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Relatório final da unidade de pesquisa de MANDIOCA na região agroecológica 2B / Município de Araranguá - SC Safras 2010/2011 e 2011/2012 Equipe técnica: Alexsander Luís Moreto Enilto de Oliveira Neubert Antônio Sérgio Soares Janio Antônio Beber Luiz Augusto Martins Peruch 1A 1B 2A 2B 2C 3A 3B 3C 4A 4B 5 Mandioca Manihot esculenta P P P P P T T T * * * Tabela 1 - Zonas agroecológicas do Estado de Santa Catarina com suas respectivas áreas em quilômetros quadrados e em percentagem Sub-região Localização Área (km2) (%) 1A Litoral Norte, Vales dos Rios Itajaí e Tijucas 8.241,2 8,6 1B Litoral de Florianópolis e Laguna 2.619,1 2,7 2A Alto Vale do Rio Itajaí 10.483,5 11,0 2B Carbonífera, Extremo Sul e Colonial Serrana 8.946,2 9,4 2C Vale do Rio Uruguai 8.051,3 8,4 3A Vale do Rio do Peixe e Planalto Central 19.045,8 20,0 3B Planalto Norte Catarinense 10.778,8 11,3 3C Noroeste Catarinense 9.061,5 9,5 4A Campos de Lages 9.768,5 10,2 4B Alto Vale do Rio do Peixe e Alto Irani 6.263,4 6,6 5 Planalto Serrano de São Joaquim 2.183,6 2,3 Total 95.442,9 100,0 Zoneamento agroecológico e socioeconômico do Estado de Santa Catarina Epagri Estação Experimental de Urussanga Escritório Municipal de Araranguá - GR

Relatório final da unidade de pesquisa de MANDIOCA na ...intranetdoc.epagri.sc.gov.br/producao_tecnico_cientifica/DOC_33273.pdf · cultivar Rama Vermelha além da ... Também foram

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Relatório final da unidade de pesquisa de MANDIOCA na região agroecológica 2B /

Município de Araranguá - SC

Safras 2010/2011 e 2011/2012

Equipe técnica:

Alexsander Luís Moreto Enilto de Oliveira Neubert

Antônio Sérgio Soares Janio Antônio Beber

Luiz Augusto Martins Peruch

1A 1B 2A 2B 2C 3A 3B 3C 4A 4B 5

Mandioca Manihot esculenta P P P P P T T T * * *

Tabela 1 - Zonas agroecológicas do Estado de Santa Catarina com suas respectivas

áreas em quilômetros quadrados e em percentagem

Sub-região Localização Área (km2) (%)

1A Litoral Norte, Vales dos Rios Itajaí e Tijucas 8.241,2 8,6

1B Litoral de Florianópolis e Laguna 2.619,1 2,7

2A Alto Vale do Rio Itajaí 10.483,5 11,0

2B Carbonífera, Extremo Sul e Colonial Serrana 8.946,2 9,4

2C Vale do Rio Uruguai 8.051,3 8,4

3A Vale do Rio do Peixe e Planalto Central 19.045,8 20,0

3B Planalto Norte Catarinense 10.778,8 11,3

3C Noroeste Catarinense 9.061,5 9,5

4A Campos de Lages 9.768,5 10,2

4B Alto Vale do Rio do Peixe e Alto Irani 6.263,4 6,6

5 Planalto Serrano de São Joaquim 2.183,6 2,3

Total 95.442,9 100,0

Zoneamento agroecológico e socioeconômico do Estado de Santa Catarina

Epagri – Estação Experimental de Urussanga

Escritório Municipal de Araranguá - GR

1 – Localização

Município: Araranguá - SC

Comunidade: Sanga da Toca

Coordenadas geográficas: S: 29°00’19,21’’ W: 49°34’59,70’’

Agricultor/a colaborador/a:

Nome Fone e-mail

Manuel Francilício Pedroso

Técnicos colaboradores:

Nome Fone e-mail

Antônio Sérgio Soares (48) 3524-0077 [email protected]

Janio Antônio Beber (48) 3622-3570 [email protected]

Renê Kleveston (48) 3524-0077 [email protected]

Jane Buss (48) 3522-0894 [email protected]

2 – Resumo:

Safra 2010/11 – vide Relatório da unidade de pesquisa participativa da região agroecológica 2B / Município de

Araranguá – SC (Safra 2010/2011)

Safra 2011/12

Os clones avaliados são provenientes do programa de melhoramento da Epagri – EEUR. Seis

clones foram escolhidos em função do bom desempenho nas avaliações realizadas nas Estação

Experimental de Urussanga e no Campo Experimental de Jaguaruna. Como testemunha foi utilizada a

cultivar Rama Vermelha além da cultivar SCS 253 Sangão.

Data de Plantio: 16/09/2011

Data de avaliação intermediária: 09/03/2012

Data de colheita: 05/07/2012

O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com 3 repetições e as parcelas, de 6

linhas de 4,8 m espaçadas de 0,80m e 0,80m entre plantas (36 plantas/parcela).

Clones avaliados

Clone 849

Clone 110

Clone 530

Clone 422

Clone 70

Clone 269

Após a instalação (plantio), a unidade recebeu uma avaliação intermediária realizada pelos

pesquisadores da equipe e a avaliação final (colheita) contou também com a participação dos técnicos

locais e agricultores/as. Também foram feitas avaliações qualitativas quanto ao formato da rama,

facilidade de arranquio e facilidade de despenca nas duas safras de avaliação e os resultados são

apresentados na forma de tabelas. Os dados de produção foram submetidos à análise de variância

ANOVA e os resultados são apresentados na forma de gráficos para melhor entendimento. Também

foram feitas análises conjuntas dos dados de produção referentes às safras 2010/11 e 2011/12.

3 – Relato das avaliações

3.1 – Avaliações intermediárias

3.1.1 – Doenças – referente à safra 2011/2012

Data: 09/03/2012

Avaliador: Luiz Augusto Martins Peruch

Relato

As doenças da mandioca mais importantes no Estado são: sapeco e antracnose. O mosaico comum

da mandioca e as manchas foliares da Cercospora (Cercosporidium) são doenças frequentes, mas ainda

de importância secundária. A seguir uma breve descrição dos sintomas, agente causal e propagação das

doenças.

Sapeco- doença bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. manihotis), considerada a principal doença da

mandioca. Causa manchas foliares, cancros nas hastes, seca dos ponteiros e morte das plantas. A bactéria

dissemina-se rapidamente e pode causar grandes perdas na cultura.

Mosaico comum da mandioca- doença virótica (CsCMV), doença muito freqüente na cultura e de

sintomas nem sempre típicos. Formam-se mosaicos nas folhas e crescimento reduzido da planta. O vírus

dissemina-se somente através de manivas doentes e ferramentas contaminadas. As perdas que causam são

variáveis, pequenas a médias, dependendo da estirpe do vírus e da sensibilidade da cultivar.

Antracnose- doença fúngica (Colletotrichum sp.), considerada uma das principais doenças da cultura.

Principal sintoma é a formação de cancros nos ramos. Dissemina-se por chuva, insetos contaminados e

manivas doentes. Pode provocar grandes perdas, especialmente quando associada ao sapeco.

Manchas foliares- doenças fúngicas, causadas por diferentes espécies de Cercospora (Cercosporidium) e

gênero Periconia. Causam manchas foliares e desfolha da planta. Dissemina-se por vento e água.

Consideradas doenças de final do ciclo, podendo provocar desfolha intensas das plantas. Todavia, ainda

podem ser consideradas doenças secundárias da cultura.

Quadro 1- Intensidade das doenças da mandioca em seleções de genótipos cultivadas nas unidades

regionais de melhoramento no Sul Catarinense (Araranguá) no ciclo 2011-2012.

Bacteriose CsCMV Antracnose Mancha

foliares

INC.(%)1 SEV.2 INC.(%)1 SEV.3,6 INC.(%)1 SEV.4 INC.(%)1 SEV.5

SANGÃO 0,0.

0,0. 13,8

2,0

. 0,0

. 0,0

83,3

. 2,0

.

STS 1309/96-7 0,0 0,0 16,6

0,2 0,0 0,0 83,3 2,0

STS 1836/94-1 5,3 1,3 13,8

1,3 2,7 1,0 83,3 2,0

STS 1302/96-04 0,0 0,0 16,6 1,3 0,0 0,0 96,7

2,3

STS 1302/96-03 0,0 0,0 13,8

0,6 0,0 0,0 88,8 2,0

STS 2/03-10 2,7 0,6 2,7

0,6 0,0 0,0 88,8 2,0

STS 2/03-7 0,0 0,0 13,8

1,3 0,0 0,0 80,8 2,0

Test. 0,0 0,0 13,8

0,6 0,0 0,0 80,5 2,0

1 Incidência: média da porcentagem de plantas infectadas; 2 Maior nota da bacteriose pela escala de Fukuda et al. (1984); 3 Média das notas de severidade da virose (CsCMV) pela escala de Wydra & Verdier (2002) 4 Média das notas de severidade da antracnose pela escala de Wydra & Verdier (2002) 5 Média das notas de severidade das manchas foliares pela escala de Wydra & Verdier (2002)

Em relação à Araranguá foram verificadas todas as doenças avaliadas, mas com diferentes graus

de incidência: A virose do mosaico comum e a mancha da folha apresentaram altas incidências, mas a

bacteriose e a antracnose tiveram baixas incidências. A virose apresentou maior diferenças apenas para o

genótipo STS 2/03-10, que pode apresentar maior resistência, o que deve ser confirmado por futuros

testes. É importante ressaltar que as principais doenças apresentaram baixas incidências. Os genótipos que

apresentaram sapeco devem ser monitorados nos próximos experimentos.

Numa análise geral pode-se dizer que não houve grandes problemas com doenças nesta unidade, mas

deve-se continuar avaliando a bacteriose e o avanço da virose do mosaico comum.

3.1.2 – Desenvolvimento vegetativo – referente à safra 2011/2012

Data: 09/03/2012

Avaliador: Alexsander Luís Moreto

Relato:

Clone 849 - porte alto comparado aos demais clones avaliados; poucas ramificações; floresce; película

marrom.

Clone 110 – porte alto comparado aos demais clones avaliados; ramificou; floresceu; película marrom.

Clone 530 - porte médio comparado aos demais clones avaliados; ramificou; floresceu; película marrom.

Clone 422 – porte alto comparado aos demais clones avaliados; ramifica; floresce; película marrom.

Clone 70 - porte médio/alto comparado aos demais clones avaliados; ramificou; floresceu; película

branca.

Clone 269 - porte médio/alto comparado aos demais clones avaliados; pouca ramificações; floresce

pouco; película branca.

SCS 253 Sangão – porte médio comparado aos demais clones avaliados; não ramificou; não floresceu;

constatou brotação de gemas nas plantas das parcelas; película creme.

cv. Rama Vermelha - porte alto comparado aos demais clones avaliados; não ramificou; não floresceu;

película marrom.

3.2 – Avaliação final (colheita)

3.2.1 – Data da avaliação final: 05/07/2012

3.2.2 - Avaliadores técnicos

ALEXSANDER LUÍS MORETO

ENILTO DE OLIVEIRA NEUBERT

MILTON ZANELA

ANÔNIO SÉRGIO SOARES

JANIO ANTÔNIO BEBER

LUIZ CARLOS PIVA

3.2.3 - Avaliadores agricultores

MANOEL PEDROSO;

NILTON BAURO PIRES;

FELISBERTO COSTA;

JOÃO VIANA;

EUGÊNIO ISAIAS PEREIRA;

LUCIO PEREIRA;

OLAIR JOSÉ;

LAURO PEREIRA;

SALÉZIO J. SANTOS;

RUI O. FREITAS

3.2.4 - Resultado das avaliações

Figura 1. Médias dos materiais testados para os caracteres matéria seca, porcentagem de amido,

produtividade (toneladas/hectare) e toneladas de amido por hectare no município de

Araranguá.

Safra 2010/2011

Safra 2011/2012

Conjunta - safras 2010/2011 e 2011/2012

Safra 2010/2011

Safra 2011/2012

Conjunta - safras 2010/2011 e 2011/2012

Safra 2010/2011

Safra 2011/2012

Conjunta - safras 2010/2011 e 2011/2012

Safra 2010/2011

Safra 2011/2012

Conjunta - safras 2010/2011 e 2011/2012

Tabela 1. Resumo das avaliações qualitativas realizadas pelos produtores presentes na safra 2010/2011.

Desempenho segundo avaliações qualitativas dos clones e

cultivares testados 2010/2011 Variedades Formato da rama Facilidade arranquio Facilidade despenca

118 8.8* 10.0 10.0

422 6.9 7.5 8.8

70 6.9 10.0 10.0

110 6.9 6.9 5.6

530 9.4 10.0 10.0

269 10.0 10.0 10.0

849 10.0 6.9 5.6

Testemunha 9.4 9.4 10.0 * média das avaliações feitas pelos produtores (Bom = 10; Médio = 7.5; Ruim = 5)

Tabela 2. Resumo das avaliações qualitativas realizadas pelos produtores presentes na safra 2011/2012.

Desempenho segundo avaliações qualitativas dos clones e

cultivares testados 2011/2012

Variedades Formato da rama Facilidade arranquio Facilidade despenca

118 8.7* 10.0 10.0

422 8.1 9.4 7.5

70 8.1 10.0 6.9

110 9.4 9.4 6.9

530 10.0 10.0 10.0

269 10.0 10.0 8.1

849 10.0 9.4 6.3

Testemunha 10.0 8.1 8.1

* média das avaliações feitas pelos produtores (Bom = 10; Médio = 7.5; Ruim = 5)

Tabela 3. Ordenamento preferencial dos clones e cultivares testados no município de Araranguá na safra

2010/2011.

a MELHOR variedade:

(ordenada pela preferência) Soma

269 1* 1 1 1 4**

118 2 2 2 3 9

Test. 6 3 5 2 16

530 4 6 3 4 17

70 3 4 6 5 18

422 5 5 4 6 20

849 7 7 7 7 28

110 8 8 8 8 32 * ordem de preferência pelo avaliador;

** soma dos valores referentes a ordem de preferência. Valores menores correspondem os clones melhores colocados na média das

avaliações.

Tabela 4. Ordenamento preferencial dos clones e cultivares testados no município de Araranguá na safra

2011/2012.

a MELHOR variedade:

(ordenada pela preferência) Soma

269 2* 1 2 1 6**

530 1 4 1 2 8

118 5 2 6 5 18

Test. 8 3 5 3 19

849 4 5 4 7 20

70 6 8 3 4 21

110 3 6 8 8 25

422 7 7 7 6 27 * ordem de preferência pelo avaliador;

** soma dos valores referentes a ordem de preferência. Valores menores correspondem os clones melhores colocados na média das

avaliações.

3.2. 5 - Observações de destaque:

Como resultados (Figura 1) destaca-se principalmente o clone 269 pela sua produtividade por

hectare, sua tonelagem de amido por hectare e por possuir película de cor branca. Os clones 849 e 422

também merecem atenção por apresentarem boa tonelagem de amido por hectare comparado com a

testemunha do produtor. Ambos possuem película de cor marrom. Dentre os materiais avaliados o SCS

253 Sangão (118), 110 e 269 foram os que apresentaram maior teor de matéria seca e amido.

Com relação às avaliações qualitativas (Tabela 1 e 2), apenas o clone 110 teve desempenho abaixo

do esperado para todos os caracteres avaliados na safra 2010/2011. Na safra 2011/2012 os clones 70, 110

e 849 não tiveram um bom desempenho, segundo avaliação dos produtores, apenas para o caractere

facilidade de despenca. O clone 849 teve desempenho baixo para os caracteres facilidade de arranquio e

facilidade de despenca na safra 2010/2011.

Segundo percepção dos produtores, que classificaram os materiais testados por ordem de

preferência no seu conjunto (Tabela 3 e 4), o clone 269 foi o melhor colocado pelos avaliadores nas duas

safras de avaliação.

3. 2 .6 Necessidades de correções apontadas e encaminhamentos definidos no evento

da colheita:

Ficou definido como último ano de avaliação para estes clones. Futuros clones desenvolvidos pelo

programa da EEUr poderão vir ser testados mediante o consentimento de gerentes e estensionistas da

Regional e agricultores da região de Araranguá.

4 - Parecer final da equipe de pesquisa sobre os resultados da unidade

Os resultados de dois anos/safras de avaliações destacam a superioridade do clone 269 para região

de avaliação (Araranguá – SC).

5 - Para conhecimento do trabalho a nível estadual

A seguir é apresentado um panorama geral do desempenho para o caráter tonelada de amido por

hectares de todos os clones testados em todos os municípios parceiros de Santa Catarina. Médias de dois

anos/safra de avaliações.

Figura 2. Resultados médios (toneladas de amido/hectare) das avaliações conjuntas (safra 2010/2011 e

2011/2012) dos clones 70; 110; 269; 422; 530; 849, cultivar SCS 253 Sangão e cultivares local

(testemunhas) nos municípios parceiros em Santa Catarina.