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Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Operações Unitárias Farmacêuticas Relatório 1 – Desintegração e Tamização Amanda, Hellen, Jéssica, Kimberly, Tatiane Turma: AA

Relatório OPU 1

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Page 1: Relatório OPU 1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

Operações Unitárias Farmacêuticas

Relatório 1 – Desintegração e Tamização

Amanda, Hellen, Jéssica, Kimberly, Tatiane

Turma: AA

Porto Alegre, 17 de setembro de 2012.

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Desintegração

Situação problema: A farmácia necessita implementar a produção de pó a partir de folhas de Persea americana (abacateiro), de acordo com a RDC Nº 67/2007.

A partir da prática realizada para CADA equipamento responda:

1 – Quais são as partes que compõem?

Funil alimentador

Funil de descarga

Moinho de facas : Peças desintegradoras (facas)

Motor

Rotor

Funil alimentador

Funil de descarga

Moinho de sup. Planares: Manivela

Estator

Rotor

Carcaça rotatória Moinho de bolas: Bolas

Manivela

Funil alimentadorMotorRotor

Moinho coloidal: EstatorBengala de recirculaçãoTorneira de descarga

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2 – Faça uma tabela apontando: peças desintegradoras, forças que atuam, alimentação, descarga e funcionamento.

Equipamento Peças desintegradoras

Força Alimentação

Descarga Funcionamento

Moinho de facas

Lâminas Corte Superior Inferior Contínuo

Moinho sup. Planares

Rotor + estator Compressão + atrito

Superior Inferior Contínuo

Moinho de bolas

Bolas Impacto + abrasão

Lateral Lateral Descontínuo

Moinho coloidal

Rotor + estator Cisalhamento (atrito +

corte)

Superior Inferior Contínuo

3 – Descreva passo a passo como ocorre a desintegração da matéria prima feita na aula prática e qual o produto obtido.

Moinho de facas: realiza a moagem e mistura da matéria prima pelo giro das lâminas em alta velocidade, uutilizando a força de corte para tal. O produto obtido foi um pó, juntamente com algumas partes menores das folhas

Moinho de superfícies planares: realiza a moagem da matéria prima no momneto em que a mesma passa entre o rotor e estator (que possui sulcos) e usa as forças de atrito e compressão. O produto obtido foi a matéria prima em porções menores, entretanto sem pó. As forças não foram adequadas para a moagem do material.

Moinho de bolas: as bolas, de material inerte, em rotação dentro da carcaça atingem a altura máxima e caem pela força da gravidade sobre a matéria prima, exercendo forças de abrasão e impacto. O produto final foi a matéria prima desintegrada em pedaços menores, mas sem pó. As forças não foram adequadas para a moagem do material.

Moinho coloidal: Esse equipamento forma emulsões ou suspensões através da força de cisalhamento exercida sobre a matéria prima ao passar por sulcos entre o rotor e o estator. A força desintegra partes insolúveis e realiza a mistura. O produto obtido foi uma emulsão de água e óleo.

4 – Esse moinho poderia ser utilizado para que tipo de matérias-primas? Moinho de facas: sólidos fibrosos. Moinho de superfícies planares: sementes, grãos. Moinho de bolas: materiais abrasivos. Moinho coloidal: líquidos e semi-sólidos úmidos.

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5 – Quais os parâmetros que influenciam?

Os parâmetros que influenciam a moagem são: moabilidade da matéria prima; dureza dos materiais; abrasão; umidade; inflamabilidade; temperatura; toxicidade; composição química

6 – Qual a matéria-prima que pode ser desintegrada e qual não pode ser desintegrada pelo equipamento?

Equipamento Matéria prima usada Matéria prima não usadaMoinho de facas Fibrosa FriáveisMoinho de bolas Abrasivo MolesMoinho coloidal Moles Secos

Moinho sup. Planares Friáveis Fibrosa

7 – Cite EPIs e EPCs necessários.

EPIs: jaleco; óculos de proteção; máscara respiratória; sapatos fechados; calças compridas; cabelos presos; protetores auriculares; luvas.

EPCs: capela de exautão; ciclone; câmara de despoeiramento; filtro de mangas.

Tamização

Situação problema: A partir da matéria-prima desintegrada, utilizando a técnica da Farmacopéia Brasileira, obtenha pó moderadamente grosso e pó fino.

1 -Escreva Procedimento Operacional Padrão (POP) de tamisação, classificando o produto obtido segundo a Farmacopéia Brasileira

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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

1. Objetivo

Procedimento para a tamisação de produtos pulvéreos (pós).

2. Definições

Tamisação: operação farmacêutica que tem por objetivo separar frações de uma mistura pulvérea ou granulado em função do tamanho das partículas presentes, obtendo-se frações de pó com partículas de tamanhos homogêneos (mesma tenuidade).

Tamis: Instrumento utilizado para realizar a tamisação. Tem formato de aro com diâmetro variável constituído por uma trama de fios de aço inoxidável, latão, crina ou seda entrelaçados, sem revestimento, que deixam intervalos quadrados livres entre os mesmos denominados malhas. Cada tamis é designado por um número que corresponde ao quadrado formado pelo espaço vazio interno de cada malha.

3. Procedimento

3.1. Pesar até 25g de folhas desintegradas de Persea americana (abacateiro).

3.2. Escolher o tamis com abertura de malha de 710μm e de 250μm para a tamisação de pó moderadamente grosso e de 180μm para a tamisação de pó fino.

3.3. Verificar se os tamises se encontram limpos e secos.

3.4. Colocar os tamises na seguinte ordem: uma bandeja de aço inox limpa e seca, em cima desta o tamis de abertura de malha de 180μm, sobre ele o tamis de abertura de malha 250μm e acima deste o tamis de abertura de malha de 710μm.

3.5. Colocar sobre a parte central do tamis até 25g de folhas desintegradas de Persea americana (abacateiro). Tapar os tamises com tampa de igual tamanho. Agitar os tamises em movimentos vibratório e oscilatórios por 30 minutos ou até que a operação esteja completa.

3.6. Evitar sempre que possível que o produto fique retido nas margens do tamis.

3.7. Retirar os tamises da bandeja, evitando que os restos se misturem com o produto tamisado. Recolher todas as porções tamisadas separadamente e realizar a pesagem das mesmas.

3.8. Considerar a granulometria adequada para pó moderadamente grosso se as partículas passam em sua totalidade pelo tamis com abertura nominal de malha de 710μm e, no máximo, 40% com o tamis com abertura nominal de malha de 250μm.

3.9. Considerar a granulometria adequada para pó fino se as partículas passam em sua totalidade pelo tamis com abertura nominal de malha de 180μm.

3.10. Realizar a limpeza dos tamises.

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2 -Comente quanto a segurança em relação ao operador e ambiente e construa mapa de risco.

A segurança do operador em um laboratório é um fator que deve ser considerado em qualquer situação. Através de um mapa de risco sabemos ao que estamos expostos, sendo possível uma prevenção e uma minimização dos mesmos, a partir do uso de EPIs e EPCs.

Para resolver a situação problema apresentada neste relatório, os operadores estiveram expostos a alguns riscos, sendo possível citar os principais como: físicos (ruídos); químicos (pó), ergonômicos (movimentos repetitivos) e acidentais (cortes).

O uso de jaleco, luvas, máscaras, óculos de proteção e protetor auricular, aliados a um ciclone, garante maior segurança ao operador e ao meio ambiente.

Mapa de Risco dos Equipamentos:

Moinho Coloidal

Moinho de Bolas

Moinho de facas

Monho de Superfícies Planares

Tamis

Legenda:

Tipo de Risco Descrição

Físico Ruído,calor,pressão, umidade,radiação, vibrações.

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Químico Produtos químicos em geral e pós potencialmente danosos

ou tóxicos e em estados físicos que propiciam danos à

saúde.

Biológico Vetores patológicos: fungos, vírus, parasitas, bactérias,

protozoários, insetos.

Ergonômico Levantamento e transporte de material pesado,

monotonia, repetitividade, responsabilidade, ritmo

excessivo, posturas inadequadas de trabalho,

trabalho em turnos.

Acidental Arranjo ambiental inadequado, iluminação inadequada, incêndio e explosão, eletricidade,

máquinas e equipamentos sem proteção, quedas e animais peçonhentos.

3 -Comentários quanto a Legislação

Na RDC 67/2007 constam exigências para o exercício de atividades de manipulação, que visam à garantia de qualidade, segurança e efetividade. Unindo essas exigências com conceitos e procedimentos descritos na Farmacopéia Brasileira, é possível padronizar operações unitárias, aumentando assim a reprodutibilidade dos processos.

A granulometria é um exemplo bem descrito pela Farmacopéia Brasileira, na qual há definições claras para a classificação dos pós, e que, se seguidas, garantem segurança e confiabilidade para indústrias e pacientes.

4 -Indique como otimizar a nova produção a partir das folhas até os pós.

1ª ETAPA: Secagem das folhas de abacateiro

Pode-se realizar a secagem por exposição das folhas de abacateiro (droga vegetal) ao ar, em atmosfera seca e arejada, mas o processo mais usual é a secagem em estufa, a 40° - 45°C por tempo variável.

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2ª ETAPA: Triagem

Tem por objetivo separar as partes inúteis ou estranhas que acompanham a droga vegetal. Pode ser feito manualmente.

3° ETAPA: Divisão Grosseira

Representa um processo de fragmentação das drogas destinado a torna-las aptas para serem reduzidas a pó. Pode ser realizada por tesouras ou facas.

4ª ETAPA: Pulverização

Praticada com a finalidade de reduzir uma substância a pó, o qual é designado como um conjunto de partículas sólidas resultantes da divisão de uma droga, mantendo grande homogeneidade dependendo da classe de pó considerada.

- Pulverização por Moinho de Facas

Possui facas que atuam no material através da força de corte, transformando as folhas de abacateiro em pó.

5ª ETAPA: Tamisação

Caracteriza-se como uma operação que permite individualizar um pó pois este deve ser um conjunto bastante homogêneo de partículas contendo um certo e determinado diâmetro.

Esse processo pode ser dinamizado acoplando ao moinho de facas tamises nos diâmetros de malha especificados para cada tamanho de pó, para que o produto final obtido já seja o pó no tamanho desejado. Também se pode colocar um ciclone na saída do moinho, assim se diminui os riscos químicos sofridos pelo operador, visto que se minimizaria a quantidade de pó que se solta pelo ambiente.

5 -Bibliografia

PONTE, CYNTHIA I. R. V. Operações Unitárias Farmacêuticas. 2012/2.

BRASIL. Farmacopéia Brasileira. 4ª edição, parte I.

FERREIRA, A.O. et al. Guia Prático da Farmácia Magistral. 2o edição.Juiz de Fora:Pharmabooks, 2002.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 67 de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 09 de outubro de 2007, Seção 1.