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RELATÓRIO E CONTAS 2010

RELATÓRIO E CONTAS 2010 - sofinloc.pt 2010_Sofinloc.pdf · SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 4 - No que respeita à actividade exercida em Portugal, o montante global do crédito

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

Relatório e Contas 2010 01 Relatório do Conselho de Administração 37 Balanço 38 Demonstração do Rendimento Integral 39 Demonstração de Alterações no Capital Próprio 40 Demonstração dos Fluxos de Caixa 41 Notas às Demonstrações Financeiras 81 Certificação Legal de Contas 83 Relatório e Parecer do Fiscal Único

SOFINLOC – Instituição Financeira de Crédito, S.A. Rua General Firmino Miguel, 5 - 14º • 1600-100 LISBOA • PORTUGAL

Matrícula n.º 501 370 048 na C. R. Com. Lisboa • Capital Social: € 100.000.000 • Contribuinte n.º 501 370 048

RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Senhores Accionistas,

Em cumprimento da Lei e dos Estatutos, o Conselho de Administração submete à vossa apreciação o relatório de gestão, as contas e a proposta de aplicação de resultados referentes ao exercício de 2010 da vossa Sociedade.

NOTA INTRODUTÓRIA

As contas da Sociedade incluíram pela primeira vez em 2009 as contas da “Sofinloc – Instituição Financeira de Crédito, S.A., Sucursal en España” que iniciou a sua actividade em Maio de 2009.

1. SITUAÇÃO MACROECONÓMICA

1.1 ENVOLVENTE MUNDIAL EM 2010 E PERSPECTIVAS

Depois da economia mundial ter sofrido a maior recessão desde a década de 1930, o ano de 2010 acabou por revelar-se bastante positivo. As estimativas do FMI apontam para um crescimento próximo dos 5% para a economia mundial, uma taxa muito maior do que a esperada pelos analistas há alguns meses. Os receios de uma recessão em W (double-dip) nos EUA, que se poderia alargar ao resto do mundo, não se materializaram.

Na China, a segunda maior economia do mundo, a esperada desaceleração económica não só não aconteceu como tudo leva a crer que a economia chinesa terá crescido a uma taxa de 10,5% em 2010, mesmo após os crescimentos robustos de 9,6% em 2008 e de 9,1% em 2009. De acordo com o FMI a Índia em 2010 também seguiu a mesma tendência económica, apresentando uma taxa estimada de crescimento de 9,7%. Relativamente aos outros dois países que representam os BRIC’s, o Brasil e a Rússia, o FMI estima terem crescido 7,5% e 4% em 2010, respectivamente.

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Na Zona Euro a economia caracteriza-se cada vez mais pelo funcionamento a duas velocidades: os países do Norte a crescer de uma forma sustentada liderados pela Alemanha, a economia que mais cresce no mundo entre os grandes países desenvolvidos (taxa estimada de crescimento de 3,3% em 2010), e as economias periféricas que viram os seus PIB’s contrair, excepto Portugal. A Grécia e a Irlanda, duas das economias periféricas mais problemáticas, foram inclusive objecto da intervenção do FMI. Para o conjunto da zona o FMI estima um crescimento de 1,7% em 2010.

Para 2011 o desempenho da economia mundial dependerá em grande parte do desempenho dos EUA, da Zona Euro e dos BRIC’s, que parecem estar a mover-se em direcções diferentes.

De acordo com o FMI as medidas de austeridade que estão a ser implementadas na Zona Euro deverão provocar uma desaceleração do crescimento económico que não deverá ultrapassar 1,5%.

Os EUA reforçaram o seu pacote de estímulo fiscal com o Acordo Fiscal de Dezembro de 2010. Antes deste acordo o FMI já tinha projectado um crescimento do PIB de 2,3% para 2011.

Relativamente aos BRIC’s espera-se que continuem a crescer apesar dos receios de sobraquecimento económico e de inflação alta continuarem a estar presentes. Em 2011 o FMI prevê taxas de crescimento de 4,1% para o Brasil, 4,3% para a Rússia, 8,4% para a Índia e 9,6% para a China.

Para as economias emergentes e em desenvolvimento, o FMI, no seu conjunto, projecta um crescimento económico de 6,4% em 2011, após uma taxa esperada de crescimento de 7,1% em 2010. A taxa de crescimento para a região da CEI é projectada em 4,6% para 2011, acima dos 4,3% estimados em 2010. O crescimento do PIB turco está estimado em 7,8% em 2010, alicerçado na recuperação do investimento e do consumo interno, depois da mesma economia ter experimentado uma deterioração económica pronunciada em 2009, com uma contracção do PIB real de 4,7% e um crescimento de apenas 0,7% em 2008 . As projecções do FMI para 2011 indicam um crescimento mais lento de 3,6%, principalmente derivado dos problemas na área do Euro, embora o consumo doméstico deva continuar forte.

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1.2 CONJUNTURA ECONÓMICA NA PENÍNSULA IBÉRICA

Depois de uma significativa contracção de 2,6% no PIB em 2009, a economia portuguesa começou a mostrar sinais de expansão no início de 2010. O FMI prevê mesmo uma taxa de crescimento de 1,1% para 2010. Já no respeitante a 2011 prevê-se uma desaceleração económica em resultado da implementação de medidas de austeridade que visam corrigir os desequilíbrios macroeconómicos do país e as vulnerabilidades estruturais originadas pela deterioração das condições de financiamento externo. O crescimento terá também outras pressões acrescidas, tanto por via do elevado nível de desemprego que mina uma recuperação sustentada da procura privada, como também através da contracção esperada do investimento e da despesa pública. Como nota positiva o FMI estima que as exportações líquidas irão continuar a prestar um contributo positivo para o crescimento económico de Portugal.

No respeitante a Espanha, outro dos países periféricos que tem sido severamente afectado pela crise soberana, a sua economia registou uma contracção de 3,7% em 2009, sendo que desde então as projecções do FMI melhoraram significativamente: 0,3% negativos em 2010 e 0,7% positivos em 2011. Os fracos crescimentos em 2010 e 2011 reflectem as consequências da implementação de um pacote de austeridade que incluiu cortes salariais no sector público, as reformas das “Cajas” e do mercado de trabalho. Outros factores afectaram também negativamente o crescimento económico espanhol, nomeadamente ajustamentos no sector imobiliário, altos níveis de desemprego (aproximadamente 20%) e elevado nível de endividamento. É de realçar que todo este esforço de consolidação orçamental vai colocar uma pressão adicional sobre a recuperação no curto prazo, mas será fundamental para melhorar a confiança junto dos agentes económicos domésticos e internacionais.

2. O SECTOR DO CRÉDITO AO CONSUMO EM PORTUGAL E ESPANHA

O mercado ibérico de viaturas ligeiras novas experimentou um crescimento de 9% em 2010 relativamente a 2009, tendo sido matriculadas 1.254 mil unidades contra 1.155 mil em 2009. Este aumento veio inverter a tendência de quebra dos dois últimos anos, com os contributos de +3% de Espanha e de +35% de Portugal.

Devido às condições adversas do mercado, conjuntamente com a implementação de políticas de aprovação de crédito mais exigentes, a Sofinloc alcançou um montante financiado de EUR 48 milhões durante o mesmo período.

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No que respeita à actividade exercida em Portugal, o montante global do crédito destinado à aquisição de meios de transporte concedido em 2010 pelos membros da ASFAC, ascendeu a cerca de € 1.591 milhões, ou seja mais 1,1% face a 2009, o que contrasta com a quebra de 15% verificada um ano antes. Relativamente a Espanha, os últimos dados disponíveis (Janeiro a Setembro de 2010) apontam para um crescimento de 5.9% face ao período homólogo de 2009 no montante total de crédito concedido para aquisição de automóveis.

3. ACTIVIDADE DA SOFINLOC

3.1. ÁREA COMERCIAL

A angariação de negócios continuou a ser feita primordialmente através dos canais de comercialização de automóveis, incluindo os concessionários das marcas e os comerciantes de automóveis no mercado secundário (multimarcas). A força de vendas encontrava-se distribuída por 14 agências, das quais 13 em Portugal e uma em Madrid.

Em 2010 a produção de novos financiamentos em Espanha foi residual. Sobre a actividade em Portugal, merece destaque o seguinte:

- Os novos contratos outorgados pela Sofinloc em Portugal atingiram € 48 milhões de valor financiado. O produto Crédito, especialmente dirigido ao segmento de clientes particulares e profissionais liberais para a aquisição sobretudo de viaturas ligeiras semi-novas e usadas, representou cerca de 71% da produção total, atingindo os € 34 milhões. O Leasing e a Locação representaram no seu conjunto cerca de 29% do total, produtos que financiam fundamentalmente a aquisição de viaturas novas.

- A grande maioria dos contratos originados em 2010 foi celebrada com clientes particulares (87% em número de contratos e 84% em valor); os demais clientes são empresas de pequena e média dimensão.

- Em 2010, a produção incidiu principalmente no segmento de viaturas ligeiras (comerciais e mistas) e de todo-o-terreno, com 98% do valor total de bens financiados pela Sofinloc.

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- O valor financiado médio por contrato foi de € 11.257, 3,2% acima do valor correspondente do ano anterior (€ 10.910).

- O prazo inicial médio das operações, ponderado pelo valor financiado, foi de 65 meses, contra 68 meses em 2009. Por intervalos de prazo verificou-se a predominância dos contratos com prazos superiores a 5 anos, que representaram 71% do total financiado, enquanto as operações até 3 anos pesaram 3% e as contratadas por períodos entre 3 e 5 anos representaram 26% do total.

- Importante complemento da actividade de crédito foi a de colocação de seguros. Os produtos comercializados compreendem o seguro de protecção ao crédito (vida e desemprego), o seguro automóvel associado ao financiamento (seguro auto financiamento) e o seguro automóvel sem financiamento associado (seguro auto extra-financiamento), este último essencialmente ligado às vendas resultantes do cross-selling. O volume de comissões gerado por esta actividade em 2010 foi de cerca de € 4,3 milhões.

3.2. EVOLUÇÃO E ESTRUTURA DAS PRINCIPAIS RUBRICAS DO BALANÇO

O crédito a clientes em balanço cifrou-se em € 660 milhões em 31 de Dezembro de 2010, representando uma variação negativa de 32% face a 2009 (€ 966 milhões).

Cerca de 87% do saldo de crédito a clientes no final do exercício (€ 575 milhões) estava financiado por passivos financeiros associados a activos transferidos, ou seja, através de operações de securitização.

No final do exercício encontravam-se activas as seguintes operações de securitização, todas em fase de amortização: (i) o LTR5 com € 41,5 milhões; (ii) o LTR6 com € 293,0 milhões; (iii) o LTR7 com 103,1 milhões e (iv) o LTR8 com € 241,0 milhões.

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3.3. CONTROLO DE CRÉDITO E SISTEMAS

Na área de cobranças de Portugal é de salientar que os valores entrados para cobrança activa (valor das rendas não recebidas automaticamente), reduziram em cerca de 8,5% face ao ano de 2009. A actividade do Departamento de Cobranças relativa à cobrança de valores não recebidos no processo automático ficou ligeiramente acima do ano anterior, tendo o rácio de cobrança (valores cobrados/novos valores a cobrar entrados) atingido os 93,3% (2009: 90,9%).

No que se refere à área de recuperação de equipamentos e contencioso de Portugal, este departamento recebeu em 2010 um menor número (-27%) de processos para recuperação, com um capital outstanding (valores vencidos e vincendos) de € 25,9 milhões. O valor cobrado por esta área em 2010 foi de € 17,1 milhões.

Na área de cobranças telefónicas/externas de Espanha, é de salientar que os valores entrados para cobrança activa (valor das rendas não recebidas automaticamente), foi cerca de 32% menos que em 2009. O rácio deste Departamento (valores cobrados/novos valores a cobrar entrados) foi de 89% ficando acima do registado em 2009.

No que se refere à área de recuperação de equipamentos e contencioso de Espanha, este departamento recebeu em 2010 um número menor de processos face ao ano anterior.

Do ponto de vista dos sistemas, os projectos executados tiveram como foco a redução de riscos operacionais e a melhoria e optimização de custos de processos de controlo de gestão, sem prejuízo da eficiência e eficácia operacional. Dentro dos projectos realizados destacam-se:

- Redução dos custos de funcionamento pela revisão dos contratos de manutenção de Software e Hardware de suporte à operação do Grupo.

- Adopção do Sistema Operativo Microsoft Windows 7 como Sistema Operativo de Desktop, pelas suas características de segurança, robustez, fiabilidade e performance, comparativamente aos seus antecessores, proporcionando maiores níveis de produtividade pessoal.

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- Adopção do Sistema Operativo Microsoft Windows 2008 como Sistema Operativo de Servidores em virtude da sua robustez e maior facilidade de gestão, permitindo a redução de custos de exploração.

- Virtualização de Servidores através da solução de VMware, de forma a reduzir os custos de investimento e de manutenção e de espaço físico no Datacenter.

- Actualização do Plano de Continuidade de Negócio (PCN) seguindo as Recomendações sobre Gestão da Continuidade de Negócio no Sector Financeiro, tendo sido nesta versão aumentada a cobertura de Departamentos e respectivos Serviços/Aplicações. Ainda neste âmbito, foram ampliadas as instalações do Datacenter e dos recursos existentes no Centro de Disaster Recovery do Grupo de forma a dar cobertura adequada aos serviços/aplicações a contemplar no PCN.

3.4. EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DO CRÉDITO

O crédito com imparidade registou uma diminuição de cerca de 2,1% face a 2009, estando o crédito vencido a mais de 90 dias coberto por provisões e colaterais em 127,5%.

4. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS

A política de avaliação e gestão de riscos da Sofinloc, que abrange os Riscos de Crédito, Mercado, Liquidez e Operacional, encontra-se descrita nas Notas às Demonstrações Financeiras.

5. PERSPECTIVAS FUTURAS

A crise nos países periféricos da Europa e as restrições ao financiamento a médio prazo, principalmente no mercado de securitização, estão a alterar as opções estratégicas dos players da Zona Euro, sendo que as actividades baseadas em activos de médio prazo encontram-se limitadas.

Neste contexto prevemos para 2011 a estabilização do balanço, sendo que a actividade de Crédito ao Consumo deverá retomar o seu crescimento quando os mercados de securitização reabrirem.

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A N E X O I A O R E L A T Ó R I O D O C O N S E L H O D E A D M I N I S T R A Ç Ã O

Lista de accionistas em 31/12/2010 a que se refere o nº 4 do artº. 448º do Código das Sociedades Comerciais:

Accionista % capital social

Banco Finantia, S.A.

100

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A N E X O II A O R E L A T Ó R I O D O C O N S E L H O D E A D M I N I S T R A Ç Ã O

Adopção das Recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) relativas à Transparência da Informação e à

Valorização dos Activos O Banco de Portugal, através das Cartas Circular nº46/08/DSBDR e nº97/08/DSBDR, de 15 de Julho e 3 de Dezembro, respectivamente, adoptou as recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) sobre a publicação de um conjunto de informações tendo em vista um melhor conhecimento da situação financeira das instituições financeiras em geral, e dos bancos em particular. Esta informação tem como objectivo cumprir com os requisitos exigidos de divulgação. I. MODELO DE NEGÓCIO 1. Descrição do modelo de negócio A descrição da estratégia e do modelo de negócio da Sociedade é apresentada no Relatório de Gestão o qual é parte integrante do Relatório e Contas 2010. 2., 3., 4. e 5. Actividades desenvolvidas e contribuição para o negócio No corpo do Relatório de Gestão apresenta-se informação acerca da estratégia e objectivos das áreas de negócio da Sociedade e sua evolução. II. RISCOS E GESTÃO DOS RISCOS 6. e 7. Descrição e natureza dos riscos incorridos O Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras (veja-se Nota 33. Gestão dos riscos da actividade) apresentam uma descrição de como a Função de Gestão dos Riscos se encontra organizada no seio da Sociedade, assim como informação sobre os riscos incorridos pela Sociedade e mecanismos de gestão para a sua monitorização e controlo. III. IMPACTO DO PERÍODO DE TURBULÊNCIA FINANCEIRA NOS RESULTADOS 8. Descrição qualitativa e quantitativa dos resultados Os principais impactos provocados pelo actual período de turbulência financeira são descritos no Relatório de Gestão. Foi adoptada uma descrição qualitativa atendendo a que se nos afigura desproporcionado e não quantificável a mensuração dos efeitos relacionados apenas com a turbulência financeira atendendo a que foi acompanhada por fortes perturbações no mercado das matérias primas e do preço do petróleo com reflexos em vários domínios da economia nacional e internacional.

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9. e 10. Desagregação dos “write-downs” A Sociedade não está exposta a produtos e instrumentos afectados pelo período de turbulência, nomeadamente commercial mortgage-backed securities, residential mortgage-backed securities, colateralised debt obligations e asset-backed securities. 11. e 12. Comparação dos impactos entre períodos Não aplicável. 13. Influência da turbulência financeira na cotação das acções da Sociedade Não aplicável. 14. Risco de perda máxima Na Nota 33 das demonstrações financeiras “Gestão dos Riscos da Actividade” é divulgada informação sobre as perdas susceptíveis de serem incorridas em situações de stress do mercado. 15. Responsabilidades da Sociedade emitidas e resultados Não aplicável. IV. NÍVEIS E TIPOS DAS EXPOSIÇÕES AFECTADAS PELO PERÍODO DE TURBULÊNCIA 16. Valor nominal e justo valor das exposições Na Nota 35 das demonstrações financeiras apresentam-se os activos e passivos financeiros evidenciando o valor de balanço e o respectivo justo valor. 17. Mitigantes do risco de crédito Na Nota 33 das demonstrações financeiras “Gestão dos Riscos da Actividade” é divulgada informação referente à gestão do risco de crédito. 18. Informação sobre as exposições da Sociedade Não aplicável. 19. Movimentos nas exposições entre períodos Não aplicável. 20. Exposições que não tenham sido consolidadas Não aplicável. 21. Exposição a seguradoras e qualidade dos activos segurados Não aplicável.

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V. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS E MÉTODOS DE VALORIZAÇÃO 22. Produtos estruturados Não aplicável. 23. Special Purpose Entities (SPE) e consolidação Não aplicável. 24. e 25. Justo valor dos instrumentos financeiros Veja-se ponto 16 do presente Anexo. Nas políticas contabilísticas referem-se as condições de utilização da opção do justo valor, bem como as técnicas utilizadas para a valorização dos instrumentos financeiros. VI. OUTROS ASPECTOS RELEVANTES NA DIVULGAÇÃO 26. Descrição das políticas e princípios de divulgação A política de divulgação de informação de natureza contabilística e financeira da Sociedade visa dar satisfação a todos os requisitos de natureza regulamentar, sejam eles ditados pelas normas contabilísticas ou pelas entidades de supervisão e de regulação do mercado. Adicionalmente, procura alinhar as suas divulgações pelas melhores práticas do mercado atendendo, por um lado, à relação de custo/benefício na captação da informação relevante e, por outro, dos benefícios que a mesma poderia proporcionar aos diversos utilizadores.

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A N E X O III A O R E L A T Ó R I O D O

C O N S E L H O D E A D M I N I S T R A Ç Ã O

Relatório sobre a estrutura e as práticas de governo societário (“RGS”)

Introdução A Sofinloc – Instituição Financeiro de Crédito, S.A. (doravante designado abreviadamente por “Sofinloc” ou “Sociedade”) optou por incluir em separado ao Relatório de Gestão, referente ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, um anexo inteiramente dedicado ao Governo das Sociedades. A Sociedade tem desenvolvido um esforço contínuo para incorporar os princípios do bom governo societário – equidade, deveres de cuidado e transparência, competência técnica e alinhamento interno e deveres de lealdade e responsabilização – em simultâneo com a adopção das práticas que permitem assegurar os objectivos dos melhores modelos de Governo Societário - separação de funções, especialização da supervisão, controlo financeiro e de gestão, monitorização e controlo de riscos e conflitos de interesse.

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ÍNDICE I. Estrutura e Práticas Societárias

II. Assembleia Geral

III. Órgãos de Administração e Fiscalização

IV. Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e

de Fiscalização

V. Política de Remuneração dos Colaboradores

VI.

Adopção pela Sociedade das Recomendações do Banco de Portugal sobre Política de Remunerações

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I. Estrutura e Práticas de Governo Societário

Modelo Adoptado O modelo de governo societário adoptado pela Sociedade estrutura-se segundo uma das três modalidades previstas no Código das Sociedades Comerciais – conhecido como o Modelo Latino ou Monista:

- A gestão da Sociedade compete ao Conselho de Administração composta por 3 (três) administradores. - As competências de fiscalização estão atribuídas ao Fiscal Único, cujas responsabilidades incluem a fiscalização da administração, a vigilância do cumprimento da Lei e dos Estatutos pela Sociedade e a verificação das contas. - A Assembleia Geral é constituída pelos Accionistas com direito a pelo menos um voto e delibera sobre as matérias que lhes são especialmente atribuídas pela Lei ou pelos Estatutos, incluindo a eleição dos órgãos sociais, a aprovação do relatório de gestão e das contas do exercício e a distribuição de resultados, entre outros.

Conselho de Administração

Fiscal Único

Assembleia Geral

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II. Assembleia Geral A Assembleia Geral é o órgão máximo da sociedade e representa a universalidade dos accionistas, competindo-lhe eleger os membros dos órgãos de administração e fiscalização, aprovar a alteração do contrato de sociedade, deliberar sobre o relatório e contas e proceder à apreciação geral da administração da Sociedade e, em geral, sobre todas as matérias que lhe sejam especialmente atribuídas pela Lei ou pelos Estatutos. A Mesa da Assembleia Geral é composta por:

Presidente: António Artur Ferreira

Secretário: Ricardo Couto Encontra-se em curso o mandato dos membros eleitos da Mesa da Assembleia Geral para o triénio 2010-2012. A cada 100 acções ordinárias corresponde um voto, podendo os Accionistas titulares de acções em número inferior ao limite exigido pelos Estatutos agruparem-se de forma a completar o número mínimo exigido. Cada acção tem o valor nominal de 1 (um) Euro cada.

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III. Órgãos de Administração e Fiscalização Conselho de Administração O Conselho de Administração é o órgão responsável pela gestão da actividade da Sociedade, sujeito às decisões da Assembleia Geral e à intervenção do Fiscal Único nos termos da Lei e dos Estatutos, competindo-lhe deliberar sobre todas as matérias relacionadas com a administração da Sociedade. Os Administradores são eleitos pela Assembleia Geral por períodos de 3 (três) anos, podendo ser reeleitos por uma ou mais vezes. A Assembleia Geral tem poderes para a todo o tempo destituir qualquer um dos administradores nomeados. O Conselho de Administração designa de entre os seus membros um presidente, o qual terá voto de qualidade. O Conselho de Administração deve reunir pelo menos trimestralmente e o Presidente ou quaisquer dois administradores têm poderes para convocar uma reunião do Conselho de Administração. O Conselho de Administração, nos termos dos Estatutos deverá ser composto por um mínimo de três e um máximo de quinze membros. No presente mandato, o Conselho de Administração é composto por 3 (três) membros. A composição actual do Conselho de Administração é: Presidente: António Guerreiro Vogais: Maria Luisa Antas Pedro Santos Segue um breve resumo da experiência de cada um dos membros do Conselho de Administração: António Guerreiro: Fundador do Banco Finantia. Antes de 1987, António foi Vice-

Presidente do Chase Manhattan Bank em Lisboa. Antes de 1985, tinha sido Senior Investment Officer do World Bank e da International Finance Corporation (EUA). Na década de 70, António trabalhou ainda no Banco Lar Chase no Rio de Janeiro e anteriormente na DCI e na Cimianto, em Lisboa. É membro do Conselho de Disciplina da Associação Portuguesa de Bancos e dos Conselhos Consultivos do Harvard Clube de Portugal, do ISEG, da Ordem dos Economistas e da Inter-American Culture and Development Foundation (Washington, EUA). Licenciou-se em Finanças pelo ISEG (Portugal) e obteve um MBA pela Harvard Business School (EUA).

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Maria Luisa Antas: Integrou o Banco Finantia em 1989 e é actualmente responsável pelas áreas de Operações, Legal, Compliance, Marketing e de Recursos Humanos do Grupo. Anteriormente, foi Senior Counsel do Inter-American Development Bank (EUA) na área de project finance da América Latina. Entre 1981 e 1983, Luisa foi Sub-Secretária de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e Sub-Secretária de Estado Adjunta do Ministro para os Assuntos Parlamentares. Luisa é licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa e obteve um Mestrado em Direito pela Harvard Law School (EUA).

Pedro Santos: Integrou o Banco Finantia em 1993 e actualmente é responsável pelo Controle Financeiro e Sistemas de Informação do Grupo, tendo anteriormente desempenhado funções semelhantes no Banco Central Hispano (actualmente pertencente ao Banco Santander) em Portugal. Pedro é licenciado em Engenharia Industrial pela Universidade Nova de Lisboa e participou em diversos cursos de executivos na Cornell University e na Wharton School of Finance (EUA).

Órgão de Fiscalização A fiscalização da Sociedade compete ao Fiscal Único que terá um suplente, podendo qualquer deles ser uma sociedade de Revisores Oficiais de Contas. As competências do órgão de fiscalização são as que decorrem da Lei. Fiscal Único O Fiscal Único é a PricewaterhouseCoopers & Associados, S.R.O.C, membro da rede internacional da PwC, uma das maiores na prestação de serviço de auditoria internacionais e o suplente é o Dr. Jorge Manuel Santos Costa, R.O.C.. As competências do Fiscal Único são as que decorrem da Lei, competindo-lhe em especial: - supervisionar a condição económica e financeira da Sociedade; - verificar a observância das leis e regulamentos aplicáveis; - elaborar anualmente relatório sobre a sua acção fiscalizadora e dar parecer sobre o relatório, contas e propostas apresentadas pela administração. O mandato actual do Fiscal Único termina em 2012.

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Divulgação dos honorários do ROC Durante o exercício de 2010, a Sofinloc, IFC, S.A. contratou serviços à Rede8 PwC (Portugal e Estrangeiro) cujos honorários ascenderam a € 150.700, com a seguinte distribuição pelos diferentes tipos de serviços prestados:

Euros 2010Serviços de revisão legal de contas 101,700Outros serviços de garantia de fiabilidade 49,000Consultoria fiscal - Outros serviços que não de revisão ou auditoria - Total 150,700

Serviços de revisão legal de contas Inclui os honorários cobrados pela PwC no âmbito da auditoria e da revisão legal das contas da Sociedade e outros serviços associados à revisão legal das contas. Outros serviços de garantia de fiabilidade Inclui os honorários cobrados pela PwC no âmbito da prestação de serviços que dadas as suas características estão associados ao trabalho de auditoria e devem em muitos casos ser prestados pelos auditores estatutários, nomeadamente: emissão de cartas conforto e pareceres sobre temas específicos (sistema de controlo interno, provisões económicas e outros serviços permitidos de natureza contabilística). Serviços de consultoria fiscal Inclui os honorários cobrados pela PwC no âmbito do apoio fiscal prestado à Sociedade na revisão das obrigações fiscais. Outros serviços que não de revisão ou auditoria Inclui os honorários cobrados pela PwC no âmbito dos serviços que não de revisão ou auditoria que são permitidos de acordo com as regras de independência definidas.

8 Para efeitos desta informação o conceito de Rede é o decorrente da Recomendação da Comissão Europeia n.º C (2002) 1873, de 16 de Maio de 2002.

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IV. Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e Fiscalização

Enquadramento No modelo estatutário adoptado pela Sociedade, os membros dos órgãos sociais terão direito a remuneração, salvo se deliberado diversamente. A fixação da remuneração dos órgãos sociais, excepto a do Revisor Oficial de Contas externo (que é definido pelo Conselho de Administração), é da competência da Assembleia Geral que poderá delegar essa competência a uma Comissão de Remunerações especialmente eleita para o efeito. Na presente data não se encontra constituída uma Comissão de Remunerações. A política de remuneração seguida pela Sociedade assenta nas Recomendações aprovadas pelas entidades de supervisão nacionais e no plano da União Europeia e foram elaborados em observância às novas regras e recomendações em matéria de remunerações dos órgãos sociais. A Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, veio impor um novo conteúdo obrigatório para as políticas de remuneração dos membros dos órgãos de administração e fiscalização das entidades de interesse público, como é o caso da Sociedade, e tornou imperativa a divulgação das remunerações individuais dos membros dos referidos órgãos. A Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários, também adoptou em 2010 o Código de Governo das Sociedades e o Banco de Portugal aprovou o Aviso nº 1/2010, bem como a Carta-Circular nº 2/2010, que especificam novos requisitos que devem constar da política de remuneração elaborada pelas instituições de crédito. A Sociedade alinhou a sua política de remunerações dos seus órgãos sociais com estas novas regras e recomendações procurando alinhar o interesse dos órgãos de administração e fiscalização com os interesses a longo prazo da Sociedade. Estando inserida num Grupo de empresas aos membros do Conselho de Administração poderão exercer cargos de administração em outras sociedades do Grupo Finantia com remuneração, não auferindo qualquer remuneração enquanto membros do Conselho de Administração da Sociedade. Processo de aprovação da política de remuneração

Aprovação A actual política de remuneração dos órgãos sociais da Sociedade em vigor foi aprovada pela Assembleia Geral de 24 de Março de 2010 sob proposta do Conselho de Administração.

Política de Remuneração Transcreve-se de seguida a política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização que será apresentada à Assembleia Geral Anual de 2011.

“Considerando o disposto no artigo segundo da Lei nº 28/2009 de 19 de Junho, que dispõe que o órgão de administração ou a comissão de remunerações das entidades de interesse público

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submetam anualmente à aprovação da Assembleia Geral uma declaração sobre a política de remuneração; Considerando que, nos termos da mesma Lei, a Sofinloc. é considerada uma entidade de interesse público; Vêm o Conselho de Administração submeter à aprovação da Assembleia Geral: Remuneração dos membros do Conselho de Administração A política de remuneração dos membros do Conselho de Administração da Sofinloc deve ter em consideração a situação económica e os níveis de desempenho obtidos pela instituição, as perspectivas de crescimento e rendibilidade sustentável da mesma e as responsabilidades e o mérito individual de cada membro. Os membros do Conselho de Administração poderão ser remunerados tendo em consideração o relevo da função que desempenham, não devendo a remuneração incluir nenhuma componente variável cujo valor dependa do desempenho ou do valor da instituição. Os membros do Conselho de Administração que desempenhem funções executivas em órgãos de administração de sociedades do grupo podem também ser remunerados pelas referidas sociedades, caso em que deverão ser aplicados os princípios acima referidos. As componentes fixa e variável da remuneração devem estar adequadamente equilibradas, a fim de permitir a aplicação de uma política plenamente flexível sobre o componente variável da remuneração. A componente variável da remuneração deve ter em conta o desempenho obtido pela Sofinloc no ano a que se refere bem como a longo prazo e o desempenho individual de cada membro dão Conselho de Administração. Propõe-se que os membros dos órgãos sociais não auferirão qualquer remuneração Remuneração do Fiscal Único A remuneração do Fiscal Único não deve incluir nenhum componente cujo valor dependa do desempenho ou do valor da instituição. Competirá ao Conselho de Administração fixar, se aplicável, a remuneração do Fiscal Único “.

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Montante anual da remuneração auferida durante o ano de 2010 pelos membros dos órgãos de administração e fiscalização, de forma agregada e individual:

Conselho de Administração

Administrador

Fixa (€)

Variável (€)

Total

António Guerreiro

0

0

0

Maria Luisa Antas

0

0

0

Pedro Santos

0

0

0

Francisco Ortigão (Janeiro a Março)

€15.383

0

€15.383

João Sabido (Janeiro a Março)

€30.383

0

€30.383

Luis Nogueira (Janeiro a Março)

€15.383

0

€15.383

Pedro Reis (Janeiro a Março)

€15.383

0

€15.383

Rui Guerra (Janeiro a Março)

€15.383

0

€15.383

TOTAL

€91.915

€91.915

Principais parâmetros e fundamentos de qualquer sistema de prémios anuais e de quaisquer outros benefícios não pecuniários Não existem sistemas de prémios anuais além para além da remuneração variável (quando aplicável) já descrita na política de remunerações acima nem benefícios não pecuniários considerados como remuneração.

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Remuneração paga sob a forma de participação nos lucros e ou de pagamento de prémios e os motivos por que tais prémios e ou participação nos lucros foram concedidos Não foi paga remuneração sob a forma de participação nos lucros ou de pagamento de prémios. Indemnizações pagas ou devidas a ex-membros executivos do órgão de administração relativamente à cessação das suas funções durante o exercício Não foram pagas nem são devidas quaisquer indemnizações a antigos membros do Conselho de Administração relativamente à cessação das suas funções. Informação sobre o modo como a remuneração dos membros do Órgão de Administração é estruturada de forma a permitir o alinhamento dos interesses daqueles com os interesses da sociedade Conforme acima referido a fixação da remuneração dos membros do Conselho de Administração obedece a critérios de alinhamento da responsabilidade e desempenho individual de cada Administrador com os resultados obtidos pela Sociedade, bem como os objectivos estratégicos do Grupo Banco Finantia, tomando em consideração a política de remuneração aprovada em Assembleia Geral, as práticas do mercado português e o contexto financeiro actual. Órgão competente para realizar a avaliação de desempenho dos Administradores Executivos A avaliação de desempenho dos administradores executivos é assegurada pela Assembleia Geral, tendo em consideração a política de remunerações aprovada. Critérios predeterminados para a avaliação de desempenho dos Administradores Executivos A política de remuneração adoptada prevê que os Administradores não auferirão qualquer remuneração. A importância relativa das componente variáveis e fixas da remuneração dos Administradores Executivos, assim como os limites máximos para cada componente. Não aplicável. Limitações contratuais previstas para a compensação a pagar por destituição sem justa causa do administrador e sua relação com a componente variável da remuneração Não existem quaisquer acordos que fixem montantes a pagar a membros do Conselho de Administração em caso de destituição sem justa causa.

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Montantes pagos a qualquer título por outras sociedades em relação de domínio ou de grupo

Sociedade

Cargo

Remuneração Total

António Guerreiro

Banco Finantia, S.A.

Membro da Comissão Executiva

€211.431

Maria Luisa Antas

Banco Finantia, S.A.

Membro da Comissão Executiva

€169.431

Pedro Santos

Finantia Serviços, Lda.

Gerente

€ 141 431

Principais características dos regimes complementares de pensões ou de reforma antecipada, com indicação se foram sujeitas a apreciação pela Assembleia Geral Os benefícios de pensões ou de reforma antecipada que beneficiam os membros do Conselho de Administração encontram-se sujeitos à aplicação das regras do regime geral da Segurança Social. Estimativa do valor dos benefícios não pecuniários relevantes considerados como remuneração não abrangidos nas situações anteriores Os Administradores não auferem benefícios não pecuniários relevantes considerados como remuneração. Existência de mecanismos que impeçam a celebração de contratos que ponham em causa a razão de ser da remuneração variável O grau de supervisão da actividade do Conselho de Administração pelo Fiscal Único e pela Assembleia Geral são mecanismos adequados a assegurar o objectivo acima descrito.

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V. Política de Remuneração dos Colaboradores Modo como a remuneração é estruturada de forma a permitir o alinhamento dos interesses dos colaboradores com os interesses de longo prazo da Sociedade, bem como sobre o modo como é baseada na avaliação do desempenho e desincentiva a assunção excessiva de riscos A política de remuneração dos colaboradores da Sociedade tem em consideração os seguintes objectivos:

(i) Atrair e reter profissionais de talento (ii) Responder com flexibilidade às condições do mercado de trabalho (iii) Encorajar e motivar os colaboradores a desenvolver desempenhos superiores que permitam

à organização obter resultados acima da média. A remuneração dos colaboradores inclui sempre uma componente fixa, que tem que ser adequada às funções desempenhadas pelo colaborador e estar alinhada com as condições de mercado. O processo de decisão utilizado na definição da política de remuneração A avaliação da “performance” individual é feita anualmente durante o trimestre seguinte ao encerramento do exercício anterior. O processo de avaliação tem como objectivo determinar a qualidade do trabalho, analisar os pontos fortes e fracos do colaborador, reconhecer o bom desempenho e indicar as necessidades de formação profissional. Os resultados da avaliação deverão ser objecto de reunião/análise entre o Responsável de cada Departamento e o colaborador antes da avaliação ser submetida ao Departamento de Recursos Humanos. Todo o processo de avaliação é realizado via Intranet através de aplicação concebida para o efeito. De acordo com cada função e grau de responsabilidade são avaliadas as respectivas dimensões comportamentais, como por exemplo, entre outras:

(i) Gestão de Execução (ii) Sentido Crítico (iii) Sentido de Responsabilidade (iv) Liderança (v) Delegação (vi) Planeamento e Organização (vii) Resolução de Problemas (viii) Trabalho em Equipa (ix) Orientação para os Resultados (x) Competência Técnica (xi) Conhecimento do Negócio (xii) Domínio de Línguas (xiii) Aspirações do colaborador (xiv) Necessidade de Formação

Com base no processo de avaliação acima descrito a Administração faz uma análise das remunerações em vigor no Grupo em função dos objectivos delineados, podendo aprovar promoções e/ou revisões salariais para certos colaboradores.

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As promoções e as revisões salariais baseiam-se sempre na “performance”, mérito e atitude do colaborador (conforme apresentados na Avaliação de Desempenho relativa ao ano findo), no nível salarial comparado de funções idênticas na organização e no mercado e no desempenho e resultados da própria Sociedade. A relação entre a remuneração fixa e variável e limites à remuneração variável A política de remuneração do Grupo Banco Finantia, pode incluir a atribuição de remuneração variável destinada a premiar a performance dos seus colaboradores em função dos objectivos fixados pela Sociedade e para cada uma das suas áreas de actividade, tendo ainda em consideração as próprias condições de mercado e o desenvolvimento da actividade da Sociedade, normalmente numa base anual. A componente fixa da remuneração representa em qualquer situação a proporção mais elevada da remuneração total. Existe uma política flexível quanto à remuneração variável, considerando os critérios da sua atribuição, incluindo a possibilidade de não pagamento de qualquer remuneração variável. Os critérios de definição da remuneração variável, bem como os critérios para diferimento do respectivo pagamento e o período de diferimento mínimo A forma como é atribuída a remuneração variável, bem como a sua periodicidade e forma de pagamento, variam em função de múltiplos critérios e objectivos, que poderão ser qualificados como critérios qualitativos e critérios quantitativos. Quanto à apreciação dos critérios qualitativos é inevitável algum grau de subjectividade no julgamento da “performance” de cada colaborador. É ponto assente, no entanto, que deverão ser explicitados tais critérios e objectivos, pelo menos numa base anual, de forma a fornecer linhas de orientação aos diferentes departamentos sobre o que se entende por performance média, boa e excelente. Os critérios qualitativos a considerar na atribuição da remuneração variável são os resultantes do processo de avaliação anual do desempenho acima indicados. Em cada área de negócio (ou outra actividade em que seja possível estabelecer algum tipo de quantificação significativa) poderão ser fixados um ou mais objectivos, mínimos de receitas, comissões ou lucros (ou outra medida aplicável), apropriados para a área em questão (critérios quantitativos). Em função do grau de cumprimento dos objectivos fixados, serão determinados bónus ou “pools” de bónus a distribuir pelos colaboradores elegíveis da respectiva área. A Administração reserva-se o direito de proceder à atribuição de prémios sempre que o desempenho e os resultados da Sociedade e as condições do mercado o justifiquem. VI. Adopção pela Sociedade das Recomendações do Banco de Portugal sobre Política de Remunerações Nos termos do artigo 4º número 1 do Aviso do Banco de Portugal 1/2010 segue informação discriminada referente à observância pela Sociedade das recomendações adoptadas e não adoptadas contidas na Carta-Circular nº 2/2010/DSB:

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 27 -

POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO

RECOMENDAÇÃO

ADOPTADA

NÃO

ADOPTADA

FUNDAMENTO DA

NÃO ADOPÇÃO

As instituições devem adoptar uma política de remuneração consistente com uma gestão e controlo de riscos eficaz, que evite uma excessiva exposição ao risco, que evite potenciais conflitos de interesses e que seja coerente com os objectivos, valores e interesses a longo prazo da instituição, designadamente com as perspectivas de crescimento e rendibilidade sustentáveis e a protecção dos interesses dos clientes e dos investidores (I.4. da Carta-Circular).

X

A política de remuneração deve ser adequada à dimensão, natureza e complexidade da actividade desenvolvida ou a desenvolver pela instituição e, em especial, no que se refere aos riscos assumidos ou a assumir (I.5. da Carta-Circular).

X

As instituições devem adoptar uma estrutura clara, transparente e adequada relativamente à definição, implementação e monitorização da política de remuneração, que identifique, de forma objectiva, os colaboradores envolvidos em cada processo, bem como as respectivas responsabilidades e competências (I.6. da Carta-Circular).

X

No que se refere à remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização, a política de remuneração deve ser aprovada por uma comissão de remuneração ou, no caso de a sua existência não ser exequível ou apropriada face à dimensão, natureza e complexidade da instituição em causa, pela assembleia geral ou pelo conselho geral e de supervisão, consoante aplicável (II.1. da Carta-Circular).

X

No que se refere à remuneração dos restantes colaboradores abrangidos, a política de remuneração deve ser aprovada pelo órgão de administração (II.2. da Carta-Circular).

X

Na definição da política de remuneração devem participar pessoas com independência funcional e capacidade técnica adequada, incluindo pessoas que integrem as unidades de estrutura responsáveis pelas funções de controlo e, sempre que necessário, de recursos humanos, assim como peritos externos, de forma a evitar conflitos de interesses e a permitir a formação de um juízo de valor independente sobre a adequação da política de remuneração, incluindo os seus efeitos sobre a gestão de riscos, capital e liquidez da instituição (II.3. da Carta-Circular).

X

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 28 -

A política de remuneração deve ser transparente e acessível a todos os colaboradores. A política de remuneração deve ainda ser objecto de revisão periódica e estar formalizada em documento(s) autónomo(s), devidamente actualizado(s), com indicação da data das alterações introduzidas e respectiva justificação, devendo ser mantido um arquivo das versões anteriores (cfr. II.4. da Carta- Circular).

X

O processo de avaliação, incluindo os critérios utilizados para determinar a remuneração variável, deve ser comunicado aos colaboradores, previamente ao período de tempo abrangido pelo processo de avaliação (cfr. II.5. da Carta-Circular).

X

COMISSÃO DE REMUNERAÇÕES

RECOMENDAÇÃO

ADOPTADA

NÃO ADOPTADA

FUNDAMENTO DA NÃO

ADOPÇÃO

A comissão de remuneração, deve efectuar uma revisão, com uma periodicidade mínima anual, da política de remuneração e da sua implementação, em particular, no que se refere à remuneração dos membros executivos do órgão de administração, incluindo a respectiva remuneração com base em acções ou opções, de forma a permitir a formulação de um juízo de valor fundamentado e independente sobre a adequação da política de remuneração, à luz das recomendações da Carta-Circular, em especial sobre o respectivo efeito na gestão de riscos, de capital e de liquidez da instituição (III.1. da Carta-Circular).

X

Não aplicável. Não se encontra constituída uma Comissão de Remunerações

Os membros da comissão de remuneração devem ser independentes relativamente aos membros do órgão de administração e cumprir com requisitos de idoneidade e qualificação profissional adequados ao exercício das suas funções, em particular possuir conhecimentos e/ou experiência profissional em matéria de política de remuneração (III.2. da Carta-Circular).

X

Não aplicável. Não se encontra constituída uma Comissão de Remunerações

No caso de a comissão de remuneração recorrer, no exercício das suas funções, à prestação de serviços externos em matéria de remunerações, não deve contratar pessoa singular ou colectiva que preste ou tenha prestado, nos três anos anteriores, serviços a qualquer estrutura na dependência do órgão de administração, ao próprio órgão de administração ou que tenha relação actual com consultora da instituição, sendo esta recomendação igualmente aplicável a qualquer pessoa singular ou colectiva que com aqueles se encontre relacionada por contrato de trabalho ou prestação de serviços (III.3. da Carta-Circular).

X

Não aplicável. Não se encontra constituída uma Comissão de Remunerações

A comissão de remuneração deve informar anualmente os accionistas sobre o exercício das suas

Não aplicável. Não se

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 29 -

funções e deve estar presente nas assembleias gerais em que a política de remuneração conste da ordem de trabalhos (III.4. da Carta-Circular).

X encontra constituída uma Comissão de Remunerações

A comissão de remuneração deve reunir-se com uma periodicidade mínima anual, devendo elaborar actas de todas as reuniões que realize (III.5. da Carta-Circular).

X

Não aplicável. Não se encontra constituída uma Comissão de Remunerações

REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO

RECOMENDAÇÃO

ADOPTADA

NÃO ADOPTADA

FUNDAMENTO DA NÃO

ADOPÇÃO/OBS.

A remuneração dos administradores que exerçam funções executivas deve integrar uma componente variável, cuja determinação dependa de uma avaliação do desempenho, realizada pelos órgãos competentes da instituição, de acordo com critérios mensuráveis predeterminados, incluindo critérios não financeiros, que considere, para além do desempenho individual, o real crescimento da instituição e a riqueza efectivamente criada para os accionistas, a protecção dos interesses dos clientes e dos investidores, a sua sustentabilidade a longo prazo e os riscos assumidos, bem como o cumprimento das regras aplicáveis à actividade da instituição (IV.1. da Carta-Circular).

X

Os Administradores não auferem qualquer remuneração

As componentes fixa e variável da remuneração total devem estar adequadamente equilibradas. A componente fixa deve representar uma proporção suficientemente elevada da remuneração total, a fim de permitir a aplicação de uma política plenamente flexível sobre a componente variável da remuneração, incluindo a possibilidade de não pagamento de qualquer componente variável da remuneração. A componente variável deve estar sujeita a um limite máximo (IV.2. da Carta-Circular).

X

Uma parte substancial da componente variável da remuneração deve ser paga em instrumentos financeiros emitidos pela instituição e cuja valorização dependa do desempenho de médio e longo prazos da instituição. Esses instrumentos financeiros devem estar sujeitos a uma política de retenção adequada destinada a alinhar os incentivos pelos interesses a longo prazo da instituição e ser, quando não cotados em bolsa, avaliados, para o efeito, pelo seu justo valor ( IV.3. da Carta-Circular).

X

Não está prevista a atribuição de remuneração variável

Uma parte significativa da remuneração variável deve ser diferida por um período não inferior a três anos e o seu pagamento deve ficar dependente da continuação do desempenho positivo da instituição ao longo desse período (IV.4. da Carta-Circular).

X

Não está prevista a atribuição de remuneração variável

A parte da componente variável sujeita a diferimento deve ser determinada em função crescente do seu peso relativo face à componente fixa da remuneração (IV.5. da Carta-Circular).

X

Não está prevista a atribuição de remuneração variável

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 30 -

Os membros do órgão de administração não devem celebrar contratos, quer com a instituição, quer com terceiros, que tenham por efeito mitigar o risco inerente à variabilidade da remuneração que lhes for fixada pela instituição (IV.6. da Carta-Circular).

X

Até ao termo do seu mandato, devem os membros executivos do órgão de administração manter as acções da instituição a que tenham acedido por força de esquemas de remuneração variável, até ao limite de duas vezes o valor da remuneração total anual, com excepção daquelas que necessitem ser alienadas com vista ao pagamento de impostos resultantes do benefício dessas mesmas acções (IV.7. da Carta- Circular).

X

Não está prevista a atribuição de remuneração variável

Quando a remuneração variável compreender a atribuição de opções, o início do período de exercício deve ser diferido por um prazo não inferior a três anos (IV.8. da Carta-Circular).

X

Não está prevista a atribuição de remuneração variável

Após o exercício referido no número anterior, os membros executivos do órgão de administração devem conservar um certo número de acções, até ao fim do seu mandato, sujeito à necessidade de financiar quaisquer custos relacionados com a aquisição de acções, sendo que o número de acções a conservar deve ser fixado (IV.9. da Carta-Circular).

X

Não está prevista a atribuição de remuneração variável

A remuneração dos membros não executivos do órgão de administração não deve incluir nenhuma componente cujo valor dependa do desempenho ou do valor da instituição (IV.10. da Carta-Circular).

X

Devem ser estabelecidos os instrumentos jurídicos adequados para que a compensação estabelecida para qualquer forma de destituição sem justa causa de um membro do órgão de administração não seja paga se a destituição ou cessação por acordo resultar de um inadequado desempenho do membro do órgão de administração (IV.11. da Carta-Circular).

X

REMUNERAÇÃO DOS COLABORADORES

(COM FUNÇÕES DE CONTROLO OU COM IMPACTO MATERIAL NO PERFIL DE RISCO)

RECOMENDAÇÃO

ADOPTADA

NÃO ADOPTADA

FUNDAMENTO DA NÃO ADOPÇÃO

Se a remuneração dos colaboradores da instituição incluir uma componente variável, esta deve ser adequadamente equilibrada face à componente fixa da remuneração, atendendo, designadamente ao desempenho, às responsabilidades e às funções de cada colaborador, bem como à actividade exercida pela instituição. A componente fixa deve representar uma proporção suficientemente elevada da remuneração total, a fim de permitir a aplicação de uma política plenamente flexível sobre a componente variável da

X

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 31 -

remuneração, incluindo a possibilidade de não pagamento de qualquer componente variável da remuneração. A componente variável deve estar sujeita a um limite máximo (V.1. da Carta-Circular). Uma parte substancial da componente variável da remuneração deve ser paga em instrumentos financeiros emitidos pela instituição e cuja valorização dependa do desempenho de médio e longo prazos da instituição. Esses instrumentos financeiros devem estar sujeitos a uma política de retenção adequada destinada a alinhar os incentivos pelos interesses a longo prazo da instituição e ser, quando não cotados em bolsa, avaliados, para o efeito, pelo seu justo valor (V.2. da Carta-Circular).

X

Não está prevista a atribuição de acções ou opções sobre acções como parte da remuneração variável durante o exercício de 2011

A avaliação de desempenho deve atender não apenas ao desempenho individual mas também ao desempenho colectivo da unidade de estrutura onde o colaborador se integra e da própria instituição, devendo incluir critérios não financeiros relevantes, como o respeito pelas regras e procedimentos aplicáveis à actividade desenvolvida, designadamente as regras de controlo interno e as relativas às relações com clientes e investidores, de modo a promover a sustentabilidade da instituição e a criação de valor a longo prazo (V.3. da Carta-Circular).

X

Os critérios de atribuição da remuneração variável em função do desempenho devem ser predeterminados e mensuráveis, devendo ter por referência um quadro plurianual, de três a cinco anos, a fim de assegurar que o processo de avaliação se baseia num desempenho de longo prazo (V.4. da Carta-Circular).

X

Esta componente representa um montante baixo no valor global da remuneração

A remuneração variável, incluindo a parte diferida dessa remuneração, só deve ser paga ou constituir um direito adquirido se for sustentável à luz da situação financeira da instituição no seu todo, e se se justificar à luz do desempenho do colaborador em causa e da unidade de estrutura onde este se integra. O total da remuneração variável deve de um modo geral ser fortemente reduzido em caso de regressão do desempenho ou desempenho negativo da instituição (V.5. da Carta-Circular).

X

Uma parte significativa da remuneração variável deve ser diferida por um período não inferior a três anos e o seu pagamento deve ficar dependente de critérios de desempenho futuro, medidos com base em critérios ajustados ao risco, que atendam aos riscos associados à actividade da qual resulta a sua atribuição (V.6. da Carta-Circular).

X

Face ao peso reduzido da componente variável em comparação à fixa o mesmo é pago no exercício seguinte, quando aplicável

A parte da remuneração variável sujeita a diferimento nos termos do número anterior deve ser determinada em função crescente do seu peso relativo face à componente fixa da remuneração, devendo a percentagem diferida aumentar significativamente em função do nível hierárquico ou responsabilidade do colaborador (V.7. da Carta-Circular).

X

Vide acima

Os colaboradores envolvidos na realização das tarefas associadas às funções de controlo devem ser

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 32 -

remunerados em função da prossecução dos objectivos associados às respectivas funções, independentemente do desempenho das áreas sob o seu controlo, devendo a remuneração proporcionar uma recompensa adequada à relevância do exercício das suas funções (V.8. da Carta-Circular).

X

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 33 -

A N E X O IV A O R E L A T Ó R I O D O

C O N S E L H O D E A D M I N I S T R A Ç Ã O

Prestação do serviço de mediação de seguros ou de resseguros

O presente anexo é elaborado de acordo com a Norma Regulamentar do ISP n.º 15/2009,e contém informação respeitante à actividade de mediação de seguros ou de resseguros desenvolvida pela Sociedade.

a) Descrição das políticas contabilísticas adoptadas para reconhecimento das remunerações, incluindo os métodos, quando aplicável, utilizados para determinar, nos termos da Norma Contabilística e de Relato Financeiro (NCRF) 20 ou da International Accounting Standard (IAS) 18, consoante o regime aplicável, a fase de acabamento de transacções que envolvam a prestação de serviços ao longo do período de vigência do contrato de seguro, excepto se essa informação já se encontrar descrita noutra nota, caso em que deve ser explicitamente identificada;

As políticas contabilísticas da Sociedade são descritas na Nota 2 das notas explicativas às demonstrações financeiras.

b) Indicação do total das remunerações recebidas desagregadas por natureza (numerário/espécie) e por tipo (comissões, honorários e outras remunerações);

Durante o exercício de 2010 foram recebidas comissões, em numerário, no montante de m€ 4.486.

c) Indicação do total das remunerações relativas aos contratos de seguro por si intermediados desagregadas por ramo «Vida», fundos de pensões e conjunto dos ramos «Não vida», e por origem (por empresas de seguros, outros mediadores e clientes);

O totalidade das comissões foram originadas por empresas de seguros podendo ser desagregadas em ramo “Vida” (m€ 2.287) e ramos “Não vida” (m€ 2.199).

d) Indicação da existência de níveis de concentração, ao nível de empresas de seguros, outros mediadores e clientes, iguais ou superiores a 25% do total das remunerações auferidas pela carteira;

Apenas uma empresa de seguros excede o nível de concentração de remunerações de 25%.

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 34 -

e) Valores das contas «clientes» no início e final do exercício, assim como o volume movimentado no ano, aplicável para os mediadores de seguros que movimentem fundos relativos a contratos de seguros;

No início do exercício, o valor das contas de “Clientes” ascendia a m€ 568, sendo que no final do exercício ascendia a m€ 693. O volume movimentado no ano ascendeu a m€ 6.015.

f) Contas a receber e a pagar desagregadas por origem (tomadores de seguro, empresas de seguros, outros mediadores e clientes);

Em 31 de Dezembro de 2010, o valor de contas a receber e a pagar às empresas de seguros ascendem, respectivamente, a m€ 693 e a m€ 1.498.

g) Indicação dos valores agregados incluídos nas contas a receber e a pagar segregados por:

i) Fundos recebidos com vista a serem transferidos para as empresas de seguros para pagamento de prémios de seguro;

Em 31 de Dezembro este montante ascende a m€ 12.

ii) Fundos em cobrança com vista a serem transferidos para as empresas de seguros para pagamento de prémios de seguro;

Em 31 de Dezembro este montante ascende a m€ 1.486.

iii) Fundos que lhe foram confiados pelas empresas de seguros com vista a serem transferidos para tomadores de seguro, segurados ou beneficiários;

Não aplicável

iv) Remunerações respeitantes a prémios de seguro já cobrados e por cobrar;

Em 31 de Dezembro este montante ascende a m€ 693.

v) Outras quantias com indicação da sua natureza;

Não aplicável

h) Análise da idade das contas a receber vencidas à data de relato mas sem imparidade e das contas a receber individualmente consideradas com imparidade, bem como os factores que o mediador de seguros ou de resseguros considerou na determinação dessa imparidade;

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 35 -

As contas a receber não apresentam imparidade, dado o curto prazo de pagamento envolvido na mediação.

i) Informação acerca de eventuais garantias colaterais detidas a título de caução e outros aumentos de crédito e, salvo se impraticável, uma estimativa do seu justo valor;

Não aplicável

j) Transmissões de carteiras de seguros em que tenha participado durante o exercício, com indicação dos valores envolvidos;

Não aplicável

k) Contratos cessados com empresas de seguros nos termos do artigo 45.º do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 359/2007, de 2 de Novembro, e indicação de eventuais indemnizações de clientela;

Não aplicável

l) Breve descrição da natureza de obrigações materiais, incluindo passivos contingentes, e quando praticável uma estimativa do seu efeito financeiro, excepto se essa informação já se encontrar descrita noutra nota, caso em que deve ser explicitamente identificada.

Não aplicável

2 No caso dos corretores de seguros, a nota "Prestação do serviço de mediação de seguros ou de resseguros" deve ainda incluir, para além da informação prevista no número anterior, quando aplicável, a seguinte informação:

a) Indicação das empresas de seguros cujas remunerações pagas ao corretor de seguros representem, cada uma, pelo menos 5% do total das remunerações auferidas pela sua carteira, com indicação das respectivas percentagens;

Não aplicável

b) O valor total dos fundos que recebeu com vista a serem transferidos para as empresas de seguros para pagamento de prémios relativamente aos quais as mesmas não lhe tenham outorgado poderes para o recebimento em seu nome.

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 36 -

Não aplicável

3 No caso dos mediadores de resseguros, a nota «Prestação do serviço de mediação de seguros ou de resseguros» deve ainda incluir, para além da informação prevista no n.º 1, quando aplicável, a seguinte informação:

a) O valor total dos fundos que recebeu com vista a serem transferidos para os resseguradores para pagamento de prémios relativamente aos quais não lhe foram outorgados poderes de cobrança;

Não aplicável

b) O valor total dos fundos que lhe foram confiados pelos resseguradores com vista a serem transferidos para as empresas de seguros cedentes que não lhe hajam outorgado poderes de quitação das quantias recebidas.

Não aplicável

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 37 -

milhares EUR Notas 2010 2009

ActivoCaixa e bancos 12 9.276 16.607 Activos financeiros disponíveis para venda 13 56.745 65.616 Aplicações em instituições de crédito 14 102.712 140.189 Crédito a clientes 15 659.694 965.997 Activos não correntes detidos para venda 16 420 598 Propriedades de investimento 17 1.804 4.332 Outros activos tangíveis 18 7.644 6.004 Activos intangíveis 19 126 229 Activos por impostos correntes - 558 623 Activos por impostos diferidos 20 998 896 Outros activos 21 2.805 2.653 Total de Activo 842.782 1.203.744

PassivoRecursos de instituições de crédito 22 13.768 32.150 Passivos financeiros associados a activos transferidos 23 575.316 897.813 Responsabilidades representadas por títulos 24 100.556 125.459 Provisões 25 9.385 924 Passivos por impostos correntes 103 134 Passivos por impostos diferidos 20 - 1.066 Passivos subordinados 26 20.008 20.007 Outros passivos 27 23.721 26.528 Total de Passivo 742.857 1.104.081

Capital PróprioCapital 28 100.000 100.000 Reservas e resultados transitados 29 (337) 1.884 Resultado líquido do exercício 262 (2.221)

Total de Capital Próprio 99.925 99.663

Total de Passivo e Capital Próprio 842.782 1.203.744

O Técnico Oficial de Contas Conselho de Administração

SOFINLOC

Balanço em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 38 -

milhares EUR Notas 2010 2009

Juros e rendimentos similares 5 101.338 133.725 Juros e encargos similares 5 (85.170) (116.049)

Margem Financeira 16.168 17.676

Rendimentos de instrumentos de capital - - Rendimentos de serviços e comissões 6 4.486 4.742 Encargos com serviços e comissões 6 (3.394) (9.682)Resultados em operações financeiras 7 (16) 741 Resultados de alienação de outros activos 8 (362) (501)Outros resultados de exploração 9 9.714 9.653

Proveitos operacionais 26.596 22.629

Custos com pessoal 10 (8.422) (8.285)Gastos gerais administrativos 11 (10.388) (13.065)Depreciações e amortizações 17, 18 e 19 (1.199) (1.240)

Custos operacionais (20.009) (22.590)

Provisões para riscos de crédito 15 e 25 (3.922) (9.386)

Imparidade de outros activos financeiros 13 (3.395) 6.891

Imparidade de outros activos 21 - (5)

Resultado antes de impostos (730) (2.461)

Impostos correntes 20 (175) (66)Impostos diferidos 20 1.167 306

Resultado líquido do exercício 262 (2.221)

Outro rendimento integral do exercício - -

Total do rendimento integral do exercício 262 (2.221)

Demonstração do Rendimento Integraldos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras

SOFINLOC

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 39 -

Saldos a 1 de Janeiro de 2009 100.000 767 1.117 101.884

Resultado líquido do exercício - - (2.221) (2.221)

Total do rendimento integral do exercício - - (2.221) (2.221)

Aplicação do resultado - 1.117 (1.117) -

- 1.117 (1.117) -

Saldos a 31 de Dezembro de 2009 100.000 1.884 (2.221) 99.663

Resultado líquido do exercício - - 262 262

Total do rendimento integral do exercício - - 262 262

Aplicação do resultado - (2.221) 2.221 -

- (2.221) 2.221 -

Saldos a 31 de Dezembro de 2010 100.000 (337) 262 99.925

SOFINLOCDemonstração de Alterações no Capital Próprio

dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009 e 2008

Capital e Prémios de

emissão

Reservas e Resultados transitados

Resultado líq. do

exercício

Total do Capital Próprio

milhares EUR

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 40 -

milhares de EUR Notas 2010 2009

Fluxos de caixa das actividades operacionaisJuros e proveitos recebidos 101.103 134.994 Juros e custos pagos (86.768) (118.968)Serviços e comissões recebidas 4.493 8.236 Serviços e comissões pagas (3.394) (9.729)Recuperação de créditos previamente abatidos 589 362 Pagamentos de caixa a empregados e a fornecedores (18.929) (20.397)

(2.906) (5.502)Variação nos activos operacionais:Aplicações em instituições de crédito 38.000 178.500 Crédito a clientes 301.325 (189.070)Outros activos operacionais 6.276 8.830 Variação nos passivos operacionais:Recursos de instituições de crédito (18.078) 8.286 Passivos financeiros associados a activos financeiros transferidos (312.876) 259.450 Outros passivos operacionais - 134 Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais, antes de impostos 11.741 260.628

Impostos sobre os lucros pagos (141) 327

11.600 260.955 Fluxos de caixa das actividades de investimentoAlienação de investimentos em subsidiárias e associadas - - Dividendos recebidos - - Compra de activos financeiros disponíveis para venda - - Venda de activos financeiros disponíveis para venda 6.460 721 Compra de imobilizações 18 e 19 (1.740) (833)Venda de imobilizações 18 e 19 1.349 -

6.069 (112)Fluxos de caixa das actividades de financiamentoAumento de capital - - Dividendos de acções ordinárias pagos - - Emissão de obrigações de caixa - - Reembolso de obrigações de caixa (25.000) (260.000)

Fluxos de caixa líquidos de actividades de financiamento (25.000) (260.000)

Efeitos da alteração da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes - -

Variação líquida em caixa e seus equivalentes (7.331) 843

Caixa e equivalentes no início do período 31 16.607 15.764

Caixa e equivalentes no fim do período 31 9.276 16.607

(7.331) 843

dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009

SOFINLOCDemonstração dos Fluxos de Caixa

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 41 -

1. Bases de apresentação

A Sofinloc – Instituição Financeira de Crédito S.A. (“Sofinloc”), é uma sociedade de capitais privados, constituída em 28 de Janeiro de 1983, com a denominação inicial de Sofinloc – Sociedade Financeira de Locação, S.A. A Sociedade começou a sua actividade em Março de 1983 e inicialmente tinha como objecto a realização de todas as operações e a prestação dos serviços legalmente consentidos às sociedades de locação financeira mobiliária.

Em Outubro de 2003, a Sociedade alterou a sua denominação para Sofinloc – Instituição Financeira de Crédito, S.A. e o seu objecto social passou ser a prática de operações permitidas aos bancos, com excepção da recepção de depósitos nos termos do Regime Geral de Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.

Em Maio de 2009 a Sofinloc - Instituição Financeira de Crédito, SA, Sucursal en España (“Sofinloc Sucursal”) iniciou a sua actividade.

As demonstrações financeiras agora apresen-tadas reportam-se ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 e foram preparadas de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (“NCA”). As NCA correspondem às Normas Internacionais de Relato Financeiro ou International Financial Reporting Standards (“IFRS”) tal como adoptadas pela União Europeia, com excepção das matérias definidas nos nºs 2 e 3 do Aviso nº 1/2005 e nº 2 do Aviso nº 7/2008, do Banco de Portugal, das quais se destaca a valorimetria e provisionamento do crédito concedido, relativamente ao qual se manterá o regime anterior.

Estas demonstrações financeiras são consolidadas pelo Banco Finantia, S.A., com sede social na Rua General Firmino Miguel, nº5, 1º, 1600-100 Lisboa, onde as mesmas poderão ser obtidas. Sendo a Sofinloc detida pelo Grupo Banco Finantia as suas operações e transacções são influenciadas pelas decisões do Grupo.

No exercício de 2010, a Sofinloc adoptou as várias alterações normativas publicadas pelo IASB e adoptadas na União Europeia com aplicação obrigatória neste exercício, sem impacto significativo nas suas demonstrações financeiras.

Adicionalmente, a Sofinloc optou por não aplicar antecipadamente as normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas, mas sem aplicação obrigatória em 2010, e que se encontram descritas na Nota 3.

As demonstrações financeiras estão expressas em milhares de euros (m€), excepto quando indicado. Estas foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos ao justo valor através dos resultados, activos financeiros disponíveis para venda e activos e passivos cobertos, na sua componente que está a ser objecto de cobertura.

A preparação de demonstrações financeiras de acordo com as NCA requer que a Sofinloc efectue julgamentos e estimativas. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativos na preparação das demonstrações financeiras encontram-se analisadas na Nota 4.

As demonstrações financeiras da Sofinloc - Instituição Financeira de Crédito, S.A. incluem as demonstrações financeiras da Sofinloc Sucursal. Todos os saldos e transacções entre a Sofinloc e a Sofinloc Sucursal foram eliminados no âmbito do processo de combinação das respectivas demonstrações financeiras.

Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração em 18 de Fevereiro de 2011.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 42 -

2. Principais políticas contabilísticas

2.1. Reconhecimento de juros

Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros, mensurados ao custo amortizado e dos activos financeiros disponíveis para venda, são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos activos financeiros ao justo valor através dos resultados são também incluídos na rubrica de juros e proveitos similares. A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção. No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade. No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles classificados como de cobertura do risco de taxa de juro, a componente de juro inerente à variação de justo valor não é separada e é classificada na rubrica de resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados. A componente de juro inerente à variação de justo valor dos instrumentos financeiros derivados de cobertura do risco de taxa de juro é reconhecida nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares.

2.2. Rendimentos de instrumentos de capital

Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito de receber o seu pagamento é estabelecido. 2.3. Rendimentos de serviços e comissões Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos da seguinte forma: (i) os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo, como por exemplo comissões na sindicação de empréstimos, são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído; (ii) os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em resultados no período a que se referem; (iii) os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva. 2.4. Crédito e outros valores a receber O crédito e outros valores a receber inclui os créditos concedidos pela Sofinloc, cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os quais são registados na data em que o montante do crédito é disponibilizado ao cliente. O crédito e outros valores a receber é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais da Sofinloc relativos aos respectivos fluxos de caixa expiraram, (ii) a Sofinloc transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou (iii) não obstante a Sofinloc ter retido parte, mas não substancialmente todos, os riscos e benefícios associados à sua detenção, o controlo sobre os activos foi transferido. O crédito e outros valores a receber é reconhecido inicialmente ao seu justo valor acrescido dos custos de transacção e é subsequentemente valorizado ao custo

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 43 -

amortizado, com base no método da taxa efectiva. O regime de provisionamento do crédito e outros valores a receber corresponde ao definido no Aviso nº 3/95, de 30 de Junho, do Banco de Portugal, com as alterações introduzidas pelo Aviso nº 8/2003, de 30 de Janeiro e pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de Fevereiro, e inclui as seguintes provisões para riscos de crédito: - risco específico de crédito – crédito vencido

e créditos de cobrança duvidosa; - riscos gerais de crédito; e - risco-país. A provisão específica para crédito concedido é baseada na avaliação dos créditos vencidos, incluindo os créditos vincendos associados, e créditos objecto de acordos de reestruturação, destinando-se a cobrir riscos específicos, sendo apresentada como dedução ao crédito concedido. A avaliação desta provisão é efectuada periodicamente pela Sofinloc, tomando em consideração a existência ou não de garantias reais, o período de incumprimento e a actual situação financeira do cliente. A provisão para riscos gerais de crédito destina-se a cobrir riscos potenciais existentes em qualquer carteira de crédito concedido, mas que não foram identificados como de risco específico, encontrando-se registada no passivo. A provisão para riscos gerais de crédito é constituída com base no disposto na actual versão do Aviso n.º 3/95, de 30 de Junho, do Banco de Portugal, com as alterações introduzidas posteriormente. As provisões para risco-país são constituídas para fazer face ao risco imputado aos activos financeiros e elementos extrapatrimoniais sobre residentes de países considerados de risco, tendo em consideração os requisitos exigidos nos pontos 1.4.3 a 1.4.7 da Instrução nº 94/96 do Banco de Portugal. As necessidades de provisões são determinadas por aplicação das percentagens fixadas pelo Banco de Portugal, o qual classifica os países e territórios segundo o seu grau de risco. Adicionalmente, e de acordo com as NCA, o valor dos créditos deve ser objecto de correcção

de acordo com critérios de rigor e prudência, de forma a que reflicta a todo o tempo o seu valor realizável. Esta correcção de valor (“imparidade”) não poderá ser inferior ao que for determinado de acordo com o Aviso nº3/95, do Banco de Portugal, o qual estabelece o quadro mínimo de referência para a constituição de provisões específicas e genéricas. A Sofinloc procede ao abate de créditos ao activo (write-off’s) das operações que considera irrecuperáveis após concluído o processo de recuperação conforme definido pelas políticas da Sofinloc e quando as provisões estejam constituídas pelo valor total do crédito no mês anterior ao do abate. Os valores dos créditos recuperados são contabilizados como proveitos do exercício em que ocorram. Imparidade A Sofinloc avalia regularmente a existência de evidência objectiva de imparidade na sua carteira de crédito. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso, num período posterior, o montante da perda estimada diminua. Um crédito concedido a clientes, ou uma carteira de crédito concedido, definida como um conjunto de créditos com características de risco semelhantes, encontra-se em imparidade quando: (i) exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial e (ii) quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros desse crédito, ou carteira de créditos, que possa ser estimado com razoabilidade. A Sofinloc avalia se existe individualmente para cada crédito significativo evidência objectiva de imparidade. Para esta avaliação e na identificação dos créditos com imparidade numa base individual, a Sofinloc utiliza a informação que alimenta os modelos de risco de crédito implementados e considera, entre outros, os seguintes factores:

• A exposição global ao cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento;

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 44 -

• A viabilidade económico-financeira do negócio do cliente e a sua capacidade de gerar meios capazes de responder aos serviços da dívida no futuro;

• A existência de credores privilegiados;

• A existência, natureza e o valor estimado dos colaterais;

• O envolvimento do cliente com o sector financeiro;

• O montante e os prazos de recuperação estimados.

Caso seja identificada uma perda de imparidade numa base individual, o montante da perda a reconhecer corresponde à diferença entre o valor contabilístico do crédito e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do contrato. O crédito concedido é apresentado no balanço líquido da imparidade reconhecida. Caso estejamos perante um crédito com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. O cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados de um crédito garantido reflecte os fluxos de caixa que possam resultar da recuperação e venda do colateral, deduzido dos custos inerentes com a sua recuperação e venda. 2.5. Activos financeiros disponíveis para

venda Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) a Sofinloc tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) que são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) que não foram classificados como de negociação, designados ao justo valor através dos resultados, como detidos até à maturidade ou como crédito e outros valores a receber. Estes activos são reconhecidos na data da negociação (“trade date”), ou seja, na data em

que a Sofinloc se compromete a adquirir ou alienar o activo. Os activos financeiros disponíveis para venda são inicialmente reconhecidos ao justo valor, incluindo os respectivos custos de transacção. Estes activos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais da Sofinloc ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) a Sofinloc tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, a Sofinloc tenha transferido o controlo sobre os activos. As respectivas variações destes activos são reconhecidas directamente nos capitais próprios, até que os investimentos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas é transferido para resultados. As variações cambiais associadas a estes activos são reconhecidas também em reservas, no caso de instrumentos não monetários, e em resultados, no caso de instrumentos monetários. Os juros corridos de obrigações e outros títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados de acordo com o método da taxa efectiva. Os rendimentos de títulos de rendimento variável (dividendos no caso das acções) são registados em resultados na data em que são atribuídos ou recebidos. A Sofinloc avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados. Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para instrumentos de dívida, dificuldades

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 45 -

financeiras significativas por parte do emitente ou atraso no pagamento de capital e/ou juros, e (ii) para instrumentos de capital, uma descida significativa e continuada do justo valor do instrumento, abaixo do custo de aquisição. Quando existe evidência de imparidade nos activos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em capitais próprios (reserva de reavaliação de justo valor), correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no activo anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição se o aumento for objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda de imparidade, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos de capital, em que as perdas de imparidade não podem ser revertidas. 2.6. Compensação de instrumentos

financeiros Os activos e passivos financeiros são apresentados no balanço pelo seu valor líquido quando (i) existe a possibilidade legal de compensar os montantes já reconhecidos e (ii) exista a intenção de os liquidar pelo seu valor líquido ou realizar o activo e liquidar o passivo simultaneamente. 2.7. Operações de reporte Títulos vendidos com acordo de recompra (“repos”) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo é contabilizado em valores a pagar a outras instituições financeiras ou a clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

Títulos comprados com acordo de revenda (“reverse repos”) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de compra registado como empréstimos a outras instituições financeiras ou clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva. Os títulos cedidos através de acordos de empréstimo não são desreconhecidos do balanço, sendo classificados e valorizados em conformidade com a política contabilística referida na Nota 2.5. Os títulos recebidos através de acordos de empréstimo não são reconhecidos no balanço. Os títulos recebidos ou dados em garantia nas operações de compra com acordo de revenda (“reverse repos”) e nas operações de venda com acordo de recompra (“repos”) são reconhecidos nas rubricas extrapatrimoniais.

2.8. Garantias prestadas e compromissos

irrevogáveis As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em contas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos registados em contas de resultados ao longo da vida das operações. Estas operações estão sujeitas a testes de imparidade. 2.9. Activos não correntes detidos para

venda Os activos não correntes detidos para venda são mensurados ao menor de entre o seu valor líquido de balanço do seu reconhecimento inicial e o correspondente justo valor deduzido dos custos de venda, e não são amortizados. As perdas não realizadas com estes activos assim determinadas são registadas em resultados. A Sofinloc obtém, para estes activos, avaliações regulares efectuadas por peritos.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 46 -

2.10. Activos tangíveis e propriedades de investimento

Os activos tangíveis da Sofinloc encontram-se valorizados ao custo deduzido das respectivas amortizações acumuladas e perdas de imparidade, se existirem. O custo inclui despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens. Os custos subsequentes com os activos tangíveis são reconhecidos apenas se: (i) for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para a Sofinloc e (ii) se o custo puder ser mensurado com fiabilidade. Todas as despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios. As amortizações são calculadas segundo o método das quotas constantes, às seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil esperada dos bens: Imóveis: 50 anos Mobiliário e máquinas: 5 a 10 anos Equipamento informático: 3 a 4 anos Instalações interiores: 10 anos Viaturas: 3 a 4 anos Outras imobilizações: 4 a 10 anos

Os terrenos não são amortizados. Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, o seu valor recuperável é estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas na demonstração dos resultados. O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil. Os imóveis designados como propriedades de investimento são imóveis detidos pelo Sofinloc e que se encontram arrendados. Os métodos de

valorização e amortização são equivalentes aos referidos para os activos tangíveis. 2.11. Activos intangíveis Os custos incorridos com a aquisição de software são capitalizados, assim como as despesas adicionais suportadas pela Sofinloc necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados de forma linear ao longo da vida útil esperada destes activos. Os custos directamente relacionados com o desenvolvimento de aplicações informáticas pela Sofinloc, sobre os quais seja expectável que venham a gerar benefícios económicos futuros para além de um exercício, são reconhecidos e registados como activos intangíveis. Estes custos incluem as despesas com os empregados directamente afectos aos projectos. As despesas com a manutenção de aplicações informáticas são reconhecidas como custos quando incorridas. 2.12. Locações

A Sofinloc classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua substância e não da sua forma legal cumprindo os critérios definidos no IAS 17 – Locações. São classificadas como locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são transferidas para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais. A Sofinloc, porém, apenas detém operações de locação financeira, na condição de locatário. Locações operacionais Os pagamentos efectuados pela Sofinloc à luz dos contratos de locação operacional são registados em custos nos períodos a que dizem respeito. Locações financeiras • Como locatário

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 47 -

Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no activo e no passivo, pelo custo de aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas. As rendas são constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela amortização financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período.

• Como locador Os activos detidos no âmbito dos contratos de locação financeira são reconhecidos no balanço e apresentados como créditos concedidos (capital em locação financeira) pelo valor equivalente ao investimento líquido realizado nos bens locados. Os pagamentos a receber da locação (rendas) incluem (i) os juros, que são registados como um proveito, e (ii) as amortizações de capital, que são deduzidas ao valor do crédito concedido a clientes. O reconhecimento dos juros reflecte uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador. 2.13. Passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal. De acordo com a IAS 39, os passivos financeiros derivados e as vendas a descoberto são classificados como detidos para negociação sendo, como tal, reconhecidos ao justo valor em balanço. Os ganhos e perdas resultantes da variação do justo valor destes instrumentos são reconhecidos directamente em resultados do exercício. À excepção dos passivos financeiros designados ao justo valor através dos resultados, os restantes passivos financeiros não derivados, os quais incluem operações com

acordo de recompra (ver Nota 2.7), recursos de instituições de crédito, recursos de clientes, e responsabilidades representadas por títulos, são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção incorridos e (ii) subsequentemente ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva. Os passivos financeiros são designados ao justo valor através dos resultados sempre que esta designação elimine ou reduza significativamente inconsistências, quanto à sua valorização ou reconhecimento, que de outro modo resultaria da mensuração de activos ou passivos ou do reconhecimento de ganhos e perdas sobre os mesmos em diferentes bases, e quando assim são designados pela gestão. A designação ao justo valor uma vez efectuada é irrevogável. Estes passivos são inicialmente designados ao justo valor, sendo os custos de transacção incorridos reconhecidos directamente nos resultados. Subsequentemente, os ganhos e as perdas resultantes das variações do justo valor destes passivos são reconhecidos em resultados. O montante das variações de justo valor atribuíveis a variações no seu risco de crédito é determinado como o montante da variação no justo valor que não é atribuível a alterações das condições de mercado. Caso a Sofinloc recompre dívida emitida esta é anulada do balanço e a diferença entre o valor de balanço do passivo e o valor de compra é registado em resultados.

2.14. Provisões

São reconhecidas provisões quando (i) a Sofinloc tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 48 -

2.15. Instrumentos de capital

Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residual nos activos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos. Os custos directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Os valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transacção. As distribuições efectuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital próprio como dividendos, quando declarados. 2.16. Investimentos em filiais

Na rubrica de investimentos em filiais são registadas as participações de capital em empresas em que a Sofinloc exerce domínio, participações essas que se revestem de carácter duradouro e são detidas em resultado da existência de ligações de complementaridade com a actividade da Sofinloc. Estas participações são registadas nas contas individuais da Sofinloc pelo respectivo custo de aquisição. As eventuais desvalorizações de valor significativo e com carácter permanente, identificadas nas participações detidas, são provisionadas.

O valor contabilístico da liquidação de uma participada é calculado através da diferença entre o custo de aquisição e a situação líquida da participada à data de liquidação.

O diferencial entre o custo de aquisição de uma participada e a situação líquida é assumido como uma perda ou ganho no exercício económico em que foi gerada.

2.17. Benefícios aos empregados

A Sofinloc encontra-se sujeita ao Regime Geral da Segurança Social não tendo quaisquer responsabilidades pelo pagamento de pensões ou complementos de pensões de reforma aos seus colaboradores. 2.18. Impostos sobre lucros

Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados, excepto quando estão relacionados com items que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em que são também registados por contrapartida dos capitais próprios. Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor e utilizando a taxa de imposto aprovada ou substancialmente aprovada em cada jurisdição. Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço e que se espera virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem. Os impostos diferidos activos e passivos correspondem ao valor do imposto a recuperar e a pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias entre o valor de um activo ou passivo no balanço e a sua base de tributação. Os impostos diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de absorver as diferenças temporárias dedutíveis. Os impostos diferidos activos não são reconhecidos para as diferenças temporárias tributáveis associadas a investimento em empresas filiais e associadas, na medida em que provavelmente não serão revertidos no futuro.

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2.19. Caixa e equivalentes de caixa

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de aquisição, onde se incluem a caixa e as disponibilidades e aplicações em outras instituições de crédito. A caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto de bancos centrais. 2.20. Reporte por segmentos Um segmento de negócio é um conjunto de activos e operações que estão sujeitos a riscos e proveitos específicos diferentes de outros segmentos de negócio. Os resultados dos segmentos operacionais são periodicamente revistos pela Gestão com vista à tomada de decisões. A Sociedade prepara regularmente informação financeira relativa a estes segmentos, a qual é reportada à Gestão. Um segmento geográfico é um conjunto de activos e operações localizados num ambiente económico específico que está sujeito a riscos e proveitos que são diferentes de outros segmentos que operam em outros ambientes económicos.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 50 -

3. Normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas

Durante o ano de 2010, algumas normas e interpretações contabilís-ticas foram publicadas pelo IASB, tendo apenas parte sido adoptada pela União Europeia até essa data.

Estas normas contabilísticas e interpretações serão aplicáveis à Sociedade a partir de 1 de Janeiro de 2011, tendo a Sociedade optado por não aplicar antecipadamente as mesmas com referência ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010.

De entre estas salienta-se o IFRS 9 – Instrumentos Financeiros (emitido pelo IASB em 12 de Novembro de 2009, mas ainda não adoptado pela União Europeia). Esta nova norma versa sobre a classificação e mensuração dos activos financeiros e representa a primeira parte de um projecto de três fases que visa substituir o IAS 39 sobre o mesmo tema, sendo aplicável a partir de 1 de Janeiro de 2013, sendo permitida a sua aplicação antecipada.

O IFRS 9 é aplicável a todos os activos dentro do âmbito do IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento e Mensuração e exige que, no reconhecimento inicial, todos os activos financeiros sejam classificados em uma ou duas categorias de mensuração: (i) Custo amortizado; ou (ii) Justo valor.

O IFRS 9 elimina assim as categorias de “activos financeiros detido até à maturidade”, “activos financeiros disponíveis para venda” e “empréstimos e contas a receber”. Além disso, a excepção que exige que os instrumentos patrimoniais e derivados relacionados sejam mensurados ao custo em vez do justo valor, em que o justo valor não pode ser determinado de maneira razoável, foi eliminada com a mensuração do justo valor a ser exigida para todos esses instrumentos.

Nesta base, um activo financeiro é mensurado ao custo amortizado apenas se cumprir com as duas seguintes condições:

- O objectivo do modelo de negócio da entidade é manter activos financeiros a fim de recolher fluxos de caixa contratuais; e

- Os termos contratuais do activo financeiro dão abertura a datas específicas a fluxos de caixa que são apenas os pagamentos do principal e dos juros sobre o valor do principal pendente.

Exige-se que todos os outros instrumentos sejam mensurados ao valor justo. O IFRS 9 detém a exigência actual para instrumentos financeiros que são mantidos para comercialização a serem reconhecidos e mensurados ao justo valor pelos resultados, incluindo todos os derivados que não são designados em uma relação de cobertura.

Os impactos da adopção desta nova norma estão ainda a ser estudados pela Sociedade, sendo esperadas alterações ao nível da classificação e mensuração dos activos financeiros.

Adicionalmente ao IFRS 9, o IASB emitiu várias outras normas, melhorias/alterações e interpretações, sem aplicação obrigatória em 2010, as quais não foram adoptadas antecipadamente pela Sociedade e para as quais não são esperados impactos significativos nas suas demonstrações financeiras.

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SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 51 -

4. Principais estimativas e julgamentos utilizados na elaboração das demonstrações financeiras

As NCA estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração efectue julgamentos e faça estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas e julgamentos utilizados pela Sofinloc na aplicação dos princípios contabilísticos são apresentados nesta nota, com o objectivo de melhorar o entendimento da sua aplicação e da forma como esta afecta os resultados reportados pela Sofinloc e a sua divulgação. Considerando que em algumas situações existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pela Sofinloc poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas efectuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira da Sofinloc e o resultado das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes. Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda A Sofinloc determina que existe imparidade nos seus activos disponíveis para venda quando existe uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu justo valor. A determinação de uma desvalorização continuada ou de valor significativo requer julgamento. No julgamento efectuado, são avaliados entre outros factores, a volatilidade normal dos preços dos títulos. Adicionalmente, as avaliações são obtidas através de preços de mercado ou de técnicas de valorização, os quais requerem a utilização de pressupostos ou julgamentos na definição de estimativas de justo valor. Metodologias alternativas e a utilização de diferentes pressupostos e estimativas poderão resultar num nível diferente de perdas por

imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados da Sofinloc. Perdas por imparidade no crédito sobre clientes A Sofinloc efectua a revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a existência de imparidade, conforme referido na Nota 2.4. O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida é sujeito a estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de recuperação das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do momento do seu recebimento. Metodologias alternativas e a utilização de outros pressupostos e estimativas poderiam resultar em níveis diferentes de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados. Impostos sobre lucros A Sofinloc encontra-se sujeita ao pagamento de impostos sobre lucros em Portugal e Espanha. A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios. Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no período. As Autoridades Fiscais Portuguesas e Espanholas têm a atribuição de rever o cálculo da matéria colectável durante um período de quatro anos e quinze anos, respectivamente. Desta forma, é possível que haja correcções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração, de que não haverá correcções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

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5. Margem financeira

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Juros e rendimentos similaresJuros de crédito titularizado não desreconhecido 69.945 89.616 Juros de activos financeiros disponíveis para venda 16.025 22.423 Juros de crédito não titularizado 7.255 6.287 Juros de disponibilidades e aplicações em instituições de crédito 3.939 11.025 Comissões recebidas associadas ao custo amortizado 4.174 4.374

101.338 133.725

Juros e encargos similaresJuros de crédito titularizado não desreconhecido (69.945) (89.616)Juros de recursos de instituições de crédito (1.423) (2.499)Juros de passivos subordinados (425) (595)Comissões pagas associadas ao custo amortizado (10.584) (12.976)Juros de responsabilidades representadas por títulos (2.364) (9.321)Outros juros e custos similares (429) (1.042)

(85.170) (116.049)16.168 17.676

6. Resultados de serviços e comissões

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Rendimentos de serviços e comissõesIntermediação de seguros 4.486 4.742

4.486 4.742

Encargos de serviços e comissõesDespesas de legalização (1.771) (2.799)Por serviços bancários prestados por terceiros (935) (6.109)Despesas na recuperação de equipamento (256) (366)Outros custos de serviços e comissões (432) (408)

(3.394) (9.682)1.092 (4.940)

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7. Resultados em operações financeiras

Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo desta rubrica no montante de m€ (16) relaciona-se com a amortização do prémio do LTR Finance n.º 7. Em 31 de Dezembro de 2009, o saldo rubrica no montante de m€ 741 relacionava-se com o fecho da transacção LTR Finance nº. 4, conforme referido na Nota 23.

8. Resultados de alienação de outros activos

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Proveitos Mais-valias em bens de locação financeira 5.135 5.433 Mais-valias na alienação de outros activos tangíveis 146 132

5.281 5.565Custos Menos-valias em bens de locação financeira (5.560) (6.061) Menos-valias na alienação de outros activos tangíveis (83) (5)

(5.643) (6.066)(362) (501)

As rubricas Mais-valias e Menos-valias em bens de locação financeira referem-se aos resultados obtidos na venda ou relocação de bens resultantes de rescisões de contratos de locação financeira. 9. Outros resultados de exploração

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

ProveitosComissões de gestão de activos securitizados 5.885 5.158

Reembolso de despesas 176 2.087Comissões de cobrança 2.605 1.329Comissões de encerramento 40 30

Rendimento de imóveis 247 264 Ganhos não realizados em activos não financeiros 737 904 Outros proveitos de exploração 1.575 1.572

11.265 11.343Custos Perdas não realizadas em activos não financeiros (895) (1.092) Outros impostos (238) (268) Outros custos (418) (330)

(1.551) (1.690)

9.714 9.653

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

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10. Custos com pessoal

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Remunerações 5.751 6.313Encargos sociais obrigatórios 1.310 1.327Outros custos 1.361 645

8.422 8.285

O valor das remunerações atribuídas aos órgãos de gestão e fiscalização da Sofinloc, nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, foram de m€ 243 e m€ 518, respectivamente. O número de pessoal por categorias, no final dos exercícios de 2010 e 2009, pode ser analisado como segue:

31.12.2010 31.12.2009

Quadros superiores 57 78Quadros médios 59 76Outros quadros 104 106

220 260

11. Gastos gerais administrativos

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Serviços de cobrança externa 2.588 3.508Seguros, serviços judiciais e contencioso 2.589 2.391Serviços especializados 1.225 1.777Avenças e honorários 1.061 1.564Comunicações 812 1.179Outros fornecimentos e serviços 2.113 2.647

10.388 13.065

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

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12. Caixa e bancos

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Caixa 2 2

Disponibilidades sobre instituições de crédito no paísDepósitos à ordem Banco Finantia, S.A. 7.599 10.339 Outras instituições de crédito no país 56 1.416

7.655 11.754Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiroDepósitos à ordem 1.619 4.850

9.276 16.607

13. Activos financeiros disponíveis para venda

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Obrigações de emissores estrangeiros 118.868 125.327Juros a receber 1.623 639Imparidade de títulos (ver Nota 2.5) (63.746) (60.351)

56.745 65.616

A carteira de activos financeiros disponíveis para venda é composta por títulos não cotados relacionados com as operações de securitização do Grupo. O movimento associado à imparidade de títulos é o seguinte: milhares EUR 2010 2009

Saldo em 1 de Janeiro 60.351 50.597 Dotações do exercício 9.293 13.139 Reversões do exercício (5.898) (20.030)Transferências - 16.645 Saldo em 31 de Dezembro 63.746 60.351

A rubrica de transferências diz respeito à imparidade de títulos no âmbito da aquisição da actividade em Espanha pela Sofinloc Sucursal.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

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14. Aplicações em instituições de crédito

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Depósitos a prazo 102.000 140.000Juros a receber 712 189

102.712 140.189

A 31 de Dezembro de 2010 esta rubrica refere-se a depósitos junto do Banco Finantia S.A. e de outros bancos nacionais no montante de m€ 12.000 e m€ 90.000, respectivamente (2009: m€ 10.000 e m€ 130.000). A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efectuada na Nota 33.

15. Crédito a clientes milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Créditos não titularizados Capital em locação financeira 15.319 7.711 Financiamento de vendas a crédito 48.517 37.898

63.836 45.609

Créditos titularizados não desreconhecidos Capital em locação financeira 109.317 174.533 Financiamento de vendas a crédito 458.198 715.584

567.515 890.118

Comissões associadas ao custo amortizado (líquidas) 9.119 17.201Juros a receber 2.766 4.038

Crédito e juros vencidos Menos de 90 dias 6.586 9.297 Mais de 90 dias 157.663 141.130

Provisões para riscos de crédito (147.791) (141.396)

659.694 965.997

A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efectuada na Nota 33. Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a rubrica “Créditos titularizados não desreconhecidos” reflecte o valor de créditos cedidos pela Sofinloc no âmbito de operações de titularização. As operações de titularização efectuadas pela Sofinloc são descritas na Nota 23. Os passivos associados a estas operações estão registados na rubrica “Passivos financeiros associados a activos transferidos”. O saldo da rubrica de crédito a clientes é analisado como segue:

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 57 -

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Crédito sem atrasos nem imparidade 506.393 745.443 Crédito com atrasos, sem imparidade 121.664 178.892 Crédito com imparidade 179.428 183.059

Crédito a clientes (valor bruto) 807.485 1.107.393 Provisões para riscos de crédito (147.791) (141.396)

659.694 965.997

Adicionalmente às provisões para riscos de crédito a clientes atrás referida, o justo valor dos colaterais associados aos créditos com imparidade ascende a m€ 53.192 e a m€ 57.945 em 2010 e 2009 respectivamente. O justo valor do colateral associado ao crédito ao consumo com atrasos inferiores a três meses acima referido ascende a m€ 79.627 e m€ 106.559 em 2010 e 2009, respectivamente. O justo valor do colateral é determinado com base em técnicas de valorização vulgarmente utilizadas para a valorização dos respectivos activos (sobretudo veículos automóveis). Em períodos subsequentes, o justo valor é actualizado com base no preço de mercado ou índices de activos semelhantes. O crédito ao consumo com atrasos inferiores a três meses não se encontra em imparidade, salvo informação adicional em contrário. O montante bruto dos créditos a clientes com atrasos, mas sem imparidade apresenta o seguinte detalhe:

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Crédito com atrasos até 30 dias 84.438 121.854Crédito com atrasos entre 30 e 60 dias 24.244 37.270Crédito com atrasos entre 60 e 90 dias 12.982 19.768

Total 121.664 178.892

O valor bruto de crédito a clientes com imparidade numa base individual (de acordo com a política contabilística referida na Nota 2.4) e o justo valor dos respectivos activos detidos como colateral ascende em 31 de Dezembro de 2010 a m€ 234 e m€ 237, respectivamente (2009: m€ 910 e € 836). O valor das provisões para risco de crédito é calculado tendo também em consideração o justo valor do colateral afecto aos contratos, em conformidade com o referido na política contabilística descrita na Nota 2.4. Os movimentos ocorridos na rubrica de provisões para riscos de crédito são os seguintes:

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 58 -

milhares EUR 2010 2009

Saldo em 1 de Janeiro 141.396 70.316 Dotações do exercício (Créditos não titularizados) 23.291 30.703 Reversões do exercício (Créditos não titularizados) (19.601) (19.829)Dotações do exercício (Créditos titularizados) 19.024 14.966 Reversões do exercício (Créditos titularizados) - - Transferências (11.518) 48.530 Utilizações (4.802) (3.290)Saldo em 31 de Dezembro 147.791 141.396

De acordo com a Carta-circular n.º 47/07/DSBDR do Banco de Portugal, a constituição de provisões para activos cedidos em operações de titularização ao abrigo do Aviso nº3/95 (“Créditos titularizados”) deixou de ser registada contra resultados da instituição cedente para passar a corrigir o montante do passivo associado a activos titularizados (ver Nota 23). Adicionalmente, em 31 de Dezembro de 2010, a Sofinloc tem m€ 9.385 de provisões para riscos gerais de crédito (31 de Dezembro de 2009: 924 milhares de euros), as quais de acordo com as NCA são apresentadas no passivo (ver Nota 25). Em 31 de Dezembro de 2009, a rubrica de transferências diz respeito às provisões para imparidade do crédito adquirido no âmbito da aquisição da actividade em Espanha pela Sofinloc Sucursal. A 31 de Dezembro de 2010, esta rubrica corresponde a transferências de provisões específicas para provisões para riscos gerais de crédito referentes a créditos titularizados. Durante o exercício de 2010, a Sofinloc efectuou recuperações de crédito no montante de m€ 589 (2009: m€ 362). Os contratos renegociados que caso contrário se encontrariam em atraso ou com imparidade totalizam em 31 de Dezembro de 2010 m€ 405 (31 de Dezembro de 2009: m€ 752). A rubrica de capital em locação financeira corresponde às rendas de locação financeira a receber, deduzidas dos juros futuros respectivos e acrescidas do valor residual dos bens locados, conforme aplicável, como segue:

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Rendas e valores residuais vincendos Até um ano 8.977 8.144 De um a cinco anos 100.195 140.842 Mais cinco anos 32.064 57.830

Juros vincendos Até um ano (207) (199) De um a cinco anos (9.934) (12.779) Mais cinco anos (6.459) (11.594)

124.637 182.244

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 59 -

16. Activos não correntes detidos para venda

Esta rubrica e os respectivos movimentos ocorridos no ano 2010 e 2009 são analisados como segue:

milhares EUR Imóveis Equipamento Total

Saldo em 1 Janeiro 2009 378 357 735 Adições - 2.005 2.005 Alienações - (2.142) (2.142)Saldo em 31 Dezembro 2009 378 220 598 Adições - 1.416 1.416 Alienações (65) (1.529) (1.594)Saldo em 31 Dezembro 2010 313 107 420

A rubrica Activos não correntes detidos para venda inclui equipamentos recebidos por recuperação de créditos.

17. Propriedades de investimento

Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo desta rubrica é composto por imóveis que a Sofinloc arrenda a entidades do Grupo, no montante bruto de m€ 3.258 (2009: m€ 5.700) e amortizações acumuladas de m€ 1.454 (2009: m€ 1.368), das quais m€ 86 foram amortizadas em 2010 (2009: m€ 86). No decorrer do exercício de 2010 foi transferido para outros activos tangíveis o montante bruto de m€ 2.442, com amortizações acumuladas de m€ 40.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 60 -

18. Outros activos tangíveis

Esta rubrica e os respectivos movimentos ocorridos no ano 2010 e 2009 são analisados como segue:

milhares EUR Imóveis Mobiliário e material

Equipamento informático Viaturas Outras

imobilizações 31.12.2010 31.12.2009

Custo de aquisição:

Saldo inicial 7.578 5.831 3.516 802 688 18.415 17.148

Aquisições 4 8 - 194 1 207 276

Abates/Alienações (132) (90) (29) (367) (45) (663) (517)

Transferências 2.442 89 (95) - 6 2.442 1.508

Saldo final 9.892 5.838 3.392 629 650 20.401 18.415

Amortizações acumuladas:

Saldo inicial 3.090 4.781 3.324 646 569 12.410 11.137

Amortizações do exercício 335 294 104 139 21 893 952

Abates/Alienações - (70) (29) (361) (46) (506) (435)

Transferências (40) 109 (101) (1) (7) (40) 756

Saldo final 3.385 5.114 3.298 423 537 12.757 12.410

Valor líquido 6.507 724 94 206 113 7.644 6.004

19. Activos intangíveis

Esta rubrica e os respectivos movimentos ocorridos no ano 2010 e 2009 são analisados como segue:

milhares EUR SoftwareOutros activos

intangíveis

Imobilizado em curso 31.12.2010 31.12.2009

Custo de aquisição:Saldo inicial 975 - 18 993 872 Aquisições 116 - - 116 115 Abates/Alienações - - - - - Transferências 11 7 (18) - 6 Saldo final 1.102 7 - 1.109 993 Amortizações acumuladas:Saldo inicial 758 5 - 763 561 Amortizações do exercício 218 2 - 220 202 Abates/Alienações - - - - - Transferências - - - - - Saldo final 976 7 - 983 763 Valor líquido 126 - - 126 229

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 a rubrica de imobilizado em curso inclui valores referentes a implementação de software.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 61 -

20. Impostos

O imposto sobre o rendimento reportado nos resultados de 2010 e 2009 analisa-se como segue:

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Imposto correnteImposto do exercício (105) (134)Relativo a exercícios anteriores (70) 68

(175) (66)Imposto diferidoOrigem e reversão de diferenças temporárias 1.167 306

1.167 306Total do imposto reconhecido em resultados 993 240

Os activos e passivos por impostos diferidos reconhecidos em balanço em 2010 e 2009 podem ser analisados como segue:

milhares EUR Activos Passivos Líquido Activos Passivos Líquido

Provisões para crédito a clientes 282 - 282 383 (205) 178Comissões ao custo amortizado - - - 259 (861) (603)Prejuízos fiscais reportáveis 473 - 473 - - -Outros 243 - 243 255 - 255

Imposto diferido activo/(passivo) 998 - 998 896 (1.066) (170)

31.12.200931.12.2010

O movimento do imposto diferido de balanço em 2010 e 2009 explica-se como segue:

milhares EURReconhecido em

resultadosReconhecido em reservas

Reconhecido em resultados

Reconhecido em reservas

Provisões para crédito a clientes 104 - (493) -Comissões ao custo amortizado 603 - 603 -Prejuízos fiscais reportáveis 473 - - -Outros (13) - 196 -

1.167 - 306 -

31.12.200931.12.2010

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 62 -

A reconciliação da taxa de imposto pode ser analisada como segue:

milhares EUR

Resultados antes de Impostos ( 730) ( 2 461)Taxa de imposto estatutária 26,5% 26,5%

Imposto calculado com base na taxa de imposto estatutária - -

Imposto reconhecido em resultadosImpostos correntes ( 175) ( 66)Impostos diferidos 1 167 306

Imposto em reconciliação ( 993) ( 240)

Reconciliação:Comissões ao custo amortizado 603 624 Prejuízos fiscais reportáveis 473 - Provisões para crédito a clientes 72 ( 385)Tributação autónoma ( 75) ( 92)Imposto de exercícios anteriores ( 71) 68 Derrama e derrama estadual ( 29) - Outros 20 26

- -

31.12.2010 31.12.2009

% Valor % Valor

21. Outros activos

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009Devedores e outras aplicaçõesDevedores diversos 947 1.443IVA a recuperar 3 3

950 1.446Provisões para devedores e outras aplicações (476) (991)

474 455Proveitos a receberComissões de gestão de activos securitizados 364 514Comissões de intermediação de seguros 691 549

1.055 1.062

Despesas com custos diferidoOutras despesas com custo diferido 221 310

221 310Outras contas de regularizaçãoOutras operações a regularizar 1.055 826

1.055 8262.805 2.653

O movimento das provisões para devedores e outras aplicações analisa-se como segue:

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 63 -

milhares EUR 2010 2009

Saldo em 1 de Janeiro 991 64Dotações do exercício - 5Utilizações (515) -Transferências - 922

Saldo em 31 de Dezembro 476 991

22. Recursos de instituições de crédito

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Empréstimos de curto prazo Banco Finantia, S.A. - 16.012 Outras instituições de crédito 472 706 Juros a pagar - 42

Operações de venda com acordo de recompra " repos" Banco Finantia, S.A. 13.229 15.254 Juros a pagar 67 137

13.768 32.150 A análise desta rubrica pelo período remanescente das operações é efectuada na Nota 33.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 64 -

23. Passivos financeiros associados a activos transferidos

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Passivos por activos não desreconhecidos em operações de titularização (Nota 15)Crédito titularizado interno Capital em locação financeira 115.003 176.255 Financiamento de vendas a crédito 356.703 514.599

Crédito titularizado ao exterior Capital em locação financeira 3.459 6.411 Financiamento de vendas a crédito 203.347 286.818

678.512 984.083

Juros a pagar 2.499 3.891Valias associadas à securitização (833) (1.158)Recuperação de equipamentos 3 126

Correcções de valor relativas aos activos securitizados (ver Notas 2.5 e 15) (104.865) (89.129)

575.316 897.813 A rubrica crédito titulado interno inclui m€ 68.571 referentes a crédito vencido (2009: m€ 60.686) e na rubrica de crédito titulado ao exterior contém m€ 42.426 de crédito vencido (2009: m€ 33.279). Ao abrigo da Carta-circular n.º 47/07/DSBDR do Banco de Portugal, a constituição de provisões para activos cedidos em operações de titularização ao abrigo do Aviso nº3/95 deixou de ser registada contra resultados da instituição cedente para passar a corrigir o montante do passivo associado a activos titularizados (ver Nota 15). As operações de titularização em curso em 31 de Dezembro de 2010 podem ser analisadas como segue: LTR FINANCE Nº 5 Esta operação foi efectuada em Julho de 2004 tendo a venda inicial de créditos ascendido a m€ 142.680, com valor contabilístico de m€ 143.027. Conforme contratualmente previsto as vendas adicionais tiveram uma periodicidade trimestral, tendo terminado em Outubro de 2007. O financiamento desta operação foi efectuado através de um veículo de titularização denominado LTR Finance Nº 5, constituído de acordo com as normas em vigor na Irlanda e registado em Dublin. As características iniciais das seis classes de dívida emitida foram as seguintes: - Classe A Secured Floating Rate Notes, de rating AAA, no montante de m€ 174.700 e com

maturidade em Julho de 2015, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 20 basis points;

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 65 -

- Classe B Secured Floating Rate Notes, de rating AA, no montante de m€ 15.600 e com maturidade em Julho de 2015, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 37 basis points;

- Classe C Secured Floating Rate Notes, de rating A, no montante de m€ 16.600 e com maturidade em Julho de 2015, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 55 basis points;

- Classe D Secured Floating Rate Notes, de rating BBB, no montante de m€ 7.500 e com maturidade em Julho de 2015, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 95 basis points;

- Classe E Secured Floating Rate Notes, no montante de m€ 13.072 e com maturidade em Julho de 2015, vencendo juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 13%; e

- Junior Notes, no montante de m€ 50 e com maturidade em Julho de 2015. As Junior Notes são a classe de dívida mais subordinada e a sua remuneração corresponde ao Excess Spread apurado na operação depois de pagos todos os custos.

Esta transacção incluiu ainda três operações de swap de taxa de juro, as quais tiveram como objectivo limitar a exposição dos investidores ao risco de taxa de juro associado aos Receivables. As entidades intervenientes nesta operação foram o Banco Finantia, S.A. e uma entidade externa, tendo os montantes nocionais envolvidos sido de m€ 181.096 para dois dos swaps e de m€ 33.343 para um terceiro. Para o primeiro swap a taxa a pagar pelo Banco Finantia é 3,2541%, sendo a taxa a receber a Euribor a 3 meses. Para o segundo swap, de valor igual ao primeiro, a taxa a pagar pelo Banco Finantia é a Euribor a 3 meses, sendo a taxa a receber de 3,59%. O terceiro swap trata-se de um basis swap cuja taxa a pagar é a Euribor a 3 meses acrescida de um spread de 1.2 basis point, sendo a taxa a receber a FWAIR (“floating weighted average interest rate”). Todos os swaps tiveram início a 1 de Julho de 2004, sendo a maturidade para o primeiro fixada a 25 de Abril de 2012 e para os outros a 25 de Outubro de 2013.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 66 -

LTR FINANCE Nº 6 Esta operação de titularização foi efectuada em Setembro de 2006 por transferência dos créditos titularizados junto do veículo denominado LTR Warehouse para o LTR Finance Nº6, cujo montante ascendeu a m€ 287.862. Para esta nova transacção, e de acordo com o previsto contratualmente, as vendas adicionais tiveram uma periodicidade trimestral, tendo terminado em Novembro de 2009. O financiamento desta operação foi efectuado através do veículo de titularização acima referido, constituído de acordo com as normas em vigor na Irlanda e registado em Dublin. As características iniciais das cinco classes de dívida emitidas foram as seguintes: - Classe A Secured Floating Rate Notes, de rating AAA, no montante de m€ 371.250 e com

maturidade em Novembro de 2018, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 14 basis points;

- Classe B Secured Floating Rate Notes, de rating AA, no montante de m€ 35.000 e com maturidade em Novembro de 2018, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 23 basis points;

- Classe C Secured Floating Rate Notes, de rating A, no montante de m€ 30.600 e com maturidade em Novembro de 2018, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 30 basis points;

- Classe D Secured Floating Rate Notes, de rating BBB, no montante de m€ 13.150 e com maturidade em Novembro de 2018, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 65 basis points;

- Classe E Secured Floating Rate Notes, “not rated”, no montante de m€ 25.000 e com maturidade em Novembro de 2018, que vencem juros à taxa Euribor a 3 meses adicionada de um spread de 13%;

- Residual Certificate Notes, no montante de m€ 50 e com maturidade em Novembro de 2018. As Residual Certificate Notes são a classe de dívida mais subordinada e a sua remuneração corresponde ao Excess Spread apurado na operação depois de pagos todos os custos.

Esta transacção de titularização incluiu ainda duas operações de swap de taxa de juro, as quais tiveram como objectivo limitar a exposição dos investidores ao risco de taxa de juro associado aos Receivables. As entidades intervenientes nesta operação foram o Banco Finantia, S.A. e uma entidade externa, tendo os montantes nocionais envolvidos sido de m€ 296.584 e de m€ 153.416. Para o primeiro swap a taxa a pagar pelo Banco Finantia é a taxa Euribor a 3 meses acrescida de um spread de 1,5 basis points e a taxa a receber de 3,665%. O segundo swap trata-se de um basis swap cuja taxa a pagar é a Euribor a 3 meses acrescida de um spread de 1,5 basis points, sendo a taxa a receber a FWAIR. Todos os swaps tiveram início a 25 de Setembro de 2006, com maturidade para 24 de Novembro de 2018.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 67 -

LTR FINANCE Nº. 7 Em 3 de Fevereiro de 2009, a Sofinloc deu início a uma nova operação de titularização cuja venda inicial de créditos ascendeu a m€ 124.218. O financiamento desta operação foi efectuado através de um veículo de titularização denominado LTR Finance Nº 7 Limited, constituído de acordo com as normas em vigor na Irlanda e registado em Dublin. As características iniciais da estrutura de financiamento desta operação foram as seguintes: - Classe A, de rating AA, num montante máximo de m€ 326.000 (tendo no momento inicial

ascendido a m€ 101.230) e com maturidade a 20 de Fevereiro de 2023, que vence juros à taxa fixa de 4 %;

- Classe B, sem rating, num montante máximo de m€ 74.000 (tendo no momento inicial ascendido a m€ 22.980) e com maturidade a 20 de Fevereiro de 2023, que vence juros à taxa fixa de 4,5%;

- Classe C, sem rating, num montante máximo de m€ 8.000 (tendo no momento inicial ascendido a m€ 2.490, subscrita a um preço de 135,70%) e com maturidade a 20 de Fevereiro de 2023, que vence juros à taxa fixa de 16 %; e

- Duas Residual Certificate Notes, no montante de m€ 50 e com maturidade em 20 de Fevereiro de 2023. As Residual Certificate Notes são a classe de dívida mais subordinada e a sua remuneração corresponde ao Excess Spread apurado na operação depois de pagos todos os custos.

Tendo em consideração que a maioria dos activos titularizados são de taxa fixa e que a remuneração das classes de dívida emitidas pelo veículo também é fixa, não foram contratados swaps de taxa de juro para esta operação. LTR FINANCE Nº 8 Em Março de 2007 a Sofinloc efectuou uma nova operação de titularização que consistiu em vendas de créditos com periodicidade mensal até atingir o montante de m€ 400.000, tendo a venda inicial de créditos ascendido a m€93.505 (efectuada ao par) e com vendas adicionais com uma periodicidade mensal até Março de 2009. Esta operação denominou-se inicialmente LTR Warehouse II e em Julho de 2009 foi redenominada para LTR Finance Nº 8. O financiamento desta operação foi efectuado através do veículo de titularização acima referido, constituído de acordo com as normas em vigor na Irlanda e registado em Dublin, tendo as suas principais características sido as seguintes: - Senior Revolving Credit Facility, de rating Aaa, no montante máximo de m€ 386.364 (tendo

no momento inicial o montante utilizado ascendido a m€ 93.589) e com maturidade em 22 de Março de 2018, que vence juros à taxa Euribor a 1 mês adicionada de um spread que até ao dia 22 de Março de 2009 foi de 26 basis points e que desde essa data é de 100 basis points;

- Mezzanine Revolving Credit Facility, de rating Aa2, no montante máximo de m€ 13.636 (tendo no momento inicial o montante utilizado ascendido a m€ 3.303) e com maturidade em 22 de Março de 2018, que vence juros à taxa Euribor a 1 mês adicionada de um spread que até ao dia 22 de Março de 2009 foi de 55 basis points e que desde essa data é de 150 basis points;

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 68 -

- Classe B Secured Floating Rate Notes, de rating Baa3, no montante máximo de m€ 54.546 ( tendo no momento inicial o montante utilizado ascendido a m€ 13.212) e com maturidade em 22 de Março de 2018, que vencem juros à taxa Euribor a 1 mês adicionada de um spread de 65 basis points;

- Classe C Secured Floating Rate Notes, “not rated”, no montante máximo de m€ 24.900 (tendo no momento inicial o montante utilizado ascendido a m€ 5.957) e com maturidade em 22 de Março de 2018, que vencem juros à taxa Euribor a 1 mês adicionada de um spread de 13%; e

- Duas Residual Certificate Notes, no montante de m€ 50 e com maturidade em 22 de Março de 2018. As Residual Certificate Notes são a classe de dívida mais subordinada e a sua remuneração corresponde ao Excess Spread apurado na operação depois de pagos todos os custos.

Esta transacção inclui ainda duas operações de swap de taxa de juro, as quais tiveram como objectivo limitar a exposição dos investidores ao risco de taxa de juro associado aos Receivables. As entidades intervenientes nesta operação foram o Banco Finantia, S.A. e uma entidade externa, tendo os montantes nocionais envolvidos sido de m€ 69.454 e 40.651 m€, respectivamente. Para o primeiro swap a taxa a pagar pelo Banco Finantia é a Euribor a 1 mês acrescida de um spread de 1,5 basis point e a taxa a receber de 4,0681%. O segundo swap trata-se de um basis swap cuja taxa a pagar é a Euribor a 1 mês acrescida de um spread de 1,5 basis point, sendo a taxa a receber a FWAIR. Os spreads de 1,5 basis points acima referidos foram alterados para 3 basis points a partir de 22 de Março de 2009. Todos os swaps tiveram início a 30 de Março de 2007, com maturidade para 22 de Março de 2018. As eventuais valias associadas a estas operações de titularização são reconhecidas em conformidade com a política contabilística enunciada na Nota 2.7. O movimento ocorrido no valor dos créditos titularizados nos exercícios de 2010 e 2009 pode ser demonstrado da seguinte forma:

milhares EUR LTR 4 LTR 5 LTR 6 LTR 7 LTR 8 TotalSaldo em 31 de Dezembro de 2008 24.539 77.329 304.851 - 317.180 723.900

Aquisições de novos créditos - - 143.412 72.434 32.176 248.022Creditos oriundos da Sofinloc Sucursal 3.863 39.952 120.839 67.367 122.172 354.193Amortizações (17.553) (43.337) (136.676) (17.166) (116.451) (331.182)Clean-up call (10.850) - - - (10.850)

Saldo em 31 de Dezembro de 2009 - 73.945 432.426 122.634 355.078 984.083

Aquisições de novos créditos - - - 4.365 - 4.365Amortizações - (32.413) (139.457) (23.948) (114.118) (309.936)

Saldo em 31 de Dezembro de 2010 - 41.532 292.970 103.050 240.960 678.512

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 69 -

24. Responsabilidades representadas por títulos

A 31 de Dezembro de 2010 esta rubrica é analisada como segue:

DenominaçãoData de emissão

Data de reembolso Tx nominal

Taxa efectiva

Valor Nominal

Juros corridos

Valor de balanço

SOFINLOC CX FRN 10/12 27-Out-08 27-Out-12 Euribor 3m + 2% 3,032% 100.000 556 100.556

100.000 556 100.556

Em 31 de Dezembro de 2009 esta rubrica é constituída pelas seguintes operações:

DenominaçãoData de emissão

Data de reembolso Tx nominal

Taxa efectiva

Valor Nominal

Juros corridos

Valor de balanço

SOFINLOC CX FRN 10/11 17-Out-08 17-Out-11 Euribor 3m + 1% 1,740% 125.000 459 125.459

125.000 459 125.459

Em 31 de Dezembro de 2010, o montante de m€ 437 (2009: m€ 4.322) referente a custos de colocação das obrigações emitidas pela Sofinloc encontra-se reconhecido na rubrica de encargos de serviços e comissões – por serviços bancários prestados por terceiros em conformidade com a política contabilística 2.1, que em 2009 inclui também o montante de m€ 1.300 que se refere à penalização incorrida pelo reembolso antecipado das obrigações (ver Nota 6).

25. Provisões

Esta rubrica diz respeito às provisões para riscos gerais de crédito (ver Notas 2.4 e 15), cujo movimento pode ser analisado como segue:

milhares EUR 2010 2009

Saldo a 1 de Janeiro 924 2.111Dotações 1.638 954Reversões (1.406) (2.442)Transferências (ver Nota 23) 8.230 301Saldo a 31 de Dezembro 9.385 924

Em 31 de Dezembro de 2010, a rubrica de transferências inclui o montante de m€ 11.518 referente a transferências de provisões específicas para provisões para riscos gerais de crédito referentes a créditos titularizados.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 70 -

26. Passivos subordinados

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Obrigações de caixa subordinadas 20.000 20.000Juros a pagar 8 7

20.008 20.007

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o saldo desta rubrica é composto por 160.000 obrigações de valor nominal unitário de € 125 cada, sendo a data de emissão de 26 de Junho de 2007 e a data de reembolso de 26 de Junho de 2017. Os juros destas obrigações vencem-se trimestral e postecipadamente a 26 de Março, 26 de Junho, 26 de Setembro e 26 de Dezembro, sendo a taxa de juro correspondente à Euribor a 3 meses acrescida de um spread de 1,35%.

27. Outros passivos

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Credores e outros recursos Sector público estatal 2.712 3.100 Credores por contratos de op. financ. automóvel 1.554 2.131 Outros credores 273 2.357

4.539 7.588

Encargos a pagar Férias e subsídio de férias 639 758 Outros encargos a pagar 700 182

1.339 940

Outras contas de regularizaçãoValores a entregar de contratos titularizados 11.246 8.942Valores a entregar a seguradoras 1.486 1.423

Outras operações a regularizar 5.111 7.63517.843 18.000

23.721 26.528

Em 31 de Dezembro de 2010 o saldo da rubrica outras operações a regularizar inclui o montante de m€ 3.389 (2009: m€ 3.067) de saldos credores de clientes que se encontram por regularizar.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 71 -

28. Capital e Prémios de emissão

O capital social é de 100 milhões de euros, encontra-se integralmente subscrito e realizado e é representado por 100 milhões de acções ordinárias, no valor nominal de um euro cada.

29. Reservas e resultados transitados

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Reserva legal 3.023 3.023Reservas livres - 1.005Outras reservas e resultados transitados (3.360) (2.144)

(337) 1.884

A Assembleia Geral da Sofinloc – Instituição Financeira de Crédito S.A. reunida no dia 24 de Março de 2010 aprovou a aplicação do resultado líquido negativo no montante de m€ 2.221, destinando-se m€ 1.005 a ser coberto por utilização da Reserva livres, e o remanescente, no montante de m€ 1.216 por Resultados transitados. A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou para aumentar o capital. De acordo com o Artigo 97º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-lei n. 298/92, de 31 de Dezembro, com a redacção que lhe é dada pelo Decreto-lei n. 201/2002, de 25 de Setembro, a Sofinloc deve creditar anualmente a reserva legal com pelo menos 10% do lucro líquido anual, até à concorrência do valor mais elevado entre o capital e a soma das reservas livres e dos resultados transitados (nos termos do Artigo 296º do Código das Sociedades Comerciais).

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 72 -

30. Rubricas extrapatrimoniais

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Garantias prestadas Activos dados em garantia ("repos") 42.595 47.095

42.595 47.095

Compromissos perante terceiros Linhas de crédito revogáveis 293 1.440

293 1.440

Compromissos assumidos por terceiros Linhas de crédito revogáveis 5.000 5.000

5.000 5.000

Serviços prestados por terceiros Depósitos e guarda de valores 75.907 124.101

75.907 124.101

Responsabilidades por prestação de serviçosCréditos securitizados sob gestão ("Servicing" ) 714.792 1.098.452

714.792 1.098.452

Garantias recebidasGarantias e avales 12.254 7.700Aceites e endossos 749 249

13.003 7.949

A rubrica Activos dados em garantia (“repos”) refere-se ao valor nominal dos títulos vendidos com acordo de recompra (ver Nota 22), operações efectuadas com o Banco Finantia,S.A.

31. Caixa e equivalentes de caixa

Para efeitos de apresentação da demonstração de fluxos de caixa, caixa e equivalentes de caixa compreendem os seguintes saldos com maturidade inferior a 3 meses:

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Caixa (Nota 12) 2 2Disponibilidades em outras instituições de crédito (Nota 12) 9.274 16.605

9.276 16.607

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 73 -

32. Transacções com partes relacionadas

Os saldos e transacções entre a Sofinloc e suas partes relacionadas podem ser analisados como segue:

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

ActivosDisponibilidades em outras instituições de crédito 9.037 10.339Aplicações em instituições de crédito 12.017 10.001

PassivosRecursos de outras instituições de crédito 13.296 31.444Passivos subordinados 20.008 20.007Responsabilidades representadas por títulos 100.556 125.459Outros passivos 471 3.672

ProveitosJuros e rendimentos similares 2.681 10.294Outros proveitos de exploração 525 264

CustosJuros e custos equiparados 4.211 12.414Gastos gerais administrativos 37 36Encargos com comissões 682 5.622

ExtrapatrimoniaisGarantias prestadas Activos dados em garantia " repos" 42.595 47.095

Compromissos assumidos por terceiros Linhas de crédito revogáveis 5.000 5.000

Serviços prestados por terceiros Depósitos e guarda de valores 75.907 124.101

Responsabilidades por prestação de serviçosCréditos securitizados sob gestão ("Servicing" ) 714.792 1.098.452

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 74 -

33. Gestão dos riscos da actividade

O Comité Financeiro do Grupo Banco Finantia onde se insere a Sofinloc, que reúne mensalmente, é o órgão responsável pela avaliação e monitorização integrada dos vários tipos de risco a que a Sofinloc está sujeita, analisando e propondo metodologias, políticas e procedimentos adequados para o controlo e mitigação dos mesmos. Em termos funcionais, a gestão do risco é centralizada no Departamento de Risco/ALM (Assets and Liabilities Management), uma unidade independente dos departamentos de originação, que abrange os diversos tipos de risco: crédito, mercado, liquidez e operacional, com a análise de crédito a ser efectuada pelo Departamento de Crédito. Trata-se de uma estrutura que facilita uma análise transversal e integrada, tendo em consideração a complementaridade das análises e as correlações entre os diferentes riscos. Dentro da área do Financiamento ao Consumo, a componente de gestão do risco de crédito é partilhada com o Departamento de Gestão de Risco, uma unidade mais especializada ao nível da actividade da Sofinloc. Risco de Crédito O risco de crédito, o qual deriva não só da possibilidade de um contraparte entrar em incumprimento como da variação do valor económico de um determinado instrumento devido à degradação da qualidade de crédito, constitui um dos riscos mais importantes para a Sofinloc dada a estrutura do seu activo. A aprovação de qualquer exposição de crédito obedece a um conjunto de princípios e procedimentos internos constantes das Normas de Crédito da Sofinloc, que definem os diferentes níveis de decisão, tendo em conta o montante da exposição e o tipo de produto a ser financiado. Na área do Financiamento ao Consumo, a avaliação do risco de crédito é efectuada mediante um exaustivo processo de análise de risco, incluindo uma hierarquia de níveis de decisão, referências de crédito de agências especializadas e um modelo de scoring. O primeiro nível de decisão é a decisão automática efectuada através do sistema desenvolvido internamente, o Siacc. Tal permite equilibrar a rendibilidade esperada com o consumo de capital para cada operação. A Sociedade dispõe de modelos de scoring de originação, que aplica distintamente às carteiras de Portugal e Espanha, usufruindo de uma larga curva de experiência, tendo em conta que o primeiro modelo de scoring remonta a 1995. Para além de servir de base ao processo de decisão automática (uma proposta de crédito tem de satisfazer um score mínimo para ser aprovada automaticamente, entre outros critérios e filtros), o modelo de scoring atribui a cada proposta uma pontuação a que está associada uma dada probabilidade de perda. Tal permite o cálculo da rendibilidade estimada de cada operação, ajustada pelas perdas esperadas. Caso a operação não seja aprovada automaticamente, esta é sujeita a um nível de decisão superior, onde se incluem o departamento de underwriting, o departamento de análise de risco ou o comité executivo. O perfil de risco das carteiras de crédito é analisado mensalmente no Comité Financeiro, assim como os créditos problemáticos, ao nível do Financiamento ao Consumo (apenas os créditos relativos às alçadas de decisão superiores, dada a granularidade da carteira). Nestas reuniões, é ainda realizada a análise da evolução das exposições, incluindo a análise da carteira de Financiamento ao Consumo que reflecte a revisão do crédito com imparidade, os níveis de incumprimento e respectivos rácios de cobertura e de qualidade, assim como a alocação e consumo de capital. Outros riscos como o risco de taxa de juro, cambial e de liquidez são também analisados.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 75 -

A exposição máxima da Sofinloc ao risco de crédito antes de colaterais pode ser analisada como segue:

milhares EUR 31.12.2010 31.12.2009

Disponibilidades em instituições de crédito 9.274 16.605Activos financeiros disponíveis para venda 56.745 65.616Aplicações em instituições de crédito 102.712 140.189Crédito a clientes 659.694 965.997Outros activos 1.530 1.517

829.955 1.189.924

Risco de Mercado O risco de mercado ou de preço (taxas de juro, taxas de câmbio, preços de acções, entre outros) define-se como a possibilidade de incorrer em perdas devido a variações inesperadas do preço dos instrumentos ou operações financeiras. No âmbito do processo de controlo e avaliação do risco de mercado a que a Sofinloc está sujeita, é de realçar a existência de uma rotina diária de cálculo do VaR (value at risk) para todo o balanço consolidado. O VaR é calculado utilizado a abordagem da simulação histórica, com base num histórico de preços de um ano, um período de tempo de um dia e um intervalo de confiança de 99%. Têm sido realizados back tests ao modelo com resultados satisfatórios. Para o ano de 2010, o VaR médio diário foi de € 1,47 milhões (uma descida em relação aos € 6,96 milhões de 2009), o que corresponde a 0,5% dos fundos próprios de base (2,07% em 2009). O VaR médio diário relativo ao risco cambial foi de € 0,96 milhões (€ 3,77 milhões em 2009) e para o risco de taxa de juro foi de € 1,08 milhões (€5,54 milhões em 2009). Exposição ao risco de taxa de juro A exposição às variações das taxas de juro é objecto de cuidadosa e permanente análise. Para os activos do Financiamento ao Consumo estabeleceu-se como princípio orientador a cobertura deste tipo de risco, sendo a mesma assegurada através da contratação de swaps de taxa de juro ao nível do Grupo que permitem o matching das maturidades e prazos de refixação médios das taxas desses activos com os que resultam dos passivos das operações de titularização correspondentes. Exposição ao risco cambial É norma da Sofinloc operar exclusivamente em activos e passivos denominados em euros. Como tal, não se encontra exposta ao risco cambial.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 76 -

Risco de liquidez O risco de liquidez define-se como a possibilidade de uma instituição vir a ser incapaz de satisfazer as responsabilidades exigidas nas datas devidas, devido a uma incapacidade de liquidar activos, obter financiamento ou refinanciar passivos em condições adequadas. A gestão do risco de liquidez é feita de forma global (Grupo), centralizada (Departamento de Tesouraria e Departamento de Risco/ALM), dentro de limites pré-definidos e de acordo com duas vertentes distintas: i) gestão de fluxos de caixa, existindo um sistema de controlo de cash-flows que permite o apuramento e o controlo diário dos saldos de Tesouraria num horizonte temporal alargado e a manutenção de excesso de liquidez que assegure o normal funcionamento do Grupo mesmo em cenários mais adversos; ii) gestão de balanço, de forma a manter os principais indicadores de liquidez dentro dos limites pré-definidos pelo Comité Financeiro. O Departamento de Tesouraria assume o controlo da gestão dos fluxos de caixa, fazendo um reporte diário a pelo menos um membro da Comissão Executiva. O Departamento de Risco/ALM é responsável pela elaboração de todas as análises relativas à gestão do balanço do Grupo. O relatório é apresentado mensalmente ao Comité Financeiro, que é responsável pela definição de toda a estratégia de liquidez do Grupo, bem como pela adopção de medidas de gestão correctivas sempre que os limites estipulados não sejam cumpridos. No que se refere especificamente á actividade de Financiamento ao Consumo, tem-se optado pelo financiamento back-to-back através de operações de securitização, as quais representavam no final do exercício aproximadamente 80% do valor total desses activos. Em Fevereiro de 2009, o Grupo concretizou uma nova operação de securitização de € 123 milhões (LTR Finance Limited No.7), que é alimentada mensalmente com activos de Financiamento ao Consumo, originados na sua maioria em Portugal. Esta operação contribui para a redução da dependência do Grupo de outras fontes de financiamento. Relativamente aos demais instrumentos de passivo utilizados, a estratégia assenta na diversificação de fontes de financiamento, quer em termos de contrapartes, quer em termos do tipo de operações, havendo a preocupação de respeitar determinados rácios máximos de concentração nos maiores contrapartes. Uma análise sumária da exposição dos portfolios de investimento da Sofinloc por prazos residuais de maturidade é apresentada como segue:

milhares EUR Notas Valor de balanço Até 3 meses de 3 a 12

meses de 1 a 5 anos mais de 5 anos

Indeterminado

31 de Dezembro de 2010Caixa e bancos 12 9.276 9.276 - - - - Activos financeiros disponíveis para venda 13 56.745 1.623 - - 55.122 - Aplicações em instituições de crédito 14 102.712 90.712 - 12.000 - - Crédito a clientes 15 659.694 3.978 32.272 450.913 156.073 16.458

828.427 105.589 32.272 462.913 211.195 16.458

Recursos de instituições de crédito 22 13.768 472 - - - 13.296 Passivos financeiros associados a activos transferidos 23 575.316 2.309 29.726 411.700 123.779 7.802 Passivos subordinados 26 20.008 8 - - 20.000 -

609.092 2.789 29.726 411.700 143.779 21.097

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 77 -

milhares EUR Notas Valor de balanço Até 3 meses de 3 a 12

meses de 1 a 5 anos mais de 5 anos

Indeterminado

31 de Dezembro de 2009Caixa e bancos 12 16.607 16.607 - - - - Activos financeiros disponíveis para venda 13 65.616 - - - 65.616 - Aplicações em instituições de crédito 14 140.189 130.187 - 10.001 - - Crédito a clientes 15 965.997 4.654 34.238 597.281 274.542 55.283

1.188.408 151.448 34.238 607.282 340.158 55.283

Recursos de instituições de crédito 22 32.150 706 16.054 - - 15.390 Passivos financeiros associados a activos transferidos 23 897.813 14.069 25.682 583.673 264.482 9.908 Passivos subordinados 26 20.007 7 - - 20.000 -

949.970 14.782 41.736 583.673 284.482 25.298

Risco operacional O Risco Operacional define-se como o risco de perda resultante de processos internos inadequados, falhas humanas ou de sistemas informáticos, ou de factores externos. A gestão do Risco Operacional tem sido desde sempre uma preocupação do Grupo Finantia, o qual tem desenvolvido uma política de elaboração sistemática de manuais operativos e de responsabilização dos gestores de cada área pelo cumprimento das normas e procedimentos definidos, tendo com objectivo a mitigação deste tipo de risco. Consciente das melhores práticas de mercado, o Grupo tem vindo a intensificar esforços no sentido da implementação de métodos de medição e controle do risco, mais avançados e eficazes, mantendo o processo de levantamento de todos os tipos de risco a que poderá estar sujeito (loss event register e risk control self assessment). De uma forma global, existe uma preocupação de identificação e análise ex-ante dos problemas e riscos, com o objectivo de actuar preventivamente no controlo e mitigação dos mesmos. Isto é particularmente relevante na aprovação de novos produtos financeiros, que está sujeita à análise e respectivo parecer de equipas multidisciplinares transversais aos vários departamentos, bem como a diferentes níveis de autorização. De referir a existência de planos de contingência operacionais e de um Disaster Recovery Plan por forma a assegurar a continuidade do negócio mesmo em situações extremas.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 78 -

34. Gestão do capital

Tendo em conta que por gestão de capital se compreende um conceito de maior amplitude que o da rubrica de “capital próprio” que figura no balanço, a Sofinloc estabelece os seguintes objectivos quanto a esta matéria: • Cumprir para com os requisitos de capital definidos pelos reguladores dos sectores bancários

onde as diversas entidades da Sofinloc operam; • Assegurar que capacidade de continuidade da Sofinloc é continuamente tida em consideração

de modo a que continue a ser dado retorno de investimento e benefícios aos accionistas; e • Manter uma sólida base de capital que apoie o desenvolvimento da sua actividade.

O Banco de Portugal exige que cada entidade supervisionada: (a) detenha um nível mínimo de capital regulamentar no valor de € 17,5 milhões, e (b) mantenha um rácio de adequacidade de capital (proporção do total de capital regulamentar face ao total dos activos ponderados pelo risco) igual ou superior ao limite de 8% aprovado, com excepção das entidades que satisfaçam as condições previstas no n.º 1 do artigo 4º do decreto-lei n.º 104/2007. Ao abrigo desta excepção, a Sofinloc encontra-se autorizada pelo Banco de Portugal a apresentar um rácio de solvabilidade igual ou superior ao limite de 6%.

O quadro abaixo apresenta a composição do capital regulamentar e dos rácios da Sofinloc para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, tendo a Sofinloc cumprido com todos os requisitos de capital estabelecidos externamente, e aos quais se encontra sujeita.

milhões EUR 31.12.2010 31.12.2009

Total do Capital próprio 100,0 99,7 Instrumentos de dívida subordinada 20,0 20,0 Outros acréscimos / (deduções) (41,3) (24,1)

Total dos fundos próprios 78,7 95,6 Activos ponderados pelo risco 630,5 859,3 Rácio Tier I 15,8% 8,8%Rácio de solvabilidade 12,5% 11,1%

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 79 -

35. Justo valor de activos e passivos financeiros registados ao custo amortizado

O quadro abaixo apresentado resume os valores de balanço e justos valores dos activos e passivos financeiros não reconhecidos pelo seu justo valor no balanço da Sofinloc:

milhares EURValor de balanço Justo valor Valor de

balanço Justo valor

Caixa e bancos 9.276 9.276 16.607 16.607Aplicações em instituições de crédito 102.712 102.712 140.189 140.189Crédito a clientes 659.694 668.837 965.997 977.516Activos financeiros disponíveis para venda 56.745 56.745 65.616 65.616

Recursos de instituições de crédito 13.768 13.768 32.150 32.150Passivos financeiros associados a activos transferidos 575.316 575.316 897.813 897.813Responsabilidades representadas por títulos 100.556 100.556 125.459 125.459Passivos subordinados 20.008 20.008 20.007 20.007

2010 2009

O justo valor tem como base os preços de cotação de mercado, sempre que estes se encontrem disponíveis. Os principais métodos e pressupostos usados na estimativa do justo valor dos activos e passivos financeiros reconhecidos ao custo amortizado são como segue: Caixa e bancos e aplicações em instituições de crédito: Considerando aos prazos curtos associados a estes instrumentos financeiros, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor. Crédito a clientes: O justo valor do crédito a clientes é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas contratualmente definidas. Activos financeiros disponíveis para venda: A carteira de activos financeiros disponíveis para venda é composta por títulos não cotados relacionados com as operações de securitização do Grupo, que se encontram mensuradas ao custo deduzidos de perdas por imparidade. Consideramos que o valor líquido de balanço destes títulos é uma estimativa razoável do seu justo valor. Recursos de instituições de crédito e Passivos financeiros associados a activos transferidos: Para os recursos de instituições de crédito que apresentam prazos curtos, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor. Para os recursos de instituições de crédito de médio e longo prazo o seu justo valor é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas contratualmente definidas. Responsabilidades representadas por títulos e Passivos subordinados Para os instrumentos onde se adopta a contabilidade de cobertura, o seu justo valor já se encontra reflectido nas demonstrações financeiras. Para os instrumentos remanescentes, o justo valor é baseado em cotações de mercado quando disponíveis, caso não existam é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros no futuro para estes instrumentos.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2010

SOFINLOC – RELATÓRIO E CONTAS 2010 - 80 -

Hierarquia do justo valor

O IFRS 7 determina que uma entidade deve classificar as mensurações do justo valor baseando-se numa hierarquia do justo valor que reflicta o significado dos inputs utilizados na mensuração, tendo em consideração se esses inputs são observáveis ou não-observáveis. Nessa base, a hierarquia do justo valor apresenta os seguintes níveis:

• Nível 1 - preços cotados (não ajustados) em mercados activos para activos ou passivos idênticos;

• Nível 2 - inputs diferentes dos preços cotados incluídos no Nível 1 que sejam observáveis no mercado para o activo ou passivo, quer directamente (i.e., como preços) quer indirectamente (i.e., derivados dos preços); e

• Nível 3 - inputs para o activo ou passivo que não se baseiem em dados de mercado observáveis (inputs não observáveis).

36. Reporte por segmentos

Dada a natureza da sua actividade e dos seus clientes a Sofinloc centra-se num único segmento de negócio, o Crédito ao Consumo. Em termos geográficos a sua actividade encontra-se desde o exercício de 2009 dividida entre Portugal e Espanha, por via da sua Sucursal, e pode ser analisado como segue:

milhares EUR

Portugal Espanha Total

Resultado líquido do exercício 613 (351) 262Activo líquido 646.961 195.821 842.782Investimentos em activos tangíveis 199 8 207Investimentos em activos intangíveis 116 - 116

31.12.2010