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Universidade Federal de Minas Gerais Centro de Estudo em Criminalidade e Segurança Pública Março de 2019 RELATÓRIO DE ATIVIDADES CRISP APRESENTA (2018)

Relatório Crisp Apresenta - 2018...desenvolvidas e financiadas com dinheiro público pelas diversas agências de pesquisa. Foram realizados nove eventos, initerruptamente entre março

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UniversidadeFederaldeMinasGeraisCentrodeEstudoemCriminalidadeeSegurançaPública

Marçode2019

RELATÓRIODEATIVIDADESCRISPAPRESENTA

(2018)

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RELATÓRIODEATIVIDADES(2018)

Realização:

CentrodeEstudoemCriminalidadeeSegurançaPúblicaProgramadePós-GraduaçãoemSociologiadaUFMG

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FichaTécnicaCoordenaçãoacadêmica:LudmilaMendonçaLopesRibeiro(PPGS/DSO/CRISP)Coordenaçãodeatividades:LuanaHordonesChaves(PPGS/DSO/CRISP)Apoio:TaísLima(IGC)Informações:Site:www.crisp.ufmg.brFone:(31)3409-6310Endereço:Av.PresidenteAntônioCarlos,nº6627,Pampulha-UnidadeAdministrativaIII.BeloHorizonte,MinasGerais.

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Sumário

Introdução.................................................................................................................4

Osapresentadoreseaspalestras...............................................................................6Encarceramentofeminino:dinâmicasfamiliares,saúdegestacionaleasdoresdoaprisionamento.................................................................................................................6Trabalhoescravoeviolência:interfacesdeumaagendadepesquisa.................................8SistemadeJustiçaCriminalcomofontedepesquisanasCiênciasSociais...........................9Gestãodaviolênciapelocrime........................................................................................10Egressosemonitoramentoeletrônico:mecanismosdecontroledoestadopenal............12Culturadesviante.............................................................................................................13Trajetóriadejovensinfratores.........................................................................................14OtrabalhodosagentespenitenciáriosemMinasGerais..................................................15Razão,crimeeemoção....................................................................................................17

AaudiênciadoCrispApresenta...............................................................................19

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Introdução

O “Crisp Apresenta” foi, durante o ano de 2018, uma atividade de extensão

realizadapeloCentrodeEstudosdeCriminalidadeeSegurançaPública(CRISP)epelo

ProgramadePós-GraduaçãoemSociologia,ambosdaUFMG.Tratou-sedeumprojeto

que tinha como objetivo promover o debate de estudos relacionados ao crime, às

políticaspúblicasdesegurança,aospadrõesde funcionamentodosistemade justiça

criminal e ao sistema prisional entre o público interno e externo à Universidade

FederaldeMinasGerais.

Duranteosanosde2016e2017,foramrealizadaspalestrasmensaisnoâmbito

doprojeto“CrispConvida”tambémpromovidaspeloCentrodeEstudos.Duranteesse

período, uma vez por mês algum professor ou pesquisador, da UFMG ou de outra

instituição de ensino e pesquisa deMinasGerais, era convidado a apresentar o seu

estudo no formato de uma palestra, seguida por debate. Dando continuidade ao

projeto anterior, ao longo do ano de 2018, a proposta do Crisp Apresenta se

diferenciouporpromoverumespaçoparaaapresentaçãodepesquisasquetêmsido

desenvolvidasnoCentroporsuaequipedepesquisadores.

Nessa oportunidade, tal como acontecia anteriormente, foram organizadas

palestrasmensais,compropósitodequeospesquisadoresconvidadosapresentassem

os resultados de seus estudos. Com isso, foi possível que pesquisadores e

pesquisadorasdoCentroexpusessemàcomunidadeemgeralresultadosdepesquisas

desenvolvidasefinanciadascomdinheiropúblicopelasdiversasagênciasdepesquisa.

Foramrealizadosnoveeventos,initerruptamenteentremarçoenovembro,em

que23palestrantes(entreprofessores,alunosdapós-graduaçãoedoutoresdaárea)

apresentaram as pesquisas mais recentes realizadas no âmbito do Crisp e da Pós-

GraduaçãoemSociologiadaUFMG.Taisencontrosatingiram,aotodo,umpúblicode

227 participantes, composto por alunos da graduação, da pós-graduação, gestores

estaduais e municipais, técnicos do sistema de segurança pública e defesa social,

alunosdeoutras instituições, interessadosnotemae jornalistas.Nessesentido,para

alémdopúblicomobilizadonaocasiãodaspalestrasdoCrispApresenta,osresultados

de pesquisas discutidos nessas ocasiões atingiram, pormeio da atuação jornalística,

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um número bem maior de pessoas, uma vez que foram publicados em meios de

comunicaçãodeâmbitoregional,estatualenacional.

Passamos,agora,àapresentaçãodaspalestrasrealizadasduranteesseprojeto

deextensãoquealiapesquisaeensinonasáreasdesegurançapúblicaecriminalidade

emMinasGerais.

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Os apresentadores e as palestras

Nesta seção, apresentamosumbreve resumodos currículosdospalestrantes

que compareceramaoCrispApresentanodecorrerdoanode2018,bemcomodos

temas por eles abordados em suas respectivas falas. Seguiremos os títulos e o

cronogramadosseminárioscomoformaderememorarcronologicamenteosdebates

doanopassado.

Encarceramento feminino: dinâmicas famil iares, saúde gestacional e as dores do aprisionamento

Nodia16demarçode2018foirealizadooprimeiroeventodoCrispApresenta

do ano de 2018, que contou com a presença das pesquisadoras Luana Hordones,

NatáliaMartino,IsabelaAraújoeThaísLemos,queapresentaramotrabalhointitulado

“Encarceramento feminino: dinâmicas familiares, saúde gestacional e as dores do

aprisionamento”. Luana Hordones Chaves, é bolsista CAPES de pós-doutorado em

SociologiapelaUFMG,epesquisadoranoCRISPcomestudosvoltadosparaasprisões

femininas. Natália Cristina Costa Martino e Isabela Cristina Alves Araújo, ambas

mestrandas em Sociologia pela UFMG, são pesquisadoras do CRISP com trabalhos

sobreo sistemaprisional. Thaís LemosDuarte, épós-doutorandaemSociologiapela

UFMG,coordenadoradoCentrodePesquisadoMinistérioPúblicodoestadodoRiode

Janeiro,edesenvolvepesquisassobredireitoshumanosesistemadejustiçacriminal.

ApesquisadoraLuanaHordonesexpôsotema‘doresdoaprisionamento’tendo

em vista a vivência de mulheres presas, em comparação com homens privados de

liberdade.Osdadosanalisadospelapesquisadoranestaocasiãoderivamdapesquisa

intitulada“Quemsão,comovivemecomquemserelacionamosdetentosdaRegião

Metropolitana de Belo Horizonte”, desenvolvida no Centro de Estudos de

CriminalidadeeSegurançaPúblicaentreosanosde2014e2016,comfinanciamento

do CNPq (processo 445545/2014-3). Luana destacou, em sua apresentação, que as

dores do aprisionamento vivenciadas por mulheres privadas de liberdade são

intensificadas,muitas vezes, pelo fato de que as presas sãomenos visitadas que os

homensnocárcere.Umdosmotivosparaessemaiorisolamentodasdetentasseriaa

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rejeiçãomoral a que são submetidas essasmulheres, tanto por parte da sociedade,

comodaprópriafamília.Tambémforamapresentadosalgunsresultadosdapesquisa

“Amorbandidoéchavedecadeia?”,projetoestefinanciadopelaFAPEMIG(processo

n.CSA–APQ01648-16), sobretudosobreoperfildasmulherespresasnacidadede

BeloHorizonteentre2017e2018.

A segundapesquisadora a se apresentar foiNatáliaMartinoque, naocasião,

abordoualgumasquestõesacercadasredesderelacionamentodasmulherespresas.

A partir de dados coletados no âmbito da pesquisa “Amor bandido é chave de

cadeia?”,Natália levantouquestõessobreasdinâmicasfamiliares,aguardadefilhos

demulherespresas,asrelaçõesconstruídasdentrodoambienteprisional,eastrocas

entreomundoexternoeaprisão,tendoemvistaosresultadosdapesquisarealizada

noComplexoPenitenciárioEstêvãoPinto.Deacordocomaapresentadora,amaioria

das mulheres que se encontram em privação de liberdade eram as principais

provedoras de seus lares, emesmodentro da penitenciária continuam contribuindo

com as despesas da família, com a renda que recebem dos trabalhos realizados no

presídio.

IsabelaAraújo,aterceirapalestrante,apresentoualgunsresultadosdapesquisa

“Amor bandido é chave de cadeia?” realizada no Centro de Referência da Gestante

Privada de Liberdade. Tendo como problema de pesquisa a questão da saúde de

mulheres gestantes e puérperas presas em Minas Gerais, a pesquisadora debateu

algunspontossobreasaúdedasmulheresentrevistadasapartirdeumaperspectiva

que considera três pontos fundamentais para a análise sobre saúde: a questão

psicológica, a vida social e a assistência médica. Isabela destacou, em sua

apresentação,quenanarrativadasmulherespresasoentendimentodesaúdeéalgo

quederivadaexperiênciavividaforadaunidadeprisionalemqueforamentrevistadas,

sejaemoutrospresídiosouforadaprisão.

AúltimapalestrantedodiafoiapesquisadoraThaísLemos,vindadacidadedo

Rio de Janeiro, onde realizou pesquisas nas filas de visitação de alguns presídios do

estado. A pesquisadora abordou questões referentes aos procedimentos de revista,

muitasvezesconstrangedores,pelosquaismulheresecriançaspassamparavisitação

defamiliarespresos.Thaistambémproblematizou,emsuaapresentação,aquestãodo

direitoàvisitaíntimaaindanegadoàmaioriadasmulherespresasnoBrasil.

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Apósasapresentaçõesfoiabertaasessãodeperguntas,emqueopúblicopode

dialogarcomaspalestrantesconvidadas.Oeventoduroumaisdetrêshorasecontou

com51participantes.

Trabalho escravo e violência: interfaces de uma agenda de pesquisa

Nodia27deabrilde2018foirealizadaasegundaediçãodoCrispApresenta,

quecontoucomaparticipaçãodoProf.BráulioFigueiredoAlvesSilvaedamestranda

Yolanda Campos Maia, que apresentaram a palestra “Trabalho escravo e violência:

interfaces de uma agenda de pesquisa”. Bráulio Figueiredo é Professor Adjunto do

departamento de Sociologia da UFMG, pesquisador do Centro de Estudos de

CriminalidadeeSegurançaPública(CRISP)edoCentrodePesquisasQuantitativasem

CiênciasSociais (CEPEQS)daUFMG.YolandaCamposégraduadaemCiênciasSociais

pelaUFMG,mestrandanoprogramadePós-GraduaçãodeSociologiaepesquisadora

doCRISP,sobaorientaçãodeBráulioSilva.

Na ocasião, os pesquisadores nos apresentaram os resultados parciais da

pesquisa“MensurandooTrabalhoEscravoContemporâneonoestadodoMaranhão”

quefoidesenvolvidaem2017,sobreascondiçõesdetrabalhoescravonoestado,pelo

CRISP. Primeiramente, foram discutidos os conceitos utilizados para definir o que é

trabalho escravo. Tanto o conceito usado pela OIT (Organização Internacional do

Trabalho),comooconceitodispostonoCódigoPenalBrasileiroforamabordadoscom

profundidadepelosapresentadores,quelevantaramalcanceselimitaçõesdessasduas

versões. Para atender os objetivos da pesquisa, um conceito operacional foi

apresentado, tal como segue: “o trabalho para o qual uma pessoa não se ofereceu

voluntariamente,equeérealizadosobqualquertipodeameaçaoupunição,aplicada

sejaporumempregador,ouporumterceiro.Dessaforma,ficamdestacadasasduas

dimensões utilizadas pela OIT para a definição operacional do trabalho forçado:

involuntariedadeepunição(ouameaçadepunição).”Emseguida,foramabordadasas

etapasdotrabalho–quecontoucommetodologiasqualitativasequantitativas–eos

dados sobre a amostra analisada. Por fim, alguns resultados foram apresentados,

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como o perfil dos entrevistados e as condições de moradia, além das precárias

condiçõesdetrabalho.

Após a explanação dos palestrantes, foi aberta a sessão para perguntas e

respostas.Oeventoduroucercade trêshorase contoucompúblicode58pessoas.

Excepcionalmente nessa edição o Crisp Apresenta contou com a participação dos

alunosdadisciplinaSeminárioTemático,ministradapeloprofessorJerônimoMunizno

programadepós-graduaçãoemSociologiadaUFMG.

Sistema de Justiça Criminal como fonte de pesquisa nas Ciências Sociais

AterceiraediçãodoCrispApresentaaconteceunodia11demaiode2018,e

contou com a participação das pesquisadoras FloraMoara Lima, Lívia Bastos Lage e

Juliana Neves Lopes Rodrigues, que apresentaram a palestra intitulada “Sistema de

JustiçaCriminal como fontedepesquisanasCiênciasSociais”. FloraMoaraémestre

em Ciências Sociais pela PUCMinas, e pesquisadora bolsista do CRISP. Lívia Lage é

mestranda do Programa de Pós-graduação em Sociologia daUFMG. JulianaNeves é

doutorandaemSociologiapelaUFMG,emestreemSociologiapelamesmoinstituição.

Astrêsdesenvolvem,atualmente,pesquisasquetêmcomoobjetodeanáliseosistema

dejustiçacriminal,sendoquetodasforamfinanciadaspelaFAPEMIG.

No primeiro momento da explanação, as pesquisadoras apresentaram o

sistemade justiça criminal comoobjeto de análise, diferenciando-o da criminologia:

nesse aspecto, por um lado temos a análise de processos judiciais e, por outro, de

crimes e criminosos. Nesse sentido, o objetivo das pesquisas sobre o fluxo de

processamentonajustiçaéreconstituiraformacomoumcrimeregistradopelapolícia

éprocessadopelasdemaisagências,comooMP,DF,oSistemaJudiciárioeoSistema

Prisional. Issopode sedar, de acordo comas apresentadoras, quantitativamenteou

qualitativamente. À análise quantitativa cabe a mensuração da taxa de atrito

(proporçãodedelitosregistradosnapolíciaquesãolevadosaoSJCeresponsabilizados

com uma sentença) e do tempo despendido em cada uma das fases de

processamento.Àanálisequalitativacabedescortinaroperfildeautoresedevítimas

de determinados delitos, assim como as distintas “verdades” construídas pelos

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aplicadores do direito em cada fase de processamento. Foi apresentado, ainda, o

fluxogramadasfasespoliciaisejudiciaisdosprocessos.

Feitaessaintrodução,aapresentaçãosedividiuemtrêsmomentosespecíficos

emque foramdebatidosestudosquecompõemaagendadepesquisadoCentrode

EstudosdeCriminalidadee SegurançaPública. Lívia Lagenos apresentou a pesquisa

sobre as audiências de custódia (que é desenvolvida desde setembro de 2015 pelo

CRISP) e alguns de seus resultados. Essa pesquisa foi financiada pelo CNPq

(307371/2015-8)efoicoordenadapelaprofessoraLudmilaMendonçaLopesRibeiro.

FloraMoaraabordouapesquisasobreofluxoeotempodoSistemadeJustiça

Criminal com uma análise dos casos de homicídios dolosos arquivados em Belo

Horizonte (entre os anos de 2003-2013), e apresentou a pesquisa em andamento

sobre os processos de tráfico de drogas em Belo Horizonte. Essa pesquisa foi

financiada pela FAPEMIG por meio do APQ PQ-00744-14 e foi coordenada pela

professoraLudmilaMendonçaLopesRibeiro.

JulianaNeves,porsuavez,debateuotemadautilizaçãodoInquéritoPolicialno

esclarecimento de homicídios dolosos em uma perspectiva que, segundo a

pesquisadora,confereumaconfusãoentrepolícia-justiça. Essapesquisa tambémfoi

realizadapormeiodofinanciamentodoAPQPQ-00744-14.

Após a explanação das palestrantes, abriu-se a sessão para perguntas e

respostas ao público. O evento teve duração de cerca de duas horas e meia. Na

ocasião,estiverampresentes46pessoas.

Gestão da violência pelo crime

No dia 15 de junho tivemos a quarta edição do CrispApresenta, que contou

com a participação dos seguintes pesquisadores do Centro de Estudos de

CriminalidadeeSegurançaPública:RafaelLacerdaSilveiraRocha,ViníciusAssisCouto

e Victor Neiva e Oliveira. Na ocasião, os pesquisadores apresentaram a palestra

intitulada “Gestão da violência pelo crime”. Rafael Rocha é doutor e mestre em

Sociologia pela UFMG e tem experiência nas áreas de Criminalidade e Segurança

Pública, e Sociologia Urbana. Vinícius Couto é doutor e mestre em Sociologia pela

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UFMG,erealizapesquisasnaáreadeCriminalidadeeSegurançaPúblicacomfocoem

controles informais da violência e formas de interação entre grupos criminosos e

aparelhos formais do Estado. Victor Neiva e Oliveira é doutorando e mestre em

SociologiapelaUFMG,compesquisasnaáreadaSociologiadaPunição,comfocono

funcionamento das organizações do sistema de justiça criminal (polícia, justiça e

prisões).Naocasião,RafaelRochaeViníciusCoutoapresentaramosresultadosdesuas

teses de doutorado, recentemente defendidas na instituição. O pesquisador Victor

Neivaapresentouumtrabalhoquetemdesenvolvidonocursodeseudoutoramento.

Apalestrafoiabertacomconsideraçõesacercadaexpressãoquedeunomeà

apresentação.Naspalavrasdosautores:“Quandofalamosdagestãodaviolênciapelo

crimenãosetratadocontrole(nosentidodaredução)ouprevençãodaviolência,mas

simde decisões que se referema quem, quando e comopode utilizar a violência e

quem pode ser submetido a ela em quais situações”. Nesse sentido, as pesquisas

compartilhamoestudodagestãodaviolênciapelocrime,sejaembairrosdeperiferia

degrandescidades,ouemambientesprisionais–tendoemvistaasporosidadesentre

prisões e os bairros periféricos. Rafael Rocha tratou da gestão da violência pelos

homicídiosembairrosperiféricosdacapitalmineira,VictorNeivadebateuagestãoda

violênciapelasfacçõescriminosasemsuasinteraçõesentreprisãoecidade,eVinícius

Coutoabordouagestãodaviolênciapormeiodaatuaçãodemilícias.

Oprimeiropesquisadoraapresentar resultadosdepesquisa foiRafaelRocha,

que debateu sobre o conteúdo moral dos homicídios de caráter retaliatório nas

periferias de Belo Horizonte. Em seguida, Victor Neiva tratou de questões ligadas à

ramificação e à expansão do Primeiro Comando da Capital (PCC) emMinas Gerais,

apresentando resultados de pesquisa realizada em pavilhões específicos da

Penitenciária Nelson Hungria na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Por fim,

Vinícius Couto discutiu os processos de estruturação e a inserção política de

organizaçõescriminosasnocasodasmilícias.

Após a explanação dos palestrantes, foi aberta a sessão de perguntas e

respostas. Com uma plateia de aproximadamente 55 participantes, o evento teve

duraçãototaldetrêshoras.

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Egressos e monitoramento eletrônico: mecanismos de controle do estado penal

Aconteceunodia13de julhoaquintaediçãodoCrispApresenta,quecontou

comaparticipaçãodaprofessoraAndréaSilveira,edapesquisadoraRafaelleLopes.Na

ocasião, as pesquisadoras apresentaram a palestra intitulada “Egressos e

monitoramentoeletrônico:mecanismosdecontroledoestadopenal”.AndréaMaria

SilveiraégraduadaemMedicinapelaUFMG,comresidênciaemMedicinaPreventivae

Social (área de concentração em Saúde do Trabalhador), mestrado em Sociologia e

doutorado em Ciências Humanas (Sociologia e Política) pelamesma universidade. É

professora associadadoDepartamentodeMedicinaPreventivae Social daUFMG,e

subcoordenadoradoCentrodeEstudosdeCriminalidadeeSegurançaPública(CRISP).

Rafaelle Lopes Souza possui mestrado em Sociologia pela UFMG, e atualmente é

doutorandaemSociologiapelaUFMGepesquisadoradoCRISP.

A professora Andréa Silveira abriu a palestra com a apresentação sobre a

inserçãodeegressosdosistemaprisionalnomercadoformaldetrabalho.Aprofessora

introduziuotemacomconsideraçõesacercadoatualcenárioprisionalbrasileiroecom

considerações sobre o trabalho como fator social de inclusão. Questões sobre os

efeitoscolaterais (formaise informais)doaprisionamento foramtambémlevantadas

pela professora, assim como um panorama das políticas públicas direcionadas aos

egressosdosistemaprisional.Emseguida,foramapresentadosdadoseresultadosda

pesquisarealizadaporpesquisadoresdoCRISP.Talpesquisateveointuitodeanalisar

opapeldo trabalhona inclusão social deegressosdo sistemaprisionalpormeiode

uma avaliação de resultados do Projeto Regresso executado em parceria entre o

Estado deMinas Gerais (PRESP) eMinas Pela Paz na RegiãoMetropolitana de Belo

Horizonte entre os anos de 2010 a 2013. A partir de análise qualitativa, foram

apresentadas as percepções de representantes do PRESP, de representantes de

empresascontratantesdeegressosdirecionadospeloprogramaedostrabalhadores,

alémdealgumasconsideraçõessobreaanáliserealizadaapartirdobancodedadosdo

programa.

ApesquisadoraRafaelleLopesapresentou,emseguida,dadoseresultadosde

pesquisa sobremonitoração eletrônica, cujo objetivo é compreender como se dá o

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funcionamentodamonitoraçãoeletrônicaemMinasGeraisnassuastrêsmodalidades

de aplicação (como medida cautelar, como medida protetiva de urgência e como

forma de execução penal). A palestrante enfatizou, durante toda sua apresentação,

comoessanovacategoriadeobjetopenal,atravésdeumasupervisãovirtual,oferece

e exige novas dimensões de análise no campo da Sociologia da Punição.

Primeiramente foi apresentado um apanhado histórico do uso da tornozeleira

eletrônicanoBrasil enomundo,eemseguida,apresentadaapesquisa realizadana

UnidadeGestoradeMonitoraçãoEletrônica.

Após a explanação das palestrantes, foi aberta a sessão de perguntas e

respostas.Oeventoteveduraçãode2horasecontoucomumpúblicode32ouvintes.

Cultura desviante

Em10deagostotivemosasextaediçãodoCrispApresenta,quecontoucoma

participação da professora Valéria Oliveira e dos pesquisadores Daniel Carnaval e

Flávia Soares. Na ocasião, os pesquisadores apresentaram a palestra intitulada

“Culturadesviante”.ValériaCristinadeOliveiraéprofessoraadjuntadoDepartamento

deCiênciasAplicadasàEducação,naFaculdadedeEducaçãodaUFMGepesquisadora

do CRISP. Com pós-doutorado no Centro de Estudos da Metrópole (CEM), possui

doutoradoemSociologiapeloDepartamentodeSociologiadaUFMG.DanielBabode

ResendeCarnavalémestreemSociologiapelaUFMG,especialistaemCiênciasPenais

pelo Instituto de Educação Continuada da PUC-Minas, e graduado em Direito pela

mesmainstituição.FláviaCristinaSoaresédoutoraemestreemSociologiapelaUFMG,

eespecialistaemGestãoSocialpelaEscoladeGovernodaFundaçãoJoãoPinheiro.

Asessãofoi iniciadapelapalestraministradapelapesquisadoraFláviaSoares,

que apresentou dados de sua pesquisa de doutoramento em uma apresentação

intitulada “Algumas considerações sobreas torcidasorganizadasda capitalmineira”.

Tendocomoobjetivodepesquisa,entenderporqueosjovensdetorcidasorganizadas

rivaisseconfrontamfisicamentenosdiasdejogosclássicosdefutebol,apesquisadora

vivenciouocotidianodeumsubgrupode jovensmoradoresda regionalnoroestede

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Belo Horizonte por três anos, participando de atividades do grupo (Tatus07) e

realizandoentrevistas.

DanielCarnavalapresentouresultadosdapesquisadeseucursodemestrado,

que foi realizadanaprisão JoséMariadeAlckmin, naRegiãoMetropolitanadeBelo

Horizonte,entreosmesesdeagostoeoutubrode2017,sobretatuagensdecadeia.O

pesquisadorapresentoualgumas fotosdapenitenciária visitadaedehomenspresos

tatuados – fotos feitasmediante autorização da instituição e dos entrevistados. De

acordo com sua análise, há alguns tipos específicos de tatuagens na população

carcerária: tatuagensestéticas, tatuagensdehomenagens, tatuagensde apologia ao

crime, e tatuagens próprias de gangues e facções. Além de imagens, foram

apresentadosrelatosdosentrevistadosnapesquisa.

AprofessoraepesquisadoraValériaOliveiraapresentoudadosdeumtrabalho

feito apartir deumapesquisa realizadapela equipedoCRISPemprisõesdaRegião

Metropolitana de Belo Horizonte – “Quem são, como vivem e com quem se

relacionam os presos da RMBH”. Intitulado “Inversão da ordem (?): quando o

profissionaldesegurançapúblicavirapreso”,otrabalhofazumaanálisesobreoque

há de comum e de particular nas dinâmicas sociais estabelecidas por presos ex

profissionais de segurança pública encarcerados na principal prisão de segurança

máximado Estado deMinasGerais, o Complexo PenitenciárioNelsonHungria,mais

especificamentenoPavilhão12.Apesquisadoraapresentouoperfil dessespresose

discutiusobretudoquestõesrelacionadasàculturaorganizacionaleà identidadedos

ex-profissionais.

Após a explanação dos três palestrantes, foi aberta a sessão de perguntas e

respostas,mediadapelaprofessoraLudmilaRibeiro.Oeventoteveduraçãode2horas

emeia,econtoucomumpúblicode32pessoas.

Trajetória de jovens infratores

AediçãodesetembrodoCrispApresentaaconteceunodia21,econtoucoma

participaçãodoProfessorBráulioFigueiredoAlvesSilvaedomestrandoLucasCaetano

PereiradeOliveira,queapresentaramapalestra“Cursodevidadeadolescentesem

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conflito com a lei”. Bráulio Figueiredo é Professor Adjunto do departamento de

SociologiadaUFMG,pesquisadordoCentrodeEstudosdeCriminalidadeeSegurança

Pública(CRISP)edoCentrodePesquisasQuantitativasemCiênciasSociais(CEPEQS)da

UFMG.LucasCaetanoémestrandoemSociologiapelaUFMGepesquisadordoCRISP.

Os pesquisadores iniciaram a palestra com explicações sobre as teorias que

fundamentaram os estudos acerca do curso de vida de adolescentes considerados

infratores. Tambémmencionaramametodologiaaplicadaàpesquisa.Bráulio Silvae

Lucas Caetano apresentaram dados de pesquisa realizada no Centro Integrado de

Atendimento ao adolescente Autor de Ato Infracional de Belho Horizonte (Cia-BH).

Com objetivo de remontar a trajetória de vida de jovens infratores, pensando

sobretudonospontosdeviradamarcantesdahistóriadevidadecadaindivíduo,foram

analisados dados dos Planos de Atendimento (PIAs) da instituição. A equipe de

pesquisaanalisou373PIAs,compropósitodeconheceroperfileatrajetóriacriminal

daamostra.Nessesentido,algunsdadossobreoperfildosadolescentesapreendidos

pelosistemadejustiçaforamapresentados,ealgunscasosilustraramodebateacerca

da trajetória de vida dos pesquisados. Destacou-se que, em sua maioria, são

adolescentes do sexo masculino, pardos, de famílias com baixa escolaridade e pai

ausente,compoucarendapercapitafamiliareapresentandodefasagemescolar.

Após a explanação dos palestrantes foi aberta a sessão de perguntas e

respostas, totalizando, comodebate, 2:30hdeduração.O evento contou comuma

plateiade56pessoas.

O trabalho dos agentes penitenciários em Minas Gerais

AoitavaediçãodoCrispApresentaaconteceunodia05deoutubro,econtou

com a participação dos pesquisadores Victor Oliveira e Rodrigo Padrini que

apresentaram resultados de seus estudos com profissionais do sistema prisional no

estado, com a palestra intitulada “O trabalho dos agentes penitenciários emMinas

Gerais”. Rodrigo Padrini Monteiro é psicólogo, mestre e doutorando em Psicologia

pelaPontifíciaUniversidadeCatólicadeMinasGerais,comPós-GraduaçãoLatoSensu

em Psicodrama pelo Instituto Mineiro de Psicodrama, e analista na Secretaria de

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EstadodeAdministraçãoPrisionaldeMinasGerais.VictorNeivaeOliveiraédoutore

mestre em Sociologia pela Universidade Federal deMinas Gerais, e pesquisador do

CentrodeEstudosdeCriminalidadeeSegurançaPública.

Os pesquisadores apresentaram resultados de pesquisa desenvolvidas

respectivamentenomestradoenodoutorado.RodrigoPadriniabriua sessãocoma

palestra “O dom de ver atrás do morro: a atividade de agentes de segurança

penitenciários em ummanicômio judiciário de Minas Gerais”. O pesquisador falou,

primeiramente, das taxas de aprisionamento e da situação carcerária do país,

especificandoo casodeMinase seusnúmeros atuais, inclusivede trabalhadoresda

áreadesegurançaprisional.Opesquisadortratoudocasodehospitaisdecustódiae

tratamento psiquiátrico, tanto da história dessas instituições, como de seu

funcionamento atual. Em seguida, o palestrante apresentou metodologia, dados e

análisederesultadosdapesquisarealizadanoHospitalPsiquiátricoeJudiciárioJorge

Vaz (HPJJV), inaugurado em 1929 e localizado em Barbacena. A instituição tem

capacidadepara210presos/pacientesecontacomumaequipede187trabalhadores,

sendo119agentespenitenciárioseorestantecargostécnicosouadministrativos.

VictorNeiva apresentou, em seguida, o trabalho intitulado “Administrando o

cotidianoprisional:osagentespenitenciárioseaconstruçãodaordemnasprisõesde

Minas Gerais”. Parte de sua tese de doutorado, o trabalho tratou sobretudo da

carreiradosagentespenitenciáriosnoestadoemperspectivahistórica.Opesquisador

conduziu sua análise com objetivo de abordar o modo pelo qual os agentes

penitenciários têm trabalhado paramanter a disciplina, a segurança e a ordem nas

prisões de Minas Gerais, com foco nas práticas rotineiras dos profissionais de

segurança prisional. Conduzindo sua fala para explicar o trajeto da profissão de

guardasdepresídioàagentesdesegurançapenitenciária,foramapresentadosdados

sobreasmudançasnaprofissionalizaçãodosagenteseaspercepçõesdosprofissionais

com relação às atividades de custódia e com relação aos gruposmais específicos (e

maissimilaresàspráticaspoliciais)comoCOPEeGIR.

Apósaapresentaçãodospesquisadores foiabertaasessãodeperguntas,eo

eventoduroucercade1:30h,contandocomumpúblicode19pessoasnestedia.

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Razão, crime e emoção

Nodia09denovembrotivemosanonaeúltimaediçãodoCrispApresentade

2018.O evento contou com a participação dos pesquisadoresDejesus Silva eDiogo

Caminhas que apresentaram resultados de seus estudos sobre desvios de ex

profissionaisdesegurançapúblicapresosnaRMBHesobreapráticaderouboemBelo

Horizonte na palestra intitulada “Razão, crime e emoção”. Dejesus de Souza Silva é

mestrando em Sociologia pela Universidade Federal deMinas Gerais e bacharel em

CiênciasSociaispelamesmainstituição.DiogoAlvesCaminhasédoutorandoemestre

emSociologiapelaUFMG,e foiCoordenadordeEquipeePesquisadordoCentrode

EstudosemCriminalidadeeSegurançaPública(CRISP).

Dejesus Silva apresentou parte de seu trabalho de conclusão de curso na

palestra intitulada“Aracionalizaçãododesviopolicialcomo instrumentodealcançar

metas". O pesquisador apresentou dados de pesquisa desenvolvida no âmbito do

CRISPepelaequipedoCentro(daqualelefezparte,realizandootrabalhodecampo)

naPenitenciáriadeSegurançaMáximaNelsonHungria.Opesquisadorentrevistouex-

policiaismilitaresquecumpriampenadeprivaçãodeliberdadenoPavilhão12(espaço

prisionalmineiro destinado a ex profissionais de segurança pública). Dejesus tratou,

em sua abordagem, de dois desvios principais: homicídios e ‘java’ (denominação da

corporaçãoparaoatodeplantarprovasafimdeincriminaralguém).Deacordocomo

pesquisador,foramessesosmotivosquelevaramosex-PMsparaaprisão.

Diogo Caminhas apresentou em seguida resultados de sua pesquisa de

doutorado com a palestra "Racionalidade e Emoção: uma análise dos processos de

decisão, planejamento e execução dos roubos em BH." O autor da tese apresentou

alguns dados sobre os números e os tipos de crimes de roubo na cidade de Belo

Horizonte nos últimos anos. A partir de entrevistas realizadas com condenados pela

justiça pelo crime de roubo, Diogo analisou as narrativas dos eventos de roubos,

abordandoasmotivaçõesdosindivíduos,oprocessodedecisãoedeplanejamentodas

ações realizadas pelos entrevistados durante toda a trajetória criminal desses. De

acordo com o pesquisador, há motivações materiais que levam os indivíduos a

cometer o crime, motivações alheias à vontade dos criminosos e motivações

emocionais,assimcomoháaçõessemecomplanejamento.

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Apósaapresentaçãodospesquisadores foiabertaasessãodeperguntas,eo

eventoduroucercade2horas,contandocomumpúblicode19pessoasnestedia.

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A audiência do Crisp Apresenta

Nesta seção, apresentamosumbreveperfil da audiência doCrispApresenta,

como forma de entender quais são os públicos mais atraídos para o evento e as

temáticas que despertam maior interesse da comunidade interna e externa à

Universidade.

Comojámencionadonaintrodução,oCrispApresenta,nodecorrerdoanode

2018,atingiuumpúblicode227pessoas,sendobastantesemelhanteaporcentagem

departicipaçãodosouvintesinternoseexternosàUniversidade,comopodeservisto

naTabela1.Oqueindicaumagrandeintegraçãodaatividadedeextensãodecomos

doispúblicosqueoprojetovisavaalcançar.

Fonte:Listadefrequência

Tendo em vista o caráter propositivo da atividade de extensão na

Universidade Pública, a participação da comunidade interna, como da comunidade

externa nosmostra que o Crisp Apresenta, na intenção de aliar pesquisa, ensino e

extensão,alcançouseusobjetivos.

Outropontoquepodemosobservaréafrequênciadaparticipaçãodaqueles

que compuseramo público do Crisp Apresenta durante o ano de 2018. Do total de

participantes (227), a grandemaioria (165pessoas) compareceu apenasuma vez ao

CrispApresenta.Umdosprováveismotivosparaqueissotenhaocorridoéquetodos

os eventos aconteceram no turno da tarde (entre 14h e 17h), o que possivelmente

demandaumremanejamentodecompromissos–porvezesinviabilizadopordiversos

fatores–daquelesqueestudame/outrabalham.ComopodeservistonaTabela2,a

grandemaioriadosparticipantesvieramumaoupoucasvezesduranteoano.

Tabela1-DistribuiçãodosapresentesnoCrispApresenta,deacordocomovínculocomaUFMG

Frequência Porcentagem ComunidadeExterna120 52,9 ComunidadeUFMG 107 47,1

Total 227 100

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Fonte:Listadefrequência

Outrainformaçãorelevante,equepodeserextraídadaslistasdefrequência,é

a que diz respeito à quantidade de indivíduos que participou de cada palestra

realizada.Nessestermos,comoindicaoGráfico1,aspalestrasministradasnofinaldo

primeirosemestreelogonoiníciodosegundosemestretiveramumpúblicoparecido

em termos numéricos, e um pouco abaixo das palestras anteriores. Destaca-se

também o número de participantes abaixo da média das edições de outubro e

novembro.Nocasodapalestradeoutubro,ummotivoprovávelparabaixaaudiênciaé

que a sexta-feira em que ocorreu o evento precedia as eleições, e por isso muitas

pessoaspoderiamterviagensprogramadasparaessadata.

Nocasodenovembro,assimcomonocasodejulho,possivelmenteofinaldo

semestre letivo – e neste acaso, também o final do ano – tenha interferido na

disponibilidade dos ouvintes. Para além disso, nota-se um maior interesse da

comunidade, internaeexterna,comtemascomoencarceramentofeminino,trabalho

escravo no Brasil, a situação de jovens infratores na capitalmineira, e as dinâmicas

criminaisprópriasdemilícias,ganguesedocrimeorganizadonasprisões.

Tabela2-Quantidadedeparticipaçãodecada indivíduo,deacordocomrelaçãocomaUFMG

QuantidadedeCrispApresentaqueoindivíduocompareceu

Comunidade

TotalComunidade

ExternaComunidade

UFMGUma 91 74 165Duas 19 10 29Três 4 14 18Quatro 2 3 5Cinco 0 1 1Seis 2 1 3Sete 0 0 0Oito 2 1 3Nove 0 3 3Total 120 107 227

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Gráfico1-NúmerodeouvintesporpalestradoCrispApresenta

Fonte:Listadefrequência

Temos, portanto, alguns resultados relevantes a partir da sistematização dos

dados presentes nas listas de frequência. Desses dados, ressaltamos o alcance do

projetonacomunidadeinternadaUFMG,enacomunidadeexternaàUniversidade,o

queindicaqueoCrispApresentaatingiu,demaneirasimilar,osdoispúblicoscomque

sepropôsdialogar.Éválido,aindanessesentido,sublinharquetodososparticipantes

doCrispApresentareceberamcertificados.

Por fim, é preciso destacar o envolvimento dos pesquisadores do Centro de

Estudosnoprojeto.OengajamentodaequipedoCrisp– compostaporprofessores,

doutores e pós-graduando em Sociologia – permitiu que tivéssemos um tratamento

amplo e uma abordagem plural dos temas da área de segurança pública e

criminalidade.

5259

4755

31 33

55

19 18

0

10

20

30

40

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