zona da

reposição de bola assim que a sua equipa sofre golo;

O atleta deve ter a intenção inicial de iniciar o contra-ataque rápido

sempre que o adversário falha a finalização e o mesmo ter a bola

controlada (deve verificar sempre qual o atleta que se encontra melhor

posicionado e sem marcação para receber a bola);

O atleta deve executar um passe para o jogador central, caso este se

encontre desmarcado, sempre que se torna impossível criar uma

situação de contra-ataque rápido direto.

Objetivos de natureza individual - defensivos:

a. Defesa avançado

O atleta deve ter uma capacidade para antecipar passes, controlando o

seu adversário;

O atleta deve ter uma postura sempre ativa e deve deslocar-se sempre

para o local mais próximo da zona da bola (caso a bola esteja nos

laterais ou central) de forma a poder intercetá-la ou bloquear o seu

passe.

b. Laterais

O atleta deve manter uma distância segura, nunca superior a um braço

de distância, para que desta forma crie dificuldades ao adversário em

realizar passes com segurança e possa assim intercetar o passe;

O atleta deve procurar um contato imediato com o adversário assim que

o mesmo recebe a bola (preferencialmente bloquear o braço de remate

e manter-se de frente para o seu oponente direto).

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c. Pontas

O atleta deve manter uma distância controlada perante o seu adversário

e nunca deve virar as costas à bola (esta deve estar sempre dentro do

seu campo visual e o seu corpo deve estar direcionado para a bola).

d. Defesa central

O atleta deve ter uma visão constante e direcionada para bola,

mantendo no entanto o contato com o seu adversário direto (pivot

adversário). O atleta deve colocar a mão no tronco do adversário para

que desta forma tenha uma consciência da posição em que se encontra

o adversário;

O atleta deve tentar sempre bloquear o passe para o pivot adversário,

mantendo-se à sua frente e nunca deixando ficar-se nas suas costas.

e. Guarda-redes

O atleta deve realizar movimentos de deslocação lateral, acompanhando

sempre a direção da bola;

O atleta deve manter uma posição base constante (braços elevados,

com as mãos acima da cabeça, espaçadas entre si e sempre dentro do

campo de visão do guarda-redes);

O atleta, após remate do adversário, deve tentar adquirir o controlo da

bola sempre que possível;

O atleta deve comunicar e dar indicações aos seus colegas para que

consigam bloquear o melhor possível a finalização por parte do

adversário.

Todos estes pontos enfatizados só fazem sentido se para tal

considerarmos que os atletas se encontram, ainda numa fase muito inicial da

sua formação e ainda não estão completamente capacitados da forma como o

jogo de andebol é jogado. A grande preocupação para a transmissão destes

objetivos está na capacidade para compreender que o andebol é uma

modalidade com duas balizas, depende naturalmente de situações de ataque e

de defesa.

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Sabendo de antemão que utilizar situações defensivas mais abertas,

provavelmente não traria um melhor resultado competitivo numa fase inicial

(permite que surjam mais golos por parte das equipas e cria um maior desgaste

físico nos atletas), o nosso foco foi sempre direcionado para uma evolução dos

atletas. Desta forma, perante este tipo de defesa (defesa em sistema

individual), se o atleta falhar defensivamente saberá que toda a sua equipa

será prejudicada e, para corrigir essa situação, tem de ser capaz de conhecer,

inteligentemente, a importância de se posicionar entre a sua baliza e o seu

adversário, em oposto do que ocorreria caso a equipa jogasse unicamente em

zonas mais próximas da zona de 6 metros.

Quando tratamos da fase ofensiva, esta deve ser executada com uma

preocupação constante para as referências zonais (zona dos pontas, zona dos

laterais, zona do pivot e zona do central), uma vez que é desta forma que o

jogo de andebol é praticado. Houve também uma imediata consciência de que

nesta equipa deve estar sempre presente a intenção de procurar espaços

vazios com e sem bola (que eventualmente forçaria a uma perda da referência

zonal).

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6.3. Programação, Periodização e Planificação Anual

A periodização apresentada reporta-se à época de 2013-2014, na qual

exerci funções técnicas (treinador) numa equipa de andebol do Académico

Futebol Clube nos escalões de Infantis Masculinos, que se encontrava a

disputar o Campeonato Nacional.

Esta equipa apresenta uma grande heterogeneidade ao nível dos anos

de prática que inevitavelmente se repercute nas competências evidenciadas

por cada um. Assim, oito jogadores apresentam um nível de jogo bastante

evoluído, sendo que quatro revelam competências acima da média enquanto

jogadores de campo e um no posto específico de guarda redes. Os restantes

atletas, por via do pouco (ou nenhum) contato anterior com o andebol revelam

muitas dificuldades ao nível motor e de entendimento do jogo.

Numa perspetiva coletiva, tendo em conta a forma como se organizaram

e constroem soluções táticas, verificou-se alguma homogeneidade tanto nos

momentos ofensivos, como nos momentos defensivos.

Desta forma, o planeamento formulado para esta equipa foi executado

seguindo uma lógica de ciclos e períodos, mesmo tendo em consideração que

se trata de uma equipa da formação. As diferentes fases da competição

serviram de critérios para temporizar os períodos, uma vez que representava

um determinado nível de exigência. Houve uma preocupação em criar ciclos de

preparação focados na aprendizagem e consolidação dos conteúdos a abordar,

dentro de uma harmonia de continuidade e de formação a longo prazo. Com

efeito, as inquietações do foro formativo sobrepuseram-se às preocupações

que usualmente se verificam para um rendimento imediato (ganhar jogos).

O plano anual deste escalão (infantis masculinos) edificou-se segundo

um registro de premissas iniciais, por outras palavras, de acordo com a

informação obtida acerca da equipa e dos atletas no seu passado mais

recente, da sua participação competitiva, análise e consequente diagnóstico

executado dentro dos primeiros treinos e jogos. Por cada ciclo competitivo

delimitaram-se objetivos transversais e específicos, de cunho tático, técnico e

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motor. Foram realizadas também observações trimestrais para cada atleta e

para a equipa no decorrer da sua época desportiva a fim de analisar a sua

evolução e desenvolvimento.

A época desportiva dos infantis iniciou-se com um período pré-

competitivo (Agosto e Setembro), onde os objetivos primários foram os de

elevar os níveis de condição física, coordenação motora e tática-técnica dos

atletas. Com o término deste período, surgiram os períodos competitivos

(Outubro, Novembro, Dezembro, Fevereiro, Março e Maio), com objetivos muito

mais focados para a correção de lacunas detetadas no decorrer dos seus

jogos, ou seja, eram objetivos fundamentados nas estratégias edificadas com o

intuito de criar um desenvolvimento de princípios inerentes ao modelo de jogo

delineados para esta equipa, no início da sua época.

Nas fases de interrupção da competição, foram criados períodos de

transição (Janeiro, Junho e Julho) com foco na melhoria das capacidades

coordenativas e condicionais, bem como no aperfeiçoamento da técnica

individual dos atletas.

Deste modo, este plano anual funcionou, de certa forma, como um fio

condutor para as decisões que foram tomadas, dentro de uma dimensão mais

macro ou micro do processo (ver Anexo IV).

Tempo de preparação

A época desportiva desta equipa teve uma duração de 11 meses e meio, o que

perfaz um total de 50 semanas. As sessões de treino eram realizadas durante

3 dias semanais, o que dá um total de 150 sessões de treino. Os treinos eram

ministrados à terça-feira, quinta-feira e sexta-feira, sendo que os jogos foram

realizados exclusivamente aos sábados e domingos (variando entre as manhãs

e tardes).

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6.4. Treino

O treino resume-se a um conjunto de estímulos organizados, planeados

e realizados, ao longo do tempo, com único objetivo de aprimorar o

desempenho numa determinada atividade.

Citando o autor Teodorescu (1987, citado por Castelo, 2002, p. 100): “O

Exercício de Treino pode ser definido como um ato motor sistematicamente

repetido cuja essência assenta na realização de movimentos de diferentes

segmentos do corpo, executados simultaneamente ou sucessivamente,

coordenados e organizados numa estrutura segundo um determinado objetivo

a atingir. Cada movimento e o exercício, no seu conjunto, devem ter, entre

outras especificidades: direção, amplitude, velocidade, duração, ritmo e tempo

de duração”.

De acordo com conceituados estudiosos do fenómeno desportivo, entre

os quais se destacam Matviev (1997), Teodorescu (1984) e Bompa (1990), o

pilar de todo o processo de treino desportivo é o exercício de treino,

responsável por todas as alterações no rendimento dos atletas. Encarado como

a ferramenta indispensável do treinador para potenciar a formação e o

desenvolvimento dos seus atletas, a sua utilização torna-se fulcral para que se

alcance o objetivo de um modo eficaz. Para que ocorra uma resposta

adequada e eficaz por parte dos atletas às exigências competitivas, é

necessário ter em consideração que o sucesso obtido no treino, tal como na

competição, está dependente de uma relação direta com a eficácia do exercício

exclusivo.

6.4.1. Sessões e Processo

A sessão de treino representa a unidade mais reduzida de uma

estruturação temporal dentro da representação do processo de periodização do

treino. E é segundo ela que se organizam, dentro de uma sequência lógica e

respeitadora dos princípios biológicos e metodológicos do treino, os inúmeros

exercícios escolhidos para promover o desenvolvimento do atleta ou

simplesmente a sua preparação para a competição em causa.

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No fundo, é através da sessão de treino que os atletas vão adquirir

novas destrezas táticas e técnicas, não esquecendo também as melhorias ao

nível da condição física, da autoconfiança, motivação e segurança, todos estes

elementos indispensáveis para que os atletas consigam levar a bom termo os

objetivos individuais, coletivos e desportivos.

Para que se garanta uma sessão de treino eficaz, é fundamental que

ocorra uma congruência entre a sua constituição e os objetivos principais que

foram definidos inicialmente. Bompa (1999), afirma que a relação necessária

de todas as partes de uma sessão é formalizada da seguinte forma:

Parte introdutória: até 5%;

Parte preparatória: entre 15 a 20%;

Parte principal: entre 50 a 70%;

Parte final: entre 5 a 10%.

O processo de treino desta equipa, passou necessariamente por uma

série de etapas que foram adoptadas para que se possibilitasse determinar,

planificar e consequentemente aplicar as ações idealizadas inicialmente. Desta

forma, foi realizado um esforço categórico para colmatar as falhas evidentes

nos jogadores. Foi efetuada uma análise e avaliação da situação dos atletas,

seguida de uma aplicação dos princípios de treino e por fim uma apreciação

das ações tomadas para determinar o grau da sua eficácia.

O processo de treino é fundamentado segundo um modelo de jogo

estabelecido e organizado segundo princípios, subprincípios e subprincípios

dos subprincípios de jogo (Oliveira, 2002).

A essência do treino aplicado ao longo desta época desportiva foi criar

situações para uma repetição coerente, sistemática, progressiva e organizada

de uma panóplia de exercícios fundamentais e entendidos como sendo os mais

apropriados para que se atinja um modelo individual e coletivo ótimo ao nível

das capacidades motoras, das capacidades tático-técnicas e também das

capacidades psicológicas.

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Deste modo, realizou-se por cada microciclo, três treinos distribuídos ao

longo da semana (terça-feira; quinta-feira e sexta-feira), sendo que o primeiro

treino da semana tinha uma duração de 75 minutos, o segundo 60 minutos e o

último 120 minutos.

A época prolongou-se 46 semanas consecutivas, perfazendo um total de

148 sessões de treino, ou seja, 210 horas de treino anuais.

Quadro 4. Período de treino semanal dos Infantis Masculinos.

TREINOS

DIAS Terça-feira Quinta-feira Sexta-feira

DURAÇÃO 75 minutos 60 minutos 120 minutos

LOCAL Pavilhão Lima Esc. Irene

Lisboa Col. Dom Duarte

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6.5. Resultados e Avaliação de Desempenho

6.5.1. Calendário Competitivo

A equipa infantil masculina competiu a nível nacional, participando no

campeonato nacional masculino – PO15, onde o regulamento da prova (ver

Anexo I) é apresentado na seguinte forma:

1ª Fase da PO15 – Prova da FAP organizada pela AAP por delegação de

competências.

Antes do início de competição, foi realizada uma inscrição das equipas

na Federação Portuguesa de Andebol de modo a terem permissão para

participar em competições federadas a nível nacional. Seguidamente foram

apuradas as equipas que iriam disputar os jogos do Campeonato Nacional de

Infantis Masculinos, sob a forma de sorteio aleatório. O sorteio teve início no

dia 17/09/2013 e consequentemente o campeonato arrancou no dia 12/10/2014

e teve o seu término no dia 26/05/2014.

Esta prova (campeonato nacional infantis masculinos) foi disputada por

distintas fases com o objetivo de permitir a entrada de novas equipas e assim

ser possível ajustar os níveis competitivos das equipas em competição.

Constituíram-se grupos que jogaram TxT a 1 volta.

No início da época (mês de Outubro) teve início a competição a nível

nacional (1ª Onda – Série A Campeonato Nacional Infantis Masculinos),

constituída por cinco jornadas. Os jogos desta competição serviram, desde

logo, como preparação e integração de novos jogadores, tendo sido para

alguns a primeira experiência competitiva.

No decorrer destes jogos, observou-se rapidamente que os jogadores

apresentavam grandes lacunas e dificuldades no processo defensivo (postura

defensiva incorreta, falta de “ofensividade” na defesa, incapacidade e

desconhecimento de como defender). Apesar de apresentarem também uma

notória falta de entrosamento no que diz respeito ao processo ofensivo,

revelavam ser uma equipa com objetividade e alguma facilidade na finalização,

em particular da zona dos pontas (1ª linha).

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Com o término desta 1ª Onda do Campeonato Nacional, notou-se uma

crescente melhoria ao longo das jornadas, especialmente em termos

defensivos, onde a equipa mostrou ter uma visão clara sobre como se

movimentar e como responder à ação do adversário. No entanto, apesar de

também ter ocorrido uma evolução no processo ofensivo, esta foi mais ténue,

uma vez que a utilização do drible era uma constante e a circulação da bola

demasiado prolongada, retirando objetividade ao ataque (perdiam capacidade

para criar situações de contra-ataque ou ataques rápidos). Assim, neste ciclo

de época foi dado particular ênfase à exercitação e consolidação da transição

ofensiva, consequência das dificuldades constatadas.

Nestas cinco jornadas que a equipa realizou, saiu vitoriosa em três jogos

(dois deles jogados em casa) e foi equipa derrotada nos dois restantes jogos

(um deles jogado em casa). Abaixo segue-se o Quadro 5, ilustrativo desta

competição:

Quadro 5. Calendário da 1ª Onda – Série A Campeonato Nacional Infantis Masculinos.

Mês Outubro Novembro

Onda-Série 1ª Onda – Série A

Data 12/10/2013 19/10/2013 26/10/2013 02/11/2013 09/11/2013

Local Pavilhão Lima

Mun. Gueifães

Pavilhão Lima Pavilhão Lima Pav. FC Gaia

Hora 10:00 11:00 10:00 10:00 15:00

Jogo Macieira Andebol Club

CDC Santana Padroense FC Gondomar Cultural

FC Gaia

Jornada 1 2 3 4 5

Resultado 25-20 26-14 20-18 22-31 19-28

Classificação Final

3º classificado

No decorrer da competição nacional, a equipa apurou-se para a 2ª Onda

e passou a pertencer ao lote da Série B, uma vez que não ficou nos dois

lugares cimeiros que lhe garantiam a presença no grupo da Série A. Nesta

Onda, a equipa sofreu várias derrotas e revelou, uma vez mais, as suas

fragilidades defensivas e emocionais.

O desempenho no processo ofensivo mostrou melhorias ao nível de

circulação de bola e redução da utilização drible (forte instrução nos treinos

para uma prática mais frequente de contra-ataque e ataque rápido), contudo a

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equipa apresentava claras dificuldades na finalização (jogadores apresentavam

uma deficiente postura de remate, pouca convicção e falta de preparação para

finalizar). Quanto ao processo defensivo, a equipa mostrava sinais

preocupantes, uma vez que não era capaz de recuar para linhas defensivas, no

momento imediato à perda da posse de bola, ou após finalização, o que dava

origem a que as equipas adversárias conseguissem finalizar com facilidade

(através de contra-ataque, ataque rápido, penetrações nos espaços vazios).

Nesta Onda a equipa conseguiu apenas um empate (jogo em casa) e os

restantes jogos acabaram em derrota (duas delas jogadas em casa).

Os jogos realizados pela equipa sempre que saiu na condição de

derrotada mostraram-se demasiado dilatados e uma vez mais evidenciaram a

enorme instabilidade emocional da equipa (jogadores sempre que se viam a

perder por um resultado com diferença superior a 4 golos, facilmente se

descontrolavam, perdendo a noção do espaço, deixavam de defender após

atacarem, cometiam faltas desnecessárias e protestavam frequentemente com

os intervenientes do jogo).

Desta forma, na tentativa de colmatar estas falhas foi colocado o foco no

processo defensivo de forma a instruir os atletas a terem percepção da sua

posição no terreno de jogo, bem como a serem capaz de dar resposta

adequada à ação praticada pelo seu adversário (foram realizados exercícios

que privilegiavam fortemente a defesa e essencialmente a forma correta de

defender). O fator emocional foi, também, preocupação assente no decorrer

dos treinos, de forma a criar nos atletas uma maior maturidade de modo a

conseguirem dar a melhor resposta em situações de adversidade

(eventualmente eram criadas situações nos treinos em que, intencionalmente,

se deixava por marcar algumas faltas que fossem ocorrendo em situação de

exercício de jogo; sempre que o jogador protestava, toda a equipa sofria uma

penalização).

No fim desta 2ª Onda, ocorreu uma paragem no campeonato, de cerca

de um mês, tendo-se aproveitado para trabalhar afincadamente os seus

processos ofensivos e defensivos. Durante esta paragem, a equipa participou,

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também, no Torneio Kaky Gaia 2013 (ver Anexo VI), o que possibilitou reavaliar

o nível de desempenho dos alunos, que diz respeito às dificuldades detetadas

e ao trabalho realizado.

A equipa mostrou sinais evidentes de evolução, essencialmente no

processo ofensivo, mostrando uma maior capacidade de perceber quais os

momentos ideais para uma saída para o contra-ataque e ataque rápido e qual o

momento ideal para realizarem um ataque organizado. Quanto ao processo

defensivo, a equipa evoluiu, embora que numa menor escala, adquirindo

noções de como contatar corretamente o adversário, além de compreenderem

a importância de se reposicionarem defensivamente após uma situação de

ataque (ganharam uma taça que privilegiava a equipa que menos sansões teve

ao longo de todo o torneio).

Em seguida segue-se o Quadro 6, onde se dá conta da competição

nacional de infantis masculinos.

Quadro 6. Calendário da 2ª Onda – Série B Campeonato Nacional Infantis Masculinos.

Mês Novembro Dezembro Janeiro

Onda-Série 2ª Onda - Série B

Data 23/11/2013 01/12/2013 08/12/2013 14/12/2013 21/12/2013 12/01/2014

Local Col. Carvalhos

Pavilhão Lima

Est. Vig. Sport

Pavilhão Lima Esc. Sec. Baltar

Pavilhão Lima

Hora 14:00 11:45 17:00 11:45 10:00 11:45

Jogo Col. Carvalhos

GC Santo Tirso

Estrela Vigorosa

Padroense FC

CAAEBaltar AA São Mamede

Jornada 1 2 3 4 5 6

Resultado 32-13 25-33 41-29 24-24 27-17 18-29

Pontuação Final

11 pontos

Classificação Final

7º classificado

Com o reiniciar do período competitivo, a equipa chegou à 3ª Onda e

mais uma vez reposicionou-se na série C, visto os resultados obtidos na Série

anterior terem sido negativos. Nesta nova Onda, a equipa realizou um total de

seis jogos, dos quais quatro deles foi a equipa vitoriosa (dois desses jogos

foram em casa) e nos restantes dois jogos saiu derrotada (um deles em casa).

Apesar das quatro vitórias obtidas nesta fase, a equipa não foi capaz de

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apresentar resultados satisfatórios face aos seus adversários, sofrendo

“derrotas pesadas”.

Nesta 3ª Onda (equipas com nível mais baixo) a equipa mostrou uma

notória evolução ao nível emocional e foi capaz de manter a estabilidade na

maioria dos jogos disputados (deixaram de protestar com os intervenientes do

jogo, não se descontrolavam mesmo quando se viam a sofrer por uma

diferença grande, mostraram uma atitude sempre positiva nos jogos).

O processo ofensivo mostrou alguma evolução no que diz respeito à

circulação da bola, à ocupação racional dos espaços e às saídas para o contra-

ataque (equipa fazia corretas saídas para contra-ataque com grande eficácia,

dispunham-se corretamente pelo campo sabendo cada um em que posição

deveria colocar-se e circulavam a bola com maior velocidade e objetividade).

Quanto ao processo defensivo, a equipa mostrou sinais evidentes de uma

melhoria ao nível da recuperação defensiva e uma consolidação evidente do

sistema defensivo 5:1 (a equipa fechava mais as linhas e defendia com maior

agressividade), contudo sempre que sistema defensivo era alterado a 3:3 ou a

um sistema de defesa individual, a equipa sentia grandes dificuldades em

movimentar-se e acompanhar os seus adversários.

No mês de abril, ocorre nova paragem do campeonato nacional com a

duração de um mês. A equipa não teve qualquer participação em torneios.

Segue-se abaixo o Quadro 8, ilustrativo desta competição:

Quadro 7. Calendário da 3ª Onda – Série C Campeonato Nacional Infantis Masculinos.

Mês Fevereiro Março

Onda-Série 3ª Onda - Série C

Data 08/02/2014 15/02/2014 22/02/2014 08/03/2014 16/03/2014 22/03/2014

Local Esc. Irene Lisboa

Pavilhão Lima

Col. Carvalhos

Pavilhão Lima

Mun. Amarante

Pavilhão Lima

Hora 15:00 16:30 15:00 10:00 16:45 11:30

Jogo GC Universal

Padroense FC

GD Col. Carvalhos B

ADA Maia-Ismai

AD Amarante

C.A.Penafiel

Jornada 1 2 3 4 5 6

Resultado 19-29 8-23 19-18 23-22 20-26 22-19

Pontuação Final

14 pontos

Classificação Final

3º classificado

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Na 4ª e última Onda onde se dá o reinício do período competitivo, com

mais cinco jogos disputados. Mais uma vez a equipa entra numa nova Onda, e

transita para a Série B (com nível mais elevado de equipas), visto ter ficado nos

lugares cimeiros da Onda anterior. Infelizmente, nesta última fase competitiva,

a equipa não teve o melhor dos resultados, saindo derrotada em todos os jogos

que disputou (a evolução e supremacia das outras equipas tornou-se evidente,

a equipa não teve capacidade para criar situações de resposta ás ações

criadas pelos seus adversários).

No entanto, a equipa demonstrou ter adquirido um leque de soluções

para os seus processos ofensivos e defensivos que não possuía anteriormente.

Mostrou-se ser uma equipa mais coesa, com um correto sentido de orientação

espacial, uma boa capacidade na transição ofensiva, com forte utilização de

ataques rápidos, com penetrações nos espaços vazios, criação de

superioridade numérica (décalage) e rápida perceção do contra-golo.

No que se refere ao processo defensivo, esta equipa ainda mostrou ter

algumas limitações, especialmente quando se privilegiava o sistema defensivo

individual (jogadores tinham grande dificuldade em acompanhar e impedir o

adversário de atacar o alvo). Em contrapartida, adquiriram uma forte

consciencialização e consolidação do sistema defensivo 5:1 demonstrando boa

agressividade e controlo do adversário.

O Campeonato Nacional de Infantis Masculinos dá-se por encerrado no

dia 24/05/2014, com a equipa a ficar colocada no sexto (e último) lugar da 4ª

Onda da Série B.

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O Quadro 9, é referente a esta competição:

Quadro 8. Calendário da 4ª Onda – Série B Campeonato Nacional Infantis Masculinos.

Mês Abril Maio

Onda-Série 4ª Onda – Série B

Data 27/04/2014 01/05/2014 10/05/2014 17/05/2014 24/05/2014

Local Mun. Ermesinde

Mun. Canidelo Pavilhão Lima

Mun. Padrão Légua

Pavilhão Lima

Hora 15:00 10:30 11:00 15:00 17:00

Jogo C. P. Natação IC Madalenense

GD Col. Carvalhos B

Padroense FC

Gondomar Cultural

Jornada 1 2 3 4 5

Resultado 27-13 32-22 16-17 29-17 24-26

Pontuação Final 5 pontos

Classificação Final

6º classificado

Com o término desta fase de competições nacionais, inicia-se uma nova

fase de competição, desta vez sob a forma de torneios. O primeiro torneio

disputado, após o encerramento da competição nacional, foi o Torneio do

“Lagarteiro pela Igualdade – 2014” (ver Anexo VI). Este torneio teve a duração

de apenas um dia, onde a equipa disputou um total de 5 jogos, chegando a

disputar a semifinal da competição, classificando-se na terceira posição.

Em seguida, ocorreu a participação no Torneio “Garci Cup 2014”, em

Estarreja, durante 5 dias. Nesta competição a equipa debateu-se com distintas

equipas, disputando um total de cinco jogos, tendo vencido 2 e perdido 3. Com

o encerramento do Torneio, a equipa ficou classificada no 13º lugar, num total

de 16 equipas (ver Anexo VI).

De volta a casa, a equipa teve a oportunidade de participar num Festand

de andebol de Praia aclamado por “Festand Andebol 4Kids“, que decorreu nas

praias de Matosinhos e de Canide Norte, respetivamente. Nesta competição

(meramente lúdica) a equipa foi primeira classificada, ganhando todos os jogos

(8) disputados nos dois dias deste torneio, mostrando-se bastante superior às

restantes equipas (ver Anexo VI).

A época desportiva encerrou com o último torneio em que a equipa se

fez representar, o Torneio “Maia Handball Cup 2014” (ver Anexo VI). Neste

torneio a equipa teve a oportunidade de defrontar adversários não só

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nacionais, mas também internacionais (equipa espanhola-SD Teucro). Este

torneio foi extremamente produtivo e a equipa deu uma óptima resposta às

exigências transmitidas no decorrer dos treinos executados ao longo desta

época desportiva. Com um total de nove jogos, a equipa venceu sete deles e

perdeu apenas dois (incluindo o jogo da final).

Com efeito, esta equipa, no decorrer da sua época desportiva, realizou

um elevado número de jogos, indispensáveis para criar condições óptimas de

evolução da equipa e dos próprios jogadores. Desta forma, como facilmente se

consegue observar, a distribuição do número de jogos no decorrer da época

desportiva não se mostrou ser de todo uniforme.

No decorrer dos meses de Dezembro e de Julho o número de jogos

realizados pela equipa foi muito elevado, o principal fator para que tal

acontecesse foi o facto da equipa ter participado em torneios nesses períodos.

Quanto aos meses seguintes, verificou-se que a equipa realizava uma média

de um jogo a cada sete dias, à exceção dos meses de Janeiro e Abril (a equipa

apenas realizou um jogo em cada um destes meses), o que se mostra ser um

número adequado para que a equipa tenha tempo de assimilar toda a

informação transmitida no decorrer dos treinos e poder assim corrigir as falhas

e consolidar os seus conhecimentos ao longo de toda a sua época desportiva.

6.5.2. Avaliação Sumativa Trimestral (Treino e Jogo)

A análise do jogo deve ser interpretada de acordo com o estudo do

próprio jogo, assumindo como essencial a observação da atividade dos

jogadores e suas equipas (Garganta, 2001).

Garganta (1998) afirma que a análise do jogo varia em distintos aspetos:

i) característica e especificidade da modalidade; ii) desempenho da própria

equipa; iii) condição do adversário. Acresce que, e como refere Araújo (1995),

a simples ação de observar e analisar deve centrar-se, particularmente, na

incumbência de formar integralmente os atletas, utilizando o jogo

exclusivamente como um meio para alcançar esse objetivo. Assim, e dado que

se tratava de uma equipa de formação, a análise do jogo realizada visava

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clarificar o comportamento e dificuldades dos jogadores e da equipa. Não

sendo possível realizar um registo minucioso de todos os comportamentos,

alvo de atenção por parte dos treinadores, optou-se por fazer uma análise

estatística apenas aos golos marcados e sofridos ao longo da sua época

desportiva e em situação de jogo, que serviu à realização de uma base

avaliação formativa de cada um dos jogadores, de forma trimestral. Esta

informação tinha acima de tudo um objetivo motivacional. Paralelamente,

procedeu-se à realização de relatórios individuais mas de natureza mais

apreciativa e subjetiva, mas com enfoque mais condicional, coordenativo,

técnico, tático ou até disciplinar.

Assim, o registo e análise de número de golos marcados, foram

efetuadas de forma contínua e sistemática, desde o 1º jogo realizado na

primeira fase do campeonato nacional até ao seu último jogo da última fase da

competição. Deve ser referido ainda que todos os jogos disputados sob a forma

de torneios não foram incluídos para esta análise.

Não obstante, a literatura revelou ser escassa em termos de métodos de

avaliação e controlo do treino com foco essencialmente para o jogo de andebol,

particularmente para a formação.

Assim, a análise subjetiva e apreciativa do desempenho da equipa e de

cada jogador em particular, realizada de forma contínua, englobando os treinos

e os jogos, foi sempre acompanhada de procedimento reflexivos acerca da

adequação do processo de treino e orientação dos jogadores. Na verdade, as

dificuldades detetadas em competição foram determinantes para reajustar os

planos de treino e a orientação do trabalho. Certo de que este tipo de que a

observação e análise do jogo é um método decisivo na regulação do processo

de treino, como defende Garganta (1997).

Naturalmente que a aplicação de métodos de observação e análise

validados, rigorosos e de forma sistemática poderiam facultar ao treinador outro

tipo de informação, muito provavelmente mais realista e adequada, contudo tal

não foi realizado dadas as exigências técnicas e de tempo.

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6.5.2.1. Equipa

Precedeu-se, ainda, a uma análise da distribuição de golos marcados e

sofridos ao longo da época desportiva (Gráfico 1), tendo-se verificado um saldo

negativo entre os golos marcados e sofridos.

O primeiro momento (1) é referente à primeira fase competitiva (PO 15

Campeonato nacional infantis masculinos - 1 onda - série A), disputada num

total de 5 jogos. Nesta fase a equipa foi capaz de marcar 109 golos em toda a

prova, sendo que, sofreu um total de 114 golos. Neste período, a equipa foi

capaz de vencer 3 jogos e perder apenas 2.

No segundo momento (2), a equipa transitou para uma fase

aparentemente de menor grau de dificuldade (PO 15 Campeonato nacional

infantis masculinos – 2 onda – série B), desta vez tendo disputado um total de

6 jogos. A equipa marcou um total 126 golos em toda a prova, sofrendo um

total de 186 golos. Neste período competitivo a equipa apenas empatou 1 jogo

e perdeu os restantes jogos que disputou.

O terceiro momento (3), faz parte de uma nova fase competitiva, por sua

vez, com um grau menos elevado de dificuldade do que a fase anterior (PO 15

Campeonato nacional infantis masculinos – 3 onda – série C). A equipa

disputou um total de 6 jogos. A equipa foi capaz de fazer um total de 116 golos

em toda a prova e sofreu um total de 186 golos. Nesta fase da competição a

equipa perdeu 3 jogos e ganhou os restantes 3.

Por fim, o último momento (4) é referente à última fase competitiva (PO

15 Campeonato nacional infantis masculinos – 4 onda – série B), com a equipa

a deparar-se com um grau mais acentuado de dificuldade. Nesta fase da

competição a equipa disputou um total de 5 jogos. A equipa fez um total de 92

golos e sofreu um total de 131 golos. Nesta fase da competição a equipa não

ganhou qualquer jogo que disputou.

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Gráfico 1. Evolução do desempenho da equipa ao longo da época desportiva.

O gráfico retratado abaixo (Gráfico 2), faz alusão às diferenças entre os

golos marcados e sofridos por esta equipa ao longo da sua época desportiva.

Quanto ao primeiro momento (1), a maior diferença de golos alcançada

foi de 9 golos, sendo que a equipa venceu o jogo por 28-19. Quanto à maior

diferença obtida em derrota foi de 12 golos (a equipa perdeu por 14-26).

No segundo momento (2), a equipa não venceu nenhum jogo,

empatando apenas um. Quanto à maior diferença obtida, na forma de equipa

derrotada, foi de 19 golos (a equipa perdeu por 13-32).

No terceiro momento (3), a maior diferença alcançada como equipa

vencedora foi de 6 golos (a equipa ganhou por 26-20). Quanto à maior

diferença obtida como equipa derrotada foi de 15 golos (a equipa perdeu por

8-23).

No quarto e último momento (4), esta equipa não obteve nenhuma

vitória. Quanto à maior diferença obtida como equipa derrotada foi de 14 golos

(a equipa perdeu por 17-29).

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No cômputo geral, esta equipa foi capaz de marcar um total de 443

golos ao longo de toda a sua época competitiva e sofrer um total de 501. Como

é possível verificar, o saldo tende a ser negativo, com uma diferença de 58

golos entre os golos sofridos e marcados.

Gráfico 2. Diferença entre golos marcados e sofridos ao longo da época desportiva dos infantis.

Como é possível verificar no Gráfico 3 (representativo da percentagem

de vitórias, empates e derrotas globais desta época desportiva), a equipa

perdeu a maioria dos jogos realizados (6 vitórias, 17 derrotas e 1 empate). A

equipa obteve uma percentagem de 27% de vitórias, 5% de empates e 68% de

derrotas. De notar, também, que o maior volume de derrotas foi registado no

término da época (situação em que a equipa se viu a competir com equipas

adversárias com nível superior).

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Gráfico 3. Resultados globais de derrotas, empates e vitórias.

6.5.2.2. Atleta

O método de avaliação é aquele que mais eficazmente permite tomar

uma decisão no que diz respeito à retenção ou progressão do atleta, uma vez

que confronta resultados absolutos, facultando uma examinação da progressão

do atleta face aos objetivos antecipadamente estabelecidos (Mesquita, 2012).

As avaliações realizadas, em forma de ficha (ver Anexo II), foram

estruturadas ao longo destes três trimestres (perfazendo uma época desportiva

completa e exclusiva nas competições referentes à Federação, ficando

excluíndo assim todos os torneios em que a equipa participou). Estas

avaliações supracitadas tiveram como base uma análise qualitativa de um

conjunto de comportamentos técnico e/ou táticos selecionados. O método de

avaliação adotado teve a virtude de complementar a informação retida

diariamente e servir como meio de aferir, de forma um pouco mais

sistematizada, a adequação do processo de treino a cada um dos jogadores,

procurando maximizar as suas potencialidades.

A época desportiva chega ao fim e inicia-se uma fase de retrospeção

acerca do trabalho desenvolvido, tendo-se concluído que a maioria dos

objetivos e metas traças para cada jogador foram alcançadas, que se

traduziram, grosso modo, na melhoria das suas competências e nível de jogo

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Uma fração considerável dos atletas apresentaram patamares bastante

satisfatórios na qualidade do seu nível de jogo, no entanto, alguns atletas

precisavam de trabalhar mais arduamente, nomeadamente no que diz respeito

à predisposição para o jogo, sem descurar os aspetos táticos e técnicos

individuais, essenciais para solucionar os problemas que surgem nesta etapa

(fintas com e sem bola, criação de linhas de passe, noção espacial, entre

outros). Estas condicionantes explicam a dificuldade na implementação de uma

maior predisposição ofensiva e defensiva nesta etapa de jogo.

Detetou-se uma melhoria nos distintos índices de performance de jogo,

uma vez que a grande maioria dos atletas sofreram melhorias substanciais no

seu resultado final:

Tomada de decisão com e sem bola

Executam passes para o colega livre;

Progridem para a baliza e tinham intenção de rematar;

Executam penetrações nos espaços vazios;

Rematam em zonas de finalização mais favoráveis;

Fixam o seu opositor direto de modo a criar uma superioridade

numérica;

Defendem corretamente a baliza, colocando-se entre a sua baliza e o

seu adversário;

Marcam o adversário direto, tentando impedir a sua progressão, com ou

sem a posse de bola;

Execução motora (ofensiva)

Executam o passe corretamente, direcionado para o colega e com força

adequada;

Controlam a bola, recebendo-a sempre com as duas mãos e mantendo

contato visual;

Finaliza com maior sucesso (faz mais golos e com melhor colocação);

Supera o adversário direto em distintas situações de jogo (com ou sem a

bola), através de fintas de corpo.

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Execução motora (defensiva)

Controla corretamente o seu adversário direto (mantém o contato visual

com a bola, aborda o seu adversário de frente e executa o contato de

forma correta, bloqueando o braço de remate);

Movimentam-se corretamente para criarem maior possibilidade de

desarme do drible, ou para executar uma interceção da bola.

Considerando as preocupações fundamentais subjacentes, o trabalho

permanente que foi posto em prática, bem como o tempo de exercitação que

foi inteiramente dedicado ao conteúdo “tomada de decisão”, seria de esperar

que este fosse um dos conteúdos onde evolução fosse de maior evidência. As

tomadas de decisão sem bola melhoraram consideravelmente na etapa de jogo

dos atletas.

A melhoria do índice da tomada de decisão sem bola, estendeu-se pelo

maior dinamismo que foi atingido nos exercícios mais próximos à situação de

jogo (exercícios como o “bola na linha”, “jogo dos 10 passes”, jogos reduzidos),

fazendo oposição à inércia inicial que era perceptível em alguns. Foi evidente a

evolução nos movimentos considerados indispensáveis para manter a posse

de bola e progressão em direção à baliza, particularmente nas situações de

criação de linhas de passe e execução do “passe e vai” de adiamento e rutura,

obrigando os atletas a procurar criar situações constantes de desmarcação

para zonas mais favoráveis para uma finalização sem oposição.

O Gráfico 3, evidencia claramente o que foi supracitado, relativamente à

tomada de decisão sem bola, apresentando a sua avaliação global (ao longo

dos trimestres) no seio da equipa.

Gráfico 4, Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da tomada de decisão sem

bola.

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Na tomada de decisão com bola observaram-se igualmente melhorias,

particularmente nos comportamentos considerados fundamentais para manter

a posse de bola, progressão e finalização apropriada (ver Gráfico 4).

Evidenciou-se uma maior disposição relativa à seleção do passe para os

colegas de equipa que se encontravam livres ao invés de realizarem passes

para colegas que se encontravam sob uma marcação adversária.

Gráfico 5. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da tomada de decisão com

bola.

No que diz respeito à execução motora, foram notórias as melhorias

obtidas. Obviamente que a evolução deste parâmetro apenas se proporcionou

devido ao abundante tempo de exercitação e desenvolvimento da tática e

técnica individual que foi empreendido. Deste modo, para que o seu jogo de

andebol fluísse com maior facilidade, dinamismo e eficácia foi essencial que os

atletas adquirissem um reportório motor que lhes facilitasse a colocação em

prática das suas intenções não só ofensivas mas também defensivas.

Deste modo, o passe e a receção tornam-se dois dos comportamentos

que maior evolução apresentaram. Apesar disso, existem ainda alguns

componentes críticas a apontar nestes aspetos, como o controlo da força e a

direção do passe (ver Gráficos 5 e 6). É também um sinal de destaque o facto

dos atletas terem adquirido maior consciência dos momentos de utilização do

drible, compreendendo que o mesmo deveria ser utilizado exclusivamente em

situações de recurso, como forma de finta ao seu adversário direto, progressão

para a baliza sempre que as linhas de passe eram inexistentes (ver Gráfico 7).

Estes três parâmetros produziram um crescimento das competências

dos atletas principalmente pela introdução de exercícios que naturalmente

obrigavam a que estes parâmetros estivessem constantemente presentes (ver

Figuras 3, 4 e 5).

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Gráfico 6. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da recepção.

Gráfico 7. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do passe.

Gráfico 8. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do drible.

Quando se fala no padrão motor do remate e consequente finalização,

nomeadamente a escolha da utilização do remate em salto em aproximação

para a baliza, a correta colocação do “Braço em cima” e do salto com o pé

contrário ao membro superior do remate, a sua evolução foi considerável (ver

Gráficos 8 e 9). Estes dois princípios sofreram uma evolução no desempenho

dos atletas, especialmente pela utilização constante e necessária de feedbacks

dos treinadores nos momentos ideias de remate e consequente finalização.

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Gráfico 9. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do remate.

Gráfico 10. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da finalização.

O duelo individual foi uma das grandes preocupações presentes no

decorrer da época desportiva, uma vez que este aspeto seria também

fundamental para que a situação ofensiva pudesse ter índices positivos de

sucesso. Apesar da maior eficácia visível na finta sem bola em momentos de

fuga de uma defesa individual, a finta com bola revelou algumas falhas no que

diz respeito ao ataque ao espaço e numa mudança abrupta de direção (ver

Gráfico 10).

Desta forma, o aspeto do duelo individual mostrou melhorias

consideráveis ao longo desta época desportiva, tendo como fator de maior

contribuição para tal o leque de exercícios tipo escolhidos para que estas

situações de finta com e sem bola estivessem presentes na maioria das vezes

(ver Figuras 2, 3 e 4).

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Gráfico 11. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do duelo individual.

A fase das questões defensivas, evidenciou-se como a que criou

maiores dificuldades na aprendizagem e desenvolvimento dos atletas, contudo

não foi por essa razão que os resultados deixaram de ser positivos. As grandes

dificuldades que os atletas sentiram desde início visavam sobretudo as noções

de posicionamento e movimentação (como abordar o atacante adversário).

Desta forma foram criados exercícios que promoviam o contato entre os

atletas de forma a adquirirem mais rapidamente e com maior facilidade as

noções básicas defensivas, tais como o controlo do adversário propriamente

dito (estar sempre entre o adversário e a sua própria baliza) e a forma de o

contatar (frontalmente e especialmente na zona do peito e ombros).

Face ao investimento sobre a questão do controlo do adversário seria de

esperar um resultado ligeiramente superior neste aspeto, sendo assim

comprovado como o comportamento que se mostrou ser mais regular e com

eficácia do ponto de vista da paragem do ataque adversário. No que diz

respeito ao desarme e à interceção, apesar da sua melhoria, foram parâmetros

que não sofreram uma evolução tão acentuada mesmo sabendo serem pontos

de referência no que diz respeito a uma maior eficácia para a recuperação da

posse de bola (ver Gráficos 11, 12 e 13).

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Gráfico 12. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade interceção.

Gráfico 13. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do desarme.

Gráfico 14. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do contato adversário.

Face aos níveis apresentados nas avaliações iniciais destes atletas, era

espectável que os atletas mais dotados seriam capazes de manter os

resultados superiores face aos restantes colegas. Como acréscimo, devo

constatar que os atletas com melhor nível de desempenho tiveram um papel

muito importante e contribuíram determinantemente para a evolução dos

atletas menos dotados, incentivando-os, deste modo, a melhorarem

significativamente o seu nível de jogo. Também não se mostrou nenhuma

surpresa que os atletas que no decorrer da época se mostraram ser os mais

empenhados e com maior vontade para treinar fossem também aqueles que

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tiveram uma maior evolução e, consequentemente, melhoria da sua

performance.

Tendo em consideração o nível atingido destes atletas, num futuro

próximo, acredito que a equipa, de um modo geral, se encontra preparada para

uma introdução de novos modelos ofensivos e defensivos no seu jogo. Ainda

assim é necessário refinar vários aspetos, especialmente, no que diz respeito à

dinâmica e predisposição para o jogo, bem como nos aspetos relacionados

com a tática e a técnica individual, fundamentais para criar soluções para os

problemas que surgem nesta etapa da sua formação.

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Equipa de Minis

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103

VII. Equipa de Minis

7.1. Modelo de Jogo

Analisando a iniciação desportiva de um modo geral, facilmente se

constata que a sua evolução tem ocorrido lentamente. Verifica-se

frequentemente que a influência aplicada no fenómeno desportivo tem vindo a

ser encaminhada para uma visão da criança como um futuro campeão,

construindo-se a partir dessa ideia todo o seu processo de formação segundo

uma replicação do modelo de competição (modelo adulto).

Para evitar esta insustentável forma de trabalho, o modelo de formação

de qualquer clube deve necessariamente ter uma coerência e uma aplicação

racional, tornando-se fundamental que o processo de formação se norteie

segundo princípios e objetivos bem delineados e capazes de serem aplicados a

todos os escalões representantes do clube (Lemos, 2005). Deste modo, torna-

se fundamental que qualquer clube tenha de “ser alicerçado numa filosofia que

contemple a existência de um Modelo de Jogo, o qual, por sua vez, orientará a

concepção de um Modelo de Treino e de um complexo de exercícios, de um

Modelo de Jogador e mesmo de um Modelo de Treinador. ” (Leal & Quinta,

2001, p. 27).

O Modelo de Jogo deve basear-se nos princípios de jogo, respeitando

uma relação entre os comportamentos táticos ofensivos, defensivos e de

transição ofensiva e defensiva, entendidos pelo objetivo que o treinador tem,

para além de todo um conjunto de atitudes, comportamentos e valores

indispensáveis para que possibilitem uma caracterização e organização de

todos os processos quer respeitando os termos pessoais, quer respeitando os

termos fundamentais da equipa. Resumidamente, segundo a óptica do clube

formador, o modelo de jogo terá necessariamente de ser a base de sustento da

formação e desenvolvimento de jogadores capazes de interpretar e vivenciar

as exigências e particularidades patenteadas (Leal & Quinta, 2001), para que

consigam alcançar futuramente uma maior probabilidade de sucesso seja na

equipa principal do seu clube, ou mesmo noutras equipas em que fique

inserido.

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104

No decorrer do treino, os jogadores devem necessariamente ser

conduzidos a uma compreensão do jogo, bem como à forma como se pretende

jogar (Oliveira, et al., 2006). Deste modo, fica evidente que ter em posse uma

referência do modelo de jogo é um dado imprescindível para se poder construir

um processo de treino eficaz.

No que diz respeito à formação, apesar de haver uma consciência que

cada escalão apresenta as suas próprias características e singularidades,

torna-se imperativo que se forme uma base orientativa capaz de nortear o

treino e estabelecer assim uma ligação com os restantes escalões do clube.

Assim, para obtenção do sucesso, objetivo basilar de qualquer clube, através

da implementação de um modelo de formação, será alcançado se para tal se

uniformizar um modelo de treino de modo a criar um método de trabalho

semelhante em todos os escalões de formação e até mesmo de um modelo de

exercícios, obviamente adjudicados ao modelo de jogo implementado (Leal e

Quinta, 2001).

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105

7.2. Objetivos

A prática desportiva assume um papel elementar para a formação de

qualquer indivíduo, seja enquanto pessoa ou atleta. Porém, não é suficiente

praticar desporto para que o processo de formação garantidamente

desencadeie uma promoção desse desenvolvimento (Mesquita, 1997).

A formação desportiva de crianças e jovens afirma-se como uma

reprodução completamente oposta à posta em prática com adultos, deve ser

caracterizada como um processo que beneficie de forma geral a sua formação,

por intermédio de atividades físicas e desportivas proveitosas a um

desenvolvimento das capacidades e qualidades físicas, tornando-se assim um

fator indispensável para a realização particular do ser humano (Lima, 1988).

Corroborando com esta mesma linha de pensamento, Constantito (2002,

p. 152) sugere que o trabalho aplicado na formação desportiva não é exclusivo

para tarefas centradas numa aprendizagem de habilidades técnicas de uma

qualquer modalidade, mas deve ser também encarado como um processo de

desenvolvimento de condições físico-desportivas que facilitem ao jovem, assim

que atingir a idade adulta, adquirir “a expressão máxima de rendimento no

domínio dessas técnicas”. Não obstante, a ânsia de ganhar obriga a uma

incorreta forma de ensino e treino, criando erros tático-técnicos frequentes que,

numa etapa subsequente, forçarão a correções constantes e que naturalmente

se vão refletir na competição, onde aqui sim se procuram objetivos imediatos

(Pacheco, 2001).

Para contrariar esta tendência, Mesquita (1997) refere que é imperativo

assumir e encarar a formação como uma ação precedente à especialização, a

qual, para que tenha sucesso no futuro, alvitra a existência de alicerces

conquistados no decorrer do período de formação dos atletas. Estas bases

devem ser sistematizadas precocemente, tendo como principal pressuposto a

qualidade do processo de treino e também da intromissão das pessoas

encarregues dessa orientação. Segundo Marques (1991), a implementação

de uma preparação desportiva numa fase inicial, não implica que seja

necessariamente interpretação para uma especialização precoce, “desde que

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sejam respeitadas as leis do treino e o processo de desenvolvimento do atleta.

” (Mesquita, 1997, p. 39).

Citando Marques (1991, p. 11): “O facto de em todas as modalidades

desportivas se iniciar a preparação desportiva cada vez mais cedo revela-se

positivo, constituindo um processo permanente de vários anos, com objetivos

claros e distintos para cada uma das fases do processo”.

Desta forma, torna-se evidente que a formação desportiva da criança

perpetua um traço basilar na globalidade da sua preparação desportiva, sendo

que as definições de objetivos se mostram fundamentais em cada etapa do

processo de formação, de modo a despoletar o seu desenvolvimento

harmoniosamente (Mesquita, 1997).

Se o trabalho de base (formação) for esquecido, a possibilidade de

progressão do atleta no futuro será ínfima. É pelas mãos dos treinadores de

base, preocupados num desenvolvimento das crianças, que imergirão os

grandes protagonistas do nosso futuro desportivo.

O andebol apresenta-se com uma estrutura de jogo complexa, através

de uma exigência notória de execuções técnicas particulares, bem como de

desenvolvimento tático e estratégias intrínsecas. Contudo, aos olhos da

criança, as exigências desportivas tornam-se, por norma, num obstáculo ao

seu objetivo (diversão) visto não haver clara facilidade em reproduzir essa

satisfação no jogo formal.

Todos os problemas e lacunas desta equipa foram sendo detectados ao

longo das sessões de treino e dos jogos que se iam realizando. A observação

do jogo foi uma ferramenta fundamental para detectar e sistematizar os erros e

as limitações que a equipa ia demonstrando no aspeto tático. O primeiro

momento de observação do jogo tinha como função esboçar um diagnóstico

minucioso do desempenho da equipa e dos jogadores em situação de

competição. Nos restantes momentos foram realizadas inúmeras observações

que tiveram como base o controlo da evolução e do ajustamento do processo

de treino.

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A observação nesta equipa em particular, foi utilizada como um

instrumento auxiliar para fornecer indicadores relevantes para a construção de

propostas de trabalho. A necessidade de manipulação e apropriação da bola,

assim como a ânsia de jogar por parte destes pequenos atletas, vem reforçar a

importância dos momentos de carácter lúdico nestas idades.

No Quadro nº 15 estão ilustrados os problemas encontrados com base

no primeiro jogo oficial da equipa, referente ao Torneio de Minis Masculinos da

Associação de andebol do Porto (03 de Novembro de 2013).

Quadro 9. Quadro 15. Erros e limitações dos minis masculinos nos processos ofensivos e defensivos.

ERROS

PROCESSO OFENSIVO PROCESSO DEFENSIVO

- Pouca profundidade de jogo;

- Circulação de bola com

jogadores pouco móveis;

- Ataque da baliza iniciado

com drible;

- Tomada de decisão errada,

após juntarem dois

defensores não executam o

passe.

- Incorreta posição dos

apoios;

- Colocação errada entre

atacante direto e baliza;

- Colocação errada entre a

bola e atacante direto;

- Pouca agressividade

defensiva;

- Saída ao portador de bola

inexistente.

LIMITAÇÕES

- Tomada de decisão frequentemente errada;

- Transições defesa–ataque efetuadas em drible ou em ritmo

lento;

- Ritmo de jogo lento;

- Reduzida eficácia na finalização;

- Fraca noção de controlo defensivo;

-Reduzida mentalidade “ofensiva” na defesa.

A criança não pode ser encarada como um adulto em miniatura, desta

forma, o trabalho realizado na formação e em particular com os Minis

Masculinos, não pode ser comparado com o praticado com adultos. Os

objetivos devem concentrar-se em criar atividades atrativas para os atletas e,

consequentemente, criar e exponenciar uma vontade de continuar a praticar

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andebol e sentir prazer em fazê-lo. Deste modo, tornou-se claro quais seriam

os objetivos e aspetos que teriam de ser abordados dentro do núcleo desta

equipa, para que fosse notório um desenvolvimento e compreensão do jogo:

Capacidades físicas de desenvolvimento prioritário

Capacidades coordenativas: coordenação motora, ritmo, equilíbrio,

orientação espacial e tempo de reação;

Condição física geral.

Capacidades psicológicas de desenvolvimento prioritário

Motivação e gosto pela prática do andebol.

Capacitar-se de saber agir numa dinâmica de grupo;

Adquirir uma atitude de disciplina no treino;

Consolidar a capacidade de resiliência (superação das dificuldades);

Estimular a auto-confiança;

Moderar e regulamentar a agressividade.

Solicitações técnicas específicas da modalidade

Consolidar e desenvolver habilidades motoras básicas (lançar, saltar e

correr).

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7.3. Programação, Periodização e Planificação Anual

A periodização apresentada reporta-se à época de 2013-2014, na qual

exercia funções técnicas (treinador) na equipa de andebol do A.F.C. no escalão

de Minis Masculinos que se encontrava a disputar uma Prova Regional.

Garganta (1995, p. 13), citado por Costa, Lima, Matias e Grego (2007, p.

6), refere que “os jogos desportivos coletivos são caracterizados pela presença

frequente de situações de grande imprevisibilidade, fazendo com que os seus

praticantes necessitem adotar permanentemente atitudes táticas e

estratégicas”, tornando-se crucial que se adopte um processo de tomada de

decisão de forma célere.

É evidente que é inviável apropriar-se do modelo utilizado na alta

competição e transportá-lo para a formação, especialmente nesta fase de

iniciação, uma vez que as ações aplicadas nesta fase são de caráter lento,

intermitente e a informação transmitida é centrada exclusivamente na bola, ao

invés do que sucede no alto rendimento, que exige que as ações sejam

rápidas, harmoniosas e com objetivos pré-estabelecidos.

Desta forma, a planificação formulada para esta equipa seguiu uma

lógica transversal à implementada com a equipa de Infantis Masculinos.

A época desportiva dos Minis iniciou-se com um período pré-competitivo

(Agosto e Setembro), onde os objetivos primários seriam os de elevar os níveis

de condição física, coordenação motora e capacidade tática-técnica dos

atletas. Com o término deste período, surgiram os períodos competitivos

(Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março, Maio e Junho),

com objetivos muito mais focados para a correção de lacunas detectadas no

decorrer dos seus jogos, ou seja, eram objetivos fundamentalmente táticos com

o intuito de criar um desenvolvimento de princípios inerentes ao modelo de jogo

delineados para esta equipa no início da sua época. Nas fases de interrupção

da competição, foram criados períodos de transição (Abril e Julho) com foco

para uma melhoria no que diz respeito às capacidades coordenativas e

condicionais, bem como num aprimorar da técnica individual dos atletas. Este

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plano anual funcionou, de certa forma, como um fio condutor para as decisões

a serem tomadas, dentro de uma dimensão macro e micro deste processo (ver

Anexo V).

Tempo de preparação

A época desportiva desta equipa teve uma duração de 11 meses e meio,

o que perfaz um total de 50 semanas. As sessões de treino eram realizadas

durante 3 dias semanais, o que dá um total de 148 sessões de treino. Os

treinos eram ministrados à terça-feira, quinta-feira e sexta-feira, sendo que os

jogos seriam realizados exclusivamente aos sábados e domingos (variavam

entre as manhãs e tardes).

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7.4. O Treino

Oliveira e Franceschini (2009), defendem que todas as crianças têm o

direito imprescindível de brincar e corroboram essa certeza através das teorias

psicológicas realizadas que sugerem que as atividades lúdicas são um fator de

contribuição para um desenvolvimento infantil. A formação do desenvolvimento

para crianças, deve ser praticado com um foco principalmente lúdico

(brincadeiras). Assim, a prática desportiva, deve ser ministrada com um âmago

lúdico e prazeroso.

Knijnik (2004), recomenda que a iniciação à prática do andebol deve ser

executada num ambiente de pura ludicidade. Qualquer momento de prática

desportiva deve ser executado de modo a que a criança obtenha e compartilhe

situações prazerosas enquanto está a aprender a modalidade.

Exigir um aperfeiçoamento dos movimentos ou gestos motores, ou

invocar um leque de soluções táticas complexas nesta fase precoce da criança

deve ser algo a evitar. A iniciação do atleta deve fundamentar-se numa

conjectura aberta. (Gallahue; Ozmun, 2003).

Contudo, Greco (1998) entende que a criança, nesta faixa etária, por

meio do desenvolvimento do Sistema Nervoso Central, transita para uma

melhoria da sua capacidade coordenativa. Desta forma, despoletará uma

captação e assimilação de informações adequadas, propiciando uma melhoria

da capacidade motora. Tendo estes dados em consideração, o treinador deve

promover na criança um vasto repertório de atividades e exercícios,

ambicionando o aumento da capacidade motora, que se tornará num facilitador

do processo de ensino-aprendizagem nas posteriores fases. É essencial evitar

um treino específico, devendo ter unicamente em mente e como objetivo

fundamental a formação geral dos atletas.

Para os autores Gallahue e Ozmun (2003), as habilidades motoras, na

sua maioria, devem estar bem definidas no que diz respeito a esta faixa etária,

visto ser o período em que reitera a transição das habilidades motoras

fundamentais para outro tipo de habilidades, mais focadas para jogos de

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liderança e atléticas. É no intervalo de tempo entre os 8 e os 10 anos que

desponta o processo de harmonização das habilidades, permitindo assim, a

formação das técnicas motoras imprescindíveis para a prática do andebol

(Knijnik, 2004).

Na sua óptica, Bompa (2002), sugere que o desenvolvimento multilateral

deve ser evidenciado através da implementação de exercícios específicos que

instruam para as habilidades desportivas fundamentais. Assim, devem ser

incluídas nas habilidades multilaterais um leque de competências como a

corrida, os saltos, as paragens, os lançamentos, o equilíbrio e os rolamentos.

Para tal, devem ser providenciados equipamentos que sejam adequados

especificamente para o universo infantil (bolas com diâmetro e peso mais

reduzidos, balizas e delimitações do campo menores aos dos praticados nas

etapas de competição, uma simplificação das regras de jogo), para que desta

forma, propiciem as condições adequadas para um nível de desenvolvimento

da criança.

Knijnik (2004) afirma que não faz qualquer sentido pôr em prática um

escrutinamento de regras e táticas, que na sua maioria são em tudo

incompreensíveis e impraticáveis pelos atletas nesta idade e nesta fase de

iniciação.

Resumidamente, compete ao treinador habilitar e incentivar os atletas a

fazerem parte de exercícios que amplifiquem e desenvolvam a concentração,

uma vez que trará benefícios para uma boa preparação para o treino e

consequentemente para a competição, devendo enquadrar-se no estágio de

desenvolvimento na formação dos atletas (Bompa, 2002).

Knijnik (2004) apresenta três conceitos indispensáveis para se aplicar na

iniciação ao andebol: i) atividade de oposição: sendo o andebol uma

modalidade desportiva em que a oposição é uma das suas características,

deve ser dessa forma, um dos primeiros conceitos a abordar na iniciação. Esta

modalidade assume ainda outra característica particular, o contato físico,

exigindo assim que a criança crie uma adaptação desde cedo a situações de

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contato, para que seja capaz de desenvolver o seu jogo com maior sucesso

nas fases posteriores; ii) automatismos inconscientes: mecanizar movimentos

básicos, por outras palavras, permitir que a criança realize movimentos de

forma natural, sem que exista uma preocupação em demasia. Desta forma a

criança terá maior facilidade para desenvolver outras habilidades e, essa

automatização, será propiciada por um repertório de movimentos mais amplo;

iii) jogar para aprender: nos jogos, a criança será confrontada com inúmeras

situações em que terá necessariamente de tomar decisões e executar

movimentos que só pela experiência do jogo os irá retratar. Assim, o exercício

do jogo assume uma importância fundamental para o desenvolvimento

cognitivo e motor da criança, potencializando a desenvolvimento da

modalidade e, consequentemente, a consciencialização nos distintos extratos

de jogo, sem que para isso seja ignorada a coerência do conceito com o todo,

neste caso o jogo.

7.4.1. Sessões e Processo

De acordo com Bompa (2005) é importantíssimo que qualquer indivíduo,

capacitado para trabalhar com crianças, deva reconhecer as mudanças físicas,

emocionais e cognitivas dos seus atletas durante o seu processo de

desenvolvimento, para que desta forma planifique treinos ajustáveis às

necessidades do atleta.

Citando Adelino, et al. (1999, p. 137): “a preparação desportiva deve

respeitar as etapas do crescimento e maturação das estruturas e funções do

indivíduo, ou seja, do seu desenvolvimento biológico”. Desta forma, segundo as

funções que preconizam e o contato próximo com a criança, o treinador é sem

dúvida uma figura determinante não apenas para a formação desportiva da

criança, mas sobretudo num plano pessoal e social.

A instrução de modalidades coletivas, como é o caso particular do

andebol, exige uma abordagem didática e pedagógica adequada, sem que

para tal implique o risco de se tornar vão no seu sentido (Graça e Mesquita,

2009). Para impedir que isso ocorra, é imperativo que se planeiem e recriem

exercícios de aprendizagem/treino coerentes para que, desta forma, fomentem

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o interesse das crianças pela sua aprendizagem e deste modo haja uma

melhoria da capacidade de jogar e contribuam para uma formação desportiva

de sucesso.

Para se ensinar andebol, é necessário enfatizar uma cooperação entre

os seus praticantes, uma vez que as ações coletivas são condicionadas pelas

ações individuais, impondo deste modo, um desenvolvimento da capacidade de

jogar em equipa bem como, uma adaptação às inúmeras situações complexas,

dinâmicas e de imprevisibilidade a que o jogo obriga.

Esta equipa realizou por cada microciclo três treinos que se distribuíram

ao longo da semana (terça-feira; quinta-feira e sexta-feira). O primeiro treino da

semana tinha uma duração de 75 minutos, a segunda 60 minutos e por fim, a

última 90 minutos.

A época prolongou-se por um total de 46 semanas, perfazendo um total

de 148 sessões de treino, totalizando 185 horas de treino anuais.

Quadro 10. Sessões semanais dos treinos dos minis masculinos.

TREINOS

DIAS Terça-feira Quinta-feira Sexta-feira

DURAÇÃO 75 minutos 60 minutos 90 minutos

LOCAL Pavilhão Lima Col. Dom Duarte Col. Dom Duarte

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7.5. Resultados e Avaliação de Desempenho

7.5.1. Calendário Competitivo

Numa fase anterior ao início de competição, procedeu-se a uma

inscrição das equipas na Federação Portuguesa de Andebol de modo a terem

permissão para participar em competições federadas a nível nacional. A época

desportiva desta equipa teve início com a participação no seu primeiro torneio,

o Torneio Regional de Minis Masculinos da Associação de Andebol do Porto.

Este torneio caracterizou-se por ser uma nova forma de jogar o Andebol. As

equipas eram apenas compostas por cinco elementos de campo, sendo que

um deles teria de ir necessariamente para a posição de Guarda-redes.

As regras deste Torneio tinham algumas diferenças em relação à

competição normalmente aplicada (Campeonato Regional). Os atletas, para

além de se depararem com dimensões de campo mais reduzidas, vivenciaram

novas regras neste estilo de jogo (após golo não era executada a reposição de

bola na zona central do terreno, mas sim era efetuado um passe direto do

guarda-redes para retomar o jogo), que se mostrou ser mais veloz e mais

adequado a este nível de iniciação. O torneio teve a participação de um total de

seis equipas, disputando-se assim um total de cinco jogos. Esta equipa

conseguiu sair vitoriosa em quatro destes jogos e foi derrotada em apenas um

jogo.

Abaixo segue-se o Quadro 16, ilustrativo desta competição:

Quadro 11. Calendário da Competição PR 02 Torneio de Minis AAP Masculinos.

Mês Outubro Novembro

Onda-Série PR 02 Torneio de Minis AAP Masculinos

Data 27/10/2013 02/11/2013 03/11/2013 09/11/2013 17/11/2013

Local Mun. Amarante

Pavilhão Lima

Pavilhão Lima Pavilhão Lima

Mun. Crestuma

Hora 11:00 14:30 14:30 12:00 16:00

Jogo AD Amarante

IC Madalenese

CA Leça GC Santo Tirso

CJ A.Garret

Jornada 1 2 3 4 5

Resultado 7-30 27-23 25-22 21-22 4-54

Pontuação Final

13 pontos

Classificação Final

2º classificado

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Seguidamente, iniciou-se a competição regional onde primeiramente

foram apuradas as equipas, sob a forma de sorteio aleatório, que iriam disputar

os jogos do Campeonato Regional de Infantis Masculinos. O sorteio teria início

no dia 17/09/2013 e consequentemente o campeonato arrancaria no dia

12/10/2014 e teria o seu término no dia 26/05/2014.

Esta prova (campeonato regional) foi disputada por distintas fases, tendo

como objetivo permitir a entrada de novas equipas e um adequado ajustamento

dos níveis competitivos das equipas em competição. Foram constituídos

grupos que jogaram TxT a 1 volta, de acordo com um regime de jornadas

concentradas.

No início da época (mês de Outubro) a equipa arrancou com a sua

competição a nível regional (Fase PR 08 Prova Regional Minis Masculinos),

constituída por cinco jornadas. Os jogos desta competição serviram desde logo

como preparação e integração de novos jogadores, muitos deles a vivenciarem

a sua primeira experiência competitiva. No decorrer destes jogos, observou-se

que os jogadores não apresentavam qualquer consciência do processo

defensivo (não sabiam acompanhar e controlar o seu adversário, eram

incapazes de bloquear o braço do remate do adversário, frequentemente

atacavam e “esqueciam-se” de se reorganizar defensivamente). No entanto,

mostrava-se ser uma equipa com bons momentos de jogo ofensivo e com

alguma facilidade na finalização, em particular da zona da 1ª linha (faziam

penetrações no espaço vazio, executam fintas com e sem bola, tinham

facilidade em realizar o contra-ataque e o ataque rápido).

Com o término desta primeira fase da Prova Regional, notou-se uma

crescente melhoria ao longo das jornadas, especialmente em termos

defensivos onde a equipa mostrou progressivo poder de resposta à ação do

adversário. Apesar de também ter ocorrido uma evolução no processo

ofensivo, este mostrou-se ser menos eficiente, uma vez que a utilização do

drible era frequente e a circulação da bola entre a própria equipa se mostrava

bastante reduzida (havia frequentemente a tentativa de um só jogador fazer

todas as jogadas).

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Assim, neste ciclo de época foi dado particular ênfase à exercitação e

consolidação da transição ofensiva, bem como da circulação de bola e tática

defensiva, consequência das dificuldades constatadas.

Nas cinco jornadas que a equipa realizou, saiu vitoriosa em quatro jogos

(dois deles jogados em casa) e foi equipa derrotada em apenas um jogo (este

também realizado em casa). A equipa mostrou uma notável capacidade de se

impor perante os seus adversários, revelando uma enorme estabilidade

emocional e uma atitude bastante interessante para esta faixa etária (era

notória a vontade de ganhar, de ajudar os seus colegas de equipa sempre que

um deles cometia um erro, e festejavam efusivamente os golos, bem como as

defesas obtidas).

Em seguida segue-se o Quadro 17, representativo da primeira

competição a nível regional:

Quadro 17. Calendário da Competição Fase PR 08 Prova Regional Minis Masculinos.

Mês Dezembro Janeiro

Onda-Série Fase PR 08 Prova Regional Minis Masculinos

Data 08/12/2013

14/12/2013

15/12/2013

04/01/2014

11/01/2014

12/01/2014

19/01/2014

Local Esc. Ribeirinha Macieira

Pavilhão Lima

Mun. STº Tirso

Pavilhão Lima

Mun Póvoa Varzim

Pavilhão Lima

Esc. Sec. Abel

Salazar

Hora 15:00 10:00 17:00 10:00 17:00 10:00 10:00

Jogo G.D.C. Azurara

ADA Maia ISMAI

AD Amarante

AD Amarante

C.A. Povoa Varzim

CA Leça FC Infesta

Jornada 1 2 3 4 5 6 7

Resultado 17-3 5-20 13-9 27-4 20-17 12-13 4-37

Pontuação Final

11 pontos

Classificação Final

6º classificado

No decorrer da competição regional, a equipa transitou para a próxima

fase da competição, desta vez chamada por Fase PR 08 Prova Regional Minis

Masculinos - Andebol 7.

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118

Segue-se abaixo o Quadro 18, ilustrativo desta competição:

Quadro 12. Calendário da Competição Fase PR 08 Prova Regional Minis Masculinos - Andebol 7.

Mês Fevereiro Março

Onda-Série

Fase PR 08 Prova Regional Minis Masculinos - Andebol 7

Data 01/02/2014

09/02/2014

15/02/2014

23/02/2014

08/03/2014

09/03/2014

14/03/2014

15/03/2014

22/03/2014

Local Esc. Sec. Baltar

Mun. Amarant

e

Pavilhão Lima

Escola Secundária Abel Salazar

Mun. STº Tirso

Esc. Viso Porto

Pavilhão Lima

Mun. Maia

Pavilhão Lima

Hora 17:00 17:00 11:30 10:30 16:30 10:00 21:30 10:00 10:00

Jogo CAAEBaltar

AD Amarant

e

AA Águas Santas

FC Infesta

GC Santo Tirso

C. A, Póvoa Varzim

CA Leça ADA Maia iSMAI

G. D. C. Azurara

Jornada 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Resultado

14-11 5-21 21-20 3-29 29-18 13-18 13-17 25-14 11-11

Pontuação Final

16 pontos

Classificação Final

7º classificado

Chegando à 4ª e última prova deste Período Competitivo, onde se

disputaram oito jogos, a equipa transitou para a Série B, uma vez que a sua

classificação não foi suficientemente favorável para se manter na Série A.

A Prova Regional de Minis Masculinos dá-se por encerrada no dia

10/06/2014, com a equipa a conquistar o lugar mais ambicionado por todos, o

1º lugar desta 4ª Onda da Série B. Nesta fase, a equipa foi capaz de mostrar

toda a sua evolução no decorrer da época. Mostrou uma grande combatividade

em todos os jogos e uma forte disciplina tática (todos os jogadores sabiam

quais as suas posições específicas de campo).

A equipa demonstrou ter adquirido um leque de soluções, especialmente

no seu processo ofensivo, com noções claras de ocupação espacial, entradas

para o espaço vazio, rápida transição ofensiva e correta tomada de decisão.

Nos seus momentos ofensivos teve ainda pequenas noções de entradas a 2º

pivô. No processo defensivo a equipa apresentou uma sólida consolidação do

sistema defensivo individual, ocupando corretamente os espaços, seguindo o

seu adversário em todos os momentos e tendo uma correta postura corporal,

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destacando-se por fim e principalmente a capacidade de trabalhar em mútua e

constante entreajuda de modo a evitar que o adversário fizesse golo, todos

estes parâmetros que não dominavam anteriormente.

Desta forma, mostrou-se ser uma equipa mais coesa, com um correto

sentido de orientação espacial, uma boa capacidade na transição ataque-

defesa e defesa ataque, bem como criação de superioridade numérica e rápida

percepção do contra-golo.

Abaixo segue-se a representação, através do Quadro 19 desta

competição:

Quadro 13. Calendário da Competição Fase PR 08 Prova Regional Minis Masculinos - Serie B.

Mês Abril Maio Junho

Onda-Série

Fase PR 08 Prova Regional Minis Masculinos - Serie B

Data 27/04/2014

01/05/2014

03/05/2014

17/05/2014

25/05/2014

31/05/2014

07/06/2014

10/06/2014

Local Mun. Amarant

e

Esc Irene

Lisboa – Paranho

s

Mun. S. Pedro Fins

Pavilhão Lima

Esc. Sec. Abel

Salazar

Pavilhão Lima

Pav. Eduardo Soares

Pavilhão Lima

Hora 17:00 15:00 15:00 17:00 10:30 14:30 15:00 10:00

Jogo AD Amarant

e

DFFC ADA Maia ISMAI

“B”

CAAE Baltar

FC infesta

Gondomar

Cultural

AA São Mamede

CDC Santana

Jornada 1 2 3 4 5 6 7 8

Resultado 10-32 14-8 4-25 13-13 5-26 17-15 6-20 22-10

Pontuação Final

23 pontos

Classificação Final

1º classificado

Com o término desta fase de provas regionais, iniciou-se uma nova fase

de competição sob a forma de torneios. O primeiro torneio disputado, após o

encerramento da competição nacional, foi o Festand de Andebol de Praia, o

“Festand Andebol 4Kids” (Praia Matosinhos e Praia de Canide Norte). Nesta

competição meramente lúdica, a equipa tomou conhecimento de uma nova

forma de praticar andebol, com regras distintas do andebol praticado ao longo

desta época. A equipa disputou um total de 4 jogos neste torneio, tendo ganho

dois deles e saído derrotada nos dois restantes, sendo que uma das suas

derrotas aconteceu após o “golo de ouro”.

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120

Após a representação no Festand, a equipa fez-se representar no “2ª

Gondomar-Andebol7 Challenge 2014”. Num total de 4 jogos, a equipa venceu

apenas 1, empatou 1 e perdeu 2, ficando classificada na 2ª posição.

No decorrer do mês de Maio o número de jogos realizados pela equipa

foi muito elevado e com pouco espaço para recuperação e preparação para os

jogos. Quanto aos meses seguintes, verificou-se que a equipa realizava uma

média de um jogo a cada sete dias, à exceção dos meses de Outubro e Abril (a

equipa apenas realizou um jogo em cada um destes meses). Este mostrou-se

ser um número adequado para que a equipa tenha tempo de assimilar toda a

informação transmitida no decorrer dos treinos e para que possa assim corrigir

as falhas e consolidar os seus conhecimentos ao longo de toda a sua época

desportiva.

7.5.2. Avaliação Sumativa Trimestral (Treino e Jogo)

A análise subjetiva e apreciativa do desempenho desta equipa de minis

masculinos e de cada jogador em particular, foi realizada transversalmente à

implementada para o escalão de infantis masculinos, englobando também os

treinos e os jogos disputados (à exceção dos torneios), sendo sempre

acompanhada por procedimentos reflexivos sobre a adequação do processo de

treino e orientação dos jogadores em causa. Também para esta equipa, as

dificuldades detetadas em competição foram determinantes para reajustar os

planos de treino e a orientação do trabalho.

7.5.2.1. Equipa

Precedeu-se, também, a uma análise da distribuição de golos marcados

e sofridos ao longo da época desportiva deste escalão em particular (Gráfico

15). Conforme é possível constatar pela análise do mesmo, verificou-se não só

um saldo positivo entre os golos marcados e sofridos, bem como uma evolução

positiva desses golos na equipa (Minis Masculinos), consequência do trabalho

realizado nos treinos e nos respetivos jogos disputados (sob a forma de

organização de exercícios mais próximos às exigências das dificuldades

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121

detetadas e do próprio jogo, feedbacks mais adequados nos treinos e nos

jogos).

No primeiro momento competitivo (1) a equipa disputou um total de cinco

jogos. Facilmente se verificam diferenças bastante significativas no que diz

respeito aos golos marcados e sofridos, quando comparado com os restantes

momentos competitivos (2, 3 e 4). Este facto deve-se unicamente pela diferente

forma de jogar com que a equipa se deparou neste período competitivo (jogos

eram disputados com apenas 5 elementos em campo, sendo um deles o

guarda-redes, as dimensões de campo eram bastante mais reduzidas e não

havia reposição de bola ao meio campo após golo, mas sim uma reposição de

bola pelo guarda-redes). Esta fase mostrou-se ser muito mais intensa, rápida,

com maior número de jogadores a terem influência no resultado e

consequentemente verificou-se um maior número de golos marcados.

Nos restantes momentos competitivos (2, 3 e 4), a equipa disputou todos

os seus jogos segundo o regulamento da Federação Portuguesa de Andebol

(ver anexo I).

No primeiro momento de competição (1), está representada a primeira

fase competitiva (PR 02 – Torneio de minis AAP masculinos – 1 onda – série

B). A equipa disputou um total de 5 jogos, tendo feito um total de 157 golos

marcados e 78 sofridos.

No segundo momento (2), a equipa transitou para uma fase

aparentemente de maior grau de dificuldade (PR 08 – Prova regional minis

masculinos), desta vez tendo disputado um total de 7 jogos. A equipa marcou

um total 110 golos em toda a prova, sofrendo um total de 91 golos.

O terceiro momento (3), faz parte de uma nova fase competitiva, por sua

vez, com um menor grau dificuldade do que a fase anterior (PR 08 – Prova

regional minis masculinos – Andebol 7). A equipa disputou um total de 9 jogos.

A equipa foi capaz de fazer um total de 151 golos em toda a prova e sofreu um

total de 142 golos.

Por fim, o último momento (4) é referente à última fase competitiva (PR

08 – Prova regional minis masculinos – série B), com a equipa a deparar-se

com um grau mais acentuado de dificuldade. Nesta fase da competição a

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equipa disputou um total de 8 jogos. A equipa fez um total de 169 golos e

sofreu um total de 71 golos.

Gráfico 15. Avaliação da evolução do desempenho de equipa.

O gráfico retratado abaixo (Gráfico 16), faz alusão às diferenças entre os

golos marcados e sofridos por esta equipa ao longo da sua época desportiva.

Quanto ao primeiro momento (1) a maior diferença de golos obtida,

como equipa vencedora, foi de 50 golos (a equipa venceu o jogo por 54-4). A

maior diferença obtida numa situação de derrota foi de apenas 1 golo (a equipa

perdeu por 21-22).

No segundo momento (2), a maior diferença alcançada sob a forma de

equipa vencedora, foi de golos 33 golos (a equipa venceu por 27-4). Quanto à

maior diferença obtida como equipa derrotada foi de 15 golos (a equipa perdeu

por 5-20).

No terceiro momento (3), a maior diferença alcançada como equipa

vencedora foi de 26 golos (a equipa ganhou por 29-3). Quanto à maior

diferença obtida, em derrota, foi de 11 golos (a equipa perdeu por 14-25).

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No quarto e último momento (4), a maior diferença de golos obtida como

equipa vencedora foi de 22 golos (equipa ganhou 32-10). A equipa não sofreu,

neste momento competitivo, nenhuma derrota.

No cômpito geral, esta equipa foi capaz de marcar um total de 587 golos

ao longo de toda a sua época competitiva e sofrer um total de 382. Como é

possível verificar, o saldo tende a ser positivo, com uma diferença de 205 golos

entre os golos marcados e sofridos.

Gráfico 16. Diferença entre golos marcados e sofridos ao longo da época desportiva dos minis.

Conforme é possível verificar no gráfico que se segue (Gráfico 17), a

equipa ganhou a maioria dos jogos realizados (16 vitórias, 11 derrotas e 2

empates). A equipa obteve uma percentagem de 55% de vitórias, 7% de

empates e por fim 38% de derrotas. De notar, também, que o maior volume das

vitórias foi registado no término da época (momento em que as equipas eram

mais equilibradas e o seu nível de jogo era mais homogéneo).

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Gráfico 17. Avaliação dos resultados globais das vitórias, derrotas e empates.

7.5.2.2. Atleta

O método de avaliação é aquele que mais eficazmente permite tomar

uma decisão no que diz respeito à retenção ou progressão do atleta, uma vez

que confronta resultados absolutos, facultando uma examinação da progressão

do atleta face aos objetivos antecipadamente estabelecidos (Mesquita, 2012).

As avaliações realizadas, em forma de ficha (ver Anexo III), foram

estruturadas ao longo destes três trimestres (perfazendo uma época desportiva

completa). Estas avaliações supracitadas tiveram como base uma análise

qualitativa de um conjunto de comportamentos técnico e/ou táticos

selecionados. O método de avaliação adotado teve a virtude de complementar

a informação retida diariamente e servir como meio de aferir, de forma um

pouco mais sistematizada, a adequação do processo de treino a cada um dos

jogadores, procurando maximizar as suas potencialidades.

A época desportiva chega ao fim e inicia-se uma fase de retrospeção

acerca do trabalho desenvolvido, tendo-se concluído que a maioria dos

objetivos e metas traças para cada jogador foram alcançadas, que se

traduziram, grosso modo, na melhorias das suas competências e nível de jogo

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Uma fração considerável dos atletas apresentaram patamares bastante

satisfatórios na qualidade do seu nível de jogo, no entanto, alguns atletas

precisavam de trabalhar mais arduamente, nomeadamente no que diz respeito

à predisposição para o jogo e à sua coordenação motora, sem descurar os

aspetos táticos e técnicos individuais, essenciais para solucionar os problemas

que surgem nesta etapa.

Com o término destas avaliações (1º, 2º e 3º trimestres), após o

tratamento e análise dos dados obtidos, bem como através de uma

comparação dos três momentos, observou-se ainda uma certa

heterogeneidade nesta equipa, contudo a evolução de todos os atletas nos

distintos parâmetros de jogo foi evidente, revelando uma melhoria nos distintos

índices de performance de jogo, consequência das melhorias substanciais que

grande parte dos atletas demonstrou no seu resultado final.

Colocando em consideração as preocupações essenciais para esta

época desportiva, aliadas ao trabalho extenso trabalho posto em prática e ao

tempo de exercitação dedicado ao conteúdo “tomada de decisão”,

naturalmente seria expectável observarem-se níveis de superiores de evolução

por comparação com os restantes As melhorias ao nível da tomada de decisão,

em especial sem bola, explicam-se em parte pela ênfase colocada nos

exercícios e nas correções (feedbacks). O “jogo de ataque sem bola” era

claramente um problema na equipa, pelo que se utilizaram muitas situações

jogadas (tipo jogo pré-desportivos), que funcionaram como espécie de

catalisador para aprender a explorar os espaços livres, aumentando a

amplitude e profundidade de jogo, e posicionar-se em condições de ajudar o

colega com bola (criar linha de passe de apoio).

Assim, a evolução dos movimentos/comportamentos considerados

indispensáveis para que a manutenção da posse de bola e consequente

progressão para a baliza foram evidentes, com especial destaque para as

situações de movimentos como o “passa e vai” que obrigavam os atletas a

procurarem constantes situações de desmarcação, para zonas mais favoráveis

à finalização.

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O Gráfico 18 põe em evidência os resultados obtidos ao longo da época

no que à avaliação da tomada de decisão sem bola diz respeito.

Gráfico 18. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da tomada de decisão

s/bola.

Quanto à tomada de decisão com bola, observaram-se igualmente

melhorias, especialmente nos comportamentos tomados como indispensáveis

para se manter uma posse de bola, progressão e finalização adequadas. A

decisão relacionada com o passe para o colega livre em oposição ao passe

para o colega sob marcação foi uma das que mais se evidenciou (jogadores

passaram a ler melhor o jogo e a compreender que o risco era menor quando o

passe era efetuado para um colega desmarcado, o passe para o colega sob

marcação era efetuado com menor frequência e só perante situações de maior

favorecimento para a finalização). O Gráfico 19 demonstra a evolução

registada ao longo desta época.

Gráfico 19. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da tomada de decisão com

bola.

Quando se aborda o tema execução motora, faz-se referência a distintos

parâmetros. Também neste aspeto, as melhorias obtidas pelos atletas foram

notórias. Claramente que esta evolução apenas ocorreu pelo tempo

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127

considerável de exercitação que foi aplicado no que diz respeito à tática e

técnica individual dos atletas. Assim, para que fosse adquirido um jogo de

andebol com mais fluidez, dinamismo e eficácia, foi fundamental que estes

atletas fossem adquirindo um reportório motor capaz de lhes facilitar e permitir

que coloquem em prática não só as suas intenções ofensivas mas também as

defensivas.

O passe e a receção, eternos aliados, destacaram-se como dois dos

comportamentos que maior evolução apresentaram. Foi também um sinal

positivo o facto dos atletas terem ganho maior consciência dos momentos de

utilização do drible, compreendendo que o mesmo apenas deveria ser utilizado

em situações de recurso e não de uma forma constante (ver Gráfico 22).

Contudo, ficam ainda alguns componentes críticos a apontar nos aspetos

referentes ao passe e receção, como o controlo da força e a direção do passe.

(ver Gráficos 20 e 21).

Em suma, estes três parâmetros produziram um crescimento das

competências dos atletas fundamentalmente pela implementação de exercícios

que frequentemente obrigavam a que estes parâmetros estivessem sempre

presentes (ver Figuras 3, 4 e 5).

Gráfico 20. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da receção.

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Gráfico 21. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do passe.

Gráfico 22. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do drible.

Fazendo referência ao padrão motor do remate e consequente

finalização, a constante referência feita para a correta colocação do “braço em

cima”, bem como a preocupação da colocação do pé contrário em oposição ao

braço do remate, tornou-se fundamental para que a sua evolução se tornasse

evidente (ver Gráficos 23 e 24).

Gráfico 23. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do remate.

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Gráfico 24. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da finalização.

O duelo individual foi um dos aspetos que exigiu maior preocupação ao

longo dos treinos. A razão para isto foi por se considerar que este aspeto é

fundamental para criar um momento ofensivo com maior probabilidade de

sucesso. Desta forma, a finta sem bola foi aquela que maior eficácia se fez

sentir, especialmente nas situações de defesa individual, já por sua vez, a finta

com bola mostrou alguma relutância na sua evolução, uma vez que o ataque

ao espaço e a mudança repentina de direção foram dois fatores que criaram

maior dificuldade de execução nos atletas (ver Gráfico 25).

Assim, o duelo individual apresentou melhorias evidentes no decorrer

desta época desportiva, sendo que a causa para que tal acontecesse se

devesse ao facto de terem sido escolhidos exercícios que impulsionassem este

aspeto grande parte do tempo (ver Figuras 2, 3 e 4).

Gráfico 25. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do duelo individual.

O aspeto das questões defensivas foi aquele que mais preocupante

evolução teve, no entanto os níveis de evolução dos atletas não deixaram de

se mostrar positivos. A grande preocupação que surgiu nos atletas visava

essencialmente a preocupação de posicionamento e movimentação, ou seja,

os atletas não tinham presente a conceção de como abordar o adversário.

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Deste modo, alguns exercícios tiveram de ser desenvolvidos para

melhor promover o contato entre os atletas para que mais facilmente

ganhassem as noções básicas defensivas, especialmente no que diz respeito

ao controlo do adversário (ganhar noção de colocação entre o adversário e a

sua baliza) e o modo de o contatar (contato deverá ser feito de frente para o

adversário e tentar imobilizar a zona do peito e ombros).

Uma vez que esta questão do controlo do adversário foi uma das que

maior investimento necessitou, seria de esperar que o resultado da evolução

dos atletas fosse ligeiramente superior aos outros parâmetros.

No que diz respeito ao desarme e à interceção, apesar de serem pontos

de referência no que diz respeito a uma maior eficácia para a recuperação da

posse de bola, estes foram dois parâmetros que não sofreram uma evolução

tão vincada (ver Gráficos 26, 27 e 28).

Gráfico 26. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do desarme.

Gráfico 27. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do contato adversário.

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Gráfico 28. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da interceção.

Uma vez apresentados os níveis iniciais da avaliação realizada com

estes atletas, seria presumível que o nível dos atletas que apresentavam

índices superiores aos restantes, sofressem uma evolução mais acentuada no

decorrer da época desportiva. Acresce ainda que estes mesmos atletas foram

importantes para o contributo da evolução dos atletas que apresentavam

patamares inferiores. Outro dos aspetos que deve ser destacado foi o de que

os atletas que mostraram mais empenho e mais vontade de treinar foram

também os que tiveram uma maior evolução e melhoria da sua performance.

Realizando uma retrospectiva do nível atingido nestes atletas, deve

considerar-se que esta equipa se encontra preparada para enfrentar novos

desafios no seu jogo, tanto nos aspetos ofensivos como defensivos. Existem

ainda aspetos que necessariamente precisam de refinamento, particularmente

na dinâmica e predisposição para o jogo, para além dos aspetos relacionados

com a tática e a técnica individual indispensáveis para criar soluções para os

problemas forem surgindo nas suas etapas de formação.

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Exemplos práticos de exercícios

transversais aos dois escalões

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VIII. Exemplos práticos de exercícios transversais aos dois escalões

8.1. Exercícios

O exercício de treino assume-se como sendo um meio operacional e

prioritário para obter um melhor rendimento desportivo e, deverá ser construído

de modo a abranger diversos capítulos (como a tática, a técnica, a fisiologia).

Ulatowski (1975), distingue quatro fases essenciais para o processo de

aprendizagem e aprimoramento das ações competitivas: i) demonstração e

explicação; ii) aprendizagem e aprimoramento em condições simples; iii)

aprendizagem e aprimoramento em condições similares às da competição; iv)

aperfeiçoamento no decorrer da competição.

8.1.1. Conteúdos táticos ofensivos

Antes de mais, não nos podemos esquecer que a oposição é importante

para a introdução ou aperfeiçoamento dos comportamentos individuais e

cooperativos no ataque. Assim, esta aprendizagem não se pode fazer de forma

isolada, sintética, mas sim integrada e relacionada, apesar de se enfatizarem

mais as soluções de ataque a empreender.

A ação ofensiva é, naturalmente, dependente da leitura que a equipa, e

os jogadores em particular, são capazes de fazer em contexto de situacional.

Assim, nas suas ações ofensivas, a equipa tem necessariamente de estar

alerta e preparada para as possíveis alterações estratégicas a que o seu

adversário obriga.

Desta forma, o primeiro preceito colocado nestas equipas no momento

da sua fase ofensiva foi o de serem capazes de se consciencializar que para

poderem atacar, tinham antes de tudo de estar sob a posse da bola (deviam ter

uma mentalidade sempre focada para a recuperação de bola e manutenção da

mesma), no entanto, foi também clarificado que a posse da bola não era

exclusiva de um único atleta, mas sim para todos aqueles que estariam a fazer

parte da equipa que realizava uma determinada ação ofensiva.

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O intuito destas informações seria o de transmitir aos atletas que no

decorrer de um jogo, as ações ofensivas ocorrem maioritariamente por

intermédio dos jogadores sem a posse da bola e não do atleta que se encontra

com a bola em sua posse. Assim, conseguiríamos fazer com que os atletas

entendessem que é importante estar com a bola em sua posse, mas é mais

importante ainda ajudar o colega que tem a bola de forma a criar uma situação

de finalização coletiva (através de linhas de passe, aclaramentos, fintas sem

bola, amplitude do espaço de jogo).

Imediatamente se impôs uma questão. De que forma conseguimos fazer

com que os nossos atletas compreendam o que lhes foi explicado?

Antón (1998) abriu o caminho para esta resposta, referindo que certas

formas de ataque se podem construir através de duas formas: jogo livre e jogo

dirigido. No jogo livre os atletas atacam de forma mais criativa, e as respostas

às suas ações surgem apenas de acordo com as ações defensivas que o

adversário cria (surge de imediato a leitura, a observação e a criatividade).

Nesta segunda forma de jogo dirigido, as ações estão mais focadas no jogo

posicional, apontado para as respostas possíveis decorrentes das ações dos

jogadores ofensivos (dá espaço a uma menor criatividade). Em ambos os

processos de aprendizagem, existe uma (maior ou menor) liberdade criativa,

com uma descoberta e reconhecimento dos distintos conteúdos dentro de uma

relação de maior proximidade da competição formal.

Foi neste sentido que se pensou e criou situações de jogos/exercícios

onde as intenções táticas e sistemas ofensivos se evidenciassem,

possibilitando aos atletas uma transição de um princípio para outro, em função

dos acontecimentos, de uma forma mais eficaz e de fácil compreensão. Este

contexto baseou-se tanto na ação individual como numa colaboração coletiva,

de forma a desencadear naturalmente um sistema de jogo e uma organização

tática, enfatizando a criatividade destes atletas.

Resumidamente, a tática foi trabalhada segundo exercícios que se

aproximassem sublimemente à situação de competição, visto ser no jogo que

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todo o conhecimento adquirido pelo atleta será aplicado. Desta forma o atleta

será capaz de, perante um conjunto de situações ou problemas, terá de ser

capaz de encontrar a melhor solução para os superar (Graça, 2007). Assim, as

ações táticas individuais e coletivas dos exercícios formulados para os treinos,

tentaram aproximaram-se o melhor possível do jogo formal (respeitando

contundo os níveis referenciais da equipa em geral).

8.1.2. Conteúdos táticos defensivos

A grande dificuldade na implementação de um sistema defensivo

decorreu da dificuldade de levar os jovens praticantes a entenderem

importância e significado de “defender”. Naturalmente, como em qualquer outra

modalidade desportiva coletiva, a atenção dos jovens praticantes está centrada

maioritariamente na marcação de golos, sendo que no andebol existe uma

maior facilidade no controlo e domínio da bola (utilização das mãos para jogar),

o que favorece a concretização com sucesso.

Os sistemas defensivos são implementados com o objetivo de promover

uma organização coletiva para as ações defensivas que terão de

desempenhar, através das delimitações das zonas de atuação dos jogadores.

Para que tal aconteça, é indispensável que se compreenda a dinâmica de

funcionamento do sistema preterido, as regras de atuação e o motivo para o

seu posicionamento.

A literatura encontrada que aborda estes aspetos ligados aos sistemas

defensivos no andebol mostra que existe um pensamento divergente no que

diz respeito ao sistema que deve inicialmente ser posto em prática.

Tanto Antón (1990) como Ehret et al. (2002), sugerem que o primeiro

sistema defensivo a ser posto em prática, desde logo nas primeiras etapas da

formação, como é o caso destes escalões (Infantis e Minis Masculinos), é o

sistema defensivo individual.

No caso particular destas equipas, estiveram constantemente presentes

objetivos dentro dos aspetos tático-técnicos, como as constantes pressões aos

atacantes (“ofensividade” na defesa, tentar adquirir a posse de bola

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rapidamente, ficar sempre numa posição em que se encontre entre a sua baliza

e o seu adversário), indispensáveis para desencadear um desenvolvimento de

uma série de táticas individuais (finta, desmarcação, marcação direta com foco

na intercepção de um passe ou em situação de drible por parte do adversário),

que servirão de auxílio para uma construção e estruturação, tanto física como

mental, dos posteriores sistemas defensivos zonais.

O sistema defensivo individual promove nos jogadores o

desenvolvimento de uma série de características fundamentais e relevantes

para uma aprendizagem correta de sistemas defensivos mais complexos e

exigentes taticamente (como sejam os sistemas zonais). Este tipo de sistema

defensivo obriga à adoção de determinadas condutas defensivas, a saber:

Cada defensor deve possuir e assumir a sua responsabilidade (é

responsável pelo seu oponente direto, quer este tenha a posse de bola

ou não);

Deve encontrar-se posicionado entre o adversário (atacante) e a sua

própria baliza, sempre respeitando uma relação de proximidade (manter-

se a cerca de um braço de distância do seu adversário), para que

dificulte as ações do seu oponente ou da equipa adversária (passes e

receções);

O desenvolvimento de uma noção espacial do atleta na sua fase

defensiva é transmitido por intervenção dos deslocamentos realizados

pelos adversários (atacantes), bem como pela colocação dos seus

colegas de equipa (fechar os espaços que possam existir). Ou seja, o

atleta deve ser capaz de acompanhar o seu adversário, sem com isso

perder a noção do espaço (evitar deixar espaços abertos na defesa que

possam facilitar uma finalização mais favorável do adversário).

Deve ser reforçado e assumido o ímpeto inicial da ofensividade na fase

defensiva neste escalão, uma vez que, o principal conceito é o de manter

constantemente uma intenção ofensiva (recuperar a bola para poder marcar

golos e evitar sofrer) nos sistemas defensivos.

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8.2. Exercícios tipo segundo os objetivos pretendidos

Aqui ficam presentes os exercícios referentes à parte fundamental dos

treinos, entendidos como tendo maior destaque e mais adequados à evolução

dos atletas destes escalões:

EXERCÍCIO 1: “Defende o Castelo”

Objetivos tático-técnicos:

Criar situações de oportunidade de finalização.

Garantir ocupação racional do espaço;

Criação de superioridade numérica e ampliação do espaço de ataque;

Desenvolver competências de remate em função da posição em campo e da ação defensiva.

Adquirir noção de zona defensiva;

Desenvolver perceção de pressão alta (garantir interceções e dificultar passes); Descrição:

Atletas dividem-se em dois grupos de 4 elementos cada;

É formado um círculo com um objeto no meio (cone ou bola medicinal), a equipa que se encontra

a defender deve impedir que a equipa que está a atacar circule a bola e consiga derrubar ou

acertar no objeto;

A equipa que ataca deve fazer circular a bola à volta do seu adversário, de forma a obter um

espaço entre a defesa e poder assim derrubar ou tocar no objeto livre de oposição;

Cada equipa tem direito a executar 3 ataques seguidos;

Ganha a equipa que executar maior número de pontos por cada ataque.

Variante:

Determinar um tempo específico para a equipa que se encontra a atacar poder acertar no alvo;

Equipa que está a defender se for capaz de impedir o adversário com posse de bola de a passar,

ganha um ponto;

Ganha a equipa que obtiver maior número de pontos totais (ataques concretizados e defesas

bem efetuadas).

Figura 1. Primeiro exercicio tipo para a parte fundamental do treino.

Legenda:

Atacante; Passe;

Defensor; Deslocamento;

Alvo; Bola.

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EXERCÍCIO 2: ”BOLA AO CAPITÃO”

Objetivos tático-técnicos:

Melhorar a relação passador/recetor;

Diferenciar e adequar a passagem lenta e/ou rápida para o terreno de ataque;

Adequar a forma de transição às circunstâncias de jogo; contra-ataque, contra-golo e

ataque rápido;

Reforçar o conceito de amplitude;

Garantir a circulação de bola como meio tático fundamental;

Potenciar o recurso a penetrações sucessivas.

Descrição:

Formam-se duas equipas de 5 atletas (1 atleta de cada será denominado de capitão);

Os jogadores devem passar a bola entre si até serem capazes de passar a bola ao seu

capitão e recebê-la novamente;

Caso a bola seja interceptada, a equipa que estava a defender passa a atacar;

Só é considerado ponto se a bola for recepcionada pelo “capitão” e novamente enviada

para o atleta que fez o passe para o “capitão”.

Variante:

Para que possam passar a bola ao seu “capitão”, os atletas devem fazer um mínimo de

5 passes entre si, sendo que se encontram impedidos de fazer o passe ao colega que

acabou de lhes passar a bola.

Se a equipa que está a defender for capaz de agarrar o adversário, dentro das normas

estipuladas pelo treinador, nesse caso a equipa que estava a defender ganha a posse

de bola e passa assim a atacar.

Figura 2. Segundo exercício tipo para a parte fundamental do treino.

Legenda:

Atacante; Passe;

Defensor; Deslocamento;

Bola.

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EXERCÍCIO 3: “BOLA NA LINHA”

Objetivos Tático-técnicos:

Identificar e construir situações de jogo favoráveis ao avanço rápido em direção à

baliza adversária;

Adoptar comportamentos/atitudes adequadas quando se tem a bola e quando não está

na posse da mesma;

Garantir linha de passe de apoio ou em desmarcação;

Construir situações de jogo favoráveis à finalização contra defesas abertas;

Organizar a recuperação para parar ou atrasar a transição rápida do adversário e

recuperar a bola;

Atuar em antecipação sobre as ações ofensivas para impedir a finalização e recuperar

a bola.

Descrição:

2 grupos de 5 atletas com 1 bola;

Bola deve ser circulada entre a equipa até chegarem à linha lateral (golo) e poderem

assim pontuar;

Passe só é considerado correto se o atleta for capaz de executar o passe com o braço

bem levantado e a bola acima da cabeça, de outra forma a equipa perde a posse de

bola;

Duração de 5 minutos de jogo entre equipas.

Variante:

Colocação de apoios ao longo do espaço de jogo (aumento da superioridade numérica

no ataque);

Diminuição no número de passes efetuados antes de poder pontuar;

Impedição de poder passar a bola ao mesmo colega;

Equipa que se encontra a defender se interceptar a bola ou executar uma falta que

impeça o adversário de passar ou avançar, ganha a posse de bola;

Sempre que a equipa for capaz de pontuar mantém a posse de bola e ataca

novamente.

Figura 3. Terceiro exercício tipo para a parte fundamental do treino.

Legenda:

Atacante; Passe;

Defensor; Deslocamento;

Bola.

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Figura 4. Quarto exercício tipo para a parte fundamental do treino.

EXERCÍCIO 4: “APANHADA” (3vs1)

Objetivos tático-técnicos:

Desenvolver a relação passador-recetor;

Adoptar comportamentos/atitudes adequadas quando se tem a bola e quando não está

na posse da mesma;

Garantir linha de passe de apoio ou em desmarcação;

Garantir a circulação de bola como meio tático fundamental;

Garantir ocupação racional do espaço. Descrição:

Grupo de 4 atletas com 1 bola;

3 atletas executam passe de ombro entre si e tentam, ao mesmo tempo aproximar-se

do restante atleta (fugitivo);

Impedição do uso do drible.

Variante:

3 atletas que executam passe de ombro passam a executar passes picados e podem

utilizar apenas 1 drible por cada atleta;

Fugitivo passa a ter uma bola consigo e desta forma foge dos seus colegas utilizando

sempre o drible.

Legenda:

Atacante; Passe;

Defensor; Deslocamento;

Bola.

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Conclusões e Sugestões

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IX. Conclusões e Sugestões

Esta época desportiva mostrou-se repleta de vivências positivas, tanto

do ponto de vista profissional como humano, que se conservarão para sempre.

Sendo que o facto de ter alcançado o objetivo que sempre ambicionei, ser

treinador de andebol, aliado à circunstância de ter contribuído para a formação

de jovens jogadores, foram, sem qualquer dúvida, os aspetos que mais

fortemente me marcaram no decorrer deste ano.

O primeiro confronto com a realidade do treino e a orientação de uma

equipa de andebol tornou-se numa experiência repleta de momentos

inesquecíveis: desde os primeiros sentimentos de inquietação, até ao primeiro

contato com as equipas, à preparação e realização dos treinos e jogos. De

facto, todos estes momentos se tornaram motivos para uma aprendizagem

contínua e profunda reflexão. Contudo, nem tudo se tornou fácil e houveram,

também, momentos de grande dificuldade, como o juízo de valor formulado

inicialmente e a relutância em confiar nas minhas capacidades, aquando da

minha entrada no clube, uma vez que não tinha experiência prática como

jogador ou treinador.

Durante esta época desportiva senti, realmente, que cresci em distintos

aspetos, particularmente como profissional, através da minha intervenção no

processo de treino e na relação com a comunidade do clube (dirigentes,

secionistas, atletas, pais). Com um persistente e ininterrupto esforço de

reflexão e autoavaliação, reconstruindo e desconstruindo conhecimentos,

técnicas e habilidades que fui aplicado, desenvolvendo e adquirindo, penso que

hoje já me sinto um “verdadeiro” treinador. Não obstante, estou consciente de

que este é um processo dinâmico e que implica uma renovação constante de

conhecimentos, competências e aprendizagem ao longo de toda a carreira.

Devo ainda salientar que todas as conversas com os dirigentes das

distintas secções (Minis Masculinos e Infantis Masculinos), bem como com os

treinadores dos restantes escalões deste clube, revelaram ser momentos de

notável aprendizagem, permitindo-me desenvolver a minha capacidade não só

de reflexão, mas também de argumentação acerca das competências

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146

essenciais para o sucesso da função de treinador, bem como da evolução das

duas equipas.

A qualidade de reflexão constante sobre a função e perfil do treinador de

formação e tudo o que lhe é inerente, revelou ser numa tarefa fundamental

para melhorar a qualidade minha intervenção e aquisição de conhecimentos. É

indiscutível que estas reflexões contribuíram imenso para a construção da

minha identidade profissional, para a aprendizagem dos jogadores com quem

trabalhei e, essencialmente, na forma como atuei, no sentido de procurar

estratégias pedagógicas e metodologias que funcionassem como soluções

para os problemas emergentes da prática. Neste preceito, tornou-se

fundamental olhar para todas as dificuldades e lacunas como desafios, para

potenciar não só a minha aprendizagem como também a dos jovens jogadores.

No decorrer desta época desportiva constatei que a tarefa do treinador é

demasiado abrangente, não podendo resumir-se ao simples papel de treinar os

jogadores. O treinador deve acima de tudo preocupar-se com a pessoa integral

que é o jogador, em especial nos escalões de formação.

A principal ilação que retiro deste ano de estágio, é que adquiri saberes

e competências necessárias ao exercício da profissão de treinador e adquiri um

claro entendimento e domínio nas distintas áreas do conhecimento da

formação profissional e do planeamento. Contudo, apesar de ter consciência

que desenvolvi várias competências pedagógicas e profissionais, tenho perfeita

consciência que o meu percurso ainda está longe de estar completo.

Fazendo uma retrospetiva, reparo que o tempo passou a voar, e é com

um imenso orgulho que revejo todo este percurso. Este foi um processo

extremamente trabalhoso, no qual me desafiei a fazer tudo o que estava ao

meu alcance, para que esta época desportiva decorresse de um modo

prazeroso e enriquecedor. Desta forma, afirmo convictamente que esta

experiência demonstrou ser um dos momentos mais memoráveis da minha

vida, dela guardo recordações que me irão acompanhar para sempre.

Foi um ano, absolutamente, inesquecível repleto de alegrias e

dificuldades, com experiências únicas e aprendizagens constantes, que sem

dúvida me transformaram. Enquadro os resultados obtidos por estes atletas e a

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satisfação que demonstraram ao longo dos treinos como os aspetos mais

enriquecedores. Foi para mim, o momento mais gratificante deste ano de

estágio.

Chegado o término desta fulcral fase de aprendizagem como treinador,

tenho plena consciência que esta aprendizagem não terminou, a sua evolução

é constante e interminável. Desta forma, o fim desta etapa é na verdade o

início de um futuro que se avizinha e, desta forma, neste exato momento sinto

estar preparado para exercer esta profissão. De facto, esta profissão é algo

que se irá construindo e moldando ao longo de toda a minha vida, daí que seja

essencial que me mantenha atento e acompanhe a evolução dos tempos.

Portanto, considero que é essencial continuar a investir na minha formação

para que mantenha uma constante atualização de conhecimentos.

No futuro espero continuar a ter a oportunidade de exercer este cargo,

sendo que me cabe o papel de continuar a trabalhar arduamente para ser

capaz de continuar a fazer a diferença na vida daqueles (jogadores) que forem

surgindo no meu percurso como treinador.

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Anexos

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Anexo I

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XXVI

Anexo I – Regulamento Provas Infantis e Minis Masculinos Época

2013/2014.

Infantis Masculinos

PO15 – Campeonato Nacional

1ª Fase da PO15 – Prova da FAP organizada pela AAP por delegação de

competências.

Equipas Inscritas: Equipas que se inscrevam.

Equipas a apurar para Encontro Nacional: A indicar em CO da FAP.

Sorteio: 17/09/13 Inicio: 12/10/2013 Fim: 26/05/2014

Forma de disputa:

Esta prova será disputada por ondas de forma a permitir a entrada de novas

equipas e de ajustar os níveis competitivos das equipas em competição.

Serão constituídos grupos que jogarão TxT a 1 volta.

Minis Masculinos

PR02 – Prova Regional

Prova regional organizada pela AAP.

Equipas Inscritas: Equipas que se inscrevam.

Sorteio: 17/09/13 Inicio: 12/10/2013 Fim: 26/05/2014

Forma de disputa:

Esta prova será disputada por ondas de forma a permitir a entrada de novas

equipas e de ajustar os níveis competitivos das equipas em competição.

Serão constituídos grupos que jogarão TxT a 1 volta Irá ser utilizado o regime

de jornadas concentradas.

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XXVII

ÉPOCA 2013/2014

PO15 – ENCONTRO NACIONAL – INFANTIS MASCULINOS

(Regulamento aprovado em Reunião de Direção de 03 de Junho de 2012)

REGULAMENTO DA PROVA

Artigo 1

Prémios

As recompensas e prémios serão indicados em Comunicado Oficial a ser

publicado.

Artigo 2

Participantes

1. Clubes

a. Participam todos os Clubes que se inscreverem.

2. Atletas

b. Podem participar os atletas de acordo com o anexo 3 do Comunicado

Oficial nº 3 época 2013/2014.

3. Treinadores

a. Treinadores, de acordo com o estipulado no anexo 8 do Comunicado

Oficial nº 1 época 2013/2014.

Artigo 3

Modelo Competitivo

1. 1ª Fase - Campeonatos Regionais ou Inter-regionais

2. Fase Final – Prova Nacional de acordo com comunicado a ser

publicado.

3. No caso de igualdade pontual no final de qualquer Fase a classificação é

estabelecida de acordo com o estipulado no RG da Federação e

Associações (Artº 13- Título 11).

Artigo 4

Diretor de Campo

1. Os Clubes, nesta prova, deverão inscrever, nos jogos realizados na

situação de visitados, um Coordenador de Segurança/Diretor de Campo.

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XXVIII

2. Se o Clube visitado não tiver Coordenador de Segurança, terá

obrigatoriamente que requisitar Força Policial.

Artigo 5

Oficiais de Mesa CROM

1. Os Clubes “CROM” garantem, as funções de Oficiais de Mesa nos jogos

na situação de visitado, podendo o visitante, caso possua estatuto

“CROM”, colocar um oficial de mesa.

2. Nos jogos em que o Clube visitado não seja “CROM”, será a entidade

com competência para a organização da Prova a designar os oficiais de

mesa.

3. Nos jogos em regime de concentração, os Árbitros e Oficiais de Mesa

são designados pela entidade com competência para a organização da

Prova.

Artigo 6

Homologação de Campos

1. Os campos a indicar deverão possuir todas as condições

regulamentares.

2. Os pedidos de homologação de campos, deverão ser efetuados no

Portal do Andebol através do Sistema de Informação;

3. Nas Fases em Concentração a indicação do campo é da

responsabilidade da FAP.

Artigo 7

Regras Técnicas Especiais

1. De forma a desenvolver as capacidades dos atletas mais jovens, as

seguintes regras técnicas vigoram nesta competição:

a. Substituição só em posse de bola.

b. Proibição de defesas mistas.

Artigo 8

Disposição Final

1. Este RE anula as disposições que o contradigam na Regulamentação

em vigor.

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XXIX

2. A tudo o que não vem especificado neste RE aplica-se o RG da FAP e

Associações.

3. Este regulamento vigora para a época 2013/2014.

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Anexo II

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XXXIII

Anexo II – Modelo das fichas de avaliação trimestrais dos Infantis

Masculinos.

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Anexo III

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Page 200: Relatório de Estágio Profissional em Treino Desportivo ... · À minha “segunda”, que na verdade é a primeira família. Por me ... vontade em concluir este meu percurso académico,

XXXVII

Anexo III – Modelo das fichas de avaliação trimestrais dos Minis

Masculinos.

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Anexo IV

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Page 204: Relatório de Estágio Profissional em Treino Desportivo ... · À minha “segunda”, que na verdade é a primeira família. Por me ... vontade em concluir este meu percurso académico,

XLI

Anexo IV - Planeamento anual infantis masculinos.

Conteúdos

Período

Pré-Competitivo Período Competitivo P.

Transição

Período Competitivo

P. Transiç

ão Período Competitivo

Técnica individual defensiva

Meses

agosto

setembro

outubro

novembro

dezembro

janeiro fevere

iro março

abril maio

junho

julho

Controlo adversário

Colocação Apoios

Ajuda

Desarme

Noção de Bloco

Sub-utilização da Bola

Deslocamentos

Técnica individual ofensiva

Passe e recepção

Dif. Téc. remate

Fintas c/ e s/ bola

Tática Defensiva

Sist. Individual Defensivo

3:3

5:1

Recuperação

defensiva

Troca de marcação

Tática Ofensiva

1:5

2:4

Ataque ao espaço

Criação sup.

numérica

Ocupação racional espaço

Cruzamentos

Saída contra-ataque

Ataque rápido

Contra golo

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Anexo V

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XLV

Anexo V - Planeamento anual minis masculinos

Conteúdos Perío

do Pré-Competitivo Periodo Competitivo

P. Transiç

ão Período Competitivo

Técnica individual defensiva

Meses

agosto

setembro

outubro

novembro

dezembro

janeiro

fevereiro

março

abril maio

junho

julho

Controlo adversário

Colocação Apoio

Ajuda

Desarme

Deslocamentos

Técnica individual ofensiva

Passe e recepção

Remate

Fintas c/ e s/ bola

Tática Defensiva

Sist. Individual Defensivo

3:3

Recuperação

defensiva

Tática Ofensiva

Ataque ao espaço

Criação sup.

numérica

Ocupação racional espaço

Saída contra-ataque

Ataque rápido

Contra golo

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Anexo VI

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XLIX

Anexo VI – Calendário Torneios Infantis Masculinos.

Torneio Lagarteiro pela Igualdade – 2014

Data 07/06/2014

Local Pavilhão do Lagarteiro

Hora 09:00 às 19:00

Jogo Águas Santas

CPN Gondumar Cultural

FC Gaia

Fase Grupo A Semi-final

Jornada 1 2 3 4

Resultado Empate Vitória Derrota Vitória

Classificação Final

3º classificado

Torneio Garci Cup 2014 – Estarreja

Data 25/06/2014 26/06/2014 27/06/2014 28/06/2014 29/06/2014

Local Municipal Secundária Secundária Pardilhó Secundária

Hora 12:45 16:00 13:00 18:30 11:15

Jogo AA Avanca GM 1º Dezembro

CDB Perestrelo Cister Sport Alcobaça

CJS Brito

Fase Fase Grupos (Grupo B)

Fase Grupos (Grupo B)

Fase Grupos (Grupo B)

4º Grupo A VS 4º Grupo

B

1º eliminatória vs 2º

eliminatória

Jornada 1 2 3 4 5

Resultado 30-17 17-17 13-29 6-20 23-6

Classificação Fase Grupos

4º lugar Vencedor encontro

Vencedor encontro

Classificação Final

13º classificado

Torneio Kaky Gaia 2013

Data 27/12/2013 a 30/12/2013

Local Pavilhão FC Gaia

Hora 09:00 as 18:00

Jogo S. Pedro

Sul

Gondomar Cultural

ADA Maia ISMAI

ADA Maia

ISMAI

Estarreja FC Gaia Estarreja

Fase 1ª Fase Grupos (Grupo 2) Grupo 2 Challange 5º e 6º lugar

Jornada 1 2 3 4 5 6 7

Resultado 20-12 17-23 13-25 12-19 13-18 8-12 23-17

Classificação Final

5º classificado

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L

Torneio Festand Andebol 4 Kids

Data 13/07/2014

Local Praia Matosinhos

Hora 09:00 09:30 10:00 10:30

Jogo CALE Padroense FC “B”

Mac 1 Os Mineiros

Fase Grupo A

Jornada 1 2 3 4

Resultado Vitória Vitória Vitória Vitória

Classificação Final 1º classificado

Torneio Festand Andebol 4 Kids

Data 20/07/2014

Local Praia Canide Norte

Hora 09:00 09:30 10:00 10:30

Jogo Padroense BH Madalenese Minions Padroense FC “B”

Fase Grupo A

Jornada 1 2 3 4

Resultado Vitória Vitória Vitória Vitória

Classificação Final 1º classificado

Torneio Maia Handball Cup 2014

Data 19/07/2014

20/07/20124

21/07/2014

22/07/2014

22/07/2014

23/07/2014

24/07/2014

25/07/2014

26/07/2014

Local Pavilhão

Municipal do

Formigueiro

Pavilhão da Esc.

Sec. Maia

Pavilhão da E. B. 2/3

da Maia

Pavilhão da Esc. Sec. Maia

Campo exterior da E. B. 2/3

da Maia

Pavilhão da Esc. Sec. Maia

Campo exterior da Esc.

Sec. Maia

Pavilhão

Municipal do

Formigueiro

Pavilhão da E. B. 2/3

da Maia

Hora 16:00 09:30 12:00 11:00 15:00 15:00 15:00 10:00 15:00

Jogo CALE Estarreja AC

Macieira

NAAL Paços Manuel

Académico

Funchal

Dragon Force

SD Teucro

Dragon Force

CS Marítim

o

Fase Grupo A Oitavos-final

Quartos-final

Meia-final

Final

Jornada 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Resultado

27-25 17-24 14-19 Não se realizou

21-19 18-24 21-19 14-15 22-23

Classificação Final

2º classificado

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Anexo VII

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LIII

Anexo VII – Calendário Torneios Minis Masculinos.

Torneio Festand Andebol 4 Kids

Data 13/07/2014

Local Praia Matosinhos

Hora 09:00 09:30 10:00 10:30

Jogo Mac 2 CPN Padroense BH

Os Doutores

Fase Grupo B

Jornada 1 2 3 4

Resultado vitória derrota derrota vitória

Classificação Final 3º classificado

Torneio 2º Gondomar-Andebol7 Challenge 2014

Data 14/06/2014 14/06/2014 14/06/2014 15/06/2014

Hora 10:30 14:00 17:00 15:30

Local Escola Secundária de Rio Tinto

Jogo FC Infesta ADA – Maia ISMAI

Gondomar Cultural

ISMAI

Fase 1ª Fase Grupo Final 1º e 2º

Jornada 1 2 3 4

Resultado 28-6 25-18 22-22 21-17

Classificação Final 2º classificado

Torneio Festand Andebol 4 Kids

Data 20/07/2014

Local Praia Canide Norte

Hora 09:00 09:30 10:00 10:30

Jogo Padroense FC “B”

Académico Padroense BH

Madalenense

Fase Grupo A

Jornada 1 2 3 4

Resultado vitória derrota derrota vitória

Classificação Final 3º classificado