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INTRODUÇÃO Este relatório apresenta as ações por mim empreendidas por ocasião do meu ofício como futuro professor de Língua Portuguesa, exigido para obtenção de grau de licenciado em Letras – Português e Inglês – pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. O Estágio Supervisionado foi desenvolvido na Escola Estadual Methódio de Godoy Lima, na cidade de Serra Talhada-PE, no período matutino de 05 de outubro a 10 de novembro do corrente ano. Tendo como orientadora a professora Bruna Lopes Fernandes Dugnani e supervisionado pelo professor Felipe Bernardo Gomes da Silva. As atividades desenvolvidas no decorrer do estágio – observação das aulas – e a prática de docência (regência) possibilitou-me uma gama de experiência e um ensaio para o meu futuro exercício da carreira como professor de Língua Inglesa. A partir das observações realizadas, analisaremos com base nos pressupostos teóricos contidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (doravante PCNEM) e nas Orientações Curriculares do Ensino Médio (OCEMS) qual (ais) método(s) predominante(s) na prática educativa do professor observado tendo ainda como embasamento teórico as ideias de Tílio (2014) e Oliveira (2014). O relatório está organizado em quatro seções: a primeira dispõe sobre a descrição do campo de estágio, bem como a sua Estrutura fica os que nela compõem enquanto 1

Relatorio Eso 3

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INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta as ações por mim empreendidas por ocasião do meu

ofício como futuro professor de Língua Portuguesa, exigido para obtenção de grau de

licenciado em Letras – Português e Inglês – pela Universidade Federal Rural de

Pernambuco. O Estágio Supervisionado foi desenvolvido na Escola Estadual Methódio

de Godoy Lima, na cidade de Serra Talhada-PE, no período matutino de 05 de outubro a

10 de novembro do corrente ano. Tendo como orientadora a professora Bruna Lopes

Fernandes Dugnani e supervisionado pelo professor Felipe Bernardo Gomes da Silva.

As atividades desenvolvidas no decorrer do estágio – observação das aulas – e a

prática de docência (regência) possibilitou-me uma gama de experiência e um ensaio

para o meu futuro exercício da carreira como professor de Língua Inglesa.

A partir das observações realizadas, analisaremos com base nos pressupostos

teóricos contidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (doravante

PCNEM) e nas Orientações Curriculares do Ensino Médio (OCEMS) qual (ais)

método(s) predominante(s) na prática educativa do professor observado tendo ainda

como embasamento teórico as ideias de Tílio (2014) e Oliveira (2014).

O relatório está organizado em quatro seções: a primeira dispõe sobre a descrição

do campo de estágio, bem como a sua Estrutura fica os que nela compõem enquanto

unidade de ensino; na segunda seção, o referencial teórico; na terceira, as experiências

docentes, tanto da observação como na regência, por fim, na quarta seção, são tecidas

algumas considerações finais a respeito do estágio, na última seção as referencias

bibliográficas. Ao final, são acrescidos alguns anexos relevantes que complementam a

documentação do relatório.

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1. CAMPO DE ESTÁGIO

1.1 Descrição

A Escola Estadual Methódio de Godoy Lima, de natureza pública, foi o

estabelecimento de ensino escolhido como campo de observação e regência do Estágio

Supervisionado Obrigatório em Língua Inglesa III. O colégio está situado na Rua

Manoel Antonio de Souza, no bairro Tancredo de Almeida Neves no município de Serra

Talhada-PE.

A instituição oferece aulas para turmas do ensino fundamental – do 1º ao 9º ano,

o ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), sendo a esfera do ensino médio,

o campo de estágio do qual resulta este relatório de análise. A escola funciona em três

turnos: manhã, tarde e à noite. Pela manhã das 07h00 às 12h00 e à tarde das 13h00 às

17h00. Esse turno compreende turmas do ensino fundamental e médio. O turno da noite

vai das 18h30 às 22h00, ensinado as turmas de EJA e ensino médio. Segundo dados

atualizados do SIEPE 2015 (Sistema de informações da educação de Pernambuco) esse

ano a instituição ensina um quantitativo médio de um mil duzentos e quarenta e quatro

(1244) alunos.

Quanto ao espaço físico instituição possui a seguinte a infraestrutura: 20 (vinte)

salas de aula, sala de diretoria, sala de professores, secretaria, laboratório de

informática, laboratório de ciências, Sala de recursos multifuncionais para Atendimento

Educacional Especializado (AEE), cozinha, biblioteca, banheiro dentro do prédio,

dependências e vias adequadas a alunos com deficiência e mobilidade reduzida,

banheiro com chuveiro, refeitório, despensa, auditório, pátio coberto pátio descoberto.

No que se refere à distribuição do espaço físico, o colégio está dividido em

vários blocos. O primeiro se situa mais a entrada do prédio e compreende o setor

administrativo (secretaria e direção), a sala dos professores, cantina, refeitório, a

cozinha e os banheiros feminino e masculino. Os demais blocos compreendem as 20

salas de aula. Quanto às salas, como ainda não se iniciou a observação das aulas, não

tem como descrever a estrutura desse local ainda, essa descrição será feita na seção

experiências docentes.

Sobre o espaço recreativo da escola, tem-se uma quadra com uma

cantina/lanchonete especialmente para os alunos, que ao tocar o intervalo, fazem fila

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para comprar seus lanches. Quanto ao espaço de distração ou lazer para os professores,

não há, pois os mesmos lancham nas salas de aulas.

Quanto aos equipamentos eletrônicos utilizados a escola dispõe de: TV’s, DVD,

copiadora, retroprojetor, impressora, aparelho de som, projetor multimídia (data-show)

aparelhos que são de grande valia no que se diz respeito ao ensino de língua inglesa que

requer o uso de vários recursos de multimídia para facilitar o aprendizado e

compreensão dos mais diversos formas de uso da língua.

Segundo informaçãoes da direção a escola conta com alunos da classe média e

baixa, a grande maioria residentes nas proximidades da escola, que localiza-se em uma

região periferica da cidade.

Atualmente está sob a direção do gestor Jakson Pereira Alves. E o quadro atual

de funcionários, segundo o portal SIEPE é de 64 educadores na instituição há ainda 4

secretárias, uma vice-diretora, 6 merendeiras (2 por turno), 1 bibliotecária e 5 auxiliares

de serviços gerais. O professor escolhido para supervisão possui formação em Letras e

especialização em língua inglesa.

Desde o ano de 2010 que o Índice de Desenvolvimento da Educação de

Pernambuco – IDEPE – da instituição tem sido elevado, passando de 2,91 em 2010 para

3,95 em 2012. Este índice aponta para a qualidade da educação da escola, pois é

baseado nos resultados da prova do SAEPE e na média de aprovação dos alunos.

Acredito que a escola campo de estágio oferece ao seu alunado e ao profissional

da educação uma estrutura capaz de dar condições ao desenvolvimento educacional e ao

trabalho com qualidade, é certo que há muito a ser feito, como climatizar e arborizar o

espaço de recreação para que os alunos possam, de fato, o usufruírem, alem da escola

possibilitar um acervo mais rico de materiais como livros didáticos e paradidáticos e

dicionário que auxiliem o professor quanto ao ensino em língua inglesa. Porém não há

dúvidas que neste espaço há condições mínimas, o que certamente falta em tantas

instituições de ensino, para que o processo de ensino-aprendizagem seja desenvolvido.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O Ensino de Língua Inglesa na Educação Básica

Ao longo do tempo, o ensino de Língua Inglesa no Brasil passou por algumas

alterações até ser implementado como disciplina obrigatória nos perfis curriculares da

Educação Básica. Apesar das alterações, as melhorias ainda não são tão significativas,

uma vez que o ensino de língua inglesa na escola pública no nosso país é ainda tratado

indevidamente, ficando a grande maioria da população, a classe menos favorecida, à

margem de um ensino de qualidade. A seguir veremos esse percurso, bem como os

desafios e algumas propostas de melhoria conforme alguns teóricos na área de ensino

em língua inglesa.

Em princípio, na época do período colonial, o idioma foi inserido na grade

curricular estrategicamente para fins comerciais com o intuito de facilitar a

comunicação e a relação que Portugal tinha com outros países que falavam a língua

inglesa. Nesse período, o método de ensino utilizado era o da Gramática Tradução, que

consiste, à grosso modo, na leitura de trechos de livros em inglês. Após a leitura, a

professora pedia aos alunos para traduzissem as passagens lidas para a língua materna

dos alunos e os ajudava com o vocabulário. Esse método baseado em exercícios de

tradução e memorização de vocabulário vigora até hoje, sendo ainda bastante utilizado

pelos professores de língua inglesa (LI).

Enquanto, conforme Santos e Oliveira apud Santos (2011), a principal

finalidade do ensino da época era “capacitar os estudantes a se comunicarem oralmente

e por escrito”, o método empregado para tanto se mostrava inadequado, porque decorar

vocábulos e traduzir trechos não fará nenhum falante proficiente, pois dominar um

idioma implica em saber as diversas formas de seu uso nos mais variados contextos.

Nesse sentido, Santos (2011) nos mostra que a inadequação quanto ao ensino de língua

inglesa já vem de longa data.

A autora nos mostra o percurso do ensino de língua, as políticas de

implementação do idioma como disciplina obrigatória nos perfis curriculares da

educação básica, as perspectivas e os principais desafios enfrentados. Ela nos mostra

que a própria política educacional, regida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais,

(doravante PCN) contradiz a sua proposta, colocando o ensino de língua inglesa em dois

lados completamente opostos.

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De um lado o PCN do Ensino Fundamental prioriza o ensino pautado somente

na leitura, justificando essa escolha por diversos fatores, como as dificuldades relativas

à falta de material didático, à ausência de um ambiente propício para aprendizagem da

Língua Inglesa, carga horária insuficiente e a falta de preparo de professores. Por outro

lado, o documento do ensino médio, o PCNEM, prioriza o ensino pautado na

competência comunicativa enfocando as quatro habilidades e na preparação do aluno

para o mercado de trabalho. Diante disso chega-se à conclusão, consoante ao que afirma

a autora, de que “tem-se a impressão de que tratam do ensino de língua estrangeira em

países distintos”. (2011, p.2). Onde de um lado o ensino deve ser focado na leitura de

outro na competência comunicativa, porém para o ensino de língua inglesa, focar apenas

em um eixo não é suficiente para sua aprendizagem, como veremos mais adiante com a

proposta trazida por Tílio (2014).

Além disso, Santos nos mostra que o ensino de língua inglesa, tanto na escola

pública quanto na particular, está restrito ao ensino de gramática: “o ensino da língua

inglesa na maioria das escolas públicas está limitado à apresentação das regras

gramaticais mais básicas, exemplificadas com frases curtas e descontextualizadas,

treinadas em exercícios escritos de repetição e de substituição típicos do

audioligualismo.” Essa realidade não é desconhecida por nós, pois essa prática apesar

de não ser eficiente é menos trabalhosa para professor e, consequentemente, a mais

utilizada.

Diante dessa realidade, reconhecendo as limitações quanto ao ensino de língua

inglesa na escola publica, as ideias contidas nos PCNs do ensino fundamental acabam se

tornando adversas. Pois vale lembrar que a principal justificativa desse documentos é

que, muitos professores de língua inglesa têm a tarefa de ensinar, mas eles mesmos não

dominam a língua suficientemente e consoante a isso, ensinar apenas um dos métodos

chega a ser o mais viável.

Com isso, percebemos que cada vez mais o ensino de língua inglesa está

estigmatizado, pois a ideia que se tem é que não há condições de ensinar língua inglesa

na escola regular, pois esta não dispõe de um corpo docente preparado para tal.

Acredita-se que só é capaz de aprender inglês quem pode pagar um bom curso de

idiomas. E, assim, o ensino de língua inglesa está cada vez mais elitizado, sendo um

privilégio de poucos. Contradizendo o que afirma a Constituição Brasileira de que a

educação é um direto de todos. Diante desse fato podemos perceber que apenas aqueles

que têm um poder aquisitivo são capazes de ter acesso a um ensino de qualidade.

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Uma das propostas para melhoria desse quadro quanto ao ensino de língua

inglesa está no texto de Tílio (2014) Língua estrangeira Moderna na Escola Publica:

possibilidades e desafio. O autor traz algumas discussões pertinentes quanto ao ensino

de L.I. na escola pública, mostrando nova perspectivas e metodologias conciliado-as

com as propostas trazidas pelos PCNEM. O autor considera que o ensino pautado na

leitura e na abordagem comunicativa não são suficientes para o aprendizado língua

inglesa afirmando:

não acredito que seja possível isolar a leitura de outras práticas sociais envolvendo a língua estrangeira, e, segundo, porque não considero que trabalhar as quatro habilidades linguísticas seja suficiente para se trabalhar a língua de forma holística – pelo menos não como propõe a abordagem comunicativa, tal como ela foi concebida, reconcebida, e é praticada em institutos de idiomas. De forma conciliatória, incorporando elementos de ambas as propostas, acredito que o ensino de língua estrangeira na escola deva apresentar aos alunos as diferentes possibilidades de se ler o mundo com e na língua, entendendo-se a atividade de leitura aqui compatível com teorias de multiletramentos. (2014, p.927)

Segundo o autor, focar apenas nas quatro habilidades: listening, writing,

reading speaking não torna o aluno competente em uma língua estrangeira, não é que

aluno precise sair da escola fluente, mas que saia com uma base pelo menos um

domínio básico, com a capacidade de elaborar pequenos textos e compreender as mais

variadas formas de produção e usos existentes na língua. E não apenas saindo da escola

com o domínio de regras gramaticais ou centenas de vocábulos “decorados” que pouco

irão ajudá-lo a compreender o idioma.

Assim, ainda conforme Tílio:

O conhecimento da língua envolve capacidades de letramentos, entendidos como modos culturais de construir significados: ver, descrever, explicar, entender e pensar. Dentre esses letramentos pode-se destacar o letramento linguístico, o letramento visual, o letramento sonoro, o letramento não-verbal, o letramento digital, o letramento multimodal, o letramento multicultural, e o letramento crítico (2014, p.935)

Conforme o autor “não se espera fluência, mas conhecimentos razoáveis que um aluno mediano não possui atualmente ao concluir a Educação Básica: leitura de textos básicos, participação em diálogos básicos (compreensão e produção) e redação de parágrafos e textos

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simples” (TILIO, 2014, p.940). Assim o que se espera é que o aluno não saia da escola um falante nativo, sabemos que isso é quase impossível, mas com os conhecimentos básicos de que dependerá no seu dia a dia.

A proposta trazida por Tílio (2014) é a do ensino com base nos

multiletramentos críticos, trazidos também pelas Orientações Curriculares do ensino

médio que será vista mais adiante. Ancorar o ensino de língua inglesa na teoria dos

letramentos e dos multiletramentos é de suma importância principalmente numa

sociedade em que a língua esta cada vez dinâmica e incorporada as multisemioses da

língua. A ideia do multiletramento é capacitar esses alunos a compreender o mais

variado número de gêneros discursivos presentes no seu dia a dia aproximando-os da

língua, além de fazer com que o aprendiz saiba usar a linguagem de maneira crítica. A

partir de sua abordagem, Tílio (2014) não critica os documentos oficias apenas

complementa e sugere novas formas de abordagem para que o ensino de língua inglesa

no nosso país melhore.

Segundo o autor o acesso à língua estrangeira permite maior inclusão social do

aluno no mundo globalizado. A tarefa do professor é incorporar essas práticas em sala

de aula fazendo aluno conhecer os diversos usos da língua (gem) de uma maneira crítica

e responsável preparando esse aluno para agir em uma sociedade que está cada vez mais

globalizada e exigindo os multiletramentos.

A próxima seção nos mostra a abordagem de ensino que mais se adequa ao

ensino línguas, para tanto se pauta na proposta de Tílio (2014) sobre os

multiletramentos.

2.2 Adotando a abordagem sociointeracional de ensino

A concepção de língua adotada pelos PCNs é a de língua (gem) enquanto

interação, uma vez que é por meio da linguagem que o ser humano age no contexto

social. Nesse processo a língua é reflexo das relações sociais, ou seja, a linguagem é

caracterizada por sua ação social. Assim, a língua é vista como instrumento de

interação, possibilitando ao professor, enquanto um mediador da aprendizagem, tanto

levar reflexões sobre a língua e seus usos, quanto, principalmente, aprender com seu

aluno.

Segundo Tílio (2014) a abordagem sociointeracional seria a mais adequada, pois

para essa abordagem:

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(...) aprender uma língua estrangeira significa orientar e sensibilizar o aluno em relação ao mundo multilíngue e multicultural em que vive, conscientizando-o acerca de diferenças culturais e levando-o a respeitar mais o outro e a conhecer melhor si mesmo, uma vez que é através do olhar do outro que aprendemos a nos conhecer melhor (cf. princípio da alteridade – Bakhtin, 1929 [2004]). Além disso, o conhecimento dos discursos em língua estrangeira, mais especificamente o inglês, a língua franca da contemporaneidade, pode permitir maior acesso aos mais diferentes tipos de conhecimento no mundo globalizado contemporâneo (TILIO, 2014, p.931).

Por isso, o ensino da Língua Estrangeira não pode ser apenas o ensino da leitura e

de gramática com exercícios contínuos de descrição gramatical, estudos de regras e

hipóteses de problemas, usando frases e termos descontextualizados. Por exemplo, o

que corriqueiramente acontece nas salas de aula: o aluno passa a vida escolar inteira

estudando o verbo “To Be” chega até a decorar muitas vezes, frases, palavras, mas não

sabem usá-los no contexto social, pois o ensino não leva a essa prática. Ou exercício de

leitura que são discutidos na língua oficial, não fazendo nenhuma reflexão sobre os usos

da língua estrangeira estudada.

O que nos é orientado é trabalhar a gramática e seus contextos de uso, isto é

fazer que no ensino esteja voltado par as práticas de letramento explorando habilidades

de leitura, escrita, oralidade. (reading, writing, speaking and leasting). A seguir

abordaremos os métodos mais comuns no ensino de LE

2.3 Os métodos mais comuns

Alguns métodos são comumente usados pelos professores de língua inglesa e são

facilmente perceptíveis se observarmos atentamente a didática nas aulas. Vejamos

abaixo três das metodologias mais frequentes.

2.3.1 The Grammar Translation Method (Método de Gramática e Tradução)

Tal método consiste basicamente na leitura de trechos no livro de inglês e após a

leitura, a professora pede aos alunos para traduzirem passagens lidas para a língua de

origem dos alunos de modo que vai ajudando os alunos com o vocabulário. Após isso, a

professora pergunta na língua nativa, se os alunos têm dúvidas. A explicação se dá na

língua nativa e são trabalhadas questões referentes mais ao assunto que à própria

gramática ou seu uso. Os alunos devem responder questões interpretativas que vêm no

fim de cada texto trabalhado. Todavia, de modo geral, o foco do ensino segundo esta

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metodologia é na gramática (que é ensinada fora de seu contexto de uso) e na tradução

do vocabulário. Vale ressaltar que este não se trata de um método novo já que foi, e

ainda é, usado por muitos professores.

De acordo com Freemam (2004, p.19), nesta teoria de ensino os:

Students translate a reading passage from the target language into their native language. The reading passage then provides the focus for several classes: vocabulary and grammatical structures in the passage are studied in subsequent lessons. The passage may be excerpted from some work from the target language literature, or a teacher may write a passage carefully designed to include particular grammar rules and vocabulary.

Como podemos perceber a tradução de textos para estudo da gramática tem sido

basicamente uma forma de levar o aluno a adquirir vocabulário da língua inglesa bem

como a aprender as regras gramaticais de forma sequenciada.

2.3.2 The Audio Lingual Method (Método audiolingual)

Consiste no trabalha com a oralidade por aproximação, dedução. Quanto a este

método, segundo o livro “Techniques and Principles in Language Teaching” de Diana

Larsen Freeman (2004), uma professora está apresentando um diálogo, um áudio com

uma conversação entre duas pessoas, e os alunos ouvem atentamente. Ela toca esse

áudio por algumas vezes sucessivas e pede que os alunos se esforcem para entender do

que se trata a conversação. Em seguida, a professora pede para que os alunos repitam o

diálogo de forma que cada um lê uma linha. Quando os alunos mostram dificuldade em

ler uma palavra em inglês, a professora fala e pede para que eles repitam, palavra por

palavra até que a sentença seja formada.

2.3.3 The communicative Language Teach (Técnica comunicativa de linguagem)

Podemos dizer que este método de ensino está relacionado à visão

sociointeracional citada anteriormente uma vez que trata- se de tentar adquirir uma

segunda/nova língua através da comunicação/interação. O ensino de língua através da

comunicação busca desenvolver a competência comunicativa unindo a competência

gramatical (dominar as regras gramaticais através do uso da língua) à competência

discursiva (ênfase na comunicação e não na forma linguística ou gramática).

Nesta perspectiva de ensino, o professor tenta extrair do aluno, por meio de

discussões/conversas, as possíveis respostas ou as possíveis maneiras de se dizer a

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mesma coisa na língua aprendida. Sendo a comunicação/interação o foco desta

perspectiva de ensino, o professor deve deixar os alunos a vontade para que eles

interajam entre si, não os forçando. Os trabalhos em grupos são bastante importantes

nesse sentido e o professor deve estar atento para os erros possíveis e corrigi-los quando

acontecerem, ou seja, não deve ignorar os erros apenas por serem eles característicos do

processo de aprendizagem.

É preciso que o professor, enquanto mediador da aprendizagem se aproprie de

uma concepção e abordagem que possibilite maneiras interativas de se aprender uma

nova língua. Não decorando vocabulário nem regras de gramática, mas maneiras de

trabalhar a língua de forma contextualizada em seu uso social. Para isso, uma teoria

recorrente e adotada pelos documentos oficiais defendem o uso do gêneros como

ferramenta sociointeracional de ensino, o que será o próximo tópico discutido.

2.4 Os Gêneros Textuais como estratégia pedagógica no ensino de Língua Inglesa

Um dos percursos de inovação do ensino de línguas é tentar trazer para prática

pedagógica a abordagem dos gêneros textuais em sala de aula. Ao passo que a própria

legislação educacional enfatiza a necessidade de se pensar um ensino de Língua

Estrangeira que não tenha a gramática como principal objeto de estudo, mas sim o

entendimento do uso da linguagem com fins comunicativos, conforme situações de

comunicação vivenciadas no cotidiano dos alunos. Nesse sentido, tratar dos gêneros se

faz importante por contextualizar temáticas próximas da realidade dos alunos tornando,

dessa forma, a aprendizagem muito mais significativa.

No ensino tradicional de línguas, mais especificamente de Língua Inglesa a

ênfase no ensino de sentenças descontextualizadas é muito comum, o que se sabe é que

essa maneira por si só não é suficiente para que os alunos sejam aprendizes de uma

língua, uma vez que decorar frases, estruturas gramaticais não faz deles falantes

competentes. As concepções de ensino pautadas no conceito de língua como interação

sustentam que é necessário levar em consideração o contexto da língua em seu uso.

Dessa forma o ideal seria segundo as orientações contidas nos PCNEM-LE, o enfoque

na leitura de textos autênticos e na análise linguística, a partir do uso social da

linguagem por meio dos gêneros textuais.

Os PCN (1997) ressaltam o trabalho com textos autênticos e a utilização em sala

de aula de tipos de textos diferentes, além de contribuir para o aumento do

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conhecimento intertextual do aluno, pode mostrar claramente que os textos são usados

para propósitos diferentes na sociedade.

Nessa perspectiva, deixam-se de lado aulas com exercícios exclusivamente de

cópia e tradução, repetição e textos descontextualizados, dando lugar ao

desenvolvimento de atividades que explorem diferentes letramentos como visuais,

sonoros, digital e o letramento multimodal, utilizando dos mais variados gêneros

presentes em recursos como (TV, gravador, computador, entre outros) e fontes (jornais,

revistas, histórias em quadrinhos, receitas, por exemplo), recursos esses que, como já

mencionado anteriormente, estejam presentes no contexto social do aluno.

Tudo que foi viso até aqui, engloba a ideia de que se faz necessário a

integração dos parâmetros trazidos pelos PCNs com as novas teorias, incluindo as

teorias que dissertam sobre os gêneros e o multiletramento, para que o quadro do ensino

de línguas em nosso país melhore. A seguir serão discutidas as propostas das

Orientações curriculares do Ensino Médio (OCEM) que são mais atuais que os PCNs e

trazem ideias importantes para a prática pedagógica.

2.5 As OCEM e o Ensino de Língua Inglesa

As Orientações curriculares do Ensino Médio (OCEM) retomam o que já foi

citado anteriormente. Sua proposta fundamental é de que devem ser trabalhados em sala

de aula de língua estrangeira, principalmente a ênfase nas questões de cidadania e

letramento, isto é relacionar as atividades de leitura e escrita às praticas sociais dos

alunos. A recomendação dada aos professores é que o trabalho com as três habilidades

(leitura, compreensão oral e escrita) deve incluir práticas culturais contextualizadas.

Assim sendo,

Propomos o desenvolvimento da leitura, da comunicação oral e da escrita como práticas culturais contextualizadas. Imaginamos que a proporcionalidade do que deve ser trabalhado nas escolas de cada região deva ser avaliado regionalmente/localmente, levando em conta as diferenças regionais/locais no que tange às necessidades. Recomendamos que todas essas habilidades comunicativas sejam trabalhadas ao longo dos três anos do ensino médio. (BRASIL, 2006, p.111)

Levando em consideração tudo o que foi discutido até aqui e com base no que

está proposto no OCEM, o professor pode elaborar seu planejamento pautado por temas

e esses temas podem fazer parte do meio em que a escola e os alunos estão inseridos.

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Com isso, não haverá apenas facilidade no momento do planejamento, mas durante as

aulas despertar o interesse dos alunos, que, julgo ser, o grande objetivo das

recomendações elencadas neste documento.

A sugestão dada no texto é a utilização de temas transversais, ou seja, outros

assuntos que não sejam relacionados apenas à estrutura da língua, por exemplo, mas à

questões ambientais, culturais etc. A leitura de textos transversais, permite que o

professor trabalhe com concepções de letramento, multiletramento e multimodalidade

levando o aluno a identificar o que se encontra no texto, assim como, o que não consta

nele, mas é possível inferir a partir dele e o que há de semelhante e de diferente no texto

com a sua própria cultura e/ou conceitos locais, isso permite que haja uma construção

de sentido por parte do aluno, algo bastante explorado nas teorias de letramento, assim

como, permite que o aluno tenha contato com a língua em uso, inserida em determinado

contexto, que pode ser em uma matéria de jornal, revista, ou até mesmo em um post na

internet.

Para falar sobre a linguagem em seu contexto de uso, o texto nos apresenta, como

exemplo, o uso de textos digitais, pois o acesso/contato com o meio digital hoje, é tão

importante quanto o domínio de uma outra língua. O trabalho com textos

disponibilizados em internet podem auxiliar o professor no trabalho com o

desenvolvimento linguístico do aluno, mas também na inclusão deste aluno com meios

tecnológicos, oferecendo assim, um contato com a língua em uso e com um meio

bastante explorado nos dias atuais: o meio digital.

Acredito que estudar a língua estrangeira em situações reais de comunicação ou

uso serve de estímulo para o aprendizado do aluno, pois ele perceberá como a língua é

usada em diferentes contextos e, no caso específico dos textos eletrônicos, vai além da

percepção, chegando a provocar o interesse do aluno em se tornar um produtor destes

textos, uma vez que o texto eletrônico, a depender do gênero, é muito utilizado por

alunos, principalmente, pelos jovens estudantes de ensino médio.

No OCEM são discutidas questões relativas as noções de cidadania, inclusão e

exclusão, globalização e letramento, procurando retomar uma reflexão sobre a função

educacional do ensino de LE no ensino médio. Desta maneira, a introdução às teorias

sobre letramento, multiletramento e multimodalidade nos dá sugestões sobre a prática

do ensino de Línguas Estrangeiras quanto sua melhoria.

As OCEM buscam reafirmar a relevância da noção de cidadania, discutindo a

prática dessa noção no ensino de LE, destacando a importância do papel do ensino de

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língua estrangeira na formação do aluno enquanto cidadão, enfatizando seu

desenvolvimento, capacidade crítica e senso de cidadania através da compreensão e

reflexão do lugar que este ocupa na sociedade.

A partir do conceito de letramento o trabalho com a leitura no ensino de LE

tem como finalidade ampliar a participação do estudante nas práticas sociais em sua

língua e em sua cultura contribuindo assim para o seu desenvolvimento critico como

cidadão e no aprendizado de uma nova língua.

No que se refere à globalização, as OCEMS destacam que esta vem fortemente

influenciando a educação, introduzindo novos elementos como a exigência tecnológica

na sala de aula. O que implica casos de exclusão de muitos alunos, que moram em zonas

que não tem acesso a esses meios e dificulta o aprendizado.

Portanto, as OCEMS, objetivando nortear a prática pedagógica, traz alguns

conceitos novos e outros já conhecidos que devem ser incrementados na prática

educacional do professor de línguas estrangeiras, para assim melhorar o aprendizado do

aluno enquanto aprendiz de uma nova língua e enquanto cidadão. Sugere que professor

deva levar às praticas de multiletramento e letramento crítico para sala de aula e criar

condições para que o aluno possa se engajar em atividades que demandem o uso da

linguagem a partir de temáticas relevantes trazendo uma proposta que interfira

positivamente na aprendizagem de seus alunos afim de que esta não seja realizada de

maneira superficial, desenvolvendo a consciência crítica desse aluno.

Ensinar língua inglesa nas escolas públicas tem se tornado cada vez mais um

desafio para os profissionais que atuam nessa área, uma vez que o ensino dessa

disciplina no âmbito educacional público passou e vem passando por diversas

dificuldades. Com o advento da comunicação e da internet, aprender uma língua

estrangeira como a língua inglesa é indispensável para a formação do indivíduo que está

inserido em um contexto social globalizado, pois o aprendizado dessa língua abre portas

para o desenvolvimento pessoal, profissional e cultural.

Se considerarmos a amplitude das formas de se trabalhar a língua inglesa,

contemplando além das quatro habilidades (read, writen, listen e speak) como são

sugeridas, podemos constatar que dispomos de um leque de ferramentas que podem ser

integradas e incrementadas às propostas dos PCNs. E uma delas é a dos

multiletramentos contidas na proposta trazida por Tílio e no OCEM, documento mais

recente. Essas novas teorias surgem com objetivo de tornar as aulas de língua inglesa

mais dinâmicas e atrativas, buscando aproximar cada vez o aluno com a língua e fazer

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com que este saiba usufruí-la nos seus mais diversos contexto. Cabe ao professor sair

do modelo de aula tradicional de língua inglesa na qual são ensinados apenas regras

descontextualizadas de gramática e apropriar-se de uma teoria atual que incorpore as

práticas sugeridas pelos documentos oficias.

3. AS EXPERIÊNCIAS DOCENTES

3.1 Relato das observações

No dia 05 (cinco) de outubro do corrente ano, deu-se inicio ao estagio de

observação e regência em aulas de língua inglesa em turmas de 1º e 3º anos do ensino

médio. A aula observada teve início às 07h30, e foi na turma do 3º ano A. Em principio

o professor apresentou-me à turma e explicou o propósito da visita (estágio) enquanto

boa parte dos alunos ainda estavam nos corredores conversando e fazendo barulho. Em

seguida, o mesmo deu inicio a sua aula iniciando os assuntos do 4º bimestre com o

Genetive Case. Nesse meio tempo, alunos que estavam fora da sala entram fazendo

barulho e conversando. Isso desencadeou mais barulho dos outros que já estavam em

sala. Essa inquietude, que não é comum em uma turma no final do ensino médio

persistiu durante toda a aula, causando prejuízos no procedimento didático é na

aprendizagem daqueles que desejavam aprender.

No que diz respeito ao relacionamento do professor com a turma é

consideravelmente bom, não sei se minha presença na classe afetou de alguma forma.

Durante a aula o professor procura descontrair e brinca com os alunos chamando-os de

“quinta série” pelo mau comportamento. Quanto a aula em questão alguns alunos

demonstravam interesse e copiavam em silêncio, já a grande maioria insistia nas

conversas que acabavam atrapalhando a aula.

A segunda e terceira observação foi realizada nas turmas do 1º ano A e B. Nesta

o professor também iniciou um novo conteúdo denominado Reflexive Pronoums, isto é,

os pronomes reflexivos, que indicam uma ação reflexiva. Eles são utilizados quando

uma ação praticada por um sujeito recai sobre ele mesmo. Assim o autor é, ao mesmo

tempo, o agente e o paciente são estes os pronomes reflexivos no singular: myself,

yourself, himself, herself , itself e no plural ourselves, yourselves, themselves.

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No quarto dia de observação na turma do 3º ano A, o professor passou um

texto para os alunos traduzirem é fazer um exercício de compreensão treinando-os para

o Enem.

No quinto dia de observação na turma do 1º ano “A” o professor corrigiu o

exercício passando na aula anterior sobre os pronomes reflexivos é em seguida passou

um texto para tradução em sala sobre os pronomes.

O que ficou claramente percebido nas aulas observadas, é que a postura do

docente repetiu-se em todas as aulas, pois o mesmo quando não passava tradução de

textos, trabalhava a estrutura gramatical da língua inglesa de forma descontextualizada.

Ficando claramente percebido que sua prática se encaixa no método de gramática e

tradução no qual:

O professor apresenta formalmente as regras sintáticas, geralmente usando quadros de elementos gramaticais e paradigmas sintáticos, sem deixar de apresentar também as famigeradas exceções às regras. Depois ele aplica as regras a exemplos cuidadosamente escolhidos para se encaixarem diretinho nas regras apresentada, o que se aponta para uma tendência a se ignorarem determinada variações linguísticas. Em seguida, os alunos, têm de aplicar as regras em exercícios de tradução com o intuito de evidenciarem que não apenas compreenderam a apresentação das estruturas gramaticais, mas que também aprenderam as regras. (OLIVEIRA, 2014, p.76)

O que pode ser observado nas aulas em questão e que o professor se prendeu

muito a regras de gramática da LI, que não deixa de ser importante, mas o que os

PCNEM priorizam são as habilidades de leitura, escrita, oralidade e analise linguística

voltadas às práticas de letramento e formação do aluno enquanto cidadão.

O professor em sua aula deu ênfase mais na sintaxe, ao uso da regra gramatical.

As habilidades exploradas foram: leitura (apesar de didaticamente ter pecado em deixar

apenas dois alunos lerem) e escrita (com finalidade de entendimento e uso gramatical da

língua inglesa). Desse modo, se aproxima mais uma vez do Grammar-Translation

Method, já que “Reading and writing are the primary skills that the students work on.

There is much less attention given to speaking and listening. Pronunciation receives

little, if any, attention.” (LARSEN-FREEMAN, 2004, p.18)

Essa prática vai à contramão do que propõe os PCN que priorizam,

o desenvolvimento de habilidades comunicativas, em mais de uma língua, é fundamental para o acesso à sociedade da informação. Para que as pessoas tenham acesso mais igualitário ao mundo acadêmico, ao mundo dos negócios e ao mundo da tecnologia etc., é indispensável

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que o ensino de Língua Estrangeira seja entendido e concretizado como o ensino que oferece instrumentos indispensáveis de trabalho. (PCN, 1998):

Uma vez que:

[...] há uma tendência a se organizar os conteúdos de maneira excessivamente simplificada, em torno de diálogos pouco significativos para os alunos ou de pequenos textos, muitas vezes descontextualizados, seguidos de exploração das palavras e das estruturas gramaticais, trabalhados em forma de exercícios de tradução, cópia, transformação e repetição (p.54).

O que nos fez perceber claramente que o professor em questão se prende aos

modelos tradicionais indo na contramão do que propõe os documentos oficiais. Estes

que orientam o melhor caminho metodológico para professor, trazendo que o processo

de ensino e aprendizagem da língua forneça ao aluno um propósito, uma intenção

comunicativa, uma necessidade de transmitir informação.

3.2 Relato da regência

É sabido que adotar o texto e consequentemente os gêneros como objeto de ensino

é uma determinação dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – (BRASIL, 1998).

Pensando nisso, procurei elaborar planos de aula voltados a essas propostas,

estimulando principalmente as quatro habilidades sugeridas pelo referido documento.

No que se refere ao ensino de língua estrangeira (LE) essa orientações são de

grande valia, orientando que o ensino seja pautado em habilidades sociocomunicativas

que evolvam o uso da língua em função de formar um aluno cidadão e letrado, exigido

pela própria sociedade cada vez mais globalizada.

No primeiro dia de regência, iniciei a aula apresentando aos alunos um novo

conteúdo sugerido pelo professor supervisor. O assunto ministrado foi futuro com will e

suas formas: afirmativa negativa, interrogativa e suas situações de uso. Trabalhando a

estrutura gramatical, que de certa forma se faz importante, busquei o trabalho com a

gramática atrelado a um contexto de interação dentro da sala de aula.

Nesse sentido busquei focar o conteúdo com perguntas em que se possam ser

usados o futuro trabalhado situações vivenciada pelos alunos na própria sala de aula.

Trabalhei de forma contextualizada em situações corriqueiras de uso para que os alunos

não apenas tenham conhecimento dessa estrutura linguística, mas também como aplicá-

la.

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Assim para o estudo de uma LE, deve-se levar em conta não apenas habilidades

linguísticas, mas também contribuições para o processo educacional como um todo,

através de uma visão de língua que permita aumentar o conhecimento da língua materna

e a percepção de sua posição no mundo. Outro aspecto importante ressaltado no

documento é o aspecto cultural, pois possibilitar o contato com outras culturas amplia

dessa forma o conhecimento da sua própria cultura. Uma vez que:

O ensino de uma língua estrangeira na escola tem um papel importante à medida que permite aos alunos entrar em contato com outras culturas, com modos diferentes dever e interpretar a realidade. Na tentativa de facilitar a aprendizagem, no entanto, há uma tendência a se organizar os conteúdos de maneira excessivamente simplificada, em torno de diálogos pouco significativos para os alunos ou de pequenos textos, muitas vezes descontextualizados, seguidos de exploração das palavras e das estruturas gramaticais, trabalhados em forma de exercícios de tradução, cópia, transformação e repetição. (BRASIL, 1997, p.54)

Na segunda aula da regência dando continuidade ao assunto trabalhei menos a

estrutura e mais o trabalho de interpretação de texto e reflexão sobre temáticas

relevantes e de forma articulada e presentes no cotidiano dos alunos como a tecnologia

para o futuro.

Na terceira aula também trabalhado a estrutura o futuro desta vez com o going

to e atrelando a questão do papel das profissões e a formação cidadã do aluno assim

como priorizam os PCN, o uso dos gêneros textuais nessa aula foi trabalhado ..

As últimas aulas da sequencia didática pedi para que eles pesquisassem na sala

de informática fizessem um oficina...

O ensino de uma segunda língua pode orientar e sensibilizar o aluno em relação

ao mundo multilíngue e multicultural em que vive, conscientizando-o acerca de

diferenças culturais e levando-o a respeitar mais o outro e conhecer melhor a si mesmo.

Além disso, o conhecimento dos discursos em língua estrangeira, mais especificamente

o inglês, a língua franca da contemporaneidade, pode permitir maior acesso aos mais

diferentes tipos de conhecimento no mundo globalizado contemporâneo. O acesso à

língua estrangeira, portanto, pode permitir maior inclusão social no mundo moderno.

Assim o enfoque nas práticas de ensino de LE aqui nesse trabalho é feito pelo

viés do letramento crítico, pois este é compatível com a teoria sociointeracional da

linguagem e da aprendizagem na medida que esse processo de ensino de língua deve

ser visto como prática sociocultural.

Assim, de acordo com os PCN’s (1997) o domínio da linguagem oral e escrita é

fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se

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comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou

constrói visões do mundo, produz conhecimento. Sendo esta uma das responsabilidades

da escola e do professor de línguas: tornar acessível aos alunos conhecimentos que os

permitam conhecer novas culturas e exercer sua cidadania.

4. CONCLUSÃO

A conclusão parcial que se pode fazer das aulas observada é que não foi

propícia para um bom aprendizado, visto que o educador não criou situações relevantes,

enriquecedoras e criativas para que os alunos se interessassem em praticar o inglês. Já

que os alunos possuem certo distanciamento quando se refere a aprender outra língua,

seja por vergonha em praticar ou outros motivos. A abordagem que mais se aproximou

da prática docente foi o Methodo Grammar translation, uma vez que a leitura dos textos

em inglês visou apenas os aspectos gramaticais e de vocabulário e a tradução de textos

para o português.

Se considerarmos a amplitude de formas de se trabalhar a língua inglesa,

contemplando as quatro habilidades (read, write, listen e speak) podem ser contatadas

veremos que há muito que se pode fazer, indo além do livro, por exemplo, e pouco se

faz. Durante a regência busquei seguir as propostas contidas no documentos oficias para

assim melhor contribuir para os alunos.

Portanto o período de estágio foi de suma importância para que fosse possível

uma reflexão crítica sobre as práticas de ensino de língua inglesa, observando as

práticas do professor supervisor pude constatar o déficit que ainda encontramos no

ensino de línguas. Mas também pude construir minhas práticas enquanto futuro

professor de língua inglesa.

Acrescentar + coisas de multimodalidade

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Referências

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Estrangeira. Brasília: MEC, 1998.

_______. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC, SEMTEC, 2000.

________. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Volume 1: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília, 2006.

FREEMAN, Diane Larsen. Techniques and Principles in Language Teaching. Oxford University Press, 2004.

OLIVEIRA, Luciano Amaral.Métodos de ensino de ingles: teorias e práticas, ideologias.-[1. Ed.] São Paulo: Parabola, 2014. 216p.

SANTOS, E.S.S.O ensino de língua inglesa no Brasil. Babel, Alagoinhas, v.1, n.1, dezembro de 2011, p.1-7.

TILIO, R. Língua Estrangeira Moderna na Escola Pública: possibilidades e desafios. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 3, jul./set. 2014, p. 925-944.

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