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RELATÓRIO INDIVIDUAL 2º SEMESTRE 2016 - :: Na Agendamele.naagenda.com.br/na_agenda/uf/l/491/giovannafelixmancuzo... · No retorno das férias Giovanna estava com uma carinha diferente,

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RELATÓRIO INDIVIDUAL – 2º SEMESTRE 2016

Olá Anice e Gustavo, estamos no final do ano e é chegado o momento de

lembrar a trajetória da nossa querida Giovanna. Compartilhando com vocês

meu olhar e avaliação diante das respostas apresentadas por ela neste

semestre. As aprendizagens, os desafios, as relações com os amigos e seu

desenvolvimento cognitivo, motor e emocional dentro das áreas do

conhecimento (linguagem oral e escrita, matemática, natureza e sociedade,

artes, música e movimento.)

Com certeza, foi um ano muito bom e produtivo para Giovanna que participou

desse aprendizado de forma atenta e curiosa.

O segundo semestre foi marcado por crescimento, pelo fortalecimento dos

vínculos, superações e tantos novos desafios.

No retorno das férias Giovanna estava com uma carinha diferente, crescida,

falante e muito animada.

Ao se reencontrar com todos ficou muito feliz, afinal retornar a rotina depois de

um período distante dos amigos queridos, trouxe a ela muitas novidades,

vivências, histórias e acontecimentos para compartilhar em nossa roda de

conversa.

Mais falante e entusiasmada, ela logo se disponibilizou a contar às novidades.

E isso contribuiu de maneira significativa no seu aprendizado e no contato com

o grupo e professoras.

A atividade de férias foi uma ferramenta muito importante nesta comunicação,

e Giovanna narrou cada detalhe, explicando quem tinha feito o que durante a

tarefa de casa. Relatou que viu as princesas, que ganhou um vestido muito

brilhante, que brincou com a vovó de massinha e foi visitar o vovô e a vovó

com o papai e a mamãe. E ficou notório o quanto “Gigi” havia se divertido ao

lado de pessoas tão queridas e especiais.

Neste semestre, observo o quanto a “Gigi” está ainda mais tranquila,

demonstrando maior envolvimento nas propostas, como por exemplo, quando

se manifesta rapidamente nas brincadeiras de “onça pintada”, “corre-cotia”,

“pega-pega”, “esconde-esconde” ou mesmo em brincadeiras inventadas por ela

como “mamãe e filhinha”.

Com tamanha desenvoltura observo o quanto seu corpo fica solto: você corre,

senta rápido, fica atenta aos comandos da brincadeira e interage bem com as

regras de cada uma delas.

Na brinquedoteca “Gigi” adora cuidar e dar banho nas bonecas, levando depois

para passear de carrinho. Ela escolhe a roupinha da boneca, arruma o cabelo e

sempre repete palavras doces como “Você ficou linda”, “Precisa comer pra ficar

forte”.

Muitas vezes eu brincava perguntando: Giovanna já esta aprendendo a tocar a

roupinha para ajudar a mamãe Anice a cuidar da Maria Luiza? E ela toda feliz

dizia: “Eu vou ajudar a mamãe”.

No bibi corre para se esconder do “seu lobo” ou pedalar nos carros e motocas

com sua amiga, agora em sua nova brincadeira “só de meninas”.

E o faz de conta transforma o espaço, ela adora brincar com a Sophia, na

gangorra de avião, dando muitas gargalhadas cada vez que pulam mais alto.

Brincar de fazer deliciosos bolos de areia ou entrar dentro do bambolê e fingir

que é uma casinha. Os objetos ganharam “vida” em suas mãos, como um

tecido que se transformava na cabaninha ou em uma coberta para suas

bonecas ou um pedaço de fita que virava uma varinha mágica e transformava

os amigos. Fôlego e imaginação não faltam por aqui.

Claro que os conflitos e disputas continuaram acontecendo, o que é normal e

esperado para essa faixa etária. Atualmente, Giovanna está verbalizando mais

ao se deparar com disputas de papéis ou de brinquedos durante uma

brincadeira, falando com firmeza para os amigos o que esta sentindo,

diferentemente do início das aulas, quando ela respondia com o choro.

Agora ao perceber que não está resolvendo uma situação ela pede nossa

ajuda para conversar com a criança e nós continuamos oferecendo modelos de

falas para que Giovanna consiga resolver cada vez mais esses pequenos

conflitos com maior independência.

E com tantas novidades é notório o quanto a sua segurança aumentou. E que

“Gigi” tem evoluído bastante em todas as áreas do conhecimento.

Agora vou contar como foi a sua participação e o seu desenvolvimento em

todas elas.

Neste semestre o trabalho de linguagem oral tem como objetivos principais,

levar as crianças a interagirem e se expressarem de maneira cada vez mais

clara. Seja narrando suas vivências, cantando, recitando os diferentes gêneros

de leitura, o importante é utilizar os diversos recursos para exercitar a

linguagem oral, ampliando assim seu repertório simbólico e desenvolvendo a

criatividade e imaginação.

A linguagem escrita ainda é estimulada por meio de trabalho com o nome

próprio. A chamada é realizada pelas crianças e os progressos são notáveis. A

constante exploração das fichas de nomes e o jogo da memória proporcionam

o reconhecimento do próprio nome e dos amigos em diversas situações em

que isso se faz necessário, como na identificação de pertences pessoais,

livros, entre outras.

Também usamos como recurso visual rótulos, signos e símbolos, onde as

crianças puderam se expressar, seja comentando sobre uma logomarca

conhecida, ou mesmo relatando o produto das embalagens ou associando as

imagens as suas respectivas representações, como por exemplo, o banheiro

dos meninos (masculino) e das meninas (feminino.)

Ao longo do semestre, desenvolvi junto às crianças o “projeto de leitura

compartilhada com os livros de casa,” onde trocamos de livro com os amigos

para no final escolhermos um livro para contar a história. Essa proposta visa

desenvolver nas crianças comportamentos típicos de um leitor e despertar o

prazer pela leitura. Cada trecho dos livros são lidos de formas diferentes,

dando as crianças a oportunidade de explorarem, expressarem e

demonstrarem suas impressões. Eu faço algumas perguntas sobre a capa, o

título e o conteúdo, e mediando esta conversa todos compartilham suas

opiniões em diversos momentos.

Temos também na rotina a nossa roda de história, que ocorre diariamente.

Desta forma busco incentivar e ampliar o gosto pela leitura nas crianças.

Escolho um livro no dia para compartilharmos a leitura e depois fazemos a roda

da conversa para falar um pouquinho sobre cada história fazendo uma ligação

com o cotidiano de cada um.

Giovanna participa das rodas de conversa com muita alegria, apesar de em

alguns momentos ficar acanhada, diminuindo o tom de voz, mais sempre conta

sobre um passeio ou outro acontecimento vivido junto a sua família, como no

dia em que falou: “Lê tem um neném na barriga da minha mãe”, “Eu vi o Mickey

e a Minnie com o papai e a mamãe”, “Eu ganhei um livro de patinho”. Sua

linguagem está cada vez mais desenvolvida e seu vocabulário ampliado. Tem

pronunciando frases e palavras com muita clareza.

Giovanna fica muito feliz no dia do livro e se antecipa para contar: “Lê eu trouxe

um livro cheio de peixinhos” e logo começa a folhear e me mostrar as imagens,

falando “Ai um tubarão”. Ou mesmo no dia do brinquedo que ela expressa sua

vontade em explorar os brinquedos dos amigos: “Sophia você pode brincar

com meu carrinho, mais empresta sua boneca.”

Como fico feliz e satisfeita com a autonomia e crescimento que esta menina

sabida vem demonstrando.

No decorrer do semestre na área da matemática, utilizamos diversos jogos

para explorar a contagem, entre eles arremessar a bola no bambolê. A posição

do corpo, a distância entre a criança e o bambolê, a força para lançar a bola

são vivências importantes que permitem às crianças perceber e se relacionar

com a matemática de uma maneira muito peculiar, nesse momento usando o

corpo como condutor e solucionando problemas. À medida que vivenciam os

jogos, as crianças não só amadurecem os movimentos, como também

aprimoram as estratégias para acertar a bola no bambolê, relacionando a

quantidade enquanto contam quantas bolinhas acertaram ou quantas erraram.

Na roda de boa tarde, contamos quantos amigos estão presentes e quantos

estão faltando e quem são, fazendo as crianças contar e raciocinar quem ainda

não esta presente. Não é difícil se deparar com comentários, como por

exemplo, a roda esta cheia ou vazia e o amigo não veio porque esta dodói ou

foi viajar.

O trabalho com as seriações e as coleções, (de sementes, objeto ou mesmo de

brinquedos ou brincadeiras, como jogos de montar, jogo da memória numérica

ou dominó) está desafiando ainda mais as crianças para a contagem oral,

avançando no domínio da numeração falada e percepção da numeração

escrita enquanto classificam, seriam e comparam, através de diferentes

critérios o objeto escolhido para selecionar, como por exemplo, sementes de

diversos tamanhos e formato, tampinhas de garrafas, pregadores, potes, etc..

Utilizando a quantidade, cores, igual/diferente e tantas outras possibilidades.

A leitura dos livros “Eram dez lagartas e Eram dez girinos” de Debbie Tarbett,

possibilitou que as crianças de vivenciassem problematizações, exercitando

ainda mais a recitação numérica e levantando hipóteses sobre a quantidade de

animais que apareciam no desenrolar da história.

As brincadeiras de roda ganharam um novo desafio neste semestre a

utilização de sequência, como por exemplo, “o caminhão de laranja” ou “onça

pintada”. Desta maneira os dedos das mãos e as cores são muito utilizados

pelas crianças, a fim de justificar a quantidade, cor e sequência solicitada

oralmente por cada um.

Também trabalhamos as formas geométricas, utilizando muitos recursos de

visualização, como a brincadeira da “toca”, cada vez que o urso aparece

corremos para a forma geométrica citada, e assim ficamos protegidos.

Nesta área Giovanna se divertiu com prazer. Agora mais confiante não se

intimida quando questionada ou convidada a brincar, sorrindo tenta montar o

quebra-cabeça e sempre questiona: “Esta certo Lê?” E lá vamos nós observar

suas tentativas e auxiliar quando necessário. Na roda de boa tarde aponta seu

dedinho e conta os amigos, questionando “O Tarik não veio?”, ”O Davi foi na

outra escola”.

Durante a leitura do livro “Eram dez lagartas” ou “Eram dez girinos”, Giovanna,

soube realizar a contagem dos animais que apareciam em cada página e

estabeleceu comparações de quantidades, também conseguiu identificar

alguns números.

Nas brincadeiras de roda, como onça pintada, já cita muitas cores e acerta a

recitação da sequência numérica da contagem das laranjas do caminhão.

Também reconhece as formas geométricas, como triângulo, quadrado e

círculo.

Na área de natureza e sociedade, trabalhamos os “Sentidos”, com o objetivo de

experimentação com diversas texturas e sensações.

Através de observações, experimentos e pesquisas, as crianças ampliaram

seus conhecimentos acerca dos sabores, odores e sons. E colocamos a mão

na meleca, lixa, terra, areia, folhas, flores e criamos muitas atividades

divertidas.

Também tivemos a oportunidade de trabalhar a diversidade cultural através de

conversas que abordavam os gêneros e as etnias, dando a oportunidade de

novos questionamentos e curiosidades nas crianças. Como apoio ao assunto

utilizei alguns livros, como por exemplo, “Livro da família” de Todd Parr que

aborda assuntos pertinentes como adoção, diferenças raciais, culturais e

sociais e o livro “É assim que eu sou”, de Pierre Winters e “Como eu era

quando eu era bebê” de Jeanne Willis, que busca esclarecer as indagações e

os porquês diante da existência, dos laços afetivos e dos traços genéticos,

assunto tão presente nas nossas rodas de conversas.

Criamos também os bonecos, e íamos montando o corpinho, colocando os

membros em seu devido lugar, as roupinhas, cabelo e assim por diante. As

crianças apreciaram muito a brincadeira, e logo faziam colocações pertinentes,

como por exemplo, só as meninas usam saia né Lê?

Giovanna gostou dos temas abordados e colaborou ativamente com o grupo,

fazendo colocações, como por exemplo, “Meninas fazem xixi sentadas, só

meninos que fazem xixi em pé”.

Ela também colaborou com nossa pesquisa sobre as frutas que tem sementes,

e provou a todas com apetite, dizendo quando não gostava de alguma como,

por exemplo, o coco “é duro Lê”. Observou com atenção enquanto

separávamos as sementes e caroços e ajudou a classificá-las.

E expressou para os amigos e professoras suas vontades e preferências, “O

nenê da barriga da mamãe é pequena assim”, e esticando suas mãozinhas

mostrava o tamanho, ou mesmo para comunicar suas vivências: “A vovó que

deu comida?” ou “Meu cabelo é grande igual o da mamãe”, tão importantes na

comunicação e expressão de sentimentos e vontades.

O trabalho na área de Artes neste semestre ofereceu às crianças a

oportunidade de conhecer e explorar muitas linguagens artísticas, como por

exemplo, a pintura, desenho, colagem, melecas e a construção de escultura

com argila, onde trabalhamos altura, largura e profundidade, explorando

através de objetos e materiais que possuem essas características.

Ao mexer na argila ou torcer um pedaço de papel, as crianças experimentaram

as transformações e a plasticidade do material e perceberam o resultado de

sua ação. Assim os trabalhos artísticos contribuíram para o processo de

conhecimento de si, proporcionando as crianças que seguissem

desenvolvendo essas linguagens e ampliando suas possibilidades de

expressão.

Seus desenhos passaram a ganhar a sua atenção e maior envolvimento

durante as produções. Hoje consigo perceber o quanto Giovanna demostra

prazer em testar seus gestos, dominando melhor seu riscador e movimentos na

folha, na lousa ou no espelho.

Isto ocorre também com a pintura e a colagem.

Com o trabalho de artes plásticas, esculturas, massinhas e argilas, Giovanna

sempre demostra grande prazer ao manipular esses materiais, onde construiu

esculturas amplas e brincando foi explorando e criando formas que ela ia

denominando, enquanto fazia interferências de outros materiais como palitos,

potes e pedras, que ela imprimia sua força para fazer buracos e depois

sobreposição na mesma base, comentando: “Olha eu fiz um rio”.

Em nossos momentos musicais, trouxemos muitas possibilidades de sons.

Trabalhamos os instrumentos, explorando suas formas, funções e sons que

cada um emitia, criamos uma bandinha e muitas brincadeiras e barulhos

conseguimos extrair, e foi possível aprender com muita alegria e diversão.

Também tivemos o apoio do professor Shauan, com suas aulas, brincadeiras,

interpretações e muita sonorização.

Giovanna gostou do barulho do pandeiro e aceitou tocar com alegria. Depois

criamos nossos instrumentos colocando grãos diversos dentro de garrafas,

potes e tubo de papelão. E “Gigi” curtiu muito a experiência, balançando com

força o chocalho e percebendo que o som que ele produzia era diferente dos

amigos, pois cada criança tinham grãos distintos. Areia, pedra, lentilha, arroz,

feijão, grão de bico, sal grosso, madeira e miçangas, percutindo com diferença

no ritmo da música.

Eu me sinto realizada a cada dia de vê-lo cantar as nossas cantigas, imitando

nossos gestos e se divertido com prazer explorando cada conquista e

descobertas.

O corpinho sempre em movimento, seja dançando, pulando, abaixando,

virando cambalhota e fazendo muitas estripulias com os circuitos motores,

dentro e fora de pneu, bambolê, saltando para pegar a garrafa e escalando os

brinquedos, assim é o Giovanna, cada dia ganhando maior autonomia e

aprimorando ainda mais sua capacidade motora.

É muito bom relembrar esses momentos, essas aprendizagens e brincadeiras

ao longo desse período que passamos juntas. Participar de cada conquista,

palavra pronunciada e dos desafios superados por você me deixa muito feliz e

lisonjeada.

Sei que toda aprendizagem trazida nessa convivência não se fecha para as

próximas, e sim, absorve as tantas outras que você vivenciará de hoje em

diante. No ano que vem você ingressará em uma nova escola e terá a

oportunidade de fazer novas amizades e vivenciar uma nova rotina, onde tenho

certeza que será para dividir e exercitar ainda mais seu conhecimento,

adquirindo outros mais. Novos desafios farão parte do capítulo de sua história.

História essa, que fico feliz por ter participado e dividido com você até aqui.

As lembranças são muitas e a alegria por tudo que conquistamos e

vivenciamos ameniza, nesse momento, a saudade que já aperta em meu

coração.

Um agradecimento especial a vocês Anice e Gustavo pela parceria, dedicação

e confiança depositados no decorrer do ano.

Deixo um abraço apertado e demorado nessa menina linda e alegre que me

conquistou com seu jeito meigo e agora já deixa muita saudade.

Boas férias Giovanna! Feliz Natal e um maravilhoso Ano Novo para você e toda

família!

Beijos de uma admiradora... a sua professora,

Alessandra Gorgulho