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DIÁRIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLIV - N' 093 CAPITAL FEDERAL SEXTA·FEIRA, 1l DE AGOSTO DE 1989 .'. ., ..... Te A CAMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO COMUNICAÇÃO (Pág.7501) (Pág.7499) - (Pág. 7501) ROSE DE FREITAS - Escalada de violência no Estado do Espírito Santo. IRMA PASSONI (Pela ordem) - Presença, na Casa, do Sr. Bernardo Kliksberg, Diretor de Progra- mas Regionais da Organização das Nações Unidas e Desenvolvimento de Capacitação e Gestão do Se- tor público. EDME TAVARES - Transeurso do 404' aniver- sário de fundação do Município de João Pessoa, Estado da Paraíba. (Pág.7499) AMAURY MÜLLER - Reações populares às provocações do candidato à Presidência da Repú- blica Fernando Collor de Mello. Ação espoliadora do sistema financeiro internacional. (Pág.7500) PERCIVAL MUNIZ -Justa partieipação do Es- tado do Mato Grosso na distribuição de recursos orçamentários para o próximo exereício. (Pág.7500). ADYLSON MOTTA - Reportagem "TCU de- nuncia desvios no SUDS" , publicado no jornal Cor- reio Braziliense. (Pág.7501) JOSÉ FERNANDES - Ameaça, pelo Presidente do INP A, de rescisão de convênio firmado pela Fun- dação Universidade do Amazonas com aquele ór- gão. JOSÉ GUEDES - Ausência de medidas preven- tivas para operação do garimpo Bom Futuro, Linha C-75, Ariquemes, Estado de Rondônia. (Pág.7499) . EDVALDO - Razões do desliga- mento do orador dos quadros do Partido Liberal, (Pág.7499) SADIE HAUACHE - Estarrecimento da orado- ra em faee das declarações do candidato à Presi- dência da República Fernando Collor de Mello so· bre a eausa palestina. (Pág.7498) (Pág.7497) NELSON AGUIAR - Comportamento do ean- didato à Presidêneia da República Fernando Collor de Mello como elemento gerador das agressões veri- ficadas em Niterói, Estado do Rio de Janeiro. (Pág.7497) WILSON CAMPOS - Transcurso do sesquieen- tenário da Fundação da Associação Comereial de Pernambueo. (Pág.7498) FERES NADER - Criação de museu da cultura nacional em Brasília, Distrito Federal. (Pág.7498) IVO LECH - Realização, pela Comissão de Saú- de, Previdêneia e Assistência Social da Câmara dos Deputados, de seminário sobre acidentes do traba· lho. (Pág.7498) JOSÉ MAURÍCIO - Despreparo do candidato à Presidência da República Fernando Collor de Me- llo. IV - Pequel/o Expediente HERMES ZANET(- Transcurso do 52' aniver· sário de fundação da União Nacional dos Estudan- tes. (Pág.7494) NILSON GIBSON - Ameaça de extinção do Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural- São Vicente, Estado de Pernambuco. (Pág.7494) JONAS PINHEIRO - Falência do setor agrícola no Estado do Mato Grosso. Artigo da jornalista Isa Ramos, sob o título "Estado de Emergência De· cretado em N. Mutum", publicado pelo "Diário dI' Cuiabá". (Pág.7497) ASDRUBAL BENTES (Pelaordem) - Presença na Casa de representantes da classe patronal dos setores madeireiro, siderúrgico e peeuário, do Esta- do da Bahia. (Pág.7494) Do Senhor Deputado PERCIVAL MUNIZ, co- municando que reassumiu o mandato de Deputado pelo Estado de Mato Grosso, em 10·8·89. OFíCIOS m- Leitura do Expediente PERCIVAL MUNIZ (Pela ordem) - Ausência do nome do orador do painel eletrônico de votação. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Resposta ao Deputado Percival Muniz. (Pág.7494) N' 176/89 - Do S'enlior Deputado lBSEN-PI- NHEIRO, Líder do PMDB, indicando o Deputado CARLOS Vice·Líder do PaFtld,,:- N' 180/89 - Do Senhor Deputado IBSEN PI- NHEIRO, Líder do PMDB, comunicando que o Deputado TITO COSTA passa integrar, na quali- dade de titular, a Comissão de Constituição e Justiça e Redação. ' N' 181/89 - Do Senhor Deputado IBSEN PI- NHEIRO, Líder do PMDB, comunicando que o Deputado VALDIR COLATTO passa a integrar; na qualidade dê suplente, a Comissão de Agricultura e Polítiea Rural. N' 102/89 - Do Senhor Deputado GEOVAH AMARANTE comunicado que se ausentará do País DO período de 17 de agosto de 10 de setembro do corrente. REQUERIMENTO 1- ATADA96'SESSÃODA3-SESSÃOLEGIS· LATIVA DA 48- LEGISLATURA EM 10 DE AGOS- TO DE 1989 I- Abertura da Sessão n- Leitura e assinatura da ata da sessão anterior (Pág.7494) Do Senhor Deputado SPINELLI, indicando seu nome para exercet a função de Líder do Partido Liberal Progressista - PLP, c solicitando autorização para a instalação da referida liderança.

República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD11AGO1989.pdf · trabalhadores de empresa em processo falimentar. (Pág.7513) Discurso

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DIÁRIORepública Federativa do Brasil

DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I

ANO XLIV - N' 093 CAPITAL FEDERAL SEXTA·FEIRA, 1l DE AGOSTO DE 1989.'. ., ..... Te

A

CAMARA DOS DEPUTADOS

SUMÁRIO

COMUNICAÇÃO

(Pág.7501)

(Pág.7499)

- (Pág. 7501)

ROSE DE FREITAS - Escalada de violênciano Estado do Espírito Santo.

IRMA PASSONI (Pela ordem) - Presença, naCasa, do Sr. Bernardo Kliksberg, Diretor de Progra­mas Regionais da Organização das Nações Unidase Desenvolvimento de Capacitação e Gestão do Se­tor público.

EDME TAVARES - Transeurso do 404' aniver­sário de fundação do Município de João Pessoa,Estado da Paraíba.

(Pág.7499)

AMAURY MÜLLER - Reações populares àsprovocações do candidato à Presidência da Repú­blica Fernando Collor de Mello. Ação espoliadorado sistema financeiro internacional.

(Pág.7500)

PERCIVAL MUNIZ -Justa partieipação do Es­tado do Mato Grosso na distribuição de recursosorçamentários para o próximo exereício.

(Pág.7500).

ADYLSON MOTTA - Reportagem "TCU de­nuncia desvios no SUDS" , publicado no jornal Cor­reio Braziliense.

(Pág.7501)

JOSÉ FERNANDES - Ameaça, pelo Presidentedo INPA, de rescisão de convênio firmado pela Fun­dação Universidade do Amazonas com aquele ór­gão.

JOSÉ GUEDES - Ausência de medidas preven­tivas para operação do garimpo Bom Futuro, LinhaC-75, Ariquemes, Estado de Rondônia.

(Pág.7499)

. EDVALDO ~OLANDA- Razões do desliga­mento do orador dosquadros do Partido Liberal,

(Pág.7499)

SADIE HAUACHE - Estarrecimento da orado­ra em faee das declarações do candidato à Presi­dência da República Fernando Collor de Mello so·bre a eausa palestina.

(Pág.7498)

(Pág.7497)

NELSON AGUIAR - Comportamento do ean­didato à Presidêneia da República Fernando Collorde Mello como elemento gerador das agressões veri­ficadas em Niterói, Estado do Rio de Janeiro.

(Pág.7497)

WILSON CAMPOS - Transcurso do sesquieen­tenário da Fundação da Associação Comereial dePernambueo.

(Pág.7498)

FERES NADER - Criação de museu da culturanacional em Brasília, Distrito Federal.

(Pág.7498)

IVO LECH - Realização, pela Comissão de Saú­de, Previdêneia e Assistência Social da Câmara dosDeputados, de seminário sobre acidentes do traba·lho.

(Pág.7498)JOSÉ MAURÍCIO - Despreparo do candidato

à Presidência da República Fernando Collor de Me­llo.

IV - Pequel/o Expediente

HERMES ZANET(- Transcurso do 52' aniver·sário de fundação da União Nacional dos Estudan­tes.

(Pág.7494)

NILSON GIBSON - Ameaça de extinção doPrograma de Apoio ao Pequeno Produtor Rural­São Vicente, Estado de Pernambuco.

(Pág.7494)

JONAS PINHEIRO - Falência do setor agrícolano Estado do Mato Grosso. Artigo da jornalistaIsa Ramos, sob o título "Estado de Emergência De·cretado em N. Mutum", publicado pelo "Diário dI'Cuiabá".

(Pág.7497)

ASDRUBALBENTES (Pela ordem) - Presençana Casa de representantes da classe patronal dossetores madeireiro, siderúrgico e peeuário, do Esta­do da Bahia.

(Pág.7494)

Do Senhor Deputado PERCIVAL MUNIZ, co­municando que reassumiu o mandato de DeputadoFeder~1pelo Estado de Mato Grosso, em 10·8·89.

OFíCIOS

m - Leitura do Expediente

PERCIVAL MUNIZ (Pela ordem) - Ausênciado nome do orador do painel eletrônico de votação.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Respostaao Deputado Percival Muniz.

(Pág.7494)N' 176/89 - Do S'enlior Deputado lBSEN-PI­

NHEIRO, Líder do PMDB, indicando o DeputadoCARLOS VI~AGREparaVice·Líder do PaFtld,,:-

N' 180/89 - Do Senhor Deputado IBSEN PI­NHEIRO, Líder do PMDB, comunicando que oDeputado TITO COSTA passa integrar, na quali­dade de titular, a Comissão de Constituição e Justiçae Redação. '

N' 181/89 - Do Senhor Deputado IBSEN PI­NHEIRO, Líder do PMDB, comunicando que oDeputado VALDIR COLATTO passa a integrar;na qualidade dê suplente, a Comissão de Agriculturae Polítiea Rural.

N' 102/89 - Do Senhor Deputado GEOVAHAMARANTEcomunicado que se ausentará do PaísDO período de 17 de agosto de 10 de setembro docorrente.

REQUERIMENTO

1- ATADA96'SESSÃODA3-SESSÃOLEGIS·LATIVA DA 48- LEGISLATURA EM 10 DE AGOS­TO DE 1989

I - Abertura da Sessão

n - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

(Pág.7494)

Do Senhor Deputado UB~RATAN SPINELLI,indicando seu nome para exercet a função de Líderdo Partido Liberal Progressista - PLP, c solicitandoautorização para a instalação da referida liderança.

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.7492 Sexta-feira 11 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

t(pág.7521)vn - Encerramento

LEONEL JÚLIO - Morosidade na aprovaçãode projeto de autoria do orador sobre a não·prima·riedade para crimes hediondos.

(pág.7512)

PAULO PAIM - Interpelação ao Presidente daCaixa Econômica Federal~ Sr. Paulo Mandarino,a respeito do crédito educativo c do FGTL_

(Pág.7512)

JOSÉ MARIA EYMAEL - Necessidade de no·vo tratamento em relação ao problema habitacionalno País.

(Pág.7512)

PEDRO CANEDO - O município brasileiro nanova ordem constitucional.

(Pág.7512)

GEOVANI BORGES - Acréscimo de parágrafoao art. 880 da CLT beneficiando diretamente ostrabalhadores de empresa em processo falimentar.

(Pág.7513)

Discurso do Sr. ROSA PRATA, publicado noDCN de 17-6-89, que se republica por haver saídocom omiss6es: Transcurso do 90' aniversário de fun­dação do jornal Lavoura e Comércio, de Uberaba,Estado de Minas Gerais.

2 - ATOS DA MESA(págs. 7521 a 7522)

(Pâg. 7519 a 75201

Apresentação de proposiç6es: JOSÉ COSTA.PAULO RAMOS, COSTA FERREIRA, PAULOZARZUR, KOYU IHA, VICTOR FACCIONI.JOSÉ GENOÍNO, JAYME PALIARIN. CHA­GAS NETO, JOSÉ GUEDES, HÉLIO ROSAS,NEY LOPES, FLORICENO PAIXÃO, VILSONSOUZA, ÁLVARO VALLE, ANTONIO·CARLOS MENDES THAME, GUMERCINDOMILHOMEM, GEOVANI BORGES.

ADOLFO OLIVEIRA (Pela ordem) - Solida­riedade ao Deputado Edivaldo Holanda em facede seu afastamento dos quadros do Partido Liberal.

JOSÉ GENOÍNO (Pela ordem) - Pedido de es­clarecimento sobre o prosseguimento da presentesessão.

PRESIDENTE (Feres Nader) - Resposta ao De­putado José Genoíno.COMUNICAÇOES DAS LIDERANÇAS

(págs. 7520 a 7521)RENATO JOHNSSON Comunicação, como Lí­

der, sobre violências cometidas contra o Sr. Fernan­do Collor de Mello, candidato à Presidência da Re­pública,

AMARAL NETTO - Comunicação, como Lí·der, sobre protesto contra a atitude do Presidentedo Diretório Regional do PDS do Estado de SantaCatarina de apoio ao candidato à Presidência daRepúlica Fernando Collor de Mello, do PRN, e per­manência.no cargo.

PRESIDENTE (Feres Nader) - Votação e apro­vação de requerimento de urgência para o Projetode Lei n' 3.106, de 1989.

Comunicação ao Plenário sobre transferência daOrdem do Dia da presente sessão para a da próximaterça-feira, dia 15-8-89

VI - Ordem do Dia

(Pág.7517)

v - Grande Expediente

OTIOMAR PINTO - Integral reordenação dosetor mineral.

(Pág.7513)

JONES SANTOS NEVES - Privatização dasempresas estatais como única saída para a crise eco­nômica vivida pelo País.

(pág.7517)

BENEDICTO MONTEIRO - Inconveniênciada privatização de empresas estatais de setores fun­damentais da economia brasileira.

(pág.7507)

(Pág.7511)

Governo fedefal, da vacina contra menigite menin­gocócega. em face do aumento da incidência dadoença no Estado.

JOSÉ LUIZ MAIA - Papel da Sudene e doFinar no desenvolvimento do Estado do'Piauí e doNordeste. Aplausos à atuação do economista Antô­nio Carvalho Barbosa Frota à frente da Diretoriade Incentivos da Sudcne.

(Pág.7507)

OSVALDO BENDER - Desatualização dosvencimentos pagos pela Previdência Social aos seusrepresentantes nos municípios.

(Pág.7508)

PAULO ZARZUR - Necrológio do cantor ecompositor Luiz Gonzaga.

(pág.7508)

SÓLON BORGES DOS REIS - Transcurso do167' aniversário da criação dos cursos jurídicos noBrasil.

(Pág.7508)

CARLOS CARDINAL - Resgate do pagamen­to do auxílio-natalidade com base no valor do saláriomínimo.

(Pág.7508)

MENDES RIBEIRO - Dissabores do PT noexercício do poder.

(pág.7508)

ISMAEL WANDERLEY - Caótica situação dapesquisa agropecuária no País.

(pág.7509)

ERNANI BOLDRIN - Ónus financeiro impostopelo Governo federal às empresas de transporte ter­restre em face do veto a emenda proposta pelo Con­gresso Nacional à Medida Provisória n" 68,

(Pág.7509)

KOYU IHA - Regulamentação de norma consti­tucional assecuratória da eleição de representantedos trabalhadores junto aos empregadores em em·presas com mais de duzentos empregados.

. (pág. 7509)

DIRCE TUTU QUADROS -Influência dos Es·tados Unidos no FMI com reflexos perniciosos paraa dívida dos países do Terceiro Muqdg.

(Pág.7509)

CARLOS VINAGRE - Paga.mento do saláriomínimo aos deficientes e idosos.

(fág.7510)

CHAGAS NETO - Necrológico do Coronel Jor­ge Teixeira de Oliveira, ex-Governador do Estadode Rondônia.

(Pág.7510)

ASSIS CANUTO - "Carta do Rio Negro", do­cumento elaborado pelo I Encontro dos Empresá­rios da Amazônia.

(fág.751O)

JAYME PALIARIN - Transcurso do 136' ani·versário de emancipação político-administrativa doMunicípio de Jaú, Estado de São Paulo.

(pág.7510)

EVALDO GONÇALVES - Comunicação socialno Estado da Paraíba.

(Pág.7511)

LÉZIO SAHTLER - Combate à raiva bovinano norte do Estado do Espírito Santo

(Pág.7511)

ROBERTO BALESTRA - Urgente proibiçãllda exportação de madeira brasileira em tora.

(pág.75ll)

UBIRATAN AGUIAR - Visita de delegaçãode professores municipais do Estado do Ceará àComissão de Educação, Cultura, Esporte e Turismo~a Câmara dos Deputados.

PAULO DELGADO - Transformação da cam·panha eleitoral para a Presidência da República emdisputa entre agências de publicidade.

(Pág.7501)

NELSON SEIXAS - Duplicação, pelo Minis·tério dos Transportes. de trecho da BR-153. entreSão José do Rio Preto e Bady Bassit. Realizaçãoda Semana da Criança.

(Pág.7502)

HÉLIO ROSAS - Urgente elaboração da LeiAntitruste.

(pág.7503)

VLADIMIR PALMEIRA - Irregularidades noprocesso de absorção da Prevhab pela Funcep.

(l'àg. 7503)

OSVALDO SOBRINHO - Caótica situação dosetor de produção agI;ícola no País.

(Pág.7503)

LUIZ SOYER - Atuação da Secretaria de Indús­tria e Comércio do Governo Henrique Santillo. Es­tado de Goiás.

(Pág.7503)

OSMAR LEITÃO - Construção, pelo DER, depassarela de concreto armado em trecho da BR-1ü4,no bairro Arsenal, em São Gonçalo, Estado do Riode Janeiro.

(Pág.7504)

VINICIUS CANSANÇÃO - Reavaliação dasatividades da Previdência Social na concessão realde benefícios.

(Pág.7504)

LEOPOLDO SOUZA - Ameaça, pelo Bancodo Brasil, através da Carteira de Crédito Rural,de execução de débitos contraídos por agricultores.

(Pág.7504)ULDORICO PINTO - Soerguimento, pelas au­

toridades responsáveis, da cacauicultura nacional.(Pág.7504)

VALDIR COLATTO - Possibilidades da pe­quena empresa.

(Pág.•7505)

DIONÍSIO HAGE - Outorga, pelo Tribunal Su­perior do Trabalho; da medalha do Mérito do Traba­lho ao Jornalista Rômulo Maiorana Júnior.

(pág.7505)

ALCIDES LIMA - Assinatura de protocolo co­mercial pelos Governos do Estado de Roraima eda Venezuela.

~. (pág. 75O(j)

FRANCISCO AMARAL - Inclusão dos aparta·mentos funcionais do Banco do Brasil no processode venda das residências oficiais do lago, em Brasí­lia, e dos imóveis da Previdência Social.

IPág. 75O(j)

ALEXANDRE PUZZYNA - Realização de Se­minário Regional para o Desenvolvimento da Suino­cultura, em Braço do Norte, Estado de Santa Cata·rina.

(pág. 75O(j)

RENATO JOHNSSON - Fixação do preço-ga­rantia do trigo em BTN fiscal.

(pág. 750(j)

STÉLIO DIAS - Término dos efeitos da lei esta­belecedora da insenção do IPI na compra de veículosautomotores destinados ao serviço de táxi._ ..

(Pág.7506)

COSTA FERREIRA - Gratuidade dos registrosdc nascimento e óbito.

xx2)DORETO CAMPANARI - Recebimento em pe­cúnia, pelos servidores públicos, de férias e licençasespeciais não gozadas e não incluídas na contagemdo tempo de serviço para fins de aposentadoria.

. (pág. 7507)

GEOVAH AMARANTE - Expec (Pág. 7~07)vo de Santa Catarina acerca da distribuição, pelo

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,Agosto de 1989

a) Aposentadoria: Jerônimo de Oliveira; MariaJosé da Silva.

b) Exoneração: Carlos Alberto Gouvêa Dutra;Carlos Roberto das Chagas; Heleua Westcr dos Sanotos; Jairo Gouveia; Maria José daSilva; Murilo Sér·gio da Silva Neto.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

c) Nomeação: Alba Castro da Matta; Carlos Al­berto Gouvêa Dutra; Carlos Roberto das Chagas;Éder Luiz dos Santos de Jesus; Helena Wester dosSantos; Jairo Gouveiaj Marcelo Caracas Linhares;Murilo Sérgio da Silva Neto; Raul de Souza Reis.

3 - MESA «Relação dos Membros)

Sexta-feira 11 7493

4 - LÍDERES E .VICE-LÍDERES (Relação dosMembros)

5 - COMISSÕES TÉCNICAS (Relação dosMembros)

Ata da 96~ Sessão, em 10 de agosto de 1989Presidência dos Srs.: Paes de Andrade, Presidente;Inocêncio Oliveira, Primeiro-Vice-Presidente; Feres

Nader, Suplente de Secretário; Fábio Raunheitti, art. 76 dó Regimento Interno

ÀS 13:00 HORAS COMPARECEM os SENHO-RES:

Paes de AndradeInocêncio OliveiraWilson CamposLuiz HenriqueCarlos ColtaFeres Nader

Acre

Alércio Dias - PFL; João Maia - PMDB; NasserAlmeida - PDS.

Amazonas

Bernardo Cabral - PMDB; Beth Azize - PSDB;José Dutra - PMDB.

Rondônia

Arnaldo Martins - PMDB; Assis Canuto - PFL;Francisco Sales - PMDB.

Pará

Aloysio Chaves - PFL; Amilcar Moreira - PMDB;Arnaldo Moraes - PMDB; Eliel Rodrigues - PMDB;Fausto Fernandes - PMDB; Jorge Arbage - PDS.

Tocantins

Edmundo Galdino- PSDB; Eduardo Siqueira Cam­pos - PDC; Moisés Avelino - PMDB.

Maranbão

Antonio Gaspar - PMDB; Costa Felrreira - PFL;Eliézer Moreira - PFL; Enoc Vieira - PFL; JoséCarlos Sabóia - PSB; José Teixeira - PFL; WagnerLago-PMDB.

Piauí

Felipe Mendes - PDS; Jesualdo Cavalcanti - PFL;Jesus Tajra - PFL; José Luiz Maia - PDS; MyriarnPortella - PDS.

Ceará

Aécio de Borba - PDS; Carlos Benevides -PMDB;Expedito Machado - PMDB; Furtado Leite - PFL;Gidel Dantas - PDC; Lúcio Alcântara- PDT; MoysésPimentel - PMDB; Osmundo Rebouças - PMDB;Raimundo Bezerra - PMDB.

Rio Grande do Norte

Flávio ~ocha - PRN; Iberê Ferreira - PFL; MarcosFormiga - PL.

Paraíba

Adauto Pereira - PDS; Antonio Mariz - PMDB;João Agripino - PMDB; João da Mata - PDC.

Pernambuco

Egidio Ferreira Lima - PSDB; Harlan Gadelha­PMDB; Horácio Ferraz - PTB; José Moura - PFL;José Tinoco - PFL; Nilson Gibson - PMDB.

Alagoas

Antonio Ferreira - PFL; Eduardo Bonfim - PCdo B; Vinicius Cansanção - PFL.

Se.rgipe

Djenal Gonçalves - PMDB; .Gerson Vilas Boas ­PMDB; José Queiroz - PFL.

Bahia

Ângelo Magalhães - PFL; Fernando Santana ­PCB; Francisco Benjamim - PFL; Genebaldo Correia- PMDB; Jonival Lucas - PDC; Jorge Hage - PSDB;Leur Lomanto - PFL; Manoel Castro.- PFL; MiraldoGomes - PDC; Nestor Duarte - PMDB; Virgildásiode Senna - PSDB.

Espfrito Santo

Lurdinha Savignon - PT; Nelson Aguiar - PDT;Nyder Barbosa - PMDB; Stélio Dias - PFL.

Rio de Janeiro

Amaral Netto - PDS; Artur da Távola - PSDB;Benedita da Silva - PT; Daso Coimbra - PMDB;Denisar Aroeira - PMDB; Lysâneas Maciel- PDT;Márcio Braga - PMDB; Messias Soares - PMDB;Paulo Ramos - PDT; Sandra Cavalcanti - PFL; Vladi·mir Palmeira - PT.

Minas Gerais

Aluísio Vasconcelos PMDB; Álvaro Antônio ­PMDB; Chico Humberto - PDT; Christóvam Chia­radía - PFL; Humberto Souto - PFL; João Paulo- PT; Lael Varella - PFL; Leopoldo Bessone ­PMDB; Maurício Pádua -PMDB; Mello Reis -PDS;Milton Reis - PMDB; Raimundo Rezende - PMDBjRonaro Corrêa - PFL; Ziza Valadares - PSDB.

São Paulo

Agripino de· Oliveira Lima - PFLj Antônio SalimCuriati - PDS; Aristides Cunha - PSC; Dirce TutuQuadros - PSDB; Doreto Campanari - PMDB; Er­nesto Gradella - PT; Florestan Fernandes - PT; Fran­cisco Amaral - PMDB; Gumercindo Milhomem ­PT; Irma Passoni - PT; Jayme Paliarin - PTB; JoséGenoíno - PT; Manoel Moreira - PMDB; Paulo Zar­zur - PMDB; Samir Acnôa - PMDB; Sólon Borgesdos Reís - PTB; Tito Costa - PMDB.

Goiás

Antonio de Jesus - PMDB; Iturival Nascimento ­PMDB; Luiz Soyer - PMDB; Magúito VIlela ­PMDB; Pedro Canedo - PFL.

Distrito Federal

Augusto Carvalho - PCB; Jorran Frejat - PFL;Sigmaringa Seixas - PSDB; Valmir Campelo - PTB.

Mato Grosso

Jonas Pinheiro - PFL; Ubiratan Spinelli - PFL.

Mato Grosso do Sul

Ivo Cérs6simo - PMDB; Juarez Marques Batista- PSDB; Plínio Martins - PMDB; Saulo Queiroz­PSDB.

Paraná

Alceni Guerra - PFL; Dionísio Dal Prá - PFL;Euclides Scalco - PSDBj Hélio Duque - PMDB;MaurícioFruet~PMDB;SantinhoFurtado-PMDB;

Waldyr Pugliesi - PMDB.

Sauta Catarina

Alexandre Puzyna - PMDB; Antônio Carlos Kon­der Reis - PDS; Francisco Küster - PSDB; ValdirColatto - PMDB

Rio Grande do Sul

Adroaldo Streck - ; Adylson Motta - PDS;Amaury Müller - PDT; Darcy Pozza - PDS; IbsenPinheiro - PMDB; Ivo Mainardi - PMDB; Júlio Cos­tamilan - PMDB; Mendes Ribeiro - PMDB; NelsonJobim - PMDB; Telmo Kirst - PDS.

Amapá

Annibal Barcello~ - PFL; Eraldo Trindade - PFL.

Rorahna

Marluce Pinto - PTB; Ottomar Pinto - PMDB.

I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A listade presença registra o comparecimento de 161 SenhoresDeputados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão

anterior.

11 - LEITURA DA ATA

O SR. ADYLSON MOITA, servindo como 2' Secre­tário, procede à leitura da ata da sessão antecedente,a qual é, sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Pas­·sa-se à leitura do expediente.

O SR. NILSON GmSON, servindo como l'Secretárioprocede à leitura do seguinte.

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7494. Sexta-feira 11

m - EXPEDIENTEOfícios

Do Sr. Deputado Ibsen Pinheiro, Líder do PMDB,nos seguintes termos:OF.GABIIIN' 176189.

Brasília, 9 de agosto de 1989.

A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDigníssimo Presidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente,Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência a

indicação do Deputado CARLOS VINAGRE para Vi­ce-Líder do Partido do Movimento Democrático Brasi­leiro - PMDB.

Na oportunidade rcnovo a Vossa Excelência protcs­tos de apreço e considcração. - Dcputado Ibsen Pinhei.ro, Líder do PMDB

OF/GABIIIIN' 180189Brasília, 9 de agosto de 1989.

Exm' Sr.Deptuado Paes de AndradeDD. Presidcntc da Câma'ra aQS DeputadosNesta .

Senhor Prcsidente,Comunico a Vossa Excelência que o Deputado TITO

COSTA passa a integrar, na qualidade de titular, aComissão de Constituição e Justiça e Redação, em vagadecorrente do licenciamento do Depntado PAULOMACARINI.

Na oportunidade, renovo a Vossa Excelência protes­tos de estima e consideração. - Deputado Ibsen Pinhei.ro, Líder do PMDB

OFIGABII/N' 181/89Brasília, 9 de agosto de 1989.

Exm' Sr.Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos Deput;,IdosNesta

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência que o Deputado VAL­

DIR COLATTO passa a integrar, na qualidade de su­plente, a Comissão de Agricultura e Política Rural,em vaga decorrente do licenciamento do DeputadoPAULO MACARINI.

Na oportunidade, renovo a Vossa Excelência protes­tos de estima e consideração. - Deputado Ibsen Pinhei·ro, Líder do PMDB

Do Sr. Depntado Geovah Amarante, nos seguintestermos:

OF. N' 102189 ECBrasília, 10 de agosto de 1989.

Exm' Sr.Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente,Cumprimentando-o atenciosamente, venho nesta

oportunidade dirigir-me à Vossa Excelência para lhecomunicar que estarei ausente do País, para realizarviagem aos Estados Unidos, no período de 17 de agostoa 10 de setembro próximo.

Sendo o quc tinha para o momento, reitero protestosde estima e consideração.

Atenciosamente. - Geovah Amarante, Deputado,Federal.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Requerimento

Do Sr. Deputado Ubiratan Spinelli, nos seguintes ter·mos:

Brasília, 10 de agosto de 1989

AoExm'Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente:Valemo-nos da .oportunidade para, ante o encareci­

mento de V. Ex', solicitar a autorização para a devidae necessária instalação da Liderança do Partido LiberalProgressista - PLP, agremiação política que represen­tamos nesta Casa e que propomos na forma regimental,o nosso nome para exercer a função de Líder.

Assim sendo, certos da aquiescência apresentamosas nossas reiteradas e cordiais saudações. - UbiratanSpinelli, Deputado Federal

Comunicação

Do Sr. Deputado Percival Muniz, nos seguintes ter·mos:

Brasília, 10 de agosto de 1989

A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDD: Presidente da Câmara dos Peputados

Senhor Presidente:Comunico a Vossa Excelência que tendo renunciado

a Secretaria do Estado reassumo, nesta data, o mandatode Deputado pelo Estado de Mato Grosso.

Aprovcito'a oportunidade para renovar a Vossa Ex­celência protestos de estima e apreço. - DeputadoPercival Muniz

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Estáfinda a leitura do expediente.

O Sr. Percival Muniz-Sr. Presidente, peço a palavrapela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. PERCIVAL MUNIZ (PMDB - MT. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, comunico à Casaque reassumi as funções parlamentares hoje, razão porque minha presença não foi registrada no painel eletrô­nico. Espero que a Mesa tome providências nesse sen­tido.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - EstaPresidência comunica ao nobre Deputado Percival Mu­niz, que medidas imediatas serão tomadas, a fim decolocar o nome de S. Ex' no sistema eletrônico.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Pas­sa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTETem a palavra o SI. Hermes Zaneti.

O SR. HERMES ZANETI (PSDB - RS. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, SI" e Srs. Depu­tados, no próximo dia 13 deste mês de agosto a UniãoNacional dos Estadudantes-UNE, estará completando52 anos de função, já que a sua criação se deu no dia13 de agosto de 1937, três meses antes da instalaçãodo Estado Novo. Trata-se, sem dúvida, de data da maiorsignficação para o movimento estudantil do nosso País,o qual, como se sabe, foi pioneiro na luta pela democra­tização do ensino, incluindo à defesa, de forma intransi­gente, dos interesses e dos direitos dos estudantes brasi­leiros,. principalmente a gratuidade no ensino.

A UNE coordenou campanhas 1p.emoráveis, tendo,no ano de 1942, os seus membros saído às ruas paraexigir a entrada do Brasil na guerra contra o eixo nazi­fascita (Alemanha, Itália e Japão), sendo responsávelpor- manifestações de caráter nacional em favor do mon­pólio estatal do petróleo e os inspiradores da conhecidafrase "O petróleo é nosso", que se transformou no

Agosto de 1989,

símbolo nacional da campanha. tendo, igualmente, des­tacada atuação oa defesa· da liberdade de imprensa eno combate à Lei de Segurança Nacional de 1950.

É oportuno lembrar, SI. Presidente, que estiveramiJ;ltimamente ligados às campanhas da UNE políticosde renome como Sobral Pinto, Afonso Arino, Alceude Amoroso Lima e Pedro Aleixo, e que outros igual­mente de nomeada, foram seus presidentes, como oex-Ministro da Viação e Obras Públicas, do Governode João Goulart, Hélio de Almeida; Rogê Ferreira 'eo nosso companheiro de partido, José Serra, que a presi­diu num dos momentos políticos mais difíceis da vidanacional, ou seja, no período 1963 a 1964.

Aliás, foi justamente a partir daí - 1964 - quea UNE foi colocada na ilegalidade, quando, no dia9 de novembro, foi baixada a chamada Lei Suplicy (Lein' 4.464164) que não a reconhecia como órgão de repre­sentação dos estudantes do ensino superior a qual. po­rém, foi reformulada em parte pelo Decreto-Lci n' 228,de 28 de fevereiro de 1967, que. embora matendo asrestrições anteriores, criou a Conferência Nacional doEstudante Universitário, com a finalidade de examinare debater problemas universitários para a apresentaçãode ~oluções às autoridades do setor de ensino.

E importante assinalar, Sr. Presidente, que, mesmona ilegalidade, a UNE nunca deixou de existir na clan­destinidade e, de lutar pela realização de congressosestudantis, até que, no ano trágico de 1968, quandorealizava o seu trigésimo congresso nacional, todos osparticipantcs foram presos; mas em 1979, apesar deproibido, os estudantes conseguiram realizar, na Bahia,no mês de outubro, o trigésimo primeiro congresso na­cional, com maciça participação, mesmo com o riscode sanções determinadas pela Lei n' 6.680, de 16 deagosto de 1966, que mandava punir todos aqueles queapoiassem entidades estudantis não reconhecidas legal­mente.

Finalmente, em meio a toda essa onda de perseguiçãopolítica e de violências contra a organização estudantilbrasileira, Sr. Presidente, ocorreu aquele que seria omais duro golpe contra a classe: a demolição da antigasede da UNE, na praia do Flamengo, no Rio de Janeiro,sendo que o fato se deu após interdição do prédio peloCorpo de Bombeiros, sob a alegação de falta de segu­rança, apesar de protestos generalizados nos três mescsque antecederam a criminosa derrubada, cometida emmeados de junho de 1980.

Essa é uma rápida radiografia da vida da União Na­cional dos Estudantes, cuja gloriosa trajetória de lutasem defesa dos mais legítimos e impostergáveis direitosestudantis queremos saudar nesta oportunidade, en­viando aos seus 'àtuais dirigentes os nosssos votos pelapassagem desta data de real importância para avivara memória nacional em torno da necessidade de efetivademocratização do ensino.

Era o que tÚlhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR, NILSON GIDSON (PMDB - PE. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr.Presidente, SI" e Srs. Depu­tados, preocupado com o comportamento da SepIan.referente a forma, às diretrizes, obejtivos e mctas paraas despesas adotadas em inúmeros estudos relativos àdotação orçamentária para as atividades do ProgramaSão' Vicente - Programa de Apoio à Organização dePequenos Produtores Rurais do Nordeste - executadopela Superintedência do Desenvolvimento do Nordeste- Sudene, volto a esta tribuna para formular um vee­mente apelo ao Ministro João Batista de Abreu, Chefeda Secretaria do Planejamento e Coordenação, a fimde não prejudicar os planos e programas que se caracte­rizam pela participação efetiva e permanente do peque­no produtor, elevando o conceito da livre iniciativa nomeio rural, engajando o Governo numa política dealiança verda4eira c permanente junto à sociedadecivil.

Sr. Pr~sidente, Sr" c Srs. Deputados, passo a fazeruma análise, através do relatório de atividades no exer­cício de 1988, do Programa de Apoio a Organizaçõesdc Pequenos Produtorcs Rurais do Nordestc - Progra­ma São Vicente, executado pela Sudene.

Vejamos:

SUMÁRIO

1 - Apresentação2-0bjetivos e Finalidades do Programa

Page 5: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD11AGO1989.pdf · trabalhadores de empresa em processo falimentar. (Pág.7513) Discurso

Agosto de 1989 DIÁRIOOO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 11 7495

4 - ESTRUTURA OPERACIONAL (Vide Quadro)

. J

É importante ressaltar que esses recursos passarãoa integrar o patrimônio do grupo que se organizou eque da proaução aufericia'ix;!ã conuinWade,- serão des'tacados os valores que dcverão compor e manter umFundo Comunitário, indispensável para a continuidadee desenvolvimento do Projeto.

Como se observa, o programa se caracteriza pelaparticipação efetiva e permanente do pequeno produ­tor, desde o início, até o fim do processo. E muitomais; ele exige que o beneficiário continue participan­do, mesmo após a aplicação dos recursos, pois a admi­nistração do Fundo Comunitário é de responsabilidadede 3 (três) membros do próprio grupo, escolhidos entreeles, que periodicamente têm, todos. um relato sucintoda situação financeira do Fundo.

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BB OU BrW1'R. PIOQ. pEOI)\UFALENATERCEB-CNI3BPEQ. PPO\1.RURl\I. (2)

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'I'R88 l·lEr·1RRO.DO GRUPO Dl:

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~I:'=I1'RPEQ.PROD.\\.~ RURAL

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CONSELIlO DEiAD~1I NI STRAÇ'1\0

COORDENAÇM

~SUDENE

-FONTES

RECURSOS

PINPROTERRAF'INSOCIALLTN

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Após esse passo, com a assistência de uma dessasinstituições, é elaborada a Proposta de Projeto, ondesão explicitadas as intenções do grupo, relativamenteao que se quer produEr e.'lIlais os ~ecurs~yecessários

para· o atingImento do objtivo desejado. Isto é feitoconforme um roteiro indicado pela Sudene.

Após essa etapa, o Projeto é encaminhado para oexame e parecer da Comissão Comunitária, que se apro­vá-lo o enviará a Sudene, através do Banco participante.

Aqui, ele é analisado e encaminhado ao Conselhode Administração do Programa, para apreciação.

Se o Projeto for considerado apto à receber recursosdo Programa, o Banco fará as liberações, que serãoautorizadas pela Sudene, observados os critérios estabe­lecidos pela Portaria 649/86.

l-APRESENTAÇÃOO desempenho do Programa São Vicente durante

o primeiro triênio de atuação, superou as expectativas,apresentando expressivos resultados, no que pese a apli­cação de um reduzido volume de recursos e as dificul­dades enfrentadas para a concrctização de uma idéiainovadora dirccionada exclusivamente ao atendimentodo Pequeno Produtor Rural do Nordeste.

Desta forma, o resgate da cidadania dessa classe detrabalhadores nordestinos, vem sendo obstinadamenteperseguido, e, assim, num curto espaço de tempo, certa­mente será rompida a antiga e perversa relação de c1ien­telismo que caracteriza o Pequeno Trabalhador Ruralda região.

O mecanismo criado pelo Programa, eleva o conceitoda livre iniciativa no meio rural, processo este, de quetanto necessitava o pequeno produtor, visto que os re­cursos lhes chegam às mãos pelo mérito do seu trabalhoatravés de suas organizações em Sindicatos ou Coope­rativas, que são por eles próprios administrados.

Agora, o Governo federal, antes percebido por al­guns, apenas como assistencialista e eleitorciro, atravésdeprogramas temporários e efêmeros, ê visto comoparceiro, engajado numa política de aliança verdadeirae permanente junto à Sociedade Civil.

2- OBJETIVOS E FINALIDADES DO PROGRA­MA

O Programa São Vicente (Programa de Apoio à Or­ganizações de Pequenos Produtores Rurais do Nordes­te), criado em 23 de janeiro de 1986, pelo Decreto-Lein' 92.320, tem como objetivo imediato tirar da misériaabsoluta um segmento da população rural marginali­zada, assegurand04he condições para o trabalho, paraa produção de alimentos e para o fortalecimento dasorganizações de trabalhadores.

2.1- Os objetivos específicos do Programa São Vi­cente são:

I - fortalecimento e fomento de formas de organi­zações e associação de pequenos produtores rurais;

11-estímulo a investimentos na infra-estrutura;UI - assistência financeira à produ~ão, beneficia­

mento, industrialização e comercialização de bensoriundos das atividades agropecuárias e da pesca extra­tivistas e artesanais, dos pequenos produtores rurais,organizados sob forma associativa;

IV - investimentos em infra-estrutura de apoio cole­tivo à produção de bens oriundos das atividades a quese refere o item anterior.

2.2 - São finalidades específicas:I - diminuir a carência alimentar da fanu1ia;11- introduzir práticas de aumento da produção e

da produtividade;IU- estimular o ensinamento das práticas racionais

de agricultura;IV - estimular e orientar a comercialização do exce­

dente da produção, através da venda ou troca, por bensnão produzidos pelas corilUnidades organizadas;

V - apoiar as comunidades rurais organizadas, deforma a que desenvolvam, mais intensamente, a ativi­dade associativa.

3 - Modelo de Funcionamento4 - Estrutura Operacional5 - Metas Alcançadas6 - ConclusãoAnexos:Quadro I - Projetos aprovados no exercício, por Es­

tadoQuadro D - Desempenho Financeiro no exercício.

por fonte de recursos. Quadro DI - Desempenho Financeiro no período

1986/88; por fontes de recursosQuadro IV - Visão numérica do Programa, no perío­

do 1986/88

3 - MODELO DE FUNCIONAMENTOPara participar do Programa, os pequenos produtores

rurais devem, necessariamente, organizarem-se em gru­pos de no mínimo 10famílias e, em seguida, dirigirem-seao Sindicato, à Cooperativa, à Igreja, à Emater ouao Banco, entidades que apóiam os pequenos produ­tores rurais do Município.

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7496 Sexta-feira 11 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1989.

Fonte: CSV

Fonte: CSV

Fonte: CSV.

(Recursos em NCz$ 1.00)

e) o retardamento das ações do Flano Nacional deReforma Agrária, acarretando a falta de terras, emalgumas áreas, para se desenvolver as culturas.

O Programa São Vicente surgiu no momento em queo Governo Sarney procurou retomar o processo de pla­nejamento, permitindo fixar o homem à terra e dando­lhe melhores condições de vida e bem-estar sacia!.

Diante dessa perspectiva, a Secretaria Executiva en­tende que no curto prazo de vida do Programa, o obje­tivo mainr, de nferecer melhores condições de vida aohomem do campo vem sendo conseguido e a revers:iodo quadro de miséria será certamente obtida, com aparticipação e o esforço de todos aqueles pequenos pro­dutores que venham a se organizar em Cooperativase Sindicatos.

Fontes Programado liberado' %(a) (b) (b/a)

Próprios 304,5 504,5 100,0Finsooial 350.000,0 350.000,0 100,0Proterra 2.694.200,0 2.694.200,0 100,0Operação de crédito doTesouro Nac iona 1 1.000.000,0 1.000.000,0 100,0

TOTAL 4.044.504,5 4.044.504.5 100,0

Fontes Programado liberado %(a) (b) (b/a)

Praterra 2.194.200,0 2.194.200,0 100,0Finsocial LO 1,0 100,0Operação de eréd i to doTesouro Nacional 1.000.000.0 1.000.000,0 100,0

TOTAL 3.194.201,0 3.194.201, O 100,0

NQ de Valor dos %EstaelOs Nq de Fa,,;liM Projetos S/ recursos

Projetos Beneficiadas NCz$ 1,00

Maranhão 65 1.264 60.530,4 2Piau; 290 5.321 418.460,4 13Ceará 303 1.284 408.143,9 13Rio Grande do Norte 369 6.630 512.822,4 16paralba 96 2.136 144.996,9 4Pernambuco 692 19.060 1.276.658,2 40AlagoaS 21 497 39.837,8 ISergipe 15 332 26.111,5 1Bahia lB7 3.966 290.135,3 9Minas Gerais 13 400 14.865,5 1

2.051 46.890 3.193.162,3 100

• liberados pe1a Sudene, para os bancos

QUADRO l! IDESEMPEr-HJ FINANCEIRO, POR FONTE

1986/88

QUADRO l!DESEMPEi'HJ F[NANCE IRO, POR FONTE

1988

(Recursos em NCz$ 1,00)

QUADRO IPROJETOS APROVADOS, PDR ESTADO

1988

O empenho da Sudene e o enjamento das!ns~ituiçõesacima nominadas, na defesa do Programa nao tem, con­tudo, conseguido abolir alguns dos problemas eXIstentesdesde a sua criação.

Entre eles, destacam-se:a) insuficiência de recursos, em vista da demanda

dos Projetos apresentados;b) atraso na liberação dos recursos apnrtados no or­

çamento, gerando desencontros com o calendario agrí­cola e, conseqüentemente, frustração de safra;

c) a quase inexistência de orçamento para o itemadministração do programa;

d) deficiência no qnantitativo de pessoal alocado aoPrograma, o que tem dificultado a execução de umacompanhamento dos Projetos, mais regularmente;

5 - METAS ALCANÇADAS

OS result~dos a seguir apresentados evidenciam oesforço do Governo Federal, através da Sudene, nointuito de consolidar uma política de desenvolvimentoque alcance a todos os nordestinos e, em particular,aqueles, que antes não participavam do processo: osPequeno Produtores Rurais.

Para isso, no exercício de 1988, foram aprovados2.051 projetos, o que significa levar os benefícios doPrograma a 46:890 famílias distribuídas especialmenteda seguinte forma: Maranhão 1.264, Piauí 5.321, ceará7.284, Rio Grande do Norte 6.630, Paraíba 2.136, Per­nambuco 19.060, Alagoas 497, Sergipe 332, Bahia 3.966e Minas Gerais (área da Sudene) 400 (Quadro I).

Foram liberados pela Sudene, no mesmo período,recursos em tomo de NCz$ 3,2 bilhões (Quadro 11),que somados aos valores aplicados em 1986 e 1987,montam a cerca de NCz$ 4,04 bilhões (Quadro I1I).

No triênio 1986/88, 518 municípios nordestinos já ti­veram projetos aprovados. Foram contemplados 46 mu­nicípios do Maranhão, 45 do Piauí, 97 do Cearã, 69do Rio Grande do Norte, 58 da Paraíba, 110 de Pernam­buco, 6 de Alagoas, 15 de Sergipe, 61 da Bahia e 11de Minas Gerais.

Os benefícios dos 4.656 projetos aprovados nessesprimeiros três anos de implantação do Programa, atingi­ram nada menos que 117.671 famílias (Quadro IV).

O financiamento do Programa São Vicente está sobresponsabilidade do Governo Federal, através da desti­nação de verbas do Proterra, do Finsocial, de Operaçãode Crédito e de Recursos Próprios da Sudene (1986).

Em 1988, a origem dos recursos aplicados foi, princi­palmente, do Proterra que paricipou com NCz$ 2,2bilhões e de Operação de Crédito do Tesouro Nacional,como o aporte de NCz$ 1,0 bilhão.

A aplicação desses valores nos Projetos apresentadosà Sudene, propiciou a aquisição, por parte dos agricul­tores, de 105.446 matrizes animais (bovinos, ovinos ecaprinos) e beneficiou 440.291 ha. de terras com voca­ção para a agropecuária; além de cerca de 1.500 cister­nas e diversas outras obras como, casas-de-farinha, ar­mazéns, etc. Os resultados positivos do Programa seexpressam não apenas nos números apresentados mas,principalmente, no espaço conquistado pelos Pequeno~Produtos Rurais, no âmbito das Instituições respon­sáveis pelo desenvolvimento da Rcgião c, entre eles,a Sudene. .

Em paralelo às ações especificamente voltados paraos projetos, a Coordenadoria do Programa, na Sudene,desenvolve um trabalho permanente de avaliação dodesenpenho das Comissões Comunitárias e de acompa­nhamento da evolução do Fundo Comunitário.

Para isso, em 1988 foram realizados 6 (seis) encontrossub-regionais, em 15 "Pólos Sindicais" localizados nosEstados da Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe,Alagoas e Pernambuco o que envolveu a participaçãode 789 representantes, de 185 Comissões Comunitárias.

O pessoal ligado administrativamente ao Programana sede e nos Escritórios Regionais teve, também, aoportunidade de participar de dois cursos: o primeiro,realizado no período de 15 a 18-9-88, sobre "PolíticaAgrária - Reforma Agrária e Pequena Produção" eo segundo, sobre "elaboração e Análise de PequenosProjetos Agrícnlas" nos dias 5, 6, 19,20 e 21-12-88.

Os treinamentos visaram aperfeiçoar a capacidadedos participantes, para a análise de projetos inerentesao setor agrícola.

6 - CONCLUSÃO

O Programa São Vicente é, sem dúvidas uma idéiadiferente e avançada, comparada a outras proposiçõesfeitas para atender diretamente ao Pequeno ProdutorRural da Região. Talvez por isso, decorram os inúmerosentraves detectados na sua implementação.

Esses obstáculos vêm sendo combatidos com muitoesforço pela Sudene, que tem como aliados, segmentosda sociedade realmente interessados em diminuir o so­frimento da classe alvejada pelo Programa. Citam-se,por exemplo: a Igreja, Parlamentares, Organizaçõesde todos os níveis do Governo, Sindicatos, Coopera­

.tivas, etc.

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Agosto de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 11 7497

QUADRO IVVISÃO WMÉRICA DO PROGRAMA SÃO VICENTE

PERíODO 1986/88

MUNICÍPIOS PROJETOSBENEFicIOS

Existen- Contem- Agr i cu !tura Pecuária RECURSOSESTADOS tes plados X Recebidos Aprovados X Fali i lias Área Matrizes LIBERADOS'

(a) (b) (b/a) (a) (b) (b/a) (ha.) (Unid.) NCz$ 1,00

MA 132 46 34,8 405 230 56,8 4.116 28.041 2.130 108.613,2PI 115 45 39,1 1.091 498 45,6 10.246 114.216 31.919 411.913,8CE 141 91 68,8 1.250 813 65,0 20.804 181.089 25.802 560.661,1RN 151 69 45,1 1.440 891 47,9 12.932 146.986 33.110 599.001,8P6 111 58 33,9 398 197 49,5 5.929 56.149 5.904 185.534,1PE 161 110 65,9 2.910 1.642 56,4 49.148 333.691 85.135 1.614.833,2AL 96 6 6,2 138 41 29,1 1.039 5.298 1.896 49.071,9SE 14 15 20,3 14 33 44,6 791 6.190 200 31.115,6BA 336 61 18,1 838 447 53,3 9.696 16.108 24.469 388. 12i ,1MG 86 11 12,8 131 64 48,8 1.110 15.408 352 28.580,2

TOTAL 1.469 518 35,3 8.615 4.656 53,6 111.611 969.188 212.231 4.044.112,6

Fonte: CSV.

• UberaClOs De los Bancos, para os beneficiários do-Pmgrama

OBS: OS saldos nos Bancos etIl 31-12-88, era de NCz$ 331,9

Dzachan comentou ainda, que caso persista a atualpolítica de preços.dos produtos agríCOlas, os agricultoresvão ficar impossibilitados de plantarem a próxima safra.Os preparativos, frisou o prefeito, estão prejudicadospelas indefinições reinantes, que podem inclusive signi­ficar a falência, de uma agricultura altamente produtiva.

Documento coletivo

Tendo em vista que os produtores agrícolas de NovaMutum enfrentam hoje uma situação preocupante emt~~o~ financei~os, que vem provocando prejuízos sig­mficalivos no sIstema econômico da cidade o prefeitoanunciou que será entregue no Banco do Brasil, umdoc~ment? .'l.ssinado principalmente pelos proprietários;ura;s, solICitando o parcelamento da dívida em parcelasIguaIs para serem pagas com a produção da safra 89/90~L '

Outras reivindicações eontidas no doenmento são nosentido de que o BB libere o penhor da safra 88/89para livre comercialização, concessão de um novo cré­dito de custeio agrícola para a próxima safra e a prorro­gação das parcelas de investimento para o ano que vemconcluiu O prefeito. '

Isa RamosAssessora de Imprensa

AMM

Concluo, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, afir­mado que a nova Constituição confere um tratamentoinédito à questão regional no Brasil, vertente principalda ação do Ministério do Interior. Em vários disposi­tivos, a Lei Maior estabelece as bases para uma atuaçãomais objetiva do Governo sobre.um quadro de dispari­dades que, por injusto e inaceitável, cumpre enfrentarcom determinaçãoe firmeza. Consolidou-se o Programade apoio ao Pequeno Produtor Rural ~ São Vicente,em execução nos dez Estados da área de atuação da.Sudene. O programa, de erradicação da pobreza abso­luta no meio rural nordestino, comtempla o atendi­mento a 3,8 milhões de faffil1ias de produtores ruraisde baixa renda, no prazo de quinze anos.

Pergunta-se: por que o desejo do Ministro João Ba­tista de Abreu de acabar com o Programa, tão bemestruturado e que está dando certo?

O SR. JONAS PINHEmO (PFL - MT - Pronunciáo seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados assumo à tribuna desta Casa para lamentar a in­sensibilidade do Governo Federal com a agriculturabrasileira, sobretudo a de fronteira agrícola.

Foi infrutífero todo apelo feito nesta Casa por Parla­mentares, infindáveis reuniões com os Ministérios daAgricultura, Fazenda e Planejamento. Documento foientregue ao Presidente da República e manifestaçãodos agricultores de várias formas acontecem pelo Brasile nesta capital. '.

O agricultor sempre foi tratado pela área económicadeste Governo como "chorão".

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, é lamentávelque a euforia e esperança de uma verdejante e prósperasafra dos meses de dezembro/janeiro se transformasseem lamentação, desespero, desestímulo e falência du­rante a comercialização.

Aquilo que foi a maior safra agrícola da história destePaís, em quantidade, qualidade e produtividade, passatambém para a história como o maior golpe, com oemprobecimento do setor rural, e com raríssimas exce­ções, com a falência do produtor rural.

Sr" e Srs. Dcputados, Mato Grosso é o Estado quemais sofre neste momentó. Os produtores de milhoe arroz estão falidos porque o preço mínimo, pela eleva­ção dos fatores da produção, após o Plano Verão, alémdos índices inflacionários, não são compensadores. Osprodutores de soja, pelo achatamento, engodo e irreali­dade cainbial, não puderam vender seu produto, ou,quando fizeram, ocorreu com preços altamente avil­tados.

Atualmente, são privilegiados aqueles que podem pa­gar seus compromissos bancários ou de outra natureza.. A maioria está desesperada e sem rumo a tomar.

Aqueles que pagaram não sabem como plantar, pelaincerteza que ronda o crédito para o próximo custeio.

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, na região docerrado mato-grosssense, onde se concentra basicamen­te. a produção de soja, as autoridades dos municípios,

preocupadas com a situação dramática de hoje e dofuturo, chegam ao externo de decretar estado de emer­gência, como ocorreu em Nova Mutum e deve acontecerem outros municípios.

Devo repetir que estava aí, ncssa região, a maioreuforia e esperança de Mato Grosso ..

Mais uma vez lamento o descaso do Governo nomomento certo para acudir a agricultura. Queira Deusque a situação se reverta. Há algum remendo nas mãosdos homens, e esta esperança reside no Banco do Brasil,que, com bom senso, poderá conciliar com o que restadesta safra e projetar para um horizonte de dois, atrês anos ·OS débitos de custeio e investimento, comoportunidade para novos custeios. Não adianta quererrcceber todos os créditos junto ao agricultor, porqueo seu produto não paga a conta, com o atual preço,cada vez mais baixo no mercado. Também se não Ihcderem o crédito de custeio, não poderá fazer a próximasafra. Eis aí o cielo vicioso da falência.

Sr" e Srs. Deputados, vamos ajudar os agricultores.Neste Congresso ainda está um fio de esperança.

Ao encerrar, gostaria de transcrever uma reportagemdo "Diário de Cuiabá", da jornalista Isa Rramos, sobo título "Estado de Emergência decreto em Nova Mu­tnm". Foi a única saída, no desespero do Prefeito Boles­lau Dzachan.

Publicação a quc se refere o orador.

ESTADO DE EMERGÊNCIADECRETADO EM N. MUTUM

Atendendo solicitação de aproximadamente 1300produtores rurais, o prefeito de Nova Mutum (muni­cípio,loealizado na região Médio-Norte do Estado, a250 quilômetros de Cuiabá) Boleslau Dzachan resolveudecretar estado de emergência por tempo indetermi­nado, no município durantc reunião realizada com aslideranças dos produtores na noite da última segun­da-feira.

Na ocasião, os produtores dcclararam que estão im­possibilitados de plantarem a próxima safra porque ain­da não conseguiram saldar nem mesmo 50 por 'centode suas dívidas junto aos agentes financeiros e fornece­dores e insumos.

O prefeito explicou que o decreto de estado de emer­gência foi ágilizado, considerando também que o muni­cípio de Nova Mutum é· essencialmente agrícola e ospreços vigentes no mercado, principalmente para vendada soja-produto predominante na região .,....são insufi­cientes para cobrirem os custos de produção.

Outro sério problema enfrentado, segundo afirmouo prefeito, diz respeito aos altos juros e correção mone­tária da dívida vistos como exorbitantes se levar emconsideração que os preços dos produtos agrícolas estãoestagnados, dificultando ainda mais a situação dos pro­dutores, que correm o risco inclusive de pcrderem suaspropriedades. .

o Sr. Asdrubal Bentes - Sr. Presidente, peço a pala­vra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Con­cedo a palavra a V. Ex'

O SR. ASDRUBAL BENTES (PMDB - PA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,levanto uma questão de ordem para registrar, nos Anaisdesta Casa, a presença de representantes da' classe pa­tronal do meu Estado, ligados principalmente ao setorda madeira, da siderurgia e agropecuária, no momentoem que todo o Brasil e O mundo estão com os olhosvoltados para a Amazônia, na defesa da nossa faunae flora.

Os empresários do nosso Estado vêm a Brasília discu­tir com o Presidente do Ibama a adequação de umapólítiea florestal para a nossa região, de tal maneiraque a ecologia seja protegida e viabilizados os investi­mentos na área.

Quero louvar a classe empresarial do meu Estado,que se preocupa com a defesa da ecologia no momentoem que precisamos compatibilizar o nosso desenvol­vimento com a proteção ao meio ambiente, procurandouma forma de adcquação de uma política de proteçãoambiental com a economia regional e as suas peculia­ridades.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o Deputado Nelson Aguiar.

O SR. NELSON AGUIAR (PDT - ES. Sem revisãodo orador.) -Sr. Presidente, somos contrários a qual­quer tipo de violência, inclusive a chamada violêncialegal, isto é, aquela que decorre de ordem de juiz oude autoridade policial. Assim, só temos a lamentar. asocorrências ontem verificadas no Rio de Janeiro, envol­vendo companheiros do PDT e componentes da cara­vana do candidato do PRN. Não justificamos atos deviolência, mas é preciso lembrar que essas coisas sempretêm motivação. Como disse o companheiro Leonel Bri­zola, também lamentando o fato, isso começa a serresultado do tipo e da natureza de campanha que ocandidato do PRN vem desenvolvendo pelo País afora.

O que dizer de um candidato que, numa cadeia derádio e televisão, xinga a mãe do Presidente da Repú­blica e a mãe do nobre companheiro Leonel Brizola,com imputações as mais feias, que nenhum filho poderiaaceitar? Também nós, a classe política, fomos tratadospor esse candidato, perante a Nação, de certo modo,como se fôssemos um bando dc salteadores. Lembra­mo-nos de sua conduta - não a de agora, porque hojeele está procurando alianças políticas. Quando apareceupela primeira vez nos órgãos de comunicação, diziaque não era candidato dos políticos, dos militares oudos empresários; o que desejara, na verdade, era botaressa cambada de corruptos na cadeia.

Fomos tratados, perante à Nação, como se fôssemos'um bando de salteadores dos cofres públicos. Embora

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isso não fosse dito diretamente, era o que se dava aperceber. Essas abordagens eram constantemente ouvi­das nas ruas.

Hoje, felizmente, o quadro é outro. Começa-se ajuntar a ele tudo quanto existe de comprometimentocom toda a sorte de danos causados à Nação. Foi aban­donada a tese e que ele era o candidato da sociedadecivil, contrário a todos e a tudo que havia de erradono Brasil. Hoje, busca velhos políticos, envolvidos comprocessos e esquemas de corrupção; recebe adesões doque conhecemos como o mais exeerável em termos deexploração e espoliação da sociedade brasileira.

Afinal, quem são os banqueiros e com quem elesestão?

Nós, que defendemos a candidatura do companheiroBrizola, estamos muito tranqüilos para dizer que o nos­so candidato não tem compromisso com eles, não temvínculos com essa estrutura de poder, com essa estruturaempresarial corrupta, cartorial, que tem sugado os co­fres públicos e violentado a classe trabalhadora brasi­

.leira. Por isso mesmo eles não gostam do companheiroBrizola, por isso mesmo eles agora estão encontrandoo seu verdadeiro líder, o seu verdadeiro herói; por issomesmo eles agora estão-se juntando.

Queremos lamentar as ocorrências do Rio de janeiro,mas quero lembrar que não aceitaremos provocações.Lembro-me de que, quando da visita daquele candidatoao Estado do Espírito Santo, eu estava saindo do PalácioAnchieta. Não esperava que S. Ex' fosse visitar a Vice­Govemadoria e, ao entrar no Palácio Anchieta, mesmosabendo que o Governador do Estado naquele momen­to estava reunido com Prefeitos e Vereadores, assinan­do convênios, a turma que vinha com S. Ex' fez provo­cações aos nossos companheiros e a mim, que sou Presi­dente do PDT regional. Lembro-me de que alguns rapa­zes que acompanhal'am aquela caravana emitiram juí­zos e nos dirigiram palavras que não posso repetir peran­te os microfones.

Este é o resultado da provocação, e sabemos quefazer provocação no Rio de Janeiro, especialmente na"Brizolândia", não dará certo mesmo, Sr. Presidente.É preciso que se compreenda que a toda ação e agressãocorresponde um revide.

o SR. WILSON CAMPOS (PMDB - PE. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr's e Srs. Depu­tados, no último dia 1', Pernambuco comemorou os150 anos de fundação de sua Associação Comercial,entidade que, ao longo de sua existência, travou lutase desfraldou bandeiras que se confundem com a própriahistória do seu grande povo.

Foi assim, no passado, com a construção e a amplia­ção do porto de Recife, do Teatro Santa Isabel, daspontes da Boa Vista e Duarte Coelho, voltando-se,no presente, para campanhas memoráveis, como aque­las que hoje se desenvolvem para a instalação, em Sua­pe, da Refinaria de Petróleo e da Zona de Processa­mento de Exportação - ZPE.

Todas essas frentes representaram e representam fi­slelidade e princípios que se colocam muito além daótica exclusivamente empresarial, uma vez que corres­pondem a investimentos de amplos efeitos nas áreascultural, social e econômica.

Assim, romper o atraso e acompanhar a evoluçãohistórica de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil temsido tarefas a que se impôs a Associação, influindono presente, mas de olhos postos no futuro.

Senhor Presidente, Sr" e Srs. Deputados, apesar do.quadro da crise em que está mergulhado o País, Pernam­buco faz um desesperado esforço para modernizar asua economia.

Necessita consolidar o porto e o Distrito Industrialde Suape e a ZPE que ali começa a se instalar.

Necessita construir a Ferrovia Transnordestina, quetirará o Estado do isolamento a que foi relegado durantetodos estes anos.

Esta ferrovia permitirá a ligação do Estado pelo ser­tão, articulando a economia metropolitana com o nortee o sul do Brasil, viabilizando desde o Porto de Suapee suas empresas até os projetos agroindustriais locali­zados no pólo l,'etrolinalJuazeiro, além do transportedo gesso do Araripe.

A Associação também está gestionando para a cons­trução da Ferrovia Transnordestina, porque entende

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

que o desenvolvimento é meio e fim da luta que ohomem do Nordeste trava pela sua redenção.

Fundada em 1839, quando o Recife tinha menos decinqüenta mil habitantes, por um grupo de comerciantesbrasileiros, portugueses, judeus e britânicos, desde1913, a Associação está plantada em sua sede, situadano bairro do Recife, no velho bairro do Recife.

Ali, onde "o Recife é mais propriamente chamado",como registra o verso de Carlos Pena Filho, ao longodos seus 150 anos, a Associação foi contemporâneade outros fatos que marcaram a história de pernambucoe do Brasil: a luta contra a escravidão, a proclamaçãoda República, a Revoluçaõ de 1930. os anos Vargas,o Industrialismo, a Segunda Guerra Mundial, as lutaspela redemocratização, p6s-1945, os fatos recentes quemarcaram os novos caminhos do povo brasileiro.

A todos esses episódios, direta a indiretamente, aAssociação esteve presente ou deles participou, honran­do as tradições de órgão classista permanentemente vol­tado para os interesses de sua gente.

Senhor. Presidente, Sr's e Srs. Deputados, é commuita satisfação que registro, desta tribuna, tão impor­tante acontecimento, que evoca e simboliza as melhorestradições de Pernambuco, do povo pernambucano, aoqual me orgulho de pertencer.

Parabéns à Associação Comercial de Pernambuco pe­la passagem do seu sesquicentenário!

Senhoi"Presidente, si" e Srs. Deputados, peço des­culpas, mas esse registro me toca muito ao coração,porque foi nessa Associação que aprendi a lutar pelavida. Ela determinou os passos que eu deveria seguir.

Quero, nesta hora, referir-me ao clube do meu edo seu coração, o Clube Náutico Capibaribe, que, aos107 anos de vida, conquistou, mais uma vez.. para osverdadeiros alvi-rubros do meu Estado, um campeo­nato, para somar-se aos já existentes:

o SR. FERES NADER (PTB - RI. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,todos sabem que os problemas da cultura, não sendotão essenciais à vida da Nação, podem ser discutidos,mas devem esperar p~ra serem realizados em temptlsmais convenientes. Os debates, porém, são sempre per­mitidos. Por isso, propomo-nos reiniciar um movimentoque, acreditamos, deverá sensibilizar todos os nossosínclitos pares desta Casa.

A proposta de dotar Brasília de um indispensávelmuseu da cultura nacional não despertou o interesseque se esperava. Na ocasião, falou-se exaustivamenteno assunto. Mas, com o tempo, os mais entusiasmadoscom a proposta se deixaram arrastar pela indiferença.Seria uma instituição a ser formada sem grande empregode capital.

Propôs-se formar o acervo possiveimente com umalei que obrigasse cada museu existente a emprestar pe­ças de interesse histórico, muitas vezes custodiadas emlocais de difícil acesso. Isto sem contar ser possível pes­quisar em coleções particulares, certamente provocan­do gestos de generosidade, com contribuições preciosas.

O que se propõe constituiria um conjunto único parainformar sobre nossa realidade numa exposição forados padrões da tradição museológica, com uma opor­tuna disposição, cenografia atraente, dando relevo ànossa história através da arte e suas complementações.

Tivemos o ensejo de apreciar o projeto, e aquelesque tiveram a mesma oportunidade se uniram num con­senso: é importante a sua concretização.

Mas, ao contrário, a iniciativa não prosperou, emque pese à coincidência da destinação do prédio dotv,luse do índio, tema, sem dúvida, de importância, ain­da que incomparável com o porte de um estabeleci­mento nacional para a arte. Neste a presença dos primi­tiv9s habitantes seria o ponto de partida da atualidade.

E imperioso que se pense neste aspecto da capital,onde ainda não se cogitou de informar aos seus cidadãose especialmente às escolas e hóspedes de outras nações,certamente curiosos por saber sobre o Brasil e sobrecomo atingimos o estágio atual.

Precisanios rediviver este plano, mantendo-se a suaoriginalidade inicial. Precisamos superar a idéia de queos idealizadores de Brasília, ao se conéentrarem naconstrução desta grata arquitetura, acantonaram os ór­gãooda cultura e, em evidência remarcável, as artes.

Sugerimos, pois, que seja formada uma eomissâo paraestudar um projeto a esse respeito. Temos hoje historia-

Agosto de 1989

dores e professores voltados para os problemas museo­lógicos que, acreditamos, poderiam preparar um estudosobre os itens a servirem para um museu nacional, pois,cedo ou tarde, vai-se prover o uso adequado dos mate­riais de arte e de história que aguardem uma consa­gração.

Vamos dar a Brasília um Museu Nacional.Muito obrigado.

O SR. IVO LECH (PMDB - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Sr" c Srs. Deputados. ocupoo horário do Pequeno Expediente, para parabenizaro idealizador e coordenador do seminário sobre aciden­tes do trabalho que a Comissão de Saúde, Previdênciae Assistência Social, da qual sou Vice-Presidente, emtão boa hora realizará nos próximos dias 23 e 24 deagosto, no auditório do Anexo 11. Este tema, Sr. Presi­dente, a mim empolga particularmente, até porque souuma vítima do acidente de trabalho. Tenho certeza deque nós, juntamente com os companheiros da Comis­são, com os Parlamentares desta Casa, com os técnicosdo mais alto nível já convidados para esse evento ecom toda a sociedade brasileira, encontraremos cami­nhos e alternativas para que se valorize definitivamenteo trabalhador. Devemos dar ao homem o seu verdadeirovalor. Haverá um dia cm que se porá um fim à maneiradesairosa, inumana com que tratamos os trabalhadores.

Hoje, somos milhares e milahres de mutilados espa­lhados por todo este Brasil. Milhares de homens e mu­lheres brasileiros portam doenças e seqüelas do acideutedo trabalho.

Enquanto algumas vozes se levantam, criticando estaCasa, a Comissão de Saúde, Previdência e AssistênciaSocial dá um exemplo e um passo, chamando a socie­dade civil, os trabalhadores c os sindicatos para aquidiscutir esta questão que nos envergonha e nos enchede constrangimento.

Deus queira que esse seminário, capitaneado pelocompetente Deputado pelo Estado de São Paulo Adhe­mar de Barros Filho, traga luzes e que esta Casa eo Congresso Nacional, fundamentados nas deliberaçõesdesse evento, complementem a nossa legislação, dandoao trabalhador brasileiro a verdadeira segurança na suaatividade profissional.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Ivo Lech o Sr. Inocên­cio Oliveira, l' Vice-Presidente, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo Sr. Feres Nader.Suplente de Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao Sr. José Maurício.

O SR. JOSÉ MAURícIO (PDT - RI. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,quem planta ventos colhe tempestades.

Não direi que somos favoráveis à violência, que ocandidato "collorido", na verdade, transíormou-se numgrande provocador nacional, nem que o candidato "co­Ilorido" habituou-se a referir-se ao Presidente da Repú­blica com palavras de baixo calão e igualmente a seusconcorrentes. Não direi que o candidato "collorido"foi a Niterói, minha cidade, para chamar os estudantesde burros, mas digo que aquela população, briosa, alta­neirae viril, respondeu ao candidato "collorido" à altu­ra das suas provocações.

É bom que ele se reeduque, é bom que aprendaa se preparar para concorrer à Presidência da Repú­blica. Evidentemente, este País precisa de um estadistae não'de um manequim, de um candidato "collorido".

Niter6i, ontem, Sr. Presidente, revidou as agressõesprovocadas pelo Sr. Fernando Collor. Anterionnente,o Sr. Roberto Marinho, "pai" do candidato "eollorido",dizia que o povo vaiou o Sr. Paulo Maluf; hoje, o Sr.Roberto Marinho, pelo seu oligopólio, diz que os brizo­listas atacaram o candidato "coIlorido". Não é verdade.O Jornal do Brasil interpreta com precisão, tanto quan­to o centenário "O Fluminense", os acontecimentosde Niterói. Na verdade, o candidato "eollorido" vivea assoalhar por todos os cantos que é lutador de caratê,judô e que vive cercado de capangas, como é sua práticae a dos seus ancestrais. Foi para a minha cidade, provo­cou, xingou estudantes e, evidentemente, recebeu otroco.

Querer transformar e dizer que foram os brizolistasque apedrejaram o candidato é uma mentira deslavada.

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Agosto de 1989

Na verdade, o que ocorreu é que a assessoria do candi­dato "collorido" , despreparada e incompetente, traçouum roteiro, segundo o qual cle passaria pelo colégioonde os estudantes que ofendeu se encontravam, queé o centenário Liceu de Niterói. Ele tentou andar pelaAvenida Amaral Peixoto, mas o povo de Niterói de­monstrou que a sociedade civil brasileira não tem ne­nhum apreço por este candidato de chuva de verãoe, mercê de 25 entidades civis, na Praça de Araribóia,promoveu um comício de repúdio à presença dele.

Concluir que isto foi manifestação dos brizolistas éprecipitar e arranjar recursos de um candidato que co­meça não a "descollorir", mas a desbotar, pois sequercor ele tem. Na verdade, é um membro do paleo "eollo­rido" que conhecemos no período autoritário. Farsante,vai à televisão dizer que ajudou a construir a demo­craci~ democracia esta que ele sequer sabe o que signi­fica. lê: um farsante e um fascista. Evidentemente, todavez que for a Niterói, nessa condição, receberá daquelepovo e daquela hospitaleira cidade respostas às suasassacadilhas, aos seus insultos. Despreparado, não temcondição de postular a Presidência do nosso País.

o SR. JOSÉ GUEDES (PSDB - RO. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidnete, Sr" e Srs. Depu­tados, faço, desta tribuna, um alerta aos organismosfederais, bem como aos do Estado de Rondônia, nosentido de que cumpram suas atribuições evitando quea exploração das riquezas minerais signifiquem prejuí­zos irreparáveis ao meio ambiente.

Este'· alerta deve-se ao fato de que pela inoperêneiados setores competentes o garimpo de cassiterita deno­minado Bom Futuro, na Linha C-75, no Município deAriquemes, Estado de Rondônia, está sendo exploradode forma irracional e, em conseqüência, causando umverdadeiro desastre ecológico, cujos efeitos já se fazemsentir.

A ausência de medidas preventivas, ou seja, de lagoasde decantação, já causou a morte do igarapé do Jacaré,e o igarapé de Santa Cruz foi transformado num gigantelamaçal. Este igarapé, em algumas localidades, chegavaa registrar a profundidade de cinco metros e hoje nãochega e um. E mesmo este um metro é de pura lama.Mas O problema não pára aí;,pois esse igarapé deságuano rio Candeias, um dos afluentes do rio Madeira. Osefeitos já se ampliam, como por exemplo a coloraçãovermelha das águas antes cristalinas, a formação deuma crosta de barro no leito e a morte da fauna eflora do rio Candeias, que serve, dentre outros, à comu­nidade da cidade satélite Candeias.

Sr. Presidente, não podemos culpar os garimpeirosque dali sobrevivem. Sou, inclusive, um dos parlamen­tares que buscaram a livre garimpagem e o livre comér­cio de cassiterita naquela região, mas não posso meconformar com o descaso das autoridades, no sentidode exigir as condições mínimas para o funcionamentoda garimpagem, mecanizada. .

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, o desastre eco­lógico atingiu tal estado de gravidade que a populaçãoda cidade satélite Candeias ameaça obstruir a BR-364,na ponte existente sobre o rio do mesmo nome, emsinal de desespero pela falta de iniciativa das autori­dades responsáveis, na busca de alternativa para co-e­xistência do povo e do garimpo.

Medidas, portanto, são necessárias e exigem agilida­de, sob pena de amplos prejuízos, seja para os milharesde garimpeiros, como também para a população dacidade satélite Candeias e do próprio Estado.

Sr. Presidente, é oportuno ressaltar que a social de­mocracia brasileira, na plataforma de governo de MárioCovas, optou pelo desenvolvimento racional da Amazô­nia, e inicia o tema da seguinte forma:

"O PSDB não prega um conservacionismo ingê­nuo, que sonha em defender a natureza afastandoa presença humana e bloqueando o desenvolvi­mento econômico. Mas também não se dispõe aeompactuar, por ação ou omissão, com formas de­predatórias e, o mais das vezes, flagrantementeineficientes, de exploração da natureza."

Sr. Presidente, diante da gravidade dos fatos, comotambém da extensão dos interesses envolvidos, a solu­ção é uma ação firme dos Poderes federal e estadual,objetivando alternativas benéficas para ambos os lados- meio ambiente e garimpo.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

É hora para que todos se unam e compatibilizemdesenvolvimento com preservação do meio ambiente.É preciso aprendermos que ou compatibilizamos estasduas vertentes, ou assistiremos ao fortaleciemnto dasações daqueles que desejam transformar a Amazônianum imenso jardim e seus habitantes em jardineiros.

Muito obrigado.

O SR. EDIVALDO HOLANDA (PL - MA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,ingressei no PL na certeza de haver encQntrado o cami­nho da modernidade política, não apenas um novo parti­do, mas um partido novo, desvil}eulado de vícios e práti­cas autoritárias. O Deputado Alvaro Vale, valor reco­nhecido neste País, em programas didáticos na televisãobrasileira, em vários momentos demonstrou-nos o libe­ralismo e a modernidade dessa sigla, hoje em francaafirmação na política nacional.

A convite do presidente regional e nessa convicção,filiei -me ao Partido Liberal, no meu Estado. Entreicom amigos, companheiros brilhantes, esperançosos efirmes no propósito de fazermos do PL, no Maranhão,um grande partido. Não foi possível. As divergênciasfluíram, e durante as eleições próximas passadas, quan­do disputei a Prefeitura da minha cidade, São Luís,houve o agravamento de uma crise, de cujos lancesunilateralmente o Maranhão tomou conhecimento. Du­ranto seu curso, ninguém leu nas páginas dos jornaisou ouviu na televisão afirmações minhas denegrindoa imagem de qualquer companheiro. A honra l!;lheiaé sagrada e, como tal, deve ser preservada. Por isto,em momento algum aceitei responder a provocaçõesnem a insinuações.

Sem retaliações nem ofensas, humilde e sereno, infor­mo aos companheiros que nesta data deixo o PartidoLiberal. Desejo vê-lo cada vez maior e mais forte nestePaís.

Agradeço ao meu Líder, Adolfo Oliveira, a todosos companheiros de bancada a forma carinhosa comque me trataram nas duas Casas do Congresso Nacional.Ao Deputado Afif Domingos, pela lhaneza, pelo trata­mento que sempre me dispensou, ao Presidente ÁlvaroValle, a todos, enfim, o meu agradecimento sinceropela forma como fui recebido no Partido Liberal e pelamaneira como até aqui fui tratado.

Deixo o PL na esperança e na certeza de paz. Nãosaio magoado, mas ferido pela frustração de um ideário,não fugindo à luta, mas buscandoforças e alento paraprossegui-la, certo de que a vida é combate.

Aos companheiros que no. partido permanecem omeu abraço sem ressentimentós.

Quero dizer ainda que, a partir deste instante, estousem partido na Câmara dos Deputados.

ASRA. SADIEHAUACHE (PFL-AM. Sem revisãoda oradora.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,a colônia árabe no Brasil foi surpreendida com as decla­rações do presidenciável Collor de Mello. A propósito,lemos no "Jornal de Brasília" de hoje a seguinte nota:

"Os embaixadores dos países árabes no Brasilmanifestaram ontem espanto e estranheza diantede declarações feitas na semana passada pelo candi­dato Fernando Collor de Mello a respeito do con­flito entre Israel e os palestinos. Além de umadeclaração enviada ao Itamarati, parlamentares eoutras autoridades, O Conselho dos EmbaixadoresÁrabes divulvou uma carta de cinco laudas dirigidaa Collor.

Em um debate na Federação Israelita do Estadode São Paulo, na última quinta-feira, Collor decla­rou não ver com simpatia a eriação de um Estadopalestino nos territórios oeupados por Israel e dei­xou claro que não apóia o reconhecimento de umgoverno palestino ou de um escritório da Organi­zação para a Libertação da Palestina (OLP) noBrasil. Se o líder do OLP, Yasser Arafat, viesseao Brasil, Collor, como piesidente da República,não o receberia como chefe de Estado.

As declarações do candidato surpreenderam osembaixadores dos dez países árabes com represen­tação em Brasília, que se reuniram na tarde desegunda-feira para discutir uma reação conjunta.Na reunião, foi decidida a elaboração da declaraçãoe da r" ta a Collor.

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O sentimento da maioria dos embaixadores êde que o candidato falou sem conhecer o assunto,que não deve estar acompanhando, disse o chefeda missão da Liga dos Estadoa árabes, o diplomatasírio Mohamed Adanan Baghdadi. Para o diplo­mata, Collor foi de um extremismo que não é acei­tável ao recusar ao povo palestino o direito deter sua própria pátria.

O Conselho dos Embaixadores Árabes lamentaas opiniões parciais e injustas de Collor, que atin­gem o direito árabe na Palestina ocupada e causamdanos e incompreensões aos interesses do lado ára­be. Lembra a nota que as declarações do caudidatoforam feitas "no momento em que o mundo come­çou a conhecer melhor a questão palestina, a simpa­tizar com a idéia de encontrar uma solução paraos conflitos no Oriente Médio."

Senhor Presidente, nós, que somos descendentes deárabes, ficamos estarrecidos com essa declaração doSr. Fernando Collor. Eu, particularmente, sinto-me nodever de deixar aqui meu veemente protesto, porquevi palestinos sendo exterminados, ouvi e li a respeito:Quero lembrar a todos o episódio de Sabra e Chatila,no Líbano, quando a sua população foi metralhada co­vardemente, chegando, depois de seis meses sem manti­mentos, a ser liberada para consumir carne humana.Não nos esquecemos dos campos de concentração naAlemanha, mas, nos dias atuais, estão acontecendo fa­tos piores. Apoiamos o povo palestino, sem suscitara idéia de segregação racial. Sou muçulmama e acreditoque neste Parlamento seja eu a única filha de árabemuçulmano. Nós, árabes, muçulmanos, punimos a se­gregação racial, pois não admitimos que ninguém façadistinção entre preto, branco, amarelo ou qualquer ou-tra cor. .

Gostaria que os povos não tivessem fronteiras. Exata­mente neste momento em que os palestinos sofrem,temos uma filha brasileira, amazonense, lá na Palestina,com sua prisão perpétu,!- decretada - a Lâmia, queconhecemos ao nascer. E mais uma injustiça cometidapelo povo israelita.

Atentemos, pois, para esse fato, a fim de que eleja'mos um presidente digno de um Brasil moderno, queolhe para cima e para o alto e não para o chão, comominhoca.

Era o que tinha a dizer. (Pahnas.)

O SR. EDMÊ TAVARES (PFL - PB. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, ao ensejo das festividades do quadricentésimoquarto aniversário de João Pessoa, capital do meu Esta­do da Paraíba, que nos alegra neste mês de agosto,é com indisfarçável sentimento de júbilo que venhoassociar-me às comemorações que assinalam o evento,não só pelo fato de sentir-me vinculado àquela comuni­dade, mas por saber que a cidade, composta do onteme do hoje, não perde a sua identificação com o passadoe seu compromisso com o futuro. Exalta-se não só peloque de histórico encerra, mas sobretudo pelas densasraízes paraibanas e brasileiras que a tornam símbolode bravura do personagem que lhe empresta o nome.

Fundada em 5 de agosto de 1585, a cidade forjousua têmpera na alma do tempo, tendo sido ao longodesta travessia paleo nos mais expressivos acontecimen­tos políticos e sociais, muitos deles vivificando exemplosdo mais acendrado amor à Pátria.

Próspera e desenvolvida, acompanhando os padrõesmais altos de qualidade de vida, anseio das grandescidades brasileiras, João Pessoa tem tido, ao transcursodos anos, um crescimento econômico substancial, nota­damente com o processo de industrialização, ocorridoa partir da década de 70.

Recentemente, em face de sua 10Càlização geográficaexuberante c suas paradisíacas praias, o Município vemassistindo ao despertar natural de sua vocação turística,atraindo anualmente milhares de turistas do Brasil edo exterior, que colaboram de maneira decisiva parao desenvolvimento do comércio e dos serviços. Tambémo seu entorno, com os núcleos rurais em crescente ex­pansão, dá resposta positiva ao seu estágio de progresso.

Aliada a estes fatores de natureza econômica, a cida­.de é hoje um dos pólos da vida universitária brasileira,com suas duas universidades, com dezenas de cursose milhares de estudantes. constituindo-se em centro ir­radiador de cultura e saber.

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7500 Sexta-feira 11.

É, pois, com alegria que deixo consignado nos Anaisdesta Casa o'regozijo de todos os paraibanos pelo trans­curso de mais um aniversário de nossa querida capitale me congratulo, de modo especial, com a boa gentepessoense pela memorável efeméride.

João Pessoa não pára. A sua caminhada rumo aofuturo projeta em todo o País a capacidade de trabalhoe o patriotismo do generoso e altivo povo paraibano.

Muito obrigado.

O SR. AMAURY MÜLLER (PDT - Rs. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,quem diz o que quer certamente ouve o que não quer.A sabedoria popular, ao consagrar esse aforismo, cobre­se de razão.

Quem primeiro agrediu, quem primeiro dirigiu pala­vrões incompatíveis com o grau de civilidade que umcandidato à Presidência da República deve ter? Quemprimeiro provocou, enviando a Caruaru provocadoresregiamente pagos para tumultuar um comício de LeonelBrizola?

Ora, SI. Presidente, os acontecimentos de ontem,em Niter6i, são conseqüência das desatinos, das sandi­ces, das agressões e das violências patrocinadas pelacandidato da PRN, cujo nome não declino uma vezmais em respeito à opinião pública brasileira. Lamentoo que houve lá. Mas, se militantes do PDT e da CUTmanifestaram o seu repúdio a esse candidato que seexibe à sociedade brasileira como um salvador da Pátria- ignorando que o último salvador da Pátria morreuantes do descobrimento do Brasil e está definitivamentesepultado - não podemos evitar que aconteça a irasagrada dos que repudiam e expressam sua repulsa afarsantes, a impostores, a demagogos, como ocorreuontem em Niter6i.

Não prego a violência, Sr. Presidente, creio que ape­nas a paz é capaz de construir. Mas para cada. açãohá sempre uma reação, e o povo de Niter6i, os militantesdo PDT e da CUT que manifestaram seu repúdio aesse farsante, a esse impostor, nada mais fizeram doque reagir às provocações anteriores do candidato doPRN.

Dito isto, não para justificar, mas apenas para escla­recer a opinião pública a respeito dos epis6dios ocor­ridos ontem em Niter6i, gostaria de centrar minha mani­festação na questão da dívida externa. Acaba de encer­rar-se na Comissão de Relações Exteriores, em promo­ção da Subcomissão para a América Latina, um impor­tantíssimo seminário a respeito da crise por que passaesta área do mundo, em relação especialmente a suadívida externa, e que abre a perspectiva de concreti­zar-se, no curto prazo, uma proposta de integração polí­tica, econômica, social e cultural de todos os paíseslatino-americanos e earibenhos.

O que surpreende é que nessa proposta de um pactoantiinflação que teria o endosso do Congresso Nacional,sem que os congressitas houvessem sido consultados,fala-se na suspensão do pagamento dos scrviços da dívi­da muito mais em função de um controle cambial doque de uma decisão política inteligente, corajosa e sobe­rana.

A proposta que o PDT sustenta há muito tempo eque Brizola levará à prática, se conduzido, como seespera, pela vontade popular, à Presidência da Repú­blica, é de que sejam suspensos imediatamente, portempo indeterminado, os pagamentos dos serviços dadívida, até que se realize uma ampla auditoria, a fimde radiografar o endividamento externo, distinguir dívi­da real de dívida nominal e responsabilizar aqueles que,à revelia da Nação, contraíram essa dívida e sepultaramos recursos obtidos em projetos megalômanos. No Go­verno Brizola, s6 depois de realizada esta auditoria éque o Brasil se disporia a reatar o seu relacionamentocom a agiotagem internacional e pagar aquilo que real­mente deve.

S6 para se ter uma idéia da forma com que a AméricaLatina vem sendo espoliada, de modo especial, o Brasil,pelo sistema financeiro internacional, bastaria lembrarque, nos últimos oito anos, foram drenados das eeono­ntias latino-americanas para as burras da agiotagem in­ternacional, nada menos do que 271 bilhões de d6lares,a título de juros e amortizações. Nesse mesmo período,por paradoxal que possa parecer, ocorreu uma fuga,de capitais, em direção aos países do Primeiro Mundo,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

muito especialmente aos Estados Unidos, da ordemde 250 bilhões de d6lares. Isto significa, em última análi­se, que os países da América Latina, principalmenteo Brasil, estáo sustentando a grandeza dos países doPrimeiro Mundo, enquanto aqui subsistem a fome, oanalfabetismo, a doença e a miséria generalizada.

Ora, este Governo que aí está, sem nenhuma credibi­Iidade, sem nenhuma aceitação popular, não tem lastroe muito menos coragem para determinar essa morat6riaque se propõe, inibindo o pagamento dos serviços dadívida externa por tempo indeterminado, tal como dese­ja o PDT. Parece que tem razão, por incrível quc possaparecer, o Presidente do Citicorp, quando afirma quea agiotagem internacional s6 vai negociar juros maisbaixos, spreads menos extorsivos, prazos mais longoscom o novo Governo. Mas, se este Governo não resultarda verdadeira vontade popular, se for um Governo queresulte da manipulação de estatísticas, de pesquisas deopinião púbica, certamente essas negociações serão se­pultadas, continuarão a prejudicar e a onerar a frágileconomia nacional, causando mais desemprego, maisfome, mais analfabestismo, mais doença e mais pobrezaexplícita. Por isso, a Nação tem de estar atenta. Pesqui­sas podem induzir, na medida cm que são manipuladas,o eleitor pouco esclarecido a aceitar um candidato dementira, um candidato da impostura dos grandesgruposeconômicos, dos bancos, dos latifúndios e do capitalestrangeiro, como é o caso do candidato do PRN.

Agora mesmo, Sr. Presidente, acaba de ser divulgadaa pesquisa da empresa Perfil - idônea certamente ­através do jornal Diário Catarinense, de Florian6polis,em que os dois candidatos que estão à frente registramum empate técnico: o candidato do PRN e Leonel deMoura Brizola, com um crescimento de Brizola de qua­se dez pontos percentuais, enquanto o outro candidato,o candidato da Rede Globo, do latifúndio, dos bancose dos interesses estrangeiros, sofreu uma queda acen­tuada. Mas essa pesquisa colide frontalmente com aque­la qivulgada recentemente por outros veículos queatuam no eixo Rio-São Paulo, que têm, evidentemente,interesses a preservar, mentindo até de forma deslavadapara a opinião pública. Vamos confrontar essas pesqui­sas e ver qual delas é verdadeira, embora eu continueachando que a grande pesquisa se fará no dia 15 denovembro, quando o povo, chamado a decidir os seusdestinos, certamente elegerá um presidente compro­metido com seus direitos e anseios de liberdade e demo­cracia.

Ao fazer esta observação, retorno ao tema da dívidaexterna para dizer apenas isto: nós, brasileiros, nãoaceitamos mais a exploração da agiotagem internacio­nal. Se este Governo quer sair do poder desmoralizado,esquecido no dia imediato ao da posse do novo Presi­dente, que decrete a moratória e dete11Jline a suspensãodo pagamento dos serviços da dívida, por .tempo inde­terminado, sem submissão e sem dependência dos ban­queiros internacionais, a fim de que este País possarespirar, e, respirando, construir a sua grandeza, commais terra para os que não têm terra, com salários maisjustos para os que recebem um salário de fome, comescolas, com saúde, enfim, uma pátriiuedimida de todasas iniqüidades que hoje a enodoam, infelizmente.

Muito obrigado.

O SR. PERCIVAL MUNIZ (PMDB - MT. Sem revi­são do orador.) -Sr. Presidentc, Sr" e Srs. Deputados,estamos, nesta data, 10 de agosto, reassumindo nossasfunções na Câmara dos Dcputados. Inicialmente, tenhoo prazer de anunciar a este Plenário que, depois deter passado quatro meses ajudando o Governador doMato Grosso, Carlos Bezerra, conseguimos fazer umareforma adntinistrativa adequando á" máquina estatalà realidade do pr6prio Estado e do País.

Para V. Ex" tcrem uma idéia, o Governo extinguiudoze secretarias de Estado. Além disto, também redu­ziu em mais de seiscentos os cargos de confiança.

Para se ter dimensão desta reforma: o Estado antespossuía 22 secretarias de Estado. Reduziu-se a dcz se­cretarias, mais da metade da estrutura montada nQ tem­po da fartura, no tempo em que a máquina na estatal,os poderes públicos federal, estadual e municipal cria­vam 6rgãos de todos os jeitos, sem o menor compro­misso com um planejamento adequado à realidade re­gional e da população.

Agosto de 1989

Mas, Sr. Presidente, nas andanças nesses quatro me­ses, vimos o sacrifício da nossa população. O Estado,hoje, já está em segundo lugar na produção nacionalde grãos e colabora em muito com as exportações. En­tretanto, tem uma carência muito grande em estradase energia. Pata lá se dirigiam brasileiros de vários Esta­dos, com o fim de elevar a produção e o dcsenvol­vimento deste País.

Sofremos, no Estado de Mato Grosso, Ilor falta deapoio do Governo Federal e da estrutura ;acional.

E o que lamentamos - aqui faço um protesto ­é a maneira como foi votado, na Contissão Mista deOrçamento, o Projeto de Lei n' 6/89, conhecido como"Jumbão", discriminando alguns Estados e privilegian­do outros.

Mato Grosso produz mais de sete milhões de tone­ladas dc grãos, e está hojc com suas rodovias federaispraticamente intransitáveis. Para que V. Ex" tenhamuma idéia, o Governo do Estado, cm mutirão com asociedade civil, foi obrigado a retirar o resto de asfaltoque havia em vários trechos das rodovias federais, por­que o pouco de pavimentação nelas existentes s6 preju­dicava e em nada colaborava com os camioneiros quecarregam toda a safra da região, atendendo não s6 aoEstado do Mato Grosso, mas também aos de Rondônia,Amazonas e Acre.

E agora, quando o Congresso Nacional adquire aqui­lo por que tanto lutamos na Constituinte - a prerro­gativa de elaborar, votar e poder emendar o orçamentodo País - este pr6prio Congresso repete a prática exer­cida pelo Poder Executivo, ou seja, a de beneficiaros seus apaniguados e amigos. Para os amigos, tudo,e para os desconhecidos pouca coisa ou quase nada.

Por ter o Estado do Mato Grosso uma representaçãoparlamentar pequena - apesar da sua grande produçãoe de seu imenso territ6rio - ficou extremamente preju­

,dicado com esse "Projeto Jumbo", que seremos obriga­dos a aprovar, até para não perder o que conseguimosatravés de muita luta dos nossos Deputados.

Assim, Sr. 'Presidente, conclamo os Srs. Parlamen­tares para que restabeleçamos o princípio federativoda Constituição que elaboramos recentemente. Não po­demos repetir, nesta Casa, a mcsma prática viciada doPoder Executivo; não podemos distribuir verbas orça­mentárias privilegiando alguns Estados em detrimentode outros. Essa é uma prática que deve ser sepultada.Aviso aos companheiros que estarei, em relação a isso,vigilante na Comissão e no plenário. Iremos denunciarestes fatos e n'ão faremos conchavos; defenderemos osintcresses do Mato Grosso e do País. Não queremosprejudicar nenhum Estadu, mas exigiremos justiça paraMato Grosso e para a Regüio Amazônica.

Nesse sentido, ao mesmo tempo em que fico contentee satisfeito em saber que a Câmara dos Deputados,durante o período em que estive afastado, tomou váriasmedidas moralizadoras do Parlamento - na condiçãode Constituinte e de Parlamentar batalhei por isso ­parabenizo a Mesa da Câmara e do Congresso Nacionalpelas medidas tomadas, e protesto pela forma usadapara distribuir as verbas desse projeta chamado "Jum·bão", porque do jeito que está é um "trenzão da ale­gria" para alguns Estados e um "trem da tristeza" paraoutros. A população já se organizou e se manifestoudizendo que muitas vidas são perdidas, todos os dias,por falta de apoio. Fomos prejudicados pelo comporta­mento adotado por ocasião da votação do mandato pre­sidencial. Ganharam, por isso, os cinco anos. Ficamosn6s com o Estado ilhado. Hoje, para que V. Ex' tenhauma idéia, os telefones do Estado estão cortados, efomos praticamente inviabilizados. E agora, quando de­pende do Parlamento resolver essa questão - deveriafazer justiça a todos os Estados - encontramos, nova­mente, o espírito de grupelho, beneficiando aquelesque têm mais amigos e prejudicando o espírito da Fede-ração. •

Fica aqui o meu elogio às decisões da Mesa e o meuprotesto a essa atitude. Espero que no "jumbinho" quevem aí Mato Grosso possa ser contemplado com tudoaquilo a que tem direito, já que está colaborando como desenvolvimento deste País. Aliás, não s6 Mato Gros­so, mas principalmente a nossa Região Amazônica, tãodecantada, mas que, na verdade, não recebe nenhumapoio para que se possa preservá-la, usá-la de uma for­ma decente e equilibrada, a fim de que não venha aprejudicar o Brasil e a humanidade.

Page 11: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD11AGO1989.pdf · trabalhadores de empresa em processo falimentar. (Pág.7513) Discurso

Agosto de 1989

Precisamos de apoio ou, pelo menos, de justiça. Éisso que estamos querendo e pedindo ao parlamentobrasileiro.

o SR. ADYLSON MOTTA (PDS - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,ocupei anteontem esta tribuna para fazer análise deassunto de grande importância para todos nós: a novaconquista dos sanitaristas brasileiros e da populaçãoem geral, com a criação do SUDS - Sistema Unificadoe Descentralizado de Saúde.

Essa é uma luta de mais de 40 anos, tendo seu pontoculminante na III Conferência Nacional de Saúde, em1%3, quando realçada a necessidade de se municipa­lizarem os serviços de saúde. Depois, através de umdecreto, em 1987, institucionalizou-se a unificação doserviço de saúde, e a Assembléia Nacional Constituinte,em seus arts. 196 a 200, constitucionalizou a matérianas suas linhas básicas e genéricas como não poderiadeixar de ser.

Através do meu pronunciamento, fiz uma análise dagrande conquista que foi a descentralização e a unifica­ção dos serviços de saúde no Brasil. Ao mesmo tempo,citei uma série de reparos que deveriam ser feitos, inclu­sive necessidade de se votar urgentemente, nesta Casa,uma lei que estabeleça critérios dentro dos quais scdeva implantar e implementar a municipalização dosserviços de saúde, para evitar o que cstá ocorrendo.Fiz ainda referências às distorções ocorridas, salien­tando que os critérios técnicos que presidiam, até então,as ações de saúde, lamentavelmente estavam sendosubstituídos por outros eminentemente políticos, e oque é mais triste, político-eleitorais.

Por coincidência, sem ter falado com ninguém doTribunal de Contas da União, hoje o Correio Brazilie1lSeedita matéria intitulada "TCU Denuncia Desvio noSUDS". É praticamente aquilo que denunciei em meu.pronunciamento.

Sr. Presidente, para que se corrobore minha manifes­tação, peço a V. Ex' que autorize a transcrição na ínte­gra da matéria que vou passar à Taquigrafia, onde semostra claramente que hoje, em 1989, temos 4 bilhõese 500 milhões de cruzados novos, ou seja, cerca de2 bilhões de dólares, para serem aplicados no SistemaUnificado e Descentralizado de Saúde.

Há uma série de denúncias, aqui, de desvios dessesrecursos, de malversação, falta de senso na sua aplica­ção e de critérios políticos na distribuição, assim comofaUlas técnicas e administrativas.

Devido à seriedade do assunto e para que minhasdenúncias tenham conotação oficial, como é o relatóriodo Tribunal de Contas da União, peço a V. Ex' a genti­leza de autorizar a transcrição da referida matéria, afim de que faça parte do meu pronunciamento.

MA TÉRIA A QUE SE REFERE O ORA­DOR.

TCU DENUNCIA DESVIOS NO SUDS

O Tribunal de Contas da União constatou desviode recursos do Programa de Desenvolvimento de Siste­mas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS)em 12 estados, entrc dczenas de irregularidadcs come­tidás pelas prefeituras de capitais e secretarias de saúdecom relação ao repasse e utilização das verbas do siste­ma, previstas para NCz$ 4,5 bilhões em 89. O tribunalafirmou que o Inamps e o Ministério da Saúde estãorealizando precária fiscalização na execução dos convê­nios.

As Secretarias de Saúde de Alagoas, Ceará, EspíritoSanto, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará,Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catariana, Sergipe e SãoPaulo utilizaram, de aeordo com inspeção realizada pelotribunal, verbas do SUDS em finalidades não previstaspelos convênios.

As irregularidades foram detectadas nas delegaciasregionais do Inamps e nas secretarias estaduais de Saú­de. Entre as falhas do Inamps, o TCU constatou omis­são de cláusulas essenciais nos termos dos convênios,concessão de recursos sem plano de aplicação e crono­grama financciro, repasse de verbas a prefeituras quenão prestaram contas de repasses feitos anteriormente.

A relator!, dos proccssos de inspeção do tribunal éa ministra Elvia Castelo Branco. Após a constataçãod" falhas em cada Estado, o tribunal vai dar um prazo

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

de 30 dias para que o Inamps faça as correções antesque qualquer medida efetiva seja tomada.

As deficiências na aplicação e repasse de recursosconfiguram, segundo o tribunal, em "faUlas de respon­sabilidade" dos escritórios do Inamps e das Secretariasde Saúde. Os estados de Alagoas, Amazonas, Bahia,Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, SantaCatarina e Distrito Federal estão aplicando a verba doSUDS no sistcma financeiro mas a receita obtida comas aplicações não retorna à sua conta.

Em Santa Catarina, a Secretaria de Saúde está trans­ferindo recursos do SUDS para entidades privadas ehospitais de fundação administrados por terceiros, con­trariando as especificações do programa.

Na área de pessoal, as irregularidades são ainda maio­res. A secretaria de Saúde do Pará, por exemplo, nive­lou o salário de todo o pessoal de nível superior à catego­ria de médico do Inamps, às custas das verbas do SUDS.Os estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, MatoGrosso do Sul, Paraiba, Pernambuco e Rio Grandedo Sul concederam isonomia salarial com recursos dosistema.

No Rio Grande do Nortc, os servidores de nível mé­dio do Inamps, cedidos à Secretaria de Saúde forampromovidos ao nível superior para se beneficiarem dasgratificações pagas com recursos do SUDS. Ainda noRio Grande do Norte, e no Ceará, servidores do Inampsganharam isonomia salarial também às custas do siste­ma.

O SR. JOSÉ FERNANDES ( PDT - AM. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu·tados, a Universidade do Amazonas mantém convêniocom o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia ­INPA, para formação em pós-graduação de diversosalunos da instituição.

Recentemente a direção da Universidade propôs ovoto universal para indicação dos dirigentes do INPA.Em resposta, o Presidente do INPA formulou o pedidode rescisão do convênio FUA/INPA, que, se ocorrer,trará sérios prejuízos à comunidade de pós-graduadosda Universidade.

Sr. Presidente, já é hora de alguns técnicos se acostu­marem à democracia. O Presidente do INPA pode atéser contrário e lutar pela não adoção do voto demo­crático na instituição que dirige. Mas denunciar o convê­nio, que interessa aos Estados da área, apenas em repre­sália a uma proposta da Reitoria, é uma atitudc inacei­tável e condenável sob todos os aspectos, em razãodos prejuízos que ocorreriam.

Finalmente, Sr. Presidente, como é de responsabi­lidade dos Srs. Ministros da Educação e de Ciênciae Tecnologia tomar medidas administrativas para evitardesatinos de seus subordinados, encarecemos a açãode S. Ex" no sentido de ser mantido o convênio Univer­sidade/INPA, para formação em pós-graduação, aomesmo tempo determinando que eventuais discordân­cias de procedimento não sejam objeto de retaliaçõesprejudiciais ao Estado.

Era o que tinha a dizer.

A SRA. ROSE DE FREITAS (PSDB - ES. Semrevisão da oradora.) -Sr. Presidcnte, Sr"c Srs. Depu­tados, recebi, há pouco, release de matérias publicadasnos jornais do Espírito Santo, acompanhado de apelodramático feito por um deles, que era de propriedadeda colunista social Maria Nilse, aos Deputados Fede­rais, no sentido de que usem esta Casa de leis paraprovidências visando à punição dos culpados pelo cruelassassinato de Maria Nilse.

Quero dizer aos nobres colegas que o assassinatode Maria Nilse é apenas mais um, na seqüência decrimes violentos que vêm ocorrendo no meu Estado.Recentemente, houve a morte do Vereador "tucano"e sindicalista Verino Sossai, além dos famosos casosde violência sexual que culminaram com a morte demuitos adolescentcs c de assaltos e violências de todanatureza. No cntanto, continua a impunidade de crimi­nosos que, tenho certeza, estarreceram a imprensa na­cional. Estamos acompanhando diariamente, atravésda imprensa nacional, o caso do assassinato de MariaNilse, e ouvimos o apelo dramático feito por seu marido,no sentido de que os Parlamentares do Espírito Santotrouxessem as ocorrências de violência aquele Estadoao conhecimento desta Casa.

Sexta-feira 11 7501

Sr. Presidente, com certaemoção, cumpro este dever.Já fizemos atos públicos, fomos até o Secretário deSegurança, apelamos ao Governador do Estado, naépoca, Gerson Camata, e ao atual, Max Mauro, e atéesta data nada conseguimos. O Sr. Cláudio Guerra,personagem enigmático, apesar de estar envolvido nes­se caso e muitas vezes condenado por participação emchacinas e assassinatos naquele Estado, comanda asinvestigações.

Há também o caso do ex-Deputado. Vasco Alves,Prefeito eleito de Cariacica. Foram feitas ameaças epraticadas violências contra seus assessores, sendo al­guns deles seqüestrados, dopados e jogados em balneá­rios distantes, culminando.tudo isso com sua cassação.Todos esses·crimes foram praticados à luz do dia, coma conivência de elementos da Polícia do nosso Estado,Diante disso, o que posso pedir a esta Casa de leis?Toda a sociedade espírito-santense está mobilizada e 'a imprensa nacional alertada para esses fatos. Só tenhoa lamentar que, mais um vez, a sociedade esteja estupe­fata e revoltada com a violência que envolve o Estadodo Espírito Santo. Não tenho dúvidas de que, em maté­ria de violência, nosso Estado ganha até do Pará.

Ontem ouvi de um Deputado pelo Pará que os crimi­nosos, os assassinos, os pistoleiros mais violentos e temi­dos naquele Estado procedem do Espírito Santo, emconseqüência da impunidade ali institucionalizada.

Quero deixar o meu protesto - é só o que possofazer - contra a inércia dos governantes e contra afalta de medidas por parte do Governo Federal.

Hoje ouvi li entrevista do recém-empossado MinistroSaulo Ramos, na qual S. Ex' di.sse que será absoluta­mente rigoroso na apuração dos seqüestros. FaçO, por­tanto, um apelo ao Sr. Ministro, com quem travei polê­micas ncsta Casa, quando da elaboração da Consti­tuição, no sentido de quc atente para a sjtuação doEstado 'do Espírito Santo, que se transforma numa esco­la de violência, exportando pistoleiros para a BaixadaFluminense, para o Pará, Paraná, Bahia e outros Esta­dos, onde se, tornám verdadeiros líderes do mundo do .crime impune.

Nesta 0po,rtunidade, registro a minha revolta, indig­nação e protesto não só pelo assassiuato de Maria Nilse,mas de todos aqueles que tombaram em praça pública,nas sarjetas, nas ruas, nos fins de noite, nos sindicatos,em brigas por um pedaço de terra. O Espírito Santonão pode continuar como está, sob pena de a própriasociedade acabar por pedir intervenção no nosso Es­tado.

Era o que tinha a dizer.

A SI" Irma Passoni - Sr. Presidente, peço a palavrapela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Tem V. Ex'a palavra.

A SRA. IRMA PASSONI (PT - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, registro nesta Casa apresença do SR. Bernardo Klibsberg, Diretor de Pro­gramas Regionais da Organização das Nações Unidase Desenvolvimento de Capacitação e Gestão do SetorPúblico. S. S' esteve hoje na Comissão de Serviços PÚ­blicos, onde nos ofereceu uma análise de como poderiaser uma reforma administrativa, em que a eficiênciaseria conquistada, entre outros elementos.

Faço este registro até com pcna, porque o Congressoconvocou sessão ao mesmo tempo em que estávamosreunidos na Comissão, prejudicando o seu andamento.Posteriormente vamos oferecer a todos os Srs. Parla­mentares cópia da palestra proferida naquela Comissão,já que de extrema importância, no momento em quese pensa no papel do Estado e na reforma adminis­trativa.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - V. Ex' seráatendida.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao Sr. Paulo Delgado.

O SR. PAULO DELGADO (PT - MG. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a campa­nha eleitoral caminha de maneira insofismável para qua­dros de irracionalidade, provocados pela supcrficiali-

_dade com que alguns candidatos vêm procurando carac­terizar o debatc dos grandcs problemas nacionais.

Page 12: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD11AGO1989.pdf · trabalhadores de empresa em processo falimentar. (Pág.7513) Discurso

J502 Sexta-feira 11

o Brasil é um país de povo extremamente sofrido,explorado, sem cidadania plena, onde as classes domi­nantes, nos últimos anos, agravaram a situação de misé­ria do povo. A sucessão presidencial deve ter por partedo grande público brasileiro a prcocupação adicionalde levar a totalidade do povo à discussão aprofundadados verdadeiros problemas nacionais. O que se cons­tata, nO entanto, Sr. Presidente, é que a campanhapresidencial está-se transformando numa disputa deagências de publicidade, com marcas, logotipos, marke­ting, enfim, uma campanha que procura vender produ­tos no mercado das ilusóes eleitorais, como se fora ofer­tas da semana - um produto custa 99 centavos, paradar ilusão de que ele não custa um cruzado novo. Écomo se os sentimentos populares devesscm substituira racionalidade na discussão dos programas de governo.Quando se propõc a irracionalidade, o scntimento subs­tituindo a capacidade de avaliação crítica das alterna­tivas oferecidas pelos candidatos e partidos, a consc­qüência é uma reação de igual intensidade.

A responsabilidade pelos incidentes ocorridas no Riode Janeiro recaem sobre o candidato qlie os tem provo­cado, já que ele convidou o Rio de Janeiro à forra.O que o povo entende por chamamento irracional éa capacidade de rácionalidade e subjetividade que ohomem público e a educação formal lhe dão naquelemomento, isto é, a capacidade de entendimento globalde uma situação complexa como a que vivemos no Bra­sil. E essc processo pode agravar-se, caso continuemosnessa linha de substituição da discussão de programaspela simples divulgação de índices de preferência eleito­ral, aferidos no momento em que transcorre a campanhaeleitoral.

Sr. Presidente, SI''' e Srs. Deputados, é preciso terclaro que todas as propostas para se ressucitar no Brasilum sistema liberal, com cores de aparente moderni­dade, tendo como marca tradicional a afirmação dasindividualidades sobre os interesses coletivos, repre­sentam um rctrocesso na história dcste País.

O que sc viu nos últimos anos c o que permitiu amudança do sistema autoritário, a transformação daditadura uum estado de demoeracia controlada - por­que não temos democracia plena, já que ela não existesem justa distribuição de renda, reforma agrária e ou­tros aspectos fundamentais de uma política econômicarealmente nova - foi o movimento sindical organizado,movimento popular e comunitário na periferia das gran­des cidades brasileiras. Os partidos políticos se organi­zaram sobre bases ideológicas, e essa qualidade do nos­so povo inibiu a ação do regime autoritário e levouà modificação da cstrutura de funcionamento deste País,ainda que dc maneira parcial, parmitindo que chegás­semos'ao processo de eleição presidencial, já agora a90 dias de sua realização.

Afirmar os valores da individualidade de um libera­lismo que estava em vigor no Brasil é contribuir paraque esse p'assado se afirme de mancira plena, impedindoque o Brasil caminhe em direção ao futuro.

Durante o discurso do Sr. Paulo Delgado, assu­mem sucessivameme a Presidência os Srs. Paes deAndrade, Presidente e Feres Nader, Suplente de Se­cretário.

o SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao Sr. Nelson Seixas.

o SR. NELSON SEIXAS (PDT - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,estamos presenciando discussões sobre a destinação derecursos para obras rodoviárias. Neste particular, SãoPaulo foi bastante prejudicado. Parece que o nosso Es­tado só tem a dar e nada a recebcr. São Paulo tempoucas rodovias federais; as que lá existem são de liga­ção com outros Estados. Não existe uma rodovia federalque sirva apenas aos paulistas. Lamentamos essa discri­minação no tocante a recursos para rodovias.

Gostaríamos de cobrar do Sr. Ministro José ReinaldoTavares o compromisso assumido com nossa região paraduplicação de trecho da BR-153 - Transbrasiliana, en­tre São José do Rio Presto e Bady Bassi!.

Sr. Presidente, outra preocupação nossa diz respeitoà votação de leis que não são cumpridas neste País.Fomos contrários à criação do selo-pedágio, c ele nãoestá sendo devidamente cobrado. Não adianta apenas

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

criar leis, é preciso executá-las. A lei quc obriga o usodo cinto de segurança jamais foi cumprida.

Apel? às autoridades constituídas deste País para quedetermmem a cobrança dos tributos e sua fiscalização.O selo-pedágio, por exemplo, se cobrado com rigor,revcrterá em mais recursos para o reparo das nossasrodovias.

Finalizando, Sr. Presidente, peço seja dado comolido pronunciamento de minha autoria sobre a SemanaNacional da Criança Excepcional e a Prevenção dasDeficiências, que se comemorará de 21 a 28 de agosto.No Brasil pouco se faz com relação à prevenção dasdeficiências, seja a.cegueira, a surdez, a deficiência físi­ca ou o retardamento mental. Elas ocorrem sem quequase nenhuma medida de prevenção seja adotada. ASemana do Excepcional, criada em 1964 pelo PresidenteCastelo Branco, neste auo vai enfatizar a prevençãocontra as deficiências em nosso País.

PRONUNCIAMENTO A QUE SE REFEREO ORADOR.

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, por força doDecreto n' 54.188, de 24 de agosto de 1964, firmadopelo Presidente Castelo Branco, instituiu-se a ScmanaNacional da Criança Excepcional, a ser comemoradaem todo o território nacional, sob a égidc do Ministérioda Educação.

Objetiva a Semana essencialmente conscientizar acomunidade, o que é muito importante na problemáticado excepcional, pois mesmo que nada fosse feito direta­mente ao mesmo, o simples fato de se criar um climade aceitação, com naturalidade, sem pieguice, sem pie­dade, sem olhar curioso e constrangedor, sem sinaisde repugnância é muito importante para o excepcional,bem como para a família.

De nada adianta toda a terapia, competente e múlti­pla. toda a pedagogia, toda a habilitação. se nã,? seabrir cspaço na comunidadc para a integração do cxe-cepcional. .

Ainda atravessam dificuldades, sobretudo finaoceira,as entidades, destacando entre elas as APAE, com maisde setecentas unidades em todo o País. sendo o mai~rmovimento filantrópico congênere brasileiro e o segun­do do mundo.

Esperamos que, com a destinação de percentual de5% dos recursos educacionais para o ensino especial,pela aprovação do Projeto de Lei 40188, de nossa auto­ria, se passe para uma situação de direito e não maisde favor, de interesse pessoal da autoridade públicac de prestígio social do dirigente da entidade. Assim,terminaria a situação de penúria das APAE, que nãopodem remunerar condizentemente seus funcionários,havendo uma grande rotatividade de pessoal, prejudi­cando a qualidade, pela perda da experiência já acumu­lada.

Mas o que se objetiva na Semana do Excepcionaldeste ano é sobretudo a prevenção, tão pouco atendidade maneira geral no País, e mais ainda na nossa proble­mática.

Muito embora as causas mais freqüent~s de deficiên­cias, especialmente a mental, sejam sociais, incluindoa dcsnutrição, a ignorância, infecções (muitas delas con­seqüentes de falta de vacinação), não acompanhamentopré-natal, temos condições de evitar certos casos, àsvezes numericamente não relevante, mas sempre impor­tantes, pois não tem preço um caso que séja de preven­ção de excepcionalidade.

Assim, muitos Estados do Sul já instituíram suas leisdo "teste do pezinho" para se evitar a fenilcetonúriae' o hipotireoidismo.

A fcnilcetonúria, que é um dos erros inatos de meta­bolismo, qual seja a não metabolização do aminoácidofelilanina e a sua retenção no organismo, e conseqüenteslesões cerebrais e deficiência, incide em 1 para 12.000a 15.000 indivíduos. A sua pesquisa ê feita por análisedo sangue do recém-nascido, ainda na maternidade ouantes dos 60 dias de vida, obtido o material do calcanharda criança, e daí o nome "tcste do pezinho" ou "PKU".

Diagnosticado o problema, ou seja, o encontro denível elevado de fenilalanina, o recém-nascido é subme­tido a dieta em tal aminoácido, e o seu desenvolvimentopsicomotor se faz de maneira absolutamente normal.

Outrossim, no mesmo materialcpesquisa-se o hipoti­reoidismo, ou seja, a deficiência hormonal tircoideana,cuja incidência é mais elevada, 1 para 3.200 nascituros,

Agosto de 1989

portanto de maior relevância, bastando medicar a crian­ça, mais especificamente dar-lhe hormônio tireoidano,para o seu desenvolvimento também fazer-se normal­mentc.

Vejam Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados. a nossaresponsabilidade para com um futuro cidadão e suafamília, de deixar escapar esse momento precioso dediagnóstico c prevenção de deficiências.

Como dissemos, vários Estados - Minas Gerais, Riodc Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e RioGrande do Sul - já forrilUlaram leis nesse sentido,precisando haver agora uma de caráter nacional, e inclu­sive determinando quem assume o pagamento de talexame, ou seja, "órgáo encarregado do financiamentoda Saúde". Para sua efetivação, aprcsento Projetp deLei n' 2.411189, encarecendo aos Parlamentares a neces­sidade de aprovação.

Há no Brasil uma elcvada incidência de dcficiênciamcntal e física em consequência da má assistência pré­natal, principalmente do rccém-nascido, destacando-sea anóxia ou hipóxia, ou seja a falta ou insuficiênciade oxigênio, particularmente no cérebro. O Presidenteda APAE de São Paulo, Rogério Amato, informa quedos casos atendidos em sua entidade, 20% provêm deanúxia cerebral, o que em países adiantados fica naordem de 1%.

Para tanto, além do obstetra e da parteira, no atendi­mento ao parto, seja ele natural, cesário ou utilizandofórccps, na sala deve estar prcsentc um pediatra. sepossível especializado - designado então nconatolo­gista ou berçarista. Ele fará todas as manobras de de­sobstrução, oxigenação. reanimação do feto, avaliandoinclusive seus índices de vitalidade. Dará seqüênciasa esse trabalho, dcpois, no berçário, detectando as pri­meiras alterações neurológicas, possíveis defeitos con­gênitos a fim de se tomar medidas corretoras o maiscedo possível.

É preciso, então, que na equipe de atendimento pré­natal as maternidades públicas ou aquelas que mante­nham convênio com o Poder Público. particularmentecom a Seguridade Social, obrigatoriamente conste umpediatra ou se possível, um nconatologista. Relativoao problema, apresentamos Projcto de Lei n" 2.412/89,esp,erando sua aprovação.

E muito importante o aeompanhamento da gestação,através de atendimento pré-natal regular, verificandoa progressão do peso da gestante, acompanhando suapressão arterial, o exame de urina, a dosagem de açúcarno sangue, a posição fetal, as eventuais infecções (prin­cipalmente toxoplasmose, rubeula e síflis), traumatis­mos, contrações uterinas etc., bem como preparandodevidamente a grávida para o parto. Evitar-se-iam mui­tos casos de lesão cerebral, o que torna nccessária aobrigatoriedade do acompanhamento pré-natal.

Assim, quando não fosse realizado o pré-natal, have­ria perda do aUlo1io-natalidade. E estamos preparandoprojeto de lei nesse sentido.

Existem numerosas medidas preventivas, que preci­sam ser acionadas, contando-se com a participação maisefetiva do Ministério da Saúde, devendo contar dosplanos do SUDS - Sistema Unificado e Descentra­lizado de Saúde.

Pedimos anexar ao pronunciamento o artigo do Dr.Hugo Prata, Engenheiro Agrônomo, Superintendentede Operações da Secretária de Agricultura e Pecuáriado Mato Grosso do Sul.

Era o que tinha a dizer.

PUBLICAÇÃO A QUE SE REFERE O ORA­DOR.

A FOME TEM SOLUÇÃO

O problema maior da criança brasileiranão é o analfa­betismo, mas a fome e a desnutrição. Não a fome deausência absoluta de alimentos que mata, mas a fomecrônica, fisiológica, pela alimentação deficiente, quegera a desnutrição. Pior do que morrer de fome é vivercom fome.

A desnutrição atinge 460 milhões de habitantes nomundo em desenvolvimento. O problema mais gravecstá na infância. Após o nascimento, o cérebro crescecm ritmo bem mais rápido do que o corpo.

Aos 3 anos dc idade, já atingiu 90% de seu desenvol­vimento e o restante do corpo somente 20%. É inevitá­vel, portanto, se chegar à conclusão de que o cêrebro

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hosto de 1989

humano é mais vulnerável a uma defieiência de nutrição, no primeiro período de vida.

Crianças oriundas de mães desnutridas, e que nãorecebem aleitamento e alimentação adequada uos pri­meiros 3 anos de vida, não poderão atingir o potencialgenético de seu desenvolvimento físico e, o que é pior,terão prejudicada a sua capacidade de aprendizagemc compreensão. Toda a vida pode ser condicionada,em grande parte, pela nutrição recebida, pelo orga­nismo durante este período.

Existêm no mundo 350 milhões de crianças subnu­tridas, e em 1983 morreram 15 milhões de crianças,no Terceiro Mundo, vítimas de fome e subnutrição.

Nos países em desenvolvimento metade das criançascom menos de 5 anos é mal nutrida e grande parteestá condenada à morte prematura. Entre os sobrevi­ventes, a maioria, por falta de proteínas, não poderãodesenvolver normalmente seus cérebros.

No Brasil o problema é idêntico. somos o 16' paísda América Latina em índice de sobrevivência até oquinto ano de vida. Estamos atrás de Trinidad, Guianas,Paraguai, Colômbia, El Salvador e outros. Quanto àalimentação, somos o sexto país em todo o mundo afeta­do pela desnutrição. Estamos junto com países paupér­rimos como Etiópia, Equador, Papua, Birmânia e ElSalvador.

Nestas crianças subnutridas será grande o percentualde deficientes físicos e mentais, anemia, raquitismo,cegueira e cretiuismo. E o desperdício de cérebros, ondegênios em potencial se transforma em marginais e indiví­duos de capacidade física e intelectual limitada.

Em São Paulo o.consumo de carne em 1989 caiu45%, o de frango e peixe 39%, o de leite 22% e ode ovos 19%.

Sabe-se que a população atingida por esta queda deconsumo de proteínas nobres é a camada menos favore­ci4a, que se alimenta quase exciusiva!Uénte de amilá­ceos. A estes indivíduos a escola terá pouco valor. Acapacidade de aprendizagem é quase nula e a apatiageneralizada.

A exemplo da alfabetização de adultos, inócua quan­do se permite o crescimento do uúmero de criançassem escola, será quase impossível querer instruir e pre­parar para o trabalho especializado crianças defieientese carentes. E estes mesmos indivíduos, quando adultos,destinados ao trabalho não especializado e braç!ll, nãoterão um rendimento eficaz sob a dolorosa ação dafome. Arroz, feijão e abobrinha não são combustíveispara trabalho. O trabalho cerebral exige proteínas.

Apesar de nossa produção anual de 70 milhões detoneladas de grãos, nosso povo passa fome. Não sóno pobre Nordcste, mas também nas favelas cariocase paulistas. Nosso operário teni vergonha do conteúdoque carrega diariamentc em sua marmita.

O SR. HÉLIO ROSAS (PMDB - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, a imprensa está anun­ciando que da reunião entre os Presidentes da Repú­blica, do Senado e da Câmara saíram decisões impor­tantes. Entre elas uma decorrente de proposta do Presi­dente Paes de Andrade para elaboração de uma leiantitruste.

Congratulo-me com S. Ex", especialmente com o Pre­sidente Paes de Andrade.

É fundamental a elaboração da lei antitruste. Lem­bro-me de que o último Grande Expediente, em maio,quando ocupei a tribuna, tive oportunidade de desen·volver tese e apresentar documentação, argumentos,para mostrar o grande crime que representa para aeconomia do Brasil a existência desses trustes, que fa­zem com que tenhamos aqui mais uma meia dúzia detrilhonários. Em eompensação, programas fundamen­tais, como o da casa própria, o da construção de hidrelé­trica e outros são afetados em índices assustadores. Porexemplo, não fosse os preços exorbitantes do cimento,poderíamos construir no País algo como 1 milhão decàsas a mais por ano.

Deixo este registro, informando a V. Ex" que aindanão elaborei esta lei antitruste porque infelizmente oParlamento está órfão e é paupérrimo de assessoria.São meia dúzia de assessores muito bem-intencionados,competentes, mas que não representam as necessidadesreais de um Parlamento. O importante em tudo issoé registrar o nosso aplauso à tentativa de se elaboraressa lei antitruste, que punirá os criminosos que se enri-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

queeem afetando e prejudicando o desenvolvimento daPaís.

O SR. VLADIMIR PALMEIRA (PT - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,quero registrar denúncia da Associação dos Funcioná­rios do Banco nacional de Habitação (BNH), sobreo que vem acontecendo à sua Associação de Previ­dência.

Extinto por decreto-lei em 1986, O BNH foi incorpo­rado à Caixa Econômica Federal (CEF). De acordocom o decreto, a CEF ficou autorizada a estudar apossibilidade de absorção da Associação de Previdênciados Empregados do BNH - Prevhab pela Fundaçãodos Economiários Federais - Funcep. Nesse sentidofoi constituído um grupo de trabalho, cujo relatóriofinal foi aprovado pela diretoria da CEF, que encar­regou o Conselho de Curadores da Prevhab de promo­ver a necessária consulta a seus associados, pois, deacordo com as disposições estatutárias, a dissolução daPrevhab estaria vinculada à Assembléia de seus asso­ciados.

Entretanto, o processo de convocaçâo da Assembléiaacontecc\! com diversas irregularidades. Argumentandoque os documentos relativos à incorporação não esta­vam à disposição dos associados e que as palestras quedeveriam ter sido feitas para esclarecer os associadossobre a absorção da Prevhab pela Funcep não foramrealizados, o Conselho de Curadores mudou a data­limite para recebimento dos votos. Ocorre que os asso­ciados não foram comunicados dessa mudança, e muitosenviaram seus votos de acordo com a data fixada ante­riormente. Apesar disso o Conselho de Curadores daPrevhab resolveu que tais votos seriam válidos.

Além disso, os funcionários do extinto BNH, atravésda sua associação, denunciaram graves irregularidadesconstatadas nos documentos que deveriam embasar osassociados sobre. o processo de absorção da Prevhabpela Funcep.

Não existe provas de que as providências preliminares,sugeridas pelo grupo de trabalho tenham sido imple­mentadas.

No que concerne ao "novo estatuto proposto paraa Funcep" é de se estranhar que a diretoria da CEFo tenha aprovado sem que haja negociado com a Pre­vhab os termos de sua dissolução e da transferênciade seu ativo para a Funcep, de acordo com o previstopelo relatório do grupo de trabalho. Sendo o estatutona entidade o instrumento que regula em caráter perma­nente suas relações com os associados, lhes asseguradireitos e estabelece obrigações, não poderia ser apro­vado sem uma ampla discussão entre eles e, logica­mente, sem a sua concordância.

Os funcionários ressaltaram, também, os vícios apon­tados nos balanços da Prevhab e da Funcep. A faltade informações mais detalhadas sobre o estado econô­mico-financeiro das entidades não possibilitou aos asso-

ciados da Prevhab condições efetivas para deliberaremsobre a incorporação.

Pelo que consta, merece especial atenção o balançoda Funcep, onde se verifica que sua situação é defici­tária, ao contrário do constatado no balanço da Pre­vhab.

Ora, aí está, quem sabe, a razão por que os associadosda Prevhab não foram suficientemente esclarecidos dasituação financeira das duas entidades.

A incorporação, sem garantias efetivas aos associadosda Prevhab, s6 interessa aos diretores da Funcep, quesó assim podem cobrir o rombo da entidade e "per­doar"a dívida da CEF a ela.

Por tudo isso a Associação dos funcionários do BNHentrou na Justiça com Medida Cautelar pieiteando asuspensão do processo de consulta plebiscitária sobrea incorporação.

São denúncias de gravidade. Reivindicamos que aCaixa leve em consideração os argumentos da Associa­ção dos Funcionãrios do BNH e reveja sua posiçãoneste episódio.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, venho a esta tribuna falar sobre a situaç~ocaótica em que se encontra a produção agrícola do PaIs.

O Brasil, considerado o celeiro do mundo, sendoum dos maiores produtores de grãos, encontra-se com-

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pletamente cstrangulado no fluxo produção-comerciali­zação-consumo. O problema merece atenção especial,no sentido de se adotar em posições firmes e acertadas,que venham criar condições que normalizem os divcrsossetores econômicos envolvidos, soh.rcionando, assim,o atual caos em que se encontra nossa produção agrí­cola.

Nas viagens pelo interior do Estado, mantivemos con­tato com diversos produtores e deparamos com situa­ções completamente contraditórias, o que nos deixarealmente perplexos e preocupados com o rumo queestá tomando a questão da comercialização' da atualsafra de grãos.

A média de produção de soja, por exemplo, no Esta­do de Mato Grosso, é de quarenta sacas por hectare,o que significa um alto índice de produtividade; já ocusto dessa produção chega ao equivalente a vinte eoito sacas/hectare, isso sem contar com o custo de prepa­ro do solo, plantio, secagem, armazenamento e depre­ciação das máquinas.

Somente para il ustrarmos o que acabamos de colocar,o produtor de soja gasta hoje com insumos para produ­zir um hectare aproximadamente NCz$ 280,00 em valo­res atuais, alcançando uma produção total de NCz$400,00 ou seja, um custo de 70%, isto, vejam os Senho­res, somente com custos fixos; quando adidos os custosvariáveis, que citamos anteriormente, o índice de lucra­tividade tende a chegar a zero, o que, temos que admitir,é um absurdo, pois chegamos a um ponto que produzirgrãos em um país eminentemente agrícola tornou-seefetivamente inviável, visto que o exemplo da soja apli­ca-se à maioria dos outros cereais.

Ê lamentável e inadmissível que, numa economia on­de a inflação alcança índices cada vez mais elevados,a saca da soja, que em outubro de 1988 fora comercia­lizada a NCz$ 14,00 esteja hoje, oito meses dépois,cotada a NCz$ 10,00, mesmo considerando a ação domercado com relação à oferta e à procura, bem comoo recente Plano Verão.

Como conseqüência dessa exclusão dos produtos agrí­colas da poütica econômica, a defasagem desses paracom seus investimentos é cada vez mais gritante. Nasafra de 1988, uma colheitadeira equivalia a 3.000 sacasde soja de 50 kg; com os preços da safra atual o produtorterá que despender 8.000 sacas de soja para aquisiçãoda mesma colheitadeira.

Hoje, em todo o País, os produtores agrícolas estãomobilizados num movimento de protesto contra osatuais preços mínimos e a atual política agrícola vigen­te, o que evidencia que a insatisfação do produtor égeral, e a cada dia mais produtores nos vários Estadosvão aderindo ao movimento.

As rodovias estão bloqueadas c cereais estão sendoretidos nos armazéns, muitas vezes em estado de dete­rioração, enquanto que os brasileiros, boa parte deles,penalizam-se pela falta de comida, impossibilitados deadquirir alimentos básicos por causa de seu alto custo,impulsionado pela inflação.

O quadro é alarmante, Srs. Deputados: de um lado,o seu papel de produzir alimentos, mas sem ter as míni­mas eondições de comercializá-lo, pois estaria fadadoao prejuízo; de outro lado, o consumidor, o povo brasi­leiro que passa fome, impossibilitado de consumir, pelafalta de produto no mercado, o que conseqüentementeleva os preços a níveis elevadíssimos, em contraste comuma renda cada vez mais achatada pela inflação.

O quadro é caótico, Senhores, e nós temos a respon­sabilidade de intervir junto aos órgãos competentes,no sentido de buscar soluções imediatas para o proble­ma, sob pena de alcançar proporções incontroláveis,tendo como principal prejudicado os produtores agríco­las, trabalhadores que lutam no firme propósito de au­mentar a cada ano a produção de grão no País, o queé motivo de orgulho para a Nação brasileira, e nadamais justo do que ver esse trabalho recompensado.

O SR. LUIZ SOYER (PMDB - GO. Pronuncia oseguinte discurso.) -SI. Presidente, Sr'" e Srs. Deputa­dos, desejo, no momento, congratular-me com o Go­verno Henrique SantilJo e com a Secretaria da Iudústriae Comércio, em razão dos excelentes resultados alcan­çados com base na política de descentralização indus­trial adotada para o Estado de Goiás.

Responsável e eficiente, tal estratégia, na medidaem que se propõe racionalizar a ocupação industrial,

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melhorar a distribuição dos benefícios' gerados e evitarconflitos sociais, tem dado valioso impulso ao desenvol­vimento daquele Estado.

Na tarefa de promover o crescímento industrial deGoiás. o Governo Santillo vem obtendo reconhecidosucesso no programa de instalação de novos distritosindustriais, a exemplo de Porangatu. no extremo nortedo Estado; Mineiros, no sudoeste; Aparecida de Goiâ­nia, no centro-sul; e São Simão, no extremo sul.

Dentro do mesmo espírito, já estão formulados inclu­sive os projetos de criação dos distritos industriais deJaraguá, Posse, Rio Verde e Ipameri. Há que se ressal­tar ainda o implemento proporcionado aos Distritosde Anápolis, Itumbiara e Catalão, que também foramdotados de infra-estrutura adequada e necessária aoassentamento industrial.

Cumpre observar que, para definição dessa política.foram tomados em consideração pontos relevantes. co­mo o aproveitamento das matérias-primas locais. a pos­sibilidade de diversificação da produção industrial e adisponibilidade de vias de ligação com os demais Esta­dos do País.

Constatando o acerto dessas avaliações. o DistritoIndustrial de Ipameri.. por exemplo. já em fase de im­plantação. e caracterizado por sua vocação agroindus­trial. complementará o de Catalão, situado na mesmaregião. e eminentemente mínero-industrial.

Quanto à localização das áreas industriais, cabe acen­tuar também a conveniência da proximidade em relaçãoàs divisas com Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins,bem como a existência, hoje, de rodovias federais eferrovias em número suficiente para o transporte entreGoiás e os demais Estildos brasileiros.

A propósito. outro fato digno de menção se refereao Distrito de São Simão. cuja localização à margemde uma hidrovia permitirá, via Tietê, a ligação entreGoiás e Paulínea-SP. cerca de 750km de percurso e,via rio Paraná, com a Região Sul do Brasil. reduzindosensivelmente os custos de transporte.

A partir da reorganização do espaço industrial noterritório goiano, também outro distrito, em face deimplantação em Luziânia, virá somar-se às iniciativasem prol do fortalecimento económico da região, sendode suma importância sobretudo para a ocupação.damão-de-obra desempregada dos Municípios de Entornode Brasília.

Integrando a acertada política de descentralizaçãoindustrial, o Governo tem ainda despertado o interesseda atividade empresarial com número considerável deincentivos fiscais, entre os quais a formação do capitalsocial da empresa via captação de impostos, a reduçãodo ICM, a isenção do Imposto de Rcnda e dos tributosmunicipais por tempo determinado. etc.

Outrossim, não se pode deixar de lembrar o papeldo Governo Santillo na realização de obras básicas,como pavimentação, ligação de redes de água e esgoto,instalação de energia elétrica e demais empreendimen­tos estratégicos inerentes ao atual processo de industria­lização de Goiás. Com efeito. a esse esforço se deveexpressivo conjunto de condições favoráveis, que, alémde exercerem enorme atrativo para a instalação de no­vas empresas em Goiás, prestam contribuição definitivae inestimável para a melboria da qualidade de vidado povo goiano.

Merecem, pois, nosso profundo respeito a disposiçãoe a capacidade demonstradas pelo Governo HenriqueSantillo. o qual. com o aUXl1ip da Secretaria de Indústriae Comércio, vem realizando magnífico trabalho. cujosresultados não se restringem apenas ao progresso indus­trial de Goiás, mas sc estendem aos demais setoresda economia. com a geração de milhares de empregose a redução dos conflitos, o que iniporta, afinal, emsignificativos benefícios para o Brasil no âmbito social.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

o SR. OSMAR LEITÃO (PFL - RI. Pronuncia oseguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputa­dos, retorno aesta tribuna para insistir em reivindicaçãode que me tenho ocupado seguidas vezes. Trata-se dapassarela para pedestres que os moradores do BairroArsenal, no Município fluminense de São Gonçalo, es­táo cobrando do DER, consistindo na substituição dapassarela metálica provis6ria por uma definitiva, deconcreto armado.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Em pronunciamentos anteriores a respeito do assun­to, consignei a necessidade de que as nossas rodoviasofereçam condições mínimas de scgurança e conforto,seja para os condutores de veículos que nelas trafegamdiariamente, seja para os pedestres, obrigados à traves­sia das pistas, habitualmente expostos aos riscos de atro­pelamento.

Nesse caso específico da localidadc dc Arsenal, naminha cidade de São Gonçalo, rcgistrei tratar-se ·deimportante centro urbano do Município, contando comvigoroso comércio c inúmeras indústrias. Em face dissoe da grande dcnsidade populacional que lá se verifica- a passagcm inclusive de escolarcs sobre a pista daAvenida Eugênio Borges, trecho da BR 104 - consti­tui-sc em local onde se sucedem os acidentes, muitasdas vezes fatais, que precisam ser evitados pela constru­ção da passarela.

Contudo, apesar de continuar a sucessão de acidentesnaquele ponto ,da Rodovia Amaral Peixoto; apesar devistorias oficiais demonstrarem, todos os dias, que astábuas das escadas se estáo desprendendo uma apósa outra; apesar de o local ficar intransitável à noitepor falta total de iluminação; apesar de o DER já terpago dinheiro suficiente para o início da construçãoda passarela definitiva de concreto armado, nada mu­dou. tanto tempo depois da minha primeira advertência.Vidas de anciãos, mulheres e crianças correm perigoa toda hor~. e ninguém toma nenhuma providência.

As autoridades do DER do Estado do Rio de Janeiro.SI. Presidente. precisam sensibilizar-se para a solução'desse problema. construindo a passarela de concretoarmado reinvidicada, pois a população de São Gonçaloe, sobretudo, as mães de família; já não aceitam verseus filhos correndo perigo de vida, na travessia ,obrea atual estrutura de metal e madeira, já corroída pelotempo e pelas intempéries.

Era o que tinha a dizer.

O SR. VINICIUS CANSANÇÃO (PFL - AL. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, SI"" eSrs. Deputados. a alteração específica das alíquotas dossalários, conforme fixa a Medida Provisória n' 63. nãofará com que a Previdência aumente a sua arrecadaçãodc forma tão significativa, tcndo em vista que a massasalarial do país se concentra nas faixas mais baixas.O ganho da receita virá, principalmente, das empresascuja contribuição sobe de 17,45% para 22% sobre ototal dos 'Salários pagos.

O aumento dessas alíquotas seria até, de certa forma,um alívio à classc trabalhadora, se pudesse contar comatendimento médico-hospitalar ao mcnos satisfatÓrio.Através de pesquisas, constatamos quc. com a atualcontribuição, os associados poderiam contar, junto aosórgãos privados, com um atcndimcnto mais diferen­ciado, e - por que não ressaltar - muito melhor doque o que recebem atualmente, contribuindo para aPrevidência.

O gigantismo incontrolável da Previdência Social,com organismos aderidos - que, diga-se de passagem,a meu ver, deveriam estar em outros Ministérios ­faz com que a ampliação e eficiência dos serviços médi­cos atinja um nível caótico. Se o atendimento era defi­ciente, embora tivessem os contribuintes possibilidadede internamento em hospitais, com a criação do SistemaUnificado e Descentralizado da Saúde (SUDS) a situa­ção, que já cra grave, piorou.

Os atuais gerenciadorcs dessa política afirmam sem­pre que as dificuldades são conseqüência da crônicafalta de recursos. A realidade, porém, demonstra que,para a caótica situação reinante, concorrem outros fato­res, além dessa carência de recursos, como a ausênciade sensibilidade, austeridade, fiscalização c competên­cia 110 trato de patrimõnio táo importante numa socie­dade, que é li sua saúde. Urge que o Governo reavaliseo desenvolvimento do sistema SUDS nos Estados, vem,lia realidade. melhorando 110 atendimcnto assistencialda população brasileira. sem que, com isso, deixe deprestar serviço adequado àqueles que efetivamente fa­zem jus, que são os contribuintes.

No men Estado, Alagoas, se, em situações rotinéiras,a situação do atual sistema de saúde não atende, sequerprecariamente, às necessidades da população, vislum­bremos o grau de dificuldades apostas nesse momento,quando 113 dos Municípios a1agoanos foram duramenteatingidos pelas chuvas, o que deixou o Estado em cala-

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midade pública, com um saldo de 40.000 desabrigados.Como enfrentar o elenco de doenças viróticas e bacte.­rianas, personagens que obrigatoriamente comparecemno rastro de eventos como este que ora vivenciamos?A população não conta sequer com um setor de emer­gência nos hospitais. Os associados da Previdência, quemensalmente cumprem com as suas obrigações. são ho­je nivelados aos indigentes. pois ambos têm o mcsmotratamento, ou seja, em ambulatórios, enfrentando asintermináveis filas. Para o povo brasileiro, é lamentávelo que está ocorrendo com o setor de saúde.

Por todo o exposto é que assomei hoje à tribuna,no intuito de reafirmar a urgente necessidade de reava­liar se realmente houve mclhoria para a população,com as novas atribuições propostas pelo SUDS. Peloque tenho constatado em meu Estado, o sistema nãomelhorou o atendimento aos alagoanos; piorou bastan­te, o que vem ocasionando constantes reclamações dossegurados da Previdência.

Reafirmo. Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados. queurge se faça essa reavaliação. para que a PrevidênciaSocial realize a sua única finalidade: a de conceder reaisbenefícios aos seus associados.

o SR, LEOPOLDO SOUZA (PMDB - SE. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Prcsidente, Sr" e Srs.Deputados, é motivo de preocupação para todos aque­les que acompanham a situação aflitiva em quc sc encon­tra a maioria dos' agropccuaristas brasileiros a decla­ração do Prcsidente do Banco do Brasil, SI. Mário Be­rard. publicada nos diversos órgãos de imprensa doPaís. dc que a "Carteira de Crédito Rural já recebeuoricntação para a execução dos débitos contraídos pelosagricultores, tomando-lhes as propriedades dadas emgarantia".

Segundo ainda o Presidente do Banco do Brasil, ainadimplência do setor rural chega a 11,25% de todaa carteira de empréstimos do antigo maior banco ruraldo mundo, como apregoava a propaganda oficial.

Nós, que acompanhamos de perto a situação dos agri­cultores brasileiros, principalmente os do Nordcste ,sabemos que a dívida contraída, com a cobrança ilegalda correção monetária, tal como a dívida extcrna brasi­leira, é impagável.

Enfrentando todos os contratempos, inclusive a im­competência do atual Governo, a agricultura brasileiraé a única responsável pelo pouco crescimento econô­mico que o Brasil vem alcançando nos últimos tempos.

Descapitalizados, sem subsídio governamental, osagricultores brasileiros estão a cvitar a falência totalda atividade econômica do País.

Há muito que os agricultores brasileiros fugiram lioBanco do Brasil e das suas taxas escorchantes de juros,trabalhaudo com coragem e por amor à terra para queo povo brasileiro ainda tenha um pouco de alimentoà sua mesa.

Salvo se o Banco do Brasil quiser transformar-se nomaior proprietário rural da Nação, desativar totalmentea atividade agrícola e fazer do País um grande impor­tador de alimentos, o caminho para recebimento dadívida de cerca de 75% dos produtores rurais brasileirosé a decretaçáo de uma moratória rural do total do débi­to, com prazo mínimo de pagamento em dez anos enegociação de juros fixos c honestos, além de diferen­ciados por região, uma vez qne os agricultores do Nor­deste, que enfrentam as secas e a pouca fcrtilidade dosolo, por obterem uma produtividadc mais baixa desuas lavouras. não podem tcr mesmo tratamento dosprodutores das regiões Sul, Sudestc e Centro-Ocste.

Aproveito a oportunidade para informar aos Srs. De­putados que já cstou promovcndo estudos para apresen­tação de projeto de lei neste sentido, único instrumentocapaz de dcvolver ao homem do campo a confiançade quc suas terras não serão tomadas em hasta pú\Jiiea.

Encerro as minhas palavras para condenar a pOSiçãotomada pelo Presidente do Banco do Brasil, ao tempoem que faço um apelo aos Srs. Deputados no sentidode que todos se unam para defender aqueles que, en­frentando as pragas, os rigores do sol e inúmeras dificul­dades, produzem os alimentos que vão para a mesados milhões de brasileiros.

O SR. ULDURICO PINTO (PMDB - BA. Pronun­cia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, a cacauicultura brasileira ocupa, historica·

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Agosto de 1989

mente, posição de grande destaque no contexto da eco­nomia nacional e especialmente em determinadas Uni­dades da Federação, como a Bahia e o Espírito Santo,principais Estados produtores onde a atividade contri­bui fortemente para a ocupação de mão-de-obra e ageração de rendas.

O cacau é o 13' produto das nossas exportações, mas,se considerarmos a pauta relativa ao setor primário,ele é. superado tão-somente pelos complexos soja, cafée laranja, proporcionando receita cambial da ordemde 600 milhões de dólares por ano.

Por outro lado, o sistema de produção não impõecustos governamentais elevados, porque ele se viabilizaatravés do imposto de 10% sobre a exportação, pagopelo produtor, recebendo da Ceplac a necessária assis­tência técnica ao seu desenvolvimento.

Todavia, Sr. Presidente, a cacauicultura, com todoo reconhecido potencial de sua capacidade, vem experi­mentando situação extremamente difícil, em face deproblemas enfrentados pelos diversos segmentos envol­vidos, sobretudo questões de liquidez que atingem todoo setor.

As causas estão evidentemente vinculadas ao profun­do desequilíbrio que vem ocorrendo, nos últimos anos,entre a composição de custos e o volume de receitas;estas em qucda constante desdc que os preços no mer­cado internacional declinaram sensivelmcnte, o que seagrava com a crescente defasagem determinada pelapolítica cambial do atual Governo.

Não se desconhece que a crise também tem origemna prolongada seca durante o perído de 1986/1987, queprovocou perdas na produção de cacau da Bahia, emtorno de 100 mil toneladas, na safra 198711988, e deoutras 90 mil toneladas do produto na colheita maisrecente, em razão da persistente adversidade climática,cujos prejuízos correspondem a aproximadamente 350milhões de dólares.

Mas foi a partir do declínio da cotação internacionaldo caeau, que no biênio 198611987 registrara a médiade US$ 2,024.00 por tonelada, e já no ano seguinteficara em US$ 1,796.00 a tonelada, que se intensificouo comprometimento financeiro para os nosso produ­tores. A queda nos preços acentuou-se gradativamente,chegando em abril último a apenas US$ 1,200.00 portonelada, na Bolsa de Londres.

Paralelamente a isso, os preços internos seguiramidêntica tendência de queda real, com a decretação doPlano Cruzado, em fevereiro de 1986, aumeutando-secontinuamente as perdas devido à aplicação do mesmoprincípio de contenção cambial, nas edições dos pacoteseconômicos seguintes - o Programa Bresser e o PlanoVerão.

A conjugação desses aspectos determinou conside­rável diminuição na receita, enquanto os encargos su­biam em conformidade com os novos patamares dc in­flação, próximos de 1.000% anuais, taxas que inviabi­Iizam investimentos c até mesmo a renovação das opera-ções de crédito rural. .

As conseqüências de processo tão adverso às classesprodutoras, Sr. Presidente, refletem-se não apenas emdificuldades financeiras para todo o setor, mas tambémem dimunuição de ptodução e produtividade, porquedeixam de ser realizadas aplicações de recursos ao apri­moramento tecnológico das lavouras e beneficiamentodo produto.

Não obstante, graças ao permanente tr:,balho de pes­quisa desenvolvido pela Ceplac, ~ BrasIl pod~ cons~­lidar uma posição altamente favoravel quanto a capa~l­

dade de produzir derivados de cacau, em. :ompa~~ç.aocom os Estados Unidos, Alemanha, Umao Sovletlcae outros países, com exprcssivos benefícios às áreascomercial, industrial e de cxportação, desde que se re­solvam os'atuais problemas financeiros de nossa cacam­cultura'.

Para tanto, precisa ser adotado, urgentemente, elen­co de medidas elaboradas pela própria Comissão Execu­tiva do Plano da Lavoura Cacaueira, com base em lúcidodiagnóstico da problemática do cacau. . _ . ,

Em primeiro lugar, impõe-se ampla re~lsao nos c';te­rios para o pagamento dos ~aldos d~s.díVidas contral~aspelo cacauicultores da Bahia e ~spmto Santo, relativa­mente ao crédito rural de custeIO das safras de 1987~88e 1988/89, e de investimentos, a cujo montante, supenora 121 milhões de cruzados novos, se acrescentam outros

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

120 milhões de cruzados novos referentes a dívidas doslavradores junto a empresas exportadoras, indústriase cooperativas de cacau, totais esses ainda expressoscm valores de janeiro último.

A dívida seria reembolsada aos agentes credores emquatro parcelas anuais consecutivas, após quatro anosde carência, mantendo-se as taxas de juros aplicadasnas operações originais dos financiamentos.

Além disso, é fundamental a destinação de recursos,a título de crédito rural de pré-custeio técnico, no perío­do de outubro de 1989 a janeiro de 1990, com prazode dois anos para o pagamento, objetivando a aquisiçãode fertilizantes e defensivos agrícolas, incluídos os cus­tos de transporte e mão-de-obra para a aplicação dessesinsumos.

Há ainda imperiosa necessidade de créditos, nos mes­mos termos da referida sistemática, para investimentosvisando à melhoria nas condições de produção - som­breamento, proteção do vento, escoramento de ca­cauais - e das instalações para a obtenção dc subpro­dutos como sucos e geléias.

Do ponto de vista da comercialização, urge adequadoajuste de taxa cambial, sem o que os produtores conti­nuarão a receber valores significativamente defasados,ainda que a esperada recuperação dos prcços no mer­cado internacional proporcione expectativas de aumen­to de divisas com as exportações de cacau.

Finalmente, o setor cspera que, nos contratos comer­ciais de exportação, cujo prazo varia de 30 a 360 dias,haja imediata antecipação dos recursos corresponden­tes,. o que muito iria contribuir para os produtores en­frentarem a crise de liquidez que ora impossibilita umaregular continuidade de suas lavouras.

No plano interno, Sr. Presidente, reivindica-se o de­sencadeamento de vigorosa campanha para incentivaro consumo de cacau no Brasil, atualmente em níveisconsiderados muito baixos, em torno de apenas 300gramas per capita 1 ano , o que corresponde a cercade 10% da nossa produção. O aumento do consumopode ser perfeitamente viabilizado através de progra­mas oficiais, como o da merenda escolar, atendimentode fammas de baixa renda, sobremodo mulheres nutri­zes, e ainda na alimentação dos contingentes das ForçasArmadas.

São, todas, providências exeqüíveis e de fácil aplicabi­lidade, cuja implantação possibilitará o soerguimentoda nossa cacauicultura, de relevante contribuição aodesenvolvimento nacional, mas que, infelizmente, en­frenta dramática ameaça à própria sobrevivência, devi­do à atual conjuntura de preços e custos e falta detratamento governamental compatível com a dura reali­dade vivida pelos que dedicam tantos esforços e recursosa essa atividade símbolo de importante região do Estadoda Bahia.

o SR. VALDIR COLATO (PMDB -SC. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,a cconomia subterrânea vem-sc alastrando progressi­vamente no Brasil, fenômeno também já constatadoem outros países e que teria na Itália o melhor exemplo.

O somatório de encargos tributários, trabalhistas eprevidenciários tem tornado bastante restrita a margemde lucratividade das empresas 'organizadas e em funcio­namento rigorosamente de acordo com as prescriçõeslegais.

A criação das microempresas com o reconhecimentocm lci e registro em juntas comerciais foi uma auspiciosatentativa do Govcrno de contornar tal situação, contro­lando as ativividades emprcsariais autônomas e o exer­cício profissional fora da tutela ministerial.

Os dados disponíveis são bcm rcveladores dessa novarealidade.

Foi apurado que o crescimento da atividade marginalrespondeu pela baixa taxa de desemprego (2,92%), em­bora houvesse sido negativa (-3,2%) a taxa de produçãodo parque industrial brasileiro no ano passado.

Diz o Relatório Oficial de Empregol88, do IBGE,que, "numa época dc crise, com altas taxas dc inflaçãoque causam a deterioração do poder de compra da moc­da, as pessoas são levadas a aceitar trabalhos em qual­qucr segmento do mercado".

Segundo a economista Shyrlene Ramos, 2,7 milhõesde pessoas enquadradas como "conta própria" em de­zembro último superam o número encontrado em idên­tico período em 86/87. Nessa qualificação, estão os tra-

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balhadores sem vínculo empregatício e sem emprcga­dos. São, em grande parte, biscateiros, mascates, costu­reiras, lavadeiras, barraqueiros de praia, engraxates eencanadores. Elevou-se igualmente a proporção de au­tônomos com rendimento inferior a um piso nacionalde sálario, atingindo 15,21% dos 16 milhões de assala­riados colocados nas seis principais rcgiões metropo­litanas, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte,Porto Alegre, Recife e Salvador.

De conformidade com os dados do IBGE referentesa 1988, teria havido uma redução na atividade industriale uma expansão nas de comércio e serviço, indicando.um aumento do mercado informal.

No Estado de. Santa Catarina tem sido bastante ex­pressivo o número de microempresas legalmente regis­tradas no período de 1985 até novembro de 1988, quesomaria 99.878, já subtraídos os desenquadramentos,distraídos e cancelamentos. O comércio é o setor ondemais se verifica esse fato, correspondcndo a 56% dototal, seguindo-se o de serviços com 26% e o industrialcom 18% e assalariando cerca de 33 mil, 16 mil e 19mil empregados, respectivamente.

Em 1980, havia nessa unidade federativa 10.867 em­presas com menos de 100 traballiadores que totaliza­vam, porém, 134.216, os quais geravam uma produçãoavaliada na época 133 bilhões de cruzeiros.

Não é por acaso, portanto, que os analistas dos acon­tecimentos econômicos já vêem as micros, pequenase médias empresas como perfeitamente viáveis nestemundo da produção em grande escala, característicada indústria capitalista altamentc desenvolvida. Sua so­brevivência tem-se revelado possível tanto nos paísesricos como naqueles considcrados periféricos.

As estatísticas mundiais indicàm uma significativacontribuição no campo sócio-econômico, das pequenassociedades comerciais, que alcançam percentuais atésuperiores à metade dos empregos ocupados no Japão,na Colômbia e na Coréia do Sul. .

No Brasil, essa participação chega a atingir 46,5%,de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística.

Estudo da CepallIPEA sobre "Estrutura Espacial eProdutividadc Industrial" assim se pronuncia acerca dotema:

"A escala de produção é um dos determinantesbásicos do nível de produtividade da mão-de-obra.

Há casos, porém, em que esta variável tomadaisoladamente apresenta contradições como a quese observa na indústria têxtil (Brasil) em que aprodutividade da mão-de-obra das pequenas indús­trias se apresenta superior à da grande em maisde 40%. ,

Neste caso, fatores independentes da escala deprodução, como grau de especialização, integraçãovertical ou horizontal de cstabelecimcntos, caractc­rísticas e qualidades distintas dos produtos influen­ciam decisivamente os índices".

Conclui-se, portanto, ter contornos míticos a idéiade que haja um confronto intrínseco, uma antinomiaentre a grande e a pequena empresa, cuja viabilidadeno dizer dos economistas da Cepal seria "uma verdadehistórica" .

o SR. DIONÍSIO HAGE (PRN - PA. Pronunciao segunte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Dcputados,é com grande satisfação que trago ao conhecimentodesta Casa um cvento bastante auspicioso, representadopela comenda concedida ao Diretor Executivo do Gru­po Liberal de Belém, jornalista Rômulo Maiorana Jú­nior, com a outorga da medalha do Mérito do Trabalhopelo Tribunal Superior do Trabalho, em sessão solened~quel~ Egrégia Corte de Justiça Especializada, no pró­X1IllO dia 11 às 17 horas.. O j?vcm diretor é integrante da nova geração delornahstas do nosso Estado do Pará c vem-se impondopelo trabalho que realiza,encarando a atividade de co­municação como investimento em matéria de educaçãodo povo.

Ainda. o homenagcado de que lhes falo no momento,Sr. PreSidente e Srs. Deputados, receberá em Beléma homenagem da Associação Comercial do Pará. coma concessão do Título de Empresário do Ano.

Desta tribuna do Congresso Nacional, transmito aohomenageado meus parabéns e mcu incentivo, para

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que continue o seu trabalho, que muito tem dignificadoa nossa terra.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ALCIDES LIMA (PFL - RR. Pronuncia oseguinte disCl!rso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados O Governo de Roraima, em atenção ao firmepropósito de desencadear ações que promovam o desen­volvimento do Estado, celebrou recentemente impor­tante convênio com O Estado Bolivar,pelo qual deveráestreitar-se o intercâmbio com a Venezuela.

São muitos os pontos que sustentam esse protocolo. de intenções visando a fomentar as relações fronteiriças

entre dois países, especialmente nas áreas de comércio,transporte, cultura, saúde pública e segurança.

No setor comcrcial, busca-se reciprocidade para olivre comércio na divisa de Roraima e Bolívia, commercadorias destinadas a uso pessoal em valor máximoequivalente a dois mil dólares. Além disso, propõe-seum sistema de importações e exportações, entre empre­sas sediadas nos dois Estados, calcados em tarifas espe­ciais e com pagamentos estipulados em bolívar e cruza­do, para o que será indispensável o adequado aparelha­mento de Aduana, Serviços de Registros de Estran­geiros e outras atividades peculiares aos organismosde segurança fronteiriça.

Quanto aos transportes, as prioridades são a pavi­mentação da BR - 174, de acordo com o convênioora em negociação entre as chancelarias brasileira evenczuelana, o sistema de compensação pelo valor daspassagens aéreas entre as companhias ~AV e Varig,e ainda a instalação de agências para a venda de apólicesde seguro exigido pelo Convênio de Transporte Terres­tres Fronteiriços.

Na área dc Educação e Cultura, Sr. Presidcnte, osobjetivos primordiais referem-se ao intercâmbio sobre­tudo das artes e do folclore, da música e dos esportes.

O turismo também se inclui entre as razões da louvá­vel iniciativa adotada por Roraima e Bolívia, cujos go­vernantes ainda expressaram a preocupação em estabe­lecer mecanismos de cooperação visando ao aprimora­mento de métodos destinados à prevenção e combateàs epidemiais, bem assim aos problemas referentes aonarcotráfico, seqüestro, deliqüência e contrabando.

Parabenizo o Governador Romero Jucá Filho pormais essa providência de real signifieação para Roraima,que acima de tudo reafirma o relacionamento fraterno,amigo com a Venezuela, além de cstimular novas pers­pectiva ao dcsenvolvimento de nosso Estado.

O SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB - SP. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. De­pntados, Das mais acertadas medidas tomadas ultima­mente pelo Governo Sarney e, em todos os tempospelo Governo brasileiro, figuram as atuais decisões dese venderem as residências oficiais do lago, normal­mente utilizadas pelos Srs. Ministros de Estado e, igmtl­mente, de não poucos imóveis da Previdência Social,tantos deles recebidos como pagamentos de débitos pre­videnciários. Ditos imóveis, que são numerosos, comose disse, e que servem apenas para beneficiar os particu­lares, em detrimento dos previdenciários, são tomadosem locação por contrapartidas vis. Uns poucos se bene­ficiam dessc patrimônio oficial, em detrimento da Na­ção toda.

Há uma antiga novela que oportunamente pode serultimada, incluindo na venda já das residênciais oficiaise do Patrimônio não utilizado pcla Previdência paraseus próprios fins, a venda dos im6veis do Banco doBrasil, os"imôveis funcionais, mais de mil, existentesem Brasília e utilizados pelos funcionários do mcsmoBanco.

Dita venda, há muito decidida pela direção do Banco,a anterior, e ratificada pela atual, já aprovada indireta-omente pelo Decreto n" 97.161, de 6 de dezembro de1988, foi firmado pelo Presidente José Sarney e pelosMinistros Maílson da Nobrega e João Batista de Abreu.

A Scplan ainda agora reforça seus estudos favoráveisà dita venda dos imóveis do Banco do Brasil.

Todo mundo sabe que ditos imóveis funcionais doBanco do Brasil representam um patrimônio imobili­zado respeit:lvel, gerador permanente de ônus expres­sivos, com sua permanente conservação, com um exér­cito de pessoal para dita manutenção, sua guarda etc.,contigente pessoal esse que pode ser reaproveitado peloBanco do Brasil nas earências ma.nifestas que tem de

. DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

pessoal, com o remanejamento inteligente. Ademais,dita venda ensejaria uma carteira de recursos que oBanco do Brasil poderia repassar para o Banco de Inves­timento do Banco do Brasil mesmo, para aplicação nomercado econômico-financeiro, de real utilidade e ne­cessidade do País.

As taxas de utilização de tais im6veis são simbólicas.Quero deixar aqui da tribuna da Câmara dos Deputa­

dos, um apelo ao Governo Sarney, especialmente aoPresidente Sarney, ao Banco do Brasil, pela sua direção,no sentido de que envidem esforços e decidam incluirno pacote da venda dos imóveis da presidência sitadose das residências oficiais do Lago mais a venda dosimóveis do Banco do Brasil, com natural prioridadepara os funcionários ocupantes, observadas determi­nadas limitaçõcs.

O SR. ALEXANDRE PUZZINA (PMDB - SC. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr' eSrs. Deputados, no mês de junho próximo passado reali­zou-se, no Município de Braço do Norte, no Cine Gua­dalajar, na região sul dc meu Estado, o Seminário Re­gional para o Desenvolvimento da Suinocultura, pro­movido pela Associação Catarinense de Criadores deSuínos - ACCS - pelos Núcleos Regionais e Muni­cipais de Criadores de Suínos do Sul Catarinense, pelaSecretaria de Agricultura, do Abastecimento e da Irri­gação do Estado - ACARESC - e pela Coopersuldo próprio Município.

Nesse seminário, Sr. Presidente, os perto de 300 asso­ciados da Coopersul, após estudos, debates e orientaçãotécnica, apresentaram o seguinte elenco de reivindi­cações, que foram encaminhadas às autoridades compe­tentes, à espera das medidas governamentais:

- garantia de abastecimento de milho, através daCPP, para a região sul de Santa Catarina;

- programa de perfuração de poços artesianos, vi­sando a garantir o abastecimento de água nas unidadesprodutoras;

- apoio às articulações com o fim da instalação, emsociedade com grupos italianos, de frigorífico especialem Braço do Norte;

-doação;por órgãos governamentais, de caminhõestanques para a distribuição de esterco líquido, assimcomo lagoas de decantação;

- posição firme das autoridades governamentaiscontra a importação de carne suína; e

-viabilização do uso, pelos criadores da região, deprogramas de inseminação artificial de suínos.

Os Municípios daquela região de meu Estado, emnúmero dc 8, possuem mais de 13 mil matrizes, emtrês granjas de reprodutores de suínos, o que os colocaem posição de destaque, nesse tcrreno, não só no Esta­do mas também no País, e suas reivindicações, queendosso completamente, precisam ser atendidas comurgência.

Era o que tinha a dizer.

.0 SR. RENATO JOHNSSON (PRN - PRo Pronunciao seguinte discurso.) -SI, Presidente, Srs. Deputados,na reunião do Consellio Monetário Nacional, realizadano dia 20 de junho passado, através do Voto n' 146/89,aprovado ad referendum, foi definida a política de pre­ços-garantia do trigo para a safra de 1989.

A Portaria Super n' 77, de 24 de julho de 1989, daSunab, fixou O preço, em BTN mensal, que deverávigorar no período de l' de julho de 1989 a 31 de janeirode 1990.

O prcço atual de 155,59 BTN mensais, em 1'-8-89,equivalentes a US$ 149,07/tonelada, é o mais baixojá 'praticado na história da triticultura brasileira.

As últimas importaçôes do cereal, oriundas dos Esta­dos Unidos, realizadas através da Junta Deliberativado Trigo, oscilaram de US$ 168,00 a US$ 172,00 atonelada/rob. Acrescente-se ainda que este preço s6foi possível porque a agricultura americana é fortementesubsidiada.

Como está evidente, estes preços, pagos em moedaforte, estão em valores bem superiores ao que é pagoaos nossos produtores rurais, em cruzados novos.

Além disso, a referida Portaria da Sunab fixou opreço-garantia do trigo em BTN mensal, quando emanos anteriorcs o preço era estabelecido cm OTN fis­cais..

Em vista dcssa situação, podemos dizer que o Go­verno está praticando uma política suicida em relação

Agosto de 1989.. - - "

à triticultura brasileira, inviabilizando, dc forma irrecu­perável, os grandes avanços conscguidos nos últimosanos e postergando ainda mais a auto-suficiência doPaís no cultivo desse cereal.

Os preços estabelecidos, além de desestimulantes,são bem inferiores aos efetivos custos de produção dalavoura, levantados pelos Grupos Estaduais de Trigo,instituídos, para essa finalidade, pelo Ministério daAgricultura. A seriedade e o critério com que foramcalculados estes custos de produção fizeram com que,em safras anteriores, servissem de voto do Exm' Sr.Ministro da Agricultura no próprio Conselho MonetárioNacional que estabeleceu preços-garantia das safras tri­tícolas de 1986 a 1988.

Em especial, vale destacar que o preço dos insumosagrícolas tem se elevado sempre em índices significàti·vamente superiores aos da própria inflação, tornandoainda mais onerosa para os produtores a manutençãodos mesmos níveis de produtividade já alcançados emanos anteriores.

Por tudo isso, consideramos de inteira justiça o pleitoformulado pela Organização de Cooperativas do Para­ná, pela Federação da Agricultura do Paraná e pelosSindicatos Rurais e Cooperativas Paranaenses de Pro­dução de que o preço-garantia do trigo para a safra1989 seja ao menos fixado em BTN fiscal, conformea praxe dos anos anteriores.

Essas entidades, que, com o seu traballio árduo epersistcnte e a seriedade que llies são próprias, levaramo Estado do Paraná a se tomar um dos líderes na produ­ção agríeola em geral e do trigo em especial, vêm aler­tando as autoridades do Governo Federal no sentidode que, se pelo menos esse pleito não for atendido,em pouco tempo estaremos assistindo a um progressivodesabastecimento de pão nos grandes centros brasilei­ros. Isto porque a Argentina não conseguirá cumpriros seus contratos de exportação do cereal para o Brasil,por causa de seus problemas internos de abastecimento.

Cabe destacar, ademais, que as importações de trigo,a exemplo de outras de produtos agrícolas; realizadaspelo nosso Governo, em nada contribuem para o desen­volvimento da agricultura brasileira.

Sr. Presidente, fazemos um apelo aos Exm" Srs. Mi­nistros da Fazenda e da Agricultura no sentido de queatendam à justa pretcnsão dos produtores rurais quedesejam a fixação do preço cm BTN fiscal. Essa medidaamenizará os elevados prejuízos dos triticultores, emperíodos altamente inflacionários, em razão dos atrasoscom que normalmente são efetuados o pagamento aosprodutores, através das agências do Banco do Brasilmotivados pelo constante retardamento da transferên­cia dos necessários recursos para essa finalidade pclaSecretaria do Tesouro Nacional.

Essa providência, das mais justas, em regime inflacio­nário de 30% ao mês, irá evitar que os produtores preju­dicados venham a protestar, fechando bancos e estra­das, trazendo constrangimentos a eles mesmos e trans­tornos à população em geral.

O SR. STÉLIO DIAS (PFL - ES. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputa­dos, esta Casa tem que estar mais atenta às grandesaspirações de todos os segmentos da sociedade. Muitossão os reclamos. Muitas são as exigências. Muitas sãoas necessidades. Mas prioridades têm que ser levantadaspara que pelo menos estas não caiam no esquecimentoe no vazio. Não sou daqueles que acham que tudo noParlamento é necessário e prioritário.

Agora mesmo, Sr. Presidente, os taxistas de todoo Br~si~ batem à porta desta Câmara e pedem urgênciac pnondade no tratamento de medidas que atingema sua classe de cheio e de imediato. Terminaram nodia 31 de julbo os efeitos da lei que beneficia a laboriosaclasse dos motoristas de táxis que circulam por estePaís afora. produzindo riqueza com seu importante tra­balho. Tal lei concedia aos taxistas isenção do Impostosobre Produtos Industrializados - IPI, cobrado peloGoverno Fede.ral. Referido imposto está em torno, ho­je, de 30%. E o mínimo que o Governo pode fazerpara os profissionais do setor já sacrificados no seudia-a-dia.

O carro para esses profissionais é um instrumentode trabalho, ao mesmo tempo em que para a sociedaderepresenta um serviço público. Quando o Governo can-

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cede a isenção, está atento ao serviço público que elerepresenta. Não é propriamente um benefício individuala determinada catcgoria, nem essa categoria é privile­giada por receber os benefícios dessa lei. O bcnefíciodado ao motorista que consegue com scu trabalho com­prar um carro é mesmo concedido a toda a comunidade.

A frota de táxis hoje no Brasil, Sr. Presidente, estácom vida média útil de 4 anos. Há um desgaste flagrante,que, é bom que se diga, não atinge o proprietário,mas o usuário e, em última análise, toda a comunidadeque pr~cisa do serviço.

Nesta Casa tramitam projetos dos Deputados JorgeLeite e Valmir Campelo. Temos de discuti-los, aperfei­çoa-Ias e, se for o caso, votá-los logo. A categoria nãopode mais esperar.

É preciso também, Sr. Presidente, que os Estadosdêem sua cota de participação, isentando do ICMS acompra dos veículos de passageiros que servem comotáxis. Não podemos penalizar quem, individualmente,com seu trabalho serve a toda a sociedade que necessitadesse importante serviço.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR. COSTA FERREIRA (PFL - MA. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, quando o Estado obriga os cidadãos a certosatos, deve prevenir a hipótese de que sua prática implicadespesas, que não podem ser enfrentadas por muitaspessoas.

Sabe-se que o salário mínimo não ê suficiente parao eusteio das despesas de habitação, alimentação, ves­tuário, transporte, higiene individual, saúde e educa­ção, raríssimos os qjle podem reservar alguma pecúniapara o lazer.

Ninguém ignora, por outro lado, que um terço dapopulação brasileira é obrigada a viver com menos deum salário mínimo, o que significa beirar a indigência.Jendo, mais uma vez, constatado essa situação, o

legislador constituinte abriu caminho à gratuidade dealguns serviços judiciais, seja no que tange às despesascom determinadas causas, visando á preservação dasgarantias e direitos individuais, seja no refercnte a cer­tos serviços cartoriais.

Nesse sentido, regulamentando o item LXXXVI doart. 59 da Constituição, apresentamos projeto de leideclarando "gratuitos, em favor dos hipossuficientes,o registro de nascimento e a certidão de óbito", benefi­ciando os que tenham rendimentos mensais iguais ouinferiores ao salário mínimo.

Se, atualmente, os cartórios são serventias vitalícias,de propriedade individual, a tendência generalizada,nos Estados, é no sentido de transformá-los em repar­tições públicas.

Assim, o que pode ser encarado, atualmente, comoum ônus imposto pelo Estado aos serventuários da Justi­ça, transformar-se-á em serviço público, no pleno senti­do da expressão, incidindo sua excepcional gratuidade,em casos específicos, sobre todos, em nome da própriasolidariedade humana.

Esperando que o nosso projeto seja convenientemen­te aperfeiçoado nas Comissões, estamos seguros daaprovação deste Plenário.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputadns.

O SR. DORETO CAMPANARI (PMDB - SP. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, inúmeros servidores públicos civis daUnião são aposentados sem ter gozado licenças espe­ciais e férias a que tinham direito, seja por necessidadede serviço, seja por outra razão qualquer. Se tais perío­dos não foram incluídos na contagem de tempo de servi­ço do funcionário para fins de aposentadoria; nada maisjusto que se lhe assegurar o direito de recebê-los empecúnia.

Com esse precípuo objetivo, estamos apresentandoà consideração do Congresso Nacional projeto de lei,pois é necessário que se corrija tamanha distorção omàis urgentemente possível.

Pelo alcance social de nossa proposição, ê de se espe­rar que ela obtenha o unânime apoio dos Srs. Congres­sistas. Aliás, ela não traz inovação alguma, pois emalguns Estados da União essa decisão já foi adotadae muito bem aceita, inclusive pela população.

Era o que tinha a dizer. - Deputado Doreto Cam·panarl

_DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

O SR. GEOVAH AMARANTE (PMDB - SC. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, ninguém desconhece que a meningitecontinua sendo uma presença ameaçadora em váriosEstados brasileiros. Em Santa Catarina, particularmen­te, a insidiosa doença se vem espalhando numa dimen­são assustadora, porquanto já ultrapassou de muito aprogressão verificada no ano passado. Se for mantidaa curva de crescimento desenvolvida até agora, podere­mos dobrar o número de casos no Estado, passandodos 8 por 100 mil habitantes, que foi a média de 1988,para 16 casos por 100 mil pessoas neste [ino de 1989.

Para restringir-nos apenas à versão mais perigosa dadoença, diremos que, até o início deste mês de agosto,temos acumulados 275 casos de meningite meningo­c6cica em Santa Catarina, contabilizando 50 casos fa­tais. Portanto, 50 famílias catarinenses estão enlutadaspelo desaparecimento de algum dos seus membros, ge­ralmente crianças, cujas vidas foram ceifadas por essemal, que continua desafiando o nosso sistema de saúde.

Preocupa sobremaneira o fato de não estar a doençalocalizada em alguns Municípios do Estado, o que facili­taria o seu isolamento. Pelo contrário, desta vez elase acha disseminada por todo o territ6rio catarinense.A bem da verdade, é preciso dizer que a maior incidên­cia do mal desta vez está em Santa Catarina, se conside­rarmos que o número de casos fatais este ano é pratica~

mente o mesmo do Estado de São Paulo, quando, sabi­damente, temos uma população muito menor.

O Governo do Estado vem manejando os recursosde que dispõe para controlar a doença, procurando evi­tar seu alastramento. A Secretaria de Saúde fcz tudoo que estava ao seu alcance e conseguiu baixar o índicede letalidade dos 21% iniciais para 18% ultimamente.Mesmo assim, vamos reconhecer que é um índice alto,já que os casos de menigococemia são de difícil diagnós­tico. Em pouco tempo, a bactéria se espalha pela corren­te sangüínea e PJovoca a falência de múltiplos órgãos..Por isso, ela é, quase sempre, fatal.

Em seu esforço profilático, o Govcrno de Santa Cata­rina tem utilizado a televisão, o rádio e os jornais paraalertar a população. Foram treinados enfermeiros e bio­químicbs de laboratórios públicos e privados. Um cursode atualização sobre a meningite está sendo distribuídoem fitas de vídeo a todos os hospitais e centros médicosdo Estado. Além disso, foi elaborada uma campanha,pioneira no Brasil, para esclarecimento e informaçãoda comunidade, através de cartazes e folhetos, ondese alerta a população para o fato d,e que a meningitenão entra nas casas bem arejadas. Ressalta-se a necessi­dade de abrir portas e janelas ,para que o sol e o arpenetrem dentro das residências:

Essa campanha se dirige principalmente às escolas,onde se presume que são maiores as oportunidades decontaminação das crianças. No Estado 'inteiro, cada pro­fessora da rede pública e privada de ensino recebeumaterial com explicações detalhadas sobre a doença,como evitá-Ia e como reconhecê-Ia. Enfim, a nível doque se pode fazer com os recursos estaduais, todo oterritório de Santa Catarina está informado sobre osprocedimentos adequados à profilaxia da meningite edas providências a serem tomadas aos mínimos sinaisda doença.

Sr. Presidente, esgotadas as possibilidades a nívelestadual, nossa população está ansiosa agora pelas pro­vidências do Governo Federal no que toca à vacinação,que é o meio decisivamente mais eficaz de cortar omal pela raiz. Reclama-se maior atenção do Ministérioda Saúde para o trabalho realizado, num esforço pionei­ro, que fez da vigilância epidemiol6gica catarinense umpadrão de excelência, reconhecido e elogiado pelos es­pecialistas de outros Estados brasileiros.

Reina em nosso Estado grande expectativa quantoà distribuição das vacinas cubanas. Pelo que se sabe,o Ministro da Saúde teria voltado de Cuba com a garan­tia da compra de 10 milhões de doses de vacina, queimuniza, contra a bactéria meningocócica. O MinistroTsuzuki Seigo teria dito ainda que a vacinação seriaseletiva, com atendimento prioritário para as áreas ondehaja maior incidência da doença.

Neste ponto, evocamos todo o trabalho desenvolvidoem Santa Catarina, diante do fato incontestável de queali se acha, em termos relativos, a maior incidênciados casos de meningite meningoc6cica constatados noBrasil neste ano de 1989. São fatores que merecem

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o reconhecimento do Governo Federal para enviar aoEstado a quantidade de vacinas necessária e condizentecom as nossas necessidades.

Cálculos preliminares indicam que serão necessárias4 milhões de doses da vacina para vacinar toda a popu­I;lÇão de zero a 14 anos, num total aproximado de 1milhão e 700 mil pessoas. Esperamos que o MinistroTsuzuki Seigo ouça o nosso apelo veemente e não deixede contemplar Santa Catarina com o estoque de vacinasqne vem sendo ansiosamente aguardado pela nossa po­pulação, diante de um quadro tão sêrio e que já cnlutoutantas farm1ias catarinenses.

O SR. JOSÉ LUIZ MAIA (PDS - PI. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, temos orgulho e satisfação a cada vez que destatribuna assumimos a condição de porta-voz do povodo Piauí, principalmente quando se trata de homena­gear não somente os piauienses, cujo trabalho diuturnoengrandece o Estado, mas igualmente para demonstrarnossa gratidão e reconhecimento àqueles que, vindosde fora, contribuíram e ainda contribuem para o desen­volvimento estadual,.àqueles que dão o máximo de sipara gerar riquezas e criar novos empregos para milha­res de irmãos piauienses.

O domicílio do empreendedor, a sua naturalidadeestá estreitamente vinculada ao local onde desenvolvesuas atividades, onde produz e emprega. Dentro dessecontexto de reconhecer em cada empreendedor queveio de fora mais um autêntico piauiense, não podemosdeixar de enaltecer, a participação desses bravos brasi­leiros que acreditaram no Piauí. Graças à sua crençano crescimento do Estado, assistimos à verdadeira revo­lução no interior, notadamente nos Municípios de Ri­beiro Gonçalves, Santa Filomena, Uruçuí, Canto doBuriti, Corrente, Rio Grande, Eliseu Martins, Berto­lânia, Picos, Rio IX, Itaueira, Manoel Emídio e tantosoutros.

'Ali, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, ê marcantea presença dos empreendimentos a cargo desses novosbandeirantes. Vencendo dificuldades as mais diversas,lutando contra a descrença de muitos, mas demons­trando tenacidad~ e fé, eles hoje dão exemplos ao restodo País de que o Nordeste é viável economicamentee de que o Piauí representa enorme potencial inexplo­rado.

Mais do que isso: graças a esse espírito de brasilidade,os que chegam se unem aos trabalhadores nativos, pe­quenos produtores e grandes empresários, integrando­se nos mais diversos setores, seja na parte rural, coma produção de frutas e grãos, seja na agroindústria,aproveitando essas matérias-primas, no afã de reverternosso precário estágio de desenvolvimento econômi­co-social.

Mas, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, para quetudo isso acontecesse, foi significativa a participaçãodo sistema de incentivos fiscais gerido pela Sudene.Sem o apoio do Finar e da Sudene, dificilmente o Piauíteria experimentado alguma evolução no setor indus­trial ou na produção agropecuária, cabendo-nos, de jus­tiça, neste momento, ressaltar o papel desempenhadopelo Dr. Walfrido Salmito Filho. Foi durante sua gestãocomo Superintendente da Sudene que o Piaui coméçoua ter participação satisfatória no bolo dos incentivosfiscais. Para se ter idéia do que isso representou, bastalembrar que a arrecadação do IPI no Estado é quasetoda decorrente de empresas assistidas pelo Finar. Estu­do realizado por especialistas do Banco do Nordestedo Brasil mostra que a participação das empresas incen­tivadas na arrecadação total do IPI no Estado se situaem tomo de 90%.

Mais recentemente, não poderíam~deixar de regis­trar a atuação do Superintendente Paulo Souto e doDiretor de Incentivos da Sudene, Economista AntônioCarlos Barbosa Frota, com quem o Piauí voltou a tersignificativa participação nos investimentos e liberaçõesdo Finar, situando-se hoje em torno de 8,6% do total.Não bastasse isso, destacaria ainda dois pontos: 1') qua­se um quinto dos projetos aprovados para o Piauí, du­rante a existência Sudene o foram na gestão de AntônioCarlos Frota na Diretoria de Incentivos Fiscais daquelaautarquia; 2') 27% dos projetos ora em implantaçãono Estado emanaram iguahnente da atual administraçãodaquela carteira.

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Ao fazer o registro, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputa­dos, queremos expressar nosso aplauso ao jovem e com­petente maranhense, cujo trabalho à frente da áreade incentivos da Sudene tem contribuído para impul­sionar a economia nordestina, particularmente a doPiauí.

Lamentando que incompreensões descabidas procu­rem denegrir a imagem desse ilustre homem públicoem nosso Estado, aproveitamos a oportunidade pararegistrar nos Anais desta Casa nosso apoio, incentivoe aplauso ao trabalho por ele realizado. Queremos di­zer-lhe, em nosso nome pessoal e em nome dos quenos elegeram, que o Piauí lhe é grato, não referen­dando, necessariamente, a decisão de uns poueos. Queo episcídio de que foi vítima não abale seu espírito,mas sirva para estimulá-lo ainda mais na luta em favordo Nordeste e do Brasil, a fim de que possamos crescersem a marca do ódio e sem os vícios do ressentimento.

. O SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, a Previdência Social tem, nos Municípios ondenão possui agências, escritórios de representação, umagente contratado com registro de firma. Se, de umlado, não tem compromisso integral de somente atenderaos serviços da Previdência, de outro lado assume aresponsabilidade do atendimento a todos os segurados,quer encaminhando aposentadorias, quer dando solu­ção a problemas d<;: saúde e tantos outros que surgema cada momento. E uma representação necessária queo INPS mantém em todos os recantos do País, e nãopodia ser diferente, pois, além de funcionarem comoelo para prestação dê serviço, servem também paradar informações sobre contribuição previdenciária. Es­ses postos de atendimento evitam o deslocamento alongas distâncias até as agências, sendo uma forma deatender o segurado na sua própria comunidade. O queacontece, no entanto, é um descaso quanto ao reajusta­mento do's pagamentos a que esses representantes fazemjus. Há muito tempo a Previdência Social não se preo­cupa em atualizar o vencimento devido aos encarre­gados desses escritórios. Os valores pagos atualmentesão insignificantes. É quase inacreditável que alguémpossa prestar esses serviços a NCz$ 33,28 por mês. Issoocorre porque uão fizeram o reajuste, e o preço seacha defasado. Nunca, em época alguma, tais agentesreceberam menos que um salário mínimo.

Desta tribuna quero fazer um apelo a S. Ex', o Sr.Ministro da Previdência, no sentido de serem atuali­zados esses valores. Não é possível que alguém possaprestar um bom serviço, dedicar-se um pouco mais aosaflitos que diariamente procuram esses postos para in­formação e solução dos seus problemas, já que têmdireito a essa assistência como contribuintes, mesmonão sendo um serviço exclusivo, mas do mais alto signifi­cado, pelo preço que recebem. Por isso, reivindico,pelo menos, que haja atualização nos preços pagos con­forme a inflação, a partir do contrato inicial. Nada maisdesejam esses representantes, a não ser voltar a recebero que recebiam quando iniciaram o seu trabalho.

O SR:PAULO ZARZUR (PMDB - SP. Pronunciao seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, Luiz Gonzaga, divulgador do baião, inventordo arrasta-pé, a maior expressão da verdadeira músicapopular brasileira nos últimos quarenta anos, morreuno Recife aos setenta e seis anos de idade, num leitode hospital, onde se internara há quarenta c dois diascom osteoporose.

Morreu dormindo, minado pela penumonia, silencio­samente, como um passarinho, nas asas brancas do so­nho.

Uma vida cheia de tropeços, de sofrimento e de triun­fos, mambembando por esses Brasis, com um públicocativo em todos os Estados, principalmente em SãoPaulo, onde mais de dois milhões de nordestinos ou­viam, orgulhosos e encantados, a sua sanfona, que faziainveja aos oito baixos do velho Januário, de quem her­dou a vocação para a harmorúa, para o descante, parao teclado.

Só não herdou do velho Januário aquela vocaçãoandeja, que o conduziu a todos os cantos, criando rit­mos, popularizando a musa dos seus parceiros, cantan­do e encantando, de foz em fora.

Quando, nos idos de 1940, Luiz Gonzaga, recém-osaído do Exército, onde sentara praça, mas não ganhara

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o suficiente para comprar o seu primeiro instrumento,se revelou ao público, estava inventando o forreS, umritmo de dança mais frenético e selvagem do que oroek 'n' roll.

Corneteiro no quartel, cantava desde menino. Depoisda primeira sanfona, passou a compor, procurando osmelhores letristas do Nordeste para ilustrar suas can­ções.

Foi um dos mais requestados sanfoneiros de campa­nhas eleitorais, desde 1947 até 1964.

Nascido na cidade de Exu, no extremo norte pernam­bucano, nas vizinhanças do Ceará, foi para lá, certafeita, tentar pacificar quatro famílias de políticos quese digladiavam a bala. Conseguiu a ajuda de um bispoe rezou pela bênção do Padre Cícero, até que a pazreinou em sua terra natal.

Velado o seu corpo na Assembléia Legislativa dePernambuco, uma incalculável multidão acompanhouo seu féretro até o aeroporto, na partida para Juazeirodo Norte e Exu.

Em junho último, cantara, pela última vez, numaeadeira de rodas em Olinda. Despedia-se do canto,quando não mais podia suster a safona. Hoje, a Naçãointeira, c não apenas o Nordeste, lamenta a perda irre­parável de "Lua~', o "Gonzagão", o admirável criadorde "Asa Branca".

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.Deputado Paulo Zarzur.

O SR, SÓLON BORGES DOS REIS (PTB - SP.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados. A data de amanhã, 11 de agosto, assinalao transcurso do 167' aniversário da criação dos Cursos'Jurídicos no Brasil.

É uma efeméride digna de ser registrada nesta Casado Poder Legislativo Nacional, pelo que representa his­toricamente, pelos efeitos que a decisão do ImperadorDom Pedro I teve sobre a formação de quadros paraa alta administração pública do País, para a organizaçãodos Poderes que constituem a estrutura jurídica e paraa consistência de instituições básicas da Nação.

Analistas que examinavam, no passado recente, ainiciativa imperial de criar, logo após a Independênciado Brasil, as hoje famosas Faculdades de Direito deSão Paulo e do Recife antes Olinda chegaram a duvidardo alcance da medida, argumentando que criar o ensinosuperior 'antes de disseminar a escola primária haviasido um erro. Na realidade, a criação dos Cursos Jurídi­cos para 'organizar a Nação recém-nascida foi um atoda melhor visão de estadistas, adotado por Dom PedroL E isso o Imperador decidiu c fez por sábia e patrióticaproposta do Visconde de São Leopoldo, um brasileirode Santos, a quem devemos mais do' que sabemos ecuja memória nunca será por demais reverenciada. Mes­mo porque D. Pedro I não negligenciou a criação edisseminação da escola primária para a educação dopovo.

Foi também atendendo a outra sábia proposta domesmo Visconde de São Leopoldo flue o primeiro go­vernante do Brasil independente assinou, em 15 de ou­tubro do mesmo ano de 1827, isto é, dois meses apenasdepois do 11 de agosto, a Lei do Magistério, mandandoinstalar escolas primárias para o povo nas cidades evilas do território brasileiro. Se o 11 de agosto é lembra­do, no Brasil de hoje, como a data que assinala a criaçãodos Cursos Jurídicos em nosso País, o 15 de outubrodo mesmo ano de 1827 evoca essa outra medida deextraordinária importância na História di:> Brasil, quefoi a lei proposta, como a anterior, pelo Visconde deSão Leopoldo, sobre o ensino básico, de modo gerale a criação de escolas populares em especial.

A lei de 15 de outubro de 1827, dispondo sobre acriação do ensino básico no Brasil também tratou dediferentes outros aspectos do ensino, inclusive o rela­tivo ao professor, sua qualificação e carreira, como umverdadeiro embrião histórico do futuro Estatuto do Ma­gistério' só levado a efeito entre nós por força da LeiFederal n' 5.692, de 11 de agosto de 1971. ,

As duas leis, submetidas à sanção de D. Pedro I,pelo santista Visconde de São Leopoldo a de 11 deagosto, criando os Cursos Jurídicos, e a de 15 de outu­bro, instituindo o ensino básico se completam. A dife­rença está em que, com a renúncia de D. Pedro I,em 1831, e a conseqüente mudança do Governo, tendoa Regência que enfrentar a sedição nas Províncias que

Agosto de 1989

ameaçavam a unidade do Brasil lusitano, providenciouo Ato Adicional em 1834, mudando a Constituição Im­perial de 1824. Foi esse Ato que atribuiu às Provincias,hoje Estados desde a Proclamação da República, a res­ponsabilidade a título de prerrogativa de criar e mantero ensino destinado ao povo, consubstanciado na escolaentão chamada elementar ou primária. Por isso, os efei­tos desejados pelo Imperador, quando atendeu à sábiae patriótica proposta do Visconde de São Leopoldo,frustraram-se abrindo mão, o Governo Central, no regi­me de Império, da incumbência que antes tinha, dedisseminar a escola básica em todo o território nacional.

Ao registrar nesta tribuna a passagem de mais, umaniversário, em 11 de agosto da instituição, dos CursosJurídicos no Brasil, congratulo-me com a Nação brasi­leira, que, embora atravessando ainda fase política detransição para a plerútudc democrática, conturbada pe­las extremas dificuldades econômicas e financeiras, res­pirl,l a liberdade que lhe assegura lei.

E sob o signo democrático de 11 de agosto que oBrasil de hoje, apesar de tudo o que está sofrendo,caminha para dias melhores do seu destino. Porquevive com a garantia jurídica de sua Lei Maior, elaboradae votada por representantes livremente eleitos pelo po­vo brasileiro a Constituição democrática de 5 de outubrode 1988.

O SR. CARI"OS CARDINAL (PDT - RS. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr's e Srs. Depu­tados, em sua concepção original, consubstanciada noart. 33 da Lei Orgânica da Previdência Social (Lei n"3.807, de 26 de agosto de 1960), o auxílio-natalidade,devido à segurada gestante ou ao segurado pelo partode sua esposa ou companheira não segurada, ou depessoa designada, desde que inscrita trezentos dias an­tes do parto, consistia e importância igual ao salário­mínimo (Piso Nacional de Salários).

Entretanto, a partir do advento da Lei n' 6.205, de29 de abril de 1975, que estabeleceu o Valor de Refe­rência em substituição ao salário mínimo, a importânciacorrespondente ao auxílio-natalidade dimil)uiu substan­cialmente, sendo, hoje, inexpressivo o seu valor.

Assim, para resgatar o valor inicial dessa benesseprevidenciária, de tanta importância social, preconiza­mos, em projeto de lei, nova redação para o art. 33da Lei n' 3.807/60.

Pelas positivas repercusões de caráter social que ense­jará, apelamos a nossos dignos pares nQ sentido deque apoiem a iniciativa.

o SR, MENDES RIBEIRO (PMDB - RS. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente e ilutres Parla­mentares; em São Paulo o PT é uma queixa só, daquiloque chama de grande imprensa. Pensando bem e guar­dando a verdade, tem razão. No Executivo, o PTconhe­ce os dissabores experimentados por quantos foram outentaram ser governo, enquanto acontecia o chamado"porre da liberdade", ou seja, a perigosa caminhadasobre a tênue linha que separa o ser livre do homemresponsável.

Apenas começa a reversão de um quadro que a aco­modação e o gosto de aparentar poder pintaram comtintas ácidas, capazes de abalar o próprio contexto so­cial.

O PT surgiu da revolta. Justa, por sinal. Como justaé hoje. E dirigida contra o mesmo alvo: o poder. Poderiaser diferente? Não. Governe, existirão mandantes emandados, fermento indispensável à insatisfação.

O PT está debruçado na CUT. A CUT abeberou-sena fonte e colheu os frutos de um ensinamento tãovelho quanto a vida: a desgraça une, a riqueza separa.A dor é divisível. A alegria não. A receita quase secompleta com o óbvio, ou seja, a eterna inconformidadeda juventude e a decidida tendência de ser Esta<l. daNova Igreja, esquecendO que a antiga, pela nova contes­tada, já foi Estado, e tão mal se deu que, daquelestempos, além da Inquisição, nada deixou em seu rastro.

Faltava, porém, o principal. A autodenominada im­prensa nanica alcançar a força dos jornais tradicionais,dos grupos de comunicação. Como chegar lá? Fácil.A influência é exercida pela opinião, e o editorial perdeem força para a manchete ou "notícia ocasionalmentedirigida". O PT ganhou e ainda tem a prioridade dosbastidores, onde, se já não pode fazer tudo quantoentende, ainda pode, por exemplo, minimizar ou proje-

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Agosto de 1989

tar alguém. Agora, porém, o quadro está aberto e,até a eleição de Erundina, não estava. Ou, por outra,estava, mas contava com a conivência do pior dos cegos.O que não quer ver.

Erundina brotou da greve. Do aumento das passa­gens. Da falta de água. De teto. Da insegurança. Dadesigualdade. Da prepotência dos govcrnantes. Agora,governa. E, não sendo mágica, pede tempo para fazere espaço para mostrar que está fazendo tudo quantopode. Não conseguindo, aponta a grande imprensa, em­bora, sabidamente, a grande tenha, no seu ventre, ananica. É a vida. É a vida...

O SR. ISMAEL WANDERLEY (PTR - RN. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Dcputados, gostaria de fazer úm registro sobreo situação crítica em que se encontra a pesquisa agrope­cuária no País, que, de fato, deve merecer nossa preocu­pação, visto represcntar um retrocesso não apenas naprodução de-alimentos, mas também no desenvolvi­mento tecnológico.

Apesar de tcr aprescntado rcsultados indiscutívcis_à economia do País, com a geração de tecnologias qucpossibilitam, ano a ano, o aumcnto da produtividade,a pesquisa agropecuária não vem merecendo a contra­partida necessária à consolidação e evolução de suasconquistas.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,Embrapa, que felizmente escapou à ameaça absurdade extinção, proporcionou ao País resultados surpreen­dentes, como, por exemplo, a ampliação da área plan­tada de soja na região dos cerrados, numa iniciativapioneira e corajosa. Entretanto, é a própria Embrapao exemplo mais visível do dcscaso com que o setorvem sendo tratado pela máquina administrativa do Go­verno.

A instituição, que mantém 45 unidades de pesquisaem atividades nas cinco regiões brasileiras, há váriosanos encontra-se proibida de efetuar novas contrata­ções, em função da medida linear que atingiu as empre­sas estatais. Os problemas que daí dycorrem são vários,pois, além da necessidade gerada pela pr6pria evoluçãoda pesquisa, fatores como aposentadoria e principal­mente as dcmissões voluntárias concorrcm para pcrdassignificativas nos quadros da empresa. De fato, comos baixos salários ali percebidos, os bons profissionais,altamente qualificados vão buscando novas alternativasde trabalho. Atualmente, o pesquisador, com mais devinte anos de pesquisa e especialização no exterior,recebe pouco mais de três mil cruzados mensais, brutos,segundo dados oferecidos pelo próprio Departamentode Pessoal do órgão.

Na verdade, Scnhores, o grande prejuízo sofrido coma perda desscs profissionais qualificados s6 será sentidonos próximos anos, à medida que o nosso País for per­dendo seu podcr competitivo junto ao mdt:cado intcrna­cional. Enquanto esse problema de recursos humanosnão é resolvido, as polémicas se formam dentro e forapor pessoas que lá já estiveram e hoje não estão mais.Pouco antes de deixar o cargo, o ex-Presidente da Em­brapa, Eliseu Alves, um dos mais renomados pesquisa­dores deste País, afirmou que a "diferença entre o queo País deveria investir em pcsquisa agropecuária é muitogrande e, a persistir essa situação, ao que se vai assistir'é a inviabilização da agricultura moderna no Brasil".

Como solução para o problema, o atual Presidenteda Embrapa, Carlos Magno Campos da Rocha, depositaas suas csperanças na lei agrícola, complementar à novaConstituição, que poderá criar um fundo de pesquisascujas fontcs seriam definidas por todos os segmentosenvolvidos no setor.

Cogita-se igualmente de maior agressividade na ven­da de tecnologias obtidas, pois sem dúvida ainda nãosucumbimos em nossa posição de liderança na pesquisaagropecuária. Daí os temorcs de haver um retrocessonum patamar alcançado com tanto esforço e empenho.

Todos sabemos o quanto os pequenos produtores,de forma espccial, careccm das orientações fornecidaspelos técnicos e pesquisadores da Embrapa. Assim, con­cluo reafirmando que já existe, nos setores envolvidoscom a pesquisa agropecuária do País, um consenso so­bre os prejuízos reservados àárea, caso perdure o desca­so num setor absolutamente vital como este. O compro­metimento do sistema de pesquisa pode fazer com que

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

a agropecuária nacional se torne obsoleta,. distanciadadas bases modernas que a sustentam em outros países.

As conseqüências desse processo para o Brasil, quetem no setor agropecuário um dos mais expressivossustentáculos de sua economia, não são difíceis de ima­ginar.

Era o que tinha a dizcr.

oSR. ERNANI BOLDRIM (PMDB - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Prcsidente, Sras. e Srs.Deputados, a nossa Constituição, após 20 anos de dita­dura militar, caracterizada pela descOnsideração do es­tado de direito, vem devolvendo o brasileiro ao saudosocaminho da democracia. Paralelamente, torna-se neces­sário que o vício do autoritarismo seja também banidodefinitivamente da nossa sociedade, a qual nada maisprctcnde do que justiça por parte dos administradoresdo Pais.

A transferência para o Legislativo das atribuiçõesorçamentárias, tributárias, econômicas, financeiras,cambiais e monetárias trouxe nova esperança para opovo e mais responsabilidades para o Congresso. Afase de transição das novas prerrogativas do Congressopoderá tropeçar em entravcs iniciais a esta Casa, masa persistência na luta pela manutenção das conquistasconstitucionais certamentc levará ao atendimento dosverdadeiros anseios da sociedade brasileira.

Hoje, desta tribuna, venho trazer o mcu protestocontra atitude do Governo ao vetar o § 5' do artigo1', introduzido pelo Congresso Nacional como emcndaà Medida Provisória n' 68. O veto deixou a todos perple­xos, reacendendo a crise provocada no seio do empre­sariado de transportes em conscqüéncia do ônus finan­ceiro imposto aos contratos dc leasing, operação usadana aquisição de ônibus, caminhões, veículos, equipa­mentos técnicos e implemcntos agrícolas. A emendavetada pelo Presidcntc da República joga em cima dasclasses produtoras dcste País mais este ônus financeiro,beneficiando exclusivamente a privilegiada classe debanqueiros, em detrimento do povo.

A decisão do Congresso Nacional, ao adotar o IPCpara o reajuste dos contratos mercantis na forma deleasing, nada mais é do que aplicar o índice já utilizadopelo próprio Governo Federal nas atualizações dos con­tratos dc aluguéis residenciais. Com a extinção da OTNe da OTN Fiscal, as classes produtoras ficaram à mercêdas "cláusulas alternativas" dos contratos, privilegiandoas instituições bancárias c cmpresas de leasing ao per­mitir taxas mais altas nos contratos, se houvesse, comoocorreu, a intervenção do Estado na Economia. O queé mais grave, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Dcputados,é o descaso com a conseqüência do impacto no preçodos transportes terrestres nacionais, penalizando aindamais o sofrido trabalhador e, em muitos casos, inviabili­zando considerável quantidade de empresas.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, torna-se im­prescindível quc o Congresso Nacional, com compe­tência e soberania, corrija mais esta injustiça contraa população brasileira.

Muito Obrigado.

O SR. KOYU mA (PSDB - SP. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, muitosconflitos de natureza trabalhista poderiam ser evitadosse houvesse comunicação adequada entre empregadose empregadores, que radicalizam suas posições, comono caso de greve, por exclusiva falta dc cntcndimento.

Pois bem, com o objetivo de corrigir essa situação,a Assembléia Nacional Constituinte houve por bem in­serir, na Carta Política de 1988, em seu art. 11, normaestabelecendo que, nas empresas com mais de duzentosempregados, será eleito um representante dos trabalha­dores, com a finalidade exclusiva de promover-lhes en­tendimento direto com os empregadores.

A medida não é considerada auto-aplicável, necessi­tando de norma legal para ser colocada em prática.

Por essa razão, elaboramos proposição dispondo so­brc amatéria e estabelecendo que o representantc dostrabalhadores, que gozará de estabilidade no empregodurante sua gestão, será eleito em assembléia geral dostrabalhadores, convocada para esse fim, tendo mandatode dois anos, renovável por igual período, desde quereeleito.

A medida permitirá que os reclamos e reivindicaçõesdos empregados sejam transmitidos diretamente aos

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empregadores pclo representante, o que ensejará o en­tendimento. Seguramente, muitas controvérsias, comoa greve, a mais séria delas, serão cvitadas.

Pedimos, dcstarte, a nossos dignos pares apoio à pro­positura.

A SRA. DmCE TUTU QUADROS (PSDB - SP.Pronuncia o scguinte discurso.) - As grandes potênciasmundiais, notadamente os Estados Unidos, são con­frontadas pela súplica dos países pobres e amigos qetomaram dinheiro emprestado pesadamente, para de­pois gastá-lo desinteligentemente. E vivem os paísesendividados numa ciranda viciosa, onde nOVOS emprés­timos são utilizados para o pagamento dos velhos em­préstimos, n.uma espiral sem fim, onde uma soluçãonegociada pode parecer quase impossível.

O perdão de dívidas é um pecado, pelo menos navisão dos bancos internacionais, de onde vem a maiorparte do dinheiro consumido pelos países do TerceiroMundo. Perdão não é verbete do dicionário dos ban­queiros.

A solução para o problema da dívida externa dospaíses pobres, subdesenvolvidos ou em desenvolvimen­to (como queiram), com ccrteza é a diminuição da dívi­da. Isto é puro senso comum. Durante o Governo dorepublicano Ronald Reagan, os Estados Unidos gasta­ram muito mais do que receberam e se tornaram omaior devedor do mundo. A dívida interna dos nossosprimos ricos do Norte é algo de inacreditável. E daía espera de uma alta brutal dos juros, o aumento subse­qüente dos custos de empréstimos para nós outros, coma ameaça do malogro das negociações e das possibi­lidades de benefício aos devedores. O déficit do comér­cio norte-americano está provocando o protecionismoexagerado, dificultando a exportação de mercadoriase produtos dos países envidividados para aquele impor­tante mercado.

No maldito FMI, uma impressionante dívida de US$1 trilhão e 300 bilhões tem espalhado o sofrimento noTerceiro Mundo, enquanto em sua sede, em Washing­ton, a insensibilidade dos executivos tem levado paísesà ruína e à instabilidade social.

Mas o que.é essc FMI que nos atordoa, amedrontae revolta?

Não é, mas deveria ser uma cooperativa internacionalcom 151 sócios, ajudando e beneficiando esses países.No entanto, o Fundo Monetário Internacional tem umfigurino único para todos os países em crise, aplicandoa velha fórmula do arrocho salarial, gerando o desem­prego, liberando os preços, violentando a soberanianacional, numa autêntica política de bomba de nêu­trons, que só destrói seres humanos. Os países caemnas garras do FMI na exata propofção em que a classedirigentc deles é i!1competente c corrupta. Ou seja,qualquer semelhança com o Brasil não é mera coinci­dência.

Desde que foram fundados em 1944, já no ocasoda Segunda Grande Guerra, o Banco Mundial, queé provedor de recursos para projetos, desfruta muitomelhor reputação que seu vizinho em Washington, omalsinado Fundo Monetário Internacional, que funcio­na como soturno banco central, aceitando depósitose fazendo empréstimos leoninos aos países necessitados.

O Banco Mundial empresta para a construção depontes, de estradas, de hospitais, de escolas, coisas ele­mentares e que dizem diretamente ao bem-estar daspopulações carentes, enquanto o FMI semcia o descon­tentamento social, a confrontação política e a instabi­lidade institucional nos países que monitora, com cuida­dos de bedel e inequívoca arrogância.

Por quc o Fundo nos vigia e nos apoquenta de taI"forma? Porque estamos com déficits brutais, inaceitá­veis e que podem ser dcbitados à alta artificial do câm­bio, o que incentiva compras no exterior, preços irrazoá­veis de produtos internos e dos combustívcis, encora­jando o consumo e desencorajando à exportação. Obrasfaraônicas (a ferrovia do aço é exemplo) que consomemum enorme capital, mas empregam pouca gente durantecurto tempo, sem retorno financeiro ou social, alémda corrupção que corre solta e grossa em todos os esca­lões e do inchaço da máquina adminstrativa, com exces­so de barnabés, califas e "aspones", sugadores invete­rados das burras do Tesouro. E tudo isso se alimentade empréstimos, mais empréstimos, novos emprésti- ­mos.

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}5!O_ ~exta-feira 11

Países pobres, como o Brasil, têm a tendência dejogar o peso da dívida externa nas costas dos mais po­bres, os que têm, exatamente, menos condições de so­frer e suportar, pois que não têm respaldo político esão obrigados a apertar os cintos. Isso não está previstona teoria econômica: o progresso com o sofrimentodas camadas majoritárias da população.

O pagamento de nossa dívidà é problema de longotermo, mas o FMI tem a vocação do agiota, pensandoem curto prazo, mais apropriado para os países ricose industrializados, justamente os que não se aproximamdo Fundo. E a vocação dessa cooperativa internacional,injusta e insensível, está obrigando os países subdesen­volvidos a negligenciar a educação, a saúde, a moradia,os transportes coletivos e outras necessidades básicasem nome da manutenção da produção competitiva, comsalários congelados, aviltados até as raias do desrespeitoà dignidade humana. Defende o FMI o cancelamento,dos subsídios, que os seus economistas enxergam comoresponsáveis por déficits públicos, esquecendo-se, toda­via, de que esse instituto alimenta os pobres de taispaíses com o pão, a farinha de trigo, o leite, o milho,etc. E o desemprego nesses países cresceu de formaestúpida, pela facilidade com que se altera a balanç~

comercial, diminuindo importações, cortando investi­mentos e desestimulando o consumo interno.

Menos influência dos Estados Unidos no FMI, emsuas diretrizes, em sua ação, em seu comportamento.Isso, certamente, poderá facilitar as soluções, deixandode atingir a soberania dos países endividados, que jámostram sinais de fadiga, já que o Fundo tende aoscredores e não aos devedores.

Fomos levados ao FMI por mãos daqui mesmo. Pelamá gestão governamental, pela corrupção, pelo descasoe pela má fé. Devemos US$ 112 bilhões, amargamosuma inflação de três dígitos, e só não nos precipitamosno abismo porque já roubaram o abismo.

Resta um apelo ao bom senso dos primos ricos doNorte, e, quem sabe, uma oração a Santa Edwirges,a padroeira dos endividados: "Perdoai as nossas dívi­das".

o SR. CARLOS VINAGRE (PMDB - PA. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, realizou-se, em junho último, no Recife,O VI Encontro Nacional de Coordenadorias, Conselhose Entidades de Pessoas Portadoras de Deficiência, paradiscutir o problema diante da nova legislação, a partirdos dispositivos constitucionais que disciplinam a maté­

.ria. Participaram do evento as mais diversas entidadesrepresentativas desse segmento'social, nos planos nacio­nal, estadual e municipal. Contou ele também com otrabalho de grupos específicos, analisando e discutindoos diversos projetos sobre a matéria, em tramitaçãono Congresso, dentre os quais uma proposição de nossaautoria, que disciplina o salário mínimo para os defi­cientes e os idosos e regulamenta o art. 203, item V,da Constituição.

Queremos, nesta oporturndade, agradecer as referên­cias elogiosas que nos foram feitas, em amável comuni­cação, por Dona Maria Goretti de Godoy Sousa, Presi­dente do Conselho Estadual de Apoio às Pessoas 'Porta­doras de Deficiência, bem como incorporar, oportuna­mente, àquela proposição, as sugestões apresentadasnesse importantíssimo encontro.

Aceitamos a idéia de apoiar iniciativa análoga doSenador Jutahy Magalhães, reconhecendo mais apro­priada sua terminologia, bem como as emendas suge­ridas durante aquele encontro, a partir da ementa queficaria com a seguinte redação:

"Concede o benefício de um salário mínimo àspessoas portadoras de deficiência e aos idosos, nascondições que especifica."

Apoiamos, igualmente, a alteração dos arts. 2' e 4',para ser-lhes dada a seguinte redação:

"Art. 2' A renda familiar per eapita de um sa­lário mínimo configura a impossibilidade de manu­tenção da pessoa portadora de deficiência e doidoso.

Art. 4' Será competência do INPS, custeadopela seguridade social, o pagamento do salário mí-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

nimo, vedada a acumulação com quaisquer outrosrendimentos provenientes dos cofres públicos."

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados.

O SR. CHAGAS NETO (PMDB - RO. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,há pessoas que, por seu altruísmo, competência e espí­rito público, deixam marcas indeléveis de ~ua passagempela Terra, merecendo scr lembradas pelos pósteros.

Um desscs seres, indubitavelmente, foi o Cel. JorgeTeixeira de Oliveira, que, quando Governador do Esta­do de Rondônia, teve como meta fundamental o bem­estar da população daquela unidade federada.

Foi ele um dos principais vultos da história do Estadode Rondônia, alterando seu perfil econômico, com aênfase que proporcionou ao desenvolvimento do comér­cio e da indústria. Durante a sua profícia gestão, conso­lidou a agricultura regional, realizando obras de infra­estrutura, assentamento de colonos e assistência técni­ca. creditícia e social na zona rural.

Em verdade, por tudo que fez em benefício do Estadode Rondônia, o Governador Jorge Teixeira de Oliveira,recentemente falecido. não será esquecido pelo' povodaquela unidade federada. A esta altura, pretendemosprestar-lhe singela homenagem, emprestando seu ilus­tre nome à usina hidrelétrica de Samuel. naquele Es­tado.

Nesta conformidade, elaboramos proposição contem­plando a espécie, para a qual, desta tribuna, pleiteamoso apoio de nossos ilustres pares.

O SR. ASSIS CANUTO (PFL- RO. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,nos últimos dias 6, 7 e 8, realizou-se o I Encontro dosEmpresários da Amazônia, ocasião em que foram deba­tidos e analisados os problemas decorrentes da ocupa­ção da Amazônia.

Durante o evento, vários conferencistas e cientistasfizeram exposições de temas do mais alto interesse paraa Amazônia e para o Brasil. Ao final foi elaboradoe aprovado um docuemnto denominado Carta do RioNegro, da qual solicito transcrição nos Anais desta Ca­sa, para conhecimento dos interessados.

Participei ativamente dos debates ali travados e consi­dero que a "Carta de Rio Negro" elencou uma sériede providências e iniciativas que, se implantadas, propi­ciarão o desenvolvimento econômico da região sem adegradação do seu meio ambiente.

Desejo, pois, congratular-me com os organizadores,promotores e participantes de tal evento, por sua altaimportância para nossa região e para o Brasil.

MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR:

CARTA PEDE ESTRADA ATÉ O PAcíFICO

Manaus - Os empresários da Amazônia, reunidosdurante dois dias em Manaus, aprovaram ontem a "Car­ta da Amazônia'". um documento onde proclamam serimprescindível a adoção de uma política 'de desenvol­vimento para a região voltada para promover a atuali­zação do zoneamento geoeconômico e ecológico.

Acreditando interpretar os sentimentos da sociedadeamazônica, efetivamente comprometida com o desen­volvimento e o progresso da região, conhecedora porvivência própria dos aspectos da questão ambiental,vem de público expressar sua visão do problema, intro­duzir dados racionais e factuais em sua discussão e,através deste documento, definir o seu posicionamentoe a estratégia de atuação, agora e no futuro.

Assim sendo, manifestam a firme convicção de quealguns princípios básicos devem nortear nossos traba­lhos, entre eles:

1 - A Amazônia representa mais da metade do terri­tório brasileiro; é a maior floresta tropical do mundopossui, no mínimo, 50 por cento do potencial hidrelé­trico do Brasil; é detentora de 12 milhões de hectaresde várzeas e de terras férteis, com 25.000 km de riosnavegáveis; é a maior província mineral do mundo enela habitam cerca de 16 milhões de pessoas.

2 - O seu desenvolvimento é uma necessidade impe­riosa e seu processo irreversível.

3 --'- A sua integração ao process,o produtivo do Paísé imperativa, assim como a sua ocupação, de formaordenada, adequada e inteligente.

Agosto de 198~.4 - A utilização de seus recursos é um desafio, pelas

suas condições peculiares, pela heterogeneidade de seusecossistemas múltiplos, únicos e diferenciados.

5 - O desenvolvimento da Amazônia importa emconhecimento de suas riquezas c potencialidades. atra­vés de pesquisa para não incorrermos em erros já prati­cados aqui e em outros países, que promoveram o de­senvolvimento a qualquer custo.

6 - A proposta brasileira para a Amazônia deverápromover a atualização do zoneamento geoeconômicoe ecológico da região e que especifique as áreas depreservação, as áreas de utilização dos recursos naturaisexistentes. as áreas de utilização convencional e as áreasde reservas indígenas. respeitados os multivariadosecossistemas.

7 - Os programas devem ser flexíveis. estabelecendometas e ações à medida que forem sendo adquiridasexperiências e conhecimentos, não se podendo estabe­lecer um tipo de comportamento invariável e monolíticoque nos faça reincidir no erro de destruir primeiro parareconstruir depois.

8 - Os mitos e falácias devem ser desmistificados.tais como: pulmão do mundo, filtragem do C02, terraarrasada, futuro deserto, destruição da camada de ozô­nio, efeito destruidor da queimada e outros.

9 - O bloqueio econômico aos nossos produtos éum fato real e ameaçador que está a exigir posiçõesfirmes e atitudes urgentes e enérgicas.

10 - O desenvolvimento da região não pode abdicarda utilização das vias navegáveis integradas às ferroviase rodovias transitáveis durante todo o ano e que tambémbusquem a integração do Brasil com os países vizinhos.

Dentro dessa realidade, chegam às seguintes conclu­sões:

a - Devemos esclarecer à opinião pública mundialquanto à impropriedade de quaisquer formas de blo­queios econômicos contra o Brasil sob o pretexto daproteção ambiental. O que se impõe é o encontro dealternativas tecnológicas e de financiamento. capazesde assegurar a continuidade da melhora dos padrõesde vida da população regional, atendidos os justos recla­mos de conservação do meio ambiente.

b - É preciso promover ajustamentos requeridos pe­la política indigenista de respeito à preservação dosvalores da cultura indígena, sem jamais abdicar da sobe­rania nacional.

c - A região requer, para efetiva conservação de seumeio ambiente, a colaboração técnico-científica e finan­ceira nacional e internacional.

d - Especial apoio deve ser assegurado às univer­sidades e demais instituiçõcs de pesquisa científica etecnológica existentes na região, configurando, assim,resposta objetiva às sociedades nacional c internacionala rcspeito das reais possibilidades de descnvolvimentoda Amazônia.

e - A região não pode abdicar da complementaçãodas infra-estruturas energética, de transportes e de tele­comunicações. Vê também com justificada preocupaçãoas ameaças a iniciativas como a antiga aspiração deligação da região ao Pacífico e Caribe, pelo prolonga­mento da BR-364 e BR-I74 e à construção de novashidrelétricas - plenamente viáveis, desde que prece­didas de cuidadoso planejamento ambiental. Por suavez a concessão de incentivos fiscais e creditícios à re­gião deve ser mantida, requerendo apenas para melhoratender suas finalidades, ajustes e correções.

f - Devem estreitar vínculos com os empresários devizinhos países amazônicos, para estimular a integraçãoeconômica, social e cultural.

g - O I Encontro dos Empresários da Amazônia de­cidiu promover a criação do Conselho Empresarial daAmazônia, integrado por representantes das diversasentidades empresariais que atuam na região, ao qualcaberá acompanhar o processo de desenvolvimento daAmazônia, atuando no sentido de seu estímulo perma­nente e servindo de fórum de debates.

o SR. JAYME PALIARIN (PTB - SP. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,ao ocupar a tribuna desta Casa, quero congratular-mecom o povo e autoridades de Jaú, em São Paulo, pelotranscurso do aniversário da cidade, no dia 15 de agostopróximo passado.

O surgimcnto de Jaú, Sr. Presidente, ocorreu no dia15 de agosto de 1853, quando um grupo de moradores

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.Agosto de 1989

da região organizou uma comissão que pretendia tratarda fundação de um povoado. Ficou resolvida, depoisde prolongados estudos e ponderações, a formação deum povoado entre a inargem esquerda do rio Jaú ea direita do córrego da Figueira.

Ó desenvolvimento do povoado foi çontínuo, tantoque dentro de poucos anos foi elevado à Distrito dePaz. Vários moradores de outras regiões do Estado,rumaram para Jaú, com a finalidade de lá se estabe­lecerem.

Sua elevação à categoria de cidade, ocorreu no dia6 de feverciro de 1889, através da Lei n' 6, do mesmoano.

Jaú é hoje um Município em franco desenvolvimento,contribuindo de forma substancial para o crescimentoda economia do Estado de São Paulo.

Quero, mais outra vez, ao encerrar este pronuncia­mento, congratular-me com o povo e autoridades deJaú, pela passagem de mais um aniversário de sua cida­de.

Era o que tinha a dizer.

O SR. EVALDO GONÇALVES (PFL - PB. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, SI" e Srs.Deputados, a Paraíba vai bem, em termos de comuni­cação social. Bons jornais circulam diariamente, cobrin­do todo o Estado, guardando excelentes níveis quantoà parte técnica e ao contcúdo redacional. O mesmose pode dizer com relação ao funcionamento dos veícu­los de radiodifusão. Hoje, todo o território paraibanoconta com a presença de emissora de rádio, operandoem FM e AM, dando conta do que acontece no mundoda notícia, da mw.sica e dos esportes. Difícil· mesmoé alguém se isolar, tal a massa de informações trans­mitida por esses instrumentos da comunicação social,falados e escritos.

Para complementar esse quadro, há pouco menos-fie cinco anos, foram implementados os sistemas de. televisão, que hoje cobrem todo o Estado, divulgandoos sinais produzidos no País. As redes Globo, TVS,Bandeirantes e Manchete chegam bem à Paraíba. So­mos também uma"Aldeia Global", na acepção de quenão existem fronteiras, em termos de comunicação so­ciaL Merecem registro especial os esforços das empresasparaibanas, na pessoa de todos os seus integrantes, nosmais diferentes níveis, visando à implantação e preser­vação de toda essa infra-estrutura de comuni"ação. Ci­tar nomes seria, inevitavehnente, incidir no risco dasomissões perigosas.

Todavia, cumpre-me, por dever de justiça, registrarum fato sobremodo auspicioso: a qualidade dos progra­mas noticiosos de iniciativa e de caráter locais. E aTV Paraiba e Cabo Branco com os jornais "Bom diaParaíba" e "Jornal da Paraíba", diariamente, e a TVO Norte, com seus noticiosos vibrantes e, agora, como programa "Status", da responsabilidade dos compe­tentes jornalistas Abelardo Jurema Filho e GerardoRabello. São espaços de audiência cativa e dizem muitobem do nível do jornalismo paraibano.. Quero registrar, Sr. Presidente, nos Anais da Câma­ra, todos esses fatos que engrandecem a Paraíba, con­gratulando-me com os que fazem a comunicação socialno meu Estado, notadamente com os jornalistas Ge­rardo Rabello e Abelardo Jurema Filho pela excelenteiniciativa do programa "Status", ponto alto, inegavel­mente, da programação atual da televisão paraibana.

Quando tanto se fala nos desserviços que, lamenta­velmente, alguns programas de TV causam, nos diasde hoje, os objetivos a que se propõe o programa "Sta­tus", da TV O Norte, de João PeSsoa, informando efazendo telejornalismo com seriedade e isenção, consti­tuem fato da maior relevância, a que não pode deixarde emprestar aplausos o Congresso Nacional.

Faço-o na certeza· de que interpreto os anseios daboa gente paraibana. Que fique o registro como exem­plo e lição para as gerações futuras. Parabéns à TVO Norte e aos que fazem o programa Status.

- -.- -_.-O SR. LÉZIO SATHLER (PSDB - ES. Pronuncia

o seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,a raiva é um dos piores inimigos do rebanho bovino,porque tão mortal quanto o veneno de cobra, conhe­cendo apenas, como eficaz, o eombatc preventivo, pelavacina.

A doença está-se alastrando, ruinosamente, no nortedo Espírito Santo, produzindo enormes prejuízos, não

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

apuradas, ainda, as causas desse surto verdadeiramenteepidêmico que produz graves prejuízos econômicos emtodo o Estado.

Sabe-se que a doença é transmitida por um morcego,e são eonhecidos os processos para destruí-los, bastandoque o Ministério da Agricultura se disponha a tomaras providências necessárias, mobilizando o pessoal eos recursos para uma campanha de erradicação da mo­léstia, a partir da destruição do seu principal vetor.

Paralelamente, é preciso difundir, pelos processose meios de divulgação mobilizáveis, no meio dos pecua­ristas, os métodos de combate à praga.

A imprensa capixaba divulgou, recentemente, quea Empresa Espírito-santense de Pecuária (Emespe) de­verá receber trinta mil doses de vacina contra a raivabovina, quantidade considerada suficiente para a vaci­nação dos animais, distribuídas entre as propriedadesonde se detectaram focos da doença.

As primeiras cinco mil doses chegaram no princípiodeste mês, enquanto se assegura, na Emespe, que estãosob controle todos os quarenta e sete focos registradoseste ano.

Preocupa-se esse órgão com a recusa dos laboratóriosem atender ao fornecimento do preventivo, alegadaa defasagem de preços, congelados desde o início doPlano Verão.

Esse obstáculo pode ser facilmentc vencido, se o Go­verno estender sua política de liberação de preços aessa e outras vacinas de aplicação animal, em defesada própria produção pecuária.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados.

O SR. ROBERTO BALESTRA (PDC - GO. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, recentemente abordamos, nesta tribu­na, o problema da exportação de madeira em toras,demonstrando'a significativa perda para a nossa econo­mia resultante da não-agregação do fator beneficiamen­to, cuja utilização implica emprego de mão-de-obra na­cionaL

AQ encontro das nossas considerações, recebemos,do Sindicato dos Marceneiros do Estado de São Pauloe de várias entidades representativas da indústria madei­reira, como de diversas entidades de trabalhadores noramo do mobiliário do País, ponderáveis consideraçõesque demonstram a necessidade urgente de proibir essaexportação, desastrosa para os interesses nacionais.

Salientam essas representações patronais e de empre­gadorcs, cm abaixo-assinado encaminhado ao Presiden­te da República, que a abertura de exceção para a expor­tação de toras resultantes de projetos hidrelétricos éapenas um biombo para a saída de madeira nobre, nãobeneficiada, das mais diversas áreas da Amazônia, vejaque é impossível a fiscalização da saída de madeirain natura, pela extensão do território e pela dificuldadede se comprovar a espécie embarcada e sua procedên­cia, pois a madeira não nasce "com etiqueta".

Essa saída atinge diretamente os exportadores de ma­deira industrializada, reduzindo a oferta no mercadointerno e elevando os preços; importa ainda na restriçãodo mercado de trabalho e na perda de divisas parao País, pois o produto industrializado custa dez vezesmais no mercado internacional.

Além disso, a exportação da madeira bruta acelerao desmatamento, constituindo uma ilegalidade, nãoobedecendo o corte às regras de seletividade e de mane­jo racional, que previnem o desmatamento indiscrimi­nado.

Acresce a circunstância de que a madeira provenientede usinas hidrelétricas tem condições para ser exploradapela indústria nacional, desde que haja planejamentoadequado, com antecedência de quinze anos.

Essa permissividade representa uma involução a1973, afrontando princípios primários de defesa dos nos­sos recursos naturais.

Por isso esperamos providências urgente do Governo,impedindo a exportação, a qualquer título, de madeiraem tora.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados.

O SR. UBIRATAN AGUIAR (PMDB-CE. Pronun­cia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, recebemos ontem, na Comissão de Educa-

Sexta-feira 11 7511

ção, Cultura, Esporte e Turismo, a visita de uma delega­ção e professores municipais do Ceará, tendo à frenteo Presidente do Sindicato dos Professores, Prof. FaustoArruda, que veio a Brasília denunciar junto ao Mins­tério da Educação e ao Congresso ?'jacionaI uma PolíticaSalarial, posta em prática nos dias atuais, que aviltaa pessoa humana e depõe contra o desejo de se terum ensino de qualidade no País.

Os dados que nos foram mostrados retratam umarealidade com a qual não podemos mais conviver nemconcordar: professores recebendo um salário mensalde NCz$ 6,00 (seis cruzados novos).

Disseram-nos do abandono em que se encontram asescolas: prédios necessitando de restaurações, falta dematerial de consumo, inexistência de livros e materialdidático, da merenda escolar, enfim, uma situação decaos, que chega ao limite do insuportável.

Ouvimos o depoimento dos mestres, ao lado de com­panheiros da Comissão, como os Deputados Celso Dou­rado, Sólon Borges dos Reis e Paulo Delgado.

Diante de tudo que nos foi dito e mostrado, outraalternativa não nos resta senão a de urgenciar a votaçãodo Plano de Carreira do Magistério e a fixação do PisoSalarial profissiona.1, nos termos da competência quenos foi conferida pela Constituição.

Por outro lado, é imperioso que se diligcncie no senti­do de que a distribuição da renda, prevista na CartaMagna, seja operacionalizada, permitindo que os trêspontos percentuais, acrescidos ao Fundo de Participa­ção dos Municípios, cheguem ao Município sem esca­moteações e em tempo recorde, de forma a fortalecê-loe proporcionar-lhe condições mínimas necessárias a as­sumir os encargos que lhe foram cometidos.

Desejo, por fim, anexar a este pronunciamento, paraque dele faça parte integrante, o ofício que nos foiencaminhado pelo Sindicado dos Servidores Públicoslotados nas Secretarias e de Educação e Cultura doEstado do Ceará e nas Secretarias e Departamentosde Educação e Cultura dos Municípios do Ceará.

Era o que tinha a dizer.

OFÍCIO A QUE SE REFERE O ORADOR:

SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOSLOTADOS NAS SECRETARIAS DE EDUCAÇÃO

E DE CULTURA DO ESTADO DO CEARÁE NAS SECRETARIAS OU DEPARTAMENTOS

DE EDUCAÇÃO E/OU CULTURADOS MUNICÍPIOS DO CEARÃ

Brasília, 9 de agosto de 1989Exmo. Sr.Deputado Ubiratan AguiarDD. Presidente da Comissão de Educação da Câmarados DeputadosNesta

Senhor Deputado,Em recente divulgação do IBGE o Estado do Ceará

foi citado como possuidor da taxa de 45 % de analfa­betos.

Esta triste marca tem como causas acumuladas oabandono da educação em nosso País, o descaso paracom o Nordeste e o despreparo de nossos gestores muni­cipais.

O Magistério Municipal quase sempre é tratado numasituação subumana, num sério desrespeito aos direitoshumanos e à Constituição Federal recentemente pro­mulgada no Brasil.

Enquanto o Congresso Nacional aprova um saláriomínimo para todo seu territ6tio de NCz$ 192,88 (centoe noventa e dois cruzados novos e oitenta e oito centa­vos) alguns municípios do Estado do Ceará pagam NCz$4,00 (quatro cruzados novos), NCz$ 6,00 (seis cruzadosnovos) e 12,00 (doze cruzados noy"os) como nos casosde Itarema, Umari e Capistrano respectivamente.

Quando da realização do 50 Congresso da Confede­ração Sindical Mundial do Ensino tivemos oportunidadede comp~rar nossa,situação com a dos países da AméricaLatina, Africa e Asia e não foi preciso muito esforçopara concluir que temos o menor salário e um dos maio­res índices de analfabetismo do mundo ao lado da maiordívida externa do Terceiro Mundo.

As mobilizações permanentes dos professores Muni­cipais; as paralisações que surgem quase que diaria­mente; a grande Exposição da Miséria da EducaçãoCearense, realizada no centro de Fortaleza no último

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7512 Sexta-feira 11- ~

5-8-89, mostram que os professores municipais não acei­tam mais estc quadro e estão dispostos a mudá-lo, custeo que custar.

Exigimos, portanto uma posição da Câmara dos De­putados por sua Comissão de Educação diante desteabsurdo. A nova Lei de Diretrizes e Bases não podedcsconheccr esta realidade.

Neste ensejo queremos denunciar o não repasse doSalário Educação devido ao Estado e aos Municípios,ao mesmo tempo em que registramos o nosso repúdiopelo atraso de sua remessa que tanto prejuízo tem causa­do ao funcionamento das nossas escolas.

Na certeza de que a vinda de nossa delegação à Bra­sília deixará plantada a semente da reversão da situaçãoque ora enfrentamos, subscremo-nos mui respeitosa­mente.

Saudações, - Prof. Faust~Aguiar Arruda Filho, Prc­sidente

O SR. LEONEL JÚLIO (PPB-SP. Pronuncia o se­guinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" Srs. Deputàdos,venho a esta tribuna reclamar da mórosidade na aprova­ção de projeto de minha autoria, que tira a primariedadepara crimes hediondos e perversos. Não tcm cabimentoficar scm punição o bandido que pratica crimes cruéis- a exemplo do seqüestro e roubo - principalmentequando tira a vida de pcssoas sérias e trabalhadoras.Temos de somar esforços para eliminar o mal pela raiz,rctirando de nossas cidades vândalos que causam des­graça e tristeza a infelizes famílias.

O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Pronuncia o seguin­te discurso.) - SI. Presjdente, Srs. Deputados, nossopronunciamento é para registrar a presença na Casa,hoje pela manhã, do Presidente da Caixa EconômicaFederal, o Sr. Paulo Mandarino, que, quando por nósinterpelado, respondeu que o crédito educativo, queestava preocupando milhares e milhares de estudantes,já está liberado, pelo menos para os próximos seis me­ses.

Quanto à questão do FGTS, o mesmo nos respondeuque também tem o entendimento de que as correçõesdevem ser mensais, e não trimestral, como é hoje.

Quando também lhe perguntamos sobre as transfe­rências dos imóveis serem automáticas, sem prejuízodos contratos originais, a resposta foi que ele tambémé a favor, principalmente para os trabalhadores de baixarenda, e mesmo daqueles inadimplentes com baixossalários se posiciona contra a retirada dos imóveis.

Finalmente, Sr. Presidente, quando questionamos amá administração do FGTS, com a distribuição dosrecursos para os amigos do Rei, Presidente da Repú­blica, a resposta final foi que ele não poderia responderpelas gestões passadas, mas que na sua gestão isto nãoestá acontecendo.

Houve também concordância quanto ao FGTS serusado somente para construção em benefício dos sem­tetos e para infra-estrutura dos conjuntos habitacionais.

A discordância maior continua sendo, Sr. Presidente,entre n6s e os administradores do Fundo quanto aorendimento; nós entendemos que ele deve ser equiva­lente ao dá poupança e eles, não.

A discussão continuará na próxima quarta-feira, naCaixa Econômica Federal, quando, juntamente como movimento sindical, tentaremos convcncer a CEFsobre a nossa posição, também no sentido de facilitara retirada do FGTS, e não como está proposta, coma criação de mais obstáculos.

Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

O SR. JOSÉ MARIA EYMAEL (PDC - SP. Pronun­cia o seguiu te discurso.) - Sr. Presidente, Sr' , Srs.Deputados, volto a esta tribuna para, mais uma vez,encarecer a absoluta necessidade de um novo trata·menta ao problema habitacional. em nosso País.

Sem casaSem tetoSem moradiaNão há segurançaNão há esperançaNão há mesmo,Condição para a dignidade humana!É importante, é 'urgência inarredável uma nova polí­

tica habitacional, ampla profunda, dinâmica e capaz,.plenamente capaz, de satisfazer esta necessidade básicado homem: o abrigo da casa.

DIÁRIO DO CONGRESS9 NACIONAL (Seçáo I)

Neste contexto, volto a afirmar, como já o fiz ante­riormente, a evidente necessidade de serem aplicadosos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,de forma plena, em invcstimcntos habitacionais.

Registro, também, minha convicção, enraizada, deque construir casas para as populações de baixa rendaconsiste mesmo cm um serviço público tão ou maisimportantc que saneamento, iluminação, água, etc.

Pode o homem sofrer a carência de alimentos, deeducação, de assistência médica, de transportcs...

Mas, quando lhe falta o teto, lhe falta tudo...O teto, a casa, a moradia,É condição fundamental de vida.É condição fundamental de cidadania.É coudição fundamental para a dignidade humana.Peço, assim, como Deputado Federal c como demo-

crata cristão, que o Sr. Presidente da República, notempo que ainda lhe resta, coloque entre as metas prio­ritárias de seu Governo um novo caminho, uma novapolítica habitacional, cujo lema seja:

Moradia: imperativo da dignidade humana!

O SR. PEDRO CANEDO (PFL - GO. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Depu­tados, o municipalismo brasileiro, depois de um fastígiode quase trezentos anos, iniciado na primeira metadedo século XVI, prosseguindo com a Constituição de1824, passou a sofrer restrições com o Ato Institucionalde 1834, sem quc as sucessivas Constituições republi­canas restaurassem, na primitiva integridade e compe­tência, a autonomia dessas unidades sociais e políticasque se constituem no fundamento primeiro da naciona­lidade e na insubstituível base do sistema federativo.

O Município brasileiro, surgido nos moldes das Orde­nações Manuelinas, é a primeira organização econô­mica, social, financeira, administrativa e política da nos­sa História, sendo as Câmaras de Vereadores o embriãodos Poderes Legislativo, Executivo e mesmo Judiciário,no período colonial.

Se tivemos, no início da Colonização, a vigilânciados capitães-vigias-de-costa, o comando dos capitães·mor e a criação de feitorias como instrumentos de ocu­pação estratégica- sem nenhuma organização adminis­trativa, consideradas simples "estações de arribada àsnaus" - as primeiras capitanias, instituídas hereditaria·mente, não passaram de caminhos para a aventura dolucro, prosperando algumas graças à monocultura cana­vieira.

Quem primeiro revelou inteligente ânimo de ocupa­ção e organização administrativa, como primeiro Go­vernador das partes do Brasil, foi Cristóvão Jaeql1es,que, a partir das cinco caravelas fundeadas em Peman­buco, fcz reconstruir a Feitoria de Itam!lracá, conver­tendo-a depois em aldeamento, promovendo-a a Vilae Cidade, construídas a Igreja, a Cadeia, a Cãmara,a Alfândega e erigido o Pelourinho, no fim do primeiroquartel do século XVI, de quando data a nossa primeiraCâmara de Vercadores.

Depois, de 1530 a 1553, Martin Afonso de Souzaconstrói um forte e monta uma forja e oficina na Praiade São Cristóvão, no Rio de Janeiro, para, em seguida,fundarem a Vila de São Viccnte, primeira Capital brasi­leira, sede de todo o poder colonial.

Càpitão-Mor e Governador das terras do Brasil, to­dos lhe deviam obediência, em nome do Rei, caben­do-lhe a execução, em alguns casos, da pena de morte,sem apelação ou agravo.

Foi ele que, depois de edificar a Casa aa Câmara,aIgreja, a Alfândega, um Forte e o Pelourinho, nomeouoficiais para administrar a Justiça e convocou os "ho­mens bons" para proceder à eleição dos Vereadores,instalando nosso primeiro núcleo civil de administraçãocolonial no Município de São Vicente.

Verifica-se que as primeiras autoridades eleitas noPaís foram os Vereadores, embora não votassem nasua escolha os naturais da terra, até que, em fevereirode 1533, o índio João Ramalho foi nomeado Capitão­Mor-de-Campo da Vila de Santo André.

Somente depois é que D. João II dividiu o País emCapitanias, valendo salientar que, como autoridadescivis, os Vereadores antecederam aquelas autoridadesnomeadas pelo Rei de Portugal.

Assim, nos meados do século XVI, as Câmaras Muni­cipais de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e

Agosto de 1989>

Bahia demonstravam o fato assinalado pelo historiadorMax Fleiuss, segundo o qual "o Município é, propria­mente, o primeiro núcleo da nossa administração civilnos tempos coloniais". .

Se o sistema das Capitanias fracassou e os Vice-Reispouco obtiveram, no sentido da organização adminis­trativa brasileira, o mesmo ocorrendo com os Governa­dores-Gerais, o País continuou a estruturar-se comoNação, graças às Câmaras Municipais.

Assiuala, a propósito, aquele autor:

"Os Vereadores tinham a seu cargo todo o regi­mento da terra e obras do Conselho; não podiamexcusar-se sem justa causa, compareciam, bimen­salmente, à Vereança, tomavam conta aos Procura­dores e Tesoureiros do Conselho e despachavamcom os juízes sem apelação, os feitos de injúriae pequenos furtos; administravam os bens do Con­selho, tinham jurisdição sobre caminhos, chafari­zes, pontes, calçadas, etc., proviam posturas, taxa­vam oficiais mccânicos, jornaleiros, mancebos emoças de soldada, tudo o que se comprava e ven­dia, com exceção de pão, vinho e azeite, pagavamordenados a fiscais, cirurgiões, boticários, despesascom os presos e degredados, mas só podiam man­dar fazer obras por meio de pregão e lançar vintascom licença do Corregedor, regente ou governa­dor."

Vê-se, portanto, que nossos primitivos legisladoresexerciam não apenas funções legislativas, mas adminis­trativas e de Ministério Público, nomeando seus repre­sentantes e procuradores perante as Cortes.

A presença das Câmaras Municipais também aparecenos arts. 167 a 169 da Constituição de 23 de marçode 1824, que ordenavam o seu funcionamento em cida­des e vilas, eleitos os Vereadores, conferida a Presi­dência do Legislativo ao mais votado, como previa uma"lei regulamentar", estabelecendo "o exercício de suasfunções municipais, formação das posturas policiais,aplicação das suas rendas e todas as suas particularese úteis atribuições."

Eutretanto, o Ato Adicional de 1934 restringiu a au­tonDmia municipal, para emprestar atribuições da edili­dade às Assembléias Provinciais, que passaram a legis­lar sobre desapropriação por utilidade municipal, polí­tica e economia municipal, fixação das dcspesas munici­pais, a criação, sospensão e nomeação para empregosmunicipais.

Esse retrocesso do municipalismo brasileiro atenuou­se com a Constituição Provisória de 1890, cujo art.67 declarava:

"Os Estados organizar-se-ao por leis suas, sobregime municipal, com estas bases:

l'-autonomia do Município, em tudo o querespeitar ao seu peculiar interesse;

2' - eletividade da administração local."

O art. 69 asscgurava a auto-organização dos Estados,respeitados os peculiares interesses do Município, sendoque a violação da sua autonomia implicava intervençãofederal no Estado responsável.

Com a Revolução de 1930, os Prefeitos passarama ser nomeados pelos interventores estaduais, restau­rada a autonomia pela Constituição dc 1934 e nova­mente cassada pela Carta de 1937.

Jamais foi aplic~do o seu art. 26, que dizia:

"Os Municípios serão organizados de forma aser-lhes assegurada autonomia em tudo quanto res­peita ao seu peculiar interesse, e especiahnente:

a) à escolha dos vereadores pelo sufrágio diretodos munícipes alistados eleitores na forma da lei;

b) à decretação dos impostos e taxas atribuídasà sua competência por esta Constituição e petasConstituições e leis dos Estados."

A reação municipalista começou a tomar corpo coma Constituição de 1946, que além de reconhecer os fun­damentos clássicos da autonomia municipal, restringin­do a intervenção estadual nos Municípios, dispunha so­bre a destinação de 10% da arrccadação do Impostode Renda e proventos dc qualquer natureza às munici­palidades.

Entretanto, permitia-se a nomeação dos Prefeitos dasCapitais pelos Governadores, sofrendo semelhante res-

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Agosto de 1989

trição as estâncias bidrominerais e os Municípios .consi­derados bases ou portos militares de excepcional impor­tância para a defesa externa do País.

Prosseguindo-se na luta municipalista, a EmendaConstitucional n' 5, de dezembro de 1961, ampliou aparticipação dos Municípios na renda tributária nacio­nal.

Essa sistemática financeira continuou na Constituiçãode 1967, onde persistiu, no entanto, a faculdade confe­rida aos Estados de votar lei complementar denominadade "Lei Orgânica dos Municípios", tarefa a que se nega­ram sempre os Constituintes estaduais gaúchos, reco­nhecida aos Municípios, como suporte da autonomia,a votação da sua própria Lei Orgânica.

Mas essas restrições não desanimavam, no Congres­so, a luta municipalista.

Assim é que, em 1975, pela Emenda Constitucionaln' 4, desaparece a restrição constitucional à remune­ração dos Vereadores nos Municípios de menos de du­zentos mil habitantes, dada a nova redação ao § 2''do art. 15.

No mesmo ano, a Emenda Constitucional n' 5 alterao art. 25 da Carta, para disciplinar a distribuição doproduto da arrecadação tributária, contemplando maisamplamente os Municípios, enquanto, no ano seguinte,a Emenda Constitucional n' 6 garante o pagamentode subsídios aos Vereadores funcionários públicos, semprejuízo dos vencimentos do cargo, em havendo compa­tibilidade de horários.

Em 1977, pela Emenda Constitucional n' 10, passa-sea permitir que o Vereador exerça o cargo de SecretárioMunicipal, enquanto, em 1980, pela Emenda Constitu­cional n' 14, são prorrogados mandatos de Vereadorese Prefeitos, ao passo que a Emenda Constitucional n'17, de 1980, volta a melhorar a participação dos Muni­cípios na renda tributária nacional.

Finalmente, as Emendas Constitucionais de nOs 20,22, 23, e 24 voltam a tratar de matéria municipalista.

Essa sucessão de emendas aprovadas à Constituiçãoanterior, em defesa dos interesses do Executivo, doLegislativo c das finanças municípais, reveja que perma­neceu sempre no Parlamento brasileiro a preocupaçãocom o progresso c o desenvolvimento da célula materda nacionalidade, luta que encontrou, no Plenário daConstituinte de 1987/88 um brilhante resultado, entre­gando-se aos País a mais ousada Constituição munici­palista da história republicana.

A Carta em vigor, já no caput do seu art. 18, exarasua primeira referência à autonomia municipal, enquan­to o respectivo § 40 prevê a criação, a incorporação,a fusão e o desmembramento dos Municípios, pendentede lei estadual, mas só adquirindo eficácia depois deconsulta prévia, mediante plebiscito, às populações di­retamente interessadas.

O § l' do art. 20 assegura aos Municípios, nos termosda lei, a participação no rcsultado da exploração dopetróleo ou gás natural, dos recursos hídricos para finsde geração de energia elétrica e de outros recursos mine­rais no respectivo território, inclusive na plataformacontinental e zona econômica exclusiva, ou compen­sação financeira por essa exploração.

Já o art. 23 considera de competência comum daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni­cípios guardar da Constituição, as leis e as instituiçõesdemocráticas; promover a saúde e assistência públicae a proteção aos deficientes; guardar documentos e bensde valor histórico, artístico c cultural, monumentos,paisagens naturais c sítios arqueológicos; impedir aten­tados a obras de arte e ontros bens, proporcionandoacesso à cultura, à educação e à ciência; preservara fauna e a flora, combatendo todas as formas de polui­ção; fomentar a produção agropecuária; promover oabastecimento alimentar; 'programas de construção demoradia, urbanismo e saneamento básico; combater ascausas da pobreza e da marginalização, integrando so­cialmente os setores desfavorecidos; fiscalizar a pes­quisa e exploração de recursos hídricos e minerais em

.seus territórios, além de estabelecer e implantar políticade educação para a segurança do trânsito.

"Mediante lei comple-mentar, serão fixadas normas pa­ra a cooperação dos Municípios com as demais unidadesfederativas, tendo em vista o equilíbrio do desenvol­vÍ1t1ento e do bem-estar em âmbito nacional.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Determina o art. 29 que os Municípios se regerãopor lei orgânica, votada em dois turnos, com o inters­tício de dez dias, e aprovada por dois terços dos mem­bros da Câmara Municipal, respeitados os seguintesprincípios;

a) eletividade do Executivo e do Legislativo Muni­cipal em pleito simultâneo, direto. universal e secreto,em todo o País, verificada a posse a l' de janeiro doano subseqüente à eleição;

b) número de vereadores proporcional à populaçãodo Município, entre nove e cinqüenta e dois edis;

c) fixação da remuneração do Prefeito e dos Verea­dores para vigorar a partir da legislatura subseqüente;

d) inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,palavras e votos no exercício do mandado e na circuns­crição do Município;

e) proibições e incompatibilidades, no exercício davereança, similares às dos membros do Congresso Na­cionaI c dos Deputados estaduais;

f) julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Jus­tiça;

g) organização das funções legislativas e fiscalizado­ras da Câmara Municipal;

h) cooperação das associações representativas noplanejamento municipal;

i) iniciativa popular de projetos de lei de interesseespecífico do Município, da cidade ou de bairros, atra­vés de manifestação de pelo menos cinco por centodo eleitorado;

j) perda do mandato do Prefeito.O Art. 30 confere aos Municípios competência para

legislar sobre assuntos de interesse local; suplementara legislação federal e estadual; instituir c arrecadar ostributos de sua competência, aplicando suas rendas,com a obrigação de prestar contas e publicar balancetesnos prazos da lei; criar, organizar e suprimir distritos,observada a legislação estadual; organizar os serviçospúblicos de interesse social; manter cooperação técnicae financeira com a União c o Estado para a realizaçãode programas de educação eensino fundamental, pres­tando, com igual cooperação, serviços sanitários; pro­mover o parcelamento e a ocupação do solo urbanoe a proteção ao património hist6rico-cultural, observadaa legislação e a ação fiscalizadora federal c estadual.

O Art. 31, ao dispor sobre a fiscalização pelo Legis­lativo das contas do Executivo, que sobre elas exercerácontrole interno, impossibilita a criação de Tribunaisde Contas Municipais, mantidos os existentes.

O Art. 35 só admite a intervcção estadual nos Muni­cípios quando deixar de ser paga, por dois exercícios,consecutivos, a dívida fundada; se não forem prestadascontas devidas, na forma da lei; no caso de não aplicaçãode mínimo exigido para a manutenção e desenvolvi­mento do ensino; se o Tribunal de Justiça der provi­mento a representação para assegurar a observânciade mandamentos da Constituição estadual, ou para pro­ver a execução da lei, ordem ou decisão judicial.

Essa intervenção á amplamente disciplinada no Art.36, enquanto o Art. 37 disciplina, nas três esferas admi­nistrativas, os preceitos basilares da administração pú­blica.

Os servidores municipais são disciplinados pelas re­gras gerais dos Arts. 38, 39 e 40, enquanto o § 8' doArt. 144 autoriza os Municípios a constituírem suasguardas municipais, destinadas à proteção de bens, ser­viços e instituições, na fOnua da lei, disciplinado, porlei complementar federal, os conflitos de competênciatribntária entte eles, a União, os Estados e o DistritoFederal.

Mas o Art. 50 defende os interesses dos contribuintes,vedando aos Municípios exigir aumento de tributo semlei que o estabeleça; instituir tratamento desigual entrecontribuintes em situação equivalente, proibida qual­quer distinção decorrente de ocupação profissional oufunção, indepentemente da denomição jurídica dos en­tendimentos, títulos ou direitos; cobrar tributos relata­tivos a fatos geradores ocorridos antes da vigência dalei que os instituiu ou aumentou ou no mesmo exercíciofinanceiro em tenha sido publicada a lei; praticar confis­ca e estabelecer limitações ao tráfego de pessoas oubens, ressalvada a cobrança de pedágio; instituir tribu­tos sobre patrimônio, renda, ou serviços uns dos outros,templos de qualquer culto, patrimônio, renda ou serviçode partidos políticos, entidades sindicais trabalhistas e

Sexta-feira 11 7513

instituições educacionais c de assistência social sem finslucrativos; tributar livros, jornais, periódicos e papelde impressão.

A competência tributária municipal abrange a pro­priedade predial e territorial urbana, a transmissão intervivos de imóveis, as vendas a varejo de combustíveislíquidos e gasosos, exceto o óleo diesel e os serviçosde qualquer natureza, definidos em lei complementar.

Pertencem aos Municípios:a) o produto da arrecadação do imposto sobre renda

proventos incidente, na fonte, sobre rendimentos pagospelas autarquias e fundações municipais;

b) cinqüenta por cento da arrecadação do impostosobre a propriedade territorial rural situada no Muni­cípio; e,

c) cinqüenta por cento da arrecadação do impostoestadual sobre a propriedade de veículos automotoreslicenciados em seu territ6rio.

O novo sistema tributário nacional, instituído pelaConstituição em vigor, constitui-se num verdadeiroavanço histórico, no sentido de garantir a autonomiamunicipal pela plenitude da sua capacidade financeira.

No sei bojo, há dispositivos da mais alta significação,no que tange ao saneamento das finanças, como a proi­bição de dispêndio supcrior a sessenta e cinco por centodas despesas correntcs com o funcionalismo, nos termosdo Art. 38 do Ato das Disposições ConstituicionaisTransitórias. --

Além disso, os Municípios são obrigados a destinarrecursos à seguridade social (Art. 195), participandodo sistema único de saúde, atuando prioritariamentequanto ao ensino fundamental, com a destinação depelo menos vinte e cinco por cento da receita de impos­tos, para a rede de escolas públicas, comunitárias, con­fessionais c filantrópicas, bem como para o custeio debolsas de estudo, atividades universitárias e de pesqui­sas, na forma da lei.

Verificamos, neste breve estudo do desenvolvimentodo municipalismo brasileiro, durante quatro séculos emeio, que o Município foi, no Brasil, a insitituição admi­nistrativa fundamental c essencial, antecendendo as Ca­pitanias, e os Estados, semente, pela Câmara de Verea­dores, de todas as nossas instituições políticas e primeirofundamento da soberania nacional.

Mas é a Constituição em vigor, aquele que, desdea primeira, de 1824, lhe dedicou maior espaço, maisampla soma de atribuições e, por isso mesmo, deveser festejada como a lei áurea do municipalismo brasi-leiro. .

Era o que tínhamos a dizer, Sr. P,esidente Sr" eSrs. Deputados.

o SR. GEOVANI BORGES (PRN - AP. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,conquanto o art. 768 da Consolidação das Leis do Tra­balho determine que terá preferência, em todas as fasesprocessuais, o dissídio cuja decisão tiver de ser execu­tada perante juízo de falência, é amplamente conhecidoque a execução contra empresa em processo falimentaré excessivamente morosa, frustrando os direitos da par­te reclamante que obteve ganho de causa.

Por isso, preconizamos, em projeto de lei. o acrés­cimo de parágrafos ao art. 880 da CLT, estabelecendoque, no caso em foco, o juízo trabalhista comunicaráo total de créditos e demais encargos ao juízo da falên­cia, que providenciará, no prazo máximo de quarentae oito horas, o arresto de tantos bens da massa falidaquantos bastem à satisfação da condenação trabalhista,aplicando-se à execução contra massa falida o procedi­mento sumário.

A medida, temos convicção, proporcionará maior ve­locidade aos procedimentos da espécie, beneficiandodiretamente os trabalhadores de empresas em processofalimentar.

Dessa forma, solicitamos aos ilustres membros destaCasa apoio à iniciativa.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Passa-se ao

v - GRANDE EXPEDIENTETem a palavra o Sr. Ottomar Pinto.

O SR, OTTOMAR PINTO (PMDB - RR. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sc"e Srs. Depu-

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tados, "a verdadeira inteligência é a que distingue entreo possível e o impossível, e náo procura o que náopode alcançar." (Iba Mukafa)

À medida que a sociedade humana palmilha os cami­nhos infindáveis do tempo, alongando a sua intermi­nável trajetória cósmica, vai criando novas necessida­des, transformando hábitos, alterando prioridades entreos diversos valores da escala de essencialidades qucpaginam as necessidades do homo sapiens,

Desde o primeiro instante em que o primata de ondeemergimos apanhou uma pedra para atirar em algumanimal a fim de abatê-lo e alimentar-se, ou aprovei­tou-se do fêmur de um eqüino como arma agressiva,até a modelagem da pedra em machado, ou a invençáodo arco e da flecha, ou da lança feita de osso, milêniosse passaram,

Caminhando e caminhando sempre, discriminandomateriais, experimentando-os no uso, centenas de mi­lhões de anos vividos e sofridos fizeram o homem chegarao conhecimento e à manipulaçáo dos metais. Em pri­meiro lugar descobriu as pepitas de ouro aluvionar,puras ou com incrustações de cobre metálico, que usoucomo adornos. Milênios antes de Cristo, juntava o eter­no cxperimentador bípedc o estanho ao cobre, pelaação mágica do fogo, obtendo uma liga enrijecida, maisdura que o cobre e o estanho - era o bronze, queinaugurava uma nova era, uma nova idade, a Idadedo Bronze.

Com a utilizaçáo do bronze foram desenvolvidos di­versos tipos de utensílios, tais como cspadas, pontasdc flechas, elmos, sinos, malho, formão, machado etc.Há historiadores que asseveram ter sido o mercado docobre e do estanho fator preponderante no proccssode urbanização e de agregação dos primitivos homensem comunidades. O bronze teria, assim, gerado o espí-rito cosmopolita, .

Seguiu-se a essa fáse a Idade do Ferro, responsávelpor grandes avanços de nossa civilização, pela difusáoe disseminação da metalurgia, culminando com a alvo­rada da Idade do Aço, na fase da Revolução Industrial,que se desdobra até os nossos dias,

O momento em que vários dos obstáculos tradicionaisao crescimento da atividade produtiva foram simulta­neamente removidos pode ser entendido como o inícioda Revolução Industrial, que se caracteriza ainda pelasubstituição da mão-de-obra, humana e animal, pelotrabalho da máquina.

A partir de entáo ocorreu uma exponencializaçãodo consumo dos metais e do carváo mineral, este últimoutilizado em substituição à madeira como fonte de ener­gia.

O drama do suprimento de matérias-primas mineraispode ser esquematizado, atualmente, pela permanentedisputa entre inovação tecnológica e disponibilidade derecursos. O conceito de esgotamento de reservas, quetão profundamente ressurge no debate econômico, jáse mostra insatisfatório.

É óbvio que os produtos do subsolo são esgotáveis;eles se exaurem porque a sua concentração resulta defenêmenos cuja duração se aufere em milhões de anos,num sistema fechado como é a terra. Sua distribuiçãoé irregular no subsolo, contemplando determinadasáreas com muitos depósitos de determinados mineraise outras sem nenhum. Daí resulta a luta pela possedesses jazimentos.

A Segunda Guerra Mundial deixou evidente que aAlemanha, isolada e reconhecidamente pobre em recur­sos minerais, manteve impressionante crcscimento daprodução de munições, caminhões, aviões, tanques, ca­nhões etc e ao final do conflito dispunha de estoqucsde metais c minérios superiores àqueles do comcço daguerra. Constatou-se que o consumo da Alemanha emrelação ao dos Estados Unidos; durantc toda a gucrra,foi dez vezes menor para o cobre, cinqüenta para oníquel, vinte para o estanho, dez para o manganês,e assim por diante, a despeito de uma produ~ão globalde equipamentos comparável à americana. A guisa deexemplo, uma locomotiva alemã, que em 1942 usou2,3 toneladas de cobre, já no ano seguinte, em 1943consumia apenas 237 kg, em média, e um submarinopassa de 56 para 26 toneladas de cobre.

A reciclagem de sucata e aproveitamento de miné­rios, até então economicamente desinteressante, podeser efetuada, em velocidade fulminante, pelo desenvol­vimento de novas tecnologias. Esse exemplo serve para

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

caracterizar o elevado grau de adaptabilidade de umasociedade que dispõe de tecnologia diversificada.

A Alemanha deixou evidente, à sociedade, que oconceito de material estratégico é ultrapassado. Nadasenão a tecnologia é essencial. Somente a tecnologiatem qualquer valor estratégico.

Todo elemento químico é encontrável em minériosde naturezas distintas, que prcssupõem técnicas de mi­neração e processamento diversos, cm confQrmaçõcsgeológicas e localizações geográficas variadas.

Estão assim expressas, portanto, duas das três princi­pais características do bem mineral: rigidez locacional- se existe uma jazida em Barra Mansa, não se podedeslocá-Ia para o Rio; cada jazida tem uma caracte­rística própria e exige tecnologia única; a jazida nãoé infinita e sua exaustão extermina todo um processoeconômico,

Se não houvesse mudanças tecnológicas e de infra-es­trutura, os custos da extração de minérios e de seuprocessamento cresceriam inexoravelmente, tendo, porconseqüência, em uma economia de mercado, o cres­cente aumento dos preços dos metais, ou uma reduçãode consumo. Os preços reais de metais exibem, nestadécada, uma amena mas insistente tendência à queda,saturação de mercados das economias centrais, organi­zação de mercado consumidor, mercado ofertante de­sorganizado etc.

Os vários minérios se restringem, na crosta terrestree até um quilômetro de profundidade, e uma boa pateda superfície da terra já foi explorada. Em verdade,a qualidade de minérios de alguns metais já vem decli­nando, como é o caso do cobre, cujos minérios, noinício do século, tinham teores de 3 a 5%, e nesta décadao valor médio dos seus teores é de 0,5 a 1%. O avançotecnológico explica, em boa parte, além de outros, éclaro, o fato da diminuição lenta, embora progressiva,dos custos reais desse minério, a despeito do empobre-'cimento dos teores de cobre nos minérios.

O que se pode infc~rir de tudo isto é que o acréscimode estoque tecnológico vem, até o presente, sobrepu­jando os obstáculos gerados pela necessidade de reco.r­rer a minérios crescentemente menos acessíveis e maispobres. A questão do suprimento de matérias-primasem geral, e metais, em particular, não deve mais serexaminada como um problema estatístico de esgota­mento de reservas supostamente récuperáveis a custosarbitrariamente fixados, mesmo qnando se relativizaesta visão com a introdução de espaço para novas reser­vas, o que pode vir a constituir um obstáculo ao cresci­mento econômico e à eventual insuficiência tecnológicapara reduzir custos.

A estruturação organizacional do setor mineral brasi­leiro iniciou-se a partir da década de 60, pois anterior­mente a produção nacional se restringia a alguns insu­mos siderúrgicos destinados à exportação. Sob a égidedo Código de Mineração de 1937, estavam banidos docenário mineral brasileiro os investimentos externos,diretos, dos grandes grupos multinacionais orientadospara a exportação. A reduzida dimensão do mercadointcrno, devido às características do processo de indus­trialização brasileiro, começava pela substituição debens duráveis de consumo final, e não havia ainda atin­gido a produção de insumos básicos. Esses dois fatorescontribuíram, sem dúvida, para o fraco desempenhodo setor mineral nas décadas anteriores a 1960. Istoconcomitantemente com as normas reguladoras da ex­ploração mineral definidas pelo Código de Mineraçãode 1967.

A Constituição de 1967 se caracteriza por um libera­lismo permissivo em relação ao setor mineral. Coma concomitante alteração do Código de Mineração ­também em 1967 - escancara-se os portos para o avan­ço do capital estrangeiro sobre as reservas minerais denosso País. O Código de Mineração tambémfoi alteradoem 1967, conjuntamente com a Constituição.

Inicia-se, a partir dc então, o ciclo econômico quetraria em seu bojo estímulos inusitados ã comerciali­zação externa de minerais in natura, a preços normal­mente depreciados, obrigando-se com isso o País a ad­quirir lá fora os produtos acabados, cuja formação depreços acompanha os padrões salariais e de custos indus­triais dos estados centrais da economia mundial: O Bra­sil vendia minério de ferro e comprava navios; vendiabauxita e comprova fios de alumínio,

Agosto de 1989

A política mineral dos últimos vinte anos, isto é,desde 1967 até a promulgação da nova Carta Constitu­cional, tem como principal característica o fato de selimitar a atribuir ao setor mineral dois países básicosno âmbito de uma mesma função: o de suprir as necessi­dades internas de matérias-primas minerais e o de con­tribuir para a captação de divisas. Sua função precípua.e sobre isso não paira nenhuma dúvida, foi a de aliviaro peso dos estrangulamentos cambiais, através do incen­tivo à substituição de importação, scja pela gcraçãode excedentes exportáveis.

Convém ressaltar que a política mineral dos últimosvinte anos, em especial a partir dos anos 70, caracte­rizou-se muito mais pelo incentivo à substituição deimportações (restrições às importações) do que pel51identificação de oportunidades comerciais no mercadointernacional. Com efeito, os dois grandes sucessos emtermos de exportação, que podem ser diretamente atri­buídos à política mineral, se iniciam com o minériode ferro, ao qual foi dada, explicitamente, prioridadea partir de 1964,. e com o alumínio a partir do iníciodos anos 70 (Dias Leite)

A avalanche de projetos para exportação, subseqüen­te à mudança liberal da legislação mineral, após 1964- manganês, nióbio, ferro, alumínio etc. - pode atéser considerada um sucesso à luz da política permissivada época, já que fora ela formulada com esse propósito.Tal êxito, todavia, fieou a dever-se muito mais às neces­sidades da siderurgia internacional do que propriamenteà política permissiva adotada pelo Governo brasileirona década de 60 ou pós-64. Essa assertiva é confirmadapelo fato de que, no início dos anos 80, numa conjunturade crise aguda da indústria metalúrgica mundial, osresultados obtidos pelo Brasil, com uma política permis­siva, foram muito mais modestos do que na décadade 70,

Três ilações podem ser tiradas, ainda, dos resultadosda política de portas abertas ao capital alienígena nosetor de mineraçáo no nosso País, além daquela quefoi anteriormente discutida.

1'-A despeito da imensa dotação em jazimentosminerais existentes no Brasil, em 20 anos de atividademineradora alienígena o Produto Mineral Brasilciro ­PMB - não representa sequer 3% do PID. Países comsuperfície menor do que a nossa, como a Austrália,exportam, mais ou menos, 12% do PfB, e a Áfricado Sul, 47%.

2' - A experiência nacional mostra que as empresasmineradoras estrangeiras, apesar de detentoras de direi­tos de pesquisa e lavra, de 402.000 km2 aproximada­mente, concluíram pesquisas exitosas em 3.726 km2,

isto é, em 1% do total das áreas requeridas. A estepropósito referiu-se nesta Casa o eminente DeputadoGabriel Guerreiro nos seguintes termos:

"Ocorre que nenhuma destas empresas (de capi­tal estrangeiro) investe propriamente em pesquisabásica. O que elas fazcm, e a história das recentesdescobertas minerais na Amazônia está aí para pro­var, é requerer enormes áreas e palmilhá-Ias nasuperfície na esperança de tropeçar numa grandejazida. Trata-se da "pesquisa do tropeção", cujoscustos são tão baixos que não há por que temeruma perda de investimentos nesses levantamentosgeológicos caso as multinacionais da mineração re­solvam deixar o País. A média de investimentosdessas empresas hoje, no Brasil, é de apenas US$1 (um dólar) por hectare requerido."

Atentem bem, Sras. e Srs. Deputados, para a mo­déstia dos investimentos feitos pclas multinacionais nasimensas áreas requeridas. De um total de 12.869 reque­rimentos de pesquisa e lavra realizam lavra em áreascorrespondentes a táo-somente 438 requerimentos. Fi­caram os investidores estrangeiros, durante estes últi­mos vinte anos, .assentados sobre 12.400 áreas reque­ridas, equivalentes a 398.000 km2• Nem exploraram asáreas nem permitiram ·que elas pudessem ser explora­das, mercê da benevolência de uma legislação ampla­mente permissiva, danosa aos superiores interesses dopovo brasileiro.

Terceira e última conclusão dos resultados de vinteanos de atuação livre e tolerante de capitais forâneosna mineração brasileira! em 1986 importou o Brasil,por conseguinte depois de 20 anos de tudo aberto ao

. capital estrangeiro, US$ 3.8 bilhões e exportou US$

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,Agosto de 1989

1.9 bilhão, com saldo negativo de US$1.9 bilbão. Mes­mo assim estamos deficitários, com toda essa libera­lidade que ocorreu. Se retirarmos da pauta das impor­tações e exportações, respectivamente, o petróleo, cujaimportação diminuiu e o minério de ferro, o resultadoserá: importações em 1986, US$ 506 milhões, e exporta­ções, apenas US$ 226 milhões, com saldo negativo de

_US$ 380 milhões.Convém salientar ainda que o Brasil, a despeito do

inexpressivo out put do seu produto mineral bruto, queé de menos de 3% do PIB, depende ainda hoje de50% das necessidades minerais de importação. Isso por­que exibe um dos consumos per capita de mineral maisbaixos do mundo.

Por conseguinte, não houve nenhum êxito, nenhumavantagem palpável, tangível, no escancaramento dosminerais brasileiros â participação dos capitais estran­geiros.

As conclusões que acabamos de expor deixem sobre­maneira a evidente a falácia dos retumbantes êxitosda abertura da pesquisa e da lavra dos minerais aocapital estrangeiro. Em verdade, a nova Constituiçãonão prescreve, não infirma o banimento desses capitaisda economia mineral brasileira. Ela os permite desdeque associados, com expressão minoritária, em socie­dades tipificadas como empresas brasileiras de capitalnacional.

Apenas para concluir. Os investimentos estrangeirosde risco na mineração brasileira nos últimos vinte anosnunca foram significativos, girando em torno de 100milhões de dólares por ano, quantia bastante inferioraos juros mensais devidós pelo Brasil â comunidadeinternacional. Ainda vale a pena acrescentar que ascondições para investimentos estrangeiros sob a atualdisciplina constitucional ainda são bastante favoráveis,graças aos seguintes fatores: a efetiva potencialidadedo subsõlo brasileiro: aos subsídios governamentais, fis­cais e financeiros direcionados para o setor e principal­mente por conta do baixo custo da mão-de-obra locale dos insumos necessários â indústria da mineração.

Aristóteles afirmava que "um Estado não deve prati­car o comércio para satisfazer apenas às necessidadesalheias". Devemos, sem dúvida, conservar reservas deminerais críticos para a vida do n,osso País e buscarvantagens nas vulnerabilidades e insuficiências de ou­tras nações. Uma política mineral brasileira deverá ne­cessariamente privilegiar a salvaguarda dos interessesnacionais; a definição e regulamentação do exercícioda atividade mineral; o incentivo, apoio e amparo àexportação de produtos de alto valor agregado, bemcomo a orientação das prioridades de consumo, de acor­do com as disponibilidades internas. e o custo relativode diferentes materiais. Numa racional política mineralneste País deverá existir um espaço reservado ao Gover­no, um limitado, porém importante espaço, que devecompreender: a condução das atividades pioneiras depesquisa básica, a fim de revelar os ambientes geoló­gicos mais promissores e reduzir os riscos empresariaisque envolvem a busca de minerais; incentivos à explo­ração geológica e à lavra de substâncias que faltamao País, de modo a perseguir a auto-suficiência; controledas reservas de minerais críticos e estratégicos, fixandoritmos e escalas para exploração dessas jazidas, de modo,a assegurar o equilíbrio entre a produção e a sua conser­vação; orientação no acesso aos mercados mundiais,visando à máxima contribuição da comercialização ex­terna à economia nacional, livre dos condicionamentosnegativos impostos pelos cartéis intemaciopais; manu­tenção de estoques estratégicos das substâncias vitaispara a operação contínua do parqne industrial; vigilân­cia e acompanhamento dos prcços praticados intcrna­mente pelos oligopólios ou monopólios; instituição dereservas minerais, através de lei, a fim de centralizar,'para efeito de autorização de pesquisa, outorga de direi­to de lavra ou exploração de jazidas, áreas com jazimen­tos minerais de inquestionável importância para o futu­ro da Nação brasileira; apoio à organização e exercícioda atividade garimpeira na forma definida pela Consti­túição e pelas leis.

Ninguém deita vinho novo em odres velhos, senãorebentam os odres, e perde-se o vinho; mas guarda-~e

o vinho novo em odres novos, e assim ambas as cois~s

se conservam - palavras proferidas por Cristo em suacurta vida na terra.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Temos uma nova Constituição, uma nova luz de racio­nalidade e jurisdicidade que ilumina novos rumos parao trato das questões minerais. Ela reflete as aspiraçõesda Nação brasileira. É o odre novo para um vinho novo.Cu~pre-nos segui-la para a exploração dessas jazidas.

Ouço o aparte do nobre Deputado Gabriel Guer­reiro.

O Sr. Gabriel Guerreiro - Nobre Deputado OttomarPinto, V. Ex' volta à tribuna para abordar tema damaior atualidade no País. Trata-se de uma contribuiçãoextraordin,íria para a compreensão do processo que serádesencadeado a partir da nova ordem estabeleeida pelaConstituição. Sabe V. Ex' que este País carece hojede uma reordenação completa do setor mineral, e seudiscurso vem ao encontro desse objetivo. Um dos maio­res problemas dessa área é o fato de que os Governosbrasileiros, no afã de aproveitarem rapidamente e atéfazer vitrines internacionais da venda daquilo que des­cobrimos nas décadas de 60 e 70, p"raram de investirem pesquisas básicas. Hoje, quando falamos em priva­tizar, em colocar a iniciativa privada na liderança doprocesso produtivo brasileiro, não podemos esquecerde que para se estabelecer uma política mineral paraeste País é preciso conhecer o subsolo nacional. V.Ex' abordou a questão tecnológica com muita proprie­dade, indo além do que cu aceito - digo isso comtoda a sinceridade - e considerou como estratégia aquestão da tecnologia. Tem V. Ex' razão, mas o supri­mento é fundamental na medida em que nossas carên­cias são grandes e os interesses de outros podem acarre­tar-nos problemas seriíssimos, principalmente quandose trata de questões a curto prazo. Cito como exemploos Estados Unidos, que dependem hoje da importaçãode 97% do manganês que consomem, e o maior produ­tor desse minério é a Rússia, que detém 60% das suasreservas internacionais. Por isso, os Estados Unidosestão na dependência das exportações do Brasil e doGabão, países quc têm manganês, no mundo ocidental,em quantidade suficiente para sustentar o parque tecno­lógico e industrial norte-americano. Desde 1941, estepaís faz pesquisa, num dos maiores institutos do mundo,o MIT, para achar um sucedânio, um substituto parao manganês na produção do aço, e até o presente mo­mento, pelo que sei, não o encontrou. Para se fazero aço o manganês ainda é indispensável. Nobre Depu­tado, o discurso de V. Ex' é fundamcntal, porque chamaa atenção dos partidos políticos, chama a atenção doscandidatos à Presidência da República para o assunto,a fim de que o incluam nas suas estratégias de governo,naquilo que projetam para o País. Nós, enquanto Cons­tituintes, tivemos a oportunidade dê discutir e votarneste plenário aquilo que era o mais correto para oBrasil. Refiro-me aos capitais internacionais, que nãoeram objeto de controle algum, em nosso País. Demosum passo gigantesco para sua institucionalização. Preci­samos agora de uma ação efetiva, no sentido de traçaruma política que nos permita, de um lado, o conheci­mento do nosso subsolo e o avanço tecnológico de outrolado, um aproveitamento real tanto para as negociaçõesinternacionais - para o equilíbrio de nossa balançacomercial - como para garantir ao parque tecnológicohrasileiro o suprimento daquelas matérias-primas essen­ciais e estratégicas de que necessitamos. ParabenizoV. Ex' como Deputado da Amazônia, pela brilhanteexposição que fez e pela lucidez com que traz essa ques­tão à Casa.

O SR. OTTOMAR PINTO - Deputado GabrielGuerreiro, agradeço a V. Ex' o aparte, que honra eenriquece meu pronunciamento, baseado em grandeparte na sua experiência nacionalista de homem queviveu a geologia brasileira no campo e nas universi­dades.

Devo dizer, cm abono à posição que defendi. queela não discrepa do seu pensamento, no qual fui buscarinspiração para muitas das idéias que aqui se contem.Veja bem que, nas linhas mestras de uma espécie depolítica mineral para o Brasil, cito o controle das reser­vas de minérios críticos ou estratégicos, fixando ritmose escalas para a exploração das jazidas, de modo aassegurar o equilíbrio na produção e conservação, amanutenção de estoques estratégicos de substâncias vi­tais para a operaçáo eontfiua do parque industrial brasi­leiro, para não ocorrer o que acontece com os EstadosUnidos agora, como muito bem citado por V. Ex'

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Finalmentc, mencionamos a instituição de reservasminerais através de lei, para neutralizar ações de pesqui­sa, outorga de lavra de minerais ou de áreas minerais

. e províncias minerais de interesse para o futuro do povobrasileiro. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao nobre Deputado Jones Santos Neves.

O SR. JONES SANTOS NEVES (PMDB - ES)­Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados.

"Pode o Brasil demonstrar ao mundo inteiro quehomens livres são capazes de alimentar estômagosvazios, dar trabalho a mãos vazias e encher cora­ções vazios com uma paixão por reconstruir o mun­do de forma mais eficiente, mais rápida e maisjusta do que qualquer regime fascista ou comu­nista?

Um teste decisivo: a inflação será contida? Istoé possível. Mas exigirá remédios amargos. É devital importância que este País nunca possa seracusado, quer por seu próprio povo, quer por es­trangeiros, de aplicar imposto ao pobre e liberaro rico, ou de ser mais énérgico em sufocar o comu­nismo do que em acabar com a corrupção.

Um passo inicial, de suma importância, já foidado. Alguém me disse ontem que, pela primeiravez, está se tomando perigoso ser desonesto...

... Mas nenhum grandc sacrifício será feito pelohomem comum, a não ser que os líderes lhe ofere­çam, também, um grande propósito que ele possacompreender e amar.

O teste será: darão os líderes liderança, criarãoempregos os empregadores e os trabalhadores tra­balharão? Posto que líderes que não lideram e em~

pregadores que não criam empregos são tão res­ponsáveis pela inflação quanto trabalhadores quenão trabalham. "

Estas palavras não são de hoje. São palavras pronun­ciadas pelo jornalista inglês Peter Howard, propagadordo rearmamento moral, quando esteve no Brasil, poucoantes de falecer, há quase 25 anos.

Mas são palavras, inegavelmente, de tremenda atua­lidade.

E é de certa forma desolador verificar que, depoisde tantos anos, o País ainda não tenha dado a respostadefinitiva àquela inquietação.

Mais do que nunca estamos agora, insofismavelmen-·te, ameaçados pelo caos. Talvez até mesmo vivendojá os primeiros momentos desse caos.

Poderá servir de consolo o fato de que, nesta situação,não estejamos sós?

Recente reportagem de capa da conceituada revistade negócios norte-americana Bnsines Week evidenciaclaramente esta desafortunada solidariedade continen­tal. Sob O título "Escorregando pilra trás: América Lati­na" e o subtítulo "Poderão as quatro grandes naçõesoutrora promissoras - Argentina, Brasil, México e Ve­nezuela - recuperar-se futuramente?" a reportagemoferece afirmações deste tipo:

"As engrenagens que movem a América Latinaestão desacopladas. As estradas do continente es-,tão destruídas e as pontes estão caindo. Os custosde reconstrução são incaleuláveis. Uma estimativarazoável aponta o valor atual de 6 bilhões de dóla­res, o que representa mais do dobro de todo oinvestimento estrangeiro realizado na área em1987."

"A América Latina estertora na beira de umprofundo abismo. Sem mudanças muito rápidas,a erosão econômica pode ameaçar a estabilidadepolítica e espantarmais ainda os invest1tlores, justa­mente no momento em que eles são mais neces­sários. "

É a dura e indiscutível realidade. no caso do Brasil.Recentemente, já a corroboramos do alto desta tribuna,em pronunciamento sobre o iminente colapso no abaste-'cimento de energia elétrica ao País.

Desejamos, agora, alertar a Nação contra outros imi­nentes colapsos que estão, igualmente. por acontecer.Essc colapso está iminente para o nosso setor de obraspúblicas. Está iminente para os nossos parques rodoviá­rio, ferroviário e portuário. Está iminente para o setor'

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siderúrgico. Está iminente para o sistcma de correiose telecomunicações. Está iminente para a Petrobrás.Em síntese, está iminente para todo o nosso gigantescoe fantasioso organismo de empresas estatais.

Devemos aqui apresentar, agora, alguns indicadoresmais importantes deste quadro dantesco. São dados dodomínio público e que foram recentemente enfatizadosem reportagem da revista "Veja".

No setor de Obras Públicas, os investimentos aplica­dos pelo Governo nos âmbitos federal, estadual e muni­cipal caíram de 6,57% do PIB. em 1972, para apenas1,93%, em 1986. e em 1988 esse investimento'tornou-senegativo, isto é, houve desinvestimento, nesse mesmovalor de 1.93%. Apenas com as três maiores emprei­teiras a dívida federal é superior a 1,0 bilhão de d6lares.

O Parque Rodoviário está destroçado. Seus 62.000quilômetros de malha federal foram acrescidos de ape­nas 582 quilômetros no ano passado. O DNER investiumenos de 1 bilhão de dólares, em 1988, nas estradasbrasileiras, deixando mais de um terço de toda a redeem situação precária de utilização. A cada ano, 3.000quilômetros de rodovias em estado razoável tornam-seruins, por falta de reparos. E apenas 2.000 quilômetrosforam restaurados, no ano passado, em todo o País.A fantasmagoria de pontes e obras de arte de concretoerigidas em esqueletos de estruturas interrompidas éhoje uma paisagem lúgubre espalhada pelo País.

O Parque Ferroviário apresenta situação tão depri­mente quc a já reduzidíssima malha ferroviária, de22.000 quilômetros apenas - cinco vezes mais rala que,a da Argentina, país quatro vezes menor - foi encur­tada, no ano passado, em 2.000 quilômetros de ramaisdesativados. Os in.vestimentos do Governo em ferroviasnão chegam a atingir a 0,1 % do PIB ao ano, o quenão chega a 400 milhões de d6lares. (Para termo compa­rativo, a Espanha, com território dezessete vezes infe­rior, reservou este ano 16 bilhões de d6lares pára melho-,ria de sua malha.)

Nunca o Setor Portuário ao longo de toda a nossahist6ria, investiu táo pouco quanto nos últimos doisanos. não atingindo sequer a 0,07% do PIB. E nuncaos importadores brasileiros tiveram que pagar tantamulta aos navios que chegam do exterior e são obrigadosa esperar nas filas um espaço de atracação: mais de300 milhões de dólares.

O Setor Siderúrgico exibe para o mundo um extraor­dinário recorde: a Siderbrás foi a campcã de perdasentre as empresas ora dos Estados Unidos. segundolevantamento da revista "Fortunc Internacional". Noano passado, a "holding" brasileira da siderurgia amar­gou um prejuízo na faixa de 7,2 bilhões de d6lares.A segunda colocada é a British Coai, com perda signifi­cativamente menor, no total de 920 milhe'ies de d6lares.Embora o Presidente da Siderbrás conteste aquele va­lar, reduzindo-o para 2,3 bilhe'ies, a empresa continuasendo campeã Internacional absoluta. A verdade é quea empresa está gastando por ano, aproximadamente,US$ 1 bilhão com o serviço de suas dívidas externae interna, que já atinge a US$ 14 bilhões. É que aSiderbrás absorveu a transferência das dívidas externasveqcidas de cinco siderúrgicas, três usinas de aços nãoplanos e uma empresa de engenharia, desde 1986, como compromisso do Governo de adoção de uma políticarealista para o preço interno do aço, até hoje não aten­dido. Neste particular, basta citar a grande crise daCSN - Cia. Siderúrgica Nacional, que dcsde 1980 ven­de seu aço a preço abaixo do custo da produção. Seuprejuízo explodiu recentemente com a alta dos jurosadotada pelo Plano Verão: de 25 milhões de dólares,a CSN passou a pagar, somente de juros, jllais de 100milhe'ies de dólares por mês!

No Setor de Comunicações apenas 2% do orçamentogeral da ECT, nos últimos 10 anos, têm sido investidosna expansão de seus serviços, o que é ridículo diantede um crescimento de 11% ao ano. Enquanto em 1984apenas 6 entre 100 telefonemas não se completavam,hoje esse número cresceu para 29 telefonemas. A causageneralizada de compressão de tarifas pelo Governoé também evidente no setor, dado que um telefonemano Brasil, hoje, custa em média 12 vezes menos doque o cobrado nos países industrializados.

Essa compressão se evidencia, igualmente, como im­portante causa do iminente colapso da Petrobrás, outro·ra um símbolo magnífico de lucratividade de empresaestatal. Hoje, a empresa amarga um prejuízo do tama-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

nho de US$ 100 milhões mensais, e acaba de anunciarque não pretende liberar nenhuma espécie de recursopara investimentos no segundo semestre deste ano.Com esta atitude, tritura e desmantela um importanteconjunto de valorosas empresas de consultoria e enge­nharia especializadas, que somente são capazes de so­breyiver à sombra da sua protcção.

E esse o quadro a que fomos conduzidos pela pre­sença onisciente e onipotente desse gigantesco orga­nismo de empresas estatais. Um organismo que apre­senta a exceção de uma ou duas empresas efetivamenterentáveis, diante do universo de duzentas a trezentasinstituições altamente endividadas. Um organismo quepode ser tipificado, apenas tipificado. por uma realidadecomo esta:

"Ninguém segura o Brasil. O Banco do Brasilocupa uma posição de destaque no "ranking" dos50 maiores bancos fora dos Estados Unidos, publi­cado na última edição da revista Fortune. E o pe­núltimo da lista, em ativos. com 80,2 milhões dedólares em 1988. O maior, o Dai-Ichi KangyoBanck, do Japão, tem um patrimônio de 379,3 mi-lhe'ies de dólares. .

Em compensação, é, de longe, líder absolutoem número de empregados: 135.425. O japonêsDai-lchi, por exemplo, tem apenas 18.663 funcio­nários". (JB, de 4-8-89).

Sr. Presidente, Srs. Deputados, existe, na tormentosahist6ria da humanidade, aquilo que os historiadoresdenominar momento culminante.

Trata-se do momento que decide quanto ao destinodos povos e das nações.

Parece ocorrer efetivamente que este destino não sedecide ao longo de prolongados debates, de campanhasde longo prazo, ou mesmo de prolongadas guerras econflitos. Por curiosos caprichos da fatalidade, são ospequenos incidentes que geram as grandes revoluçe'ies.

Estamos seguros de que o Brasil, que tanto tem sofri­do e continua sofrendo a pavorosa angústia de seusdesencontros, aproxima-se agora~ nestes próximos me­ses, nestes próximos dias, desse momento supremo dedefinição do seu destino.

Neste futuro muito próximo, ou o Brasil saltará lumi­nescentemente à órbita altaneira dos países do mundodesenvolvido, ou será definitivamente condenado aosubdesenvolvimento. Neste futuro muito próximo, esta­remOs marchando para trás e nos aproximando celere­mente dos mais pobres países africanos, ou caminha­remos corajosamente para a frente c para o alto e atin­gindo vertiginosamente a qualidadc de vida dos maisricos países europeus? A muito curto prazo, o Brasilserá Etiópia ou Bélgica, Nigéria ou Holanda. Sudãoou Suíça?

Para definirmos esse destino dispomos apenas de doiscaminhos. O primeiro deles, que agravará a nossa crisee a nossa pobreza, é insistir com o organismo desmoro.nando e falido das empresas estatais, do dirigismo eco·nômico, da polivalência do Poder Executivo. O segun­do, que ampliará a nossa capacidade e a nossa riqueza,é fazermos prevalecerem os postulados da iniciativa pri­vada, da democracia econômica e do governo solidai:istae unitário, exercido conjuntamente pelos Três Poderes.

Para mim, o verdadeiro caminho é inegavelmenteo segundo. Entendo que ele se consolidará, se nos toronarmos capazes de seguir firmemente, amplamente, de­cididamente, o roteiro da economia social de mercado.

A economia social de mercado, de tamanho êxitona Alemanha do pós-guerra, não foi instituída pelo seucriador intelectual, Alfred Müller-Armack como "meroinstrumento a serviço da distenção e da liberação so­cial". mas sobretudo como um meio para se alcançaro desenvolvimento internacional pacífico.

Não pode haver progresso social sem desenvolvimen·to econômico; mas a economia social de mercado secaracteriza pela responsabilidade cristã pelo homem epela vinculação ética que toda economia, sua raciona­'lidade e sua criatividade têm com a solidariedade huma­na universal.

Estamos todos inseridos em uma união irrecusável,e uma interdependência que produz alterações comple­xas quando, em qualquer parte do mundo, se adotamposiçe'ies políticas ou econômicas. Somos todos nós,aqueles que temos que buscar soluções para os proble­mas do homem e da sociedade, os verdadeiros "empre-

Agosto de 1989

sários indiretos" a que se reteriu João Paulo 11 emsua encíclica "Laborem Exercens".

Srs. Deputados. Todos nós, Congressistas, somos es­ses "empresários indiretos", com a tarefa gigantescade reconstruir esta Nação.

Assim como o dissemos quando de nosso pronuncia­mento, desta tribuna, por uma nova política energética,repetimos agora que a participação efetiva e atuanteda iniciativa privada deve ser estendida, inadiavelmen­te, a todas as atividades das demais empresas estatais.

Não será tão difícil essa mudança de rumo. A partici­pação de capitais privados na construção e operaçãode equipamentos de infra-estrutura vem sendo crescen­temente adotada pelos países do Primeiro Mundo. NaFrança e na Itália, ponderável parcela de excelentesauto-estradas é hoje construída e conservada e por em­presas particulares, que remuneram sell investimentopela cobrança de pedágio. O Japão privatizou recente­mente a sua secular companhia ferroviária, decompon­do-a em quatro companhias privadas independentes.Na Alemanha, a produção, transmissão e distribuiçãode energia elétrica são exercidas por cerca de mil empre­sas, pertencentes a inúmeros proprietários. Mesmo noBrasil, a solução privatizante já está sinalizada. O grupoVotorantin, por exemplo, possui sete hidrelétricas demédio porte, em São Paulo, para suprir sua demandaindustrial. Já existem propostas de emprcsas privadaspara construir catorze hidrelétricas por sua conta e risco.O empresário Olacyr de Moraes, maior produtor indivi­dual de soja do mundo, obteve aprovação para constru­ção de uma ferrovia de 3.140 quilômetros, que ligaráUberaba, Minas Gerais, a Rondônia. E assim por dian­te.

Além de um processo privatizante, não há certamenteoutra coisa a fazer, na circunstância atual, em que asempresas éstatais esgotaram a sua capacidade de investi­mento. Afortunadamente, é a mesma hora em que apoupança privada do País, em cálculo aproximado, atin­ge a cerca de 200 bilhões de dólares: 70 bilhe'ies noover; 70 bilhões no FGTS e nas cadernetas de poupança;e os restantes 60 bilhões nos depósitos particulares noexterior e nas reservas dirigidas a ativas reais de ouro,d61arés ou estoques de mercadorias. Esta é a força eco­nômica da livre iniciativa, que poderá em grande parteser reorientada para os investimentos produtivos, pem­do fim a este trágico período de viabilidade negativa.alcançada através da calamitosa administração do Go­verno e das empresas estatais.

Partamos, portanto, para a ação. Para torná-Ia efeti­va, a palavra cabe a nós, neste Congresso. Trata-se,apenas, de fazer aprovar um projeto de lei ordináriaque discipline o art. 175 de nossa Constituição. Esteprojeto. de minha autoria, está em fase final de elabora­ção. Ele disciplinará, definitivamente, a concessão deserviços e atividades públicas à iniciativa privada.

Graças a Deus que conseguimos construir. em nossaConstituição, uma ordem ceonõmica em que a livreiniciativa é apresentada como um dos fundamentos denosso Estado' democnltico de direito (Constituição, art.I'). Estabelecemos uma ordem econômica moderna eatual, que mereceu da autoridade de Miguel Reale oseguinte julgamento:

"Estou convencido de que a Carta Magna, oraem vigor, optou por uma posição intermediáriaentre o liberalismo oitoeentista, infenso a toda equalquer intervenção do Estado, e o dirigismo esta­tal. Dir-sc-ia que a sua posição corresponde à doneo-Iiberalismo, ou social-liberalismo, o único, ameu ver, compatível com os problemas existenciaisde nosso tempo."

Este social-liberalismo, a que se refere Miguel Reale,corresponde, a nosso ver, à economia social de mer­cado.

Com prazer, ouço a nobre Deputada Rose de Freitas.

A SI"' Rose de Freitas - SI. Deputado Jones SantosNeves, inicialmente quero parabenizá-lo pelo discursoque profere e dizer aos companheiros desta Casa quea Bancada do Espírito Santo sente-se honrada por tê-locomo integrante da representação política de nosso Es·tado. A preocupação de V. Ex' é a de todos n6s, no

,Congresso Nacional. Para quem não o conhece, o Depu­tado Janes Santos Neves é empresário. Pelo respeitoque temos a um social democrata, gostaríamos çe vê-Ia,

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brevemente, no PSDB. O pronunciamento de V. Ex're6ete grande preocupação pela nossa economia, por-otanto, queremos que ele seja contínuo nesta Casa, refle­tindo, também a preocupação aprofundada da questãoque mais nos angustia neste País: a dívida externa. N6so convidamos para esse debate e o parabenizamos peloesforço eoncentrado. V. Ex' representa a livre iniciativa,nesta Casa, no sentido com que este País encontre,um dia - se Deus quiser - mediante essa eleição,um caminho que nos conduza pelo menos de maneiramais definida, e não como uma nau incerta em altomar, a um porto seguro. Mais uma vez quero dizerque o Estado do Espírito Santo ganhou muito prestígionesta Casa em virtude de sua presença entre os nossoscompanheiros.

O SR. JONES DOS SANTOS NEVES - Agradeçoo aparte da companheira Rose de Freitas e declaroque essas idéias são em grande parte coincidentes comos postulados que os companheiros do PSDB defendem.Estanfi à disposição de V. Ex" para participar do debatesobre a dívida externa, crucial para a solução dos proble­mas do País.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, voltemos a consi­derar, <:om toda a seriedade, aquele momento supremoa que nos referimos anteriormente. O Brasil está che­gando, eom enorme velocidade, a seu momento de de­cisão.

Temos, nesta Casa, a tremenda responsabilidade deorientar essa decisão. Precisamos estar à altura dessaresponsabilidade, para estar seguros de que fomos capa­zes de corajosamente imprimir a mais acertada orien­tação.

Para tanto, precisamos de Deus. Precisamos estarseguros de que estamos iniciando realmente uma novanação. Uma nova nação dirigida por homens gover­nados por Deus.

Dentro desta visão, o mesmo Peter Howard, citadoinicialmente, pode ser outra vez citado, para encerrar:

"Brasil é Brasil. Não se destina a ser como osEUA. Não se destina a ser como a Rússia, a Chinaou a inglaterra. Destina-se a ser ele mesmo: gover­nado por Deus, como uma nação de filhos e filhosde Deus se destina a viver. O rearmamento moralé a ideologia natural para o Brasil. Sem ele, pode­rão ver seus melhores sonhos se desvanecerem aseus piores temores se concretizarem. Com ele,poderão vir a ser a voz deeisiva nesse mundo, queansioso aguarda a liderança absoluta da liberdade."(Palmas).

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao nobre Deputado Benedito Monteiro.

O SR. BENEDICTO MONTEIRO (PTB - PA. Pro­nuncia O seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, como estudante no Rio !de Janeiro,fui preso por causa da campanha "O Petróleo é Nosso".Mais tarde, em 1964, fui cassado, preso e torturadopor estar enganjado nas lutas da Frente ParlamentarNacionalista. E hoje, como Deputado Federal. tenhodebatido, escrito e homologado a nossa Constituição,sinto-me mais do que agredido por essa política de priva­tização às avessas, que tende a desestabilizar as nossasgrandes empresas estatais, que sempre foram os maioressustentáculos da independência da nossa economia edo nosso desenvolvimento.

Se fizermos um rápido retrospecto da nossa históriamais recente, vamos verificar que a Petrobrás. a Eletro­brás, a Companhia Siderúrgica Nacional, o Banco doBrasil e o nosso deficiente sistema previdenciário sãoainda os principais pilares em que repousa o nosso pro­cesso de industrialização, a modernização e a produti­vidade da uossa agropecuária e a nossa afirmação comooitava potência econômica do mundo.

Mesmo atravessando mais de duas décadas de gover­nos autorit:írios, nos quais se estatizaram as atividadesmais supérfluas e absurdas e nos quais se deram asmais inconcebíveis vantagens cartoriais a empresas ebancos particulares, mesmo atravessando esse períodode concentração de propriedade e de riqueza. em quese perpetraram os maiores c mais irresponsáveis desper­dícios, o que resta ainda íntegro, como pilares da nossaeconomia, é o sistema estatal da Petrobrás, da Compa­nhia Siderúrgica Nacional, da Eletrobrás e do Bancodo Brasil.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Nenhum empreendimento sério, moderno e indepen­dente do empresariado urbano e rural brasileiro podesequer ser imaginado sem contar com o apoio dessessetores básicos do nosso processo industrial e da nossaeconomia.

Não incluo nesse rol o BNDES, porque as suas dire­ções nos governos autoritários, com raríssimas exce­ções, foram executadoras das estatizações forçadas decertos empreendimentos ou atividades falidas, cujas di­reções irresponsáveis, em vez de serem punidas pelanegligência, pela imcompetência ou até mesmo pelasafadeza e crime, foram premidas com a intervençãodo Estado, na sua sobrevida administrativa e econô­mica.

A privatização arbitrária que sofreram o nosso siste­ma educacional e o de saúde nos dá um pequeno panode amostra de como as elites dominantes nesse períodoencaram as prioridades que devem merecer a interven­ção do Estado em benefício do povo. Em nenhum mo­mento da nossa história privatizou-se tanto o ensinoem todos os níveis nem a assistência médica e a indústriafarmacêutica como nesse período de governos autori­tários. Abocanharam recursos públicos, transferidos,às vezes, de forma escandalosa. para semres privados,enriquecendo alguns desonestamente. O que resultou?A degradação desses serviços - bens essenciais à vidade nossas crianças e de nossas famílias.

Mas hoje. em face da gravidade deste momento edessa solerte e generalizada campanha de desmorali­zação e desestabilização das empresas estatais. querocentrar o meu discurso sobre as empresas que se consti­tuíram e se constituem em fundamentos do nosso desen­volvimento nacional e independente, como sonharamGetúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubitschek.

O que se deu na condução da política econômicanacional, que tentava fazer do Brasil apenas uma em­presa, sem atentar para os seus encargos políticos-so­ciais, foi a formação de um sistema de planejamento,nele se instalando uma sólida tecnoestrutura, que pas­sou a governar este País, independente do Presidente,dos Ministérios eventuais, do Judiciário e do CongressoNacional, como Poderes da República.

Embora a tecnoestrutura seja uma entidade adminis­trativa da economia moderna, que atua como conselhodiretor de oligopólios, e que se disfarça na sociedadecomo mero representante de uma propriedade coletivade acionistas, aqui no Brasil ela se inseriu na adminis­tração pública do poder federal, a tal ponto que jápodemos detectá-la em face dos últimos acontecimentoshistôricos.

A vida recente do Banco do Brasil, da Petrobrás,da Siderúrgica Nacional, das empresas que compõema Eletrobrás e o nosso sistema previdenciário mostramcomo a tecooestrutura atua na aduúnistração públicapara conseguir os seus objetivos de se manter no poder,mesmo sacrificando os mais sagrados interesses nacio­nais.

No caso do Banco do Brasil, pelas denúncias formu­ladas nesta tribuna pelo Deputado Brandão Monteiro,pelo Deputado Osvaldo Macedo e outros parlamen­tares, pela entrevista concedida à imprensa pelo ex-Pre­sidente Camilo Callazans e pela manutenção na presi­dência do Banco de um homem fora de seus quadrose qne vem sendo frontalmente acusado de estar chefian­do um movimento de desestabilização da pr6pria insti­tuição, pelo atraso proposital e criminoso da informa­tização das operações bancárias. por demonstrar todoo plano e estrutura de treinamento de seu pessoal. inclu­sive através de onerosa campanha pnblicitária em horá­rio nobre de televisão, mentindo em relação aos saláriosmédios de seus funcionários, para isolá-los da opiniãopública. pelo tratamento inédito dado pelo Governoà justa greve dos funcionários; pelas determinações paraque as agências bloqueassem as contas das Prefeiturase dos Estados; pelo lucro mais baixo já obtido peloBanco na sua vida contemporânea; pela impossibilidadede o Banco financiar investimentos na produção agríco­la, enfim. pela simples comparação dos balanços doBanco do Brasil com os de outras instituições bancáriasprivadas, está mais do que evidente que existe um planoda tecnoestrutura, executado pelo SI. Mário Berard.para sacrificar o Banco do Brasil no seu patrimôniotécnico, moral e de competência. além da sangria finan­ceira que hoje já é permanente.

Sexta-feira 11 7517

Sr" e Srs. Deputados, convidado pela Comissão deMinas e Energia, o Presidente da Petrobrás. Dr. CarlosSant'Anna, proferiu importante palestra e debateu acrise do álcool e a crise financeira da grande e eficienteempresa, no dia 6 de junho próximo passado.

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos De­putados cumpriu o seu dever com a direção da Petro­brás, alertando, encaminhando propostas alternativase cobrando providências dos órgãos do Governo Fede­ral que evitassem a crise do álcool carburante e fizessemcessar os prejuízos enormes que vinham sendo causadosao caixa da Petrobrás e às metas de investimento daempresa.

Foi tão ampla a repercussão desse pronunciamentoe dos debates que, ainda antes do recesso parlamentarde julho, a Comissão de Economia, demonstrando apreocupação e o empenho desta Casa em intervir nessacrise, já ouvia o Vice-Presidente da Associação Brasi­leira para o Desenvolvimento da Indústria de Base,Eng' Thompson Motta, o Presidente da Associação dosEngenheiros da Petrobrás, Eng' Antônio Maciel Neto,e o Presidente da Associação Brasileira de Empresasde Montagem Industrial, Dr. David Fischel, nos dias27,28 e 29 de junho. .

O presidente da Aepet, Eng" Antonio Maciel, tema nossa integral concordância quando afirma: "Somosde opinião que a crise financeira da Petrobrás somenteserá resolvida através de solução de natureza polftica.Acreditamos que o consumidor oão deve absorver sozi­nho as conseqüências dessa solução e que a inflaçãoé um mal que atinge preferencialmente os mais pobres,e, portanto, o seu combate deve ser responsabilidadede todos os brasileiros de boa fé.

Assim sendo, o lugar apropriado para esse debateé o Congresso Nacional. É daqui, da Casa dos represen­tantes do povo, que deve sair a orientação firme e deci­siva para o Executivo, no sentido de salvar a Petrobrás,patrimônio. inalienável dos brasileiros.

As ações desenvolvidas pela Comissão de Minas eEnergia, que inclusive, já em maio de 1986, em apoioaos alertas e propostas alternativas encaminhadas aoGoverno pela Petrobrás, instalava a Subcomissão Per­manente do Proálcool, com o objetivo de examinare avaliar o programa nacional de produção de álcoolcarburante, naquele momento alvo do noticiário da im­prensa, anunciando a crise e a provável desativaçãodo programa, honram esta Casa. Igualmente merecemos nossos aplausos, nos· estimulam e nos esclarecemos depoimentos colhidos pela Comissão de Economia,que tão agilmente soube atuar, com os seus recursos,para prover a Câmara dos Deputados de elementospara se situar na crise da Petrobrás.

Cabe agora ao Congresso Nacion'll, através de suasbancadas, de suas Comissões, de todos os seus instru­mentos, assumir a defesa da economia nacional, defen­dendo o patrimônio que essas empresas constituem.

Os pronunciamentos a que já nos referimos consti­tuem documentos que precisam ser amplamente conhe­cidos pela sociedade brasileira. Esses documentos, emconjunto, desmistificam a campanha: privatização Xestatização, realizada pelas mesmas forças qne à épocada campanha "O Petróleo é Nosso" combatiam omono­pólio estatal, procurando convencer os brasileiros daimpossibilidade e da incapacidade do País em investirna montagem de sua indústria de petróleo, a nossa faltade know-how, a inviabilidade de produzirmos com umasó empresa as necessidades nacionais em derivados depetróleo. Defendiam a "livre iniciativa" para a entregaàs companhias estrangeiras. São as mesmas forças que,para proteger más gestões em empresas privadas, nego·ciatas, enriquecimentos ilícitos, foram coniventes ou,no mínimo, omissas, na onda de estatizações absurdas,que desperdiçaram recursos públicos durante o regimeautoritário, realizadas pela mesma tecnoestrutura quese encastelou no poder e agora o usa para causar prejuí­zos e desestabilização de empresas estatais fnndamen­tais ao desenvolvimento da economia nacional.

O monopólio estatal do petróleo resultou no com­plexo de empresas da Petrobrás, que são exemplos deeficiência, competência, formação de pessoal, gerando70 mil empregos diretos e 3 milhõesde empregos indire­tos, desenvolveu a engenharia nacional, que hoje per­mite ao Brasil a vanguarda em exploração off·shore,particularmente em águas profundas. E que possibilitouao Brasil a montagem e desenvolvimento de suas indús-

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7518 Sexta-feira 11

.trias de base associadas à Abidib, e 122 empresas demontagem industrial, associadas ã Abemi, todas empre­sas privadas, que não existiriam sem a alavanca do mo­noPólio estatal e que construíram com a Petrobrás umadas maiores indústrias petrolíferas do mundo.

O que escandaliza é que a tecnoe~trutu!a nesses ~~ti­

mos anos tem sido insensível a modificaçoes na pohlicade preços dos derivados de petróleo, foi insensível du­rante muito tempo à redução do prazo de paga~:nt~

das distribuidoras de petróleo ã Petrobrás, que Ja fOImaior e, ainda agora, com a inflação aos níveis atuaisainda é de 12 a 25 dias, proporcionando-lhes, no over,lucros de 800 milhões de dólares em 1988, portanto,subtraídos à Petrobrás.

O Dr. Thompson Motta, Vice-Presidente da Abidib,esclareee-nos em seu depoimento que "esta quantia ca­so aplicada na Petrobrás scria suficiente para cobrirtodos os investimentos desta empresa estatal, no valorde três bilhões e oitocentos milhões de cruzados novos,no ano em curso, caso não ocorra alteração substantivana demanda nacional de derivados de petróleo". Essaincrível quebra no plano dos investimentos causa eno~­

me prejuízo ao setor público e priva~o, aD;1eaça a estab:­Iidade de inúmeras empresas, que mvestlram em eqUI­pamentos e formação de pessoal técnico e distancia,de forma irresponsável e impune, o País da meta desua auto-suficiência no setor energético. Não cabe emnosso pronuneiamento a citação de todos os prejuízosque têm sido causados à Petrobrás, mas ~ão po~erí~~sdeixar de citar o caso da Nafta, vendida à mdustriapetroquímica por 99 a 100 dólares, quando a cotaçãono- mercado internacional é de cerca de 180 dólares;só neste item a Petrobrás perde 500 milhões de dólaresanuais.

O Sr. Gabriel Guerreiro - Permite-me V. Ex' umaparte?

O SR. BENEDICTO MONTEIRO - Com muito pra­zer, nobre Deputado.

O Sr. Gabriel Guerreiro - Deputado BenedictoMonteiro, V. Ex' aborda com muita propriedade estefalso dilema que estão querendo impor ao País. Emvez de criticarem a ineficiência, a incompetência e amanipulação que se faz e se fez ao longo de todo es~e

processo, em que o Ministério das ~ina~ e En~rgi~

sempre foi um grande e cobiçado patnm?U10, e a l;,e~I­

ciência da máquina governamental - a mcompetenel3e a mediocridade eampearam, dando aval a uma verda­deira pirâmide de medíoeres na direção das emp~es~s

estatais - dizem que essas empreSaS devem ser pnvatI­zadas e condenam as suas ações. Quem tem coragemde dizer algo contra o papel da Companhia SiderúrgicaNacional no desenvolvimento deste País? Quem temcoragem de dizer algo contra a Petrobrás, que, em 1960,lá tinha equipes de sísmica de altíssimo nível?·Quandoderam dinheiro e aval à Petrobrás, ela achou e exploroupetróleo mesmo onde não se atuava, em mar, e~ águasprofundas, ine1usive. Quem tem coragem de ?Iz:r quea Vale do Rio Doce, pelos seus quadros tecmcos eaté administrativos e pela competência financeira, éuma empresa para se jogar fora? Po.de ha~er, erros .naadministração destas empresas, mas ISSO nao e a essen­cia. Mas querem privatizar exatamente estas empresase não este monte de porcarias acumuladas ao longodo tempo por governos autoritários que salvavam ainiciativa privada toda vez que ela falia ou que os inte­resses de alguém entravam em jogo. Empresas dess~

tipo não deveriam ser privatizadas, mas fechadas. MUI­tas vezes, por causa de cinqüenta trabalhadores, quepoderiam ser absorvidos perfeitamente pelo mercadode trabalho, se a economia estivesse crescendo, o Go­verno comprou empresas falidas e agora quer venderalgJ.1ffias que já saneou. Isso é até justo, mas ficar coma massa falida da iniciativa privada não é possível. Queo Governo extermine essas empresas, mas não aquelasque são patrimônio do povo brasilciro, patrimônio dacompetência nacional, como são os casos da Vale doRio Doce do Banco do Brasil e da Petrobrás, por exem­plo. Seri; um crime contra este Paí~. V: Ex' tem t?daa razão. Esse falso dilema entre pnvatlzar e estatIZaré conversa para boi dorritir. Em toda parte do mundoexistem empresas estatais que funcionam muito beme empresas da iniciativa privada, também. Aqui, a ini­ciativa privada, em grande parte, quer viver ã custa

DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

do Governo à custa de subsídio, à eusta do patrimôniopúblico, do Érário. E ainda qu.erem d~sestatizar. De~es­tatizar o quê? Como V. Ex' disse mUIto bem, o ens~o,

que foi desestatizado, é função do Estado. ParabemzoV. Ex' pelo belíssimo pronunciamento que faz nestatarde.

O SR. BENEDICTO MONTEIRO - Agradeço a V.Ex' o apartc, que incorporo ao meu discurso.

Prossigo, Sr. Presidente.Pois bem, com esses fatos todos acontecendo na Pe­

trobrás no Banco do Brasil, nas empresas qne com­põem a'Eletrobrás, na C:0mp~n~iaSiderúrgica Nacionale no nosso sistema prevldencláno, sem que o Governo,isto é o Presidente, os Ministros, o Judiciário e o Con­gress~ possam tomar qualquer pro~id~n~ia para. p~niros eulpados e salvar esse nosso patnmomo eeonom~co,

industrial e tecnol6gico, que cone1usão podemos ~If~r

a respeito das pessoas responsáveis por esta admmls­tração totalmente dirigida contra estas e outras empre­sas estatais?

Logicamente que existe um supergoverno, ou subgo­vemo uma tecnoestrutura comandando todas as açõesecon6micas e, sobretudo, manipulando o sistema deespeeulação financeira que hoje inviabiliza qualquer ti­po de desenvolvimento nacional.

Agora mesmo, os jornais, as revistas e as televisõesanunciaram a saída do Ministro da Fazenda, Mar1sonda Nóbrega, e do Planejamento, Batista?e ~breu,pm:apoder ser cumprido um plano de emergencIa que malI­ciosamente se atribui ao Congresso. Chegaram a anun­ciar como certa a demissão desses homens que coman­dam a área econômica. O próprio Dr. Rc;>berto Mari­nho proprietário da Rede Globo, esereveu um editorialsob;e o assunto, em seu jornal-capitânea c mandouque se lesse em horário no~re da .ry, ad'yertindo .aNação brasileira de que era llll!'~tnÓl1CO nao e.u~pnro Plano de Emcrgência, que eXigia um supemumstro.E essa dupla de Ministros que ascendeu ao Governo,sem mandato, sem qualquer apoio poUtico, resiste ~

esse confronto e permanece no mais alto posto de adffil­nistração do Estado, com todo apoio do Presidente daRepública.

Como sabem, armou-se toda uma articulação, desdeo apoio declarado do Líder do PMDB no Senado, doPresidente do Congresso, da insinuação de que deve­riam ser demitidos os Ministros da área econômica paraque fosse nomeado um supenninistro que executB;riao Plano de Emergência e faria a ligação do ExecutIvoeom o Legislativo. Não faltou nem o espetáeulo dasaída do Ministro da Justiça, aeusando a existência dccorrupção no Governo e o Sr. Maílson da N6bregade incompetente.

Qual é o sistema de sustentação dessa dupla semmandato e sem apoio político para se defrontar comparte substancial do Congresso, com o Ministro da Justi­ça, com o DI. Roberto Marinho e sua poderosa RedeGlobo? Qual.é o sistema de sustentação dessa dupla,apesar até me~mo do desprestígio perante a opiniãopúbliea? É que'eles estão no Poder p'orque representama própria tecnoestrutura, a mesma que sabotou o ~Iano

Cruzado de Funaro, a mesma tecnoestrutura que unpe­diu o pl~no' de estabilização, de Brésser Pereira, e amesma tecnoestrutura que se joga hoje contra as empr~­sas estatais, contra especifieamente o Banco do BrasIl,a Companhia Siderúrgica Nacional; as empresas quecompõem a Eletronorte, contra o sistema previdenciá­rio e contra a renegociação da dívida externa.

Só um grande movimento nacional suprapartidário,que eonvoque a sociedade civil, os militares naciona­listas das Forças Armadas, os polítieos não compro­metidos eom interesses subalternos, os estudantes, ostrabalhadores, os intelectuais e artistas, as mulheres,os empresários que geram produção, ~mpregos, desen­volvimento tecnológico e que são prejUdICados pela JO­gatina da especulação financeira, para lutarmos, ombroa ombro, em defesa de nossa econOlnia ~acional, parasalvar enquanto é tempo o Banco do BrasIl, a Petrobrás,a CSN, a Eletrobrás e o nosso sistema previdenciário.

O Sr. Pllulo Ramos - Permite-me: V. Ex' um aparte?

O SR. BENEDICTO MONTEIRO - Ouço com pra­zer.

O Sr. Paulo Ramos - Estava ouvindo no meu gabi­nete o início do pronunciamento de V. Ex' e acorri

Agosto de 198;

ao plenário para ouvi-lo de corpo presente. Considerooportuno fazer uma observação, bem rápida, até paranão quebrar o brilhantismo do pronunciamento de V.Ex', as informações e alertas que traz aos representantesdo povo com assento nesta Casa. Os defensores dalivre iniciativa e da eeonomia de mercado, não os verda­deiros, mas os falsos, estão diante de um dilema. Esta­mos acompanhando o escândalo Naji Nahas, que envol­ve os principais representantes da livre iniciativa nestePaís. Eles querem a livre iniciativa para que possamembolsar tudo aquilo que é retirado até da mesa dotrabalhador, porqne a elite dominante deste País n~o

temn seguer competência de seápropriar da mais-aliapara internalizá-la em nosso próprio País.. Não querema renegociação da dívida externa para afinn»r a sobe­rania nacional. Os principais credores do Brasil, nãos6 os países como também os bancos, são defensor~s

da livre iniciativa e da economIa de mercado, mas naoaceitam renegociar a dívida externa do Brasil pelo valordo tíll~19.!Wmercado internaciQnal.

Se defendem a economia de mercado, deveriam de­fender também a economia de mereado para. rene~o­ciação da dívida. Acho que V. Ex' tem razão. E precls?um esforço nacionalista, reunindo todas as forças polI­ticas compromissadas com O patriotismo, com o Brasil,não para-que o Brasil seja,uma naçã~ i~p~ri~lista;. maspara que se una com os palSes da Amenca Latma, Igual­mente explorados, a fim de ter sua redenção. ParabénsaVo Ex'

O SR. BENEDICTO MONTEIRO - Agradeço oaparte a V. Ex' e o incorporarei, com muita honra,ao meu discurso.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, nos dias 3 e 12 deoutubro a Petrobrás e o Banco do Brasil completam,respectivamente, um novo ano de suas profícuas exis­tencias. É o momento histórico para que este PoderLegislativo e toda a sociedade civil.insti~ama quin.zenade informação e defesa da econOlll1a naCIOnal e da mde­pendência econômica do Brasil.

O meu dever de Deputado eu vou cumprir hoje mes­mo entregando à Comissão de Fiscalização e Controleest~s documentos, contribuindo para a continuidadc dasações da Comissão de Minas e Energia e da Comissãode Economia.

Como integrante da Frente Parlamentar Nacionalis­ta, conclamo todos os parlamentares que a integrama assumir agora e já a mobilização para esta luta.

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados. este momentoé histórico. V. Ex" que me ouviram devem ter percebidoque em nenhum momento d,? meu discurso, ac.usei ospolíticos, nem mesmo o PreSidente da Repubhca. Osúnicos nomes referidos foram os do Ministro da FazendaMailson da Nóbrega e do Planejamento, João Batistade Abreu. E não foram referidos por que sejam políti­cos, mas justamente porque não são políticos e ascen­deram a esse cargo em função dos seus préstimos pcran­te os nossos credores e aqueles que usufruem o lucronacional porque pertencem à tecnocstrutura mantidaneste País. Na véspera da campanha elelloral, quandose elegerá o Presidente da República, p~ec~samos te.rmuido cuidado. Se fossem apenas substItUIr o PresI­dente e os Ministros, ou até mesmo mudar a composiçãodo Congresso Nacional, não haveria problemas. Masnão é apenas isso. Pode-se substituir o Presidente, osMinistros e até mesmo mudar a composição do Con"gresso Nacional; entretanto a tecnoestrutura, os tecno­cratas e os tecnoburocratas, que durante vinte anosinfelicitaram este País, permeneeerão em seus lugares,aguardando apenas como já disse aqui, neste Plenário,a mudança de guarda para podercm continuar a se man­ter no poder e a defender os interesses dos grupos aque.petencem.

O meu dever de Deputado vou cumprir hoje mesmo,entregando à Comissão de Fiscalização e Controle apalestra do Presidente da Petrobrás,. do Presidente ~a

Associação dos Engenheiros. do PreSidente da Assocla­ção de Produtores de Montagens Industriais e, até mes­mo o relatório do Banco Mundial que fala da destruiçãodos' bancos dos Estados. Vou cntregar à Comissão deFiscalização e Controle esses documentos, contribuindotambém, dessa forma, para a continuidade das ações

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Agosto de 1989

da Comissão da Minas e Energia e da Comissão deEconomia.

Na qualidade de integrante da Frente ParlamentarNacionalista, conclamo a todos os Parlamentares quea integram a assumir, agora e já, a mobilização dopovo para esta grande luta.

Tenho dito. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Benedicto Monteiro,assumem sucessivamente a Presidência os Srs. FábioRaunheitti, artigo 76 do Regimellto Illtemo e FeresNader, Suplellte de Secretário.

oSR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Findo o tempodestinado ao Expediente, vai-se passar à Ordem doDia.

COMPARECEM MAIS OS SRS.:

Acre

Francisco Diógenes - PDS; José Melo - PMDB;Maria Lúcia - PMDB

Amazonas

Carrel Benevides - PTB; Eunice Michiles - PFL;José Fernandes - PDT; Sadie Hauache - PFL.

Rondônia

Chagas Neto - PMDB; José Guedes - PSDB; JoséViana - PMDB; Rita Furtado - PFL.

Pará

Ademir Andrade - PSB; Asdrubal Bentes ­PMDB; Benedicto Monteiro - PTB; Carlos Vinagre- PMDB; Dionísio Hage - PRN; Domingos Juvenil-PMDB; Fernando Velasco-PMDB; Gabriel Guer-reiro - PMDB; Gcrson Percs - PDS; Mário Martins- PMDB; Paulo Roberto - PMDB.

Tocantins

Alziro Gomes - PFL; Freire Júnior - PRN; PauloMourão - PDC; Paulo Sidnei - PMDB.

Maranhão

Cid Carvalho - PMDB; Edivaldo Holanda -PL;Haroldo Sabóia - PMDB; Onofre Corrêa - PMDB.

Piauí

Átila Lira - PFL; Manuel Domingos - PC do B;Paes Landim - PFL.

Ceará

Carlos Virgílio - PDS; César Cals Neto - PSD;Iranildo Pereira - PMDB; Luiz Marqucs - PFL; Moe­ma São Thiago - PSDB; Ubiratan Aguiar - PMDB.

Rio Grande do Norte

Antônio Câmara - PMDB; Henrique Eduardo Al­ves - PMDB; Ismacl Wanderley - PTR; Ney Lopes- PFL; Vingt Rosado - PMDB.

Paraíba

Agassiz Almeida - PMDB; Aluízio Campos ­PMDB; Edivaldo Motta - PMDB; Edme Tavarcs ­PFL; Evaldo Gonçalves - PFL; José Maranhão ­PMDB; Lúcia Braga - J;'DT.

Pernambuco

Fernando Bezerra Coelho - PMDB; José CarlosVasconcelos - PMDB; José Jorge - PFL; José Men­donça Bezerra - PFL; Marcos Queiroz - PMDB;Maurílio Ferreira Lima - PMDB; Oswaldo Lima Filho- PMDB; Paulo Marques - PFL; Salatiel Carvalho

Alagoas

Albérico Cordeiro - PFL; José Costa -PSDB; JoséThomaz Nonô - PFL; Roberto Torres - PTB.

Sergipe

Bosco França - PMDB; Cleonâncio Fonseca ­PFL; Lauro Maia - PFL; Leopoldo Souza - PMDB;Messias Góis - PFL.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Bahia

Afrísio Vieira Lima - PMDB; Benito Gama - PFL;Celso Dourado - PMDB; Eraldo Tinoco - PFL; Fran­ça Teixeira - PMDB; Francisco Pinto - PMDB; JairoAzi - PDC; Joaci Góes - PMDB; João Alves ­PFL; Jorge Medauar - PMDB; Jorge Vianna ­PMDB; Luiz Eduardo - PFL; Luiz Vianna Neto ­PMDB; Marcelo Cordeiro - PMDB; Mário Lima­PMDB; Milton Barbosa - PDC; Prisco Viana ­PMDB; Raul Ferraz - PMDB; Sérgio Brito - PFL;Uldurico Pinto - PMDB.

Espirito Santo

Hélio Manhães - PMDB; Jones Santos Neves ­PMDB; Lezio Sathler -PSDB; Pedro Ceolin - PFL;Rita Camata - PMDB; Rose de Freitas - PSDB;

Rio de Janeiro

Adolfo Oliveira - PL; Álvaro Valle - PL; Aroldede Oliveira - PFL; Bocayuva Cunha - PDT; CarlosAlberto Caó - PDT; Doutel de Andrade - PDT;Edmilson V.alentim - PC do B; Ernani Boldrin ­PMDB; Fábio Raunheitti - PTB; Gustavo de Faria- ; Jayme Campos - PRN; José Luiz de Sá - PL;José Maurício - PDT; Luiz Salomão - PDT; MárciaCibilis Viana - PDT; Miro Teixeira - PDT; NelsonSabrá - PRN; Osmar Leitão - PFL; Roberto'Augusto- PTB; Roberto Jefferson - PTB; Ronaldo CezarCoelho - PSDB; Sérgio Carvalho - PDT; Simão Ses­sim - PFL; Vivaldo Barbosa - PDT.

Minas Gerais

Aécio Neves - PSDB; Alysson Paulinelli - PFL;Carlos Mosconi - PSDB; Célio de Castro - PSDB;Dálton Canabrava - PMDB; Elias Murad - PTB;Genésio Bernarding - PMDB; Hélio Costa - PRN;Ibrahim Abi-Ackel - PDS; Israel Pinheiro - PMDB;José da Conceição - PMDB; José Geraldo - PMDB;José Santana de Vasconcellos - PFL; José Ulísses deOliveira-PMDB; Luiz Alberto Rodrigues -PMDB;Luiz Leal - PMDB; Marcos Lima - PMDB; Máriode Oliveira - PRN; Maurício Campos - PFL; OctávioElísio - PSDB; Oscar Corrêa - PFL; Paulo Almada- PMDB; Paulo Delgado - PT; Roberto Brant ­PMDB; Ronaldo Carvalho - PMDB; Rosa Prata­PMDB; Saulo Coelho - PFL; Sérgio Naya - PMDB;Sérgio Werneck - PMDB; Sílvio Abreu - PSC.

São Paulo

Antoniocarlos Mendes Thame - PSDB; Caio Pom­peu - PSDB; Fábio Feldmann - PSDB; FernandoGasparian - PMDB; Gastone Righi - PTB; GeraldoAlekmin Filho - PSDB; Gerson Marcondes - PMDB;Hélio Rosas - PMDB; João Cunha - PST; João Rezek- PMDB; José Camargo - PFL; José Maria Eymael- PDC; José Serra - PSDB; Koyu Iha - PSDB;Leonel Júlio - PPB; Luiz Gushiken - PT; MalulyNeto - PFL; Michel Temer - PMDB; Nelson Seixas- PDT; Ralph Biasi - PMDB; Ricardo Izar - PFL;Theodoro Mendes - PMDB; Tidei de Lima - PMDB.

Goiás

Aldo Arantes - PC do B;Délio Braz - PMDB;José Gomes - PRN; Manoel Mota - PMDB; MauroMiranda-PMDB; Naphtali Alves deSouza-PMDB;Paulo Borges - PDC; Roberto Balestra - PDC.

Distrito Federal

Francisco Carneiro - PMDB; Maria de LourdesAbadia - PSDB.

Mala Grosso

Antero de Barros - PMDB; Joaquim Sucena ­PTB; Júlio Campos - PFL; Osvaldo Sobrinho - PTB;Perival Muniz - PMDB.

Mato Grosso do Sul

José Elias - PTB; Levy Dias - PFL; Rosário Con­gro Neto - PMDB.

Paraná

Alarico Abib - PMDB; Antõnio Ueno - PFL; Basi­lio Villani - PTB; Borges da Silveira - PDC; Darcy

Sexta-feira 11 7519

Deitos - PMDB; Jacy Scanagatta - PFL; JovanniMasini - PMDB; Matheus Iensen - PMDB; RenatoBernardi - PMDB; Renato Johnsson - PRN.

Santa Catarina

Cláudio Ávila - PFL; Eduardo Moreira - PMDB;Geovah Amarante - PMDB; Henrique Córdova ­PDS; Neuto de Conto - PMDB; Orlando Pacheco- PFL; Renato Vianna - PMDB; Vilson Souza ­PSDB.

Rio Grande do Sul

Arnaldo Marangon - PT; Carlos Cardinal - PDT;Floriceno Paixão - PDT; Hermes Zaneti ,- PSDB;Irajá Rodrigues - PMDB; Ivo Lech - PMDB; Joãode Deus Antunes - PTB; Lélio Souza - PMDB; LuísRoberto Ponte - PMDB; Osvaldo Bender - PDS;Paulo Mincarone - PMDB; Paulo Paim - PT; RospideNetto - PMDB; Ruy Nedel- PMDB; Vicente Bogo- PSDB; Victor Faccioni - PDS.

Amapá

Geovani Borges - PR;N; Raquel Capiberibe - PSB.

Roraima

Alcides Lima - PFL; Chagas Duarte - PDT.

ORDEM DO DIAo SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - A lista de

presença registra o comparecimento de 310 Srs. Depu­tados.

Apresentação de ProposiçõesOs Senhores Deputados que tenham proposições a

apresentar poderão fazê-lo.

APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SRS.JOSÉ COSTA - Requerimento de informações aos

Srs. Ministros da Fazenda e do Planejamento sobredocumento elaborado pelo Banco Mundial.

PAULO RAMOS - Projeto de lei que dispõe sobreo sigilo bancário, prapõe rompimento de relações diplo­máticas e comerciais e dá outras providências.

COSTA FERREIRA - Projeto de lei que regula­menta o inciso LXXVII do artigo 5' da Constituição.

PAULO ZARZUR - Projeto de lei que dispõe so­bre a criação, subordinados ao Ministério da Saúde,de centros de recuperação para alcoólicos c dependen­tes de drogas.

KOYU IHA - Projeto de lei que assegura aos servi­dores públicos e aos partidos políticos o direito de res­posta a comunicados oficiais.

- Projeto de lei que dispõe sobre a eleição de repre­sentante dos empregados nas empresas que especifica.

- Projeto de lei que estabelece normas para o provi­mento de cargos públicos na administração direta, indi­reta ou fundacional.

VICTOR FACCIONI - Requerimento de informa­ções ao Ministério da Fazenda sobre dados oficiais sobrea exportação do Estado do Rio Grande do Sul em rela­ção às vendas externas em 1988.

JOSÉ GENOÍNO - Projeto de lei que revogá aLei n' 7.170, de 14 de dezembro de 1983. da atualLei de Segurança Nacional.

-Projeto & lei que extingue o Serviço Nacionalde Informações (SNI), criado pela Lei n' 4.341, de 13de junho de 1964.

- Projeto de lei que revoga o art. 29 do Decreto-Lein' 200, de 25 de fevereiro de 1967, que cria as Divisõesde Segurança e Informações nos Ministérios Civis.

JAYME PALIARIN - Requerimente ao Presidenteda Câmara dos Deputados de consignação nos Anaisda Casa de voto de congratulações com o povo e autori­dades de Sorocaba. Estado de São Paulo, pelo trans­curso do aniversário da cidade, no dia 15 de agostopróximo.

- Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dosDeputados de consignação nos Anais da Casa de votode congratulações pelo transcurso do aniversário de Jaú,Estado de São Paulo, no dia 15 de agosto próximo.

CHAGAS NETO - Projeto de lei que dá a denomi­nação de Governador Jorge Teixeira de Oliveira à UsinaHidrelétrica de Samuel, em Rondônia.

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7520 Sexta-feira 11

JOSÉ GUEDES - Projeto de lei que dispõe sobreo direito'a férias anuais e da sua remuneração e duração.

HÉLIO ROSAS - Projeto de lei que acrescentaparágrafo ao artigo 28 do Decreto-Lei n' 2.403, de 21dc dezembro de 1987.

- Projeto de lei que regulamenta o disposto no artigo37, lI, da Constituição.

NEY LOPES - Projeto de lei que altera os artigos55 e 67 da Lei n' 4.737 de 15 de julho de 1965, (C6digoEleitoral) ~ dá outras p~ovidências.

FLORICENO PAIXAO - Projeto de lei que dispõesobre gratificação de inatiyidade dos militares e sobrepensões a dependentes de servidores militares e civis.(Art. 40, § 5' da Constituição).

- Projeto de lei que dispõe sobre o regime de previ­dência social do Aeronauta e dá outras providências.

VILSON SOUZA - Substitutivo ao Projeto de Lein' 2.647/89 que altera o art. 73 e §§ da Consolidação

, das Leis do Trabalho, que trata da regulamentação dotrabalho noturno e dá outras providências.

ÁLVARO VALLE- Projeto de lei que dispõe sobreas doações e presentes recebidos por servidores públicosda Administração Direta e Indireta, bem como das Fun­dações instituídas ou mantidas pelo Poder Público.

ANTONIOCARLOS MENDES THAME - Substi­tutivo ao Projeto de Lei n' 2.366/89 que regulamentao registro previsto no art. 8', inciso I, da Constituiçãoe dá outras providências.

GUMERCINDO MILHOMEM - Projeto de decre­to legislativo que susta o Parccer n' SR-93, de 21 dejunho de 1989, do Consultor-Geral da República, apro­vado pelo Presidente da República, em 22 de junhode 1989, publicado no Diário Oficial - Seção I, de23 de junho de 1989, à página 10816.

GEOVANI BORGES - Projeto de lei que acres­centa parágrafos ao art. 880 da Consolidação das Leisdo Trabalho.

O Sr. Adolfo Oliveira - Sr. Presidente, peço a pala­vra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Tem V. Ex'a palavra.

O SR. ADOLFO OLIVEIRA (PL - RJ. Scm revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados,o nobre Deputado Edivaldo Holanda teve hoje oportu­nidade de falar no Pequeno Expediente para comuhicarà Casa o seu desligamento da bancada do Partido Libe­raI. S. Ex' usou expressões as mais comovidas e enalte­cedoras em relação a este modesto líder e a outrasfiguras de relevo de nosso partido.

Quero dizer a V. Ex', Sr. Presidente, que talvez sejaa primeira vcz que acontece algo assim. O DeputadoEdivaldo Holanda foi praticamente compelido a dcsli­gar-se do Partido Liberal por motivos estaduais, porproblemas ocorridos lá no Maranhão, e pessoalmentedou-lhe total razão. O fato de S. Ex' ter deixado oPartido Liberal, através da comunicação de hoje, nãoquer dizer que nossos caminhos se váo afastar, poisem futuro muito pr6ximo, espero, estaremos juntos no­vamente.

O Deputado Edivaldo Holanda engrandece esta Casapor sua figura e conccito. E um homem de bem, quehonrou nossa representação na Câmara dos Deputados.Quero, Sr. Presidente, dirigir essas palavras de apreçoao companheiro, em nome de toda a bancada do PartidoLiberal, pois estamos solidários com S. Ex' e compreen­demos as razões que o levaram a afastar-se do partido.

o Sr. José Genoíno - Sr. Prcsidcnte, peço. a palavrapara uma qucstão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Tem a palavraV.Ex·

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT - SP. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidentc, gostaríamos de saber se asessão da Câmara dos Deputados vai prosseguir. OsDcputados vão falar no horário destinado às Comuni­cações de Liderança, mas o Presidente do CongressoNacional, Senador Nelson Carneiro, comunicou-nosque a sessão do Congresso se iniciaria às 16 horas.

Sr. Presidente, queremos uma informação: vai, ounão, haver sessão de Congresso? Caso não haja, conti­nuaremos com a sessão da Câmara? Sabemos, inclusive,que temos matérias da maior gravidade a serem aprecia-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

das, como é o caso do "Jumbão", que precisa ser abati­do nesta Casa por um foguete Exocet.

Queremos saber, Sr. Presidente, a que horas vai serrealizada a sessão do Congresso, porque, rapidamente,faz-se uma votação, e o ~'jumbão" ...

O SR:PRESIDENTE (Feres Nader) - Srs. Deputa­dos, vamos continuar com a nossa sessão, em Comuni­cações de Liderança, aguardando que o Sr. Presidentedo Senado Federal venha ao plenário para dar inícioà sessão do Congresso Nacional. .

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Vai-se passarao horário destinado às

Comunicações das Lideranças

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao nobre Deputado Renato Johnsson, que fala­rá pela liderança do PRN.

O SR. RENATO JOHNSSON (PRN - PRo Pronucniao seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados,foi entre indignado e atônito que tomei conhecimento,ontem, das agressões que grupos de manifestantes doPDT perpetraram, ao final da tarde, contra o candidatoCollor de Mello e sua comitiva, em Niter6i.

Indignado porque entendo que, neste preciso instan­te, quando mercê de um dispostivo constitucional (dosmais pr6prios, diga-se, e que contou com meu entusias­mado apoio) conseguimos trazer nossa juvetnude à res­ponsabilidade de, também, particípar, pela manifesta­ção do voto, na escolha do destino político de nossapátria, tudo poderia acontecer, nunca isso!

E, pergunto, com que argumentos, com que moralpoderemos, agora, perante ela, nos justificar; como ex­plicar atos de tão profundo mau-caratismo, de tamanhainsensatez política, de tal desinformação e despreparo?Como convencê-los de que, ao que tudo indica, foi.ato isolado, produto (pelo menos assim quero entender)de um clima de momento, de um desespero decorrentede uma inusitada e até agora não prevista situação deextremo sucesso de um lado e contudente fracasso deoutro; atitude, portanto, fruto da emoção, sem qualquervínculo com a razão? Não será fácil, podem estar certos!

Além de indignado, disse, fiquei atônito. E atônitoporque fica difícil assimilar o golpe que, não se pense,foi dado no candidato e sua comitiva. Mais do quefratw;a do nariz do jornalista Cláudio Humberto, o queocorreu, foi, sem dúvida, a lesão mais profunda e con­tundente de nossa estrutura democrática. Não podemoscsquecer, sintomaticamente, de que foi com uma peque­na .pedra que Davi derrubou Golias. Permita Deus econcorram os homens para que o gigante que estavaadormecido por tantos anos e que ~onseguimos desper­tar a peso de muito sacrifício e muito trabalho nãoseja sequer abalado pela pedra que os nanicos da polí­tica lhe atiraram; permita Deus e concorram os homenspossa a democracia, ainda eu fustigada pelos que delas6 se aproveitam, como figura e como imagem, possaresistir altaneira; permita Deus e. concorram os homensconstitua-se o ocorrido de ontem em fato isolado, supe­rado, vcncido, sepultado!

Lembro a meus colegas Deputados, com autoridadeapenas do dever, a responsabilidade formidável quesobre nossos ombros repousa: a de jamais permitir apa­gar a chama sagrada que, com tanto saerifício, ajudamostodos - instituição, políticos e povo - a acender. Ocreseimento de uma candidatura; o imprevisível e inesti­mável sucesso de uma bandeira; o surgimento de umPartido já forte em suas raízes; o verdadeiro contágioque um nome ou uma idéia possam levar a uma socie­dade nada são perto do que de superior, de transcen­dental, de sagrado, para nós, agora, é a Democracia.

Ao tempo que denuncio a violência, conclamo todos,Autoridades e Povo, a agirem com reflexão, com eome­dimento, com sensatez para que não nos arrependamos'amanhã de nos tennos omitido hoje. Lembro a sabe­doria de Rui Barbosa, que dizia que "uns plantam asemente da couve. para o prato de amanhã, outros ado carvalho para o abrigo do futuro". Em·face dospeculiares condições de nossa sociedade, não podemosolvidar nenhum dos aspectos, o que s6 torna maiornossa responsabilidade.

Nunca precisou o Brasil, como agora, que cada umcumpra cnm o seu Dever!

Agosto de 1989

o SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalvra ao ilustre Deputado Amaral Netto, Líder doPDS.

O SR. AMARAL NETTO (PDS - RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, ontem, um Deputadodo PDS, Presidente de um diretório regional, assomouà tribuna desta Casa e declarou-se apoiador ou parti­dário da candidatura de Mários Covas, que é um grandecandidato. a quem respeito e estimo como amigo.

No entanto - não quero aqui entrar em polêmica-o nosso Presidente Delfim Netto disbribuiu uma notasobre o discurso desse candidato, a mais respeitávelque conheço, em que declara:

"1. O pronunciamento do nobre DeputadoAntonio Konder Reis, apoiando candidato de ou­tro Partido, em detrimento da legenda pela qualfoi eleito, constitui violação dos deveres do filiadopara com o Partido Democrático Social - PDS,segundo o art. 79 do seu Estatuto.

2. O PDS lamenta esse solidário procedimento,que em nada contribui para o aperfeiçoamento daDemocracia, na qual a fidelidade partidária é umimprescindível instrumento."

Ora, Sr. Presidente, o mesmo Deputado dá hoje en­trevista ao Correio Braziliense, em que diz, entre outrascoisas - conforme declarou da tribuna - que não vio­lentou coisa alguma, porque foi autorizado pela Comis­são Executiva Regional a apoiar quem quisesse e semanter Presidente do Diretório do PDS.

Essa decfaração foi seguida de outras, como a deque escolheu o melhor candidato, e fez críticas clarasao do PDS.

Mais adiante lamentou que, durante a sessão de on­tem, quando anunciou a escolha do seu candidato, ne­nhum dos seus companheiros do PDS estivesse presentepara ouvi-lo. Isso também seria demais! •

Sr. Presidente, de possse dessa informação, pegueia bíblia do PDS, que é o seu estatuto, e procurei algoque justificasse essa atitude.

Não quero fazer comparações, mas três dias antesda convenção do PDS um senhor chamado EsperidiãoAmim, Prefeito de Florianópolis, à minha frente, emmeu gabinete, na presença de dois Deputados partidá­rios de sua candidatura - os Deputados Ruberval Pilo­to da Mesa, e Artenir Werner - com as mãos postas,como se estivesse em prece, declarou textualmente:"Amaral Netto, eu lhe juro e dou-lhe minha palavrade honra de que, eleito Maluf pela convenção, estareicom ele nos palanques, para defender sua candidatura".A honra de Esperidião Amim está posta à prova. S.Ex' apoiou Brizola e agora está com o candidato Fernan­do Collor, como o personagem bíblico que negou Cristotrês vezes. Quando negará o Collor, não sei. Fui procu­rar o estatuto e verifiquei que há nos partidos umaficha que todos assinam. Essa ficha é do próprio Tribu­nal Eleitoral. Nela, depois do nome, do título, do ende­reço e de outros detalhes, está a assinatura e, embaixo,uma frase que diz: "O signatário deste documento com­promete-se a respeitar o estatuto e o programa do parti­do no qual se inscreve".

Ora, Sr. Presidente, alguma coisa está errada no ra­ciocínio do Deputado que aqui esteve ontem. Não hánada no estatuto do PDS que autorize uma ComissãoExecutiva regional a dizer a alguém que pode apoiaro candidato de sua preferência. Isso não é de sua compe­tência.

Procurei explicação nas atribuições do Diret6rio econstatei que também ele não tem essa competência,apenas cumpre determinação do Diretório Nacional efaz cOm que todos os seus filiados também o façam.

Mais adiante, procurei ver os poderes da comissãoExecutiva Regional e verifiquei que é um 6rgão dedeliberações administrativas. O Diretório e a ~onven­ção não podem delegar deliberações políticas à Comis­são Executiva.

Nesse caso, Sr. Presidente, como fui posto em xequena entrevista do Deputado, afirmo que estamos caleja­dos do troca-troca. Todos mudam de um lado paraoutro e ninguém respeita nada. O que posso dizer ­até contrariando a vontade do meu Presidente, DelfimNetto. que não queria cuidar do assunto, mas não possodeixar de protestar, não como Líder, mas como Depu­tado, é que não é possível que alguém tome a atitude

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_Agosto de 1989

de apoiar um candidato diferente do de seu partido,por melhor que ele seja - não nego - e ao mesmo'tempo permaneça Presidente do Diret6rio Regional.Isso eu não entendo, não compreendo. E é contra issoque protesto, porque é uma atitude incompreensível;não casa com aquilo que se chama fidelidade e honraao partido a que se pertence.

Todos sabemos que muita gente trocou de candidato,mas não presidentes de diret6rios. Nunca vi Executivadar determinação a alguém para apoiar quem quer queseja sem precisar sair do partido. Não existe esse direito.

Portanto, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, estoutrazendo aqui uma palavra mais minha do que da pr6­pria Liderança, para protestar contra essa atitude, agra­vada hoje em uma entrevista. O Deputado em questão,cujo nome não me interessa, deixou claro que n6s éque estamos errados. Isso é a troca de todos os valoresde honra e de decência neste País.

Era o que tinha a dizer.

o SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Vai-se passarà votação da matéria que está sobre a mesa.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Há sobre amesa e vou submeter a votos o seguinte

REQUERIMENTO

Senhor Presidente,Requeremos a Vossa Excelência urgência para o Pro­

jeto de Lei n' 3.106/89 (Do Poder Executivo) que "dis­põe sobre a criação de empregos às Escolas TécnicasFederais".

Brasília, 10 de agosto de 1989. - Ibsen Pinheiro,Líder do PMDB - Virgildásio de Senna, Vice-Líderdo PSDB - Vivaldo Barhosa, Líder do PDT - ArnaldoFaria de Sá, Líder do PRN - Roberto Balestra, Líderdo PDC - Abigail Feitosa, pelo PSB - Fernando Sanotana, Vice-Líder do PCB - César Cals Neto, Líderdo PSD - José Lourenço, Líder do PFL - AmaralNetto, Líder do PDS - Gastone Righi, Líder do PTB- VirgOio Guimarães, Vice-Líder do PT - Adolfo Oli·veira, Líder do PL - Haroldo Uma, Líder do PC doB - Aristides Cunha, Vice-Líder do PSC - IsmaelWanderley, Líder do PTR - Leonel Júlio, Líder doPTB.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Os Srs. queo aprovam queiram permanecer como estão. (Pausa)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Comunicoaos nobres Deputados que, logo a seguir, haverá sessãodo Congresso Nacional. A matéria da Ordem do Diade hoje será transferida para a sessão de terça-feira,às 13h.

VII - ENCERRAMENTOO SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Nada mais

havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:

Acre

Geraldo Fleming - PMDB; Rubem Branquinho ­PMDB.

Amazonas

Ézio Ferreira - PFL.

Rondônia

Raquel Cândido - PDT.

Tocantins

Ary Valadão -PDS.

Maranhão

Albérico Filho - PDC; Eurico Ribeiro - PRN;Francisco Coelho - PDC; Jayme Santana - PSDB;Joaquim Haickel- PDS; Victor Trovão - PFL; Vieirada Silva - PDS.

Piauí

Mussa Demes - PFL; Paulo Silva - PSDB.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Ceará

Etevaldo Nogueira - PFL; Firmo de Castro ­PMDB; Haroldo Sanford -PMDB; José Lins -PFL;Mauro.Sampaio - PMDB; Orlando Bezerra - PFL.

Paraíba

Francisco Rolim - PSC.

Pernambuco

Artur de Lima Cavalcanti - PDT; Cristina Tavares- PSDB; Fernando Lyra - PDT; Gi.Json Machado- PFL; Gonzaga Patriota - PDT; Osvaldo Coelho- PFL; Ricardo Fiuza - PFL; Roberto Freire - PCB.

Alagoas

Geraldo Bulhões - PRN; Renan Calheiros - PRN.

Babia

Abigail Feitosa - PSB; Domingos Leonelli - PSB;Haroldo Lima - PC do B; Jairo carneiro - PFL;João Carlos Bacelar - PMDB; José Lourenço - PFL;Lídice da Mata - PC do B; Waldeck Ornélas - PFL.

Rio de Janeiro

Aloysio Teixeira - PMDB; Anna Maria Rattes ­.PSDB; Brandão Monteiro - PDT; César Maia - PDT;Francisco Dornelles - PFL; Jorge Leite - PMDB;José Carlos Coutinho - PL; Oswaldo Almeida - PL;Rubem Medina - PFL; Sotero Cunha - PDC.

Minas Gerais

Bonifácio de Andrada - PDS; Mário Assad - PFL;Mauro Campos - PSDB; Melo Freire - PMDB; Mil­ton Lima - PMDB; Raul Belém - PMDB; RobertoVital- PRNM; Virgílio Guimarães - PT.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - ; Afif Domingos ­PL; Airton Sandoval - PMDB; Antônio Perosa ­PSDB; Arnaldo Faria dc Sá - PRN; Arnold Fioravante- PDS; Bete Mendes - PMDB; Cunha Bueno ­PDS; Del Bosco Amaral- PMDB; Delfim Netto­PDS; Farabulini Júnior-PTB; Fausto Rocha-PRN;João Herrmann Neto - PSB; José Carlos Grecco ­PSDB; José Egreja - PTB; Luiz Ioácio Lula da Silva- PT; Mendes Botelho - PTB; Plínio Arruda Sampaio- PT; Robson Marinho - PSDB; Ulysses Guimarães-PMDB.

Goiás

Genésio de Barros - PMDB; João Natal - PMDB;José Freire - PMDB; Lúcia Vânia - PMDB.

Distrito Federal

Geraldo Campos - PSDB; Márcia Kubitschek ­PMDB.

Mato Grosso

Rodrigues Palma - PTB.

Mato Grosso do Sul

Gandi Jamil- PFL.

Paraná

Airton Cordeiro - PFL; Ervin Bonkoski - PTB;José Carlos Martinez - PRN; José Tavares - PMDB;Mattos Leão - PMDB; Maurício Nasser - PMDB;Max Rosenmann - PMDB; Nelton Friedrich - PSDB;Nilso Sguarezi - PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB;Paulo Pimentel- PFL; Sérgio Spada - PMDB; TadeuFrança - PDT.

Santa Catarina

Artenir Werner - PDS; Ruberval Pilotto - PDS;Victor Fontana - PFL.

Rio Grande do Sul

Antônio Britto - PMDB; Arnaldo Prieto - PFL;Erico Pegoraro - PFL; Hilário Braun - PMDB; JorgeUequed - PSDB.

Sexta-feira 11 7521

o SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Encerro asessão, convocando outra para amanhã, dia 11, as 9horas.

Encerra-se a Sessão às 16 horas e 13 minutos.

DISCURSO DO SR. ROSA PRATA, PUBLI­CADO NO DCN DE 17-6-1989, QUE SE REPU­BUCA POR HAVER SAÍDO COM OMISSÓES.

O SR. ROSA PRATA (PMDB - MG. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Depu­tados, completando, em 6 de julho, 90 anos de existên­cia com circulação ininterrupta, o jornal Lavoura e Co·mércio, editado em Uberaba, Minas Gerais, afirma-secomo sendo um.dos peri6dicos de presença mais éons­tante no cenário jornalístico do País.

É fácil dar-se conta das imensas dificuldades que en­frentaram todos aqueles que se propuseram a fazer ga­zetas no Brasil do século passado. O que dizer daquelesque fizeram no interior...

Vem daí o extraordinário mérito do Lavoura e Co­mércio, que, se outros valores não tivesse, s6 o dacirculação contínua por nove décadas já seria grandefeito.

Mas, evidentemente, o jornal tem méritos extraordi­nários. Ele surgiu com a missão específica de defenderos legítimos interesses do produtor rural em face daganância do fisco estadual, que pretendia cobrar, na­quela época, tributo considerado lesivo à economiaagropecuária. O compromisso de defesa dos direitosdo homem do campo foi, ao longo do tempo, bandeirado peri6dico; jamais, em toda a sua existência, deixariade honrá-Ia.

Valorizando as iniciativas do trabalho, comprometidocom os ideais Iibertários do povo que fez do diárioverdadeiro arauto das reivindicações, o jornal consti­tui-se, hoje, em valioso reposit6rio de informações dahist6ria do povo do Triângulo Mineiro. Ele sempre foifiel à comunidade e aos compromissos dela com o desen­volvimento do País.

Mas é, sobretudo, no registro da regionalidade e daspeculiaridades da vida no interior onde está, talvez,o maior méritodo jornal, que se vê, aos noventa anos,vigoroso, considerado e prestigiado. É evidente queseus diretores souberam conduzir com inteligência asgrandes e pequenas causas, dando ao povo uma trin­cheira permanente na defesa dos seus direitos.

O Lavoura e Comércio sempre defendeu a demo­cracia, a família, os bons costumes, a valorização dotrabalho e os direitos sociais do cidadão.

Encerrando este pronunciamento, quero parabenizaros diretores e funcionários do Lavou~a e Comércio pelaoportunidade da efeméride, que é uma das mais gratasda hist6ria de Uberaba.

Da tribuna que ocupo neste momento, no CongressoNacional, permito-me homenagear a figura de Quinti­liano Jardim, fundador c diretor do jornal que hojeexaltamos.

Ele foi um vulto de grande expressão cultural, estu­dioso e dc trato ameno, viveu o seu tempo com a menta·lidade voltada sempre para o futuro, valorizou e honrouseu povo e delc mereceu a maior consideração e respei­to, lutou, trabalhou e viu sua empresa florescer, dissimi­nando idéias, registrando fatos, fazendo hist6ria.

ATOS DA MESA

~ APOSENTADORIASO Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das

atribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneab, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve, nos termos do artigo 40, inciso UI, alínea a,da Constituição de República Federativa do Brasil,combinado com os artigos 183, item n, alínea a, e 186,item I, alínea a, da Resolução n? 67, de 9 de maiode 1962, conceder aposentadoria a JERÓNIMO DEOLIVEIRA, no cargo de Técnico Legislativo, CD·AL-Oll, Classe Especial, Referência NS-25, do QuadroPermanente da Câmara dos Dcputados, com proventoaumentado de 20%, na forma do artigo 193, item lI,da Resolução n' 67, citada.

'Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

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7522 Sexta-feira 11

o Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneab, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve, nos termos do artigo 40, inciso III, alínea a,da Constituição da República Federativa do Brasil,combinado com os artigos, 183, item lI, alínea a, e186, item I, alínea a, da Resolução n' 67, de 9 de maiode 1962, conceder aposentadoria a MARIA JOSÉ DASILVA, no cargo do Técnico Legislativo, CD-AL-Oll,Classe Especial, Referência NS-25, do Quadro Perma­nente da Câmara dos Deputados, com as vantagensprevistas no artigo 2', § 3', da Resolução n' 1, de 7de março de 1980.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

b) EXONERAÇÕESO Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das

atribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962, a CARLOS ALBERTO GOUVÊA'DUTRA, Técnico Legislativo Adjunto, Classe "A",ponto n' 3902, do cargo de Oficial de Gabinete, CD­DAS-102.1, do Quadro Permanente da Câmara dosDeputados, que exerce no Gabinete do Diretor-Geral.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das, atribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962, a CARLOS ROBERTO DAS CHA­GAS, Técnico Legislativo, Classe "C", ponto n' 3621,do cargo de Chefe da Seção de Pagamento e Recebi­mento, CD-DAS-1Ol.1, do Quadro Permanente da Câ­mara dos Deputados, que exerce na Coordenação deMovimentação Financeira, do Departamento de Finan­ças e de Controle Interno.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962, a HELENA WESTER DOS SAN·TOS, Técnico Legislativo, Classe "C", ponto n' 2476,do cargo de Assistente de Gabinete, CD-DAS-102.1,do Quadro Permanente da Câmara dos Depntados, queexerce no Gabinete do Diretor-Geral.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuiçiies que lhe confere o artigo 1', item' I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962,.a JAIRO GOUVEIA, Técnico Legis­lativo, Classe Especial, ponto n' 1483, do cargo de Chefcda Seção de Pagamento de Deputados, CD-DAS-101.1,do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, queexerce na Coordenação de Pagamento do Pessoal, doDepartamento de Finanças e de Controle Interno.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara cios Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item lI, letra a, da Resolução n' 67,de 9 de maio de 1962, em virtude de aposentadoria,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

a MARIA JOSÉ DA SILVA, Técnico Legislativo,Classe Especial, ponto n' 1052, do cargo de Chefe doServiço de Administração, CD-DAS-IOL2, do QuadroPermanente da Câmara dos Deputados, que exerce naDepartamento de Pessoal.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo I', item 1, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962, a MURILO SÉRGIO DA SILVANETO, Técnico Legislativo Adjunto, Classe "B", pon­to n' 4409, do cargo de Secretário Particular, CD­DAS-102.1, do Quadro Permanente da Câmara dosDeputados, que exerce no Gabinete do Líder do PartidoDemocrata Cristão.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

c) NOMEAÇÕES

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67, de 9 de maio de 1962, ALBA CAS­TRO DA MArrA, Técnico Legislativo, Classe Espc­cial, ponto n' 1753, para exercer, no Departamentode Pessoal, o cargo de Chefe do Serviço de Adminis­tração, CD-DAS-I0l.2, do Quadro Permanente da Câ­mara dos Deputados, transformado pelo artigo 2' doAto da Mesa n' 15, de 26 de maio de 1987.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67, de 9 de maio de 1962, CARLOS AL­BERTO GOUVEIA DUTRA, Técnico LegislativoAdjunto, Classe "A", ponto n' 3.902, para exercer,no Gabinete do Líder do Partido Democrata,Cristão,o cargo de Assistente de Gabinete, CD-DAS-I02.1,do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados,transformado pelo artigo 2' do Ato da ,Mesa n" 140,de 18 de julho de 1989.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,e observado o disposto no artigo 4' da Lei n' 5.901,de 9 de julho de 1973, resolve nomear, na forma doartigo 103, alínea b, da Resolução n' 67, de 9 de maiode 1962, CARLOS ROBERTO DAS CHAGAS, Téc­nico Legislativo, Classe "C", ponto n' 3.621,para exer­cer, na Assessoria Técnica da Diretoria Geral, o cargode Assessor Técnico, CD-DAS-102.3, do Quadro Per.manente da Câmara dos Deputados, transformado peloartigo I' da Resolução n' 43, de 30 de junho de 1973.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo I', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67, de 9 de maio de 1962, EDER LUIZDOS SANTOS DE JESUS, Técnico Legislativo Adjun­to, Classe "A", ponto n' 4430, para exercer, no Gabi­nete do Líder do Partido Democrata Cristão, o cargo

. de Assistente de Gabinete, CD-DAS-102.1, do QuadroPermanente da Câmara dos:Deputados, transformado

Agosto de 1989

pelo artigo 2' do Ato da Mesa n' 140, de 18 de julhode 1989.

Câmara dos Deputados, 10 dc agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso "dasatribuiçiies que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato a Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,e observado o disposto no artigo 4' da Lei n' 5.901,de 9 de julho de 1973, resolve nomear, na forma doartigo 103, alínea b, da Resolução n' 67, de 9 de maiode 1962, HELENA WESTER DOS SANTOS, TécnicoLegislativo, Classe "C", ponto n' 2.476, para exercer,na Diretoria Legislativa, o cargo de Assessor Adminis­trativo, CD-DAS-102.3, do Quadro Permanente da Câ­mara dos Deputados, transformado pelo artigo l' daResolução n' 23, de 17 de junho de 1980.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo I', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResoluçâo n' 67, de 9 de maio de 1962, JAIRO GOU­VEIA, Técnico Legislativo, Classe Especial, ponto li'1483, para exercer, na Coordenaçâo de Pagamcnto doPessoal, do Departamento de Finanças e de ControleInterno, o cargo de Diretor, CD-DAS.101.3, do Qua­dro Permanente da Câmara dos Deputados, Transfor­mado pelo artigo 4' da Resolução n'65, de 25 de outubrode 1984.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que 11).e confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa" n' 119, de 30 de março de 1989,e observado o disposto no artigo 4' da Lei n' 5.901,de 9 de julho de 1973, resolve nomear, na forma doartigo 103, alínea b, da Resolução n' 67, de9 de maiode 1962, MARCELO CARACAS UNHARES, paraexercer, na Diretoria Legislativa, o cargo de AssessorAdministrativo, CD-DAS-l02.3, do Quadro Perma­nente da Câmara dos Deputados, transformado peloartigo I' da Resoluçâo n' 23, de 17 de junho de 1980.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da C:lmarados Deputados.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67, de 9 de maio dc 1962, MURILO SÉR­GIO DA SILVA NETO, Técnico Legislativo Adjunto,Classe "B", ponto n' 4409, para exercer, no Gabinetedo Líder do Partido Democrata Cristão, o cargo deAssistente de Gabinete, CD-DAS-I02.1, do QuadroPermanente da Câmara dos Deputados, transformadopelo artigo 2' do Ato da Mesa n' 140, de 18 de julhode 1989.

Câmara dos Deputados, la de agosto de" 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputado.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo I", item r, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67. de 9 de maio de 1962, RAUL DES0l!SA REIS, Técnico Legislativo, Classe "C', ponton' 2826, para exercer, no Gabinete do Diretor-Geral,o qrgo de Assistente de Gabinete, CD-DAS-l02.1.do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados:transformado pelo artigo 3' do Ato, da Mesa n' 15,de 26 de maio de 1987.

Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. ­Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.

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MESA --------------,.Presidente:PAES DE ANDRADE (PMDB)

1" Vice-Presidente:INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL)

2' Vice-Presidente:WILSON CAMPOS (PMDB)

19 Secretário:LUIZ HENRIQUE (PMDB)29 Secretário:EDME TAVARES (PFL)39 Secretário:CARLOS COTTA (PSDB)49 Secretário:RUBERVAL PILOTTO (PDS)

Suplentes:FERES NADER (PTB)FLORICENO PAIXÃO (PDT)ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN)JOSÉ MELO (PMDB)

LIDERANÇAS

Vice-Líderes

LíderIBSEN PINHEIRO

Líder

EUCLIDES SCALCO

PARTIDO DA FRENTE LIBERAL-PFL-

Augusto Carvalho

PARTIDO COMUNISTABRASILEIRO

-PCB.-

Líder

ROBERTO FREIRE

Vice-Líderes

LíderLeonel Júlio

Líder

PARTIDO SOCIAL CRISTÃO-PSC-

Líder

CESAR CALS NETO

PARTIDO TRABALHISTARENOVADOR

-PTR-

ISMAEL WANDERLEY

Líder

Francisco Rolim

Vice-Líder

PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO-PSD-

PARTIDO DO POVO BRASILEIRO-PPB-

Fernando Santana

Aristides Cunha

Elias Murad

Líder

PLÍNIO ARRUDA SAMPAIO

Vice·Líderes

VirgI1io Guimarães Gumercindo Milhomem

PARTIDO DEMOCRATA CRISTÃO-PDC-

Líder

ROBERTO BALESTRA

Vice·LíderesTarzan de Castro Gidel Dantas

PARTIDO DA RECONSTRUÇÃONACIONAL-PRN-

Líder

ARNALDO FARIA DE SÁ

ADOLFO OLIVEIRA

PARTIDO DOS TRABALHADORES-PT-

Vice-Líder

Hélio Costa Nelson Sabrâ

PARTIDO LIBERAL-PL-

Líder

PARTIDO TRABALHISTABRASILEIRO

-PTB-Líder

GASTONE RIGHI

Vice-Líderes

Sólon Borges dos ReisRoberto Jefferson

Ronaro CorrêaRita FurtadoPaes Landim

José LinsErico Pegoraro

Annibal Barcello,

José TavaresJosé Ulisses de Oliveira

Maguito VilelaManoel Moreira

Márcio BragaMaurício PáduaRenato ViannaRospide Neto

Ruy NcdelSérgio Spada

Tidei de Lima

José TeixeiraRicardo IzarJofran FrejatJesus TajraIberê FerreiraStélio DiasLuís Eduardo

PARTIDO DA SOCIALDEMOCRACIA BRASILEIRA

-PSDB-

Genebaldo CorreiaAntônio BrittoBete MpndesCarlos VinagreDalton CanabravaDenisar AroeiroFernando VelascoFirmo de CastroGabriel GuerreiroJorge MedauarJosé Carlos VasconcelosJosé Geraldo

PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO

-PMDB-

Líder

JOSÉ LOURENÇO

Vice-Líderes

PARTIDO SOCIALISTABRASILEIRO

-PSB-

Vice-Líderes

Virgildásio de Senna Robson MarinhoCristina Tavares Ziza ValadaresMaria de Lourdes Abadü:.

PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL-PDS-

Affif DomingosVice-Líderes

Marcos Formiga PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA-PST-

LíderJoão Cunha

Líder

AMARAL NETTO

Vice-Líderes

Bonifácio de Andrada Darcy PozzaGerson Peres Aécio de Borba

PARTIDO DEMOCRÁTICOTRABALHISTA

-PDT-Líder

VIVALDO BARBOSA

Vice-LíderesLuiz Salomão Lysâueas MacielArtur Lima Cavalcante Carlos Cardinal

Líder

JOÃO HERRMANN NETO

Vice-Líder

Ademir Andrade

PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL-PCdoB-

Líder

HAROLDO LIMA

Vice·Líder

Aldo Arantes

PARTIDO DO POVO

-PP-Líder

ERALDO TRINDADE

PARTIDO LIBERAL PROGRESSISTA

-PLP-Líder

UBIRATAN SPINELLI

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Francisco BenjamimJairo CarneiroMessias GóisNey LopesOscar CorrêaPaes Landim

Roberto Torres

Virgílio Guimarães

PL

Ibrahim Abi-Ackcl

PT

Francisco Diógenes

PDTCarlos Cardinal

PL

PSB

Júlio CamposNarciso MendesRita FurtadoSadie HauachcSérgio Brito

Jones Santos Neves10 Vagas

PTBFéres Nader

PT

PDC

PFL

PDS

PFL

PDS

PTB

PDC

PDTMiro Teixeira

PSDBMoema São ThiagoI Vaga

PCdoB

PSDBSigmaringa SeixasVilson Souza

2 Vagas

Carrel BenevidesGastone Righi

Flávio Rocha

Lídice da Mata

Carlos Alberto CaóMiro Teixeira

Darcy PozzaDelfim Netto

Sotero Cunha

Alysson PaulinelliChristóvam ChiaradiaErico PegoraroEunice MichilesJalles FontouraJesualdo Cavalcanti

José Carlos GreccoNelton Friedrich

1 VagaSecretária: Delzuíte M, A. do ValeRamal: 6906

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃOE JUSTIÇA E REDAÇÃO

Presidente: Nelson Jobim - PMDB - RSVice-Presidentes: João Natal - PMDB - GO

Jorge Medauar - PMDB - BABonifácio de Andrada - PDS ­MG

TitularesPMDB

- Michel TemerNelson JobimNilson GibsonOsvaldo MacedoPlínio MartinsRenato ViannaRosário Congro NetoSérgio SpadaTheodoro MendesTito Costa

Renato JohnssonRita Camata

Aloysio ChavesCosta FerreiraDionísio HageEliézer MoreiraEvaldo Gonçalves

Marcos Formiga

Bonifácio de AndradaGerson Peres

José Maria Eymael

Brandão MonteiroDoute! de Andrade

José Genoíno

Jorge HageJuarez Marques Batista

Benedicto MonteiroHorácio,Ferraz

Arnaldo MoraesBernardo CabralCarlos VinagreHarlan GadelhaHélio ManhãesJoão NatalJorge MedauarJosé DutraJosé TavaresLeopoldo SouzaMendes Ribeiro

Jorge LeiteMárcia Kubitschek

Osmundo RebouçasRalph Biasi

José CamargoJosé JorgePaulo MarquesPaulo PimentelPedro Ceolin

Maurício FruetMaurílio Ferreira LimaMatheus IensenNilso SguareziOnofre CorrêaRonaldo CarvalhoRosário Congro NetoTidei de Lima1 Vaga

PTGumercindo Milhomem

PTBRoberto Jefferson

Gerson PeresPDS

PDTFernando Lyra

PL

PT

Roberto TorresPTB

2 VagasPDT

PSB

PDC

PSDSRobson Marinho1 Vaga

PC do B

SuplentesPMDB

Airton SandovalAntero de BarrosFrancisco AmaralJoaci Góes

PFL

Antônio. Salim CuriatiAr!lold Fjoravanfe

Ervin BonkoskiJoséElias

Aloísio VasconcelosAntonio BrittoAntonio GasparBete MendesEliel RodriguesFrança TeixeiraHenrique Eduardo AlvesJosé Carlos Martinez'José CostaJosé Ulísses de OliveiraLuiz Leal

Lysâneas MacielLuiz Salomâo

Florestan Fernandes

Cristina TavaresKoyo lha

Ângelo MagalhãesArolde de OliveiraÁtila LiraEliézer MoreiraEraldo TrindadeFrancisco Coelho

Afif Domingos

2 Vagas

José EliasOsvaldo Sobrinho

João da Mata

Manuel Domingos

Chico Humberto

José Carlos SabóiaPSB

PDCEduardo Siqueira Campos

PL

Eduardo BonfimPCdoB

Álvaro Valle

Raquel Capiberibe

Secrelário: Mariza da Silva MataRamais: 6902 - 6903

COMISSÃO DE CIÊNCIAE TECNOLOGIA,

COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICAPresidente: Antonio Gaspar - PMDB - MAVice-Presidentes: José Costa - PMD'B - AL

Álvaro Valle - PL - RJArolde de Oliveira - PFL - RJ

TitularesPMDB

PTJoão Paulo

PSDBSaulo QueirozVicente Bogo

PFL

PL

PTBRodrigues Palma

Jacy ScanagaltaJonas PinheiroSérgio BritoUbiratan SpineliVinícius Cansanção

PDC

PSB

Osvaldo Bender

PDS-TelmO Kirst

PFL

PDS

Gilson MachadoHumberto SoutoLuiz MarquesMaurício CamposNarciso Mendes

PSDB1 Vaga'

Juarez Marques BatistaZiza Valadares

José TavaresJosé VianaMaguito VilelaMoisés AvelinoOnofre CorrêaRaul FerrazRenato BernardiRuy NedelSérgio SpadaValdir Colatto

PDTNelson Aguiar

PCdoB

SuplentesPMDB

Antônio de JesusCelso DouradoDarcy DeitosDel Bosco AmaralHilário BraunIturival NascimentoIvo Cersósimo 'Ivo MainardiJorge ViannaJovanni MasiniLélio Souza

COMISSÃO DE AGRICULTURAE POLÍTICA RURAL

Presidente: José Egreja - PTB - SPVice-Presidentes: Rodrigues Palma - PTB - MT

Nestor Duarte - PMDB - BAJonas Pin,heiro - PFL - MT

TitularesPMDB

Marcos QueirozMaurício NasserNestor DuarteNeuto de ContoNyder BarbosaRaul BelémRosa PrataRospide NettoSantinho FurtadoWaldyr Pugliesi

Oswaldo Almeida

Aldo Arantes

Amaury MüllerCarlos Cardinal

Paulo Mourão

Alcides LimaAlércio DiasAlysson PaulinelliErico PegoraroFrancisco CoelhoIberê ferreira

Antonio Marangon

Jayme PaliarinJosé Egrcja

Eurico RibeiroMello Reis

José Carlos Sabóia

Edmundo GaldinoNelton Friedrich

Adauto PereiraAdylson Motta

Alexandre PuzynaAntônio CâmaraDoreto CampanariFausto FernandesGenésio BernardinoGeraldo BulhõesGeraldo FlemingJoão MaiaJoão RezekJosé AmandoJosé Freire

Antônio UenoAssis CanutoCleonâncio FonsecaCosta FerreiraDionísio Dal Prá

Cristina TavaresDirce Tutu Quadros

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PCdoB

PSBJoão Herrmann Neto

Aldo Arantes

Secretária: Marci Ferreira LopesRamais: 6998 -7001

COMISSÃO DEDESENVOLVIMENTO URBANO,

INTERIOR E ÍNDIO

Paulo Zarzur Sérl',io Naya3 Vagas

PFLAloysio Chaves Gilson MachadoAntônio Ferreira Osmar LeitãoEnoc Vieira Sérgio BntoEtevaldo Nogueira

PSDBAntonio Perosa José SerraGeraldo Campos

PDSAry Valadão Mello Reis

PDTBrandão Monteiro César Maia

PTBMarluce Pinto Mendes Botelho

PTFlorestan Fernandes

1 Vaga PDC

Valmir Campelo

PTB

I VagaPDT

Octávio Elísio

PDS

PFL Narciso MendesPedro CanedoSarney Filho

Cunha Bueno

PT

PTB

PDC

PSDB

SuplentesPMDB

Manoel MoreiraMaria LúciaUldurico Pinto5 Vaj),as

Nelson Aguiar

Anna Maria RattesCarlos Mosconi

Artenir Werner

Francisco PintoHarlan GadelhaHélio ManhãesIvo LechJorge Uequed

Miraldo Gomes

Elias Murad

Gumercindo Milhomem

Alysson PaulinelliAlziro GomesEliézer MoreiraLúcio Alcântara

PFL

PDSJosé Luiz Maia

Jovanni MasiniLélio SouzaMaurício NasserNestor DuarteRaimundo BezerraUbiratan AguiarWagner Lago7 Vagas

Jesus TajraJesualdo CavalcantiNarciso MendesSarney Filho2 Vagas

PSDBVicente BogoI vaga

SuplentesPMDB

Adylson MottaJorge Arbage

Airton CordeiroAlcides LimaBenito GamaEnoc VieiraJosé Thomaz Nonô

Aécio NevesEgídio Ferreira Lima

Afrísio Vieira LimaAluísio CamposAntonio "IarízAsdrubal BentesFrancisco SalesGenebaldo CorreiaJosé Melo

Eduardo Bonfim

PSB

Adolfo OliveiraPCdoB PFL

Lézio Sathler

Orlando BezerraRicardo IzarWaldeck OrneIas

Myriam Portella

Rita CamataSimão SessimUhiratan Spinelli

PT

Paulo SidneiRonaldo CarvalhoValdir ColattoWaldir PUJ(liesi3 Vagas

Roberto Augusto

PFL

PTB

PDS

PDTChico Humberto

PDC

PSDB

PSDBPaulo Silva

SuplentesPMDB

Cleonâncio FonsecaLeur LomantoLuiz MarquesManoel Castro

Lurdinha Savignon

Caio PompeuFábio Feldman

Jairo Azi

Presidente: Mário Assad - PFL - MGVice-Presidentes: Etevaldo Nogueira - PFL - MG

Raul Ferraz - PMDB - BAJairo Ali - PDC - BA

TitularesPMDB

José MaranhãoLuís Roberto Ponte•Prisco VianaRaul FerrazRuy NedelVingt Rosado

Agassiz AlmeidaAntônio de JesusFrancisco CarneiroGabriel GuerreiroGerson MarcondesJosé Dutra

José Luiz Maia

Álvaro AntonioAntônio BrittoAsdrubal BentesChagas NetoFernando VelascoFirmo de CastroJosé Carlos Vasconcelos

Anna Maria RattesJosé Carlos Grecco

Antônio FerreiraChristóvam ChiaradiaEtevaldo NogueiraMario Assad

Chagas Duarte

João da Mata (PDC)

PDC

Roberto Augusto

PT

PT

PTB

Paes LandimRicardo IzarSadie Hauache

PDS

Juarez Marques Batista

Osvaldo Bender

PDC

Leonel Júlio

PFL

Sérgio CarvalhoPDT

PSDB

SuplentesPMDB

Joaquim HaickelMário de OliveiraMilton LimaPaulo Almada

Presidente: Furtado Leite - PFL - CEVice-Presidentes: Dionísio Dal Prá - PFL - PR

Annibal Barcellos - PFL - APOttomar Pinto - PMDB - RR

TitularesPMDB

Ivo CersósimoManoel MoreiraNyder BarbosaOttomar PintoPaulo SidneiRenato ViannaI Vaga

Joaquim Sucena

Paulo Delgado

Paulo Ramos

Farabulini Júnior

José Genoíno

Domingos JuvenilFernando VelascoGilson MachadoHélio Rosas

Antônio CâmaraEdivaldo MottaExpedito MachadoFrancisco PintoGeraldo FlemingHaroldo Sanford

COMISSÃO DEDEFESA NACIONAL

Paulo Mourão

Secretário: Jarbas Leal VianaRamais: 6930 - 6931

Sotero Cunha

Arnaldo MartinsJosé Guedes

Carlos Virgílio

Anníbal BarcellosDionísio Dal PráFurtado LeiteOrlando Bezerra

Lúcia BragaSandra CavalcantiWaldeck Ornélas

Raimundo BezerraRaimundo RezendeRenato BernardiRonaldo CarvalhoSamir AchôaValdir Colatlo

PFL

PTI Vaga

Rodrigues Palma

PDT2 Vagas

PTBErvin BonkoskiRoberto Jefferson

Lysâneas Maciel

Ernesto Gradella

Aécio NevesAntônio CâmaraGeraldo BulhõesJoaci GoesJoão MaiaJosé MeloPaulo Sidnei

Cláudio ÁvilaGandi JamilJofran FrejatJúlio Campos

COMISSÃO DE DEFESADO CONSUMIDOR E

DO MEIO AMBIENTEPresidente: Joaci Góes - PMDB - BAVice-Presidentes: Antonio Câmara - PMDB - RN

'FábiõFeldmann - PSDB - SPRaquel Cândido - PDT - RO

TitularesPMDB

I Vaga

Secretário: Ruy Ornar Prudêncio da SilvaRamais: 6920 - 6921

PSDBFábio Feldmann José GuedesGeraldo Alckmin Filho

PDCEduardo Siqueira Campos

PL

PDSVictor Faccioni Eurico Ribeiro

PDT. Raquel Cândido Paulo Ramos

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Irma Passoni

PDCGidel Dantas

PDSCarlos Virgílio Eurico Ribeiro

Manoel CastroMussa Deme,Rita Furtado

José FreireLuiz Alberto RodriguesOsmundo RebouçasRoberto BrantSérgio Naya1 Vaga

Felipe Mendes

José Serra

José Fernandes

Ney LopesOrlando PachecoRita FurtadoSandra CavalcantiSarney Filho

PT

PDTNeIson Seix" s

PL

Gastone Righi

1 Vaga

Victor Faccioni

PTB

PDS

PDC

PFL

PSDBPaulo SilvaRobson Marinho

SuplentesPMDB

Mário MartinsMauro MirandaMessias SoaresPlínio MartinsRoberto VitalII Vagas

José Carlos Coutinho

Adylson MottaAécio de Borba

Benedicto MonteiroElias Murad

Fernando LyraF1oriceno Paixão

Antur da TávolaMoema São Thiago

Jonival Lucas

Gumercindo Milhomem

Amilcar MoreiraDaso CoimbraDjenal GonçalvesHenrique Eduardo AlvesJosé da Conceição

Alceni GuerraAlysson PaulinelliÃngelo MagalhãesErico PegoraroLauro MaiaManoel Castro

PC do B

Presidente: Francisco Dornelles - PFL - RJVice-Presidentes: Arnaldo Prieto - PFL - RS

Fernando Bezerra Coelho - PMDB-PEJosé Serra - PSDB - SP

TitularesPMDB

PFLArnaldo PrietoBenito GamaFrancisco DornellesLevy Dias

PL

Edmilson Valentim

PDT

João Herrmann NetoPSB

I Vaga

Lídice da Mata

PSB

Francisco KüsterJosé Carlos Grecco

PSDB

Álvaro Valle

Secretária: Tasmãnia Maria de Brito GuerraRamais: 6980 - 6977

COMISSÃO DE FINANÇAS

PDS

PC do B

Arnaldo MartinsCid CarvalhoFernando Bezerra CoelhoFrancisco SalesGonzaga PatriotaIrajá RodriguesJoão Carlos Bacelar

Aécio de Borha

César Maia

Jesualdo CavalcantiJosé QueirozLuiz MarquesOsvaldo CoelhoPedro Canedo

Eurico RibeiroPDS

PTB

PDTTadeu França

PT

Sólon Borges dos Reis

Paulo Delgado

PDSOsvaldo Bender

Bocayuva Cunha

PTBHorâcio Ferraz

Pl'

Orlando BezerraOscar CorrêaRicardo Izar

PSB

PL

1 Vaga

PDC

PSDBJorge HageOctávio Elísio

PDC

PDl'

PSDBKoyu lhaVilson Souza

PC do B

TitularesPMDB

José FreireJosé MaranhãoMaguito VilelaMárcia KubitschekMárcio BragaMauro SampaioRenato BernardiRita CamataSérgio SpadaUbiratan Aguiar

PFLAgripino de Oliveira LimaÁtila LiraCleonâncio FonsecaCosta FerreiraEraldo TinocoEvaldo Gonçalves

Caio PompeuHermes Zaneti

Arnold FioravanteArtenir Werner

Márcia Cibilis VianaNelson Aguiar

Florestan Fernandes

Milton Barbosa

Fábio RaunheittiOsvaldo Sobrinho

Secretária: Maria Laura CoutinhoRamais: 7016 - 7019

COMISSÃO DEEDUCAÇÃO,CULTURA,ESPORTE E TURISMO

Presidente: Ubiratan Aguiar - PMDB - CEVice-Presidentes: Celso Dourado - PMDB - BA

Jorge Hage - PSDB - BAFlorestan Fernandes - PT - SP

Virgílio Guimarães

Afrísio Vieira LimaAgassiz AlmeidaBete MendesCelso DouradoChagas NetoFausto FernandesFlávio Palmier da VeigaGerson Vilas BoasHélio RosasIranildo PereiraJoaquim Haickel

Fábio RaunheittiFeres Nader

Dirce Tutu QuadrosJorge Hage

Amaurv MüllerLuiz Salomão

José Luiz de Sâ

Adauto PereiraJosé Luiz Maia

Lídice da Mata

José Gomes

1 Vaga

Arolde de OliveiraChristovam ChiaradiaCláudio ÁvilaIberé Ferreira

José GeraldoLúcia VâniaLuís Roberto PonteMarcelo CordeiroMilton ReisOsmundo RebouçasOswaldo Lima FilhoRalph BiasiRoberto BrantI Vaga

Luiz EduardoRicardo FiuzaRonara CorrêaSaulo CoelhoVinicius Cansanção

Jofran FrejatJosé Jorge

Marcos QueirozMax RosenmannNelson JobimPaulo MincaroneRosa Prata10 Vagas

PL

Felipe Mendes

PT

PTBGastone Righi

PDS

Márcia Cibilis VianaPDT

PFL

PSB

Vladimir PalmeiraPDC

PSDBVirgildásio de SennaZiza Valadares

PC do B

Suplentes

PMDB

José SerraRonaldo Cesar Coei ho

Artur Lima CavalcantiCésar Maia

Cunha BuenoDelfim Netto

Basílio VillaniJayme Paliarin

Manuel Domingos

Secretário: Benício Mendes TeixeiraRamais: 6971 - 6072

COMISSÃO DE ECONOMIA,INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Presidente: Ricardo Fiuza - PFL - PEVice-Presidentes: Airton Cordeiro - PFL - PR

Osmundo Rebouças - PMDB ­CECésar Maia - PDl' - RJ

Titulares

PMDB

Antônio UenoArnaldo Prieto

Ernesto Gradella

Airton CordeiroGilson MachadoJosé Mendonça BezerraJosé MouraJosé Thomaz NonóLael Varella

PFL

Albérico FilhoAmilcar MoreiraFernando Bezerra CoelhoFrancisco CarneiroGenebaldo CorreiaGeovah AmaranteGustavo de FariaHélio DuqueIsrael PinheiroJoão AgripinoJorge Leite

Bosco FrançaDarcy DeitosFirmo de CastroJosé CostaLuiz SoyerLuiz Vianna Neto

Flávio Rocha

Ademir Andrade

José Maria Eymae I

PDl'Raquel Cândido I Vaga

Pl'BMilton Barbosa (PDC) Valmir Campelo

Pl'

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Basílio Villani

Luiz Gushiken

Jonival Lucas

PTB

Horácio FerrazPT

PDC

Carlos VinagreCid CarvalhoDélio BrazDenisar ArneiroHaroldo Sa15óia

SuplentesPMDB

João AgripinoJosé Carlos VasconcelosSamir AehôaTidei de Lima4 Vagas

PFL

Bonifácio de Andrada

Bocayuva Cunha

Benedicto Monteiro

PDS

Francisco Diógenes

PDTLuiz Salomão

PTBJosé Elias

SuplentesPMDB

Nyder BarbosaOswaldo Lima FilhoSérgio Werneck4 Vagas

Expedito MachadoFernando GaspananJoão NatalIranUdo PereiraLúcia VâniaMilton Reis

Alceni GuerraCleonâncio FonsecaGandi JamilJosé Lins

Euclides ScalcoRonaldo Cezar Coelho

Arnold Fioravante

PFLOrlando BezerraRubem MedinaSérgio Brito

PSDBRose de Freitas

PDSVictor Faccioni

Alércio DiasEnoc VieiraJosé LinsFurtado Leite

Francisco KüsterGeraldo Campos

Felipe Mendes

Artur Lima Cavalcanti

Basílio Villani

Luiz Gushiken

Leur LomantoMussa DemesStélio Dias

PSDBJosé Guçdes

PDSGerson Peres

PDTJosé Fernandes

PTBFarabulini Júnior

PT

PDC

PTAntônio Marangon

.PDCJosé Maria Eymael

Secretária: Állia Fclício TobiasRamais: 6945 - 6947

COMISSÃO DERELAÇÕES EXTERIORES

Presidente: Bernardo Cabral - PMDB - AMVice-Presidentes: Márcia Kubitschek - PMDB - DF

Aloysio Chaves - PFL - PAAdolfo_ Oliveira - PL - RJ

TitularesPMDB

Presidente: Fernando Gasparian ­PMDB-SPVice-Presidentes: Irajá Rodrigues-PMDB -RSBenito Gama - PFL - BAFernando Santana ~ PCB - BA

Miraldo Gomes

Secretária: Maria Julia Rabello de Moura

Ramais: 6955 - 6959

COMISSÃO DEFISCALIZAÇÃO E CONTROLE

Tarzan de CastroSccretário: Silvio Avelino da Silva

Ramais: 7025 - 7026

COMISSÃO DEMINAS E ENERGIA

Oscar CorrêaOsvaldo CoelhoPaulo PimentelRubem MedinaSarn"y Filho

Virgílio Guimarães

João de Deus Antunes

Luiz Viana NetoMarcelo CordeiroMárcia KubitschekMattos LeãoMaurilio Ferreira LimaMaurício FruetMelo Freir"Naphtali Alves de SouzaUlysses GuimarãesLeopoldo Bessone

PL

Mello Reis

PT

PFL

PDS

PTB

PDC

PDTJosé Maurício

PSDBJaime SantanaMoema São Thiago

Benedita da Silva

Aloysio ChavesAntônio UenoEnoc VieiraFrancisco BenjamimJesus TajraLeur Lomanto

Afrísio Vieira LimaAntônio MarizAirton SandovalBernardo CabralBosco FrançaDaso CoimbraDélio BrazDjenal GonçalvesHaroldo SabóiaJosé Ulisses de OliveiraLuiz Soyer

Adylson MottaFrancisco Diógenes

Tarzan de Castro

Artur da TávolaEgídio Ferreira Lima

Carrel BenevidesErvin Bonkoski

Amaury MüllerBocayuva Cunha

Victor Faccioni

José Santana deVasconcellos

José Tinoco'Maurício Campos

José Maurício

Marluce Pinto

PT

PDS

PTB

PDT

PDC

PSDBOctávio Elísio

Presidente: Octávio Elisio - PSDB - MGVice-Presidentes: Antônio Perosa - PSDB - SP

Mário Lima - PSDB - BAAécio de Borba - PDS - CE

TitularesPMDB

Luiz Alberto RodriguesMarcos LimaMário LimaMaurício PáduaOsvaldo MacêdoPrisco Viana1 Vaga

PFL'

Antonio PerosaMauro Campos

Domingps JuvenilEduardo MoreiraGabriel GuerreiroGenésio de BarrosJoão ResekJosé Amando

Leonel Júlio

Aécio de Borba

Alcides LimaAssis CanutoÉzio FerreiraGeovani Borges

Vladimir Palmeira

Raquel Cândido

PT

PDT

Valmir Campelo

1 Vaga

PTB

PDC

Malulv NetoSimã,; SessimVictor Fontana

TitularesPMDB

Irajá RodriguesJosé GeraldoMaria LúciaMário LimaNilso SguareziOttomar Pinto

PFL

Márcia Cibilis Viana

Leonel Júlio

Vladimir Palmeira

Benito GamaJoão AlvesJosé MouraJosé Tinoco

Airton SandovalAluízio CamposFernando GasparianFirmo de CastroFernando SantanaGerson MarcondesGustavo de Faria

PSDBJayme Santana Virgildásio de SennaMaria de Lourdes Abadia

SuplentesPMDB

Adolfo de Oliveira

Eduardo Bonfim

SuplentesPMDB

Marcos LimaMatheus IensenMauro SampaioMichel TemerRaul BelémRosário Congro NetoJorge Vianna

PSB

PCdoB

Domingos Leonelli

Antônio GasparBete MendesGenésio de BarrosGeovah AmaranteHélio DuqueHélio RosasJorge Medauar

Neuto de ContoOttomar PintoPaulo RobertoWalmor de Luca4 Vagas

Jonas PinheiroRonaro Corréa1 vaga

PFL

Aloísio VasconcelosArnaldo MartinsCarlos BenevidesHilário BraunIsrael PinheiroMaguito Vilela

Aloysio ChavesAnnibal BarcellosAntônio FerreiraEraldo Tinoco

José GomesPSDBAnna Maria Rattcs Rose de FreitasDirce Tutu Quadros

PDSJosé Luiz Maia Telmo Kirst

PDTChagas Duarte Sérgio Carvalho

PTBMarluce Pinto Valmir Campelo

PTPaulo Delgado

PDCSotero Cunha

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Hermes ZanetiMaria de Lourdes Abadia

Leopoldo SouzaLuiz Alberto RodriguesRubem Branquinho

Arnaldo PrietoAirton CordeiroEraldo TinocoFausto RochaJosé CamargoLevy Dias

Artenir WernerAry Valadão

Doutel de Andrade

José EgrejaOsvaldo Sobrinho

José Genoíno

Santinho FurtadoTheodoro Mendes3 Vagas

PFL

Messias GóisNey LopesPaes LandimRicardo IzarI Vaga

PSDBSigmaringa SeixasVirgilâásio de Senna

PDSCunha Bueno

PDT2 Vagas

PTBSólon Borges dos Reis

PT

1 Vaga

PDC

Benedita da Silva

Miraldo Gomes

José Carlos Coutinho

Edmilson Valentim

Abigail Feitosa

Antônio BrittoBernardo CabralCelso DouradoDalton Canabrava

Anníbal BarcellosArolde de OliveiraJúlio CamposLúcia BragaMaurício CamposOsmar Leitão

PTJoão Paulo

PDC

PL

PCdoB

PSB

SuplentesPMDB

Ivo MainardiMárcio BragaMattos LeãoTidei de Lima

PFL 13 Vagas

Paulo MarquesRubem MedinaSaulo CoelhoSimão Sessim1 Vaga

PSDB

Floriccno Paixão

Feres Nader

Irma Passoni

Jairo Carneiro

Alarico AbibÁlvaro AntônioFrança Teixeira

Antônio DenoÁtila LiraEraldo Tinoco

Célio de Castro

Aécio de Borba

Chagas Duarte

Fábio Raunheitti

PDTMiro Teixeira

PTBSólon Borges dos Reis

PT

PDC

SuplentesPMDB

Osvaldo MacêdoRenato Vianna8 Vagas

PFLIberê FerreiraJofran FrejatRicardo Fiuza

PSDB 1 Vaga

Geraldo Alckmin Filho1 Vaga

PDSJorge Arbage

PDT

1 VagaPTB

Roberto Augusto

Presidente: Raimundo Bezerra - PMDB - CEVice-Presidentes: Ivo Leeh - PMDB - RS

Elias Murad - PTB - MGArnaldo Faria de Sá - PJ - SP

João Herrmann NetoSecretária: Regina Beatriz Ribas MarizRamais: 6992 ~ 6994

COMISSÃO DE SAÚDE,PREVIDÊNCIA E

ASSISTÊNCIA SOCIAL

PC do B

PSB

PDC

Ricardo FiuzaWaldeck Ornélas2 Vagas

PFL

Roberto AugustoPTB

PDC

PDT

PFLOsmar LeitãoVictor Trov~ío

I Vaga

PDS

PT

Lysâneas Maciel

Myriam Portella

PSDBNelton Friedrich

PT

TitularesPMDB

Jorge UequedJones Santos NevesJosé da ConceiçãoJosé TavaresJúlio Costamilan1 Vaga

SuplentesPMDB

Mário LimaNilson Gibson7Vagas

1 Vaga

Secretário: Ronaldo de Oliveira NoronhaRamais: 7011- 7012

Lurdinha Savignon

Átila LiraEnoc VieiraEunice Michiles

Aloysio TeixeiraEdivaldo MottaHaroldo SanfordLuís Roberto Ponte

Mendes Botelho

Alexandre PuzynaAntero de BarrosAntônio MarizEdmilson ValentimFrancisco AmaralGeraldo FlemingHaroldo Sabóia

Humberto SoutoLúcia BragaLúcio AlcântaraNarciso Mendes

Carlos Alberto Caó

Célio de CastroGeraldo Campos

Mello Reis

Paulo Paim

Farabulini Júnior (PTB)

COMISSÃO DE TRABALHOPresidente: Carlos Alberto Caó - PDT - RJVice-Presidentes: Paulo Paim - PT - RS

Júlio Costamilan - PMDB - RSEdmílson Valentim - PC do B ­RJ

Leonel Júlio

Oct;lvio ElísioVicente Bogo

Osvaldo Bender

PT

PL

PTB

PDC

PDTAdhcnõar de Barros Filho2 Vagas

PDS

1 Vaga

Paulo Paim1 Vaga

Anna Maria RattesGeraldo Alckmin Filho

Adylson MottaGerson Peres

Oswaldo Almeida

PFLAlbérico Cordeiro Mussa DemesHumberto Souto Sadie BauacheJalles Fontoura I VagaLuiz Marques

PSDBFrancisco Küster Paulo SilvaGeraldo Campos

PDSArtenir Werner Nasser Almeida

Aloysio TeixeiraAristides CunhaGarlos VinagreHélio RosasJoão NatalJosé FreireLeopoldo Bessone

Farabulini JúniorJoão de Deus Antunes

Francisco Rolim

Secretária: Maria Inéz LinsRamal: tí914

Manuel Domingos

COMISSÃO DESERVIÇO PÚBLICO

Presidente: Irma Passoni - PT - SPVice-Presidentes: Miro Teixeira - PDT - RJ

Carlos Vinagre - PMDB - PAAristides Cunha - PSC - SP

TitularesPMDB

Mário de OliveiraNaphtali Alves de SouzaPaulo ZarzurTheodoro MendesWagner Lago1 Vaga

PL

PSB

PCdo B

PFL

Roberto Jefferson

PDS

TitularesPMDB

Júlio CostamilanMauro SampaioMessias SoaresMoisés AvelinoRaimundo BezerraRaimundo RezendeRuy NedelUldurico PintoVingt Rosado2 Vagas

PTB

José QueirozLauro MaiaOrlando PachecoPedro CanedoSandra Cavalcanti

PSDBJorge UequedMaria de Lourdes Abadia

Carlos VirgI1io

Nelson SeixasPDT

Aldo Arantes

Roberto Balestra

Marcos Formiga

Alceni GuerraErieo PegoraroEunice MichilesGandi JamilJesualdo CavalcantiJofran Frejat

Alarico AbibArnaldo Faria de SáDjenal GonçalvesDoreto CampanariEduardo MoreiraFrancisco AmaralGenésio BernardinoIvo LeehJorge UequedJosé Viana

Carlos MosconiCélio de Castro

Antonio Salim CuriatiAry Valadão

Elias MuradJoaquim Sucena

Chico HumbertoFloriceno Paixão

Page 39: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD11AGO1989.pdf · trabalhadores de empresa em processo falimentar. (Pág.7513) Discurso

PDCGidel Dantas

PTErnesto Gradella

Hermes Zanetti

Nelson SabráWaldeck Ornelas

Fernando GasparianIrajá RodriguesOswaldo Lima FilhoRaimundo BezerraRoberto Brandt

Deputados

PDS

Felipe Mendes

PDT

PFL

PSDB

João PauloPDC

Geovani BorgesJosé CamargoRubem MedinaSergio Brito

PSDB

Anna Maria Rattes

PDS

José Luiz Maia

PT

PDC

PTB

Carrel Benevides

PDTArtur Lima Cavalcanti

Abigail Feitosa

Suplentes

PMDB

Haroldo SabóiaIrajá RodriguesLélio SouzaLuiz Vianna NetoRaul BelémRenato Vianna

PFL

Composição

Roberto Balestra

PL

José Luiz de Sá

PSB!PC do B

Jarbas Passarinho

Pompeu de Souza

Odacir SoaresHugo Napoleão

Severo GomesJosé FogaçaNelson WedekinWilson MartinsJutahy Magalhães

Mauro Borges

Secretária: Hilda de Sena C. WiederheckerRamaIs: 6938 - 6939

Senadores

Presidente: Deputado Waldeck Ornelas (PFUVice-Presidente: Deputado Hermes Zaneti (PSDB)Relator: Senador Severo Gomes (PMDB)

PMDB

2 - COMISSÃO MISTA DESTINADA APROMOVER EXAME ANALÍTICO E PE­RICIAL DOS ATOS E FATOS GERADO­RES DO ENDIVIDAMENTO EXTERNOBRASILEIRO (ART. 26 DAS DISPOSI­ÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓ­RIAS).

Pompeu de Souza

Luiz Salomão

PTB

Carlos Alberto Gastone Righi

Itamar Franco (sem partido)

Moisés Abrão

Meira FilhoNelson Wedekin

João Lobo

PTBMarluce Pinto

PDT1 Vaga

PT

PDC

PDSTelmo Kirst

PFL

Annibal BarcellosAntônio FerreiraArnaldo PrietoEraldo TinocoFurtado LeiteJoão AlvesJoiran FrejatOsvaldo CoelhoPaes LandimSimão Sessim

PSDB

Senadores

João MenezesLourival BatistaOdacir Soares

Chagas RodriguesJosé Richa

Benedita da Silva

Carrel Benevides

José Maurício

José SerraMaria de Lourdes AbadiaSaulo QueirozZiza Valadares

PDS

JOão Castelo Darcy PozzaFelipe MendesJorge Arbage

PTB

Luremberg Nunes Rocha Fábio RaunheittiFéres Nader

PDT

PT

COMISSÕES MISTAS

1. COMISSÃO MISTA DE ORÇAMENTOComposição

Presidente: Deputado Cid Carvalho - PMOB - MAVice- Presidente: Deputado César Maia - PDT _RJRelator: Senador Almir Gabriel - PMDB - PA

TitularesPMDB

Deputados

Cid CarvalhoDélio BrazDenisar ArneiroGenebaldo CorreiaIsrael PinheiroJoão AgripinoJoão Carlos BacelarJosé Carlos VaconcellosJosé Maranhão ­Manoel MoreiraMarcos QueirozMauro SampaioMax RosenmannNilson GibsonNyder BarbosaRospide NetoSantinho FurtadoUbiratan AguiarWagner Lago

Felipe Mendes

César MaiaLuiz Salomão

Irma PassoniVirgílio Guimarães

Jairo Carneiro

Secretária: lote LazzariniRamais: 7005 - 7006

Almir GabrielJoão CalmonLeopoldo PeresMendes CanaleRaimundo LiraRuy BacelarSevero Gomes

Ary Valadão

Saulo Queiroz

Tadeu França

Osvaldo Sobrinho

Manoel CastroMaurício CamposSaulo Coelho

Sigmaringa Seixas

Max RosenmannPaulo RobertoPaulo MincaroncRoberto VitalRubem BranquinhoSérgio Werneck1 Vaga

PFL

POS

PT

POT

PTB

PDC

PSDB

PSOB

TitularesPMDB

SuplentesPMDB

José GeraldoJosé Ulisses de OliveiraLuiz LealNaphtali Alves de SouzaRoberto BrantRospide Netto

Edmundo GaldinoRobson Marinho

Arnold Fioravallle

João de Deus Antunes

Airton CordeiroCosta FerreiraGeovani BorgesLael Varella

Sérgio Carvalho

José Carlos GreccoSaulo Queiroz

João Paulo

Jayme Paliarin (PTB)

Arnaldo MoraesChagas NetoDel Boseo AmaralEliel RodriguesFlávio Palmier da VeigaGustavo de FariaIturival Nascimento

Alexandre PuzynaCarlos BenevidesDalton CanabravaDenisar ArneiroMário MartinsMauro Miranda

Reunião: 4" e 5'; feirasSecretário: Agassis Nylandeir BritoRamais: 6989 - 6990

PFLAlziro Gomes Luiz MarquesÉzio Ferreira Simão SessimJosé Santana de Vasconcellos Stélio DiasJúlio Campos

PSOBAntônio Perosa Mauro CamposLézio Sathler

PDSDarcy Pozza Jorge Arba!jC

PDTBrandão Monteiro José Fernandes

PTBJoaquim Sucena Mendes Botelho

COMISSÃO DE TRANSPORTESPresidente: Darcv Pozza - PDS - RSVice-Presidente: Jorge Arbage - PDS - PA

Sérgio Werneck - PMDB - MGJosé Santana de Vasconcelos - PFL-MG

Page 40: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD11AGO1989.pdf · trabalhadores de empresa em processo falimentar. (Pág.7513) Discurso

MEMBROS DO CONGRESSO MEMBROS DO PODER EXECUTIVO3 - COMISSÃO DE ESTUDOS TERRITO­RIAIS (ART. 12 DO ATO DAS DISPOSI·ÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓ­RIAS).

Composição

Senadores

Alfredo CamposChagas RodriguesJoão CasteloJoão MenezesNabor Júnior

Alcides LimaGabriel GuerreiroJosé Carlos VasconcelosJosé GuedesRenato Bernardi

Almir Laversveiler

Cesar Vieira de Rezende

Charles Curt Mucller

José Carlos Mello

Pedro José XavierMattoso

J EDIÇÃO DE HOJE: 40 PÁGINAS~'------

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Brasília- DF

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