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3 Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Faculdade de Comunicação Curso de Relações Públicas RELATÓRIO - PESQUISA São Bernardo do Campo - SP, 2013 Universidade Metodista de São Paulo (UMESP)

Relatorio de Pesquisa

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Relatorio de Pesquisa

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Page 1: Relatorio de Pesquisa

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Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Faculdade de Comunicação Curso de Relações Públicas

RELATÓRIO - PESQUISA

São Bernardo do Campo - SP, 2013

Universidade Metodista de São Paulo (UMESP)

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Faculdade de Comunicação Curso de Relações Públicas

Amanda Cristine dos Santos

Débora Neves

Eduarda Rodrigues

Larissa Gongora

Marcelo Benedetti

Patrícia Frigeri

Tatiane Rufatto

Tayná Araujo

Victor Kikuchi

RELATÓRIO - PESQUISA

Terceiro Setor e Saúde

Professora orientadora: Marli dos Santos

São Bernardo do Campo - SP, 2013

Page 3: Relatorio de Pesquisa

5

Sumário

Introdução..........................................................................................................6

1. Objetivos............................................................................................6

1.1. Objetivos principais..........................................................................6

1.2. Objetivos específicos.......................................................................6

2. Metodologia.........................................................................................7

3. Abrangência e período de estudo.......................................................7

4. Procedimentos de sistematização e análise.......................................7

5. Análise................................................................................................7

5.1. Análise Ética...................................................................................14

5.2. Análise Psicológica.........................................................................17

Considerações finais........................................................................................22

Page 4: Relatorio de Pesquisa

6

Introdução

A situação da saúde no Brasil é um dos tópicos mais discutidos pela

população, muito se fala sobre as condições dos hospitais públicos e da negligência

do governo.

Porém não é definido o quanto sabe a população sobre o tema, tendo em

vista que o entendimento pode vir a ser diferente, dependendo da classe social,

necessidades e idade.

Sendo assim, nesta pesquisa em profundidade, é abordado o assunto “Saúde

e Terceiro Setor”, a fim de analisar o conhecimento destas pessoas sobre a atuação

de ONG’s em sua cidade e, principalmente, a importância e influência da mídia ao

tratar sobre o assunto, para chegar a uma conclusão e por fim, desenvolver um

trabalho em vídeo para a divulgação da necessidade encontrada.

O resultado deste trabalho trará relevantes pontos de vista sobre a saúde no

Grande ABC e a opinião pública sobre o Terceiro Setor em relação as suas ações.

1. Objetivos

1.2- Objetivos principais

- Observar as diferentes visões sobre o tema “Saúde no Grande ABC” e com

esta base, criar uma análise com fundamento.

- Identificar quão conhecido é o Terceiro Setor nas cidades em questão e o

grau de conhecimento das pessoas.

1.3- Objetivos específicos

- Procurar compreender quais as maiores necessidades de cada cidade em

relação a saúde.

- Procurar entender a atuação da mídia sobre o assunto, e de que forma ela

influencia a opinião pública.

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2. Metodologia

O estudo foi realizado em uma etapa qualitativa, por meio da aplicação das

técnicas de entrevistas em profundidade. As entrevistas foram realizadas com base

num roteiro semiestruturado, gravadas e posteriormente, transcritas para facilitar a

análise.

3. Abrangência e período do estudo

As entrevistas foram realizadas na região do Grande ABC (Santo André, São

Bernardo do Campo e São Caetano do Sul) no período de 12/03 a 27/03 de 2013,

dividindo os entrevistados entre Homens e Mulheres, com idades entre 17-21; 22-

30; 31-40 anos, pertencentes à classe A ou B, formando 4 blocos para análise.

4. Procedimentos de sistematização e análise

Totalizando 15 perguntas, as questões foram divididas em blocos de acordo

com o assunto abordado. No primeiro informações básicas como sexo, faixa etária,

cidade e renda. O segundo questiona sobre a mídia, no geral, de forma que o

entrevistado fala sobre os veículos aos quais acompanha. O terceiro bloco

desenvolve o assunto Saúde e estimula o entrevistado a dizer sua opinião sobre a

situação em sua cidade, e por fim, o quarto bloco aborda o mesmo assunto, porém

no terceiro setor.

5. Análise

BLOCO 1

Com base nas 30 entrevistas realizadas constatou-se que nas cidades de São

Bernardo do Campo e São Caetano do Sul os perfis são muito semelhantes, 16

entrevistados entre homens e mulheres com faixa etária de 17 a 30 anos são de

classe B. Em São Caetano do Sul um homem e uma mulher de 31 a 40 anos são da

classe A, já em São Bernardo um homem com idade de 31 a 40 anos é de classe B

e uma mulher com a mesma faixa etária é de classe A.

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Em Santo André a maioria é da classe B apenas duas mulheres, uma de 17 a 21

anos e outra de 22- 30 anos encontram-se na classe A.

BLOCO 2

Todos os 30 entrevistados disseram que buscam informações a internet, entre

eles apenas uma disse que ao buscar na internet procura em jornais on-line. Um

fato relevante para este número é que atualmente, segundo o IBOPE 87% dos

brasileiros acessam a internet semanalmente.

Após a internet o meio de comunicação mais citado para obter informações é a

televisão. O radio e as revistas também foram citadas, mas com um número

pequeno de referência. Segundo o Instituto Meta de Pesquisa, cerca de 94,2% da

população brasileira ainda assiste televisão, sendo que 77,2% assistem a TV

aberta. Este dado confirma o porquê da televisão ter sido um meio onde os

entrevistados utilizam pra buscar informação.

Em relação aos assuntos de interesse nestes veículos citados, os

entrevistados homens de 17 a 21 anos de Santo André, São Bernardo e São

Caetano buscar por política. Um fato que pode comprovar o interesse destes é que

vem surgindo constante noticias sobre este tema na mídia e estes querem se

manter atualizados. Ainda se tratando de assuntos de interesse, homens de 17-21

anos, em São Caetano buscam por cotidiano, atualidades e sociedade, já em São

Bernardo buscam por arte, música, ciência, saúde e em Santo André as

informações são sobre cotidiano, cultura, economia e esportes.

Abordando as mulheres das três cidades do ABC com faixa etária de 17 a 21

anos tivemos como assuntos de interesse atualidades, as mulheres desta idade

estão ingressando no mercado de trabalho, segundo pesquisa realizada pelo RAIS

(Relação Anual de Informações Sociais) o número cresceu de 2011 para 2012

5,93%. Devido a isso elas estão cada vez mais se mantendo atualizadas para

conseguir competir no mercado.

. Em São Caetano, cotidiano também foi assunto de interesse. Já em São

Bernardo duas pessoas disseram que se interessavam por gastronomia e uma

destas mulheres disse que se interessava também por fotografia, marketing,

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aviação, moda e redes sociais. Em relação às moradoras de Santo André, existe

interesse de uma das entrevistadas por moda e tendências e de outra o interesse é

por alimentação, atividade física e novidades do mercado.

Dos homens de 22 a 30 anos em São Caetano um se interessa por saúde,

lazer, cultura, outro por esportes. Já em São Bernardo um se interessa por

natureza, engenharia, arquitetura tecnologia e justificou o interesse por fazer

engenharia ambiental. A outra pessoa da mesma cidade se interessa por tecnologia,

economia, entretenimento e esportes.

“Como faço engenharia ambiental, acho que eu me interesso mais por natureza, tecnologia,

arquitetura e engenharia.”

Em Santo André tecnologia, economia, entretenimento e esportes também são

assuntos de interesse. Podemos notar assim como em São Caetano, em Santo

André também buscam por arquitetura e, além disso, por atualidades,

jogos/competições e esportes. Pode-se notar que esporte está presente como

assunto de interesse em ambas as cidades, isso porque o Brasil culturalmente

aborda com frequência este assunto em todos os meios de comunicação.

Tratando-se das mulheres dessa faixa etária, em São Caetano e Santo André se

interessam por atividades físicas, economia e cultura. Além disso, em São Caetano

buscam por cotidiano, cultura e entretenimento. As mulheres de São Bernardo

buscam por atualidades, música, cinema e teatro.

Podemos notar que as mulheres nesta faixa etária se interessam por assuntos

que estão na mídia, pois ultimamente informações como bem-estar, atividades

físicas e saúde têm sido assuntos de interesse de alguns meios de comunicação,

como exemplo o programa Bem-estar da rede Globo. As partes relacionadas à

saúde em jornais on-line e sites são direcionadas a saúde estética.

Ao menos um homem em cada cidade na faixa etária de 17 a 21 anos acredita

que as informações obtidas são de boa qualidade, um homem em São Bernardo e

outro em São Caetano elegem como ótimas as informações que buscam. Duas

mulheres na faixa etária de 17 a 21 anos, sendo uma de Santo André e uma de São

Caetano acreditam que as informações são ótimas. Todas as mulheres de 31 a 40

anos que foram entrevistadas disseram que as informações que buscaram são

boas, desde que se saiba onde procurá-las.

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10

Como a entrevista foi feita com pessoas de classe A e B e estas são mais

instruídas, se espera que elas possuam maior poder de analise das informações. A

internet foi o meio de comunicação citado por todos na pesquisa, e como nela

constam muitas informações, estas pessoas classificaram as informações como de

boa ou ótima qualidade por terem mais critérios ao procurar.

Quando questionados sobre onde buscam as informações relacionadas à saúde

na sua região ou na sua cidade, a maioria dos homens e mulheres de 17 a 21 anos

das três cidades buscam na internet, entretanto uma das mulheres não busca este

tipo de informação. Em São Bernardo homens e mulheres de 22 a 30 anos buscam

informações em jornais locais, sendo que um destes homens busca informações

também no portal da prefeitura na internet. Ambos os sexos na faixa etária de 31 a

40 anos obtêm as informações a partir do que sai na mídia.

Nota-se que não existe muito interesse quanto ao tema saúde por parte dos

entrevistados, isso porque, geralmente, as pessoas se acomodam as situações e só

vão atrás da informação quando precisam.

“Não busco informações relacionadas a área da saúde no ABC, porque não tenho necessidade, mas

quando vejo é por intermédio do diário do grande ABC.”

“Sobre saúde pública o que sei é o que aparece mais. Fico mais atento sobre saúde quando fala

sobre a situação dos convênios.”

BLOCO 3

Na análise feita nas entrevistas de homens de 17 a 21 anos das cidades de São

Bernardo, Santo André e São Caetano dos 6 entrevistados, 5 avaliaram a saúde no

ABC como regular, sendo que um entrevistado de Santo André justificou dizendo

que poderia ser melhor. O entrevistado que se diferenciou foi de São Bernardo, ele

elogiou o número de hospitais e clínicas, as campanhas da rede pública e a

distribuição de medicamentos, mas disse que o atendimento precisa melhorar e a

marcação de consultas também.

Tratando-se das mulheres na mesma faixa etária, em Santo André elas julgam

como precária/ruim, já em São Caetano acredita-se que é regular/razoável sem

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muitas especialidades e que só fazem o que é necessário. Em São Bernardo assim

como em Santo André julgam como ruim/péssimo.

Esta faixa etária é a que mais consome as mídias e, por isso, podemos notar

que muitos se deixam levar pelo que encontram, já que quando os abordamos

anteriormente na pesquisa nenhum citou saúde como assunto de interesse.

Perguntado onde buscavam informações sobre este tema, a resposta mostrou

buscas na internet, televisão ou ainda, que não buscavam este tipo de informação.

Logo, as respostas podem ter sido influenciadas pelas veiculações na mídia.

Um homem de São Caetano e um de Santo André de 22 a 30 anos declaram

que a qualidade do atendimento vai depender de o usuário ter condições financeiras

ou não. Em São Bernardo os homens da mesma faixa etária avaliam como ruim. Os

demais homens de São Caetano e Santo André respectivamente avaliam como

regular e caótica

As mulheres da mesma faixa etária de São Caetano avaliam a saúde como

regular e dizem que deixa a desejar, em São Bernardo uma avalia como regular e

uma como ruim. Tratando de Santo André uma mulher avaliou como precária e

justificou com as longas distancias que se percorre para conseguir ser atendida em

algum hospital, outra disse que é regular, avaliando que é possível melhorar

sempre.

Os homens de 31 a 40 anos de São Caetano e São Bernardo avaliaram

positivamente esta área posicionando-a como boa, com bastante recurso para rede

privada, melhor que no restante do país, mas que ainda precisa melhorar. Em Santo

André, os entrevistados avaliaram como precária. As mulheres da mesma faixa

etária em São Caetano avaliaram como precária, em São Bernardo como regular e

em Santo André como boa.

A maioria dos entrevistados avalia a saúde na região do ABC de regular a ruim e

acreditam que pode melhorar. Podemos notar que estas pessoas chegaram a estas

conclusões por meio de experiências já vividas, de conversas com colegas e

através da mídia que sempre está publicando alguma reportagem nova sobre

saúde, como exemplo temos uma reportagem do Jornal Diário do Grande ABC onde

o título da reportagem é: “Hospitais privados atendem mal a região”.

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“A gente tá passando por uma falta de hospitais para atendimento da população, fazendo muitos

indivíduos se locomoverem distâncias para encontrar um local que possam ser atendidos, leitos,

tecnologia novas."

Ao responder como é a saúde na sua cidade, um homem de 17 a 21 anos de

São Caetano avaliou como ruim e outro avaliou como boa. Em São Bernardo uma

pessoa disse que é boa, mas precisa melhorar e outro disse que é regular, porém

que nos últimos tempos houve uma maior preocupação por parte do governo. Em

Santo André avaliou-se de regular a boa, melhor que em outras cidades.

As mulheres de mesma faixa etária de São Caetano julgam a saúde regular,

afirmando que só fazem o básico e que existem poucos postos de atendimento. Em

São Bernardo foi dito por ambas as mulheres entrevistadas que não é diferente do

ABC, ou seja, deixa a desejar. Em Santo André também é tido como ruim.

Tratando de homens de 22 a 30 anos de São Caetano, um alega que é boa e

outro diz que quem tiver um plano de saúde dirá que é bom caso contrario, não. Em

São Bernardo um homem disse que melhorou com a criação das UPAS e outro

disse que a situação é complicada porque além de todos os problemas ainda existe

a corrupção. Em Santo André julgam como ruim.

As mulheres da mesma faixa etária de São Caetano acreditam que deixa a

desejar e que falta um bom hospital, as mulheres de São Bernardo dizem que é de

regular a ruim, assim como as de Santo André.

Na faixa etária de 31 a 40 anos os homens de São Caetano e Santo André

acham ruim e os de são Bernardo dizem que é satisfatória. Em reação as mulheres

com mesma idade, a de São Caetano informou que é boa, melhor que no restante

do ABC assim como a de Santo André, já a de São Bernardo informou que é

regular.

Quanto ao tema saúde na sua cidade nota-se que existe diferença de opinião

quanto ao tema saúde, se é eficiente ou não, se é bom ou ruim, porém há

predomínio de pessoas que a julgam como regular a péssimo e que acreditam que

ela precise ser melhorada. O que mais é noticiado nos meios de comunicação, são

notícias negativas, situações precárias, famílias desesperadas, descaso no

atendimento, hospitais lotados e mais muitos pontos que chocam mesmo sendo tão

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corriqueiros. Poucas vezes, é noticiado a parte boa do sistema de saúde, os pontos

positivos e isso faz com que a população assuma essa situação ruim passada pelos

principais meios de comunicação como a verdade. Conclui-se que existe influencia

da mídia nas respostas.

“Acredito que faltam investimentos, motivação dos funcionários públicos, coisas assim, pequenas

que juntas fazem uma grande diferença.”

“Acho que cada vez da pra melhorar mais e isso deve acontecer."

Quando questionados sobre os aspectos positivos e negativos em relação a

saúde e as respectivas cidades as mulheres de São Caetano relataram a presença

dos agentes de saúde como aspecto positivo, ainda em São Caetano e em São

Bernardo os homens de 17 a 30 anos destacam a distribuição gratuita dos remédios

como sendo um ponto positivo. As mulheres de 22 a 30 anos de São Bernardo e de

Santo André citam o atendimento ainda como aspectos positivos. Partindo para os

aspectos negativos é destacado pelos homens de 17 a 21 anos de São Bernardo e

São Caetano a falta de estrutura nos hospitais, já os de 22 e 30 anos relatam que

não há a qualificação dos profissionais que muito precária. Em São Bernardo e em

Santo André os homens, mas de 22 a 30 anos dizem que o atendimento chega a

ser péssimo nestas cidades.

As mulheres de 17 a 21 anos de São Caetano e de Santo André falaram sobre a

falta de qualificação por parte dos profissionais, e a estrutura oferecida. As mulheres

de 31 a 40 anos relatam a deficiência no atendimento em suas cidades.

BLOCO 4

Em geral nas três cidades não é visível o conhecimento sobre a atuação de instituições,

ONGs no terceiro setor. Foram 30 pessoas entrevistadas e dentre estas pessoas apenas 8

disseram saber da existência destes serviços em suas cidades. Com duas referências a

nomes de instituições em São Caetano, duas em Santo André, tendo em comum uma das

organizações citadas nestas duas cidades, e em São Bernardo três nomes. Dois homens

de Santo André e um de São Caetano sabem que existe este serviço, mas não sabem dizer

detalhes, como funcionamento, localização, projetos e outras questões. A falta de

divulgação dos serviços do terceiro setor é um fato relevante para este desconhecimento.

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Outro fato que fortalece esta situação é que os entrevistados, em sua maioria, não

necessitam destes serviços e não tiveram o interesse de buscar sobre este tema.

5.1 ANÁLISE ÉTICA

Nas três cidades os resultados referentes aos aspectos positivos e negativos

em relação ao terceiro setor e saúde seguem a mesma linha para homens e

mulheres nas várias faixas etárias. Doze entrevistados acreditam que existe falta de

ponto negativo. Dois preferiram não responder, quatro disseram que não tem apoio

da prefeitura, oito não souberam responder e dois alegam que não tem nada

negativo, sendo que ambos não sabem da existência destas organizações. Então

podemos deduzir que responderam a partir do que pressupõem. Além disso, dois

homens de 31 a 40 anos de Santo André e São Caetano disseram que existe o

desvio de verbas como ponto negativo e que formaram sua opinião por meio da

leitura, entretanto ambos disseram não ter conhecimento de ONGs, então mais uma

vez podemos notar que existe influência externa nestas opiniões.

Tratando-se de pontos positivos, dos 30 entrevistados 19 não souberam

responder e os demais alegaram que a vontade de ajudar, o atendimento amplo e a

ajuda é sincera são pontos favoráveis.

É notório que as opiniões formadas pelos entrevistados são do que eles

pressupõem ou leram na mídia, podemos comprovar isso com dados da própria

pesquisa onde apenas oito citarão algum conhecimento sobre estas instituições.

Além disso, alguns entrevistados principalmente os moradores de São Caetano e

Santo André disseram que as experiências de conhecidos e familiares também

auxiliaram para as conclusões relatadas, pois estes moradores não utilizam e

não tiveram a necessidade de utilizar os serviços prestados pelo terceiro setor. Em

São Bernardo um entrevistado disse que sua opinião se formou porque já

frequentou estes locais e os demais que obtiveram estas opiniões a partir da própria

experiência ou do que já viram e ouviram, ou seja, por influência externa.

Os entrevistados declararam que a mídia deveria noticiar e proporcionar a

integração da população em relação ao terceiro setor e a saúde.

Page 13: Relatorio de Pesquisa

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Percebe-se que mesmo que a grande maioria dos entrevistados não tenha

muito conhecimento sobre a saúde em sua região e nenhum conhecimento sobre o

terceiro setor, possuem uma opinião formada sobre os assuntos. Como isso se

explica? Acreditamos que se dê ao fato de que a mídia influencia muitas opiniões

sem de fato informar.

É definido como teoria da Agenda Setting, quando a mídia define quais temas

são considerados de interesse coletivo. Ao analisar os veículos de informação pelos

quais os entrevistados mais acessam, percebemos que muito pouco se fala sobre

saúde, o tipo de abordagem que utilizam é comercial ou agressiva, apelando um

pouco ao sensacionalismo. Pode-se creditar esse apelo ao que é ou não vendável,

afinal, o pensamento é que de nada valeria divulgar o trabalho de organizações não

governamentais e sem fins lucrativos.

Desta forma, a população cria opiniões sem fundamento, pela imagem

passada pela mídia sobre o tema que tratamos. Quando questionados, os

entrevistados mal sabiam argumentar ou justificar o porquê de suas opiniões.

Além disso, a classe social dos entrevistados realmente propunha que só

obtivessem informações por mídias, já que no dia-a-dia tem condições de usufruir

da saúde privada.

Com base nas entrevistas realizadas, foi possível observar algumas atitudes

adversas nas respostas dos entrevistados. O questionário de pesquisa abordou o

tema do grupo “Terceiro setor e saúde”, além do tipo de mídia que os entrevistados

utilizam para se informar.

Não houve equívocos perceptíveis nas perguntas direcionadas à mídia, pois

se trata de um assunto pessoal e a maior parte dos entrevistados utiliza a internet

como principal meio de informação. Entende-se, portanto que, é uma resposta

pertinente a sociedade atual, devido à quantidade de informações e rotatividade que

cada uma delas proporciona.

Quando abordamos a questão da saúde, é possível observar que as

opiniões se estreitam de acordo com o ponto de vista de cada entrevistado e de

acordo com a cidade onde reside. A questão da cidade onde reside interfere

Page 14: Relatorio de Pesquisa

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bastante no ponto de vista econômico e estrutural, pois São Caetano tem um poder

aquisitivo maior em relação às outras duas cidades, em contra partida é a menor

cidade da região do ABC, com isso, entende-se que a demanda de procura seja

menor e consequentemente a qualidade do serviço é mais bem avaliada.

Lembrando que, os entrevistados da classe A e B e a opinião de cada um

deles é baseada em suposições, pois todos eles não utilizam o sistema público de

saúde e bem como não utilizam os serviços prestados pelo terceiro setor. Apenas

opinam a respeito, de acordo com o que ouvem de pessoas que utilizam ou leem

nos veículos de comunicação.

Do ponto de vista ético, não é possível afirmar, como a maioria fez, que o

sistema de saúde é ineficaz. Muitos deles inclusive, não sabem falar sobre pontos

positivos, mas sabem falar detalhadamente sobre os pontos negativos. Esta é uma

característica comum ao ser humano, falar sobre o que não conhece e não ter

pontos positivos a destacar, mas ter inúmeras críticas a fazer.

Neste assunto, mais uma vez, os entrevistados não agiram corretamente no

ponto de vista ético, pois a maioria deles desconheciam ONGs, fundações ou

instituições do terceiro setor, portanto, não teriam como destacar pontos positivos

ou negativos. Mas grande parte deles levantaram estas características, mesmo não

tendo embasamento para respondê-las.

Os resultados de pesquisa em relação ao terceiro setor comprovaram as

expectativas do grupo, pois aproximadamente setenta e cinco por cento dos

entrevistados não tem conhecimento sobre o terceiro setor e sua atuação. Alguns

deles atribuíram este desconhecimento a falta de informação, ou seja, pode-se

afirmar que os entrevistados atribuíram este fato a mídia, pois para todos eles, ela

não dá destaque ao assunto.

Em relação à mídia alguns fatos relevantes devem ser destacados, afinal não

há conhecimento se o terceiro setor tem a intenção de tornar-se conhecido através

dela. Uma vez que o papel da mídia é informar, levar a conhecimento algum fato,

serviço e afins, tem que haver do outro lado a intenção de se mostrar. Na era digital

em que vivemos, não podemos dizer que a falta de dinheiro pode ser um dos

motivos do terceiro setor não ter relação com os meios de comunicação, afinal para

tornar-se conhecido por meio da internet, por exemplo, é muito fácil e gratuito, ainda

Page 15: Relatorio de Pesquisa

17

mais quando se trata uma prestação de serviços a sociedade, que pode interessar

à muitas pessoas. Mas, talvez o medo de não subsidiar as necessidades de todos

os que procurarão os serviços prestados pelo terceiro setor, seja o ponto crucial

para não se mostrar a sociedade.

Apesar disso, podemos enxergar a falta de foco que os principais meios de

comunicação dão ao assunto saúde. Hoje a saúde está relacionada à estética, o

que é preocupante, afinal passa a impressão que somente é saudável, quem é

esteticamente apresentável aos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade.

Conclui-se, portanto, que as repostas do tema central da pesquisa – “Terceiro

setor e saúde” – foram baseadas em suposições dos entrevistados. Com isso, é

possível entender que o terceiro setor é um tema desconhecido e pouco comentado

na mídia, talvez por uma questão cultural ou mesmo por falta de interesse da

sociedade ao assunto, bem como do terceiro setor tornar-se conhecido.

5.2 ANÁLISE PSICOLÓGICA

A situação da saúde no Brasil é um dos tópicos mais discutidos pela

população, muito se fala sobre as condições dos hospitais públicos e da negligência

do governo. O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e

não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público.

O altruísmo e a caridade ao próximo são a mola propulsora, para que ONGs

na área da saúde existam e possam atender as necessidades da população. É a

autodoação para outro, e porque há o outro? Numa abordagem psicanalítica,

Jacques Lacan ao encerrar sua tese de doutorado em 1932, anuncia a intenção de

direcionar sua pesquisa para a elucidação do narcisismo. Em 1949 no texto

intitulado “O estágio do espelho como formador da função do eu tal como nos é

revelada na experiência psicanalítica” dá origem para a teoria do espelho que era a

matriz e o esboço do que seria o ego. Partindo desse conceito a doação dessas

ONGs e seus voluntários, seria a identificação com a imagem do semelhante como

forma total. A teoria do espelho ilustra-se pela experiência concreta em que a

criança percebe a sua própria imagem num espelho. Para Lacan:

Page 16: Relatorio de Pesquisa

18

“A imagem do espelho é a imagem de um outro, não é

mesmo? É um outro que sou eu, mas ainda assim é um outro

– apresenta-se fora de mim. Com isso, explica-se também a

questão da identificação que temos com os outros.”

Na psicanálise, o ego é criado a partir de identificações. Cada traço do ego é

remetido à identificação com o outro que pode ser a mãe, o pai, o irmão, e com

outros. Como diz Elisabeth Roudinesco: “O outro é o objeto do desejo que a

consciência deseja em uma relação especular negativa que a permite se reconhecer

nele”.

Foram realizadas entrevistas com moradores da região do ABC paulista com

perfis que variam entre três blocos de faixa etária, sendo o primeiro de 17 a 21

anos, o segundo de 22 a 30 anos e o último de 31 a 40 anos.

Analisamos as entrevistas com o intuito de descobrir como a população da

região do ABC conhece a saúde no terceiro setor, e de qual forma, a mídia

influência nessa visão. Para uma conclusão maior, foi analisado também o contexto

e entrelinhas e não apenas o assunto abordado. A diferença de faixas etárias e sexo

faz que haja uma variação nas respostas, onde os aspectos individuais são

percebidos. Foram encontrados os mesmos conceitos de psicanálise dentre os

perfis dos entrevistados: Ego, Racionalização e Ato falho.

Podem-se identificar as três estruturas do aparelho mental, segundo Sigmund

Freud o Id, Ego e Superego. O Id é norteado pelo princípio do prazer, por impulsos

primitivos. Nas entrevistas, identificam-se respostas onde à pessoa falou

exatamente aquilo que sente. Na pergunta:

Quais veículos de comunicação você mais busca para ter informações?

Hoje em dia tudo é internet né? Mas ainda vejo bastante tv.

Mais internet ou tv?

Hm... TV! Sou velha, velha gosta disso!(risos)

Que assuntos mais te interessam?

Eu procuro por um pouco de tudo, noticias, gastronomia e novela também

né!(risos)

E como você avalia a qualidade da informação nesses veículos de

comunicação?

Page 17: Relatorio de Pesquisa

19

Acho média. Às vezes a gente vê a mesma coisa todo dia em todos os

canais, cansa um pouco!

Já em outra entrevista identificamos um perfil que não se importa com o

assunto em discussão e percebe-se que responde por impulso:

Em quais meios, você busca informações?

Olha não busco não, as vezes aparece na internet e também na TV aí eu

absorvo.

E quais assuntos você mais se interessa?

A atualidades, fofocas e coisas que seja legais, não tenho isso de querer

informações concisas.

O Ego é comandado pelo princípio da realidade, é regido pela razão. Na

maioria das entrevistas identifica-se essa constância de comportamento, pessoas

falando o que tem conhecimento, percebe-se que alguns se poupam de falar o que

vem logo a mente e com uma pequena pausa já formulam uma reposta objetiva que

fique bom para ela e para o entrevistado.

Que assuntos mais te interessam?

Bom, notícias do cotidiano, cultura tipo, livros, shows, bem-estar e economia.

Como avalia a qualidade da informação nesses veículos de

comunicação?

Boa e abrangente.

Também existem muitas respostas diretas e esclarecedoras onde é possível

perceber que a pessoa estava pensando em seu cotidiano e realidade e

ponderando com a coesão as respostas:

Como avalia a qualidade da informação na internet?

Hum, na internet, temos o lado positivo de que você pode encontrar qualquer

informação que procura e a qualquer hora, mas o lado negativo é que a maioria das

coisas não é filtrada, ou não sabemos a origem da fonte das informações, então

Page 18: Relatorio de Pesquisa

20

isso interfere um pouco na qualidade. Mas, acredito que tudo fora da internet é

filtrado demais e um pouco sensacionalista, então não me agrada.

O Superego tem a função de conter os impulsos do id. É a forma que seria a

“aceitável pela sociedade” tendo os impulsos do id, porém castrando-os com o

embasamento social que cada indivíduo possui. Nas entrevistas percebe-se que

muitas pessoas se abstêm de falar algo que não tenha 100% de certeza para que

não haja erros. No trecho abaixo, o superego se manifesta de maneira clara, onde

o entrevistado prefere não responder a questão a colocar seu conhecimento e

capacidade em risco.

O que destacaria de mais positivo na atuação do terceiro setor em

relação a saúde na sua cidade?

Ah complicado responder essa pergunta se não conheço, posso falar

besteira.

Mas não poderia nem nos dar uma visão geral?

Ah, é complicado responder essa pergunta se não conheço, melhor não

opinar!

E a mesma posição de defesa com outra entrevistada:

Você conhece alguma instituição do terceiro setor em São Bernardo

que trabalha com saúde? Qual o nome e o que sabe sobre ela?

-Em São Bernardo não conheço mesmo!

Independente de conhecer uma especifica o que você destacaria de

positivo no trabalho do terceiro setor em relação à saúde?

Não é muito divulgado, então prefiro não destacar nenhum ponto.

A Racionalização é o mecanismo que expõe explicações lógicas para os

comportamentos, pode-se identificar na resposta abaixo:

E quais aspectos são mais negativos em relação á saúde? Na sua

cidade?

Acho que apesar dessa boa estrutura, faltam especialistas no ramo da saúde.

Você vai para o hospital e só tem clínico geral, não tem alguém cuidando disso e

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outro daquilo. Você é atendido no geral não é tão eficaz, pois se houvessem

especialistas seria mais fácil para nós e para eles, tem pesquisas e estatísticas que

apontam que se você já vai direcionado a chance de não voltar ao hospital é bem

maior do que se for tratado de maneira genérica. E acho que isso ajudaria a resolver

alguns problemas de saúde com mais rapidez.

Ato falho, a definição surgiu em 1901 quando Freud denominou de “ato falho”

erros que podem ser observados em qualquer pessoa. Ele acreditava que esses

fenômenos cotidianos são as manifestações de forças ocultas, dentro da mente

inconsciente e que expressem o que você realmente deseja ou é e esconde isso de

todos e de si mesmo. Nas entrevistas identifica-se um lapso freudiano quando um

entrevistado responde sobre um assunto que não é abordado nas perguntas e não

tem a ver com saúde e terceiro setor:

Qual ponto positivo poderia destacar nesse segmento na sua cidade?

A economia é muito boa, acho que a melhor do ABC.

Após analisar todas as entrevistas identifica-se que a diferença de sexos e

principalmente de faixa etária, faz com que cada grupo de idades tenha

semelhanças de pensamentos e ideias. Ao responder os jovens são mais breves e

confusos, a faixa etária dos 22 a 30 as afirmações são mais concisas e com mais

argumentos e possibilidades nas respostas. Já nas entrevistas no perfil de 31 a 40

as respostas são mais fortes, duras e um pouco de conformismo com o sistema.

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Considerações Finais

O conceito de ONGs do terceiro setor é voltado para instituições sem fins

lucrativos, ele atua exclusivamente na execução de atividades de utilidade pública,

além de não ter interferência externa.

Os entrevistados tem pouco conhecimento sobre as instituições de saúde,

apesar de acreditarem que são muito importantes para a melhor qualidade de vida

dos cidadãos, não possuem maior embasamento por utilizarem o convênio médico,

que possibilita acesso a um melhor nível de saúde. Há o interesse de grande parte

para ajudar e se voluntariar.

A internet é o principal veículo em que buscam informações. O setor de

saúde não está presente nos principais assuntos de interesse entre as pessoas de

17 a 40 anos, que priorizam assuntos como política, economia, atualidades e

cotidiano, pois alegam que estes são os assuntos em maior destaque e de fácil

visibilidade e entendimento em cada uma das cidades.

Na opinião dos entrevistados falta a divulgação das instituições no ABC,

papel que a mídia deveria exercer para informar e instruir aqueles que precisam de

seus serviços, além de aproximar aqueles que se interessam pelo voluntariado. A

maioria chegou a essa conclusão devido à convivência com terceiros, além do

veículo de informação que mais utilizam na mídia.

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