174
i FÁTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTÓFORO “NASCER NA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS: AVANÇOS E DESAFIOS” BORN IN THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS: PROGRESS AND CHALLENGES CAMPINAS 2015

Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

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Page 1: Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

i

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS AVANCcedilOS E DESAFIOSrdquo

BORN IN THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS PROGRESS AND CHALLENGES

CAMPINAS 2015

ii

iii

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS AVANCcedilOS E DESAFIOSrdquo

BORN IN THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS PROGRESS AND CHALLENGES

Tese apresentada agrave Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tocoginecologia da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas da Universidade Estadual de Campinas para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Doutora em Ciecircncias da Sauacutede aacuterea de concentraccedilatildeo em Sauacutede Materna e Perinatal

Thesis presented to the Obstetrics and Gynecology Graduate Program of School of Medical Sciences University of Campinas for obtaining the PhD

degree in Health Sciences in the concentration area of Maternal and Perinatal Health

ORIENTADORA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE Agrave VERSAtildeO FINAL DA TESE

DEFENDIDA PELA ALUNA FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO E ORIENTADA PELA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

Assinatura da Orientadora

CAMPINAS 2015

iv

Diagramaccedilatildeo Assessoria Teacutecnica do CAISM (ASTEC)

v

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ORIENTADORA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

MEMBROS

1

2

3

4

5

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tocoginecologia da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas da Universidade Estadual de Campinas

Data 31 07 2015

vi

vii

RESUMO

Objetivos Estudar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos de 19 municiacutepios e avaliar as rotinas da assistecircncia aos partos da

Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Sujeitos e Meacutetodos Trata-se de

estudo transversal associado a um estudo de casos de rotinas do cuidado na

assistecircncia ao parto em 16 maternidades puacuteblicas Coletaram-se as informaccedilotildees

referentes aos indicadores municipais a partir do DATASUS da Fundaccedilatildeo Seade e

do censo de 2010 Para conhecer as intervenccedilotildees realizadas nas 16 maternidades

em entrevistas com meacutedicos ou enfermeiros responsaacuteveis utilizaram-se o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e

ao receacutem-nascido no partordquo (Ministeacuterio da Sauacutede) e um questionaacuterio complementar

proacuteprio para o estudo A coleta de dados ocorreu de dezembro de 2013 a

outubro2014 Utilizou-se anaacutelise descritiva para as praacuteticas hospitalares e

coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e Spearman para avaliar possiacuteveis

associaccedilotildees entre caracteriacutesticas socioeconocircmicos e demograacuteficas e resultados

obsteacutetricos e perinatais Resultados As porcentagens de matildees adolescentes de

renda le 1 salaacuterio-miacutenimo (SM) e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a nuacutemero de consultas preacute-natais e com a taxa de mortalidade

perinatal poreacutem inversamente com partos cesaacutereos A renda meacutedia domiciliar per

capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal foram correlacionados

diretamente com partos cesaacutereos e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

viii

natais e com a taxa de mortalidade perinatal A porcentagem de matildees adolescentes

e de escolaridade le 8 anos e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a taxa de mortalidade neonatal precoce taxa de prematuridade

e baixo peso ao nascer Em relaccedilatildeo agraves rotinas das 16 maternidades puacuteblicas da

RMC treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam frequentemente a

ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto nove executavam a episiotomia

frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro periacuteodo do parto A

presenccedila de acompanhante durante o trabalho de parto e parto foi rotineira para 9

e 14 hospitais respectivamente Todos os hospitais forneceram rastreamento para

HIV e siacutefilis Doze hospitais realizavam induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e 13 em

ruptura prematura de membranas enquanto 15 tinham protocolos de conduta para

hipertensatildeo arterial severa e profilaxia de sepse neonatal precoce por

Streptococcus do grupo B Cinco hospitais natildeo utilizavam antibioacuteticos para

cesarianas Produtos derivados de sangue natildeo estavam disponiacuteveis em quatro

hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de gestantes em situaccedilatildeo cliacutenica grave Quinze

hospitais relataram ter profissional treinado para atendimento neonatal Conclusatildeo

A taxa de mortalidade perinatal foi o indicador que melhor refletiu os indicadores

socioeconocircmicos na regiatildeo A adolescecircncia foi um indicador social de grande risco

perinatal frequentemente associada com ausecircncia de parceiro A taxa de cesaacuterea

retratou os municiacutepios com maior poder aquisitivo na regiatildeo As praacuteticas qualificadas

de assistecircncia ao parto estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais No

entanto algumas delas parecem excessivas como conduccedilatildeo de parto e

episiotomia enquanto outras precisam ser melhoradas como uso de antibioacuteticos

para todos os partos cesaacutereos e disponibilidade de sangue e cuidado de

ix

emergecircncia Os resultados destacam a inequidade da assistecircncia e a importacircncia

de rever as rotinas hospitalares mesmo em uma regiatildeo com amplo acesso a

recursos materiais e humanos e oportunidades de educaccedilatildeo continuada

Palavras-chave indicadores baacutesicos de sauacutede obstetriacutecia parto tocologia

x

xi

ABSTRACT

Objectives To study maternal and perinatal health and socioeconomic indicators

of 19 municipalities and assess the routines of care during childbirth in the

metropolitan region of Campinas (RMC) Subjects and Methods Cross-sectional

study coupled with a case study of 16 public hospitals on clinical routines applied

for labour and delivery The information on health and socioeconomic indicators

derived from the DATASUS the Seade Foundation and 2010 census Routines were

assessed by through the Assessment Tool of Good Practice Caring for Women and

Newborns during Childbirth (Ministry of Health) and a complementary

questionnaire for interviews with responsible doctors or nurses in 16 hospitals Data

collection occurred from December 2013 to October 2014 Descriptive analysis

was applied to report routine practices in hospitals and Pearson and Spearman

correlation coefficients were used to evaluate possible associations between

socioeconomic obstetric and perinatal outcomes Results The proportion of

teenage mothers and income le 1SM and the illiteracy rate were positively correlated

with number of prenatal visits and perinatal mortality rate and inversely with

caesarean deliveries The average household income per capita and the Municipal

Human Development Index (MHDI) correlated directly with caesarean deliveries and

inversely with number of prenatal consultations and perinatal mortality rate The

percentages of teenage mothers and education le 8 years and the illiteracy rate

correlated positively with the early neonatal mortality rate prematurity and low birth

xii

weight Regarding routine practices during deliveries into 16 public maternities

thirteen hospitals used partograph 10 frequently used oxytocin for labour

augmentation nine frequently performed episiotomy and 14 informed active

management of the third stage of labour The presence of a companion during labour

and delivery was a routine for nine and 14 hospitals respectively All hospitals

provided screening for HIV and syphilis Twelve hospitals performed induction in

prolonged gestation and 13 in premature rupture of membranes Fifteen had clinical

protocol for severe hypertension and for group B Streptococcus early neonatal

sepsis prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for caesarean sections

Blood products were not available in four hospitals and eight could not take

emergency care for severe ill women Fifteen hospitals reported trained professional

providing neonatal care Conclusion The perinatal mortality rate proved to best

indicator reflecting socioeconomic indicators in the region The caesarean rate

pictured the municipalities with higher income Qualified health practices were

available in most hospitals However augmentation with oxytocin and episiotomy

sounded excessive while others need improvement as antibiotics for all C-sections

and availability of blood and emergency care The results highlight the health care

inequity and the importance of reviewing hospital care routines even in a region with

ample access to material and human resources and continuing education

opportunities

Key words childbirth midwifery maternal and perinatal indicators obstetric

xiii

SUMAacuteRIO

RESUMO vii

ABSTRACT xi

SUMAacuteRIO xiii

DEDICATOacuteRIA xv

AGRADECIMENTOS xvii

SIGLAS E ABREVIATURAS xix

INTRODUCcedilAtildeO GERAL 1

OBJETIVOS 23

Objetivo Geral 23

Objetivos Especiacuteficos 23

MEacuteTODOS 25

Desenho do estudo25

Local do estudo 25

Procedimentos25

Criteacuterios de inclusatildeo 26

Criteacuterios de exclusatildeo 27

Instrumentos 27

Aspectos eacuteticos 29

Variaacuteveis e Conceitos29

CAPIacuteTULOS37

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1 38

ARTIGO 139

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2 68

ARTIGO 269

DISCUSSAtildeO GERAL 101

CONCLUSSAtildeO GERAL 113

REFEREcircNCIAS 115

ANEXOS 147

xiv

ANEXO - 1 147

ANEXO - 2 148

ANEXO - 3 149

ANEXO - 4 151

ANEXO - 5 153

xv

DEDICATOacuteRIA

a Deus

que tem me orientado principalmente nos momentos difiacuteceis

ao meu grande amor Elcio

que com dedicaccedilatildeo e carinho tem me impulsionado sempre

agrave minha querida matildee (in memoriam)

primeira

mestre e grande responsaacutevel pela minha formaccedilatildeo

xvi

xvii

AGRADECIMENTOS

Aos meus antigos e novos mestres por terem sabido semear a inquietude do

conhecimento

Agrave minha querida orientadora Eliana Amaral agradeccedilo a confianccedila depositada em

meu trabalho a paciecircncia adotada ao responder tanto minhas questotildees mais

simples como tambeacutem as mais complicadas delas Mas em especial

agradeccedilo o carinho que sempre teve para comigo em todos os momentos

principalmente nos de minha extrema ansiedade

Ao meu esposo Elcio presente em todos os momentos A sua colaboraccedilatildeo foi

fundamental Sem ela percorrer esse longo caminho teria sido certamente

muito mais aacuterduo Agradeccedilo por ser quem eacute estando sempre ao meu lado

A toda a equipe do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas em especial agrave Dra

Carmen Lavras que me ofereceu a oportunidade de trabalhar com a Regiatildeo

Metropolitana de Campinas e me auxiliou na construccedilatildeo do projeto e na coleta

de dados

Agrave Maria Joseacute Comparini Nogueira Saacute Maria Regina Marques de Almeida Flaacutevia

Mambrini e Carla Brito Fortuna pela contribuiccedilatildeo valorosa na realizaccedilatildeo do

projeto de pesquisa

Agrave Maria Cristina Restitutti e Stella Maria B da Silva Telles que me apoiaram na

manipulaccedilatildeo dos bancos de dados

Agrave Maria Helena Souza pela paciecircncia esclarecimentos iniciais e anaacutelise estatiacutestica

Agradeccedilo agrave Conceiccedilatildeo Denise Melissa secretaacuterias da Divisatildeo de Obstetriacutecia e da

Poacutes-graduaccedilatildeo em Tocoginecologia o tratamento sempre carinhoso e bem

humorado

Aos gestores das instituiccedilotildees participantes do estudo pela disponibilidade e

incentivo

Agraves minhas amigas Patriacutecia e Adriana o carinho e a atenccedilatildeo nos momentos mais

difiacuteceis Em especial a formataccedilatildeo e editoraccedilatildeo da tese para o exame de

xviii

Qualificaccedilatildeo em caraacuteter emergencial a paciecircncia e incentivo Nenhuma

memoacuteria eacute tatildeo doce quanto agrave dos bons amigos

A todos meus amigos do local de trabalho em especial para os que estavam mais

proacuteximos Jane Maria do Carmo Marinez Renecirc Soraia Glaacuteucia Soninha

Alexandre e Matheus a amizade e o carinho especial

xix

SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ndash Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia

BP ndash Baixo Peso

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

CNES ndash Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sauacutede

CO ndash Centro Obsteacutetrico

GBS ndash Estreptococo do grupo B

IBGE ndash Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutesitica

IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal

MM ndash Morte Materna

ODM ndash Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio

OECD ndash Organizaccedilatildeo Europeacuteia para o Desenvolvimento

Econocircmico

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

PN ndash Preacute-Natal

RANZCOG ndash Coleacutegio Real da Austraacutelia e Nova Zelacircndia de

Obstetriacutecia e Ginecologia

RCOG ndash Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia

RMC ndash Regiatildeo Metropolitana de Campinas

RMM ndash Razatildeo de Mortalidade Materna

xx

RN ndash Receacutem-nascido

RPMT ndash Ruptura Prematura de Membranas a Termo

SEADE ndash Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados

SIM ndash Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade

SINASC ndash Sistema de Nascidos Vivos

SPSS ndash Statistical Package for Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMN ndash Taxa de Mortalidade Neonatal

TMNP ndash Taxa de mortalidade Neonatal Precoce

TMP ndash Taxa de Mortalidade Perinatal

WHO ndash World Health Organization

1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) satildeo metas

internacionais adotadas pelos paiacuteses signataacuterios Entre estas inclui-se a reduccedilatildeo

da mortalidade materna da mortalidade infantil e o acesso a serviccedilos de sauacutede

reprodutiva e anticoncepccedilatildeo O 5ordm ODM propotildee reduccedilatildeo da razatildeo da mortalidade

materna (RMM) em 75 ateacute 2015 (WHO 2007 Hogan et al 2010) Segundo a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) 50 paiacuteses conseguiram progresso

substancial destas metas graccedilas ao desenvolvimento socioeconocircmico melhoria da

educaccedilatildeo nutriccedilatildeo e acesso a serviccedilos de sauacutede (Hogan et al 2010 Victora et al

2011 WHO 2012) Uma seacuterie de seis artigos publicados no The Lancet mostra ter

havido melhorias significativas na sauacutede materna e infantil no Brasil atendimento

de emergecircncia e reduccedilatildeo da carga de doenccedilas infecciosas (Barreto et al 2011

Paim et al 2011 Reichenheim et al 2011 Schmidt et al 2011 Victora et al

2011a 2011b)

O relatoacuterio ldquoTendecircncias da mortalidade materna 1990 a 2010rdquo mostra que

embora o Brasil tenha reduzido a mortalidade materna de 120 para 56 a cada 100

mil nascimentos natildeo alcanccedilaraacute a meta estipulada de 35 oacutebitos por 100 mil nascidos

vivos (Souza 2011 Lozano et al 2011 ONU 2012 IPEA 2014) Ao mesmo

tempo haacute elevada taxa de cesaacuterea em aumento constante e muito mais acentuado

no sistema privado de assistecircncia ao parto (IPEA 2010 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a

Victora et al 2011 Leal et al 2014b) A razatildeo de mortalidade materna sofreu

2

estagnaccedilatildeo nos uacuteltimos dez anos em niacuteveis intermediaacuterios enquanto observou-se

aumento do componente de mortalidade perinatal na mortalidade infantil (Ministeacuterio

da Sauacutede 2012b Souza 2011 Victora et al 2011 Lansky et al 2014)

Num estudo nacional a prematuridade respondeu por cerca de um terccedilo da

taxa de mortalidade neonatal As maiores taxas de mortalidade neonatal ocorreram

entre crianccedilas com menos de 1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal

prematuros extremos (lt 32 semanas) com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida as que

utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante as que tinham malformaccedilatildeo

congecircnita aquelas cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto as que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de

referecircncia para gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e as que nasceram de parto

vaginal (Lansky et al 2014)

Um total de 98 dos partos no Brasil ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e

proacuteximo de 90 deles satildeo assistidos por meacutedicos (Souza 2011) Dados recentes

da pesquisa ldquoNascer no Brasilrdquo informam que no ano de 2012 52 dos

nascimentos foram por cesaacuterea correspondendo a 88 dos nascimentos no setor

privado (Leal et al 2014a) No Brasil a preferecircncia pela cesariana aumentou

atingindo um terccedilo das mulheres No entanto haacute diferenccedilas marcantes segundo

histoacuteria reprodutiva e fonte de pagamento do parto sendo menor em primiacuteparas

com parto financiado pelo setor puacuteblico (154) e maior entre multiacuteparas com

cesariana anterior no setor privado (732) (Domingues et al 2014) Estudos tecircm

recomendado o suporte de doulas durante o trabalho de parto como uma das

medidas para reduzir as cesaacutereas (Hodnett et al 2011 Kozhimannil et al 2013

2014) No Brasil a presenccedila da doula eacute regulamentada por Portaria do Ministro da

3

Sauacutede No1153 de maio de 2014 que redefine os criteacuterios de habilitaccedilatildeo da

Iniciativa Hospital Amigo da Crianccedila (IHAC) Em seu artigo 7ordm introduz-se o Criteacuterio

Global Amigo da Mulher onde sua participaccedilatildeo eacute sugerida dizendo ldquocaso seja da

rotina do estabelecimento de sauacutede autorizar a presenccedila de doula comunitaacuteria ou

voluntaacuteriardquo (Ministeacuterio da Sauacutede 2014a)

Eacute interessante o contraste entre as praacuteticas obsteacutetricas em diferentes paiacuteses

Na Holanda a taxa de cesaacuterea eacute a mais baixa da Europa (17) enquanto o Brasil

tem a taxa mais elevada do mundo (52) seguido por Meacutexico e Turquia (ambos

com taxas acima de 45) (OECD 2013 Leal et al 2014a IPEA 2014) Na Franccedila

cuja assistecircncia agrave sauacutede eacute garantida pelo Estado observa-se taxa de cesaacutereas

bastante estaacuteveis em 20 de 2009-2011 (OECD 2009 2011 e 2013) Neste paiacutes

tambeacutem ocorrem taxas mais elevadas de cesarianas no setor privado do que no

puacuteblico embora este uacuteltimo seja responsaacutevel pelo cuidado de gestaccedilotildees mais

complicadas (OECD 2013) Em 2011 as menores taxas de cesaacuterea ocorreram nos

paiacuteses noacuterdicos (Islacircndia Finlacircndia Sueacutecia e Noruega) com taxas que variaram de

15 a 17 de todos os nascidos vivos No mesmo periacuteodo a taxa de cesaacuterea no

Reino Unido atingiu 241 no Canadaacute alcanccedilou 261 e na Austraacutelia ficou em

322 (OECD 2013)

Em paralelo a taxa de mortalidade neonatal nos paiacuteses noacuterdicos variou de

16 a 24 por 1000 nascidos vivos no mesmo periacuteodo Na Austraacutelia Reino Unido e

Canadaacute alcanccedilaram 36 41 e 49 respectivamente (OECD 2013) No Brasil foi de

111 (Lansky et al 2014) Nos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para o Desenvolvimento

Econocircmico (OECD) cerca de dois terccedilos das mortes infantis que ocorrem durante

o primeiro ano de vida satildeo mortes neonatais Os principais fatores que contribuem

4

para esta mortalidade satildeo as malformaccedilotildees e a prematuridade Com um nuacutemero

crescente de mulheres adiando a gravidez e um aumento de nascimentos muacuteltiplos

vinculados a tratamentos para fertilidade o nuacutemero de nascimentos preacute-termo

aumentou Em vaacuterios paiacuteses de renda mais alta isso contribuiu para uma

estabilizaccedilatildeo da mortalidade infantil ao longo dos uacuteltimos anos (OECD 2013)

Como em outros paiacuteses no Brasil a atenccedilatildeo agrave sauacutede em geral e ao parto

em particular mostra uma grande inequidade com resultados diferenciados entre

mulheres atendidas nos sistemas puacuteblico e privado e nas vaacuterias regiotildees geograacuteficas

(Victora et al 2010 Diniz et al 2012) Entretanto as publicaccedilotildees sugerem

inadequada qualidade dos cuidados oferecidos na gestaccedilatildeo parto e puerpeacuterio

tanto nos grandes quanto nos pequenos centros (Nagahama e Santiago 2008

Victora et al 2010 Diniz et al 2012 Leal et al 2014a)

Este conjunto de resultados exige uma revisatildeo da linha de cuidado agrave

gestaccedilatildeo e parto Se haacute excesso de intervenccedilotildees incluindo cesaacuterea supotildee-se que

a atenccedilatildeo eacute pouco centrada nas evidecircncias atuais eou que deve haver dificuldades

para aderir agraves boas praacuteticas de cuidado Esta complexa situaccedilatildeo exige estrateacutegias

multicomponentes para qualificar a atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher e da crianccedila (IPEA

2010 Souza 2011 Leal et al 2014a 2014b)

Victora et al (2011) mostraram que as transformaccedilotildees nos determinantes

sociais das doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede afetaram os

indicadores de sauacutede materna e infantil com reduccedilatildeo dos coeficientes de

mortalidade infantil para 20 mortes por 1000 nascidos vivos em 2008 sendo 68

destas mortes pelo componente neonatal O acesso agrave maioria das intervenccedilotildees de

sauacutede dirigidas agraves matildees e agraves crianccedilas foi ampliado quase atingindo coberturas

5

universais e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenccedilotildees foram

reduzidas Entre as razotildees para o progresso estatildeo modificaccedilotildees socioeconocircmicas

e demograacuteficas (crescimento econocircmico reduccedilatildeo das disparidades de renda

urbanizaccedilatildeo melhoria na educaccedilatildeo das mulheres e reduccedilatildeo nas taxas de

fecundidade) intervenccedilotildees externas ao setor de sauacutede (programas condicionais de

transferecircncia de renda e melhorias no sistema de aacutegua e saneamento) programas

verticais de sauacutede da deacutecada de 80 (promoccedilatildeo da amamentaccedilatildeo hidrataccedilatildeo oral e

imunizaccedilotildees) criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com expansatildeo da

cobertura para atingir as aacutereas mais carentes e a implementaccedilatildeo de programas

nacionais e estaduais para melhoria da sauacutede e nutriccedilatildeo infantil e em menor grau

promoccedilatildeo da sauacutede das mulheres (Victora et al 2011)

No entanto os autores salientaram que ainda persistem desafios como a

medicalizaccedilatildeo abusiva (alta frequecircncia de cesaacuterea episiotomias ocitocina

muacuteltiplos exames de ultrassom etc) mortes maternas por abortos inseguros e a

frequecircncia alta de nascimentos preacute-termo Destacaram ainda que embora a Meta

do Milecircnio para mortalidade infantil devesse ser alcanccedilada em dois anos o mesmo

natildeo ocorreria com a mortalidade materna (Victora et al 2011)

Outros indicadores de sauacutede perinatal aleacutem da morte materna e da taxa de

cesaacuterea tecircm sido explorados Um projeto da OECD tem discutido indicadores de

qualidade dos cuidados de sauacutede (OECD 2007) Na Dinamarca desde setembro

de 2010 oito indicadores satildeo monitorados anestesia analgesia apoio contiacutenuo

para as mulheres na sala de parto laceraccedilotildees de 3 ordm ou 4 ordm graus cesariana

hemorragia poacutes-parto estabelecimento de contato pele a pele entre matildee e receacutem-

nascido hipoacutexia fetal grave e parto de crianccedila saudaacutevel apoacutes o parto sem

6

complicaccedilotildees O registro eacute obrigatoacuterio para todas as unidades de parto e estas

recebem seus resultados para a monitorizaccedilatildeo e aprimoramento no programa de

qualidade de assistecircncia (Kesmodel e Jolving 2011)

No Brasil os indicadores de sauacutede materna e perinatal incluem a taxa de

mortalidade neonatal precoce a tardia a poacutes-natal e a perinatal a razatildeo de

mortalidade materna a incidecircncia de siacutefilis congecircnita a proporccedilatildeo de internaccedilotildees

hospitalares (SUS) por afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prevalecircncia de

aleitamento materno a prevalecircncia de aleitamento materno exclusivo em menores

de seis meses a proporccedilatildeo de nascidos vivos de matildees adolescentes a proporccedilatildeo

de nascidos vivos de baixo peso ao nascer a cobertura de preacute-natal a proporccedilatildeo

de partos hospitalares e de partos cesaacutereos e o percentual de oacutebitos de mulheres

em idade feacutertil investigado (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2012) No Estado de Satildeo

Paulo entre os indicadores que compotildeem a matriz de informaccedilotildees demograacuteficas e

socioeconocircmicas de condiccedilotildees de vida e sauacutede e da rede de serviccedilos do SUS

incluem-se taxa de cesaacutereas cobertura vacinal coeficientes de mortalidade infanti l

e materna e leitos1000 habitantes (Secretaria da Sauacutede do Estado de Satildeo Paulo

2010)

O conhecimento da situaccedilatildeo de sauacutede pelos gestores e profissionais

utilizando indicadores eacute fundamental para o bom desenvolvimento das accedilotildees de

melhoria porque devem refletir a qualidade do cuidado Assim a matriz de

indicadores pode ser um poderoso instrumento para nortear o planejamento local e

regional de sauacutede (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2011 IPEA 2014) No entanto

os nuacutemeros natildeo permitem compreender o processo do cuidado e identificar onde

este processo estaacute suboacutetimo Para isso eacute necessaacuterio desenhar toda a linha de

7

cuidado de forma a deixar expliacutecitas as necessidades de recursos humanos

materiais e a inter-relaccedilatildeo entre as equipes e niacuteveis de atenccedilatildeo necessaacuterios para

oferecer atenccedilatildeo qualificada e ao mesmo tempo personalizada

Modelos de atenccedilatildeo obsteacutetrica e as praacuteticas baseadas em evidecircncia

Wagner (2001) define trecircs modelos de atenccedilatildeo ao parto 1) o modelo

medicalizado com uso de alta tecnologia e pouca participaccedilatildeo de obstetrizes

encontrado nos Estados Unidos da Ameacuterica Irlanda Ruacutessia Repuacuteblica Tcheca

Franccedila Beacutelgica e regiotildees urbanas do Brasil 2) o modelo humanizado com maior

participaccedilatildeo de obstetrizes e menor frequecircncia de intervenccedilotildees (Holanda Nova

Zelacircndia paiacuteses escandinavos e alguns serviccedilos no Brasil) e 3) os modelos mistos

da Gratilde-Bretanha Canadaacute Alemanha Japatildeo e Austraacutelia

No modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica holandecircs 16 de todos os nascimentos

ocorreram em casa em 2010 (maior do que em outros paiacuteses) enquanto 11

ocorreram em centros de partos (OECD 2013) As gestantes com gravidez sem

complicaccedilatildeo satildeo atendidas por meacutedico generalista e enfermeiras obstetras a

equipe de atenccedilatildeo primaacuteria e em caso com complicaccedilotildees ou aumento do risco as

enfermeiras obsteacutetricas referem as clientes para cuidado secundaacuterio com

ginecologista As indicaccedilotildees para referecircncia satildeo acordadas entre os profissionais

envolvidos (ginecologistas enfermeiras obstetras e meacutedicos generalistas) na ldquoLista

de Indicaccedilotildees Obsteacutetricasrdquo (Wiegers e Hukkelhoven 2010)

Esse modelo de atenccedilatildeo tem respaldo na literatura O cuidado conduzido por

enfermeira obstetra foi associado a menos episiotomia ou parto instrumental maior

chance de ter um parto vaginal espontacircneo e iniciar o aleitamento materno precoce

8

quando comparado com cuidado conduzido por meacutedicos ou compartilhado e este

cuidado foi mais eficaz quando estavam integradas no sistema de sauacutede no

contexto do trabalho em equipe (Campbell et al 2006 Hatem et al 2009 Sandall

et al 2009 Renfrew et al 2014)

No Reino Unido 80 das mulheres davam agrave luz em casa na deacutecada de 1920

o que ocorreu em apenas 23 dos nascimentos em 2011 (Office for National

Statistics 2012) Os Estados Unidos tiveram uma mudanccedila semelhante de 50 de

nascimentos em casa em 1938 para menos de 1 em 1955 (MacDorman et al

2014) A maioria das investigaccedilotildees que compararam parto domiciliar planejado com

parto hospitalar natildeo encontrou nenhuma diferenccedila no nuacutemero de mortes fetais

intraparto oacutebitos neonatais baixos iacutendices de Apgar ou admissatildeo na unidade de

terapia intensiva neonatal nos EUA Poreacutem uma meta-anaacutelise indicou resultados

neonatais mais adversos associados com parto em casa Existem desafios

associados com projetos de pesquisa voltados para parto domiciliar planejado em

parte porque a realizaccedilatildeo de ensaios cliacutenicos randomizados natildeo eacute viaacutevel (Zielinski

et al 2015)

Sabe-se que os modelos de assistecircncia ao parto tecircm diferentes

caracteriacutesticas que envolvem forma de remuneraccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

forma de financiamento do sistema constituiccedilatildeo de equipe assistencial local de

ocorrecircncia do parto havendo conflito de interesses e reserva de mercado de

trabalho entre outras O modelo adotado em determinada localidade exerce papel

preponderante na escolha pelo tipo de parto tanto pela parturiente quanto pelo

profissional que lhe assiste (Patah e Malik 2011 Dominges et al 2014)

9

No Reino Unido em 2013-14 618 dos partos tiveram iniacutecio espontacircneo

136 foram induzidos 132 terminaram por operaccedilatildeo cesariana e 609 dos

partos que ocorreram em hospitais do National Health System (NHS) foram

espontacircneos com 262 de partos cesaacutereos Mais de um terccedilo de todos os partos

(366) natildeo exigiu anesteacutesico O grupo de 30-34 anos foi o mais frequente (Health

and Social Care Information Center 2015) Na Austraacutelia as intervenccedilotildees vecircm

aumentando e primiacuteparas de baixo risco em hospital privado em comparaccedilatildeo com

hospital puacuteblico tiveram maiores taxas de induccedilatildeo (31 vs 23) parto instrumental

(29 vs 18) cesariana (27 vs 18) epidural (53 vs 32) e episiotomia (28

vs 12) e as mais baixas taxas de parto normal (44 vs 64) (Dahlen et al 2012)

Um estudo de base hospitalar realizado no Brasil em 2011-2012 baseado

em entrevistas de 23894 mulheres avaliou o uso de um conjunto de praacuteticas

(alimentaccedilatildeo deambulaccedilatildeo uso de meacutetodos natildeo farmacoloacutegicos para aliacutevio da dor

e de partograma) e intervenccedilotildees obsteacutetricas (uso de ocitocina amniotomia

episiotomia manobra de Kristeller e litotomia) na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto de mulheres de risco obsteacutetrico habitual Estas chamadas ldquoboas praacuteticasrdquo

durante o trabalho de parto e parto foram menos frequentes nas regiotildees Norte

Nordeste e Centro-Oeste O uso de ocitocina e amniotomia ocorreu em 40 dos

partos sendo mais frequente no setor puacuteblico e nas mulheres com menor

escolaridade assim como a operaccedilatildeo cesariana A manobra de Kristeller

episiotomia e litotomia foram utilizadas em 37 56 e 92 das mulheres

respectivamente (Leal et al 2014b)

Poliacuteticas nacionais tecircm sido adotadas para reverter as elevadas taxas de

partos ciruacutergicos Em 1998 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu um limite de 40

10

para a proporccedilatildeo de partos por cesariana que seriam pagos agraves instituiccedilotildees puacuteblicas

Houve reduccedilatildeo de 32 em 1997 para 239 em 2000 Poreacutem os efeitos do pacto

com os governos estaduais e serviccedilos teve curta duraccedilatildeo principalmente no setor

privado e as taxas voltaram a subir apoacutes 2002 (Victora et al 2011) Novas poliacuteticas

foram instituiacutedas como Programa de Humanizaccedilatildeo do Preacute-natal e Nascimento

(Serruya et al 2004) e a regulamentaccedilatildeo do direito a acompanhante durante o

trabalho de parto em hospitais puacuteblicos (Ministeacuterio da Sauacutede 2005)

Apesar de natildeo haver um consenso em relaccedilatildeo agrave proporccedilatildeo ideal de partos

cesarianos satildeo observadas em vaacuterios paiacuteses taxas superiores agravequelas que

parecem se tem sugerido entre 15-20 (Patah e Malik 2011 OECD 2013 WHO

2015) No Brasil apesar de a maioria das mulheres ter preferecircncia pelo parto

vaginal muitas alegam que o medo da dor as leva a optar pela cesaacuterea (Dias et al

2008 Potter et al 2008 Domingues et al 2014) Assim a preocupaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo da dor e com a vivecircncia positiva do trabalho de parto e parto satildeo aspectos

essenciais para reduzir as intervenccedilotildees ciruacutergicas desnecessaacuterias

O Ministeacuterio da Sauacutede adotou recentemente a estrateacutegia denominada Rede

Cegonha operacionalizada pelo SUS fundamentada nos princiacutepios da

humanizaccedilatildeo da assistecircncia Essa Rede considera que mulheres receacutem-nascidos

e crianccedilas tecircm direito a ampliaccedilatildeo do acesso acolhimento e melhoria da qualidade

do preacute-natal transporte tanto para o preacute-natal quanto para o parto vinculaccedilatildeo da

gestante agrave unidade de referecircncia para assistecircncia ao parto a ldquoGestante natildeo

peregrinardquo e ldquoVaga sempre para gestantes e bebecircsrdquo promoccedilatildeo de parto e

nascimento seguros atraveacutes de boas praacuteticas de atenccedilatildeo acompanhante no parto

de livre escolha da gestante (Ministeacuterio da Sauacutede 2012c) A rede assistencial para

11

gestantes e receacutem-nascido aleacutem de integrada hierarquizada e regionalizada de

forma a dar acesso agrave gestante em tempo oportuno no momento do parto deve

garantir tambeacutem que todos os estabelecimentos de sauacutede onde se realizam partos

sejam estruturados para o atendimento resolutivo das complicaccedilotildees que podem

ocorrer no nascimento ndash situaccedilotildees esperadas mas natildeo previsiacuteveis ndash

disponibilizando equipamentos insumos e equipe capacitada para prestar o

primeiro atendimento adequado agraves urgecircncias maternas e neonatais (Manzini et al

2009 Magluta et al 2009 Bittencourt et al 2014)

A incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica que se observa na assistecircncia ao parto em todo

o mundo passou a substituir uma atenccedilatildeo individualizada e mais centrada nas

necessidades das gestantes Isso tem sido motivo de preocupaccedilatildeo de profissionais

de sauacutede e grupos da sociedade civil e governo (Nagahama e Santiago 2008

Rattner 2009 Diniz 2009) Ao mesmo tempo o aparente faacutecil acesso a serviccedilos

de sauacutede e profissionais capacitados e a ampla oferta de guias ou recomendaccedilotildees

natildeo satildeo compatiacuteveis com a estabilidade nas razotildees de morte materna e aumento

da mortalidade neonatal precoce Mais do que preparo teacutecnico parece estar

havendo pouca integraccedilatildeo e continuidade no processo do cuidado e necessidade

de maior atenccedilatildeo dos gestores de sauacutede em niacutevel local Em divergecircncia com as

tendecircncias internacionais natildeo haacute uma cultura de atenccedilatildeo multi e interprofissional

ao parto no Brasil (Amoretti 2005)

Concomitantemente tem havido uma mudanccedila significativa das

caracteriacutesticas demograacuteficas e socioeconocircmicas das mulheres que engravidam e

tem seus filhos no Brasil Entre estas a proporccedilatildeo de mulheres acima dos 35 anos

aumentou a gravidez em adolescentes diminuiu e a taxa de natalidade sofreu a

12

maior reduccedilatildeo observada na literatura num intervalo curto de tempo passando de

51 em 2000 para 19 em 2012 (PNDS 2009 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a) A

fecundidade tardia estaacute associada ao maior niacutevel de instruccedilatildeo das mulheres que

vecircm adiando cada vez mais a maternidade em funccedilatildeo de melhores condiccedilotildees

profissionais e econocircmicas Paralelamente eleva-se a proporccedilatildeo de parto cesaacutereo

(Yazaki 2013) Esta mudanccedila significa que a assistecircncia agrave gestaccedilatildeo e ao parto

especialmente nos centros urbanos dirige-se a mulheres de menor paridade maior

idade e escolaridade que podem ser portadoras de doenccedilas cliacutenicas associadas

Esta realidade exige uma qualificaccedilatildeo maior da assistecircncia com integraccedilatildeo das

accedilotildees dos diversos profissionais e melhor gestatildeo do cuidado

As estrateacutegias para reduccedilatildeo da mortalidade materna

O ldquoPrograma Maternidade Segurardquo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

(OMS) baseado na prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees maternas por estratificaccedilatildeo de

risco foi insuficiente para o avanccedilo esperado (WHO 1996) Constatou-se que

estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria eram insuficientes e que uma parte importante

das complicaccedilotildees relacionadas agrave gestaccedilatildeo soacute eacute passiacutevel de prevenccedilatildeo secundaacuteria

(diagnoacutestico precoce) ou terciaacuteria (tratamento precoce para reduzir sequelas) e

ocorre em populaccedilotildees de baixo risco Uma grande proporccedilatildeo de complicaccedilotildees

graves ocorre em mulheres sem fatores de risco e com as melhores condiccedilotildees de

vida (Souza et al 2010a Souza 2011 WHO 2011)

Assim discussotildees de especialistas concluiacuteram pela necessidade de ter

profissionais muito bem treinados para assistir agrave gestaccedilatildeo e parto e uma boa rede

de atenccedilatildeo acessiacutevel e com recursos disponiacuteveis para atender a casos graves Haacute

13

consenso atualmente de que a mortalidade materna pode ser reduzida por meio

do fortalecimento dos sistemas de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo de rotina

quanto de emergecircncia (United Nations 2010) Neste contexto a detecccedilatildeo precoce

e o tratamento de complicaccedilotildees passaram a ter maior destaque nas estrateacutegias de

reduccedilatildeo de mortalidade materna (Campbell e Graham 2006 Ronsmans e Graham

2006 Cross et al 2010 Souza 2011 Soares et al 2012 Dias et al 2014)

Nos paiacuteses desenvolvidos onde as razotildees de mortalidade materna jaacute satildeo

baixas essa situaccedilatildeo deu forccedila para a adoccedilatildeo de um novo ldquoevento sentinelardquo de

qualidade de assistecircncia agrave gestante o near miss materno (Stones et al 1991) Em

1998 Mantel et al descreveram como near miss as mulheres que sofreram

importantes agravos sistecircmicos que se natildeo fossem tratadas adequadamente

poderiam evoluir para oacutebito Este de near miss materno indicando morbidade

grave evoluiu durante as uacuteltimas duas deacutecadas (Tunccedilalp et al 2012) Em 2009 um

Grupo de Trabalho da OMS definiu como morbidade materna near miss uma

mulher que quase morreu mas sobreviveu a uma complicaccedilatildeo que ocorreu durante

a gravidez parto ou dentro de 42 dias apoacutes o teacutermino da gravidez e usou criteacuterios

de disfunccedilatildeo orgacircnica (cardiacuteaca respiratoacuteria renal hepaacutetica neuroloacutegica uterina e

hematoloacutegica) e paracircmetros de extrema gravidade para definir as condiccedilotildees de risco

de vida associados com a gravidez (Say et al 2009) Antes dessa definiccedilatildeo muitos

estudos usaram diferentes paracircmetros para morbidade severa como admissatildeo em

UTI ou diagnoacutesticos cliacutenicos (Waterstone et al 2001 Donati et al 2012) Esta

definiccedilatildeo foi utilizada para desenvolver um instrumento para auxiliar

14

especificamente instalaccedilotildees e sistemas de sauacutede visando melhorar o atendimento

(WHO 2011)

Aleacutem da vantagem de ser um evento mais frequente que as mortes maternas

a vigilacircncia da morbidade materna grave facilita a discussatildeo do caso cliacutenico com a

equipe envolvida permite entrevistar as mulheres sobreviventes e oferece a

possibilidade de intervenccedilatildeo cliacutenica ou na gestatildeo do cuidado o que pode prevenir

o oacutebito Assim o estudo de near miss materno tem sido preconizado e utilizado para

auditar a qualidade do cuidado obsteacutetrico (Pattinson et al 2003 Amaral et al

2011 Cecatti e Parpinelli 2011 Cecatti et al 2011 Souza et al 2010 2012 e

2013 Dias et al 2014 Haddad et al 2014)

Resultados de estudo de base hospitalar no Brasil mostraram uma incidecircncia

de near miss materno de 1021 por mil nascidos vivos e uma razatildeo de 308 casos

para cada morte materna (Dias et al 2014) As incidecircncias mais elevadas de near

miss materno foram observadas em mulheres com 35 anos ou mais naquelas que

apresentaram maior nuacutemero de cesaacutereas anteriores com relato de gestaccedilatildeo de

risco e de internaccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo atendidas em hospitais do SUS

localizados nas capitais dos estados e naquelas que apresentaram parto foacutercipe ou

cesaacutereo

Haacute um conhecimento recente de que complicaccedilotildees graves na gravidez

ocorrem praticamente na mesma frequecircncia em todos os paiacuteses e regiotildees

independentemente do niacutevel de desenvolvimento e disponibilidade de recursos O

que varia eacute a mortalidade mais elevada em contextos de menor desenvolvimento e

escassez de recursos (Souza et al 2013) Na atenccedilatildeo a gestantes e parturientes

os serviccedilos e profissionais envolvidos necessitam reconhecer os quadros cliacutenicos e

15

saber como conduzi-los eacute necessaacuteria organizaccedilatildeo e agilidade da cadeia de

atenccedilatildeo O acesso a uma assistecircncia qualificada ao preacute-natal e ao parto e suportes

tecnoloacutegicos especiacuteficos como acesso a unidade de terapia intensiva anestesia e

transfusotildees satildeo considerados aspectos essenciais para enfrentar estas

complicaccedilotildees e evitar as mortes maternas (Sousa et al 2006)

No Brasil a reduccedilatildeo da mortalidade materna se encontra estagnada apesar

da disponibilidade de recursos (Ministeacuterio da Sauacutede 2012a IPEA 2010 e 2014

Victora et al 2011 Szwarcwald et al 2014) poliacuteticas e marcos regulatoacuterios

incluindo o Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Materna e Neonatal e a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher com princiacutepios e diretrizes

em consonacircncia com os padrotildees internacionais Quase todas as mulheres

brasileiras passam por no miacutenimo uma consulta preacute-natal 90 delas com pelo

menos quatro consultas Supotildee-se que os recursos necessaacuterios para prevenir e

tratar as principais causas de mortes maternas estejam disponiacuteveis (IPEA 2010 e

2014) Ainda assim observa-se elevada mortalidade materna sendo ao redor de

trecircs quartos destas mortes associadas a causas obsteacutetricas diretas e evitaacuteveis

como complicaccedilotildees hipertensivas e hemorraacutegicas (IPEA 2010 e 2014 Souza

2011)

A qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave gestante e ao parto

O cuidado oferecido agrave gestante sofre o efeito das poliacuteticas de sauacutede e de

organizaccedilatildeo de serviccedilos dependente dos recursos humanos informaccedilatildeo

suprimentos e tecnologias em sauacutede que interagem com as financcedilas a lideranccedila e

a gestatildeo em sauacutede Uma parcela significativa de mulheres com complicaccedilotildees na

16

gestaccedilatildeo experimentam demoras na assistecircncia dificultando a detecccedilatildeo precoce e

o uso de intervenccedilotildees apropriadas no momento correto Essa situaccedilatildeo evidencia

falhas no processo de assistecircncia ou falta de coordenaccedilatildeo das accedilotildees entre as

unidades do sistema de sauacutede (Cecatti et al 2009 Amaral et al 2011 Pacagnella

et al 2011 e 2012) Somente com o fortalecimento das linhas de cuidado dentro da

rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede onde todos esses elementos satildeo articulados e se

qualificam eacute possiacutevel garantir a elevada qualidade da atenccedilatildeo (Savigny e Adam

2009) Se houvesse uma linha de cuidado bem estruturada e gerida responsiva e

utilizaccedilatildeo de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas com atuaccedilatildeo articulada

seria possiacutevel qualificar a atenccedilatildeo oferecida agrave gestante

A mudanccedila de comportamento das instituiccedilotildees e dos profissionais de sauacutede

depende de intervenccedilotildees muacuteltiplas incluindo observaccedilatildeo de modelos decisotildees

poliacuteticas supervisatildeo do cuidado e accedilotildees de gestatildeo em sauacutede Uma das

intervenccedilotildees sabidamente eficazes eacute a auditoria cliacutenica que desde a metade do

seacuteculo passado eacute usada em sauacutede materna com impacto sobre a mortalidade em

alguns paiacuteses (Lewis 2007 Souza 2011) No Brasil a atuaccedilatildeo de comitecircs para

revisatildeo dos casos de mortes maternas com vigilacircncia de casos sentinela em sauacutede

foi iniciada em 1990 (IPEA 2010) No entanto a ausecircncia da devoluccedilatildeo da

informaccedilatildeo e governabilidade para propor e implantar accedilotildees de melhoria tornou a

intervenccedilatildeo pouco efetiva (Pattinson et al 2009)

A aplicaccedilatildeo da auditoria cliacutenica de morbidade materna grave e near miss

com orientaccedilatildeo de manejo cliacutenico dos casos segundo padrotildees de condutas

previamente estabelecidos e baseados na melhor evidecircncia tem sido proposta

como intervenccedilatildeo qualificadora do cuidado (Graham 2009 Souza et al 2010b

17

Amaral et al 2011 Souza 2011 WHO 2011 Tunccedilalp e Souza 2014) O principal

produto destas auditorias eacute a informaccedilatildeo sobre a praacutetica no serviccedilo de sauacutede para

accedilatildeo O desafio das auditorias eacute que sua implantaccedilatildeo deve ser sistecircmica sendo a

informaccedilatildeo produzida o ponto de partida para uma accedilatildeo ampla de fortalecimento

dos variados componentes do sistema com retorno de propostas e reavaliaccedilatildeo

posterior fechando o ciclo (Souza 2011)

Nessa visatildeo eacute necessaacuterio conter a demora nas accedilotildees considerando o

cuidado em tempo oportuno como item primordial para o sucesso Thaddeus e

Maine (1990) propuseram o modelo teoacuterico de trecircs demoras conhecido como three

delays model como um referencial teoacuterico para estudar as mortes maternas

bull Fase I ndash demora na decisatildeo de procurar cuidados pelo indiviacuteduo eou

famiacutelia (estaacute relacionada agrave autonomia das mulheres)

bull Fase II ndash demora no alcance de uma unidade de cuidados adequados

de sauacutede (relacionada agrave distacircncia geograacutefica)

bull Fase III ndash demora em receber os cuidados adequados na instituiccedilatildeo

de referecircncia (relacionada agrave assistecircncia meacutedica)

A maioria das mortes maternas natildeo pode ser atribuiacuteda a uma uacutenica demora

sendo comum uma combinaccedilatildeo de fatores na sequecircncia causal que pode ser social

e comportamental relacionadas agrave famiacutelia agrave comunidade e ao sistema de sauacutede

(Kalter et al 2011) A coleta de informaccedilotildees sobre mortes maternas e near miss

materno no modelo de demoras seria uma peccedila chave para avaliar a qualidade

dos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica ou outros fatores outros associados aos maus

resultados (Roost et al 2009 Lori e Starke 2011)

18

Pacagnella et al (2011) num estudo em maternidades de referecircncia em todo

o Brasil observaram uma associaccedilatildeo crescente entre a identificaccedilatildeo de alguma

demora no atendimento obsteacutetrico e desfechos maternos adversos extremos (near

miss materno e oacutebito) Os autores constataram 52 de demoras identificadas entre

mulheres com condiccedilotildees potencialmente ameaccediladoras da vida sendo 684 no

grupo mais grave de near miss materno e 841 no grupo de oacutebito materno Eacute

surpreendente que essas porcentagens de demora sejam observadas nos grandes

centros urbanos apesar da existecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com

acesso livre e sem custo ao cuidado incluindo a transferecircncia de uma gestante para

hospital de referecircncia se necessaacuterio por um centro regulador Considerando os

fatores potencializadores do bom cuidado fica evidente que muitas ldquonatildeo

conformidadesrdquo estatildeo ocorrendo

No mesmo estudo (Pacagnella et al 2011) encontrou-se que os piores

desfechos estiveram ligados agrave indisponibilidade dos serviccedilos obsteacutetricos de

urgecircncia e falta de uma rede de referecircncia articulada dentro do sistema de sauacutede

Quando consideradas as demoras relacionadas ao sistema de sauacutede a

comunicaccedilatildeo entre os equipamentos de sauacutede e as dificuldades com o transporte

(fase II) foram mais comuns do que a ausecircncia de equipamentos ou medicamentos

Os dados mostram que em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede as

dificuldades e problemas na referecircncia e transferecircncia dos casos estatildeo entre as

principais barreiras para se oferecer atendimento obsteacutetrico adequado nas

situaccedilotildees de emergecircncia Os autores apontam a grande fragilidade das redes de

referecircncia regionais de prestadores de serviccedilos complementares

19

Em estudo realizado por Amaral et al (2011) observou-se que quase metade

dos casos de near miss materno foi encaminhada aos hospitais de Campinas de

referecircncia para o SUS por outros municiacutepios ou pelo sistema privado de sauacutede

Mesmo na regiatildeo de Campinas com toda a infraestrutura e acesso a cuidados

havia falta de suprimentos e inadequaccedilatildeo de protocolos causando demora tipo III

Este achado reforccedila a necessidade de rever a qualidade do cuidado e organizar a

rede de atenccedilatildeo perinatal envolvendo gestores de sauacutede maternidades e equipes

cliacutenicas das redes puacuteblica e privada

A oferta de serviccedilos qualificados na atenccedilatildeo perinatal tambeacutem estaacute

associada agrave manutenccedilatildeo das capacidades teacutecnicas e disponibilidade de recursos

institucionais Kyser et al (2012) conduziram estudo para examinar a relaccedilatildeo entre

volume de parto e complicaccedilotildees maternas com 1683754 partos em 1045 hospitais

no ano de 2006 Os hospitais que estavam nos decis 1 e 2 de volume de partos

tiveram taxas mais altas de complicaccedilotildees do que aqueles do decil 10 Sessenta por

cento dos hospitais dos decis 1 e 2 estavam localizados a 40 km dos hospitais de

maior volume Mas os hospitais dos decis 9 e 10 tiveram maiores complicaccedilotildees

comparados com os do decil 6 Os autores concluiacuteram que as maiores taxas de

complicaccedilotildees ocorreram em mulheres que tiveram o parto tanto em hospitais com

volume muito baixo quanto naqueles com volume muito alto

Na Holanda foi desenvolvido estudo de coorte com base populacional para

examinar o efeito do tempo de viagem de casa ateacute o hospital sobre a mortalidade

e os resultados adversos em mulheres graacutevidas a termo em cuidado primaacuterio e

secundaacuterio Os autores concluiacuteram que o tempo de viagem de casa para o hospital

de 20 minutos ou mais por carro estaacute associado com um aumento de risco de

20

mortalidade e resultados adversos em mulheres com gestaccedilotildees a termo Destaca-

se que esses achados deveriam ser considerados no planejamento para a

centralizaccedilatildeo dos cuidados obsteacutetricos (Ravelli et al 2011)

Nos Estados Unidos em 2007 estudou-se tambeacutem a relaccedilatildeo entre volume

de casos atendidos pelos profissionais e as taxas de complicaccedilotildees obsteacutetricas

(laceraccedilotildees hemorragia infecccedilotildees e tromboses) As mulheres cuidadas por

provedores classificados no mais baixo quartil de volume provido (menos do que

sete partosano) tiveram uma probabilidade 50 maior de complicaccedilotildees

comparadas com aquelas que foram atendidas por obstetras do mais alto quartil

Se o volume estaacute casualmente relacionado com as menores taxas de complicaccedilotildees

eacute recomendaacutevel ter um programa robusto de educaccedilatildeo continuada incluindo os

demais (Janakiraman et al 2011)

A Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por apresentar

niacuteveis de sauacutede bastante favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias estaduais e nacionais

Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) estima-se que

50 dos residentes da RMC possuem cobertura de planos de sauacutede e seguros

privados com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS

dependente varia entre 38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho)

Estudos mais detalhados da RMC utilizando diferentes indicadores sociais

permitem identificar aacutereas com melhores e piores condiccedilotildees de vida A faixa que vai

do Sul de Indaiatuba e Campinas estendendo-se em direccedilatildeo a Hortolacircndia

Sumareacute Nova Odessa Santa Baacuterbara DrsquoOeste Americana e Pauliacutenia tem os

piores indicadores sociais Isso significa que haacute diferentes necessidades de sauacutede

a serem consideradas no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas

21

puacuteblicas e linhas de cuidado para a gestante na regiatildeo (UNICAMP 2012) Assim

interessou-nos estudar como a complexa inter-relaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

o perfil soacutecio demograacutefico e a dinacircmica linha de cuidado agrave gestante pode influenciar

na qualidade do cuidado na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

22

23

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar o cuidado ofertado agraves mulheres da Regiatildeo Metropolitana de

Campinas (RMC) no momento do parto

Objetivos Especiacuteficos

Correlacionar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

indicadores socioeconocircmicos nos 19 municiacutepios da RMC (Artigo 1)

Descrever as rotinas realizadas na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto nos serviccedilos obsteacutetricos da RMC (Artigo 2)

24

25

MEacuteTODOS

Desenho do estudo

Este eacute um estudo sobre o diagnoacutestico das condiccedilotildees de oferta qualificaccedilatildeo

do cuidado prestado e seus resultados Para cumprir o primeiro objetivo especiacutefico

foi desenvolvido um estudo de corte transversal com indicadores de sauacutede dos

municiacutepios da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Para cumprir o segundo

objetivo foi realizado um estudo descritivo das praacuteticas intra-hospitalares de

assistecircncia ao parto

Local do estudo

Os 19 municiacutepios da RMC e seus respectivos serviccedilos de atenccedilatildeo ao parto

puacuteblicos ou conveniados ao SUS

Procedimentos

Este estudo foi proposto a partir da experiecircncia de um estudo preacutevio

coordenado e desenvolvido pelo Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas (NEPP)

da Unicamp denominado ldquoDefiniccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo dos protocolos

cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos de supervisatildeo

teacutecnica na RMC ndash Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMCrdquo Os resultados desse estudo NEPP conduzido em 2011 no qual

foram avaliadas as condiccedilotildees de oferta e recursos disponiacuteveis nas instituiccedilotildees natildeo

26

estatildeo sendo apresentados neste trabalho de tese Com o apoio do NEPP e como

complementaccedilatildeo do diagnoacutestico iniciado com o projeto sobre a linha de cuidado da

gestante e pueacuterpera na RMC este projeto foi apresentado agrave diretora da Diretoria

Regional de Sauacutede VII de Campinas (DRS VII) apoacutes aprovaccedilatildeo no Comitecirc de Eacutetica

em Pesquisa da Unicamp

Posteriormente o projeto da pesquisa foi apresentado agrave Cacircmara Temaacutetica

de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Campinas foacuterum consultivo composto pelos

secretaacuterios de sauacutede dos municiacutepios que compotildeem a RMC Diante da concordacircncia

dos seus membros foi enviada carta aos secretaacuterios de sauacutede solicitando o contato

dos responsaacuteveis pelas 17 instituiccedilotildees de sauacutede (hospitaismaternidades) que

fariam parte do estudo A seguir uma das pesquisadoras entrou em contato

telefocircnico com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos dos

hospitaismaternidades para agendar a coleta de dados por meio de entrevista

Apresentou-se o projeto com aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

solicitando autorizaccedilatildeo para contato com os responsaacuteveis Apoacutes a aprovaccedilatildeo da

instituiccedilatildeo seus responsaacuteveis foram contatados e uma entrevista foi marcada no

local sendo realizada pela pesquisadora

Criteacuterios de inclusatildeo

Ser um dos municiacutepios da RMC (Americana Artur Nogueira Campinas

Cosmoacutepolis Engenheiro Coelho Holambra Hortolacircndia Indaiatuba Itatiba

Jaguariuacutena Monte Mor Nova Odessa Pauliacutenia Pedreira Santa Baacuterbara DrsquoOeste

Santo Antocircnio de Posse Sumareacute Valinhos Vinhedo) ndash Anexo 1

27

Pertencer agrave lista de serviccedilos obsteacutetricos (Associaccedilatildeo Hospital Beneficente

Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus FUNBEPE ndash Fundaccedilatildeo Beneficente de Pedreira

Hospital Augusto de Oliveira Camargo Hospital Beneficente Santa Gertrudes

Hospital Estadual de Sumareacute ndash HES Hospital e Maternidade de Campinas (HMC)

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP PUC Campinas) Hospital e

Maternidade Governador Maacuterio Covas Hospital da Mulher Prof Dr Joseacute

Aristodemo Pinotti ndash CAISM Hospital e Maternidade de Nova Odessa ndash Dr Aciacutelio

Carrion Garcia Hospital Municipal de Pauliacutenia Hospital Municipal Waldemar

Tebaldi Hospital Municipal Walter Ferrari Irmandade da Santa Casa de

Misericoacuterdia de Valinhos Santa Casa de Misericoacuterdia de Itatiba Santa Casa de

Misericoacuterdia de Santa Baacuterbara Drsquooeste e Hospital Galileo) dos 19 municiacutepios que

compotildeem a RMC que faziam parte do estudo preacutevio do NEPP

Para as entrevistas acerca das boas praacuteticas os sujeitos foram os gestores

dos serviccedilos obsteacutetricos (Centros Obsteacutetricos) da RMC meacutedicos ou enfermeiros

Criteacuterios de exclusatildeo

Recusa do gestor para participar do estudo

Instrumentos

Os dados sobre indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos referentes ao primeiro objetivo especiacutefico foram extraiacutedos pela

pesquisadora de sistemas de informaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede ndash DATASUS

28

da Fundaccedilatildeo SEADE e do IBGE e posteriormente foram confeccionadas tabelas

Para compor um banco de dados foi construiacuteda uma planilha em Excel

Para responder ao segundo objetivo especiacutefico foram utilizados dois

instrumentos complementares o do Ministeacuterio da SauacutedeMS ldquoInstrumento de

avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo e outro elaborado especialmente para o estudo um roteiro

semiestruturado para as entrevistas com os meacutedicos e os enfermeiros

responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da RMC sobre a rotina da assistecircncia ao

parto (Anexos 2 e 3)

O instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede aborda a ldquoImplantaccedilatildeo das boas

praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo com resposta fechadas em escala Likert

conforme a frequecircncia de sua realizaccedilatildeo

1 Sempre realizada (+ 90 das vezes)

2 Frequentemente realizada (60-90 das vezes)

3 Realizada agraves vezes (20-60 das vezes)

4 Raramente realizada (menos de 20 das vezes)

5 Nunca realizada (proacuteximo de 0)

6 Natildeo sei responder

O roteiro semiestruturado aborda a utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e

guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal cesaacuterea e principais

complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) e

dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos ou medicaccedilotildees transporte comunicaccedilatildeo

hemoderivados ou para monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves possam

ser levado a um cuidado sub-oacutetimo focando a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica

29

durante o parto e puerpeacuterio imediato Conteacutem perguntas fechadas e outras abertas

para as entrevistas realizadas com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos

(meacutedicos ou enfermeiros)

Aspectos eacuteticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP)

da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

Foram elaborados dois termos de consentimento livre e esclarecido um para

os responsaacuteveis pelas instituiccedilotildees participantes e outro para os gerentes dos

serviccedilos obsteacutetricos das instituiccedilotildees (sujeitos do estudo) (anexos 4 e 5)

Foram respeitados todos os aspectos eacuteticos previstos na Resoluccedilatildeo

4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (CNS 2012)

assim como o previsto na Declaraccedilatildeo de Helsinque Foram respeitados o sigilo e

confidencialidade dos dados dos sujeitos do estudo

Variaacuteveis e Conceitos

Dados obtidos por meio dos sistemas DATASUS (indicadores de sauacutede estatiacutesticas

vitais e demograacuteficas e socioeconocircmicas)

Municiacutepio de origem cidade de residecircncia da gestante

Idade da matildee nuacutemero de anos da matildee categorizada como matildee de a0 a 14

anos matildee de 15 a 19 anos matildee de 20 a 24 anos matildee de 25 a 29 anos matildee

de 30 a 34 anos matildee de 35 a 39 anos (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Estado marital situaccedilatildeo civil da mulher categorizado como solteira

casada viuacuteva separada uniatildeo consensual e estado civil ignorado

30

Cor da pele conjunto de caracteriacutesticas socioculturais e fenotiacutepicas

identificadas pela observaccedilatildeo ou declaraccedilatildeo da proacutepria mulher disponiacuteveis

nos sistemas utilizados Classificadas em branca preta parda amarela

indiacutegena e cor ignorada

Grau de escolaridade da matildee nuacutemero de anos de estudos concluidos com

aprovaccedilatildeo Categorizado em 1- Nenhuma escolaridade natildeo sabe ler e

escrever 2 - De um a trecircs anos curso de alfabetizaccedilatildeo de adultos primaacuterio

ou elementar primeiro grau ou fundamental 3 - De quatro a sete anos

primaacuterio fundamental ou elementar primeiro grau ginaacutesio ou meacutedio primeiro

ciclo 4 - De oito a 11 anos primeiro grau ginasial ou meacutedio primeiro ciclo

segundo grau colegial ou meacutedio segundo ciclo 5 - 12 e mais segundo grau

colegial ou meacutedio segundo ciclo e superior 9 ndash escolaridade ignorada se natildeo

houver informaccedilatildeo sobre escolaridade (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Nuacutemero de consultas de preacute-natal nuacutemero de consultas no

acompanhamento preacute-natal Categorizada em nenhuma de 1 a 3 de 4 a 6

7 ou mais e ignorado

Idade gestacional duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo em semanas Variaacutevel categoacuterica

ordinal Categorizado em menos de 22 semanas de 22 a 27 semanas de

28 a 31 semanas de 32 a 36 semanas de 37 a 41 semanas 42 semanas ou

mais e idade gestacional ignorada

Nuacutemero de nascidos vivos segundo consta no SINASC

Nuacutemero de nascidos mortos segundo consta no SIM

31

Nuacutemero de receacutem-nascidos prematuros total de receacutem-nascidos com

menos de 37 semanas de idade gestacional

Taxa de baixo peso ao nascer ndash eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de receacutem-

nascidos com peso menor que 2500gr e o total de receacutem-nascidos de um

municiacutepio no ano considerado

Taxa de prematuridade - Nuacutemero de nascidos vivos prematuros em relaccedilatildeo

ao total de nascidos (vivos e mortos) da instituiccedilatildeo hospitalar no ano

considerado (ANS 2004a)

Iacutendice de Apgar valores medidos no primeiro e no quinto minutos de vida

Consiste numa escala que varia de zero a dez que reflete a vitalidade do

receacutem-nascido Categorizado em Apgar de 1ordmrsquo e de 5ordmrsquo ndash de 0 a 2 de 3 a 5

de 6 a 7 8 a 10 e ignorado

Peso ao nascer peso em gramas Categorizado em menos de 500g 500 a

999g 1000 a 1499g 1500 a 2499g 2500 a 2999g 3000 a 3999g 4000g e

mais peso ignorado

Taxa de analfabetismo feminino por municiacutepio percentual de mulheres sem

instruccedilatildeo por municiacutepio

Renda meacutedia domiciliar per capita relaccedilatildeo entre o rendimento total dos

moradores ou das pessoas da famiacutelia dividido pelo nuacutemero de pessoas do

domiciacutelio ou da famiacutelia

Nuacutemero de serviccedilo de atenccedilatildeo ao Preacute-Natal e ao Parto total de serviccedilos de

atenccedilatildeo ao Preacute-natal e ao parto independente do risco por municiacutepio

32

Dados obtidos por meio de pesquisa na Fundaccedilatildeo SEADE - Informaccedilotildees dos

Municiacutepios Paulistas (IMP)

Razatildeo de mortalidade materna (RMM) ndash eacute o risco estimado de morte de

mulheres ocorrida durante a gravidez o aborto o parto ou ateacute 42 dias apoacutes

o parto atribuiacuteda a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez pelo

aborto pelo parto ou pelo puerpeacuterio ou por medidas tomadas em relaccedilatildeo a

elas expressa em nuacutemero de oacutebitos maternos por 100 mil nascidos vivos de

matildees residentes em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado

(Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011 e 2012)

Taxa de mortalidade neonatal precoce - Nuacutemero de oacutebitos de 0 a 6 dias de

vida completos por mil nascidos vivos na populaccedilatildeo residente em

determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (Fundaccedilatildeo Nacional da

Sauacutede 2011)

Taxa de mortalidade perinatal - Tem como numerador os oacutebitos fetais a partir

da 22ordf semana (natimortalidade) e os oacutebitos neonatais menores que sete

dias de vida (neomortalidade precoce) e como denominador o nuacutemero total

de nascimentos (vivos e mortos) (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011)

Porcentagem de receacutemndashnascido com baixo peso ao nascer (lt2500gr)

Taxa de parto cesaacutereo eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de partos cesaacutereos

e o total de partos (normais e cesaacutereos) realizados por uma instituiccedilatildeo

hospitalar no ano considerado (ANS 2004b)

33

Abastecimento de aacutegua () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares

permanentes por forma de abastecimento de aacutegua segundo prefeituras

Coleta de lixo () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes por

destino do lixo coletado por serviccedilo de limpeza segundo prefeituras

Esgoto sanitaacuterio () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes

por forma de esgotamento sanitaacuterio segundo prefeituras

Rendimento meacutedio mensal das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios

particulares permanentes ( por faixas) Categorizado em sem rendimento

rendimento gt frac12 a 1 SM gt 1 a 2 SM gt 2 a 3 SM gt 3 a 5 SM gt 5 a 10 SM e

gt 10 SM

Densidade demograacutefica ndash nuacutemero de habitantes por km2 Variaacutevel contiacutenua

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal - medida resumida do

progresso em longo prazo em trecircs dimensotildees baacutesicas do desenvolvimento

humano renda educaccedilatildeo e sauacutede

Dado obtido do IBGE censo 2010

Porcentagem de chefia feminina nos arranjos familiares ndash casal sem

filhosoutros casal + filhosoutros chefe + outros monoparentaloutros

sozinho (IBGE 2012)

Porcentagem de chefia feminina sem cocircnjuge nos arranjos familiares - chefe

+ outros monoparentaloutros sozinho

34

Variaacuteveis obtidas nas entrevistas com os gestores

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade categorizada em sim e natildeo

Protocolo para hipertensatildeo severa categorizada em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo categorizada

em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia nas cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Manejo ativo do 3ordm periacuteodo - categorizado em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com transporte categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias de orientaccedilatildeo para assistecircncia em partos normais e

cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias para as complicaccedilotildees categorizada em sim e natildeo

35

Variaacuteveis do instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede ndash ldquoImplantaccedilatildeo das boas praacuteticas

na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo

Todas as respostas neste instrumento satildeo categorizadas conforme a escala

Likert

Sempre realizada (+ 90 das vezes) Frequentemente realizada (60-90

das vezes) Realizada agraves vezes (20-60 das vezes) Raramente realizada (menos

de 20 das vezes) Nunca realizada (proacuteximo de 0) Natildeo sei responder

bull Acolhimento e classificaccedilatildeo de risco na recepccedilatildeo da maternidade

bull Utilizaccedilatildeo de partograma para todas as mulheres em TP

bull Presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher no TP e parto

bull Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do TP

bull Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo

bull Episiotomia

bull Estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na 1ordf hora

bull Disponibilizaccedilatildeo do resultado do teste raacutepido de HIV

bull Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

36

37

CAPIacuteTULOS

Artigo 1 Christoacuteforo F Restitutti MC Lavras C e Amaral E A diversidade socioeconocircmica

e os indicadores de sauacutede materna e perinatal na Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil

Socioeconomic diversity and maternal and perinatal health indicators at the Metropolitan

Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

Artigo 2 Christoacuteforo F Lavras C e Amaral E Praacuteticas rotineiras em serviccedilos de obstetriacutecia

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil Routine practices in obstetrics services at the

Metropolitan Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

38

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1

De cadernosfiocruzbr

Enviada Sexta-feira 3 de Julho de 2015 0926

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_106415)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS

INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL (CSP_106415) para Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o progresso de seu manuscrito dentro do processo

editorial bastando clicar no link Sistema de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos

localizado em nossa paacutegina httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

39

ARTIGO 1

A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS INDICADORES DE SAUacuteDE

MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS

BRASIL

SOCIOECONOMIC DIVERSITY AND MATERNAL AND PERINATAL HEALTH

INDICATORS AT THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS BRAZIL

DIVERSIDAD SOCIO-ECONOMICOS Y INDICADORES MATERNA Y

PERINATAL LA REGIOacuteN METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E

PERINATAL

F Christoacuteforo1

MC Restitutti2

C Lavras3

E Amaral4

1 Doutoranda Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp e enfermeira do Nuacutecleo

de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas CampinasSP Brasil

2 Pesquisadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

40

RESUMO

OBJETIVO Correlacionar os indicadores socioeconocircmicas e de sauacutede materna e perinatal

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo transversal com

informaccedilotildees extraiacutedas do DATASUS da Fundaccedilatildeo SEADE e do censo 2010 Aplicaram-se

os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman e mapeamento dos indicadores

RESULTADOS Maiores porcentagens de matildees adolescentes e maior taxa de analfabet ismo

se correlacionaram diretamente com nuacutemero de consultas preacute-natais mortalidade perinatal

mortalidade neonatal precoce prematuridade e baixo peso ao nascer e inversamente com

cesaacutereas A renda meacutedia per capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal se

correlacionaram diretamente com cesaacutereas e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

natais e mortalidade perinatal CONCLUSOtildeES Apesar do desenvolvimento social da RMC

permanecem desigualdades que impactam os indicadores de sauacutede materna e prinatal Os

piores resultados foram observados em adolescentes mulheres com menor escolaridade e

renda enquanto que o poder econocircmico aumentou a taxa de cesaacutereas

Palavras chave obstetriacutecia parto indicadores baacutesicos de sauacutede

41

ABSTRACT

OBJECTIVE To correlate socioeconomic with maternal and perinatal health indicators in

the Metropolitan Region of Campinas (RMC) METHOD This is a cross-sectional study

with data from DATASUS SEADE Foundation and 2010 census We applied Pearson and

Spearman correlation coefficients as well as mapping of indicators RESULTS Teenage

mothers and higher illiteracy rates correlated directly with antenatal visits perinatal

mortality early neonatal mortality prematurity and low birth weight and inversely with

caesarean section The average income per capita and the Municipal Human Development

Index correlate directly with caesarean section and inversely with antenatal visits and

perinatal mortality rate CONCLUSIONS Regardless of RMCs social development

inequalities remain impacting maternal and perinatal health indicators The worst results

were found among adolescents women with less education and income while the economic

power increased the cesarean rate

42

RESUMEN

OBJETIVO Correlacionar indicadores socioeconoacutemicos y de salud materna y perinatal en

la Regioacuten Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio transversal con

informacioacuten de la DATASUS el SEADE Fundacioacuten y 2010 censo Se aplicaron coeficientes

de correlacioacuten de Pearson y Spearman y mapa de los indicadores RESULTADOS Madres

adolescentes y las tasas de analfabetizacioacuten se correlacionan directamente con menos

consultas prenatales mortalidad perinatal mortalidad neonatal precoz prematuridad y bajo

peso al nacer y inversamente con cesaacutereas El ingreso y el Iacutendice de Desarrollo Humano

Municipal se correlacionan directamente con cesaacuterea e inversamente con visitas prenatales y

mortalidad perinatal CONCLUSIONES Aunque el desarrollo del RMC se mantienen

desigualdades que afectan indicadores de salud materna e perinatal Los peores resultados se

observaron en las adolescentes mujeres con menos educacioacuten e ingresos aunque el poder

econoacutemico se incrementoacute la cesaacuterea

43

INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas o Brasil vivenciou transformaccedilotildees nos determinantes sociais das

doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede1 O paiacutes fez progressos nos Objetivos de

Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) atingindo algumas das metas estabelecidas

Contribuiacuteram para este resultado as modificaccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas externas

ao setor de sauacutede aleacutem de consolidaccedilatildeo do Sistema Nacional de Sauacutede (SUS) expansatildeo da

cobertura e a implementaccedilatildeo de programas para melhoria da sauacutede infantil e para a promoccedilatildeo

da sauacutede das mulheres ampliaccedilatildeo da cobertura de vacinaccedilatildeo e da assistecircncia preacute-natal Por

outro lado ainda se observam desigualdades socioeconocircmicas e regionais em sauacutede e

necessidade de qualificar os recursos humanos123

Persistem desafios como a reduccedilatildeo de mortes maternas (MM) e nascimentos preacute-

termo por um lado aleacutem de reduccedilatildeo de partos cesaacutereos e uso rotineiro de intervenccedilotildees

desnecessaacuterias no parto por outro Apesar de avanccedilo anterior com reduccedilatildeo da razatildeo de morte

materna (RMM) houve estagnaccedilatildeo a partir de 200212 A reduccedilatildeo observada se deveu agrave queda

da mortalidade por causas obsteacutetricas diretas2 Eacute possiacutevel avanccedilar com estrateacutegias de

qualificaccedilatildeo nos serviccedilos aleacutem das intervenccedilotildees multissetoriais como a redistribuiccedilatildeo de

renda134 Um total de 98 dos partos ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e proacuteximo de 90

deles satildeo assistidos por meacutedicos1 Se uma fraccedilatildeo das mortes maternas e neonatais ocorre

dentro dos hospitais por causas evitaacuteveis o monitoramento das mesmas eacute um elemento

relevante para conhecimento dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da

assistecircncia5

As cesaacutereas podem reduzir a mortalidade e morbidade materna e perinatal quando

bem indicadas mas podem acarretar riscos6 Entretanto cada vez mais mulheres de estatildeo

parindo por cesaacuterea e uma parte significativa destas intervenccedilotildees ciruacutergicas estaacute sendo

44

realizada sem indicaccedilatildeo meacutedica46 Os riscos potenciais de cesaacutereas desnecessaacuterias precisam

ser considerados7

As mortes neonatais satildeo responsaacuteveis por 40 das mortes entre crianccedilas menores de

cinco anos de idade no mundo e 68 das mortes infantis no Brasil238 Em 2011 a taxa de

mortalidade neonatal foi de 111 oacutebitos por mil nascidos vivos sendo maior nas classes

sociais mais baixas entre receacutem-nascidos de muito baixo peso e prematuros seguido pelos

malformados910 O padratildeo de distribuiccedilatildeo das causas de morte infantil estaacute relacionado ao

processo de desenvolvimento do paiacutes23 Quanto maior a participaccedilatildeo dos oacutebitos no periacuteodo

neonatal precoce mais complexo atuar sobre as causas das mortes e mais importantes se

tornam as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede relacionados ao preacute-natal ao parto e ao puerpeacuterio2

Neste cenaacuterio oportunidades de sinergismo das accedilotildees em sauacutede materna e perinatal

passaram a ser enfatizadas Eacute consenso que a mortalidade materna e a neonatal podem ser

reduzidas atraveacutes do fortalecimento do sistema de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade para mulheres e seus receacutem-nascidos11 incluindo assistecircncia preacute-

natal e parto e estrutura de atendimento neonatal812 Este estudo pretende correlacionar os

indicadores de sauacutede materna e perinatal com os indicadores socioeconocircmicos nos 19

municiacutepios na Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo de corte transversal correlacionando os indicadores

socioeconocircmicos e indicadores de sauacutede materna e perinatal Foram sujeitos do estudo os 19

municiacutepios que compunham a RMC a segunda maior regiatildeo metropolitana do estado de Satildeo

Paulo dotada de grande desenvolvimento socioeconocircmico e de boa oferta de serviccedilos de

sauacutede A partir da extraccedilatildeo dos dados disponiacuteveis de 2011 em sistemas de informaccedilatildeo oficia is

45

(DATASUS - para estatiacutesticas vitais e dados demograacuteficos Fundaccedilatildeo SEADE ndash para dados

de sauacutede renda e rendimentos e censo de 2010 para chefia feminina dos domiciacutelios) foi

criado um banco de dados por municiacutepio de domiciacutelio A coleta de dados ocorreu em janeiro

e fevereiro de 2014

As variaacuteveis socioeconocircmicas estudadas por municiacutepio de residecircncia das parturientes

incluiacuteram porcentagem de matildees adolescentes sem parceiro raccedila branca escolaridade lt 8

anos de estudo chefe de famiacutelia com renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) taxa de chefia feminina

analfabetismo renda meacutedia domiciliar per capita (R$) porcentagem de esgoto sanitaacuterio

densidade demograacutefica (habkm2) e iacutendice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)

Para caracterizar a atenccedilatildeo obsteacutetrica prestada na RMC estudaram-se as variaacuteve is

maternas e perinatais porcentagens de matildees com ateacute 6 consultas de preacute-natal de cesaacutereas

de RN com Apgar de 5ordm min lt 8 RMM Taxa de mortalidade perinatal (TMP) taxa de

mortalidade neonatal precoce (TMNP) (por 1000 NV) taxa de prematuridade e porcentagem

de RN com baixo peso (BP) ao nascer

Realizou-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis com distribuiccedilatildeo de frequecircncias Apoacutes

aplicou-se os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman O projeto de pesquisa foi

aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

46

RESULTADOS

A RMM esteve abaixo de 70100000 NV (nascidos vivos) em 15 de 19 municiacutep ios

14 tiveram mais de 60 dos partos cesaacutereos e menos que 10 dos RN com BP ao nascer A

TMP foi maior que 10 por 1000 NV em 14 municiacutepios e a TMNP foi menor que 10 por 1000

NV em 17 deles ndash tabela 1

Havia mais de 15 de matildees adolescentes em sete municiacutepios A taxa de

analfabetismo foi maior que 5 em 10 cidades Em 12 municiacutepios mais de 50 das matildees

natildeo tinham parceiro e em 11 deles mais de 20 da populaccedilatildeo tinha chefia feminina Em 15

municiacutepios mais de 20 dos chefes de famiacutelia tinham renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) e 13

cidades tinham mais de 90 de esgoto sanitaacuterio - tabela 2

Somente trecircs municiacutepios tiveram menos de 500 nascidos vivos por ano Em cinco

municiacutepios mais de 20 das matildees fizeram ateacute seis consultas de preacute-natal Nove municiacutep ios

tiveram mais de 10 dos RN com menos de 37 semanas e trecircs tinham mais de 2 dos RN

com Apgar de 5ordm minuto lt 8 ndash tabela 2

No geral os indicadores socioeconocircmicos e de sauacutede materna e perinatal apontaram

resultados mais desfavoraacuteveis em trecircs municiacutepios contiacuteguos na regiatildeo noroeste e outros dois

na regiatildeo sudoeste ndash figuras 1 e 2 Um grupo de trecircs municiacutepios no nordeste da regiatildeo e outro

na regiatildeo sudoeste estatildeo entre os que apresentaram IDHM alto associado a maiores taxas de

cesaacuterea prematuridade e de TMNP ndash figura 1

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e RMM (dados natildeo

apresentados) As porcentagens de matildees adolescentes renda do chefe de famiacutelia le 1 SM e a

taxa de analfabetismo se correlacionaram positivamente com menor nuacutemero de consultas

preacute-natais e inversamente com cesaacutereas A porcentagem de matildees com escolaridade lt 8 anos

foi diretamente correlacionada com menor nuacutemero de consultas preacute-natais As porcentagens

47

de matildees sem parceiros e populaccedilatildeo com chefia feminina foram correlacionadas inversamente

com cesaacutereas A renda meacutedia domiciliar per capita e o IDHM foram correlacionados

diretamente com cesaacutereas e inversamente com menor nuacutemero de consultas preacute-natais -

tabela 3

As porcentagens de matildees adolescentes escolaridade lt 8 anos e a taxa de

analfabetismo se correlacionaram positivamente com a TMNP taxa de prematuridade e

baixo peso ao nascer O IDHM e a renda meacutedia domiciliar per capita se correlacionaram

inversamente com a TMP mas as porcentagens de matildees adolescentes renda le 1 SM e

analfabetismo se correlacionaram positivamente com esse indicador - tabela 3

DISCUSSAtildeO

Este estudo mostrou que entre os municiacutepios da RMC permanecem desigualdades

socioeconocircmicas que impactam os indicadores estudados A populaccedilatildeo mais vulneraacutevel satildeo

as mulheres com menor escolaridade e renda as analfabetas as matildees adolescentes e as

mulheres sem parceiros Os indicadores estudados foram semelhantes aos utilizados por Reis

e colaboradores13 Sua interpretaccedilatildeo pode contribuir para uma melhoria contiacutenua do acesso

ao cuidado e da qualidade da sauacutede oferecida em niacutevel local e estadual13

A RMC destaca-se por apresentar niacuteveis de sauacutede favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias

estaduais e nacionais Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar estima-se

que 50 dos residentes na RMC possuem cobertura de planos e seguros privados de sauacutede

com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS dependente varia entre

38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho) Estudar os indicadores sociais da RMC

pode contribuir para identificar aacutereas com diferentes necessidades de sauacutede o que deve ser

48

considerado no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas e linhas de

cuidado para a gestante na regiatildeo14

Na Franccedila foram fechados os serviccedilos obsteacutetricos que realizavam menos de 300

partosano considerando como criteacuterios para o fechamento o grau de isolamento

geograacutefico a aacuterea coberta pela maternidade a oferta alternativa de estruturas obsteacutetricas e

pediaacutetricas o risco das gestantes e o risco social da populaccedilatildeo4 Na RMC trecircs municiacutep ios

tiveram menos de 500 nascimentos em 2011 Somente o municiacutepio de Campinas tem trecircs

maternidades puacuteblicas a maioria dos municiacutepios tem apenas uma e quatro deles natildeo tecircm

nenhuma Destes trecircs municiacutepios possuem menos de 500 nascimentosano e distam em

meacutedia 170 km dos municiacutepios com maternidade suficiente para que natildeo ocorram demoras

que poderiam contribuir com piores desfechos maternos e fetais15

A correlaccedilatildeo direta entre IDHM e a porcentagem de cesaacutereas e inversa entre o nuacutemero

de consultas preacute-natais e a TMP era esperada Um estudo utilizou o IDH para avaliar as

tendecircncias de cesaacuterea em 21 paiacuteses usando a classificaccedilatildeo de Robson6 Houve aumento das

taxas na maioria dos grupos para todas as categorias do IDH exceto no Japatildeo e as maiores

taxas de cesaacuterea foram registradas nos paiacuteses menos desenvolvidos O Brasil encontrava-se

entre os paiacuteses com crescimento de 85 nas taxas de cesaacuterea entre 2004-2011 No mesmo

periacuteodo o Meacutexico a Argentina e o Japatildeo tiveram crescimento de 3 18 e -25

respectivamente6 Na RMC 14 municiacutepios praticaram taxas superiores a 60 de cesaacutereas

retratando o que outros estudos sobre as taxas de cesaacuterea no Brasil vem apontando61617 Esses

resultados estatildeo concordantes a com a literatura com quatro municiacutepios apresentando IDHM

muito alto (acima de 0800) e 15 com IDHM alto (0700- 0799)6

Eacute reconhecida a associaccedilatildeo entre acesso a serviccedilos de sauacutede e niacutevel socioeconocircmico

das populaccedilotildees No Brasil o uso de serviccedilos de sauacutede por quintil de renda niacutevel de instruccedilatildeo

49

e aacuterea geograacutefica de residecircncia confirma que este uso eacute mais elevado entre aqueles de melhor

condiccedilatildeo social18 Neste estudo a renda meacutedia domiciliar per capita foi inversamente

correlacionada ao nuacutemero de consultas preacute-natais e TMP e diretamente correlacionada com

partos cesaacutereos

Estudo observou que o niacutevel mais baixo de renda estava associado a maiores riscos

de ocorrer RN com BP parto prematuro baixo iacutendice de Apgar em cinco minutos e

natimorto Mulheres de diferentes quintis de renda tiveram diferentes atitudes e

comportamentos em relaccedilatildeo aos cuidados de maternidade19 Nos grupos de menor renda

familiar a mortalidade perinatal foi relacionada a maiores taxas de induccedilatildeo do trabalho de

parto e cesaacuterea20

Na RMC a menor escolaridade das matildees correlacionou-se diretamente com menor

nuacutemero de consultas preacute-natais TMN TMNP taxa de prematuridade e de RN com BP

Estudo nacional encontrou que entre os oacutebitos neonatais um terccedilo das matildees tinha menos de

oito anos de estudo 212 das matildees eram adolescentes e 335 natildeo viviam com o

companheiro Matildees das classes sociais ldquoD+Erdquo as adolescentes e aquelas com mais de 35

anos tiveram maiores taxas de mortalidade neonatal sendo quatro vezes maior para as matildees

com baixa escolaridade9

Eacute reconhecido que um dos mais poderosos determinantes de sauacutede eacute a educaccedilatildeo A

educaccedilatildeo tem um efeito sobre o uso de serviccedilos de sauacutede materna pela matildee21 As mulheres

com niacuteveis mais baixos de educaccedilatildeo estatildeo em maior risco de desfechos graves

principalmente em paiacuteses que tecircm menor desenvolvimento social e econocircmico21 No Brasil

a maior escolaridade materna tem sido associada a maior proporccedilatildeo de matildees com sete ou

mais consultas no preacute-natal22 Este resultado indica menor acesso aos serviccedilos de sauacutede

50

especialmente para as mulheres em condiccedilotildees socioeconocircmicas desfavoraacuteveis ou pouca

atenccedilatildeo dada pelas mulheres agrave sua proacutepria sauacutede ou a de seus filhos23

Estudos apontaram que mulheres com menor escolaridade com maior nuacutemero de

gestaccedilotildees sem companheiro assim como as adolescentes e mulheres de raccedilacor preta

encontraram barreiras para a realizaccedilatildeo do preacute-natal ou para o iniacutecio precoce32224 Na RMC

a correlaccedilatildeo entre a menor escolaridade das matildees e a mortalidade neonatal poderia ser

explicada pelo menor acesso aos serviccedilos de sauacutede menor nuacutemero de consultas de preacute-natal

dificultando o diagnoacutestico precoce de intercorrecircncias na gestaccedilatildeo o que pode ocasionar o

nascimento de RN prematuro e de baixo peso as maiores causas de morte neonatal no paiacutes

A atenccedilatildeo agrave sauacutede das crianccedilas eacute influenciada positivamente pela alfabetizaccedilatildeo das

matildees25 No Brasil a taxa de analfabetismo em 2011 alcanccedilou 86 sendo 43 no Estado

de Satildeo Paulo em 20101825 enquanto na RMC ultrapassou 5 em 10 municiacutepios Neste

estudo houve correlaccedilatildeo inversa da analfabetizaccedilatildeo com a porcentagem de cesaacutereas e direta

com menor nuacutemero de consultas preacute-natais TMP TMNP taxa de prematuridade e RN com

baixo peso

Nos grupos de idades extremas com maior risco persistem as menores proporccedilotildees

de consultas de preacute-natal no Brasil22 Estes dados satildeo semelhantes ao desse estudo

especialmente em relaccedilatildeo agraves adolescentes Etnia estado civil condiccedilatildeo social autoestima e

fatores econocircmicos tambeacutem influenciam a utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de preacute-natal e parto24 No

Brasil a qualidade e efetividade do preacute-natal satildeo afetadas pelas dificuldades no acesso iniacutecio

tardio nuacutemero inadequado de consultas e realizaccedilatildeo incompleta dos procedimentos

preconizados2426

No Brasil eacute recomendado o miacutenimo de seis consultas para gestaccedilotildees natildeo

complicadas menos do que se pratica nos paiacuteses desenvolvidos (10 a 14 atendimentos)272829

51

A cobertura da assistecircncia preacute-natal eacute praticamente universal (987) mais de trecircs quartos

das mulheres iniciaram o preacute-natal antes das 16 semanas de gestaccedilatildeo e 731 compareceram

a seis ou mais consultas24 Poreacutem a adequaccedilatildeo da assistecircncia parece ser baixa Na RMC

80 das matildees realizaram mais de seis consultas preacute-natais em 14 municiacutepios superando o

miacutenimo recomendado pelo Ministeacuterio da Sauacutede27 o que reflete um bom acesso aos serviccedilos

de sauacutede Poreacutem estrateacutegias para melhorar o acesso aos serviccedilos de preacute-natal precisam ser

implementadas para os cinco municiacutepios em que mais de 20 das matildees fazem ateacute seis

consultas de preacute-natal

Maior proporccedilatildeo de matildees adolescentes com menor escolaridade e renda e mais

analfabetismo foram associadas a menor frequecircncia agraves consultas de preacute-natal na RMC dados

tambeacutem encontrados em outros estudos222324 A renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM

foram inversamente correlacionados a baixa frequecircncia agraves consultas de preacute-natal Este achado

confirma os achados de estudos em que as mulheres com maior renda maior escolaridade e

que residem em locais mais desenvolvidos tiveram uma frequecircncia maior agraves consultas

Identificar as populaccedilotildees de maior risco para implantar estrateacutegias para aumentar o acesso ao

preacute-natal eacute um desafio constante2829

No Estado de Satildeo Paulo a proporccedilatildeo de nascidos vivos prematuros varia conforme a

idade da matildee Eacute mais baixa entre aquelas de 20 a 30 anos e aumenta para as matildees mais

velhas23 Entre os fatores de risco para partos preacute-termo incluiacuteram-se gravidez na

adolescecircncia e tardia aleacutem de etnia negra e baixo niacutevel socioeconocircmico12 Em nosso estudo

essa associaccedilatildeo entre a prematuridade e o baixo peso se confirmou

A autonomia eacute considerada um elemento chave para conquistar a sauacutede sexual e

reprodutiva e estaacute relacionada a maior acesso controle e empoderamento30 A correlaccedilatildeo

inversa da porcentagem de matildees sem parceiro com a taxa de partos cesaacutereos poderia

52

demonstrar maior autonomia e preocupaccedilatildeo com autocuidado na gestaccedilatildeo e parto Relata-se

o aumento da ldquochefiardquo feminina em famiacutelias compostas por casal com ou sem filhos

postergaccedilatildeo da maternidade reduccedilatildeo das taxas de fecundidade e aumento da escolaridade

com maior participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e maior contribuiccedilatildeo para o

rendimento da famiacutelia31 Um estudo de base populacional brasileiro apontou as mais altas

taxas de cesaacuterea em mulheres com maior renda com idade acima de 25 anos maior

escolaridade e nas regiotildees com melhores condiccedilotildees socioeconocircmicas16 Mas nesse estudo a

porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina foi inversamente correlacionada com

porcentagem de cesaacutereas sugerindo que a chefia feminina natildeo se concentra nas faixas de

maior renda

Existem evidecircncias suficientes de que a aacutegua saneamento e higiene podem impactar

a sauacutede materna e neonatal3233 Em 2010 8975 dos domiciacutelios do Estado de Satildeo Paulo

dispunham de condiccedilotildees de saneamento adequado25 Nesse estudo a porcentagem de esgoto

sanitaacuterio natildeo se correlacionou com os indicadores de sauacutede materna e perinatal numa regiatildeo

com boas condiccedilotildees sanitaacuterias Mas seis municiacutepios tinham menos de 90 de saneamento

mostrando as diferenccedilas sociais e econocircmicas entre os municiacutepios da regiatildeo Sabe-se que a

melhoria das condiccedilotildees sanitaacuterias contribuiu junto com as mudanccedilas demograacuteficas e sociais

pela reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia2

Tambeacutem a RMM estaacute relacionada ao grau de desenvolvimento humano econocircmico

e social1233435 A grande maioria das mortes maternas (MM) satildeo evitaacuteveis e ocorrem em

paiacuteses em desenvolvimento3435 Disparidades nas RMM satildeo observadas quando a populaccedilatildeo

eacute desagregada por quintil de renda ou educaccedilatildeo35 No entanto uma grande proporccedilatildeo das

MM ocorre em hospitais e podem estar relacionada aos atrasos no reconhecimento e

tratamento de complicaccedilotildees com risco de vida15 Estudo demonstrou que os atrasos no

53

reconhecimento e tratamento das complicaccedilotildees bem como as praacuteticas precaacuterias contribuem

diretamente para as MM15 Na RMC quatro municiacutepios tiveram uma RMM maior de 70 o

que pode estar associado a problemas na qualidade da atenccedilatildeo preacute-natal na atenccedilatildeo

intraparto ausecircncia de pessoal treinado para cuidados obsteacutetricos de emergecircncia e

dificuldade de acesso em curto tempo Medidas relativas ao sistema de sauacutede e aos serviccedilos

de atenccedilatildeo ao parto precisam ser implementadas para qualificar a atenccedilatildeo e reduzir oacutebitos

evitaacuteveis

Diferenccedilas acentuadas nos coeficientes de mortalidade neonatal satildeo observadas

dentro das aacutereas urbanas com taxas mais elevadas nas favelas que nas aacutereas mais ricas3 A

qualificaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar ao parto com a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade

materna e perinatal e reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo das praacuteticas natildeo baseadas nas evidecircncias deve

ser o foco principal para avanccedilos nas poliacuteticas puacuteblicas de reduccedilatildeo das desigualdades na

mortalidade infantil no Brasil9 As afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prematuridade

as infecccedilotildees a asfixiahipoacutexia e os fatores maternos satildeo as principais causas de oacutebitos infantis

no Brasil2 Resultados perinatais adversos podem ser explicados com base em fatores como

idade tabagismo estado civil consumo de aacutelcool obesidade local de residecircncia (urbano ou

rural) educaccedilatildeo ganho de peso iniacutecio do preacute-natal e nuacutemero de consultas paridade e

aleitamento20

Na RMC houve correlaccedilatildeo direta entre matildees adolescentes menor escolaridade e

analfabetismo com a TMNP taxa de prematuridade e RN com BP estando em concordacircncia

com estudos canadenses1920 assim como a renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM se

correlacionaram inversamente com a TMP Esta taxa se correlacionou diretamente com a

menor renda analfabetismo e matildees adolescentes Gestaccedilatildeo em adolescente tem sido mais

frequente em populaccedilotildees com niacutevel de renda mais baixo e o analfabetismo tem sido

54

relacionado a menor acesso aos serviccedilos de sauacutede e consequentemente um nuacutemero menor de

consultas preacute-natal podendo ocasionar resultado perinatal adverso As mudanccedilas sociais e

econocircmicas com melhoria na educaccedilatildeo materna melhoria do poder aquisitivo da populaccedilatildeo

expansatildeo da rede de abastecimento de aacutegua e saneamento baacutesico aliada agrave ampliaccedilatildeo da

cobertura dos cuidados de sauacutede materna e infantil contribuiacuteram para que o Brasil tenha uma

razatildeo entre o coeficiente de mortalidade infantil por renda per capita proacuteximo ao valor

esperado de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dois indicadores mensurados em vaacuterios

paiacuteses do mundo3

A prematuridade eacute a principal causa de morte entre os receacutem-nascidos e sua

frequumlecircncia eacute maior nos paiacuteses mais pobres devido agraves condiccedilotildees mais precaacuterias de sauacutede da

gestante mas alguns nascimentos prematuros podem resultar de induccedilatildeo precoce do trabalho

de parto ou cesariana por razotildees natildeo meacutedicas81220 Nos paiacuteses mais pobres em meacutedia 12

dos bebecircs nascem prematuros em comparaccedilatildeo com 9 nos paiacuteses ricos3 Mas na uacuteltima

deacutecada ocorreu um aumento de nascimentos preacute-termo e a maior frequecircncia pode ter relaccedilatildeo

com o aumento da proporccedilatildeo de nascimentos com baixo peso22

Lansky et al apontaram que a prematuridade respondeu por cerca de 13 da taxa de

mortalidade neonatal no Brasil9 As maiores taxas ocorreram entre crianccedilas com menos de

1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal prematuros extremos (lt 32 semanas)

com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida que utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante que

tinham malformaccedilatildeo congecircnita cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de referecircncia para

gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e que nasceram de parto vaginal9

As accedilotildees prioritaacuterias na prevenccedilatildeo da prematuridade evitaacutevel incluem melhoria da

atenccedilatildeo preacute-natal prevenccedilatildeo da prematuridade iatrogecircnica por interrupccedilatildeo indevida da

55

gravidez por operaccedilotildees cesarianas sem indicaccedilatildeo qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo hospitalar ao parto

e melhoria na atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Somam-se accedilotildees efetivas para diminuir a

peregrinaccedilatildeo de gestantes para o parto e o nascimento de crianccedilas com peso lt 1500g em

hospital sem UTI neonatal reflexos das lacunas na organizaccedilatildeo da rede de sauacutede38912 Aleacutem

disso para melhorar o resultado perinatal em aacutereas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo ainda

necessaacuterias a adoccedilatildeo de um estilo de vida saudaacutevel e implementaccedilatildeo de sistemas de apoio

incluindo o social19

As desigualdades identificadas entre os municiacutepios da RMC estatildeo em concordacircncia

com estudos recentes que sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-natais piores resultados de parto e baixo peso ao nascer O

niacutevel socioeconocircmico da comunidade reflete nos processos sociais impactando o

desenvolvimento econocircmico e social da aacuterea residencial3637 E matildees com baixa escolaridade

e renda residentes em comunidades de baixo niacutevel socioeconocircmico tem piores resultados de

sauacutede materno-infantil do que as matildees dos niacuteveis socioeconocircmicos mais elevados38

Assim eacute necessaacuterio um reforccedilo nas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais para acelerar a

reduccedilatildeo da mortalidade materna e neonatal no Brasil Em especial eacute premente identificar

bolsotildees de maior risco populacional implantando as accedilotildees necessaacuterias naquela situaccedilatildeo O

avanccedilo na reduccedilatildeo da mortalidade neonatal assim como a morte materna dependeraacute da

consolidaccedilatildeo de uma rede perinatal integrada hierarquizada e regionalizada e da

qualificaccedilatildeo dos processos assistenciais em especial ao parto e nascimento9

CONCLUSAtildeO

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na RMC

permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores estudados O

56

fator econocircmico teve influecircncia na realizaccedilatildeo de cesaacutereas Os piores resultados para os

indicadores perinatais estatildeo presentes em populaccedilotildees mais vulneraacuteveis entre matildees

adolescentes mulheres com menor escolaridade e renda Para melhorar os resultados em

sauacutede para mulheres e bebecircs estrateacutegias para reduzir as desvantagens sociais e educacionais

focadas nestes grupos populacionais satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos

de sauacutede apoacutes anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

Colaboradores

Faacutetima Christoacuteforo e Eliana Amaral participaram da concepccedilatildeo do estudo anaacutelise e

interpretaccedilatildeo dos dados Carmen Lavras colaborou na concepccedilatildeo e desenvolvimento do

projeto e Maria Cristina Restitutti colaborou na busca interpretaccedilatildeo e anaacutelise dos dados A

redaccedilatildeo do manuscrito a revisatildeo criacutetica do conteuacutedo intelectual e a aprovaccedilatildeo da versatildeo

final a ser publicada foi realizada por todos os autores

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Stella Maria Barbera da Silva Telles e Maria Helena Souza

pelo apoio na manipulaccedilatildeo dos bancos de dados e anaacutelise estatiacutestica deste manuscrito

57

REFEREcircNCIAS

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transition the pathway towards ending preventable maternal deaths BJOG 2014

121 Suppl1S1-4 Disponiacutevel em httpdoi1011111471-052812735 (acessado

em 08Maio2015)

36 Collins JW Simon DM Jackson TA David RJ Advancing maternal age and infant

birth weight among urban African-Americans the effect of neighborhood poverty

Ethn Dis 2006 16180-6

37 Rajaratnam J Burke J OrsquoCampo P Maternal and child health and neighborhood

context the selection and construction of area-level variables Health Place 2006

12(4)547-56

38 Daoud N OrsquoCampo P Minh A Urquia ML Dzakpasu S Heaman M et al Patterns

of social inequalities across pregnancy and birth outcomes a comparison of

individual and neighborhood socioeconomic measures BMC Pregnancy and

Childbirth 2014 14393 Disponiacutevel em httpdoi101186s12884-014-0393-z

63

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo

indicadores de sauacutede materna e perinatal em 2011

Variaacutevel n

Razatildeo de mortalidade materna (por 100000 NV)

00 12 63

01 ndash 699 3 16

ge 70 4 21

Porcentagem de partos cesaacutereos

lt 600 5 26

ge 600 14 74

Porcentagem de baixo peso ao nascer

lt 100 14 74

ge 100 5 26

Taxa de mortalidade perinatal (por 1000 NV ou NM)

lt 100 5 26

100 ndash 199 14 74

Taxa de mortalidade neonatal precoce (por 1000 NV)

lt 50 8 42

50 ndash 99 9 47

ge 10 2 11

Fontes DATASUS (MS) e Fundaccedilatildeo Seade

64

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas em 2011

Variaacutevel n

Taxa de analfabetismo () ndash Meacutedia = 52 [DP = 16]

lt 50 9 47

ge 50 10 53

Porcentagem de chefe de famiacutelia com renda le 1 SM - Meacutedia 241 [DP = 48]

lt 250 11 58

ge 250 8 42

Porcentagem matildees sem parceiro ndash Meacutedia 509 [DP = 61]

lt 500 7 37

ge 500 12 63

Porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina ndash Meacutedia = 208 [DP=24]

lt 200 8 42

200 ndash 299 11 58

Porcentagem com esgoto sanitaacuterio ndash Meacutedia = 866 [DP = 170]

lt 900 6 32

ge 900 13 68

Porcentagem de matildees de 10 a 19 anos - Meacutedia = 142 [DP = 29]

lt 150 12 63

ge 150 7 37

Nuacutemero de nascidos vivos ndash Mediana = 907 [min=151 maacutex=14768]

lt 500 3 16

500 ndash 999 7 37

1000 ndash 1499 3 16

ge 1500 6 32

Porcentagem de matildees com ateacute 6 consultas PN ndash Meacutedia 178 [DP=60]

lt 200 14 74

ge 200 5 26

Porcentagem RN lt 37 semanas ndash Meacutedia = 101 [DP = 14]

lt 100 10 53

ge 100 9 47

Porcentagem RN com Apgar 5ordm min lt 8 ndash Meacutedia = 14 [DP = 05]

lt 20 16 84

ge 20 3 16

Fontes DATASUS (MS) Fundaccedilatildeo Seade e IBGE

65

Tabela 3 Correlaccedilatildeo entre indicadores de sauacutede materna e perinatal e caracteriacutesticas socioeconocircmicas em 2011 na RMC

Matildees de 10 a

19 anos

Matildees

escolaridade lt

8 anos

Taxa de

analfabetismo

Chefe de

famiacutelia com

renda le 1

salaacuterio miacutenimo

Populaccedilatildeo

com chefia

feminina 15 a

49 anos

Renda meacutedia

domiciliar

per capita

(R$)

IDHM

r p r p r p r p r p r p r p

Matildees com ateacute 6 consultas

Preacute natal 064 0003 054 0016 077 lt0001 082 lt0001 024 0330 -064 0003 -07 0001

Cesaacutereas -067 0002 -044 0062 -065 0003 -09 lt0001 -046 0050 069 0001 075 lt0001

Taxa de mortalidade

perinatal (por 1000 NV ou NM)

060 0007 035 0145 064 0003 049 0033 003 0894 -046 0047 -055 0015

Taxa de mortalidade

neonatal precoce (por 1000 NV)

050 0029 046 0045 047 0043 009 0719 -007 0788 -020 0419 -034 0155

Taxa de Prematuridade 051 0025 070 0001 050 0028 015 0538 013 0604 -010 0695 -034 0156

Porcentagem de RN com

baixo peso ao nascer (lt 2500g)

056 0013 053 0021 057 0011 044 0062 030 0213 -025 0304 -037 0115

Coeficente de correlaccedilatildeo de Pearson p valor

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e a RMM

66

Figura 1 - Indicadores de sauacutede materna e perinatal na RMC

67

Figura 2 - Indicadores socioeconocircmicos e demograacuteficos selecionados na RMC em 2011

68

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2

De cadernosfiocruzbr

Enviada Domingo 5 de Julho de 2015 2003

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_107915)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA

AO PARTO DA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

(CSP_107915) para Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o

progresso de seu manuscrito dentro do processo editorial bastando clicar no link Sistema

de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos localizado em nossa paacutegina

httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

69

ARTIGO 2

PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA AO PARTO DA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROUTINE PRACTICES DURING DELIVERIES AT THE METROPOLITAN

REGION OF CAMPINAS BRAZIL

PRAacuteCTICAS RUTINARIAS EN APOYO DE ENTREGA DE REGIOacuteN

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROTINAS NO PARTO NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

F Christoacuteforo12

C Lavras3

E Amaral4

1 DoutorandaDepartamento de TocoginecologiaFCMUnicamp CampinasSP Brasil

2 EnfermeiraNuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

70

RESUMO

OBJETIVO Descrever praacuteticas rotineiras no parto em maternidades puacuteblicas da regiatildeo

metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo descritivo de 16 serviccedilos

obsteacutetricos usando o Instrumento de avaliaccedilatildeo de boas praacuteticas no parto (Ministeacuterio da

Sauacutede) e um questionaacuterio complementar respondido pelos gestores locais de agosto-

outubro2014 RESULTADOS Treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam

ocitocina no trabalho de parto nove executavam episiotomia e 14 realizavam manejo ativo

do 3o periacuteodo A maioria realizava induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e ruptura prematura de

membranas e 15 tinham protocolos para hipertensatildeo grave e profilaxia de Streptococcus do

grupo B Cinco natildeo utilizavam antibioacutetico nas cesaacutereas produtos hemoteraacutepicos eram

indisponiacuteveis em quatro hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de pacientes criticos

CONCLUSOtildeES Praacuteticas recomendadas estavam disponiacuteveis na maioria dos hospitais mas

algumas rotinas eram excessivas e outras precisavam ser aprimoradas

Palavras chave obstetriacutecia parto tocologia

71

ABSTRACT

OBJECTIVE To describe routine practices for childbirth at public obstetric services in the

metropolitan region of Campinas (RMC) METHOD Descriptive study applied to 16

obstetric services using the Assessment Tool for Good Practices during Childbirth

(Ministry of Health) and a complementary questionnaire answered by institutional managers

at RMC from August-October2014 RESULTS Thirteen hospitals used partograph 10

used the oxytocin during labor nine performed episiotomy and 14 held the active

management of the third period Most institutions induced prolonged gestation and premature

rupture of membranes at term and 15 followed guidelines on severe hypertension and

Streptococcus group B prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for C-sections

blood products were unavailable in four hospitals and eight could not care for critical patients

CONCLUSIONS Good practices were available in most hospitals some routines were

excessive and others need improvement

72

RESUMEN

OBJETIVO Describir las rutinas del parto en hospitales puacuteblicos de la regioacuten metropolitana

de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio descriptivo en 16 servicios obsteacutetricos utilizando

Herramienta de evaluacioacuten de buenas praacutecticas en el parto (Ministerio de Salud) y

cuestionario complementario contestado por administradores de agosto-octubre2014

RESULTADOS Trece hospitales utilizaron partograma 10 utilizaron oxitocina durante el

trabajo nueve realizaron episiotomiacutea y 14 hicieron el manejo activo de la 3a etapa La

mayoriacutea realizaba induccioacuten de gestacioacuten prolongada y ruptura prematura de membranas y

15 teniacutean protocolos de hipertensioacuten severa y Streptococcus del grupo B Cinco no utilizaron

la antibioacutetica en las cesaacutereas Los productos sanguiacuteneos eran indisponib les en cuatro

hospitales y ocho no podiacutean atender a pacientes criacuteticos CONCLUSIONES Las mejores

praacutecticas estaban disponibles en mayoriacutea de los hospitales pero algunas eran excesivas y

otras necesitaban ser mejoradas

73

INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas testemunharam uma expansatildeo no desenvolvimento e uso de

praacuteticas com o objetivo de melhorar os resultados para matildees e bebecircs no trabalho de parto

institucional No Brasil a cada ano ocorrem aproximadamente 3 milhotildees de nascimentos

98 destes em estabelecimentos hospitalares puacuteblicos ou privados1 O modelo vigente de

atenccedilatildeo obsteacutetrica utiliza intervenccedilotildees como episiotomia amniotomia uso de ocitocina e

cesaacuterea habitualmente recomendadas em situaccedilotildees de necessidade que tecircm sido utilizadas

de forma bastante liberal2 Existem enormes variaccedilotildees em niacutevel mundial quanto ao local

niacutevel de cuidados sofisticaccedilatildeo dos serviccedilos disponiacuteveis e tipo de provedor para o parto

normal A adoccedilatildeo acriacutetica de intervenccedilotildees natildeo efetivas de risco ou desnecessaacuterias

compromete a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Em 1996 a WHO estabeleceu uma definiccedilatildeo de trabalho de parto normal e

estabeleceu normas de boas praacuteticas para a conduccedilatildeo do trabalho de parto sem complicaccedilotildees

com intervenccedilotildees recomendadas e outras que deveriam ser evitadas3 Em 2006 a WHO

publicou o guia para a praacutetica essencial na gravidez parto poacutes-parto e ao receacutem-nascido

fornecendo recomendaccedilotildees baseadas em evidecircncias para orientar os profissionais de sauacutede

Neste documento as recomendaccedilotildees satildeo geneacutericas sobre a caracteriacutesticas de sauacutede da

populaccedilatildeo e sobre os sistemas de sauacutede (a configuraccedilatildeo capacidade e organizaccedilatildeo dos

serviccedilos recursos e pessoal)4

Mais recentemente em 2014 o Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia do Reino

Unido (RCOG) atualizou as diretrizes cliacutenicas de cuidado intraparto com base na evoluccedilatildeo

do seu Sistema Nacional de Sauacutede e na disponibilidade de novas evidecircncias Estatildeo incluiacutedas

as recomendaccedilotildees para o atendimento de mulheres que iniciam o trabalho como baixo

risco mas que passam a desenvolver complicaccedilotildees5 Neste mesmo ano o Coleacutegio Real

74

Australiano e Neozelandecircs de Obstetriacutecia e Ginecologia (RANZCOG) publicou 11

recomendaccedilotildees sobre a prestaccedilatildeo de cuidados rotineiros intraparto na ausecircncia de

complicaccedilotildees na gravidez Elas abordam os requisitos para admissatildeo de mulheres para o

parto os cuidados rotineiros durante o trabalho de parto e parto6 Mais recentemente em

fevereiro de 2015 o Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia (ACOG) elaborou

diretrizes de acordo com o niacutevel de cuidados maternos para uso na melhoria da qualidade e

promoccedilatildeo da sauacutede7

As sociedades de especialistas recomendam envolver as mulheres nas decisotildees

relacionadas ao local do parto informando os tipos de provedores de cuidado as limitaccedilotildees

de cada serviccedilo em caso de complicaccedilotildees considerando a necessidade de transferecircncias e os

procedimentos indicados em cada estaacutegio do parto baseados em evidecircncias

No Brasil em 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de Parto Aborto e

Puerpeacuterio revisando a literatura pertinente para recomendar as intervenccedilotildees eficazes no

trabalho de parto garantindo qualidade com humanizaccedilatildeo do atendimento agrave gestante e

puerpeacutera Neste documento orienta o uso de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas8

Em 2014 novas orientaccedilotildees foram publicadas visando a organizaccedilatildeo das portas de entradas

dos serviccedilos de urgecircncia obsteacutetrica para garantir acesso com qualidade agraves mulheres e assim

impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal9

Para garantir a qualidade da assistecircncia oferecida nos serviccedilos eacute preciso enfocar as

condiccedilotildees fiacutesicas e insumos mas tambeacutem a manutenccedilatildeo e promoccedilatildeo da competecircncia dos

profissionais10 A isso soma-se manter mecanismos de monitoramento das praacuteticas cliacutenicas

para avaliar se estatildeo em conformidade com padrotildees de conduta e os resultados decorrentes

desta praacutetica A utilizaccedilatildeo de diretrizes cliacutenicas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas tem sido

apontada como uma ferramenta importante nesta direccedilatildeo Entretanto a identificaccedilatildeo de

75

estrateacutegias efetivas para disponibilizaccedilatildeo e cumprimento de tais diretrizes eacute um desafio para

os gestores dos serviccedilos Mesmo estando acessiacuteveis podem ser necessaacuterias ferramentas de

suporte agrave tomada de decisotildees cliacutenicas eficientes e seguras por profissionais com

conhecimento e habilidades atualizados11 Finalmente o oferecimento de uma assistecircncia

qualificada exige garantir a integraccedilatildeo dos diferentes niacuteveis do sistema que oferece atenccedilatildeo

compondo a linha de cuidado da gestante

Conhecer a rotina da assistecircncia ao parto nas instituiccedilotildees e as dificuldades percebidas

pelos gestores do cuidado em uma regiatildeo com suposta disponibilidade de infraestrutura

material recursos humanos qualificados e bem traccedilada linha de cuidados como seria a

Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC pode contribuir para qualificar a atenccedilatildeo intra-

hospitalar nas aacutereas metropolitanas Este estudo tem como objetivo descrever as rotinas do

cuidado nos partos segundo gestores meacutedicos ou enfermeiros dos 17 serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo descritivo sobre a rotina de atendimento em serviccedilos

obsteacutetricos puacuteblicos Foram elegiacuteveis os estabelecimentos de sauacutede dos 19 municiacutepios da

RMC que realizavam partos em 2011 financiados pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

(hospitais puacuteblicos ou leitos contratados) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Sauacutede (CNES) Destes quatro natildeo tinham hospital e os outros contavam com uma uacutenica

maternidade exceto o municiacutepio-sede Campinas com trecircs hospitais dois deles com parte

dos leitos financiados pelo SUS Um desses hospitais com leitos contratados pelo SUS

recusou-se a participar Assim apresentam-se dados de 16 instituiccedilotildees

76

Foram aplicados dois instrumentos respondidos pelos meacutedicos ou enfermeiros

gestores dos serviccedilos obsteacutetricos da RMC Estes questionaacuterios foram apresentados numa

visita realizada por uma das pesquisadoras em data preacute-agendada O primeiro foi o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) cujas respostas satildeo dadas em escala Likert

(sempre realizada ndash mais de 90 das vezes frequentemente realizada ndash de 60-90 das vezes

realizada agraves vezes ndash de 20-60 das vezes raramente realizada ndash menos de 20 das vezes

nunca realizada ndash proacuteximo de 0 natildeo sei responder)

O segundo instrumento foi elaborado para o estudo no qual foram abordadas a

utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto

disponibilidade de diretrizes cliacutenicas (protocolos para as principais complicaccedilotildees - preacute-

eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia manejo ativo do 3ordm periacuteodo rastreamento de siacutefilis e de

HIVAIDS e infecccedilatildeo poacutes-parto) dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos medicamentos

hemoderivados transporte comunicaccedilatildeo com serviccedilos de referecircncia e monitorizaccedilatildeo e

tratamento de pacientes graves aleacutem da disponibilidade de obstetra treinado banco de

sangue e anestesista em caso de cesaacutereas de urgecircncia focando na qualidade da atenccedilatildeo

obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato1112 Complementaram as informaccedilotildees dados

extraiacutedos do Ministeacuterio da Sauacutede especificamente do CNES (total de leitos SUS e leitos

obsteacutetricos cadastrados em 2011)13

Os dados coletados foram digitados no programa Excel e a anaacutelise foi realizada no

programa SPSS versatildeo 20 A anaacutelise descritiva compreendeu a distribuiccedilatildeo de frequecircncia

relativa das variaacuteveis estudadas

77

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm

453588 de 08112013) Foram solicitados consentimentos informados dos diretores de cada

instituiccedilatildeo e dos gestores dos serviccedilos obsteacutetricos

RESULTADOS

A RMC conta com 30 serviccedilos de sauacutede que atendem ao parto Desses 13 satildeo

privados exclusivos 10 satildeo privados conveniados com o SUS (leitos puacuteblicos considerados

hospitais mistos) e 07 satildeo puacuteblicos Participaram do estudo sete serviccedilos puacuteblicos e nove

serviccedilos mistos que correspondem a 548 dos 649 leitos obsteacutetricos disponiacuteveis Os 16

hospitais participantes estavam distribuiacutedos em 15 municiacutepios da RMC quatro deles natildeo tem

maternidade (Artur Nogueira Engenheiro Coelho Holambra e Santo Antocircnio de Posse) ndash

quadro 1

Observou-se que os gestores dos Centros Obsteacutetricos (CO) eram meacutedicos

ginecologistasobstetras com exceccedilatildeo para uma enfermeira Doze deles tinham no miacutenimo

especializaccedilatildeo nessa aacuterea com idades variando de 32 a 62 anos (mediana = 41 anos)

Trabalhavam entre 6 e 35 anos (mediana = 14 anos) em Obstetriacutecia estando de um ateacute 26

anos na instituiccedilatildeo (mediana = sete anos) na funccedilatildeo de chefia entre um mecircs a 10 anos

(mediana = 02 anos) - tabela1

As diretrizes relativas ao cuidado obsteacutetrico foram relatadas como disponiacuteveis na

maioria dos serviccedilos Todas as maternidades realizavam triagem para siacutefilis e HIV Seguia-

se a orientaccedilatildeo de literatura com induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada em trecircs quartos

das maternidades 13 delas realizavam a induccedilatildeo em ruptura prematura de membrana a termo

e estava disponiacutevel protocolo para orientar condutas na hipertensatildeo severa em 15

maternidades A praacutetica rotineira de manejo ativo de 3ordm periacuteodo foi relatada por 14 serviccedilos

78

A antibioticoprofilaxia da infecccedilatildeo neonatal para Estreptococo do grupo B ocorria em 15

instituiccedilotildees mas o uso de antibioacuteticos nas cesaacutereas natildeo era praacutetica rotineira em cinco

maternidades - tabela 2

Um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

metade dessas puacuteblicas Duas maternidades mistas relataram dificuldades com transporte

Havia disponibilidade de medicamentos e de suprimentos mas metade delas referia

dificuldade para cuidar de pacientes graves sendo cinco de oito maternidades mistas ndash tabela

3

O acolhimento com classificaccedilatildeo de risco era realizado frequentemente (ge 60 das

vezes) em 10 delas Em 13 delas a utilizaccedilatildeo de partograma era frequente A presenccedila de

acompanhante no trabalho de parto foi relatada frequentemente em apenas nove delas poreacutem

isso ocorria em 14 das 16 maternidades no momento do parto O uso de ocitocina para

conduccedilatildeo do trabalho de parto era frequente em 10 instituiccedilotildees e a episiotomia era realizada

frequentemente em nove mas a compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo soacute foi

relatada como frequente em duas maternidades A presenccedila de profissional capacitado para

assistecircncia ao receacutem-nascido e o estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

aconteciam frequentemente em 15 maternidades ndash tabela 4

DISCUSSAtildeO

Muitas das praacuteticas de sauacutede qualificadas para trabalho de parto e parto (induccedilatildeo de

ruptura prematura de membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo

para Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto e parto) seguindo

recomendaccedilotildees da literatura e guias cliacutenicas estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais

da RMC No entanto algumas rotinas observadas pareciam excessivas (conduccedilatildeo e

79

episiotomia) e outras precisariam ser melhoradas (uso de antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas

disponibilidade de sangue e cuidado em estado criacutetico de cuidado) Os resultados destacam

a importacircncia de revisatildeo contiacutenua das rotinas hospitalares na atenccedilatildeo ao parto mesmo em

uma regiatildeo com muitos recursos materiais e humanos e faacutecil acesso agraves oportunidades de

educaccedilatildeo continuada Buscou-se conhecer as potencialidades e aacutereas para melhoria visando

compatibilizar os indicadores de processo do cuidado com a cobertura quase universal da

atenccedilatildeo preacute-natal e em particular dos partos no ambiente hospitalar14

Mais da metade dos leitos disponiacuteveis para a atenccedilatildeo obsteacutetrica eacute conveniada ao SUS

na RMC o que se assemelha agrave situaccedilatildeo encontrada por Bittencourt e colaboradores em

maternidades do Brasil15 Os resultados encontrados neste estudo refletem o cuidado no parto

para leitos SUS ou conveniados mas natildeo reflete a atenccedilatildeo nos convecircnios de sauacutede ou no

sistema privado Sabe-se que entre as mulheres atendidas neste uacuteltimo a taxa de cesariana eacute

de 88 o que por si soacute demonstra haver uso excessivo de intervenccedilotildees16 Portanto

enfocamos aqui a atenccedilatildeo puacuteblica ao parto na RMC

Uma importante estrateacutegia para qualificar a atenccedilatildeo eacute utilizar diretrizes cliacutenicas

baseadas em evidecircncias cientiacuteficas Mas o sucesso da sua implantaccedilatildeo depende de um esforccedilo

organizado dos serviccedilos seus profissionais e dos gestores do sistema de sauacutede10 A maioria

dos gestores das maternidades entrevistados tinha especializaccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeo o

que supotildee um bom preparo teacutecnico Mas a qualidade da assistecircncia depende entre outras

coisas da sua atuaccedilatildeo supervisionando e aprimorando todas as fases do cuidado A cultura

de avaliaccedilatildeo de processos assistenciais natildeo estaacute disseminada no Brasil nem os profissiona is

gestores estatildeo preparados para tal funccedilatildeo

No Brasil mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorrem durante a

internaccedilatildeo para o parto e podem estar associadas agrave inexistecircncia de leitos ou de um sistema de

80

referecircncia operante que obriga mulheres a perambular em busca de vagas ou decorrente do

encaminhamento tardio de mulheres com intercorrecircncias para hospitais de maior

complexidade14 O Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de

risco em Obstetriacutecia que tem como propoacutesito a pronta identificaccedilatildeo da paciente criacutetica ou

mais grave com base nas evidecircncias cientiacuteficas existentes Pretende-se com sua utilizaccedilatildeo

evitar a peregrinaccedilatildeo de mulheres nos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica as demoras que

resultam em desfechos desfavoraacuteveis e viabilizar o atendimento qualificado e resolutivo em

tempo adequado9 Na RMC o acolhimento com classificaccedilatildeo de risco foi referido por

gestores de 10 maternidades e a peregrinaccedilatildeo natildeo parece ser um problema relevante a

impactar os indicadores maternos e neonatais

Evidecircncias atuais natildeo demonstram que o uso rotineiro do partograma contribui para

reduccedilatildeo da mortalidade materna e perinatal mas podem oferecer apoio agraves auditorias

posteriores1117 No Brasil seu uso rotineiro eacute considerado boa praacutetica38 e 13 maternidades

utilizavam o partograma mais de 60 das vezes

Em nove maternidades da RMC relatou-se a presenccedila de acompanhante no trabalho

de parto enquanto 14 informaram que estava presente em mais de 60 das vezes As

justificativas para a baixa adesatildeo dos acompanhantes no trabalho de parto referem-se agraves

acomodaccedilotildees inadequadas coletivas Alega-se que sua presenccedila poderia constranger as

demais parturientes Em uma publicaccedilatildeo de abrangecircncia nacional cerca de um quarto das

mulheres natildeo teve acompanhante e menos de um quinto teve acompanhamento contiacutenuo

Preditores independentes de natildeo ter ou ter acompanhante em parte do tempo foram menor

renda e escolaridade cor parda parto no setor puacuteblico multiparidade e parto vaginal18 A

presenccedila de acompanhante eacute uma demanda legal no Brasil e pode ser considerada um

marcador de seguranccedila e qualidade do atendimento1819

81

Em revisatildeo sistemaacutetica da colaboraccedilatildeo Cochrane os autores concluem que o apoio

contiacutenuo durante o trabalho de parto tem benefiacutecios clinicamente significativos e nenhum

prejuiacutezo conhecido20 Estes resultados apoiam a praacutetica e sua adoccedilatildeo exige mudanccedilas na

estrutura fiacutesica e nos processos de trabalho nas maternidades19 Neste estudo um pouco mais

da metade das maternidades relataram permissatildeo para acompanhante no trabalho de parto e

no parto Quase todas permitiam acompanhamento no parto e o parceiro foi o acompanhante

mais frequente Natildeo se pode afirmar se a ausecircncia de acompanhante em 100 dos partos seja

decorrente das restriccedilotildees da instituiccedilatildeo ou da dificuldade do acompanhante para estar

disponiacutevel na ocasiatildeo Cabe aos gestores melhorar este indicador e parece haver possibilidade

de melhoria nos serviccedilos SUS da RMC

Benefiacutecios da ocitocina incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de

parto distoacutecico com riscos que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina

intoxicaccedilatildeo por aacutegua e embora rara ruptura uterina No entanto protocolos ideais para sua

utilizaccedilatildeo natildeo satildeo identificados21 Haacute dificuldade em se determinar o que seria boa praacutetica

quanto e em que situaccedilotildees seria realmente necessaacuterio seu uso para corrigir a contratilidade

uterina

Uma metanaacutelise concluiu que a ocitocina para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto

foi associada a aumento do parto vaginal espontacircneo22 Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que

altas doses de ocitocina foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e

cesaacuterea e um aumento no parto vaginal espontacircneo23 Na RMC 10 das 16 maternidades

referiram utilizar ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto em mais de 60 das vezes

Leal e colaboradores num estudo brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas

praacuteticas no parto identificaram que a infusatildeo de ocitocina e a amniotomia ocorreram em

cerca de 40 das mulheres de risco habitual (baixo) sendo mais frequentemente utilizada no

82

setor puacuteblico em mulheres com baixa escolaridade2 Mas natildeo se pode afirmar a verdadeira

indicaccedilatildeo do seu uso nos dois trabalhos

Revisatildeo sistemaacutetica que incluiu sete ensaios cliacutenicos com 5390 mulheres mostrou

que houve menos partos por cesariana e trabalhos de parto mais curtos (menos de 12 horas)

entre mulheres que receberam manejo ativo do parto sem diferenccedila nas complicaccedilotildees para

matildees ou bebecircs Os autores concluem que sua praacutetica estaacute associada a pequenas reduccedilotildees na

taxa de cesaacuterea apesar de ser altamente prescritivo24 Esta praacutetica inclui amniotomia

rotineira regras riacutegidas para diagnoacutestico de progresso lento do trabalho de parto uso da

ocitocina e cuidados individualizados Talvez alguns componentes sejam mais eficazes do

que outros

Atualmente o uso desnecessaacuterio de intervenccedilotildees alterando o processo natural do

parto em parturientes de baixo risco sem a concordacircncia da mulher eacute tratado como um abuso

a ser evitado25 No Estado de Satildeo Paulo a Lei nordm 15759 de 25 de marccedilo de 2015 define que

a ocitocina a fim de acelerar o trabalho de parto enemas os esforccedilos de puxo prolongados

durante o expulsivo a amniotomia e a episiotomia devem ser utilizadas com indicaccedilatildeo

precisa Diz que qualquer destas praacuteticas ldquoseraacute objeto de justificaccedilatildeo por escrito firmado pelo

chefe da equipe responsaacutevel pelo parto assim como a adoccedilatildeo de qualquer dos procedimentos

que os protocolos mencionados nesta lei classifiquem como desnecessaacuterios ou prejudiciais agrave

sauacutede da parturiente ou ao nascituro de eficaacutecia carente de evidecircncia cientiacutefica e suscetiacuteve is

de causar dano quando aplicados de forma generalizada ou rotineirardquo26

Treze maternidades da RMC praticavam rotineiramente a induccedilatildeo de trabalho de

parto em ruptura prematura de membranas a termo (RPMT) Resultados de ensaio controlado

randomizado comparando induccedilatildeo com ocitocina com prostaglandina conduta expectante e

induccedilatildeo com ocitocina ou prostaglandina na RPMT natildeo encontrou diferenccedilas significat ivas

83

nas taxas de infecccedilatildeo neonatal e de cesaacuterea mas o custo da induccedilatildeo com ocitocina foi

menor27 Neste estudo sendo relatado natildeo foi questionado o meacutetodo de induccedilatildeo oferecid o

pelas maternidades O Ministeacuterio da Sauacutede respalda a induccedilatildeo e afirma que a escolha do

meacutetodo dependeraacute do estado de amadurecimento cervical28 Entidades de especialidade

tambeacutem recomendam a induccedilatildeo293031

A divulgaccedilatildeo dos resultados dos ensaios cliacutenicos controlados e a revisatildeo sistemaacutetica

sobre episiotomia tecircm acarretado significativo decliacutenio no seu uso rotineiro em todo o

mundo32 Taxas de episiotomia de 54 foram encontradas no Brasil2 Na RMC em nove

maternidades a episiotomia eacute realizada na maioria dos casos O uso seletivo estaacute associado

com menos trauma perineal posterior menos sutura e menos complicaccedilotildees e nenhuma

diferenccedila para medidas de dor e trauma vaginal ou perineal grave113233 No entanto haacute um

aumento do risco de trauma perineal anterior33 A orientaccedilatildeo atual eacute realizar se houver

necessidade cliacutenica como um parto instrumental ou suspeita de comprometimento fetal11

Um achado preocupante eacute ter 14 maternidades da RMC informando praticar a

compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo Os riscos relatados com o uso da manobra

de Kristeller incluem a ruptura uterina lesatildeo do esfiacutencter anal fraturas em receacutem-nascidos

ou dano cerebral e natildeo haacute evidecircncia de benefiacutecios34 A manobra de Kristeller foi utilizada

em 37 das mulheres num estudo de amostragem nacional2 Como sua praacutetica deve ser

proscrita11 temos aqui uma prioridade para educaccedilatildeo continuada dos profissionais

A hemorragia poacutes-parto eacute uma das principais causas de morbidade e mortalidade

materna em todo o mundo35 e as medidas preventivas satildeo recomendadas para todas as

mulheres submetidas ao parto O manejo ativo do 3ordm periacuteodo para a prevenccedilatildeo da hemorragia

poacutes-parto compreendia a administraccedilatildeo profilaacutetica de um agente uterotocircnico logo apoacutes o

nascimento clampeamento e traccedilatildeo controlada do cordatildeo ateacute o desprendimento da placenta

84

e massagem uterina3637 Sabe-se hoje que o uso rotineiro da traccedilatildeo controlada do cordatildeo

pelo risco potencial de inversatildeo uterina deve ser omitido das manobras36 Dada agrave sua

eficaacutecia o manejo ativo do 3ordm periacuteodo eacute recomendado37 Na RMC 14 maternidades o

praticam rotineiramente

Como no Brasil a hemorragia eacute uma das principais causas de morte materna direta

chama a atenccedilatildeo que um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados sendo metade dessas puacuteblicas38 Esta situaccedilatildeo reflete problemas na

organizaccedilatildeo do atendimento agraves urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas Resultados de estudo

brasileiro sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem near miss materno para avaliar a qualidade de

cuidados obsteacutetricos apontou que houve maior demora na prestaccedilatildeo de serviccedilos devido a

ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a comunicaccedilatildeo entre

os serviccedilos ou centros reguladores39 Bittencourt et al encontraram 75 de disponibilidade

de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos hospitais mistos 69 nos puacuteblicos e 67

nos privados15 Morse e colaboradores em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no

Brasil apontaram entraves para transfusatildeo nos quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto40 Portanto a subutilizaccedilatildeo dos hemoderivados ainda eacute prevalente no

Brasil mesmo em grandes centros urbanos

O Ministeacuterio da Sauacutede tem diretrizes que recomendam o atendimento do receacutem-

nascido (RN) por profissional capacitado pediatra ou neonatologista ou enfermeiro (obstetra

ou neonatal) desde o periacuteodo posterior ao parto ateacute o encaminhamento ao Alojamento

Conjunto ou agrave Unidade Neonatal41 Resultado deste estudo aponta concordacircncia com o

preconizado pois na grande maioria das maternidades da RMC os RN satildeo assistidos por

profissionais capacitados As atitudes tomadas pelos profissionais que prestam cuidados ao

RN logo apoacutes o nascimento satildeo importantes pois podem interferir na aproximaccedilatildeo precoce

85

e no viacutenculo matildee-bebecirc42 Nesta perspectiva eacute imperativo que o profissional seja capacitado

com base em fundamentos cientiacuteficos para o atendimento imediato do RN

As proporccedilotildees de amamentaccedilatildeo na sala de parto satildeo muito baixas em todas as regiotildees

do Brasil (161) sendo menor na Regiatildeo Nordeste (115) Os receacutem-nascidos (RN) de

parto vaginal e em estabelecimentos do SUS apresentaram chance significativamente menor

para o afastamento da matildee apoacutes o parto42 Os conhecimentos dos profissionais e as praacuteticas

instituiacutedas pelos serviccedilos de sauacutede satildeo determinantes importantes do iniacutecio da amamentaccedilatildeo

nos partos hospitalares43 No Brasil indicadores de baixo niacutevel socioeconocircmico e menor

acesso a serviccedilos de sauacutede aumentam chance de natildeo amamentaccedilatildeo na primeira hora44

Embora haja evidecircncias cientiacuteficas para colocar o RN junto ao corpo da matildee para iniciar a

amamentaccedilatildeo logo apoacutes o parto a implementaccedilatildeo dessa praacutetica encontra barreiras sociais e

culturais Na RMC o estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora ocorre mais que 60 das

vezes em 15 maternidades o que eacute uma taxa bastante elevada

Em relaccedilatildeo aos protocolos cliacutenicos na RMC as diretrizes para rastreamento de siacutefilis

e HIVAIDS estavam disponiacuteveis em todos os serviccedilos Este resultado reflete a relevacircncia

destes agravos abordados de forma diferenciada em programas governamentais Nosso

achado difere de um estudo realizado em maternidades no Estado do Rio de Janeiro que

encontrou menor disponibilidade destas diretrizes14 Colonizaccedilatildeo materna com Streptococo

do grupo B (GBS) durante a gravidez aumenta o risco de infecccedilatildeo neonatal por transmissatildeo

vertical e a antibioticoprofilaxia reduz significativamente o risco de sepse neonatal precoce32

Quase a totalidade das maternidades estudadas na RMC (15) utilizavam antibioacuteticos para

Streptococo do grupo B

A grande maioria das maternidades da RMC relatou ter protocolo para a hipertensatildeo

severa em concordacircncia com as recomendaccedilotildees A doenccedila hipertensiva especiacutefica da

86

gravidez que afeta cerca de 5-10 de gestantes eacute o principal contribuinte de morbidade e

mortalidade materna e neonatal em todo o mundo45 No Brasil em 2010 foi responsaacutevel por

197 das mortes maternas38 O Reino Unico tem sua diretriz cliacutenica com recomendaccedilotildees

para o diagnoacutestico e tratamento de distuacuterbios hipertensivos durante a gravidez no preacute-natal

parto e poacutes-natal46 Da mesma forma a Initiativa de Revisatildeo sobre Mortalidade Materna do

Departamento de Sauacutede de Nova York e ACOG identificou o manejo da hipertensatildeo durante

a gravidez como prioridade47 No Brasil as condutas recomendadas estatildeo disponiacuteveis no

Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco28

No mundo desenvolvido as taxas de cesaacuterea estatildeo acima de 3048 No Brasil em

2012 compreendeu 52 dos nascimentos16 Mulheres submetidas agrave cesaacuterea tecircm de cinco a

20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo em comparaccedilatildeo com mulheres que datildeo agrave luz

por via vaginal O efeito beneacutefico da antibioticoprofilaxia na operaccedilatildeo cesariana estaacute bem

estabelecido e reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite e graves complicaccedilotildees

infecciosas de 60 a 7049 Assim tem sido utilizado como indicador de performance50 A

praacutetica rotineira de antibioacuteticos nas cesaacutereas eletivas ocorreu em 11 maternidades da RMC

quando deveria estar ocorrendo em todas

Entretanto a existecircncia de protocolos pessoal e infra-estrutura natildeo garante a

prestaccedilatildeo de cuidado qualificado Eacute necessaacuterio incorporar auditoria cliacutenica agrave rotina das

maternidades para implantar e manter as boas praacuteticas apoiar e introduzir simulaccedilotildees de

manejo das complicaccedilotildees obsteacutetricas recursos eficazes para aprimorar a atuaccedilatildeo

profissional28 O Ministeacuterio da Sauacutede recomenda no Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco de

2012 a adoccedilatildeo de normas procedimentos fluxos e registros como instrumentos de avaliaccedilatildeo

de qualidade do atendimento28 Oferecer atenccedilatildeo obsteacutetrica qualificada depende da

87

experiecircncia dos profissionais apoiada nas melhores praacuteticas definidas pelas evidecircncias

cientiacuteficas

Se por um lado esta estrateacutegia de entrevistas com gestores traz incertezas quanto agrave

realidade do dia-a-dia das maternidades estudadas pelo vieacutes de cortesia e considerando que

natildeo houve observaccedilatildeo direta das praacuteticas por outro lado garantiu ampla participaccedilatildeo Aleacutem

disso facilitou o compromisso dos gestores com os resultados e accedilotildees posteriores A

discussatildeo das rotinas assistenciais agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas pode propiciar aos

profissionais e gestores a seguranccedila necessaacuteria para abandonar praacuteticas prejudiciais agrave sauacutede

das mulheres e dos receacutem-nascidos Espera-se que os resultados aqui apresentados venham

apoiar o debate sobre o aprimoramento da atenccedilatildeo ao parto na RMC com base em evidecircncias

cientiacuteficas

CONCLUSOtildeES

Os achados deste estudo mostraram que na RMC estavam vigentes vaacuterias praacuteticas

assistenciais qualificadas para assistecircncia ao trabalho de parto e parto em quase todas as

maternidades No entanto ainda haacute algumas rotinas que necessitam aprimoramento como

uso de antibioacutetico em 100 das cesaacutereas acesso a sangue em todas as maternidades e

cuidado em situaccedilatildeo criacutetica Os resultados podem subsidiar o planejamento de medidas

necessaacuterias para melhoria da qualidade da assistecircncia na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

88

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Quadro 1 Natureza juriacutedica dos hospitais maternidades da RMC segundo cadastro no CNES e total de leitos Obsteacutetricos e

leitos SUS

MUNICIacutePIO HOSPITAL TOTAL

LEITOS

LEITOS

SUS OBS

AMERICANA Hospital Waldemar Tebaldi 27 27 Fundaccedilatildeo Puacuteblica

Outros 4 hospitais 40 0 Privados

CAMPINAS

CAISM 41 41 Estadual

PUCC 44 27 PrivadoConveniado

Maternidade 109 70 PrivadoConveniado

Outros 6 hospitais 110 0 Privados

COSMOacutePOLIS Hospital Beneficente Santa Gertrudes 11 8 PrivadoConveniado

HORTOLAcircNDIA Mario Covas 21 21 Municipal

INDAIATUBA Hospital Augusto de Oliveira Camargo 30 18 PrivadoConveniado

Outro hospital 15 0 Privado

ITATIBA Santa Casa de Itatiba 18 11 PrivadoConveniado

Outro hospital 2 0 PrivadoConveniado

JAGUARIUacuteNA Hospital Municipal Walter Ferrari 18 18 Organizaccedilatildeo Social

Puacuteblica

MONTE MOR Associaccedilatildeo Hospital Beneficente Sagrado Coraccedilatildeo

de Jesus 13 11 PrivadoConveniado

NOVA ODESSA Dr Aciacutelio Carreon Garcia 6 6 Municipal

PAULINIA Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 14 Municipal

PEDREIRA FUNBEPE 10 10 PrivadoConveniado

SANTA BARBARA

DrsquoOESTE Santa Casa de Misericoacuterdia 30 18 PrivadoConveniado

SUMAREacute Hospital Estadual de Sumareacute 35 35 Estadual

VALINHOS

Irmandade da Santa Casa de Valinhos 24 15 PrivadoConveniado

Hospital Galileo 12 6 PrivadoConveniado c

Prefeitura de Vinhedo

VINHEDO Santa Casa de Vinhedo 19 0 Privado

97

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos profissionais entrevistados por municiacutepio e maternidades Regiatildeo Metropolitana de

Campinas Estado de Satildeo Paulo 2014

Municiacutepio Maternidade Anos

Obstetriacutecia Anos Serviccedilo

Anos Resp Obstetriacutecia

Americana Hospital Waldemar Tebaldi 11 7 1

Campinas Maternidade de Campinas 8 10 02

Campinas CAISM UNICAMP 15 12 7

Cosmoacutepolis Hospital Beneficente Santa Gertrudes 24 3 01

Hortolacircndia Hospital Municipal Maternidade Maacuterio Covas 7 2 2

Indaiatuba Hospital Augusto de Oliveira Camargo 32 26 10

Itatiba Santa Casa de Itatiba 35 22 4

Jaguariuacutena Hospital Municipal Walter Ferrari 7 1 03

Monte Mor Hospital Beneficente S Coraccedilatildeo de Jesus 6 2 25

Nova Odessa Hospital Dr Aciacutelio Carreon Garcia 21 1 01

Pauliacutenia Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 12 02

Pedreira FUNBEPE 9 5 1

Santa Baacuterbara Santa Casa de M de Santa Baacuterbara DrsquoOeste 14 3 15

Sumareacute Hospital Estadual de Sumareacute 118 118 2

Valinhos Santa Casa de Valinhos 20 18 8

Vinhedo Hospital Galileo 25 7 2

98

Tabela 2 Diretrizes cliacutenicas do cuidado obsteacutetrico segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade

Sim 16 1000

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada

Sim 12 750

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo

Sim 13 8125

Protocolo para hipertensatildeo severa

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira do manejo ativo do 3ordm periacuteodo

Sim 14 875

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira de antibioticoterapia nas cesaacutereas

Natildeo 5 3125

Protocolos e guias orientaccedilatildeo assistecircncia parto normal e cesaacutereas

Sim 12 750

Protocolos e guias para as principais complicaccedilotildees

Sim 12 750

99

Tabela 3 Aspectos de gestatildeo do cuidado segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo Metropolitana

de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

Sim 4 250

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

Sim 8 500

Dificuldade com transporte

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos

Sim 2 125

100

Tabela 4 Avaliaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-nascido no parto nas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Acolhimento com classificaccedilatildeo de risco

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Utilizaccedilatildeo de partograma

(de 60 a mais de 90 das vezes) 13 8125

Presenccedila de acompanhante no trabalho de parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Presenccedila de acompanhante no parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 14 875

Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto normal

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo do parto

(proacuteximo de 0 a menos de 60 das vezes) 14 875

Episiotomia

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

Disponibilizaccedilatildeo resultado do teste raacutepido de HIV

(de 60 a mais de 90 das vezes) 16 100

Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

101

DISCUSSAtildeO GERAL

O impacto das condiccedilotildees socioeconocircmicas e educacionais sobre os indicadores

de sauacutede materna e perinatal satildeo bastante conhecidos (Daoud et al 2014 Benova et al

2014 WHO 2012 Victora et al 2011 Hogan et al 2010) Dados da OMS mostram que

a morte materna eacute mais frequente em paiacuteses com muacuteltiplas desvantagens em relaccedilatildeo

aos paiacuteses mais desenvolvidos A RMM eacute o indicador considerado mais sensiacutevel para

evidenciar as inequidades de acesso e qualidade de atenccedilatildeo Em Angola haacute um risco

de uma mulher morrer em cada 35 partos esta razatildeo eacute 1780 no Brasil 12400 no Chile

113600 na Suiccedila e na Noruega eacute 114900 (WHO 2012)

Os paiacuteses estatildeo mudando gradualmente de um padratildeo de alta mortalidade

materna para baixa mortalidade materna de predomiacutenio de causas obsteacutetricas diretas

para uma proporccedilatildeo crescente de causas indiretas envelhecimento da populaccedilatildeo

materno e movendo-se da histoacuteria natural da gravidez e do parto em direccedilatildeo a

institucionalizaccedilatildeo da assistecircncia agrave maternidade aumento das taxas de intervenccedilatildeo

obsteacutetrica e eventual excesso de medicalizaccedilatildeo Este eacute o fenocircmeno transiccedilatildeo

obsteacutetrica o que tem implicaccedilotildees para as estrateacutegias destinadas a reduzir a mortalidade

materna (Souza et al 2014)

Considerando que os paiacuteses e regiotildees do mundo estatildeo em transiccedilatildeo no sentido

da eliminaccedilatildeo das mortes maternas foram descritos cinco estaacutegios da transiccedilatildeo

obsteacutetrica (Estaacutegios I - V) Paiacuteses regiotildees dentro de paiacuteses e grupos de subpopulaccedilatildeo

podem experimentar diferentes fases do obsteacutetrica transiccedilatildeo requerendo estrateacutegias

102

customizadas para o progresso Promover o desenvolvimento social e equidade em

conjunto com o fortalecimento do sistema de sauacutede e melhorias na qualidade do

atendimento satildeo etapas obrigatoacuterias na busca de um mundo livre das mortes maternas

evitaacuteveis (Souza et al 2014)

Em face da relativa raridade da morte materna em regiotildees de maior

desenvolvimento sua utilizaccedilatildeo para sensibilizar gestores e o puacuteblico em geral sobre as

inequidades em sauacutede torna-se pouco eficaz Como a mortalidade perinatal eacute um

indicador que tambeacutem resume as condiccedilotildees de oferta de preacute-natal parto e cuidados

neonatais iniciais tem-se defendido seu uso para evidenciar a qualidade da assistecircncia

na gestaccedilatildeo e parto juntamente com outros indicadores maternos mais sensiacuteveis (Vogel

et al 2014) Entre estes tem sido preconizado a morbidade materna por um lado e a

taxa de cesaacuterea por outro lado refletindo utilizaccedilatildeo de tecnologias apropriadas na

assistecircncia ao parto (Say et al 2004 Souza et al 2012 Souza et al 2013 WHO 2009

Vogel et al 2015)

A RMC eacute uma regiatildeo de 3500000 habitantes com todos os municiacutepios

apresentando IDH alto ou muito alto Tem uma ampla rede de assistecircncia agrave sauacutede tanto

puacuteblica quanto privada faacutecil acesso rodoviaacuterio com a populaccedilatildeo SUS dependente

variando de 38 a 79 taxa de analfabetismo de 29 a 85 As residecircncias chefiadas

por mulheres tiveram variaccedilatildeo de 165 a 241 Deveria ser um exemplo de equidade

em oferta de serviccedilos qualificados para sauacutede mas tem disparidades que podem

impactar os resultados perinatais e maternos

Os efeitos das desigualdades socioeconocircmicas na sauacutede satildeo dinacircmicos e variam

ao longo do tempo Utilizando dados de 86 paiacuteses de baixa e meacutedia renda o relatoacuterio

ldquoEstado da desigualdade de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da crianccedilardquo

103

apresenta uma seleccedilatildeo de indicadores de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da

crianccedila e permite que sejam feitas comparaccedilotildees entre paiacuteses e ao longo do tempo No

geral as desigualdades ocorreram em detrimento das mulheres bebecircs e crianccedilas em

subgrupos populacionais desfavorecidos ou seja os mais pobres os menos educados

e aqueles que residem em aacutereas rurais tiveram menor cobertura intervenccedilatildeo de sauacutede

e piores resultados de sauacutede do que os mais favorecidos (WHO 2015)

Indicadores de sauacutede de intervenccedilatildeo materna demonstraram pronunciadas

desigualdades dentro dos paises As maiores lacunas na cobertura - entre os mais ricos

e os mais pobres as aacutereas mais e menos educadas e urbanas e rurais - foram relatados

para partos assistidos por pessoal de sauacutede qualificado seguido de cobertura de

cuidados preacute-natais (pelo menos quatro visitas) As desigualdades tambeacutem foram

relatadas na cobertura de cuidados preacute-natais (pelo menos uma visita) embora em

menor grau do que os dois acima mencionados (WHO 2015)

Dessa maneira as diferenccedilas entre os municiacutepios podem fornecer informaccedilotildees

uacuteteis sobre as causas dessas desigualdades Um estudo de coorte desenvolvido em

Pelotas (RS) e em Avon (UK) comparou as associaccedilotildees entre as medidas de posiccedilatildeo

socioeconocircmica educaccedilatildeo materna e renda famiacuteliar e os resultados na sauacutede materna

e infantil Uma associaccedilatildeo inversa (maior prevalecircncia entre os mais pobres e menos

instruiacutedos) foi observada por quase todos os desfechos com exceccedilatildeo de cesarianas As

desigualdades mais fortes relacionados agrave renda e as relacionadas com a educaccedilatildeo

sobre a amamentaccedilatildeo foram encontradas em Avon No entanto em Pelotas foram

observadas maiores desigualdades nas taxas de cesariana e naquelas relacionadas com

a educaccedilatildeo impactando o parto prematuro (Matijasevich et al 2012) Resultado

semelhante foi encontrado em nosso estudo As matildees e seus receacutem-nascidos tecircm

104

resultados mais adversos em sauacutede se forem mais pobres e menos educados Esses

resultados demonstram a natureza dinacircmica da associaccedilatildeo entre a posiccedilatildeo

socioeconocircmica e os resultados de sauacutede e pode ajudar na compreensatildeo dos

mecanismos subjacentes a essas desigualdades

O acesso agrave informaccedilatildeo conhecimento e habilidades para resolver problemas

somados agrave rede de apoio e prestiacutegio social satildeo importantes determinantes da sauacutede

materna e perinatal A educaccedilatildeo reflete na posiccedilatildeo socioeconocircmica e nas oportunidades

de trabalho e renda (Braveman et al 2005 Shavers 2007) Estudo realizado com

mulheres egiacutepcias que viviam em agregados familiares dos menores quintis de renda

encontrou que essas mulheres eram menos propensas a receber cuidados qualificados

no preacute-natal e no parto em instalaccedilotildees de sauacutede do que as famiacutelias mais ricas A

magnitude desta associaccedilatildeo foi menor quando medida pelo niacutevel educacional (Benova

et al 2014) Em paiacuteses industrializados a renda estaacute menos frequentemente associada

aos resultados do parto do que a educaccedilatildeo mas em paiacuteses de baixa renda pode ser

diferente (Blumenshine et al 2010 WHO 2011)

A educaccedilatildeo capta diferentes aspectos dos resultados da sauacutede materna e

perinatal em comparaccedilatildeo com o que eacute capturado pela renda familiar (Collins et al 2006

Rajaratnam et al 2006) As maiores diferenccedilas com piores resultados perinatais foram

observadas nos municiacutepios da RMC com os maiores percentuais da populaccedilatildeo com

escolaridade das matildees lt 8 anos e taxas mais altas de analfabetismo Neste estudo a

maior proporccedilatildeo de renda baixa do chefe da famiacutelia esteve correlacionada com piores

indicadores de sauacutede materna e a menor escolaridade se correlacionou mais com os

indicadores perinatais

105

Estudos recentes sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

baixo peso ao nascer piores resultados de parto e menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-

natais o que foi confirmado entre os municiacutepios da RMC (Collins et al 2006 Rajaratnam

et al 2006) A posiccedilatildeo socioeconocircmica da comunidade pode se relacionar com os

resultados de sauacutede materna por meio da disponibilidade de vias de acesso e de

recursos fiacutesicos e residenciais durante a idade feacutertil e esses fatores satildeo determinados

pelas poliacuteticas puacuteblicas (Collins et al 2006 Auger et al 2009 Pampalon et al 2009)

Os municiacutepios que apresentaram os piores indicadores socioeconocircmicos e de

sauacutede materna e perinatal da RMC em 2011 mostraram certa concentraccedilatildeo na regiatildeo

noroeste Ao mesmo tempo o municiacutepio de Holambra na regiatildeo centro-oeste estaacute em

posiccedilatildeo alta no IDHM apresentou a menor populaccedilatildeo com baixa renda as mais altas

taxas de cesaacuterea de prematuridade e de TMNP com a menor proporccedilatildeo de chefia

feminina

Os municiacutepios de piores resultados maternos e perinatais Santo Antocircnio de

Posse Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e tambeacutem Holambra natildeo possuem

maternidade Poreacutem as distacircncias para as maternidades de referecircncia natildeo ultrapassam

17 km o que pressupotildee que natildeo haveria maior demora a justificar os piores desfechos

maternos e fetais (Pacagnella et al 2012) A detecccedilatildeo precoce e o tratamento de

complicaccedilotildees satildeo elementos para a reduccedilatildeo da mortalidade materna (Souza 2011

Soares et al 2012 Pacagnella et al 2012 Dias et al 2014) A excelente malha

rodoviaacuteria da regiatildeo favorece os deslocamentos aos serviccedilos de referecircncia para maior

complexidade de atenccedilatildeo Entretanto dois municiacutepios relataram dificuldades com o

transporte das pacientes e natildeo possuem maternidade (Cosmoacutepolis e Pedreira) Este eacute

um ponto que requer atenccedilatildeo na linha de cuidado da gestante na RMC que deve

106

oferecer condiccedilotildees para integrar os serviccedilos durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo

de rotina quanto nas situaccedilotildees de emergecircncia

Na RMC cinco municiacutepios apresentaram RMM elevada para os recursos

disponiacuteveis na regiatildeo As causas das mortes maternas na RMC em 2011 e seu processo

de cuidado natildeo foram estudados Mas a prevenccedilatildeo da morbimortalidade prevecirc a

necessidade de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada dos profissionais oferta de serviccedilos

de emergecircncia reconhecimento precoce dos problemas e atuaccedilatildeo em tempo haacutebil e

com eficiecircncia diante de complicaccedilotildees que possam colocar em risco a vida da matildee eou

da crianccedila

Tambeacutem chama a atenccedilatildeo que numa regiatildeo tatildeo pouco carente de recursos um

quarto dos serviccedilos de maternidade tenha relatado dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados quando a hemorragia eacute a segunda causa de morte materna no paiacutes

Esta situaccedilatildeo reflete problemas na organizaccedilatildeo do atendimento eficiente agraves

urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas A falta de um planejamento detalhado para a oferta

de cuidados pode favorecer a ocorrecircncia de demoras na implantaccedilatildeo de medidas

necessaacuterias Este eacute outro ponto que necessita intervenccedilatildeo urgente na organizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo na regiatildeo metropolitana Bittencourt et al (2014) em estudo realizado no paiacutes

encontraram 75 de disponibilidade de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos

hospitais mistos (privados conveniados ao SUS) 69 nos puacuteblicos e 67 nos privados

Morse et al (2011) em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no Brasil

apontaram dificuldades para transfusatildeo em quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto A subutilizaccedilatildeo de derivados de sangue eacute prevalente no Brasil e

em outros paiacuteses em desenvolvimento o que exige uma atenccedilatildeo especial dos

107

responsaacuteveis pelas poliacuteticas puacuteblicas e uma atuaccedilatildeo mais efetiva das entidades de

representaccedilatildeo profissional que lidam com estas condiccedilotildees cliacutenicas

Resultados de grande estudo realizado no Brasil sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem

near miss materno para a avaliaccedilatildeo da qualidade de cuidados obsteacutetricos realizado em

27 hospitais de referecircncia apontou que houve uma maior demora na prestaccedilatildeo de

serviccedilos em centros de cuidados classificadaos como natildeo adequados principalmente

devido agrave ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a

comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos e ou centros reguladores (Haddad et al 2014) Nas

situaccedilotildees onde as complicaccedilotildees existem falhas de qualidade da atenccedilatildeo e integraccedilatildeo

do cuidado podem levar mulheres e crianccedilas agrave morte evitaacutevel ou a sequelas permanentes

(Rosman et al 2006) Esta responsabilidade dos gestores precisa ser adequadamente

assumida

Aleacutem dos riscos de morbimortalidade associados agrave diversidade de condiccedilotildees de

educaccedilatildeo e renda na regiatildeo algumas das praacuteticas recomendadas no parto natildeo tecircm sido

seguidas em uma parte nas maternidades da RMC O modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica

contemporacircneo com altas taxas de intervenccedilotildees incluindo episiotomia e ocitocina na

conduccedilatildeo do trabalho de parto que seriam apenas recomendadas em situaccedilotildees de

necessidade tem sido utilizadas sempre ou frequentemente em mais de 50 dos

serviccedilos obsteacutetricos da RMC Ao mesmo tempo algumas carecircncias foram observadas

Entretanto faltam paracircmetros baseados em evidecircncia para definir taxas

adequadas de intervenccedilotildees E talvez natildeo seja adequado fazecirc-lo Associar boa praacutetica

com nuacutemero maacuteximo de intervenccedilatildeo pode facilitar a ocorrecircncia de eventos adversos no

parto ou decorrentes dele que poderiam ser evitados

108

Um exemplo de intervenccedilatildeo em que se pode debater a taxa de utilizaccedilatildeo eacute a

episiotomia Estudos anteriores apoiam poliacuteticas restritivas que trariam uma seacuterie de

benefiacutecios imediatos em comparaccedilatildeo com o uso rotineiro (Carroli e Mignini 2009 OPAS

2013 Melo et al 2014) Portanto tem-se recomendado realizaacute-la apenas quando haacute

necessidade cliacutenica o que fica sob julgamento do profissional que assiste o parto (OPAS

2013) A publicaccedilatildeo das revisotildees sistemaacuteticas sobre o tema acarretou uma acentuada

reduccedilatildeo no seu uso (Carroli e Mignini 2009 Melo et al 2014)

Mas estudos sobre disfunccedilotildees do assoalho peacutelvico mostram que a episiotomia

pode ser um fator de proteccedilatildeo quando adequadamente realizada Estudo recente

encontrou uma reduccedilatildeo de 40-50 de lesotildees no esfiacutencter anal com a realizaccedilatildeo da

episiotomia em comparaccedilatildeo com as roturas espontacircneas realizada meacutedio-lateral direita

a 60ordm distando 10 mm da linha meacutedia proteccedilatildeo do periacuteneo para desprendimento lento

do poacutelo cefaacutelico e compressas mornas no local enquanto periacuteneo curto edema perineal

e parto instrumental aumentou este risco (Kapoor et al 2015) Estes achados confirmam

resultado de Stedenfldt e colaboradores (2014) que encontraram reduccedilatildeo de 59 de

lesatildeo com proteccedilatildeo perineal ao final do 2ordm periacuteodo o que foi mais relevante nos casos

sem associaccedilatildeo de muacuteltiplos fatores de risco (primiparidade peso do receacutem-nascido

maior ou igual a 4500g e parto foacutercipe)

Na Dinamarca entre primigestas observou-se prevalecircncia de 153 de

episiotomia e 65 de lesatildeo no esfiacutencter anal com proteccedilatildeo dada pela episiotomia nos

casos de vaacutecuo-extraccedilatildeo e pela peridural para todos os partos (Jango et al 2014) Na

Finlacircndia por sua vez a taxa de episiotomia eacute de 30 com apenas 1 de lesatildeo de

esfiacutencter (Laine et al 2009) Tambeacutem se encontrou que as laceraccedilotildees perineais e o uso

de foacutercipe mas natildeo a episiotomia estavam associadas a maior disfunccedilatildeo do assoalho

109

peacutelvico com prolapso cinco a dez anos apoacutes o primeiro parto (Handa et al 2012) Dois

anos apoacutes o primeiro parto natildeo instrumental as mulheres que realizaram episiotomia

em comparaccedilatildeo com aquelas que tiveram rotura espontacircnea ou sem lesatildeo tiveram

menos sintomas de urgecircncia miccional e incontinecircncia (Rikard Bell et al 2014)

Portanto 54 de partos com episiotomia no Brasil (Leal et al 2014a) ou as taxas

encontradas na RMC podem ser considerados excessivos comparando-se com taxas

de paiacuteses noacuterdicos ou europeus Isso ocorre porque grande parte dos profissionais de

sauacutede especialmente os meacutedicos deve praticar este procedimento de rotina para as

mulheres de menor paridade e periacuteneo supostamente iacutentegro Talvez as taxas mais

adequadas mantendo a seguranccedila sejam maiores que as europeias na populaccedilatildeo

brasileira Embora natildeo esteja definida a taxa de episiotomia necessaacuteria deve ser menor

do que aquela que tem sido praticada e mais elevada do que nos paiacuteses com conduta

menos intervencionista do norte da Europa

Outra praacutetica a ser discutida comum nas maternidades da RMC eacute o uso da

ocitocina na conduccedilatildeo do trabalho de parto Leal et al (2014a) num amplo estudo

brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas praacuteticas no parto identificaram

que a infusatildeo de ocitocina ocorreu em cerca de 40 das mulheres de risco habitual

(baixo) sendo mais frequentemente utilizada no setor puacuteblico em mulheres com baixa

escolaridade Num estudo sobre partos conduzidos por enfermeiras obsteacutetricas na

Holanda observou-se que a taxa de uso de ocitocina na conduccedilatildeo do parto aumentou

de 244 para 388 entre 2000-2008 (Offerhaus et al 2014) Benefiacutecios da ocitocina

incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de parto distoacutecico com riscos

que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina intoxicaccedilatildeo por aacutegua e

embora rara rotura uterina Mais recentemente estudos tem encontrado associaccedilatildeo de

110

uso de ocitocina com autismo especialmente em crianccedilas de sexo masculino (Gregory

et al 2013 Weisman et al 2015) Num documento de 2014 a Associaccedilatildeo Americana

de Ginecologia e Obstetriacutecia afirmou que as evidecircncias natildeo eram suficientes para mudar

sua posiccedilatildeo de apoiar o uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto (ACOG

2014)

Protocolos ideais para utilizaccedilatildeo da ocitocina natildeo foram identificados

(Mozurkewich et al 2011) Os autores de uma metanaacutelise concluiacuteram que a ocitocina

para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto foi associada a aumento do parto vaginal

espontacircneo (Sq et al 2009) Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que altas doses de ocitocina

foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e parto cesaacutereo e um

aumento no parto vaginal espontacircneo (Kenyon et al 2013) Estudos em populaccedilotildees

com menor taxa de cesarianas sugerem que uma vez alcanccedilado o trabalho ativo a

ocitocina pode ser suspensa sem alterar a progressatildeo do parto ou a taxa de cesariana

(Diven et al 2012)

A antibioticoterapia nas cesaacutereas natildeo foi uma praacutetica rotineira em cinco das

maternidades visitadas quando deveria estar ocorrendo em todas Mulheres

submetidas agrave cesariana tecircm de cinco a 20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo

em comparaccedilatildeo com as mulheres que datildeo agrave luz por via vaginal (Smail e Grivell 2014)

A profilaxia antimicrobiana reduz o risco de endometrite e infecccedilatildeo incisional quando

administrado corretamente e tem sido utilizado como indicador de performance A mais

comum infecccedilatildeo relacionada agrave complicaccedilatildeo de cesaacuterea eacute a endometrite que pode ser

reduzida em 50 com o uso de antibioacutetico profilaacutetico Taxas de infecccedilatildeo do siacutetio ciruacutergico

apoacutes cesariana variam de acordo com a populaccedilatildeo em estudo os meacutetodos utilizados

111

para monitorar e identificar os casos e o uso de antibioacutetico profilaacutetico apropriado (Lamont

et al 2011)

O efeito beneacutefico da profilaxia antibioacutetica na reduccedilatildeo de ocorrecircncias de infecccedilatildeo

associados com cesaacuterea eletiva ou de emergecircncia jaacute estaacute bem estabelecida (Smail e

Grivell 2014) Uma revisatildeo sistemaacutetica concluiu que a profilaxia antibioacutetica administrada

antes da incisatildeo diminuiu a incidecircncia global de infecccedilatildeo apoacutes a cesariana e natildeo

aumentou a probabilidade de infecccedilatildeo neonatal O uso de antibioacuteticos profilaacuteticos em

mulheres submetidas agrave cesariana reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite

e graves complicaccedilotildees infecciosas de 60 a 70 (Smail e Grivell 2014)

Assim a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo principalmente da assistecircncia hospitalar ao

parto com utilizaccedilatildeo das praacuteticas baseadas nas evidecircncias deve ser o foco principal das

poliacuteticas puacuteblicas Este objetivo exige processos de educaccedilatildeo continuada e intervenccedilotildees

do tipo auditoria nas instituiccedilotildees buscando identificar os problemas acompanhar as

soluccedilotildees e promover o desenvolvimento profissional daqueles envolvidos no cuidado

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na

RMC permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactam os indicadores

estudados Os piores resultados para os indicadores perinatais estavam presentes em

populaccedilotildees mais vulneraacuteveis Para melhorar os resultados em sauacutede para matildees e bebecircs

estrateacutegias para reduzir as desigualdades sociais e educacionais focadas nos grupos

populacionais mais vulneraacuteveis matildees adolescentes mulheres com menor escolaridade

e renda ainda satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos de sauacutede apoacutes

anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

112

113

CONCLUSSAtildeO GERAL

Embora seja uma regiatildeo de grande desenvolvimento permaneciam

desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores de sauacutede matena e

perinatal na RMC Os piores resultados estavam presentes em populaccedilotildees mais

vulneraacuteveis as matildees adolescentes as mulheres com menor escolaridade e renda

As praacuteticas de sauacutede qualificadas (induccedilatildeo de ruptura prematura de

membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo para

Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto) estavam disponiacuteveis

em quase todos os hospitais na RMC No entanto algumas rotinas satildeo excessivas

(conduccedilatildeo e episiotomia) e outras precisam ser melhoradas (como o uso de

antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas disponibilidade de sangue em estado criacutetico de

cuidado)

114

115

REFEREcircNCIAS

1 Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar Brasil tem uma das maiores taxas de

cesariana na Sauacutede Suplementar Rio de Janeiro ANS 2006 Disponiacutevel em

httpwwwansgovbrportalsitehome2destaque_22585_2asp (acessado em

18Jan2013)

2 Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar Taxa de prematuridade Rio de

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1990 to 2010 Geneva WHO 2012a Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointpublications20129789241503631_engpdf (acessado

em 11Nov2012)

187 World Health Organiztion UNICEF UNFPA The World Bank Trends in

maternal mortality 1990 to 2010 New York WHO 2012b Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointpublications20129789241503631_engpdf

188 World Health Organization Evaluating the quality of care for severe

pregnancy complications the WHO near-miss approach for maternal health

Geneva WHO 2011a Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointpublications20119789241502221_engpdf (acessado

em 02Ago2013)

189 World Health Organization Guidelines on optimal feeding of low birth-

weight infants in low- and middle-income countries Geneva WHO 2011b

190 World Health Organization Integrated management of pregnancy and

childbirth WHO recommended interventions for improving maternal and newborn

health 2th ed Geneve WHO 2009a

191 World Health Organization Department of Reproductive Health and

Research Rising caesarean deliveries in Latin America how best to monitor

rates and risks Geneva WHO 2009b Disponiacutevel em

httpwwwwhointreproductive-he (acessado em 05Maio2015)

192 World Health Organization Fundo das Naccedilotildees Unidas para agrave Infacircncia

United Nations Population Fund The World Bank Maternal mortality in 2005

estimates developed Geneva WHO 2007

193 World Health Organization Reduction of maternal mortality Geneva

145

WHO 1999 Disponiacutevel em

httpwwwunfpaorguploadlib_pub_file236_filename_e_rmmpdf (acessado

em 31Jul2013)

194 World Health Organization Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

Revised 1990 estimates of maternal mortality Geneva WHO 1996 Disponiacutevel

em httpwhqlibdocwhointhq1996WHO_FRH_MSM_9611pdf (acessado

em 27Jul2013)

195 Yazaki LM Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de dados Resenha de

estatiacutesticas vitais do Estado de Satildeo Paulo SP Demograacutefico 2013 13(2)

196 Zielinski R Ackerson K Low LK Planned home birth benefits risks and

opportunities International Journal of Womenrsquos Health 2015 7361-77

197 Zwart JJ Richters JM Ory F de Vries JI Bloemenkamp KW van

Roosmalen J et al Severel maternal morbidity during pregnancy delivery and

puerperium in the Netherlands a nationwide population-based study of 371000

pregnancies BJOG 2008 115(7) Disponiacutevel em

httponlinelibrarywileycomdoi101111j1471-0528200801713xpdf

(acessado em 29Jun2013)

146

147

ANEXOS

ANEXO - 1 Mapa da Regiatildeo Metropolitana de Campinas

148

ANEXO - 2

Roteiro semiestruturado sobre a rotina da assistecircncia ao parto (intervenccedilotildees necessaacuterias e desnecessaacuterias)

para as entrevistas com os(as) meacutedicos(as) e os enfermeiros(as) responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

Responda as questotildees a seguir referentes agrave praacutetica da assistecircncia agrave mulher durante o trabalho de parto e parto na

instituiccedilatildeo que vocecirc trabalha

Instituiccedilatildeo

Dados Pessoais Data de nascimento [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

Escolaridade [ ] 1-Superior [ ] 2-Especializaccedilatildeo [ ] 3-Mestradodoutorado

Haacute quanto tempo trabalha em Obstetriacutecia

Haacute quanto tempo trabalha nesse serviccedilo

Haacute quanto tempo eacute responsaacutevel pelo Serviccedilo de Obstetriacutecia

01 Eacute garantida a presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher ( ) Sim ( ) Natildeo (Passe para a Q2)

a) Quem a acompanha com maior frequecircncia

b) Em que momento (Assinale mais de uma opccedilatildeo caso se aplique)

No trabalho de parto ( ) No parto ( ) No puerpeacuterio imediato ( )

02 Eacute realizada a triagem e tratamento de Siacutefilis na maternidade Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

03 Eacute prescrita a terapia antirretroviral para gestante com HIV Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

04 Eacute praacutetica rotineira induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada Sim ( ) Natildeo ( )

05 Eacute praticada rotineiramente a induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas ao termo Sim ( ) Natildeo ( )

06 A analgesia eacute oferecida a todas as parturientes Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

07 Existe protocolo para tratamento de hipertensatildeo severa Sim ( ) Natildeo ( ) O que eacute utilizado

08 Eacute praacutetica rotineira o manejo ativo do 3ordm periacuteodo Sim ( ) Natildeo ( )

09 Eacute praticada a antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B Sim ( ) Natildeo ( )

10 Eacute praticada rotineiramente a antibioticoterapia nas cesaacutereas Sim ( ) Natildeo ( )

11 Durante as cesaacutereas de emergecircncia haacute disponibilidade de

a) Anestesista no Centro Obsteacutetrico Sim ( ) Natildeo ( )

b) Banco de sangueSim ( ) Natildeo ( )

c)Obstetra treinado Sim ( ) Natildeo ( )

12 Eacute praacutetica rotineira a prevenccedilatildeo de hemorragia poacutes-parto Sim ( ) Natildeo( )

13 Eacute praticado o manejo de hemorragia poacutes parto Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para a Q15)

a) Remoccedilatildeo da placenta Sim ( ) Natildeo ( )

b)Curagem Sim ( ) Natildeo ( )

c)Curetagem Sim ( ) Natildeo ( )

14 Quem realiza o parto normal com maior frequecircncia Enfa( ) Enfa Obstetra ( ) Meacutedico ginecologista ( )

Outro profissional ( ) Quem

15 Os indicadores de humanizaccedilatildeo do parto satildeo praticados Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q17)

a) Visita preacutevia das gestantes agrave maternidade Sim ( ) Natildeo ( )

b) Acesso diferenciado agraves gestantes em trabalho de parto Sim ( ) Natildeo( )

c) Alojamento conjunto Sim ( ) Natildeo ( )

16 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal e cesaacuterea focando

a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q18) Quais

17 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com para as principais complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia

hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) focando a qualidade da atenccedilatildeo Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q19) Quais

18 Dados relacionados agrave infraestrutura

a) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

b) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de medicamentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

c) Haacute dificuldade com o transporte das gestantes parturientes e pueacuterperasSim ( ) Natildeo ( )Quais os problemas mais

frequentes

d) Haacute dificuldade de comunicaccedilatildeo com os serviccedilos de referecircncia Sim ( ) Natildeo ( ) Quais problemas

e) Haacute dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

f) E com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves Sim ( ) Natildeo ( )

19 O que mais gostaria de falar sobre dificuldades ou aspectos relevantes que impactam a assistecircncia agraves gestantes

em trabalho de parto ou com complicaccedilotildees na gravidez no seu serviccedilo

149

ANEXO - 3

150

151

ANEXO - 4

Consentimento das instituiccedilotildees para a realizaccedilatildeo do estudo

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Nome do responsaacutevel________________________________________________

Idade Cargo____________________RG_______________________

Endereccedilo______________________________________ Ndeg_________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu autorizo a coleta

de dados da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado ofertado

pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A pesquisadora

responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que trabalha no

Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves 1700 horas

(telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa contribuiraacute para

identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os processos de cuidado a

eles associados Fui esclarecido (a) que a participaccedilatildeo dos gestores do Centro

Obsteacutetrico desta instituiccedilatildeo poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico

sobre a qualidade da atenccedilatildeo ofertada

Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada a liberdade dos profissionais de

aceitar ou natildeo e que a recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que a identidade dos profissionais

envolvidos nesse estudo seraacute mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido

seraacute entregue a pesquisadora em envelope lacrado

152

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Concordo que os profissionais meacutedicos e enfermeiros gestores do Centro

Obsteacutetrico colaborem voluntariamente com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora _______________________________________

153

ANEXO - 5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Ndeg na Pesquisa RG____________________

Nome Idade__________________

Endereccedilo Ndeg_____________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu fui convidado

(a) a participar da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado

ofertado pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A

pesquisadora responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que

trabalha no Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves

1700 horas (telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa

contribuiraacute para identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os

processos de cuidado a eles associados Fui esclarecido (a) que minha participaccedilatildeo

poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico sobre a qualidade da

atenccedilatildeo ofertada

Aceito participar para isso responderei um questionaacuterio ldquoauto-respondidordquo

natildeo havendo necessidade de identificaccedilatildeo exceto a profissatildeo (meacutedico ou

enfermeiro) Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada minha liberdade de aceitar ou

natildeo e que minha recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na minha atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que minha identidade nesse estudo seraacute

154

mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido seraacute entregue a pesquisadora

em envelope lacrado

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Aceito voluntariamente colaborar com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora ___________________________________________

Page 2: Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

ii

iii

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS AVANCcedilOS E DESAFIOSrdquo

BORN IN THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS PROGRESS AND CHALLENGES

Tese apresentada agrave Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tocoginecologia da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas da Universidade Estadual de Campinas para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Doutora em Ciecircncias da Sauacutede aacuterea de concentraccedilatildeo em Sauacutede Materna e Perinatal

Thesis presented to the Obstetrics and Gynecology Graduate Program of School of Medical Sciences University of Campinas for obtaining the PhD

degree in Health Sciences in the concentration area of Maternal and Perinatal Health

ORIENTADORA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE Agrave VERSAtildeO FINAL DA TESE

DEFENDIDA PELA ALUNA FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO E ORIENTADA PELA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

Assinatura da Orientadora

CAMPINAS 2015

iv

Diagramaccedilatildeo Assessoria Teacutecnica do CAISM (ASTEC)

v

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ORIENTADORA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

MEMBROS

1

2

3

4

5

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tocoginecologia da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas da Universidade Estadual de Campinas

Data 31 07 2015

vi

vii

RESUMO

Objetivos Estudar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos de 19 municiacutepios e avaliar as rotinas da assistecircncia aos partos da

Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Sujeitos e Meacutetodos Trata-se de

estudo transversal associado a um estudo de casos de rotinas do cuidado na

assistecircncia ao parto em 16 maternidades puacuteblicas Coletaram-se as informaccedilotildees

referentes aos indicadores municipais a partir do DATASUS da Fundaccedilatildeo Seade e

do censo de 2010 Para conhecer as intervenccedilotildees realizadas nas 16 maternidades

em entrevistas com meacutedicos ou enfermeiros responsaacuteveis utilizaram-se o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e

ao receacutem-nascido no partordquo (Ministeacuterio da Sauacutede) e um questionaacuterio complementar

proacuteprio para o estudo A coleta de dados ocorreu de dezembro de 2013 a

outubro2014 Utilizou-se anaacutelise descritiva para as praacuteticas hospitalares e

coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e Spearman para avaliar possiacuteveis

associaccedilotildees entre caracteriacutesticas socioeconocircmicos e demograacuteficas e resultados

obsteacutetricos e perinatais Resultados As porcentagens de matildees adolescentes de

renda le 1 salaacuterio-miacutenimo (SM) e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a nuacutemero de consultas preacute-natais e com a taxa de mortalidade

perinatal poreacutem inversamente com partos cesaacutereos A renda meacutedia domiciliar per

capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal foram correlacionados

diretamente com partos cesaacutereos e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

viii

natais e com a taxa de mortalidade perinatal A porcentagem de matildees adolescentes

e de escolaridade le 8 anos e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a taxa de mortalidade neonatal precoce taxa de prematuridade

e baixo peso ao nascer Em relaccedilatildeo agraves rotinas das 16 maternidades puacuteblicas da

RMC treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam frequentemente a

ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto nove executavam a episiotomia

frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro periacuteodo do parto A

presenccedila de acompanhante durante o trabalho de parto e parto foi rotineira para 9

e 14 hospitais respectivamente Todos os hospitais forneceram rastreamento para

HIV e siacutefilis Doze hospitais realizavam induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e 13 em

ruptura prematura de membranas enquanto 15 tinham protocolos de conduta para

hipertensatildeo arterial severa e profilaxia de sepse neonatal precoce por

Streptococcus do grupo B Cinco hospitais natildeo utilizavam antibioacuteticos para

cesarianas Produtos derivados de sangue natildeo estavam disponiacuteveis em quatro

hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de gestantes em situaccedilatildeo cliacutenica grave Quinze

hospitais relataram ter profissional treinado para atendimento neonatal Conclusatildeo

A taxa de mortalidade perinatal foi o indicador que melhor refletiu os indicadores

socioeconocircmicos na regiatildeo A adolescecircncia foi um indicador social de grande risco

perinatal frequentemente associada com ausecircncia de parceiro A taxa de cesaacuterea

retratou os municiacutepios com maior poder aquisitivo na regiatildeo As praacuteticas qualificadas

de assistecircncia ao parto estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais No

entanto algumas delas parecem excessivas como conduccedilatildeo de parto e

episiotomia enquanto outras precisam ser melhoradas como uso de antibioacuteticos

para todos os partos cesaacutereos e disponibilidade de sangue e cuidado de

ix

emergecircncia Os resultados destacam a inequidade da assistecircncia e a importacircncia

de rever as rotinas hospitalares mesmo em uma regiatildeo com amplo acesso a

recursos materiais e humanos e oportunidades de educaccedilatildeo continuada

Palavras-chave indicadores baacutesicos de sauacutede obstetriacutecia parto tocologia

x

xi

ABSTRACT

Objectives To study maternal and perinatal health and socioeconomic indicators

of 19 municipalities and assess the routines of care during childbirth in the

metropolitan region of Campinas (RMC) Subjects and Methods Cross-sectional

study coupled with a case study of 16 public hospitals on clinical routines applied

for labour and delivery The information on health and socioeconomic indicators

derived from the DATASUS the Seade Foundation and 2010 census Routines were

assessed by through the Assessment Tool of Good Practice Caring for Women and

Newborns during Childbirth (Ministry of Health) and a complementary

questionnaire for interviews with responsible doctors or nurses in 16 hospitals Data

collection occurred from December 2013 to October 2014 Descriptive analysis

was applied to report routine practices in hospitals and Pearson and Spearman

correlation coefficients were used to evaluate possible associations between

socioeconomic obstetric and perinatal outcomes Results The proportion of

teenage mothers and income le 1SM and the illiteracy rate were positively correlated

with number of prenatal visits and perinatal mortality rate and inversely with

caesarean deliveries The average household income per capita and the Municipal

Human Development Index (MHDI) correlated directly with caesarean deliveries and

inversely with number of prenatal consultations and perinatal mortality rate The

percentages of teenage mothers and education le 8 years and the illiteracy rate

correlated positively with the early neonatal mortality rate prematurity and low birth

xii

weight Regarding routine practices during deliveries into 16 public maternities

thirteen hospitals used partograph 10 frequently used oxytocin for labour

augmentation nine frequently performed episiotomy and 14 informed active

management of the third stage of labour The presence of a companion during labour

and delivery was a routine for nine and 14 hospitals respectively All hospitals

provided screening for HIV and syphilis Twelve hospitals performed induction in

prolonged gestation and 13 in premature rupture of membranes Fifteen had clinical

protocol for severe hypertension and for group B Streptococcus early neonatal

sepsis prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for caesarean sections

Blood products were not available in four hospitals and eight could not take

emergency care for severe ill women Fifteen hospitals reported trained professional

providing neonatal care Conclusion The perinatal mortality rate proved to best

indicator reflecting socioeconomic indicators in the region The caesarean rate

pictured the municipalities with higher income Qualified health practices were

available in most hospitals However augmentation with oxytocin and episiotomy

sounded excessive while others need improvement as antibiotics for all C-sections

and availability of blood and emergency care The results highlight the health care

inequity and the importance of reviewing hospital care routines even in a region with

ample access to material and human resources and continuing education

opportunities

Key words childbirth midwifery maternal and perinatal indicators obstetric

xiii

SUMAacuteRIO

RESUMO vii

ABSTRACT xi

SUMAacuteRIO xiii

DEDICATOacuteRIA xv

AGRADECIMENTOS xvii

SIGLAS E ABREVIATURAS xix

INTRODUCcedilAtildeO GERAL 1

OBJETIVOS 23

Objetivo Geral 23

Objetivos Especiacuteficos 23

MEacuteTODOS 25

Desenho do estudo25

Local do estudo 25

Procedimentos25

Criteacuterios de inclusatildeo 26

Criteacuterios de exclusatildeo 27

Instrumentos 27

Aspectos eacuteticos 29

Variaacuteveis e Conceitos29

CAPIacuteTULOS37

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1 38

ARTIGO 139

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2 68

ARTIGO 269

DISCUSSAtildeO GERAL 101

CONCLUSSAtildeO GERAL 113

REFEREcircNCIAS 115

ANEXOS 147

xiv

ANEXO - 1 147

ANEXO - 2 148

ANEXO - 3 149

ANEXO - 4 151

ANEXO - 5 153

xv

DEDICATOacuteRIA

a Deus

que tem me orientado principalmente nos momentos difiacuteceis

ao meu grande amor Elcio

que com dedicaccedilatildeo e carinho tem me impulsionado sempre

agrave minha querida matildee (in memoriam)

primeira

mestre e grande responsaacutevel pela minha formaccedilatildeo

xvi

xvii

AGRADECIMENTOS

Aos meus antigos e novos mestres por terem sabido semear a inquietude do

conhecimento

Agrave minha querida orientadora Eliana Amaral agradeccedilo a confianccedila depositada em

meu trabalho a paciecircncia adotada ao responder tanto minhas questotildees mais

simples como tambeacutem as mais complicadas delas Mas em especial

agradeccedilo o carinho que sempre teve para comigo em todos os momentos

principalmente nos de minha extrema ansiedade

Ao meu esposo Elcio presente em todos os momentos A sua colaboraccedilatildeo foi

fundamental Sem ela percorrer esse longo caminho teria sido certamente

muito mais aacuterduo Agradeccedilo por ser quem eacute estando sempre ao meu lado

A toda a equipe do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas em especial agrave Dra

Carmen Lavras que me ofereceu a oportunidade de trabalhar com a Regiatildeo

Metropolitana de Campinas e me auxiliou na construccedilatildeo do projeto e na coleta

de dados

Agrave Maria Joseacute Comparini Nogueira Saacute Maria Regina Marques de Almeida Flaacutevia

Mambrini e Carla Brito Fortuna pela contribuiccedilatildeo valorosa na realizaccedilatildeo do

projeto de pesquisa

Agrave Maria Cristina Restitutti e Stella Maria B da Silva Telles que me apoiaram na

manipulaccedilatildeo dos bancos de dados

Agrave Maria Helena Souza pela paciecircncia esclarecimentos iniciais e anaacutelise estatiacutestica

Agradeccedilo agrave Conceiccedilatildeo Denise Melissa secretaacuterias da Divisatildeo de Obstetriacutecia e da

Poacutes-graduaccedilatildeo em Tocoginecologia o tratamento sempre carinhoso e bem

humorado

Aos gestores das instituiccedilotildees participantes do estudo pela disponibilidade e

incentivo

Agraves minhas amigas Patriacutecia e Adriana o carinho e a atenccedilatildeo nos momentos mais

difiacuteceis Em especial a formataccedilatildeo e editoraccedilatildeo da tese para o exame de

xviii

Qualificaccedilatildeo em caraacuteter emergencial a paciecircncia e incentivo Nenhuma

memoacuteria eacute tatildeo doce quanto agrave dos bons amigos

A todos meus amigos do local de trabalho em especial para os que estavam mais

proacuteximos Jane Maria do Carmo Marinez Renecirc Soraia Glaacuteucia Soninha

Alexandre e Matheus a amizade e o carinho especial

xix

SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ndash Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia

BP ndash Baixo Peso

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

CNES ndash Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sauacutede

CO ndash Centro Obsteacutetrico

GBS ndash Estreptococo do grupo B

IBGE ndash Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutesitica

IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal

MM ndash Morte Materna

ODM ndash Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio

OECD ndash Organizaccedilatildeo Europeacuteia para o Desenvolvimento

Econocircmico

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

PN ndash Preacute-Natal

RANZCOG ndash Coleacutegio Real da Austraacutelia e Nova Zelacircndia de

Obstetriacutecia e Ginecologia

RCOG ndash Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia

RMC ndash Regiatildeo Metropolitana de Campinas

RMM ndash Razatildeo de Mortalidade Materna

xx

RN ndash Receacutem-nascido

RPMT ndash Ruptura Prematura de Membranas a Termo

SEADE ndash Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados

SIM ndash Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade

SINASC ndash Sistema de Nascidos Vivos

SPSS ndash Statistical Package for Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMN ndash Taxa de Mortalidade Neonatal

TMNP ndash Taxa de mortalidade Neonatal Precoce

TMP ndash Taxa de Mortalidade Perinatal

WHO ndash World Health Organization

1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) satildeo metas

internacionais adotadas pelos paiacuteses signataacuterios Entre estas inclui-se a reduccedilatildeo

da mortalidade materna da mortalidade infantil e o acesso a serviccedilos de sauacutede

reprodutiva e anticoncepccedilatildeo O 5ordm ODM propotildee reduccedilatildeo da razatildeo da mortalidade

materna (RMM) em 75 ateacute 2015 (WHO 2007 Hogan et al 2010) Segundo a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) 50 paiacuteses conseguiram progresso

substancial destas metas graccedilas ao desenvolvimento socioeconocircmico melhoria da

educaccedilatildeo nutriccedilatildeo e acesso a serviccedilos de sauacutede (Hogan et al 2010 Victora et al

2011 WHO 2012) Uma seacuterie de seis artigos publicados no The Lancet mostra ter

havido melhorias significativas na sauacutede materna e infantil no Brasil atendimento

de emergecircncia e reduccedilatildeo da carga de doenccedilas infecciosas (Barreto et al 2011

Paim et al 2011 Reichenheim et al 2011 Schmidt et al 2011 Victora et al

2011a 2011b)

O relatoacuterio ldquoTendecircncias da mortalidade materna 1990 a 2010rdquo mostra que

embora o Brasil tenha reduzido a mortalidade materna de 120 para 56 a cada 100

mil nascimentos natildeo alcanccedilaraacute a meta estipulada de 35 oacutebitos por 100 mil nascidos

vivos (Souza 2011 Lozano et al 2011 ONU 2012 IPEA 2014) Ao mesmo

tempo haacute elevada taxa de cesaacuterea em aumento constante e muito mais acentuado

no sistema privado de assistecircncia ao parto (IPEA 2010 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a

Victora et al 2011 Leal et al 2014b) A razatildeo de mortalidade materna sofreu

2

estagnaccedilatildeo nos uacuteltimos dez anos em niacuteveis intermediaacuterios enquanto observou-se

aumento do componente de mortalidade perinatal na mortalidade infantil (Ministeacuterio

da Sauacutede 2012b Souza 2011 Victora et al 2011 Lansky et al 2014)

Num estudo nacional a prematuridade respondeu por cerca de um terccedilo da

taxa de mortalidade neonatal As maiores taxas de mortalidade neonatal ocorreram

entre crianccedilas com menos de 1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal

prematuros extremos (lt 32 semanas) com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida as que

utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante as que tinham malformaccedilatildeo

congecircnita aquelas cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto as que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de

referecircncia para gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e as que nasceram de parto

vaginal (Lansky et al 2014)

Um total de 98 dos partos no Brasil ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e

proacuteximo de 90 deles satildeo assistidos por meacutedicos (Souza 2011) Dados recentes

da pesquisa ldquoNascer no Brasilrdquo informam que no ano de 2012 52 dos

nascimentos foram por cesaacuterea correspondendo a 88 dos nascimentos no setor

privado (Leal et al 2014a) No Brasil a preferecircncia pela cesariana aumentou

atingindo um terccedilo das mulheres No entanto haacute diferenccedilas marcantes segundo

histoacuteria reprodutiva e fonte de pagamento do parto sendo menor em primiacuteparas

com parto financiado pelo setor puacuteblico (154) e maior entre multiacuteparas com

cesariana anterior no setor privado (732) (Domingues et al 2014) Estudos tecircm

recomendado o suporte de doulas durante o trabalho de parto como uma das

medidas para reduzir as cesaacutereas (Hodnett et al 2011 Kozhimannil et al 2013

2014) No Brasil a presenccedila da doula eacute regulamentada por Portaria do Ministro da

3

Sauacutede No1153 de maio de 2014 que redefine os criteacuterios de habilitaccedilatildeo da

Iniciativa Hospital Amigo da Crianccedila (IHAC) Em seu artigo 7ordm introduz-se o Criteacuterio

Global Amigo da Mulher onde sua participaccedilatildeo eacute sugerida dizendo ldquocaso seja da

rotina do estabelecimento de sauacutede autorizar a presenccedila de doula comunitaacuteria ou

voluntaacuteriardquo (Ministeacuterio da Sauacutede 2014a)

Eacute interessante o contraste entre as praacuteticas obsteacutetricas em diferentes paiacuteses

Na Holanda a taxa de cesaacuterea eacute a mais baixa da Europa (17) enquanto o Brasil

tem a taxa mais elevada do mundo (52) seguido por Meacutexico e Turquia (ambos

com taxas acima de 45) (OECD 2013 Leal et al 2014a IPEA 2014) Na Franccedila

cuja assistecircncia agrave sauacutede eacute garantida pelo Estado observa-se taxa de cesaacutereas

bastante estaacuteveis em 20 de 2009-2011 (OECD 2009 2011 e 2013) Neste paiacutes

tambeacutem ocorrem taxas mais elevadas de cesarianas no setor privado do que no

puacuteblico embora este uacuteltimo seja responsaacutevel pelo cuidado de gestaccedilotildees mais

complicadas (OECD 2013) Em 2011 as menores taxas de cesaacuterea ocorreram nos

paiacuteses noacuterdicos (Islacircndia Finlacircndia Sueacutecia e Noruega) com taxas que variaram de

15 a 17 de todos os nascidos vivos No mesmo periacuteodo a taxa de cesaacuterea no

Reino Unido atingiu 241 no Canadaacute alcanccedilou 261 e na Austraacutelia ficou em

322 (OECD 2013)

Em paralelo a taxa de mortalidade neonatal nos paiacuteses noacuterdicos variou de

16 a 24 por 1000 nascidos vivos no mesmo periacuteodo Na Austraacutelia Reino Unido e

Canadaacute alcanccedilaram 36 41 e 49 respectivamente (OECD 2013) No Brasil foi de

111 (Lansky et al 2014) Nos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para o Desenvolvimento

Econocircmico (OECD) cerca de dois terccedilos das mortes infantis que ocorrem durante

o primeiro ano de vida satildeo mortes neonatais Os principais fatores que contribuem

4

para esta mortalidade satildeo as malformaccedilotildees e a prematuridade Com um nuacutemero

crescente de mulheres adiando a gravidez e um aumento de nascimentos muacuteltiplos

vinculados a tratamentos para fertilidade o nuacutemero de nascimentos preacute-termo

aumentou Em vaacuterios paiacuteses de renda mais alta isso contribuiu para uma

estabilizaccedilatildeo da mortalidade infantil ao longo dos uacuteltimos anos (OECD 2013)

Como em outros paiacuteses no Brasil a atenccedilatildeo agrave sauacutede em geral e ao parto

em particular mostra uma grande inequidade com resultados diferenciados entre

mulheres atendidas nos sistemas puacuteblico e privado e nas vaacuterias regiotildees geograacuteficas

(Victora et al 2010 Diniz et al 2012) Entretanto as publicaccedilotildees sugerem

inadequada qualidade dos cuidados oferecidos na gestaccedilatildeo parto e puerpeacuterio

tanto nos grandes quanto nos pequenos centros (Nagahama e Santiago 2008

Victora et al 2010 Diniz et al 2012 Leal et al 2014a)

Este conjunto de resultados exige uma revisatildeo da linha de cuidado agrave

gestaccedilatildeo e parto Se haacute excesso de intervenccedilotildees incluindo cesaacuterea supotildee-se que

a atenccedilatildeo eacute pouco centrada nas evidecircncias atuais eou que deve haver dificuldades

para aderir agraves boas praacuteticas de cuidado Esta complexa situaccedilatildeo exige estrateacutegias

multicomponentes para qualificar a atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher e da crianccedila (IPEA

2010 Souza 2011 Leal et al 2014a 2014b)

Victora et al (2011) mostraram que as transformaccedilotildees nos determinantes

sociais das doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede afetaram os

indicadores de sauacutede materna e infantil com reduccedilatildeo dos coeficientes de

mortalidade infantil para 20 mortes por 1000 nascidos vivos em 2008 sendo 68

destas mortes pelo componente neonatal O acesso agrave maioria das intervenccedilotildees de

sauacutede dirigidas agraves matildees e agraves crianccedilas foi ampliado quase atingindo coberturas

5

universais e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenccedilotildees foram

reduzidas Entre as razotildees para o progresso estatildeo modificaccedilotildees socioeconocircmicas

e demograacuteficas (crescimento econocircmico reduccedilatildeo das disparidades de renda

urbanizaccedilatildeo melhoria na educaccedilatildeo das mulheres e reduccedilatildeo nas taxas de

fecundidade) intervenccedilotildees externas ao setor de sauacutede (programas condicionais de

transferecircncia de renda e melhorias no sistema de aacutegua e saneamento) programas

verticais de sauacutede da deacutecada de 80 (promoccedilatildeo da amamentaccedilatildeo hidrataccedilatildeo oral e

imunizaccedilotildees) criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com expansatildeo da

cobertura para atingir as aacutereas mais carentes e a implementaccedilatildeo de programas

nacionais e estaduais para melhoria da sauacutede e nutriccedilatildeo infantil e em menor grau

promoccedilatildeo da sauacutede das mulheres (Victora et al 2011)

No entanto os autores salientaram que ainda persistem desafios como a

medicalizaccedilatildeo abusiva (alta frequecircncia de cesaacuterea episiotomias ocitocina

muacuteltiplos exames de ultrassom etc) mortes maternas por abortos inseguros e a

frequecircncia alta de nascimentos preacute-termo Destacaram ainda que embora a Meta

do Milecircnio para mortalidade infantil devesse ser alcanccedilada em dois anos o mesmo

natildeo ocorreria com a mortalidade materna (Victora et al 2011)

Outros indicadores de sauacutede perinatal aleacutem da morte materna e da taxa de

cesaacuterea tecircm sido explorados Um projeto da OECD tem discutido indicadores de

qualidade dos cuidados de sauacutede (OECD 2007) Na Dinamarca desde setembro

de 2010 oito indicadores satildeo monitorados anestesia analgesia apoio contiacutenuo

para as mulheres na sala de parto laceraccedilotildees de 3 ordm ou 4 ordm graus cesariana

hemorragia poacutes-parto estabelecimento de contato pele a pele entre matildee e receacutem-

nascido hipoacutexia fetal grave e parto de crianccedila saudaacutevel apoacutes o parto sem

6

complicaccedilotildees O registro eacute obrigatoacuterio para todas as unidades de parto e estas

recebem seus resultados para a monitorizaccedilatildeo e aprimoramento no programa de

qualidade de assistecircncia (Kesmodel e Jolving 2011)

No Brasil os indicadores de sauacutede materna e perinatal incluem a taxa de

mortalidade neonatal precoce a tardia a poacutes-natal e a perinatal a razatildeo de

mortalidade materna a incidecircncia de siacutefilis congecircnita a proporccedilatildeo de internaccedilotildees

hospitalares (SUS) por afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prevalecircncia de

aleitamento materno a prevalecircncia de aleitamento materno exclusivo em menores

de seis meses a proporccedilatildeo de nascidos vivos de matildees adolescentes a proporccedilatildeo

de nascidos vivos de baixo peso ao nascer a cobertura de preacute-natal a proporccedilatildeo

de partos hospitalares e de partos cesaacutereos e o percentual de oacutebitos de mulheres

em idade feacutertil investigado (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2012) No Estado de Satildeo

Paulo entre os indicadores que compotildeem a matriz de informaccedilotildees demograacuteficas e

socioeconocircmicas de condiccedilotildees de vida e sauacutede e da rede de serviccedilos do SUS

incluem-se taxa de cesaacutereas cobertura vacinal coeficientes de mortalidade infanti l

e materna e leitos1000 habitantes (Secretaria da Sauacutede do Estado de Satildeo Paulo

2010)

O conhecimento da situaccedilatildeo de sauacutede pelos gestores e profissionais

utilizando indicadores eacute fundamental para o bom desenvolvimento das accedilotildees de

melhoria porque devem refletir a qualidade do cuidado Assim a matriz de

indicadores pode ser um poderoso instrumento para nortear o planejamento local e

regional de sauacutede (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2011 IPEA 2014) No entanto

os nuacutemeros natildeo permitem compreender o processo do cuidado e identificar onde

este processo estaacute suboacutetimo Para isso eacute necessaacuterio desenhar toda a linha de

7

cuidado de forma a deixar expliacutecitas as necessidades de recursos humanos

materiais e a inter-relaccedilatildeo entre as equipes e niacuteveis de atenccedilatildeo necessaacuterios para

oferecer atenccedilatildeo qualificada e ao mesmo tempo personalizada

Modelos de atenccedilatildeo obsteacutetrica e as praacuteticas baseadas em evidecircncia

Wagner (2001) define trecircs modelos de atenccedilatildeo ao parto 1) o modelo

medicalizado com uso de alta tecnologia e pouca participaccedilatildeo de obstetrizes

encontrado nos Estados Unidos da Ameacuterica Irlanda Ruacutessia Repuacuteblica Tcheca

Franccedila Beacutelgica e regiotildees urbanas do Brasil 2) o modelo humanizado com maior

participaccedilatildeo de obstetrizes e menor frequecircncia de intervenccedilotildees (Holanda Nova

Zelacircndia paiacuteses escandinavos e alguns serviccedilos no Brasil) e 3) os modelos mistos

da Gratilde-Bretanha Canadaacute Alemanha Japatildeo e Austraacutelia

No modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica holandecircs 16 de todos os nascimentos

ocorreram em casa em 2010 (maior do que em outros paiacuteses) enquanto 11

ocorreram em centros de partos (OECD 2013) As gestantes com gravidez sem

complicaccedilatildeo satildeo atendidas por meacutedico generalista e enfermeiras obstetras a

equipe de atenccedilatildeo primaacuteria e em caso com complicaccedilotildees ou aumento do risco as

enfermeiras obsteacutetricas referem as clientes para cuidado secundaacuterio com

ginecologista As indicaccedilotildees para referecircncia satildeo acordadas entre os profissionais

envolvidos (ginecologistas enfermeiras obstetras e meacutedicos generalistas) na ldquoLista

de Indicaccedilotildees Obsteacutetricasrdquo (Wiegers e Hukkelhoven 2010)

Esse modelo de atenccedilatildeo tem respaldo na literatura O cuidado conduzido por

enfermeira obstetra foi associado a menos episiotomia ou parto instrumental maior

chance de ter um parto vaginal espontacircneo e iniciar o aleitamento materno precoce

8

quando comparado com cuidado conduzido por meacutedicos ou compartilhado e este

cuidado foi mais eficaz quando estavam integradas no sistema de sauacutede no

contexto do trabalho em equipe (Campbell et al 2006 Hatem et al 2009 Sandall

et al 2009 Renfrew et al 2014)

No Reino Unido 80 das mulheres davam agrave luz em casa na deacutecada de 1920

o que ocorreu em apenas 23 dos nascimentos em 2011 (Office for National

Statistics 2012) Os Estados Unidos tiveram uma mudanccedila semelhante de 50 de

nascimentos em casa em 1938 para menos de 1 em 1955 (MacDorman et al

2014) A maioria das investigaccedilotildees que compararam parto domiciliar planejado com

parto hospitalar natildeo encontrou nenhuma diferenccedila no nuacutemero de mortes fetais

intraparto oacutebitos neonatais baixos iacutendices de Apgar ou admissatildeo na unidade de

terapia intensiva neonatal nos EUA Poreacutem uma meta-anaacutelise indicou resultados

neonatais mais adversos associados com parto em casa Existem desafios

associados com projetos de pesquisa voltados para parto domiciliar planejado em

parte porque a realizaccedilatildeo de ensaios cliacutenicos randomizados natildeo eacute viaacutevel (Zielinski

et al 2015)

Sabe-se que os modelos de assistecircncia ao parto tecircm diferentes

caracteriacutesticas que envolvem forma de remuneraccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

forma de financiamento do sistema constituiccedilatildeo de equipe assistencial local de

ocorrecircncia do parto havendo conflito de interesses e reserva de mercado de

trabalho entre outras O modelo adotado em determinada localidade exerce papel

preponderante na escolha pelo tipo de parto tanto pela parturiente quanto pelo

profissional que lhe assiste (Patah e Malik 2011 Dominges et al 2014)

9

No Reino Unido em 2013-14 618 dos partos tiveram iniacutecio espontacircneo

136 foram induzidos 132 terminaram por operaccedilatildeo cesariana e 609 dos

partos que ocorreram em hospitais do National Health System (NHS) foram

espontacircneos com 262 de partos cesaacutereos Mais de um terccedilo de todos os partos

(366) natildeo exigiu anesteacutesico O grupo de 30-34 anos foi o mais frequente (Health

and Social Care Information Center 2015) Na Austraacutelia as intervenccedilotildees vecircm

aumentando e primiacuteparas de baixo risco em hospital privado em comparaccedilatildeo com

hospital puacuteblico tiveram maiores taxas de induccedilatildeo (31 vs 23) parto instrumental

(29 vs 18) cesariana (27 vs 18) epidural (53 vs 32) e episiotomia (28

vs 12) e as mais baixas taxas de parto normal (44 vs 64) (Dahlen et al 2012)

Um estudo de base hospitalar realizado no Brasil em 2011-2012 baseado

em entrevistas de 23894 mulheres avaliou o uso de um conjunto de praacuteticas

(alimentaccedilatildeo deambulaccedilatildeo uso de meacutetodos natildeo farmacoloacutegicos para aliacutevio da dor

e de partograma) e intervenccedilotildees obsteacutetricas (uso de ocitocina amniotomia

episiotomia manobra de Kristeller e litotomia) na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto de mulheres de risco obsteacutetrico habitual Estas chamadas ldquoboas praacuteticasrdquo

durante o trabalho de parto e parto foram menos frequentes nas regiotildees Norte

Nordeste e Centro-Oeste O uso de ocitocina e amniotomia ocorreu em 40 dos

partos sendo mais frequente no setor puacuteblico e nas mulheres com menor

escolaridade assim como a operaccedilatildeo cesariana A manobra de Kristeller

episiotomia e litotomia foram utilizadas em 37 56 e 92 das mulheres

respectivamente (Leal et al 2014b)

Poliacuteticas nacionais tecircm sido adotadas para reverter as elevadas taxas de

partos ciruacutergicos Em 1998 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu um limite de 40

10

para a proporccedilatildeo de partos por cesariana que seriam pagos agraves instituiccedilotildees puacuteblicas

Houve reduccedilatildeo de 32 em 1997 para 239 em 2000 Poreacutem os efeitos do pacto

com os governos estaduais e serviccedilos teve curta duraccedilatildeo principalmente no setor

privado e as taxas voltaram a subir apoacutes 2002 (Victora et al 2011) Novas poliacuteticas

foram instituiacutedas como Programa de Humanizaccedilatildeo do Preacute-natal e Nascimento

(Serruya et al 2004) e a regulamentaccedilatildeo do direito a acompanhante durante o

trabalho de parto em hospitais puacuteblicos (Ministeacuterio da Sauacutede 2005)

Apesar de natildeo haver um consenso em relaccedilatildeo agrave proporccedilatildeo ideal de partos

cesarianos satildeo observadas em vaacuterios paiacuteses taxas superiores agravequelas que

parecem se tem sugerido entre 15-20 (Patah e Malik 2011 OECD 2013 WHO

2015) No Brasil apesar de a maioria das mulheres ter preferecircncia pelo parto

vaginal muitas alegam que o medo da dor as leva a optar pela cesaacuterea (Dias et al

2008 Potter et al 2008 Domingues et al 2014) Assim a preocupaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo da dor e com a vivecircncia positiva do trabalho de parto e parto satildeo aspectos

essenciais para reduzir as intervenccedilotildees ciruacutergicas desnecessaacuterias

O Ministeacuterio da Sauacutede adotou recentemente a estrateacutegia denominada Rede

Cegonha operacionalizada pelo SUS fundamentada nos princiacutepios da

humanizaccedilatildeo da assistecircncia Essa Rede considera que mulheres receacutem-nascidos

e crianccedilas tecircm direito a ampliaccedilatildeo do acesso acolhimento e melhoria da qualidade

do preacute-natal transporte tanto para o preacute-natal quanto para o parto vinculaccedilatildeo da

gestante agrave unidade de referecircncia para assistecircncia ao parto a ldquoGestante natildeo

peregrinardquo e ldquoVaga sempre para gestantes e bebecircsrdquo promoccedilatildeo de parto e

nascimento seguros atraveacutes de boas praacuteticas de atenccedilatildeo acompanhante no parto

de livre escolha da gestante (Ministeacuterio da Sauacutede 2012c) A rede assistencial para

11

gestantes e receacutem-nascido aleacutem de integrada hierarquizada e regionalizada de

forma a dar acesso agrave gestante em tempo oportuno no momento do parto deve

garantir tambeacutem que todos os estabelecimentos de sauacutede onde se realizam partos

sejam estruturados para o atendimento resolutivo das complicaccedilotildees que podem

ocorrer no nascimento ndash situaccedilotildees esperadas mas natildeo previsiacuteveis ndash

disponibilizando equipamentos insumos e equipe capacitada para prestar o

primeiro atendimento adequado agraves urgecircncias maternas e neonatais (Manzini et al

2009 Magluta et al 2009 Bittencourt et al 2014)

A incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica que se observa na assistecircncia ao parto em todo

o mundo passou a substituir uma atenccedilatildeo individualizada e mais centrada nas

necessidades das gestantes Isso tem sido motivo de preocupaccedilatildeo de profissionais

de sauacutede e grupos da sociedade civil e governo (Nagahama e Santiago 2008

Rattner 2009 Diniz 2009) Ao mesmo tempo o aparente faacutecil acesso a serviccedilos

de sauacutede e profissionais capacitados e a ampla oferta de guias ou recomendaccedilotildees

natildeo satildeo compatiacuteveis com a estabilidade nas razotildees de morte materna e aumento

da mortalidade neonatal precoce Mais do que preparo teacutecnico parece estar

havendo pouca integraccedilatildeo e continuidade no processo do cuidado e necessidade

de maior atenccedilatildeo dos gestores de sauacutede em niacutevel local Em divergecircncia com as

tendecircncias internacionais natildeo haacute uma cultura de atenccedilatildeo multi e interprofissional

ao parto no Brasil (Amoretti 2005)

Concomitantemente tem havido uma mudanccedila significativa das

caracteriacutesticas demograacuteficas e socioeconocircmicas das mulheres que engravidam e

tem seus filhos no Brasil Entre estas a proporccedilatildeo de mulheres acima dos 35 anos

aumentou a gravidez em adolescentes diminuiu e a taxa de natalidade sofreu a

12

maior reduccedilatildeo observada na literatura num intervalo curto de tempo passando de

51 em 2000 para 19 em 2012 (PNDS 2009 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a) A

fecundidade tardia estaacute associada ao maior niacutevel de instruccedilatildeo das mulheres que

vecircm adiando cada vez mais a maternidade em funccedilatildeo de melhores condiccedilotildees

profissionais e econocircmicas Paralelamente eleva-se a proporccedilatildeo de parto cesaacutereo

(Yazaki 2013) Esta mudanccedila significa que a assistecircncia agrave gestaccedilatildeo e ao parto

especialmente nos centros urbanos dirige-se a mulheres de menor paridade maior

idade e escolaridade que podem ser portadoras de doenccedilas cliacutenicas associadas

Esta realidade exige uma qualificaccedilatildeo maior da assistecircncia com integraccedilatildeo das

accedilotildees dos diversos profissionais e melhor gestatildeo do cuidado

As estrateacutegias para reduccedilatildeo da mortalidade materna

O ldquoPrograma Maternidade Segurardquo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

(OMS) baseado na prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees maternas por estratificaccedilatildeo de

risco foi insuficiente para o avanccedilo esperado (WHO 1996) Constatou-se que

estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria eram insuficientes e que uma parte importante

das complicaccedilotildees relacionadas agrave gestaccedilatildeo soacute eacute passiacutevel de prevenccedilatildeo secundaacuteria

(diagnoacutestico precoce) ou terciaacuteria (tratamento precoce para reduzir sequelas) e

ocorre em populaccedilotildees de baixo risco Uma grande proporccedilatildeo de complicaccedilotildees

graves ocorre em mulheres sem fatores de risco e com as melhores condiccedilotildees de

vida (Souza et al 2010a Souza 2011 WHO 2011)

Assim discussotildees de especialistas concluiacuteram pela necessidade de ter

profissionais muito bem treinados para assistir agrave gestaccedilatildeo e parto e uma boa rede

de atenccedilatildeo acessiacutevel e com recursos disponiacuteveis para atender a casos graves Haacute

13

consenso atualmente de que a mortalidade materna pode ser reduzida por meio

do fortalecimento dos sistemas de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo de rotina

quanto de emergecircncia (United Nations 2010) Neste contexto a detecccedilatildeo precoce

e o tratamento de complicaccedilotildees passaram a ter maior destaque nas estrateacutegias de

reduccedilatildeo de mortalidade materna (Campbell e Graham 2006 Ronsmans e Graham

2006 Cross et al 2010 Souza 2011 Soares et al 2012 Dias et al 2014)

Nos paiacuteses desenvolvidos onde as razotildees de mortalidade materna jaacute satildeo

baixas essa situaccedilatildeo deu forccedila para a adoccedilatildeo de um novo ldquoevento sentinelardquo de

qualidade de assistecircncia agrave gestante o near miss materno (Stones et al 1991) Em

1998 Mantel et al descreveram como near miss as mulheres que sofreram

importantes agravos sistecircmicos que se natildeo fossem tratadas adequadamente

poderiam evoluir para oacutebito Este de near miss materno indicando morbidade

grave evoluiu durante as uacuteltimas duas deacutecadas (Tunccedilalp et al 2012) Em 2009 um

Grupo de Trabalho da OMS definiu como morbidade materna near miss uma

mulher que quase morreu mas sobreviveu a uma complicaccedilatildeo que ocorreu durante

a gravidez parto ou dentro de 42 dias apoacutes o teacutermino da gravidez e usou criteacuterios

de disfunccedilatildeo orgacircnica (cardiacuteaca respiratoacuteria renal hepaacutetica neuroloacutegica uterina e

hematoloacutegica) e paracircmetros de extrema gravidade para definir as condiccedilotildees de risco

de vida associados com a gravidez (Say et al 2009) Antes dessa definiccedilatildeo muitos

estudos usaram diferentes paracircmetros para morbidade severa como admissatildeo em

UTI ou diagnoacutesticos cliacutenicos (Waterstone et al 2001 Donati et al 2012) Esta

definiccedilatildeo foi utilizada para desenvolver um instrumento para auxiliar

14

especificamente instalaccedilotildees e sistemas de sauacutede visando melhorar o atendimento

(WHO 2011)

Aleacutem da vantagem de ser um evento mais frequente que as mortes maternas

a vigilacircncia da morbidade materna grave facilita a discussatildeo do caso cliacutenico com a

equipe envolvida permite entrevistar as mulheres sobreviventes e oferece a

possibilidade de intervenccedilatildeo cliacutenica ou na gestatildeo do cuidado o que pode prevenir

o oacutebito Assim o estudo de near miss materno tem sido preconizado e utilizado para

auditar a qualidade do cuidado obsteacutetrico (Pattinson et al 2003 Amaral et al

2011 Cecatti e Parpinelli 2011 Cecatti et al 2011 Souza et al 2010 2012 e

2013 Dias et al 2014 Haddad et al 2014)

Resultados de estudo de base hospitalar no Brasil mostraram uma incidecircncia

de near miss materno de 1021 por mil nascidos vivos e uma razatildeo de 308 casos

para cada morte materna (Dias et al 2014) As incidecircncias mais elevadas de near

miss materno foram observadas em mulheres com 35 anos ou mais naquelas que

apresentaram maior nuacutemero de cesaacutereas anteriores com relato de gestaccedilatildeo de

risco e de internaccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo atendidas em hospitais do SUS

localizados nas capitais dos estados e naquelas que apresentaram parto foacutercipe ou

cesaacutereo

Haacute um conhecimento recente de que complicaccedilotildees graves na gravidez

ocorrem praticamente na mesma frequecircncia em todos os paiacuteses e regiotildees

independentemente do niacutevel de desenvolvimento e disponibilidade de recursos O

que varia eacute a mortalidade mais elevada em contextos de menor desenvolvimento e

escassez de recursos (Souza et al 2013) Na atenccedilatildeo a gestantes e parturientes

os serviccedilos e profissionais envolvidos necessitam reconhecer os quadros cliacutenicos e

15

saber como conduzi-los eacute necessaacuteria organizaccedilatildeo e agilidade da cadeia de

atenccedilatildeo O acesso a uma assistecircncia qualificada ao preacute-natal e ao parto e suportes

tecnoloacutegicos especiacuteficos como acesso a unidade de terapia intensiva anestesia e

transfusotildees satildeo considerados aspectos essenciais para enfrentar estas

complicaccedilotildees e evitar as mortes maternas (Sousa et al 2006)

No Brasil a reduccedilatildeo da mortalidade materna se encontra estagnada apesar

da disponibilidade de recursos (Ministeacuterio da Sauacutede 2012a IPEA 2010 e 2014

Victora et al 2011 Szwarcwald et al 2014) poliacuteticas e marcos regulatoacuterios

incluindo o Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Materna e Neonatal e a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher com princiacutepios e diretrizes

em consonacircncia com os padrotildees internacionais Quase todas as mulheres

brasileiras passam por no miacutenimo uma consulta preacute-natal 90 delas com pelo

menos quatro consultas Supotildee-se que os recursos necessaacuterios para prevenir e

tratar as principais causas de mortes maternas estejam disponiacuteveis (IPEA 2010 e

2014) Ainda assim observa-se elevada mortalidade materna sendo ao redor de

trecircs quartos destas mortes associadas a causas obsteacutetricas diretas e evitaacuteveis

como complicaccedilotildees hipertensivas e hemorraacutegicas (IPEA 2010 e 2014 Souza

2011)

A qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave gestante e ao parto

O cuidado oferecido agrave gestante sofre o efeito das poliacuteticas de sauacutede e de

organizaccedilatildeo de serviccedilos dependente dos recursos humanos informaccedilatildeo

suprimentos e tecnologias em sauacutede que interagem com as financcedilas a lideranccedila e

a gestatildeo em sauacutede Uma parcela significativa de mulheres com complicaccedilotildees na

16

gestaccedilatildeo experimentam demoras na assistecircncia dificultando a detecccedilatildeo precoce e

o uso de intervenccedilotildees apropriadas no momento correto Essa situaccedilatildeo evidencia

falhas no processo de assistecircncia ou falta de coordenaccedilatildeo das accedilotildees entre as

unidades do sistema de sauacutede (Cecatti et al 2009 Amaral et al 2011 Pacagnella

et al 2011 e 2012) Somente com o fortalecimento das linhas de cuidado dentro da

rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede onde todos esses elementos satildeo articulados e se

qualificam eacute possiacutevel garantir a elevada qualidade da atenccedilatildeo (Savigny e Adam

2009) Se houvesse uma linha de cuidado bem estruturada e gerida responsiva e

utilizaccedilatildeo de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas com atuaccedilatildeo articulada

seria possiacutevel qualificar a atenccedilatildeo oferecida agrave gestante

A mudanccedila de comportamento das instituiccedilotildees e dos profissionais de sauacutede

depende de intervenccedilotildees muacuteltiplas incluindo observaccedilatildeo de modelos decisotildees

poliacuteticas supervisatildeo do cuidado e accedilotildees de gestatildeo em sauacutede Uma das

intervenccedilotildees sabidamente eficazes eacute a auditoria cliacutenica que desde a metade do

seacuteculo passado eacute usada em sauacutede materna com impacto sobre a mortalidade em

alguns paiacuteses (Lewis 2007 Souza 2011) No Brasil a atuaccedilatildeo de comitecircs para

revisatildeo dos casos de mortes maternas com vigilacircncia de casos sentinela em sauacutede

foi iniciada em 1990 (IPEA 2010) No entanto a ausecircncia da devoluccedilatildeo da

informaccedilatildeo e governabilidade para propor e implantar accedilotildees de melhoria tornou a

intervenccedilatildeo pouco efetiva (Pattinson et al 2009)

A aplicaccedilatildeo da auditoria cliacutenica de morbidade materna grave e near miss

com orientaccedilatildeo de manejo cliacutenico dos casos segundo padrotildees de condutas

previamente estabelecidos e baseados na melhor evidecircncia tem sido proposta

como intervenccedilatildeo qualificadora do cuidado (Graham 2009 Souza et al 2010b

17

Amaral et al 2011 Souza 2011 WHO 2011 Tunccedilalp e Souza 2014) O principal

produto destas auditorias eacute a informaccedilatildeo sobre a praacutetica no serviccedilo de sauacutede para

accedilatildeo O desafio das auditorias eacute que sua implantaccedilatildeo deve ser sistecircmica sendo a

informaccedilatildeo produzida o ponto de partida para uma accedilatildeo ampla de fortalecimento

dos variados componentes do sistema com retorno de propostas e reavaliaccedilatildeo

posterior fechando o ciclo (Souza 2011)

Nessa visatildeo eacute necessaacuterio conter a demora nas accedilotildees considerando o

cuidado em tempo oportuno como item primordial para o sucesso Thaddeus e

Maine (1990) propuseram o modelo teoacuterico de trecircs demoras conhecido como three

delays model como um referencial teoacuterico para estudar as mortes maternas

bull Fase I ndash demora na decisatildeo de procurar cuidados pelo indiviacuteduo eou

famiacutelia (estaacute relacionada agrave autonomia das mulheres)

bull Fase II ndash demora no alcance de uma unidade de cuidados adequados

de sauacutede (relacionada agrave distacircncia geograacutefica)

bull Fase III ndash demora em receber os cuidados adequados na instituiccedilatildeo

de referecircncia (relacionada agrave assistecircncia meacutedica)

A maioria das mortes maternas natildeo pode ser atribuiacuteda a uma uacutenica demora

sendo comum uma combinaccedilatildeo de fatores na sequecircncia causal que pode ser social

e comportamental relacionadas agrave famiacutelia agrave comunidade e ao sistema de sauacutede

(Kalter et al 2011) A coleta de informaccedilotildees sobre mortes maternas e near miss

materno no modelo de demoras seria uma peccedila chave para avaliar a qualidade

dos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica ou outros fatores outros associados aos maus

resultados (Roost et al 2009 Lori e Starke 2011)

18

Pacagnella et al (2011) num estudo em maternidades de referecircncia em todo

o Brasil observaram uma associaccedilatildeo crescente entre a identificaccedilatildeo de alguma

demora no atendimento obsteacutetrico e desfechos maternos adversos extremos (near

miss materno e oacutebito) Os autores constataram 52 de demoras identificadas entre

mulheres com condiccedilotildees potencialmente ameaccediladoras da vida sendo 684 no

grupo mais grave de near miss materno e 841 no grupo de oacutebito materno Eacute

surpreendente que essas porcentagens de demora sejam observadas nos grandes

centros urbanos apesar da existecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com

acesso livre e sem custo ao cuidado incluindo a transferecircncia de uma gestante para

hospital de referecircncia se necessaacuterio por um centro regulador Considerando os

fatores potencializadores do bom cuidado fica evidente que muitas ldquonatildeo

conformidadesrdquo estatildeo ocorrendo

No mesmo estudo (Pacagnella et al 2011) encontrou-se que os piores

desfechos estiveram ligados agrave indisponibilidade dos serviccedilos obsteacutetricos de

urgecircncia e falta de uma rede de referecircncia articulada dentro do sistema de sauacutede

Quando consideradas as demoras relacionadas ao sistema de sauacutede a

comunicaccedilatildeo entre os equipamentos de sauacutede e as dificuldades com o transporte

(fase II) foram mais comuns do que a ausecircncia de equipamentos ou medicamentos

Os dados mostram que em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede as

dificuldades e problemas na referecircncia e transferecircncia dos casos estatildeo entre as

principais barreiras para se oferecer atendimento obsteacutetrico adequado nas

situaccedilotildees de emergecircncia Os autores apontam a grande fragilidade das redes de

referecircncia regionais de prestadores de serviccedilos complementares

19

Em estudo realizado por Amaral et al (2011) observou-se que quase metade

dos casos de near miss materno foi encaminhada aos hospitais de Campinas de

referecircncia para o SUS por outros municiacutepios ou pelo sistema privado de sauacutede

Mesmo na regiatildeo de Campinas com toda a infraestrutura e acesso a cuidados

havia falta de suprimentos e inadequaccedilatildeo de protocolos causando demora tipo III

Este achado reforccedila a necessidade de rever a qualidade do cuidado e organizar a

rede de atenccedilatildeo perinatal envolvendo gestores de sauacutede maternidades e equipes

cliacutenicas das redes puacuteblica e privada

A oferta de serviccedilos qualificados na atenccedilatildeo perinatal tambeacutem estaacute

associada agrave manutenccedilatildeo das capacidades teacutecnicas e disponibilidade de recursos

institucionais Kyser et al (2012) conduziram estudo para examinar a relaccedilatildeo entre

volume de parto e complicaccedilotildees maternas com 1683754 partos em 1045 hospitais

no ano de 2006 Os hospitais que estavam nos decis 1 e 2 de volume de partos

tiveram taxas mais altas de complicaccedilotildees do que aqueles do decil 10 Sessenta por

cento dos hospitais dos decis 1 e 2 estavam localizados a 40 km dos hospitais de

maior volume Mas os hospitais dos decis 9 e 10 tiveram maiores complicaccedilotildees

comparados com os do decil 6 Os autores concluiacuteram que as maiores taxas de

complicaccedilotildees ocorreram em mulheres que tiveram o parto tanto em hospitais com

volume muito baixo quanto naqueles com volume muito alto

Na Holanda foi desenvolvido estudo de coorte com base populacional para

examinar o efeito do tempo de viagem de casa ateacute o hospital sobre a mortalidade

e os resultados adversos em mulheres graacutevidas a termo em cuidado primaacuterio e

secundaacuterio Os autores concluiacuteram que o tempo de viagem de casa para o hospital

de 20 minutos ou mais por carro estaacute associado com um aumento de risco de

20

mortalidade e resultados adversos em mulheres com gestaccedilotildees a termo Destaca-

se que esses achados deveriam ser considerados no planejamento para a

centralizaccedilatildeo dos cuidados obsteacutetricos (Ravelli et al 2011)

Nos Estados Unidos em 2007 estudou-se tambeacutem a relaccedilatildeo entre volume

de casos atendidos pelos profissionais e as taxas de complicaccedilotildees obsteacutetricas

(laceraccedilotildees hemorragia infecccedilotildees e tromboses) As mulheres cuidadas por

provedores classificados no mais baixo quartil de volume provido (menos do que

sete partosano) tiveram uma probabilidade 50 maior de complicaccedilotildees

comparadas com aquelas que foram atendidas por obstetras do mais alto quartil

Se o volume estaacute casualmente relacionado com as menores taxas de complicaccedilotildees

eacute recomendaacutevel ter um programa robusto de educaccedilatildeo continuada incluindo os

demais (Janakiraman et al 2011)

A Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por apresentar

niacuteveis de sauacutede bastante favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias estaduais e nacionais

Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) estima-se que

50 dos residentes da RMC possuem cobertura de planos de sauacutede e seguros

privados com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS

dependente varia entre 38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho)

Estudos mais detalhados da RMC utilizando diferentes indicadores sociais

permitem identificar aacutereas com melhores e piores condiccedilotildees de vida A faixa que vai

do Sul de Indaiatuba e Campinas estendendo-se em direccedilatildeo a Hortolacircndia

Sumareacute Nova Odessa Santa Baacuterbara DrsquoOeste Americana e Pauliacutenia tem os

piores indicadores sociais Isso significa que haacute diferentes necessidades de sauacutede

a serem consideradas no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas

21

puacuteblicas e linhas de cuidado para a gestante na regiatildeo (UNICAMP 2012) Assim

interessou-nos estudar como a complexa inter-relaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

o perfil soacutecio demograacutefico e a dinacircmica linha de cuidado agrave gestante pode influenciar

na qualidade do cuidado na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

22

23

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar o cuidado ofertado agraves mulheres da Regiatildeo Metropolitana de

Campinas (RMC) no momento do parto

Objetivos Especiacuteficos

Correlacionar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

indicadores socioeconocircmicos nos 19 municiacutepios da RMC (Artigo 1)

Descrever as rotinas realizadas na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto nos serviccedilos obsteacutetricos da RMC (Artigo 2)

24

25

MEacuteTODOS

Desenho do estudo

Este eacute um estudo sobre o diagnoacutestico das condiccedilotildees de oferta qualificaccedilatildeo

do cuidado prestado e seus resultados Para cumprir o primeiro objetivo especiacutefico

foi desenvolvido um estudo de corte transversal com indicadores de sauacutede dos

municiacutepios da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Para cumprir o segundo

objetivo foi realizado um estudo descritivo das praacuteticas intra-hospitalares de

assistecircncia ao parto

Local do estudo

Os 19 municiacutepios da RMC e seus respectivos serviccedilos de atenccedilatildeo ao parto

puacuteblicos ou conveniados ao SUS

Procedimentos

Este estudo foi proposto a partir da experiecircncia de um estudo preacutevio

coordenado e desenvolvido pelo Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas (NEPP)

da Unicamp denominado ldquoDefiniccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo dos protocolos

cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos de supervisatildeo

teacutecnica na RMC ndash Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMCrdquo Os resultados desse estudo NEPP conduzido em 2011 no qual

foram avaliadas as condiccedilotildees de oferta e recursos disponiacuteveis nas instituiccedilotildees natildeo

26

estatildeo sendo apresentados neste trabalho de tese Com o apoio do NEPP e como

complementaccedilatildeo do diagnoacutestico iniciado com o projeto sobre a linha de cuidado da

gestante e pueacuterpera na RMC este projeto foi apresentado agrave diretora da Diretoria

Regional de Sauacutede VII de Campinas (DRS VII) apoacutes aprovaccedilatildeo no Comitecirc de Eacutetica

em Pesquisa da Unicamp

Posteriormente o projeto da pesquisa foi apresentado agrave Cacircmara Temaacutetica

de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Campinas foacuterum consultivo composto pelos

secretaacuterios de sauacutede dos municiacutepios que compotildeem a RMC Diante da concordacircncia

dos seus membros foi enviada carta aos secretaacuterios de sauacutede solicitando o contato

dos responsaacuteveis pelas 17 instituiccedilotildees de sauacutede (hospitaismaternidades) que

fariam parte do estudo A seguir uma das pesquisadoras entrou em contato

telefocircnico com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos dos

hospitaismaternidades para agendar a coleta de dados por meio de entrevista

Apresentou-se o projeto com aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

solicitando autorizaccedilatildeo para contato com os responsaacuteveis Apoacutes a aprovaccedilatildeo da

instituiccedilatildeo seus responsaacuteveis foram contatados e uma entrevista foi marcada no

local sendo realizada pela pesquisadora

Criteacuterios de inclusatildeo

Ser um dos municiacutepios da RMC (Americana Artur Nogueira Campinas

Cosmoacutepolis Engenheiro Coelho Holambra Hortolacircndia Indaiatuba Itatiba

Jaguariuacutena Monte Mor Nova Odessa Pauliacutenia Pedreira Santa Baacuterbara DrsquoOeste

Santo Antocircnio de Posse Sumareacute Valinhos Vinhedo) ndash Anexo 1

27

Pertencer agrave lista de serviccedilos obsteacutetricos (Associaccedilatildeo Hospital Beneficente

Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus FUNBEPE ndash Fundaccedilatildeo Beneficente de Pedreira

Hospital Augusto de Oliveira Camargo Hospital Beneficente Santa Gertrudes

Hospital Estadual de Sumareacute ndash HES Hospital e Maternidade de Campinas (HMC)

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP PUC Campinas) Hospital e

Maternidade Governador Maacuterio Covas Hospital da Mulher Prof Dr Joseacute

Aristodemo Pinotti ndash CAISM Hospital e Maternidade de Nova Odessa ndash Dr Aciacutelio

Carrion Garcia Hospital Municipal de Pauliacutenia Hospital Municipal Waldemar

Tebaldi Hospital Municipal Walter Ferrari Irmandade da Santa Casa de

Misericoacuterdia de Valinhos Santa Casa de Misericoacuterdia de Itatiba Santa Casa de

Misericoacuterdia de Santa Baacuterbara Drsquooeste e Hospital Galileo) dos 19 municiacutepios que

compotildeem a RMC que faziam parte do estudo preacutevio do NEPP

Para as entrevistas acerca das boas praacuteticas os sujeitos foram os gestores

dos serviccedilos obsteacutetricos (Centros Obsteacutetricos) da RMC meacutedicos ou enfermeiros

Criteacuterios de exclusatildeo

Recusa do gestor para participar do estudo

Instrumentos

Os dados sobre indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos referentes ao primeiro objetivo especiacutefico foram extraiacutedos pela

pesquisadora de sistemas de informaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede ndash DATASUS

28

da Fundaccedilatildeo SEADE e do IBGE e posteriormente foram confeccionadas tabelas

Para compor um banco de dados foi construiacuteda uma planilha em Excel

Para responder ao segundo objetivo especiacutefico foram utilizados dois

instrumentos complementares o do Ministeacuterio da SauacutedeMS ldquoInstrumento de

avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo e outro elaborado especialmente para o estudo um roteiro

semiestruturado para as entrevistas com os meacutedicos e os enfermeiros

responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da RMC sobre a rotina da assistecircncia ao

parto (Anexos 2 e 3)

O instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede aborda a ldquoImplantaccedilatildeo das boas

praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo com resposta fechadas em escala Likert

conforme a frequecircncia de sua realizaccedilatildeo

1 Sempre realizada (+ 90 das vezes)

2 Frequentemente realizada (60-90 das vezes)

3 Realizada agraves vezes (20-60 das vezes)

4 Raramente realizada (menos de 20 das vezes)

5 Nunca realizada (proacuteximo de 0)

6 Natildeo sei responder

O roteiro semiestruturado aborda a utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e

guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal cesaacuterea e principais

complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) e

dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos ou medicaccedilotildees transporte comunicaccedilatildeo

hemoderivados ou para monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves possam

ser levado a um cuidado sub-oacutetimo focando a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica

29

durante o parto e puerpeacuterio imediato Conteacutem perguntas fechadas e outras abertas

para as entrevistas realizadas com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos

(meacutedicos ou enfermeiros)

Aspectos eacuteticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP)

da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

Foram elaborados dois termos de consentimento livre e esclarecido um para

os responsaacuteveis pelas instituiccedilotildees participantes e outro para os gerentes dos

serviccedilos obsteacutetricos das instituiccedilotildees (sujeitos do estudo) (anexos 4 e 5)

Foram respeitados todos os aspectos eacuteticos previstos na Resoluccedilatildeo

4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (CNS 2012)

assim como o previsto na Declaraccedilatildeo de Helsinque Foram respeitados o sigilo e

confidencialidade dos dados dos sujeitos do estudo

Variaacuteveis e Conceitos

Dados obtidos por meio dos sistemas DATASUS (indicadores de sauacutede estatiacutesticas

vitais e demograacuteficas e socioeconocircmicas)

Municiacutepio de origem cidade de residecircncia da gestante

Idade da matildee nuacutemero de anos da matildee categorizada como matildee de a0 a 14

anos matildee de 15 a 19 anos matildee de 20 a 24 anos matildee de 25 a 29 anos matildee

de 30 a 34 anos matildee de 35 a 39 anos (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Estado marital situaccedilatildeo civil da mulher categorizado como solteira

casada viuacuteva separada uniatildeo consensual e estado civil ignorado

30

Cor da pele conjunto de caracteriacutesticas socioculturais e fenotiacutepicas

identificadas pela observaccedilatildeo ou declaraccedilatildeo da proacutepria mulher disponiacuteveis

nos sistemas utilizados Classificadas em branca preta parda amarela

indiacutegena e cor ignorada

Grau de escolaridade da matildee nuacutemero de anos de estudos concluidos com

aprovaccedilatildeo Categorizado em 1- Nenhuma escolaridade natildeo sabe ler e

escrever 2 - De um a trecircs anos curso de alfabetizaccedilatildeo de adultos primaacuterio

ou elementar primeiro grau ou fundamental 3 - De quatro a sete anos

primaacuterio fundamental ou elementar primeiro grau ginaacutesio ou meacutedio primeiro

ciclo 4 - De oito a 11 anos primeiro grau ginasial ou meacutedio primeiro ciclo

segundo grau colegial ou meacutedio segundo ciclo 5 - 12 e mais segundo grau

colegial ou meacutedio segundo ciclo e superior 9 ndash escolaridade ignorada se natildeo

houver informaccedilatildeo sobre escolaridade (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Nuacutemero de consultas de preacute-natal nuacutemero de consultas no

acompanhamento preacute-natal Categorizada em nenhuma de 1 a 3 de 4 a 6

7 ou mais e ignorado

Idade gestacional duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo em semanas Variaacutevel categoacuterica

ordinal Categorizado em menos de 22 semanas de 22 a 27 semanas de

28 a 31 semanas de 32 a 36 semanas de 37 a 41 semanas 42 semanas ou

mais e idade gestacional ignorada

Nuacutemero de nascidos vivos segundo consta no SINASC

Nuacutemero de nascidos mortos segundo consta no SIM

31

Nuacutemero de receacutem-nascidos prematuros total de receacutem-nascidos com

menos de 37 semanas de idade gestacional

Taxa de baixo peso ao nascer ndash eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de receacutem-

nascidos com peso menor que 2500gr e o total de receacutem-nascidos de um

municiacutepio no ano considerado

Taxa de prematuridade - Nuacutemero de nascidos vivos prematuros em relaccedilatildeo

ao total de nascidos (vivos e mortos) da instituiccedilatildeo hospitalar no ano

considerado (ANS 2004a)

Iacutendice de Apgar valores medidos no primeiro e no quinto minutos de vida

Consiste numa escala que varia de zero a dez que reflete a vitalidade do

receacutem-nascido Categorizado em Apgar de 1ordmrsquo e de 5ordmrsquo ndash de 0 a 2 de 3 a 5

de 6 a 7 8 a 10 e ignorado

Peso ao nascer peso em gramas Categorizado em menos de 500g 500 a

999g 1000 a 1499g 1500 a 2499g 2500 a 2999g 3000 a 3999g 4000g e

mais peso ignorado

Taxa de analfabetismo feminino por municiacutepio percentual de mulheres sem

instruccedilatildeo por municiacutepio

Renda meacutedia domiciliar per capita relaccedilatildeo entre o rendimento total dos

moradores ou das pessoas da famiacutelia dividido pelo nuacutemero de pessoas do

domiciacutelio ou da famiacutelia

Nuacutemero de serviccedilo de atenccedilatildeo ao Preacute-Natal e ao Parto total de serviccedilos de

atenccedilatildeo ao Preacute-natal e ao parto independente do risco por municiacutepio

32

Dados obtidos por meio de pesquisa na Fundaccedilatildeo SEADE - Informaccedilotildees dos

Municiacutepios Paulistas (IMP)

Razatildeo de mortalidade materna (RMM) ndash eacute o risco estimado de morte de

mulheres ocorrida durante a gravidez o aborto o parto ou ateacute 42 dias apoacutes

o parto atribuiacuteda a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez pelo

aborto pelo parto ou pelo puerpeacuterio ou por medidas tomadas em relaccedilatildeo a

elas expressa em nuacutemero de oacutebitos maternos por 100 mil nascidos vivos de

matildees residentes em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado

(Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011 e 2012)

Taxa de mortalidade neonatal precoce - Nuacutemero de oacutebitos de 0 a 6 dias de

vida completos por mil nascidos vivos na populaccedilatildeo residente em

determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (Fundaccedilatildeo Nacional da

Sauacutede 2011)

Taxa de mortalidade perinatal - Tem como numerador os oacutebitos fetais a partir

da 22ordf semana (natimortalidade) e os oacutebitos neonatais menores que sete

dias de vida (neomortalidade precoce) e como denominador o nuacutemero total

de nascimentos (vivos e mortos) (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011)

Porcentagem de receacutemndashnascido com baixo peso ao nascer (lt2500gr)

Taxa de parto cesaacutereo eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de partos cesaacutereos

e o total de partos (normais e cesaacutereos) realizados por uma instituiccedilatildeo

hospitalar no ano considerado (ANS 2004b)

33

Abastecimento de aacutegua () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares

permanentes por forma de abastecimento de aacutegua segundo prefeituras

Coleta de lixo () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes por

destino do lixo coletado por serviccedilo de limpeza segundo prefeituras

Esgoto sanitaacuterio () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes

por forma de esgotamento sanitaacuterio segundo prefeituras

Rendimento meacutedio mensal das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios

particulares permanentes ( por faixas) Categorizado em sem rendimento

rendimento gt frac12 a 1 SM gt 1 a 2 SM gt 2 a 3 SM gt 3 a 5 SM gt 5 a 10 SM e

gt 10 SM

Densidade demograacutefica ndash nuacutemero de habitantes por km2 Variaacutevel contiacutenua

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal - medida resumida do

progresso em longo prazo em trecircs dimensotildees baacutesicas do desenvolvimento

humano renda educaccedilatildeo e sauacutede

Dado obtido do IBGE censo 2010

Porcentagem de chefia feminina nos arranjos familiares ndash casal sem

filhosoutros casal + filhosoutros chefe + outros monoparentaloutros

sozinho (IBGE 2012)

Porcentagem de chefia feminina sem cocircnjuge nos arranjos familiares - chefe

+ outros monoparentaloutros sozinho

34

Variaacuteveis obtidas nas entrevistas com os gestores

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade categorizada em sim e natildeo

Protocolo para hipertensatildeo severa categorizada em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo categorizada

em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia nas cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Manejo ativo do 3ordm periacuteodo - categorizado em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com transporte categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias de orientaccedilatildeo para assistecircncia em partos normais e

cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias para as complicaccedilotildees categorizada em sim e natildeo

35

Variaacuteveis do instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede ndash ldquoImplantaccedilatildeo das boas praacuteticas

na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo

Todas as respostas neste instrumento satildeo categorizadas conforme a escala

Likert

Sempre realizada (+ 90 das vezes) Frequentemente realizada (60-90

das vezes) Realizada agraves vezes (20-60 das vezes) Raramente realizada (menos

de 20 das vezes) Nunca realizada (proacuteximo de 0) Natildeo sei responder

bull Acolhimento e classificaccedilatildeo de risco na recepccedilatildeo da maternidade

bull Utilizaccedilatildeo de partograma para todas as mulheres em TP

bull Presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher no TP e parto

bull Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do TP

bull Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo

bull Episiotomia

bull Estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na 1ordf hora

bull Disponibilizaccedilatildeo do resultado do teste raacutepido de HIV

bull Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

36

37

CAPIacuteTULOS

Artigo 1 Christoacuteforo F Restitutti MC Lavras C e Amaral E A diversidade socioeconocircmica

e os indicadores de sauacutede materna e perinatal na Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil

Socioeconomic diversity and maternal and perinatal health indicators at the Metropolitan

Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

Artigo 2 Christoacuteforo F Lavras C e Amaral E Praacuteticas rotineiras em serviccedilos de obstetriacutecia

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil Routine practices in obstetrics services at the

Metropolitan Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

38

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1

De cadernosfiocruzbr

Enviada Sexta-feira 3 de Julho de 2015 0926

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_106415)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS

INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL (CSP_106415) para Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o progresso de seu manuscrito dentro do processo

editorial bastando clicar no link Sistema de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos

localizado em nossa paacutegina httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

39

ARTIGO 1

A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS INDICADORES DE SAUacuteDE

MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS

BRASIL

SOCIOECONOMIC DIVERSITY AND MATERNAL AND PERINATAL HEALTH

INDICATORS AT THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS BRAZIL

DIVERSIDAD SOCIO-ECONOMICOS Y INDICADORES MATERNA Y

PERINATAL LA REGIOacuteN METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E

PERINATAL

F Christoacuteforo1

MC Restitutti2

C Lavras3

E Amaral4

1 Doutoranda Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp e enfermeira do Nuacutecleo

de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas CampinasSP Brasil

2 Pesquisadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

40

RESUMO

OBJETIVO Correlacionar os indicadores socioeconocircmicas e de sauacutede materna e perinatal

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo transversal com

informaccedilotildees extraiacutedas do DATASUS da Fundaccedilatildeo SEADE e do censo 2010 Aplicaram-se

os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman e mapeamento dos indicadores

RESULTADOS Maiores porcentagens de matildees adolescentes e maior taxa de analfabet ismo

se correlacionaram diretamente com nuacutemero de consultas preacute-natais mortalidade perinatal

mortalidade neonatal precoce prematuridade e baixo peso ao nascer e inversamente com

cesaacutereas A renda meacutedia per capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal se

correlacionaram diretamente com cesaacutereas e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

natais e mortalidade perinatal CONCLUSOtildeES Apesar do desenvolvimento social da RMC

permanecem desigualdades que impactam os indicadores de sauacutede materna e prinatal Os

piores resultados foram observados em adolescentes mulheres com menor escolaridade e

renda enquanto que o poder econocircmico aumentou a taxa de cesaacutereas

Palavras chave obstetriacutecia parto indicadores baacutesicos de sauacutede

41

ABSTRACT

OBJECTIVE To correlate socioeconomic with maternal and perinatal health indicators in

the Metropolitan Region of Campinas (RMC) METHOD This is a cross-sectional study

with data from DATASUS SEADE Foundation and 2010 census We applied Pearson and

Spearman correlation coefficients as well as mapping of indicators RESULTS Teenage

mothers and higher illiteracy rates correlated directly with antenatal visits perinatal

mortality early neonatal mortality prematurity and low birth weight and inversely with

caesarean section The average income per capita and the Municipal Human Development

Index correlate directly with caesarean section and inversely with antenatal visits and

perinatal mortality rate CONCLUSIONS Regardless of RMCs social development

inequalities remain impacting maternal and perinatal health indicators The worst results

were found among adolescents women with less education and income while the economic

power increased the cesarean rate

42

RESUMEN

OBJETIVO Correlacionar indicadores socioeconoacutemicos y de salud materna y perinatal en

la Regioacuten Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio transversal con

informacioacuten de la DATASUS el SEADE Fundacioacuten y 2010 censo Se aplicaron coeficientes

de correlacioacuten de Pearson y Spearman y mapa de los indicadores RESULTADOS Madres

adolescentes y las tasas de analfabetizacioacuten se correlacionan directamente con menos

consultas prenatales mortalidad perinatal mortalidad neonatal precoz prematuridad y bajo

peso al nacer y inversamente con cesaacutereas El ingreso y el Iacutendice de Desarrollo Humano

Municipal se correlacionan directamente con cesaacuterea e inversamente con visitas prenatales y

mortalidad perinatal CONCLUSIONES Aunque el desarrollo del RMC se mantienen

desigualdades que afectan indicadores de salud materna e perinatal Los peores resultados se

observaron en las adolescentes mujeres con menos educacioacuten e ingresos aunque el poder

econoacutemico se incrementoacute la cesaacuterea

43

INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas o Brasil vivenciou transformaccedilotildees nos determinantes sociais das

doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede1 O paiacutes fez progressos nos Objetivos de

Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) atingindo algumas das metas estabelecidas

Contribuiacuteram para este resultado as modificaccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas externas

ao setor de sauacutede aleacutem de consolidaccedilatildeo do Sistema Nacional de Sauacutede (SUS) expansatildeo da

cobertura e a implementaccedilatildeo de programas para melhoria da sauacutede infantil e para a promoccedilatildeo

da sauacutede das mulheres ampliaccedilatildeo da cobertura de vacinaccedilatildeo e da assistecircncia preacute-natal Por

outro lado ainda se observam desigualdades socioeconocircmicas e regionais em sauacutede e

necessidade de qualificar os recursos humanos123

Persistem desafios como a reduccedilatildeo de mortes maternas (MM) e nascimentos preacute-

termo por um lado aleacutem de reduccedilatildeo de partos cesaacutereos e uso rotineiro de intervenccedilotildees

desnecessaacuterias no parto por outro Apesar de avanccedilo anterior com reduccedilatildeo da razatildeo de morte

materna (RMM) houve estagnaccedilatildeo a partir de 200212 A reduccedilatildeo observada se deveu agrave queda

da mortalidade por causas obsteacutetricas diretas2 Eacute possiacutevel avanccedilar com estrateacutegias de

qualificaccedilatildeo nos serviccedilos aleacutem das intervenccedilotildees multissetoriais como a redistribuiccedilatildeo de

renda134 Um total de 98 dos partos ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e proacuteximo de 90

deles satildeo assistidos por meacutedicos1 Se uma fraccedilatildeo das mortes maternas e neonatais ocorre

dentro dos hospitais por causas evitaacuteveis o monitoramento das mesmas eacute um elemento

relevante para conhecimento dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da

assistecircncia5

As cesaacutereas podem reduzir a mortalidade e morbidade materna e perinatal quando

bem indicadas mas podem acarretar riscos6 Entretanto cada vez mais mulheres de estatildeo

parindo por cesaacuterea e uma parte significativa destas intervenccedilotildees ciruacutergicas estaacute sendo

44

realizada sem indicaccedilatildeo meacutedica46 Os riscos potenciais de cesaacutereas desnecessaacuterias precisam

ser considerados7

As mortes neonatais satildeo responsaacuteveis por 40 das mortes entre crianccedilas menores de

cinco anos de idade no mundo e 68 das mortes infantis no Brasil238 Em 2011 a taxa de

mortalidade neonatal foi de 111 oacutebitos por mil nascidos vivos sendo maior nas classes

sociais mais baixas entre receacutem-nascidos de muito baixo peso e prematuros seguido pelos

malformados910 O padratildeo de distribuiccedilatildeo das causas de morte infantil estaacute relacionado ao

processo de desenvolvimento do paiacutes23 Quanto maior a participaccedilatildeo dos oacutebitos no periacuteodo

neonatal precoce mais complexo atuar sobre as causas das mortes e mais importantes se

tornam as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede relacionados ao preacute-natal ao parto e ao puerpeacuterio2

Neste cenaacuterio oportunidades de sinergismo das accedilotildees em sauacutede materna e perinatal

passaram a ser enfatizadas Eacute consenso que a mortalidade materna e a neonatal podem ser

reduzidas atraveacutes do fortalecimento do sistema de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade para mulheres e seus receacutem-nascidos11 incluindo assistecircncia preacute-

natal e parto e estrutura de atendimento neonatal812 Este estudo pretende correlacionar os

indicadores de sauacutede materna e perinatal com os indicadores socioeconocircmicos nos 19

municiacutepios na Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo de corte transversal correlacionando os indicadores

socioeconocircmicos e indicadores de sauacutede materna e perinatal Foram sujeitos do estudo os 19

municiacutepios que compunham a RMC a segunda maior regiatildeo metropolitana do estado de Satildeo

Paulo dotada de grande desenvolvimento socioeconocircmico e de boa oferta de serviccedilos de

sauacutede A partir da extraccedilatildeo dos dados disponiacuteveis de 2011 em sistemas de informaccedilatildeo oficia is

45

(DATASUS - para estatiacutesticas vitais e dados demograacuteficos Fundaccedilatildeo SEADE ndash para dados

de sauacutede renda e rendimentos e censo de 2010 para chefia feminina dos domiciacutelios) foi

criado um banco de dados por municiacutepio de domiciacutelio A coleta de dados ocorreu em janeiro

e fevereiro de 2014

As variaacuteveis socioeconocircmicas estudadas por municiacutepio de residecircncia das parturientes

incluiacuteram porcentagem de matildees adolescentes sem parceiro raccedila branca escolaridade lt 8

anos de estudo chefe de famiacutelia com renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) taxa de chefia feminina

analfabetismo renda meacutedia domiciliar per capita (R$) porcentagem de esgoto sanitaacuterio

densidade demograacutefica (habkm2) e iacutendice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)

Para caracterizar a atenccedilatildeo obsteacutetrica prestada na RMC estudaram-se as variaacuteve is

maternas e perinatais porcentagens de matildees com ateacute 6 consultas de preacute-natal de cesaacutereas

de RN com Apgar de 5ordm min lt 8 RMM Taxa de mortalidade perinatal (TMP) taxa de

mortalidade neonatal precoce (TMNP) (por 1000 NV) taxa de prematuridade e porcentagem

de RN com baixo peso (BP) ao nascer

Realizou-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis com distribuiccedilatildeo de frequecircncias Apoacutes

aplicou-se os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman O projeto de pesquisa foi

aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

46

RESULTADOS

A RMM esteve abaixo de 70100000 NV (nascidos vivos) em 15 de 19 municiacutep ios

14 tiveram mais de 60 dos partos cesaacutereos e menos que 10 dos RN com BP ao nascer A

TMP foi maior que 10 por 1000 NV em 14 municiacutepios e a TMNP foi menor que 10 por 1000

NV em 17 deles ndash tabela 1

Havia mais de 15 de matildees adolescentes em sete municiacutepios A taxa de

analfabetismo foi maior que 5 em 10 cidades Em 12 municiacutepios mais de 50 das matildees

natildeo tinham parceiro e em 11 deles mais de 20 da populaccedilatildeo tinha chefia feminina Em 15

municiacutepios mais de 20 dos chefes de famiacutelia tinham renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) e 13

cidades tinham mais de 90 de esgoto sanitaacuterio - tabela 2

Somente trecircs municiacutepios tiveram menos de 500 nascidos vivos por ano Em cinco

municiacutepios mais de 20 das matildees fizeram ateacute seis consultas de preacute-natal Nove municiacutep ios

tiveram mais de 10 dos RN com menos de 37 semanas e trecircs tinham mais de 2 dos RN

com Apgar de 5ordm minuto lt 8 ndash tabela 2

No geral os indicadores socioeconocircmicos e de sauacutede materna e perinatal apontaram

resultados mais desfavoraacuteveis em trecircs municiacutepios contiacuteguos na regiatildeo noroeste e outros dois

na regiatildeo sudoeste ndash figuras 1 e 2 Um grupo de trecircs municiacutepios no nordeste da regiatildeo e outro

na regiatildeo sudoeste estatildeo entre os que apresentaram IDHM alto associado a maiores taxas de

cesaacuterea prematuridade e de TMNP ndash figura 1

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e RMM (dados natildeo

apresentados) As porcentagens de matildees adolescentes renda do chefe de famiacutelia le 1 SM e a

taxa de analfabetismo se correlacionaram positivamente com menor nuacutemero de consultas

preacute-natais e inversamente com cesaacutereas A porcentagem de matildees com escolaridade lt 8 anos

foi diretamente correlacionada com menor nuacutemero de consultas preacute-natais As porcentagens

47

de matildees sem parceiros e populaccedilatildeo com chefia feminina foram correlacionadas inversamente

com cesaacutereas A renda meacutedia domiciliar per capita e o IDHM foram correlacionados

diretamente com cesaacutereas e inversamente com menor nuacutemero de consultas preacute-natais -

tabela 3

As porcentagens de matildees adolescentes escolaridade lt 8 anos e a taxa de

analfabetismo se correlacionaram positivamente com a TMNP taxa de prematuridade e

baixo peso ao nascer O IDHM e a renda meacutedia domiciliar per capita se correlacionaram

inversamente com a TMP mas as porcentagens de matildees adolescentes renda le 1 SM e

analfabetismo se correlacionaram positivamente com esse indicador - tabela 3

DISCUSSAtildeO

Este estudo mostrou que entre os municiacutepios da RMC permanecem desigualdades

socioeconocircmicas que impactam os indicadores estudados A populaccedilatildeo mais vulneraacutevel satildeo

as mulheres com menor escolaridade e renda as analfabetas as matildees adolescentes e as

mulheres sem parceiros Os indicadores estudados foram semelhantes aos utilizados por Reis

e colaboradores13 Sua interpretaccedilatildeo pode contribuir para uma melhoria contiacutenua do acesso

ao cuidado e da qualidade da sauacutede oferecida em niacutevel local e estadual13

A RMC destaca-se por apresentar niacuteveis de sauacutede favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias

estaduais e nacionais Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar estima-se

que 50 dos residentes na RMC possuem cobertura de planos e seguros privados de sauacutede

com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS dependente varia entre

38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho) Estudar os indicadores sociais da RMC

pode contribuir para identificar aacutereas com diferentes necessidades de sauacutede o que deve ser

48

considerado no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas e linhas de

cuidado para a gestante na regiatildeo14

Na Franccedila foram fechados os serviccedilos obsteacutetricos que realizavam menos de 300

partosano considerando como criteacuterios para o fechamento o grau de isolamento

geograacutefico a aacuterea coberta pela maternidade a oferta alternativa de estruturas obsteacutetricas e

pediaacutetricas o risco das gestantes e o risco social da populaccedilatildeo4 Na RMC trecircs municiacutep ios

tiveram menos de 500 nascimentos em 2011 Somente o municiacutepio de Campinas tem trecircs

maternidades puacuteblicas a maioria dos municiacutepios tem apenas uma e quatro deles natildeo tecircm

nenhuma Destes trecircs municiacutepios possuem menos de 500 nascimentosano e distam em

meacutedia 170 km dos municiacutepios com maternidade suficiente para que natildeo ocorram demoras

que poderiam contribuir com piores desfechos maternos e fetais15

A correlaccedilatildeo direta entre IDHM e a porcentagem de cesaacutereas e inversa entre o nuacutemero

de consultas preacute-natais e a TMP era esperada Um estudo utilizou o IDH para avaliar as

tendecircncias de cesaacuterea em 21 paiacuteses usando a classificaccedilatildeo de Robson6 Houve aumento das

taxas na maioria dos grupos para todas as categorias do IDH exceto no Japatildeo e as maiores

taxas de cesaacuterea foram registradas nos paiacuteses menos desenvolvidos O Brasil encontrava-se

entre os paiacuteses com crescimento de 85 nas taxas de cesaacuterea entre 2004-2011 No mesmo

periacuteodo o Meacutexico a Argentina e o Japatildeo tiveram crescimento de 3 18 e -25

respectivamente6 Na RMC 14 municiacutepios praticaram taxas superiores a 60 de cesaacutereas

retratando o que outros estudos sobre as taxas de cesaacuterea no Brasil vem apontando61617 Esses

resultados estatildeo concordantes a com a literatura com quatro municiacutepios apresentando IDHM

muito alto (acima de 0800) e 15 com IDHM alto (0700- 0799)6

Eacute reconhecida a associaccedilatildeo entre acesso a serviccedilos de sauacutede e niacutevel socioeconocircmico

das populaccedilotildees No Brasil o uso de serviccedilos de sauacutede por quintil de renda niacutevel de instruccedilatildeo

49

e aacuterea geograacutefica de residecircncia confirma que este uso eacute mais elevado entre aqueles de melhor

condiccedilatildeo social18 Neste estudo a renda meacutedia domiciliar per capita foi inversamente

correlacionada ao nuacutemero de consultas preacute-natais e TMP e diretamente correlacionada com

partos cesaacutereos

Estudo observou que o niacutevel mais baixo de renda estava associado a maiores riscos

de ocorrer RN com BP parto prematuro baixo iacutendice de Apgar em cinco minutos e

natimorto Mulheres de diferentes quintis de renda tiveram diferentes atitudes e

comportamentos em relaccedilatildeo aos cuidados de maternidade19 Nos grupos de menor renda

familiar a mortalidade perinatal foi relacionada a maiores taxas de induccedilatildeo do trabalho de

parto e cesaacuterea20

Na RMC a menor escolaridade das matildees correlacionou-se diretamente com menor

nuacutemero de consultas preacute-natais TMN TMNP taxa de prematuridade e de RN com BP

Estudo nacional encontrou que entre os oacutebitos neonatais um terccedilo das matildees tinha menos de

oito anos de estudo 212 das matildees eram adolescentes e 335 natildeo viviam com o

companheiro Matildees das classes sociais ldquoD+Erdquo as adolescentes e aquelas com mais de 35

anos tiveram maiores taxas de mortalidade neonatal sendo quatro vezes maior para as matildees

com baixa escolaridade9

Eacute reconhecido que um dos mais poderosos determinantes de sauacutede eacute a educaccedilatildeo A

educaccedilatildeo tem um efeito sobre o uso de serviccedilos de sauacutede materna pela matildee21 As mulheres

com niacuteveis mais baixos de educaccedilatildeo estatildeo em maior risco de desfechos graves

principalmente em paiacuteses que tecircm menor desenvolvimento social e econocircmico21 No Brasil

a maior escolaridade materna tem sido associada a maior proporccedilatildeo de matildees com sete ou

mais consultas no preacute-natal22 Este resultado indica menor acesso aos serviccedilos de sauacutede

50

especialmente para as mulheres em condiccedilotildees socioeconocircmicas desfavoraacuteveis ou pouca

atenccedilatildeo dada pelas mulheres agrave sua proacutepria sauacutede ou a de seus filhos23

Estudos apontaram que mulheres com menor escolaridade com maior nuacutemero de

gestaccedilotildees sem companheiro assim como as adolescentes e mulheres de raccedilacor preta

encontraram barreiras para a realizaccedilatildeo do preacute-natal ou para o iniacutecio precoce32224 Na RMC

a correlaccedilatildeo entre a menor escolaridade das matildees e a mortalidade neonatal poderia ser

explicada pelo menor acesso aos serviccedilos de sauacutede menor nuacutemero de consultas de preacute-natal

dificultando o diagnoacutestico precoce de intercorrecircncias na gestaccedilatildeo o que pode ocasionar o

nascimento de RN prematuro e de baixo peso as maiores causas de morte neonatal no paiacutes

A atenccedilatildeo agrave sauacutede das crianccedilas eacute influenciada positivamente pela alfabetizaccedilatildeo das

matildees25 No Brasil a taxa de analfabetismo em 2011 alcanccedilou 86 sendo 43 no Estado

de Satildeo Paulo em 20101825 enquanto na RMC ultrapassou 5 em 10 municiacutepios Neste

estudo houve correlaccedilatildeo inversa da analfabetizaccedilatildeo com a porcentagem de cesaacutereas e direta

com menor nuacutemero de consultas preacute-natais TMP TMNP taxa de prematuridade e RN com

baixo peso

Nos grupos de idades extremas com maior risco persistem as menores proporccedilotildees

de consultas de preacute-natal no Brasil22 Estes dados satildeo semelhantes ao desse estudo

especialmente em relaccedilatildeo agraves adolescentes Etnia estado civil condiccedilatildeo social autoestima e

fatores econocircmicos tambeacutem influenciam a utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de preacute-natal e parto24 No

Brasil a qualidade e efetividade do preacute-natal satildeo afetadas pelas dificuldades no acesso iniacutecio

tardio nuacutemero inadequado de consultas e realizaccedilatildeo incompleta dos procedimentos

preconizados2426

No Brasil eacute recomendado o miacutenimo de seis consultas para gestaccedilotildees natildeo

complicadas menos do que se pratica nos paiacuteses desenvolvidos (10 a 14 atendimentos)272829

51

A cobertura da assistecircncia preacute-natal eacute praticamente universal (987) mais de trecircs quartos

das mulheres iniciaram o preacute-natal antes das 16 semanas de gestaccedilatildeo e 731 compareceram

a seis ou mais consultas24 Poreacutem a adequaccedilatildeo da assistecircncia parece ser baixa Na RMC

80 das matildees realizaram mais de seis consultas preacute-natais em 14 municiacutepios superando o

miacutenimo recomendado pelo Ministeacuterio da Sauacutede27 o que reflete um bom acesso aos serviccedilos

de sauacutede Poreacutem estrateacutegias para melhorar o acesso aos serviccedilos de preacute-natal precisam ser

implementadas para os cinco municiacutepios em que mais de 20 das matildees fazem ateacute seis

consultas de preacute-natal

Maior proporccedilatildeo de matildees adolescentes com menor escolaridade e renda e mais

analfabetismo foram associadas a menor frequecircncia agraves consultas de preacute-natal na RMC dados

tambeacutem encontrados em outros estudos222324 A renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM

foram inversamente correlacionados a baixa frequecircncia agraves consultas de preacute-natal Este achado

confirma os achados de estudos em que as mulheres com maior renda maior escolaridade e

que residem em locais mais desenvolvidos tiveram uma frequecircncia maior agraves consultas

Identificar as populaccedilotildees de maior risco para implantar estrateacutegias para aumentar o acesso ao

preacute-natal eacute um desafio constante2829

No Estado de Satildeo Paulo a proporccedilatildeo de nascidos vivos prematuros varia conforme a

idade da matildee Eacute mais baixa entre aquelas de 20 a 30 anos e aumenta para as matildees mais

velhas23 Entre os fatores de risco para partos preacute-termo incluiacuteram-se gravidez na

adolescecircncia e tardia aleacutem de etnia negra e baixo niacutevel socioeconocircmico12 Em nosso estudo

essa associaccedilatildeo entre a prematuridade e o baixo peso se confirmou

A autonomia eacute considerada um elemento chave para conquistar a sauacutede sexual e

reprodutiva e estaacute relacionada a maior acesso controle e empoderamento30 A correlaccedilatildeo

inversa da porcentagem de matildees sem parceiro com a taxa de partos cesaacutereos poderia

52

demonstrar maior autonomia e preocupaccedilatildeo com autocuidado na gestaccedilatildeo e parto Relata-se

o aumento da ldquochefiardquo feminina em famiacutelias compostas por casal com ou sem filhos

postergaccedilatildeo da maternidade reduccedilatildeo das taxas de fecundidade e aumento da escolaridade

com maior participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e maior contribuiccedilatildeo para o

rendimento da famiacutelia31 Um estudo de base populacional brasileiro apontou as mais altas

taxas de cesaacuterea em mulheres com maior renda com idade acima de 25 anos maior

escolaridade e nas regiotildees com melhores condiccedilotildees socioeconocircmicas16 Mas nesse estudo a

porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina foi inversamente correlacionada com

porcentagem de cesaacutereas sugerindo que a chefia feminina natildeo se concentra nas faixas de

maior renda

Existem evidecircncias suficientes de que a aacutegua saneamento e higiene podem impactar

a sauacutede materna e neonatal3233 Em 2010 8975 dos domiciacutelios do Estado de Satildeo Paulo

dispunham de condiccedilotildees de saneamento adequado25 Nesse estudo a porcentagem de esgoto

sanitaacuterio natildeo se correlacionou com os indicadores de sauacutede materna e perinatal numa regiatildeo

com boas condiccedilotildees sanitaacuterias Mas seis municiacutepios tinham menos de 90 de saneamento

mostrando as diferenccedilas sociais e econocircmicas entre os municiacutepios da regiatildeo Sabe-se que a

melhoria das condiccedilotildees sanitaacuterias contribuiu junto com as mudanccedilas demograacuteficas e sociais

pela reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia2

Tambeacutem a RMM estaacute relacionada ao grau de desenvolvimento humano econocircmico

e social1233435 A grande maioria das mortes maternas (MM) satildeo evitaacuteveis e ocorrem em

paiacuteses em desenvolvimento3435 Disparidades nas RMM satildeo observadas quando a populaccedilatildeo

eacute desagregada por quintil de renda ou educaccedilatildeo35 No entanto uma grande proporccedilatildeo das

MM ocorre em hospitais e podem estar relacionada aos atrasos no reconhecimento e

tratamento de complicaccedilotildees com risco de vida15 Estudo demonstrou que os atrasos no

53

reconhecimento e tratamento das complicaccedilotildees bem como as praacuteticas precaacuterias contribuem

diretamente para as MM15 Na RMC quatro municiacutepios tiveram uma RMM maior de 70 o

que pode estar associado a problemas na qualidade da atenccedilatildeo preacute-natal na atenccedilatildeo

intraparto ausecircncia de pessoal treinado para cuidados obsteacutetricos de emergecircncia e

dificuldade de acesso em curto tempo Medidas relativas ao sistema de sauacutede e aos serviccedilos

de atenccedilatildeo ao parto precisam ser implementadas para qualificar a atenccedilatildeo e reduzir oacutebitos

evitaacuteveis

Diferenccedilas acentuadas nos coeficientes de mortalidade neonatal satildeo observadas

dentro das aacutereas urbanas com taxas mais elevadas nas favelas que nas aacutereas mais ricas3 A

qualificaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar ao parto com a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade

materna e perinatal e reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo das praacuteticas natildeo baseadas nas evidecircncias deve

ser o foco principal para avanccedilos nas poliacuteticas puacuteblicas de reduccedilatildeo das desigualdades na

mortalidade infantil no Brasil9 As afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prematuridade

as infecccedilotildees a asfixiahipoacutexia e os fatores maternos satildeo as principais causas de oacutebitos infantis

no Brasil2 Resultados perinatais adversos podem ser explicados com base em fatores como

idade tabagismo estado civil consumo de aacutelcool obesidade local de residecircncia (urbano ou

rural) educaccedilatildeo ganho de peso iniacutecio do preacute-natal e nuacutemero de consultas paridade e

aleitamento20

Na RMC houve correlaccedilatildeo direta entre matildees adolescentes menor escolaridade e

analfabetismo com a TMNP taxa de prematuridade e RN com BP estando em concordacircncia

com estudos canadenses1920 assim como a renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM se

correlacionaram inversamente com a TMP Esta taxa se correlacionou diretamente com a

menor renda analfabetismo e matildees adolescentes Gestaccedilatildeo em adolescente tem sido mais

frequente em populaccedilotildees com niacutevel de renda mais baixo e o analfabetismo tem sido

54

relacionado a menor acesso aos serviccedilos de sauacutede e consequentemente um nuacutemero menor de

consultas preacute-natal podendo ocasionar resultado perinatal adverso As mudanccedilas sociais e

econocircmicas com melhoria na educaccedilatildeo materna melhoria do poder aquisitivo da populaccedilatildeo

expansatildeo da rede de abastecimento de aacutegua e saneamento baacutesico aliada agrave ampliaccedilatildeo da

cobertura dos cuidados de sauacutede materna e infantil contribuiacuteram para que o Brasil tenha uma

razatildeo entre o coeficiente de mortalidade infantil por renda per capita proacuteximo ao valor

esperado de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dois indicadores mensurados em vaacuterios

paiacuteses do mundo3

A prematuridade eacute a principal causa de morte entre os receacutem-nascidos e sua

frequumlecircncia eacute maior nos paiacuteses mais pobres devido agraves condiccedilotildees mais precaacuterias de sauacutede da

gestante mas alguns nascimentos prematuros podem resultar de induccedilatildeo precoce do trabalho

de parto ou cesariana por razotildees natildeo meacutedicas81220 Nos paiacuteses mais pobres em meacutedia 12

dos bebecircs nascem prematuros em comparaccedilatildeo com 9 nos paiacuteses ricos3 Mas na uacuteltima

deacutecada ocorreu um aumento de nascimentos preacute-termo e a maior frequecircncia pode ter relaccedilatildeo

com o aumento da proporccedilatildeo de nascimentos com baixo peso22

Lansky et al apontaram que a prematuridade respondeu por cerca de 13 da taxa de

mortalidade neonatal no Brasil9 As maiores taxas ocorreram entre crianccedilas com menos de

1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal prematuros extremos (lt 32 semanas)

com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida que utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante que

tinham malformaccedilatildeo congecircnita cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de referecircncia para

gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e que nasceram de parto vaginal9

As accedilotildees prioritaacuterias na prevenccedilatildeo da prematuridade evitaacutevel incluem melhoria da

atenccedilatildeo preacute-natal prevenccedilatildeo da prematuridade iatrogecircnica por interrupccedilatildeo indevida da

55

gravidez por operaccedilotildees cesarianas sem indicaccedilatildeo qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo hospitalar ao parto

e melhoria na atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Somam-se accedilotildees efetivas para diminuir a

peregrinaccedilatildeo de gestantes para o parto e o nascimento de crianccedilas com peso lt 1500g em

hospital sem UTI neonatal reflexos das lacunas na organizaccedilatildeo da rede de sauacutede38912 Aleacutem

disso para melhorar o resultado perinatal em aacutereas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo ainda

necessaacuterias a adoccedilatildeo de um estilo de vida saudaacutevel e implementaccedilatildeo de sistemas de apoio

incluindo o social19

As desigualdades identificadas entre os municiacutepios da RMC estatildeo em concordacircncia

com estudos recentes que sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-natais piores resultados de parto e baixo peso ao nascer O

niacutevel socioeconocircmico da comunidade reflete nos processos sociais impactando o

desenvolvimento econocircmico e social da aacuterea residencial3637 E matildees com baixa escolaridade

e renda residentes em comunidades de baixo niacutevel socioeconocircmico tem piores resultados de

sauacutede materno-infantil do que as matildees dos niacuteveis socioeconocircmicos mais elevados38

Assim eacute necessaacuterio um reforccedilo nas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais para acelerar a

reduccedilatildeo da mortalidade materna e neonatal no Brasil Em especial eacute premente identificar

bolsotildees de maior risco populacional implantando as accedilotildees necessaacuterias naquela situaccedilatildeo O

avanccedilo na reduccedilatildeo da mortalidade neonatal assim como a morte materna dependeraacute da

consolidaccedilatildeo de uma rede perinatal integrada hierarquizada e regionalizada e da

qualificaccedilatildeo dos processos assistenciais em especial ao parto e nascimento9

CONCLUSAtildeO

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na RMC

permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores estudados O

56

fator econocircmico teve influecircncia na realizaccedilatildeo de cesaacutereas Os piores resultados para os

indicadores perinatais estatildeo presentes em populaccedilotildees mais vulneraacuteveis entre matildees

adolescentes mulheres com menor escolaridade e renda Para melhorar os resultados em

sauacutede para mulheres e bebecircs estrateacutegias para reduzir as desvantagens sociais e educacionais

focadas nestes grupos populacionais satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos

de sauacutede apoacutes anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

Colaboradores

Faacutetima Christoacuteforo e Eliana Amaral participaram da concepccedilatildeo do estudo anaacutelise e

interpretaccedilatildeo dos dados Carmen Lavras colaborou na concepccedilatildeo e desenvolvimento do

projeto e Maria Cristina Restitutti colaborou na busca interpretaccedilatildeo e anaacutelise dos dados A

redaccedilatildeo do manuscrito a revisatildeo criacutetica do conteuacutedo intelectual e a aprovaccedilatildeo da versatildeo

final a ser publicada foi realizada por todos os autores

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Stella Maria Barbera da Silva Telles e Maria Helena Souza

pelo apoio na manipulaccedilatildeo dos bancos de dados e anaacutelise estatiacutestica deste manuscrito

57

REFEREcircNCIAS

1 Souza JP Mortalidade materna no Brasil a necessidade de fortalecer os sistemas de

sauacutede Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(10)273-9

2 Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento

e Gestatildeo Secretaria de Planejamento e Investimentos Estrateacutegicos coordenadores

Objetivos de desenvolvimento do milecircnio relatoacuterio nacional de acompanhamento

Brasiacutelia IPEA MP SPI 2014 208p

3 Victora CG Aquino EM Leal MC Monteiro CA Barros FC Szwarcwald CL

Maternal and child health in Brazil progress and challenges Lancet 2011

377(9780)1863-76

4 Campbell OM Graham WJ On behalf of The Lancet Maternal survival series

steering group Strategies for reducing maternal mortality getting on with what

works Lancet 2006 368 Disponiacutevel em httpdoi101016S0140-6736(06)69381-

1 (acessado em 23Mar2015)

5 Bittencourt SDA Reis LGC Ramos MM Rattner D Rodrigues PL Neves DCO et

al Estrutura das maternidades aspectos relevantes para a qualidade da atenccedilatildeo ao

parto e nascimento Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30 Suppl1S208-19 Disponiacutevel em

httpdxdoiorg1015900102-311X00176913 (acessado em 23Mar2015)

6 Vogel JP Betraacuten AP Vindevoghel N Souza JP Torloni MR Zhang J et al Use of

the Robson classification to assess caesarean section trends in 21 countries a

secondary analysis of two WHO multicountry surveys Lancet Glob Health 2015

3(5) Disponiacutevel em httpdxdoiorg101016S2214-109X(15)70094-X (acessado

em 14Maio2015)

7 World Health Organization Department of Reproductive Health and Research

58

Rising caesarean deliveries in Latin America how best to monitor rates and risks

Geneva WHO 2009 Disponiacutevel em httpwwwwhointreproductive-he

(acessado em 05Maio2015)

8 World Health Organization Born too soon the global action report on preterm

birth Geneva WHO 2012 Disponiacutevel em

httpwwwwhointpmnchmedianews2012201204_borntoosoon-reportpdf

(acessado em 10Maio2015)

9 Lansky S Friche AAL Silva AAM Campos D Bittencourt SDA Carvalho ML et

al Pesquisa Nascer no Brasil perfil da mortalidade neonatal e avaliaccedilatildeo da

assistecircncia agrave gestante e ao receacutem-nascido Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30

Suppl1S192-207 Disponiacutevel em httpdxdoiorg1015900102-311X00133213

(acessado em 08Maio2015)

10 Barros FC Matijasevich A Requejo JH Giugliani E Maranhatildeo AG Monteiro CA

et al Recent trends in maternal newborn and child health in Brazil progress

toward Millennium Development Goals 4 and 5 Am J Public Health 2010

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11 United Nations Secretary-General [Internet] Global strategy for womenrsquos and

childrenrsquos health New York United Nations 2010 Disponiacutevel em

httpwwwwhointpmnchactivitiesadvocacyfulldocument_globalstrategyen

(acessado em 19Abr2015)

12 Nawal MN Premature delivery and the millennium development goal Rev Obstet

Gynecol 2012 5(2) Disponiacutevel em httpdoi103909riog0189 (acessado em

05Maio2015)

13 Reis ZSN Pereira AC Correia RJC Freitas JAS Cabral ACV Bernardes J Anaacutelise

59

de indicadores da sauacutede materno-infantil paralelos entre Portugal e Brasil Rev Bras

Ginecol Obstet 2011 33(9)234-9

14 Universidade Estadual de Campinas Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas

Programa de Estudos em Sistemas de Sauacutede Definiccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo

dos protocolos cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos

de supervisatildeo teacutecnica na regiatildeo metropolitana de Campinas - RMC Apoio agrave

estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da pueacuterpera na RMC Campinas

NEPPUnicamp 2012 (Relatoacuterio de pesquisa)

15 Pacagnella RC Cecatti JG Osis MJ Souza JP The role of delays in severe

maternal morbidity and mortality expanding the conceptual framework

Reproductive Health Matters 2012 20(39)155-63 Disponiacutevel em

httpdoi101016S0968-8080(12)39601-8 (acessado em 23Mar2015)

16 Rebelo F Rocha CMM Cortes TR Dutra CL Kac G High cesarean prevalence in

a national population-based study in Brazil the role of private practice Acta

Obstetricia et Gynecologica Scandinavica 2010 89 Disponiacutevel em

httpdoi103109000163492010484044 (acessado em 13Maio2015)

17 Paacutedua KS Osis MJD Fauacutendes A Barbosa AV Moraes Filho OB Fatores

associados agrave realizaccedilatildeo de cesariana em hospitais brasileiros Rev Sauacutede Puacuteblica

2010 44(1) Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0034-89102010000100008

(acessado em 16Abr2015)

18 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Siacutentese de indicadores

sociais uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro

IBGE 2012 (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica n

29)

60

19 Liu N Wen SW Katherine W Bottomley J Yang Q Walker MC Neighbourhood

family income and adverse birth outcomes among singleton deliveries J Obstet

Gynaecol Can 2010 32(11)1042-8

20 Joseph KS Liston RM Dodds L Dahlgren L Allen AC Socioeconomic status and

perinatal outcomes in a setting with universal access to essential health care

services CMAJ 2007 177583-90

21 Tunccedilalp Ouml Souza JP Hindin MJ Santos CA Oliveira TH Vogel JP et al

Education and severe maternal outcomes in developing countries a multicountry

cross-sectional survey BJOG 2014 121 Suppl1S57-65 Disponiacutevel em

httpdoi1011111471-052812634 (acessado em 18Maio2015)

22 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Anaacutelise

de Situaccedilatildeo de Sauacutede Sauacutede Brasil 2011 uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede e a

vigilacircncia da sauacutede da mulher Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012

httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessaude_brasil_2011pdf (acessado em

05Maio2015)

23 Yazaki LM Resenha de estatiacutesticas vitais do Estado de Satildeo Paulo SP Demograacutefico

2013 13(2)

24 Viellas EF Domingues RMSM Dias MAB Gama SGN Theme Filha MM Costa

JV et al Assistecircncia preacute-natal no Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30 Suppl1S85-

100 Disponiacutevel em httpdxdoiorg1015900102-311X00126013 (acessado em

06Maio2015)

25 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Censo Demograacutefico

resultados do universo Taxa de analfabetismo da populaccedilatildeo de 15 anos e mais e

esgoto sanitaacuterio ndash Niacutevel de atendimento no Estado de Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Seade

61

Dados de 2010 extraiacutedos do Banco Multidimensional de Estatiacutesticas ndash BME IBGE

em 6 de agosto de 2012 Disponiacutevel em

httpprodutosseadegovbrprodutosimpindexphppage=tabela (acessado em

01Jun2015)

26 Domingues RMSM Hartz ZMA Dias MAB Leal MC Avaliaccedilatildeo da adequaccedilatildeo da

assistecircncia preacute-natal na rede SUS do Municiacutepio do Rio de Janeiro Brasil Cad

Sauacutede Puacuteblica 2012 28(3)425-37

27 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Preacute-natal e puerpeacuterio atenccedilatildeo

qualificada e humanizada - manual teacutecnico Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2005

28 National Institute for Health and Clinical Excellence Antenatal care NICE quality

standard [QS22] London NICE 2012

29 Wehby GL Murray JC Castilla EE Lopez-Camelo JS Ohsfeldt RL Prenatal care

effectiveness and utilization in Brazil Health Policy Plan 2009 24(3)175-88

30 Chacham AS Maia MB Camargo MB Autonomia gecircnero e gravidez na

adolescecircncia uma anaacutelise comparativa da experiecircncia de adolescentes e mulheres

jovens provenientes de camadas meacutedias e populares em Belo Horizonte R Bras

Est Pop 2012 29(2)389-407 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrpdfrbepopv29n2a10v29n2pdf (acessado em 01Jun2015)

31 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE Siacutentese de indicadores

sociais uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro

IBGE 2014 (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica n

34)

32 Velleman Y Mason E Graham W Benova L Chopra M Campbell OMR et al

From joint thinking to joint action a call to action on improving water sanitation

62

and hygiene for maternal and newborn health PLoS Med 2014 11(12) Disponiacutevel

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33 World Health Organization United Nationsrsquo Childrenrsquos Fund Water sanitation and

hygiene in health care facilities status in low and middle income countries and way

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34 Say L Chou D Gemmill A Tunccedilalp O Moller A-B Daniels J et al Global causes

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Disponiacutevel em httpdxdoiorg101016S2214-109X(14)70227-X (acessado em

16Maio2015)

35 Souza JP Tunccedilalp Ouml Vogel JP Bohren M Widmer M Oladapo OT et al Obstetric

transition the pathway towards ending preventable maternal deaths BJOG 2014

121 Suppl1S1-4 Disponiacutevel em httpdoi1011111471-052812735 (acessado

em 08Maio2015)

36 Collins JW Simon DM Jackson TA David RJ Advancing maternal age and infant

birth weight among urban African-Americans the effect of neighborhood poverty

Ethn Dis 2006 16180-6

37 Rajaratnam J Burke J OrsquoCampo P Maternal and child health and neighborhood

context the selection and construction of area-level variables Health Place 2006

12(4)547-56

38 Daoud N OrsquoCampo P Minh A Urquia ML Dzakpasu S Heaman M et al Patterns

of social inequalities across pregnancy and birth outcomes a comparison of

individual and neighborhood socioeconomic measures BMC Pregnancy and

Childbirth 2014 14393 Disponiacutevel em httpdoi101186s12884-014-0393-z

63

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo

indicadores de sauacutede materna e perinatal em 2011

Variaacutevel n

Razatildeo de mortalidade materna (por 100000 NV)

00 12 63

01 ndash 699 3 16

ge 70 4 21

Porcentagem de partos cesaacutereos

lt 600 5 26

ge 600 14 74

Porcentagem de baixo peso ao nascer

lt 100 14 74

ge 100 5 26

Taxa de mortalidade perinatal (por 1000 NV ou NM)

lt 100 5 26

100 ndash 199 14 74

Taxa de mortalidade neonatal precoce (por 1000 NV)

lt 50 8 42

50 ndash 99 9 47

ge 10 2 11

Fontes DATASUS (MS) e Fundaccedilatildeo Seade

64

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas em 2011

Variaacutevel n

Taxa de analfabetismo () ndash Meacutedia = 52 [DP = 16]

lt 50 9 47

ge 50 10 53

Porcentagem de chefe de famiacutelia com renda le 1 SM - Meacutedia 241 [DP = 48]

lt 250 11 58

ge 250 8 42

Porcentagem matildees sem parceiro ndash Meacutedia 509 [DP = 61]

lt 500 7 37

ge 500 12 63

Porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina ndash Meacutedia = 208 [DP=24]

lt 200 8 42

200 ndash 299 11 58

Porcentagem com esgoto sanitaacuterio ndash Meacutedia = 866 [DP = 170]

lt 900 6 32

ge 900 13 68

Porcentagem de matildees de 10 a 19 anos - Meacutedia = 142 [DP = 29]

lt 150 12 63

ge 150 7 37

Nuacutemero de nascidos vivos ndash Mediana = 907 [min=151 maacutex=14768]

lt 500 3 16

500 ndash 999 7 37

1000 ndash 1499 3 16

ge 1500 6 32

Porcentagem de matildees com ateacute 6 consultas PN ndash Meacutedia 178 [DP=60]

lt 200 14 74

ge 200 5 26

Porcentagem RN lt 37 semanas ndash Meacutedia = 101 [DP = 14]

lt 100 10 53

ge 100 9 47

Porcentagem RN com Apgar 5ordm min lt 8 ndash Meacutedia = 14 [DP = 05]

lt 20 16 84

ge 20 3 16

Fontes DATASUS (MS) Fundaccedilatildeo Seade e IBGE

65

Tabela 3 Correlaccedilatildeo entre indicadores de sauacutede materna e perinatal e caracteriacutesticas socioeconocircmicas em 2011 na RMC

Matildees de 10 a

19 anos

Matildees

escolaridade lt

8 anos

Taxa de

analfabetismo

Chefe de

famiacutelia com

renda le 1

salaacuterio miacutenimo

Populaccedilatildeo

com chefia

feminina 15 a

49 anos

Renda meacutedia

domiciliar

per capita

(R$)

IDHM

r p r p r p r p r p r p r p

Matildees com ateacute 6 consultas

Preacute natal 064 0003 054 0016 077 lt0001 082 lt0001 024 0330 -064 0003 -07 0001

Cesaacutereas -067 0002 -044 0062 -065 0003 -09 lt0001 -046 0050 069 0001 075 lt0001

Taxa de mortalidade

perinatal (por 1000 NV ou NM)

060 0007 035 0145 064 0003 049 0033 003 0894 -046 0047 -055 0015

Taxa de mortalidade

neonatal precoce (por 1000 NV)

050 0029 046 0045 047 0043 009 0719 -007 0788 -020 0419 -034 0155

Taxa de Prematuridade 051 0025 070 0001 050 0028 015 0538 013 0604 -010 0695 -034 0156

Porcentagem de RN com

baixo peso ao nascer (lt 2500g)

056 0013 053 0021 057 0011 044 0062 030 0213 -025 0304 -037 0115

Coeficente de correlaccedilatildeo de Pearson p valor

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e a RMM

66

Figura 1 - Indicadores de sauacutede materna e perinatal na RMC

67

Figura 2 - Indicadores socioeconocircmicos e demograacuteficos selecionados na RMC em 2011

68

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2

De cadernosfiocruzbr

Enviada Domingo 5 de Julho de 2015 2003

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_107915)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA

AO PARTO DA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

(CSP_107915) para Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o

progresso de seu manuscrito dentro do processo editorial bastando clicar no link Sistema

de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos localizado em nossa paacutegina

httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

69

ARTIGO 2

PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA AO PARTO DA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROUTINE PRACTICES DURING DELIVERIES AT THE METROPOLITAN

REGION OF CAMPINAS BRAZIL

PRAacuteCTICAS RUTINARIAS EN APOYO DE ENTREGA DE REGIOacuteN

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROTINAS NO PARTO NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

F Christoacuteforo12

C Lavras3

E Amaral4

1 DoutorandaDepartamento de TocoginecologiaFCMUnicamp CampinasSP Brasil

2 EnfermeiraNuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

70

RESUMO

OBJETIVO Descrever praacuteticas rotineiras no parto em maternidades puacuteblicas da regiatildeo

metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo descritivo de 16 serviccedilos

obsteacutetricos usando o Instrumento de avaliaccedilatildeo de boas praacuteticas no parto (Ministeacuterio da

Sauacutede) e um questionaacuterio complementar respondido pelos gestores locais de agosto-

outubro2014 RESULTADOS Treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam

ocitocina no trabalho de parto nove executavam episiotomia e 14 realizavam manejo ativo

do 3o periacuteodo A maioria realizava induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e ruptura prematura de

membranas e 15 tinham protocolos para hipertensatildeo grave e profilaxia de Streptococcus do

grupo B Cinco natildeo utilizavam antibioacutetico nas cesaacutereas produtos hemoteraacutepicos eram

indisponiacuteveis em quatro hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de pacientes criticos

CONCLUSOtildeES Praacuteticas recomendadas estavam disponiacuteveis na maioria dos hospitais mas

algumas rotinas eram excessivas e outras precisavam ser aprimoradas

Palavras chave obstetriacutecia parto tocologia

71

ABSTRACT

OBJECTIVE To describe routine practices for childbirth at public obstetric services in the

metropolitan region of Campinas (RMC) METHOD Descriptive study applied to 16

obstetric services using the Assessment Tool for Good Practices during Childbirth

(Ministry of Health) and a complementary questionnaire answered by institutional managers

at RMC from August-October2014 RESULTS Thirteen hospitals used partograph 10

used the oxytocin during labor nine performed episiotomy and 14 held the active

management of the third period Most institutions induced prolonged gestation and premature

rupture of membranes at term and 15 followed guidelines on severe hypertension and

Streptococcus group B prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for C-sections

blood products were unavailable in four hospitals and eight could not care for critical patients

CONCLUSIONS Good practices were available in most hospitals some routines were

excessive and others need improvement

72

RESUMEN

OBJETIVO Describir las rutinas del parto en hospitales puacuteblicos de la regioacuten metropolitana

de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio descriptivo en 16 servicios obsteacutetricos utilizando

Herramienta de evaluacioacuten de buenas praacutecticas en el parto (Ministerio de Salud) y

cuestionario complementario contestado por administradores de agosto-octubre2014

RESULTADOS Trece hospitales utilizaron partograma 10 utilizaron oxitocina durante el

trabajo nueve realizaron episiotomiacutea y 14 hicieron el manejo activo de la 3a etapa La

mayoriacutea realizaba induccioacuten de gestacioacuten prolongada y ruptura prematura de membranas y

15 teniacutean protocolos de hipertensioacuten severa y Streptococcus del grupo B Cinco no utilizaron

la antibioacutetica en las cesaacutereas Los productos sanguiacuteneos eran indisponib les en cuatro

hospitales y ocho no podiacutean atender a pacientes criacuteticos CONCLUSIONES Las mejores

praacutecticas estaban disponibles en mayoriacutea de los hospitales pero algunas eran excesivas y

otras necesitaban ser mejoradas

73

INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas testemunharam uma expansatildeo no desenvolvimento e uso de

praacuteticas com o objetivo de melhorar os resultados para matildees e bebecircs no trabalho de parto

institucional No Brasil a cada ano ocorrem aproximadamente 3 milhotildees de nascimentos

98 destes em estabelecimentos hospitalares puacuteblicos ou privados1 O modelo vigente de

atenccedilatildeo obsteacutetrica utiliza intervenccedilotildees como episiotomia amniotomia uso de ocitocina e

cesaacuterea habitualmente recomendadas em situaccedilotildees de necessidade que tecircm sido utilizadas

de forma bastante liberal2 Existem enormes variaccedilotildees em niacutevel mundial quanto ao local

niacutevel de cuidados sofisticaccedilatildeo dos serviccedilos disponiacuteveis e tipo de provedor para o parto

normal A adoccedilatildeo acriacutetica de intervenccedilotildees natildeo efetivas de risco ou desnecessaacuterias

compromete a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Em 1996 a WHO estabeleceu uma definiccedilatildeo de trabalho de parto normal e

estabeleceu normas de boas praacuteticas para a conduccedilatildeo do trabalho de parto sem complicaccedilotildees

com intervenccedilotildees recomendadas e outras que deveriam ser evitadas3 Em 2006 a WHO

publicou o guia para a praacutetica essencial na gravidez parto poacutes-parto e ao receacutem-nascido

fornecendo recomendaccedilotildees baseadas em evidecircncias para orientar os profissionais de sauacutede

Neste documento as recomendaccedilotildees satildeo geneacutericas sobre a caracteriacutesticas de sauacutede da

populaccedilatildeo e sobre os sistemas de sauacutede (a configuraccedilatildeo capacidade e organizaccedilatildeo dos

serviccedilos recursos e pessoal)4

Mais recentemente em 2014 o Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia do Reino

Unido (RCOG) atualizou as diretrizes cliacutenicas de cuidado intraparto com base na evoluccedilatildeo

do seu Sistema Nacional de Sauacutede e na disponibilidade de novas evidecircncias Estatildeo incluiacutedas

as recomendaccedilotildees para o atendimento de mulheres que iniciam o trabalho como baixo

risco mas que passam a desenvolver complicaccedilotildees5 Neste mesmo ano o Coleacutegio Real

74

Australiano e Neozelandecircs de Obstetriacutecia e Ginecologia (RANZCOG) publicou 11

recomendaccedilotildees sobre a prestaccedilatildeo de cuidados rotineiros intraparto na ausecircncia de

complicaccedilotildees na gravidez Elas abordam os requisitos para admissatildeo de mulheres para o

parto os cuidados rotineiros durante o trabalho de parto e parto6 Mais recentemente em

fevereiro de 2015 o Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia (ACOG) elaborou

diretrizes de acordo com o niacutevel de cuidados maternos para uso na melhoria da qualidade e

promoccedilatildeo da sauacutede7

As sociedades de especialistas recomendam envolver as mulheres nas decisotildees

relacionadas ao local do parto informando os tipos de provedores de cuidado as limitaccedilotildees

de cada serviccedilo em caso de complicaccedilotildees considerando a necessidade de transferecircncias e os

procedimentos indicados em cada estaacutegio do parto baseados em evidecircncias

No Brasil em 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de Parto Aborto e

Puerpeacuterio revisando a literatura pertinente para recomendar as intervenccedilotildees eficazes no

trabalho de parto garantindo qualidade com humanizaccedilatildeo do atendimento agrave gestante e

puerpeacutera Neste documento orienta o uso de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas8

Em 2014 novas orientaccedilotildees foram publicadas visando a organizaccedilatildeo das portas de entradas

dos serviccedilos de urgecircncia obsteacutetrica para garantir acesso com qualidade agraves mulheres e assim

impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal9

Para garantir a qualidade da assistecircncia oferecida nos serviccedilos eacute preciso enfocar as

condiccedilotildees fiacutesicas e insumos mas tambeacutem a manutenccedilatildeo e promoccedilatildeo da competecircncia dos

profissionais10 A isso soma-se manter mecanismos de monitoramento das praacuteticas cliacutenicas

para avaliar se estatildeo em conformidade com padrotildees de conduta e os resultados decorrentes

desta praacutetica A utilizaccedilatildeo de diretrizes cliacutenicas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas tem sido

apontada como uma ferramenta importante nesta direccedilatildeo Entretanto a identificaccedilatildeo de

75

estrateacutegias efetivas para disponibilizaccedilatildeo e cumprimento de tais diretrizes eacute um desafio para

os gestores dos serviccedilos Mesmo estando acessiacuteveis podem ser necessaacuterias ferramentas de

suporte agrave tomada de decisotildees cliacutenicas eficientes e seguras por profissionais com

conhecimento e habilidades atualizados11 Finalmente o oferecimento de uma assistecircncia

qualificada exige garantir a integraccedilatildeo dos diferentes niacuteveis do sistema que oferece atenccedilatildeo

compondo a linha de cuidado da gestante

Conhecer a rotina da assistecircncia ao parto nas instituiccedilotildees e as dificuldades percebidas

pelos gestores do cuidado em uma regiatildeo com suposta disponibilidade de infraestrutura

material recursos humanos qualificados e bem traccedilada linha de cuidados como seria a

Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC pode contribuir para qualificar a atenccedilatildeo intra-

hospitalar nas aacutereas metropolitanas Este estudo tem como objetivo descrever as rotinas do

cuidado nos partos segundo gestores meacutedicos ou enfermeiros dos 17 serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo descritivo sobre a rotina de atendimento em serviccedilos

obsteacutetricos puacuteblicos Foram elegiacuteveis os estabelecimentos de sauacutede dos 19 municiacutepios da

RMC que realizavam partos em 2011 financiados pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

(hospitais puacuteblicos ou leitos contratados) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Sauacutede (CNES) Destes quatro natildeo tinham hospital e os outros contavam com uma uacutenica

maternidade exceto o municiacutepio-sede Campinas com trecircs hospitais dois deles com parte

dos leitos financiados pelo SUS Um desses hospitais com leitos contratados pelo SUS

recusou-se a participar Assim apresentam-se dados de 16 instituiccedilotildees

76

Foram aplicados dois instrumentos respondidos pelos meacutedicos ou enfermeiros

gestores dos serviccedilos obsteacutetricos da RMC Estes questionaacuterios foram apresentados numa

visita realizada por uma das pesquisadoras em data preacute-agendada O primeiro foi o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) cujas respostas satildeo dadas em escala Likert

(sempre realizada ndash mais de 90 das vezes frequentemente realizada ndash de 60-90 das vezes

realizada agraves vezes ndash de 20-60 das vezes raramente realizada ndash menos de 20 das vezes

nunca realizada ndash proacuteximo de 0 natildeo sei responder)

O segundo instrumento foi elaborado para o estudo no qual foram abordadas a

utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto

disponibilidade de diretrizes cliacutenicas (protocolos para as principais complicaccedilotildees - preacute-

eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia manejo ativo do 3ordm periacuteodo rastreamento de siacutefilis e de

HIVAIDS e infecccedilatildeo poacutes-parto) dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos medicamentos

hemoderivados transporte comunicaccedilatildeo com serviccedilos de referecircncia e monitorizaccedilatildeo e

tratamento de pacientes graves aleacutem da disponibilidade de obstetra treinado banco de

sangue e anestesista em caso de cesaacutereas de urgecircncia focando na qualidade da atenccedilatildeo

obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato1112 Complementaram as informaccedilotildees dados

extraiacutedos do Ministeacuterio da Sauacutede especificamente do CNES (total de leitos SUS e leitos

obsteacutetricos cadastrados em 2011)13

Os dados coletados foram digitados no programa Excel e a anaacutelise foi realizada no

programa SPSS versatildeo 20 A anaacutelise descritiva compreendeu a distribuiccedilatildeo de frequecircncia

relativa das variaacuteveis estudadas

77

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm

453588 de 08112013) Foram solicitados consentimentos informados dos diretores de cada

instituiccedilatildeo e dos gestores dos serviccedilos obsteacutetricos

RESULTADOS

A RMC conta com 30 serviccedilos de sauacutede que atendem ao parto Desses 13 satildeo

privados exclusivos 10 satildeo privados conveniados com o SUS (leitos puacuteblicos considerados

hospitais mistos) e 07 satildeo puacuteblicos Participaram do estudo sete serviccedilos puacuteblicos e nove

serviccedilos mistos que correspondem a 548 dos 649 leitos obsteacutetricos disponiacuteveis Os 16

hospitais participantes estavam distribuiacutedos em 15 municiacutepios da RMC quatro deles natildeo tem

maternidade (Artur Nogueira Engenheiro Coelho Holambra e Santo Antocircnio de Posse) ndash

quadro 1

Observou-se que os gestores dos Centros Obsteacutetricos (CO) eram meacutedicos

ginecologistasobstetras com exceccedilatildeo para uma enfermeira Doze deles tinham no miacutenimo

especializaccedilatildeo nessa aacuterea com idades variando de 32 a 62 anos (mediana = 41 anos)

Trabalhavam entre 6 e 35 anos (mediana = 14 anos) em Obstetriacutecia estando de um ateacute 26

anos na instituiccedilatildeo (mediana = sete anos) na funccedilatildeo de chefia entre um mecircs a 10 anos

(mediana = 02 anos) - tabela1

As diretrizes relativas ao cuidado obsteacutetrico foram relatadas como disponiacuteveis na

maioria dos serviccedilos Todas as maternidades realizavam triagem para siacutefilis e HIV Seguia-

se a orientaccedilatildeo de literatura com induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada em trecircs quartos

das maternidades 13 delas realizavam a induccedilatildeo em ruptura prematura de membrana a termo

e estava disponiacutevel protocolo para orientar condutas na hipertensatildeo severa em 15

maternidades A praacutetica rotineira de manejo ativo de 3ordm periacuteodo foi relatada por 14 serviccedilos

78

A antibioticoprofilaxia da infecccedilatildeo neonatal para Estreptococo do grupo B ocorria em 15

instituiccedilotildees mas o uso de antibioacuteticos nas cesaacutereas natildeo era praacutetica rotineira em cinco

maternidades - tabela 2

Um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

metade dessas puacuteblicas Duas maternidades mistas relataram dificuldades com transporte

Havia disponibilidade de medicamentos e de suprimentos mas metade delas referia

dificuldade para cuidar de pacientes graves sendo cinco de oito maternidades mistas ndash tabela

3

O acolhimento com classificaccedilatildeo de risco era realizado frequentemente (ge 60 das

vezes) em 10 delas Em 13 delas a utilizaccedilatildeo de partograma era frequente A presenccedila de

acompanhante no trabalho de parto foi relatada frequentemente em apenas nove delas poreacutem

isso ocorria em 14 das 16 maternidades no momento do parto O uso de ocitocina para

conduccedilatildeo do trabalho de parto era frequente em 10 instituiccedilotildees e a episiotomia era realizada

frequentemente em nove mas a compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo soacute foi

relatada como frequente em duas maternidades A presenccedila de profissional capacitado para

assistecircncia ao receacutem-nascido e o estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

aconteciam frequentemente em 15 maternidades ndash tabela 4

DISCUSSAtildeO

Muitas das praacuteticas de sauacutede qualificadas para trabalho de parto e parto (induccedilatildeo de

ruptura prematura de membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo

para Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto e parto) seguindo

recomendaccedilotildees da literatura e guias cliacutenicas estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais

da RMC No entanto algumas rotinas observadas pareciam excessivas (conduccedilatildeo e

79

episiotomia) e outras precisariam ser melhoradas (uso de antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas

disponibilidade de sangue e cuidado em estado criacutetico de cuidado) Os resultados destacam

a importacircncia de revisatildeo contiacutenua das rotinas hospitalares na atenccedilatildeo ao parto mesmo em

uma regiatildeo com muitos recursos materiais e humanos e faacutecil acesso agraves oportunidades de

educaccedilatildeo continuada Buscou-se conhecer as potencialidades e aacutereas para melhoria visando

compatibilizar os indicadores de processo do cuidado com a cobertura quase universal da

atenccedilatildeo preacute-natal e em particular dos partos no ambiente hospitalar14

Mais da metade dos leitos disponiacuteveis para a atenccedilatildeo obsteacutetrica eacute conveniada ao SUS

na RMC o que se assemelha agrave situaccedilatildeo encontrada por Bittencourt e colaboradores em

maternidades do Brasil15 Os resultados encontrados neste estudo refletem o cuidado no parto

para leitos SUS ou conveniados mas natildeo reflete a atenccedilatildeo nos convecircnios de sauacutede ou no

sistema privado Sabe-se que entre as mulheres atendidas neste uacuteltimo a taxa de cesariana eacute

de 88 o que por si soacute demonstra haver uso excessivo de intervenccedilotildees16 Portanto

enfocamos aqui a atenccedilatildeo puacuteblica ao parto na RMC

Uma importante estrateacutegia para qualificar a atenccedilatildeo eacute utilizar diretrizes cliacutenicas

baseadas em evidecircncias cientiacuteficas Mas o sucesso da sua implantaccedilatildeo depende de um esforccedilo

organizado dos serviccedilos seus profissionais e dos gestores do sistema de sauacutede10 A maioria

dos gestores das maternidades entrevistados tinha especializaccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeo o

que supotildee um bom preparo teacutecnico Mas a qualidade da assistecircncia depende entre outras

coisas da sua atuaccedilatildeo supervisionando e aprimorando todas as fases do cuidado A cultura

de avaliaccedilatildeo de processos assistenciais natildeo estaacute disseminada no Brasil nem os profissiona is

gestores estatildeo preparados para tal funccedilatildeo

No Brasil mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorrem durante a

internaccedilatildeo para o parto e podem estar associadas agrave inexistecircncia de leitos ou de um sistema de

80

referecircncia operante que obriga mulheres a perambular em busca de vagas ou decorrente do

encaminhamento tardio de mulheres com intercorrecircncias para hospitais de maior

complexidade14 O Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de

risco em Obstetriacutecia que tem como propoacutesito a pronta identificaccedilatildeo da paciente criacutetica ou

mais grave com base nas evidecircncias cientiacuteficas existentes Pretende-se com sua utilizaccedilatildeo

evitar a peregrinaccedilatildeo de mulheres nos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica as demoras que

resultam em desfechos desfavoraacuteveis e viabilizar o atendimento qualificado e resolutivo em

tempo adequado9 Na RMC o acolhimento com classificaccedilatildeo de risco foi referido por

gestores de 10 maternidades e a peregrinaccedilatildeo natildeo parece ser um problema relevante a

impactar os indicadores maternos e neonatais

Evidecircncias atuais natildeo demonstram que o uso rotineiro do partograma contribui para

reduccedilatildeo da mortalidade materna e perinatal mas podem oferecer apoio agraves auditorias

posteriores1117 No Brasil seu uso rotineiro eacute considerado boa praacutetica38 e 13 maternidades

utilizavam o partograma mais de 60 das vezes

Em nove maternidades da RMC relatou-se a presenccedila de acompanhante no trabalho

de parto enquanto 14 informaram que estava presente em mais de 60 das vezes As

justificativas para a baixa adesatildeo dos acompanhantes no trabalho de parto referem-se agraves

acomodaccedilotildees inadequadas coletivas Alega-se que sua presenccedila poderia constranger as

demais parturientes Em uma publicaccedilatildeo de abrangecircncia nacional cerca de um quarto das

mulheres natildeo teve acompanhante e menos de um quinto teve acompanhamento contiacutenuo

Preditores independentes de natildeo ter ou ter acompanhante em parte do tempo foram menor

renda e escolaridade cor parda parto no setor puacuteblico multiparidade e parto vaginal18 A

presenccedila de acompanhante eacute uma demanda legal no Brasil e pode ser considerada um

marcador de seguranccedila e qualidade do atendimento1819

81

Em revisatildeo sistemaacutetica da colaboraccedilatildeo Cochrane os autores concluem que o apoio

contiacutenuo durante o trabalho de parto tem benefiacutecios clinicamente significativos e nenhum

prejuiacutezo conhecido20 Estes resultados apoiam a praacutetica e sua adoccedilatildeo exige mudanccedilas na

estrutura fiacutesica e nos processos de trabalho nas maternidades19 Neste estudo um pouco mais

da metade das maternidades relataram permissatildeo para acompanhante no trabalho de parto e

no parto Quase todas permitiam acompanhamento no parto e o parceiro foi o acompanhante

mais frequente Natildeo se pode afirmar se a ausecircncia de acompanhante em 100 dos partos seja

decorrente das restriccedilotildees da instituiccedilatildeo ou da dificuldade do acompanhante para estar

disponiacutevel na ocasiatildeo Cabe aos gestores melhorar este indicador e parece haver possibilidade

de melhoria nos serviccedilos SUS da RMC

Benefiacutecios da ocitocina incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de

parto distoacutecico com riscos que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina

intoxicaccedilatildeo por aacutegua e embora rara ruptura uterina No entanto protocolos ideais para sua

utilizaccedilatildeo natildeo satildeo identificados21 Haacute dificuldade em se determinar o que seria boa praacutetica

quanto e em que situaccedilotildees seria realmente necessaacuterio seu uso para corrigir a contratilidade

uterina

Uma metanaacutelise concluiu que a ocitocina para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto

foi associada a aumento do parto vaginal espontacircneo22 Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que

altas doses de ocitocina foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e

cesaacuterea e um aumento no parto vaginal espontacircneo23 Na RMC 10 das 16 maternidades

referiram utilizar ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto em mais de 60 das vezes

Leal e colaboradores num estudo brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas

praacuteticas no parto identificaram que a infusatildeo de ocitocina e a amniotomia ocorreram em

cerca de 40 das mulheres de risco habitual (baixo) sendo mais frequentemente utilizada no

82

setor puacuteblico em mulheres com baixa escolaridade2 Mas natildeo se pode afirmar a verdadeira

indicaccedilatildeo do seu uso nos dois trabalhos

Revisatildeo sistemaacutetica que incluiu sete ensaios cliacutenicos com 5390 mulheres mostrou

que houve menos partos por cesariana e trabalhos de parto mais curtos (menos de 12 horas)

entre mulheres que receberam manejo ativo do parto sem diferenccedila nas complicaccedilotildees para

matildees ou bebecircs Os autores concluem que sua praacutetica estaacute associada a pequenas reduccedilotildees na

taxa de cesaacuterea apesar de ser altamente prescritivo24 Esta praacutetica inclui amniotomia

rotineira regras riacutegidas para diagnoacutestico de progresso lento do trabalho de parto uso da

ocitocina e cuidados individualizados Talvez alguns componentes sejam mais eficazes do

que outros

Atualmente o uso desnecessaacuterio de intervenccedilotildees alterando o processo natural do

parto em parturientes de baixo risco sem a concordacircncia da mulher eacute tratado como um abuso

a ser evitado25 No Estado de Satildeo Paulo a Lei nordm 15759 de 25 de marccedilo de 2015 define que

a ocitocina a fim de acelerar o trabalho de parto enemas os esforccedilos de puxo prolongados

durante o expulsivo a amniotomia e a episiotomia devem ser utilizadas com indicaccedilatildeo

precisa Diz que qualquer destas praacuteticas ldquoseraacute objeto de justificaccedilatildeo por escrito firmado pelo

chefe da equipe responsaacutevel pelo parto assim como a adoccedilatildeo de qualquer dos procedimentos

que os protocolos mencionados nesta lei classifiquem como desnecessaacuterios ou prejudiciais agrave

sauacutede da parturiente ou ao nascituro de eficaacutecia carente de evidecircncia cientiacutefica e suscetiacuteve is

de causar dano quando aplicados de forma generalizada ou rotineirardquo26

Treze maternidades da RMC praticavam rotineiramente a induccedilatildeo de trabalho de

parto em ruptura prematura de membranas a termo (RPMT) Resultados de ensaio controlado

randomizado comparando induccedilatildeo com ocitocina com prostaglandina conduta expectante e

induccedilatildeo com ocitocina ou prostaglandina na RPMT natildeo encontrou diferenccedilas significat ivas

83

nas taxas de infecccedilatildeo neonatal e de cesaacuterea mas o custo da induccedilatildeo com ocitocina foi

menor27 Neste estudo sendo relatado natildeo foi questionado o meacutetodo de induccedilatildeo oferecid o

pelas maternidades O Ministeacuterio da Sauacutede respalda a induccedilatildeo e afirma que a escolha do

meacutetodo dependeraacute do estado de amadurecimento cervical28 Entidades de especialidade

tambeacutem recomendam a induccedilatildeo293031

A divulgaccedilatildeo dos resultados dos ensaios cliacutenicos controlados e a revisatildeo sistemaacutetica

sobre episiotomia tecircm acarretado significativo decliacutenio no seu uso rotineiro em todo o

mundo32 Taxas de episiotomia de 54 foram encontradas no Brasil2 Na RMC em nove

maternidades a episiotomia eacute realizada na maioria dos casos O uso seletivo estaacute associado

com menos trauma perineal posterior menos sutura e menos complicaccedilotildees e nenhuma

diferenccedila para medidas de dor e trauma vaginal ou perineal grave113233 No entanto haacute um

aumento do risco de trauma perineal anterior33 A orientaccedilatildeo atual eacute realizar se houver

necessidade cliacutenica como um parto instrumental ou suspeita de comprometimento fetal11

Um achado preocupante eacute ter 14 maternidades da RMC informando praticar a

compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo Os riscos relatados com o uso da manobra

de Kristeller incluem a ruptura uterina lesatildeo do esfiacutencter anal fraturas em receacutem-nascidos

ou dano cerebral e natildeo haacute evidecircncia de benefiacutecios34 A manobra de Kristeller foi utilizada

em 37 das mulheres num estudo de amostragem nacional2 Como sua praacutetica deve ser

proscrita11 temos aqui uma prioridade para educaccedilatildeo continuada dos profissionais

A hemorragia poacutes-parto eacute uma das principais causas de morbidade e mortalidade

materna em todo o mundo35 e as medidas preventivas satildeo recomendadas para todas as

mulheres submetidas ao parto O manejo ativo do 3ordm periacuteodo para a prevenccedilatildeo da hemorragia

poacutes-parto compreendia a administraccedilatildeo profilaacutetica de um agente uterotocircnico logo apoacutes o

nascimento clampeamento e traccedilatildeo controlada do cordatildeo ateacute o desprendimento da placenta

84

e massagem uterina3637 Sabe-se hoje que o uso rotineiro da traccedilatildeo controlada do cordatildeo

pelo risco potencial de inversatildeo uterina deve ser omitido das manobras36 Dada agrave sua

eficaacutecia o manejo ativo do 3ordm periacuteodo eacute recomendado37 Na RMC 14 maternidades o

praticam rotineiramente

Como no Brasil a hemorragia eacute uma das principais causas de morte materna direta

chama a atenccedilatildeo que um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados sendo metade dessas puacuteblicas38 Esta situaccedilatildeo reflete problemas na

organizaccedilatildeo do atendimento agraves urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas Resultados de estudo

brasileiro sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem near miss materno para avaliar a qualidade de

cuidados obsteacutetricos apontou que houve maior demora na prestaccedilatildeo de serviccedilos devido a

ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a comunicaccedilatildeo entre

os serviccedilos ou centros reguladores39 Bittencourt et al encontraram 75 de disponibilidade

de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos hospitais mistos 69 nos puacuteblicos e 67

nos privados15 Morse e colaboradores em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no

Brasil apontaram entraves para transfusatildeo nos quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto40 Portanto a subutilizaccedilatildeo dos hemoderivados ainda eacute prevalente no

Brasil mesmo em grandes centros urbanos

O Ministeacuterio da Sauacutede tem diretrizes que recomendam o atendimento do receacutem-

nascido (RN) por profissional capacitado pediatra ou neonatologista ou enfermeiro (obstetra

ou neonatal) desde o periacuteodo posterior ao parto ateacute o encaminhamento ao Alojamento

Conjunto ou agrave Unidade Neonatal41 Resultado deste estudo aponta concordacircncia com o

preconizado pois na grande maioria das maternidades da RMC os RN satildeo assistidos por

profissionais capacitados As atitudes tomadas pelos profissionais que prestam cuidados ao

RN logo apoacutes o nascimento satildeo importantes pois podem interferir na aproximaccedilatildeo precoce

85

e no viacutenculo matildee-bebecirc42 Nesta perspectiva eacute imperativo que o profissional seja capacitado

com base em fundamentos cientiacuteficos para o atendimento imediato do RN

As proporccedilotildees de amamentaccedilatildeo na sala de parto satildeo muito baixas em todas as regiotildees

do Brasil (161) sendo menor na Regiatildeo Nordeste (115) Os receacutem-nascidos (RN) de

parto vaginal e em estabelecimentos do SUS apresentaram chance significativamente menor

para o afastamento da matildee apoacutes o parto42 Os conhecimentos dos profissionais e as praacuteticas

instituiacutedas pelos serviccedilos de sauacutede satildeo determinantes importantes do iniacutecio da amamentaccedilatildeo

nos partos hospitalares43 No Brasil indicadores de baixo niacutevel socioeconocircmico e menor

acesso a serviccedilos de sauacutede aumentam chance de natildeo amamentaccedilatildeo na primeira hora44

Embora haja evidecircncias cientiacuteficas para colocar o RN junto ao corpo da matildee para iniciar a

amamentaccedilatildeo logo apoacutes o parto a implementaccedilatildeo dessa praacutetica encontra barreiras sociais e

culturais Na RMC o estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora ocorre mais que 60 das

vezes em 15 maternidades o que eacute uma taxa bastante elevada

Em relaccedilatildeo aos protocolos cliacutenicos na RMC as diretrizes para rastreamento de siacutefilis

e HIVAIDS estavam disponiacuteveis em todos os serviccedilos Este resultado reflete a relevacircncia

destes agravos abordados de forma diferenciada em programas governamentais Nosso

achado difere de um estudo realizado em maternidades no Estado do Rio de Janeiro que

encontrou menor disponibilidade destas diretrizes14 Colonizaccedilatildeo materna com Streptococo

do grupo B (GBS) durante a gravidez aumenta o risco de infecccedilatildeo neonatal por transmissatildeo

vertical e a antibioticoprofilaxia reduz significativamente o risco de sepse neonatal precoce32

Quase a totalidade das maternidades estudadas na RMC (15) utilizavam antibioacuteticos para

Streptococo do grupo B

A grande maioria das maternidades da RMC relatou ter protocolo para a hipertensatildeo

severa em concordacircncia com as recomendaccedilotildees A doenccedila hipertensiva especiacutefica da

86

gravidez que afeta cerca de 5-10 de gestantes eacute o principal contribuinte de morbidade e

mortalidade materna e neonatal em todo o mundo45 No Brasil em 2010 foi responsaacutevel por

197 das mortes maternas38 O Reino Unico tem sua diretriz cliacutenica com recomendaccedilotildees

para o diagnoacutestico e tratamento de distuacuterbios hipertensivos durante a gravidez no preacute-natal

parto e poacutes-natal46 Da mesma forma a Initiativa de Revisatildeo sobre Mortalidade Materna do

Departamento de Sauacutede de Nova York e ACOG identificou o manejo da hipertensatildeo durante

a gravidez como prioridade47 No Brasil as condutas recomendadas estatildeo disponiacuteveis no

Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco28

No mundo desenvolvido as taxas de cesaacuterea estatildeo acima de 3048 No Brasil em

2012 compreendeu 52 dos nascimentos16 Mulheres submetidas agrave cesaacuterea tecircm de cinco a

20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo em comparaccedilatildeo com mulheres que datildeo agrave luz

por via vaginal O efeito beneacutefico da antibioticoprofilaxia na operaccedilatildeo cesariana estaacute bem

estabelecido e reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite e graves complicaccedilotildees

infecciosas de 60 a 7049 Assim tem sido utilizado como indicador de performance50 A

praacutetica rotineira de antibioacuteticos nas cesaacutereas eletivas ocorreu em 11 maternidades da RMC

quando deveria estar ocorrendo em todas

Entretanto a existecircncia de protocolos pessoal e infra-estrutura natildeo garante a

prestaccedilatildeo de cuidado qualificado Eacute necessaacuterio incorporar auditoria cliacutenica agrave rotina das

maternidades para implantar e manter as boas praacuteticas apoiar e introduzir simulaccedilotildees de

manejo das complicaccedilotildees obsteacutetricas recursos eficazes para aprimorar a atuaccedilatildeo

profissional28 O Ministeacuterio da Sauacutede recomenda no Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco de

2012 a adoccedilatildeo de normas procedimentos fluxos e registros como instrumentos de avaliaccedilatildeo

de qualidade do atendimento28 Oferecer atenccedilatildeo obsteacutetrica qualificada depende da

87

experiecircncia dos profissionais apoiada nas melhores praacuteticas definidas pelas evidecircncias

cientiacuteficas

Se por um lado esta estrateacutegia de entrevistas com gestores traz incertezas quanto agrave

realidade do dia-a-dia das maternidades estudadas pelo vieacutes de cortesia e considerando que

natildeo houve observaccedilatildeo direta das praacuteticas por outro lado garantiu ampla participaccedilatildeo Aleacutem

disso facilitou o compromisso dos gestores com os resultados e accedilotildees posteriores A

discussatildeo das rotinas assistenciais agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas pode propiciar aos

profissionais e gestores a seguranccedila necessaacuteria para abandonar praacuteticas prejudiciais agrave sauacutede

das mulheres e dos receacutem-nascidos Espera-se que os resultados aqui apresentados venham

apoiar o debate sobre o aprimoramento da atenccedilatildeo ao parto na RMC com base em evidecircncias

cientiacuteficas

CONCLUSOtildeES

Os achados deste estudo mostraram que na RMC estavam vigentes vaacuterias praacuteticas

assistenciais qualificadas para assistecircncia ao trabalho de parto e parto em quase todas as

maternidades No entanto ainda haacute algumas rotinas que necessitam aprimoramento como

uso de antibioacutetico em 100 das cesaacutereas acesso a sangue em todas as maternidades e

cuidado em situaccedilatildeo criacutetica Os resultados podem subsidiar o planejamento de medidas

necessaacuterias para melhoria da qualidade da assistecircncia na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

88

REFEREcircNCIAS

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Programaacuteticas Estrateacutegicas Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de risco em

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12 Ministeacuterio da Sauacutede Urgecircncias e emergecircncias maternas guia para diagnoacutestico e

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2000

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96

Quadro 1 Natureza juriacutedica dos hospitais maternidades da RMC segundo cadastro no CNES e total de leitos Obsteacutetricos e

leitos SUS

MUNICIacutePIO HOSPITAL TOTAL

LEITOS

LEITOS

SUS OBS

AMERICANA Hospital Waldemar Tebaldi 27 27 Fundaccedilatildeo Puacuteblica

Outros 4 hospitais 40 0 Privados

CAMPINAS

CAISM 41 41 Estadual

PUCC 44 27 PrivadoConveniado

Maternidade 109 70 PrivadoConveniado

Outros 6 hospitais 110 0 Privados

COSMOacutePOLIS Hospital Beneficente Santa Gertrudes 11 8 PrivadoConveniado

HORTOLAcircNDIA Mario Covas 21 21 Municipal

INDAIATUBA Hospital Augusto de Oliveira Camargo 30 18 PrivadoConveniado

Outro hospital 15 0 Privado

ITATIBA Santa Casa de Itatiba 18 11 PrivadoConveniado

Outro hospital 2 0 PrivadoConveniado

JAGUARIUacuteNA Hospital Municipal Walter Ferrari 18 18 Organizaccedilatildeo Social

Puacuteblica

MONTE MOR Associaccedilatildeo Hospital Beneficente Sagrado Coraccedilatildeo

de Jesus 13 11 PrivadoConveniado

NOVA ODESSA Dr Aciacutelio Carreon Garcia 6 6 Municipal

PAULINIA Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 14 Municipal

PEDREIRA FUNBEPE 10 10 PrivadoConveniado

SANTA BARBARA

DrsquoOESTE Santa Casa de Misericoacuterdia 30 18 PrivadoConveniado

SUMAREacute Hospital Estadual de Sumareacute 35 35 Estadual

VALINHOS

Irmandade da Santa Casa de Valinhos 24 15 PrivadoConveniado

Hospital Galileo 12 6 PrivadoConveniado c

Prefeitura de Vinhedo

VINHEDO Santa Casa de Vinhedo 19 0 Privado

97

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos profissionais entrevistados por municiacutepio e maternidades Regiatildeo Metropolitana de

Campinas Estado de Satildeo Paulo 2014

Municiacutepio Maternidade Anos

Obstetriacutecia Anos Serviccedilo

Anos Resp Obstetriacutecia

Americana Hospital Waldemar Tebaldi 11 7 1

Campinas Maternidade de Campinas 8 10 02

Campinas CAISM UNICAMP 15 12 7

Cosmoacutepolis Hospital Beneficente Santa Gertrudes 24 3 01

Hortolacircndia Hospital Municipal Maternidade Maacuterio Covas 7 2 2

Indaiatuba Hospital Augusto de Oliveira Camargo 32 26 10

Itatiba Santa Casa de Itatiba 35 22 4

Jaguariuacutena Hospital Municipal Walter Ferrari 7 1 03

Monte Mor Hospital Beneficente S Coraccedilatildeo de Jesus 6 2 25

Nova Odessa Hospital Dr Aciacutelio Carreon Garcia 21 1 01

Pauliacutenia Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 12 02

Pedreira FUNBEPE 9 5 1

Santa Baacuterbara Santa Casa de M de Santa Baacuterbara DrsquoOeste 14 3 15

Sumareacute Hospital Estadual de Sumareacute 118 118 2

Valinhos Santa Casa de Valinhos 20 18 8

Vinhedo Hospital Galileo 25 7 2

98

Tabela 2 Diretrizes cliacutenicas do cuidado obsteacutetrico segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade

Sim 16 1000

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada

Sim 12 750

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo

Sim 13 8125

Protocolo para hipertensatildeo severa

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira do manejo ativo do 3ordm periacuteodo

Sim 14 875

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira de antibioticoterapia nas cesaacutereas

Natildeo 5 3125

Protocolos e guias orientaccedilatildeo assistecircncia parto normal e cesaacutereas

Sim 12 750

Protocolos e guias para as principais complicaccedilotildees

Sim 12 750

99

Tabela 3 Aspectos de gestatildeo do cuidado segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo Metropolitana

de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

Sim 4 250

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

Sim 8 500

Dificuldade com transporte

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos

Sim 2 125

100

Tabela 4 Avaliaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-nascido no parto nas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Acolhimento com classificaccedilatildeo de risco

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Utilizaccedilatildeo de partograma

(de 60 a mais de 90 das vezes) 13 8125

Presenccedila de acompanhante no trabalho de parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Presenccedila de acompanhante no parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 14 875

Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto normal

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo do parto

(proacuteximo de 0 a menos de 60 das vezes) 14 875

Episiotomia

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

Disponibilizaccedilatildeo resultado do teste raacutepido de HIV

(de 60 a mais de 90 das vezes) 16 100

Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

101

DISCUSSAtildeO GERAL

O impacto das condiccedilotildees socioeconocircmicas e educacionais sobre os indicadores

de sauacutede materna e perinatal satildeo bastante conhecidos (Daoud et al 2014 Benova et al

2014 WHO 2012 Victora et al 2011 Hogan et al 2010) Dados da OMS mostram que

a morte materna eacute mais frequente em paiacuteses com muacuteltiplas desvantagens em relaccedilatildeo

aos paiacuteses mais desenvolvidos A RMM eacute o indicador considerado mais sensiacutevel para

evidenciar as inequidades de acesso e qualidade de atenccedilatildeo Em Angola haacute um risco

de uma mulher morrer em cada 35 partos esta razatildeo eacute 1780 no Brasil 12400 no Chile

113600 na Suiccedila e na Noruega eacute 114900 (WHO 2012)

Os paiacuteses estatildeo mudando gradualmente de um padratildeo de alta mortalidade

materna para baixa mortalidade materna de predomiacutenio de causas obsteacutetricas diretas

para uma proporccedilatildeo crescente de causas indiretas envelhecimento da populaccedilatildeo

materno e movendo-se da histoacuteria natural da gravidez e do parto em direccedilatildeo a

institucionalizaccedilatildeo da assistecircncia agrave maternidade aumento das taxas de intervenccedilatildeo

obsteacutetrica e eventual excesso de medicalizaccedilatildeo Este eacute o fenocircmeno transiccedilatildeo

obsteacutetrica o que tem implicaccedilotildees para as estrateacutegias destinadas a reduzir a mortalidade

materna (Souza et al 2014)

Considerando que os paiacuteses e regiotildees do mundo estatildeo em transiccedilatildeo no sentido

da eliminaccedilatildeo das mortes maternas foram descritos cinco estaacutegios da transiccedilatildeo

obsteacutetrica (Estaacutegios I - V) Paiacuteses regiotildees dentro de paiacuteses e grupos de subpopulaccedilatildeo

podem experimentar diferentes fases do obsteacutetrica transiccedilatildeo requerendo estrateacutegias

102

customizadas para o progresso Promover o desenvolvimento social e equidade em

conjunto com o fortalecimento do sistema de sauacutede e melhorias na qualidade do

atendimento satildeo etapas obrigatoacuterias na busca de um mundo livre das mortes maternas

evitaacuteveis (Souza et al 2014)

Em face da relativa raridade da morte materna em regiotildees de maior

desenvolvimento sua utilizaccedilatildeo para sensibilizar gestores e o puacuteblico em geral sobre as

inequidades em sauacutede torna-se pouco eficaz Como a mortalidade perinatal eacute um

indicador que tambeacutem resume as condiccedilotildees de oferta de preacute-natal parto e cuidados

neonatais iniciais tem-se defendido seu uso para evidenciar a qualidade da assistecircncia

na gestaccedilatildeo e parto juntamente com outros indicadores maternos mais sensiacuteveis (Vogel

et al 2014) Entre estes tem sido preconizado a morbidade materna por um lado e a

taxa de cesaacuterea por outro lado refletindo utilizaccedilatildeo de tecnologias apropriadas na

assistecircncia ao parto (Say et al 2004 Souza et al 2012 Souza et al 2013 WHO 2009

Vogel et al 2015)

A RMC eacute uma regiatildeo de 3500000 habitantes com todos os municiacutepios

apresentando IDH alto ou muito alto Tem uma ampla rede de assistecircncia agrave sauacutede tanto

puacuteblica quanto privada faacutecil acesso rodoviaacuterio com a populaccedilatildeo SUS dependente

variando de 38 a 79 taxa de analfabetismo de 29 a 85 As residecircncias chefiadas

por mulheres tiveram variaccedilatildeo de 165 a 241 Deveria ser um exemplo de equidade

em oferta de serviccedilos qualificados para sauacutede mas tem disparidades que podem

impactar os resultados perinatais e maternos

Os efeitos das desigualdades socioeconocircmicas na sauacutede satildeo dinacircmicos e variam

ao longo do tempo Utilizando dados de 86 paiacuteses de baixa e meacutedia renda o relatoacuterio

ldquoEstado da desigualdade de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da crianccedilardquo

103

apresenta uma seleccedilatildeo de indicadores de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da

crianccedila e permite que sejam feitas comparaccedilotildees entre paiacuteses e ao longo do tempo No

geral as desigualdades ocorreram em detrimento das mulheres bebecircs e crianccedilas em

subgrupos populacionais desfavorecidos ou seja os mais pobres os menos educados

e aqueles que residem em aacutereas rurais tiveram menor cobertura intervenccedilatildeo de sauacutede

e piores resultados de sauacutede do que os mais favorecidos (WHO 2015)

Indicadores de sauacutede de intervenccedilatildeo materna demonstraram pronunciadas

desigualdades dentro dos paises As maiores lacunas na cobertura - entre os mais ricos

e os mais pobres as aacutereas mais e menos educadas e urbanas e rurais - foram relatados

para partos assistidos por pessoal de sauacutede qualificado seguido de cobertura de

cuidados preacute-natais (pelo menos quatro visitas) As desigualdades tambeacutem foram

relatadas na cobertura de cuidados preacute-natais (pelo menos uma visita) embora em

menor grau do que os dois acima mencionados (WHO 2015)

Dessa maneira as diferenccedilas entre os municiacutepios podem fornecer informaccedilotildees

uacuteteis sobre as causas dessas desigualdades Um estudo de coorte desenvolvido em

Pelotas (RS) e em Avon (UK) comparou as associaccedilotildees entre as medidas de posiccedilatildeo

socioeconocircmica educaccedilatildeo materna e renda famiacuteliar e os resultados na sauacutede materna

e infantil Uma associaccedilatildeo inversa (maior prevalecircncia entre os mais pobres e menos

instruiacutedos) foi observada por quase todos os desfechos com exceccedilatildeo de cesarianas As

desigualdades mais fortes relacionados agrave renda e as relacionadas com a educaccedilatildeo

sobre a amamentaccedilatildeo foram encontradas em Avon No entanto em Pelotas foram

observadas maiores desigualdades nas taxas de cesariana e naquelas relacionadas com

a educaccedilatildeo impactando o parto prematuro (Matijasevich et al 2012) Resultado

semelhante foi encontrado em nosso estudo As matildees e seus receacutem-nascidos tecircm

104

resultados mais adversos em sauacutede se forem mais pobres e menos educados Esses

resultados demonstram a natureza dinacircmica da associaccedilatildeo entre a posiccedilatildeo

socioeconocircmica e os resultados de sauacutede e pode ajudar na compreensatildeo dos

mecanismos subjacentes a essas desigualdades

O acesso agrave informaccedilatildeo conhecimento e habilidades para resolver problemas

somados agrave rede de apoio e prestiacutegio social satildeo importantes determinantes da sauacutede

materna e perinatal A educaccedilatildeo reflete na posiccedilatildeo socioeconocircmica e nas oportunidades

de trabalho e renda (Braveman et al 2005 Shavers 2007) Estudo realizado com

mulheres egiacutepcias que viviam em agregados familiares dos menores quintis de renda

encontrou que essas mulheres eram menos propensas a receber cuidados qualificados

no preacute-natal e no parto em instalaccedilotildees de sauacutede do que as famiacutelias mais ricas A

magnitude desta associaccedilatildeo foi menor quando medida pelo niacutevel educacional (Benova

et al 2014) Em paiacuteses industrializados a renda estaacute menos frequentemente associada

aos resultados do parto do que a educaccedilatildeo mas em paiacuteses de baixa renda pode ser

diferente (Blumenshine et al 2010 WHO 2011)

A educaccedilatildeo capta diferentes aspectos dos resultados da sauacutede materna e

perinatal em comparaccedilatildeo com o que eacute capturado pela renda familiar (Collins et al 2006

Rajaratnam et al 2006) As maiores diferenccedilas com piores resultados perinatais foram

observadas nos municiacutepios da RMC com os maiores percentuais da populaccedilatildeo com

escolaridade das matildees lt 8 anos e taxas mais altas de analfabetismo Neste estudo a

maior proporccedilatildeo de renda baixa do chefe da famiacutelia esteve correlacionada com piores

indicadores de sauacutede materna e a menor escolaridade se correlacionou mais com os

indicadores perinatais

105

Estudos recentes sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

baixo peso ao nascer piores resultados de parto e menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-

natais o que foi confirmado entre os municiacutepios da RMC (Collins et al 2006 Rajaratnam

et al 2006) A posiccedilatildeo socioeconocircmica da comunidade pode se relacionar com os

resultados de sauacutede materna por meio da disponibilidade de vias de acesso e de

recursos fiacutesicos e residenciais durante a idade feacutertil e esses fatores satildeo determinados

pelas poliacuteticas puacuteblicas (Collins et al 2006 Auger et al 2009 Pampalon et al 2009)

Os municiacutepios que apresentaram os piores indicadores socioeconocircmicos e de

sauacutede materna e perinatal da RMC em 2011 mostraram certa concentraccedilatildeo na regiatildeo

noroeste Ao mesmo tempo o municiacutepio de Holambra na regiatildeo centro-oeste estaacute em

posiccedilatildeo alta no IDHM apresentou a menor populaccedilatildeo com baixa renda as mais altas

taxas de cesaacuterea de prematuridade e de TMNP com a menor proporccedilatildeo de chefia

feminina

Os municiacutepios de piores resultados maternos e perinatais Santo Antocircnio de

Posse Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e tambeacutem Holambra natildeo possuem

maternidade Poreacutem as distacircncias para as maternidades de referecircncia natildeo ultrapassam

17 km o que pressupotildee que natildeo haveria maior demora a justificar os piores desfechos

maternos e fetais (Pacagnella et al 2012) A detecccedilatildeo precoce e o tratamento de

complicaccedilotildees satildeo elementos para a reduccedilatildeo da mortalidade materna (Souza 2011

Soares et al 2012 Pacagnella et al 2012 Dias et al 2014) A excelente malha

rodoviaacuteria da regiatildeo favorece os deslocamentos aos serviccedilos de referecircncia para maior

complexidade de atenccedilatildeo Entretanto dois municiacutepios relataram dificuldades com o

transporte das pacientes e natildeo possuem maternidade (Cosmoacutepolis e Pedreira) Este eacute

um ponto que requer atenccedilatildeo na linha de cuidado da gestante na RMC que deve

106

oferecer condiccedilotildees para integrar os serviccedilos durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo

de rotina quanto nas situaccedilotildees de emergecircncia

Na RMC cinco municiacutepios apresentaram RMM elevada para os recursos

disponiacuteveis na regiatildeo As causas das mortes maternas na RMC em 2011 e seu processo

de cuidado natildeo foram estudados Mas a prevenccedilatildeo da morbimortalidade prevecirc a

necessidade de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada dos profissionais oferta de serviccedilos

de emergecircncia reconhecimento precoce dos problemas e atuaccedilatildeo em tempo haacutebil e

com eficiecircncia diante de complicaccedilotildees que possam colocar em risco a vida da matildee eou

da crianccedila

Tambeacutem chama a atenccedilatildeo que numa regiatildeo tatildeo pouco carente de recursos um

quarto dos serviccedilos de maternidade tenha relatado dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados quando a hemorragia eacute a segunda causa de morte materna no paiacutes

Esta situaccedilatildeo reflete problemas na organizaccedilatildeo do atendimento eficiente agraves

urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas A falta de um planejamento detalhado para a oferta

de cuidados pode favorecer a ocorrecircncia de demoras na implantaccedilatildeo de medidas

necessaacuterias Este eacute outro ponto que necessita intervenccedilatildeo urgente na organizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo na regiatildeo metropolitana Bittencourt et al (2014) em estudo realizado no paiacutes

encontraram 75 de disponibilidade de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos

hospitais mistos (privados conveniados ao SUS) 69 nos puacuteblicos e 67 nos privados

Morse et al (2011) em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no Brasil

apontaram dificuldades para transfusatildeo em quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto A subutilizaccedilatildeo de derivados de sangue eacute prevalente no Brasil e

em outros paiacuteses em desenvolvimento o que exige uma atenccedilatildeo especial dos

107

responsaacuteveis pelas poliacuteticas puacuteblicas e uma atuaccedilatildeo mais efetiva das entidades de

representaccedilatildeo profissional que lidam com estas condiccedilotildees cliacutenicas

Resultados de grande estudo realizado no Brasil sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem

near miss materno para a avaliaccedilatildeo da qualidade de cuidados obsteacutetricos realizado em

27 hospitais de referecircncia apontou que houve uma maior demora na prestaccedilatildeo de

serviccedilos em centros de cuidados classificadaos como natildeo adequados principalmente

devido agrave ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a

comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos e ou centros reguladores (Haddad et al 2014) Nas

situaccedilotildees onde as complicaccedilotildees existem falhas de qualidade da atenccedilatildeo e integraccedilatildeo

do cuidado podem levar mulheres e crianccedilas agrave morte evitaacutevel ou a sequelas permanentes

(Rosman et al 2006) Esta responsabilidade dos gestores precisa ser adequadamente

assumida

Aleacutem dos riscos de morbimortalidade associados agrave diversidade de condiccedilotildees de

educaccedilatildeo e renda na regiatildeo algumas das praacuteticas recomendadas no parto natildeo tecircm sido

seguidas em uma parte nas maternidades da RMC O modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica

contemporacircneo com altas taxas de intervenccedilotildees incluindo episiotomia e ocitocina na

conduccedilatildeo do trabalho de parto que seriam apenas recomendadas em situaccedilotildees de

necessidade tem sido utilizadas sempre ou frequentemente em mais de 50 dos

serviccedilos obsteacutetricos da RMC Ao mesmo tempo algumas carecircncias foram observadas

Entretanto faltam paracircmetros baseados em evidecircncia para definir taxas

adequadas de intervenccedilotildees E talvez natildeo seja adequado fazecirc-lo Associar boa praacutetica

com nuacutemero maacuteximo de intervenccedilatildeo pode facilitar a ocorrecircncia de eventos adversos no

parto ou decorrentes dele que poderiam ser evitados

108

Um exemplo de intervenccedilatildeo em que se pode debater a taxa de utilizaccedilatildeo eacute a

episiotomia Estudos anteriores apoiam poliacuteticas restritivas que trariam uma seacuterie de

benefiacutecios imediatos em comparaccedilatildeo com o uso rotineiro (Carroli e Mignini 2009 OPAS

2013 Melo et al 2014) Portanto tem-se recomendado realizaacute-la apenas quando haacute

necessidade cliacutenica o que fica sob julgamento do profissional que assiste o parto (OPAS

2013) A publicaccedilatildeo das revisotildees sistemaacuteticas sobre o tema acarretou uma acentuada

reduccedilatildeo no seu uso (Carroli e Mignini 2009 Melo et al 2014)

Mas estudos sobre disfunccedilotildees do assoalho peacutelvico mostram que a episiotomia

pode ser um fator de proteccedilatildeo quando adequadamente realizada Estudo recente

encontrou uma reduccedilatildeo de 40-50 de lesotildees no esfiacutencter anal com a realizaccedilatildeo da

episiotomia em comparaccedilatildeo com as roturas espontacircneas realizada meacutedio-lateral direita

a 60ordm distando 10 mm da linha meacutedia proteccedilatildeo do periacuteneo para desprendimento lento

do poacutelo cefaacutelico e compressas mornas no local enquanto periacuteneo curto edema perineal

e parto instrumental aumentou este risco (Kapoor et al 2015) Estes achados confirmam

resultado de Stedenfldt e colaboradores (2014) que encontraram reduccedilatildeo de 59 de

lesatildeo com proteccedilatildeo perineal ao final do 2ordm periacuteodo o que foi mais relevante nos casos

sem associaccedilatildeo de muacuteltiplos fatores de risco (primiparidade peso do receacutem-nascido

maior ou igual a 4500g e parto foacutercipe)

Na Dinamarca entre primigestas observou-se prevalecircncia de 153 de

episiotomia e 65 de lesatildeo no esfiacutencter anal com proteccedilatildeo dada pela episiotomia nos

casos de vaacutecuo-extraccedilatildeo e pela peridural para todos os partos (Jango et al 2014) Na

Finlacircndia por sua vez a taxa de episiotomia eacute de 30 com apenas 1 de lesatildeo de

esfiacutencter (Laine et al 2009) Tambeacutem se encontrou que as laceraccedilotildees perineais e o uso

de foacutercipe mas natildeo a episiotomia estavam associadas a maior disfunccedilatildeo do assoalho

109

peacutelvico com prolapso cinco a dez anos apoacutes o primeiro parto (Handa et al 2012) Dois

anos apoacutes o primeiro parto natildeo instrumental as mulheres que realizaram episiotomia

em comparaccedilatildeo com aquelas que tiveram rotura espontacircnea ou sem lesatildeo tiveram

menos sintomas de urgecircncia miccional e incontinecircncia (Rikard Bell et al 2014)

Portanto 54 de partos com episiotomia no Brasil (Leal et al 2014a) ou as taxas

encontradas na RMC podem ser considerados excessivos comparando-se com taxas

de paiacuteses noacuterdicos ou europeus Isso ocorre porque grande parte dos profissionais de

sauacutede especialmente os meacutedicos deve praticar este procedimento de rotina para as

mulheres de menor paridade e periacuteneo supostamente iacutentegro Talvez as taxas mais

adequadas mantendo a seguranccedila sejam maiores que as europeias na populaccedilatildeo

brasileira Embora natildeo esteja definida a taxa de episiotomia necessaacuteria deve ser menor

do que aquela que tem sido praticada e mais elevada do que nos paiacuteses com conduta

menos intervencionista do norte da Europa

Outra praacutetica a ser discutida comum nas maternidades da RMC eacute o uso da

ocitocina na conduccedilatildeo do trabalho de parto Leal et al (2014a) num amplo estudo

brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas praacuteticas no parto identificaram

que a infusatildeo de ocitocina ocorreu em cerca de 40 das mulheres de risco habitual

(baixo) sendo mais frequentemente utilizada no setor puacuteblico em mulheres com baixa

escolaridade Num estudo sobre partos conduzidos por enfermeiras obsteacutetricas na

Holanda observou-se que a taxa de uso de ocitocina na conduccedilatildeo do parto aumentou

de 244 para 388 entre 2000-2008 (Offerhaus et al 2014) Benefiacutecios da ocitocina

incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de parto distoacutecico com riscos

que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina intoxicaccedilatildeo por aacutegua e

embora rara rotura uterina Mais recentemente estudos tem encontrado associaccedilatildeo de

110

uso de ocitocina com autismo especialmente em crianccedilas de sexo masculino (Gregory

et al 2013 Weisman et al 2015) Num documento de 2014 a Associaccedilatildeo Americana

de Ginecologia e Obstetriacutecia afirmou que as evidecircncias natildeo eram suficientes para mudar

sua posiccedilatildeo de apoiar o uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto (ACOG

2014)

Protocolos ideais para utilizaccedilatildeo da ocitocina natildeo foram identificados

(Mozurkewich et al 2011) Os autores de uma metanaacutelise concluiacuteram que a ocitocina

para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto foi associada a aumento do parto vaginal

espontacircneo (Sq et al 2009) Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que altas doses de ocitocina

foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e parto cesaacutereo e um

aumento no parto vaginal espontacircneo (Kenyon et al 2013) Estudos em populaccedilotildees

com menor taxa de cesarianas sugerem que uma vez alcanccedilado o trabalho ativo a

ocitocina pode ser suspensa sem alterar a progressatildeo do parto ou a taxa de cesariana

(Diven et al 2012)

A antibioticoterapia nas cesaacutereas natildeo foi uma praacutetica rotineira em cinco das

maternidades visitadas quando deveria estar ocorrendo em todas Mulheres

submetidas agrave cesariana tecircm de cinco a 20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo

em comparaccedilatildeo com as mulheres que datildeo agrave luz por via vaginal (Smail e Grivell 2014)

A profilaxia antimicrobiana reduz o risco de endometrite e infecccedilatildeo incisional quando

administrado corretamente e tem sido utilizado como indicador de performance A mais

comum infecccedilatildeo relacionada agrave complicaccedilatildeo de cesaacuterea eacute a endometrite que pode ser

reduzida em 50 com o uso de antibioacutetico profilaacutetico Taxas de infecccedilatildeo do siacutetio ciruacutergico

apoacutes cesariana variam de acordo com a populaccedilatildeo em estudo os meacutetodos utilizados

111

para monitorar e identificar os casos e o uso de antibioacutetico profilaacutetico apropriado (Lamont

et al 2011)

O efeito beneacutefico da profilaxia antibioacutetica na reduccedilatildeo de ocorrecircncias de infecccedilatildeo

associados com cesaacuterea eletiva ou de emergecircncia jaacute estaacute bem estabelecida (Smail e

Grivell 2014) Uma revisatildeo sistemaacutetica concluiu que a profilaxia antibioacutetica administrada

antes da incisatildeo diminuiu a incidecircncia global de infecccedilatildeo apoacutes a cesariana e natildeo

aumentou a probabilidade de infecccedilatildeo neonatal O uso de antibioacuteticos profilaacuteticos em

mulheres submetidas agrave cesariana reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite

e graves complicaccedilotildees infecciosas de 60 a 70 (Smail e Grivell 2014)

Assim a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo principalmente da assistecircncia hospitalar ao

parto com utilizaccedilatildeo das praacuteticas baseadas nas evidecircncias deve ser o foco principal das

poliacuteticas puacuteblicas Este objetivo exige processos de educaccedilatildeo continuada e intervenccedilotildees

do tipo auditoria nas instituiccedilotildees buscando identificar os problemas acompanhar as

soluccedilotildees e promover o desenvolvimento profissional daqueles envolvidos no cuidado

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na

RMC permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactam os indicadores

estudados Os piores resultados para os indicadores perinatais estavam presentes em

populaccedilotildees mais vulneraacuteveis Para melhorar os resultados em sauacutede para matildees e bebecircs

estrateacutegias para reduzir as desigualdades sociais e educacionais focadas nos grupos

populacionais mais vulneraacuteveis matildees adolescentes mulheres com menor escolaridade

e renda ainda satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos de sauacutede apoacutes

anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

112

113

CONCLUSSAtildeO GERAL

Embora seja uma regiatildeo de grande desenvolvimento permaneciam

desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores de sauacutede matena e

perinatal na RMC Os piores resultados estavam presentes em populaccedilotildees mais

vulneraacuteveis as matildees adolescentes as mulheres com menor escolaridade e renda

As praacuteticas de sauacutede qualificadas (induccedilatildeo de ruptura prematura de

membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo para

Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto) estavam disponiacuteveis

em quase todos os hospitais na RMC No entanto algumas rotinas satildeo excessivas

(conduccedilatildeo e episiotomia) e outras precisam ser melhoradas (como o uso de

antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas disponibilidade de sangue em estado criacutetico de

cuidado)

114

115

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(acessado em 29Jun2013)

146

147

ANEXOS

ANEXO - 1 Mapa da Regiatildeo Metropolitana de Campinas

148

ANEXO - 2

Roteiro semiestruturado sobre a rotina da assistecircncia ao parto (intervenccedilotildees necessaacuterias e desnecessaacuterias)

para as entrevistas com os(as) meacutedicos(as) e os enfermeiros(as) responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

Responda as questotildees a seguir referentes agrave praacutetica da assistecircncia agrave mulher durante o trabalho de parto e parto na

instituiccedilatildeo que vocecirc trabalha

Instituiccedilatildeo

Dados Pessoais Data de nascimento [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

Escolaridade [ ] 1-Superior [ ] 2-Especializaccedilatildeo [ ] 3-Mestradodoutorado

Haacute quanto tempo trabalha em Obstetriacutecia

Haacute quanto tempo trabalha nesse serviccedilo

Haacute quanto tempo eacute responsaacutevel pelo Serviccedilo de Obstetriacutecia

01 Eacute garantida a presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher ( ) Sim ( ) Natildeo (Passe para a Q2)

a) Quem a acompanha com maior frequecircncia

b) Em que momento (Assinale mais de uma opccedilatildeo caso se aplique)

No trabalho de parto ( ) No parto ( ) No puerpeacuterio imediato ( )

02 Eacute realizada a triagem e tratamento de Siacutefilis na maternidade Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

03 Eacute prescrita a terapia antirretroviral para gestante com HIV Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

04 Eacute praacutetica rotineira induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada Sim ( ) Natildeo ( )

05 Eacute praticada rotineiramente a induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas ao termo Sim ( ) Natildeo ( )

06 A analgesia eacute oferecida a todas as parturientes Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

07 Existe protocolo para tratamento de hipertensatildeo severa Sim ( ) Natildeo ( ) O que eacute utilizado

08 Eacute praacutetica rotineira o manejo ativo do 3ordm periacuteodo Sim ( ) Natildeo ( )

09 Eacute praticada a antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B Sim ( ) Natildeo ( )

10 Eacute praticada rotineiramente a antibioticoterapia nas cesaacutereas Sim ( ) Natildeo ( )

11 Durante as cesaacutereas de emergecircncia haacute disponibilidade de

a) Anestesista no Centro Obsteacutetrico Sim ( ) Natildeo ( )

b) Banco de sangueSim ( ) Natildeo ( )

c)Obstetra treinado Sim ( ) Natildeo ( )

12 Eacute praacutetica rotineira a prevenccedilatildeo de hemorragia poacutes-parto Sim ( ) Natildeo( )

13 Eacute praticado o manejo de hemorragia poacutes parto Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para a Q15)

a) Remoccedilatildeo da placenta Sim ( ) Natildeo ( )

b)Curagem Sim ( ) Natildeo ( )

c)Curetagem Sim ( ) Natildeo ( )

14 Quem realiza o parto normal com maior frequecircncia Enfa( ) Enfa Obstetra ( ) Meacutedico ginecologista ( )

Outro profissional ( ) Quem

15 Os indicadores de humanizaccedilatildeo do parto satildeo praticados Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q17)

a) Visita preacutevia das gestantes agrave maternidade Sim ( ) Natildeo ( )

b) Acesso diferenciado agraves gestantes em trabalho de parto Sim ( ) Natildeo( )

c) Alojamento conjunto Sim ( ) Natildeo ( )

16 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal e cesaacuterea focando

a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q18) Quais

17 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com para as principais complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia

hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) focando a qualidade da atenccedilatildeo Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q19) Quais

18 Dados relacionados agrave infraestrutura

a) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

b) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de medicamentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

c) Haacute dificuldade com o transporte das gestantes parturientes e pueacuterperasSim ( ) Natildeo ( )Quais os problemas mais

frequentes

d) Haacute dificuldade de comunicaccedilatildeo com os serviccedilos de referecircncia Sim ( ) Natildeo ( ) Quais problemas

e) Haacute dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

f) E com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves Sim ( ) Natildeo ( )

19 O que mais gostaria de falar sobre dificuldades ou aspectos relevantes que impactam a assistecircncia agraves gestantes

em trabalho de parto ou com complicaccedilotildees na gravidez no seu serviccedilo

149

ANEXO - 3

150

151

ANEXO - 4

Consentimento das instituiccedilotildees para a realizaccedilatildeo do estudo

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Nome do responsaacutevel________________________________________________

Idade Cargo____________________RG_______________________

Endereccedilo______________________________________ Ndeg_________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu autorizo a coleta

de dados da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado ofertado

pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A pesquisadora

responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que trabalha no

Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves 1700 horas

(telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa contribuiraacute para

identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os processos de cuidado a

eles associados Fui esclarecido (a) que a participaccedilatildeo dos gestores do Centro

Obsteacutetrico desta instituiccedilatildeo poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico

sobre a qualidade da atenccedilatildeo ofertada

Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada a liberdade dos profissionais de

aceitar ou natildeo e que a recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que a identidade dos profissionais

envolvidos nesse estudo seraacute mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido

seraacute entregue a pesquisadora em envelope lacrado

152

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Concordo que os profissionais meacutedicos e enfermeiros gestores do Centro

Obsteacutetrico colaborem voluntariamente com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora _______________________________________

153

ANEXO - 5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Ndeg na Pesquisa RG____________________

Nome Idade__________________

Endereccedilo Ndeg_____________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu fui convidado

(a) a participar da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado

ofertado pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A

pesquisadora responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que

trabalha no Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves

1700 horas (telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa

contribuiraacute para identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os

processos de cuidado a eles associados Fui esclarecido (a) que minha participaccedilatildeo

poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico sobre a qualidade da

atenccedilatildeo ofertada

Aceito participar para isso responderei um questionaacuterio ldquoauto-respondidordquo

natildeo havendo necessidade de identificaccedilatildeo exceto a profissatildeo (meacutedico ou

enfermeiro) Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada minha liberdade de aceitar ou

natildeo e que minha recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na minha atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que minha identidade nesse estudo seraacute

154

mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido seraacute entregue a pesquisadora

em envelope lacrado

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Aceito voluntariamente colaborar com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora ___________________________________________

Page 3: Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

iii

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS AVANCcedilOS E DESAFIOSrdquo

BORN IN THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS PROGRESS AND CHALLENGES

Tese apresentada agrave Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tocoginecologia da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas da Universidade Estadual de Campinas para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Doutora em Ciecircncias da Sauacutede aacuterea de concentraccedilatildeo em Sauacutede Materna e Perinatal

Thesis presented to the Obstetrics and Gynecology Graduate Program of School of Medical Sciences University of Campinas for obtaining the PhD

degree in Health Sciences in the concentration area of Maternal and Perinatal Health

ORIENTADORA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE Agrave VERSAtildeO FINAL DA TESE

DEFENDIDA PELA ALUNA FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO E ORIENTADA PELA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

Assinatura da Orientadora

CAMPINAS 2015

iv

Diagramaccedilatildeo Assessoria Teacutecnica do CAISM (ASTEC)

v

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ORIENTADORA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

MEMBROS

1

2

3

4

5

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tocoginecologia da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas da Universidade Estadual de Campinas

Data 31 07 2015

vi

vii

RESUMO

Objetivos Estudar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos de 19 municiacutepios e avaliar as rotinas da assistecircncia aos partos da

Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Sujeitos e Meacutetodos Trata-se de

estudo transversal associado a um estudo de casos de rotinas do cuidado na

assistecircncia ao parto em 16 maternidades puacuteblicas Coletaram-se as informaccedilotildees

referentes aos indicadores municipais a partir do DATASUS da Fundaccedilatildeo Seade e

do censo de 2010 Para conhecer as intervenccedilotildees realizadas nas 16 maternidades

em entrevistas com meacutedicos ou enfermeiros responsaacuteveis utilizaram-se o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e

ao receacutem-nascido no partordquo (Ministeacuterio da Sauacutede) e um questionaacuterio complementar

proacuteprio para o estudo A coleta de dados ocorreu de dezembro de 2013 a

outubro2014 Utilizou-se anaacutelise descritiva para as praacuteticas hospitalares e

coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e Spearman para avaliar possiacuteveis

associaccedilotildees entre caracteriacutesticas socioeconocircmicos e demograacuteficas e resultados

obsteacutetricos e perinatais Resultados As porcentagens de matildees adolescentes de

renda le 1 salaacuterio-miacutenimo (SM) e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a nuacutemero de consultas preacute-natais e com a taxa de mortalidade

perinatal poreacutem inversamente com partos cesaacutereos A renda meacutedia domiciliar per

capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal foram correlacionados

diretamente com partos cesaacutereos e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

viii

natais e com a taxa de mortalidade perinatal A porcentagem de matildees adolescentes

e de escolaridade le 8 anos e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a taxa de mortalidade neonatal precoce taxa de prematuridade

e baixo peso ao nascer Em relaccedilatildeo agraves rotinas das 16 maternidades puacuteblicas da

RMC treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam frequentemente a

ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto nove executavam a episiotomia

frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro periacuteodo do parto A

presenccedila de acompanhante durante o trabalho de parto e parto foi rotineira para 9

e 14 hospitais respectivamente Todos os hospitais forneceram rastreamento para

HIV e siacutefilis Doze hospitais realizavam induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e 13 em

ruptura prematura de membranas enquanto 15 tinham protocolos de conduta para

hipertensatildeo arterial severa e profilaxia de sepse neonatal precoce por

Streptococcus do grupo B Cinco hospitais natildeo utilizavam antibioacuteticos para

cesarianas Produtos derivados de sangue natildeo estavam disponiacuteveis em quatro

hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de gestantes em situaccedilatildeo cliacutenica grave Quinze

hospitais relataram ter profissional treinado para atendimento neonatal Conclusatildeo

A taxa de mortalidade perinatal foi o indicador que melhor refletiu os indicadores

socioeconocircmicos na regiatildeo A adolescecircncia foi um indicador social de grande risco

perinatal frequentemente associada com ausecircncia de parceiro A taxa de cesaacuterea

retratou os municiacutepios com maior poder aquisitivo na regiatildeo As praacuteticas qualificadas

de assistecircncia ao parto estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais No

entanto algumas delas parecem excessivas como conduccedilatildeo de parto e

episiotomia enquanto outras precisam ser melhoradas como uso de antibioacuteticos

para todos os partos cesaacutereos e disponibilidade de sangue e cuidado de

ix

emergecircncia Os resultados destacam a inequidade da assistecircncia e a importacircncia

de rever as rotinas hospitalares mesmo em uma regiatildeo com amplo acesso a

recursos materiais e humanos e oportunidades de educaccedilatildeo continuada

Palavras-chave indicadores baacutesicos de sauacutede obstetriacutecia parto tocologia

x

xi

ABSTRACT

Objectives To study maternal and perinatal health and socioeconomic indicators

of 19 municipalities and assess the routines of care during childbirth in the

metropolitan region of Campinas (RMC) Subjects and Methods Cross-sectional

study coupled with a case study of 16 public hospitals on clinical routines applied

for labour and delivery The information on health and socioeconomic indicators

derived from the DATASUS the Seade Foundation and 2010 census Routines were

assessed by through the Assessment Tool of Good Practice Caring for Women and

Newborns during Childbirth (Ministry of Health) and a complementary

questionnaire for interviews with responsible doctors or nurses in 16 hospitals Data

collection occurred from December 2013 to October 2014 Descriptive analysis

was applied to report routine practices in hospitals and Pearson and Spearman

correlation coefficients were used to evaluate possible associations between

socioeconomic obstetric and perinatal outcomes Results The proportion of

teenage mothers and income le 1SM and the illiteracy rate were positively correlated

with number of prenatal visits and perinatal mortality rate and inversely with

caesarean deliveries The average household income per capita and the Municipal

Human Development Index (MHDI) correlated directly with caesarean deliveries and

inversely with number of prenatal consultations and perinatal mortality rate The

percentages of teenage mothers and education le 8 years and the illiteracy rate

correlated positively with the early neonatal mortality rate prematurity and low birth

xii

weight Regarding routine practices during deliveries into 16 public maternities

thirteen hospitals used partograph 10 frequently used oxytocin for labour

augmentation nine frequently performed episiotomy and 14 informed active

management of the third stage of labour The presence of a companion during labour

and delivery was a routine for nine and 14 hospitals respectively All hospitals

provided screening for HIV and syphilis Twelve hospitals performed induction in

prolonged gestation and 13 in premature rupture of membranes Fifteen had clinical

protocol for severe hypertension and for group B Streptococcus early neonatal

sepsis prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for caesarean sections

Blood products were not available in four hospitals and eight could not take

emergency care for severe ill women Fifteen hospitals reported trained professional

providing neonatal care Conclusion The perinatal mortality rate proved to best

indicator reflecting socioeconomic indicators in the region The caesarean rate

pictured the municipalities with higher income Qualified health practices were

available in most hospitals However augmentation with oxytocin and episiotomy

sounded excessive while others need improvement as antibiotics for all C-sections

and availability of blood and emergency care The results highlight the health care

inequity and the importance of reviewing hospital care routines even in a region with

ample access to material and human resources and continuing education

opportunities

Key words childbirth midwifery maternal and perinatal indicators obstetric

xiii

SUMAacuteRIO

RESUMO vii

ABSTRACT xi

SUMAacuteRIO xiii

DEDICATOacuteRIA xv

AGRADECIMENTOS xvii

SIGLAS E ABREVIATURAS xix

INTRODUCcedilAtildeO GERAL 1

OBJETIVOS 23

Objetivo Geral 23

Objetivos Especiacuteficos 23

MEacuteTODOS 25

Desenho do estudo25

Local do estudo 25

Procedimentos25

Criteacuterios de inclusatildeo 26

Criteacuterios de exclusatildeo 27

Instrumentos 27

Aspectos eacuteticos 29

Variaacuteveis e Conceitos29

CAPIacuteTULOS37

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1 38

ARTIGO 139

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2 68

ARTIGO 269

DISCUSSAtildeO GERAL 101

CONCLUSSAtildeO GERAL 113

REFEREcircNCIAS 115

ANEXOS 147

xiv

ANEXO - 1 147

ANEXO - 2 148

ANEXO - 3 149

ANEXO - 4 151

ANEXO - 5 153

xv

DEDICATOacuteRIA

a Deus

que tem me orientado principalmente nos momentos difiacuteceis

ao meu grande amor Elcio

que com dedicaccedilatildeo e carinho tem me impulsionado sempre

agrave minha querida matildee (in memoriam)

primeira

mestre e grande responsaacutevel pela minha formaccedilatildeo

xvi

xvii

AGRADECIMENTOS

Aos meus antigos e novos mestres por terem sabido semear a inquietude do

conhecimento

Agrave minha querida orientadora Eliana Amaral agradeccedilo a confianccedila depositada em

meu trabalho a paciecircncia adotada ao responder tanto minhas questotildees mais

simples como tambeacutem as mais complicadas delas Mas em especial

agradeccedilo o carinho que sempre teve para comigo em todos os momentos

principalmente nos de minha extrema ansiedade

Ao meu esposo Elcio presente em todos os momentos A sua colaboraccedilatildeo foi

fundamental Sem ela percorrer esse longo caminho teria sido certamente

muito mais aacuterduo Agradeccedilo por ser quem eacute estando sempre ao meu lado

A toda a equipe do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas em especial agrave Dra

Carmen Lavras que me ofereceu a oportunidade de trabalhar com a Regiatildeo

Metropolitana de Campinas e me auxiliou na construccedilatildeo do projeto e na coleta

de dados

Agrave Maria Joseacute Comparini Nogueira Saacute Maria Regina Marques de Almeida Flaacutevia

Mambrini e Carla Brito Fortuna pela contribuiccedilatildeo valorosa na realizaccedilatildeo do

projeto de pesquisa

Agrave Maria Cristina Restitutti e Stella Maria B da Silva Telles que me apoiaram na

manipulaccedilatildeo dos bancos de dados

Agrave Maria Helena Souza pela paciecircncia esclarecimentos iniciais e anaacutelise estatiacutestica

Agradeccedilo agrave Conceiccedilatildeo Denise Melissa secretaacuterias da Divisatildeo de Obstetriacutecia e da

Poacutes-graduaccedilatildeo em Tocoginecologia o tratamento sempre carinhoso e bem

humorado

Aos gestores das instituiccedilotildees participantes do estudo pela disponibilidade e

incentivo

Agraves minhas amigas Patriacutecia e Adriana o carinho e a atenccedilatildeo nos momentos mais

difiacuteceis Em especial a formataccedilatildeo e editoraccedilatildeo da tese para o exame de

xviii

Qualificaccedilatildeo em caraacuteter emergencial a paciecircncia e incentivo Nenhuma

memoacuteria eacute tatildeo doce quanto agrave dos bons amigos

A todos meus amigos do local de trabalho em especial para os que estavam mais

proacuteximos Jane Maria do Carmo Marinez Renecirc Soraia Glaacuteucia Soninha

Alexandre e Matheus a amizade e o carinho especial

xix

SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ndash Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia

BP ndash Baixo Peso

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

CNES ndash Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sauacutede

CO ndash Centro Obsteacutetrico

GBS ndash Estreptococo do grupo B

IBGE ndash Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutesitica

IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal

MM ndash Morte Materna

ODM ndash Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio

OECD ndash Organizaccedilatildeo Europeacuteia para o Desenvolvimento

Econocircmico

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

PN ndash Preacute-Natal

RANZCOG ndash Coleacutegio Real da Austraacutelia e Nova Zelacircndia de

Obstetriacutecia e Ginecologia

RCOG ndash Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia

RMC ndash Regiatildeo Metropolitana de Campinas

RMM ndash Razatildeo de Mortalidade Materna

xx

RN ndash Receacutem-nascido

RPMT ndash Ruptura Prematura de Membranas a Termo

SEADE ndash Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados

SIM ndash Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade

SINASC ndash Sistema de Nascidos Vivos

SPSS ndash Statistical Package for Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMN ndash Taxa de Mortalidade Neonatal

TMNP ndash Taxa de mortalidade Neonatal Precoce

TMP ndash Taxa de Mortalidade Perinatal

WHO ndash World Health Organization

1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) satildeo metas

internacionais adotadas pelos paiacuteses signataacuterios Entre estas inclui-se a reduccedilatildeo

da mortalidade materna da mortalidade infantil e o acesso a serviccedilos de sauacutede

reprodutiva e anticoncepccedilatildeo O 5ordm ODM propotildee reduccedilatildeo da razatildeo da mortalidade

materna (RMM) em 75 ateacute 2015 (WHO 2007 Hogan et al 2010) Segundo a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) 50 paiacuteses conseguiram progresso

substancial destas metas graccedilas ao desenvolvimento socioeconocircmico melhoria da

educaccedilatildeo nutriccedilatildeo e acesso a serviccedilos de sauacutede (Hogan et al 2010 Victora et al

2011 WHO 2012) Uma seacuterie de seis artigos publicados no The Lancet mostra ter

havido melhorias significativas na sauacutede materna e infantil no Brasil atendimento

de emergecircncia e reduccedilatildeo da carga de doenccedilas infecciosas (Barreto et al 2011

Paim et al 2011 Reichenheim et al 2011 Schmidt et al 2011 Victora et al

2011a 2011b)

O relatoacuterio ldquoTendecircncias da mortalidade materna 1990 a 2010rdquo mostra que

embora o Brasil tenha reduzido a mortalidade materna de 120 para 56 a cada 100

mil nascimentos natildeo alcanccedilaraacute a meta estipulada de 35 oacutebitos por 100 mil nascidos

vivos (Souza 2011 Lozano et al 2011 ONU 2012 IPEA 2014) Ao mesmo

tempo haacute elevada taxa de cesaacuterea em aumento constante e muito mais acentuado

no sistema privado de assistecircncia ao parto (IPEA 2010 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a

Victora et al 2011 Leal et al 2014b) A razatildeo de mortalidade materna sofreu

2

estagnaccedilatildeo nos uacuteltimos dez anos em niacuteveis intermediaacuterios enquanto observou-se

aumento do componente de mortalidade perinatal na mortalidade infantil (Ministeacuterio

da Sauacutede 2012b Souza 2011 Victora et al 2011 Lansky et al 2014)

Num estudo nacional a prematuridade respondeu por cerca de um terccedilo da

taxa de mortalidade neonatal As maiores taxas de mortalidade neonatal ocorreram

entre crianccedilas com menos de 1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal

prematuros extremos (lt 32 semanas) com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida as que

utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante as que tinham malformaccedilatildeo

congecircnita aquelas cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto as que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de

referecircncia para gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e as que nasceram de parto

vaginal (Lansky et al 2014)

Um total de 98 dos partos no Brasil ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e

proacuteximo de 90 deles satildeo assistidos por meacutedicos (Souza 2011) Dados recentes

da pesquisa ldquoNascer no Brasilrdquo informam que no ano de 2012 52 dos

nascimentos foram por cesaacuterea correspondendo a 88 dos nascimentos no setor

privado (Leal et al 2014a) No Brasil a preferecircncia pela cesariana aumentou

atingindo um terccedilo das mulheres No entanto haacute diferenccedilas marcantes segundo

histoacuteria reprodutiva e fonte de pagamento do parto sendo menor em primiacuteparas

com parto financiado pelo setor puacuteblico (154) e maior entre multiacuteparas com

cesariana anterior no setor privado (732) (Domingues et al 2014) Estudos tecircm

recomendado o suporte de doulas durante o trabalho de parto como uma das

medidas para reduzir as cesaacutereas (Hodnett et al 2011 Kozhimannil et al 2013

2014) No Brasil a presenccedila da doula eacute regulamentada por Portaria do Ministro da

3

Sauacutede No1153 de maio de 2014 que redefine os criteacuterios de habilitaccedilatildeo da

Iniciativa Hospital Amigo da Crianccedila (IHAC) Em seu artigo 7ordm introduz-se o Criteacuterio

Global Amigo da Mulher onde sua participaccedilatildeo eacute sugerida dizendo ldquocaso seja da

rotina do estabelecimento de sauacutede autorizar a presenccedila de doula comunitaacuteria ou

voluntaacuteriardquo (Ministeacuterio da Sauacutede 2014a)

Eacute interessante o contraste entre as praacuteticas obsteacutetricas em diferentes paiacuteses

Na Holanda a taxa de cesaacuterea eacute a mais baixa da Europa (17) enquanto o Brasil

tem a taxa mais elevada do mundo (52) seguido por Meacutexico e Turquia (ambos

com taxas acima de 45) (OECD 2013 Leal et al 2014a IPEA 2014) Na Franccedila

cuja assistecircncia agrave sauacutede eacute garantida pelo Estado observa-se taxa de cesaacutereas

bastante estaacuteveis em 20 de 2009-2011 (OECD 2009 2011 e 2013) Neste paiacutes

tambeacutem ocorrem taxas mais elevadas de cesarianas no setor privado do que no

puacuteblico embora este uacuteltimo seja responsaacutevel pelo cuidado de gestaccedilotildees mais

complicadas (OECD 2013) Em 2011 as menores taxas de cesaacuterea ocorreram nos

paiacuteses noacuterdicos (Islacircndia Finlacircndia Sueacutecia e Noruega) com taxas que variaram de

15 a 17 de todos os nascidos vivos No mesmo periacuteodo a taxa de cesaacuterea no

Reino Unido atingiu 241 no Canadaacute alcanccedilou 261 e na Austraacutelia ficou em

322 (OECD 2013)

Em paralelo a taxa de mortalidade neonatal nos paiacuteses noacuterdicos variou de

16 a 24 por 1000 nascidos vivos no mesmo periacuteodo Na Austraacutelia Reino Unido e

Canadaacute alcanccedilaram 36 41 e 49 respectivamente (OECD 2013) No Brasil foi de

111 (Lansky et al 2014) Nos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para o Desenvolvimento

Econocircmico (OECD) cerca de dois terccedilos das mortes infantis que ocorrem durante

o primeiro ano de vida satildeo mortes neonatais Os principais fatores que contribuem

4

para esta mortalidade satildeo as malformaccedilotildees e a prematuridade Com um nuacutemero

crescente de mulheres adiando a gravidez e um aumento de nascimentos muacuteltiplos

vinculados a tratamentos para fertilidade o nuacutemero de nascimentos preacute-termo

aumentou Em vaacuterios paiacuteses de renda mais alta isso contribuiu para uma

estabilizaccedilatildeo da mortalidade infantil ao longo dos uacuteltimos anos (OECD 2013)

Como em outros paiacuteses no Brasil a atenccedilatildeo agrave sauacutede em geral e ao parto

em particular mostra uma grande inequidade com resultados diferenciados entre

mulheres atendidas nos sistemas puacuteblico e privado e nas vaacuterias regiotildees geograacuteficas

(Victora et al 2010 Diniz et al 2012) Entretanto as publicaccedilotildees sugerem

inadequada qualidade dos cuidados oferecidos na gestaccedilatildeo parto e puerpeacuterio

tanto nos grandes quanto nos pequenos centros (Nagahama e Santiago 2008

Victora et al 2010 Diniz et al 2012 Leal et al 2014a)

Este conjunto de resultados exige uma revisatildeo da linha de cuidado agrave

gestaccedilatildeo e parto Se haacute excesso de intervenccedilotildees incluindo cesaacuterea supotildee-se que

a atenccedilatildeo eacute pouco centrada nas evidecircncias atuais eou que deve haver dificuldades

para aderir agraves boas praacuteticas de cuidado Esta complexa situaccedilatildeo exige estrateacutegias

multicomponentes para qualificar a atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher e da crianccedila (IPEA

2010 Souza 2011 Leal et al 2014a 2014b)

Victora et al (2011) mostraram que as transformaccedilotildees nos determinantes

sociais das doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede afetaram os

indicadores de sauacutede materna e infantil com reduccedilatildeo dos coeficientes de

mortalidade infantil para 20 mortes por 1000 nascidos vivos em 2008 sendo 68

destas mortes pelo componente neonatal O acesso agrave maioria das intervenccedilotildees de

sauacutede dirigidas agraves matildees e agraves crianccedilas foi ampliado quase atingindo coberturas

5

universais e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenccedilotildees foram

reduzidas Entre as razotildees para o progresso estatildeo modificaccedilotildees socioeconocircmicas

e demograacuteficas (crescimento econocircmico reduccedilatildeo das disparidades de renda

urbanizaccedilatildeo melhoria na educaccedilatildeo das mulheres e reduccedilatildeo nas taxas de

fecundidade) intervenccedilotildees externas ao setor de sauacutede (programas condicionais de

transferecircncia de renda e melhorias no sistema de aacutegua e saneamento) programas

verticais de sauacutede da deacutecada de 80 (promoccedilatildeo da amamentaccedilatildeo hidrataccedilatildeo oral e

imunizaccedilotildees) criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com expansatildeo da

cobertura para atingir as aacutereas mais carentes e a implementaccedilatildeo de programas

nacionais e estaduais para melhoria da sauacutede e nutriccedilatildeo infantil e em menor grau

promoccedilatildeo da sauacutede das mulheres (Victora et al 2011)

No entanto os autores salientaram que ainda persistem desafios como a

medicalizaccedilatildeo abusiva (alta frequecircncia de cesaacuterea episiotomias ocitocina

muacuteltiplos exames de ultrassom etc) mortes maternas por abortos inseguros e a

frequecircncia alta de nascimentos preacute-termo Destacaram ainda que embora a Meta

do Milecircnio para mortalidade infantil devesse ser alcanccedilada em dois anos o mesmo

natildeo ocorreria com a mortalidade materna (Victora et al 2011)

Outros indicadores de sauacutede perinatal aleacutem da morte materna e da taxa de

cesaacuterea tecircm sido explorados Um projeto da OECD tem discutido indicadores de

qualidade dos cuidados de sauacutede (OECD 2007) Na Dinamarca desde setembro

de 2010 oito indicadores satildeo monitorados anestesia analgesia apoio contiacutenuo

para as mulheres na sala de parto laceraccedilotildees de 3 ordm ou 4 ordm graus cesariana

hemorragia poacutes-parto estabelecimento de contato pele a pele entre matildee e receacutem-

nascido hipoacutexia fetal grave e parto de crianccedila saudaacutevel apoacutes o parto sem

6

complicaccedilotildees O registro eacute obrigatoacuterio para todas as unidades de parto e estas

recebem seus resultados para a monitorizaccedilatildeo e aprimoramento no programa de

qualidade de assistecircncia (Kesmodel e Jolving 2011)

No Brasil os indicadores de sauacutede materna e perinatal incluem a taxa de

mortalidade neonatal precoce a tardia a poacutes-natal e a perinatal a razatildeo de

mortalidade materna a incidecircncia de siacutefilis congecircnita a proporccedilatildeo de internaccedilotildees

hospitalares (SUS) por afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prevalecircncia de

aleitamento materno a prevalecircncia de aleitamento materno exclusivo em menores

de seis meses a proporccedilatildeo de nascidos vivos de matildees adolescentes a proporccedilatildeo

de nascidos vivos de baixo peso ao nascer a cobertura de preacute-natal a proporccedilatildeo

de partos hospitalares e de partos cesaacutereos e o percentual de oacutebitos de mulheres

em idade feacutertil investigado (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2012) No Estado de Satildeo

Paulo entre os indicadores que compotildeem a matriz de informaccedilotildees demograacuteficas e

socioeconocircmicas de condiccedilotildees de vida e sauacutede e da rede de serviccedilos do SUS

incluem-se taxa de cesaacutereas cobertura vacinal coeficientes de mortalidade infanti l

e materna e leitos1000 habitantes (Secretaria da Sauacutede do Estado de Satildeo Paulo

2010)

O conhecimento da situaccedilatildeo de sauacutede pelos gestores e profissionais

utilizando indicadores eacute fundamental para o bom desenvolvimento das accedilotildees de

melhoria porque devem refletir a qualidade do cuidado Assim a matriz de

indicadores pode ser um poderoso instrumento para nortear o planejamento local e

regional de sauacutede (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2011 IPEA 2014) No entanto

os nuacutemeros natildeo permitem compreender o processo do cuidado e identificar onde

este processo estaacute suboacutetimo Para isso eacute necessaacuterio desenhar toda a linha de

7

cuidado de forma a deixar expliacutecitas as necessidades de recursos humanos

materiais e a inter-relaccedilatildeo entre as equipes e niacuteveis de atenccedilatildeo necessaacuterios para

oferecer atenccedilatildeo qualificada e ao mesmo tempo personalizada

Modelos de atenccedilatildeo obsteacutetrica e as praacuteticas baseadas em evidecircncia

Wagner (2001) define trecircs modelos de atenccedilatildeo ao parto 1) o modelo

medicalizado com uso de alta tecnologia e pouca participaccedilatildeo de obstetrizes

encontrado nos Estados Unidos da Ameacuterica Irlanda Ruacutessia Repuacuteblica Tcheca

Franccedila Beacutelgica e regiotildees urbanas do Brasil 2) o modelo humanizado com maior

participaccedilatildeo de obstetrizes e menor frequecircncia de intervenccedilotildees (Holanda Nova

Zelacircndia paiacuteses escandinavos e alguns serviccedilos no Brasil) e 3) os modelos mistos

da Gratilde-Bretanha Canadaacute Alemanha Japatildeo e Austraacutelia

No modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica holandecircs 16 de todos os nascimentos

ocorreram em casa em 2010 (maior do que em outros paiacuteses) enquanto 11

ocorreram em centros de partos (OECD 2013) As gestantes com gravidez sem

complicaccedilatildeo satildeo atendidas por meacutedico generalista e enfermeiras obstetras a

equipe de atenccedilatildeo primaacuteria e em caso com complicaccedilotildees ou aumento do risco as

enfermeiras obsteacutetricas referem as clientes para cuidado secundaacuterio com

ginecologista As indicaccedilotildees para referecircncia satildeo acordadas entre os profissionais

envolvidos (ginecologistas enfermeiras obstetras e meacutedicos generalistas) na ldquoLista

de Indicaccedilotildees Obsteacutetricasrdquo (Wiegers e Hukkelhoven 2010)

Esse modelo de atenccedilatildeo tem respaldo na literatura O cuidado conduzido por

enfermeira obstetra foi associado a menos episiotomia ou parto instrumental maior

chance de ter um parto vaginal espontacircneo e iniciar o aleitamento materno precoce

8

quando comparado com cuidado conduzido por meacutedicos ou compartilhado e este

cuidado foi mais eficaz quando estavam integradas no sistema de sauacutede no

contexto do trabalho em equipe (Campbell et al 2006 Hatem et al 2009 Sandall

et al 2009 Renfrew et al 2014)

No Reino Unido 80 das mulheres davam agrave luz em casa na deacutecada de 1920

o que ocorreu em apenas 23 dos nascimentos em 2011 (Office for National

Statistics 2012) Os Estados Unidos tiveram uma mudanccedila semelhante de 50 de

nascimentos em casa em 1938 para menos de 1 em 1955 (MacDorman et al

2014) A maioria das investigaccedilotildees que compararam parto domiciliar planejado com

parto hospitalar natildeo encontrou nenhuma diferenccedila no nuacutemero de mortes fetais

intraparto oacutebitos neonatais baixos iacutendices de Apgar ou admissatildeo na unidade de

terapia intensiva neonatal nos EUA Poreacutem uma meta-anaacutelise indicou resultados

neonatais mais adversos associados com parto em casa Existem desafios

associados com projetos de pesquisa voltados para parto domiciliar planejado em

parte porque a realizaccedilatildeo de ensaios cliacutenicos randomizados natildeo eacute viaacutevel (Zielinski

et al 2015)

Sabe-se que os modelos de assistecircncia ao parto tecircm diferentes

caracteriacutesticas que envolvem forma de remuneraccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

forma de financiamento do sistema constituiccedilatildeo de equipe assistencial local de

ocorrecircncia do parto havendo conflito de interesses e reserva de mercado de

trabalho entre outras O modelo adotado em determinada localidade exerce papel

preponderante na escolha pelo tipo de parto tanto pela parturiente quanto pelo

profissional que lhe assiste (Patah e Malik 2011 Dominges et al 2014)

9

No Reino Unido em 2013-14 618 dos partos tiveram iniacutecio espontacircneo

136 foram induzidos 132 terminaram por operaccedilatildeo cesariana e 609 dos

partos que ocorreram em hospitais do National Health System (NHS) foram

espontacircneos com 262 de partos cesaacutereos Mais de um terccedilo de todos os partos

(366) natildeo exigiu anesteacutesico O grupo de 30-34 anos foi o mais frequente (Health

and Social Care Information Center 2015) Na Austraacutelia as intervenccedilotildees vecircm

aumentando e primiacuteparas de baixo risco em hospital privado em comparaccedilatildeo com

hospital puacuteblico tiveram maiores taxas de induccedilatildeo (31 vs 23) parto instrumental

(29 vs 18) cesariana (27 vs 18) epidural (53 vs 32) e episiotomia (28

vs 12) e as mais baixas taxas de parto normal (44 vs 64) (Dahlen et al 2012)

Um estudo de base hospitalar realizado no Brasil em 2011-2012 baseado

em entrevistas de 23894 mulheres avaliou o uso de um conjunto de praacuteticas

(alimentaccedilatildeo deambulaccedilatildeo uso de meacutetodos natildeo farmacoloacutegicos para aliacutevio da dor

e de partograma) e intervenccedilotildees obsteacutetricas (uso de ocitocina amniotomia

episiotomia manobra de Kristeller e litotomia) na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto de mulheres de risco obsteacutetrico habitual Estas chamadas ldquoboas praacuteticasrdquo

durante o trabalho de parto e parto foram menos frequentes nas regiotildees Norte

Nordeste e Centro-Oeste O uso de ocitocina e amniotomia ocorreu em 40 dos

partos sendo mais frequente no setor puacuteblico e nas mulheres com menor

escolaridade assim como a operaccedilatildeo cesariana A manobra de Kristeller

episiotomia e litotomia foram utilizadas em 37 56 e 92 das mulheres

respectivamente (Leal et al 2014b)

Poliacuteticas nacionais tecircm sido adotadas para reverter as elevadas taxas de

partos ciruacutergicos Em 1998 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu um limite de 40

10

para a proporccedilatildeo de partos por cesariana que seriam pagos agraves instituiccedilotildees puacuteblicas

Houve reduccedilatildeo de 32 em 1997 para 239 em 2000 Poreacutem os efeitos do pacto

com os governos estaduais e serviccedilos teve curta duraccedilatildeo principalmente no setor

privado e as taxas voltaram a subir apoacutes 2002 (Victora et al 2011) Novas poliacuteticas

foram instituiacutedas como Programa de Humanizaccedilatildeo do Preacute-natal e Nascimento

(Serruya et al 2004) e a regulamentaccedilatildeo do direito a acompanhante durante o

trabalho de parto em hospitais puacuteblicos (Ministeacuterio da Sauacutede 2005)

Apesar de natildeo haver um consenso em relaccedilatildeo agrave proporccedilatildeo ideal de partos

cesarianos satildeo observadas em vaacuterios paiacuteses taxas superiores agravequelas que

parecem se tem sugerido entre 15-20 (Patah e Malik 2011 OECD 2013 WHO

2015) No Brasil apesar de a maioria das mulheres ter preferecircncia pelo parto

vaginal muitas alegam que o medo da dor as leva a optar pela cesaacuterea (Dias et al

2008 Potter et al 2008 Domingues et al 2014) Assim a preocupaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo da dor e com a vivecircncia positiva do trabalho de parto e parto satildeo aspectos

essenciais para reduzir as intervenccedilotildees ciruacutergicas desnecessaacuterias

O Ministeacuterio da Sauacutede adotou recentemente a estrateacutegia denominada Rede

Cegonha operacionalizada pelo SUS fundamentada nos princiacutepios da

humanizaccedilatildeo da assistecircncia Essa Rede considera que mulheres receacutem-nascidos

e crianccedilas tecircm direito a ampliaccedilatildeo do acesso acolhimento e melhoria da qualidade

do preacute-natal transporte tanto para o preacute-natal quanto para o parto vinculaccedilatildeo da

gestante agrave unidade de referecircncia para assistecircncia ao parto a ldquoGestante natildeo

peregrinardquo e ldquoVaga sempre para gestantes e bebecircsrdquo promoccedilatildeo de parto e

nascimento seguros atraveacutes de boas praacuteticas de atenccedilatildeo acompanhante no parto

de livre escolha da gestante (Ministeacuterio da Sauacutede 2012c) A rede assistencial para

11

gestantes e receacutem-nascido aleacutem de integrada hierarquizada e regionalizada de

forma a dar acesso agrave gestante em tempo oportuno no momento do parto deve

garantir tambeacutem que todos os estabelecimentos de sauacutede onde se realizam partos

sejam estruturados para o atendimento resolutivo das complicaccedilotildees que podem

ocorrer no nascimento ndash situaccedilotildees esperadas mas natildeo previsiacuteveis ndash

disponibilizando equipamentos insumos e equipe capacitada para prestar o

primeiro atendimento adequado agraves urgecircncias maternas e neonatais (Manzini et al

2009 Magluta et al 2009 Bittencourt et al 2014)

A incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica que se observa na assistecircncia ao parto em todo

o mundo passou a substituir uma atenccedilatildeo individualizada e mais centrada nas

necessidades das gestantes Isso tem sido motivo de preocupaccedilatildeo de profissionais

de sauacutede e grupos da sociedade civil e governo (Nagahama e Santiago 2008

Rattner 2009 Diniz 2009) Ao mesmo tempo o aparente faacutecil acesso a serviccedilos

de sauacutede e profissionais capacitados e a ampla oferta de guias ou recomendaccedilotildees

natildeo satildeo compatiacuteveis com a estabilidade nas razotildees de morte materna e aumento

da mortalidade neonatal precoce Mais do que preparo teacutecnico parece estar

havendo pouca integraccedilatildeo e continuidade no processo do cuidado e necessidade

de maior atenccedilatildeo dos gestores de sauacutede em niacutevel local Em divergecircncia com as

tendecircncias internacionais natildeo haacute uma cultura de atenccedilatildeo multi e interprofissional

ao parto no Brasil (Amoretti 2005)

Concomitantemente tem havido uma mudanccedila significativa das

caracteriacutesticas demograacuteficas e socioeconocircmicas das mulheres que engravidam e

tem seus filhos no Brasil Entre estas a proporccedilatildeo de mulheres acima dos 35 anos

aumentou a gravidez em adolescentes diminuiu e a taxa de natalidade sofreu a

12

maior reduccedilatildeo observada na literatura num intervalo curto de tempo passando de

51 em 2000 para 19 em 2012 (PNDS 2009 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a) A

fecundidade tardia estaacute associada ao maior niacutevel de instruccedilatildeo das mulheres que

vecircm adiando cada vez mais a maternidade em funccedilatildeo de melhores condiccedilotildees

profissionais e econocircmicas Paralelamente eleva-se a proporccedilatildeo de parto cesaacutereo

(Yazaki 2013) Esta mudanccedila significa que a assistecircncia agrave gestaccedilatildeo e ao parto

especialmente nos centros urbanos dirige-se a mulheres de menor paridade maior

idade e escolaridade que podem ser portadoras de doenccedilas cliacutenicas associadas

Esta realidade exige uma qualificaccedilatildeo maior da assistecircncia com integraccedilatildeo das

accedilotildees dos diversos profissionais e melhor gestatildeo do cuidado

As estrateacutegias para reduccedilatildeo da mortalidade materna

O ldquoPrograma Maternidade Segurardquo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

(OMS) baseado na prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees maternas por estratificaccedilatildeo de

risco foi insuficiente para o avanccedilo esperado (WHO 1996) Constatou-se que

estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria eram insuficientes e que uma parte importante

das complicaccedilotildees relacionadas agrave gestaccedilatildeo soacute eacute passiacutevel de prevenccedilatildeo secundaacuteria

(diagnoacutestico precoce) ou terciaacuteria (tratamento precoce para reduzir sequelas) e

ocorre em populaccedilotildees de baixo risco Uma grande proporccedilatildeo de complicaccedilotildees

graves ocorre em mulheres sem fatores de risco e com as melhores condiccedilotildees de

vida (Souza et al 2010a Souza 2011 WHO 2011)

Assim discussotildees de especialistas concluiacuteram pela necessidade de ter

profissionais muito bem treinados para assistir agrave gestaccedilatildeo e parto e uma boa rede

de atenccedilatildeo acessiacutevel e com recursos disponiacuteveis para atender a casos graves Haacute

13

consenso atualmente de que a mortalidade materna pode ser reduzida por meio

do fortalecimento dos sistemas de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo de rotina

quanto de emergecircncia (United Nations 2010) Neste contexto a detecccedilatildeo precoce

e o tratamento de complicaccedilotildees passaram a ter maior destaque nas estrateacutegias de

reduccedilatildeo de mortalidade materna (Campbell e Graham 2006 Ronsmans e Graham

2006 Cross et al 2010 Souza 2011 Soares et al 2012 Dias et al 2014)

Nos paiacuteses desenvolvidos onde as razotildees de mortalidade materna jaacute satildeo

baixas essa situaccedilatildeo deu forccedila para a adoccedilatildeo de um novo ldquoevento sentinelardquo de

qualidade de assistecircncia agrave gestante o near miss materno (Stones et al 1991) Em

1998 Mantel et al descreveram como near miss as mulheres que sofreram

importantes agravos sistecircmicos que se natildeo fossem tratadas adequadamente

poderiam evoluir para oacutebito Este de near miss materno indicando morbidade

grave evoluiu durante as uacuteltimas duas deacutecadas (Tunccedilalp et al 2012) Em 2009 um

Grupo de Trabalho da OMS definiu como morbidade materna near miss uma

mulher que quase morreu mas sobreviveu a uma complicaccedilatildeo que ocorreu durante

a gravidez parto ou dentro de 42 dias apoacutes o teacutermino da gravidez e usou criteacuterios

de disfunccedilatildeo orgacircnica (cardiacuteaca respiratoacuteria renal hepaacutetica neuroloacutegica uterina e

hematoloacutegica) e paracircmetros de extrema gravidade para definir as condiccedilotildees de risco

de vida associados com a gravidez (Say et al 2009) Antes dessa definiccedilatildeo muitos

estudos usaram diferentes paracircmetros para morbidade severa como admissatildeo em

UTI ou diagnoacutesticos cliacutenicos (Waterstone et al 2001 Donati et al 2012) Esta

definiccedilatildeo foi utilizada para desenvolver um instrumento para auxiliar

14

especificamente instalaccedilotildees e sistemas de sauacutede visando melhorar o atendimento

(WHO 2011)

Aleacutem da vantagem de ser um evento mais frequente que as mortes maternas

a vigilacircncia da morbidade materna grave facilita a discussatildeo do caso cliacutenico com a

equipe envolvida permite entrevistar as mulheres sobreviventes e oferece a

possibilidade de intervenccedilatildeo cliacutenica ou na gestatildeo do cuidado o que pode prevenir

o oacutebito Assim o estudo de near miss materno tem sido preconizado e utilizado para

auditar a qualidade do cuidado obsteacutetrico (Pattinson et al 2003 Amaral et al

2011 Cecatti e Parpinelli 2011 Cecatti et al 2011 Souza et al 2010 2012 e

2013 Dias et al 2014 Haddad et al 2014)

Resultados de estudo de base hospitalar no Brasil mostraram uma incidecircncia

de near miss materno de 1021 por mil nascidos vivos e uma razatildeo de 308 casos

para cada morte materna (Dias et al 2014) As incidecircncias mais elevadas de near

miss materno foram observadas em mulheres com 35 anos ou mais naquelas que

apresentaram maior nuacutemero de cesaacutereas anteriores com relato de gestaccedilatildeo de

risco e de internaccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo atendidas em hospitais do SUS

localizados nas capitais dos estados e naquelas que apresentaram parto foacutercipe ou

cesaacutereo

Haacute um conhecimento recente de que complicaccedilotildees graves na gravidez

ocorrem praticamente na mesma frequecircncia em todos os paiacuteses e regiotildees

independentemente do niacutevel de desenvolvimento e disponibilidade de recursos O

que varia eacute a mortalidade mais elevada em contextos de menor desenvolvimento e

escassez de recursos (Souza et al 2013) Na atenccedilatildeo a gestantes e parturientes

os serviccedilos e profissionais envolvidos necessitam reconhecer os quadros cliacutenicos e

15

saber como conduzi-los eacute necessaacuteria organizaccedilatildeo e agilidade da cadeia de

atenccedilatildeo O acesso a uma assistecircncia qualificada ao preacute-natal e ao parto e suportes

tecnoloacutegicos especiacuteficos como acesso a unidade de terapia intensiva anestesia e

transfusotildees satildeo considerados aspectos essenciais para enfrentar estas

complicaccedilotildees e evitar as mortes maternas (Sousa et al 2006)

No Brasil a reduccedilatildeo da mortalidade materna se encontra estagnada apesar

da disponibilidade de recursos (Ministeacuterio da Sauacutede 2012a IPEA 2010 e 2014

Victora et al 2011 Szwarcwald et al 2014) poliacuteticas e marcos regulatoacuterios

incluindo o Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Materna e Neonatal e a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher com princiacutepios e diretrizes

em consonacircncia com os padrotildees internacionais Quase todas as mulheres

brasileiras passam por no miacutenimo uma consulta preacute-natal 90 delas com pelo

menos quatro consultas Supotildee-se que os recursos necessaacuterios para prevenir e

tratar as principais causas de mortes maternas estejam disponiacuteveis (IPEA 2010 e

2014) Ainda assim observa-se elevada mortalidade materna sendo ao redor de

trecircs quartos destas mortes associadas a causas obsteacutetricas diretas e evitaacuteveis

como complicaccedilotildees hipertensivas e hemorraacutegicas (IPEA 2010 e 2014 Souza

2011)

A qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave gestante e ao parto

O cuidado oferecido agrave gestante sofre o efeito das poliacuteticas de sauacutede e de

organizaccedilatildeo de serviccedilos dependente dos recursos humanos informaccedilatildeo

suprimentos e tecnologias em sauacutede que interagem com as financcedilas a lideranccedila e

a gestatildeo em sauacutede Uma parcela significativa de mulheres com complicaccedilotildees na

16

gestaccedilatildeo experimentam demoras na assistecircncia dificultando a detecccedilatildeo precoce e

o uso de intervenccedilotildees apropriadas no momento correto Essa situaccedilatildeo evidencia

falhas no processo de assistecircncia ou falta de coordenaccedilatildeo das accedilotildees entre as

unidades do sistema de sauacutede (Cecatti et al 2009 Amaral et al 2011 Pacagnella

et al 2011 e 2012) Somente com o fortalecimento das linhas de cuidado dentro da

rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede onde todos esses elementos satildeo articulados e se

qualificam eacute possiacutevel garantir a elevada qualidade da atenccedilatildeo (Savigny e Adam

2009) Se houvesse uma linha de cuidado bem estruturada e gerida responsiva e

utilizaccedilatildeo de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas com atuaccedilatildeo articulada

seria possiacutevel qualificar a atenccedilatildeo oferecida agrave gestante

A mudanccedila de comportamento das instituiccedilotildees e dos profissionais de sauacutede

depende de intervenccedilotildees muacuteltiplas incluindo observaccedilatildeo de modelos decisotildees

poliacuteticas supervisatildeo do cuidado e accedilotildees de gestatildeo em sauacutede Uma das

intervenccedilotildees sabidamente eficazes eacute a auditoria cliacutenica que desde a metade do

seacuteculo passado eacute usada em sauacutede materna com impacto sobre a mortalidade em

alguns paiacuteses (Lewis 2007 Souza 2011) No Brasil a atuaccedilatildeo de comitecircs para

revisatildeo dos casos de mortes maternas com vigilacircncia de casos sentinela em sauacutede

foi iniciada em 1990 (IPEA 2010) No entanto a ausecircncia da devoluccedilatildeo da

informaccedilatildeo e governabilidade para propor e implantar accedilotildees de melhoria tornou a

intervenccedilatildeo pouco efetiva (Pattinson et al 2009)

A aplicaccedilatildeo da auditoria cliacutenica de morbidade materna grave e near miss

com orientaccedilatildeo de manejo cliacutenico dos casos segundo padrotildees de condutas

previamente estabelecidos e baseados na melhor evidecircncia tem sido proposta

como intervenccedilatildeo qualificadora do cuidado (Graham 2009 Souza et al 2010b

17

Amaral et al 2011 Souza 2011 WHO 2011 Tunccedilalp e Souza 2014) O principal

produto destas auditorias eacute a informaccedilatildeo sobre a praacutetica no serviccedilo de sauacutede para

accedilatildeo O desafio das auditorias eacute que sua implantaccedilatildeo deve ser sistecircmica sendo a

informaccedilatildeo produzida o ponto de partida para uma accedilatildeo ampla de fortalecimento

dos variados componentes do sistema com retorno de propostas e reavaliaccedilatildeo

posterior fechando o ciclo (Souza 2011)

Nessa visatildeo eacute necessaacuterio conter a demora nas accedilotildees considerando o

cuidado em tempo oportuno como item primordial para o sucesso Thaddeus e

Maine (1990) propuseram o modelo teoacuterico de trecircs demoras conhecido como three

delays model como um referencial teoacuterico para estudar as mortes maternas

bull Fase I ndash demora na decisatildeo de procurar cuidados pelo indiviacuteduo eou

famiacutelia (estaacute relacionada agrave autonomia das mulheres)

bull Fase II ndash demora no alcance de uma unidade de cuidados adequados

de sauacutede (relacionada agrave distacircncia geograacutefica)

bull Fase III ndash demora em receber os cuidados adequados na instituiccedilatildeo

de referecircncia (relacionada agrave assistecircncia meacutedica)

A maioria das mortes maternas natildeo pode ser atribuiacuteda a uma uacutenica demora

sendo comum uma combinaccedilatildeo de fatores na sequecircncia causal que pode ser social

e comportamental relacionadas agrave famiacutelia agrave comunidade e ao sistema de sauacutede

(Kalter et al 2011) A coleta de informaccedilotildees sobre mortes maternas e near miss

materno no modelo de demoras seria uma peccedila chave para avaliar a qualidade

dos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica ou outros fatores outros associados aos maus

resultados (Roost et al 2009 Lori e Starke 2011)

18

Pacagnella et al (2011) num estudo em maternidades de referecircncia em todo

o Brasil observaram uma associaccedilatildeo crescente entre a identificaccedilatildeo de alguma

demora no atendimento obsteacutetrico e desfechos maternos adversos extremos (near

miss materno e oacutebito) Os autores constataram 52 de demoras identificadas entre

mulheres com condiccedilotildees potencialmente ameaccediladoras da vida sendo 684 no

grupo mais grave de near miss materno e 841 no grupo de oacutebito materno Eacute

surpreendente que essas porcentagens de demora sejam observadas nos grandes

centros urbanos apesar da existecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com

acesso livre e sem custo ao cuidado incluindo a transferecircncia de uma gestante para

hospital de referecircncia se necessaacuterio por um centro regulador Considerando os

fatores potencializadores do bom cuidado fica evidente que muitas ldquonatildeo

conformidadesrdquo estatildeo ocorrendo

No mesmo estudo (Pacagnella et al 2011) encontrou-se que os piores

desfechos estiveram ligados agrave indisponibilidade dos serviccedilos obsteacutetricos de

urgecircncia e falta de uma rede de referecircncia articulada dentro do sistema de sauacutede

Quando consideradas as demoras relacionadas ao sistema de sauacutede a

comunicaccedilatildeo entre os equipamentos de sauacutede e as dificuldades com o transporte

(fase II) foram mais comuns do que a ausecircncia de equipamentos ou medicamentos

Os dados mostram que em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede as

dificuldades e problemas na referecircncia e transferecircncia dos casos estatildeo entre as

principais barreiras para se oferecer atendimento obsteacutetrico adequado nas

situaccedilotildees de emergecircncia Os autores apontam a grande fragilidade das redes de

referecircncia regionais de prestadores de serviccedilos complementares

19

Em estudo realizado por Amaral et al (2011) observou-se que quase metade

dos casos de near miss materno foi encaminhada aos hospitais de Campinas de

referecircncia para o SUS por outros municiacutepios ou pelo sistema privado de sauacutede

Mesmo na regiatildeo de Campinas com toda a infraestrutura e acesso a cuidados

havia falta de suprimentos e inadequaccedilatildeo de protocolos causando demora tipo III

Este achado reforccedila a necessidade de rever a qualidade do cuidado e organizar a

rede de atenccedilatildeo perinatal envolvendo gestores de sauacutede maternidades e equipes

cliacutenicas das redes puacuteblica e privada

A oferta de serviccedilos qualificados na atenccedilatildeo perinatal tambeacutem estaacute

associada agrave manutenccedilatildeo das capacidades teacutecnicas e disponibilidade de recursos

institucionais Kyser et al (2012) conduziram estudo para examinar a relaccedilatildeo entre

volume de parto e complicaccedilotildees maternas com 1683754 partos em 1045 hospitais

no ano de 2006 Os hospitais que estavam nos decis 1 e 2 de volume de partos

tiveram taxas mais altas de complicaccedilotildees do que aqueles do decil 10 Sessenta por

cento dos hospitais dos decis 1 e 2 estavam localizados a 40 km dos hospitais de

maior volume Mas os hospitais dos decis 9 e 10 tiveram maiores complicaccedilotildees

comparados com os do decil 6 Os autores concluiacuteram que as maiores taxas de

complicaccedilotildees ocorreram em mulheres que tiveram o parto tanto em hospitais com

volume muito baixo quanto naqueles com volume muito alto

Na Holanda foi desenvolvido estudo de coorte com base populacional para

examinar o efeito do tempo de viagem de casa ateacute o hospital sobre a mortalidade

e os resultados adversos em mulheres graacutevidas a termo em cuidado primaacuterio e

secundaacuterio Os autores concluiacuteram que o tempo de viagem de casa para o hospital

de 20 minutos ou mais por carro estaacute associado com um aumento de risco de

20

mortalidade e resultados adversos em mulheres com gestaccedilotildees a termo Destaca-

se que esses achados deveriam ser considerados no planejamento para a

centralizaccedilatildeo dos cuidados obsteacutetricos (Ravelli et al 2011)

Nos Estados Unidos em 2007 estudou-se tambeacutem a relaccedilatildeo entre volume

de casos atendidos pelos profissionais e as taxas de complicaccedilotildees obsteacutetricas

(laceraccedilotildees hemorragia infecccedilotildees e tromboses) As mulheres cuidadas por

provedores classificados no mais baixo quartil de volume provido (menos do que

sete partosano) tiveram uma probabilidade 50 maior de complicaccedilotildees

comparadas com aquelas que foram atendidas por obstetras do mais alto quartil

Se o volume estaacute casualmente relacionado com as menores taxas de complicaccedilotildees

eacute recomendaacutevel ter um programa robusto de educaccedilatildeo continuada incluindo os

demais (Janakiraman et al 2011)

A Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por apresentar

niacuteveis de sauacutede bastante favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias estaduais e nacionais

Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) estima-se que

50 dos residentes da RMC possuem cobertura de planos de sauacutede e seguros

privados com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS

dependente varia entre 38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho)

Estudos mais detalhados da RMC utilizando diferentes indicadores sociais

permitem identificar aacutereas com melhores e piores condiccedilotildees de vida A faixa que vai

do Sul de Indaiatuba e Campinas estendendo-se em direccedilatildeo a Hortolacircndia

Sumareacute Nova Odessa Santa Baacuterbara DrsquoOeste Americana e Pauliacutenia tem os

piores indicadores sociais Isso significa que haacute diferentes necessidades de sauacutede

a serem consideradas no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas

21

puacuteblicas e linhas de cuidado para a gestante na regiatildeo (UNICAMP 2012) Assim

interessou-nos estudar como a complexa inter-relaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

o perfil soacutecio demograacutefico e a dinacircmica linha de cuidado agrave gestante pode influenciar

na qualidade do cuidado na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

22

23

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar o cuidado ofertado agraves mulheres da Regiatildeo Metropolitana de

Campinas (RMC) no momento do parto

Objetivos Especiacuteficos

Correlacionar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

indicadores socioeconocircmicos nos 19 municiacutepios da RMC (Artigo 1)

Descrever as rotinas realizadas na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto nos serviccedilos obsteacutetricos da RMC (Artigo 2)

24

25

MEacuteTODOS

Desenho do estudo

Este eacute um estudo sobre o diagnoacutestico das condiccedilotildees de oferta qualificaccedilatildeo

do cuidado prestado e seus resultados Para cumprir o primeiro objetivo especiacutefico

foi desenvolvido um estudo de corte transversal com indicadores de sauacutede dos

municiacutepios da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Para cumprir o segundo

objetivo foi realizado um estudo descritivo das praacuteticas intra-hospitalares de

assistecircncia ao parto

Local do estudo

Os 19 municiacutepios da RMC e seus respectivos serviccedilos de atenccedilatildeo ao parto

puacuteblicos ou conveniados ao SUS

Procedimentos

Este estudo foi proposto a partir da experiecircncia de um estudo preacutevio

coordenado e desenvolvido pelo Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas (NEPP)

da Unicamp denominado ldquoDefiniccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo dos protocolos

cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos de supervisatildeo

teacutecnica na RMC ndash Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMCrdquo Os resultados desse estudo NEPP conduzido em 2011 no qual

foram avaliadas as condiccedilotildees de oferta e recursos disponiacuteveis nas instituiccedilotildees natildeo

26

estatildeo sendo apresentados neste trabalho de tese Com o apoio do NEPP e como

complementaccedilatildeo do diagnoacutestico iniciado com o projeto sobre a linha de cuidado da

gestante e pueacuterpera na RMC este projeto foi apresentado agrave diretora da Diretoria

Regional de Sauacutede VII de Campinas (DRS VII) apoacutes aprovaccedilatildeo no Comitecirc de Eacutetica

em Pesquisa da Unicamp

Posteriormente o projeto da pesquisa foi apresentado agrave Cacircmara Temaacutetica

de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Campinas foacuterum consultivo composto pelos

secretaacuterios de sauacutede dos municiacutepios que compotildeem a RMC Diante da concordacircncia

dos seus membros foi enviada carta aos secretaacuterios de sauacutede solicitando o contato

dos responsaacuteveis pelas 17 instituiccedilotildees de sauacutede (hospitaismaternidades) que

fariam parte do estudo A seguir uma das pesquisadoras entrou em contato

telefocircnico com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos dos

hospitaismaternidades para agendar a coleta de dados por meio de entrevista

Apresentou-se o projeto com aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

solicitando autorizaccedilatildeo para contato com os responsaacuteveis Apoacutes a aprovaccedilatildeo da

instituiccedilatildeo seus responsaacuteveis foram contatados e uma entrevista foi marcada no

local sendo realizada pela pesquisadora

Criteacuterios de inclusatildeo

Ser um dos municiacutepios da RMC (Americana Artur Nogueira Campinas

Cosmoacutepolis Engenheiro Coelho Holambra Hortolacircndia Indaiatuba Itatiba

Jaguariuacutena Monte Mor Nova Odessa Pauliacutenia Pedreira Santa Baacuterbara DrsquoOeste

Santo Antocircnio de Posse Sumareacute Valinhos Vinhedo) ndash Anexo 1

27

Pertencer agrave lista de serviccedilos obsteacutetricos (Associaccedilatildeo Hospital Beneficente

Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus FUNBEPE ndash Fundaccedilatildeo Beneficente de Pedreira

Hospital Augusto de Oliveira Camargo Hospital Beneficente Santa Gertrudes

Hospital Estadual de Sumareacute ndash HES Hospital e Maternidade de Campinas (HMC)

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP PUC Campinas) Hospital e

Maternidade Governador Maacuterio Covas Hospital da Mulher Prof Dr Joseacute

Aristodemo Pinotti ndash CAISM Hospital e Maternidade de Nova Odessa ndash Dr Aciacutelio

Carrion Garcia Hospital Municipal de Pauliacutenia Hospital Municipal Waldemar

Tebaldi Hospital Municipal Walter Ferrari Irmandade da Santa Casa de

Misericoacuterdia de Valinhos Santa Casa de Misericoacuterdia de Itatiba Santa Casa de

Misericoacuterdia de Santa Baacuterbara Drsquooeste e Hospital Galileo) dos 19 municiacutepios que

compotildeem a RMC que faziam parte do estudo preacutevio do NEPP

Para as entrevistas acerca das boas praacuteticas os sujeitos foram os gestores

dos serviccedilos obsteacutetricos (Centros Obsteacutetricos) da RMC meacutedicos ou enfermeiros

Criteacuterios de exclusatildeo

Recusa do gestor para participar do estudo

Instrumentos

Os dados sobre indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos referentes ao primeiro objetivo especiacutefico foram extraiacutedos pela

pesquisadora de sistemas de informaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede ndash DATASUS

28

da Fundaccedilatildeo SEADE e do IBGE e posteriormente foram confeccionadas tabelas

Para compor um banco de dados foi construiacuteda uma planilha em Excel

Para responder ao segundo objetivo especiacutefico foram utilizados dois

instrumentos complementares o do Ministeacuterio da SauacutedeMS ldquoInstrumento de

avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo e outro elaborado especialmente para o estudo um roteiro

semiestruturado para as entrevistas com os meacutedicos e os enfermeiros

responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da RMC sobre a rotina da assistecircncia ao

parto (Anexos 2 e 3)

O instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede aborda a ldquoImplantaccedilatildeo das boas

praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo com resposta fechadas em escala Likert

conforme a frequecircncia de sua realizaccedilatildeo

1 Sempre realizada (+ 90 das vezes)

2 Frequentemente realizada (60-90 das vezes)

3 Realizada agraves vezes (20-60 das vezes)

4 Raramente realizada (menos de 20 das vezes)

5 Nunca realizada (proacuteximo de 0)

6 Natildeo sei responder

O roteiro semiestruturado aborda a utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e

guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal cesaacuterea e principais

complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) e

dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos ou medicaccedilotildees transporte comunicaccedilatildeo

hemoderivados ou para monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves possam

ser levado a um cuidado sub-oacutetimo focando a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica

29

durante o parto e puerpeacuterio imediato Conteacutem perguntas fechadas e outras abertas

para as entrevistas realizadas com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos

(meacutedicos ou enfermeiros)

Aspectos eacuteticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP)

da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

Foram elaborados dois termos de consentimento livre e esclarecido um para

os responsaacuteveis pelas instituiccedilotildees participantes e outro para os gerentes dos

serviccedilos obsteacutetricos das instituiccedilotildees (sujeitos do estudo) (anexos 4 e 5)

Foram respeitados todos os aspectos eacuteticos previstos na Resoluccedilatildeo

4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (CNS 2012)

assim como o previsto na Declaraccedilatildeo de Helsinque Foram respeitados o sigilo e

confidencialidade dos dados dos sujeitos do estudo

Variaacuteveis e Conceitos

Dados obtidos por meio dos sistemas DATASUS (indicadores de sauacutede estatiacutesticas

vitais e demograacuteficas e socioeconocircmicas)

Municiacutepio de origem cidade de residecircncia da gestante

Idade da matildee nuacutemero de anos da matildee categorizada como matildee de a0 a 14

anos matildee de 15 a 19 anos matildee de 20 a 24 anos matildee de 25 a 29 anos matildee

de 30 a 34 anos matildee de 35 a 39 anos (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Estado marital situaccedilatildeo civil da mulher categorizado como solteira

casada viuacuteva separada uniatildeo consensual e estado civil ignorado

30

Cor da pele conjunto de caracteriacutesticas socioculturais e fenotiacutepicas

identificadas pela observaccedilatildeo ou declaraccedilatildeo da proacutepria mulher disponiacuteveis

nos sistemas utilizados Classificadas em branca preta parda amarela

indiacutegena e cor ignorada

Grau de escolaridade da matildee nuacutemero de anos de estudos concluidos com

aprovaccedilatildeo Categorizado em 1- Nenhuma escolaridade natildeo sabe ler e

escrever 2 - De um a trecircs anos curso de alfabetizaccedilatildeo de adultos primaacuterio

ou elementar primeiro grau ou fundamental 3 - De quatro a sete anos

primaacuterio fundamental ou elementar primeiro grau ginaacutesio ou meacutedio primeiro

ciclo 4 - De oito a 11 anos primeiro grau ginasial ou meacutedio primeiro ciclo

segundo grau colegial ou meacutedio segundo ciclo 5 - 12 e mais segundo grau

colegial ou meacutedio segundo ciclo e superior 9 ndash escolaridade ignorada se natildeo

houver informaccedilatildeo sobre escolaridade (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Nuacutemero de consultas de preacute-natal nuacutemero de consultas no

acompanhamento preacute-natal Categorizada em nenhuma de 1 a 3 de 4 a 6

7 ou mais e ignorado

Idade gestacional duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo em semanas Variaacutevel categoacuterica

ordinal Categorizado em menos de 22 semanas de 22 a 27 semanas de

28 a 31 semanas de 32 a 36 semanas de 37 a 41 semanas 42 semanas ou

mais e idade gestacional ignorada

Nuacutemero de nascidos vivos segundo consta no SINASC

Nuacutemero de nascidos mortos segundo consta no SIM

31

Nuacutemero de receacutem-nascidos prematuros total de receacutem-nascidos com

menos de 37 semanas de idade gestacional

Taxa de baixo peso ao nascer ndash eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de receacutem-

nascidos com peso menor que 2500gr e o total de receacutem-nascidos de um

municiacutepio no ano considerado

Taxa de prematuridade - Nuacutemero de nascidos vivos prematuros em relaccedilatildeo

ao total de nascidos (vivos e mortos) da instituiccedilatildeo hospitalar no ano

considerado (ANS 2004a)

Iacutendice de Apgar valores medidos no primeiro e no quinto minutos de vida

Consiste numa escala que varia de zero a dez que reflete a vitalidade do

receacutem-nascido Categorizado em Apgar de 1ordmrsquo e de 5ordmrsquo ndash de 0 a 2 de 3 a 5

de 6 a 7 8 a 10 e ignorado

Peso ao nascer peso em gramas Categorizado em menos de 500g 500 a

999g 1000 a 1499g 1500 a 2499g 2500 a 2999g 3000 a 3999g 4000g e

mais peso ignorado

Taxa de analfabetismo feminino por municiacutepio percentual de mulheres sem

instruccedilatildeo por municiacutepio

Renda meacutedia domiciliar per capita relaccedilatildeo entre o rendimento total dos

moradores ou das pessoas da famiacutelia dividido pelo nuacutemero de pessoas do

domiciacutelio ou da famiacutelia

Nuacutemero de serviccedilo de atenccedilatildeo ao Preacute-Natal e ao Parto total de serviccedilos de

atenccedilatildeo ao Preacute-natal e ao parto independente do risco por municiacutepio

32

Dados obtidos por meio de pesquisa na Fundaccedilatildeo SEADE - Informaccedilotildees dos

Municiacutepios Paulistas (IMP)

Razatildeo de mortalidade materna (RMM) ndash eacute o risco estimado de morte de

mulheres ocorrida durante a gravidez o aborto o parto ou ateacute 42 dias apoacutes

o parto atribuiacuteda a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez pelo

aborto pelo parto ou pelo puerpeacuterio ou por medidas tomadas em relaccedilatildeo a

elas expressa em nuacutemero de oacutebitos maternos por 100 mil nascidos vivos de

matildees residentes em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado

(Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011 e 2012)

Taxa de mortalidade neonatal precoce - Nuacutemero de oacutebitos de 0 a 6 dias de

vida completos por mil nascidos vivos na populaccedilatildeo residente em

determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (Fundaccedilatildeo Nacional da

Sauacutede 2011)

Taxa de mortalidade perinatal - Tem como numerador os oacutebitos fetais a partir

da 22ordf semana (natimortalidade) e os oacutebitos neonatais menores que sete

dias de vida (neomortalidade precoce) e como denominador o nuacutemero total

de nascimentos (vivos e mortos) (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011)

Porcentagem de receacutemndashnascido com baixo peso ao nascer (lt2500gr)

Taxa de parto cesaacutereo eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de partos cesaacutereos

e o total de partos (normais e cesaacutereos) realizados por uma instituiccedilatildeo

hospitalar no ano considerado (ANS 2004b)

33

Abastecimento de aacutegua () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares

permanentes por forma de abastecimento de aacutegua segundo prefeituras

Coleta de lixo () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes por

destino do lixo coletado por serviccedilo de limpeza segundo prefeituras

Esgoto sanitaacuterio () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes

por forma de esgotamento sanitaacuterio segundo prefeituras

Rendimento meacutedio mensal das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios

particulares permanentes ( por faixas) Categorizado em sem rendimento

rendimento gt frac12 a 1 SM gt 1 a 2 SM gt 2 a 3 SM gt 3 a 5 SM gt 5 a 10 SM e

gt 10 SM

Densidade demograacutefica ndash nuacutemero de habitantes por km2 Variaacutevel contiacutenua

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal - medida resumida do

progresso em longo prazo em trecircs dimensotildees baacutesicas do desenvolvimento

humano renda educaccedilatildeo e sauacutede

Dado obtido do IBGE censo 2010

Porcentagem de chefia feminina nos arranjos familiares ndash casal sem

filhosoutros casal + filhosoutros chefe + outros monoparentaloutros

sozinho (IBGE 2012)

Porcentagem de chefia feminina sem cocircnjuge nos arranjos familiares - chefe

+ outros monoparentaloutros sozinho

34

Variaacuteveis obtidas nas entrevistas com os gestores

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade categorizada em sim e natildeo

Protocolo para hipertensatildeo severa categorizada em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo categorizada

em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia nas cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Manejo ativo do 3ordm periacuteodo - categorizado em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com transporte categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias de orientaccedilatildeo para assistecircncia em partos normais e

cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias para as complicaccedilotildees categorizada em sim e natildeo

35

Variaacuteveis do instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede ndash ldquoImplantaccedilatildeo das boas praacuteticas

na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo

Todas as respostas neste instrumento satildeo categorizadas conforme a escala

Likert

Sempre realizada (+ 90 das vezes) Frequentemente realizada (60-90

das vezes) Realizada agraves vezes (20-60 das vezes) Raramente realizada (menos

de 20 das vezes) Nunca realizada (proacuteximo de 0) Natildeo sei responder

bull Acolhimento e classificaccedilatildeo de risco na recepccedilatildeo da maternidade

bull Utilizaccedilatildeo de partograma para todas as mulheres em TP

bull Presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher no TP e parto

bull Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do TP

bull Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo

bull Episiotomia

bull Estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na 1ordf hora

bull Disponibilizaccedilatildeo do resultado do teste raacutepido de HIV

bull Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

36

37

CAPIacuteTULOS

Artigo 1 Christoacuteforo F Restitutti MC Lavras C e Amaral E A diversidade socioeconocircmica

e os indicadores de sauacutede materna e perinatal na Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil

Socioeconomic diversity and maternal and perinatal health indicators at the Metropolitan

Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

Artigo 2 Christoacuteforo F Lavras C e Amaral E Praacuteticas rotineiras em serviccedilos de obstetriacutecia

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil Routine practices in obstetrics services at the

Metropolitan Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

38

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1

De cadernosfiocruzbr

Enviada Sexta-feira 3 de Julho de 2015 0926

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_106415)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS

INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL (CSP_106415) para Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o progresso de seu manuscrito dentro do processo

editorial bastando clicar no link Sistema de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos

localizado em nossa paacutegina httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

39

ARTIGO 1

A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS INDICADORES DE SAUacuteDE

MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS

BRASIL

SOCIOECONOMIC DIVERSITY AND MATERNAL AND PERINATAL HEALTH

INDICATORS AT THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS BRAZIL

DIVERSIDAD SOCIO-ECONOMICOS Y INDICADORES MATERNA Y

PERINATAL LA REGIOacuteN METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E

PERINATAL

F Christoacuteforo1

MC Restitutti2

C Lavras3

E Amaral4

1 Doutoranda Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp e enfermeira do Nuacutecleo

de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas CampinasSP Brasil

2 Pesquisadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

40

RESUMO

OBJETIVO Correlacionar os indicadores socioeconocircmicas e de sauacutede materna e perinatal

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo transversal com

informaccedilotildees extraiacutedas do DATASUS da Fundaccedilatildeo SEADE e do censo 2010 Aplicaram-se

os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman e mapeamento dos indicadores

RESULTADOS Maiores porcentagens de matildees adolescentes e maior taxa de analfabet ismo

se correlacionaram diretamente com nuacutemero de consultas preacute-natais mortalidade perinatal

mortalidade neonatal precoce prematuridade e baixo peso ao nascer e inversamente com

cesaacutereas A renda meacutedia per capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal se

correlacionaram diretamente com cesaacutereas e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

natais e mortalidade perinatal CONCLUSOtildeES Apesar do desenvolvimento social da RMC

permanecem desigualdades que impactam os indicadores de sauacutede materna e prinatal Os

piores resultados foram observados em adolescentes mulheres com menor escolaridade e

renda enquanto que o poder econocircmico aumentou a taxa de cesaacutereas

Palavras chave obstetriacutecia parto indicadores baacutesicos de sauacutede

41

ABSTRACT

OBJECTIVE To correlate socioeconomic with maternal and perinatal health indicators in

the Metropolitan Region of Campinas (RMC) METHOD This is a cross-sectional study

with data from DATASUS SEADE Foundation and 2010 census We applied Pearson and

Spearman correlation coefficients as well as mapping of indicators RESULTS Teenage

mothers and higher illiteracy rates correlated directly with antenatal visits perinatal

mortality early neonatal mortality prematurity and low birth weight and inversely with

caesarean section The average income per capita and the Municipal Human Development

Index correlate directly with caesarean section and inversely with antenatal visits and

perinatal mortality rate CONCLUSIONS Regardless of RMCs social development

inequalities remain impacting maternal and perinatal health indicators The worst results

were found among adolescents women with less education and income while the economic

power increased the cesarean rate

42

RESUMEN

OBJETIVO Correlacionar indicadores socioeconoacutemicos y de salud materna y perinatal en

la Regioacuten Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio transversal con

informacioacuten de la DATASUS el SEADE Fundacioacuten y 2010 censo Se aplicaron coeficientes

de correlacioacuten de Pearson y Spearman y mapa de los indicadores RESULTADOS Madres

adolescentes y las tasas de analfabetizacioacuten se correlacionan directamente con menos

consultas prenatales mortalidad perinatal mortalidad neonatal precoz prematuridad y bajo

peso al nacer y inversamente con cesaacutereas El ingreso y el Iacutendice de Desarrollo Humano

Municipal se correlacionan directamente con cesaacuterea e inversamente con visitas prenatales y

mortalidad perinatal CONCLUSIONES Aunque el desarrollo del RMC se mantienen

desigualdades que afectan indicadores de salud materna e perinatal Los peores resultados se

observaron en las adolescentes mujeres con menos educacioacuten e ingresos aunque el poder

econoacutemico se incrementoacute la cesaacuterea

43

INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas o Brasil vivenciou transformaccedilotildees nos determinantes sociais das

doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede1 O paiacutes fez progressos nos Objetivos de

Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) atingindo algumas das metas estabelecidas

Contribuiacuteram para este resultado as modificaccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas externas

ao setor de sauacutede aleacutem de consolidaccedilatildeo do Sistema Nacional de Sauacutede (SUS) expansatildeo da

cobertura e a implementaccedilatildeo de programas para melhoria da sauacutede infantil e para a promoccedilatildeo

da sauacutede das mulheres ampliaccedilatildeo da cobertura de vacinaccedilatildeo e da assistecircncia preacute-natal Por

outro lado ainda se observam desigualdades socioeconocircmicas e regionais em sauacutede e

necessidade de qualificar os recursos humanos123

Persistem desafios como a reduccedilatildeo de mortes maternas (MM) e nascimentos preacute-

termo por um lado aleacutem de reduccedilatildeo de partos cesaacutereos e uso rotineiro de intervenccedilotildees

desnecessaacuterias no parto por outro Apesar de avanccedilo anterior com reduccedilatildeo da razatildeo de morte

materna (RMM) houve estagnaccedilatildeo a partir de 200212 A reduccedilatildeo observada se deveu agrave queda

da mortalidade por causas obsteacutetricas diretas2 Eacute possiacutevel avanccedilar com estrateacutegias de

qualificaccedilatildeo nos serviccedilos aleacutem das intervenccedilotildees multissetoriais como a redistribuiccedilatildeo de

renda134 Um total de 98 dos partos ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e proacuteximo de 90

deles satildeo assistidos por meacutedicos1 Se uma fraccedilatildeo das mortes maternas e neonatais ocorre

dentro dos hospitais por causas evitaacuteveis o monitoramento das mesmas eacute um elemento

relevante para conhecimento dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da

assistecircncia5

As cesaacutereas podem reduzir a mortalidade e morbidade materna e perinatal quando

bem indicadas mas podem acarretar riscos6 Entretanto cada vez mais mulheres de estatildeo

parindo por cesaacuterea e uma parte significativa destas intervenccedilotildees ciruacutergicas estaacute sendo

44

realizada sem indicaccedilatildeo meacutedica46 Os riscos potenciais de cesaacutereas desnecessaacuterias precisam

ser considerados7

As mortes neonatais satildeo responsaacuteveis por 40 das mortes entre crianccedilas menores de

cinco anos de idade no mundo e 68 das mortes infantis no Brasil238 Em 2011 a taxa de

mortalidade neonatal foi de 111 oacutebitos por mil nascidos vivos sendo maior nas classes

sociais mais baixas entre receacutem-nascidos de muito baixo peso e prematuros seguido pelos

malformados910 O padratildeo de distribuiccedilatildeo das causas de morte infantil estaacute relacionado ao

processo de desenvolvimento do paiacutes23 Quanto maior a participaccedilatildeo dos oacutebitos no periacuteodo

neonatal precoce mais complexo atuar sobre as causas das mortes e mais importantes se

tornam as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede relacionados ao preacute-natal ao parto e ao puerpeacuterio2

Neste cenaacuterio oportunidades de sinergismo das accedilotildees em sauacutede materna e perinatal

passaram a ser enfatizadas Eacute consenso que a mortalidade materna e a neonatal podem ser

reduzidas atraveacutes do fortalecimento do sistema de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade para mulheres e seus receacutem-nascidos11 incluindo assistecircncia preacute-

natal e parto e estrutura de atendimento neonatal812 Este estudo pretende correlacionar os

indicadores de sauacutede materna e perinatal com os indicadores socioeconocircmicos nos 19

municiacutepios na Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo de corte transversal correlacionando os indicadores

socioeconocircmicos e indicadores de sauacutede materna e perinatal Foram sujeitos do estudo os 19

municiacutepios que compunham a RMC a segunda maior regiatildeo metropolitana do estado de Satildeo

Paulo dotada de grande desenvolvimento socioeconocircmico e de boa oferta de serviccedilos de

sauacutede A partir da extraccedilatildeo dos dados disponiacuteveis de 2011 em sistemas de informaccedilatildeo oficia is

45

(DATASUS - para estatiacutesticas vitais e dados demograacuteficos Fundaccedilatildeo SEADE ndash para dados

de sauacutede renda e rendimentos e censo de 2010 para chefia feminina dos domiciacutelios) foi

criado um banco de dados por municiacutepio de domiciacutelio A coleta de dados ocorreu em janeiro

e fevereiro de 2014

As variaacuteveis socioeconocircmicas estudadas por municiacutepio de residecircncia das parturientes

incluiacuteram porcentagem de matildees adolescentes sem parceiro raccedila branca escolaridade lt 8

anos de estudo chefe de famiacutelia com renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) taxa de chefia feminina

analfabetismo renda meacutedia domiciliar per capita (R$) porcentagem de esgoto sanitaacuterio

densidade demograacutefica (habkm2) e iacutendice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)

Para caracterizar a atenccedilatildeo obsteacutetrica prestada na RMC estudaram-se as variaacuteve is

maternas e perinatais porcentagens de matildees com ateacute 6 consultas de preacute-natal de cesaacutereas

de RN com Apgar de 5ordm min lt 8 RMM Taxa de mortalidade perinatal (TMP) taxa de

mortalidade neonatal precoce (TMNP) (por 1000 NV) taxa de prematuridade e porcentagem

de RN com baixo peso (BP) ao nascer

Realizou-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis com distribuiccedilatildeo de frequecircncias Apoacutes

aplicou-se os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman O projeto de pesquisa foi

aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

46

RESULTADOS

A RMM esteve abaixo de 70100000 NV (nascidos vivos) em 15 de 19 municiacutep ios

14 tiveram mais de 60 dos partos cesaacutereos e menos que 10 dos RN com BP ao nascer A

TMP foi maior que 10 por 1000 NV em 14 municiacutepios e a TMNP foi menor que 10 por 1000

NV em 17 deles ndash tabela 1

Havia mais de 15 de matildees adolescentes em sete municiacutepios A taxa de

analfabetismo foi maior que 5 em 10 cidades Em 12 municiacutepios mais de 50 das matildees

natildeo tinham parceiro e em 11 deles mais de 20 da populaccedilatildeo tinha chefia feminina Em 15

municiacutepios mais de 20 dos chefes de famiacutelia tinham renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) e 13

cidades tinham mais de 90 de esgoto sanitaacuterio - tabela 2

Somente trecircs municiacutepios tiveram menos de 500 nascidos vivos por ano Em cinco

municiacutepios mais de 20 das matildees fizeram ateacute seis consultas de preacute-natal Nove municiacutep ios

tiveram mais de 10 dos RN com menos de 37 semanas e trecircs tinham mais de 2 dos RN

com Apgar de 5ordm minuto lt 8 ndash tabela 2

No geral os indicadores socioeconocircmicos e de sauacutede materna e perinatal apontaram

resultados mais desfavoraacuteveis em trecircs municiacutepios contiacuteguos na regiatildeo noroeste e outros dois

na regiatildeo sudoeste ndash figuras 1 e 2 Um grupo de trecircs municiacutepios no nordeste da regiatildeo e outro

na regiatildeo sudoeste estatildeo entre os que apresentaram IDHM alto associado a maiores taxas de

cesaacuterea prematuridade e de TMNP ndash figura 1

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e RMM (dados natildeo

apresentados) As porcentagens de matildees adolescentes renda do chefe de famiacutelia le 1 SM e a

taxa de analfabetismo se correlacionaram positivamente com menor nuacutemero de consultas

preacute-natais e inversamente com cesaacutereas A porcentagem de matildees com escolaridade lt 8 anos

foi diretamente correlacionada com menor nuacutemero de consultas preacute-natais As porcentagens

47

de matildees sem parceiros e populaccedilatildeo com chefia feminina foram correlacionadas inversamente

com cesaacutereas A renda meacutedia domiciliar per capita e o IDHM foram correlacionados

diretamente com cesaacutereas e inversamente com menor nuacutemero de consultas preacute-natais -

tabela 3

As porcentagens de matildees adolescentes escolaridade lt 8 anos e a taxa de

analfabetismo se correlacionaram positivamente com a TMNP taxa de prematuridade e

baixo peso ao nascer O IDHM e a renda meacutedia domiciliar per capita se correlacionaram

inversamente com a TMP mas as porcentagens de matildees adolescentes renda le 1 SM e

analfabetismo se correlacionaram positivamente com esse indicador - tabela 3

DISCUSSAtildeO

Este estudo mostrou que entre os municiacutepios da RMC permanecem desigualdades

socioeconocircmicas que impactam os indicadores estudados A populaccedilatildeo mais vulneraacutevel satildeo

as mulheres com menor escolaridade e renda as analfabetas as matildees adolescentes e as

mulheres sem parceiros Os indicadores estudados foram semelhantes aos utilizados por Reis

e colaboradores13 Sua interpretaccedilatildeo pode contribuir para uma melhoria contiacutenua do acesso

ao cuidado e da qualidade da sauacutede oferecida em niacutevel local e estadual13

A RMC destaca-se por apresentar niacuteveis de sauacutede favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias

estaduais e nacionais Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar estima-se

que 50 dos residentes na RMC possuem cobertura de planos e seguros privados de sauacutede

com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS dependente varia entre

38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho) Estudar os indicadores sociais da RMC

pode contribuir para identificar aacutereas com diferentes necessidades de sauacutede o que deve ser

48

considerado no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas e linhas de

cuidado para a gestante na regiatildeo14

Na Franccedila foram fechados os serviccedilos obsteacutetricos que realizavam menos de 300

partosano considerando como criteacuterios para o fechamento o grau de isolamento

geograacutefico a aacuterea coberta pela maternidade a oferta alternativa de estruturas obsteacutetricas e

pediaacutetricas o risco das gestantes e o risco social da populaccedilatildeo4 Na RMC trecircs municiacutep ios

tiveram menos de 500 nascimentos em 2011 Somente o municiacutepio de Campinas tem trecircs

maternidades puacuteblicas a maioria dos municiacutepios tem apenas uma e quatro deles natildeo tecircm

nenhuma Destes trecircs municiacutepios possuem menos de 500 nascimentosano e distam em

meacutedia 170 km dos municiacutepios com maternidade suficiente para que natildeo ocorram demoras

que poderiam contribuir com piores desfechos maternos e fetais15

A correlaccedilatildeo direta entre IDHM e a porcentagem de cesaacutereas e inversa entre o nuacutemero

de consultas preacute-natais e a TMP era esperada Um estudo utilizou o IDH para avaliar as

tendecircncias de cesaacuterea em 21 paiacuteses usando a classificaccedilatildeo de Robson6 Houve aumento das

taxas na maioria dos grupos para todas as categorias do IDH exceto no Japatildeo e as maiores

taxas de cesaacuterea foram registradas nos paiacuteses menos desenvolvidos O Brasil encontrava-se

entre os paiacuteses com crescimento de 85 nas taxas de cesaacuterea entre 2004-2011 No mesmo

periacuteodo o Meacutexico a Argentina e o Japatildeo tiveram crescimento de 3 18 e -25

respectivamente6 Na RMC 14 municiacutepios praticaram taxas superiores a 60 de cesaacutereas

retratando o que outros estudos sobre as taxas de cesaacuterea no Brasil vem apontando61617 Esses

resultados estatildeo concordantes a com a literatura com quatro municiacutepios apresentando IDHM

muito alto (acima de 0800) e 15 com IDHM alto (0700- 0799)6

Eacute reconhecida a associaccedilatildeo entre acesso a serviccedilos de sauacutede e niacutevel socioeconocircmico

das populaccedilotildees No Brasil o uso de serviccedilos de sauacutede por quintil de renda niacutevel de instruccedilatildeo

49

e aacuterea geograacutefica de residecircncia confirma que este uso eacute mais elevado entre aqueles de melhor

condiccedilatildeo social18 Neste estudo a renda meacutedia domiciliar per capita foi inversamente

correlacionada ao nuacutemero de consultas preacute-natais e TMP e diretamente correlacionada com

partos cesaacutereos

Estudo observou que o niacutevel mais baixo de renda estava associado a maiores riscos

de ocorrer RN com BP parto prematuro baixo iacutendice de Apgar em cinco minutos e

natimorto Mulheres de diferentes quintis de renda tiveram diferentes atitudes e

comportamentos em relaccedilatildeo aos cuidados de maternidade19 Nos grupos de menor renda

familiar a mortalidade perinatal foi relacionada a maiores taxas de induccedilatildeo do trabalho de

parto e cesaacuterea20

Na RMC a menor escolaridade das matildees correlacionou-se diretamente com menor

nuacutemero de consultas preacute-natais TMN TMNP taxa de prematuridade e de RN com BP

Estudo nacional encontrou que entre os oacutebitos neonatais um terccedilo das matildees tinha menos de

oito anos de estudo 212 das matildees eram adolescentes e 335 natildeo viviam com o

companheiro Matildees das classes sociais ldquoD+Erdquo as adolescentes e aquelas com mais de 35

anos tiveram maiores taxas de mortalidade neonatal sendo quatro vezes maior para as matildees

com baixa escolaridade9

Eacute reconhecido que um dos mais poderosos determinantes de sauacutede eacute a educaccedilatildeo A

educaccedilatildeo tem um efeito sobre o uso de serviccedilos de sauacutede materna pela matildee21 As mulheres

com niacuteveis mais baixos de educaccedilatildeo estatildeo em maior risco de desfechos graves

principalmente em paiacuteses que tecircm menor desenvolvimento social e econocircmico21 No Brasil

a maior escolaridade materna tem sido associada a maior proporccedilatildeo de matildees com sete ou

mais consultas no preacute-natal22 Este resultado indica menor acesso aos serviccedilos de sauacutede

50

especialmente para as mulheres em condiccedilotildees socioeconocircmicas desfavoraacuteveis ou pouca

atenccedilatildeo dada pelas mulheres agrave sua proacutepria sauacutede ou a de seus filhos23

Estudos apontaram que mulheres com menor escolaridade com maior nuacutemero de

gestaccedilotildees sem companheiro assim como as adolescentes e mulheres de raccedilacor preta

encontraram barreiras para a realizaccedilatildeo do preacute-natal ou para o iniacutecio precoce32224 Na RMC

a correlaccedilatildeo entre a menor escolaridade das matildees e a mortalidade neonatal poderia ser

explicada pelo menor acesso aos serviccedilos de sauacutede menor nuacutemero de consultas de preacute-natal

dificultando o diagnoacutestico precoce de intercorrecircncias na gestaccedilatildeo o que pode ocasionar o

nascimento de RN prematuro e de baixo peso as maiores causas de morte neonatal no paiacutes

A atenccedilatildeo agrave sauacutede das crianccedilas eacute influenciada positivamente pela alfabetizaccedilatildeo das

matildees25 No Brasil a taxa de analfabetismo em 2011 alcanccedilou 86 sendo 43 no Estado

de Satildeo Paulo em 20101825 enquanto na RMC ultrapassou 5 em 10 municiacutepios Neste

estudo houve correlaccedilatildeo inversa da analfabetizaccedilatildeo com a porcentagem de cesaacutereas e direta

com menor nuacutemero de consultas preacute-natais TMP TMNP taxa de prematuridade e RN com

baixo peso

Nos grupos de idades extremas com maior risco persistem as menores proporccedilotildees

de consultas de preacute-natal no Brasil22 Estes dados satildeo semelhantes ao desse estudo

especialmente em relaccedilatildeo agraves adolescentes Etnia estado civil condiccedilatildeo social autoestima e

fatores econocircmicos tambeacutem influenciam a utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de preacute-natal e parto24 No

Brasil a qualidade e efetividade do preacute-natal satildeo afetadas pelas dificuldades no acesso iniacutecio

tardio nuacutemero inadequado de consultas e realizaccedilatildeo incompleta dos procedimentos

preconizados2426

No Brasil eacute recomendado o miacutenimo de seis consultas para gestaccedilotildees natildeo

complicadas menos do que se pratica nos paiacuteses desenvolvidos (10 a 14 atendimentos)272829

51

A cobertura da assistecircncia preacute-natal eacute praticamente universal (987) mais de trecircs quartos

das mulheres iniciaram o preacute-natal antes das 16 semanas de gestaccedilatildeo e 731 compareceram

a seis ou mais consultas24 Poreacutem a adequaccedilatildeo da assistecircncia parece ser baixa Na RMC

80 das matildees realizaram mais de seis consultas preacute-natais em 14 municiacutepios superando o

miacutenimo recomendado pelo Ministeacuterio da Sauacutede27 o que reflete um bom acesso aos serviccedilos

de sauacutede Poreacutem estrateacutegias para melhorar o acesso aos serviccedilos de preacute-natal precisam ser

implementadas para os cinco municiacutepios em que mais de 20 das matildees fazem ateacute seis

consultas de preacute-natal

Maior proporccedilatildeo de matildees adolescentes com menor escolaridade e renda e mais

analfabetismo foram associadas a menor frequecircncia agraves consultas de preacute-natal na RMC dados

tambeacutem encontrados em outros estudos222324 A renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM

foram inversamente correlacionados a baixa frequecircncia agraves consultas de preacute-natal Este achado

confirma os achados de estudos em que as mulheres com maior renda maior escolaridade e

que residem em locais mais desenvolvidos tiveram uma frequecircncia maior agraves consultas

Identificar as populaccedilotildees de maior risco para implantar estrateacutegias para aumentar o acesso ao

preacute-natal eacute um desafio constante2829

No Estado de Satildeo Paulo a proporccedilatildeo de nascidos vivos prematuros varia conforme a

idade da matildee Eacute mais baixa entre aquelas de 20 a 30 anos e aumenta para as matildees mais

velhas23 Entre os fatores de risco para partos preacute-termo incluiacuteram-se gravidez na

adolescecircncia e tardia aleacutem de etnia negra e baixo niacutevel socioeconocircmico12 Em nosso estudo

essa associaccedilatildeo entre a prematuridade e o baixo peso se confirmou

A autonomia eacute considerada um elemento chave para conquistar a sauacutede sexual e

reprodutiva e estaacute relacionada a maior acesso controle e empoderamento30 A correlaccedilatildeo

inversa da porcentagem de matildees sem parceiro com a taxa de partos cesaacutereos poderia

52

demonstrar maior autonomia e preocupaccedilatildeo com autocuidado na gestaccedilatildeo e parto Relata-se

o aumento da ldquochefiardquo feminina em famiacutelias compostas por casal com ou sem filhos

postergaccedilatildeo da maternidade reduccedilatildeo das taxas de fecundidade e aumento da escolaridade

com maior participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e maior contribuiccedilatildeo para o

rendimento da famiacutelia31 Um estudo de base populacional brasileiro apontou as mais altas

taxas de cesaacuterea em mulheres com maior renda com idade acima de 25 anos maior

escolaridade e nas regiotildees com melhores condiccedilotildees socioeconocircmicas16 Mas nesse estudo a

porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina foi inversamente correlacionada com

porcentagem de cesaacutereas sugerindo que a chefia feminina natildeo se concentra nas faixas de

maior renda

Existem evidecircncias suficientes de que a aacutegua saneamento e higiene podem impactar

a sauacutede materna e neonatal3233 Em 2010 8975 dos domiciacutelios do Estado de Satildeo Paulo

dispunham de condiccedilotildees de saneamento adequado25 Nesse estudo a porcentagem de esgoto

sanitaacuterio natildeo se correlacionou com os indicadores de sauacutede materna e perinatal numa regiatildeo

com boas condiccedilotildees sanitaacuterias Mas seis municiacutepios tinham menos de 90 de saneamento

mostrando as diferenccedilas sociais e econocircmicas entre os municiacutepios da regiatildeo Sabe-se que a

melhoria das condiccedilotildees sanitaacuterias contribuiu junto com as mudanccedilas demograacuteficas e sociais

pela reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia2

Tambeacutem a RMM estaacute relacionada ao grau de desenvolvimento humano econocircmico

e social1233435 A grande maioria das mortes maternas (MM) satildeo evitaacuteveis e ocorrem em

paiacuteses em desenvolvimento3435 Disparidades nas RMM satildeo observadas quando a populaccedilatildeo

eacute desagregada por quintil de renda ou educaccedilatildeo35 No entanto uma grande proporccedilatildeo das

MM ocorre em hospitais e podem estar relacionada aos atrasos no reconhecimento e

tratamento de complicaccedilotildees com risco de vida15 Estudo demonstrou que os atrasos no

53

reconhecimento e tratamento das complicaccedilotildees bem como as praacuteticas precaacuterias contribuem

diretamente para as MM15 Na RMC quatro municiacutepios tiveram uma RMM maior de 70 o

que pode estar associado a problemas na qualidade da atenccedilatildeo preacute-natal na atenccedilatildeo

intraparto ausecircncia de pessoal treinado para cuidados obsteacutetricos de emergecircncia e

dificuldade de acesso em curto tempo Medidas relativas ao sistema de sauacutede e aos serviccedilos

de atenccedilatildeo ao parto precisam ser implementadas para qualificar a atenccedilatildeo e reduzir oacutebitos

evitaacuteveis

Diferenccedilas acentuadas nos coeficientes de mortalidade neonatal satildeo observadas

dentro das aacutereas urbanas com taxas mais elevadas nas favelas que nas aacutereas mais ricas3 A

qualificaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar ao parto com a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade

materna e perinatal e reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo das praacuteticas natildeo baseadas nas evidecircncias deve

ser o foco principal para avanccedilos nas poliacuteticas puacuteblicas de reduccedilatildeo das desigualdades na

mortalidade infantil no Brasil9 As afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prematuridade

as infecccedilotildees a asfixiahipoacutexia e os fatores maternos satildeo as principais causas de oacutebitos infantis

no Brasil2 Resultados perinatais adversos podem ser explicados com base em fatores como

idade tabagismo estado civil consumo de aacutelcool obesidade local de residecircncia (urbano ou

rural) educaccedilatildeo ganho de peso iniacutecio do preacute-natal e nuacutemero de consultas paridade e

aleitamento20

Na RMC houve correlaccedilatildeo direta entre matildees adolescentes menor escolaridade e

analfabetismo com a TMNP taxa de prematuridade e RN com BP estando em concordacircncia

com estudos canadenses1920 assim como a renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM se

correlacionaram inversamente com a TMP Esta taxa se correlacionou diretamente com a

menor renda analfabetismo e matildees adolescentes Gestaccedilatildeo em adolescente tem sido mais

frequente em populaccedilotildees com niacutevel de renda mais baixo e o analfabetismo tem sido

54

relacionado a menor acesso aos serviccedilos de sauacutede e consequentemente um nuacutemero menor de

consultas preacute-natal podendo ocasionar resultado perinatal adverso As mudanccedilas sociais e

econocircmicas com melhoria na educaccedilatildeo materna melhoria do poder aquisitivo da populaccedilatildeo

expansatildeo da rede de abastecimento de aacutegua e saneamento baacutesico aliada agrave ampliaccedilatildeo da

cobertura dos cuidados de sauacutede materna e infantil contribuiacuteram para que o Brasil tenha uma

razatildeo entre o coeficiente de mortalidade infantil por renda per capita proacuteximo ao valor

esperado de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dois indicadores mensurados em vaacuterios

paiacuteses do mundo3

A prematuridade eacute a principal causa de morte entre os receacutem-nascidos e sua

frequumlecircncia eacute maior nos paiacuteses mais pobres devido agraves condiccedilotildees mais precaacuterias de sauacutede da

gestante mas alguns nascimentos prematuros podem resultar de induccedilatildeo precoce do trabalho

de parto ou cesariana por razotildees natildeo meacutedicas81220 Nos paiacuteses mais pobres em meacutedia 12

dos bebecircs nascem prematuros em comparaccedilatildeo com 9 nos paiacuteses ricos3 Mas na uacuteltima

deacutecada ocorreu um aumento de nascimentos preacute-termo e a maior frequecircncia pode ter relaccedilatildeo

com o aumento da proporccedilatildeo de nascimentos com baixo peso22

Lansky et al apontaram que a prematuridade respondeu por cerca de 13 da taxa de

mortalidade neonatal no Brasil9 As maiores taxas ocorreram entre crianccedilas com menos de

1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal prematuros extremos (lt 32 semanas)

com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida que utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante que

tinham malformaccedilatildeo congecircnita cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de referecircncia para

gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e que nasceram de parto vaginal9

As accedilotildees prioritaacuterias na prevenccedilatildeo da prematuridade evitaacutevel incluem melhoria da

atenccedilatildeo preacute-natal prevenccedilatildeo da prematuridade iatrogecircnica por interrupccedilatildeo indevida da

55

gravidez por operaccedilotildees cesarianas sem indicaccedilatildeo qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo hospitalar ao parto

e melhoria na atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Somam-se accedilotildees efetivas para diminuir a

peregrinaccedilatildeo de gestantes para o parto e o nascimento de crianccedilas com peso lt 1500g em

hospital sem UTI neonatal reflexos das lacunas na organizaccedilatildeo da rede de sauacutede38912 Aleacutem

disso para melhorar o resultado perinatal em aacutereas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo ainda

necessaacuterias a adoccedilatildeo de um estilo de vida saudaacutevel e implementaccedilatildeo de sistemas de apoio

incluindo o social19

As desigualdades identificadas entre os municiacutepios da RMC estatildeo em concordacircncia

com estudos recentes que sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-natais piores resultados de parto e baixo peso ao nascer O

niacutevel socioeconocircmico da comunidade reflete nos processos sociais impactando o

desenvolvimento econocircmico e social da aacuterea residencial3637 E matildees com baixa escolaridade

e renda residentes em comunidades de baixo niacutevel socioeconocircmico tem piores resultados de

sauacutede materno-infantil do que as matildees dos niacuteveis socioeconocircmicos mais elevados38

Assim eacute necessaacuterio um reforccedilo nas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais para acelerar a

reduccedilatildeo da mortalidade materna e neonatal no Brasil Em especial eacute premente identificar

bolsotildees de maior risco populacional implantando as accedilotildees necessaacuterias naquela situaccedilatildeo O

avanccedilo na reduccedilatildeo da mortalidade neonatal assim como a morte materna dependeraacute da

consolidaccedilatildeo de uma rede perinatal integrada hierarquizada e regionalizada e da

qualificaccedilatildeo dos processos assistenciais em especial ao parto e nascimento9

CONCLUSAtildeO

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na RMC

permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores estudados O

56

fator econocircmico teve influecircncia na realizaccedilatildeo de cesaacutereas Os piores resultados para os

indicadores perinatais estatildeo presentes em populaccedilotildees mais vulneraacuteveis entre matildees

adolescentes mulheres com menor escolaridade e renda Para melhorar os resultados em

sauacutede para mulheres e bebecircs estrateacutegias para reduzir as desvantagens sociais e educacionais

focadas nestes grupos populacionais satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos

de sauacutede apoacutes anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

Colaboradores

Faacutetima Christoacuteforo e Eliana Amaral participaram da concepccedilatildeo do estudo anaacutelise e

interpretaccedilatildeo dos dados Carmen Lavras colaborou na concepccedilatildeo e desenvolvimento do

projeto e Maria Cristina Restitutti colaborou na busca interpretaccedilatildeo e anaacutelise dos dados A

redaccedilatildeo do manuscrito a revisatildeo criacutetica do conteuacutedo intelectual e a aprovaccedilatildeo da versatildeo

final a ser publicada foi realizada por todos os autores

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Stella Maria Barbera da Silva Telles e Maria Helena Souza

pelo apoio na manipulaccedilatildeo dos bancos de dados e anaacutelise estatiacutestica deste manuscrito

57

REFEREcircNCIAS

1 Souza JP Mortalidade materna no Brasil a necessidade de fortalecer os sistemas de

sauacutede Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(10)273-9

2 Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento

e Gestatildeo Secretaria de Planejamento e Investimentos Estrateacutegicos coordenadores

Objetivos de desenvolvimento do milecircnio relatoacuterio nacional de acompanhamento

Brasiacutelia IPEA MP SPI 2014 208p

3 Victora CG Aquino EM Leal MC Monteiro CA Barros FC Szwarcwald CL

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58

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9 Lansky S Friche AAL Silva AAM Campos D Bittencourt SDA Carvalho ML et

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13 Reis ZSN Pereira AC Correia RJC Freitas JAS Cabral ACV Bernardes J Anaacutelise

59

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Ginecol Obstet 2011 33(9)234-9

14 Universidade Estadual de Campinas Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas

Programa de Estudos em Sistemas de Sauacutede Definiccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo

dos protocolos cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos

de supervisatildeo teacutecnica na regiatildeo metropolitana de Campinas - RMC Apoio agrave

estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da pueacuterpera na RMC Campinas

NEPPUnicamp 2012 (Relatoacuterio de pesquisa)

15 Pacagnella RC Cecatti JG Osis MJ Souza JP The role of delays in severe

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16 Rebelo F Rocha CMM Cortes TR Dutra CL Kac G High cesarean prevalence in

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Obstetricia et Gynecologica Scandinavica 2010 89 Disponiacutevel em

httpdoi103109000163492010484044 (acessado em 13Maio2015)

17 Paacutedua KS Osis MJD Fauacutendes A Barbosa AV Moraes Filho OB Fatores

associados agrave realizaccedilatildeo de cesariana em hospitais brasileiros Rev Sauacutede Puacuteblica

2010 44(1) Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0034-89102010000100008

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18 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Siacutentese de indicadores

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29)

60

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20 Joseph KS Liston RM Dodds L Dahlgren L Allen AC Socioeconomic status and

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22 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Anaacutelise

de Situaccedilatildeo de Sauacutede Sauacutede Brasil 2011 uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede e a

vigilacircncia da sauacutede da mulher Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012

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05Maio2015)

23 Yazaki LM Resenha de estatiacutesticas vitais do Estado de Satildeo Paulo SP Demograacutefico

2013 13(2)

24 Viellas EF Domingues RMSM Dias MAB Gama SGN Theme Filha MM Costa

JV et al Assistecircncia preacute-natal no Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30 Suppl1S85-

100 Disponiacutevel em httpdxdoiorg1015900102-311X00126013 (acessado em

06Maio2015)

25 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Censo Demograacutefico

resultados do universo Taxa de analfabetismo da populaccedilatildeo de 15 anos e mais e

esgoto sanitaacuterio ndash Niacutevel de atendimento no Estado de Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Seade

61

Dados de 2010 extraiacutedos do Banco Multidimensional de Estatiacutesticas ndash BME IBGE

em 6 de agosto de 2012 Disponiacutevel em

httpprodutosseadegovbrprodutosimpindexphppage=tabela (acessado em

01Jun2015)

26 Domingues RMSM Hartz ZMA Dias MAB Leal MC Avaliaccedilatildeo da adequaccedilatildeo da

assistecircncia preacute-natal na rede SUS do Municiacutepio do Rio de Janeiro Brasil Cad

Sauacutede Puacuteblica 2012 28(3)425-37

27 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Preacute-natal e puerpeacuterio atenccedilatildeo

qualificada e humanizada - manual teacutecnico Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2005

28 National Institute for Health and Clinical Excellence Antenatal care NICE quality

standard [QS22] London NICE 2012

29 Wehby GL Murray JC Castilla EE Lopez-Camelo JS Ohsfeldt RL Prenatal care

effectiveness and utilization in Brazil Health Policy Plan 2009 24(3)175-88

30 Chacham AS Maia MB Camargo MB Autonomia gecircnero e gravidez na

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31 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE Siacutentese de indicadores

sociais uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro

IBGE 2014 (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica n

34)

32 Velleman Y Mason E Graham W Benova L Chopra M Campbell OMR et al

From joint thinking to joint action a call to action on improving water sanitation

62

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33 World Health Organization United Nationsrsquo Childrenrsquos Fund Water sanitation and

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34 Say L Chou D Gemmill A Tunccedilalp O Moller A-B Daniels J et al Global causes

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16Maio2015)

35 Souza JP Tunccedilalp Ouml Vogel JP Bohren M Widmer M Oladapo OT et al Obstetric

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36 Collins JW Simon DM Jackson TA David RJ Advancing maternal age and infant

birth weight among urban African-Americans the effect of neighborhood poverty

Ethn Dis 2006 16180-6

37 Rajaratnam J Burke J OrsquoCampo P Maternal and child health and neighborhood

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12(4)547-56

38 Daoud N OrsquoCampo P Minh A Urquia ML Dzakpasu S Heaman M et al Patterns

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individual and neighborhood socioeconomic measures BMC Pregnancy and

Childbirth 2014 14393 Disponiacutevel em httpdoi101186s12884-014-0393-z

63

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo

indicadores de sauacutede materna e perinatal em 2011

Variaacutevel n

Razatildeo de mortalidade materna (por 100000 NV)

00 12 63

01 ndash 699 3 16

ge 70 4 21

Porcentagem de partos cesaacutereos

lt 600 5 26

ge 600 14 74

Porcentagem de baixo peso ao nascer

lt 100 14 74

ge 100 5 26

Taxa de mortalidade perinatal (por 1000 NV ou NM)

lt 100 5 26

100 ndash 199 14 74

Taxa de mortalidade neonatal precoce (por 1000 NV)

lt 50 8 42

50 ndash 99 9 47

ge 10 2 11

Fontes DATASUS (MS) e Fundaccedilatildeo Seade

64

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas em 2011

Variaacutevel n

Taxa de analfabetismo () ndash Meacutedia = 52 [DP = 16]

lt 50 9 47

ge 50 10 53

Porcentagem de chefe de famiacutelia com renda le 1 SM - Meacutedia 241 [DP = 48]

lt 250 11 58

ge 250 8 42

Porcentagem matildees sem parceiro ndash Meacutedia 509 [DP = 61]

lt 500 7 37

ge 500 12 63

Porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina ndash Meacutedia = 208 [DP=24]

lt 200 8 42

200 ndash 299 11 58

Porcentagem com esgoto sanitaacuterio ndash Meacutedia = 866 [DP = 170]

lt 900 6 32

ge 900 13 68

Porcentagem de matildees de 10 a 19 anos - Meacutedia = 142 [DP = 29]

lt 150 12 63

ge 150 7 37

Nuacutemero de nascidos vivos ndash Mediana = 907 [min=151 maacutex=14768]

lt 500 3 16

500 ndash 999 7 37

1000 ndash 1499 3 16

ge 1500 6 32

Porcentagem de matildees com ateacute 6 consultas PN ndash Meacutedia 178 [DP=60]

lt 200 14 74

ge 200 5 26

Porcentagem RN lt 37 semanas ndash Meacutedia = 101 [DP = 14]

lt 100 10 53

ge 100 9 47

Porcentagem RN com Apgar 5ordm min lt 8 ndash Meacutedia = 14 [DP = 05]

lt 20 16 84

ge 20 3 16

Fontes DATASUS (MS) Fundaccedilatildeo Seade e IBGE

65

Tabela 3 Correlaccedilatildeo entre indicadores de sauacutede materna e perinatal e caracteriacutesticas socioeconocircmicas em 2011 na RMC

Matildees de 10 a

19 anos

Matildees

escolaridade lt

8 anos

Taxa de

analfabetismo

Chefe de

famiacutelia com

renda le 1

salaacuterio miacutenimo

Populaccedilatildeo

com chefia

feminina 15 a

49 anos

Renda meacutedia

domiciliar

per capita

(R$)

IDHM

r p r p r p r p r p r p r p

Matildees com ateacute 6 consultas

Preacute natal 064 0003 054 0016 077 lt0001 082 lt0001 024 0330 -064 0003 -07 0001

Cesaacutereas -067 0002 -044 0062 -065 0003 -09 lt0001 -046 0050 069 0001 075 lt0001

Taxa de mortalidade

perinatal (por 1000 NV ou NM)

060 0007 035 0145 064 0003 049 0033 003 0894 -046 0047 -055 0015

Taxa de mortalidade

neonatal precoce (por 1000 NV)

050 0029 046 0045 047 0043 009 0719 -007 0788 -020 0419 -034 0155

Taxa de Prematuridade 051 0025 070 0001 050 0028 015 0538 013 0604 -010 0695 -034 0156

Porcentagem de RN com

baixo peso ao nascer (lt 2500g)

056 0013 053 0021 057 0011 044 0062 030 0213 -025 0304 -037 0115

Coeficente de correlaccedilatildeo de Pearson p valor

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e a RMM

66

Figura 1 - Indicadores de sauacutede materna e perinatal na RMC

67

Figura 2 - Indicadores socioeconocircmicos e demograacuteficos selecionados na RMC em 2011

68

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2

De cadernosfiocruzbr

Enviada Domingo 5 de Julho de 2015 2003

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_107915)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA

AO PARTO DA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

(CSP_107915) para Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o

progresso de seu manuscrito dentro do processo editorial bastando clicar no link Sistema

de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos localizado em nossa paacutegina

httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

69

ARTIGO 2

PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA AO PARTO DA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROUTINE PRACTICES DURING DELIVERIES AT THE METROPOLITAN

REGION OF CAMPINAS BRAZIL

PRAacuteCTICAS RUTINARIAS EN APOYO DE ENTREGA DE REGIOacuteN

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROTINAS NO PARTO NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

F Christoacuteforo12

C Lavras3

E Amaral4

1 DoutorandaDepartamento de TocoginecologiaFCMUnicamp CampinasSP Brasil

2 EnfermeiraNuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

70

RESUMO

OBJETIVO Descrever praacuteticas rotineiras no parto em maternidades puacuteblicas da regiatildeo

metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo descritivo de 16 serviccedilos

obsteacutetricos usando o Instrumento de avaliaccedilatildeo de boas praacuteticas no parto (Ministeacuterio da

Sauacutede) e um questionaacuterio complementar respondido pelos gestores locais de agosto-

outubro2014 RESULTADOS Treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam

ocitocina no trabalho de parto nove executavam episiotomia e 14 realizavam manejo ativo

do 3o periacuteodo A maioria realizava induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e ruptura prematura de

membranas e 15 tinham protocolos para hipertensatildeo grave e profilaxia de Streptococcus do

grupo B Cinco natildeo utilizavam antibioacutetico nas cesaacutereas produtos hemoteraacutepicos eram

indisponiacuteveis em quatro hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de pacientes criticos

CONCLUSOtildeES Praacuteticas recomendadas estavam disponiacuteveis na maioria dos hospitais mas

algumas rotinas eram excessivas e outras precisavam ser aprimoradas

Palavras chave obstetriacutecia parto tocologia

71

ABSTRACT

OBJECTIVE To describe routine practices for childbirth at public obstetric services in the

metropolitan region of Campinas (RMC) METHOD Descriptive study applied to 16

obstetric services using the Assessment Tool for Good Practices during Childbirth

(Ministry of Health) and a complementary questionnaire answered by institutional managers

at RMC from August-October2014 RESULTS Thirteen hospitals used partograph 10

used the oxytocin during labor nine performed episiotomy and 14 held the active

management of the third period Most institutions induced prolonged gestation and premature

rupture of membranes at term and 15 followed guidelines on severe hypertension and

Streptococcus group B prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for C-sections

blood products were unavailable in four hospitals and eight could not care for critical patients

CONCLUSIONS Good practices were available in most hospitals some routines were

excessive and others need improvement

72

RESUMEN

OBJETIVO Describir las rutinas del parto en hospitales puacuteblicos de la regioacuten metropolitana

de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio descriptivo en 16 servicios obsteacutetricos utilizando

Herramienta de evaluacioacuten de buenas praacutecticas en el parto (Ministerio de Salud) y

cuestionario complementario contestado por administradores de agosto-octubre2014

RESULTADOS Trece hospitales utilizaron partograma 10 utilizaron oxitocina durante el

trabajo nueve realizaron episiotomiacutea y 14 hicieron el manejo activo de la 3a etapa La

mayoriacutea realizaba induccioacuten de gestacioacuten prolongada y ruptura prematura de membranas y

15 teniacutean protocolos de hipertensioacuten severa y Streptococcus del grupo B Cinco no utilizaron

la antibioacutetica en las cesaacutereas Los productos sanguiacuteneos eran indisponib les en cuatro

hospitales y ocho no podiacutean atender a pacientes criacuteticos CONCLUSIONES Las mejores

praacutecticas estaban disponibles en mayoriacutea de los hospitales pero algunas eran excesivas y

otras necesitaban ser mejoradas

73

INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas testemunharam uma expansatildeo no desenvolvimento e uso de

praacuteticas com o objetivo de melhorar os resultados para matildees e bebecircs no trabalho de parto

institucional No Brasil a cada ano ocorrem aproximadamente 3 milhotildees de nascimentos

98 destes em estabelecimentos hospitalares puacuteblicos ou privados1 O modelo vigente de

atenccedilatildeo obsteacutetrica utiliza intervenccedilotildees como episiotomia amniotomia uso de ocitocina e

cesaacuterea habitualmente recomendadas em situaccedilotildees de necessidade que tecircm sido utilizadas

de forma bastante liberal2 Existem enormes variaccedilotildees em niacutevel mundial quanto ao local

niacutevel de cuidados sofisticaccedilatildeo dos serviccedilos disponiacuteveis e tipo de provedor para o parto

normal A adoccedilatildeo acriacutetica de intervenccedilotildees natildeo efetivas de risco ou desnecessaacuterias

compromete a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Em 1996 a WHO estabeleceu uma definiccedilatildeo de trabalho de parto normal e

estabeleceu normas de boas praacuteticas para a conduccedilatildeo do trabalho de parto sem complicaccedilotildees

com intervenccedilotildees recomendadas e outras que deveriam ser evitadas3 Em 2006 a WHO

publicou o guia para a praacutetica essencial na gravidez parto poacutes-parto e ao receacutem-nascido

fornecendo recomendaccedilotildees baseadas em evidecircncias para orientar os profissionais de sauacutede

Neste documento as recomendaccedilotildees satildeo geneacutericas sobre a caracteriacutesticas de sauacutede da

populaccedilatildeo e sobre os sistemas de sauacutede (a configuraccedilatildeo capacidade e organizaccedilatildeo dos

serviccedilos recursos e pessoal)4

Mais recentemente em 2014 o Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia do Reino

Unido (RCOG) atualizou as diretrizes cliacutenicas de cuidado intraparto com base na evoluccedilatildeo

do seu Sistema Nacional de Sauacutede e na disponibilidade de novas evidecircncias Estatildeo incluiacutedas

as recomendaccedilotildees para o atendimento de mulheres que iniciam o trabalho como baixo

risco mas que passam a desenvolver complicaccedilotildees5 Neste mesmo ano o Coleacutegio Real

74

Australiano e Neozelandecircs de Obstetriacutecia e Ginecologia (RANZCOG) publicou 11

recomendaccedilotildees sobre a prestaccedilatildeo de cuidados rotineiros intraparto na ausecircncia de

complicaccedilotildees na gravidez Elas abordam os requisitos para admissatildeo de mulheres para o

parto os cuidados rotineiros durante o trabalho de parto e parto6 Mais recentemente em

fevereiro de 2015 o Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia (ACOG) elaborou

diretrizes de acordo com o niacutevel de cuidados maternos para uso na melhoria da qualidade e

promoccedilatildeo da sauacutede7

As sociedades de especialistas recomendam envolver as mulheres nas decisotildees

relacionadas ao local do parto informando os tipos de provedores de cuidado as limitaccedilotildees

de cada serviccedilo em caso de complicaccedilotildees considerando a necessidade de transferecircncias e os

procedimentos indicados em cada estaacutegio do parto baseados em evidecircncias

No Brasil em 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de Parto Aborto e

Puerpeacuterio revisando a literatura pertinente para recomendar as intervenccedilotildees eficazes no

trabalho de parto garantindo qualidade com humanizaccedilatildeo do atendimento agrave gestante e

puerpeacutera Neste documento orienta o uso de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas8

Em 2014 novas orientaccedilotildees foram publicadas visando a organizaccedilatildeo das portas de entradas

dos serviccedilos de urgecircncia obsteacutetrica para garantir acesso com qualidade agraves mulheres e assim

impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal9

Para garantir a qualidade da assistecircncia oferecida nos serviccedilos eacute preciso enfocar as

condiccedilotildees fiacutesicas e insumos mas tambeacutem a manutenccedilatildeo e promoccedilatildeo da competecircncia dos

profissionais10 A isso soma-se manter mecanismos de monitoramento das praacuteticas cliacutenicas

para avaliar se estatildeo em conformidade com padrotildees de conduta e os resultados decorrentes

desta praacutetica A utilizaccedilatildeo de diretrizes cliacutenicas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas tem sido

apontada como uma ferramenta importante nesta direccedilatildeo Entretanto a identificaccedilatildeo de

75

estrateacutegias efetivas para disponibilizaccedilatildeo e cumprimento de tais diretrizes eacute um desafio para

os gestores dos serviccedilos Mesmo estando acessiacuteveis podem ser necessaacuterias ferramentas de

suporte agrave tomada de decisotildees cliacutenicas eficientes e seguras por profissionais com

conhecimento e habilidades atualizados11 Finalmente o oferecimento de uma assistecircncia

qualificada exige garantir a integraccedilatildeo dos diferentes niacuteveis do sistema que oferece atenccedilatildeo

compondo a linha de cuidado da gestante

Conhecer a rotina da assistecircncia ao parto nas instituiccedilotildees e as dificuldades percebidas

pelos gestores do cuidado em uma regiatildeo com suposta disponibilidade de infraestrutura

material recursos humanos qualificados e bem traccedilada linha de cuidados como seria a

Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC pode contribuir para qualificar a atenccedilatildeo intra-

hospitalar nas aacutereas metropolitanas Este estudo tem como objetivo descrever as rotinas do

cuidado nos partos segundo gestores meacutedicos ou enfermeiros dos 17 serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo descritivo sobre a rotina de atendimento em serviccedilos

obsteacutetricos puacuteblicos Foram elegiacuteveis os estabelecimentos de sauacutede dos 19 municiacutepios da

RMC que realizavam partos em 2011 financiados pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

(hospitais puacuteblicos ou leitos contratados) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Sauacutede (CNES) Destes quatro natildeo tinham hospital e os outros contavam com uma uacutenica

maternidade exceto o municiacutepio-sede Campinas com trecircs hospitais dois deles com parte

dos leitos financiados pelo SUS Um desses hospitais com leitos contratados pelo SUS

recusou-se a participar Assim apresentam-se dados de 16 instituiccedilotildees

76

Foram aplicados dois instrumentos respondidos pelos meacutedicos ou enfermeiros

gestores dos serviccedilos obsteacutetricos da RMC Estes questionaacuterios foram apresentados numa

visita realizada por uma das pesquisadoras em data preacute-agendada O primeiro foi o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) cujas respostas satildeo dadas em escala Likert

(sempre realizada ndash mais de 90 das vezes frequentemente realizada ndash de 60-90 das vezes

realizada agraves vezes ndash de 20-60 das vezes raramente realizada ndash menos de 20 das vezes

nunca realizada ndash proacuteximo de 0 natildeo sei responder)

O segundo instrumento foi elaborado para o estudo no qual foram abordadas a

utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto

disponibilidade de diretrizes cliacutenicas (protocolos para as principais complicaccedilotildees - preacute-

eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia manejo ativo do 3ordm periacuteodo rastreamento de siacutefilis e de

HIVAIDS e infecccedilatildeo poacutes-parto) dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos medicamentos

hemoderivados transporte comunicaccedilatildeo com serviccedilos de referecircncia e monitorizaccedilatildeo e

tratamento de pacientes graves aleacutem da disponibilidade de obstetra treinado banco de

sangue e anestesista em caso de cesaacutereas de urgecircncia focando na qualidade da atenccedilatildeo

obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato1112 Complementaram as informaccedilotildees dados

extraiacutedos do Ministeacuterio da Sauacutede especificamente do CNES (total de leitos SUS e leitos

obsteacutetricos cadastrados em 2011)13

Os dados coletados foram digitados no programa Excel e a anaacutelise foi realizada no

programa SPSS versatildeo 20 A anaacutelise descritiva compreendeu a distribuiccedilatildeo de frequecircncia

relativa das variaacuteveis estudadas

77

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm

453588 de 08112013) Foram solicitados consentimentos informados dos diretores de cada

instituiccedilatildeo e dos gestores dos serviccedilos obsteacutetricos

RESULTADOS

A RMC conta com 30 serviccedilos de sauacutede que atendem ao parto Desses 13 satildeo

privados exclusivos 10 satildeo privados conveniados com o SUS (leitos puacuteblicos considerados

hospitais mistos) e 07 satildeo puacuteblicos Participaram do estudo sete serviccedilos puacuteblicos e nove

serviccedilos mistos que correspondem a 548 dos 649 leitos obsteacutetricos disponiacuteveis Os 16

hospitais participantes estavam distribuiacutedos em 15 municiacutepios da RMC quatro deles natildeo tem

maternidade (Artur Nogueira Engenheiro Coelho Holambra e Santo Antocircnio de Posse) ndash

quadro 1

Observou-se que os gestores dos Centros Obsteacutetricos (CO) eram meacutedicos

ginecologistasobstetras com exceccedilatildeo para uma enfermeira Doze deles tinham no miacutenimo

especializaccedilatildeo nessa aacuterea com idades variando de 32 a 62 anos (mediana = 41 anos)

Trabalhavam entre 6 e 35 anos (mediana = 14 anos) em Obstetriacutecia estando de um ateacute 26

anos na instituiccedilatildeo (mediana = sete anos) na funccedilatildeo de chefia entre um mecircs a 10 anos

(mediana = 02 anos) - tabela1

As diretrizes relativas ao cuidado obsteacutetrico foram relatadas como disponiacuteveis na

maioria dos serviccedilos Todas as maternidades realizavam triagem para siacutefilis e HIV Seguia-

se a orientaccedilatildeo de literatura com induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada em trecircs quartos

das maternidades 13 delas realizavam a induccedilatildeo em ruptura prematura de membrana a termo

e estava disponiacutevel protocolo para orientar condutas na hipertensatildeo severa em 15

maternidades A praacutetica rotineira de manejo ativo de 3ordm periacuteodo foi relatada por 14 serviccedilos

78

A antibioticoprofilaxia da infecccedilatildeo neonatal para Estreptococo do grupo B ocorria em 15

instituiccedilotildees mas o uso de antibioacuteticos nas cesaacutereas natildeo era praacutetica rotineira em cinco

maternidades - tabela 2

Um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

metade dessas puacuteblicas Duas maternidades mistas relataram dificuldades com transporte

Havia disponibilidade de medicamentos e de suprimentos mas metade delas referia

dificuldade para cuidar de pacientes graves sendo cinco de oito maternidades mistas ndash tabela

3

O acolhimento com classificaccedilatildeo de risco era realizado frequentemente (ge 60 das

vezes) em 10 delas Em 13 delas a utilizaccedilatildeo de partograma era frequente A presenccedila de

acompanhante no trabalho de parto foi relatada frequentemente em apenas nove delas poreacutem

isso ocorria em 14 das 16 maternidades no momento do parto O uso de ocitocina para

conduccedilatildeo do trabalho de parto era frequente em 10 instituiccedilotildees e a episiotomia era realizada

frequentemente em nove mas a compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo soacute foi

relatada como frequente em duas maternidades A presenccedila de profissional capacitado para

assistecircncia ao receacutem-nascido e o estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

aconteciam frequentemente em 15 maternidades ndash tabela 4

DISCUSSAtildeO

Muitas das praacuteticas de sauacutede qualificadas para trabalho de parto e parto (induccedilatildeo de

ruptura prematura de membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo

para Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto e parto) seguindo

recomendaccedilotildees da literatura e guias cliacutenicas estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais

da RMC No entanto algumas rotinas observadas pareciam excessivas (conduccedilatildeo e

79

episiotomia) e outras precisariam ser melhoradas (uso de antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas

disponibilidade de sangue e cuidado em estado criacutetico de cuidado) Os resultados destacam

a importacircncia de revisatildeo contiacutenua das rotinas hospitalares na atenccedilatildeo ao parto mesmo em

uma regiatildeo com muitos recursos materiais e humanos e faacutecil acesso agraves oportunidades de

educaccedilatildeo continuada Buscou-se conhecer as potencialidades e aacutereas para melhoria visando

compatibilizar os indicadores de processo do cuidado com a cobertura quase universal da

atenccedilatildeo preacute-natal e em particular dos partos no ambiente hospitalar14

Mais da metade dos leitos disponiacuteveis para a atenccedilatildeo obsteacutetrica eacute conveniada ao SUS

na RMC o que se assemelha agrave situaccedilatildeo encontrada por Bittencourt e colaboradores em

maternidades do Brasil15 Os resultados encontrados neste estudo refletem o cuidado no parto

para leitos SUS ou conveniados mas natildeo reflete a atenccedilatildeo nos convecircnios de sauacutede ou no

sistema privado Sabe-se que entre as mulheres atendidas neste uacuteltimo a taxa de cesariana eacute

de 88 o que por si soacute demonstra haver uso excessivo de intervenccedilotildees16 Portanto

enfocamos aqui a atenccedilatildeo puacuteblica ao parto na RMC

Uma importante estrateacutegia para qualificar a atenccedilatildeo eacute utilizar diretrizes cliacutenicas

baseadas em evidecircncias cientiacuteficas Mas o sucesso da sua implantaccedilatildeo depende de um esforccedilo

organizado dos serviccedilos seus profissionais e dos gestores do sistema de sauacutede10 A maioria

dos gestores das maternidades entrevistados tinha especializaccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeo o

que supotildee um bom preparo teacutecnico Mas a qualidade da assistecircncia depende entre outras

coisas da sua atuaccedilatildeo supervisionando e aprimorando todas as fases do cuidado A cultura

de avaliaccedilatildeo de processos assistenciais natildeo estaacute disseminada no Brasil nem os profissiona is

gestores estatildeo preparados para tal funccedilatildeo

No Brasil mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorrem durante a

internaccedilatildeo para o parto e podem estar associadas agrave inexistecircncia de leitos ou de um sistema de

80

referecircncia operante que obriga mulheres a perambular em busca de vagas ou decorrente do

encaminhamento tardio de mulheres com intercorrecircncias para hospitais de maior

complexidade14 O Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de

risco em Obstetriacutecia que tem como propoacutesito a pronta identificaccedilatildeo da paciente criacutetica ou

mais grave com base nas evidecircncias cientiacuteficas existentes Pretende-se com sua utilizaccedilatildeo

evitar a peregrinaccedilatildeo de mulheres nos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica as demoras que

resultam em desfechos desfavoraacuteveis e viabilizar o atendimento qualificado e resolutivo em

tempo adequado9 Na RMC o acolhimento com classificaccedilatildeo de risco foi referido por

gestores de 10 maternidades e a peregrinaccedilatildeo natildeo parece ser um problema relevante a

impactar os indicadores maternos e neonatais

Evidecircncias atuais natildeo demonstram que o uso rotineiro do partograma contribui para

reduccedilatildeo da mortalidade materna e perinatal mas podem oferecer apoio agraves auditorias

posteriores1117 No Brasil seu uso rotineiro eacute considerado boa praacutetica38 e 13 maternidades

utilizavam o partograma mais de 60 das vezes

Em nove maternidades da RMC relatou-se a presenccedila de acompanhante no trabalho

de parto enquanto 14 informaram que estava presente em mais de 60 das vezes As

justificativas para a baixa adesatildeo dos acompanhantes no trabalho de parto referem-se agraves

acomodaccedilotildees inadequadas coletivas Alega-se que sua presenccedila poderia constranger as

demais parturientes Em uma publicaccedilatildeo de abrangecircncia nacional cerca de um quarto das

mulheres natildeo teve acompanhante e menos de um quinto teve acompanhamento contiacutenuo

Preditores independentes de natildeo ter ou ter acompanhante em parte do tempo foram menor

renda e escolaridade cor parda parto no setor puacuteblico multiparidade e parto vaginal18 A

presenccedila de acompanhante eacute uma demanda legal no Brasil e pode ser considerada um

marcador de seguranccedila e qualidade do atendimento1819

81

Em revisatildeo sistemaacutetica da colaboraccedilatildeo Cochrane os autores concluem que o apoio

contiacutenuo durante o trabalho de parto tem benefiacutecios clinicamente significativos e nenhum

prejuiacutezo conhecido20 Estes resultados apoiam a praacutetica e sua adoccedilatildeo exige mudanccedilas na

estrutura fiacutesica e nos processos de trabalho nas maternidades19 Neste estudo um pouco mais

da metade das maternidades relataram permissatildeo para acompanhante no trabalho de parto e

no parto Quase todas permitiam acompanhamento no parto e o parceiro foi o acompanhante

mais frequente Natildeo se pode afirmar se a ausecircncia de acompanhante em 100 dos partos seja

decorrente das restriccedilotildees da instituiccedilatildeo ou da dificuldade do acompanhante para estar

disponiacutevel na ocasiatildeo Cabe aos gestores melhorar este indicador e parece haver possibilidade

de melhoria nos serviccedilos SUS da RMC

Benefiacutecios da ocitocina incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de

parto distoacutecico com riscos que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina

intoxicaccedilatildeo por aacutegua e embora rara ruptura uterina No entanto protocolos ideais para sua

utilizaccedilatildeo natildeo satildeo identificados21 Haacute dificuldade em se determinar o que seria boa praacutetica

quanto e em que situaccedilotildees seria realmente necessaacuterio seu uso para corrigir a contratilidade

uterina

Uma metanaacutelise concluiu que a ocitocina para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto

foi associada a aumento do parto vaginal espontacircneo22 Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que

altas doses de ocitocina foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e

cesaacuterea e um aumento no parto vaginal espontacircneo23 Na RMC 10 das 16 maternidades

referiram utilizar ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto em mais de 60 das vezes

Leal e colaboradores num estudo brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas

praacuteticas no parto identificaram que a infusatildeo de ocitocina e a amniotomia ocorreram em

cerca de 40 das mulheres de risco habitual (baixo) sendo mais frequentemente utilizada no

82

setor puacuteblico em mulheres com baixa escolaridade2 Mas natildeo se pode afirmar a verdadeira

indicaccedilatildeo do seu uso nos dois trabalhos

Revisatildeo sistemaacutetica que incluiu sete ensaios cliacutenicos com 5390 mulheres mostrou

que houve menos partos por cesariana e trabalhos de parto mais curtos (menos de 12 horas)

entre mulheres que receberam manejo ativo do parto sem diferenccedila nas complicaccedilotildees para

matildees ou bebecircs Os autores concluem que sua praacutetica estaacute associada a pequenas reduccedilotildees na

taxa de cesaacuterea apesar de ser altamente prescritivo24 Esta praacutetica inclui amniotomia

rotineira regras riacutegidas para diagnoacutestico de progresso lento do trabalho de parto uso da

ocitocina e cuidados individualizados Talvez alguns componentes sejam mais eficazes do

que outros

Atualmente o uso desnecessaacuterio de intervenccedilotildees alterando o processo natural do

parto em parturientes de baixo risco sem a concordacircncia da mulher eacute tratado como um abuso

a ser evitado25 No Estado de Satildeo Paulo a Lei nordm 15759 de 25 de marccedilo de 2015 define que

a ocitocina a fim de acelerar o trabalho de parto enemas os esforccedilos de puxo prolongados

durante o expulsivo a amniotomia e a episiotomia devem ser utilizadas com indicaccedilatildeo

precisa Diz que qualquer destas praacuteticas ldquoseraacute objeto de justificaccedilatildeo por escrito firmado pelo

chefe da equipe responsaacutevel pelo parto assim como a adoccedilatildeo de qualquer dos procedimentos

que os protocolos mencionados nesta lei classifiquem como desnecessaacuterios ou prejudiciais agrave

sauacutede da parturiente ou ao nascituro de eficaacutecia carente de evidecircncia cientiacutefica e suscetiacuteve is

de causar dano quando aplicados de forma generalizada ou rotineirardquo26

Treze maternidades da RMC praticavam rotineiramente a induccedilatildeo de trabalho de

parto em ruptura prematura de membranas a termo (RPMT) Resultados de ensaio controlado

randomizado comparando induccedilatildeo com ocitocina com prostaglandina conduta expectante e

induccedilatildeo com ocitocina ou prostaglandina na RPMT natildeo encontrou diferenccedilas significat ivas

83

nas taxas de infecccedilatildeo neonatal e de cesaacuterea mas o custo da induccedilatildeo com ocitocina foi

menor27 Neste estudo sendo relatado natildeo foi questionado o meacutetodo de induccedilatildeo oferecid o

pelas maternidades O Ministeacuterio da Sauacutede respalda a induccedilatildeo e afirma que a escolha do

meacutetodo dependeraacute do estado de amadurecimento cervical28 Entidades de especialidade

tambeacutem recomendam a induccedilatildeo293031

A divulgaccedilatildeo dos resultados dos ensaios cliacutenicos controlados e a revisatildeo sistemaacutetica

sobre episiotomia tecircm acarretado significativo decliacutenio no seu uso rotineiro em todo o

mundo32 Taxas de episiotomia de 54 foram encontradas no Brasil2 Na RMC em nove

maternidades a episiotomia eacute realizada na maioria dos casos O uso seletivo estaacute associado

com menos trauma perineal posterior menos sutura e menos complicaccedilotildees e nenhuma

diferenccedila para medidas de dor e trauma vaginal ou perineal grave113233 No entanto haacute um

aumento do risco de trauma perineal anterior33 A orientaccedilatildeo atual eacute realizar se houver

necessidade cliacutenica como um parto instrumental ou suspeita de comprometimento fetal11

Um achado preocupante eacute ter 14 maternidades da RMC informando praticar a

compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo Os riscos relatados com o uso da manobra

de Kristeller incluem a ruptura uterina lesatildeo do esfiacutencter anal fraturas em receacutem-nascidos

ou dano cerebral e natildeo haacute evidecircncia de benefiacutecios34 A manobra de Kristeller foi utilizada

em 37 das mulheres num estudo de amostragem nacional2 Como sua praacutetica deve ser

proscrita11 temos aqui uma prioridade para educaccedilatildeo continuada dos profissionais

A hemorragia poacutes-parto eacute uma das principais causas de morbidade e mortalidade

materna em todo o mundo35 e as medidas preventivas satildeo recomendadas para todas as

mulheres submetidas ao parto O manejo ativo do 3ordm periacuteodo para a prevenccedilatildeo da hemorragia

poacutes-parto compreendia a administraccedilatildeo profilaacutetica de um agente uterotocircnico logo apoacutes o

nascimento clampeamento e traccedilatildeo controlada do cordatildeo ateacute o desprendimento da placenta

84

e massagem uterina3637 Sabe-se hoje que o uso rotineiro da traccedilatildeo controlada do cordatildeo

pelo risco potencial de inversatildeo uterina deve ser omitido das manobras36 Dada agrave sua

eficaacutecia o manejo ativo do 3ordm periacuteodo eacute recomendado37 Na RMC 14 maternidades o

praticam rotineiramente

Como no Brasil a hemorragia eacute uma das principais causas de morte materna direta

chama a atenccedilatildeo que um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados sendo metade dessas puacuteblicas38 Esta situaccedilatildeo reflete problemas na

organizaccedilatildeo do atendimento agraves urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas Resultados de estudo

brasileiro sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem near miss materno para avaliar a qualidade de

cuidados obsteacutetricos apontou que houve maior demora na prestaccedilatildeo de serviccedilos devido a

ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a comunicaccedilatildeo entre

os serviccedilos ou centros reguladores39 Bittencourt et al encontraram 75 de disponibilidade

de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos hospitais mistos 69 nos puacuteblicos e 67

nos privados15 Morse e colaboradores em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no

Brasil apontaram entraves para transfusatildeo nos quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto40 Portanto a subutilizaccedilatildeo dos hemoderivados ainda eacute prevalente no

Brasil mesmo em grandes centros urbanos

O Ministeacuterio da Sauacutede tem diretrizes que recomendam o atendimento do receacutem-

nascido (RN) por profissional capacitado pediatra ou neonatologista ou enfermeiro (obstetra

ou neonatal) desde o periacuteodo posterior ao parto ateacute o encaminhamento ao Alojamento

Conjunto ou agrave Unidade Neonatal41 Resultado deste estudo aponta concordacircncia com o

preconizado pois na grande maioria das maternidades da RMC os RN satildeo assistidos por

profissionais capacitados As atitudes tomadas pelos profissionais que prestam cuidados ao

RN logo apoacutes o nascimento satildeo importantes pois podem interferir na aproximaccedilatildeo precoce

85

e no viacutenculo matildee-bebecirc42 Nesta perspectiva eacute imperativo que o profissional seja capacitado

com base em fundamentos cientiacuteficos para o atendimento imediato do RN

As proporccedilotildees de amamentaccedilatildeo na sala de parto satildeo muito baixas em todas as regiotildees

do Brasil (161) sendo menor na Regiatildeo Nordeste (115) Os receacutem-nascidos (RN) de

parto vaginal e em estabelecimentos do SUS apresentaram chance significativamente menor

para o afastamento da matildee apoacutes o parto42 Os conhecimentos dos profissionais e as praacuteticas

instituiacutedas pelos serviccedilos de sauacutede satildeo determinantes importantes do iniacutecio da amamentaccedilatildeo

nos partos hospitalares43 No Brasil indicadores de baixo niacutevel socioeconocircmico e menor

acesso a serviccedilos de sauacutede aumentam chance de natildeo amamentaccedilatildeo na primeira hora44

Embora haja evidecircncias cientiacuteficas para colocar o RN junto ao corpo da matildee para iniciar a

amamentaccedilatildeo logo apoacutes o parto a implementaccedilatildeo dessa praacutetica encontra barreiras sociais e

culturais Na RMC o estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora ocorre mais que 60 das

vezes em 15 maternidades o que eacute uma taxa bastante elevada

Em relaccedilatildeo aos protocolos cliacutenicos na RMC as diretrizes para rastreamento de siacutefilis

e HIVAIDS estavam disponiacuteveis em todos os serviccedilos Este resultado reflete a relevacircncia

destes agravos abordados de forma diferenciada em programas governamentais Nosso

achado difere de um estudo realizado em maternidades no Estado do Rio de Janeiro que

encontrou menor disponibilidade destas diretrizes14 Colonizaccedilatildeo materna com Streptococo

do grupo B (GBS) durante a gravidez aumenta o risco de infecccedilatildeo neonatal por transmissatildeo

vertical e a antibioticoprofilaxia reduz significativamente o risco de sepse neonatal precoce32

Quase a totalidade das maternidades estudadas na RMC (15) utilizavam antibioacuteticos para

Streptococo do grupo B

A grande maioria das maternidades da RMC relatou ter protocolo para a hipertensatildeo

severa em concordacircncia com as recomendaccedilotildees A doenccedila hipertensiva especiacutefica da

86

gravidez que afeta cerca de 5-10 de gestantes eacute o principal contribuinte de morbidade e

mortalidade materna e neonatal em todo o mundo45 No Brasil em 2010 foi responsaacutevel por

197 das mortes maternas38 O Reino Unico tem sua diretriz cliacutenica com recomendaccedilotildees

para o diagnoacutestico e tratamento de distuacuterbios hipertensivos durante a gravidez no preacute-natal

parto e poacutes-natal46 Da mesma forma a Initiativa de Revisatildeo sobre Mortalidade Materna do

Departamento de Sauacutede de Nova York e ACOG identificou o manejo da hipertensatildeo durante

a gravidez como prioridade47 No Brasil as condutas recomendadas estatildeo disponiacuteveis no

Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco28

No mundo desenvolvido as taxas de cesaacuterea estatildeo acima de 3048 No Brasil em

2012 compreendeu 52 dos nascimentos16 Mulheres submetidas agrave cesaacuterea tecircm de cinco a

20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo em comparaccedilatildeo com mulheres que datildeo agrave luz

por via vaginal O efeito beneacutefico da antibioticoprofilaxia na operaccedilatildeo cesariana estaacute bem

estabelecido e reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite e graves complicaccedilotildees

infecciosas de 60 a 7049 Assim tem sido utilizado como indicador de performance50 A

praacutetica rotineira de antibioacuteticos nas cesaacutereas eletivas ocorreu em 11 maternidades da RMC

quando deveria estar ocorrendo em todas

Entretanto a existecircncia de protocolos pessoal e infra-estrutura natildeo garante a

prestaccedilatildeo de cuidado qualificado Eacute necessaacuterio incorporar auditoria cliacutenica agrave rotina das

maternidades para implantar e manter as boas praacuteticas apoiar e introduzir simulaccedilotildees de

manejo das complicaccedilotildees obsteacutetricas recursos eficazes para aprimorar a atuaccedilatildeo

profissional28 O Ministeacuterio da Sauacutede recomenda no Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco de

2012 a adoccedilatildeo de normas procedimentos fluxos e registros como instrumentos de avaliaccedilatildeo

de qualidade do atendimento28 Oferecer atenccedilatildeo obsteacutetrica qualificada depende da

87

experiecircncia dos profissionais apoiada nas melhores praacuteticas definidas pelas evidecircncias

cientiacuteficas

Se por um lado esta estrateacutegia de entrevistas com gestores traz incertezas quanto agrave

realidade do dia-a-dia das maternidades estudadas pelo vieacutes de cortesia e considerando que

natildeo houve observaccedilatildeo direta das praacuteticas por outro lado garantiu ampla participaccedilatildeo Aleacutem

disso facilitou o compromisso dos gestores com os resultados e accedilotildees posteriores A

discussatildeo das rotinas assistenciais agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas pode propiciar aos

profissionais e gestores a seguranccedila necessaacuteria para abandonar praacuteticas prejudiciais agrave sauacutede

das mulheres e dos receacutem-nascidos Espera-se que os resultados aqui apresentados venham

apoiar o debate sobre o aprimoramento da atenccedilatildeo ao parto na RMC com base em evidecircncias

cientiacuteficas

CONCLUSOtildeES

Os achados deste estudo mostraram que na RMC estavam vigentes vaacuterias praacuteticas

assistenciais qualificadas para assistecircncia ao trabalho de parto e parto em quase todas as

maternidades No entanto ainda haacute algumas rotinas que necessitam aprimoramento como

uso de antibioacutetico em 100 das cesaacutereas acesso a sangue em todas as maternidades e

cuidado em situaccedilatildeo criacutetica Os resultados podem subsidiar o planejamento de medidas

necessaacuterias para melhoria da qualidade da assistecircncia na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

88

REFEREcircNCIAS

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14 Magluta C Noronha MF Gomes MAM Aquino LA Alves CA Silva RS Estrutura

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96

Quadro 1 Natureza juriacutedica dos hospitais maternidades da RMC segundo cadastro no CNES e total de leitos Obsteacutetricos e

leitos SUS

MUNICIacutePIO HOSPITAL TOTAL

LEITOS

LEITOS

SUS OBS

AMERICANA Hospital Waldemar Tebaldi 27 27 Fundaccedilatildeo Puacuteblica

Outros 4 hospitais 40 0 Privados

CAMPINAS

CAISM 41 41 Estadual

PUCC 44 27 PrivadoConveniado

Maternidade 109 70 PrivadoConveniado

Outros 6 hospitais 110 0 Privados

COSMOacutePOLIS Hospital Beneficente Santa Gertrudes 11 8 PrivadoConveniado

HORTOLAcircNDIA Mario Covas 21 21 Municipal

INDAIATUBA Hospital Augusto de Oliveira Camargo 30 18 PrivadoConveniado

Outro hospital 15 0 Privado

ITATIBA Santa Casa de Itatiba 18 11 PrivadoConveniado

Outro hospital 2 0 PrivadoConveniado

JAGUARIUacuteNA Hospital Municipal Walter Ferrari 18 18 Organizaccedilatildeo Social

Puacuteblica

MONTE MOR Associaccedilatildeo Hospital Beneficente Sagrado Coraccedilatildeo

de Jesus 13 11 PrivadoConveniado

NOVA ODESSA Dr Aciacutelio Carreon Garcia 6 6 Municipal

PAULINIA Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 14 Municipal

PEDREIRA FUNBEPE 10 10 PrivadoConveniado

SANTA BARBARA

DrsquoOESTE Santa Casa de Misericoacuterdia 30 18 PrivadoConveniado

SUMAREacute Hospital Estadual de Sumareacute 35 35 Estadual

VALINHOS

Irmandade da Santa Casa de Valinhos 24 15 PrivadoConveniado

Hospital Galileo 12 6 PrivadoConveniado c

Prefeitura de Vinhedo

VINHEDO Santa Casa de Vinhedo 19 0 Privado

97

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos profissionais entrevistados por municiacutepio e maternidades Regiatildeo Metropolitana de

Campinas Estado de Satildeo Paulo 2014

Municiacutepio Maternidade Anos

Obstetriacutecia Anos Serviccedilo

Anos Resp Obstetriacutecia

Americana Hospital Waldemar Tebaldi 11 7 1

Campinas Maternidade de Campinas 8 10 02

Campinas CAISM UNICAMP 15 12 7

Cosmoacutepolis Hospital Beneficente Santa Gertrudes 24 3 01

Hortolacircndia Hospital Municipal Maternidade Maacuterio Covas 7 2 2

Indaiatuba Hospital Augusto de Oliveira Camargo 32 26 10

Itatiba Santa Casa de Itatiba 35 22 4

Jaguariuacutena Hospital Municipal Walter Ferrari 7 1 03

Monte Mor Hospital Beneficente S Coraccedilatildeo de Jesus 6 2 25

Nova Odessa Hospital Dr Aciacutelio Carreon Garcia 21 1 01

Pauliacutenia Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 12 02

Pedreira FUNBEPE 9 5 1

Santa Baacuterbara Santa Casa de M de Santa Baacuterbara DrsquoOeste 14 3 15

Sumareacute Hospital Estadual de Sumareacute 118 118 2

Valinhos Santa Casa de Valinhos 20 18 8

Vinhedo Hospital Galileo 25 7 2

98

Tabela 2 Diretrizes cliacutenicas do cuidado obsteacutetrico segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade

Sim 16 1000

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada

Sim 12 750

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo

Sim 13 8125

Protocolo para hipertensatildeo severa

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira do manejo ativo do 3ordm periacuteodo

Sim 14 875

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira de antibioticoterapia nas cesaacutereas

Natildeo 5 3125

Protocolos e guias orientaccedilatildeo assistecircncia parto normal e cesaacutereas

Sim 12 750

Protocolos e guias para as principais complicaccedilotildees

Sim 12 750

99

Tabela 3 Aspectos de gestatildeo do cuidado segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo Metropolitana

de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

Sim 4 250

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

Sim 8 500

Dificuldade com transporte

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos

Sim 2 125

100

Tabela 4 Avaliaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-nascido no parto nas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Acolhimento com classificaccedilatildeo de risco

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Utilizaccedilatildeo de partograma

(de 60 a mais de 90 das vezes) 13 8125

Presenccedila de acompanhante no trabalho de parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Presenccedila de acompanhante no parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 14 875

Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto normal

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo do parto

(proacuteximo de 0 a menos de 60 das vezes) 14 875

Episiotomia

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

Disponibilizaccedilatildeo resultado do teste raacutepido de HIV

(de 60 a mais de 90 das vezes) 16 100

Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

101

DISCUSSAtildeO GERAL

O impacto das condiccedilotildees socioeconocircmicas e educacionais sobre os indicadores

de sauacutede materna e perinatal satildeo bastante conhecidos (Daoud et al 2014 Benova et al

2014 WHO 2012 Victora et al 2011 Hogan et al 2010) Dados da OMS mostram que

a morte materna eacute mais frequente em paiacuteses com muacuteltiplas desvantagens em relaccedilatildeo

aos paiacuteses mais desenvolvidos A RMM eacute o indicador considerado mais sensiacutevel para

evidenciar as inequidades de acesso e qualidade de atenccedilatildeo Em Angola haacute um risco

de uma mulher morrer em cada 35 partos esta razatildeo eacute 1780 no Brasil 12400 no Chile

113600 na Suiccedila e na Noruega eacute 114900 (WHO 2012)

Os paiacuteses estatildeo mudando gradualmente de um padratildeo de alta mortalidade

materna para baixa mortalidade materna de predomiacutenio de causas obsteacutetricas diretas

para uma proporccedilatildeo crescente de causas indiretas envelhecimento da populaccedilatildeo

materno e movendo-se da histoacuteria natural da gravidez e do parto em direccedilatildeo a

institucionalizaccedilatildeo da assistecircncia agrave maternidade aumento das taxas de intervenccedilatildeo

obsteacutetrica e eventual excesso de medicalizaccedilatildeo Este eacute o fenocircmeno transiccedilatildeo

obsteacutetrica o que tem implicaccedilotildees para as estrateacutegias destinadas a reduzir a mortalidade

materna (Souza et al 2014)

Considerando que os paiacuteses e regiotildees do mundo estatildeo em transiccedilatildeo no sentido

da eliminaccedilatildeo das mortes maternas foram descritos cinco estaacutegios da transiccedilatildeo

obsteacutetrica (Estaacutegios I - V) Paiacuteses regiotildees dentro de paiacuteses e grupos de subpopulaccedilatildeo

podem experimentar diferentes fases do obsteacutetrica transiccedilatildeo requerendo estrateacutegias

102

customizadas para o progresso Promover o desenvolvimento social e equidade em

conjunto com o fortalecimento do sistema de sauacutede e melhorias na qualidade do

atendimento satildeo etapas obrigatoacuterias na busca de um mundo livre das mortes maternas

evitaacuteveis (Souza et al 2014)

Em face da relativa raridade da morte materna em regiotildees de maior

desenvolvimento sua utilizaccedilatildeo para sensibilizar gestores e o puacuteblico em geral sobre as

inequidades em sauacutede torna-se pouco eficaz Como a mortalidade perinatal eacute um

indicador que tambeacutem resume as condiccedilotildees de oferta de preacute-natal parto e cuidados

neonatais iniciais tem-se defendido seu uso para evidenciar a qualidade da assistecircncia

na gestaccedilatildeo e parto juntamente com outros indicadores maternos mais sensiacuteveis (Vogel

et al 2014) Entre estes tem sido preconizado a morbidade materna por um lado e a

taxa de cesaacuterea por outro lado refletindo utilizaccedilatildeo de tecnologias apropriadas na

assistecircncia ao parto (Say et al 2004 Souza et al 2012 Souza et al 2013 WHO 2009

Vogel et al 2015)

A RMC eacute uma regiatildeo de 3500000 habitantes com todos os municiacutepios

apresentando IDH alto ou muito alto Tem uma ampla rede de assistecircncia agrave sauacutede tanto

puacuteblica quanto privada faacutecil acesso rodoviaacuterio com a populaccedilatildeo SUS dependente

variando de 38 a 79 taxa de analfabetismo de 29 a 85 As residecircncias chefiadas

por mulheres tiveram variaccedilatildeo de 165 a 241 Deveria ser um exemplo de equidade

em oferta de serviccedilos qualificados para sauacutede mas tem disparidades que podem

impactar os resultados perinatais e maternos

Os efeitos das desigualdades socioeconocircmicas na sauacutede satildeo dinacircmicos e variam

ao longo do tempo Utilizando dados de 86 paiacuteses de baixa e meacutedia renda o relatoacuterio

ldquoEstado da desigualdade de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da crianccedilardquo

103

apresenta uma seleccedilatildeo de indicadores de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da

crianccedila e permite que sejam feitas comparaccedilotildees entre paiacuteses e ao longo do tempo No

geral as desigualdades ocorreram em detrimento das mulheres bebecircs e crianccedilas em

subgrupos populacionais desfavorecidos ou seja os mais pobres os menos educados

e aqueles que residem em aacutereas rurais tiveram menor cobertura intervenccedilatildeo de sauacutede

e piores resultados de sauacutede do que os mais favorecidos (WHO 2015)

Indicadores de sauacutede de intervenccedilatildeo materna demonstraram pronunciadas

desigualdades dentro dos paises As maiores lacunas na cobertura - entre os mais ricos

e os mais pobres as aacutereas mais e menos educadas e urbanas e rurais - foram relatados

para partos assistidos por pessoal de sauacutede qualificado seguido de cobertura de

cuidados preacute-natais (pelo menos quatro visitas) As desigualdades tambeacutem foram

relatadas na cobertura de cuidados preacute-natais (pelo menos uma visita) embora em

menor grau do que os dois acima mencionados (WHO 2015)

Dessa maneira as diferenccedilas entre os municiacutepios podem fornecer informaccedilotildees

uacuteteis sobre as causas dessas desigualdades Um estudo de coorte desenvolvido em

Pelotas (RS) e em Avon (UK) comparou as associaccedilotildees entre as medidas de posiccedilatildeo

socioeconocircmica educaccedilatildeo materna e renda famiacuteliar e os resultados na sauacutede materna

e infantil Uma associaccedilatildeo inversa (maior prevalecircncia entre os mais pobres e menos

instruiacutedos) foi observada por quase todos os desfechos com exceccedilatildeo de cesarianas As

desigualdades mais fortes relacionados agrave renda e as relacionadas com a educaccedilatildeo

sobre a amamentaccedilatildeo foram encontradas em Avon No entanto em Pelotas foram

observadas maiores desigualdades nas taxas de cesariana e naquelas relacionadas com

a educaccedilatildeo impactando o parto prematuro (Matijasevich et al 2012) Resultado

semelhante foi encontrado em nosso estudo As matildees e seus receacutem-nascidos tecircm

104

resultados mais adversos em sauacutede se forem mais pobres e menos educados Esses

resultados demonstram a natureza dinacircmica da associaccedilatildeo entre a posiccedilatildeo

socioeconocircmica e os resultados de sauacutede e pode ajudar na compreensatildeo dos

mecanismos subjacentes a essas desigualdades

O acesso agrave informaccedilatildeo conhecimento e habilidades para resolver problemas

somados agrave rede de apoio e prestiacutegio social satildeo importantes determinantes da sauacutede

materna e perinatal A educaccedilatildeo reflete na posiccedilatildeo socioeconocircmica e nas oportunidades

de trabalho e renda (Braveman et al 2005 Shavers 2007) Estudo realizado com

mulheres egiacutepcias que viviam em agregados familiares dos menores quintis de renda

encontrou que essas mulheres eram menos propensas a receber cuidados qualificados

no preacute-natal e no parto em instalaccedilotildees de sauacutede do que as famiacutelias mais ricas A

magnitude desta associaccedilatildeo foi menor quando medida pelo niacutevel educacional (Benova

et al 2014) Em paiacuteses industrializados a renda estaacute menos frequentemente associada

aos resultados do parto do que a educaccedilatildeo mas em paiacuteses de baixa renda pode ser

diferente (Blumenshine et al 2010 WHO 2011)

A educaccedilatildeo capta diferentes aspectos dos resultados da sauacutede materna e

perinatal em comparaccedilatildeo com o que eacute capturado pela renda familiar (Collins et al 2006

Rajaratnam et al 2006) As maiores diferenccedilas com piores resultados perinatais foram

observadas nos municiacutepios da RMC com os maiores percentuais da populaccedilatildeo com

escolaridade das matildees lt 8 anos e taxas mais altas de analfabetismo Neste estudo a

maior proporccedilatildeo de renda baixa do chefe da famiacutelia esteve correlacionada com piores

indicadores de sauacutede materna e a menor escolaridade se correlacionou mais com os

indicadores perinatais

105

Estudos recentes sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

baixo peso ao nascer piores resultados de parto e menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-

natais o que foi confirmado entre os municiacutepios da RMC (Collins et al 2006 Rajaratnam

et al 2006) A posiccedilatildeo socioeconocircmica da comunidade pode se relacionar com os

resultados de sauacutede materna por meio da disponibilidade de vias de acesso e de

recursos fiacutesicos e residenciais durante a idade feacutertil e esses fatores satildeo determinados

pelas poliacuteticas puacuteblicas (Collins et al 2006 Auger et al 2009 Pampalon et al 2009)

Os municiacutepios que apresentaram os piores indicadores socioeconocircmicos e de

sauacutede materna e perinatal da RMC em 2011 mostraram certa concentraccedilatildeo na regiatildeo

noroeste Ao mesmo tempo o municiacutepio de Holambra na regiatildeo centro-oeste estaacute em

posiccedilatildeo alta no IDHM apresentou a menor populaccedilatildeo com baixa renda as mais altas

taxas de cesaacuterea de prematuridade e de TMNP com a menor proporccedilatildeo de chefia

feminina

Os municiacutepios de piores resultados maternos e perinatais Santo Antocircnio de

Posse Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e tambeacutem Holambra natildeo possuem

maternidade Poreacutem as distacircncias para as maternidades de referecircncia natildeo ultrapassam

17 km o que pressupotildee que natildeo haveria maior demora a justificar os piores desfechos

maternos e fetais (Pacagnella et al 2012) A detecccedilatildeo precoce e o tratamento de

complicaccedilotildees satildeo elementos para a reduccedilatildeo da mortalidade materna (Souza 2011

Soares et al 2012 Pacagnella et al 2012 Dias et al 2014) A excelente malha

rodoviaacuteria da regiatildeo favorece os deslocamentos aos serviccedilos de referecircncia para maior

complexidade de atenccedilatildeo Entretanto dois municiacutepios relataram dificuldades com o

transporte das pacientes e natildeo possuem maternidade (Cosmoacutepolis e Pedreira) Este eacute

um ponto que requer atenccedilatildeo na linha de cuidado da gestante na RMC que deve

106

oferecer condiccedilotildees para integrar os serviccedilos durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo

de rotina quanto nas situaccedilotildees de emergecircncia

Na RMC cinco municiacutepios apresentaram RMM elevada para os recursos

disponiacuteveis na regiatildeo As causas das mortes maternas na RMC em 2011 e seu processo

de cuidado natildeo foram estudados Mas a prevenccedilatildeo da morbimortalidade prevecirc a

necessidade de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada dos profissionais oferta de serviccedilos

de emergecircncia reconhecimento precoce dos problemas e atuaccedilatildeo em tempo haacutebil e

com eficiecircncia diante de complicaccedilotildees que possam colocar em risco a vida da matildee eou

da crianccedila

Tambeacutem chama a atenccedilatildeo que numa regiatildeo tatildeo pouco carente de recursos um

quarto dos serviccedilos de maternidade tenha relatado dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados quando a hemorragia eacute a segunda causa de morte materna no paiacutes

Esta situaccedilatildeo reflete problemas na organizaccedilatildeo do atendimento eficiente agraves

urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas A falta de um planejamento detalhado para a oferta

de cuidados pode favorecer a ocorrecircncia de demoras na implantaccedilatildeo de medidas

necessaacuterias Este eacute outro ponto que necessita intervenccedilatildeo urgente na organizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo na regiatildeo metropolitana Bittencourt et al (2014) em estudo realizado no paiacutes

encontraram 75 de disponibilidade de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos

hospitais mistos (privados conveniados ao SUS) 69 nos puacuteblicos e 67 nos privados

Morse et al (2011) em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no Brasil

apontaram dificuldades para transfusatildeo em quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto A subutilizaccedilatildeo de derivados de sangue eacute prevalente no Brasil e

em outros paiacuteses em desenvolvimento o que exige uma atenccedilatildeo especial dos

107

responsaacuteveis pelas poliacuteticas puacuteblicas e uma atuaccedilatildeo mais efetiva das entidades de

representaccedilatildeo profissional que lidam com estas condiccedilotildees cliacutenicas

Resultados de grande estudo realizado no Brasil sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem

near miss materno para a avaliaccedilatildeo da qualidade de cuidados obsteacutetricos realizado em

27 hospitais de referecircncia apontou que houve uma maior demora na prestaccedilatildeo de

serviccedilos em centros de cuidados classificadaos como natildeo adequados principalmente

devido agrave ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a

comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos e ou centros reguladores (Haddad et al 2014) Nas

situaccedilotildees onde as complicaccedilotildees existem falhas de qualidade da atenccedilatildeo e integraccedilatildeo

do cuidado podem levar mulheres e crianccedilas agrave morte evitaacutevel ou a sequelas permanentes

(Rosman et al 2006) Esta responsabilidade dos gestores precisa ser adequadamente

assumida

Aleacutem dos riscos de morbimortalidade associados agrave diversidade de condiccedilotildees de

educaccedilatildeo e renda na regiatildeo algumas das praacuteticas recomendadas no parto natildeo tecircm sido

seguidas em uma parte nas maternidades da RMC O modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica

contemporacircneo com altas taxas de intervenccedilotildees incluindo episiotomia e ocitocina na

conduccedilatildeo do trabalho de parto que seriam apenas recomendadas em situaccedilotildees de

necessidade tem sido utilizadas sempre ou frequentemente em mais de 50 dos

serviccedilos obsteacutetricos da RMC Ao mesmo tempo algumas carecircncias foram observadas

Entretanto faltam paracircmetros baseados em evidecircncia para definir taxas

adequadas de intervenccedilotildees E talvez natildeo seja adequado fazecirc-lo Associar boa praacutetica

com nuacutemero maacuteximo de intervenccedilatildeo pode facilitar a ocorrecircncia de eventos adversos no

parto ou decorrentes dele que poderiam ser evitados

108

Um exemplo de intervenccedilatildeo em que se pode debater a taxa de utilizaccedilatildeo eacute a

episiotomia Estudos anteriores apoiam poliacuteticas restritivas que trariam uma seacuterie de

benefiacutecios imediatos em comparaccedilatildeo com o uso rotineiro (Carroli e Mignini 2009 OPAS

2013 Melo et al 2014) Portanto tem-se recomendado realizaacute-la apenas quando haacute

necessidade cliacutenica o que fica sob julgamento do profissional que assiste o parto (OPAS

2013) A publicaccedilatildeo das revisotildees sistemaacuteticas sobre o tema acarretou uma acentuada

reduccedilatildeo no seu uso (Carroli e Mignini 2009 Melo et al 2014)

Mas estudos sobre disfunccedilotildees do assoalho peacutelvico mostram que a episiotomia

pode ser um fator de proteccedilatildeo quando adequadamente realizada Estudo recente

encontrou uma reduccedilatildeo de 40-50 de lesotildees no esfiacutencter anal com a realizaccedilatildeo da

episiotomia em comparaccedilatildeo com as roturas espontacircneas realizada meacutedio-lateral direita

a 60ordm distando 10 mm da linha meacutedia proteccedilatildeo do periacuteneo para desprendimento lento

do poacutelo cefaacutelico e compressas mornas no local enquanto periacuteneo curto edema perineal

e parto instrumental aumentou este risco (Kapoor et al 2015) Estes achados confirmam

resultado de Stedenfldt e colaboradores (2014) que encontraram reduccedilatildeo de 59 de

lesatildeo com proteccedilatildeo perineal ao final do 2ordm periacuteodo o que foi mais relevante nos casos

sem associaccedilatildeo de muacuteltiplos fatores de risco (primiparidade peso do receacutem-nascido

maior ou igual a 4500g e parto foacutercipe)

Na Dinamarca entre primigestas observou-se prevalecircncia de 153 de

episiotomia e 65 de lesatildeo no esfiacutencter anal com proteccedilatildeo dada pela episiotomia nos

casos de vaacutecuo-extraccedilatildeo e pela peridural para todos os partos (Jango et al 2014) Na

Finlacircndia por sua vez a taxa de episiotomia eacute de 30 com apenas 1 de lesatildeo de

esfiacutencter (Laine et al 2009) Tambeacutem se encontrou que as laceraccedilotildees perineais e o uso

de foacutercipe mas natildeo a episiotomia estavam associadas a maior disfunccedilatildeo do assoalho

109

peacutelvico com prolapso cinco a dez anos apoacutes o primeiro parto (Handa et al 2012) Dois

anos apoacutes o primeiro parto natildeo instrumental as mulheres que realizaram episiotomia

em comparaccedilatildeo com aquelas que tiveram rotura espontacircnea ou sem lesatildeo tiveram

menos sintomas de urgecircncia miccional e incontinecircncia (Rikard Bell et al 2014)

Portanto 54 de partos com episiotomia no Brasil (Leal et al 2014a) ou as taxas

encontradas na RMC podem ser considerados excessivos comparando-se com taxas

de paiacuteses noacuterdicos ou europeus Isso ocorre porque grande parte dos profissionais de

sauacutede especialmente os meacutedicos deve praticar este procedimento de rotina para as

mulheres de menor paridade e periacuteneo supostamente iacutentegro Talvez as taxas mais

adequadas mantendo a seguranccedila sejam maiores que as europeias na populaccedilatildeo

brasileira Embora natildeo esteja definida a taxa de episiotomia necessaacuteria deve ser menor

do que aquela que tem sido praticada e mais elevada do que nos paiacuteses com conduta

menos intervencionista do norte da Europa

Outra praacutetica a ser discutida comum nas maternidades da RMC eacute o uso da

ocitocina na conduccedilatildeo do trabalho de parto Leal et al (2014a) num amplo estudo

brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas praacuteticas no parto identificaram

que a infusatildeo de ocitocina ocorreu em cerca de 40 das mulheres de risco habitual

(baixo) sendo mais frequentemente utilizada no setor puacuteblico em mulheres com baixa

escolaridade Num estudo sobre partos conduzidos por enfermeiras obsteacutetricas na

Holanda observou-se que a taxa de uso de ocitocina na conduccedilatildeo do parto aumentou

de 244 para 388 entre 2000-2008 (Offerhaus et al 2014) Benefiacutecios da ocitocina

incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de parto distoacutecico com riscos

que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina intoxicaccedilatildeo por aacutegua e

embora rara rotura uterina Mais recentemente estudos tem encontrado associaccedilatildeo de

110

uso de ocitocina com autismo especialmente em crianccedilas de sexo masculino (Gregory

et al 2013 Weisman et al 2015) Num documento de 2014 a Associaccedilatildeo Americana

de Ginecologia e Obstetriacutecia afirmou que as evidecircncias natildeo eram suficientes para mudar

sua posiccedilatildeo de apoiar o uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto (ACOG

2014)

Protocolos ideais para utilizaccedilatildeo da ocitocina natildeo foram identificados

(Mozurkewich et al 2011) Os autores de uma metanaacutelise concluiacuteram que a ocitocina

para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto foi associada a aumento do parto vaginal

espontacircneo (Sq et al 2009) Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que altas doses de ocitocina

foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e parto cesaacutereo e um

aumento no parto vaginal espontacircneo (Kenyon et al 2013) Estudos em populaccedilotildees

com menor taxa de cesarianas sugerem que uma vez alcanccedilado o trabalho ativo a

ocitocina pode ser suspensa sem alterar a progressatildeo do parto ou a taxa de cesariana

(Diven et al 2012)

A antibioticoterapia nas cesaacutereas natildeo foi uma praacutetica rotineira em cinco das

maternidades visitadas quando deveria estar ocorrendo em todas Mulheres

submetidas agrave cesariana tecircm de cinco a 20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo

em comparaccedilatildeo com as mulheres que datildeo agrave luz por via vaginal (Smail e Grivell 2014)

A profilaxia antimicrobiana reduz o risco de endometrite e infecccedilatildeo incisional quando

administrado corretamente e tem sido utilizado como indicador de performance A mais

comum infecccedilatildeo relacionada agrave complicaccedilatildeo de cesaacuterea eacute a endometrite que pode ser

reduzida em 50 com o uso de antibioacutetico profilaacutetico Taxas de infecccedilatildeo do siacutetio ciruacutergico

apoacutes cesariana variam de acordo com a populaccedilatildeo em estudo os meacutetodos utilizados

111

para monitorar e identificar os casos e o uso de antibioacutetico profilaacutetico apropriado (Lamont

et al 2011)

O efeito beneacutefico da profilaxia antibioacutetica na reduccedilatildeo de ocorrecircncias de infecccedilatildeo

associados com cesaacuterea eletiva ou de emergecircncia jaacute estaacute bem estabelecida (Smail e

Grivell 2014) Uma revisatildeo sistemaacutetica concluiu que a profilaxia antibioacutetica administrada

antes da incisatildeo diminuiu a incidecircncia global de infecccedilatildeo apoacutes a cesariana e natildeo

aumentou a probabilidade de infecccedilatildeo neonatal O uso de antibioacuteticos profilaacuteticos em

mulheres submetidas agrave cesariana reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite

e graves complicaccedilotildees infecciosas de 60 a 70 (Smail e Grivell 2014)

Assim a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo principalmente da assistecircncia hospitalar ao

parto com utilizaccedilatildeo das praacuteticas baseadas nas evidecircncias deve ser o foco principal das

poliacuteticas puacuteblicas Este objetivo exige processos de educaccedilatildeo continuada e intervenccedilotildees

do tipo auditoria nas instituiccedilotildees buscando identificar os problemas acompanhar as

soluccedilotildees e promover o desenvolvimento profissional daqueles envolvidos no cuidado

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na

RMC permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactam os indicadores

estudados Os piores resultados para os indicadores perinatais estavam presentes em

populaccedilotildees mais vulneraacuteveis Para melhorar os resultados em sauacutede para matildees e bebecircs

estrateacutegias para reduzir as desigualdades sociais e educacionais focadas nos grupos

populacionais mais vulneraacuteveis matildees adolescentes mulheres com menor escolaridade

e renda ainda satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos de sauacutede apoacutes

anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

112

113

CONCLUSSAtildeO GERAL

Embora seja uma regiatildeo de grande desenvolvimento permaneciam

desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores de sauacutede matena e

perinatal na RMC Os piores resultados estavam presentes em populaccedilotildees mais

vulneraacuteveis as matildees adolescentes as mulheres com menor escolaridade e renda

As praacuteticas de sauacutede qualificadas (induccedilatildeo de ruptura prematura de

membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo para

Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto) estavam disponiacuteveis

em quase todos os hospitais na RMC No entanto algumas rotinas satildeo excessivas

(conduccedilatildeo e episiotomia) e outras precisam ser melhoradas (como o uso de

antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas disponibilidade de sangue em estado criacutetico de

cuidado)

114

115

REFEREcircNCIAS

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146

147

ANEXOS

ANEXO - 1 Mapa da Regiatildeo Metropolitana de Campinas

148

ANEXO - 2

Roteiro semiestruturado sobre a rotina da assistecircncia ao parto (intervenccedilotildees necessaacuterias e desnecessaacuterias)

para as entrevistas com os(as) meacutedicos(as) e os enfermeiros(as) responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

Responda as questotildees a seguir referentes agrave praacutetica da assistecircncia agrave mulher durante o trabalho de parto e parto na

instituiccedilatildeo que vocecirc trabalha

Instituiccedilatildeo

Dados Pessoais Data de nascimento [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

Escolaridade [ ] 1-Superior [ ] 2-Especializaccedilatildeo [ ] 3-Mestradodoutorado

Haacute quanto tempo trabalha em Obstetriacutecia

Haacute quanto tempo trabalha nesse serviccedilo

Haacute quanto tempo eacute responsaacutevel pelo Serviccedilo de Obstetriacutecia

01 Eacute garantida a presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher ( ) Sim ( ) Natildeo (Passe para a Q2)

a) Quem a acompanha com maior frequecircncia

b) Em que momento (Assinale mais de uma opccedilatildeo caso se aplique)

No trabalho de parto ( ) No parto ( ) No puerpeacuterio imediato ( )

02 Eacute realizada a triagem e tratamento de Siacutefilis na maternidade Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

03 Eacute prescrita a terapia antirretroviral para gestante com HIV Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

04 Eacute praacutetica rotineira induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada Sim ( ) Natildeo ( )

05 Eacute praticada rotineiramente a induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas ao termo Sim ( ) Natildeo ( )

06 A analgesia eacute oferecida a todas as parturientes Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

07 Existe protocolo para tratamento de hipertensatildeo severa Sim ( ) Natildeo ( ) O que eacute utilizado

08 Eacute praacutetica rotineira o manejo ativo do 3ordm periacuteodo Sim ( ) Natildeo ( )

09 Eacute praticada a antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B Sim ( ) Natildeo ( )

10 Eacute praticada rotineiramente a antibioticoterapia nas cesaacutereas Sim ( ) Natildeo ( )

11 Durante as cesaacutereas de emergecircncia haacute disponibilidade de

a) Anestesista no Centro Obsteacutetrico Sim ( ) Natildeo ( )

b) Banco de sangueSim ( ) Natildeo ( )

c)Obstetra treinado Sim ( ) Natildeo ( )

12 Eacute praacutetica rotineira a prevenccedilatildeo de hemorragia poacutes-parto Sim ( ) Natildeo( )

13 Eacute praticado o manejo de hemorragia poacutes parto Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para a Q15)

a) Remoccedilatildeo da placenta Sim ( ) Natildeo ( )

b)Curagem Sim ( ) Natildeo ( )

c)Curetagem Sim ( ) Natildeo ( )

14 Quem realiza o parto normal com maior frequecircncia Enfa( ) Enfa Obstetra ( ) Meacutedico ginecologista ( )

Outro profissional ( ) Quem

15 Os indicadores de humanizaccedilatildeo do parto satildeo praticados Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q17)

a) Visita preacutevia das gestantes agrave maternidade Sim ( ) Natildeo ( )

b) Acesso diferenciado agraves gestantes em trabalho de parto Sim ( ) Natildeo( )

c) Alojamento conjunto Sim ( ) Natildeo ( )

16 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal e cesaacuterea focando

a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q18) Quais

17 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com para as principais complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia

hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) focando a qualidade da atenccedilatildeo Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q19) Quais

18 Dados relacionados agrave infraestrutura

a) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

b) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de medicamentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

c) Haacute dificuldade com o transporte das gestantes parturientes e pueacuterperasSim ( ) Natildeo ( )Quais os problemas mais

frequentes

d) Haacute dificuldade de comunicaccedilatildeo com os serviccedilos de referecircncia Sim ( ) Natildeo ( ) Quais problemas

e) Haacute dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

f) E com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves Sim ( ) Natildeo ( )

19 O que mais gostaria de falar sobre dificuldades ou aspectos relevantes que impactam a assistecircncia agraves gestantes

em trabalho de parto ou com complicaccedilotildees na gravidez no seu serviccedilo

149

ANEXO - 3

150

151

ANEXO - 4

Consentimento das instituiccedilotildees para a realizaccedilatildeo do estudo

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Nome do responsaacutevel________________________________________________

Idade Cargo____________________RG_______________________

Endereccedilo______________________________________ Ndeg_________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu autorizo a coleta

de dados da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado ofertado

pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A pesquisadora

responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que trabalha no

Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves 1700 horas

(telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa contribuiraacute para

identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os processos de cuidado a

eles associados Fui esclarecido (a) que a participaccedilatildeo dos gestores do Centro

Obsteacutetrico desta instituiccedilatildeo poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico

sobre a qualidade da atenccedilatildeo ofertada

Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada a liberdade dos profissionais de

aceitar ou natildeo e que a recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que a identidade dos profissionais

envolvidos nesse estudo seraacute mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido

seraacute entregue a pesquisadora em envelope lacrado

152

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Concordo que os profissionais meacutedicos e enfermeiros gestores do Centro

Obsteacutetrico colaborem voluntariamente com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora _______________________________________

153

ANEXO - 5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Ndeg na Pesquisa RG____________________

Nome Idade__________________

Endereccedilo Ndeg_____________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu fui convidado

(a) a participar da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado

ofertado pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A

pesquisadora responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que

trabalha no Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves

1700 horas (telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa

contribuiraacute para identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os

processos de cuidado a eles associados Fui esclarecido (a) que minha participaccedilatildeo

poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico sobre a qualidade da

atenccedilatildeo ofertada

Aceito participar para isso responderei um questionaacuterio ldquoauto-respondidordquo

natildeo havendo necessidade de identificaccedilatildeo exceto a profissatildeo (meacutedico ou

enfermeiro) Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada minha liberdade de aceitar ou

natildeo e que minha recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na minha atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que minha identidade nesse estudo seraacute

154

mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido seraacute entregue a pesquisadora

em envelope lacrado

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Aceito voluntariamente colaborar com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora ___________________________________________

Page 4: Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

iv

Diagramaccedilatildeo Assessoria Teacutecnica do CAISM (ASTEC)

v

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ORIENTADORA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

MEMBROS

1

2

3

4

5

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tocoginecologia da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas da Universidade Estadual de Campinas

Data 31 07 2015

vi

vii

RESUMO

Objetivos Estudar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos de 19 municiacutepios e avaliar as rotinas da assistecircncia aos partos da

Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Sujeitos e Meacutetodos Trata-se de

estudo transversal associado a um estudo de casos de rotinas do cuidado na

assistecircncia ao parto em 16 maternidades puacuteblicas Coletaram-se as informaccedilotildees

referentes aos indicadores municipais a partir do DATASUS da Fundaccedilatildeo Seade e

do censo de 2010 Para conhecer as intervenccedilotildees realizadas nas 16 maternidades

em entrevistas com meacutedicos ou enfermeiros responsaacuteveis utilizaram-se o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e

ao receacutem-nascido no partordquo (Ministeacuterio da Sauacutede) e um questionaacuterio complementar

proacuteprio para o estudo A coleta de dados ocorreu de dezembro de 2013 a

outubro2014 Utilizou-se anaacutelise descritiva para as praacuteticas hospitalares e

coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e Spearman para avaliar possiacuteveis

associaccedilotildees entre caracteriacutesticas socioeconocircmicos e demograacuteficas e resultados

obsteacutetricos e perinatais Resultados As porcentagens de matildees adolescentes de

renda le 1 salaacuterio-miacutenimo (SM) e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a nuacutemero de consultas preacute-natais e com a taxa de mortalidade

perinatal poreacutem inversamente com partos cesaacutereos A renda meacutedia domiciliar per

capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal foram correlacionados

diretamente com partos cesaacutereos e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

viii

natais e com a taxa de mortalidade perinatal A porcentagem de matildees adolescentes

e de escolaridade le 8 anos e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a taxa de mortalidade neonatal precoce taxa de prematuridade

e baixo peso ao nascer Em relaccedilatildeo agraves rotinas das 16 maternidades puacuteblicas da

RMC treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam frequentemente a

ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto nove executavam a episiotomia

frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro periacuteodo do parto A

presenccedila de acompanhante durante o trabalho de parto e parto foi rotineira para 9

e 14 hospitais respectivamente Todos os hospitais forneceram rastreamento para

HIV e siacutefilis Doze hospitais realizavam induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e 13 em

ruptura prematura de membranas enquanto 15 tinham protocolos de conduta para

hipertensatildeo arterial severa e profilaxia de sepse neonatal precoce por

Streptococcus do grupo B Cinco hospitais natildeo utilizavam antibioacuteticos para

cesarianas Produtos derivados de sangue natildeo estavam disponiacuteveis em quatro

hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de gestantes em situaccedilatildeo cliacutenica grave Quinze

hospitais relataram ter profissional treinado para atendimento neonatal Conclusatildeo

A taxa de mortalidade perinatal foi o indicador que melhor refletiu os indicadores

socioeconocircmicos na regiatildeo A adolescecircncia foi um indicador social de grande risco

perinatal frequentemente associada com ausecircncia de parceiro A taxa de cesaacuterea

retratou os municiacutepios com maior poder aquisitivo na regiatildeo As praacuteticas qualificadas

de assistecircncia ao parto estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais No

entanto algumas delas parecem excessivas como conduccedilatildeo de parto e

episiotomia enquanto outras precisam ser melhoradas como uso de antibioacuteticos

para todos os partos cesaacutereos e disponibilidade de sangue e cuidado de

ix

emergecircncia Os resultados destacam a inequidade da assistecircncia e a importacircncia

de rever as rotinas hospitalares mesmo em uma regiatildeo com amplo acesso a

recursos materiais e humanos e oportunidades de educaccedilatildeo continuada

Palavras-chave indicadores baacutesicos de sauacutede obstetriacutecia parto tocologia

x

xi

ABSTRACT

Objectives To study maternal and perinatal health and socioeconomic indicators

of 19 municipalities and assess the routines of care during childbirth in the

metropolitan region of Campinas (RMC) Subjects and Methods Cross-sectional

study coupled with a case study of 16 public hospitals on clinical routines applied

for labour and delivery The information on health and socioeconomic indicators

derived from the DATASUS the Seade Foundation and 2010 census Routines were

assessed by through the Assessment Tool of Good Practice Caring for Women and

Newborns during Childbirth (Ministry of Health) and a complementary

questionnaire for interviews with responsible doctors or nurses in 16 hospitals Data

collection occurred from December 2013 to October 2014 Descriptive analysis

was applied to report routine practices in hospitals and Pearson and Spearman

correlation coefficients were used to evaluate possible associations between

socioeconomic obstetric and perinatal outcomes Results The proportion of

teenage mothers and income le 1SM and the illiteracy rate were positively correlated

with number of prenatal visits and perinatal mortality rate and inversely with

caesarean deliveries The average household income per capita and the Municipal

Human Development Index (MHDI) correlated directly with caesarean deliveries and

inversely with number of prenatal consultations and perinatal mortality rate The

percentages of teenage mothers and education le 8 years and the illiteracy rate

correlated positively with the early neonatal mortality rate prematurity and low birth

xii

weight Regarding routine practices during deliveries into 16 public maternities

thirteen hospitals used partograph 10 frequently used oxytocin for labour

augmentation nine frequently performed episiotomy and 14 informed active

management of the third stage of labour The presence of a companion during labour

and delivery was a routine for nine and 14 hospitals respectively All hospitals

provided screening for HIV and syphilis Twelve hospitals performed induction in

prolonged gestation and 13 in premature rupture of membranes Fifteen had clinical

protocol for severe hypertension and for group B Streptococcus early neonatal

sepsis prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for caesarean sections

Blood products were not available in four hospitals and eight could not take

emergency care for severe ill women Fifteen hospitals reported trained professional

providing neonatal care Conclusion The perinatal mortality rate proved to best

indicator reflecting socioeconomic indicators in the region The caesarean rate

pictured the municipalities with higher income Qualified health practices were

available in most hospitals However augmentation with oxytocin and episiotomy

sounded excessive while others need improvement as antibiotics for all C-sections

and availability of blood and emergency care The results highlight the health care

inequity and the importance of reviewing hospital care routines even in a region with

ample access to material and human resources and continuing education

opportunities

Key words childbirth midwifery maternal and perinatal indicators obstetric

xiii

SUMAacuteRIO

RESUMO vii

ABSTRACT xi

SUMAacuteRIO xiii

DEDICATOacuteRIA xv

AGRADECIMENTOS xvii

SIGLAS E ABREVIATURAS xix

INTRODUCcedilAtildeO GERAL 1

OBJETIVOS 23

Objetivo Geral 23

Objetivos Especiacuteficos 23

MEacuteTODOS 25

Desenho do estudo25

Local do estudo 25

Procedimentos25

Criteacuterios de inclusatildeo 26

Criteacuterios de exclusatildeo 27

Instrumentos 27

Aspectos eacuteticos 29

Variaacuteveis e Conceitos29

CAPIacuteTULOS37

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1 38

ARTIGO 139

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2 68

ARTIGO 269

DISCUSSAtildeO GERAL 101

CONCLUSSAtildeO GERAL 113

REFEREcircNCIAS 115

ANEXOS 147

xiv

ANEXO - 1 147

ANEXO - 2 148

ANEXO - 3 149

ANEXO - 4 151

ANEXO - 5 153

xv

DEDICATOacuteRIA

a Deus

que tem me orientado principalmente nos momentos difiacuteceis

ao meu grande amor Elcio

que com dedicaccedilatildeo e carinho tem me impulsionado sempre

agrave minha querida matildee (in memoriam)

primeira

mestre e grande responsaacutevel pela minha formaccedilatildeo

xvi

xvii

AGRADECIMENTOS

Aos meus antigos e novos mestres por terem sabido semear a inquietude do

conhecimento

Agrave minha querida orientadora Eliana Amaral agradeccedilo a confianccedila depositada em

meu trabalho a paciecircncia adotada ao responder tanto minhas questotildees mais

simples como tambeacutem as mais complicadas delas Mas em especial

agradeccedilo o carinho que sempre teve para comigo em todos os momentos

principalmente nos de minha extrema ansiedade

Ao meu esposo Elcio presente em todos os momentos A sua colaboraccedilatildeo foi

fundamental Sem ela percorrer esse longo caminho teria sido certamente

muito mais aacuterduo Agradeccedilo por ser quem eacute estando sempre ao meu lado

A toda a equipe do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas em especial agrave Dra

Carmen Lavras que me ofereceu a oportunidade de trabalhar com a Regiatildeo

Metropolitana de Campinas e me auxiliou na construccedilatildeo do projeto e na coleta

de dados

Agrave Maria Joseacute Comparini Nogueira Saacute Maria Regina Marques de Almeida Flaacutevia

Mambrini e Carla Brito Fortuna pela contribuiccedilatildeo valorosa na realizaccedilatildeo do

projeto de pesquisa

Agrave Maria Cristina Restitutti e Stella Maria B da Silva Telles que me apoiaram na

manipulaccedilatildeo dos bancos de dados

Agrave Maria Helena Souza pela paciecircncia esclarecimentos iniciais e anaacutelise estatiacutestica

Agradeccedilo agrave Conceiccedilatildeo Denise Melissa secretaacuterias da Divisatildeo de Obstetriacutecia e da

Poacutes-graduaccedilatildeo em Tocoginecologia o tratamento sempre carinhoso e bem

humorado

Aos gestores das instituiccedilotildees participantes do estudo pela disponibilidade e

incentivo

Agraves minhas amigas Patriacutecia e Adriana o carinho e a atenccedilatildeo nos momentos mais

difiacuteceis Em especial a formataccedilatildeo e editoraccedilatildeo da tese para o exame de

xviii

Qualificaccedilatildeo em caraacuteter emergencial a paciecircncia e incentivo Nenhuma

memoacuteria eacute tatildeo doce quanto agrave dos bons amigos

A todos meus amigos do local de trabalho em especial para os que estavam mais

proacuteximos Jane Maria do Carmo Marinez Renecirc Soraia Glaacuteucia Soninha

Alexandre e Matheus a amizade e o carinho especial

xix

SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ndash Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia

BP ndash Baixo Peso

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

CNES ndash Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sauacutede

CO ndash Centro Obsteacutetrico

GBS ndash Estreptococo do grupo B

IBGE ndash Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutesitica

IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal

MM ndash Morte Materna

ODM ndash Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio

OECD ndash Organizaccedilatildeo Europeacuteia para o Desenvolvimento

Econocircmico

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

PN ndash Preacute-Natal

RANZCOG ndash Coleacutegio Real da Austraacutelia e Nova Zelacircndia de

Obstetriacutecia e Ginecologia

RCOG ndash Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia

RMC ndash Regiatildeo Metropolitana de Campinas

RMM ndash Razatildeo de Mortalidade Materna

xx

RN ndash Receacutem-nascido

RPMT ndash Ruptura Prematura de Membranas a Termo

SEADE ndash Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados

SIM ndash Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade

SINASC ndash Sistema de Nascidos Vivos

SPSS ndash Statistical Package for Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMN ndash Taxa de Mortalidade Neonatal

TMNP ndash Taxa de mortalidade Neonatal Precoce

TMP ndash Taxa de Mortalidade Perinatal

WHO ndash World Health Organization

1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) satildeo metas

internacionais adotadas pelos paiacuteses signataacuterios Entre estas inclui-se a reduccedilatildeo

da mortalidade materna da mortalidade infantil e o acesso a serviccedilos de sauacutede

reprodutiva e anticoncepccedilatildeo O 5ordm ODM propotildee reduccedilatildeo da razatildeo da mortalidade

materna (RMM) em 75 ateacute 2015 (WHO 2007 Hogan et al 2010) Segundo a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) 50 paiacuteses conseguiram progresso

substancial destas metas graccedilas ao desenvolvimento socioeconocircmico melhoria da

educaccedilatildeo nutriccedilatildeo e acesso a serviccedilos de sauacutede (Hogan et al 2010 Victora et al

2011 WHO 2012) Uma seacuterie de seis artigos publicados no The Lancet mostra ter

havido melhorias significativas na sauacutede materna e infantil no Brasil atendimento

de emergecircncia e reduccedilatildeo da carga de doenccedilas infecciosas (Barreto et al 2011

Paim et al 2011 Reichenheim et al 2011 Schmidt et al 2011 Victora et al

2011a 2011b)

O relatoacuterio ldquoTendecircncias da mortalidade materna 1990 a 2010rdquo mostra que

embora o Brasil tenha reduzido a mortalidade materna de 120 para 56 a cada 100

mil nascimentos natildeo alcanccedilaraacute a meta estipulada de 35 oacutebitos por 100 mil nascidos

vivos (Souza 2011 Lozano et al 2011 ONU 2012 IPEA 2014) Ao mesmo

tempo haacute elevada taxa de cesaacuterea em aumento constante e muito mais acentuado

no sistema privado de assistecircncia ao parto (IPEA 2010 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a

Victora et al 2011 Leal et al 2014b) A razatildeo de mortalidade materna sofreu

2

estagnaccedilatildeo nos uacuteltimos dez anos em niacuteveis intermediaacuterios enquanto observou-se

aumento do componente de mortalidade perinatal na mortalidade infantil (Ministeacuterio

da Sauacutede 2012b Souza 2011 Victora et al 2011 Lansky et al 2014)

Num estudo nacional a prematuridade respondeu por cerca de um terccedilo da

taxa de mortalidade neonatal As maiores taxas de mortalidade neonatal ocorreram

entre crianccedilas com menos de 1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal

prematuros extremos (lt 32 semanas) com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida as que

utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante as que tinham malformaccedilatildeo

congecircnita aquelas cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto as que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de

referecircncia para gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e as que nasceram de parto

vaginal (Lansky et al 2014)

Um total de 98 dos partos no Brasil ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e

proacuteximo de 90 deles satildeo assistidos por meacutedicos (Souza 2011) Dados recentes

da pesquisa ldquoNascer no Brasilrdquo informam que no ano de 2012 52 dos

nascimentos foram por cesaacuterea correspondendo a 88 dos nascimentos no setor

privado (Leal et al 2014a) No Brasil a preferecircncia pela cesariana aumentou

atingindo um terccedilo das mulheres No entanto haacute diferenccedilas marcantes segundo

histoacuteria reprodutiva e fonte de pagamento do parto sendo menor em primiacuteparas

com parto financiado pelo setor puacuteblico (154) e maior entre multiacuteparas com

cesariana anterior no setor privado (732) (Domingues et al 2014) Estudos tecircm

recomendado o suporte de doulas durante o trabalho de parto como uma das

medidas para reduzir as cesaacutereas (Hodnett et al 2011 Kozhimannil et al 2013

2014) No Brasil a presenccedila da doula eacute regulamentada por Portaria do Ministro da

3

Sauacutede No1153 de maio de 2014 que redefine os criteacuterios de habilitaccedilatildeo da

Iniciativa Hospital Amigo da Crianccedila (IHAC) Em seu artigo 7ordm introduz-se o Criteacuterio

Global Amigo da Mulher onde sua participaccedilatildeo eacute sugerida dizendo ldquocaso seja da

rotina do estabelecimento de sauacutede autorizar a presenccedila de doula comunitaacuteria ou

voluntaacuteriardquo (Ministeacuterio da Sauacutede 2014a)

Eacute interessante o contraste entre as praacuteticas obsteacutetricas em diferentes paiacuteses

Na Holanda a taxa de cesaacuterea eacute a mais baixa da Europa (17) enquanto o Brasil

tem a taxa mais elevada do mundo (52) seguido por Meacutexico e Turquia (ambos

com taxas acima de 45) (OECD 2013 Leal et al 2014a IPEA 2014) Na Franccedila

cuja assistecircncia agrave sauacutede eacute garantida pelo Estado observa-se taxa de cesaacutereas

bastante estaacuteveis em 20 de 2009-2011 (OECD 2009 2011 e 2013) Neste paiacutes

tambeacutem ocorrem taxas mais elevadas de cesarianas no setor privado do que no

puacuteblico embora este uacuteltimo seja responsaacutevel pelo cuidado de gestaccedilotildees mais

complicadas (OECD 2013) Em 2011 as menores taxas de cesaacuterea ocorreram nos

paiacuteses noacuterdicos (Islacircndia Finlacircndia Sueacutecia e Noruega) com taxas que variaram de

15 a 17 de todos os nascidos vivos No mesmo periacuteodo a taxa de cesaacuterea no

Reino Unido atingiu 241 no Canadaacute alcanccedilou 261 e na Austraacutelia ficou em

322 (OECD 2013)

Em paralelo a taxa de mortalidade neonatal nos paiacuteses noacuterdicos variou de

16 a 24 por 1000 nascidos vivos no mesmo periacuteodo Na Austraacutelia Reino Unido e

Canadaacute alcanccedilaram 36 41 e 49 respectivamente (OECD 2013) No Brasil foi de

111 (Lansky et al 2014) Nos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para o Desenvolvimento

Econocircmico (OECD) cerca de dois terccedilos das mortes infantis que ocorrem durante

o primeiro ano de vida satildeo mortes neonatais Os principais fatores que contribuem

4

para esta mortalidade satildeo as malformaccedilotildees e a prematuridade Com um nuacutemero

crescente de mulheres adiando a gravidez e um aumento de nascimentos muacuteltiplos

vinculados a tratamentos para fertilidade o nuacutemero de nascimentos preacute-termo

aumentou Em vaacuterios paiacuteses de renda mais alta isso contribuiu para uma

estabilizaccedilatildeo da mortalidade infantil ao longo dos uacuteltimos anos (OECD 2013)

Como em outros paiacuteses no Brasil a atenccedilatildeo agrave sauacutede em geral e ao parto

em particular mostra uma grande inequidade com resultados diferenciados entre

mulheres atendidas nos sistemas puacuteblico e privado e nas vaacuterias regiotildees geograacuteficas

(Victora et al 2010 Diniz et al 2012) Entretanto as publicaccedilotildees sugerem

inadequada qualidade dos cuidados oferecidos na gestaccedilatildeo parto e puerpeacuterio

tanto nos grandes quanto nos pequenos centros (Nagahama e Santiago 2008

Victora et al 2010 Diniz et al 2012 Leal et al 2014a)

Este conjunto de resultados exige uma revisatildeo da linha de cuidado agrave

gestaccedilatildeo e parto Se haacute excesso de intervenccedilotildees incluindo cesaacuterea supotildee-se que

a atenccedilatildeo eacute pouco centrada nas evidecircncias atuais eou que deve haver dificuldades

para aderir agraves boas praacuteticas de cuidado Esta complexa situaccedilatildeo exige estrateacutegias

multicomponentes para qualificar a atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher e da crianccedila (IPEA

2010 Souza 2011 Leal et al 2014a 2014b)

Victora et al (2011) mostraram que as transformaccedilotildees nos determinantes

sociais das doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede afetaram os

indicadores de sauacutede materna e infantil com reduccedilatildeo dos coeficientes de

mortalidade infantil para 20 mortes por 1000 nascidos vivos em 2008 sendo 68

destas mortes pelo componente neonatal O acesso agrave maioria das intervenccedilotildees de

sauacutede dirigidas agraves matildees e agraves crianccedilas foi ampliado quase atingindo coberturas

5

universais e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenccedilotildees foram

reduzidas Entre as razotildees para o progresso estatildeo modificaccedilotildees socioeconocircmicas

e demograacuteficas (crescimento econocircmico reduccedilatildeo das disparidades de renda

urbanizaccedilatildeo melhoria na educaccedilatildeo das mulheres e reduccedilatildeo nas taxas de

fecundidade) intervenccedilotildees externas ao setor de sauacutede (programas condicionais de

transferecircncia de renda e melhorias no sistema de aacutegua e saneamento) programas

verticais de sauacutede da deacutecada de 80 (promoccedilatildeo da amamentaccedilatildeo hidrataccedilatildeo oral e

imunizaccedilotildees) criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com expansatildeo da

cobertura para atingir as aacutereas mais carentes e a implementaccedilatildeo de programas

nacionais e estaduais para melhoria da sauacutede e nutriccedilatildeo infantil e em menor grau

promoccedilatildeo da sauacutede das mulheres (Victora et al 2011)

No entanto os autores salientaram que ainda persistem desafios como a

medicalizaccedilatildeo abusiva (alta frequecircncia de cesaacuterea episiotomias ocitocina

muacuteltiplos exames de ultrassom etc) mortes maternas por abortos inseguros e a

frequecircncia alta de nascimentos preacute-termo Destacaram ainda que embora a Meta

do Milecircnio para mortalidade infantil devesse ser alcanccedilada em dois anos o mesmo

natildeo ocorreria com a mortalidade materna (Victora et al 2011)

Outros indicadores de sauacutede perinatal aleacutem da morte materna e da taxa de

cesaacuterea tecircm sido explorados Um projeto da OECD tem discutido indicadores de

qualidade dos cuidados de sauacutede (OECD 2007) Na Dinamarca desde setembro

de 2010 oito indicadores satildeo monitorados anestesia analgesia apoio contiacutenuo

para as mulheres na sala de parto laceraccedilotildees de 3 ordm ou 4 ordm graus cesariana

hemorragia poacutes-parto estabelecimento de contato pele a pele entre matildee e receacutem-

nascido hipoacutexia fetal grave e parto de crianccedila saudaacutevel apoacutes o parto sem

6

complicaccedilotildees O registro eacute obrigatoacuterio para todas as unidades de parto e estas

recebem seus resultados para a monitorizaccedilatildeo e aprimoramento no programa de

qualidade de assistecircncia (Kesmodel e Jolving 2011)

No Brasil os indicadores de sauacutede materna e perinatal incluem a taxa de

mortalidade neonatal precoce a tardia a poacutes-natal e a perinatal a razatildeo de

mortalidade materna a incidecircncia de siacutefilis congecircnita a proporccedilatildeo de internaccedilotildees

hospitalares (SUS) por afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prevalecircncia de

aleitamento materno a prevalecircncia de aleitamento materno exclusivo em menores

de seis meses a proporccedilatildeo de nascidos vivos de matildees adolescentes a proporccedilatildeo

de nascidos vivos de baixo peso ao nascer a cobertura de preacute-natal a proporccedilatildeo

de partos hospitalares e de partos cesaacutereos e o percentual de oacutebitos de mulheres

em idade feacutertil investigado (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2012) No Estado de Satildeo

Paulo entre os indicadores que compotildeem a matriz de informaccedilotildees demograacuteficas e

socioeconocircmicas de condiccedilotildees de vida e sauacutede e da rede de serviccedilos do SUS

incluem-se taxa de cesaacutereas cobertura vacinal coeficientes de mortalidade infanti l

e materna e leitos1000 habitantes (Secretaria da Sauacutede do Estado de Satildeo Paulo

2010)

O conhecimento da situaccedilatildeo de sauacutede pelos gestores e profissionais

utilizando indicadores eacute fundamental para o bom desenvolvimento das accedilotildees de

melhoria porque devem refletir a qualidade do cuidado Assim a matriz de

indicadores pode ser um poderoso instrumento para nortear o planejamento local e

regional de sauacutede (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2011 IPEA 2014) No entanto

os nuacutemeros natildeo permitem compreender o processo do cuidado e identificar onde

este processo estaacute suboacutetimo Para isso eacute necessaacuterio desenhar toda a linha de

7

cuidado de forma a deixar expliacutecitas as necessidades de recursos humanos

materiais e a inter-relaccedilatildeo entre as equipes e niacuteveis de atenccedilatildeo necessaacuterios para

oferecer atenccedilatildeo qualificada e ao mesmo tempo personalizada

Modelos de atenccedilatildeo obsteacutetrica e as praacuteticas baseadas em evidecircncia

Wagner (2001) define trecircs modelos de atenccedilatildeo ao parto 1) o modelo

medicalizado com uso de alta tecnologia e pouca participaccedilatildeo de obstetrizes

encontrado nos Estados Unidos da Ameacuterica Irlanda Ruacutessia Repuacuteblica Tcheca

Franccedila Beacutelgica e regiotildees urbanas do Brasil 2) o modelo humanizado com maior

participaccedilatildeo de obstetrizes e menor frequecircncia de intervenccedilotildees (Holanda Nova

Zelacircndia paiacuteses escandinavos e alguns serviccedilos no Brasil) e 3) os modelos mistos

da Gratilde-Bretanha Canadaacute Alemanha Japatildeo e Austraacutelia

No modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica holandecircs 16 de todos os nascimentos

ocorreram em casa em 2010 (maior do que em outros paiacuteses) enquanto 11

ocorreram em centros de partos (OECD 2013) As gestantes com gravidez sem

complicaccedilatildeo satildeo atendidas por meacutedico generalista e enfermeiras obstetras a

equipe de atenccedilatildeo primaacuteria e em caso com complicaccedilotildees ou aumento do risco as

enfermeiras obsteacutetricas referem as clientes para cuidado secundaacuterio com

ginecologista As indicaccedilotildees para referecircncia satildeo acordadas entre os profissionais

envolvidos (ginecologistas enfermeiras obstetras e meacutedicos generalistas) na ldquoLista

de Indicaccedilotildees Obsteacutetricasrdquo (Wiegers e Hukkelhoven 2010)

Esse modelo de atenccedilatildeo tem respaldo na literatura O cuidado conduzido por

enfermeira obstetra foi associado a menos episiotomia ou parto instrumental maior

chance de ter um parto vaginal espontacircneo e iniciar o aleitamento materno precoce

8

quando comparado com cuidado conduzido por meacutedicos ou compartilhado e este

cuidado foi mais eficaz quando estavam integradas no sistema de sauacutede no

contexto do trabalho em equipe (Campbell et al 2006 Hatem et al 2009 Sandall

et al 2009 Renfrew et al 2014)

No Reino Unido 80 das mulheres davam agrave luz em casa na deacutecada de 1920

o que ocorreu em apenas 23 dos nascimentos em 2011 (Office for National

Statistics 2012) Os Estados Unidos tiveram uma mudanccedila semelhante de 50 de

nascimentos em casa em 1938 para menos de 1 em 1955 (MacDorman et al

2014) A maioria das investigaccedilotildees que compararam parto domiciliar planejado com

parto hospitalar natildeo encontrou nenhuma diferenccedila no nuacutemero de mortes fetais

intraparto oacutebitos neonatais baixos iacutendices de Apgar ou admissatildeo na unidade de

terapia intensiva neonatal nos EUA Poreacutem uma meta-anaacutelise indicou resultados

neonatais mais adversos associados com parto em casa Existem desafios

associados com projetos de pesquisa voltados para parto domiciliar planejado em

parte porque a realizaccedilatildeo de ensaios cliacutenicos randomizados natildeo eacute viaacutevel (Zielinski

et al 2015)

Sabe-se que os modelos de assistecircncia ao parto tecircm diferentes

caracteriacutesticas que envolvem forma de remuneraccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

forma de financiamento do sistema constituiccedilatildeo de equipe assistencial local de

ocorrecircncia do parto havendo conflito de interesses e reserva de mercado de

trabalho entre outras O modelo adotado em determinada localidade exerce papel

preponderante na escolha pelo tipo de parto tanto pela parturiente quanto pelo

profissional que lhe assiste (Patah e Malik 2011 Dominges et al 2014)

9

No Reino Unido em 2013-14 618 dos partos tiveram iniacutecio espontacircneo

136 foram induzidos 132 terminaram por operaccedilatildeo cesariana e 609 dos

partos que ocorreram em hospitais do National Health System (NHS) foram

espontacircneos com 262 de partos cesaacutereos Mais de um terccedilo de todos os partos

(366) natildeo exigiu anesteacutesico O grupo de 30-34 anos foi o mais frequente (Health

and Social Care Information Center 2015) Na Austraacutelia as intervenccedilotildees vecircm

aumentando e primiacuteparas de baixo risco em hospital privado em comparaccedilatildeo com

hospital puacuteblico tiveram maiores taxas de induccedilatildeo (31 vs 23) parto instrumental

(29 vs 18) cesariana (27 vs 18) epidural (53 vs 32) e episiotomia (28

vs 12) e as mais baixas taxas de parto normal (44 vs 64) (Dahlen et al 2012)

Um estudo de base hospitalar realizado no Brasil em 2011-2012 baseado

em entrevistas de 23894 mulheres avaliou o uso de um conjunto de praacuteticas

(alimentaccedilatildeo deambulaccedilatildeo uso de meacutetodos natildeo farmacoloacutegicos para aliacutevio da dor

e de partograma) e intervenccedilotildees obsteacutetricas (uso de ocitocina amniotomia

episiotomia manobra de Kristeller e litotomia) na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto de mulheres de risco obsteacutetrico habitual Estas chamadas ldquoboas praacuteticasrdquo

durante o trabalho de parto e parto foram menos frequentes nas regiotildees Norte

Nordeste e Centro-Oeste O uso de ocitocina e amniotomia ocorreu em 40 dos

partos sendo mais frequente no setor puacuteblico e nas mulheres com menor

escolaridade assim como a operaccedilatildeo cesariana A manobra de Kristeller

episiotomia e litotomia foram utilizadas em 37 56 e 92 das mulheres

respectivamente (Leal et al 2014b)

Poliacuteticas nacionais tecircm sido adotadas para reverter as elevadas taxas de

partos ciruacutergicos Em 1998 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu um limite de 40

10

para a proporccedilatildeo de partos por cesariana que seriam pagos agraves instituiccedilotildees puacuteblicas

Houve reduccedilatildeo de 32 em 1997 para 239 em 2000 Poreacutem os efeitos do pacto

com os governos estaduais e serviccedilos teve curta duraccedilatildeo principalmente no setor

privado e as taxas voltaram a subir apoacutes 2002 (Victora et al 2011) Novas poliacuteticas

foram instituiacutedas como Programa de Humanizaccedilatildeo do Preacute-natal e Nascimento

(Serruya et al 2004) e a regulamentaccedilatildeo do direito a acompanhante durante o

trabalho de parto em hospitais puacuteblicos (Ministeacuterio da Sauacutede 2005)

Apesar de natildeo haver um consenso em relaccedilatildeo agrave proporccedilatildeo ideal de partos

cesarianos satildeo observadas em vaacuterios paiacuteses taxas superiores agravequelas que

parecem se tem sugerido entre 15-20 (Patah e Malik 2011 OECD 2013 WHO

2015) No Brasil apesar de a maioria das mulheres ter preferecircncia pelo parto

vaginal muitas alegam que o medo da dor as leva a optar pela cesaacuterea (Dias et al

2008 Potter et al 2008 Domingues et al 2014) Assim a preocupaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo da dor e com a vivecircncia positiva do trabalho de parto e parto satildeo aspectos

essenciais para reduzir as intervenccedilotildees ciruacutergicas desnecessaacuterias

O Ministeacuterio da Sauacutede adotou recentemente a estrateacutegia denominada Rede

Cegonha operacionalizada pelo SUS fundamentada nos princiacutepios da

humanizaccedilatildeo da assistecircncia Essa Rede considera que mulheres receacutem-nascidos

e crianccedilas tecircm direito a ampliaccedilatildeo do acesso acolhimento e melhoria da qualidade

do preacute-natal transporte tanto para o preacute-natal quanto para o parto vinculaccedilatildeo da

gestante agrave unidade de referecircncia para assistecircncia ao parto a ldquoGestante natildeo

peregrinardquo e ldquoVaga sempre para gestantes e bebecircsrdquo promoccedilatildeo de parto e

nascimento seguros atraveacutes de boas praacuteticas de atenccedilatildeo acompanhante no parto

de livre escolha da gestante (Ministeacuterio da Sauacutede 2012c) A rede assistencial para

11

gestantes e receacutem-nascido aleacutem de integrada hierarquizada e regionalizada de

forma a dar acesso agrave gestante em tempo oportuno no momento do parto deve

garantir tambeacutem que todos os estabelecimentos de sauacutede onde se realizam partos

sejam estruturados para o atendimento resolutivo das complicaccedilotildees que podem

ocorrer no nascimento ndash situaccedilotildees esperadas mas natildeo previsiacuteveis ndash

disponibilizando equipamentos insumos e equipe capacitada para prestar o

primeiro atendimento adequado agraves urgecircncias maternas e neonatais (Manzini et al

2009 Magluta et al 2009 Bittencourt et al 2014)

A incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica que se observa na assistecircncia ao parto em todo

o mundo passou a substituir uma atenccedilatildeo individualizada e mais centrada nas

necessidades das gestantes Isso tem sido motivo de preocupaccedilatildeo de profissionais

de sauacutede e grupos da sociedade civil e governo (Nagahama e Santiago 2008

Rattner 2009 Diniz 2009) Ao mesmo tempo o aparente faacutecil acesso a serviccedilos

de sauacutede e profissionais capacitados e a ampla oferta de guias ou recomendaccedilotildees

natildeo satildeo compatiacuteveis com a estabilidade nas razotildees de morte materna e aumento

da mortalidade neonatal precoce Mais do que preparo teacutecnico parece estar

havendo pouca integraccedilatildeo e continuidade no processo do cuidado e necessidade

de maior atenccedilatildeo dos gestores de sauacutede em niacutevel local Em divergecircncia com as

tendecircncias internacionais natildeo haacute uma cultura de atenccedilatildeo multi e interprofissional

ao parto no Brasil (Amoretti 2005)

Concomitantemente tem havido uma mudanccedila significativa das

caracteriacutesticas demograacuteficas e socioeconocircmicas das mulheres que engravidam e

tem seus filhos no Brasil Entre estas a proporccedilatildeo de mulheres acima dos 35 anos

aumentou a gravidez em adolescentes diminuiu e a taxa de natalidade sofreu a

12

maior reduccedilatildeo observada na literatura num intervalo curto de tempo passando de

51 em 2000 para 19 em 2012 (PNDS 2009 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a) A

fecundidade tardia estaacute associada ao maior niacutevel de instruccedilatildeo das mulheres que

vecircm adiando cada vez mais a maternidade em funccedilatildeo de melhores condiccedilotildees

profissionais e econocircmicas Paralelamente eleva-se a proporccedilatildeo de parto cesaacutereo

(Yazaki 2013) Esta mudanccedila significa que a assistecircncia agrave gestaccedilatildeo e ao parto

especialmente nos centros urbanos dirige-se a mulheres de menor paridade maior

idade e escolaridade que podem ser portadoras de doenccedilas cliacutenicas associadas

Esta realidade exige uma qualificaccedilatildeo maior da assistecircncia com integraccedilatildeo das

accedilotildees dos diversos profissionais e melhor gestatildeo do cuidado

As estrateacutegias para reduccedilatildeo da mortalidade materna

O ldquoPrograma Maternidade Segurardquo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

(OMS) baseado na prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees maternas por estratificaccedilatildeo de

risco foi insuficiente para o avanccedilo esperado (WHO 1996) Constatou-se que

estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria eram insuficientes e que uma parte importante

das complicaccedilotildees relacionadas agrave gestaccedilatildeo soacute eacute passiacutevel de prevenccedilatildeo secundaacuteria

(diagnoacutestico precoce) ou terciaacuteria (tratamento precoce para reduzir sequelas) e

ocorre em populaccedilotildees de baixo risco Uma grande proporccedilatildeo de complicaccedilotildees

graves ocorre em mulheres sem fatores de risco e com as melhores condiccedilotildees de

vida (Souza et al 2010a Souza 2011 WHO 2011)

Assim discussotildees de especialistas concluiacuteram pela necessidade de ter

profissionais muito bem treinados para assistir agrave gestaccedilatildeo e parto e uma boa rede

de atenccedilatildeo acessiacutevel e com recursos disponiacuteveis para atender a casos graves Haacute

13

consenso atualmente de que a mortalidade materna pode ser reduzida por meio

do fortalecimento dos sistemas de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo de rotina

quanto de emergecircncia (United Nations 2010) Neste contexto a detecccedilatildeo precoce

e o tratamento de complicaccedilotildees passaram a ter maior destaque nas estrateacutegias de

reduccedilatildeo de mortalidade materna (Campbell e Graham 2006 Ronsmans e Graham

2006 Cross et al 2010 Souza 2011 Soares et al 2012 Dias et al 2014)

Nos paiacuteses desenvolvidos onde as razotildees de mortalidade materna jaacute satildeo

baixas essa situaccedilatildeo deu forccedila para a adoccedilatildeo de um novo ldquoevento sentinelardquo de

qualidade de assistecircncia agrave gestante o near miss materno (Stones et al 1991) Em

1998 Mantel et al descreveram como near miss as mulheres que sofreram

importantes agravos sistecircmicos que se natildeo fossem tratadas adequadamente

poderiam evoluir para oacutebito Este de near miss materno indicando morbidade

grave evoluiu durante as uacuteltimas duas deacutecadas (Tunccedilalp et al 2012) Em 2009 um

Grupo de Trabalho da OMS definiu como morbidade materna near miss uma

mulher que quase morreu mas sobreviveu a uma complicaccedilatildeo que ocorreu durante

a gravidez parto ou dentro de 42 dias apoacutes o teacutermino da gravidez e usou criteacuterios

de disfunccedilatildeo orgacircnica (cardiacuteaca respiratoacuteria renal hepaacutetica neuroloacutegica uterina e

hematoloacutegica) e paracircmetros de extrema gravidade para definir as condiccedilotildees de risco

de vida associados com a gravidez (Say et al 2009) Antes dessa definiccedilatildeo muitos

estudos usaram diferentes paracircmetros para morbidade severa como admissatildeo em

UTI ou diagnoacutesticos cliacutenicos (Waterstone et al 2001 Donati et al 2012) Esta

definiccedilatildeo foi utilizada para desenvolver um instrumento para auxiliar

14

especificamente instalaccedilotildees e sistemas de sauacutede visando melhorar o atendimento

(WHO 2011)

Aleacutem da vantagem de ser um evento mais frequente que as mortes maternas

a vigilacircncia da morbidade materna grave facilita a discussatildeo do caso cliacutenico com a

equipe envolvida permite entrevistar as mulheres sobreviventes e oferece a

possibilidade de intervenccedilatildeo cliacutenica ou na gestatildeo do cuidado o que pode prevenir

o oacutebito Assim o estudo de near miss materno tem sido preconizado e utilizado para

auditar a qualidade do cuidado obsteacutetrico (Pattinson et al 2003 Amaral et al

2011 Cecatti e Parpinelli 2011 Cecatti et al 2011 Souza et al 2010 2012 e

2013 Dias et al 2014 Haddad et al 2014)

Resultados de estudo de base hospitalar no Brasil mostraram uma incidecircncia

de near miss materno de 1021 por mil nascidos vivos e uma razatildeo de 308 casos

para cada morte materna (Dias et al 2014) As incidecircncias mais elevadas de near

miss materno foram observadas em mulheres com 35 anos ou mais naquelas que

apresentaram maior nuacutemero de cesaacutereas anteriores com relato de gestaccedilatildeo de

risco e de internaccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo atendidas em hospitais do SUS

localizados nas capitais dos estados e naquelas que apresentaram parto foacutercipe ou

cesaacutereo

Haacute um conhecimento recente de que complicaccedilotildees graves na gravidez

ocorrem praticamente na mesma frequecircncia em todos os paiacuteses e regiotildees

independentemente do niacutevel de desenvolvimento e disponibilidade de recursos O

que varia eacute a mortalidade mais elevada em contextos de menor desenvolvimento e

escassez de recursos (Souza et al 2013) Na atenccedilatildeo a gestantes e parturientes

os serviccedilos e profissionais envolvidos necessitam reconhecer os quadros cliacutenicos e

15

saber como conduzi-los eacute necessaacuteria organizaccedilatildeo e agilidade da cadeia de

atenccedilatildeo O acesso a uma assistecircncia qualificada ao preacute-natal e ao parto e suportes

tecnoloacutegicos especiacuteficos como acesso a unidade de terapia intensiva anestesia e

transfusotildees satildeo considerados aspectos essenciais para enfrentar estas

complicaccedilotildees e evitar as mortes maternas (Sousa et al 2006)

No Brasil a reduccedilatildeo da mortalidade materna se encontra estagnada apesar

da disponibilidade de recursos (Ministeacuterio da Sauacutede 2012a IPEA 2010 e 2014

Victora et al 2011 Szwarcwald et al 2014) poliacuteticas e marcos regulatoacuterios

incluindo o Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Materna e Neonatal e a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher com princiacutepios e diretrizes

em consonacircncia com os padrotildees internacionais Quase todas as mulheres

brasileiras passam por no miacutenimo uma consulta preacute-natal 90 delas com pelo

menos quatro consultas Supotildee-se que os recursos necessaacuterios para prevenir e

tratar as principais causas de mortes maternas estejam disponiacuteveis (IPEA 2010 e

2014) Ainda assim observa-se elevada mortalidade materna sendo ao redor de

trecircs quartos destas mortes associadas a causas obsteacutetricas diretas e evitaacuteveis

como complicaccedilotildees hipertensivas e hemorraacutegicas (IPEA 2010 e 2014 Souza

2011)

A qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave gestante e ao parto

O cuidado oferecido agrave gestante sofre o efeito das poliacuteticas de sauacutede e de

organizaccedilatildeo de serviccedilos dependente dos recursos humanos informaccedilatildeo

suprimentos e tecnologias em sauacutede que interagem com as financcedilas a lideranccedila e

a gestatildeo em sauacutede Uma parcela significativa de mulheres com complicaccedilotildees na

16

gestaccedilatildeo experimentam demoras na assistecircncia dificultando a detecccedilatildeo precoce e

o uso de intervenccedilotildees apropriadas no momento correto Essa situaccedilatildeo evidencia

falhas no processo de assistecircncia ou falta de coordenaccedilatildeo das accedilotildees entre as

unidades do sistema de sauacutede (Cecatti et al 2009 Amaral et al 2011 Pacagnella

et al 2011 e 2012) Somente com o fortalecimento das linhas de cuidado dentro da

rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede onde todos esses elementos satildeo articulados e se

qualificam eacute possiacutevel garantir a elevada qualidade da atenccedilatildeo (Savigny e Adam

2009) Se houvesse uma linha de cuidado bem estruturada e gerida responsiva e

utilizaccedilatildeo de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas com atuaccedilatildeo articulada

seria possiacutevel qualificar a atenccedilatildeo oferecida agrave gestante

A mudanccedila de comportamento das instituiccedilotildees e dos profissionais de sauacutede

depende de intervenccedilotildees muacuteltiplas incluindo observaccedilatildeo de modelos decisotildees

poliacuteticas supervisatildeo do cuidado e accedilotildees de gestatildeo em sauacutede Uma das

intervenccedilotildees sabidamente eficazes eacute a auditoria cliacutenica que desde a metade do

seacuteculo passado eacute usada em sauacutede materna com impacto sobre a mortalidade em

alguns paiacuteses (Lewis 2007 Souza 2011) No Brasil a atuaccedilatildeo de comitecircs para

revisatildeo dos casos de mortes maternas com vigilacircncia de casos sentinela em sauacutede

foi iniciada em 1990 (IPEA 2010) No entanto a ausecircncia da devoluccedilatildeo da

informaccedilatildeo e governabilidade para propor e implantar accedilotildees de melhoria tornou a

intervenccedilatildeo pouco efetiva (Pattinson et al 2009)

A aplicaccedilatildeo da auditoria cliacutenica de morbidade materna grave e near miss

com orientaccedilatildeo de manejo cliacutenico dos casos segundo padrotildees de condutas

previamente estabelecidos e baseados na melhor evidecircncia tem sido proposta

como intervenccedilatildeo qualificadora do cuidado (Graham 2009 Souza et al 2010b

17

Amaral et al 2011 Souza 2011 WHO 2011 Tunccedilalp e Souza 2014) O principal

produto destas auditorias eacute a informaccedilatildeo sobre a praacutetica no serviccedilo de sauacutede para

accedilatildeo O desafio das auditorias eacute que sua implantaccedilatildeo deve ser sistecircmica sendo a

informaccedilatildeo produzida o ponto de partida para uma accedilatildeo ampla de fortalecimento

dos variados componentes do sistema com retorno de propostas e reavaliaccedilatildeo

posterior fechando o ciclo (Souza 2011)

Nessa visatildeo eacute necessaacuterio conter a demora nas accedilotildees considerando o

cuidado em tempo oportuno como item primordial para o sucesso Thaddeus e

Maine (1990) propuseram o modelo teoacuterico de trecircs demoras conhecido como three

delays model como um referencial teoacuterico para estudar as mortes maternas

bull Fase I ndash demora na decisatildeo de procurar cuidados pelo indiviacuteduo eou

famiacutelia (estaacute relacionada agrave autonomia das mulheres)

bull Fase II ndash demora no alcance de uma unidade de cuidados adequados

de sauacutede (relacionada agrave distacircncia geograacutefica)

bull Fase III ndash demora em receber os cuidados adequados na instituiccedilatildeo

de referecircncia (relacionada agrave assistecircncia meacutedica)

A maioria das mortes maternas natildeo pode ser atribuiacuteda a uma uacutenica demora

sendo comum uma combinaccedilatildeo de fatores na sequecircncia causal que pode ser social

e comportamental relacionadas agrave famiacutelia agrave comunidade e ao sistema de sauacutede

(Kalter et al 2011) A coleta de informaccedilotildees sobre mortes maternas e near miss

materno no modelo de demoras seria uma peccedila chave para avaliar a qualidade

dos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica ou outros fatores outros associados aos maus

resultados (Roost et al 2009 Lori e Starke 2011)

18

Pacagnella et al (2011) num estudo em maternidades de referecircncia em todo

o Brasil observaram uma associaccedilatildeo crescente entre a identificaccedilatildeo de alguma

demora no atendimento obsteacutetrico e desfechos maternos adversos extremos (near

miss materno e oacutebito) Os autores constataram 52 de demoras identificadas entre

mulheres com condiccedilotildees potencialmente ameaccediladoras da vida sendo 684 no

grupo mais grave de near miss materno e 841 no grupo de oacutebito materno Eacute

surpreendente que essas porcentagens de demora sejam observadas nos grandes

centros urbanos apesar da existecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com

acesso livre e sem custo ao cuidado incluindo a transferecircncia de uma gestante para

hospital de referecircncia se necessaacuterio por um centro regulador Considerando os

fatores potencializadores do bom cuidado fica evidente que muitas ldquonatildeo

conformidadesrdquo estatildeo ocorrendo

No mesmo estudo (Pacagnella et al 2011) encontrou-se que os piores

desfechos estiveram ligados agrave indisponibilidade dos serviccedilos obsteacutetricos de

urgecircncia e falta de uma rede de referecircncia articulada dentro do sistema de sauacutede

Quando consideradas as demoras relacionadas ao sistema de sauacutede a

comunicaccedilatildeo entre os equipamentos de sauacutede e as dificuldades com o transporte

(fase II) foram mais comuns do que a ausecircncia de equipamentos ou medicamentos

Os dados mostram que em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede as

dificuldades e problemas na referecircncia e transferecircncia dos casos estatildeo entre as

principais barreiras para se oferecer atendimento obsteacutetrico adequado nas

situaccedilotildees de emergecircncia Os autores apontam a grande fragilidade das redes de

referecircncia regionais de prestadores de serviccedilos complementares

19

Em estudo realizado por Amaral et al (2011) observou-se que quase metade

dos casos de near miss materno foi encaminhada aos hospitais de Campinas de

referecircncia para o SUS por outros municiacutepios ou pelo sistema privado de sauacutede

Mesmo na regiatildeo de Campinas com toda a infraestrutura e acesso a cuidados

havia falta de suprimentos e inadequaccedilatildeo de protocolos causando demora tipo III

Este achado reforccedila a necessidade de rever a qualidade do cuidado e organizar a

rede de atenccedilatildeo perinatal envolvendo gestores de sauacutede maternidades e equipes

cliacutenicas das redes puacuteblica e privada

A oferta de serviccedilos qualificados na atenccedilatildeo perinatal tambeacutem estaacute

associada agrave manutenccedilatildeo das capacidades teacutecnicas e disponibilidade de recursos

institucionais Kyser et al (2012) conduziram estudo para examinar a relaccedilatildeo entre

volume de parto e complicaccedilotildees maternas com 1683754 partos em 1045 hospitais

no ano de 2006 Os hospitais que estavam nos decis 1 e 2 de volume de partos

tiveram taxas mais altas de complicaccedilotildees do que aqueles do decil 10 Sessenta por

cento dos hospitais dos decis 1 e 2 estavam localizados a 40 km dos hospitais de

maior volume Mas os hospitais dos decis 9 e 10 tiveram maiores complicaccedilotildees

comparados com os do decil 6 Os autores concluiacuteram que as maiores taxas de

complicaccedilotildees ocorreram em mulheres que tiveram o parto tanto em hospitais com

volume muito baixo quanto naqueles com volume muito alto

Na Holanda foi desenvolvido estudo de coorte com base populacional para

examinar o efeito do tempo de viagem de casa ateacute o hospital sobre a mortalidade

e os resultados adversos em mulheres graacutevidas a termo em cuidado primaacuterio e

secundaacuterio Os autores concluiacuteram que o tempo de viagem de casa para o hospital

de 20 minutos ou mais por carro estaacute associado com um aumento de risco de

20

mortalidade e resultados adversos em mulheres com gestaccedilotildees a termo Destaca-

se que esses achados deveriam ser considerados no planejamento para a

centralizaccedilatildeo dos cuidados obsteacutetricos (Ravelli et al 2011)

Nos Estados Unidos em 2007 estudou-se tambeacutem a relaccedilatildeo entre volume

de casos atendidos pelos profissionais e as taxas de complicaccedilotildees obsteacutetricas

(laceraccedilotildees hemorragia infecccedilotildees e tromboses) As mulheres cuidadas por

provedores classificados no mais baixo quartil de volume provido (menos do que

sete partosano) tiveram uma probabilidade 50 maior de complicaccedilotildees

comparadas com aquelas que foram atendidas por obstetras do mais alto quartil

Se o volume estaacute casualmente relacionado com as menores taxas de complicaccedilotildees

eacute recomendaacutevel ter um programa robusto de educaccedilatildeo continuada incluindo os

demais (Janakiraman et al 2011)

A Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por apresentar

niacuteveis de sauacutede bastante favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias estaduais e nacionais

Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) estima-se que

50 dos residentes da RMC possuem cobertura de planos de sauacutede e seguros

privados com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS

dependente varia entre 38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho)

Estudos mais detalhados da RMC utilizando diferentes indicadores sociais

permitem identificar aacutereas com melhores e piores condiccedilotildees de vida A faixa que vai

do Sul de Indaiatuba e Campinas estendendo-se em direccedilatildeo a Hortolacircndia

Sumareacute Nova Odessa Santa Baacuterbara DrsquoOeste Americana e Pauliacutenia tem os

piores indicadores sociais Isso significa que haacute diferentes necessidades de sauacutede

a serem consideradas no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas

21

puacuteblicas e linhas de cuidado para a gestante na regiatildeo (UNICAMP 2012) Assim

interessou-nos estudar como a complexa inter-relaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

o perfil soacutecio demograacutefico e a dinacircmica linha de cuidado agrave gestante pode influenciar

na qualidade do cuidado na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

22

23

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar o cuidado ofertado agraves mulheres da Regiatildeo Metropolitana de

Campinas (RMC) no momento do parto

Objetivos Especiacuteficos

Correlacionar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

indicadores socioeconocircmicos nos 19 municiacutepios da RMC (Artigo 1)

Descrever as rotinas realizadas na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto nos serviccedilos obsteacutetricos da RMC (Artigo 2)

24

25

MEacuteTODOS

Desenho do estudo

Este eacute um estudo sobre o diagnoacutestico das condiccedilotildees de oferta qualificaccedilatildeo

do cuidado prestado e seus resultados Para cumprir o primeiro objetivo especiacutefico

foi desenvolvido um estudo de corte transversal com indicadores de sauacutede dos

municiacutepios da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Para cumprir o segundo

objetivo foi realizado um estudo descritivo das praacuteticas intra-hospitalares de

assistecircncia ao parto

Local do estudo

Os 19 municiacutepios da RMC e seus respectivos serviccedilos de atenccedilatildeo ao parto

puacuteblicos ou conveniados ao SUS

Procedimentos

Este estudo foi proposto a partir da experiecircncia de um estudo preacutevio

coordenado e desenvolvido pelo Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas (NEPP)

da Unicamp denominado ldquoDefiniccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo dos protocolos

cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos de supervisatildeo

teacutecnica na RMC ndash Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMCrdquo Os resultados desse estudo NEPP conduzido em 2011 no qual

foram avaliadas as condiccedilotildees de oferta e recursos disponiacuteveis nas instituiccedilotildees natildeo

26

estatildeo sendo apresentados neste trabalho de tese Com o apoio do NEPP e como

complementaccedilatildeo do diagnoacutestico iniciado com o projeto sobre a linha de cuidado da

gestante e pueacuterpera na RMC este projeto foi apresentado agrave diretora da Diretoria

Regional de Sauacutede VII de Campinas (DRS VII) apoacutes aprovaccedilatildeo no Comitecirc de Eacutetica

em Pesquisa da Unicamp

Posteriormente o projeto da pesquisa foi apresentado agrave Cacircmara Temaacutetica

de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Campinas foacuterum consultivo composto pelos

secretaacuterios de sauacutede dos municiacutepios que compotildeem a RMC Diante da concordacircncia

dos seus membros foi enviada carta aos secretaacuterios de sauacutede solicitando o contato

dos responsaacuteveis pelas 17 instituiccedilotildees de sauacutede (hospitaismaternidades) que

fariam parte do estudo A seguir uma das pesquisadoras entrou em contato

telefocircnico com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos dos

hospitaismaternidades para agendar a coleta de dados por meio de entrevista

Apresentou-se o projeto com aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

solicitando autorizaccedilatildeo para contato com os responsaacuteveis Apoacutes a aprovaccedilatildeo da

instituiccedilatildeo seus responsaacuteveis foram contatados e uma entrevista foi marcada no

local sendo realizada pela pesquisadora

Criteacuterios de inclusatildeo

Ser um dos municiacutepios da RMC (Americana Artur Nogueira Campinas

Cosmoacutepolis Engenheiro Coelho Holambra Hortolacircndia Indaiatuba Itatiba

Jaguariuacutena Monte Mor Nova Odessa Pauliacutenia Pedreira Santa Baacuterbara DrsquoOeste

Santo Antocircnio de Posse Sumareacute Valinhos Vinhedo) ndash Anexo 1

27

Pertencer agrave lista de serviccedilos obsteacutetricos (Associaccedilatildeo Hospital Beneficente

Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus FUNBEPE ndash Fundaccedilatildeo Beneficente de Pedreira

Hospital Augusto de Oliveira Camargo Hospital Beneficente Santa Gertrudes

Hospital Estadual de Sumareacute ndash HES Hospital e Maternidade de Campinas (HMC)

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP PUC Campinas) Hospital e

Maternidade Governador Maacuterio Covas Hospital da Mulher Prof Dr Joseacute

Aristodemo Pinotti ndash CAISM Hospital e Maternidade de Nova Odessa ndash Dr Aciacutelio

Carrion Garcia Hospital Municipal de Pauliacutenia Hospital Municipal Waldemar

Tebaldi Hospital Municipal Walter Ferrari Irmandade da Santa Casa de

Misericoacuterdia de Valinhos Santa Casa de Misericoacuterdia de Itatiba Santa Casa de

Misericoacuterdia de Santa Baacuterbara Drsquooeste e Hospital Galileo) dos 19 municiacutepios que

compotildeem a RMC que faziam parte do estudo preacutevio do NEPP

Para as entrevistas acerca das boas praacuteticas os sujeitos foram os gestores

dos serviccedilos obsteacutetricos (Centros Obsteacutetricos) da RMC meacutedicos ou enfermeiros

Criteacuterios de exclusatildeo

Recusa do gestor para participar do estudo

Instrumentos

Os dados sobre indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos referentes ao primeiro objetivo especiacutefico foram extraiacutedos pela

pesquisadora de sistemas de informaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede ndash DATASUS

28

da Fundaccedilatildeo SEADE e do IBGE e posteriormente foram confeccionadas tabelas

Para compor um banco de dados foi construiacuteda uma planilha em Excel

Para responder ao segundo objetivo especiacutefico foram utilizados dois

instrumentos complementares o do Ministeacuterio da SauacutedeMS ldquoInstrumento de

avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo e outro elaborado especialmente para o estudo um roteiro

semiestruturado para as entrevistas com os meacutedicos e os enfermeiros

responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da RMC sobre a rotina da assistecircncia ao

parto (Anexos 2 e 3)

O instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede aborda a ldquoImplantaccedilatildeo das boas

praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo com resposta fechadas em escala Likert

conforme a frequecircncia de sua realizaccedilatildeo

1 Sempre realizada (+ 90 das vezes)

2 Frequentemente realizada (60-90 das vezes)

3 Realizada agraves vezes (20-60 das vezes)

4 Raramente realizada (menos de 20 das vezes)

5 Nunca realizada (proacuteximo de 0)

6 Natildeo sei responder

O roteiro semiestruturado aborda a utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e

guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal cesaacuterea e principais

complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) e

dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos ou medicaccedilotildees transporte comunicaccedilatildeo

hemoderivados ou para monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves possam

ser levado a um cuidado sub-oacutetimo focando a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica

29

durante o parto e puerpeacuterio imediato Conteacutem perguntas fechadas e outras abertas

para as entrevistas realizadas com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos

(meacutedicos ou enfermeiros)

Aspectos eacuteticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP)

da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

Foram elaborados dois termos de consentimento livre e esclarecido um para

os responsaacuteveis pelas instituiccedilotildees participantes e outro para os gerentes dos

serviccedilos obsteacutetricos das instituiccedilotildees (sujeitos do estudo) (anexos 4 e 5)

Foram respeitados todos os aspectos eacuteticos previstos na Resoluccedilatildeo

4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (CNS 2012)

assim como o previsto na Declaraccedilatildeo de Helsinque Foram respeitados o sigilo e

confidencialidade dos dados dos sujeitos do estudo

Variaacuteveis e Conceitos

Dados obtidos por meio dos sistemas DATASUS (indicadores de sauacutede estatiacutesticas

vitais e demograacuteficas e socioeconocircmicas)

Municiacutepio de origem cidade de residecircncia da gestante

Idade da matildee nuacutemero de anos da matildee categorizada como matildee de a0 a 14

anos matildee de 15 a 19 anos matildee de 20 a 24 anos matildee de 25 a 29 anos matildee

de 30 a 34 anos matildee de 35 a 39 anos (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Estado marital situaccedilatildeo civil da mulher categorizado como solteira

casada viuacuteva separada uniatildeo consensual e estado civil ignorado

30

Cor da pele conjunto de caracteriacutesticas socioculturais e fenotiacutepicas

identificadas pela observaccedilatildeo ou declaraccedilatildeo da proacutepria mulher disponiacuteveis

nos sistemas utilizados Classificadas em branca preta parda amarela

indiacutegena e cor ignorada

Grau de escolaridade da matildee nuacutemero de anos de estudos concluidos com

aprovaccedilatildeo Categorizado em 1- Nenhuma escolaridade natildeo sabe ler e

escrever 2 - De um a trecircs anos curso de alfabetizaccedilatildeo de adultos primaacuterio

ou elementar primeiro grau ou fundamental 3 - De quatro a sete anos

primaacuterio fundamental ou elementar primeiro grau ginaacutesio ou meacutedio primeiro

ciclo 4 - De oito a 11 anos primeiro grau ginasial ou meacutedio primeiro ciclo

segundo grau colegial ou meacutedio segundo ciclo 5 - 12 e mais segundo grau

colegial ou meacutedio segundo ciclo e superior 9 ndash escolaridade ignorada se natildeo

houver informaccedilatildeo sobre escolaridade (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Nuacutemero de consultas de preacute-natal nuacutemero de consultas no

acompanhamento preacute-natal Categorizada em nenhuma de 1 a 3 de 4 a 6

7 ou mais e ignorado

Idade gestacional duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo em semanas Variaacutevel categoacuterica

ordinal Categorizado em menos de 22 semanas de 22 a 27 semanas de

28 a 31 semanas de 32 a 36 semanas de 37 a 41 semanas 42 semanas ou

mais e idade gestacional ignorada

Nuacutemero de nascidos vivos segundo consta no SINASC

Nuacutemero de nascidos mortos segundo consta no SIM

31

Nuacutemero de receacutem-nascidos prematuros total de receacutem-nascidos com

menos de 37 semanas de idade gestacional

Taxa de baixo peso ao nascer ndash eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de receacutem-

nascidos com peso menor que 2500gr e o total de receacutem-nascidos de um

municiacutepio no ano considerado

Taxa de prematuridade - Nuacutemero de nascidos vivos prematuros em relaccedilatildeo

ao total de nascidos (vivos e mortos) da instituiccedilatildeo hospitalar no ano

considerado (ANS 2004a)

Iacutendice de Apgar valores medidos no primeiro e no quinto minutos de vida

Consiste numa escala que varia de zero a dez que reflete a vitalidade do

receacutem-nascido Categorizado em Apgar de 1ordmrsquo e de 5ordmrsquo ndash de 0 a 2 de 3 a 5

de 6 a 7 8 a 10 e ignorado

Peso ao nascer peso em gramas Categorizado em menos de 500g 500 a

999g 1000 a 1499g 1500 a 2499g 2500 a 2999g 3000 a 3999g 4000g e

mais peso ignorado

Taxa de analfabetismo feminino por municiacutepio percentual de mulheres sem

instruccedilatildeo por municiacutepio

Renda meacutedia domiciliar per capita relaccedilatildeo entre o rendimento total dos

moradores ou das pessoas da famiacutelia dividido pelo nuacutemero de pessoas do

domiciacutelio ou da famiacutelia

Nuacutemero de serviccedilo de atenccedilatildeo ao Preacute-Natal e ao Parto total de serviccedilos de

atenccedilatildeo ao Preacute-natal e ao parto independente do risco por municiacutepio

32

Dados obtidos por meio de pesquisa na Fundaccedilatildeo SEADE - Informaccedilotildees dos

Municiacutepios Paulistas (IMP)

Razatildeo de mortalidade materna (RMM) ndash eacute o risco estimado de morte de

mulheres ocorrida durante a gravidez o aborto o parto ou ateacute 42 dias apoacutes

o parto atribuiacuteda a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez pelo

aborto pelo parto ou pelo puerpeacuterio ou por medidas tomadas em relaccedilatildeo a

elas expressa em nuacutemero de oacutebitos maternos por 100 mil nascidos vivos de

matildees residentes em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado

(Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011 e 2012)

Taxa de mortalidade neonatal precoce - Nuacutemero de oacutebitos de 0 a 6 dias de

vida completos por mil nascidos vivos na populaccedilatildeo residente em

determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (Fundaccedilatildeo Nacional da

Sauacutede 2011)

Taxa de mortalidade perinatal - Tem como numerador os oacutebitos fetais a partir

da 22ordf semana (natimortalidade) e os oacutebitos neonatais menores que sete

dias de vida (neomortalidade precoce) e como denominador o nuacutemero total

de nascimentos (vivos e mortos) (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011)

Porcentagem de receacutemndashnascido com baixo peso ao nascer (lt2500gr)

Taxa de parto cesaacutereo eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de partos cesaacutereos

e o total de partos (normais e cesaacutereos) realizados por uma instituiccedilatildeo

hospitalar no ano considerado (ANS 2004b)

33

Abastecimento de aacutegua () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares

permanentes por forma de abastecimento de aacutegua segundo prefeituras

Coleta de lixo () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes por

destino do lixo coletado por serviccedilo de limpeza segundo prefeituras

Esgoto sanitaacuterio () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes

por forma de esgotamento sanitaacuterio segundo prefeituras

Rendimento meacutedio mensal das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios

particulares permanentes ( por faixas) Categorizado em sem rendimento

rendimento gt frac12 a 1 SM gt 1 a 2 SM gt 2 a 3 SM gt 3 a 5 SM gt 5 a 10 SM e

gt 10 SM

Densidade demograacutefica ndash nuacutemero de habitantes por km2 Variaacutevel contiacutenua

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal - medida resumida do

progresso em longo prazo em trecircs dimensotildees baacutesicas do desenvolvimento

humano renda educaccedilatildeo e sauacutede

Dado obtido do IBGE censo 2010

Porcentagem de chefia feminina nos arranjos familiares ndash casal sem

filhosoutros casal + filhosoutros chefe + outros monoparentaloutros

sozinho (IBGE 2012)

Porcentagem de chefia feminina sem cocircnjuge nos arranjos familiares - chefe

+ outros monoparentaloutros sozinho

34

Variaacuteveis obtidas nas entrevistas com os gestores

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade categorizada em sim e natildeo

Protocolo para hipertensatildeo severa categorizada em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo categorizada

em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia nas cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Manejo ativo do 3ordm periacuteodo - categorizado em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com transporte categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias de orientaccedilatildeo para assistecircncia em partos normais e

cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias para as complicaccedilotildees categorizada em sim e natildeo

35

Variaacuteveis do instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede ndash ldquoImplantaccedilatildeo das boas praacuteticas

na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo

Todas as respostas neste instrumento satildeo categorizadas conforme a escala

Likert

Sempre realizada (+ 90 das vezes) Frequentemente realizada (60-90

das vezes) Realizada agraves vezes (20-60 das vezes) Raramente realizada (menos

de 20 das vezes) Nunca realizada (proacuteximo de 0) Natildeo sei responder

bull Acolhimento e classificaccedilatildeo de risco na recepccedilatildeo da maternidade

bull Utilizaccedilatildeo de partograma para todas as mulheres em TP

bull Presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher no TP e parto

bull Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do TP

bull Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo

bull Episiotomia

bull Estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na 1ordf hora

bull Disponibilizaccedilatildeo do resultado do teste raacutepido de HIV

bull Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

36

37

CAPIacuteTULOS

Artigo 1 Christoacuteforo F Restitutti MC Lavras C e Amaral E A diversidade socioeconocircmica

e os indicadores de sauacutede materna e perinatal na Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil

Socioeconomic diversity and maternal and perinatal health indicators at the Metropolitan

Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

Artigo 2 Christoacuteforo F Lavras C e Amaral E Praacuteticas rotineiras em serviccedilos de obstetriacutecia

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil Routine practices in obstetrics services at the

Metropolitan Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

38

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1

De cadernosfiocruzbr

Enviada Sexta-feira 3 de Julho de 2015 0926

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_106415)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS

INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL (CSP_106415) para Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o progresso de seu manuscrito dentro do processo

editorial bastando clicar no link Sistema de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos

localizado em nossa paacutegina httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

39

ARTIGO 1

A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS INDICADORES DE SAUacuteDE

MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS

BRASIL

SOCIOECONOMIC DIVERSITY AND MATERNAL AND PERINATAL HEALTH

INDICATORS AT THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS BRAZIL

DIVERSIDAD SOCIO-ECONOMICOS Y INDICADORES MATERNA Y

PERINATAL LA REGIOacuteN METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E

PERINATAL

F Christoacuteforo1

MC Restitutti2

C Lavras3

E Amaral4

1 Doutoranda Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp e enfermeira do Nuacutecleo

de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas CampinasSP Brasil

2 Pesquisadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

40

RESUMO

OBJETIVO Correlacionar os indicadores socioeconocircmicas e de sauacutede materna e perinatal

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo transversal com

informaccedilotildees extraiacutedas do DATASUS da Fundaccedilatildeo SEADE e do censo 2010 Aplicaram-se

os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman e mapeamento dos indicadores

RESULTADOS Maiores porcentagens de matildees adolescentes e maior taxa de analfabet ismo

se correlacionaram diretamente com nuacutemero de consultas preacute-natais mortalidade perinatal

mortalidade neonatal precoce prematuridade e baixo peso ao nascer e inversamente com

cesaacutereas A renda meacutedia per capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal se

correlacionaram diretamente com cesaacutereas e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

natais e mortalidade perinatal CONCLUSOtildeES Apesar do desenvolvimento social da RMC

permanecem desigualdades que impactam os indicadores de sauacutede materna e prinatal Os

piores resultados foram observados em adolescentes mulheres com menor escolaridade e

renda enquanto que o poder econocircmico aumentou a taxa de cesaacutereas

Palavras chave obstetriacutecia parto indicadores baacutesicos de sauacutede

41

ABSTRACT

OBJECTIVE To correlate socioeconomic with maternal and perinatal health indicators in

the Metropolitan Region of Campinas (RMC) METHOD This is a cross-sectional study

with data from DATASUS SEADE Foundation and 2010 census We applied Pearson and

Spearman correlation coefficients as well as mapping of indicators RESULTS Teenage

mothers and higher illiteracy rates correlated directly with antenatal visits perinatal

mortality early neonatal mortality prematurity and low birth weight and inversely with

caesarean section The average income per capita and the Municipal Human Development

Index correlate directly with caesarean section and inversely with antenatal visits and

perinatal mortality rate CONCLUSIONS Regardless of RMCs social development

inequalities remain impacting maternal and perinatal health indicators The worst results

were found among adolescents women with less education and income while the economic

power increased the cesarean rate

42

RESUMEN

OBJETIVO Correlacionar indicadores socioeconoacutemicos y de salud materna y perinatal en

la Regioacuten Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio transversal con

informacioacuten de la DATASUS el SEADE Fundacioacuten y 2010 censo Se aplicaron coeficientes

de correlacioacuten de Pearson y Spearman y mapa de los indicadores RESULTADOS Madres

adolescentes y las tasas de analfabetizacioacuten se correlacionan directamente con menos

consultas prenatales mortalidad perinatal mortalidad neonatal precoz prematuridad y bajo

peso al nacer y inversamente con cesaacutereas El ingreso y el Iacutendice de Desarrollo Humano

Municipal se correlacionan directamente con cesaacuterea e inversamente con visitas prenatales y

mortalidad perinatal CONCLUSIONES Aunque el desarrollo del RMC se mantienen

desigualdades que afectan indicadores de salud materna e perinatal Los peores resultados se

observaron en las adolescentes mujeres con menos educacioacuten e ingresos aunque el poder

econoacutemico se incrementoacute la cesaacuterea

43

INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas o Brasil vivenciou transformaccedilotildees nos determinantes sociais das

doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede1 O paiacutes fez progressos nos Objetivos de

Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) atingindo algumas das metas estabelecidas

Contribuiacuteram para este resultado as modificaccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas externas

ao setor de sauacutede aleacutem de consolidaccedilatildeo do Sistema Nacional de Sauacutede (SUS) expansatildeo da

cobertura e a implementaccedilatildeo de programas para melhoria da sauacutede infantil e para a promoccedilatildeo

da sauacutede das mulheres ampliaccedilatildeo da cobertura de vacinaccedilatildeo e da assistecircncia preacute-natal Por

outro lado ainda se observam desigualdades socioeconocircmicas e regionais em sauacutede e

necessidade de qualificar os recursos humanos123

Persistem desafios como a reduccedilatildeo de mortes maternas (MM) e nascimentos preacute-

termo por um lado aleacutem de reduccedilatildeo de partos cesaacutereos e uso rotineiro de intervenccedilotildees

desnecessaacuterias no parto por outro Apesar de avanccedilo anterior com reduccedilatildeo da razatildeo de morte

materna (RMM) houve estagnaccedilatildeo a partir de 200212 A reduccedilatildeo observada se deveu agrave queda

da mortalidade por causas obsteacutetricas diretas2 Eacute possiacutevel avanccedilar com estrateacutegias de

qualificaccedilatildeo nos serviccedilos aleacutem das intervenccedilotildees multissetoriais como a redistribuiccedilatildeo de

renda134 Um total de 98 dos partos ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e proacuteximo de 90

deles satildeo assistidos por meacutedicos1 Se uma fraccedilatildeo das mortes maternas e neonatais ocorre

dentro dos hospitais por causas evitaacuteveis o monitoramento das mesmas eacute um elemento

relevante para conhecimento dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da

assistecircncia5

As cesaacutereas podem reduzir a mortalidade e morbidade materna e perinatal quando

bem indicadas mas podem acarretar riscos6 Entretanto cada vez mais mulheres de estatildeo

parindo por cesaacuterea e uma parte significativa destas intervenccedilotildees ciruacutergicas estaacute sendo

44

realizada sem indicaccedilatildeo meacutedica46 Os riscos potenciais de cesaacutereas desnecessaacuterias precisam

ser considerados7

As mortes neonatais satildeo responsaacuteveis por 40 das mortes entre crianccedilas menores de

cinco anos de idade no mundo e 68 das mortes infantis no Brasil238 Em 2011 a taxa de

mortalidade neonatal foi de 111 oacutebitos por mil nascidos vivos sendo maior nas classes

sociais mais baixas entre receacutem-nascidos de muito baixo peso e prematuros seguido pelos

malformados910 O padratildeo de distribuiccedilatildeo das causas de morte infantil estaacute relacionado ao

processo de desenvolvimento do paiacutes23 Quanto maior a participaccedilatildeo dos oacutebitos no periacuteodo

neonatal precoce mais complexo atuar sobre as causas das mortes e mais importantes se

tornam as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede relacionados ao preacute-natal ao parto e ao puerpeacuterio2

Neste cenaacuterio oportunidades de sinergismo das accedilotildees em sauacutede materna e perinatal

passaram a ser enfatizadas Eacute consenso que a mortalidade materna e a neonatal podem ser

reduzidas atraveacutes do fortalecimento do sistema de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade para mulheres e seus receacutem-nascidos11 incluindo assistecircncia preacute-

natal e parto e estrutura de atendimento neonatal812 Este estudo pretende correlacionar os

indicadores de sauacutede materna e perinatal com os indicadores socioeconocircmicos nos 19

municiacutepios na Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo de corte transversal correlacionando os indicadores

socioeconocircmicos e indicadores de sauacutede materna e perinatal Foram sujeitos do estudo os 19

municiacutepios que compunham a RMC a segunda maior regiatildeo metropolitana do estado de Satildeo

Paulo dotada de grande desenvolvimento socioeconocircmico e de boa oferta de serviccedilos de

sauacutede A partir da extraccedilatildeo dos dados disponiacuteveis de 2011 em sistemas de informaccedilatildeo oficia is

45

(DATASUS - para estatiacutesticas vitais e dados demograacuteficos Fundaccedilatildeo SEADE ndash para dados

de sauacutede renda e rendimentos e censo de 2010 para chefia feminina dos domiciacutelios) foi

criado um banco de dados por municiacutepio de domiciacutelio A coleta de dados ocorreu em janeiro

e fevereiro de 2014

As variaacuteveis socioeconocircmicas estudadas por municiacutepio de residecircncia das parturientes

incluiacuteram porcentagem de matildees adolescentes sem parceiro raccedila branca escolaridade lt 8

anos de estudo chefe de famiacutelia com renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) taxa de chefia feminina

analfabetismo renda meacutedia domiciliar per capita (R$) porcentagem de esgoto sanitaacuterio

densidade demograacutefica (habkm2) e iacutendice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)

Para caracterizar a atenccedilatildeo obsteacutetrica prestada na RMC estudaram-se as variaacuteve is

maternas e perinatais porcentagens de matildees com ateacute 6 consultas de preacute-natal de cesaacutereas

de RN com Apgar de 5ordm min lt 8 RMM Taxa de mortalidade perinatal (TMP) taxa de

mortalidade neonatal precoce (TMNP) (por 1000 NV) taxa de prematuridade e porcentagem

de RN com baixo peso (BP) ao nascer

Realizou-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis com distribuiccedilatildeo de frequecircncias Apoacutes

aplicou-se os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman O projeto de pesquisa foi

aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

46

RESULTADOS

A RMM esteve abaixo de 70100000 NV (nascidos vivos) em 15 de 19 municiacutep ios

14 tiveram mais de 60 dos partos cesaacutereos e menos que 10 dos RN com BP ao nascer A

TMP foi maior que 10 por 1000 NV em 14 municiacutepios e a TMNP foi menor que 10 por 1000

NV em 17 deles ndash tabela 1

Havia mais de 15 de matildees adolescentes em sete municiacutepios A taxa de

analfabetismo foi maior que 5 em 10 cidades Em 12 municiacutepios mais de 50 das matildees

natildeo tinham parceiro e em 11 deles mais de 20 da populaccedilatildeo tinha chefia feminina Em 15

municiacutepios mais de 20 dos chefes de famiacutelia tinham renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) e 13

cidades tinham mais de 90 de esgoto sanitaacuterio - tabela 2

Somente trecircs municiacutepios tiveram menos de 500 nascidos vivos por ano Em cinco

municiacutepios mais de 20 das matildees fizeram ateacute seis consultas de preacute-natal Nove municiacutep ios

tiveram mais de 10 dos RN com menos de 37 semanas e trecircs tinham mais de 2 dos RN

com Apgar de 5ordm minuto lt 8 ndash tabela 2

No geral os indicadores socioeconocircmicos e de sauacutede materna e perinatal apontaram

resultados mais desfavoraacuteveis em trecircs municiacutepios contiacuteguos na regiatildeo noroeste e outros dois

na regiatildeo sudoeste ndash figuras 1 e 2 Um grupo de trecircs municiacutepios no nordeste da regiatildeo e outro

na regiatildeo sudoeste estatildeo entre os que apresentaram IDHM alto associado a maiores taxas de

cesaacuterea prematuridade e de TMNP ndash figura 1

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e RMM (dados natildeo

apresentados) As porcentagens de matildees adolescentes renda do chefe de famiacutelia le 1 SM e a

taxa de analfabetismo se correlacionaram positivamente com menor nuacutemero de consultas

preacute-natais e inversamente com cesaacutereas A porcentagem de matildees com escolaridade lt 8 anos

foi diretamente correlacionada com menor nuacutemero de consultas preacute-natais As porcentagens

47

de matildees sem parceiros e populaccedilatildeo com chefia feminina foram correlacionadas inversamente

com cesaacutereas A renda meacutedia domiciliar per capita e o IDHM foram correlacionados

diretamente com cesaacutereas e inversamente com menor nuacutemero de consultas preacute-natais -

tabela 3

As porcentagens de matildees adolescentes escolaridade lt 8 anos e a taxa de

analfabetismo se correlacionaram positivamente com a TMNP taxa de prematuridade e

baixo peso ao nascer O IDHM e a renda meacutedia domiciliar per capita se correlacionaram

inversamente com a TMP mas as porcentagens de matildees adolescentes renda le 1 SM e

analfabetismo se correlacionaram positivamente com esse indicador - tabela 3

DISCUSSAtildeO

Este estudo mostrou que entre os municiacutepios da RMC permanecem desigualdades

socioeconocircmicas que impactam os indicadores estudados A populaccedilatildeo mais vulneraacutevel satildeo

as mulheres com menor escolaridade e renda as analfabetas as matildees adolescentes e as

mulheres sem parceiros Os indicadores estudados foram semelhantes aos utilizados por Reis

e colaboradores13 Sua interpretaccedilatildeo pode contribuir para uma melhoria contiacutenua do acesso

ao cuidado e da qualidade da sauacutede oferecida em niacutevel local e estadual13

A RMC destaca-se por apresentar niacuteveis de sauacutede favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias

estaduais e nacionais Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar estima-se

que 50 dos residentes na RMC possuem cobertura de planos e seguros privados de sauacutede

com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS dependente varia entre

38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho) Estudar os indicadores sociais da RMC

pode contribuir para identificar aacutereas com diferentes necessidades de sauacutede o que deve ser

48

considerado no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas e linhas de

cuidado para a gestante na regiatildeo14

Na Franccedila foram fechados os serviccedilos obsteacutetricos que realizavam menos de 300

partosano considerando como criteacuterios para o fechamento o grau de isolamento

geograacutefico a aacuterea coberta pela maternidade a oferta alternativa de estruturas obsteacutetricas e

pediaacutetricas o risco das gestantes e o risco social da populaccedilatildeo4 Na RMC trecircs municiacutep ios

tiveram menos de 500 nascimentos em 2011 Somente o municiacutepio de Campinas tem trecircs

maternidades puacuteblicas a maioria dos municiacutepios tem apenas uma e quatro deles natildeo tecircm

nenhuma Destes trecircs municiacutepios possuem menos de 500 nascimentosano e distam em

meacutedia 170 km dos municiacutepios com maternidade suficiente para que natildeo ocorram demoras

que poderiam contribuir com piores desfechos maternos e fetais15

A correlaccedilatildeo direta entre IDHM e a porcentagem de cesaacutereas e inversa entre o nuacutemero

de consultas preacute-natais e a TMP era esperada Um estudo utilizou o IDH para avaliar as

tendecircncias de cesaacuterea em 21 paiacuteses usando a classificaccedilatildeo de Robson6 Houve aumento das

taxas na maioria dos grupos para todas as categorias do IDH exceto no Japatildeo e as maiores

taxas de cesaacuterea foram registradas nos paiacuteses menos desenvolvidos O Brasil encontrava-se

entre os paiacuteses com crescimento de 85 nas taxas de cesaacuterea entre 2004-2011 No mesmo

periacuteodo o Meacutexico a Argentina e o Japatildeo tiveram crescimento de 3 18 e -25

respectivamente6 Na RMC 14 municiacutepios praticaram taxas superiores a 60 de cesaacutereas

retratando o que outros estudos sobre as taxas de cesaacuterea no Brasil vem apontando61617 Esses

resultados estatildeo concordantes a com a literatura com quatro municiacutepios apresentando IDHM

muito alto (acima de 0800) e 15 com IDHM alto (0700- 0799)6

Eacute reconhecida a associaccedilatildeo entre acesso a serviccedilos de sauacutede e niacutevel socioeconocircmico

das populaccedilotildees No Brasil o uso de serviccedilos de sauacutede por quintil de renda niacutevel de instruccedilatildeo

49

e aacuterea geograacutefica de residecircncia confirma que este uso eacute mais elevado entre aqueles de melhor

condiccedilatildeo social18 Neste estudo a renda meacutedia domiciliar per capita foi inversamente

correlacionada ao nuacutemero de consultas preacute-natais e TMP e diretamente correlacionada com

partos cesaacutereos

Estudo observou que o niacutevel mais baixo de renda estava associado a maiores riscos

de ocorrer RN com BP parto prematuro baixo iacutendice de Apgar em cinco minutos e

natimorto Mulheres de diferentes quintis de renda tiveram diferentes atitudes e

comportamentos em relaccedilatildeo aos cuidados de maternidade19 Nos grupos de menor renda

familiar a mortalidade perinatal foi relacionada a maiores taxas de induccedilatildeo do trabalho de

parto e cesaacuterea20

Na RMC a menor escolaridade das matildees correlacionou-se diretamente com menor

nuacutemero de consultas preacute-natais TMN TMNP taxa de prematuridade e de RN com BP

Estudo nacional encontrou que entre os oacutebitos neonatais um terccedilo das matildees tinha menos de

oito anos de estudo 212 das matildees eram adolescentes e 335 natildeo viviam com o

companheiro Matildees das classes sociais ldquoD+Erdquo as adolescentes e aquelas com mais de 35

anos tiveram maiores taxas de mortalidade neonatal sendo quatro vezes maior para as matildees

com baixa escolaridade9

Eacute reconhecido que um dos mais poderosos determinantes de sauacutede eacute a educaccedilatildeo A

educaccedilatildeo tem um efeito sobre o uso de serviccedilos de sauacutede materna pela matildee21 As mulheres

com niacuteveis mais baixos de educaccedilatildeo estatildeo em maior risco de desfechos graves

principalmente em paiacuteses que tecircm menor desenvolvimento social e econocircmico21 No Brasil

a maior escolaridade materna tem sido associada a maior proporccedilatildeo de matildees com sete ou

mais consultas no preacute-natal22 Este resultado indica menor acesso aos serviccedilos de sauacutede

50

especialmente para as mulheres em condiccedilotildees socioeconocircmicas desfavoraacuteveis ou pouca

atenccedilatildeo dada pelas mulheres agrave sua proacutepria sauacutede ou a de seus filhos23

Estudos apontaram que mulheres com menor escolaridade com maior nuacutemero de

gestaccedilotildees sem companheiro assim como as adolescentes e mulheres de raccedilacor preta

encontraram barreiras para a realizaccedilatildeo do preacute-natal ou para o iniacutecio precoce32224 Na RMC

a correlaccedilatildeo entre a menor escolaridade das matildees e a mortalidade neonatal poderia ser

explicada pelo menor acesso aos serviccedilos de sauacutede menor nuacutemero de consultas de preacute-natal

dificultando o diagnoacutestico precoce de intercorrecircncias na gestaccedilatildeo o que pode ocasionar o

nascimento de RN prematuro e de baixo peso as maiores causas de morte neonatal no paiacutes

A atenccedilatildeo agrave sauacutede das crianccedilas eacute influenciada positivamente pela alfabetizaccedilatildeo das

matildees25 No Brasil a taxa de analfabetismo em 2011 alcanccedilou 86 sendo 43 no Estado

de Satildeo Paulo em 20101825 enquanto na RMC ultrapassou 5 em 10 municiacutepios Neste

estudo houve correlaccedilatildeo inversa da analfabetizaccedilatildeo com a porcentagem de cesaacutereas e direta

com menor nuacutemero de consultas preacute-natais TMP TMNP taxa de prematuridade e RN com

baixo peso

Nos grupos de idades extremas com maior risco persistem as menores proporccedilotildees

de consultas de preacute-natal no Brasil22 Estes dados satildeo semelhantes ao desse estudo

especialmente em relaccedilatildeo agraves adolescentes Etnia estado civil condiccedilatildeo social autoestima e

fatores econocircmicos tambeacutem influenciam a utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de preacute-natal e parto24 No

Brasil a qualidade e efetividade do preacute-natal satildeo afetadas pelas dificuldades no acesso iniacutecio

tardio nuacutemero inadequado de consultas e realizaccedilatildeo incompleta dos procedimentos

preconizados2426

No Brasil eacute recomendado o miacutenimo de seis consultas para gestaccedilotildees natildeo

complicadas menos do que se pratica nos paiacuteses desenvolvidos (10 a 14 atendimentos)272829

51

A cobertura da assistecircncia preacute-natal eacute praticamente universal (987) mais de trecircs quartos

das mulheres iniciaram o preacute-natal antes das 16 semanas de gestaccedilatildeo e 731 compareceram

a seis ou mais consultas24 Poreacutem a adequaccedilatildeo da assistecircncia parece ser baixa Na RMC

80 das matildees realizaram mais de seis consultas preacute-natais em 14 municiacutepios superando o

miacutenimo recomendado pelo Ministeacuterio da Sauacutede27 o que reflete um bom acesso aos serviccedilos

de sauacutede Poreacutem estrateacutegias para melhorar o acesso aos serviccedilos de preacute-natal precisam ser

implementadas para os cinco municiacutepios em que mais de 20 das matildees fazem ateacute seis

consultas de preacute-natal

Maior proporccedilatildeo de matildees adolescentes com menor escolaridade e renda e mais

analfabetismo foram associadas a menor frequecircncia agraves consultas de preacute-natal na RMC dados

tambeacutem encontrados em outros estudos222324 A renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM

foram inversamente correlacionados a baixa frequecircncia agraves consultas de preacute-natal Este achado

confirma os achados de estudos em que as mulheres com maior renda maior escolaridade e

que residem em locais mais desenvolvidos tiveram uma frequecircncia maior agraves consultas

Identificar as populaccedilotildees de maior risco para implantar estrateacutegias para aumentar o acesso ao

preacute-natal eacute um desafio constante2829

No Estado de Satildeo Paulo a proporccedilatildeo de nascidos vivos prematuros varia conforme a

idade da matildee Eacute mais baixa entre aquelas de 20 a 30 anos e aumenta para as matildees mais

velhas23 Entre os fatores de risco para partos preacute-termo incluiacuteram-se gravidez na

adolescecircncia e tardia aleacutem de etnia negra e baixo niacutevel socioeconocircmico12 Em nosso estudo

essa associaccedilatildeo entre a prematuridade e o baixo peso se confirmou

A autonomia eacute considerada um elemento chave para conquistar a sauacutede sexual e

reprodutiva e estaacute relacionada a maior acesso controle e empoderamento30 A correlaccedilatildeo

inversa da porcentagem de matildees sem parceiro com a taxa de partos cesaacutereos poderia

52

demonstrar maior autonomia e preocupaccedilatildeo com autocuidado na gestaccedilatildeo e parto Relata-se

o aumento da ldquochefiardquo feminina em famiacutelias compostas por casal com ou sem filhos

postergaccedilatildeo da maternidade reduccedilatildeo das taxas de fecundidade e aumento da escolaridade

com maior participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e maior contribuiccedilatildeo para o

rendimento da famiacutelia31 Um estudo de base populacional brasileiro apontou as mais altas

taxas de cesaacuterea em mulheres com maior renda com idade acima de 25 anos maior

escolaridade e nas regiotildees com melhores condiccedilotildees socioeconocircmicas16 Mas nesse estudo a

porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina foi inversamente correlacionada com

porcentagem de cesaacutereas sugerindo que a chefia feminina natildeo se concentra nas faixas de

maior renda

Existem evidecircncias suficientes de que a aacutegua saneamento e higiene podem impactar

a sauacutede materna e neonatal3233 Em 2010 8975 dos domiciacutelios do Estado de Satildeo Paulo

dispunham de condiccedilotildees de saneamento adequado25 Nesse estudo a porcentagem de esgoto

sanitaacuterio natildeo se correlacionou com os indicadores de sauacutede materna e perinatal numa regiatildeo

com boas condiccedilotildees sanitaacuterias Mas seis municiacutepios tinham menos de 90 de saneamento

mostrando as diferenccedilas sociais e econocircmicas entre os municiacutepios da regiatildeo Sabe-se que a

melhoria das condiccedilotildees sanitaacuterias contribuiu junto com as mudanccedilas demograacuteficas e sociais

pela reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia2

Tambeacutem a RMM estaacute relacionada ao grau de desenvolvimento humano econocircmico

e social1233435 A grande maioria das mortes maternas (MM) satildeo evitaacuteveis e ocorrem em

paiacuteses em desenvolvimento3435 Disparidades nas RMM satildeo observadas quando a populaccedilatildeo

eacute desagregada por quintil de renda ou educaccedilatildeo35 No entanto uma grande proporccedilatildeo das

MM ocorre em hospitais e podem estar relacionada aos atrasos no reconhecimento e

tratamento de complicaccedilotildees com risco de vida15 Estudo demonstrou que os atrasos no

53

reconhecimento e tratamento das complicaccedilotildees bem como as praacuteticas precaacuterias contribuem

diretamente para as MM15 Na RMC quatro municiacutepios tiveram uma RMM maior de 70 o

que pode estar associado a problemas na qualidade da atenccedilatildeo preacute-natal na atenccedilatildeo

intraparto ausecircncia de pessoal treinado para cuidados obsteacutetricos de emergecircncia e

dificuldade de acesso em curto tempo Medidas relativas ao sistema de sauacutede e aos serviccedilos

de atenccedilatildeo ao parto precisam ser implementadas para qualificar a atenccedilatildeo e reduzir oacutebitos

evitaacuteveis

Diferenccedilas acentuadas nos coeficientes de mortalidade neonatal satildeo observadas

dentro das aacutereas urbanas com taxas mais elevadas nas favelas que nas aacutereas mais ricas3 A

qualificaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar ao parto com a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade

materna e perinatal e reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo das praacuteticas natildeo baseadas nas evidecircncias deve

ser o foco principal para avanccedilos nas poliacuteticas puacuteblicas de reduccedilatildeo das desigualdades na

mortalidade infantil no Brasil9 As afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prematuridade

as infecccedilotildees a asfixiahipoacutexia e os fatores maternos satildeo as principais causas de oacutebitos infantis

no Brasil2 Resultados perinatais adversos podem ser explicados com base em fatores como

idade tabagismo estado civil consumo de aacutelcool obesidade local de residecircncia (urbano ou

rural) educaccedilatildeo ganho de peso iniacutecio do preacute-natal e nuacutemero de consultas paridade e

aleitamento20

Na RMC houve correlaccedilatildeo direta entre matildees adolescentes menor escolaridade e

analfabetismo com a TMNP taxa de prematuridade e RN com BP estando em concordacircncia

com estudos canadenses1920 assim como a renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM se

correlacionaram inversamente com a TMP Esta taxa se correlacionou diretamente com a

menor renda analfabetismo e matildees adolescentes Gestaccedilatildeo em adolescente tem sido mais

frequente em populaccedilotildees com niacutevel de renda mais baixo e o analfabetismo tem sido

54

relacionado a menor acesso aos serviccedilos de sauacutede e consequentemente um nuacutemero menor de

consultas preacute-natal podendo ocasionar resultado perinatal adverso As mudanccedilas sociais e

econocircmicas com melhoria na educaccedilatildeo materna melhoria do poder aquisitivo da populaccedilatildeo

expansatildeo da rede de abastecimento de aacutegua e saneamento baacutesico aliada agrave ampliaccedilatildeo da

cobertura dos cuidados de sauacutede materna e infantil contribuiacuteram para que o Brasil tenha uma

razatildeo entre o coeficiente de mortalidade infantil por renda per capita proacuteximo ao valor

esperado de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dois indicadores mensurados em vaacuterios

paiacuteses do mundo3

A prematuridade eacute a principal causa de morte entre os receacutem-nascidos e sua

frequumlecircncia eacute maior nos paiacuteses mais pobres devido agraves condiccedilotildees mais precaacuterias de sauacutede da

gestante mas alguns nascimentos prematuros podem resultar de induccedilatildeo precoce do trabalho

de parto ou cesariana por razotildees natildeo meacutedicas81220 Nos paiacuteses mais pobres em meacutedia 12

dos bebecircs nascem prematuros em comparaccedilatildeo com 9 nos paiacuteses ricos3 Mas na uacuteltima

deacutecada ocorreu um aumento de nascimentos preacute-termo e a maior frequecircncia pode ter relaccedilatildeo

com o aumento da proporccedilatildeo de nascimentos com baixo peso22

Lansky et al apontaram que a prematuridade respondeu por cerca de 13 da taxa de

mortalidade neonatal no Brasil9 As maiores taxas ocorreram entre crianccedilas com menos de

1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal prematuros extremos (lt 32 semanas)

com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida que utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante que

tinham malformaccedilatildeo congecircnita cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de referecircncia para

gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e que nasceram de parto vaginal9

As accedilotildees prioritaacuterias na prevenccedilatildeo da prematuridade evitaacutevel incluem melhoria da

atenccedilatildeo preacute-natal prevenccedilatildeo da prematuridade iatrogecircnica por interrupccedilatildeo indevida da

55

gravidez por operaccedilotildees cesarianas sem indicaccedilatildeo qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo hospitalar ao parto

e melhoria na atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Somam-se accedilotildees efetivas para diminuir a

peregrinaccedilatildeo de gestantes para o parto e o nascimento de crianccedilas com peso lt 1500g em

hospital sem UTI neonatal reflexos das lacunas na organizaccedilatildeo da rede de sauacutede38912 Aleacutem

disso para melhorar o resultado perinatal em aacutereas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo ainda

necessaacuterias a adoccedilatildeo de um estilo de vida saudaacutevel e implementaccedilatildeo de sistemas de apoio

incluindo o social19

As desigualdades identificadas entre os municiacutepios da RMC estatildeo em concordacircncia

com estudos recentes que sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-natais piores resultados de parto e baixo peso ao nascer O

niacutevel socioeconocircmico da comunidade reflete nos processos sociais impactando o

desenvolvimento econocircmico e social da aacuterea residencial3637 E matildees com baixa escolaridade

e renda residentes em comunidades de baixo niacutevel socioeconocircmico tem piores resultados de

sauacutede materno-infantil do que as matildees dos niacuteveis socioeconocircmicos mais elevados38

Assim eacute necessaacuterio um reforccedilo nas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais para acelerar a

reduccedilatildeo da mortalidade materna e neonatal no Brasil Em especial eacute premente identificar

bolsotildees de maior risco populacional implantando as accedilotildees necessaacuterias naquela situaccedilatildeo O

avanccedilo na reduccedilatildeo da mortalidade neonatal assim como a morte materna dependeraacute da

consolidaccedilatildeo de uma rede perinatal integrada hierarquizada e regionalizada e da

qualificaccedilatildeo dos processos assistenciais em especial ao parto e nascimento9

CONCLUSAtildeO

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na RMC

permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores estudados O

56

fator econocircmico teve influecircncia na realizaccedilatildeo de cesaacutereas Os piores resultados para os

indicadores perinatais estatildeo presentes em populaccedilotildees mais vulneraacuteveis entre matildees

adolescentes mulheres com menor escolaridade e renda Para melhorar os resultados em

sauacutede para mulheres e bebecircs estrateacutegias para reduzir as desvantagens sociais e educacionais

focadas nestes grupos populacionais satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos

de sauacutede apoacutes anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

Colaboradores

Faacutetima Christoacuteforo e Eliana Amaral participaram da concepccedilatildeo do estudo anaacutelise e

interpretaccedilatildeo dos dados Carmen Lavras colaborou na concepccedilatildeo e desenvolvimento do

projeto e Maria Cristina Restitutti colaborou na busca interpretaccedilatildeo e anaacutelise dos dados A

redaccedilatildeo do manuscrito a revisatildeo criacutetica do conteuacutedo intelectual e a aprovaccedilatildeo da versatildeo

final a ser publicada foi realizada por todos os autores

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Stella Maria Barbera da Silva Telles e Maria Helena Souza

pelo apoio na manipulaccedilatildeo dos bancos de dados e anaacutelise estatiacutestica deste manuscrito

57

REFEREcircNCIAS

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20 Joseph KS Liston RM Dodds L Dahlgren L Allen AC Socioeconomic status and

perinatal outcomes in a setting with universal access to essential health care

services CMAJ 2007 177583-90

21 Tunccedilalp Ouml Souza JP Hindin MJ Santos CA Oliveira TH Vogel JP et al

Education and severe maternal outcomes in developing countries a multicountry

cross-sectional survey BJOG 2014 121 Suppl1S57-65 Disponiacutevel em

httpdoi1011111471-052812634 (acessado em 18Maio2015)

22 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Anaacutelise

de Situaccedilatildeo de Sauacutede Sauacutede Brasil 2011 uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede e a

vigilacircncia da sauacutede da mulher Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012

httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessaude_brasil_2011pdf (acessado em

05Maio2015)

23 Yazaki LM Resenha de estatiacutesticas vitais do Estado de Satildeo Paulo SP Demograacutefico

2013 13(2)

24 Viellas EF Domingues RMSM Dias MAB Gama SGN Theme Filha MM Costa

JV et al Assistecircncia preacute-natal no Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30 Suppl1S85-

100 Disponiacutevel em httpdxdoiorg1015900102-311X00126013 (acessado em

06Maio2015)

25 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Censo Demograacutefico

resultados do universo Taxa de analfabetismo da populaccedilatildeo de 15 anos e mais e

esgoto sanitaacuterio ndash Niacutevel de atendimento no Estado de Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Seade

61

Dados de 2010 extraiacutedos do Banco Multidimensional de Estatiacutesticas ndash BME IBGE

em 6 de agosto de 2012 Disponiacutevel em

httpprodutosseadegovbrprodutosimpindexphppage=tabela (acessado em

01Jun2015)

26 Domingues RMSM Hartz ZMA Dias MAB Leal MC Avaliaccedilatildeo da adequaccedilatildeo da

assistecircncia preacute-natal na rede SUS do Municiacutepio do Rio de Janeiro Brasil Cad

Sauacutede Puacuteblica 2012 28(3)425-37

27 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Preacute-natal e puerpeacuterio atenccedilatildeo

qualificada e humanizada - manual teacutecnico Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2005

28 National Institute for Health and Clinical Excellence Antenatal care NICE quality

standard [QS22] London NICE 2012

29 Wehby GL Murray JC Castilla EE Lopez-Camelo JS Ohsfeldt RL Prenatal care

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30 Chacham AS Maia MB Camargo MB Autonomia gecircnero e gravidez na

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httpwwwscielobrpdfrbepopv29n2a10v29n2pdf (acessado em 01Jun2015)

31 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE Siacutentese de indicadores

sociais uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro

IBGE 2014 (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica n

34)

32 Velleman Y Mason E Graham W Benova L Chopra M Campbell OMR et al

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62

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of social inequalities across pregnancy and birth outcomes a comparison of

individual and neighborhood socioeconomic measures BMC Pregnancy and

Childbirth 2014 14393 Disponiacutevel em httpdoi101186s12884-014-0393-z

63

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo

indicadores de sauacutede materna e perinatal em 2011

Variaacutevel n

Razatildeo de mortalidade materna (por 100000 NV)

00 12 63

01 ndash 699 3 16

ge 70 4 21

Porcentagem de partos cesaacutereos

lt 600 5 26

ge 600 14 74

Porcentagem de baixo peso ao nascer

lt 100 14 74

ge 100 5 26

Taxa de mortalidade perinatal (por 1000 NV ou NM)

lt 100 5 26

100 ndash 199 14 74

Taxa de mortalidade neonatal precoce (por 1000 NV)

lt 50 8 42

50 ndash 99 9 47

ge 10 2 11

Fontes DATASUS (MS) e Fundaccedilatildeo Seade

64

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas em 2011

Variaacutevel n

Taxa de analfabetismo () ndash Meacutedia = 52 [DP = 16]

lt 50 9 47

ge 50 10 53

Porcentagem de chefe de famiacutelia com renda le 1 SM - Meacutedia 241 [DP = 48]

lt 250 11 58

ge 250 8 42

Porcentagem matildees sem parceiro ndash Meacutedia 509 [DP = 61]

lt 500 7 37

ge 500 12 63

Porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina ndash Meacutedia = 208 [DP=24]

lt 200 8 42

200 ndash 299 11 58

Porcentagem com esgoto sanitaacuterio ndash Meacutedia = 866 [DP = 170]

lt 900 6 32

ge 900 13 68

Porcentagem de matildees de 10 a 19 anos - Meacutedia = 142 [DP = 29]

lt 150 12 63

ge 150 7 37

Nuacutemero de nascidos vivos ndash Mediana = 907 [min=151 maacutex=14768]

lt 500 3 16

500 ndash 999 7 37

1000 ndash 1499 3 16

ge 1500 6 32

Porcentagem de matildees com ateacute 6 consultas PN ndash Meacutedia 178 [DP=60]

lt 200 14 74

ge 200 5 26

Porcentagem RN lt 37 semanas ndash Meacutedia = 101 [DP = 14]

lt 100 10 53

ge 100 9 47

Porcentagem RN com Apgar 5ordm min lt 8 ndash Meacutedia = 14 [DP = 05]

lt 20 16 84

ge 20 3 16

Fontes DATASUS (MS) Fundaccedilatildeo Seade e IBGE

65

Tabela 3 Correlaccedilatildeo entre indicadores de sauacutede materna e perinatal e caracteriacutesticas socioeconocircmicas em 2011 na RMC

Matildees de 10 a

19 anos

Matildees

escolaridade lt

8 anos

Taxa de

analfabetismo

Chefe de

famiacutelia com

renda le 1

salaacuterio miacutenimo

Populaccedilatildeo

com chefia

feminina 15 a

49 anos

Renda meacutedia

domiciliar

per capita

(R$)

IDHM

r p r p r p r p r p r p r p

Matildees com ateacute 6 consultas

Preacute natal 064 0003 054 0016 077 lt0001 082 lt0001 024 0330 -064 0003 -07 0001

Cesaacutereas -067 0002 -044 0062 -065 0003 -09 lt0001 -046 0050 069 0001 075 lt0001

Taxa de mortalidade

perinatal (por 1000 NV ou NM)

060 0007 035 0145 064 0003 049 0033 003 0894 -046 0047 -055 0015

Taxa de mortalidade

neonatal precoce (por 1000 NV)

050 0029 046 0045 047 0043 009 0719 -007 0788 -020 0419 -034 0155

Taxa de Prematuridade 051 0025 070 0001 050 0028 015 0538 013 0604 -010 0695 -034 0156

Porcentagem de RN com

baixo peso ao nascer (lt 2500g)

056 0013 053 0021 057 0011 044 0062 030 0213 -025 0304 -037 0115

Coeficente de correlaccedilatildeo de Pearson p valor

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e a RMM

66

Figura 1 - Indicadores de sauacutede materna e perinatal na RMC

67

Figura 2 - Indicadores socioeconocircmicos e demograacuteficos selecionados na RMC em 2011

68

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2

De cadernosfiocruzbr

Enviada Domingo 5 de Julho de 2015 2003

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_107915)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA

AO PARTO DA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

(CSP_107915) para Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o

progresso de seu manuscrito dentro do processo editorial bastando clicar no link Sistema

de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos localizado em nossa paacutegina

httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

69

ARTIGO 2

PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA AO PARTO DA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROUTINE PRACTICES DURING DELIVERIES AT THE METROPOLITAN

REGION OF CAMPINAS BRAZIL

PRAacuteCTICAS RUTINARIAS EN APOYO DE ENTREGA DE REGIOacuteN

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROTINAS NO PARTO NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

F Christoacuteforo12

C Lavras3

E Amaral4

1 DoutorandaDepartamento de TocoginecologiaFCMUnicamp CampinasSP Brasil

2 EnfermeiraNuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

70

RESUMO

OBJETIVO Descrever praacuteticas rotineiras no parto em maternidades puacuteblicas da regiatildeo

metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo descritivo de 16 serviccedilos

obsteacutetricos usando o Instrumento de avaliaccedilatildeo de boas praacuteticas no parto (Ministeacuterio da

Sauacutede) e um questionaacuterio complementar respondido pelos gestores locais de agosto-

outubro2014 RESULTADOS Treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam

ocitocina no trabalho de parto nove executavam episiotomia e 14 realizavam manejo ativo

do 3o periacuteodo A maioria realizava induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e ruptura prematura de

membranas e 15 tinham protocolos para hipertensatildeo grave e profilaxia de Streptococcus do

grupo B Cinco natildeo utilizavam antibioacutetico nas cesaacutereas produtos hemoteraacutepicos eram

indisponiacuteveis em quatro hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de pacientes criticos

CONCLUSOtildeES Praacuteticas recomendadas estavam disponiacuteveis na maioria dos hospitais mas

algumas rotinas eram excessivas e outras precisavam ser aprimoradas

Palavras chave obstetriacutecia parto tocologia

71

ABSTRACT

OBJECTIVE To describe routine practices for childbirth at public obstetric services in the

metropolitan region of Campinas (RMC) METHOD Descriptive study applied to 16

obstetric services using the Assessment Tool for Good Practices during Childbirth

(Ministry of Health) and a complementary questionnaire answered by institutional managers

at RMC from August-October2014 RESULTS Thirteen hospitals used partograph 10

used the oxytocin during labor nine performed episiotomy and 14 held the active

management of the third period Most institutions induced prolonged gestation and premature

rupture of membranes at term and 15 followed guidelines on severe hypertension and

Streptococcus group B prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for C-sections

blood products were unavailable in four hospitals and eight could not care for critical patients

CONCLUSIONS Good practices were available in most hospitals some routines were

excessive and others need improvement

72

RESUMEN

OBJETIVO Describir las rutinas del parto en hospitales puacuteblicos de la regioacuten metropolitana

de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio descriptivo en 16 servicios obsteacutetricos utilizando

Herramienta de evaluacioacuten de buenas praacutecticas en el parto (Ministerio de Salud) y

cuestionario complementario contestado por administradores de agosto-octubre2014

RESULTADOS Trece hospitales utilizaron partograma 10 utilizaron oxitocina durante el

trabajo nueve realizaron episiotomiacutea y 14 hicieron el manejo activo de la 3a etapa La

mayoriacutea realizaba induccioacuten de gestacioacuten prolongada y ruptura prematura de membranas y

15 teniacutean protocolos de hipertensioacuten severa y Streptococcus del grupo B Cinco no utilizaron

la antibioacutetica en las cesaacutereas Los productos sanguiacuteneos eran indisponib les en cuatro

hospitales y ocho no podiacutean atender a pacientes criacuteticos CONCLUSIONES Las mejores

praacutecticas estaban disponibles en mayoriacutea de los hospitales pero algunas eran excesivas y

otras necesitaban ser mejoradas

73

INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas testemunharam uma expansatildeo no desenvolvimento e uso de

praacuteticas com o objetivo de melhorar os resultados para matildees e bebecircs no trabalho de parto

institucional No Brasil a cada ano ocorrem aproximadamente 3 milhotildees de nascimentos

98 destes em estabelecimentos hospitalares puacuteblicos ou privados1 O modelo vigente de

atenccedilatildeo obsteacutetrica utiliza intervenccedilotildees como episiotomia amniotomia uso de ocitocina e

cesaacuterea habitualmente recomendadas em situaccedilotildees de necessidade que tecircm sido utilizadas

de forma bastante liberal2 Existem enormes variaccedilotildees em niacutevel mundial quanto ao local

niacutevel de cuidados sofisticaccedilatildeo dos serviccedilos disponiacuteveis e tipo de provedor para o parto

normal A adoccedilatildeo acriacutetica de intervenccedilotildees natildeo efetivas de risco ou desnecessaacuterias

compromete a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Em 1996 a WHO estabeleceu uma definiccedilatildeo de trabalho de parto normal e

estabeleceu normas de boas praacuteticas para a conduccedilatildeo do trabalho de parto sem complicaccedilotildees

com intervenccedilotildees recomendadas e outras que deveriam ser evitadas3 Em 2006 a WHO

publicou o guia para a praacutetica essencial na gravidez parto poacutes-parto e ao receacutem-nascido

fornecendo recomendaccedilotildees baseadas em evidecircncias para orientar os profissionais de sauacutede

Neste documento as recomendaccedilotildees satildeo geneacutericas sobre a caracteriacutesticas de sauacutede da

populaccedilatildeo e sobre os sistemas de sauacutede (a configuraccedilatildeo capacidade e organizaccedilatildeo dos

serviccedilos recursos e pessoal)4

Mais recentemente em 2014 o Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia do Reino

Unido (RCOG) atualizou as diretrizes cliacutenicas de cuidado intraparto com base na evoluccedilatildeo

do seu Sistema Nacional de Sauacutede e na disponibilidade de novas evidecircncias Estatildeo incluiacutedas

as recomendaccedilotildees para o atendimento de mulheres que iniciam o trabalho como baixo

risco mas que passam a desenvolver complicaccedilotildees5 Neste mesmo ano o Coleacutegio Real

74

Australiano e Neozelandecircs de Obstetriacutecia e Ginecologia (RANZCOG) publicou 11

recomendaccedilotildees sobre a prestaccedilatildeo de cuidados rotineiros intraparto na ausecircncia de

complicaccedilotildees na gravidez Elas abordam os requisitos para admissatildeo de mulheres para o

parto os cuidados rotineiros durante o trabalho de parto e parto6 Mais recentemente em

fevereiro de 2015 o Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia (ACOG) elaborou

diretrizes de acordo com o niacutevel de cuidados maternos para uso na melhoria da qualidade e

promoccedilatildeo da sauacutede7

As sociedades de especialistas recomendam envolver as mulheres nas decisotildees

relacionadas ao local do parto informando os tipos de provedores de cuidado as limitaccedilotildees

de cada serviccedilo em caso de complicaccedilotildees considerando a necessidade de transferecircncias e os

procedimentos indicados em cada estaacutegio do parto baseados em evidecircncias

No Brasil em 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de Parto Aborto e

Puerpeacuterio revisando a literatura pertinente para recomendar as intervenccedilotildees eficazes no

trabalho de parto garantindo qualidade com humanizaccedilatildeo do atendimento agrave gestante e

puerpeacutera Neste documento orienta o uso de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas8

Em 2014 novas orientaccedilotildees foram publicadas visando a organizaccedilatildeo das portas de entradas

dos serviccedilos de urgecircncia obsteacutetrica para garantir acesso com qualidade agraves mulheres e assim

impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal9

Para garantir a qualidade da assistecircncia oferecida nos serviccedilos eacute preciso enfocar as

condiccedilotildees fiacutesicas e insumos mas tambeacutem a manutenccedilatildeo e promoccedilatildeo da competecircncia dos

profissionais10 A isso soma-se manter mecanismos de monitoramento das praacuteticas cliacutenicas

para avaliar se estatildeo em conformidade com padrotildees de conduta e os resultados decorrentes

desta praacutetica A utilizaccedilatildeo de diretrizes cliacutenicas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas tem sido

apontada como uma ferramenta importante nesta direccedilatildeo Entretanto a identificaccedilatildeo de

75

estrateacutegias efetivas para disponibilizaccedilatildeo e cumprimento de tais diretrizes eacute um desafio para

os gestores dos serviccedilos Mesmo estando acessiacuteveis podem ser necessaacuterias ferramentas de

suporte agrave tomada de decisotildees cliacutenicas eficientes e seguras por profissionais com

conhecimento e habilidades atualizados11 Finalmente o oferecimento de uma assistecircncia

qualificada exige garantir a integraccedilatildeo dos diferentes niacuteveis do sistema que oferece atenccedilatildeo

compondo a linha de cuidado da gestante

Conhecer a rotina da assistecircncia ao parto nas instituiccedilotildees e as dificuldades percebidas

pelos gestores do cuidado em uma regiatildeo com suposta disponibilidade de infraestrutura

material recursos humanos qualificados e bem traccedilada linha de cuidados como seria a

Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC pode contribuir para qualificar a atenccedilatildeo intra-

hospitalar nas aacutereas metropolitanas Este estudo tem como objetivo descrever as rotinas do

cuidado nos partos segundo gestores meacutedicos ou enfermeiros dos 17 serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo descritivo sobre a rotina de atendimento em serviccedilos

obsteacutetricos puacuteblicos Foram elegiacuteveis os estabelecimentos de sauacutede dos 19 municiacutepios da

RMC que realizavam partos em 2011 financiados pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

(hospitais puacuteblicos ou leitos contratados) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Sauacutede (CNES) Destes quatro natildeo tinham hospital e os outros contavam com uma uacutenica

maternidade exceto o municiacutepio-sede Campinas com trecircs hospitais dois deles com parte

dos leitos financiados pelo SUS Um desses hospitais com leitos contratados pelo SUS

recusou-se a participar Assim apresentam-se dados de 16 instituiccedilotildees

76

Foram aplicados dois instrumentos respondidos pelos meacutedicos ou enfermeiros

gestores dos serviccedilos obsteacutetricos da RMC Estes questionaacuterios foram apresentados numa

visita realizada por uma das pesquisadoras em data preacute-agendada O primeiro foi o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) cujas respostas satildeo dadas em escala Likert

(sempre realizada ndash mais de 90 das vezes frequentemente realizada ndash de 60-90 das vezes

realizada agraves vezes ndash de 20-60 das vezes raramente realizada ndash menos de 20 das vezes

nunca realizada ndash proacuteximo de 0 natildeo sei responder)

O segundo instrumento foi elaborado para o estudo no qual foram abordadas a

utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto

disponibilidade de diretrizes cliacutenicas (protocolos para as principais complicaccedilotildees - preacute-

eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia manejo ativo do 3ordm periacuteodo rastreamento de siacutefilis e de

HIVAIDS e infecccedilatildeo poacutes-parto) dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos medicamentos

hemoderivados transporte comunicaccedilatildeo com serviccedilos de referecircncia e monitorizaccedilatildeo e

tratamento de pacientes graves aleacutem da disponibilidade de obstetra treinado banco de

sangue e anestesista em caso de cesaacutereas de urgecircncia focando na qualidade da atenccedilatildeo

obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato1112 Complementaram as informaccedilotildees dados

extraiacutedos do Ministeacuterio da Sauacutede especificamente do CNES (total de leitos SUS e leitos

obsteacutetricos cadastrados em 2011)13

Os dados coletados foram digitados no programa Excel e a anaacutelise foi realizada no

programa SPSS versatildeo 20 A anaacutelise descritiva compreendeu a distribuiccedilatildeo de frequecircncia

relativa das variaacuteveis estudadas

77

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm

453588 de 08112013) Foram solicitados consentimentos informados dos diretores de cada

instituiccedilatildeo e dos gestores dos serviccedilos obsteacutetricos

RESULTADOS

A RMC conta com 30 serviccedilos de sauacutede que atendem ao parto Desses 13 satildeo

privados exclusivos 10 satildeo privados conveniados com o SUS (leitos puacuteblicos considerados

hospitais mistos) e 07 satildeo puacuteblicos Participaram do estudo sete serviccedilos puacuteblicos e nove

serviccedilos mistos que correspondem a 548 dos 649 leitos obsteacutetricos disponiacuteveis Os 16

hospitais participantes estavam distribuiacutedos em 15 municiacutepios da RMC quatro deles natildeo tem

maternidade (Artur Nogueira Engenheiro Coelho Holambra e Santo Antocircnio de Posse) ndash

quadro 1

Observou-se que os gestores dos Centros Obsteacutetricos (CO) eram meacutedicos

ginecologistasobstetras com exceccedilatildeo para uma enfermeira Doze deles tinham no miacutenimo

especializaccedilatildeo nessa aacuterea com idades variando de 32 a 62 anos (mediana = 41 anos)

Trabalhavam entre 6 e 35 anos (mediana = 14 anos) em Obstetriacutecia estando de um ateacute 26

anos na instituiccedilatildeo (mediana = sete anos) na funccedilatildeo de chefia entre um mecircs a 10 anos

(mediana = 02 anos) - tabela1

As diretrizes relativas ao cuidado obsteacutetrico foram relatadas como disponiacuteveis na

maioria dos serviccedilos Todas as maternidades realizavam triagem para siacutefilis e HIV Seguia-

se a orientaccedilatildeo de literatura com induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada em trecircs quartos

das maternidades 13 delas realizavam a induccedilatildeo em ruptura prematura de membrana a termo

e estava disponiacutevel protocolo para orientar condutas na hipertensatildeo severa em 15

maternidades A praacutetica rotineira de manejo ativo de 3ordm periacuteodo foi relatada por 14 serviccedilos

78

A antibioticoprofilaxia da infecccedilatildeo neonatal para Estreptococo do grupo B ocorria em 15

instituiccedilotildees mas o uso de antibioacuteticos nas cesaacutereas natildeo era praacutetica rotineira em cinco

maternidades - tabela 2

Um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

metade dessas puacuteblicas Duas maternidades mistas relataram dificuldades com transporte

Havia disponibilidade de medicamentos e de suprimentos mas metade delas referia

dificuldade para cuidar de pacientes graves sendo cinco de oito maternidades mistas ndash tabela

3

O acolhimento com classificaccedilatildeo de risco era realizado frequentemente (ge 60 das

vezes) em 10 delas Em 13 delas a utilizaccedilatildeo de partograma era frequente A presenccedila de

acompanhante no trabalho de parto foi relatada frequentemente em apenas nove delas poreacutem

isso ocorria em 14 das 16 maternidades no momento do parto O uso de ocitocina para

conduccedilatildeo do trabalho de parto era frequente em 10 instituiccedilotildees e a episiotomia era realizada

frequentemente em nove mas a compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo soacute foi

relatada como frequente em duas maternidades A presenccedila de profissional capacitado para

assistecircncia ao receacutem-nascido e o estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

aconteciam frequentemente em 15 maternidades ndash tabela 4

DISCUSSAtildeO

Muitas das praacuteticas de sauacutede qualificadas para trabalho de parto e parto (induccedilatildeo de

ruptura prematura de membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo

para Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto e parto) seguindo

recomendaccedilotildees da literatura e guias cliacutenicas estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais

da RMC No entanto algumas rotinas observadas pareciam excessivas (conduccedilatildeo e

79

episiotomia) e outras precisariam ser melhoradas (uso de antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas

disponibilidade de sangue e cuidado em estado criacutetico de cuidado) Os resultados destacam

a importacircncia de revisatildeo contiacutenua das rotinas hospitalares na atenccedilatildeo ao parto mesmo em

uma regiatildeo com muitos recursos materiais e humanos e faacutecil acesso agraves oportunidades de

educaccedilatildeo continuada Buscou-se conhecer as potencialidades e aacutereas para melhoria visando

compatibilizar os indicadores de processo do cuidado com a cobertura quase universal da

atenccedilatildeo preacute-natal e em particular dos partos no ambiente hospitalar14

Mais da metade dos leitos disponiacuteveis para a atenccedilatildeo obsteacutetrica eacute conveniada ao SUS

na RMC o que se assemelha agrave situaccedilatildeo encontrada por Bittencourt e colaboradores em

maternidades do Brasil15 Os resultados encontrados neste estudo refletem o cuidado no parto

para leitos SUS ou conveniados mas natildeo reflete a atenccedilatildeo nos convecircnios de sauacutede ou no

sistema privado Sabe-se que entre as mulheres atendidas neste uacuteltimo a taxa de cesariana eacute

de 88 o que por si soacute demonstra haver uso excessivo de intervenccedilotildees16 Portanto

enfocamos aqui a atenccedilatildeo puacuteblica ao parto na RMC

Uma importante estrateacutegia para qualificar a atenccedilatildeo eacute utilizar diretrizes cliacutenicas

baseadas em evidecircncias cientiacuteficas Mas o sucesso da sua implantaccedilatildeo depende de um esforccedilo

organizado dos serviccedilos seus profissionais e dos gestores do sistema de sauacutede10 A maioria

dos gestores das maternidades entrevistados tinha especializaccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeo o

que supotildee um bom preparo teacutecnico Mas a qualidade da assistecircncia depende entre outras

coisas da sua atuaccedilatildeo supervisionando e aprimorando todas as fases do cuidado A cultura

de avaliaccedilatildeo de processos assistenciais natildeo estaacute disseminada no Brasil nem os profissiona is

gestores estatildeo preparados para tal funccedilatildeo

No Brasil mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorrem durante a

internaccedilatildeo para o parto e podem estar associadas agrave inexistecircncia de leitos ou de um sistema de

80

referecircncia operante que obriga mulheres a perambular em busca de vagas ou decorrente do

encaminhamento tardio de mulheres com intercorrecircncias para hospitais de maior

complexidade14 O Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de

risco em Obstetriacutecia que tem como propoacutesito a pronta identificaccedilatildeo da paciente criacutetica ou

mais grave com base nas evidecircncias cientiacuteficas existentes Pretende-se com sua utilizaccedilatildeo

evitar a peregrinaccedilatildeo de mulheres nos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica as demoras que

resultam em desfechos desfavoraacuteveis e viabilizar o atendimento qualificado e resolutivo em

tempo adequado9 Na RMC o acolhimento com classificaccedilatildeo de risco foi referido por

gestores de 10 maternidades e a peregrinaccedilatildeo natildeo parece ser um problema relevante a

impactar os indicadores maternos e neonatais

Evidecircncias atuais natildeo demonstram que o uso rotineiro do partograma contribui para

reduccedilatildeo da mortalidade materna e perinatal mas podem oferecer apoio agraves auditorias

posteriores1117 No Brasil seu uso rotineiro eacute considerado boa praacutetica38 e 13 maternidades

utilizavam o partograma mais de 60 das vezes

Em nove maternidades da RMC relatou-se a presenccedila de acompanhante no trabalho

de parto enquanto 14 informaram que estava presente em mais de 60 das vezes As

justificativas para a baixa adesatildeo dos acompanhantes no trabalho de parto referem-se agraves

acomodaccedilotildees inadequadas coletivas Alega-se que sua presenccedila poderia constranger as

demais parturientes Em uma publicaccedilatildeo de abrangecircncia nacional cerca de um quarto das

mulheres natildeo teve acompanhante e menos de um quinto teve acompanhamento contiacutenuo

Preditores independentes de natildeo ter ou ter acompanhante em parte do tempo foram menor

renda e escolaridade cor parda parto no setor puacuteblico multiparidade e parto vaginal18 A

presenccedila de acompanhante eacute uma demanda legal no Brasil e pode ser considerada um

marcador de seguranccedila e qualidade do atendimento1819

81

Em revisatildeo sistemaacutetica da colaboraccedilatildeo Cochrane os autores concluem que o apoio

contiacutenuo durante o trabalho de parto tem benefiacutecios clinicamente significativos e nenhum

prejuiacutezo conhecido20 Estes resultados apoiam a praacutetica e sua adoccedilatildeo exige mudanccedilas na

estrutura fiacutesica e nos processos de trabalho nas maternidades19 Neste estudo um pouco mais

da metade das maternidades relataram permissatildeo para acompanhante no trabalho de parto e

no parto Quase todas permitiam acompanhamento no parto e o parceiro foi o acompanhante

mais frequente Natildeo se pode afirmar se a ausecircncia de acompanhante em 100 dos partos seja

decorrente das restriccedilotildees da instituiccedilatildeo ou da dificuldade do acompanhante para estar

disponiacutevel na ocasiatildeo Cabe aos gestores melhorar este indicador e parece haver possibilidade

de melhoria nos serviccedilos SUS da RMC

Benefiacutecios da ocitocina incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de

parto distoacutecico com riscos que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina

intoxicaccedilatildeo por aacutegua e embora rara ruptura uterina No entanto protocolos ideais para sua

utilizaccedilatildeo natildeo satildeo identificados21 Haacute dificuldade em se determinar o que seria boa praacutetica

quanto e em que situaccedilotildees seria realmente necessaacuterio seu uso para corrigir a contratilidade

uterina

Uma metanaacutelise concluiu que a ocitocina para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto

foi associada a aumento do parto vaginal espontacircneo22 Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que

altas doses de ocitocina foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e

cesaacuterea e um aumento no parto vaginal espontacircneo23 Na RMC 10 das 16 maternidades

referiram utilizar ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto em mais de 60 das vezes

Leal e colaboradores num estudo brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas

praacuteticas no parto identificaram que a infusatildeo de ocitocina e a amniotomia ocorreram em

cerca de 40 das mulheres de risco habitual (baixo) sendo mais frequentemente utilizada no

82

setor puacuteblico em mulheres com baixa escolaridade2 Mas natildeo se pode afirmar a verdadeira

indicaccedilatildeo do seu uso nos dois trabalhos

Revisatildeo sistemaacutetica que incluiu sete ensaios cliacutenicos com 5390 mulheres mostrou

que houve menos partos por cesariana e trabalhos de parto mais curtos (menos de 12 horas)

entre mulheres que receberam manejo ativo do parto sem diferenccedila nas complicaccedilotildees para

matildees ou bebecircs Os autores concluem que sua praacutetica estaacute associada a pequenas reduccedilotildees na

taxa de cesaacuterea apesar de ser altamente prescritivo24 Esta praacutetica inclui amniotomia

rotineira regras riacutegidas para diagnoacutestico de progresso lento do trabalho de parto uso da

ocitocina e cuidados individualizados Talvez alguns componentes sejam mais eficazes do

que outros

Atualmente o uso desnecessaacuterio de intervenccedilotildees alterando o processo natural do

parto em parturientes de baixo risco sem a concordacircncia da mulher eacute tratado como um abuso

a ser evitado25 No Estado de Satildeo Paulo a Lei nordm 15759 de 25 de marccedilo de 2015 define que

a ocitocina a fim de acelerar o trabalho de parto enemas os esforccedilos de puxo prolongados

durante o expulsivo a amniotomia e a episiotomia devem ser utilizadas com indicaccedilatildeo

precisa Diz que qualquer destas praacuteticas ldquoseraacute objeto de justificaccedilatildeo por escrito firmado pelo

chefe da equipe responsaacutevel pelo parto assim como a adoccedilatildeo de qualquer dos procedimentos

que os protocolos mencionados nesta lei classifiquem como desnecessaacuterios ou prejudiciais agrave

sauacutede da parturiente ou ao nascituro de eficaacutecia carente de evidecircncia cientiacutefica e suscetiacuteve is

de causar dano quando aplicados de forma generalizada ou rotineirardquo26

Treze maternidades da RMC praticavam rotineiramente a induccedilatildeo de trabalho de

parto em ruptura prematura de membranas a termo (RPMT) Resultados de ensaio controlado

randomizado comparando induccedilatildeo com ocitocina com prostaglandina conduta expectante e

induccedilatildeo com ocitocina ou prostaglandina na RPMT natildeo encontrou diferenccedilas significat ivas

83

nas taxas de infecccedilatildeo neonatal e de cesaacuterea mas o custo da induccedilatildeo com ocitocina foi

menor27 Neste estudo sendo relatado natildeo foi questionado o meacutetodo de induccedilatildeo oferecid o

pelas maternidades O Ministeacuterio da Sauacutede respalda a induccedilatildeo e afirma que a escolha do

meacutetodo dependeraacute do estado de amadurecimento cervical28 Entidades de especialidade

tambeacutem recomendam a induccedilatildeo293031

A divulgaccedilatildeo dos resultados dos ensaios cliacutenicos controlados e a revisatildeo sistemaacutetica

sobre episiotomia tecircm acarretado significativo decliacutenio no seu uso rotineiro em todo o

mundo32 Taxas de episiotomia de 54 foram encontradas no Brasil2 Na RMC em nove

maternidades a episiotomia eacute realizada na maioria dos casos O uso seletivo estaacute associado

com menos trauma perineal posterior menos sutura e menos complicaccedilotildees e nenhuma

diferenccedila para medidas de dor e trauma vaginal ou perineal grave113233 No entanto haacute um

aumento do risco de trauma perineal anterior33 A orientaccedilatildeo atual eacute realizar se houver

necessidade cliacutenica como um parto instrumental ou suspeita de comprometimento fetal11

Um achado preocupante eacute ter 14 maternidades da RMC informando praticar a

compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo Os riscos relatados com o uso da manobra

de Kristeller incluem a ruptura uterina lesatildeo do esfiacutencter anal fraturas em receacutem-nascidos

ou dano cerebral e natildeo haacute evidecircncia de benefiacutecios34 A manobra de Kristeller foi utilizada

em 37 das mulheres num estudo de amostragem nacional2 Como sua praacutetica deve ser

proscrita11 temos aqui uma prioridade para educaccedilatildeo continuada dos profissionais

A hemorragia poacutes-parto eacute uma das principais causas de morbidade e mortalidade

materna em todo o mundo35 e as medidas preventivas satildeo recomendadas para todas as

mulheres submetidas ao parto O manejo ativo do 3ordm periacuteodo para a prevenccedilatildeo da hemorragia

poacutes-parto compreendia a administraccedilatildeo profilaacutetica de um agente uterotocircnico logo apoacutes o

nascimento clampeamento e traccedilatildeo controlada do cordatildeo ateacute o desprendimento da placenta

84

e massagem uterina3637 Sabe-se hoje que o uso rotineiro da traccedilatildeo controlada do cordatildeo

pelo risco potencial de inversatildeo uterina deve ser omitido das manobras36 Dada agrave sua

eficaacutecia o manejo ativo do 3ordm periacuteodo eacute recomendado37 Na RMC 14 maternidades o

praticam rotineiramente

Como no Brasil a hemorragia eacute uma das principais causas de morte materna direta

chama a atenccedilatildeo que um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados sendo metade dessas puacuteblicas38 Esta situaccedilatildeo reflete problemas na

organizaccedilatildeo do atendimento agraves urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas Resultados de estudo

brasileiro sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem near miss materno para avaliar a qualidade de

cuidados obsteacutetricos apontou que houve maior demora na prestaccedilatildeo de serviccedilos devido a

ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a comunicaccedilatildeo entre

os serviccedilos ou centros reguladores39 Bittencourt et al encontraram 75 de disponibilidade

de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos hospitais mistos 69 nos puacuteblicos e 67

nos privados15 Morse e colaboradores em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no

Brasil apontaram entraves para transfusatildeo nos quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto40 Portanto a subutilizaccedilatildeo dos hemoderivados ainda eacute prevalente no

Brasil mesmo em grandes centros urbanos

O Ministeacuterio da Sauacutede tem diretrizes que recomendam o atendimento do receacutem-

nascido (RN) por profissional capacitado pediatra ou neonatologista ou enfermeiro (obstetra

ou neonatal) desde o periacuteodo posterior ao parto ateacute o encaminhamento ao Alojamento

Conjunto ou agrave Unidade Neonatal41 Resultado deste estudo aponta concordacircncia com o

preconizado pois na grande maioria das maternidades da RMC os RN satildeo assistidos por

profissionais capacitados As atitudes tomadas pelos profissionais que prestam cuidados ao

RN logo apoacutes o nascimento satildeo importantes pois podem interferir na aproximaccedilatildeo precoce

85

e no viacutenculo matildee-bebecirc42 Nesta perspectiva eacute imperativo que o profissional seja capacitado

com base em fundamentos cientiacuteficos para o atendimento imediato do RN

As proporccedilotildees de amamentaccedilatildeo na sala de parto satildeo muito baixas em todas as regiotildees

do Brasil (161) sendo menor na Regiatildeo Nordeste (115) Os receacutem-nascidos (RN) de

parto vaginal e em estabelecimentos do SUS apresentaram chance significativamente menor

para o afastamento da matildee apoacutes o parto42 Os conhecimentos dos profissionais e as praacuteticas

instituiacutedas pelos serviccedilos de sauacutede satildeo determinantes importantes do iniacutecio da amamentaccedilatildeo

nos partos hospitalares43 No Brasil indicadores de baixo niacutevel socioeconocircmico e menor

acesso a serviccedilos de sauacutede aumentam chance de natildeo amamentaccedilatildeo na primeira hora44

Embora haja evidecircncias cientiacuteficas para colocar o RN junto ao corpo da matildee para iniciar a

amamentaccedilatildeo logo apoacutes o parto a implementaccedilatildeo dessa praacutetica encontra barreiras sociais e

culturais Na RMC o estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora ocorre mais que 60 das

vezes em 15 maternidades o que eacute uma taxa bastante elevada

Em relaccedilatildeo aos protocolos cliacutenicos na RMC as diretrizes para rastreamento de siacutefilis

e HIVAIDS estavam disponiacuteveis em todos os serviccedilos Este resultado reflete a relevacircncia

destes agravos abordados de forma diferenciada em programas governamentais Nosso

achado difere de um estudo realizado em maternidades no Estado do Rio de Janeiro que

encontrou menor disponibilidade destas diretrizes14 Colonizaccedilatildeo materna com Streptococo

do grupo B (GBS) durante a gravidez aumenta o risco de infecccedilatildeo neonatal por transmissatildeo

vertical e a antibioticoprofilaxia reduz significativamente o risco de sepse neonatal precoce32

Quase a totalidade das maternidades estudadas na RMC (15) utilizavam antibioacuteticos para

Streptococo do grupo B

A grande maioria das maternidades da RMC relatou ter protocolo para a hipertensatildeo

severa em concordacircncia com as recomendaccedilotildees A doenccedila hipertensiva especiacutefica da

86

gravidez que afeta cerca de 5-10 de gestantes eacute o principal contribuinte de morbidade e

mortalidade materna e neonatal em todo o mundo45 No Brasil em 2010 foi responsaacutevel por

197 das mortes maternas38 O Reino Unico tem sua diretriz cliacutenica com recomendaccedilotildees

para o diagnoacutestico e tratamento de distuacuterbios hipertensivos durante a gravidez no preacute-natal

parto e poacutes-natal46 Da mesma forma a Initiativa de Revisatildeo sobre Mortalidade Materna do

Departamento de Sauacutede de Nova York e ACOG identificou o manejo da hipertensatildeo durante

a gravidez como prioridade47 No Brasil as condutas recomendadas estatildeo disponiacuteveis no

Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco28

No mundo desenvolvido as taxas de cesaacuterea estatildeo acima de 3048 No Brasil em

2012 compreendeu 52 dos nascimentos16 Mulheres submetidas agrave cesaacuterea tecircm de cinco a

20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo em comparaccedilatildeo com mulheres que datildeo agrave luz

por via vaginal O efeito beneacutefico da antibioticoprofilaxia na operaccedilatildeo cesariana estaacute bem

estabelecido e reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite e graves complicaccedilotildees

infecciosas de 60 a 7049 Assim tem sido utilizado como indicador de performance50 A

praacutetica rotineira de antibioacuteticos nas cesaacutereas eletivas ocorreu em 11 maternidades da RMC

quando deveria estar ocorrendo em todas

Entretanto a existecircncia de protocolos pessoal e infra-estrutura natildeo garante a

prestaccedilatildeo de cuidado qualificado Eacute necessaacuterio incorporar auditoria cliacutenica agrave rotina das

maternidades para implantar e manter as boas praacuteticas apoiar e introduzir simulaccedilotildees de

manejo das complicaccedilotildees obsteacutetricas recursos eficazes para aprimorar a atuaccedilatildeo

profissional28 O Ministeacuterio da Sauacutede recomenda no Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco de

2012 a adoccedilatildeo de normas procedimentos fluxos e registros como instrumentos de avaliaccedilatildeo

de qualidade do atendimento28 Oferecer atenccedilatildeo obsteacutetrica qualificada depende da

87

experiecircncia dos profissionais apoiada nas melhores praacuteticas definidas pelas evidecircncias

cientiacuteficas

Se por um lado esta estrateacutegia de entrevistas com gestores traz incertezas quanto agrave

realidade do dia-a-dia das maternidades estudadas pelo vieacutes de cortesia e considerando que

natildeo houve observaccedilatildeo direta das praacuteticas por outro lado garantiu ampla participaccedilatildeo Aleacutem

disso facilitou o compromisso dos gestores com os resultados e accedilotildees posteriores A

discussatildeo das rotinas assistenciais agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas pode propiciar aos

profissionais e gestores a seguranccedila necessaacuteria para abandonar praacuteticas prejudiciais agrave sauacutede

das mulheres e dos receacutem-nascidos Espera-se que os resultados aqui apresentados venham

apoiar o debate sobre o aprimoramento da atenccedilatildeo ao parto na RMC com base em evidecircncias

cientiacuteficas

CONCLUSOtildeES

Os achados deste estudo mostraram que na RMC estavam vigentes vaacuterias praacuteticas

assistenciais qualificadas para assistecircncia ao trabalho de parto e parto em quase todas as

maternidades No entanto ainda haacute algumas rotinas que necessitam aprimoramento como

uso de antibioacutetico em 100 das cesaacutereas acesso a sangue em todas as maternidades e

cuidado em situaccedilatildeo criacutetica Os resultados podem subsidiar o planejamento de medidas

necessaacuterias para melhoria da qualidade da assistecircncia na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

88

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96

Quadro 1 Natureza juriacutedica dos hospitais maternidades da RMC segundo cadastro no CNES e total de leitos Obsteacutetricos e

leitos SUS

MUNICIacutePIO HOSPITAL TOTAL

LEITOS

LEITOS

SUS OBS

AMERICANA Hospital Waldemar Tebaldi 27 27 Fundaccedilatildeo Puacuteblica

Outros 4 hospitais 40 0 Privados

CAMPINAS

CAISM 41 41 Estadual

PUCC 44 27 PrivadoConveniado

Maternidade 109 70 PrivadoConveniado

Outros 6 hospitais 110 0 Privados

COSMOacutePOLIS Hospital Beneficente Santa Gertrudes 11 8 PrivadoConveniado

HORTOLAcircNDIA Mario Covas 21 21 Municipal

INDAIATUBA Hospital Augusto de Oliveira Camargo 30 18 PrivadoConveniado

Outro hospital 15 0 Privado

ITATIBA Santa Casa de Itatiba 18 11 PrivadoConveniado

Outro hospital 2 0 PrivadoConveniado

JAGUARIUacuteNA Hospital Municipal Walter Ferrari 18 18 Organizaccedilatildeo Social

Puacuteblica

MONTE MOR Associaccedilatildeo Hospital Beneficente Sagrado Coraccedilatildeo

de Jesus 13 11 PrivadoConveniado

NOVA ODESSA Dr Aciacutelio Carreon Garcia 6 6 Municipal

PAULINIA Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 14 Municipal

PEDREIRA FUNBEPE 10 10 PrivadoConveniado

SANTA BARBARA

DrsquoOESTE Santa Casa de Misericoacuterdia 30 18 PrivadoConveniado

SUMAREacute Hospital Estadual de Sumareacute 35 35 Estadual

VALINHOS

Irmandade da Santa Casa de Valinhos 24 15 PrivadoConveniado

Hospital Galileo 12 6 PrivadoConveniado c

Prefeitura de Vinhedo

VINHEDO Santa Casa de Vinhedo 19 0 Privado

97

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos profissionais entrevistados por municiacutepio e maternidades Regiatildeo Metropolitana de

Campinas Estado de Satildeo Paulo 2014

Municiacutepio Maternidade Anos

Obstetriacutecia Anos Serviccedilo

Anos Resp Obstetriacutecia

Americana Hospital Waldemar Tebaldi 11 7 1

Campinas Maternidade de Campinas 8 10 02

Campinas CAISM UNICAMP 15 12 7

Cosmoacutepolis Hospital Beneficente Santa Gertrudes 24 3 01

Hortolacircndia Hospital Municipal Maternidade Maacuterio Covas 7 2 2

Indaiatuba Hospital Augusto de Oliveira Camargo 32 26 10

Itatiba Santa Casa de Itatiba 35 22 4

Jaguariuacutena Hospital Municipal Walter Ferrari 7 1 03

Monte Mor Hospital Beneficente S Coraccedilatildeo de Jesus 6 2 25

Nova Odessa Hospital Dr Aciacutelio Carreon Garcia 21 1 01

Pauliacutenia Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 12 02

Pedreira FUNBEPE 9 5 1

Santa Baacuterbara Santa Casa de M de Santa Baacuterbara DrsquoOeste 14 3 15

Sumareacute Hospital Estadual de Sumareacute 118 118 2

Valinhos Santa Casa de Valinhos 20 18 8

Vinhedo Hospital Galileo 25 7 2

98

Tabela 2 Diretrizes cliacutenicas do cuidado obsteacutetrico segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade

Sim 16 1000

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada

Sim 12 750

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo

Sim 13 8125

Protocolo para hipertensatildeo severa

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira do manejo ativo do 3ordm periacuteodo

Sim 14 875

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira de antibioticoterapia nas cesaacutereas

Natildeo 5 3125

Protocolos e guias orientaccedilatildeo assistecircncia parto normal e cesaacutereas

Sim 12 750

Protocolos e guias para as principais complicaccedilotildees

Sim 12 750

99

Tabela 3 Aspectos de gestatildeo do cuidado segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo Metropolitana

de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

Sim 4 250

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

Sim 8 500

Dificuldade com transporte

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos

Sim 2 125

100

Tabela 4 Avaliaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-nascido no parto nas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Acolhimento com classificaccedilatildeo de risco

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Utilizaccedilatildeo de partograma

(de 60 a mais de 90 das vezes) 13 8125

Presenccedila de acompanhante no trabalho de parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Presenccedila de acompanhante no parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 14 875

Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto normal

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo do parto

(proacuteximo de 0 a menos de 60 das vezes) 14 875

Episiotomia

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

Disponibilizaccedilatildeo resultado do teste raacutepido de HIV

(de 60 a mais de 90 das vezes) 16 100

Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

101

DISCUSSAtildeO GERAL

O impacto das condiccedilotildees socioeconocircmicas e educacionais sobre os indicadores

de sauacutede materna e perinatal satildeo bastante conhecidos (Daoud et al 2014 Benova et al

2014 WHO 2012 Victora et al 2011 Hogan et al 2010) Dados da OMS mostram que

a morte materna eacute mais frequente em paiacuteses com muacuteltiplas desvantagens em relaccedilatildeo

aos paiacuteses mais desenvolvidos A RMM eacute o indicador considerado mais sensiacutevel para

evidenciar as inequidades de acesso e qualidade de atenccedilatildeo Em Angola haacute um risco

de uma mulher morrer em cada 35 partos esta razatildeo eacute 1780 no Brasil 12400 no Chile

113600 na Suiccedila e na Noruega eacute 114900 (WHO 2012)

Os paiacuteses estatildeo mudando gradualmente de um padratildeo de alta mortalidade

materna para baixa mortalidade materna de predomiacutenio de causas obsteacutetricas diretas

para uma proporccedilatildeo crescente de causas indiretas envelhecimento da populaccedilatildeo

materno e movendo-se da histoacuteria natural da gravidez e do parto em direccedilatildeo a

institucionalizaccedilatildeo da assistecircncia agrave maternidade aumento das taxas de intervenccedilatildeo

obsteacutetrica e eventual excesso de medicalizaccedilatildeo Este eacute o fenocircmeno transiccedilatildeo

obsteacutetrica o que tem implicaccedilotildees para as estrateacutegias destinadas a reduzir a mortalidade

materna (Souza et al 2014)

Considerando que os paiacuteses e regiotildees do mundo estatildeo em transiccedilatildeo no sentido

da eliminaccedilatildeo das mortes maternas foram descritos cinco estaacutegios da transiccedilatildeo

obsteacutetrica (Estaacutegios I - V) Paiacuteses regiotildees dentro de paiacuteses e grupos de subpopulaccedilatildeo

podem experimentar diferentes fases do obsteacutetrica transiccedilatildeo requerendo estrateacutegias

102

customizadas para o progresso Promover o desenvolvimento social e equidade em

conjunto com o fortalecimento do sistema de sauacutede e melhorias na qualidade do

atendimento satildeo etapas obrigatoacuterias na busca de um mundo livre das mortes maternas

evitaacuteveis (Souza et al 2014)

Em face da relativa raridade da morte materna em regiotildees de maior

desenvolvimento sua utilizaccedilatildeo para sensibilizar gestores e o puacuteblico em geral sobre as

inequidades em sauacutede torna-se pouco eficaz Como a mortalidade perinatal eacute um

indicador que tambeacutem resume as condiccedilotildees de oferta de preacute-natal parto e cuidados

neonatais iniciais tem-se defendido seu uso para evidenciar a qualidade da assistecircncia

na gestaccedilatildeo e parto juntamente com outros indicadores maternos mais sensiacuteveis (Vogel

et al 2014) Entre estes tem sido preconizado a morbidade materna por um lado e a

taxa de cesaacuterea por outro lado refletindo utilizaccedilatildeo de tecnologias apropriadas na

assistecircncia ao parto (Say et al 2004 Souza et al 2012 Souza et al 2013 WHO 2009

Vogel et al 2015)

A RMC eacute uma regiatildeo de 3500000 habitantes com todos os municiacutepios

apresentando IDH alto ou muito alto Tem uma ampla rede de assistecircncia agrave sauacutede tanto

puacuteblica quanto privada faacutecil acesso rodoviaacuterio com a populaccedilatildeo SUS dependente

variando de 38 a 79 taxa de analfabetismo de 29 a 85 As residecircncias chefiadas

por mulheres tiveram variaccedilatildeo de 165 a 241 Deveria ser um exemplo de equidade

em oferta de serviccedilos qualificados para sauacutede mas tem disparidades que podem

impactar os resultados perinatais e maternos

Os efeitos das desigualdades socioeconocircmicas na sauacutede satildeo dinacircmicos e variam

ao longo do tempo Utilizando dados de 86 paiacuteses de baixa e meacutedia renda o relatoacuterio

ldquoEstado da desigualdade de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da crianccedilardquo

103

apresenta uma seleccedilatildeo de indicadores de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da

crianccedila e permite que sejam feitas comparaccedilotildees entre paiacuteses e ao longo do tempo No

geral as desigualdades ocorreram em detrimento das mulheres bebecircs e crianccedilas em

subgrupos populacionais desfavorecidos ou seja os mais pobres os menos educados

e aqueles que residem em aacutereas rurais tiveram menor cobertura intervenccedilatildeo de sauacutede

e piores resultados de sauacutede do que os mais favorecidos (WHO 2015)

Indicadores de sauacutede de intervenccedilatildeo materna demonstraram pronunciadas

desigualdades dentro dos paises As maiores lacunas na cobertura - entre os mais ricos

e os mais pobres as aacutereas mais e menos educadas e urbanas e rurais - foram relatados

para partos assistidos por pessoal de sauacutede qualificado seguido de cobertura de

cuidados preacute-natais (pelo menos quatro visitas) As desigualdades tambeacutem foram

relatadas na cobertura de cuidados preacute-natais (pelo menos uma visita) embora em

menor grau do que os dois acima mencionados (WHO 2015)

Dessa maneira as diferenccedilas entre os municiacutepios podem fornecer informaccedilotildees

uacuteteis sobre as causas dessas desigualdades Um estudo de coorte desenvolvido em

Pelotas (RS) e em Avon (UK) comparou as associaccedilotildees entre as medidas de posiccedilatildeo

socioeconocircmica educaccedilatildeo materna e renda famiacuteliar e os resultados na sauacutede materna

e infantil Uma associaccedilatildeo inversa (maior prevalecircncia entre os mais pobres e menos

instruiacutedos) foi observada por quase todos os desfechos com exceccedilatildeo de cesarianas As

desigualdades mais fortes relacionados agrave renda e as relacionadas com a educaccedilatildeo

sobre a amamentaccedilatildeo foram encontradas em Avon No entanto em Pelotas foram

observadas maiores desigualdades nas taxas de cesariana e naquelas relacionadas com

a educaccedilatildeo impactando o parto prematuro (Matijasevich et al 2012) Resultado

semelhante foi encontrado em nosso estudo As matildees e seus receacutem-nascidos tecircm

104

resultados mais adversos em sauacutede se forem mais pobres e menos educados Esses

resultados demonstram a natureza dinacircmica da associaccedilatildeo entre a posiccedilatildeo

socioeconocircmica e os resultados de sauacutede e pode ajudar na compreensatildeo dos

mecanismos subjacentes a essas desigualdades

O acesso agrave informaccedilatildeo conhecimento e habilidades para resolver problemas

somados agrave rede de apoio e prestiacutegio social satildeo importantes determinantes da sauacutede

materna e perinatal A educaccedilatildeo reflete na posiccedilatildeo socioeconocircmica e nas oportunidades

de trabalho e renda (Braveman et al 2005 Shavers 2007) Estudo realizado com

mulheres egiacutepcias que viviam em agregados familiares dos menores quintis de renda

encontrou que essas mulheres eram menos propensas a receber cuidados qualificados

no preacute-natal e no parto em instalaccedilotildees de sauacutede do que as famiacutelias mais ricas A

magnitude desta associaccedilatildeo foi menor quando medida pelo niacutevel educacional (Benova

et al 2014) Em paiacuteses industrializados a renda estaacute menos frequentemente associada

aos resultados do parto do que a educaccedilatildeo mas em paiacuteses de baixa renda pode ser

diferente (Blumenshine et al 2010 WHO 2011)

A educaccedilatildeo capta diferentes aspectos dos resultados da sauacutede materna e

perinatal em comparaccedilatildeo com o que eacute capturado pela renda familiar (Collins et al 2006

Rajaratnam et al 2006) As maiores diferenccedilas com piores resultados perinatais foram

observadas nos municiacutepios da RMC com os maiores percentuais da populaccedilatildeo com

escolaridade das matildees lt 8 anos e taxas mais altas de analfabetismo Neste estudo a

maior proporccedilatildeo de renda baixa do chefe da famiacutelia esteve correlacionada com piores

indicadores de sauacutede materna e a menor escolaridade se correlacionou mais com os

indicadores perinatais

105

Estudos recentes sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

baixo peso ao nascer piores resultados de parto e menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-

natais o que foi confirmado entre os municiacutepios da RMC (Collins et al 2006 Rajaratnam

et al 2006) A posiccedilatildeo socioeconocircmica da comunidade pode se relacionar com os

resultados de sauacutede materna por meio da disponibilidade de vias de acesso e de

recursos fiacutesicos e residenciais durante a idade feacutertil e esses fatores satildeo determinados

pelas poliacuteticas puacuteblicas (Collins et al 2006 Auger et al 2009 Pampalon et al 2009)

Os municiacutepios que apresentaram os piores indicadores socioeconocircmicos e de

sauacutede materna e perinatal da RMC em 2011 mostraram certa concentraccedilatildeo na regiatildeo

noroeste Ao mesmo tempo o municiacutepio de Holambra na regiatildeo centro-oeste estaacute em

posiccedilatildeo alta no IDHM apresentou a menor populaccedilatildeo com baixa renda as mais altas

taxas de cesaacuterea de prematuridade e de TMNP com a menor proporccedilatildeo de chefia

feminina

Os municiacutepios de piores resultados maternos e perinatais Santo Antocircnio de

Posse Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e tambeacutem Holambra natildeo possuem

maternidade Poreacutem as distacircncias para as maternidades de referecircncia natildeo ultrapassam

17 km o que pressupotildee que natildeo haveria maior demora a justificar os piores desfechos

maternos e fetais (Pacagnella et al 2012) A detecccedilatildeo precoce e o tratamento de

complicaccedilotildees satildeo elementos para a reduccedilatildeo da mortalidade materna (Souza 2011

Soares et al 2012 Pacagnella et al 2012 Dias et al 2014) A excelente malha

rodoviaacuteria da regiatildeo favorece os deslocamentos aos serviccedilos de referecircncia para maior

complexidade de atenccedilatildeo Entretanto dois municiacutepios relataram dificuldades com o

transporte das pacientes e natildeo possuem maternidade (Cosmoacutepolis e Pedreira) Este eacute

um ponto que requer atenccedilatildeo na linha de cuidado da gestante na RMC que deve

106

oferecer condiccedilotildees para integrar os serviccedilos durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo

de rotina quanto nas situaccedilotildees de emergecircncia

Na RMC cinco municiacutepios apresentaram RMM elevada para os recursos

disponiacuteveis na regiatildeo As causas das mortes maternas na RMC em 2011 e seu processo

de cuidado natildeo foram estudados Mas a prevenccedilatildeo da morbimortalidade prevecirc a

necessidade de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada dos profissionais oferta de serviccedilos

de emergecircncia reconhecimento precoce dos problemas e atuaccedilatildeo em tempo haacutebil e

com eficiecircncia diante de complicaccedilotildees que possam colocar em risco a vida da matildee eou

da crianccedila

Tambeacutem chama a atenccedilatildeo que numa regiatildeo tatildeo pouco carente de recursos um

quarto dos serviccedilos de maternidade tenha relatado dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados quando a hemorragia eacute a segunda causa de morte materna no paiacutes

Esta situaccedilatildeo reflete problemas na organizaccedilatildeo do atendimento eficiente agraves

urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas A falta de um planejamento detalhado para a oferta

de cuidados pode favorecer a ocorrecircncia de demoras na implantaccedilatildeo de medidas

necessaacuterias Este eacute outro ponto que necessita intervenccedilatildeo urgente na organizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo na regiatildeo metropolitana Bittencourt et al (2014) em estudo realizado no paiacutes

encontraram 75 de disponibilidade de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos

hospitais mistos (privados conveniados ao SUS) 69 nos puacuteblicos e 67 nos privados

Morse et al (2011) em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no Brasil

apontaram dificuldades para transfusatildeo em quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto A subutilizaccedilatildeo de derivados de sangue eacute prevalente no Brasil e

em outros paiacuteses em desenvolvimento o que exige uma atenccedilatildeo especial dos

107

responsaacuteveis pelas poliacuteticas puacuteblicas e uma atuaccedilatildeo mais efetiva das entidades de

representaccedilatildeo profissional que lidam com estas condiccedilotildees cliacutenicas

Resultados de grande estudo realizado no Brasil sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem

near miss materno para a avaliaccedilatildeo da qualidade de cuidados obsteacutetricos realizado em

27 hospitais de referecircncia apontou que houve uma maior demora na prestaccedilatildeo de

serviccedilos em centros de cuidados classificadaos como natildeo adequados principalmente

devido agrave ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a

comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos e ou centros reguladores (Haddad et al 2014) Nas

situaccedilotildees onde as complicaccedilotildees existem falhas de qualidade da atenccedilatildeo e integraccedilatildeo

do cuidado podem levar mulheres e crianccedilas agrave morte evitaacutevel ou a sequelas permanentes

(Rosman et al 2006) Esta responsabilidade dos gestores precisa ser adequadamente

assumida

Aleacutem dos riscos de morbimortalidade associados agrave diversidade de condiccedilotildees de

educaccedilatildeo e renda na regiatildeo algumas das praacuteticas recomendadas no parto natildeo tecircm sido

seguidas em uma parte nas maternidades da RMC O modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica

contemporacircneo com altas taxas de intervenccedilotildees incluindo episiotomia e ocitocina na

conduccedilatildeo do trabalho de parto que seriam apenas recomendadas em situaccedilotildees de

necessidade tem sido utilizadas sempre ou frequentemente em mais de 50 dos

serviccedilos obsteacutetricos da RMC Ao mesmo tempo algumas carecircncias foram observadas

Entretanto faltam paracircmetros baseados em evidecircncia para definir taxas

adequadas de intervenccedilotildees E talvez natildeo seja adequado fazecirc-lo Associar boa praacutetica

com nuacutemero maacuteximo de intervenccedilatildeo pode facilitar a ocorrecircncia de eventos adversos no

parto ou decorrentes dele que poderiam ser evitados

108

Um exemplo de intervenccedilatildeo em que se pode debater a taxa de utilizaccedilatildeo eacute a

episiotomia Estudos anteriores apoiam poliacuteticas restritivas que trariam uma seacuterie de

benefiacutecios imediatos em comparaccedilatildeo com o uso rotineiro (Carroli e Mignini 2009 OPAS

2013 Melo et al 2014) Portanto tem-se recomendado realizaacute-la apenas quando haacute

necessidade cliacutenica o que fica sob julgamento do profissional que assiste o parto (OPAS

2013) A publicaccedilatildeo das revisotildees sistemaacuteticas sobre o tema acarretou uma acentuada

reduccedilatildeo no seu uso (Carroli e Mignini 2009 Melo et al 2014)

Mas estudos sobre disfunccedilotildees do assoalho peacutelvico mostram que a episiotomia

pode ser um fator de proteccedilatildeo quando adequadamente realizada Estudo recente

encontrou uma reduccedilatildeo de 40-50 de lesotildees no esfiacutencter anal com a realizaccedilatildeo da

episiotomia em comparaccedilatildeo com as roturas espontacircneas realizada meacutedio-lateral direita

a 60ordm distando 10 mm da linha meacutedia proteccedilatildeo do periacuteneo para desprendimento lento

do poacutelo cefaacutelico e compressas mornas no local enquanto periacuteneo curto edema perineal

e parto instrumental aumentou este risco (Kapoor et al 2015) Estes achados confirmam

resultado de Stedenfldt e colaboradores (2014) que encontraram reduccedilatildeo de 59 de

lesatildeo com proteccedilatildeo perineal ao final do 2ordm periacuteodo o que foi mais relevante nos casos

sem associaccedilatildeo de muacuteltiplos fatores de risco (primiparidade peso do receacutem-nascido

maior ou igual a 4500g e parto foacutercipe)

Na Dinamarca entre primigestas observou-se prevalecircncia de 153 de

episiotomia e 65 de lesatildeo no esfiacutencter anal com proteccedilatildeo dada pela episiotomia nos

casos de vaacutecuo-extraccedilatildeo e pela peridural para todos os partos (Jango et al 2014) Na

Finlacircndia por sua vez a taxa de episiotomia eacute de 30 com apenas 1 de lesatildeo de

esfiacutencter (Laine et al 2009) Tambeacutem se encontrou que as laceraccedilotildees perineais e o uso

de foacutercipe mas natildeo a episiotomia estavam associadas a maior disfunccedilatildeo do assoalho

109

peacutelvico com prolapso cinco a dez anos apoacutes o primeiro parto (Handa et al 2012) Dois

anos apoacutes o primeiro parto natildeo instrumental as mulheres que realizaram episiotomia

em comparaccedilatildeo com aquelas que tiveram rotura espontacircnea ou sem lesatildeo tiveram

menos sintomas de urgecircncia miccional e incontinecircncia (Rikard Bell et al 2014)

Portanto 54 de partos com episiotomia no Brasil (Leal et al 2014a) ou as taxas

encontradas na RMC podem ser considerados excessivos comparando-se com taxas

de paiacuteses noacuterdicos ou europeus Isso ocorre porque grande parte dos profissionais de

sauacutede especialmente os meacutedicos deve praticar este procedimento de rotina para as

mulheres de menor paridade e periacuteneo supostamente iacutentegro Talvez as taxas mais

adequadas mantendo a seguranccedila sejam maiores que as europeias na populaccedilatildeo

brasileira Embora natildeo esteja definida a taxa de episiotomia necessaacuteria deve ser menor

do que aquela que tem sido praticada e mais elevada do que nos paiacuteses com conduta

menos intervencionista do norte da Europa

Outra praacutetica a ser discutida comum nas maternidades da RMC eacute o uso da

ocitocina na conduccedilatildeo do trabalho de parto Leal et al (2014a) num amplo estudo

brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas praacuteticas no parto identificaram

que a infusatildeo de ocitocina ocorreu em cerca de 40 das mulheres de risco habitual

(baixo) sendo mais frequentemente utilizada no setor puacuteblico em mulheres com baixa

escolaridade Num estudo sobre partos conduzidos por enfermeiras obsteacutetricas na

Holanda observou-se que a taxa de uso de ocitocina na conduccedilatildeo do parto aumentou

de 244 para 388 entre 2000-2008 (Offerhaus et al 2014) Benefiacutecios da ocitocina

incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de parto distoacutecico com riscos

que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina intoxicaccedilatildeo por aacutegua e

embora rara rotura uterina Mais recentemente estudos tem encontrado associaccedilatildeo de

110

uso de ocitocina com autismo especialmente em crianccedilas de sexo masculino (Gregory

et al 2013 Weisman et al 2015) Num documento de 2014 a Associaccedilatildeo Americana

de Ginecologia e Obstetriacutecia afirmou que as evidecircncias natildeo eram suficientes para mudar

sua posiccedilatildeo de apoiar o uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto (ACOG

2014)

Protocolos ideais para utilizaccedilatildeo da ocitocina natildeo foram identificados

(Mozurkewich et al 2011) Os autores de uma metanaacutelise concluiacuteram que a ocitocina

para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto foi associada a aumento do parto vaginal

espontacircneo (Sq et al 2009) Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que altas doses de ocitocina

foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e parto cesaacutereo e um

aumento no parto vaginal espontacircneo (Kenyon et al 2013) Estudos em populaccedilotildees

com menor taxa de cesarianas sugerem que uma vez alcanccedilado o trabalho ativo a

ocitocina pode ser suspensa sem alterar a progressatildeo do parto ou a taxa de cesariana

(Diven et al 2012)

A antibioticoterapia nas cesaacutereas natildeo foi uma praacutetica rotineira em cinco das

maternidades visitadas quando deveria estar ocorrendo em todas Mulheres

submetidas agrave cesariana tecircm de cinco a 20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo

em comparaccedilatildeo com as mulheres que datildeo agrave luz por via vaginal (Smail e Grivell 2014)

A profilaxia antimicrobiana reduz o risco de endometrite e infecccedilatildeo incisional quando

administrado corretamente e tem sido utilizado como indicador de performance A mais

comum infecccedilatildeo relacionada agrave complicaccedilatildeo de cesaacuterea eacute a endometrite que pode ser

reduzida em 50 com o uso de antibioacutetico profilaacutetico Taxas de infecccedilatildeo do siacutetio ciruacutergico

apoacutes cesariana variam de acordo com a populaccedilatildeo em estudo os meacutetodos utilizados

111

para monitorar e identificar os casos e o uso de antibioacutetico profilaacutetico apropriado (Lamont

et al 2011)

O efeito beneacutefico da profilaxia antibioacutetica na reduccedilatildeo de ocorrecircncias de infecccedilatildeo

associados com cesaacuterea eletiva ou de emergecircncia jaacute estaacute bem estabelecida (Smail e

Grivell 2014) Uma revisatildeo sistemaacutetica concluiu que a profilaxia antibioacutetica administrada

antes da incisatildeo diminuiu a incidecircncia global de infecccedilatildeo apoacutes a cesariana e natildeo

aumentou a probabilidade de infecccedilatildeo neonatal O uso de antibioacuteticos profilaacuteticos em

mulheres submetidas agrave cesariana reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite

e graves complicaccedilotildees infecciosas de 60 a 70 (Smail e Grivell 2014)

Assim a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo principalmente da assistecircncia hospitalar ao

parto com utilizaccedilatildeo das praacuteticas baseadas nas evidecircncias deve ser o foco principal das

poliacuteticas puacuteblicas Este objetivo exige processos de educaccedilatildeo continuada e intervenccedilotildees

do tipo auditoria nas instituiccedilotildees buscando identificar os problemas acompanhar as

soluccedilotildees e promover o desenvolvimento profissional daqueles envolvidos no cuidado

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na

RMC permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactam os indicadores

estudados Os piores resultados para os indicadores perinatais estavam presentes em

populaccedilotildees mais vulneraacuteveis Para melhorar os resultados em sauacutede para matildees e bebecircs

estrateacutegias para reduzir as desigualdades sociais e educacionais focadas nos grupos

populacionais mais vulneraacuteveis matildees adolescentes mulheres com menor escolaridade

e renda ainda satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos de sauacutede apoacutes

anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

112

113

CONCLUSSAtildeO GERAL

Embora seja uma regiatildeo de grande desenvolvimento permaneciam

desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores de sauacutede matena e

perinatal na RMC Os piores resultados estavam presentes em populaccedilotildees mais

vulneraacuteveis as matildees adolescentes as mulheres com menor escolaridade e renda

As praacuteticas de sauacutede qualificadas (induccedilatildeo de ruptura prematura de

membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo para

Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto) estavam disponiacuteveis

em quase todos os hospitais na RMC No entanto algumas rotinas satildeo excessivas

(conduccedilatildeo e episiotomia) e outras precisam ser melhoradas (como o uso de

antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas disponibilidade de sangue em estado criacutetico de

cuidado)

114

115

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172 Universidade Estadual de Campinas Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas

Puacuteblicas Programa de Estudos em Sistemas de Sauacutede Definiccedilatildeo do plano de

implementaccedilatildeo dos protocolos cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de

cuidado e os processos de supervisatildeo teacutecnica na regiatildeo metropolitana de

Campinas - RMC Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMC Campinas 2012 (Relatoacuterio de Pesquisa)

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httponlinelibrarywileycomdoi101111j1471-0528200801713xpdf

(acessado em 29Jun2013)

146

147

ANEXOS

ANEXO - 1 Mapa da Regiatildeo Metropolitana de Campinas

148

ANEXO - 2

Roteiro semiestruturado sobre a rotina da assistecircncia ao parto (intervenccedilotildees necessaacuterias e desnecessaacuterias)

para as entrevistas com os(as) meacutedicos(as) e os enfermeiros(as) responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

Responda as questotildees a seguir referentes agrave praacutetica da assistecircncia agrave mulher durante o trabalho de parto e parto na

instituiccedilatildeo que vocecirc trabalha

Instituiccedilatildeo

Dados Pessoais Data de nascimento [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

Escolaridade [ ] 1-Superior [ ] 2-Especializaccedilatildeo [ ] 3-Mestradodoutorado

Haacute quanto tempo trabalha em Obstetriacutecia

Haacute quanto tempo trabalha nesse serviccedilo

Haacute quanto tempo eacute responsaacutevel pelo Serviccedilo de Obstetriacutecia

01 Eacute garantida a presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher ( ) Sim ( ) Natildeo (Passe para a Q2)

a) Quem a acompanha com maior frequecircncia

b) Em que momento (Assinale mais de uma opccedilatildeo caso se aplique)

No trabalho de parto ( ) No parto ( ) No puerpeacuterio imediato ( )

02 Eacute realizada a triagem e tratamento de Siacutefilis na maternidade Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

03 Eacute prescrita a terapia antirretroviral para gestante com HIV Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

04 Eacute praacutetica rotineira induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada Sim ( ) Natildeo ( )

05 Eacute praticada rotineiramente a induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas ao termo Sim ( ) Natildeo ( )

06 A analgesia eacute oferecida a todas as parturientes Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

07 Existe protocolo para tratamento de hipertensatildeo severa Sim ( ) Natildeo ( ) O que eacute utilizado

08 Eacute praacutetica rotineira o manejo ativo do 3ordm periacuteodo Sim ( ) Natildeo ( )

09 Eacute praticada a antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B Sim ( ) Natildeo ( )

10 Eacute praticada rotineiramente a antibioticoterapia nas cesaacutereas Sim ( ) Natildeo ( )

11 Durante as cesaacutereas de emergecircncia haacute disponibilidade de

a) Anestesista no Centro Obsteacutetrico Sim ( ) Natildeo ( )

b) Banco de sangueSim ( ) Natildeo ( )

c)Obstetra treinado Sim ( ) Natildeo ( )

12 Eacute praacutetica rotineira a prevenccedilatildeo de hemorragia poacutes-parto Sim ( ) Natildeo( )

13 Eacute praticado o manejo de hemorragia poacutes parto Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para a Q15)

a) Remoccedilatildeo da placenta Sim ( ) Natildeo ( )

b)Curagem Sim ( ) Natildeo ( )

c)Curetagem Sim ( ) Natildeo ( )

14 Quem realiza o parto normal com maior frequecircncia Enfa( ) Enfa Obstetra ( ) Meacutedico ginecologista ( )

Outro profissional ( ) Quem

15 Os indicadores de humanizaccedilatildeo do parto satildeo praticados Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q17)

a) Visita preacutevia das gestantes agrave maternidade Sim ( ) Natildeo ( )

b) Acesso diferenciado agraves gestantes em trabalho de parto Sim ( ) Natildeo( )

c) Alojamento conjunto Sim ( ) Natildeo ( )

16 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal e cesaacuterea focando

a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q18) Quais

17 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com para as principais complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia

hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) focando a qualidade da atenccedilatildeo Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q19) Quais

18 Dados relacionados agrave infraestrutura

a) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

b) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de medicamentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

c) Haacute dificuldade com o transporte das gestantes parturientes e pueacuterperasSim ( ) Natildeo ( )Quais os problemas mais

frequentes

d) Haacute dificuldade de comunicaccedilatildeo com os serviccedilos de referecircncia Sim ( ) Natildeo ( ) Quais problemas

e) Haacute dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

f) E com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves Sim ( ) Natildeo ( )

19 O que mais gostaria de falar sobre dificuldades ou aspectos relevantes que impactam a assistecircncia agraves gestantes

em trabalho de parto ou com complicaccedilotildees na gravidez no seu serviccedilo

149

ANEXO - 3

150

151

ANEXO - 4

Consentimento das instituiccedilotildees para a realizaccedilatildeo do estudo

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Nome do responsaacutevel________________________________________________

Idade Cargo____________________RG_______________________

Endereccedilo______________________________________ Ndeg_________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu autorizo a coleta

de dados da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado ofertado

pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A pesquisadora

responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que trabalha no

Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves 1700 horas

(telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa contribuiraacute para

identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os processos de cuidado a

eles associados Fui esclarecido (a) que a participaccedilatildeo dos gestores do Centro

Obsteacutetrico desta instituiccedilatildeo poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico

sobre a qualidade da atenccedilatildeo ofertada

Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada a liberdade dos profissionais de

aceitar ou natildeo e que a recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que a identidade dos profissionais

envolvidos nesse estudo seraacute mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido

seraacute entregue a pesquisadora em envelope lacrado

152

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Concordo que os profissionais meacutedicos e enfermeiros gestores do Centro

Obsteacutetrico colaborem voluntariamente com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora _______________________________________

153

ANEXO - 5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Ndeg na Pesquisa RG____________________

Nome Idade__________________

Endereccedilo Ndeg_____________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu fui convidado

(a) a participar da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado

ofertado pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A

pesquisadora responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que

trabalha no Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves

1700 horas (telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa

contribuiraacute para identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os

processos de cuidado a eles associados Fui esclarecido (a) que minha participaccedilatildeo

poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico sobre a qualidade da

atenccedilatildeo ofertada

Aceito participar para isso responderei um questionaacuterio ldquoauto-respondidordquo

natildeo havendo necessidade de identificaccedilatildeo exceto a profissatildeo (meacutedico ou

enfermeiro) Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada minha liberdade de aceitar ou

natildeo e que minha recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na minha atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que minha identidade nesse estudo seraacute

154

mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido seraacute entregue a pesquisadora

em envelope lacrado

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Aceito voluntariamente colaborar com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora ___________________________________________

Page 5: Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

v

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA

FAacuteTIMA FILOMENA MAFRA CHRISTOacuteFORO

ORIENTADORA PROFA DRA ELIANA MARTORANO AMARAL

MEMBROS

1

2

3

4

5

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tocoginecologia da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas da Universidade Estadual de Campinas

Data 31 07 2015

vi

vii

RESUMO

Objetivos Estudar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos de 19 municiacutepios e avaliar as rotinas da assistecircncia aos partos da

Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Sujeitos e Meacutetodos Trata-se de

estudo transversal associado a um estudo de casos de rotinas do cuidado na

assistecircncia ao parto em 16 maternidades puacuteblicas Coletaram-se as informaccedilotildees

referentes aos indicadores municipais a partir do DATASUS da Fundaccedilatildeo Seade e

do censo de 2010 Para conhecer as intervenccedilotildees realizadas nas 16 maternidades

em entrevistas com meacutedicos ou enfermeiros responsaacuteveis utilizaram-se o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e

ao receacutem-nascido no partordquo (Ministeacuterio da Sauacutede) e um questionaacuterio complementar

proacuteprio para o estudo A coleta de dados ocorreu de dezembro de 2013 a

outubro2014 Utilizou-se anaacutelise descritiva para as praacuteticas hospitalares e

coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e Spearman para avaliar possiacuteveis

associaccedilotildees entre caracteriacutesticas socioeconocircmicos e demograacuteficas e resultados

obsteacutetricos e perinatais Resultados As porcentagens de matildees adolescentes de

renda le 1 salaacuterio-miacutenimo (SM) e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a nuacutemero de consultas preacute-natais e com a taxa de mortalidade

perinatal poreacutem inversamente com partos cesaacutereos A renda meacutedia domiciliar per

capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal foram correlacionados

diretamente com partos cesaacutereos e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

viii

natais e com a taxa de mortalidade perinatal A porcentagem de matildees adolescentes

e de escolaridade le 8 anos e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a taxa de mortalidade neonatal precoce taxa de prematuridade

e baixo peso ao nascer Em relaccedilatildeo agraves rotinas das 16 maternidades puacuteblicas da

RMC treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam frequentemente a

ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto nove executavam a episiotomia

frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro periacuteodo do parto A

presenccedila de acompanhante durante o trabalho de parto e parto foi rotineira para 9

e 14 hospitais respectivamente Todos os hospitais forneceram rastreamento para

HIV e siacutefilis Doze hospitais realizavam induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e 13 em

ruptura prematura de membranas enquanto 15 tinham protocolos de conduta para

hipertensatildeo arterial severa e profilaxia de sepse neonatal precoce por

Streptococcus do grupo B Cinco hospitais natildeo utilizavam antibioacuteticos para

cesarianas Produtos derivados de sangue natildeo estavam disponiacuteveis em quatro

hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de gestantes em situaccedilatildeo cliacutenica grave Quinze

hospitais relataram ter profissional treinado para atendimento neonatal Conclusatildeo

A taxa de mortalidade perinatal foi o indicador que melhor refletiu os indicadores

socioeconocircmicos na regiatildeo A adolescecircncia foi um indicador social de grande risco

perinatal frequentemente associada com ausecircncia de parceiro A taxa de cesaacuterea

retratou os municiacutepios com maior poder aquisitivo na regiatildeo As praacuteticas qualificadas

de assistecircncia ao parto estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais No

entanto algumas delas parecem excessivas como conduccedilatildeo de parto e

episiotomia enquanto outras precisam ser melhoradas como uso de antibioacuteticos

para todos os partos cesaacutereos e disponibilidade de sangue e cuidado de

ix

emergecircncia Os resultados destacam a inequidade da assistecircncia e a importacircncia

de rever as rotinas hospitalares mesmo em uma regiatildeo com amplo acesso a

recursos materiais e humanos e oportunidades de educaccedilatildeo continuada

Palavras-chave indicadores baacutesicos de sauacutede obstetriacutecia parto tocologia

x

xi

ABSTRACT

Objectives To study maternal and perinatal health and socioeconomic indicators

of 19 municipalities and assess the routines of care during childbirth in the

metropolitan region of Campinas (RMC) Subjects and Methods Cross-sectional

study coupled with a case study of 16 public hospitals on clinical routines applied

for labour and delivery The information on health and socioeconomic indicators

derived from the DATASUS the Seade Foundation and 2010 census Routines were

assessed by through the Assessment Tool of Good Practice Caring for Women and

Newborns during Childbirth (Ministry of Health) and a complementary

questionnaire for interviews with responsible doctors or nurses in 16 hospitals Data

collection occurred from December 2013 to October 2014 Descriptive analysis

was applied to report routine practices in hospitals and Pearson and Spearman

correlation coefficients were used to evaluate possible associations between

socioeconomic obstetric and perinatal outcomes Results The proportion of

teenage mothers and income le 1SM and the illiteracy rate were positively correlated

with number of prenatal visits and perinatal mortality rate and inversely with

caesarean deliveries The average household income per capita and the Municipal

Human Development Index (MHDI) correlated directly with caesarean deliveries and

inversely with number of prenatal consultations and perinatal mortality rate The

percentages of teenage mothers and education le 8 years and the illiteracy rate

correlated positively with the early neonatal mortality rate prematurity and low birth

xii

weight Regarding routine practices during deliveries into 16 public maternities

thirteen hospitals used partograph 10 frequently used oxytocin for labour

augmentation nine frequently performed episiotomy and 14 informed active

management of the third stage of labour The presence of a companion during labour

and delivery was a routine for nine and 14 hospitals respectively All hospitals

provided screening for HIV and syphilis Twelve hospitals performed induction in

prolonged gestation and 13 in premature rupture of membranes Fifteen had clinical

protocol for severe hypertension and for group B Streptococcus early neonatal

sepsis prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for caesarean sections

Blood products were not available in four hospitals and eight could not take

emergency care for severe ill women Fifteen hospitals reported trained professional

providing neonatal care Conclusion The perinatal mortality rate proved to best

indicator reflecting socioeconomic indicators in the region The caesarean rate

pictured the municipalities with higher income Qualified health practices were

available in most hospitals However augmentation with oxytocin and episiotomy

sounded excessive while others need improvement as antibiotics for all C-sections

and availability of blood and emergency care The results highlight the health care

inequity and the importance of reviewing hospital care routines even in a region with

ample access to material and human resources and continuing education

opportunities

Key words childbirth midwifery maternal and perinatal indicators obstetric

xiii

SUMAacuteRIO

RESUMO vii

ABSTRACT xi

SUMAacuteRIO xiii

DEDICATOacuteRIA xv

AGRADECIMENTOS xvii

SIGLAS E ABREVIATURAS xix

INTRODUCcedilAtildeO GERAL 1

OBJETIVOS 23

Objetivo Geral 23

Objetivos Especiacuteficos 23

MEacuteTODOS 25

Desenho do estudo25

Local do estudo 25

Procedimentos25

Criteacuterios de inclusatildeo 26

Criteacuterios de exclusatildeo 27

Instrumentos 27

Aspectos eacuteticos 29

Variaacuteveis e Conceitos29

CAPIacuteTULOS37

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1 38

ARTIGO 139

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2 68

ARTIGO 269

DISCUSSAtildeO GERAL 101

CONCLUSSAtildeO GERAL 113

REFEREcircNCIAS 115

ANEXOS 147

xiv

ANEXO - 1 147

ANEXO - 2 148

ANEXO - 3 149

ANEXO - 4 151

ANEXO - 5 153

xv

DEDICATOacuteRIA

a Deus

que tem me orientado principalmente nos momentos difiacuteceis

ao meu grande amor Elcio

que com dedicaccedilatildeo e carinho tem me impulsionado sempre

agrave minha querida matildee (in memoriam)

primeira

mestre e grande responsaacutevel pela minha formaccedilatildeo

xvi

xvii

AGRADECIMENTOS

Aos meus antigos e novos mestres por terem sabido semear a inquietude do

conhecimento

Agrave minha querida orientadora Eliana Amaral agradeccedilo a confianccedila depositada em

meu trabalho a paciecircncia adotada ao responder tanto minhas questotildees mais

simples como tambeacutem as mais complicadas delas Mas em especial

agradeccedilo o carinho que sempre teve para comigo em todos os momentos

principalmente nos de minha extrema ansiedade

Ao meu esposo Elcio presente em todos os momentos A sua colaboraccedilatildeo foi

fundamental Sem ela percorrer esse longo caminho teria sido certamente

muito mais aacuterduo Agradeccedilo por ser quem eacute estando sempre ao meu lado

A toda a equipe do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas em especial agrave Dra

Carmen Lavras que me ofereceu a oportunidade de trabalhar com a Regiatildeo

Metropolitana de Campinas e me auxiliou na construccedilatildeo do projeto e na coleta

de dados

Agrave Maria Joseacute Comparini Nogueira Saacute Maria Regina Marques de Almeida Flaacutevia

Mambrini e Carla Brito Fortuna pela contribuiccedilatildeo valorosa na realizaccedilatildeo do

projeto de pesquisa

Agrave Maria Cristina Restitutti e Stella Maria B da Silva Telles que me apoiaram na

manipulaccedilatildeo dos bancos de dados

Agrave Maria Helena Souza pela paciecircncia esclarecimentos iniciais e anaacutelise estatiacutestica

Agradeccedilo agrave Conceiccedilatildeo Denise Melissa secretaacuterias da Divisatildeo de Obstetriacutecia e da

Poacutes-graduaccedilatildeo em Tocoginecologia o tratamento sempre carinhoso e bem

humorado

Aos gestores das instituiccedilotildees participantes do estudo pela disponibilidade e

incentivo

Agraves minhas amigas Patriacutecia e Adriana o carinho e a atenccedilatildeo nos momentos mais

difiacuteceis Em especial a formataccedilatildeo e editoraccedilatildeo da tese para o exame de

xviii

Qualificaccedilatildeo em caraacuteter emergencial a paciecircncia e incentivo Nenhuma

memoacuteria eacute tatildeo doce quanto agrave dos bons amigos

A todos meus amigos do local de trabalho em especial para os que estavam mais

proacuteximos Jane Maria do Carmo Marinez Renecirc Soraia Glaacuteucia Soninha

Alexandre e Matheus a amizade e o carinho especial

xix

SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ndash Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia

BP ndash Baixo Peso

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

CNES ndash Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sauacutede

CO ndash Centro Obsteacutetrico

GBS ndash Estreptococo do grupo B

IBGE ndash Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutesitica

IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal

MM ndash Morte Materna

ODM ndash Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio

OECD ndash Organizaccedilatildeo Europeacuteia para o Desenvolvimento

Econocircmico

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

PN ndash Preacute-Natal

RANZCOG ndash Coleacutegio Real da Austraacutelia e Nova Zelacircndia de

Obstetriacutecia e Ginecologia

RCOG ndash Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia

RMC ndash Regiatildeo Metropolitana de Campinas

RMM ndash Razatildeo de Mortalidade Materna

xx

RN ndash Receacutem-nascido

RPMT ndash Ruptura Prematura de Membranas a Termo

SEADE ndash Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados

SIM ndash Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade

SINASC ndash Sistema de Nascidos Vivos

SPSS ndash Statistical Package for Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMN ndash Taxa de Mortalidade Neonatal

TMNP ndash Taxa de mortalidade Neonatal Precoce

TMP ndash Taxa de Mortalidade Perinatal

WHO ndash World Health Organization

1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) satildeo metas

internacionais adotadas pelos paiacuteses signataacuterios Entre estas inclui-se a reduccedilatildeo

da mortalidade materna da mortalidade infantil e o acesso a serviccedilos de sauacutede

reprodutiva e anticoncepccedilatildeo O 5ordm ODM propotildee reduccedilatildeo da razatildeo da mortalidade

materna (RMM) em 75 ateacute 2015 (WHO 2007 Hogan et al 2010) Segundo a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) 50 paiacuteses conseguiram progresso

substancial destas metas graccedilas ao desenvolvimento socioeconocircmico melhoria da

educaccedilatildeo nutriccedilatildeo e acesso a serviccedilos de sauacutede (Hogan et al 2010 Victora et al

2011 WHO 2012) Uma seacuterie de seis artigos publicados no The Lancet mostra ter

havido melhorias significativas na sauacutede materna e infantil no Brasil atendimento

de emergecircncia e reduccedilatildeo da carga de doenccedilas infecciosas (Barreto et al 2011

Paim et al 2011 Reichenheim et al 2011 Schmidt et al 2011 Victora et al

2011a 2011b)

O relatoacuterio ldquoTendecircncias da mortalidade materna 1990 a 2010rdquo mostra que

embora o Brasil tenha reduzido a mortalidade materna de 120 para 56 a cada 100

mil nascimentos natildeo alcanccedilaraacute a meta estipulada de 35 oacutebitos por 100 mil nascidos

vivos (Souza 2011 Lozano et al 2011 ONU 2012 IPEA 2014) Ao mesmo

tempo haacute elevada taxa de cesaacuterea em aumento constante e muito mais acentuado

no sistema privado de assistecircncia ao parto (IPEA 2010 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a

Victora et al 2011 Leal et al 2014b) A razatildeo de mortalidade materna sofreu

2

estagnaccedilatildeo nos uacuteltimos dez anos em niacuteveis intermediaacuterios enquanto observou-se

aumento do componente de mortalidade perinatal na mortalidade infantil (Ministeacuterio

da Sauacutede 2012b Souza 2011 Victora et al 2011 Lansky et al 2014)

Num estudo nacional a prematuridade respondeu por cerca de um terccedilo da

taxa de mortalidade neonatal As maiores taxas de mortalidade neonatal ocorreram

entre crianccedilas com menos de 1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal

prematuros extremos (lt 32 semanas) com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida as que

utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante as que tinham malformaccedilatildeo

congecircnita aquelas cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto as que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de

referecircncia para gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e as que nasceram de parto

vaginal (Lansky et al 2014)

Um total de 98 dos partos no Brasil ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e

proacuteximo de 90 deles satildeo assistidos por meacutedicos (Souza 2011) Dados recentes

da pesquisa ldquoNascer no Brasilrdquo informam que no ano de 2012 52 dos

nascimentos foram por cesaacuterea correspondendo a 88 dos nascimentos no setor

privado (Leal et al 2014a) No Brasil a preferecircncia pela cesariana aumentou

atingindo um terccedilo das mulheres No entanto haacute diferenccedilas marcantes segundo

histoacuteria reprodutiva e fonte de pagamento do parto sendo menor em primiacuteparas

com parto financiado pelo setor puacuteblico (154) e maior entre multiacuteparas com

cesariana anterior no setor privado (732) (Domingues et al 2014) Estudos tecircm

recomendado o suporte de doulas durante o trabalho de parto como uma das

medidas para reduzir as cesaacutereas (Hodnett et al 2011 Kozhimannil et al 2013

2014) No Brasil a presenccedila da doula eacute regulamentada por Portaria do Ministro da

3

Sauacutede No1153 de maio de 2014 que redefine os criteacuterios de habilitaccedilatildeo da

Iniciativa Hospital Amigo da Crianccedila (IHAC) Em seu artigo 7ordm introduz-se o Criteacuterio

Global Amigo da Mulher onde sua participaccedilatildeo eacute sugerida dizendo ldquocaso seja da

rotina do estabelecimento de sauacutede autorizar a presenccedila de doula comunitaacuteria ou

voluntaacuteriardquo (Ministeacuterio da Sauacutede 2014a)

Eacute interessante o contraste entre as praacuteticas obsteacutetricas em diferentes paiacuteses

Na Holanda a taxa de cesaacuterea eacute a mais baixa da Europa (17) enquanto o Brasil

tem a taxa mais elevada do mundo (52) seguido por Meacutexico e Turquia (ambos

com taxas acima de 45) (OECD 2013 Leal et al 2014a IPEA 2014) Na Franccedila

cuja assistecircncia agrave sauacutede eacute garantida pelo Estado observa-se taxa de cesaacutereas

bastante estaacuteveis em 20 de 2009-2011 (OECD 2009 2011 e 2013) Neste paiacutes

tambeacutem ocorrem taxas mais elevadas de cesarianas no setor privado do que no

puacuteblico embora este uacuteltimo seja responsaacutevel pelo cuidado de gestaccedilotildees mais

complicadas (OECD 2013) Em 2011 as menores taxas de cesaacuterea ocorreram nos

paiacuteses noacuterdicos (Islacircndia Finlacircndia Sueacutecia e Noruega) com taxas que variaram de

15 a 17 de todos os nascidos vivos No mesmo periacuteodo a taxa de cesaacuterea no

Reino Unido atingiu 241 no Canadaacute alcanccedilou 261 e na Austraacutelia ficou em

322 (OECD 2013)

Em paralelo a taxa de mortalidade neonatal nos paiacuteses noacuterdicos variou de

16 a 24 por 1000 nascidos vivos no mesmo periacuteodo Na Austraacutelia Reino Unido e

Canadaacute alcanccedilaram 36 41 e 49 respectivamente (OECD 2013) No Brasil foi de

111 (Lansky et al 2014) Nos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para o Desenvolvimento

Econocircmico (OECD) cerca de dois terccedilos das mortes infantis que ocorrem durante

o primeiro ano de vida satildeo mortes neonatais Os principais fatores que contribuem

4

para esta mortalidade satildeo as malformaccedilotildees e a prematuridade Com um nuacutemero

crescente de mulheres adiando a gravidez e um aumento de nascimentos muacuteltiplos

vinculados a tratamentos para fertilidade o nuacutemero de nascimentos preacute-termo

aumentou Em vaacuterios paiacuteses de renda mais alta isso contribuiu para uma

estabilizaccedilatildeo da mortalidade infantil ao longo dos uacuteltimos anos (OECD 2013)

Como em outros paiacuteses no Brasil a atenccedilatildeo agrave sauacutede em geral e ao parto

em particular mostra uma grande inequidade com resultados diferenciados entre

mulheres atendidas nos sistemas puacuteblico e privado e nas vaacuterias regiotildees geograacuteficas

(Victora et al 2010 Diniz et al 2012) Entretanto as publicaccedilotildees sugerem

inadequada qualidade dos cuidados oferecidos na gestaccedilatildeo parto e puerpeacuterio

tanto nos grandes quanto nos pequenos centros (Nagahama e Santiago 2008

Victora et al 2010 Diniz et al 2012 Leal et al 2014a)

Este conjunto de resultados exige uma revisatildeo da linha de cuidado agrave

gestaccedilatildeo e parto Se haacute excesso de intervenccedilotildees incluindo cesaacuterea supotildee-se que

a atenccedilatildeo eacute pouco centrada nas evidecircncias atuais eou que deve haver dificuldades

para aderir agraves boas praacuteticas de cuidado Esta complexa situaccedilatildeo exige estrateacutegias

multicomponentes para qualificar a atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher e da crianccedila (IPEA

2010 Souza 2011 Leal et al 2014a 2014b)

Victora et al (2011) mostraram que as transformaccedilotildees nos determinantes

sociais das doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede afetaram os

indicadores de sauacutede materna e infantil com reduccedilatildeo dos coeficientes de

mortalidade infantil para 20 mortes por 1000 nascidos vivos em 2008 sendo 68

destas mortes pelo componente neonatal O acesso agrave maioria das intervenccedilotildees de

sauacutede dirigidas agraves matildees e agraves crianccedilas foi ampliado quase atingindo coberturas

5

universais e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenccedilotildees foram

reduzidas Entre as razotildees para o progresso estatildeo modificaccedilotildees socioeconocircmicas

e demograacuteficas (crescimento econocircmico reduccedilatildeo das disparidades de renda

urbanizaccedilatildeo melhoria na educaccedilatildeo das mulheres e reduccedilatildeo nas taxas de

fecundidade) intervenccedilotildees externas ao setor de sauacutede (programas condicionais de

transferecircncia de renda e melhorias no sistema de aacutegua e saneamento) programas

verticais de sauacutede da deacutecada de 80 (promoccedilatildeo da amamentaccedilatildeo hidrataccedilatildeo oral e

imunizaccedilotildees) criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com expansatildeo da

cobertura para atingir as aacutereas mais carentes e a implementaccedilatildeo de programas

nacionais e estaduais para melhoria da sauacutede e nutriccedilatildeo infantil e em menor grau

promoccedilatildeo da sauacutede das mulheres (Victora et al 2011)

No entanto os autores salientaram que ainda persistem desafios como a

medicalizaccedilatildeo abusiva (alta frequecircncia de cesaacuterea episiotomias ocitocina

muacuteltiplos exames de ultrassom etc) mortes maternas por abortos inseguros e a

frequecircncia alta de nascimentos preacute-termo Destacaram ainda que embora a Meta

do Milecircnio para mortalidade infantil devesse ser alcanccedilada em dois anos o mesmo

natildeo ocorreria com a mortalidade materna (Victora et al 2011)

Outros indicadores de sauacutede perinatal aleacutem da morte materna e da taxa de

cesaacuterea tecircm sido explorados Um projeto da OECD tem discutido indicadores de

qualidade dos cuidados de sauacutede (OECD 2007) Na Dinamarca desde setembro

de 2010 oito indicadores satildeo monitorados anestesia analgesia apoio contiacutenuo

para as mulheres na sala de parto laceraccedilotildees de 3 ordm ou 4 ordm graus cesariana

hemorragia poacutes-parto estabelecimento de contato pele a pele entre matildee e receacutem-

nascido hipoacutexia fetal grave e parto de crianccedila saudaacutevel apoacutes o parto sem

6

complicaccedilotildees O registro eacute obrigatoacuterio para todas as unidades de parto e estas

recebem seus resultados para a monitorizaccedilatildeo e aprimoramento no programa de

qualidade de assistecircncia (Kesmodel e Jolving 2011)

No Brasil os indicadores de sauacutede materna e perinatal incluem a taxa de

mortalidade neonatal precoce a tardia a poacutes-natal e a perinatal a razatildeo de

mortalidade materna a incidecircncia de siacutefilis congecircnita a proporccedilatildeo de internaccedilotildees

hospitalares (SUS) por afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prevalecircncia de

aleitamento materno a prevalecircncia de aleitamento materno exclusivo em menores

de seis meses a proporccedilatildeo de nascidos vivos de matildees adolescentes a proporccedilatildeo

de nascidos vivos de baixo peso ao nascer a cobertura de preacute-natal a proporccedilatildeo

de partos hospitalares e de partos cesaacutereos e o percentual de oacutebitos de mulheres

em idade feacutertil investigado (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2012) No Estado de Satildeo

Paulo entre os indicadores que compotildeem a matriz de informaccedilotildees demograacuteficas e

socioeconocircmicas de condiccedilotildees de vida e sauacutede e da rede de serviccedilos do SUS

incluem-se taxa de cesaacutereas cobertura vacinal coeficientes de mortalidade infanti l

e materna e leitos1000 habitantes (Secretaria da Sauacutede do Estado de Satildeo Paulo

2010)

O conhecimento da situaccedilatildeo de sauacutede pelos gestores e profissionais

utilizando indicadores eacute fundamental para o bom desenvolvimento das accedilotildees de

melhoria porque devem refletir a qualidade do cuidado Assim a matriz de

indicadores pode ser um poderoso instrumento para nortear o planejamento local e

regional de sauacutede (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2011 IPEA 2014) No entanto

os nuacutemeros natildeo permitem compreender o processo do cuidado e identificar onde

este processo estaacute suboacutetimo Para isso eacute necessaacuterio desenhar toda a linha de

7

cuidado de forma a deixar expliacutecitas as necessidades de recursos humanos

materiais e a inter-relaccedilatildeo entre as equipes e niacuteveis de atenccedilatildeo necessaacuterios para

oferecer atenccedilatildeo qualificada e ao mesmo tempo personalizada

Modelos de atenccedilatildeo obsteacutetrica e as praacuteticas baseadas em evidecircncia

Wagner (2001) define trecircs modelos de atenccedilatildeo ao parto 1) o modelo

medicalizado com uso de alta tecnologia e pouca participaccedilatildeo de obstetrizes

encontrado nos Estados Unidos da Ameacuterica Irlanda Ruacutessia Repuacuteblica Tcheca

Franccedila Beacutelgica e regiotildees urbanas do Brasil 2) o modelo humanizado com maior

participaccedilatildeo de obstetrizes e menor frequecircncia de intervenccedilotildees (Holanda Nova

Zelacircndia paiacuteses escandinavos e alguns serviccedilos no Brasil) e 3) os modelos mistos

da Gratilde-Bretanha Canadaacute Alemanha Japatildeo e Austraacutelia

No modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica holandecircs 16 de todos os nascimentos

ocorreram em casa em 2010 (maior do que em outros paiacuteses) enquanto 11

ocorreram em centros de partos (OECD 2013) As gestantes com gravidez sem

complicaccedilatildeo satildeo atendidas por meacutedico generalista e enfermeiras obstetras a

equipe de atenccedilatildeo primaacuteria e em caso com complicaccedilotildees ou aumento do risco as

enfermeiras obsteacutetricas referem as clientes para cuidado secundaacuterio com

ginecologista As indicaccedilotildees para referecircncia satildeo acordadas entre os profissionais

envolvidos (ginecologistas enfermeiras obstetras e meacutedicos generalistas) na ldquoLista

de Indicaccedilotildees Obsteacutetricasrdquo (Wiegers e Hukkelhoven 2010)

Esse modelo de atenccedilatildeo tem respaldo na literatura O cuidado conduzido por

enfermeira obstetra foi associado a menos episiotomia ou parto instrumental maior

chance de ter um parto vaginal espontacircneo e iniciar o aleitamento materno precoce

8

quando comparado com cuidado conduzido por meacutedicos ou compartilhado e este

cuidado foi mais eficaz quando estavam integradas no sistema de sauacutede no

contexto do trabalho em equipe (Campbell et al 2006 Hatem et al 2009 Sandall

et al 2009 Renfrew et al 2014)

No Reino Unido 80 das mulheres davam agrave luz em casa na deacutecada de 1920

o que ocorreu em apenas 23 dos nascimentos em 2011 (Office for National

Statistics 2012) Os Estados Unidos tiveram uma mudanccedila semelhante de 50 de

nascimentos em casa em 1938 para menos de 1 em 1955 (MacDorman et al

2014) A maioria das investigaccedilotildees que compararam parto domiciliar planejado com

parto hospitalar natildeo encontrou nenhuma diferenccedila no nuacutemero de mortes fetais

intraparto oacutebitos neonatais baixos iacutendices de Apgar ou admissatildeo na unidade de

terapia intensiva neonatal nos EUA Poreacutem uma meta-anaacutelise indicou resultados

neonatais mais adversos associados com parto em casa Existem desafios

associados com projetos de pesquisa voltados para parto domiciliar planejado em

parte porque a realizaccedilatildeo de ensaios cliacutenicos randomizados natildeo eacute viaacutevel (Zielinski

et al 2015)

Sabe-se que os modelos de assistecircncia ao parto tecircm diferentes

caracteriacutesticas que envolvem forma de remuneraccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

forma de financiamento do sistema constituiccedilatildeo de equipe assistencial local de

ocorrecircncia do parto havendo conflito de interesses e reserva de mercado de

trabalho entre outras O modelo adotado em determinada localidade exerce papel

preponderante na escolha pelo tipo de parto tanto pela parturiente quanto pelo

profissional que lhe assiste (Patah e Malik 2011 Dominges et al 2014)

9

No Reino Unido em 2013-14 618 dos partos tiveram iniacutecio espontacircneo

136 foram induzidos 132 terminaram por operaccedilatildeo cesariana e 609 dos

partos que ocorreram em hospitais do National Health System (NHS) foram

espontacircneos com 262 de partos cesaacutereos Mais de um terccedilo de todos os partos

(366) natildeo exigiu anesteacutesico O grupo de 30-34 anos foi o mais frequente (Health

and Social Care Information Center 2015) Na Austraacutelia as intervenccedilotildees vecircm

aumentando e primiacuteparas de baixo risco em hospital privado em comparaccedilatildeo com

hospital puacuteblico tiveram maiores taxas de induccedilatildeo (31 vs 23) parto instrumental

(29 vs 18) cesariana (27 vs 18) epidural (53 vs 32) e episiotomia (28

vs 12) e as mais baixas taxas de parto normal (44 vs 64) (Dahlen et al 2012)

Um estudo de base hospitalar realizado no Brasil em 2011-2012 baseado

em entrevistas de 23894 mulheres avaliou o uso de um conjunto de praacuteticas

(alimentaccedilatildeo deambulaccedilatildeo uso de meacutetodos natildeo farmacoloacutegicos para aliacutevio da dor

e de partograma) e intervenccedilotildees obsteacutetricas (uso de ocitocina amniotomia

episiotomia manobra de Kristeller e litotomia) na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto de mulheres de risco obsteacutetrico habitual Estas chamadas ldquoboas praacuteticasrdquo

durante o trabalho de parto e parto foram menos frequentes nas regiotildees Norte

Nordeste e Centro-Oeste O uso de ocitocina e amniotomia ocorreu em 40 dos

partos sendo mais frequente no setor puacuteblico e nas mulheres com menor

escolaridade assim como a operaccedilatildeo cesariana A manobra de Kristeller

episiotomia e litotomia foram utilizadas em 37 56 e 92 das mulheres

respectivamente (Leal et al 2014b)

Poliacuteticas nacionais tecircm sido adotadas para reverter as elevadas taxas de

partos ciruacutergicos Em 1998 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu um limite de 40

10

para a proporccedilatildeo de partos por cesariana que seriam pagos agraves instituiccedilotildees puacuteblicas

Houve reduccedilatildeo de 32 em 1997 para 239 em 2000 Poreacutem os efeitos do pacto

com os governos estaduais e serviccedilos teve curta duraccedilatildeo principalmente no setor

privado e as taxas voltaram a subir apoacutes 2002 (Victora et al 2011) Novas poliacuteticas

foram instituiacutedas como Programa de Humanizaccedilatildeo do Preacute-natal e Nascimento

(Serruya et al 2004) e a regulamentaccedilatildeo do direito a acompanhante durante o

trabalho de parto em hospitais puacuteblicos (Ministeacuterio da Sauacutede 2005)

Apesar de natildeo haver um consenso em relaccedilatildeo agrave proporccedilatildeo ideal de partos

cesarianos satildeo observadas em vaacuterios paiacuteses taxas superiores agravequelas que

parecem se tem sugerido entre 15-20 (Patah e Malik 2011 OECD 2013 WHO

2015) No Brasil apesar de a maioria das mulheres ter preferecircncia pelo parto

vaginal muitas alegam que o medo da dor as leva a optar pela cesaacuterea (Dias et al

2008 Potter et al 2008 Domingues et al 2014) Assim a preocupaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo da dor e com a vivecircncia positiva do trabalho de parto e parto satildeo aspectos

essenciais para reduzir as intervenccedilotildees ciruacutergicas desnecessaacuterias

O Ministeacuterio da Sauacutede adotou recentemente a estrateacutegia denominada Rede

Cegonha operacionalizada pelo SUS fundamentada nos princiacutepios da

humanizaccedilatildeo da assistecircncia Essa Rede considera que mulheres receacutem-nascidos

e crianccedilas tecircm direito a ampliaccedilatildeo do acesso acolhimento e melhoria da qualidade

do preacute-natal transporte tanto para o preacute-natal quanto para o parto vinculaccedilatildeo da

gestante agrave unidade de referecircncia para assistecircncia ao parto a ldquoGestante natildeo

peregrinardquo e ldquoVaga sempre para gestantes e bebecircsrdquo promoccedilatildeo de parto e

nascimento seguros atraveacutes de boas praacuteticas de atenccedilatildeo acompanhante no parto

de livre escolha da gestante (Ministeacuterio da Sauacutede 2012c) A rede assistencial para

11

gestantes e receacutem-nascido aleacutem de integrada hierarquizada e regionalizada de

forma a dar acesso agrave gestante em tempo oportuno no momento do parto deve

garantir tambeacutem que todos os estabelecimentos de sauacutede onde se realizam partos

sejam estruturados para o atendimento resolutivo das complicaccedilotildees que podem

ocorrer no nascimento ndash situaccedilotildees esperadas mas natildeo previsiacuteveis ndash

disponibilizando equipamentos insumos e equipe capacitada para prestar o

primeiro atendimento adequado agraves urgecircncias maternas e neonatais (Manzini et al

2009 Magluta et al 2009 Bittencourt et al 2014)

A incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica que se observa na assistecircncia ao parto em todo

o mundo passou a substituir uma atenccedilatildeo individualizada e mais centrada nas

necessidades das gestantes Isso tem sido motivo de preocupaccedilatildeo de profissionais

de sauacutede e grupos da sociedade civil e governo (Nagahama e Santiago 2008

Rattner 2009 Diniz 2009) Ao mesmo tempo o aparente faacutecil acesso a serviccedilos

de sauacutede e profissionais capacitados e a ampla oferta de guias ou recomendaccedilotildees

natildeo satildeo compatiacuteveis com a estabilidade nas razotildees de morte materna e aumento

da mortalidade neonatal precoce Mais do que preparo teacutecnico parece estar

havendo pouca integraccedilatildeo e continuidade no processo do cuidado e necessidade

de maior atenccedilatildeo dos gestores de sauacutede em niacutevel local Em divergecircncia com as

tendecircncias internacionais natildeo haacute uma cultura de atenccedilatildeo multi e interprofissional

ao parto no Brasil (Amoretti 2005)

Concomitantemente tem havido uma mudanccedila significativa das

caracteriacutesticas demograacuteficas e socioeconocircmicas das mulheres que engravidam e

tem seus filhos no Brasil Entre estas a proporccedilatildeo de mulheres acima dos 35 anos

aumentou a gravidez em adolescentes diminuiu e a taxa de natalidade sofreu a

12

maior reduccedilatildeo observada na literatura num intervalo curto de tempo passando de

51 em 2000 para 19 em 2012 (PNDS 2009 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a) A

fecundidade tardia estaacute associada ao maior niacutevel de instruccedilatildeo das mulheres que

vecircm adiando cada vez mais a maternidade em funccedilatildeo de melhores condiccedilotildees

profissionais e econocircmicas Paralelamente eleva-se a proporccedilatildeo de parto cesaacutereo

(Yazaki 2013) Esta mudanccedila significa que a assistecircncia agrave gestaccedilatildeo e ao parto

especialmente nos centros urbanos dirige-se a mulheres de menor paridade maior

idade e escolaridade que podem ser portadoras de doenccedilas cliacutenicas associadas

Esta realidade exige uma qualificaccedilatildeo maior da assistecircncia com integraccedilatildeo das

accedilotildees dos diversos profissionais e melhor gestatildeo do cuidado

As estrateacutegias para reduccedilatildeo da mortalidade materna

O ldquoPrograma Maternidade Segurardquo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

(OMS) baseado na prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees maternas por estratificaccedilatildeo de

risco foi insuficiente para o avanccedilo esperado (WHO 1996) Constatou-se que

estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria eram insuficientes e que uma parte importante

das complicaccedilotildees relacionadas agrave gestaccedilatildeo soacute eacute passiacutevel de prevenccedilatildeo secundaacuteria

(diagnoacutestico precoce) ou terciaacuteria (tratamento precoce para reduzir sequelas) e

ocorre em populaccedilotildees de baixo risco Uma grande proporccedilatildeo de complicaccedilotildees

graves ocorre em mulheres sem fatores de risco e com as melhores condiccedilotildees de

vida (Souza et al 2010a Souza 2011 WHO 2011)

Assim discussotildees de especialistas concluiacuteram pela necessidade de ter

profissionais muito bem treinados para assistir agrave gestaccedilatildeo e parto e uma boa rede

de atenccedilatildeo acessiacutevel e com recursos disponiacuteveis para atender a casos graves Haacute

13

consenso atualmente de que a mortalidade materna pode ser reduzida por meio

do fortalecimento dos sistemas de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo de rotina

quanto de emergecircncia (United Nations 2010) Neste contexto a detecccedilatildeo precoce

e o tratamento de complicaccedilotildees passaram a ter maior destaque nas estrateacutegias de

reduccedilatildeo de mortalidade materna (Campbell e Graham 2006 Ronsmans e Graham

2006 Cross et al 2010 Souza 2011 Soares et al 2012 Dias et al 2014)

Nos paiacuteses desenvolvidos onde as razotildees de mortalidade materna jaacute satildeo

baixas essa situaccedilatildeo deu forccedila para a adoccedilatildeo de um novo ldquoevento sentinelardquo de

qualidade de assistecircncia agrave gestante o near miss materno (Stones et al 1991) Em

1998 Mantel et al descreveram como near miss as mulheres que sofreram

importantes agravos sistecircmicos que se natildeo fossem tratadas adequadamente

poderiam evoluir para oacutebito Este de near miss materno indicando morbidade

grave evoluiu durante as uacuteltimas duas deacutecadas (Tunccedilalp et al 2012) Em 2009 um

Grupo de Trabalho da OMS definiu como morbidade materna near miss uma

mulher que quase morreu mas sobreviveu a uma complicaccedilatildeo que ocorreu durante

a gravidez parto ou dentro de 42 dias apoacutes o teacutermino da gravidez e usou criteacuterios

de disfunccedilatildeo orgacircnica (cardiacuteaca respiratoacuteria renal hepaacutetica neuroloacutegica uterina e

hematoloacutegica) e paracircmetros de extrema gravidade para definir as condiccedilotildees de risco

de vida associados com a gravidez (Say et al 2009) Antes dessa definiccedilatildeo muitos

estudos usaram diferentes paracircmetros para morbidade severa como admissatildeo em

UTI ou diagnoacutesticos cliacutenicos (Waterstone et al 2001 Donati et al 2012) Esta

definiccedilatildeo foi utilizada para desenvolver um instrumento para auxiliar

14

especificamente instalaccedilotildees e sistemas de sauacutede visando melhorar o atendimento

(WHO 2011)

Aleacutem da vantagem de ser um evento mais frequente que as mortes maternas

a vigilacircncia da morbidade materna grave facilita a discussatildeo do caso cliacutenico com a

equipe envolvida permite entrevistar as mulheres sobreviventes e oferece a

possibilidade de intervenccedilatildeo cliacutenica ou na gestatildeo do cuidado o que pode prevenir

o oacutebito Assim o estudo de near miss materno tem sido preconizado e utilizado para

auditar a qualidade do cuidado obsteacutetrico (Pattinson et al 2003 Amaral et al

2011 Cecatti e Parpinelli 2011 Cecatti et al 2011 Souza et al 2010 2012 e

2013 Dias et al 2014 Haddad et al 2014)

Resultados de estudo de base hospitalar no Brasil mostraram uma incidecircncia

de near miss materno de 1021 por mil nascidos vivos e uma razatildeo de 308 casos

para cada morte materna (Dias et al 2014) As incidecircncias mais elevadas de near

miss materno foram observadas em mulheres com 35 anos ou mais naquelas que

apresentaram maior nuacutemero de cesaacutereas anteriores com relato de gestaccedilatildeo de

risco e de internaccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo atendidas em hospitais do SUS

localizados nas capitais dos estados e naquelas que apresentaram parto foacutercipe ou

cesaacutereo

Haacute um conhecimento recente de que complicaccedilotildees graves na gravidez

ocorrem praticamente na mesma frequecircncia em todos os paiacuteses e regiotildees

independentemente do niacutevel de desenvolvimento e disponibilidade de recursos O

que varia eacute a mortalidade mais elevada em contextos de menor desenvolvimento e

escassez de recursos (Souza et al 2013) Na atenccedilatildeo a gestantes e parturientes

os serviccedilos e profissionais envolvidos necessitam reconhecer os quadros cliacutenicos e

15

saber como conduzi-los eacute necessaacuteria organizaccedilatildeo e agilidade da cadeia de

atenccedilatildeo O acesso a uma assistecircncia qualificada ao preacute-natal e ao parto e suportes

tecnoloacutegicos especiacuteficos como acesso a unidade de terapia intensiva anestesia e

transfusotildees satildeo considerados aspectos essenciais para enfrentar estas

complicaccedilotildees e evitar as mortes maternas (Sousa et al 2006)

No Brasil a reduccedilatildeo da mortalidade materna se encontra estagnada apesar

da disponibilidade de recursos (Ministeacuterio da Sauacutede 2012a IPEA 2010 e 2014

Victora et al 2011 Szwarcwald et al 2014) poliacuteticas e marcos regulatoacuterios

incluindo o Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Materna e Neonatal e a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher com princiacutepios e diretrizes

em consonacircncia com os padrotildees internacionais Quase todas as mulheres

brasileiras passam por no miacutenimo uma consulta preacute-natal 90 delas com pelo

menos quatro consultas Supotildee-se que os recursos necessaacuterios para prevenir e

tratar as principais causas de mortes maternas estejam disponiacuteveis (IPEA 2010 e

2014) Ainda assim observa-se elevada mortalidade materna sendo ao redor de

trecircs quartos destas mortes associadas a causas obsteacutetricas diretas e evitaacuteveis

como complicaccedilotildees hipertensivas e hemorraacutegicas (IPEA 2010 e 2014 Souza

2011)

A qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave gestante e ao parto

O cuidado oferecido agrave gestante sofre o efeito das poliacuteticas de sauacutede e de

organizaccedilatildeo de serviccedilos dependente dos recursos humanos informaccedilatildeo

suprimentos e tecnologias em sauacutede que interagem com as financcedilas a lideranccedila e

a gestatildeo em sauacutede Uma parcela significativa de mulheres com complicaccedilotildees na

16

gestaccedilatildeo experimentam demoras na assistecircncia dificultando a detecccedilatildeo precoce e

o uso de intervenccedilotildees apropriadas no momento correto Essa situaccedilatildeo evidencia

falhas no processo de assistecircncia ou falta de coordenaccedilatildeo das accedilotildees entre as

unidades do sistema de sauacutede (Cecatti et al 2009 Amaral et al 2011 Pacagnella

et al 2011 e 2012) Somente com o fortalecimento das linhas de cuidado dentro da

rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede onde todos esses elementos satildeo articulados e se

qualificam eacute possiacutevel garantir a elevada qualidade da atenccedilatildeo (Savigny e Adam

2009) Se houvesse uma linha de cuidado bem estruturada e gerida responsiva e

utilizaccedilatildeo de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas com atuaccedilatildeo articulada

seria possiacutevel qualificar a atenccedilatildeo oferecida agrave gestante

A mudanccedila de comportamento das instituiccedilotildees e dos profissionais de sauacutede

depende de intervenccedilotildees muacuteltiplas incluindo observaccedilatildeo de modelos decisotildees

poliacuteticas supervisatildeo do cuidado e accedilotildees de gestatildeo em sauacutede Uma das

intervenccedilotildees sabidamente eficazes eacute a auditoria cliacutenica que desde a metade do

seacuteculo passado eacute usada em sauacutede materna com impacto sobre a mortalidade em

alguns paiacuteses (Lewis 2007 Souza 2011) No Brasil a atuaccedilatildeo de comitecircs para

revisatildeo dos casos de mortes maternas com vigilacircncia de casos sentinela em sauacutede

foi iniciada em 1990 (IPEA 2010) No entanto a ausecircncia da devoluccedilatildeo da

informaccedilatildeo e governabilidade para propor e implantar accedilotildees de melhoria tornou a

intervenccedilatildeo pouco efetiva (Pattinson et al 2009)

A aplicaccedilatildeo da auditoria cliacutenica de morbidade materna grave e near miss

com orientaccedilatildeo de manejo cliacutenico dos casos segundo padrotildees de condutas

previamente estabelecidos e baseados na melhor evidecircncia tem sido proposta

como intervenccedilatildeo qualificadora do cuidado (Graham 2009 Souza et al 2010b

17

Amaral et al 2011 Souza 2011 WHO 2011 Tunccedilalp e Souza 2014) O principal

produto destas auditorias eacute a informaccedilatildeo sobre a praacutetica no serviccedilo de sauacutede para

accedilatildeo O desafio das auditorias eacute que sua implantaccedilatildeo deve ser sistecircmica sendo a

informaccedilatildeo produzida o ponto de partida para uma accedilatildeo ampla de fortalecimento

dos variados componentes do sistema com retorno de propostas e reavaliaccedilatildeo

posterior fechando o ciclo (Souza 2011)

Nessa visatildeo eacute necessaacuterio conter a demora nas accedilotildees considerando o

cuidado em tempo oportuno como item primordial para o sucesso Thaddeus e

Maine (1990) propuseram o modelo teoacuterico de trecircs demoras conhecido como three

delays model como um referencial teoacuterico para estudar as mortes maternas

bull Fase I ndash demora na decisatildeo de procurar cuidados pelo indiviacuteduo eou

famiacutelia (estaacute relacionada agrave autonomia das mulheres)

bull Fase II ndash demora no alcance de uma unidade de cuidados adequados

de sauacutede (relacionada agrave distacircncia geograacutefica)

bull Fase III ndash demora em receber os cuidados adequados na instituiccedilatildeo

de referecircncia (relacionada agrave assistecircncia meacutedica)

A maioria das mortes maternas natildeo pode ser atribuiacuteda a uma uacutenica demora

sendo comum uma combinaccedilatildeo de fatores na sequecircncia causal que pode ser social

e comportamental relacionadas agrave famiacutelia agrave comunidade e ao sistema de sauacutede

(Kalter et al 2011) A coleta de informaccedilotildees sobre mortes maternas e near miss

materno no modelo de demoras seria uma peccedila chave para avaliar a qualidade

dos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica ou outros fatores outros associados aos maus

resultados (Roost et al 2009 Lori e Starke 2011)

18

Pacagnella et al (2011) num estudo em maternidades de referecircncia em todo

o Brasil observaram uma associaccedilatildeo crescente entre a identificaccedilatildeo de alguma

demora no atendimento obsteacutetrico e desfechos maternos adversos extremos (near

miss materno e oacutebito) Os autores constataram 52 de demoras identificadas entre

mulheres com condiccedilotildees potencialmente ameaccediladoras da vida sendo 684 no

grupo mais grave de near miss materno e 841 no grupo de oacutebito materno Eacute

surpreendente que essas porcentagens de demora sejam observadas nos grandes

centros urbanos apesar da existecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com

acesso livre e sem custo ao cuidado incluindo a transferecircncia de uma gestante para

hospital de referecircncia se necessaacuterio por um centro regulador Considerando os

fatores potencializadores do bom cuidado fica evidente que muitas ldquonatildeo

conformidadesrdquo estatildeo ocorrendo

No mesmo estudo (Pacagnella et al 2011) encontrou-se que os piores

desfechos estiveram ligados agrave indisponibilidade dos serviccedilos obsteacutetricos de

urgecircncia e falta de uma rede de referecircncia articulada dentro do sistema de sauacutede

Quando consideradas as demoras relacionadas ao sistema de sauacutede a

comunicaccedilatildeo entre os equipamentos de sauacutede e as dificuldades com o transporte

(fase II) foram mais comuns do que a ausecircncia de equipamentos ou medicamentos

Os dados mostram que em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede as

dificuldades e problemas na referecircncia e transferecircncia dos casos estatildeo entre as

principais barreiras para se oferecer atendimento obsteacutetrico adequado nas

situaccedilotildees de emergecircncia Os autores apontam a grande fragilidade das redes de

referecircncia regionais de prestadores de serviccedilos complementares

19

Em estudo realizado por Amaral et al (2011) observou-se que quase metade

dos casos de near miss materno foi encaminhada aos hospitais de Campinas de

referecircncia para o SUS por outros municiacutepios ou pelo sistema privado de sauacutede

Mesmo na regiatildeo de Campinas com toda a infraestrutura e acesso a cuidados

havia falta de suprimentos e inadequaccedilatildeo de protocolos causando demora tipo III

Este achado reforccedila a necessidade de rever a qualidade do cuidado e organizar a

rede de atenccedilatildeo perinatal envolvendo gestores de sauacutede maternidades e equipes

cliacutenicas das redes puacuteblica e privada

A oferta de serviccedilos qualificados na atenccedilatildeo perinatal tambeacutem estaacute

associada agrave manutenccedilatildeo das capacidades teacutecnicas e disponibilidade de recursos

institucionais Kyser et al (2012) conduziram estudo para examinar a relaccedilatildeo entre

volume de parto e complicaccedilotildees maternas com 1683754 partos em 1045 hospitais

no ano de 2006 Os hospitais que estavam nos decis 1 e 2 de volume de partos

tiveram taxas mais altas de complicaccedilotildees do que aqueles do decil 10 Sessenta por

cento dos hospitais dos decis 1 e 2 estavam localizados a 40 km dos hospitais de

maior volume Mas os hospitais dos decis 9 e 10 tiveram maiores complicaccedilotildees

comparados com os do decil 6 Os autores concluiacuteram que as maiores taxas de

complicaccedilotildees ocorreram em mulheres que tiveram o parto tanto em hospitais com

volume muito baixo quanto naqueles com volume muito alto

Na Holanda foi desenvolvido estudo de coorte com base populacional para

examinar o efeito do tempo de viagem de casa ateacute o hospital sobre a mortalidade

e os resultados adversos em mulheres graacutevidas a termo em cuidado primaacuterio e

secundaacuterio Os autores concluiacuteram que o tempo de viagem de casa para o hospital

de 20 minutos ou mais por carro estaacute associado com um aumento de risco de

20

mortalidade e resultados adversos em mulheres com gestaccedilotildees a termo Destaca-

se que esses achados deveriam ser considerados no planejamento para a

centralizaccedilatildeo dos cuidados obsteacutetricos (Ravelli et al 2011)

Nos Estados Unidos em 2007 estudou-se tambeacutem a relaccedilatildeo entre volume

de casos atendidos pelos profissionais e as taxas de complicaccedilotildees obsteacutetricas

(laceraccedilotildees hemorragia infecccedilotildees e tromboses) As mulheres cuidadas por

provedores classificados no mais baixo quartil de volume provido (menos do que

sete partosano) tiveram uma probabilidade 50 maior de complicaccedilotildees

comparadas com aquelas que foram atendidas por obstetras do mais alto quartil

Se o volume estaacute casualmente relacionado com as menores taxas de complicaccedilotildees

eacute recomendaacutevel ter um programa robusto de educaccedilatildeo continuada incluindo os

demais (Janakiraman et al 2011)

A Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por apresentar

niacuteveis de sauacutede bastante favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias estaduais e nacionais

Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) estima-se que

50 dos residentes da RMC possuem cobertura de planos de sauacutede e seguros

privados com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS

dependente varia entre 38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho)

Estudos mais detalhados da RMC utilizando diferentes indicadores sociais

permitem identificar aacutereas com melhores e piores condiccedilotildees de vida A faixa que vai

do Sul de Indaiatuba e Campinas estendendo-se em direccedilatildeo a Hortolacircndia

Sumareacute Nova Odessa Santa Baacuterbara DrsquoOeste Americana e Pauliacutenia tem os

piores indicadores sociais Isso significa que haacute diferentes necessidades de sauacutede

a serem consideradas no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas

21

puacuteblicas e linhas de cuidado para a gestante na regiatildeo (UNICAMP 2012) Assim

interessou-nos estudar como a complexa inter-relaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

o perfil soacutecio demograacutefico e a dinacircmica linha de cuidado agrave gestante pode influenciar

na qualidade do cuidado na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

22

23

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar o cuidado ofertado agraves mulheres da Regiatildeo Metropolitana de

Campinas (RMC) no momento do parto

Objetivos Especiacuteficos

Correlacionar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

indicadores socioeconocircmicos nos 19 municiacutepios da RMC (Artigo 1)

Descrever as rotinas realizadas na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto nos serviccedilos obsteacutetricos da RMC (Artigo 2)

24

25

MEacuteTODOS

Desenho do estudo

Este eacute um estudo sobre o diagnoacutestico das condiccedilotildees de oferta qualificaccedilatildeo

do cuidado prestado e seus resultados Para cumprir o primeiro objetivo especiacutefico

foi desenvolvido um estudo de corte transversal com indicadores de sauacutede dos

municiacutepios da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Para cumprir o segundo

objetivo foi realizado um estudo descritivo das praacuteticas intra-hospitalares de

assistecircncia ao parto

Local do estudo

Os 19 municiacutepios da RMC e seus respectivos serviccedilos de atenccedilatildeo ao parto

puacuteblicos ou conveniados ao SUS

Procedimentos

Este estudo foi proposto a partir da experiecircncia de um estudo preacutevio

coordenado e desenvolvido pelo Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas (NEPP)

da Unicamp denominado ldquoDefiniccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo dos protocolos

cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos de supervisatildeo

teacutecnica na RMC ndash Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMCrdquo Os resultados desse estudo NEPP conduzido em 2011 no qual

foram avaliadas as condiccedilotildees de oferta e recursos disponiacuteveis nas instituiccedilotildees natildeo

26

estatildeo sendo apresentados neste trabalho de tese Com o apoio do NEPP e como

complementaccedilatildeo do diagnoacutestico iniciado com o projeto sobre a linha de cuidado da

gestante e pueacuterpera na RMC este projeto foi apresentado agrave diretora da Diretoria

Regional de Sauacutede VII de Campinas (DRS VII) apoacutes aprovaccedilatildeo no Comitecirc de Eacutetica

em Pesquisa da Unicamp

Posteriormente o projeto da pesquisa foi apresentado agrave Cacircmara Temaacutetica

de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Campinas foacuterum consultivo composto pelos

secretaacuterios de sauacutede dos municiacutepios que compotildeem a RMC Diante da concordacircncia

dos seus membros foi enviada carta aos secretaacuterios de sauacutede solicitando o contato

dos responsaacuteveis pelas 17 instituiccedilotildees de sauacutede (hospitaismaternidades) que

fariam parte do estudo A seguir uma das pesquisadoras entrou em contato

telefocircnico com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos dos

hospitaismaternidades para agendar a coleta de dados por meio de entrevista

Apresentou-se o projeto com aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

solicitando autorizaccedilatildeo para contato com os responsaacuteveis Apoacutes a aprovaccedilatildeo da

instituiccedilatildeo seus responsaacuteveis foram contatados e uma entrevista foi marcada no

local sendo realizada pela pesquisadora

Criteacuterios de inclusatildeo

Ser um dos municiacutepios da RMC (Americana Artur Nogueira Campinas

Cosmoacutepolis Engenheiro Coelho Holambra Hortolacircndia Indaiatuba Itatiba

Jaguariuacutena Monte Mor Nova Odessa Pauliacutenia Pedreira Santa Baacuterbara DrsquoOeste

Santo Antocircnio de Posse Sumareacute Valinhos Vinhedo) ndash Anexo 1

27

Pertencer agrave lista de serviccedilos obsteacutetricos (Associaccedilatildeo Hospital Beneficente

Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus FUNBEPE ndash Fundaccedilatildeo Beneficente de Pedreira

Hospital Augusto de Oliveira Camargo Hospital Beneficente Santa Gertrudes

Hospital Estadual de Sumareacute ndash HES Hospital e Maternidade de Campinas (HMC)

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP PUC Campinas) Hospital e

Maternidade Governador Maacuterio Covas Hospital da Mulher Prof Dr Joseacute

Aristodemo Pinotti ndash CAISM Hospital e Maternidade de Nova Odessa ndash Dr Aciacutelio

Carrion Garcia Hospital Municipal de Pauliacutenia Hospital Municipal Waldemar

Tebaldi Hospital Municipal Walter Ferrari Irmandade da Santa Casa de

Misericoacuterdia de Valinhos Santa Casa de Misericoacuterdia de Itatiba Santa Casa de

Misericoacuterdia de Santa Baacuterbara Drsquooeste e Hospital Galileo) dos 19 municiacutepios que

compotildeem a RMC que faziam parte do estudo preacutevio do NEPP

Para as entrevistas acerca das boas praacuteticas os sujeitos foram os gestores

dos serviccedilos obsteacutetricos (Centros Obsteacutetricos) da RMC meacutedicos ou enfermeiros

Criteacuterios de exclusatildeo

Recusa do gestor para participar do estudo

Instrumentos

Os dados sobre indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos referentes ao primeiro objetivo especiacutefico foram extraiacutedos pela

pesquisadora de sistemas de informaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede ndash DATASUS

28

da Fundaccedilatildeo SEADE e do IBGE e posteriormente foram confeccionadas tabelas

Para compor um banco de dados foi construiacuteda uma planilha em Excel

Para responder ao segundo objetivo especiacutefico foram utilizados dois

instrumentos complementares o do Ministeacuterio da SauacutedeMS ldquoInstrumento de

avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo e outro elaborado especialmente para o estudo um roteiro

semiestruturado para as entrevistas com os meacutedicos e os enfermeiros

responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da RMC sobre a rotina da assistecircncia ao

parto (Anexos 2 e 3)

O instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede aborda a ldquoImplantaccedilatildeo das boas

praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo com resposta fechadas em escala Likert

conforme a frequecircncia de sua realizaccedilatildeo

1 Sempre realizada (+ 90 das vezes)

2 Frequentemente realizada (60-90 das vezes)

3 Realizada agraves vezes (20-60 das vezes)

4 Raramente realizada (menos de 20 das vezes)

5 Nunca realizada (proacuteximo de 0)

6 Natildeo sei responder

O roteiro semiestruturado aborda a utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e

guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal cesaacuterea e principais

complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) e

dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos ou medicaccedilotildees transporte comunicaccedilatildeo

hemoderivados ou para monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves possam

ser levado a um cuidado sub-oacutetimo focando a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica

29

durante o parto e puerpeacuterio imediato Conteacutem perguntas fechadas e outras abertas

para as entrevistas realizadas com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos

(meacutedicos ou enfermeiros)

Aspectos eacuteticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP)

da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

Foram elaborados dois termos de consentimento livre e esclarecido um para

os responsaacuteveis pelas instituiccedilotildees participantes e outro para os gerentes dos

serviccedilos obsteacutetricos das instituiccedilotildees (sujeitos do estudo) (anexos 4 e 5)

Foram respeitados todos os aspectos eacuteticos previstos na Resoluccedilatildeo

4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (CNS 2012)

assim como o previsto na Declaraccedilatildeo de Helsinque Foram respeitados o sigilo e

confidencialidade dos dados dos sujeitos do estudo

Variaacuteveis e Conceitos

Dados obtidos por meio dos sistemas DATASUS (indicadores de sauacutede estatiacutesticas

vitais e demograacuteficas e socioeconocircmicas)

Municiacutepio de origem cidade de residecircncia da gestante

Idade da matildee nuacutemero de anos da matildee categorizada como matildee de a0 a 14

anos matildee de 15 a 19 anos matildee de 20 a 24 anos matildee de 25 a 29 anos matildee

de 30 a 34 anos matildee de 35 a 39 anos (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Estado marital situaccedilatildeo civil da mulher categorizado como solteira

casada viuacuteva separada uniatildeo consensual e estado civil ignorado

30

Cor da pele conjunto de caracteriacutesticas socioculturais e fenotiacutepicas

identificadas pela observaccedilatildeo ou declaraccedilatildeo da proacutepria mulher disponiacuteveis

nos sistemas utilizados Classificadas em branca preta parda amarela

indiacutegena e cor ignorada

Grau de escolaridade da matildee nuacutemero de anos de estudos concluidos com

aprovaccedilatildeo Categorizado em 1- Nenhuma escolaridade natildeo sabe ler e

escrever 2 - De um a trecircs anos curso de alfabetizaccedilatildeo de adultos primaacuterio

ou elementar primeiro grau ou fundamental 3 - De quatro a sete anos

primaacuterio fundamental ou elementar primeiro grau ginaacutesio ou meacutedio primeiro

ciclo 4 - De oito a 11 anos primeiro grau ginasial ou meacutedio primeiro ciclo

segundo grau colegial ou meacutedio segundo ciclo 5 - 12 e mais segundo grau

colegial ou meacutedio segundo ciclo e superior 9 ndash escolaridade ignorada se natildeo

houver informaccedilatildeo sobre escolaridade (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Nuacutemero de consultas de preacute-natal nuacutemero de consultas no

acompanhamento preacute-natal Categorizada em nenhuma de 1 a 3 de 4 a 6

7 ou mais e ignorado

Idade gestacional duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo em semanas Variaacutevel categoacuterica

ordinal Categorizado em menos de 22 semanas de 22 a 27 semanas de

28 a 31 semanas de 32 a 36 semanas de 37 a 41 semanas 42 semanas ou

mais e idade gestacional ignorada

Nuacutemero de nascidos vivos segundo consta no SINASC

Nuacutemero de nascidos mortos segundo consta no SIM

31

Nuacutemero de receacutem-nascidos prematuros total de receacutem-nascidos com

menos de 37 semanas de idade gestacional

Taxa de baixo peso ao nascer ndash eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de receacutem-

nascidos com peso menor que 2500gr e o total de receacutem-nascidos de um

municiacutepio no ano considerado

Taxa de prematuridade - Nuacutemero de nascidos vivos prematuros em relaccedilatildeo

ao total de nascidos (vivos e mortos) da instituiccedilatildeo hospitalar no ano

considerado (ANS 2004a)

Iacutendice de Apgar valores medidos no primeiro e no quinto minutos de vida

Consiste numa escala que varia de zero a dez que reflete a vitalidade do

receacutem-nascido Categorizado em Apgar de 1ordmrsquo e de 5ordmrsquo ndash de 0 a 2 de 3 a 5

de 6 a 7 8 a 10 e ignorado

Peso ao nascer peso em gramas Categorizado em menos de 500g 500 a

999g 1000 a 1499g 1500 a 2499g 2500 a 2999g 3000 a 3999g 4000g e

mais peso ignorado

Taxa de analfabetismo feminino por municiacutepio percentual de mulheres sem

instruccedilatildeo por municiacutepio

Renda meacutedia domiciliar per capita relaccedilatildeo entre o rendimento total dos

moradores ou das pessoas da famiacutelia dividido pelo nuacutemero de pessoas do

domiciacutelio ou da famiacutelia

Nuacutemero de serviccedilo de atenccedilatildeo ao Preacute-Natal e ao Parto total de serviccedilos de

atenccedilatildeo ao Preacute-natal e ao parto independente do risco por municiacutepio

32

Dados obtidos por meio de pesquisa na Fundaccedilatildeo SEADE - Informaccedilotildees dos

Municiacutepios Paulistas (IMP)

Razatildeo de mortalidade materna (RMM) ndash eacute o risco estimado de morte de

mulheres ocorrida durante a gravidez o aborto o parto ou ateacute 42 dias apoacutes

o parto atribuiacuteda a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez pelo

aborto pelo parto ou pelo puerpeacuterio ou por medidas tomadas em relaccedilatildeo a

elas expressa em nuacutemero de oacutebitos maternos por 100 mil nascidos vivos de

matildees residentes em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado

(Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011 e 2012)

Taxa de mortalidade neonatal precoce - Nuacutemero de oacutebitos de 0 a 6 dias de

vida completos por mil nascidos vivos na populaccedilatildeo residente em

determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (Fundaccedilatildeo Nacional da

Sauacutede 2011)

Taxa de mortalidade perinatal - Tem como numerador os oacutebitos fetais a partir

da 22ordf semana (natimortalidade) e os oacutebitos neonatais menores que sete

dias de vida (neomortalidade precoce) e como denominador o nuacutemero total

de nascimentos (vivos e mortos) (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011)

Porcentagem de receacutemndashnascido com baixo peso ao nascer (lt2500gr)

Taxa de parto cesaacutereo eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de partos cesaacutereos

e o total de partos (normais e cesaacutereos) realizados por uma instituiccedilatildeo

hospitalar no ano considerado (ANS 2004b)

33

Abastecimento de aacutegua () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares

permanentes por forma de abastecimento de aacutegua segundo prefeituras

Coleta de lixo () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes por

destino do lixo coletado por serviccedilo de limpeza segundo prefeituras

Esgoto sanitaacuterio () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes

por forma de esgotamento sanitaacuterio segundo prefeituras

Rendimento meacutedio mensal das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios

particulares permanentes ( por faixas) Categorizado em sem rendimento

rendimento gt frac12 a 1 SM gt 1 a 2 SM gt 2 a 3 SM gt 3 a 5 SM gt 5 a 10 SM e

gt 10 SM

Densidade demograacutefica ndash nuacutemero de habitantes por km2 Variaacutevel contiacutenua

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal - medida resumida do

progresso em longo prazo em trecircs dimensotildees baacutesicas do desenvolvimento

humano renda educaccedilatildeo e sauacutede

Dado obtido do IBGE censo 2010

Porcentagem de chefia feminina nos arranjos familiares ndash casal sem

filhosoutros casal + filhosoutros chefe + outros monoparentaloutros

sozinho (IBGE 2012)

Porcentagem de chefia feminina sem cocircnjuge nos arranjos familiares - chefe

+ outros monoparentaloutros sozinho

34

Variaacuteveis obtidas nas entrevistas com os gestores

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade categorizada em sim e natildeo

Protocolo para hipertensatildeo severa categorizada em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo categorizada

em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia nas cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Manejo ativo do 3ordm periacuteodo - categorizado em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com transporte categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias de orientaccedilatildeo para assistecircncia em partos normais e

cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias para as complicaccedilotildees categorizada em sim e natildeo

35

Variaacuteveis do instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede ndash ldquoImplantaccedilatildeo das boas praacuteticas

na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo

Todas as respostas neste instrumento satildeo categorizadas conforme a escala

Likert

Sempre realizada (+ 90 das vezes) Frequentemente realizada (60-90

das vezes) Realizada agraves vezes (20-60 das vezes) Raramente realizada (menos

de 20 das vezes) Nunca realizada (proacuteximo de 0) Natildeo sei responder

bull Acolhimento e classificaccedilatildeo de risco na recepccedilatildeo da maternidade

bull Utilizaccedilatildeo de partograma para todas as mulheres em TP

bull Presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher no TP e parto

bull Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do TP

bull Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo

bull Episiotomia

bull Estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na 1ordf hora

bull Disponibilizaccedilatildeo do resultado do teste raacutepido de HIV

bull Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

36

37

CAPIacuteTULOS

Artigo 1 Christoacuteforo F Restitutti MC Lavras C e Amaral E A diversidade socioeconocircmica

e os indicadores de sauacutede materna e perinatal na Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil

Socioeconomic diversity and maternal and perinatal health indicators at the Metropolitan

Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

Artigo 2 Christoacuteforo F Lavras C e Amaral E Praacuteticas rotineiras em serviccedilos de obstetriacutecia

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil Routine practices in obstetrics services at the

Metropolitan Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

38

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1

De cadernosfiocruzbr

Enviada Sexta-feira 3 de Julho de 2015 0926

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_106415)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS

INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL (CSP_106415) para Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o progresso de seu manuscrito dentro do processo

editorial bastando clicar no link Sistema de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos

localizado em nossa paacutegina httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

39

ARTIGO 1

A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS INDICADORES DE SAUacuteDE

MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS

BRASIL

SOCIOECONOMIC DIVERSITY AND MATERNAL AND PERINATAL HEALTH

INDICATORS AT THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS BRAZIL

DIVERSIDAD SOCIO-ECONOMICOS Y INDICADORES MATERNA Y

PERINATAL LA REGIOacuteN METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E

PERINATAL

F Christoacuteforo1

MC Restitutti2

C Lavras3

E Amaral4

1 Doutoranda Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp e enfermeira do Nuacutecleo

de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas CampinasSP Brasil

2 Pesquisadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

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RESUMO

OBJETIVO Correlacionar os indicadores socioeconocircmicas e de sauacutede materna e perinatal

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo transversal com

informaccedilotildees extraiacutedas do DATASUS da Fundaccedilatildeo SEADE e do censo 2010 Aplicaram-se

os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman e mapeamento dos indicadores

RESULTADOS Maiores porcentagens de matildees adolescentes e maior taxa de analfabet ismo

se correlacionaram diretamente com nuacutemero de consultas preacute-natais mortalidade perinatal

mortalidade neonatal precoce prematuridade e baixo peso ao nascer e inversamente com

cesaacutereas A renda meacutedia per capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal se

correlacionaram diretamente com cesaacutereas e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

natais e mortalidade perinatal CONCLUSOtildeES Apesar do desenvolvimento social da RMC

permanecem desigualdades que impactam os indicadores de sauacutede materna e prinatal Os

piores resultados foram observados em adolescentes mulheres com menor escolaridade e

renda enquanto que o poder econocircmico aumentou a taxa de cesaacutereas

Palavras chave obstetriacutecia parto indicadores baacutesicos de sauacutede

41

ABSTRACT

OBJECTIVE To correlate socioeconomic with maternal and perinatal health indicators in

the Metropolitan Region of Campinas (RMC) METHOD This is a cross-sectional study

with data from DATASUS SEADE Foundation and 2010 census We applied Pearson and

Spearman correlation coefficients as well as mapping of indicators RESULTS Teenage

mothers and higher illiteracy rates correlated directly with antenatal visits perinatal

mortality early neonatal mortality prematurity and low birth weight and inversely with

caesarean section The average income per capita and the Municipal Human Development

Index correlate directly with caesarean section and inversely with antenatal visits and

perinatal mortality rate CONCLUSIONS Regardless of RMCs social development

inequalities remain impacting maternal and perinatal health indicators The worst results

were found among adolescents women with less education and income while the economic

power increased the cesarean rate

42

RESUMEN

OBJETIVO Correlacionar indicadores socioeconoacutemicos y de salud materna y perinatal en

la Regioacuten Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio transversal con

informacioacuten de la DATASUS el SEADE Fundacioacuten y 2010 censo Se aplicaron coeficientes

de correlacioacuten de Pearson y Spearman y mapa de los indicadores RESULTADOS Madres

adolescentes y las tasas de analfabetizacioacuten se correlacionan directamente con menos

consultas prenatales mortalidad perinatal mortalidad neonatal precoz prematuridad y bajo

peso al nacer y inversamente con cesaacutereas El ingreso y el Iacutendice de Desarrollo Humano

Municipal se correlacionan directamente con cesaacuterea e inversamente con visitas prenatales y

mortalidad perinatal CONCLUSIONES Aunque el desarrollo del RMC se mantienen

desigualdades que afectan indicadores de salud materna e perinatal Los peores resultados se

observaron en las adolescentes mujeres con menos educacioacuten e ingresos aunque el poder

econoacutemico se incrementoacute la cesaacuterea

43

INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas o Brasil vivenciou transformaccedilotildees nos determinantes sociais das

doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede1 O paiacutes fez progressos nos Objetivos de

Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) atingindo algumas das metas estabelecidas

Contribuiacuteram para este resultado as modificaccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas externas

ao setor de sauacutede aleacutem de consolidaccedilatildeo do Sistema Nacional de Sauacutede (SUS) expansatildeo da

cobertura e a implementaccedilatildeo de programas para melhoria da sauacutede infantil e para a promoccedilatildeo

da sauacutede das mulheres ampliaccedilatildeo da cobertura de vacinaccedilatildeo e da assistecircncia preacute-natal Por

outro lado ainda se observam desigualdades socioeconocircmicas e regionais em sauacutede e

necessidade de qualificar os recursos humanos123

Persistem desafios como a reduccedilatildeo de mortes maternas (MM) e nascimentos preacute-

termo por um lado aleacutem de reduccedilatildeo de partos cesaacutereos e uso rotineiro de intervenccedilotildees

desnecessaacuterias no parto por outro Apesar de avanccedilo anterior com reduccedilatildeo da razatildeo de morte

materna (RMM) houve estagnaccedilatildeo a partir de 200212 A reduccedilatildeo observada se deveu agrave queda

da mortalidade por causas obsteacutetricas diretas2 Eacute possiacutevel avanccedilar com estrateacutegias de

qualificaccedilatildeo nos serviccedilos aleacutem das intervenccedilotildees multissetoriais como a redistribuiccedilatildeo de

renda134 Um total de 98 dos partos ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e proacuteximo de 90

deles satildeo assistidos por meacutedicos1 Se uma fraccedilatildeo das mortes maternas e neonatais ocorre

dentro dos hospitais por causas evitaacuteveis o monitoramento das mesmas eacute um elemento

relevante para conhecimento dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da

assistecircncia5

As cesaacutereas podem reduzir a mortalidade e morbidade materna e perinatal quando

bem indicadas mas podem acarretar riscos6 Entretanto cada vez mais mulheres de estatildeo

parindo por cesaacuterea e uma parte significativa destas intervenccedilotildees ciruacutergicas estaacute sendo

44

realizada sem indicaccedilatildeo meacutedica46 Os riscos potenciais de cesaacutereas desnecessaacuterias precisam

ser considerados7

As mortes neonatais satildeo responsaacuteveis por 40 das mortes entre crianccedilas menores de

cinco anos de idade no mundo e 68 das mortes infantis no Brasil238 Em 2011 a taxa de

mortalidade neonatal foi de 111 oacutebitos por mil nascidos vivos sendo maior nas classes

sociais mais baixas entre receacutem-nascidos de muito baixo peso e prematuros seguido pelos

malformados910 O padratildeo de distribuiccedilatildeo das causas de morte infantil estaacute relacionado ao

processo de desenvolvimento do paiacutes23 Quanto maior a participaccedilatildeo dos oacutebitos no periacuteodo

neonatal precoce mais complexo atuar sobre as causas das mortes e mais importantes se

tornam as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede relacionados ao preacute-natal ao parto e ao puerpeacuterio2

Neste cenaacuterio oportunidades de sinergismo das accedilotildees em sauacutede materna e perinatal

passaram a ser enfatizadas Eacute consenso que a mortalidade materna e a neonatal podem ser

reduzidas atraveacutes do fortalecimento do sistema de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade para mulheres e seus receacutem-nascidos11 incluindo assistecircncia preacute-

natal e parto e estrutura de atendimento neonatal812 Este estudo pretende correlacionar os

indicadores de sauacutede materna e perinatal com os indicadores socioeconocircmicos nos 19

municiacutepios na Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo de corte transversal correlacionando os indicadores

socioeconocircmicos e indicadores de sauacutede materna e perinatal Foram sujeitos do estudo os 19

municiacutepios que compunham a RMC a segunda maior regiatildeo metropolitana do estado de Satildeo

Paulo dotada de grande desenvolvimento socioeconocircmico e de boa oferta de serviccedilos de

sauacutede A partir da extraccedilatildeo dos dados disponiacuteveis de 2011 em sistemas de informaccedilatildeo oficia is

45

(DATASUS - para estatiacutesticas vitais e dados demograacuteficos Fundaccedilatildeo SEADE ndash para dados

de sauacutede renda e rendimentos e censo de 2010 para chefia feminina dos domiciacutelios) foi

criado um banco de dados por municiacutepio de domiciacutelio A coleta de dados ocorreu em janeiro

e fevereiro de 2014

As variaacuteveis socioeconocircmicas estudadas por municiacutepio de residecircncia das parturientes

incluiacuteram porcentagem de matildees adolescentes sem parceiro raccedila branca escolaridade lt 8

anos de estudo chefe de famiacutelia com renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) taxa de chefia feminina

analfabetismo renda meacutedia domiciliar per capita (R$) porcentagem de esgoto sanitaacuterio

densidade demograacutefica (habkm2) e iacutendice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)

Para caracterizar a atenccedilatildeo obsteacutetrica prestada na RMC estudaram-se as variaacuteve is

maternas e perinatais porcentagens de matildees com ateacute 6 consultas de preacute-natal de cesaacutereas

de RN com Apgar de 5ordm min lt 8 RMM Taxa de mortalidade perinatal (TMP) taxa de

mortalidade neonatal precoce (TMNP) (por 1000 NV) taxa de prematuridade e porcentagem

de RN com baixo peso (BP) ao nascer

Realizou-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis com distribuiccedilatildeo de frequecircncias Apoacutes

aplicou-se os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman O projeto de pesquisa foi

aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

46

RESULTADOS

A RMM esteve abaixo de 70100000 NV (nascidos vivos) em 15 de 19 municiacutep ios

14 tiveram mais de 60 dos partos cesaacutereos e menos que 10 dos RN com BP ao nascer A

TMP foi maior que 10 por 1000 NV em 14 municiacutepios e a TMNP foi menor que 10 por 1000

NV em 17 deles ndash tabela 1

Havia mais de 15 de matildees adolescentes em sete municiacutepios A taxa de

analfabetismo foi maior que 5 em 10 cidades Em 12 municiacutepios mais de 50 das matildees

natildeo tinham parceiro e em 11 deles mais de 20 da populaccedilatildeo tinha chefia feminina Em 15

municiacutepios mais de 20 dos chefes de famiacutelia tinham renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) e 13

cidades tinham mais de 90 de esgoto sanitaacuterio - tabela 2

Somente trecircs municiacutepios tiveram menos de 500 nascidos vivos por ano Em cinco

municiacutepios mais de 20 das matildees fizeram ateacute seis consultas de preacute-natal Nove municiacutep ios

tiveram mais de 10 dos RN com menos de 37 semanas e trecircs tinham mais de 2 dos RN

com Apgar de 5ordm minuto lt 8 ndash tabela 2

No geral os indicadores socioeconocircmicos e de sauacutede materna e perinatal apontaram

resultados mais desfavoraacuteveis em trecircs municiacutepios contiacuteguos na regiatildeo noroeste e outros dois

na regiatildeo sudoeste ndash figuras 1 e 2 Um grupo de trecircs municiacutepios no nordeste da regiatildeo e outro

na regiatildeo sudoeste estatildeo entre os que apresentaram IDHM alto associado a maiores taxas de

cesaacuterea prematuridade e de TMNP ndash figura 1

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e RMM (dados natildeo

apresentados) As porcentagens de matildees adolescentes renda do chefe de famiacutelia le 1 SM e a

taxa de analfabetismo se correlacionaram positivamente com menor nuacutemero de consultas

preacute-natais e inversamente com cesaacutereas A porcentagem de matildees com escolaridade lt 8 anos

foi diretamente correlacionada com menor nuacutemero de consultas preacute-natais As porcentagens

47

de matildees sem parceiros e populaccedilatildeo com chefia feminina foram correlacionadas inversamente

com cesaacutereas A renda meacutedia domiciliar per capita e o IDHM foram correlacionados

diretamente com cesaacutereas e inversamente com menor nuacutemero de consultas preacute-natais -

tabela 3

As porcentagens de matildees adolescentes escolaridade lt 8 anos e a taxa de

analfabetismo se correlacionaram positivamente com a TMNP taxa de prematuridade e

baixo peso ao nascer O IDHM e a renda meacutedia domiciliar per capita se correlacionaram

inversamente com a TMP mas as porcentagens de matildees adolescentes renda le 1 SM e

analfabetismo se correlacionaram positivamente com esse indicador - tabela 3

DISCUSSAtildeO

Este estudo mostrou que entre os municiacutepios da RMC permanecem desigualdades

socioeconocircmicas que impactam os indicadores estudados A populaccedilatildeo mais vulneraacutevel satildeo

as mulheres com menor escolaridade e renda as analfabetas as matildees adolescentes e as

mulheres sem parceiros Os indicadores estudados foram semelhantes aos utilizados por Reis

e colaboradores13 Sua interpretaccedilatildeo pode contribuir para uma melhoria contiacutenua do acesso

ao cuidado e da qualidade da sauacutede oferecida em niacutevel local e estadual13

A RMC destaca-se por apresentar niacuteveis de sauacutede favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias

estaduais e nacionais Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar estima-se

que 50 dos residentes na RMC possuem cobertura de planos e seguros privados de sauacutede

com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS dependente varia entre

38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho) Estudar os indicadores sociais da RMC

pode contribuir para identificar aacutereas com diferentes necessidades de sauacutede o que deve ser

48

considerado no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas e linhas de

cuidado para a gestante na regiatildeo14

Na Franccedila foram fechados os serviccedilos obsteacutetricos que realizavam menos de 300

partosano considerando como criteacuterios para o fechamento o grau de isolamento

geograacutefico a aacuterea coberta pela maternidade a oferta alternativa de estruturas obsteacutetricas e

pediaacutetricas o risco das gestantes e o risco social da populaccedilatildeo4 Na RMC trecircs municiacutep ios

tiveram menos de 500 nascimentos em 2011 Somente o municiacutepio de Campinas tem trecircs

maternidades puacuteblicas a maioria dos municiacutepios tem apenas uma e quatro deles natildeo tecircm

nenhuma Destes trecircs municiacutepios possuem menos de 500 nascimentosano e distam em

meacutedia 170 km dos municiacutepios com maternidade suficiente para que natildeo ocorram demoras

que poderiam contribuir com piores desfechos maternos e fetais15

A correlaccedilatildeo direta entre IDHM e a porcentagem de cesaacutereas e inversa entre o nuacutemero

de consultas preacute-natais e a TMP era esperada Um estudo utilizou o IDH para avaliar as

tendecircncias de cesaacuterea em 21 paiacuteses usando a classificaccedilatildeo de Robson6 Houve aumento das

taxas na maioria dos grupos para todas as categorias do IDH exceto no Japatildeo e as maiores

taxas de cesaacuterea foram registradas nos paiacuteses menos desenvolvidos O Brasil encontrava-se

entre os paiacuteses com crescimento de 85 nas taxas de cesaacuterea entre 2004-2011 No mesmo

periacuteodo o Meacutexico a Argentina e o Japatildeo tiveram crescimento de 3 18 e -25

respectivamente6 Na RMC 14 municiacutepios praticaram taxas superiores a 60 de cesaacutereas

retratando o que outros estudos sobre as taxas de cesaacuterea no Brasil vem apontando61617 Esses

resultados estatildeo concordantes a com a literatura com quatro municiacutepios apresentando IDHM

muito alto (acima de 0800) e 15 com IDHM alto (0700- 0799)6

Eacute reconhecida a associaccedilatildeo entre acesso a serviccedilos de sauacutede e niacutevel socioeconocircmico

das populaccedilotildees No Brasil o uso de serviccedilos de sauacutede por quintil de renda niacutevel de instruccedilatildeo

49

e aacuterea geograacutefica de residecircncia confirma que este uso eacute mais elevado entre aqueles de melhor

condiccedilatildeo social18 Neste estudo a renda meacutedia domiciliar per capita foi inversamente

correlacionada ao nuacutemero de consultas preacute-natais e TMP e diretamente correlacionada com

partos cesaacutereos

Estudo observou que o niacutevel mais baixo de renda estava associado a maiores riscos

de ocorrer RN com BP parto prematuro baixo iacutendice de Apgar em cinco minutos e

natimorto Mulheres de diferentes quintis de renda tiveram diferentes atitudes e

comportamentos em relaccedilatildeo aos cuidados de maternidade19 Nos grupos de menor renda

familiar a mortalidade perinatal foi relacionada a maiores taxas de induccedilatildeo do trabalho de

parto e cesaacuterea20

Na RMC a menor escolaridade das matildees correlacionou-se diretamente com menor

nuacutemero de consultas preacute-natais TMN TMNP taxa de prematuridade e de RN com BP

Estudo nacional encontrou que entre os oacutebitos neonatais um terccedilo das matildees tinha menos de

oito anos de estudo 212 das matildees eram adolescentes e 335 natildeo viviam com o

companheiro Matildees das classes sociais ldquoD+Erdquo as adolescentes e aquelas com mais de 35

anos tiveram maiores taxas de mortalidade neonatal sendo quatro vezes maior para as matildees

com baixa escolaridade9

Eacute reconhecido que um dos mais poderosos determinantes de sauacutede eacute a educaccedilatildeo A

educaccedilatildeo tem um efeito sobre o uso de serviccedilos de sauacutede materna pela matildee21 As mulheres

com niacuteveis mais baixos de educaccedilatildeo estatildeo em maior risco de desfechos graves

principalmente em paiacuteses que tecircm menor desenvolvimento social e econocircmico21 No Brasil

a maior escolaridade materna tem sido associada a maior proporccedilatildeo de matildees com sete ou

mais consultas no preacute-natal22 Este resultado indica menor acesso aos serviccedilos de sauacutede

50

especialmente para as mulheres em condiccedilotildees socioeconocircmicas desfavoraacuteveis ou pouca

atenccedilatildeo dada pelas mulheres agrave sua proacutepria sauacutede ou a de seus filhos23

Estudos apontaram que mulheres com menor escolaridade com maior nuacutemero de

gestaccedilotildees sem companheiro assim como as adolescentes e mulheres de raccedilacor preta

encontraram barreiras para a realizaccedilatildeo do preacute-natal ou para o iniacutecio precoce32224 Na RMC

a correlaccedilatildeo entre a menor escolaridade das matildees e a mortalidade neonatal poderia ser

explicada pelo menor acesso aos serviccedilos de sauacutede menor nuacutemero de consultas de preacute-natal

dificultando o diagnoacutestico precoce de intercorrecircncias na gestaccedilatildeo o que pode ocasionar o

nascimento de RN prematuro e de baixo peso as maiores causas de morte neonatal no paiacutes

A atenccedilatildeo agrave sauacutede das crianccedilas eacute influenciada positivamente pela alfabetizaccedilatildeo das

matildees25 No Brasil a taxa de analfabetismo em 2011 alcanccedilou 86 sendo 43 no Estado

de Satildeo Paulo em 20101825 enquanto na RMC ultrapassou 5 em 10 municiacutepios Neste

estudo houve correlaccedilatildeo inversa da analfabetizaccedilatildeo com a porcentagem de cesaacutereas e direta

com menor nuacutemero de consultas preacute-natais TMP TMNP taxa de prematuridade e RN com

baixo peso

Nos grupos de idades extremas com maior risco persistem as menores proporccedilotildees

de consultas de preacute-natal no Brasil22 Estes dados satildeo semelhantes ao desse estudo

especialmente em relaccedilatildeo agraves adolescentes Etnia estado civil condiccedilatildeo social autoestima e

fatores econocircmicos tambeacutem influenciam a utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de preacute-natal e parto24 No

Brasil a qualidade e efetividade do preacute-natal satildeo afetadas pelas dificuldades no acesso iniacutecio

tardio nuacutemero inadequado de consultas e realizaccedilatildeo incompleta dos procedimentos

preconizados2426

No Brasil eacute recomendado o miacutenimo de seis consultas para gestaccedilotildees natildeo

complicadas menos do que se pratica nos paiacuteses desenvolvidos (10 a 14 atendimentos)272829

51

A cobertura da assistecircncia preacute-natal eacute praticamente universal (987) mais de trecircs quartos

das mulheres iniciaram o preacute-natal antes das 16 semanas de gestaccedilatildeo e 731 compareceram

a seis ou mais consultas24 Poreacutem a adequaccedilatildeo da assistecircncia parece ser baixa Na RMC

80 das matildees realizaram mais de seis consultas preacute-natais em 14 municiacutepios superando o

miacutenimo recomendado pelo Ministeacuterio da Sauacutede27 o que reflete um bom acesso aos serviccedilos

de sauacutede Poreacutem estrateacutegias para melhorar o acesso aos serviccedilos de preacute-natal precisam ser

implementadas para os cinco municiacutepios em que mais de 20 das matildees fazem ateacute seis

consultas de preacute-natal

Maior proporccedilatildeo de matildees adolescentes com menor escolaridade e renda e mais

analfabetismo foram associadas a menor frequecircncia agraves consultas de preacute-natal na RMC dados

tambeacutem encontrados em outros estudos222324 A renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM

foram inversamente correlacionados a baixa frequecircncia agraves consultas de preacute-natal Este achado

confirma os achados de estudos em que as mulheres com maior renda maior escolaridade e

que residem em locais mais desenvolvidos tiveram uma frequecircncia maior agraves consultas

Identificar as populaccedilotildees de maior risco para implantar estrateacutegias para aumentar o acesso ao

preacute-natal eacute um desafio constante2829

No Estado de Satildeo Paulo a proporccedilatildeo de nascidos vivos prematuros varia conforme a

idade da matildee Eacute mais baixa entre aquelas de 20 a 30 anos e aumenta para as matildees mais

velhas23 Entre os fatores de risco para partos preacute-termo incluiacuteram-se gravidez na

adolescecircncia e tardia aleacutem de etnia negra e baixo niacutevel socioeconocircmico12 Em nosso estudo

essa associaccedilatildeo entre a prematuridade e o baixo peso se confirmou

A autonomia eacute considerada um elemento chave para conquistar a sauacutede sexual e

reprodutiva e estaacute relacionada a maior acesso controle e empoderamento30 A correlaccedilatildeo

inversa da porcentagem de matildees sem parceiro com a taxa de partos cesaacutereos poderia

52

demonstrar maior autonomia e preocupaccedilatildeo com autocuidado na gestaccedilatildeo e parto Relata-se

o aumento da ldquochefiardquo feminina em famiacutelias compostas por casal com ou sem filhos

postergaccedilatildeo da maternidade reduccedilatildeo das taxas de fecundidade e aumento da escolaridade

com maior participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e maior contribuiccedilatildeo para o

rendimento da famiacutelia31 Um estudo de base populacional brasileiro apontou as mais altas

taxas de cesaacuterea em mulheres com maior renda com idade acima de 25 anos maior

escolaridade e nas regiotildees com melhores condiccedilotildees socioeconocircmicas16 Mas nesse estudo a

porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina foi inversamente correlacionada com

porcentagem de cesaacutereas sugerindo que a chefia feminina natildeo se concentra nas faixas de

maior renda

Existem evidecircncias suficientes de que a aacutegua saneamento e higiene podem impactar

a sauacutede materna e neonatal3233 Em 2010 8975 dos domiciacutelios do Estado de Satildeo Paulo

dispunham de condiccedilotildees de saneamento adequado25 Nesse estudo a porcentagem de esgoto

sanitaacuterio natildeo se correlacionou com os indicadores de sauacutede materna e perinatal numa regiatildeo

com boas condiccedilotildees sanitaacuterias Mas seis municiacutepios tinham menos de 90 de saneamento

mostrando as diferenccedilas sociais e econocircmicas entre os municiacutepios da regiatildeo Sabe-se que a

melhoria das condiccedilotildees sanitaacuterias contribuiu junto com as mudanccedilas demograacuteficas e sociais

pela reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia2

Tambeacutem a RMM estaacute relacionada ao grau de desenvolvimento humano econocircmico

e social1233435 A grande maioria das mortes maternas (MM) satildeo evitaacuteveis e ocorrem em

paiacuteses em desenvolvimento3435 Disparidades nas RMM satildeo observadas quando a populaccedilatildeo

eacute desagregada por quintil de renda ou educaccedilatildeo35 No entanto uma grande proporccedilatildeo das

MM ocorre em hospitais e podem estar relacionada aos atrasos no reconhecimento e

tratamento de complicaccedilotildees com risco de vida15 Estudo demonstrou que os atrasos no

53

reconhecimento e tratamento das complicaccedilotildees bem como as praacuteticas precaacuterias contribuem

diretamente para as MM15 Na RMC quatro municiacutepios tiveram uma RMM maior de 70 o

que pode estar associado a problemas na qualidade da atenccedilatildeo preacute-natal na atenccedilatildeo

intraparto ausecircncia de pessoal treinado para cuidados obsteacutetricos de emergecircncia e

dificuldade de acesso em curto tempo Medidas relativas ao sistema de sauacutede e aos serviccedilos

de atenccedilatildeo ao parto precisam ser implementadas para qualificar a atenccedilatildeo e reduzir oacutebitos

evitaacuteveis

Diferenccedilas acentuadas nos coeficientes de mortalidade neonatal satildeo observadas

dentro das aacutereas urbanas com taxas mais elevadas nas favelas que nas aacutereas mais ricas3 A

qualificaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar ao parto com a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade

materna e perinatal e reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo das praacuteticas natildeo baseadas nas evidecircncias deve

ser o foco principal para avanccedilos nas poliacuteticas puacuteblicas de reduccedilatildeo das desigualdades na

mortalidade infantil no Brasil9 As afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prematuridade

as infecccedilotildees a asfixiahipoacutexia e os fatores maternos satildeo as principais causas de oacutebitos infantis

no Brasil2 Resultados perinatais adversos podem ser explicados com base em fatores como

idade tabagismo estado civil consumo de aacutelcool obesidade local de residecircncia (urbano ou

rural) educaccedilatildeo ganho de peso iniacutecio do preacute-natal e nuacutemero de consultas paridade e

aleitamento20

Na RMC houve correlaccedilatildeo direta entre matildees adolescentes menor escolaridade e

analfabetismo com a TMNP taxa de prematuridade e RN com BP estando em concordacircncia

com estudos canadenses1920 assim como a renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM se

correlacionaram inversamente com a TMP Esta taxa se correlacionou diretamente com a

menor renda analfabetismo e matildees adolescentes Gestaccedilatildeo em adolescente tem sido mais

frequente em populaccedilotildees com niacutevel de renda mais baixo e o analfabetismo tem sido

54

relacionado a menor acesso aos serviccedilos de sauacutede e consequentemente um nuacutemero menor de

consultas preacute-natal podendo ocasionar resultado perinatal adverso As mudanccedilas sociais e

econocircmicas com melhoria na educaccedilatildeo materna melhoria do poder aquisitivo da populaccedilatildeo

expansatildeo da rede de abastecimento de aacutegua e saneamento baacutesico aliada agrave ampliaccedilatildeo da

cobertura dos cuidados de sauacutede materna e infantil contribuiacuteram para que o Brasil tenha uma

razatildeo entre o coeficiente de mortalidade infantil por renda per capita proacuteximo ao valor

esperado de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dois indicadores mensurados em vaacuterios

paiacuteses do mundo3

A prematuridade eacute a principal causa de morte entre os receacutem-nascidos e sua

frequumlecircncia eacute maior nos paiacuteses mais pobres devido agraves condiccedilotildees mais precaacuterias de sauacutede da

gestante mas alguns nascimentos prematuros podem resultar de induccedilatildeo precoce do trabalho

de parto ou cesariana por razotildees natildeo meacutedicas81220 Nos paiacuteses mais pobres em meacutedia 12

dos bebecircs nascem prematuros em comparaccedilatildeo com 9 nos paiacuteses ricos3 Mas na uacuteltima

deacutecada ocorreu um aumento de nascimentos preacute-termo e a maior frequecircncia pode ter relaccedilatildeo

com o aumento da proporccedilatildeo de nascimentos com baixo peso22

Lansky et al apontaram que a prematuridade respondeu por cerca de 13 da taxa de

mortalidade neonatal no Brasil9 As maiores taxas ocorreram entre crianccedilas com menos de

1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal prematuros extremos (lt 32 semanas)

com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida que utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante que

tinham malformaccedilatildeo congecircnita cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de referecircncia para

gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e que nasceram de parto vaginal9

As accedilotildees prioritaacuterias na prevenccedilatildeo da prematuridade evitaacutevel incluem melhoria da

atenccedilatildeo preacute-natal prevenccedilatildeo da prematuridade iatrogecircnica por interrupccedilatildeo indevida da

55

gravidez por operaccedilotildees cesarianas sem indicaccedilatildeo qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo hospitalar ao parto

e melhoria na atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Somam-se accedilotildees efetivas para diminuir a

peregrinaccedilatildeo de gestantes para o parto e o nascimento de crianccedilas com peso lt 1500g em

hospital sem UTI neonatal reflexos das lacunas na organizaccedilatildeo da rede de sauacutede38912 Aleacutem

disso para melhorar o resultado perinatal em aacutereas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo ainda

necessaacuterias a adoccedilatildeo de um estilo de vida saudaacutevel e implementaccedilatildeo de sistemas de apoio

incluindo o social19

As desigualdades identificadas entre os municiacutepios da RMC estatildeo em concordacircncia

com estudos recentes que sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-natais piores resultados de parto e baixo peso ao nascer O

niacutevel socioeconocircmico da comunidade reflete nos processos sociais impactando o

desenvolvimento econocircmico e social da aacuterea residencial3637 E matildees com baixa escolaridade

e renda residentes em comunidades de baixo niacutevel socioeconocircmico tem piores resultados de

sauacutede materno-infantil do que as matildees dos niacuteveis socioeconocircmicos mais elevados38

Assim eacute necessaacuterio um reforccedilo nas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais para acelerar a

reduccedilatildeo da mortalidade materna e neonatal no Brasil Em especial eacute premente identificar

bolsotildees de maior risco populacional implantando as accedilotildees necessaacuterias naquela situaccedilatildeo O

avanccedilo na reduccedilatildeo da mortalidade neonatal assim como a morte materna dependeraacute da

consolidaccedilatildeo de uma rede perinatal integrada hierarquizada e regionalizada e da

qualificaccedilatildeo dos processos assistenciais em especial ao parto e nascimento9

CONCLUSAtildeO

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na RMC

permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores estudados O

56

fator econocircmico teve influecircncia na realizaccedilatildeo de cesaacutereas Os piores resultados para os

indicadores perinatais estatildeo presentes em populaccedilotildees mais vulneraacuteveis entre matildees

adolescentes mulheres com menor escolaridade e renda Para melhorar os resultados em

sauacutede para mulheres e bebecircs estrateacutegias para reduzir as desvantagens sociais e educacionais

focadas nestes grupos populacionais satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos

de sauacutede apoacutes anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

Colaboradores

Faacutetima Christoacuteforo e Eliana Amaral participaram da concepccedilatildeo do estudo anaacutelise e

interpretaccedilatildeo dos dados Carmen Lavras colaborou na concepccedilatildeo e desenvolvimento do

projeto e Maria Cristina Restitutti colaborou na busca interpretaccedilatildeo e anaacutelise dos dados A

redaccedilatildeo do manuscrito a revisatildeo criacutetica do conteuacutedo intelectual e a aprovaccedilatildeo da versatildeo

final a ser publicada foi realizada por todos os autores

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Stella Maria Barbera da Silva Telles e Maria Helena Souza

pelo apoio na manipulaccedilatildeo dos bancos de dados e anaacutelise estatiacutestica deste manuscrito

57

REFEREcircNCIAS

1 Souza JP Mortalidade materna no Brasil a necessidade de fortalecer os sistemas de

sauacutede Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(10)273-9

2 Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento

e Gestatildeo Secretaria de Planejamento e Investimentos Estrateacutegicos coordenadores

Objetivos de desenvolvimento do milecircnio relatoacuterio nacional de acompanhamento

Brasiacutelia IPEA MP SPI 2014 208p

3 Victora CG Aquino EM Leal MC Monteiro CA Barros FC Szwarcwald CL

Maternal and child health in Brazil progress and challenges Lancet 2011

377(9780)1863-76

4 Campbell OM Graham WJ On behalf of The Lancet Maternal survival series

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1 (acessado em 23Mar2015)

5 Bittencourt SDA Reis LGC Ramos MM Rattner D Rodrigues PL Neves DCO et

al Estrutura das maternidades aspectos relevantes para a qualidade da atenccedilatildeo ao

parto e nascimento Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30 Suppl1S208-19 Disponiacutevel em

httpdxdoiorg1015900102-311X00176913 (acessado em 23Mar2015)

6 Vogel JP Betraacuten AP Vindevoghel N Souza JP Torloni MR Zhang J et al Use of

the Robson classification to assess caesarean section trends in 21 countries a

secondary analysis of two WHO multicountry surveys Lancet Glob Health 2015

3(5) Disponiacutevel em httpdxdoiorg101016S2214-109X(15)70094-X (acessado

em 14Maio2015)

7 World Health Organization Department of Reproductive Health and Research

58

Rising caesarean deliveries in Latin America how best to monitor rates and risks

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(acessado em 05Maio2015)

8 World Health Organization Born too soon the global action report on preterm

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httpwwwwhointpmnchmedianews2012201204_borntoosoon-reportpdf

(acessado em 10Maio2015)

9 Lansky S Friche AAL Silva AAM Campos D Bittencourt SDA Carvalho ML et

al Pesquisa Nascer no Brasil perfil da mortalidade neonatal e avaliaccedilatildeo da

assistecircncia agrave gestante e ao receacutem-nascido Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30

Suppl1S192-207 Disponiacutevel em httpdxdoiorg1015900102-311X00133213

(acessado em 08Maio2015)

10 Barros FC Matijasevich A Requejo JH Giugliani E Maranhatildeo AG Monteiro CA

et al Recent trends in maternal newborn and child health in Brazil progress

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childrenrsquos health New York United Nations 2010 Disponiacutevel em

httpwwwwhointpmnchactivitiesadvocacyfulldocument_globalstrategyen

(acessado em 19Abr2015)

12 Nawal MN Premature delivery and the millennium development goal Rev Obstet

Gynecol 2012 5(2) Disponiacutevel em httpdoi103909riog0189 (acessado em

05Maio2015)

13 Reis ZSN Pereira AC Correia RJC Freitas JAS Cabral ACV Bernardes J Anaacutelise

59

de indicadores da sauacutede materno-infantil paralelos entre Portugal e Brasil Rev Bras

Ginecol Obstet 2011 33(9)234-9

14 Universidade Estadual de Campinas Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas

Programa de Estudos em Sistemas de Sauacutede Definiccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo

dos protocolos cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos

de supervisatildeo teacutecnica na regiatildeo metropolitana de Campinas - RMC Apoio agrave

estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da pueacuterpera na RMC Campinas

NEPPUnicamp 2012 (Relatoacuterio de pesquisa)

15 Pacagnella RC Cecatti JG Osis MJ Souza JP The role of delays in severe

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Reproductive Health Matters 2012 20(39)155-63 Disponiacutevel em

httpdoi101016S0968-8080(12)39601-8 (acessado em 23Mar2015)

16 Rebelo F Rocha CMM Cortes TR Dutra CL Kac G High cesarean prevalence in

a national population-based study in Brazil the role of private practice Acta

Obstetricia et Gynecologica Scandinavica 2010 89 Disponiacutevel em

httpdoi103109000163492010484044 (acessado em 13Maio2015)

17 Paacutedua KS Osis MJD Fauacutendes A Barbosa AV Moraes Filho OB Fatores

associados agrave realizaccedilatildeo de cesariana em hospitais brasileiros Rev Sauacutede Puacuteblica

2010 44(1) Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0034-89102010000100008

(acessado em 16Abr2015)

18 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Siacutentese de indicadores

sociais uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro

IBGE 2012 (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica n

29)

60

19 Liu N Wen SW Katherine W Bottomley J Yang Q Walker MC Neighbourhood

family income and adverse birth outcomes among singleton deliveries J Obstet

Gynaecol Can 2010 32(11)1042-8

20 Joseph KS Liston RM Dodds L Dahlgren L Allen AC Socioeconomic status and

perinatal outcomes in a setting with universal access to essential health care

services CMAJ 2007 177583-90

21 Tunccedilalp Ouml Souza JP Hindin MJ Santos CA Oliveira TH Vogel JP et al

Education and severe maternal outcomes in developing countries a multicountry

cross-sectional survey BJOG 2014 121 Suppl1S57-65 Disponiacutevel em

httpdoi1011111471-052812634 (acessado em 18Maio2015)

22 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Anaacutelise

de Situaccedilatildeo de Sauacutede Sauacutede Brasil 2011 uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede e a

vigilacircncia da sauacutede da mulher Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012

httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessaude_brasil_2011pdf (acessado em

05Maio2015)

23 Yazaki LM Resenha de estatiacutesticas vitais do Estado de Satildeo Paulo SP Demograacutefico

2013 13(2)

24 Viellas EF Domingues RMSM Dias MAB Gama SGN Theme Filha MM Costa

JV et al Assistecircncia preacute-natal no Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30 Suppl1S85-

100 Disponiacutevel em httpdxdoiorg1015900102-311X00126013 (acessado em

06Maio2015)

25 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Censo Demograacutefico

resultados do universo Taxa de analfabetismo da populaccedilatildeo de 15 anos e mais e

esgoto sanitaacuterio ndash Niacutevel de atendimento no Estado de Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Seade

61

Dados de 2010 extraiacutedos do Banco Multidimensional de Estatiacutesticas ndash BME IBGE

em 6 de agosto de 2012 Disponiacutevel em

httpprodutosseadegovbrprodutosimpindexphppage=tabela (acessado em

01Jun2015)

26 Domingues RMSM Hartz ZMA Dias MAB Leal MC Avaliaccedilatildeo da adequaccedilatildeo da

assistecircncia preacute-natal na rede SUS do Municiacutepio do Rio de Janeiro Brasil Cad

Sauacutede Puacuteblica 2012 28(3)425-37

27 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Preacute-natal e puerpeacuterio atenccedilatildeo

qualificada e humanizada - manual teacutecnico Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2005

28 National Institute for Health and Clinical Excellence Antenatal care NICE quality

standard [QS22] London NICE 2012

29 Wehby GL Murray JC Castilla EE Lopez-Camelo JS Ohsfeldt RL Prenatal care

effectiveness and utilization in Brazil Health Policy Plan 2009 24(3)175-88

30 Chacham AS Maia MB Camargo MB Autonomia gecircnero e gravidez na

adolescecircncia uma anaacutelise comparativa da experiecircncia de adolescentes e mulheres

jovens provenientes de camadas meacutedias e populares em Belo Horizonte R Bras

Est Pop 2012 29(2)389-407 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrpdfrbepopv29n2a10v29n2pdf (acessado em 01Jun2015)

31 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE Siacutentese de indicadores

sociais uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro

IBGE 2014 (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica n

34)

32 Velleman Y Mason E Graham W Benova L Chopra M Campbell OMR et al

From joint thinking to joint action a call to action on improving water sanitation

62

and hygiene for maternal and newborn health PLoS Med 2014 11(12) Disponiacutevel

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33 World Health Organization United Nationsrsquo Childrenrsquos Fund Water sanitation and

hygiene in health care facilities status in low and middle income countries and way

forward Geneva WHO UNICEF 2015

34 Say L Chou D Gemmill A Tunccedilalp O Moller A-B Daniels J et al Global causes

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Disponiacutevel em httpdxdoiorg101016S2214-109X(14)70227-X (acessado em

16Maio2015)

35 Souza JP Tunccedilalp Ouml Vogel JP Bohren M Widmer M Oladapo OT et al Obstetric

transition the pathway towards ending preventable maternal deaths BJOG 2014

121 Suppl1S1-4 Disponiacutevel em httpdoi1011111471-052812735 (acessado

em 08Maio2015)

36 Collins JW Simon DM Jackson TA David RJ Advancing maternal age and infant

birth weight among urban African-Americans the effect of neighborhood poverty

Ethn Dis 2006 16180-6

37 Rajaratnam J Burke J OrsquoCampo P Maternal and child health and neighborhood

context the selection and construction of area-level variables Health Place 2006

12(4)547-56

38 Daoud N OrsquoCampo P Minh A Urquia ML Dzakpasu S Heaman M et al Patterns

of social inequalities across pregnancy and birth outcomes a comparison of

individual and neighborhood socioeconomic measures BMC Pregnancy and

Childbirth 2014 14393 Disponiacutevel em httpdoi101186s12884-014-0393-z

63

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo

indicadores de sauacutede materna e perinatal em 2011

Variaacutevel n

Razatildeo de mortalidade materna (por 100000 NV)

00 12 63

01 ndash 699 3 16

ge 70 4 21

Porcentagem de partos cesaacutereos

lt 600 5 26

ge 600 14 74

Porcentagem de baixo peso ao nascer

lt 100 14 74

ge 100 5 26

Taxa de mortalidade perinatal (por 1000 NV ou NM)

lt 100 5 26

100 ndash 199 14 74

Taxa de mortalidade neonatal precoce (por 1000 NV)

lt 50 8 42

50 ndash 99 9 47

ge 10 2 11

Fontes DATASUS (MS) e Fundaccedilatildeo Seade

64

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas em 2011

Variaacutevel n

Taxa de analfabetismo () ndash Meacutedia = 52 [DP = 16]

lt 50 9 47

ge 50 10 53

Porcentagem de chefe de famiacutelia com renda le 1 SM - Meacutedia 241 [DP = 48]

lt 250 11 58

ge 250 8 42

Porcentagem matildees sem parceiro ndash Meacutedia 509 [DP = 61]

lt 500 7 37

ge 500 12 63

Porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina ndash Meacutedia = 208 [DP=24]

lt 200 8 42

200 ndash 299 11 58

Porcentagem com esgoto sanitaacuterio ndash Meacutedia = 866 [DP = 170]

lt 900 6 32

ge 900 13 68

Porcentagem de matildees de 10 a 19 anos - Meacutedia = 142 [DP = 29]

lt 150 12 63

ge 150 7 37

Nuacutemero de nascidos vivos ndash Mediana = 907 [min=151 maacutex=14768]

lt 500 3 16

500 ndash 999 7 37

1000 ndash 1499 3 16

ge 1500 6 32

Porcentagem de matildees com ateacute 6 consultas PN ndash Meacutedia 178 [DP=60]

lt 200 14 74

ge 200 5 26

Porcentagem RN lt 37 semanas ndash Meacutedia = 101 [DP = 14]

lt 100 10 53

ge 100 9 47

Porcentagem RN com Apgar 5ordm min lt 8 ndash Meacutedia = 14 [DP = 05]

lt 20 16 84

ge 20 3 16

Fontes DATASUS (MS) Fundaccedilatildeo Seade e IBGE

65

Tabela 3 Correlaccedilatildeo entre indicadores de sauacutede materna e perinatal e caracteriacutesticas socioeconocircmicas em 2011 na RMC

Matildees de 10 a

19 anos

Matildees

escolaridade lt

8 anos

Taxa de

analfabetismo

Chefe de

famiacutelia com

renda le 1

salaacuterio miacutenimo

Populaccedilatildeo

com chefia

feminina 15 a

49 anos

Renda meacutedia

domiciliar

per capita

(R$)

IDHM

r p r p r p r p r p r p r p

Matildees com ateacute 6 consultas

Preacute natal 064 0003 054 0016 077 lt0001 082 lt0001 024 0330 -064 0003 -07 0001

Cesaacutereas -067 0002 -044 0062 -065 0003 -09 lt0001 -046 0050 069 0001 075 lt0001

Taxa de mortalidade

perinatal (por 1000 NV ou NM)

060 0007 035 0145 064 0003 049 0033 003 0894 -046 0047 -055 0015

Taxa de mortalidade

neonatal precoce (por 1000 NV)

050 0029 046 0045 047 0043 009 0719 -007 0788 -020 0419 -034 0155

Taxa de Prematuridade 051 0025 070 0001 050 0028 015 0538 013 0604 -010 0695 -034 0156

Porcentagem de RN com

baixo peso ao nascer (lt 2500g)

056 0013 053 0021 057 0011 044 0062 030 0213 -025 0304 -037 0115

Coeficente de correlaccedilatildeo de Pearson p valor

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e a RMM

66

Figura 1 - Indicadores de sauacutede materna e perinatal na RMC

67

Figura 2 - Indicadores socioeconocircmicos e demograacuteficos selecionados na RMC em 2011

68

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2

De cadernosfiocruzbr

Enviada Domingo 5 de Julho de 2015 2003

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_107915)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA

AO PARTO DA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

(CSP_107915) para Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o

progresso de seu manuscrito dentro do processo editorial bastando clicar no link Sistema

de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos localizado em nossa paacutegina

httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

69

ARTIGO 2

PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA AO PARTO DA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROUTINE PRACTICES DURING DELIVERIES AT THE METROPOLITAN

REGION OF CAMPINAS BRAZIL

PRAacuteCTICAS RUTINARIAS EN APOYO DE ENTREGA DE REGIOacuteN

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROTINAS NO PARTO NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

F Christoacuteforo12

C Lavras3

E Amaral4

1 DoutorandaDepartamento de TocoginecologiaFCMUnicamp CampinasSP Brasil

2 EnfermeiraNuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

70

RESUMO

OBJETIVO Descrever praacuteticas rotineiras no parto em maternidades puacuteblicas da regiatildeo

metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo descritivo de 16 serviccedilos

obsteacutetricos usando o Instrumento de avaliaccedilatildeo de boas praacuteticas no parto (Ministeacuterio da

Sauacutede) e um questionaacuterio complementar respondido pelos gestores locais de agosto-

outubro2014 RESULTADOS Treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam

ocitocina no trabalho de parto nove executavam episiotomia e 14 realizavam manejo ativo

do 3o periacuteodo A maioria realizava induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e ruptura prematura de

membranas e 15 tinham protocolos para hipertensatildeo grave e profilaxia de Streptococcus do

grupo B Cinco natildeo utilizavam antibioacutetico nas cesaacutereas produtos hemoteraacutepicos eram

indisponiacuteveis em quatro hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de pacientes criticos

CONCLUSOtildeES Praacuteticas recomendadas estavam disponiacuteveis na maioria dos hospitais mas

algumas rotinas eram excessivas e outras precisavam ser aprimoradas

Palavras chave obstetriacutecia parto tocologia

71

ABSTRACT

OBJECTIVE To describe routine practices for childbirth at public obstetric services in the

metropolitan region of Campinas (RMC) METHOD Descriptive study applied to 16

obstetric services using the Assessment Tool for Good Practices during Childbirth

(Ministry of Health) and a complementary questionnaire answered by institutional managers

at RMC from August-October2014 RESULTS Thirteen hospitals used partograph 10

used the oxytocin during labor nine performed episiotomy and 14 held the active

management of the third period Most institutions induced prolonged gestation and premature

rupture of membranes at term and 15 followed guidelines on severe hypertension and

Streptococcus group B prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for C-sections

blood products were unavailable in four hospitals and eight could not care for critical patients

CONCLUSIONS Good practices were available in most hospitals some routines were

excessive and others need improvement

72

RESUMEN

OBJETIVO Describir las rutinas del parto en hospitales puacuteblicos de la regioacuten metropolitana

de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio descriptivo en 16 servicios obsteacutetricos utilizando

Herramienta de evaluacioacuten de buenas praacutecticas en el parto (Ministerio de Salud) y

cuestionario complementario contestado por administradores de agosto-octubre2014

RESULTADOS Trece hospitales utilizaron partograma 10 utilizaron oxitocina durante el

trabajo nueve realizaron episiotomiacutea y 14 hicieron el manejo activo de la 3a etapa La

mayoriacutea realizaba induccioacuten de gestacioacuten prolongada y ruptura prematura de membranas y

15 teniacutean protocolos de hipertensioacuten severa y Streptococcus del grupo B Cinco no utilizaron

la antibioacutetica en las cesaacutereas Los productos sanguiacuteneos eran indisponib les en cuatro

hospitales y ocho no podiacutean atender a pacientes criacuteticos CONCLUSIONES Las mejores

praacutecticas estaban disponibles en mayoriacutea de los hospitales pero algunas eran excesivas y

otras necesitaban ser mejoradas

73

INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas testemunharam uma expansatildeo no desenvolvimento e uso de

praacuteticas com o objetivo de melhorar os resultados para matildees e bebecircs no trabalho de parto

institucional No Brasil a cada ano ocorrem aproximadamente 3 milhotildees de nascimentos

98 destes em estabelecimentos hospitalares puacuteblicos ou privados1 O modelo vigente de

atenccedilatildeo obsteacutetrica utiliza intervenccedilotildees como episiotomia amniotomia uso de ocitocina e

cesaacuterea habitualmente recomendadas em situaccedilotildees de necessidade que tecircm sido utilizadas

de forma bastante liberal2 Existem enormes variaccedilotildees em niacutevel mundial quanto ao local

niacutevel de cuidados sofisticaccedilatildeo dos serviccedilos disponiacuteveis e tipo de provedor para o parto

normal A adoccedilatildeo acriacutetica de intervenccedilotildees natildeo efetivas de risco ou desnecessaacuterias

compromete a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Em 1996 a WHO estabeleceu uma definiccedilatildeo de trabalho de parto normal e

estabeleceu normas de boas praacuteticas para a conduccedilatildeo do trabalho de parto sem complicaccedilotildees

com intervenccedilotildees recomendadas e outras que deveriam ser evitadas3 Em 2006 a WHO

publicou o guia para a praacutetica essencial na gravidez parto poacutes-parto e ao receacutem-nascido

fornecendo recomendaccedilotildees baseadas em evidecircncias para orientar os profissionais de sauacutede

Neste documento as recomendaccedilotildees satildeo geneacutericas sobre a caracteriacutesticas de sauacutede da

populaccedilatildeo e sobre os sistemas de sauacutede (a configuraccedilatildeo capacidade e organizaccedilatildeo dos

serviccedilos recursos e pessoal)4

Mais recentemente em 2014 o Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia do Reino

Unido (RCOG) atualizou as diretrizes cliacutenicas de cuidado intraparto com base na evoluccedilatildeo

do seu Sistema Nacional de Sauacutede e na disponibilidade de novas evidecircncias Estatildeo incluiacutedas

as recomendaccedilotildees para o atendimento de mulheres que iniciam o trabalho como baixo

risco mas que passam a desenvolver complicaccedilotildees5 Neste mesmo ano o Coleacutegio Real

74

Australiano e Neozelandecircs de Obstetriacutecia e Ginecologia (RANZCOG) publicou 11

recomendaccedilotildees sobre a prestaccedilatildeo de cuidados rotineiros intraparto na ausecircncia de

complicaccedilotildees na gravidez Elas abordam os requisitos para admissatildeo de mulheres para o

parto os cuidados rotineiros durante o trabalho de parto e parto6 Mais recentemente em

fevereiro de 2015 o Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia (ACOG) elaborou

diretrizes de acordo com o niacutevel de cuidados maternos para uso na melhoria da qualidade e

promoccedilatildeo da sauacutede7

As sociedades de especialistas recomendam envolver as mulheres nas decisotildees

relacionadas ao local do parto informando os tipos de provedores de cuidado as limitaccedilotildees

de cada serviccedilo em caso de complicaccedilotildees considerando a necessidade de transferecircncias e os

procedimentos indicados em cada estaacutegio do parto baseados em evidecircncias

No Brasil em 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de Parto Aborto e

Puerpeacuterio revisando a literatura pertinente para recomendar as intervenccedilotildees eficazes no

trabalho de parto garantindo qualidade com humanizaccedilatildeo do atendimento agrave gestante e

puerpeacutera Neste documento orienta o uso de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas8

Em 2014 novas orientaccedilotildees foram publicadas visando a organizaccedilatildeo das portas de entradas

dos serviccedilos de urgecircncia obsteacutetrica para garantir acesso com qualidade agraves mulheres e assim

impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal9

Para garantir a qualidade da assistecircncia oferecida nos serviccedilos eacute preciso enfocar as

condiccedilotildees fiacutesicas e insumos mas tambeacutem a manutenccedilatildeo e promoccedilatildeo da competecircncia dos

profissionais10 A isso soma-se manter mecanismos de monitoramento das praacuteticas cliacutenicas

para avaliar se estatildeo em conformidade com padrotildees de conduta e os resultados decorrentes

desta praacutetica A utilizaccedilatildeo de diretrizes cliacutenicas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas tem sido

apontada como uma ferramenta importante nesta direccedilatildeo Entretanto a identificaccedilatildeo de

75

estrateacutegias efetivas para disponibilizaccedilatildeo e cumprimento de tais diretrizes eacute um desafio para

os gestores dos serviccedilos Mesmo estando acessiacuteveis podem ser necessaacuterias ferramentas de

suporte agrave tomada de decisotildees cliacutenicas eficientes e seguras por profissionais com

conhecimento e habilidades atualizados11 Finalmente o oferecimento de uma assistecircncia

qualificada exige garantir a integraccedilatildeo dos diferentes niacuteveis do sistema que oferece atenccedilatildeo

compondo a linha de cuidado da gestante

Conhecer a rotina da assistecircncia ao parto nas instituiccedilotildees e as dificuldades percebidas

pelos gestores do cuidado em uma regiatildeo com suposta disponibilidade de infraestrutura

material recursos humanos qualificados e bem traccedilada linha de cuidados como seria a

Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC pode contribuir para qualificar a atenccedilatildeo intra-

hospitalar nas aacutereas metropolitanas Este estudo tem como objetivo descrever as rotinas do

cuidado nos partos segundo gestores meacutedicos ou enfermeiros dos 17 serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo descritivo sobre a rotina de atendimento em serviccedilos

obsteacutetricos puacuteblicos Foram elegiacuteveis os estabelecimentos de sauacutede dos 19 municiacutepios da

RMC que realizavam partos em 2011 financiados pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

(hospitais puacuteblicos ou leitos contratados) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Sauacutede (CNES) Destes quatro natildeo tinham hospital e os outros contavam com uma uacutenica

maternidade exceto o municiacutepio-sede Campinas com trecircs hospitais dois deles com parte

dos leitos financiados pelo SUS Um desses hospitais com leitos contratados pelo SUS

recusou-se a participar Assim apresentam-se dados de 16 instituiccedilotildees

76

Foram aplicados dois instrumentos respondidos pelos meacutedicos ou enfermeiros

gestores dos serviccedilos obsteacutetricos da RMC Estes questionaacuterios foram apresentados numa

visita realizada por uma das pesquisadoras em data preacute-agendada O primeiro foi o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) cujas respostas satildeo dadas em escala Likert

(sempre realizada ndash mais de 90 das vezes frequentemente realizada ndash de 60-90 das vezes

realizada agraves vezes ndash de 20-60 das vezes raramente realizada ndash menos de 20 das vezes

nunca realizada ndash proacuteximo de 0 natildeo sei responder)

O segundo instrumento foi elaborado para o estudo no qual foram abordadas a

utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto

disponibilidade de diretrizes cliacutenicas (protocolos para as principais complicaccedilotildees - preacute-

eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia manejo ativo do 3ordm periacuteodo rastreamento de siacutefilis e de

HIVAIDS e infecccedilatildeo poacutes-parto) dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos medicamentos

hemoderivados transporte comunicaccedilatildeo com serviccedilos de referecircncia e monitorizaccedilatildeo e

tratamento de pacientes graves aleacutem da disponibilidade de obstetra treinado banco de

sangue e anestesista em caso de cesaacutereas de urgecircncia focando na qualidade da atenccedilatildeo

obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato1112 Complementaram as informaccedilotildees dados

extraiacutedos do Ministeacuterio da Sauacutede especificamente do CNES (total de leitos SUS e leitos

obsteacutetricos cadastrados em 2011)13

Os dados coletados foram digitados no programa Excel e a anaacutelise foi realizada no

programa SPSS versatildeo 20 A anaacutelise descritiva compreendeu a distribuiccedilatildeo de frequecircncia

relativa das variaacuteveis estudadas

77

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm

453588 de 08112013) Foram solicitados consentimentos informados dos diretores de cada

instituiccedilatildeo e dos gestores dos serviccedilos obsteacutetricos

RESULTADOS

A RMC conta com 30 serviccedilos de sauacutede que atendem ao parto Desses 13 satildeo

privados exclusivos 10 satildeo privados conveniados com o SUS (leitos puacuteblicos considerados

hospitais mistos) e 07 satildeo puacuteblicos Participaram do estudo sete serviccedilos puacuteblicos e nove

serviccedilos mistos que correspondem a 548 dos 649 leitos obsteacutetricos disponiacuteveis Os 16

hospitais participantes estavam distribuiacutedos em 15 municiacutepios da RMC quatro deles natildeo tem

maternidade (Artur Nogueira Engenheiro Coelho Holambra e Santo Antocircnio de Posse) ndash

quadro 1

Observou-se que os gestores dos Centros Obsteacutetricos (CO) eram meacutedicos

ginecologistasobstetras com exceccedilatildeo para uma enfermeira Doze deles tinham no miacutenimo

especializaccedilatildeo nessa aacuterea com idades variando de 32 a 62 anos (mediana = 41 anos)

Trabalhavam entre 6 e 35 anos (mediana = 14 anos) em Obstetriacutecia estando de um ateacute 26

anos na instituiccedilatildeo (mediana = sete anos) na funccedilatildeo de chefia entre um mecircs a 10 anos

(mediana = 02 anos) - tabela1

As diretrizes relativas ao cuidado obsteacutetrico foram relatadas como disponiacuteveis na

maioria dos serviccedilos Todas as maternidades realizavam triagem para siacutefilis e HIV Seguia-

se a orientaccedilatildeo de literatura com induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada em trecircs quartos

das maternidades 13 delas realizavam a induccedilatildeo em ruptura prematura de membrana a termo

e estava disponiacutevel protocolo para orientar condutas na hipertensatildeo severa em 15

maternidades A praacutetica rotineira de manejo ativo de 3ordm periacuteodo foi relatada por 14 serviccedilos

78

A antibioticoprofilaxia da infecccedilatildeo neonatal para Estreptococo do grupo B ocorria em 15

instituiccedilotildees mas o uso de antibioacuteticos nas cesaacutereas natildeo era praacutetica rotineira em cinco

maternidades - tabela 2

Um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

metade dessas puacuteblicas Duas maternidades mistas relataram dificuldades com transporte

Havia disponibilidade de medicamentos e de suprimentos mas metade delas referia

dificuldade para cuidar de pacientes graves sendo cinco de oito maternidades mistas ndash tabela

3

O acolhimento com classificaccedilatildeo de risco era realizado frequentemente (ge 60 das

vezes) em 10 delas Em 13 delas a utilizaccedilatildeo de partograma era frequente A presenccedila de

acompanhante no trabalho de parto foi relatada frequentemente em apenas nove delas poreacutem

isso ocorria em 14 das 16 maternidades no momento do parto O uso de ocitocina para

conduccedilatildeo do trabalho de parto era frequente em 10 instituiccedilotildees e a episiotomia era realizada

frequentemente em nove mas a compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo soacute foi

relatada como frequente em duas maternidades A presenccedila de profissional capacitado para

assistecircncia ao receacutem-nascido e o estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

aconteciam frequentemente em 15 maternidades ndash tabela 4

DISCUSSAtildeO

Muitas das praacuteticas de sauacutede qualificadas para trabalho de parto e parto (induccedilatildeo de

ruptura prematura de membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo

para Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto e parto) seguindo

recomendaccedilotildees da literatura e guias cliacutenicas estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais

da RMC No entanto algumas rotinas observadas pareciam excessivas (conduccedilatildeo e

79

episiotomia) e outras precisariam ser melhoradas (uso de antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas

disponibilidade de sangue e cuidado em estado criacutetico de cuidado) Os resultados destacam

a importacircncia de revisatildeo contiacutenua das rotinas hospitalares na atenccedilatildeo ao parto mesmo em

uma regiatildeo com muitos recursos materiais e humanos e faacutecil acesso agraves oportunidades de

educaccedilatildeo continuada Buscou-se conhecer as potencialidades e aacutereas para melhoria visando

compatibilizar os indicadores de processo do cuidado com a cobertura quase universal da

atenccedilatildeo preacute-natal e em particular dos partos no ambiente hospitalar14

Mais da metade dos leitos disponiacuteveis para a atenccedilatildeo obsteacutetrica eacute conveniada ao SUS

na RMC o que se assemelha agrave situaccedilatildeo encontrada por Bittencourt e colaboradores em

maternidades do Brasil15 Os resultados encontrados neste estudo refletem o cuidado no parto

para leitos SUS ou conveniados mas natildeo reflete a atenccedilatildeo nos convecircnios de sauacutede ou no

sistema privado Sabe-se que entre as mulheres atendidas neste uacuteltimo a taxa de cesariana eacute

de 88 o que por si soacute demonstra haver uso excessivo de intervenccedilotildees16 Portanto

enfocamos aqui a atenccedilatildeo puacuteblica ao parto na RMC

Uma importante estrateacutegia para qualificar a atenccedilatildeo eacute utilizar diretrizes cliacutenicas

baseadas em evidecircncias cientiacuteficas Mas o sucesso da sua implantaccedilatildeo depende de um esforccedilo

organizado dos serviccedilos seus profissionais e dos gestores do sistema de sauacutede10 A maioria

dos gestores das maternidades entrevistados tinha especializaccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeo o

que supotildee um bom preparo teacutecnico Mas a qualidade da assistecircncia depende entre outras

coisas da sua atuaccedilatildeo supervisionando e aprimorando todas as fases do cuidado A cultura

de avaliaccedilatildeo de processos assistenciais natildeo estaacute disseminada no Brasil nem os profissiona is

gestores estatildeo preparados para tal funccedilatildeo

No Brasil mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorrem durante a

internaccedilatildeo para o parto e podem estar associadas agrave inexistecircncia de leitos ou de um sistema de

80

referecircncia operante que obriga mulheres a perambular em busca de vagas ou decorrente do

encaminhamento tardio de mulheres com intercorrecircncias para hospitais de maior

complexidade14 O Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de

risco em Obstetriacutecia que tem como propoacutesito a pronta identificaccedilatildeo da paciente criacutetica ou

mais grave com base nas evidecircncias cientiacuteficas existentes Pretende-se com sua utilizaccedilatildeo

evitar a peregrinaccedilatildeo de mulheres nos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica as demoras que

resultam em desfechos desfavoraacuteveis e viabilizar o atendimento qualificado e resolutivo em

tempo adequado9 Na RMC o acolhimento com classificaccedilatildeo de risco foi referido por

gestores de 10 maternidades e a peregrinaccedilatildeo natildeo parece ser um problema relevante a

impactar os indicadores maternos e neonatais

Evidecircncias atuais natildeo demonstram que o uso rotineiro do partograma contribui para

reduccedilatildeo da mortalidade materna e perinatal mas podem oferecer apoio agraves auditorias

posteriores1117 No Brasil seu uso rotineiro eacute considerado boa praacutetica38 e 13 maternidades

utilizavam o partograma mais de 60 das vezes

Em nove maternidades da RMC relatou-se a presenccedila de acompanhante no trabalho

de parto enquanto 14 informaram que estava presente em mais de 60 das vezes As

justificativas para a baixa adesatildeo dos acompanhantes no trabalho de parto referem-se agraves

acomodaccedilotildees inadequadas coletivas Alega-se que sua presenccedila poderia constranger as

demais parturientes Em uma publicaccedilatildeo de abrangecircncia nacional cerca de um quarto das

mulheres natildeo teve acompanhante e menos de um quinto teve acompanhamento contiacutenuo

Preditores independentes de natildeo ter ou ter acompanhante em parte do tempo foram menor

renda e escolaridade cor parda parto no setor puacuteblico multiparidade e parto vaginal18 A

presenccedila de acompanhante eacute uma demanda legal no Brasil e pode ser considerada um

marcador de seguranccedila e qualidade do atendimento1819

81

Em revisatildeo sistemaacutetica da colaboraccedilatildeo Cochrane os autores concluem que o apoio

contiacutenuo durante o trabalho de parto tem benefiacutecios clinicamente significativos e nenhum

prejuiacutezo conhecido20 Estes resultados apoiam a praacutetica e sua adoccedilatildeo exige mudanccedilas na

estrutura fiacutesica e nos processos de trabalho nas maternidades19 Neste estudo um pouco mais

da metade das maternidades relataram permissatildeo para acompanhante no trabalho de parto e

no parto Quase todas permitiam acompanhamento no parto e o parceiro foi o acompanhante

mais frequente Natildeo se pode afirmar se a ausecircncia de acompanhante em 100 dos partos seja

decorrente das restriccedilotildees da instituiccedilatildeo ou da dificuldade do acompanhante para estar

disponiacutevel na ocasiatildeo Cabe aos gestores melhorar este indicador e parece haver possibilidade

de melhoria nos serviccedilos SUS da RMC

Benefiacutecios da ocitocina incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de

parto distoacutecico com riscos que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina

intoxicaccedilatildeo por aacutegua e embora rara ruptura uterina No entanto protocolos ideais para sua

utilizaccedilatildeo natildeo satildeo identificados21 Haacute dificuldade em se determinar o que seria boa praacutetica

quanto e em que situaccedilotildees seria realmente necessaacuterio seu uso para corrigir a contratilidade

uterina

Uma metanaacutelise concluiu que a ocitocina para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto

foi associada a aumento do parto vaginal espontacircneo22 Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que

altas doses de ocitocina foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e

cesaacuterea e um aumento no parto vaginal espontacircneo23 Na RMC 10 das 16 maternidades

referiram utilizar ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto em mais de 60 das vezes

Leal e colaboradores num estudo brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas

praacuteticas no parto identificaram que a infusatildeo de ocitocina e a amniotomia ocorreram em

cerca de 40 das mulheres de risco habitual (baixo) sendo mais frequentemente utilizada no

82

setor puacuteblico em mulheres com baixa escolaridade2 Mas natildeo se pode afirmar a verdadeira

indicaccedilatildeo do seu uso nos dois trabalhos

Revisatildeo sistemaacutetica que incluiu sete ensaios cliacutenicos com 5390 mulheres mostrou

que houve menos partos por cesariana e trabalhos de parto mais curtos (menos de 12 horas)

entre mulheres que receberam manejo ativo do parto sem diferenccedila nas complicaccedilotildees para

matildees ou bebecircs Os autores concluem que sua praacutetica estaacute associada a pequenas reduccedilotildees na

taxa de cesaacuterea apesar de ser altamente prescritivo24 Esta praacutetica inclui amniotomia

rotineira regras riacutegidas para diagnoacutestico de progresso lento do trabalho de parto uso da

ocitocina e cuidados individualizados Talvez alguns componentes sejam mais eficazes do

que outros

Atualmente o uso desnecessaacuterio de intervenccedilotildees alterando o processo natural do

parto em parturientes de baixo risco sem a concordacircncia da mulher eacute tratado como um abuso

a ser evitado25 No Estado de Satildeo Paulo a Lei nordm 15759 de 25 de marccedilo de 2015 define que

a ocitocina a fim de acelerar o trabalho de parto enemas os esforccedilos de puxo prolongados

durante o expulsivo a amniotomia e a episiotomia devem ser utilizadas com indicaccedilatildeo

precisa Diz que qualquer destas praacuteticas ldquoseraacute objeto de justificaccedilatildeo por escrito firmado pelo

chefe da equipe responsaacutevel pelo parto assim como a adoccedilatildeo de qualquer dos procedimentos

que os protocolos mencionados nesta lei classifiquem como desnecessaacuterios ou prejudiciais agrave

sauacutede da parturiente ou ao nascituro de eficaacutecia carente de evidecircncia cientiacutefica e suscetiacuteve is

de causar dano quando aplicados de forma generalizada ou rotineirardquo26

Treze maternidades da RMC praticavam rotineiramente a induccedilatildeo de trabalho de

parto em ruptura prematura de membranas a termo (RPMT) Resultados de ensaio controlado

randomizado comparando induccedilatildeo com ocitocina com prostaglandina conduta expectante e

induccedilatildeo com ocitocina ou prostaglandina na RPMT natildeo encontrou diferenccedilas significat ivas

83

nas taxas de infecccedilatildeo neonatal e de cesaacuterea mas o custo da induccedilatildeo com ocitocina foi

menor27 Neste estudo sendo relatado natildeo foi questionado o meacutetodo de induccedilatildeo oferecid o

pelas maternidades O Ministeacuterio da Sauacutede respalda a induccedilatildeo e afirma que a escolha do

meacutetodo dependeraacute do estado de amadurecimento cervical28 Entidades de especialidade

tambeacutem recomendam a induccedilatildeo293031

A divulgaccedilatildeo dos resultados dos ensaios cliacutenicos controlados e a revisatildeo sistemaacutetica

sobre episiotomia tecircm acarretado significativo decliacutenio no seu uso rotineiro em todo o

mundo32 Taxas de episiotomia de 54 foram encontradas no Brasil2 Na RMC em nove

maternidades a episiotomia eacute realizada na maioria dos casos O uso seletivo estaacute associado

com menos trauma perineal posterior menos sutura e menos complicaccedilotildees e nenhuma

diferenccedila para medidas de dor e trauma vaginal ou perineal grave113233 No entanto haacute um

aumento do risco de trauma perineal anterior33 A orientaccedilatildeo atual eacute realizar se houver

necessidade cliacutenica como um parto instrumental ou suspeita de comprometimento fetal11

Um achado preocupante eacute ter 14 maternidades da RMC informando praticar a

compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo Os riscos relatados com o uso da manobra

de Kristeller incluem a ruptura uterina lesatildeo do esfiacutencter anal fraturas em receacutem-nascidos

ou dano cerebral e natildeo haacute evidecircncia de benefiacutecios34 A manobra de Kristeller foi utilizada

em 37 das mulheres num estudo de amostragem nacional2 Como sua praacutetica deve ser

proscrita11 temos aqui uma prioridade para educaccedilatildeo continuada dos profissionais

A hemorragia poacutes-parto eacute uma das principais causas de morbidade e mortalidade

materna em todo o mundo35 e as medidas preventivas satildeo recomendadas para todas as

mulheres submetidas ao parto O manejo ativo do 3ordm periacuteodo para a prevenccedilatildeo da hemorragia

poacutes-parto compreendia a administraccedilatildeo profilaacutetica de um agente uterotocircnico logo apoacutes o

nascimento clampeamento e traccedilatildeo controlada do cordatildeo ateacute o desprendimento da placenta

84

e massagem uterina3637 Sabe-se hoje que o uso rotineiro da traccedilatildeo controlada do cordatildeo

pelo risco potencial de inversatildeo uterina deve ser omitido das manobras36 Dada agrave sua

eficaacutecia o manejo ativo do 3ordm periacuteodo eacute recomendado37 Na RMC 14 maternidades o

praticam rotineiramente

Como no Brasil a hemorragia eacute uma das principais causas de morte materna direta

chama a atenccedilatildeo que um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados sendo metade dessas puacuteblicas38 Esta situaccedilatildeo reflete problemas na

organizaccedilatildeo do atendimento agraves urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas Resultados de estudo

brasileiro sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem near miss materno para avaliar a qualidade de

cuidados obsteacutetricos apontou que houve maior demora na prestaccedilatildeo de serviccedilos devido a

ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a comunicaccedilatildeo entre

os serviccedilos ou centros reguladores39 Bittencourt et al encontraram 75 de disponibilidade

de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos hospitais mistos 69 nos puacuteblicos e 67

nos privados15 Morse e colaboradores em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no

Brasil apontaram entraves para transfusatildeo nos quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto40 Portanto a subutilizaccedilatildeo dos hemoderivados ainda eacute prevalente no

Brasil mesmo em grandes centros urbanos

O Ministeacuterio da Sauacutede tem diretrizes que recomendam o atendimento do receacutem-

nascido (RN) por profissional capacitado pediatra ou neonatologista ou enfermeiro (obstetra

ou neonatal) desde o periacuteodo posterior ao parto ateacute o encaminhamento ao Alojamento

Conjunto ou agrave Unidade Neonatal41 Resultado deste estudo aponta concordacircncia com o

preconizado pois na grande maioria das maternidades da RMC os RN satildeo assistidos por

profissionais capacitados As atitudes tomadas pelos profissionais que prestam cuidados ao

RN logo apoacutes o nascimento satildeo importantes pois podem interferir na aproximaccedilatildeo precoce

85

e no viacutenculo matildee-bebecirc42 Nesta perspectiva eacute imperativo que o profissional seja capacitado

com base em fundamentos cientiacuteficos para o atendimento imediato do RN

As proporccedilotildees de amamentaccedilatildeo na sala de parto satildeo muito baixas em todas as regiotildees

do Brasil (161) sendo menor na Regiatildeo Nordeste (115) Os receacutem-nascidos (RN) de

parto vaginal e em estabelecimentos do SUS apresentaram chance significativamente menor

para o afastamento da matildee apoacutes o parto42 Os conhecimentos dos profissionais e as praacuteticas

instituiacutedas pelos serviccedilos de sauacutede satildeo determinantes importantes do iniacutecio da amamentaccedilatildeo

nos partos hospitalares43 No Brasil indicadores de baixo niacutevel socioeconocircmico e menor

acesso a serviccedilos de sauacutede aumentam chance de natildeo amamentaccedilatildeo na primeira hora44

Embora haja evidecircncias cientiacuteficas para colocar o RN junto ao corpo da matildee para iniciar a

amamentaccedilatildeo logo apoacutes o parto a implementaccedilatildeo dessa praacutetica encontra barreiras sociais e

culturais Na RMC o estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora ocorre mais que 60 das

vezes em 15 maternidades o que eacute uma taxa bastante elevada

Em relaccedilatildeo aos protocolos cliacutenicos na RMC as diretrizes para rastreamento de siacutefilis

e HIVAIDS estavam disponiacuteveis em todos os serviccedilos Este resultado reflete a relevacircncia

destes agravos abordados de forma diferenciada em programas governamentais Nosso

achado difere de um estudo realizado em maternidades no Estado do Rio de Janeiro que

encontrou menor disponibilidade destas diretrizes14 Colonizaccedilatildeo materna com Streptococo

do grupo B (GBS) durante a gravidez aumenta o risco de infecccedilatildeo neonatal por transmissatildeo

vertical e a antibioticoprofilaxia reduz significativamente o risco de sepse neonatal precoce32

Quase a totalidade das maternidades estudadas na RMC (15) utilizavam antibioacuteticos para

Streptococo do grupo B

A grande maioria das maternidades da RMC relatou ter protocolo para a hipertensatildeo

severa em concordacircncia com as recomendaccedilotildees A doenccedila hipertensiva especiacutefica da

86

gravidez que afeta cerca de 5-10 de gestantes eacute o principal contribuinte de morbidade e

mortalidade materna e neonatal em todo o mundo45 No Brasil em 2010 foi responsaacutevel por

197 das mortes maternas38 O Reino Unico tem sua diretriz cliacutenica com recomendaccedilotildees

para o diagnoacutestico e tratamento de distuacuterbios hipertensivos durante a gravidez no preacute-natal

parto e poacutes-natal46 Da mesma forma a Initiativa de Revisatildeo sobre Mortalidade Materna do

Departamento de Sauacutede de Nova York e ACOG identificou o manejo da hipertensatildeo durante

a gravidez como prioridade47 No Brasil as condutas recomendadas estatildeo disponiacuteveis no

Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco28

No mundo desenvolvido as taxas de cesaacuterea estatildeo acima de 3048 No Brasil em

2012 compreendeu 52 dos nascimentos16 Mulheres submetidas agrave cesaacuterea tecircm de cinco a

20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo em comparaccedilatildeo com mulheres que datildeo agrave luz

por via vaginal O efeito beneacutefico da antibioticoprofilaxia na operaccedilatildeo cesariana estaacute bem

estabelecido e reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite e graves complicaccedilotildees

infecciosas de 60 a 7049 Assim tem sido utilizado como indicador de performance50 A

praacutetica rotineira de antibioacuteticos nas cesaacutereas eletivas ocorreu em 11 maternidades da RMC

quando deveria estar ocorrendo em todas

Entretanto a existecircncia de protocolos pessoal e infra-estrutura natildeo garante a

prestaccedilatildeo de cuidado qualificado Eacute necessaacuterio incorporar auditoria cliacutenica agrave rotina das

maternidades para implantar e manter as boas praacuteticas apoiar e introduzir simulaccedilotildees de

manejo das complicaccedilotildees obsteacutetricas recursos eficazes para aprimorar a atuaccedilatildeo

profissional28 O Ministeacuterio da Sauacutede recomenda no Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco de

2012 a adoccedilatildeo de normas procedimentos fluxos e registros como instrumentos de avaliaccedilatildeo

de qualidade do atendimento28 Oferecer atenccedilatildeo obsteacutetrica qualificada depende da

87

experiecircncia dos profissionais apoiada nas melhores praacuteticas definidas pelas evidecircncias

cientiacuteficas

Se por um lado esta estrateacutegia de entrevistas com gestores traz incertezas quanto agrave

realidade do dia-a-dia das maternidades estudadas pelo vieacutes de cortesia e considerando que

natildeo houve observaccedilatildeo direta das praacuteticas por outro lado garantiu ampla participaccedilatildeo Aleacutem

disso facilitou o compromisso dos gestores com os resultados e accedilotildees posteriores A

discussatildeo das rotinas assistenciais agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas pode propiciar aos

profissionais e gestores a seguranccedila necessaacuteria para abandonar praacuteticas prejudiciais agrave sauacutede

das mulheres e dos receacutem-nascidos Espera-se que os resultados aqui apresentados venham

apoiar o debate sobre o aprimoramento da atenccedilatildeo ao parto na RMC com base em evidecircncias

cientiacuteficas

CONCLUSOtildeES

Os achados deste estudo mostraram que na RMC estavam vigentes vaacuterias praacuteticas

assistenciais qualificadas para assistecircncia ao trabalho de parto e parto em quase todas as

maternidades No entanto ainda haacute algumas rotinas que necessitam aprimoramento como

uso de antibioacutetico em 100 das cesaacutereas acesso a sangue em todas as maternidades e

cuidado em situaccedilatildeo criacutetica Os resultados podem subsidiar o planejamento de medidas

necessaacuterias para melhoria da qualidade da assistecircncia na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

88

REFEREcircNCIAS

1 Ministeacuterio da Sauacutede SVS DASIS Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos ndash

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96

Quadro 1 Natureza juriacutedica dos hospitais maternidades da RMC segundo cadastro no CNES e total de leitos Obsteacutetricos e

leitos SUS

MUNICIacutePIO HOSPITAL TOTAL

LEITOS

LEITOS

SUS OBS

AMERICANA Hospital Waldemar Tebaldi 27 27 Fundaccedilatildeo Puacuteblica

Outros 4 hospitais 40 0 Privados

CAMPINAS

CAISM 41 41 Estadual

PUCC 44 27 PrivadoConveniado

Maternidade 109 70 PrivadoConveniado

Outros 6 hospitais 110 0 Privados

COSMOacutePOLIS Hospital Beneficente Santa Gertrudes 11 8 PrivadoConveniado

HORTOLAcircNDIA Mario Covas 21 21 Municipal

INDAIATUBA Hospital Augusto de Oliveira Camargo 30 18 PrivadoConveniado

Outro hospital 15 0 Privado

ITATIBA Santa Casa de Itatiba 18 11 PrivadoConveniado

Outro hospital 2 0 PrivadoConveniado

JAGUARIUacuteNA Hospital Municipal Walter Ferrari 18 18 Organizaccedilatildeo Social

Puacuteblica

MONTE MOR Associaccedilatildeo Hospital Beneficente Sagrado Coraccedilatildeo

de Jesus 13 11 PrivadoConveniado

NOVA ODESSA Dr Aciacutelio Carreon Garcia 6 6 Municipal

PAULINIA Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 14 Municipal

PEDREIRA FUNBEPE 10 10 PrivadoConveniado

SANTA BARBARA

DrsquoOESTE Santa Casa de Misericoacuterdia 30 18 PrivadoConveniado

SUMAREacute Hospital Estadual de Sumareacute 35 35 Estadual

VALINHOS

Irmandade da Santa Casa de Valinhos 24 15 PrivadoConveniado

Hospital Galileo 12 6 PrivadoConveniado c

Prefeitura de Vinhedo

VINHEDO Santa Casa de Vinhedo 19 0 Privado

97

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos profissionais entrevistados por municiacutepio e maternidades Regiatildeo Metropolitana de

Campinas Estado de Satildeo Paulo 2014

Municiacutepio Maternidade Anos

Obstetriacutecia Anos Serviccedilo

Anos Resp Obstetriacutecia

Americana Hospital Waldemar Tebaldi 11 7 1

Campinas Maternidade de Campinas 8 10 02

Campinas CAISM UNICAMP 15 12 7

Cosmoacutepolis Hospital Beneficente Santa Gertrudes 24 3 01

Hortolacircndia Hospital Municipal Maternidade Maacuterio Covas 7 2 2

Indaiatuba Hospital Augusto de Oliveira Camargo 32 26 10

Itatiba Santa Casa de Itatiba 35 22 4

Jaguariuacutena Hospital Municipal Walter Ferrari 7 1 03

Monte Mor Hospital Beneficente S Coraccedilatildeo de Jesus 6 2 25

Nova Odessa Hospital Dr Aciacutelio Carreon Garcia 21 1 01

Pauliacutenia Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 12 02

Pedreira FUNBEPE 9 5 1

Santa Baacuterbara Santa Casa de M de Santa Baacuterbara DrsquoOeste 14 3 15

Sumareacute Hospital Estadual de Sumareacute 118 118 2

Valinhos Santa Casa de Valinhos 20 18 8

Vinhedo Hospital Galileo 25 7 2

98

Tabela 2 Diretrizes cliacutenicas do cuidado obsteacutetrico segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade

Sim 16 1000

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada

Sim 12 750

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo

Sim 13 8125

Protocolo para hipertensatildeo severa

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira do manejo ativo do 3ordm periacuteodo

Sim 14 875

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira de antibioticoterapia nas cesaacutereas

Natildeo 5 3125

Protocolos e guias orientaccedilatildeo assistecircncia parto normal e cesaacutereas

Sim 12 750

Protocolos e guias para as principais complicaccedilotildees

Sim 12 750

99

Tabela 3 Aspectos de gestatildeo do cuidado segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo Metropolitana

de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

Sim 4 250

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

Sim 8 500

Dificuldade com transporte

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos

Sim 2 125

100

Tabela 4 Avaliaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-nascido no parto nas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Acolhimento com classificaccedilatildeo de risco

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Utilizaccedilatildeo de partograma

(de 60 a mais de 90 das vezes) 13 8125

Presenccedila de acompanhante no trabalho de parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Presenccedila de acompanhante no parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 14 875

Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto normal

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo do parto

(proacuteximo de 0 a menos de 60 das vezes) 14 875

Episiotomia

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

Disponibilizaccedilatildeo resultado do teste raacutepido de HIV

(de 60 a mais de 90 das vezes) 16 100

Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

101

DISCUSSAtildeO GERAL

O impacto das condiccedilotildees socioeconocircmicas e educacionais sobre os indicadores

de sauacutede materna e perinatal satildeo bastante conhecidos (Daoud et al 2014 Benova et al

2014 WHO 2012 Victora et al 2011 Hogan et al 2010) Dados da OMS mostram que

a morte materna eacute mais frequente em paiacuteses com muacuteltiplas desvantagens em relaccedilatildeo

aos paiacuteses mais desenvolvidos A RMM eacute o indicador considerado mais sensiacutevel para

evidenciar as inequidades de acesso e qualidade de atenccedilatildeo Em Angola haacute um risco

de uma mulher morrer em cada 35 partos esta razatildeo eacute 1780 no Brasil 12400 no Chile

113600 na Suiccedila e na Noruega eacute 114900 (WHO 2012)

Os paiacuteses estatildeo mudando gradualmente de um padratildeo de alta mortalidade

materna para baixa mortalidade materna de predomiacutenio de causas obsteacutetricas diretas

para uma proporccedilatildeo crescente de causas indiretas envelhecimento da populaccedilatildeo

materno e movendo-se da histoacuteria natural da gravidez e do parto em direccedilatildeo a

institucionalizaccedilatildeo da assistecircncia agrave maternidade aumento das taxas de intervenccedilatildeo

obsteacutetrica e eventual excesso de medicalizaccedilatildeo Este eacute o fenocircmeno transiccedilatildeo

obsteacutetrica o que tem implicaccedilotildees para as estrateacutegias destinadas a reduzir a mortalidade

materna (Souza et al 2014)

Considerando que os paiacuteses e regiotildees do mundo estatildeo em transiccedilatildeo no sentido

da eliminaccedilatildeo das mortes maternas foram descritos cinco estaacutegios da transiccedilatildeo

obsteacutetrica (Estaacutegios I - V) Paiacuteses regiotildees dentro de paiacuteses e grupos de subpopulaccedilatildeo

podem experimentar diferentes fases do obsteacutetrica transiccedilatildeo requerendo estrateacutegias

102

customizadas para o progresso Promover o desenvolvimento social e equidade em

conjunto com o fortalecimento do sistema de sauacutede e melhorias na qualidade do

atendimento satildeo etapas obrigatoacuterias na busca de um mundo livre das mortes maternas

evitaacuteveis (Souza et al 2014)

Em face da relativa raridade da morte materna em regiotildees de maior

desenvolvimento sua utilizaccedilatildeo para sensibilizar gestores e o puacuteblico em geral sobre as

inequidades em sauacutede torna-se pouco eficaz Como a mortalidade perinatal eacute um

indicador que tambeacutem resume as condiccedilotildees de oferta de preacute-natal parto e cuidados

neonatais iniciais tem-se defendido seu uso para evidenciar a qualidade da assistecircncia

na gestaccedilatildeo e parto juntamente com outros indicadores maternos mais sensiacuteveis (Vogel

et al 2014) Entre estes tem sido preconizado a morbidade materna por um lado e a

taxa de cesaacuterea por outro lado refletindo utilizaccedilatildeo de tecnologias apropriadas na

assistecircncia ao parto (Say et al 2004 Souza et al 2012 Souza et al 2013 WHO 2009

Vogel et al 2015)

A RMC eacute uma regiatildeo de 3500000 habitantes com todos os municiacutepios

apresentando IDH alto ou muito alto Tem uma ampla rede de assistecircncia agrave sauacutede tanto

puacuteblica quanto privada faacutecil acesso rodoviaacuterio com a populaccedilatildeo SUS dependente

variando de 38 a 79 taxa de analfabetismo de 29 a 85 As residecircncias chefiadas

por mulheres tiveram variaccedilatildeo de 165 a 241 Deveria ser um exemplo de equidade

em oferta de serviccedilos qualificados para sauacutede mas tem disparidades que podem

impactar os resultados perinatais e maternos

Os efeitos das desigualdades socioeconocircmicas na sauacutede satildeo dinacircmicos e variam

ao longo do tempo Utilizando dados de 86 paiacuteses de baixa e meacutedia renda o relatoacuterio

ldquoEstado da desigualdade de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da crianccedilardquo

103

apresenta uma seleccedilatildeo de indicadores de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da

crianccedila e permite que sejam feitas comparaccedilotildees entre paiacuteses e ao longo do tempo No

geral as desigualdades ocorreram em detrimento das mulheres bebecircs e crianccedilas em

subgrupos populacionais desfavorecidos ou seja os mais pobres os menos educados

e aqueles que residem em aacutereas rurais tiveram menor cobertura intervenccedilatildeo de sauacutede

e piores resultados de sauacutede do que os mais favorecidos (WHO 2015)

Indicadores de sauacutede de intervenccedilatildeo materna demonstraram pronunciadas

desigualdades dentro dos paises As maiores lacunas na cobertura - entre os mais ricos

e os mais pobres as aacutereas mais e menos educadas e urbanas e rurais - foram relatados

para partos assistidos por pessoal de sauacutede qualificado seguido de cobertura de

cuidados preacute-natais (pelo menos quatro visitas) As desigualdades tambeacutem foram

relatadas na cobertura de cuidados preacute-natais (pelo menos uma visita) embora em

menor grau do que os dois acima mencionados (WHO 2015)

Dessa maneira as diferenccedilas entre os municiacutepios podem fornecer informaccedilotildees

uacuteteis sobre as causas dessas desigualdades Um estudo de coorte desenvolvido em

Pelotas (RS) e em Avon (UK) comparou as associaccedilotildees entre as medidas de posiccedilatildeo

socioeconocircmica educaccedilatildeo materna e renda famiacuteliar e os resultados na sauacutede materna

e infantil Uma associaccedilatildeo inversa (maior prevalecircncia entre os mais pobres e menos

instruiacutedos) foi observada por quase todos os desfechos com exceccedilatildeo de cesarianas As

desigualdades mais fortes relacionados agrave renda e as relacionadas com a educaccedilatildeo

sobre a amamentaccedilatildeo foram encontradas em Avon No entanto em Pelotas foram

observadas maiores desigualdades nas taxas de cesariana e naquelas relacionadas com

a educaccedilatildeo impactando o parto prematuro (Matijasevich et al 2012) Resultado

semelhante foi encontrado em nosso estudo As matildees e seus receacutem-nascidos tecircm

104

resultados mais adversos em sauacutede se forem mais pobres e menos educados Esses

resultados demonstram a natureza dinacircmica da associaccedilatildeo entre a posiccedilatildeo

socioeconocircmica e os resultados de sauacutede e pode ajudar na compreensatildeo dos

mecanismos subjacentes a essas desigualdades

O acesso agrave informaccedilatildeo conhecimento e habilidades para resolver problemas

somados agrave rede de apoio e prestiacutegio social satildeo importantes determinantes da sauacutede

materna e perinatal A educaccedilatildeo reflete na posiccedilatildeo socioeconocircmica e nas oportunidades

de trabalho e renda (Braveman et al 2005 Shavers 2007) Estudo realizado com

mulheres egiacutepcias que viviam em agregados familiares dos menores quintis de renda

encontrou que essas mulheres eram menos propensas a receber cuidados qualificados

no preacute-natal e no parto em instalaccedilotildees de sauacutede do que as famiacutelias mais ricas A

magnitude desta associaccedilatildeo foi menor quando medida pelo niacutevel educacional (Benova

et al 2014) Em paiacuteses industrializados a renda estaacute menos frequentemente associada

aos resultados do parto do que a educaccedilatildeo mas em paiacuteses de baixa renda pode ser

diferente (Blumenshine et al 2010 WHO 2011)

A educaccedilatildeo capta diferentes aspectos dos resultados da sauacutede materna e

perinatal em comparaccedilatildeo com o que eacute capturado pela renda familiar (Collins et al 2006

Rajaratnam et al 2006) As maiores diferenccedilas com piores resultados perinatais foram

observadas nos municiacutepios da RMC com os maiores percentuais da populaccedilatildeo com

escolaridade das matildees lt 8 anos e taxas mais altas de analfabetismo Neste estudo a

maior proporccedilatildeo de renda baixa do chefe da famiacutelia esteve correlacionada com piores

indicadores de sauacutede materna e a menor escolaridade se correlacionou mais com os

indicadores perinatais

105

Estudos recentes sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

baixo peso ao nascer piores resultados de parto e menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-

natais o que foi confirmado entre os municiacutepios da RMC (Collins et al 2006 Rajaratnam

et al 2006) A posiccedilatildeo socioeconocircmica da comunidade pode se relacionar com os

resultados de sauacutede materna por meio da disponibilidade de vias de acesso e de

recursos fiacutesicos e residenciais durante a idade feacutertil e esses fatores satildeo determinados

pelas poliacuteticas puacuteblicas (Collins et al 2006 Auger et al 2009 Pampalon et al 2009)

Os municiacutepios que apresentaram os piores indicadores socioeconocircmicos e de

sauacutede materna e perinatal da RMC em 2011 mostraram certa concentraccedilatildeo na regiatildeo

noroeste Ao mesmo tempo o municiacutepio de Holambra na regiatildeo centro-oeste estaacute em

posiccedilatildeo alta no IDHM apresentou a menor populaccedilatildeo com baixa renda as mais altas

taxas de cesaacuterea de prematuridade e de TMNP com a menor proporccedilatildeo de chefia

feminina

Os municiacutepios de piores resultados maternos e perinatais Santo Antocircnio de

Posse Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e tambeacutem Holambra natildeo possuem

maternidade Poreacutem as distacircncias para as maternidades de referecircncia natildeo ultrapassam

17 km o que pressupotildee que natildeo haveria maior demora a justificar os piores desfechos

maternos e fetais (Pacagnella et al 2012) A detecccedilatildeo precoce e o tratamento de

complicaccedilotildees satildeo elementos para a reduccedilatildeo da mortalidade materna (Souza 2011

Soares et al 2012 Pacagnella et al 2012 Dias et al 2014) A excelente malha

rodoviaacuteria da regiatildeo favorece os deslocamentos aos serviccedilos de referecircncia para maior

complexidade de atenccedilatildeo Entretanto dois municiacutepios relataram dificuldades com o

transporte das pacientes e natildeo possuem maternidade (Cosmoacutepolis e Pedreira) Este eacute

um ponto que requer atenccedilatildeo na linha de cuidado da gestante na RMC que deve

106

oferecer condiccedilotildees para integrar os serviccedilos durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo

de rotina quanto nas situaccedilotildees de emergecircncia

Na RMC cinco municiacutepios apresentaram RMM elevada para os recursos

disponiacuteveis na regiatildeo As causas das mortes maternas na RMC em 2011 e seu processo

de cuidado natildeo foram estudados Mas a prevenccedilatildeo da morbimortalidade prevecirc a

necessidade de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada dos profissionais oferta de serviccedilos

de emergecircncia reconhecimento precoce dos problemas e atuaccedilatildeo em tempo haacutebil e

com eficiecircncia diante de complicaccedilotildees que possam colocar em risco a vida da matildee eou

da crianccedila

Tambeacutem chama a atenccedilatildeo que numa regiatildeo tatildeo pouco carente de recursos um

quarto dos serviccedilos de maternidade tenha relatado dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados quando a hemorragia eacute a segunda causa de morte materna no paiacutes

Esta situaccedilatildeo reflete problemas na organizaccedilatildeo do atendimento eficiente agraves

urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas A falta de um planejamento detalhado para a oferta

de cuidados pode favorecer a ocorrecircncia de demoras na implantaccedilatildeo de medidas

necessaacuterias Este eacute outro ponto que necessita intervenccedilatildeo urgente na organizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo na regiatildeo metropolitana Bittencourt et al (2014) em estudo realizado no paiacutes

encontraram 75 de disponibilidade de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos

hospitais mistos (privados conveniados ao SUS) 69 nos puacuteblicos e 67 nos privados

Morse et al (2011) em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no Brasil

apontaram dificuldades para transfusatildeo em quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto A subutilizaccedilatildeo de derivados de sangue eacute prevalente no Brasil e

em outros paiacuteses em desenvolvimento o que exige uma atenccedilatildeo especial dos

107

responsaacuteveis pelas poliacuteticas puacuteblicas e uma atuaccedilatildeo mais efetiva das entidades de

representaccedilatildeo profissional que lidam com estas condiccedilotildees cliacutenicas

Resultados de grande estudo realizado no Brasil sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem

near miss materno para a avaliaccedilatildeo da qualidade de cuidados obsteacutetricos realizado em

27 hospitais de referecircncia apontou que houve uma maior demora na prestaccedilatildeo de

serviccedilos em centros de cuidados classificadaos como natildeo adequados principalmente

devido agrave ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a

comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos e ou centros reguladores (Haddad et al 2014) Nas

situaccedilotildees onde as complicaccedilotildees existem falhas de qualidade da atenccedilatildeo e integraccedilatildeo

do cuidado podem levar mulheres e crianccedilas agrave morte evitaacutevel ou a sequelas permanentes

(Rosman et al 2006) Esta responsabilidade dos gestores precisa ser adequadamente

assumida

Aleacutem dos riscos de morbimortalidade associados agrave diversidade de condiccedilotildees de

educaccedilatildeo e renda na regiatildeo algumas das praacuteticas recomendadas no parto natildeo tecircm sido

seguidas em uma parte nas maternidades da RMC O modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica

contemporacircneo com altas taxas de intervenccedilotildees incluindo episiotomia e ocitocina na

conduccedilatildeo do trabalho de parto que seriam apenas recomendadas em situaccedilotildees de

necessidade tem sido utilizadas sempre ou frequentemente em mais de 50 dos

serviccedilos obsteacutetricos da RMC Ao mesmo tempo algumas carecircncias foram observadas

Entretanto faltam paracircmetros baseados em evidecircncia para definir taxas

adequadas de intervenccedilotildees E talvez natildeo seja adequado fazecirc-lo Associar boa praacutetica

com nuacutemero maacuteximo de intervenccedilatildeo pode facilitar a ocorrecircncia de eventos adversos no

parto ou decorrentes dele que poderiam ser evitados

108

Um exemplo de intervenccedilatildeo em que se pode debater a taxa de utilizaccedilatildeo eacute a

episiotomia Estudos anteriores apoiam poliacuteticas restritivas que trariam uma seacuterie de

benefiacutecios imediatos em comparaccedilatildeo com o uso rotineiro (Carroli e Mignini 2009 OPAS

2013 Melo et al 2014) Portanto tem-se recomendado realizaacute-la apenas quando haacute

necessidade cliacutenica o que fica sob julgamento do profissional que assiste o parto (OPAS

2013) A publicaccedilatildeo das revisotildees sistemaacuteticas sobre o tema acarretou uma acentuada

reduccedilatildeo no seu uso (Carroli e Mignini 2009 Melo et al 2014)

Mas estudos sobre disfunccedilotildees do assoalho peacutelvico mostram que a episiotomia

pode ser um fator de proteccedilatildeo quando adequadamente realizada Estudo recente

encontrou uma reduccedilatildeo de 40-50 de lesotildees no esfiacutencter anal com a realizaccedilatildeo da

episiotomia em comparaccedilatildeo com as roturas espontacircneas realizada meacutedio-lateral direita

a 60ordm distando 10 mm da linha meacutedia proteccedilatildeo do periacuteneo para desprendimento lento

do poacutelo cefaacutelico e compressas mornas no local enquanto periacuteneo curto edema perineal

e parto instrumental aumentou este risco (Kapoor et al 2015) Estes achados confirmam

resultado de Stedenfldt e colaboradores (2014) que encontraram reduccedilatildeo de 59 de

lesatildeo com proteccedilatildeo perineal ao final do 2ordm periacuteodo o que foi mais relevante nos casos

sem associaccedilatildeo de muacuteltiplos fatores de risco (primiparidade peso do receacutem-nascido

maior ou igual a 4500g e parto foacutercipe)

Na Dinamarca entre primigestas observou-se prevalecircncia de 153 de

episiotomia e 65 de lesatildeo no esfiacutencter anal com proteccedilatildeo dada pela episiotomia nos

casos de vaacutecuo-extraccedilatildeo e pela peridural para todos os partos (Jango et al 2014) Na

Finlacircndia por sua vez a taxa de episiotomia eacute de 30 com apenas 1 de lesatildeo de

esfiacutencter (Laine et al 2009) Tambeacutem se encontrou que as laceraccedilotildees perineais e o uso

de foacutercipe mas natildeo a episiotomia estavam associadas a maior disfunccedilatildeo do assoalho

109

peacutelvico com prolapso cinco a dez anos apoacutes o primeiro parto (Handa et al 2012) Dois

anos apoacutes o primeiro parto natildeo instrumental as mulheres que realizaram episiotomia

em comparaccedilatildeo com aquelas que tiveram rotura espontacircnea ou sem lesatildeo tiveram

menos sintomas de urgecircncia miccional e incontinecircncia (Rikard Bell et al 2014)

Portanto 54 de partos com episiotomia no Brasil (Leal et al 2014a) ou as taxas

encontradas na RMC podem ser considerados excessivos comparando-se com taxas

de paiacuteses noacuterdicos ou europeus Isso ocorre porque grande parte dos profissionais de

sauacutede especialmente os meacutedicos deve praticar este procedimento de rotina para as

mulheres de menor paridade e periacuteneo supostamente iacutentegro Talvez as taxas mais

adequadas mantendo a seguranccedila sejam maiores que as europeias na populaccedilatildeo

brasileira Embora natildeo esteja definida a taxa de episiotomia necessaacuteria deve ser menor

do que aquela que tem sido praticada e mais elevada do que nos paiacuteses com conduta

menos intervencionista do norte da Europa

Outra praacutetica a ser discutida comum nas maternidades da RMC eacute o uso da

ocitocina na conduccedilatildeo do trabalho de parto Leal et al (2014a) num amplo estudo

brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas praacuteticas no parto identificaram

que a infusatildeo de ocitocina ocorreu em cerca de 40 das mulheres de risco habitual

(baixo) sendo mais frequentemente utilizada no setor puacuteblico em mulheres com baixa

escolaridade Num estudo sobre partos conduzidos por enfermeiras obsteacutetricas na

Holanda observou-se que a taxa de uso de ocitocina na conduccedilatildeo do parto aumentou

de 244 para 388 entre 2000-2008 (Offerhaus et al 2014) Benefiacutecios da ocitocina

incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de parto distoacutecico com riscos

que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina intoxicaccedilatildeo por aacutegua e

embora rara rotura uterina Mais recentemente estudos tem encontrado associaccedilatildeo de

110

uso de ocitocina com autismo especialmente em crianccedilas de sexo masculino (Gregory

et al 2013 Weisman et al 2015) Num documento de 2014 a Associaccedilatildeo Americana

de Ginecologia e Obstetriacutecia afirmou que as evidecircncias natildeo eram suficientes para mudar

sua posiccedilatildeo de apoiar o uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto (ACOG

2014)

Protocolos ideais para utilizaccedilatildeo da ocitocina natildeo foram identificados

(Mozurkewich et al 2011) Os autores de uma metanaacutelise concluiacuteram que a ocitocina

para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto foi associada a aumento do parto vaginal

espontacircneo (Sq et al 2009) Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que altas doses de ocitocina

foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e parto cesaacutereo e um

aumento no parto vaginal espontacircneo (Kenyon et al 2013) Estudos em populaccedilotildees

com menor taxa de cesarianas sugerem que uma vez alcanccedilado o trabalho ativo a

ocitocina pode ser suspensa sem alterar a progressatildeo do parto ou a taxa de cesariana

(Diven et al 2012)

A antibioticoterapia nas cesaacutereas natildeo foi uma praacutetica rotineira em cinco das

maternidades visitadas quando deveria estar ocorrendo em todas Mulheres

submetidas agrave cesariana tecircm de cinco a 20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo

em comparaccedilatildeo com as mulheres que datildeo agrave luz por via vaginal (Smail e Grivell 2014)

A profilaxia antimicrobiana reduz o risco de endometrite e infecccedilatildeo incisional quando

administrado corretamente e tem sido utilizado como indicador de performance A mais

comum infecccedilatildeo relacionada agrave complicaccedilatildeo de cesaacuterea eacute a endometrite que pode ser

reduzida em 50 com o uso de antibioacutetico profilaacutetico Taxas de infecccedilatildeo do siacutetio ciruacutergico

apoacutes cesariana variam de acordo com a populaccedilatildeo em estudo os meacutetodos utilizados

111

para monitorar e identificar os casos e o uso de antibioacutetico profilaacutetico apropriado (Lamont

et al 2011)

O efeito beneacutefico da profilaxia antibioacutetica na reduccedilatildeo de ocorrecircncias de infecccedilatildeo

associados com cesaacuterea eletiva ou de emergecircncia jaacute estaacute bem estabelecida (Smail e

Grivell 2014) Uma revisatildeo sistemaacutetica concluiu que a profilaxia antibioacutetica administrada

antes da incisatildeo diminuiu a incidecircncia global de infecccedilatildeo apoacutes a cesariana e natildeo

aumentou a probabilidade de infecccedilatildeo neonatal O uso de antibioacuteticos profilaacuteticos em

mulheres submetidas agrave cesariana reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite

e graves complicaccedilotildees infecciosas de 60 a 70 (Smail e Grivell 2014)

Assim a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo principalmente da assistecircncia hospitalar ao

parto com utilizaccedilatildeo das praacuteticas baseadas nas evidecircncias deve ser o foco principal das

poliacuteticas puacuteblicas Este objetivo exige processos de educaccedilatildeo continuada e intervenccedilotildees

do tipo auditoria nas instituiccedilotildees buscando identificar os problemas acompanhar as

soluccedilotildees e promover o desenvolvimento profissional daqueles envolvidos no cuidado

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na

RMC permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactam os indicadores

estudados Os piores resultados para os indicadores perinatais estavam presentes em

populaccedilotildees mais vulneraacuteveis Para melhorar os resultados em sauacutede para matildees e bebecircs

estrateacutegias para reduzir as desigualdades sociais e educacionais focadas nos grupos

populacionais mais vulneraacuteveis matildees adolescentes mulheres com menor escolaridade

e renda ainda satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos de sauacutede apoacutes

anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

112

113

CONCLUSSAtildeO GERAL

Embora seja uma regiatildeo de grande desenvolvimento permaneciam

desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores de sauacutede matena e

perinatal na RMC Os piores resultados estavam presentes em populaccedilotildees mais

vulneraacuteveis as matildees adolescentes as mulheres com menor escolaridade e renda

As praacuteticas de sauacutede qualificadas (induccedilatildeo de ruptura prematura de

membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo para

Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto) estavam disponiacuteveis

em quase todos os hospitais na RMC No entanto algumas rotinas satildeo excessivas

(conduccedilatildeo e episiotomia) e outras precisam ser melhoradas (como o uso de

antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas disponibilidade de sangue em estado criacutetico de

cuidado)

114

115

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147 Secretaria da Sauacutede Coordenadoria de Planejamento em Sauacutede

Assessoria Teacutecnica em Sauacutede da Mulher Atenccedilatildeo agrave gestante e agrave pueacuterpera no

SUS ndash SP manual de orientaccedilatildeo ao gestor para implantaccedilatildeo da linha de

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148 Secretaria de Estado da Sauacutede Documento da linha de cuidado da

138

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(acessado em 29Jun2013)

146

147

ANEXOS

ANEXO - 1 Mapa da Regiatildeo Metropolitana de Campinas

148

ANEXO - 2

Roteiro semiestruturado sobre a rotina da assistecircncia ao parto (intervenccedilotildees necessaacuterias e desnecessaacuterias)

para as entrevistas com os(as) meacutedicos(as) e os enfermeiros(as) responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

Responda as questotildees a seguir referentes agrave praacutetica da assistecircncia agrave mulher durante o trabalho de parto e parto na

instituiccedilatildeo que vocecirc trabalha

Instituiccedilatildeo

Dados Pessoais Data de nascimento [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

Escolaridade [ ] 1-Superior [ ] 2-Especializaccedilatildeo [ ] 3-Mestradodoutorado

Haacute quanto tempo trabalha em Obstetriacutecia

Haacute quanto tempo trabalha nesse serviccedilo

Haacute quanto tempo eacute responsaacutevel pelo Serviccedilo de Obstetriacutecia

01 Eacute garantida a presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher ( ) Sim ( ) Natildeo (Passe para a Q2)

a) Quem a acompanha com maior frequecircncia

b) Em que momento (Assinale mais de uma opccedilatildeo caso se aplique)

No trabalho de parto ( ) No parto ( ) No puerpeacuterio imediato ( )

02 Eacute realizada a triagem e tratamento de Siacutefilis na maternidade Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

03 Eacute prescrita a terapia antirretroviral para gestante com HIV Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

04 Eacute praacutetica rotineira induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada Sim ( ) Natildeo ( )

05 Eacute praticada rotineiramente a induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas ao termo Sim ( ) Natildeo ( )

06 A analgesia eacute oferecida a todas as parturientes Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

07 Existe protocolo para tratamento de hipertensatildeo severa Sim ( ) Natildeo ( ) O que eacute utilizado

08 Eacute praacutetica rotineira o manejo ativo do 3ordm periacuteodo Sim ( ) Natildeo ( )

09 Eacute praticada a antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B Sim ( ) Natildeo ( )

10 Eacute praticada rotineiramente a antibioticoterapia nas cesaacutereas Sim ( ) Natildeo ( )

11 Durante as cesaacutereas de emergecircncia haacute disponibilidade de

a) Anestesista no Centro Obsteacutetrico Sim ( ) Natildeo ( )

b) Banco de sangueSim ( ) Natildeo ( )

c)Obstetra treinado Sim ( ) Natildeo ( )

12 Eacute praacutetica rotineira a prevenccedilatildeo de hemorragia poacutes-parto Sim ( ) Natildeo( )

13 Eacute praticado o manejo de hemorragia poacutes parto Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para a Q15)

a) Remoccedilatildeo da placenta Sim ( ) Natildeo ( )

b)Curagem Sim ( ) Natildeo ( )

c)Curetagem Sim ( ) Natildeo ( )

14 Quem realiza o parto normal com maior frequecircncia Enfa( ) Enfa Obstetra ( ) Meacutedico ginecologista ( )

Outro profissional ( ) Quem

15 Os indicadores de humanizaccedilatildeo do parto satildeo praticados Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q17)

a) Visita preacutevia das gestantes agrave maternidade Sim ( ) Natildeo ( )

b) Acesso diferenciado agraves gestantes em trabalho de parto Sim ( ) Natildeo( )

c) Alojamento conjunto Sim ( ) Natildeo ( )

16 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal e cesaacuterea focando

a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q18) Quais

17 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com para as principais complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia

hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) focando a qualidade da atenccedilatildeo Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q19) Quais

18 Dados relacionados agrave infraestrutura

a) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

b) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de medicamentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

c) Haacute dificuldade com o transporte das gestantes parturientes e pueacuterperasSim ( ) Natildeo ( )Quais os problemas mais

frequentes

d) Haacute dificuldade de comunicaccedilatildeo com os serviccedilos de referecircncia Sim ( ) Natildeo ( ) Quais problemas

e) Haacute dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

f) E com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves Sim ( ) Natildeo ( )

19 O que mais gostaria de falar sobre dificuldades ou aspectos relevantes que impactam a assistecircncia agraves gestantes

em trabalho de parto ou com complicaccedilotildees na gravidez no seu serviccedilo

149

ANEXO - 3

150

151

ANEXO - 4

Consentimento das instituiccedilotildees para a realizaccedilatildeo do estudo

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Nome do responsaacutevel________________________________________________

Idade Cargo____________________RG_______________________

Endereccedilo______________________________________ Ndeg_________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu autorizo a coleta

de dados da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado ofertado

pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A pesquisadora

responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que trabalha no

Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves 1700 horas

(telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa contribuiraacute para

identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os processos de cuidado a

eles associados Fui esclarecido (a) que a participaccedilatildeo dos gestores do Centro

Obsteacutetrico desta instituiccedilatildeo poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico

sobre a qualidade da atenccedilatildeo ofertada

Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada a liberdade dos profissionais de

aceitar ou natildeo e que a recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que a identidade dos profissionais

envolvidos nesse estudo seraacute mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido

seraacute entregue a pesquisadora em envelope lacrado

152

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Concordo que os profissionais meacutedicos e enfermeiros gestores do Centro

Obsteacutetrico colaborem voluntariamente com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora _______________________________________

153

ANEXO - 5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Ndeg na Pesquisa RG____________________

Nome Idade__________________

Endereccedilo Ndeg_____________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu fui convidado

(a) a participar da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado

ofertado pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A

pesquisadora responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que

trabalha no Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves

1700 horas (telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa

contribuiraacute para identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os

processos de cuidado a eles associados Fui esclarecido (a) que minha participaccedilatildeo

poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico sobre a qualidade da

atenccedilatildeo ofertada

Aceito participar para isso responderei um questionaacuterio ldquoauto-respondidordquo

natildeo havendo necessidade de identificaccedilatildeo exceto a profissatildeo (meacutedico ou

enfermeiro) Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada minha liberdade de aceitar ou

natildeo e que minha recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na minha atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que minha identidade nesse estudo seraacute

154

mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido seraacute entregue a pesquisadora

em envelope lacrado

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Aceito voluntariamente colaborar com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora ___________________________________________

Page 6: Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

vi

vii

RESUMO

Objetivos Estudar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos de 19 municiacutepios e avaliar as rotinas da assistecircncia aos partos da

Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Sujeitos e Meacutetodos Trata-se de

estudo transversal associado a um estudo de casos de rotinas do cuidado na

assistecircncia ao parto em 16 maternidades puacuteblicas Coletaram-se as informaccedilotildees

referentes aos indicadores municipais a partir do DATASUS da Fundaccedilatildeo Seade e

do censo de 2010 Para conhecer as intervenccedilotildees realizadas nas 16 maternidades

em entrevistas com meacutedicos ou enfermeiros responsaacuteveis utilizaram-se o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e

ao receacutem-nascido no partordquo (Ministeacuterio da Sauacutede) e um questionaacuterio complementar

proacuteprio para o estudo A coleta de dados ocorreu de dezembro de 2013 a

outubro2014 Utilizou-se anaacutelise descritiva para as praacuteticas hospitalares e

coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e Spearman para avaliar possiacuteveis

associaccedilotildees entre caracteriacutesticas socioeconocircmicos e demograacuteficas e resultados

obsteacutetricos e perinatais Resultados As porcentagens de matildees adolescentes de

renda le 1 salaacuterio-miacutenimo (SM) e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a nuacutemero de consultas preacute-natais e com a taxa de mortalidade

perinatal poreacutem inversamente com partos cesaacutereos A renda meacutedia domiciliar per

capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal foram correlacionados

diretamente com partos cesaacutereos e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

viii

natais e com a taxa de mortalidade perinatal A porcentagem de matildees adolescentes

e de escolaridade le 8 anos e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a taxa de mortalidade neonatal precoce taxa de prematuridade

e baixo peso ao nascer Em relaccedilatildeo agraves rotinas das 16 maternidades puacuteblicas da

RMC treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam frequentemente a

ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto nove executavam a episiotomia

frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro periacuteodo do parto A

presenccedila de acompanhante durante o trabalho de parto e parto foi rotineira para 9

e 14 hospitais respectivamente Todos os hospitais forneceram rastreamento para

HIV e siacutefilis Doze hospitais realizavam induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e 13 em

ruptura prematura de membranas enquanto 15 tinham protocolos de conduta para

hipertensatildeo arterial severa e profilaxia de sepse neonatal precoce por

Streptococcus do grupo B Cinco hospitais natildeo utilizavam antibioacuteticos para

cesarianas Produtos derivados de sangue natildeo estavam disponiacuteveis em quatro

hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de gestantes em situaccedilatildeo cliacutenica grave Quinze

hospitais relataram ter profissional treinado para atendimento neonatal Conclusatildeo

A taxa de mortalidade perinatal foi o indicador que melhor refletiu os indicadores

socioeconocircmicos na regiatildeo A adolescecircncia foi um indicador social de grande risco

perinatal frequentemente associada com ausecircncia de parceiro A taxa de cesaacuterea

retratou os municiacutepios com maior poder aquisitivo na regiatildeo As praacuteticas qualificadas

de assistecircncia ao parto estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais No

entanto algumas delas parecem excessivas como conduccedilatildeo de parto e

episiotomia enquanto outras precisam ser melhoradas como uso de antibioacuteticos

para todos os partos cesaacutereos e disponibilidade de sangue e cuidado de

ix

emergecircncia Os resultados destacam a inequidade da assistecircncia e a importacircncia

de rever as rotinas hospitalares mesmo em uma regiatildeo com amplo acesso a

recursos materiais e humanos e oportunidades de educaccedilatildeo continuada

Palavras-chave indicadores baacutesicos de sauacutede obstetriacutecia parto tocologia

x

xi

ABSTRACT

Objectives To study maternal and perinatal health and socioeconomic indicators

of 19 municipalities and assess the routines of care during childbirth in the

metropolitan region of Campinas (RMC) Subjects and Methods Cross-sectional

study coupled with a case study of 16 public hospitals on clinical routines applied

for labour and delivery The information on health and socioeconomic indicators

derived from the DATASUS the Seade Foundation and 2010 census Routines were

assessed by through the Assessment Tool of Good Practice Caring for Women and

Newborns during Childbirth (Ministry of Health) and a complementary

questionnaire for interviews with responsible doctors or nurses in 16 hospitals Data

collection occurred from December 2013 to October 2014 Descriptive analysis

was applied to report routine practices in hospitals and Pearson and Spearman

correlation coefficients were used to evaluate possible associations between

socioeconomic obstetric and perinatal outcomes Results The proportion of

teenage mothers and income le 1SM and the illiteracy rate were positively correlated

with number of prenatal visits and perinatal mortality rate and inversely with

caesarean deliveries The average household income per capita and the Municipal

Human Development Index (MHDI) correlated directly with caesarean deliveries and

inversely with number of prenatal consultations and perinatal mortality rate The

percentages of teenage mothers and education le 8 years and the illiteracy rate

correlated positively with the early neonatal mortality rate prematurity and low birth

xii

weight Regarding routine practices during deliveries into 16 public maternities

thirteen hospitals used partograph 10 frequently used oxytocin for labour

augmentation nine frequently performed episiotomy and 14 informed active

management of the third stage of labour The presence of a companion during labour

and delivery was a routine for nine and 14 hospitals respectively All hospitals

provided screening for HIV and syphilis Twelve hospitals performed induction in

prolonged gestation and 13 in premature rupture of membranes Fifteen had clinical

protocol for severe hypertension and for group B Streptococcus early neonatal

sepsis prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for caesarean sections

Blood products were not available in four hospitals and eight could not take

emergency care for severe ill women Fifteen hospitals reported trained professional

providing neonatal care Conclusion The perinatal mortality rate proved to best

indicator reflecting socioeconomic indicators in the region The caesarean rate

pictured the municipalities with higher income Qualified health practices were

available in most hospitals However augmentation with oxytocin and episiotomy

sounded excessive while others need improvement as antibiotics for all C-sections

and availability of blood and emergency care The results highlight the health care

inequity and the importance of reviewing hospital care routines even in a region with

ample access to material and human resources and continuing education

opportunities

Key words childbirth midwifery maternal and perinatal indicators obstetric

xiii

SUMAacuteRIO

RESUMO vii

ABSTRACT xi

SUMAacuteRIO xiii

DEDICATOacuteRIA xv

AGRADECIMENTOS xvii

SIGLAS E ABREVIATURAS xix

INTRODUCcedilAtildeO GERAL 1

OBJETIVOS 23

Objetivo Geral 23

Objetivos Especiacuteficos 23

MEacuteTODOS 25

Desenho do estudo25

Local do estudo 25

Procedimentos25

Criteacuterios de inclusatildeo 26

Criteacuterios de exclusatildeo 27

Instrumentos 27

Aspectos eacuteticos 29

Variaacuteveis e Conceitos29

CAPIacuteTULOS37

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1 38

ARTIGO 139

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2 68

ARTIGO 269

DISCUSSAtildeO GERAL 101

CONCLUSSAtildeO GERAL 113

REFEREcircNCIAS 115

ANEXOS 147

xiv

ANEXO - 1 147

ANEXO - 2 148

ANEXO - 3 149

ANEXO - 4 151

ANEXO - 5 153

xv

DEDICATOacuteRIA

a Deus

que tem me orientado principalmente nos momentos difiacuteceis

ao meu grande amor Elcio

que com dedicaccedilatildeo e carinho tem me impulsionado sempre

agrave minha querida matildee (in memoriam)

primeira

mestre e grande responsaacutevel pela minha formaccedilatildeo

xvi

xvii

AGRADECIMENTOS

Aos meus antigos e novos mestres por terem sabido semear a inquietude do

conhecimento

Agrave minha querida orientadora Eliana Amaral agradeccedilo a confianccedila depositada em

meu trabalho a paciecircncia adotada ao responder tanto minhas questotildees mais

simples como tambeacutem as mais complicadas delas Mas em especial

agradeccedilo o carinho que sempre teve para comigo em todos os momentos

principalmente nos de minha extrema ansiedade

Ao meu esposo Elcio presente em todos os momentos A sua colaboraccedilatildeo foi

fundamental Sem ela percorrer esse longo caminho teria sido certamente

muito mais aacuterduo Agradeccedilo por ser quem eacute estando sempre ao meu lado

A toda a equipe do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas em especial agrave Dra

Carmen Lavras que me ofereceu a oportunidade de trabalhar com a Regiatildeo

Metropolitana de Campinas e me auxiliou na construccedilatildeo do projeto e na coleta

de dados

Agrave Maria Joseacute Comparini Nogueira Saacute Maria Regina Marques de Almeida Flaacutevia

Mambrini e Carla Brito Fortuna pela contribuiccedilatildeo valorosa na realizaccedilatildeo do

projeto de pesquisa

Agrave Maria Cristina Restitutti e Stella Maria B da Silva Telles que me apoiaram na

manipulaccedilatildeo dos bancos de dados

Agrave Maria Helena Souza pela paciecircncia esclarecimentos iniciais e anaacutelise estatiacutestica

Agradeccedilo agrave Conceiccedilatildeo Denise Melissa secretaacuterias da Divisatildeo de Obstetriacutecia e da

Poacutes-graduaccedilatildeo em Tocoginecologia o tratamento sempre carinhoso e bem

humorado

Aos gestores das instituiccedilotildees participantes do estudo pela disponibilidade e

incentivo

Agraves minhas amigas Patriacutecia e Adriana o carinho e a atenccedilatildeo nos momentos mais

difiacuteceis Em especial a formataccedilatildeo e editoraccedilatildeo da tese para o exame de

xviii

Qualificaccedilatildeo em caraacuteter emergencial a paciecircncia e incentivo Nenhuma

memoacuteria eacute tatildeo doce quanto agrave dos bons amigos

A todos meus amigos do local de trabalho em especial para os que estavam mais

proacuteximos Jane Maria do Carmo Marinez Renecirc Soraia Glaacuteucia Soninha

Alexandre e Matheus a amizade e o carinho especial

xix

SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ndash Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia

BP ndash Baixo Peso

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

CNES ndash Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sauacutede

CO ndash Centro Obsteacutetrico

GBS ndash Estreptococo do grupo B

IBGE ndash Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutesitica

IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal

MM ndash Morte Materna

ODM ndash Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio

OECD ndash Organizaccedilatildeo Europeacuteia para o Desenvolvimento

Econocircmico

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

PN ndash Preacute-Natal

RANZCOG ndash Coleacutegio Real da Austraacutelia e Nova Zelacircndia de

Obstetriacutecia e Ginecologia

RCOG ndash Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia

RMC ndash Regiatildeo Metropolitana de Campinas

RMM ndash Razatildeo de Mortalidade Materna

xx

RN ndash Receacutem-nascido

RPMT ndash Ruptura Prematura de Membranas a Termo

SEADE ndash Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados

SIM ndash Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade

SINASC ndash Sistema de Nascidos Vivos

SPSS ndash Statistical Package for Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMN ndash Taxa de Mortalidade Neonatal

TMNP ndash Taxa de mortalidade Neonatal Precoce

TMP ndash Taxa de Mortalidade Perinatal

WHO ndash World Health Organization

1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) satildeo metas

internacionais adotadas pelos paiacuteses signataacuterios Entre estas inclui-se a reduccedilatildeo

da mortalidade materna da mortalidade infantil e o acesso a serviccedilos de sauacutede

reprodutiva e anticoncepccedilatildeo O 5ordm ODM propotildee reduccedilatildeo da razatildeo da mortalidade

materna (RMM) em 75 ateacute 2015 (WHO 2007 Hogan et al 2010) Segundo a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) 50 paiacuteses conseguiram progresso

substancial destas metas graccedilas ao desenvolvimento socioeconocircmico melhoria da

educaccedilatildeo nutriccedilatildeo e acesso a serviccedilos de sauacutede (Hogan et al 2010 Victora et al

2011 WHO 2012) Uma seacuterie de seis artigos publicados no The Lancet mostra ter

havido melhorias significativas na sauacutede materna e infantil no Brasil atendimento

de emergecircncia e reduccedilatildeo da carga de doenccedilas infecciosas (Barreto et al 2011

Paim et al 2011 Reichenheim et al 2011 Schmidt et al 2011 Victora et al

2011a 2011b)

O relatoacuterio ldquoTendecircncias da mortalidade materna 1990 a 2010rdquo mostra que

embora o Brasil tenha reduzido a mortalidade materna de 120 para 56 a cada 100

mil nascimentos natildeo alcanccedilaraacute a meta estipulada de 35 oacutebitos por 100 mil nascidos

vivos (Souza 2011 Lozano et al 2011 ONU 2012 IPEA 2014) Ao mesmo

tempo haacute elevada taxa de cesaacuterea em aumento constante e muito mais acentuado

no sistema privado de assistecircncia ao parto (IPEA 2010 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a

Victora et al 2011 Leal et al 2014b) A razatildeo de mortalidade materna sofreu

2

estagnaccedilatildeo nos uacuteltimos dez anos em niacuteveis intermediaacuterios enquanto observou-se

aumento do componente de mortalidade perinatal na mortalidade infantil (Ministeacuterio

da Sauacutede 2012b Souza 2011 Victora et al 2011 Lansky et al 2014)

Num estudo nacional a prematuridade respondeu por cerca de um terccedilo da

taxa de mortalidade neonatal As maiores taxas de mortalidade neonatal ocorreram

entre crianccedilas com menos de 1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal

prematuros extremos (lt 32 semanas) com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida as que

utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante as que tinham malformaccedilatildeo

congecircnita aquelas cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto as que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de

referecircncia para gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e as que nasceram de parto

vaginal (Lansky et al 2014)

Um total de 98 dos partos no Brasil ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e

proacuteximo de 90 deles satildeo assistidos por meacutedicos (Souza 2011) Dados recentes

da pesquisa ldquoNascer no Brasilrdquo informam que no ano de 2012 52 dos

nascimentos foram por cesaacuterea correspondendo a 88 dos nascimentos no setor

privado (Leal et al 2014a) No Brasil a preferecircncia pela cesariana aumentou

atingindo um terccedilo das mulheres No entanto haacute diferenccedilas marcantes segundo

histoacuteria reprodutiva e fonte de pagamento do parto sendo menor em primiacuteparas

com parto financiado pelo setor puacuteblico (154) e maior entre multiacuteparas com

cesariana anterior no setor privado (732) (Domingues et al 2014) Estudos tecircm

recomendado o suporte de doulas durante o trabalho de parto como uma das

medidas para reduzir as cesaacutereas (Hodnett et al 2011 Kozhimannil et al 2013

2014) No Brasil a presenccedila da doula eacute regulamentada por Portaria do Ministro da

3

Sauacutede No1153 de maio de 2014 que redefine os criteacuterios de habilitaccedilatildeo da

Iniciativa Hospital Amigo da Crianccedila (IHAC) Em seu artigo 7ordm introduz-se o Criteacuterio

Global Amigo da Mulher onde sua participaccedilatildeo eacute sugerida dizendo ldquocaso seja da

rotina do estabelecimento de sauacutede autorizar a presenccedila de doula comunitaacuteria ou

voluntaacuteriardquo (Ministeacuterio da Sauacutede 2014a)

Eacute interessante o contraste entre as praacuteticas obsteacutetricas em diferentes paiacuteses

Na Holanda a taxa de cesaacuterea eacute a mais baixa da Europa (17) enquanto o Brasil

tem a taxa mais elevada do mundo (52) seguido por Meacutexico e Turquia (ambos

com taxas acima de 45) (OECD 2013 Leal et al 2014a IPEA 2014) Na Franccedila

cuja assistecircncia agrave sauacutede eacute garantida pelo Estado observa-se taxa de cesaacutereas

bastante estaacuteveis em 20 de 2009-2011 (OECD 2009 2011 e 2013) Neste paiacutes

tambeacutem ocorrem taxas mais elevadas de cesarianas no setor privado do que no

puacuteblico embora este uacuteltimo seja responsaacutevel pelo cuidado de gestaccedilotildees mais

complicadas (OECD 2013) Em 2011 as menores taxas de cesaacuterea ocorreram nos

paiacuteses noacuterdicos (Islacircndia Finlacircndia Sueacutecia e Noruega) com taxas que variaram de

15 a 17 de todos os nascidos vivos No mesmo periacuteodo a taxa de cesaacuterea no

Reino Unido atingiu 241 no Canadaacute alcanccedilou 261 e na Austraacutelia ficou em

322 (OECD 2013)

Em paralelo a taxa de mortalidade neonatal nos paiacuteses noacuterdicos variou de

16 a 24 por 1000 nascidos vivos no mesmo periacuteodo Na Austraacutelia Reino Unido e

Canadaacute alcanccedilaram 36 41 e 49 respectivamente (OECD 2013) No Brasil foi de

111 (Lansky et al 2014) Nos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para o Desenvolvimento

Econocircmico (OECD) cerca de dois terccedilos das mortes infantis que ocorrem durante

o primeiro ano de vida satildeo mortes neonatais Os principais fatores que contribuem

4

para esta mortalidade satildeo as malformaccedilotildees e a prematuridade Com um nuacutemero

crescente de mulheres adiando a gravidez e um aumento de nascimentos muacuteltiplos

vinculados a tratamentos para fertilidade o nuacutemero de nascimentos preacute-termo

aumentou Em vaacuterios paiacuteses de renda mais alta isso contribuiu para uma

estabilizaccedilatildeo da mortalidade infantil ao longo dos uacuteltimos anos (OECD 2013)

Como em outros paiacuteses no Brasil a atenccedilatildeo agrave sauacutede em geral e ao parto

em particular mostra uma grande inequidade com resultados diferenciados entre

mulheres atendidas nos sistemas puacuteblico e privado e nas vaacuterias regiotildees geograacuteficas

(Victora et al 2010 Diniz et al 2012) Entretanto as publicaccedilotildees sugerem

inadequada qualidade dos cuidados oferecidos na gestaccedilatildeo parto e puerpeacuterio

tanto nos grandes quanto nos pequenos centros (Nagahama e Santiago 2008

Victora et al 2010 Diniz et al 2012 Leal et al 2014a)

Este conjunto de resultados exige uma revisatildeo da linha de cuidado agrave

gestaccedilatildeo e parto Se haacute excesso de intervenccedilotildees incluindo cesaacuterea supotildee-se que

a atenccedilatildeo eacute pouco centrada nas evidecircncias atuais eou que deve haver dificuldades

para aderir agraves boas praacuteticas de cuidado Esta complexa situaccedilatildeo exige estrateacutegias

multicomponentes para qualificar a atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher e da crianccedila (IPEA

2010 Souza 2011 Leal et al 2014a 2014b)

Victora et al (2011) mostraram que as transformaccedilotildees nos determinantes

sociais das doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede afetaram os

indicadores de sauacutede materna e infantil com reduccedilatildeo dos coeficientes de

mortalidade infantil para 20 mortes por 1000 nascidos vivos em 2008 sendo 68

destas mortes pelo componente neonatal O acesso agrave maioria das intervenccedilotildees de

sauacutede dirigidas agraves matildees e agraves crianccedilas foi ampliado quase atingindo coberturas

5

universais e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenccedilotildees foram

reduzidas Entre as razotildees para o progresso estatildeo modificaccedilotildees socioeconocircmicas

e demograacuteficas (crescimento econocircmico reduccedilatildeo das disparidades de renda

urbanizaccedilatildeo melhoria na educaccedilatildeo das mulheres e reduccedilatildeo nas taxas de

fecundidade) intervenccedilotildees externas ao setor de sauacutede (programas condicionais de

transferecircncia de renda e melhorias no sistema de aacutegua e saneamento) programas

verticais de sauacutede da deacutecada de 80 (promoccedilatildeo da amamentaccedilatildeo hidrataccedilatildeo oral e

imunizaccedilotildees) criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com expansatildeo da

cobertura para atingir as aacutereas mais carentes e a implementaccedilatildeo de programas

nacionais e estaduais para melhoria da sauacutede e nutriccedilatildeo infantil e em menor grau

promoccedilatildeo da sauacutede das mulheres (Victora et al 2011)

No entanto os autores salientaram que ainda persistem desafios como a

medicalizaccedilatildeo abusiva (alta frequecircncia de cesaacuterea episiotomias ocitocina

muacuteltiplos exames de ultrassom etc) mortes maternas por abortos inseguros e a

frequecircncia alta de nascimentos preacute-termo Destacaram ainda que embora a Meta

do Milecircnio para mortalidade infantil devesse ser alcanccedilada em dois anos o mesmo

natildeo ocorreria com a mortalidade materna (Victora et al 2011)

Outros indicadores de sauacutede perinatal aleacutem da morte materna e da taxa de

cesaacuterea tecircm sido explorados Um projeto da OECD tem discutido indicadores de

qualidade dos cuidados de sauacutede (OECD 2007) Na Dinamarca desde setembro

de 2010 oito indicadores satildeo monitorados anestesia analgesia apoio contiacutenuo

para as mulheres na sala de parto laceraccedilotildees de 3 ordm ou 4 ordm graus cesariana

hemorragia poacutes-parto estabelecimento de contato pele a pele entre matildee e receacutem-

nascido hipoacutexia fetal grave e parto de crianccedila saudaacutevel apoacutes o parto sem

6

complicaccedilotildees O registro eacute obrigatoacuterio para todas as unidades de parto e estas

recebem seus resultados para a monitorizaccedilatildeo e aprimoramento no programa de

qualidade de assistecircncia (Kesmodel e Jolving 2011)

No Brasil os indicadores de sauacutede materna e perinatal incluem a taxa de

mortalidade neonatal precoce a tardia a poacutes-natal e a perinatal a razatildeo de

mortalidade materna a incidecircncia de siacutefilis congecircnita a proporccedilatildeo de internaccedilotildees

hospitalares (SUS) por afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prevalecircncia de

aleitamento materno a prevalecircncia de aleitamento materno exclusivo em menores

de seis meses a proporccedilatildeo de nascidos vivos de matildees adolescentes a proporccedilatildeo

de nascidos vivos de baixo peso ao nascer a cobertura de preacute-natal a proporccedilatildeo

de partos hospitalares e de partos cesaacutereos e o percentual de oacutebitos de mulheres

em idade feacutertil investigado (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2012) No Estado de Satildeo

Paulo entre os indicadores que compotildeem a matriz de informaccedilotildees demograacuteficas e

socioeconocircmicas de condiccedilotildees de vida e sauacutede e da rede de serviccedilos do SUS

incluem-se taxa de cesaacutereas cobertura vacinal coeficientes de mortalidade infanti l

e materna e leitos1000 habitantes (Secretaria da Sauacutede do Estado de Satildeo Paulo

2010)

O conhecimento da situaccedilatildeo de sauacutede pelos gestores e profissionais

utilizando indicadores eacute fundamental para o bom desenvolvimento das accedilotildees de

melhoria porque devem refletir a qualidade do cuidado Assim a matriz de

indicadores pode ser um poderoso instrumento para nortear o planejamento local e

regional de sauacutede (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2011 IPEA 2014) No entanto

os nuacutemeros natildeo permitem compreender o processo do cuidado e identificar onde

este processo estaacute suboacutetimo Para isso eacute necessaacuterio desenhar toda a linha de

7

cuidado de forma a deixar expliacutecitas as necessidades de recursos humanos

materiais e a inter-relaccedilatildeo entre as equipes e niacuteveis de atenccedilatildeo necessaacuterios para

oferecer atenccedilatildeo qualificada e ao mesmo tempo personalizada

Modelos de atenccedilatildeo obsteacutetrica e as praacuteticas baseadas em evidecircncia

Wagner (2001) define trecircs modelos de atenccedilatildeo ao parto 1) o modelo

medicalizado com uso de alta tecnologia e pouca participaccedilatildeo de obstetrizes

encontrado nos Estados Unidos da Ameacuterica Irlanda Ruacutessia Repuacuteblica Tcheca

Franccedila Beacutelgica e regiotildees urbanas do Brasil 2) o modelo humanizado com maior

participaccedilatildeo de obstetrizes e menor frequecircncia de intervenccedilotildees (Holanda Nova

Zelacircndia paiacuteses escandinavos e alguns serviccedilos no Brasil) e 3) os modelos mistos

da Gratilde-Bretanha Canadaacute Alemanha Japatildeo e Austraacutelia

No modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica holandecircs 16 de todos os nascimentos

ocorreram em casa em 2010 (maior do que em outros paiacuteses) enquanto 11

ocorreram em centros de partos (OECD 2013) As gestantes com gravidez sem

complicaccedilatildeo satildeo atendidas por meacutedico generalista e enfermeiras obstetras a

equipe de atenccedilatildeo primaacuteria e em caso com complicaccedilotildees ou aumento do risco as

enfermeiras obsteacutetricas referem as clientes para cuidado secundaacuterio com

ginecologista As indicaccedilotildees para referecircncia satildeo acordadas entre os profissionais

envolvidos (ginecologistas enfermeiras obstetras e meacutedicos generalistas) na ldquoLista

de Indicaccedilotildees Obsteacutetricasrdquo (Wiegers e Hukkelhoven 2010)

Esse modelo de atenccedilatildeo tem respaldo na literatura O cuidado conduzido por

enfermeira obstetra foi associado a menos episiotomia ou parto instrumental maior

chance de ter um parto vaginal espontacircneo e iniciar o aleitamento materno precoce

8

quando comparado com cuidado conduzido por meacutedicos ou compartilhado e este

cuidado foi mais eficaz quando estavam integradas no sistema de sauacutede no

contexto do trabalho em equipe (Campbell et al 2006 Hatem et al 2009 Sandall

et al 2009 Renfrew et al 2014)

No Reino Unido 80 das mulheres davam agrave luz em casa na deacutecada de 1920

o que ocorreu em apenas 23 dos nascimentos em 2011 (Office for National

Statistics 2012) Os Estados Unidos tiveram uma mudanccedila semelhante de 50 de

nascimentos em casa em 1938 para menos de 1 em 1955 (MacDorman et al

2014) A maioria das investigaccedilotildees que compararam parto domiciliar planejado com

parto hospitalar natildeo encontrou nenhuma diferenccedila no nuacutemero de mortes fetais

intraparto oacutebitos neonatais baixos iacutendices de Apgar ou admissatildeo na unidade de

terapia intensiva neonatal nos EUA Poreacutem uma meta-anaacutelise indicou resultados

neonatais mais adversos associados com parto em casa Existem desafios

associados com projetos de pesquisa voltados para parto domiciliar planejado em

parte porque a realizaccedilatildeo de ensaios cliacutenicos randomizados natildeo eacute viaacutevel (Zielinski

et al 2015)

Sabe-se que os modelos de assistecircncia ao parto tecircm diferentes

caracteriacutesticas que envolvem forma de remuneraccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

forma de financiamento do sistema constituiccedilatildeo de equipe assistencial local de

ocorrecircncia do parto havendo conflito de interesses e reserva de mercado de

trabalho entre outras O modelo adotado em determinada localidade exerce papel

preponderante na escolha pelo tipo de parto tanto pela parturiente quanto pelo

profissional que lhe assiste (Patah e Malik 2011 Dominges et al 2014)

9

No Reino Unido em 2013-14 618 dos partos tiveram iniacutecio espontacircneo

136 foram induzidos 132 terminaram por operaccedilatildeo cesariana e 609 dos

partos que ocorreram em hospitais do National Health System (NHS) foram

espontacircneos com 262 de partos cesaacutereos Mais de um terccedilo de todos os partos

(366) natildeo exigiu anesteacutesico O grupo de 30-34 anos foi o mais frequente (Health

and Social Care Information Center 2015) Na Austraacutelia as intervenccedilotildees vecircm

aumentando e primiacuteparas de baixo risco em hospital privado em comparaccedilatildeo com

hospital puacuteblico tiveram maiores taxas de induccedilatildeo (31 vs 23) parto instrumental

(29 vs 18) cesariana (27 vs 18) epidural (53 vs 32) e episiotomia (28

vs 12) e as mais baixas taxas de parto normal (44 vs 64) (Dahlen et al 2012)

Um estudo de base hospitalar realizado no Brasil em 2011-2012 baseado

em entrevistas de 23894 mulheres avaliou o uso de um conjunto de praacuteticas

(alimentaccedilatildeo deambulaccedilatildeo uso de meacutetodos natildeo farmacoloacutegicos para aliacutevio da dor

e de partograma) e intervenccedilotildees obsteacutetricas (uso de ocitocina amniotomia

episiotomia manobra de Kristeller e litotomia) na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto de mulheres de risco obsteacutetrico habitual Estas chamadas ldquoboas praacuteticasrdquo

durante o trabalho de parto e parto foram menos frequentes nas regiotildees Norte

Nordeste e Centro-Oeste O uso de ocitocina e amniotomia ocorreu em 40 dos

partos sendo mais frequente no setor puacuteblico e nas mulheres com menor

escolaridade assim como a operaccedilatildeo cesariana A manobra de Kristeller

episiotomia e litotomia foram utilizadas em 37 56 e 92 das mulheres

respectivamente (Leal et al 2014b)

Poliacuteticas nacionais tecircm sido adotadas para reverter as elevadas taxas de

partos ciruacutergicos Em 1998 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu um limite de 40

10

para a proporccedilatildeo de partos por cesariana que seriam pagos agraves instituiccedilotildees puacuteblicas

Houve reduccedilatildeo de 32 em 1997 para 239 em 2000 Poreacutem os efeitos do pacto

com os governos estaduais e serviccedilos teve curta duraccedilatildeo principalmente no setor

privado e as taxas voltaram a subir apoacutes 2002 (Victora et al 2011) Novas poliacuteticas

foram instituiacutedas como Programa de Humanizaccedilatildeo do Preacute-natal e Nascimento

(Serruya et al 2004) e a regulamentaccedilatildeo do direito a acompanhante durante o

trabalho de parto em hospitais puacuteblicos (Ministeacuterio da Sauacutede 2005)

Apesar de natildeo haver um consenso em relaccedilatildeo agrave proporccedilatildeo ideal de partos

cesarianos satildeo observadas em vaacuterios paiacuteses taxas superiores agravequelas que

parecem se tem sugerido entre 15-20 (Patah e Malik 2011 OECD 2013 WHO

2015) No Brasil apesar de a maioria das mulheres ter preferecircncia pelo parto

vaginal muitas alegam que o medo da dor as leva a optar pela cesaacuterea (Dias et al

2008 Potter et al 2008 Domingues et al 2014) Assim a preocupaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo da dor e com a vivecircncia positiva do trabalho de parto e parto satildeo aspectos

essenciais para reduzir as intervenccedilotildees ciruacutergicas desnecessaacuterias

O Ministeacuterio da Sauacutede adotou recentemente a estrateacutegia denominada Rede

Cegonha operacionalizada pelo SUS fundamentada nos princiacutepios da

humanizaccedilatildeo da assistecircncia Essa Rede considera que mulheres receacutem-nascidos

e crianccedilas tecircm direito a ampliaccedilatildeo do acesso acolhimento e melhoria da qualidade

do preacute-natal transporte tanto para o preacute-natal quanto para o parto vinculaccedilatildeo da

gestante agrave unidade de referecircncia para assistecircncia ao parto a ldquoGestante natildeo

peregrinardquo e ldquoVaga sempre para gestantes e bebecircsrdquo promoccedilatildeo de parto e

nascimento seguros atraveacutes de boas praacuteticas de atenccedilatildeo acompanhante no parto

de livre escolha da gestante (Ministeacuterio da Sauacutede 2012c) A rede assistencial para

11

gestantes e receacutem-nascido aleacutem de integrada hierarquizada e regionalizada de

forma a dar acesso agrave gestante em tempo oportuno no momento do parto deve

garantir tambeacutem que todos os estabelecimentos de sauacutede onde se realizam partos

sejam estruturados para o atendimento resolutivo das complicaccedilotildees que podem

ocorrer no nascimento ndash situaccedilotildees esperadas mas natildeo previsiacuteveis ndash

disponibilizando equipamentos insumos e equipe capacitada para prestar o

primeiro atendimento adequado agraves urgecircncias maternas e neonatais (Manzini et al

2009 Magluta et al 2009 Bittencourt et al 2014)

A incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica que se observa na assistecircncia ao parto em todo

o mundo passou a substituir uma atenccedilatildeo individualizada e mais centrada nas

necessidades das gestantes Isso tem sido motivo de preocupaccedilatildeo de profissionais

de sauacutede e grupos da sociedade civil e governo (Nagahama e Santiago 2008

Rattner 2009 Diniz 2009) Ao mesmo tempo o aparente faacutecil acesso a serviccedilos

de sauacutede e profissionais capacitados e a ampla oferta de guias ou recomendaccedilotildees

natildeo satildeo compatiacuteveis com a estabilidade nas razotildees de morte materna e aumento

da mortalidade neonatal precoce Mais do que preparo teacutecnico parece estar

havendo pouca integraccedilatildeo e continuidade no processo do cuidado e necessidade

de maior atenccedilatildeo dos gestores de sauacutede em niacutevel local Em divergecircncia com as

tendecircncias internacionais natildeo haacute uma cultura de atenccedilatildeo multi e interprofissional

ao parto no Brasil (Amoretti 2005)

Concomitantemente tem havido uma mudanccedila significativa das

caracteriacutesticas demograacuteficas e socioeconocircmicas das mulheres que engravidam e

tem seus filhos no Brasil Entre estas a proporccedilatildeo de mulheres acima dos 35 anos

aumentou a gravidez em adolescentes diminuiu e a taxa de natalidade sofreu a

12

maior reduccedilatildeo observada na literatura num intervalo curto de tempo passando de

51 em 2000 para 19 em 2012 (PNDS 2009 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a) A

fecundidade tardia estaacute associada ao maior niacutevel de instruccedilatildeo das mulheres que

vecircm adiando cada vez mais a maternidade em funccedilatildeo de melhores condiccedilotildees

profissionais e econocircmicas Paralelamente eleva-se a proporccedilatildeo de parto cesaacutereo

(Yazaki 2013) Esta mudanccedila significa que a assistecircncia agrave gestaccedilatildeo e ao parto

especialmente nos centros urbanos dirige-se a mulheres de menor paridade maior

idade e escolaridade que podem ser portadoras de doenccedilas cliacutenicas associadas

Esta realidade exige uma qualificaccedilatildeo maior da assistecircncia com integraccedilatildeo das

accedilotildees dos diversos profissionais e melhor gestatildeo do cuidado

As estrateacutegias para reduccedilatildeo da mortalidade materna

O ldquoPrograma Maternidade Segurardquo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

(OMS) baseado na prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees maternas por estratificaccedilatildeo de

risco foi insuficiente para o avanccedilo esperado (WHO 1996) Constatou-se que

estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria eram insuficientes e que uma parte importante

das complicaccedilotildees relacionadas agrave gestaccedilatildeo soacute eacute passiacutevel de prevenccedilatildeo secundaacuteria

(diagnoacutestico precoce) ou terciaacuteria (tratamento precoce para reduzir sequelas) e

ocorre em populaccedilotildees de baixo risco Uma grande proporccedilatildeo de complicaccedilotildees

graves ocorre em mulheres sem fatores de risco e com as melhores condiccedilotildees de

vida (Souza et al 2010a Souza 2011 WHO 2011)

Assim discussotildees de especialistas concluiacuteram pela necessidade de ter

profissionais muito bem treinados para assistir agrave gestaccedilatildeo e parto e uma boa rede

de atenccedilatildeo acessiacutevel e com recursos disponiacuteveis para atender a casos graves Haacute

13

consenso atualmente de que a mortalidade materna pode ser reduzida por meio

do fortalecimento dos sistemas de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo de rotina

quanto de emergecircncia (United Nations 2010) Neste contexto a detecccedilatildeo precoce

e o tratamento de complicaccedilotildees passaram a ter maior destaque nas estrateacutegias de

reduccedilatildeo de mortalidade materna (Campbell e Graham 2006 Ronsmans e Graham

2006 Cross et al 2010 Souza 2011 Soares et al 2012 Dias et al 2014)

Nos paiacuteses desenvolvidos onde as razotildees de mortalidade materna jaacute satildeo

baixas essa situaccedilatildeo deu forccedila para a adoccedilatildeo de um novo ldquoevento sentinelardquo de

qualidade de assistecircncia agrave gestante o near miss materno (Stones et al 1991) Em

1998 Mantel et al descreveram como near miss as mulheres que sofreram

importantes agravos sistecircmicos que se natildeo fossem tratadas adequadamente

poderiam evoluir para oacutebito Este de near miss materno indicando morbidade

grave evoluiu durante as uacuteltimas duas deacutecadas (Tunccedilalp et al 2012) Em 2009 um

Grupo de Trabalho da OMS definiu como morbidade materna near miss uma

mulher que quase morreu mas sobreviveu a uma complicaccedilatildeo que ocorreu durante

a gravidez parto ou dentro de 42 dias apoacutes o teacutermino da gravidez e usou criteacuterios

de disfunccedilatildeo orgacircnica (cardiacuteaca respiratoacuteria renal hepaacutetica neuroloacutegica uterina e

hematoloacutegica) e paracircmetros de extrema gravidade para definir as condiccedilotildees de risco

de vida associados com a gravidez (Say et al 2009) Antes dessa definiccedilatildeo muitos

estudos usaram diferentes paracircmetros para morbidade severa como admissatildeo em

UTI ou diagnoacutesticos cliacutenicos (Waterstone et al 2001 Donati et al 2012) Esta

definiccedilatildeo foi utilizada para desenvolver um instrumento para auxiliar

14

especificamente instalaccedilotildees e sistemas de sauacutede visando melhorar o atendimento

(WHO 2011)

Aleacutem da vantagem de ser um evento mais frequente que as mortes maternas

a vigilacircncia da morbidade materna grave facilita a discussatildeo do caso cliacutenico com a

equipe envolvida permite entrevistar as mulheres sobreviventes e oferece a

possibilidade de intervenccedilatildeo cliacutenica ou na gestatildeo do cuidado o que pode prevenir

o oacutebito Assim o estudo de near miss materno tem sido preconizado e utilizado para

auditar a qualidade do cuidado obsteacutetrico (Pattinson et al 2003 Amaral et al

2011 Cecatti e Parpinelli 2011 Cecatti et al 2011 Souza et al 2010 2012 e

2013 Dias et al 2014 Haddad et al 2014)

Resultados de estudo de base hospitalar no Brasil mostraram uma incidecircncia

de near miss materno de 1021 por mil nascidos vivos e uma razatildeo de 308 casos

para cada morte materna (Dias et al 2014) As incidecircncias mais elevadas de near

miss materno foram observadas em mulheres com 35 anos ou mais naquelas que

apresentaram maior nuacutemero de cesaacutereas anteriores com relato de gestaccedilatildeo de

risco e de internaccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo atendidas em hospitais do SUS

localizados nas capitais dos estados e naquelas que apresentaram parto foacutercipe ou

cesaacutereo

Haacute um conhecimento recente de que complicaccedilotildees graves na gravidez

ocorrem praticamente na mesma frequecircncia em todos os paiacuteses e regiotildees

independentemente do niacutevel de desenvolvimento e disponibilidade de recursos O

que varia eacute a mortalidade mais elevada em contextos de menor desenvolvimento e

escassez de recursos (Souza et al 2013) Na atenccedilatildeo a gestantes e parturientes

os serviccedilos e profissionais envolvidos necessitam reconhecer os quadros cliacutenicos e

15

saber como conduzi-los eacute necessaacuteria organizaccedilatildeo e agilidade da cadeia de

atenccedilatildeo O acesso a uma assistecircncia qualificada ao preacute-natal e ao parto e suportes

tecnoloacutegicos especiacuteficos como acesso a unidade de terapia intensiva anestesia e

transfusotildees satildeo considerados aspectos essenciais para enfrentar estas

complicaccedilotildees e evitar as mortes maternas (Sousa et al 2006)

No Brasil a reduccedilatildeo da mortalidade materna se encontra estagnada apesar

da disponibilidade de recursos (Ministeacuterio da Sauacutede 2012a IPEA 2010 e 2014

Victora et al 2011 Szwarcwald et al 2014) poliacuteticas e marcos regulatoacuterios

incluindo o Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Materna e Neonatal e a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher com princiacutepios e diretrizes

em consonacircncia com os padrotildees internacionais Quase todas as mulheres

brasileiras passam por no miacutenimo uma consulta preacute-natal 90 delas com pelo

menos quatro consultas Supotildee-se que os recursos necessaacuterios para prevenir e

tratar as principais causas de mortes maternas estejam disponiacuteveis (IPEA 2010 e

2014) Ainda assim observa-se elevada mortalidade materna sendo ao redor de

trecircs quartos destas mortes associadas a causas obsteacutetricas diretas e evitaacuteveis

como complicaccedilotildees hipertensivas e hemorraacutegicas (IPEA 2010 e 2014 Souza

2011)

A qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave gestante e ao parto

O cuidado oferecido agrave gestante sofre o efeito das poliacuteticas de sauacutede e de

organizaccedilatildeo de serviccedilos dependente dos recursos humanos informaccedilatildeo

suprimentos e tecnologias em sauacutede que interagem com as financcedilas a lideranccedila e

a gestatildeo em sauacutede Uma parcela significativa de mulheres com complicaccedilotildees na

16

gestaccedilatildeo experimentam demoras na assistecircncia dificultando a detecccedilatildeo precoce e

o uso de intervenccedilotildees apropriadas no momento correto Essa situaccedilatildeo evidencia

falhas no processo de assistecircncia ou falta de coordenaccedilatildeo das accedilotildees entre as

unidades do sistema de sauacutede (Cecatti et al 2009 Amaral et al 2011 Pacagnella

et al 2011 e 2012) Somente com o fortalecimento das linhas de cuidado dentro da

rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede onde todos esses elementos satildeo articulados e se

qualificam eacute possiacutevel garantir a elevada qualidade da atenccedilatildeo (Savigny e Adam

2009) Se houvesse uma linha de cuidado bem estruturada e gerida responsiva e

utilizaccedilatildeo de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas com atuaccedilatildeo articulada

seria possiacutevel qualificar a atenccedilatildeo oferecida agrave gestante

A mudanccedila de comportamento das instituiccedilotildees e dos profissionais de sauacutede

depende de intervenccedilotildees muacuteltiplas incluindo observaccedilatildeo de modelos decisotildees

poliacuteticas supervisatildeo do cuidado e accedilotildees de gestatildeo em sauacutede Uma das

intervenccedilotildees sabidamente eficazes eacute a auditoria cliacutenica que desde a metade do

seacuteculo passado eacute usada em sauacutede materna com impacto sobre a mortalidade em

alguns paiacuteses (Lewis 2007 Souza 2011) No Brasil a atuaccedilatildeo de comitecircs para

revisatildeo dos casos de mortes maternas com vigilacircncia de casos sentinela em sauacutede

foi iniciada em 1990 (IPEA 2010) No entanto a ausecircncia da devoluccedilatildeo da

informaccedilatildeo e governabilidade para propor e implantar accedilotildees de melhoria tornou a

intervenccedilatildeo pouco efetiva (Pattinson et al 2009)

A aplicaccedilatildeo da auditoria cliacutenica de morbidade materna grave e near miss

com orientaccedilatildeo de manejo cliacutenico dos casos segundo padrotildees de condutas

previamente estabelecidos e baseados na melhor evidecircncia tem sido proposta

como intervenccedilatildeo qualificadora do cuidado (Graham 2009 Souza et al 2010b

17

Amaral et al 2011 Souza 2011 WHO 2011 Tunccedilalp e Souza 2014) O principal

produto destas auditorias eacute a informaccedilatildeo sobre a praacutetica no serviccedilo de sauacutede para

accedilatildeo O desafio das auditorias eacute que sua implantaccedilatildeo deve ser sistecircmica sendo a

informaccedilatildeo produzida o ponto de partida para uma accedilatildeo ampla de fortalecimento

dos variados componentes do sistema com retorno de propostas e reavaliaccedilatildeo

posterior fechando o ciclo (Souza 2011)

Nessa visatildeo eacute necessaacuterio conter a demora nas accedilotildees considerando o

cuidado em tempo oportuno como item primordial para o sucesso Thaddeus e

Maine (1990) propuseram o modelo teoacuterico de trecircs demoras conhecido como three

delays model como um referencial teoacuterico para estudar as mortes maternas

bull Fase I ndash demora na decisatildeo de procurar cuidados pelo indiviacuteduo eou

famiacutelia (estaacute relacionada agrave autonomia das mulheres)

bull Fase II ndash demora no alcance de uma unidade de cuidados adequados

de sauacutede (relacionada agrave distacircncia geograacutefica)

bull Fase III ndash demora em receber os cuidados adequados na instituiccedilatildeo

de referecircncia (relacionada agrave assistecircncia meacutedica)

A maioria das mortes maternas natildeo pode ser atribuiacuteda a uma uacutenica demora

sendo comum uma combinaccedilatildeo de fatores na sequecircncia causal que pode ser social

e comportamental relacionadas agrave famiacutelia agrave comunidade e ao sistema de sauacutede

(Kalter et al 2011) A coleta de informaccedilotildees sobre mortes maternas e near miss

materno no modelo de demoras seria uma peccedila chave para avaliar a qualidade

dos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica ou outros fatores outros associados aos maus

resultados (Roost et al 2009 Lori e Starke 2011)

18

Pacagnella et al (2011) num estudo em maternidades de referecircncia em todo

o Brasil observaram uma associaccedilatildeo crescente entre a identificaccedilatildeo de alguma

demora no atendimento obsteacutetrico e desfechos maternos adversos extremos (near

miss materno e oacutebito) Os autores constataram 52 de demoras identificadas entre

mulheres com condiccedilotildees potencialmente ameaccediladoras da vida sendo 684 no

grupo mais grave de near miss materno e 841 no grupo de oacutebito materno Eacute

surpreendente que essas porcentagens de demora sejam observadas nos grandes

centros urbanos apesar da existecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com

acesso livre e sem custo ao cuidado incluindo a transferecircncia de uma gestante para

hospital de referecircncia se necessaacuterio por um centro regulador Considerando os

fatores potencializadores do bom cuidado fica evidente que muitas ldquonatildeo

conformidadesrdquo estatildeo ocorrendo

No mesmo estudo (Pacagnella et al 2011) encontrou-se que os piores

desfechos estiveram ligados agrave indisponibilidade dos serviccedilos obsteacutetricos de

urgecircncia e falta de uma rede de referecircncia articulada dentro do sistema de sauacutede

Quando consideradas as demoras relacionadas ao sistema de sauacutede a

comunicaccedilatildeo entre os equipamentos de sauacutede e as dificuldades com o transporte

(fase II) foram mais comuns do que a ausecircncia de equipamentos ou medicamentos

Os dados mostram que em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede as

dificuldades e problemas na referecircncia e transferecircncia dos casos estatildeo entre as

principais barreiras para se oferecer atendimento obsteacutetrico adequado nas

situaccedilotildees de emergecircncia Os autores apontam a grande fragilidade das redes de

referecircncia regionais de prestadores de serviccedilos complementares

19

Em estudo realizado por Amaral et al (2011) observou-se que quase metade

dos casos de near miss materno foi encaminhada aos hospitais de Campinas de

referecircncia para o SUS por outros municiacutepios ou pelo sistema privado de sauacutede

Mesmo na regiatildeo de Campinas com toda a infraestrutura e acesso a cuidados

havia falta de suprimentos e inadequaccedilatildeo de protocolos causando demora tipo III

Este achado reforccedila a necessidade de rever a qualidade do cuidado e organizar a

rede de atenccedilatildeo perinatal envolvendo gestores de sauacutede maternidades e equipes

cliacutenicas das redes puacuteblica e privada

A oferta de serviccedilos qualificados na atenccedilatildeo perinatal tambeacutem estaacute

associada agrave manutenccedilatildeo das capacidades teacutecnicas e disponibilidade de recursos

institucionais Kyser et al (2012) conduziram estudo para examinar a relaccedilatildeo entre

volume de parto e complicaccedilotildees maternas com 1683754 partos em 1045 hospitais

no ano de 2006 Os hospitais que estavam nos decis 1 e 2 de volume de partos

tiveram taxas mais altas de complicaccedilotildees do que aqueles do decil 10 Sessenta por

cento dos hospitais dos decis 1 e 2 estavam localizados a 40 km dos hospitais de

maior volume Mas os hospitais dos decis 9 e 10 tiveram maiores complicaccedilotildees

comparados com os do decil 6 Os autores concluiacuteram que as maiores taxas de

complicaccedilotildees ocorreram em mulheres que tiveram o parto tanto em hospitais com

volume muito baixo quanto naqueles com volume muito alto

Na Holanda foi desenvolvido estudo de coorte com base populacional para

examinar o efeito do tempo de viagem de casa ateacute o hospital sobre a mortalidade

e os resultados adversos em mulheres graacutevidas a termo em cuidado primaacuterio e

secundaacuterio Os autores concluiacuteram que o tempo de viagem de casa para o hospital

de 20 minutos ou mais por carro estaacute associado com um aumento de risco de

20

mortalidade e resultados adversos em mulheres com gestaccedilotildees a termo Destaca-

se que esses achados deveriam ser considerados no planejamento para a

centralizaccedilatildeo dos cuidados obsteacutetricos (Ravelli et al 2011)

Nos Estados Unidos em 2007 estudou-se tambeacutem a relaccedilatildeo entre volume

de casos atendidos pelos profissionais e as taxas de complicaccedilotildees obsteacutetricas

(laceraccedilotildees hemorragia infecccedilotildees e tromboses) As mulheres cuidadas por

provedores classificados no mais baixo quartil de volume provido (menos do que

sete partosano) tiveram uma probabilidade 50 maior de complicaccedilotildees

comparadas com aquelas que foram atendidas por obstetras do mais alto quartil

Se o volume estaacute casualmente relacionado com as menores taxas de complicaccedilotildees

eacute recomendaacutevel ter um programa robusto de educaccedilatildeo continuada incluindo os

demais (Janakiraman et al 2011)

A Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por apresentar

niacuteveis de sauacutede bastante favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias estaduais e nacionais

Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) estima-se que

50 dos residentes da RMC possuem cobertura de planos de sauacutede e seguros

privados com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS

dependente varia entre 38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho)

Estudos mais detalhados da RMC utilizando diferentes indicadores sociais

permitem identificar aacutereas com melhores e piores condiccedilotildees de vida A faixa que vai

do Sul de Indaiatuba e Campinas estendendo-se em direccedilatildeo a Hortolacircndia

Sumareacute Nova Odessa Santa Baacuterbara DrsquoOeste Americana e Pauliacutenia tem os

piores indicadores sociais Isso significa que haacute diferentes necessidades de sauacutede

a serem consideradas no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas

21

puacuteblicas e linhas de cuidado para a gestante na regiatildeo (UNICAMP 2012) Assim

interessou-nos estudar como a complexa inter-relaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

o perfil soacutecio demograacutefico e a dinacircmica linha de cuidado agrave gestante pode influenciar

na qualidade do cuidado na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

22

23

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar o cuidado ofertado agraves mulheres da Regiatildeo Metropolitana de

Campinas (RMC) no momento do parto

Objetivos Especiacuteficos

Correlacionar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

indicadores socioeconocircmicos nos 19 municiacutepios da RMC (Artigo 1)

Descrever as rotinas realizadas na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto nos serviccedilos obsteacutetricos da RMC (Artigo 2)

24

25

MEacuteTODOS

Desenho do estudo

Este eacute um estudo sobre o diagnoacutestico das condiccedilotildees de oferta qualificaccedilatildeo

do cuidado prestado e seus resultados Para cumprir o primeiro objetivo especiacutefico

foi desenvolvido um estudo de corte transversal com indicadores de sauacutede dos

municiacutepios da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Para cumprir o segundo

objetivo foi realizado um estudo descritivo das praacuteticas intra-hospitalares de

assistecircncia ao parto

Local do estudo

Os 19 municiacutepios da RMC e seus respectivos serviccedilos de atenccedilatildeo ao parto

puacuteblicos ou conveniados ao SUS

Procedimentos

Este estudo foi proposto a partir da experiecircncia de um estudo preacutevio

coordenado e desenvolvido pelo Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas (NEPP)

da Unicamp denominado ldquoDefiniccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo dos protocolos

cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos de supervisatildeo

teacutecnica na RMC ndash Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMCrdquo Os resultados desse estudo NEPP conduzido em 2011 no qual

foram avaliadas as condiccedilotildees de oferta e recursos disponiacuteveis nas instituiccedilotildees natildeo

26

estatildeo sendo apresentados neste trabalho de tese Com o apoio do NEPP e como

complementaccedilatildeo do diagnoacutestico iniciado com o projeto sobre a linha de cuidado da

gestante e pueacuterpera na RMC este projeto foi apresentado agrave diretora da Diretoria

Regional de Sauacutede VII de Campinas (DRS VII) apoacutes aprovaccedilatildeo no Comitecirc de Eacutetica

em Pesquisa da Unicamp

Posteriormente o projeto da pesquisa foi apresentado agrave Cacircmara Temaacutetica

de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Campinas foacuterum consultivo composto pelos

secretaacuterios de sauacutede dos municiacutepios que compotildeem a RMC Diante da concordacircncia

dos seus membros foi enviada carta aos secretaacuterios de sauacutede solicitando o contato

dos responsaacuteveis pelas 17 instituiccedilotildees de sauacutede (hospitaismaternidades) que

fariam parte do estudo A seguir uma das pesquisadoras entrou em contato

telefocircnico com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos dos

hospitaismaternidades para agendar a coleta de dados por meio de entrevista

Apresentou-se o projeto com aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

solicitando autorizaccedilatildeo para contato com os responsaacuteveis Apoacutes a aprovaccedilatildeo da

instituiccedilatildeo seus responsaacuteveis foram contatados e uma entrevista foi marcada no

local sendo realizada pela pesquisadora

Criteacuterios de inclusatildeo

Ser um dos municiacutepios da RMC (Americana Artur Nogueira Campinas

Cosmoacutepolis Engenheiro Coelho Holambra Hortolacircndia Indaiatuba Itatiba

Jaguariuacutena Monte Mor Nova Odessa Pauliacutenia Pedreira Santa Baacuterbara DrsquoOeste

Santo Antocircnio de Posse Sumareacute Valinhos Vinhedo) ndash Anexo 1

27

Pertencer agrave lista de serviccedilos obsteacutetricos (Associaccedilatildeo Hospital Beneficente

Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus FUNBEPE ndash Fundaccedilatildeo Beneficente de Pedreira

Hospital Augusto de Oliveira Camargo Hospital Beneficente Santa Gertrudes

Hospital Estadual de Sumareacute ndash HES Hospital e Maternidade de Campinas (HMC)

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP PUC Campinas) Hospital e

Maternidade Governador Maacuterio Covas Hospital da Mulher Prof Dr Joseacute

Aristodemo Pinotti ndash CAISM Hospital e Maternidade de Nova Odessa ndash Dr Aciacutelio

Carrion Garcia Hospital Municipal de Pauliacutenia Hospital Municipal Waldemar

Tebaldi Hospital Municipal Walter Ferrari Irmandade da Santa Casa de

Misericoacuterdia de Valinhos Santa Casa de Misericoacuterdia de Itatiba Santa Casa de

Misericoacuterdia de Santa Baacuterbara Drsquooeste e Hospital Galileo) dos 19 municiacutepios que

compotildeem a RMC que faziam parte do estudo preacutevio do NEPP

Para as entrevistas acerca das boas praacuteticas os sujeitos foram os gestores

dos serviccedilos obsteacutetricos (Centros Obsteacutetricos) da RMC meacutedicos ou enfermeiros

Criteacuterios de exclusatildeo

Recusa do gestor para participar do estudo

Instrumentos

Os dados sobre indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos referentes ao primeiro objetivo especiacutefico foram extraiacutedos pela

pesquisadora de sistemas de informaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede ndash DATASUS

28

da Fundaccedilatildeo SEADE e do IBGE e posteriormente foram confeccionadas tabelas

Para compor um banco de dados foi construiacuteda uma planilha em Excel

Para responder ao segundo objetivo especiacutefico foram utilizados dois

instrumentos complementares o do Ministeacuterio da SauacutedeMS ldquoInstrumento de

avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo e outro elaborado especialmente para o estudo um roteiro

semiestruturado para as entrevistas com os meacutedicos e os enfermeiros

responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da RMC sobre a rotina da assistecircncia ao

parto (Anexos 2 e 3)

O instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede aborda a ldquoImplantaccedilatildeo das boas

praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo com resposta fechadas em escala Likert

conforme a frequecircncia de sua realizaccedilatildeo

1 Sempre realizada (+ 90 das vezes)

2 Frequentemente realizada (60-90 das vezes)

3 Realizada agraves vezes (20-60 das vezes)

4 Raramente realizada (menos de 20 das vezes)

5 Nunca realizada (proacuteximo de 0)

6 Natildeo sei responder

O roteiro semiestruturado aborda a utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e

guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal cesaacuterea e principais

complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) e

dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos ou medicaccedilotildees transporte comunicaccedilatildeo

hemoderivados ou para monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves possam

ser levado a um cuidado sub-oacutetimo focando a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica

29

durante o parto e puerpeacuterio imediato Conteacutem perguntas fechadas e outras abertas

para as entrevistas realizadas com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos

(meacutedicos ou enfermeiros)

Aspectos eacuteticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP)

da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

Foram elaborados dois termos de consentimento livre e esclarecido um para

os responsaacuteveis pelas instituiccedilotildees participantes e outro para os gerentes dos

serviccedilos obsteacutetricos das instituiccedilotildees (sujeitos do estudo) (anexos 4 e 5)

Foram respeitados todos os aspectos eacuteticos previstos na Resoluccedilatildeo

4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (CNS 2012)

assim como o previsto na Declaraccedilatildeo de Helsinque Foram respeitados o sigilo e

confidencialidade dos dados dos sujeitos do estudo

Variaacuteveis e Conceitos

Dados obtidos por meio dos sistemas DATASUS (indicadores de sauacutede estatiacutesticas

vitais e demograacuteficas e socioeconocircmicas)

Municiacutepio de origem cidade de residecircncia da gestante

Idade da matildee nuacutemero de anos da matildee categorizada como matildee de a0 a 14

anos matildee de 15 a 19 anos matildee de 20 a 24 anos matildee de 25 a 29 anos matildee

de 30 a 34 anos matildee de 35 a 39 anos (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Estado marital situaccedilatildeo civil da mulher categorizado como solteira

casada viuacuteva separada uniatildeo consensual e estado civil ignorado

30

Cor da pele conjunto de caracteriacutesticas socioculturais e fenotiacutepicas

identificadas pela observaccedilatildeo ou declaraccedilatildeo da proacutepria mulher disponiacuteveis

nos sistemas utilizados Classificadas em branca preta parda amarela

indiacutegena e cor ignorada

Grau de escolaridade da matildee nuacutemero de anos de estudos concluidos com

aprovaccedilatildeo Categorizado em 1- Nenhuma escolaridade natildeo sabe ler e

escrever 2 - De um a trecircs anos curso de alfabetizaccedilatildeo de adultos primaacuterio

ou elementar primeiro grau ou fundamental 3 - De quatro a sete anos

primaacuterio fundamental ou elementar primeiro grau ginaacutesio ou meacutedio primeiro

ciclo 4 - De oito a 11 anos primeiro grau ginasial ou meacutedio primeiro ciclo

segundo grau colegial ou meacutedio segundo ciclo 5 - 12 e mais segundo grau

colegial ou meacutedio segundo ciclo e superior 9 ndash escolaridade ignorada se natildeo

houver informaccedilatildeo sobre escolaridade (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Nuacutemero de consultas de preacute-natal nuacutemero de consultas no

acompanhamento preacute-natal Categorizada em nenhuma de 1 a 3 de 4 a 6

7 ou mais e ignorado

Idade gestacional duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo em semanas Variaacutevel categoacuterica

ordinal Categorizado em menos de 22 semanas de 22 a 27 semanas de

28 a 31 semanas de 32 a 36 semanas de 37 a 41 semanas 42 semanas ou

mais e idade gestacional ignorada

Nuacutemero de nascidos vivos segundo consta no SINASC

Nuacutemero de nascidos mortos segundo consta no SIM

31

Nuacutemero de receacutem-nascidos prematuros total de receacutem-nascidos com

menos de 37 semanas de idade gestacional

Taxa de baixo peso ao nascer ndash eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de receacutem-

nascidos com peso menor que 2500gr e o total de receacutem-nascidos de um

municiacutepio no ano considerado

Taxa de prematuridade - Nuacutemero de nascidos vivos prematuros em relaccedilatildeo

ao total de nascidos (vivos e mortos) da instituiccedilatildeo hospitalar no ano

considerado (ANS 2004a)

Iacutendice de Apgar valores medidos no primeiro e no quinto minutos de vida

Consiste numa escala que varia de zero a dez que reflete a vitalidade do

receacutem-nascido Categorizado em Apgar de 1ordmrsquo e de 5ordmrsquo ndash de 0 a 2 de 3 a 5

de 6 a 7 8 a 10 e ignorado

Peso ao nascer peso em gramas Categorizado em menos de 500g 500 a

999g 1000 a 1499g 1500 a 2499g 2500 a 2999g 3000 a 3999g 4000g e

mais peso ignorado

Taxa de analfabetismo feminino por municiacutepio percentual de mulheres sem

instruccedilatildeo por municiacutepio

Renda meacutedia domiciliar per capita relaccedilatildeo entre o rendimento total dos

moradores ou das pessoas da famiacutelia dividido pelo nuacutemero de pessoas do

domiciacutelio ou da famiacutelia

Nuacutemero de serviccedilo de atenccedilatildeo ao Preacute-Natal e ao Parto total de serviccedilos de

atenccedilatildeo ao Preacute-natal e ao parto independente do risco por municiacutepio

32

Dados obtidos por meio de pesquisa na Fundaccedilatildeo SEADE - Informaccedilotildees dos

Municiacutepios Paulistas (IMP)

Razatildeo de mortalidade materna (RMM) ndash eacute o risco estimado de morte de

mulheres ocorrida durante a gravidez o aborto o parto ou ateacute 42 dias apoacutes

o parto atribuiacuteda a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez pelo

aborto pelo parto ou pelo puerpeacuterio ou por medidas tomadas em relaccedilatildeo a

elas expressa em nuacutemero de oacutebitos maternos por 100 mil nascidos vivos de

matildees residentes em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado

(Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011 e 2012)

Taxa de mortalidade neonatal precoce - Nuacutemero de oacutebitos de 0 a 6 dias de

vida completos por mil nascidos vivos na populaccedilatildeo residente em

determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (Fundaccedilatildeo Nacional da

Sauacutede 2011)

Taxa de mortalidade perinatal - Tem como numerador os oacutebitos fetais a partir

da 22ordf semana (natimortalidade) e os oacutebitos neonatais menores que sete

dias de vida (neomortalidade precoce) e como denominador o nuacutemero total

de nascimentos (vivos e mortos) (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011)

Porcentagem de receacutemndashnascido com baixo peso ao nascer (lt2500gr)

Taxa de parto cesaacutereo eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de partos cesaacutereos

e o total de partos (normais e cesaacutereos) realizados por uma instituiccedilatildeo

hospitalar no ano considerado (ANS 2004b)

33

Abastecimento de aacutegua () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares

permanentes por forma de abastecimento de aacutegua segundo prefeituras

Coleta de lixo () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes por

destino do lixo coletado por serviccedilo de limpeza segundo prefeituras

Esgoto sanitaacuterio () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes

por forma de esgotamento sanitaacuterio segundo prefeituras

Rendimento meacutedio mensal das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios

particulares permanentes ( por faixas) Categorizado em sem rendimento

rendimento gt frac12 a 1 SM gt 1 a 2 SM gt 2 a 3 SM gt 3 a 5 SM gt 5 a 10 SM e

gt 10 SM

Densidade demograacutefica ndash nuacutemero de habitantes por km2 Variaacutevel contiacutenua

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal - medida resumida do

progresso em longo prazo em trecircs dimensotildees baacutesicas do desenvolvimento

humano renda educaccedilatildeo e sauacutede

Dado obtido do IBGE censo 2010

Porcentagem de chefia feminina nos arranjos familiares ndash casal sem

filhosoutros casal + filhosoutros chefe + outros monoparentaloutros

sozinho (IBGE 2012)

Porcentagem de chefia feminina sem cocircnjuge nos arranjos familiares - chefe

+ outros monoparentaloutros sozinho

34

Variaacuteveis obtidas nas entrevistas com os gestores

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade categorizada em sim e natildeo

Protocolo para hipertensatildeo severa categorizada em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo categorizada

em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia nas cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Manejo ativo do 3ordm periacuteodo - categorizado em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com transporte categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias de orientaccedilatildeo para assistecircncia em partos normais e

cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias para as complicaccedilotildees categorizada em sim e natildeo

35

Variaacuteveis do instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede ndash ldquoImplantaccedilatildeo das boas praacuteticas

na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo

Todas as respostas neste instrumento satildeo categorizadas conforme a escala

Likert

Sempre realizada (+ 90 das vezes) Frequentemente realizada (60-90

das vezes) Realizada agraves vezes (20-60 das vezes) Raramente realizada (menos

de 20 das vezes) Nunca realizada (proacuteximo de 0) Natildeo sei responder

bull Acolhimento e classificaccedilatildeo de risco na recepccedilatildeo da maternidade

bull Utilizaccedilatildeo de partograma para todas as mulheres em TP

bull Presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher no TP e parto

bull Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do TP

bull Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo

bull Episiotomia

bull Estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na 1ordf hora

bull Disponibilizaccedilatildeo do resultado do teste raacutepido de HIV

bull Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

36

37

CAPIacuteTULOS

Artigo 1 Christoacuteforo F Restitutti MC Lavras C e Amaral E A diversidade socioeconocircmica

e os indicadores de sauacutede materna e perinatal na Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil

Socioeconomic diversity and maternal and perinatal health indicators at the Metropolitan

Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

Artigo 2 Christoacuteforo F Lavras C e Amaral E Praacuteticas rotineiras em serviccedilos de obstetriacutecia

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil Routine practices in obstetrics services at the

Metropolitan Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

38

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1

De cadernosfiocruzbr

Enviada Sexta-feira 3 de Julho de 2015 0926

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_106415)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS

INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL (CSP_106415) para Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o progresso de seu manuscrito dentro do processo

editorial bastando clicar no link Sistema de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos

localizado em nossa paacutegina httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

39

ARTIGO 1

A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS INDICADORES DE SAUacuteDE

MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS

BRASIL

SOCIOECONOMIC DIVERSITY AND MATERNAL AND PERINATAL HEALTH

INDICATORS AT THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS BRAZIL

DIVERSIDAD SOCIO-ECONOMICOS Y INDICADORES MATERNA Y

PERINATAL LA REGIOacuteN METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E

PERINATAL

F Christoacuteforo1

MC Restitutti2

C Lavras3

E Amaral4

1 Doutoranda Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp e enfermeira do Nuacutecleo

de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas CampinasSP Brasil

2 Pesquisadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

40

RESUMO

OBJETIVO Correlacionar os indicadores socioeconocircmicas e de sauacutede materna e perinatal

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo transversal com

informaccedilotildees extraiacutedas do DATASUS da Fundaccedilatildeo SEADE e do censo 2010 Aplicaram-se

os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman e mapeamento dos indicadores

RESULTADOS Maiores porcentagens de matildees adolescentes e maior taxa de analfabet ismo

se correlacionaram diretamente com nuacutemero de consultas preacute-natais mortalidade perinatal

mortalidade neonatal precoce prematuridade e baixo peso ao nascer e inversamente com

cesaacutereas A renda meacutedia per capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal se

correlacionaram diretamente com cesaacutereas e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

natais e mortalidade perinatal CONCLUSOtildeES Apesar do desenvolvimento social da RMC

permanecem desigualdades que impactam os indicadores de sauacutede materna e prinatal Os

piores resultados foram observados em adolescentes mulheres com menor escolaridade e

renda enquanto que o poder econocircmico aumentou a taxa de cesaacutereas

Palavras chave obstetriacutecia parto indicadores baacutesicos de sauacutede

41

ABSTRACT

OBJECTIVE To correlate socioeconomic with maternal and perinatal health indicators in

the Metropolitan Region of Campinas (RMC) METHOD This is a cross-sectional study

with data from DATASUS SEADE Foundation and 2010 census We applied Pearson and

Spearman correlation coefficients as well as mapping of indicators RESULTS Teenage

mothers and higher illiteracy rates correlated directly with antenatal visits perinatal

mortality early neonatal mortality prematurity and low birth weight and inversely with

caesarean section The average income per capita and the Municipal Human Development

Index correlate directly with caesarean section and inversely with antenatal visits and

perinatal mortality rate CONCLUSIONS Regardless of RMCs social development

inequalities remain impacting maternal and perinatal health indicators The worst results

were found among adolescents women with less education and income while the economic

power increased the cesarean rate

42

RESUMEN

OBJETIVO Correlacionar indicadores socioeconoacutemicos y de salud materna y perinatal en

la Regioacuten Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio transversal con

informacioacuten de la DATASUS el SEADE Fundacioacuten y 2010 censo Se aplicaron coeficientes

de correlacioacuten de Pearson y Spearman y mapa de los indicadores RESULTADOS Madres

adolescentes y las tasas de analfabetizacioacuten se correlacionan directamente con menos

consultas prenatales mortalidad perinatal mortalidad neonatal precoz prematuridad y bajo

peso al nacer y inversamente con cesaacutereas El ingreso y el Iacutendice de Desarrollo Humano

Municipal se correlacionan directamente con cesaacuterea e inversamente con visitas prenatales y

mortalidad perinatal CONCLUSIONES Aunque el desarrollo del RMC se mantienen

desigualdades que afectan indicadores de salud materna e perinatal Los peores resultados se

observaron en las adolescentes mujeres con menos educacioacuten e ingresos aunque el poder

econoacutemico se incrementoacute la cesaacuterea

43

INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas o Brasil vivenciou transformaccedilotildees nos determinantes sociais das

doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede1 O paiacutes fez progressos nos Objetivos de

Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) atingindo algumas das metas estabelecidas

Contribuiacuteram para este resultado as modificaccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas externas

ao setor de sauacutede aleacutem de consolidaccedilatildeo do Sistema Nacional de Sauacutede (SUS) expansatildeo da

cobertura e a implementaccedilatildeo de programas para melhoria da sauacutede infantil e para a promoccedilatildeo

da sauacutede das mulheres ampliaccedilatildeo da cobertura de vacinaccedilatildeo e da assistecircncia preacute-natal Por

outro lado ainda se observam desigualdades socioeconocircmicas e regionais em sauacutede e

necessidade de qualificar os recursos humanos123

Persistem desafios como a reduccedilatildeo de mortes maternas (MM) e nascimentos preacute-

termo por um lado aleacutem de reduccedilatildeo de partos cesaacutereos e uso rotineiro de intervenccedilotildees

desnecessaacuterias no parto por outro Apesar de avanccedilo anterior com reduccedilatildeo da razatildeo de morte

materna (RMM) houve estagnaccedilatildeo a partir de 200212 A reduccedilatildeo observada se deveu agrave queda

da mortalidade por causas obsteacutetricas diretas2 Eacute possiacutevel avanccedilar com estrateacutegias de

qualificaccedilatildeo nos serviccedilos aleacutem das intervenccedilotildees multissetoriais como a redistribuiccedilatildeo de

renda134 Um total de 98 dos partos ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e proacuteximo de 90

deles satildeo assistidos por meacutedicos1 Se uma fraccedilatildeo das mortes maternas e neonatais ocorre

dentro dos hospitais por causas evitaacuteveis o monitoramento das mesmas eacute um elemento

relevante para conhecimento dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da

assistecircncia5

As cesaacutereas podem reduzir a mortalidade e morbidade materna e perinatal quando

bem indicadas mas podem acarretar riscos6 Entretanto cada vez mais mulheres de estatildeo

parindo por cesaacuterea e uma parte significativa destas intervenccedilotildees ciruacutergicas estaacute sendo

44

realizada sem indicaccedilatildeo meacutedica46 Os riscos potenciais de cesaacutereas desnecessaacuterias precisam

ser considerados7

As mortes neonatais satildeo responsaacuteveis por 40 das mortes entre crianccedilas menores de

cinco anos de idade no mundo e 68 das mortes infantis no Brasil238 Em 2011 a taxa de

mortalidade neonatal foi de 111 oacutebitos por mil nascidos vivos sendo maior nas classes

sociais mais baixas entre receacutem-nascidos de muito baixo peso e prematuros seguido pelos

malformados910 O padratildeo de distribuiccedilatildeo das causas de morte infantil estaacute relacionado ao

processo de desenvolvimento do paiacutes23 Quanto maior a participaccedilatildeo dos oacutebitos no periacuteodo

neonatal precoce mais complexo atuar sobre as causas das mortes e mais importantes se

tornam as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede relacionados ao preacute-natal ao parto e ao puerpeacuterio2

Neste cenaacuterio oportunidades de sinergismo das accedilotildees em sauacutede materna e perinatal

passaram a ser enfatizadas Eacute consenso que a mortalidade materna e a neonatal podem ser

reduzidas atraveacutes do fortalecimento do sistema de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade para mulheres e seus receacutem-nascidos11 incluindo assistecircncia preacute-

natal e parto e estrutura de atendimento neonatal812 Este estudo pretende correlacionar os

indicadores de sauacutede materna e perinatal com os indicadores socioeconocircmicos nos 19

municiacutepios na Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo de corte transversal correlacionando os indicadores

socioeconocircmicos e indicadores de sauacutede materna e perinatal Foram sujeitos do estudo os 19

municiacutepios que compunham a RMC a segunda maior regiatildeo metropolitana do estado de Satildeo

Paulo dotada de grande desenvolvimento socioeconocircmico e de boa oferta de serviccedilos de

sauacutede A partir da extraccedilatildeo dos dados disponiacuteveis de 2011 em sistemas de informaccedilatildeo oficia is

45

(DATASUS - para estatiacutesticas vitais e dados demograacuteficos Fundaccedilatildeo SEADE ndash para dados

de sauacutede renda e rendimentos e censo de 2010 para chefia feminina dos domiciacutelios) foi

criado um banco de dados por municiacutepio de domiciacutelio A coleta de dados ocorreu em janeiro

e fevereiro de 2014

As variaacuteveis socioeconocircmicas estudadas por municiacutepio de residecircncia das parturientes

incluiacuteram porcentagem de matildees adolescentes sem parceiro raccedila branca escolaridade lt 8

anos de estudo chefe de famiacutelia com renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) taxa de chefia feminina

analfabetismo renda meacutedia domiciliar per capita (R$) porcentagem de esgoto sanitaacuterio

densidade demograacutefica (habkm2) e iacutendice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)

Para caracterizar a atenccedilatildeo obsteacutetrica prestada na RMC estudaram-se as variaacuteve is

maternas e perinatais porcentagens de matildees com ateacute 6 consultas de preacute-natal de cesaacutereas

de RN com Apgar de 5ordm min lt 8 RMM Taxa de mortalidade perinatal (TMP) taxa de

mortalidade neonatal precoce (TMNP) (por 1000 NV) taxa de prematuridade e porcentagem

de RN com baixo peso (BP) ao nascer

Realizou-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis com distribuiccedilatildeo de frequecircncias Apoacutes

aplicou-se os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman O projeto de pesquisa foi

aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

46

RESULTADOS

A RMM esteve abaixo de 70100000 NV (nascidos vivos) em 15 de 19 municiacutep ios

14 tiveram mais de 60 dos partos cesaacutereos e menos que 10 dos RN com BP ao nascer A

TMP foi maior que 10 por 1000 NV em 14 municiacutepios e a TMNP foi menor que 10 por 1000

NV em 17 deles ndash tabela 1

Havia mais de 15 de matildees adolescentes em sete municiacutepios A taxa de

analfabetismo foi maior que 5 em 10 cidades Em 12 municiacutepios mais de 50 das matildees

natildeo tinham parceiro e em 11 deles mais de 20 da populaccedilatildeo tinha chefia feminina Em 15

municiacutepios mais de 20 dos chefes de famiacutelia tinham renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) e 13

cidades tinham mais de 90 de esgoto sanitaacuterio - tabela 2

Somente trecircs municiacutepios tiveram menos de 500 nascidos vivos por ano Em cinco

municiacutepios mais de 20 das matildees fizeram ateacute seis consultas de preacute-natal Nove municiacutep ios

tiveram mais de 10 dos RN com menos de 37 semanas e trecircs tinham mais de 2 dos RN

com Apgar de 5ordm minuto lt 8 ndash tabela 2

No geral os indicadores socioeconocircmicos e de sauacutede materna e perinatal apontaram

resultados mais desfavoraacuteveis em trecircs municiacutepios contiacuteguos na regiatildeo noroeste e outros dois

na regiatildeo sudoeste ndash figuras 1 e 2 Um grupo de trecircs municiacutepios no nordeste da regiatildeo e outro

na regiatildeo sudoeste estatildeo entre os que apresentaram IDHM alto associado a maiores taxas de

cesaacuterea prematuridade e de TMNP ndash figura 1

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e RMM (dados natildeo

apresentados) As porcentagens de matildees adolescentes renda do chefe de famiacutelia le 1 SM e a

taxa de analfabetismo se correlacionaram positivamente com menor nuacutemero de consultas

preacute-natais e inversamente com cesaacutereas A porcentagem de matildees com escolaridade lt 8 anos

foi diretamente correlacionada com menor nuacutemero de consultas preacute-natais As porcentagens

47

de matildees sem parceiros e populaccedilatildeo com chefia feminina foram correlacionadas inversamente

com cesaacutereas A renda meacutedia domiciliar per capita e o IDHM foram correlacionados

diretamente com cesaacutereas e inversamente com menor nuacutemero de consultas preacute-natais -

tabela 3

As porcentagens de matildees adolescentes escolaridade lt 8 anos e a taxa de

analfabetismo se correlacionaram positivamente com a TMNP taxa de prematuridade e

baixo peso ao nascer O IDHM e a renda meacutedia domiciliar per capita se correlacionaram

inversamente com a TMP mas as porcentagens de matildees adolescentes renda le 1 SM e

analfabetismo se correlacionaram positivamente com esse indicador - tabela 3

DISCUSSAtildeO

Este estudo mostrou que entre os municiacutepios da RMC permanecem desigualdades

socioeconocircmicas que impactam os indicadores estudados A populaccedilatildeo mais vulneraacutevel satildeo

as mulheres com menor escolaridade e renda as analfabetas as matildees adolescentes e as

mulheres sem parceiros Os indicadores estudados foram semelhantes aos utilizados por Reis

e colaboradores13 Sua interpretaccedilatildeo pode contribuir para uma melhoria contiacutenua do acesso

ao cuidado e da qualidade da sauacutede oferecida em niacutevel local e estadual13

A RMC destaca-se por apresentar niacuteveis de sauacutede favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias

estaduais e nacionais Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar estima-se

que 50 dos residentes na RMC possuem cobertura de planos e seguros privados de sauacutede

com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS dependente varia entre

38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho) Estudar os indicadores sociais da RMC

pode contribuir para identificar aacutereas com diferentes necessidades de sauacutede o que deve ser

48

considerado no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas e linhas de

cuidado para a gestante na regiatildeo14

Na Franccedila foram fechados os serviccedilos obsteacutetricos que realizavam menos de 300

partosano considerando como criteacuterios para o fechamento o grau de isolamento

geograacutefico a aacuterea coberta pela maternidade a oferta alternativa de estruturas obsteacutetricas e

pediaacutetricas o risco das gestantes e o risco social da populaccedilatildeo4 Na RMC trecircs municiacutep ios

tiveram menos de 500 nascimentos em 2011 Somente o municiacutepio de Campinas tem trecircs

maternidades puacuteblicas a maioria dos municiacutepios tem apenas uma e quatro deles natildeo tecircm

nenhuma Destes trecircs municiacutepios possuem menos de 500 nascimentosano e distam em

meacutedia 170 km dos municiacutepios com maternidade suficiente para que natildeo ocorram demoras

que poderiam contribuir com piores desfechos maternos e fetais15

A correlaccedilatildeo direta entre IDHM e a porcentagem de cesaacutereas e inversa entre o nuacutemero

de consultas preacute-natais e a TMP era esperada Um estudo utilizou o IDH para avaliar as

tendecircncias de cesaacuterea em 21 paiacuteses usando a classificaccedilatildeo de Robson6 Houve aumento das

taxas na maioria dos grupos para todas as categorias do IDH exceto no Japatildeo e as maiores

taxas de cesaacuterea foram registradas nos paiacuteses menos desenvolvidos O Brasil encontrava-se

entre os paiacuteses com crescimento de 85 nas taxas de cesaacuterea entre 2004-2011 No mesmo

periacuteodo o Meacutexico a Argentina e o Japatildeo tiveram crescimento de 3 18 e -25

respectivamente6 Na RMC 14 municiacutepios praticaram taxas superiores a 60 de cesaacutereas

retratando o que outros estudos sobre as taxas de cesaacuterea no Brasil vem apontando61617 Esses

resultados estatildeo concordantes a com a literatura com quatro municiacutepios apresentando IDHM

muito alto (acima de 0800) e 15 com IDHM alto (0700- 0799)6

Eacute reconhecida a associaccedilatildeo entre acesso a serviccedilos de sauacutede e niacutevel socioeconocircmico

das populaccedilotildees No Brasil o uso de serviccedilos de sauacutede por quintil de renda niacutevel de instruccedilatildeo

49

e aacuterea geograacutefica de residecircncia confirma que este uso eacute mais elevado entre aqueles de melhor

condiccedilatildeo social18 Neste estudo a renda meacutedia domiciliar per capita foi inversamente

correlacionada ao nuacutemero de consultas preacute-natais e TMP e diretamente correlacionada com

partos cesaacutereos

Estudo observou que o niacutevel mais baixo de renda estava associado a maiores riscos

de ocorrer RN com BP parto prematuro baixo iacutendice de Apgar em cinco minutos e

natimorto Mulheres de diferentes quintis de renda tiveram diferentes atitudes e

comportamentos em relaccedilatildeo aos cuidados de maternidade19 Nos grupos de menor renda

familiar a mortalidade perinatal foi relacionada a maiores taxas de induccedilatildeo do trabalho de

parto e cesaacuterea20

Na RMC a menor escolaridade das matildees correlacionou-se diretamente com menor

nuacutemero de consultas preacute-natais TMN TMNP taxa de prematuridade e de RN com BP

Estudo nacional encontrou que entre os oacutebitos neonatais um terccedilo das matildees tinha menos de

oito anos de estudo 212 das matildees eram adolescentes e 335 natildeo viviam com o

companheiro Matildees das classes sociais ldquoD+Erdquo as adolescentes e aquelas com mais de 35

anos tiveram maiores taxas de mortalidade neonatal sendo quatro vezes maior para as matildees

com baixa escolaridade9

Eacute reconhecido que um dos mais poderosos determinantes de sauacutede eacute a educaccedilatildeo A

educaccedilatildeo tem um efeito sobre o uso de serviccedilos de sauacutede materna pela matildee21 As mulheres

com niacuteveis mais baixos de educaccedilatildeo estatildeo em maior risco de desfechos graves

principalmente em paiacuteses que tecircm menor desenvolvimento social e econocircmico21 No Brasil

a maior escolaridade materna tem sido associada a maior proporccedilatildeo de matildees com sete ou

mais consultas no preacute-natal22 Este resultado indica menor acesso aos serviccedilos de sauacutede

50

especialmente para as mulheres em condiccedilotildees socioeconocircmicas desfavoraacuteveis ou pouca

atenccedilatildeo dada pelas mulheres agrave sua proacutepria sauacutede ou a de seus filhos23

Estudos apontaram que mulheres com menor escolaridade com maior nuacutemero de

gestaccedilotildees sem companheiro assim como as adolescentes e mulheres de raccedilacor preta

encontraram barreiras para a realizaccedilatildeo do preacute-natal ou para o iniacutecio precoce32224 Na RMC

a correlaccedilatildeo entre a menor escolaridade das matildees e a mortalidade neonatal poderia ser

explicada pelo menor acesso aos serviccedilos de sauacutede menor nuacutemero de consultas de preacute-natal

dificultando o diagnoacutestico precoce de intercorrecircncias na gestaccedilatildeo o que pode ocasionar o

nascimento de RN prematuro e de baixo peso as maiores causas de morte neonatal no paiacutes

A atenccedilatildeo agrave sauacutede das crianccedilas eacute influenciada positivamente pela alfabetizaccedilatildeo das

matildees25 No Brasil a taxa de analfabetismo em 2011 alcanccedilou 86 sendo 43 no Estado

de Satildeo Paulo em 20101825 enquanto na RMC ultrapassou 5 em 10 municiacutepios Neste

estudo houve correlaccedilatildeo inversa da analfabetizaccedilatildeo com a porcentagem de cesaacutereas e direta

com menor nuacutemero de consultas preacute-natais TMP TMNP taxa de prematuridade e RN com

baixo peso

Nos grupos de idades extremas com maior risco persistem as menores proporccedilotildees

de consultas de preacute-natal no Brasil22 Estes dados satildeo semelhantes ao desse estudo

especialmente em relaccedilatildeo agraves adolescentes Etnia estado civil condiccedilatildeo social autoestima e

fatores econocircmicos tambeacutem influenciam a utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de preacute-natal e parto24 No

Brasil a qualidade e efetividade do preacute-natal satildeo afetadas pelas dificuldades no acesso iniacutecio

tardio nuacutemero inadequado de consultas e realizaccedilatildeo incompleta dos procedimentos

preconizados2426

No Brasil eacute recomendado o miacutenimo de seis consultas para gestaccedilotildees natildeo

complicadas menos do que se pratica nos paiacuteses desenvolvidos (10 a 14 atendimentos)272829

51

A cobertura da assistecircncia preacute-natal eacute praticamente universal (987) mais de trecircs quartos

das mulheres iniciaram o preacute-natal antes das 16 semanas de gestaccedilatildeo e 731 compareceram

a seis ou mais consultas24 Poreacutem a adequaccedilatildeo da assistecircncia parece ser baixa Na RMC

80 das matildees realizaram mais de seis consultas preacute-natais em 14 municiacutepios superando o

miacutenimo recomendado pelo Ministeacuterio da Sauacutede27 o que reflete um bom acesso aos serviccedilos

de sauacutede Poreacutem estrateacutegias para melhorar o acesso aos serviccedilos de preacute-natal precisam ser

implementadas para os cinco municiacutepios em que mais de 20 das matildees fazem ateacute seis

consultas de preacute-natal

Maior proporccedilatildeo de matildees adolescentes com menor escolaridade e renda e mais

analfabetismo foram associadas a menor frequecircncia agraves consultas de preacute-natal na RMC dados

tambeacutem encontrados em outros estudos222324 A renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM

foram inversamente correlacionados a baixa frequecircncia agraves consultas de preacute-natal Este achado

confirma os achados de estudos em que as mulheres com maior renda maior escolaridade e

que residem em locais mais desenvolvidos tiveram uma frequecircncia maior agraves consultas

Identificar as populaccedilotildees de maior risco para implantar estrateacutegias para aumentar o acesso ao

preacute-natal eacute um desafio constante2829

No Estado de Satildeo Paulo a proporccedilatildeo de nascidos vivos prematuros varia conforme a

idade da matildee Eacute mais baixa entre aquelas de 20 a 30 anos e aumenta para as matildees mais

velhas23 Entre os fatores de risco para partos preacute-termo incluiacuteram-se gravidez na

adolescecircncia e tardia aleacutem de etnia negra e baixo niacutevel socioeconocircmico12 Em nosso estudo

essa associaccedilatildeo entre a prematuridade e o baixo peso se confirmou

A autonomia eacute considerada um elemento chave para conquistar a sauacutede sexual e

reprodutiva e estaacute relacionada a maior acesso controle e empoderamento30 A correlaccedilatildeo

inversa da porcentagem de matildees sem parceiro com a taxa de partos cesaacutereos poderia

52

demonstrar maior autonomia e preocupaccedilatildeo com autocuidado na gestaccedilatildeo e parto Relata-se

o aumento da ldquochefiardquo feminina em famiacutelias compostas por casal com ou sem filhos

postergaccedilatildeo da maternidade reduccedilatildeo das taxas de fecundidade e aumento da escolaridade

com maior participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e maior contribuiccedilatildeo para o

rendimento da famiacutelia31 Um estudo de base populacional brasileiro apontou as mais altas

taxas de cesaacuterea em mulheres com maior renda com idade acima de 25 anos maior

escolaridade e nas regiotildees com melhores condiccedilotildees socioeconocircmicas16 Mas nesse estudo a

porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina foi inversamente correlacionada com

porcentagem de cesaacutereas sugerindo que a chefia feminina natildeo se concentra nas faixas de

maior renda

Existem evidecircncias suficientes de que a aacutegua saneamento e higiene podem impactar

a sauacutede materna e neonatal3233 Em 2010 8975 dos domiciacutelios do Estado de Satildeo Paulo

dispunham de condiccedilotildees de saneamento adequado25 Nesse estudo a porcentagem de esgoto

sanitaacuterio natildeo se correlacionou com os indicadores de sauacutede materna e perinatal numa regiatildeo

com boas condiccedilotildees sanitaacuterias Mas seis municiacutepios tinham menos de 90 de saneamento

mostrando as diferenccedilas sociais e econocircmicas entre os municiacutepios da regiatildeo Sabe-se que a

melhoria das condiccedilotildees sanitaacuterias contribuiu junto com as mudanccedilas demograacuteficas e sociais

pela reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia2

Tambeacutem a RMM estaacute relacionada ao grau de desenvolvimento humano econocircmico

e social1233435 A grande maioria das mortes maternas (MM) satildeo evitaacuteveis e ocorrem em

paiacuteses em desenvolvimento3435 Disparidades nas RMM satildeo observadas quando a populaccedilatildeo

eacute desagregada por quintil de renda ou educaccedilatildeo35 No entanto uma grande proporccedilatildeo das

MM ocorre em hospitais e podem estar relacionada aos atrasos no reconhecimento e

tratamento de complicaccedilotildees com risco de vida15 Estudo demonstrou que os atrasos no

53

reconhecimento e tratamento das complicaccedilotildees bem como as praacuteticas precaacuterias contribuem

diretamente para as MM15 Na RMC quatro municiacutepios tiveram uma RMM maior de 70 o

que pode estar associado a problemas na qualidade da atenccedilatildeo preacute-natal na atenccedilatildeo

intraparto ausecircncia de pessoal treinado para cuidados obsteacutetricos de emergecircncia e

dificuldade de acesso em curto tempo Medidas relativas ao sistema de sauacutede e aos serviccedilos

de atenccedilatildeo ao parto precisam ser implementadas para qualificar a atenccedilatildeo e reduzir oacutebitos

evitaacuteveis

Diferenccedilas acentuadas nos coeficientes de mortalidade neonatal satildeo observadas

dentro das aacutereas urbanas com taxas mais elevadas nas favelas que nas aacutereas mais ricas3 A

qualificaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar ao parto com a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade

materna e perinatal e reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo das praacuteticas natildeo baseadas nas evidecircncias deve

ser o foco principal para avanccedilos nas poliacuteticas puacuteblicas de reduccedilatildeo das desigualdades na

mortalidade infantil no Brasil9 As afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prematuridade

as infecccedilotildees a asfixiahipoacutexia e os fatores maternos satildeo as principais causas de oacutebitos infantis

no Brasil2 Resultados perinatais adversos podem ser explicados com base em fatores como

idade tabagismo estado civil consumo de aacutelcool obesidade local de residecircncia (urbano ou

rural) educaccedilatildeo ganho de peso iniacutecio do preacute-natal e nuacutemero de consultas paridade e

aleitamento20

Na RMC houve correlaccedilatildeo direta entre matildees adolescentes menor escolaridade e

analfabetismo com a TMNP taxa de prematuridade e RN com BP estando em concordacircncia

com estudos canadenses1920 assim como a renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM se

correlacionaram inversamente com a TMP Esta taxa se correlacionou diretamente com a

menor renda analfabetismo e matildees adolescentes Gestaccedilatildeo em adolescente tem sido mais

frequente em populaccedilotildees com niacutevel de renda mais baixo e o analfabetismo tem sido

54

relacionado a menor acesso aos serviccedilos de sauacutede e consequentemente um nuacutemero menor de

consultas preacute-natal podendo ocasionar resultado perinatal adverso As mudanccedilas sociais e

econocircmicas com melhoria na educaccedilatildeo materna melhoria do poder aquisitivo da populaccedilatildeo

expansatildeo da rede de abastecimento de aacutegua e saneamento baacutesico aliada agrave ampliaccedilatildeo da

cobertura dos cuidados de sauacutede materna e infantil contribuiacuteram para que o Brasil tenha uma

razatildeo entre o coeficiente de mortalidade infantil por renda per capita proacuteximo ao valor

esperado de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dois indicadores mensurados em vaacuterios

paiacuteses do mundo3

A prematuridade eacute a principal causa de morte entre os receacutem-nascidos e sua

frequumlecircncia eacute maior nos paiacuteses mais pobres devido agraves condiccedilotildees mais precaacuterias de sauacutede da

gestante mas alguns nascimentos prematuros podem resultar de induccedilatildeo precoce do trabalho

de parto ou cesariana por razotildees natildeo meacutedicas81220 Nos paiacuteses mais pobres em meacutedia 12

dos bebecircs nascem prematuros em comparaccedilatildeo com 9 nos paiacuteses ricos3 Mas na uacuteltima

deacutecada ocorreu um aumento de nascimentos preacute-termo e a maior frequecircncia pode ter relaccedilatildeo

com o aumento da proporccedilatildeo de nascimentos com baixo peso22

Lansky et al apontaram que a prematuridade respondeu por cerca de 13 da taxa de

mortalidade neonatal no Brasil9 As maiores taxas ocorreram entre crianccedilas com menos de

1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal prematuros extremos (lt 32 semanas)

com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida que utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante que

tinham malformaccedilatildeo congecircnita cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de referecircncia para

gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e que nasceram de parto vaginal9

As accedilotildees prioritaacuterias na prevenccedilatildeo da prematuridade evitaacutevel incluem melhoria da

atenccedilatildeo preacute-natal prevenccedilatildeo da prematuridade iatrogecircnica por interrupccedilatildeo indevida da

55

gravidez por operaccedilotildees cesarianas sem indicaccedilatildeo qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo hospitalar ao parto

e melhoria na atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Somam-se accedilotildees efetivas para diminuir a

peregrinaccedilatildeo de gestantes para o parto e o nascimento de crianccedilas com peso lt 1500g em

hospital sem UTI neonatal reflexos das lacunas na organizaccedilatildeo da rede de sauacutede38912 Aleacutem

disso para melhorar o resultado perinatal em aacutereas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo ainda

necessaacuterias a adoccedilatildeo de um estilo de vida saudaacutevel e implementaccedilatildeo de sistemas de apoio

incluindo o social19

As desigualdades identificadas entre os municiacutepios da RMC estatildeo em concordacircncia

com estudos recentes que sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-natais piores resultados de parto e baixo peso ao nascer O

niacutevel socioeconocircmico da comunidade reflete nos processos sociais impactando o

desenvolvimento econocircmico e social da aacuterea residencial3637 E matildees com baixa escolaridade

e renda residentes em comunidades de baixo niacutevel socioeconocircmico tem piores resultados de

sauacutede materno-infantil do que as matildees dos niacuteveis socioeconocircmicos mais elevados38

Assim eacute necessaacuterio um reforccedilo nas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais para acelerar a

reduccedilatildeo da mortalidade materna e neonatal no Brasil Em especial eacute premente identificar

bolsotildees de maior risco populacional implantando as accedilotildees necessaacuterias naquela situaccedilatildeo O

avanccedilo na reduccedilatildeo da mortalidade neonatal assim como a morte materna dependeraacute da

consolidaccedilatildeo de uma rede perinatal integrada hierarquizada e regionalizada e da

qualificaccedilatildeo dos processos assistenciais em especial ao parto e nascimento9

CONCLUSAtildeO

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na RMC

permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores estudados O

56

fator econocircmico teve influecircncia na realizaccedilatildeo de cesaacutereas Os piores resultados para os

indicadores perinatais estatildeo presentes em populaccedilotildees mais vulneraacuteveis entre matildees

adolescentes mulheres com menor escolaridade e renda Para melhorar os resultados em

sauacutede para mulheres e bebecircs estrateacutegias para reduzir as desvantagens sociais e educacionais

focadas nestes grupos populacionais satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos

de sauacutede apoacutes anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

Colaboradores

Faacutetima Christoacuteforo e Eliana Amaral participaram da concepccedilatildeo do estudo anaacutelise e

interpretaccedilatildeo dos dados Carmen Lavras colaborou na concepccedilatildeo e desenvolvimento do

projeto e Maria Cristina Restitutti colaborou na busca interpretaccedilatildeo e anaacutelise dos dados A

redaccedilatildeo do manuscrito a revisatildeo criacutetica do conteuacutedo intelectual e a aprovaccedilatildeo da versatildeo

final a ser publicada foi realizada por todos os autores

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Stella Maria Barbera da Silva Telles e Maria Helena Souza

pelo apoio na manipulaccedilatildeo dos bancos de dados e anaacutelise estatiacutestica deste manuscrito

57

REFEREcircNCIAS

1 Souza JP Mortalidade materna no Brasil a necessidade de fortalecer os sistemas de

sauacutede Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(10)273-9

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59

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24 Viellas EF Domingues RMSM Dias MAB Gama SGN Theme Filha MM Costa

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25 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Censo Demograacutefico

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61

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01Jun2015)

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assistecircncia preacute-natal na rede SUS do Municiacutepio do Rio de Janeiro Brasil Cad

Sauacutede Puacuteblica 2012 28(3)425-37

27 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Preacute-natal e puerpeacuterio atenccedilatildeo

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28 National Institute for Health and Clinical Excellence Antenatal care NICE quality

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29 Wehby GL Murray JC Castilla EE Lopez-Camelo JS Ohsfeldt RL Prenatal care

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Childbirth 2014 14393 Disponiacutevel em httpdoi101186s12884-014-0393-z

63

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo

indicadores de sauacutede materna e perinatal em 2011

Variaacutevel n

Razatildeo de mortalidade materna (por 100000 NV)

00 12 63

01 ndash 699 3 16

ge 70 4 21

Porcentagem de partos cesaacutereos

lt 600 5 26

ge 600 14 74

Porcentagem de baixo peso ao nascer

lt 100 14 74

ge 100 5 26

Taxa de mortalidade perinatal (por 1000 NV ou NM)

lt 100 5 26

100 ndash 199 14 74

Taxa de mortalidade neonatal precoce (por 1000 NV)

lt 50 8 42

50 ndash 99 9 47

ge 10 2 11

Fontes DATASUS (MS) e Fundaccedilatildeo Seade

64

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas em 2011

Variaacutevel n

Taxa de analfabetismo () ndash Meacutedia = 52 [DP = 16]

lt 50 9 47

ge 50 10 53

Porcentagem de chefe de famiacutelia com renda le 1 SM - Meacutedia 241 [DP = 48]

lt 250 11 58

ge 250 8 42

Porcentagem matildees sem parceiro ndash Meacutedia 509 [DP = 61]

lt 500 7 37

ge 500 12 63

Porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina ndash Meacutedia = 208 [DP=24]

lt 200 8 42

200 ndash 299 11 58

Porcentagem com esgoto sanitaacuterio ndash Meacutedia = 866 [DP = 170]

lt 900 6 32

ge 900 13 68

Porcentagem de matildees de 10 a 19 anos - Meacutedia = 142 [DP = 29]

lt 150 12 63

ge 150 7 37

Nuacutemero de nascidos vivos ndash Mediana = 907 [min=151 maacutex=14768]

lt 500 3 16

500 ndash 999 7 37

1000 ndash 1499 3 16

ge 1500 6 32

Porcentagem de matildees com ateacute 6 consultas PN ndash Meacutedia 178 [DP=60]

lt 200 14 74

ge 200 5 26

Porcentagem RN lt 37 semanas ndash Meacutedia = 101 [DP = 14]

lt 100 10 53

ge 100 9 47

Porcentagem RN com Apgar 5ordm min lt 8 ndash Meacutedia = 14 [DP = 05]

lt 20 16 84

ge 20 3 16

Fontes DATASUS (MS) Fundaccedilatildeo Seade e IBGE

65

Tabela 3 Correlaccedilatildeo entre indicadores de sauacutede materna e perinatal e caracteriacutesticas socioeconocircmicas em 2011 na RMC

Matildees de 10 a

19 anos

Matildees

escolaridade lt

8 anos

Taxa de

analfabetismo

Chefe de

famiacutelia com

renda le 1

salaacuterio miacutenimo

Populaccedilatildeo

com chefia

feminina 15 a

49 anos

Renda meacutedia

domiciliar

per capita

(R$)

IDHM

r p r p r p r p r p r p r p

Matildees com ateacute 6 consultas

Preacute natal 064 0003 054 0016 077 lt0001 082 lt0001 024 0330 -064 0003 -07 0001

Cesaacutereas -067 0002 -044 0062 -065 0003 -09 lt0001 -046 0050 069 0001 075 lt0001

Taxa de mortalidade

perinatal (por 1000 NV ou NM)

060 0007 035 0145 064 0003 049 0033 003 0894 -046 0047 -055 0015

Taxa de mortalidade

neonatal precoce (por 1000 NV)

050 0029 046 0045 047 0043 009 0719 -007 0788 -020 0419 -034 0155

Taxa de Prematuridade 051 0025 070 0001 050 0028 015 0538 013 0604 -010 0695 -034 0156

Porcentagem de RN com

baixo peso ao nascer (lt 2500g)

056 0013 053 0021 057 0011 044 0062 030 0213 -025 0304 -037 0115

Coeficente de correlaccedilatildeo de Pearson p valor

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e a RMM

66

Figura 1 - Indicadores de sauacutede materna e perinatal na RMC

67

Figura 2 - Indicadores socioeconocircmicos e demograacuteficos selecionados na RMC em 2011

68

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2

De cadernosfiocruzbr

Enviada Domingo 5 de Julho de 2015 2003

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_107915)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA

AO PARTO DA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

(CSP_107915) para Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o

progresso de seu manuscrito dentro do processo editorial bastando clicar no link Sistema

de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos localizado em nossa paacutegina

httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

69

ARTIGO 2

PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA AO PARTO DA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROUTINE PRACTICES DURING DELIVERIES AT THE METROPOLITAN

REGION OF CAMPINAS BRAZIL

PRAacuteCTICAS RUTINARIAS EN APOYO DE ENTREGA DE REGIOacuteN

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROTINAS NO PARTO NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

F Christoacuteforo12

C Lavras3

E Amaral4

1 DoutorandaDepartamento de TocoginecologiaFCMUnicamp CampinasSP Brasil

2 EnfermeiraNuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

70

RESUMO

OBJETIVO Descrever praacuteticas rotineiras no parto em maternidades puacuteblicas da regiatildeo

metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo descritivo de 16 serviccedilos

obsteacutetricos usando o Instrumento de avaliaccedilatildeo de boas praacuteticas no parto (Ministeacuterio da

Sauacutede) e um questionaacuterio complementar respondido pelos gestores locais de agosto-

outubro2014 RESULTADOS Treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam

ocitocina no trabalho de parto nove executavam episiotomia e 14 realizavam manejo ativo

do 3o periacuteodo A maioria realizava induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e ruptura prematura de

membranas e 15 tinham protocolos para hipertensatildeo grave e profilaxia de Streptococcus do

grupo B Cinco natildeo utilizavam antibioacutetico nas cesaacutereas produtos hemoteraacutepicos eram

indisponiacuteveis em quatro hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de pacientes criticos

CONCLUSOtildeES Praacuteticas recomendadas estavam disponiacuteveis na maioria dos hospitais mas

algumas rotinas eram excessivas e outras precisavam ser aprimoradas

Palavras chave obstetriacutecia parto tocologia

71

ABSTRACT

OBJECTIVE To describe routine practices for childbirth at public obstetric services in the

metropolitan region of Campinas (RMC) METHOD Descriptive study applied to 16

obstetric services using the Assessment Tool for Good Practices during Childbirth

(Ministry of Health) and a complementary questionnaire answered by institutional managers

at RMC from August-October2014 RESULTS Thirteen hospitals used partograph 10

used the oxytocin during labor nine performed episiotomy and 14 held the active

management of the third period Most institutions induced prolonged gestation and premature

rupture of membranes at term and 15 followed guidelines on severe hypertension and

Streptococcus group B prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for C-sections

blood products were unavailable in four hospitals and eight could not care for critical patients

CONCLUSIONS Good practices were available in most hospitals some routines were

excessive and others need improvement

72

RESUMEN

OBJETIVO Describir las rutinas del parto en hospitales puacuteblicos de la regioacuten metropolitana

de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio descriptivo en 16 servicios obsteacutetricos utilizando

Herramienta de evaluacioacuten de buenas praacutecticas en el parto (Ministerio de Salud) y

cuestionario complementario contestado por administradores de agosto-octubre2014

RESULTADOS Trece hospitales utilizaron partograma 10 utilizaron oxitocina durante el

trabajo nueve realizaron episiotomiacutea y 14 hicieron el manejo activo de la 3a etapa La

mayoriacutea realizaba induccioacuten de gestacioacuten prolongada y ruptura prematura de membranas y

15 teniacutean protocolos de hipertensioacuten severa y Streptococcus del grupo B Cinco no utilizaron

la antibioacutetica en las cesaacutereas Los productos sanguiacuteneos eran indisponib les en cuatro

hospitales y ocho no podiacutean atender a pacientes criacuteticos CONCLUSIONES Las mejores

praacutecticas estaban disponibles en mayoriacutea de los hospitales pero algunas eran excesivas y

otras necesitaban ser mejoradas

73

INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas testemunharam uma expansatildeo no desenvolvimento e uso de

praacuteticas com o objetivo de melhorar os resultados para matildees e bebecircs no trabalho de parto

institucional No Brasil a cada ano ocorrem aproximadamente 3 milhotildees de nascimentos

98 destes em estabelecimentos hospitalares puacuteblicos ou privados1 O modelo vigente de

atenccedilatildeo obsteacutetrica utiliza intervenccedilotildees como episiotomia amniotomia uso de ocitocina e

cesaacuterea habitualmente recomendadas em situaccedilotildees de necessidade que tecircm sido utilizadas

de forma bastante liberal2 Existem enormes variaccedilotildees em niacutevel mundial quanto ao local

niacutevel de cuidados sofisticaccedilatildeo dos serviccedilos disponiacuteveis e tipo de provedor para o parto

normal A adoccedilatildeo acriacutetica de intervenccedilotildees natildeo efetivas de risco ou desnecessaacuterias

compromete a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Em 1996 a WHO estabeleceu uma definiccedilatildeo de trabalho de parto normal e

estabeleceu normas de boas praacuteticas para a conduccedilatildeo do trabalho de parto sem complicaccedilotildees

com intervenccedilotildees recomendadas e outras que deveriam ser evitadas3 Em 2006 a WHO

publicou o guia para a praacutetica essencial na gravidez parto poacutes-parto e ao receacutem-nascido

fornecendo recomendaccedilotildees baseadas em evidecircncias para orientar os profissionais de sauacutede

Neste documento as recomendaccedilotildees satildeo geneacutericas sobre a caracteriacutesticas de sauacutede da

populaccedilatildeo e sobre os sistemas de sauacutede (a configuraccedilatildeo capacidade e organizaccedilatildeo dos

serviccedilos recursos e pessoal)4

Mais recentemente em 2014 o Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia do Reino

Unido (RCOG) atualizou as diretrizes cliacutenicas de cuidado intraparto com base na evoluccedilatildeo

do seu Sistema Nacional de Sauacutede e na disponibilidade de novas evidecircncias Estatildeo incluiacutedas

as recomendaccedilotildees para o atendimento de mulheres que iniciam o trabalho como baixo

risco mas que passam a desenvolver complicaccedilotildees5 Neste mesmo ano o Coleacutegio Real

74

Australiano e Neozelandecircs de Obstetriacutecia e Ginecologia (RANZCOG) publicou 11

recomendaccedilotildees sobre a prestaccedilatildeo de cuidados rotineiros intraparto na ausecircncia de

complicaccedilotildees na gravidez Elas abordam os requisitos para admissatildeo de mulheres para o

parto os cuidados rotineiros durante o trabalho de parto e parto6 Mais recentemente em

fevereiro de 2015 o Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia (ACOG) elaborou

diretrizes de acordo com o niacutevel de cuidados maternos para uso na melhoria da qualidade e

promoccedilatildeo da sauacutede7

As sociedades de especialistas recomendam envolver as mulheres nas decisotildees

relacionadas ao local do parto informando os tipos de provedores de cuidado as limitaccedilotildees

de cada serviccedilo em caso de complicaccedilotildees considerando a necessidade de transferecircncias e os

procedimentos indicados em cada estaacutegio do parto baseados em evidecircncias

No Brasil em 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de Parto Aborto e

Puerpeacuterio revisando a literatura pertinente para recomendar as intervenccedilotildees eficazes no

trabalho de parto garantindo qualidade com humanizaccedilatildeo do atendimento agrave gestante e

puerpeacutera Neste documento orienta o uso de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas8

Em 2014 novas orientaccedilotildees foram publicadas visando a organizaccedilatildeo das portas de entradas

dos serviccedilos de urgecircncia obsteacutetrica para garantir acesso com qualidade agraves mulheres e assim

impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal9

Para garantir a qualidade da assistecircncia oferecida nos serviccedilos eacute preciso enfocar as

condiccedilotildees fiacutesicas e insumos mas tambeacutem a manutenccedilatildeo e promoccedilatildeo da competecircncia dos

profissionais10 A isso soma-se manter mecanismos de monitoramento das praacuteticas cliacutenicas

para avaliar se estatildeo em conformidade com padrotildees de conduta e os resultados decorrentes

desta praacutetica A utilizaccedilatildeo de diretrizes cliacutenicas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas tem sido

apontada como uma ferramenta importante nesta direccedilatildeo Entretanto a identificaccedilatildeo de

75

estrateacutegias efetivas para disponibilizaccedilatildeo e cumprimento de tais diretrizes eacute um desafio para

os gestores dos serviccedilos Mesmo estando acessiacuteveis podem ser necessaacuterias ferramentas de

suporte agrave tomada de decisotildees cliacutenicas eficientes e seguras por profissionais com

conhecimento e habilidades atualizados11 Finalmente o oferecimento de uma assistecircncia

qualificada exige garantir a integraccedilatildeo dos diferentes niacuteveis do sistema que oferece atenccedilatildeo

compondo a linha de cuidado da gestante

Conhecer a rotina da assistecircncia ao parto nas instituiccedilotildees e as dificuldades percebidas

pelos gestores do cuidado em uma regiatildeo com suposta disponibilidade de infraestrutura

material recursos humanos qualificados e bem traccedilada linha de cuidados como seria a

Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC pode contribuir para qualificar a atenccedilatildeo intra-

hospitalar nas aacutereas metropolitanas Este estudo tem como objetivo descrever as rotinas do

cuidado nos partos segundo gestores meacutedicos ou enfermeiros dos 17 serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo descritivo sobre a rotina de atendimento em serviccedilos

obsteacutetricos puacuteblicos Foram elegiacuteveis os estabelecimentos de sauacutede dos 19 municiacutepios da

RMC que realizavam partos em 2011 financiados pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

(hospitais puacuteblicos ou leitos contratados) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Sauacutede (CNES) Destes quatro natildeo tinham hospital e os outros contavam com uma uacutenica

maternidade exceto o municiacutepio-sede Campinas com trecircs hospitais dois deles com parte

dos leitos financiados pelo SUS Um desses hospitais com leitos contratados pelo SUS

recusou-se a participar Assim apresentam-se dados de 16 instituiccedilotildees

76

Foram aplicados dois instrumentos respondidos pelos meacutedicos ou enfermeiros

gestores dos serviccedilos obsteacutetricos da RMC Estes questionaacuterios foram apresentados numa

visita realizada por uma das pesquisadoras em data preacute-agendada O primeiro foi o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) cujas respostas satildeo dadas em escala Likert

(sempre realizada ndash mais de 90 das vezes frequentemente realizada ndash de 60-90 das vezes

realizada agraves vezes ndash de 20-60 das vezes raramente realizada ndash menos de 20 das vezes

nunca realizada ndash proacuteximo de 0 natildeo sei responder)

O segundo instrumento foi elaborado para o estudo no qual foram abordadas a

utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto

disponibilidade de diretrizes cliacutenicas (protocolos para as principais complicaccedilotildees - preacute-

eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia manejo ativo do 3ordm periacuteodo rastreamento de siacutefilis e de

HIVAIDS e infecccedilatildeo poacutes-parto) dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos medicamentos

hemoderivados transporte comunicaccedilatildeo com serviccedilos de referecircncia e monitorizaccedilatildeo e

tratamento de pacientes graves aleacutem da disponibilidade de obstetra treinado banco de

sangue e anestesista em caso de cesaacutereas de urgecircncia focando na qualidade da atenccedilatildeo

obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato1112 Complementaram as informaccedilotildees dados

extraiacutedos do Ministeacuterio da Sauacutede especificamente do CNES (total de leitos SUS e leitos

obsteacutetricos cadastrados em 2011)13

Os dados coletados foram digitados no programa Excel e a anaacutelise foi realizada no

programa SPSS versatildeo 20 A anaacutelise descritiva compreendeu a distribuiccedilatildeo de frequecircncia

relativa das variaacuteveis estudadas

77

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm

453588 de 08112013) Foram solicitados consentimentos informados dos diretores de cada

instituiccedilatildeo e dos gestores dos serviccedilos obsteacutetricos

RESULTADOS

A RMC conta com 30 serviccedilos de sauacutede que atendem ao parto Desses 13 satildeo

privados exclusivos 10 satildeo privados conveniados com o SUS (leitos puacuteblicos considerados

hospitais mistos) e 07 satildeo puacuteblicos Participaram do estudo sete serviccedilos puacuteblicos e nove

serviccedilos mistos que correspondem a 548 dos 649 leitos obsteacutetricos disponiacuteveis Os 16

hospitais participantes estavam distribuiacutedos em 15 municiacutepios da RMC quatro deles natildeo tem

maternidade (Artur Nogueira Engenheiro Coelho Holambra e Santo Antocircnio de Posse) ndash

quadro 1

Observou-se que os gestores dos Centros Obsteacutetricos (CO) eram meacutedicos

ginecologistasobstetras com exceccedilatildeo para uma enfermeira Doze deles tinham no miacutenimo

especializaccedilatildeo nessa aacuterea com idades variando de 32 a 62 anos (mediana = 41 anos)

Trabalhavam entre 6 e 35 anos (mediana = 14 anos) em Obstetriacutecia estando de um ateacute 26

anos na instituiccedilatildeo (mediana = sete anos) na funccedilatildeo de chefia entre um mecircs a 10 anos

(mediana = 02 anos) - tabela1

As diretrizes relativas ao cuidado obsteacutetrico foram relatadas como disponiacuteveis na

maioria dos serviccedilos Todas as maternidades realizavam triagem para siacutefilis e HIV Seguia-

se a orientaccedilatildeo de literatura com induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada em trecircs quartos

das maternidades 13 delas realizavam a induccedilatildeo em ruptura prematura de membrana a termo

e estava disponiacutevel protocolo para orientar condutas na hipertensatildeo severa em 15

maternidades A praacutetica rotineira de manejo ativo de 3ordm periacuteodo foi relatada por 14 serviccedilos

78

A antibioticoprofilaxia da infecccedilatildeo neonatal para Estreptococo do grupo B ocorria em 15

instituiccedilotildees mas o uso de antibioacuteticos nas cesaacutereas natildeo era praacutetica rotineira em cinco

maternidades - tabela 2

Um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

metade dessas puacuteblicas Duas maternidades mistas relataram dificuldades com transporte

Havia disponibilidade de medicamentos e de suprimentos mas metade delas referia

dificuldade para cuidar de pacientes graves sendo cinco de oito maternidades mistas ndash tabela

3

O acolhimento com classificaccedilatildeo de risco era realizado frequentemente (ge 60 das

vezes) em 10 delas Em 13 delas a utilizaccedilatildeo de partograma era frequente A presenccedila de

acompanhante no trabalho de parto foi relatada frequentemente em apenas nove delas poreacutem

isso ocorria em 14 das 16 maternidades no momento do parto O uso de ocitocina para

conduccedilatildeo do trabalho de parto era frequente em 10 instituiccedilotildees e a episiotomia era realizada

frequentemente em nove mas a compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo soacute foi

relatada como frequente em duas maternidades A presenccedila de profissional capacitado para

assistecircncia ao receacutem-nascido e o estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

aconteciam frequentemente em 15 maternidades ndash tabela 4

DISCUSSAtildeO

Muitas das praacuteticas de sauacutede qualificadas para trabalho de parto e parto (induccedilatildeo de

ruptura prematura de membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo

para Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto e parto) seguindo

recomendaccedilotildees da literatura e guias cliacutenicas estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais

da RMC No entanto algumas rotinas observadas pareciam excessivas (conduccedilatildeo e

79

episiotomia) e outras precisariam ser melhoradas (uso de antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas

disponibilidade de sangue e cuidado em estado criacutetico de cuidado) Os resultados destacam

a importacircncia de revisatildeo contiacutenua das rotinas hospitalares na atenccedilatildeo ao parto mesmo em

uma regiatildeo com muitos recursos materiais e humanos e faacutecil acesso agraves oportunidades de

educaccedilatildeo continuada Buscou-se conhecer as potencialidades e aacutereas para melhoria visando

compatibilizar os indicadores de processo do cuidado com a cobertura quase universal da

atenccedilatildeo preacute-natal e em particular dos partos no ambiente hospitalar14

Mais da metade dos leitos disponiacuteveis para a atenccedilatildeo obsteacutetrica eacute conveniada ao SUS

na RMC o que se assemelha agrave situaccedilatildeo encontrada por Bittencourt e colaboradores em

maternidades do Brasil15 Os resultados encontrados neste estudo refletem o cuidado no parto

para leitos SUS ou conveniados mas natildeo reflete a atenccedilatildeo nos convecircnios de sauacutede ou no

sistema privado Sabe-se que entre as mulheres atendidas neste uacuteltimo a taxa de cesariana eacute

de 88 o que por si soacute demonstra haver uso excessivo de intervenccedilotildees16 Portanto

enfocamos aqui a atenccedilatildeo puacuteblica ao parto na RMC

Uma importante estrateacutegia para qualificar a atenccedilatildeo eacute utilizar diretrizes cliacutenicas

baseadas em evidecircncias cientiacuteficas Mas o sucesso da sua implantaccedilatildeo depende de um esforccedilo

organizado dos serviccedilos seus profissionais e dos gestores do sistema de sauacutede10 A maioria

dos gestores das maternidades entrevistados tinha especializaccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeo o

que supotildee um bom preparo teacutecnico Mas a qualidade da assistecircncia depende entre outras

coisas da sua atuaccedilatildeo supervisionando e aprimorando todas as fases do cuidado A cultura

de avaliaccedilatildeo de processos assistenciais natildeo estaacute disseminada no Brasil nem os profissiona is

gestores estatildeo preparados para tal funccedilatildeo

No Brasil mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorrem durante a

internaccedilatildeo para o parto e podem estar associadas agrave inexistecircncia de leitos ou de um sistema de

80

referecircncia operante que obriga mulheres a perambular em busca de vagas ou decorrente do

encaminhamento tardio de mulheres com intercorrecircncias para hospitais de maior

complexidade14 O Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de

risco em Obstetriacutecia que tem como propoacutesito a pronta identificaccedilatildeo da paciente criacutetica ou

mais grave com base nas evidecircncias cientiacuteficas existentes Pretende-se com sua utilizaccedilatildeo

evitar a peregrinaccedilatildeo de mulheres nos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica as demoras que

resultam em desfechos desfavoraacuteveis e viabilizar o atendimento qualificado e resolutivo em

tempo adequado9 Na RMC o acolhimento com classificaccedilatildeo de risco foi referido por

gestores de 10 maternidades e a peregrinaccedilatildeo natildeo parece ser um problema relevante a

impactar os indicadores maternos e neonatais

Evidecircncias atuais natildeo demonstram que o uso rotineiro do partograma contribui para

reduccedilatildeo da mortalidade materna e perinatal mas podem oferecer apoio agraves auditorias

posteriores1117 No Brasil seu uso rotineiro eacute considerado boa praacutetica38 e 13 maternidades

utilizavam o partograma mais de 60 das vezes

Em nove maternidades da RMC relatou-se a presenccedila de acompanhante no trabalho

de parto enquanto 14 informaram que estava presente em mais de 60 das vezes As

justificativas para a baixa adesatildeo dos acompanhantes no trabalho de parto referem-se agraves

acomodaccedilotildees inadequadas coletivas Alega-se que sua presenccedila poderia constranger as

demais parturientes Em uma publicaccedilatildeo de abrangecircncia nacional cerca de um quarto das

mulheres natildeo teve acompanhante e menos de um quinto teve acompanhamento contiacutenuo

Preditores independentes de natildeo ter ou ter acompanhante em parte do tempo foram menor

renda e escolaridade cor parda parto no setor puacuteblico multiparidade e parto vaginal18 A

presenccedila de acompanhante eacute uma demanda legal no Brasil e pode ser considerada um

marcador de seguranccedila e qualidade do atendimento1819

81

Em revisatildeo sistemaacutetica da colaboraccedilatildeo Cochrane os autores concluem que o apoio

contiacutenuo durante o trabalho de parto tem benefiacutecios clinicamente significativos e nenhum

prejuiacutezo conhecido20 Estes resultados apoiam a praacutetica e sua adoccedilatildeo exige mudanccedilas na

estrutura fiacutesica e nos processos de trabalho nas maternidades19 Neste estudo um pouco mais

da metade das maternidades relataram permissatildeo para acompanhante no trabalho de parto e

no parto Quase todas permitiam acompanhamento no parto e o parceiro foi o acompanhante

mais frequente Natildeo se pode afirmar se a ausecircncia de acompanhante em 100 dos partos seja

decorrente das restriccedilotildees da instituiccedilatildeo ou da dificuldade do acompanhante para estar

disponiacutevel na ocasiatildeo Cabe aos gestores melhorar este indicador e parece haver possibilidade

de melhoria nos serviccedilos SUS da RMC

Benefiacutecios da ocitocina incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de

parto distoacutecico com riscos que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina

intoxicaccedilatildeo por aacutegua e embora rara ruptura uterina No entanto protocolos ideais para sua

utilizaccedilatildeo natildeo satildeo identificados21 Haacute dificuldade em se determinar o que seria boa praacutetica

quanto e em que situaccedilotildees seria realmente necessaacuterio seu uso para corrigir a contratilidade

uterina

Uma metanaacutelise concluiu que a ocitocina para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto

foi associada a aumento do parto vaginal espontacircneo22 Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que

altas doses de ocitocina foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e

cesaacuterea e um aumento no parto vaginal espontacircneo23 Na RMC 10 das 16 maternidades

referiram utilizar ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto em mais de 60 das vezes

Leal e colaboradores num estudo brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas

praacuteticas no parto identificaram que a infusatildeo de ocitocina e a amniotomia ocorreram em

cerca de 40 das mulheres de risco habitual (baixo) sendo mais frequentemente utilizada no

82

setor puacuteblico em mulheres com baixa escolaridade2 Mas natildeo se pode afirmar a verdadeira

indicaccedilatildeo do seu uso nos dois trabalhos

Revisatildeo sistemaacutetica que incluiu sete ensaios cliacutenicos com 5390 mulheres mostrou

que houve menos partos por cesariana e trabalhos de parto mais curtos (menos de 12 horas)

entre mulheres que receberam manejo ativo do parto sem diferenccedila nas complicaccedilotildees para

matildees ou bebecircs Os autores concluem que sua praacutetica estaacute associada a pequenas reduccedilotildees na

taxa de cesaacuterea apesar de ser altamente prescritivo24 Esta praacutetica inclui amniotomia

rotineira regras riacutegidas para diagnoacutestico de progresso lento do trabalho de parto uso da

ocitocina e cuidados individualizados Talvez alguns componentes sejam mais eficazes do

que outros

Atualmente o uso desnecessaacuterio de intervenccedilotildees alterando o processo natural do

parto em parturientes de baixo risco sem a concordacircncia da mulher eacute tratado como um abuso

a ser evitado25 No Estado de Satildeo Paulo a Lei nordm 15759 de 25 de marccedilo de 2015 define que

a ocitocina a fim de acelerar o trabalho de parto enemas os esforccedilos de puxo prolongados

durante o expulsivo a amniotomia e a episiotomia devem ser utilizadas com indicaccedilatildeo

precisa Diz que qualquer destas praacuteticas ldquoseraacute objeto de justificaccedilatildeo por escrito firmado pelo

chefe da equipe responsaacutevel pelo parto assim como a adoccedilatildeo de qualquer dos procedimentos

que os protocolos mencionados nesta lei classifiquem como desnecessaacuterios ou prejudiciais agrave

sauacutede da parturiente ou ao nascituro de eficaacutecia carente de evidecircncia cientiacutefica e suscetiacuteve is

de causar dano quando aplicados de forma generalizada ou rotineirardquo26

Treze maternidades da RMC praticavam rotineiramente a induccedilatildeo de trabalho de

parto em ruptura prematura de membranas a termo (RPMT) Resultados de ensaio controlado

randomizado comparando induccedilatildeo com ocitocina com prostaglandina conduta expectante e

induccedilatildeo com ocitocina ou prostaglandina na RPMT natildeo encontrou diferenccedilas significat ivas

83

nas taxas de infecccedilatildeo neonatal e de cesaacuterea mas o custo da induccedilatildeo com ocitocina foi

menor27 Neste estudo sendo relatado natildeo foi questionado o meacutetodo de induccedilatildeo oferecid o

pelas maternidades O Ministeacuterio da Sauacutede respalda a induccedilatildeo e afirma que a escolha do

meacutetodo dependeraacute do estado de amadurecimento cervical28 Entidades de especialidade

tambeacutem recomendam a induccedilatildeo293031

A divulgaccedilatildeo dos resultados dos ensaios cliacutenicos controlados e a revisatildeo sistemaacutetica

sobre episiotomia tecircm acarretado significativo decliacutenio no seu uso rotineiro em todo o

mundo32 Taxas de episiotomia de 54 foram encontradas no Brasil2 Na RMC em nove

maternidades a episiotomia eacute realizada na maioria dos casos O uso seletivo estaacute associado

com menos trauma perineal posterior menos sutura e menos complicaccedilotildees e nenhuma

diferenccedila para medidas de dor e trauma vaginal ou perineal grave113233 No entanto haacute um

aumento do risco de trauma perineal anterior33 A orientaccedilatildeo atual eacute realizar se houver

necessidade cliacutenica como um parto instrumental ou suspeita de comprometimento fetal11

Um achado preocupante eacute ter 14 maternidades da RMC informando praticar a

compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo Os riscos relatados com o uso da manobra

de Kristeller incluem a ruptura uterina lesatildeo do esfiacutencter anal fraturas em receacutem-nascidos

ou dano cerebral e natildeo haacute evidecircncia de benefiacutecios34 A manobra de Kristeller foi utilizada

em 37 das mulheres num estudo de amostragem nacional2 Como sua praacutetica deve ser

proscrita11 temos aqui uma prioridade para educaccedilatildeo continuada dos profissionais

A hemorragia poacutes-parto eacute uma das principais causas de morbidade e mortalidade

materna em todo o mundo35 e as medidas preventivas satildeo recomendadas para todas as

mulheres submetidas ao parto O manejo ativo do 3ordm periacuteodo para a prevenccedilatildeo da hemorragia

poacutes-parto compreendia a administraccedilatildeo profilaacutetica de um agente uterotocircnico logo apoacutes o

nascimento clampeamento e traccedilatildeo controlada do cordatildeo ateacute o desprendimento da placenta

84

e massagem uterina3637 Sabe-se hoje que o uso rotineiro da traccedilatildeo controlada do cordatildeo

pelo risco potencial de inversatildeo uterina deve ser omitido das manobras36 Dada agrave sua

eficaacutecia o manejo ativo do 3ordm periacuteodo eacute recomendado37 Na RMC 14 maternidades o

praticam rotineiramente

Como no Brasil a hemorragia eacute uma das principais causas de morte materna direta

chama a atenccedilatildeo que um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados sendo metade dessas puacuteblicas38 Esta situaccedilatildeo reflete problemas na

organizaccedilatildeo do atendimento agraves urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas Resultados de estudo

brasileiro sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem near miss materno para avaliar a qualidade de

cuidados obsteacutetricos apontou que houve maior demora na prestaccedilatildeo de serviccedilos devido a

ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a comunicaccedilatildeo entre

os serviccedilos ou centros reguladores39 Bittencourt et al encontraram 75 de disponibilidade

de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos hospitais mistos 69 nos puacuteblicos e 67

nos privados15 Morse e colaboradores em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no

Brasil apontaram entraves para transfusatildeo nos quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto40 Portanto a subutilizaccedilatildeo dos hemoderivados ainda eacute prevalente no

Brasil mesmo em grandes centros urbanos

O Ministeacuterio da Sauacutede tem diretrizes que recomendam o atendimento do receacutem-

nascido (RN) por profissional capacitado pediatra ou neonatologista ou enfermeiro (obstetra

ou neonatal) desde o periacuteodo posterior ao parto ateacute o encaminhamento ao Alojamento

Conjunto ou agrave Unidade Neonatal41 Resultado deste estudo aponta concordacircncia com o

preconizado pois na grande maioria das maternidades da RMC os RN satildeo assistidos por

profissionais capacitados As atitudes tomadas pelos profissionais que prestam cuidados ao

RN logo apoacutes o nascimento satildeo importantes pois podem interferir na aproximaccedilatildeo precoce

85

e no viacutenculo matildee-bebecirc42 Nesta perspectiva eacute imperativo que o profissional seja capacitado

com base em fundamentos cientiacuteficos para o atendimento imediato do RN

As proporccedilotildees de amamentaccedilatildeo na sala de parto satildeo muito baixas em todas as regiotildees

do Brasil (161) sendo menor na Regiatildeo Nordeste (115) Os receacutem-nascidos (RN) de

parto vaginal e em estabelecimentos do SUS apresentaram chance significativamente menor

para o afastamento da matildee apoacutes o parto42 Os conhecimentos dos profissionais e as praacuteticas

instituiacutedas pelos serviccedilos de sauacutede satildeo determinantes importantes do iniacutecio da amamentaccedilatildeo

nos partos hospitalares43 No Brasil indicadores de baixo niacutevel socioeconocircmico e menor

acesso a serviccedilos de sauacutede aumentam chance de natildeo amamentaccedilatildeo na primeira hora44

Embora haja evidecircncias cientiacuteficas para colocar o RN junto ao corpo da matildee para iniciar a

amamentaccedilatildeo logo apoacutes o parto a implementaccedilatildeo dessa praacutetica encontra barreiras sociais e

culturais Na RMC o estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora ocorre mais que 60 das

vezes em 15 maternidades o que eacute uma taxa bastante elevada

Em relaccedilatildeo aos protocolos cliacutenicos na RMC as diretrizes para rastreamento de siacutefilis

e HIVAIDS estavam disponiacuteveis em todos os serviccedilos Este resultado reflete a relevacircncia

destes agravos abordados de forma diferenciada em programas governamentais Nosso

achado difere de um estudo realizado em maternidades no Estado do Rio de Janeiro que

encontrou menor disponibilidade destas diretrizes14 Colonizaccedilatildeo materna com Streptococo

do grupo B (GBS) durante a gravidez aumenta o risco de infecccedilatildeo neonatal por transmissatildeo

vertical e a antibioticoprofilaxia reduz significativamente o risco de sepse neonatal precoce32

Quase a totalidade das maternidades estudadas na RMC (15) utilizavam antibioacuteticos para

Streptococo do grupo B

A grande maioria das maternidades da RMC relatou ter protocolo para a hipertensatildeo

severa em concordacircncia com as recomendaccedilotildees A doenccedila hipertensiva especiacutefica da

86

gravidez que afeta cerca de 5-10 de gestantes eacute o principal contribuinte de morbidade e

mortalidade materna e neonatal em todo o mundo45 No Brasil em 2010 foi responsaacutevel por

197 das mortes maternas38 O Reino Unico tem sua diretriz cliacutenica com recomendaccedilotildees

para o diagnoacutestico e tratamento de distuacuterbios hipertensivos durante a gravidez no preacute-natal

parto e poacutes-natal46 Da mesma forma a Initiativa de Revisatildeo sobre Mortalidade Materna do

Departamento de Sauacutede de Nova York e ACOG identificou o manejo da hipertensatildeo durante

a gravidez como prioridade47 No Brasil as condutas recomendadas estatildeo disponiacuteveis no

Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco28

No mundo desenvolvido as taxas de cesaacuterea estatildeo acima de 3048 No Brasil em

2012 compreendeu 52 dos nascimentos16 Mulheres submetidas agrave cesaacuterea tecircm de cinco a

20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo em comparaccedilatildeo com mulheres que datildeo agrave luz

por via vaginal O efeito beneacutefico da antibioticoprofilaxia na operaccedilatildeo cesariana estaacute bem

estabelecido e reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite e graves complicaccedilotildees

infecciosas de 60 a 7049 Assim tem sido utilizado como indicador de performance50 A

praacutetica rotineira de antibioacuteticos nas cesaacutereas eletivas ocorreu em 11 maternidades da RMC

quando deveria estar ocorrendo em todas

Entretanto a existecircncia de protocolos pessoal e infra-estrutura natildeo garante a

prestaccedilatildeo de cuidado qualificado Eacute necessaacuterio incorporar auditoria cliacutenica agrave rotina das

maternidades para implantar e manter as boas praacuteticas apoiar e introduzir simulaccedilotildees de

manejo das complicaccedilotildees obsteacutetricas recursos eficazes para aprimorar a atuaccedilatildeo

profissional28 O Ministeacuterio da Sauacutede recomenda no Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco de

2012 a adoccedilatildeo de normas procedimentos fluxos e registros como instrumentos de avaliaccedilatildeo

de qualidade do atendimento28 Oferecer atenccedilatildeo obsteacutetrica qualificada depende da

87

experiecircncia dos profissionais apoiada nas melhores praacuteticas definidas pelas evidecircncias

cientiacuteficas

Se por um lado esta estrateacutegia de entrevistas com gestores traz incertezas quanto agrave

realidade do dia-a-dia das maternidades estudadas pelo vieacutes de cortesia e considerando que

natildeo houve observaccedilatildeo direta das praacuteticas por outro lado garantiu ampla participaccedilatildeo Aleacutem

disso facilitou o compromisso dos gestores com os resultados e accedilotildees posteriores A

discussatildeo das rotinas assistenciais agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas pode propiciar aos

profissionais e gestores a seguranccedila necessaacuteria para abandonar praacuteticas prejudiciais agrave sauacutede

das mulheres e dos receacutem-nascidos Espera-se que os resultados aqui apresentados venham

apoiar o debate sobre o aprimoramento da atenccedilatildeo ao parto na RMC com base em evidecircncias

cientiacuteficas

CONCLUSOtildeES

Os achados deste estudo mostraram que na RMC estavam vigentes vaacuterias praacuteticas

assistenciais qualificadas para assistecircncia ao trabalho de parto e parto em quase todas as

maternidades No entanto ainda haacute algumas rotinas que necessitam aprimoramento como

uso de antibioacutetico em 100 das cesaacutereas acesso a sangue em todas as maternidades e

cuidado em situaccedilatildeo criacutetica Os resultados podem subsidiar o planejamento de medidas

necessaacuterias para melhoria da qualidade da assistecircncia na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

88

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96

Quadro 1 Natureza juriacutedica dos hospitais maternidades da RMC segundo cadastro no CNES e total de leitos Obsteacutetricos e

leitos SUS

MUNICIacutePIO HOSPITAL TOTAL

LEITOS

LEITOS

SUS OBS

AMERICANA Hospital Waldemar Tebaldi 27 27 Fundaccedilatildeo Puacuteblica

Outros 4 hospitais 40 0 Privados

CAMPINAS

CAISM 41 41 Estadual

PUCC 44 27 PrivadoConveniado

Maternidade 109 70 PrivadoConveniado

Outros 6 hospitais 110 0 Privados

COSMOacutePOLIS Hospital Beneficente Santa Gertrudes 11 8 PrivadoConveniado

HORTOLAcircNDIA Mario Covas 21 21 Municipal

INDAIATUBA Hospital Augusto de Oliveira Camargo 30 18 PrivadoConveniado

Outro hospital 15 0 Privado

ITATIBA Santa Casa de Itatiba 18 11 PrivadoConveniado

Outro hospital 2 0 PrivadoConveniado

JAGUARIUacuteNA Hospital Municipal Walter Ferrari 18 18 Organizaccedilatildeo Social

Puacuteblica

MONTE MOR Associaccedilatildeo Hospital Beneficente Sagrado Coraccedilatildeo

de Jesus 13 11 PrivadoConveniado

NOVA ODESSA Dr Aciacutelio Carreon Garcia 6 6 Municipal

PAULINIA Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 14 Municipal

PEDREIRA FUNBEPE 10 10 PrivadoConveniado

SANTA BARBARA

DrsquoOESTE Santa Casa de Misericoacuterdia 30 18 PrivadoConveniado

SUMAREacute Hospital Estadual de Sumareacute 35 35 Estadual

VALINHOS

Irmandade da Santa Casa de Valinhos 24 15 PrivadoConveniado

Hospital Galileo 12 6 PrivadoConveniado c

Prefeitura de Vinhedo

VINHEDO Santa Casa de Vinhedo 19 0 Privado

97

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos profissionais entrevistados por municiacutepio e maternidades Regiatildeo Metropolitana de

Campinas Estado de Satildeo Paulo 2014

Municiacutepio Maternidade Anos

Obstetriacutecia Anos Serviccedilo

Anos Resp Obstetriacutecia

Americana Hospital Waldemar Tebaldi 11 7 1

Campinas Maternidade de Campinas 8 10 02

Campinas CAISM UNICAMP 15 12 7

Cosmoacutepolis Hospital Beneficente Santa Gertrudes 24 3 01

Hortolacircndia Hospital Municipal Maternidade Maacuterio Covas 7 2 2

Indaiatuba Hospital Augusto de Oliveira Camargo 32 26 10

Itatiba Santa Casa de Itatiba 35 22 4

Jaguariuacutena Hospital Municipal Walter Ferrari 7 1 03

Monte Mor Hospital Beneficente S Coraccedilatildeo de Jesus 6 2 25

Nova Odessa Hospital Dr Aciacutelio Carreon Garcia 21 1 01

Pauliacutenia Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 12 02

Pedreira FUNBEPE 9 5 1

Santa Baacuterbara Santa Casa de M de Santa Baacuterbara DrsquoOeste 14 3 15

Sumareacute Hospital Estadual de Sumareacute 118 118 2

Valinhos Santa Casa de Valinhos 20 18 8

Vinhedo Hospital Galileo 25 7 2

98

Tabela 2 Diretrizes cliacutenicas do cuidado obsteacutetrico segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade

Sim 16 1000

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada

Sim 12 750

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo

Sim 13 8125

Protocolo para hipertensatildeo severa

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira do manejo ativo do 3ordm periacuteodo

Sim 14 875

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira de antibioticoterapia nas cesaacutereas

Natildeo 5 3125

Protocolos e guias orientaccedilatildeo assistecircncia parto normal e cesaacutereas

Sim 12 750

Protocolos e guias para as principais complicaccedilotildees

Sim 12 750

99

Tabela 3 Aspectos de gestatildeo do cuidado segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo Metropolitana

de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

Sim 4 250

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

Sim 8 500

Dificuldade com transporte

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos

Sim 2 125

100

Tabela 4 Avaliaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-nascido no parto nas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Acolhimento com classificaccedilatildeo de risco

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Utilizaccedilatildeo de partograma

(de 60 a mais de 90 das vezes) 13 8125

Presenccedila de acompanhante no trabalho de parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Presenccedila de acompanhante no parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 14 875

Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto normal

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo do parto

(proacuteximo de 0 a menos de 60 das vezes) 14 875

Episiotomia

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

Disponibilizaccedilatildeo resultado do teste raacutepido de HIV

(de 60 a mais de 90 das vezes) 16 100

Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

101

DISCUSSAtildeO GERAL

O impacto das condiccedilotildees socioeconocircmicas e educacionais sobre os indicadores

de sauacutede materna e perinatal satildeo bastante conhecidos (Daoud et al 2014 Benova et al

2014 WHO 2012 Victora et al 2011 Hogan et al 2010) Dados da OMS mostram que

a morte materna eacute mais frequente em paiacuteses com muacuteltiplas desvantagens em relaccedilatildeo

aos paiacuteses mais desenvolvidos A RMM eacute o indicador considerado mais sensiacutevel para

evidenciar as inequidades de acesso e qualidade de atenccedilatildeo Em Angola haacute um risco

de uma mulher morrer em cada 35 partos esta razatildeo eacute 1780 no Brasil 12400 no Chile

113600 na Suiccedila e na Noruega eacute 114900 (WHO 2012)

Os paiacuteses estatildeo mudando gradualmente de um padratildeo de alta mortalidade

materna para baixa mortalidade materna de predomiacutenio de causas obsteacutetricas diretas

para uma proporccedilatildeo crescente de causas indiretas envelhecimento da populaccedilatildeo

materno e movendo-se da histoacuteria natural da gravidez e do parto em direccedilatildeo a

institucionalizaccedilatildeo da assistecircncia agrave maternidade aumento das taxas de intervenccedilatildeo

obsteacutetrica e eventual excesso de medicalizaccedilatildeo Este eacute o fenocircmeno transiccedilatildeo

obsteacutetrica o que tem implicaccedilotildees para as estrateacutegias destinadas a reduzir a mortalidade

materna (Souza et al 2014)

Considerando que os paiacuteses e regiotildees do mundo estatildeo em transiccedilatildeo no sentido

da eliminaccedilatildeo das mortes maternas foram descritos cinco estaacutegios da transiccedilatildeo

obsteacutetrica (Estaacutegios I - V) Paiacuteses regiotildees dentro de paiacuteses e grupos de subpopulaccedilatildeo

podem experimentar diferentes fases do obsteacutetrica transiccedilatildeo requerendo estrateacutegias

102

customizadas para o progresso Promover o desenvolvimento social e equidade em

conjunto com o fortalecimento do sistema de sauacutede e melhorias na qualidade do

atendimento satildeo etapas obrigatoacuterias na busca de um mundo livre das mortes maternas

evitaacuteveis (Souza et al 2014)

Em face da relativa raridade da morte materna em regiotildees de maior

desenvolvimento sua utilizaccedilatildeo para sensibilizar gestores e o puacuteblico em geral sobre as

inequidades em sauacutede torna-se pouco eficaz Como a mortalidade perinatal eacute um

indicador que tambeacutem resume as condiccedilotildees de oferta de preacute-natal parto e cuidados

neonatais iniciais tem-se defendido seu uso para evidenciar a qualidade da assistecircncia

na gestaccedilatildeo e parto juntamente com outros indicadores maternos mais sensiacuteveis (Vogel

et al 2014) Entre estes tem sido preconizado a morbidade materna por um lado e a

taxa de cesaacuterea por outro lado refletindo utilizaccedilatildeo de tecnologias apropriadas na

assistecircncia ao parto (Say et al 2004 Souza et al 2012 Souza et al 2013 WHO 2009

Vogel et al 2015)

A RMC eacute uma regiatildeo de 3500000 habitantes com todos os municiacutepios

apresentando IDH alto ou muito alto Tem uma ampla rede de assistecircncia agrave sauacutede tanto

puacuteblica quanto privada faacutecil acesso rodoviaacuterio com a populaccedilatildeo SUS dependente

variando de 38 a 79 taxa de analfabetismo de 29 a 85 As residecircncias chefiadas

por mulheres tiveram variaccedilatildeo de 165 a 241 Deveria ser um exemplo de equidade

em oferta de serviccedilos qualificados para sauacutede mas tem disparidades que podem

impactar os resultados perinatais e maternos

Os efeitos das desigualdades socioeconocircmicas na sauacutede satildeo dinacircmicos e variam

ao longo do tempo Utilizando dados de 86 paiacuteses de baixa e meacutedia renda o relatoacuterio

ldquoEstado da desigualdade de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da crianccedilardquo

103

apresenta uma seleccedilatildeo de indicadores de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da

crianccedila e permite que sejam feitas comparaccedilotildees entre paiacuteses e ao longo do tempo No

geral as desigualdades ocorreram em detrimento das mulheres bebecircs e crianccedilas em

subgrupos populacionais desfavorecidos ou seja os mais pobres os menos educados

e aqueles que residem em aacutereas rurais tiveram menor cobertura intervenccedilatildeo de sauacutede

e piores resultados de sauacutede do que os mais favorecidos (WHO 2015)

Indicadores de sauacutede de intervenccedilatildeo materna demonstraram pronunciadas

desigualdades dentro dos paises As maiores lacunas na cobertura - entre os mais ricos

e os mais pobres as aacutereas mais e menos educadas e urbanas e rurais - foram relatados

para partos assistidos por pessoal de sauacutede qualificado seguido de cobertura de

cuidados preacute-natais (pelo menos quatro visitas) As desigualdades tambeacutem foram

relatadas na cobertura de cuidados preacute-natais (pelo menos uma visita) embora em

menor grau do que os dois acima mencionados (WHO 2015)

Dessa maneira as diferenccedilas entre os municiacutepios podem fornecer informaccedilotildees

uacuteteis sobre as causas dessas desigualdades Um estudo de coorte desenvolvido em

Pelotas (RS) e em Avon (UK) comparou as associaccedilotildees entre as medidas de posiccedilatildeo

socioeconocircmica educaccedilatildeo materna e renda famiacuteliar e os resultados na sauacutede materna

e infantil Uma associaccedilatildeo inversa (maior prevalecircncia entre os mais pobres e menos

instruiacutedos) foi observada por quase todos os desfechos com exceccedilatildeo de cesarianas As

desigualdades mais fortes relacionados agrave renda e as relacionadas com a educaccedilatildeo

sobre a amamentaccedilatildeo foram encontradas em Avon No entanto em Pelotas foram

observadas maiores desigualdades nas taxas de cesariana e naquelas relacionadas com

a educaccedilatildeo impactando o parto prematuro (Matijasevich et al 2012) Resultado

semelhante foi encontrado em nosso estudo As matildees e seus receacutem-nascidos tecircm

104

resultados mais adversos em sauacutede se forem mais pobres e menos educados Esses

resultados demonstram a natureza dinacircmica da associaccedilatildeo entre a posiccedilatildeo

socioeconocircmica e os resultados de sauacutede e pode ajudar na compreensatildeo dos

mecanismos subjacentes a essas desigualdades

O acesso agrave informaccedilatildeo conhecimento e habilidades para resolver problemas

somados agrave rede de apoio e prestiacutegio social satildeo importantes determinantes da sauacutede

materna e perinatal A educaccedilatildeo reflete na posiccedilatildeo socioeconocircmica e nas oportunidades

de trabalho e renda (Braveman et al 2005 Shavers 2007) Estudo realizado com

mulheres egiacutepcias que viviam em agregados familiares dos menores quintis de renda

encontrou que essas mulheres eram menos propensas a receber cuidados qualificados

no preacute-natal e no parto em instalaccedilotildees de sauacutede do que as famiacutelias mais ricas A

magnitude desta associaccedilatildeo foi menor quando medida pelo niacutevel educacional (Benova

et al 2014) Em paiacuteses industrializados a renda estaacute menos frequentemente associada

aos resultados do parto do que a educaccedilatildeo mas em paiacuteses de baixa renda pode ser

diferente (Blumenshine et al 2010 WHO 2011)

A educaccedilatildeo capta diferentes aspectos dos resultados da sauacutede materna e

perinatal em comparaccedilatildeo com o que eacute capturado pela renda familiar (Collins et al 2006

Rajaratnam et al 2006) As maiores diferenccedilas com piores resultados perinatais foram

observadas nos municiacutepios da RMC com os maiores percentuais da populaccedilatildeo com

escolaridade das matildees lt 8 anos e taxas mais altas de analfabetismo Neste estudo a

maior proporccedilatildeo de renda baixa do chefe da famiacutelia esteve correlacionada com piores

indicadores de sauacutede materna e a menor escolaridade se correlacionou mais com os

indicadores perinatais

105

Estudos recentes sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

baixo peso ao nascer piores resultados de parto e menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-

natais o que foi confirmado entre os municiacutepios da RMC (Collins et al 2006 Rajaratnam

et al 2006) A posiccedilatildeo socioeconocircmica da comunidade pode se relacionar com os

resultados de sauacutede materna por meio da disponibilidade de vias de acesso e de

recursos fiacutesicos e residenciais durante a idade feacutertil e esses fatores satildeo determinados

pelas poliacuteticas puacuteblicas (Collins et al 2006 Auger et al 2009 Pampalon et al 2009)

Os municiacutepios que apresentaram os piores indicadores socioeconocircmicos e de

sauacutede materna e perinatal da RMC em 2011 mostraram certa concentraccedilatildeo na regiatildeo

noroeste Ao mesmo tempo o municiacutepio de Holambra na regiatildeo centro-oeste estaacute em

posiccedilatildeo alta no IDHM apresentou a menor populaccedilatildeo com baixa renda as mais altas

taxas de cesaacuterea de prematuridade e de TMNP com a menor proporccedilatildeo de chefia

feminina

Os municiacutepios de piores resultados maternos e perinatais Santo Antocircnio de

Posse Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e tambeacutem Holambra natildeo possuem

maternidade Poreacutem as distacircncias para as maternidades de referecircncia natildeo ultrapassam

17 km o que pressupotildee que natildeo haveria maior demora a justificar os piores desfechos

maternos e fetais (Pacagnella et al 2012) A detecccedilatildeo precoce e o tratamento de

complicaccedilotildees satildeo elementos para a reduccedilatildeo da mortalidade materna (Souza 2011

Soares et al 2012 Pacagnella et al 2012 Dias et al 2014) A excelente malha

rodoviaacuteria da regiatildeo favorece os deslocamentos aos serviccedilos de referecircncia para maior

complexidade de atenccedilatildeo Entretanto dois municiacutepios relataram dificuldades com o

transporte das pacientes e natildeo possuem maternidade (Cosmoacutepolis e Pedreira) Este eacute

um ponto que requer atenccedilatildeo na linha de cuidado da gestante na RMC que deve

106

oferecer condiccedilotildees para integrar os serviccedilos durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo

de rotina quanto nas situaccedilotildees de emergecircncia

Na RMC cinco municiacutepios apresentaram RMM elevada para os recursos

disponiacuteveis na regiatildeo As causas das mortes maternas na RMC em 2011 e seu processo

de cuidado natildeo foram estudados Mas a prevenccedilatildeo da morbimortalidade prevecirc a

necessidade de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada dos profissionais oferta de serviccedilos

de emergecircncia reconhecimento precoce dos problemas e atuaccedilatildeo em tempo haacutebil e

com eficiecircncia diante de complicaccedilotildees que possam colocar em risco a vida da matildee eou

da crianccedila

Tambeacutem chama a atenccedilatildeo que numa regiatildeo tatildeo pouco carente de recursos um

quarto dos serviccedilos de maternidade tenha relatado dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados quando a hemorragia eacute a segunda causa de morte materna no paiacutes

Esta situaccedilatildeo reflete problemas na organizaccedilatildeo do atendimento eficiente agraves

urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas A falta de um planejamento detalhado para a oferta

de cuidados pode favorecer a ocorrecircncia de demoras na implantaccedilatildeo de medidas

necessaacuterias Este eacute outro ponto que necessita intervenccedilatildeo urgente na organizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo na regiatildeo metropolitana Bittencourt et al (2014) em estudo realizado no paiacutes

encontraram 75 de disponibilidade de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos

hospitais mistos (privados conveniados ao SUS) 69 nos puacuteblicos e 67 nos privados

Morse et al (2011) em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no Brasil

apontaram dificuldades para transfusatildeo em quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto A subutilizaccedilatildeo de derivados de sangue eacute prevalente no Brasil e

em outros paiacuteses em desenvolvimento o que exige uma atenccedilatildeo especial dos

107

responsaacuteveis pelas poliacuteticas puacuteblicas e uma atuaccedilatildeo mais efetiva das entidades de

representaccedilatildeo profissional que lidam com estas condiccedilotildees cliacutenicas

Resultados de grande estudo realizado no Brasil sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem

near miss materno para a avaliaccedilatildeo da qualidade de cuidados obsteacutetricos realizado em

27 hospitais de referecircncia apontou que houve uma maior demora na prestaccedilatildeo de

serviccedilos em centros de cuidados classificadaos como natildeo adequados principalmente

devido agrave ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a

comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos e ou centros reguladores (Haddad et al 2014) Nas

situaccedilotildees onde as complicaccedilotildees existem falhas de qualidade da atenccedilatildeo e integraccedilatildeo

do cuidado podem levar mulheres e crianccedilas agrave morte evitaacutevel ou a sequelas permanentes

(Rosman et al 2006) Esta responsabilidade dos gestores precisa ser adequadamente

assumida

Aleacutem dos riscos de morbimortalidade associados agrave diversidade de condiccedilotildees de

educaccedilatildeo e renda na regiatildeo algumas das praacuteticas recomendadas no parto natildeo tecircm sido

seguidas em uma parte nas maternidades da RMC O modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica

contemporacircneo com altas taxas de intervenccedilotildees incluindo episiotomia e ocitocina na

conduccedilatildeo do trabalho de parto que seriam apenas recomendadas em situaccedilotildees de

necessidade tem sido utilizadas sempre ou frequentemente em mais de 50 dos

serviccedilos obsteacutetricos da RMC Ao mesmo tempo algumas carecircncias foram observadas

Entretanto faltam paracircmetros baseados em evidecircncia para definir taxas

adequadas de intervenccedilotildees E talvez natildeo seja adequado fazecirc-lo Associar boa praacutetica

com nuacutemero maacuteximo de intervenccedilatildeo pode facilitar a ocorrecircncia de eventos adversos no

parto ou decorrentes dele que poderiam ser evitados

108

Um exemplo de intervenccedilatildeo em que se pode debater a taxa de utilizaccedilatildeo eacute a

episiotomia Estudos anteriores apoiam poliacuteticas restritivas que trariam uma seacuterie de

benefiacutecios imediatos em comparaccedilatildeo com o uso rotineiro (Carroli e Mignini 2009 OPAS

2013 Melo et al 2014) Portanto tem-se recomendado realizaacute-la apenas quando haacute

necessidade cliacutenica o que fica sob julgamento do profissional que assiste o parto (OPAS

2013) A publicaccedilatildeo das revisotildees sistemaacuteticas sobre o tema acarretou uma acentuada

reduccedilatildeo no seu uso (Carroli e Mignini 2009 Melo et al 2014)

Mas estudos sobre disfunccedilotildees do assoalho peacutelvico mostram que a episiotomia

pode ser um fator de proteccedilatildeo quando adequadamente realizada Estudo recente

encontrou uma reduccedilatildeo de 40-50 de lesotildees no esfiacutencter anal com a realizaccedilatildeo da

episiotomia em comparaccedilatildeo com as roturas espontacircneas realizada meacutedio-lateral direita

a 60ordm distando 10 mm da linha meacutedia proteccedilatildeo do periacuteneo para desprendimento lento

do poacutelo cefaacutelico e compressas mornas no local enquanto periacuteneo curto edema perineal

e parto instrumental aumentou este risco (Kapoor et al 2015) Estes achados confirmam

resultado de Stedenfldt e colaboradores (2014) que encontraram reduccedilatildeo de 59 de

lesatildeo com proteccedilatildeo perineal ao final do 2ordm periacuteodo o que foi mais relevante nos casos

sem associaccedilatildeo de muacuteltiplos fatores de risco (primiparidade peso do receacutem-nascido

maior ou igual a 4500g e parto foacutercipe)

Na Dinamarca entre primigestas observou-se prevalecircncia de 153 de

episiotomia e 65 de lesatildeo no esfiacutencter anal com proteccedilatildeo dada pela episiotomia nos

casos de vaacutecuo-extraccedilatildeo e pela peridural para todos os partos (Jango et al 2014) Na

Finlacircndia por sua vez a taxa de episiotomia eacute de 30 com apenas 1 de lesatildeo de

esfiacutencter (Laine et al 2009) Tambeacutem se encontrou que as laceraccedilotildees perineais e o uso

de foacutercipe mas natildeo a episiotomia estavam associadas a maior disfunccedilatildeo do assoalho

109

peacutelvico com prolapso cinco a dez anos apoacutes o primeiro parto (Handa et al 2012) Dois

anos apoacutes o primeiro parto natildeo instrumental as mulheres que realizaram episiotomia

em comparaccedilatildeo com aquelas que tiveram rotura espontacircnea ou sem lesatildeo tiveram

menos sintomas de urgecircncia miccional e incontinecircncia (Rikard Bell et al 2014)

Portanto 54 de partos com episiotomia no Brasil (Leal et al 2014a) ou as taxas

encontradas na RMC podem ser considerados excessivos comparando-se com taxas

de paiacuteses noacuterdicos ou europeus Isso ocorre porque grande parte dos profissionais de

sauacutede especialmente os meacutedicos deve praticar este procedimento de rotina para as

mulheres de menor paridade e periacuteneo supostamente iacutentegro Talvez as taxas mais

adequadas mantendo a seguranccedila sejam maiores que as europeias na populaccedilatildeo

brasileira Embora natildeo esteja definida a taxa de episiotomia necessaacuteria deve ser menor

do que aquela que tem sido praticada e mais elevada do que nos paiacuteses com conduta

menos intervencionista do norte da Europa

Outra praacutetica a ser discutida comum nas maternidades da RMC eacute o uso da

ocitocina na conduccedilatildeo do trabalho de parto Leal et al (2014a) num amplo estudo

brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas praacuteticas no parto identificaram

que a infusatildeo de ocitocina ocorreu em cerca de 40 das mulheres de risco habitual

(baixo) sendo mais frequentemente utilizada no setor puacuteblico em mulheres com baixa

escolaridade Num estudo sobre partos conduzidos por enfermeiras obsteacutetricas na

Holanda observou-se que a taxa de uso de ocitocina na conduccedilatildeo do parto aumentou

de 244 para 388 entre 2000-2008 (Offerhaus et al 2014) Benefiacutecios da ocitocina

incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de parto distoacutecico com riscos

que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina intoxicaccedilatildeo por aacutegua e

embora rara rotura uterina Mais recentemente estudos tem encontrado associaccedilatildeo de

110

uso de ocitocina com autismo especialmente em crianccedilas de sexo masculino (Gregory

et al 2013 Weisman et al 2015) Num documento de 2014 a Associaccedilatildeo Americana

de Ginecologia e Obstetriacutecia afirmou que as evidecircncias natildeo eram suficientes para mudar

sua posiccedilatildeo de apoiar o uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto (ACOG

2014)

Protocolos ideais para utilizaccedilatildeo da ocitocina natildeo foram identificados

(Mozurkewich et al 2011) Os autores de uma metanaacutelise concluiacuteram que a ocitocina

para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto foi associada a aumento do parto vaginal

espontacircneo (Sq et al 2009) Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que altas doses de ocitocina

foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e parto cesaacutereo e um

aumento no parto vaginal espontacircneo (Kenyon et al 2013) Estudos em populaccedilotildees

com menor taxa de cesarianas sugerem que uma vez alcanccedilado o trabalho ativo a

ocitocina pode ser suspensa sem alterar a progressatildeo do parto ou a taxa de cesariana

(Diven et al 2012)

A antibioticoterapia nas cesaacutereas natildeo foi uma praacutetica rotineira em cinco das

maternidades visitadas quando deveria estar ocorrendo em todas Mulheres

submetidas agrave cesariana tecircm de cinco a 20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo

em comparaccedilatildeo com as mulheres que datildeo agrave luz por via vaginal (Smail e Grivell 2014)

A profilaxia antimicrobiana reduz o risco de endometrite e infecccedilatildeo incisional quando

administrado corretamente e tem sido utilizado como indicador de performance A mais

comum infecccedilatildeo relacionada agrave complicaccedilatildeo de cesaacuterea eacute a endometrite que pode ser

reduzida em 50 com o uso de antibioacutetico profilaacutetico Taxas de infecccedilatildeo do siacutetio ciruacutergico

apoacutes cesariana variam de acordo com a populaccedilatildeo em estudo os meacutetodos utilizados

111

para monitorar e identificar os casos e o uso de antibioacutetico profilaacutetico apropriado (Lamont

et al 2011)

O efeito beneacutefico da profilaxia antibioacutetica na reduccedilatildeo de ocorrecircncias de infecccedilatildeo

associados com cesaacuterea eletiva ou de emergecircncia jaacute estaacute bem estabelecida (Smail e

Grivell 2014) Uma revisatildeo sistemaacutetica concluiu que a profilaxia antibioacutetica administrada

antes da incisatildeo diminuiu a incidecircncia global de infecccedilatildeo apoacutes a cesariana e natildeo

aumentou a probabilidade de infecccedilatildeo neonatal O uso de antibioacuteticos profilaacuteticos em

mulheres submetidas agrave cesariana reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite

e graves complicaccedilotildees infecciosas de 60 a 70 (Smail e Grivell 2014)

Assim a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo principalmente da assistecircncia hospitalar ao

parto com utilizaccedilatildeo das praacuteticas baseadas nas evidecircncias deve ser o foco principal das

poliacuteticas puacuteblicas Este objetivo exige processos de educaccedilatildeo continuada e intervenccedilotildees

do tipo auditoria nas instituiccedilotildees buscando identificar os problemas acompanhar as

soluccedilotildees e promover o desenvolvimento profissional daqueles envolvidos no cuidado

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na

RMC permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactam os indicadores

estudados Os piores resultados para os indicadores perinatais estavam presentes em

populaccedilotildees mais vulneraacuteveis Para melhorar os resultados em sauacutede para matildees e bebecircs

estrateacutegias para reduzir as desigualdades sociais e educacionais focadas nos grupos

populacionais mais vulneraacuteveis matildees adolescentes mulheres com menor escolaridade

e renda ainda satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos de sauacutede apoacutes

anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

112

113

CONCLUSSAtildeO GERAL

Embora seja uma regiatildeo de grande desenvolvimento permaneciam

desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores de sauacutede matena e

perinatal na RMC Os piores resultados estavam presentes em populaccedilotildees mais

vulneraacuteveis as matildees adolescentes as mulheres com menor escolaridade e renda

As praacuteticas de sauacutede qualificadas (induccedilatildeo de ruptura prematura de

membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo para

Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto) estavam disponiacuteveis

em quase todos os hospitais na RMC No entanto algumas rotinas satildeo excessivas

(conduccedilatildeo e episiotomia) e outras precisam ser melhoradas (como o uso de

antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas disponibilidade de sangue em estado criacutetico de

cuidado)

114

115

REFEREcircNCIAS

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146

147

ANEXOS

ANEXO - 1 Mapa da Regiatildeo Metropolitana de Campinas

148

ANEXO - 2

Roteiro semiestruturado sobre a rotina da assistecircncia ao parto (intervenccedilotildees necessaacuterias e desnecessaacuterias)

para as entrevistas com os(as) meacutedicos(as) e os enfermeiros(as) responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

Responda as questotildees a seguir referentes agrave praacutetica da assistecircncia agrave mulher durante o trabalho de parto e parto na

instituiccedilatildeo que vocecirc trabalha

Instituiccedilatildeo

Dados Pessoais Data de nascimento [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

Escolaridade [ ] 1-Superior [ ] 2-Especializaccedilatildeo [ ] 3-Mestradodoutorado

Haacute quanto tempo trabalha em Obstetriacutecia

Haacute quanto tempo trabalha nesse serviccedilo

Haacute quanto tempo eacute responsaacutevel pelo Serviccedilo de Obstetriacutecia

01 Eacute garantida a presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher ( ) Sim ( ) Natildeo (Passe para a Q2)

a) Quem a acompanha com maior frequecircncia

b) Em que momento (Assinale mais de uma opccedilatildeo caso se aplique)

No trabalho de parto ( ) No parto ( ) No puerpeacuterio imediato ( )

02 Eacute realizada a triagem e tratamento de Siacutefilis na maternidade Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

03 Eacute prescrita a terapia antirretroviral para gestante com HIV Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

04 Eacute praacutetica rotineira induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada Sim ( ) Natildeo ( )

05 Eacute praticada rotineiramente a induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas ao termo Sim ( ) Natildeo ( )

06 A analgesia eacute oferecida a todas as parturientes Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

07 Existe protocolo para tratamento de hipertensatildeo severa Sim ( ) Natildeo ( ) O que eacute utilizado

08 Eacute praacutetica rotineira o manejo ativo do 3ordm periacuteodo Sim ( ) Natildeo ( )

09 Eacute praticada a antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B Sim ( ) Natildeo ( )

10 Eacute praticada rotineiramente a antibioticoterapia nas cesaacutereas Sim ( ) Natildeo ( )

11 Durante as cesaacutereas de emergecircncia haacute disponibilidade de

a) Anestesista no Centro Obsteacutetrico Sim ( ) Natildeo ( )

b) Banco de sangueSim ( ) Natildeo ( )

c)Obstetra treinado Sim ( ) Natildeo ( )

12 Eacute praacutetica rotineira a prevenccedilatildeo de hemorragia poacutes-parto Sim ( ) Natildeo( )

13 Eacute praticado o manejo de hemorragia poacutes parto Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para a Q15)

a) Remoccedilatildeo da placenta Sim ( ) Natildeo ( )

b)Curagem Sim ( ) Natildeo ( )

c)Curetagem Sim ( ) Natildeo ( )

14 Quem realiza o parto normal com maior frequecircncia Enfa( ) Enfa Obstetra ( ) Meacutedico ginecologista ( )

Outro profissional ( ) Quem

15 Os indicadores de humanizaccedilatildeo do parto satildeo praticados Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q17)

a) Visita preacutevia das gestantes agrave maternidade Sim ( ) Natildeo ( )

b) Acesso diferenciado agraves gestantes em trabalho de parto Sim ( ) Natildeo( )

c) Alojamento conjunto Sim ( ) Natildeo ( )

16 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal e cesaacuterea focando

a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q18) Quais

17 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com para as principais complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia

hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) focando a qualidade da atenccedilatildeo Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q19) Quais

18 Dados relacionados agrave infraestrutura

a) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

b) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de medicamentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

c) Haacute dificuldade com o transporte das gestantes parturientes e pueacuterperasSim ( ) Natildeo ( )Quais os problemas mais

frequentes

d) Haacute dificuldade de comunicaccedilatildeo com os serviccedilos de referecircncia Sim ( ) Natildeo ( ) Quais problemas

e) Haacute dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

f) E com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves Sim ( ) Natildeo ( )

19 O que mais gostaria de falar sobre dificuldades ou aspectos relevantes que impactam a assistecircncia agraves gestantes

em trabalho de parto ou com complicaccedilotildees na gravidez no seu serviccedilo

149

ANEXO - 3

150

151

ANEXO - 4

Consentimento das instituiccedilotildees para a realizaccedilatildeo do estudo

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Nome do responsaacutevel________________________________________________

Idade Cargo____________________RG_______________________

Endereccedilo______________________________________ Ndeg_________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu autorizo a coleta

de dados da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado ofertado

pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A pesquisadora

responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que trabalha no

Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves 1700 horas

(telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa contribuiraacute para

identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os processos de cuidado a

eles associados Fui esclarecido (a) que a participaccedilatildeo dos gestores do Centro

Obsteacutetrico desta instituiccedilatildeo poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico

sobre a qualidade da atenccedilatildeo ofertada

Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada a liberdade dos profissionais de

aceitar ou natildeo e que a recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que a identidade dos profissionais

envolvidos nesse estudo seraacute mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido

seraacute entregue a pesquisadora em envelope lacrado

152

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Concordo que os profissionais meacutedicos e enfermeiros gestores do Centro

Obsteacutetrico colaborem voluntariamente com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora _______________________________________

153

ANEXO - 5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Ndeg na Pesquisa RG____________________

Nome Idade__________________

Endereccedilo Ndeg_____________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu fui convidado

(a) a participar da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado

ofertado pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A

pesquisadora responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que

trabalha no Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves

1700 horas (telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa

contribuiraacute para identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os

processos de cuidado a eles associados Fui esclarecido (a) que minha participaccedilatildeo

poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico sobre a qualidade da

atenccedilatildeo ofertada

Aceito participar para isso responderei um questionaacuterio ldquoauto-respondidordquo

natildeo havendo necessidade de identificaccedilatildeo exceto a profissatildeo (meacutedico ou

enfermeiro) Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada minha liberdade de aceitar ou

natildeo e que minha recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na minha atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que minha identidade nesse estudo seraacute

154

mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido seraacute entregue a pesquisadora

em envelope lacrado

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Aceito voluntariamente colaborar com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora ___________________________________________

Page 7: Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

vii

RESUMO

Objetivos Estudar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos de 19 municiacutepios e avaliar as rotinas da assistecircncia aos partos da

Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Sujeitos e Meacutetodos Trata-se de

estudo transversal associado a um estudo de casos de rotinas do cuidado na

assistecircncia ao parto em 16 maternidades puacuteblicas Coletaram-se as informaccedilotildees

referentes aos indicadores municipais a partir do DATASUS da Fundaccedilatildeo Seade e

do censo de 2010 Para conhecer as intervenccedilotildees realizadas nas 16 maternidades

em entrevistas com meacutedicos ou enfermeiros responsaacuteveis utilizaram-se o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e

ao receacutem-nascido no partordquo (Ministeacuterio da Sauacutede) e um questionaacuterio complementar

proacuteprio para o estudo A coleta de dados ocorreu de dezembro de 2013 a

outubro2014 Utilizou-se anaacutelise descritiva para as praacuteticas hospitalares e

coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e Spearman para avaliar possiacuteveis

associaccedilotildees entre caracteriacutesticas socioeconocircmicos e demograacuteficas e resultados

obsteacutetricos e perinatais Resultados As porcentagens de matildees adolescentes de

renda le 1 salaacuterio-miacutenimo (SM) e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a nuacutemero de consultas preacute-natais e com a taxa de mortalidade

perinatal poreacutem inversamente com partos cesaacutereos A renda meacutedia domiciliar per

capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal foram correlacionados

diretamente com partos cesaacutereos e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

viii

natais e com a taxa de mortalidade perinatal A porcentagem de matildees adolescentes

e de escolaridade le 8 anos e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a taxa de mortalidade neonatal precoce taxa de prematuridade

e baixo peso ao nascer Em relaccedilatildeo agraves rotinas das 16 maternidades puacuteblicas da

RMC treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam frequentemente a

ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto nove executavam a episiotomia

frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro periacuteodo do parto A

presenccedila de acompanhante durante o trabalho de parto e parto foi rotineira para 9

e 14 hospitais respectivamente Todos os hospitais forneceram rastreamento para

HIV e siacutefilis Doze hospitais realizavam induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e 13 em

ruptura prematura de membranas enquanto 15 tinham protocolos de conduta para

hipertensatildeo arterial severa e profilaxia de sepse neonatal precoce por

Streptococcus do grupo B Cinco hospitais natildeo utilizavam antibioacuteticos para

cesarianas Produtos derivados de sangue natildeo estavam disponiacuteveis em quatro

hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de gestantes em situaccedilatildeo cliacutenica grave Quinze

hospitais relataram ter profissional treinado para atendimento neonatal Conclusatildeo

A taxa de mortalidade perinatal foi o indicador que melhor refletiu os indicadores

socioeconocircmicos na regiatildeo A adolescecircncia foi um indicador social de grande risco

perinatal frequentemente associada com ausecircncia de parceiro A taxa de cesaacuterea

retratou os municiacutepios com maior poder aquisitivo na regiatildeo As praacuteticas qualificadas

de assistecircncia ao parto estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais No

entanto algumas delas parecem excessivas como conduccedilatildeo de parto e

episiotomia enquanto outras precisam ser melhoradas como uso de antibioacuteticos

para todos os partos cesaacutereos e disponibilidade de sangue e cuidado de

ix

emergecircncia Os resultados destacam a inequidade da assistecircncia e a importacircncia

de rever as rotinas hospitalares mesmo em uma regiatildeo com amplo acesso a

recursos materiais e humanos e oportunidades de educaccedilatildeo continuada

Palavras-chave indicadores baacutesicos de sauacutede obstetriacutecia parto tocologia

x

xi

ABSTRACT

Objectives To study maternal and perinatal health and socioeconomic indicators

of 19 municipalities and assess the routines of care during childbirth in the

metropolitan region of Campinas (RMC) Subjects and Methods Cross-sectional

study coupled with a case study of 16 public hospitals on clinical routines applied

for labour and delivery The information on health and socioeconomic indicators

derived from the DATASUS the Seade Foundation and 2010 census Routines were

assessed by through the Assessment Tool of Good Practice Caring for Women and

Newborns during Childbirth (Ministry of Health) and a complementary

questionnaire for interviews with responsible doctors or nurses in 16 hospitals Data

collection occurred from December 2013 to October 2014 Descriptive analysis

was applied to report routine practices in hospitals and Pearson and Spearman

correlation coefficients were used to evaluate possible associations between

socioeconomic obstetric and perinatal outcomes Results The proportion of

teenage mothers and income le 1SM and the illiteracy rate were positively correlated

with number of prenatal visits and perinatal mortality rate and inversely with

caesarean deliveries The average household income per capita and the Municipal

Human Development Index (MHDI) correlated directly with caesarean deliveries and

inversely with number of prenatal consultations and perinatal mortality rate The

percentages of teenage mothers and education le 8 years and the illiteracy rate

correlated positively with the early neonatal mortality rate prematurity and low birth

xii

weight Regarding routine practices during deliveries into 16 public maternities

thirteen hospitals used partograph 10 frequently used oxytocin for labour

augmentation nine frequently performed episiotomy and 14 informed active

management of the third stage of labour The presence of a companion during labour

and delivery was a routine for nine and 14 hospitals respectively All hospitals

provided screening for HIV and syphilis Twelve hospitals performed induction in

prolonged gestation and 13 in premature rupture of membranes Fifteen had clinical

protocol for severe hypertension and for group B Streptococcus early neonatal

sepsis prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for caesarean sections

Blood products were not available in four hospitals and eight could not take

emergency care for severe ill women Fifteen hospitals reported trained professional

providing neonatal care Conclusion The perinatal mortality rate proved to best

indicator reflecting socioeconomic indicators in the region The caesarean rate

pictured the municipalities with higher income Qualified health practices were

available in most hospitals However augmentation with oxytocin and episiotomy

sounded excessive while others need improvement as antibiotics for all C-sections

and availability of blood and emergency care The results highlight the health care

inequity and the importance of reviewing hospital care routines even in a region with

ample access to material and human resources and continuing education

opportunities

Key words childbirth midwifery maternal and perinatal indicators obstetric

xiii

SUMAacuteRIO

RESUMO vii

ABSTRACT xi

SUMAacuteRIO xiii

DEDICATOacuteRIA xv

AGRADECIMENTOS xvii

SIGLAS E ABREVIATURAS xix

INTRODUCcedilAtildeO GERAL 1

OBJETIVOS 23

Objetivo Geral 23

Objetivos Especiacuteficos 23

MEacuteTODOS 25

Desenho do estudo25

Local do estudo 25

Procedimentos25

Criteacuterios de inclusatildeo 26

Criteacuterios de exclusatildeo 27

Instrumentos 27

Aspectos eacuteticos 29

Variaacuteveis e Conceitos29

CAPIacuteTULOS37

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1 38

ARTIGO 139

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2 68

ARTIGO 269

DISCUSSAtildeO GERAL 101

CONCLUSSAtildeO GERAL 113

REFEREcircNCIAS 115

ANEXOS 147

xiv

ANEXO - 1 147

ANEXO - 2 148

ANEXO - 3 149

ANEXO - 4 151

ANEXO - 5 153

xv

DEDICATOacuteRIA

a Deus

que tem me orientado principalmente nos momentos difiacuteceis

ao meu grande amor Elcio

que com dedicaccedilatildeo e carinho tem me impulsionado sempre

agrave minha querida matildee (in memoriam)

primeira

mestre e grande responsaacutevel pela minha formaccedilatildeo

xvi

xvii

AGRADECIMENTOS

Aos meus antigos e novos mestres por terem sabido semear a inquietude do

conhecimento

Agrave minha querida orientadora Eliana Amaral agradeccedilo a confianccedila depositada em

meu trabalho a paciecircncia adotada ao responder tanto minhas questotildees mais

simples como tambeacutem as mais complicadas delas Mas em especial

agradeccedilo o carinho que sempre teve para comigo em todos os momentos

principalmente nos de minha extrema ansiedade

Ao meu esposo Elcio presente em todos os momentos A sua colaboraccedilatildeo foi

fundamental Sem ela percorrer esse longo caminho teria sido certamente

muito mais aacuterduo Agradeccedilo por ser quem eacute estando sempre ao meu lado

A toda a equipe do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas em especial agrave Dra

Carmen Lavras que me ofereceu a oportunidade de trabalhar com a Regiatildeo

Metropolitana de Campinas e me auxiliou na construccedilatildeo do projeto e na coleta

de dados

Agrave Maria Joseacute Comparini Nogueira Saacute Maria Regina Marques de Almeida Flaacutevia

Mambrini e Carla Brito Fortuna pela contribuiccedilatildeo valorosa na realizaccedilatildeo do

projeto de pesquisa

Agrave Maria Cristina Restitutti e Stella Maria B da Silva Telles que me apoiaram na

manipulaccedilatildeo dos bancos de dados

Agrave Maria Helena Souza pela paciecircncia esclarecimentos iniciais e anaacutelise estatiacutestica

Agradeccedilo agrave Conceiccedilatildeo Denise Melissa secretaacuterias da Divisatildeo de Obstetriacutecia e da

Poacutes-graduaccedilatildeo em Tocoginecologia o tratamento sempre carinhoso e bem

humorado

Aos gestores das instituiccedilotildees participantes do estudo pela disponibilidade e

incentivo

Agraves minhas amigas Patriacutecia e Adriana o carinho e a atenccedilatildeo nos momentos mais

difiacuteceis Em especial a formataccedilatildeo e editoraccedilatildeo da tese para o exame de

xviii

Qualificaccedilatildeo em caraacuteter emergencial a paciecircncia e incentivo Nenhuma

memoacuteria eacute tatildeo doce quanto agrave dos bons amigos

A todos meus amigos do local de trabalho em especial para os que estavam mais

proacuteximos Jane Maria do Carmo Marinez Renecirc Soraia Glaacuteucia Soninha

Alexandre e Matheus a amizade e o carinho especial

xix

SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ndash Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia

BP ndash Baixo Peso

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

CNES ndash Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sauacutede

CO ndash Centro Obsteacutetrico

GBS ndash Estreptococo do grupo B

IBGE ndash Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutesitica

IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal

MM ndash Morte Materna

ODM ndash Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio

OECD ndash Organizaccedilatildeo Europeacuteia para o Desenvolvimento

Econocircmico

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

PN ndash Preacute-Natal

RANZCOG ndash Coleacutegio Real da Austraacutelia e Nova Zelacircndia de

Obstetriacutecia e Ginecologia

RCOG ndash Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia

RMC ndash Regiatildeo Metropolitana de Campinas

RMM ndash Razatildeo de Mortalidade Materna

xx

RN ndash Receacutem-nascido

RPMT ndash Ruptura Prematura de Membranas a Termo

SEADE ndash Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados

SIM ndash Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade

SINASC ndash Sistema de Nascidos Vivos

SPSS ndash Statistical Package for Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMN ndash Taxa de Mortalidade Neonatal

TMNP ndash Taxa de mortalidade Neonatal Precoce

TMP ndash Taxa de Mortalidade Perinatal

WHO ndash World Health Organization

1

INTRODUCcedilAtildeO GERAL

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) satildeo metas

internacionais adotadas pelos paiacuteses signataacuterios Entre estas inclui-se a reduccedilatildeo

da mortalidade materna da mortalidade infantil e o acesso a serviccedilos de sauacutede

reprodutiva e anticoncepccedilatildeo O 5ordm ODM propotildee reduccedilatildeo da razatildeo da mortalidade

materna (RMM) em 75 ateacute 2015 (WHO 2007 Hogan et al 2010) Segundo a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) 50 paiacuteses conseguiram progresso

substancial destas metas graccedilas ao desenvolvimento socioeconocircmico melhoria da

educaccedilatildeo nutriccedilatildeo e acesso a serviccedilos de sauacutede (Hogan et al 2010 Victora et al

2011 WHO 2012) Uma seacuterie de seis artigos publicados no The Lancet mostra ter

havido melhorias significativas na sauacutede materna e infantil no Brasil atendimento

de emergecircncia e reduccedilatildeo da carga de doenccedilas infecciosas (Barreto et al 2011

Paim et al 2011 Reichenheim et al 2011 Schmidt et al 2011 Victora et al

2011a 2011b)

O relatoacuterio ldquoTendecircncias da mortalidade materna 1990 a 2010rdquo mostra que

embora o Brasil tenha reduzido a mortalidade materna de 120 para 56 a cada 100

mil nascimentos natildeo alcanccedilaraacute a meta estipulada de 35 oacutebitos por 100 mil nascidos

vivos (Souza 2011 Lozano et al 2011 ONU 2012 IPEA 2014) Ao mesmo

tempo haacute elevada taxa de cesaacuterea em aumento constante e muito mais acentuado

no sistema privado de assistecircncia ao parto (IPEA 2010 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a

Victora et al 2011 Leal et al 2014b) A razatildeo de mortalidade materna sofreu

2

estagnaccedilatildeo nos uacuteltimos dez anos em niacuteveis intermediaacuterios enquanto observou-se

aumento do componente de mortalidade perinatal na mortalidade infantil (Ministeacuterio

da Sauacutede 2012b Souza 2011 Victora et al 2011 Lansky et al 2014)

Num estudo nacional a prematuridade respondeu por cerca de um terccedilo da

taxa de mortalidade neonatal As maiores taxas de mortalidade neonatal ocorreram

entre crianccedilas com menos de 1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal

prematuros extremos (lt 32 semanas) com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida as que

utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante as que tinham malformaccedilatildeo

congecircnita aquelas cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto as que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de

referecircncia para gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e as que nasceram de parto

vaginal (Lansky et al 2014)

Um total de 98 dos partos no Brasil ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e

proacuteximo de 90 deles satildeo assistidos por meacutedicos (Souza 2011) Dados recentes

da pesquisa ldquoNascer no Brasilrdquo informam que no ano de 2012 52 dos

nascimentos foram por cesaacuterea correspondendo a 88 dos nascimentos no setor

privado (Leal et al 2014a) No Brasil a preferecircncia pela cesariana aumentou

atingindo um terccedilo das mulheres No entanto haacute diferenccedilas marcantes segundo

histoacuteria reprodutiva e fonte de pagamento do parto sendo menor em primiacuteparas

com parto financiado pelo setor puacuteblico (154) e maior entre multiacuteparas com

cesariana anterior no setor privado (732) (Domingues et al 2014) Estudos tecircm

recomendado o suporte de doulas durante o trabalho de parto como uma das

medidas para reduzir as cesaacutereas (Hodnett et al 2011 Kozhimannil et al 2013

2014) No Brasil a presenccedila da doula eacute regulamentada por Portaria do Ministro da

3

Sauacutede No1153 de maio de 2014 que redefine os criteacuterios de habilitaccedilatildeo da

Iniciativa Hospital Amigo da Crianccedila (IHAC) Em seu artigo 7ordm introduz-se o Criteacuterio

Global Amigo da Mulher onde sua participaccedilatildeo eacute sugerida dizendo ldquocaso seja da

rotina do estabelecimento de sauacutede autorizar a presenccedila de doula comunitaacuteria ou

voluntaacuteriardquo (Ministeacuterio da Sauacutede 2014a)

Eacute interessante o contraste entre as praacuteticas obsteacutetricas em diferentes paiacuteses

Na Holanda a taxa de cesaacuterea eacute a mais baixa da Europa (17) enquanto o Brasil

tem a taxa mais elevada do mundo (52) seguido por Meacutexico e Turquia (ambos

com taxas acima de 45) (OECD 2013 Leal et al 2014a IPEA 2014) Na Franccedila

cuja assistecircncia agrave sauacutede eacute garantida pelo Estado observa-se taxa de cesaacutereas

bastante estaacuteveis em 20 de 2009-2011 (OECD 2009 2011 e 2013) Neste paiacutes

tambeacutem ocorrem taxas mais elevadas de cesarianas no setor privado do que no

puacuteblico embora este uacuteltimo seja responsaacutevel pelo cuidado de gestaccedilotildees mais

complicadas (OECD 2013) Em 2011 as menores taxas de cesaacuterea ocorreram nos

paiacuteses noacuterdicos (Islacircndia Finlacircndia Sueacutecia e Noruega) com taxas que variaram de

15 a 17 de todos os nascidos vivos No mesmo periacuteodo a taxa de cesaacuterea no

Reino Unido atingiu 241 no Canadaacute alcanccedilou 261 e na Austraacutelia ficou em

322 (OECD 2013)

Em paralelo a taxa de mortalidade neonatal nos paiacuteses noacuterdicos variou de

16 a 24 por 1000 nascidos vivos no mesmo periacuteodo Na Austraacutelia Reino Unido e

Canadaacute alcanccedilaram 36 41 e 49 respectivamente (OECD 2013) No Brasil foi de

111 (Lansky et al 2014) Nos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para o Desenvolvimento

Econocircmico (OECD) cerca de dois terccedilos das mortes infantis que ocorrem durante

o primeiro ano de vida satildeo mortes neonatais Os principais fatores que contribuem

4

para esta mortalidade satildeo as malformaccedilotildees e a prematuridade Com um nuacutemero

crescente de mulheres adiando a gravidez e um aumento de nascimentos muacuteltiplos

vinculados a tratamentos para fertilidade o nuacutemero de nascimentos preacute-termo

aumentou Em vaacuterios paiacuteses de renda mais alta isso contribuiu para uma

estabilizaccedilatildeo da mortalidade infantil ao longo dos uacuteltimos anos (OECD 2013)

Como em outros paiacuteses no Brasil a atenccedilatildeo agrave sauacutede em geral e ao parto

em particular mostra uma grande inequidade com resultados diferenciados entre

mulheres atendidas nos sistemas puacuteblico e privado e nas vaacuterias regiotildees geograacuteficas

(Victora et al 2010 Diniz et al 2012) Entretanto as publicaccedilotildees sugerem

inadequada qualidade dos cuidados oferecidos na gestaccedilatildeo parto e puerpeacuterio

tanto nos grandes quanto nos pequenos centros (Nagahama e Santiago 2008

Victora et al 2010 Diniz et al 2012 Leal et al 2014a)

Este conjunto de resultados exige uma revisatildeo da linha de cuidado agrave

gestaccedilatildeo e parto Se haacute excesso de intervenccedilotildees incluindo cesaacuterea supotildee-se que

a atenccedilatildeo eacute pouco centrada nas evidecircncias atuais eou que deve haver dificuldades

para aderir agraves boas praacuteticas de cuidado Esta complexa situaccedilatildeo exige estrateacutegias

multicomponentes para qualificar a atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher e da crianccedila (IPEA

2010 Souza 2011 Leal et al 2014a 2014b)

Victora et al (2011) mostraram que as transformaccedilotildees nos determinantes

sociais das doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede afetaram os

indicadores de sauacutede materna e infantil com reduccedilatildeo dos coeficientes de

mortalidade infantil para 20 mortes por 1000 nascidos vivos em 2008 sendo 68

destas mortes pelo componente neonatal O acesso agrave maioria das intervenccedilotildees de

sauacutede dirigidas agraves matildees e agraves crianccedilas foi ampliado quase atingindo coberturas

5

universais e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenccedilotildees foram

reduzidas Entre as razotildees para o progresso estatildeo modificaccedilotildees socioeconocircmicas

e demograacuteficas (crescimento econocircmico reduccedilatildeo das disparidades de renda

urbanizaccedilatildeo melhoria na educaccedilatildeo das mulheres e reduccedilatildeo nas taxas de

fecundidade) intervenccedilotildees externas ao setor de sauacutede (programas condicionais de

transferecircncia de renda e melhorias no sistema de aacutegua e saneamento) programas

verticais de sauacutede da deacutecada de 80 (promoccedilatildeo da amamentaccedilatildeo hidrataccedilatildeo oral e

imunizaccedilotildees) criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com expansatildeo da

cobertura para atingir as aacutereas mais carentes e a implementaccedilatildeo de programas

nacionais e estaduais para melhoria da sauacutede e nutriccedilatildeo infantil e em menor grau

promoccedilatildeo da sauacutede das mulheres (Victora et al 2011)

No entanto os autores salientaram que ainda persistem desafios como a

medicalizaccedilatildeo abusiva (alta frequecircncia de cesaacuterea episiotomias ocitocina

muacuteltiplos exames de ultrassom etc) mortes maternas por abortos inseguros e a

frequecircncia alta de nascimentos preacute-termo Destacaram ainda que embora a Meta

do Milecircnio para mortalidade infantil devesse ser alcanccedilada em dois anos o mesmo

natildeo ocorreria com a mortalidade materna (Victora et al 2011)

Outros indicadores de sauacutede perinatal aleacutem da morte materna e da taxa de

cesaacuterea tecircm sido explorados Um projeto da OECD tem discutido indicadores de

qualidade dos cuidados de sauacutede (OECD 2007) Na Dinamarca desde setembro

de 2010 oito indicadores satildeo monitorados anestesia analgesia apoio contiacutenuo

para as mulheres na sala de parto laceraccedilotildees de 3 ordm ou 4 ordm graus cesariana

hemorragia poacutes-parto estabelecimento de contato pele a pele entre matildee e receacutem-

nascido hipoacutexia fetal grave e parto de crianccedila saudaacutevel apoacutes o parto sem

6

complicaccedilotildees O registro eacute obrigatoacuterio para todas as unidades de parto e estas

recebem seus resultados para a monitorizaccedilatildeo e aprimoramento no programa de

qualidade de assistecircncia (Kesmodel e Jolving 2011)

No Brasil os indicadores de sauacutede materna e perinatal incluem a taxa de

mortalidade neonatal precoce a tardia a poacutes-natal e a perinatal a razatildeo de

mortalidade materna a incidecircncia de siacutefilis congecircnita a proporccedilatildeo de internaccedilotildees

hospitalares (SUS) por afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prevalecircncia de

aleitamento materno a prevalecircncia de aleitamento materno exclusivo em menores

de seis meses a proporccedilatildeo de nascidos vivos de matildees adolescentes a proporccedilatildeo

de nascidos vivos de baixo peso ao nascer a cobertura de preacute-natal a proporccedilatildeo

de partos hospitalares e de partos cesaacutereos e o percentual de oacutebitos de mulheres

em idade feacutertil investigado (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2012) No Estado de Satildeo

Paulo entre os indicadores que compotildeem a matriz de informaccedilotildees demograacuteficas e

socioeconocircmicas de condiccedilotildees de vida e sauacutede e da rede de serviccedilos do SUS

incluem-se taxa de cesaacutereas cobertura vacinal coeficientes de mortalidade infanti l

e materna e leitos1000 habitantes (Secretaria da Sauacutede do Estado de Satildeo Paulo

2010)

O conhecimento da situaccedilatildeo de sauacutede pelos gestores e profissionais

utilizando indicadores eacute fundamental para o bom desenvolvimento das accedilotildees de

melhoria porque devem refletir a qualidade do cuidado Assim a matriz de

indicadores pode ser um poderoso instrumento para nortear o planejamento local e

regional de sauacutede (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2011 IPEA 2014) No entanto

os nuacutemeros natildeo permitem compreender o processo do cuidado e identificar onde

este processo estaacute suboacutetimo Para isso eacute necessaacuterio desenhar toda a linha de

7

cuidado de forma a deixar expliacutecitas as necessidades de recursos humanos

materiais e a inter-relaccedilatildeo entre as equipes e niacuteveis de atenccedilatildeo necessaacuterios para

oferecer atenccedilatildeo qualificada e ao mesmo tempo personalizada

Modelos de atenccedilatildeo obsteacutetrica e as praacuteticas baseadas em evidecircncia

Wagner (2001) define trecircs modelos de atenccedilatildeo ao parto 1) o modelo

medicalizado com uso de alta tecnologia e pouca participaccedilatildeo de obstetrizes

encontrado nos Estados Unidos da Ameacuterica Irlanda Ruacutessia Repuacuteblica Tcheca

Franccedila Beacutelgica e regiotildees urbanas do Brasil 2) o modelo humanizado com maior

participaccedilatildeo de obstetrizes e menor frequecircncia de intervenccedilotildees (Holanda Nova

Zelacircndia paiacuteses escandinavos e alguns serviccedilos no Brasil) e 3) os modelos mistos

da Gratilde-Bretanha Canadaacute Alemanha Japatildeo e Austraacutelia

No modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica holandecircs 16 de todos os nascimentos

ocorreram em casa em 2010 (maior do que em outros paiacuteses) enquanto 11

ocorreram em centros de partos (OECD 2013) As gestantes com gravidez sem

complicaccedilatildeo satildeo atendidas por meacutedico generalista e enfermeiras obstetras a

equipe de atenccedilatildeo primaacuteria e em caso com complicaccedilotildees ou aumento do risco as

enfermeiras obsteacutetricas referem as clientes para cuidado secundaacuterio com

ginecologista As indicaccedilotildees para referecircncia satildeo acordadas entre os profissionais

envolvidos (ginecologistas enfermeiras obstetras e meacutedicos generalistas) na ldquoLista

de Indicaccedilotildees Obsteacutetricasrdquo (Wiegers e Hukkelhoven 2010)

Esse modelo de atenccedilatildeo tem respaldo na literatura O cuidado conduzido por

enfermeira obstetra foi associado a menos episiotomia ou parto instrumental maior

chance de ter um parto vaginal espontacircneo e iniciar o aleitamento materno precoce

8

quando comparado com cuidado conduzido por meacutedicos ou compartilhado e este

cuidado foi mais eficaz quando estavam integradas no sistema de sauacutede no

contexto do trabalho em equipe (Campbell et al 2006 Hatem et al 2009 Sandall

et al 2009 Renfrew et al 2014)

No Reino Unido 80 das mulheres davam agrave luz em casa na deacutecada de 1920

o que ocorreu em apenas 23 dos nascimentos em 2011 (Office for National

Statistics 2012) Os Estados Unidos tiveram uma mudanccedila semelhante de 50 de

nascimentos em casa em 1938 para menos de 1 em 1955 (MacDorman et al

2014) A maioria das investigaccedilotildees que compararam parto domiciliar planejado com

parto hospitalar natildeo encontrou nenhuma diferenccedila no nuacutemero de mortes fetais

intraparto oacutebitos neonatais baixos iacutendices de Apgar ou admissatildeo na unidade de

terapia intensiva neonatal nos EUA Poreacutem uma meta-anaacutelise indicou resultados

neonatais mais adversos associados com parto em casa Existem desafios

associados com projetos de pesquisa voltados para parto domiciliar planejado em

parte porque a realizaccedilatildeo de ensaios cliacutenicos randomizados natildeo eacute viaacutevel (Zielinski

et al 2015)

Sabe-se que os modelos de assistecircncia ao parto tecircm diferentes

caracteriacutesticas que envolvem forma de remuneraccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

forma de financiamento do sistema constituiccedilatildeo de equipe assistencial local de

ocorrecircncia do parto havendo conflito de interesses e reserva de mercado de

trabalho entre outras O modelo adotado em determinada localidade exerce papel

preponderante na escolha pelo tipo de parto tanto pela parturiente quanto pelo

profissional que lhe assiste (Patah e Malik 2011 Dominges et al 2014)

9

No Reino Unido em 2013-14 618 dos partos tiveram iniacutecio espontacircneo

136 foram induzidos 132 terminaram por operaccedilatildeo cesariana e 609 dos

partos que ocorreram em hospitais do National Health System (NHS) foram

espontacircneos com 262 de partos cesaacutereos Mais de um terccedilo de todos os partos

(366) natildeo exigiu anesteacutesico O grupo de 30-34 anos foi o mais frequente (Health

and Social Care Information Center 2015) Na Austraacutelia as intervenccedilotildees vecircm

aumentando e primiacuteparas de baixo risco em hospital privado em comparaccedilatildeo com

hospital puacuteblico tiveram maiores taxas de induccedilatildeo (31 vs 23) parto instrumental

(29 vs 18) cesariana (27 vs 18) epidural (53 vs 32) e episiotomia (28

vs 12) e as mais baixas taxas de parto normal (44 vs 64) (Dahlen et al 2012)

Um estudo de base hospitalar realizado no Brasil em 2011-2012 baseado

em entrevistas de 23894 mulheres avaliou o uso de um conjunto de praacuteticas

(alimentaccedilatildeo deambulaccedilatildeo uso de meacutetodos natildeo farmacoloacutegicos para aliacutevio da dor

e de partograma) e intervenccedilotildees obsteacutetricas (uso de ocitocina amniotomia

episiotomia manobra de Kristeller e litotomia) na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto de mulheres de risco obsteacutetrico habitual Estas chamadas ldquoboas praacuteticasrdquo

durante o trabalho de parto e parto foram menos frequentes nas regiotildees Norte

Nordeste e Centro-Oeste O uso de ocitocina e amniotomia ocorreu em 40 dos

partos sendo mais frequente no setor puacuteblico e nas mulheres com menor

escolaridade assim como a operaccedilatildeo cesariana A manobra de Kristeller

episiotomia e litotomia foram utilizadas em 37 56 e 92 das mulheres

respectivamente (Leal et al 2014b)

Poliacuteticas nacionais tecircm sido adotadas para reverter as elevadas taxas de

partos ciruacutergicos Em 1998 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu um limite de 40

10

para a proporccedilatildeo de partos por cesariana que seriam pagos agraves instituiccedilotildees puacuteblicas

Houve reduccedilatildeo de 32 em 1997 para 239 em 2000 Poreacutem os efeitos do pacto

com os governos estaduais e serviccedilos teve curta duraccedilatildeo principalmente no setor

privado e as taxas voltaram a subir apoacutes 2002 (Victora et al 2011) Novas poliacuteticas

foram instituiacutedas como Programa de Humanizaccedilatildeo do Preacute-natal e Nascimento

(Serruya et al 2004) e a regulamentaccedilatildeo do direito a acompanhante durante o

trabalho de parto em hospitais puacuteblicos (Ministeacuterio da Sauacutede 2005)

Apesar de natildeo haver um consenso em relaccedilatildeo agrave proporccedilatildeo ideal de partos

cesarianos satildeo observadas em vaacuterios paiacuteses taxas superiores agravequelas que

parecem se tem sugerido entre 15-20 (Patah e Malik 2011 OECD 2013 WHO

2015) No Brasil apesar de a maioria das mulheres ter preferecircncia pelo parto

vaginal muitas alegam que o medo da dor as leva a optar pela cesaacuterea (Dias et al

2008 Potter et al 2008 Domingues et al 2014) Assim a preocupaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo da dor e com a vivecircncia positiva do trabalho de parto e parto satildeo aspectos

essenciais para reduzir as intervenccedilotildees ciruacutergicas desnecessaacuterias

O Ministeacuterio da Sauacutede adotou recentemente a estrateacutegia denominada Rede

Cegonha operacionalizada pelo SUS fundamentada nos princiacutepios da

humanizaccedilatildeo da assistecircncia Essa Rede considera que mulheres receacutem-nascidos

e crianccedilas tecircm direito a ampliaccedilatildeo do acesso acolhimento e melhoria da qualidade

do preacute-natal transporte tanto para o preacute-natal quanto para o parto vinculaccedilatildeo da

gestante agrave unidade de referecircncia para assistecircncia ao parto a ldquoGestante natildeo

peregrinardquo e ldquoVaga sempre para gestantes e bebecircsrdquo promoccedilatildeo de parto e

nascimento seguros atraveacutes de boas praacuteticas de atenccedilatildeo acompanhante no parto

de livre escolha da gestante (Ministeacuterio da Sauacutede 2012c) A rede assistencial para

11

gestantes e receacutem-nascido aleacutem de integrada hierarquizada e regionalizada de

forma a dar acesso agrave gestante em tempo oportuno no momento do parto deve

garantir tambeacutem que todos os estabelecimentos de sauacutede onde se realizam partos

sejam estruturados para o atendimento resolutivo das complicaccedilotildees que podem

ocorrer no nascimento ndash situaccedilotildees esperadas mas natildeo previsiacuteveis ndash

disponibilizando equipamentos insumos e equipe capacitada para prestar o

primeiro atendimento adequado agraves urgecircncias maternas e neonatais (Manzini et al

2009 Magluta et al 2009 Bittencourt et al 2014)

A incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica que se observa na assistecircncia ao parto em todo

o mundo passou a substituir uma atenccedilatildeo individualizada e mais centrada nas

necessidades das gestantes Isso tem sido motivo de preocupaccedilatildeo de profissionais

de sauacutede e grupos da sociedade civil e governo (Nagahama e Santiago 2008

Rattner 2009 Diniz 2009) Ao mesmo tempo o aparente faacutecil acesso a serviccedilos

de sauacutede e profissionais capacitados e a ampla oferta de guias ou recomendaccedilotildees

natildeo satildeo compatiacuteveis com a estabilidade nas razotildees de morte materna e aumento

da mortalidade neonatal precoce Mais do que preparo teacutecnico parece estar

havendo pouca integraccedilatildeo e continuidade no processo do cuidado e necessidade

de maior atenccedilatildeo dos gestores de sauacutede em niacutevel local Em divergecircncia com as

tendecircncias internacionais natildeo haacute uma cultura de atenccedilatildeo multi e interprofissional

ao parto no Brasil (Amoretti 2005)

Concomitantemente tem havido uma mudanccedila significativa das

caracteriacutesticas demograacuteficas e socioeconocircmicas das mulheres que engravidam e

tem seus filhos no Brasil Entre estas a proporccedilatildeo de mulheres acima dos 35 anos

aumentou a gravidez em adolescentes diminuiu e a taxa de natalidade sofreu a

12

maior reduccedilatildeo observada na literatura num intervalo curto de tempo passando de

51 em 2000 para 19 em 2012 (PNDS 2009 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a) A

fecundidade tardia estaacute associada ao maior niacutevel de instruccedilatildeo das mulheres que

vecircm adiando cada vez mais a maternidade em funccedilatildeo de melhores condiccedilotildees

profissionais e econocircmicas Paralelamente eleva-se a proporccedilatildeo de parto cesaacutereo

(Yazaki 2013) Esta mudanccedila significa que a assistecircncia agrave gestaccedilatildeo e ao parto

especialmente nos centros urbanos dirige-se a mulheres de menor paridade maior

idade e escolaridade que podem ser portadoras de doenccedilas cliacutenicas associadas

Esta realidade exige uma qualificaccedilatildeo maior da assistecircncia com integraccedilatildeo das

accedilotildees dos diversos profissionais e melhor gestatildeo do cuidado

As estrateacutegias para reduccedilatildeo da mortalidade materna

O ldquoPrograma Maternidade Segurardquo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

(OMS) baseado na prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees maternas por estratificaccedilatildeo de

risco foi insuficiente para o avanccedilo esperado (WHO 1996) Constatou-se que

estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria eram insuficientes e que uma parte importante

das complicaccedilotildees relacionadas agrave gestaccedilatildeo soacute eacute passiacutevel de prevenccedilatildeo secundaacuteria

(diagnoacutestico precoce) ou terciaacuteria (tratamento precoce para reduzir sequelas) e

ocorre em populaccedilotildees de baixo risco Uma grande proporccedilatildeo de complicaccedilotildees

graves ocorre em mulheres sem fatores de risco e com as melhores condiccedilotildees de

vida (Souza et al 2010a Souza 2011 WHO 2011)

Assim discussotildees de especialistas concluiacuteram pela necessidade de ter

profissionais muito bem treinados para assistir agrave gestaccedilatildeo e parto e uma boa rede

de atenccedilatildeo acessiacutevel e com recursos disponiacuteveis para atender a casos graves Haacute

13

consenso atualmente de que a mortalidade materna pode ser reduzida por meio

do fortalecimento dos sistemas de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo de rotina

quanto de emergecircncia (United Nations 2010) Neste contexto a detecccedilatildeo precoce

e o tratamento de complicaccedilotildees passaram a ter maior destaque nas estrateacutegias de

reduccedilatildeo de mortalidade materna (Campbell e Graham 2006 Ronsmans e Graham

2006 Cross et al 2010 Souza 2011 Soares et al 2012 Dias et al 2014)

Nos paiacuteses desenvolvidos onde as razotildees de mortalidade materna jaacute satildeo

baixas essa situaccedilatildeo deu forccedila para a adoccedilatildeo de um novo ldquoevento sentinelardquo de

qualidade de assistecircncia agrave gestante o near miss materno (Stones et al 1991) Em

1998 Mantel et al descreveram como near miss as mulheres que sofreram

importantes agravos sistecircmicos que se natildeo fossem tratadas adequadamente

poderiam evoluir para oacutebito Este de near miss materno indicando morbidade

grave evoluiu durante as uacuteltimas duas deacutecadas (Tunccedilalp et al 2012) Em 2009 um

Grupo de Trabalho da OMS definiu como morbidade materna near miss uma

mulher que quase morreu mas sobreviveu a uma complicaccedilatildeo que ocorreu durante

a gravidez parto ou dentro de 42 dias apoacutes o teacutermino da gravidez e usou criteacuterios

de disfunccedilatildeo orgacircnica (cardiacuteaca respiratoacuteria renal hepaacutetica neuroloacutegica uterina e

hematoloacutegica) e paracircmetros de extrema gravidade para definir as condiccedilotildees de risco

de vida associados com a gravidez (Say et al 2009) Antes dessa definiccedilatildeo muitos

estudos usaram diferentes paracircmetros para morbidade severa como admissatildeo em

UTI ou diagnoacutesticos cliacutenicos (Waterstone et al 2001 Donati et al 2012) Esta

definiccedilatildeo foi utilizada para desenvolver um instrumento para auxiliar

14

especificamente instalaccedilotildees e sistemas de sauacutede visando melhorar o atendimento

(WHO 2011)

Aleacutem da vantagem de ser um evento mais frequente que as mortes maternas

a vigilacircncia da morbidade materna grave facilita a discussatildeo do caso cliacutenico com a

equipe envolvida permite entrevistar as mulheres sobreviventes e oferece a

possibilidade de intervenccedilatildeo cliacutenica ou na gestatildeo do cuidado o que pode prevenir

o oacutebito Assim o estudo de near miss materno tem sido preconizado e utilizado para

auditar a qualidade do cuidado obsteacutetrico (Pattinson et al 2003 Amaral et al

2011 Cecatti e Parpinelli 2011 Cecatti et al 2011 Souza et al 2010 2012 e

2013 Dias et al 2014 Haddad et al 2014)

Resultados de estudo de base hospitalar no Brasil mostraram uma incidecircncia

de near miss materno de 1021 por mil nascidos vivos e uma razatildeo de 308 casos

para cada morte materna (Dias et al 2014) As incidecircncias mais elevadas de near

miss materno foram observadas em mulheres com 35 anos ou mais naquelas que

apresentaram maior nuacutemero de cesaacutereas anteriores com relato de gestaccedilatildeo de

risco e de internaccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo atendidas em hospitais do SUS

localizados nas capitais dos estados e naquelas que apresentaram parto foacutercipe ou

cesaacutereo

Haacute um conhecimento recente de que complicaccedilotildees graves na gravidez

ocorrem praticamente na mesma frequecircncia em todos os paiacuteses e regiotildees

independentemente do niacutevel de desenvolvimento e disponibilidade de recursos O

que varia eacute a mortalidade mais elevada em contextos de menor desenvolvimento e

escassez de recursos (Souza et al 2013) Na atenccedilatildeo a gestantes e parturientes

os serviccedilos e profissionais envolvidos necessitam reconhecer os quadros cliacutenicos e

15

saber como conduzi-los eacute necessaacuteria organizaccedilatildeo e agilidade da cadeia de

atenccedilatildeo O acesso a uma assistecircncia qualificada ao preacute-natal e ao parto e suportes

tecnoloacutegicos especiacuteficos como acesso a unidade de terapia intensiva anestesia e

transfusotildees satildeo considerados aspectos essenciais para enfrentar estas

complicaccedilotildees e evitar as mortes maternas (Sousa et al 2006)

No Brasil a reduccedilatildeo da mortalidade materna se encontra estagnada apesar

da disponibilidade de recursos (Ministeacuterio da Sauacutede 2012a IPEA 2010 e 2014

Victora et al 2011 Szwarcwald et al 2014) poliacuteticas e marcos regulatoacuterios

incluindo o Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Materna e Neonatal e a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher com princiacutepios e diretrizes

em consonacircncia com os padrotildees internacionais Quase todas as mulheres

brasileiras passam por no miacutenimo uma consulta preacute-natal 90 delas com pelo

menos quatro consultas Supotildee-se que os recursos necessaacuterios para prevenir e

tratar as principais causas de mortes maternas estejam disponiacuteveis (IPEA 2010 e

2014) Ainda assim observa-se elevada mortalidade materna sendo ao redor de

trecircs quartos destas mortes associadas a causas obsteacutetricas diretas e evitaacuteveis

como complicaccedilotildees hipertensivas e hemorraacutegicas (IPEA 2010 e 2014 Souza

2011)

A qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave gestante e ao parto

O cuidado oferecido agrave gestante sofre o efeito das poliacuteticas de sauacutede e de

organizaccedilatildeo de serviccedilos dependente dos recursos humanos informaccedilatildeo

suprimentos e tecnologias em sauacutede que interagem com as financcedilas a lideranccedila e

a gestatildeo em sauacutede Uma parcela significativa de mulheres com complicaccedilotildees na

16

gestaccedilatildeo experimentam demoras na assistecircncia dificultando a detecccedilatildeo precoce e

o uso de intervenccedilotildees apropriadas no momento correto Essa situaccedilatildeo evidencia

falhas no processo de assistecircncia ou falta de coordenaccedilatildeo das accedilotildees entre as

unidades do sistema de sauacutede (Cecatti et al 2009 Amaral et al 2011 Pacagnella

et al 2011 e 2012) Somente com o fortalecimento das linhas de cuidado dentro da

rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede onde todos esses elementos satildeo articulados e se

qualificam eacute possiacutevel garantir a elevada qualidade da atenccedilatildeo (Savigny e Adam

2009) Se houvesse uma linha de cuidado bem estruturada e gerida responsiva e

utilizaccedilatildeo de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas com atuaccedilatildeo articulada

seria possiacutevel qualificar a atenccedilatildeo oferecida agrave gestante

A mudanccedila de comportamento das instituiccedilotildees e dos profissionais de sauacutede

depende de intervenccedilotildees muacuteltiplas incluindo observaccedilatildeo de modelos decisotildees

poliacuteticas supervisatildeo do cuidado e accedilotildees de gestatildeo em sauacutede Uma das

intervenccedilotildees sabidamente eficazes eacute a auditoria cliacutenica que desde a metade do

seacuteculo passado eacute usada em sauacutede materna com impacto sobre a mortalidade em

alguns paiacuteses (Lewis 2007 Souza 2011) No Brasil a atuaccedilatildeo de comitecircs para

revisatildeo dos casos de mortes maternas com vigilacircncia de casos sentinela em sauacutede

foi iniciada em 1990 (IPEA 2010) No entanto a ausecircncia da devoluccedilatildeo da

informaccedilatildeo e governabilidade para propor e implantar accedilotildees de melhoria tornou a

intervenccedilatildeo pouco efetiva (Pattinson et al 2009)

A aplicaccedilatildeo da auditoria cliacutenica de morbidade materna grave e near miss

com orientaccedilatildeo de manejo cliacutenico dos casos segundo padrotildees de condutas

previamente estabelecidos e baseados na melhor evidecircncia tem sido proposta

como intervenccedilatildeo qualificadora do cuidado (Graham 2009 Souza et al 2010b

17

Amaral et al 2011 Souza 2011 WHO 2011 Tunccedilalp e Souza 2014) O principal

produto destas auditorias eacute a informaccedilatildeo sobre a praacutetica no serviccedilo de sauacutede para

accedilatildeo O desafio das auditorias eacute que sua implantaccedilatildeo deve ser sistecircmica sendo a

informaccedilatildeo produzida o ponto de partida para uma accedilatildeo ampla de fortalecimento

dos variados componentes do sistema com retorno de propostas e reavaliaccedilatildeo

posterior fechando o ciclo (Souza 2011)

Nessa visatildeo eacute necessaacuterio conter a demora nas accedilotildees considerando o

cuidado em tempo oportuno como item primordial para o sucesso Thaddeus e

Maine (1990) propuseram o modelo teoacuterico de trecircs demoras conhecido como three

delays model como um referencial teoacuterico para estudar as mortes maternas

bull Fase I ndash demora na decisatildeo de procurar cuidados pelo indiviacuteduo eou

famiacutelia (estaacute relacionada agrave autonomia das mulheres)

bull Fase II ndash demora no alcance de uma unidade de cuidados adequados

de sauacutede (relacionada agrave distacircncia geograacutefica)

bull Fase III ndash demora em receber os cuidados adequados na instituiccedilatildeo

de referecircncia (relacionada agrave assistecircncia meacutedica)

A maioria das mortes maternas natildeo pode ser atribuiacuteda a uma uacutenica demora

sendo comum uma combinaccedilatildeo de fatores na sequecircncia causal que pode ser social

e comportamental relacionadas agrave famiacutelia agrave comunidade e ao sistema de sauacutede

(Kalter et al 2011) A coleta de informaccedilotildees sobre mortes maternas e near miss

materno no modelo de demoras seria uma peccedila chave para avaliar a qualidade

dos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica ou outros fatores outros associados aos maus

resultados (Roost et al 2009 Lori e Starke 2011)

18

Pacagnella et al (2011) num estudo em maternidades de referecircncia em todo

o Brasil observaram uma associaccedilatildeo crescente entre a identificaccedilatildeo de alguma

demora no atendimento obsteacutetrico e desfechos maternos adversos extremos (near

miss materno e oacutebito) Os autores constataram 52 de demoras identificadas entre

mulheres com condiccedilotildees potencialmente ameaccediladoras da vida sendo 684 no

grupo mais grave de near miss materno e 841 no grupo de oacutebito materno Eacute

surpreendente que essas porcentagens de demora sejam observadas nos grandes

centros urbanos apesar da existecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com

acesso livre e sem custo ao cuidado incluindo a transferecircncia de uma gestante para

hospital de referecircncia se necessaacuterio por um centro regulador Considerando os

fatores potencializadores do bom cuidado fica evidente que muitas ldquonatildeo

conformidadesrdquo estatildeo ocorrendo

No mesmo estudo (Pacagnella et al 2011) encontrou-se que os piores

desfechos estiveram ligados agrave indisponibilidade dos serviccedilos obsteacutetricos de

urgecircncia e falta de uma rede de referecircncia articulada dentro do sistema de sauacutede

Quando consideradas as demoras relacionadas ao sistema de sauacutede a

comunicaccedilatildeo entre os equipamentos de sauacutede e as dificuldades com o transporte

(fase II) foram mais comuns do que a ausecircncia de equipamentos ou medicamentos

Os dados mostram que em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede as

dificuldades e problemas na referecircncia e transferecircncia dos casos estatildeo entre as

principais barreiras para se oferecer atendimento obsteacutetrico adequado nas

situaccedilotildees de emergecircncia Os autores apontam a grande fragilidade das redes de

referecircncia regionais de prestadores de serviccedilos complementares

19

Em estudo realizado por Amaral et al (2011) observou-se que quase metade

dos casos de near miss materno foi encaminhada aos hospitais de Campinas de

referecircncia para o SUS por outros municiacutepios ou pelo sistema privado de sauacutede

Mesmo na regiatildeo de Campinas com toda a infraestrutura e acesso a cuidados

havia falta de suprimentos e inadequaccedilatildeo de protocolos causando demora tipo III

Este achado reforccedila a necessidade de rever a qualidade do cuidado e organizar a

rede de atenccedilatildeo perinatal envolvendo gestores de sauacutede maternidades e equipes

cliacutenicas das redes puacuteblica e privada

A oferta de serviccedilos qualificados na atenccedilatildeo perinatal tambeacutem estaacute

associada agrave manutenccedilatildeo das capacidades teacutecnicas e disponibilidade de recursos

institucionais Kyser et al (2012) conduziram estudo para examinar a relaccedilatildeo entre

volume de parto e complicaccedilotildees maternas com 1683754 partos em 1045 hospitais

no ano de 2006 Os hospitais que estavam nos decis 1 e 2 de volume de partos

tiveram taxas mais altas de complicaccedilotildees do que aqueles do decil 10 Sessenta por

cento dos hospitais dos decis 1 e 2 estavam localizados a 40 km dos hospitais de

maior volume Mas os hospitais dos decis 9 e 10 tiveram maiores complicaccedilotildees

comparados com os do decil 6 Os autores concluiacuteram que as maiores taxas de

complicaccedilotildees ocorreram em mulheres que tiveram o parto tanto em hospitais com

volume muito baixo quanto naqueles com volume muito alto

Na Holanda foi desenvolvido estudo de coorte com base populacional para

examinar o efeito do tempo de viagem de casa ateacute o hospital sobre a mortalidade

e os resultados adversos em mulheres graacutevidas a termo em cuidado primaacuterio e

secundaacuterio Os autores concluiacuteram que o tempo de viagem de casa para o hospital

de 20 minutos ou mais por carro estaacute associado com um aumento de risco de

20

mortalidade e resultados adversos em mulheres com gestaccedilotildees a termo Destaca-

se que esses achados deveriam ser considerados no planejamento para a

centralizaccedilatildeo dos cuidados obsteacutetricos (Ravelli et al 2011)

Nos Estados Unidos em 2007 estudou-se tambeacutem a relaccedilatildeo entre volume

de casos atendidos pelos profissionais e as taxas de complicaccedilotildees obsteacutetricas

(laceraccedilotildees hemorragia infecccedilotildees e tromboses) As mulheres cuidadas por

provedores classificados no mais baixo quartil de volume provido (menos do que

sete partosano) tiveram uma probabilidade 50 maior de complicaccedilotildees

comparadas com aquelas que foram atendidas por obstetras do mais alto quartil

Se o volume estaacute casualmente relacionado com as menores taxas de complicaccedilotildees

eacute recomendaacutevel ter um programa robusto de educaccedilatildeo continuada incluindo os

demais (Janakiraman et al 2011)

A Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por apresentar

niacuteveis de sauacutede bastante favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias estaduais e nacionais

Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) estima-se que

50 dos residentes da RMC possuem cobertura de planos de sauacutede e seguros

privados com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS

dependente varia entre 38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho)

Estudos mais detalhados da RMC utilizando diferentes indicadores sociais

permitem identificar aacutereas com melhores e piores condiccedilotildees de vida A faixa que vai

do Sul de Indaiatuba e Campinas estendendo-se em direccedilatildeo a Hortolacircndia

Sumareacute Nova Odessa Santa Baacuterbara DrsquoOeste Americana e Pauliacutenia tem os

piores indicadores sociais Isso significa que haacute diferentes necessidades de sauacutede

a serem consideradas no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas

21

puacuteblicas e linhas de cuidado para a gestante na regiatildeo (UNICAMP 2012) Assim

interessou-nos estudar como a complexa inter-relaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

o perfil soacutecio demograacutefico e a dinacircmica linha de cuidado agrave gestante pode influenciar

na qualidade do cuidado na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

22

23

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar o cuidado ofertado agraves mulheres da Regiatildeo Metropolitana de

Campinas (RMC) no momento do parto

Objetivos Especiacuteficos

Correlacionar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

indicadores socioeconocircmicos nos 19 municiacutepios da RMC (Artigo 1)

Descrever as rotinas realizadas na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto nos serviccedilos obsteacutetricos da RMC (Artigo 2)

24

25

MEacuteTODOS

Desenho do estudo

Este eacute um estudo sobre o diagnoacutestico das condiccedilotildees de oferta qualificaccedilatildeo

do cuidado prestado e seus resultados Para cumprir o primeiro objetivo especiacutefico

foi desenvolvido um estudo de corte transversal com indicadores de sauacutede dos

municiacutepios da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Para cumprir o segundo

objetivo foi realizado um estudo descritivo das praacuteticas intra-hospitalares de

assistecircncia ao parto

Local do estudo

Os 19 municiacutepios da RMC e seus respectivos serviccedilos de atenccedilatildeo ao parto

puacuteblicos ou conveniados ao SUS

Procedimentos

Este estudo foi proposto a partir da experiecircncia de um estudo preacutevio

coordenado e desenvolvido pelo Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas (NEPP)

da Unicamp denominado ldquoDefiniccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo dos protocolos

cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos de supervisatildeo

teacutecnica na RMC ndash Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMCrdquo Os resultados desse estudo NEPP conduzido em 2011 no qual

foram avaliadas as condiccedilotildees de oferta e recursos disponiacuteveis nas instituiccedilotildees natildeo

26

estatildeo sendo apresentados neste trabalho de tese Com o apoio do NEPP e como

complementaccedilatildeo do diagnoacutestico iniciado com o projeto sobre a linha de cuidado da

gestante e pueacuterpera na RMC este projeto foi apresentado agrave diretora da Diretoria

Regional de Sauacutede VII de Campinas (DRS VII) apoacutes aprovaccedilatildeo no Comitecirc de Eacutetica

em Pesquisa da Unicamp

Posteriormente o projeto da pesquisa foi apresentado agrave Cacircmara Temaacutetica

de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Campinas foacuterum consultivo composto pelos

secretaacuterios de sauacutede dos municiacutepios que compotildeem a RMC Diante da concordacircncia

dos seus membros foi enviada carta aos secretaacuterios de sauacutede solicitando o contato

dos responsaacuteveis pelas 17 instituiccedilotildees de sauacutede (hospitaismaternidades) que

fariam parte do estudo A seguir uma das pesquisadoras entrou em contato

telefocircnico com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos dos

hospitaismaternidades para agendar a coleta de dados por meio de entrevista

Apresentou-se o projeto com aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

solicitando autorizaccedilatildeo para contato com os responsaacuteveis Apoacutes a aprovaccedilatildeo da

instituiccedilatildeo seus responsaacuteveis foram contatados e uma entrevista foi marcada no

local sendo realizada pela pesquisadora

Criteacuterios de inclusatildeo

Ser um dos municiacutepios da RMC (Americana Artur Nogueira Campinas

Cosmoacutepolis Engenheiro Coelho Holambra Hortolacircndia Indaiatuba Itatiba

Jaguariuacutena Monte Mor Nova Odessa Pauliacutenia Pedreira Santa Baacuterbara DrsquoOeste

Santo Antocircnio de Posse Sumareacute Valinhos Vinhedo) ndash Anexo 1

27

Pertencer agrave lista de serviccedilos obsteacutetricos (Associaccedilatildeo Hospital Beneficente

Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus FUNBEPE ndash Fundaccedilatildeo Beneficente de Pedreira

Hospital Augusto de Oliveira Camargo Hospital Beneficente Santa Gertrudes

Hospital Estadual de Sumareacute ndash HES Hospital e Maternidade de Campinas (HMC)

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP PUC Campinas) Hospital e

Maternidade Governador Maacuterio Covas Hospital da Mulher Prof Dr Joseacute

Aristodemo Pinotti ndash CAISM Hospital e Maternidade de Nova Odessa ndash Dr Aciacutelio

Carrion Garcia Hospital Municipal de Pauliacutenia Hospital Municipal Waldemar

Tebaldi Hospital Municipal Walter Ferrari Irmandade da Santa Casa de

Misericoacuterdia de Valinhos Santa Casa de Misericoacuterdia de Itatiba Santa Casa de

Misericoacuterdia de Santa Baacuterbara Drsquooeste e Hospital Galileo) dos 19 municiacutepios que

compotildeem a RMC que faziam parte do estudo preacutevio do NEPP

Para as entrevistas acerca das boas praacuteticas os sujeitos foram os gestores

dos serviccedilos obsteacutetricos (Centros Obsteacutetricos) da RMC meacutedicos ou enfermeiros

Criteacuterios de exclusatildeo

Recusa do gestor para participar do estudo

Instrumentos

Os dados sobre indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos referentes ao primeiro objetivo especiacutefico foram extraiacutedos pela

pesquisadora de sistemas de informaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede ndash DATASUS

28

da Fundaccedilatildeo SEADE e do IBGE e posteriormente foram confeccionadas tabelas

Para compor um banco de dados foi construiacuteda uma planilha em Excel

Para responder ao segundo objetivo especiacutefico foram utilizados dois

instrumentos complementares o do Ministeacuterio da SauacutedeMS ldquoInstrumento de

avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo e outro elaborado especialmente para o estudo um roteiro

semiestruturado para as entrevistas com os meacutedicos e os enfermeiros

responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da RMC sobre a rotina da assistecircncia ao

parto (Anexos 2 e 3)

O instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede aborda a ldquoImplantaccedilatildeo das boas

praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo com resposta fechadas em escala Likert

conforme a frequecircncia de sua realizaccedilatildeo

1 Sempre realizada (+ 90 das vezes)

2 Frequentemente realizada (60-90 das vezes)

3 Realizada agraves vezes (20-60 das vezes)

4 Raramente realizada (menos de 20 das vezes)

5 Nunca realizada (proacuteximo de 0)

6 Natildeo sei responder

O roteiro semiestruturado aborda a utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e

guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal cesaacuterea e principais

complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) e

dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos ou medicaccedilotildees transporte comunicaccedilatildeo

hemoderivados ou para monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves possam

ser levado a um cuidado sub-oacutetimo focando a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica

29

durante o parto e puerpeacuterio imediato Conteacutem perguntas fechadas e outras abertas

para as entrevistas realizadas com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos

(meacutedicos ou enfermeiros)

Aspectos eacuteticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP)

da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

Foram elaborados dois termos de consentimento livre e esclarecido um para

os responsaacuteveis pelas instituiccedilotildees participantes e outro para os gerentes dos

serviccedilos obsteacutetricos das instituiccedilotildees (sujeitos do estudo) (anexos 4 e 5)

Foram respeitados todos os aspectos eacuteticos previstos na Resoluccedilatildeo

4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (CNS 2012)

assim como o previsto na Declaraccedilatildeo de Helsinque Foram respeitados o sigilo e

confidencialidade dos dados dos sujeitos do estudo

Variaacuteveis e Conceitos

Dados obtidos por meio dos sistemas DATASUS (indicadores de sauacutede estatiacutesticas

vitais e demograacuteficas e socioeconocircmicas)

Municiacutepio de origem cidade de residecircncia da gestante

Idade da matildee nuacutemero de anos da matildee categorizada como matildee de a0 a 14

anos matildee de 15 a 19 anos matildee de 20 a 24 anos matildee de 25 a 29 anos matildee

de 30 a 34 anos matildee de 35 a 39 anos (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Estado marital situaccedilatildeo civil da mulher categorizado como solteira

casada viuacuteva separada uniatildeo consensual e estado civil ignorado

30

Cor da pele conjunto de caracteriacutesticas socioculturais e fenotiacutepicas

identificadas pela observaccedilatildeo ou declaraccedilatildeo da proacutepria mulher disponiacuteveis

nos sistemas utilizados Classificadas em branca preta parda amarela

indiacutegena e cor ignorada

Grau de escolaridade da matildee nuacutemero de anos de estudos concluidos com

aprovaccedilatildeo Categorizado em 1- Nenhuma escolaridade natildeo sabe ler e

escrever 2 - De um a trecircs anos curso de alfabetizaccedilatildeo de adultos primaacuterio

ou elementar primeiro grau ou fundamental 3 - De quatro a sete anos

primaacuterio fundamental ou elementar primeiro grau ginaacutesio ou meacutedio primeiro

ciclo 4 - De oito a 11 anos primeiro grau ginasial ou meacutedio primeiro ciclo

segundo grau colegial ou meacutedio segundo ciclo 5 - 12 e mais segundo grau

colegial ou meacutedio segundo ciclo e superior 9 ndash escolaridade ignorada se natildeo

houver informaccedilatildeo sobre escolaridade (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Nuacutemero de consultas de preacute-natal nuacutemero de consultas no

acompanhamento preacute-natal Categorizada em nenhuma de 1 a 3 de 4 a 6

7 ou mais e ignorado

Idade gestacional duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo em semanas Variaacutevel categoacuterica

ordinal Categorizado em menos de 22 semanas de 22 a 27 semanas de

28 a 31 semanas de 32 a 36 semanas de 37 a 41 semanas 42 semanas ou

mais e idade gestacional ignorada

Nuacutemero de nascidos vivos segundo consta no SINASC

Nuacutemero de nascidos mortos segundo consta no SIM

31

Nuacutemero de receacutem-nascidos prematuros total de receacutem-nascidos com

menos de 37 semanas de idade gestacional

Taxa de baixo peso ao nascer ndash eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de receacutem-

nascidos com peso menor que 2500gr e o total de receacutem-nascidos de um

municiacutepio no ano considerado

Taxa de prematuridade - Nuacutemero de nascidos vivos prematuros em relaccedilatildeo

ao total de nascidos (vivos e mortos) da instituiccedilatildeo hospitalar no ano

considerado (ANS 2004a)

Iacutendice de Apgar valores medidos no primeiro e no quinto minutos de vida

Consiste numa escala que varia de zero a dez que reflete a vitalidade do

receacutem-nascido Categorizado em Apgar de 1ordmrsquo e de 5ordmrsquo ndash de 0 a 2 de 3 a 5

de 6 a 7 8 a 10 e ignorado

Peso ao nascer peso em gramas Categorizado em menos de 500g 500 a

999g 1000 a 1499g 1500 a 2499g 2500 a 2999g 3000 a 3999g 4000g e

mais peso ignorado

Taxa de analfabetismo feminino por municiacutepio percentual de mulheres sem

instruccedilatildeo por municiacutepio

Renda meacutedia domiciliar per capita relaccedilatildeo entre o rendimento total dos

moradores ou das pessoas da famiacutelia dividido pelo nuacutemero de pessoas do

domiciacutelio ou da famiacutelia

Nuacutemero de serviccedilo de atenccedilatildeo ao Preacute-Natal e ao Parto total de serviccedilos de

atenccedilatildeo ao Preacute-natal e ao parto independente do risco por municiacutepio

32

Dados obtidos por meio de pesquisa na Fundaccedilatildeo SEADE - Informaccedilotildees dos

Municiacutepios Paulistas (IMP)

Razatildeo de mortalidade materna (RMM) ndash eacute o risco estimado de morte de

mulheres ocorrida durante a gravidez o aborto o parto ou ateacute 42 dias apoacutes

o parto atribuiacuteda a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez pelo

aborto pelo parto ou pelo puerpeacuterio ou por medidas tomadas em relaccedilatildeo a

elas expressa em nuacutemero de oacutebitos maternos por 100 mil nascidos vivos de

matildees residentes em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado

(Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011 e 2012)

Taxa de mortalidade neonatal precoce - Nuacutemero de oacutebitos de 0 a 6 dias de

vida completos por mil nascidos vivos na populaccedilatildeo residente em

determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (Fundaccedilatildeo Nacional da

Sauacutede 2011)

Taxa de mortalidade perinatal - Tem como numerador os oacutebitos fetais a partir

da 22ordf semana (natimortalidade) e os oacutebitos neonatais menores que sete

dias de vida (neomortalidade precoce) e como denominador o nuacutemero total

de nascimentos (vivos e mortos) (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011)

Porcentagem de receacutemndashnascido com baixo peso ao nascer (lt2500gr)

Taxa de parto cesaacutereo eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de partos cesaacutereos

e o total de partos (normais e cesaacutereos) realizados por uma instituiccedilatildeo

hospitalar no ano considerado (ANS 2004b)

33

Abastecimento de aacutegua () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares

permanentes por forma de abastecimento de aacutegua segundo prefeituras

Coleta de lixo () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes por

destino do lixo coletado por serviccedilo de limpeza segundo prefeituras

Esgoto sanitaacuterio () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes

por forma de esgotamento sanitaacuterio segundo prefeituras

Rendimento meacutedio mensal das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios

particulares permanentes ( por faixas) Categorizado em sem rendimento

rendimento gt frac12 a 1 SM gt 1 a 2 SM gt 2 a 3 SM gt 3 a 5 SM gt 5 a 10 SM e

gt 10 SM

Densidade demograacutefica ndash nuacutemero de habitantes por km2 Variaacutevel contiacutenua

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal - medida resumida do

progresso em longo prazo em trecircs dimensotildees baacutesicas do desenvolvimento

humano renda educaccedilatildeo e sauacutede

Dado obtido do IBGE censo 2010

Porcentagem de chefia feminina nos arranjos familiares ndash casal sem

filhosoutros casal + filhosoutros chefe + outros monoparentaloutros

sozinho (IBGE 2012)

Porcentagem de chefia feminina sem cocircnjuge nos arranjos familiares - chefe

+ outros monoparentaloutros sozinho

34

Variaacuteveis obtidas nas entrevistas com os gestores

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade categorizada em sim e natildeo

Protocolo para hipertensatildeo severa categorizada em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo categorizada

em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia nas cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Manejo ativo do 3ordm periacuteodo - categorizado em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com transporte categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias de orientaccedilatildeo para assistecircncia em partos normais e

cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias para as complicaccedilotildees categorizada em sim e natildeo

35

Variaacuteveis do instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede ndash ldquoImplantaccedilatildeo das boas praacuteticas

na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo

Todas as respostas neste instrumento satildeo categorizadas conforme a escala

Likert

Sempre realizada (+ 90 das vezes) Frequentemente realizada (60-90

das vezes) Realizada agraves vezes (20-60 das vezes) Raramente realizada (menos

de 20 das vezes) Nunca realizada (proacuteximo de 0) Natildeo sei responder

bull Acolhimento e classificaccedilatildeo de risco na recepccedilatildeo da maternidade

bull Utilizaccedilatildeo de partograma para todas as mulheres em TP

bull Presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher no TP e parto

bull Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do TP

bull Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo

bull Episiotomia

bull Estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na 1ordf hora

bull Disponibilizaccedilatildeo do resultado do teste raacutepido de HIV

bull Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

36

37

CAPIacuteTULOS

Artigo 1 Christoacuteforo F Restitutti MC Lavras C e Amaral E A diversidade socioeconocircmica

e os indicadores de sauacutede materna e perinatal na Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil

Socioeconomic diversity and maternal and perinatal health indicators at the Metropolitan

Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

Artigo 2 Christoacuteforo F Lavras C e Amaral E Praacuteticas rotineiras em serviccedilos de obstetriacutecia

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil Routine practices in obstetrics services at the

Metropolitan Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

38

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1

De cadernosfiocruzbr

Enviada Sexta-feira 3 de Julho de 2015 0926

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_106415)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS

INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL (CSP_106415) para Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o progresso de seu manuscrito dentro do processo

editorial bastando clicar no link Sistema de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos

localizado em nossa paacutegina httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

39

ARTIGO 1

A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS INDICADORES DE SAUacuteDE

MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS

BRASIL

SOCIOECONOMIC DIVERSITY AND MATERNAL AND PERINATAL HEALTH

INDICATORS AT THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS BRAZIL

DIVERSIDAD SOCIO-ECONOMICOS Y INDICADORES MATERNA Y

PERINATAL LA REGIOacuteN METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E

PERINATAL

F Christoacuteforo1

MC Restitutti2

C Lavras3

E Amaral4

1 Doutoranda Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp e enfermeira do Nuacutecleo

de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas CampinasSP Brasil

2 Pesquisadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

40

RESUMO

OBJETIVO Correlacionar os indicadores socioeconocircmicas e de sauacutede materna e perinatal

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo transversal com

informaccedilotildees extraiacutedas do DATASUS da Fundaccedilatildeo SEADE e do censo 2010 Aplicaram-se

os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman e mapeamento dos indicadores

RESULTADOS Maiores porcentagens de matildees adolescentes e maior taxa de analfabet ismo

se correlacionaram diretamente com nuacutemero de consultas preacute-natais mortalidade perinatal

mortalidade neonatal precoce prematuridade e baixo peso ao nascer e inversamente com

cesaacutereas A renda meacutedia per capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal se

correlacionaram diretamente com cesaacutereas e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

natais e mortalidade perinatal CONCLUSOtildeES Apesar do desenvolvimento social da RMC

permanecem desigualdades que impactam os indicadores de sauacutede materna e prinatal Os

piores resultados foram observados em adolescentes mulheres com menor escolaridade e

renda enquanto que o poder econocircmico aumentou a taxa de cesaacutereas

Palavras chave obstetriacutecia parto indicadores baacutesicos de sauacutede

41

ABSTRACT

OBJECTIVE To correlate socioeconomic with maternal and perinatal health indicators in

the Metropolitan Region of Campinas (RMC) METHOD This is a cross-sectional study

with data from DATASUS SEADE Foundation and 2010 census We applied Pearson and

Spearman correlation coefficients as well as mapping of indicators RESULTS Teenage

mothers and higher illiteracy rates correlated directly with antenatal visits perinatal

mortality early neonatal mortality prematurity and low birth weight and inversely with

caesarean section The average income per capita and the Municipal Human Development

Index correlate directly with caesarean section and inversely with antenatal visits and

perinatal mortality rate CONCLUSIONS Regardless of RMCs social development

inequalities remain impacting maternal and perinatal health indicators The worst results

were found among adolescents women with less education and income while the economic

power increased the cesarean rate

42

RESUMEN

OBJETIVO Correlacionar indicadores socioeconoacutemicos y de salud materna y perinatal en

la Regioacuten Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio transversal con

informacioacuten de la DATASUS el SEADE Fundacioacuten y 2010 censo Se aplicaron coeficientes

de correlacioacuten de Pearson y Spearman y mapa de los indicadores RESULTADOS Madres

adolescentes y las tasas de analfabetizacioacuten se correlacionan directamente con menos

consultas prenatales mortalidad perinatal mortalidad neonatal precoz prematuridad y bajo

peso al nacer y inversamente con cesaacutereas El ingreso y el Iacutendice de Desarrollo Humano

Municipal se correlacionan directamente con cesaacuterea e inversamente con visitas prenatales y

mortalidad perinatal CONCLUSIONES Aunque el desarrollo del RMC se mantienen

desigualdades que afectan indicadores de salud materna e perinatal Los peores resultados se

observaron en las adolescentes mujeres con menos educacioacuten e ingresos aunque el poder

econoacutemico se incrementoacute la cesaacuterea

43

INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas o Brasil vivenciou transformaccedilotildees nos determinantes sociais das

doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede1 O paiacutes fez progressos nos Objetivos de

Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) atingindo algumas das metas estabelecidas

Contribuiacuteram para este resultado as modificaccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas externas

ao setor de sauacutede aleacutem de consolidaccedilatildeo do Sistema Nacional de Sauacutede (SUS) expansatildeo da

cobertura e a implementaccedilatildeo de programas para melhoria da sauacutede infantil e para a promoccedilatildeo

da sauacutede das mulheres ampliaccedilatildeo da cobertura de vacinaccedilatildeo e da assistecircncia preacute-natal Por

outro lado ainda se observam desigualdades socioeconocircmicas e regionais em sauacutede e

necessidade de qualificar os recursos humanos123

Persistem desafios como a reduccedilatildeo de mortes maternas (MM) e nascimentos preacute-

termo por um lado aleacutem de reduccedilatildeo de partos cesaacutereos e uso rotineiro de intervenccedilotildees

desnecessaacuterias no parto por outro Apesar de avanccedilo anterior com reduccedilatildeo da razatildeo de morte

materna (RMM) houve estagnaccedilatildeo a partir de 200212 A reduccedilatildeo observada se deveu agrave queda

da mortalidade por causas obsteacutetricas diretas2 Eacute possiacutevel avanccedilar com estrateacutegias de

qualificaccedilatildeo nos serviccedilos aleacutem das intervenccedilotildees multissetoriais como a redistribuiccedilatildeo de

renda134 Um total de 98 dos partos ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e proacuteximo de 90

deles satildeo assistidos por meacutedicos1 Se uma fraccedilatildeo das mortes maternas e neonatais ocorre

dentro dos hospitais por causas evitaacuteveis o monitoramento das mesmas eacute um elemento

relevante para conhecimento dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da

assistecircncia5

As cesaacutereas podem reduzir a mortalidade e morbidade materna e perinatal quando

bem indicadas mas podem acarretar riscos6 Entretanto cada vez mais mulheres de estatildeo

parindo por cesaacuterea e uma parte significativa destas intervenccedilotildees ciruacutergicas estaacute sendo

44

realizada sem indicaccedilatildeo meacutedica46 Os riscos potenciais de cesaacutereas desnecessaacuterias precisam

ser considerados7

As mortes neonatais satildeo responsaacuteveis por 40 das mortes entre crianccedilas menores de

cinco anos de idade no mundo e 68 das mortes infantis no Brasil238 Em 2011 a taxa de

mortalidade neonatal foi de 111 oacutebitos por mil nascidos vivos sendo maior nas classes

sociais mais baixas entre receacutem-nascidos de muito baixo peso e prematuros seguido pelos

malformados910 O padratildeo de distribuiccedilatildeo das causas de morte infantil estaacute relacionado ao

processo de desenvolvimento do paiacutes23 Quanto maior a participaccedilatildeo dos oacutebitos no periacuteodo

neonatal precoce mais complexo atuar sobre as causas das mortes e mais importantes se

tornam as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede relacionados ao preacute-natal ao parto e ao puerpeacuterio2

Neste cenaacuterio oportunidades de sinergismo das accedilotildees em sauacutede materna e perinatal

passaram a ser enfatizadas Eacute consenso que a mortalidade materna e a neonatal podem ser

reduzidas atraveacutes do fortalecimento do sistema de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade para mulheres e seus receacutem-nascidos11 incluindo assistecircncia preacute-

natal e parto e estrutura de atendimento neonatal812 Este estudo pretende correlacionar os

indicadores de sauacutede materna e perinatal com os indicadores socioeconocircmicos nos 19

municiacutepios na Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo de corte transversal correlacionando os indicadores

socioeconocircmicos e indicadores de sauacutede materna e perinatal Foram sujeitos do estudo os 19

municiacutepios que compunham a RMC a segunda maior regiatildeo metropolitana do estado de Satildeo

Paulo dotada de grande desenvolvimento socioeconocircmico e de boa oferta de serviccedilos de

sauacutede A partir da extraccedilatildeo dos dados disponiacuteveis de 2011 em sistemas de informaccedilatildeo oficia is

45

(DATASUS - para estatiacutesticas vitais e dados demograacuteficos Fundaccedilatildeo SEADE ndash para dados

de sauacutede renda e rendimentos e censo de 2010 para chefia feminina dos domiciacutelios) foi

criado um banco de dados por municiacutepio de domiciacutelio A coleta de dados ocorreu em janeiro

e fevereiro de 2014

As variaacuteveis socioeconocircmicas estudadas por municiacutepio de residecircncia das parturientes

incluiacuteram porcentagem de matildees adolescentes sem parceiro raccedila branca escolaridade lt 8

anos de estudo chefe de famiacutelia com renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) taxa de chefia feminina

analfabetismo renda meacutedia domiciliar per capita (R$) porcentagem de esgoto sanitaacuterio

densidade demograacutefica (habkm2) e iacutendice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)

Para caracterizar a atenccedilatildeo obsteacutetrica prestada na RMC estudaram-se as variaacuteve is

maternas e perinatais porcentagens de matildees com ateacute 6 consultas de preacute-natal de cesaacutereas

de RN com Apgar de 5ordm min lt 8 RMM Taxa de mortalidade perinatal (TMP) taxa de

mortalidade neonatal precoce (TMNP) (por 1000 NV) taxa de prematuridade e porcentagem

de RN com baixo peso (BP) ao nascer

Realizou-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis com distribuiccedilatildeo de frequecircncias Apoacutes

aplicou-se os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman O projeto de pesquisa foi

aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

46

RESULTADOS

A RMM esteve abaixo de 70100000 NV (nascidos vivos) em 15 de 19 municiacutep ios

14 tiveram mais de 60 dos partos cesaacutereos e menos que 10 dos RN com BP ao nascer A

TMP foi maior que 10 por 1000 NV em 14 municiacutepios e a TMNP foi menor que 10 por 1000

NV em 17 deles ndash tabela 1

Havia mais de 15 de matildees adolescentes em sete municiacutepios A taxa de

analfabetismo foi maior que 5 em 10 cidades Em 12 municiacutepios mais de 50 das matildees

natildeo tinham parceiro e em 11 deles mais de 20 da populaccedilatildeo tinha chefia feminina Em 15

municiacutepios mais de 20 dos chefes de famiacutelia tinham renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) e 13

cidades tinham mais de 90 de esgoto sanitaacuterio - tabela 2

Somente trecircs municiacutepios tiveram menos de 500 nascidos vivos por ano Em cinco

municiacutepios mais de 20 das matildees fizeram ateacute seis consultas de preacute-natal Nove municiacutep ios

tiveram mais de 10 dos RN com menos de 37 semanas e trecircs tinham mais de 2 dos RN

com Apgar de 5ordm minuto lt 8 ndash tabela 2

No geral os indicadores socioeconocircmicos e de sauacutede materna e perinatal apontaram

resultados mais desfavoraacuteveis em trecircs municiacutepios contiacuteguos na regiatildeo noroeste e outros dois

na regiatildeo sudoeste ndash figuras 1 e 2 Um grupo de trecircs municiacutepios no nordeste da regiatildeo e outro

na regiatildeo sudoeste estatildeo entre os que apresentaram IDHM alto associado a maiores taxas de

cesaacuterea prematuridade e de TMNP ndash figura 1

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e RMM (dados natildeo

apresentados) As porcentagens de matildees adolescentes renda do chefe de famiacutelia le 1 SM e a

taxa de analfabetismo se correlacionaram positivamente com menor nuacutemero de consultas

preacute-natais e inversamente com cesaacutereas A porcentagem de matildees com escolaridade lt 8 anos

foi diretamente correlacionada com menor nuacutemero de consultas preacute-natais As porcentagens

47

de matildees sem parceiros e populaccedilatildeo com chefia feminina foram correlacionadas inversamente

com cesaacutereas A renda meacutedia domiciliar per capita e o IDHM foram correlacionados

diretamente com cesaacutereas e inversamente com menor nuacutemero de consultas preacute-natais -

tabela 3

As porcentagens de matildees adolescentes escolaridade lt 8 anos e a taxa de

analfabetismo se correlacionaram positivamente com a TMNP taxa de prematuridade e

baixo peso ao nascer O IDHM e a renda meacutedia domiciliar per capita se correlacionaram

inversamente com a TMP mas as porcentagens de matildees adolescentes renda le 1 SM e

analfabetismo se correlacionaram positivamente com esse indicador - tabela 3

DISCUSSAtildeO

Este estudo mostrou que entre os municiacutepios da RMC permanecem desigualdades

socioeconocircmicas que impactam os indicadores estudados A populaccedilatildeo mais vulneraacutevel satildeo

as mulheres com menor escolaridade e renda as analfabetas as matildees adolescentes e as

mulheres sem parceiros Os indicadores estudados foram semelhantes aos utilizados por Reis

e colaboradores13 Sua interpretaccedilatildeo pode contribuir para uma melhoria contiacutenua do acesso

ao cuidado e da qualidade da sauacutede oferecida em niacutevel local e estadual13

A RMC destaca-se por apresentar niacuteveis de sauacutede favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias

estaduais e nacionais Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar estima-se

que 50 dos residentes na RMC possuem cobertura de planos e seguros privados de sauacutede

com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS dependente varia entre

38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho) Estudar os indicadores sociais da RMC

pode contribuir para identificar aacutereas com diferentes necessidades de sauacutede o que deve ser

48

considerado no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas e linhas de

cuidado para a gestante na regiatildeo14

Na Franccedila foram fechados os serviccedilos obsteacutetricos que realizavam menos de 300

partosano considerando como criteacuterios para o fechamento o grau de isolamento

geograacutefico a aacuterea coberta pela maternidade a oferta alternativa de estruturas obsteacutetricas e

pediaacutetricas o risco das gestantes e o risco social da populaccedilatildeo4 Na RMC trecircs municiacutep ios

tiveram menos de 500 nascimentos em 2011 Somente o municiacutepio de Campinas tem trecircs

maternidades puacuteblicas a maioria dos municiacutepios tem apenas uma e quatro deles natildeo tecircm

nenhuma Destes trecircs municiacutepios possuem menos de 500 nascimentosano e distam em

meacutedia 170 km dos municiacutepios com maternidade suficiente para que natildeo ocorram demoras

que poderiam contribuir com piores desfechos maternos e fetais15

A correlaccedilatildeo direta entre IDHM e a porcentagem de cesaacutereas e inversa entre o nuacutemero

de consultas preacute-natais e a TMP era esperada Um estudo utilizou o IDH para avaliar as

tendecircncias de cesaacuterea em 21 paiacuteses usando a classificaccedilatildeo de Robson6 Houve aumento das

taxas na maioria dos grupos para todas as categorias do IDH exceto no Japatildeo e as maiores

taxas de cesaacuterea foram registradas nos paiacuteses menos desenvolvidos O Brasil encontrava-se

entre os paiacuteses com crescimento de 85 nas taxas de cesaacuterea entre 2004-2011 No mesmo

periacuteodo o Meacutexico a Argentina e o Japatildeo tiveram crescimento de 3 18 e -25

respectivamente6 Na RMC 14 municiacutepios praticaram taxas superiores a 60 de cesaacutereas

retratando o que outros estudos sobre as taxas de cesaacuterea no Brasil vem apontando61617 Esses

resultados estatildeo concordantes a com a literatura com quatro municiacutepios apresentando IDHM

muito alto (acima de 0800) e 15 com IDHM alto (0700- 0799)6

Eacute reconhecida a associaccedilatildeo entre acesso a serviccedilos de sauacutede e niacutevel socioeconocircmico

das populaccedilotildees No Brasil o uso de serviccedilos de sauacutede por quintil de renda niacutevel de instruccedilatildeo

49

e aacuterea geograacutefica de residecircncia confirma que este uso eacute mais elevado entre aqueles de melhor

condiccedilatildeo social18 Neste estudo a renda meacutedia domiciliar per capita foi inversamente

correlacionada ao nuacutemero de consultas preacute-natais e TMP e diretamente correlacionada com

partos cesaacutereos

Estudo observou que o niacutevel mais baixo de renda estava associado a maiores riscos

de ocorrer RN com BP parto prematuro baixo iacutendice de Apgar em cinco minutos e

natimorto Mulheres de diferentes quintis de renda tiveram diferentes atitudes e

comportamentos em relaccedilatildeo aos cuidados de maternidade19 Nos grupos de menor renda

familiar a mortalidade perinatal foi relacionada a maiores taxas de induccedilatildeo do trabalho de

parto e cesaacuterea20

Na RMC a menor escolaridade das matildees correlacionou-se diretamente com menor

nuacutemero de consultas preacute-natais TMN TMNP taxa de prematuridade e de RN com BP

Estudo nacional encontrou que entre os oacutebitos neonatais um terccedilo das matildees tinha menos de

oito anos de estudo 212 das matildees eram adolescentes e 335 natildeo viviam com o

companheiro Matildees das classes sociais ldquoD+Erdquo as adolescentes e aquelas com mais de 35

anos tiveram maiores taxas de mortalidade neonatal sendo quatro vezes maior para as matildees

com baixa escolaridade9

Eacute reconhecido que um dos mais poderosos determinantes de sauacutede eacute a educaccedilatildeo A

educaccedilatildeo tem um efeito sobre o uso de serviccedilos de sauacutede materna pela matildee21 As mulheres

com niacuteveis mais baixos de educaccedilatildeo estatildeo em maior risco de desfechos graves

principalmente em paiacuteses que tecircm menor desenvolvimento social e econocircmico21 No Brasil

a maior escolaridade materna tem sido associada a maior proporccedilatildeo de matildees com sete ou

mais consultas no preacute-natal22 Este resultado indica menor acesso aos serviccedilos de sauacutede

50

especialmente para as mulheres em condiccedilotildees socioeconocircmicas desfavoraacuteveis ou pouca

atenccedilatildeo dada pelas mulheres agrave sua proacutepria sauacutede ou a de seus filhos23

Estudos apontaram que mulheres com menor escolaridade com maior nuacutemero de

gestaccedilotildees sem companheiro assim como as adolescentes e mulheres de raccedilacor preta

encontraram barreiras para a realizaccedilatildeo do preacute-natal ou para o iniacutecio precoce32224 Na RMC

a correlaccedilatildeo entre a menor escolaridade das matildees e a mortalidade neonatal poderia ser

explicada pelo menor acesso aos serviccedilos de sauacutede menor nuacutemero de consultas de preacute-natal

dificultando o diagnoacutestico precoce de intercorrecircncias na gestaccedilatildeo o que pode ocasionar o

nascimento de RN prematuro e de baixo peso as maiores causas de morte neonatal no paiacutes

A atenccedilatildeo agrave sauacutede das crianccedilas eacute influenciada positivamente pela alfabetizaccedilatildeo das

matildees25 No Brasil a taxa de analfabetismo em 2011 alcanccedilou 86 sendo 43 no Estado

de Satildeo Paulo em 20101825 enquanto na RMC ultrapassou 5 em 10 municiacutepios Neste

estudo houve correlaccedilatildeo inversa da analfabetizaccedilatildeo com a porcentagem de cesaacutereas e direta

com menor nuacutemero de consultas preacute-natais TMP TMNP taxa de prematuridade e RN com

baixo peso

Nos grupos de idades extremas com maior risco persistem as menores proporccedilotildees

de consultas de preacute-natal no Brasil22 Estes dados satildeo semelhantes ao desse estudo

especialmente em relaccedilatildeo agraves adolescentes Etnia estado civil condiccedilatildeo social autoestima e

fatores econocircmicos tambeacutem influenciam a utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de preacute-natal e parto24 No

Brasil a qualidade e efetividade do preacute-natal satildeo afetadas pelas dificuldades no acesso iniacutecio

tardio nuacutemero inadequado de consultas e realizaccedilatildeo incompleta dos procedimentos

preconizados2426

No Brasil eacute recomendado o miacutenimo de seis consultas para gestaccedilotildees natildeo

complicadas menos do que se pratica nos paiacuteses desenvolvidos (10 a 14 atendimentos)272829

51

A cobertura da assistecircncia preacute-natal eacute praticamente universal (987) mais de trecircs quartos

das mulheres iniciaram o preacute-natal antes das 16 semanas de gestaccedilatildeo e 731 compareceram

a seis ou mais consultas24 Poreacutem a adequaccedilatildeo da assistecircncia parece ser baixa Na RMC

80 das matildees realizaram mais de seis consultas preacute-natais em 14 municiacutepios superando o

miacutenimo recomendado pelo Ministeacuterio da Sauacutede27 o que reflete um bom acesso aos serviccedilos

de sauacutede Poreacutem estrateacutegias para melhorar o acesso aos serviccedilos de preacute-natal precisam ser

implementadas para os cinco municiacutepios em que mais de 20 das matildees fazem ateacute seis

consultas de preacute-natal

Maior proporccedilatildeo de matildees adolescentes com menor escolaridade e renda e mais

analfabetismo foram associadas a menor frequecircncia agraves consultas de preacute-natal na RMC dados

tambeacutem encontrados em outros estudos222324 A renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM

foram inversamente correlacionados a baixa frequecircncia agraves consultas de preacute-natal Este achado

confirma os achados de estudos em que as mulheres com maior renda maior escolaridade e

que residem em locais mais desenvolvidos tiveram uma frequecircncia maior agraves consultas

Identificar as populaccedilotildees de maior risco para implantar estrateacutegias para aumentar o acesso ao

preacute-natal eacute um desafio constante2829

No Estado de Satildeo Paulo a proporccedilatildeo de nascidos vivos prematuros varia conforme a

idade da matildee Eacute mais baixa entre aquelas de 20 a 30 anos e aumenta para as matildees mais

velhas23 Entre os fatores de risco para partos preacute-termo incluiacuteram-se gravidez na

adolescecircncia e tardia aleacutem de etnia negra e baixo niacutevel socioeconocircmico12 Em nosso estudo

essa associaccedilatildeo entre a prematuridade e o baixo peso se confirmou

A autonomia eacute considerada um elemento chave para conquistar a sauacutede sexual e

reprodutiva e estaacute relacionada a maior acesso controle e empoderamento30 A correlaccedilatildeo

inversa da porcentagem de matildees sem parceiro com a taxa de partos cesaacutereos poderia

52

demonstrar maior autonomia e preocupaccedilatildeo com autocuidado na gestaccedilatildeo e parto Relata-se

o aumento da ldquochefiardquo feminina em famiacutelias compostas por casal com ou sem filhos

postergaccedilatildeo da maternidade reduccedilatildeo das taxas de fecundidade e aumento da escolaridade

com maior participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e maior contribuiccedilatildeo para o

rendimento da famiacutelia31 Um estudo de base populacional brasileiro apontou as mais altas

taxas de cesaacuterea em mulheres com maior renda com idade acima de 25 anos maior

escolaridade e nas regiotildees com melhores condiccedilotildees socioeconocircmicas16 Mas nesse estudo a

porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina foi inversamente correlacionada com

porcentagem de cesaacutereas sugerindo que a chefia feminina natildeo se concentra nas faixas de

maior renda

Existem evidecircncias suficientes de que a aacutegua saneamento e higiene podem impactar

a sauacutede materna e neonatal3233 Em 2010 8975 dos domiciacutelios do Estado de Satildeo Paulo

dispunham de condiccedilotildees de saneamento adequado25 Nesse estudo a porcentagem de esgoto

sanitaacuterio natildeo se correlacionou com os indicadores de sauacutede materna e perinatal numa regiatildeo

com boas condiccedilotildees sanitaacuterias Mas seis municiacutepios tinham menos de 90 de saneamento

mostrando as diferenccedilas sociais e econocircmicas entre os municiacutepios da regiatildeo Sabe-se que a

melhoria das condiccedilotildees sanitaacuterias contribuiu junto com as mudanccedilas demograacuteficas e sociais

pela reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia2

Tambeacutem a RMM estaacute relacionada ao grau de desenvolvimento humano econocircmico

e social1233435 A grande maioria das mortes maternas (MM) satildeo evitaacuteveis e ocorrem em

paiacuteses em desenvolvimento3435 Disparidades nas RMM satildeo observadas quando a populaccedilatildeo

eacute desagregada por quintil de renda ou educaccedilatildeo35 No entanto uma grande proporccedilatildeo das

MM ocorre em hospitais e podem estar relacionada aos atrasos no reconhecimento e

tratamento de complicaccedilotildees com risco de vida15 Estudo demonstrou que os atrasos no

53

reconhecimento e tratamento das complicaccedilotildees bem como as praacuteticas precaacuterias contribuem

diretamente para as MM15 Na RMC quatro municiacutepios tiveram uma RMM maior de 70 o

que pode estar associado a problemas na qualidade da atenccedilatildeo preacute-natal na atenccedilatildeo

intraparto ausecircncia de pessoal treinado para cuidados obsteacutetricos de emergecircncia e

dificuldade de acesso em curto tempo Medidas relativas ao sistema de sauacutede e aos serviccedilos

de atenccedilatildeo ao parto precisam ser implementadas para qualificar a atenccedilatildeo e reduzir oacutebitos

evitaacuteveis

Diferenccedilas acentuadas nos coeficientes de mortalidade neonatal satildeo observadas

dentro das aacutereas urbanas com taxas mais elevadas nas favelas que nas aacutereas mais ricas3 A

qualificaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar ao parto com a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade

materna e perinatal e reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo das praacuteticas natildeo baseadas nas evidecircncias deve

ser o foco principal para avanccedilos nas poliacuteticas puacuteblicas de reduccedilatildeo das desigualdades na

mortalidade infantil no Brasil9 As afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prematuridade

as infecccedilotildees a asfixiahipoacutexia e os fatores maternos satildeo as principais causas de oacutebitos infantis

no Brasil2 Resultados perinatais adversos podem ser explicados com base em fatores como

idade tabagismo estado civil consumo de aacutelcool obesidade local de residecircncia (urbano ou

rural) educaccedilatildeo ganho de peso iniacutecio do preacute-natal e nuacutemero de consultas paridade e

aleitamento20

Na RMC houve correlaccedilatildeo direta entre matildees adolescentes menor escolaridade e

analfabetismo com a TMNP taxa de prematuridade e RN com BP estando em concordacircncia

com estudos canadenses1920 assim como a renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM se

correlacionaram inversamente com a TMP Esta taxa se correlacionou diretamente com a

menor renda analfabetismo e matildees adolescentes Gestaccedilatildeo em adolescente tem sido mais

frequente em populaccedilotildees com niacutevel de renda mais baixo e o analfabetismo tem sido

54

relacionado a menor acesso aos serviccedilos de sauacutede e consequentemente um nuacutemero menor de

consultas preacute-natal podendo ocasionar resultado perinatal adverso As mudanccedilas sociais e

econocircmicas com melhoria na educaccedilatildeo materna melhoria do poder aquisitivo da populaccedilatildeo

expansatildeo da rede de abastecimento de aacutegua e saneamento baacutesico aliada agrave ampliaccedilatildeo da

cobertura dos cuidados de sauacutede materna e infantil contribuiacuteram para que o Brasil tenha uma

razatildeo entre o coeficiente de mortalidade infantil por renda per capita proacuteximo ao valor

esperado de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dois indicadores mensurados em vaacuterios

paiacuteses do mundo3

A prematuridade eacute a principal causa de morte entre os receacutem-nascidos e sua

frequumlecircncia eacute maior nos paiacuteses mais pobres devido agraves condiccedilotildees mais precaacuterias de sauacutede da

gestante mas alguns nascimentos prematuros podem resultar de induccedilatildeo precoce do trabalho

de parto ou cesariana por razotildees natildeo meacutedicas81220 Nos paiacuteses mais pobres em meacutedia 12

dos bebecircs nascem prematuros em comparaccedilatildeo com 9 nos paiacuteses ricos3 Mas na uacuteltima

deacutecada ocorreu um aumento de nascimentos preacute-termo e a maior frequecircncia pode ter relaccedilatildeo

com o aumento da proporccedilatildeo de nascimentos com baixo peso22

Lansky et al apontaram que a prematuridade respondeu por cerca de 13 da taxa de

mortalidade neonatal no Brasil9 As maiores taxas ocorreram entre crianccedilas com menos de

1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal prematuros extremos (lt 32 semanas)

com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida que utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante que

tinham malformaccedilatildeo congecircnita cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de referecircncia para

gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e que nasceram de parto vaginal9

As accedilotildees prioritaacuterias na prevenccedilatildeo da prematuridade evitaacutevel incluem melhoria da

atenccedilatildeo preacute-natal prevenccedilatildeo da prematuridade iatrogecircnica por interrupccedilatildeo indevida da

55

gravidez por operaccedilotildees cesarianas sem indicaccedilatildeo qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo hospitalar ao parto

e melhoria na atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Somam-se accedilotildees efetivas para diminuir a

peregrinaccedilatildeo de gestantes para o parto e o nascimento de crianccedilas com peso lt 1500g em

hospital sem UTI neonatal reflexos das lacunas na organizaccedilatildeo da rede de sauacutede38912 Aleacutem

disso para melhorar o resultado perinatal em aacutereas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo ainda

necessaacuterias a adoccedilatildeo de um estilo de vida saudaacutevel e implementaccedilatildeo de sistemas de apoio

incluindo o social19

As desigualdades identificadas entre os municiacutepios da RMC estatildeo em concordacircncia

com estudos recentes que sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-natais piores resultados de parto e baixo peso ao nascer O

niacutevel socioeconocircmico da comunidade reflete nos processos sociais impactando o

desenvolvimento econocircmico e social da aacuterea residencial3637 E matildees com baixa escolaridade

e renda residentes em comunidades de baixo niacutevel socioeconocircmico tem piores resultados de

sauacutede materno-infantil do que as matildees dos niacuteveis socioeconocircmicos mais elevados38

Assim eacute necessaacuterio um reforccedilo nas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais para acelerar a

reduccedilatildeo da mortalidade materna e neonatal no Brasil Em especial eacute premente identificar

bolsotildees de maior risco populacional implantando as accedilotildees necessaacuterias naquela situaccedilatildeo O

avanccedilo na reduccedilatildeo da mortalidade neonatal assim como a morte materna dependeraacute da

consolidaccedilatildeo de uma rede perinatal integrada hierarquizada e regionalizada e da

qualificaccedilatildeo dos processos assistenciais em especial ao parto e nascimento9

CONCLUSAtildeO

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na RMC

permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores estudados O

56

fator econocircmico teve influecircncia na realizaccedilatildeo de cesaacutereas Os piores resultados para os

indicadores perinatais estatildeo presentes em populaccedilotildees mais vulneraacuteveis entre matildees

adolescentes mulheres com menor escolaridade e renda Para melhorar os resultados em

sauacutede para mulheres e bebecircs estrateacutegias para reduzir as desvantagens sociais e educacionais

focadas nestes grupos populacionais satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos

de sauacutede apoacutes anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

Colaboradores

Faacutetima Christoacuteforo e Eliana Amaral participaram da concepccedilatildeo do estudo anaacutelise e

interpretaccedilatildeo dos dados Carmen Lavras colaborou na concepccedilatildeo e desenvolvimento do

projeto e Maria Cristina Restitutti colaborou na busca interpretaccedilatildeo e anaacutelise dos dados A

redaccedilatildeo do manuscrito a revisatildeo criacutetica do conteuacutedo intelectual e a aprovaccedilatildeo da versatildeo

final a ser publicada foi realizada por todos os autores

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Stella Maria Barbera da Silva Telles e Maria Helena Souza

pelo apoio na manipulaccedilatildeo dos bancos de dados e anaacutelise estatiacutestica deste manuscrito

57

REFEREcircNCIAS

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dos protocolos cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos

de supervisatildeo teacutecnica na regiatildeo metropolitana de Campinas - RMC Apoio agrave

estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da pueacuterpera na RMC Campinas

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httpdoi103109000163492010484044 (acessado em 13Maio2015)

17 Paacutedua KS Osis MJD Fauacutendes A Barbosa AV Moraes Filho OB Fatores

associados agrave realizaccedilatildeo de cesariana em hospitais brasileiros Rev Sauacutede Puacuteblica

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60

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vigilacircncia da sauacutede da mulher Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012

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06Maio2015)

25 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Censo Demograacutefico

resultados do universo Taxa de analfabetismo da populaccedilatildeo de 15 anos e mais e

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61

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httpprodutosseadegovbrprodutosimpindexphppage=tabela (acessado em

01Jun2015)

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Childbirth 2014 14393 Disponiacutevel em httpdoi101186s12884-014-0393-z

63

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo

indicadores de sauacutede materna e perinatal em 2011

Variaacutevel n

Razatildeo de mortalidade materna (por 100000 NV)

00 12 63

01 ndash 699 3 16

ge 70 4 21

Porcentagem de partos cesaacutereos

lt 600 5 26

ge 600 14 74

Porcentagem de baixo peso ao nascer

lt 100 14 74

ge 100 5 26

Taxa de mortalidade perinatal (por 1000 NV ou NM)

lt 100 5 26

100 ndash 199 14 74

Taxa de mortalidade neonatal precoce (por 1000 NV)

lt 50 8 42

50 ndash 99 9 47

ge 10 2 11

Fontes DATASUS (MS) e Fundaccedilatildeo Seade

64

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas em 2011

Variaacutevel n

Taxa de analfabetismo () ndash Meacutedia = 52 [DP = 16]

lt 50 9 47

ge 50 10 53

Porcentagem de chefe de famiacutelia com renda le 1 SM - Meacutedia 241 [DP = 48]

lt 250 11 58

ge 250 8 42

Porcentagem matildees sem parceiro ndash Meacutedia 509 [DP = 61]

lt 500 7 37

ge 500 12 63

Porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina ndash Meacutedia = 208 [DP=24]

lt 200 8 42

200 ndash 299 11 58

Porcentagem com esgoto sanitaacuterio ndash Meacutedia = 866 [DP = 170]

lt 900 6 32

ge 900 13 68

Porcentagem de matildees de 10 a 19 anos - Meacutedia = 142 [DP = 29]

lt 150 12 63

ge 150 7 37

Nuacutemero de nascidos vivos ndash Mediana = 907 [min=151 maacutex=14768]

lt 500 3 16

500 ndash 999 7 37

1000 ndash 1499 3 16

ge 1500 6 32

Porcentagem de matildees com ateacute 6 consultas PN ndash Meacutedia 178 [DP=60]

lt 200 14 74

ge 200 5 26

Porcentagem RN lt 37 semanas ndash Meacutedia = 101 [DP = 14]

lt 100 10 53

ge 100 9 47

Porcentagem RN com Apgar 5ordm min lt 8 ndash Meacutedia = 14 [DP = 05]

lt 20 16 84

ge 20 3 16

Fontes DATASUS (MS) Fundaccedilatildeo Seade e IBGE

65

Tabela 3 Correlaccedilatildeo entre indicadores de sauacutede materna e perinatal e caracteriacutesticas socioeconocircmicas em 2011 na RMC

Matildees de 10 a

19 anos

Matildees

escolaridade lt

8 anos

Taxa de

analfabetismo

Chefe de

famiacutelia com

renda le 1

salaacuterio miacutenimo

Populaccedilatildeo

com chefia

feminina 15 a

49 anos

Renda meacutedia

domiciliar

per capita

(R$)

IDHM

r p r p r p r p r p r p r p

Matildees com ateacute 6 consultas

Preacute natal 064 0003 054 0016 077 lt0001 082 lt0001 024 0330 -064 0003 -07 0001

Cesaacutereas -067 0002 -044 0062 -065 0003 -09 lt0001 -046 0050 069 0001 075 lt0001

Taxa de mortalidade

perinatal (por 1000 NV ou NM)

060 0007 035 0145 064 0003 049 0033 003 0894 -046 0047 -055 0015

Taxa de mortalidade

neonatal precoce (por 1000 NV)

050 0029 046 0045 047 0043 009 0719 -007 0788 -020 0419 -034 0155

Taxa de Prematuridade 051 0025 070 0001 050 0028 015 0538 013 0604 -010 0695 -034 0156

Porcentagem de RN com

baixo peso ao nascer (lt 2500g)

056 0013 053 0021 057 0011 044 0062 030 0213 -025 0304 -037 0115

Coeficente de correlaccedilatildeo de Pearson p valor

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e a RMM

66

Figura 1 - Indicadores de sauacutede materna e perinatal na RMC

67

Figura 2 - Indicadores socioeconocircmicos e demograacuteficos selecionados na RMC em 2011

68

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2

De cadernosfiocruzbr

Enviada Domingo 5 de Julho de 2015 2003

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_107915)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA

AO PARTO DA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

(CSP_107915) para Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o

progresso de seu manuscrito dentro do processo editorial bastando clicar no link Sistema

de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos localizado em nossa paacutegina

httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

69

ARTIGO 2

PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA AO PARTO DA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROUTINE PRACTICES DURING DELIVERIES AT THE METROPOLITAN

REGION OF CAMPINAS BRAZIL

PRAacuteCTICAS RUTINARIAS EN APOYO DE ENTREGA DE REGIOacuteN

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROTINAS NO PARTO NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

F Christoacuteforo12

C Lavras3

E Amaral4

1 DoutorandaDepartamento de TocoginecologiaFCMUnicamp CampinasSP Brasil

2 EnfermeiraNuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

70

RESUMO

OBJETIVO Descrever praacuteticas rotineiras no parto em maternidades puacuteblicas da regiatildeo

metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo descritivo de 16 serviccedilos

obsteacutetricos usando o Instrumento de avaliaccedilatildeo de boas praacuteticas no parto (Ministeacuterio da

Sauacutede) e um questionaacuterio complementar respondido pelos gestores locais de agosto-

outubro2014 RESULTADOS Treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam

ocitocina no trabalho de parto nove executavam episiotomia e 14 realizavam manejo ativo

do 3o periacuteodo A maioria realizava induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e ruptura prematura de

membranas e 15 tinham protocolos para hipertensatildeo grave e profilaxia de Streptococcus do

grupo B Cinco natildeo utilizavam antibioacutetico nas cesaacutereas produtos hemoteraacutepicos eram

indisponiacuteveis em quatro hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de pacientes criticos

CONCLUSOtildeES Praacuteticas recomendadas estavam disponiacuteveis na maioria dos hospitais mas

algumas rotinas eram excessivas e outras precisavam ser aprimoradas

Palavras chave obstetriacutecia parto tocologia

71

ABSTRACT

OBJECTIVE To describe routine practices for childbirth at public obstetric services in the

metropolitan region of Campinas (RMC) METHOD Descriptive study applied to 16

obstetric services using the Assessment Tool for Good Practices during Childbirth

(Ministry of Health) and a complementary questionnaire answered by institutional managers

at RMC from August-October2014 RESULTS Thirteen hospitals used partograph 10

used the oxytocin during labor nine performed episiotomy and 14 held the active

management of the third period Most institutions induced prolonged gestation and premature

rupture of membranes at term and 15 followed guidelines on severe hypertension and

Streptococcus group B prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for C-sections

blood products were unavailable in four hospitals and eight could not care for critical patients

CONCLUSIONS Good practices were available in most hospitals some routines were

excessive and others need improvement

72

RESUMEN

OBJETIVO Describir las rutinas del parto en hospitales puacuteblicos de la regioacuten metropolitana

de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio descriptivo en 16 servicios obsteacutetricos utilizando

Herramienta de evaluacioacuten de buenas praacutecticas en el parto (Ministerio de Salud) y

cuestionario complementario contestado por administradores de agosto-octubre2014

RESULTADOS Trece hospitales utilizaron partograma 10 utilizaron oxitocina durante el

trabajo nueve realizaron episiotomiacutea y 14 hicieron el manejo activo de la 3a etapa La

mayoriacutea realizaba induccioacuten de gestacioacuten prolongada y ruptura prematura de membranas y

15 teniacutean protocolos de hipertensioacuten severa y Streptococcus del grupo B Cinco no utilizaron

la antibioacutetica en las cesaacutereas Los productos sanguiacuteneos eran indisponib les en cuatro

hospitales y ocho no podiacutean atender a pacientes criacuteticos CONCLUSIONES Las mejores

praacutecticas estaban disponibles en mayoriacutea de los hospitales pero algunas eran excesivas y

otras necesitaban ser mejoradas

73

INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas testemunharam uma expansatildeo no desenvolvimento e uso de

praacuteticas com o objetivo de melhorar os resultados para matildees e bebecircs no trabalho de parto

institucional No Brasil a cada ano ocorrem aproximadamente 3 milhotildees de nascimentos

98 destes em estabelecimentos hospitalares puacuteblicos ou privados1 O modelo vigente de

atenccedilatildeo obsteacutetrica utiliza intervenccedilotildees como episiotomia amniotomia uso de ocitocina e

cesaacuterea habitualmente recomendadas em situaccedilotildees de necessidade que tecircm sido utilizadas

de forma bastante liberal2 Existem enormes variaccedilotildees em niacutevel mundial quanto ao local

niacutevel de cuidados sofisticaccedilatildeo dos serviccedilos disponiacuteveis e tipo de provedor para o parto

normal A adoccedilatildeo acriacutetica de intervenccedilotildees natildeo efetivas de risco ou desnecessaacuterias

compromete a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Em 1996 a WHO estabeleceu uma definiccedilatildeo de trabalho de parto normal e

estabeleceu normas de boas praacuteticas para a conduccedilatildeo do trabalho de parto sem complicaccedilotildees

com intervenccedilotildees recomendadas e outras que deveriam ser evitadas3 Em 2006 a WHO

publicou o guia para a praacutetica essencial na gravidez parto poacutes-parto e ao receacutem-nascido

fornecendo recomendaccedilotildees baseadas em evidecircncias para orientar os profissionais de sauacutede

Neste documento as recomendaccedilotildees satildeo geneacutericas sobre a caracteriacutesticas de sauacutede da

populaccedilatildeo e sobre os sistemas de sauacutede (a configuraccedilatildeo capacidade e organizaccedilatildeo dos

serviccedilos recursos e pessoal)4

Mais recentemente em 2014 o Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia do Reino

Unido (RCOG) atualizou as diretrizes cliacutenicas de cuidado intraparto com base na evoluccedilatildeo

do seu Sistema Nacional de Sauacutede e na disponibilidade de novas evidecircncias Estatildeo incluiacutedas

as recomendaccedilotildees para o atendimento de mulheres que iniciam o trabalho como baixo

risco mas que passam a desenvolver complicaccedilotildees5 Neste mesmo ano o Coleacutegio Real

74

Australiano e Neozelandecircs de Obstetriacutecia e Ginecologia (RANZCOG) publicou 11

recomendaccedilotildees sobre a prestaccedilatildeo de cuidados rotineiros intraparto na ausecircncia de

complicaccedilotildees na gravidez Elas abordam os requisitos para admissatildeo de mulheres para o

parto os cuidados rotineiros durante o trabalho de parto e parto6 Mais recentemente em

fevereiro de 2015 o Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia (ACOG) elaborou

diretrizes de acordo com o niacutevel de cuidados maternos para uso na melhoria da qualidade e

promoccedilatildeo da sauacutede7

As sociedades de especialistas recomendam envolver as mulheres nas decisotildees

relacionadas ao local do parto informando os tipos de provedores de cuidado as limitaccedilotildees

de cada serviccedilo em caso de complicaccedilotildees considerando a necessidade de transferecircncias e os

procedimentos indicados em cada estaacutegio do parto baseados em evidecircncias

No Brasil em 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de Parto Aborto e

Puerpeacuterio revisando a literatura pertinente para recomendar as intervenccedilotildees eficazes no

trabalho de parto garantindo qualidade com humanizaccedilatildeo do atendimento agrave gestante e

puerpeacutera Neste documento orienta o uso de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas8

Em 2014 novas orientaccedilotildees foram publicadas visando a organizaccedilatildeo das portas de entradas

dos serviccedilos de urgecircncia obsteacutetrica para garantir acesso com qualidade agraves mulheres e assim

impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal9

Para garantir a qualidade da assistecircncia oferecida nos serviccedilos eacute preciso enfocar as

condiccedilotildees fiacutesicas e insumos mas tambeacutem a manutenccedilatildeo e promoccedilatildeo da competecircncia dos

profissionais10 A isso soma-se manter mecanismos de monitoramento das praacuteticas cliacutenicas

para avaliar se estatildeo em conformidade com padrotildees de conduta e os resultados decorrentes

desta praacutetica A utilizaccedilatildeo de diretrizes cliacutenicas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas tem sido

apontada como uma ferramenta importante nesta direccedilatildeo Entretanto a identificaccedilatildeo de

75

estrateacutegias efetivas para disponibilizaccedilatildeo e cumprimento de tais diretrizes eacute um desafio para

os gestores dos serviccedilos Mesmo estando acessiacuteveis podem ser necessaacuterias ferramentas de

suporte agrave tomada de decisotildees cliacutenicas eficientes e seguras por profissionais com

conhecimento e habilidades atualizados11 Finalmente o oferecimento de uma assistecircncia

qualificada exige garantir a integraccedilatildeo dos diferentes niacuteveis do sistema que oferece atenccedilatildeo

compondo a linha de cuidado da gestante

Conhecer a rotina da assistecircncia ao parto nas instituiccedilotildees e as dificuldades percebidas

pelos gestores do cuidado em uma regiatildeo com suposta disponibilidade de infraestrutura

material recursos humanos qualificados e bem traccedilada linha de cuidados como seria a

Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC pode contribuir para qualificar a atenccedilatildeo intra-

hospitalar nas aacutereas metropolitanas Este estudo tem como objetivo descrever as rotinas do

cuidado nos partos segundo gestores meacutedicos ou enfermeiros dos 17 serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo descritivo sobre a rotina de atendimento em serviccedilos

obsteacutetricos puacuteblicos Foram elegiacuteveis os estabelecimentos de sauacutede dos 19 municiacutepios da

RMC que realizavam partos em 2011 financiados pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

(hospitais puacuteblicos ou leitos contratados) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Sauacutede (CNES) Destes quatro natildeo tinham hospital e os outros contavam com uma uacutenica

maternidade exceto o municiacutepio-sede Campinas com trecircs hospitais dois deles com parte

dos leitos financiados pelo SUS Um desses hospitais com leitos contratados pelo SUS

recusou-se a participar Assim apresentam-se dados de 16 instituiccedilotildees

76

Foram aplicados dois instrumentos respondidos pelos meacutedicos ou enfermeiros

gestores dos serviccedilos obsteacutetricos da RMC Estes questionaacuterios foram apresentados numa

visita realizada por uma das pesquisadoras em data preacute-agendada O primeiro foi o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) cujas respostas satildeo dadas em escala Likert

(sempre realizada ndash mais de 90 das vezes frequentemente realizada ndash de 60-90 das vezes

realizada agraves vezes ndash de 20-60 das vezes raramente realizada ndash menos de 20 das vezes

nunca realizada ndash proacuteximo de 0 natildeo sei responder)

O segundo instrumento foi elaborado para o estudo no qual foram abordadas a

utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto

disponibilidade de diretrizes cliacutenicas (protocolos para as principais complicaccedilotildees - preacute-

eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia manejo ativo do 3ordm periacuteodo rastreamento de siacutefilis e de

HIVAIDS e infecccedilatildeo poacutes-parto) dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos medicamentos

hemoderivados transporte comunicaccedilatildeo com serviccedilos de referecircncia e monitorizaccedilatildeo e

tratamento de pacientes graves aleacutem da disponibilidade de obstetra treinado banco de

sangue e anestesista em caso de cesaacutereas de urgecircncia focando na qualidade da atenccedilatildeo

obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato1112 Complementaram as informaccedilotildees dados

extraiacutedos do Ministeacuterio da Sauacutede especificamente do CNES (total de leitos SUS e leitos

obsteacutetricos cadastrados em 2011)13

Os dados coletados foram digitados no programa Excel e a anaacutelise foi realizada no

programa SPSS versatildeo 20 A anaacutelise descritiva compreendeu a distribuiccedilatildeo de frequecircncia

relativa das variaacuteveis estudadas

77

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm

453588 de 08112013) Foram solicitados consentimentos informados dos diretores de cada

instituiccedilatildeo e dos gestores dos serviccedilos obsteacutetricos

RESULTADOS

A RMC conta com 30 serviccedilos de sauacutede que atendem ao parto Desses 13 satildeo

privados exclusivos 10 satildeo privados conveniados com o SUS (leitos puacuteblicos considerados

hospitais mistos) e 07 satildeo puacuteblicos Participaram do estudo sete serviccedilos puacuteblicos e nove

serviccedilos mistos que correspondem a 548 dos 649 leitos obsteacutetricos disponiacuteveis Os 16

hospitais participantes estavam distribuiacutedos em 15 municiacutepios da RMC quatro deles natildeo tem

maternidade (Artur Nogueira Engenheiro Coelho Holambra e Santo Antocircnio de Posse) ndash

quadro 1

Observou-se que os gestores dos Centros Obsteacutetricos (CO) eram meacutedicos

ginecologistasobstetras com exceccedilatildeo para uma enfermeira Doze deles tinham no miacutenimo

especializaccedilatildeo nessa aacuterea com idades variando de 32 a 62 anos (mediana = 41 anos)

Trabalhavam entre 6 e 35 anos (mediana = 14 anos) em Obstetriacutecia estando de um ateacute 26

anos na instituiccedilatildeo (mediana = sete anos) na funccedilatildeo de chefia entre um mecircs a 10 anos

(mediana = 02 anos) - tabela1

As diretrizes relativas ao cuidado obsteacutetrico foram relatadas como disponiacuteveis na

maioria dos serviccedilos Todas as maternidades realizavam triagem para siacutefilis e HIV Seguia-

se a orientaccedilatildeo de literatura com induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada em trecircs quartos

das maternidades 13 delas realizavam a induccedilatildeo em ruptura prematura de membrana a termo

e estava disponiacutevel protocolo para orientar condutas na hipertensatildeo severa em 15

maternidades A praacutetica rotineira de manejo ativo de 3ordm periacuteodo foi relatada por 14 serviccedilos

78

A antibioticoprofilaxia da infecccedilatildeo neonatal para Estreptococo do grupo B ocorria em 15

instituiccedilotildees mas o uso de antibioacuteticos nas cesaacutereas natildeo era praacutetica rotineira em cinco

maternidades - tabela 2

Um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

metade dessas puacuteblicas Duas maternidades mistas relataram dificuldades com transporte

Havia disponibilidade de medicamentos e de suprimentos mas metade delas referia

dificuldade para cuidar de pacientes graves sendo cinco de oito maternidades mistas ndash tabela

3

O acolhimento com classificaccedilatildeo de risco era realizado frequentemente (ge 60 das

vezes) em 10 delas Em 13 delas a utilizaccedilatildeo de partograma era frequente A presenccedila de

acompanhante no trabalho de parto foi relatada frequentemente em apenas nove delas poreacutem

isso ocorria em 14 das 16 maternidades no momento do parto O uso de ocitocina para

conduccedilatildeo do trabalho de parto era frequente em 10 instituiccedilotildees e a episiotomia era realizada

frequentemente em nove mas a compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo soacute foi

relatada como frequente em duas maternidades A presenccedila de profissional capacitado para

assistecircncia ao receacutem-nascido e o estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

aconteciam frequentemente em 15 maternidades ndash tabela 4

DISCUSSAtildeO

Muitas das praacuteticas de sauacutede qualificadas para trabalho de parto e parto (induccedilatildeo de

ruptura prematura de membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo

para Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto e parto) seguindo

recomendaccedilotildees da literatura e guias cliacutenicas estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais

da RMC No entanto algumas rotinas observadas pareciam excessivas (conduccedilatildeo e

79

episiotomia) e outras precisariam ser melhoradas (uso de antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas

disponibilidade de sangue e cuidado em estado criacutetico de cuidado) Os resultados destacam

a importacircncia de revisatildeo contiacutenua das rotinas hospitalares na atenccedilatildeo ao parto mesmo em

uma regiatildeo com muitos recursos materiais e humanos e faacutecil acesso agraves oportunidades de

educaccedilatildeo continuada Buscou-se conhecer as potencialidades e aacutereas para melhoria visando

compatibilizar os indicadores de processo do cuidado com a cobertura quase universal da

atenccedilatildeo preacute-natal e em particular dos partos no ambiente hospitalar14

Mais da metade dos leitos disponiacuteveis para a atenccedilatildeo obsteacutetrica eacute conveniada ao SUS

na RMC o que se assemelha agrave situaccedilatildeo encontrada por Bittencourt e colaboradores em

maternidades do Brasil15 Os resultados encontrados neste estudo refletem o cuidado no parto

para leitos SUS ou conveniados mas natildeo reflete a atenccedilatildeo nos convecircnios de sauacutede ou no

sistema privado Sabe-se que entre as mulheres atendidas neste uacuteltimo a taxa de cesariana eacute

de 88 o que por si soacute demonstra haver uso excessivo de intervenccedilotildees16 Portanto

enfocamos aqui a atenccedilatildeo puacuteblica ao parto na RMC

Uma importante estrateacutegia para qualificar a atenccedilatildeo eacute utilizar diretrizes cliacutenicas

baseadas em evidecircncias cientiacuteficas Mas o sucesso da sua implantaccedilatildeo depende de um esforccedilo

organizado dos serviccedilos seus profissionais e dos gestores do sistema de sauacutede10 A maioria

dos gestores das maternidades entrevistados tinha especializaccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeo o

que supotildee um bom preparo teacutecnico Mas a qualidade da assistecircncia depende entre outras

coisas da sua atuaccedilatildeo supervisionando e aprimorando todas as fases do cuidado A cultura

de avaliaccedilatildeo de processos assistenciais natildeo estaacute disseminada no Brasil nem os profissiona is

gestores estatildeo preparados para tal funccedilatildeo

No Brasil mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorrem durante a

internaccedilatildeo para o parto e podem estar associadas agrave inexistecircncia de leitos ou de um sistema de

80

referecircncia operante que obriga mulheres a perambular em busca de vagas ou decorrente do

encaminhamento tardio de mulheres com intercorrecircncias para hospitais de maior

complexidade14 O Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de

risco em Obstetriacutecia que tem como propoacutesito a pronta identificaccedilatildeo da paciente criacutetica ou

mais grave com base nas evidecircncias cientiacuteficas existentes Pretende-se com sua utilizaccedilatildeo

evitar a peregrinaccedilatildeo de mulheres nos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica as demoras que

resultam em desfechos desfavoraacuteveis e viabilizar o atendimento qualificado e resolutivo em

tempo adequado9 Na RMC o acolhimento com classificaccedilatildeo de risco foi referido por

gestores de 10 maternidades e a peregrinaccedilatildeo natildeo parece ser um problema relevante a

impactar os indicadores maternos e neonatais

Evidecircncias atuais natildeo demonstram que o uso rotineiro do partograma contribui para

reduccedilatildeo da mortalidade materna e perinatal mas podem oferecer apoio agraves auditorias

posteriores1117 No Brasil seu uso rotineiro eacute considerado boa praacutetica38 e 13 maternidades

utilizavam o partograma mais de 60 das vezes

Em nove maternidades da RMC relatou-se a presenccedila de acompanhante no trabalho

de parto enquanto 14 informaram que estava presente em mais de 60 das vezes As

justificativas para a baixa adesatildeo dos acompanhantes no trabalho de parto referem-se agraves

acomodaccedilotildees inadequadas coletivas Alega-se que sua presenccedila poderia constranger as

demais parturientes Em uma publicaccedilatildeo de abrangecircncia nacional cerca de um quarto das

mulheres natildeo teve acompanhante e menos de um quinto teve acompanhamento contiacutenuo

Preditores independentes de natildeo ter ou ter acompanhante em parte do tempo foram menor

renda e escolaridade cor parda parto no setor puacuteblico multiparidade e parto vaginal18 A

presenccedila de acompanhante eacute uma demanda legal no Brasil e pode ser considerada um

marcador de seguranccedila e qualidade do atendimento1819

81

Em revisatildeo sistemaacutetica da colaboraccedilatildeo Cochrane os autores concluem que o apoio

contiacutenuo durante o trabalho de parto tem benefiacutecios clinicamente significativos e nenhum

prejuiacutezo conhecido20 Estes resultados apoiam a praacutetica e sua adoccedilatildeo exige mudanccedilas na

estrutura fiacutesica e nos processos de trabalho nas maternidades19 Neste estudo um pouco mais

da metade das maternidades relataram permissatildeo para acompanhante no trabalho de parto e

no parto Quase todas permitiam acompanhamento no parto e o parceiro foi o acompanhante

mais frequente Natildeo se pode afirmar se a ausecircncia de acompanhante em 100 dos partos seja

decorrente das restriccedilotildees da instituiccedilatildeo ou da dificuldade do acompanhante para estar

disponiacutevel na ocasiatildeo Cabe aos gestores melhorar este indicador e parece haver possibilidade

de melhoria nos serviccedilos SUS da RMC

Benefiacutecios da ocitocina incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de

parto distoacutecico com riscos que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina

intoxicaccedilatildeo por aacutegua e embora rara ruptura uterina No entanto protocolos ideais para sua

utilizaccedilatildeo natildeo satildeo identificados21 Haacute dificuldade em se determinar o que seria boa praacutetica

quanto e em que situaccedilotildees seria realmente necessaacuterio seu uso para corrigir a contratilidade

uterina

Uma metanaacutelise concluiu que a ocitocina para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto

foi associada a aumento do parto vaginal espontacircneo22 Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que

altas doses de ocitocina foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e

cesaacuterea e um aumento no parto vaginal espontacircneo23 Na RMC 10 das 16 maternidades

referiram utilizar ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto em mais de 60 das vezes

Leal e colaboradores num estudo brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas

praacuteticas no parto identificaram que a infusatildeo de ocitocina e a amniotomia ocorreram em

cerca de 40 das mulheres de risco habitual (baixo) sendo mais frequentemente utilizada no

82

setor puacuteblico em mulheres com baixa escolaridade2 Mas natildeo se pode afirmar a verdadeira

indicaccedilatildeo do seu uso nos dois trabalhos

Revisatildeo sistemaacutetica que incluiu sete ensaios cliacutenicos com 5390 mulheres mostrou

que houve menos partos por cesariana e trabalhos de parto mais curtos (menos de 12 horas)

entre mulheres que receberam manejo ativo do parto sem diferenccedila nas complicaccedilotildees para

matildees ou bebecircs Os autores concluem que sua praacutetica estaacute associada a pequenas reduccedilotildees na

taxa de cesaacuterea apesar de ser altamente prescritivo24 Esta praacutetica inclui amniotomia

rotineira regras riacutegidas para diagnoacutestico de progresso lento do trabalho de parto uso da

ocitocina e cuidados individualizados Talvez alguns componentes sejam mais eficazes do

que outros

Atualmente o uso desnecessaacuterio de intervenccedilotildees alterando o processo natural do

parto em parturientes de baixo risco sem a concordacircncia da mulher eacute tratado como um abuso

a ser evitado25 No Estado de Satildeo Paulo a Lei nordm 15759 de 25 de marccedilo de 2015 define que

a ocitocina a fim de acelerar o trabalho de parto enemas os esforccedilos de puxo prolongados

durante o expulsivo a amniotomia e a episiotomia devem ser utilizadas com indicaccedilatildeo

precisa Diz que qualquer destas praacuteticas ldquoseraacute objeto de justificaccedilatildeo por escrito firmado pelo

chefe da equipe responsaacutevel pelo parto assim como a adoccedilatildeo de qualquer dos procedimentos

que os protocolos mencionados nesta lei classifiquem como desnecessaacuterios ou prejudiciais agrave

sauacutede da parturiente ou ao nascituro de eficaacutecia carente de evidecircncia cientiacutefica e suscetiacuteve is

de causar dano quando aplicados de forma generalizada ou rotineirardquo26

Treze maternidades da RMC praticavam rotineiramente a induccedilatildeo de trabalho de

parto em ruptura prematura de membranas a termo (RPMT) Resultados de ensaio controlado

randomizado comparando induccedilatildeo com ocitocina com prostaglandina conduta expectante e

induccedilatildeo com ocitocina ou prostaglandina na RPMT natildeo encontrou diferenccedilas significat ivas

83

nas taxas de infecccedilatildeo neonatal e de cesaacuterea mas o custo da induccedilatildeo com ocitocina foi

menor27 Neste estudo sendo relatado natildeo foi questionado o meacutetodo de induccedilatildeo oferecid o

pelas maternidades O Ministeacuterio da Sauacutede respalda a induccedilatildeo e afirma que a escolha do

meacutetodo dependeraacute do estado de amadurecimento cervical28 Entidades de especialidade

tambeacutem recomendam a induccedilatildeo293031

A divulgaccedilatildeo dos resultados dos ensaios cliacutenicos controlados e a revisatildeo sistemaacutetica

sobre episiotomia tecircm acarretado significativo decliacutenio no seu uso rotineiro em todo o

mundo32 Taxas de episiotomia de 54 foram encontradas no Brasil2 Na RMC em nove

maternidades a episiotomia eacute realizada na maioria dos casos O uso seletivo estaacute associado

com menos trauma perineal posterior menos sutura e menos complicaccedilotildees e nenhuma

diferenccedila para medidas de dor e trauma vaginal ou perineal grave113233 No entanto haacute um

aumento do risco de trauma perineal anterior33 A orientaccedilatildeo atual eacute realizar se houver

necessidade cliacutenica como um parto instrumental ou suspeita de comprometimento fetal11

Um achado preocupante eacute ter 14 maternidades da RMC informando praticar a

compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo Os riscos relatados com o uso da manobra

de Kristeller incluem a ruptura uterina lesatildeo do esfiacutencter anal fraturas em receacutem-nascidos

ou dano cerebral e natildeo haacute evidecircncia de benefiacutecios34 A manobra de Kristeller foi utilizada

em 37 das mulheres num estudo de amostragem nacional2 Como sua praacutetica deve ser

proscrita11 temos aqui uma prioridade para educaccedilatildeo continuada dos profissionais

A hemorragia poacutes-parto eacute uma das principais causas de morbidade e mortalidade

materna em todo o mundo35 e as medidas preventivas satildeo recomendadas para todas as

mulheres submetidas ao parto O manejo ativo do 3ordm periacuteodo para a prevenccedilatildeo da hemorragia

poacutes-parto compreendia a administraccedilatildeo profilaacutetica de um agente uterotocircnico logo apoacutes o

nascimento clampeamento e traccedilatildeo controlada do cordatildeo ateacute o desprendimento da placenta

84

e massagem uterina3637 Sabe-se hoje que o uso rotineiro da traccedilatildeo controlada do cordatildeo

pelo risco potencial de inversatildeo uterina deve ser omitido das manobras36 Dada agrave sua

eficaacutecia o manejo ativo do 3ordm periacuteodo eacute recomendado37 Na RMC 14 maternidades o

praticam rotineiramente

Como no Brasil a hemorragia eacute uma das principais causas de morte materna direta

chama a atenccedilatildeo que um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados sendo metade dessas puacuteblicas38 Esta situaccedilatildeo reflete problemas na

organizaccedilatildeo do atendimento agraves urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas Resultados de estudo

brasileiro sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem near miss materno para avaliar a qualidade de

cuidados obsteacutetricos apontou que houve maior demora na prestaccedilatildeo de serviccedilos devido a

ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a comunicaccedilatildeo entre

os serviccedilos ou centros reguladores39 Bittencourt et al encontraram 75 de disponibilidade

de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos hospitais mistos 69 nos puacuteblicos e 67

nos privados15 Morse e colaboradores em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no

Brasil apontaram entraves para transfusatildeo nos quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto40 Portanto a subutilizaccedilatildeo dos hemoderivados ainda eacute prevalente no

Brasil mesmo em grandes centros urbanos

O Ministeacuterio da Sauacutede tem diretrizes que recomendam o atendimento do receacutem-

nascido (RN) por profissional capacitado pediatra ou neonatologista ou enfermeiro (obstetra

ou neonatal) desde o periacuteodo posterior ao parto ateacute o encaminhamento ao Alojamento

Conjunto ou agrave Unidade Neonatal41 Resultado deste estudo aponta concordacircncia com o

preconizado pois na grande maioria das maternidades da RMC os RN satildeo assistidos por

profissionais capacitados As atitudes tomadas pelos profissionais que prestam cuidados ao

RN logo apoacutes o nascimento satildeo importantes pois podem interferir na aproximaccedilatildeo precoce

85

e no viacutenculo matildee-bebecirc42 Nesta perspectiva eacute imperativo que o profissional seja capacitado

com base em fundamentos cientiacuteficos para o atendimento imediato do RN

As proporccedilotildees de amamentaccedilatildeo na sala de parto satildeo muito baixas em todas as regiotildees

do Brasil (161) sendo menor na Regiatildeo Nordeste (115) Os receacutem-nascidos (RN) de

parto vaginal e em estabelecimentos do SUS apresentaram chance significativamente menor

para o afastamento da matildee apoacutes o parto42 Os conhecimentos dos profissionais e as praacuteticas

instituiacutedas pelos serviccedilos de sauacutede satildeo determinantes importantes do iniacutecio da amamentaccedilatildeo

nos partos hospitalares43 No Brasil indicadores de baixo niacutevel socioeconocircmico e menor

acesso a serviccedilos de sauacutede aumentam chance de natildeo amamentaccedilatildeo na primeira hora44

Embora haja evidecircncias cientiacuteficas para colocar o RN junto ao corpo da matildee para iniciar a

amamentaccedilatildeo logo apoacutes o parto a implementaccedilatildeo dessa praacutetica encontra barreiras sociais e

culturais Na RMC o estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora ocorre mais que 60 das

vezes em 15 maternidades o que eacute uma taxa bastante elevada

Em relaccedilatildeo aos protocolos cliacutenicos na RMC as diretrizes para rastreamento de siacutefilis

e HIVAIDS estavam disponiacuteveis em todos os serviccedilos Este resultado reflete a relevacircncia

destes agravos abordados de forma diferenciada em programas governamentais Nosso

achado difere de um estudo realizado em maternidades no Estado do Rio de Janeiro que

encontrou menor disponibilidade destas diretrizes14 Colonizaccedilatildeo materna com Streptococo

do grupo B (GBS) durante a gravidez aumenta o risco de infecccedilatildeo neonatal por transmissatildeo

vertical e a antibioticoprofilaxia reduz significativamente o risco de sepse neonatal precoce32

Quase a totalidade das maternidades estudadas na RMC (15) utilizavam antibioacuteticos para

Streptococo do grupo B

A grande maioria das maternidades da RMC relatou ter protocolo para a hipertensatildeo

severa em concordacircncia com as recomendaccedilotildees A doenccedila hipertensiva especiacutefica da

86

gravidez que afeta cerca de 5-10 de gestantes eacute o principal contribuinte de morbidade e

mortalidade materna e neonatal em todo o mundo45 No Brasil em 2010 foi responsaacutevel por

197 das mortes maternas38 O Reino Unico tem sua diretriz cliacutenica com recomendaccedilotildees

para o diagnoacutestico e tratamento de distuacuterbios hipertensivos durante a gravidez no preacute-natal

parto e poacutes-natal46 Da mesma forma a Initiativa de Revisatildeo sobre Mortalidade Materna do

Departamento de Sauacutede de Nova York e ACOG identificou o manejo da hipertensatildeo durante

a gravidez como prioridade47 No Brasil as condutas recomendadas estatildeo disponiacuteveis no

Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco28

No mundo desenvolvido as taxas de cesaacuterea estatildeo acima de 3048 No Brasil em

2012 compreendeu 52 dos nascimentos16 Mulheres submetidas agrave cesaacuterea tecircm de cinco a

20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo em comparaccedilatildeo com mulheres que datildeo agrave luz

por via vaginal O efeito beneacutefico da antibioticoprofilaxia na operaccedilatildeo cesariana estaacute bem

estabelecido e reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite e graves complicaccedilotildees

infecciosas de 60 a 7049 Assim tem sido utilizado como indicador de performance50 A

praacutetica rotineira de antibioacuteticos nas cesaacutereas eletivas ocorreu em 11 maternidades da RMC

quando deveria estar ocorrendo em todas

Entretanto a existecircncia de protocolos pessoal e infra-estrutura natildeo garante a

prestaccedilatildeo de cuidado qualificado Eacute necessaacuterio incorporar auditoria cliacutenica agrave rotina das

maternidades para implantar e manter as boas praacuteticas apoiar e introduzir simulaccedilotildees de

manejo das complicaccedilotildees obsteacutetricas recursos eficazes para aprimorar a atuaccedilatildeo

profissional28 O Ministeacuterio da Sauacutede recomenda no Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco de

2012 a adoccedilatildeo de normas procedimentos fluxos e registros como instrumentos de avaliaccedilatildeo

de qualidade do atendimento28 Oferecer atenccedilatildeo obsteacutetrica qualificada depende da

87

experiecircncia dos profissionais apoiada nas melhores praacuteticas definidas pelas evidecircncias

cientiacuteficas

Se por um lado esta estrateacutegia de entrevistas com gestores traz incertezas quanto agrave

realidade do dia-a-dia das maternidades estudadas pelo vieacutes de cortesia e considerando que

natildeo houve observaccedilatildeo direta das praacuteticas por outro lado garantiu ampla participaccedilatildeo Aleacutem

disso facilitou o compromisso dos gestores com os resultados e accedilotildees posteriores A

discussatildeo das rotinas assistenciais agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas pode propiciar aos

profissionais e gestores a seguranccedila necessaacuteria para abandonar praacuteticas prejudiciais agrave sauacutede

das mulheres e dos receacutem-nascidos Espera-se que os resultados aqui apresentados venham

apoiar o debate sobre o aprimoramento da atenccedilatildeo ao parto na RMC com base em evidecircncias

cientiacuteficas

CONCLUSOtildeES

Os achados deste estudo mostraram que na RMC estavam vigentes vaacuterias praacuteticas

assistenciais qualificadas para assistecircncia ao trabalho de parto e parto em quase todas as

maternidades No entanto ainda haacute algumas rotinas que necessitam aprimoramento como

uso de antibioacutetico em 100 das cesaacutereas acesso a sangue em todas as maternidades e

cuidado em situaccedilatildeo criacutetica Os resultados podem subsidiar o planejamento de medidas

necessaacuterias para melhoria da qualidade da assistecircncia na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

88

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96

Quadro 1 Natureza juriacutedica dos hospitais maternidades da RMC segundo cadastro no CNES e total de leitos Obsteacutetricos e

leitos SUS

MUNICIacutePIO HOSPITAL TOTAL

LEITOS

LEITOS

SUS OBS

AMERICANA Hospital Waldemar Tebaldi 27 27 Fundaccedilatildeo Puacuteblica

Outros 4 hospitais 40 0 Privados

CAMPINAS

CAISM 41 41 Estadual

PUCC 44 27 PrivadoConveniado

Maternidade 109 70 PrivadoConveniado

Outros 6 hospitais 110 0 Privados

COSMOacutePOLIS Hospital Beneficente Santa Gertrudes 11 8 PrivadoConveniado

HORTOLAcircNDIA Mario Covas 21 21 Municipal

INDAIATUBA Hospital Augusto de Oliveira Camargo 30 18 PrivadoConveniado

Outro hospital 15 0 Privado

ITATIBA Santa Casa de Itatiba 18 11 PrivadoConveniado

Outro hospital 2 0 PrivadoConveniado

JAGUARIUacuteNA Hospital Municipal Walter Ferrari 18 18 Organizaccedilatildeo Social

Puacuteblica

MONTE MOR Associaccedilatildeo Hospital Beneficente Sagrado Coraccedilatildeo

de Jesus 13 11 PrivadoConveniado

NOVA ODESSA Dr Aciacutelio Carreon Garcia 6 6 Municipal

PAULINIA Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 14 Municipal

PEDREIRA FUNBEPE 10 10 PrivadoConveniado

SANTA BARBARA

DrsquoOESTE Santa Casa de Misericoacuterdia 30 18 PrivadoConveniado

SUMAREacute Hospital Estadual de Sumareacute 35 35 Estadual

VALINHOS

Irmandade da Santa Casa de Valinhos 24 15 PrivadoConveniado

Hospital Galileo 12 6 PrivadoConveniado c

Prefeitura de Vinhedo

VINHEDO Santa Casa de Vinhedo 19 0 Privado

97

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos profissionais entrevistados por municiacutepio e maternidades Regiatildeo Metropolitana de

Campinas Estado de Satildeo Paulo 2014

Municiacutepio Maternidade Anos

Obstetriacutecia Anos Serviccedilo

Anos Resp Obstetriacutecia

Americana Hospital Waldemar Tebaldi 11 7 1

Campinas Maternidade de Campinas 8 10 02

Campinas CAISM UNICAMP 15 12 7

Cosmoacutepolis Hospital Beneficente Santa Gertrudes 24 3 01

Hortolacircndia Hospital Municipal Maternidade Maacuterio Covas 7 2 2

Indaiatuba Hospital Augusto de Oliveira Camargo 32 26 10

Itatiba Santa Casa de Itatiba 35 22 4

Jaguariuacutena Hospital Municipal Walter Ferrari 7 1 03

Monte Mor Hospital Beneficente S Coraccedilatildeo de Jesus 6 2 25

Nova Odessa Hospital Dr Aciacutelio Carreon Garcia 21 1 01

Pauliacutenia Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 12 02

Pedreira FUNBEPE 9 5 1

Santa Baacuterbara Santa Casa de M de Santa Baacuterbara DrsquoOeste 14 3 15

Sumareacute Hospital Estadual de Sumareacute 118 118 2

Valinhos Santa Casa de Valinhos 20 18 8

Vinhedo Hospital Galileo 25 7 2

98

Tabela 2 Diretrizes cliacutenicas do cuidado obsteacutetrico segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade

Sim 16 1000

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada

Sim 12 750

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo

Sim 13 8125

Protocolo para hipertensatildeo severa

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira do manejo ativo do 3ordm periacuteodo

Sim 14 875

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira de antibioticoterapia nas cesaacutereas

Natildeo 5 3125

Protocolos e guias orientaccedilatildeo assistecircncia parto normal e cesaacutereas

Sim 12 750

Protocolos e guias para as principais complicaccedilotildees

Sim 12 750

99

Tabela 3 Aspectos de gestatildeo do cuidado segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo Metropolitana

de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

Sim 4 250

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

Sim 8 500

Dificuldade com transporte

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos

Sim 2 125

100

Tabela 4 Avaliaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-nascido no parto nas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Acolhimento com classificaccedilatildeo de risco

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Utilizaccedilatildeo de partograma

(de 60 a mais de 90 das vezes) 13 8125

Presenccedila de acompanhante no trabalho de parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Presenccedila de acompanhante no parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 14 875

Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto normal

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo do parto

(proacuteximo de 0 a menos de 60 das vezes) 14 875

Episiotomia

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

Disponibilizaccedilatildeo resultado do teste raacutepido de HIV

(de 60 a mais de 90 das vezes) 16 100

Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

101

DISCUSSAtildeO GERAL

O impacto das condiccedilotildees socioeconocircmicas e educacionais sobre os indicadores

de sauacutede materna e perinatal satildeo bastante conhecidos (Daoud et al 2014 Benova et al

2014 WHO 2012 Victora et al 2011 Hogan et al 2010) Dados da OMS mostram que

a morte materna eacute mais frequente em paiacuteses com muacuteltiplas desvantagens em relaccedilatildeo

aos paiacuteses mais desenvolvidos A RMM eacute o indicador considerado mais sensiacutevel para

evidenciar as inequidades de acesso e qualidade de atenccedilatildeo Em Angola haacute um risco

de uma mulher morrer em cada 35 partos esta razatildeo eacute 1780 no Brasil 12400 no Chile

113600 na Suiccedila e na Noruega eacute 114900 (WHO 2012)

Os paiacuteses estatildeo mudando gradualmente de um padratildeo de alta mortalidade

materna para baixa mortalidade materna de predomiacutenio de causas obsteacutetricas diretas

para uma proporccedilatildeo crescente de causas indiretas envelhecimento da populaccedilatildeo

materno e movendo-se da histoacuteria natural da gravidez e do parto em direccedilatildeo a

institucionalizaccedilatildeo da assistecircncia agrave maternidade aumento das taxas de intervenccedilatildeo

obsteacutetrica e eventual excesso de medicalizaccedilatildeo Este eacute o fenocircmeno transiccedilatildeo

obsteacutetrica o que tem implicaccedilotildees para as estrateacutegias destinadas a reduzir a mortalidade

materna (Souza et al 2014)

Considerando que os paiacuteses e regiotildees do mundo estatildeo em transiccedilatildeo no sentido

da eliminaccedilatildeo das mortes maternas foram descritos cinco estaacutegios da transiccedilatildeo

obsteacutetrica (Estaacutegios I - V) Paiacuteses regiotildees dentro de paiacuteses e grupos de subpopulaccedilatildeo

podem experimentar diferentes fases do obsteacutetrica transiccedilatildeo requerendo estrateacutegias

102

customizadas para o progresso Promover o desenvolvimento social e equidade em

conjunto com o fortalecimento do sistema de sauacutede e melhorias na qualidade do

atendimento satildeo etapas obrigatoacuterias na busca de um mundo livre das mortes maternas

evitaacuteveis (Souza et al 2014)

Em face da relativa raridade da morte materna em regiotildees de maior

desenvolvimento sua utilizaccedilatildeo para sensibilizar gestores e o puacuteblico em geral sobre as

inequidades em sauacutede torna-se pouco eficaz Como a mortalidade perinatal eacute um

indicador que tambeacutem resume as condiccedilotildees de oferta de preacute-natal parto e cuidados

neonatais iniciais tem-se defendido seu uso para evidenciar a qualidade da assistecircncia

na gestaccedilatildeo e parto juntamente com outros indicadores maternos mais sensiacuteveis (Vogel

et al 2014) Entre estes tem sido preconizado a morbidade materna por um lado e a

taxa de cesaacuterea por outro lado refletindo utilizaccedilatildeo de tecnologias apropriadas na

assistecircncia ao parto (Say et al 2004 Souza et al 2012 Souza et al 2013 WHO 2009

Vogel et al 2015)

A RMC eacute uma regiatildeo de 3500000 habitantes com todos os municiacutepios

apresentando IDH alto ou muito alto Tem uma ampla rede de assistecircncia agrave sauacutede tanto

puacuteblica quanto privada faacutecil acesso rodoviaacuterio com a populaccedilatildeo SUS dependente

variando de 38 a 79 taxa de analfabetismo de 29 a 85 As residecircncias chefiadas

por mulheres tiveram variaccedilatildeo de 165 a 241 Deveria ser um exemplo de equidade

em oferta de serviccedilos qualificados para sauacutede mas tem disparidades que podem

impactar os resultados perinatais e maternos

Os efeitos das desigualdades socioeconocircmicas na sauacutede satildeo dinacircmicos e variam

ao longo do tempo Utilizando dados de 86 paiacuteses de baixa e meacutedia renda o relatoacuterio

ldquoEstado da desigualdade de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da crianccedilardquo

103

apresenta uma seleccedilatildeo de indicadores de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da

crianccedila e permite que sejam feitas comparaccedilotildees entre paiacuteses e ao longo do tempo No

geral as desigualdades ocorreram em detrimento das mulheres bebecircs e crianccedilas em

subgrupos populacionais desfavorecidos ou seja os mais pobres os menos educados

e aqueles que residem em aacutereas rurais tiveram menor cobertura intervenccedilatildeo de sauacutede

e piores resultados de sauacutede do que os mais favorecidos (WHO 2015)

Indicadores de sauacutede de intervenccedilatildeo materna demonstraram pronunciadas

desigualdades dentro dos paises As maiores lacunas na cobertura - entre os mais ricos

e os mais pobres as aacutereas mais e menos educadas e urbanas e rurais - foram relatados

para partos assistidos por pessoal de sauacutede qualificado seguido de cobertura de

cuidados preacute-natais (pelo menos quatro visitas) As desigualdades tambeacutem foram

relatadas na cobertura de cuidados preacute-natais (pelo menos uma visita) embora em

menor grau do que os dois acima mencionados (WHO 2015)

Dessa maneira as diferenccedilas entre os municiacutepios podem fornecer informaccedilotildees

uacuteteis sobre as causas dessas desigualdades Um estudo de coorte desenvolvido em

Pelotas (RS) e em Avon (UK) comparou as associaccedilotildees entre as medidas de posiccedilatildeo

socioeconocircmica educaccedilatildeo materna e renda famiacuteliar e os resultados na sauacutede materna

e infantil Uma associaccedilatildeo inversa (maior prevalecircncia entre os mais pobres e menos

instruiacutedos) foi observada por quase todos os desfechos com exceccedilatildeo de cesarianas As

desigualdades mais fortes relacionados agrave renda e as relacionadas com a educaccedilatildeo

sobre a amamentaccedilatildeo foram encontradas em Avon No entanto em Pelotas foram

observadas maiores desigualdades nas taxas de cesariana e naquelas relacionadas com

a educaccedilatildeo impactando o parto prematuro (Matijasevich et al 2012) Resultado

semelhante foi encontrado em nosso estudo As matildees e seus receacutem-nascidos tecircm

104

resultados mais adversos em sauacutede se forem mais pobres e menos educados Esses

resultados demonstram a natureza dinacircmica da associaccedilatildeo entre a posiccedilatildeo

socioeconocircmica e os resultados de sauacutede e pode ajudar na compreensatildeo dos

mecanismos subjacentes a essas desigualdades

O acesso agrave informaccedilatildeo conhecimento e habilidades para resolver problemas

somados agrave rede de apoio e prestiacutegio social satildeo importantes determinantes da sauacutede

materna e perinatal A educaccedilatildeo reflete na posiccedilatildeo socioeconocircmica e nas oportunidades

de trabalho e renda (Braveman et al 2005 Shavers 2007) Estudo realizado com

mulheres egiacutepcias que viviam em agregados familiares dos menores quintis de renda

encontrou que essas mulheres eram menos propensas a receber cuidados qualificados

no preacute-natal e no parto em instalaccedilotildees de sauacutede do que as famiacutelias mais ricas A

magnitude desta associaccedilatildeo foi menor quando medida pelo niacutevel educacional (Benova

et al 2014) Em paiacuteses industrializados a renda estaacute menos frequentemente associada

aos resultados do parto do que a educaccedilatildeo mas em paiacuteses de baixa renda pode ser

diferente (Blumenshine et al 2010 WHO 2011)

A educaccedilatildeo capta diferentes aspectos dos resultados da sauacutede materna e

perinatal em comparaccedilatildeo com o que eacute capturado pela renda familiar (Collins et al 2006

Rajaratnam et al 2006) As maiores diferenccedilas com piores resultados perinatais foram

observadas nos municiacutepios da RMC com os maiores percentuais da populaccedilatildeo com

escolaridade das matildees lt 8 anos e taxas mais altas de analfabetismo Neste estudo a

maior proporccedilatildeo de renda baixa do chefe da famiacutelia esteve correlacionada com piores

indicadores de sauacutede materna e a menor escolaridade se correlacionou mais com os

indicadores perinatais

105

Estudos recentes sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

baixo peso ao nascer piores resultados de parto e menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-

natais o que foi confirmado entre os municiacutepios da RMC (Collins et al 2006 Rajaratnam

et al 2006) A posiccedilatildeo socioeconocircmica da comunidade pode se relacionar com os

resultados de sauacutede materna por meio da disponibilidade de vias de acesso e de

recursos fiacutesicos e residenciais durante a idade feacutertil e esses fatores satildeo determinados

pelas poliacuteticas puacuteblicas (Collins et al 2006 Auger et al 2009 Pampalon et al 2009)

Os municiacutepios que apresentaram os piores indicadores socioeconocircmicos e de

sauacutede materna e perinatal da RMC em 2011 mostraram certa concentraccedilatildeo na regiatildeo

noroeste Ao mesmo tempo o municiacutepio de Holambra na regiatildeo centro-oeste estaacute em

posiccedilatildeo alta no IDHM apresentou a menor populaccedilatildeo com baixa renda as mais altas

taxas de cesaacuterea de prematuridade e de TMNP com a menor proporccedilatildeo de chefia

feminina

Os municiacutepios de piores resultados maternos e perinatais Santo Antocircnio de

Posse Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e tambeacutem Holambra natildeo possuem

maternidade Poreacutem as distacircncias para as maternidades de referecircncia natildeo ultrapassam

17 km o que pressupotildee que natildeo haveria maior demora a justificar os piores desfechos

maternos e fetais (Pacagnella et al 2012) A detecccedilatildeo precoce e o tratamento de

complicaccedilotildees satildeo elementos para a reduccedilatildeo da mortalidade materna (Souza 2011

Soares et al 2012 Pacagnella et al 2012 Dias et al 2014) A excelente malha

rodoviaacuteria da regiatildeo favorece os deslocamentos aos serviccedilos de referecircncia para maior

complexidade de atenccedilatildeo Entretanto dois municiacutepios relataram dificuldades com o

transporte das pacientes e natildeo possuem maternidade (Cosmoacutepolis e Pedreira) Este eacute

um ponto que requer atenccedilatildeo na linha de cuidado da gestante na RMC que deve

106

oferecer condiccedilotildees para integrar os serviccedilos durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo

de rotina quanto nas situaccedilotildees de emergecircncia

Na RMC cinco municiacutepios apresentaram RMM elevada para os recursos

disponiacuteveis na regiatildeo As causas das mortes maternas na RMC em 2011 e seu processo

de cuidado natildeo foram estudados Mas a prevenccedilatildeo da morbimortalidade prevecirc a

necessidade de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada dos profissionais oferta de serviccedilos

de emergecircncia reconhecimento precoce dos problemas e atuaccedilatildeo em tempo haacutebil e

com eficiecircncia diante de complicaccedilotildees que possam colocar em risco a vida da matildee eou

da crianccedila

Tambeacutem chama a atenccedilatildeo que numa regiatildeo tatildeo pouco carente de recursos um

quarto dos serviccedilos de maternidade tenha relatado dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados quando a hemorragia eacute a segunda causa de morte materna no paiacutes

Esta situaccedilatildeo reflete problemas na organizaccedilatildeo do atendimento eficiente agraves

urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas A falta de um planejamento detalhado para a oferta

de cuidados pode favorecer a ocorrecircncia de demoras na implantaccedilatildeo de medidas

necessaacuterias Este eacute outro ponto que necessita intervenccedilatildeo urgente na organizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo na regiatildeo metropolitana Bittencourt et al (2014) em estudo realizado no paiacutes

encontraram 75 de disponibilidade de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos

hospitais mistos (privados conveniados ao SUS) 69 nos puacuteblicos e 67 nos privados

Morse et al (2011) em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no Brasil

apontaram dificuldades para transfusatildeo em quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto A subutilizaccedilatildeo de derivados de sangue eacute prevalente no Brasil e

em outros paiacuteses em desenvolvimento o que exige uma atenccedilatildeo especial dos

107

responsaacuteveis pelas poliacuteticas puacuteblicas e uma atuaccedilatildeo mais efetiva das entidades de

representaccedilatildeo profissional que lidam com estas condiccedilotildees cliacutenicas

Resultados de grande estudo realizado no Brasil sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem

near miss materno para a avaliaccedilatildeo da qualidade de cuidados obsteacutetricos realizado em

27 hospitais de referecircncia apontou que houve uma maior demora na prestaccedilatildeo de

serviccedilos em centros de cuidados classificadaos como natildeo adequados principalmente

devido agrave ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a

comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos e ou centros reguladores (Haddad et al 2014) Nas

situaccedilotildees onde as complicaccedilotildees existem falhas de qualidade da atenccedilatildeo e integraccedilatildeo

do cuidado podem levar mulheres e crianccedilas agrave morte evitaacutevel ou a sequelas permanentes

(Rosman et al 2006) Esta responsabilidade dos gestores precisa ser adequadamente

assumida

Aleacutem dos riscos de morbimortalidade associados agrave diversidade de condiccedilotildees de

educaccedilatildeo e renda na regiatildeo algumas das praacuteticas recomendadas no parto natildeo tecircm sido

seguidas em uma parte nas maternidades da RMC O modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica

contemporacircneo com altas taxas de intervenccedilotildees incluindo episiotomia e ocitocina na

conduccedilatildeo do trabalho de parto que seriam apenas recomendadas em situaccedilotildees de

necessidade tem sido utilizadas sempre ou frequentemente em mais de 50 dos

serviccedilos obsteacutetricos da RMC Ao mesmo tempo algumas carecircncias foram observadas

Entretanto faltam paracircmetros baseados em evidecircncia para definir taxas

adequadas de intervenccedilotildees E talvez natildeo seja adequado fazecirc-lo Associar boa praacutetica

com nuacutemero maacuteximo de intervenccedilatildeo pode facilitar a ocorrecircncia de eventos adversos no

parto ou decorrentes dele que poderiam ser evitados

108

Um exemplo de intervenccedilatildeo em que se pode debater a taxa de utilizaccedilatildeo eacute a

episiotomia Estudos anteriores apoiam poliacuteticas restritivas que trariam uma seacuterie de

benefiacutecios imediatos em comparaccedilatildeo com o uso rotineiro (Carroli e Mignini 2009 OPAS

2013 Melo et al 2014) Portanto tem-se recomendado realizaacute-la apenas quando haacute

necessidade cliacutenica o que fica sob julgamento do profissional que assiste o parto (OPAS

2013) A publicaccedilatildeo das revisotildees sistemaacuteticas sobre o tema acarretou uma acentuada

reduccedilatildeo no seu uso (Carroli e Mignini 2009 Melo et al 2014)

Mas estudos sobre disfunccedilotildees do assoalho peacutelvico mostram que a episiotomia

pode ser um fator de proteccedilatildeo quando adequadamente realizada Estudo recente

encontrou uma reduccedilatildeo de 40-50 de lesotildees no esfiacutencter anal com a realizaccedilatildeo da

episiotomia em comparaccedilatildeo com as roturas espontacircneas realizada meacutedio-lateral direita

a 60ordm distando 10 mm da linha meacutedia proteccedilatildeo do periacuteneo para desprendimento lento

do poacutelo cefaacutelico e compressas mornas no local enquanto periacuteneo curto edema perineal

e parto instrumental aumentou este risco (Kapoor et al 2015) Estes achados confirmam

resultado de Stedenfldt e colaboradores (2014) que encontraram reduccedilatildeo de 59 de

lesatildeo com proteccedilatildeo perineal ao final do 2ordm periacuteodo o que foi mais relevante nos casos

sem associaccedilatildeo de muacuteltiplos fatores de risco (primiparidade peso do receacutem-nascido

maior ou igual a 4500g e parto foacutercipe)

Na Dinamarca entre primigestas observou-se prevalecircncia de 153 de

episiotomia e 65 de lesatildeo no esfiacutencter anal com proteccedilatildeo dada pela episiotomia nos

casos de vaacutecuo-extraccedilatildeo e pela peridural para todos os partos (Jango et al 2014) Na

Finlacircndia por sua vez a taxa de episiotomia eacute de 30 com apenas 1 de lesatildeo de

esfiacutencter (Laine et al 2009) Tambeacutem se encontrou que as laceraccedilotildees perineais e o uso

de foacutercipe mas natildeo a episiotomia estavam associadas a maior disfunccedilatildeo do assoalho

109

peacutelvico com prolapso cinco a dez anos apoacutes o primeiro parto (Handa et al 2012) Dois

anos apoacutes o primeiro parto natildeo instrumental as mulheres que realizaram episiotomia

em comparaccedilatildeo com aquelas que tiveram rotura espontacircnea ou sem lesatildeo tiveram

menos sintomas de urgecircncia miccional e incontinecircncia (Rikard Bell et al 2014)

Portanto 54 de partos com episiotomia no Brasil (Leal et al 2014a) ou as taxas

encontradas na RMC podem ser considerados excessivos comparando-se com taxas

de paiacuteses noacuterdicos ou europeus Isso ocorre porque grande parte dos profissionais de

sauacutede especialmente os meacutedicos deve praticar este procedimento de rotina para as

mulheres de menor paridade e periacuteneo supostamente iacutentegro Talvez as taxas mais

adequadas mantendo a seguranccedila sejam maiores que as europeias na populaccedilatildeo

brasileira Embora natildeo esteja definida a taxa de episiotomia necessaacuteria deve ser menor

do que aquela que tem sido praticada e mais elevada do que nos paiacuteses com conduta

menos intervencionista do norte da Europa

Outra praacutetica a ser discutida comum nas maternidades da RMC eacute o uso da

ocitocina na conduccedilatildeo do trabalho de parto Leal et al (2014a) num amplo estudo

brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas praacuteticas no parto identificaram

que a infusatildeo de ocitocina ocorreu em cerca de 40 das mulheres de risco habitual

(baixo) sendo mais frequentemente utilizada no setor puacuteblico em mulheres com baixa

escolaridade Num estudo sobre partos conduzidos por enfermeiras obsteacutetricas na

Holanda observou-se que a taxa de uso de ocitocina na conduccedilatildeo do parto aumentou

de 244 para 388 entre 2000-2008 (Offerhaus et al 2014) Benefiacutecios da ocitocina

incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de parto distoacutecico com riscos

que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina intoxicaccedilatildeo por aacutegua e

embora rara rotura uterina Mais recentemente estudos tem encontrado associaccedilatildeo de

110

uso de ocitocina com autismo especialmente em crianccedilas de sexo masculino (Gregory

et al 2013 Weisman et al 2015) Num documento de 2014 a Associaccedilatildeo Americana

de Ginecologia e Obstetriacutecia afirmou que as evidecircncias natildeo eram suficientes para mudar

sua posiccedilatildeo de apoiar o uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto (ACOG

2014)

Protocolos ideais para utilizaccedilatildeo da ocitocina natildeo foram identificados

(Mozurkewich et al 2011) Os autores de uma metanaacutelise concluiacuteram que a ocitocina

para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto foi associada a aumento do parto vaginal

espontacircneo (Sq et al 2009) Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que altas doses de ocitocina

foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e parto cesaacutereo e um

aumento no parto vaginal espontacircneo (Kenyon et al 2013) Estudos em populaccedilotildees

com menor taxa de cesarianas sugerem que uma vez alcanccedilado o trabalho ativo a

ocitocina pode ser suspensa sem alterar a progressatildeo do parto ou a taxa de cesariana

(Diven et al 2012)

A antibioticoterapia nas cesaacutereas natildeo foi uma praacutetica rotineira em cinco das

maternidades visitadas quando deveria estar ocorrendo em todas Mulheres

submetidas agrave cesariana tecircm de cinco a 20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo

em comparaccedilatildeo com as mulheres que datildeo agrave luz por via vaginal (Smail e Grivell 2014)

A profilaxia antimicrobiana reduz o risco de endometrite e infecccedilatildeo incisional quando

administrado corretamente e tem sido utilizado como indicador de performance A mais

comum infecccedilatildeo relacionada agrave complicaccedilatildeo de cesaacuterea eacute a endometrite que pode ser

reduzida em 50 com o uso de antibioacutetico profilaacutetico Taxas de infecccedilatildeo do siacutetio ciruacutergico

apoacutes cesariana variam de acordo com a populaccedilatildeo em estudo os meacutetodos utilizados

111

para monitorar e identificar os casos e o uso de antibioacutetico profilaacutetico apropriado (Lamont

et al 2011)

O efeito beneacutefico da profilaxia antibioacutetica na reduccedilatildeo de ocorrecircncias de infecccedilatildeo

associados com cesaacuterea eletiva ou de emergecircncia jaacute estaacute bem estabelecida (Smail e

Grivell 2014) Uma revisatildeo sistemaacutetica concluiu que a profilaxia antibioacutetica administrada

antes da incisatildeo diminuiu a incidecircncia global de infecccedilatildeo apoacutes a cesariana e natildeo

aumentou a probabilidade de infecccedilatildeo neonatal O uso de antibioacuteticos profilaacuteticos em

mulheres submetidas agrave cesariana reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite

e graves complicaccedilotildees infecciosas de 60 a 70 (Smail e Grivell 2014)

Assim a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo principalmente da assistecircncia hospitalar ao

parto com utilizaccedilatildeo das praacuteticas baseadas nas evidecircncias deve ser o foco principal das

poliacuteticas puacuteblicas Este objetivo exige processos de educaccedilatildeo continuada e intervenccedilotildees

do tipo auditoria nas instituiccedilotildees buscando identificar os problemas acompanhar as

soluccedilotildees e promover o desenvolvimento profissional daqueles envolvidos no cuidado

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na

RMC permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactam os indicadores

estudados Os piores resultados para os indicadores perinatais estavam presentes em

populaccedilotildees mais vulneraacuteveis Para melhorar os resultados em sauacutede para matildees e bebecircs

estrateacutegias para reduzir as desigualdades sociais e educacionais focadas nos grupos

populacionais mais vulneraacuteveis matildees adolescentes mulheres com menor escolaridade

e renda ainda satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos de sauacutede apoacutes

anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

112

113

CONCLUSSAtildeO GERAL

Embora seja uma regiatildeo de grande desenvolvimento permaneciam

desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores de sauacutede matena e

perinatal na RMC Os piores resultados estavam presentes em populaccedilotildees mais

vulneraacuteveis as matildees adolescentes as mulheres com menor escolaridade e renda

As praacuteticas de sauacutede qualificadas (induccedilatildeo de ruptura prematura de

membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo para

Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto) estavam disponiacuteveis

em quase todos os hospitais na RMC No entanto algumas rotinas satildeo excessivas

(conduccedilatildeo e episiotomia) e outras precisam ser melhoradas (como o uso de

antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas disponibilidade de sangue em estado criacutetico de

cuidado)

114

115

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(acessado em 29Jun2013)

146

147

ANEXOS

ANEXO - 1 Mapa da Regiatildeo Metropolitana de Campinas

148

ANEXO - 2

Roteiro semiestruturado sobre a rotina da assistecircncia ao parto (intervenccedilotildees necessaacuterias e desnecessaacuterias)

para as entrevistas com os(as) meacutedicos(as) e os enfermeiros(as) responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

Responda as questotildees a seguir referentes agrave praacutetica da assistecircncia agrave mulher durante o trabalho de parto e parto na

instituiccedilatildeo que vocecirc trabalha

Instituiccedilatildeo

Dados Pessoais Data de nascimento [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

Escolaridade [ ] 1-Superior [ ] 2-Especializaccedilatildeo [ ] 3-Mestradodoutorado

Haacute quanto tempo trabalha em Obstetriacutecia

Haacute quanto tempo trabalha nesse serviccedilo

Haacute quanto tempo eacute responsaacutevel pelo Serviccedilo de Obstetriacutecia

01 Eacute garantida a presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher ( ) Sim ( ) Natildeo (Passe para a Q2)

a) Quem a acompanha com maior frequecircncia

b) Em que momento (Assinale mais de uma opccedilatildeo caso se aplique)

No trabalho de parto ( ) No parto ( ) No puerpeacuterio imediato ( )

02 Eacute realizada a triagem e tratamento de Siacutefilis na maternidade Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

03 Eacute prescrita a terapia antirretroviral para gestante com HIV Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

04 Eacute praacutetica rotineira induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada Sim ( ) Natildeo ( )

05 Eacute praticada rotineiramente a induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas ao termo Sim ( ) Natildeo ( )

06 A analgesia eacute oferecida a todas as parturientes Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

07 Existe protocolo para tratamento de hipertensatildeo severa Sim ( ) Natildeo ( ) O que eacute utilizado

08 Eacute praacutetica rotineira o manejo ativo do 3ordm periacuteodo Sim ( ) Natildeo ( )

09 Eacute praticada a antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B Sim ( ) Natildeo ( )

10 Eacute praticada rotineiramente a antibioticoterapia nas cesaacutereas Sim ( ) Natildeo ( )

11 Durante as cesaacutereas de emergecircncia haacute disponibilidade de

a) Anestesista no Centro Obsteacutetrico Sim ( ) Natildeo ( )

b) Banco de sangueSim ( ) Natildeo ( )

c)Obstetra treinado Sim ( ) Natildeo ( )

12 Eacute praacutetica rotineira a prevenccedilatildeo de hemorragia poacutes-parto Sim ( ) Natildeo( )

13 Eacute praticado o manejo de hemorragia poacutes parto Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para a Q15)

a) Remoccedilatildeo da placenta Sim ( ) Natildeo ( )

b)Curagem Sim ( ) Natildeo ( )

c)Curetagem Sim ( ) Natildeo ( )

14 Quem realiza o parto normal com maior frequecircncia Enfa( ) Enfa Obstetra ( ) Meacutedico ginecologista ( )

Outro profissional ( ) Quem

15 Os indicadores de humanizaccedilatildeo do parto satildeo praticados Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q17)

a) Visita preacutevia das gestantes agrave maternidade Sim ( ) Natildeo ( )

b) Acesso diferenciado agraves gestantes em trabalho de parto Sim ( ) Natildeo( )

c) Alojamento conjunto Sim ( ) Natildeo ( )

16 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal e cesaacuterea focando

a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q18) Quais

17 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com para as principais complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia

hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) focando a qualidade da atenccedilatildeo Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q19) Quais

18 Dados relacionados agrave infraestrutura

a) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

b) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de medicamentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

c) Haacute dificuldade com o transporte das gestantes parturientes e pueacuterperasSim ( ) Natildeo ( )Quais os problemas mais

frequentes

d) Haacute dificuldade de comunicaccedilatildeo com os serviccedilos de referecircncia Sim ( ) Natildeo ( ) Quais problemas

e) Haacute dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

f) E com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves Sim ( ) Natildeo ( )

19 O que mais gostaria de falar sobre dificuldades ou aspectos relevantes que impactam a assistecircncia agraves gestantes

em trabalho de parto ou com complicaccedilotildees na gravidez no seu serviccedilo

149

ANEXO - 3

150

151

ANEXO - 4

Consentimento das instituiccedilotildees para a realizaccedilatildeo do estudo

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Nome do responsaacutevel________________________________________________

Idade Cargo____________________RG_______________________

Endereccedilo______________________________________ Ndeg_________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu autorizo a coleta

de dados da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado ofertado

pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A pesquisadora

responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que trabalha no

Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves 1700 horas

(telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa contribuiraacute para

identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os processos de cuidado a

eles associados Fui esclarecido (a) que a participaccedilatildeo dos gestores do Centro

Obsteacutetrico desta instituiccedilatildeo poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico

sobre a qualidade da atenccedilatildeo ofertada

Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada a liberdade dos profissionais de

aceitar ou natildeo e que a recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que a identidade dos profissionais

envolvidos nesse estudo seraacute mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido

seraacute entregue a pesquisadora em envelope lacrado

152

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Concordo que os profissionais meacutedicos e enfermeiros gestores do Centro

Obsteacutetrico colaborem voluntariamente com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora _______________________________________

153

ANEXO - 5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Ndeg na Pesquisa RG____________________

Nome Idade__________________

Endereccedilo Ndeg_____________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu fui convidado

(a) a participar da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado

ofertado pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A

pesquisadora responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que

trabalha no Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves

1700 horas (telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa

contribuiraacute para identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os

processos de cuidado a eles associados Fui esclarecido (a) que minha participaccedilatildeo

poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico sobre a qualidade da

atenccedilatildeo ofertada

Aceito participar para isso responderei um questionaacuterio ldquoauto-respondidordquo

natildeo havendo necessidade de identificaccedilatildeo exceto a profissatildeo (meacutedico ou

enfermeiro) Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada minha liberdade de aceitar ou

natildeo e que minha recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na minha atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que minha identidade nesse estudo seraacute

154

mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido seraacute entregue a pesquisadora

em envelope lacrado

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Aceito voluntariamente colaborar com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora ___________________________________________

Page 8: Repositorio da Producao Cientifica e Intelectual da Unicamp: … · 2018. 8. 27. · frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro período do parto. A presença de acompanhante

viii

natais e com a taxa de mortalidade perinatal A porcentagem de matildees adolescentes

e de escolaridade le 8 anos e a taxa de analfabetismo se correlacionaram

positivamente com a taxa de mortalidade neonatal precoce taxa de prematuridade

e baixo peso ao nascer Em relaccedilatildeo agraves rotinas das 16 maternidades puacuteblicas da

RMC treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam frequentemente a

ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto nove executavam a episiotomia

frequentemente e 14 realizavam o manejo ativo do terceiro periacuteodo do parto A

presenccedila de acompanhante durante o trabalho de parto e parto foi rotineira para 9

e 14 hospitais respectivamente Todos os hospitais forneceram rastreamento para

HIV e siacutefilis Doze hospitais realizavam induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e 13 em

ruptura prematura de membranas enquanto 15 tinham protocolos de conduta para

hipertensatildeo arterial severa e profilaxia de sepse neonatal precoce por

Streptococcus do grupo B Cinco hospitais natildeo utilizavam antibioacuteticos para

cesarianas Produtos derivados de sangue natildeo estavam disponiacuteveis em quatro

hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de gestantes em situaccedilatildeo cliacutenica grave Quinze

hospitais relataram ter profissional treinado para atendimento neonatal Conclusatildeo

A taxa de mortalidade perinatal foi o indicador que melhor refletiu os indicadores

socioeconocircmicos na regiatildeo A adolescecircncia foi um indicador social de grande risco

perinatal frequentemente associada com ausecircncia de parceiro A taxa de cesaacuterea

retratou os municiacutepios com maior poder aquisitivo na regiatildeo As praacuteticas qualificadas

de assistecircncia ao parto estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais No

entanto algumas delas parecem excessivas como conduccedilatildeo de parto e

episiotomia enquanto outras precisam ser melhoradas como uso de antibioacuteticos

para todos os partos cesaacutereos e disponibilidade de sangue e cuidado de

ix

emergecircncia Os resultados destacam a inequidade da assistecircncia e a importacircncia

de rever as rotinas hospitalares mesmo em uma regiatildeo com amplo acesso a

recursos materiais e humanos e oportunidades de educaccedilatildeo continuada

Palavras-chave indicadores baacutesicos de sauacutede obstetriacutecia parto tocologia

x

xi

ABSTRACT

Objectives To study maternal and perinatal health and socioeconomic indicators

of 19 municipalities and assess the routines of care during childbirth in the

metropolitan region of Campinas (RMC) Subjects and Methods Cross-sectional

study coupled with a case study of 16 public hospitals on clinical routines applied

for labour and delivery The information on health and socioeconomic indicators

derived from the DATASUS the Seade Foundation and 2010 census Routines were

assessed by through the Assessment Tool of Good Practice Caring for Women and

Newborns during Childbirth (Ministry of Health) and a complementary

questionnaire for interviews with responsible doctors or nurses in 16 hospitals Data

collection occurred from December 2013 to October 2014 Descriptive analysis

was applied to report routine practices in hospitals and Pearson and Spearman

correlation coefficients were used to evaluate possible associations between

socioeconomic obstetric and perinatal outcomes Results The proportion of

teenage mothers and income le 1SM and the illiteracy rate were positively correlated

with number of prenatal visits and perinatal mortality rate and inversely with

caesarean deliveries The average household income per capita and the Municipal

Human Development Index (MHDI) correlated directly with caesarean deliveries and

inversely with number of prenatal consultations and perinatal mortality rate The

percentages of teenage mothers and education le 8 years and the illiteracy rate

correlated positively with the early neonatal mortality rate prematurity and low birth

xii

weight Regarding routine practices during deliveries into 16 public maternities

thirteen hospitals used partograph 10 frequently used oxytocin for labour

augmentation nine frequently performed episiotomy and 14 informed active

management of the third stage of labour The presence of a companion during labour

and delivery was a routine for nine and 14 hospitals respectively All hospitals

provided screening for HIV and syphilis Twelve hospitals performed induction in

prolonged gestation and 13 in premature rupture of membranes Fifteen had clinical

protocol for severe hypertension and for group B Streptococcus early neonatal

sepsis prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for caesarean sections

Blood products were not available in four hospitals and eight could not take

emergency care for severe ill women Fifteen hospitals reported trained professional

providing neonatal care Conclusion The perinatal mortality rate proved to best

indicator reflecting socioeconomic indicators in the region The caesarean rate

pictured the municipalities with higher income Qualified health practices were

available in most hospitals However augmentation with oxytocin and episiotomy

sounded excessive while others need improvement as antibiotics for all C-sections

and availability of blood and emergency care The results highlight the health care

inequity and the importance of reviewing hospital care routines even in a region with

ample access to material and human resources and continuing education

opportunities

Key words childbirth midwifery maternal and perinatal indicators obstetric

xiii

SUMAacuteRIO

RESUMO vii

ABSTRACT xi

SUMAacuteRIO xiii

DEDICATOacuteRIA xv

AGRADECIMENTOS xvii

SIGLAS E ABREVIATURAS xix

INTRODUCcedilAtildeO GERAL 1

OBJETIVOS 23

Objetivo Geral 23

Objetivos Especiacuteficos 23

MEacuteTODOS 25

Desenho do estudo25

Local do estudo 25

Procedimentos25

Criteacuterios de inclusatildeo 26

Criteacuterios de exclusatildeo 27

Instrumentos 27

Aspectos eacuteticos 29

Variaacuteveis e Conceitos29

CAPIacuteTULOS37

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1 38

ARTIGO 139

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2 68

ARTIGO 269

DISCUSSAtildeO GERAL 101

CONCLUSSAtildeO GERAL 113

REFEREcircNCIAS 115

ANEXOS 147

xiv

ANEXO - 1 147

ANEXO - 2 148

ANEXO - 3 149

ANEXO - 4 151

ANEXO - 5 153

xv

DEDICATOacuteRIA

a Deus

que tem me orientado principalmente nos momentos difiacuteceis

ao meu grande amor Elcio

que com dedicaccedilatildeo e carinho tem me impulsionado sempre

agrave minha querida matildee (in memoriam)

primeira

mestre e grande responsaacutevel pela minha formaccedilatildeo

xvi

xvii

AGRADECIMENTOS

Aos meus antigos e novos mestres por terem sabido semear a inquietude do

conhecimento

Agrave minha querida orientadora Eliana Amaral agradeccedilo a confianccedila depositada em

meu trabalho a paciecircncia adotada ao responder tanto minhas questotildees mais

simples como tambeacutem as mais complicadas delas Mas em especial

agradeccedilo o carinho que sempre teve para comigo em todos os momentos

principalmente nos de minha extrema ansiedade

Ao meu esposo Elcio presente em todos os momentos A sua colaboraccedilatildeo foi

fundamental Sem ela percorrer esse longo caminho teria sido certamente

muito mais aacuterduo Agradeccedilo por ser quem eacute estando sempre ao meu lado

A toda a equipe do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas em especial agrave Dra

Carmen Lavras que me ofereceu a oportunidade de trabalhar com a Regiatildeo

Metropolitana de Campinas e me auxiliou na construccedilatildeo do projeto e na coleta

de dados

Agrave Maria Joseacute Comparini Nogueira Saacute Maria Regina Marques de Almeida Flaacutevia

Mambrini e Carla Brito Fortuna pela contribuiccedilatildeo valorosa na realizaccedilatildeo do

projeto de pesquisa

Agrave Maria Cristina Restitutti e Stella Maria B da Silva Telles que me apoiaram na

manipulaccedilatildeo dos bancos de dados

Agrave Maria Helena Souza pela paciecircncia esclarecimentos iniciais e anaacutelise estatiacutestica

Agradeccedilo agrave Conceiccedilatildeo Denise Melissa secretaacuterias da Divisatildeo de Obstetriacutecia e da

Poacutes-graduaccedilatildeo em Tocoginecologia o tratamento sempre carinhoso e bem

humorado

Aos gestores das instituiccedilotildees participantes do estudo pela disponibilidade e

incentivo

Agraves minhas amigas Patriacutecia e Adriana o carinho e a atenccedilatildeo nos momentos mais

difiacuteceis Em especial a formataccedilatildeo e editoraccedilatildeo da tese para o exame de

xviii

Qualificaccedilatildeo em caraacuteter emergencial a paciecircncia e incentivo Nenhuma

memoacuteria eacute tatildeo doce quanto agrave dos bons amigos

A todos meus amigos do local de trabalho em especial para os que estavam mais

proacuteximos Jane Maria do Carmo Marinez Renecirc Soraia Glaacuteucia Soninha

Alexandre e Matheus a amizade e o carinho especial

xix

SIGLAS E ABREVIATURAS

ACOG ndash Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia

BP ndash Baixo Peso

CEP ndash Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

CNES ndash Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sauacutede

CO ndash Centro Obsteacutetrico

GBS ndash Estreptococo do grupo B

IBGE ndash Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutesitica

IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal

MM ndash Morte Materna

ODM ndash Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio

OECD ndash Organizaccedilatildeo Europeacuteia para o Desenvolvimento

Econocircmico

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

PN ndash Preacute-Natal

RANZCOG ndash Coleacutegio Real da Austraacutelia e Nova Zelacircndia de

Obstetriacutecia e Ginecologia

RCOG ndash Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia

RMC ndash Regiatildeo Metropolitana de Campinas

RMM ndash Razatildeo de Mortalidade Materna

xx

RN ndash Receacutem-nascido

RPMT ndash Ruptura Prematura de Membranas a Termo

SEADE ndash Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados

SIM ndash Sistema de Informaccedilatildeo sobre Mortalidade

SINASC ndash Sistema de Nascidos Vivos

SPSS ndash Statistical Package for Social Sciences

SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMN ndash Taxa de Mortalidade Neonatal

TMNP ndash Taxa de mortalidade Neonatal Precoce

TMP ndash Taxa de Mortalidade Perinatal

WHO ndash World Health Organization

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INTRODUCcedilAtildeO GERAL

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) satildeo metas

internacionais adotadas pelos paiacuteses signataacuterios Entre estas inclui-se a reduccedilatildeo

da mortalidade materna da mortalidade infantil e o acesso a serviccedilos de sauacutede

reprodutiva e anticoncepccedilatildeo O 5ordm ODM propotildee reduccedilatildeo da razatildeo da mortalidade

materna (RMM) em 75 ateacute 2015 (WHO 2007 Hogan et al 2010) Segundo a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) 50 paiacuteses conseguiram progresso

substancial destas metas graccedilas ao desenvolvimento socioeconocircmico melhoria da

educaccedilatildeo nutriccedilatildeo e acesso a serviccedilos de sauacutede (Hogan et al 2010 Victora et al

2011 WHO 2012) Uma seacuterie de seis artigos publicados no The Lancet mostra ter

havido melhorias significativas na sauacutede materna e infantil no Brasil atendimento

de emergecircncia e reduccedilatildeo da carga de doenccedilas infecciosas (Barreto et al 2011

Paim et al 2011 Reichenheim et al 2011 Schmidt et al 2011 Victora et al

2011a 2011b)

O relatoacuterio ldquoTendecircncias da mortalidade materna 1990 a 2010rdquo mostra que

embora o Brasil tenha reduzido a mortalidade materna de 120 para 56 a cada 100

mil nascimentos natildeo alcanccedilaraacute a meta estipulada de 35 oacutebitos por 100 mil nascidos

vivos (Souza 2011 Lozano et al 2011 ONU 2012 IPEA 2014) Ao mesmo

tempo haacute elevada taxa de cesaacuterea em aumento constante e muito mais acentuado

no sistema privado de assistecircncia ao parto (IPEA 2010 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a

Victora et al 2011 Leal et al 2014b) A razatildeo de mortalidade materna sofreu

2

estagnaccedilatildeo nos uacuteltimos dez anos em niacuteveis intermediaacuterios enquanto observou-se

aumento do componente de mortalidade perinatal na mortalidade infantil (Ministeacuterio

da Sauacutede 2012b Souza 2011 Victora et al 2011 Lansky et al 2014)

Num estudo nacional a prematuridade respondeu por cerca de um terccedilo da

taxa de mortalidade neonatal As maiores taxas de mortalidade neonatal ocorreram

entre crianccedilas com menos de 1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal

prematuros extremos (lt 32 semanas) com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida as que

utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante as que tinham malformaccedilatildeo

congecircnita aquelas cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto as que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de

referecircncia para gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e as que nasceram de parto

vaginal (Lansky et al 2014)

Um total de 98 dos partos no Brasil ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e

proacuteximo de 90 deles satildeo assistidos por meacutedicos (Souza 2011) Dados recentes

da pesquisa ldquoNascer no Brasilrdquo informam que no ano de 2012 52 dos

nascimentos foram por cesaacuterea correspondendo a 88 dos nascimentos no setor

privado (Leal et al 2014a) No Brasil a preferecircncia pela cesariana aumentou

atingindo um terccedilo das mulheres No entanto haacute diferenccedilas marcantes segundo

histoacuteria reprodutiva e fonte de pagamento do parto sendo menor em primiacuteparas

com parto financiado pelo setor puacuteblico (154) e maior entre multiacuteparas com

cesariana anterior no setor privado (732) (Domingues et al 2014) Estudos tecircm

recomendado o suporte de doulas durante o trabalho de parto como uma das

medidas para reduzir as cesaacutereas (Hodnett et al 2011 Kozhimannil et al 2013

2014) No Brasil a presenccedila da doula eacute regulamentada por Portaria do Ministro da

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Sauacutede No1153 de maio de 2014 que redefine os criteacuterios de habilitaccedilatildeo da

Iniciativa Hospital Amigo da Crianccedila (IHAC) Em seu artigo 7ordm introduz-se o Criteacuterio

Global Amigo da Mulher onde sua participaccedilatildeo eacute sugerida dizendo ldquocaso seja da

rotina do estabelecimento de sauacutede autorizar a presenccedila de doula comunitaacuteria ou

voluntaacuteriardquo (Ministeacuterio da Sauacutede 2014a)

Eacute interessante o contraste entre as praacuteticas obsteacutetricas em diferentes paiacuteses

Na Holanda a taxa de cesaacuterea eacute a mais baixa da Europa (17) enquanto o Brasil

tem a taxa mais elevada do mundo (52) seguido por Meacutexico e Turquia (ambos

com taxas acima de 45) (OECD 2013 Leal et al 2014a IPEA 2014) Na Franccedila

cuja assistecircncia agrave sauacutede eacute garantida pelo Estado observa-se taxa de cesaacutereas

bastante estaacuteveis em 20 de 2009-2011 (OECD 2009 2011 e 2013) Neste paiacutes

tambeacutem ocorrem taxas mais elevadas de cesarianas no setor privado do que no

puacuteblico embora este uacuteltimo seja responsaacutevel pelo cuidado de gestaccedilotildees mais

complicadas (OECD 2013) Em 2011 as menores taxas de cesaacuterea ocorreram nos

paiacuteses noacuterdicos (Islacircndia Finlacircndia Sueacutecia e Noruega) com taxas que variaram de

15 a 17 de todos os nascidos vivos No mesmo periacuteodo a taxa de cesaacuterea no

Reino Unido atingiu 241 no Canadaacute alcanccedilou 261 e na Austraacutelia ficou em

322 (OECD 2013)

Em paralelo a taxa de mortalidade neonatal nos paiacuteses noacuterdicos variou de

16 a 24 por 1000 nascidos vivos no mesmo periacuteodo Na Austraacutelia Reino Unido e

Canadaacute alcanccedilaram 36 41 e 49 respectivamente (OECD 2013) No Brasil foi de

111 (Lansky et al 2014) Nos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para o Desenvolvimento

Econocircmico (OECD) cerca de dois terccedilos das mortes infantis que ocorrem durante

o primeiro ano de vida satildeo mortes neonatais Os principais fatores que contribuem

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para esta mortalidade satildeo as malformaccedilotildees e a prematuridade Com um nuacutemero

crescente de mulheres adiando a gravidez e um aumento de nascimentos muacuteltiplos

vinculados a tratamentos para fertilidade o nuacutemero de nascimentos preacute-termo

aumentou Em vaacuterios paiacuteses de renda mais alta isso contribuiu para uma

estabilizaccedilatildeo da mortalidade infantil ao longo dos uacuteltimos anos (OECD 2013)

Como em outros paiacuteses no Brasil a atenccedilatildeo agrave sauacutede em geral e ao parto

em particular mostra uma grande inequidade com resultados diferenciados entre

mulheres atendidas nos sistemas puacuteblico e privado e nas vaacuterias regiotildees geograacuteficas

(Victora et al 2010 Diniz et al 2012) Entretanto as publicaccedilotildees sugerem

inadequada qualidade dos cuidados oferecidos na gestaccedilatildeo parto e puerpeacuterio

tanto nos grandes quanto nos pequenos centros (Nagahama e Santiago 2008

Victora et al 2010 Diniz et al 2012 Leal et al 2014a)

Este conjunto de resultados exige uma revisatildeo da linha de cuidado agrave

gestaccedilatildeo e parto Se haacute excesso de intervenccedilotildees incluindo cesaacuterea supotildee-se que

a atenccedilatildeo eacute pouco centrada nas evidecircncias atuais eou que deve haver dificuldades

para aderir agraves boas praacuteticas de cuidado Esta complexa situaccedilatildeo exige estrateacutegias

multicomponentes para qualificar a atenccedilatildeo agrave sauacutede da mulher e da crianccedila (IPEA

2010 Souza 2011 Leal et al 2014a 2014b)

Victora et al (2011) mostraram que as transformaccedilotildees nos determinantes

sociais das doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede afetaram os

indicadores de sauacutede materna e infantil com reduccedilatildeo dos coeficientes de

mortalidade infantil para 20 mortes por 1000 nascidos vivos em 2008 sendo 68

destas mortes pelo componente neonatal O acesso agrave maioria das intervenccedilotildees de

sauacutede dirigidas agraves matildees e agraves crianccedilas foi ampliado quase atingindo coberturas

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universais e as desigualdades regionais de acesso a tais intervenccedilotildees foram

reduzidas Entre as razotildees para o progresso estatildeo modificaccedilotildees socioeconocircmicas

e demograacuteficas (crescimento econocircmico reduccedilatildeo das disparidades de renda

urbanizaccedilatildeo melhoria na educaccedilatildeo das mulheres e reduccedilatildeo nas taxas de

fecundidade) intervenccedilotildees externas ao setor de sauacutede (programas condicionais de

transferecircncia de renda e melhorias no sistema de aacutegua e saneamento) programas

verticais de sauacutede da deacutecada de 80 (promoccedilatildeo da amamentaccedilatildeo hidrataccedilatildeo oral e

imunizaccedilotildees) criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com expansatildeo da

cobertura para atingir as aacutereas mais carentes e a implementaccedilatildeo de programas

nacionais e estaduais para melhoria da sauacutede e nutriccedilatildeo infantil e em menor grau

promoccedilatildeo da sauacutede das mulheres (Victora et al 2011)

No entanto os autores salientaram que ainda persistem desafios como a

medicalizaccedilatildeo abusiva (alta frequecircncia de cesaacuterea episiotomias ocitocina

muacuteltiplos exames de ultrassom etc) mortes maternas por abortos inseguros e a

frequecircncia alta de nascimentos preacute-termo Destacaram ainda que embora a Meta

do Milecircnio para mortalidade infantil devesse ser alcanccedilada em dois anos o mesmo

natildeo ocorreria com a mortalidade materna (Victora et al 2011)

Outros indicadores de sauacutede perinatal aleacutem da morte materna e da taxa de

cesaacuterea tecircm sido explorados Um projeto da OECD tem discutido indicadores de

qualidade dos cuidados de sauacutede (OECD 2007) Na Dinamarca desde setembro

de 2010 oito indicadores satildeo monitorados anestesia analgesia apoio contiacutenuo

para as mulheres na sala de parto laceraccedilotildees de 3 ordm ou 4 ordm graus cesariana

hemorragia poacutes-parto estabelecimento de contato pele a pele entre matildee e receacutem-

nascido hipoacutexia fetal grave e parto de crianccedila saudaacutevel apoacutes o parto sem

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complicaccedilotildees O registro eacute obrigatoacuterio para todas as unidades de parto e estas

recebem seus resultados para a monitorizaccedilatildeo e aprimoramento no programa de

qualidade de assistecircncia (Kesmodel e Jolving 2011)

No Brasil os indicadores de sauacutede materna e perinatal incluem a taxa de

mortalidade neonatal precoce a tardia a poacutes-natal e a perinatal a razatildeo de

mortalidade materna a incidecircncia de siacutefilis congecircnita a proporccedilatildeo de internaccedilotildees

hospitalares (SUS) por afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prevalecircncia de

aleitamento materno a prevalecircncia de aleitamento materno exclusivo em menores

de seis meses a proporccedilatildeo de nascidos vivos de matildees adolescentes a proporccedilatildeo

de nascidos vivos de baixo peso ao nascer a cobertura de preacute-natal a proporccedilatildeo

de partos hospitalares e de partos cesaacutereos e o percentual de oacutebitos de mulheres

em idade feacutertil investigado (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2012) No Estado de Satildeo

Paulo entre os indicadores que compotildeem a matriz de informaccedilotildees demograacuteficas e

socioeconocircmicas de condiccedilotildees de vida e sauacutede e da rede de serviccedilos do SUS

incluem-se taxa de cesaacutereas cobertura vacinal coeficientes de mortalidade infanti l

e materna e leitos1000 habitantes (Secretaria da Sauacutede do Estado de Satildeo Paulo

2010)

O conhecimento da situaccedilatildeo de sauacutede pelos gestores e profissionais

utilizando indicadores eacute fundamental para o bom desenvolvimento das accedilotildees de

melhoria porque devem refletir a qualidade do cuidado Assim a matriz de

indicadores pode ser um poderoso instrumento para nortear o planejamento local e

regional de sauacutede (Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 2011 IPEA 2014) No entanto

os nuacutemeros natildeo permitem compreender o processo do cuidado e identificar onde

este processo estaacute suboacutetimo Para isso eacute necessaacuterio desenhar toda a linha de

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cuidado de forma a deixar expliacutecitas as necessidades de recursos humanos

materiais e a inter-relaccedilatildeo entre as equipes e niacuteveis de atenccedilatildeo necessaacuterios para

oferecer atenccedilatildeo qualificada e ao mesmo tempo personalizada

Modelos de atenccedilatildeo obsteacutetrica e as praacuteticas baseadas em evidecircncia

Wagner (2001) define trecircs modelos de atenccedilatildeo ao parto 1) o modelo

medicalizado com uso de alta tecnologia e pouca participaccedilatildeo de obstetrizes

encontrado nos Estados Unidos da Ameacuterica Irlanda Ruacutessia Repuacuteblica Tcheca

Franccedila Beacutelgica e regiotildees urbanas do Brasil 2) o modelo humanizado com maior

participaccedilatildeo de obstetrizes e menor frequecircncia de intervenccedilotildees (Holanda Nova

Zelacircndia paiacuteses escandinavos e alguns serviccedilos no Brasil) e 3) os modelos mistos

da Gratilde-Bretanha Canadaacute Alemanha Japatildeo e Austraacutelia

No modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica holandecircs 16 de todos os nascimentos

ocorreram em casa em 2010 (maior do que em outros paiacuteses) enquanto 11

ocorreram em centros de partos (OECD 2013) As gestantes com gravidez sem

complicaccedilatildeo satildeo atendidas por meacutedico generalista e enfermeiras obstetras a

equipe de atenccedilatildeo primaacuteria e em caso com complicaccedilotildees ou aumento do risco as

enfermeiras obsteacutetricas referem as clientes para cuidado secundaacuterio com

ginecologista As indicaccedilotildees para referecircncia satildeo acordadas entre os profissionais

envolvidos (ginecologistas enfermeiras obstetras e meacutedicos generalistas) na ldquoLista

de Indicaccedilotildees Obsteacutetricasrdquo (Wiegers e Hukkelhoven 2010)

Esse modelo de atenccedilatildeo tem respaldo na literatura O cuidado conduzido por

enfermeira obstetra foi associado a menos episiotomia ou parto instrumental maior

chance de ter um parto vaginal espontacircneo e iniciar o aleitamento materno precoce

8

quando comparado com cuidado conduzido por meacutedicos ou compartilhado e este

cuidado foi mais eficaz quando estavam integradas no sistema de sauacutede no

contexto do trabalho em equipe (Campbell et al 2006 Hatem et al 2009 Sandall

et al 2009 Renfrew et al 2014)

No Reino Unido 80 das mulheres davam agrave luz em casa na deacutecada de 1920

o que ocorreu em apenas 23 dos nascimentos em 2011 (Office for National

Statistics 2012) Os Estados Unidos tiveram uma mudanccedila semelhante de 50 de

nascimentos em casa em 1938 para menos de 1 em 1955 (MacDorman et al

2014) A maioria das investigaccedilotildees que compararam parto domiciliar planejado com

parto hospitalar natildeo encontrou nenhuma diferenccedila no nuacutemero de mortes fetais

intraparto oacutebitos neonatais baixos iacutendices de Apgar ou admissatildeo na unidade de

terapia intensiva neonatal nos EUA Poreacutem uma meta-anaacutelise indicou resultados

neonatais mais adversos associados com parto em casa Existem desafios

associados com projetos de pesquisa voltados para parto domiciliar planejado em

parte porque a realizaccedilatildeo de ensaios cliacutenicos randomizados natildeo eacute viaacutevel (Zielinski

et al 2015)

Sabe-se que os modelos de assistecircncia ao parto tecircm diferentes

caracteriacutesticas que envolvem forma de remuneraccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

forma de financiamento do sistema constituiccedilatildeo de equipe assistencial local de

ocorrecircncia do parto havendo conflito de interesses e reserva de mercado de

trabalho entre outras O modelo adotado em determinada localidade exerce papel

preponderante na escolha pelo tipo de parto tanto pela parturiente quanto pelo

profissional que lhe assiste (Patah e Malik 2011 Dominges et al 2014)

9

No Reino Unido em 2013-14 618 dos partos tiveram iniacutecio espontacircneo

136 foram induzidos 132 terminaram por operaccedilatildeo cesariana e 609 dos

partos que ocorreram em hospitais do National Health System (NHS) foram

espontacircneos com 262 de partos cesaacutereos Mais de um terccedilo de todos os partos

(366) natildeo exigiu anesteacutesico O grupo de 30-34 anos foi o mais frequente (Health

and Social Care Information Center 2015) Na Austraacutelia as intervenccedilotildees vecircm

aumentando e primiacuteparas de baixo risco em hospital privado em comparaccedilatildeo com

hospital puacuteblico tiveram maiores taxas de induccedilatildeo (31 vs 23) parto instrumental

(29 vs 18) cesariana (27 vs 18) epidural (53 vs 32) e episiotomia (28

vs 12) e as mais baixas taxas de parto normal (44 vs 64) (Dahlen et al 2012)

Um estudo de base hospitalar realizado no Brasil em 2011-2012 baseado

em entrevistas de 23894 mulheres avaliou o uso de um conjunto de praacuteticas

(alimentaccedilatildeo deambulaccedilatildeo uso de meacutetodos natildeo farmacoloacutegicos para aliacutevio da dor

e de partograma) e intervenccedilotildees obsteacutetricas (uso de ocitocina amniotomia

episiotomia manobra de Kristeller e litotomia) na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto de mulheres de risco obsteacutetrico habitual Estas chamadas ldquoboas praacuteticasrdquo

durante o trabalho de parto e parto foram menos frequentes nas regiotildees Norte

Nordeste e Centro-Oeste O uso de ocitocina e amniotomia ocorreu em 40 dos

partos sendo mais frequente no setor puacuteblico e nas mulheres com menor

escolaridade assim como a operaccedilatildeo cesariana A manobra de Kristeller

episiotomia e litotomia foram utilizadas em 37 56 e 92 das mulheres

respectivamente (Leal et al 2014b)

Poliacuteticas nacionais tecircm sido adotadas para reverter as elevadas taxas de

partos ciruacutergicos Em 1998 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu um limite de 40

10

para a proporccedilatildeo de partos por cesariana que seriam pagos agraves instituiccedilotildees puacuteblicas

Houve reduccedilatildeo de 32 em 1997 para 239 em 2000 Poreacutem os efeitos do pacto

com os governos estaduais e serviccedilos teve curta duraccedilatildeo principalmente no setor

privado e as taxas voltaram a subir apoacutes 2002 (Victora et al 2011) Novas poliacuteticas

foram instituiacutedas como Programa de Humanizaccedilatildeo do Preacute-natal e Nascimento

(Serruya et al 2004) e a regulamentaccedilatildeo do direito a acompanhante durante o

trabalho de parto em hospitais puacuteblicos (Ministeacuterio da Sauacutede 2005)

Apesar de natildeo haver um consenso em relaccedilatildeo agrave proporccedilatildeo ideal de partos

cesarianos satildeo observadas em vaacuterios paiacuteses taxas superiores agravequelas que

parecem se tem sugerido entre 15-20 (Patah e Malik 2011 OECD 2013 WHO

2015) No Brasil apesar de a maioria das mulheres ter preferecircncia pelo parto

vaginal muitas alegam que o medo da dor as leva a optar pela cesaacuterea (Dias et al

2008 Potter et al 2008 Domingues et al 2014) Assim a preocupaccedilatildeo com a

reduccedilatildeo da dor e com a vivecircncia positiva do trabalho de parto e parto satildeo aspectos

essenciais para reduzir as intervenccedilotildees ciruacutergicas desnecessaacuterias

O Ministeacuterio da Sauacutede adotou recentemente a estrateacutegia denominada Rede

Cegonha operacionalizada pelo SUS fundamentada nos princiacutepios da

humanizaccedilatildeo da assistecircncia Essa Rede considera que mulheres receacutem-nascidos

e crianccedilas tecircm direito a ampliaccedilatildeo do acesso acolhimento e melhoria da qualidade

do preacute-natal transporte tanto para o preacute-natal quanto para o parto vinculaccedilatildeo da

gestante agrave unidade de referecircncia para assistecircncia ao parto a ldquoGestante natildeo

peregrinardquo e ldquoVaga sempre para gestantes e bebecircsrdquo promoccedilatildeo de parto e

nascimento seguros atraveacutes de boas praacuteticas de atenccedilatildeo acompanhante no parto

de livre escolha da gestante (Ministeacuterio da Sauacutede 2012c) A rede assistencial para

11

gestantes e receacutem-nascido aleacutem de integrada hierarquizada e regionalizada de

forma a dar acesso agrave gestante em tempo oportuno no momento do parto deve

garantir tambeacutem que todos os estabelecimentos de sauacutede onde se realizam partos

sejam estruturados para o atendimento resolutivo das complicaccedilotildees que podem

ocorrer no nascimento ndash situaccedilotildees esperadas mas natildeo previsiacuteveis ndash

disponibilizando equipamentos insumos e equipe capacitada para prestar o

primeiro atendimento adequado agraves urgecircncias maternas e neonatais (Manzini et al

2009 Magluta et al 2009 Bittencourt et al 2014)

A incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica que se observa na assistecircncia ao parto em todo

o mundo passou a substituir uma atenccedilatildeo individualizada e mais centrada nas

necessidades das gestantes Isso tem sido motivo de preocupaccedilatildeo de profissionais

de sauacutede e grupos da sociedade civil e governo (Nagahama e Santiago 2008

Rattner 2009 Diniz 2009) Ao mesmo tempo o aparente faacutecil acesso a serviccedilos

de sauacutede e profissionais capacitados e a ampla oferta de guias ou recomendaccedilotildees

natildeo satildeo compatiacuteveis com a estabilidade nas razotildees de morte materna e aumento

da mortalidade neonatal precoce Mais do que preparo teacutecnico parece estar

havendo pouca integraccedilatildeo e continuidade no processo do cuidado e necessidade

de maior atenccedilatildeo dos gestores de sauacutede em niacutevel local Em divergecircncia com as

tendecircncias internacionais natildeo haacute uma cultura de atenccedilatildeo multi e interprofissional

ao parto no Brasil (Amoretti 2005)

Concomitantemente tem havido uma mudanccedila significativa das

caracteriacutesticas demograacuteficas e socioeconocircmicas das mulheres que engravidam e

tem seus filhos no Brasil Entre estas a proporccedilatildeo de mulheres acima dos 35 anos

aumentou a gravidez em adolescentes diminuiu e a taxa de natalidade sofreu a

12

maior reduccedilatildeo observada na literatura num intervalo curto de tempo passando de

51 em 2000 para 19 em 2012 (PNDS 2009 Ministeacuterio da Sauacutede 2012a) A

fecundidade tardia estaacute associada ao maior niacutevel de instruccedilatildeo das mulheres que

vecircm adiando cada vez mais a maternidade em funccedilatildeo de melhores condiccedilotildees

profissionais e econocircmicas Paralelamente eleva-se a proporccedilatildeo de parto cesaacutereo

(Yazaki 2013) Esta mudanccedila significa que a assistecircncia agrave gestaccedilatildeo e ao parto

especialmente nos centros urbanos dirige-se a mulheres de menor paridade maior

idade e escolaridade que podem ser portadoras de doenccedilas cliacutenicas associadas

Esta realidade exige uma qualificaccedilatildeo maior da assistecircncia com integraccedilatildeo das

accedilotildees dos diversos profissionais e melhor gestatildeo do cuidado

As estrateacutegias para reduccedilatildeo da mortalidade materna

O ldquoPrograma Maternidade Segurardquo da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

(OMS) baseado na prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees maternas por estratificaccedilatildeo de

risco foi insuficiente para o avanccedilo esperado (WHO 1996) Constatou-se que

estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria eram insuficientes e que uma parte importante

das complicaccedilotildees relacionadas agrave gestaccedilatildeo soacute eacute passiacutevel de prevenccedilatildeo secundaacuteria

(diagnoacutestico precoce) ou terciaacuteria (tratamento precoce para reduzir sequelas) e

ocorre em populaccedilotildees de baixo risco Uma grande proporccedilatildeo de complicaccedilotildees

graves ocorre em mulheres sem fatores de risco e com as melhores condiccedilotildees de

vida (Souza et al 2010a Souza 2011 WHO 2011)

Assim discussotildees de especialistas concluiacuteram pela necessidade de ter

profissionais muito bem treinados para assistir agrave gestaccedilatildeo e parto e uma boa rede

de atenccedilatildeo acessiacutevel e com recursos disponiacuteveis para atender a casos graves Haacute

13

consenso atualmente de que a mortalidade materna pode ser reduzida por meio

do fortalecimento dos sistemas de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo de rotina

quanto de emergecircncia (United Nations 2010) Neste contexto a detecccedilatildeo precoce

e o tratamento de complicaccedilotildees passaram a ter maior destaque nas estrateacutegias de

reduccedilatildeo de mortalidade materna (Campbell e Graham 2006 Ronsmans e Graham

2006 Cross et al 2010 Souza 2011 Soares et al 2012 Dias et al 2014)

Nos paiacuteses desenvolvidos onde as razotildees de mortalidade materna jaacute satildeo

baixas essa situaccedilatildeo deu forccedila para a adoccedilatildeo de um novo ldquoevento sentinelardquo de

qualidade de assistecircncia agrave gestante o near miss materno (Stones et al 1991) Em

1998 Mantel et al descreveram como near miss as mulheres que sofreram

importantes agravos sistecircmicos que se natildeo fossem tratadas adequadamente

poderiam evoluir para oacutebito Este de near miss materno indicando morbidade

grave evoluiu durante as uacuteltimas duas deacutecadas (Tunccedilalp et al 2012) Em 2009 um

Grupo de Trabalho da OMS definiu como morbidade materna near miss uma

mulher que quase morreu mas sobreviveu a uma complicaccedilatildeo que ocorreu durante

a gravidez parto ou dentro de 42 dias apoacutes o teacutermino da gravidez e usou criteacuterios

de disfunccedilatildeo orgacircnica (cardiacuteaca respiratoacuteria renal hepaacutetica neuroloacutegica uterina e

hematoloacutegica) e paracircmetros de extrema gravidade para definir as condiccedilotildees de risco

de vida associados com a gravidez (Say et al 2009) Antes dessa definiccedilatildeo muitos

estudos usaram diferentes paracircmetros para morbidade severa como admissatildeo em

UTI ou diagnoacutesticos cliacutenicos (Waterstone et al 2001 Donati et al 2012) Esta

definiccedilatildeo foi utilizada para desenvolver um instrumento para auxiliar

14

especificamente instalaccedilotildees e sistemas de sauacutede visando melhorar o atendimento

(WHO 2011)

Aleacutem da vantagem de ser um evento mais frequente que as mortes maternas

a vigilacircncia da morbidade materna grave facilita a discussatildeo do caso cliacutenico com a

equipe envolvida permite entrevistar as mulheres sobreviventes e oferece a

possibilidade de intervenccedilatildeo cliacutenica ou na gestatildeo do cuidado o que pode prevenir

o oacutebito Assim o estudo de near miss materno tem sido preconizado e utilizado para

auditar a qualidade do cuidado obsteacutetrico (Pattinson et al 2003 Amaral et al

2011 Cecatti e Parpinelli 2011 Cecatti et al 2011 Souza et al 2010 2012 e

2013 Dias et al 2014 Haddad et al 2014)

Resultados de estudo de base hospitalar no Brasil mostraram uma incidecircncia

de near miss materno de 1021 por mil nascidos vivos e uma razatildeo de 308 casos

para cada morte materna (Dias et al 2014) As incidecircncias mais elevadas de near

miss materno foram observadas em mulheres com 35 anos ou mais naquelas que

apresentaram maior nuacutemero de cesaacutereas anteriores com relato de gestaccedilatildeo de

risco e de internaccedilatildeo durante a gestaccedilatildeo atendidas em hospitais do SUS

localizados nas capitais dos estados e naquelas que apresentaram parto foacutercipe ou

cesaacutereo

Haacute um conhecimento recente de que complicaccedilotildees graves na gravidez

ocorrem praticamente na mesma frequecircncia em todos os paiacuteses e regiotildees

independentemente do niacutevel de desenvolvimento e disponibilidade de recursos O

que varia eacute a mortalidade mais elevada em contextos de menor desenvolvimento e

escassez de recursos (Souza et al 2013) Na atenccedilatildeo a gestantes e parturientes

os serviccedilos e profissionais envolvidos necessitam reconhecer os quadros cliacutenicos e

15

saber como conduzi-los eacute necessaacuteria organizaccedilatildeo e agilidade da cadeia de

atenccedilatildeo O acesso a uma assistecircncia qualificada ao preacute-natal e ao parto e suportes

tecnoloacutegicos especiacuteficos como acesso a unidade de terapia intensiva anestesia e

transfusotildees satildeo considerados aspectos essenciais para enfrentar estas

complicaccedilotildees e evitar as mortes maternas (Sousa et al 2006)

No Brasil a reduccedilatildeo da mortalidade materna se encontra estagnada apesar

da disponibilidade de recursos (Ministeacuterio da Sauacutede 2012a IPEA 2010 e 2014

Victora et al 2011 Szwarcwald et al 2014) poliacuteticas e marcos regulatoacuterios

incluindo o Pacto Nacional pela Reduccedilatildeo da Mortalidade Materna e Neonatal e a

Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher com princiacutepios e diretrizes

em consonacircncia com os padrotildees internacionais Quase todas as mulheres

brasileiras passam por no miacutenimo uma consulta preacute-natal 90 delas com pelo

menos quatro consultas Supotildee-se que os recursos necessaacuterios para prevenir e

tratar as principais causas de mortes maternas estejam disponiacuteveis (IPEA 2010 e

2014) Ainda assim observa-se elevada mortalidade materna sendo ao redor de

trecircs quartos destas mortes associadas a causas obsteacutetricas diretas e evitaacuteveis

como complicaccedilotildees hipertensivas e hemorraacutegicas (IPEA 2010 e 2014 Souza

2011)

A qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave gestante e ao parto

O cuidado oferecido agrave gestante sofre o efeito das poliacuteticas de sauacutede e de

organizaccedilatildeo de serviccedilos dependente dos recursos humanos informaccedilatildeo

suprimentos e tecnologias em sauacutede que interagem com as financcedilas a lideranccedila e

a gestatildeo em sauacutede Uma parcela significativa de mulheres com complicaccedilotildees na

16

gestaccedilatildeo experimentam demoras na assistecircncia dificultando a detecccedilatildeo precoce e

o uso de intervenccedilotildees apropriadas no momento correto Essa situaccedilatildeo evidencia

falhas no processo de assistecircncia ou falta de coordenaccedilatildeo das accedilotildees entre as

unidades do sistema de sauacutede (Cecatti et al 2009 Amaral et al 2011 Pacagnella

et al 2011 e 2012) Somente com o fortalecimento das linhas de cuidado dentro da

rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede onde todos esses elementos satildeo articulados e se

qualificam eacute possiacutevel garantir a elevada qualidade da atenccedilatildeo (Savigny e Adam

2009) Se houvesse uma linha de cuidado bem estruturada e gerida responsiva e

utilizaccedilatildeo de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas com atuaccedilatildeo articulada

seria possiacutevel qualificar a atenccedilatildeo oferecida agrave gestante

A mudanccedila de comportamento das instituiccedilotildees e dos profissionais de sauacutede

depende de intervenccedilotildees muacuteltiplas incluindo observaccedilatildeo de modelos decisotildees

poliacuteticas supervisatildeo do cuidado e accedilotildees de gestatildeo em sauacutede Uma das

intervenccedilotildees sabidamente eficazes eacute a auditoria cliacutenica que desde a metade do

seacuteculo passado eacute usada em sauacutede materna com impacto sobre a mortalidade em

alguns paiacuteses (Lewis 2007 Souza 2011) No Brasil a atuaccedilatildeo de comitecircs para

revisatildeo dos casos de mortes maternas com vigilacircncia de casos sentinela em sauacutede

foi iniciada em 1990 (IPEA 2010) No entanto a ausecircncia da devoluccedilatildeo da

informaccedilatildeo e governabilidade para propor e implantar accedilotildees de melhoria tornou a

intervenccedilatildeo pouco efetiva (Pattinson et al 2009)

A aplicaccedilatildeo da auditoria cliacutenica de morbidade materna grave e near miss

com orientaccedilatildeo de manejo cliacutenico dos casos segundo padrotildees de condutas

previamente estabelecidos e baseados na melhor evidecircncia tem sido proposta

como intervenccedilatildeo qualificadora do cuidado (Graham 2009 Souza et al 2010b

17

Amaral et al 2011 Souza 2011 WHO 2011 Tunccedilalp e Souza 2014) O principal

produto destas auditorias eacute a informaccedilatildeo sobre a praacutetica no serviccedilo de sauacutede para

accedilatildeo O desafio das auditorias eacute que sua implantaccedilatildeo deve ser sistecircmica sendo a

informaccedilatildeo produzida o ponto de partida para uma accedilatildeo ampla de fortalecimento

dos variados componentes do sistema com retorno de propostas e reavaliaccedilatildeo

posterior fechando o ciclo (Souza 2011)

Nessa visatildeo eacute necessaacuterio conter a demora nas accedilotildees considerando o

cuidado em tempo oportuno como item primordial para o sucesso Thaddeus e

Maine (1990) propuseram o modelo teoacuterico de trecircs demoras conhecido como three

delays model como um referencial teoacuterico para estudar as mortes maternas

bull Fase I ndash demora na decisatildeo de procurar cuidados pelo indiviacuteduo eou

famiacutelia (estaacute relacionada agrave autonomia das mulheres)

bull Fase II ndash demora no alcance de uma unidade de cuidados adequados

de sauacutede (relacionada agrave distacircncia geograacutefica)

bull Fase III ndash demora em receber os cuidados adequados na instituiccedilatildeo

de referecircncia (relacionada agrave assistecircncia meacutedica)

A maioria das mortes maternas natildeo pode ser atribuiacuteda a uma uacutenica demora

sendo comum uma combinaccedilatildeo de fatores na sequecircncia causal que pode ser social

e comportamental relacionadas agrave famiacutelia agrave comunidade e ao sistema de sauacutede

(Kalter et al 2011) A coleta de informaccedilotildees sobre mortes maternas e near miss

materno no modelo de demoras seria uma peccedila chave para avaliar a qualidade

dos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica ou outros fatores outros associados aos maus

resultados (Roost et al 2009 Lori e Starke 2011)

18

Pacagnella et al (2011) num estudo em maternidades de referecircncia em todo

o Brasil observaram uma associaccedilatildeo crescente entre a identificaccedilatildeo de alguma

demora no atendimento obsteacutetrico e desfechos maternos adversos extremos (near

miss materno e oacutebito) Os autores constataram 52 de demoras identificadas entre

mulheres com condiccedilotildees potencialmente ameaccediladoras da vida sendo 684 no

grupo mais grave de near miss materno e 841 no grupo de oacutebito materno Eacute

surpreendente que essas porcentagens de demora sejam observadas nos grandes

centros urbanos apesar da existecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) com

acesso livre e sem custo ao cuidado incluindo a transferecircncia de uma gestante para

hospital de referecircncia se necessaacuterio por um centro regulador Considerando os

fatores potencializadores do bom cuidado fica evidente que muitas ldquonatildeo

conformidadesrdquo estatildeo ocorrendo

No mesmo estudo (Pacagnella et al 2011) encontrou-se que os piores

desfechos estiveram ligados agrave indisponibilidade dos serviccedilos obsteacutetricos de

urgecircncia e falta de uma rede de referecircncia articulada dentro do sistema de sauacutede

Quando consideradas as demoras relacionadas ao sistema de sauacutede a

comunicaccedilatildeo entre os equipamentos de sauacutede e as dificuldades com o transporte

(fase II) foram mais comuns do que a ausecircncia de equipamentos ou medicamentos

Os dados mostram que em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede as

dificuldades e problemas na referecircncia e transferecircncia dos casos estatildeo entre as

principais barreiras para se oferecer atendimento obsteacutetrico adequado nas

situaccedilotildees de emergecircncia Os autores apontam a grande fragilidade das redes de

referecircncia regionais de prestadores de serviccedilos complementares

19

Em estudo realizado por Amaral et al (2011) observou-se que quase metade

dos casos de near miss materno foi encaminhada aos hospitais de Campinas de

referecircncia para o SUS por outros municiacutepios ou pelo sistema privado de sauacutede

Mesmo na regiatildeo de Campinas com toda a infraestrutura e acesso a cuidados

havia falta de suprimentos e inadequaccedilatildeo de protocolos causando demora tipo III

Este achado reforccedila a necessidade de rever a qualidade do cuidado e organizar a

rede de atenccedilatildeo perinatal envolvendo gestores de sauacutede maternidades e equipes

cliacutenicas das redes puacuteblica e privada

A oferta de serviccedilos qualificados na atenccedilatildeo perinatal tambeacutem estaacute

associada agrave manutenccedilatildeo das capacidades teacutecnicas e disponibilidade de recursos

institucionais Kyser et al (2012) conduziram estudo para examinar a relaccedilatildeo entre

volume de parto e complicaccedilotildees maternas com 1683754 partos em 1045 hospitais

no ano de 2006 Os hospitais que estavam nos decis 1 e 2 de volume de partos

tiveram taxas mais altas de complicaccedilotildees do que aqueles do decil 10 Sessenta por

cento dos hospitais dos decis 1 e 2 estavam localizados a 40 km dos hospitais de

maior volume Mas os hospitais dos decis 9 e 10 tiveram maiores complicaccedilotildees

comparados com os do decil 6 Os autores concluiacuteram que as maiores taxas de

complicaccedilotildees ocorreram em mulheres que tiveram o parto tanto em hospitais com

volume muito baixo quanto naqueles com volume muito alto

Na Holanda foi desenvolvido estudo de coorte com base populacional para

examinar o efeito do tempo de viagem de casa ateacute o hospital sobre a mortalidade

e os resultados adversos em mulheres graacutevidas a termo em cuidado primaacuterio e

secundaacuterio Os autores concluiacuteram que o tempo de viagem de casa para o hospital

de 20 minutos ou mais por carro estaacute associado com um aumento de risco de

20

mortalidade e resultados adversos em mulheres com gestaccedilotildees a termo Destaca-

se que esses achados deveriam ser considerados no planejamento para a

centralizaccedilatildeo dos cuidados obsteacutetricos (Ravelli et al 2011)

Nos Estados Unidos em 2007 estudou-se tambeacutem a relaccedilatildeo entre volume

de casos atendidos pelos profissionais e as taxas de complicaccedilotildees obsteacutetricas

(laceraccedilotildees hemorragia infecccedilotildees e tromboses) As mulheres cuidadas por

provedores classificados no mais baixo quartil de volume provido (menos do que

sete partosano) tiveram uma probabilidade 50 maior de complicaccedilotildees

comparadas com aquelas que foram atendidas por obstetras do mais alto quartil

Se o volume estaacute casualmente relacionado com as menores taxas de complicaccedilotildees

eacute recomendaacutevel ter um programa robusto de educaccedilatildeo continuada incluindo os

demais (Janakiraman et al 2011)

A Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por apresentar

niacuteveis de sauacutede bastante favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias estaduais e nacionais

Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) estima-se que

50 dos residentes da RMC possuem cobertura de planos de sauacutede e seguros

privados com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS

dependente varia entre 38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho)

Estudos mais detalhados da RMC utilizando diferentes indicadores sociais

permitem identificar aacutereas com melhores e piores condiccedilotildees de vida A faixa que vai

do Sul de Indaiatuba e Campinas estendendo-se em direccedilatildeo a Hortolacircndia

Sumareacute Nova Odessa Santa Baacuterbara DrsquoOeste Americana e Pauliacutenia tem os

piores indicadores sociais Isso significa que haacute diferentes necessidades de sauacutede

a serem consideradas no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas

21

puacuteblicas e linhas de cuidado para a gestante na regiatildeo (UNICAMP 2012) Assim

interessou-nos estudar como a complexa inter-relaccedilatildeo entre os diferentes serviccedilos

o perfil soacutecio demograacutefico e a dinacircmica linha de cuidado agrave gestante pode influenciar

na qualidade do cuidado na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

22

23

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar o cuidado ofertado agraves mulheres da Regiatildeo Metropolitana de

Campinas (RMC) no momento do parto

Objetivos Especiacuteficos

Correlacionar os indicadores de sauacutede materna e perinatal e

indicadores socioeconocircmicos nos 19 municiacutepios da RMC (Artigo 1)

Descrever as rotinas realizadas na assistecircncia ao trabalho de parto e

parto nos serviccedilos obsteacutetricos da RMC (Artigo 2)

24

25

MEacuteTODOS

Desenho do estudo

Este eacute um estudo sobre o diagnoacutestico das condiccedilotildees de oferta qualificaccedilatildeo

do cuidado prestado e seus resultados Para cumprir o primeiro objetivo especiacutefico

foi desenvolvido um estudo de corte transversal com indicadores de sauacutede dos

municiacutepios da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) Para cumprir o segundo

objetivo foi realizado um estudo descritivo das praacuteticas intra-hospitalares de

assistecircncia ao parto

Local do estudo

Os 19 municiacutepios da RMC e seus respectivos serviccedilos de atenccedilatildeo ao parto

puacuteblicos ou conveniados ao SUS

Procedimentos

Este estudo foi proposto a partir da experiecircncia de um estudo preacutevio

coordenado e desenvolvido pelo Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas (NEPP)

da Unicamp denominado ldquoDefiniccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo dos protocolos

cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos de supervisatildeo

teacutecnica na RMC ndash Apoio agrave estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da

pueacuterpera na RMCrdquo Os resultados desse estudo NEPP conduzido em 2011 no qual

foram avaliadas as condiccedilotildees de oferta e recursos disponiacuteveis nas instituiccedilotildees natildeo

26

estatildeo sendo apresentados neste trabalho de tese Com o apoio do NEPP e como

complementaccedilatildeo do diagnoacutestico iniciado com o projeto sobre a linha de cuidado da

gestante e pueacuterpera na RMC este projeto foi apresentado agrave diretora da Diretoria

Regional de Sauacutede VII de Campinas (DRS VII) apoacutes aprovaccedilatildeo no Comitecirc de Eacutetica

em Pesquisa da Unicamp

Posteriormente o projeto da pesquisa foi apresentado agrave Cacircmara Temaacutetica

de Sauacutede da Regiatildeo Metropolitana de Campinas foacuterum consultivo composto pelos

secretaacuterios de sauacutede dos municiacutepios que compotildeem a RMC Diante da concordacircncia

dos seus membros foi enviada carta aos secretaacuterios de sauacutede solicitando o contato

dos responsaacuteveis pelas 17 instituiccedilotildees de sauacutede (hospitaismaternidades) que

fariam parte do estudo A seguir uma das pesquisadoras entrou em contato

telefocircnico com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos dos

hospitaismaternidades para agendar a coleta de dados por meio de entrevista

Apresentou-se o projeto com aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

solicitando autorizaccedilatildeo para contato com os responsaacuteveis Apoacutes a aprovaccedilatildeo da

instituiccedilatildeo seus responsaacuteveis foram contatados e uma entrevista foi marcada no

local sendo realizada pela pesquisadora

Criteacuterios de inclusatildeo

Ser um dos municiacutepios da RMC (Americana Artur Nogueira Campinas

Cosmoacutepolis Engenheiro Coelho Holambra Hortolacircndia Indaiatuba Itatiba

Jaguariuacutena Monte Mor Nova Odessa Pauliacutenia Pedreira Santa Baacuterbara DrsquoOeste

Santo Antocircnio de Posse Sumareacute Valinhos Vinhedo) ndash Anexo 1

27

Pertencer agrave lista de serviccedilos obsteacutetricos (Associaccedilatildeo Hospital Beneficente

Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus FUNBEPE ndash Fundaccedilatildeo Beneficente de Pedreira

Hospital Augusto de Oliveira Camargo Hospital Beneficente Santa Gertrudes

Hospital Estadual de Sumareacute ndash HES Hospital e Maternidade de Campinas (HMC)

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP PUC Campinas) Hospital e

Maternidade Governador Maacuterio Covas Hospital da Mulher Prof Dr Joseacute

Aristodemo Pinotti ndash CAISM Hospital e Maternidade de Nova Odessa ndash Dr Aciacutelio

Carrion Garcia Hospital Municipal de Pauliacutenia Hospital Municipal Waldemar

Tebaldi Hospital Municipal Walter Ferrari Irmandade da Santa Casa de

Misericoacuterdia de Valinhos Santa Casa de Misericoacuterdia de Itatiba Santa Casa de

Misericoacuterdia de Santa Baacuterbara Drsquooeste e Hospital Galileo) dos 19 municiacutepios que

compotildeem a RMC que faziam parte do estudo preacutevio do NEPP

Para as entrevistas acerca das boas praacuteticas os sujeitos foram os gestores

dos serviccedilos obsteacutetricos (Centros Obsteacutetricos) da RMC meacutedicos ou enfermeiros

Criteacuterios de exclusatildeo

Recusa do gestor para participar do estudo

Instrumentos

Os dados sobre indicadores de sauacutede materna e perinatal e

socioeconocircmicos referentes ao primeiro objetivo especiacutefico foram extraiacutedos pela

pesquisadora de sistemas de informaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede ndash DATASUS

28

da Fundaccedilatildeo SEADE e do IBGE e posteriormente foram confeccionadas tabelas

Para compor um banco de dados foi construiacuteda uma planilha em Excel

Para responder ao segundo objetivo especiacutefico foram utilizados dois

instrumentos complementares o do Ministeacuterio da SauacutedeMS ldquoInstrumento de

avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo e outro elaborado especialmente para o estudo um roteiro

semiestruturado para as entrevistas com os meacutedicos e os enfermeiros

responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da RMC sobre a rotina da assistecircncia ao

parto (Anexos 2 e 3)

O instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede aborda a ldquoImplantaccedilatildeo das boas

praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo com resposta fechadas em escala Likert

conforme a frequecircncia de sua realizaccedilatildeo

1 Sempre realizada (+ 90 das vezes)

2 Frequentemente realizada (60-90 das vezes)

3 Realizada agraves vezes (20-60 das vezes)

4 Raramente realizada (menos de 20 das vezes)

5 Nunca realizada (proacuteximo de 0)

6 Natildeo sei responder

O roteiro semiestruturado aborda a utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e

guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal cesaacuterea e principais

complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) e

dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos ou medicaccedilotildees transporte comunicaccedilatildeo

hemoderivados ou para monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves possam

ser levado a um cuidado sub-oacutetimo focando a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica

29

durante o parto e puerpeacuterio imediato Conteacutem perguntas fechadas e outras abertas

para as entrevistas realizadas com os responsaacuteveis pelos Centros Obsteacutetricos

(meacutedicos ou enfermeiros)

Aspectos eacuteticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP)

da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

Foram elaborados dois termos de consentimento livre e esclarecido um para

os responsaacuteveis pelas instituiccedilotildees participantes e outro para os gerentes dos

serviccedilos obsteacutetricos das instituiccedilotildees (sujeitos do estudo) (anexos 4 e 5)

Foram respeitados todos os aspectos eacuteticos previstos na Resoluccedilatildeo

4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (CNS 2012)

assim como o previsto na Declaraccedilatildeo de Helsinque Foram respeitados o sigilo e

confidencialidade dos dados dos sujeitos do estudo

Variaacuteveis e Conceitos

Dados obtidos por meio dos sistemas DATASUS (indicadores de sauacutede estatiacutesticas

vitais e demograacuteficas e socioeconocircmicas)

Municiacutepio de origem cidade de residecircncia da gestante

Idade da matildee nuacutemero de anos da matildee categorizada como matildee de a0 a 14

anos matildee de 15 a 19 anos matildee de 20 a 24 anos matildee de 25 a 29 anos matildee

de 30 a 34 anos matildee de 35 a 39 anos (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Estado marital situaccedilatildeo civil da mulher categorizado como solteira

casada viuacuteva separada uniatildeo consensual e estado civil ignorado

30

Cor da pele conjunto de caracteriacutesticas socioculturais e fenotiacutepicas

identificadas pela observaccedilatildeo ou declaraccedilatildeo da proacutepria mulher disponiacuteveis

nos sistemas utilizados Classificadas em branca preta parda amarela

indiacutegena e cor ignorada

Grau de escolaridade da matildee nuacutemero de anos de estudos concluidos com

aprovaccedilatildeo Categorizado em 1- Nenhuma escolaridade natildeo sabe ler e

escrever 2 - De um a trecircs anos curso de alfabetizaccedilatildeo de adultos primaacuterio

ou elementar primeiro grau ou fundamental 3 - De quatro a sete anos

primaacuterio fundamental ou elementar primeiro grau ginaacutesio ou meacutedio primeiro

ciclo 4 - De oito a 11 anos primeiro grau ginasial ou meacutedio primeiro ciclo

segundo grau colegial ou meacutedio segundo ciclo 5 - 12 e mais segundo grau

colegial ou meacutedio segundo ciclo e superior 9 ndash escolaridade ignorada se natildeo

houver informaccedilatildeo sobre escolaridade (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2001)

Nuacutemero de consultas de preacute-natal nuacutemero de consultas no

acompanhamento preacute-natal Categorizada em nenhuma de 1 a 3 de 4 a 6

7 ou mais e ignorado

Idade gestacional duraccedilatildeo da gestaccedilatildeo em semanas Variaacutevel categoacuterica

ordinal Categorizado em menos de 22 semanas de 22 a 27 semanas de

28 a 31 semanas de 32 a 36 semanas de 37 a 41 semanas 42 semanas ou

mais e idade gestacional ignorada

Nuacutemero de nascidos vivos segundo consta no SINASC

Nuacutemero de nascidos mortos segundo consta no SIM

31

Nuacutemero de receacutem-nascidos prematuros total de receacutem-nascidos com

menos de 37 semanas de idade gestacional

Taxa de baixo peso ao nascer ndash eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de receacutem-

nascidos com peso menor que 2500gr e o total de receacutem-nascidos de um

municiacutepio no ano considerado

Taxa de prematuridade - Nuacutemero de nascidos vivos prematuros em relaccedilatildeo

ao total de nascidos (vivos e mortos) da instituiccedilatildeo hospitalar no ano

considerado (ANS 2004a)

Iacutendice de Apgar valores medidos no primeiro e no quinto minutos de vida

Consiste numa escala que varia de zero a dez que reflete a vitalidade do

receacutem-nascido Categorizado em Apgar de 1ordmrsquo e de 5ordmrsquo ndash de 0 a 2 de 3 a 5

de 6 a 7 8 a 10 e ignorado

Peso ao nascer peso em gramas Categorizado em menos de 500g 500 a

999g 1000 a 1499g 1500 a 2499g 2500 a 2999g 3000 a 3999g 4000g e

mais peso ignorado

Taxa de analfabetismo feminino por municiacutepio percentual de mulheres sem

instruccedilatildeo por municiacutepio

Renda meacutedia domiciliar per capita relaccedilatildeo entre o rendimento total dos

moradores ou das pessoas da famiacutelia dividido pelo nuacutemero de pessoas do

domiciacutelio ou da famiacutelia

Nuacutemero de serviccedilo de atenccedilatildeo ao Preacute-Natal e ao Parto total de serviccedilos de

atenccedilatildeo ao Preacute-natal e ao parto independente do risco por municiacutepio

32

Dados obtidos por meio de pesquisa na Fundaccedilatildeo SEADE - Informaccedilotildees dos

Municiacutepios Paulistas (IMP)

Razatildeo de mortalidade materna (RMM) ndash eacute o risco estimado de morte de

mulheres ocorrida durante a gravidez o aborto o parto ou ateacute 42 dias apoacutes

o parto atribuiacuteda a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez pelo

aborto pelo parto ou pelo puerpeacuterio ou por medidas tomadas em relaccedilatildeo a

elas expressa em nuacutemero de oacutebitos maternos por 100 mil nascidos vivos de

matildees residentes em determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado

(Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011 e 2012)

Taxa de mortalidade neonatal precoce - Nuacutemero de oacutebitos de 0 a 6 dias de

vida completos por mil nascidos vivos na populaccedilatildeo residente em

determinado espaccedilo geograacutefico no ano considerado (Fundaccedilatildeo Nacional da

Sauacutede 2011)

Taxa de mortalidade perinatal - Tem como numerador os oacutebitos fetais a partir

da 22ordf semana (natimortalidade) e os oacutebitos neonatais menores que sete

dias de vida (neomortalidade precoce) e como denominador o nuacutemero total

de nascimentos (vivos e mortos) (Fundaccedilatildeo Nacional da Sauacutede 2011)

Porcentagem de receacutemndashnascido com baixo peso ao nascer (lt2500gr)

Taxa de parto cesaacutereo eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero total de partos cesaacutereos

e o total de partos (normais e cesaacutereos) realizados por uma instituiccedilatildeo

hospitalar no ano considerado (ANS 2004b)

33

Abastecimento de aacutegua () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares

permanentes por forma de abastecimento de aacutegua segundo prefeituras

Coleta de lixo () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes por

destino do lixo coletado por serviccedilo de limpeza segundo prefeituras

Esgoto sanitaacuterio () distribuiccedilatildeo dos domiciacutelios particulares permanentes

por forma de esgotamento sanitaacuterio segundo prefeituras

Rendimento meacutedio mensal das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios

particulares permanentes ( por faixas) Categorizado em sem rendimento

rendimento gt frac12 a 1 SM gt 1 a 2 SM gt 2 a 3 SM gt 3 a 5 SM gt 5 a 10 SM e

gt 10 SM

Densidade demograacutefica ndash nuacutemero de habitantes por km2 Variaacutevel contiacutenua

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal - medida resumida do

progresso em longo prazo em trecircs dimensotildees baacutesicas do desenvolvimento

humano renda educaccedilatildeo e sauacutede

Dado obtido do IBGE censo 2010

Porcentagem de chefia feminina nos arranjos familiares ndash casal sem

filhosoutros casal + filhosoutros chefe + outros monoparentaloutros

sozinho (IBGE 2012)

Porcentagem de chefia feminina sem cocircnjuge nos arranjos familiares - chefe

+ outros monoparentaloutros sozinho

34

Variaacuteveis obtidas nas entrevistas com os gestores

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade categorizada em sim e natildeo

Protocolo para hipertensatildeo severa categorizada em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo categorizada

em sim e natildeo

Induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B categorizada em sim e natildeo

Antibioticoterapia nas cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Manejo ativo do 3ordm periacuteodo - categorizado em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

categorizada em sim e natildeo

Dificuldade com transporte categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos categorizada em sim e natildeo

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias de orientaccedilatildeo para assistecircncia em partos normais e

cesaacutereas categorizada em sim e natildeo

Protocolos e guias para as complicaccedilotildees categorizada em sim e natildeo

35

Variaacuteveis do instrumento do Ministeacuterio da Sauacutede ndash ldquoImplantaccedilatildeo das boas praacuteticas

na atenccedilatildeo agrave mulher e ao RNrdquo

Todas as respostas neste instrumento satildeo categorizadas conforme a escala

Likert

Sempre realizada (+ 90 das vezes) Frequentemente realizada (60-90

das vezes) Realizada agraves vezes (20-60 das vezes) Raramente realizada (menos

de 20 das vezes) Nunca realizada (proacuteximo de 0) Natildeo sei responder

bull Acolhimento e classificaccedilatildeo de risco na recepccedilatildeo da maternidade

bull Utilizaccedilatildeo de partograma para todas as mulheres em TP

bull Presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher no TP e parto

bull Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do TP

bull Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo

bull Episiotomia

bull Estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na 1ordf hora

bull Disponibilizaccedilatildeo do resultado do teste raacutepido de HIV

bull Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

36

37

CAPIacuteTULOS

Artigo 1 Christoacuteforo F Restitutti MC Lavras C e Amaral E A diversidade socioeconocircmica

e os indicadores de sauacutede materna e perinatal na Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil

Socioeconomic diversity and maternal and perinatal health indicators at the Metropolitan

Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

Artigo 2 Christoacuteforo F Lavras C e Amaral E Praacuteticas rotineiras em serviccedilos de obstetriacutecia

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas Brasil Routine practices in obstetrics services at the

Metropolitan Region of Campinas Brazil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

38

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do Artigo 1

De cadernosfiocruzbr

Enviada Sexta-feira 3 de Julho de 2015 0926

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_106415)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS

INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL (CSP_106415) para Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o progresso de seu manuscrito dentro do processo

editorial bastando clicar no link Sistema de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos

localizado em nossa paacutegina httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

39

ARTIGO 1

A DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E OS INDICADORES DE SAUacuteDE

MATERNA E PERINATAL NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS

BRASIL

SOCIOECONOMIC DIVERSITY AND MATERNAL AND PERINATAL HEALTH

INDICATORS AT THE METROPOLITAN REGION OF CAMPINAS BRAZIL

DIVERSIDAD SOCIO-ECONOMICOS Y INDICADORES MATERNA Y

PERINATAL LA REGIOacuteN METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

DIVERSIDADE SOCIOECONOcircMICA E INDICADORES DE SAUacuteDE MATERNA E

PERINATAL

F Christoacuteforo1

MC Restitutti2

C Lavras3

E Amaral4

1 Doutoranda Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp e enfermeira do Nuacutecleo

de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas CampinasSP Brasil

2 Pesquisadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

40

RESUMO

OBJETIVO Correlacionar os indicadores socioeconocircmicas e de sauacutede materna e perinatal

da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo transversal com

informaccedilotildees extraiacutedas do DATASUS da Fundaccedilatildeo SEADE e do censo 2010 Aplicaram-se

os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman e mapeamento dos indicadores

RESULTADOS Maiores porcentagens de matildees adolescentes e maior taxa de analfabet ismo

se correlacionaram diretamente com nuacutemero de consultas preacute-natais mortalidade perinatal

mortalidade neonatal precoce prematuridade e baixo peso ao nascer e inversamente com

cesaacutereas A renda meacutedia per capita e o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal se

correlacionaram diretamente com cesaacutereas e inversamente com nuacutemero de consultas preacute-

natais e mortalidade perinatal CONCLUSOtildeES Apesar do desenvolvimento social da RMC

permanecem desigualdades que impactam os indicadores de sauacutede materna e prinatal Os

piores resultados foram observados em adolescentes mulheres com menor escolaridade e

renda enquanto que o poder econocircmico aumentou a taxa de cesaacutereas

Palavras chave obstetriacutecia parto indicadores baacutesicos de sauacutede

41

ABSTRACT

OBJECTIVE To correlate socioeconomic with maternal and perinatal health indicators in

the Metropolitan Region of Campinas (RMC) METHOD This is a cross-sectional study

with data from DATASUS SEADE Foundation and 2010 census We applied Pearson and

Spearman correlation coefficients as well as mapping of indicators RESULTS Teenage

mothers and higher illiteracy rates correlated directly with antenatal visits perinatal

mortality early neonatal mortality prematurity and low birth weight and inversely with

caesarean section The average income per capita and the Municipal Human Development

Index correlate directly with caesarean section and inversely with antenatal visits and

perinatal mortality rate CONCLUSIONS Regardless of RMCs social development

inequalities remain impacting maternal and perinatal health indicators The worst results

were found among adolescents women with less education and income while the economic

power increased the cesarean rate

42

RESUMEN

OBJETIVO Correlacionar indicadores socioeconoacutemicos y de salud materna y perinatal en

la Regioacuten Metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio transversal con

informacioacuten de la DATASUS el SEADE Fundacioacuten y 2010 censo Se aplicaron coeficientes

de correlacioacuten de Pearson y Spearman y mapa de los indicadores RESULTADOS Madres

adolescentes y las tasas de analfabetizacioacuten se correlacionan directamente con menos

consultas prenatales mortalidad perinatal mortalidad neonatal precoz prematuridad y bajo

peso al nacer y inversamente con cesaacutereas El ingreso y el Iacutendice de Desarrollo Humano

Municipal se correlacionan directamente con cesaacuterea e inversamente con visitas prenatales y

mortalidad perinatal CONCLUSIONES Aunque el desarrollo del RMC se mantienen

desigualdades que afectan indicadores de salud materna e perinatal Los peores resultados se

observaron en las adolescentes mujeres con menos educacioacuten e ingresos aunque el poder

econoacutemico se incrementoacute la cesaacuterea

43

INTRODUCcedilAtildeO

Nas uacuteltimas deacutecadas o Brasil vivenciou transformaccedilotildees nos determinantes sociais das

doenccedilas e na organizaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede1 O paiacutes fez progressos nos Objetivos de

Desenvolvimento do Milecircnio (ODM) atingindo algumas das metas estabelecidas

Contribuiacuteram para este resultado as modificaccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas externas

ao setor de sauacutede aleacutem de consolidaccedilatildeo do Sistema Nacional de Sauacutede (SUS) expansatildeo da

cobertura e a implementaccedilatildeo de programas para melhoria da sauacutede infantil e para a promoccedilatildeo

da sauacutede das mulheres ampliaccedilatildeo da cobertura de vacinaccedilatildeo e da assistecircncia preacute-natal Por

outro lado ainda se observam desigualdades socioeconocircmicas e regionais em sauacutede e

necessidade de qualificar os recursos humanos123

Persistem desafios como a reduccedilatildeo de mortes maternas (MM) e nascimentos preacute-

termo por um lado aleacutem de reduccedilatildeo de partos cesaacutereos e uso rotineiro de intervenccedilotildees

desnecessaacuterias no parto por outro Apesar de avanccedilo anterior com reduccedilatildeo da razatildeo de morte

materna (RMM) houve estagnaccedilatildeo a partir de 200212 A reduccedilatildeo observada se deveu agrave queda

da mortalidade por causas obsteacutetricas diretas2 Eacute possiacutevel avanccedilar com estrateacutegias de

qualificaccedilatildeo nos serviccedilos aleacutem das intervenccedilotildees multissetoriais como a redistribuiccedilatildeo de

renda134 Um total de 98 dos partos ocorre em instituiccedilotildees de sauacutede e proacuteximo de 90

deles satildeo assistidos por meacutedicos1 Se uma fraccedilatildeo das mortes maternas e neonatais ocorre

dentro dos hospitais por causas evitaacuteveis o monitoramento das mesmas eacute um elemento

relevante para conhecimento dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da

assistecircncia5

As cesaacutereas podem reduzir a mortalidade e morbidade materna e perinatal quando

bem indicadas mas podem acarretar riscos6 Entretanto cada vez mais mulheres de estatildeo

parindo por cesaacuterea e uma parte significativa destas intervenccedilotildees ciruacutergicas estaacute sendo

44

realizada sem indicaccedilatildeo meacutedica46 Os riscos potenciais de cesaacutereas desnecessaacuterias precisam

ser considerados7

As mortes neonatais satildeo responsaacuteveis por 40 das mortes entre crianccedilas menores de

cinco anos de idade no mundo e 68 das mortes infantis no Brasil238 Em 2011 a taxa de

mortalidade neonatal foi de 111 oacutebitos por mil nascidos vivos sendo maior nas classes

sociais mais baixas entre receacutem-nascidos de muito baixo peso e prematuros seguido pelos

malformados910 O padratildeo de distribuiccedilatildeo das causas de morte infantil estaacute relacionado ao

processo de desenvolvimento do paiacutes23 Quanto maior a participaccedilatildeo dos oacutebitos no periacuteodo

neonatal precoce mais complexo atuar sobre as causas das mortes e mais importantes se

tornam as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede relacionados ao preacute-natal ao parto e ao puerpeacuterio2

Neste cenaacuterio oportunidades de sinergismo das accedilotildees em sauacutede materna e perinatal

passaram a ser enfatizadas Eacute consenso que a mortalidade materna e a neonatal podem ser

reduzidas atraveacutes do fortalecimento do sistema de sauacutede com oferta de serviccedilos integrados

contiacutenuos e de qualidade para mulheres e seus receacutem-nascidos11 incluindo assistecircncia preacute-

natal e parto e estrutura de atendimento neonatal812 Este estudo pretende correlacionar os

indicadores de sauacutede materna e perinatal com os indicadores socioeconocircmicos nos 19

municiacutepios na Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo de corte transversal correlacionando os indicadores

socioeconocircmicos e indicadores de sauacutede materna e perinatal Foram sujeitos do estudo os 19

municiacutepios que compunham a RMC a segunda maior regiatildeo metropolitana do estado de Satildeo

Paulo dotada de grande desenvolvimento socioeconocircmico e de boa oferta de serviccedilos de

sauacutede A partir da extraccedilatildeo dos dados disponiacuteveis de 2011 em sistemas de informaccedilatildeo oficia is

45

(DATASUS - para estatiacutesticas vitais e dados demograacuteficos Fundaccedilatildeo SEADE ndash para dados

de sauacutede renda e rendimentos e censo de 2010 para chefia feminina dos domiciacutelios) foi

criado um banco de dados por municiacutepio de domiciacutelio A coleta de dados ocorreu em janeiro

e fevereiro de 2014

As variaacuteveis socioeconocircmicas estudadas por municiacutepio de residecircncia das parturientes

incluiacuteram porcentagem de matildees adolescentes sem parceiro raccedila branca escolaridade lt 8

anos de estudo chefe de famiacutelia com renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) taxa de chefia feminina

analfabetismo renda meacutedia domiciliar per capita (R$) porcentagem de esgoto sanitaacuterio

densidade demograacutefica (habkm2) e iacutendice de desenvolvimento humano municipal (IDHM)

Para caracterizar a atenccedilatildeo obsteacutetrica prestada na RMC estudaram-se as variaacuteve is

maternas e perinatais porcentagens de matildees com ateacute 6 consultas de preacute-natal de cesaacutereas

de RN com Apgar de 5ordm min lt 8 RMM Taxa de mortalidade perinatal (TMP) taxa de

mortalidade neonatal precoce (TMNP) (por 1000 NV) taxa de prematuridade e porcentagem

de RN com baixo peso (BP) ao nascer

Realizou-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis com distribuiccedilatildeo de frequecircncias Apoacutes

aplicou-se os coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson e de Spearman O projeto de pesquisa foi

aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm 453588 de 08112013)

46

RESULTADOS

A RMM esteve abaixo de 70100000 NV (nascidos vivos) em 15 de 19 municiacutep ios

14 tiveram mais de 60 dos partos cesaacutereos e menos que 10 dos RN com BP ao nascer A

TMP foi maior que 10 por 1000 NV em 14 municiacutepios e a TMNP foi menor que 10 por 1000

NV em 17 deles ndash tabela 1

Havia mais de 15 de matildees adolescentes em sete municiacutepios A taxa de

analfabetismo foi maior que 5 em 10 cidades Em 12 municiacutepios mais de 50 das matildees

natildeo tinham parceiro e em 11 deles mais de 20 da populaccedilatildeo tinha chefia feminina Em 15

municiacutepios mais de 20 dos chefes de famiacutelia tinham renda le 1 salaacuterio miacutenimo (SM) e 13

cidades tinham mais de 90 de esgoto sanitaacuterio - tabela 2

Somente trecircs municiacutepios tiveram menos de 500 nascidos vivos por ano Em cinco

municiacutepios mais de 20 das matildees fizeram ateacute seis consultas de preacute-natal Nove municiacutep ios

tiveram mais de 10 dos RN com menos de 37 semanas e trecircs tinham mais de 2 dos RN

com Apgar de 5ordm minuto lt 8 ndash tabela 2

No geral os indicadores socioeconocircmicos e de sauacutede materna e perinatal apontaram

resultados mais desfavoraacuteveis em trecircs municiacutepios contiacuteguos na regiatildeo noroeste e outros dois

na regiatildeo sudoeste ndash figuras 1 e 2 Um grupo de trecircs municiacutepios no nordeste da regiatildeo e outro

na regiatildeo sudoeste estatildeo entre os que apresentaram IDHM alto associado a maiores taxas de

cesaacuterea prematuridade e de TMNP ndash figura 1

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e RMM (dados natildeo

apresentados) As porcentagens de matildees adolescentes renda do chefe de famiacutelia le 1 SM e a

taxa de analfabetismo se correlacionaram positivamente com menor nuacutemero de consultas

preacute-natais e inversamente com cesaacutereas A porcentagem de matildees com escolaridade lt 8 anos

foi diretamente correlacionada com menor nuacutemero de consultas preacute-natais As porcentagens

47

de matildees sem parceiros e populaccedilatildeo com chefia feminina foram correlacionadas inversamente

com cesaacutereas A renda meacutedia domiciliar per capita e o IDHM foram correlacionados

diretamente com cesaacutereas e inversamente com menor nuacutemero de consultas preacute-natais -

tabela 3

As porcentagens de matildees adolescentes escolaridade lt 8 anos e a taxa de

analfabetismo se correlacionaram positivamente com a TMNP taxa de prematuridade e

baixo peso ao nascer O IDHM e a renda meacutedia domiciliar per capita se correlacionaram

inversamente com a TMP mas as porcentagens de matildees adolescentes renda le 1 SM e

analfabetismo se correlacionaram positivamente com esse indicador - tabela 3

DISCUSSAtildeO

Este estudo mostrou que entre os municiacutepios da RMC permanecem desigualdades

socioeconocircmicas que impactam os indicadores estudados A populaccedilatildeo mais vulneraacutevel satildeo

as mulheres com menor escolaridade e renda as analfabetas as matildees adolescentes e as

mulheres sem parceiros Os indicadores estudados foram semelhantes aos utilizados por Reis

e colaboradores13 Sua interpretaccedilatildeo pode contribuir para uma melhoria contiacutenua do acesso

ao cuidado e da qualidade da sauacutede oferecida em niacutevel local e estadual13

A RMC destaca-se por apresentar niacuteveis de sauacutede favoraacuteveis em relaccedilatildeo agraves meacutedias

estaduais e nacionais Segundo dados da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar estima-se

que 50 dos residentes na RMC possuem cobertura de planos e seguros privados de sauacutede

com diferenccedilas importantes entre os municiacutepios A populaccedilatildeo SUS dependente varia entre

38 (Nova Odessa) e 79 (Engenheiro Coelho) Estudar os indicadores sociais da RMC

pode contribuir para identificar aacutereas com diferentes necessidades de sauacutede o que deve ser

48

considerado no processo de formulaccedilatildeo e implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas e linhas de

cuidado para a gestante na regiatildeo14

Na Franccedila foram fechados os serviccedilos obsteacutetricos que realizavam menos de 300

partosano considerando como criteacuterios para o fechamento o grau de isolamento

geograacutefico a aacuterea coberta pela maternidade a oferta alternativa de estruturas obsteacutetricas e

pediaacutetricas o risco das gestantes e o risco social da populaccedilatildeo4 Na RMC trecircs municiacutep ios

tiveram menos de 500 nascimentos em 2011 Somente o municiacutepio de Campinas tem trecircs

maternidades puacuteblicas a maioria dos municiacutepios tem apenas uma e quatro deles natildeo tecircm

nenhuma Destes trecircs municiacutepios possuem menos de 500 nascimentosano e distam em

meacutedia 170 km dos municiacutepios com maternidade suficiente para que natildeo ocorram demoras

que poderiam contribuir com piores desfechos maternos e fetais15

A correlaccedilatildeo direta entre IDHM e a porcentagem de cesaacutereas e inversa entre o nuacutemero

de consultas preacute-natais e a TMP era esperada Um estudo utilizou o IDH para avaliar as

tendecircncias de cesaacuterea em 21 paiacuteses usando a classificaccedilatildeo de Robson6 Houve aumento das

taxas na maioria dos grupos para todas as categorias do IDH exceto no Japatildeo e as maiores

taxas de cesaacuterea foram registradas nos paiacuteses menos desenvolvidos O Brasil encontrava-se

entre os paiacuteses com crescimento de 85 nas taxas de cesaacuterea entre 2004-2011 No mesmo

periacuteodo o Meacutexico a Argentina e o Japatildeo tiveram crescimento de 3 18 e -25

respectivamente6 Na RMC 14 municiacutepios praticaram taxas superiores a 60 de cesaacutereas

retratando o que outros estudos sobre as taxas de cesaacuterea no Brasil vem apontando61617 Esses

resultados estatildeo concordantes a com a literatura com quatro municiacutepios apresentando IDHM

muito alto (acima de 0800) e 15 com IDHM alto (0700- 0799)6

Eacute reconhecida a associaccedilatildeo entre acesso a serviccedilos de sauacutede e niacutevel socioeconocircmico

das populaccedilotildees No Brasil o uso de serviccedilos de sauacutede por quintil de renda niacutevel de instruccedilatildeo

49

e aacuterea geograacutefica de residecircncia confirma que este uso eacute mais elevado entre aqueles de melhor

condiccedilatildeo social18 Neste estudo a renda meacutedia domiciliar per capita foi inversamente

correlacionada ao nuacutemero de consultas preacute-natais e TMP e diretamente correlacionada com

partos cesaacutereos

Estudo observou que o niacutevel mais baixo de renda estava associado a maiores riscos

de ocorrer RN com BP parto prematuro baixo iacutendice de Apgar em cinco minutos e

natimorto Mulheres de diferentes quintis de renda tiveram diferentes atitudes e

comportamentos em relaccedilatildeo aos cuidados de maternidade19 Nos grupos de menor renda

familiar a mortalidade perinatal foi relacionada a maiores taxas de induccedilatildeo do trabalho de

parto e cesaacuterea20

Na RMC a menor escolaridade das matildees correlacionou-se diretamente com menor

nuacutemero de consultas preacute-natais TMN TMNP taxa de prematuridade e de RN com BP

Estudo nacional encontrou que entre os oacutebitos neonatais um terccedilo das matildees tinha menos de

oito anos de estudo 212 das matildees eram adolescentes e 335 natildeo viviam com o

companheiro Matildees das classes sociais ldquoD+Erdquo as adolescentes e aquelas com mais de 35

anos tiveram maiores taxas de mortalidade neonatal sendo quatro vezes maior para as matildees

com baixa escolaridade9

Eacute reconhecido que um dos mais poderosos determinantes de sauacutede eacute a educaccedilatildeo A

educaccedilatildeo tem um efeito sobre o uso de serviccedilos de sauacutede materna pela matildee21 As mulheres

com niacuteveis mais baixos de educaccedilatildeo estatildeo em maior risco de desfechos graves

principalmente em paiacuteses que tecircm menor desenvolvimento social e econocircmico21 No Brasil

a maior escolaridade materna tem sido associada a maior proporccedilatildeo de matildees com sete ou

mais consultas no preacute-natal22 Este resultado indica menor acesso aos serviccedilos de sauacutede

50

especialmente para as mulheres em condiccedilotildees socioeconocircmicas desfavoraacuteveis ou pouca

atenccedilatildeo dada pelas mulheres agrave sua proacutepria sauacutede ou a de seus filhos23

Estudos apontaram que mulheres com menor escolaridade com maior nuacutemero de

gestaccedilotildees sem companheiro assim como as adolescentes e mulheres de raccedilacor preta

encontraram barreiras para a realizaccedilatildeo do preacute-natal ou para o iniacutecio precoce32224 Na RMC

a correlaccedilatildeo entre a menor escolaridade das matildees e a mortalidade neonatal poderia ser

explicada pelo menor acesso aos serviccedilos de sauacutede menor nuacutemero de consultas de preacute-natal

dificultando o diagnoacutestico precoce de intercorrecircncias na gestaccedilatildeo o que pode ocasionar o

nascimento de RN prematuro e de baixo peso as maiores causas de morte neonatal no paiacutes

A atenccedilatildeo agrave sauacutede das crianccedilas eacute influenciada positivamente pela alfabetizaccedilatildeo das

matildees25 No Brasil a taxa de analfabetismo em 2011 alcanccedilou 86 sendo 43 no Estado

de Satildeo Paulo em 20101825 enquanto na RMC ultrapassou 5 em 10 municiacutepios Neste

estudo houve correlaccedilatildeo inversa da analfabetizaccedilatildeo com a porcentagem de cesaacutereas e direta

com menor nuacutemero de consultas preacute-natais TMP TMNP taxa de prematuridade e RN com

baixo peso

Nos grupos de idades extremas com maior risco persistem as menores proporccedilotildees

de consultas de preacute-natal no Brasil22 Estes dados satildeo semelhantes ao desse estudo

especialmente em relaccedilatildeo agraves adolescentes Etnia estado civil condiccedilatildeo social autoestima e

fatores econocircmicos tambeacutem influenciam a utilizaccedilatildeo dos serviccedilos de preacute-natal e parto24 No

Brasil a qualidade e efetividade do preacute-natal satildeo afetadas pelas dificuldades no acesso iniacutecio

tardio nuacutemero inadequado de consultas e realizaccedilatildeo incompleta dos procedimentos

preconizados2426

No Brasil eacute recomendado o miacutenimo de seis consultas para gestaccedilotildees natildeo

complicadas menos do que se pratica nos paiacuteses desenvolvidos (10 a 14 atendimentos)272829

51

A cobertura da assistecircncia preacute-natal eacute praticamente universal (987) mais de trecircs quartos

das mulheres iniciaram o preacute-natal antes das 16 semanas de gestaccedilatildeo e 731 compareceram

a seis ou mais consultas24 Poreacutem a adequaccedilatildeo da assistecircncia parece ser baixa Na RMC

80 das matildees realizaram mais de seis consultas preacute-natais em 14 municiacutepios superando o

miacutenimo recomendado pelo Ministeacuterio da Sauacutede27 o que reflete um bom acesso aos serviccedilos

de sauacutede Poreacutem estrateacutegias para melhorar o acesso aos serviccedilos de preacute-natal precisam ser

implementadas para os cinco municiacutepios em que mais de 20 das matildees fazem ateacute seis

consultas de preacute-natal

Maior proporccedilatildeo de matildees adolescentes com menor escolaridade e renda e mais

analfabetismo foram associadas a menor frequecircncia agraves consultas de preacute-natal na RMC dados

tambeacutem encontrados em outros estudos222324 A renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM

foram inversamente correlacionados a baixa frequecircncia agraves consultas de preacute-natal Este achado

confirma os achados de estudos em que as mulheres com maior renda maior escolaridade e

que residem em locais mais desenvolvidos tiveram uma frequecircncia maior agraves consultas

Identificar as populaccedilotildees de maior risco para implantar estrateacutegias para aumentar o acesso ao

preacute-natal eacute um desafio constante2829

No Estado de Satildeo Paulo a proporccedilatildeo de nascidos vivos prematuros varia conforme a

idade da matildee Eacute mais baixa entre aquelas de 20 a 30 anos e aumenta para as matildees mais

velhas23 Entre os fatores de risco para partos preacute-termo incluiacuteram-se gravidez na

adolescecircncia e tardia aleacutem de etnia negra e baixo niacutevel socioeconocircmico12 Em nosso estudo

essa associaccedilatildeo entre a prematuridade e o baixo peso se confirmou

A autonomia eacute considerada um elemento chave para conquistar a sauacutede sexual e

reprodutiva e estaacute relacionada a maior acesso controle e empoderamento30 A correlaccedilatildeo

inversa da porcentagem de matildees sem parceiro com a taxa de partos cesaacutereos poderia

52

demonstrar maior autonomia e preocupaccedilatildeo com autocuidado na gestaccedilatildeo e parto Relata-se

o aumento da ldquochefiardquo feminina em famiacutelias compostas por casal com ou sem filhos

postergaccedilatildeo da maternidade reduccedilatildeo das taxas de fecundidade e aumento da escolaridade

com maior participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e maior contribuiccedilatildeo para o

rendimento da famiacutelia31 Um estudo de base populacional brasileiro apontou as mais altas

taxas de cesaacuterea em mulheres com maior renda com idade acima de 25 anos maior

escolaridade e nas regiotildees com melhores condiccedilotildees socioeconocircmicas16 Mas nesse estudo a

porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina foi inversamente correlacionada com

porcentagem de cesaacutereas sugerindo que a chefia feminina natildeo se concentra nas faixas de

maior renda

Existem evidecircncias suficientes de que a aacutegua saneamento e higiene podem impactar

a sauacutede materna e neonatal3233 Em 2010 8975 dos domiciacutelios do Estado de Satildeo Paulo

dispunham de condiccedilotildees de saneamento adequado25 Nesse estudo a porcentagem de esgoto

sanitaacuterio natildeo se correlacionou com os indicadores de sauacutede materna e perinatal numa regiatildeo

com boas condiccedilotildees sanitaacuterias Mas seis municiacutepios tinham menos de 90 de saneamento

mostrando as diferenccedilas sociais e econocircmicas entre os municiacutepios da regiatildeo Sabe-se que a

melhoria das condiccedilotildees sanitaacuterias contribuiu junto com as mudanccedilas demograacuteficas e sociais

pela reduccedilatildeo da mortalidade na infacircncia2

Tambeacutem a RMM estaacute relacionada ao grau de desenvolvimento humano econocircmico

e social1233435 A grande maioria das mortes maternas (MM) satildeo evitaacuteveis e ocorrem em

paiacuteses em desenvolvimento3435 Disparidades nas RMM satildeo observadas quando a populaccedilatildeo

eacute desagregada por quintil de renda ou educaccedilatildeo35 No entanto uma grande proporccedilatildeo das

MM ocorre em hospitais e podem estar relacionada aos atrasos no reconhecimento e

tratamento de complicaccedilotildees com risco de vida15 Estudo demonstrou que os atrasos no

53

reconhecimento e tratamento das complicaccedilotildees bem como as praacuteticas precaacuterias contribuem

diretamente para as MM15 Na RMC quatro municiacutepios tiveram uma RMM maior de 70 o

que pode estar associado a problemas na qualidade da atenccedilatildeo preacute-natal na atenccedilatildeo

intraparto ausecircncia de pessoal treinado para cuidados obsteacutetricos de emergecircncia e

dificuldade de acesso em curto tempo Medidas relativas ao sistema de sauacutede e aos serviccedilos

de atenccedilatildeo ao parto precisam ser implementadas para qualificar a atenccedilatildeo e reduzir oacutebitos

evitaacuteveis

Diferenccedilas acentuadas nos coeficientes de mortalidade neonatal satildeo observadas

dentro das aacutereas urbanas com taxas mais elevadas nas favelas que nas aacutereas mais ricas3 A

qualificaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar ao parto com a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade

materna e perinatal e reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo das praacuteticas natildeo baseadas nas evidecircncias deve

ser o foco principal para avanccedilos nas poliacuteticas puacuteblicas de reduccedilatildeo das desigualdades na

mortalidade infantil no Brasil9 As afecccedilotildees originadas no periacuteodo perinatal a prematuridade

as infecccedilotildees a asfixiahipoacutexia e os fatores maternos satildeo as principais causas de oacutebitos infantis

no Brasil2 Resultados perinatais adversos podem ser explicados com base em fatores como

idade tabagismo estado civil consumo de aacutelcool obesidade local de residecircncia (urbano ou

rural) educaccedilatildeo ganho de peso iniacutecio do preacute-natal e nuacutemero de consultas paridade e

aleitamento20

Na RMC houve correlaccedilatildeo direta entre matildees adolescentes menor escolaridade e

analfabetismo com a TMNP taxa de prematuridade e RN com BP estando em concordacircncia

com estudos canadenses1920 assim como a renda meacutedia domiciliar per capita e IDHM se

correlacionaram inversamente com a TMP Esta taxa se correlacionou diretamente com a

menor renda analfabetismo e matildees adolescentes Gestaccedilatildeo em adolescente tem sido mais

frequente em populaccedilotildees com niacutevel de renda mais baixo e o analfabetismo tem sido

54

relacionado a menor acesso aos serviccedilos de sauacutede e consequentemente um nuacutemero menor de

consultas preacute-natal podendo ocasionar resultado perinatal adverso As mudanccedilas sociais e

econocircmicas com melhoria na educaccedilatildeo materna melhoria do poder aquisitivo da populaccedilatildeo

expansatildeo da rede de abastecimento de aacutegua e saneamento baacutesico aliada agrave ampliaccedilatildeo da

cobertura dos cuidados de sauacutede materna e infantil contribuiacuteram para que o Brasil tenha uma

razatildeo entre o coeficiente de mortalidade infantil por renda per capita proacuteximo ao valor

esperado de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dois indicadores mensurados em vaacuterios

paiacuteses do mundo3

A prematuridade eacute a principal causa de morte entre os receacutem-nascidos e sua

frequumlecircncia eacute maior nos paiacuteses mais pobres devido agraves condiccedilotildees mais precaacuterias de sauacutede da

gestante mas alguns nascimentos prematuros podem resultar de induccedilatildeo precoce do trabalho

de parto ou cesariana por razotildees natildeo meacutedicas81220 Nos paiacuteses mais pobres em meacutedia 12

dos bebecircs nascem prematuros em comparaccedilatildeo com 9 nos paiacuteses ricos3 Mas na uacuteltima

deacutecada ocorreu um aumento de nascimentos preacute-termo e a maior frequecircncia pode ter relaccedilatildeo

com o aumento da proporccedilatildeo de nascimentos com baixo peso22

Lansky et al apontaram que a prematuridade respondeu por cerca de 13 da taxa de

mortalidade neonatal no Brasil9 As maiores taxas ocorreram entre crianccedilas com menos de

1500g que nasceram em hospital sem UTI neonatal prematuros extremos (lt 32 semanas)

com Apgar lt 7 no 5o minuto de vida que utilizaram ventilaccedilatildeo mecacircnica ou surfactante que

tinham malformaccedilatildeo congecircnita cujas matildees relataram peregrinaccedilatildeo para obter assistecircncia

hospitalar ao parto que nasceram em hospitais puacuteblicos em hospitais de referecircncia para

gestaccedilatildeo de risco e com UTI neonatal e que nasceram de parto vaginal9

As accedilotildees prioritaacuterias na prevenccedilatildeo da prematuridade evitaacutevel incluem melhoria da

atenccedilatildeo preacute-natal prevenccedilatildeo da prematuridade iatrogecircnica por interrupccedilatildeo indevida da

55

gravidez por operaccedilotildees cesarianas sem indicaccedilatildeo qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo hospitalar ao parto

e melhoria na atenccedilatildeo ao receacutem-nascido Somam-se accedilotildees efetivas para diminuir a

peregrinaccedilatildeo de gestantes para o parto e o nascimento de crianccedilas com peso lt 1500g em

hospital sem UTI neonatal reflexos das lacunas na organizaccedilatildeo da rede de sauacutede38912 Aleacutem

disso para melhorar o resultado perinatal em aacutereas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo ainda

necessaacuterias a adoccedilatildeo de um estilo de vida saudaacutevel e implementaccedilatildeo de sistemas de apoio

incluindo o social19

As desigualdades identificadas entre os municiacutepios da RMC estatildeo em concordacircncia

com estudos recentes que sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-natais piores resultados de parto e baixo peso ao nascer O

niacutevel socioeconocircmico da comunidade reflete nos processos sociais impactando o

desenvolvimento econocircmico e social da aacuterea residencial3637 E matildees com baixa escolaridade

e renda residentes em comunidades de baixo niacutevel socioeconocircmico tem piores resultados de

sauacutede materno-infantil do que as matildees dos niacuteveis socioeconocircmicos mais elevados38

Assim eacute necessaacuterio um reforccedilo nas poliacuteticas puacuteblicas intersetoriais para acelerar a

reduccedilatildeo da mortalidade materna e neonatal no Brasil Em especial eacute premente identificar

bolsotildees de maior risco populacional implantando as accedilotildees necessaacuterias naquela situaccedilatildeo O

avanccedilo na reduccedilatildeo da mortalidade neonatal assim como a morte materna dependeraacute da

consolidaccedilatildeo de uma rede perinatal integrada hierarquizada e regionalizada e da

qualificaccedilatildeo dos processos assistenciais em especial ao parto e nascimento9

CONCLUSAtildeO

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na RMC

permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores estudados O

56

fator econocircmico teve influecircncia na realizaccedilatildeo de cesaacutereas Os piores resultados para os

indicadores perinatais estatildeo presentes em populaccedilotildees mais vulneraacuteveis entre matildees

adolescentes mulheres com menor escolaridade e renda Para melhorar os resultados em

sauacutede para mulheres e bebecircs estrateacutegias para reduzir as desvantagens sociais e educacionais

focadas nestes grupos populacionais satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos

de sauacutede apoacutes anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

Colaboradores

Faacutetima Christoacuteforo e Eliana Amaral participaram da concepccedilatildeo do estudo anaacutelise e

interpretaccedilatildeo dos dados Carmen Lavras colaborou na concepccedilatildeo e desenvolvimento do

projeto e Maria Cristina Restitutti colaborou na busca interpretaccedilatildeo e anaacutelise dos dados A

redaccedilatildeo do manuscrito a revisatildeo criacutetica do conteuacutedo intelectual e a aprovaccedilatildeo da versatildeo

final a ser publicada foi realizada por todos os autores

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Stella Maria Barbera da Silva Telles e Maria Helena Souza

pelo apoio na manipulaccedilatildeo dos bancos de dados e anaacutelise estatiacutestica deste manuscrito

57

REFEREcircNCIAS

1 Souza JP Mortalidade materna no Brasil a necessidade de fortalecer os sistemas de

sauacutede Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(10)273-9

2 Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento

e Gestatildeo Secretaria de Planejamento e Investimentos Estrateacutegicos coordenadores

Objetivos de desenvolvimento do milecircnio relatoacuterio nacional de acompanhamento

Brasiacutelia IPEA MP SPI 2014 208p

3 Victora CG Aquino EM Leal MC Monteiro CA Barros FC Szwarcwald CL

Maternal and child health in Brazil progress and challenges Lancet 2011

377(9780)1863-76

4 Campbell OM Graham WJ On behalf of The Lancet Maternal survival series

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1 (acessado em 23Mar2015)

5 Bittencourt SDA Reis LGC Ramos MM Rattner D Rodrigues PL Neves DCO et

al Estrutura das maternidades aspectos relevantes para a qualidade da atenccedilatildeo ao

parto e nascimento Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30 Suppl1S208-19 Disponiacutevel em

httpdxdoiorg1015900102-311X00176913 (acessado em 23Mar2015)

6 Vogel JP Betraacuten AP Vindevoghel N Souza JP Torloni MR Zhang J et al Use of

the Robson classification to assess caesarean section trends in 21 countries a

secondary analysis of two WHO multicountry surveys Lancet Glob Health 2015

3(5) Disponiacutevel em httpdxdoiorg101016S2214-109X(15)70094-X (acessado

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7 World Health Organization Department of Reproductive Health and Research

58

Rising caesarean deliveries in Latin America how best to monitor rates and risks

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(acessado em 05Maio2015)

8 World Health Organization Born too soon the global action report on preterm

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httpwwwwhointpmnchmedianews2012201204_borntoosoon-reportpdf

(acessado em 10Maio2015)

9 Lansky S Friche AAL Silva AAM Campos D Bittencourt SDA Carvalho ML et

al Pesquisa Nascer no Brasil perfil da mortalidade neonatal e avaliaccedilatildeo da

assistecircncia agrave gestante e ao receacutem-nascido Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30

Suppl1S192-207 Disponiacutevel em httpdxdoiorg1015900102-311X00133213

(acessado em 08Maio2015)

10 Barros FC Matijasevich A Requejo JH Giugliani E Maranhatildeo AG Monteiro CA

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childrenrsquos health New York United Nations 2010 Disponiacutevel em

httpwwwwhointpmnchactivitiesadvocacyfulldocument_globalstrategyen

(acessado em 19Abr2015)

12 Nawal MN Premature delivery and the millennium development goal Rev Obstet

Gynecol 2012 5(2) Disponiacutevel em httpdoi103909riog0189 (acessado em

05Maio2015)

13 Reis ZSN Pereira AC Correia RJC Freitas JAS Cabral ACV Bernardes J Anaacutelise

59

de indicadores da sauacutede materno-infantil paralelos entre Portugal e Brasil Rev Bras

Ginecol Obstet 2011 33(9)234-9

14 Universidade Estadual de Campinas Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas Puacuteblicas

Programa de Estudos em Sistemas de Sauacutede Definiccedilatildeo do plano de implementaccedilatildeo

dos protocolos cliacutenicos e protocolos teacutecnicos das linhas de cuidado e os processos

de supervisatildeo teacutecnica na regiatildeo metropolitana de Campinas - RMC Apoio agrave

estruturaccedilatildeo da linha de cuidado da gestante e da pueacuterpera na RMC Campinas

NEPPUnicamp 2012 (Relatoacuterio de pesquisa)

15 Pacagnella RC Cecatti JG Osis MJ Souza JP The role of delays in severe

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Reproductive Health Matters 2012 20(39)155-63 Disponiacutevel em

httpdoi101016S0968-8080(12)39601-8 (acessado em 23Mar2015)

16 Rebelo F Rocha CMM Cortes TR Dutra CL Kac G High cesarean prevalence in

a national population-based study in Brazil the role of private practice Acta

Obstetricia et Gynecologica Scandinavica 2010 89 Disponiacutevel em

httpdoi103109000163492010484044 (acessado em 13Maio2015)

17 Paacutedua KS Osis MJD Fauacutendes A Barbosa AV Moraes Filho OB Fatores

associados agrave realizaccedilatildeo de cesariana em hospitais brasileiros Rev Sauacutede Puacuteblica

2010 44(1) Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0034-89102010000100008

(acessado em 16Abr2015)

18 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Siacutentese de indicadores

sociais uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro

IBGE 2012 (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica n

29)

60

19 Liu N Wen SW Katherine W Bottomley J Yang Q Walker MC Neighbourhood

family income and adverse birth outcomes among singleton deliveries J Obstet

Gynaecol Can 2010 32(11)1042-8

20 Joseph KS Liston RM Dodds L Dahlgren L Allen AC Socioeconomic status and

perinatal outcomes in a setting with universal access to essential health care

services CMAJ 2007 177583-90

21 Tunccedilalp Ouml Souza JP Hindin MJ Santos CA Oliveira TH Vogel JP et al

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cross-sectional survey BJOG 2014 121 Suppl1S57-65 Disponiacutevel em

httpdoi1011111471-052812634 (acessado em 18Maio2015)

22 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de Anaacutelise

de Situaccedilatildeo de Sauacutede Sauacutede Brasil 2011 uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede e a

vigilacircncia da sauacutede da mulher Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012

httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoessaude_brasil_2011pdf (acessado em

05Maio2015)

23 Yazaki LM Resenha de estatiacutesticas vitais do Estado de Satildeo Paulo SP Demograacutefico

2013 13(2)

24 Viellas EF Domingues RMSM Dias MAB Gama SGN Theme Filha MM Costa

JV et al Assistecircncia preacute-natal no Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica 2014 30 Suppl1S85-

100 Disponiacutevel em httpdxdoiorg1015900102-311X00126013 (acessado em

06Maio2015)

25 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE Censo Demograacutefico

resultados do universo Taxa de analfabetismo da populaccedilatildeo de 15 anos e mais e

esgoto sanitaacuterio ndash Niacutevel de atendimento no Estado de Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Seade

61

Dados de 2010 extraiacutedos do Banco Multidimensional de Estatiacutesticas ndash BME IBGE

em 6 de agosto de 2012 Disponiacutevel em

httpprodutosseadegovbrprodutosimpindexphppage=tabela (acessado em

01Jun2015)

26 Domingues RMSM Hartz ZMA Dias MAB Leal MC Avaliaccedilatildeo da adequaccedilatildeo da

assistecircncia preacute-natal na rede SUS do Municiacutepio do Rio de Janeiro Brasil Cad

Sauacutede Puacuteblica 2012 28(3)425-37

27 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Preacute-natal e puerpeacuterio atenccedilatildeo

qualificada e humanizada - manual teacutecnico Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2005

28 National Institute for Health and Clinical Excellence Antenatal care NICE quality

standard [QS22] London NICE 2012

29 Wehby GL Murray JC Castilla EE Lopez-Camelo JS Ohsfeldt RL Prenatal care

effectiveness and utilization in Brazil Health Policy Plan 2009 24(3)175-88

30 Chacham AS Maia MB Camargo MB Autonomia gecircnero e gravidez na

adolescecircncia uma anaacutelise comparativa da experiecircncia de adolescentes e mulheres

jovens provenientes de camadas meacutedias e populares em Belo Horizonte R Bras

Est Pop 2012 29(2)389-407 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrpdfrbepopv29n2a10v29n2pdf (acessado em 01Jun2015)

31 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE Siacutentese de indicadores

sociais uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro

IBGE 2014 (Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica n

34)

32 Velleman Y Mason E Graham W Benova L Chopra M Campbell OMR et al

From joint thinking to joint action a call to action on improving water sanitation

62

and hygiene for maternal and newborn health PLoS Med 2014 11(12) Disponiacutevel

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33 World Health Organization United Nationsrsquo Childrenrsquos Fund Water sanitation and

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34 Say L Chou D Gemmill A Tunccedilalp O Moller A-B Daniels J et al Global causes

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Disponiacutevel em httpdxdoiorg101016S2214-109X(14)70227-X (acessado em

16Maio2015)

35 Souza JP Tunccedilalp Ouml Vogel JP Bohren M Widmer M Oladapo OT et al Obstetric

transition the pathway towards ending preventable maternal deaths BJOG 2014

121 Suppl1S1-4 Disponiacutevel em httpdoi1011111471-052812735 (acessado

em 08Maio2015)

36 Collins JW Simon DM Jackson TA David RJ Advancing maternal age and infant

birth weight among urban African-Americans the effect of neighborhood poverty

Ethn Dis 2006 16180-6

37 Rajaratnam J Burke J OrsquoCampo P Maternal and child health and neighborhood

context the selection and construction of area-level variables Health Place 2006

12(4)547-56

38 Daoud N OrsquoCampo P Minh A Urquia ML Dzakpasu S Heaman M et al Patterns

of social inequalities across pregnancy and birth outcomes a comparison of

individual and neighborhood socioeconomic measures BMC Pregnancy and

Childbirth 2014 14393 Disponiacutevel em httpdoi101186s12884-014-0393-z

63

Tabela 1 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo

indicadores de sauacutede materna e perinatal em 2011

Variaacutevel n

Razatildeo de mortalidade materna (por 100000 NV)

00 12 63

01 ndash 699 3 16

ge 70 4 21

Porcentagem de partos cesaacutereos

lt 600 5 26

ge 600 14 74

Porcentagem de baixo peso ao nascer

lt 100 14 74

ge 100 5 26

Taxa de mortalidade perinatal (por 1000 NV ou NM)

lt 100 5 26

100 ndash 199 14 74

Taxa de mortalidade neonatal precoce (por 1000 NV)

lt 50 8 42

50 ndash 99 9 47

ge 10 2 11

Fontes DATASUS (MS) e Fundaccedilatildeo Seade

64

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo absoluta e percentual dos 19 municiacutepios da RMC segundo caracteriacutesticas

sociodemograacuteficas em 2011

Variaacutevel n

Taxa de analfabetismo () ndash Meacutedia = 52 [DP = 16]

lt 50 9 47

ge 50 10 53

Porcentagem de chefe de famiacutelia com renda le 1 SM - Meacutedia 241 [DP = 48]

lt 250 11 58

ge 250 8 42

Porcentagem matildees sem parceiro ndash Meacutedia 509 [DP = 61]

lt 500 7 37

ge 500 12 63

Porcentagem da populaccedilatildeo com chefia feminina ndash Meacutedia = 208 [DP=24]

lt 200 8 42

200 ndash 299 11 58

Porcentagem com esgoto sanitaacuterio ndash Meacutedia = 866 [DP = 170]

lt 900 6 32

ge 900 13 68

Porcentagem de matildees de 10 a 19 anos - Meacutedia = 142 [DP = 29]

lt 150 12 63

ge 150 7 37

Nuacutemero de nascidos vivos ndash Mediana = 907 [min=151 maacutex=14768]

lt 500 3 16

500 ndash 999 7 37

1000 ndash 1499 3 16

ge 1500 6 32

Porcentagem de matildees com ateacute 6 consultas PN ndash Meacutedia 178 [DP=60]

lt 200 14 74

ge 200 5 26

Porcentagem RN lt 37 semanas ndash Meacutedia = 101 [DP = 14]

lt 100 10 53

ge 100 9 47

Porcentagem RN com Apgar 5ordm min lt 8 ndash Meacutedia = 14 [DP = 05]

lt 20 16 84

ge 20 3 16

Fontes DATASUS (MS) Fundaccedilatildeo Seade e IBGE

65

Tabela 3 Correlaccedilatildeo entre indicadores de sauacutede materna e perinatal e caracteriacutesticas socioeconocircmicas em 2011 na RMC

Matildees de 10 a

19 anos

Matildees

escolaridade lt

8 anos

Taxa de

analfabetismo

Chefe de

famiacutelia com

renda le 1

salaacuterio miacutenimo

Populaccedilatildeo

com chefia

feminina 15 a

49 anos

Renda meacutedia

domiciliar

per capita

(R$)

IDHM

r p r p r p r p r p r p r p

Matildees com ateacute 6 consultas

Preacute natal 064 0003 054 0016 077 lt0001 082 lt0001 024 0330 -064 0003 -07 0001

Cesaacutereas -067 0002 -044 0062 -065 0003 -09 lt0001 -046 0050 069 0001 075 lt0001

Taxa de mortalidade

perinatal (por 1000 NV ou NM)

060 0007 035 0145 064 0003 049 0033 003 0894 -046 0047 -055 0015

Taxa de mortalidade

neonatal precoce (por 1000 NV)

050 0029 046 0045 047 0043 009 0719 -007 0788 -020 0419 -034 0155

Taxa de Prematuridade 051 0025 070 0001 050 0028 015 0538 013 0604 -010 0695 -034 0156

Porcentagem de RN com

baixo peso ao nascer (lt 2500g)

056 0013 053 0021 057 0011 044 0062 030 0213 -025 0304 -037 0115

Coeficente de correlaccedilatildeo de Pearson p valor

Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os indicadores socioeconocircmicos e a RMM

66

Figura 1 - Indicadores de sauacutede materna e perinatal na RMC

67

Figura 2 - Indicadores socioeconocircmicos e demograacuteficos selecionados na RMC em 2011

68

Confirmaccedilatildeo da submissatildeo do artigo 2

De cadernosfiocruzbr

Enviada Domingo 5 de Julho de 2015 2003

Para fchristoforouolcombr

Assunto Novo artigo (CSP_107915)

Prezado(a) Dr(a) Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo

Confirmamos a submissatildeo do seu artigo PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA

AO PARTO DA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

(CSP_107915) para Cadernos de Sauacutede Puacuteblica Agora seraacute possiacutevel acompanhar o

progresso de seu manuscrito dentro do processo editorial bastando clicar no link Sistema

de Avaliaccedilatildeo e Gerenciamento de Artigos localizado em nossa paacutegina

httpwwwenspfiocruzbrcsp

Em caso de duacutevidas envie suas questotildees atraveacutes do nosso sistema utilizando sempre o ID

do manuscrito informado acima Agradecemos por considerar nossa revista para a submissatildeo

de seu trabalho

Atenciosamente

Profordf Marilia Saacute Carvalho

Profordf Claudia Travassos

Profordf Claudia Medina Coeli

Editoras

69

ARTIGO 2

PRAacuteTICAS ROTINEIRAS NA ASSISTEcircNCIA AO PARTO DA REGIAtildeO

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROUTINE PRACTICES DURING DELIVERIES AT THE METROPOLITAN

REGION OF CAMPINAS BRAZIL

PRAacuteCTICAS RUTINARIAS EN APOYO DE ENTREGA DE REGIOacuteN

METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

ROTINAS NO PARTO NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINAS BRASIL

F Christoacuteforo12

C Lavras3

E Amaral4

1 DoutorandaDepartamento de TocoginecologiaFCMUnicamp CampinasSP Brasil

2 EnfermeiraNuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

3 Coordenadora do Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasUnicamp CampinasSP Brasil

4 Professora Titular de Obstetriacutecia Departamento de TocoginecologiaFCMUnicamp

CampinasSP Brasil

Submetido aos Cadernos de Sauacutede Puacuteblica ndash Medicina III (Qualis B2)

70

RESUMO

OBJETIVO Descrever praacuteticas rotineiras no parto em maternidades puacuteblicas da regiatildeo

metropolitana de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudo descritivo de 16 serviccedilos

obsteacutetricos usando o Instrumento de avaliaccedilatildeo de boas praacuteticas no parto (Ministeacuterio da

Sauacutede) e um questionaacuterio complementar respondido pelos gestores locais de agosto-

outubro2014 RESULTADOS Treze hospitais utilizavam partograma 10 utilizavam

ocitocina no trabalho de parto nove executavam episiotomia e 14 realizavam manejo ativo

do 3o periacuteodo A maioria realizava induccedilatildeo em gestaccedilatildeo prolongada e ruptura prematura de

membranas e 15 tinham protocolos para hipertensatildeo grave e profilaxia de Streptococcus do

grupo B Cinco natildeo utilizavam antibioacutetico nas cesaacutereas produtos hemoteraacutepicos eram

indisponiacuteveis em quatro hospitais e oito natildeo poderiam cuidar de pacientes criticos

CONCLUSOtildeES Praacuteticas recomendadas estavam disponiacuteveis na maioria dos hospitais mas

algumas rotinas eram excessivas e outras precisavam ser aprimoradas

Palavras chave obstetriacutecia parto tocologia

71

ABSTRACT

OBJECTIVE To describe routine practices for childbirth at public obstetric services in the

metropolitan region of Campinas (RMC) METHOD Descriptive study applied to 16

obstetric services using the Assessment Tool for Good Practices during Childbirth

(Ministry of Health) and a complementary questionnaire answered by institutional managers

at RMC from August-October2014 RESULTS Thirteen hospitals used partograph 10

used the oxytocin during labor nine performed episiotomy and 14 held the active

management of the third period Most institutions induced prolonged gestation and premature

rupture of membranes at term and 15 followed guidelines on severe hypertension and

Streptococcus group B prophylaxis Five hospitals did not use antibiotics for C-sections

blood products were unavailable in four hospitals and eight could not care for critical patients

CONCLUSIONS Good practices were available in most hospitals some routines were

excessive and others need improvement

72

RESUMEN

OBJETIVO Describir las rutinas del parto en hospitales puacuteblicos de la regioacuten metropolitana

de Campinas (RMC) MEacuteTODO Estudio descriptivo en 16 servicios obsteacutetricos utilizando

Herramienta de evaluacioacuten de buenas praacutecticas en el parto (Ministerio de Salud) y

cuestionario complementario contestado por administradores de agosto-octubre2014

RESULTADOS Trece hospitales utilizaron partograma 10 utilizaron oxitocina durante el

trabajo nueve realizaron episiotomiacutea y 14 hicieron el manejo activo de la 3a etapa La

mayoriacutea realizaba induccioacuten de gestacioacuten prolongada y ruptura prematura de membranas y

15 teniacutean protocolos de hipertensioacuten severa y Streptococcus del grupo B Cinco no utilizaron

la antibioacutetica en las cesaacutereas Los productos sanguiacuteneos eran indisponib les en cuatro

hospitales y ocho no podiacutean atender a pacientes criacuteticos CONCLUSIONES Las mejores

praacutecticas estaban disponibles en mayoriacutea de los hospitales pero algunas eran excesivas y

otras necesitaban ser mejoradas

73

INTRODUCcedilAtildeO

As uacuteltimas deacutecadas testemunharam uma expansatildeo no desenvolvimento e uso de

praacuteticas com o objetivo de melhorar os resultados para matildees e bebecircs no trabalho de parto

institucional No Brasil a cada ano ocorrem aproximadamente 3 milhotildees de nascimentos

98 destes em estabelecimentos hospitalares puacuteblicos ou privados1 O modelo vigente de

atenccedilatildeo obsteacutetrica utiliza intervenccedilotildees como episiotomia amniotomia uso de ocitocina e

cesaacuterea habitualmente recomendadas em situaccedilotildees de necessidade que tecircm sido utilizadas

de forma bastante liberal2 Existem enormes variaccedilotildees em niacutevel mundial quanto ao local

niacutevel de cuidados sofisticaccedilatildeo dos serviccedilos disponiacuteveis e tipo de provedor para o parto

normal A adoccedilatildeo acriacutetica de intervenccedilotildees natildeo efetivas de risco ou desnecessaacuterias

compromete a qualidade dos serviccedilos oferecidos

Em 1996 a WHO estabeleceu uma definiccedilatildeo de trabalho de parto normal e

estabeleceu normas de boas praacuteticas para a conduccedilatildeo do trabalho de parto sem complicaccedilotildees

com intervenccedilotildees recomendadas e outras que deveriam ser evitadas3 Em 2006 a WHO

publicou o guia para a praacutetica essencial na gravidez parto poacutes-parto e ao receacutem-nascido

fornecendo recomendaccedilotildees baseadas em evidecircncias para orientar os profissionais de sauacutede

Neste documento as recomendaccedilotildees satildeo geneacutericas sobre a caracteriacutesticas de sauacutede da

populaccedilatildeo e sobre os sistemas de sauacutede (a configuraccedilatildeo capacidade e organizaccedilatildeo dos

serviccedilos recursos e pessoal)4

Mais recentemente em 2014 o Coleacutegio Real de Obstetriacutecia e Ginecologia do Reino

Unido (RCOG) atualizou as diretrizes cliacutenicas de cuidado intraparto com base na evoluccedilatildeo

do seu Sistema Nacional de Sauacutede e na disponibilidade de novas evidecircncias Estatildeo incluiacutedas

as recomendaccedilotildees para o atendimento de mulheres que iniciam o trabalho como baixo

risco mas que passam a desenvolver complicaccedilotildees5 Neste mesmo ano o Coleacutegio Real

74

Australiano e Neozelandecircs de Obstetriacutecia e Ginecologia (RANZCOG) publicou 11

recomendaccedilotildees sobre a prestaccedilatildeo de cuidados rotineiros intraparto na ausecircncia de

complicaccedilotildees na gravidez Elas abordam os requisitos para admissatildeo de mulheres para o

parto os cuidados rotineiros durante o trabalho de parto e parto6 Mais recentemente em

fevereiro de 2015 o Coleacutegio Americano de Obstetriacutecia e Ginecologia (ACOG) elaborou

diretrizes de acordo com o niacutevel de cuidados maternos para uso na melhoria da qualidade e

promoccedilatildeo da sauacutede7

As sociedades de especialistas recomendam envolver as mulheres nas decisotildees

relacionadas ao local do parto informando os tipos de provedores de cuidado as limitaccedilotildees

de cada serviccedilo em caso de complicaccedilotildees considerando a necessidade de transferecircncias e os

procedimentos indicados em cada estaacutegio do parto baseados em evidecircncias

No Brasil em 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de Parto Aborto e

Puerpeacuterio revisando a literatura pertinente para recomendar as intervenccedilotildees eficazes no

trabalho de parto garantindo qualidade com humanizaccedilatildeo do atendimento agrave gestante e

puerpeacutera Neste documento orienta o uso de praacuteticas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas8

Em 2014 novas orientaccedilotildees foram publicadas visando a organizaccedilatildeo das portas de entradas

dos serviccedilos de urgecircncia obsteacutetrica para garantir acesso com qualidade agraves mulheres e assim

impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal9

Para garantir a qualidade da assistecircncia oferecida nos serviccedilos eacute preciso enfocar as

condiccedilotildees fiacutesicas e insumos mas tambeacutem a manutenccedilatildeo e promoccedilatildeo da competecircncia dos

profissionais10 A isso soma-se manter mecanismos de monitoramento das praacuteticas cliacutenicas

para avaliar se estatildeo em conformidade com padrotildees de conduta e os resultados decorrentes

desta praacutetica A utilizaccedilatildeo de diretrizes cliacutenicas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas tem sido

apontada como uma ferramenta importante nesta direccedilatildeo Entretanto a identificaccedilatildeo de

75

estrateacutegias efetivas para disponibilizaccedilatildeo e cumprimento de tais diretrizes eacute um desafio para

os gestores dos serviccedilos Mesmo estando acessiacuteveis podem ser necessaacuterias ferramentas de

suporte agrave tomada de decisotildees cliacutenicas eficientes e seguras por profissionais com

conhecimento e habilidades atualizados11 Finalmente o oferecimento de uma assistecircncia

qualificada exige garantir a integraccedilatildeo dos diferentes niacuteveis do sistema que oferece atenccedilatildeo

compondo a linha de cuidado da gestante

Conhecer a rotina da assistecircncia ao parto nas instituiccedilotildees e as dificuldades percebidas

pelos gestores do cuidado em uma regiatildeo com suposta disponibilidade de infraestrutura

material recursos humanos qualificados e bem traccedilada linha de cuidados como seria a

Regiatildeo Metropolitana de Campinas ndash RMC pode contribuir para qualificar a atenccedilatildeo intra-

hospitalar nas aacutereas metropolitanas Este estudo tem como objetivo descrever as rotinas do

cuidado nos partos segundo gestores meacutedicos ou enfermeiros dos 17 serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

MEacuteTODO

Trata-se de um estudo descritivo sobre a rotina de atendimento em serviccedilos

obsteacutetricos puacuteblicos Foram elegiacuteveis os estabelecimentos de sauacutede dos 19 municiacutepios da

RMC que realizavam partos em 2011 financiados pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

(hospitais puacuteblicos ou leitos contratados) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Sauacutede (CNES) Destes quatro natildeo tinham hospital e os outros contavam com uma uacutenica

maternidade exceto o municiacutepio-sede Campinas com trecircs hospitais dois deles com parte

dos leitos financiados pelo SUS Um desses hospitais com leitos contratados pelo SUS

recusou-se a participar Assim apresentam-se dados de 16 instituiccedilotildees

76

Foram aplicados dois instrumentos respondidos pelos meacutedicos ou enfermeiros

gestores dos serviccedilos obsteacutetricos da RMC Estes questionaacuterios foram apresentados numa

visita realizada por uma das pesquisadoras em data preacute-agendada O primeiro foi o

ldquoInstrumento de avaliaccedilatildeo de implantaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-

nascido no partordquo do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) cujas respostas satildeo dadas em escala Likert

(sempre realizada ndash mais de 90 das vezes frequentemente realizada ndash de 60-90 das vezes

realizada agraves vezes ndash de 20-60 das vezes raramente realizada ndash menos de 20 das vezes

nunca realizada ndash proacuteximo de 0 natildeo sei responder)

O segundo instrumento foi elaborado para o estudo no qual foram abordadas a

utilizaccedilatildeo de protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto

disponibilidade de diretrizes cliacutenicas (protocolos para as principais complicaccedilotildees - preacute-

eclacircmpsia eclacircmpsia hemorragia manejo ativo do 3ordm periacuteodo rastreamento de siacutefilis e de

HIVAIDS e infecccedilatildeo poacutes-parto) dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos medicamentos

hemoderivados transporte comunicaccedilatildeo com serviccedilos de referecircncia e monitorizaccedilatildeo e

tratamento de pacientes graves aleacutem da disponibilidade de obstetra treinado banco de

sangue e anestesista em caso de cesaacutereas de urgecircncia focando na qualidade da atenccedilatildeo

obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato1112 Complementaram as informaccedilotildees dados

extraiacutedos do Ministeacuterio da Sauacutede especificamente do CNES (total de leitos SUS e leitos

obsteacutetricos cadastrados em 2011)13

Os dados coletados foram digitados no programa Excel e a anaacutelise foi realizada no

programa SPSS versatildeo 20 A anaacutelise descritiva compreendeu a distribuiccedilatildeo de frequecircncia

relativa das variaacuteveis estudadas

77

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Unicamp (parecer nordm

453588 de 08112013) Foram solicitados consentimentos informados dos diretores de cada

instituiccedilatildeo e dos gestores dos serviccedilos obsteacutetricos

RESULTADOS

A RMC conta com 30 serviccedilos de sauacutede que atendem ao parto Desses 13 satildeo

privados exclusivos 10 satildeo privados conveniados com o SUS (leitos puacuteblicos considerados

hospitais mistos) e 07 satildeo puacuteblicos Participaram do estudo sete serviccedilos puacuteblicos e nove

serviccedilos mistos que correspondem a 548 dos 649 leitos obsteacutetricos disponiacuteveis Os 16

hospitais participantes estavam distribuiacutedos em 15 municiacutepios da RMC quatro deles natildeo tem

maternidade (Artur Nogueira Engenheiro Coelho Holambra e Santo Antocircnio de Posse) ndash

quadro 1

Observou-se que os gestores dos Centros Obsteacutetricos (CO) eram meacutedicos

ginecologistasobstetras com exceccedilatildeo para uma enfermeira Doze deles tinham no miacutenimo

especializaccedilatildeo nessa aacuterea com idades variando de 32 a 62 anos (mediana = 41 anos)

Trabalhavam entre 6 e 35 anos (mediana = 14 anos) em Obstetriacutecia estando de um ateacute 26

anos na instituiccedilatildeo (mediana = sete anos) na funccedilatildeo de chefia entre um mecircs a 10 anos

(mediana = 02 anos) - tabela1

As diretrizes relativas ao cuidado obsteacutetrico foram relatadas como disponiacuteveis na

maioria dos serviccedilos Todas as maternidades realizavam triagem para siacutefilis e HIV Seguia-

se a orientaccedilatildeo de literatura com induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada em trecircs quartos

das maternidades 13 delas realizavam a induccedilatildeo em ruptura prematura de membrana a termo

e estava disponiacutevel protocolo para orientar condutas na hipertensatildeo severa em 15

maternidades A praacutetica rotineira de manejo ativo de 3ordm periacuteodo foi relatada por 14 serviccedilos

78

A antibioticoprofilaxia da infecccedilatildeo neonatal para Estreptococo do grupo B ocorria em 15

instituiccedilotildees mas o uso de antibioacuteticos nas cesaacutereas natildeo era praacutetica rotineira em cinco

maternidades - tabela 2

Um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

metade dessas puacuteblicas Duas maternidades mistas relataram dificuldades com transporte

Havia disponibilidade de medicamentos e de suprimentos mas metade delas referia

dificuldade para cuidar de pacientes graves sendo cinco de oito maternidades mistas ndash tabela

3

O acolhimento com classificaccedilatildeo de risco era realizado frequentemente (ge 60 das

vezes) em 10 delas Em 13 delas a utilizaccedilatildeo de partograma era frequente A presenccedila de

acompanhante no trabalho de parto foi relatada frequentemente em apenas nove delas poreacutem

isso ocorria em 14 das 16 maternidades no momento do parto O uso de ocitocina para

conduccedilatildeo do trabalho de parto era frequente em 10 instituiccedilotildees e a episiotomia era realizada

frequentemente em nove mas a compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo soacute foi

relatada como frequente em duas maternidades A presenccedila de profissional capacitado para

assistecircncia ao receacutem-nascido e o estiacutemulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

aconteciam frequentemente em 15 maternidades ndash tabela 4

DISCUSSAtildeO

Muitas das praacuteticas de sauacutede qualificadas para trabalho de parto e parto (induccedilatildeo de

ruptura prematura de membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo

para Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto e parto) seguindo

recomendaccedilotildees da literatura e guias cliacutenicas estavam disponiacuteveis em quase todos os hospitais

da RMC No entanto algumas rotinas observadas pareciam excessivas (conduccedilatildeo e

79

episiotomia) e outras precisariam ser melhoradas (uso de antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas

disponibilidade de sangue e cuidado em estado criacutetico de cuidado) Os resultados destacam

a importacircncia de revisatildeo contiacutenua das rotinas hospitalares na atenccedilatildeo ao parto mesmo em

uma regiatildeo com muitos recursos materiais e humanos e faacutecil acesso agraves oportunidades de

educaccedilatildeo continuada Buscou-se conhecer as potencialidades e aacutereas para melhoria visando

compatibilizar os indicadores de processo do cuidado com a cobertura quase universal da

atenccedilatildeo preacute-natal e em particular dos partos no ambiente hospitalar14

Mais da metade dos leitos disponiacuteveis para a atenccedilatildeo obsteacutetrica eacute conveniada ao SUS

na RMC o que se assemelha agrave situaccedilatildeo encontrada por Bittencourt e colaboradores em

maternidades do Brasil15 Os resultados encontrados neste estudo refletem o cuidado no parto

para leitos SUS ou conveniados mas natildeo reflete a atenccedilatildeo nos convecircnios de sauacutede ou no

sistema privado Sabe-se que entre as mulheres atendidas neste uacuteltimo a taxa de cesariana eacute

de 88 o que por si soacute demonstra haver uso excessivo de intervenccedilotildees16 Portanto

enfocamos aqui a atenccedilatildeo puacuteblica ao parto na RMC

Uma importante estrateacutegia para qualificar a atenccedilatildeo eacute utilizar diretrizes cliacutenicas

baseadas em evidecircncias cientiacuteficas Mas o sucesso da sua implantaccedilatildeo depende de um esforccedilo

organizado dos serviccedilos seus profissionais e dos gestores do sistema de sauacutede10 A maioria

dos gestores das maternidades entrevistados tinha especializaccedilatildeo na sua aacuterea de atuaccedilatildeo o

que supotildee um bom preparo teacutecnico Mas a qualidade da assistecircncia depende entre outras

coisas da sua atuaccedilatildeo supervisionando e aprimorando todas as fases do cuidado A cultura

de avaliaccedilatildeo de processos assistenciais natildeo estaacute disseminada no Brasil nem os profissiona is

gestores estatildeo preparados para tal funccedilatildeo

No Brasil mais da metade das mortes maternas e neonatais ocorrem durante a

internaccedilatildeo para o parto e podem estar associadas agrave inexistecircncia de leitos ou de um sistema de

80

referecircncia operante que obriga mulheres a perambular em busca de vagas ou decorrente do

encaminhamento tardio de mulheres com intercorrecircncias para hospitais de maior

complexidade14 O Ministeacuterio da Sauacutede publicou o Manual de acolhimento e classificaccedilatildeo de

risco em Obstetriacutecia que tem como propoacutesito a pronta identificaccedilatildeo da paciente criacutetica ou

mais grave com base nas evidecircncias cientiacuteficas existentes Pretende-se com sua utilizaccedilatildeo

evitar a peregrinaccedilatildeo de mulheres nos serviccedilos de atenccedilatildeo obsteacutetrica as demoras que

resultam em desfechos desfavoraacuteveis e viabilizar o atendimento qualificado e resolutivo em

tempo adequado9 Na RMC o acolhimento com classificaccedilatildeo de risco foi referido por

gestores de 10 maternidades e a peregrinaccedilatildeo natildeo parece ser um problema relevante a

impactar os indicadores maternos e neonatais

Evidecircncias atuais natildeo demonstram que o uso rotineiro do partograma contribui para

reduccedilatildeo da mortalidade materna e perinatal mas podem oferecer apoio agraves auditorias

posteriores1117 No Brasil seu uso rotineiro eacute considerado boa praacutetica38 e 13 maternidades

utilizavam o partograma mais de 60 das vezes

Em nove maternidades da RMC relatou-se a presenccedila de acompanhante no trabalho

de parto enquanto 14 informaram que estava presente em mais de 60 das vezes As

justificativas para a baixa adesatildeo dos acompanhantes no trabalho de parto referem-se agraves

acomodaccedilotildees inadequadas coletivas Alega-se que sua presenccedila poderia constranger as

demais parturientes Em uma publicaccedilatildeo de abrangecircncia nacional cerca de um quarto das

mulheres natildeo teve acompanhante e menos de um quinto teve acompanhamento contiacutenuo

Preditores independentes de natildeo ter ou ter acompanhante em parte do tempo foram menor

renda e escolaridade cor parda parto no setor puacuteblico multiparidade e parto vaginal18 A

presenccedila de acompanhante eacute uma demanda legal no Brasil e pode ser considerada um

marcador de seguranccedila e qualidade do atendimento1819

81

Em revisatildeo sistemaacutetica da colaboraccedilatildeo Cochrane os autores concluem que o apoio

contiacutenuo durante o trabalho de parto tem benefiacutecios clinicamente significativos e nenhum

prejuiacutezo conhecido20 Estes resultados apoiam a praacutetica e sua adoccedilatildeo exige mudanccedilas na

estrutura fiacutesica e nos processos de trabalho nas maternidades19 Neste estudo um pouco mais

da metade das maternidades relataram permissatildeo para acompanhante no trabalho de parto e

no parto Quase todas permitiam acompanhamento no parto e o parceiro foi o acompanhante

mais frequente Natildeo se pode afirmar se a ausecircncia de acompanhante em 100 dos partos seja

decorrente das restriccedilotildees da instituiccedilatildeo ou da dificuldade do acompanhante para estar

disponiacutevel na ocasiatildeo Cabe aos gestores melhorar este indicador e parece haver possibilidade

de melhoria nos serviccedilos SUS da RMC

Benefiacutecios da ocitocina incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de

parto distoacutecico com riscos que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina

intoxicaccedilatildeo por aacutegua e embora rara ruptura uterina No entanto protocolos ideais para sua

utilizaccedilatildeo natildeo satildeo identificados21 Haacute dificuldade em se determinar o que seria boa praacutetica

quanto e em que situaccedilotildees seria realmente necessaacuterio seu uso para corrigir a contratilidade

uterina

Uma metanaacutelise concluiu que a ocitocina para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto

foi associada a aumento do parto vaginal espontacircneo22 Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que

altas doses de ocitocina foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e

cesaacuterea e um aumento no parto vaginal espontacircneo23 Na RMC 10 das 16 maternidades

referiram utilizar ocitocina para a conduccedilatildeo do trabalho de parto em mais de 60 das vezes

Leal e colaboradores num estudo brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas

praacuteticas no parto identificaram que a infusatildeo de ocitocina e a amniotomia ocorreram em

cerca de 40 das mulheres de risco habitual (baixo) sendo mais frequentemente utilizada no

82

setor puacuteblico em mulheres com baixa escolaridade2 Mas natildeo se pode afirmar a verdadeira

indicaccedilatildeo do seu uso nos dois trabalhos

Revisatildeo sistemaacutetica que incluiu sete ensaios cliacutenicos com 5390 mulheres mostrou

que houve menos partos por cesariana e trabalhos de parto mais curtos (menos de 12 horas)

entre mulheres que receberam manejo ativo do parto sem diferenccedila nas complicaccedilotildees para

matildees ou bebecircs Os autores concluem que sua praacutetica estaacute associada a pequenas reduccedilotildees na

taxa de cesaacuterea apesar de ser altamente prescritivo24 Esta praacutetica inclui amniotomia

rotineira regras riacutegidas para diagnoacutestico de progresso lento do trabalho de parto uso da

ocitocina e cuidados individualizados Talvez alguns componentes sejam mais eficazes do

que outros

Atualmente o uso desnecessaacuterio de intervenccedilotildees alterando o processo natural do

parto em parturientes de baixo risco sem a concordacircncia da mulher eacute tratado como um abuso

a ser evitado25 No Estado de Satildeo Paulo a Lei nordm 15759 de 25 de marccedilo de 2015 define que

a ocitocina a fim de acelerar o trabalho de parto enemas os esforccedilos de puxo prolongados

durante o expulsivo a amniotomia e a episiotomia devem ser utilizadas com indicaccedilatildeo

precisa Diz que qualquer destas praacuteticas ldquoseraacute objeto de justificaccedilatildeo por escrito firmado pelo

chefe da equipe responsaacutevel pelo parto assim como a adoccedilatildeo de qualquer dos procedimentos

que os protocolos mencionados nesta lei classifiquem como desnecessaacuterios ou prejudiciais agrave

sauacutede da parturiente ou ao nascituro de eficaacutecia carente de evidecircncia cientiacutefica e suscetiacuteve is

de causar dano quando aplicados de forma generalizada ou rotineirardquo26

Treze maternidades da RMC praticavam rotineiramente a induccedilatildeo de trabalho de

parto em ruptura prematura de membranas a termo (RPMT) Resultados de ensaio controlado

randomizado comparando induccedilatildeo com ocitocina com prostaglandina conduta expectante e

induccedilatildeo com ocitocina ou prostaglandina na RPMT natildeo encontrou diferenccedilas significat ivas

83

nas taxas de infecccedilatildeo neonatal e de cesaacuterea mas o custo da induccedilatildeo com ocitocina foi

menor27 Neste estudo sendo relatado natildeo foi questionado o meacutetodo de induccedilatildeo oferecid o

pelas maternidades O Ministeacuterio da Sauacutede respalda a induccedilatildeo e afirma que a escolha do

meacutetodo dependeraacute do estado de amadurecimento cervical28 Entidades de especialidade

tambeacutem recomendam a induccedilatildeo293031

A divulgaccedilatildeo dos resultados dos ensaios cliacutenicos controlados e a revisatildeo sistemaacutetica

sobre episiotomia tecircm acarretado significativo decliacutenio no seu uso rotineiro em todo o

mundo32 Taxas de episiotomia de 54 foram encontradas no Brasil2 Na RMC em nove

maternidades a episiotomia eacute realizada na maioria dos casos O uso seletivo estaacute associado

com menos trauma perineal posterior menos sutura e menos complicaccedilotildees e nenhuma

diferenccedila para medidas de dor e trauma vaginal ou perineal grave113233 No entanto haacute um

aumento do risco de trauma perineal anterior33 A orientaccedilatildeo atual eacute realizar se houver

necessidade cliacutenica como um parto instrumental ou suspeita de comprometimento fetal11

Um achado preocupante eacute ter 14 maternidades da RMC informando praticar a

compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo Os riscos relatados com o uso da manobra

de Kristeller incluem a ruptura uterina lesatildeo do esfiacutencter anal fraturas em receacutem-nascidos

ou dano cerebral e natildeo haacute evidecircncia de benefiacutecios34 A manobra de Kristeller foi utilizada

em 37 das mulheres num estudo de amostragem nacional2 Como sua praacutetica deve ser

proscrita11 temos aqui uma prioridade para educaccedilatildeo continuada dos profissionais

A hemorragia poacutes-parto eacute uma das principais causas de morbidade e mortalidade

materna em todo o mundo35 e as medidas preventivas satildeo recomendadas para todas as

mulheres submetidas ao parto O manejo ativo do 3ordm periacuteodo para a prevenccedilatildeo da hemorragia

poacutes-parto compreendia a administraccedilatildeo profilaacutetica de um agente uterotocircnico logo apoacutes o

nascimento clampeamento e traccedilatildeo controlada do cordatildeo ateacute o desprendimento da placenta

84

e massagem uterina3637 Sabe-se hoje que o uso rotineiro da traccedilatildeo controlada do cordatildeo

pelo risco potencial de inversatildeo uterina deve ser omitido das manobras36 Dada agrave sua

eficaacutecia o manejo ativo do 3ordm periacuteodo eacute recomendado37 Na RMC 14 maternidades o

praticam rotineiramente

Como no Brasil a hemorragia eacute uma das principais causas de morte materna direta

chama a atenccedilatildeo que um quarto das maternidades relatou dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados sendo metade dessas puacuteblicas38 Esta situaccedilatildeo reflete problemas na

organizaccedilatildeo do atendimento agraves urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas Resultados de estudo

brasileiro sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem near miss materno para avaliar a qualidade de

cuidados obsteacutetricos apontou que houve maior demora na prestaccedilatildeo de serviccedilos devido a

ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a comunicaccedilatildeo entre

os serviccedilos ou centros reguladores39 Bittencourt et al encontraram 75 de disponibilidade

de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos hospitais mistos 69 nos puacuteblicos e 67

nos privados15 Morse e colaboradores em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no

Brasil apontaram entraves para transfusatildeo nos quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto40 Portanto a subutilizaccedilatildeo dos hemoderivados ainda eacute prevalente no

Brasil mesmo em grandes centros urbanos

O Ministeacuterio da Sauacutede tem diretrizes que recomendam o atendimento do receacutem-

nascido (RN) por profissional capacitado pediatra ou neonatologista ou enfermeiro (obstetra

ou neonatal) desde o periacuteodo posterior ao parto ateacute o encaminhamento ao Alojamento

Conjunto ou agrave Unidade Neonatal41 Resultado deste estudo aponta concordacircncia com o

preconizado pois na grande maioria das maternidades da RMC os RN satildeo assistidos por

profissionais capacitados As atitudes tomadas pelos profissionais que prestam cuidados ao

RN logo apoacutes o nascimento satildeo importantes pois podem interferir na aproximaccedilatildeo precoce

85

e no viacutenculo matildee-bebecirc42 Nesta perspectiva eacute imperativo que o profissional seja capacitado

com base em fundamentos cientiacuteficos para o atendimento imediato do RN

As proporccedilotildees de amamentaccedilatildeo na sala de parto satildeo muito baixas em todas as regiotildees

do Brasil (161) sendo menor na Regiatildeo Nordeste (115) Os receacutem-nascidos (RN) de

parto vaginal e em estabelecimentos do SUS apresentaram chance significativamente menor

para o afastamento da matildee apoacutes o parto42 Os conhecimentos dos profissionais e as praacuteticas

instituiacutedas pelos serviccedilos de sauacutede satildeo determinantes importantes do iniacutecio da amamentaccedilatildeo

nos partos hospitalares43 No Brasil indicadores de baixo niacutevel socioeconocircmico e menor

acesso a serviccedilos de sauacutede aumentam chance de natildeo amamentaccedilatildeo na primeira hora44

Embora haja evidecircncias cientiacuteficas para colocar o RN junto ao corpo da matildee para iniciar a

amamentaccedilatildeo logo apoacutes o parto a implementaccedilatildeo dessa praacutetica encontra barreiras sociais e

culturais Na RMC o estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora ocorre mais que 60 das

vezes em 15 maternidades o que eacute uma taxa bastante elevada

Em relaccedilatildeo aos protocolos cliacutenicos na RMC as diretrizes para rastreamento de siacutefilis

e HIVAIDS estavam disponiacuteveis em todos os serviccedilos Este resultado reflete a relevacircncia

destes agravos abordados de forma diferenciada em programas governamentais Nosso

achado difere de um estudo realizado em maternidades no Estado do Rio de Janeiro que

encontrou menor disponibilidade destas diretrizes14 Colonizaccedilatildeo materna com Streptococo

do grupo B (GBS) durante a gravidez aumenta o risco de infecccedilatildeo neonatal por transmissatildeo

vertical e a antibioticoprofilaxia reduz significativamente o risco de sepse neonatal precoce32

Quase a totalidade das maternidades estudadas na RMC (15) utilizavam antibioacuteticos para

Streptococo do grupo B

A grande maioria das maternidades da RMC relatou ter protocolo para a hipertensatildeo

severa em concordacircncia com as recomendaccedilotildees A doenccedila hipertensiva especiacutefica da

86

gravidez que afeta cerca de 5-10 de gestantes eacute o principal contribuinte de morbidade e

mortalidade materna e neonatal em todo o mundo45 No Brasil em 2010 foi responsaacutevel por

197 das mortes maternas38 O Reino Unico tem sua diretriz cliacutenica com recomendaccedilotildees

para o diagnoacutestico e tratamento de distuacuterbios hipertensivos durante a gravidez no preacute-natal

parto e poacutes-natal46 Da mesma forma a Initiativa de Revisatildeo sobre Mortalidade Materna do

Departamento de Sauacutede de Nova York e ACOG identificou o manejo da hipertensatildeo durante

a gravidez como prioridade47 No Brasil as condutas recomendadas estatildeo disponiacuteveis no

Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco28

No mundo desenvolvido as taxas de cesaacuterea estatildeo acima de 3048 No Brasil em

2012 compreendeu 52 dos nascimentos16 Mulheres submetidas agrave cesaacuterea tecircm de cinco a

20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo em comparaccedilatildeo com mulheres que datildeo agrave luz

por via vaginal O efeito beneacutefico da antibioticoprofilaxia na operaccedilatildeo cesariana estaacute bem

estabelecido e reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite e graves complicaccedilotildees

infecciosas de 60 a 7049 Assim tem sido utilizado como indicador de performance50 A

praacutetica rotineira de antibioacuteticos nas cesaacutereas eletivas ocorreu em 11 maternidades da RMC

quando deveria estar ocorrendo em todas

Entretanto a existecircncia de protocolos pessoal e infra-estrutura natildeo garante a

prestaccedilatildeo de cuidado qualificado Eacute necessaacuterio incorporar auditoria cliacutenica agrave rotina das

maternidades para implantar e manter as boas praacuteticas apoiar e introduzir simulaccedilotildees de

manejo das complicaccedilotildees obsteacutetricas recursos eficazes para aprimorar a atuaccedilatildeo

profissional28 O Ministeacuterio da Sauacutede recomenda no Manual de Gestaccedilatildeo de Alto Risco de

2012 a adoccedilatildeo de normas procedimentos fluxos e registros como instrumentos de avaliaccedilatildeo

de qualidade do atendimento28 Oferecer atenccedilatildeo obsteacutetrica qualificada depende da

87

experiecircncia dos profissionais apoiada nas melhores praacuteticas definidas pelas evidecircncias

cientiacuteficas

Se por um lado esta estrateacutegia de entrevistas com gestores traz incertezas quanto agrave

realidade do dia-a-dia das maternidades estudadas pelo vieacutes de cortesia e considerando que

natildeo houve observaccedilatildeo direta das praacuteticas por outro lado garantiu ampla participaccedilatildeo Aleacutem

disso facilitou o compromisso dos gestores com os resultados e accedilotildees posteriores A

discussatildeo das rotinas assistenciais agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas pode propiciar aos

profissionais e gestores a seguranccedila necessaacuteria para abandonar praacuteticas prejudiciais agrave sauacutede

das mulheres e dos receacutem-nascidos Espera-se que os resultados aqui apresentados venham

apoiar o debate sobre o aprimoramento da atenccedilatildeo ao parto na RMC com base em evidecircncias

cientiacuteficas

CONCLUSOtildeES

Os achados deste estudo mostraram que na RMC estavam vigentes vaacuterias praacuteticas

assistenciais qualificadas para assistecircncia ao trabalho de parto e parto em quase todas as

maternidades No entanto ainda haacute algumas rotinas que necessitam aprimoramento como

uso de antibioacutetico em 100 das cesaacutereas acesso a sangue em todas as maternidades e

cuidado em situaccedilatildeo criacutetica Os resultados podem subsidiar o planejamento de medidas

necessaacuterias para melhoria da qualidade da assistecircncia na Regiatildeo Metropolitana de Campinas

88

REFEREcircNCIAS

1 Ministeacuterio da Sauacutede SVS DASIS Sistema de Informaccedilotildees sobre Nascidos Vivos ndash

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96

Quadro 1 Natureza juriacutedica dos hospitais maternidades da RMC segundo cadastro no CNES e total de leitos Obsteacutetricos e

leitos SUS

MUNICIacutePIO HOSPITAL TOTAL

LEITOS

LEITOS

SUS OBS

AMERICANA Hospital Waldemar Tebaldi 27 27 Fundaccedilatildeo Puacuteblica

Outros 4 hospitais 40 0 Privados

CAMPINAS

CAISM 41 41 Estadual

PUCC 44 27 PrivadoConveniado

Maternidade 109 70 PrivadoConveniado

Outros 6 hospitais 110 0 Privados

COSMOacutePOLIS Hospital Beneficente Santa Gertrudes 11 8 PrivadoConveniado

HORTOLAcircNDIA Mario Covas 21 21 Municipal

INDAIATUBA Hospital Augusto de Oliveira Camargo 30 18 PrivadoConveniado

Outro hospital 15 0 Privado

ITATIBA Santa Casa de Itatiba 18 11 PrivadoConveniado

Outro hospital 2 0 PrivadoConveniado

JAGUARIUacuteNA Hospital Municipal Walter Ferrari 18 18 Organizaccedilatildeo Social

Puacuteblica

MONTE MOR Associaccedilatildeo Hospital Beneficente Sagrado Coraccedilatildeo

de Jesus 13 11 PrivadoConveniado

NOVA ODESSA Dr Aciacutelio Carreon Garcia 6 6 Municipal

PAULINIA Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 14 Municipal

PEDREIRA FUNBEPE 10 10 PrivadoConveniado

SANTA BARBARA

DrsquoOESTE Santa Casa de Misericoacuterdia 30 18 PrivadoConveniado

SUMAREacute Hospital Estadual de Sumareacute 35 35 Estadual

VALINHOS

Irmandade da Santa Casa de Valinhos 24 15 PrivadoConveniado

Hospital Galileo 12 6 PrivadoConveniado c

Prefeitura de Vinhedo

VINHEDO Santa Casa de Vinhedo 19 0 Privado

97

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos profissionais entrevistados por municiacutepio e maternidades Regiatildeo Metropolitana de

Campinas Estado de Satildeo Paulo 2014

Municiacutepio Maternidade Anos

Obstetriacutecia Anos Serviccedilo

Anos Resp Obstetriacutecia

Americana Hospital Waldemar Tebaldi 11 7 1

Campinas Maternidade de Campinas 8 10 02

Campinas CAISM UNICAMP 15 12 7

Cosmoacutepolis Hospital Beneficente Santa Gertrudes 24 3 01

Hortolacircndia Hospital Municipal Maternidade Maacuterio Covas 7 2 2

Indaiatuba Hospital Augusto de Oliveira Camargo 32 26 10

Itatiba Santa Casa de Itatiba 35 22 4

Jaguariuacutena Hospital Municipal Walter Ferrari 7 1 03

Monte Mor Hospital Beneficente S Coraccedilatildeo de Jesus 6 2 25

Nova Odessa Hospital Dr Aciacutelio Carreon Garcia 21 1 01

Pauliacutenia Hospital Municipal de Pauliacutenia 14 12 02

Pedreira FUNBEPE 9 5 1

Santa Baacuterbara Santa Casa de M de Santa Baacuterbara DrsquoOeste 14 3 15

Sumareacute Hospital Estadual de Sumareacute 118 118 2

Valinhos Santa Casa de Valinhos 20 18 8

Vinhedo Hospital Galileo 25 7 2

98

Tabela 2 Diretrizes cliacutenicas do cuidado obsteacutetrico segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Triagem e tratamento de siacutefilis na maternidade

Sim 16 1000

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada

Sim 12 750

Praacutetica rotineira de induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas a termo

Sim 13 8125

Protocolo para hipertensatildeo severa

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira do manejo ativo do 3ordm periacuteodo

Sim 14 875

Antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B

Sim 15 9375

Praacutetica rotineira de antibioticoterapia nas cesaacutereas

Natildeo 5 3125

Protocolos e guias orientaccedilatildeo assistecircncia parto normal e cesaacutereas

Sim 12 750

Protocolos e guias para as principais complicaccedilotildees

Sim 12 750

99

Tabela 3 Aspectos de gestatildeo do cuidado segundo responsaacuteveis pelas 16 maternidades da Regiatildeo Metropolitana

de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados

Sim 4 250

Dificuldade com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves

Sim 8 500

Dificuldade com transporte

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de medicamentos

Sim 2 125

Dificuldade na obtenccedilatildeo de suprimentos

Sim 2 125

100

Tabela 4 Avaliaccedilatildeo das boas praacuteticas na atenccedilatildeo agrave mulher e ao receacutem-nascido no parto nas 16 maternidades da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas em 2014

Variaacutevel n

Acolhimento com classificaccedilatildeo de risco

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Utilizaccedilatildeo de partograma

(de 60 a mais de 90 das vezes) 13 8125

Presenccedila de acompanhante no trabalho de parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Presenccedila de acompanhante no parto

(de 60 a mais de 90 das vezes) 14 875

Uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto normal

(de 60 a mais de 90 das vezes) 10 625

Compressatildeo uterina durante o periacuteodo expulsivo do parto

(proacuteximo de 0 a menos de 60 das vezes) 14 875

Episiotomia

(de 60 a mais de 90 das vezes) 9 5625

Estimulo agrave amamentaccedilatildeo na primeira hora de vida

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

Disponibilizaccedilatildeo resultado do teste raacutepido de HIV

(de 60 a mais de 90 das vezes) 16 100

Profissional capacitado para assistecircncia ao receacutem-nascido

(de 60 a mais de 90 das vezes) 15 9375

101

DISCUSSAtildeO GERAL

O impacto das condiccedilotildees socioeconocircmicas e educacionais sobre os indicadores

de sauacutede materna e perinatal satildeo bastante conhecidos (Daoud et al 2014 Benova et al

2014 WHO 2012 Victora et al 2011 Hogan et al 2010) Dados da OMS mostram que

a morte materna eacute mais frequente em paiacuteses com muacuteltiplas desvantagens em relaccedilatildeo

aos paiacuteses mais desenvolvidos A RMM eacute o indicador considerado mais sensiacutevel para

evidenciar as inequidades de acesso e qualidade de atenccedilatildeo Em Angola haacute um risco

de uma mulher morrer em cada 35 partos esta razatildeo eacute 1780 no Brasil 12400 no Chile

113600 na Suiccedila e na Noruega eacute 114900 (WHO 2012)

Os paiacuteses estatildeo mudando gradualmente de um padratildeo de alta mortalidade

materna para baixa mortalidade materna de predomiacutenio de causas obsteacutetricas diretas

para uma proporccedilatildeo crescente de causas indiretas envelhecimento da populaccedilatildeo

materno e movendo-se da histoacuteria natural da gravidez e do parto em direccedilatildeo a

institucionalizaccedilatildeo da assistecircncia agrave maternidade aumento das taxas de intervenccedilatildeo

obsteacutetrica e eventual excesso de medicalizaccedilatildeo Este eacute o fenocircmeno transiccedilatildeo

obsteacutetrica o que tem implicaccedilotildees para as estrateacutegias destinadas a reduzir a mortalidade

materna (Souza et al 2014)

Considerando que os paiacuteses e regiotildees do mundo estatildeo em transiccedilatildeo no sentido

da eliminaccedilatildeo das mortes maternas foram descritos cinco estaacutegios da transiccedilatildeo

obsteacutetrica (Estaacutegios I - V) Paiacuteses regiotildees dentro de paiacuteses e grupos de subpopulaccedilatildeo

podem experimentar diferentes fases do obsteacutetrica transiccedilatildeo requerendo estrateacutegias

102

customizadas para o progresso Promover o desenvolvimento social e equidade em

conjunto com o fortalecimento do sistema de sauacutede e melhorias na qualidade do

atendimento satildeo etapas obrigatoacuterias na busca de um mundo livre das mortes maternas

evitaacuteveis (Souza et al 2014)

Em face da relativa raridade da morte materna em regiotildees de maior

desenvolvimento sua utilizaccedilatildeo para sensibilizar gestores e o puacuteblico em geral sobre as

inequidades em sauacutede torna-se pouco eficaz Como a mortalidade perinatal eacute um

indicador que tambeacutem resume as condiccedilotildees de oferta de preacute-natal parto e cuidados

neonatais iniciais tem-se defendido seu uso para evidenciar a qualidade da assistecircncia

na gestaccedilatildeo e parto juntamente com outros indicadores maternos mais sensiacuteveis (Vogel

et al 2014) Entre estes tem sido preconizado a morbidade materna por um lado e a

taxa de cesaacuterea por outro lado refletindo utilizaccedilatildeo de tecnologias apropriadas na

assistecircncia ao parto (Say et al 2004 Souza et al 2012 Souza et al 2013 WHO 2009

Vogel et al 2015)

A RMC eacute uma regiatildeo de 3500000 habitantes com todos os municiacutepios

apresentando IDH alto ou muito alto Tem uma ampla rede de assistecircncia agrave sauacutede tanto

puacuteblica quanto privada faacutecil acesso rodoviaacuterio com a populaccedilatildeo SUS dependente

variando de 38 a 79 taxa de analfabetismo de 29 a 85 As residecircncias chefiadas

por mulheres tiveram variaccedilatildeo de 165 a 241 Deveria ser um exemplo de equidade

em oferta de serviccedilos qualificados para sauacutede mas tem disparidades que podem

impactar os resultados perinatais e maternos

Os efeitos das desigualdades socioeconocircmicas na sauacutede satildeo dinacircmicos e variam

ao longo do tempo Utilizando dados de 86 paiacuteses de baixa e meacutedia renda o relatoacuterio

ldquoEstado da desigualdade de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da crianccedilardquo

103

apresenta uma seleccedilatildeo de indicadores de sauacutede reprodutiva materna neonatal e da

crianccedila e permite que sejam feitas comparaccedilotildees entre paiacuteses e ao longo do tempo No

geral as desigualdades ocorreram em detrimento das mulheres bebecircs e crianccedilas em

subgrupos populacionais desfavorecidos ou seja os mais pobres os menos educados

e aqueles que residem em aacutereas rurais tiveram menor cobertura intervenccedilatildeo de sauacutede

e piores resultados de sauacutede do que os mais favorecidos (WHO 2015)

Indicadores de sauacutede de intervenccedilatildeo materna demonstraram pronunciadas

desigualdades dentro dos paises As maiores lacunas na cobertura - entre os mais ricos

e os mais pobres as aacutereas mais e menos educadas e urbanas e rurais - foram relatados

para partos assistidos por pessoal de sauacutede qualificado seguido de cobertura de

cuidados preacute-natais (pelo menos quatro visitas) As desigualdades tambeacutem foram

relatadas na cobertura de cuidados preacute-natais (pelo menos uma visita) embora em

menor grau do que os dois acima mencionados (WHO 2015)

Dessa maneira as diferenccedilas entre os municiacutepios podem fornecer informaccedilotildees

uacuteteis sobre as causas dessas desigualdades Um estudo de coorte desenvolvido em

Pelotas (RS) e em Avon (UK) comparou as associaccedilotildees entre as medidas de posiccedilatildeo

socioeconocircmica educaccedilatildeo materna e renda famiacuteliar e os resultados na sauacutede materna

e infantil Uma associaccedilatildeo inversa (maior prevalecircncia entre os mais pobres e menos

instruiacutedos) foi observada por quase todos os desfechos com exceccedilatildeo de cesarianas As

desigualdades mais fortes relacionados agrave renda e as relacionadas com a educaccedilatildeo

sobre a amamentaccedilatildeo foram encontradas em Avon No entanto em Pelotas foram

observadas maiores desigualdades nas taxas de cesariana e naquelas relacionadas com

a educaccedilatildeo impactando o parto prematuro (Matijasevich et al 2012) Resultado

semelhante foi encontrado em nosso estudo As matildees e seus receacutem-nascidos tecircm

104

resultados mais adversos em sauacutede se forem mais pobres e menos educados Esses

resultados demonstram a natureza dinacircmica da associaccedilatildeo entre a posiccedilatildeo

socioeconocircmica e os resultados de sauacutede e pode ajudar na compreensatildeo dos

mecanismos subjacentes a essas desigualdades

O acesso agrave informaccedilatildeo conhecimento e habilidades para resolver problemas

somados agrave rede de apoio e prestiacutegio social satildeo importantes determinantes da sauacutede

materna e perinatal A educaccedilatildeo reflete na posiccedilatildeo socioeconocircmica e nas oportunidades

de trabalho e renda (Braveman et al 2005 Shavers 2007) Estudo realizado com

mulheres egiacutepcias que viviam em agregados familiares dos menores quintis de renda

encontrou que essas mulheres eram menos propensas a receber cuidados qualificados

no preacute-natal e no parto em instalaccedilotildees de sauacutede do que as famiacutelias mais ricas A

magnitude desta associaccedilatildeo foi menor quando medida pelo niacutevel educacional (Benova

et al 2014) Em paiacuteses industrializados a renda estaacute menos frequentemente associada

aos resultados do parto do que a educaccedilatildeo mas em paiacuteses de baixa renda pode ser

diferente (Blumenshine et al 2010 WHO 2011)

A educaccedilatildeo capta diferentes aspectos dos resultados da sauacutede materna e

perinatal em comparaccedilatildeo com o que eacute capturado pela renda familiar (Collins et al 2006

Rajaratnam et al 2006) As maiores diferenccedilas com piores resultados perinatais foram

observadas nos municiacutepios da RMC com os maiores percentuais da populaccedilatildeo com

escolaridade das matildees lt 8 anos e taxas mais altas de analfabetismo Neste estudo a

maior proporccedilatildeo de renda baixa do chefe da famiacutelia esteve correlacionada com piores

indicadores de sauacutede materna e a menor escolaridade se correlacionou mais com os

indicadores perinatais

105

Estudos recentes sugerem que a pobreza da comunidade eacute um fator de risco para

baixo peso ao nascer piores resultados de parto e menor utilizaccedilatildeo de cuidados preacute-

natais o que foi confirmado entre os municiacutepios da RMC (Collins et al 2006 Rajaratnam

et al 2006) A posiccedilatildeo socioeconocircmica da comunidade pode se relacionar com os

resultados de sauacutede materna por meio da disponibilidade de vias de acesso e de

recursos fiacutesicos e residenciais durante a idade feacutertil e esses fatores satildeo determinados

pelas poliacuteticas puacuteblicas (Collins et al 2006 Auger et al 2009 Pampalon et al 2009)

Os municiacutepios que apresentaram os piores indicadores socioeconocircmicos e de

sauacutede materna e perinatal da RMC em 2011 mostraram certa concentraccedilatildeo na regiatildeo

noroeste Ao mesmo tempo o municiacutepio de Holambra na regiatildeo centro-oeste estaacute em

posiccedilatildeo alta no IDHM apresentou a menor populaccedilatildeo com baixa renda as mais altas

taxas de cesaacuterea de prematuridade e de TMNP com a menor proporccedilatildeo de chefia

feminina

Os municiacutepios de piores resultados maternos e perinatais Santo Antocircnio de

Posse Engenheiro Coelho e Artur Nogueira e tambeacutem Holambra natildeo possuem

maternidade Poreacutem as distacircncias para as maternidades de referecircncia natildeo ultrapassam

17 km o que pressupotildee que natildeo haveria maior demora a justificar os piores desfechos

maternos e fetais (Pacagnella et al 2012) A detecccedilatildeo precoce e o tratamento de

complicaccedilotildees satildeo elementos para a reduccedilatildeo da mortalidade materna (Souza 2011

Soares et al 2012 Pacagnella et al 2012 Dias et al 2014) A excelente malha

rodoviaacuteria da regiatildeo favorece os deslocamentos aos serviccedilos de referecircncia para maior

complexidade de atenccedilatildeo Entretanto dois municiacutepios relataram dificuldades com o

transporte das pacientes e natildeo possuem maternidade (Cosmoacutepolis e Pedreira) Este eacute

um ponto que requer atenccedilatildeo na linha de cuidado da gestante na RMC que deve

106

oferecer condiccedilotildees para integrar os serviccedilos durante e apoacutes a gestaccedilatildeo tanto na atenccedilatildeo

de rotina quanto nas situaccedilotildees de emergecircncia

Na RMC cinco municiacutepios apresentaram RMM elevada para os recursos

disponiacuteveis na regiatildeo As causas das mortes maternas na RMC em 2011 e seu processo

de cuidado natildeo foram estudados Mas a prevenccedilatildeo da morbimortalidade prevecirc a

necessidade de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada dos profissionais oferta de serviccedilos

de emergecircncia reconhecimento precoce dos problemas e atuaccedilatildeo em tempo haacutebil e

com eficiecircncia diante de complicaccedilotildees que possam colocar em risco a vida da matildee eou

da crianccedila

Tambeacutem chama a atenccedilatildeo que numa regiatildeo tatildeo pouco carente de recursos um

quarto dos serviccedilos de maternidade tenha relatado dificuldade na obtenccedilatildeo de

hemoderivados quando a hemorragia eacute a segunda causa de morte materna no paiacutes

Esta situaccedilatildeo reflete problemas na organizaccedilatildeo do atendimento eficiente agraves

urgecircnciasemergecircncias obsteacutetricas A falta de um planejamento detalhado para a oferta

de cuidados pode favorecer a ocorrecircncia de demoras na implantaccedilatildeo de medidas

necessaacuterias Este eacute outro ponto que necessita intervenccedilatildeo urgente na organizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo na regiatildeo metropolitana Bittencourt et al (2014) em estudo realizado no paiacutes

encontraram 75 de disponibilidade de banco de sangue ou agecircncia transfusional nos

hospitais mistos (privados conveniados ao SUS) 69 nos puacuteblicos e 67 nos privados

Morse et al (2011) em artigo de revisatildeo sobre a mortalidade materna no Brasil

apontaram dificuldades para transfusatildeo em quadros hemorraacutegicos como uma falha na

assistecircncia ao parto A subutilizaccedilatildeo de derivados de sangue eacute prevalente no Brasil e

em outros paiacuteses em desenvolvimento o que exige uma atenccedilatildeo especial dos

107

responsaacuteveis pelas poliacuteticas puacuteblicas e uma atuaccedilatildeo mais efetiva das entidades de

representaccedilatildeo profissional que lidam com estas condiccedilotildees cliacutenicas

Resultados de grande estudo realizado no Brasil sobre a aplicaccedilatildeo da abordagem

near miss materno para a avaliaccedilatildeo da qualidade de cuidados obsteacutetricos realizado em

27 hospitais de referecircncia apontou que houve uma maior demora na prestaccedilatildeo de

serviccedilos em centros de cuidados classificadaos como natildeo adequados principalmente

devido agrave ausecircncia de produtos derivados do sangue e dificuldade em estabelecer a

comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos e ou centros reguladores (Haddad et al 2014) Nas

situaccedilotildees onde as complicaccedilotildees existem falhas de qualidade da atenccedilatildeo e integraccedilatildeo

do cuidado podem levar mulheres e crianccedilas agrave morte evitaacutevel ou a sequelas permanentes

(Rosman et al 2006) Esta responsabilidade dos gestores precisa ser adequadamente

assumida

Aleacutem dos riscos de morbimortalidade associados agrave diversidade de condiccedilotildees de

educaccedilatildeo e renda na regiatildeo algumas das praacuteticas recomendadas no parto natildeo tecircm sido

seguidas em uma parte nas maternidades da RMC O modelo de atenccedilatildeo obsteacutetrica

contemporacircneo com altas taxas de intervenccedilotildees incluindo episiotomia e ocitocina na

conduccedilatildeo do trabalho de parto que seriam apenas recomendadas em situaccedilotildees de

necessidade tem sido utilizadas sempre ou frequentemente em mais de 50 dos

serviccedilos obsteacutetricos da RMC Ao mesmo tempo algumas carecircncias foram observadas

Entretanto faltam paracircmetros baseados em evidecircncia para definir taxas

adequadas de intervenccedilotildees E talvez natildeo seja adequado fazecirc-lo Associar boa praacutetica

com nuacutemero maacuteximo de intervenccedilatildeo pode facilitar a ocorrecircncia de eventos adversos no

parto ou decorrentes dele que poderiam ser evitados

108

Um exemplo de intervenccedilatildeo em que se pode debater a taxa de utilizaccedilatildeo eacute a

episiotomia Estudos anteriores apoiam poliacuteticas restritivas que trariam uma seacuterie de

benefiacutecios imediatos em comparaccedilatildeo com o uso rotineiro (Carroli e Mignini 2009 OPAS

2013 Melo et al 2014) Portanto tem-se recomendado realizaacute-la apenas quando haacute

necessidade cliacutenica o que fica sob julgamento do profissional que assiste o parto (OPAS

2013) A publicaccedilatildeo das revisotildees sistemaacuteticas sobre o tema acarretou uma acentuada

reduccedilatildeo no seu uso (Carroli e Mignini 2009 Melo et al 2014)

Mas estudos sobre disfunccedilotildees do assoalho peacutelvico mostram que a episiotomia

pode ser um fator de proteccedilatildeo quando adequadamente realizada Estudo recente

encontrou uma reduccedilatildeo de 40-50 de lesotildees no esfiacutencter anal com a realizaccedilatildeo da

episiotomia em comparaccedilatildeo com as roturas espontacircneas realizada meacutedio-lateral direita

a 60ordm distando 10 mm da linha meacutedia proteccedilatildeo do periacuteneo para desprendimento lento

do poacutelo cefaacutelico e compressas mornas no local enquanto periacuteneo curto edema perineal

e parto instrumental aumentou este risco (Kapoor et al 2015) Estes achados confirmam

resultado de Stedenfldt e colaboradores (2014) que encontraram reduccedilatildeo de 59 de

lesatildeo com proteccedilatildeo perineal ao final do 2ordm periacuteodo o que foi mais relevante nos casos

sem associaccedilatildeo de muacuteltiplos fatores de risco (primiparidade peso do receacutem-nascido

maior ou igual a 4500g e parto foacutercipe)

Na Dinamarca entre primigestas observou-se prevalecircncia de 153 de

episiotomia e 65 de lesatildeo no esfiacutencter anal com proteccedilatildeo dada pela episiotomia nos

casos de vaacutecuo-extraccedilatildeo e pela peridural para todos os partos (Jango et al 2014) Na

Finlacircndia por sua vez a taxa de episiotomia eacute de 30 com apenas 1 de lesatildeo de

esfiacutencter (Laine et al 2009) Tambeacutem se encontrou que as laceraccedilotildees perineais e o uso

de foacutercipe mas natildeo a episiotomia estavam associadas a maior disfunccedilatildeo do assoalho

109

peacutelvico com prolapso cinco a dez anos apoacutes o primeiro parto (Handa et al 2012) Dois

anos apoacutes o primeiro parto natildeo instrumental as mulheres que realizaram episiotomia

em comparaccedilatildeo com aquelas que tiveram rotura espontacircnea ou sem lesatildeo tiveram

menos sintomas de urgecircncia miccional e incontinecircncia (Rikard Bell et al 2014)

Portanto 54 de partos com episiotomia no Brasil (Leal et al 2014a) ou as taxas

encontradas na RMC podem ser considerados excessivos comparando-se com taxas

de paiacuteses noacuterdicos ou europeus Isso ocorre porque grande parte dos profissionais de

sauacutede especialmente os meacutedicos deve praticar este procedimento de rotina para as

mulheres de menor paridade e periacuteneo supostamente iacutentegro Talvez as taxas mais

adequadas mantendo a seguranccedila sejam maiores que as europeias na populaccedilatildeo

brasileira Embora natildeo esteja definida a taxa de episiotomia necessaacuteria deve ser menor

do que aquela que tem sido praticada e mais elevada do que nos paiacuteses com conduta

menos intervencionista do norte da Europa

Outra praacutetica a ser discutida comum nas maternidades da RMC eacute o uso da

ocitocina na conduccedilatildeo do trabalho de parto Leal et al (2014a) num amplo estudo

brasileiro em maternidades para avaliar o uso das boas praacuteticas no parto identificaram

que a infusatildeo de ocitocina ocorreu em cerca de 40 das mulheres de risco habitual

(baixo) sendo mais frequentemente utilizada no setor puacuteblico em mulheres com baixa

escolaridade Num estudo sobre partos conduzidos por enfermeiras obsteacutetricas na

Holanda observou-se que a taxa de uso de ocitocina na conduccedilatildeo do parto aumentou

de 244 para 388 entre 2000-2008 (Offerhaus et al 2014) Benefiacutecios da ocitocina

incluem o iniacutecio ou melhoria das contraccedilotildees no trabalho de parto distoacutecico com riscos

que requerem controle estrito incluindo hiperatividade uterina intoxicaccedilatildeo por aacutegua e

embora rara rotura uterina Mais recentemente estudos tem encontrado associaccedilatildeo de

110

uso de ocitocina com autismo especialmente em crianccedilas de sexo masculino (Gregory

et al 2013 Weisman et al 2015) Num documento de 2014 a Associaccedilatildeo Americana

de Ginecologia e Obstetriacutecia afirmou que as evidecircncias natildeo eram suficientes para mudar

sua posiccedilatildeo de apoiar o uso de ocitocina para conduccedilatildeo do trabalho de parto (ACOG

2014)

Protocolos ideais para utilizaccedilatildeo da ocitocina natildeo foram identificados

(Mozurkewich et al 2011) Os autores de uma metanaacutelise concluiacuteram que a ocitocina

para conduccedilatildeo no iniacutecio do trabalho de parto foi associada a aumento do parto vaginal

espontacircneo (Sq et al 2009) Revisatildeo sistemaacutetica concluiu que altas doses de ocitocina

foram associadas a uma reduccedilatildeo da duraccedilatildeo do trabalho de parto e parto cesaacutereo e um

aumento no parto vaginal espontacircneo (Kenyon et al 2013) Estudos em populaccedilotildees

com menor taxa de cesarianas sugerem que uma vez alcanccedilado o trabalho ativo a

ocitocina pode ser suspensa sem alterar a progressatildeo do parto ou a taxa de cesariana

(Diven et al 2012)

A antibioticoterapia nas cesaacutereas natildeo foi uma praacutetica rotineira em cinco das

maternidades visitadas quando deveria estar ocorrendo em todas Mulheres

submetidas agrave cesariana tecircm de cinco a 20 vezes mais chances de contrair uma infecccedilatildeo

em comparaccedilatildeo com as mulheres que datildeo agrave luz por via vaginal (Smail e Grivell 2014)

A profilaxia antimicrobiana reduz o risco de endometrite e infecccedilatildeo incisional quando

administrado corretamente e tem sido utilizado como indicador de performance A mais

comum infecccedilatildeo relacionada agrave complicaccedilatildeo de cesaacuterea eacute a endometrite que pode ser

reduzida em 50 com o uso de antibioacutetico profilaacutetico Taxas de infecccedilatildeo do siacutetio ciruacutergico

apoacutes cesariana variam de acordo com a populaccedilatildeo em estudo os meacutetodos utilizados

111

para monitorar e identificar os casos e o uso de antibioacutetico profilaacutetico apropriado (Lamont

et al 2011)

O efeito beneacutefico da profilaxia antibioacutetica na reduccedilatildeo de ocorrecircncias de infecccedilatildeo

associados com cesaacuterea eletiva ou de emergecircncia jaacute estaacute bem estabelecida (Smail e

Grivell 2014) Uma revisatildeo sistemaacutetica concluiu que a profilaxia antibioacutetica administrada

antes da incisatildeo diminuiu a incidecircncia global de infecccedilatildeo apoacutes a cesariana e natildeo

aumentou a probabilidade de infecccedilatildeo neonatal O uso de antibioacuteticos profilaacuteticos em

mulheres submetidas agrave cesariana reduz a incidecircncia de infecccedilatildeo de feridas endometrite

e graves complicaccedilotildees infecciosas de 60 a 70 (Smail e Grivell 2014)

Assim a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo principalmente da assistecircncia hospitalar ao

parto com utilizaccedilatildeo das praacuteticas baseadas nas evidecircncias deve ser o foco principal das

poliacuteticas puacuteblicas Este objetivo exige processos de educaccedilatildeo continuada e intervenccedilotildees

do tipo auditoria nas instituiccedilotildees buscando identificar os problemas acompanhar as

soluccedilotildees e promover o desenvolvimento profissional daqueles envolvidos no cuidado

Apesar do desenvolvimento social e do sistema de sauacutede particularmente na

RMC permanecem desigualdades socioeconocircmicas que impactam os indicadores

estudados Os piores resultados para os indicadores perinatais estavam presentes em

populaccedilotildees mais vulneraacuteveis Para melhorar os resultados em sauacutede para matildees e bebecircs

estrateacutegias para reduzir as desigualdades sociais e educacionais focadas nos grupos

populacionais mais vulneraacuteveis matildees adolescentes mulheres com menor escolaridade

e renda ainda satildeo necessaacuterias assim como intervenccedilotildees nos serviccedilos de sauacutede apoacutes

anaacutelises por auditorias de eventos sentinela

112

113

CONCLUSSAtildeO GERAL

Embora seja uma regiatildeo de grande desenvolvimento permaneciam

desigualdades socioeconocircmicas que impactaram os indicadores de sauacutede matena e

perinatal na RMC Os piores resultados estavam presentes em populaccedilotildees mais

vulneraacuteveis as matildees adolescentes as mulheres com menor escolaridade e renda

As praacuteticas de sauacutede qualificadas (induccedilatildeo de ruptura prematura de

membranas rastreamento para HIV e siacutefilis protocolo de prevenccedilatildeo para

Estreptococo B e acompanhante durante o trabalho de parto) estavam disponiacuteveis

em quase todos os hospitais na RMC No entanto algumas rotinas satildeo excessivas

(conduccedilatildeo e episiotomia) e outras precisam ser melhoradas (como o uso de

antibioacuteticos para 100 de cesaacutereas disponibilidade de sangue em estado criacutetico de

cuidado)

114

115

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147 Secretaria da Sauacutede Coordenadoria de Planejamento em Sauacutede

Assessoria Teacutecnica em Sauacutede da Mulher Atenccedilatildeo agrave gestante e agrave pueacuterpera no

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(acessado em 29Jun2013)

146

147

ANEXOS

ANEXO - 1 Mapa da Regiatildeo Metropolitana de Campinas

148

ANEXO - 2

Roteiro semiestruturado sobre a rotina da assistecircncia ao parto (intervenccedilotildees necessaacuterias e desnecessaacuterias)

para as entrevistas com os(as) meacutedicos(as) e os enfermeiros(as) responsaacuteveis pelos serviccedilos obsteacutetricos da

RMC

Responda as questotildees a seguir referentes agrave praacutetica da assistecircncia agrave mulher durante o trabalho de parto e parto na

instituiccedilatildeo que vocecirc trabalha

Instituiccedilatildeo

Dados Pessoais Data de nascimento [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

Escolaridade [ ] 1-Superior [ ] 2-Especializaccedilatildeo [ ] 3-Mestradodoutorado

Haacute quanto tempo trabalha em Obstetriacutecia

Haacute quanto tempo trabalha nesse serviccedilo

Haacute quanto tempo eacute responsaacutevel pelo Serviccedilo de Obstetriacutecia

01 Eacute garantida a presenccedila de acompanhante de livre escolha da mulher ( ) Sim ( ) Natildeo (Passe para a Q2)

a) Quem a acompanha com maior frequecircncia

b) Em que momento (Assinale mais de uma opccedilatildeo caso se aplique)

No trabalho de parto ( ) No parto ( ) No puerpeacuterio imediato ( )

02 Eacute realizada a triagem e tratamento de Siacutefilis na maternidade Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

03 Eacute prescrita a terapia antirretroviral para gestante com HIV Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

04 Eacute praacutetica rotineira induccedilatildeo de parto em gestaccedilatildeo prolongada Sim ( ) Natildeo ( )

05 Eacute praticada rotineiramente a induccedilatildeo de parto em rotura prematura de membranas ao termo Sim ( ) Natildeo ( )

06 A analgesia eacute oferecida a todas as parturientes Sim ( ) Natildeo ( ) Se natildeo por quecirc

07 Existe protocolo para tratamento de hipertensatildeo severa Sim ( ) Natildeo ( ) O que eacute utilizado

08 Eacute praacutetica rotineira o manejo ativo do 3ordm periacuteodo Sim ( ) Natildeo ( )

09 Eacute praticada a antibioticoterapia para Estreptococo do grupo B Sim ( ) Natildeo ( )

10 Eacute praticada rotineiramente a antibioticoterapia nas cesaacutereas Sim ( ) Natildeo ( )

11 Durante as cesaacutereas de emergecircncia haacute disponibilidade de

a) Anestesista no Centro Obsteacutetrico Sim ( ) Natildeo ( )

b) Banco de sangueSim ( ) Natildeo ( )

c)Obstetra treinado Sim ( ) Natildeo ( )

12 Eacute praacutetica rotineira a prevenccedilatildeo de hemorragia poacutes-parto Sim ( ) Natildeo( )

13 Eacute praticado o manejo de hemorragia poacutes parto Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para a Q15)

a) Remoccedilatildeo da placenta Sim ( ) Natildeo ( )

b)Curagem Sim ( ) Natildeo ( )

c)Curetagem Sim ( ) Natildeo ( )

14 Quem realiza o parto normal com maior frequecircncia Enfa( ) Enfa Obstetra ( ) Meacutedico ginecologista ( )

Outro profissional ( ) Quem

15 Os indicadores de humanizaccedilatildeo do parto satildeo praticados Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q17)

a) Visita preacutevia das gestantes agrave maternidade Sim ( ) Natildeo ( )

b) Acesso diferenciado agraves gestantes em trabalho de parto Sim ( ) Natildeo( )

c) Alojamento conjunto Sim ( ) Natildeo ( )

16 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com orientaccedilotildees da assistecircncia ao parto normal e cesaacuterea focando

a qualidade da atenccedilatildeo obsteacutetrica durante o parto e puerpeacuterio imediato Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q18) Quais

17 Satildeo utilizados protocolos de seguranccedila e guias com para as principais complicaccedilotildees (preacute-eclacircmpsia eclacircmpsia

hemorragia e infecccedilatildeo poacutes-parto) focando a qualidade da atenccedilatildeo Sim ( ) Natildeo ( ) (Passe para Q19) Quais

18 Dados relacionados agrave infraestrutura

a) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de suprimentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

b) Haacute dificuldades na obtenccedilatildeo de medicamentos Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

c) Haacute dificuldade com o transporte das gestantes parturientes e pueacuterperasSim ( ) Natildeo ( )Quais os problemas mais

frequentes

d) Haacute dificuldade de comunicaccedilatildeo com os serviccedilos de referecircncia Sim ( ) Natildeo ( ) Quais problemas

e) Haacute dificuldade na obtenccedilatildeo de hemoderivados Sim ( ) Natildeo ( ) Quais

f) E com a monitorizaccedilatildeo e tratamento de pacientes graves Sim ( ) Natildeo ( )

19 O que mais gostaria de falar sobre dificuldades ou aspectos relevantes que impactam a assistecircncia agraves gestantes

em trabalho de parto ou com complicaccedilotildees na gravidez no seu serviccedilo

149

ANEXO - 3

150

151

ANEXO - 4

Consentimento das instituiccedilotildees para a realizaccedilatildeo do estudo

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Nome do responsaacutevel________________________________________________

Idade Cargo____________________RG_______________________

Endereccedilo______________________________________ Ndeg_________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu autorizo a coleta

de dados da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado ofertado

pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A pesquisadora

responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que trabalha no

Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves 1700 horas

(telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa contribuiraacute para

identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os processos de cuidado a

eles associados Fui esclarecido (a) que a participaccedilatildeo dos gestores do Centro

Obsteacutetrico desta instituiccedilatildeo poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico

sobre a qualidade da atenccedilatildeo ofertada

Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada a liberdade dos profissionais de

aceitar ou natildeo e que a recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que a identidade dos profissionais

envolvidos nesse estudo seraacute mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido

seraacute entregue a pesquisadora em envelope lacrado

152

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Concordo que os profissionais meacutedicos e enfermeiros gestores do Centro

Obsteacutetrico colaborem voluntariamente com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora _______________________________________

153

ANEXO - 5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ldquoNASCER NA REGIAtildeO METROPOLITANA DE CAMPINASrdquo

Ndeg na Pesquisa RG____________________

Nome Idade__________________

Endereccedilo Ndeg_____________________

Bairro Cidade Telefone_______________

Eu fui convidado

(a) a participar da pesquisa que estaacute sendo realizada para conhecer o cuidado

ofertado pelas maternidades da Regiatildeo Metropolitana de Campinas (RMC) A

pesquisadora responsaacutevel eacute Faacutetima Filomena Mafra Christoacuteforo enfermeira que

trabalha no Nuacutecleo de Estudos de Poliacuteticas PuacuteblicasNEPPUnicamp das 800 agraves

1700 horas (telefone 19-3521-2498) Fui informado (a) que essa pesquisa

contribuiraacute para identificar os diferentes modelos de atenccedilatildeo ao parto e os

processos de cuidado a eles associados Fui esclarecido (a) que minha participaccedilatildeo

poderaacute contribuir para a elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico sobre a qualidade da

atenccedilatildeo ofertada

Aceito participar para isso responderei um questionaacuterio ldquoauto-respondidordquo

natildeo havendo necessidade de identificaccedilatildeo exceto a profissatildeo (meacutedico ou

enfermeiro) Fui esclarecido (a) que seraacute assegurada minha liberdade de aceitar ou

natildeo e que minha recusa natildeo teraacute nenhuma implicaccedilatildeo na minha atividade

profissional Tambeacutem fui informado (a) que minha identidade nesse estudo seraacute

154

mantida em sigilo e que o questionaacuterio preenchido seraacute entregue a pesquisadora

em envelope lacrado

Tive a oportunidade de fazer perguntas apoacutes ler as informaccedilotildees acima Tudo

que perguntei me foi respondido satisfatoriamente e se tiver duacutevidas ou

reclamaccedilotildees relacionadas a questotildees eacuteticas envolvidas na pesquisa poderei entrar

em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas

pelo telefone (19) 3521-8936

Aceito voluntariamente colaborar com esta pesquisa

Campinas ___ de de 2013

Assinatura do profissional _____________________________________________

Assinatura da pesquisadora ___________________________________________

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