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Relatório de Sondagem
Relatório Final 3ª Sondagem sobre
Tendências do Setor Elétrico
Nivalde José de CastroDaniel Bueno
Setembro de 2009Rio de Janeiro
6º ENASE Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico
2
6º ENASE – Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico
Relatório Final 3ª Sondagem sobre Tendências do Setor
Elétrico
GESEL - Grupo de Estudo do Setor de Energia Elétrica - Instituto de Economia - UFRJ
Prof. Nivalde José de Castro
Daniel Bueno
29 e 30 de Setembro de 2009
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
3
Índice APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 4 RESULTADOS ............................................................................................................... 6
1ª Questão .................................................................................................................... 6
2ª Questão .................................................................................................................... 8
3ª Questão .................................................................................................................. 11
4ª Questão .................................................................................................................. 13
5ª Questão .................................................................................................................. 15
6ª Questão .................................................................................................................. 18
7ª Questão .................................................................................................................. 20
8ª Questão .................................................................................................................. 21
9ª Questão .................................................................................................................. 23
10ª Questão ................................................................................................................ 25
11ª Questão ................................................................................................................ 28
12ª Questão ................................................................................................................ 30
13ª Questão ................................................................................................................ 32
14ª Questão ................................................................................................................ 34
15ª Questão ................................................................................................................ 35
16ª Questão ................................................................................................................ 37
17ª Questão ................................................................................................................ 39
18ª Questão ................................................................................................................ 42
19ª Questão ................................................................................................................ 44
20ª Questão ................................................................................................................ 46
21ª Questão ................................................................................................................ 48
22ª Questão ................................................................................................................ 50
CONCLUSÕES FINAIS .......................................................................................... 54
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
4
APRESENTAÇÃO
O Grupo CanalEnergia e o GESEL - Grupo de Estudo do Setor de Energia
Elétrica do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro realizam,
desde 2007, uma pesquisa de sondagem de opinião junto às principais associações que
representam os agentes que atuam no setor elétrico. Trata-se de uma pesquisa
importante dado que oferece subsídios e informações para
Neste relatório são apresentados e analisados os resultados da "3ª Sondagem
sobre Tendências do Setor Elétrico – 2009 que tem como objetivo sistematizar a
posição e visão das associações que representam os agentes econômicos mais
importantes do setor elétrico sobre o status e perspectivas para o mercado de energia
elétrica. Trata-se assim de um importante instrumento de análise e de política setorial
para o MME, Aneel, EPE, ONS, CCEE, BNDES, players, empresas de engenharia,
construtoras, consultorias, sistema financeiro e Universidades.
A pesquisa foi aplicada às 16 entidades participantes do 6º ENASE realizado
em 29 e 30 de setembro. O questionário buscou levantar a opinião e posição dos
representantes dos agentes econômicos mais importantes do setor elétrico sobre
questões relacionadas direta e indiretamente com o mercado de energia elétrica para o
período 2010-2013.
A pesquisa formulou 22 perguntas sobre pontos como cenário macroeconômico
e seus impactos sobre as estimativas de faturamento e do volume de investimentos no
SEB, as condições de financiamento para o SEB, via BNDES e Mercado de Capitais; a
situação de abastecimento e a possibilidade de uma nova crise de racionamento no país;
o marco regulatório e a necessidade de ajustes; os leilões de energia nova e de energia
de reserva (eólica); licenciamento ambiental (a postura do MMA); bioeletricidade e
eólica
As entidades consultadas representam empresas geradoras, transmissoras,
distribuidoras, comercializadoras, grandes consumidores, autoprodutores e empresas
que produzem os equipamentos para toda a cadeia produtiva.
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
5
A pesquisa foi respondida pelas seguintes entidades: ABCE (Associação
Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica); ABCM (Associação Brasileira de
Carvão Mineral); ABDIB (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de
Base); ABEEÓLICA (Associação Brasileira de Energia Eólica); ABIAPE (Associação
Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia Elétrica); ABRACE
(Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de
Consumidores Livres); ABRACEEL (Associação Brasileira dos Agentes
Comercializadores de Energia Elétrica); ABRAGE (Associação Brasileira das
Empresas Geradoras de Energia Elétrica); ABRAGEF (Associação Brasileira de
Geração Flexível); ABRAGET (Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas);
ABRATE (Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia
Elétrica); APINE (Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia
Elétrica); ANACE (Associação Nacional dos Consumidores de Energia); APMPE
(Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica) e
COGEN-SP (Associação Paulista de Cogeração de Energia).
A classificação das associações atendeu as respostas à uma questão introdutória,
presente no questionário, na qual a entidade deveria responder em que segmento da
cadeia produtiva do setor elétrico a associação se enquadrava. O quadro abaixo mostra a
classificação baseada nas respostas de cada associação. Cabe explicar que as
associações que responderam mais de um segmento de atuação ficaram reunidas em
uma categoria especial, relativa apenas às associações que atuam em mais de um
segmento.
Quadro nº. 1 Classificação das Associações por Segmento de Atuação.
GERADORES TRANSMISSORESPRODUTORES DE
EQUIPAMENTOS
GRANDES
CONSUMIDORES E
COMERCIALIZADORES
ASSOCIAÇÕES
PRESENTES EM MAIS DE
UM SEGMENTO
ABIAPE ABRATE ABDIB ABRACE ABCE
ABRAGET - - ABRACEEL COGEN
ABRAGE - - ANACE ABEEÓLICA
ABRAGEF - - - -
APINE - - - -
ABCM - - - -
APMPE - - - -
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RESULTADOS
1ª Questão – A crise financeira internacional em curso, que esta completando um ano de duração, deve, em uma perspectiva de curto prazo (até fim de 2010), continuar impactando a economia brasileira (medido pelo PIB) de forma:
• Resposta Agregada:
De acordo com 75,0% das associações que participaram e responderam a 3ª
Sondagem sobre Tendências do Setor Elétrico, a crise internacional continuará
impactando a economia brasileira de forma branda, em uma perspectiva de curto prazo.
Para 18,8% das associações, entretanto, há uma perspectiva negativa acerca dos
impactos da crise sobre o Brasil até o final de 2010, conforme observado no Gráfico nº.
1. A menor parcela, de 6,3%, considera que o impacto da crise será nulo em uma
perspectiva de curto prazo, pois o Brasil já mostra sinais de recuperação.
Gráfico nº. 1
Impacto da Crise Financeira Internacional sobre a Economia Brasileira até o final de 2010.
18,8%
75,0%
6,3%
Muito Negativa
Negativa
Branda
Nula, o Brasil jádá sinais derecuperação
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
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Na 2ª Sondagem sobre Tendências do Setor Elétrico Brasileiro, realizado em
setembro do ano passado no início da crise internacional, mas ainda sem os impactos
efetivos da mesma na economia brasileira, a perspectiva da maioria das associações do
setor apontava para um impacto negativo da crise econômica e financeira sobre a
economia brasileira. Apenas uma pequena parcela indicava que os impactos seriam
apenas regulares sobre o país.
• Resposta Segmentada: Os resultados segmentados da 3ª sondagem apontam a predominância da
perspectiva por parte dos segmentos de que a crise econômica e financeira internacional
terá um efeito brando sobre a economia brasileira até 2010, com e•ceção do segmento
dos Distribuidores, composta pela Abradee, que considera que Negativo o impacto.
Entre as associações que integram o segmento dos Geradores, a maior parte
(71,4%) considera que a crise terá impacto apenas Brando sobre a economia brasileira
em uma perspectiva de curto prazo. Em contrapartida, 14,3% do segmento prevêem um
desdobramento Negativo da crise na economia nacional. Outra parcela de 14,3%
acredita que a crise terá impacto Nulo sobre a economia brasileira, visto que esta já
demonstra recuperação, conforme o Gráfico nº. 2.
Outro grupo que registrou dissonância entre as associações foi o dos Grandes
Consumidores e Comercializadores. Neste segmento, a maioria (66,7%) prevê impacto
Brando sobre a economia brasileira, enquanto que o restante (33,3%) considera que os
efeitos da crise serão Negativos.
No grupo que comporta as associações que atuam em mais de um segmento,
houve unanimidade acerca dos impactos da crise sobre o Brasil até 2010. Todas as
associações responderam que os efeitos serão Brandos.
No âmbito dos segmentos nos quais havia apenas uma associação, os grupos dos
Transmissores e Produtores de Equipamentos acreditam que os impactos serão Brandos,
enquanto que os Distribuidores apontam conseqüências Negativas para a economia
brasileira no curto prazo em virtude da crise.
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Gráfico nº. 2 Impacto da Crise Financeira Internacional sobre a Economia Brasileira até o final
de 2010. Por Segmento. (em %)
14,3%
71,4%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
100,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
Muito negativa Negativa Branda Nula
(ABRAGEF)
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
2ª Questão – O cenário macroeconômico do Brasil – taxa de juros, câmbio, inflação e emprego - tende a impactar o crescimento do setor elétrico nos próximos quatro anos (2010 – 2013), no que se refere ao faturamento e investimentos, de que forma:
• Resposta Agregada: De acordo com 62,5% das associações que responderam o questionário, a
avaliação é que o cenário macroeconômico do país tende impactar de forma positiva o
faturamento e investimento do setor elétrico brasileiro para o pró•imo quadriênio. Uma
parcela inferior, de 6,3%, prevê uma influência muito positiva do cenário macro
brasileiro sobre o SEB. Já para 31,3% das associações, o cenário poderá representar um
efeito apenas regular sobre os investimentos e faturamento do SEB, conforme
observado no Gráfico nº.3.
Observa-se, portanto, uma visão predominantemente otimista das associações
acerca do crescimento do SEB para o quadriênio 2010-2013, visto que mais da metade
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das opiniões apontam para o crescimento dos investimentos e do faturamento do setor
em virtude do cenário econômico do Brasil. Das dezesseis associações que responderam
o questionário, 68,7% consideram que o cenário macroeconômico brasileiro terá
influência positiva ou muito positiva sobre o cenário do setor elétrico brasileiro.
Gráfico nº. 3
Impacto do Cenário Macroeconômico Brasileiro sobre o Crescimento do Faturamento e dos Investimentos no Setor Elétrico Brasileiro no próximo
quadriênio (2010-2013)
31,3%
62,5%
6,3% Negativa
Regular
Positiva
MuitoPositiva
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
Na comparação com a tendência apontada pelo resultado da sondagem realizada
no ano passado, observa-se o crescimento da previsão positiva das associações em geral
sobre os impactos do cenário macro brasileiro sobre o crescimento do Setor Elétrico
Brasileiro. No ano passado, por exemplo, 40,0% das associações avaliava que o impacto
seria positivo, enquanto que este ano o percentual aumentou para 62,5%.
• Resposta Segmentada: Os resultados por segmento mostram, entre Geradores, Distribuidores,
Transmissores, Produtores de Equipamentos e Grandes Consumidores e
Comercializadores uma visão otimista de que o cenário macroeconômico nacional terá
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impactos positivos nos investimentos e no faturamento do setor elétrico para os
próximos quatro anos, como observado no Gráfico nº. 4.
No caso específico dos Geradores, vale ressaltar que uma parcela menor (28,6%)
prevê um impacto apenas regular do cenário macro sobre o SEB, enquanto que a grande
maioria (71,3%) acredita em um impacto positivo.
Entre os Grandes Consumidores e Comercializadores, também há uma visão
otimista acerca dos efeitos da economia sobre o setor elétrico. Mas neste segmento
houve diversificação no nível de impacto. Enquanto que 33,3% das associações que
integram o grupo estimam efeitos positivos, outra parcela de 33,3% prevê impacto
muito positivo. A outra terça parte considera que os impactos serão regulares.
Gráfico nº. 4 Impacto do Cenário Macroeconômico Brasileiro sobre o Crescimento do
Faturamento e dos Investimentos no SEB no quadriênio 2010-2013:
28,6%
71,4%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
33,3%
33,3%
66,7%
33,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Negativa Regular Positiva Muito Positiva
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
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3ª Questão – O faturamento do setor elétrico – no segmento de atuação da sua entidade – deverá apresentar para os próximos quatro anos (2010-2013) crescimento:
• Resposta Agregada: Para 75,0% das associações participantes da sondagem, o faturamento do setor
elétrico brasileiro deverá registrar crescimento acima da inflação para os pró•imos
quatro anos (2010-2013). Apenas uma pequena parcela de 6,3% das associações, o que
representa uma associação, considera que o crescimento do faturamento ficará abai•o da
inflação registrada para o período de análise. Outra parcela de 18,8% das associações
considera que o crescimento será igual à inflação, conforme Gráfico nº. 6
Gráfico nº. 5
Faturamento do Setor Elétrico Brasileiro deverá apresentar crescimento no pró•imo quadriênio (2010-2013)
6,3%
75,0%
18,8%Acima dainflação;
Igual àinflação;
Abai•o dainflação
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
Na comparação com os resultados registrados na 2ª Sondagem, realizada em
2008, observa-se uma previsão mais pessimista sobre os resultados das empresas do
SEB para o pró•imo quadriê nio (2010-2013), especialmente em função da crise
econômica e financeira que já dei•ou suas marcas na economia brasileira e,
consequentemente, no setor elétrico brasileiro. No ano passado, 86,7% das associações
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projetavam crescimento do faturamento acima da inflação. Vale ressaltar que a
sondagem do ano passada foi realizada em um período anterior aos impactos da crise
sobre a economia nacional.
• Resposta Segmentada: No resultado por segmento, observa-se que os Distribuidores e os Produtores de
Equipamentos possuem visão otimista, apontando um crescimento do faturamento para
o SEB entre 2010 e 2013 superior à inflação durante o mesmo período. Por outro lado,
os Transmissores acreditam que o aumento no faturamento das empresas do setor
deverá ser apenas igual à variação do nível de preço, conforme o Gráfico nº. 6.
Gráfico nº. 6 Faturamento do Setor Elétrico Brasileiro deverá apresentar crescimento no
pró•imo quadriênio (2010-2013). Por Segmento.
85,7%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0%
66,7%
33,3%
66,7%
33,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
Acima da inflação Igual à inflação Abai•o da inflação
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
Entre os Geradores, a maioria (85,7%) estima crescimento acima da inflação,
com uma pequena minoria (14,3%) tendo uma visão de que a variação positiva será
igual à da inflação. Entre Grandes Consumidores e Comercializadores, o quadro é
praticamente o mesmo, com a maioria das associações componentes estimando aumento
do faturamento superior à inflação do período.
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
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No grupo das Associações que participam de mais de um segmento, houve a
única resposta indicando crescimento abaixo da inflação. Mesmo assim, a visão geral
deste grupo aponta para um aumento do faturamento superior à variação do nível de
preços entre 2010 e 2013.
4ª Questão – Na sua percepção, o volume de investimentos do setor elétrico nos próximos quatro anos (2010 - 2013) irá, em relação à média dos últimos quatro anos (2006 - 2009):
• Resposta Agregada: A sondagem aponta que 43,8% das associações consideram que o volume de
investimentos do setor elétrico brasileiro para o pró•imo quadriênio deverá ser superior
à média do último quadriênio. Já 31,3% consideram que o montante de investimento
será inferior à média dos últimos quatro anos. Outros 25,0% avaliam, entretanto, que o
montante a ser investido terá o mesmo valor do realizado nos quatro anos anteriores.
Gráfico nº. 7 Volume de Investimentos do SEB no pró•imo quadriênio (2010-2013) deverá em
relação à média dos últimos quatro anos
43,8%
31,3%
25,0%
Ficar abai•odessa média
Ter o mesmovalor
Ser superior àmédia
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
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14
Na comparação com os resultados registrados em 2008, observa-se uma
deterioração das expectativas do Setor Elétrico Brasileiro no tocante ao volume de
investimento para o próximo quadriênio em relação ao último. No ano passado, por
exemplo, a expectativa de 66,7% das associações era de que o volume de investimentos
para o período de 2010 a 2013 seria superior à média dos últimos quatro anos. O
restante (33,3%) considerava que o montante investido seria igual ao registrado nos
quatro anos passados. Não havia qualquer previsão de investimentos em patamares
inferiores aos registrados no quadriênio anterior, diferentemente da avaliação do ano
presente, no qual a maior parte das associações prevê um volume inferior à média
registrada anteriormente.
Importante ressaltar, mais uma vez, que o cenário da época da aplicação do
questionário difere da atual. Enquanto que no ano passado ainda não havia efeitos da
crise no país, neste ano a economia já passou pela provação da crise e apresenta
retomada. Desta forma, baseado nos resultados da pesquisa e no contexto econômico
dentro da qual ela foi realizada, as projeções se mostram otimistas e traçam um cenário
favorável para o setor elétrico.
• Resposta Segmentada:
Entre os segmentos que apontam uma visão otimista de crescimento no volume
de investimentos para o pró•imo quadriê nio em comparação com os quatro anos
anteriores, destacam-se os Distribuidores, Transmissores e Produtores de Equipamentos,
além do grupo dos Grandes Consumidores e Comercializadores. No caso deste último,
observa-se que não houve unanimidade nas respostas, pois dois terços dos participantes
do segmento consideram que haverá aumento acima da média dos últimos quatro anos.
Em contrapartida, a parcela restante discorda e prevê investimentos abai•o da média do
último quadriênio, conforme o Gráfico nº. 8.
Destacam-se nos resultados dos segmentos, as respostas dos Geradores. Neste
grupo, a maior parte das associações (57,1%) estima um volume de investimento
inferior à média dos últimos quatro anos. Apenas uma pequena parcela de 14,3%
acredita em um montante de investimento superior e 28,6% prevêem investimento no
mesmo patamar do registrado no passado.
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
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Entre as associações que participam de mais de um segmento do SEB, a maior
parcela (66,7%) estima investimento total para o próximo quadriênio igual à média dos
quatro anos anteriores. A minoria (33,3%) estima volume superior ao anterior.
Gráfico nº. 8 Volume de Investimentos do SEB no próximo quadriênio (2010-2013) deverá em
relação à média dos últimos quatro anos. Por Segmento.
57,1%
28,6%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
66,7%
33,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
Ficar abaixo dessa média Ter o mesmo valor Ser superior à média
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
5ª Questão – Quais suas expectativas sobre as condições de financiamento do setor elétrico?
• Resposta Agregada: Para 56,3% das associações participantes da sondagem, o BNDES possui
condições e recursos para garantir o financiamento para a maior parte dos investimentos
necessários, conforme o Gráfico nº. 9. Outros 31,3% consideram que o volume de
investimentos necessário poderá e•ceder a capacidade de financiamento via Sistema
BNDES. A menor parcela de 12,5% considera que a disponibilidade de crédito pode ser
uma ameaça concreta para a e•pansão do sistema.
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
16
Gráfico nº. 9 Expectativas sobre as Condições de Financiamento para o Setor Elétrico Brasileiro
12,5%
56,3%
31,3%
BNDES é capaz definanciar a maior partedas necessidades deinvestimentos do SEB.
O volume deinvestimentos excederáa capacidade doBNDES
A disponibilidade decrédito pode ameaçar aexpansão do sistema
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
Em função da crise econômica, nota-se que as associações consideram a
participação do BNDES na concessão de financiamento do SEB ainda mais importante
do que a registrada no ano passado, além de considerar o banco de fomento ainda mais
apto para realizar tais operações, garantindo os investimentos necessários ao setor. Em
2008, por exemplo, apenas 13,3% das associações consideravam que o BNDES era
capaz de financiar a maior parte dos investimentos previstos pelo SEB, enquanto que
este ano 50,0% das associações acreditam na capacidade do BNDES de garantir os
financiamentos para o setor. O receio das associações de que a falta de crédito poderia
afetar a expansão do sistema também registrou redução de 2008 para 2009.
• Resposta Segmentada: Os Geradores, Distribuidores e Produtores de Equipamentos acreditam que o
BNDES tem capacidade de financiar a maior parte do montante de investimento
necessário para a e•pansão do setor elétrico brasileiro. No segmento dos Geradores, esta
visão é compartilhada por 85,7% das associações integrantes. Por outro lado, uma
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
17
parcela de 14,3% dos Geradores considera que a disponibilidade de crédito pode ser
uma ameaça para o crescimento do sistema elétrico.
Gráfico nº. 10 Expectativas sobre as Condições de Financiamento para o Setor Elétrico
Brasileiro. Por Segmento
85,7%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0%
66,7%
33,3%
33,3%
66,7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Geradores (5) Distribuidores (1) T ransmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
A disponibilidade crédito pode ameaçar a expansão do Sistema
O volume de investimentos excederá a capacidade do BNDES
O BNDES é capaz de financiar Fonte: GESEL-IE-UFRJ
Polarizando os resultados desta questão, os Transmissores, Grandes
Consumidores e Comercializadores e o grupo que agrega as associações que participam
de mais de um segmento, estimam que o volume de investimentos necessários para a
expansão do sistema poderá exceder a capacidade de financiamento do BNDES. No
caso dos últimos dois grupos citados, não houve unanimidade, como observado no
Gráfico nº. 10. No segmento dos Grandes Consumidores e Comercializadores, uma
parcela minoritária (33,3%) registrou uma expectativa acerca da possibilidade da
escassez de crédito se tornar um impeditivo para a expansão do sistema. Já entre as
associações em mais de um segmento registrou uma parcela também de 33,3% que
acredita na capacidade do BNDES de atender ao financiamento necessário.
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
18
6ª Questão – Você considera que o mercado de capitais – debêntures, notas promissórias e FIDCs – pode desempenhar um papel maior no financiamento do setor elétrico?
• Resposta Agregada: Sobre a participação do mercado de capitais no setor elétrico, a e•pressiva
maioria, ou 87,5%, das associações participantes da sondagem considerou que o
mercado de capitais, através da emissão debêntures, FDICs e notas promissórias, poderá
ter um papel maior no financiamento de novos investimentos no setor elétrico. Para
6,3% das associações, entretanto, este mecanismo de captação de recursos não terá um
maior papel financiamento do SEB. Ou tros 6,3% não souberam responder ou não
responderam a pergunta.
Gráfico nº. 11 O Mercado de Capitais terá maior participação no financiamento do SEB
6,3%6,3%
87,5%
Sim
Não
Não Sabe/ NãoRespondeu
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
Houve crescimento na avaliação de que o mercado de capitais terá maior
participação no financiamento do SEB na comparação entre 2008 e 2009. O resultado
também é confirmado pelas emissões já realizadas pelas empresas do setor elétrico
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
19
brasileiro via mercado de capitais. Até agosto do ano corrente, foram realizadas 19
emissões, totalizando capitalização de R$ 4 bilhões. Foram 7 emissões em debêntures,
com R$ 2,2 bilhões em recursos captados, e 10 emissões em notas promissórias,
totalizando R$ 1,5 bilhão em recursos. O volume total emitido representou 26,2% do
total do mercado de capitais até agosto.
• Resposta Segmentada:
Houve predominância em todos os segmentos da visão na qual o mercado de
capitais terá maior participação no financiamento do Setor Elétrico Brasileiro. Com
e•ceção dos Geradores e dos Grandes Consumidores e Comercializadores, nos demais
grupos houve unanimidade total.
No caso dos Geradores, a maioria absoluta (85,7%) considera que o mercado de
capitais desempenhará papel maior no financiamento do setor elétrico. Porém, uma
parcela de 14,3% das associações integrantes deste segmento acredita que não haverá
maior importância deste mercado.
Gráfico nº. 12 O Mercado de Capitais terá maior participação no financiamento do SEB. Por
Segmento.
85,7%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0%
66,7%
33,3%
100,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
Sim Não Não Sabe/Não Respondeu
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
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20
7ª Questão – E o mercado acionário desempenhará papel mais relevante no financiamento do setor?
• Resposta Agregada: De acordo com 75,0% das associações que responderam esta questão durante a
sondagem, o mercado acionário desempenhará um papel mais relevante no
financiamento do setor elétrico brasileiro. Em contrapartida, 25,0% dos participantes
consideram que o mercado acionário não terá maior participação relevante no
financiamento de novos projetos e investimentos.
Gráfico nº. 13 O Mercado Acionário terá maior participação no financiamento do SEB
25,0%
75,0%
Sim
Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
Os segmentos dos Transmissores, Produtores de Equipamentos e dos Grandes
Consumidores e Comercializadores foram unânimes em apontar o mercado de capital
como instrumento relevante de financiamento para o setor elétrico. Os Geradores
também apontaram esta possibilidade, embora não de forma unânime, visto que 14,3%
das associações deste grupo não consideram esta hipótese.
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21
Os Distribuidores e o grupo composto por associações em mais de dois
segmentos discordaram destes segmentos destacados. De acordo com as respostas
postadas, não haverá maior relevância do mercado acionário no financiamento, como é
possível observar no Gráfico nº. 14.
Gráfico nº. 14 O Mercado Acionário terá maior participação no financiamento do SEB. Por
Segmento.
85,7%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
Sim Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
8ª Questão – Sobre o custo do financiamento para o setor elétrico no período 2010 - 2013, você avalia que este custo será, em relação ao verificado no último ano:
• Resposta Agregada: De acordo com 43,8% das associações, o custo do financiamento será menor nos
pró•imos quatro anos quando comparado co m o custo verificado em 2008. Uma parcela
de 31,3% considera que o custo ficará igual ao do ano passado, enquanto outra parcela
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de 18,8% acredita que o custo será superior. Uma pequena parcela (8,3%) estima que o
custo será menor ou igual ao registrado no ano anterior.
Desta forma, 81,2% das associações estimam que o custo de financiamento será
inferior ou igual ao custo registrado no ano anterior.
Gráfico nº. 15
O Custo de Financiamento para o SEB durante o período 2010-2013 será, em comparação ao ano anterior:
6,3%
43,8%
31,3%
18,8%Menor
Igual
Maior
Menor ouIgual
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada: A visão de que o custo de financiamento para o setor elétrico será inferior ao
custo de 2008 é compartilhada pelos grupos dos Distribuidores, Transmissores,
Produtores de Equipamentos e pelos Grandes Consumidores e Comercializadores, vide
Gráfico nº. 16.
Já o grupo dos Geradores ficou dividido. Uma parcela (42,3%) considera que o
custo será superior, enquanto outra parcela de mesmo monte (42,5%) estima custo igual
ao de 2008. Um pequeno grupo (14,3%) acredita que o custo será inferior.
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23
Entre as associações que participam de mais que um segmento, observa-se a
predominância da visão de que o custo será igual. Embora uma das associações tenha a
visão de que o custo possa ficar igual ou menor.
Gráfico nº. 16
O Custo de Financiamento para o SEB durante o período 2010-2013 será, em comparação ao ano anterior. Por Segmento.
14,3%
42,9%
42,9%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
66,7%
33,3%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
Menor Igual Maior Menor ou Igual
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
9ª Questão – Na avaliação da sua entidade, o Brasil poderá sofrer um risco de novo racionamento de energia elétrica nos próximos cinco anos?
• Resposta Agregada: A visão geral das associações é que o risco de ocorrer um novo racionamento no
país nos pró•imos cinco anos é inferior a 10%. De acordo com 50% das associações, o
risco de novo racionamento é muito bai•o, o que corresponde a uma probabilidade
inferior que 5%. Uma parcela inferior, de 31,3%, considera fraca (entre 6% e 10%) a
probabilidade de novo racionamento. Conforme estas respostas e previsões, 83,1% das
associações consideram que o risco é fraco ou muito bai•o, o que significa um risco
inferior a 10%. Apenas uma pequena parcela de 18,8% acredita que o risco é médio, se
situando em uma probabilidade entre 11% e 39%.
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Gráfico nº. 17 Probabilidade de novo racionamento de energia elétrica nos próximo cinco anos
18,8%
31,3%
50,0%
Risco Muito Baixo:menor que 5%
Risco Fraco: entre6% e 10%
Risco Médio: entre11% e 39%
Risco Alto: acimade 40%
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
Os segmentos dos Transmissores, Produtores de Equipamentos e dos Geradores
estimam um risco muito bai•o (inferior a 5 %) de ocorrer um novo racionamento no país
nos pró•imos cinco anos. Para 71,4% da s associações que compõem o grupo dos
Geradores o risco será muito bai•o, enqua nto que 28,6% estima um risco fraco (entre
6% e 10%).
Os Distribuidores e o segmento dos Grandes Consumidores e Comercializadores
também possuem uma visão otimista no que tange o atendimento da demanda de
energia elétrica para o pró•imo qüinqüênio, prevendo um risco apenas fraco para a
probabilidade de ocorrer novo racionamento, como observado no Gráfico nº. 18. Entre
Grandes Consumidores e Comercializadores, embora a maior parte estime um risco
fraco, uma parcela considera que o risco será muito bai•o.
Apenas o grupo das associações que participam de mais de um segmento foi
unânime em afirmar que o risco de uma nova crise de abastecimento, como a que
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25
ocorreu em 2001, está em um patamar médio, correspondendo a uma probabilidade
entre 11% e 39% de ocorrência.
Gráfico nº. 18
Probabilidade de novo racionamento de energia elétrica nos próximo cinco anos. Por Segmento.
71,4%
28,6%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
Risco será muito baixo: menor que 5% Risco Fraco: entre 6% e 10%
Risco Médio: entre 11% e 39% Risco Alto: acima de 40%
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
10ª Questão – Na visão da sua associação indicar as três principais e possíveis causas da Crise:
• Resposta Agregada:
As associações que responderam a pergunta apontaram possíveis causas para
uma crise de racionamento. A seguir estão os principais fatores que podem levar ao
desabastecimento do sistema elétrico brasileiro, não conseguindo atender à demanda
nacional por energia elétrica:
? Atrasos no cronograma de construção de empreendimentos já licitados
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? Ausência de instrumentos para descontratação de empreendimentos que não
serão construídos conforme cronograma proposto
? Insucessos de leilões de energia nova
? Falta de atenção para com as condições de renovação das concessões prestes a
vencer.
? Deslocamento de energia do mercado cativo, contratada até 2012, para o
crescimento do mercado livre após expiração dos contratos. (Contratos de Energia
Velha)
• Resposta Segmentada:
Na análise por segmento das causas apontadas para uma crise de abastecimento,
o segmento dos Geradores aponta a incapacidade e despreparo na classificação e
controle dos riscos financeiros dos projetos, além do e•cesso de alavancagem
financeira.
Entre os Produtores de Equipamentos, de acordo com a Abdib, uma crise de
racionamento poderia ocorrer em função de atrasos significativos na construção de
empreendimentos que já tenham passado pelo processo licitatório, além de eventuais
insucessos nos leilões de energia promovidos anualmente.
Na visão dos Grandes Consumidores e dos Comercializadores, há alguns pontos
convergentes àqueles citados pelos Geradores, como a falta de controle de riscos, além
da alavancagem financeira e•agerada e a inef iciência na classificação dos riscos. Outro
ponto destacado por este grupo reside na possibilidade da postergação da entrada em
operação de empreendimentos já licitados ao mesmo tempo em que ocorre o aumento
gradativo da demanda, o que poderia gerar um desequilíbrio entre a oferta e a carga de
demanda de energia elétrica, embora atualmente haja um e•cesso de energia (por volta
de 4 mil MW médios) em relação à demanda, decorrente da queda da atividade
econômica causada pela crise internacional.
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O grupo das associações que atuam em mais de um segmento destacou a questão
da renovação das concessões que vencerão nos próximos cinco anos como uma possível
causa de um novo racionamento de energia elétrico. Além disso, a descontratação da
energia velha que está garantida por contratos até 2012 e ficará livre após esse período,
podendo ser deslocada para o ambiente de contratação livre, também se configura,
conforme o grupo, em um ponto crítico que poderá gerar desequilíbrio entre a oferta e
demanda de energia elétrica, especialmente no mercado cativo, para onde este montante
de energia ser descontratado está atualmente alocado. Dentro desta ótica de atendimento
ao mercado cativo e ao mercado livre, outro ponto destacado pelo segmento em questão
é a falta de prudência para com as necessidades de expansão, em 2013, para cobrir os
dois mercados citados agregadamente.
Mais uma questão levantada pelo grupo das associações em mais de um
segmento é contratação de térmicas de papel, ou seja, empreendimentos abastecidos por
fontes térmicas, especialmente a óleo combustível, que vêm tendo dificuldade na
obtenção de financiamento para terem sua construção iniciada. Agregado ao cenário
anterior, as associações apontaram ainda a falta de instrumentos jurídicos para
descontratar empreendimentos que não obedecem ao cronograma proposto.
Por associação, as propostas de ajuste metodológico são as seguintes:
ABCE
? Falta de atenção para com as condições de renovação das concessões
vincendas.
? Deslocamento de montantes de energia até 2012 alocado à base de cobertura
do mercado cativo para o crescimento do mercado livre.
? Falta de prudência para com as necessidades de expansão, em 2013, para
cobrir os mercados livres e cativos agregadamente.
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COGEN
? Contratação de térmicas de papel;
? Falta de instrumentos jurídicos para descontratar empreendimentos que não
decolarão conforme cronograma proposto.
ABRACE
? Alavancagem exagerada;
? Insuficiência de controle de riscos;
? Falta de mecanismos de controle
APINE
? Alavancagem exagerada
? Insuficiência de controle de riscos
ABDIB
? Eventual insucesso de leilões de energia nova
? Atrasos significativos na construção de empreendimentos já licitados
ABRACEEL
? Crescimento acelerado da demanda combinado com a postergação da entrada
em operação de projetos já licitados - ou mesmo a sua inviabilização.
11ª Questão – Na avaliação da sua entidade, o leilão de energia nova estimula a competição?
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•
29
Resposta Agregada:
A grande maioria das associações (66,7%) considera que os leilões de energia
nova estimulam a competição. Por outro lado, uma parcela de 33,3% avalia que este
instrumento de contratação de energia, adotado no modelo do setor elétrico desde 2004,
não estimulam a competição, conforme o Gráfico nº. 19.
Gráfico nº. 19 Os Leilões de Energia Nova estimulam a competição
31,3%
68,8%
Sim
Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada: Na avaliação de cada segmento, observa-se que apenas entre os Geradores houve
predomínio da visão de que os leilões de energia nova não estimulam a competição.
Mesmo assim, esta visão ficou longe de uma unanimidade, visto que 57,1%
consideraram que o leilão não estimula a competição, enquanto que 42,9% possuem a
opinião de que o leilão é um instrumento de contratação que garante a competição.
No grupo dos Grandes Consumidores e dos Comercializadores também não
houve unanimidade neste ponto, assim como o ocorrido entre os Geradores. Porém, a
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30
visão majoritária (66,7%) foi de que o leilão estimula a competição. Por outro lado, uma
menor parcela (33,3%) discordou desta visão, conforme o gráfico nº. 20.
Entre os Distribuidores, Transmissores, Produtores de Equipamentos e o grupo
que abriga associações que atuam em mais de um segmento, houve predomínio total da
visão que considera os leilões como instrumentos que estimulam a competitividade.
Gráfico nº. 20
Os Leilões de Energia Nova estimulam a competição. Por Segmentos.
42,9%
57,1%
100,0% 100,0% 100,0%
66,7%
33,3%
100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento (3)
Sim Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
12ª Questão – Na avaliação da sua entidade, o leilão de energia nova garante a construção de uma matriz de geração eficiente?
De todas as associações que responderam esta questão, apenas uma (6,3%)
avaliou que o leilão de energia nova garante a construção de uma matriz de energia
elétrica eficiente. Todas as demais, correspondente a uma participação de 93,8%
avaliaram que não há a formação de uma matriz eficiente a partir dos leilões, da maneira
como são realizados atualmente.
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Gráfico nº. 21
Os Leilões de Energia Nova garantem uma matriz de geração eficiente.
6,3%
93,8%
Sim
Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
A análise das respostas à esta questão de maneira segmentada mostra mais uma
vez o predomínio da visão contrária à idéia de que o leilão garante uma matriz de
energia elétrica mais eficiente.
Com e•ceção dos grupos dos Geradores, todos os demais segmentos
responderam de forma negativa a pergunta, como observado no Gráfico nº. 22.
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Gráfico nº. 22 Os Leilões de Energia Nova garantem uma matriz de geração eficiente. Por
Segmento.
14,3%
85,7%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Sim Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ 13ª Questão – A sua entidade é favorável à realização de um leilão de fontes específicas?
• Resposta Agregada:
A maior parte das associações (66,8%) se mostrou receptiva à realização de
leilões de fontes específicas de energia. Os 31,3% restantes, entretanto, são contra a
realização de tais leilões.
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Gráfico nº. 23 Favorável á realização de um Leilão de fontes específicas.
31,3%
68,8%
Sim
Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
Os Transmissores, Produtores de Equipamentos e o grupo composto por
associações que atuam em mais de um segmento foram totalmente favoráveis a
realização de leilões por fontes específicas.
Em contrapartida, os Distribuidores e o grupo que abriga os Grandes
Consumidores e Comercializadores foram contra esta proposta.
Já entre os Geradores, houve uma visão favorável a realização de tais leilões,
que receberam a aprovação de 85,7% das associações que compõem tal grupo. Uma
pequena parcela d e14,3% é contra a realização de leilões por fontes específicas.
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
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Gráfico nº. 24 Favorável á realização de um Leilão de fontes específicas. Por Segmentos.
85,7%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores de
Equipamentos (1)
Grandes
Consumidores e
Comercializadores
(2)
Associações
Presentes em Mais
de um Segmento
(3)
Sim Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ 14ª Questão – Indicar, de forma objetiva e direta, até três tipos de ajustes que a sua entidade considera necessário serem feitos na metodologia dos leilões de novos empreendimentos.
• Resposta Agregada: As associações defenderam, especialmente, a realização de leilões por fontes
específicas de energia, além de leilões por submercado ou subsistema. Além disso,
outro ponto citado mais de uma vez por diferentes associações foi a definição de uma
matriz prévia desejada a ser alcançada a partir de leilões por fontes específicas.
Algumas associações destacaram também a necessidade de respeitar os prazos
dos leilões, mantendo o cronograma inicialmente estipulado pelos organizadores dos
pleitos de modo a evitar atrasos na obtenção de licenças e até mesmo atrasos no início
das obras dos projetos, o que poderia gerar problemas futuros no equilíbrio entre oferta
e demanda. Outra demanda neste respeito é a divulgação com maior antecedência dos
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35
cronogramas dos leilões, dando maior tempo para os investidores e empreendedores
agilizarem seus projetos de maneira mais segura.
No caso dos Grandes Consumidores e Comercializadores, a maior demanda foi a
participação dos consumidores livres nos leilões e o aumento da parcela da energia
transacionada nos leilões destinada ao mercado livre.
Abaixo, os principais ajustes na metodologia dos leilões de novos
empreendimentos propostos pelas associações participantes da 3ª Sondagem sobre
Tendências do Setor Elétrico Brasileiro:
? Realização de Leilões por Fontes
? Realização de Leilões por Submercado
? Divulgação de cronograma dos Leilões de forma mais antecipada
? Respeito aos prazos (cronogramas) estipulados para os Leilões
? Aumento na oferta de hidrelétricas
? Planejamento e definição prévia de uma Matriz desejada
? Participação das comercializadoras e grandes consumidores nos leilões de
energia
? Ajustes na metodologia de cálculo do ICB (Índice de Custo Benefício)
? Licenciamento Ambiental Prévio pleno
? Transparência na formação dos preços tetos
? Vincular as usinas ofertadas em leilões ao conjunto de obras previstas no
planejamento de expansão
? Contratação de energia por valores diferenciados por período.
15ª Questão – Na sua avaliação, que postura o Ministério do Meio Ambiente (MMA) aplicou em relação ao licenciamento ambiental para o setor em 2008-2009?
• Resposta Agregada:
A maior parte das associações participantes (56,3%) avaliou que o MMA adotou
uma postura mais ágil e fle•ível em relação ao licenciamento ambiental para projetos
ligados ao setor elétrico. Por outro lado, 37,5% das associações consideram que a
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
36
postura do Ministério de Meio Ambiente ficou mais exigente em relação aos projetos de
maneira geral. Uma pequena parcela considera que não houve mudança na postura do
MMA, conforme o Gráfico nº. 25.
Gráfico nº. 25 A Postura do MMA em relação ao licenci amento ambiental para o SEB em 2008-
2009.
6,3%
56,3%
37,5%
Ficou mais exigenteem relação aosprojetos em geral
Teve uma posturamais ágil e flexível
Não mudou suapostura
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Agregada:
De acordo com Distribuidores, Transmissores e Produtores de Equipamentos,
houve mudança na postura do MMA, que se tornou mais ágil e fle•ível na emissão dos
licenciamentos ambientais para projetos do setor elétrico. Entre os Grandes
Consumidores e Comercializadores, também houve uma visão predominante neste
sentido, visto que 66,7% das associações componentes concordaram na postura mais
ágil. Uma menor parcela, entretanto, considera que o MMA ficou mais e•igente no
processo de licenciamento, como pode-se observar no gráfico nº. 26.
Os Geradores, por sua vez, se dividiram nesta questão. Uma menor parcela
(14,3%) avaliou que o ministério não alterou sua postura. Mas outra parcela de 42,9%
considerou que houve mudanças na avaliação e licenciamento realizado pelo MMA,
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
37
tornando-se mais ágil e flexível. A mesma pa rcela, no entanto, teve uma idéia de que a
postura do ministério se tornou mais exigente.
Gráfico nº. 26 A Postura do MMA em relação ao licenci amento ambiental para o SEB em 2008-
2009. Por Segmentos.
42,9%
42,9%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
66,7%
33,3%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Não mudou sua postura.
Teve uma postura mais ágil e flexível;
Ficou mais exigente em relação aos projetos em geral;
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
16ª Questão – Qual a sua avaliação sobre a contribuição do futuro leilão de energia de reserva de projetos eólicos para o equilíbrio do sistema elétrico brasileiro?
• Resposta Agregada: De acordo com 75,0% das associações que participaram da sondagem, o leilão
de energia de reserva de fontes eólicas trará um impacto positivo para o equilíbrio do
sistema do setor elétrico nacional. Outra parcela de 25,0%, entretanto, considera que o
leilão terá impacto negativo, conforme o Gráfico nº. 27. Segundo a ABRACEEL, uma
das associações que estima uma contribuição negativa, o leilão será positivo por ampliar
a oferta, mas isto será feito através de um formato ineficiente e contrário á lógica de
mercado.
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38
Gráfico nº. 27 O leilão de reserva de fonte eólica terá sobre o equilíbrio do SEB uma
contribuição:
25,0%
75,0%
Positiva
Negativa
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
Os Distribuidores e os Grandes Consumidores e Comercializadores apontaram
que o leilão de fonte eólica terá uma contribuição negativa para o equilíbrio do setor
elétrico brasileiro. No último grupo, a visão não foi unânime, visto que uma menor
parcela (33,3%) considerou que o pleito terá impacto positivo, vide Gráfico nº. 28.
Já os Transmissores, Produtores de Equipamentos, Geradores e Associações que
atuam em dois ou mais segmentos tiveram postura majoritariamente favorável à idéia de
que os leilões de fontes eólicas terão impacto positivo sobre o equilíbrio do sistema
elétrico brasileiro. Apenas uma reduzida parcela de 14,3% dos Geradores considerou tal
impacto ou contribuição como negativo.
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
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Gráfico nº. 28 O leilão de reserva de fonte eólica terá sobre o equilíbrio do SEB uma
contribuição. Por Segmento
85,7%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Positiva Negativa
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
17ª Questão – O leilão de energia de reserva específico para a fonte eólica, a ser realizado dia 25 de novembro, terá um resultado:
• Resposta Agregada:
De acordo com 56,3% das associações que participaram da 2ª Sondagem sobre
Tendências do Setor Elétrico, o leilão de energia de reserva específico para a fonte
eólica terá um resultado regular.
As associações destacaram algumas razões para um resultado apenas regular do
pleito. Entre elas está o fato de que, apesar do grande potencial eólico, a demanda não
deve ser grande, devido à crise internacional e o nível de chuvas apresentado. Outro
ponto apontado é que o leilão não necessariamente contribuirá para a redução do risco
do déficit do sistema. Além disso, as incertezas e falta de referência neste tipo de leilão
podem levar a um resultado apenas regular. Uma das associações destacou o fato de que
GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico |
40
o sucesso do leilão passa pela questão do preço teto a ser definido pelo MME e da
obrigatoriedade de composição entre equipamentos nacionais e importados.
Para 18,8% dos participantes, o resultado deverá ser Ruim. As explicações para
tal posicionamento das associações se refletem nos preços e condições de conexão, que
estão aquém da expectativa dos empreendedores. Outro fator citado pelas associações
como preponderante para o mal resultado do pleito é o elevado custo dos projetos que
deverá ser suportado pelos consumidores finais.
Uma outra parcela de 18,8% das associações considera que o leilão registrará um
resultado Muito Positivo. Segundo estas associações, o leilão será muito positivo pois
será de fonte específica e há interesses do Governo no sucesso do mesmo. Outra
explicação levantada para um resultado muito positivo é que o leilão trará nova vida ao
setor, com pouca movimentação desde a definição de “break-down” dos 60% de índice
de nacionalização na Proinfa em 2005.
Para 6,3% das associações, o resultado depende do valor que será definido para a
energia. Segundo a associação, se este valor ficar abaixo da expectativa do mercado, o
leilão será um fracasso.
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Gráfico nº. 29 O leilão de energia de reserva específico para a fonte eólica, a ser realizado
dia 25 de novembro, terá um resultado:
6,3%
18,8%
56,3%
18,8%
Muito Positivo
Regular
Ruim
Depende
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
As respostas por segmento mostraram uma grande dispersão de opinião entre os
segmentos e ainda maior dentro daqueles grupos que são compostos por mais de uma
associação.
Entre os segmentos que possuem apenas uma associação, os Produtores de
Equipamentos e os Transmissores estimam que o resultado do leilão de reserva
específico para fonte eólica terá um resultado apenas regular. Já os Distribuidores
consideram que o resultado do pleito será ruim.
No caso dos Geradores, 71,4% das associações consideram que o resultado será
regular. Uma menor parcela de 14,3% acredita que o resultado será muito positivo. O
mesmo montante (14,3%) respondeu que o resultado final do pleito depende do valor
que será definido como preço-teto para a energia contratada.
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Tanto no grupo dos Grandes Consumidores e Comercializadores como no grupo
formado por associações atuantes em mais de um segmento, houve total dispersão dos
resultados. Em ambos os casos, 33,3% das associações consideraram que o resultado
será muito positivo, outros 33,3% estima um resultado regular e o restante prevê um
leilão que terá resultado final ruim.
Gráfico nº. 30 O leilão de energia de reserva específico para a fonte eólica, a ser realizado
dia 25 de novembro, terá um resultado. Por Segmento.
14,3%
71,4%
14,3%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
33,3%
33,3%
33,3%
33,3%
33,3%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Muito Positivo Regular
Ruim Depende
(ABRAGET)
Fonte: GESEL-IE-UFRJ 18ª Questão – A bioeletricidade canavieira tem um papel estratégico para o setor elétrico em termos de mitigação do risco hidrológico e melhoria da matriz elétrica?
• Resposta Agregada:
Das dezesseis associações que responderam a esta questão, a maioria absoluta
(87,5%) considera que a bioeletricidade canavieira tem um papel estratégico para o SEB
em termos de mitigação do risco hidrológico e na melhoria da matriz elétrica. Em
contrapartida, uma pequena parcela 12,5% das associações se posiciona de forma
contrária, considerando que a bioeletricidade canavieira não possui tal papel estratégico.
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Gráfico nº. 31 A bioeletricidade canavieira tem papel estratégico em termos de mitigação
do risco hidrológico e melhoria da matriz elétrica
12,5%
87,5%
Sim
Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
Os resultados por segmento mostram que apenas entre as associações dos
Geradores houve dissonância de opinião. Neste caso, 71,4% das associações que
compõem este segmento avaliaram que a bioeletricidade canavieira possui papel
estratégico no setor elétrico brasileiro. Em compensação, 28,6% dos integrantes deste
grupo avaliam de forma negativa a participação e importância desta fonte de energia
para mitigação do risco hidrológico e melhoria da matriz elétrica.
Os demais segmentos foram unânimes em considerar a bioeletricidade como
importante estrategicamente para o setor elétrico, conforme observado no gráfico nº. 32.
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Gráfico nº. 32 A bioeletricidade canavieira tem papel estratégico em termos de mitigação
do risco hidrológico e melhoria da matriz elétrica. Por Segmento.
71,4%
28,6%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Sim Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ 19ª Questão – O impacto que a crise internacional teve e está tendo sobre o setor sucroenergético inviabiliza as perspectivas de longo prazo para a bioeletricidade anteriores à crise?
• Resposta Agregada:
Segundo 81,3% das associações que responderam a 3ª Sondagem sobre
Tendências do Setor Elétrico, a crise não inviabiliza as perspectivas de longo prazo da
bioeletricidade (vide gráfico º. 33). A parcela restante, de 18,7%, considera que a crise
terá efeito e impacto negativo sobre o segmento, inviabilizando as perspectivas traçadas
antes da crise.
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Gráfico nº. 33
A crise internacional inviabiliza as perspectivas de longo prazo para a bioeletricidade antes da crise
81,3%
18,8%
Sim
Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
Com e•ceção dos Distribuidores, todos os demais grupos ou segmentos
consideram que a crise internacional não inviabiliza as perspectivas de longo prazo
elaboradas antes da eclosão da mesma para a bioeletricidade.
No grupo dos Grandes Consumidores e Comercializadores houve uma parcela
majoritária (66,7%) que respondeu que não há inviabilização das perspectivas devido à
crise. Um menor grupo (33,3%), por outro lado, estima que os impactos da crise
econômica e financeira internacional terão repercussões negativas nas perspectivas de
longo prazo traçadas antes do processo de crise.
No âmbito dos Geradores, a parcela daquelas associações que estimam que a
crise não inviabilize as perspectivas para o segmento de bioeletricidade foi ainda
superior, alcançando os 85,7%, como colocado no gráfico nº. 34.
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Gráfico nº. 34 A crise internacional inviabiliza as perspectivas de longo prazo para a
bioeletricidade antes da crise. Por Segmento.
14,3%
85,7%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Sim Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
20ª Questão – A questão da assimetria tarifária é um tema relevante na agenda do setor elétrico brasileiro?
• Resposta Agregada:
Houve uma divisão bastante clara entre as associações no que se refere à questão
da relevância da discussão da assimetria tarifária na agenda do setor elétrico. Metade
das associações avalia que a assimetria tarifária entre as regiões do país é um tema
relevante para o setor elétrico nacional e deverá ser estudado. A outra metade,
entretanto, não encara o tema como algo relevante para a agenda do setor.
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Gráfico nº. 35 A Questão da Assimetria Tarfária é um tema relevante para a agenda do
SEB
50,0%
50,0%
Sim
Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
Dentre os segmentos que consideram o tema da assimetria tarifária irrelevante
para a agenda do setor elétrico, destacam-se os Geradores, Distribuidores e os Grandes
Consumidores e Comercializadores.
No caso dos Geradores, como se pode observar pelo Gráfico nº. 36, a maior
parcela das associações participantes do segmento (71,4%) considera que o tema não é
relevante. Apenas uma pequena parcela de 18,6% respondeu que a assimetria tarifária é
relevante para a agenda setorial.
Entre Grandes Consumidores e Comercializadores, dois terços dos integrantes
deste grupo também considerou o tema pouco relevante para a agenda do setor elétrico
brasileiro.
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O Transmissores, Produtores de Equipamentos e o grupo que agrega as
associações participantes em mais de um segmento foram unânimes em considerar o
tema como sendo relevante.
Gráfico nº. 36
A Questão da Assimetria Tarfária é um tema relevante para a agenda do SEB. Por Segmento
28,6%
71,4%
100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Sim Não
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
21ª Questão – O marco regulatório implantado no Brasil a partir de 2003.
• Resposta Agregada:
Segundo 43,8% das associações que responderam a 2ª Sondagem sobre
Tendências do Setor Elétrico, o marco regulatório está consolidado. A parcela restante,
de 56,3%, considera que o marco regulatório ainda precisa ser reformulado.
Importante destacar que algumas das associações que responderam que o marco
regulatório está necessitando de reformulações fizeram questão de destacar que, na
realidade, o termo correto seria pequenos ajustes, para tornar o marco ainda mais
consistente.
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Gráfico nº. 37 O Macro Regulatório implantado no SEB a partir de 2003
56,3%
43,8%
EstáConsolidado
Precisa serreformulado
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
• Resposta Segmentada:
Na visão dos Produtores de Equipamentos e dos Transmissores, o marco
regulatório implementado no Setor Elétrico Brasileiro em 2003 está consolidado.
Com uma visão diametralmente oposta estão os Distribuidores e Grandes
Consumidores e Comercializadores, cuja opinião acerca do mercado regulatório é de
que há necessidade de ajustes.
Entre os Geradores, houve certo equilíbrio entre as associações participantes,
conforme o gráfico nº. 38. Nele é possível ver que 57,1% dos integrantes deste
segmento consideram o marco já consolidado, enquanto que 42,9% avaliam a
necessidade de algumas reformas no mesmo.
No grupo das associações atuantes em mais de um segmento também houve
diversidade nas respostas, mas diferentemente dos Geradores, a maior parcela (66,7%)
das associações apontou a necessidade de ajustes no marco implantado desde 2003.
Uma menor parcela (33,3%) reforça a opinião de que o marco já se consolidou.
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Gráfico nº. 38 O Macro Regulatório implantado no SEB a partir de 2003. Por Segmentos.
57,1%
42,9%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
33,3%
66,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Geradores (5) Distribuidores (1) Transmissores (1) Produtores deEquipamentos (1)
GrandesConsumidores e
Comercializadores (2)
AssociaçõesPresentes em Mais
de um Segmento (3)
Precisa ser reformulado
Está consolidado
Fonte: GESEL-IE-UFRJ
22ª Questão – Caso tenha respondido que precisa ser reformulado, quais os ajustes mais importantes?
Entre os principais pontos destacados pelas associações como ajustes necessários
para o marco regulatório implementado no SEB desde 2003, destacam-se os seguintes:
? Definição das concessões que estão para vencer
? Reforço do planejamento estratégico
? Revisão conceito de modicidade tarifária
? Aperfeiçoamento da estrutura tarifária
? Flexibilização na realização dos Leilões de Energia (contratação de energia
existente com antecedência maior que 1 ano)
? Unificação dos diferentes mercados
? Estabelecimento de política e regulamentos de integração energética
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51
? Consolidação do Mercado Livre
? Venda de excedentes de energi a pelos consumidores livres
? Minimização das incertezas dos custos para expansão da transmissão a longo
prazo
? Ampliação da competição e transparência
? Permitir que a energia descontratada em leilões já realizados entrem em leilões
A-3
É importante destacar o ponto levantado pela ABCE que afirmou que “a
constante revisão do marco regulatório traz prejuízos à confiança dos investidores e
operadores”. Desta maneira, são necessários sempre ajustes pontuais para manter o
marco atualizado.
Além dos pontos referentes diretamente ao marco regulatório, as associações
levantaram alguns pontos a serem aperfeiçoados que fogem da alçada do marco
regulatório propriamente dito:
? Redução de tributos e encargos
? Reformulação do PNE 2030
Abaixo estão as medidas de ajuste ao marco regulatório do SEB propostas por
cada uma das associações:
ABDIB
• Substituição do Mecanismo de Mercado Cativo por um pool de aquisição
com previsão ? conservadora? do mercado Nacional pela EPE e rateio de eventuais
sobras pelas Distribuidoras;
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52
• Aumentar a fle•ibilidade de reali zação de leilões, como por e•emplo,
permitir a contratação de energia e•istente com antecedência maior que um ano;
• Consolidação do Mercado Livre;
• Estabelecer política e regulamentos de integração energética que permita o
efetivo intercâmbio internacional com estabilidade a longo prazo;
• Minimizar incertezas, para os agentes, dos custos de e•pansão a longo prazo
da transmissão;
• Definição do processo das concessões vincendas;
• Assegurar a independência da Agência Reguladora.
• Permitir a energia descontratada em leilões já realizados em futuros de A-3
ABEEÓLICA
• Reformulação do PNE2030
ABIAPE
• Ajustes em relação aos leilões de energia.
• Financiabilidade da e•pansão da geração para atendimento ao ACL.
ABRACE
• Venda de e•cedentes pelos consumidores
• Reduzir e•cesso de encargos
• Política efetiva de e•pansão, nã o apenas através de leilões
ABRACEEL
• Unificar os diferentes mercados,
• Ampliar a transparência
• Incorporar os consumidores no mercado
• Ampliar a competição
• Reduzir carga de tributos, encargos.
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ABRADEE
• Tratamento das concessões
• Reavaliação do mercado livre;
• Reavaliação dos leilões;
• Definição da política de fontes alternativas
ABRAGEF
• Precisa ser ajustado continuamente. Inclusive, corrigindo-se algumas
posturas adotadas que se revelaram erradas/inadequadas como as várias Portarias do
MME sobre reajustes de Custos Variáveis Unitários para a termelétricas a óleo.
ABRAGET
• Planejamento mais determinativo
ANACE
• Aperfeiçoamento da estruturação tarifária
• Aumentar o mercado livre
• Venda de e•cedente dos grandes consumidores
APINE
• Recontratação da energia e•istente a ser vencida a partir de 2012.
• Reestruturação dos submercados ? redução de quatro para dois
COGEN
• Revisar conceito de modicidade tarifária
• Reforçar planejamento estratégico
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CONCLUSÕES FINAIS
Baseando-se nas respostas dadas pelas 16 associações participantes da 3ª
Sondagem sobre Tendências do Setor Elétrico, é possível tirar algumas conclusões
acerca da conjuntura atual e perspectivas do Setor Elétrico Brasileiro.
Inicialmente, pode-se afirmar, baseando-se nas respostas dadas sobre as questões
relativas ao cenário macroeconômico brasileiro e às condições de financiamento, que o
Setor Elétrico Brasileiro ficou blindado na crise, sofrendo impactos negativos
basicamente imperceptíveis, tornando-se até mesmo importante instrumento de
retomada de emissões no mercado de capitais, por exemplo.
Outro fator que mostra a blindagem do SEB é a perspectiva de crescimento do
faturamento do segmento acima da inflação nos próximos quatro anos. Além disso, na
retomada do crescimento da economia brasileira, o SEB terá um estimulo para crescer
com maior oferta de crédito e juros mais baixos.
Embora blindado contra a crise, demonstrando a consistência do seu marco
institucional e regulatório, ainda há necessidade de pequenos ajustes regulatórios no
SEB em questões estratégicas, mas pontuais.
Um destes ajustes de refere ao leilão de energia nova, que é o instrumento de
ajuste entre oferta e demanda. Na avaliação das entidades seus resultados tem se
mostrado preocupantes em termos da matriz resultante, havendo assim a necessidade de
ajustes metodológicos para torná-lo mais efetivo.
O problema maior do SEB se concentra no planejamento da matriz, que está
sendo concretizada de forma ex-post a cada leilão de energia nova que é realizado. Há
assim a necessidade de se definir uma matriz ótima e a partir deste modelo de
referência, realizar leilões por fontes de energia elétrica, buscando maior inserção de
usinas hidroelétricas, além do aumento de empreendimentos baseados na bioeletricidade
e na energia eólica.
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55
Em síntese, o que se pode concluir, de forma geral, é que as entidades mais
respresentativas do SEB avaliam positivamente o marco institucional e regulatório, e as
perspectivas de crescimento da economia brasileira irá garantir maior e mais consistente
crescimento do SEB.
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Grupo de Estudos do Setor ElétricoGESEL
Instituto de Economia - UFRJ
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